Escrita Lição 2, CG, Coisas de Cima e de Baixo, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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1. O USO RESPONSÁVEL DA FALA
1.1. A responsabilidade no ensino
1.2. O poder da língua
1.2.1. As seis imagens ilustrativas
2. OS DOIS TIPOS DE SABEDORIA
2.1. A sabedoria carnal
2.1.1. O resultado da falsa sabedoria
2.2. A sabedoria que vem do alto
2.2.1. Os atributos da verdadeira sabedoria
3. A RESISTÊNCIA ÀS PAIXÕES CARNAIS
3.1. A guerra interior: o conflito entre carne e espírito
3.2. Pedidos egoístas e motivações distorcidas
3.3. O cristão entre dois mundos
4. O CAMINHO PARA RESTAURAR A COMUNHÃO COM DEUS
4.1. Sujeição
4.2. Aproximação
4.3. Arrependimento e quebrantamento
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Tiago 3.2,3,8,9; Tiago 4.1-3,13,15
Tiago 3.2,3,8,9
2- Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3- Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
8-(..) Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9- Com ela bendizemos a DEUS e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de DEUS,
Tiago 4.1-3,13,15
1- Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a sabor dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2- Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis.
3- Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
13- Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos.
15- Em lugar do que deveis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.
TEXTO ÁUREO
Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. Tiago 3.18
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Provérbios 6.16-19 Sete coisas que o Senhor detesta
3ª feira - Romanos 12.6-8 Use seus dons com dedicação e amor
4ª feira - Tiago 3.13-18 Sabedoria pura promove paz e boas obras
5ª feira -Tiago 4.6-9 Humilhe-se diante de DEUS; resista ao diabo
6ª feira - Romanos 7.23,24 Luta interna entre a carne e a mente
Sábado - Tiago 4.7-10 Submeta-se a DEUS e Ele o exaltará
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
reconhecer que sábio é aquele que usa a língua para abençoar, não para amaldiçoar;
identificar as características próprias da sabedoria que vem do alto;
compreender a importância de resistir às paixões e submeter-se a DEUS.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, nesta lição, adote uma postura que estimule a reflexão pessoal e o diálogo coletivo. Ao abordar a sabedoria divina e o domínio da língua, incentive seus alunos a conectarem os ensinamentos de Tiago com situações práticas do cotidiano. Utilize exemplos contemporâneos para mostrar como palavras e atitudes podem tanto edificar quanto causar danos nos relacionamentos.
Mantenha um tom respeitoso e firme ao tratar das paixões carnais, destacando a importância de submeter-se a DEUS e resistir às tentações do mundo. Valorize a participação dos alunos, criando um ambiente acolhedor para o aprendizado mútuo e desafiando-os a aplicar a sabedoria do alto em suas vidas diárias.
Boa aula!
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO RETIRADOS DE REVISTAS
DE EBD ANTIGAS E LIVROS – LEIATUDO E ESTARÁAPTO A
DAR UMA EXCLENTE AULA.
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Tiago - A Epístola Da Religião Pura:
Autor: Tiago, Irmão De JESUS, Casado, Homem De Caráter Íntegro,
Honesto E Conselheiro;
Homem De Oração, Líder Da Igreja Em Jerusalém, Chamado "Tiago, O Justo"; Morreu, Segundo Historiadores, Por Volta Do Ano 60 D. C., Depois De Escrever Seu Livro Aproximadamente No Ano De 48 d.C..
Situação Da Época: Havia Grande Fome Na Judéia E O Movimento Zelote Usando De Violência, Fazia Levantes Por Toda A Região, Promovendo Também Debates Religiosos; A Grande Preocupação De Tiago Era Com As Igrejas Abertas Por Todas As Províncias Vizinhas Quanto À Sua Liderança, Sem O Princípio Judaico, Que Estimulava As Boas Obras; O Mundo Estava Entrando Na Igreja: - O Rico Era Bajulado E O Pobre Humilhado;
Havia Críticas E Palavras Descontroladas; A Sabedoria Era Terrena, Animal E Diabólica; A Inveja E A Ambição Promovia Violentas Discussões E Divisões; Era Grande A Inconstância Nas Coisas De DEUS; Não Havia Reverência E Nem Temor De DEUS; Os Doentes E Necessitados Eram Abandonados, Muitos Estavam Se Desviando Do Evangelho Verdadeiro. Falsos Mestres Se Introduziram Na Igreja. A Doutrina Da Justificação Pela Fé Era Largamente Difundida E Confundida Pela Igreja. Os Cristãos Foram Dispersos, Sendo Perseguidos E Maltratados;
Orações Não Eram Ouvidas Por DEUS; Crentes Estavam Fracos Na Fé (Cheios De Problemas) Conselhos E Exortações De Tiago Para Solução Desses Problemas:
Como Vencer As Provas E Tentações: 1 Jo 2:15,16 (Concupiscência Da Carne, Dos Olhos E Soberba Da Vida). Tentação É Indução Ao Mal Provação É Fidelidade A DEUS Coisa Má, Vem Do Diabo Para Vencer Esse Mal. Pode Ser Também Passar Por Prova Vem De DEUS, Coisa Boa
Águia E Pintainhos = A Águia Treina Seus Pintainhos Atirando-Os Do Despenhadeiro Até Que Os Mesmos Possam Voar Sozinhos.
Sete Passos Para A Vitória:
1-Saber Utilizar A Palavra De DEUS.
2-Através Da Oração.
3-Através Da Vigilância.
4-Através Da Disciplina Pessoal: Controle Do Corpo
5-Resistindo Ao Diabo
6-Buscando A Santificação: Corpo, Alma E ESPÍRITO (1 Ts 4)
7-Ocupando A Mente Com Coisas Boas.
A Perseverança Na Oração: Buscar-Me-Eis E Me Achareis, Quando Me Buscardes De Todo O Vosso Coração, De Todo O Vosso Entendimento.
Duas Maneiras De Orar: Convencional E Oração Com Fé.
Tipos De Oração: Arrependimento ( 1 Jo 1:9),
Agradecimento (Ação De Graças),
Louvor (Pelo Que DEUS Fez E Faz),
Adoração (Pelo Que DEUS É),
Petição (Pedindo Por Nós Mesmos),
Consagração (Colocando-Nos A Disposição De DEUS E De Sua Vontade),
Entrega Ou Lançamento ( Lançando Sobre Ele Todas As Vossas Ansiedades),
Intercessão (Pelos Outros, A Favor De E Contra Satanás)
A Prática Da Palavra De DEUS: Grande Distância Entre Falar E Fazer
Grande Distância Entre Pregar E Praticar
Grande Distância Entre Ensinar E Dar O Exemplo
Somos Vistos Pelo Mundo Como Cristãos Ou Como Atores, Representando Um Papel De Seguidores De CRISTO? Analisemo-Nos A Nós Mesmos.
A Religião Pura E Imaculada
União Do Homem Com DEUS - Processo Gradativo, Vamos Crescendo.
Características:
1. Saber Refrear A Língua:
Pv18:21 - Poder De Vida E De Morte Na Língua, Por Suas Palavras Serás Justificado, Semear Na Carne, Na Carne Ceifará.
2. Visitar Órfãos E Viúvas
Ajuda Material Também É Importante.
3. Guardar-Se Da Corrupção Do Mundo
4. Santificação No Corpo, Alma E ESPÍRITO
Maná: Colhido De Madrugada, Moído, Preparado Com Água, Bolo Para Comer E Dar De Comer.
DEUS Condena A Acepção De Pessoas: Receber O Rosto, Olhar O Exterior, Rm 3:23: "Todos Pecaram E Destituídos Estavam Da Glória De DEUS."
ESPÍRITO SANTO Não Tem Sexo: Mulheres Podem E Devem Trabalhar Na Obra Do Senhor.
Predestinação: Equidade:
A Fé Sem Obras É Morta: O Mundo Só Saberá Que Temos Fé Em DEUS Se Ver As Nossas Boas Obras Feitas Em CRISTO. 1 Pe 2:12 "O Vosso Procedimento Entre Os Gentios Seja Correto, Para Que, Naquilo Em Que Falam Mal De Vós, Como De Malfeitores, Observando As Vossas Boas Obras, Glorifiquem A DEUS No Dia Da Visitação.
Somos Justificados Pela Fé , Sem As Obras ( Ex.: Ladrão Da Cruz); Mas Somos Condenados Pela Falta De Fé Quando Não Praticamos Aquilo Para Que Fomos Chamados. As Obras Devem Ser O Resultado De Uma Legítima Conversão.
Circuncisão De Abrahão ( Justificado Pela Fé Antes Da Circuncisão, Sinal, Externo Exigido Depois)
Salvação ( Sinal Interno Que Os Que Nos Vêm Notam A Mudança Externa)
Batismo No ESPÍRITO SANTO ( Sinal Interno)
Batismo Nas Águas ( Sinal Externo, Exigido Por DEUS, Mc 16:15)
O Tropeço Na Palavra: Pequeno Leme, Navio Grande (Língua)
Pv 18:21 "O Poder De Vida E De Morte Está Na Língua" ( Sempre Abençoar)
Batismo No ESPÍRITO
Quando DEUS Consegue Dominar A Língua. Penas De Galinha Espalhadas Pela Cidade Toda, Pegue=As De Volta Todas Se Puder (Nunca Mais Volta A Ser Como Dantes.).
A Sabedoria Do Alto: Sábio É:
- Aquele Que Tem Bom Trato: Aquele Que Tem Obras De Mansidão De Sabedoria Aquele Que Vê O Mal E Se Esconde (Fugi De Toda A Aparência Do Mal)
Aquele Que Ganha Almas
Características Da Sabedoria Que Vem Do Alto: Pura, Pacífica, Moderada, Tratável, Cheia De Misericórdia, Cheia De Bons Frutos, Sem Parcialidade, Sem Hipocrisia (Fingimento).
Diferença Entre Palavra De Sabedoria E Sabedoria Que Vem Do Alto: Palavra De Sabedoria : Dom Do ESPÍRITO, Palavra No Futuro, Só DEUS Sabe, Manifestação Sobrenatural. Sabedoria Que Vem Do Alto, De DEUS: Sabedoria Que É Dada Para Se Fazer Alguma Coisa Ou Resolver Algum Problema. É Residente Na Pessoa.
Resistindo Às Paixões Humanas: Como Fazer Para Acabar Com As Divisões Entre Irmãos?
1- Sujeitando A DEUS E Resistindo Ao Diabo
2- Chegando-Se A DEUS
3- Purificando O Coração
4- Sentindo As Misérias
5- Humilhando-Se Perante O Senhor
6- Não Falar Mal Uns Dos Outros
A Falibilidade Dos Projetos Humanos: Muitos Planos Nascem Da Soberba Não Levam Em Conta A Vontade De DEUS. O Dia De Amanhã Não Nos Pertence, A Vida É Como O Vapor. Devemos Sempre Dizer E Ter Consciência De Que Se O Senhor Quiser Faremos Isso Ou Aquilo; Também Nos Lembramos De Que Se Vivermos... Os Ricos Opressores São Condenados: Riquezas Criadas Por DEUS Produzidas Pelo Homem Ricos Miseráveis Acumulação Iníqua De Riquezas Sistemas Econômicos Injustos Má Distribuição De Renda Efeitos Sociais Desastrosos A Igreja Deve Ensinar Que: Aquele Que Tem Muito, Ajuda Aquele Que Não Tem, Afim De Que Ao Que Tem Não Sobre, E Ao Que Não Tem Não Falte.(Ex.: At 4:34,35) O Que Tem Reparta Com O Que Não Tem. Paciência E Constância: A Paciência Do Crente O Leva À Presença De DEUS E Ao Descanso Eterno. "Portanto, Meus Amados Irmãos, Sede Sempre Firmes E Constantes, Sempre Abundantes Na Obra Do Senhor, Sabendo Que O Vosso Trabalho Não É Vão No Senhor". 1co15:58. Vistes A Paciência De Jó? Paciência É Perseverar Na Fé Mesmo Que Lhe Custe A Vida. "Porquanto, Ainda Que A Figueira Não Floresça, Nem Haja Fruto Na Vide; O Produto Da Oliveira Minta, E Os Campos Não Produzam Mantimento; As Ovelhas Da Malhada Sejam Arrebatadas, E Nos Currais Não Haja Vacas, Todavia, Eu Me Alegrarei No Senhor, Exultarei No DEUS Da Minha Salvação." "Porque Necessitais De Paciência, Para Que, Depois De Haverdes Feito A Vontade De DEUS, Possais Alcançar A Promessa. Porque Ainda Um Poucochinho De Tempo, E O Que Há De Vir Virá E Não Tardará.
Mas O Justo Viverá Da Fé; E, Se Ele Recuar, A Minha Alma Não Tem Prazer Nele." Administrando Os Meios Da Graça: Tt 2:11 "Porque A Graça De DEUS Se Há Manifestado, Trazendo Salvação A Todos Os Homens" Sozo = Salvação = Abrange Corpo , Alma E ESPÍRITO. Se Está Aflito Ore, Se Está Alegre Cante. Sl 34:19 = "Muitas São As Aflições Do Justo, Mas O Senhor O Livra De Todas." Jo 16:33= "No Mundo Tereis Aflições, Mas Tende Bom Ânimo, Eu Venci O Mundo." Rm 8:37= "Mas Em Todas Essas Coisas Somos Mais Do Que Vencedores, Por Aquele Que Nos Amou." Em Todas As Situações Pelas Quais Passamos, Damos Graças A DEUS Por Mais Uma Oportunidade De Sermos Provados E Vencermos Com CRISTO Ao Nosso Lado. Está Alguém Alegre, Cante = Diferença Entre Louvor E Adoração A Beleza = A Verdadeira Beleza Vem De Dentro, De Um ESPÍRITO Manso E Quieto (1 Pe 3:4)
Rios De Água Viva Fluirão De Dentro Daquele Que Ama Ao Senhor E O Serve Com Alegria.
Procure Atentar Para Aqueles Que Estão Ao Pé Do Caminho, Que Não Têm Forças Para Caminhar,
Aquele Que Fizer Um Desviado Voltar À Casa Do Senhor Salvará Da Morte Uma Alma E Cobrirá Uma Multidão De Pecados.
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"Coisas de Cima e de Baixo" é uma referência a Colossenses 3:1-2, um trecho da Bíblia que exorta os crentes a buscarem as coisas do céu, em vez de se fixarem nas coisas terrenas. Paulo, o autor da carta aos Colossenses, incentiva os leitores a concentrarem seus pensamentos e desejos nas realidades espirituais, em vez de se perderem nas preocupações e desejos do mundo.
Em outras palavras, a passagem sugere uma mudança de perspectiva, onde os valores eternos e espirituais devem ter precedência sobre os valores temporais e materiais. As "coisas de cima" representam a vida com CRISTO, seus ensinamentos e o reino de DEUS, enquanto as "coisas de baixo" representam os desejos da carne, os pecados e as preocupações do mundo.
O trecho completo de Colossenses 3:1-2 diz: "Portanto, se já ressuscitastes com CRISTO, buscai as coisas que são de cima, onde CRISTO está assentado à destra de DEUS. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra". Essa passagem é um convite à transformação interior, à busca pela santidade e à priorização do reino de DEUS em todas as áreas da vida.
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O uso correto da língua é aquele em que conseguimos tanto quanto possível comunicar o que pretendemos, realizar nossos objetivos comunicacionais: perguntar, responder, dar ordens, fazer pedidos, expressar sentimentos, manifestar opiniões, concordar com alguém ou contestá-lo.
Em Tiago, o uso responsável da fala é um tema central, enfatizando o poder das palavras e a necessidade de controle sobre a língua. O livro de Tiago alerta que a língua pode causar grandes danos, mas também pode ser usada para edificar e promover a justiça. O controle da língua é visto como um sinal de maturidade espiritual e verdadeira religião.
Pontos chave sobre o uso da fala em Tiago:
· Poder das palavras:
Tiago compara a língua a um freio de cavalo ou leme de navio, que, embora pequenos, podem controlar grandes ações. A língua tem o poder de iniciar incêndios (conflitos) e também de edificar e curar.
· Falsa religiosidade:
Aquele que se considera religioso, mas não refreia sua língua, está enganando a si mesmo e a sua religião não tem valor.
· Sabedoria do alto:
A verdadeira sabedoria, que vem de DEUS, é pura, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e bons frutos, sem parcialidade e hipocrisia.
· Evitar a futilidade:
O livro de Tiago critica a fala imprudente e a tendência de falar sem pensar, especialmente em questões de fé e justiça.
· Ação e não apenas fala:
Tiago enfatiza que a fé verdadeira se manifesta através de obras, incluindo o uso responsável da língua para edificar e servir aos outros.
Exortações práticas:
· Oração:
Buscar a ajuda de DEUS para controlar a língua e usar as palavras para o bem.
· Reflexão:
Pensar antes de falar, considerando o impacto das palavras sobre os outros.
· Edificação:
Usar a fala para encorajar, consolar e instruir, evitando a crítica destrutiva.
· Ação:
Colocar a fé em prática, demonstrando amor e cuidado através de palavras e ações.
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O ensino era uma profissão altamente valorizada e respeitada na cultura judaica, e muitos judeus que abraçaram o cristianismo queriam se tornar mestres. Tiago alertou que, embora seja bom aspirar a ensinar, a responsabilidade dos mestres é grande porque suas palavras e exemplos afetam a vida espiritual dos outros. Se você está em uma função de ensino ou liderança, como está afetando aqueles que lidera?
O apóstolo se inclui, como mestre e alguém propenso a correr os perigos e a cometer os erros próprios desse ofício honroso. Desse modo revela o espírito de humildade genuína, que também busca estimular em seus irmãos.
Há um juízo mais severo. Existem níveis de responsabilidade na obra do Senhor, e aqueles que se jactam em ensinar serão cobrados por sua conduta pessoal e influência sobre os demais (Mt 23:14). Espera-se que o mestre conheça mais da vontade de DEUS do que outros, e sua conduta deve ser exemplar.
Tropeçamos, i.e., “pecamos”. […] a maneira de refrear a língua não é simplesmente guardar silêncio, mas sim, levar “cativo todo pensamento à obediência de CRISTO” (2Co 10.5; cf Fp 4:8; Mt 12.34).
Assim, também. Tiago compara a relativa pequenez do leme à pequenez da língua e destaca as potencialidades da língua para o bem e para o mal.
Veneno mortífero. Isto é, atua sobre a felicidade individual e a paz da sociedade, como o veneno sobre o corpo humano. A perda da confiança, paz e amizade é o resultado inevitável de uma língua precipitada e imprudente (Sl 140:3; Rm 3:13).
9-12 Nossa fala contraditória frequentemente nos confunde. Às vezes nossas palavras são certas e agradáveis a DEUS, mas outras vezes são violentas e destrutivas. Qual desses padrões de fala reflete nossa verdadeira identidade? A língua nos dá uma imagem de nossa natureza humana básica. Fomos feitos à imagem de DEUS, mas também caímos em pecado. DEUS trabalha para nos mudar de dentro para fora. Quando o ESPÍRITO SANTO purifica um coração, ele dá autocontrole para que a pessoa fale palavras que agradem a DEUS.
Tiago usa seis figuras para falar sobre o controle da língua: o freio, o leme, o fogo, um animal venenoso, uma fonte e uma árvore. W. Wiersbe classifica as seis figuras em três categorias: (1) Poder de dirigir: o freio e o leme; (2) Poder de destruir: o fogo e o animal; (3) Poder para dar prazer: uma fonte e uma árvore. Vejamos cada figura separadamente:
• O freio
Tiago declara: Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro (Tg 3.3). O freio é usado para controlar o instinto selvagem do cavalo, um ato de adestramento. Assim como um cavalo, ou uma mula sem entendimento, o homem precisa refrear a sua língua (Sl 32.8-9). O controle da pequena língua resulta no controle do corpo. Sabemos que para adestrar um cavalo, o cavaleiro precisa usar a força. Para controlar a nossa língua precisamos da força de DEUS, de ajuda sobrenatural (Sl 141.3-4).
• O leme de navio
Tiago diz: Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas (Tg 3.4-5). O navio e os grandes transatlânticos são guiados e dirigidos por pequenos lemes. É no controle do leme, que o navio suporta as tempestades em alto mar e os ventos contrários. O que Tiago está dizendo, é que se nós não controlarmos a nossa língua, nós seremos como um grande navio desgovernado, sem leme, e arrebentaremos a nossa vida e a vida de quem está perto de nós, porque a língua tem poder de dirigir ou para bem, ou para o mal.
• O fogo
Tiago continua dizendo: Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno (Tg 3.5-6). A ênfase de Tiago agora é sobre o poder destrutivo da língua. A morte e a vida estão no poder da língua (Pv 18.21). A língua é comparada a uma fagulha de fogo. Todo grande incêndio começa com uma pequena fagulha. Toda confusão começa com uma pequena palavra maldita. Uma pequena língua contém todos os pecados do mundo, ou um mundo de iniquidade. Ela tem o poder de contaminar o corpo inteiro e destruir a carreira ou a vida de uma pessoa (Pv 10.8, 18; 12.18; 29.20).
• O animal
A língua é semelhante também a um animal perigoso, venenoso e indomável. Tiago diz: Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero (Tg 3.7-8). Alguém já disse que a língua é uma fera indomável, por isso DEUS a colocou presa entre as paredes da boca e enjaulada pelos dentes. Tiago diz que o homem consegui domar as aves, os répteis e os peixes, consegui domar o que está no ar, na terra e na água. Mas, ninguém conseguiu domar a língua, e é por isso que se alguém conseguir dominar a língua é perfeito varão.
O grande problema é que a língua é venenosa, pois trabalha de maneira sutil, oculto, lento, mas letal.
• A fonte
Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de DEUS. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? (Tg 3.9-11). Tiago compara a língua com uma fonte de água. Ele fala primeiro da incoerência do nosso falar, pois a mesma língua que bendiz a DEUS, amaldiçoa o homem. Ele então, roga aos irmãos que combatam esta incoerência. Use a sua língua ou as suas palavras como uma fonte de água para dar vida e satisfação a quem ouve. A boca do justo é manancial de vida (Pv 10.11). O ensino do sábio é fonte de vida, para que se evitem os laços de morte (Pv 13.14).
• A árvore
Tiago compara a língua com uma arvore frutífera: Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce (Tg 3.12). Cada árvore produz o seu fruto de acordo com a sua natureza (Mt 7.16). Assim como a figueira não pode produzir azeitonas, da mesma forma um coração puro não pode produzir palavras falsas, amargas e destrutivas. A língua serena é árvore de vida, mas a perversa quebranta o espírito. (Pv 15.4).
Hershel Ford, um judeu convertido, disse certa vez: “O escorpião tem veneno na cauda, a serpente tem veneno no dente, o mentiroso tem veneno no coração e manda para a língua”. É por isso que JESUS disse que seremos julgados e punidos por toda palavra frívola que pronunciarmos. A nossa língua é tão poderosa que poderá nos colocar no céu ou no inferno, produzir vida ou morte. Cuidado com o que você fala!
Arival Dias Casimiro
13-17 A natureza prática da sabedoria é explicada nesta passagem.
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Autor:
Tiago
Tema:
A Fé Manifesta-se pelas Obras
Data:
45-49 d.C.
Considerações Preliminares
Tiago é classificada como “epístola universal” porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação: “Às doze tribos que andam dispersas” (1.1), juntamente com outras referências (2.19-21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19). Isso explicaria (1) a ênfase inicial da carta quanto ao sofrer com alegria as provações que testam a fé e que demandam perseverança (Tg 1.2-12), (2) o conhecimento pessoal que Tiago demonstra ter pelos crentes “dispersos”, e (3) o tom de autoridade da carta. Como pastor da igreja de Jerusalém, Tiago escreve às suas ovelhas dispersas.
Propósito
Tiago escreveu (1) para encorajar os crentes judeus que enfrentavam várias provações, que punham sua fé à prova, (2) para corrigir crenças errôneas a respeito da natureza da fé salvífica, e (3) para exortar e instruir os leitores concernente ao resultado prático da sua fé na vida de retidão e nas boas obras.
Visão Panorâmica
Esta epístola trata de uma ampla variedade de temas relacionados à verdadeira vida cristã. Tiago exorta os crentes a suportarem com alegria as suas provações e a tirarem proveito delas (Tg 1.2-11), exorta-os a resistirem às tentações (1.12-18), a serem praticantes da Palavra e não apenas ouvintes (1.19-27) e a demonstrarem uma fé ativa, e não uma profissão de fé vazia (Tg 2.14-26). Adverte solenemente contra a pecaminosidade de uma língua indomável (Tg 3.1-12; 4.11,12), a sabedoria carnal (3.13-16), a conduta pecaminosa (Tg 4.1-10), a vida presunçosa (4.13-17), e a riqueza egocêntrica (5.1-6). Tiago encerra ressaltando a paciência, a oração e a restauração dos desviados (5.7-20). Em todos os cinco capítulos destaca-se o relacionamento entre a verdadeira fé e a vida piedosa. A fé genuína é uma fé provada (1.2-16), ativa (Tg 1.19-27), pela qual se ama o próximo como a si mesmo (2.1-13), manifesta-se pelas boas obras (2.14-26), mantém a língua sob rígido controle (3.1-12), busca a sabedoria de DEUS (3.13-18), submete-se a DEUS como justo juiz (4.1-12), confia em DEUS para o viver de cada dia (4.13-17), não é egocêntrica, nem libertina (5.1-6), é paciente no sofrimento (5.7-12) e diligente na
Características Especiais
Sete características principais assinalam esta epístola. (1) É muito provável que ela tenha sido o primeiro livro do NT a ser escrito. (2) Embora contenha apenas duas referências nominais a CRISTO, há nela mais alusões aos ensinos de JESUS do que todas as demais do NT. Isso inclui 15 referências ao Sermão do Monte. (3) Mais da metade dos seus 108 versículos são expressões imperativas, ou mandamentos. (4) Sob vários aspectos, é o livro de Provérbios do NT, pois (a) está repleto de sabedoria divina e instruções práticas, visando a uma vida cristã realista, e (b) está escrito em estilo sucinto, com preceitos diretos e analogias realistas. (5) Tiago é um hábil observador dos fenômenos naturais e da natureza humana pecaminosa. Repetidas vezes, ele extrai lições disso para desmascarar esta última (e.g., 3.1-12). (6) Mais do que qualquer outro livro do NT, Tiago destaca o devido relacionamento entre a fé e as obras (principalmente Tg 2.14-26). (7) Tiago, às vezes, é chamado o Amós do NT por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdade sociais.
1.2 TENTAÇÕES. A palavra "tentações" (gr. peirasmos) refere-se, aqui, às perseguições e aflições que o crente sofre nesta vida da parte do mundo ou de Satanás. (1) O crente deve enfrentar essas provações com alegria (cf. Mt 5.11,12; Rm 5.3; 1 Pe 1.6), porque isso desenvolverá nele uma fé perseverante, uma personalidade experiente e uma esperança madura (cf. Rm 5.3-5). Nossa fé somente pode chegar à plena maturidade quando confrontada com dificuldades e oposição (vv. 3,4). (2) Tiago chama tais provações de "a prova da vossa fé" (v.3). Às vezes, as provações vêm sobre o crente a fim de que DEUS possa testar a sinceridade da sua fé. Não há nada nas Escrituras dizendo que as aflições da vida são sempre uma evidência de que DEUS está insatisfeito conosco. Podem ser um sinal de que Ele reconhece nossa firme dedicação a Ele (cf. Jó 1;2).
1.4 SEJAIS PERFEITOS. "Maduros" (gr. teleios) transmite a ideia bíblica de perfeição no sentido de relacionamento correto com DEUS, que frutifica no empenho sincero de amá-lo de todo o coração em obediência irrestrita e uma vida inculpável (Dt 6.5; 18.13; Mt 22.37; ver 1 Ts 2.10)
1.5 SE ALGUM DE VÓS TEM FALTA DE SABEDORIA. A sabedoria é a capacidade espiritual de ver e avaliar a nossa vida e conduta do ponto de vista de DEUS. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a vontade de DEUS revelada na sua Palavra e na direção do ESPÍRITO SANTO (Rm 8.4-17). Podemos receber sabedoria indo a DEUS e pedindo-lhe com fé (vv. 6-8; Pv 2.6; 1 Co 1.30).
1.9,10 GLORIE-SE O IRMÃO ABATIDO...E O RICO.
1.13 TENTADO. Ninguém que peca, poderá livrar-se da culpa, lançando acusações contra DEUS. DEUS pode nos provar para fortalecer nossa fé, mas nunca para nos levar ao pecado. A natureza de DEUS testifica que Ele não pode dar origem à tentação para pecar.
1.14 PELA SUA PRÓPRIA CONCUPISCÊNCIA. A tentação provém, em princípio, dos desejos e inclinações do nosso próprio coração (cf. Mt 15.19). Se o desejo mau não for resistido e purificado pelo ESPÍRITO SANTO, levará ao pecado e, depois, à morte espiritual (v. 15; Rm 6.23; 7.5,10,13).
1.21 REJEITANDO TODA IMUNDÍCIA. A Palavra de DEUS, quer pregada, quer escrita, não pode atuar de modo eficaz na vida da pessoa se esta não se separa da imundícia moral e do mal. (1) DEUS ordena ao crente que deixe de lado toda impureza pecaminosa que permeia a sociedade irregenerada e corrupta e que procura influenciá-lo e a sua família. Essa imundícia polui a alma e o espírito e arruína a sua vida (cf. Ef 4.22,25,31; Cl 3.8; 1 Pe 2.1). (2) As Escrituras nos avisam quanto às coisas impróprias para o povo santo de DEUS. Assim sendo, não devemos participar de nenhum tipo de impureza ou obscenidade (Ef 5.3,4). Além disso, devemos estar conscientes de que permitir qualquer tipo de impureza moral em nossa vida ou no nosso lar, inclusive a linguagem imunda ou obscena, através do vídeo ou da TV, entristece o ESPÍRITO SANTO e violenta os santos padrões que DEUS estabelece para o seu povo. A Palavra de DEUS nos adverte: "Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de DEUS sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais seus companheiros" (Ef 5.6,7). (3) Nós, como crentes, devemos levar a sério a justiça e a santidade. Nossa "casa" precisa estar varrida e limpa e cheia da Palavra de DEUS e da santidade de CRISTO (Mt 12.43-45).
1.21 A PALAVRA EM VÓS ENXERTADA. O cristão começa sua nova vida em CRISTO ao nascer de novo pela "palavra da verdade" (v. 18). A nova vida em CRISTO requer que abandonemos toda impureza e que sejamos resolutos quanto à prevalência da Palavra de DEUS em nosso coração. O termo original aqui é emphutos, literalmente "implantado", e dá a entender que a Palavra precisa tornar-se parte da nossa própria natureza. A Palavra implantada nos leva à salvação final (cf. Mt 13.3-23; Rm 1.16; 1 Co 15.2; Ef 1.13; ver Jo 6.54)
1.25 A LEI... DA LIBERDADE. Esta lei (cf. 2.12) é a vontade de DEUS mantida no âmago do nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO que em nós habita (cf. Ez 11.19,20). Mediante a fé em CRISTO recebemos, não somente a misericórdia e o perdão (Tg 2.12,13), como também o poder e a liberdade para obedecer à lei de DEUS (Rm 3.31; ver 8.4). É chamada a "lei perfeita da liberdade" porque o crente deseja cumprir a vontade de DEUS: "E andarei em liberdade, pois busquei os teus preceitos" (Sl 119.45). O crente nunca deve pensar na liberdade para violar os mandamentos de CRISTO, mas sim, em ter a liberdade e o poder para obedecê-los.
1.27 A RELIGIÃO PURA E IMACULADA. Tiago fala de dois princípios que definem o conteúdo do verdadeiro cristianismo. (1) O amor genuíno pelos necessitados. Nos dias do NT, os órfãos e as viúvas tinham poucos meios de autossustento; em muitos casos, não tinham ninguém para cuidar deles. Esperava-se da parte dos crentes que lhes demonstrassem o mesmo cuidado e amor que DEUS revela aos órfãos e às viúvas (ver Dt 10.18; Sl 146.9; Mt 6.32; Dt 24.17; Sl 68.5). Hoje, entre nossos irmãos e irmãs em CRISTO, há os que precisam de ajuda e cuidados. Devemos procurar aliviar suas aflições e sofrimentos e, dessa maneira, mostrar-lhes que DEUS tem cuidado deles (ver Lc 7.13; cf. Gl 6.10). (2) Conserva-se santo diante de DEUS. Tiago diz que o amor ao próximo deve estar acompanhado do amor a DEUS, expresso na separação das práticas pecaminosas do mundo. O amor ao próximo deve estar acompanhado da santidade diante de DEUS; doutra forma, não é amor cristão
2.1 ACEPÇÃO DE PESSOAS. Esta expressão significa demonstrar atenção especial, ou favoritismo, a uma pessoa por causa da sua riqueza, roupas ou posição. Trata-se de um erro por várias razões. (1) Desagrada a DEUS, que olha, não a aparência exterior, mas o coração (1 Sm 16.7). (2) Não é motivado pelo amor genuíno a todos (v. 8). A aceitação de alguém pela posição social é um pecado contra a lei do amor. (3) Torna-nos "juízes de maus pensamentos" (v. 4); isto é, ao invés de honrarmos nosso "Senhor da glória" (v. 1) e, de aceitarmos as pessoas à base da fé que têm em CRISTO, favorecemos injustamente os ricos ou os poderosos do mundo, com os motivos malignos das vantagens que disso podemos auferir.
2.5 ESCOLHEU DEUS AOS POBRES. Os pobres são especiais e preciosos para DEUS (Cf. Is 61.1; Lc 4.18; 6.20; 7.22). Frequentemente, são os pobres deste mundo os mais ricos na fé e nos dons espirituais e os que, na sua necessidade, clamam mais intensamente a DEUS, com fome sincera por sua presença, misericórdia e ajuda (Lc 6.20,21). Os economicamente desfavorecidos, em todo o mundo, sabem que não poderão confiar em bens materiais. Por isso, aceitam mais facilmente o convite de JESUS: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28).
2.12 ASSIM FALAI. Devemos falar e agir sabendo que seremos julgados por DEUS e pela "lei da liberdade", i.e., a lei e o amor de DEUS, derramados em nossos corações pelo ESPÍRITO de DEUS. DEUS condenará toda demonstração de parcialidade, porque ela transgride a lei do amor (ver v. 1).
2.14 FÉ E OBRAS. Os versículos 14-26 tratam do problema, sempre presente na igreja, daqueles que professam ter fé salvífica no Senhor JESUS CRISTO, mas que, ao mesmo tempo, não demonstram pelas obras nenhuma evidência de devoção sincera a Ele e à sua Palavra. (1) A fé salvífica é sempre uma fé viva que não se limita à mera confissão de CRISTO como Salvador, mas que também nos leva a obedecê-lo como Senhor. Portanto, a obediência é um aspecto fundamental da fé. Somente quem obedece pode de fato crer, e somente aqueles que crêem podem de fato obedecer ao Senhor (ver v. 24; Rm 1.5). (2) Notem que não há nenhuma contradição entre Paulo e Tiago no tocante à questão da fé salvífica. No sentido geral, Paulo enfatiza a fé como o meio pelo qual aceitamos a CRISTO como Salvador (Rm 3.22). Tiago enfatiza o fato de que a verdadeira fé deve ser uma fé ativa, duradoura e que molde nossa própria existência
2.17,26 A FÉ SEM AS OBRAS É MORTA. (1) A verdadeira fé salvífica é tão vital que não poderá deixar de se expressar por ações, e pela devoção a JESUS CRISTO. As obras sem a fé são obras mortas. A fé sem obras é fé morta. A fé verdadeira sempre se manifesta em obediência para com DEUS e atos compassivos para com os necessitados (ver v. 22; Rm 1.5). (2) Tiago objetiva seus ensinos contra os que na igreja professavam fé em CRISTO e na expiação pelo seu sangue, crendo que isso por si só bastava para a salvação. Eles também achavam que não era essencial no relacionamento com CRISTO obedecer-lhe como Senhor. Tiago diz que semelhante fé é morta e que não resultará em salvação, nem em qualquer outra coisa boa (vv. 14-16,20-24). O único tipo de fé que salva é "a fé que opera por caridade" (Gl 5.6). (3) Não devemos, por outro lado, pensar que mantemos uma fé viva, exclusivamente por nossos próprios esforços. A graça de DEUS, o ESPÍRITO SANTO que em nós habita e a intercessão sacerdotal de CRISTO (ver Hb 7.25) operam em nossa vida, capacitando-nos a obedecer a DEUS pela fé, do começo ao fim (cf. Rm 1.17). Se deixarmos de ser receptivos à graça de DEUS e à direção do ESPÍRITO SANTO, nossa fé sucumbirá
2.21 ABRAÃO... FOI JUSTIFICADO PELAS OBRAS. As obras pelas quais Abraão foi justificado não eram "obras da lei" (Rm 3.28), mas da fé e do amor. Sua disposição de sacrificar Isaque foi uma expressão da sua fé em DEUS e da sua dedicação a Ele (ver Gn 15.6; 22.1). Tiago usa o exemplo de Abraão para refutar a crença de que pode haver fé sem dedicação e amor a DEUS. O apóstolo Paulo usa o exemplo da fé de Abraão para anular o conceito errôneo de que a salvação depende do mérito das nossas próprias obras e não da graça de DEUS (Rm 4.3; Gl 3.6).
2.22 A FÉ COOPEROU COM AS SUAS OBRAS. Tiago não está dizendo que a fé e as obras nos salvam. Isso seria separar a fé das obras. Tiago argumenta, pelo contrário, sobre a fé em ação. Isto é, a fé e as obras nunca poderão estar separadas uma vez que as obras procedem naturalmente da fé (ver Gl 5.6).
2.24 O HOMEM É JUSTIFICADO PELAS OBRAS. O termo grego ergon, aqui traduzido por obras, é empregado por Tiago com sentido diferente daquele que Paulo usou em Rm 3.28. (1) Para Tiago, "obras" se refere às nossas obrigações para com DEUS e o homem, as quais são ordenadas nas Escrituras, e provêm de uma fé sincera, de um coração puro, da graça de DEUS e do desejo de agradar a CRISTO. (2) Para Paulo, "obras" se refere ao desejo humano de obter mérito e salvação pela obediência à lei mediante nosso próprio esforço, e não através do arrependimento e da fé em CRISTO. (3) Note que tanto Paulo como Tiago declaram enfaticamente que a verdadeira fé salvífica produzirá infalivelmente obras de amor (Tg 1.27; 2.8; Gl 5.6; 1 Co 13; cf. Jo 14.15).
3.1 MESTRES. Aqui estão incluídos os pastores, dirigentes de igreja, missionários, pregadores da Palavra ou qualquer pessoa que ensine a congregação. O professor precisa compreender que ninguém na igreja tem uma responsabilidade maior do que aqueles que ensinam as Sagradas Escrituras. No juízo, os mestres cristãos serão julgados com mais rigor e mais exigência do que os demais crentes.
3.6 A LÍNGUA TAMBÉM É UM FOGO. Tiago enfatiza nossa inclinação ao pecado através da fala. Os pecados da fala incluem palavras ásperas e maldosas, mentira, exagero, doutrinas falsas, calúnia, fuxico, jactância, etc. O crente maduro mantém sua língua sob controle mediante a ajuda do ESPÍRITO SANTO, que leva "cativo todo entendimento à obediência de CRISTO" (2 Co 10.5). Por causa dessa tendência de pecar com a língua, Tiago exorta a todo ser humano a ser "pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar" (1.19).
3.14 AMARGA INVEJA. "Amarga inveja" é o vício que impele a pessoa a cuidar somente dos seus próprios interesses. A inveja ou ambição egoísta na igreja é: (1) "terrena", i.e., polui aquilo que é santo e que é do ESPÍRITO; (2) "animal", i.e., não-espiritual; carnal; sem o ESPÍRITO SANTO; e (3) "diabólica", i.e., inspirada por demônios (ver 1 Tm 4.1).
4.1 DONDE VÊM AS GUERRAS E PELEJAS ENTRE VÓS? A origem principal das contendas e conflitos na igreja concentra-se no desejo de reconhecimento, honrarias, glória, poder, prazer, dinheiro e superioridade. A satisfação dos desejos egoístas torna-se mais importante do que a retidão e a vontade de DEUS (cf. Mc 4.19; Lc 8.14; Gl 5.16-20). Quando isso ocorre, surgem conflitos egocêntricos na congregação. Os causadores dessa situação demonstram que não têm o ESPÍRITO e que estão fora do reino de DEUS (Gl 5.19-21; Jd. 16-19).
4.2 GUERREAIS. Esta palavra pode ser usada aqui figuradamente no sentido de odiar (cf. Mt 5.21,22).
4.3 PEDIS E NÃO RECEBEIS. DEUS deixa de responder as orações dos que amam os prazeres e que desejam honra, poder e riquezas (ver v.1). Todos devemos tomar consciência disso, porque DEUS não ouvirá as nossas orações se tivermos o coração cheio de desejos egoístas.. As Escrituras nos dizem que DEUS aceita somente as orações dos justos (Sl 34.13-15; 66.18,19), daqueles que o invocam em verdade (Sl 145.18), dos genuinamente arrependidos e humildes (Lc 18.14) e daqueles que pedem segundo a sua vontade (1 Jo 5.14)
4.4 AMIZADE DO MUNDO É INIMIZADE CONTRA DEUS? "A amizade do mundo" é adultério espiritual, i.e., infidelidade a DEUS e ao nosso compromisso de dedicação a Ele (1 Jo 2.15-17; cf. Is 54.5; Jr 3.20). Significa acatar os pecados, os valores e os prazeres malignos do mundo.. DEUS não aceitará semelhante amizade (Mt 6.24), porque é um DEUS zeloso (Êx 20.5; Dt 5.9). Um exemplo de amizade desse tipo é a participação do crente em sociedades secretas (i.e., a filiação a lojas maçônicas) que exigem juramentos, ritos e práticas religiosas antibíblicos e comunhão com incrédulos, coisas essas que estão proibidas na Palavra de DEUS (Mt 5.33-37; 2 Co 6.14). O crente não pode pertencer a tais sociedades sem transigir com a doutrina cristã (2 Pe 3.16), com os padrões divinos, com o princípio bíblico da separação do mundo (2 Co 6.17,18) e com sua lealdade a CRISTO (Mt 6.24)
4.5 O ESPÍRITO QUE EM NÓS HABITA. A construção do versículo 5, em grego, não é muito clara. Pode significar que a tendência natural do espírito humano é opor-se a DEUS e ao próximo e desejar os prazeres pecaminosos do mundo (v. 4). Porém, essa tendência pode ser alterada pela graça de DEUS pois alcança todos aqueles que humildemente aceitam a salvação em CRISTO (v. 6).
4.6 DEUS RESISTE AOS SOBERBOS. Deve ficar gravado em nossos corações e mentes o quanto DEUS aborrece o orgulho. O orgulho em nossas vidas faz DEUS rejeitar nossas orações e reter sua presença e graça para conosco. O exaltado em si mesmo, que busca a honra e a estima dos outros a fim de satisfazer o seu orgulho, afasta de si a ajuda de DEUS. Mas para aqueles que com humildade se chegam a DEUS, Ele lhes dá abundância de graça, de misericórdia e de ajuda em todas as situações da vida (ver Fp 2.3; Hb 4.16; 7.25).
4.8 CHEGAI-VOS A DEUS. DEUS promete estar perto de todos que se afastam do pecado, que purificam os seus corações e que o invocam verdadeiramente arrependidos. A comunhão com DEUS trará sua presença, graça, bênçãos e amor.
4.11 NÃO FALEIS MAL UNS DOS OUTROS. É desprezar a lei divina do amor em relação a uma pessoa que está sendo acusada de algo: (1) não procurar conhecer os detalhes da situação; (2) não falar com a própria pessoa que está sendo acusada; e (3) difamar essa pessoa.
4.15 SE O SENHOR QUISER. Os crentes, ao estabelecerem alvos e planos para o futuro, sempre devem buscar a DEUS e a sua vontade. Não devem agir como o rico insensato (Lc 12.16-21); pelo contrário, devemos reconhecer que a verdadeira felicidade e uma vida de beneficência dependem totalmente de DEUS. O princípio pelo qual devemos viver deve ser: "Se o Senhor quiser". Se for sincera a nossa oração "Faça-se a tua vontade" (Mt 26.42), estejamos certos de que nosso presente e futuro estarão aos cuidados protetores do nosso Pai celestial (cf. At 18.21; 1 Co 4.19; 16.7; Hb 6.3).
4.16 PRESUNÇÕES. Quando a pessoa atinge alvos estabelecidos, a sua tendência é gloriar-se. Esta jactância vem da falsa suposição de que tudo quanto realizamos é produto do nosso próprio esforço e não da ajuda de DEUS e do próximo. O NT nos exorta a gloriar-nos em nossas fraquezas e na dependência de DEUS (2 Co 11.30; 12.5,9).
5.1 VÓS, RICOS, CHORAI E PRANTEAI. A Bíblia não ensina que todos os ricos são ímpios. No tocante à situação descrita por Tiago, ela caracteriza muitos ricos atuais (Tg 2.1-3; 5.1-6). A exceção é o rico que não é dominado pela riqueza; pelo contrário, usa-a para promover o evangelho e ajudar os necessitados.
5.7 SEDE... PACIENTES ATÉ A VINDA DO SENHOR. A volta de CRISTO está próxima (v. 8). Ele virá como juiz para castigar os ímpios e recompensar os justos e livrá-los das injustiças que sofreram (v. 9). A paciência é a virtude de suportar a injustiça, o sofrimento, as aflições, etc., confiando a nossa vida na mão de DEUS, tendo fé nEle para corrigir todas as coisas na sua vinda (Dt 32.35; Rm 12.12; Hb 10.30; 12.1,2; ver Jó 2.3; Sl 73.17).
5.9 O JUIZ ESTÁ À PORTA. O motivo da nossa paciência e perseverança na fé é a vinda iminente do Senhor (v. 8). Ele "está à porta". É possível que esta porta não se abra até amanhã ou na próxima semana ou no próximo ano; mas pode abrir-se a qualquer momento.
5.11 A PACIÊNCIA DE JÓ. A palavra traduzida por "paciência" (gr. hupomone) seria melhor interpretada por "perseverança" ou "resistência". É perseverar em meio a todas as provações, sem perder a fé em DEUS. Essa paciência brota de uma fé que triunfa até ao fim entre sofrimentos (Jó 13.15). O fim das provações que o Senhor enviou a Jó, revela que, em todas as suas aflições, DEUS cuidava dele e o sustentava na sua misericórdia. Tiago faz-nos saber que DEUS tem cuidado de todo o seu povo e que, nos sofrimentos, Ele o susterá com amor e misericórdia (ver Jó 6.4; 42.10).
5.13 ESTÁ ALGUÉM ENTRE VÓS AFLITO? Quando você enfrenta pobreza, aflição ou angústia, as Escrituras lhe convidam a buscar forças em DEUS mediante a oração. Aproxime-se do seu mediador, JESUS CRISTO. Ele representará você diante de DEUS e intercederá por você (Hb 7.25) e lhe dará misericórdia e graça para ajudá-lo em tempos de necessidade (Hb 4.16). Leve a sério a Palavra de DEUS que diz: "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós" (1 Pe 5.7). Se estivermos alegres no Senhor, devemos cantar-lhe hinos de louvor (cf. Sl 33.2,3; 81.1,2; 92.1-3; 98.4-6; 144.9; 149.1-5; 150).
5.15 SALVARÁ O DOENTE. Tiago está falando da doença física. Em caso de doença o crente deve pedir as orações dos presbíteros ou dirigentes da igreja. (1) É dever dos pastores e outros dirigentes da igreja orar pelos enfermos e ungi-los com azeite. (2) O azeite, sem dúvida, simboliza o ESPÍRITO SANTO e seu poder sanador; a unção com azeite estimula a fé (cf. Mc 6.13). (3) O que Tiago enfatiza como mais importante é a oração. A oração eficaz deve ser proferida com fé, para que haja cura dos enfermos. O Senhor concederá fé conforme a sua vontade (ver Mt 17.20). (4) Nem sempre as pessoas são curadas, todavia o dever da igreja é continuar buscando o poder divino sanador, por compaixão para com os enfermos e visando à glória de CRISTO.
5.15 SE HOUVER COMETIDO PECADOS. Tiago reconhece que a doença pode ser causada por pecado (v. 16). Por isso, sempre que surge uma doença, o enfermo deve examinar-se diante do Senhor em oração, para ver se a doença vem de algum pecado pessoal. A palavra "se", deixa claro que a doença nem sempre é resultado de pecado pessoal.
5.16 CONFESSAI... ORAI... PARA QUE SAREIS. Este versículo nos mostra uma importante razão por que nem sempre há cura divina entre os crentes. Os crentes devem confessar seus pecados uns aos outros e, de igual modo, orar contritamente uns pelos outros. O pecado na igreja estorva as orações dos crentes e impede a manifestação do poder sanador divino na congregação.
5.16 A ORAÇÃO... POR UM JUSTO PODE MUITO. A oração do justo realiza muitas coisas. A oração do justo: (1) leva-o mais perto de DEUS (Hb 7.25); (2) abre o caminho para uma vida cheia do ESPÍRITO (Lc 11.13; At 1.14); (3) dá-lhe poder para servir (At 1.8; 4.31,33) e para a devoção cristã (Ef 3.14-21); (4) edifica-o espiritualmente (Jd 20); (5) dá-lhe compreensão da provisão de CRISTO por nós (Ef 1.18,19); (6) ajuda-o a vencer Satanás (Dn 10.12,13; Ef 6.12,18); (7) esclarece a vontade de DEUS para ele (Sl 32.6-8; Pv 3.5,6; Mc 1.35-39); (8) capacita-o a receber dons espirituais (1 Co 14.1); (9) leva-o à comunhão com DEUS (Mt 6.9; Jo 7.37; 14.16,18,21); (10) outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb 4.16); (11) leva os perdidos de volta a CRISTO (Tg 5.20; Gl 4.19); (12) outorga-lhe sabedoria, revelação e conhecimento de CRISTO (Ef 1.17); (13) proporciona-lhe a cura (Tg 5.15); (14) dá- lhe livramento nas aflições (Sl 34.4-7; Fp 1.19); (15) glorifica a DEUS com louvor e ações de graças (Sl 100.4); (16) torna real a presença de CRISTO (Jo 14.21; Ap 3.20); e (17) assegura-lhe a salvação final e a intercessão de CRISTO em seu favor (Hb 7.25).
5.18 OROU OUTRA VEZ E O CÉU DEU CHUVA. Elias era um homem que cria que suas orações a DEUS realizariam muita coisa, inclusive a intervenção divina no curso da natureza. Cria que a oração feita por um justo pode mudar as coisas e as circunstâncias (5.13-16; Sl 34.6; Is 38.1-5; Mt 17.21; 26.41,53; Mc 11.24; 2 Ts 3.1; ver 1 Rs 17.22; 18.42). (1) Devemos tomar cuidado para não aceitar nenhum ensino que estrague nossa fé quanto ao poder da oração, levando DEUS a intervir em nossas vidas. Um desses falsos ensinos é o conceito da "fatalidade"; a noção pagã afirmando que tudo que fazemos e tudo que nos acontece é fixado imutavelmente de antemão, muito tempo antes de sua ocorrência. A crença na fatalidade é contrária às Escrituras e leva a pessoa a crer que tanto o bem quanto o mal são absolutamente pré-determinados e inalteráveis, e que de nada adianta a fervorosa oração da fé pelo justo. (2) As Escrituras ensinam que DEUS lida com seus filhos, não através do determinismo absoluto, mas pela providência divina mediante a qual Ele comunga com os justos e responde suas orações. Nossas orações e nossa fé em DEUS fazem com que aconteça muitas coisas boas que doutra forma não aconteceriam (Êx 32.9-14).
5.19 SE ALGUM DE ENTRE
VÓS SE TEM DESVIADO. Os crentes devem fazer o máximo esforço para trazer de
volta a DEUS aqueles que se desviam da verdade (e.g., Gl 4.19; 6.1; 2 Tm 2.18,25,26; Jd 22,23). A salvação de um irmão desviado sempre deve ter
alta prioridade na congregação. Se o desviado voltar a CRISTO, aquele que o
converter terá salvo da morte a sua alma (v. 20), i.e., a morte espiritual e a
eterna separação de DEUS (cf. Rm 6.23; Gl 6.8; Ap 20.14).
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SABEDORIA
Observação minha - Pr. Henrique - A Bíblia é a melhor conselheira. É
DEUS mesmo nos aconselhando.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO - Diversos Livros
A palavra “sabedoria” tem uma importância especial para o cristão.
Como servos de DEUS, somos chamados por Ele para uma vida que espelhe decisões
e práticas advindas de uma sabedoria espelhada na sabedoria divina.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 35.
O que significa aqui a palavra “sabedoria”, em grego sophia?
Aqui a Escritura sentencia que, em decorrência da rebelião do ser
humano contra DEUS, o pensamento humano está “obscurecido” (Rm 1.21; Ef 4.18),
porque o pecado se coloca como uma parede de nuvens entre nós e DEUS. De
qualquer modo, nesse aspecto o pensamento desvinculado de DEUS, autocrático e
arbitrário do ser humano encontra-se no caminho falso (Rm 1.22; 1Co 1.19,27;
1Co 2.14). Não somente o querer da pessoa natural, mas igualmente seu pensar
foi condenado e “cruzado” pela cruz de JESUS, que na realidade representa o
juízo de DEUS sobre nós.
Por nova sabedoria “espiritual”, no entanto, a Bíblia compreende o
reconhecimento concedido e produzido por meio do ESPÍRITO de DEUS: o
reconhecimento daquilo que DEUS faz e do que ele espera que o ser humano faça
(1Co 1.24; 2.6s; 12.8; Ef 1.17; Cl 1.9; Tg 3.13,17).
a) A percepção, a compreensão para aquilo que DEUS faz. Por
meio de JESUS CRISTO, seu Filho, DEUS nos confidenciou informações acerca de
seu plano, seus caminhos e seus alvos (Jo 15.15). Especialmente 1Co 2 mostra o
sublime alvo da sabedoria divina, a nossa glória (1Co 2.7).
“Glória é divindade revelada” (F. Oetinger). A Escritura não apenas
afirma que um dia estaremos na glória, mas que nós mesmos seremos glória (como
também consta textualmente em Cl 3.4). É para nós uma “sabedoria na poeira”,
como disseram os pais do Pietismo suábio, pela qual o ser humano se torna
pequeno e DEUS, grande. Isso é teologia em sentido genuíno, à qual todo cristão
pensante é convocado: acompanhar pela reflexão, em admiração e gratidão, os
grandes pensamentos que nos foram revelados por DEUS em JESUS CRISTO, e deixar
que nos levem aos alvos de DEUS. Conversão a JESUS CRISTO não exige renúncia à
razão. Pelo contrário, agora o ser humano foi liberto e iluminado para um novo
pensar. Nosso pensar foi “batizado” na morte de CRISTO e vivificado com ele,
situando-se na obediência a ele (2Co 10.5). Nosso Senhor JESUS CRISTO nos foi
dado precisamente para que sejamos libertos de nosso pensar (e logo também do
viver) errado para o pensar (e viver) correto. “JESUS CRISTO foi feito por DEUS
para nós sabedoria” (1Co 1.30). Sim, em nosso Senhor JESUS CRISTO, no evangelho
a seu respeito, foram-nos franqueados a inesgotável fonte da sabedoria de DEUS,
o caminho e o alvo: o reconhecimento daquilo que DEUS faz e fará com cada ser
humano, com sua igreja e com todo o seu mundo. Da mesma forma o reconhecimento
do que ele espera de nós em uma vida condizente com JESUS – de nós como pessoas
que por meio do seu ESPÍRITO são igualadas com a figura do Primogênito. “Em
CRISTO estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl
2.3).
b) Em segundo lugar, na acepção da Escritura sabedoria significa –
algo já assinalado acima – a compreensão daquilo que DEUS deseja que seja feito
por nós, os seus. Por isso, para Tiago importa principalmente a pergunta: como
nós nos comportamos em nosso dia a dia, na colorida mudança da realidade,
particularmente nas adversidades, nos contratempos, nas provas – será de forma
agradável a DEUS e de modo a representar um testemunho de CRISTO também perante
nosso entorno, com palavra, ação e ser?
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora
Evangélica Esperança.
I - A NECESSIDADE DE PEDIRMOS SABEDORIA A DEUS (Tg 1.5)
1. A sabedoria que vem de DEUS.
Tiago enxerga a sabedoria como sendo uma necessidade para as
pessoas, mas faz questão de mostrar os tipos de sabedoria que podemos encontrar
à nossa volta. E para o apóstolo, mais do que ter, ou não, sabedoria, é
imprescindível saber a quem pedir, é preciso utilizá-la.
Tipos de Sabedoria identificados por Tiago - maligna, humana e
divina.
Quando tratamos da expressão “sabedoria” e de suas implicações,
devemos reconhecer que há pelo menos três tipos de sabedoria: a maligna, a
humana e a divina.
Comecemos pela sabedoria humana, partindo do pressuposto de que
sabedoria pode ser considerada como a capacidade de tomar decisões de forma
correta. O ser humano foi dotado de uma capacidade própria de demonstrar
sabedoria em diversas esferas. Somos capazes de trabalhar e aprender a guardar
recursos financeiros a fim de serem utilizados em ocasiões propícias, para
realizar um sonho, estudar ou fazer uma viagem, mas também podemos trabalhar e
esgotar esses mesmos recursos sem nos preocuparmos de forma responsável com
nosso futuro, mas uma pessoa sábia entende que não conseguirá formar um
patrimônio com aquilo que gasta, e sim com aquilo que consegue guardar. Uma
pessoa pode escolher que tipo de roupa deve usar para uma determinada ocasião,
ou mesmo que caminho usará para chegar a um determinado destino. Esses traços
envolvem a capacidade de raciocinar e tomar decisões, o que sem dúvida requer
discernimento. Essas são características da sabedoria humana.
Satanás tem sua própria sabedoria? Se observarmos o que Tiago diz
quando qualifica a sabedoria que não vem de DEUS, podemos entender que sim,
Satanás tem sua própria sabedoria. É preciso acrescentar que a expressão
sabedoria deve ser entendida como sendo capacidade de pensar, tomar decisões,
influenciar pessoas e agir de acordo com um padrão conhecido. Satanás pensa
sempre em destruir os cristãos e dificultar o trabalho dos que servem a DEUS?
Sim. Ele toma decisões com base nos seus intentos? Sim. Ele pode influenciar
pessoas no mundo todo e agir de uma forma já conhecida? Sim. Portanto, Tiago
não erra quando comenta que a sabedoria que se contrapõe à sabedoria divina é
diabólica. É evidente que Satanás, como criatura, está muito bem limitado
dentro de seus intentos, e que não pode impedir o que DEUS deseja fazer. Ele
não pode exercer sua autoridade sobre qualquer coisa, pois está limitado pelo
poder de DEUS. Apenas DEUS é todo poderoso, e Isaías 43.13 diz: “Ainda antes
que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos;
operando eu, quem impedirá?”. Apesar de Satanás estar limitado por DEUS, é
astucioso para levar a cabo seus intentos, e que não podemos permitir que tal
influência seja a força motriz da nossa forma de pensar e agir.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 35-37.
Sabedoria Carnal, Tg 3.14-16.
A transição para o versículo 14 pode ser encontrada na ideia da
“mansidão” (v. 13). Aqueles que têm amarga inveja e sentimento faccioso no
coração (v. 14) não são humildes. Essa falha indica que eles não têm a
sabedoria de DEUS da qual brota a mansidão. Essa “inveja amarga e ambição
egoísta” (NVI) está em vosso coração — o âmago da pessoa, de onde se originam
as ações (cf. Mt 15.19). Tiago diz: Se você encontrar esse tipo de espírito,
“não se glorie disso e dessa forma esteja em rebeldia e contrário à Verdade”
(NT AmpL). O apóstolo pode estar usando a verdade no seu sentido costumeiro. No
entanto, em vista do significado específico que ele dá a esse termo em 1.18 e
5.19, ele pode ser entendido como sendo sinônimo da palavra evangelho. Assim
“as pessoas são advertidas contra expressões e ações que contradizem ‘a fé do
nosso Senhor JESUS CRISTO’” (2.1).
Essa [...] sabedoria (v. 15) — o espírito errado que Tiago descreve
no versículo 14 — não vem do alto. Inveja e ambição egoísta não são os frutos
de uma vida cheia de DEUS. Há uma progressão decrescente na descrição do
apóstolo acerca da origem dessas atitudes. Essa sabedoria é terrena em
contraste com a celestial. Ela reflete uma preocupação com os valores
passageiros em vez da preocupação com as coisas de DEUS (cf. Jo 8.23; Fp 3.19).
Esse espírito é animal. A KJV traz “sensual” e a ASV traz “natural” na margem.
“O grego é psychikos, que descreve o homem como ele é em Adão (i.e., ‘natural’)
em contraste com pneumatikos (‘espiritual’)”. O termo é, às vezes, entendido
como quase equivalente a “carnal” ou “mundano”.
Tiago alcança o grau máximo na descrição das atitudes más de
egoísmo e discórdia quando as chama de diabólica[s] (daimoniodes), i.e.,
procedendo de Satanás e assemelhando-se ao espírito de demônios.
Paulo declara que “DEUS não é DEUS de confusão” (1 Co 14.33). Tiago
confirma essa verdade ao destacar que onde as forças satânicas estão agindo, aí
há perturbação (v. 16). Inveja e espírito faccioso confundem o homem que os
abriga, até que não consegue mais pensar claramente, nem agir com inteligência.
Esses dois males também corrompem e confundem todos os relacionamentos, as
atitudes e ações dos homens. Phillips traduz esse versículo da seguinte
maneira: “Porque onde você encontrar inveja e rivalidade, também encontrará
desarmonia e todo tipo de mal”.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol.
10. pag. 179.
1. Sabedoria terrena Tg 3.13-16
O cristão não vive isolado, mas na companhia de outros, na
comunidade em que DEUS o colocou. Essa comunidade é, em primeiro lugar, a
igreja de JESUS CRISTO. Conforme sua vocação, a igreja está no mundo para fazer
brilhar a luz do evangelho.
Para atuar de modo correto em seus respectivos lugares, o cristão e
a igreja precisam de sabedoria e entendimento. Na parte introdutória de sua
epístola, Tiago diz ao leitor como obter sabedoria: “deve pedir a DEUS, que dá
generosamente a todos sem encontrar culpa, e lhe será dada” (1.5).
Ninguém pode viver sem sabedoria, pois ninguém deseja ser tolo.
Assim, a sabedoria é muito bem guardada por aqueles que a têm procurado, por
aqueles que dela são desprovidos. Tiago, portanto, faz uma pergunta um tanto
direta:
Tg 1.13 Quem de vocês é sábio e tem entendimento? Que o mostre
através de sua boa vida, de obras realizadas na humildade que vem da sabedoria.
Tiago se dirige aos membros da igreja. Ele parte do pressuposto de
que eles oram a DEUS pedindo sabedoria, de que possuem essa virtude e de que o
mundo procura neles a liderança. Sabendo, porém, que esse nem sempre é o caso
para os cristãos, Tiago quer que seus leitores examinem a si mesmos.
a. Exame. “Quem de vocês é sábio e tem
entendimento?” Uma pessoa sábia e entendida demonstra, naquilo que diz e faz,
que possui sabedoria. Não está claro se Tiago deseja considerar sábios os
mestres de sua época. Se é esse o caso, vemos uma ligação direta entre o começo
do capítulo (“não suponham muitos de vocês serem mestres”, v. 1) e a pergunta
retórica apresentada aqui (v. 13).
Ao termo sábio Tiago acrescenta a palavra entendido. Isso significa
que uma pessoa sábia também tem experiência, conhecimento e habilidade. A
sabedoria consiste em se ter visão interior e capacidade de tirar conclusões
corretas. Um antigo provérbio resume esse fato: “Uma visão do futuro é melhor
que uma visão do passado, mas a melhor visão é a interior”.
Diversas situações provam que pessoas com conhecimento não são
necessariamente sábias, mas quando uma pessoa com conhecimento tem uma visão
interior, ela é, de fato, sábia. Se há entre vocês alguém sábio e entendido,
diz Tiago, que demonstre isso com sua vida.
b. Demonstração. Tiago incentiva o homem sábio a
mostrar, por meio de sua conduta, que recebeu o dom da sabedoria. “Mostre-o
através de sua boa vida”. Tiago parece indicar que, entre os homens cristãos,
sábios e entendidos são uma minoria, pois nem todos que pertencem à comunidade
cristã adquirem sabedoria. Mas os que a têm são exortados a mostrar, nas
palavras e obras, que são, de fato, sábios. Tiago usa o verbo mostrar com o
sentido de “provar”. Que o homem ofereça provas verdadeiras de que possui
sabedoria e entendimento, que confirme esse fato por meio de sua conduta
diária.
O que Tiago quer dizer com a expressão “condigno proceder”?
Ele se refere a um comportamento nobre e louvável. É verdade que
Tiago enfatiza obras realizadas em mansidão. Contudo, um homem sábio afirma sua
nobre conduta por palavras e obras.
c. Afirmação. “Gestos falam mais alto do que
palavras”. Essa verdade proverbial ressalta a necessidade de se olhar para as
obras de uma pessoa a fim de constatar se elas condizem com suas palavras.
O que são essas obras? Elas são realizadas num espírito humilde e
amável, controlado por um espírito de misericórdia celestial?
A ênfase desse versículo está na característica da sabedoria
descrita como humildade. Essa qualidade também pode ser descrita como mansidão
ou amabilidade. A amabilidade se expressa na pessoa que é dotada de sabedoria e
que a demonstra em todas as suas obras.
Em Eclesiástico, também conhecido como Sabedoria de JESUS, Filho de
Siraque, o autor relaciona alguns preceitos de humildade e diz: “Filho, age com
mansidão em tudo o que fazes, e serás amado pelo homem que agrada a DEUS” (Sir.
3.17, RSY).
Tg 1.14 Porém, se vocês acolhem em seu coração a inveja amargurada
e a ambição egoísta, não se vangloriem disso nem neguem a verdade.
O oposto de um espírito amável controlado pela sabedoria é um
coração repleto de “inveja amargurada e ambição egoísta”. O contraste entre
esse versículo e o anterior tem um paralelo direto na epístola de Paulo aos
Gálatas, onde ele menciona, entre as qualidades do fruto do ESPÍRITO, “mansidão
e domínio próprio” (5.23). Entre as obras da natureza pecaminosa estão
“invejas... discórdias, dissensões, facções” (5.20,21).
Como pastor experiente, Tiago sabe que, entre os membros da igreja,
há algumas pessoas cujo espírito é caracterizado pela inveja amargurada e por
egoísmo (sentimento faccioso). Ele usa o plural vocês e indica, com uma oração
condicional, que as evidências apontam para um fato. Em outras palavras, ele
está ciente da condição espiritual de seus leitores. Se continuarem a dar lugar
à inveja e ao egoísmo, serão consumidos por eles.
Tiago descreve a inveja com o adjetivo amargurada. Ele não explica
a causa dessa inveja amargurada. Sua descrição, porém, aponta para uma
transgressão do décimo mandamento: “Não cobiçarás”. Dar lugar à inveja
amargurada é pecado, e estar cheio de ambição egoísta vai contra o ensinamento
da lei régia: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Tg 2.8).
“... não se vangloriem disso [da inveja amargurada e sentimento
faccioso], nem neguem a verdade”. As pessoas cheias de inveja e egoísmo
normalmente falam sobre isso para qualquer um que esteja disposto a ouvir. Elas
deveriam perceber, entretanto, que tudo o que dizem é contrariado pela verdade.
Cada vez que abrem a boca para expressar seus sentimentos, estão enganando a si
mesmas.. Quando Paulo admoesta os efésios para que não entristeçam o ESPÍRITO
SANTO, ele lhes diz: “Longe de vós toda a amargura” (4.31). Um coração que
nutre “inveja amargurada e ambição egoísta” é desprovido de sabedoria lá do
alto.
Tg 1.15 Tal “sabedoria” não desce do céu, mas é terrena, não é
espiritual, é do diabo, 16 pois onde há inveja e ambição egoísta, lá se
encontra a desordem e toda prática perversa.
A New International Version apresenta, corretamente, a palavra
sabedoria entre aspas para indicar que essa sabedoria não é autêntica.
O próprio texto explica de onde vem essa tal sabedoria e quais são
suas características. Sua origem não é celestial, mas terrena; suas
peculiaridades não são espirituais; mas, demoníacas. Tiago usa uma linguagem
forte para retratar o contraste absoluto entre a sabedoria que se origina no
homem e aquela que vem de DEUS.
O crente que é verdadeiramente sábio ora continuamente a DEUS em
nome de JESUS. Na oração, ele está em comunhão com a fonte de sabedoria, pois o
próprio DEUS a dará liberalmente a qualquer um que lhe pedir (Tg 1.5).
O oposto também é verdade. Sem fé e oração, uma pessoa jamais pode
obter verdadeira sabedoria. Suas palavras, movidas pela inveja e ambição
egoísta, mostram uma espécie de pseudo-sabedoria que se origina no homem, e não
em DEUS. Esse tipo de sabedoria não “desce do céu, mas é terrena”.
Nesse versículo, Tiago relaciona uma série de três adjetivos em
ordem descendente: Terrena não é espiritual é do diabo.
a. “Terrena”. O autor deseja mostrar como aquilo
que é terreno está em contraste com o que DEUS faz originar no céu. A besta que
emerge da terra (Ap 13.11), por exemplo, desafia tudo o que é sagrado e
celestial, e se o ESPÍRITO de DEUS não está presente nas coisas terrenas, então
ali há pecado.
b. “Não é espiritual”. Em sua
primeira epístola à igreja de Corinto, Paulo discute a sabedoria que é ensinada
pelo ESPÍRITO de DEUS. Porém, Paulo escreve que “o homem natural não aceita as
coisas do ESPÍRITO de DEUS, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14; comparar também com Jd
19). Não se deve, porém, entender o termo “não-espiritual” como desprovido de
espírito. Além do mais, alguém que abandona a fé segue “a espíritos enganadores
e a ensinos de demônios” (l Tm 4.1).
c. “É do diabo”. No versículo anterior (v. 14),
Tiago diz à pessoa cujo coração está repleto de “inveja amargurada e ambição
egoísta” para não negar a verdade. Se negar a verdade, porém, essa pessoa vive
uma mentira que tem como origem o pai da mentira, o diabo.
Tiago dá às coisas os seus devidos nomes: “Tal sabedoria não desce
do céu, mas é... do diabo”.
Quando o diabo profere a mentira, é ruim. Quando usa o mundo para
colocá-la em prática, é ainda pior, mas quando os membros da igreja se tomam
seus instrumentos para propagar a sabedoria diabólica, é a pior de todas as
situações. A carta de Tiago deixa a impressão de que o diabo usou alguns
membros da igreja.
Tiago prova seu argumento ao observar o seguinte fato: “Pois onde
há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas
ruins”. Note a correlação distinta que, se colocada de maneira gráfica,
apresenta-se assim:
Onde |
Ai. |
Há |
Há. |
Inveja |
Confusão. |
Sentimento faccioso |
toda espécie de coisas ruins. |
Uma coisa leva inevitavelmente à outra numa sequência de causa e
efeito. Se há inveja, então há confusão. O que é inveja? Eis uma explicação:
“Inveja é o desgostar-se com ressentimento e ódio da boa fortuna ou bênção de
outra pessoa”. Tiago chama a inveja de “amargurada” (3.14). A inveja destrói a
confiança mútua, desintegra a unidade e é de criação demoníaca. Como Tiago
indica, a inveja transforma-se em confusão. A expressão confusão “parece ter
algo da conotação negativa associada à palavra anarquia”.
Além disso, o sentimento faccioso, ou ambição egoísta,
invariavelmente leva a toda espécie de coisas ruins, porque seus motivos
egoístas se sobrepõem e eliminam o amor a DEUS e ao próximo. A ambição em si é
uma força benéfica, que busca promover o bem-estar dos outros. Quando se toma
egoísta, a ambição leva à prática de coisas ruins. Ao observar a inveja e as
brigas entre os coríntios, Paulo os admoesta por serem carnais (I Co 3.3). Os
crentes, pelo contrário, devem ser companheiros de trabalho de DEUS.
Simom J. Kistemaker. Comentário do Novo Testamento Tiago e Epistola
de João. Editora Cultura Cristã. pag. 162-167.
Tg 3. 13-17. Tiago fala sobre a sabedoria para lidar com as
circunstâncias e com as pessoas. Assim como o rei Salomão pediu sabedoria para
DEUS, nós também podemos pedir. O que é sabedoria? Sabedoria é o uso correto do
conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola. Hoje se dá mais valor à
inteligência emocional do que à inteligência intelectual. Uma pessoa pode ter
muito conhecimento e não saber se relacionar com as pessoas. Ela pode ter muito
conhecimento e não saber viver consigo e com os outros.
Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de DEUS. A
pergunta do sábio é; em meus passos, o que faria JESUS? Como ele falaria, como
agiria, como reagiria? CRISTO não foi um mestre da escola clássica. Ele ensinou
os seus discípulos na escola da vida. Ensinar a sabedoria é mais importante do
que apenas transmitir conhecimento. Tiago está contrastando dois diferentes
tipos de sabedoria: a sabedoria da terra e a sabedoria do céu. Qual sabedoria
governa a sua vida? Por qual caminho você está trilhando? Que tipo de vida você
está vivendo? Que frutos esse estilo de vida está produzindo? A sua fonte é
doce ou salgada (3.12)?
Tiago mostra, também, que essa sabedoria se reflete nos
relacionamentos (3.13.14). Sábio é aquele que é santo em caráter, profundo em
discernimento e útil nos conselhos. Você conhece o sábio e o inteligente pela
mansidão da sua sabedoria e pelas suas obras, ou seja, imitando a JESUS, que
foi manso e humilde de coração (Mt 11.29). Warren Wiersbe, comparando a
sabedoria de DEUS com a sabedoria do mundo, faz três contrastes: quanto à sua origem,
quanto às suas características e quanto aos resultados.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 71-72.
2. DEUS é o doador da sabedoria.
Uma das características de DEUS apresentadas por Tiago é inerente à
sua bondade. DEUS dá generosamente a sabedoria necessária para que possamos
viver neste mundo de forma que o agrademos e sejamos também referenciais para
as pessoas que nos cercam.
Uma das partes mais interessantes em relação a DEUS dar sabedoria
aos homens está no fato de que Tiago diz que DEUS dá a todos a sua sabedoria.
Aqui entra uma questão: essa expressão “todos” se refere apenas aos que o
servem, ou a todas as pessoas que de alguma forma buscam a sabedoria,
independente de suas crenças? O texto não é claro nesse aspecto, mas se
tomarmos como referência o fato de que esses escritos estão relacionados a
pessoas que, como se entende, conheciam a JESUS CRISTO, é possível fechar o círculo
de abrangência dentro da esfera cristã.
“E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a DEUS, que a
todos dá liberalmente...” (Tg 1.5)
Tiago nos apresenta outro fator que deve ser aqui colocado: a busca
da sabedoria por meio da oração. Devemos rogar ao Senhor a sabedoria de que
precisamos, e Ele certamente a dará como um presente divino. Não somos
orientados por Tiago a buscar a sabedoria em outros lugares, mas pura e
simplesmente em DEUS. Ele é o detentor da sabedoria que nos é necessária em
todos os momentos, e Ele faz questão de que a tenhamos.
Além de bondoso, DEUS não é inconveniente. Ele não nos dá a
sabedoria e depois “joga na nossa cara”, como diz a expressão popular, a
sabedoria que nos deu. Como qualquer dos dons que recebemos do Senhor, a
sabedoria deve ser de fato bem utilizada, e que tenhamos a consciência de que
daremos contas a DEUS daquilo que dEle recebemos. Portanto, usemos a sabedoria
recebida de acordo com os padrões de DEUS.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 37-38.
“Peça a DEUS”: Tiago estava aprendendo com seu Senhor e Mestre. Ele
mostrou-nos a grande e maravilhosa possibilidade, a saída para toda a
perplexidade: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e
abrir-se-vos-á” (Mt 7.7). A prece pela sabedoria divina é a prece pelo ESPÍRITO
de DEUS, porque a sabedoria é um dos efeitos do ESPÍRITO (Ef 1.17). Nosso
Senhor reservou uma promessa especial à prece pelo ESPÍRITO (Lc 11.13). Os dons
exteriores também são concedidos por DEUS a quem não os pede a ele (Mt 5.45).
Contudo, ele não despeja simplesmente seu ESPÍRITO, a si mesmo, sua salvação
sobre as cabeças das pessoas. Não impõe a ninguém os dons interiores. Nesse
aspecto ele requer ser rogado. “Quer que estendamos as mãos em direção de seu
agir misericordioso” (J. C. Blumhardt). – Como devemos imaginar o atendimento
da prece por sabedoria? O ESPÍRITO de DEUS vincula-se à palavra de DEUS. JESUS
declara acerca do ESPÍRITO: “Há de receber do que é meu” (da palavra dada de
uma vez por todas) “e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26;
16.14). Por isso, ao darmos ouvidos à palavra de DEUS e lidarmos com ela em
oração, o ESPÍRITO de DEUS fará incidir luz sobre nossa situação e
questionamento. Propicia-se a noção do que é imperioso no momento, bem como a
dádiva de dizer aos outros uma palavra de esclarecimento, orientação e auxílio
(cf. 1Co 12.8).
“DEUS concede a cada um”, traduz Lutero conforme o sentido geral: a
sabedoria divina de forma alguma é propriedade particular de alguns teólogos,
“homens de DEUS”, encarregados de tempo integral, dirigentes na igreja,
especialmente dotados. Cada um tem a promessa.
“DEUS dá de bom grado.” A palavra grega para o modo como DEUS dá
significa “simplesmente”, “despretensiosamente”, “sem segundas intenções”.
Lutero traduz “singelamente”. Ao dar, DEUS não faz ressalvas e é cheio de
bondade. Não se comporta como as pessoas, nem como os gentios pensavam a
respeito de seus deuses. –“Ele dá sem repreender”: estamos acostumados à versão
alemã de Lutero - “Ele não pressiona ninguém.” Não priva ninguém. Não coloca a
cesta do pão fora de alcance (p. ex., para mostrar quem é chefe na casa).
Literalmente o sentido é: “Ele não critica.”
Nós também damos, mas não raro criticamos ao mesmo tempo, a começar
por nossos próprios filhos. Por exemplo: “Você vem pedir ajuda depois que
arrumou encrenca. Deveria ter pensado melhor antes.” Ou: “Depois de todas as
suas atitudes para comigo, eu não deveria lhe dar mais nada!” DEUS não faz
sermões nem críticas. Não nos prende ao que passou. “Sua misericórdia é nova a
cada manhã” sobre nós “e sua fidelidade é grande” (Lm 3.22s).
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago. Editora
Evangélica Esperança.
Tiago compartilha essa percepção. Se algum de vós tem falta de
sabedoria, peça-a a DEUS. Tiago pode fazer isso com confiança total em que DEUS
a todos dá liberalmente. Aqui, Tiago apela à tradição a respeito de JESUS (os
ensinos de JESUS ainda não escritos que, mais tarde, formariam os evangelhos),
pois o Senhor prometera que DEUS concederia a seus filhos o que lhe pedissem
(Mateus 7:7-11; Marcos 11:24; Lucas 11:9-13; João 15:7). Que dádiva melhor
poderiam pedir do que a sabedoria de que necessitassem a fim de resistir às
provações que estavam enfrentando? DEUS... dá porque ele é doador; DEUS dá
liberalmente, o que significa que dá sem reservas mentais, dá com simplicidade,
com um coração singelo.
Não está procurando um lucro escondido da parte dos crentes; o
Senhor não abriga motivos desprezíveis, tampouco sentimentos mesquinhos. Na
verdade, não só o Senhor dá generosamente, mas não censura. Isso significa que
DEUS não se queixa do dom concedido, nem de seu custo. Não é “um tolo”, que
“tem muitos olhos, em vez de um. Dá pouco e repreende muito, abre a boca como
um arauto; hoje empresta e amanhã toma de volta” (Siraque 20:14-15). Não, DEUS
dá verdadeiras dádivas; nenhuma queixa, nenhuma crítica (Como? Você precisa de
ajuda outra vez?), nenhum motivo escuso, nenhuma relutância. O DEUS dos
cristãos é caracterizado pelo hábito de dar livre e generosamente, até o ponto
da prodigalidade.
E que dádivas concede o Senhor! Dá sabedoria, que nesta carta é
equivalente ao ESPÍRITO SANTO, dádiva que os leitores de Tiago, sendo
ex-Judeus, reconheceriam como um dos dons da era vindoura (como o fizeram as
pessoas dos rolos do mar Morto). A sabedoria vem ao crente mediante CRISTO (1
Coríntios 1:24; 2:4-6).
Certamente, é disso que precisamos a fim de resistir às provações e
chegar à perfeição.
Peter H. Davids. Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida.
pag. 45.
3. Peça a DEUS sabedoria.
Não é incomum nos aproximarmos de DEUS para pedir dEle bênçãos. Não
é errado desejar ser abençoado por DEUS, pois mesmo as pessoas que não têm em
JESUS o seu Senhor desejam igualmente receber bênçãos dos céus. Pois bem, se
cremos que DEUS pode nos abençoar, porque não pedimos a DEUS sabedoria?
Tiago nos deixa evidente duas coisas: A sabedoria é uma bênção, e
ela deve ser pedida a DEUS. E DEUS se importa com esse tipo de pedido? Sim,
pois o apóstolo mostra o motivo máximo pelo qual devemos pedir a sabedoria a
DEUS: “... e ser-lhe-á dada”. DEUS tem prazer em oferecer aos seus filhos a
sabedoria, e Tiago deixa claro que Ele nos dará a sabedoria que pedimos. A
sabedoria que DEUS tem para dar não é custosa. Quando oramos de acordo com a
vontade de DEUS, temos a certeza de que receberemos respostas de nossas orações
e uma dessas respostas sem dúvida é a sabedoria como um presente divino.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 38.
Quando somos provados precisamos pedir sabedoria (1.5-8). Quando
estamos sendo provados, precisamos de discernimento e sabedoria (1.5; 3.13-18).
O que é sabedoria? E mais que conhecimento. Sabedoria é o uso correto do
conhecimento. Conhecimento pode ser definido, nesse contexto, como conhecer bem
a Bíblia. Sabedoria é usar bem a Bíblia. Sabedoria é olhar para a vida com os
olhos de DEUS. O sábio busca maturidade e não prazer.
Há pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm erudição, mas não
sabem viver a vida nem fazer escolhas certas. Quando estamos sendo provados,
precisamos de sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que DEUS está nos
dando para chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar
as provas para nosso bem e para a glória de DEUS.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 20-21.
Observe os seguintes pontos:
a. Necessidade. A oração “se algum de vocês
necessita de sabedoria” é a primeira parte de uma declaração fatual numa frase
condicional. O autor está dizendo ao leitor: “Sei que você não vai admitir, mas
você necessita de sabedoria”. Tiago trata de um problema delicado, pois ninguém
quer ouvir que é tolo, que comete erros e precisa de ajuda. O ser humano é, por
natureza, independente. Quer resolver seus próprios problemas e tomar suas
próprias decisões. O teólogo do século 18, John Albert Bengel, colocou de modo
um tanto sucinto: “A paciência está mais no poder de um homem bom do que a
sabedoria; a primeira deve ser exercitada, e esta última deve ser pedida”. E
preciso que o ser humano supere o orgulho para admitir que precisa de
sabedoria. Mas a sabedoria não é algo que ele possui. Ela pertence a DEUS, pois
é sua divina virtude. Qualquer um que admita a necessidade de sabedoria deve ir
até DEUS e pedir-lhe. Tiago apela para o leitor e ouvinte individualmente.
Escreve: “algum de vocês”. Tiago dá ao leitor a chance de se examinar, de
chegar à conclusão de que precisa de sabedoria e de seguir o seu conselho para
que a peça a DEUS.
b. Pedido. O crente deve pedir sabedoria a
DEUS. Tiago deixa implícito que DEUS é a fonte de sabedoria. Ela lhe pertence.
O que é sabedoria? Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento procuram
explicar esse termo. Salomão o expressa num paralelismo tipicamente hebraico:
“Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o
entendimento” (Pv 2.6). Salomão equaliza a sabedoria com a inteligência e o
entendimento.
Além disso, o Novo Testamento afirma que o cristão recebe sabedoria
e conhecimento de DEUS (ver, por exemplo, I Co 1.30). É verdade que fazemos uma
distinção entre sabedoria e conhecimento quando dizemos que o conhecimento sem
sabedoria é de pouco valor.
Donald Guthrie observa que “se a sabedoria é o uso correto do
conhecimento, a sabedoria perfeita pressupõe conhecimento perfeito”. Para
tomar-se maduro e íntegro, o crente deve pedir a DEUS sabedoria. DEUS deseja
oferecer sabedoria a qualquer um que pedir com humildade.
O reservatório de sabedoria de DEUS é infinito e ele a “dá
generosamente a todos sem encontrar culpa”.
c. Dádiva. DEUS não faz acepção. Ele dá a
todos, não importa quem seja, pois DEUS deseja dar. É uma característica de
DEUS. Ele dá continuamente. Toda vez que alguém chega até ele com um pedido,
ele abre seu reservatório e distribui sabedoria gratuitamente. Assim como o sol
continua a dar sua luz, DEUS continua dando sabedoria. Não podemos imaginar um
sol que deixe de dar luz, muito menos pensar em DEUS deixando de dar sabedoria.
A dádiva de DEUS é gratuita, sem juros, sem o pedido de que se pague de volta.
Ela é grátis. Além disso, DEUS dá “sem encontrar culpa”. Quando pedimos a DEUS
por sabedoria, não devemos temer que ele expresse desprazer ou nos reprove.
Quando chegamos até ele com a fé como a de uma criança, ele jamais nos manda de
volta vazios. Temos a segurança de que, quando pedimos por sabedoria, ela nos
“será dada”. DEUS não decepciona aquele que pede com fé.
Simom J. Kistemaker. Comentário do Novo Testamento Tiago e Epistola
de João. Editora Cultura Cristã. pag. 52-54.
II - A DEMONSTRAÇÃO PRÁTICA DA SABEDORIA HUMILDE (Tg 3.13)
1. A sabedoria colocada em prática.
Um talento não utilizado pode se perder com o tempo. Da mesma
forma, se recebemos um presente de DEUS, devemos utilizá-lo para a glória dEle,
e isso inclui a sabedoria. Quando o texto de Tiago fala que o sábio e
inteligente deve demonstrar sua sabedoria, ele está dizendo que essa
demonstração deve ser realizada entre as pessoas, publicamente.
Tiago espera que a sabedoria seja pedida por meio da oração,
recebida como um presente de DEUS e manifesta na comunidade dos santos. A
sabedoria não é um presente que recebemos para ficar guardada, mas para ser
disponibilizada por meio de ações inteligentes.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 39.
Sabedoria É o que a Sabedoria Faz, 3.13
Essa seção tem somente uma conexão vaga com os versículos
precedentes. Talvez o sábio (v. 13) pode ser comparado à fonte de água doce,
não misturada com a amarga (v. 11), ou à árvore cuja natureza é tal que produz
“bons frutos” (vv. 12, 17). Mas fundamentalmente, o pensamento do autor tem
conexão com os versículos 1- 2a em que apresenta conselhos aos mestres cristãos
— ou pretendentes a mestres
— na Igreja. O sempre prático Tiago aplica o teste da bondade aos
líderes cristãos e mais amplamente a todos que se chamam cristãos. Sêneca
disse: “A sabedoria nos ensina a fazer, bem como a falar”. The New English
Bible reflete de forma correta o significado do versículo 13: “Quem entre vós é
sábio ou inteligente? Que o demonstre por sua conduta correta, mediante obras
práticas, com modéstia que provém da sabedoria”.
O verdadeiramente sábio e inteligente (epistemon) é aquele que
conhece a DEUS.
O sábio do Antigo Testamento escreveu: “O temor do Senhor é o
princípio da sabedoria, e a ciência do SANTO, a prudência” (Pv 9.10). Este é o
significado que Tiago emprega aqui (cf. 1.5). O bom trato é “seu bom
procedimento” (NVI). Suas obras seriam os resultados específicos ou ações que
brotam da sua vida reta. Todas essas ações devem ser realizadas em mansidão de
sabedoria, i.e., com a humildade que é decorrente de ser semelhante a CRISTO.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora CPAD. Vol.
10. pag. 178.
«...mediante condigno proceder, as suas obras...» A sabedoria nada
será a menos que se manifeste na forma de boas obras e de uma vida moral e
espiritual correta. Também precisa ser frutífera e poderosa, tal como se espera
que seja a fé cristã (ver Tia. 2:14 e ss.), porquanto, de outro modo, será algo
morto e inútil. Mediante sua vida boa e pacífica, o homem demonstrará a origem
piedosa e divina de sua sabedoria. Portanto, o sábio é convidado a demonstrar a
validade de sua sabedoria pelas suas obras de mansidão. A sabedoria que não é
comprovada desse modo é uma sabedoria falsa: e mostra-se ainda mais falsa
quando se torna motivo de orgulho e de contenda.
«Tiago compartilha do conceito bíblico geral que a sabedoria não
consiste apenas no conhecimento, na astúcia e na habilidade, mas antes,
em uma profunda compreensão sobre o que é e deve ser a vida piedosa. Tal
sabedoria produz concórdia e harmonia entre as pessoas e os grupos. Faz agudo
contraste com o egoísmo calculista que é a causa de ‘desordem social e de todas
as ‘práticas vis’... O astuto, o esperto, o manipulador habilidoso, está
convencido que sua sagacidade superior é o que os sofisticados denominam de
‘egoísmo iluminado‘, o ‘conhecimento’, a manipulação de homens e de
circunstâncias, para a satisfação de sua ganância. Para obter a sua finalidade,
o homem astuto não mostra escrúpulos em mentir, desunir, enganar ou subornar,
se pensa que poderá evitar ser apanhado. Uma boa parte da astúcia de que ele se
orgulha e a sua habilidade de ‘encobrir‘ de ‘passar despercebido‘. Se a sua
ambição só puder ser satisfeita mediante a deslealdade para com seus amigos, ou
mediante a crueldade para com suas vítimas, isso é lamentável, mas é o preço
que o ‘realista paga para ganhar o único sucesso que vale a pena ter neste
mundo‘*. (Easton, in loc.).
«...proceder...» No grego é usado o termo *anastrophe·, «conduta»,
«comportamento», o caráter geral de uma vida, algo que é indicado, nas páginas
do N.T.. pela metáfora do «andar», que é de uso mui frequente. O «sábio» crente
deve ser pessoa de uma conduta repleta de boas obras, efetuadas em mansidão.
Somente a sabedoria divina, uma qualidade divinamente transmitida, pode tornar
bem-sucedida a vida do crente. É algo por demais exigente para a personalidade
humana sem ajuda.
«Ações, ações, ações, é o clamor de Tiago. ‘Isto deveríeis ter
feito, sem deixardes de fazer aquelas outras'. Sem a prática cristã, todas as
outras coisas que alguém professe possuir é sal que já perdeu o sabor».
(Plummer, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 39.
Tg 3.13. A pergunta que abre esta divisão — Quem entre vós é sábio
e entendido? — é de fato um desafio: se você diz ser sábio, demonstre sua
sabedoria pelas obras que a verdadeira sabedoria produz. Muitos comentaristas
acham que a pergunta de Tiago se dirige especialmente aos mestres mencionados
no versículo 1. Mas nem sophos (sábio, “pessoa sábia”) nem epistêmõn
(“instruído”, “cheio de entendimento”) são aplicados como títulos ao mestre.
Eles aparecem juntos várias vezes na Septuaginta, uma vez em referência às
qualidades que os líderes devem possuir (Dt 1.13,15), mas também é aplicado a
todo o Israel (Dt 4.6; Dn 5.12 aplica-os ao profeta). Está claro que Tiago
considera a “sabedoria” uma virtude à disposição de todos (1.5), e mesmo 3.1
realmente não se dirige a mestres, mas àqueles que queriam se tomar mestres.
Portanto, a exortação de Tiago é melhor compreendida como se fosse dirigida a
todos os crentes em geral, mas especialmente àqueles que se orgulhavam de seu
conhecimento superior.
Conforme Dibelius destaca, a exortação de Tiago à “pessoa sábia”
parece desajeitada, pelo fato de ele combinar duas ideias nela: a sabedoria
deve produzir obras e a sabedoria deve ser caracterizada pela humildade. A
primeira ideia dá-nos uma forte lembrança da exigência anterior de Tiago, no
sentido de que a fé se manifesta em obras. A verdadeira sabedoria, assim como a
fé real, é uma qualidade prática e vital que tem a ver tanto (ou mais) com o
modo pelo qual vivemos como com aquilo que pensamos ou dizemos. Neste sentido,
Tiago é fiel ao conceito veterotestamentário da sabedoria como um modo de vida,
a atitude e conduta típicas de uma pessoa piedosa. Mas Tiago está muito mais
interessado na segunda ideia mencionada acima, as qualidades que devem ser
manifestadas pela sabedoria. Em mansidão de sabedoria deve ser entendido como
um qualificativo de obras e estas devem ser praticadas “em mansidão” que
caracteriza a “sabedoria” ou nasce dela (vendo o genitivo como descritivo ou
indicador de origem). Mansidão (praütês), na mente da maioria dos gregos,
dificilmente era uma virtude a ser buscada: ela sugeria um rebaixamento servil
e ignóbil. Mas JESUS, que pessoalmente foi “manso” (Mt 11.29), pronunciou uma
bênção sobre aqueles que fossem mansos (Mt 5.5). Tal mansidão cristã envolve
uma compreensão sadia acerca de nossa falta de méritos diante de DEUS e uma
respectiva humildade e falta de orgulho no trato com nossos semelhantes.
Douglas J. Moo. Tiago. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 130-131.
2. A humildade como prática cristã.
Na concepção de Tiago, sabedoria e humildade devem andar juntas. O
sábio tem atitudes humildes, não arrogantes. Da mesma forma que a sabedoria de
que precisamos encontra sua fonte em DEUS, a humildade nos faz ser sempre mais
dependentes de DEUS. Curiosamente falando, a obediência a DEUS é uma
demonstração de humildade, e não de arrogância. A desobediência a DEUS e aos
seus preceitos mostra o quanto podemos ser arrogantes, mas a dependência de
DEUS e a humildade demonstram o quanto somos obedientes a Ele.
A humildade tem um alto preço? Com certeza. Um exemplo que vale a
pena ser lembrado é o caso de Naamã, o general do exército da Síria, que foi
curado por Eliseu em 2 Reis 5. Naamã era um herói nacional, e por seus feitos
era sempre honrado. A Bíblia descreve Naamã como um homem poderoso diante do
rei e respeitado, pois através de Naamã DEUS dera livramento aos sírios. Ele
ainda é descrito como um homem valoroso, mas também possuidor de um mal: a
lepra.
Mesmo com essa doença, Naamã era muito bem-quisto em sua nação.
Quando ele soube que havia um profeta em Israel que poderia curá-lo, Naamã foi
atrás do homem de DEUS, Eliseu, que aparentemente, fez pouco caso do general,
quando ordenou que o militar fosse tomar banho nas águas do Jordão. Naamã não
gostou da ordem e pegou o caminho de volta para sua terra, mas convencido pelos
seus servos, voltou, banhou-se no rio e foi curado. Sua humildade e obediência,
mesmo em sua posição, garantiram-lhe a cura daquela doença mortal.
Naamã não era um cristão, mas seu exemplo de humildade serve de
inspiração a todos nós. Se ele pôde ouvir seus servos, humilhou-se e banhou-se
em um rio que aos seus olhos era inferior, e por isso foi curado, porque não
podemos nós buscar essa característica em nossas vidas?
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 39-40.
Mt 11.29 Manso e humilde de coração. Evidentemente se refere às
ideias de Zac. 9:9, que fala da humildade do Messias. Primeiramente o Messias
humilhou-se na encarnação—«...a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo, tornando-se em semelhança de homens» (Fil. 2:7). No seu ministério,
JESUS sempre apresentou provas de sua simpatia pelo estado e sofrimento da
humanidade. Operou curas não para provar seu próprio poder e grandeza, mas
porque anelava aliviar o sofrimento dos homens. Ressuscitou aos mortos porque
simpatizou com a tristeza dos que estavam em luto. Pregou o evangelho,
especialmente aos pobres, porque sentiu a desesperadora condição produzida pelo
pecado. JESUS não assumiu posição de autoridade e grandeza, como o faziam
alguns líderes dos judeus, nem procurou qualquer privilégio pessoal ante o
governo. Viveu como homem pobre, no meio dos pobres, como homem humilde no meio
dos humildes. Finalmente, submeteu-se à morte na cruz, uma morte vergonhosa e
horrível, conforme se lê, ...humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e
morte de cruz (Fil. 2:8).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 382.
Mt 11.29 JESUS convida a aprender dele, isto é, tornar-se seu
seguidor. Ele é manso e humilde de coração. Ambas as qualidades precisam ser
encontradas também na vida de seus discípulos, tanto a mansidão, que é igual
para com cada pessoa, seja ela pobre ou rica, amiga ou inimiga, como também a
humildade. Exatamente isso foi o que acompanhou o Senhor JESUS como uma clara
luz brilhante durante todos os seus dias. Essa humildade dele não foi uma
máscara exterior, um gesto adquirido de cortesia, não, ela brotava de seu
coração, do mais íntimo de seu ser. Não uma coação externa o impelia para essa
atitude, e sim a necessidade mais interior.
Em outras palavras: A mansidão é a característica exterior de uma
ação, enquanto “ser humilde de coração” refere-se mais à disposição interior
que está por trás de toda ação.
Quando o discípulo é obediente a esse imperativo, isso por sua vez
lhe trará novo “descanso”. Na verdade, às vezes o descanso não é imediatamente
visível de fora, pois também o discípulo está plenamente inserido em seu tempo,
no mundo com toda a sua pressa e atividade, e nem sempre pode afastar-se dele.
Porém o discípulo sempre de novo pode receber de presente o descanso da alma,
uma segurança e firmeza interior diante de todo o exterior. Esse “descanso
interior” brota da proximidade daquele que anda junto, debaixo do jugo, e que é
o “Senhor do universo”.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora
Evangélica Esperança.
3. Obras em mansidão de sabedoria.
Tiago destaca a pessoa sábia e inteligente como uma pessoa que sabe
tratar pessoas próximas (e pessoas distantes também). Isso nos leva a crer que
a sabedoria não é uma qualidade que deve ser trancafiada em um escritório,
distante das pessoas. O sábio não se mostra, na perspectiva de Tiago, como
aquela pessoa que tem títulos e conhecimento (Tiago não menciona esses
elementos titulares como sendo inúteis nem desprezíveis, como se estudar ou
buscar o conhecimento acadêmico fosse algo em que o crente não deveria se
empenhar. Eles apenas não são relacionados nessa linha de raciocínio.), mas
como a pessoa que sabe lidar com outras pessoas de forma afável. Como o texto
não designa que tipo de pessoa deve ser tratado dessa forma, nem designa também
a situação em que esse tratamento afável deve ser ministrado, podemos entender
que é uma regra que deve ser aplicada em todas as situações e para qualquer
pessoa, sem distinção.
Essa é definitivamente uma grande prova de sabedoria. E fácil
tratar bem pessoas que nos tratam bem. Mas como deveríamos lidar com pessoas
que aos nossos olhos são difíceis de serem suportadas? Como lidar com pessoas
grossas e mal-educadas? Com bom trato em mansidão e sabedoria.
A mansidão não é sinal de fraqueza, mas sim de capacidade de
dominar a si mesmo. Mansidão é sinônimo de cortesia, e essa característica sem
dúvida é oriunda de uma relação vívida com DEUS e com seus preceitos.
Como diz Champlin, Tiago compartilha do conceito bíblico geral que
a sabedoria não consiste apenas em no conhecimento, na astúcia e na habilidade,
mas antes em uma profunda compreensão sobre o que é e deve ser a vida piedosa.
Tal sabedoria produz concórdia e harmonia entre as pessoas e os grupos.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para
uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 40-41.
Tg 3.13 A pessoa verdadeiramente sábia demonstra a compreensão que
tem de CRISTO pela maneira como vive. As nossas obras mostram em que investimos
os nossos corações (Mt 6.19-21,33). As nossas atitudes e motivações estão de
acordo com os nossos atos? Embora não possamos afirmar que sejamos sábios,
podemos almejar viver de maneira sábia — uma vida de constante bondade. A
orientação que nos é dada pela Palavra de DEUS é uma sabedoria confiável.
Mas, se nós quisermos realizar boas obras, devemos tomar cuidado
com o orgulho. Orgulho é ter uma atitude de valorização própria superior aos
talentos e capacidades que DEUS nos deu e usar estes dons para se colocar como
alguém superior, ou provocar discórdias nos nossos relacionamentos com os
outros. A sabedoria, portanto, envolve tanto as ações quanto as atitudes da
vida. Uma vida sábia exibirá não apenas bondade, mas também humildade.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol
2. pag. 680.
Sabedoria em Tiago tem mais que ver com uma conduta que reflete a
natureza e a vontade de DEUS do que com um intelecto aguçado. Tiago lança um
desafio: “Quem é sábio e tem entendimento entre vocês?” Tanto sabedoria como
entendimento andam bem juntos. Sabedoria direciona os passos, e entendimento
informa o destino das decisões. Segundo Tiago, ela é demonstrada pelo bom
procedimento. A questão não é o quanto sabemos na nossa mente, mas quanto esse
conhecimento é refletido no nosso procedimento.
Por exemplo, quem não acharia um tanto estranho ver um médico que
orienta pacientes na disciplina de uma vida regrada, mas que não passa de uma
chaminé ambulante de tanto que fuma?
O cristão deve demonstrar pelas suas boas obras a mansidão que a
sabedoria genuína requer. Como em 2.18, as obras comprovam a fé genuína. A
humildade mostra a verdadeira sabedoria que o cristão tem. Thomas Manton diz:
“Um cristão é mais bem conhecido pela sua vida do que pelo seu discurso”. O
Senhor JESUS convidou os cansados e sobrecarregados a tomar sobre eles o jugo
dele para aprender com ele que é manso e humilde de coração. Quando tratamos
pessoas com paciência e amor, mesmo aqueles que não têm posição de destaque na
sociedade, imita-se a sabedoria e a humildade de CRISTO. JESUS incluiu mansidão
nas bem-aventuranças. A felicidade dos mansos inclui herdar a terra (Mt 5.5).
Em Tiago, mansidão deve certificar a origem da sabedoria que se professa.
Na antiguidade, sabedoria e humildade eram praticamente inimigas. A
visão grega da sabedoria pressupunha o orgulho. Uma pessoa “sábia” tinha que se
orgulhar de sua posição. Para Tiago, porém, afirmar que se prova ser uma pessoa
sábia executando obras com humildade era algo totalmente contra aquela cultura.
Algo que é também contra nossa cultura hoje. A tendência que temos é de
exaltar-nos e orgulhar-nos de nossos próprios feitos.
O oposto se mostra na sabedoria dos homens que não conhecem a DEUS.
É o caso dos que “dizendo-se sábios, tornaram se loucos e trocaram a glória do
DEUS imortal por imagens” (Rm 1.22,23). A sabedoria que não tem respaldo
na Bíblia é carente de mansidão. Sem entendimento, os intelectuais do nosso
tempo carecem, na maioria dos casos, da sabedoria que o temor do Senhor produz
(SI 111.10). Especular sobre as origens do universo, sobre as origens das
espécies, carecem de humildade e sabedoria. Excluir o Criador de todos as
explicações das maravilhas da natureza parece loucura do mais alto grau.
Certamente, Manton está certo ao afirmar: “O mais evidente da sabedoria
verdadeira é que seu possuidor é manso” (op. cit. p. 300).
Russell P. Shedd,
Edmilson F. Bizerra. Uma Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS.
Editora Shedd Publicações.
III - O VALOR DA VERDADEIRA SABEDORIA E A ARROGÂNCIA DO SABER
CONTENCIOSO (Tg 3.14-18)
Se há atitudes que devemos evitar no trato com as pessoas que nos cercam, há características que devemos cultivar tomando como base as características da Sabedoria Divina. Neste capítulo, destaco pelo menos 3 aspectos:
Ela é pura. DEUS não se deixa contaminar pelo mal, e a sabedoria que devemos ter não pode ser influenciada pelo mundo, perdendo sua pureza. DEUS espera que sua sabedoria se mantenha íntegra em nossas vidas. Pureza fala de integridade, da capacidade de não se diluir, de não perder suas propriedades.
Ela é pacífica. Tiago reforça essa característica da sabedoria como um instrumento de paz. Ela não busca brigas. Lembremo-nos de que um pouco acima, Tiago nos diz que a sabedoria é demonstrada na forma com que nos tratamos uns aos outros. Se sou uma pessoa sábia, certamente isso será visto na forma mansa com que trato as pessoas que me cercam, mas se me julgo inteligente e perspicaz, e sou grosseiro no trato com meu próximo, não posso ser chamado de sábio, mesmo que tenha vários títulos ao meu favor.
Pessoas sábias não arrumam confusão, ou vivem de briga em briga, esperando a próxima oportunidade de demonstrar o quão são inteligentes e que possuem uma grande disposição em não levar desaforos para casa. DEUS dá a sabedoria para que tenhamos paz em nossa relação com Ele e com os nossos próximos.
Ela é tratável. Essa característica parece estar ligada à capacidade de uma pessoa sábia ser convencida de forma tranquila, diferente do caráter das pessoas obstinadas. Se um sábio é corrigido, conforme nos diz Provérbios 9.8,9, “Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e amar-te-á. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento.” De forma diferente, os que mesmo ouvindo tudo o que a sabedoria tem a oferecer, preferem manter-se em seus caminhos inflexíveis, sendo conduzidos, portanto, à ruína.
Assim concluímos este capítulo. Que possamos conjugar mentes sábias e corações humildes para a glória de DEUS.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 44-45.
A sabedoria é dotada de seus frutos, sendo produzida por uma atmosfera de paz; envolve rica colheita para o sábio, e para aqueles a quem ele ensina; a colheita é da santidade crescente: a colheita é perene, resultando na vida eterna. (Ver João 3:15).
«Quão formosos sobre os montes são os pés dos que trazem boas novas, que anunciam a paz (Isa. 52:7). (Rom. 10:15). Ali temos o evangelho da paz, porquanto o evangelho tende por trazer a paz aos corações dos homens (ver Rom. 5:1). estabelecendo a paz entre DEUS e o homem (ver Col. 1:20). No estado de paz existe uma harmonia saudável, em contraste com os efeitos mortíferos das contendas e das divisões. Nessa atmosfera é possível o cultivo do fruto da justiça.
Portanto, os crentes devem viver na atmosfera da paz. (Ver João 14:27 E 16:33). A paz é um dos aspectos do fruto do ESPÍRITO, isto é, do desenvolvimento espiritual, mediante o que assumimos a natureza moral de CRISTO, através da transformação segundo a sua pessoa. (Ver Gál. 5:22).
A conduta reta produz muitas recompensas, que resultam na vida eterna.
O cultivo dos galardões é realizado na atmosfera da paz. E o homem justo, que é verdadeiramente sábio, sabe disso, evitando os interesses pessoais e o espírito contencioso, que não contribuem para essa finalidade.
...promovem a paz ... * (Comparar com Mat. 5:9). Os pacificadores serão chamados >>filhos de DEUS». JESUS, em sua cruz e missão, «estabeleceu a paz. Os homens deveriam seguir ativamente o exemplo por ele deixado. Os pacificadores não são meramente aqueles que conciliam oponentes, para evitarem as brigas. Mas são aqueles que promovem ativamente a paz, mediante esforços planejados, procurando solucionar pendências com os inimigos e antagonistas. São exatamente o contrário daqueles que despertam contendas, e que agem devido à sua excessiva ambição (conforme é descrito no décimo quarto versículo deste capítulo). O alicerce lançado pela retidão para nele ser apoiada a vida eterna, só pode ser lançada em paz, e por aqueles que praticam a paz. Isso equivale a dizer que a retidão inclui o espírito pacificador. (Ropes, in loc.).
Alguns estudiosos tomam o termo fruto de justiça· como se significasse: fruto que consiste de justiça. Porém, apesar disso expressar certa verdade, a verdade é que a justiça deve também produzir muitas boas obras, ações gentis, uma vida caracterizada pelo altruísmo, etc. A retidão é produtora tanto de fruto, como o fruto colhido permite-nos entrar na presença de DEUS. O homem verdadeiramente sábio colherá a retidão de DEUS, que lhe é necessária, incluindo a transformação moral da imagem de CRISTO, que serve para a vida eterna e que é a colheita dos justos. «Se um agricultor não empregasse mais cuidados, tempo e esforços por obter a colheita, do que fazem muitos membros da igreja de CRISTO, no tocante ao estabelecimento da justiça social, conseguiria ele, porventura, obter uma boa colheita?» (Easton, in loc.).
A nota chave do presente versículo é a paz. em contraste com a inveja, com o espírito faccioso e com a confusão, acima mencionados; a paz e a retidão são inseparáveis, porquanto são resultantes da sabedoria, da sabedoria que vem do alto; por outro lado as contendas e as ações vis do dia a dia pertencem umas às outras, pois resultam da sabedoria que é 'terrena' e 'demoníaca'·. (Ocsterlcy, in loc.).·Aqueles que são sábios para com DEUS, se por um lado são pacificadores e se mostram tolerantes para com o próximo, por outro lado têm por principal preocupação a sementeira da justiça, não frigidamente, mas reprovando os pecados com tal moderação que serão amigos, e não executores dos pecadores. (Faucett, in loc.).
Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes· (Sal. 126:6).
A paz virá, por fim, embora a vida seja repleta de dor: Tranquilo na fé em CRISTO, eu me deito: A dor por causa de CRISTO é a paz, e a perda é lucro: todos quantos carregam a cruz usam a coroa. Aquele que espalha a paz pacificamente, semeando a sabedoria cristã genuína, cresce na colheita da justiça. Isso se aplica não somente aos mestres, mas também a todos quantos recebem, da parte de DEUS, a sabedoria e o dom de influenciar a outros. (Von Gcrlach, no comentário de Lange). Evidente que a sabedoria celestial é a sabedoria em inertemente prática. Não é algo pura e principalmente intelectual: não é especulativa; não se perde em mera contemplação. Seu objetivo é o de aumentar a santidade, ao invés de apenas prestar informação. Sua atmosfera não é a da controvérsia e do debate, mas a da gentileza e da paz. É plena, não de sublimes teorias ou hipóteses arrojadas, mas de misericórdia e de bons frutos. Pode mostrar-se confiante sem ser briguenta, pode mostrar-se reservada sem hipocrisia. É a irmã gêmea daquele amor celestial que não inveja, que não se ufana, que não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal. (Plummer, in loc.).
A sabedoria não é finalmente testada nas escolas.
A sabedoria não pode passar de quem a tem, para quem não a tem,
A sabedoria é da alma, não é susceptível de provas: é sua própria prova. (Walt Whitmanj)
«O temor do Senhor é o princípio da sabedoria». (Sal. 111:10).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 61.
Contraste sobre os resultados (Tg 3.16,18)
A origem determina os resultados. A sabedoria do mundo produz resultados mundanos; a sabedoria espiritual, resultados espirituais.
A sabedoria do mundo produz problemas (3.16b). Inveja, confusão, e todo tipo de coisas ruins são o resultado da sabedoria do mundo. Muitas vezes, esses sintomas da sabedoria do mundo estão dentro da própria igreja (3.12; 4.1-3; 2Co 12.20). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma das causas do por que deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm rejeitado a sabedoria de DEUS. A palavra “confusão” significa desordem que vem da instabilidade. Essas pessoas são instáveis como a onda (1.8) e indomáveis como a língua (3.8). Essa palavra é usada por CRISTO para revelar a confusão dos últimos dias (Lc 21.9).
A sabedoria de DEUS produz bênçãos (3.18). Tiago lista três coisas: primeira vida reta (3.13). Uma pessoa sábia é conhecida pela sua vida irrepreensível, conduta santa. Segundo, obras dignas de DEUS (3.13). Uma pessoa sábia não apenas fala, mas faz. Terceiro, fruto de justiça (3.18). A vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas no meio da família de DEUS. Como poderemos conhecer uma pessoa sábia? Uma pessoa sábia é sempre uma pessoa humilde. Aquele que proclama as suas próprias virtudes carece de sabedoria.
Como poderemos identificar uma pessoa que não tem sabedoria? Suas palavras e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão, guerras.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pag. 79-80.
Mt 5.16 “Assim” como a luz brilha a partir de um pedestal, os discípulos de CRISTO devem deixar sua luz brilhar perante os outros... “para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”. JESUS deixou bem claro que não haveria nenhum erro quanto à fonte das boas obras de um crente. A luz do crente não brilha para ele mesmo; essa luz deve ser refletida em direção ao Pai, levando as pessoas a Ele.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 1. pag. 38.
A luz do crente são suas boas obras. Essas boas obras redundam em glória a DEUS. Remover a luz e, portanto, a glória de DEUS, é algo seríssimo.
«Vosso Pai». Esta é a primeira vez que, nas palavras de JESUS, vemos o ensino de que DEUS é Pai. Essa ideia era bem comum entre os judeus, e assim sendo, JESUS não estava introduzindo alguma doutrina nova, mas utilizava-se da compreensão que o povo já tinha para dar ênfase à necessidade de deixar a luz de DEUS brilhar cm suas personalidades. DEUS Pai tem prazer nas boas obras de seus filhos, porque tais obras provam que os discípulos são filhos de DEUS, e também revelam algo sobre a natureza de DEUS. JESUS foi o exemplo mais desenvolvido e elevado da natureza de DEUS que já houve sobre a terra. Os rabinos usavam com frequência a frase: «Nosso e vosso Pai, que está nos céus».
Nos escritos judaicos (Bammidbar Rabba, s. 15).. lemos estas palavras: «Os israelitas disseram ao santo e bendito DEUS: Tu mandas que acendamos lâmpadas para Ti; mas Tu és a Luz do Mundo e contigo mora a luz. O SANTO DEUS replicou: Não ordeno isso porque precise de luz, mas para que vós reflitais luz sobre mim, como eu vos tenho iluminado. Assim o povo poderá dizer: Eis como os israelitas O ilustram, isto é, Aquele que os ilumina à vista de toda a terra».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 1. pag. 310.
Mt 5.16 Se os discípulos devem ser a luz do mundo, está subentendido que o mundo é um único grande espaço escuro. Nessa escuridão as pessoas se batem, ferem-se no corpo e na alma. Quem traz luz para dentro dessas trevas, que significam noite e desesperança totais, é unicamente JESUS e sua turma de seguidores “iluminados” por ele!
Assim como o sal se dissolve no serviço, também a luz se desgasta ao brilhar! Novamente enfatiza-se aqui a grande ideia de compromisso e sacrifício do serviço de discípulo. Singularmente a palavra de “não colocar debaixo do cesto” é dedicada a essa ideia de compromisso. Por isso JESUS não diz: Mostrem suas obras, exibam-nas a todos!, mas declara: Assim como a tarefa da luz é brilhar, assim o dever mais sagrado de vocês é praticar o amor e a correta conduta cristã. A palavra de JESUS está tão distante do exibicionismo com a obra de amor quanto do não-testemunho temeroso, do não querer testemunhar! Há uma sutil diferença entre mostrar-se com sua “fé” e suas “experiências com DEUS”, e testemunhar a fé! A primeira é ação do “eu” religioso, a segunda é o agir de DEUS! Somente por essa última o Pai no céu será glorificado. Nisso está o maravilhoso do testemunho, mas nisso reside também o perigo de se dar um relato de fé sobre suas experiências com o Senhor!
No texto grego, com muito mais evidência do que na tradução, a frase brilhe a vossa luz diante dos homens faz cair a ênfase sobre “luz” e não, p. ex., no “vossa”. Do texto original evidencia-se, portanto, que é a luz que tem de brilhar. O discípulo tem somente a incumbência de permitir a livre circulação aos raios da luz, de não se interpor no caminho da luz!
Esse pensamento aprofunda, a partir do original, o que já afirmamos acima em relação ao testemunho correto!
É significativo constatar onde JESUS diz que reside a força dos seus discípulos para brilhar: eles iluminam o mundo com o seu agir. Em outras passagens da Escritura, o peso é colocado sobre a palavra dos discípulos. Aqui vigora, não a palavra que eles proclamam, mas a obra que realizam. JESUS está dizendo: Se vocês discípulos realmente fizerem aquilo para o que eu os chamei neste mundo, então vocês, assim como a luz brilha, realizarão ações diante das quais também um não-cristão sentirá que esses feitos são presentes do mundo invisível, sendo dessa maneira direcionado para o Pai no alto, e o louvará!
A partir do texto original grego podemos fazer mais uma descoberta importante. No v. 16b, para que vejam as vossas boas obras, encontra-se uma especificidade linguística. Pois vossas vem antes do substantivo (com artigo definido). Esse tipo de formulação encontramos mais uma vez em 23.8s, onde se lê com ênfase: “Um só é o vosso mestre, um só é o vosso pai”. Ao se enfatizar o “vosso”, visa-se conscientemente destacar o contraste. Isso significa, no nosso caso, em v. 16b, que as obras dos outros não são obras boas, ao passo que as dos discípulos são boas.
Não há como vocês, discípulos, possam ficar escondidos neste mundo. As pessoas vêem vocês! Reparam em vocês. Assim como não se pode passar ao largo de Jerusalém sem ter notado essa cidade sobre o monte, assim também não pode ser simplesmente ignorada a comunidade de JESUS na terra. Ela, enfim, está aí. Quer o mundo goste, quer não, precisa confrontar-se com ela.
A palavra do sal e da luz e da cidade sobre o monte mostra, como já expusemos, que o chamado dos discípulos transcende muito além de Israel, que ele abrange todos os povos e nações, a humanidade como tal.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.
2. Sabedoria verdadeira e a arrogância do saber.
É possível que o saber nos torne pessoas arrogantes? Sim. É aceitável aos olhos de DEUS que uma pessoa instruída seja arrogante no trato com as pessoas que a cercam? Não. O acúmulo de conhecimento não pode obstruir nossa vida espiritual de tal forma que nos tornemos arrogantes. Tiago aqui não está condenando pessoas que estudaram e que se valem de seus conhecimentos ao longo de suas vidas, mas está colocando em cheque o hábito de algumas pessoas acharem-se superiores a outras porque possuem conhecimento. Estudar é muito bom, e nos torna pessoas mais capacitadas para servir a DEUS e ao próximo com muitos talentos, mas não pode nos tornar pessoas altivas. A soberba é tão duramente condenada por DEUS que Ele resiste ao soberbo, mas dá graça ao humilde. Portanto, usufruamos do conhecimento que DEUS nos permite ter, mas busquemos acima de tudo aproveitar esse conhecimento de forma sábia e com humildade.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 41.
(1) O nosso único consolo, em meio às dificuldades, será o fato de termos cumprido o nosso dever. Aqueles que se recusaram a conhecer a DEUS (v. 6) se vangloriarão, em vão, de sua sabedoria e riqueza. Mas aqueles que conhecem a DEUS de um modo inteligente, que compreendem corretamente que Ele é o Senhor, que não somente compreendem corretamente a sua natureza, os seus atributos, e o seu relacionamento com o homem, mas que recebem e retêm as impressões de todas essas coisas, podem se gloriar no precioso Senhor. Esse conhecimento será a sua alegria no dia da calamidade.
(2) A nossa única confiança, nas dificuldades, será o fato de que, tendo, pela graça, de alguma maneira cumprido o nosso dever, veremos que DEUS é um DEUS autossuficiente para nós. Nós podemos nos gloriar no fato de que, onde quer que estejamos, temos uma familiaridade e um interesse no DEUS que faz “beneficência, juízo e justiça na terra”. Ele não é somente justo para com todas as suas criaturas, e não fará mal algum a qualquer uma delas, mas é bondoso para todos os seus filhos, os protegerá, e proverá para eles. “O que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra. Porque destas coisas me agrado” (v. 24). DEUS se agrada em mostrar bondade e em realizar o juízo, e se agrada com aqueles que são seus seguidores, como filhos queridos. Aqueles que têm tal conhecimento da glória de DEUS a ponto de serem transformados à mesma imagem, e de participarem da sua santidade, percebem que esse conhecimento é a sua perfeição e glória. Em meio às suas maiores dificuldades eles podem confiar alegremente no DEUS com o qual fielmente se colocam em conformidade. Mas o profeta sugere que a maioria dessas pessoas não se preocupou com isso. A sua sabedoria, e o seu poder, e as suas riquezas, eram sua alegria e esperança, que terminariam em tristeza e desespero. Mas aqueles poucos entre eles que conheciam a DEUS podiam se alegrar com isso, e se vangloriar disso. Esse conhecimento valioso lhes serviria muito mais “do que inúmeras riquezas em ouro ou prata”.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 393.
Jer 9.23 Sabedoria — a Falsa e a Verdadeira.
Esses versículos certamente traçam um contraste entre a segurança falsa e a genuína. Eles também contrastam a sabedoria dos homens com a sabedoria de DEUS. Os homens dos dias de Jeremias, como os homens de qualquer época, se vangloriavam “da sabedoria humana (cultura), do poder militar (habilidade técnica) e da prosperidade material (abundância econômica)”.
Na verdade, esse é o grau mais elevado de loucura, porque essas coisas são passageiras e não oferecem nenhuma base sólida de segurança. Portanto, não se glorie o sábio na sua sabedoria (23).
Por outro lado, a única base real de sabedoria e felicidade consiste em conhecer a DEUS. Entende-se melhor o caráter de DEUS ao observar o que Ele ama, e como lida com os homens. Ele tem prazer em fazer beneficência (favor gracioso, amor imutável), juízo (equidade, integridade, imparcialidade) e justiça (retidão; 24) na terra. Essas coisas formam a base da verdadeira sabedoria, Justiça (tzedek), juízo (mishpat), e beneficência (hesed) são o grande triunvirato do Antigo Testamento. Sobre essa base o indivíduo ou nação pode construir com segurança. Sem esses aspectos o maior e mais forte é desesperadamente fraco.
C. Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Jeremias. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 290.
A Única Verdadeira Razão para a Jactância (9.23-24)
Jr 9.23-24 Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria. Os pseudossábios, dos quais Jerusalém este tão repleto (ver o vs. 12), e os verdadeiramente sábios, dos quais havia tão poucos, não podiam jactar-se em sua falsa sabedoria ou em sua sabedoria autêntica; nem os fortes podiam gloriar-se em sua força; nem os ricos podiam jactar-se em suas riquezas e no poder que esta trazia. Todos os homens, sem importar a sua classe, tinham apenas uma razão válida para gloriar-se: conhecer e obedecer a Yahweh (vs. 24), a fonte de toda a verdadeira sabedoria, de toda a força e de autênticas riquezas, Aquele que poderia ter impedido a matança provocada pelos babilônios, contanto que os judeus se aproximassem Dele em humildade e arrependimento. Muitos convites de Yahweh tinham exortado Judá a arrepender-se, mas foram todos inúteis. Em DEUS há amor, gentileza, justiça e retidão, e nessas coisas Yahweh se deleitava. Judá, entretanto, preferiu a horrenda combinação de idolatria-adultério-apostasia, o que significa que foram cortadas todas as graças divinas.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3017.
3. Atitudes a serem evitadas.
Tiago lista duas características próprias de pessoas arrogantes: amarga inveja e sentimento faccioso.
A inveja é descrita por Tiago com o adjetivo “amarga”, e não é sem razão. Pessoas invejosas costumam ser amarguradas, por terem uma dor moral dentro de si, e vivem aflitas. Não é incomum que haja inveja entre as pessoas, mas pior ainda é quando esse sentimento encontra abrigo no coração dos servos de DEUS. E justamente aqui encontra-se o desafio de Tiago.
A inveja é um sentimento inconveniente para o servo do Senhor. E uma raiva existente contra pessoas que conseguiram realizar algum feito digno de louvor, por mais simples que sejam. Líderes invejam outros líderes, estudantes invejam outros estudantes, e por aí vai. A inveja é, sem dúvida, um mal da proximidade, onde o coração invejoso se irrita com as realizações de pessoas que lhe estão próximas.
O sentimento faccioso é outra característica de quem alega ter a sabedoria e não consegue demonstrá-la na prática.
Tiago propõe à igreja um desafio àqueles que afirmavam ter a verdadeira sabedoria: eles precisavam observar a verdadeira sabedoria que vem do céu. A igreja à qual Tiago estava escrevendo era uma igreja que estava sob pressão. Sob pressão, uma igreja pode se dividir em facções. Não havia um clero formal, ou um processo de ordenação, de modo que pretensos professores poderiam surgir, afirmando ter sabedoria. Como cada professor promovia seu ramo de sabedoria e ganhava seguidores, a comunidade de crentes ficou dividida. A igreja do Novo testamento tinha muitos problemas com facções ou com um espírito partidário...
JESUS ensinou que nós saberíamos diferençar os verdadeiros professores dos falsos pela maneira como vivem (Mt 7.15-23). Os bons professores exemplificam a boa disciplina na vida. As suas atividades, ações e realizações revelarão o verdadeiro núcleo de sua fé cristã. Nesta seção, as boas obras estão em contraste com a amargura, e a humildade está em contraste com a ambição egoísta.
Dois conselhos Tiago oferece a pessoas que se descobrem possuidoras desses dois sentimentos: não se glorie disso e não minta. Não há motivo para que uma pessoa se sinta alegre por ser invejosa, e nem pode manter oculto seu sentimento por muito tempo. A amarga inveja e o sentimento faccioso produzem dois frutos equivalentes aos seus genitores: o gloriar-se de maneira indevida e a mentira. Quem abriga e cultiva a inveja em seu coração e com ela torna-se arrogante, tem a oportunidade de voltar-se para o caminho certo com a advertência de Tiago: Não se glorie e não minta. É um caminho longo e duro de volta à verdadeira sabedoria. Não é fácil tratar com um invejoso sobre seu hábito e mostrar para ele que não pode haver motivos para que ele se glorie se ele nutre em seu coração um sentimento reprovado por DEUS. Não é fácil também lidar com pessoas na igreja que insistem em mentir, em esconder seus sentimentos ruins em relação a outras pessoas. O caminho de resgate desse tipo de pessoa já foi apresentado pelo apóstolo, mas precisa ser trilhado por quem é alvo dessa advertência. Quem vive nesse caminho terá uma sabedoria, mas essa é descrita por Tiago como “terrena, animal e diabólica”. Resumindo, a sabedoria pode ser encontrada tanto por aqueles que andam no caminho do Senhor como por aqueles que preferem desobedecê-lo. O que teme ao Senhor acha a sabedoria divina, e o que despreza ao Senhor achará uma outra forma de sabedoria nada recomendável.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. Editora CPAD. pag. 42.-44.
Tiago, no versículo 14, fornece uma lista das “obras” características da ausência da mansidão.
1) Inveja {zelos, e no v. 16) amarga é o contrário da mansidão.
É verdade que “zelo” pode ser um termo positivo (Rm 10.2; 2Co 7.7,11; 9.2), mas, em outros textos, claramente se refere à inveja (Rm 13.13; 2Co 12.20 e G1 5.2). Como um dos pecados capitais, Richard Gordon observou: “Os ressentidos, aqueles homens com câncer na psique, tornam-se os grandes assassinos”. “Não há muitas pessoas capazes de reprimir o segredo da satisfação com o infortúnio de seus amigos” (La Rochefoucauld, citado por Os Guiness, op. cit., p. 76). Lucas explica que a raiva do sumo sacerdote e dos saduceus no Sinédrio, que provocara a prisão dos apóstolos, brotou da inveja (At 5.17; cf. 13.45). Foram a inveja e as contendas que levaram a igreja de Corinto a rachar em quatro partidos (I Co 3.3).
Foi esse pecado que corroeu o coração de Saul. Após Davi vencer Golias, as mulheres cantavam e dançavam, dizendo: “Saul matou milhares, e Davi, dezenas de milhares”. Saul ficou muito irritado e aborrecido. Daí em diante, Saul olhava com inveja para Davi (I Sm 18.7). Tiago descreve a inveja como amarga (pikria, “amarga”, “áspera”), no sentido de zelo fanático na promoção de uma causa. Não dá abertura para outro irmão apresentar seu ponto de vista, mas discute com veemência que a posição dele é a única que deve ser considerada.
2) Ambição egoísta (erithian), junto com a inveja amarga, é incluída por Tiago. Essa ambição carrega o sentido de utilizar meios indignos e divisores para promover interesses próprios. Paulo usa essa palavra em Romanos 2.8 para descrever o egoísmo daqueles que “rejeitam a verdade e seguem a injustiça”. Paulo temia que chegando em Corinto encontraria “brigas, invejas, manifestações de ira, divisões [eritheiai], calúnias, intrigas, arrogância e desordem” (2Co 2.20). Se tais atitudes e hostilidade mútua podiam aparecer na igreja de Corinto, também poderiam surgir nas igrejas para as quais Tiago destinou essa carta. Poderão despontar na nossa igreja! Daí a advertência contra o perigo de se tornar um canal para ação demoníaca (v. 15).
3) “Não se gloriem disso” (v. 14). Jactar-se e orgulhar-se por causa das divisões na igreja, parece completamente incoerente. Possivelmente, alguém concordava com Paulo: “Pois é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhecidos quais dentre vocês são aprovados” (ICo 11.19). Mas a jactância que Tiago tem em mente, sem sombra de dúvidas, não tem nada de positivo.
Nesse contexto, gloriar-se da ambição egoísta nega a verdade que se prega. Somente amando-se uns aos outros como CRISTO os amou é que todos saberão que vocês são discípulos dele (Jo 13.34,35). Além disso, sabedoria que não tem sua origem na revelação bíblica, que se expressa em inveja amarga e ambição egoísta, que tem sua origem na natureza caída humana, combate a verdade do evangelho. Na oferta da salvação a todos que creem, DEUS oferece dignidade e aceitação. As atitudes egoístas separam e excluem. Endurecem as opiniões que podem ser falsas e nocivas. Por isso, Tiago, “o justo”, exorta seus leitores para que demonstrem sabedoria com mansidão.
“Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males” (v. 16). Confusão (gr. Akatastasia) significa desordem e transtorno.
Russell P. Shedd,. Edmilson F. Bizerra. Uma Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd Publicações.
A sabedoria pervertida, pois, corrompe o próprio homem, não sendo um lapso acidental e ocasional de má conduta.
·...inveja amargurada ...· Um mestre inveja a outro, ou um líder eclesiástico se enche de ciúmes por causa de outro, porque lhe parece «melhor» ou ·potencialmente melhor» do que ele mesmo, ameaçando assim atrair mais discípulos e louvor do que ele. Sua alma está doente, e ele começa a agir como servo do diabo, e não como um líder da igreja de CRISTO.
A inveja é uma das obras da carne, uma espécie de ódio, o contrário do amor, que é o fator orientador na família divina (ver João 14:21 e 15:10). O termo grego aqui usado é «zelos·, que significa ardor, ansiedade, zelo, mas que, em mau sentido, significa ambição desmedida, emulação, inveja. Portanto, ao deixar-se arrastar por tal defeito de caráter o indivíduo se esquece de que está servindo a CRISTO, e começa a servir a si mesmo, sem quaisquer reservas. Essa atitude propaga a enfermidade, e, logo a igreja se vê despedaçada por facções que defendem seus respectivos heróis. Seu zelo é amargo com interesses próprios. A fonte expede água salobra e abominável. Ao invés de alguém ser consumido de zelo pelo Senhor, o zelo carnal corrói a igreja. Assim, pois, supostos líderes carnais se tornam "asnos carregados de livros", conforme a literatura rabínica descreve os mestres orgulhosos e egocêntricos. Disse Vincent {in loc.): A emulação é a melhor tradução aqui, o que não envolve, necessariamente, a inveja; mas pode ser repleta do espírito de auto devoção.
·...sentimento faccioso...» As rivalidades entre os mestres logo criam rivalidades na igreja. Os homens esforçam-se por ser, cada qual, o líder mais poderoso: e aqueles que os apoiam adicionam combustível ao fogo, até que tudo é consumido pelas chamas devoradoras da carnalidade. Todos são zelotes, mas não em favor de CRISTO; são todos ambiciosos, mas somente em proveito próprio; todos estão consumidos de ardor, mas não do fogo celestial, e, sim, do fogo do inferno. As dissensões eclesiásticas sempre foram caracterizadas por situações assim, e quanto mais homens carnais são exaltados e transformados em heróis, ou se apresentam a outros como tais, maior é o desastre, embora tais homens se apresentem como quem salvará o investimento divino sobre a terra.
O termo grego aqui usado erithia, subentende a inclinação por usar meios indignos e divisórios para promover os próprios interesses.
Realmente indica o vício de um líder ou de um partido, criado pelo orgulho próprio: é a ambição partidária, a rivalidade partidária». (Hort).
Essa palavra veio a ser aplicada àqueles que servem em posições oficiais por causa de seus interesses egoístas, os quais, com essa finalidade, promovem o espírito partidário e faccioso. Por isso é que Rom. 2:8 diz. Que eles são contenciosos, ou literalmente, de facções. (Vinccnt, in loc.).
...nem vos glorieis disso...· Nada existe nisso de que um homem se possa orgulhar, e ninguém deveria sentir orgulho por esse tipo de realização da carne. (Ver I Cor. 1:29,30 - jactância humana). Essa forma de jactância, no próprio espírito faccioso, e naquilo que alguém ganha com isso, é uma afronta para a verdade, porquanto é exibição de uma vida falsa. A mente carnal, secretamente, quando não abertamente, se gloria em suas realizações, em sua forma de sabedoria pervertida. O autor sagrado repreende essa forma de atitude, como algo indigno em um mestre ou líder na igreja. Jacta-se ele: O triunfo malicioso, o mínimo ponto de vantagem obtido por um partido, era exatamente aquilo que foi calculado para amargurar o outro lado; isso é realmente o mentir contra a verdade, porquanto tão tolos triunfos são frequentemente obtidos às expensas da verdade. (Ocsterley, in loc.). Tais indivíduos se gloriam em seu conhecimento falso e em seus efeitos prejudiciais, ao invés de se gloriarem da verdade do evangelho.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 59.
“Confusão”, “desordem” e “tumultos” surgirão inevitavelmente na igreja onde cristãos, em especial os líderes, estiverem mais interessados em satisfazer suas ambições e causas partidárias, em lugar da edificação do corpo como um todo. Isto acaba em “toda espécie de coisas más” (BLH). Onde o coração dos indivíduos é errado, também será achada uma variedade de pecados sem fim.
Douglas J. Moo. Tiago. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 133.
Gl 5.19-21 Paulo comparou as obras da carne com as obras da vida cheia do ESPÍRITO, em 5.19-21 e 5.22,23. Os pecados da lista de Paulo classificam-se em quatro categorias. Estes pecados em particular eram especialmente habituais no mundo pagão, e os gálatas os teriam compreendido prontamente. Com poucas exceções, nós podemos também reconhecer estes pecados como presentes na nossa época atual.
Na primeira categoria, são mencionados três pecados sexuais;
• Prostituição - qualquer forma de relação sexual ilícita. A palavra serve para destacar o comportamento sexual proibido entre as pessoas ou a participação indireta como um espectador.
• Impureza - a impureza moral. Talvez nenhum ato sexual tenha ocorrido, mas a pessoa exibe uma grosseria e uma insensibilidade em questões sexuais que ofende aos demais. Um exemplo hoje seria o uso excessivo de humor sexual (ou o que se supõe que seja humor), em que as pessoas fazem declaração com um duplo sentido sexual.
• Lascívia — uma indulgência franca e excessiva quanto a pecados sexuais. A pessoa não tem sentimento de vergonha nem moderação. Este é o resultado da imoralidade e da impureza sexual.
Os dois pecados a seguir são pecados religiosos característicos da cultura pagã.
• Idolatria - adoração de ídolos pagãos. A pessoa cria substitutos para DEUS e então os trata como se fossem DEUS. Esta pessoa está se entregando a desejos humanos pecaminosos.
•Feitiçarias (ou participação em atividades demoníacas) — envolvimento com os poderes malignos, usando, às vezes, poções e venenos. Na idolatria, o indivíduo age submissamente com relação ao mal; na atividade demoníaca, o indivíduo é um agente ativo que serve aos poderes malignos.
Os oito pecados seguintes dizem respeito ao comportamento com relação às pessoas (relações interpessoais) que é motivado por desejos pecaminosos. E triste notar, mas muitos destes pecados são frequentemente vistos nas nossas igrejas hoje.
• Inimizades - uma situação de inimizade constante entre grupos. Isto pode ser um conflito real e não solucionado, cuja causa já foi esquecida, mas que resultou em muita amargura.
• Porfias - competição, rivalidade, conflitos amargos — as sementes e o fruto natural do ódio.
• Emulações (ou ciúmes) — o sentimento de ressentimento de que alguém tenha o que outro acha que merece.
• Iras - raiva egoísta. A forma plural transmite o significado de um comportamento contínuo e descontrolado.
• Pelejas (ou ambição egoísta) – a abordagem à vida e ao trabalho que tenta progredir à custa dos demais. Não somente pode se referir ao que chamamos de “vício de trabalho”, como também pode implicar em uma atitude mercenária, agressiva em relação aos demais, na busca dos próprios objetivos.
• Dissensões - fortes desentendimentos ou discussões. A situação que pode se instalar rapidamente entre as pessoas quando prevalece uma atitude desagradável.
• Heresias (ou o sentimento de que todos estão errados, exceto os do seu pequeno grupo) - a dissensão criada entre as pessoas por causa de divisões. Isto descreve a tendência de procurar aliados no meio do conflito. A geração quase espontânea de facções demonstra esta característica dos desejos humanos pecaminosos.
• Invejas — o desejo de possuir alguma coisa dada a outro ou conseguida por ele; ou até mesmo a lógica corrompida que grita: “Injusto!”, com respeito às circunstâncias de outra pessoa, e expressa o seguinte desejo; “Se eu não posso ter isto, eles não deveriam poder também!”
Finalmente, Paulo relaciona dois pecados, comuns às culturas pagãs, que estão frequentemente conectados com os rituais de adoração de ídolos;
• Bebedices - o uso excessivo de vinho e bebidas fortes.
• Glutonarias (ou “farras”) - “festas” com muita bebida, frequentemente cheias de promiscuidade sexual, eram associadas com as festividades para alguns deuses pagãos. Os banquetes em honra a Baco eram particularmente infames pela sua imoralidade.
• E coisas semelhantes a estas – Paulo acrescentou um “etc.”, para mostrar que a lista não estava, de maneira nenhuma, completa.
“Os que cometem tais coisas” refere-se ao modo de vida das pessoas que habitualmente exibem estas características.
As pessoas que habilmente exibem estas características se revelam escravizadas à natureza humana pecaminosa. Elas não são filhos de DEUS; consequentemente, não podem participar da herança do reino de DEUS. As pessoas que aceitaram CRISTO e que têm o ESPÍRITO SANTO dentro de si mesmas manifestarão esta nova vida, rompendo claramente com os pecados que foram listados acima, bem como com outros que sejam semelhantes.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 295-296.
Relações humanas não-cristãs (5.20c,21). Essas oito “obras da carne” estão no centro da lista de maus hábitos. Todas estas oito obras têm a ver com relações interpessoais, condição que destaca o fato de ser de grande preocupação para Paulo.
Inimizades (20, excelente tradução de echthrai) era atitude de vida aceita e aprovada nos dias do apóstolo. Com inimizade franca entre grupos raciais e culturais (e.g., gregos versus bárbaros, judeus versus gentios), não é de admirar que estas atitudes caracterizassem as relações entre as pessoas. Tudo isto é contrário à moral cristã, e Paulo determina sua verdadeira origem. “A mente da carne é inimizade contra DEUS” (Rm 8.7, lit.), e naturalmente resulta em inimizade contra os homens.
Zelos encontrada no Novo Testamento. Significa “ciúme” com conotação má. O significado nesta passagem é, obviamente, “ciúme.”
Uma das “obras da carne” mais complexa é ira (20, thymoi). Na Septuaginta, tem “extensa gama de significados: ira humana e ira divina, ira diabólica e ira bestial, ira nobre e ira destrutiva”. Paulo e outros escritores do Novo Testamento usam o termo primariamente com referência a homens. Na realidade, thymos é “raiva” que é verdadeira “loucura temporária”, refletindo hostilidade pecaminosa que é nitidamente um mecanismo de defesa da carne.
As próximas três “obras da carne” descrevem com mais detalhes as porfias (20, eris) analisadas acima, e são mais bem compreendidas em relação umas com as outras. A palavra pelejas (20, eritheiai) é traduzida de muitas maneiras, fato que espelha a incerteza sobre seu significado. Barclay conclui: “Nos escritos de Paulo, a palavra denota claramente espírito de ambição pessoal [cf. NTLH] e a rivalidade que resulta em partidarismo, o qual coloca o partido acima da igreja”. A ambição pessoal egoísta é deplorável em posições de confiança e responsabilidade pública, mas não é menos que trágico na igreja.
De estreita relação estão às dissensões (20, dichostasiai), cuja tradução melhor é “divisões”. A rivalidade, motivada por egoísmo, só pode resultar em divisões que destroem a unidade da igreja. Aqui, Paulo não está falando de diferenças fundamentadas em crenças sinceras; ele está preocupado com divisões ocasionadas por motivos errados, cuja procedência é determinada à carne pecaminosa. Diferenças honestas não são incompatíveis com comunhão harmoniosa, porque parte vital da liberdade e do amor é o respeito pelas opiniões dos outros, mesmo quando estas conflitam com a nossa.
Diferenças teológicas e eclesiásticas, fundamentadas em crenças, devem ser distinguidas de divisões motivadas por interesse congregacional.
Outro passo no caminho destrutivo da divisão é a heresia (haireseis). A transliteração heresia transmite mais da ideia de algo não ortodoxo do que o termo grego. A palavra original descreve basicamente um grupo que está unido pelas mesmas crenças ou conduta. Paulo usa o termo com referência aos elementos divisores na igreja que se formaram em grupos ou seitas. Tais grupos exclusivos (ou panelinhas) fragmentaram a igreja e “uma igreja fragmentada não é igreja!”
Inveja (phthonos, 21) é conceito totalmente ruim. Diferente de emulações (20, zelos), não há possibilidade de ser bom. A inveja produz ressentimento amargo e, na maioria das vezes, o esforço de privar os outros de sua felicidade e sucesso (cf. Rm 1.29; Fp 1.15).
O maior mal proveniente da raiva, inimizade, ciúme, inveja e rivalidade é o que eles fazem à igreja. Estas atitudes carnais pessoais produzem pelejas, divisões e grupos exclusivos.
As pessoas que “vivem na carne” não podem “viver em unidade”. Há “um caminho ainda mais excelente”, para o qual Paulo volta a atenção momentaneamente.
Paulo encerra a lista das “obras da carne” com dois termos cujos significados são totalmente óbvios: bebedices (methai) e glutonarias (komai). As Escrituras, e surpreendentemente o mundo dos dias de Paulo, reconheciam que a “embriaguez” (NVI) era vergonhosa e degradante. Embora o termo glutonarias fosse usado no grego secular com o significado simples de comemoração, no Novo Testamento descreve excessos que são mais bem descritos por devassidão e libertinagem. Tais ações contradiziam o testemunho cristão.
Esta lista, de modo algum, é conclusiva. A frase e coisas semelhantes (21) mostra que o escritor visava uma lista que fosse, em princípio, representativa dos males resultantes da vida segundo a carne. Sempre são possíveis armadilhas até para o homem de fé. Satanás é inimigo esperto e o pecado é enganoso. O cristão precisa examinar o coração e a vida sob a luz dos ensinos bíblicos e sob a orientação do ESPÍRITO.
É óbvio que Paulo exortara os gálatas em ocasião anterior (cf. 1.9; 4.13) sobre as consequências de tal vida. Ele os lembra desse fato e declara que esta carta é repetição da exortação — antes que o mal aconteça. Acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem“ tais coisas não herdarão o Reino de DEUS (21). O Reino de DEUS, do qual o homem que vive pela carne será excluído, é a esperança cristã da vida eterna com CRISTO aqui e no outro mundo. DEUS não tem padrão duplo, nem vê o crente por ângulo parcial, ignorando-lhe a conduta, m
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LIÇÃO 2 NA ÍNTEGRA COMO NA REVISTA
Escrita Lição 2, CG, Coisas de Cima e de Baixo, 3Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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ESCOLA DOMINICAL CENTRAL GOSPEL / JOVENS E ADULTOS - Lição 2 / ANO 2- N° 6
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. O USO RESPONSÁVEL DA FALA
1.1. A responsabilidade no ensino
1.2. O poder da língua
1.2.1. As seis imagens ilustrativas
2. OS DOIS TIPOS DE SABEDORIA
2.1. A sabedoria carnal
2.1.1. O resultado da falsa sabedoria
2.2. A sabedoria que vem do alto
2.2.1. Os atributos da verdadeira sabedoria
3. A RESISTÊNCIA ÀS PAIXÕES CARNAIS
3.1. A guerra interior: o conflito entre carne e espírito
3.2. Pedidos egoístas e motivações distorcidas
3.3. O cristão entre dois mundos
4. O CAMINHO PARA RESTAURAR A COMUNHÃO COM DEUS
4.1. Sujeição
4.2. Aproximação
4.3. Arrependimento e quebrantamento
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Tiago 3.2,3,8,9; Tiago 4.1-3,13,15
Tiago 3.2,3,8,9
2- Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
3- Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo.
8-(..) Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.
9- Com ela bendizemos a DEUS e Pai e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de DEUS,
Tiago 4.1-3,13,15
1- Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a sabor dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2- Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis.
3- Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
13- Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos.
15- Em lugar do que deveis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.
TEXTO ÁUREO
Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz. Tiago 3.18
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Provérbios 6.16-19 Sete coisas que o Senhor detesta
3ª feira - Romanos 12.6-8 Use seus dons com dedicação e amor
4ª feira - Tiago 3.13-18 Sabedoria pura promove paz e boas obras
5ª feira -Tiago 4.6-9 Humilhe-se diante de DEUS; resista ao diabo
6ª feira - Romanos 7.23,24 Luta interna entre a carne e a mente
Sábado - Tiago 4.7-10 Submeta-se a DEUS e Ele o exaltará
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
reconhecer que sábio é aquele que usa a língua para abençoar, não para amaldiçoar;
identificar as características próprias da sabedoria que vem do alto;
compreender a importância de resistir às paixões e submeter-se a DEUS.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, nesta lição, adote uma postura que estimule a reflexão pessoal e o diálogo coletivo. Ao abordar a sabedoria divina e o domínio da língua, incentive seus alunos a conectarem os ensinamentos de Tiago com situações práticas do cotidiano. Utilize exemplos contemporâneos para mostrar como palavras e atitudes podem tanto edificar quanto causar danos nos relacionamentos.
Mantenha um tom respeitoso e firme ao tratar das paixões carnais, destacando a importância de submeter-se a DEUS e resistir às tentações do mundo. Valorize a participação dos alunos, criando um ambiente acolhedor para o aprendizado mútuo e desafiando-os a aplicar a sabedoria do alto em suas vidas diárias.
Boa aula!
COMENTÁRIO - Palavra introdutória
Tiago é bastante direto em sua abordagem. Na lição anterior foram tratados temas variados, como a imparcialidade e a relação entre fé e obras; nesta, serão apresentados quatro aspectos centrais: o uso responsável da fala; os dois tipos de sabedoria; a resistência às paixões carnais; e o caminho para restaurar a comunhão com DEUS.
1. O USO RESPONSÁVEL DA FALA
Em sua epístola, Tiago ensina que quem deseja viver de forma piedosa deve ser tardio no falar (Tg 1.19) e capaz de controlar a língua (Tg 1.26).
A gravidade desse tema é também destacada em Provérbios 6.16-19. Nesse texto, três pecados abomináveis ao Senhor estão associados à língua: mentira, falso testemunho e a disseminação de contendas entre irmãos. Diante disso, o escritor sagrado inicia esta seção (Tg 3.1-12) alertando sobre os perigos do mau uso da fala.
1.1. A responsabilidade no ensino
Antes de abordar os malefícios causados pela língua, Tiago destaca a responsabilidade daqueles que ensinam: Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres (Tg 3.1a). No contexto das sinagogas e das reuniões da Igreja no primeiro século, era comum que qualquer pessoa pudesse falar, contribuindo para o ensino (At 13.15; 1 Co 14.26-33). Contudo, o irmão do Senhor adverte que nem todos estão preparados para exercer tal função (cf. Rm 12.7), pois aqueles que ensinam enfrentarão um julgamento mais rigoroso (Tg 3.1b). Assim, ele parte de algo solene e sublime (o ensino) para desenvolver o seu discurso sobre a importância da fala.
1.2. O poder da língua
A língua possui um poder imenso, capaz de gerar tanto a vida quanto a morte (Pv 18.21). No discurso de Tiago (Tg 3.1-12), observa-se que as palavras podem dirigir, como um leme conduz um navio; destruir, como o fogo consome (Pv 26.20,21); e oferecer prazer, como um manancial de palavras edificantes (Pv 10.11; 13.14).
1.2.1. As seis imagens ilustrativas
Para reforçar sua advertência, Tiago utiliza seis figuras simbólicas: o freio, o leme, o fogo, o animal, a fonte e a figueira (Tg 3.1-12). Cada metáfora ilustra uma lição clara: assim como uma fonte de água salobra só pode produzir água amarga, a língua reflete o que está no interior da pessoa (Pv 18.4). De maneira semelhante, uma árvore só pode dar frutos de acordo com sua espécie (Mt 7.16,17).
A mensagem de Tiago é clara: a língua deve ser controlada como um freio, direcionada como um leme, contida como um fogo, domada como um animal, usada para jorrar boas palavras como uma fonte de água (cf. Lc 6.45), e produzir frutos consistentes com a essência de nossa vida.
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JESUS afirmou que a sabedoria é justificada por seus filhos (Mt 11.19), destacando que a verdadeira sabedoria é reconhecida por seus frutos. Tiago, assim, aponta para as características e os resultados de cada tipo de sabedoria, evidenciando a superioridade daquela que procede de DEUS.
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2. OS DOIS TIPOS DE SABEDORIA
Nesta seção (Tg 3.13-18), o autor contrasta a sabedoria verdadeira, que é celestial, com a sabedoria falsa, que é terrena e carnal. A sabedoria que vem do alto reflete o caráter divino, enquanto a terrena está enraizada no egoísmo e nas paixões humanas.
2.1. A sabedoria carnal
O irmão de nosso Senhor aponta que sentimentos como a amarga inveja e o espírito faccioso são características destrutivas da sabedoria terrena (Tg 3.14). A inveja não é apenas o desejo de possuir o que é do outro, mas uma distorção interior que corrói e rompe os laços com o próximo (Pv 14.30). Já o espírito faccioso promove divisões e rivalidades, prejudicando relacionamentos e a unidade do povo de DEUS (Pv 18.1).
Essa sabedoria, por não vir do alto (v. 17), é classificada como animal e diabólica (Tg 3.15), estando em total oposição à natureza de DEUS.
2.1.1. O resultado da falsa sabedoria
A sabedoria terrena gera perturbação e obra perversa (Tg 3.16). Pessoas facciosas, embora habilidosas em persuadir os outros, acabam prejudicando a obra de DEUS. Esse tipo de conduta, aparentemente sensata à primeira vista, é perigosa e nociva, como Paulo adverte ao condenar a confusão nas comunidades cristãs (1 Co 14.33).
2.2. A sabedoria que vem do alto
Tiago destaca que a verdadeira sabedoria se manifesta em ações concretas (Tg 3.13), assim como relaciona a fé genuína à prática de obras (Tg 2.18), enfatizando que ambas devem ser evidenciadas no comportamento diário. O orgulho, marca distintiva da humanidade decaída, contrasta com a mansidão e a autenticidade provenientes de DEUS. Assim, quem é realmente sábio revela um espírito pacífico e comportamentos que refletem harmonia com a vontade eterna.
2.2.1. Os atributos da verdadeira sabedoria
A sabedoria celestial, por sua origem divina, possui características que a distinguem completamente da terrena. Tiago descreve suas qualidades (Tg 3.17). Ela é:
pura — está livre de corrupção ou amalgamento, reflete a santidade de DEUS;
pacífica — promove a paz e a reconciliação, em contraste com o espírito de perturbação (Tg 3.16; cf. Mt 5.9);
moderada — é gentil, equilibrada e indulgente (Gl 5.22);
tratável — demonstra disposição para ouvir e ceder quando necessário, sem arrogância;
cheia de misericórdia — mostra compaixão e sensibilidade às necessidades dos outros, rejeitando o egoísmo;
cheia de bons frutos — produz obras justas e evidências práticas de fé;
sem parcialidade — atua de forma íntegra, sem julgamento dividido ou mente dúplice (Tg 1.8);
sem hipocrisia — é sincera e verdadeira, sem máscaras ou fingimento.
Tiago ressalta que a verdadeira sabedoria transforma o caráter e as atitudes, refletindo a natureza de DEUS e edificando a comunidade de fé.
3. A RESISTÊNCIA ÀS PAIXÕES CARNAIS
Tiago denuncia os conflitos internos na comunidade cristã, identificando a carnalidade como a principal origem dessas disputas (Tg 4.1). Ele estabelece um contraste marcante entre os promotores da paz, que produzem frutos de justiça, e aqueles dominados por desejos egoístas, cujos corações estão cheios de contenda (Tg 3.18; 4.1).
3.1. A guerra interior: o conflito entre carne e espírito
Tiago descreve diferentes tipos de conflitos que prejudicam a unidade do Corpo de CRISTO. Observe:
guerra interior — ocorre no íntimo de cada indivíduo, reflete a constante luta entre os desejos da carne e a vontade do espírito (Tg 4.1; cf. Gl 5.17; Rm 7.23);
guerras interpessoais — quando não controlada, a guerra interior transborda para o convívio social, gerando guerras interpessoais motivadas por julgamentos precipitados e divisões, como as que Tiago aponta entre ricos e pobres (Tg 1.9-11; 2.1-9);
guerra com DEUS — aquele que se alia ao mundo se coloca contra DEUS, tornando-se Seu inimigo (Tg 4.4). Diante dessa realidade, Tiago alerta que os conflitos internos não resolvidos alimentam discórdias entre irmãos e levam, por fim, à oposição ao próprio DEUS. Por isso, a submissão ao Senhor e a busca por uma vida em sintonia com os princípios do Reino são essenciais para vencer essa batalha.
3.2. Pedidos egoístas e motivações distorcidas
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A teologia do Novo Testamento ensina o desapego aos bens materiais, ressaltando que o problema não está na posse de riquezas, mas na finalidade de seu uso. Muitos, apesar de demonstrarem fidelidade inicial, acabam se distanciando da Igreja ao alcançar maior prosperidade, evidenciando prioridades mal direcionadas.
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3.3. O cristão entre dois mundos
Ainda no quarto capítulo de sua epístola, versículos 4 a 7, Tiago usa palavras duras para repreender aqueles que dividem seus corações entre DEUS e o mundo. Ele declara que não é possível amar simultaneamente dois domínios opostos (Tg 4.4).
Tiago demonstra, nesses versos, a impossibilidade de agradar ao Senhor enquanto se mantém amizade com o sistema mundano, que está sob a influência do deus deste século (cf. 2 Co 4.4). Enquanto a mentalidade terrena incentiva a soberba, o Reino celestial valoriza a humildade (Tg 4.6).
4. O CAMINHO PARA RESTAURAR A COMUNHÃO COM DEUS
De forma abrupta, Tiago altera o tom de sua mensagem, passando da exortação para um apelo, de maneira semelhante ao profeta Isaías (Is 1.16-18). Nos versículos seguintes, ele utiliza uma série de verbos carregados de significado espiritual: sujeitai-vos, resisti, chegai-vos, limpai, purificai, senti, lamentai, chorai, convertei-vos e humilhai-vos (Tg 4.7-10). Esses imperativos chamam à ação prática, indicando um caminho de arrependimento, transformação e submissão à vontade de DEUS.
4.1. Sujeição
A sujeição é um princípio essencial na vida cristã, com implicações tanto no âmbito humano quanto no espiritual (Tg 4.7). No plano terreno, ela pressupõe uma relação entre autoridade e submissão, como exemplificado em diversas esferas: o homem deve sujeitar a terra (Gn 1.28); a esposa deve sujeitar-se ao marido (Ef 5.21); à Igreja, a CRISTO (Ef 5.24); o rebanho, ao pastor (Hb 13.7); os cidadãos, às autoridades (1 Pe 2.13); e os servos, aos seus senhores (1 Pe 2.18). Esse conceito, quando compreendido e aplicado corretamente, reflete um alinhamento com a ordem divina.
4.2. Aproximação
Chegai-vos a DEUS, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração (Tg 4.8). O verbo purificar, nesse verso, significa “tornar casto”. Esta ideia serve para se contrapor ao adultério espiritual mencionado em Tiago 4.4.
A busca por DEUS goza do princípio da reciprocidade: quando nos voltamos para Ele, Ele se volta para nós, o que implica também o oposto: quando nos afastamos de Sua presença, Ele também se distancia. Esse vínculo requer qualificações pessoais à altura da natureza divina. Ele é santo e requer santidade de quem dele se aproxima.
4.3. Arrependimento e quebrantamento
O apelo de Tiago envolve um profundo ato de humilhação (Tg 4.10), que inclui o reconhecimento de pecados e verdadeira contrição. Ele convoca os cristãos a lamentarem suas falhas, trocando a alegria superficial por lágrimas de arrependimento (Tg 4.9). Esse quebrantamento é um passo indispensável para o avivamento, pois nem sempre é tempo de celebração diante de DEUS. Embora a alegria do Senhor seja a força do cristão (Ne 8.10), há momentos em que o lamento e a humildade são necessários para restauração e comunhão plena com Ele.
CONCLUSÃO
Tiago é frequentemente considerado o livro da sabedoria do Novo Testamento, estabelecendo um paralelo com Provérbios e Eclesiastes no Antigo Testamento. Ele orienta os crentes a buscarem a sabedoria que vem do alto (Tg 3.17), capaz de moldar o caráter, tornando-os amáveis, equilibrados e aptos a enfrentar os desafios e conflitos da vida com graça e humildade.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quais são as seis figuras usadas por Tiago para ilustrar o poder da língua?
R.: Freio, leme, fogo, animal, fonte e figueira.
Fonte: Revista Central Gospel