Escrita Lição 6, CPAD, A Consciência — O Tribunal Interior, 4Tr25, Com. Extras Pr. Henrique, EBD NA TV
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I – ANTES E DEPOIS DA QUEDA
1. A primeira manifestação
2. O direito natural
3. Escrita no coração
II – O FUNCIONAMENTO DA CONSCIÊNCIA
1. Acusação, defesa e julgamento
2. Vãs justificativas
3. O debate no tribunal
III – A CONSCIÊNCIA É FALÍVEL
1. Defeitos da consciência
2. DEUS, o Supremo-Juiz
“E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com DEUS como para com os homens.” (At 24.16)
Diante da crescente degradação do padrão moral do mundo, o cristão deve apegar-se cada vez mais à sã doutrina para ter sempre uma boa consciência.
Segunda - 1 Tm 1.5,19; 3.9 Fé e consciência pura devem caminhar juntas
12 - Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. 13 - Porque os que ouvem a lei não são justos diante de DEUS, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 - Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15 - os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16 - no dia em que DEUS há de julgar os segredos dos homens, por JESUS CRISTO, segundo o meu evangelho.
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I – ANTES E DEPOIS DA QUEDA
1. A primeira manifestação
Na teologia cristã, a primeira manifestação da consciência humana no Éden está diretamente ligada ao evento da desobediência de Adão e Eva, conhecido como Pecado Original. Esse despertar da consciência ocorreu após eles comerem o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, um ato que lhes deu a percepção de sua própria condição e do seu estado de pecado. Eva foi enganada, porém Adão comeu deliberadamente do fruto, transgredindo assim uma ordem direta de DEUS.
Antes da desobediência, Adão e Eva viviam em um estado de inocência e harmonia com DEUS, com a criação e entre si. Após comerem o fruto proibido, a consciência se manifesta através de três reações principais:
· Percepção da nudez e vergonha: A primeira reação deles é perceberem que estavam nus, algo que antes era natural e não motivo de constrangimento. Essa percepção simboliza a perda da inocência e o surgimento da vergonha, que é uma característica da consciência moral.
“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gênesis 2:17
“Então disse o Senhor DEUS: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, ...” Gênesis 3:22
· O motivo:
· O encontro:
· A consequência:
A afirmação está alinhada com a doutrina do direito natural (ou lei da natureza), que sustenta que os seres humanos nascem com um conhecimento intrínseco e universal do que é certo e errado, uma "lei moral" inscrita em sua alma (consciência) como revela a Bíblia. Filósofos associaram essa lei moral à razão humana, que, por sua vez, participa da lei eterna de DEUS. Para a Bíblia, esse conteúdo normativo fundamental é visto como originado na Criação e na semelhança entre DEUS e o homem.
Leis Morais e a Lei Natural
· Origem:
· Propósito:
· Fundamento:
Visão Bíblica
· Criação e semelhança com DEUS:
· Lei de DEUS:
· Revelação:
Conclusão
A concepção de que todo ser humano nasce com uma "lei moral" ou "direito natural" na alma é uma certeza teológica antiga, que tem profunda ressonância em diversas tradições religiosas e filosóficas, especialmente na cristã. Essa doutrina sugere que a capacidade de discernir o certo e o errado é inata, embora a Bíblia e outras fontes também reconheçam a importância da revelação e da educação para compreender totalmente seus preceitos.
Caim mata Abel por inveja – o mal está enraizado no ser humano e passa de Pai para filho.
A história bíblica de Caim e Abel, narrada em Gênesis 4, descreve como a inveja e o ressentimento levaram ao primeiro assassinato da humanidade. O conflito surgiu após os dois irmãos, filhos de Adão e Eva, fazerem ofertas a DEUS.
O enredo central é o seguinte:
· Caim, um agricultor, ofereceu a DEUS parte dos frutos da terra.
Paulo distingue a lei mosaica, específica para Israel, da lei moral (ou lei natural), que é universal, pois ele afirma que os gentios têm "a obra da lei escrita no seu coração".
Essa "lei escrita no coração" é a consciência moral que revela a natureza do bem e do mal, sendo aplicável a todos os seres humanos, mesmo aqueles que nunca foram expostos à lei judaica. Vem de DEUS para que nenhuma carne se justifique diante dele.
O Código de Hamurábi foi um conjunto de leis escritas na antiga Mesopotâmia pelo rei babilônico Hamurábi, por volta de 1750 a.C., para unificar e organizar o império. Baseado na Lei de Talião (conhecida como "olho por olho, dente por dente"), o código estabelecia punições que eram proporcionais ao crime cometido, com a particularidade de que a pena podia variar dependendo da classe social da vítima e do agressor.
Princípios e características
· Baseado na Lei de Talião:
· Divisão social:
· Objetivo de unificação:
· Documento histórico:
Onde encontrar
· O texto original está gravado em uma estela de pedra de diorito, encontrada em 1901 na atual região do Irã.
A Bíblia não é o único código legal da antiguidade. Outros exemplos notáveis incluem:
· Código de Ur-Nammu: Criado na Suméria por volta de 2100 a.C., é o mais antigo código de leis gentio escrito conhecido e, de forma progressista, favorecia a compensação monetária em vez da retaliação física em muitos casos.
Os códigos bíblicos (especialmente a Torá) e outros códigos antigos apresentam semelhanças e diferenças notáveis.
1. Acusação, defesa e julgamento
A consciência pode ser metaforicamente compreendida como um tribunal interno, no qual o indivíduo é o próprio réu, promotor e juiz. Nesse processo íntimo, a acusação é movida pelo senso de culpa e remorso, a defesa busca justificar a ação, e o julgamento reflete a capacidade de discernir entre certo e errado com base em valores morais e éticos.
A acusação: o peso da culpa e do remorso
A acusação, nesse tribunal da consciência, surge quando as ações, pensamentos ou omissões de uma pessoa se desviam dos seus próprios padrões morais e éticos.
· A origem: A voz da acusação nasce da internalização de normas sociais, valores familiares e princípios éticos que formam a nossa bússola moral. Quanto mais se conhece sobre DEUS, mais se tem consciência do que lhe desagrada ou agrada.
Diante da acusação interna, a pessoa acionará mecanismos de defesa para tentar aliviar o desconforto psicológico e proteger a própria autoimagem.
· Mecanismos de defesa: A defesa pode se manifestar de diversas formas:
O julgamento é o estágio final, no qual a consciência pondera as evidências apresentadas pela acusação e pela defesa. Ele não é um processo rápido e pode levar a diferentes desfechos.
· O juiz: A consciência atua como o juiz, examinando e avaliando as ações. Para filósofos como Kant, a consciência tem a função de julgar e guiar as ações, agindo com base no dever moral.
o Absolvição: Acontece quando o indivíduo reconhece o erro, aceita a responsabilidade e, idealmente, aprende com a experiência, levando a um alívio do peso da culpa devido ao arrependimento e perdão de DEUS.
· Instigação:
· Motivo:
· Resultado:
A Consequência e o Arrependimento
· Punição Divina:
· Arrependimento e Intercessão:
· Interrupção da Punição:
As justificativas de Adão e Eva em Gênesis 3, ao culparem um ao outro e a serpente por sua desobediência, representam o primeiro registro de um padrão de comportamento que se tornaria uma característica fundamental da natureza humana: a tentativa de fugir da responsabilidade e transferir a culpa.
O significado do ato de culpar o outro:
· Evitar a responsabilidade pessoal: Ao culpar Eva, Adão não assume a responsabilidade direta por sua própria escolha de desobedecer a DEUS. Sua resposta revela um desejo de se isentar da culpa e, consequentemente, das consequências de seus atos.
Romanos 5:12
· Quebra do relacionamento: A acusação de Adão não foi apenas contra Eva, mas também contra DEUS ("a mulher que me deste..."). Isso demonstra como o pecado afeta negativamente as relações, não apenas entre os seres humanos, mas também com o Criador.
· Transferência da culpa: Eva, por sua vez, segue o mesmo padrão de Adão, transferindo a culpa para a serpente: "A serpente me enganou, e eu comi" (Gênesis 3:13). Isso mostra que a tentação de fugir da responsabilidade foi rapidamente absorvida pela natureza humana.
· A fuga da vergonha e da culpa: Após desobedecerem, a primeira reação de Adão e Eva foi sentir vergonha e tentar se esconder de DEUS. As justificativas surgem como uma tentativa de aplacar a culpa interior.
· A tentação:
· A desobediência:
· As consequências:
· Interpretações:
· No Novo Testamento, a serpente do Éden é identificada como Satanás, o adversário
"A consciência é como um tribunal que julga condutas, aprovando-as ou reprovando-as segundo a luz de DEUS dada na Bíblia" é uma metáfora que sintetiza a visão cristã da consciência moral. Ela descreve a consciência não como um juiz final e autônomo, mas como um mecanismo interno que, quando alinhado com a revelação divina, guia o indivíduo a discernir o bem do mal.
A consciência como tribunal interior
· Evidência na Escritura: A analogia de um tribunal interno pode ser extraída de passagens bíblicas. Em Romanos 2:14-15, o apóstolo Paulo afirma que a lei de DEUS está "escrita em seus corações", e a consciência deles serve para "testemunhar" ou "acusar". Em 1 Coríntios 4:4, ele ressalta que sua consciência não o acusa de nada, mas que o verdadeiro juiz é o Senhor, indicando que a consciência é um mecanismo de avaliação, mas não a autoridade máxima.
A segunda parte da frase ressalta a importância da Bíblia para a consciência. Sem a "luz de DEUS", a consciência pode ser distorcida, como uma balança quebrada ou um tribunal corrompido.
· Bússola moral: Na cosmovisão cristã, a consciência não é uma bússola infalível por si só. Ela precisa ser calibrada e purificada pela Palavra de DEUS. A Bíblia fornece os princípios morais e os valores (como amor, justiça, bondade e humildade) que moldam o julgamento da consciência.
1. Defeitos da consciência
De acordo com o ensinamento bíblico, existem diferentes estados da consciência e a necessidade de alinhá-la à Palavra de DEUS. A Bíblia descreve a consciência como um "alarme moral" interno, que pode ser afetado pelo pecado e pela falsidade, e ressalta a importância de uma consciência purificada para uma vida de fé genuína.
Aqui está uma análise detalhada de cada tipo de consciência e da solução bíblica para mantê-la saudável:
Consciência cauterizada (insensível)
· O que é: Uma consciência que se tornou insensível ou "queimada a ferro quente" devido à prática contínua do pecado, da mentira e da hipocrisia. Ela perde a capacidade de discernir entre o certo e o errado e não produz mais culpa ou remorso.
· O que é: Uma consciência excessivamente escrupulosa que se prende a regras e tradições, em vez de princípios divinos, gerando sentimento de culpa desnecessário. Ela é influenciada pela "ciência alheia" e pode ser facilmente ofendida ou escandalizada por questões que, em essência, são moralmente neutras.
· O que é: Uma consciência que foi deturpada e infectada pelo pecado, resultando em uma visão distorcida do que é puro e impuro. Para os que têm a mente e a consciência corrompidas, nada lhes parece puro, pois veem tudo através das lentes de sua própria impureza.
Para que a consciência funcione bem, é preciso que ela seja submetida e moldada pela Palavra de DEUS. Isso a ajuda a se tornar um guia confiável para a moralidade e a santidade.
Como educar e purificar a consciência:
Isso reflete uma crença central para o cristianismo e para outras tradições religiosas. Ela se baseia na ideia de que DEUS, como criador e legislador, é a autoridade moral máxima, e a consciência humana é a norma que julga as ações a partir da lei divina.
A voz da consciência como eco da voz de DEUS
· Para muitos teólogos e fiéis, a voz da consciência é percebida como um eco da voz de DEUS no íntimo do ser humano.
· A Bíblia aponta que, mesmo quando a consciência nos condena, "DEUS é maior que a nossa consciência e conhece todas as coisas" (1 João 3:20).
· A consciência é vista como um juízo da razão que reconhece a qualidade moral de um ato. No entanto, sua eficácia depende da sua formação, que, segundo a doutrina cristã, deve ser alinhada com a lei de DEUS.
o Arrogância, orgulho exagerado e altivez.
o É considerada um dos sete piores pecados, relacionada à vaidade e orgulho excessivo.
Quando positivo, o orgulho é um sentimento genuíno de satisfação com as próprias conquistas, identidade e honra.
· Autovalorização: Aumenta a autoestima e a autoconfiança, conectando o indivíduo a um senso de realização pessoal.
Quando excessivo ou mal direcionado, o orgulho se torna uma atitude arrogante e prejudicial.
· Soberba e arrogância: O orgulho negativo, também chamado de soberba, está associado ao ego inflado e à sensação de superioridade em relação aos outros.
· Filosofia: Pensadores como Descartes defendiam um orgulho genuíno baseado em ações virtuosas. No entanto, o orgulho desmedido é frequentemente retratado como um vício que cega o indivíduo para suas falhas.
· Conversão tardia: Os críticos questionavam a legitimidade de Paulo porque ele não estava entre os 12 apóstolos originais que conviveram com JESUS. A sua conversão dramática na estrada para Damasco, de perseguidor a seguidor, era vista com suspeita por alguns.
A defesa de Paulo:
· Origem divina de seu apostolado: Paulo defendeu a origem divina de sua autoridade, não humana. Ele reiterou que seu evangelho não era uma invenção pessoal, mas uma revelação direta de JESUS CRISTO. Em Gálatas, ele declara que "não o recebi de homem algum, nem fui ensinado por pessoa alguma, mas o recebi por revelação de JESUS CRISTO" (Gálatas 1:12).
· Aceitação pelos apóstolos originais: Ele se encontrou com os líderes da igreja em Jerusalém (como Tiago, Pedro e João), que reconheceram e aprovaram seu ministério aos gentios, como descrito em Gálatas 2.
Gálatas 2:9
· Sua obra como prova: Paulo usava os resultados de seu trabalho missionário, como as igrejas que ele fundou, para comprovar a validade de seu apostolado. Ele afirmava que os convertidos eram a "prova" de seu trabalho no Senhor.
· Sofrimentos por amor ao evangelho: Em 2 Coríntios, Paulo lista os sofrimentos e privações que enfrentou por causa do evangelho, contrastando com a ostentação dos falsos apóstolos. Ele via esses sofrimentos como uma validação de seu ministério.
“Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas”. 2 Coríntios 12:12
A defesa do apostolado de Paulo não era apenas uma questão de honra pessoal, mas uma forma de proteger a integridade do evangelho da graça de DEUS. Se sua autoridade fosse derrubada, as comunidades que ele estabeleceu estariam vulneráveis a ensinamentos distorcidos.
· Outros apóstolos:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”, Efésios 4:11.
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
A consciência é a faculdade de uma pessoa que diz que ela deve fazer o que acredita ser certo, e que não deve fazer o que acredita ser errado. Não é aquilo pelo que distingue-se o certo do errado, uma vez que isto é aprendido a partir do ensino ou do ambiente, mas o que estimula alguém a fazer o que é certo e se afastar do que é errado. O apóstolo Paulo pode ter, em determinada ocasião, errado; contudo em uma “boa consciência” (At 23.1), o que significa que ele estava desinformado quanto à conduta correta, mas ainda assim fez o que julgava ser o certo naquele momento.
à consciência é uma característica inata, encontrada universalmente nos homens, que se torna ativa quando se alcança a idade da responsabilidade. E o “senso da consciência moral” ou da obrigação moral no homem, chamada de “imperativo categórico” por Kant. A palavra vem da mesma raiz das palavras cônscio e conscientização, mas em seu uso comum no NT significa consciência moral. A consciência serve para: (1) nos acusar ou nos desculpar (Rm 2.14,15); (2) nos punir quando transgredimos; e (3) nos dar um sentimento de aprovação divina como também de autoaprovação quando fazemos o que é certo. Isto é verdadeiro, uma vez que a própria existência da consciência requer a existência de um Governador Moral do universo, a quem todos nós devemos um dia prestar contas. Veja Lei.
Bibliografia. Christian Maurer, “Synoida, Syneidesis”, TDNT, VII, 898-919. Roy B. Zuck, “The Doctrine of the Conscience”, BS, CXXVI (1969), 329-340. J. D. T.
- לבב lebab (Hebraico)
1) homem interior, mente, vontade, coração, alma, inteligência
1a) parte interior, meio 1a1) meio (das coisas) 1a2) coração (do homem)
1a3) alma, coração (do homem) 1a4) mente, conhecimento, razão, reflexão, memória
1a5) inclinação, resolução, determinação (da vontade) 1a6) consciência
1a7) coração (referindo-se ao caráter moral) 1a8) como lugar dos desejos
1a9) como lugar das emoções e paixões 1a10) como lugar da coragem
- συνειδησις suneidesis (Grego)
1) consciência de algo
2) alma como diferenciadora entre o que é moralmente bom e mal, impulsando para fazer o primeiro e evitar o último, glorificando um, condenando o outro
2a) consciência
Hebreus 13.18 “...confiamos que temos boa consciência” (v. 18). Muitos dos judeus tinham uma opinião negativa de Paulo, porque ele, sendo hebreu de hebreus, tinha abandonado a lei levítica e louvado a CRISTO. Mas o autor declara aqui humildemente a sua integridade: “...confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente”. Confiamos! Ele poderia ter dito: Nós sabemos, mas ele escolheu falar em um estilo humilde, para nos ensinar a não sermos confiantes demais acerca de nós mesmos, mas mantermos um zelo divino sobre o nosso coração. “Confiamos que temos uma boa consciência, uma consciência iluminada e bem-informada, uma consciência pura e limpa, uma consciência sensível e fiel, uma consciência que testifica a favor de nós, não contra nós. Uma boa consciência em tudo, nos deveres tanto da primeira tábua quanto da segunda, para com DEUS e para com os homens, e especialmente em todas as coisas pertinentes ao nosso ministério; agimos honesta e sinceramente em todas as coisas”. Observe: [1] Uma boa consciência tem o respeito por todas as ordens de DEUS e todos os nossos deveres. [2] Os que têm essa boa consciência, mesmo assim ainda precisam das orações dos outros. [3] Ministros conscienciosos são uma bênção pública, e merecem a oração do povo.
Atos 24.16 - Seu comportamento está de acordo com sua devoção (v. 16): E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com DEUS como para com os homens. Os profetas e suas doutrinas deveriam ser provados por seus frutos. Paulo estava longe de ter sofrido naufrágio de uma boa consciência, e por isso não é provável que ele tenha naufragado na fé, o mistério da qual é mais bem mantido em uma consciência pura. Essa declaração solene de Paulo tem o mesmo significado que aquela que ele fez diante do sumo sacerdote (Atos 23.1): Eu vivi em toda boa consciência; e isso era sua alegria. Observe: [1] Qual era o objetivo e desejo de Paulo: Ter uma consciência sem ofensa. Ou, em primeiro lugar: “Uma consciência que não ofende, que não me informa erradamente, nem me bajula, nem trata enganosamente comigo, nem me desencaminha em nada”. Ou, em segundo lugar, uma consciência não ofendida; é como a resolução de Jó: “Meu coração não me reprovará, quer dizer, eu nunca darei a ele qualquer ocasião de me reprovar. Isso é o que eu ambiciono, manter-me em paz com minha própria consciência, para que ela não tenha motivo para questionar a excelência de meu estado espiritual ou discutir comigo por qualquer ação particular. Eu sou tão cuidadoso de não ofender minha consciência como sou de não ofender a um amigo com quem eu converso diariamente; mais ainda, como eu não devo ofender a um magistrado sob cuja autoridade eu estou, e a quem eu devo prestar contas; pois a consciência é o representante de DEUS que está em minha alma”. [2] Qual era seu cuidado e empenho na busca disso: “Eu procuro, me exercito – asko. Faço disso minha constante ocupação, e me oriento por essa intenção; eu me disciplino, e vivo segundo as regras” (aqueles que viviam assim foram chamados de ascetas, a partir da palavra usada aqui), “abstenho-me de muitas coisas às quais minha inclinação me leva, e sou rico em todos os exercícios de religião que são mais espirituais, com isso em vista, para que eu possa ter paz com minha própria consciência.” [3] A extensão desse cuidado. Em primeiro lugar, em todo o tempo: Sempre ter uma consciência sem ofensa, sempre livre de ofensa grave; pois embora Paulo estivesse consciente de que ele mesmo ainda não tinha atingido a perfeição, e o mal que ele não queria ainda fazia, ele ainda assim era inocente de grande transgressão. Pecados de fraqueza são incômodos para a consciência, mas eles não a ferem, e não a estragam, como os pecados insolentes fazem; e, embora um dano possa ser causado à consciência, cuidado ainda deve ser tomado para que não seja um dano permanente, mas que pelos atos renovados de fé e arrependimento a questão possa ser resolvida novamente e depressa. Nisso, porém, nós sempre temos de nos exercitar, e, embora nós falhemos, devemos seguir em frente. Em segundo lugar, em todas as coisas: tanto para com DEUS como para com os homens. O seu cuidado consciente se estendeu a todo seu dever, e ele tinha receio de infringir a lei de amor para com DEUS ou o seu próximo. A consciência, como o magistrado, é custos utriusque tabulae – o guardião de cada mesa. Nós devemos ser muito cautelosos para que não pensemos, falemos ou façamos qualquer coisa errada, seja contra DEUS ou contra o homem (2 Co 8.21). [4] O incentivo para esse cuidado: Nisso, en touto, por essa causa; assim pode ser lido. “Porque eu busco a ressurreição dos mortos e a vida do mundo vindouro, por isso eu assim me exército”. A consideração do estado futuro deveria nos levar a ser universalmente conscienciosos em nosso estado presente.
1Tm 1.5 O FIM DO MANDAMENTO. O alvo supremo de toda a instrução da Palavra de DEUS não é o conhecimento bíblico em si mesmo, mas uma transformação moral interior da pessoa, que se expressa no amor, na pureza de coração, numa consciência pura e numa fé sem hipocrisia (ver At 24.16, boa consciência). No tocante a essa verdade, dois fatos importantes devem ser conservados em mente. (1) O conceito bíblico de ensino e aprendizagem não é primeiramente transmitir conhecimentos ou preparar-se academicamente. É produzir santidade e uma vida piedosa que se conforme com os caminhos de DEUS (cf. 2 Tm 1.13). (2) O mestre na Palavra de DEUS deve ser uma pessoa cuja vida seja uma demonstração de perseverança na verdade, na fé e na santidade (1Tm 3.1-13)
2. Uma boa consciência e um bom comportamento são o melhor meio de garantir um bom nome; elas produzem uma reputação sólida e duradoura.
3. A acusação falsa em geral se transforma em vergonha para o acusador, ao revelar no final a indiscrição, a injustiça, a falsidade e a falta de caridade do acusador.
4. Às vezes é a vontade de DEUS que pessoas boas sofram por fazerem o bem, por sua honestidade e sua fé.
5. Assim como fazer o bem às vezes expõe um homem bom ao sofrimento, da mesma forma fazer o mal não isenta o homem mau do sofrimento. O apóstolo supõe aqui que um homem pode sofrer por ambos. Se os sofrimentos de pessoas boas por fazerem o bem é tão severo, como serão os sofrimentos dos ímpios por fazerem o mal? É triste a condição em que está a pessoa na qual o pecado e o sofrimento se encontram ao mesmo tempo; o pecado torna os sofrimentos extremos, inaproveitáveis, sem conforto e destrutivos.
Teologia Sistemática de Charles Finney
A autoconsciência nos revela três faculdades primárias da mente a que chamamos intelecto, sensibilidade e vontade. O intelecto é a faculdade de conhecimento; a sensibilidade é a faculdade ou susceptibilidade de sentir; a vontade é a faculdade executiva ou a faculdade de fazer ou agir. Todo pensamento, percepção, intuição, raciocínio, opinião, formação de noções ou idéias pertencem ao intelecto.
Entre outras funções do intelecto, que não preciso mencionar, a autoconsciência revela a tríplice distinção fundamental dos sentidos, da razão e do entendimento.
- Do grego “syneidêsis”. É das palavras mais difíceis de definir, em razão de se tratar de faculdade de ordem moral e não de elemento físico. É uma faculdade de juízo prático, pelo qual se declara que uma coisa ou ação é ou tem sido boa ou má.
Perguntamos aos leitores se já projetaram aprisionar o pensamento. É possível que alguns tenham pensado em fazer isso; porém o simples fato de se pensar no assunto não significa que ele se realize. Quem pode aprisionar o pensamento? Ninguém. Contudo, o pensamento é uma realidade, existe, trabalha e realiza.
Tudo quanto dissermos acerca da consciência não definirá completamente esse poder moral cuja capacidade e aptidões deslumbram, em certos casos, e decepcionam, em outros.
A consciência é uma faculdade comum a todos os homens (exceto aos que não a possuem normal, por doença ou defeito congênito), através da qual todos podem discernir entre o bem e o mal, entre o útil e o prejudicial; a consciência capacita o homem a escolher e a rejeitar o que lhe é oferecido direta ou indiretamente.
Hoje, o substantivo consciência tem dois significados: conhecimento que a alma tem de si mesma (consciência psicológica) e juízo do entendimento prático acerca dos próprios atos, antes ou depois de serem realizados (consciência moral). A psicologia é uma testemunha; a moral é um juiz.
Apesar de não ser usado o termo consciência no Antigo Testamento, nele a idéia é expressa (Gn 43.22; Ec 7.22; 10.20).
Ele escreveu que a consciência é uma lei escrita no coração, a qual capacita o homem a agir e a escolher. “Os gentios que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm 2.14,15). A consciência é um juiz das próprias ações. É o eco da lei de DEUS no coração dos pagãos; é o argumento irrefutável da existência do Supremo Legislador, a cujo conhecimento nos levam as coisas materiais. Em Romanos 9.1,2,
Paulo expressa a tristeza, segundo a consciência que tem no ESPÍRITO SANTO, pela rejeição que os judeus fizeram de CRISTO. Quando foi acusado de inconstância e ambição no apostolado, Paulo falou do testemunho de sua consciência, que demonstra haver sido sempre correto em sua atuação e sempre submisso à orientação divina (2 Co 1.12). A consciência existe em todos os homens, quer se trate de cristãos, pagãos ou ateus, prova de que a alma é responsável pelo que faz, bem ou mal, diante de DEUS, pois a voz da consciência em certo sentido pode ser a voz de DEUS.
O apóstolo ainda fala de consciências enfermas.
Na epístola a Timóteo, Paulo faz uma declaração que consideramos alarmante e perigosa para aqueles que estiverem nas circunstâncias ali mencionadas. Ele fala “de homens que dizem mentiras, tendo cauterizada a própria consciência” (1 Tm 4.2). Consciência cauterizada é como se estivesse morta; é consciência insensível e corrompida; é aquela que está enferma e que necessita de cura. Chamo a atenção dos leitores para o perigo que correm aqueles que estão nessas condições, e ao mesmo tempo recomendo o remédio infalível para a cura da consciência, o único remédio, que se encontra nesta receita que tem restaurado a muitos: “Quanto 'mais o sangue de CRISTO, que pelo ESPÍRITO eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a DEUS, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao DEUS vivo?” (Hb 9.14). Nesse sentido, Paulo sempre relaciona a fé com a boa consciência, afirmando que os que não crêem em CRISTO têm a consciência doente (1 Tm 1.5; 1 Tm 3.9; 2 Tm 1.3-5; Tt 1.15).
A consciência fraca é outra consciência enferma (1 Co 8.7). Outro tipo de consciência doentia é a consciência contaminada (1 Co 10.25-27; Tt 1.15).
Uma consciência deve ser boa (At 23.1; 1 Tm 1.5,19; Hb 13.18); deve ser pura (1 Tm 3.9); deve ser sem tropeço (At 24.16).
Chamamos a atenção dos leitores para este acontecimento, no qual a consciência se transformou em acusador coletivo, e fez a multidão se dispersar: Certa ocasião, quando JESUS encontrava-se no Templo, assentado, ensinando o povo a viver bem com DEUS e com a própria consciência, os escribas e fariseus levaram uma mulher pecadora, apanhada em adultério, para embaraçarem o Mestre. Eles logo foram dizendo a JESUS que a lei de Moisés era explícita acerca do assunto, ordenando que se apedrejasse quem tal pecado cometesse. JESUS parecia não dar muita atenção ao fato. Como insistissem na pergunta, JESUS se levantou e disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se continuou a escrever no chão. Mas ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos, até os últimos" (Jo 8.7-9). Aqui está demonstrado o poder da consciência; o que as palavras não conseguiram realizar a consciência o fez. Ela dispersou a multidão; acusou a todos, grandes e pequenos, e pô-los em fuga.
O vocábulo consciência tem dois significados: conhecimento que a alma tem de si mesma e juízo do entendimento prático acerca dos próprios atos, antes e depois de serem realizados - Paulo sempre relaciona a fé com a boa consciência, afirmando que os que não crêem em CRISTO possuem a consciência enferma.
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
I – ANTES E DEPOIS DA QUEDA
1. A primeira manifestação
2. O direito natural
3. Escrita no coração
II – O FUNCIONAMENTO DA CONSCIÊNCIA
1. Acusação, defesa e julgamento
2. Vãs justificativas
3. O debate no tribunal
III – A CONSCIÊNCIA É FALÍVEL
1. Defeitos da consciência
2. DEUS, o Supremo-Juiz
“E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com DEUS como para com os homens.” (At 24.16)
Diante da crescente degradação do padrão moral do mundo, o cristão deve apegar-se cada vez mais à sã doutrina para ter sempre uma boa consciência.
Segunda - 1 Tm 1.5,19; 3.9 Fé e consciência pura devem caminhar juntas
12 - Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. 13 - Porque os que ouvem a lei não são justos diante de DEUS, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14 - Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15 - os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16 - no dia em que DEUS há de julgar os segredos dos homens, por JESUS CRISTO, segundo o meu evangelho.
1. INTRODUÇÃO
Esta lição convida seus alunos a refletirem sobre a consciência como tribunal interior, dado por DEUS, que acusa, defende e julga nossos atos. Em meio a um mundo moralmente corrompido, esta é uma oportunidade de destacar a importância da consciência guiada pela Palavra e pelo ESPÍRITO SANTO. Que o ensino desta semana fortaleça a fé, promova arrependimento sincero e desperte o desejo por uma vida santa diante de DEUS e dos homens.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Mostrar aos alunos a origem da consciência humana como um senso moral dado por DEUS, reconhecendo seu papel antes e depois da Queda; II) Ensinar que a consciência atua como um tribunal interior, capaz de acusar ou defender, incentivando o autoexame constante; III) Alertar os alunos para as falhas e deformações que a consciência pode sofrer quando não é orientada pela verdade bíblica.
B) Motivação: É essencial fortalecer o discernimento moral do cristão, num tempo em que os padrões do mundo tentam silenciar a voz da consciência. À luz da Bíblia, entenderemos como manter a consciência pura diante de DEUS e dos homens.
C) Sugestão de Método: Para ensinar o terceiro tópico, e concluir a lição, utilize o método do estudo de caso seguido de debate orientado. Apresente aos alunos situações reais ou hipotéticas nas quais a consciência individual foi enganada, distorcida ou manipulada. Em seguida, promova uma discussão bíblica com base nos textos de 1 Timóteo 4.2, Tito 1.15 e 1 Coríntios 8.7-12, destacando como a consciência pode ser deformada quando não está submissa à Palavra de DEUS. Encerre com uma reflexão em classe sobre como manter uma consciência saudável por meio da oração, da comunhão com o ESPÍRITO SANTO e do constante estudo das Escrituras. Esse método favorece o pensamento crítico, a aplicação prática e o engajamento ativo dos alunos.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Conclua enfatizando que a consciência, embora importante, só é confiável quando iluminada pela Palavra de DEUS e guiada pelo ESPÍRITO SANTO. Ensine que, diante de qualquer acusação interior, o cristão deve buscar perdão e purificação no sangue de CRISTO.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 103, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Transgressões contra a Consciência", localizado depois do primeiro tópico, aprofunda o assunto "Antes e depois da Queda"; 2) O texto "Também Perecerão", ao final do segundo tópico, aprofunda o assunto "O Funcionamento da Consciência".
DEUS fez o ser humano com um senso moral chamado consciência, que acusa, defende e julga. Funciona segundo a lei moral (comum a todas as pessoas), as Escrituras Sagradas e outras fontes normativas, como a família, a Igreja e o Estado. A consciência escrutina e emite juízo sobre todo o comportamento humano.
1. A primeira manifestação
Do grego syneidesis (“saber com”), a consciência é uma faculdade inata, ou seja, todos nascem com ela. É como um sensor instalado na alma humana. (Alguns teólogos consideram que seja no espírito. Não há consenso sobre isso). É uma capacidade dada por DEUS para o homem discernir entre o certo e o errado, e, assim, orientar-se em suas decisões. Gênesis 2.16,17 e 3.6-10 tratam da primeira manifestação da consciência na experiência humana. DEUS estabeleceu uma lei específica — a proibição de comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal — com o anúncio da penalidade: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). O homem transgrediu e experimentou o funcionamento acusativo da consciência: culpa, vergonha e medo.
Todo o ser humano nasce com um conteúdo normativo fundamental na alma, que é a lei moral, também chamada de lei da natureza ou direito natural. No Gênesis isso é visto pela primeira vez em Caim, que feriu o direito natural tirando a vida do próprio irmão (Gn 4.8) e experimentou uma trágica consequência. Sua consciência o afligiu com pesada culpa, dada a gravidade do seu pecado: “É maior a minha maldade que a que possa ser perdoada. [...] da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra [...]” (4.13,14). Quando a consciência acusa, não adianta tentar se esconder (Sl 139.7,8; Jn 1.3-12).
Em Romanos 2.12-16 Paulo faz referência à lei mosaica, dada a Israel, e à lei moral, o direito natural, comum a todos os homens, inclusive aos gentios, “os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração” (2.15). Em princípio, é com base nessa lei geral que a consciência atua, “quer acusando-os, quer defendendo-os” (v.15). O que ocorreu em relação aos hebreus foi a positivação do direito natural: a escrita, em pedras, dos preceitos comuns a todos os homens, como a proibição de matar (Êx 20.13). Além disso, houve ampla regulação da vida civil (direito de propriedade e direito de família, por exemplo: Êx 22; Dt 24) e o estabelecimento de leis cerimoniais (Lv 1—7). Antes da codificação do direito natural pela lei mosaica, outras sociedades antigas tinham seus regramentos. Os principais eram os códigos mesopotâmicos de Ur-Nammu (2070 a.C.), Lipit-Ishtar (1850 a.C.) e Hamurabi (1792-1750 a.C.), o mais conhecido deles. O que há de bom nas imperfeitas leis humanas é inspirado na lei moral escrita no coração de todos os povos.
SINÓPSE I - A consciência foi dada por DEUS como senso moral inato, mas sofreu distorções após a Queda
“As pessoas não serão condenadas por aquilo que desconhecem, mas pela atitude que demonstraram em relação ao que sabem. Aqueles que conhecem a Palavra de DEUS e sua lei, serão julgados de acordo. Os que jamais viram uma Bíblia, mas sabem discernir entre o certo e o errado, serão julgados pelas transgressões que cometeram contra a própria consciência. A lei de DEUS está inscrita nas pessoas. [...] Aqueles que viajarem para outros países, poderão encontrar evidências da lei moral de DEUS em cada cultura e sociedade. Por exemplo, em todas elas o assassinato é proibido, embora esta lei tenha sido transgredida em todas” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1555).
1. Acusação, defesa e julgamento
A consciência funciona como um órgão de acusação ou defesa, mas também exerce função judicante (Sl 51.3). Gênesis 3.7 diz que tão logo Adão e Eva pecaram “foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus”. O verbo “conhecer”, yada, traduz o apontamento negativo feito pela consciência, reprovando a conduta do primeiro casal. Antes do pecado, conheciam somente o bem, e viviam em plena alegria e paz (Gn 2.25). Ao pecarem, a consciência ecoou na alma, como uma voz secreta e incômoda (Gn 3.7-10). Às vezes essa experiência é de dor no coração, como aconteceu com Davi após contar o povo (2 Sm 24.10). Uma consciência pesada produz males ao espírito, à alma e ao corpo (Sl 31.9,10; 32.1-5; 38.1-8).
A expressão “foram abertos os olhos” (Gn 3.7) também significa experimentação imediata da malícia, antes inexistente em Adão e Eva. Ao ouvirem a voz do Criador se esconderam com medo. DEUS dirigiu uma pergunta retórica a Adão: “Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gn 3.11). Não houve uma resposta direta. Impossibilitado de negar seu pecado, Adão fez o que se tornaria comum ao ser humano: tentou se justificar, certamente buscando aplacar a consciência: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi” (Gn 3.12). Eva seguiu o mesmo caminho, culpando a serpente (Gn 3.13). Tentativas como estas são meros placebos. A consciência é implacável e não cede a vãs formulações humanas, ainda que teológicas, como as inclusivas (Rm 1.18-27; 2 Tm 4.3). A confissão e o afastamento do pecado são o remédio para a alma (Sl 41.4; Pv 28.13; Tg 5.16).
A consciência é como um tribunal que julga condutas, aprovando-as ou reprovando-as. Atua em relação ao presente (At 23.1), passado (1 Co 4.4; 2 Sm 24.10) e futuro (1 Sm 24.6; At 24.16). Funciona interagindo com as demais faculdades da alma, principalmente os pensamentos e os sentimentos (Rm 2.15; 9.1; 1 Co 8.12). A consciência costuma entrar em longos debates com os pensamentos, que a questionam e aprofundam a análise das ações. Esse processo gera na mente um exame interior, uma investigação pessoal (1 Co 11.28), com o objetivo de alcançar um veredicto favorável — o testemunho de uma consciência limpa (2 Co 1.12).
Em casos assim, mesmo que acusações externas prevaleçam, como ocorria com Paulo em Cesareia, há paz interior em função da consciência estar sem ofensa (At 24.1-16). Então, há descanso para a alma.
Todos os que continuam no pecado (isto é, que se opõem e desafiam a DEUS e seguem seus próprios caminhos), ainda que tenham pouco ou nenhum conhecimento da lei de DEUS, serão julgados e condenados, porque têm uma ciência de DEUS e algum conhecimento de certo e errado (vv. 14-15). DEUS não salvará automaticamente os que não ouvirem a sua mensagem, nem lhes dará uma segunda chance depois da morte. Embora Ele os julgue de acordo com o conhecimento que eles têm e a oportunidade que tiveram, eles ainda terão que responder com fé ao único DEUS verdadeiro – confiando nele para obterem a vida eterna e o cumprimento dos seus propósitos. A consequência eterna para aqueles que não tiveram uma oportunidade adequada de ouvir e receber a mensagem de perdão e nova vida por intermédio de JESUS CRISTO deve nos motivar a fazer todos os esforços para levar a sua mensagem a todas as pessoas, de todas as nações (veja Mt 4.19; 9.37)” (Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.2019).
1. Defeitos da consciência
A Bíblia menciona consciências defeituosas: cauterizada (insensível ao pecado) (Ef 4.19; 1 Tm 4.2), fraca (legalista) (1 Co 8.7-12) e contaminada ou corrompida (Tt 1.15). Para a consciência funcionar bem é preciso estar corretamente educada e cuidada à luz da genuína Palavra de DEUS, no ESPÍRITO SANTO (1 Tm 1.5,19; Rm 9.1). Todo desequilíbrio é perigoso. A insensibilidade leva à complacência com o pecado, mas a hipersensibilidade produz extremismo, onde tudo é pecado. E é nesse campo que agem as seitas, manipulando e aprisionando almas incautas, como faziam os falsos mestres do primeiro século (Cl 2.16-23).
Apesar de sua grande importância no exercício de juízo moral, o pronunciamento da consciência não tem valor absoluto ou definitivo. Como disse Paulo: “Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor” (1 Co 4.4). Devemos sempre nos submeter humildemente a DEUS, ainda que nossa consciência não nos acuse. Somente Ele, o Supremo-Juiz, pode sondar nosso interior e expor os mais profundos desígnios de nosso coração, mesmo os que nos sejam ocultos (Sl 139.23,24; 19.12,13). Às vezes nos consideramos corretos e precisamos ser confrontados para reconhecer nossos pecados. Davi permaneceu insensível e rigoroso até ser repreendido através do profeta Natã (2 Sm 12.1-13). Pedro precisou ouvir o canto do galo (Lc 22.54-62). Pecados do espírito, como soberba e orgulho, são os que mais se escondem (Pv 16.18).
Devemos manter nossa consciência sempre pura; renovada e iluminada por meio do contínuo estudo da Bíblia, nossa infalível regra de fé e prática (Sl 119.18,34,130; 2 Tm 3.16,17). Se ela nos acusar, não nos esqueçamos: o sangue de CRISTO é poderoso para purificar a consciência de todo aquele que, arrependido, confiar no poder do seu sacrifício (Hb 9.14). Cheguemo-nos sempre a Ele com inteira certeza de fé (Hb 10.22).
1. O que é a consciência?
Do grego syneidesis (“saber com”), a consciência é uma faculdade inata, ou seja, todos nascem com ela. É como um sensor instalado na alma humana.
2. Como se deu a primeira manifestação da consciência?
DEUS estabeleceu uma lei específica – a proibição de comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal – com o anúncio da penalidade: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). O homem transgrediu e experimentou o funcionamento acusativo da consciência: culpa, vergonha e medo.
3. O que é o direito natural?
Todo o ser humano nasce com um conteúdo normativo fundamental na alma, que é a lei moral, também chamada de lei da natureza ou direito natural.
4. Como a consciência funciona?
A consciência funciona como um órgão de acusação ou defesa, mas também exerce função judicante (Sl 51.3).
5. A consciência é infalível?
A Bíblia menciona consciências defeituosas: cauterizada (insensível ao pecado) (Ef 4.19; 1 Tm 4.2), fraca (legalista) (1 Co 8.7-12) e contaminada ou corrompida (Tt 1.15).

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