III – A FIDELIDADE A DEUS ANTE A FORNALHA ARDENTE (Dn 3.8-12)
 
 1. Os jovens hebreus foram acusados e denunciados (vv.8-12).
 A punição 
 foi inevitável. A ordem do rei não podia voltar atrás. Os inimigos dos três 
 jovens hebreus não deram tréguas aos judeus. Depois de acusados e 
 denunciados tiveram que enfrentar e submeter-se à punição do rei. Os seus 
 algozes foram os mesmos que haviam sido poupados anteriormente da pena de 
 morte no episódio do sonho do rei no capítulo 2 e não tiveram a menor 
 consideração com seus pares dentro do Palácio. O rei, tão logo foi informado 
 da desobediência dos jovens hebreus, ficou enfurecido e os chamou diante de 
 si. Foram interrogados e, mais uma vez ameaçados com a punição da fornalha 
 ardente, mas os servos do DEUS Altíssimo mantiveram sua fidelidade à fé 
 judaica. Eles não se intimidaram diante das ameaças porque sabiam que DEUS 
 poderia intervir naquela situação, e estavam prontos a serem queimados vivos 
 sem trair a sua fé.
 Elienai Cabral. Integridade 
 Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. 
 Editora CPAD. pag. 60.
 
 Dn 3.8 
 Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus. O rei se fizera 
 entender claramente. Ninguém poderia dizer-se ignorante da lei. Alguns 
 oficiais provinciais observaram que havia três jovens judeus que não 
 cumpriam seus “deveres religiosos”. Esses jovens estavam cometendo um claro 
 ato de traição. Não temos aqui menção ao grupo de judeus no cativeiro, mas 
 somente aos três jovens companheiros de Daniel, o que indica claramente que 
 as massas dos judeus estavam obedecendo ao edito real. O três tinham sido 
 colocados em posição de autoridade (ver Dan. 2.49 e 3.12, o que os tornara 
 conspícuos.
 E 
 acusaram os judeus. Diz a Revised Standard Version: “acusaram 
 maliciosamente”.
 Isso é 
 justificado pelas palavras literais: “e comeram seus pedaços”. Esta é uma 
 expressão idiomática no aramaico, que comumente significava “acusar” , o que 
 demonstra uma atitude virulenta. O aramaico também usava a expressão 
 “comeram a carne deles” (Quran, 49.12). Cf. as palavras akalo karsi, das 
 cartas de Tel-el-Amarna (e ver Sal. 27.2). Pode ter havido inveja política 
 na questão, em que um partido tentava derrubar outro. A única coisa pior do 
 que a perseguição política é a perseguição religiosa.
 Dn 3.9 
 Disseram ao rei Nabucodonosor. Aqueles pequenos oficiais locais, em sua 
 tremenda inveja, certificaram-se de que o rei ouvisse sobre a clara infração 
 que tinham descoberto. Dessa maneira, demonstraram quão competentes e 
 patriotas eram revelando a questão assim que puderam. Demonstraram respeito 
 pelo rei, desejando que ele “vivesse para sempre”, e não dando valor algum à 
 vida dos três “criminosos”, “Um prefácio de lisonja foi seguido de perto 
 pela crueldade. Assim também, em Atos 24.2,3, onde Tértulo, ao acusar Paulo 
 diante de Félix, começou lisonjeando o governador romano” (Fausset, in Ioc.). 
 O restante dos judeus acompanhava o movimento de apostasia; Daniel era 
 importante e favorecido demais para alguém tentar atingi-lo. Assim sendo, a 
 ira recaiu sobre os três amigos de Daniel, que são mencionados por nome no 
 vs. 12.
 Dn 3.10 
 Tu, ó rei, baixaste um decreto, Aqueles réprobos lembraram a Nabucodonosor 
 que fora ele próprio quem decretara, de modo “justo e sábio”, que, ao 
 começarem a tocar os instrumentos musicais (já listados por duas vezes nos 
 vss. 5 e 7), todos deveriam prostrar-se e adorar a imagem feita pelo 
 monarca. Os instrumentos tinham sido tocados, O decreto entrara em efeito. 
 Mas certos jovens preferiram desobedecer ao decreto real. Este versículo é 
 uma repetição virtual do vs. 5, onde são oferecidas notas expositivas.
 Dn 3.11 
 Qualquer que não se prostrasse e não adorasse. Este versículo repete 
 essencialmente o vs. 6 — o resultado para quem não obedecesse ao decreto, ou 
 seja, a fornalha ardente. Ver notas alí. Aqueles homens ímpios e desvairados 
 agora “exigiam” que a execução ocorresse. Provavelmente eles seriam 
 galardoados de alguma maneira, ainda que somente com a satisfação de ver a 
 queda dolorosa de inimigos políticos que, além do mais, eram estrangeiros 
 desprezados.
 Dn 3.12 
 Há uns homens judeus. Os réprobos não demoraram a identificar os 
 “traidores”: eram aqueles três estrangeiros, os desprezíveis cativos judeus, 
 a saber, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, homens desobedientes e ímpios que 
 ousavam desafiar o rei e o seu decreto, dignos da punição ameaçadora. Quanto 
 aos nomes desses três homens, seus nomes hebraicos originais e seus novos 
 nomes babilônicos, ver Dan. 1.6,7. O texto não menciona a razão pela qual 
 Daniel (que também, sem dúvida, desobedecera ao decreto real) não estava 
 entre os acusados.
 Por isso 
 floresceram várias conjecturas: 1. Daniel era alto demais para ser tocado; 
 2. ele estaria viajando; 3. ele teria seu próprio julgamento severo 
 (capítulo 6), pelo que pôde ter-se mostrado culpado no caso, mas fora 
 deixado em paz propositadamente.
 CHAMPLIN, Russell Norman, 
 Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 
 3384-3385.
 
 As 
 pessoas ingratas têm memória curta (v. 8). Os caldeus tinham sido poupados 
 da morte pela intervenção de Daniel e seus amigos (Dn 2.5,18). Agora eles, 
 de forma ingrata, acusam as pessoas que lhes ajudaram, no passado, a se 
 livrar da morte. A ingratidão é uma atitude que fere as pessoas e entristece 
 a DEUS. A acusação dos caldeus é maliciosa. A palavra hebraica significa 
 “comer a carne de alguém”.
 As 
 pessoas invejosas tentam se promover buscando a destruição dos concorrentes 
 (v. 12). Os caldeus usam a arma da bajulação ao rei antes de acusar os 
 judeus. Eles acrescentam um fato inverídico: “Não fizeram caso de ti”. Eles 
 não querem informar, mas distorcer os fatos e destruir os judeus. Isso, 
 apenas porque esses judeus foram constituídos sobre os negócios da 
 província. A inveja foi o pecado que levou Lúcifer a ser um querubim 
 descontente, mesmo no céu, e a tornar-se um demônio. A inveja provoca 
 contendas, brigas, mortes e desastres. As pessoas fiéis, entretanto, 
 entendem que fidelidade é uma questão inegociável. A fidelidade a DEUS é 
 mais importante que a preservação da própria vida. Esses jovens entenderam 
 que agradar a DEUS é mais importante que preservar a própria vida. A 
 principal lição desse texto não é o livramento miraculoso, mas a fidelidade 
 inegociável.
 Três 
 jovens têm coragem de discordar de todos; de preferir a morte ao pecado. 
 Estão dispostos a morrer, não a pecar. Transigir era uma palavra que não 
 constava do vocabulário deles.
 A 
 fidelidade incondicional não é uma barganha com DEUS. Muitas vezes, nossa 
 fidelidade a DEUS nos levará à fornalha, à cova dos leões, à prisão, a 
 sermos rejeitados pelo grupo, a sermos despedidos de uma empresa, a sermos 
 rejeitados na escola. Nosso compromisso não é com o sucesso, mas com a 
 fidelidade a DEUS. 
 Ceder à 
 pressão da maioria pode destruir sua vida mais que o fogo da fornalha. 
 Muitos jovens crentes são tentados a ceder. Jovens cristãos são instados a 
 se embriagar com seus amigos ou a perder a virgindade antes do casamento. 
 São tentados a mentir aos pais, a ver filmes indecentes, a curtir músicas 
 maliciosas do mundo. O mundo tem sua própria fornalha ardente à espera 
 daqueles que não se conformam em adorar seus ídolos. E a fornalha de ser 
 desprezado, ridicularizado. Os que são fiéis a DEUS são chamados de 
 retrógrados. Cuidado com a opinião da maioria, ela pode estar errada e, via 
 de regra, está.
 LOPES. Hernandes Dias. 
 DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 53-54.
 
 E 
 estranho ver que Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego estavam presentes nessa 
 reunião, sabendo, provavelmente, qual era o intento dessa convocação. 
 Podemos supor que Daniel estivesse ausente porque os seus negócios o 
 requisitavam, ou porque ele tivesse a dispensa do rei para se retirar, a 
 menos que suponhamos que ele estivesse tão elevado no favor do rei que 
 ninguém ousasse se queixar dele pela sua desobediência. Mas por que os seus 
 companheiros não se afastaram do caminho? Certamente porque queriam obedecer 
 ao rei até onde fosse possível, e estariam prontos a dar um testemunho 
 público contra essa idolatria grosseira. Eles não acharam suficiente não se 
 prostrarem diante da imagem, mas, estando no evento, se viram obrigados a 
 ficar de pé diante dela, embora fosse a estátua que o rei, seu senhor, havia 
 levantado, e uma estátua de ouro para aqueles que a adorassem. Então: IA 
 denúncia é trazida ao rei por alguns caldeus, contra esses três homens que 
 não obedeceram ao decreto real (v. 8). Talvez esses caldeus que os acusaram 
 fossem alguns daqueles magos ou astrólogos que foram particularmente 
 chamados de caldeus (cap. 2.2,4). Eles eram aqueles que guardavam rancor 
 contra os companheiros de Daniel por causa dele, devido ao fato de ele 
 tê-los ofuscado junto com esses companheiros. Os amigos de Daniel, por suas 
 orações, tinham obtido a misericórdia que salvou a vida desses caldeus. Mas 
 estes retribuíram o bem com o mal. Eram adversários daqueles que 
 demonstraram amor. Isto também aconteceu com Jeremias, que intercedeu diante 
 de DEUS por aqueles que mais tarde cavaram uma cova para a sua vida (Jr 
 18.20). Não devemos estranhar o fato de nos depararmos com homens ingratos. 
 Ou talvez esses fossem os caldeus que esperavam pelos cargos aos quais esses 
 homens foram promovidos, e invejavam o favorecimento deles. E quem pode 
 suportar a inveja? Eles apelaram ao próprio rei a respeito do decreto. 
 Apresentaram-se com o devido respeito à sua majestade, fazendo a saudação 
 habitual: “O rei, vive eternamente!” (como se não visassem nada além da 
 honra do rei, e quisessem servir aos seus interesses, quando, na verdade, 
 estavam colocando sobre o rei aquilo que ameaçava a ruína dele e do seu 
 reino). Então pedem licença: 1. Para lembrá-lo da lei que ele havia feito 
 recentemente, pela qual toda sorte de pessoa, sem exceção de nação ou 
 língua, deveria se prostrar e adorar a imagem de ouro. Eles também o 
 lembraram da penalidade que pela lei deveria ser infligida aos que se 
 recusassem: deveriam ser lançados no meio do forno de fogo ardente (w. 
 10,11). Não pode ser negado que essa era a lei. Ela deveria ser considerada, 
 quer fosse uma lei justa ou não. 2. Para informá-lo de que esses três 
 homens, Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego, não haviam obedecido ao seu decreto 
 (v. 12). E provável que Nabucodonosor não tivesse qualquer propósito 
 específico de apanhá-los em uma armadilha ao fazer a lei, porque então ele 
 mesmo estaria de olho neles, e não teria precisado dessa informação. Mas os 
 seus inimigos, que buscavam uma oportunidade contra eles, aproveitaram isso, 
 e se apressaram a acusá-los. Para agravar a situação, e incitar mais o rei 
 contra os servos de DEUS: (1) Eles o lembram da dignidade com que os 
 criminosos tinham sido favorecidos. Embora fossem judeus, estrangeiros, 
 cativos, homens de uma nação e religião desprezíveis, o rei os havia 
 constituído sobre os negócios da província de Babilônia. Era, portanto, uma 
 ingratidão e uma insolência intolerável desobedecerem à ordem do rei, depois 
 de terem recebido tantos favores daquele monarca. E, além disso, a elevada 
 posição em que estavam tornava a recusa deles ainda mais escandalosa. Isto 
 seria um mau exemplo, e teria uma má influência sobre os outros. Portanto, 
 era necessário que essa atitude fosse punida com muito rigor. Desse modo, os 
 príncipes que são suficientemente incitados contra pessoas inocentes 
 geralmente têm muitos ao redor deles que farão tudo o que puderem para 
 agravar a situação. (2) Eles sugerem que isso foi feito maliciosamente, 
 obstinadamente, e em desprezo ao monarca e à sua autoridade: “Eles não 
 fizeram caso de ti. A teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que 
 levantaste, adoraram.”
 HENRY. Matthew. Comentário 
 Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 
 839-840.
 
 
 2. A resposta corajosa dos jovens hebreus (Dn 3.16-18).
 “agora, 
 se estais prontos” (3.15). Eles estavam prontos, não para obedecer a 
 imposição do rei quanto à sua fé. Eles estavam prontos, sim, para manter a 
 sua fé no DEUS que podia mudar toda aquela situação. Aqueles jovens 
 entendiam que fidelidade é algo inegociável. A fidelidade desses jovens era 
 mais que uma qualidade de caráter, era uma confiança inabalável em DEUS que 
 haveria de intervir naquela situação. A resposta resultava do conhecimento 
 prévio que tinham do mandamento divino: “Não terás outros deuses diante de 
 mim. Não farás imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima 
 nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te 
 encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu DEUS, sou DEUS 
 zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta 
 geração daqueles que me aborrecem” (Ex 20.3-5). DEUS busca homens e mulheres 
 que tenham a fibra de manter a fidelidade a Ele mesmo quando ameaçados.
 “Não 
 necessitamos de te responder sobre este negócio” (3.16). A confiança em DEUS 
 e a certeza de que DEUS faria alguma coisa lhes deu a convicção de que valia 
 a pena enfrentar a fornalha pelo nome de Jeová.
 Elienai Cabral. Integridade 
 Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. 
 Editora CPAD. pag. 60-61.
 
 Dn 3.16 
 Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei. O rei não precisou mandar 
 tocar de novo a música, nem os três cativos vacilaram , debateram e ficaram 
 jogando na tentativa de escapar do inevitável, por meio de argumentos 
 espertos. O caso era fácil: eles precisavam ser fiéis a Yahweh e entregaram 
 sua vida nas mãos Dele, incondicionalmente. Assim , os três judeus 
 responderam que não tinham necessidade de defender-se. A defesa deles era 
 Yahweh, ou então não tinham defesa algum a. Se ser alguém leal a Yahweh era 
 um crime, então eles eram os piores criminosos, pois a lealdade deles era 
 grande e sem hesitações.
 “A 
 hesitação ou a parlamentação com o pecado é fatal. Uma decisão sem hesitação 
 é a única vereda segura quando a vereda do dever é clara (ver Mat. 
 10.19,28)” (Fausset, in Ioc.). “Há certa demonstração de orgulho aqui, como 
 no caso da resposta de Daniel ao rei, em Dan. 5.17. Era um orgulho derivado 
 da consciência de que, na qualidade de servos de DEUS, eles eram superiores 
 a qualquer potentado, e, assim, não precisavam de sua clemência ou de seus 
 dons" (Arthur Jeffery, in Ioc.).
 Dn 3.17 
 Se o nosso DEUS, a quem servimos, quer livrar-nos... Elohim, o Poder 
 (relativo a Elah, a palavra caldaica que aparece neste versículo), era 
 capaz. Eles estavam dispostos a submeter o Senhor a teste. Esperavam 
 livramento — ser tirados da fornalha, e não postos dentro dela. Esse seria 
 um livramento da mão perversa do rei idólatra. A tarefa era impossível para 
 a instrumentalidade humana.
 Nesse 
 caso, somente o Ser divino poderia fazê-lo. Ocasionalmente, todos os homens 
 enfrentam situações em que “somente DEUS é capaz” e então são obrigados a 
 entregar a vida nas mãos Dele.
 Oh, 
 Senhor, concede-nos tal graça!
 Ao serem 
 submetidos a teste, eles também estavam submetendo Yahweh a teste.
 Dn 3.18 
 Se não, fica sabendo, ó rei. Se eles seriam livrados ou não, não fazia 
 nenhuma diferença. Eles sabiam que a idolatria estava errada, mesmo quando 
 se tratasse da idolatria do governo, a lei da terra, mas eles não se 
 envolveriam nisso, sem importar o que essa atitude lhes custaria. O tema 
 principal da história, pois, emerge: O martírio é preferível à apostasia, 
 uma lição que poucos judeus, na época do ataque babilônico e 
 do cativeiro, tinham aprendido. Judá estava perdida em sua 
 idolatria-adultério-apostasia. Este livro praticamente não usa o nome divino 
 Yahweh, o qual, para os judeus piedosos, tinha-se tornado santo demais para 
 que fosse proferido. Portanto, o nome DEUS é usado aqui, e aquele título 
 especial é evitado.
 CHAMPLIN, Russell Norman, 
 Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 
 3385.
 
 Eles 
 respondem algo com que todos concordam, que eles ainda permanecem firmes em 
 sua decisão de não adorarem a estátua de ouro (w. 16-18). Temos aqui um 
 exemplo de firmeza e magnanimidade que são raramente encontrados. Chamamos 
 esses servos de DEUS de “os três jovens”, mas deveríamos chamá-los de “os 
 três campeões”, “as três preciosidades do reino de DEUS entre os homens”. 
 Eles não explodiram em qualquer violência ou paixão imoderada contra aqueles 
 que adoravam a imagem de ouro, não os insultaram ou os afrontaram. Nem se 
 lançaram precipitadamente a um tribunal, ou saíram do seu caminho para ir ao 
 martírio da corte. Mas, quando foram devidamente chamados à prova de fogo, 
 se comportaram corajosamente, com uma conduta e coragem que convinha aos 
 sofredores de uma causa tão nobre. O rei não foi tão ousado e mal ao fazer 
 esse ídolo, mas eles foram corajosamente bons quando testemunharam contra 
 ele. Eles mantiveram a sua calma de uma forma admirável e exemplai; não 
 chamaram o rei de tirano ou de idólatra (a causa de DEUS não precisa da ira 
 do homem), mas, com uma calma e tranquilidade de espírito exemplar, eles 
 deram sua resposta, pela qual resolveram aceitar as conseqüências. Observe:
 1. O 
 desprezo bondoso e generoso deles em relação à morte, e a nobre indiferença 
 com a qual olham para o dilema que lhes é apresentado: “O Nabucodonosor, não 
 necessitamos de te responder sobre este negócio”. Eles não lhe negam com mau 
 humor uma resposta, nem permanecem mudos. Mas lhe dizem que não estão 
 preocupados com isso. Não há necessidade de uma resposta (assim se lê). Eles 
 decidem não obedecer, e o rei está decidido que eles morrerão se não 
 obedecerem. A questão, portanto, está decidida, e por que isso deveria ser 
 discutido? Mas 
 é melhor 
 ler: “Não queremos dar uma resposta para ti, nem temos de procurar uma, mas 
 viemos preparados”.
 (1) Eles 
 não precisavam de tempo para deliberar a respeito desse negócio. Pois não 
 tiveram a mínima hesitação se iriam obedecer ou não. Era uma questão de vida 
 ou morte, e alguns diriam que eles poderiam ter pensado melhor antes de 
 decidir. A vida é desejável, e a morte é terrível. Mas quando o pecado e a 
 obrigação que estavam envolvidos no caso foram imediatamente determinados 
 pela letra do segundo mandamento, e nenhum espaço foi deixado para se 
 questionar o que era certo, então a vida e a morte que estavam envolvidos no 
 caso não deveriam ser consideradas. Note que aqueles que querem evitar o 
 pecado não devem negociar com a tentação. Quando aquilo a que somos atraídos 
 ou aquilo que nos aterroriza é manifestadamente mal, o impulso deve ser 
 rejeitado com indignação e repulsa, sem que haja qualquer hesitação. Não 
 queira discutir o assunto, mas diga então, como CRISTO nos ensinou: “Para 
 trás de mim, Satanás”.
 (2) Eles 
 não precisavam de tempo para planejar como responderiam. Enquanto fossem 
 defensores de DEUS, chamados para testemunhar a favor de sua causa, eles não 
 tinham dúvidas de que lhes seria dado na mesma hora o que deveriam falar (Mt 
 10.19). Eles não estavam planejando uma resposta evasiva, quando uma 
 resposta direta estava sendo esperada deles. Não, nem iriam rogar ao rei que 
 não insistisse nisso. Não há nada na resposta deles que pareça alguma 
 saudação. Eles não começaram como os seus acusadores: “O rei, vive 
 eternamente!” Também não fizeram nenhuma insinuação ardilosa, a captandam 
 benevolentiam - para deixá-lo de bom humor, mas disseram tudo de forma clara 
 e direta: “O Nabucodonosor, não precisamos te responder sobre este negócio”. 
 Observe que aqueles que fazem da sua obrigação a sua preocupação principal, 
 não precisam se preocupar com as várias situações que possam vir a 
 enfrentar.
 2. A 
 forte confiança deles em DEUS e a sua dependência dele (v. 17). Foi isso que 
 os capacitou a olhar para a morte com tanto desprezo, a morte em seu 
 esplendor, a morte em todos os seus terrores. Eles confiavam no DEUS vivo, e 
 por esta fé escolheram antes sofrer do que pecar. Por essa razão não temeram 
 a ira do rei, mas resistiram, porque, pela fé, tinham o seu olhar fixo 
 Naquele que é invisível (Hb 11.25,27): “Se for assim, se formos trazidos a 
 essa dificuldade, se formos lançados na fornalha de fogo ardente a menos que 
 sirvamos aos teus deuses, saiba, então:” (1) “Que embora não adoremos os 
 teus deuses, não somos ateus. Há um DEUS que podemos chamar de nosso, a quem 
 nós fielmente estamos ligados.” (2) “Que servimos a esse DEUS precioso. 
 Temos nos dedicado à sua honra. Estamos empenhados em sua obra, e dependemos 
 dele para nos proteger, suprir as nossas necessidades, e nos recompensar”. 
 (3) “Que temos plena certeza de que este DEUS é capaz de nos livrar da 
 fornalha de fogo ardente. Quer Ele nos livre ou não, temos certeza de que 
 Ele pode impedir que sejamos lançados na fornalha, ou de nos resgatar dela.” 
 Note que os servos fiéis de DEUS confiarão que o Senhor é capaz de 
 sustentá-los nos seus serviços, controlando e dominando todos os poderes que 
 são armados contra eles. ‘Senhor, se quiseres, tu podes’. (4) “Que temos 
 motivos para esperar que Ele nos livre”, em parte porque, em um vasto 
 comparecimento de idólatras como esse, seria muito oportuno, para a honra do 
 seu nome grandioso, livrá-los, e em parte porque Nabucodonosor o havia 
 desafiado a fazer isto - Quem é o DEUS que irá vos livrar? DEUS às vezes se 
 manifesta de forma extraordinária para calar as blasfêmias do inimigo, como 
 também para responder as orações do seu povo (SI 74.18-22; Dt 32.27). “Mas, 
 se Ele não nos livrar da fornalha ardente, Ele nos livrará da tua mão”. 
 Nabucodonosor pode apenas atormentar e matar o corpo. E, depois disso, não 
 há mais nada que ele possa fazer. Então eles são afastados do seu alcance, e 
 livrados da sua mão. Observe que os bons pensamentos a respeito de DEUS, e 
 uma plena certeza de que Ele está conosco enquanto estivermos com Ele, nos 
 ajudará muito a passarmos pelos sofrimentos. E, se Ele for por nós, não 
 precisaremos temer o que os homens possam nos fazer, mesmo que tentem fazer 
 o pior. DEUS nos livrará da morte ou na morte.
 3. A 
 firme decisão deles de permanecerem fiéis aos seus princípios, quaisquer que 
 possam ser as conseqüências (v. 18): “Mas se não for assim, mesmo que DEUS 
 ache por bem não nos livrar da fornalha ardente (o que sabemos que Ele pode 
 fazer), se Ele permitir que caiamos na tua mão, saiba ó rei, que não 
 serviremos estes deuses, embora eles sejam os teus deuses, nem adoraremos 
 esta imagem de ouro, embora tu mesmo a tenhas levantado”. Eles não estão 
 envergonhados nem com medo de reconhecer a sua religião, e dizem ao rei, 
 face a face, que não têm medo dele, e que não lhe prestarão obediência. Se 
 eles tivessem consultado a carne e o sangue, muito poderia ter sido dito 
 para trazê-los a uma concordância, especialmente diante da impossibilidade 
 de evitar a morte, uma morte tão sofrida. (1) Não foi exigido que eles 
 renunciassem ao seu próprio DEUS, ou que abandonassem a sua adoração. Não, 
 nem que por uma confissão ou declaração verbal reconhecessem essa imagem de 
 ouro como sendo um deus, mas apenas se prostrassem diante dela, o que eles 
 poderiam fazer com uma reserva secreta em seus corações pelo DEUS de Israel, 
 detestando essa idolatria interiormente, assim como Naamã se inclinou na 
 casa de Rimom. (2) Eles não iriam cair no caminho da idolatria. Era exigido 
 deles apenas um simples gesto, que seria feito em um minuto, e o perigo 
 teria acabado, e poderiam depois disso declarar a sua tristeza por isso.
 (3) O rei 
 que ordenou isso tinha um poder absoluto. Eles estavam sujeitos a ele, não 
 só como súditos, mas como cativos. E, se eles fizessem isso, seria puramente 
 por coerção e coação, o que serviria para desculpá-los. (4) Ele havia sido o 
 benfeitor deles, os havia educado e favorecido, e em gratidão a ele, eles 
 deveriam ir até onde pudessem, embora isso fosse exigir demais de sua 
 consciência. (5) Eles estavam agora sendo forçados a entrar em um país 
 estranho, e para aqueles que eram assim forçados a sair, foi dito, na 
 verdade: “Vai, serve a outros deuses” (1 Sm 26.19). Foi considerado como 
 certo que, na disposição deles, eles serviriam a outros deuses, e isto se 
 tornou uma parte do juízo (Dt 4.28). Eles poderiam ser desculpados se 
 tivessem seguido a corrente que era muito forte. (6) Os seus reis, os seus 
 príncipes, os seus pais, e os seus sacerdotes também, levantaram ídolos até 
 mesmo no Templo de DEUS, e os adoraram ali, e não só se incli
 
 naram diante deles, mas levantaram altares, queimaram incenso, e ofereceram 
 sacrifícios a esses ídolos, sim, até mesmo os seus próprios filhos. Não 
 adoraram todas as dez tribos, por muitas gerações, deuses de ouro em Dã e 
 Betei? Serão eles mais exigentes do que os seus pais? Communis errorfacitjus 
 - O que todos fazem deve estar certo. (7) Se eles concordassem salvariam as 
 suas vidas e manteriam os seus cargos, e assim estariam em condições de 
 prestar um grande serviço aos seus irmãos na Babilônia, e por muito tempo. 
 Porque eles eram jovens, e estavam prosperando. Mas há o suficiente naquela 
 única palavra de DEUS com a qual se deve responder e calar estes e muitos 
 outros argumentos carnais: Não te inclinarás diante de nenhuma imagem, nem a 
 adorarás. Eles sabem que devem obedecer a DEUS antes de ao homem. Eles 
 devem, antes, sofrer do que pecar, e não devem fazer o mal para que o bem 
 possa vir. Portanto, nenhuma dessas coisas os toca. Eles estão decididos, 
 antes, a morrer em sua integridade do que a viver em sua iniquidade. 
 Enquanto os seus irmãos, que ainda permaneciam em sua própria terra, estavam 
 adorando imagens espontaneamente, eles na Babilônia não seriam levados a 
 isso pela força, mas, curiosamente, se mostravam mais zelosos contra a 
 idolatria estando em um país idólatra. E verdadeiramente, considerando todas 
 as coisas, guardá-los dessa obediência pecaminosa era um milagre tão grande 
 no reino da graça quanto guardá-los da fornalha ardente era um milagre no 
 reino da natureza. Esses eram aqueles que anteriormente decidiram não se 
 contaminar com a porção do manjar do rei, e, naquele momento, eles decidiram 
 tão corajosamente não se contaminar com os seus deuses. Observe que, uma 
 firme renúncia, uma forte devoção a DEUS e ao dever, em ocasiões menores, 
 nos qualificará e nos preparará para fazer o mesmo em ocasiões maiores. E 
 nisto devemos ser resolutos em nunca, sob nenhum pretexto, adorarmos 
 imagens, ou fazermos “uma aliança” com aqueles que o fazem.
 HENRY. Matthew. Comentário 
 Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 
 840-842.
 
 “Não necessitamos de te 
 responder sobre este negócio”. O presente versículo mostra os três jovens 
 hebreus diante do poderoso monarca; eles, tecnicamente, são culpados diante 
 daquela corte, e nada há que os três possam dizer em sua defesa. Eles 
 responderam ao rei dizendo: “Não necessitamos de te responder”. Há uma 
 interpretação feita com base no original aramaico, que diz: “Nós não te 
 responderemos! DEUS te responderá! Ele pode, tanto nos livrar como nos 
 entregar nas tuas mãos, depende dele”. O verdadeiro cristão não faz sua 
 defesa prévia, mas deixa tudo por conta do Senhor que disse: “Não vos 
 vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: 
 Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor”. E evidente, portanto, 
 que DEUS recompensará, tanto o ofendido como o ofensor: o primeiro com sua 
 bênção; o segundo com seu castigo.
 "... o nosso DEUS, a quem 
 nós servimos...” O presente texto, declara claramente a posição dos três 
 jovens hebreus, quanto à ordem do rei. Eles apelam tanto para “providência” 
 como para “o poder de DEUS”. Seja como for, DEUS livra como quer! Se DEUS 
 usasse a providência no presente caso, os moços não teriam ido para dentro 
 do forno de fogo ardente, porém, é evidente que o monarca não teria 
 reconhecido a soberania do Criador. (Ver v 29). Assim, DEUS permitiu que 
 seus servos fossem parar ali; não os livrou do forno, mas os livrou no 
 forno. DEUS permitiu que José, mesmo inocente, fosse parar na prisão, vítima 
 de uma calúnia da mulher de Potifar, capitão da guarda de Faraó (Gn cap. 
 40), mas dali DEUS o exaltou, fazendo-o assentar-se no trono, ao lado de 
 Faraó. DEUS é sempre o mesmo, tanto no passado como no presente. Ele não 
 muda. O apóstolo Paulo entendeu isso, quando disse: “E sabemos que todas as 
 coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles 
 que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
 "... não serviremos a teus 
 deuses...” Os jovens judeus, como já ficou demonstrado em outro capítulo 
 deste livro, mesmo numa terra de cativeiro, permaneceram fiéis à lei do seu 
 DEUS, que dizia: “Não terás outros deuses diante de mim (Ex 20.3). E 
 perfeitamente compreensível que DEUS, disposto a ser o único DEUS suficiente 
 e o recurso sobrenatural do seu povo proíba um apelo a quaisquer outros 
 poderes sobrenaturais. Por isso, entendemos que o espiritismo é proibido a 
 quem crê num DEUS vivo. No conceito divino, é impossível a criatura humana 
 fazer uma representação superior à sua própria idéia, e por isso é-lhe 
 impossível apresentar dignidade à divindade, pois DEUS há de ser 
 infinitamente superior ao nosso mais sublime pensamento. Nabucodonosor não 
 compreendia esse princípio emanado do supremo DEUS, mas aqueles hebreus sim, 
 o conheciam muito bem.
 Severino Pedro da Silva. 
 Daniel versículo por versículo. 
 Editora CPAD.
 
 
 3. Reação à intimidade (Dn 3.16-18).
 “Eis que 
 o nosso DEUS, a quem servimos; é que nos pode livrar” (3.17). Esta 
 declaração dos três judeus tinha a convicção da intervenção de DEUS naquela 
 situação. O rei ficou enfurecido e intimidado, além dos jovens terem sido 
 desafiados na sua fé com a ousadia do Rei em dizer-lhes: “Quem é o DEUS que 
 vos poderá livrar das minhas mãos?” (Dn 3.15), eles não tiveram dúvidas de 
 que valia a pena permanecerem fiéis a DEUS. Então, sem temor e com grande fé 
 responderam ao Rei: “Eis que o nosso DEUS, a quem nós servimos, é que nos 
 pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. 
 E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem 
 adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Esta resposta dos 
 jovens hebreus se confrontada com o cristianismo de muitos crentes hoje nos 
 deixa preocupados. Quão facilmente cedemos; negamos nossa fé; fugimos do 
 caminho da provação, mas DEUS conta com crentes fiéis que sejam capazes de 
 responder às ameaças satânicas de que não as tememos.
 “E, se 
 não” (3.18). Duas palavras pequenas foram capazes de mostrar a todo o 
 Império da Babilônia que aqueles jovens tinham um DEUS diferente que lhes 
 dava a certeza de que ninguém pode confrontar Jeová. Eles sabiam que nada os 
 demoveria de sua fé e eles não a negariam, mesmo que fossem queimados vivos 
 naquela fornalha. Na vida cristã, estas duas palavrinhas “se não” estão 
 fazendo na confissão de fé de tantos crentes. Satanás, nosso arqui-inimigo, 
 quer que nos rendamos às ameaças e armadilhas preparadas para sufocar a 
 nossa fé (1 Pe 5.8).
 “não 
 serviremos a teus deuses” (3.18). Os três jovens foram ousados. Não 
 transigiram, nem cederam às ameaças. Eles não trocaram o seu DEUS pelos 
 deuses de Nabucodonosor. A ira do rei manifestou-se com exagero ao ordenar 
 que se aquecesse muito mais a fornalha. Eles não foram livrados da fornalha 
 porque DEUS os esperava dentro daquela fornalha ardente. A fornalha tem o 
 poder da intimidação, que pode nos levar à desistência de nossos valores 
 espirituais. A verdade é que nem sempre podemos evitar a fornalha das 
 angústias, das decepções pessoais, das enfermidades físicas. Aqueles jovens 
 hebreus não se deixaram intimidar, mas foram ousados em não transigir, nem 
 ceder às ameaças.
 Eles 
 enfrentaram a fornalha ardente sem temor (3.19-22)
 Os judeus 
 foram lançados na fornalha. Diz o texto que tudo que dizia respeito a eles 
 em termos materiais, suas roupas e chapéus foram atados juntamente com eles 
 e lançados na fornalha ardente. Os homens que os lançaram caíram mortos pela 
 chama do fogo e todos inimigos do lado de fora imaginavam que os judeus 
 seriam reduzidos a cinza dentro da fornalha.
 “O 
 aspecto do quarto homem é semelhante ao filho dos deuses" (3.23-25). Foram 
 lançados três judeus, mas um quarto homem os esperava dentro da fornalha. O 
 poder do quarto homem visto pelo rei dentro da fornalha os tornou incólumes 
 e nenhum fio de cabelo se queimou. Esse quarto homem não era outro senão o 
 próprio DEUS entre eles que os tornou aptos a superarem a força do fogo 
 destruidor. E uma perfeita identificação com a Pessoa de JESUS CRISTO, o 
 Filho de DEUS. Não era um anjo enviado de DEUS. Ele era, teofanicamente, o 
 próprio DEUS. É interessante que Ele não apagou o fogo, nem tirou os três 
 hebreus da fornalha. Ele os capacitou a estarem e passarem pelo meio do fogo 
 sem serem destruídos. Tudo isso porque aqueles hebreus confiaram na 
 providência divina que tem o poder de intervir, a tempo e fora de tempo, 
 para nos livrar da destruição. As vezes, a vontade permissiva de DEUS nos 
 ensina que DEUS pode permitir que soframos tribulações, angústias e 
 dissabores como o fogo da fornalha, mas Ele nos livra no tempo próprio. Sua 
 presença imanente é capaz de impedir que as chamas das tribulações nos 
 destruam.
 O poder 
 providencial de DEUS os tornou incólumes no meio da fornalha (3.26-28). O 
 impacto ante à visão que o rei teve ao olhar para dentro da fornalha deixou 
 o rei perplexo e todos os que estavam com ele. Os jovens hebreus estavam 
 vivos e tranquilos andando no meio da fornalha. DEUS honrou aqueles judeus. 
 O rei e seus príncipes tiveram que reconhecer o poder do DEUS de Israel. A 
 providência divina não só os protegeu da força do fogo, mas os manteve vivos 
 para testemunharem da grandeza desse DEUS. O rei reconhecia que o DEUS dos 
 judeus era poderoso, mas não o aceitava como seu DEUS. Para o rei, era mais 
 um entre outros deuses, mas na mente e no coração dos jovens hebreus, Ele 
 era o Único DEUS sobre todos os demais. O apóstolo Paulo nos dá uma lição 
 preciosa de fé e disposição para servir a DEUS, quando diz: “Porque, se 
 vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, 
 pois, vivamos, quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
 Uma 
 doxologia do rei ao DEUS de Israel (3.29,30). Ainda que Nabucodonosor não 
 tenha desistido dos seus deuses, reconheceu a religião judaica em seu 
 império, especialmente, para os exilados judeus. Ele fez um decreto 
 reconhecendo a grandeza do DEUS dos judeus e admitiu que nenhum outro deus 
 poderia fazer o que Ele fez ao livrar os judeus dentro da fornalha ardente.
 
 Restaurados e promovidos dentro do império (3.30). Os três jovens foram 
 restaurados às suas posições palacianas e investidos de autoridade da parte 
 do rei. Segundo o Comentário de Charles Pfeiffer, da Editora Batista 
 Regular: “A vitória da fé tinha cinco objetivos: (1) Foram soltos de suas 
 amarras (v. 25); (2) Foram protegidos do mal (v. 27); (3) Foram confortados 
 na provação (vv. 24,25,28); (4) Seu DEUS foi glorificado (v. 29); (5) Como 
 servos de DEUS foram recompensados (v. 30).
 Elienai Cabral. Integridade 
 Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. 
 Editora CPAD. pag. 61-63.
 
 O 
 equilíbrio e a calma dos três servos do DEUS Altíssimo estavam em claro 
 contraste com a fúria incontida do rei. A ousadia da fé deles era equiparada 
 à sua serenidade. Os três responderam ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos 
 de te responder (“defender-nos”, NVI) sobre este negócio. Eis que o nosso 
 DEUS, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno 
 de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
 E, se 
 não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a 
 estátua de ouro que levantaste (16-18).
 A 
 verdadeira fé não está ligada às circunstâncias nem às conseqüências. Ela 
 está fundada na imutável fidelidade de DEUS. E a fé é decisiva no que tange 
 à questão da fidelidade no crente. Poderia ter parecido algo de menor valor 
 racionalizar apenas um pouco. Afinal, eles não deviam uma certa consideração 
 ao rei? Porventura, eles não poderiam dobrar seus joelhos, mas ficar em pé 
 em seus corações? Uma pequena concessão à limitada compreensão das coisas 
 divinas por parte do rei seria uma questão insignificante.
 Mas não! 
 A reputação do caráter do DEUS vivo e verdadeiro dependia desse momento. 
 Multidões de pagãos de muitos países estavam observando. Quer DEUS os 
 libertasse das chamas, quer não, eles deveriam ser fiéis em honrar o seu 
 nome.
 Roy E. Swim. Comentário 
 Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 510.
 
 A firmeza 
 (v. 13-18)
 E 
 importante entender que não fomos chamados para sermos advogados de DEUS, 
 mas Suas testemunhas (v.16-18). Os três jovens não entraram numa discussão 
 infrutífera. Eles não tentaram defender DEUS. Eles apenas testemunharam 
 dEle, mostrando que estavam prontos a morrer, mas não a ser infiéis a DEUS. Nabucodonosor tenta intimidá-los, 
 dizendo que deus nenhum poderia livrá-los de sua mão (v. 15). Mas eles não 
 tentam defender a reputação de DEUS, procuram apenas obedecê-Lo (v. 16,17).
 É 
 importante entender, também, que nossa fé não pode ser arrogante (v. 17,18). 
 Os três jovens dizem que DEUS pode livrar, mas não dizem que DEUS o fará. 
 Eles não são donos da agenda de DEUS. Eles não decretam nada para DEUS. Eles 
 não dizem: “Eu não aceito isto”; “Eu rejeito aquilo”; “Eu repreendo o fogo”; 
 “O rei está amarrado”.
 Eles não 
 determinam o que DEUS deve fazer. Nem sempre é da vontade de DEUS livrar 
 Seus filhos dos padecimentos e da morte. O patriarca Jó, no auge da sua dor 
 gritou: “Ainda que DEUS me mate, eu ainda confiarei nele” (Jó 13:15 ARA). 
 Tiago, Paulo, John Huss, William Tyndale foram mortos, não poupados. Às 
 vezes, DEUS livra Seus filhos da morte; outras vezes, da morte. Não importa, 
 pois “se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. 
 De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8).
 Devemos 
 ser fiéis a DEUS, não apenas pelo que DEUS faz, mas por quem DEUS é (v. 
 17,18). Aqueles jovens não serviam a DEUS por causa dos benefícios 
 recebidos. A religião deles não era um negócio, uma barganha com DEUS. Eles 
 serviam a DEUS por causa do caráter de DEUS. 
 Eles 
 tinham uma fé teocêntrica, não antropocêntrica. 
 Hoje as 
 pessoas buscam a DEUS, não por causa de DEUS, mas por causa das dádivas de 
 DEUS. Querem bênçãos, não DEUS.
 Devemos 
 fazer o que é certo e deixar as conseqüências nas mãos de DEUS (v. 17,18). 
 Nossa função é sermos fiéis, não administrar resultados. Olyott, 
 corretamente, diz que é melhor ser morto prematuramente e encontrar o reto 
 Juiz em paz que viver um pouco mais com vida repreensível e encontrá-Lo em 
 terror.17 Precisamos continuar crendo em DEUS apesar das circunstâncias. 
 Viver não é preciso, andar com DEUS sim. A morte por causa de CRISTO não é 
 uma tragédia, mas uma promoção. Os que morrem no Senhor são bem-aventurados. 
 Ainda hoje, muitos cristãos preferem a morte nas prisões à liberdade no 
 pecado. Prova disso é que mais da metade de todos os mártires da história 
 viveram no século 20.
 LOPES. Hernandes Dias. 
 DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 54-56.
 
 
 
  ELABORADO: 
 Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) 
  
  com 
 algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
  
    
   
   
   Questionário 
   da  Lição 
   4 - A Providência Divina Na Fidelidade Humana
   Responda conforme a 
   revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
 TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E 
 ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE. 
 Comentário: Pr. 
 Elienai Cabral
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   falsas.