Lição 2, O Nascimento de JESUS, 3 parte e 4 parte com questionário

Lição 2, O Nascimento de JESUS, 3 parte e 4 parte com questionário

 
III - O NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
1. A NOBREZA DOS POBRES.
No Novo Testamento encontramos uma espécie de modificação nas atitudes diante das questões econômicas em geral e da pobreza em particular. Ali o estado abençoado por DEUS parece envolver a adversidade, e não a abundância material, porquanto os primeiros discípulos de JESUS foram homens perseguidos, e, naturalmente, empobrecidos.
a. «Bem-aventurados vós os pobres...» é a declaração simples de Luc. 6:20. O evangelho é anunciado aos pobres (Luc. 4:18).
b. JESUS reconheceu o caráter permanente da pobreza entre os povos do mundo (ver Mat. 26:11; Mar. 14:7; comparar com Deut. 15:11), embora isso não signifique que ele fosse indiferente para com os sofrimentos causados pela pobreza material.
c. A vida espiritual é viável mesmo em meio à pobreza (Mar. 12:42 ss; Tia. 2:2-5); mas Paulo interessava-se em que os crentes trabalhassem e tivessem o suficiente, de modo a não encontrarem obstáculos em sua atuação cristã, o que ele exemplificou com os seus esforços pessoais (ver II Cor. 9:8). O próprio apóstolo dos gentios sabia o que era desfrutar de abundância e o que era sofrer privações, e continuava atuando no evangelho sob ambas essas condições (ver Fil. 4:12).
d. Os cristãos primitivos foram ensinados a não se sentirem imunes à pobreza (Rom. 15:26; Gál. 2:10).
e. Os crentes deveriam ajudar aos pobres (Mat. 19:21; II Cor. 8:2 ss; I João 3:17 ss).
f. Aqueles que ajudam meramente de palavra, mas não em ação, são hipócritas (Tia. 2:15 ss). Viver segundo a lei do amor é a grande prova da espiritualidade, e um aspecto disso é a ajuda prestada aos pobres. Ver I João 4:7,8; II Cor. 8:2 ss .
g. O favoritismo no seio da Igreja, com base na prosperidade econômica, é proibido aos crentes (Tia. 2:5-9).
h. O ofício eclesiástico dos diáconos veio à existência devido à pobreza entre a classe das viúvas de origem grega (Atos 6:1-7).
i. A Igreja primitiva, em Jerusalém, experimentou a partilha dos bens materiais em comum, embora sobre bases voluntárias. Aqueles que quisessem participar da experiência podiam fazê-lo, e aqueles que preferiam manter suas propriedades privadas, e não quisessem participar, não eram forçados a fazê-lo. Essa experiência foi ocasionada por uma extrema pobreza causada pela perseguição, que envolvia somente os crentes e não era nenhuma decisão nacional de estabelecer uma forma diferente de governo (Atos 4:34 ss). Essa experiência foi eficaz dentro das circunstâncias particulares do momento mas não se tornou um padrão a ser seguido pela Igreja em geral, como também a história deixa claro.
j. A abundância material pode ser prejudicial à fé religiosa e destrutiva da piedade, conforme afirmaram tanto JESUS (ver Mat. 19:24) como Tiago (Tia. 5:1 ss). O texto da epístola de Tiago deixa claro que os ricos, que assim sendo, têm poder, tornam-se abusivos, injustos, arrogantes, negligentes espiritualmente, participando de prazeres pecaminosos destrutivos.
1. A raiz de todas as formas de mal é o amor ao dinheiro (I Tim. 6:10).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 307.
 
Evangelizar os pobres (18), ou “pregar o evangelho aos pobres”. O termo evangelho significa “boas-novas” ou “boas notícias”. Os pobres pareciam mais dispostos a ouvir JESUS. As suas necessidades faziam com que eles se voltassem para o Salvador. Ninguém, rico ou pobre, consegue encontrar JESUS até que perceba sua destituição espiritual, busque a CRISTO, e confesse a Ele as suas necessidades.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 387.
 
Por isso, a segunda coisa que JESUS diz para caracterizar a proclamação que lhe fora confiada é que ela precisa ser levada aos pobres, aos pedintes e mendicantes, i. é, aos que se encontram fracos e com o coração deprimido, prostrando-se por isso em súplica perante DEUS, uma boa mensagem que alegra justamente a estes. – Por isso, lemos no v. 18:
Ele me enviou para evangelizar aos indigentes.
Aqueles que têm consciência dessa sua miséria (cf. a primeira bem-aventurança do Sermão da Montanha) são receptivos para a boa nova da graça. “JESUS não se considera enviado aos que acreditam que não precisam de ajuda nem de quem os auxilie, mas àqueles que sofrem com a própria situação e com a situação do mundo, esperando por socorro. É para estes que a mensagem de JESUS é notícia alegre”, diz um comentarista. O fato de que as ilustrações são retiradas da esfera social, anunciando primeiro aos indigentes e desprezados na vida a salvação e alegria, não constitui apenas uma predileção de Lucas, mas está profundamente embasado em toda a revelação de DEUS com tal, porque representava a vinda de DEUS aos humanos. Não obstante Lucas não perde nenhuma oportunidade para dar destaque especial a esse aspecto. Afinal, não há melhor forma de retratar a graça do que pela condescendência com o que não é nada.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
 
2. A REALEZA DO MESSIAS.
O nascimento do CRISTO dos pastores, mas não o CRISTO dos mercenários “Ora, havia, naquela mesma comarca, pastores que estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é CRISTO, o Senhor. E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a DEUS e dizendo: Glória a DEUS nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens! E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu, disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber. E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o menino deitado na manjedoura” (Lc 2.8-16).
Esse texto mostra a celebração que esses pastores fizeram por ocasião do nascimento de JESUS. Houve muita alegria entre aqueles camponeses. DEUS em sua grandeza contemplou os pequenos!
O nascimento do CRISTO dos magos, mas não o CRISTO da magia. A estrela de CRISTO brilhou no coração desses magos.
Infelizmente o CRISTO que está sendo festejado hoje não é mais o CRISTO dos magos, mas o CRISTO da magia. A magia não está mais restrita às seitas esotéricas, mas pode também ser encontrada em muitos cultos evangélicos!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 28-29.
 
Observação do Ev. Luiz Henrique - Os magos ou astrólogos visitaram JESUS já com quase dois anos de idade e em uma casa, não mais em uma manjedoura.
Mt 2.11 E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe...
Mt 2.16 Então Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito, e mandou matar todos os meninos que havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.
 
«...nasceu na cidade de Davi...». Aqui encontramos o paradoxo da encarnação. Quão estranhamente se combinam as palavras destes versículos: «...o Salvador...CRISTO, o Senhor...uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura... Essas frases têm sido ouvidas e lidas tão freqüentemente que a primeira impressão deixada por elas já se embotou para muitos. Não obstante, por si mesmas devem ter parecido a princípio impossíveis e inacreditáveis. Seria uma manjedoura lugar próprio para aquele que foi enviado pelo DEUS altíssimo? Um estábulo seria o lugar onde se esperaria encontrar o Salvador recém-nascido? No entanto, o mistério e a maravilha da encarnação se fazem presentes precisamente no fato que essas coisas assim aconteceram. Pois por ocasião do nascimento de JESUS, em Belém, e em tudo que a vida de JESUS haveria de revelar posteriormente, encontramos a mensagem de que não somente existe DEUS, mas também que DEUS se aproxima extraordinariamente de nós. Crer que DEUS está acima de nós é uma coisa. Crer que DEUS é uma força suficiente para nós é uma confiança inteiramente diferente, inspiradora. E crer que DEUS é não somente todo-poderoso, mas também se mostra todo-suficiente, e é DEUS conosco, DEUS próximo de nós, é algo que nem podemos começar a compreender, e é a melhor de todas as coisas» (Walter Russel Bowie, in loc.).
Naturalmente que devemos observar, em companhia de quase todos os comentaristas das Escrituras, que a humildade do nascimento de JESUS concorda com a posição por ele ocupada na vida, e com as suas maneiras. E também se coaduna com aqueles para quem veio ministrar. Ele tratava com as pessoas em suas ocupações ordinárias, trabalhou como carpinteiro, falava sobre mulheres que teciam e amassavam a massa, sobre o semeador em seu trabalho de semeadura, e sobre os pastores que vigiavam os seus rebanhos. JESUS cresceu como todo homem deve crescer, e desenvolveu-se como todo homem deveria fazê-lo. Aprendeu a andar com DEUS, e, na qualidade de homem, desenvolveu grandes poderes espirituais. JESUS foi, ao mesmo tempo, o caminho e o indicador do caminho. E do modo como ele andou também nos compete andar; e assim como ele compartilhou plenamente de nossa natureza, assim também haveremos de compartilhar plenamente da dele.(Ver Fil. 2:7; Rom. 8:29 e Efé. 1:23).
«Existem alguns trechos, nas Escrituras, onde as palavras CRISTO e Senhor aparecem juntas. No cap. 23:2 temos CRISTO, o Rei, e em Atos 2:36 encontramos CRISTO e Senhor. E não vejo outra maneira de compreender a palavra ‘Senhor’ senão como um paralelo do termo hebraico DEUS» (Alford, in loc., apoiado por outros comentaristas e intérpretes, como Wordsworth). A conexão entre CRISTO e Senhor também ocorre em Col. 3:24. O povo, ao tempo do império romano, acostumara-se a intitular o imperador de «Salvador»; mas os cristãos aplicam esse titulo a JESUS CRISTO. Muitas dificuldades e perseguições houve contra os cristãos, por causa dessa doutrina.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 29.
 
Qual era a mensagem que o anjo deveria transmitir aos pastores, w. 10-12.1. Ele ordena que os seus temores sejam suspensos: “Não temais”, pois eu não tenho nada a dizer que vocês precisem temer.
Ele lhes traz uma notícia que lhes causará muita alegria: “Eis aqui vos trago novas de grande alegria”.
Eu declaro isto solenemente, e vocês têm razão para receber bem esta notícia, pois ela trará alegria a todo o povo, e não somente ao povo dos judeus. “Na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é CRISTO, o Senhor” (v. 11); o Salvador que há tanto tempo é esperado. JESUS é o CRISTO, o Messias, o Ungido; Ele é o Senhor, o Senhor de tudo; Ele é um príncipe soberano; ou melhor, Ele é DEUS, pois o Senhor, no Antigo Testamento, significa Jeová. Ele é o Salvador, e será o Salvador somente para aqueles que o aceitarem como seu Senhor. Nasceu o Salvador, nasceu hoje; e, como isto é motivo de grande alegria para todo o povo, não deve ser mantido em segredo, vocês podem proclamá-lo, podem contar a quem quiserem. Ele nasceu no lugar onde estava predito que Ele nasceria, “na cidade de Davi” ; e Ele nasceu para vocês; a vocês, judeus - Ele é enviado, em primeiro lugar, para abençoar vocês; a vocês, pastores, ainda que sejam pobres e humildes no mundo. Isto se refere a Isaías 9.6, “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu” . A vocês, homens, não a nós, anjos; Ele não assumiu a natureza dos anjos. E é motivo de alegria, realmente, a todo o povo, uma grande alegria. Aquele que foi esperado por tanto tempo veio afinal. Que o céu e a terra se alegrem diante do Senhor, pois Ele veio.
Ele lhes dá um sinal para a confirmação da sua fé nesta notícia. “Como vocês irão encontrar esta criança em Belém, que agora está cheia de descendentes de Davi? Vocês o encontrarão com este sinal: “achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”, onde certamente nenhum recém-nascido jamais esteve”. Eles esperavam ouvir “Vocês o encontrarão (embora seja bebê, envolto em mantos, e deitado na melhor casa da cidade), deitado com pompa, com uma grande quantidade de criados vestidos com ricos uniformes”. E não, “achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”. Quando CRISTO estava aqui, na terra, Ele se distinguia e se notabilizava tanto pelo seu poder, como pelos exemplos da sua humilhação.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 529.
 
Vos nasceu hoje... o Salvador (11). Esta é a palavra favorita de Lucas e também do seu companheiro Paulo. Os termos “Salvador” e “salvação” aparecem mais de quarenta vezes nos seus escritos, ao passo que aparecem raramente nos outros livros do Novo Testamento. Não é apenas o fato da chegada do Salvador que constitui as boas-novas da mensagem do anjo, mas a natureza da Sua salvação. Embora os pastores pudessem provavelmente ter interpretado aquela salvação como sendo material e política, todo o Novo Testamento é inequívoco na sua interpretação como sendo moral e espiritual. O bebê anunciado pelos anjos seria o Salvador que os libertaria do pecado.
Fica claro que os anjos desejavam que os pastores fossem e vissem o Salvador, pelo fato de que lhes indicaram o lugar - a cidade de Davi, a própria cidade deles. Além disto, o anjo lhes deu um sinal para que pudessem identificar o Salvador.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. LucasEditora CPAD. Vol. 6. pag. 372.
 
 
IV - O NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
1. JUDEUS PIEDOSOS.
Simeão: o cântico de Simeão.
Simeão era nome bem comum, e com esse nome figuram diversos personagens bíblicos bem conhecidos. Alguns têm pensado que esse Simeão tivesse sido filho do famoso rabino Hilel e pai de Gamaliel, mencionado em Atos 5:34, e que foi o mestre de Saulo de Tarso. Acerca disso não possuímos qualquer informação segura. Mas os pormenores com que contamos são suficientes em si mesmos. Simeão era homem justo, piedoso, devoto (palavra empregada somente por Lucas, neste ponto, e em parte alguma do N. T. encontrada além desta passagem; significa temente a DEUS, e os seus cognatos podem ser encontrados em Heb. 4:5-7 e 12:28. Quando aplicada a questões religiosas enfatiza o elemento da circunspecção, da cautela, da observância cuidadosa dos preceitos divinos, e por isso mesmo expressa muito bem a ideia da piedade, segundo é retratada no V. T., com suas muitas leis e ordenanças. Ver também Atos 2:5). Esse homem, pois, esperava a consolação de Israel, o que é uma referência direta à promessa e às profecias messiânicas. Pelo texto também ficamos sabendo que ele recebeu uma revelação especial para entender aquele acontecimento, e que o mesmo deveria estar bem próximo. (Ver os vss. 35 e 30). O vs. 35 indica, igualmente, que ele percebeu que o sofrimento faria parte do destino do Messias, tanto quanto a glória; mas essa glória futura do Messias não é omitida. Se Simeão entendeu ou não perfeitamente tudo quanto estava envolvido nessas profecias, não sabemos dizer; mas o mais certo é que ele não percebia todo o seu alcance. Lemos, na história, que Simeão não era o único a esperar pelo Messias, naqueles dias, pois através da leitura das profecias de Daniel, tal como aquela encontrada em Dan. 9:26, um remanescente esperava o cumprimento das promessas messiânicas justamente no tempo de JESUS CRISTO.
Algumas lendas se têm desenvolvido em torno da pessoa de Simeão, como no caso de muitas outras histórias presas ao Antigo ou ao Novo Testamentos, onde realmente não possuímos qualquer informação sólida que esclareça as identidades. Entretanto, o evangelista teve o cuidado de tornar conhecida a identidade desse homem quanto ao seu estado espiritual, embora não nos informasse sobre as suas circunstâncias humanas.
«Revelara-lhe o ESPÍRITO SANTO...». Sabemos tão-somente que Simeão gozava de uma presença especial do ESPÍRITO SANTO e sua orientação, análoga àquela forma superior de vida espiritual que, em dias mais antigos, era expressa pela expressão «andar com DEUS». Lucas indica que, por causa dessa unção especial do espírito, Simeão foi conduzido ao templo naquele dia particular, e que reconheceu ao CRISTO. Tudo isso parece indicar alguma forma especial de manifestação do ESPÍRITO SANTO em sua vida. Não lemos que a Simeão tivesse sido revelado qualquer coisa sobre JESUS, sobre as narrativas acerca de seu nascimento, sobre o milagre de sua concepção virginal ou sobre as visitações angelicais; não obstante, reconheceu a identidade da criança. Bengel observa a doce antítese que aqui aparece entre dois espetáculos, o fato de ter visto «o CRISTO do Senhor», antes que ele «visse a morte». Lange observa admiravelmente que «Simeão, no sentido mais nobre do termo, é o eterno judeu do Velho Pacto que não pode morrer antes de ter visto o Messias prometido. Foi-lhe permitido dormir na paz de seu Senhor, antes da crucificação dele».
A expressão «o CRISTO do Senhor » é um título judaico, anterior ao cristianismo, que significa «o Messias de DEUS», isto é, o ungido de DEUS.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 33.
 
Que personagem maravilhoso, esse Simeão! Quem era ele? O texto diz: “Ele era um homem”. A julgar pela narrativa, era um ancião, talvez desconhecido entre as pessoas, porém bem conhecido de DEUS.
Simeão é um representante para muitas almas tementes a DEUS. Sua justiça consistia na fiel observância da lei, e seu temor a DEUS em um reverente respeito à sublimidade e santidade de DEUS. Por reconhecer que era impossível cumprir por si próprio a lei de DEUS, tinha anseio por consolo e paz. Era algo que somente o Messias prometido poderia propiciar-lhe. Por essa razão, seu temor a DEUS transformava-se cada vez mais em espera pelo consolo de Israel.
“Prosdéchomai” não significa esperar, mas aguardar. Aguardar diz respeito a uma espera bem específica, i. é, a pessoa que espera dirige o olhar e toda a atenção àquilo que vem, que há de suceder. Prosdechomai ocorre para Simeão, no v. 25, e para Ana e os “humildes na cidade de Jerusalém”, no v. 38.
De onde vem a expressão “consolação de Israel”? Talvez essa expressão evoque Is 40.1ss.
Assim como a igreja do Novo Testamento exclamará, com vistas à vinda plena de CRISTO, de forma cada vez mais alta e insistente: “Amém! Vem, Senhor JESUS!” (Ap 22.20), assim também a prece pela vinda do CRISTO se torna cada vez mais insistente.
Em Zacarias, Isabel e Maria já ressurgira o despertar do ESPÍRITO profético. Simeão e Ana parecem ter sido impelidos por mais tempo pelo ESPÍRITO profético. O ESPÍRITO SANTO é também um ESPÍRITO de oração. Simeão era um orador tenaz e devotado.
Ele havia obtido a bendita certeza interior de que não morreria sem ter visto o CRISTO do Senhor. Como essa resposta deve ter dado asas a seu anseio! Como seu olhar deve ter buscado o CRISTO do Senhor, a consolação de Israel, desde então!
Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica Esperança.
 
«...Ana, filha de Fanuel...». O vocábulo profetisa se encontra exclusivamente aqui e em Apo. 2:20. Essa mulher, como é evidente, era conhecida como alguém que fazia declarações eloquentes ou que, de algum outro modo, demonstrava possuir o dom profético. Quanto a isso, porém, nada sabemos, tal como nada sabemos acerca dela além do que aqui somos informados. É notável que o nome de seu pai e não de seu esposo, tenha sido dado; contudo, é bem possível que Lucas estivesse interessado em tais detalhes. Esta mulher traz o nome do fundador da Escola dos Profetas.
«...tribo de Aser...», uma das dez tribos de Israel, diversas famílias da qual retornaram terminado o cativeiro babilônico (ver II Reis 17:6), e dessa forma não se perdeu inteiramente. Alguns de seus membros sobreviveram e preservaram suas genealogias.
«... vivera com seu marido sete anos desde que se casara... » Mas o original grego ainda é mais enfático, conforme diz a tradução portuguesa AA, «...desde a sua virgindade...» Diversos fatos são asseverados: ela era virgem quando se casou; viveu sete anos com seu marido; não se casou pela segunda vez; e a razão disso é dada no vs. 37— dedicar-se à oração e às atividades no templo, em adoração ao Senhor.
«...era viúva de oitenta e quatro anos...» Diversas traduções lhe outorgam a idade total de oitenta e quatro anos, no que são acompanhadas por muitos intérpretes; mas existem outras traduções (como a tradução AA, em português), que atribuem essa idade à duração de sua viuvez. Pelo texto grego, não é certo o sentido tencionado. A lei judaica mais antiga permitia que uma jovem se casasse a partir dos doze anos de idade. Nesse caso, se Ana era viúva a oitenta e quatro anos, então já estaria com nada menos de cento e três anos de idade, tendo enviuvado aos dezenove anos de idade; e então, a partir desse tempo, teria vivido da maneira piedosa, devota, dedicada à oração, conforme é descrito nestes versículos. Não há que duvidar que era mulher bem conhecida no templo e ao redor do mesmo, reputada como mulher de profunda piedade.
«...chegando naquela hora, dava graças a DEUS...» O texto indica que Ana chegou no momento exato da apresentação, e então, mediante o espírito profético, não menos admirável do que no caso de Simeão, e acrescentando ainda maior motivo de admiração por parte de todos, ela começou a falar sobre a grandeza da criança que estava no meio deles, e passou a proclamar aos piedosos essas mesmas coisas. Ana deu prosseguimento ao tema, no ponto onde Simeão parara. Havia certo número de pessoas que aguardava a revelação do Messias, e foi nessa oportunidade, para essa gente que vivia em Jerusalém ou fora da cidade, que Ana propalou tais noticias. Considerando-se todas essas ocorrências, tudo isso deve ter servido de experiência extremamente incomum e significativa para José e Maria; mas as notícias logo se propagaram, e muitos participaram da atmosfera sobrenatural que acompanhou aqueles primeiros lances da vida de JESUS. Se os pronunciamentos originais da idosa Ana foram feitos no momento da oração diária no templo, sem dúvida ela teria contado com uma audiência natural para quem dirigir a palavra.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 35.
 
E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a DEUS (38). Simeão ainda estava segurando o Bebê quando Ana entrou. Ela deu graças imediatamente, confirmando a sua visão profética. Falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. Não temos o teor da sua mensagem, mas fica implícito que ela falava do Seu ministério messiânico. Como no caso de Simeão, a redenção - a salvação - era a sua principal ênfase.
Por intermédio de Zacarias, Isabel, os pastores, Simeão, Ana e outros, as boas-novas sobre o Salvador estavam se espalhando. É significativo que DEUS só tenha revelado essas boas-novas àqueles que tinham a qualificação espiritual adequada para uma revelação tão sublime.
Barclay encontra nesta passagem uma história comovente de “Uma das pessoas quietas na terra”. Aqui está uma mulher a quem DEUS se revelou. Que tipo de pessoa era ela? 1) Embora tivesse conhecido a tristeza, ela não era amargurada; 2) Embora tivesse idade, não tinha perdido a esperança; 3) Nunca deixou de adorar na casa de DEUS; 4) Nunca deixou de orar.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 376.
 
Ana... da tribo de Aser (v.36): A dedicação de Ana toma-se ainda mais destacada ao lembrarmo-nos de que a tribo de Aser era uma das dez que DEUS, em razão da sua apostasia, tirara de diante da Sua presença, 2 Rs 17.18-23. Muitas pessoas das dez tribos não foram levadas ao cativeiro, e diversas se uniram a Judá depois do cativeiro em Babilônia. Ana servia como outra testemunha do fato que se aproximava o tempo de DEUS derramar Seu ESPÍRITO sobre toda a carne.
Era já avançada em idade (v.36): Tinha vivido com seu marido sete anos, e tinha passado oitenta e quatro anos na sua viuvez. Portanto, se casara muito nova, com a idade de doze anos, tinha, neste tempo, 103 anos de idade. Servindo a DEUS em jejuns e orações de noite e de dia (v.38): Vê-se no fato de DEUS dar lugar para esta história nas Escrituras, a importância da obra que a idosa Ana realizava. Não há, entre o povo de DEUS, um de Seus filhos que Ele considere inutilizado e aposentado, Lv 19.32; Pv 16.31. Como o orador experiente e eloquente finda seu discurso com o ponto mais comovente, assim o crente experimentado e ardente finda sua longa vida na terra transmitindo ao próximo as verdades mais vivas, as quais vai em breve presenciar.
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD. pag. 46-47.
 
 
2. RITUAIS SAGRADOS.
O nascimento de JESUS no contexto judaico
Por ocasião da redação do terceiro Evangelho, a igreja já tinha dado os seus primeiros passos. Uma das primeiras polêmicas no seio da igreja surgiu por conta da disputa entre judeus e gentios. Isso motivou a instauração do primeiro concilio da igreja que ocorreu em 49 d. C. Esse concilio, liderado pelos apóstolos, ocorreu em Jerusalém e tinha como objetivo se opor aos esforços dos judaizantes, conforme registrado no livro de Atos cap. 15.
Não há dúvida de que um dos propósitos de Lucas, como já foi assinalado, era mostrar que o cristianismo não era uma seita judaica sem nenhum nexo com a cultura judaica. Suas raízes eram de origem judaica. Ele era a continuação e plenitude da revelação de DEUS conforme se encontrava registrada nas Escrituras hebraicas. Lucas, portanto, estava “interessado em delinear a relação entre o cristianismo e o judaísmo. A maneira pela qual ele tratou desse assunto é determinada pela brecha enorme que já separava essas duas religiões em épocas em que escreveu. Isso levou-o a (1) estabelecer a continuidade entre o cristianismo e a história redentora judaica, e (2) mostrar como a alienação entre os dois movimentos ocorreu”.
Os relatos históricos da infância de JESUS têm como objetivo estabelecer esse vínculo entre a fé judaica e a fé cristã. Os relatos da circuncisão de JESUS (Lc 2.21), a sua apresentação no Templo (Lc 2.22-24) atendem ao mesmo fim. Da mesma forma os relatos de Simeão e Ana como judeus piedosos e a presença de JESUS no Templo com 12 anos de idade, sem dúvida servem para mostrar que o cristianismo não surgiu à parte do judaísmo, mas que suas raízes se originaram deste.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 33-34.
 
«...circuncidado o menino, deram-lhe o nome JESUS...» Uma vez mais vemos que uma criança recebe nome por ocasião de sua circuncisão. (ver Luc. 1:59).
«JESUS». (Luc. 1:31). Lucas teve o cuidado de salientar que esse nome foi dado de acordo com a proclamação angelical (1:31).
«..purificação deles...» Alguns manuscritos, principalmente o códex (D) dizem dela, referindo-se à purificação de Maria após o parto, e isso é seguido por algumas traduções, tal como a KJ; mas essa alteração de «deles» para «dela» foi efetuada a fim de fazer o texto conformar-se à regulamentação de Lev. 12:6. Assim sendo, quase todos os mss e traduções dizem «deles». Após o parto, a mulher ficava cerimonialmente impura (separada da adoração formal) durante quarenta dias, se o filho fosse do sexo masculino, e durante oitenta dias, se fosse uma menina. (Ver Lev. 12:1-8. onde se leem esses regulamentos bíblicos). A impureza podia ser física. cerimonial ou moral. Aquele que participasse da adoração deveria ser fisicamente puro, além de estar cerimonialmente limpo (mediante observância de muitas leis variegadas concernentes ao que podia ser tocado, comido, etc.) e moralmente limpo, através da observância da lei moral, Principalmente os dez mandamentos. É possível que o fluxo de sangue, após o nascimento de uma criança, assim tomando a mãe supostamente «fisicamente inquira», tivesse dado lugar a esse regulamento e à subsequente cerimônia de purificação da mãe. No N .T ., o evangelho eliminou tais leis como princípios de adoração. embora muitas delas são proveitosas como medidas de higiene. Os judeus ampliavam a grandes proporções as coisas mais comezinhas, e algumas leis, que eles mesmos reputavam secundárias, acerca da impureza, eram observadas como grandes questões religiosas. No fim do período do tempo designado pela lei, a mãe oferecia certos sacrifícios no templo, estipulados pela lei, devido à sua impureza, e assim ela ficava cerimonialmente limpa.
«.. .para o apresentarem ao Senhor. » Isso foi feito de conformidade com a estipulação de Êx. 13:2, quando o primogênito era criança do sexo masculino. Obviamente era um testemunho da ideia do sacerdócio dos primogênitos, como sobrevivente da ideia em prática, mesmo depois das funções desse sacerdócio terem sido superadas pelo sacerdócio dos filhos de Aarão. Os primogênitos de cada família ainda tinham por obrigação levar uma vida consagrada e tinham de reputar-se pessoas dedicadas a certos misteres especiais. (Ver Heb. 12:23, que indica que todos os crentes devem pensar sobre si mesmos nesses termos, porquanto todos os crentes são «primogênitos» e «primícias» da humanidade, segundo aprendemos em Tia. 1:18). Como expressão formal dessa obrigação, o pagamento de pequena quantia em dinheiro era esperado, feito ao sacerdócio aarônico (ver Núm. 18:15).
O rito da apresentação era diferente do rito da purificação, mas é patente que os dois ritos são mesclados nesta narrativa de Lucas. A lei provia a «redenção» dos meninos primogênitos mediante a oferta de um substituto (Êx. 13:13), mas Lucas omite qualquer menção sobre isso. Lucas apresenta—o quadro inteiro—como apresentação do menino JESUS ao serviço de DEUS, e a história foi arranjada de acordo com a narrativa acerca de Samuel, que encontramos na passagem de I Sam. 1:24-28.
«...para oferecer um sacrifício... » A citação é tirada de Lev. 12:8, e isso fala sobre o sacrifício que deveria ser oferecido pela mãe pobre, incapaz de oferecer um cordeiro; em outras palavras, era o sacrifício oferecido pelos pobres, o que nos serve para indicar o estado financeiro da família de José. O preço dos pombos seria o equivalente a alguns poucos centavos. De conformidade com o trecho de Êx. 13:2-12, todos os primogênitos deveriam ser redimidos por tal orientação como—memorial— do fato que as famílias israelitas foram poupadas, quando o anjo destruidor passou por cima do sangue, durante a «páscoa». Também lemos que se dois pombinhos fossem dispendiosos demais para uma família, então poderia ser oferecida uma porção de farinha de trigo, embora sem os usuais acompanhamentos fragrantes de azeite e incenso, o que também se dava no caso da oferta pelo pecado. (Ver Lev. 12:6-8 e 5:7-11). Assim sendo, vemos que a família do Senhor JESUS era pobre, embora não vivesse em pobreza abjeta, posto que preferiram a categoria intermediária.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 32-33.
 
JESUS viveu e morreu debaixo da Lei de Moisés, a velha aliança (G14.4; 5.3), que só findou quando foi cravada na cruz, Cl 2.14.
A lei exigia um cordeiro e um pombinho, Lv 12.6-8. Os pobres, porém, podiam oferecer duas rolas ou dois pombinhos em vez do cordeiro. Neste versículo, portanto, é claro que José e Maria eram pobres. CRISTO foi criado por mulher pobre. Passou trinta anos da Sua vida na casa de um homem pobre. Sem dúvida comia pão dos pobres, vestia-se de roupa dos pobres, exercia um ofício de pobres, e compartilhava dos problemas e sofrimentos dos pobres.
Orlando S. Boyer. Espada Cortante 2. Editora CPAD. pag. 43-44.
 
I. Ele foi circuncidado no dia exato indicado pela lei (v. 21): “Quando os oito dias foram cumpridos”, sete noites depois do dia do seu nascimento, eles o circuncidaram. 1. Embora esta fosse uma operação dolorosa (“certamente me és um esposo sanguinário”, disse Zípora a Moisés, “por causa da circuncisão”, Êxodo 4.25,26), ainda assim CRISTO se submeteu a ela, por nós; na verdade, Ele se submeteu a ela, para dar-nos um exemplo da sua obediência, desde o início, da sua obediência até o sangue. Assim Ele derramou algumas gotas do seu sangue, que, mais tarde, Ele derramou em correntezas púrpura.
2. Embora, supostamente, Ele fosse um estranho, por meio desta cerimônia Ele era admitido ao concerto com DEUS, não obstante Ele sempre tivesse sido o seu Filho amado. Na verdade, embora supostamente, Ele fosse um pecador, que precisava ter a sua impureza removida, embora Ele não tivesse nenhuma impureza ou nenhum acúmulo de maldade a ser removido, ainda assim Ele se submeteu a este rito; Ele se submeteu a isto, porque queria ser feito à semelhança, não somente da carne, mas da carne do pecado, Romanos 8.3.3. Embora com a circuncisão Ele se transformasse em um homem “obrigado a guardar toda a lei” (G1 5.3), ainda assim Ele se submeteu a ela; Ele se submeteu a isto, porque queria assumir a forma de servo, ainda que fosse nascido livre. CRISTO foi circuncidado: (1) Para que pudesse ser considerado da descendência de Abraão, e daquela nação de quem, no que diz respeito à carne, CRISTO se originou, e para que tomasse a descendência de Abraão, Hebreus 2.16; 9.5. (2) Para que pudesse ser considerado o remidor de nossos pecados, e o responsável pela nossa segurança. A circuncisão (diz o Dr. Goodwin) era o certificado, segundo o qual nós nos reconhecíamos como devedores da lei; e CRISTO, ao ser circuncidado, foi como se tivesse iniciado o seu empreendimento de tornar-se pecado por nós. A lei cerimonial consistia, em grande parte, de sacrifícios; CRISTO, desta maneira, se obrigou a oferecer, não o sangue de touros ou bodes, mas o seu próprio sangue, algo que ninguém que tinha sido circuncidado antes dele foi forçado a fazer. (3) Para que pudesse justificar e honrar a dedicação da semente recém-nascida da igreja a DEUS, através daquela cerimônia que é o selo do concerto, e da justiça, que é pela fé, como era a circuncisão (Rm 4.11), e como é o batismo. E, certamente, sua circuncisão aos oito dias de nascido, faz muito pela dedicação da semente dos crentes pelo batismo, na sua juventude, assim como o seu batismo aos trinta anos de idade o faz por aqueles que se batizam em uma idade adulta. A mudança da cerimônia não altera a sua essência. Na ocasião da sua circuncisão, de acordo com o costume, Ele recebeu o seu nome: “Foi-lhe dado o nome de JESUS”, ou Josué, pois o seu nome foi dado, “pelo anjo”, à sua mãe Maria antes que Ele fosse concebido no útero (cap. 1.31), e ao seu suposto pai, José, posteriormente, Mateus 1.21. [1] Era um nome comum entre os judeus, assim como era o nome de João (Cl 4.11), e com isto Ele se fazia “semelhante aos [seus] irmãos”. [2] Era o nome de dois homens eminentes semelhantes a Ele, no Antigo Testamento, Josué, o sucessor de Moisés, que foi comandante de Israel, e conquistador de Canaã; e Josué, o sumo sacerdote, que foi coroado propositadamente, para que pudesse representar a CRISTO como um sacerdote no seu trono, Zacarias 6.11,13. [3] Isto era muito significativo em sua missão. JESUS significa Salvador. Ele seria denominado, não pelas glórias da sua natureza divina, mas pelos seus desígnios graciosos, como Mediador; Ele traz a salvação.
Ele foi apresentado no templo. Isto foi feito para cumprir a lei, e na ocasião indicada pela lei, quando Ele tinha quarenta dias de idade, quando se cumpriram os dias da purificação de Maria, v. 22. Muitas versões, inclusive autênticas, substituem auton por autes, ou seja, “os dias da purificação deles” (como a Versão RA), da purificação tanto da mãe quanto da criança, pois assim devia ser, de acordo com a lei; e o nosso Senhor JESUS, embora não possuísse impureza da qual purificar-se, ainda assim submeteu-se a isto, como já tinha feito com a circuncisão, porque Ele se fez pecado por nós; e para que, assim como pela circuncisão de CRISTO nós possamos ser circuncidados, em virtude da nossa união e comunhão com Ele, com uma circuncisão espiritual, não feita por mão (Cl 2.11), também na purificação de CRISTO nós pudéssemos ser espiritualmente purificados da imundície e corrupção que trouxemos ao mundo conosco. Segundo a lei:
1. O menino JESUS, sendo um primogênito do sexo masculino, foi apresentado ao Senhor, em um dos pátios do templo. A lei está aqui reproduzida (v. 23): “Todo macho primogênito será consagrado ao Senhor”, porque, por um decreto especial de proteção para os israelitas, os primogênitos dos egípcios foram assassinados pelo anjo destruidor; para que CRISTO, como primogênito, fosse um sacerdote, por um direito mais garantido do que aquele da casa de Arão. CRISTO foi “o primogênito entre muitos irmãos”, e foi “consagrado ao Senhor”, como nenhum outro tinha sido; mas, ainda assim, Ele foi apresentado ao Senhor como qualquer outro primogênito, e não de qualquer outra maneira. Embora Ele tivesse recentemente saído do seio do Pai, ainda assim Ele foi apresentado a Ele pelas mãos de um sacerdote, como se Ele fosse um estranho, que precisasse de alguém que o apresentasse. O fato de que Ele foi apresentado ao Senhor agora significou que Ele se apresentou ao Senhor como Mediador, quando estava destinado a aproximar-se dele, Jeremias 30.21. Mas, de acordo com a lei, Ele foi resgatado, Números 18.15. “Os primogênitos dos homens resgatarás”, e “a tua avaliação dum varão será de cinco siclos de prata”, Levítico 27.6; Números 18.16. Mas, provavelmente em caso de pobreza, o sacerdote tinha permissão de receber menos, ou talvez nada; pois nenhuma menção a isto é feita aqui. CRISTO foi apresentado ao Senhor, não para ser levado de volta, pois Ele foi levado à porta de DEUS, para servi-lo para sempre (Êx 21.6); e embora Ele não seja deixado no templo, como Samuel, para ministrar ali, ainda assim, como Samuel, Ele é consagrado ao Senhor por toda a sua vida, e para servi-lo no verdadeiro templo “não feito por mãos de homens”, Marcos 14.58. 2. A mãe trouxe a sua oferta, v. 24. Quando ela apresentasse o seu filho ao Senhor, esse filho que seria o supremo sacrifício, ela poderia ter sido dispensada de fazer qualquer outra oferta. Mas, assim está disposto na lei do Senhor, a lei que ainda estava em vigor. E, portanto, isto deve ser feito, ela deve oferecer “um par de rolas ou dois pombinhos”. Se tivesse recursos, ela deveria ter trazido um “um cordeiro por holocausto”, e “um pombinho para expiação do pecado” ; mas, sendo pobre, e não podendo pagar o preço de um cordeiro, ela traz duas rolas, uma para o holocausto, e a outra para a expiação dos pecados (veja Lv 12.6,8), para nos ensinar, sempre que nos dirigirmos a DEUS, e particularmente nestas ocasiões especiais, a dar graças a DEUS pelas suas bênçãos a nós, e também a reconhecer, com tristeza e vergonha, os nossos pecados contra Ele; com as duas atitudes, nós devemos dar glória a Ele, e nunca nos faltarão motivos para elas. CRISTO não foi concebido e nascido no pecado, como as outras pessoas, e não havia, no seu caso, a mesma oportunidade que havia nos outros casos; mas, por ter nascido sob a lei, Ele se sujeitou a Ela. Assim, lhe foi conveniente “cumprir toda a justiça”. Muito mais conveniente é, ao melhor dos homens, participar da confissão do pecado; pois “Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração?”
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag. 530-531.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/) com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
 
Questionário da Lição 2 - O Nascimento de JESUS
2º trimestre de 2015 - JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista: Pastor: José Gonçalves
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas Verdadeiras e com "F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.
 
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E deu à luz o seu filho ______________________________, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa ___________________________, porque não havia lugar para eles na ___________________________." (Lc 2.7)
 
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
DEUS revelou seu _________________________ à humanidade ao enviar a este __________________________ o seu _________________________ JESUS.
 
INTRODUÇÃO 
3- Como Lucas narra e situa o nascimento de JESUS?
(    ) Situa-o no contexto das profecias bíblicas e do judaísmo dos seus dias.
(    ) Situa-o no contexto das profecias bíblicas e do cristianismo dos seus dias.
(    ) O "silêncio profético", que já durava quatrocentos anos, foi rompido pelas manifestações divinas na Judeia.
(    ) A plenitude dos tempos havia chegado e o Messias agora seria revelado!
(    ) O nascimento de JESUS significava boas novas de alegria para todo o povo. 
(    ) Os pobres e os piedosos seriam os primeiros a receberem a notícia.
(    ) Dessa forma, DEUS mostrava que a salvação, por Ele provida, alcançaria a todos os homens.
  
I - O NASCIMENTO DE JESUS NO CONTEXTO PROFÉTICO
4- Onde encontramos poesia e profecia, ligados ao nascimento de JESUS?
(    ) No relato do nascimento de JESUS há duas belíssimas poesias conhecidas na teologia cristã como Magnificat de Maria, a mãe de JESUS, e o Benedictus de Zacarias, o sacerdote.
(    ) Esses cânticos são de natureza poética e como tal contextualizam os salmos de DEUS a seu povo.
(    ) Esses cânticos são de natureza profética e como tal contextualizam o nascimento de CRISTO dentro das promessas de DEUS a seu povo.
(    ) Maria, por exemplo, diz que, ao nascer JESUS, DEUS estava se lembrando das promessas feitas a Abraão.
(    ) Por outro lado, Zacarias afirma da mesma forma que tal visitação era o cumprimento do que DEUS havia prometido na antiguidade aos profetas.
(    ) O nascimento de JESUS não se tratava, portanto, de um evento sem nexo com a história bíblica.
(    ) O nascimento de JESUS foi um fato que aconteceu na plenitude dos tempos e testemunhou o cumprimento das promessas de DEUS.
 
5- Qual o grande destaque de Lucas em sua teologia?
(    ) Na teologia lucana, o homem ocupa um lugar de destaque.
(    ) Na teologia lucana, o ESPÍRITO SANTO ocupa um lugar especial.
(    ) Encontramos 17 referências ao ESPÍRITO SANTO no terceiro Evangelho e 54 no livro de Atos dos Apóstolos. Isso é significativo se levarmos em conta que Mateus fala apenas 12 vezes no ESPÍRITO SANTO e Marcos 6.
(    ) Lucas focaliza o revestimento do ESPÍRITO, mostrando que o dom profético, silenciado no período Interbíblico, foi revivificado com a vinda do Messias.
(    ) Não é à toa que a maioria das referências ao ESPÍRITO, nesse Evangelho, ocorra nos dois primeiros capítulos que relatam o nascimento de JESUS.
 
II - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS 
6- Como Zacarias e Izabel foram usados por DEUS para que viesse a nascer o precursor do Messias?
(    ) Em sua narrativa dos fatos que precederam o anúncio do nascimento de JESUS, Lucas diz que o sacerdote Zacarias havia entrado no "templo para ofertar incenso".
(    ) A queima do incenso fazia parte do ritual do Templo e ocorria uma vez por ano, no dia da expiação, quando o sumo sacerdote entrava no santos dos santos.
(    ) A queima do incenso fazia parte do ritual do Templo e ocorria no período da manhã e à tarde.
(    ) Foi durante um desses turnos que um anjo de DEUS apareceu a Zacarias para informar-lhe que a sua oração havia sido ouvida pelo Senhor e que a sua mulher, embora já não fosse mais fértil, geraria um menino, cujo nome seria João.
(    ) João, o Batista, nasceu para ser o precursor do Messias, anunciando a sua missão.
(    ) João, o Batista seria a "Voz do que clama no deserto" e precederia o Senhor, preparando o seu caminho.
 
7- Como José e Maria foram usados por DEUS para que viesse a nascer o Filho de DEUS, JESUS CRISTO, o nosso salvador, aqui na Terra?
(    ) Maria havia se casado com José e moravam em Belém.
(    ) Cerca de seis meses após o anúncio do nascimento de João, o Batista, o anjo Gabriel é enviado a Nazaré, lugar onde moravam José e sua noiva, Maria.
(    ) Maria era uma virgem e estava noiva de José.
(    ) O anúncio de que ela geraria um filho, sem que para isso fosse necessário haver intercurso sexual, deixou-a apreensiva.
(    ) O anjo informa-lhe que desceria sobre ela o ESPÍRITO SANTO e o poder de DEUS a envolveria com a sua sombra.
(    ) Aqui está o milagre da encarnação - O  Filho de DEUS fazendo-se carne, a fim de que, através desse grande mistério, todos possam alcançar a salvação.
 
III – O NASCIMENTO DE JESUS E OS CAMPONESES
8- Como é destacada a nobreza dos pobres no evangelho de Lucas?
(    ) É um fato de fácil constatação o destaque que os pobres recebem no Evangelho de Lucas.
(    ) No anúncio do nascimento de JESUS, um anjo do Senhor é enviado especialmente aos magos do oriente que consultavam os astros a respeito da vinda do Messias.
(    ) Quando deu início ao seu ministério, JESUS o fez dizendo as seguintes palavras: "O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres". 
(    ) Os pobres faziam parte das bem-aventuranças de JESUS.
(    ) Pobres são os carentes tanto de bens materiais como espirituais.
(    ) No anúncio do nascimento de JESUS, um anjo do Senhor é enviado especialmente aos camponeses pobres que pastoreavam os seus rebanhos no campo.
(    ) JESUS veio para todos, independente da condição social.
(    ) O Filho de DEUS dedicou total atenção as minorias do seu tempo: as mulheres, crianças, gentios, leprosos, etc. 
(    ) Ele chegou a ser chamado de amigo de publicanos e pecadores, pois estava sempre perto dos mais necessitados.
 
9- Como Igreja do Senhor, temos atendido os desvalidos em suas necessidades? Será que temos seguido o exemplo do Salvador? Complete:
Como "__________________________" da terra e "_________________________" do mundo precisamos revelar CRISTO aos carentes e necessitados, pois eles conhecerão o amor de CRISTO mediante as nossas_________________________.
 
10- Como nos é apresentada a realeza do Messias, por Lucas?
(    ) O Messias não apenas nasce em Jerusalém, cidade do rei Davi, Ele  também possui realeza porque é da descendência de Davi, como atesta a sua árvore genealógica.
(    ) A mensagem angélica anunciada aos pastores que se encontravam no campo era que havia nascido na "cidade de Davi, [...] o Salvador, que é CRISTO, o Senhor".
(    ) Lucas lembra o fato de que CRISTO nasceu em Belém, cidade de Davi, cumprindo dessa forma a profecia bíblica.
(    ) O Messias não apenas nasce em Belém, cidade de Davi, Ele  também possui realeza porque é da descendência de Davi, como atesta a sua árvore genealógica.
(    ) Lucas também detalha como o anjo de DEUS falou da realeza do Messias aos camponeses! Ele é o Salvador, o CRISTO, o Senhor.
(    ) Essas palavras proferidas pelo anjo, além de mostrar a realeza do Messias, destacam também a sua divindade. JESUS é DEUS feito homem!  
 
IV - O NASCIMENTO DE JESUS E O JUDAÍSMO
11-  Havia Judeus piedosos, na época do nascimento de JESUS? Quais são destacados por Lucas?
(    ) Lucas apresenta Simeão, outro gentio piedoso de Belém, e que esperava a consolação de Israel.
(    ) Lucas mostra que o nascimento de JESUS aconteceu sob o judaísmo piedoso (de algumas poucas pessoas - destaque meu).
(    ) Ele ocorre dentro do contexto daqueles (de alguns poucos - destaque meu) que alimentavam a esperança messiânica.
(    ) São pessoas piedosas que aguardavam o Messias e, quando Ele se revelou, elas prontamente o reconheceram.
(    ) Primeiramente, Lucas cita Zacarias, um sacerdote piedoso e sua esposa, Isabel.
(    ) A Escritura sublinha que ambos eram justos diante de DEUS e viviam irrepreensivelmente nos preceitos e mandamentos do Senhor.
(    ) Lucas apresenta também Simeão, outro judeu piedoso de Jerusalém, e que esperava a consolação de Israel.
(    ) A ele foi revelado, pelo ESPÍRITO SANTO, que não morreria antes que visse o Messias.
(    ) Da mesma forma foi revelado à profetisa Ana, uma viúva piedosa, que continuamente orava a DEUS e jejuava.
(    ) Quando viu o menino JESUS, deu graças a DEUS por Ele e falava da sua missão messiânica.
 
12- Dentro do tema rituais sagrados, complete:
Lucas coloca o cristianismo dentro do contexto do _________________________ e não como uma __________________ derivada deste. Como qualquer judeu de seu tempo, JESUS se submete aos _______________________ da religião judaica (Lc 2.21-24). Como Homem Perfeito, Ele cumpriu toda a _______________ de Moisés.
 
CONCLUSÃO
13- Complete:
Já observamos que Lucas procura situar o nascimento de JESUS dentro do contexto ___________________________. Dessa forma ele dá detalhes sobre fatos da história universal mostrando que DEUS foi, é e continuará sendo Senhor da __________________________. É dentro dessa v que se cumprem as profecias. O Messias prometido, diferentemente do Messias esperado pelos judeus, nasce em uma __________________________ e não em um palácio. Os _______________________, e não os ricos são os convidados a participar do seu natal. A lógica do Reino de DEUS se manifesta oposta à do ____________________ dos homens. Todos aqueles que se sentem carentes e necessitados são convidados a participarem dele.
 
 
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/ - Pb Alessandro Silva

http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm