Escrita Lição 7, Betel, Miquéias – Um viver de acordo com os caminhos do Senhor
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EBD, Revista Editora Betel, 3° Trimestre De
2023 TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus.
Anunciando a esperança da salvação através do Messias.
TEXTO ÁUREO
“Eu, porém, esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha
salvação; o meu Deus me ouvirá.” Miquéias 7.7
VERDADE APLICADA
Somos chamados a cumprir a missão de anunciar a Palavra
de Deus no poder do Espírito Santo, com amor e fidelidade ao Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o cenário da mensagem de Miqueias
Destacar a ganância e a insensibilidade do povo
Apresentar lições do livro de Miquéias para os dias de hoje
TEXTOS DE REFERÊNCIA - MIQUÉIAS 1.1-3, 5
1 Palavra do Senhor, que veio a Miquéias, morastita, nos
dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e
Jerusalém.
2 Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude; e seja o
Senhor Jeová testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade.
3 Porque eis que o Senhor sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as
alturas da terra.
5 Tudo isto por causa da prevaricação de Jacó e dos pecados da casa de Israel.
Qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é
Jerusalém?
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – SI 51.17 Deus não despreza um coração
quebrantado.
TERÇA – Pv 17.5 Escarnecer do pobre é insultar o Criador.
QUARTA – Jo 1.8 A importância de testificar da luz, que é Cristo
QUINTA – 2Co 5.20 O ministério da reconciliação.
SEXTA – Ef 2.7-8 A salvação é pela graça.
SÁBADO – 1Pe 2.9 Geração eleita, sacerdócio real, nação santa.
HINOS SUGERIDOS: 141, 432, 440
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus por coragem para pregar contra o pecado e as
injustiças que nos assolam.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA MIQUÉIAS
1.1. Conhecendo um pouco mais o profetas
1.2. A mensagem do profeta
1.3. Os falsos profetas
2- A GANÂNCIA E A INSENSIBILIDADE
2.1. A crise da integridade
2.2. A verdadeira religião
2.3. Juízo e esperança
3- MIQUÉIAS PARA HOJE
3.1. Esperança em meio à aflição
3.2. Apelo à fidelidade e à justiça
3.3. A esperança na misericórdia do Senhor
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
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Livro do Profeta Miquéias – BEP - CPAD
Autor: Miquéias
Tema: Juízo e Salvação Messiânica
Data: Cerca de 740—710 a.C.
מיכיה Miykayah (Strong dicionário)
Micaías ou Miquéias = “aquele que é semelhante a Deus”
O sexto na
ordem dos profetas menores; sendo nativo de Moresete, ele profetizou durante os
reinados de Jotão, Acaz, e Ezequias de Judá, e foi contemporâneo dos profetas
Oséias, Amós e Isaías
Considerações Preliminares
O profeta Miquéias era originário da pequena cidade de
Moresete-Gate (1.14) no sul de Judá, área agrícola a 40 km ao sudoeste de
Jerusalém. À semelhança de Amós, era homem do campo, e provinha com certeza de
família humilde. Se Isaías, seu contemporâneo em Jerusalém, assistia ao rei e
observava o cenário internacional, Miquéias, um profeta do campo, condenava os
governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores
desonestos e os juízes venais, que havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a
opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a imoralidade e a
idolatria. E advertiu sobre as severas consequências de o povo e os líderes
persistirem em seus maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua capital,
Samaria (1.6,7), bem como a de Judá, e de sua capital, Jerusalém (Mq 1.9-16;
3.9-12). O ministério de Miquéias foi
exercido durante os reinados de três reis de Judá: Jotão (751—736 a.C.), Acaz
(736—716 a.C.) e Ezequias (715—687 a.C.). Algumas de suas
profecias foram proferidas no tempo de Ezequias (cf. Jr 26.18),
porém a maioria delas reflete a condição de Judá durante os reinados de Jotão e
de Acaz, antes das reformas promovidas por Ezequias. Não há dúvida de que o seu
ministério, juntamente com o de Isaías, ajudou a promover o avivamento e as
reformas dirigidas pelo justo rei Ezequias.
Propósito
Miquéias escreveu a fim de advertir a sua nação a respeito da
certeza do juízo divino, para especificar os pecados que provocavam a ira de
Deus, e para resumir a palavra profética dirigida a Samaria e a Jerusalém
(1.1). Predisse, com exatidão, a queda de Israel; profetizou que destruição
semelhante seria sofrida por Judá e Jerusalém em consequência de seus pecados e
flagrante rebeldia. Este livro, portanto, preserva a grave mensagem de Miquéias
às últimas gerações de Judá antes de os babilônios invadirem a nação. Além
disso, faz uma contribuição importante à revelação total do Messias vindouro.
Visão Panorâmica
O livro de Miquéias consiste numa mensagem de três partes:
(1) recrimina Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém) pelos seus
pecados específicos que incluem a idolatria, o orgulho, a opressão aos pobres,
os subornos entre os líderes, a cobiça e a avareza, a imoralidade e a religião
vazia e hipócrita;
(2) adverte que o castigo divino está para vir em decorrência de
tais pecados; e
(3) promete que a verdadeira paz, retidão e justiça, prevalecerão
quando o Messias estiver reinando. Igual atenção é dedicada aos três temas do
livro.
Visto por outro prisma, os capítulos 1—3 registram a denúncia que o
Senhor faz dos pecados de Israel e de Judá, e de seus respectivos líderes, e a
iminente ruína destas nações e suas respectivas capitais. Os capítulos 4—5
oferecem esperança e consolo ao remanescente no tocante aos dias futuros, em
que a Casa de Deus será estabelecida em paz e retidão, e a idolatria e a
opressão serão expurgadas da terra. Os capítulos 6—7 descrevem a queixa de Deus
contra seu povo, como se fora uma cena de tribunal. Deus apresenta a sua causa
contra Israel. Em seguida, Israel confessa a sua culpa, e logo há uma oração e
promessa em favor dos filhos de Abraão. Miquéias encerra o livro, com um jogo
de palavras baseado no significado do seu próprio nome: “Quem, ó Deus, é
semelhante a ti?” (7.18). Resposta: Somente Ele é misericordioso, e pode dar o
veredito final: “Perdoado” (7.18-20).
Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Miquéias.
(1) Defende, à semelhança de Tiago, a causa dos camponeses humildes
explorados pelos ricos arrogantes (cf. 6.6-8; cf Tg 1.27). Em seguida, Miquéias
pronuncia sua exortação mais grave e memorável acerca das exigências divinas a
Israel: “que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente
com o teu Deus” (6.8).
(2) Parte da linguagem de Miquéias é austera e direta; noutras
ocasiões, é eloquentemente poética com o complexo uso de jogos de palavras
(e.g., 1.10-15).
(3) Tal como o profeta Isaías (cf. Is 48.16; 59.21), Miquéias
expressa nítida consciência de sua chamada e unção proféticas: “Mas, decerto,
eu sou cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para
anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (3.8).
(4) O livro traz uma das mais grandiosas expressões da Bíblia sobre
a misericórdia de Deus e a sua graça perdoadora (7.18-20). (5) O livro contém
três importantes profecias citadas noutras partes da Bíblia: uma que salvou a
vida de Jeremias (3.12; cf. Jr 26.18), outra que diz respeito ao local onde o
Messias haveria de nascer (5.2; cf. Mt 2.5,6), e ainda uma outra usada pelo
próprio Jesus (7.6; cf. Mt 10.35,36).
O Livro de Miquéias ante o NT
Assim como outros profetas do AT, Miquéias olhou para além do
castigo de Deus a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e seu reino
justo na terra. Setecentos anos antes da encarnação de Cristo, Miquéias
profetizou que Ele haveria de nascer em Belém (5.2). Mateus 2.4-6 narra que os
sacerdotes e escribas citaram este versículo como resposta à pergunta de
Herodes concernente ao lugar onde o Messias nasceu. Miquéias revelou, também,
que o reino messiânico seria de paz (5.5; cf. Ef 2.14-18), e que o Messias
pastorearia o seu povo com justiça (5.4; cf. Jo 10.1-16; Hb 13.20). As
referências freqüentes de Miquéias sobre a redenção futura, revelam que o
propósito e desejo permanente de Deus para o seu povo é a salvação, e não a
condenação. Tal verdade é desdobrada no NT (e.g., Jo 3.16).
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Miqueias 6.6-8
O termo Rito tem vários sentidos. Rito é totalmente diferente que
rituais. Rito e rituais têm significados diferentes. No sentido mais geral, um
rito é uma sucessão de palavras, gestos e atos que, repetida, compõe uma
cerimônia (religiosa ou civil, na maior parte das vezes). Apesar de seguir um
padrão, o rito não é mecanizado, pois pode atualizar um mito e, assim, segue
ensinamentos ancestrais e sagrados.
É um conjunto de atividades organizadas, no qual as pessoas se
expressam por meio de gestos, símbolos, linguagem e comportamento, transmitindo
um sentido coerente ao ritual. O caráter comunicativo do rito é de extrema
importância, pois não é qualquer atividades padronizada que constitui um rito.
Rito é aquilo que você faz todo dia, como escovar os dentes. Isso é um rito.
Você não para e se pergunta porque está escovando os dentes, mas você sabe que
aquilo é uma coisa que você sempre faz. A palavra "rito" pode também
designar tipo de velocidade no ritual de processo jurídico.
I. Juízo contra Israel e Judá (1.1—3.12)
A. Introdução (1.1)
B. Predição da Destruição de Samaria (1.2-7)
C. Predição da Destruição de Judá (1.8-16)
D. Pecados Específicos do Povo de DEUS Que Requerem Castigo (2.1-11)
1. Cobiça e Orgulho (2.1-5)
2. Falsos Profetas (2.6-11)
E. Primeiro Vislumbre do Livramento Prometido (2.12,13)
F. Pecados Específicos dos Líderes do Povo de DEUS (3.1-12)
1. Injustiça e Opressão (3.1-4)
2. Falsa Profecia (3.5-7)
3. Miquéias, Um Profeta Verdadeiro (3.8)
4. Resumo dos Pecados dos Líderes (3.9-12)
II. Mensagem Profética de Esperança (4.1—5.15)
A. A Promessa do Reino Vindouro (4.1-5)
B. Derrota dos Inimigos de Israel (4.9-13)
C. O Rei Que Virá de Belém (5.1- 8)
D. A Natureza do Novo Reino (5.6-15)
III. O Litígio de DEUS contra Israel e Sua Misericórdia Final (6.1—7.20).
A. O pleito de DEUS contra Seu Povo (6.1-8)
B. A Culpa de Israel e o Castigo Divino (6.9-16)
C. O Lamento Doloroso do Profeta (7.1-6)
D. A Esperança Pessoal do Profeta (7.7)
E. Israel Será Reestabelecido (7.8-13)
F. As Bênçãos Finais de DEUS para Seu Povo (7.14-20)
Autor: Miquéias
Tema: Juízo e Salvação Messiânica
Data: Cerca de 740—710 a.C.
O profeta Miquéias era originário da pequena cidade de Moresete-Gate (1.14) no sul de Judá, área agrícola a 40 km ao sudoeste de Jerusalém. À semelhança de Amós, era homem do campo, e provinha com certeza de família humilde. Se Isaías, seu contemporâneo em Jerusalém, assistia ao rei e observava o cenário internacional, Miquéias, um profeta do campo, condenava os governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores desonestos e os juízes venais, que havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a imoralidade e a idolatria. E advertiu sobre as severas consequências de o povo e os líderes persistirem em seus maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua capital, Samaria (1.6,7), bem como a de Judá, e de sua capital, Jerusalém (1.9-16; 3.9-12).
O ministério de Miquéias foi exercido durante os reinados de três reis de Judá: Jotão (751—736 a.C.), Acaz (736—716 a.C.) e Ezequias (715—687 a.C.). Algumas de suas profecias foram proferidas no tempo de Ezequias (cf. Jr 26.18), porém a maioria delas reflete a condição de Judá durante os reinados de Jotão e de Acaz, antes das reformas promovidas por Ezequias. Não há dúvida de que o seu ministério, juntamente com o de Isaías, ajudou a promover o avivamento e as reformas dirigidas pelo justo rei Ezequias.
Propósito
Miquéias escreveu a fim de advertir a sua nação a respeito da certeza do juízo divino, para especificar os pecados que provocavam a ira de DEUS, e para resumir a palavra profética dirigida a Samaria e a Jerusalém (1.1). Predisse, com exatidão, a queda de Israel; profetizou que destruição semelhante seria sofrida por Judá e Jerusalém em consequência de seus pecados e flagrante rebeldia. Este livro, portanto, preserva a grave mensagem de Miquéias às últimas gerações de Judá antes de os babilônios invadirem a nação. Além disso, faz uma contribuição importante à revelação total do Messias vindouro.
Visão Panorâmica
O livro de Miquéias consiste numa mensagem de três partes: (1) recrimina Israel (Samaria) e Judá (Jerusalém) pelos seus pecados específicos que incluem a idolatria, o orgulho, a opressão aos pobres, os subornos entre os líderes, a cobiça e a avareza, a imoralidade e a religião vazia e hipócrita; (2) adverte que o castigo divino está para vir em decorrência de tais pecados; e (3) promete que a verdadeira paz, retidão e justiça, prevalecerão quando o Messias estiver reinando. Igual atenção é dedicada aos três temas do livro.
Características Especiais
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Miquéias. (1) Defende, à semelhança de Tiago, a causa dos camponeses humildes explorados pelos ricos arrogantes (cf. 6.6-8; cf Tg 1.27). Em seguida, Miquéias pronuncia sua exortação mais grave e memorável acerca das exigências divinas a Israel: “que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu DEUS” (6.8). (2) Parte da linguagem de Miquéias é austera e direta; noutras ocasiões, é eloquentemente poética com o complexo uso de jogos de palavras (e.g., 1.10-15). (3) Tal como o profeta Isaías (cf. Is 48.16; 59.21), Miquéias expressa nítida consciência de sua chamada e unção proféticas: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do ESPÍRITO do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (3.8). (4) O livro traz uma das mais grandiosas expressões da Bíblia sobre a misericórdia de DEUS e a sua graça perdoadora (7.18-20). (5) O livro contém três importantes profecias citadas noutras partes da Bíblia: uma que salvou a vida de Jeremias (3.12; cf. Jr 26.18), outra que diz respeito ao local onde o Messias haveria de nascer (5.2; cf. Mt 2.5,6), e ainda uma outra usada pelo próprio JESUS (7.6; cf. Mt 10.35,36).
O Livro de Miquéias ante o NT
Assim como outros profetas do AT, Miquéias olhou para além do castigo de DEUS a Israel e Judá, e contemplou o Messias vindouro e seu reino justo na terra. Setecentos anos antes da encarnação de CRISTO, Miquéias profetizou que Ele haveria de nascer em Belém (5.2). Mateus 2.4-6 narra que os sacerdotes e escribas citaram este versículo como resposta à pergunta de Herodes concernente ao lugar onde o Messias nasceu. Miquéias revelou, também, que o reino messiânico seria de paz (5.5; cf. Ef 2.14-18), e que o Messias pastorearia o seu povo com justiça (5.4; cf. Jo 10.1-16; Hb 13.20). As referências freqüentes de Miquéias sobre a redenção futura, revelam que o propósito e desejo permanente de DEUS para o seu povo é a salvação, e não a condenação. Tal verdade é desdobrada no NT (e.g., Jo 3.16).
1.1 SAMARIA E JERUSALÉM. Samaria era a capital de Israel; e Jerusalém, a de Judá. Ambas as cidades representavam nações apóstatas condenadas por DEUS (vv. 5-7).
1.5 PREVARICAÇÃO... PECADOS. O povo seria castigado por causa dos seus pecados: idolatria (v. 7), imoralidade (v. 7), crime e injustiça (2.1,2). Os pecados que grassavam nas capitais eram os mesmos cometidos em todas as partes de Judá e Israel.
1.6 FAREI DE SAMARIA UM MONTÃO. Esta profecia tornou-se realidade em 722 a.C., quando os assírios destruíram completamente a cidade (ver 2 Rs 17.1-5). Deu-se o seu cumprimento, por conseguinte, pouco depois de Miquéias tê-la proferido.
1.8,9 POR ISSO, LAMENTAREI, E UIVAREI. Miquéias lamentou a queda de Samaria (Israel; cf. v. 6). Ficou profundamente infeliz por terem os israelitas rejeitado a DEUS, e agora, precisavam ser castigados. Também sentimos lástima e pesar quando nossos semelhantes persistem em pecar contra DEUS? Lamentemos por eles, pois estão a caminho de sua própria perdição.
1.9 CHEGOU ATÉ JUDÁ. Judá era igualmente culpada de transgressão e rebelião contra DEUS. Por isso, Miquéias convoca certas cidades em Judá (vv. 10-16) a lastimarem a destruição que estava prestes a se abater sobre elas. A profecia de Miquéias foi cumprida quando Senaqueribe tomou as cidades muradas de Judá (2 Rs 18.13). Segundo os registros assírios, foram tomadas quarenta e seis delas.
1.16 FAZE-TE CALVA. Tosquiar os cabelos era sinal de tristeza. Por isso, Miquéias conclama o povo de DEUS a se pôr de luto desde já. (1) O castigo seria severo. Os filhos dos hebreus seriam tirados destes e levados ao cativeiro. Miquéias exorta o povo a não se desviar do Senhor, pois as consequências seriam terríveis. (2) Os que se apartam de DEUS e de sua Palavra, para se unirem com o mundo e suas atividades pecaminosas, descobrirão que DEUS está contra eles, e que poderá trazer calamidade às suas vidas.
CAPÍTULO 2
2.6 NÃO PROFETIZEIS. Os falsos profetas de Judá censuravam Miquéias por trazer uma mensagem de condenação e castigo (cf. Is 30.10). (1) Rejeitavam sua sombria e calamitosa profecia, e asseguravam que a vergonha e a desgraça não sobreviriam ao povo, pois DEUS era um DEUS de amor e perdão. (2) A mensagem otimista de tais profetas permitia ao povo continuar em seus caminhos pecaminosos. Por isto, desrespeitavam as justas exigências de DEUS. (3) Às vezes a igreja manifesta a mesma insistência ao proclamar uma mensagem de amor, misericórdia e perdão, mas que desconsidera os justos padrões da chamada divina de um viver irrepreensível e santo. A igreja que tolera o pecado, deve ouvir de novo a mensagem clara dos profetas do AT e dos apóstolos do NT (cf. 1 Co 5;6).
2.11 DO VINHO E DA BEBIDA FORTE. Miquéias declara ironicamente que, se os falsos profetas de Judá estivessem profetizando prosperidade e abastança de bebida inebriante para todos quantos a desejassem, o povo aceitaria de bom grado semelhante mensagem. Hoje, ainda há pastores que se recusam a advertir o povo de DEUS a respeito das consequências de se adotar os hábitos de beber da sociedade em derredor.
2.12,13 O RESTANTE DE ISRAEL. Miquéias acrescenta uma palavra de esperança ao proclamar que DEUS pouparia um remanescente de Israel e de Judá, que acabaria por regressar à terra prometida (ver Is 6.13; 10.20; 17.7). A terra, então, voltará a ficar movimentada com o vai-e-vem de seus habitantes.
CAPÍTULO 3
3.2 ABORRECEIS O BEM E AMAIS O MAL. Os líderes da nação haviam abandonado os padrões religiosos do passado, e, em seu lugar, adotado seus próprios códigos. Deliberadamente, amavam a iniquidade e a injustiça em sua busca por ganhos materiais. DEUS, porém, nos chama a amar a justiça e a aborrecer o mal (ver Am 5.15; Rm 12.9; Hb 1.9).
3.3 COMEIS A CARNE DO MEU POVO. Esta expressão vívida descreve a opressão e a exploração sofrida pelo povo comum.
3.4 NÃO OS OUVIRÁ. Por causa do comportamento maligno e cruel dos líderes, DEUS se recusa a atender- lhes as orações. Consequentemente, teriam eles um triste fim: haveriam de ser abandonados por DEUS.
3.5-7 CONTRA OS PROFETAS. DEUS ansiava por trazer seu povo de volta aos caminhos da retidão e da verdade. Mas o interesse dos falsos profetas era bem outro. Levavam os israelitas a se sentirem à vontade com um modo de vida pecaminoso, pois lhes pregavam falsas esperanças. Ao invés de tomarem posição firme contra o pecado, chegavam mesmo a encorajar a iniquidade. Por se recusarem a levar o povo de volta aos caminhos de DEUS, os tais seriam abandonados pelo Senhor.
3.8 MAS, DECERTO, EU SOU CHEIO DA FORÇA DO ESPÍRITO DO SENHOR. Miquéias havia sido vocacionado para ser porta-voz de DEUS. (1) Falava sob o poder e inspiração do ESPÍRITO SANTO (cf. Jr 20.9; Ef 3.7), que o inspirava a condenar o pecado na Casa do Senhor. Sua missão era revelar o coração de DEUS, encorajar a prática do bem e desencorajar a injustiça. (2) Os pastores e profetas de hoje têm a mesma tarefa. Não devem curvar-se às pressões dos crentes falsos e mundanos, nem se conformarem com o mundo. Devem, pelo contrário, ser a voz de DEUS em favor da verdade, da piedade e da justiça.
CAPÍTULO 4
4.5 NÓS ANDAREMOS NO NOME DO SENHOR. Como devemos viver enquanto aguardamos a vinda do reino de DEUS em sua plenitude? Vivendo para DEUS, andando nos seus justos caminhos, e testemunhando a todas as nações (cf. 2 Pe 3.11,12).
4.9-13 PORQUE FARÁS TÃO GRANDE PRANTO? O profeta volta a falar sobre o fim da Jerusalém de seus dias. Diz que seus habitantes serão levados em cativeiro para Babilônia. A profecia foi proferida cem anos antes de os babilônios tornarem-se no formidável império mundial. Estes haveriam de destruir Jerusalém em 586 a.C. Miquéias também previu que, futuramente, Judá retornaria em liberdade à sua terra (v. 10)
CAPÍTULO 5
5.3 PORTANTO, OS ENTREGARÁ. Israel seria abandonado por DEUS até ao nascimento do Messias. "A que está de parto" refere-se fisicamente à virgem Maria, a mãe de JESUS e, espiritualmente, ao remanescente piedoso. Toda a esperança de Israel e das demais nações acha-se no nascimento, vida, morte e ressurreição de JESUS. "O resto de seus irmãos" é uma referência às tribos do Norte, e demonstra que o Messias seria para as doze tribos de Israel.
5.4 ATÉ AOS FINS DA TERRA. À semelhança de Isaías (cf. Is 9.6,7; 61.1,2), Miquéias não faz distinção entre a primeira e a segunda vindas de CRISTO. Quando JESUS voltar para destruir todo o mal, Israel viverá em segurança, e o Senhor reinará sobre o mundo inteiro.
5.5 ESTE SERÁ A NOSSA PAZ. Somente JESUS, o Messias, trará paz perpétua a Israel. Não precisamos esperar sua segunda vinda, pois através de sua primeira vinda, Ele proporciona paz com DEUS, perdão do pecado e garantia de vida eterna aos que se arrependem, e o acolhem pela fé (ver Rm 5.1-11). Os verdadeiros crentes não serão condenados, pois crêem na sua morte expiatória (ver Jo 14.27; Ef 2.14).
5.5 A ASSÍRIA. A Assíria representa todos os inimigos de DEUS. Mas virá o dia em que o Messias livrará o seu povo dos que se opõem à adoração a DEUS.
5.10-14 DESTRUIREI OS TEUS CARROS. Quando o Messias voltar para julgar a iniquidade do mundo, limpará também a Israel de seu poder militar, (vv. 10,11) e do pecado, feitiçaria e idolatria (vv. 12-14). Todos os que não forem leais a DEUS e aos seus caminhos, hão de ser destruídos.
CAPÍTULO 6
6.3-5 QUE TE TENHO FEITO? DEUS pergunta ao seu povo se Ele os decepcionou de alguma maneira. (1) Seria sua culpa terem eles desobedecido à sua palavra? DEUS negligenciara os seus, deixando de amá-los? A resposta é óbvia. Israel não tinha desculpa. DEUS havia tratado o seu povo com bondade e paciência no decurso de sua história. (2) Hoje, DEUS poderia repetir as mesmas perguntas a todos quantos lhe viram as costas. Se nos tornarmos desleais a Ele e aos seus justos padrões, conformando-nos com o mundo, não será porque DEUS nos tem sido infiel. Pelo contrário: será devido aos nossos próprios desejos egoístas e à nossa ingratidão para com a sua graça e amor.
6.8 QUE É O QUE O SENHOR PEDE DE TI? Miquéias oferece uma tríplice definição do modelo divino concernente à nossa fidelidade a DEUS: (1) agir com justiça, sendo imparciais e honestos em nosso trato com o próximo (cf. Mt 7.12); (2) amar a misericórdia, demonstrando compaixão e misericórdia genuínas aos necessitados; (3) andar com o nosso DEUS, humilhando-nos diante dEle todos os dias, com piedoso temor e reverência à sua vontade (cf. Tg 4.6-10; 1 Pe 5.5,6). A adoração pública é apenas uma mínima parte de nossa dedicação total a CRISTO. O amor genuíno ao Senhor deve manifestar-se em solicitude incessante pelos necessitados.
6.9-16 A VOZ DO SENHOR CLAMA. O Senhor alista alguns dos pecados de Israel, e anuncia a condenação que a nação teria de sofrer.
CAPÍTULO 7
7.7 EU, PORÉM, ESPERAREI NO SENHOR. Em meio a uma sociedade moralmente enferma, Miquéias coloca a sua fé em DEUS e em suas promessas. Ele sabia que DEUS o sustentaria, e que haveria de executar o castigo contra toda a iniquidade, fazendo a justiça triunfar (v. 9). (1) DEUS conclama os crentes em CRISTO a viverem "no meio duma geração corrompida e perversa", onde devem "resplandecer como astros no mundo" (Fp 2.15). (2) Ainda que o mal aumente e a sociedade se desintegre, ofereçamos a salvação gratuita de DEUS a todos quantos nos ouvirem. Oremos e antegozemos o dia em que Ele endireitará todas as coisas (cf. vv. 15-20).
7.8-13 LEVANTAR-ME-EI. O justo remanescente de Judá estava prestes a passar por dias sombrios em consequência dos pecados da nação . No entanto, Miquéias proclama em alto e bom som, em favor destes, palavras de fé e esperança. O profeta olha para além do triunfo temporário dos inimigos, e vê o dia glorioso de sua restauração. "Levantar-me-ei" é uma afirmação de fé comparável à de Jó (ver Jó 19.25-27 notas).
7.14-20 APASCENTA O TEU POVO. Estes versículos são uma oração de súplica, rogando a DEUS que cumpra as palavras dos versículos 8-13. O desejo de Miquéias era que DEUS voltasse a cuidar de Israel, assim como o pastor cuida de suas ovelhas.
Jovens e Adultos - 4º Trimestre de 2012 - CPAD
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e
consolações para a santificação da Igreja de CRISTO - Comentarista: Esequias
Soares
Lição 7: Miqueias — A importância da obediência
Data: 18 de Novembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“[...] Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e
sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é
melhor do que o sacrificar, e o atender melhor é do que o gordura de carneiros” (1
Sm 15.22).
VERDADE PRÁTICA
A mensagem de Miqueias leva-nos a pensar seriamente acerca do tipo
de cristianismo que estamos vivendo.
HINOS SUGERIDOS - 285, 398, 422.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Dt 10.12,13 A rejeição do sacrifício formal
Terça - Is 1.15-17 Ritos sem piedade nada valem
Quarta - Mt 12.7 A piedade é maior que sacrifícios
Quinta - Mt 21.28-31 Prática e teoria da obediência
Sexta - Mt 23.23 O dízimo não substitui a piedade
Sábado - Lc 18.10-14A lição do fariseu e do publicano
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Miqueias 1.1-5; 6.6-8.
Miqueias 1
1 - Palavra do SENHOR que veio a Miqueias, morastita, nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e
Jerusalém.
2 - Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua
plenitude, e seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra vós, o Senhor, desde o
templo da sua santidade.
3 - Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e descerá, e
andará sobre as alturas da terra.
4 - E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se
fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um
abismo.
5 - Tudo isso por causa da prevaricação de Jacó e dos pecados
da casa de Israel; qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os
altos de Judá? Não é Jerusalém?
Miqueias 6
6 - Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o
Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?
7 - Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil
ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do
meu ventre, pelo pecado da minha alma?
8 - Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o
SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e
andes humildemente com o teu Deus?
INTERAÇÃO
Professor, para aguçar a curiosidade de seus alunos, questione-os
sobre o significado da palavra “rito”. Explique que rito é “o conjunto de
cerimônias e prática litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno da
fé”. Enfatize que no tempo do profeta Miqueias o povo realizava muito bem todo
o ritual levítico. Porém, o Senhor não se agradava de suas reuniões solenes e
sacrifícios, pois os rituais se tornaram algo mecânico, sem vida, uma simples
obrigação religiosa. Cumpriam a liturgia, mas não amavam verdadeiramente a Deus
nem ao próximo. Que nunca venhamos a nos esquecer que Deus não está preocupado
com nossas cerimônias religiosas, mas o que Ele espera é que seu povo o “adore
em espírito e em verdade”, que o ame acima de todas as coisas e ao próximo,
pois toda a lei se resume nessa verdade (Mc 12.29-31).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar a estrutura da mensagem de Miqueias.
Definir a obediência bíblica.
Conscientizar se de que o ritual religioso não proporciona relacionamento
íntimo com Deus e nem salvação.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para introduzir a lição, reproduza de acordo com suas
possibilidades, o quadro abaixo. É importante que os alunos tenham uma visão
geral da estrutura do livro. Explique que a estrutura utilizada pelo profeta
Miqueias é bem simples de entender, pois a sua divisão está baseada numa dupla
sequência de ameaças e promessas. Ao lermos Miqueias deparamo-nos com o juízo
de Deus; a mensagem de esperança; juízos e misericórdia do Eterno.
ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS
Capítulos 1 — 3
Uma série de juízo contra Israel e Judá:
• Introdução (1.1).
• Destruição de Samaria
(1.2-7).
• Destruição de Judá
(1.8-16).
• Pecados específicos do povo
(2.1-11): cobiça e orgulho (2.1-5); falsos profetas (2.6-11).
• Vislumbre de um livramento
(2.12,13).
• Pecados dos líderes da
nação (3.1-12).
Capítulos 4 — 5
Mensagem de esperança:
• Promessa do reino vindouro
(4.1-5).
• A derrota dos inimigos de
Israel (4.6-13).
• O Rei virá de Belém
(5.1-8).
• O novo reino (5.9-15).
Capítulos 6 — 7
Juízo de Deus contra Israel e sua misericórdia final:
• Deus contra o seu povo (6.1-8).
• Culpa de Israel e o castigo
divino (6.9-16).
• O lamento do profeta
(7.1-6).
• A esperança do profeta
(7.7).
• Israel será restabelecido
(7.8-13).
• Bênçãos finais de Deus para
seu povo (7.14-20).
Palavra-Chave - Obediência: O ato ou efeito de obedecer.
COMENTÁRIO
introdução
O problema do povo a quem Miqueias dirigiu a sua mensagem não era
falta de liturgia, mas de uma correta motivação para se adorar ao Senhor.
Embora cometesse toda a sorte de injustiças sociais, a geração contemporânea do
profeta Miqueias oferecia sacrifícios a Deus, praticando todos os rituais
levíticos, mas não sabia o verdadeiro significado do amor a Deus e ao próximo.
I. O LIVRO DE MIQUEIAS
1. Contexto histórico. Miqueias era de Moresete-Gate (1.1,14;
Jr 26.18), cidade localizada a 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Miqueias,
assim como os demais profetas de Judá, não cita reis do Reino do Norte na
introdução de seus oráculos. Seu ministério, porém, aconteceu no período dos
reinados “de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Essas datas estão
entre 750 e 686 a.C, mas a soma desses anos deve ser reduzida
significativamente por causa das corregências.
O profeta Jeremias afirma que a mensagem de Miqueias foi entregue
no reinado de Ezequias (26.18). Considerando os últimos anos de Acaz e os
primeiros de Ezequias, Miqueias deve ter profetizado entre 735 a.C. e 710 a.C.
2. Estrutura e mensagem. Trata-se de uma coleção de breves
oráculos agrupados em sete capítulos divididos em três partes principais (1,2;
3-5; 6,7). Cada uma das partes marca o imperativo: “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1), que
é fraseologia similar a de Isaías (4.1-5; Is 2.2-4).
O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de Samaria
e de Jerusalém. Miqueias dirigiu seu discurso contra a idolatria, censurou com
veemência a opressão aos pobres e denunciou o colapso da justiça nacional (1.5;
2.1,2; 3.9-11). Além disso, anunciou, de antemão, o local do nascimento do
Messias, em Belém (5.2 cp. Mt 2.1,4-6). O profeta chegou a ser citado pelo
Senhor Jesus (7.6 cp. Mt 10.35,36).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro de Miqueias tem como assunto principal a ira divina sobre
os pecados de Samaria e Judá.
II. A OBEDIÊNCIA A DEUS
1. O conceito bíblico de obediência. O verbo hebraico shemá:
“ouvir, escutar, prestar atenção, obedecer”, não significa apenas receber uma
comunicação ou informação. O seu real sentido é mais forte e imperioso:
obedecer é acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. O referido
verbo é empregado no Antigo Testamento para “obedecer” em 1 Samuel 15.22 e
Jeremias 42.6. É usado, também, em seis das nove vezes em que shemá aparece
em Miqueias (1.2; 3.1,9; 6.1,2,9).
A mesma ideia é vista nos ensinos de Jesus (Mt 11.15; 13.43). Por
conseguinte, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso
acatamento da mensagem divina (Mt 7.24,26). Nesse sentido, ela pode ser
definida como a prova suprema da fé e do nosso amor a Deus.
2. A desobediência das nações. O Senhor não é uma divindade
tribal, que habita em quatro paredes. Ele é o Deus de toda a terra e o Soberano
de todo o Universo. Justamente por isso, Ele apresenta-se como juiz e
testemunha não apenas contra seu povo, Israel e Judá (1.2,5), mas também contra
todas as nações da terra (1.2).
3. A ira de Deus sobre o pecado (1.3-5). O profeta descreve de
forma pitoresca a reação divina contra o seu povo. Numa linguagem
antropomórfica, o Senhor desce de seu santo templo, o céu, para julgar Samaria,
capital de Israel e, da mesma forma, Jerusalém, capital de Judá, cujo pecado
influencia todo o país. O quadro da sua majestosa e terrível presença lembra a
ação dos terremotos e dos vulcões (Jz 5.4; Sl 18.7-10; Is 64.1-3; Hc 3.6,7).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A obediência deve ser precedida de compreensão e amoroso acatamento
da mensagem divina.
III. O RITUAL RELIGIOSO
1. O rito levítico. Basicamente, o rito é um conjunto de
cerimônias e práticas litúrgicas que cumpre a função de simbolizar o fenômeno
da fé. O termo vem do latim ritus, que significa “cerimônia religiosa,
uso, costume, hábito, forma, processo, modo”. O Antigo Testamento usa a palavra
para os sacrifícios (Lv 9.16; Ed 6.9) e para as festividades religiosas (Ne
8.18), tais como a Páscoa (Nm 9.14; 2 Cr 35.13) e a Festa dos Tabernáculos (Ed
3.4). A própria circuncisão é também um ritual (At 15.1). Contudo, em se
tratando do Cristianismo, a liturgia é simples, contendo apenas dois rituais: o
batismo e a ceia do Senhor (Mt 3.15; 26.26-30). Esses cerimonialismos, contudo,
não substituem o relacionamento sincero com Deus, nem proporcionam salvação (1
Sm 15.22; Sl 40.6-8; 51.16,17; 1 Co 1.14-17; 11.28,29).
2. O diálogo de Deus com o povo (6.6). O Senhor, através do
profeta, convida o seu povo para uma controvérsia. O que Deus fez de mal para
Israel rejeitá-lo? (6.1-3). Em seguida, o Eterno traz à memória da nação os
seus benefícios desde o princípio, quando remiu a Israel do Egito e protegeu
seu povo no deserto contra os inimigos (6.4,5). Em uma pergunta retórica, o
próprio Deus antecipa a resposta da nação. A lei estabelecia sacrifícios de animais
como provisão pelo pecado (Lv 9.3) e o azeite para certas ofertas de libação
(Lv 1.3,4; 2.1,15; 7.12). O problema de Judá não era a falta de rituais e
sacrifícios, mas de uma verdadeira conversão a Deus.
3. Sacrifício humano (6.7). Oferecer o primogênito pela
transgressão e o fruto do ventre pelo pecado era sinal de completo desatino do
povo. A lei de Moisés condena tal prática sob pena de morte (Lv 18.21; 20.2-5)
e em todo o Israel era repulsa nacional (2 Rs 3.27). Esse tipo de sacrifício só
foi praticado por aqueles que, em todo Israel e Judá, apostataram-se da fé (2
Rs 16.3; 21.6; Jr 19.5; 32.35). Todos estavam dispostos a oferecer até mesmo o
que Deus nunca exigiu deles, menos o essencial: sincero arrependimento e
mudança de vida.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O ritual religioso não substitui o relacionamento intenso com Deus
e, muito menos, proporciona salvação.
IV. O GRANDE MANDAMENTO
1. A vontade de Deus. O estilo de vida que agrada a Deus foi
comunicado ao povo desde Moisés. Portanto, toda a nação tinha o dever de
conhecê-lo (Dt 10.12,13). Daí o porquê da indagação do profeta (6.8). Mas
ninguém estava interessado nisso. O povo preferia tirar proveito da prática das
injustiças sociais, esperando que o mero ritual do sacrifício fosse suficiente
para auto justiçar-se diante de Deus. Estavam enganados, pois Deus não se
deleita em sacrifícios nem em rituais exteriores (Sl 51.17,18).
2. O sumário de toda a lei (6.8b). Os três preceitos —
praticar a justiça, amar a beneficência e andar humildemente com Deus — são
considerados pela tradição judaica, desde o século 1 a.C, o resumo dos 613
preceitos depreendidos da lei de Moisés. Essa é vista por muitos como a maior
declaração do Antigo Testamento. Os dois primeiros preceitos falam do
compromisso horizontal com o nosso próximo; e o terceiro, de compromisso
vertical com Deus. Isso vale para todos os seres humanos e é paralelo ao ensino
de Jesus: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos
(Mt 22.37-40).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O grande mandamento é este: amar a Deus acima de todas as coisas e
ao próximo como a si mesmo.
CONCLUSÃO
A lição para todos nós é esta: O que importa para Deus não é o que
fazemos na Igreja, mas a nossa vivência com a família, o que fazemos no
trabalho e como relacionamo-nos com a sociedade. Sem o verdadeiro
arrependimento e um profundo compromisso com Deus, todas as práticas religiosas
não passam de rituais vazios e completamente desprovidos de valor espiritual.
VOCABULÁRIO
Pitoresca: Divertido, recreativo.
Antropomórfica: Conceito que visualiza Deus como possuindo forma humana.
Controvérsia: Disputa, polêmica.
Retórica: Pergunta que não exige resposta.
Libação: Líquido ou mistura de líquidos derramados sobre a oferta como
parte do sacrifício.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1 ed.,
RJ: CPAD, 2009.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1
ed., RJ: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1. Qual o assunto do livro de Miqueias?
R. O assunto do livro é a ira divina em relação aos pecados de
Samaria e de Jerusalém.
2. Qual a definição de obediência?
R. É acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar.
. Qual o significado da palavra “rito” e quais são os
dois rituais do cristianismo?
R. Cerimônia religiosa, uso, costume, hábito, forma, processo,
modo. E os dois rituais do cristianismo são o batismo e a ceia do Senhor.
4. Desde quando o estilo de vida que agrada a Deus foi
comunicado ao povo?
R. Desde Moisés.
5. Qual é a maior declaração do Antigo Testamento?
R. Os três preceitos — praticar a justiça, amar a beneficência
e andar humildemente com Deus.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram contemporâneos,
o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C. Eles viveram no
período do esplendor profético dos hebreus. Isaías era profeta da corte e
conselheiro da casa real, ao passo que Miqueias era profeta do campo. Ambos
eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério
no reino do Norte, em Samaria.
O título de cada livro profético nem sempre quer dizer ser ele o
seu redator ou mesmo o orador que pronunciou tais oráculos. A profecia
escatológica sobre Sião, em Isaías 2.3, reaparece em Miqueias. Ambos foram
contemporâneos e profetizaram em Judá, sendo que Isaías era profeta da corte,
na capital, e seu companheiro do campo, mas é difícil saber a fonte literária original”
(SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra.
1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.116).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“[...] Miqueias previu uma segunda vinda de Davi (cf. Jr 30.9; Ez
34.23,24; 37.24,25). Ao que parece, este é o significado da famosa profecia
registrada em Miqueias 5.2: ‘E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre
milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens
são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’. A associação do
futuro rei com Belém e a referência às suas origens estarem nos tempos antigos
dão a entender que a reaparição do próprio Davi está em vista. Claro que esta é
uma predição messiânica. Outros profetas (por exemplo, Isaías em Is 9.6,7;
11.1,10) e a revelação bíblica subsequente deixam claro que estas referências a
Davi se cumpriram no Messias que, como o Filho de Davi, reinará no espírito e
poder do seu ilustre antepassado.
Em Miqueias 5.2, a atenção é dada à insignificância relativa de
Belém entre os clãs de Judá. Ironicamente, o rei escolhido do Senhor surgiria
desta pequena cidade. Este padrão de Deus elevar o pequeno e insignificante
ocorre em outros textos do Antigo Testamento (Gn 25.23; 48.14; Jz 6.15; 1 Sm
9.21).
Este rei, que surge de tais origens humildes, protegerá o povo como
um pastor (o mesmo foi dito acerca de Davi; 2 Sm 5.2; Sl 78.71,72). Reinando
pelo poder do Senhor, a sua fama alcançará proporções universais (Mq 5.4). Ele
e o vice regente evitarão que o mais poderoso dos inimigos de Israel
(simbolizado aqui pela Assíria, o inimigo tradicional de Israel) invada a terra
(Mq 5.5,6).
Junto com a restauração do rei davídico, Miqueias também profetizou
uma reversão na sorte de Jerusalém. Miqueias advertiu que esta cidade,
escolhida por Davi como capital e local do templo do Senhor, seria sujeita ao
sítio (Mq 5.1) e reduzida a entulhos (Mq 3.12). Ele personificou a cidade em
sua humilhação como uma mulher em trabalho de parto, estorcendo-se em agonia
para dar à luz (Mq 4.9,10). Da perspectiva do exílio, Jerusalém personificada
reconhece a justiça do castigo de Deus e prevê o dia da justificação e
restauração (Mq 7.8-12). Utilizando a imagem de Miqueias 4.9,10, o profeta
comparou a volta do povo exilado em Sião a dar à luz (Mq 5.3). No futuro, o
Senhor livraria Jerusalém dos que a atacavam (Mq 4.11-13)” (ZUCK, R. B.
(Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.444).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Miqueias: A importância da obediência
Miqueias profetizou nos mesmos dias em que profetizaram Amós e
Isaías. Isso nos deve fazer refletir que diversos profetas ministraram ao mesmo
tempo em determinadas épocas. Portanto, em um mesmo período, Deus se utilizou
de servos que ministraram ao mesmo tempo, para as duas nações, de forma que o
testemunho de Deus sempre estivesse presente entre os hebreus.
Miqueias apresenta sua profecia a Judá e Israel, mostrando que Deus
é o responsável por julgar a falta de temor do povo para com seu Deus. Ele
denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os sacerdotes ímpios que
enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de direcioná-los a uma vida
mais próxima de Deus. Por mais que se pratique de forma correta os rituais que
a Lei ordena, esses rituais não podem ser suficientes se o coração do povo
mantinha seus pecados. Deus estava irado com Samaria e Jerusalém, pois o povo
não o adorava de coração. Isso não significa que Deus abomina rituais. Ele
mesmo prescreveu em Levítico a liturgia e as festas religiosas. O que deixou
Deus irado foi o povo imaginar que seguindo corretamente os rituais, estariam
isentos de uma vida de fé e das obrigações sociais da Lei quanto ao auxílio dos
pobres. “Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de
azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre,
pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que
o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e
andes humildemente com o teu Deus?” (Mq 6.7,8). O profeta deixa claro o desejo
de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a Igreja do
Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não soberba
diante de nossos pares e do próprio Deus.
Miqueias nos mostra também a grandiosidade de um Deus que possui em
suas mãos a capacidade de julgar seu povo, mas que também tem a grandiosa
capacidade de perdoar: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a
iniquidade e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O SENHOR
não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade” (Mq 7.18).
Miqueias também anuncia que Belém há de ser o lugar em que o Messias haveria de
nascer: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me
sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os cias da eternidade” (Mq 5.2).
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Revista 3Tr23, na íntegra
Escrita Lição 7, Betel, Miquéias – Um viver de acordo com
os caminhos do Senhor
EBD, Revista Editora Betel, 3° Trimestre De
2023 TEMA: PROFETAS MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus.
Anunciando a esperança da salvação através do Messias.
TEXTO ÁUREO
“Eu, porém, esperarei no Senhor; esperei no Deus da minha
salvação; o meu Deus me ouvirá.” Miquéias 7.7
VERDADE APLICADA
Somos chamados a cumprir a missão de anunciar a Palavra
de Deus no poder do Espírito Santo, com amor e fidelidade ao Senhor.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o cenário da mensagem de Miqueias
Destacar a ganância e a insensibilidade do povo
Apresentar lições do livro de Miquéias para os dias de hoje
TEXTOS DE REFERÊNCIA - MIQUÉIAS 1.1-3, 5
1 Palavra do Senhor, que veio a Miquéias, morastita, nos
dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e
Jerusalém.
2 Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude; e seja o
Senhor Jeová testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade.
3 Porque eis que o Senhor sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as
alturas da terra.
5 Tudo isto por causa da prevaricação de Jacó e dos pecados da casa de Israel.
Qual é a transgressão de Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não é
Jerusalém?
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – SI 51.17 Deus não despreza um coração
quebrantado.
TERÇA – Pv 17.5 Escarnecer do pobre é insultar o Criador.
QUARTA – Jo 1.8 A importância de testificar da luz, que é Cristo
QUINTA – 2Co 5.20 O ministério da reconciliação.
SEXTA – Ef 2.7-8 A salvação é pela graça.
SÁBADO – 1Pe 2.9 Geração eleita, sacerdócio real, nação santa.
HINOS SUGERIDOS: 141, 432, 440
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus por coragem para pregar contra o pecado e as
injustiças que nos assolam.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA MIQUÉIAS
1.1. Conhecendo um pouco mais o profetas
1.2. A mensagem do profeta
1.3. Os falsos profetas
2- A GANÂNCIA E A INSENSIBILIDADE
2.1. A crise da integridade
2.2. A verdadeira religião
2.3. Juízo e esperança
3- MIQUÉIAS PARA HOJE
3.1. Esperança em meio à aflição
3.2. Apelo à fidelidade e à justiça
3.3. A esperança na misericórdia do Senhor
INTRODUÇÃO
A profecia de Miquéias é uma denúncia contra o pecado, os
falsos profetas, as injustiças sociais e a corrupção, mas, também, contém
palavras que revelam a misericórdia de Deus.
PONTO DE PARTIDA
Devemos praticar a justiça e a misericórdia.
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA MIQUÉIAS
A opressão do povo assírio foi usada como instrumento de
Deus para disciplinar o povo de Israel; desta forma, as palavras proféticas de
Miquéias ecoaram antes, durante e um pouco após o ataque da Assíria. O primeiro
versículo do livro de Miquéias situa o leitor sobre a periocidade de
seu ministério que foi durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de
Judá [Mq 1.1].
1.1. Conhecendo um pouco mais o profetas
Sabe-se pouco a respeito da vida pessoal do profeta. Seu
nome era Miquéias [Mq 1.1.]; lugar onde morava – morastita
– Moresete-Gate [Mq 1.1,14]; a época em que profetizou foi “nos dias
de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” [Mq 1.1]; e sua mensagem foi dirigida
para Samaria e Jerusalém [Mq 1.1]. O nome Miquéias significa “Quem é como
Jeová?”. Este nome era um nome muito comum à época e pode ter as variações de
Mica e Micaías. Segundo os estudiosos do Antigo Testamento, o profeta Miquéias
e o profeta Isaías foram contemporâneos e, possivelmente, isso explique a
semelhança entre seus textos [Is 2.2-4; Mq 4.1-3].
SUBSÍDIO 1.1
R. N. Champlin: “O nome Miquéias vem de uma palavra
hebraica que significa “Quem é como Yaweh?”. O nome do autor do livro de
Miquéias aparece na Septuaginta como Michaías. A Vulgata Latina diz Michaeas.
Ele foi o autor do livro que figura em sexto lugar na disposição dos profetas
menores, segundo o nosso cânon do Antigo Testamento. No texto do cânon
hebraico, aparece no “livro dos doze profetas”; e, na Septuaginta, aparece em
terceiro lugar entre esses profetas. O seu livro é mencionado por Ben Siraque
[Eclesiástico 48.10], de maneira tal que fica confirmada a sua aceitação, desde
tempos antigos, como parte das Sagradas Escrituras do Antigo Testamento.”
1.2. A mensagem do profeta
As palavras proféticas de Miquéias se dirigiram às
cidades de Samaria, capital do reino do Norte, e Jerusalém, capital do
reino do Sul. Suas palavras foram de denúncias contra os habitantes e contra seus
governantes. A época em que o profeta viveu foi um período de corrupção e
violência no reino de Judá [Mq 7.2-4], A mensagem do profeta Miquéias
era uma dura advertência ao povo, pois havia rejeitado a Deus e Suas leis. O
juízo de Deus era iminente sobre os infiéis, no entanto Miquéias trazia consolo
e esperança para uma minoria que permaneceu fiel a Deus, para esses havia uma
promessa de restauração.
SUBSÍDIO 1.2
Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical –
2° Trimestre de 2008, p. 34-35): “Miquéias, Amós, Isaías e Oséias são chamados
profetas éticos, por causa da ênfase que deram à exigência de conduta reta por
parte dos adoradores de Jeová. Esta é uma característica dos profetas dos
séculos oitavo e sétimo antes de Cristo, e deve-se a três fatores principais:
a) a deterioração do comportamento religioso dos hebreus;
b) as especulações sobre o caráter de Deus;
c) a evolução do conceito de justiça divina.”
1.3. Os falsos profetas
Em meio a tanta apostasia, corrupção e violência, o
esperado era que surgissem também falsos profetas. Contra eles, Miquéias também
dirigiu suas palavras proféticas com coragem e ousadia: “…e os seus profetas
adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o
Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá” [Mq 3.11]. A liderança em
geral aceitava subornos: “Os seus chefes dão as sentenças por presentes, e os
seus sacerdotes ensinam por interesse” [Mq 3.11]. Tanto o povo quanto seus
líderes civis e religiosos caminhavam longe das leis e da justiça de Deus.
Contra esse estado de coisas, o profeta, como um arauto, anunciou a salvação
[Mq 4-5]. Ele falou da destruição, mas também anunciou a salvação.
SUBSÍDIO 1.3
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel
Dominical – 2° Trimestre/1994, p. 30) comentou sobre a infidelidade dos líderes
para com Deus nos tempos de Miquéias: “A verdade e o juízo devem ser o
compromisso de cada cidadão, principalmente daqueles que exercem a autoridade [
Jó 29.14-17], Infelizmente, há casos em que o pecado obscurece a visão de
algumas pessoas, a ponto de inverter o padrão de vida espiritual [2Tm 4.10;
2.4-5]. Como nos dias de Miquéias, temos presenciado líderes que se
distanciaram do propósito divino [ Ap 2.5].” Podemos conectar Miquéias 3 com 2
Pedro 2, pois o apóstolo diz que como “houve entre o povo falsos profetas…entre
vós haverá também falsos doutores”.
EU ENSINEI QUE:
O remédio para uma sociedade adoecida moral, ética e
espiritualmente é se voltar para Deus em sincero e verdadeiro arrependimento.
2- A GANÂNCIA E A INSENSIBILIDADE
A cobiça pelas propriedades alheias predominava
entre aqueles mais abastados, os governantes e os líderes religiosos, uma vez
que a riqueza era avaliada pela quantidade de terras que se possuía. Para que tal
objetivo fosse alcançado, não se importavam em oprimir e defraudar seus
compatriotas [Mq 2.1-2]
2.1. A crise da integridade
Como já dito anteriormente, a crise ética, moral e
espiritual permeava toda a sociedade daquela época. Mesmo sendo o povo
escolhido de Deus, há muito Israel não escolhera mais o Senhor como Deus em
suas vidas. Haviam adotado o estilo de vida dos povos pagãos, bem como a
corrupção dos mais influentes contra os mais vulneráveis. Quando os camponeses
encontravam dificuldade em produzir aquilo que lhes era exigido para custear o
alto estilo de vida das pessoas mais abastadas e influentes, os proprietários
de terras tomavam as suas propriedades e posses, e subornavam os juízes,
influenciando as decisões da justiça.
SUBSÍDIO 2.1
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel
Dominical – 2° Trimestre/1994, p. 30): ““Ai daqueles que no seu leito maquinam
iniquidades” [Mq 2.1]. No primeiro capítulo o pecado do povo eleito refere-se
ao pecado de Samaria que se alastrou até Jerusalém [Mq 1.9]. A injustiça dos
que detém o poder [Is 5.8, 14] permeia todo o capítulo dois. Os poderosos são
acusados de explorarem os pobres, violentando seus lares e oprimindo os
humildes [Mq 2.1, 4], “Têm poder em suas mãos” [Mq 2.1] Qual poder? Certamente
o poder econômico, que compra os “outros poderes”, abrindo assim caminho para
agirem soberbamente, satisfazendo sua insaciável vontade de possuir [Pv 14.34;
29.2].”
2.2. A verdadeira religião
Diante de todo o quadro até agora visto, seria coisa
muito difícil retomar a vida com Deus? Seria possível para aquele povo fazer um
concerto com Deus? Miquéias clamou por um arrependimento sincero, ele anunciou
o juízo iminente, que seria enviado pelo Senhor. Chamou o povo de Deus a agir
com justiça, a amar a misericórdia e a andar humildemente com Deus. O próprio
profeta deu a receita do que seria a verdadeira religião diante de Deus:
“Agradar-se-á o Senhor de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite?
Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo
pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o
Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e
andes humildemente com o teu Deus?” [Mq 6.7-8]. Há nas palavras de Miquéias o
encorajamento necessário a todos que genuinamente desejam servir a Deus.
SUBSÍDIOS 2.2
Lições Bíblicas – 4° Trimestre de 2012, CPAD – Subsídios
Ensinador Cristão: “Ele denuncia os falsos profetas, os líderes desonestos e os
sacerdotes ímpios que enganavam o povo e o conduziam ao pecado, ao invés de
direcioná-los a uma vida mais próxima de Deus. Por mais que se pratique de
forma correta os rituais que a Lei ordena, esses rituais não podem ser
suficientes se o coração do povo mantinha seus pecados. Deus estava irado com
Samaria e Jerusalém, pois o povo não o adorava de coração. Isso não significa
que Deus abomina rituais. Ele mesmo prescreveu em Levítico a liturgia e as
festas religiosas. O que deixou Deus irado foi o povo imaginar que seguindo
corretamente os rituais, estariam isentos de uma vida de fé e das obrigações
sociais da Lei quanto ao auxílio dos pobres [Mq 6.7-8]. O profeta deixa claro o
desejo de Deus para os israelitas, numa referência que serve também para a
Igreja do Senhor: a prática da justiça, o amor à bondade e o andar de forma não
soberba diante de nossos pares e do próprio Deus.”
2.3. Juízo e esperança
O profeta advertiu que os assírios dominariam o povo de
Israel e isso seria tão devastador, que quem observasse não entenderia como um
povo escolhido por Deus estava naquela situação ou diria que Deus retirou o Seu
favor deles. Miquéias interpreta a invasão assíria como julgamento de Deus
contra Jerusalém. Eles não somente perderiam tudo, como também seriam entregues
nas mãos de um povo terrível e cruel. Contudo, Miquéias não anunciou somente o
juízo de Deus, ele também profere palavras de esperança e salvação. Ele mostrou
também um caminho de esperança, pois Deus é justo para salvar o inocente e o
que se converte dos seus maus caminhos.
SUBSÍDIO 2.3
Ao longo do Antigo Testamento, em vários momentos do povo
de Deus, vemos o Senhor enviando castigo por causa dos pecados de Israel.
Porém, também é atestado que tais momentos não significavam que o Senhor
rejeitara Israel para sempre. Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel
Dominical – 2° Trimestre/1994, p. 31): “Antes mesmo de acontecerem os juízos
sobre Samaria e Jerusalém, vemos Deus demonstrando o amor pelo seu povo ao
anunciar sua restauração [Mq 4.6-7].”
EU ENSINEI QUE:
A nossa comunhão com Deus deve se revelar na maneira como
tratamos outras pessoas.
3- MIQUÉIAS PARA HOJE
A profecia de Miquéias, apesar de ter sido direcionada ao
povo de Jerusalém e Judá, aborda temas que nunca deixaram de existir em todas
as sociedades em todos os tempos. Ele denunciou os pecados, a corrupção, as
injustiças e os falsos profetas. Apesar de Miquéias ter anunciado o iminente
juízo de Deus, também profetizou esperança e restauração mediante o
arrependimento e a misericórdia de Deus.
3.1. Esperança em meio à aflição
O profeta, em meio ao caos em que se encontrava, profere
palavras de esperança em meio à aflição: “Eu, porém, esperarei no Senhor;
esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.” [Mq 7.7]. Miquéias
encontrou em Deus a solução para os males que o afligiam. O profeta confiou no
juízo e na misericórdia de Deus e sabia que tudo estava sob Seu controle. Essa
certeza traz a Miquéias a força necessária para continuar sua missão, ainda que
não houvesse qualquer sinal de mudança daquele cenário, pois, por todos os
lados havia pecado, deuses estranhos e injustiças.
SUBSÍDIO 3.1
Richard Julius Sturz (Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque e Sofonias – Introdução e comentário, Vida Nova, 2001, p. 276):
“A despeito da impiedade generalizada (v. 2), a despeito da opressão política
(v. 3), a despeito da desagregação da família (w. 5-6), ele (Miquéias) olhará
para Iavé, o Deus da aliança (cf. Js 24.14-15). Deus está presente, e Miquéias
confiará, por mais que ele pareça “ausente”. “Esperarei” indica que sua
confiança está no Deus que salva. Miquéias observa o futuro para ver Deus
intervir. Desde o capítulo 2, isso tem sido uma constante em sua profecia. O
mesmo conceito aparece com frequência nos Salmos (cf. especialmente SI 38.15;
42.5; 130.5). Aqui, como em outras passagens, Miquéias depende totalmente de
Deus para a salvação.”
3.2. Apelo à fidelidade e à justiça
Deus quer que Seu povo viva à altura dos padrões morais e
éticos que Ele traçou. Nos dias de Miquéias, muitos deixaram de viver à altura
dos altos padrões divinos. Deus os havia livrado da escravidão egípcia e os estabelecera
como nação. Convocou-os a ser uma sociedade exemplar que atraísse para Ele
outras nações [Dt 4.5-6], No entanto, eles exploraram os pobres e se dedicaram
com egoísmo à busca de suas próprias vantagens. Rebelaram-se contra a autoridade de
Deus e rejeitaram os seus profetas.
SUBSÍDIO 3.2
Hernandes Dias Lopes (Miqueias: a justiça e a
misericórdia de Deus): “A mensagem de Miquéias vem ao encontro da criminalidade
nas ruas e, ao mesmo tempo, denuncia os poderosos sobre a injustiça que os
povos de hoje passam e sofrem por não haver quem os defenda. Os homens
poderosos continuam arrogantes como na época de Miquéias, mudaram apenas as
épocas, mas a injustiça prossegue sendo praticada.”
3.3. A esperança na misericórdia do Senhor
Miquéias apontou os pecados de Israel e Judá como sendo a
idolatria [Mq 1.5-9], a exploração dos mais pobres [Mq 2.1-2-3.1-3] e a falsa
religiosidade [Mq 3.5-7]. Eles sofreriam o julgamento de Deus e o cativeiro
seria o seu destino [Mq 2.10; 6.9-16], Tanto o reino do norte quanto o reino do
sul experimentaram o cativeiro. O reino do norte foi destruído, mas Judá, reino
do sul, não foi exterminado. A nação não seria exterminada totalmente. Assim
como o profeta denunciou o pecado, ele também anuncia a misericórdia de Deus
àqueles que O buscam com o coração arrependido [Mq 7.18].
SUBSÍDIO 3.3
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Antigo Testamento.
CPAD, 2009, p. 444): “Junto com a restauração do rei davídico, Miquéias também
profetizou uma reversão na sorte de Jerusalém. Miquéias advertiu que esta
cidade, escolhida por Davi como capital e local do templo do Senhor, seria
sujeita ao sítio [Mq 5.1] e reduzida a entulhos [Mq 3.12], Ele personificou a
cidade em sua humilhação como uma mulher em trabalho de parto, estorcendo-se em
agonia para dar à luz [M q4.9-10]. Da perspectiva do exílio, Jerusalém
personificada reconhece a justiça do castigo de Deus e prevê o dia da
justificação e restauração [Mq 7.8-12], Utilizando a imagem de Miquéias 4.9-10,
o profeta comparou a volta do povo exilado em Sião a dar à luz [Mq 5.3]. No
futuro, o Senhor livraria Jerusalém dos que a atacavam [Mq 4.11-13].”
EU ENSINE! QUE:
A misericórdia de Deus prevalece sobre a Sua ira quando o
Seu povo se arrepende dos seus maus caminhos.
CONCLUSÃO
A mensagem de Miquéias ensina o segredo para aqueles que
desejam permanecer firmes apesar das circunstâncias – o segredo é manter os
olhos fixos em Deus e não nas circunstâncias.