20 novembro 2014

Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias - 2 parte

Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias - 2 parte
 
II – O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1. Tronos, “ancião de dias” e juízo divino (vv.9-14).
A escatologia está sendo abandonada por muitas igrejas e pregadores, porque entendem que a igreja não deve se preocupar com Israel, nem com o seu futuro. Algumas igrejas e pregadores preferem uma teologia horizontalizada que se preocupa, essencialmente, com “o aqui e agora”, com o “hoje”. Ensinam alguns que as profecias de Daniel e Apocalipse têm um caráter apenas alegórico e que pode ser descartado por temas atuais. Entretanto, não podemos descartar a importância dessas profecias que apontam para o futuro.
A visão de Tronos e do Juízo de DEUS (7.9-14)
O texto diz: “foram postos uns tronos”(7.9).A partir do versículo 9, Daniel vê uma cena de juízo da parte de DEUS contra o quarto animal, ou seja, a quarta Besta que aparece na visão com um vislumbre escatológico para o Anticristo. Esses tronos, no plural, indicam vários juízos aplicados nos dias da Grande Tribulação. E interessante notarmos que os tronos de juízo aparecem simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando todos aqueles juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos. Esses tronos vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns personagens especiais se assentam para julgar. O texto lembra um tribunal como a Suprema Corte que reúne juízes para julgar. O próprio DEUS, Juiz Supremo, se assenta no seu Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs 12.19; Jó 1.6). “o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de dias”, ganha destaque na visão de Daniel. É uma figura humana que ilustra o respeito pelo que DEUS é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”; muito mais que alguém respeitado pela idade, porque DEUS é o Supremo Juiz, que aparece como um “ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito às pessoas idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras hebraicas atiz e yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do DEUS Todo poderoso como Juiz supremo, que derramará seus juízos contra os reinos do mundo que tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura do “ancião de dias” é utilizada para identificar a DEUS como aquEle que tem autoridade e poder para julgar, especialmente, contra o personagem daquele “pequeno chifre”.
A sua “veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e santidade. DEUS é SANTO (Is 6.1-4) e está rodeado de anjos santos.
“ Um rio de fogo manava e saía de diante dele” (7.10). Como vislumbrar a glória que envolve a majestade divina? A figura do fogo ilustra o que DEUS é: santo, puro, iluminador, purificador. A visão do profeta Isaías no capítulo 6 do livro seu livro ilustra a glória do fogo diante do Trono de DEUS. O versículo 10 fala da santidade do “ancião de dias” que é o Pai Celestial e a relação do seu trono com o fogo que manava do Trono para falar de pureza e justiça. As “rodas do trono” indicam que DEUS não é uma figura estática como os promulgará a sentença final contra o quarto animal (Roma) e o Chifre Pequeno, representado como o grande opositor dos interesses de DEUS para com Israel (7.11,12).
“milhares de milhares o serviam diante dele” (7.10). Daniel percebe que o fogo que manava e saía de diante dEle é identificado com os anjos celestiais que o servem. Os anjos são seres espirituais que podem tomar muitas formas, porque não possuem forma que se possa identificá-los. Na visão de Daniel eles são chamas de fogo que se diversificam em milhares de seres que servem ao Trono do Supremo DEUS.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 107-108.
Três coisas muito encorajadoras são aqui reveladas:
I- Que há um julgamento por vir, e DEUS é o Juiz. Agora os homens têm o seu dia, e todo embusteiro acredita que deveria ter o seu dia, e luta por isso. Mas Aquele que se senta no céu ri deles, pois vê que vem chegando o seu dia (SI 37.13). “Eu olhei” (v. 9) até que os tronos foram derrubados, não somente os tronos desses animais, mas todo governo, autoridade, poder, que são estabelecidos em oposição ao reino de DEUS entre os homens (1 Co 15.24): assim são os tronos dos reinos do mundo, em comparação com o reino de DEUS. Aqueles que os vêem estabelecidos precisam esperar apenas pouco tempo, e os verão derrubados. Eu olhei até que os tronos foram postos (assim se pode ler este texto). O trono de CRISTO e o trono de DEUS Pai. Um dos rabinos confessa que esses tronos são estabelecidos, um para DEUS, outro para o Filho de Davi. E o julgamento que está instalado aqui (v. 10). Assim sendo:
1. O objetivo é proclamar o sábio e justo governo do mundo por DEUS através de sua providência. Há algo que proporciona uma satisfação indizível a todos os homens bons em meio às convulsões e às agitações dos estados e dos reinos: que o Senhor tenha preparado o seu trono nos céus, que o seu reino domine sobre tudo (SI 103.19), e que verdadeiramente há um DEUS que julga na terra (SI 58.11).
2. Ele possivelmente aponta para a destruição trazida pela providência de DEUS sobre o império da Síria, ou de Roma, por sua opressão ao povo de DEUS. Mas:
3. O episódio parece principalmente planejado para descrever o último julgamento, pois embora não suceda imediatamente depois do domínio do quarto animal, e embora ainda esteja por vir daqui a muitas eras, ainda assim fora planejado para que em todas as gerações o povo de DEUS se encorajasse mesmo sob as suas dificuldades, através da convicção e da perspectiva de um evento tão importante quanto este julgamento. Enoque, o sétimo depois de Adão, profetizou sobre isso (Jd 14). A boca do inimigo fala grandiosamente (v. 8). Mas aqui estão coisas muito maiores, ditas pela boca do Senhor. Muitas das predições do Novo Testamento sobre o julgamento que virá contêm uma clara alusão a essa visão, e nesse sentido podemos mencionar especialmente a visão de João (Ap 20.11,12).
(1) O juiz é o próprio Ancião de dias, DEUS Pai. A glória da sua presença é descrita aqui. Ele é chamado de Ancião de dias, porque Ele é DEUS de eternidade a eternidade. Entre os homens se acredita que com o ancião esteja a sabedoria, e que o tempo julgará. Não deverá, então, toda carne ficar em silêncio diante Daquele que é o Ancião de dias? A glória do Juiz é demonstrada aqui por sua vestimenta, que era branca como a neve, simbolizando o seu esplendor e a sua pureza em todas as aplicações da sua justiça. E os seus cabelos eram limpos e brancos, como a pura lã, para que, tal como a cabeça grisalha dos mais velhos, Ele mostre que é altamente venerável.
(2) O trono é esplêndido. E como a chama ardente, terrível para os maus que serão intimados a comparecer diante dela. E sendo o trono móvel sobre rodas, ou ao menos a carruagem na qual ele percorria o trajeto, suas rodas são como o fogo ardente, para devorar os adversários. Pois o nosso DEUS é um fogo consumidor, e com Ele estão as labaredas eternas (Is 33.14). Isso é detalhado no versículo 10. Para todos os seus amigos fiéis, procede do trono de DEUS e do Cordeiro um rio puro de água da vida (Ap 22.1), do mesmo modo como para todos os seus implacáveis inimigos emana de seu trono uma torrente flamejante, uma torrente de enxofre (Is 30.33), um fogo que devorará diante dele. Ele é uma testemunha veloz, e a sua palavra é uma palavra que se move sobre rodas.
(3) Os servos são numerosos e muito admiráveis. A Shekiná está sempre acompanhada por anjos. E assim aqui (v. 10): Milhares de milhares o servem, e dez mil vezes dez mil estão diante dele. E para a sua glória que tenha tais servos, mas é uma glória ainda maior não precisar deles, nem tirar proveito deles. Veja como são numerosos os exércitos do céu (há milhares de milhares de anjos), e quão dispostos a servir estão - eles se postam diante de DEUS, prontos para se encarregarem de suas missões e agir ao primeiro sinal de sua vontade e agrado. Eles serão especialmente utilizados como ministros da sua justiça no último dia, no julgamento final, quando o Filho do homem chegar, e com Ele todos os santos anjos. Enoque profetizou que o Senhor viria com miríades de seus santos.
(4) O processo é justo e irrepreensível: O julgamento será estabelecido, pública e abertamente, para que todos possam recorrer a ele. E os livros serão abertos. Assim como nos tribunais de julgamento entre os homens, os procedimentos são colocados por escrito e sob registro, sendo expostos quando a causa chega à audiência. O interrogatório das testemunhas é realizado, e os depoimentos lidos, para esclarecer os fatos, e os estatutos e a lei comum são consultados para se saber como é a lei. Da mesma forma, no julgamento do grande dia, a equidade da sentença será tão incontestavelmente evidente como se houvessem livros abertos para justificá-la.
II- Que os orgulhosos e cruéis inimigos da igreja de DEUS certamente terão que sofrer o acerto de contas, e serão destruídos no devido tempo (w. 11,12). Isto nos é aqui representado:
1. Na destruição do quarto animal. A desavença de DEUS com esse animal se deve à voz das grandes palavras que a ponta emitia, oferecendo resistência ao Céu, e prevalecendo sobre tudo o que é sagrado. O comportamento orgulhoso do inimigo ofende a DEUS mais do que qualquer outra coisa (Dt 32.27). Por essa razão, o faraó deve ser humilhado, porque disse: Quem é o Senhor? E também porque disse: Eu perseguirei, Eu alcançarei. Enoque profetizou que por isso o Senhor viria para julgar o mundo, para que pudesse condenar a todos os que são ímpios, por suas duras palavras (Jd 15). Note que as palavras pronunciadas com arrogância são apenas palavras inúteis, pelas quais os homens terão que prestar contas no grande dia. E veja o que resta desse animal que fala tão alto: Ele está morto, e seu corpo destruído e entregue para ser queimado pelo fogo. O império sírio, depois de Antíoco, foi destruído. Ele próprio morreu vítima de uma doença deplorável. Sua família foi exterminada. O reino foi destruído pelos partos e armênios, e, por fim, foi transformado por Pompeu em uma província do império romano. E o próprio império romano (se o considerarmos como o quarto animal), depois que começou a perseguir o cristianismo, declinou e definhou, e a sua sociedade foi destruída. “Assim perecerão todos os teus inimigos, O Senhor! E serão mortos diante de Ti”.
2. Na degradação e no enfraquecimento dos outros três animais (v. 12): Eles tiveram seu domínio retirado, e então ficaram impossibilitados de provocar os danos que haviam causado à igreja e ao povo de DEUS. Mas uma prolongação de vida lhes foi dada, até um tempo e uma época, uma hora marcada, cujos limites eles não podem ultrapassar. O poder dos reinos anteriores estava completamente aniquilado, mas o seu povo ainda permanecia em uma condição pobre, frágil e baixa. Podemos fazer referência a isso descrevendo os resíduos do pecado nos corações das pessoas boas. Elas, cujas vidas são prolongadas, possuem em si corrupções, de forma que não estão completamente livres do pecado, mas o domínio deste foi retirado, de modo que o pecado não reine em seus corpos mortais. E, dessa maneira, DEUS lida com os inimigos de sua igreja. Algumas vezes Ele quebra os dentes deles (SI 3.7). Quando Ele não lhes quebra o pescoço, reprime a perseguição, como também retarda a punição aos perseguidores, para que eles possam ter um tempo para se arrepender. E é justo que DEUS, ao realizar a sua obra, faça-o no seu próprio ritmo, e à sua própria maneira.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 869-870.
Dn 7.9: “ O presente versículo, e os que seguem, encontram paralelos nos de Ap 1.13 a 16, onde cena similar está em foco. Ali o Senhor JESUS é o filho do “Ancião de dias”, e por essa razão tem a mesma natureza do Pai. E aquele que morreu com trinta e três (33) anos de idade. Depois de levar os nossos pecados na cruz e suportar uma eternidade de dores; tem cabelos brancos como a neve. Entre o povo de DEUS, a “coroa de honra são as cãs” (Pv 16.31). Certamente a alvura dos cabelos na pessoa de CRISTO provém, em parte, da intensidade de glória celestial, e em parte da sua sabedoria e, sobretudo, da sua idoneidade moral. No “ancião” do texto em foco, a brancura dos cabelos não significa velhice, antes sugere a eternidade, indicando também pureza e divindade.
Dn 7.10: “... milhões de milhões” (de anjos). O presente versículo tem seu paralelo em Ap 5.11, onde lemos que “milhões de milhões e milhares de milhares” de anjos estavam ao redor do trono de DEUS. Os anjos são mencionados em toda a extensão das Escrituras Sagradas, onde são vistos por mais de 273 vezes, e, no caso do texto em foco, encontramos “milhões de milhões e milhares de milhares”. A angelologia do Antigo Testamento afirma que os anjos são tão numerosos, que o seu número é incalculável para a habilidade humana. O doutor Bancroft, citando Gabelein diz que “em Hb 12.22 os anjos são indicados como uma inumerável companhia, literalmente, miríades. De acordo com Lc 2.13, multidões de anjos apareceram na noite do nascimento de CRISTO; claramente foram vistos cruzando o céu da Palestina, clamando de alegria em vista do início da nova criação, como tinham feito no princípio da primitiva criação. Quão vasto é o número deles! somente o sabe aquele cujo nome é Jeová-Sabaote, o Senhor dos Exércitos”.
Dn 7.11: "... o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado...” O presente versículo tem seu cumprimento literal em Ap 19.20, onde lemos: “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”, O Anticristo e o seu falso profeta serão lançados vivos no ardente lago de fogo, no juízo, pois mereceram. O fato de que os dois serão lançados “vivos” no lago de fogo significa, para alguns eruditos, que não poderão ser homens ordinários, e, sim, seres demoníacos, que se apresentarão como homens. Mas a verdade é que serão homens, embora possuídos por Satanás. O texto em foco diz que o corpo da terrível fera será queimado. A besta e o falso profeta, serão os dois agentes diretos do dragão, preparados como “filhos da perdição”. Eles inaugurarão o ardente lago de fogo. Isso se coaduna realmente com sua natureza: ela (a Besta) saiu do abismo (Ap 11.7) e irá à perdição (Ap 17.8), seu destino final.
Dn 7.12: “Foi-lhes tirado o domínio”. O texto em foco prediz a ruína dos três primeiros impérios mundiais: Babilônico, Medo-persa e o Greco-macedônio. Mas a palavra divina dizia, ao mesmo tempo, que eles continuariam a existir, mas sem o poder de governar. A sua continuação de existência deve relacionar-se com a vinda do tempo determinado por DEUS. As grandes dinastias do mundo tiveram seus períodos áureos na história, mas depois declinaram; alguns destes exemplos podemos deduzi-los, tanto das profecias como da própria história. O Egito dos Faraós, a Grande Babilônia dos caldeus e a Roma dos Césares, foram, em verdade, verdadeiros impérios de ferro que subjugaram, mataram, destruíram e reduziram nações inteiras à escravidão. Mas, com o passar do tempo, DEUS, pouco a pouco, foi-lhes tirando o domínio; hoje os impérios babilônicos, Medo-persa, Greco-macedônio e Romano, não mais existem, e os países situados nos seus antigos territórios não têm projeção mundial como potências.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 138-140.
Juízo das Nações (7.9-13). Aqui temos uma previsão dos juízos do Apocalipse, culminando no Juízo das Nações, na vinda do Filho do homem (v. 13). (Ler aqui Mateus 25.31-46 e Apocalipse 19.11 ss.) O "Ancião de Dias" (vv. 13,22) é DEUS. (Ver Isaías 57.15 - Aquele "que habita a eternidade".) O versículo 13 também mostra que JESUS e o Pai Eterno são duas pessoas distintas. Logo a seguir vemos JESUS recebendo o reino (v. 14): "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu CRISTO, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Ap 11.15).
Antônio Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de DEUS Para os últimos dias. Editora CPAD.
 
2. O “Filho do Homem” (vv.13,14).
FILHO DO HOMEM
I. Sentido da Expressão e Algumas Estatísticas
II. Origem Veterotestamentâria
III. Uso da Expressão no Novo Testamento
I. Sentido da Expressão e Algumas Estatísticas
No hebraico, ben-adam (Sal. 8:4; 80:17; Dan. 7:13; Eze. 2:1-3). No grego, o uiõs toü anthrôpou (em Mateus, 32 vezes; em Marcos, 14 vezes; em Lucas, 26 vezes; em João, 12 vezes; em Atos, 7 vezes; em Hebreus, uma vez; no Apocalipse, duas vezes – um total de noventa e quatro vezes no Novo Testamento, sempre nos lábios do próprio Senhor JESUS, exceto em João 12:34, Atos 7:56; Heb. 2:6; Apo, 1:13 e 14:14).
No hebraico a idéia é a de alguém que pertence à raça de Adão; no grego, a idéia é a de alguém que pertence à raça humana.
Tradicionalmente, essa expressão, «Filho do homem.., designaria a humilde humanidade de JESUS CRISTO, fazendo contraste com sua natureza divina. Esse sentido está envolvido na expressão; mas, quando examinamos o que a Bíblia tem a dizer a respeito, vemos que uma significação muito mais profunda é transmitida nas Escrituras Sagradas.
II. Origem Veterotestamentâria
- O texto de Salmos 8:4, ...que , o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o visites parece aplicar-se tanto aos homens mortais quanto a JESUS CRISTO, em sua encarnação, quando ele se identificou com os homens. Em Salmos 80:17, encontramos o desejo expresso, durante um período de declínio nacional em Israel, pelo aparecimento de algum herói nacional que redimisse a Israel. Essas foram idéias iniciais que ajudaram a formar a consciência judaica acerca da necessidade do aparecimento do Messias. Ele seria o Homem por excelência, que serviria de modelo a todos os homens. Em Ezequiel 2:1-3, a expressão «Filho do homem», que nesse livro aparece por um total de quarenta e cinco vezes, designa «um filho de Adão por motivo de descendência». Porém, a mais importante ocorrência da expressão «Filho do homem», no Antigo Testamento, encontra-se em Daniel 7:13. Muitos estudiosos estão certos de que ali a expressão alude, primariamente, à personificação do Israel ideal, ou então dos santos do Altíssimo; porém, com um sentido mais profundo, está em foco a figura do Messias prometido, contemplado já em sua glória futura. Lemos ali: «Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem, e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído... Um homem a quem cabia uma glória que só a DEUS pode ser atribuída, não poderia ser um mero homem. De fato, à proporção que avança a revelação bíblica sobre o Messias, mais claro vai se tomando que ele não seria apenas um homem extraordinário, ou algum grande guerreiro salvador de Israel de seus inimigos, mas seria o DEUS homem, um figura ímpar e multifacetada. O que nos deixa admirados é que o povo judeu não tenha entendido isso, nem antes do aparecimento de CRISTO, quando só havia expectações messiânicas, e nem quando do aparecimento de CRISTO. Mas, se o povo judeu em geral não compreendeu quem era JESUS CRISTO (como também não o entendem todos os gentios que permanecem na incredulidade), o remanescente eleito compreendeu. Quando JESUS estava no mundo, exclamou: «Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar» (Mat. 11:25-27). Compreender a verdade espiritual que cerca a figura do Filho do homem, JESUS CRISTO, é uma questão de revelação divina, e não de perspicácia humana. O conceito do «Filho do homem>> começa no Antigo Testamento, embora cautelosamente, ainda que inequivocamente. E só no Novo Testamento chega à sua plena fruição.
Mas, voltando ao Antigo Testamento, em Daniel 10:16, o profeta refere-se a «...uma como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios», E, dois versículos adiante: «Então me tomou a tocar aquele semelhante a um homem, e me fortaleceu». No hebraico, a expressão envolvida é «semelhante a Adão», Sim, 'aquela figura ainda não era um Adão, um homem, porque ainda não se encarnara, O termo hebraico enosh, «homem», algumas vezes é usado como sinônimo de ben-adam ; «filho do homem» (ver, por exemplo, Jó 25:6; Sal. 8:4; 90:3; 144:3). Essa palavra hebraica ocorre por um total de quarenta vezes no Antigo Testamento. O termo hebraico geber, «poderoso», empregado por cerca de setenta vezes no Antigo Testamento, foi usado por Jeremias de modo especial, quando disse: ..Porque o Senhor criou coisa nova na terra: a mulher infiel virá a requestar um homem (Jer, 31:22). Mas literalmente, essa passagem diria «uma fêmea envolverá um poderoso», cf. Isa. 7:14.
III. Uso da Expressão no Novo Testamento
Já vimos que das noventa e quatro ocorrências da expressão «Filho do homem», no Novo Testamento, apenas por cinco vezes não foi JESUS quem a usou. - Portanto veremos abaixo as razões e o uso que JESUS faz; da expressão, e depois examinaremos aquelas cinco ocorrências da expressão, usada por escritores do Novo Testamento.
1. RaziIeI de JESUS no Uso da expressão Filho do Homem
A primeira razão, naturalmente, que JESUS estava cônscio de que era o Messias. Daniel usa a mesma em um inequívoco sentido messiânico, Portanto quando JESUS se chamou de «Filho do homem» (o que fez por oitenta e nove vezes), isso era o equivalente a dizer: «Eu sou o Messias... A segunda razão é que esse titulo permitia-lhe ocultar-se quanto à sua verdadeira identidade. O povo judeu não estava preparado para recebê-lo como o Messias. De fato, apenas por uma vez, nos evangelhos, JESUS declara-se abertamente o Messias. Isso ocorreu por ocasião de seu diálogo com a mulher samaritana: Lemos: "Eu sei, respondeu a mulher, que há de Vir o Messias, chamado CRISTO; quando ele vier nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe JESUS: Eu o sou, eu que falo contigo» (João 4:25,26). A mulher samaritana aceitou JESUS como o Messias, ou CRISTO, prometido. Quando ela foi falar com seus conterrâneos, indagou: «Vinde comigo, e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o CRISTO» (João 4:29). Nunca mais JESUS deu a si mesmo o titulo profético de Messias. Mas fazia-o disfarçadamente, sempre que se intitulava ..Filho do homem... Essas considerações permitem que concluamos que o títulos «Messias.. «Filho do homem e «CRISTO» são os mesmos perfeitos. Quando entendemos isso, então toda aura de mistério que circunda a expressão "Filho Do homem" desaparece. Só para exemplificar isso, consideremos o diálogo entre certos Judeus incrédulos e JESUS. Perguntaram eles: «Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o CRISTO, dlze-o francamente. Respondeu-Ihes JESUS: Já vô-Io disse, e não credes. As obras que eu faço em nome do meu Pai, testificam a meu respeito. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas João 10:24-26).
O efeito da pergunta, sobre JESUS, teria sido o mesmo, se os judeus tivessem perguntado se ele era o Messias ou o Filho do homem. A resposta de JESUS foi afirmativa mas ele também mostrou que não tinha ilusões a respeito deles. JESUS sabia que só as suas ovelhas, os seus escolhidos, chegam a crer nessa profunda verdade.
Uma terceira razão de JESUS, quando usou a expressão «Filho do homem», é que assim ele se identificava com a humanidade dependente (Mat. 8:20: Luc. 9:58). Essa idéia reflete Sal. 8:4: «...que é o homem, que dele te lembres? e o filho do homem, que o visites? .. Temos ai a base do ensino da kenosis, ou humilhação de CRISTO, quando de sua encarnação, e que Paulo se encarrega de desdobrar e explicar melhor. Ver Fil. 2:5-8. Nessa .passagem aprendemos que a encarnação não fez com que o Filho de DEUS deixasse de ser DEUS, somente porque agora era também o Filho do homem. O que sucedeu, porém, é que JESUS se esvaziou, assumindo a forma de servo, tomando-se em semelhança de homem; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou... » Por essa razão é que JESUS viveu na dependência e na orientação do ESPÍRITO SANTO. Esse estado de apequenamento, pois, JESUS exprimia com o uso da expressão «Filho do homem».
Uma quarta razão é que a expressão «Filho do homem» indicava a sua missão remidora (Mat. 9:6 e Luc. 19:10). Sem importar como entendam «as chaves do reino (Mat. 16:19), DEUS determinara exclusivamente para o Filho do homem a autoridade de perdoar pecados sobre a terra. Em outras palavras, DEUS só se tomou Salvador dos homens quando se tomou homem, na pessoa de JESUS CRISTO e o que lemos em Hebreus 2:14: «Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou..
Uma quinta razão é que a expressão «Filho. Do homem» indicava a completa vitória de JESUS CRISTO como nosso Redentor (João 3:14). O Filho do homem não seria vencido nem na cruz e nem no sepulcro, porquanto haveria de ressuscitar dentre os mortos. E então como homem perfeito, ele seria o nosso Medidor. Não ê precisamente isso que nos diz Paulo? «Porquanto há um só DEUS e um só Mediador entre DEUS e os homens, CRISTO JESUS, homem (I Tim. 2:5).
Finalmente, a sexta razão pela qual JESUS lançou mão da expressão «Filho do homem», é que a mesma aponta para o Senhorio universal de JESUS CRISTO (Mar. 14:62). Sendo JESUS o Filho dó homem, uma vez ressuscitado, pouco antes de sua ascensão, ele exprimiu esse senhorio mediante uma palavra de ordem: «Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do ESPÍRITO SANTO; ensinando-os a guardar todas as causas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mat. 28:18-20).
Cumpre-nos notar que o âmago da mensagem apostólica era precisamente o senhorio universal de CRISTO. A palavra «Senhor», quando aplicada a CRISTO, é usada por cento e dez vezes somente no livro de Atos. Na qualidade de Senhor, o Filho do homem é o Juiz de todos os homens (Mat. 13:41,42; 19:28). As qualificações de JESUS, para operar como Juiz de todos os homens é que ele era DEUS encarnado, vitorioso sobre todos os adversários e sobre a própria morte, e se identificara perfeitamente com o gênero humano, ao ponto de conferir sua natureza divina aos homens que o aceitassem como Salvador. João retratou vividamente o desempenho do Filho do homem, no dia do juízo, em Apocalipse 20:11-15.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag.742-743.
FILHO DO HOMEM - Uma tradução do aramaico bar'enas e do grego huios tou anthropou. A expressão tem vários significados nas Escrituras, dependendo do contexto. Em Salmos 8.4, significa "homem" em geral; em Ezequiel 2.1, enfatiza a diferença entre o profeta humano e o Senhor que fala com ele e por meio dele; em Daniel 7.13, a expressão refere-se a uma figura semelhante a um ser humano, mas também sobrenatural, líder dos santos do Altíssimo (Dn 7.18); enquanto no Novo Testamento a expressão é normalmente usada como um título para o Senhor JESUS (exceto em Apocalipse 1.13; 14.14).
O título aparece mais de 80 vezes no Novo Testamento, todas nos Evangelhos, exceto uma (veja Atos 7.56, a única passagem em que não é usada por nosso Senhor; João 12.34 não é uma exceção verdadeira, porque aqui é usada como uma citação das palavras do Senhor JESUS). Alguns autores descobrem outros três significados para a expressão: 1) como uma descrição daquele que virá (escatológica, Mt 24.27); 2) como referência ao sofrimento e à morte do Senhor JESUS (Mc 8.31); e 3) como uma descrição do seu ministério de ensino e cura na terra (Mc 2.10,28). Outros diferenciam duas categorias: 1) as palavras escatológicas; e 2) as palavras que se referem à missão do Senhor JESUS na terra.
Um recente estudo de J. M. Ford (JBL, LXXXVII [1968], 257-266) argumenta que o Senhor JESUS usava o título como um eufemismo para "o Filho de DEUS", pois na Palestina a última expressão poderia soar como uma blasfêmia perante um público semita. Quando o cristianismo espalhou-se pelo mundo gentílico, a última expressão foi utilizada, e é notável que a expressão "o Filho do homem" nunca apareça nas cartas do Novo Testamento. O que foi original no uso do título pelo Senhor JESUS? W. Barclay (The Mind of JESUS, p. 155) argumenta que foi o fato de que Ele conectava o título com os seus sofrimentos e a sua morte. Porém outros consideram que essa ideia já esteja presente em Daniel 7, ou seja, que é por meio do sofrimento que "aqueles que são como o Filho do homem" (aqui identificados com os "santos do Altíssimo") são absolvidos e glorificados. Por que o Senhor usa um título tão enigmático como este? Talvez ao menos por duas razões: 1) o título era suficientemente genérico para incluir todos os aspectos da sua pessoa e da sua obra, quer presentes ou escatológicos; e 2) tomava de surpresa os seus ouvintes, chamava a atenção deles e os obrigava a perguntar: "Quem é esse Filho do Homem?" (Jo 12.34).
Embora alguns negassem que o Senhor JESUS tivesse usado esse título para si mesmo, a igreja palestina o atribuiu a Ele (por exemplo, Bornkamm, JESUS of Nazareth, p. 230), e a maioria dos autores da atualidade o aceitam como uma autodesignação genuína, na verdade a mais notável das autodesignações do nosso Senhor (como Hunter, Barclay, Klausner, Cullmann). E. Stauffer (New Testament Theology, p. 108) chega a escrever: "Mas a contribuição da história das religiões nos ensinou mais do que isso. 'Filho do Homem' é simplesmente a mais audaciosa autodescrição que qualquer homem no antigo Oriente poderia ter usado".
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 800.
 
3. A Grande Tribulação (vv.24,25).
“tempo, tempos e metade de um tempo” (7.25). Esse texto aponta, literalmente, o período de tempo em que ocorrerá um grande sofrimento no mundo, especialmente, contra Israel. Será o período quando “o chifre pequeno”, e na linguagem do Novo Testamento o “anticristo”, firmará o concerto com Israel por “uma semana” (Dn 9.27). Esse período ganha uma linguagem metafórica quando fala de “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”(v. 25). Esse período equivale a “três anos e meio”, ou a “42 meses”, ou “a 1260 dias” (Dn 12.7; 9.27; Mt 24.21,22; Ap 7.14). E interessante notar que a primeira metade da semana de três dias e meio será de artifícios políticos do Anticristo simulando um tipo de paz nas relações de Israel com as nações. Até que o Anticristo quebre o pacto e comece a pressionar e perseguir a Israel, atraindo o apoio das nações contra Israel. Então se inicia a segunda metade da semana prescrita da Grande Tribulação. “O tempo dos gentios” será, literalmente, o tempo do ódio mundial contra Israel. Na primeira metade dos sete anos (três anos e meio) o Anticristo fará acordos com Israel os quais não cumprirá. Nesse primeiro período ele exercerá poder e influência política e econômica sobre Israel. Depois, quebrará o pacto feito e não cumprirá o acordo com Israel e fará pressões e incitará as nações para guerrear contra Israel para destruí-lo.
A Grande Tribulação não será para a Igreja de CRISTO. A igreja será, antes da Grande Tribulação, arrebatada para o céu e os mortos em CRISTO serão ressuscitados gloriosamente (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18). Portanto, o Messias virá para Israel e para o mundo e a igreja não estará na terra. O Messias virá para cumprir o sonho desejado e profetizado para intervir no “poder dos gentios” sob o comando do Anticristo e assumirá o Reino sobre a terra.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 112.
Dn 7.24 O presente versículo e outros correlatos mostram a ascendência e desenvolvimento, e consumação do Império Romano. Mas, a profecia diz que daquele mesmo reino, no futuro, “se levantarão dez reis”. Isso significa que durante o período sombrio da Grande Tribulação, se levantarão dez reis dentro dos limites do antigo Império Romano. São eles as dez pontas que João contemplou na cabeça da Besta que subiu do mar (Ap 13.1). Em Ap 17.12, o anjo celestial faz a interpretação para João daqueles chifres, dizendo: "... os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam ó reino, mas receberão o poder como reis, por uma hora, juntamente com a besta”. Esses dez monarcas escatológicos serão dez agentes de Satanás, que, auxiliados por ele, ajudarão o Anticristo em sua política sombria pela conquista do mundo. (Comp. Ap 17.13).
Dn 7.25 "... um tempo, e tempos, e metade dum tempo”. O texto em foco, tem seu paralelo em Dn 12.7 e 14. O famoso comentador G. H. Pember diz que o sentido é: “um ano, dois anos, e metade de um ano”. Então, porque se diz “tempo, e tempos, e metade de um tempo, em vez de três tempos e meio? Parece que não é sem razão, pois, segundo o modo judaico de calcular, três anos juntos precisariam o acréscimo de um mês. De maneira que o período seria 1.290 dias em vez de 1.260, mas referindo-se a um dos anos, separadamente, evita-se este resultado. Isto é confirmado em Ap 11.2, 3 (diz Geo Lang) quando a cidade de Jerusalém será pisada pelos gentios pelo espaço de tempo de 42 meses.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 146-147.
O que é essa ponta que por enquanto levará a melhor sobre os santos?” A isso, o seu intérprete responde (w. 23-25) que esse quarto animal é um quarto reino que devorará toda a terra, ou (como deve ser entendido) a terra inteira. As dez pontas são dez reis, e a pequena ponta é outro rei que subjugará três reis, e será muito agressivo contra DEUS e o seu povo. Ele agirá: (1) Muito impiedosamente em relação a DEUS. Ele falará grandiosamente contra o Altíssimo, desafiando tanto a Ele quanto a sua autoridade e a sua justiça. (2) Muito arrogantemente para com o povo de DEUS. Ele enfraquecerá os santos do Altíssimo. Ele não os liquidará imediatamente, mas os debilitará através de longas opressões e uma série interminável de sofrimentos impostos a eles, arruinando suas propriedades e enfraquecendo as suas famílias. O plano de Satanás era destruir os santos do Altíssimo, para que o precioso e bendito Senhor não se lembrasse mais deles. Mas a tentativa foi em vão, pois, enquanto o mundo existir, DEUS terá nele uma igreja. Ele pensará em mudar os tempos e as leis, para abolir as práticas e as instituições da igreja, visando levar todos a falar e agir exatamente como ele desejava que fizessem. Ele pisoteará as leis e as práticas humanas e divinas. Diruit, aedificut, mutat quadrata rotundis - Ele destrói, ele constrói ele transforma quadrado em circulo, como se pretendesse alterar até mesmo os próprios regulamentos do céu. E nessas ousadas tentativas ele progredirá e terá sucesso por algum tempo. Eles lhe serão entregues nas mãos por um tempo, tempos e metade de um tempo (isto é, por três anos e meio), aquela famosa medida de tempo profética com a qual nos deparamos no Apocalipse, que algumas vezes é chamada de quarenta e dois meses, e às vezes 1260 dias, que é o mesmo período. Mas ao término desse tempo, o julgamento será instaurado, e o seu domínio será tirado (v. 26).
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 872.
 
III - A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1. A visão (vv.13, 14).
“e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem”
(7.13,14). Nestes dois versículos, Daniel chega ao clímax das visões e revelações. A Palavra de DEUS nunca se contradiz nem submerge com contradição. Pelo contrário, ela se complementa, se interpreta e se aplica a si mesma conforme as necessidades dos que servem a DEUS. No versículo 13 está escrito literalmente que o Filho do homem “vinha nas nuvens do céu”. Esta profecia é repetida em Atos 1.9-11, onde os anjos anunciavam que o JESUS que subiu gloriosamente ao céu haveria de vir. Posteriormente, na revelação que JESUS deu ao seu amado apóstolo João, a mensagem é repetida: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram”(Ap 1.7). Daniel, em sua visão, viu esse personagem que vinha nas nuvens do céu e se identificava como “o filho do homem”, o qual se dirigiu ao Ancião de DEUS. Não há dúvida que se tratava de JESUS, a segunda pessoa da Trindade. Este “filho do homem” recebeu a concessão de poder e domínio sobre todas as nações para que o servissem, porque o seu domínio seria um domínio eterno que não passaria e seu reino não seria destruído. O título “filho do homem” tem um sentido messiânico, porque se refere, primeiramente, à vida terrena de JESUS. Porém, esse mesmo JESUS que foi rejeitado pelos judeus em sua primeira vinda e que se manifestou como “o filho do homem”, virá gloriosamente e com a aparência de “filho do homem” para desfazer o reino do Anticristo e tomar o reino de Israel e se assentar no Trono de Davi (Zc 14.1-4). Ele receberá o poder, a glória e o domínio sobre a terra quando descer para instalar o reino milenial na terra. Ao introduzir o Reino de DEUS na terra, em sua vida terrena, como o Verbo divino feito carne (Jo 1.1,14) JESUS CRISTO, virá a segunda vez, e inaugurará uma nova fase do governo de DEUS na terra, instalando um reino de mil anos (Ap 20.2,6).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 109-110.
Dn 7.13 "... um como o Filho do homem”. Filho do homem é um título que freqüentemente é aplicado à pessoa de CRISTO (Mt 16.13). Ele é declarado “Filho de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). Ele se tornou o “Filho do homem” para que nós, humanos, nos tornássemos filhos de DEUS” (Jo 1.12).
Dn 7.14 "... foi-lhe dado o domínio”. O presente versículo coloca em foco o Milênio de CRISTO, o Ungido do Senhor. Isso acontecerá diante do toque da sétima trombeta escatológica de Apocalipse 11.15. Esse toque de trombeta assinala o tempo em que “O mistério” de DEUS deve ser cumprido, “no Céu e na Terra”. Na Bíblia temos uma série de mistérios, mas o que está em foco, fala do “mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em CRISTO todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos [o Milênio?], tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ver Ef 1.9 a 10). O domínio e reino do presente texto, para que todos os povos, nações e línguas o servissem, é o estabelecimento do Reino de DEUS sobre a terra, que começará com o reino milenar de CRISTO (Ap 20.1-6). O reino de DEUS e de CRISTO é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de CRISTO e de DEUS”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 140-141.
“Quanto tempo?” (8.13-14). DEUS revelou a Daniel por meio da conversa de seres santos que o tempo do mal não seria prolongado. A pergunta era: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (13). E a resposta veio: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado (14). De que maneira devemos entender essa simbologia de números? Jerônimo apresenta uma interpretação muito simples e sensata:
Se lermos os livros dos Macabeus e a história de Josefo, vamos encontrar registrados lá que [...] Antíoco entrou em Jerusalém e, depois de provocar uma devastação geral, voltou novamente no terceiro ano e ergueu a estátua de Júpiter no Templo. Até o tempo de Judas Macabeu [...] Jerusalém ficou devastada por um período de seis anos, e por três anos o Templo ficou maculado — totalizando dois mil e trezentos dias mais três meses.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530.
A cena não estava terminada. Outros elementos de alta valia estavam ainda por surgir e Daniel confessa que, nas suas visões da noite, depois de todo o cenário já descrito, viu vindo, com as nuvens do céu, UM como o Filho do Homem e que dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele (v. 13). A vinda com as nuvens do céu desperta em nossa mente um simbolismo evanescente e sublime, pois é UM que tem os ares como sua morada, e não conta com elementos terrestres para se conduzir. Quando JESUS se apresentava como o Filho do Homem tinha este simbolismo como base e também é o que Ezequiel apresenta em sua longa profecia.
A vinda deste UM, Filho do Homem, indica que o julgamento não ficou concluído, pois a Ele restava a palavra final. Não temos qualquer dúvida quanto a este Filho do Homem (não filho do homem), figura singular lídimo representante da raça humana, e que domina sobre todos os reinos simbolizado nas quatro eras. A ele pertencem o Reino e a majestade, a honra e a glória. O reino universal é dele, e não dos reinos simbolizados nas quatro feras.
Daniel diz claramente: Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; e seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído (v. 14). Como Daniel nos informa, esta inigualável figura celestial, escoltada por miríades de miríades de seres angelicais, foi levada até onde estava o Juiz supremo, e o reino eterno lhe foi entregue. Reino que não será jamais destruído. É assim o reino de CRISTO. Um quadro mais perfeito do governo e domínio de CRISTO não poderíamos esperar de uma visão profética. Só o Apocalipse tem figuras iguais. Somos gratos a DEUS que, lá dos confins da história, nos vem esta alegoria tão perfeita quanto seria possível, nos domínios humanos, a respeito de nosso Senhor JESUS CRISTO.
Mesquita. Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
2. “Os santos do Altíssimo” (v.18).
Dn 7.18 Este versículo e outros correlatos do livro de Daniel, apontam em sentido profético, para o Milênio de CRISTO. Nessa época, todos “os reinos do mundo virão a ser de nosso Senhor e do seu CRISTO, e Ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15), e os santos recebê-lo-ão como algo que lhes será confiado pelo “Filho do homem”, e o possuirão para sempre. O presente capítulo apresenta o “Filho do homem” como uma figura central na posse do Reino.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 143.
Dn 7.18 - Os “santos do Altíssimo" são o verdadeiro Israel, o povo governado pelo Messias. JESUS CRISTO deu o reino ao novo Israel, sua Igreja, que é composta por todos os crentes fiéis. Sua vinda prenunciava o Reino de DEUS. cujos cidadãos são todos os crentes (ver também 7.22.27). Apesar de DEUS permitir a perseguição por um tempo, o destino de seus seguidores é possuir o reino e estar com Ele para sempre.
BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1104.
Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade (18). O fim da história não deverá ocorrer em decorrência de uma explosão atômica ou da destruição do que é bom. O alvo do projeto de DEUS é o reino de DEUS e a consumação e preservação de tudo o que é bom e belo e verdadeiro e santo.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 527.
 
3. Destruição do Anticristo (vv.26,27).
Dn 7.26 O Apóstolo Paulo fala a seu filho Timóteo, na segunda carta, cap. 4.1 o que segue: “Conjuro-te pois diante de DEUS, e do Senhor JESUS CRISTO, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda [parousia] e no seu reino [Milênio]...” O texto em foco diz, de fato, o que acontecerá na vinda de CRISTO com poder e grande glória. A Besta e seus agentes serão julgados naquele grande dia da ira de DEUS e do Cordeiro. (Ver 2 Ts 2.8 e Ap 19.20). O supremo juízo de DEUS desfará todo e qualquer império do mal; o reino será estabelecido para que os santos do Altíssimo reinem e o Senhor JESUS CRISTO reine sobre eles. Esses acontecimentos terão lugar sete anos após o arrebatamento da igreja, aqui na terra. Todo o domínio das trevas será aniquilado ante a face do Senhor em glória, e todo o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo.
Dn 7.27 O presente versículo terá sua consumação em Ap 11.15, onde lemos: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu CRISTO, e ele reinará para todo o sempre”. Ali haverá, após a grande vitória de CRISTO no vale do Armagedom, o estabelecimento do reino milenar, então o domínio, e a majestade dos reinos do mundo serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. Em Ap 10.7, é previsto este grande acontecimento, e em 11.15, a sua consumação. Este grande “segredo de DEUS” mencionado na passagem anterior, é, sem dúvida, o estabelecimento do reino de DEUS na terra, que começará com o reino milenar de CRISTO, como pode ser depreendido do texto em foco, de Daniel. O reino de DEUS e de CRISTO é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de DEUS e de CRISTO”.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 147-148.
Obs.: Ev. Luiz Henrique - Satanás, após o milênio e sua total derrota para CRISTO, será lançado no lago de fogo. os seguidores de Satanás terão a mesma sorte que seu líder.
E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. Apocalipse 19:20
E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. Apocalipse 20:10
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:15
 
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 8 - Os Impérios Mundiais E O Reino Do Messias
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE. Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E o reino, e o ____________________________, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao ___________________________ dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os __________________________ o servirão, e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Enquanto os__________________________ humanos __________________________, o Reino de DEUS se __________________________ através de JESUS CRISTO.
 
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
3- Qual a mudança de narrativa no capítulo sete de Daniel? Quais as principais diferenças entre as narrativas anteriores e as do capítulo sete?
(    ) Agora estamos diante de uma série de quatro visões do profeta.
(    ) É o "apocalipse do Antigo Testamento" apresentando quatro impérios simbolizados por quatro animais.
(    ) A visão do capítulo dois foi dada a um rei que se converteu, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um profeta de DEUS, o profeta Daniel.
(    ) A visão do capítulo dois foi dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um servo de DEUS, o profeta Daniel.
(    ) Veremos que em Nabucodonosor, a visão revela o lado político dos impérios apresentados como uma grande estátua.
(    ) Em Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado moral e espiritual desses impérios.
(    ) Os fatos são os mesmos, mas os objetivos das duas visões têm finalidades distintas.
(    ) No capítulo sete, DEUS revela a Daniel o fim dos quatro impérios e o surgimento do reino eterno do Messias prometido.
 
I. A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS (Dn 7.1-8)
4- Quando Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais?
(    ) No primeiro ano do rei Nabucodonor, que era regente da Babilônia.
(    ) No primeiro ano do rei Belsazar, que era co-regente com o seu pai, Nabonido da Babilônia.
(    ) No primeiro ano do rei Ciro, que era regente da Babilônia e do reino da Média e da Pérsia.
 
5- Como foi a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3)? Complete:
a) O "__________________________ com asas de águia" (v.4). Animal semelhante ao __________________________ com asas de águia. Asas do __________________________ eram arrancadas. Animal foi erguido da terra, posto de pé como um ser humano e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O___________________________ representava o império da __________________________. b) O ___________________________ (v.5). Figura semelhante a um ____________________________. Erguido de um lado e tinha em sua boca três __________________________. "Levanta-te, devora muita carne". O ________________ simbolizava o império __Medo-Persa__. c) O __________________________ com quatro asas (v.6). Este possuía quatro cabeças e tinha quatro asas de aves em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O __________________________ simbolizava o império da ___________________________. d) Uma aparência indescritível (vv.7,8). "Terrível, espantosa e extremamente forte”. Ela tinha enormes dentes de __________________________, comia e triturava o que encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia ainda dez ___________________________. Enquanto Daniel prestava atenção nos dez __________________________, um ______________________ pequeno surgiu entre os dez; mas três dos primeiros dez ________________________ foram arrancados pela raiz. No ________________________ pequeno havia também olhos como "olhos humanos" e uma boca que proferia "palavras arrogantes". O animal, aqui descrito, simbolizava o império _______________________.
 
6- O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais duas figuras. Quais são?
(    ) A do anticristo e a do Filho do Homem.
(    ) A do Ancião e a do Filho do Homem.
(    ) A do Anjo do Senhor e a do Filho do Homem.
 
7- Qual a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma visão (vv.15-27)?
(    ) As figuras dos animais. Significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma.
(    ) A ênfase no quarto animal. Roma foi o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia administrativa, mas frágil (barro).
(    ) A ênfase no quinto animal. Roma foi o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia administrativa, mas frágil (barro).
(    ) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. outro rei, representado pelo pequeno chifre, se levantará após os dez reis e abaterá os três primeiros. Este pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na pessoa de Antíoco Epifânio.
 
II. O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA
8- O que significa Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-14), na segunda parte da visão de Daniel?
(    ) Aqui trata do julgamento celeste. O versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou".
(    ) Aqui trata do julgamento no Tribunal de CRISTO. O versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou".
(    ) A figura de vários tronos tipifica um contexto de julgamento e justiça.
(    ) A profecia nos fala que o juiz do julgamento é o "ancião de dias", isto é, DEUS é retratado no livro tendo cabelos brancos e vestido de branco. ("Juiz de toda a terra” visto por Abraão em Gn 18.25).
(    ) O tribunal demonstrado no sétimo capítulo de Daniel revela que DEUS julgará "o pequeno chifre" e decretará a sentença final contra o quarto animal (Roma).
(    ) Aqui está o ápice da visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades, crueldades e perversidades das nações deste mundo!
 
9- O que significa a expressão "Filho do Homem" (vv.13,14)?
(    ) JESUS CRISTO (filho do homem ) virá pela terceira vez e instaurará o governo literal de DEUS no mundo, o reino milenial.
(    ) A expressão "filho do homem" aparece mais de 80 vezes no livro de Ezequiel.
(    ) A fórmula é regularmente traduzida como "homem" ou "ser humano", pois na Bíblia trata-se de expressões sinônimas.
(    ) Tanto em Daniel quanto em Ezequiel, "filho do homem" refere-se a um ser humano distinto que recebe de DEUS a soberania celestial.
(    ) Posteriormente, os santos apóstolos de CRISTO identificaram "filho do homem" com a pessoa de JESUS de Nazaré.
(    ) Em o Novo Testamento, JESUS (filho do homem) introduziu o Reino de DEUS no mundo como o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de DEUS.
(    ) Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra.
(    ) JESUS CRISTO (filho do homem ) virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de DEUS no mundo, o reino milenar.
 
10- Como será a Grande Tribulação (vv.24,25) e qual a atuação do Anticristo e de CRISTO ai?
(    ) Segundo a visão conservadora, tradicional e evangélica, estamos diante de um texto que aponta para um tempo de grande sofrimento no mundo, especialmente em relação à nação de Israel.
(    ) O Anticristo será afastado e uma parte do Reino de DEUS será estabelecida por um período de tempo.
(    ) "O chifre pequeno", advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro no planeta.
(    ) Na linguagem neotestamentária, ele é o "Anticristo", o blasfemador de DEUS e dos seus preceitos.
(    ) Por "um tempo, e tempos, e metade de um tempo", o "Anticristo" terá autoridade no mundo.
(    ) Esse período equivale a "três anos e meio", ou "quarenta e dois meses" ou "mil e duzentos e sessenta dias".
(    ) Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos como a Grande Tribulação e o fim do "tempo dos gentios".
(    ) Nos primeiros "três anos e meio" o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os cumprirá.
(    ) Este é o período de grande poder e influência política desse líder mundial sobre o mundo e os judeus.
(    ) O Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira.
(    ) O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de DEUS será estabelecida para sempre!
 
III. A VINDA DO FILHO DO HOMEM
11- Como será a vinda do filho do homem, no final da Grande Tribulação?
(    ) O reino de CRISTO será temporário, por um período curto, mas jamais perecerá.
(    ) O versículo 13 de Daniel afirma que o "filho do homem" voltará nas nuvens do céu.
(    ) Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11 quando da afirmação dos anjos sobre a volta do CRISTO de DEUS: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse JESUS, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir".
(    ) Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio JESUS: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram".
(    ) O reino de CRISTO será eterno, único e jamais perecerá.
 
12- Quem são os “Os santos do Altíssimo” (v.18)?
(    ) Para os primeiros leitores do livro de Daniel, a expressão “os santos do Altíssimo” era identificada por eles como o povo judeu que fazia parte da Grande Tribulação.
(    ) Para os primeiros leitores do livro de Daniel, a expressão “os santos do Altíssimo” era identificada por eles como o povo judeu que estava em cativeiro.
(    ) Entretanto, de modo mais abrangente, e de acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação progressiva da Palavra de DEUS ao longo da história bíblica, esses grupos de mártires e santos são os crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os lugares, tribos e nações, que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do Cordeiro.
 
13- Como será a “destruição do Anticristo” (v.26,27)?
(    ) DEUS intervirá na história dos judeus e trará juízo contra o Anticristo.
(    ) DEUS não intervirá na história dos judeus por causa do juízo que eles trouxeram sobre eles devido à sua idolatria.
(    ) Este será julgado e condenado para sempre.
 
14- A Igreja de CRISTO, lavada e remida no sangue do Cordeiro, passará pela Grande Tribulação?
(    ) Sim. Mas não passará pelo grande sofrimento que virá sobre todos no final, mas será logo tirada do mundo para estar para sempre com o Senhor.
(    ) Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de CRISTO será tirado do mundo para estar para sempre com o Senhor.
 
CONCLUSÃO
15- Complete:
Lamentavelmente, devido à multiplicação da "doutrina" da ______________________, e de muitas igrejas e pregadores propalarem o "aqui e agora", a profecia bíblica quanto ao futuro ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as _______________________ de Daniel e do Apocalipse são ______________________ e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão com a era atual. Estudemos a Palavra de DEUS para não nos acharmos _______________________, deleitosos e não sejamos, pois, a ________________________ contemporânea (Ap 3.14-22)!
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva
 

19 novembro 2014

Vídeos da Lição 8 - Os Impérios Mundiais e o Reino do Messias, 5 partes, 4Tr14, Ev Henrique, EBD NA TV

11 novembro 2014

Lição 7 - Integridade em Tempos de Crise, 1 parte

Lição 7 - Integridade em Tempos de Crise, 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO
"Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa" (Dn 6.4).
 
 
VERDADE PRÁTICA
A integridade deve ser a nossa marca, compreendendo igualmente coração, mente e vontade.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 7.8 DEUS julga-nos conforme nossa integridade
Terça  - Jó 1.1; 2.3 Jó era homem íntegro
Quarta - 1 Rs 9.4 Integridade é símbolo de inteireza
Quinta - Mt 6.19-24 JESUS ensinou sobre a integridade
Sexta - 2 Cr 25.2; 1 Rs 9.4 Integridade em tudo
Sábado - 1 Jo 2.15-17 Integridade é não dividir o coração
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 6.3-5, 10, 11, 15, 16, 20
Daniel 6.3 Então, o mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. 4 Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. 5 Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu DEUS.
Daniel 6.10 Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu DEUS, como também antes costumava fazer. 11 Então, aqueles homens foram juntos e acharam Daniel orando e suplicando diante do seu DEUS.
Daniel 6.15 Então, aqueles homens foram juntos ao rei e disseram ao rei: Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou ordenança, que o rei determine, se pode mudar. 16 Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu DEUS, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.
Daniel 6.20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e, falando o rei, disse a Daniel: Daniel, servo do DEUS vivo! Dar-se-ia o caso que o teu DEUS, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
 
INTERAÇÃO
Daniel viveu em uma sociedade pagã, porém ele manteve-se fiel e temente ao Senhor. Foi um importante profeta e estadista que fez a diferença diante dos reis a quem serviu. A vida deste servo de DEUS não foi nada fácil. Ele experimentou terríveis provas, como a cova com leões famintos, mas em todas elas agiu como um vencedor. Embora exercendo importantes funções no reino, Daniel não descuidava da sua vida de oração e não permitiu que um edito real o tirasse da presença de DEUS. Tem você, professor, também uma vida devocional como Daniel? Não permita que dificuldade alguma o impeça de se achegar a presença de DEUS em oração. Jamais espere que uma situação difícil chegue para lhe ensinar a respeito da oração.
 
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber  que Daniel era um homem íntegro, mesmo vivendo em um meio corrompido.
Analisar o caráter íntegro de Daniel.
Compreender porque Daniel foi parar na cova dos leões.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro da página abaixo de maneira que cada aluno tenha o seu.  Utilize-o para introduzir a lição. Mostre todos os reis a quem Daniel serviu e enfatize o caráter íntegro deste servo de DEUS, mesmo estando em um meio político corrupto. Explique que a fé de Daniel fez com que ele se mantivesse inabalável. A nossa fé em DEUS nos livra das investidas de nossos inimigos e nos leva a ter uma vida íntegra.
 
 
Resumo da Lição 7 – Integridade Em Tempos De Crise
I. DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO EM UM MEIO POLÍTICO CORRUPTO (Dn 6.1-6) 
1. Dario reorganiza o governo e delega autoridade administrativa (Dn 6.1-3).
2. Daniel se torna alvo de uma conspiração (Dn 6.4,5).
3. O perigo das confabulações políticas.
II. DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO QUE NÃO TRANSIGIU COM SUA FÉ EM DEUS  (Dn 6.10-16) 
1. Nenhuma trama política mudaria em Daniel o seu hábito devocional de oração (Dn 6.10).
2. A momentânea vitória dos conspiradores.
3. Preservando a integridade (Dn 6.18-22). 
III. DANIEL NA COVA DOS LEÕES (Dn 6.16-24) 
1. Daniel preferiu morrer a se dobrar diante de um edito maligno (Dn 6.16,17).
2. Daniel foi protegido da morte pelo anjo de DEUS  (Dn 6.22,23).
3. DEUS mais uma vez foi glorificado através da vida de Daniel (Dn 6.22,23,25-28).
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) Mesmo vivendo em uma sociedade pagã, corrompida pelo pecado, Daniel se manteve íntegro.
SINOPSE DO TÓPICO (2) A fé de Daniel contribuiu para que ele tivesse uma vida devocional bem-sucedida.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Daniel não se dobrou diante de um edito maligno. Ele foi fiel e o Senhor o livrou dos leões.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico
"Os  males  da inveja (6.4)
Os companheiros de cargo de Daniel, movidos por amarga inveja, tinham más intenções contra o servo de DEUS.
Todos têm de vigiar contra este monstro destruidor: a inveja. Ainda neste versículo vemos outra virtude de Daniel: integridade de caráter 'nenhum erro nem culpa'. O plano diabólico de matar Daniel seria executado através dos dirigentes do povo, e da vaidade do rei. Em Daniel 2.12, o Diabo, em seu plano anterior de matar Daniel, agiu através da ira do rei Nabucodonosor. Agora ele usou outro rei e outras armas: a presunção, a vaidade, o orgulho, a vanglória pessoal.
O Diabo percebeu que Daniel seria o homem que intercederia junto a DEUS, com oração e jejum, para que os cativos de Israel retornassem à sua terra.
Por movido de orgulho e vaidade, o rei assinara o decreto de morte (v. 9). Ainda hoje, muitos decretos, leis, estatutos, resoluções, decisões, votações e reuniões são feitas para prejudicar os outros" (GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse: Como entender o plano de DEUS para os últimos dias.  Rio de  Janeiro: CPAD, 2006, p.38).
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Bibliológico
"Avanço Político de Daniel (6.1-3)
Na reorganização do governo, Dario seguiu a política liberal de Ciro e logo dividiu a responsabilidade da administração. A nomeação de 120 presidentes, sobre os quais foram colocados três príncipes, pode ter sido um arranjo temporário para assegurar a coleta regular dos impostos e manter um sistema de arrecadação e contabilidade. A breve explicação do versículo 2 parece indicar isso: aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
Dos três presidentes, Daniel se distinguiu. E Dario encontrou nele um espírito excelente e planejava estender sua autoridade sobre todo o reino.
Daniel devia ter em torno de 85 anos ou talvez se aproximasse dos 90 anos. Ele tinha passado diversas crises políticas. Agora, a sua reputação de homem íntegro e honesto chegara ao conhecimento dos novos governantes. Talvez informantes tenham aconselhado os novos governantes acerca da posição de Daniel na noite fatal da queda de Belsazar. Quaisquer que fossem as circunstâncias, o homem de DEUS estava pronto para servir onde fosse necessário.
Um homem de fidelidade e honestidade é desconcertante para maquinadores desonestos. Ver Daniel prestes a receber uma promoção que o colocaria acima deles era mais do que os príncipes e os presidentes podiam tolerar. Eles precisavam destruir Daniel a qualquer custo. O fracasso em encontrar falhas na administração de Daniel os fez buscar uma maneira de atacá-lo no seu ponto mais forte, sua religião e a lei do seu DEUS.
O rei foi ingênuo no que tange à sugestão dos inimigos de Daniel. Era bastante comum para os governantes dos medos e persas colocar-se no lugar de um dos seus deuses e requerer a adoração do povo. Dario sentiu-se lisonjeado em ser o centro da devoção religiosa por um mês, assim, assinou esta escritura e edito" (PRICE, Ross E.; GRAY, Paul C. (Eds.). Comentário Bíblico Beacon.  Vol. 4. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.518-9).
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular  de Profecia Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
 
INTEGRIDADE EM TEMPOS DE CRISE
É possível ser íntegro em meio à corrupção? É possível sujeitar-se a DEUS quando ao nosso redor estamos cercados de exemplos contrários ao ideal divino? Estas são as perguntas norteadoras desta sétima lição.

Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 39.
A história
O capítulo seis de Daniel revela que o profeta fora colocado como um alto oficial do Império de Babilônia no governo de Nabucodonosor e, posteriormente, Dario o assentara como líder de governo do império Medo-Persa. Dario dividiu a escala de poder do império Medo-Persa da seguinte maneira: três príncipes supervisionavam os 120 presidentes constituídos nas províncias do império (w. 1,2). Daniel era um dos príncipes. Mas entre os três o profeta se destacara.
Os príncipes e os presidentes armaram uma cilada política envolvendo a religião do império. Não podiam sujar o caráter de Daniel nas esferas sociais, morais e políticas, então os príncipes e presidentes do império usaram a religião para atingir a vida de Daniel. O plano: durante trinta dias quem dirigisse uma prece a DEUS ou a um homem seria lançado na cova dos leões. Ainda assim, o profeta Daniel não alterou a sua rotina. Todos os dias, Daniel dirigia-se para uma sala no andar superior da sua casa, onde se punha de joelhos para orar (além de ajoelhar-se, os judeus ficavam de pé com as mãos erguidas para o céu e também prostravam-se como diante de DEUS). Até que foi denunciado pelos seus colegas de governo e Daniel condenado a cova dos leões. (122 homens conspiraram contra Daniel).
Política e Religião
A história da humanidade registra testemunhos contundentes acerca da mistura entre a religião e a política. A exemplo dos inimigos de Daniel, muitos usaram a religião para se beneficiarem politicamente. Eles não criam em nada: no culto que praticavam e no deus que diziam servir. Apenas usavam e abusavam desses expedientes da religião com o fim de colocar os seus interesses políticos em primeiro lugar. A história da igreja confirma a tragédia do Corpo Institucional de CRISTO quando se misturou o poder temporal e o espiritual. "O meu Reino não é deste mundo" disse JESUS.
A Igreja Católica Romana perdeu-se no caminho por se achar detentora do poder temporal do "Sacro Império Romano". Algumas Igrejas Protestantes se amalgamaram com o Estado. Vide a divisão da Anglicana, Luterana e Reformada na Europa! O que dizer das igrejas brasileiras envolvidas com a política partidária?
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 39.
 
Observação minha - Ev. Henrique - Dario, o medo - Existem várias interpretações sobre a origem do rei Dario, o medo. Josefo acreditava que Dario era filho de Astiages, conhecido pelos gregos por outro nome. Isso significaria que ele era neto de Ciaxeres, o grande aliado medo de Nabucodonosor. Podemos considerar que este Dario poderia ser o líder dos medos, um tal Gubaru que é chamado de “Governador da Babilônia e do Distrito Além do Rio”. O certo é que o governo da Babilônia começou com um "medo" e depois passou a pertencer a ao império medo-persa governado por Ciro.
 
 
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES
INTRODUÇÃO
O relato do capítulo 6 de Daniel é uma história que obedece a organização cronológica na cabeça do escritor, por isso, os fatos dessa história acontecem dentro do segundo império depois da Babilônia, de Nabucodonosor. Assume o reino o novo império, com dois aliados da Média e da Pérsia e passou identificado como o reino medo-persa, inicialmente, com Dario, o medo, de 522 a 486 a.C. Neste tempo, Daniel não era um jovem quando iniciou-se o governo do novo reino. Já haviam se passado, aproximadamente, 60 anos e Daniel estava com aproximadamente 80 anos de idade e ainda gozava de prestígio e confiança no novo reino.
Porém, a história do capítulo 6 é um testemunho pessoal de Daniel. É uma história que destaca o valor da integridade moral e espiritual em meio à corrupção que dominava o coração de alguns políticos do novo reino medo-persa. Daniel era um ancião respeitado, não só pela idade avançada, mas pela história de fidelidade aos demais monarcas, desde Nabucodonosor. Desde jovem, quando fora como exilado judeu para a Babilônia até o início do novo império (medo-persa) haviam se passado uns 60 anos. Durante todo esse tempo Daniel foi leal aos reis que passaram e nunca se descuidou de sua relação com o seu DEUS.
Diferente dos outros homens do palácio, Daniel era um homem que tinha a lealdade como um princípio de vida. Sabia ser fiel e leal aos seus chefes sem trair seus valores morais e espirituais. Sua integridade moral chamava a atenção e causava inveja dos outros príncipes dentro do palácio. “A vida de Daniel prova que um homem pode ser íntegro tanto na adversidade como na prosperidade”, como escreveu Hernandes Dias Lopes, em seu Comentário de Daniel. O sábio Salomão citou um provérbio que retrata a pessoa de Daniel, quando diz: “A integridade dos retos os guia; mas, aos pérfidos, a sua mesma falsidade os destrói”(Pv 11.3 —ARA).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 89-90.
 
“A lição desta história é a lição da lealdade aos mandamentos de DEUS sobre a fé religiosa. Ele sempre honrará os que observarem fielmente esses preceitos. A religião consiste não somente nas observâncias públicas, mas também nas devoções particulares. No cativeiro, os judeus tinham poucas oportunidades de realizar a parte pública de suas práticas cúlticas. Portanto, as devoções pessoais e particulares tiveram de ocupar o lugar da devoção pública (e JESUS nos ensina sobre entrar para dentro de nosso quarto e orar a DEUS, em secreto). Potentados poderosos, ou mesmo grupos de pessoas, que manobravam o Estado ocasionalmente esforçaram-se por interferir na fé particular... Antioco Epifânio fez precisamente isso (ver I Macabeus 1.42; II Macabeus 6.6). No entanto, DEUS pode intervir e realmente intervém em favor dos que permanecem fiéis. Ele pode humilhar e realmente humilha governantes poderosos” (Arthur Jeffery, in loc.).
Este relato bíblico também tem por finalidade assegurar-nos que os judeus, embora oprimidos, foram ajudados por Yahweh e exaltados a despeito dos ataques pagãos. Os deuses e a idolatria pagã não podiam igualar tais feitos, pelo que o paganismo saiu derrotado, enquanto o judaísmo (Observação minha - Ev. Henrique - a fé dos hebreus no verdadeiro DEUS foi exaltada), foi exaltado por meio das seis histórias do autor sagrado (Dan. 1-6).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3397.
 
A INTEGRIDADE parece ser uma virtude em extinção. Vivemos uma crise de integridade sem precedentes no mundo. Mudam os governos, mudam os partidos, mudam as leis, mas a corrupção continua instalada em todos os segmentos da política nacional e internacional. As CPIs destampam os esgotos nauseabundos de contínuos atos de corrupção nos corredores do poder, em que transitam desavergonhadamente as ratazanas esfaimadas que mordem sem piedade o erário público. Os escândalos se multiplicam. Políticos sem escrúpulo se abastecem das riquezas da nação e deixam os pobres de estômago vazio. (Observação minha - Ev. Henrique - incluindo aqui a maioria dos políticos evangélicos?)
Há falta de integridade na família.
A fidelidade conjugal está ameaçada. A multiplicação dos divórcios por motivos banais é proclamada como uma conquista. O Brasil realizou, com ufanismo, a maior parada gay do mundo, com 1,5 milhão de pessoas, em São Paulo, no ano de 2004, sob os aplausos de eminentes políticos da nossa nação.
Há falta de integridade moral nos vários segmentos da sociedade. A integridade está ausente na escola, no namoro, no casamento, no comércio, na vida financeira, nas palavras e nos acordos firmados, nos palácios e até nas igrejas. Rui Barbosa chegou mesmo a vaticinar que chegaria o tempo em que os homens teriam vergonha de ser honestos. Esse tempo chegou.
A história, porém, nos mostra que em meio à corrupção há pessoas que se mantêm íntegras. O homem não é produto do meio como pensava o filósofo John Locke. Há abundantes exemplos dignos de serem seguidos nessa área da integridade. O jovem José, do Egito, foi íntegro ao preferir a prisão à liberdade do pecado. O profeta Jeremias preferiu a prisão à popularidade. João Batista, o precursor de JESUS, por ser íntegro, preferiu perder a cabeça a perder a honra. (Observação minha - Ev. Henrique - Aqui no livro de Daniel vemos Daniel, Hananias, Misael e Azarias preferindo morrer do que deixar a fidelidade a DEUS).
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 79-80.
 
O versículo final do capítulo 5 e o primeiro versículo do capítulo 6 nos introduzem ao novo governo. Embora Ciro fosse o conquistador, Dario, o medo, é apresentado como o monarca no poder na Babilônia. Parece que a política de Ciro era deixar a administração do governo nas mãos de outros, enquanto seguia em frente com novas conquistas.
Durante muitos anos um dos problemas cruciais do livro de Daniel tem sido a identidade de Dario, o medo (5.31; 9.1). A história secular não fornece nenhum tipo de ajuda para solucionar esse problema. O mesmo se podia dizer de Belsazar, até que as inscrições cuneiformes começaram a revelar seus segredos. Josefo acreditava que Dario era filho de Astiages, conhecido pelos gregos por outro nome. Isso significaria que ele era neto de Ciaxeres, o grande aliado medo de Nabucodonosor.
Alguns têm tentado identificar Dario com Gobrias, o general do exército de Ciro que venceu a Babilônia. Acredita-se que seu reinado foi breve. Mas, sua morte dentro de dois meses após a captura da Babilônia dificilmente apoiaria essa teoria.
Em seu livro Darius the Mede (Dario, o medo), John C. Whitcomb oferece fortes indícios que identificam Dario, o medo, com um Gubaru, cujo nome estava separado nos registros cuneiformes. Esse Gubaru é chamado de “Governador da Babilônia e do Distrito Além do Rio”. Debaixo da autoridade de Ciro, Gubaru nomeou governadores para governar com ele na ausência de Ciro, que residia por longos períodos em sua capital em Ecbatana. Gubaru recebeu um poder praticamente ilimitado sobre a imensa satrapia da Babilônia. Mesmo no governo de Cambises, o filho de Ciro, Gubaru continuou a exercer sua autoridade.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 518.
 
I - DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO EM UM MEIO POLÍTICO CORRUPTO (Dn 6.1-6)
Depois da conquista medo-persa, Dario, era um tipo de vice-rei de Ciro, da Pérsia. Entretanto, foi Dario, um rei sobre o reino, especialmente, sobre os caldeus. O poder de mando era maior com Ciro, da Pérsia que era rei sobre todo o império, e vários textos bíblicos comprovam esse fato (Is 44.21—45.5; 2 Cr 36.22,23; Ed 1.1-4). Independente da discussão sobre quem reinava, de fato, é o nome de Dario que aparece no início do capítulo 6.
Mais de 60 anos já se haviam passado desde que Daniel e seus companheiros foram levados para o Palácio da Babilônia. Eram jovens que, naquela época, demonstraram integridade na sua crença no DEUS Vivo e não se corromperam com as ofertas palacianas. Agora, com 80 anos, aproximadamente, já era um ancião experimentado que tinha ganhado a confiança dos reis que passaram por aquele reino. Estava agora, no início do segundo Império, o medo-persa, sob o comando desses dois reis, Dario, o medo e Ciro, da Pérsia. Daniel, por alguma razão especial continuou a gozar da confiança do novo rei, especialmente, na Babilônia.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 90.
 
1. Dario reorganiza o governo e delega autoridade administrativa (Dn 6.1-3).
“Pareceu bem a Dario” (6.1). Coube a Dario a tarefa de governar o Império Babilônico que estava em crise política desde os tempos de Belsazar. Dificuldades administrativas enormes se avolumavam e Dario, inteligentemente, colocou os negócios do império nas mãos de 120 “sátrapas”, ou seja, 120 homens especiais que cuidariam de vários assuntos do império.
Esses sátrapas eram, de fato, presidentes nomeados e delegados para dirigir os negócios do reino, e Dario os submeteu à liderança de três príncipes, entre os quais, Daniel (6.2).
Logo Daniel se destacou entre todos porque Dario percebeu que havia nele “um espírito excelente”(6.3). Daniel gozava da confiança do rei e estava apto a servir os interesses do reino com lealdade. De algum modo, os outros presidentes souberam que Dario pretendia constituí-lo com autoridade sobre todo o reino (Dn 6.3). Essa possibilidade causou ciúmes e invejas dos demais que se fizeram inimigos de Daniel.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 90-91.
 
Dn 6.1 Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino. O autor sacro recupera aqui o fio de Dan. 5.31, e agora nos diz como Dario, o medo, perpetrou um ato abominável contra o profeta Daniel, instigado pelas classes governantes invejosas do “cativo de Judá" que tinha subido tão alto no favor divino. Foi Dario I quem estabeleceu satrapias (isto é, províncias), cada qual com seu governador. Mas Dario aqui é o medo referido em 5.31.
Em Dan. 5.31 existem os problemas históricos que circundam o Dario deste texto.
A divisão do pais em satrapias foi descrita por Heródoto [Hist. III.89-94), que afirmou que Dario I dividiu o reino em vinte divisões. Essa mesma informação figura em inscrições da época. As tradições judaicas, no entanto, aumentam esse número para 127 divisões (ver Est. 1.1; 8.9). Josefo então aumentou o número das satrapias para 1201 (A ntiq. X.11.4). É provável que os judeus usassem o termo “satrapias” em um sentido mais amplo do que faziam os persas. Note o leitor que o vs. 1 deste capítulo dá o número judaico de 120 satrapias.
Dn 6.2,3 E sobre eles três presidentes. “Uma das primeiras responsabilidades de Dario foi reorganizar o reino da Babilônia recentemente conquistado. Ele nomeou 120 sátrapas (cf. Dan. 3.2) para governar o reino e colocou-os sob as ordens de três administradores, um dos quais era Daniel. Os sátrapas eram responsáveis diante dos três presidentes ou administradores, talvez 40 sátrapas para cada presidente. Daniel foi um administrador extraordinário, em parte por causa de sua experiência de 39 anos sob Nabucodonosor (ver Dan. 2.48). Assim sendo, Dario planejava torná-lo responsável pela administração do reino inteiro. Isso, naturalmente, criou atrito entre Daniel e os outros administradores e os 120 sátrapas" (J. Dwight Pentecost, in loc.).
Daniel tinha um “espírito excelente”, provável alusão a como o espírito dos deuses (segundo a terminologia pagã) estava com ele (ver Dan. 4.8,9,18). Cf. Dan. 5.12, que nos transmite a mesma mensagem. Daniel era "preferido acima de outros administradores, ou, literalmente, brilhava mais do que eles”.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3397-3398.
 
Avanço Político de Daniel (6.1-3)
Na reorganização do governo, Dario seguiu a política liberal de Ciro e logo dividiu a responsabilidade da administração. A nomeação de 120 presidentes , sobre os quais foram colocados três príncipes, pode ter sido um arranjo temporário para assegurar a coleta regular dos impostos e manter um sistema de arrecadação e contabilidade. A breve explicação do versículo 2 parece indicar isso: aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
Dos três presidentes, Daniel se distinguiu. E Dario encontrou nele um espírito excelente e planejava estender sua autoridade sobre todo o reino.
Daniel devia ter em torno de 80 anos. Ele tinha passado por diversas crises políticas. Agora, a sua reputação de homem íntegro e honesto chegara ao conhecimento dos novos governantes. Talvez informantes tenham aconselhado os novos governantes acerca da posição de Daniel na noite fatal da queda de Belsazar. Quaisquer que fossem as circunstâncias, o homem de DEUS estava pronto para servir onde fosse necessário.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 518.
 
Um homem íntegro num meio encharcado de corrupção (Dn 6.1-6)
A Babilônia tinha caído, um novo império tinha se levantado, mas os homens que subiram ao poder continuavam corruptos. O absolutismo do rei no império babilônico mudou para a descentralização do poder no império medo-persa. O regime de governo mudou, mas não o coração dos homens. É um grande engano pensar que as coisas vão mudar para melhor em virtude das mirabolantes promessas dos políticos. Mudam-se os partidos. Mudam-se as figuras, mas o espírito e a cultura do aproveitamento são os mesmos.
O rei Dario estava preocupado com o problema da corrupção, por isso, constituiu 120 prefeitos e três governadores. Constituiu fiscais do erário público. Mas aqueles que deveriam vigiar e fiscalizar se corromperam.
As riquezas caíram no ralo dos desvios. A corrupção estava instalada dentro do palácio, nas rodas mais altas do governo de Dario.
Nesse mar de lama, floresce um lírio puro. A vida de Daniel nos mostra que é possível ser íntegro mesmo cercado por um mar de lama de corrupção. Daniel mantém-se íntegro a despeito do ambiente. O homem não é produto do meio. Daniel não vende sua consciência. Ele não negocia os seus valores absolutos. Ele não se corrompe. A base de sua integridade é sua fidelidade a DEUS. Concordo com a afirmação de Stuart Olyott: “A espiritualidade de Daniel é o alicerce de sua fidelidade diante dos homens”. Sua fé é a pedra de esquina de sua moralidade privada e pública. Os amigos de Daniel apagaram as chamas do fogo pela fé. Agora, Daniel fecha a boca dos leões pela fé.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 80-81.
 
Dn 6.1: “E pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes, que estivessem sobre todo o reino”.
"... pareceu bem a Dario...” Daniel menciona quatro reis da Babilônia e da Pérsia: - Nabucodonosor; Belsazar; Dario, o Medo, e Ciro. O primeiro é bem conhecido, O segundo é citado em Daniel como sendo filho de Nabucodonosor. Heródoto, o historiador (185-188) registra que Belsazar era filho de Nabonido. As inscrições recentes, encontradas, declaram que o exército persa, sob Gobrias, tomou Babilônia sem luta; que foi morto o filho do rei; e que Ciro entrou mais tarde. Sob o reinado de Dario, Daniel foi lançado à cova dos leões, isso não é mencionado nas inscrições, mas é evidenciado no capítulo em foco. Pensa-se que ele foi o Gobrias, referido nas placas babilônicas, ou, como diz Josefo, Ciaxares, medo, sogro de Ciro. Seja como for, Dario comandou também os exércitos que conquistaram Babilônia; enquanto Ciro se ocupava em suas guerras, no Norte e no Oeste, Dario reinava em seu lugar. Fora predito que os medos seriam os conquistadores de Babilônia. (Ver Is 13.17; Jr 5 1.11, 29). Até Ciro assumir o poder, a ordem era “medos e persas” (5.28 e 6.8). Depois, falava-se “persas e medos” (Et 1.14,18,19 etc..). (Ver 5.31).
Dn 6.2: “E sobre eles três príncipes, dos quais Daniel era um, aos quais, estes presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano”.
“E sobre eles três príncipes, dos quais Daniel era um”. O presente versículo é continuidade do versículo primeiro desta série de 28 que este capítulo contém. Dario nomeou 120 “sátrapas” ou “protetores do reino” para cuidar do novo país conquistado. O texto em foco nos informa que, desde que Daniel se distinguiu em sua posição, a inveja apareceu entre os outros e procuravam um meio de destruí-lo.
Dn 6.3: “Então o mesmo Daniel se distinguiu destes príncipes e presidentes, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino”.
"... um espírito excelente”. O espírito humano representa a natureza suprema do homem, e nessa peculiaridade rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito torna-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um “espírito altivo” (Pv 16.18). Conforme as influências respectivas que dominem, o homem pode ter: um espírito perverso (Is 19.14); um espírito rebelde (SI 106.33); um espírito impaciente (Pv 14.29); um espírito perturbado (Gn 41.18). Pode estar dominado por um espírito de servidão (Rm 8.15), ou ser impelido pelo espírito de inveja, (Nm 5.14). Essa é a lista negra daqueles que não dominam seu espírito; porém, é evidente que, aqueles que, como Daniel, têm “um espírito excelente”, devem: dominar seu espírito (Pv 16.32); guardar seu espírito (Ml 2.15); pelo arrependimento, criar um novo espírito (Ez 18.31) e, finalmente, confiar em DEUS, para que Ele transforme seu espírito (Ez 11.19). Daniel era possuidor de todas essas qualidades em grau supremo (v. 2).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 109-111.
 
2. Daniel se torna alvo de uma conspiração (Dn 6.4,5).
Dario, distinguiu três presidentes para tratarem dos negócios do reino com autoridade sobre os demais. Daniel, um dos três presidentes, se destacou entre todos pela sabedoria, prudência, fidelidade e integridade. O rei chegou a pensar em estabelecer Daniel como líder sobre todo o reino (v. 3). Essa possibilidade encheu de inveja e ciúme os demais presidentes, os quais não queriam a Daniel com tão importante posição uma vez que isso o faria superior a todos os demais e seria o representante mais próximo do Rei Dario. Aqueles homens não tinham outros motivos para afastá-lo dessa posição de destaque. Eles não tinham do que acusar a Daniel por qualquer deslize político ou moral contra o imperador. Ele não era inimigo de nenhum deles, mas era um dos poucos que viera dos antigos oficiais e logo conquistou a confiança e o respeito de Dario, e posteriormente, de Ciro, o persa.
A integridade e a lealdade de Daniel eram tão pungentes que eles não encontravam nada de que pudessem acusá-lo. Então tramaram alguma coisa que prejudicasse as relações de Daniel com o rei e com o reino. Mas o quê? Nada relacionado com dinheiro, ou com uso indevido de propriedades do reino, ou alguma desobediência às ordens do rei, nem mesmo qualquer tipo de vício (6.4).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 91.
 
Dn 6.4 Então os presidentes e os sátrapas. Daniel voava alto demais; as coisas corriam bem demais; o homem precisava ser submetido a teste. Ele era um administrador bom demais para que seus rivais encontrassem falhas nele. Portanto, a solução foi levantar o antigo espírito de perseguição religiosa. O homem sustentava sua fé judaica em meio à idolatria pagã; seus inimigos manipulariam isso para vantagem própria, e fá-lo-iam ser executado oficialmente pelo Estado, por meio de Dario, o medo, naturalmente. Era preciso, porém, encontrar motivos para acusar Daniel com uma ‘illah, ou seja, uma acusação legal. Eles não queriam apenas diminuir o ritmo de Daniel. Queriam vê-lo morto. E buscaram encontrar alguma talha (no hebraico, shehithah, “ação incorreta”) ou erro (no hebraico, shalu, algum “deslize” ou “remissão”), mas Daniel e seu trabalho mostravam-se imaculados. Cf. Esd. 4.22 e 6.9, onde temos as idéias de negligência ou relaxamento na execução das ordens oficiais. Daniel, porém, estava acima dessas pequenas falhas humanas.
Dn 6.5 Disseram, pois, estes homens. Daniel era conhecido pelos frutos que produzia tanto em sua vida profissional como em sua vida pessoal. Seus oponentes haveriam de distorcer as coisas, colocando-o em uma situação perigosa. Tentariam desacreditá-lo e livrar-se dele, o que é o abc da política. Eles diriam a “grande mentira', o instrumento mais usado pelos políticos. Por outra parte, “a vida correta é mais importante que o rótulo correto. O público, entretanto, por muitas vezes anela escolher o rótulo acima da realidade” (Gerald Kennedy, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3398.
 
A vida de Daniel nos prova que um homem pode permanecer íntegro mesmo quando é vítima de conspiração (Dn 6.4-5). O versículo 4 nos informa que eles procuravam uma “ocasião” para acusar Daniel. Essa palavra significa aqui que eles buscavam um pretexto, um motivo. Procuraram também uma brecha na vida de Daniel. Assim, tentaram pegá-lo em seu ponto forte. As circunstâncias adversas não alteraram as convicções de Daniel. A promoção e a honra dos íntegros incomodam as pessoas invejosas. A Bíblia diz: “Cruel é o furor, e impetuosa é a ira; mas quem pode resistir à inveja?” (Pv 27.4).
Porque Daniel era fiel a DEUS, ele era fiel ao seu senhor terreno. Porque era diferente dos outros líderes foi perseguido, e conspiraram contra ele para matá-lo. Os inimigos de Daniel queriam afastá-lo do caminho deles. Mas como? Nada encontraram para atacar em sua vida moral, assim, conspiraram contra ele por intermédio de sua religião.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 81-82.
 
Dn 6.4: “Então os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa”.
"... ele era fiel. Hodge, declara: “A grande exigência básica para o ofício dos despenseiros é a fidelidade. Um ministro (político ou religioso) deve, acima de tudo, primar pela fidelidade. Daniel foi exemplo durante a sua vida naquela corte. No campo religioso, o despenseiro é um servo e, como tal, deve ser fiel ao seu Senhor. Na qualidade de um discípulo, deve ser fiel àquele que o supervisiona. O despenseiro não deve mostrar-se negligente ao distribuir o alimento; não deve adulterá-lo nem substituí-lo por um inferior. Assim também se dá no caso dos ministros da Palavra”. Os servos infiéis se empenham mais em servirem-se a si mesmos: esquecem-se das verdadeiras funções de um servo de DEUS, que consiste em anunciar a mensagem do Senhor, dedicando-se inteiramente a Ele. Daniel era fiel em tudo que fazia, tanto para o rei como para DEUS. Por isso foi perseguido, mas triunfou!
Dn 6.5: “Então estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu DEUS”.
“Nunca acharemos ocasião...” O espírito de inveja é, sem dúvida alguma, um espírito destruidor. O rei Saul era um rei poderoso, mas a inveja o destruiu. Ele, após o grande triunfo do jovem guerreiro Davi, ao invés de agradecer o que ele fez, quis matá-lo (1 Sm cap. 18). O jovem José era justo e santo e seus irmãos o venderam como escravo para o Egito (At 7.9). Em toda a extensão da Bíblia, encontramos sempre a inveja associada à traição. Evidentemente, o invejoso é um traidor. Judas Iscariotes traía a JESUS e, por essa razão, “buscava oportunidade para entregá-lo sem alvoroço” (Lc 22.1-6). O verdadeiro obreiro pode ter sido no passado até um Pedro (precipitado), mas nunca um Judas (traidor). Daniel, em sua missão de estadista naquela corte, foi sempre traído, mas nunca foi traidor!
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 111-112.
 
3. O perigo das confabulações políticas.
“e não se achava nele nenhum vicio ou culpa” (6.4) Os políticos cristãos que exercem suas atividades nas câmaras municipais, estaduais e federais, precisam estar atentos para não negociarem a fé. Por causa da fé, são desafiados com leis injustas e que afrontam os princípios divinos. Para serem fiéis a DEUS, essas pessoas tornam-se alvo de calúnias, mentiras para serem prejudicadas. No mundo político, há possibilidade de confabulações que denigrem a imagem moral daqueles que lutam por justiça e moralidade. Daniel foi alvo dessa maldade dos seus pares dentro do palácio da Babilônia. Aqueles homens se tornaram inimigos de Daniel, sem que ele tivesse ofendido a qualquer um deles. Confabularam contra Daniel buscando alguma falha moral, material e mesmo religiosa, mas foram frustrados pela integridade dele (Dn 6.4,5). Osvaldo Litz escreveu em seu livro: “A estátua e a Pedra” que “o sucesso sempre exige um tributo. Também o sucesso conseguido através da fidelidade e do esmero. A intenção do rei de promover a Daniel para o posto de maior poder no governo suscitou a inveja dos outros presidentes. Eles seriam passados para trás e um estrangeiro teria poder sobre eles”. A integridade moral e política de Daniel para com o rei eram incontestáveis. Porém, destacava-se, também, a fidelidade de Daniel para com o seu DEUS que era conhecida pelos seus inimigos.
“Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu DEUS” (6.5) A armadilha preparada para que Daniel caísse deveria ser pela sua fidelidade ao seu DEUS, e não por qualquer transgressão. Nossos políticos cristãos são constantemente desafiados na sua fé para fazerem concessões e desonrarem a DEUS.
Uma proposta para afetar a vida religiosa de Daniel (6.6-9)
Elaboraram uma trama contra Daniel e falsamente exploraram a vaidade do Rei apresentando uma proposta. A proposta seria um decreto real que expressava o apoio unânime dos proponentes. Naturalmente, Daniel não sabia de nada porque agiram de forma que todos os subordinados do reino, “presidentes, prefeitos, conselheiros e governadores” concordaram com a proposta levada a Dario, o rei (6.7). A falsidade desse grupo explorou a vaidade e o ego do rei para que, por 30 dias, ninguém fizesse oração a outro deus que não fosse a Dario. A ideia falsa e mentirosa era o fortalecimento do poder real do rei. Ora, a ideia agradou ao rei que desejava ser a corporificação da deidade, recebendo adoração dos seus súditos. Daniel não havia sido consultado sobre o edito. O rei caiu na trama daqueles inimigos de Daniel que ficaram na espreita para encontrá-lo orando e, desse modo, ter de que acusar a Daniel diante do Rei. Entretanto, Daniel continuou do mesmo modo, cumprindo seus deveres políticos, bem como o seu tradicional costume de orar três vezes por dia ao seu DEUS (Dn 6.10).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 92-93.
 
Dn 6.6 Então estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei. Aqueles réprobos formaram uma conspiração. Todos estavam na mesma equipe (pelo momento) porque tinham um inimigo comum, ao qual queriam derrubar. E apresentaram ao rei Dario, o medo, a questão que tinham planejado. Aproximaram-se do rei com o louvor usual, incluindo a costumeira saudação “Vive para sempre!” (ver Dan. 2.4).
O vs. 21 deste capítulo mostra Daniel a dizer a mesma coisa. Essa saudação fazia parte da “etiqueta da corte” .
Dn 6.7 Todos os presidentes do reino. A Ridícula Conspiração. O fraco e vacilante monarca tomar-se-ia o único deus pelo espaço de 30 dias. Nem mesmo Bel (Marduque) receberia atenção durante esse tempo, assim como Yahweh, o DEUS dos judeus. Haveria uma maravilhosa lei de 30 dias, reforçada por um decreto real. Podemos entender que os reis medo-persas já estavam levando-se demasiadamente a sério, pensando em si mesmos como se fossem deuses, pelo que ser o único deus por um curto tempo parecia ser algo lógico e elogioso. Ademais, isso apelava para a vaidade e o orgulho ridículo de Dario, fraquezas típicas dos políticos. O conluio era ridículo, e seria necessário um homem absurdo para cair diante dele. Mas o que o rei fez foi cair. Qualquer pessoa que desobedecesse seria entregue aos leões famintos, os quais, inocentemente, cumpririam os desejos dos conspiradores.
Seja lançado na cova dos leões. Um surpreendente número de antigos monarcas (incluindo Salomão) tinha jardins zoológicos particulares para os quais traziam toda a espécie de criaturas exóticas a fim de admirá-las. Note o leitor a imagem do profeta, em Eze, 19.1-9, onde um leão é posto em uma gaiola e levado para a Babilônia. Dario tinha alguns leões de estimação. O termo aqui traduzido por “cova” corresponde à palavra hebraica traduzida por “cisterna” , pelo que devemos pensar em uma espécie de buraco que formava a cova dos leões. Nenhuma pessoa que caísse naquela cova poderia esperar voltar dali.
Desde os tempos mais remotos, na Mesopotâmia, os reis vinham sendo apodados de divinos e eram adorados.
Dn 6.8 Agora, pois, ó rei, sanciona o interdito. O rei, em sua vaidade e agindo de acordo com os costumes, recebeu bem a sugestão e imediatamente a implementou. O decreto saiu: durante 30 dias, o único deus seria Dario, o medo. Para a população em geral, não faria diferença qual dos deuses receberia atenção especial durante um mês. Havia tantas divindades e os cultos eram tão variegados que uma variação a mais não perturbaria a paz de ninguém, exceto, naturalmente, uma pessoa como Daniel, que rejeitava toda a falta de bom senso dos pagãos. Temos aqui uma lei escrita e, conforme todos sabemos, a lei dos medos e persas não se alterava. Essa parte do versículo tornou-se famosa e muito repetida, como um provérbio que indica coisas imutáveis. Ver os vss. 12 e 15, onde a afirmação é reiterada. Isso deve ser contrastado com o Brasil, a terra das novas leis. Em Est. 1.19 e 8.8 também encontramos a lei imutável daquele povo. O rei Dario foi infalível por 30 dias. O mito da infalibilidade humana é outra mentira que até pessoas bem-intencionadas gostam de promover,
Dn 6.9 Por esta causa o rei Dario assinou a escritura e o interdito. Dario assinou a lei que os governadores tinham traçado, pelo que ali estava ela, escrita e fixa. Diodoro Sículo (XVII.30) diz-nos que Dario III chegou a reconhecer a lei como perigosa e errada, mas até mesmo um rei não tinha poder para alterar uma lei decretada.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3398.
 
A vida de Daniel nos ensina que a mesma pessoa que bajula é aquela que também maquina o mal contra os justos (Dn 6.5-9). Sabiam que Daniel era um homem de oração, bajularam o rei Dario, elevando-o ao posto de divindade por um mês. O projeto trazia como isca a exaltação e a lealdade ao rei. Mas a intenção era outra. O rei tornou-se refém de seu próprio orgulho e, por conseguinte, de seu próprio decreto. E assim, sentenciaram à morte o homem de confiança do rei.
Além da bajulação, usaram a mentira (v. 7). Atingiram Daniel com essa manobra em que ele era o alvo e a vítima.
A vida de Daniel prova que um homem pode ser íntegro tanto na adversidade como na prosperidade. Muitos fraquejam quando passam pelo teste da adversidade. Daniel foi integro quando chegou a Babilônia como escravo. Ele resolveu firmemente não se contaminar. Agora ele passa pelo teste da prosperidade. Foi o primeiro ministro da Babilônia e agora e um governador do reino medo-persa. Sua integridade é a mesma. Ele não se deixa seduzir pela fama nem pela riqueza. Ele é um homem absolutamente confiável. A integridade nem sempre nos ajuda a granjear amigos. Gente íntegra é uma ameaça ao sistema de corrupção. Daniel incomodava a equipe de governo de Dario. Um funcionário honesto é uma ameaça para o sistema viciado pela corrupção. Uma jovem que não transige em seu namoro é vista como alguém antiquado. Um comerciante íntegro é uma ameaça para o sistema de propinas.
A vida de Daniel prova que a integridade implica em você fazer o que é certo quando ninguém olha ou mesmo quando todos transigem. Uma pessoa íntegra procura agradar a DEUS mais que aos homens. Ela não depende de elogios nem muda sua rota por causa das críticas. Uma pessoa íntegra cumpre com a palavra empenhada e seu aperto de mão vale mais que um contrato. Daniel mantém-se íntegro apesar de haver uma debandada geral no governo de Dario. Ele sabia que sua integridade o tornava impopular diante dos outros líderes, mas sua consciência era cativa ao Senhor e comprometida com a verdade. Os opositores de Daniel odiaram-no não porque ele praticara o mal, mas porque ele praticara o bem. Eles bajularam e se tornaram hipócritas para alcançar o fim que desejavam, a morte de Daniel. Eles agiram em surdina, maquinaram nos bastidores, tramaram na escuridão.
Por ser fiel, você pode ser perseguido com maior rigor. As trevas aborrecem a luz. Os que andam na verdade perturbam os que vivem no engano. O íntegro é uma ameaça aos corruptos.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 82-83.
 
Dn 6.6: “Então estes príncipes e presidentes foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: Ó rei Dario, vive para sempre!
"... foram juntos ao rei”. O presente versículo, nos lembra o Salmo dois (2), onde o furor das nações se levanta contra o Senhor e contra o seu ungido. O poema representa o mundo organizado contra o Senhor, deliberadamente contra o seu governo. Historicamente, o objeto do ataque dos ímpios era o ungido do Senhor, Davi. (Ver 1 Sm 24.6). Profeticamente falando, era o Messias, JESUS. (Ver At 4.25-27). Porém, quanto ao campo prático da vida, podemos aplicar isso à vida de Daniel, na corte de Babilônia; ele também foi vítima de ataques mortais da disputa ruidosa daqueles que imaginavam coisas vãs, isto é, que se rebelaram contra a fidelidade daquele servo fiel. Eles se “mancomunaram” e juntos compactuaram contra Daniel. Ainda hoje muitos servos de DEUS têm sofrido as mesmas injustiças. Só o DEUS de Daniel, que é nosso DEUS, nos pode socorrer destes golpes mortais!
Dn 6.7: “Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, os capitães e governadores, tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, á rei, seja lançado na cova dos leões”.
"... uma petição a qualquer deus... e não a ti”. A sugestão, tomada de maneira falsa, tinha como objetivo envaidecer o ego do rei e dar uma expressão à sua nova autoridade. Tal mostra de lealdade da parte dos seus funcionários civis seria muito bem-vinda, sem dúvida, para aquele que durante sua vida vivia da própria glória. Os antigos Césares arrogavam também para si adoração divina e sob pena de morte que sofreria aquele que se recusasse a adorá-los. O Anticristo invocará também para si essa mesma prática, durante seu sombrio governo, “de sorte que se assentará, como DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS”. (Ver 2 Ts 2.4). O rei Dario, segundo nos parece, assinou aquele edito para beneficiar-se a si mesmo, sem se lembrar de que, por trás disso havia um inocente a ser condenado. Seus vassalos bem o sabiam. E é evidente que o rei só teve conhecimento da tragédia horas depois.
Dn 6.8: “Agora pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura, para que não seja mudada, conforme a lei dos medos e dos pensas, que se não pode revogar.
“O rei, confirma o edito e assina a escritura”. O doutor Leon J. Wood, descreve o que segue: “Na qualidade de cristãos, precisamos ficar avisados contra a lisonja. Satanás usa essa ferramenta para realizar o seu trabalho maldoso. A lisonja já causou a queda de muitos dos servos do Senhor.
A última parte do pedido - para que o rei sancionasse o decreto - seria a segurança de que não poderia ser mudado. Quando os decretos persas e medos eram sancionados e assinados pelo rei, tornavam-se irrevogáveis. Passavam a fazer parte da imutável lei dos medos e dos persas. (Ver Et 1.19; 8.8, etc.). A lisonja fizera a sua obra, e o rei concordou em assinar. Seu orgulho levou-o a ser enganado por aqueles que alegavam querer honrá-lo.
Dn 6.9: “Por esta causa o rei Dario assinou esta escritura e edito”.
“Por esta causa”. O texto em foco, dá continuidade à narrativa. Depois de organizada a conspiração contra o grande servo de DEUS, os homens se aproximaram do rei. Vocês leitores são capazes de imaginar como fizeram, elogiando-o exageradamente para fazê-lo crer que realmente desejavam honrá-lo! Depois apresentaram o pedido de forma mentirosa, declarando que todos os presidentes, governadores, príncipes, conselheiros e prefeitos desejavam que o decreto proposto fosse assinado. Mas a justiça divina não falha! O profeta Isaias, assim descreveu em seu livro, capítulo 10.1, 2: “‘Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidade, para prejudicarem os pobres em juízo, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu povo...” Este “ai” vem da parte de DEUS e recai sobre aqueles inimigos de Daniel; eles nos versículos que se seguem, foram colhidos por suas próprias armadilhas. (Ver Ec 10.8).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 112-114.