Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai - 1pte

Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai - 1pte
LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 

TEXTO ÁUREO
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (1 Co 10.11).
 
 
VERDADE PRATICA
Os erros e pecados de Israel servem-nos de alerta para que não venhamos a cometer os mesmos enganos.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 15.4 - A Bíblia toda nos ensina
Terça - Hb 2.1-3 - Vigiemos em todo o tempo
Quarta - Hb 12.1,2 - O crente e a carreira cristã
Quinta - Rm 9.28 - DEUS cumpre fielmente a sua Palavra
Sexta - Cl 2.16,17 - Sombras do Antigo Testamento
Sábado - Hb 13.17 - Obediência em CRISTO
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 19.1-6; Números 11.1-3
Êxodo 19.1 -Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia, vieram ao deserto do Sinai. 2 - Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai e acamparam-se no deserto; Israel, pois, ali acampou-se defronte do monte. 3 - E subiu Moisés a DEUS, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: 4 - Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim;
5 - agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. 6 - E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Números 11
1 - E aconteceu que, queixando- se o povo, era mal aos ouvidos do SENHOR; porque o SENHOR ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo do SENHOR ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. 2 - Então, o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao SENHOR, e o fogo se apagou. 3 - Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do SENHOR se acendera entre eles.
 
INTERAÇÃO
DEUS libertou Israel da escravidão. Livre, o povo de DEUS iniciou a sua jornada rumo à Terra Prometida. O percurso escolhido pelo Senhor não foi o mais fácil, porém, com certeza foi o melhor para os israelitas naquela ocasião, pois eles não estavam preparados para enfrentar o inimigo. DEUS é fiel e sempre cuidou com zelo do seu povo, todavia, os israelitas a cada dificuldade sempre murmuravam contra o Senhor. Nesta lição, veremos a chegada do povo de DEUS ao deserto de Sur, sua passagem por Mara e Elim até a chegada ao Sinai. O povo precisava ser lapidado e o deserto foi uma escola para os israelitas. Os hebreus tropeçaram muitas vezes até chegarem a Canaã, contudo DEUS nunca os abandonou. O Senhor é fiel!
 
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a peregrinação de Israel pelo deserto.
Saber como foi a chegada e a permanência no monte Sinai.
Conscientizar-se de que a idolatria é pecado.
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o mapa da página seguinte. Utilize-o para mostrar aos alunos a trajetória dos israelitas até o Sinai. Explique que DEUS conduziu o povo até o deserto de Sur (Êx 1 5.22). Depois eles partiram em direção a Mara, onde as águas eram amargas. Depois os israelitas se deslocaram em direção a um oásis chamado Elim. Mostre que o povo estava seguindo em direção ao Sinai.
PALAVRA-CHAVE Peregrinação: A jornada longa e exaustiva que os israelitas fizeram até chegarem a Terra Prometida.
 
 
Resumo da Lição 6 - A Peregrinação de Israel No Deserto Até O Sinai
I - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1. Israel chega a Mara (Êx 15.23).
2. Rumo ao Sinai (Êx 16.1).
II - ISRAEL NO MONTE SINAI
1. O monte Sinai (Êx 19.2).
2. A permanência no Sinai.
III - A IDOLATRIA DOS ISRAELITAS
1. O bezerro de ouro (Êx 32.2-6).
2. Cuidado com a idolatria.
3. A idolatria no coração.
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) Os hebreus foram lapidados mediante as provações que tiveram que enfrentar no deserto.
SINOPSE DO TÓPICO (2) O monte Sinai é um lugar especial para todo o povo de DEUS. Ali, DEUS revelou-se de modo especial a Moisés e a Israel e lhes entregou os Dez Mandamentos.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Os israelitas, liderados por Arão, pecaram deliberadamente contra DEUS ao fundirem o bezerro de ouro.
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN, Armando Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico
“O povo murmurou contra Moisés - A liderança é cara, porque a culpa pela adversidade recai nos líderes. Essas pessoas sabiam que Moisés era homem de DEUS; por isso, o pecado também era contra DEUS. Grandes experiências com DEUS não curam necessariamente o coração mau e queixoso. A murmuração cessa apenas quando crucificamos o eu e entronizamos CRISTO somente (Ef 4.31,32). A única coisa que Moisés poderia fazer era clamar ao Senhor. Não há dúvida de que teria fornecido água potável em resposta à fé paciente de Israel, se tivessem permanecido firmes. O Senhor às vezes satisfaz nossos caprichos em detrimento da fé. Aqui, as águas se tornaram doces, quando Moisés lançou um lenho nelas, mas a fé de Israel continuou fraca. Desconhecemos método natural que explica este milagre. DEUS usou esta ocasião para ensinar uma lição a Israel, dando-lhes estatutos e uma ordenação. Se as pessoas ouvissem a DEUS e obedecessem inteiramente à sua palavra, elas seriam curadas de todas as enfermidades que DEUS tinha posto sobre o Egito. Assim como DEUS curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhe as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida. DEUS queria tirar o espírito de murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte” (Comentário Bíblico Beacon. vol 1.1. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p. 1 75).
 
Maná - Recolhido 3,7 litros por pessoa por dia; amasado; triturado; feito em bolos para se comer. A palavra de DEUS deve ser lida, ouvida, meditada e crida.
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Bibliológico
“Maná - A palavra ocorre pela primeira vez em Êxodo 16.31. Em outra passagem no AT, todas as versões inglesas traduzem uniformemente a palavra heb. como ‘maná’, o que é meramente uma transliteração aproximada; mas em Êxodo 16.15 o termo é traduzido como uma pergunta. ‘Que é isto?’ Evidentemente quando os israelitas o viram pela primeira vez no chão, o apelidaram de ‘O que é?’, ou de forma coloquial ‘Como se chama isto?’, o que parece ser o significado literal com referência à qualidade misteriosa do pão divino. O maná era pequeno, redondo e branco (Êx 1 6.1 4,31). Guardado para o dia seguinte ele comumente ‘criava bichos e cheirava mal’ (Êx 16.20). Derretia quando exposto ao sol quente. Deveria ser apanhado diariamente, pela manhã, um ômer por pessoa. No sexto dia o povo deveria juntar o dobro, para prover para o sábado, quando nenhum maná seria dado. Neste caso ele não criava bichos, nem cheirava mal durante o sábado. Um pote de maná foi apanhado e mantido como memorial desta miraculosa provisão do Senhor para os israelitas ao longo dos 40 anos no deserto (Êx 1 6.32-35). Mais tarde, um pote de ouro de maná foi colocado dentro da arca no Tabernáculo (Hb 9.4)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.75).
 
Comentários:
Após a abertura do Mar Vermelho DEUS levou o povo israelita em direção ao Sinai (Horebe), lugar de encontro com DEUS. esse encontro já estava marcado por DEUS:
"E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a DEUS neste monte". (Êxodo 3:12).
partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam águaÊxodo 15:22
Moisés guiou-os pelo Deserto de Sur por três dias até encontrarem água, mas as águas eram margs, impróprias e impotáveis, que não podiam ser bebidas, por isso se chamou o lugar Mara. (Ex 15.22).
O povo murmurou e Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou. (Êxodo 15:25)
É no deserto que DEUS trata conosco para forjar verdadeiros vencedores. Feliz o homem que encontra DEUS em seu deserto. (Observação minha - Ev. Henrique)
 
I Cor 10.1-5 — Paulo inseriu a história da infidelidade de Israel com relação a DEUS após sua exortação aos coríntios a fim de que perseverassem na obra divina. O apóstolo enfatizou as bênçãos das quais os israelitas desfrutaram no deserto: todos eles tiveram a proteção e a direção do Senhor, experimentaram o milagre do livramento do Altíssimo, identificaram-se com seu líder espiritual — Moisés —, comeram o pão do céu e, por fim, beberam a água que DEUS proveu. Paulo ensina que, embora todos os israelitas tivessem recebido essas maravilhosas dádivas de DEUS, a maioria não conseguiu agradar ao Senhor.
I Cor 10.1 — Para os antigos israelitas que estiveram debaixo da nuvem no deserto, a nuvem tinha duas funções:
(1) ela oferecia proteção (Ex 14-19,20), fogo durante a noite em meio ao frio do deserto e sombra durante o dia do sol forte e
(2) guiava o povo pelo deserto (Ex 13.21). Todos passaram pelo mar. Todo israelita que partiu do Egito no Êxodo conheceu o livramento de DEUS no mar Vermelho.
I Cor 10.2 — Todos foram batizados em Moisés. Os atos de DEUS na nuvem e no mar uniram o povo ao seu líder espiritual, Moisés.
I Cor 10.3-5 — Um mesmo manjar espiritual [...] uma mesma bebida espiritual. Todos seguiam o mesmo DEUS e as mesmas leis (Jo 4-13,14; 6.32-35).
I Cor 10.6-10 — E essas coisas foram-nos feitas em figura [Exemplos para nós] . A disciplina que DEUS aplicou aos israelitas desobedientes deveria ser uma advertência aos cristãos de que o Senhor castigará o pecado de Seu povo.
I Cor 10.6 - Os antigos israelitas falharam pela primeira vez quando cobiçaram. Eles não estavam satisfeitos com a provisão de DEUS, mas lembraram-se da provisão que tinham no Egito (Nm 11.4-34).
I Cor 10.7,8 — Os antigos israelitas eram notórios idólatras. Embora o DEUS verdadeiro os tivesse tirado do Egito, eles insistiam em adorar ídolos sem vida. Além disso, os antigos israelitas se envolviam com imoralidade, um pecado que também contaminava os coríntios (1 Co 5.1; 6.18).
Vinte e três mil. O registro em Números menciona 24 mil (Nm 25.6-9). Há várias razões possíveis que explicam a diferença. Alguns sugerem que o número de Paulo reflete o número de pessoas que morreram num dia, enquanto o relato de Números pode ser um registro de todos os que morreram por causa da praga. Outra explicação possível é que o relato de Números inclua a morte dos líderes (Nm 25.4), ao contrário do número de Paulo.
I Cor 10.9 — Tentemos a CRISTO. Ao que parece, essa expressão está relacionada ao fato de os israelitas questionarem o plano e o propósito de DEUS enquanto seguiam para Canaã (Nm 21.4-6).
I Cor 10.10 — Os antigos israelitas murmuraram tanto contra os líderes, que DEUS lhes enviou uma praga, e muitos pereceram (Nm 16.41-49).
I Cor 10.11 — Como figuras [como exemplos]. Paulo enfatizou novamente que as situações as quais aconteceram a Israel não são simplesmente eventos históricos a serem interpretados, mas advertências a serem consideradas com atenção.
Isso é especialmente verdadeiro na visão de Paulo, uma vez que são chegados os fins dos séculos. Os planos do Senhor estavam chegando ao clímax. O DEUS que estava provocando o fim de todas as coisas é o mesmo que trouxe juízo sobre os israelitas ao matá-los — Ele poderia fazer o mesmo novamente (compare com 1 Co 11.30; Rm 11.22).
I Cor 10.12 — Que não caia. Os coríntios, talvez, tivessem a atitude de que, uma vez que foram justificados por DEUS, nada lhes poderia acontecer. A disciplina do Senhor, no entanto, não deve ser considerada de forma leviana. Ninguém pode pecar e permanecer impune (G1 6.7,8).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 426-427.
I Cor 10.2. - O batismo pelo qual todos passaram sob a liderança de Moisés foi a vida colocada em risco no Mar Vermelho (foi preciso exercer a fé) e a tomada de decisão de deixar o egito para tráz e seguir rumo à nova vida,em um novo local, a saber: A terra prometida. essa é uma figura de nosso batismo em águas. Entregamos nossa vida confiadamente a DEUS, Deixamos a vida de pecado para nos entregar auma nova vida com destino à Nova Jerusalém, a Jerusalém celeste. (Observação minha - Ev. Henrique).
I Cor 10.3. Igualmente foram todos sustentados pelo maná (Êx 16:4, 13 ss.), mencionado aqui como manjar espiritual. O adjetivo não significa que Paulo está pondo em dúvida a realidade física do maná. É seu modo de dirigir a atenção para a origem celeste dessa comida (cf. SI 78:24); a VPR traduz, “sobrenatural” .
I Cor 10.4. Foram supridos de comida espiritual e supridos também de bebida espiritual. Paulo refere-se a CRISTO como comida e bebida, sustentando com pão que descia do céu (espiritual e material) e água que brotava da rocha (espiritual e material). (Observação minha - Ev. Henrique).
Uma Advertência Contra A Segurança Carnal. 1.Co. 10. 1-13.
O tempo é inimigo do amor - Com o passar do tempo, enjoaram do pão, chamaram o pão do céu de "pão despresível". Assim vivemos dias em que muitos despresam a Palavra de DEUS, se recusam a ouvir a pregação do evangelho legítimo, sentem coceira nos ouvidos. Só querem ouvir o que lhes agrada. (Observação minha - Ev. Henrique).
KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento. Editora Concordia Publishing House.
A Libertação de Israel (10.1-4). Paulo começa dizendo: Ora, irmãos, não quero que ignoreis. O apóstolo não estava falando por meio de vagas abstrações, nem estava simplesmente fornecendo informações. Ele faz uso de uma estratégia histórica para demonstrar a realidade de que as atuais bênçãos espirituais podem ser canceladas por causa de uma autoconfiança exagerada e presunçosa.
1) Todos foram libertos através de um milagre. A frase: Nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem significa que “eles estavam sob a proteção da presença Divina manifestada pela nuvem”. A nuvem era o meio da sua divina orientação.
2) Todos foram batizados. O batismo é, principalmente, um testemunho público ou uma declaração pessoal de identificação. Passaram sob ambos, Nuvem e Mar, da mesma maneira que a pessoa batizada é imersa sob a água. “Assim como o batismo produz um efeito, isto é, submeter o homem à liderança de CRISTO, da mesma forma a participação nos grandes eventos do Êxodo submeteu os israelitas à liderança de Moisés que representava DEUS”.
3) Todos foram sustentados de forma sobrenatural. O maná, que consistia na dieta básica do povo, era um manjar espiritual porque provinha de meios espirituais (Êx 16.1-36).
A água também era fornecida através de meios sobrenaturais - eles bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era CRISTO. Essa afirmação pode ter sido uma alusão ao ato de golpear a pedra para obter água (Êx 17.6).
A preexistência de CRISTO está claramente sugerida, pois “Paulo entende que CRISTO foi a fonte de todas as bênçãos que os israelitas receberam em sua viagem”. Vine também escreve: “A descrição da rocha como sendo um guia espiritual que os acompanhava é um distinto testemunho da preexistência de CRISTO”. O Senhor foi assim representado como o Ser Divino que acompanhava o povo em sua viagem pelo deserto, e Aquele que forneceu os meios para a sua libertação.
O sentido prático seria óbvio para os coríntios. CRISTO habitou entre o povo de Israel, e realizou milagres únicos e maravilhosos para eles. No entanto, eles sucumbiram por causa da descrença e do pecado.
O Desastre no Deserto (10.5). Apesar da milagrosa provisão para o seu povo, DEUS foi finalmente forçado a castigá-lo. Por se mostrarem rebeldes e complacentes DEUS não se agradou. Grande parte deles errou. Somente Josué e Calebe entraram na terra de Canaã (Nm 14.30-32). Todos os outros deixaram de receber o prêmio, pelo que ficaram prostrados no deserto. O verbo prostrados significa literalmente “esparramados, espalhados ou dispersos”. O deserto estava coberto de cadáveres. Estas pessoas desobedientes haviam morrido por causa do desagrado de DEUS. A imagem pictórica do deserto coberto com cadáveres tinha a finalidade de chocar esses grupos de cristãos presunçosos e auto-satisfeitos de Corinto.
Um desastre semelhante ameaça os desobedientes (10.6-10). A rejeição e a punição de Israel foram oferecidos como “exemplos, como lições objetivas para nós, para nos advertir a não fazermos as mesmas coisas” (11, LL). O exemplo de Israel era uma advertência sobre o que poderia acontecer aos coríntios se eles se tornassem muito confiantes, e fizessem um mau uso da sua liberdade. Para se fazer claro como cristal, Paulo relacionou cinco pecados de Israel que estavam aparentemente ameaçando a igreja de Corinto.
1) Cobiçar coisas más. A palavra cobiçar (6, epithymia) significa “desejar” coisas boas ou más. Geralmente, como acontece aqui, ela está associada a coisas ilícitas ou a um desejo pernicioso. Em seu sentido mais comum, ela expressa “o motivo da alma (.thymos) em relação (epi) a alguma coisa que DEUS não deu, uma aspiração egoísta e descontente”. A cobiça dos israelitas está registrada em Números 11.4, onde o povo expressa um forte desejo pelas coisas que haviam sido deixadas para trás ao saírem do Egito. A cobiça por estas coisas se devia, em parte, à complexa natureza das pessoas que não estavam totalmente comprometidas com a forma de vida ordenada por Moisés. Comentando sobre os resultados de um grupo com motivos mistos, Vine escreveu: “Se o povo de DEUS não trilhasse um caminho de completa separação, ele inevitavelmente se desviaria, levado por associações prejudiciais”. A advertência contra os desejos ilícitos era especialmente relevante para os coríntios. “A história da nação judaica representa um espelho para toda humanidade”. E ela foi de uma forma especial, um espelho para os coríntios.
2) Idolatria. Os israelitas ficaram conhecidos por terem se assentado a comer e a beber (7) na festa idólatra do bezerro de ouro em Horebe. Associando-se aos pagãos em seus festivais, os israelitas tornaram-se verdadeiros idólatras. Os coríntios estavam correndo o risco de fazer o mesmo. Paulo os advertiu contra a corrupção muitas vezes presente nos festivais nos quais “poderiam estar presentes as paixões mais baixas dos homens - e muitas vezes elas realmente estavam - e eram liberadas no próprio ato da adoração”.
3) Prostituição. Em seguida o apóstolo adverte: E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram (8). A libertinagem sexual era uma constante ameaça em Corinto, como foi indicado em 2 Coríntios 12.21, e também era um perigo constante em Israel. O incidente da prostituição em Israel, referido aqui, pode ser encontrado em Números 25. Aqueles que foram destruídos por causa da prostituição são mencionados em 25.9 e chegam a 24.000 pessoas. Paulo menciona que 23.000 foram destruídos. Ao explicar essa diferença, Vine escreve: “O Apóstolo pode estar mencionando aqui o resultado imediato, enquanto o registro feito por Moisés menciona o resultado total”. A lição apresentada por Paulo é que a indulgência sexual entre pessoas que são espiritualmente esclarecidas é pior do que entre os pagãos, e causa maior punição.
4) Tentar a DEUS. A próxima advertência é: Não tentemos a CRISTO (9). O verbo tentar (ekpeirazo) é uma expressão intensa da forma mais comum peirazo, e foi usado para sugerir a ideia de desafiar a DEUS. “Tentar a DEUS é se esforçar para colocá-lo em teste, para ver quanto durará a sua benignidade”. A fonte do descontentamento em Corinto era “evidentemente o descontentamento que eles... [sentiam] por causa da abnegação exigida pela sua chamada cristã”. Eles estavam tentando a DEUS ao levar sua liberdade cristã ao limite em relação às festas dos ídolos.
Em Números 14.22 os israelitas realmente tentaram a DEUS 10 vezes, “desafiando- o ao abusar da Sua paciência através de uma conduta rebelde e do pecado”. Por causa da desobediência o povo foi destruído pelas serpentes. Em nossa dispensação, “as serpentes que destroem os cristãos que estão em uma situação como esta são os tormentos de uma consciência culpada”.
5) Murmurações e descrença. Murmurar (10) significa “queixar-se” ou “criticar”. Tal murmuração tem as suas raízes na incredulidade, e representa a negação da bondade e da misericórdia de DEUS”.82 No AT, a maioria das queixas era dirigida a Moisés e Arão (Nm 14.2,36; 16.11,41). Paulo compara as murmurações dos coríntios ao lamento dos israelitas. Como murmurar é uma clara desconfiança da providência de DEUS, e a negação da sua sabedoria e bondade, ela resulta muitas vezes em uma rápida retribuição. O destruidor neste contexto significa a morte (NT Amp.).
Aplicação à igreja de Corinto (10.11-13). O AT não é simplesmente uma história de acontecimentos seculares. Ele contém a revelação do relacionamento de DEUS com os homens. Dessa forma, sua história é usada para mostrar um padrão de comportamento a ser imitado ou evitado. O exemplo de Israel foi escrito para aviso nosso (11). A palavra aviso significa “colocar na mente” ou “instruir pela palavra”. Em 2 Timóteo 3.16-17 existe a ideia de uma repreensão ou correção. Para quem já são chegados os fins dos séculos significa para aquele que vive na última era do tempo, a dispensação cristã.
A sua aplicação é clara e direta. Aqueles que eram excessivamente confiantes e egoístas entre os coríntios foram advertidos de que, no exato momento em que se sentissem mais seguros, poderiam cair (12). O exemplo de estar de pé e de cair representa um estado de fidelidade e um estado de desobediência. “A queda dos outros deve nos deixar mais cautelosos a nosso próprio respeito”.
Paulo ameniza a severidade das suas palavras ao garantir que a tentação peculiar dos coríntios é humana (13). Nada de novo havia acontecido aos coríntios; todos os homens experimentam tentações. Portanto, se eles pecarem, não terão desculpas. Paulo declara também que DEUS age firmemente e sempre concede forças àqueles que confiam nele, e o seguem. Como Alford escreve: “Ele celebrou uma aliança com você ao lhe chamar: se Ele permitisse que você sofresse uma tentação além do seu poder de vencê-la... Ele estaria transgredindo essa aliança”.84 DEUS conhece muito bem as circunstâncias que cercam cada tentação, e vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar,
O termo escape (ekbasis) era usado como referência a uma passagem na montanha. A imagem é de um exército ou de um grupo de viajantes preso nas montanhas. Eles descobrem uma passagem e o grupo escapa para algum lugar em que possa estar em segurança. A frase para que a possais suportar indica o poder sustentador do ESPÍRITO SANTO, que todos os homens podem receber. A vitória sobre a tentação será possível através de uma humilde confiança. Porém, ter uma autoconfiança presunçosa diante da tentação representa uma avenida aberta para uma derrota certa.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 317-320.
I - ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1. Israel chega a Mara (Êx 15.23).
Lições do Milagre de Mara
Diante da murmuração do povo, Moisés clama a DEUS e Ele lhe mostra uma árvore cujo lenho deveria ser jogado nas águas para a sua purificação, o que ocorre imediatamente (Êx 15.25a). As lições desse episódio são, pelo menos, sete:
1. Águas amargas levaram o povo à amargura. Portanto, as águas de Mara simbolizam a murmuração, a amargura e a descrença pelas quais eventualmente seremos tentados em nossa peregrinação nos desertos desta vida.
2. Esse episódio ocorreu havia apenas três dias da grandiosa experiência da abertura do Mar Vermelho. Logo, grandes experiências com DEUS podem ser imediatamente sucedidas por novas provas de fé. 3. O lenho nas águas, purificando-as, simboliza o madeiro, a cruz de JESUS, que nos resgata das águas amargas para águas purificadas.
4. A experiência foi sucedida por uma admoestação e promessa:
“... ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu DEUS, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.25b,26). Ou seja, DEUS nos ensina no deserto a obediência, e é ali também que Ele promete e manifesta a sua bênção sobre a nossa vida, se formos fiéis a Ele em meio às provações.
5. No deserto, o Senhor se revela mais uma vez, e como “O Senhor que te sara”. Aleluia! Nas nossas provações, DEUS quer se revelar de forma nova e poderosa. Ele quer sarar as nossas enfermidades! Ele cura física e espiritualmente.
6. Ao seguirem para Elim, que estava logo adiante, encontraram “doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto às águas” (Ex 15.27). Isto é, logo à frente, havia sombra e água fresca. A analogia aqui é clara: as águas de Mara se contrapõem às fontes de Elim. Enquanto as águas de Mara simbolizam amargura, descrença e murmuração, as águas de Elim simbolizam a provisão plena de DEUS para o seu povo. A grande lição aqui é que tivesse Israel suportado a amargura das águas de Mara, logo estaria festejando em Elim. A pouca paciência de muitos crentes embota o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre.
7. Elim, como mencionamos de passagem no tópico anterior, fala de provisão plena de DEUS. Se não, vejamos: eram doze fontes para doze tribos, ou seja, uma para cada tribo de Israel.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de FéMoisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 59-60.
MARA
1. O novo nome, significando "amargura, tristeza, mágoa", que Noemi escolheu para si ao retornar de Belém, para expressar o amargor de suas experiências em Moabe (Rt 1.20).
2. Uma fonte de águas amargas no oásis do deserto de Sur que os israelitas alcançaram três dias após cruzarem o mar Vermelho (Êx 15.23; Nm 33.8,9). Quando o povo murmurou contra Moisés, ele jogou uma árvore (ou um lenho) nas águas, e estas se tornaram, ainda que temporariamente, miraculosamente doces. Na rota tradicional para o monte Sinai, o oásis de Ain Hawarah, aprox. 75 quilómetros a sudeste de Suez, é comumente identificado com Mara. Sua fonte fornece água salobra devido aos sais do solo das terras vizinhas.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1224.
MARA 1. (ma, amargo). Local onde os israelitas encontraram água, depois de viajarem três dias pelo deserto de Sur, após a travessia do Mar Vermelho. A água encontrada ali era salobra e imprópria para beber, daí o nome Mara, que significa “amargo” (Êx 15.23; Nm 33.8,9). O povo murmurou por causa da condição da água e DEUS mostrou a Moisés um galho de árvore, o qual ele lançou na água, a qual miraculosamente se tomou potável. O manancial comumente é situado no local da atual ‘ Ain Hawarah, a 43 km a sudeste de Suez e a cerca de 11 km do Mar Vermelho.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 4. pag. 98.
No hebraico, «amargo», Esse foi o nome da sexta parada de Israel, durante suas vagueações pela península do Sinai, ap6s o êxodo (ver Exo. 15:23,24; Núm. 33:8). As águas do lugar eram amargosas, o que explica tal locativo, no entanto, miraculosamente, Moisés tomou-as boas para o consumo humano (por orientação divina), após ter lançado nelas uma certa árvore.
Acredita-se que a fonte seja aquela que atualmente se chama 'Ain Hawarah, cerca de setenta e seis quilômetros a suleste de Suez e cerca de onze quilômetros das margens do mar Vermelho. Alguns estudiosos identificam-na com Cades. Foi esse o primeiro acampamento de Israel, depois que atravessaram o mar Vermelho. O povo de Israel caminhou por três dias deserto de Sur adentro, apôs aquela travessia, até chegar a Mara.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos. pag. 117.
Mara: as Águas Amargas
Os versículos finais deste capítulo mostram-nos Israel no deserto. Até aqui parece que tudo lhes havia corrido bem. Terríveis juízos haviam caído sobre o Egito, mas Israel fora perfeitamente excluído; o exército do Egito jazia morto nas praias do mar, mas Israel estava em triunfo. Tudo isto era bastante; mas, enfim, o aspecto das coisas depressa mudou! Os hinos de louvor foram depressa substituídos pelas palavras de descontentamento. "Então, chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas: por isso, chamou-se o seu nome Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de bebera (versículos 23 a 24).
"E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto. E os filos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão (capítulo 16:2-3).
Eis aqui as provações do deserto. "Que havemos de comera" e "que havemos de bebera" As águas de Mara puseram à prova o coração de Israel e mostraram o seu espírito murmurador; mas o Senhor mostrou-lhes que não havia amargura que Ele não pudesse dulcificar com a provisão da Sua graça: "...e o SENHOR mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces: ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou".
Que formosa figura d'Aquele que foi, em graça infinita, lançado às águas da morte, para que essas águas nada mais nos pudessem dar senão doçura, para todo o sempre.
Verdadeiramente, podemos dizer: "Na verdade já passou a amargura da morte", e nada mais nos resta senão as doçuras eternas da ressurreição.
O versículo 26 põe diante de nós o caráter importante desta primeira etapa dos remidos de DEUS no deserto. Encontramo-nos em grande perigo, nesta hora, de cair num espírito mal disposto, impaciente de murmuração. O único remédio contra este mal é conservarmos os olhos postos em JESUS —"olhando para JESUS" (Hb 12:2). Bendito seja o Seu nome, Ele sempre Se mostra à altura das necessidades do Seu povo; e eles, em vez de se queixarem das suas circunstâncias, deviam fazer delas o motivo de se aproximarem mais d'Ele. É assim que o deserto se torna útil para nos ensinar o que DEUS é. É uma escola na qual aprendemos a conhecer a Sua graça constante e os Seus amplos recursos. "E suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos" (At 13:18).
O homem espiritual reconhecerá sempre que vale a pena ter águas amargas para DEUS as dulcificar:".. .também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência, e a experiência, a esperança" (Rm 5:3 -5).
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 15.23 Chegaram a Mara. Poços e fontes de água salobra são frequentes nas regiões desérticas. Os israelitas, ao encontrarem água imprópria para uso humano, chamaram-na de “amarga”, significado da palavra hebraica Mara. “O extremo amargor do gosto da água das fontes da extremidade sul do deserto de Sur é confirmado por todos os que por ali viajam. Há diversas dessas fontes. Aquela que modernamente se chama de Ain Howqrah é a mais copiosa, e não de águas tão amargas como as outras” (Ellicott, in loc).
Essa foi a sexta parada de Israel, durante suas vagueações pela península do Sinai, depois do êxodo (Êxo. 15.23,24; Núm. 33.8). As águas do lugar eram amargosas, o que explica tal locativo. No entanto, miraculosamente, Moisés tornou-as boas para o consumo humano (por orientação divina), após ter lançado nelas certa árvore. Acredita-se que a fonte seja aquela que atualmente se chama ‘Ain Howqrah, a cerca de setenta e seis quilômetros a sudeste de Suez e a cerca de onze quilômetros das margens do mar Vermelho. Alguns estudiosos identificam-na com Cades. Foi esse o primeiro acampamento de Israel, depois que atravessaram o mar Vermelho (ou melhor, o mar de Juncos). O povo de Israel caminhou por três dias, deserto de Sur adentro, apôs aquela travessia, até chegar a Mara. Alguns estudiosos não creem ser possível uma identificação exata dessa localidade.
Tipologia. “Essas águas amargas ficavam bem no caminho por onde o Senhor estava conduzindo Israel, e representam as provações que o povo de DEUS precisa enfrentar, provações essas que são didáticas, e não punitivas. A árvore simboliza a cruz (Gál. 3.13), que se tornou doce para CRISTO, como expressão da vontade do Pai (João 18.11). Quando aceitamos nossas maras com a atitude Dele, lançamos a árvore em nossas águas (Rom. 5.3,4)” (Scofield Reference Bible, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 370.
Êx 15.23. Mara. Ao contrário de muitas etimologias no Velho Testamento, esta não se trata de mero trocadilho baseado em semelhança fonética, pois “marah” poderia realmente significar“amarga” ou “amargura” , caso se trate de uma raiz semítica. A palavra “mirra” parece derivar da mesma raiz, com referência ao seu forte aroma. Muitos oásis do deserto recebem seus nomes por causa de poços, fontes e pequenas lagoas, já que a água em sua característica essencial é comum. A fonte em questão aqui é provavelmente a atual ‘Ain Hawarah. Chamou-se lhe. A vaga terceira pessoa do singular (literalmente, ele chamou o seu nome) não se refere, necessariamente, a Moisés, podendo ser encarada (como o fez a SBB) como uma construção impessoal, de acordo com a expressão idiomática tipicamente semita. Isto significa que o nome poderia ter existido muito antes da passagem de Israel por ali. A maioria dos poços artesianos produz água amarga e de gosto desagradável devido à presença de sais minerais.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 124.
Os israelitas andaram três dias no deserto (a leste do mar Vermelho) e não acharam água (22). A fé do povo precisava de mais provas. Uma grande vitória como a travessia do mar Vermelho proporcionou uma visão maravilhosa da onipotência de DEUS; mas não treinou a fé para os problemas cotidianos. A necessidade diária de comida e bebida prova a fé do povo mais que os obstáculos maiores. Mas DEUS estava treinando seu povo em todos os aspectos da vida, por isso os levou às águas amargas de Mara (23; ver Mapa 3). Imagine a comovente decepção de pessoas sedentas encontrando água e verificando que era impotável. Viajantes nesta região do deserto de Sur (ou de Etã, Nm 33.8) confirmam que as fontes são extremamente amargas, que o lugar é “destituído de árvores, água e, exceto no começo de primavera, pastagens”
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 174-175.
As Murmurações do Povo
"E PARTIDOS de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito". Vemos aqui Israel numa posição notável e muito interessante. É ainda o deserto, sem dúvida, mas é um lugar de paragem muito importante e significativo, a saber, "entre Elim e Sinai". Aquele era o lugar onde haviam recentemente provado as águas refrescantes do ministério divino; este era o lugar onde eles deixaram o terreno da graça soberana e se colocaram debaixo do concerto das obras. Estes fatos tornam "o deserto de Sinai" uma parte particularmente interessante da jornada de Israel. O Seu aspecto e influência são acentuados grandemente como qualquer outro ponto em toda a sua história. Vemo-los aqui como os objetos da mesma graça que os havia tirado da terra do Egito, e, portanto, todas as suas murmurações são imediatamente atendidas por suprimento divino. Quando DEUS opera na manifestação da Sua graça não há impedimento. As bênçãos que Ele derrama correm sem interrupção. E só quando o homem se coloca debaixo da lei que perde tudo; porque então DEUS tem de permitir que ele se certifique de quanto pode exigir com base nas suas próprias obras.
Quando DEUS visitou e redimiu o Seu povo e os tirou da terra do Egito, não foi, certamente, com o propósito de os deixar morrer de fome e de sede no deserto. Eles deviam saber isto. Deviam ter confiado n'Ele e andado na confiança daquele amor que os havia libertado gloriosamente dos horrores da escravidão do Egito. Deviam ter recordado que era infinitamente melhor estar com DEUS no deserto do que nos fornos de tijolo com Faraó. Mas não; o coração humano acha uma coisa muito difícil dar crédito a DEUS pelo seu amor puro e perfeito: tem muito mais confiança em Satanás do que em DEUS. Vede, por um momento, toda a dor e sofrimento, a miséria e degradação que o homem tem sofrido por causa de ter dado ouvidos à voz de Satanás, e contudo nunca tem uma palavra de queixa quanto ao seu serviço ou desejo de se libertar das suas mãos. Não está descontente com Satanás nem cansado de o servir. Colhe repetidas vezes os frutos amargos nesses campos que Satanás tem aberto de si; e, todavia, pode ser visto repetidas vezes a semear a mesmíssima semente e a passar pelos mesmos trabalhos. Mas como é diferente quando se trata de DEUS! Quando nos dispomos a andar nos Seus caminhos, estamos prontos, à primeira aparência de dificuldades ou provações, a murmurar e a rebelarmo-nos. Na verdade, não há nada em que tanto falhamos como no desenvolvimento de um espírito confiante e agradecido. Esquecemos facilmente dez mil bênçãos na presença de uma simples privação. Os nossos pecados foram todos perdoados, "fomos aceites no amado"(Ef 1:6) efeitos herdeiros e co-herdeiros com CRISTO—esperamos a glória eterna; e além de tudo mais, o nosso caminho através do deserto está coberto de misericórdias inumeráveis; e todavia deixai que uma nuvem, apenas como palma da mão de um homem, apareça no horizonte, e as ricas misericórdias do passado são por nós prontamente esquecidas avista desta pequena nuvem, que, afinal, pode muito vem desfazer-se em bênçãos sobre a nossa cabeça. Este pensamento deveria humilhar-nos profundamente diante de DEUS. Como somos diferentes nisto, e em tudo mais, do nosso bendito Modelo! Vede-O—o verdadeiro Israel no deserto—rodeado de feras e jejuando durante quarenta dias. Como Se conduziu Ele? Murmurou1?- Queixou-Se da Sua sorte?- Desejou achar-Se noutras circunstâncias1? Ah! não.
DEUS era a porção do Seu cálice e a parte da Sua herança (SI 16). E, portanto, quando o vida, Ele recusou-os e manteve firmemente a posição de absoluta dependência de DEUS e implícita obediência à Sua palavra. Só aceitaria do mesmo modo o pão e a glória das mãos de DEUS.
Como foi tão diferente com Israel segundo a carne! Tão depressa sentiu o sofrimento da fome "Murmurou contra Moisés e contra Arão, no deserto" (versículo 2). Parece que haviam perdido a compreensão de haverem sido libertados pela mão do Senhor, porque disseram:"... porque nos tendes tirado para este desertou" E também no capítulo 17:3, lemos: "...o povo murmurou contra Moisés, e disse: porque nos fizeste subir do Egito, para nos matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado?" Assim, eles manifestaram em todas as ocasiões um espírito irritado e de queixume, e mostraram quão pouco realizavam a presença do seu Poderoso e infinitamente gracioso Libertador.
Ora, não há nada que tanto desonre a DEUS como um espírito murmurador por parte daqueles dos que Lhe pertencem. O apóstolo apresenta como característico especial da corrupção dos gentios que, "...tendo conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças" (Rm 1:21). E então segue-se o resultado prático deste espírito ingrato, "antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu". Aquele que deixa de reter um sentido grato da bondade de DEUS tornar-se-á rapidamente "entenebrecido". Assim Israel perdeu o sentido de estar nas mãos de DEUS; e isto levou-os, como podia esperar-se, a trevas mais espessas, visto que os encontramos, mais tarde na sua história, dizendo: "Porque nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos a espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa"?" (Nm 14:3). Tal é a atitude que a alma que não está em comunhão toma. Começa por perder a noção de estar nas mãos de DEUS para seu bem, e, termina por se julgar nas Suas mãos para seu mal. Que triste progresso!
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 16.7,8 Pela manhã. A glória do Senhor haveria de manifestar-se mediante a provi são de maná. À tarde, aquela mesma glória haveria de evidenciar-se por meio da provisão das codornizes, tal como os israelitas dispunham da coluna de nuvem durante o dia, a fim de guiá-los, e da coluna de fogo, durante a noite, com o mesmo propósito, provendo-lhes calor e iluminação.
As vossas murmurações. Os milagres da manhã e da tarde mostrariam o que as murmurações de Israel significavam: uma ofensa contra Yahweh, uma demonstração de incredulidade quanto ao Seu poder e quanto às Suas promessas. Em segundo lugar, eram ofendidos Moisés e Arão. Ver as notas sobre essas murmurações em Êxo. 14.10. Essas murmurações tornaram-se um tema secundário dos livros de Êxodo e Números, porquanto demonstravam que a fé dos israelitas estava debilitando-se. Todas as necessidades dos filhos de Israel eram supridas de maneira “bondosa, abundante, maravilhosa... da parte de um DEUS gracioso e misericordioso” (John Gill, b loc).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 373.
Êx 16.7. Israel haveria de ver a glória de YH W H em Seus atos salvadores. Em outros lugares a glória de DEUS aparece fisicamente manifesta sobre a tenda da congregação, ou na nuvem (16:10).
Êx 16.8. Carne para comer... pão que vos farte. Duas provisões distintas são mencionadas juntas aqui: pão (maná) e carne (codornizes), embora pouca ênfase seja dada às aves nesta passagem. Ver Números 11:31 onde há o relato de nova provisão de codornizes que parece ter acontecido depois da entrega da lei no Sinai (não antes, como aqui), e que foi seguida por uma praga.
R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 126.