3. A necessidade do fruto
do ESPÍRITO.
Este estudo não estaria
consistente, se não fosse abordado, ainda que resumidamente, o tema do fruto
do ESPÍRITO SANTO na vida dos salvos.
O
fruto do Espirito — O amor (G1 5.22) — é o que faz a diferença entre um
crente corrto e um crente que trabalha, mas não produz o que DEUS espera
dele. O que tem dons de DEUS, ou dons do ESPÍRITO SANTO, necessita ser
coberto pelo amor de DEUS em seu coração, e em suas ações. Por isso, Paulo
diz que “A caridade [o amor, em outras versões] é sofredora, é benigna; a
caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se
ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não
se irrita, não suspeita mal” (1 Co 13.4,5 — colchete inserido).
A prática da caridade, ou do
amor em ação, age no caráter do crente. Não admite inveja,
irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses”, ou
seja, não é egoísta (1 Co 13.5), “não se irrita”, ou seja, não permite que o
crente viva irritado com os outros, o tempo todo, e não dá lugar a suspeitas
infundadas, como o texto citado em evidencia. O dom do ESPÍRITO deve ser
exercido com amor e humildade, sem presunção ou orgulho (1 Co 13.4).
O uso dos dons deve dar
lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta de
maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé. A
igreja de Corinto possuía em seu seio todos os dons, mas os crentes não
estavam maduros na fé. Diz Paulo: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a
espirituais, mas como a carnais, como a meninos em CRISTO. Com leite vos
criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora
podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas
e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens?
(1 Co 3.1-3 — grifo nosso).
Exortando a igreja, Paulo
diz da necessidade de deixarem de ser meninos na fé. “Quando eu era menino,
falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que
cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Co 13.11). A prática
do fruto do ESPÍRITO, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a meninice
espiritual, e leva o crente a alcançar a maturidade espiritual, como diz
Paulo: “logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. É a
falta do fruto do ESPÍRITO da temperança, da bondade, da benignidade e acima
de tudo do amor, que tem sido causa de escândalos e decepções nas igrejas.
Elinaldo Renovato. Dons
espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 156-157.
5.22-23 Essas virtudes são
caracterizadas como fruto em contraste a "obras". Somente o ESPÍRITO SANTO
pode produzi-las, e não nossos próprios esforços. Um outro contraste é que,
enquanto as obras da carne são mais de uma, o fruto do ESPÍRITO é um e
indivisível. Quando o ESPÍRITO controla completamente a vida de um crente,
ele produz todas essas graças. As três primeiras dizem respeito à nossa
atitude em relação a DEUS, a segunda tríade lida com os relacionamentos
sociais, e o terceiro grupo descreve os princípios que guiam a conduta de um
cristão.
PLENITUDE. Bíblia de
Estudo Plenitude. Editora Sociedade Bíblica, do Brasil. pag. 1220.
Gl 5.22,23 A apresentação da
palavra “fruto”, por Paulo, está cheia de significado. Com ela, Paulo queria
transmitir o significado de uma colheita cheia de virtudes. O fruto é um
subproduto; leva tempo para crescer e requer cuidado e cultivo. O ESPÍRITO
produz o fruto; a nossa função é entrar em sintonia com o ESPÍRITO. Os
crentes exibem o fruto do espírito, não porque eles trabalham nele, mas
simplesmente porque o ESPÍRITO controla as suas vidas. O fruto do ESPÍRITO
separa os cristãos do mundo mau e sem DEUS, revela o seu poder dentro deles,
e os ajuda a serem mais parecidos com CRISTO na sua vida cotidiana. Em
contraste com a lista que se segue, Paulo não descreveu estas
características como sendo óbvias. As primeiras residem em nós; as outras
vêm como resultado da presença do ESPÍRITO.
Mais uma vez, as
características classificam-se em categorias. As três primeiras são
interiores e só podem vir de DEUS:
• Caridade (ou amor) - este
é o amor como demonstrado por JESUS, que é auto-sacrificial e imutável, e
como demonstrado por DEUS, que enviou seu Filho para morrer pelos pecadores
(Rm 5.5). O amor forma a base para todas as demais características do fruto
aqui listadas. Em outra passagem, Paulo subdivide o amor em vários
componentes (veja 1 Co 13), para que o “amor” (ou caridade) passe a ter
pouca semelhança com o significado emocional tão frequentemente atribuído à
palavra.
• Gozo - uma alegria
interior que persiste apesar das circunstâncias externas. Esta
característica tem pouco a ver com felicidade e pode existir em tempos de
infelicidade. É uma satisfação profunda e saudável que continua mesmo quando
uma situação na vida parece vazia e insatisfatória. O relacionamento com
DEUS, por meio de CRISTO, preserva-se mesmo nos desertos e vales da vida.
• Paz - uma tranquilidade
interior e uma fé na soberania e na justiça de DEUS, mesmo face a
circunstâncias adversas. É um profundo concordar com a verdade de que DEUS,
e não nós, é quem está a cargo do universo.
As três seguintes dizem
respeito ao relacionamento de cada crente com os demais:
• Longanimidade (ou
paciência, de acordo com a versão NTLH) – suportar pacientemente as pessoas
que nos irritam continuamente. A obra do ESPÍRITO SANTO em nós aumenta a
nossa tolerância.
• Benignidade - agir com
delicadeza, com benevolência com relação aos outros, como DEUS fez conosco.
A benignidade toma a iniciativa de responder às necessidades das outras
pessoas.
• Bondade — estender a mão
para fazer o bem aos outros, mesmo que eles não o mereçam. A bondade não
reage ao mal, mas absorve a ofensa e reage com ações positivas.
As três últimas apresentam
traços mais gerais de caráter, que deveriam guiar a vida de todo crente:
• Fé (ou fidelidade, de
acordo com a versão RA) - a pessoa que é confiável, digna de confiança.
• Mansidão - a pessoa é
humilde, considera os demais, sujeita-se a DEUS e à sua Palavra. Mesmo
quando a ira é a resposta adequada, como quando JESUS limpou o Templo, a
mansidão conserva a expressão da ira orientada na direção correta. A
mansidão aplica até mesmo a força na direção correta.
• Temperança (ou domínio
próprio, de acordo com a versão RA) - o domínio sobre os desejos humanos
pecaminosos e a sua falta de controle. Ironicamente, os nossos desejos
pecaminosos, que prometem auto-realizaçáo e poder, inevitavelmente nos levam
à escravidão.
Quando nos rendemos ao
ESPÍRITO SANTO, inicialmente sentimos como se tivéssemos perdido o controle,
mas Ele nos leva a exercer o autocontrole que seria impossível somente com
as nossas próprias forças. DEUS deu a lei para tornar as pessoas conscientes
dos seus pecados e restringir o mal. Mas ninguém faria uma lei contra as
características deste fruto (virtudes), pois elas não são nem pecaminosas
nem más. Na verdade, uma sociedade onde todas as pessoas agissem assim
precisaria de poucas leis. Como DEUS, que enviou a lei, também enviou o
ESPÍRITO, os subprodutos da vida cheia do ESPÍRITO harmonizam-se
perfeitamente com o objetivo da iei de DEUS. Uma pessoa que exibe o fruto do
ESPÍRITO satisfaz a lei muito melhor do que uma pessoa que mantém os
rituais, mas tem pouco amor no seu coração.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 297-298.
O Fruto do ESPÍRITO
(5.22,23)
O contraste entre a carne e
o ESPÍRITO atinge um clímax adequado quando Paulo faz a lista do fruto do
ESPÍRITO (22). No âmago de sua exortação há o apelo para que o crente seja
atraído pelo fruto ao mesmo tempo em que é repelido pelas “obras”. Embora
Paulo aceitasse a opinião prevalecente na igreja primitiva, que dizia que a
presença e atividade do ESPÍRITO eram evidenciadas pelos dons sobrenaturais,
ele reconhecia que estas não eram necessariamente prova de caráter moral.
Por conseguinte, deu o mais sublime valor e destaque ao fruto do ESPÍRITO,
que se relaciona diretamente às qualidades éticas e morais.
Dos versículos 22 e 23,
Alexander Maclaren analisa “O Fruto do ESPÍRITO”. Ele mostra:
1) Os três elementos do
caráter; 2) A unidade do fruto; 3) A cultura da árvore; 4) Este é o único
fruto digno.
A escolha de Paulo do termo
fruto é importante quando comparado com “obras”. “Uma obra é algo que o
homem produz para si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que
não é dele mesmo. O homem não pode fazer o fruto.” É frequente a observação
de que o fruto está no singular. Embora indique a unidade das virtudes
cristãs, não devemos dar muito foco a esse quesito, porque Paulo usa
constantemente a forma singular quando o termo tem um significado
figurativo.
a) Amor (5.22). Paulo está
dizendo que estes produtos são resultado do ESPÍRITO divino operando no
espírito humano. A lista do apóstolo começa necessariamente com agape
(caridade; “amor”, ACF, AEC, BAB, BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA), porque este é
a maior de todas as virtudes (cf. 1 Co 13.13), é o manto que une tudo com
perfeição (cf. Cl 3.14). O amor cristão é uma categoria abrangente e fonte
exclusiva dos outros frutos, no mesmo sentido em que o tronco sustenta os
galhos, ou o prisma quando reflete as cores da luz. Considerados desta
perspectiva, os frutos que se seguem são amor em ação e expressões
descritivas do agape (ágape, amor, amor-caridade).
A palavra grega agape é um
termo distintamente cristão, criado da necessidade de descrever
adequadamente o evangelho da nova criatura. Mais adiante, o termo agape é
usado primariamente para se referir ao amor que os indivíduos têm, ou
deveriam ter, uns pelos outros, que é reflexo do amor de DEUS por eles. Eles
devem fixar seu padrão de acordo com o padrão do Senhor. A definição de
Barclay é concisa e abrangente: ‘Agape é benevolência inconquistável, boa
vontade imbatível”. Como tal, é uma preocupação compartilhada e uma
identificação generosa com as necessidades dos outros. Esta preocupação
abrange tudo, embora as pessoas que a recebem sejam indignas; resulta na
transformação de quem é amado e de quem ama. Agape por vezes é mal-entendido
e confundido com o conceito de amor aceito hoje em dia. Mas há uma
diferença. Em vez de ser um sentimento impulsivo pelo qual a pessoa é
levada, agape é a resposta da pessoa inteira envolvendo a vontade, o
sentimento e o intelecto. Não é fraco e nocivamente permissivo, mas forte e
disciplinado.
Talvez a melhor definição de
agape seja o que ele faz e o que ele é. Este tipo de amor tem de agir com
generosidade e perdão expansivos. O amor cumpre a lei (14), proporcionando
atmosfera que caracteriza e motiva a totalidade da vida cristã (cf. Ef 5.2).
Ele habilita a verdade — que frequentemente dói — para que seja falada como
pedido e não como ofensa (cf. Ef 4.15). É o laço que une o corpo de CRISTO
(cf. Cl 2.2); evitando que a liberdade se transforme em licenciosidade (13)
e edificando os membros do povo de DEUS (cf. 1 Co 8.1; Ef 4.16), enquanto
vivem juntos em paciência (cf. Ef 4.2; Rm 14.15).
Não surpreende a conclusão
de Paulo de que agape deva ser a “busca” do crente. Ele não deve se
satisfazer com recompensa menor. Contudo, isto não é algo que parte dele
próprio. Compreensivelmente, o “caminho ainda mais excelente” (cf. 1 Co
12.31) não é opção fácil. Talvez alguém pergunte: “Quem poderá, pois,
salvar-se?” (Mc 10.27). A resposta não poderia ser mais apropriada: Para os
homens é impossível, mas não para DEUS, porque para DEUS todas as coisas são
possíveis”! Pelo visto, este é o fato mais importante sobre agape. No uso
cristão, veio a representar uma qualidade divina. DEUS não só nos ama, Ele
ama através de nós (13), “porquanto o amor de DEUS está derramado em nosso
coração pelo ESPÍRITO SANTO que nos foi dado” (Rm 5.5). O amor é o finito do
ESPÍRITO.
b) Alegria e paz (5.22). Os
próximos dois frutos do ESPÍRITO têm relação vital um com o outro. Gozo
(chara) é a “alegria” (BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA) ou felicidade que irradia
da vida do crente — uma expressão externa de paz interior. Em si, a alegria
é vista e conhecida pelos outros. Esta é a atmosfera do Novo Testamento. O
cristão basicamente infeliz é uma contradição. O Reino de DEUS é
caracterizado por alegria (gozo), junto com justiça e paz (cf. Rm 14.17).
A forma comum de saudação no
grego secular era “regozijai” (chairein). Ainda que isto não tenha
significado mais específico que o moderno “Como vai?”, deve ter havido nova
significação para os alegres homens de fé. Embora não seja saudação
distintamente cristã, era usada de vez em quando no Novo Testamento. Barclay
captura o espírito de tal saudação com: “Que a alegria esteja com você”.
A alegria acrescenta brilho
a todas as virtudes cristãs, e ilumina toda experiência de vida, mas em
nenhum momento brilha mais intensamente do que nas adversidades. Uma das
primeiras lições que o novo crente deve aprender é que a alegria não depende
das circunstâncias; pelo contrário, as provações são transformadas pela
alegria. Não basta suportar ou até vencer as tribulações, pois sem alegria o
triunfo está incompleto (cf. Cl 1.11). Não é surpresa que alegria e aflição
estejam quase sempre juntas quando o homem de fé sofre alegremente por amor
a JESUS.
Esta alegria cristã não é
efervescência superficial, mas jorra de fontes profundas e interiores da
vida cheia do ESPÍRITO. É um fruto do ESPÍRITO! A alegria é a manifestação
externa da paz (eirene) interna. Esta paz não é mera ausência de
dificuldade, ansiedade e preocupação. Trata-se de serenidade que é o
resultado de viver numa relação certa com DEUS, com os homens e consigo
mesmo. Pela fé em CRISTO, o homem encontra paz com DEUS (cf. Rm 5.1), e esta
nova relação se torna o fundamento para uma vida de paz nas outras duas
dimensões.
Na saudação tipicamente
cristã, havia paz: “Graça a vós e paz”. Embora a paz seja dom do “DEUS de
paz”, esta não deve ser mal-entendida. Não é questão de pouca monta viver em
paz, sobretudo com certas pessoas! Paulo precisou exortar: “Se for possível,
quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). O crente
tem de procurar o prêmio da paz (cf. 1 Pe 3.11; Hb 12.14), a qual só será
encontrada quando ele andar pelo ESPÍRITO, porque a paz é fruto de uma vida
cheia do ESPÍRITO.
c) Longanimidade (5.22). A
“paciência” (makrothumia, BV, CH, NTLH, NVT) é seguramente o fruto que torna
o homem semelhante a DEUS. Como ocorre com outros termos, esta é
característica de DEUS; e do homem, segundo DEUS quer que ele seja. Como
DEUS é paciente com os homens, então eles são pacientes nele, tanto quanto
em relação a seus semelhantes; pois as circunstâncias e os acontecimentos
estão nas mãos de DEUS.
Esta virtude bíblica vital
não deve ser confundida com mera disposição tranqüila, que permanece
impassível diante de toda e qualquer perturbação. Tal modo de vida é mais
uma característica nativa da personalidade do que uma qualidade do espírito.
Longanimidade é exatamente o que a palavra sugere: ânimo longo, firmeza de
ânimo, constância de ânimo, alguém que permanece animado por muito tempo sem
se deixar abater. Sua essência primária é a perseverança (Desistir? Nunca!),
suportando as pessoas e as circunstâncias. Como DEUS é longânimo para
conosco (cf. 1 Tm 1.12-16), assim devemos ser longânimos para com nossos
semelhantes (Ef 4.2), nunca admitindo a derrota por mais que os homens sejam
irracionais e difíceis (cf. 1 Ts 5.4). E este tipo de paciência que reflete
verdadeiramente o amor cristão (agape; cf. 1 Co 13.4). Tal amor paciente não
é nossa realização. É o trabalho de DEUS no coração dos homens, pois é o
fruto do ESPÍRITO.
d) Benignidade (5.22). Os
crentes não devem ser longânimos em um ambiente de isolamento moral. O homem
de fé deve expressar benignidade (chrestotes), talvez mais bem traduzida por
“amabilidade” (NVI). No Novo Testamento, a bondade de DEUS não é uma
qualidade moral apavorante que repele o homem; trata-se de amabilidade
acompanhada de paciência (Rm 2.4). Mas quando é imposta, com esta
benignidade há a severidade (Rm 11.22). A amabilidade de DEUS tem o
propósito de levar ao arrependimento, de forma a poder expressar-se em
perdão (cf. Rm 2.4). Vemos melhor esta amabilidade nos homens quando
perdoamos os outros assim como CRISTO nos perdoou (cf. Ef 4.32). Esta é a
maior bondade que o homem pode ter, contudo, poucos são perdoadores por
natureza. É o fruto do ESPÍRITO.
e) Bondade (5.22). O próximo
fruto é bondade (agathosyne). Está estritamente ligada a benignidade; mas,
da lista de Paulo, bondade é a que fornece a definição menos precisa. A
conclusão de Barclay é que significa uma generosidade sincera que é
imerecida, mais que uma justiça relutante ou até mesquinhamente conferida
ainda que merecida e digna. É certo que tal generosidade amplia o
significado de “amabilidade que perdoa”, e é realmente fruto do ESPÍRITO.
f) Fé (5.22). A fé (pistis)
é o fruto mais mal-entendido de todos. Esta é uma das raras ocasiões em que
o termo grego é mais ambíguo que o equivalente em nosso idioma. Ao longo do
Novo Testamento, pistis refere-se principalmente à ação do crente depender
totalmente da obra de CRISTO. O fruto do ESPÍRITO são virtudes éticas que
lidam primariamente com as relações interpessoais. Em poucos exemplos, o
termo grego pistis tem o significado ético de “fidelidade”, que é obviamente
como devemos entendê-lo aqui. Em si, descreve lealdade, probidade e
confiança. Como se dá com bondade, o padrão humano da fidelidade é não menos
que o próprio DEUS (cf. Rm 3.3). Como DEUS é fiel, assim seus mordomos devem
ser (cf. 1 Co 4.2).
Fidelidade não diz respeito
somente a manter-se fiel a DEUS diante das provas e coações, mas também a
ser leal ao próximo. O elogio de Paulo aos seus colaboradores fiéis (1 Co
4.17; Ef 6.21) e aos santos fiéis (Ef 1.1; Cl 1.2) certamente engloba tal
confiança nas relações humanas. Muito corretamente, a fidelidade representa
o nível mais alto de responsabilidade entre o marido e a mulher (cf. 1 Tm
3.11). “Não há igreja ou casamento que permaneça, a menos que esteja
fundamentado na lealdade.” É mais que virtude humana, é fruto do ESPÍRITO!
g) Mansidão (5.22). Este
fruto é um dos mais difíceis de definir, principalmente porque é impossível
traduzir prautes (mansidão) por um único termo em nosso idioma. Ser manso
não tem a conotação de ser “desalentado, desanimado, mole, fraco ou
destituído de energia ou força moral”. Mansidão é a combinação de força e
suavidade. “Quando temos prautes, tratamos todas as pessoas com cortesia
perfeita, reprovamos sem rancor, argumentamos sem intolerância, enfrentamos
a verdade sem ressentimento, iramos, mas não pecamos, somos gentis, mas não
fracos.”
A mansidão tem de estar
associada com a verdadeira humildade (cf. Mt 11.29; Cl 3.12), o contrário de
orgulho e arrogância. Este é o melhor tipo de força, e inspira o enlevo de
DEUS. Mansidão é uma qualidade de Moisés (Nm 12.3), que de modo magnífico
harmonizou força e suavidade em seu difícil papel. O maior exemplo é aquele
que era maior que Moisés, JESUS CRISTO. Mansidão é a própria essência do
caráter daquele que é capaz de limpar o Templo e perdoar uma infeliz
adúltera. E este “jugo” que o discípulo é convidado a tomar sobre si (cf. Mt
11.19), pois é supremamente característico da semelhança com CRISTO. O
crente possui mansidão apenas como fruto do ESPÍRITO.
h) Temperança (5.22). O
último fruto é temperança (egkrateia), mais bem traduzida por
“autocontrole”. Embora este fruto descreva a coibição de todas as paixões e
desejos do homem (1 Co 9.25), também tem a aplicação específica de ser
sexualmente moderado (1 Co 7.9). Isto é compreensível no mundo daquela
época, como também no nosso. A pureza moral era virtude distintamente
cristã, e tende a sê-lo hoje. O propósito de DEUS é que seus filhos vivam no
mundo, mas permaneçam puros da depravação moral que há no mundo. Isto é
possível quando o crente anda pelo ESPÍRITO, porque autocontrole é fruto do
ESPÍRITO. Este autocontrole, ou melhor, controle do ESPÍRITO, atinge todas
as áreas da vida cotidiana.
R. E. Howard. Comentário
Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 73-77.
ELABORADO: Pb Alessandro
Silva com algumas modificações de Ev. Luiz Henrique.
Questionário
da
Lição
13 - A Multiforme Sabedoria de DEUS
Responda conforme a
revista da CPAD do 2º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema:
Dons Espirituais e Ministeriais -
Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.













