Escrita, Lição 2, CPAD, As Promessas De DEUS Para Israel, com.
Extras Pr.Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
Grupo de WhatsApp https://chat.whatsapp.com/D5s1eLm5dOjBZFXrXs1Fu2
https://youtu.be/yzR4z7YkSyw?si=oTu-mVDpO0YsYFIc Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2024/09/escrita-licao-1-as-promessas-de-deus.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2024/09/slides-licao-1-as-promessas-de-deus.html
Power Point https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-1-as-promessas-de-deus-4tr24-pr-henrique-pptx/271993768
ESBOÇO DA LIÇÃO 2
I – ISRAEL:
A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO
1. “E far-te-ei
uma grande nação” (v.2)
2. “E
abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção” (v.2)
3. “E
abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (v.3)
4. “E em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (v.3)
II – OUTRAS
PROMESSAS A ISRAEL
1. A
promessa de um filho a Abraão
2. A
promessa de um filho a Isaque
3. A
promessa renovada
4. Promessa
do Reino do Messias
III – A
PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL
1. A queda
de Israel
2. A
tristeza de Paulo por Israel
3. Promessa
de salvação a Israel
TEXTO ÁUREO
“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.3)
VERDADE PRÁTICA
Ainda que a queda espiritual tenha ocorrido com Israel, há uma
gloriosa promessa ao remanescente fiel.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Gn 15.6 Abraão creu e foi abençoado pelo Senhor
Terça - Gl 4.25-31 Isaque, o filho da promessa no Antigo Testamento
Quarta - Gn 29.32-35 Jacó, o pai das 12 tribos de Israel que dariam origem
à nação
Quinta - Mt 1.23; Is 7.14 O Senhor JESUS, o Emanuel, o "DEUS conosco"
Sexta - Mt 1.22-24 O nascimento de JESUS como cumprimento de uma
promessa
Sábado - Rm 9.3-5 CRISTO, a promessa cumprida do Antigo Testamento
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 12.1-3; Romanos 9.1-5
Gênesis 12.1 - Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra,
e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. 2 -
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e
tu serás uma Bênção. 3 - E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Romanos 9.1 - Em CRISTO
digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no ESPÍRITO SANTO):
2 - tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. 3 - Porque eu mesmo
poderia desejar ser separado de CRISTO, por amor de meus irmãos, que são meus
parentes segundo a carne; 4 - que são israelitas, dos quais é a adoção de
filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; 5 - dos
quais são os pais, e dos quais é CRISTO, segundo a carne, o qual é sobre todos,
DEUS bendito eternamente. Amém!
HINOS SUGERIDOS: 380,
390, 463 da Harpa Cristã
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIOS
PARA A LIÇÃO 2
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
https://youtu.be/yzR4z7YkSyw?si=oTu-mVDpO0YsYFIc Vídeo
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2024/09/slides-licao-1-as-promessas-de-deus.html
Power Point https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-1-as-promessas-de-deus-4tr24-pr-henrique-pptx/271993768
Promessa
Embora se
refira ocasionalmente à palavra do homem, o uso característico da palavra
“promessa” nas Escrituras relaciona-se com o que DEUS declara que fará
acontecer. Embora possamos inferir as promessas feitas entre o Pai e o Filho
antes da criação, a primeira grande promessa de DEUS aos homens está em Gênesis 3.15 e inaugura uma
sucessão que, em uma crescente clareza de detalhes desde seu anúncio, fala
sobre a vinda do Messias-Salvador. Uma grande variedade de promessas está mais
ou menos ligada, de uma forma direta, a essa grande promessa central, inclusive
a nova aliança (Jr
31.31-34), o derramamento do ESPÍRITO (Jl 2.28ssJ, a restauração de
Israel (Dt 30.1-5)
e, finalmente, o novo céu e a nova terra (Is 65.17; 66.22).
Paulo
demonstra que a “promessa de DEUS” tem a qualidade de uma aliança, porque cada
palavra de DEUS é segura e certa, livre do legalismo e da dependência do
esforço do homem (por exemplo, Rm 4.13-16; Gl 3.16-18; cf. Hb 11.40).
O termo técnico
epangelia, portanto, designa o bondoso compromisso de DEUS, expresso
especialmente a Abraão, de realizar de forma completa sua obra de redenção
através do Messias, em quem “todas quantas promessas há de DEUS são nele sim; e
por ele o Amém" (2 Co
1.20).
Bibliografia.
Otto Miehel, "Homologeo etc.”, TDNT,
V. 199-220. Paul S. Minear, “Promise”, IDB, III, 893-896, J. Schniewind e J.
Friedrich, “Èpaggelo etc.”, TDNT, II, 576- 586. Wilbur M Smith, "Promise”,
BDT, pp. 422ss.
M. A. K.
As
promessas de DEUS feitas a Abraão
As
promessas feitas a Abraão, personificadas no pacto (Aliança) de Abraão,
aparecem primeiramente em Gênesis
12.1-3, seguidas por três importantes confirmações e aplicações (Gn 13.14-17; 15.1-7; 17.1-19). As promessas
a Abraão, a princípio, diziam respeito somente a ele (q.v.). A ele foi
prometida uma grande bênção pessoal, seu nome seria grande e ele mesmo seria
uma fonte de bênçãos para os demais.
Em segundo
lugar, as promessas de Abraão estavam relacionadas com seus descendentes. Ele seria o pai de uma grande nação (Gn 12.2) com uma numerosa posteridade, que
poderia ser comparada ao pó da terra e às estrelas do céu (Gn 13.16; 15.5). Sua descendência
incluiria pessoas famosas, inclusive reis, e mais do ,que apenas uma grande
nação (Gn 17.6). É bastante
significativo lembrar que todas essas promessas já foram literalmente
cumpridas.
Em terceiro
lugar, a promessa do título da terra à qual DEUS havia dirigido Abraão, foi assegurada à sua posteridade como posse
“perpétua” (Gn 17.7,8). Os extensos limites de
suas propriedades são fornecidos com minuciosos detalhes (Gn 15.18-21) e
confirmados através de um pacto (Aliança) solene selado com sangue (Gn 15.8-17). As
implicações de que a nação existiria para sempre, de acordo com o título da
terra, foram posteriormente confirmadas em Jeremias (Jr 31.35-37). Foram
acrescentadas, a essas extensas promessas, previsões detalhadas tais como a
peregrinação no Egito (Gn
15.13,14) e a ênfase
no fato de que somente uma parte da semente de Abraão herdaria todas as
promessas.
E, em
quarto lugar, através de Abraão "todas as famílias da terra” seriam
abençoadas. Essa
promessa foi além da descendência física de Abraão e diz respeito a todas as
nações. Ela cumpriu-se na vinda de JESUS CRISTO e em sua provisão para os
pecados do mundo todo. Também através da posteridade de Abraão foram escritas
as Escrituras nas quais DEUS fala a toda a humanidade.
O
antagonismo entre os gentios e Israel foi antecipado em Gênesis 12.3 pela afirmação de
que DEUS abençoaria àqueles que abençoassem a semente de Abraão e amaldiçoaria
àqueles que a amaldiçoassem. Os estudiosos têm discordado quanto ao fato das
promessas de Abraão deverem ser consideradas literalmente ou não. A
interpretação não literal considera a semente de Abraão como a comunidade
divina ou como o corpo de crentes através de todas as eras, e a promessa da
terra é espiritualizada para representar a promessa do céu.
Abraão,
entretanto, considerou como literal a promessa feita à sua semente e isso foi
confirmado pela recusa de DEUS de reconhecer o servo de Abraão, Ismael, (Gn 15.2- 4; 17.15-22). A promessa específica à semente de Abraão foi,
primeiramente, limitada a Isaque, mais tarde a Jacó e, através de Jacó,
dirigida aos doze patriarcas, filhos de Jacó. A promessa da terra também foi
interpretada literalmente ao longo do AT. A promessa da terra foi não só
confirmada a Isaque (Gn
26.1-5) e depois a Jacó (Gn 28.13-15), mas
também foi feita a Moisés (Dt 30.1-5) e Josué (Josué 1.3,4). O povo de Israel foi
assegurado de que, embora dispersos, eles iriam ao final recuperar sua terra
para nunca mais se dispersar novamente (Amós 9.14,15).
O NT parece
justificar o conceito de que existe um sentido pelo qual todos os crentes são
filhos de Abraão. Os versos
6-9 em Gálatas 3 afirmam
que “os que são da fé são filhos de Abraão”. Entretanto, de acordo com Gálatas 3.8, o aspecto
particular das referidas promessas de Abraão não está relacionado com Israel,
mas com aquele aspecto do pacto (Aliança) que, originalmente, pertencia aos
gentios, a saber, “em ti serão benditas todas as famílias da terra”. O fato de
o NT usar a expressão “filhos de Abraão”, para incluir aqueles que não são
descendentes físicos de Abraão, mas que como ele creram em DEUS (Gl 3.9), não cancela as
promessas feitas a Israel como nação, nem a promessa de que lhes seria
concedida uma terra.
As promessas feitas a
Abraão incluíam a restauração da terra de Israel, como fora prometido em Gênesis 15.18-21, e
numerosas outras profecias do AT (Is 11.11,12; 12.1-3; 27.12,13; 43.1-7; 48.8-17; 66.20-22; Jr 16.14- 16; 23.3-8; 30.10,11; 31.8,31-37; Ez 11.17-21; 20.33-38; 34.11-16; 39.25-29; Os 1.10,11; Am 9.11-15; Mq 4.4-7; Sf 3.14-20).
Portanto, as promessas feitas a Abraão representam declarações fundamentais dos
propósitos de DEUS, começando nos dias de Abraão e encontrando seu cumprimento
ao longo da história da humanidade.
Dicionário
Bíblico Wycliffe
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Aliança
Embora esta
palavra não apareça nas versões KJV e ASV em inglês, aparece quatro vezes na
versão RSV. O seu significado básico deriva do substantivo hebraico berit, que
significa “associação”, “confederação”, ‘liga”; e dos verbos hatan, que
significa “afinidade”, “unir em casamento”; e nuah, que significa “estar
despreocupado”, “estar aliado”; e do substantivo qesher, que normalmente tem o
sentido negativo de “conspiração”, “traição”.
A primeira
aliança descrita nas Escrituras foi entre Abrãao e os amorreus Manre, Escol e
Aner. Eles uniram suas
forças por tempo suficiente para libertar Ló daqueles que o mantiveram cativo (Gn 14.13-24). Abrão
fez uma aliança ainda mais duradoura com Abimeleque em Berseba (Gn 21.22-32), como
também Isaque fez posteriormente (Gn 26.26-31). Não
houve nenhuma proibição ou estigma contra essas primeiras alianças; porém mais
tarde a lei mosaica repetidamente proibia alianças com estrangeiros, em
particular com os cananeus. A proibição contra alianças com os cananeus se
baseava principalmente em questões religiosas. A nação recém formada era ainda
muito fraca para resistir às tentações da adoração ao sexo praticada por Canaã,
então DEUS, por meio de Moisés, procurou isolar Israel. Os altares, templos e
imagens pagãos foram destruídos para que os jovens não fossem enganados pelos
adoradores de Baal (Êx 23.32,33; 34.12,13). Para proteger os
israelitas ainda mais contra essa corrupção, o casamento com estrangeiros foi
proibido, para que não houvesse corrupção do israelita pelo adorador pagão
através do casamento (Dt
7.2-4). Depois da conquista, quando Israel desobedeceu, a razão do
julgamento de DEUS sobre eles tinha raízes na violação da proibição por parte
de Israel (Jz 2.2).
Além da aliança com os
homens de Gibeão, com artimanhas concluídas com Josué, não houve ligações
oficiais com outras nações até os tempos de Salomão. Davi tinha relações
amistosas, baseadas em alianças pessoais, com os reis de Moabe, Amom, Gate e
Hamate; mas parece que Salomão foi o primeiro a estabelecer uma aliança
internacional com uma nação estrangeira. Isto foi feito com Hirão de Tiro, em
relação à construção do Templo e às operações da frota no Mar Vermelho e no
Oceano Índico (1 Rs
5.1-18; 9.26-28),
A completa implicação desta aliança não veio à tona até o casamento de Acabe
com Jezabel, filha de um rei de Tiro. A adoração a Baal imediatamente tomou
conta da vida religiosa de Israel, mas foi vigorosamente combatida por Elias,
Eliseu e Jeú, Judá sentiu alguns maus resultados desse casamento quando a filha
de Jezabel, Atalia, tornou-se rainha de Judá,
Nas disputas
triangulares entre Israel, Judá e Síria foram feitas diversas alianças. Em uma
ocasião, Asa de Judá obteve a ajuda de Ben-Hadade da Síria contra Baasa de
Israel (1 Rs 15.18,19; 2 Cr 16.3). Mais tarde, Acabe
de Israel ganhou o auxílio de Josafá de Judá contra a Síria (1 Rs 22; 2 Cr 18.1). Depois da morte
de Acabe, Acazias de Israel procurou unir-se a Josafá no estabelecimento de uma
frota mercante, mas DEUS não se agradou com isso e a frota foi destruída (2 Cr 20.35-37). No
tempo de Isaías, Rezim da Síria e Peca de Israel se uniram contra Judá, mas
Acaz de Judá conseguiu comprar a ajuda da Assíria, que rapidamente destruiu a
Síria, reduziu Israel à condição de sua partidária, e finalmente fez de Acaz um
fantoche nas suas mãos (2
Rs 16.5-8). A última aliança trágica foi entre Zedequias e o Egito, que
trouxe a Babilônia contra Judá e destruiu Jerusalém completamente (Jr 37.1-8; Ez 17.15-17).
Em
hebraico, uma “aliança״ é
determinada pelo termo berit, e berit karat significa “fazer (lit., ‘cortar’ ou
‘lapidar’) uma aliança”. Em grego o termo é diatheke (que pode significar tanto
“pacto”como “último desejo e testamento”), e o verbo é diatithemi (Act 3.25; Hb 8.10; 9.16; 10.16).
Uma aliança
é um acordo entre duas ou mais pessoas em que quatro elementos estão presentes;
partes, condições, resultados, garantias.
As alianças bíblicas
são importantes como uma chave para duas grandes facetas da verdade:
Soteriologia - O plano de DEUS através de JESUS CRISTO para redimir os seus
eleitos, está revelado de uma maneira ampla e profunda nas sucessivas alianças.
Profecia - As alianças
abraâmica, palestina, davídica e as novas alianças abrem todo o panorama
relacionado à primeira e à segunda vinda de CRISTO, e o seu reinado milenar na
terra. A maior parte das grandes alianças revela fatos relacionados ao
sofrimento, sacrifício, governo, e reinado do Messias. A maneira como estas
duas correntes de profecia devem ser interpretadas determina finalmente a sua escatologia,
se ela deve ser amilenial, pós-milenial, ou pré-milenial, A questão a ser
encarada é se o método a ser aplicado a ambas correntes de profecia será o
mesmo, Disto deve depender a decisão sobre a questão do milênio, e a
interpretação de grande parte daquilo que está contido em cada uma das
alianças. Veja Milênio.
As Portes. Estas podem
ser; (1) Indivíduos, como por exemplo Abraão e Abimeleque (Gn 21.27) ou Jacó e Labão (Gn 31.44-46), quando
cada um se sujeitou a certas condições e ofereceu uma prova como garantia da
aliança feita. (2) Nações, como quando Naás, o amonita tentou forçar uma
aliança sobre Jabes-Gileade em 1
Samuel 11.1ss., ou quando os israelitas foram tolamente levados a fazer uma
aliança com os gibeonitas (Js
9.6- 16). (3) DEUS e o homem eram as partes das grandes alianças do reino
messiânico, tal como a aliança Abraâmica (Gn 12.1-7; 15; 17.1-14; 22.15-18), a aliança
Palestina (Dt 29-30), e a aliança Davídica (2 Sm 7.4-16; Sl 89.3,4,26-37; 132.11-18). (4) DEUS,
o Pai, e JESUS CRISTO, eram as partes originárias da aliança da redenção (Sl 40.6-8; Hb 10.5- 14), sendo CRISTO
o mediador desta aliança, enquanto DEUS e os indivíduos (Hb 7.9ss.) e DEUS e Israel (Jr 31.37) eram seus
companheiros eficazes. O Pai e o Filho eram a parte líder da aliança da graça, DEUS
Pai fez uma aliança com CRISTO para salvar pela graça aqueles que cressem no
Filho, e em sua morte substitutiva. Esta aliança se tomou o fundamento de Romanos 4 e Hebreus 11, as duas loci
classici, ou passagens principais concernentes à justificação pela fé no NT. No
AT, os indivíduos entravam nesta aliança através de sua fé salvadora, em uma
aceitação de um tipo de CRISTO no AT, e no NT pela mesma fé com a aceitação do
modelo oposto, o próprio Senhor JESUS CRISTO.
Condições. Em cada
aliança são expressas certas condições. Isto se aplica tanto às alianças
unilaterais, ou seja, anunciadas por DEUS para um homem e promulgadas com a
certeza de que acontecerão, e nesse ponto incondicionais; e também àquelas que
são bilaterais, ou seja, aquelas alianças que estão totalmente condicionadas à
aceitação e ao cumprimento por ambas as partes. Todas as alianças humanas são
bilaterais e condicionais, As alianças entre DEUS e o homem podem ser
principalmente unilaterais, como a aliança abraâmica, a davídica, e a nova
aliança; ou bilaterais, como por exemplo, a aliança mosaica. Ainda podemos
ficar confusos se não enxergarmos que até mesmo as alianças unilaterais têm
essencialmente um aspecto bilateral, à medida que a sua aplicação diz respeito
aos indivíduos. Isto pode ser visto no fato descrito por Paulo em Romanos 9 de que, embora as
alianças pertençam a Israel, “nem todos os que são de Israel são israelitas;
nem por serem descendência de Abraão são todos filhos” (Rm 9.6,8). Elas se aplicam aos
eleitos.
Mais adiante vemos que
o selo, sinal ou símbolo de alguém ter aceitado o relacionamento da aliança por
um ato de fé individual é um passo de obediência, mesmo na aliança abraâmica,
cujo sinal era a circuncisão (cf. Gn 17.10,11 onde o sinal foi declarado
como parte de uma aplicação individual da aliança. “Esta é minha aliança...
todo macho entre vós será circuncidado”). Qualquer tentativa de separar o
elemento unilateral da aliança abraâmica da sua aplicação individual torna-se
artificial e, portanto, o conhecimento de ambos os fatores - unilateral e
bilateral - em tal aliança se faz necessário, assim como o batismo nas águas é
o sinal ou a confirmação da associação de alguém na nova comunidade da aliança.
As análises mostram que os elementos unilaterais em uma aliança são proféticos
e, portanto, condicionados ao ponto em que são dependentes da aceitação pessoal
pela fé, com a motivação que vem da graça soberana de DEUS.
Resultados. Estes
podem ser também promessas de bênçãos quando a aliança é mantida, ou
advertências de punição quando a aliança é quebrada - ou ambas. Por exemplo, na
aliança abraâmica havia uma promessa de descendência (que de acordo com Gálatas 3.16 era CRISTO; cf. Gn 12.1-3; 13.16; 22.18), de uma terra, de fama
e de uma grande posteridade. Estes fatos eram proféticos e certos. Ao mesmo
tempo, havia um aspecto condicional, porque cada participante crente tinha que
ser circuncidado como um sinal da sua fé, mesmo no caso de Abraão (Gn 17.9-17; Rm 4.11). Aqueles que se
recusavam a ser circuncidados quebravam a aliança (Gn 17.14). Esta cerimônia
apontava para CRISTO em quem nós, cristãos, somos circuncidados com a "
circuncisão de CRISTO” (Cl
2.11). Tudo isso é condicional, pois a sua base é a fé salvadora.
Garantias. A garantia
que se dava para assegurar o cumprimento da aliança era normalmente um
juramento. Para os homens, era um juramento tão solene que constituía o caráter
do desejo ou testamento. A idéia é que assim como o testador não poderia mudar
a sua vontade quando morto, o criador da aliança também não poderia mudá-la. A
forma de expressá-la era matando um animal, partindo-o ao meio, e em seguida
passando-se pelo meio de ambas as partes
(Gn 15.9ss.). CRISTO selou
a nova aliança através de sua morte (Hb 9.15-17), e
instituiu a Ceia para celebrá-la (Mt 26.28; Mc 14.25; 1 Co 11.25,26). Às vezes se fazia uma
oferta (Gn 21.30), ou se
instituía um sinal, como um marco ou um monte de pedras (Gn 31.52). Como DEUS não tem
nada e ninguém maior do que Ele mesmo para jurar, também confirmou as suas
alianças jurando por si mesmo (Dt
29.12; Hb 6.13,14), por exemplo, ao
confirmar a sua aliança com Abraão, ao jurar pelo seu controle providencial do
mundo, e ao anunciar a nova aliança em Jeremias 31.35; 33.20.
Tipos de
Alianças
Dois principais tipos
de alianças na Bíblia precisam ser considerados; aqueles que são
especificamente designados como alianças, e aqueles que estão implícitos, mas
não são designados como tais. Para uma melhor distinção, talvez seja melhor
chamá-los de alianças bíblicas e teológicas.
Alianças
Bíblicas Específicas
1. Aliança Noéica. Esta é a primeira aliança claramente mencionada nas
Escrituras. Ela foi prometida a Noé em Gênesis 6.18 e está registrada
em Gênesis 8.20-9.17.
Esta aliança foi, sobretudo, unilateral, pois DEUS era o seu criador e
executor, não requerendo um compromisso de aceitação e consentimento por parte
de Noé, como no caso do juramento dos israelitas ao pé do Monte Sinai (veja Êx 19.8).
As partes desta
aliança eram DEUS e a terra (Gn
9.13) ou Noé e todos os seus descendentes (Gn 9.9,16,17). Daqui por diante, ela era
universal em seu escopo. Apesar disso, ela tinha certas condições, a saber, que
a humanidade fosse frutífera, se multiplicasse e enchesse a terra (9.1,7); que
não comesse carne com vida, isto é, com o sangue (9.4). Assim, a aliança era
condicional, porque DEUS trouxe um julgamento sobre a humanidade no episódio da
Torre de Babel na forma de uma confusão de línguas, para forçar o povo a se
espalhar e povoar a terra, quando eles estavam deliberadamente desafiando o
propósito e a ordem de DEUS (Gn 11.4- 9). O
Resultado era a promessa de que DEUS nunca mais destruiria a terra com um
dilúvio (Gn 8.21; 9.11,15), com a concomitante
promessa da regularidade das estações (Gn 8.22). A garantia de que DEUS
iria manter esta aliança enquanto durasse a terra encontrava-se em seu sinal ou
prova, o arco- íris (9.12-17).
2. Aliança Abaâmica. Esta é geralmente considerada uma aliança unilateral
no sentido de que foi em primeiro lugar anunciada por DEUS, sem qualquer
condição a ela vinculada. Entretanto, um elemento bilateral aparece em Gênesis 17.1: “Eu sou o DEUS
Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito”; e na última repetição e
confirmação da aliança a Abraão em Gênesis 22.16ss., quando DEUS
diz, “Por mim mesmo, jurei... porquanto fizeste esta ação e não me negaste o
teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei”.
As partes desta
aliança eram DEUS e Abraão. A condição - revelada por DEUS a Abraão, depois
dele demonstrar a sua vontade de obedecer à ordem de DEUS de oferecer Isaque -
era a obediência pela fé (cf. Hb 11.17-19). Os
resultados foram: a promessa de DEUS de transformar a posteridade de Abraão em
uma grande nação (Gn 12.2);
aumentar a sua semente tomando-a numerosa como a areia do mar (Gn 22.17); abençoar aqueles
que abençoassem o povo judeu e amaldiçoar aqueles que o amaldiçoassem (Gn 12.3); e dar à descendência
a Abraão (ou seja, a Israel), a Palestina e o território que vai do rio do
Egito até o Eufrates. Finalmente, e o mais importante de tudo, o mundo inteiro
seria abençoado através da sua descendência, que era CRISTO (Gl 3.16), e CRISTO por sua
vez dominaria sobre todos os seus inimigos (Gn 22.17,18). A garantia desta grande
aliança era o juramento de DEUS por si mesmo e por seu grande Nome (Gn 22.16; Hb 6.13-18), assim
como o derramamento do sangue dos sacrifícios (Gn 15.9,10,17).
3. Aliança
Mosaica ou do Sinai. Nesta
aliança vemos o surgimento de um novo fator, de uma forma particular. A aliança
Abraâmica era muito simples e direta, a Mosaica, mesmo sendo direta, era muito
mais complexa, empregava a forma contemporânea das alianças de suserania e
vassalagem em voga no antigo Oriente, onde o grande senhor ou suserano ditava
um acordo para os seus vassalos ou servos. Um recente estudo dos tratados ou
alianças hititas da metade do segundo milênio a.C., revelou que existia uma
forma paralela entre estas e a aliança de DEUS com Israel, e cada uma continha
seis elementos.
(1) Um preâmbulo: “Eu sou o Senhor, teu DEUS"
(Êx 20.2a), identificava o autor da aliança, e correspondia a
cada introdução como “Estas são as palavras do filho de Mursilis, o grande rei,
e rei da terra de Hati, o valente, o filho favorito do deus do trovão etc...”
(ANET, p. 203).
(2) Um prólogo histórico: “...que te, tirei da
terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20.2). Em Deuteronômio, que é a segunda dádiva da aliança e
da lei, o prólogo histórico se expandia amplamente a fim de abranger o modo
como DEUS levou Israel pelo deserto até aos limites da terra prometida (Dt 1.6- 4.49). Moisés
está repetindo e expandindo a aliança dada no Sinai, para atualizá-la e
preparar Israel para a entrada na terra prometida. Nas alianças hititas, o
suserano dominador lembrava ao governante vassalo (o governante subjugado) os
benefícios que ele desfrutara até o momento como vassalo de seu reino, como a
base para a sua gratidão e obediência futura.
(3) As estipulações ou obrigações exclusivas da
aliança: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura... Não te
encurvarás a elas nem as servirás” (Êx 20.3-5). Uma típica
aliança hitita foi registrada da seguinte forma: “Mas tu, Duppi-Tessub
permaneça leal ao rei da terra de Hati.,. Não volte os seus olhos para mais
ninguém” (ANET, p. 204). Em sua primeira forma em Êxodo 20, a aliança começa
com os Dez Mandamentos e continua ao longo de Êxodo 31. Em Deuteronômio, ela
começa com a lei no cap. 5 e continua pelo cap. 26.
(4)
Sanções, a saber, bênçãos e maldições que acompanham a manutenção ou o
rompimento da aliança. Em sua primeira promulgação no Êxodo, estas sanções estão vinculadas,
na aliança Mosaica, aos Dez Mandamentos; por exemplo: “Visito a maldade... e
faço misericórdia" (Êx
20.5,6); e, “Honra a
teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra” (Êx 20.12). Além disso, mais
sanções e advertências são dadas com a promessa de direção e proteção pela
presença de DEUS (Êx
23.20-33; para mais bênçãos e maldições, veja Levítico 26). Mas em
Deuteronômio há dois capítulos de bênçãos e maldições que devem ser lidos
publicamente e expostos na cerimônia de renovação da aliança (27 e 28),
seguidos pela conhecida aliança Palestina (29-30). Bênçãos e maldições também
eram escritas nos tratados da Ásia ocidental.
A confirmação bíblica
ou a certeza de que uma promessa seria mantida era um juramento ou ainda a
morte daquele que fez a aliança. “Os termos juramento e aliança são sempre
usados como sinônimos no AT, assim como os termos juramento e tratado nos
textos extrabíblicos” - esta é a conclusão de Gene M. Tucker (“Covenant Forms
and Contraet Forms”, VT, XV [1965], p. 497). Uma aliança no AT era, em sua
essência, um juramento, um acordo solene. DEUS confirmou a aliança Mosaica
através de um juramento mencionado em Deuteronômio 29.12ss. O
juramento... “que o Senhor, teu DEUS, hoje faz contigo" (cf. Dt 32.40; Ez 16.8; Nm 10.29). As partes que
faziam a aliança deveriam se tomar como os mortos, de maneira que não poderíam
mais mudar de ideia e revogá-la, assim como os mortos também não poderíam fazer
(Gn 15.8-18; Hb 9.16,17). Assim, o sangue dos
animais substitutos sacrificados era espargido na cerimônia de ratificação da
aliança, para representar a “morte” das partes (Êx 24.3-8). Os tratados
hititas comuns na época de Moisés não tinham como característica um juramento
por parte do suserano; ao invés disso, eles enfatizavam o juramento de lealdade
por parte do vassalo.
(5) Testemunhas: Os tratados hititas apelavam para uma longa lista de
divindades como testemunhas dos documentos. No Sinai e em outras alianças
bíblicas, os deuses pagãos eram obviamente excluídos. Ao invés disso, memoriais
de pedra podiam ser uma testemunha (Êx 24.4: cf. Js 24.27); os céus e a terra
eram convocados como testemunhas (Dt 30.19; 31.28; 32.1; cf. 4.26); o livro da lei (ou o
rolo da lei) era depositado ao lado da arca com a finalidade de ser uma
testemunha (Dt 31.26); e o
próprio cântico de Moisés lembraria ao povo os votos que fizeram por ocasião da
aliança (Dt
31.30-32.47). Na cerimônia de renovação da aliança no final da vida de
Josué, o próprio povo atuou como testemunha (Js 24.22).
(6) A perpetuação da aliança. Esta podia ser vista no cuidado pela segurança dos
documentos do tratado, que no caso dos pagãos eram geralmente depositados
perante ou sob um deus pagão de uma nação que fazia parte do tratado. Esta
atitude poderia ser contrastada com as tábuas da aliança Mosaica, colocadas
dentro da arca da aliança em Israel (Êx 25.16,21; 40.20; Dt 10.2). As alianças hititas
e a aliança Mosaica eram lidas periodicamente em público, e as crianças eram
nelas instruídas. A lei era registrada em pedras caiadas (Dt 27.4), e lida em voz alta
durante as cerimônias, como aconteceu quando as bênçãos e maldições foram
pronunciadas (estando a metade de Israel no Monte Ebal e a outra metade no
Monte Gerizim), depois de terem entrado na terra prometida (Dt 27.9ss.; Js 8.30-35). A lei era
lida integralmente e publicamente a cada sete anos na Festa dos Tabernáculos (Dt 31.9-13).
Chegou-se a várias
conclusões importantes como resultado da comparação da aliança Mosaica com os
antigos tratados de suserania daquela época: (a) DEUS falou a Israel de uma
forma conveniente ao seu propósito, mas que também fosse familiar ao povo
daquela época. Alguns dos detalhes mais apurados da forma até mesmo provam que
a aliança Mosaica deve ter sido estabelecida antes de 1200 a.C., porque os tratados
aramaicos e assírios do primeiro milênio a.C. não possuem vários dos elementos
característicos comuns aos hititas e à aliança do Sinai (veja Meredith G.
Kline, The Treaty of the Great King, p. 42ss.). (6) A forma particular da
aliança hitita em Deuteronômio nos leva a ver que a ênfase é maior no
significado da aliança do que em seu significado legal, (c) Estudos mostram que
as duas tábuas da lei não eram duas pedras com quatro mandamentos na primeira e
seis na segunda, mas duas cópias de pedra do mesmo tratado ou aliança: uma para
DEUS - mantida na arca - e outra para Israel. O mesmo acontecia em todos os
tratados hititas e assírios: duas cópias eram feitas, uma para o rei do
suserano e outra para o rei do vassalo.
Certas diferenças
importantes, não devem, entretanto, passar despercebidas. A Aliança Mosaica,
como feita por DEUS, baseava-se no amor e na graça e não simplesmente em poder.
Além disso, ela tinha como objetivo a salvação dos eleitos de DEUS, e não a
mera submissão e obediência.
Voltando ao
significado e à importância espiritual dessa aliança, podemos concluir que o
elemento condicionai é prioritário em relação ao elemento incondicional. Será
que está sendo ensinada a expressão “faze isso e viverás” (cf. Lc 10.28) no sentido de que
a vida eterna para o crente do AT dependia de se guardar a lei de DEUS? Se
fosse, as obras seriam de valor meritório até que viesse a cruz! Ou será que DEUS
queria dizer que deveriam viver à luz da lei? O Senhor JESUS CRISTO, no Sermão
do Monte, ensinou esta segunda visão quando expôs vários mandamentos e disse:
“Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48). Ele aplicou a lei
com o propósito da contínua santificação do crente e não para a sua
justificação. Em Levítico 18.5
é feita a mesma aplicação da lei: “Os meus estatutos e os meus juízos
guardareis; os quais, fazendo-os o homem, viverá por eles” (ou seja, naquele
âmbito). Quando vemos que esta aliança começa com a graça: “Eu sou o Senhor,
teu DEUS, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20.2), e acrescentamos a
isto uma consideração dos fatos descritos acima, somos levados a vê-la como uma
aliança cheia de graça. A aliança Mosaica, então, torna-se tanto um aio que tem
a função de nos trazer a CRISTO, onde todos os tipos de aliança apontam para
ele, como um padrão para guiar o comportamento dos crentes do AT e dos
cristãos.
4. Aliança Palestina (Dt 29-30). Embora seja uma parte da renovação da aliança
Mosaica, esta aliança é considerada por alguns separadamente. As portes são DEUS
e Israel, as condições são que DEUS abençoará Israel se a nação permanecer fiel
a Ele, e Ele a amaldiçoará se ela se virar contra Ele, como expresso nas
bênçãos e maldições promulgadas do Monte Gerizim e do Monte Ebal (Dt 27.9ss.). Os resultados,
depois de todas as bênçãos e maldições terem sido vivenciadas por Israel no
decorrer da sua história, são aqueles ocorridos se e quando a nação se
arrepender. DEUS a reunirá das partes mais distantes da terra, reestabelecerá a
aliança e a abençoará. A garantia da aliança encontra-se nas ordenanças ao céu
e à terra (Dt 30.19).
Esta aliança tem um
aspecto unilateral - promessas e recompensas pela manutenção da aliança, e
maldições como conseqüência de sua quebra. A garantia era dada para se ter a
certeza de que aconteceria o arrependimento da nação de Israel (Dt 30.1-10). Ainda há
um aspecto bilateral - Israel tem de se arrepender. Este arrependimento
ocorrerá por causa da graça soberana de DEUS na vida dos judeus quando JESUS
voltar (Zc 12.10-14;
13.6; cf. Is 66.19,20). As ordenanças de DEUS
levam em consideração tanto o que o homem fará em sua liberdade quanto o que DEUS
planeja fazer em sua soberana graça; estes dois elementos aparecem na aliança
Palestina.
5. Aliança Davídica (2 Sm 7.4-16; Sl 89.3, 4,26-37; 132.11-18; cf. Is 42.1,6; 49.8; 55.3,4). Esta era basicamente uma aliança unilateral, em que DEUS
primeiro prometeu a Davi um reinado seguro para o seu filho e sucessor,
Salomão; e, depois, um reino que continuaria para sempre na pessoa do Messias.
Isaías fala do próprio Messias tanto nesta aliança como no seu cumprimento (Is 42.1,6; 49.8). Eliã ainda tinha um
elemento bilateral, pois havia elementos condicionais relacionados ao rei (2 Sm 7.14,15).
6. Nova Aliança. Como na aliança do Sinai, com Moisés como mediador
entre DEUS e o seu povo escolhido (Act 7.38; Gl 3.19), assim a nova
aliança também foi estabelecida entre DEUS e o povo redimido, com CRISTO o
Filho de DEUS, agindo como mediador (1 Tm 2.5; Hb 8.6; 9.15; 12.24). Em contraste,
entretanto, a nova aliança é muito superior à antiga aliança Mosaica, porque é
instituída com base em promessas superiores e em um sacrifício infinitamente
superior (Hb 8.6; 9.23). Ela fala de um tempo
em que DEUS escreverá a sua vontade dentro das mentes e corações do seu povo,
de tal forma que os homens não precisarão mais ensinar uns aos outros qual é a
vontade do Senhor, e quando Ele perdoará os pecados do povo de Israel (Jr 31.31-37). O
escritor aos Hebreus usa a revelação da aliança do AT para provar que CRISTO é
tanto o Redentor, como o Mediador para o perdão dos pecados do homem (Hb 9.7-9; 10.5-16). CRISTO se
referiu a esta aliança quando discursava sobre a instituição da Ceia do Senhor.
“Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento [ou da Nova Aliança]” (Mc 14.24).
Existe algum elemento
condicional nesta aliança? Sim, até o momento em que o crente aceita CRISTO
como o seu Salvador, e testifica que crê que o sangue de CRISTO foi derramado
para a remissão dos seus pecados, e assim se torna individualmente participante
da nova aliança. Ainda há um aspecto incondicional, unilateral e profético
desta aliança, pois ela também fala de uma época em que, em todo Israel, todo
judeu conhecerá as suas bênçãos. Certamente, na Era do Evangelho em que estamos
vivendo, ainda não podemos afirmar que qualquer homem já não precisa ensinar ao
seu vizinho ou irmão a lei de DEUS. Esta parte da aliança só pode ser aplicada
à Época do Milênio.
Alianças
Teológicas
Estas alianças são
assim chamadas porque são descobertas ao aplicarmos a definição de aliança a um
acordo registrado nas Escrituras. Onde quer que estejam presentes fatores como
partes contratantes, condições, resultados e garantia, existe uma aliança. Tais
alianças, que alguns teólogos consideram tecidas em um tear e trama das
Escrituras, são as alianças das obras, a aliança da graça. e a aliança da
redenção. Estas são geralmente discutidas nos escritos dos teólogos da Reforma,
que seguem a teologia da aliança de Johannes Cocceius (1603-1669). Aqueles que
fazem objeções à classificação do acordo de DEUS entre Si próprio e Adão antes
da queda do homem, como uma aliança de obras, e seu pacto com o homem para sua
salvação depois da queda como uma aliança da graça, pode-se dizer o seguinte:
(1) O pacto de DEUS com Davi em 2
Samuel 7 não é chamado ali de uma aliança, mas é chamado de concerto no Salmo 89.3,28. (2) Só é possível
desenvolver uma verdadeira sistemática da teologia, através da aplicação de
definições desenvolvidas de forma indutiva. É isto que é feito ao se
estabelecer alianças teológicas. (3) Somos revestidos com a necessidade de
repetir laboriosamente o pacto que DEUS anunciou a Adão quando foi criado, suas
condições, resultados e sua classificação. Quando chamamos isto de aliança,
estamos simplesmente usando um termo definitivo, ao invés de repetir dados
desnecessariamente.
1. Aliança das Obras. As partes eram DEUS e Adão antes da Queda. As
condições positivas eram: amar a DEUS, obedecê-lo e amar ao próximo. As
negativas: não desobedecer a DEUS ou se rebelar contra Ele; não comer da árvore
do conhecimento do bem e do mal. Como podemos determinar o resultado positivo
quando ele não é declarado? Muito simples. DEUS é santo e imutável, portanto, a
forma como Ele lidou com a primeira ordem dos seres racionais, os anjos, é a
maneira pela qual Ele deve lidar com todo o restante de suas criaturas. Estes
anjos que o amavam e obedeciam, tornaram-se os anjos santos - eles foram
confirmados na justiça; aqueles que se rebelaram tornaram-se anjos caídos. A
árvore do conhecimento do bem e do mal no Éden era uma prova para o homem. Não
comer dela representava obediência e amor; comer, significava desobediência e
falta de confiança. Os resultados revelados nesta aliança eram vida pela
obediência e amor, como para todos os anjos; e morte pela desobediência e
rebelião, para os anjos caídos. Pelo fato de DEUS ser a verdade, a sua Palavra
era a garantia.
2. Aliança da graça. As partes eram DEUS e o homem através do Senhor JESUS
CRISTO, ou talvez melhor, DEUS, JESUS CRISTO e os homens à medida que estes se
tornam unidos a CRISTO através da fé nele. Este conceito de aliança da graça
entre o Pai e o Filho em que a salvação é oferecida aos pecadores pode ser
encontrado em Efésios
1.3-6, onde está escrito que DEUS nos escolheu em CRISTO antes da fundação
do mundo. Veja também 2 Timóteo
1.9; Tito 1.2; João 3.17; 17.4-10,21- 24. A condição
é, novamente, a fé salvadora, expressa no AT por atos de fé como os de Abel (Hb 11.4), Abraão e Davi (Rm 4.3,6-8), e pela aceitação
de JESUS CRISTO como revelado no NT. Os resultados são a vida eterna para os
crentes, e a condenação eterna para aqueles que não crêem.
3. Aliança da redenção. Um debate entre os teólogos da aliança é a existência
ou não de uma aliança de redenção, que seja adicional à aliança da graça.
Charles Hodge era, nos Estados Unidos, o líder daqueles que fazem esta
distinção e vêem duas alianças separadas. J. O. Buswell, Jr. argumenta
veementemente que elas são apenas uma e a mesma (Systematic Theology, II,
122ss.).
A aliança da redenção
pode ser definida como um acordo unilateral entre o Pai e o Filho, que contém
uma segunda aliança entre DEUS e seu povo. Esta aliança aparece claramente em
duas passagens: no Salmo
40.6-8, onde o Filho está conversando com o Pai, e fala do sacrifício que o
Pai espera dele; e, em uma passagem que cita estes versículos, Hebreus 10.5-16,
onde DEUS nos fala que tira a primeira aliança, chamada Mosaica, para
estabelecer a segunda: E, nesta vontade “temos sido santificados pela oblação
do corpo de JESUS CRISTO, feita uma vez [por todas]” (v.10). Então, nos é dito
(Hb 10.15-17)
que o ESPÍRITO SANTO endossou esta verdade quando profetizou a nova aliança em Jeremias 31.33,34. A compreensão de
Archibald McCaig é particularmente útil neste ponto: “A ‘Nova Aliança’ aqui
mencionada é praticamente equivalente à Aliança da Graça estabelecida entre DEUS
e o seu povo remido, que novamente repousa sobre a eterna Aliança da Redenção
feita entre o Pai e o Filho, que, apesar de não estar expressamente
determinada, não pode ser considerada obscura em muitas passagens das
Escrituras” (“Covenant, The New”, ISBE, II, 731).
É importante
distinguir a aliança da redenção da nova aliança, uma vez que a aliança da
redenção toma-se o teste mais importante na detecção de uma visão Unitariana,
tal como encontrada nos ensinos de Karl Barth. Se não existe a Trindade
ontológica das três pessoas na Divindade, não pode haver a aliança da redenção
entre o Pai e o Filho. Uma vez que Barth ensina simplesmente 3 modos de
revelação de uma única Pessoa, ele tem de rejeitar esta aliança. Seu
Unitarianismo exclui uma aliança ou uma comunicação direta em palavras ou
orações entre as Pessoas da Divindade.
A
Inter-Relação das Alianças
Esta ligação entre as
várias alianças pode ser comparada a uma série de degraus - cada um sendo
acrescentado e fundamentado naquele que o precede. O inter-relacionamento pode
ser ilustrado pelo fato de que a aliança Davídica e as novas alianças são extensões
que estão inseridas na aliança Abraâmica. Foi prometido a Abraão um reino e uma
terra, que mais adiante são detalhados na aliança Davídica. Também lhe foi dado
o evangelho, porque“... a Escritura... anunciou primeiro o evangelho a Abraão”
(Gl 3.8); tudo isso é mais
extensamente tratado na nova aliança.
Novamente, a aliança
das obras, apesar de ter sido quebrada por Adão, e suas consequências terem
caído sobre toda a humanidade, foi levantada por JESUS, pois Ele foi “nascido
de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei” (Gl 4.4,5). A aliança foi
perfeitamente mantida por Ele para nós e em nosso lugar. Mais além, na cruz,
Ele foi marcado com o castigo da lei que fora quebrada por nós, que, por outro
lado, somos salvos pela aliança da graça. Esta aliança depende do fato de CRISTO
ter terminado por nós a aliança das obras: primeiro por ter cumprido as suas
exigências, e segundo por ter suportado o castigo pelo pecado (Rm 10.4).
Aliança de
SAL
Os acordos ou pactos
entre os indivíduos eram geralmente ratificados compartilhando uma refeição (Gn 31.44,54; Êx 24.7-11). Temperar
com sal a comida que seria inserida significava a permanência e a
inviolabilidade do acordo ou da aliança que estava sendo feita ou relembrada (2 Cr 13.5; Ed 4.14). Quando era feita
uma aliança com DEUS, o alimento era primeiramente oferecido a Ele (Lv 2.13; Nm 18.19; Ez 43.24). Os nômades do
Oriente Médio, ainda comem “pão e sal” juntos como sinal e selo de uma aliança
de irmandade.
Moisés lia o “Livro da
Aliança” ou “Livro do Concerto” ao transmitir ao povo as leis que lhe haviam
sido dadas por DEUS no monte Sinai (Êx 24,7). Essa expressão
provavelmente se refira à coleção de leis encontrada em Êxodo 20.22-23.33.
Antigo Testamento
Esta é a primeira das
duas maiores divisões da Bíblia. Consiste das “Escrituras Sagradas” (2 Tm 3.15) ou “sagradas
letras” do povo judeu. Foi escrito, em sua maior parte, em hebraico; com partes
de Daniel, Esdras, um versículo em Jeremias e várias palavras em outras
passagens, em aramaico. A palavra “testamento” é, na opinião de alguns, uma
tradução inadequada do termo gr. diatheke e seria melhor traduzido como
“contrato” ou “aliança”.
Na Bíblia Sagrada, o
AT tem 39 livros - de Gênesis a Malaquias - na seguinte classificação: (1)
cinco livros da lei (Gênesis a Deuteronômio); (2) 12 livros históricos (Josué a
Ester); (3) cinco livros poéticos (Jó a Cantares); e (4) 17 livros proféticos (Isaías
a Malaquias), A última seção é às vezes subdividida em cinco profetas maiores e
12 profetas menores. Esta classificação é derivada da Vulgata Latina, que por
sua vez foi derivada da LXX.
Na Bíblia hebraica,
porém, há três divisões principais - a Lei, os Profetas e os Escritos. A Lei é
constituída dos “cinco livros de Moisés”, o Pentateuco. Os profetas são
compostos por duas subdivisões: os Primeiros Profetas, incluindo Josué, Juizes,
Samuel e Reis; e os Profetas Posteriores, compreendendo Isaías, Jeremias,
Ezequiel e os doze (profetas menores). Os Escritos contém todo o restante dos
livros. Conforme a contagem dos judeus, o número total dos livros é 24; mas
nesta enumeração, os 12
profetas menores são contados como um único livro, e também Samuel, Reis,
Crônicas e Esdras-Neemias como um único livro cada.
A antiga aliança foi
feita com os israelitas no Sinai através de Moisés, como mediador (Dt 5.1-5; Gl 3.19). A nova aliança foi
feita com os cristãos através de JESUS CRISTO como mediador (Hb 8.6-13; 1 Tm 2.5). Assim, a estrutura
básica da Bíblia depende da ideia de que DEUS fez duas alianças principais com
o seu povo escolhido, e que a nova aliança substituiu a antiga para aqueles que
crêem em JESUS CRISTO.
Embora os cristãos
estejam sob uma nova aliança, este fato de maneira alguma invalida as
Escrituras do AT. Elas permanecem parte da Palavra inspirada de DEUS, pois,
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de DEUS
seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.16,17). DEUS continua, até hoje,
a se revelar e a prover a sabedoria que leva à salvação (2 Tm 3.15) através destas
preciosas Escrituras. N. R. L.
Novo
Testamento
Nome dado à segunda
parte da Bíblia que compreende 27 documentos escritos por testemunhas oculares
de CRISTO ou pelos seus contemporâneos. Esse titulo implica um contraste com o
AT, ou com as Sagradas Escrituras que a Igreja herdou do judaísmo. O nome Novo
Testamento (gr, he kaine diatheke) pode ser melhor traduzido como “nova
aliança” e revela um contrato estabelecido por DEUS que o homem pode aceitar ou
rejeitar, mas não pode alterar. O termo foi usado, pela primeira vez, pelo
Senhor JESUS ao instituir a Ceia, com a finalidade de definir a nova base da
comunhão com DEUS que Ele pretendia estabelecer através de sua morte (Lc 22.20; 1 Co 11.25). A essência
dessa nova aliança reside no cumprimento da antiga aliança por meio de um
sacrifício que fosse adequado para remover todos os pecados (Hb 9.1115־), e operasse nas motivações interiores ao
invés de ser meramente um regulamento para condutas exteriores (Jr 31.31-34; Hb 10.14-25). A
declaração desse novo método, pelo qual DEUS trataria agora com o homem, foi
registrada nessa coleção de obras, e o nome “Novo Testamento” foi aplicado a
elas por metonímia.
Conteúdo
Os livros do NT podem
ser divididos em quatro seções gerais: a primeira, contém livros históricos,
que incluem os quatro Evangelhos e Atos; a segunda, contém as 13 epístolas de
Paulo; e a terceira, refere-se às epístolas em geral, duas de Pedro, uma de
Tiago, uma de Judas e quatro que não estão ligadas a nenhum nome específico.
Geralmente, três dessas epístolas são atribuídas a João, porque revelam uma
significativa semelhança com o quarto evangelho em vocabulário e estilo, e a
autoria do livro dos Hebreus tem sido discutida desde os primeiros séculos. Â quarta
e última seção refere-se ao livro de Apocalipse, que é profético e apocalíptico
e descreve, através de termos simbólicos, a realização do propósito divino no
mundo. Todos estes livros podem ser datados dentro do primeiro século da era
cristã, embora a ordem exata em que foram escritos ainda seja tema de muitos
debates.
Os Evangelhos fornecem
as principais fontes para o conhecimento da vida de CRISTO, embora nenhum deles
contenha uma biografia completa. Mateus enfatiza o caráter Teal e profético da
obra de JESUS; Marcos apresenta seus atos de autoridade moral e espiritual;
Lucas trata do aspecto humano de seu ministério; e João apresenta sua divindade
e o significado de crer nele. O livro de Atos registra o movimento da pregação
missionária desde Jerusalém até Roma, em meados do primeiro século, e está
centralizado na vida de Paulo. As epístolas são as cartas inspiradas que trazem
em si mesmas a autoridade do Senhor. São correspondências de Paulo e de outros
autores às igrejas ou a indivíduos que precisavam de ensinos e conselhos. O
Apocalipse é uma representação pictórico-dramgtica do estado das sete igrejas
típicas da Asia, e das coisas que em breve deveriam acontecer. Escrita por
volta do ano 95 d.C., no reinado de Domiciano, ele reflete o conflito entre a
Igreja e o Império Romano, e pressagia a luta final que precederá a volta de CRISTO.
Várias epístolas de
Paulo, como Gálatas, Tessalonicenses e Coríntios, precedem a elaboração dos
Evangelhos, e refletem o conhecimento e a história da Igreja relacionada a CRISTO,
antes que essas informações fossem registradas de forma permanente. Todo o NT
desenvolveu-se por causa da necessidade de instrução.
O
Desenvolvimento do Cânon
Desde o início, a
maior parte das obras do NT foram aceitas pelos cristãos como tendo autoridade
suficiente e, à medida que o tempo passava, os livros considerados duvidosos
foram totalmente reconhecidos ou rejeitados pela Igreja como um todo. O cânon,
ou coleção de livros, não foi criado arbitraria- mente ou decidido através de
um grupo de líderes, mas gradualmente reconhecido individualmente pelas igrejas
e pelos Concílios, Os quatro Evangelhos e as Epístolas de Paulo foram reunidos
muito cedo, provavelmente antes do ano 100 d.C., e ampíamente difundidos entre
as igrejas.
Por volta de, 140
d.C., Márcion, um mestre gnóstico da Ásia Menor, foi a Roma. Ele repudiava a
autoridade do AT como um livro “judeu”, e propunha um cânon consistindo do
Evangelho de Lucas, revisado para eliminar toda a influência judaica, e dez
epístolas de Paulo. Sua proposta provocou uma forte reação. Os líderes da
Igreja foram obrigados a definir e defender seu próprio cânon. As primeiras
relações anti-marcionitas, como o Cânon Muratoriano (aprox. 170 d.C.), contém
os Evangelhos, o Livro de Atos, 13 epístolas de Panlo, Judas, duas epístolas de
João e o Apocalipse.
Irineu, que era o
bispo de Lyon, e um contemporâneo do Cânon Muratoriano, citou os Evangelhos,
Atos, todas as epístolas de Paulo exceto Filemom, 1 Pedro, 1 e 2 João, Judas,
Tiago e o Apocalipse. Ele provavelmente conhecia o Livro de Hebreus, embora as
citações não sejam claras. A ausência de Filemom, 3 João e 2 Pedro em suas
citações do NT podem indicar que estas obras menores não continham um material
adequado às suas necessidades imediatas, ou que não estavam em circulação na
região do mundo onde ele vivia.
Tertuliamo (aprox.
150-220 d.C.) foi o primeiro escritor a usar o termo “Novo Testamento” no
sentido de uma coleção de escritos com autoridade divina. Nessa coleção ele
incluiu os quatro Evangelhos, as 13 cartas de Paulo, o Livro de Atos, o
Apocalipse, 1 João, 1 Pedro e Judas.
No ano 367 d.C.,
Atanásio listou os “livros que estão canonizados, e entregou-nos, e os
recebemos como sendo divinos”; sem hesitação, ele deu nome aos livros do AT e a
todos os 27 livros de nosso cânon do NT.
Os Concílios regionais
de Hippo (393 d.C.), de Cartago (397J, e o Concílio Ecumênico de Calcedônia
(451) reafirmaram todo o cânon de
27 livros que, em seguida, foram amplamente aceitos pela Igreja como um
todo.
Veja Cânon das Escrituras - NT; Bíblia; Manuscritos
da Bíblia; Evangelhos, Os Quatro; Evangelhos Sinóticos; Paulo; Epístolas Gerais;
artigos sobre cada um dos livros; Apócrifos.
M.C. T.
Bibliografia. (livros
recentes). Glenn W. Barker, William L. Lane e J. Ramsey Michaels, The New
Testament Speaks, Nova York. Harper and Row, 1969. Everett F. Harrison,
Introduction to the. New Testament, Grand Rapids. Eerdmans, 1964. Bo Reicke,
The New Testament Era. the World of the Bible from 500 B.C. to AD 100,
Filadélfia.
Fortress Press, 1968.
Merrill C. Tenney, New Testament Survey, ed. rev. Grand Rapids. Eerdmans, 1961;
New Testament Times, Grand Rapids. Eerdmans, 1965.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
O Chamado
de Abrão
Chamado de
Abrão
Aqui temos o chamado
pelo qual Abrão foi levado da terra do seu nascimento à terra da promessa, o
que estava designado tanto para testar a sua fé e obediência como para
separá-lo e consagrá-lo para DEUS, como também para serviços e favores
especiais que lhe foram designados. Quanto às circunstâncias deste chamado
podemos, de alguma maneira, ser esclarecidos com o conhecimento das palavras de
Estêvão, Atos 7.2, onde nos
é dito: 1. Que a glória de DEUS apareceu a Abrão para fazer este chamado,
apareceu com tais manifestações da sua glória, que não deu oportunidade para
Abrão duvidar da divina autoridade deste chamado. Posteriormente, DEUS lhe
falou de diversas maneiras. Mas esta primeira vez, quando a correspondência
estava sendo estabelecida, Ele lhe apareceu como o DEUS de glória, e falou com ele.
2. Que este chamado foi feito na Mesopotâmia, antes de Abrão habitar em Harã.
Por isto interpretamos corretamente que o Senhor tinha falado com Abrão,
especificamente, em Ur dos caldeus. E, em obediência a este chamado, como
Estêvão continua relatando a história (At 7.4), saiu da terra dos
caldeus e habitou em Harã, por aproximadamente cinco anos, e depois que seu pai
faleceu, por uma nova ordem, que se seguiu à anterior, DEUS o trouxe à terra de
Canaã. Alguns pensam que Harã se localizava na Caldéia, e seria ainda uma parte
da terra de Abrão, ou que Abrão, tendo permanecido ali durante cinco anos,
começou a chamá-la de sua terra, a criar raízes ali, até que DEUS o fez saber
que este não era o lugar ao qual ele estava destinado. Observe que se DEUS nos
ama, e tem misericórdia reservada para nós, Ele não permitirá que aceitemos o
nosso descanso antes de chegar a Canaã, mas graciosamente irá repetir os seus
chamados, até que a boa obra comece a realizar-se, e as nossas almas repousem
em DEUS somente. No chamado propriamente dito nós temos um preceito e uma
promessa.
I
Um preceito de teste: “Sai-te da tua terra”,
v. 1. Agora:
1. Por este preceito
ele foi submetido a uma prova que testava se ele amava a sua terra natal e os
seus amigos queridos, ou se poderia, voluntariamente, deixar tudo, para seguir
a DEUS. A sua terra tinha se tornado idólatra, a sua parentela e a casa do seu
pai eram uma tentação constante para ele, e ele não poderia continuar com eles
sem perigo de ser infectado. Portanto: Saia, lk-lk – Vade tibi, Saia logo, com
toda a velocidade, escapa-te por tua vida. Não olhes para trás de ti, Gn 19.17. Observe que aqueles
que estão em situação de pecado devem se interessar por fazer todo o possível
para sair dela rapidamente. Sai por ti mesmo (segundo a interpretação de
alguns), isto é, para o teu próprio bem. Observe que aqueles que abandonam os
seus pecados, e que se voltam a DEUS, ganharão indescritivelmente com a
mudança, Provérbios 9.12.
Esta ordem que DEUS deu a Abrão é praticamente o mesmo chamado do Evangelho,
pelo qual toda a semente espiritual do fiel Abrão é trazida ao concerto com DEUS.
Pois: (1) O afeto natural deve abrir caminho à graça divina. A nossa terra nos
é querida, os nossos parentes ainda mais queridos, e a casa do nosso pai é o
que mais queremos. Mas ainda assim tudo isto deve ser odiado (Lc 14.26). Isto é, nós
devemos amar tudo isto menos do que amamos a CRISTO, amar muito menos tudo isto
em comparação com Ele, e, sempre que qualquer uma destas coisas ou pessoas vier
a competir com Ele, deverá ser rejeitada, e a preferência deverá ser dada à
vontade e à honra do Senhor JESUS. (2) O pecado, e todas as oportunidades para
que ele ocorra, devem ser abandonados, em particular as más companhias. Nós
devemos abandonar todos os ídolos de iniquidade que se instalaram nos nossos
corações, e sair do caminho da tentação, arrancando até mesmo um olho direito
se nos levar ao pecado (Mt
5.29), voluntariamente separando-nos daquilo que nos é querido, quando não
podemos conservá-lo sem prejudicar a nossa integridade. Aqueles que se decidem
a observar os mandamentos de DEUS devem abandonar a companhia dos malfeitores, Salmos 119.115; Atos 2.40. (3) O mundo, e
todos os nossos prazeres nele, devem ser encarados com uma indiferença e um
desprezo sagrados. Nós não devemos mais considerá-lo como a nossa terra, ou a
nossa casa, mas como a nossa hospedaria, e, de maneira correspondente, devemos
ser indiferentes a ele, e viver acima dele, deixar de querê-lo.
2. Por este preceito
ele foi testado, se poderia confiar em DEUS mesmo sem poder vê-lo. Pois
precisava deixar a sua própria terra, para ir a uma terra que DEUS iria lhe
mostrar. DEUS não diz: “É uma terra que eu te darei”, mas apenas: “uma terra
que eu te mostrarei”. Tampouco Ele lhe diz qual era esta terra, nem que tipo de
terra era. Mas ele devia seguir a DEUS com uma fé implícita, e aceitar a
palavra de DEUS sobre a terra, de maneira geral, embora não tivesse recebido
nenhuma garantia especial de que não sairia perdendo ao deixar a sua terra para
seguir a DEUS. Observe que aqueles que lidam com DEUS, devem lidar com
confiança. Nós devemos substituir todas as coisas que são vistas por coisas que
não são vistas, e submeter-nos às aflições deste tempo presente esperando uma
glória que ainda há de ser revelada (Rm 8.18). Pois ainda não é
manifesto o que havemos de ser (1
Jo 3.2), não mais do que a Abrão, quando DEUS o chamou a uma terra que lhe
mostraria, ensinando-o, assim, a viver dependendo constantemente da sua
orientação, e com seus olhos voltados para Ele.
II
Aqui está uma promessa encorajadora, ou
melhor, uma complicação de promessas, muitas, e excessivamente grandiosas e
preciosas. Observe que todos os preceitos de DEUS são acompanhados de promessas
aos obedientes. Ele mesmo se dá a conhecer também como aquele que recompensa:
se obedecermos à sua ordem, DEUS não deixará de cumprir a promessa. Aqui há
seis promessas:
1. “Far-te-ei uma
grande nação”. Quando DEUS o tirou do seu próprio povo, prometeu fazer dele a
cabeça de outro. Ele o fez deixar de ser o ramo de um zambujeiro, para fazer
dele a raiz de uma boa oliveira. Esta promessa foi: (1) Um grande alívio à
apreensão de Abrão. Pois ele não tinha filhos. Observe que DEUS sabe como
adequar os seus favores às necessidades dos seus filhos. Aquele que tem um
emplastro para cada ferida irá fornecer um para aquela que for mais dolorosa.
(2) Um grande teste para a fé de Abrão. Pois a sua esposa tinha sido estéril
por muito tempo, de modo que, se ele cresse, isto seria contra as esperanças, e
a sua fé deveria estar edificada exclusivamente sobre aquele poder, que de
pedras pode suscitar filhos a Abraão e fazer deles uma grande nação. Observe
que: [1] DEUS faz nações: através dele, nações nascem de uma só vez (Is 66.8), e Ele fala de
edificá-las e plantá-las,
Jeremias 18.9. E: [2] Se uma nação for grande em riqueza e poder, é DEUS
que a faz grande. [3] DEUS pode criar grandes nações a partir de terra seca, e
pode fazer com que o menor seja mil.
2. “Abençoar-te-ei”,
particularmente com as bênçãos da fertilidade e da multiplicação, como tinha
abençoado a Adão e a Noé, ou, de maneira geral: “Eu o abençoarei com todo tipo
de bênçãos, tanto as mais elevadas quanto as mais simples. Deixe a casa do seu
pai, e lhe darei a bênção de um Pai, melhor do que a dos seus progenitores”.
Observe que os crentes obedientes terão certeza de herdar as bênçãos.
3. “Engrandecerei o
teu nome”. Ao deixar a sua terra, ele perdeu ali o seu nome. “Não se preocupe
com isto”, diz DEUS, “mas confie em mim, e Eu lhe farei um nome maior do que
você poderia ter tido ali”. Não tendo filhos, ele temia não ter um nome. Mas DEUS
fará dele uma grande nação, e desta maneira, lhe engrandecerá o seu grande
nome. Observe que: (1) DEUS é a fonte de honra e dele vem a promoção, 1 Samuel 2.8. (2) O nome dos
crentes obedientes certamente será celebrado e engrandecido. O melhor
testemunho é aquele que os antigos alcançaram pela fé, Hebreus 11.2.
4. “Tu serás uma
bênção”. Isto é: (1) “A sua felicidade será um exemplo de felicidade, de modo
que àqueles que quiserem abençoar os seus amigos bastará rogar que DEUS os faça
como Abrão”. Como em Rute 4.11.
Observe que a maneira como DEUS lida com os crentes é tão gentil e graciosa que
não precisamos desejar, nem a nós mesmos, nem aos nossos amigos, melhor
tratamento que este: ter a DEUS como nosso amigo é bênção suficiente. (2) “A
sua vida será uma bênção aos lugares onde você estiver”. Observe que os bons
homens são as bênçãos da sua terra, e o fato de que assim sejam é a sua
indescritível honra e felicidade.
5. Eu “abençoarei os
que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”. Isto criou um tipo de
aliança, ofensiva e defensiva, entre DEUS e Abrão. Abrão abraçou sinceramente a
causa de DEUS, e aqui DEUS promete se interessar pela dele. (1) Ele promete ser
um amigo dos seus amigos, a considerar as gentilezas feitas a Abrão como feitas
a Ele mesmo, e a recompensá-las adequadamente. DEUS irá cuidar para que ninguém
saia perdedor, no longo caminho, por nenhum serviço feito pelo seu povo. Até
mesmo um copo de água fria será recompensado. (2) Ele promete manifestar-se
contra os seus inimigos. Estes são aqueles que odiavam e amaldiçoavam o próprio
Abrão. Mas, embora as suas maldições infundadas não possam ferir a Abrão, a
justa maldição de DEUS certamente os dominará e arruinará, Números 24.9. Esta é uma boa
razão pela qual nós devemos abençoar aqueles que nos amaldiçoam, porque é
suficiente que DEUS os amaldiçoe, Salmos 38.13-15.
6. “Em ti serão
benditas todas as famílias da terra”. Esta foi a promessa que coroou todas as
demais. Pois ela aponta para o Messias, em quem todas as promessas são
cumpridas. Observe que: (1) JESUS CRISTO é a grande bênção do mundo, a maior
com que o mundo jamais foi abençoado. Ele é uma bênção familiar, por Ele vem a
salvação à casa (Lc 19.9).
Quando contarmos as bênçãos da nossa família, devemos colocar CRISTO no imprimis
– primeiro lugar, como a bênção das bênçãos. Mas como podem ser todas as
famílias da terra abençoadas em CRISTO, quando tantas são estranhas a Ele? Resposta:
[1] Todos os que são abençoados, são abençoados nele, Atos 4.12. [2] Todos os que
crêem, não importa a qual família pertençam, serão abençoados nele. [3] Alguns
de todas as famílias da terra são abençoados nele. [4] Existem algumas bênçãos
com as quais todas as famílias da terra são abençoadas em CRISTO. Pois a
salvação do Evangelho é a salvação comum, Judas 3. (2) É uma grande
honra relacionar-se com CRISTO. O fato de que o Messias seria fruto dos seus
lombos engrandeceu o nome de Abrão muito mais do que o fato de que ele seria o
pai de muitas nações. Foi uma grande honra para Abrão ser o seu pai, pela
natureza, ou seja, ser o patriarca da sua descendência. A nossa será sermos
seus irmãos, pela graça,
Mateus 12.50.
O Concerto
de DEUS com Abrão
Renovação
da Aliança
Observe aqui:
I
Quando DEUS fez esta aliança com Abrão: Depois
destas coisas. 1. Depois deste famoso ato de generosa caridade que Abrão tinha
feito, resgatando seus amigos e vizinhos da aflição, e não por preço nem por
recompensa. Depois disto, DEUS lhe fez esta graciosa visita. Observe que
aqueles que demonstram favor aos homens, encontrarão o favor da parte de DEUS.
2. Depois daquela vitória que ele tinha obtido sobre quatro reis. Para que
Abrão não se sentisse muito elevado e satisfeito com isto, DEUS vem a Abrão
para dizer-lhe que tinha coisas melhores reservadas para ele. Observe que uma
convivência de fé com as bênçãos espirituais é um meio excelente de nos impedir
de ficarmos excessivamente absorvidos por prazeres temporais. Os dons da
providência comum não se comparam àqueles do amor do concerto.
II
A maneira pela qual DEUS falou com Abrão: A
palavra do Senhor veio a Abrão (isto é, DEUS manifestou a si mesmo, bem como a
sua vontade, a Abrão) em uma visão, o que nos faz supor que Abrão estivesse
despertado, e então tenha desfrutado de algumas aparições visíveis da Shechinah,
ou algum sinal visível da presença da glória divina. Observe que os métodos da
revelação divina são adaptados ao nosso estado no mundo dos sentidos.
III
A graciosa certeza que DEUS deu a Abrão, do
seu favor a ele.
1. O Senhor o chamou
pelo nome – Abrão, o que lhe foi uma grande honra, e engrandeceu o seu nome, e
também foi um grande incentivo e auxílio à sua fé. Observe que a boa palavra de
DEUS nos faz bem quando nos é proferida e trazida aos nossos corações pelo seu ESPÍRITO.
A palavra diz: Ó vós todos (Is
55.1), o ESPÍRITO diz: Ó, tu.
2. Ele o aconselhou a
não ficar inquieto nem confuso: Não temas, Abrão. Abrão poderia temer que os
quatro reis que ele tinha derrotado o atacassem novamente, e que isto fosse a
sua ruína: “Não”, diz DEUS, “não tema. Não tema as vinganças deles, nem a
inveja dos seus inimigos. Eu tomarei contra de você”. Observe: (1) Mesmo onde
existe uma grande fé, pode haver muitos medos, 2 Coríntios 7.5. (2) DEUS toma
conhecimento dos temores do seu povo, por mais secretos que sejam, e conhece as
suas almas, Salmos 31.7.
(3) É a vontade de DEUS que o seu povo não ceda aos medos, aconteça o que
acontecer. Que os pecadores em Sião tenham medo, mas você, Abrão, não tema.
3. O Senhor garantiu a
Abrão segurança e felicidade, e que ele seria, para sempre: (1) Tão seguro
quanto o próprio DEUS poderia mantê-lo: Eu sou o teu escudo, ou, um pouco mais
enfaticamente, Eu sou o teu grandíssimo galardão, aquele que realmente se
preocupa contigo. Veja 1
Crônicas 17.24. Não somente o DEUS de Israel, mas o DEUS para Israel.
Observe que consideração há nisto, que o próprio DEUS é, e será, um escudo para
o seu povo, para protegê-los de todos os males destrutivos, um escudo pronto
para eles e um escudo ao seu redor. Isto deveria ser suficiente para silenciar
todos os seus medos perturbadores. (2) Tão feliz quanto o próprio DEUS poderia
fazê-lo: Eu serei o teu grandíssimo galardão. Não somente quem te recompensa,
mas a tua recompensa. Abrão generosamente tinha recusado as recompensas que o
rei de Sodoma lhe tinha oferecido, e aqui vem DEUS, e lhe diz que ele não
perderia nada por isto. Observe: [1] As recompensas da obediência em fé, e da
renúncia a si mesmo são muito grandes, 1 Coríntios 2.9. [2] O próprio
DEUS é a felicidade escolhida e prometida das almas santificadas – escolhida
neste mundo e prometida em um mundo melhor. Ele é a porção da sua herança e o
seu cálice.
Aqui temos a garantia,
dada a Abrão, de uma prole numerosa que seria sua descendente. Observe:
I
A repetição da queixa de Abrão, vv. 2,3. Isto
foi o que motivou a promessa. A grande aflição que pesava sobre Abrão era a
falta de um filho. E esta queixa ele aqui derrama perante a preciosa face do DEUS
amoroso, e lhe expõe a sua angústia, Salmos 142.2. Observe que
embora jamais devamos nos queixar de DEUS, temos permissão para nos queixar a
Ele, e para sermos demorados e detalhados na declaração dos nossos pesares. E
traz alguma tranqüilidade a um espírito carregado, expor o seu caso a um amigo
misericordioso e fiel: tal amigo é DEUS, cujo ouvido está sempre aberto. A sua
queixa tem quatro partes: 1. Ele não tem filhos (v. 3): Eis que me não tens
dado semente. Não somente sem filho, mas sem semente. Se ele tivesse tido uma
filha, dela poderia descender o Messias prometido, que deveria ser a semente de
uma mulher. Mas ele não tinha nem filho nem filha. Abrão parece, na minha
opinião, enfatizar isto. Seus vizinhos estavam cheios de filhos, os seus servos
tinham filhos nascidos na sua casa. “Mas a mim”, Abrão declara com tristeza,
“não deste nenhum”, mesmo DEUS lhe tendo dito que ele seria favorito, acima de
todos. Observe que aqueles que julgam que esteja determinado que não terão
filhos, devem ter a certeza de que DEUS realmente determinou isto. Uma vez
mais, DEUS freqüentemente retém, aos seus próprios filhos, os consolos
temporais que dá abundantemente a outros, que são estranhos a Ele. 2. Que não era provável
que ele tivesse nenhum filho, o que é sugerido pela palavra “ando”, ou “sigo,
sem filhos, avançando em anos, descendo a colina. Na verdade, saindo do mundo,
percorrendo o caminho de toda a terra. Morro sem filhos”, segundo a Septuaginta.
“Deixo o mundo, e não deixo nenhum filho atrás de mim”. 3. Que os servos tomam
o lugar dos filhos, no presente, e provavelmente no futuro. Enquanto ele vivia,
o mordomo da sua casa era Eliezer de Damasco. A ele Abrão confiou a
administração da sua família e das suas propriedades, pois podia ser fiel, mas
somente como um servo, não como um filho. Quando Abrão morresse, alguém nascido
na sua casa seria o seu herdeiro, e governaria sobre tudo aquilo pelo que Abrão
tinha trabalhado, Eclesiastes
2.18,19,21. DEUS já lhe tinha dito
que faria dele uma grande nação (Gn
12.2), e que faria a sua semente tão numerosa quanto o pó da terra (Gn 13.16). Mas Abrão ficou em
dúvida, se esta seria a sua semente gerada, ou a sua semente adotada, se esta
bênção se cumpriria através de um filho dos seus lombos, ou de um filho da sua
casa. “Bem, Senhor”, diz Abrão, “se for somente um filho adotado, deverá ser um
dos meus servos, o que trará a desgraça à semente prometida, que será
descendente dele”. Observe que enquanto tardam em chegar as graças prometidas,
a nossa incredulidade e impaciência são capazes de concluir que estas bênçãos
nos foram negadas. 4. Que a falta de um filho era um problema tão grande para
ele, que removia o consolo de todos os seus prazeres: “Senhor, que me hás de
dar? Tudo isto não será nada para mim, se eu não tiver um filho”. Bem: (1) Se
supusermos que Abrão não visava nada além de um consolo temporal, esta queixa
mereceria uma punição. DEUS, pela sua providência, lhe tinha dado algumas boas
coisas, e ainda mais, pela sua promessa. Mas ainda assim Abrão não se importa
com elas, porque não tem um filho. Era, realmente, muito pouco apropriado que o
pai dos crentes dissesse: Que me hás de dar, pois ando sem filhos,
imediatamente depois que DEUS tinha dito, Eu sou o teu escudo, o teu
grandíssimo galardão. Observe que não avaliam corretamente as vantagens da sua
relação de concerto com DEUS, e o seu interesse nele, aqueles que não julgam
que isto seja suficiente para contrabalançar a falta de qualquer conforto
temporal, qualquer que seja ele. Mas: (2) Se supusermos que Abrão aqui se
referia à semente prometida, a impertinência deste seu desejo era altamente
louvável: tudo era como nada para ele, se não tivesse o penhor daquela grande
benção, e uma certeza do seu parentesco com o Messias, do qual DEUS já o tinha
incentivado a manter as expectativas. Ele tem riqueza, e vitória, e honra. Mas,
enquanto for mantido às escuras sobre o assunto principal, tudo isto será como
nada para ele. Observe que até que tenhamos alguma evidência consoladora do
nosso interesse em CRISTO e no novo concerto, não devemos ficar satisfeitos com
nada mais. “Isto, e aquilo, eu tenho. Mas de que tudo poderá me servir, se
continuo sem CRISTO” – mas, ainda assim, a queixa mereceria uma punição, pois
haveria, no seu fundo, certa falta de confiança na promessa, e um cansaço de
esperar pela hora de DEUS. Observe que os verdadeiros crentes às vezes julgam
difícil conciliar as promessas de DEUS e as Suas providências, quando elas
parecem estar em desacordo.
II
A graciosa resposta de DEUS a esta queixa. À
primeira parte da queixa (v. 2), DEUS não deu imediatamente uma resposta,
porque havia alguma irritação nela. Mas, quando Abrão retoma suas palavras, um
pouco mais calmo (v. 3), DEUS lhe responde graciosamente. Observe que, se nós
continuarmos orando com perseverança, e ainda assim orando com uma humilde
submissão à vontade divina, não estaremos buscando ao Senhor em vão. 1. DEUS
lhe fez uma promessa expressa de um filho, v. 4. Este – que nascer na tua casa
– não será o teu herdeiro, como temes. Mas aquele que de ti será gerado, esse
será o teu herdeiro. Observe: (1) DEUS faz herdeiros. Ele diz: “Este não será,
e este será”. E quaisquer que sejam os planos e desígnios dos homens ao
estabelecer as suas propriedades, o conselho de DEUS terá a absoluta
prioridade. (2) DEUS é freqüentemente melhor para nós do que esperamos. É Ele
que aplaca os nossos temores. É o Senhor que nos concede a misericórdia da qual
podemos ter perdido a esperança há muito tempo. 2. Para tocá-lo mais com esta
promessa, o Senhor levou Abrão para fora, e mostrou-lhe as estrelas (esta visão
deve ter ocorrido muito cedo, antes do raiar do dia), e então lhe disse: Assim
será a tua semente, v. 5. (1) Tão numerosa. As estrelas parecem incontáveis
para um olho comum: Abrão temia não ter nenhum filho, mas DEUS lhe garantiu que
os descendentes dos seus lombos seriam tantos que não poderiam ser contados.
(2) Tão ilustre, semelhante às estrelas, em esplendor. Pois a ela pertencia a
glória, Romanos 9.4. A
semente de Abrão, segundo a sua carne, seria como o pó da terra (Gn 13.16), mas a sua semente
espiritual é como as estrelas do céu, não somente numerosa, mas gloriosa e
muito preciosa.
III
A firme crença de Abrão na promessa que DEUS
agora lhe fazia, e a aceitação que DEUS faz da sua fé, v. 6. 1. Ele creu no
Senhor, isto é, creu na verdade daquela promessa que DEUS agora lhe tinha
feito, descansando sobre o poder irresistível e a inviolável fidelidade Daquele
que a fazia. Ele tinha dito, e não o cumpriria? Observe que aqueles que desejam
ter o consolo das promessas devem misturar fé às promessas. Veja como o apóstolo
engrandece esta fé de Abrão, e faz dela um exemplo, Romanos 4.19-21. Ele
não enfraqueceu na fé. E não duvidou da promessa. Ele foi fortificado na fé.
Ele foi completamente persuadido. O Senhor opera esta fé em cada um de nós!
Alguns pensam que a expressão “ele creu no Senhor” signifique não somente o
Senhor que prometia, mas o Senhor prometido, o Senhor JESUS, o Mediador do novo
concerto. Abrão creu nele, isto é, recebeu e aceitou a revelação divina a
respeito dele, e exultou por ver o seu dia, embora ainda estivesse tão
distante, João 8.56. 2. DEUS
lhe imputou isto por justiça: isto é, por este motivo ele foi aceito por DEUS,
e, como os demais patriarcas, pela fé alcançou testemunho de que era justo, Hebreus 11.4. Isto é
mencionado com insistência no Novo Testamento, para provar que somos
justificados pela fé, sem as obras da lei (Rm 4.3; Gl 3.6). Pois Abrão foi
justificado desta maneira, enquanto ainda era incircunciso. Se Abrão, que era
tão rico em boas obras, não foi por elas justificado, mas somente pela sua fé,
muito menos seremos nós, que somos tão pobres em boas obras. Esta fé, que foi imputada
a Abrão por justiça, tinha recentemente lutado com a incredulidade (v. 2) e,
saindo vencedora, assim foi coroada, assim foi honrada. Observe que uma
aceitação prática e fiel da promessa de DEUS de graça e glória, e CRISTO, e por
CRISTO, e uma confiança em tal promessa, é aquilo que, segundo o teor do novo
concerto, nos dá o direito a todas as bênçãos contidas na promessa. Todos os
crentes são justificados, como Abrão o foi, e foi a sua fé que lhe foi imputada
por justiça.
Aqui temos a garantia
dada a Abrão da terra de Canaã, como herança.
I
DEUS declara o seu objetivo a respeito da
terra, v. 7. Observe aqui que Abrão não fez nenhuma queixa a este respeito,
como tinha feito pela falta de um filho. Note que aqueles que têm a certeza de
um interesse na semente prometida não vêem razões para duvidar de um título da
terra prometida. Se CRISTO é nosso, o céu é nosso. Observe, novamente, a
ocasião em que Abrão creu na promessa anterior (v. 6). Então o DEUS maravilhoso
lhe explicou, e ratificou a promessa. Observe que ao que tem (e que aprimora o
que tem), ser-lhe-á dado. DEUS aqui lembra três coisas a Abrão, para seu
incentivo a respeito da promessa desta boa terra:
1. O que DEUS é, em si
mesmo: Eu sou o Senhor Jeová. E, portanto: (1) “Eu posso dar isto a você, pois
Eu sou o Senhor soberano de tudo e de todos, e tenho o direito de dispor de
toda a terra”. (2) “Eu posso dá-la a você, qualquer que seja a oposição, ainda
que seja realizada pelos filhos de Anaque”. DEUS nunca promete mais do que Ele
pode fazer, como os homens fazem freqüentemente. E devemos nos lembrar sempre
de que Ele, e só Ele, pode fazer todas as coisas. (3) “Eu cumprirei a minha
promessa a você”. Jeová não é um homem, para mentir.
2. O que Ele tinha
feito por Abrão. Ele o tinha tirado de Ur dos caldeus, do fogo dos caldeus,
segundo alguns, isto é, seja das suas idolatrias (pois os caldeus adoravam o
fogo), seja das suas perseguições. Os autores judeus têm uma tradição de que
Abrão foi lançado ao fogo por se recusar a adorar ídolos, e foi milagrosamente
salvo. Na verdade, é um lugar com este nome. De lá DEUS o trouxe por um chamado
efetivo, trouxe-o com uma firmeza graciosa, agarrou-o, como se fosse um galho
no fogo. Isto foi: (1) Uma misericórdia especial: “Eu o trouxe, e deixei a
outros, a milhares, para que perecessem ali”. DEUS chamou somente a ele, Isaías 51.2. (2) Uma
misericórdia espiritual, uma misericórdia para a sua alma, uma libertação do
pecado e das suas conseqüências fatais. Se DEUS salva as nossas almas, podemos
ter a certeza de que não nos faltará nada que seja bom para nós. (3) Uma nova
misericórdia, recentemente concedida, e, portanto, deveria ser mais comovente,
como aquela que é tão linda, e que encontramos no prefácio dos mandamentos: Eu
sou o Senhor, que te tirei da terra do Egito. (4) Uma misericórdia de base, que
serve como alicerce para nós, o início da misericórdia, uma misericórdia
peculiar a Abrão, e, portanto, um sinal de misericórdias posteriores, Isaías 66.9. Observe como DEUS
fala disto, como se estivesse se gloriando nisto. Eu sou o Senhor que te tirei.
Ele se gloria nisto como um ato de poder e também de graça. Compare com Isaías 29.22, onde Ele se
gloria nisto, muito tempo depois. Assim diz o Senhor, que remiu a Abraão – que
o remiu do pecado.
3. O que o Senhor
ainda pretendia fazer por Abrão: “Eu te trouxe até aqui, para dar-te a ti esta
terra, para a herdares – não somente para que a possuas, mas para que a possuas
como uma herança, que é o título mais doce e garantido”. Observe: (1) A providência
de DEUS tem desígnios secretos, porém graciosos, em todas as suas variadas
dispensações às pessoas boas. Nós não podemos perceber os projetos da
Providência, até que os eventos os mostrem em toda a sua misericórdia e glória.
(2) O grande objetivo que DEUS deseja alcançar em todas as Suas tratativas com
o seu povo, é trazê-los em segurança ao céu. Eles são eleitos para a salvação (2 Ts 2.13), chamados para o
reino (1 Ts 2.12), gerados
para a herança (1 Pe 1.3,4), e tornados adequados para
ela, Colossenses 1.12,13; 2 Coríntios 4.17.
II
Abrão deseja um sinal: Como saberei que hei de
herdá-la?, v. 8. Isto não nascia de uma falta de confiança no poder nem na
promessa de DEUS, como a de Zacarias. Mas ele desejava isto: 1. Para o
fortalecimento e a confirmação da sua própria fé. Ele creu (v. 6), mas aqui ele
roga: Senhor, ajude-me a combater a minha incredulidade. Agora ele cria, mas
desejava um sinal para ser guardado para uma hora de tentação, sem saber como a
sua fé poderia, por um evento ou outro, ser abalada e tentada. Observe que
todos nós precisamos, e devemos desejar, auxílios do céu para a confirmação da
nossa fé, e devemos aproveitar os sacramentos, que são sinais instituídos com
este propósito. Veja Juízes
6.36-40; 2 Reis
20.8-10; Isaías 7.11,12. 2. Para a ratificação da
promessa para a sua posteridade, para que também fossem levados a crer nela.
Observe que aqueles que estão satisfeitos devem desejar que os outros também
estejam satisfeitos com a verdade das promessas de DEUS. João enviou os seus
discípulos a CRISTO, não tanto para a sua própria satisfação, como para a
deles, Mateus 11.2,3. Canaã tipificava o céu.
Observe que é algo muito desejável saber que herdaremos a Canaã celestial, isto
é, ser confirmados na nossa fé na verdade daquela felicidade, e ter as
evidências do nosso direito a ela cada vez mais claras para nós.
III
DEUS orienta Abrão a fazer preparativos para
um sacrifício, pretendendo, com isto, dar-lhe um sinal, e Abrão faz os
preparativos adequadamente (vv. 9-11): Toma-me uma bezerra, etc. Talvez Abrão
esperasse algum sinal extraordinário do céu: mas DEUS lhe dá um sinal em um
sacrifício. Observe que aqueles que desejarem receber as garantias do favor de DEUS,
e desejarem ter a sua fé confirmada, devem participar das ordenanças
instituídas, e esperar encontrar a DEUS nelas. Observe: 1. DEUS indicou que
cada um dos animais usados para este serviço tivesse três anos de idade, porque
então todos estariam na plenitude do seu crescimento e força: DEUS deve ser
servido com o que tivermos de melhor, pois Ele é o melhor. 2. Nós não lemos que
DEUS tenha dado a Abrão instruções especiais sobre como lidar com estes animais
e aves, sabendo que ele era tão instruído na lei e no costume de sacrifícios
que não precisava de nenhuma instrução especial. Ou talvez lhe tenham sido
dadas instruções, que ele observou cuidadosamente, embora não tenham sido
registradas. Ao menos foi-lhe indicado que eles deveriam ser preparados para a
solenidade de ratificação de um concerto. E ele conhecia bem a maneira de
prepará-los. 3. Abrão fez
como DEUS lhe indicou, embora ainda não soubesse como estas coisas se tornariam
um sinal para ele. Este não foi o primeiro exemplo da obediência implícita de
Abrão. Ele partiu os animais ao meio, de acordo com a cerimônia usada na
confirmação de concertos,
Jeremias 34.18,19,
onde está escrito, O bezerro dividiram em duas partes, passando pelo meio das
duas porções. 4. Abrão, tendo feito os preparativos de acordo com as indicações
de DEUS, agora se pôs a esperar pelo sinal que DEUS lhe daria, como o profeta
sobre a sua torre de vigia,
Habacuque 2.1. Enquanto tardava a aparição de DEUS para reconhecer o seu
sacrifício, Abrão continuou esperando, com as suas expectativas aumentando com
a demora. Quando as aves desciam sobre os cadáveres para comê-los, como coisas
comuns e negligenciadas, Abrão as enxotava (v. 11), crendo que a visão, no
final, falaria e não mentiria. Observe que um olho muito vigilante deve ser
mantido sobre os nossos sacrifícios espirituais, para não permitir que algo os
ataque e os deixe inadequados à aceitação de DEUS. Quando pensamentos vãos,
como estas aves de rapina, descem sobre os nossos sacrifícios, nós devemos
enxotá-los, e não permitir que se alojem dentro de nós, mas comparecer diante
de DEUS sem distrações.
Aqui temos uma
revelação plena e particular feita a Abrão sobre os propósitos de DEUS a
respeito da sua semente. Observe:
I
Quando DEUS veio a ele com esta revelação:
Quando o sol se punha, ou se enfraquecia, aproximadamente à hora do sacrifício
da tarde, 1 Reis 18.36; Daniel 9.21. Pela manhã bem
cedo, antes do raiar do dia, quando ainda podiam ser vistas as estrelas, DEUS
tinha lhe dado instruções a respeito dos sacrifícios (v. 5), e podemos supor
que tivesse sido o seu trabalho da manhã, pelo menos, prepará-los e deixá-los
em ordem. Depois de fazer isto, permaneceu junto a eles, orando e esperando
quase até à noite. Observe que o precioso DEUS freqüentemente mantém o seu povo
muito tempo em expectativa dos consolos que lhes destina, para a confirmação da
sua fé. Mas embora as respostas às orações e o cumprimento das promessas venham
lentamente, eles certamente chegarão. No tempo da tarde, haverá luz.
II
Os preparativos para esta revelação. 1. Um profundo
sono caiu sobre Abrão, não um sono comum devido ao cansaço ou à despreocupação,
mas um êxtase divino, como aquele que o Senhor DEUS fez cair sobre Adão (Gn 2.21), para que, estando
completamente removido da visão das coisas sensíveis, pudesse estar
completamente tomado pela contemplação das coisas espirituais. As portas do
corpo foram trancadas para que a alma pudesse estar em privado e retirada, e
pudesse agir mais livremente, mais como ela mesma. 2. Com este sono, grande
espanto e grande escuridão caíram sobre ele. Que mudança repentina! Pouco tempo
antes disto, nós o vimos aliviando-se nos consolos do concerto de DEUS, e em
comunhão com Ele. E aqui, grande espanto e grande escuridão caem sobre ele.
Observe que os filhos da luz nem sempre andam na luz, mas às vezes nuvens e
escuridão estão à sua volta. Esta grande escuridão, que trouxe espanto consigo,
tinha alguns propósitos: (1) Despertar um assombro no espírito de Abrão, e
possuí-lo com uma santa reverência, para que a familiaridade à qual DEUS se
comprazia em aceitá-lo não gerasse desprezo. Observe que o santo temor prepara
a alma para a santa alegria. O espírito de escravidão abre caminho para o
espírito de adoção. DEUS fere primeiro, e depois cura. Humilha primeiro, e
depois exalta, Isaías 6.5,6ss.
(2) Ser uma amostra dos métodos de tratativas de DEUS com a sua semente. Eles
deveriam primeiro passar pelo espanto e pela escuridão da escravidão no Egito,
e então entrar com alegria na terra prometida. Portanto, o patriarca deveria
ter a antecipação dos seus sofrimentos, antes de ter a previsão da sua felicidade.
(3) Ser uma indicação da natureza daquele concerto de peculiaridade que DEUS
estava prestes a fazer agora com Abrão. A dispensação do Antigo Testamento, que
se baseou neste concerto, foi uma dispensação: [1] De escuridão e obscuridade, 2 Coríntios 3.13,14. [2] De medo e horror, Hebreus 12.18ss.
III
A predição propriamente dita. Diversas coisas
são preditas aqui.
1. A condição de
sofrimento para a semente de Abrão, durante muito tempo, v. 13. Que Abrão não
se lisonjeie com as esperanças de ter somente honra e prosperidade na sua
família. Não, ele deve saber, com toda a certeza, aquilo em que ele não queria
crer, que a semente prometida seria uma semente perseguida. Observe que DEUS
permite o pior, em primeiro lugar. Nós devemos sofrer primeiro, e depois
reinar. Ele também nos faz conhecer o pior antes da sua chegada, para que,
quando venha, não seja uma surpresa para nós, João 16.4. Aqui temos:
(1) Os detalhes dos
sofrimentos deles. [1] Serão estrangeiros. Assim foram, primeiramente em Canaã
(Sl 105.12), e depois no
Egito. Antes de serem senhores da sua própria terra, foram peregrinos em terra
estrangeira. Os inconvenientes de uma condição incerta tornam um assentamento
feliz ainda mais bem vindo. Assim os herdeiros do céu são, primeiramente,
peregrinos na terra, em uma terra que não é sua. [2] Eles serão servos. Isto
serão, para os egípcios, Êxodo
1.13. Veja como aquilo que era o destino dos cananeus (Gn 9.25) se tornou,
comprovadamente, a aflição da semente de Abrão: eles são levados a servir, mas
com esta diferença – os cananeus servem sob uma maldição, mas, os hebreus, sob
uma benção. E os retos terão domínio na manhã, Salmos 49.14. [3] Eles
serão sofredores. Aqueles a quem irão servir, os afligirão. Veja Êxodo 1.11. Observe que
aqueles que são abençoados e amados por CRISTO, freqüentemente são amargamente
afligidos pelos homens ímpios. E DEUS prevê isto, e toma conhecimento disto.
(2) A duração dos seus
sofrimentos – quatrocentos anos. Esta perseguição teve início com uma zombaria,
quando Ismael, filho de uma egípcia, perseguiu Isaque, que nasceu segundo o ESPÍRITO, Gn 21.9; Gálatas 4.29. E a zombaria
continuou. Pois era uma abominação para os egípcios comer pão com os hebreus, Gn 43.32. E, finalmente,
chegou ao assassinato, o mais vil dos assassinatos, o dos seus filhos
recém-nascidos. De modo que isto continuou por aproximadamente quatrocentos
anos, embora não tanto nas piores condições. Foi um longo período, mas um
período limitado.
2. O julgamento dos
inimigos da semente de Abrão: Eu julgarei o povo ao qual servirão, v. 14. Isto
aponta para as pragas do Egito, pelas quais DEUS não somente obrigou os
egípcios a libertar Israel, mas os puniu por todas as aflições que lhes tinham
imposto. Observe: (1) Embora DEUS possa permitir que perseguidores e opressores
espezinhem o seu povo durante algum tempo, ainda assim certamente Ele acertará
as contas com eles, no final. Pois vem chegando o seu dia, Salmos 37.12,13. (2) A punição dos
perseguidores é o seu julgamento: é justo que DEUS recompense, com tribulações,
aqueles que perturbam o seu povo. E este é um ato particular de justiça. O
julgamento dos inimigos da igreja é uma obra de DEUS: Eu julgarei. DEUS pode
fazê-lo, pois Ele é o Senhor. Ele o fará, pois Ele é o DEUS do seu povo, e Ele
disse: Minha é a vingança e a recompensa. A Ele, portanto, devemos deixá-la,
para que ela seja realizada da sua maneira, e no seu tempo.
3. A libertação da
semente de Abrão do Egito. Este grande evento é aqui predito: depois sairão com
grande fazenda. Aqui está prometido: (1) Que eles seriam enaltecidos: Depois
sairão. Isto é, depois de terem sido afligidos por 400 anos, quando se cumprissem
os dias da sua servidão, ou depois que os egípcios fossem julgados e assolados
pelas pragas. Então poderiam esperar pela libertação. Observe que a destruição
dos opressores é a redenção dos oprimidos. Eles não permitirão a saída do povo
de DEUS até que sejam forçados a fazê-lo. (2) Que seriam enriquecidos: sairão
com grande fazenda. Isto se cumpriu, Êxodo 12.35,36. DEUS cuidou para que eles
tivessem não somente uma boa terra à qual ir, mas uma grande quantidade de bens
para levarem consigo.
4. Seu feliz
estabelecimento em Canaã, v. 16. Não somente sairão do Egito, mas virão
novamente para cá, à terra de Canaã, onde você está agora. A descontinuidade da
sua posse não cancelaria o seu direito: não devemos considerar perdidos para
sempre aqueles consolos que são interrompidos por algum tempo. A razão pela
qual eles não deveriam estar de posse da terra da promessa até à quarta geração
era porque a medida da injustiça dos amorreus ainda não estaria completa.
Israel não pode ter a posse de Canaã até que os amorreus sejam destituídos. E
eles ainda não estão prontos para a destruição. O DEUS justo determinou que
eles não fossem cortados até que tivessem persistido durante tanto tempo no
pecado, e chegado a tal profundidade de iniqüidade, até que pudesse haver uma
proporção justa entre o seu pecado e a sua ruína. Portanto, até que chegasse este
momento, a semente de Abrão não teria a posse. Observe: (1) A medida do pecado
se enche gradativamente. Aqueles que continuam impenitentes em caminhos
pecaminosos estão acumulando ira contra si mesmos. (2) A medida do pecado de
alguns povos se enche lentamente. Os sodomitas, que eram excessivamente
pecadores contra o Senhor, logo encheram a sua medida. A mesma coisa aconteceu
com os judeus, que estavam, em sua profissão de fé, próximos a DEUS. Mas a
medida da iniqüidade dos amorreus tardou para se encher. (3) Esta é a razão da
prosperidade dos povos ímpios. A medida da sua injustiça ainda não está cheia.
Os ímpios vivem, envelhecem, e se esforçam em poder, enquanto DEUS guarda a sua
violência para os próprios filhos deles, Jó 21.7,19. Veja Mateus 23.32; Deuteronômio 32.34.
5. A morte tranqüila
de Abrão, e o seu sepultamento, antes que acontecessem estas coisas, v. 15.
Assim como ele não viveria para ver aquela boa terra de posse da sua família,
mas precisaria morrer – como viveu peregrino nela, também, para compensar isto,
não viveria para ver as aflições que seriam impostas sobre a sua semente, e
muito menos compartilharia delas. Isto é prometido a Josias, 2 Reis 22.20. Observe que os
homens bons são, às vezes, grandemente favorecidos por serem levados antes do
mal, Isaías 57.1. Que
satisfaça a Abrão o fato de que, por sua parte:
(1) Ele irá aos seus
pais em paz. Observe: [1] Nem mesmo os amigos e favoritos do céu estão isentos
do golpe da morte. Somos nós maiores que o nosso pai Abrão, que está morto? João 8.53. [2] Os homens bons
morrem voluntariamente. Eles não são apanhados, não são forçados, mas se vão. A
sua alma não é pedida, como a do rico insensato (Lc 12.20), mas é entregue
alegremente: eles não desejam viver para sempre neste mundo passageiro. [3] Na
morte, nós vamos para os nossos pais, todos os nossos pais que foram antes de
nós à condição de mortos (Jó
21.32.33), aos nossos pais devotos que foram antes de nós à condição de
abençoados, Hebreus 12.23.
O primeiro pensamento ajuda a remover o terror da morte, e o segundo lhe
acrescenta consolo. [4] Quando um homem bom morre, morre em paz. Se o seu
caminho for a piedade, ou seja, o temor e a obediência ao Senhor, o seu futuro
será paz, Salmos 37.37. A
paz exterior, até o final, é prometida a Abrão. Paz e verdade nos seus dias,
não importando o que virá depois (2 Rs 20.19): a paz com DEUS,
e a paz eterna, são garantidas a toda a sua semente.
(2) Ele será sepultado
em boa velhice. Talvez se faça menção ao seu sepultamento aqui, onde a terra de
Canaã lhe é prometida, porque um sepulcro foi a primeira posse que ele teve
nela. Não somente morreu em paz, mas morreu com honra, morreu e foi sepultado
decentemente. Não somente morrer em paz, mas morrer a seu tempo, Jó 5.26. Observe: [1] A
velhice é uma benção. Ela está prometida no quinto mandamento. Agrada à
natureza. E permite uma grande oportunidade para ser útil. [2] Especialmente,
se for uma boa velhice. Pode ser considerada uma boa velhice, em primeiro
lugar, a dos que são velhos e saudáveis, não sobrecarregados com as doenças que
fazem com que se cansem da vida. Em segundo lugar, a velhice daqueles que são
velhos e santos, antigos discípulos (At 21.16), cujas cãs se
acham no caminho da justiça (Pv
16.31). Uma vida velha e útil, velha e exemplar em termos de santidade.
Esta é, verdadeiramente, uma boa velhice.
Aqui temos:
I
O concerto ratificado (v. 17). O sinal que
Abrão desejava foi dado, finalmente, quando o sol se pôs, de modo que houve
escuridão. Pois aquela era uma dispensação misteriosa.
1. O forno de fumaça
representava a aflição da sua semente no Egito. Eles estavam no forno de fogo (Dt 4.20), na fornalha da
aflição (Is 48.10),
trabalhando no próprio fogo. Eles estavam ali, na fumaça, seus olhos
escurecidos, para que não pudessem ver o fim das suas aflições, e para que não
se confundissem imaginando o que DEUS faria com eles. Nuvens e trevas os
rodeavam.
2. A tocha de fogo
indica consolo nesta aflição. E isto DEUS mostrou a Abrão, ao mesmo tempo em
que lhe mostrou o forno de fumaça. (1) A luz indica a libertação do forno. A
sua salvação foi como uma tocha acesa, Isaías 62.1. Quando DEUS
desceu para libertá-los, Ele apareceu em uma sarça que ardia, e não se
consumia, Êxodo 3.2. (2) A
tocha indica orientação na fumaça. A palavra de DEUS era a sua tocha: esta
palavra dita a Abrão também o era, era uma luz brilhando na escuridão. Talvez
esta tocha anunciasse a coluna de nuvem e fogo que os tirou do Egito, na qual DEUS
estava. (3) A tocha de fogo indica a destruição dos seus inimigos, que os
mantiveram por tanto tempo no forno. Veja Zacarias 12.6. A mesma nuvem
que iluminou os israelitas perturbou e queimou os egípcios.
3. A passagem entre as
metades era a confirmação do concerto que DEUS agora fazia com ele, para que
pudesse ter uma forte consolação, sendo plenamente persuadido de que DEUS
certamente cumpriria aquilo que prometia. É provável que o forno e a tocha, que
passaram entre as metades, os queimasse e consumisse, completando deste modo o
sacrifício, e testificando a sua aceitação por DEUS, como aconteceu com Gideão
(Jz 6.21), Manoá (Jz 13.19,20), e Salomão, 2 Crônicas 7.1. Isto indica:
(1) Que os concertos de DEUS com o homem são feitos através de sacrifícios (Sl 50.5). CRISTO é o grande
sacrifício, o maior de todos: sem expiação, não há acordo. (2) A aceitação de DEUS
dos nossos sacrifícios espirituais é um sinal eterno, e um sinal de favores
futuros. Veja Juízes 13.23.
E, com isto, podemos saber que Ele aceita os nossos sacrifícios, se acender nas
nossas almas um fogo santo de piedosos e devotos afetos em relação a estes
sacrifícios.
II
O concerto é repetido e explicado: Naquele
mesmo dia – que nunca deveria ser esquecido – fez o Senhor um concerto com
Abrão. Isto é, fez uma promessa a Abrão, dizendo: À tua semente tenho dado esta
terra, v. 18. Aqui temos:
1. Uma repetição da
concessão. O bendito Senhor tinha dito antes, À tua semente darei esta terra, Gn 12.7; 13.15. Mas aqui Ele diz, Eu
tenho dado. Isto é: (1) Eu fiz esta promessa, a carta está selada e entregue, e
não pode ser cancelada. Observe que as promessas de DEUS são presentes de DEUS,
e assim devem ser consideradas. (2) A possessão é tão garantida, no devido
tempo, como se lhes fosse, na verdade, entregue agora. Aquilo que DEUS prometeu
é tão garantido como se já estivesse feito. Consequentemente, está escrito que
aquele que crê tem a vida eterna (Jo 3.36), pois irá para o
céu, e isto é tão certo como se já estivesse lá.
2. Uma lista dos
detalhes da concessão, como é usual nas concessões de terras. O Senhor
especifica os limites da terra que aqui deve ser concedida, v. 18. E então,
para maior garantia, como é usual em tais casos, Ele menciona aqueles de cuja
posse e ocupação estas terras eram agora. Dez nações diversas, ou tribos, são
aqui mencionadas (vv. 19-21). Elas deverão ser expulsas, para abrir lugar para
a semente de Abrão. O povo do Senhor não estaria de posse de todas estas nações
quando Ele os trouxesse a Canaã. Os limites são muito mais estreitos, Números 34.2,3ss. Mas: (1) No
tempo de Davi e de Salomão, a jurisdição deles se estendia até o extremo destes
limites, 2 Crônicas 9.26.
(2) Foi por sua própria culpa que não estiveram de posse de todos estes
territórios antes, e por mais tempo. Eles perderam o seu direito devido aos
pecados que praticaram, e pela sua própria preguiça e covardia não tiveram a
posse. (3) A terra concedida é aqui descrita na sua máxima amplitude porque
devia ser um tipo da herança celestial, onde há espaço suficiente: Na casa de
meu Pai há muitas moradas. Os atuais ocupantes são mencionados porque o seu
número, força, e longa permanência não seriam obstáculos para o cumprimento
desta promessa no seu devido tempo, e para engrandecer o amor de DEUS por Abrão
e pela sua semente, ao dar a esta nação única as posses de muitas nações, por
serem tão preciosos e tão glorificados aos seus olhos, Isaías 43.4.
Com. Bíblico - Matthew
Henry (Exaustivo) AT e NT
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA 4º
TRIMESTRE DE 2024 NA ÍNTEGRA
Escrita, Lição 2, CPAD, As Promessas De DEUS Para Israel, com.
Extras Pr.Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO 2
I – ISRAEL:
A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO
1. “E far-te-ei
uma grande nação” (v.2)
2. “E
abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção” (v.2)
3. “E
abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (v.3)
4. “E em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (v.3)
II – OUTRAS
PROMESSAS A ISRAEL
1. A
promessa de um filho a Abraão
2. A
promessa de um filho a Isaque
3. A
promessa renovada
4. Promessa
do Reino do Messias
III – A
PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL
1. A queda
de Israel
2. A
tristeza de Paulo por Israel
3. Promessa
de salvação a Israel
TEXTO ÁUREO
“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.3)
VERDADE PRÁTICA
Ainda que a queda espiritual tenha ocorrido com Israel, há uma
gloriosa promessa ao remanescente fiel.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Gn 15.6 Abraão creu e foi abençoado pelo Senhor
Terça - Gl 4.25-31 Isaque, o filho da promessa no Antigo Testamento
Quarta - Gn 29.32-35 Jacó, o pai das 12 tribos de Israel que dariam origem
à nação
Quinta - Mt 1.23; Is 7.14 O Senhor JESUS, o Emanuel, o "DEUS conosco"
Sexta - Mt 1.22-24 O nascimento de JESUS como cumprimento de uma
promessa
Sábado - Rm 9.3-5 CRISTO, a promessa cumprida do Antigo Testamento
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 12.1-3; Romanos 9.1-5
Gênesis 12.1 - Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra,
e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. 2 -
E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e
tu serás uma Bênção. 3 - E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Romanos 9.1 - Em CRISTO
digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no ESPÍRITO SANTO):
2 - tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. 3 - Porque eu mesmo
poderia desejar ser separado de CRISTO, por amor de meus irmãos, que são meus
parentes segundo a carne; 4 - que são israelitas, dos quais é a adoção de
filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; 5 - dos
quais são os pais, e dos quais é CRISTO, segundo a carne, o qual é sobre todos,
DEUS bendito eternamente. Amém!
HINOS SUGERIDOS: 380,
390, 463 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Amigo(a) professor(a),
nesta lição, estudaremos sobre as promessas de DEUS acerca da nação de Israel.
O plano divino para tornar a descendência de Abrão uma grande nação tinha como
propósito que Israel cumprisse o seu papel de nação sacerdotal, povo escolhido
e separado para testemunhar as virtudes do Reino de DEUS entre as demais
nações. Para compreendermos melhor o desenvolvimento desse propósito,
precisamos analisar alguns aspectos da promessa feita a Abrão; considerar quais
outras promessas estão inclusas no chamamento do patriarca; e identificar qual
a compreensão bíblica da promessa de salvação para a nação de Israel na
atualidade.
2. APRESENTAÇÃO DA
LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Detalhar a promessa divina a Abrão acerca de tornar a sua descendência uma
nação sacerdotal que testemunharia os feitos de DEUS entre as nações; II)
Elencar as promessas de DEUS a respeito de Israel para o seu desenvolvimento
como nação; III) Destacar a posição de Israel no tocante à salvação e a
promessa quanto ao seu futuro espiritual.
B) Motivação: As
promessas feitas a Abrão eram acompanhadas de propósitos divinos específicos.
Dentre estes propósitos, está a implementação o estabelecimento do Reino de DEUS
de maneira plena na Terra, algo que acontecerá no Reino Milenial, em que o
Nosso Senhor JESUS reinará sobre toda a Terra. Finalmente, os servos leais e
obedientes à Palavra de DEUS serão reis e sacerdotes nesse novo tempo.
Aproveite para conversar com seus alunos sobre o testemunho cristão neste tempo
presente. Faça a seguinte pergunta: como estamos cumprindo os desígnios de DEUS
enquanto a Igreja de CRISTO está neste mundo?
C) Sugestão de Método:
O primeiro tópico desta lição descreve a promessa feita a Abrão no tocante à
sua descendência se tornar uma grande nação. Nesse compromisso, DEUS prometeu
abençoar os que abençoassem a Israel e amaldiçoar os que o amaldiçoassem.
Partindo desse princípio, peça aos seus alunos que enumerem as ocasiões,
registradas na Bíblia, em que essa promessa se cumpriu. Ao final, pergunte à
classe: podemos afirmar que DEUS tem o mesmo tratamento a respeito dos crentes
atualmente? Permita um momento para que os alunos expressem suas opiniões.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: As
promessas de DEUS para a nação de Israel revelam os propósitos divinos para o
seu povo no passado. De modo semelhante, as promessas que DEUS nos faz apontam
que Ele tem propósitos especiais para cada etapa da nossa vida. Se quisermos
ver as promessas de DEUS se cumprirem, assim como foi com os servos de DEUS na antiguidade, precisamos
assumir uma posição de fé e obediência constantes e não perdermos de vista a
perspectiva quanto ao chamado divino (Veja 2 Pedro 1.3-11).
4. SUBSÍDIO AO
PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 99, p.
37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto "PROMESSA", localizado depois do primeiro
tópico, destaca o cumprimento das promessas divinas registradas no Antigo Testamento;
2) O texto "OS FILHOS DE DEUS PELA FÉ (Gl 3.24-4.7)", localizado após o segundo tópico, aborda a
questão da descência espiritual dos cristãos em Abraão, o patriarca do povo
judeu.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
As promessas divinas para Israel foram proferidas há
de mais de 4.000 anos antes do advento do Senhor JESUS. Tudo começou quando DEUS
chamou Abrão e fez-lhe promessas a respeito do divino propósito de formar uma
grande nação. Nessa chamada, está implícita as promessas para Israel como nação
ímpar dentre todos os povos da terra, a fim de, uma forma especial, cumprir os
propósitos divinos para a humanidade. Por isso, nesta lição, veremos que muitas
promessas de DEUS para Israel são irrevogáveis. Elas foram feitas por DEUS a
Abraão, a Isaque, a Jacó, a Davi e confirmadas com o advento do Senhor JESUS CRISTO.
PALAVRA-CHAVE - Descendência
I – ISRAEL: A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO
1. “E far-te-ei uma grande nação” (v.2)
Essa promessa
tinha como objetivo mostrar a Abrão o propósito de DEUS em formar, a partir
dele, uma grande nação, diferente de todas as outras, a nação de Israel (Gn
12.2). Ao longo da história, esse propósito se cumpriu de maneira evidente e
poderosa. Quando DEUS disse a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, o
patriarca estava com 75 anos, e sua esposa, Sara, era estéril. Anos depois, DEUS
renovou a sua promessa de criar uma grande nação a partir de Abraão (Gn
15.4,5).
2. “E abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu
serás uma bênção” (v.2)
DEUS desejou promover o nome de Abrão numa dimensão
jamais imaginada pelo patriarca. Entretanto, a promessa não era meramente
materialista. A bênção material deveria carregar um testemunho espiritual: “E
tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Nenhuma nação teria dúvida de que era DEUS que
faria isso com Abrão. Era uma promessa por demais significativa, pois Abrão era
filho de uma família idólatra (Gn 12.1) e DEUS o escolheu para ser pai de um
povo que ainda surgiria: o povo de Israel. A história hebreia comprova que o
patriarca Abraão foi, de fato, uma grande bênção para os israelitas.
3. “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei
os que te amaldiçoarem” (v.3)
Essa foi uma promessa dupla: de bênção e de maldição.
Na verdade, Abraão seria uma grande influência para os que se relacionavam com
ele. De modo que DEUS abençoaria os que auxiliassem Abraão e castigaria quem o
amaldiçoasse. Esse evento faria de Abrão uma influência mundial que perduraria
em sua posteridade. Além disso, essa promessa é confirmada em Números:
“Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem” (24.9).
4. “E em ti serão benditas todas as famílias da
terra” (v.3)
Essa promessa é considerada uma segunda profecia das
Escrituras a respeito do Senhor JESUS (A primeira está registrada em Gênesis
3.15). Podemos ter essa confirmação por meio da Carta de Paulo aos Gálatas, em
que uma bênção espiritual viria por meio de um descendente de Abraão, o pai dos
israelitas. Essa bênção diz respeito ao advento do Senhor JESUS CRISTO, sua boa
notícia oferecida a todas as nações (Gl 3.8,16; cf. Jo 3.16).
SINÓPSE I - A descendência de Abrão seria uma grande nação,
acompanhada de um testemunho espiritual importante.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
PROMESSA - “[...] A mensagem central do Novo
Testamento é que as promessas de DEUS no Antigo Testamento foram cumpridas com
a vinda de JESUS CRISTO. As numerosas fórmulas de citação de Mateus são
evidências desse tema. Em Lucas 4.16-21, JESUS pronuncia o cumprimento da
promessa de Isaías (sobre o ministério do Messias, Is 61.1-3) na sua própria
vida. O livro de Atos declara especificamente que o sofrimento e ressurreição
de JESUS e a vinda do ESPÍRITO SANTO são o cumprimento das promessas do Antigo
Testamento (At 2.29-31; 13.32-34). A identidade de JESUS como descendente de
Davi (At 13.23) e como profeta semelhante a Moisés (At 3.21-26; cfr. Dt
18.15-18) também é considerada o cumprimento do Antigo Testamento.
A visão de Paulo sobre as promessas de DEUS está
resumida nesta declaração: ‘Porque todas quantas promessas há de DEUS são nele
sim; e por ele o Amém, para a glória de DEUS, por nós” (2 Co 1.20). De acordo
com Romanos 1.2, 3, Paulo considera o evangelho como a mensagem que DEUS ‘antes
havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras, acerca de seu Filho.
Romanos 4 descreve a fé de Abraão em termos da sua confiança nas promessas de DEUS,
o que leva à sua justiça. Apresenta-o também como nosso modelo de fé nas
promessas de DEUS. A famosa expressão ‘segundo as Escrituras’ em 1 Coríntios
15.3, 4 é, em certo sentido, entendido por Paulo como o cumprimento das
promessas de DEUS a respeito da morte e ressurreição de CRISTO” (LONGMAN III,
Tremper. Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 407).
II – OUTRAS PROMESSAS A ISRAEL
1. A promessa de um filho a Abraão
Além das solenes promessas de DEUS a Abraão, o Senhor
prometeu-lhe um filho. A promessa pareceu estranha ao patriarca, pois como
vimos anteriormente, ele era avançado em idade, sua esposa também, além dela
ser estéril. O pai da fé argumentou com DEUS que provavelmente seu servo,
Eliézer, seria seu herdeiro. No entanto, o Senhor asseverou-lhe que não. DEUS
iria cumprir a sua grandiosa promessa na vida de Abraão (Gn 15.4-6). O filho da
promessa, portanto, seria Isaque (Gn 21.1-7).
2. A promessa de um filho a Isaque
DEUS não se
esquece de suas promessas. Após a morte de Sara, Abraão casou-se com Quetura.
Ele tinha mais de 100 anos e teve seis filhos com ela (Gn 25.1-5). Antes de
morrer, Abraão providenciou uma esposa para Isaque, por intermédio de Eliézer,
seu servo. Este foi à Mesopotâmia, e lá, por direção de DEUS, encontrou uma
esposa, Rebeca, para o filho de seu senhor, e a levou a Isaque, que se casou
com ela. No tempo próprio, ela deu à luz a dois filhos gêmeos: Esaú e Jacó (Gn
25.24-26).
3. A promessa renovada
O Senhor falou com Jacó e reiterou a promessa feita a
Abraão, de que lhe daria aquelas terras (Gn 26.3,4). Isaque foi considerado o
herdeiro da promessa (Hb 11.17-19) e, por isso, antes de morrer concederia
bênçãos para seus filhos. Esaú perdeu seu direito de primogenitura, pois o
trocou por um prato de comida (Gn 27.30-34). Orientado por seu pai, Jacó foi à
casa de Labão, onde se casou com Raquel, que era estéril (Gn 28.1,2; 29.28).
Por estratégia de Labão, Jacó se uniu com Leia e teve seis filhos com ela (Gn
29.21-27). Mais tarde, DEUS abriu a madre de Raquel e esta concebeu dois
filhos. Com sua serva, Bila, Jacó teve dois filhos; com Zilpa, serva de Leia,
mais dois filhos; perfazendo as 12 tribos de Israel (Gn 29.32-35; 30.1-26); e
teve mais uma filha, com Leia, Diná (Gn 30.20-21).
4. Promessa do Reino do Messias
Por intermédio do profeta Isaías, DEUS falou que o
Messias nasceria da descendência de Jessé, pai de Davi, para redimir Israel e a
humanidade. Por isso, o Senhor JESUS é chamado de “O Filho de Davi” (Lc
18.37-40), o “Emanuel”: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e
ele será chamado pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: DEUS conosco” (Mt 1.23;
cf. Is 7.14).
SINÓPSE II - As promessas feitas a Abrão culminam na promessa de
que o Messias viria para redimir Israel e a humanidade de seus pecados.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
OS FILHOS DE DEUS PELA FÉ (GL 3.24—4.7).
“[...] Se todos os crentes estão se tornando
semelhantes a CRISTO, se todos os crentes professaram a fé e se uniram ao corpo
de CRISTO, então esta união deixa de lado todas as outras diferenças
superficiais. Embora seja verdade que, no corpo de CRISTO, judeus, gentios,
escravos, livres, homens e mulheres ainda conservam as suas identidades
individuais, Paulo exalta a sua unidade — todos vós sois um em CRISTO JESUS.
Todos os rótulos tornam-se secundários entre aqueles que têm a JESUS em comum.
[...] Tornar-se filho de DEUS (Gl 3.26) e tornar-se um em CRISTO (3.28) significa que aqueles que são de CRISTO são
descendência de Abraão. Os judeus acreditavam que eram automaticamente o povo
de DEUS porque eram descendentes de Abraão. Paulo concluiu que os filhos
espirituais de Abraão não eram os judeus, nem aqueles que tinham sido
circuncidados. Os filhos de Abraão são aqueles que respondem a DEUS com fé,
como Abraão tinha feito. A única diferença é que a nossa resposta deve ser a CRISTO,
como Salvador. Como nós respondemos positivamente, nós somos herdeiros. Em
outras palavras, todas as promessas que DEUS fez a Abraão pertencem a nós.
Respondendo a CRISTO com fé, nós seguimos o antigo caminho de Abraão, um dos
primeiros justificados pela fé. Ele confiou em DEUS, e nós também. Mas a nós
foi acrescentada a oportunidade de valorizar o preço que CRISTO teve que pagar
para assegurar a nossa participação na promessa” (Comentário do Novo Testamento
— Aplicação Pessoal. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 282, 283).
III – A PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL
1. A queda de Israel
O Novo Testamento mostra claramente a queda de
Israel. A nação não conseguiu exercer o papel de nação sacerdotal no meio de
outras nações (Lc 21.24). Por isso, os capítulos 9–11 da Epístola de Paulo aos
Romanos trata de algumas questões que muitos cristãos dos dias atuais se fazem
hoje: Como as promessas de DEUS para Israel podem permanecer válidas hoje? Elas
foram revogadas? De fato, Israel permanece em rebelião contra DEUS porque a
nação não reconheceu o Senhor JESUS como o seu Messias verdadeiro (Rm 9.30-31;
11.11-15).
2. A tristeza de Paulo por Israel
O capítulo 9 de Romanos revela a demasiada tristeza
do apóstolo pelos judeus que não conhecem a CRISTO (1 Co 9.22). Sim, os judeus
que não conhecem a CRISTO estão em uma situação muito difícil, pois o Senhor JESUS
descende diretamente deles, segundo a carne (Rm 9.5). Esse sentimento de
tristeza e, ao mesmo tempo, uma atitude piedosa de sofrer pela salvação dos
judeus, deve ser um compromisso permanente de cada cristão para a evangelização
dos judeus (Mt 23.32).
3. Promessa de salvação a Israel
“Quando orava por Israel, o apóstolo expressava o
seguinte: “dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei,
e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é CRISTO, segundo
a carne, o qual é sobre todos, DEUS bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.3-5).
Essas qualificações mostram que DEUS cumpre a sua palavra, prometida àqueles
homens que o buscam em sinceridade. Por isso, a Bíblia assegura que Israel será
salvo, ainda que não totalmente. A Bíblia diz que esse povo será chamado de
“filhos do DEUS vivo” (Rm 9.26); que “o remanescente fiel de Israel” será salvo
(Rm 9.27). O Libertador que virá de Sião fará isso (Rm 11.26).
SINÓPSE III - A Bíblia assegura que o remanescente fiel de Israel
será salvo pelo Libertador que virá de Sião.
CONCLUSÃO
As promessas de DEUS para Israel não podem falhar. O
que DEUS prometeu a Abrão, a Isaque e a Jacó se cumpriu em parte; e terá seu
cumprimento pleno nos tempos futuros, quando o Senhor JESUS voltar em Glória e
implantar o seu glorioso Reino do Milênio. Lembremos da Palavra de compromisso
do Senhor: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer
escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quantos anos Abrão tinha quando DEUS disse que ele
seria uma grande nação?
Quando DEUS disse a Abraão que ele seria pai de uma
grande nação, o patriarca estava com 75 anos.
2. Que promessas DEUS fez a Abraão acerca de outros
povos?
A bênção material deveria carregar um testemunho
espiritual: “E tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Nenhuma nação teria dúvida de
que era DEUS que faria isso com Abrão.
3. Qual foi a promessa que o Senhor reiterou a Jacó?
A história hebreia comprova que o patriarca Abraão
foi, de fato, uma grande bênção para os israelitas.
4. Por que Esaú perdeu o direito de primogenitura?
Esaú perdeu seu direito de primogenitura, pois o
trocou por um prato de comida (Gn 27.30-34).
5. O que Romanos 9 demonstra?
O capítulo 9 de Romanos revela a demasiada tristeza
do apóstolo Paulo pelos judeus que não conhecem a CRISTO (1 Co 9.22).
LEITURAS PARA APROFUNDAR
História dos Hebreus; Em Defesa de Israel