11 setembro 2015

Lição 11, A Organização de uma Igreja Local, 2 parte

Lição 11, A Organização de uma Igreja Local, 2 parte
O presbítero precisa ser irrepreensível em três áreas distintas.
Em primeiro lugar, o presbítero precisa ser irrepreensível como líder de sua família (1.6). O presbítero precisa ser irrepreensível em dois pontos vitais dentro de sua família:
Ele deve ser irrepreensível como marido (1.6). O presbítero precisa ser um homem íntegro em sua conduta conjugal. Ele precisa ser um marido fiel à sua esposa. Ele não pode ser um homem adúltero, mantendo relacionamentos extraconjugais; nem polígamo, casando-se com várias mulheres. A poligamia era tão comum entre os judeus, que o perverso costume quase se havia convertido em lei. Essa cultura estava em desacordo com o padrão divino para a liderança da igreja.
O que significa o termo “marido de uma só mulher?” Obviamente, Paulo não excluiu do presbiterato o homem solteiro ou o viúvo que se casou novamente. Antes, ele está instruindo a igreja que os polígamos e os que se divorciam e se casam novamente, por razões não amparadas nas Escrituras, estão desqualificados para esse ofício (Mt 19.9; 1 Co 7.15).
Ele deve ser irrepreensível como pai (1.6). O presbítero precisa ser o sacerdote do seu lar, o líder espiritual da sua família. Deve criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Precisa orar com seus filhos e por seus filhos. Concordo com William MacDonald quando diz que, embora um pai não possa determinar a salvação de seus filhos, pode preparar o caminho do Senhor por intermédio da positiva instrução da Palavra, da amorosa disciplina, evitando toda forma de hipocrisia e a inconsistência da própria vida (Pv 22.6). Se o presbítero não sabe governar a própria casa, como poderá governar a igreja de DEUS, pergunta o apóstolo Paulo (1 Tm 3.4,5).
John Stott diz que os pais que não tiveram sucesso na condução dos próprios filhos não são merecedores de confiança quanto a conduzir a família de DEUS. Entretanto, Hans Burki diz que, quando os filhos em uma casa são obedientes e crentes, pode-se concluir que o pai também é apto para presidir a família eclesial. Concluímos, portanto, que os filhos dos presbíteros devem ser cristãos. Eles devem ser não apenas salvos, mas também bons exemplos de obediência e dedicação. Obviamente isso se aplica aos filhos que vivem com a família sob a autoridade do pai.
Paulo continua em seu argumento, dizendo que os filhos dos presbíteros não podem ser dissolutos nem insubordinados. A palavra grega asotia, “dissoluto”, significa dissolução ou libertinagem. Trata-se da pessoa incapaz de guardar dinheiro, alguém que desperdiça seus bens, especialmente com a implicação de fazê-lo em prazeres, arruinando, desse modo, a si mesmo com uma vida luxuriosa e extravagante. O homem asotos é o gastador extravagante que se entrega aos prazeres pessoais. É a palavra utilizada em Lucas 15.13 para referir-se à vida desenfreada do filho pródigo. O homem que é asotos destrói sua riqueza e finalmente arruína-se a si mesmo.
Os filhos dos presbíteros, de igual forma, não podem ser insubordinados, ou seja, precisam acatar e obedecer à autoridade dos pais. Hans Burki diz que a convivência em família era de significado essencial para a expansão e o aprofundamento da fé, uma vez que as igrejas ainda eram quase exclusivamente comunidades domiciliares, e porque o entorno muitas vezes hostil observava com atenção máxima o que acontecia nesses lares.

Em segundo lugar, o presbítero precisa ser irrepreensível como despenseiro de DEUS (1.7,8). Paulo, ao elencar as marcas de um presbítero, aborda o assunto sob duas perspectivas. Ele trata do assunto negativamente, o que um presbítero não deve ser e, positivamente, o que um presbítero deve ser.
Primeiro, o presbítero deve ser conhecido pelo que ele não é Tt 1.7. Antes de falar das virtudes do presbítero, Paulo fala dos defeitos que ele não deve ter. Paulo apresenta cinco termos negativos, que se relacionam com cinco áreas de grande tentação, ou seja: arrogância, temperamento irascível, não dado ao vinho, violento e ganancioso. Vejamos cada uma dessas descrições.
O presbítero não deve ser arrogante. A palavra grega authades, “soberbo, arrogante”, significa literalmente satisfazer a si mesmo. Trata-se da pessoa que exalta a si mesma, que só se preocupa consigo mesma e olha para os outros com discriminação e desprezo. É aquela pessoa que obstinadamente mantém a própria opinião, ou assevera os próprios direitos e não considera os direitos, sentimentos e interesses de outras pessoas. Gene Getz diz que o homem arrogante é um homem egocentrista. Ele constitui a própria autoridade. William Barclay descreve ainda o arrogante com as seguintes palavras:
É uma pessoa intolerante, que condena tudo o que não pode compreender; que pensa que não há outra forma de fazer as coisas que não seja a sua, que crê que não existe outro caminho para o céu que não seja o seu, que menospreza os sentimentos e as crenças dos demais.
O presbítero não deve ser irascível. A Bíblia não classifica toda ira como pecado (Ef 4.26); o que ela condena é o homem genioso, esquentado, de estopim curto, que, além de irar-se com facilidade, também fica remoendo por longo tempo a sua ira. Na língua grega há duas palavras para descrever esse espírito irascível. A palavra thumos é aquela ira que surge rapidamente e também com a mesma rapidez vai embora. É a ira “fogo de palha”. A segunda palavra é orge, que significa uma ira crônica, que se agasalha e se aninha no peito e não cessa de arder.
Um homem que nutre mágoas e ressentimentos em seu coração definitivamente não está preparado para exercer o presbiterato. A palavra grega orgilos significa “colér1 Co, apimentado”. Hans Burki diz que um valentão colér1 Co ou apimentado em pouco tempo se torna solitário, alguém que tem apenas seguidores submissos, mas não irmãos corresponsáveis.
O presbítero não deve ser dado ao vinho. Todos presbíteros devem ser totalmente abstêmios (vinho alcoól1 Co) e são chamados à temperança e à moderação. A palavra grega paroinos significa literalmente ser indulgente com o vinho. A palavra descreve o caráter do homem que, ainda em seus momentos sóbrios, atua com falta de autocontrole como se estivesse bêbado.
Gene Getz nessa mesma linha de pensamento esclarece que paroinos descreve um homem que se assenta muito tempo junto ao seu vinho. Em outras palavras, ele bebe demais e, por conseguinte, fica escravizado pelo vinho e perde o controle dos seus sentidos. A bíblia ensina a abstinência total do vinho embriagante, o Antigo e o Novo Testamento se colocam claramente contra a bebedeira (Pv 23.19-21,29-35; 1 Pe 4.2,3).
O apóstolo Paulo é claro quando escreve aos efésios: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do ESPÍRITO” (Ef 5.18). Concordo com William MacDonald quando fala que a Bíblia distingue entre o uso do vinho e seu abuso. Seu uso moderado (vinho suco) era uma prática permitida quando JESUS transformou a água em vinho no casamento em Caná da Galileia (Jo 2.1-11). Seu uso com propósitos medicinais (vinho suco) foi prescrito por Paulo a Timóteo (1 Tm 5.23).
Porém, o abuso do vinho é condenado nas Escrituras (Pv 20.1; 23.29-35; Ef 5.18). Há uma situação em que Paulo recomenda a abstinência, ou seja, quando o beber vinho se torna motivo de escândalo para o irmão fraco (Rm 14.21). Talvez seja por essa razão que muitos crentes contemporâneos optaram pela abstinência do vinho até ,es,o não sendo alcoól1 Co..
O presbítero não deve ser violento.  A palavra grega plektes significa literalmente “golpeador”. Trata de violência tanto verbal quanto física. O plektes é o homem que ameaça e intimida seu semelhante. Aquele, porém, que abandona o amor e recorre à violência em palavras e ações não está preparado para exercer o presbiterato. A Bíblia faz referência a homens que tiveram ímpetos de violência, como Caim, que matou Abel; Moisés, que matou o egípcio; e Pedro, que decepou a orelha de Malco. Essas atitudes são inadequadas na vida de um presbítero. Aquele que governa os outros precisa governar primeiro suas emoções, ações e reações.
O presbítero não deve ser cobiçoso de torpe ganância. A palavra grega aischorokerdes descreve a pessoa que não se preocupa com os meios que utiliza para ganhar dinheiro, conquanto que o faça. Os cretenses eram conhecidos como indivíduos inveteradamente gananciosos. Plutarco, referindo-se a eles, disse que se apegavam ao dinheiro como as abelhas ao mel. Enquanto os falsos mestres ensinam o que não devem por torpe ganância (1.11), os presbíteros precisam ser homens despojados dessa torpe ganância (1.7).
Segundo, o presbítero deve ser conhecido pelo que ele é e faz Tt 1.7. Depois de ter falado dos pecados que o presbítero não deve cometer, Paulo alista uma série de virtudes que devem formar o seu caráter como despenseiro de DEUS. William Barclay diz que essas virtudes se agrupam em três seções: as qualidades que o presbítero deve demonstrar ante as outras pessoas, em relação a si mesmo e em relação à igreja.
Vejamos as qualidades que o presbítero deve mostrar diante de outras pessoas.
O presbítero deve ser hospitaleiro. A palavra grega philoxenos significa: “amigo das pessoas estrangeiras”. No mundo antigo havia muitas pessoas que viajavam, e as pousadas e estalagens eram caras, sujas e imorais. A hospitalidade era e é uma marca dos filhos de DEUS. O presbítero precisa ter o coração, o bolso e a casa abertos não apenas para os irmãos, mas também para os estrangeiros.
A hospitalidade é um distintivo do povo de DEUS desde a antiga dispensação (Lv 19.33,34). Na nova dispensação essa virtude foi destacada repetidas vezes: “Seja constante o amor fraternal. Não negligencieis a hospitalidade” (Hb 13.1,2).
O apóstolo Pedro escreveu: “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração” (l Pe 4.9). Muitos, sem saber, hospedaram anjos. Não apenas nós devemos estar a serviço do Reino de DEUS, mas também a nossa casa.
O presbítero deve ser amigo do bem. A palavra grega hilagathos significa amante ou amigo do bem, das coisas boas ou das pessoas boas. O presbítero precisa ser um homem amante das boas ações. Precisa ver o que existe de melhor nas pessoas. Ele não tem prazer mórbido de falar mal dos outros, mas tem grande deleite em dizer o bem das pessoas. Ele não apenas chora com os que choram, mas também se alegra com os que se alegram.
Vejamos, agora, as qualidades que o presbítero deve ter cm relação a si mesmo.
O presbítero deve ser sóbrio. A palavra grega sophron descreve o homem que tem domínio completo sobre suas paixões e desejos, o que o impede de ir além do que a lei e a razão lhe permitem e aprovam. Essa virtude era considerada pelos gregos a pedra fundamental da virtude. Carl Spain diz que essa palavra traz a ideia de uma espécie de sabedoria prática que se reflete na aplicação da ética cristã ávida diária com outros.
O presbítero deve ser justo. A palavra grega dikaios descreve o homem que concede a DEUS e aos homens o que lhes é devido. O presbítero é um homem que não usa dois pesos e duas medidas. Ele não faz acepção de pessoas nem tolera preconceitos. Ele é justo no falar e no agir.
O presbítero deve ser piedoso. A palavra grega hosios descreve o homem que reverencia a decência fundamental da vida, as coisas que vão além de qualquer lei ou norma feita pelo homem. DEUS não usa grandes talentos, mas homens piedosos. Nós somos o método de DEUS. Nós estamos à procura de melhores métodos, e DEUS está à procura de melhores homens. DEUS não unge métodos, unge homens piedosos.
O presbítero deve ter domínio próprio. A palavra grega egkrates significa “dono de si mesmo”. Descreve a pessoa que tem completo autocontrole. Ninguém está apto para liderar os outros se não tem domínio de si mesmo. Aquele que domina a si mesmo é mais forte do que aquele que domina uma cidade.
Finalmente, vejamos a relação do presbítero com a igreja. Essa relação se evidencia no seu ministério de ensino da Palavra. Esse ponto será esclarecido no tóp1 Co seguinte.
Em terceiro lugar, o presbítero precisa ser irrepreensível como mestre da Palavra (1.9). O presbítero precisa ser um homem íntegro na sua relação com a família, com o próximo e com as Escrituras. Deve ser um obreiro aprovado e manejar bem a Palavra da verdade. Paulo menciona aqui três coisas importantes:
O presbítero precisa demonstrar fidelidade doutrinária.
O presbítero precisa ser “[...] apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina...” (1.9).
O presbítero não pode ser um neófito (l Tm 3.6); deve ser um mestre na Palavra. Ele precisa ser um estudioso das Escrituras. Ele precisa afadigar-se na Palavra (l Tm 5.17). Paulo diz que os presbíteros têm dois ministérios com respeito à Palavra de DEUS:
1) edificar a igreja pela sã doutrina;
2) rejeitar os falsos mestres que espalham doutrinas perniciosas.

O presbítero precisa demonstrar capacidade para o ensino. Paulo prossegue: “[...] de modo que tenha poder [...] para exortar pelo reto ensino...” (1.9). O poder para exortar não vem da força, das técnicas da psicologia nem mesmo do ofício que o presbítero ocupa, mas do conhecimento da verdade para aplicar corretamente as Escrituras. A exortação não é fruto de capricho ou opinião pessoal do presbítero, mas do reto ensino das Escrituras. Sua exortação está fundamentada no reto ensino da verdade.
O presbítero precisa demonstrar habilidade na apologética. Paulo diz que o presbítero precisa ter “[...] poder [...] para convencer os que o contradizem” (1.9). Somente um indivíduo que tem destreza na verdade pode confrontar os falsos mestres, combater os falsos ensinos e convencer aqueles que contradizem a Palavra de DEUS.
John Stott está correto quando diz que refutar não é apenas contradizer os oponentes, mas vencê-los pela argumentação. O presbítero precisa ser um estudioso das Escrituras para distinguir o falso do verdadeiro e o precioso do vil.
As características dos falsos mestres, os lobos que devoram o rebanho (1.10-16). Depois de falar dos atributos dos verdadeiros mestres, Paulo passa a descrever as características dos falsos mestres. John Stott, comentando esse texto, pontua quatro características desses falsos mestres. Vamos aqui considerá-las.
Em primeiro lugar, a identidade dos falsos mestres (1.10). Havia muitos falsos mestres, especialmente os da circuncisão, ou seja, os judaizantes. Paulo menciona duas facetas desses falsos mestres.
Eles eram insubordinados (1.10). Os falsos mestres eram rebeldes e falastrões. Enquanto os presbíteros se colocavam debaixo da autoridade das Escrituras, eles se insurgiam contra ela e faziam isso com palavras insolentes e vazias. Essa palavra era usada para descrever soldados infiéis que se negavam a obedecer às ordens de seus comandantes. Os falsos mestres de igual forma se negavam a obedecer à sã doutrina e à liderança constituída da igreja.
Eles eram enganadores (1.10). A vida deles era errada e a doutrina deles era falsa. Sua palavra não apenas deixava de edificar; ela de fato levava ao erro. Em vez de levar os homens à verdade, esses falsos mestres os faziam afastar-se dela. Em vez de firmar as pessoas na fé, os desviavam dela. Os judaizantes negavam a eficácia do sacrifício de CRISTO na cruz e a suficiência da graça para a salvação e exigiam a necessidade da observância de ritos juda1 Cos para a pessoa ser salva.
Em segundo lugar, a influência dos falsos mestres (1.11). Três fatos devem ser aqui destacados:
Eles eram proselitistas quanto ao ensino (1.11). Esses falsos mestres eram itinerantes que saíam de casa em casa espalhando o veneno letal de sua falsa doutrina, tentando enredar os novos convertidos com seu falacioso e enganoso ensino. O ensino desses falsos mestres era fundamentalmente transtornador em vez de ser transformador. Eles não buscavam os pagãos nem queriam fazer discípulos entre os que viviam perdidos na mais tosca imoralidade, mas iam atrás daqueles que haviam abraçado a fé crista para desviá-los da sã doutrina. Ainda hoje as seitas heréticas seguem a mesma trilha.
Eles eram corruptores quanto à moral (1.11). Pervertiam casas inteiras. Sua influência era corruptora. Eles tinham má influência sobre a vida familiar. Como naquele tempo as igrejas se reuniam nas casas, eles pervertiam não apenas famílias inteiras, mas solapavam as igrejas com seu veneno mortífero. A doutrina deles produzia perversão, e não santidade; escravidão, e não liberdade; morte, e não vida.
Eles eram gananciosos quanto à motivação (1.11). Andavam de casa em casa, ensinando suas heresias, interessados não na vida espiritual das pessoas, mas no seu dinheiro. Esses falsos mestres não ministravam à igreja; usavam a religião para encher o próprio bolso. O vetor desses falsos mestres era o dinheiro e o lucro. Os falsos mestres não eram movidos pelo desejo de servir a DEUS ou ao próximo. Eles buscavam avidamente os “lucros sórdidos”. Não eram pastores do rebanho, mas lobos que procuravam devorar as ovelhas.
A ordem de Paulo é que esses falsos mestres precisavam ser silenciados. “E preciso fazê-los calar...” (1.11). Esse era um termo extremamente forte, cujo sentido refere-se a um tipo de mordaça usada para manter fechada a boca de cães ferozes.
Corroborando com essa ideia, Kelly afirma que o verbo grego epistomazein significa colocar uma mordaça, e não simplesmente um freio, na boca de um animal.Um bom presbítero (pastor) deve estar alerta para não permitir mediante seu silêncio que as doutrinas enganosas e prejudiciais avancem gradualmente, nem que os homens perversos tenham oportunidade de propagá-las.

Em terceiro lugar, o caráter dos falsos mestres (1.12,13). Paulo, citando Epimênides de Cnosso, um poeta, mestre religioso e taumaturgo cretense do século 6 a. C., traça um perfil dos falsos mestres e dos cretenses em geral, falando sobre três características de seu pervertido caráter.
Eles eram mentirosos (1.12). Não apenas estavam desprovidos da verdade, mas eram embaixadores da mentira. Esse conceito predominava tanto que o verbo “cretizar” era uma palavra da gíria para “mentir” ou “enganar”. Como o diabo é o pai da mentira, esses falsos mestres estavam a serviço do diabo, e Não a serviço de DEUS. Eles eram embaixadores do engano, e Não da verdade. Eles eram agentes da morte, e Não promotores da vida.
Eles eram violentos (1.12). Os cretenses Não eram apenas mentirosos, mas também violentos. Eram “feras terríveis”. Eram truculentos em palavras e atitudes.
Eles eram glutões preguiçosos (1.12). Os cretenses Não eram dados ao trabalho. Eram glutões e preguiçosos. Viviam para o prazer imediato. Eram hedonistas inveterados. William MacDonald diz que os cretenses eram alérg1 Cos ao trabalho e viciados em glutonaria.
Em quarto lugar, os erros dos falsos mestres (1.14-16). Paulo menciona três erros graves que caracterizavam os falsos mestres.
Eles eram legalistas quanto à teologia (1.13b, 14). Davam muita importância aos mandamentos, regras e preceitos fabricados por homens em vez de serem fiéis à Palavra de DEUS. Kelly diz que é razoavelmente certo que o que Paulo tem em mente são exigências judeu-ascéticas (proibição do casamento e o repúdio a certos alimentos) tais quais estão subentendidos em 1 Timóteo 4.3-6.
O profeta Isaías havia alertado para esse pecado (Is 29.13). JESUS também denunciou esse mesmo erro nos fariseus, dizendo que “[...] não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem” (Mt 15.11; Mc 7.15). Assim, esses falsos mestres adoravam a DEUS em vão, ensinando doutrinas que são preceitos de homens (Mc 7.7,8).
Paulo, igualmente, pontuou esse mesmo pecado em sua carta aos Colossenses (Cl 2.22) e aos romanos (Rm 14.20). Os falsos mestres criavam longas listas de pecados. Era pecado tocar isto ou aquilo; era pecado comer esta ou aquela comida. As coisas que eram boas em si mesmas eles as transformavam em coisas contaminadas e impuras.
Eles eram corrompidos quanto ao julgamento (1.15). William MacDonald diz que, se nós pegarmos as palavras “para os puros todas as coisas são puras” fora do contexto, como uma verdade absoluta em todas as áreas da vida, estaremos encrencados.Todas as coisas não são essencialmente puras, mesmo para aqueles que têm a mente pura.
Muitas pessoas têm inescrupulosamente usado esse texto para justificar comportamentos reprováveis, vendo, ouvindo e manuseando coisas vergonhosas. Essas pessoas deturpam as Escrituras para a própria ruína (2 Pe 3.16).
Nessa mesma linha de pensamento William Elendriksen orienta que a expressão “todas as coisas” deve ser entendida no seu contexto, ou seja, tudo o que DEUS criou para ser consumido como alimento (1 Tm 4.3-5). Não é a coisa impura que faz o homem ser impuro, como equivocadamente sustentavam os judeus (Jo 18.28), mas são os homens impuros os que fazem com que todo o puro seja impuro (Ag 2.13).
Os falsos mestres davam mais valor à pureza aparente e ritual do que à pureza interior e moral. Eles proibiam o que DEUS aprovava. Porque viviam atolados na impureza, julgavam tudo como impuro. Refletiam a si mesmos em tudo o que viam. William Barclay está correto quando diz que, se alguém é puro em seu coração, todas as coisas são puras para ele. Se o coração é impuro, torna impuro tudo o que pensa, fala ou toca. A pessoa que tem a mente suja faz com que todas as coisas sejam sujas.
Concordo com a advertência de Warren Wiersbe de que o cristão que se entrega a práticas eróticas pecaminosas e diz que são puras porque seu coração é puro usa a Palavra de DEUS como desculpa para pecar. Pelo contexto, sabemos que Paulo aplica essa declaração aos alimentos e devemos ter cuidado para não generalizar.
Eles eram inconsistentes quanto ao testemunho (1.16). Visto que os hereges cretenses eram judaizantes, é possível que o apóstolo Paulo esteja criticando a pressuposição complacente de que eles eram uma elite com um conhecimento privilegiado de DEUS. Havia separação e dicotomia entre sua teologia e sua vida, entre a doutrina e o dever, entre a confissão e a prática. Seu conhecimento não produzia mudança no seu caráter. Diziam conhecer a DEUS, mas negavam a DEUS na sua conduta.
John Stott declara acertadamente que não podemos afirmar aquilo que negamos, nem negar o que afirmamos. Fazer isso é, no mínimo, a essência da hipocrisia, porque desse modo professamos DEUS com palavras e o negamos com nossos atos. Isso é um ritual desprovido de realidade; é ter aparência sem poder; declarações sem caráter; fé sem obras.
Paulo diz que o resultado dessa inconsistência é a abominação. A palavra grega bdeluktos, “abominável”, é utilizada particularmente para referir-se aos ídolos e às imagens pagas. Há algo de repulsivo na pessoa com uma mente hipócrita e obscena. Kelly diz que essa palavra denota o que causa horror e nojo a DEUS. Essas pessoas hipócritas são abomináveis para DEUS. São desobedientes e reprovadas para toda boa obra.
A palavra grega adokimos, “reprovado”, descreve uma moeda falsificada. É utilizada para descrever um soldado covarde que foge na hora da luta. E usada para descrever um indivíduo inútil e sem valor. É a palavra usada para descrever uma pedra defeituosa que os construtores rejeitavam.
Quando uma pessoa tem uma mente impura e uma vida inconsistente, sua vida não é útil para DEUS nem para o seu semelhante. Sua religião não passa de um embuste. John Stott está coberto de razão quando enfatiza: “A verdadeira religião é divina em sua origem, espiritual em sua essência e moral em seus efeitos”.
A mensagem precisa ser uma ponte entre o texto antigo e o leitor contemporâneo. Sendo assim, o que poderíamos aprender com o texto em tela? Destacamos dois pontos axiais.
A igreja não pode ficar na defensiva, mas precisa ser proativa. Diante da multiplicação dos falsos mestres e da disseminação de suas heresias nas igrejas, Paulo não ficou silencioso nem inerte, mas trabalhou no sentido de multiplicar os verdadeiros mestres, elegendo presbíteros sãos na fé e irrepreensíveis na conduta para ensinarem a verdade. Só podemos combater o erro com a verdade.
Só podemos neutralizar as trevas com a luz. Aqueles que andam no erro precisam ser convencidos pela verdade (1.9), precisam ser silenciados (1.11) e repreendidos severamente para que sejam sadios na fé” (1.13).
A igreja precisa velar pelas suas instituições de ensino. Não poderia expressar esse ponto melhor do que John Stott. Acompanhe suas palavras:
A principal instituição da igreja é o seminário ou faculdade teológica. Em cada país, a igreja reflete o que são seus seminários. Todos os futuros pastores e mestres da igreja passam pelo seminário. É ali que eles se formam ou “se estragam”, é ali que recebem toda a sua bagagem para a vida ministerial e são inspirados, ou são afetados negativamente. Portanto, importa que os seminários de todo o mundo se firmem na fé evangélica, tenham um nível acadêm1 Co excelente e se pautem pela piedade pessoal. Não há melhor estratégia do que essa para a reforma e a renovação da igreja.
A EPÍSTOLA A TITO - O testamento de Paulo à igreja - Hernandes Dias Lopes - Comentários Expositivos Hagnos

Comentários de - 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
4. Finalmente, depois da sua abertura pesada, porém profundamente significante, Paulo chega ao seu correspondente: A Tifo, verdadeiro filho, segundo a fé comum (“a fé que compartilhamos”). Para a expressão verdadeiro, i.é, legítimo, filho, ver sobre 1 Tm 1:2. Como naquela passagem, Paulo está relembrando que seu discípulo é um dos seus próprios convertidos (ver a Introdução, pág. 9), e está vendo a origem do seu relacionamento especial na fé que foi instrumental em implantar nele. Alguns preferem a tradução a fé comum, i.é, a fé em que compartilham todos os cristãos, e comparam o uso de “comum salvação” em Jd 3; mas assim seria destruída a nota íntima e pessoal que o presente contexto requer.
A saudação Graça e paz, em distinção de 1 Tm 1:2 e 2 Tm 1:2, conforma-se ao uso das Paulinas reconhecidas. Do outro lado, da parte de DEUS Pai e de CRISTO JESUS nosso Salvador é uma fórmula incomum. Esperamos “nosso Senhor,” mas Paulo talvez se sente impulsionado a encaixar nosso Salvador de tal modo que equilibre a descrição de DEUS como “nosso Salvador” no v. 3. É relevante que suas duas únicas outras aplicações do título de “Salvador” a CRISTO nesta carta (2:13; 3:6) seguem de perto versículos em que designou DEUS pelo mesmo título.

ACERCA DOS OFICIAIS DA IGREJA
Paulo passa imediatamente a lembrar Tito da tarefa que deve realizar como seu representante em Creta. Essencialmente, é organizar as comunidades cristãs na ilha ao estabelecer ministros responsáveis e ao combater o falso ensino. Esta seção trata da primeira metade da sua tarefa, e pressupõe uma organização semelhante àquela que é prevista em 1 Timóteo, embora um pouco menos adiantada. Primeiramente, há a mesa de presbíteros, ou anciãos, que, como tais, conforme podemos conjeturar, não são ministros propriamente ditos, mas, sim, formam um Tribunal com Responsabilidade geral por cada comunidade. Normalmente iriam escolhidos; algum tipo de nomeação ou ordenação específica é subentendido. Ver sobre 1 Tm 5:17. Em segundo lugar, há oficiais executivos conhecidos como bispos ou superintendentes (em comunidades pequenas, poderia haver apenas um só) que cumpriam na prática os deveres ministeriais e pastorais necessários. Estes são selecionados das fileiras dos presbíteros, de modo que os dois títulos são virtualmente, embora não rigoro­ samente, intercambiáveis. Para os superintendentes, ver a Introdução, págs. 20-23; também notas sobre 1 Tm 3:2; 5:17. A diferença principal de 1 Timóteo é que não há menção de diáconos nesta carta. Esta é evidência de uma etapa menos complexa, talvez menos avançada, de organização eclesiástica, vista que os diáconos eram os assistentes dos supervisores. Ver sobre 1 Tm 3:8.
5. Por esta causa, Paulo começa, te deixei em Creta para que pusesses em ordem as coisas restantes. Não precisamos supor que esteja dando a Tito informações pela primeira vez, muito menos que esteja respondendo a um pedido para as tais. Como em 1 Timóteo, está recapitulando instruções já dadas de forma geral, parcialmente, sem dúvida, porque era útil tê-las registradas no preto sobre o branco, mas também para o benefício do rebanho de Tito, ao qual esperava que comunicasse a carta. O contexto subentende que o próprio Paulo já dirigiu uma missão em Creta; o verbo empregado (Gr.apoleipein) transmite a ideia de deixar para trás. Esta não pode ser identificada com a parada breve registrada em At 27, e, portanto, parece melhor datá-la depois do primeiro cativeiro romano (ver Introdução, págs. 14—17).
Embora o cristianismo tenha fincado pé em certo número de distritos, a igreja em Creta parece estar numa condição bastante desorganizada. Logo, entre as várias coisas que precisam de ser endireitadas, Paulo pede a Tito que constituísse presbíteros, conforme te prescrevi. Embora a existência dos presbíteros é pressuposta em 1 Timóteo, aqui estão sendo estabelecidos pela primeira vez. Para a prática de Paulo, cf. At 14:23.   
Alguns, impressionados pelo fato de que Paulo em nenhum lugar menciona os presbíteros pelo nome nas suas cartas reconhecidas, preferem traduzir “nomear para os cargos pessoas de idade,” sendo que o cargo é explicado no v. 7 como o de superintendente. Mas isto força muito desnecessariamente os vários contextos em que “presbítero” ocorre nas Pastorais, bem como força o Grego:: ver sobre 1 Tm 5:17. Notamos que a responsabilidade total pela escolha dos presbíteros parece ter sido deixada com Tito, disposição esta que provavelmente fosse necessária pela imaturidade das comunidades cretenses. O “eu” (oculto em português) em conforme te prescrevi é enfático; a cláusula olha para o versículo seguinte e impressiona sobre Tito que seus presbíteros devem ser do tipo de homens que Paulo aprova.
6. A lista de qualificações, positivas e negativas, assemelha-se de modo muito próximo àquela que é, preceituada para os superintendentes em 1 Tm 3:2-7. Os presbíteros devem ser alguém que seja irrepreensível (o singular é usado no original, a construção sendo lit, “se alguém for irrepreensível. . .”). Ou seja: não devem oferecer qualquer lacuna para a crítica: ver sobre 1 Tm 3:2, 7. Além disto, devem ser marido de uma só mulher, expressão esta que provavelmente significa (ver sobre 1 Tm 3:2) “casado uma só vez,” sendo aplicável a um homem que não se casou outra vez depois da morte da sua esposa ou depois do divórcio.
Os filhos, também, fornecem um teste útil da sua adequabilidade. Devem ser crentes, que compartilham da fé em CRISTO do seu pai, e na sua conduta diária não devem ser acusados de dissolução (Gr. asõtia: o advérbio cognato é usado em Lc 15:13 do “viver dissoluto” do filho pródigo), nem são insubordinados. Para a última qualidade, cf. 1 Tm 3: 4; ao homem que não pode criar seus filhos para serem bem comporta­ dos deve carecer a combinação de simpatia e firmeza exigida num presbítero.
7. Paulo dá uma razão para estas qualificações, e acrescenta mais uma fileira deles —Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro (lit. “encarregado de uma casa ou família”) de DEUS. Por causa da introdução abrupta do “superintendente” (Gr. episkopos) no singular numa discussão acerca de presbíteros, e também porque Paulo parece estar recomeçando sua lista e estar usando matéria que reaparece em 1 Tm 3:2-7, vários autores colocam os w. 7-9 entre parênteses como uma interpolação. Pertencem a um período, argumentam eles, em que o episcopado monárquico, ou de um só homem, já se estabelecera. Os MSS, no entanto, não oferecem qualquer apoio a este ponto de vista, e a conexão dos versículos como o que antecede é confirmada pela repetição de irrepreensível que já aparece no v. 6. Sua afinidade com 1 Tm 3:2-7 é facilmente explicada se supormos que em ambas as passagens Paulo está tomando emprestada uma lista convencional de qualidades desejáveis em oficiais da igreja. O singular o bispo é provavelmente genérico: ver sobre 1 Tm 3:2. A mudança repentina de Paulo de presbíteros em geral para os superintendentes é bastante natural se, conforme é argumentado na Introdução págs. 20—23 e nas notas sobre 1 Tm 3:2; 5:17, estes últimos eram oficiais executivos escolhidos dentre as fileiras dos primeiros.
Uma congregação cristã, Paulo declara em 1 Tm 3:15, é “a casa de DEUS;” logo, um superintendente é o despenseiro de DEUS. A ênfase re­ cai em de DEUS; é porque representa a DEUS que deve ser irrepreensível. Cinco vícios que um superintendente deve evitar passam então a ser acrescentados. Não deve ser arrogante, i.é, obstinado ou voluntarioso, não irascível, visto que o trabalho pastoral requer paciência, não dado ao vinho, nem violento, (para estes vícios, ver sobre 1 Tm 3:3), nem cobiçoso de torpe ganância. Esta última falha (ver ibid.) era uma tentação especial para os ministros que tinham de manusear as ofertas da igreja e a assistência caridosa. A queixa de muitos comentaristas modernos que os padrões subentendidos nesta lista, como em 1 Tm 3:2-7, são por demais terrestres e prosaicos, revelam uma falta extraordinária de realismo. Paulo está colocando seu dedo nas tentações às quais os oficiais eclesiásticos decerto eram expostos, pela própria natureza das suas responsabilidades e trabalho, tanto na era apostólica quanto mais tarde.
8. Para contrabalançar os cinco vícios, acrescenta sete virtudes que são ainda mais próximas daquelas que estão alistadas em 1 Tm 3:2 (ver as notas ali). O superintendente deve ser hospitaleiro, porque a responsabilidade de hospedar visitas em nome da comunidade recai sobre ele; amigo do bem (Gr. philagathos), adjetivo que conota a devoção a tudo aquilo que é melhor; sóbrio, em contraste com os traços desordeiros condenados no versículo anterior; justo, piedoso, i.é, exemplar nos relacionamentos tanto com seu próximo quanto com DEUS (cf. 1 Ts 2:10 para as mesmas duas qualidades justapostas); que tenha domínio de si, virtude esta que é louvada em G1 5:23 como sendo um dos frutos do ESPÍRITO.
9. Finalmente, o ministro cristão deve ter o equipamento doutrinário certo de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem. É aqui, ha tarefa dupla de edificar os fiéis e de eliminar o erro, que, como um presbítero que também é um supervisor, enfrenta seu desafio principal. (Para reto ensino, ver a nota sobre 1 Tm 1:10). Se é que quer enfrentá-lo com sucesso, deve ser ele mesmo uma pessoa que é apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina. Noutras palavras, deve ser dedicado de coração e alma à veracidade da mensagem apostólica, e, por implicação, convicto da veracidade dela - conforme se pode parafrasear a frase complexa literalmente traduzida nas nove palavras supra. Aquela mensagem é fiel, i.é, é digna de confiança, quando concorda com a doutrina, i.é, fielmente reflete “a forma de doutrina” Rm 6:17) que o próprio Apóstolo entregara. Há uma olhada crítica aqui no falso ensino que dentro em breve será denunciado. Pode também ser notado que o querigma primitivo já está começando a tomar forma como uma coletânea fixa nas ortodoxas (ver notas sobre 1 Tm 6:20; 2 Tm 1:13-14; 2:2).

OS FALSOS MESTRES 1:10-16
A menção de os que contradizem no v. 9 provoca Paulo a lançar um ataque contra estes mestres mal-orientados, aos quais acusa de se­ rem moralmente corruptos além de semearem erro e confusão entre os fiéis. Parece evidente que são cretenses de nascença, e embora seu en­ sino tenha pontos estreitos de contato com os mestres do erro em Éfeso (1 Tm 1:3-11; 6:3-10; 2 Tm 2:14-18), tem certos aspectos especificamente locais, e seu caráter judaico é ressaltado mais fortemente. A ação vigorosa é exigida de imediato, pois as congregações de Creta mal tiveram tempo de se estabelecer e já estão sendo subvertidas.
10. Com porque existem muitos insubordinados, Paulo está dando a razão porque a nomeação de superintendentes com o caráter e o equipamento que ele mesmo estipulou é urgentemente necessário. Aqueles que são descritos no v. 9 como os que contradizem a doutrina apostólica são aparentemente por demais numerosos, e o adjetivo insubordinados vividamente retrata sua propensidade para desconsiderar as autoridades da igreja. Também são faladores frívolos (Gr. mataiologoi; para o subs. cognato, cf. 1 Tm 1:6), usando linguagem impressionante com pouco ou nenhum conteúdo sólido da verdade, e, como resultado, são enganadores que logram seus ouvintes crédulos.
Até aqui, a diatribe de Paulo é por demais generalizada para nos dar quaisquer informações concretas acerca da heresia deles, mas agora acrescenta que suas críticas severas se aplicam especialmente aos da circuncisão. Emprega esta expressão em Rm 4:12 para judeus, mas em G1 2:12 e Cl 4:11 (cf. também 10:45; 11:2) para cristãos judeus. Este último pode ser o significado aqui (cf. Moffatt: “os que vieram do judaísmo”). Podemos, portanto, inferir que, embora o grupo rebelde consistisse de cristãos tanto gentios quanto judeus, estes últimos formavam o elemento mais ativo. Há evidência (Josefo, Antiq. xvii. 327; Bell. Iud ii. 103; Filo, Leg. ad Gaium 282) de que os judeus eram numerosos em Creta.
11. Paulo está a favor de perder pouco tempo com os dissidentes — É preciso fazê-los calar. Esta tradução preserva a metáfora vigorosa do verbo gr. epistomazein (hapax), que significa colocar uma mordaça, e não simplesmente um freio, na boca de um animal. É urgentemente necessário porque andam pervertendo (o verbo significa literalmente “estão virando de cabeça para baixo”) casas inteiras, ensinando o que não devem. Es­ ta frase enigmática relembra 1 Tm 5:13 (“falando o que não devem”), onde (ver a nota) os estudiosos têm suspeitado uma referência velada às artes mágicas. Pode haver semelhante referência aqui, mas é igual­ mente possível, que Paulo esteja pensando nos falsos ensinos dos mestres do erro.
O que parece claro de qualquer maneira é que estas pessoas perigosas, conforme o Apóstolo as vê, não estão movidas pelo desejo de servi a DEUS ou a seu próximo, mas, sim, estão a fim de fazer “lucros sórdidos” (torpe ganância). Acusa os dissidentes de Éfeso, também, de terem motivos mercenários (1 Tm 6:5), mas em nenhum caso indica se os lucros esperados viriam de emolumentos, ofertas, ou dalguma outra fonte. Este, também, é um toque de colorido local, pois os cretenses tinham má fama na antiguidade por sua avareza (e.g. Políbio, Hist. vi. 46. 3).
12. Ao se comportarem assim, Paulo continua, estão meramente vivendo à altura do quadro pouco lisonjeiro do caráter cretense que dentre eles, um seu profeta, pintou. Passa então a citar a linha (é um hexâmetro no original), Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos. Cita refrões semi-proverbiais semelhantes de Menandro em 1 Co 15:33 e (se At 17:28 registra com exatidão suas palavras) de Arato no seu discurso em Atenas. O poeta em epígrafe aqui é, segundo Clemente da Alexandria (Strom. i. 59. 2), Epimênides de Cnosso, em Creta, um ensinador religioso e taumaturgo do século VI a.C. A linha às vezes tem sido atribuída a Calímaco (c. de 305 —c. de 240 a.C.) porque a primeira metade ocorre no seu Hino de Zeus, mas é provável que estivesse citan­ do uma frase que já era proverbial nos tempos dele. Paulo chama Epimênedes um profeta, e assim enfatiza a autoridade do julgamento dele; mas é interessante notar que Platão, Aristóteles, Cícero, e outros falam dele como sendo um homem inspirado, profético.
Epimênides, segundo parece, estigmatizou os cretenses como sen­ do sempre mentirosos porque alegavam ter o túmulo de Zeus na sua ilha. Esta era uma impostura flagrante, pois Zeus era o principal dos deuses, e, no ponto de vista dos seus devotos, muitíssimo vivo. O dito, porém, tomou-se um lema popular, uma zombaria que dava expressão à reputação chocante que os cretenses tinham no mundo antigo pela sua falsida­ de. Este conceito predominava tanto que o verbo “cretizar” (Gr. krètigrar.” Os comentários de Paulo teria escrito de modo tão despojado de tato, para não dizer rudemente, numa carta real que visava ser lida em voz alta diante de umauditório cretense (conforme 3:15 sugere que es­ ta carta tinha tal destinação). Mas o Apóstolo está alarmado e zangado com conduta dos sectários, e em tal disposição de ânimo as pessoas nem sempre deixam defalar francamente. De qualquer maneira, dificilmente teria esperado que os cristãos verdadeiros nas comunidades cretenses padecessem de sensibilidade nacionalista.
Nenhuma insinuação profunda precisa ser lida em feras terríveis, ventres preguiçosos. Sem forçar os pormenores  uma citação, afinal das contas), Paulo considera que a linha expressa, com exatidão prática, falsidade,a grosseria, e a gula do grupo dissidente em Creta. Tal testemunho é exato, acrescenta ele. O tom da frase sugere que teve amarga experiência pessoal na ilha. Tito, portanto, deve repreendê-los, i.é, os dissidentes, nãoos cretenses de modo geral, severamente. Sua severidade, no entanto, não deve ser negativa, mas, sim, deve visar garantir que sejam sadios na fé. Para a noção, característica nas Pastorais, que a ortodoxia doutrinária é“sadia,” ao passo que o erro é uma forma de doença, ver sobre 1 Tm 1:10; 6:4.
Nas palavras que se seguem, e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com mandamentos de homens desviados da verdade, Paulo finalmente lança alguma luz sobre o conteúdo dos ensinos dos mestres do erro.Primeiramente, consiste em fábulas (lit. “mitos”) judaicas, que provavelmente são muito semelhantes às “fábulas sem fim” atacadas em 1 Tm 1:4 (ver a nota ali), embora aqui sejam especificamente designadas judaicas.Em segundo lugar, os mestres do erro estão exigindo a observância de regulamentos que o Apóstolo desconsidera como mandamentos de homens. Estes não podem ser, conforme pensavam alguns dos Pais, os preceitosda Lei Mosaica, que, para Paulo, tinham origem divina. Nem po­ de a referência ser à “tradição dos antigos,” com sua distinção entre' carnes puras e impuras, etc., visto que acrescenta que os autores destas regras sãohomens desviados da verdade. É razoavelmente certo de que o que ele tem em mente são exigências judaicas ascéticas (e.g. a proibição do casamento e o repúdio a certos alimentos) tais quais estão subentendidasem 1 Tm 4:3-6. Pode ser notado que descreve as tendências ascéticas da heresia de Colossos como sendo “os preceitos e as doutrinas dos homens (Cl 2:21-22).
1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.

Tito - John Macarthur - Novo Testamento Comentário Expositivo de Titus - MOODY PRESS/CHICAGO - 1996 - by THE MOODY BIBLE INSTITUTE
Introdução -
Tito - Esta carta foi projetado para ensinar Tito a instruir outros irmãos e anciões em Creta que estavam sobre sua liderança, e também para instruir membros em várias congregações. Também serviu para realçar a liderança de Tito ao falar que ele estava sobre a autoridade de Paulo. 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito pertencem ao grupo de escritos de Paulo, conhecidas como as Epístolas Pastorais. Eles são assim chamados porque eles foram dirigidas a dois dos filhos na fé muito queridos por Paulo , Timóteo e Tito, que possuía tarefas pastorais. Timóteo estava no comando da igreja em Éfeso e Tito daquelas que estavam na ilha de Creta. Como essas foram as últimas de suas cartas a serem escritas, elas nos informam sobre os últimos anos de seu ministério. Culto público, a seleção e qualificação de líderes da igreja, a vida pessoal do pastor e ministério público, a forma de confrontar o pecado na igreja, o papel das mulheres, o cuidado com as viúvas, e como lidar com dinheiro estão entre os assuntos discutidos. Eles também ensinam importantes verdades doutrinárias sobre as Escrituras, salvação e JESUS como Salvador.
AUTOR
A autoria de Paulo desta carta nunca foi seriamente questionada, nem a identidade de Tito. Como os dois homens haviam sido associados a um longo tempo, Paulo está se apresentando como "apóstolo de JESUS CRISTO" (1:1) Ele se identificou assim unicamente por causa dos crentes nas igrejas de Creta, que não o conheciam. Este foi provavelmente a última carta que Paulo escreveu.

DESTINATÁRIOS
Parece provável que Tito entrou na vida de Paulo durante a segunda viagem missionária do apóstolo, embora, por alguma razão, Lucas não faz menção a ele no livro de Atos. Nós não sabemos onde ou como ele se converteu ou precisamente quando ou como eles se conheceram, mas se tornou um homem associando a esse grande apóstolo. Paulo o chama de "meu verdadeiro filho na fé comum" (1:4) sugere que Tito assim como Timóteo (1 Tm. 1:2), foi levado a fé salvadora por Paulo. Após a primeira prisão de Paulo, ele levou com ele Tito a Creta, onde os dois ministraram juntos por algum tempo. Quando o apóstolo partiu, deixou Tito para trás para continuar o ministério (1:5). Tito tinha viajado e servido com Paulo extensivamente. Ele estava com o apóstolo em Corinto e é mencionado nove vezes na segunda carta de Paulo à igreja lá. Paulo lamentou que "quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de CRISTO, uma porta se abriu para mim no Senhor, não tive descanso em meu espírito, não encontrando meu irmão Tito" (2 Coríntios. 2:12-13) . Por outro lado, alegrou-se "para a alegria de Tito, porque o seu espírito foi recreado por vós todos" (7:13). Tito não era simplesmente suplente de Paulo, mas era o seu amado irmão e seu "companheiro e colaborador" (8:23). Tito acompanhou Paulo e Barnabé a Jerusalém para participar do Concílio de Jerusalém, durante o qual a questão dos judaizantes foi resolvida de uma vez por todas (Atos 15; Gal 2:1-3).. Tito, na verdade, era o modelo de Paulo de um convertido nascido de Nov, um gentio cheio do ESPÍRITO, que não tinha necessidade de se identificar de alguma forma com o judaísmo religioso, seja através de circuncisão ou a obediência à Lei de Moisés (Gálatas 2:03 -5). Este jovem obreiro foi, portanto, bem familiarizado com os argumentos dos judaizantes que mais tarde teve de lidar em Creta (Tito 1:10, 14) e bem entendeu a posição oficial da Igreja sobre os argumentos contra seu falso evangelho. Porque Tito tinha sido associado com Paulo por muitos anos antes de começar seu ministério em Creta, é improvável que qualquer uma das doutrinas e padrões mencionados nesta epístola fossem novos para ele. Como mencionado acima, ele havia passado um ano com Paulo ministrando à igreja de Corinto, a igreja problema protótipo do Novo Testamento. Ele foi duas vezes encarregado de reunir ajuda para a igreja em Jerusalém (2 Coríntios. 8:6, 22-24). Mais tarde, ele retornou para continuar o ministério ali a pedido de Paulo, entregando a segunda carta do apóstolo para eles (2 Coríntios. 8:16-19). Ele sabia em primeira mão os ensaios e as desilusões de liderar um grupo de crentes que eram imaturos, egoístas, facciosos, e mundanos. O próprio fato de que ele era encarregado de tais atribuições indica a grande confiança de Paulo em sua doutrina, sua maturidade espiritual, a sua liderança, sua confiabilidade, e seu amor genuíno por aqueles que ele conduziu. Este dever de construir igrejas em Creta que poderia efetivamente evangelizar a ilha demonstra o compromisso de Tito para alcançar os não convertidos com o evangelho.

MENSAGEM
A carta a Tito é muito parecido com duas cartas de Paulo a Timóteo e foi escrito com o mesmo propósito de incentivar e fortalecer um jovem pastor a quem ele havia discipulado, em quem ele tinha grande confiança, e para quem ele tinha grande amor como um pai espiritual. Ele estava passando o bastão, por assim dizer, a esses jovens pastores que estavam ministrando em situações difíceis, Timóteo na igreja em Éfeso e Tito nas inúmeras igrejas na ilha de Creta. Ambos os homens tinham sido cuidadosamente treinados por este grande apóstolo, ambos foram altamente dotados pelo ESPÍRITO SANTO, e ambos haviam provado sua devoção incansável para Paulo e para a obra do Senhor. Tanto enfrentou homens como também enfrentou oposição ferrenha de dentro e de fora da igreja. Esta carta foi projetada para instruir Tito, para instruir os outros anciãos em Creta que trabalharam sob sua liderança, e para instruir os membros nas várias congregações. Também serviu para divulgar a liderança de Tito autorizada por Paulo.
O Capítulo 1 enfoca as qualificações da liderança da igreja, especificamente, sua teologia e seu caráter pessoal e conduta.
O Capítulo 2 enfoca o caráter e a conduta dos membros da igreja entre si e
O capítulo 3, ensina sobre o caráter e a conduta de ambos os líderes e membros perante o mundo incrédulo em que viviam e onde testemunhavam de CRISTO. Todas as três áreas de preocupação são essenciais para o real propósito da carta, que foi a construção de igrejas fortes que seriam eficazes no evangelismo. Embora o livro de Tito não seja tão doutrinário como algumas das outras cartas de Paulo, como romanos, no entanto, contém muitos tesouros doutrinais, incluindo algumas das doutrinas cardeais da fé, como a salvação pela graça de DEUS trabalhando através da fé do crente ( 3:5-7). Embora a carta relate muitas realidades magníficas da salvação, ela é eminentemente prática, estabelecendo as obrigações e responsabilidades que temos como filhos de DEUS e co-herdeiros com nosso Senhor JESUS CRISTO (3:7). A carta apresenta um guia compacto para o tipo de ministério cristão e da vida cristã pessoal que levará os não convertidos para a salvação. Tito é uma carta evangelística cujo principal objetivo era preparar a igreja para mais um testemunho eficaz para os incrédulos em Creta. Paulo fala repetidamente de ambos, o Pai celestial (1:3; 2:10; 3:4) e de JESUS CRISTO (1:4; 2:13, 3:6) como Salvador. Um dos propósitos para silenciar os falsos mestres era remover o veneno de suas idéias de corrupção e de vida corrupta, que ameaçavam não só a vida espiritual dos crentes em si, mas também a própria salvação daqueles que testemunhavam. Paulo sabia que a verdade salvífica da mensagem do evangelho cai em ouvidos moucos quando aqueles que a proclamam vivem vidas ímpias que mostram nenhuma evidência de redenção em si própria. Quando os cristãos vivem em pecado, eles não podem esperar que os incrédulos deem atenção a mensagem que deveria salvá-los do pecado. Um dos testemunhos mais fortes que um cristão pode dar é a de um viver  justo, santo, numa vida de doação. Foi por essa mesma razão que Paulo lembrou aos cristãos na ilha de Creta que o nosso Senhor "se deu por nós, a fim de remirmos de toda iniquidade e purificar para si um povo para sua própria possessão, zeloso de boas obras" (2:14 ). E foi por essa razão que o próprio Senhor ordenou: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, de tal forma que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mt 5:16). DEUS é um DEUS salvador, que salva as pessoas para que eles possam viver uma vida religiosa, a fim de que outros possam também ser salvos, mediante a proclamação da verdade do evangelho apoiados pelo testemunho de vidas transformadas. DEUS prova o seu poder salvífico através de pessoas salvas. Embora Paulo esteja falando em Tito 2:10 especificamente de títulos de escravos, a vida de cada cristão deve ser "ornamento da doutrina de DEUS, nosso Salvador em todos os aspectos. Porque a graça de DEUS se manifestou ", continua ele," trazendo salvação a todos os homens "(v. 11, grifo nosso).

AS IGREJAS EM CRETA
Creta é localizada no mar Mediterrâneo, ao sudeste da Grécia, sudoeste da Ásia Menor e norte da África. A ilha tem cerca de 160 quilômetros de comprimento e varia em largura de 7 a 35 milhas. Devido à sua localização estratégica, Creta foi exposta a civilização grega e romana, apesar da reputação de seus cidadãos por serem "mentirosos, bestas ruins, [e] ventres preguiçosos" (Tito 1:12). Alguns dos judeus em Jerusalém no dia de Pentecostes eram de Creta e ouviram o evangelho pregado na sua própria língua (At 2:11). Os crentes da igreja em Creta eram novos, imaturos na fé, e sem dúvida uma igreja pequena, embora seu crescimento possa ter sido considerável. A fim de supervisionar tantas congregações espalhadas por uma área tão grande, Tito, obviamente, iria precisar de ajuda. A primeira instrução do velho Paulo a este jovem chefe foi a de nomear e ordenar outros anciãos em cada igreja (1:5). A carta não era apenas um guia para Tito, mas foi um documento escrito para comprovar sua autoridade apostólica, delegada por Paulo. Quando Tito colocou em prática fielmente as admoestações da carta na igreja, ele o fez com autoridade apostólica, o apóstolo Paulo deixou claro que qualquer líder ou membro das igrejas que se opusessem a Tito estariam se opondo ao próprio apóstolo Paulo e, portanto, estariam contrárias ao Senhor JESUS que encomendou o apóstolo. As igrejas de Creta haviam atraído "muitos homens rebeldes, faladores vazios e enganadores, especialmente os da circuncisão" (1:10), falsos mestres que não só ensinaram doutrinas ímpias, e ainda viveram vidas ímpias. Alguns desses homens eram judeus de Creta que ouviram o evangelho no dia de Pentecostes, mas não acreditaram com a fé devida. Impunham-se porque a maioria da igreja era ainda vulnerável. Mesmo depois de ter o imenso privilégio de ensino pessoal de Paulo e exemplo eles continuaram a precisar de fiéis líderes competentes para fundamentá-los ainda mais na verdade de DEUS e para serem modelos de uma vida piedosa para eles. O compromisso do líder Paulo, servo de DEUS e apóstolo de JESUS CRISTO, era levar os eleitos de DEUS à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade, fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna, a qual o DEUS que não mente prometeu antes dos tempos eternos. No devido tempo, ele trouxe à luz a sua palavra, por meio da pregação a mim confiada por ordem de DEUS, nosso Salvador, a Tito, meu verdadeiro filho em nossa fé comum: Graça e paz da parte de DEUS Pai e de CRISTO JESUS, nosso Salvador. (1:1–4”.
Os primeiros quatro versos desta carta, que formam a saudação, compreendem uma frase longa, envolvente e comovente. A saudação é um pouco mais formal do que as cartas escritas a Timóteo, mas o propósito de todas as três cartas era quase a mesma coisa: encorajar e fortalecer um jovem pastor que tinha conseguido ser apóstolo em um ministério difícil. Como se verá ao longo desta epístola, a ênfase está na obra salvadora de DEUS (DEUS e CRISTO são repetidamente chamados de Salvador: 1:3, 4; 2:10, 13; 3:4, 6). A saudação de abertura define o tema, centrando sobre a natureza do evangelho no ministério. Porque Paulo passou muito menos tempo na fundação e estabelecimento das igrejas na ilha de Creta, que havia passado com uma única congregação em Éfeso (onde Timóteo estava pastoreando). A Saudação de abertura de Paulo nesta carta (é uma das mais claras representações de seu ministério em qualquer lugar do Novo Testamento) é Fiel e muito mais do que uma declaração dogmática de autoridade apostólica. Embora Paulo tivesse profundos sentimentos pessoais e até mesmo certos objetivos pessoais no ministério, como seu desejo de levar o evangelho a Bitínia (At 16:7) e em Espanha (Rom. 15:24), ele não escrevia sob o impulso da emoção ou desejo pessoal, muito menos de impulso, mas sob a compulsão de verdades absolutas reveladas pelo Senhor no poder do ESPÍRITO. DEUS, que deseja salvar os pecadores, queria preparar Tito para a construção de congregações capazes de alcançar os perdidos. Nesta rica saudação a Tito, Paulo revela sete características principais que nortearam sua vida e seu serviço ao Senhor, Compromissos fundamentais que cada líder dedicado à igreja de CRISTO deve manter:

1- O COMPROMISSO DE SER SUBMISSO A DEUS
Paulo, servo de DEUS e apóstolo de JESUS CRISTO, (1:1a) A primeira característica é a de ser submisso à  sabedoria de DEUS. Acima de tudo, o apóstolo se via como um homem totalmente sob a autoridade divina, expressado na frase “servo de DEUS”. O nome do apóstolo Paulo em hebraico era Saul, mesmo nome do rei de Israel. Logo após sua milagrosa conversão a CRISTO lhe foi dado por Este um novo nome, no entanto, ele veio a ser conhecido exclusivamente por seu nome grego, Paulos (Paulo). Com sinceridade plena, Paulo poderia ter se identificado como um brilhante estudante, líder da fé judaica, educado aos pés do famoso mestre Gamaliel, que também havia aprendido literatura e filosofia grega. Poderia ter tirado vantagem de sua cidadania romana, uma vantagem extremamente valiosa naqueles dias. Ele poderia ter se gabado de sua vocação original como apóstolo dos gentios, do privilégio e autoridade que lhe foi concedido por JESUS. Ele poderia ter se gabado de ser "arrebatado ao terceiro céu, ter visto o paraíso ..." (2 Coríntios. 12:2, 4), ou de seu dom de milagres, de ser escolhido como o autor humano de grande parte das Escrituras da nova aliança. Apesar de todos esses privilégios, ele, no entanto, escolheu, antes de tudo identificar-se como um servo de DEUS. Doulos (servo) refere-se a pessoa mais servil na cultura dos dias de Paulo e é muitas vezes traduzido como "escravo". Paulo estava na mais completa disposição e servidão a DEUS. Ele não tinha vida, ele até mesmo declarou que não tinha vontade própria, nenhum propósito de sua autoria, e nem planos pessoais. Tudo estava sujeito ao seu Senhor.Cada pensamento, cada respiração, e tudo estava sob o domínio de DEUS. Por que Paulo se refere a si mesmo como um servo de DEUS não só aqui, mas em todas as outras vezes referindo-se a si mesmo como um servo de CRISTO (ver, por exemplo, Rom 1:1; Gal 1:10; Fl 1...: 1)? - sua intenção é se colocar ao lado de homens de DEUS do Antigo Testamento.

2- COMPROMISSO COM A MISSÃO DE DEUS
Para levar os eleitos de DEUS à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade, fé e conhecimento que se fundamentam na esperança da vida eterna (1:1b–2a) Pela submissão de a maestria de DEUS, ele tinha um inabalável compromisso com a missão de DEUS. É a mesma missão que liga cada pregador e professor e, num sentido mais geral, todo líder de igreja e até todo crente. Como visto neste texto, que suas missões incluem evangelização, edificação e encorajamento.  
EVANGELIZAÇÃO
Para levar os eleitos de DEUS à fé (1:1b) Paulo era reconhecido por sua responsabilidade de ajudar a busca os eleitos de DEUS, aqueles que são escolhidos de DEUS, a levar eles a fé salvadora em JESUS CRISTO. Cerca de um ano depois de escrever esta carta, o apóstolo disse a Timóteo: " Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em CRISTO JESUS, com glória eterna" (2 Tm. 2:10). Preguemos o evangelho para que todos tenham a oportunidade de serem salvos.

3- EDIFICAÇÃO
É o conhecimento da verdade que conduz à piedade, (1:1c) Segunda responsabilidade de Paulo no cumprimento de seu compromisso com a missão de DEUS era para edificar aqueles que acreditavam, ensinando-lhes todo o conselho da Palavra de DEUS para que eles pudessem ser santificados pelo conhecimento da verdade. Epignosis conhecimento, traduz-se como à clara percepção de uma verdade. Paulo tem em mente a verdade salvadora, a verdade do evangelho que conduz à salvação.

4- ENCORAJAMENTO
Na esperança da vida eterna, (1:2a).
A Terceira responsabilidade de Paulo no cumprimento de seu compromisso com a missão de DEUS era trazer encorajamento bíblico para os crentes, com base na sua esperança divinamente garantida na vida eterna, esperando pelo dia de ser glorificado, totalmente aperfeiçoado na justiça do próprio CRISTO. Esse é o incentivo maravilhoso da esperança sobre a qual todos os ministros de DEUS podem garantir ser o povo de DEUS.  

5- COMPROMISSO COM A MENSAGEM DE DEUS
A qual DEUS, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos, e no tempo próprio manifestou a sua palavra (1:2b–3a). A contemplação do conteúdo do ministério do evangelho leva Paulo a um terceiro princípio fundamental do ministério, ou seja, o compromisso inflexível com a mensagem de DEUS, as Escrituras divinamente reveladas. Esse compromisso é um corolário óbvio dos dois primeiros. O entendimento do domínio soberano de DEUS e da nossa missão vem exclusivamente através das Escrituras.

6- COMPROMISSO COM MEIOS DE DEUS
Mediante a pregação que me foi confiada segundo o mandamento de DEUS, nosso Salvador (1:3b) O quarto princípio básico da vida e ministério de Paulo era o seu compromisso com meios próprios de DEUS para o cumprimento do ministério para o qual ele foi chamado para a proclamação da Sua Palavra completa e inerrante. Proclamação traduz kērugma, que foi usado da mensagem que um arauto daria em nome do governante ou conselho da cidade com quem ele servia. No Novo Testamento, este termo (frequentemente traduzido por "pregar") é sempre usada da proclamação pública da Palavra de DEUS, que, como o apóstolo acaba de salientar, leva os homens a fé salvadora, as edifica na verdade divina, e fortalece-os para uma vida piedosa. É por essa razão que a pregação expositiva pregação sistemática e rigorosa que explica o significado da Escritura é a única forma legítima para pregar. JESUS também declarou que "se alguém não nascer da água e do ESPÍRITO não pode entrar no reino de DEUS" (João 3:5). O pleno desdobramento da salvação é o plano e o trabalho de toda a Trindade. É a alegria de DEUS para salvar os pecadores (cf. Lc 15:7, 10, 20-24) e da tristeza de DEUS, quando se perdem (ver Lucas 19:21-24).

7- COMPROMISSO COM O POVO DE DEUS
A Tito, meu verdadeiro filho segundo a fé que nos é comum, graça e paz da parte de DEUS Pai, e de CRISTO JESUS, nosso Salvador (1:4) O quinto princípio fundamental da vida de Paulo que é ilustrado aqui foi o seu compromisso com o povo de DEUS. Ele tinha devoção leal  àqueles que, como Tito, seu verdadeiro filho na fé comum, possuíam. Ele usou palavras quase idênticas para Timóteo (1 Tm 1:1;... Cf 2 Tm 1:2). Verdadeiros gnēsios tem o significado básico de "estar legalmente gerado". Teknon Criança traduz, como um filho legítimo, em contraste a um que nasceu fora do casamento. As duas palavras juntas, portanto, intensificam a declaração de Paulo de sua estreita relação com Tito, seu filho espiritual, no mais pleno sentido. O apóstolo era o agente humano usado para trazer Tito para a salvação, e ele claramente tinha a responsabilidade principal para nutri-lo no crescimento espiritual e para treiná-lo para o serviço espiritual. A fé comum pode ser interpretada subjetivamente ou objetivamente. Subjetivamente remete à fé salvadora, que Tito compartilhava em comum com Paulo e todos os outros crentes. Objetivamente remete para as verdades da fé cristã, que Tito compartilhava em comum com o apóstolo e com todos os outros crentes que são fiéis à doutrina. Embora Paulo estava aqui, provavelmente, salientando o aspecto subjetivo da fé de Tito, é óbvio a partir desta epístola e de passagens no livro de Atos, que Paulo e Tito obedeciam à mesma doutrina apostólica. Ele não teria deixado nenhuma igreja nas mãos de um líder que não fosse bem fundamentado na Palavra. Paulo já havia confiado a Tito o trabalho com a igreja mundana e problemática em Corinto. Em sua segunda carta à congregação Paulo fala de Tito nove vezes, sempre favoravelmente. "Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito. E não somente com a sua vinda, mas também pela consolação com que foi consolado por vós, contando-nos as vossas saudades, o vosso choro, o vosso zelo por mim, de maneira que muito me regozijei." (2 Coríntios 7:6-7.). Alguns versos depois, ele elogia o jovem pastor, dizendo: "Graças a DEUS, que coloca a mesma seriedade em seu nome no coração de Tito" (8:16) e chamá-lo de "meu companheiro e cooperador entre vocês" ( v. 23). Ao longo da história, os líderes mais poderosos e eficazes na igreja foram envolvidos no desenvolvimento de parceiros e colegas de trabalho que se estendem e perpetuam o ministério de JESUS CRISTO. Apesar de Paulo ser o mais altamente dotado dos apóstolos, ele nunca ministrou sozinho, nunca tentou exercer um ministério de uma só mão. Até sua morte, ele estava intimamente associado com uma rede incrivelmente grande de pregadores, professores e outros líderes da igreja com quem foi sócio em serviço. Ele estendeu-se através dos outros, sabendo que o Senhor não o chamou para funcionar sozinho. Ele percebeu a importância de delegar responsabilidade e preparar outras pessoas para continuar seu ministério. Todas as cartas de Paulo levam saudações de e para os amigos e colegas de trabalho. No último capítulo de sua carta à igreja em Roma, envia saudações a vinte e sete homens e mulheres por nome e elogia muitos outros que estão sem nome. Ele realmente amou seus companheiros crentes e trabalhadores e construiu profundas relações pessoais com eles onde quer que fosse. Ele continuamente os encorajou e deu a si mesmo sacrificialmente para satisfazer as suas necessidades. Tanto como Timóteo, Tito foi especialmente caro a Paulo, seu pai espiritual e mentor. A graça é o dom maravilhoso de DEUS que traz a salvação e a paz é a maravilhosa bênção que Ele concede a todos aqueles que Ele graciosamente salva. Por essa razão a frase contendo a graça e a paz tornou-se uma saudação comum entre os primeiros cristãos, uma prática talvez iniciada por Paulo. Para esta saudação, acrescentou de DEUS Pai e JESUS CRISTO, nosso Salvador, um credo simples, mas profundo, que atesta a fonte da graça do crente e da paz. O apóstolo acaba de falar de "DEUS, nosso Salvador" no verso anterior, e agora, no final da mesma frase, ele fala de CRISTO JESUS, nosso Salvador. Embora DEUS se torna o Pai celeste de todos os que depositam sua fé em CRISTO JESUS, a ênfase de Paulo aqui é em relação única do Pai para "o seu Filho unigênito" (João 3:16) e sobre a verdade, acima mencionado, que o Pai e o Filho, JESUS CRISTO, estão inseparavelmente ligadas na obra da salvação.

As Qualificações De Um Pastor
Parte-1 e 2
Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei; alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, tendo filhos crentes que não sejam acusados de dissolução, nem sejam desobedientes. Pois é necessário que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro de DEUS, não soberbo, nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, temperante; retendo firme a palavra fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes. (1:5–9)

Os padrões de DEUS para a liderança na igreja são elevados, uma verdade básica e extremamente fundamental que muitas igrejas evangélicas hoje negam ou ignoram. Nada é mais necessário na igreja do que a aplicação cuidadosa dos princípios bíblicos de liderança. No entanto,  líderes qualificados espiritualmente por DEUS são assustadoramente escassos nas igrejas contemporâneas. Nenhuma tendência na igreja é mais prejudicial para a obra de CRISTO do que a falta de disciplina e pastores desqualificados que cometeram graves pecados morais. O problema é que também muitos pastores mesmo tendo sido disciplinados e removidos de seus ministérios, muitas vezes são prontamente aceitos de volta na liderança tão logo cessam os comentários sobre seus delitos. Muitos dos líderes das maiores igrejas hoje absolutamente não passariam pelos padrões bíblicos. Igrejas raramente podem sobreviver a uma falha de liderança. Um pastor que tem afundado espiritualmente, doutrinariamente, ou moralmente, e não é punido e removido, inevitavelmente puxa muitos de seu povo com ele. DEUS oferece perdão e restauração espiritual a todos os crentes, incluindo pastores e líderes de todas igrejas, que sinceramente confessam e renunciam a seus pecados, não importa quão hediondo e público. A graciosa promessa de DEUS é para todos os cristãos: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). Mas a Palavra também deixa claro que o Senhor não aceita tal pessoa, não importa quão talentoso, popular, anteriormente eficaz, ou arrependido de volta em uma posição de liderança. Nem deve a igreja diminuir os padrões de DEUS para aquele que Ele chama para o ministério pois ele o representa diante do mundo, bem como diante da igreja. Um líder que desobedeceu e desonrou a DEUS e enfraqueceu a igreja, que tenha esbanjado a sua integridade, manchou o púlpito, e destruiu a confiança dos crentes não perde a salvação ou o perdão quando se arrepende, mas ele, diante de DEUS, perde o privilégio da liderança da igreja.
Tema central de Paulo em Tito 1:5-9 é que só homens cujo caráter atende aos padrões divinos devem ser autorizadom a entrar ou permanecer no ministério. Tito foi selecionar esses homens para a liderança nas igrejas de Creta.
O apóstolo menciona duas razões para deixar Tito em Creta. Primeiro, ele queria que o jovem pastor pusesse em ordem o que restava. Epidiorthoō verbo (colocar em ordem) é composto de duas preposições, epi ("sobre") e dia ("a"), ligados ao orthoō ("fazer direito"). É a partir orthos que derivam ortodontista, um dentista especialista que endireitar e alinhar dentes tortos. Nos tempos antigos, o termo foi usado para colocar ossos quebrados no lugar e alinhamento de membros tortos, uma função da especialidade médica que hoje chamamos de ortopedia. Tito foi encarregado com a tarefa de corrigir e endireitar as doutrinas (ver, por exemplo, 1:10-11, 13-14; 2:1) e práticas (ver, por exemplo, 1:12, 16; 3:9) nas igrejas de Creta que se tornaram defeituosas. A frase qualificativa indica ainda que o próprio Paulo, e talvez outros, tenham corrigido algumas coisas, mas Tito fora escolhido para concluir essa tarefa. A julgar pelas admoestações que se seguiram, os problemas eram de ordem moral e teológica com líderes das Igrejas envolvidos. Houve também problemas de atitude e responsabilidade pessoal nas igrejas. Porque alguns dos homens mais velhos não estavam refletindo a maturidade que deveria ter vindo com a idade, Tito deveria admoestá-los "para serem temperados, dignos, prudentes, firmes na fé, no amor, na perseverança" (2:2). Da mesma forma, Tito deveria instruir as mulheres mais velhas ", a ser reverentes em seu comportamento, não caluniadoras, nem escravas do vinho e ensinar o que é bom" (v. 3), para "encorajar as jovens a amarem seus maridos, a amarem seus filhos, para serem sensatas, puras, trabalhadoras em casa, estando sujeitas a seus maridos, para que a palavra de DEUS não fosse desonrada "(vv. 4-5).
Paulo orienta para que "Exorta semelhantemente os jovens a que sejam moderados. Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós. Exorta os servos a que se sujeitem a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo, (v. 9).
O principal fator de correção foi nomear anciãos em cada cidade, como o apóstolo tinha dirigido, indicando que algumas das igrejas de lá ainda não tinha sua liderança qualificada no próprio local. Porque muitos, se não todas, as igrejas foram incomodadas por "homens rebeldes, faladores vazios e enganadores, especialmente os da circuncisão" (1:10), e porque muitas pessoas tinham se envolvido em "controvérsias tolas, genealogias e conflitos e disputas em torno da Lei "(3:9), a necessidade de liderança espiritual para xemplo moral era muito urgente. Ambos os versículos indicam que uma grande parte da controvérsia foi causada por judaizantes, judeus legalistas que tentaram impor as exigências cerimoniais da antiga aliança sobre os cristãos, mesmo aqueles que eram gentios. Paulo tinha por padrão do ministério levar homens e mulheres a CRISTO, criá-los na fé, dar-lhes a certeza da esperança eterna, e fortalecê-los com amor com líderes espirituais. Esse padrão é visto claramente no livro de Atos. Depois que Paulo e Barnabé "E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia, Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus. E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido." (Atos 14:21-23). Anciãos traduz presbuteros, que geralmente se refere a qualquer homem mais velho. Mas o termo já tinha chegado a ser usado como um título oficial para os líderes da igreja primitiva, como evidenciado pelos fatos que os anciãos estavam sendo nomeados e que eles possuíam o mais nobre caráter espiritual e possuíam a capacidade de ensinar. Não basta ser mais velho, mesmo velho na fé, isso não qualifica um homem para a liderança na igreja. De numerosas passagens do Novo Testamento parece certo que mais velho, supervisor (bispo), e pastor se refere ao mesmo cargo, os diferentes termos que indicam várias características do ministério, não com diferentes níveis de autoridade, como algumas igrejas adotam. As qualificações para um episkopos (literalmente, um supervisor, ou, como às vezes traduzido, bispo) que Paulo dá em 1 Timóteo 3:1-7 são claramente paralelas às dadas aqui para os idosos ou presbíteros. Tanto neste primeiro capítulo de Tito (vv. 5, 7) e no capítulo 20 de Atos (vv. 17, 28), os títulos de presbuteros e episkopos são usados para os mesmos homens. Em Atos 20:28, Paulo usa a forma verbal ainda para outro título (pastor), para o mesmo grupo de homens. "Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue". [episkopos], pastor [ou 'pastor', poimaino]  (v. 28). Em Efésios 4:11, Paulo fala dos chamados por JESUS para pastor (poimen) e professores (didaskalos). Embora a nomeação de anciãos foi uma das atribuições principais de Tito em Creta, a escolha desses homens não foi deixada ao seu próprio julgamento humano e discrição. Ele foi buscar a liderança do ESPÍRITO SANTO. No mesmo versículo (Atos 20:28), apenas duas vezes citado acima, Paulo deixa claro que a seleção dos mais velhos é uma prerrogativa divina do ESPÍRITO SANTO ("o ESPÍRITO SANTO vos constituiu vigilantes"). De uma passagem bíblica no início do livro de Atos nós aprendemos que, "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado."( Atos ênfase, 13:2 adicionado). Somente pela direção do ESPÍRITO SANTO, e depois do jejum e da oração que os líderes da igreja enviaram Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária (v. 3). Durante essa viagem, "E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido." (Atos 14:23). A nomeação de anciãos pelos apóstolos e por seus emissários, como Timóteo e Tito, foi sempre feita, enquanto procuram a direção e sabedoria do ESPÍRITO SANTO. Seu chamado divino foi então confirmado pela Igreja. Cada cidade sugere que grande parte da ilha havia sido evangelizada por Paulo e que um número de igrejas locais haviam sido estabelecidas. Como o instruí indica que Paulo estava reiterando uma instrução anterior. Por essa confirmação por escrito de comando apostólico, as igrejas saberiam que as nomeações por Tito foram feitas ao abrigo de um mandato divino. Nos próximos quatro versos (6-9), Paulo menciona as qualificações inegociáveis para pastores ou anciãos (ou bispos) reveladas por DEUS. Esses líderes da igreja devem ter reputações públicas imaculadas (v. 6) e devem se qualificar em quatro áreas específicas: a moral sexual (v. 6b), a liderança da família (v. 6c), caráter geral (vv. 7-8), e habilidade no ensino (v. 9). Ao homem que não é qualificado em todos esses requisitos não é permitido ser um ancião ou Presbítero.

REPUTAÇÃO PÚBLICA alguém que seja irrepreensível, (1:6a) Anenklētos (irrepreensível) é formado a partir do prefixo negativo e um enkaleō o verbo ("chamar em conta") e carrega a idéia de estar completamente inocente. Em seu Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento, WE Vine observa que este prazo "não implica absolvição apenas, mas a ausência de sequer uma carga ou de acusação contra uma pessoa." No sistema jurídico dos dias de Paulo, uma pessoa que era anenklētos não tinha nem mesmo uma suspeita de acusação. Ser irrepreensível é de tal importância que Paulo repete esta qualificação no verso seguinte (7), onde ele se refere aos líderes da igreja mesmos bispos. Ser "irrepreensível" é qualificação também necessária aos diáconos (1 Tm. 3:10). Paulo não está falando de perfeição sem pecado, mas está declarando que os líderes da igreja de CRISTO não devem possuir defeitos em suas vidas que poderiam ser identificados como pecado, mas, pelo contrário, deveriam ser reconhecidos por sua virtude, sua justiça, ou a sua piedade. Não deve existir nada em suas vidas para desqualificá-los como modelos de caráter moral e espiritual para os crentes sob seus cuidados. Eles não só devem ensinar e pregar corretamente, mas também devem viver corretamente. Paulo cobrava de Timóteo: "sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. (1 Tm. 4:12). O Senhor chamar todos os anciãos, ou presbíteros, ou pastores para serem líderes piedosos, os homens que por sua vida exemplar, bem como pela sua sã doutrina e pregação definam um padrão de virtude e devoção ao Senhor para servir de testemunho para que todos possam seguir. Equivocadamente, muitos líderes eclesiásticos exercem funções seculares na sociedade, mas  esses papéis contrastam nitidamente com os especificados no Novo Testamento.
Em 2 Timóteo 2 e 3, Paulo usa oito números diferentes para representar os "homens fiéis" (v. 2) que pudessem continuar o ministério:
Professores capazes (v. 2), Soldados na ativa (vv. 3-4), Atletas que competem de acordo com as regras (v. 5), Agricultores que trabalham duro (v. 6), Operários cuidadoso (v 15), Vasos úteis (v. 21) e Funcionários de títulos (v. 24).
Nenhuma dessas imagens são glamourosas ou de auto-engrandecimento. Todos eles exemplificam o esforço diligente e auto-sacrifício. E eles são chamados de "homem de DEUS" (3:17), um título técnico usado no Antigo Testamento para aquele cuja vocação é falar de DEUS.
Os líderes devem ganhar os perdidos para CRISTO, discipular e nutrir os fiéis, pregando e ensinando a sã doutrina, organizar as tomadas de decisão, terem sábia gestão cuidadosa dos recursos, vida de oração consistente e séria, disciplina dos membros que estiverem em pecado, e ordenação de outros anciãos qualificados. Mas, apesar dessas responsabilidades nobres e impressionantes, CRISTO não tinha a intenção de colocar o título de pastor ou presbítero como uma marca de status na hierarquia ou aristocracia da igreja. Como o próprio Senhor, em Sua encarnação, os líderes da igreja são, acima de tudo, servos humildes e fiéis a DEUS e ao Seu povo. As últimas palavras de JESUS a Pedro, antes de Sua ascensão foi:   "Apascenta as minhas ovelhas .... Pastoreie as minhas ovelhas ... Apascenta as minhas ovelhas" (João 21:15-17). A palavra pastor, na verdade é uma metáfora que o Senhor a respeito de si mesmo. "Eu sou o bom pastor", disse Ele, "o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas .... Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas conhecem-me "(João 10:11, 14;. Cf v. 16). O escritor de Hebreus fala de CRISTO como "o supremo Pastor das ovelhas" (Hb 13:20). Pedro fala d'Ele como "o Pastor e Bispo das [nossas] almas" (1 Ped. 2:25) e como "o Supremo Pastor" (5:4). Pastores nunca gozaram status elevado. Eles sempre estiveram nos degraus inferiores da escada socioeconômica. Seu trabalho é importante e preenche uma função necessária, mas é semiqualificado na melhor das hipóteses, consistindo de tarefas rotineiras, repetitivas e sem glamour que a maioria das pessoas evitam. Se um pastor tem um coração de pastor, ele estará satisfeito e fiel ministrando as responsabilidades menos visíveis e menos atraentes, como aqueles que não são altamente visíveis e atraentes. Durante a Última Ceia, JESUS "Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. - Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito?
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes." (João 13:4, 5, 12-17) No final da ceia, no entanto, "houve também uma disputa entre [os discípulos] a respeito de que um deles ser considerado o maior" (Lucas 22:24). Eles haviam esquecido totalmente a lição que o Senhor havia ensinado pouco tempo antes. "E Ele [JESUS] disse-lhes:" E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve." (vv. 25-26). As marcas de um líder piedoso na igreja são humildade, amor, auto-doação. O Senhor não os chamou para serem celebridades ou personalidades carismáticas, feitores, muito menos dominadores, mas o oposto, abnegados servidores que encontram a sua maior satisfação e alegria em imitar a devoção, sacrifício, humildade e amor do seu Senhor, o Grande Pastor das ovelhas. Embora o pastor não tenha que ser altamente educado ou talentoso, ele deve ser maduro na fé e exercer o dom espiritual que ele recebeu. Mesmo em uma pequena congregação um pastor pode enfrentar uma enorme diversidade de problemas e desafios. Cada pastorado exige esforço, energia, devoção, paciência, persistência e sabedoria.  Um pastor, ou ancião, não é qualificado com base na inteligência, educação, influência, ou talento humano. Ele é qualificado com base no seu caráter moral e espiritual e sua capacidade de transmitir a Palavra e comunhão com DEUS. Como acabamos de observar, cada pastor deve ser trabalhador. Apenas esses homens são dignos de serem líderes na igreja de CRISTO. Líderes da igreja de CRISTO são também para funcionar como pais em uma família. Paulo freqüentemente se refere àqueles sob seus cuidados como seus filhos na fé. João refere-se àqueles a quem ele está escrevendo como "Meus filhinhos" (1 João 2:1). Como Paulo, cada líder deve ser capaz de dizer honestamente para aqueles a quem ele ministra: "Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.(Fp 3:17; cf. 1 Tessalonicenses 2:7-12;. 5:12; 2 Tessalonicenses 3:9).. Os anciãos devem ser lembrados pelos crentes em suas igrejas como "aqueles que os levaram [eles]a JESUS, que falou a palavra de DEUS para [eles]", e como aqueles cuja conduta e fé eram dignos de imitação (Hebreus 13:7). Para os cristãos perseguidos e espalhados por todo o Império Romano Pedro escreveu: "Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho." (1 Ped. 5:1-3). Paulo exorta o jovem pastor a "Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus Cristo;" (6:14). Depois de perguntar retoricamente: "SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?
Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração."(Sl 15:1-2). A integridade de Jó para com DEUS foi firmemente mantida contra todas as acusações e as adversidades. DEUS mesmo disse: "a Satanás," Você já pensou em meu servo Jó? Pois não há ninguém como ele na terra, um homem íntegro e reto temente a DEUS e que se afasta do mal. E ele ainda mantém a sua integridade [de tummah, intimamente relacionado com tamim], embora você tenha me incitado contra ele, para arruiná-lo sem justa causa "(Jó 2:3). Foi essa integridade que a esposa de Jó tolamente aconselhou-o a abandonar. "Você ainda se apegam a sua integridade?", Perguntou ela. "Amaldiçoa a DEUS e morrer!" (V. 9). Mas o testemunho inabalável de Jó era " Longe de mim que eu vos justifique; até que eu expire, nunca apartarei de mim a minha integridade."(Jó 27:5-6;. Cf 31:6). Isaías perguntou retoricamente: "Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?" (Isaías 33:14);? Disse Davi: "Eu andarei dentro da minha casa na integridade do meu coração" (Sl 101:2). "Meus olhos estarão sobre os fiéis da terra", continua ele, "para que habitem comigo; o que anda de uma forma irrepreensível é o único que vai ministrar a mim" (v. 6).
Paulo declara,. Porque só "se um homem purificar a si mesmo,... [ele] será um vaso para honra, santificado e útil ao Senhor, e preparado para toda boa obra "(v. 21).

***MORALIDADE SEXUAL
Marido de uma só mulher, (1:6b) A primeira qualificação específica de um ancião é ele ser marido de uma esposa. A palavra grega para que a frase é mais literalmente traduzida como "um homem de uma só mulher", ou "marido de uma mulher." Porque que a qualificação é tantas vezes mal interpretado, é importante observar uma série de coisas que não significam. Embora a poligamia é claramente proibida no Novo Testamento (cf. 1 Cor. 7:2), que não é o ponto de Paulo aqui. Ser casado com apenas um dos cônjuges de cada vez se aplica a todos os crentes, não apenas os líderes da igreja. Nem é a referência a um viúvo que se casou novamente, uma prática que é perfeitamente admissível (Rm 7:1-3, 1 Coríntios 7:39;. 1. Tim 5:14). Nem que Paulo está dizendo que um presbítero deve ser casado. Se fosse esse o seu ponto, ele simplesmente poderia ter declarado tal. Mais significativamente, o próprio Paulo pode muito bem ter sido um ancião em Antioquia antes de ser apóstolo (cf. Atos 13:1), e aparentemente ele não era casado (cf. 1 Cor. 9:5).

Observação minha -  Ev. Luiz Henrique - Para mim aqui significa que houve uma aliança entre DEUS e o homem na hora do matrimônio ser realizado e seria quebra dessa aliança um novo casamento, pois se o homem estava agora, como viúvo, livre para servir integralmente a DEUS, como iria novamente estar se dedicando a DEUS e a seu cônjuge?
Mas não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; 1 Timóteo5:11
Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. 1 Coríntios 7:27
1 Coríntios 7:32-35
E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; 
Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher.
Há diferença entre a mulher casada e a virgem. A solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido.
E digo isto para proveito vosso; não para vos enlaçar, mas para o que é decente e conveniente, para vos unirdes ao Senhor sem distração alguma.
1 Coríntios 7:32-35
 
A LIDERANÇA DA FAMÍLIA tendo filhos crentes que não sejam acusados de dissolução, nem sejam desobedientes (1:6c) A segunda qualificação específica para o diaconato mencionado aqui é o da liderança da família. Um homem que não pode levar espiritualmente e moralmente a sua própria família não está qualificado para liderar uma congregação inteira. Para saber se um homem está qualificado para a liderança na igreja, olhe primeiro para a sua influência sobre os seus próprios filhos. Se você quer saber se ele é capaz de levar os incrédulos a fé em CRISTO e ajudá-los a crescer na obediência e santidade, basta examinar a eficácia de seus esforços com seus próprios filhos.

Éfeso: "No discurso, conduta, amor, fé e pureza, mostra-te um exemplo daqueles que acreditam" (1 Tm 4:12.). Deve-se notar que, assim como não é necessário para uma pessoa idosa se casar, nem é necessário uma pessoa idosa casada ter filhos. Mas onde não há casamento ou a paternidade, um homem precisa provar sua liderança espiritual em outras áreas da vida familiar. Também deve ser notado que Paulo assume que, se um ancião é casado, sua esposa é uma crente. O comando "Não estar vinculado com os infiéis;? Porque que sociedade tem a justiça e a ilegalidade, ou que comunhão tem a luz com as trevas" (. 2 Coríntios 6:14) tem implicações para o casamento e se aplica a todos os crentes, mas especialmente para os líderes da igreja. Em seu comentário sobre ter "um direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas" (1 Cor. 9:5), Paulo deixa claro que "a mulher de um crente" é o único tipo de mulher que qualquer líder da igreja é pode ter.
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Tito - John Macarthur - Novo Testamento Comentário Expositivo de Titus - MOODY PRESS/CHICAGO - 1996 - by THE MOODY BIBLE INSTITUTE OF CHICAGO
  
Questionário Lição 11, A Organização de uma Igreja Local
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Complete os espaços vazios e marque com"V" as respostas Verdadeiras e com"F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.

TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Por esta causa te deixei em ________________________, para que pusesses em boa ________________________ as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses ________________________, como já te mandei."(Tt 1.5)

VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A igreja local deve subordinar-se à __________________________ de Deus, através de sua _________________________, que é o "Manual de Administração Eclesiástica" por _________________________.

I. A EPÍSTOLA ENVIADA A TITO
3- Qual era o principal propósito da Epístola de Tito?
(    ) Tito recebeu a incumbência de dirigir a principal igreja na ilha de Creta e não sair de lá para nada.
(    ) O objetivo de Paulo era dar conselhos ao jovem pastor Tito a respeito da responsabilidade que ele havia recebido.
(    ) Tito recebeu a incumbência de supervisionar e organizar as igrejas na ilha de Creta.
(    ) Paulo havia visitado a ilha com Tito e o deixou ali com esta importante incumbência.

4- Qual a data em que foi escrita a Epístola de Tito?
(    ) Acredita-se que foi escrita no ano de 54.d.C., aproximadamente.
(    ) Acredita-se que foi escrita no ano de 64.d.C., aproximadamente.
(    ) A carta a Tito foi escrita na mesma época da Primeira Carta a Timóteo.
(    ) Provavelmente foi redigida na Macedônia, durante as viagens que Paulo fez quando esteve sob a custódia dos romanos.

5- Para Paulo e a Bíblia, o que é um viver correto?
(    ) Como ministro do evangelho, Paulo exige ordem na igreja e que os irmãos vivam de maneira correta, santa.
(    ) Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, a ilha de Creta era conhecida pela idolatria, trabalho escravo, diversão e prostituição de seus habitantes.
(    ) Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, a ilha de Creta era conhecida pela preguiça, glutonaria e maldade de seus habitantes.
(    ) Ao aceitar a Cristo como Salvador, o novo convertido torna-se santo pela lavagem da regeneração do Espírito, por meio da Palavra de Deus.
(    ) A santificação é também um processo gradual e contínuo que conduz ao aperfeiçoamento do caráter e da vida espiritual do crente, tornando-o participante da natureza divina.
(    ) Sem a santificação, jamais alguém verá a Deus.

II. O PASTOR PRECISA PROTEGER O REBANHO DE DEUS
6- Quais as principais qualificação dos pastores?
(    ) Em sua carta a Tito, Paulo enfatiza as qualificações do bispo, em relação a família, como homem casado, fiel à sua esposa e na criação de seus filhos de forma exemplar.
(    ) Paulo diz que os filhos dos ministros, presbíteros ou pastores, não devem ser "acusados de dissolução", nem de serem "desobedientes".
(    ) Paulo diz que os filhos dos ministros, presbíteros ou pastores, não devem ser "acusados de divisão na igreja", nem de serem "preguiçosos".
(    ) No original, tais adjetivos vêm de anupotaktos, "não sujeito", "indisciplinado", "desobediente".
(    ) O exemplo mau dos filhos do sacerdote Eli é referência negativa para a família dos pastores..
(    ) Paulo mostra que o bispo deve ser uma pessoa íntegra, irrepreensível, "como despenseiro da casa de Deus".
(    ) Por outro lado, ensina também que o bispo não pode ser "soberbo", "iracundo", "dado ao vinho", "não espancador", "cobiçoso de torpe ganância".
(    ) Paulo instrui que o obreiro precisa ser "[...] dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante".

7- Como eram os crentes de Creta?
(    ) Paulo ressalta o respeito que o presbítero deve ter à doutrina e a autoridade ministerial para argumentar com os contradizentes.
(    ) Entre os crentes da igreja de Creta, haviam os "complicados" e "contradizentes", "faladores", tipos não raros em igrejas nos tempos presentes.
(    ) Além de desordenados, eles são "detratores" e soberbos.
(    ) Além de desordenados, eles são "faladores" e murmuradores.

8- De que maneira o apóstolo Paulo indicou a maneira de tratar os falsos crentes de Creta e por que acontecia isso?
(    )  Aos contradizentes e desobedientes ao ensino da Palavra de Deus, Paulo demonstra não ter nenhuma afinidade com eles, pois são perigosos, não só para a igreja local, mas para as famílias cristãs, e devem receber a admoestação e repreensão à altura: "[...] aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância".
(    ) O fato de tais falsos crentes terem espaço para transtornar "casas inteiras" se devia à realidade das igrejas cristãs em seus primórdios.
(    ) Elas funcionavam, em grande parte, nos templos judaicos..
(    ) Elas funcionavam, em grande parte, nas residências dos convertidos.

9- Como devia agir Tito, quanto aos desviados e hereges da igreja de Creta?
(    ) Tito, na condição de "supervisor", estabelecendo igrejas, "de cidade em cidade", tinha que ministrar a palavra de edificação e advertência contra os falsos cristãos.
(    ) Deveria repreendê-los de modo veemente.
(    ) Na verdade, eles eram desviados da verdade.
(    ) Mais adiante, Paulo resume como tratar os desviados e hereges: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, disciplina-o e o expulsa da igreja".
(    ) Mais adiante, Paulo resume como tratar os desviados e hereges: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o".

III. A PERCEPÇÃO DA PUREZA PARA OS PUROS E PARA OS IMPUROS
10- Para quem tudo é puro?
(    ) Paulo diz que "todas as coisas são puras para os puros", pois esses procuram viver segundo a Palavra de Deus.
(    ) Paulo diz que "todas as coisas são puras para os santos", pois esses amam as pessoas como Deus.
(    ) Aqueles que vivem de modo santo não veem mal em tudo, pois seus olhos são bons, santos.
(    ) Isso é reflexo de suas mentes e corações bondosos. Deus nos chamou para sermos santos em todas as esferas e aspectos da nossa vida.
(    ) Quem despreza esse ensino não despreza ao homem, mas sim a Deus.

11- Para quem nada é puro?
(    ) De fato, para os "contaminados e infiéis", tudo o que eles pensam e praticam é de má natureza.
(    ) De fato, para os "contaminados e infiéis", tudo o que eles pensam e praticam é certo.
(    ) O motivo pelo qual "nada é puro para os contaminados" é porque "confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda boa obra".
(    ) Esses são hipócritas e maliciosos, pois dizem uma coisa e fazem outra.

12- O que acontece com que conhece a Deus?
(    ) Atualmente muitos dizem conhecer a Deus, porém, se olharmos para suas atitudes veremos que estes nunca conheceram ao Senhor.
(    ) A nossa conduta revela a nosso caráter, nosso status e o nosso relacionamento com Deus.
(    ) A nossa conduta revela a nossa fé e o nosso relacionamento com Deus.
(    ) O que as pessoas aprendem com você ao observar a sua conduta na igreja e fora dela?

CONCLUSÃO
13- Complete:
A administração de uma igreja requer a __________________________ de preceitos e diretrizes, emanadas da Palavra de Deus, o maior e melhor "manual de administração _________________________". Por isso, Paulo escreveu três cartas pastorais, visando o estabelecimento, a organização e o __________________________ sadio da Igreja do Senhor Jesus.


Referências Bibliográficas (outras estão acima) Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento) 
A EPÍSTOLA A TITO - O testamento de Paulo à igreja - Hernandes Dias Lopes - Comentários Expositivos Hagnos
Tito - John Macarthur - Novo Testamento Comentário Expositivo de Titus - MOODY PRESS/CHICAGO - 1996 - by THE MOODY BIBLE INSTITUTE


10 setembro 2015

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05 setembro 2015

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03 setembro 2015

Lição 10, O Líder Diante da Chegada da Morte, 1 parte

Lição 10, O Líder Diante da Chegada da Morte, 1 parte

3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário     Figuras Ilustrativas em: http://ebdnatv.blogspot.com/
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé." (2 Tm 4.7)
 

VERDADE PRÁTICAA morte do crente não é o fim, mas a passagem para a glória eterna, na presença de DEUS.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - At 9.15,16 Paulo, um vaso escolhido por DEUS para pregar aos gentios
Terça - Jd 3 Batalhando pela fé que uma vez nos foi dada
Quarta - Cl 1.29 Combatendo com eficácia o bom combate
Quinta - Fp 3.13,14 Esquecendo as coisas que já passaram
Sexta - Ap 3.11 Guardando o que DEUS concede para que ninguém tome
Sábado - Êx 33.14 A presença de DEUS traz tranquilidade
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Timóteo 4.6-17
6 - Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. 7 - Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 8 - Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 9 - Procura vir ter comigo depressa. 10 - Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia. 11 - Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. 12 - Também enviei Tíquico a Éfeso. 13 - Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. 14 - Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. 15 - Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. 16 - Ninguém me assistiu na minha primeira defesa; antes, todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. 17 - Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão.
 
OBJETIVO GERALDesenvolver uma consciência bíblica a respeito da chegada da morte.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar que, para o crente, a chegada da morte não traz desespero.
Explicar o sentimento de abandono do apóstolo Paulo.
Conscientizar o aluno da certeza da presença de CRISTO nas aflições.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORSegundo as Escrituras, a morte se manifesta numa consciência de vitória na hora de uma aparente derrota: "Alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de CRISTO, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" (1 Pe 4.13). Para o crente, a morte não é o fim, mas o início de uma vida nova, onde a certeza de que "o aguilhão" da morte já foi retirado e que agora é um passaporte oficial para a vida eterna com JESUS CRISTO (1 Co 15.55). Claro que a experiência da separação traz dor, angústia e tristeza a qualquer ser humano. O luto chega de forma inesperada na vida de qualquer pessoa que sofre a perda de um ente querido. Mas devemos viver as promessas do Mestre na área da perda humana, conforme Ele nos ensinou: "Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (Jo 11.25). Um dia nosso corpo será completamente arrebatado do poder da morte (Rm 8.11; 1 Ts 4.16,17).
 
PONTO CENTRALEmbora a morte traga abatimento para os crentes, os discípulos de JESUS não se desesperam diante dela, pois tem uma certeza em CRISTO: de que para sempre estaremos com o Senhor.
 
Resumo da Lição 10, O Líder Diante da Chegada da Morte
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃOPaulo tem consciência de que seu ministério está chegando ao fim. A segunda Epístola a Timóteo, na verdade é uma forma, comovente, de dizer adeus ao seu "amado filho" e à Igreja do Senhor. Paulo exorta Timóteo a respeito da responsabilidade que é estar na liderança de uma igreja e faz uma revisão do caminho que havia percorrido em sua jornada com o Salvador: "Combati o bom combate" (2 Tm 4.7). Paulo não estava pesaroso com a partida, pois suas dores e sofrimentos, com certeza, foram esquecidos, diante da certeza de que fez um bom trabalho e que cumpriu a missão para qual fora designado pelo Senhor.
A morte é inevitável. Um dia líderes e liderados terão que enfrentá-la, porém, o que faz a diferença é a maneira como a encaramos.
I. A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO AO CRENTE FIEL1. Seriedade diante da morte.
2. A certeza da missão cumprida (vv. 7,8).
a) "Combati o bom combate". b) "Acabei a carreira".  c) "Guardei a fé".
II. O SENTIMENTO DE ABANDONO
1. O clamor de Paulo na solidão.
a) Demas o desamparou.
b) Só o médico amado ficou com Paulo.
2. A serenidade dos últimos dias. "
3. Preocupações finais com o discípulo.
III. A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO
1. Sozinho perante o tribunal dos homens (v. 16).
2. Sentindo a presença de CRISTO (v. 17).
3. Palavras e saudações finais.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A vida do apóstolo Paulo é um exemplo de seriedade cristã diante da morte e uma certeza da missão cumprida.
SÍNTESE DO TÓPICO II - No final do seu ministério, estando preso, o apóstolo Paulo sentiu-se sozinho, abandonado pelos seus pares.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Sozinho, Paulo se dirigiu ao tribunal para ser julgado, mas com a plena convicção de que a presença de CRISTO estava com Ele.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO top1
Professor, em muitas das suas cartas, o apóstolo Paulo afirmava que estava morto para o mundo e vivo no serviço de CRISTO (Fp 1.21-23; 2 Co 5.2). Entretanto, o tom presente nesta segunda carta a Timóteo parece mais grave e mais sério. Neste trecho da epístola, há algumas formas literárias que ajuda-nos a descrever a gravidade desse tom na epístola, bem como em outras semelhantes: 1) o reconhecimento de que a morte está próxima; 2) advertências sobre a vinda dos falsos doutores; 3) a designação de sucessores para continuar a tradição apostólica; 4) a correta interpretação de pontos controversos. Assim, é possível perceber a típica forma de Paulo se comunicar neste momento de sofrimento: "oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé" (Fp 2.17); "Combati o bom combate e terminei a carreira" (2 Tm 4.7). Então, a sua última realização foi: "guardei a fé". O apóstolo sabia que restava pouco tempo de vida.
Sugerimos que você repasse essa explicação aos alunos, logo depois de expor o primeiro tópico da lição.
 
CONHEÇA MAIS - top1 - *Coroa da justiça
"A coroa, como símbolo de um prêmio, deriva das culturas gregas e judaicas. Como uma recompensa, a coroa simboliza a honra que DEUS quer abençoar seus servos fiéis. A Bíblia menciona três tipos de coroas; a coroa da vida (1 Co 9.25; 2 Tm 2.5); a coroa da justiça; a coroa de glória (1 Pe 5.4). Além disso, Paulo também conclama os tessalonicenses a que se convertam em coroas (1 Ts 2.19). Cada uma dessas coroas será conferida após a volta de CRISTO".
Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 844.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO top 2"Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes. O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me recreou e não se envergonhou das minhas cadeias; antes, vindo ele a Roma, com muito cuidado me procurou e me achou. O Senhor lhe conceda que, naquele Dia, ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu" (2 Tm 1.15-18). Este texto, mostra com clareza, que o apóstolo Paulo já havia se queixado da solidão. Esta é uma informação importante que você, prezado professor, deve repassar à classe. O texto de Paulo expresso no capítulo 4 de 2 Timóteo é de caráter bem pessoal, demonstrando o sentimento, a pessoalidade e a dor do apóstolo em ser abandonado por quem deveria apoiá-lo em seu árduo ministério. Enfatize que 2 Timóteo 4 narra os últimos momentos da vida do apóstolo. Podemos afirmar que temos o privilégio de conhecer os últimos momentos da vida de um grande homem de DEUS, apóstolo Paulo.
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO top 3"A graça seja convosco. Estas são as últimas palavras de Paulo nas Escrituras registradas enquanto ele aguardava o martírio num cárcere romano. Do ponto de vista do mundo, a vida do apóstolo estava para terminar num trágico fracasso.
Durante trinta anos, largara tudo por amor a CRISTO; pouca coisa ganhara com isso, a não ser perseguição e inimizade dos seus próprios patrícios. Sua missão e sua pregação aos gentios resultaram no estabelecimento de um bom número de igrejas, mas muitas dessas igrejas estavam decaindo em lealdade a ele e à fé apostólica (2 Tm 1.15). E agora, no cárcere, depois de todos os seus leais amigos o deixarem, a não ser Lucas (vv.11,16), ele aguarda a morte" (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1995, p.1885).
 
PARA REFLETIR - A respeito das Cartas Pastorais:
Qual era o caráter da oferta de libação?
De caráter voluntário.
O que era a oferta de libação?Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, "libação era uma oferta líquida e consistia em derramar vinho sobre o altar como um sacrifício a DEUS". Não era uma oferta pelos pecados, mas uma oferta de gratidão ao Senhor.
O que Paulo queria dizer com a expressão "guardei a fé"?Que ele manteve-se fiel a CRISTO e a seus ensinamentos.
Segundo a lição, o que significa "guardar a fé"?Manter-se firme em CRISTO e em seus ensinamentos.
Quem era Demas?Demas era um dos cooperadores de Paulo (Cl 4.14; Fm 24).
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 41.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Reflexões para um Ministério Eficaz
Como Tornar-se uma Pessoa de Influência
A Excelência do Ministério
 
Comentários de vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
Resumo da vida cristã de Paulo:
-Combati o bom combate,
-acabei a carreira,
-guardei a fé.
 
Combates na vida de Paulo:
-contra Satanás;
-contra os principados e potestades, os dominadores do mundo das trevas nas regiões celestes;
-contra os vícios e violências de judeus e pagãos;
-contra o judaísmo entre os gálatas;
-contra o fanatismo entre os tessalonicenses;
-contra as contendas, a fornicação e os litígios entre os coríntios;
-contra o gnosticismo incipiente entre os efésios e os Colossenses;
contra os de fora, os conflitos; contra os de dentro, os temores;
-contra a lei do pecado e da morte que operava em seu próprio coração.
 
Equipe de Paulo:
-Demas me abandonou, porque se deixou levar pelo amor do presente mundo, e foi para Tessalônica;
-Crescente [foi] para Galácia,
-Tito, para Dalmácia.
-Somente Lucas ficou comigo.
 
Em Três Tempos, Paulo, o Prisioneiro do Senhor, Isto é assim dividido: Expressa Triunfantemente Sua Fé
1- Versículo 6: A Ratificação de Sua Fé Quanto ao Presente.
2- Versículo 7: O Resumo de Sua Fé Quanto ao Passado.
3- Versículo 8: A Exultação de Sua Fé Quanto ao Futuro.
 
Resumo do final da 2 carta de Paulo a Timóteo:
a- versículos 9-13: Paulo dá vazão à saudade que sente e à necessidade de mais obreiros para o reino, solicita sua capa, os livros e pergaminhos e a célere chegada de Timóteo.
b- versículos 14, 15: Adverte Timóteo contra Alexandre, o latoeiro.
c- versículos 16-18: À luz da maneira como o Senhor o fortalecera durante sua “primeira defesa”, Paulo deriva conforto para o presente e para o futuro.
d- Versículos 19-21: Saudações a certos crentes individuais e de outros crentes, informações acerca de outros, reiteração do pedido a Timóteo de sua vinda imediata.
e- versículo 22: Bênção.
 
A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
6. Enfim, deve cumprir cabalmente o seu ministério. A admoestação tem urgência especial porque está para tomar-se o sucessor do Apóstolo. Este fato vem a lume no versículo seguinte, cujas primeiras palavras: Quanto a mim (Gr. Egõ gar), são extremamente enfáticas, e contrabalançam Tu, porém, no v. 5. O próprio Paulo nada mais pode fazer, pois está sendo já oferecido por libação. Como em Fp 2:17, quando, então, a possibilidade da morte se apresentava a ele, embora de fato esperasse sua soltura, emprega o verbo grego spendein (= “derramar como libação”). Sua metáfora vívida provavelmente é tirada do costume litúrgico judaico de derramar, como o ritual preliminar da oferenda diária no Templo e de certos outros sacrifícios, uma libação (oferta de bebida) de vinho ao pé do altar (Êx 29:40; Nm 28:7 — na LXX são empregados o mesmo verbo e o mesmo subs. correlato spondè). Paulo prevê que terá de morrer, e pensa na sua morte como um sacrifício; por detrás da sua linguagem há a crença judaica (cf. 4 Mac. 6:28-29; 17:21-22) no valor da morte do mártir. Está consciente de que está morrendo no serviço de DEUS, e que a ação sacrificial agora está começando; seu sangue, que ainda não foi derramado, mas que dentro em breve o será, é, por assim dizer, uma libação oferecida a DEUS. Há uma nota de orgulho e confiança na linguagem solene e quase hierática que emprega, e esta é continuada na cláusula seguinte, e o tempo da minha partida está perto (não, conforme muitos traduzem de forma enganosa, é chegado). A metáfora altera-se, pois partida (Gr. analusis) evoca o quadro de um navio levantando âncora ou de um soldado ou viajante levantando acampamento. O verbo é usado no Grego posterior como eufemismo para a morte, sendo que a sugestão é que o falecido está indo para casa. Para o verbo cognato analusai, cf. Fp 1:23. O fato de que o mesmo par de metáforas é achado em contextos semelhantes em dois capítulos consecutivos de Filipenses tem levado alguns críticos a inferir que estes últimos devem ser a “pedreira” da qual a presente passagem foi derivada. Nada há de realmente notável na coincidência, no entanto, especialmente porque (a) “partir” era uma metáfora bastante comum para “morrer”, e (b) Paulo não teria probabilidade de abandonar a esplêndida linguagem figurada acerca de ser derramado como uma libação, uma vez que a tinha inventado.
7. Enquanto olha em retrospecto, o Apóstolo relembra com gratidão: Combati o bom combate (“Lutei na competição nobre”). Como em 1 Tm 6, a figura não é da guerra, mas, sim, de uma competição atlética, provavelmente uma disputa de luta romana. Não há nenhuma nota de arrogância, como se tivesse se distinguido pessoalmente. É o jogo ou o esporte, viz, sua vocação e seu ministério apostólicos, que é “nobre.” A ênfase recai sobre o verbo, que está no tempo perfeito: “Lutei na competição bem até ao fim.” A mesma linguagem figurada atlética é continuada na cláusula seguinte: completei a carreira, embora o esporte seja outro. Finalmente, resume sua realização: “Fui leal ao que me foi confiado.” Estas palavras freqüentemente são traduzidas: Guardei a fé, i.é, o evangelho apostólico. Estas palavras se encaixam bem com a ênfase nestas cartas dada à conservação da fé apostólica intata (cf. 1 Tm 6:20; 2 Tm 1:12, 14), e talvez sejam corretas. O presente contexto, no entanto, é geral mais do que particular, e uma referência a um só aspecto específico do dever de Paulo (por mais importante que seja) como líder cristão, se coloca de modo desajeitado entre cláusulas pesadamente carregadas com metáforas. A fórmula empregada (Gr. tèn pistin têreiri) é uma expressão normal que significa “conservar a lealdade,” “ser leal ao juramento,” etc. Parece, portanto, preferível entender que Paulo está protestando sua lealdade consistente, no decurso do seu ministério, ao seu mandado divino. Há, possivelmente, uma alusão passageira aos compromissos com os quais os atletas que competiam em jogos públicos se obrigavam a observar as regras (ver 2:5).
8. Esta possibilidade é reforçada pela declaração confiante do Apóstolo: Já agora (lit. “do resto;” depois de três verbos no tempo perfeito poderíamos parafrasear: “tudo quanto resta é receber minha recompensa”) a coroa da justiça me está guardada. Sua mente ainda está repleta da linguagem figurada do esporte, e a coroa relembra a cobiçada grinalda de lauréis do campeão atlético (cf. 1 Co 9:25). Paulo está assegurado que ela já está preparada para ele no céu. O verbo está guardada (Gr. apoiceitai), conforme comprovam numerosas inscrições, era um termo técnico empregado por soberanos orientais quando decretavam recompensas por serviços leais. É mais difícil decidir exatamente o que a coroa da justiça conota. Na analogia da “coroa da vida” em Tg 1:12 e Ap 2:10, alguns entendem que o genitivo é aposicional, e parafraseiam: “a coroa que consiste na justiça.” Se tiverem razão, Paulo está tratando a perfeita justiça como a bem-aventurança suprema dos que lutaram fielmente. Cf. G. 5:5, onde a justiça é considerada uma dádiva futura na qual se espera. Isto é possível, mas está aberto às objeções (a) de que o ensino normal de Paulo é que o crente já está justificado, e (b) de que não é fácil ver como a justiça já pode estar preparada no céu. Há, portanto, mais evidência em prol da alternativa, mais geralmente aceita, de que a coroa da justiça representa a coroa, presumivelmente a vida eterna, que é a recompensa apropriada para uma vida de retidão. Para este sentido da justiça, ver 3:16. Paulo receberá sua coroa naquele dia, i.é, não ao completar sua grande carreira, quando sua vida é finalmente sacrificada, mas, sim, no dia glorioso da vinda de CRISTO. E será entregue a ele pelo Senhor, reto juiz. A qualificação (cf. Rm 2:5-6) talvez expresse sua confiança na justiça do tribunal de CRISTO, em contraste com aquela do seu julgamento na corte do imperador, quando a verdadeira retidão das suas realizações será desconsiderada. Na realidade, Paulo não está ocupado exclusivamente consigo mesmo, pois se apressa a acrescentar que CRISTO dará a coroa não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. Paulo parece ser ansioso para evitar a impressão de que está reivindicando qualquer privilégio especial para ele mesmo. Seu objetivo principal é encorajar Timóteo com a lembrança de que qualquer pessoa que sinceramente anseia por (amar- tem este significado aqui) a vinda de CRISTO será elegível para o mesmo prêmio. Os cristãos são pessoas cuja pátria verdadeira está no céu, e cuja marca distintiva é que sempre estão antegozando a volta do Senhor em glória (Fp 3:20; cf. Tt 2:13, é a fórmula “Maranatha” em 1 Co 16:22). Vinda (ou “manifestação,” Gr. epiphaneia) com o significado da Parousia de CRISTO..
PEDIDOS PESSOAIS E UMA ADVERTÊNCIA 4:9-18
9. A carta, excetuando-se algumas menções pessoais, virtualmente chegou ao fim. Paulo chega agora, numa seção que muitos daqueles que questionam as cartas como um todo se sentem forçados a reconhecer que foi composta de seções genuínas de Paulo, daquele que muito bem pode ter sido um dos seus motivos principais ao escrever, viz, seu desejo ansioso para Timóteo lhe fazer uma visita no seu perigoso isolamento. Procura, pleitear, vir ter comigo depressa. A linguagem sugere que a viagem já fora combinada em princípio; a ênfase recai sobre depressa, e a mesma insistência na rapidez se ressalta em antes do inverno em 21 abaixo. Alguns comentaristas acham este apêndice cheio de inconsistências com o restante da carta. Nele, segundo eles, Paulo tem dado um “adeus” elaborado, na previsão da sua execução iminente, e tem entregado a ele a responsabilidade pela igreja de Éfeso na sua crise violenta. Aqui, vemo-lo incitando-o a deixar Éfeso, infestada com heresias, e ficar com ele. Embora até este ponto sua morte parecesse evidente, agora faz um pedido que, com todos os atrasos dos correios e das viagens, levará vários meses para cumprir. Este quadro, porém, desconsidera certos fatos e distorce a situação. Nas primeiras linhas da sua carta (1:4) Paulo deu indícios das suas esperanças de ver Timóteo, e a descrição comum dela como sendo uma mensagem de despedida não é corroborada por seu conteúdo. Embora tenha os prenúncios mais sombrios do seu destino provável, seu julgamento formal, ainda não foi realizado, e w. 6-8 não devem ser entendidos no sentido de que está esperando a sua execução imediatamente. Pode muito possivelmente ser adiada além dos três ou quatro meses necessários para a carta chegar a Timóteo e para este último chegar a Roma. Além disto, as instruções do Apóstolo a Timóteo, embora sejam coloridas pela presente situação são endereçadas a ele pessoalmente e visam equipá-lo para um longo ministério. Nada há nelas para indicar que a crise em Éfeso era tal que exigisse sua presença ininterrupta ali.
10. O anseio de Paulo para ver Timóteo é aumentado pelo seu presente isolamento. Por exemplo,
Demas. . . o abandonou. Sabemos que Demas (seu nome é grego, possivelmente uma forma abreviada de Demétrio) estava com o Apóstolo como “cooperador” durante sua primeira prisão em Roma (Fm 24; Cl 4:14). O motivo da deserção dele não era, aparentemente, a apostasia no sentido rígido, mas, sim, porque amou o presente século. Trata-se, segundo supõe, de um desejo pela vida mansa e pelo conforto, juntamente com uma declinação de compartilhar das privações de Paulo. O contraste entre ele e os cristãos verdadeiros mencionados no v. 8, cujos nomes não são dados, é ressaltado dramaticamente pelo emprego do mesmo verbo “amar” (Gr. agapãri) nos dois versículos, bem como pela antítese entre o presente século e a “manifestação” (vinda) gloriosa de CRISTO. A presença do contraste toma provável, em contraste com algumas versões da “hipótese dos fragmentos,” que quem escreveu este versículo também escreveu o parágrafo anterior. Outro pequeno indicador a favor da autenticidade é o fato de que Demas é apresentado numa luz diferente, mais desfavorável, do que em Filemom e Colossenses.
Demas se foi para Tessalônica: somente podemos fazer conjecturas quanto ao seu objetivo, mas possivelmente era para levar a efeito trabalhos cristãos numa região onde se poderia esperar uma recepção mais amistosa. De modo semelhante, Crescente foi para a Galácia, Tito para a Dalmácia.
Nada sabemos do primeiro, senão que uma tradição posterior faz dele um dos fundadores da igreja de Vienne, perto de Lião. A maioria dos MSS dizem Galatian, mas uns poucos bons, Gallian. Até o século II, o nome grego correto para a Gália era Galatia, sendo que a Galácia na Ásia era denotada por uma perífrase (e.g. “a Galácia na Ásia”). Galatian é sem dúvida o texto verídico aqui, mas a presença de Gallian nalguns MSS indica que a região referida era geralmente considerada como sendo a Gália; e tal, na realidade, era a exegese de vários dos pais (Eusébio, Epifânio, Teodorete, Teodoro). De modo geral, se cremos que a carta foi escrita de Roma, parece mais sensato segui-los, especialmente tendo em vista o nome latino de Crescente, e a tradição antiga acerca da sua obra na Gália. O versículo, portanto, fica sendo uma testemunha importante à expansão da igreja em direção ao ocidente. Paulo parece entristecido pela partida de Crescente, mas não se queixa. É até mesmo possível que ele mesmo o tenha enviado nalguma tarefa missionária. O mesmo, provavelmente, se aplica a Tito, que, segundo parece, já deixara Creta. Dalmácia é a porção sulina da província imperial de Ilírico, no litoral ocidental do Adriático (a atual Iugoslávia). Ficamos sabendo de Rm 15:19 que a atividade missionária de Paulo se estendera para lá. Esta notícia, também, apoia a autenticidade das Pastorais, pois um imitador não teria tido a probabilidade de representar Tito ativo em dois campos tão distantes entre si. Do outro lado, se Paulo invernou em Nicópolis e Tito foi reunir-se com ele ali (cf. Tt 3:12), é bem possível que este tivesse avançado para o norte, na obra missionária.
11. Segundo parece, o único que sobra ao lado de Paulo é Lucas. Isto não subentende, conforme é freqüentemente suposto, que o Apóstolo está literalmente só, mas, sim, que Lucas é o único membro do seu círculo íntimo que está com ele. Também tinha estado com Paulo durante sua prisão anterior, e ganhou o título de “o médico amado” (Cl 4:14; Fm 24). O motivo da sua permanência, afeição à parte, pode somente ser assunto de conjeturas; pode ter sido porque Paulo precisava de atendimento médico, ou assistência dalgum tipo especial. Sua menção de Lucas, por alguma razão, lembra-lhe Marcos, e assim pede a Timóteo: Toma contigo a Marcos e traze-o. . . Havia muito tempo, quando estava começando sua segunda viagem missionária, recusara-se a levar Marcos consigo; perdera confiança nele por causa da sua relutância de compartilhar das dificuldades da sua viagem anterior (At 15:38). Esta desconfiança, no entanto, agora era coisa do passado, pois achamos Marcos com Paulo durante sua primeira prisão em Roma, sendo até mesmo recomendado por este para a igreja em Colossos (Cl 4:10). Devemos supor que, no momento em que a carta foi escrita, Marcos está nalgum Lugar ao Longo do itinerário proposto para Timóteo. Paulo explica porque deseja a presença dele: “Acho-o um assistente útil.” Uma tradução literal seria: pois me é útil para o ministério (Gr. diakonian), onde a última palavra significa ou o serviço pessoal a Paulo, ou o ministrar público. Qualquer das duas interpretações é possível, mas o tom da passagem favorece a primeira.
12. A referência quase parentética a Marcos interrompeu seu relato de como lhe falta pessoal. Termina sua história ao registrar: Quanto a Tíquico, mandei-o até Éfeso. Este é o discípulo de confiança, de nascimento asiático, que o acompanhara na sua visita final a Jerusalém (Atos 20:4), e que transportara suas cartas aos Colossenses e aos efésios (Cl 4:7-9; Ef 6:21-22). Na base da fraseologia até Éfeso, alguns exegetas têm deduzido que Timóteo pessoalmente não poderia ter estado em Éfeso na ocasião, mas isto é totalmente injustificado. Tomando por certo que Timóteo estava ali, de que outra forma Paulo poderia ter-se expressado? Muito mais plausíveis são as conjecturas ou de que Tíquico haveria de ser o transportador da carta (neste caso mandei — Gr. apesteila — deve ser entendido como um aoristo epistolar), ou que Paulo pretendia que agisse como representante de Timóteo durante a visita deste último à capital. Se esta segunda sugestão for correta, é talvez surpreendente que Paulo não tenha sido mais explícito acerca dela, mas é possível que a questão tenha sido decidida de antemão entre Timóteo e ele.
13. A esta altura Paulo inclui uma comissão pessoal — Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos. Seu realismo e sua naturalidade simples são tão marcantes que até mesmo os críticos que duvidam da autenticidade da carta como um todo frequentemente estão dispostos a conceder que deve vir do próprio Apóstolo. É extremamente improvável que um imitador no mundo antigo tivesse pensando em inventar detalhes banais como estes. Trôade era uma cidade que Paulo visitara em várias ocasiões (At 16:8; 20:6; 2 Co 2:12), e através da qual pode ter passado recentemente enquanto estava sendo escoltado como prisioneiro para Roma. Aparentemente prevê que Timóteo viajará via Trôade através da Macedônia e assim, cruzaria o Adriático para Brindísio. Nada sabemos de Carpo, a não ser que o Apóstolo parece ter ficado alojado na casa dele. Uma capa (Gr. phailonés: do Latim paenula) era uma roupa externa grande, sem mangas, feita de uma única peça de tecido pesado, com um buraco no meio por onde era passada a cabeça, como uma casula sacerdotal, ou uma capa de chuva para andar de bicicleta. Era usada para a proteção contra o frio e a chuva. Os comentaristas sugeriram que Paulo sentia a necessidade dela porque o inverno estava para chegar (cf. v. 21), e sua masmorra era fria. Com os livros (Gr. bíblia) Paulo provavelmente quer dizer rolos de papiro. Não temos, naturalmente, meio de saber o que eles continham. A frase especialmente os pergaminhos tem causado problemas desnecessários. O substantivo, uma transliteração grega do Latim membrana, denota no singular um pedaço de pele ou velo preparado para os propósitos da escrita. O pergaminho deste tipo, embora fosse mais caro do que o papiro tinha várias vantagens sobre este, tais como a capacidade de ser usado de novo. Muitos entendem que os pergaminhos são uma referência aos documentos pessoais de Paulo, e.g. sua certidão de cidadania. Mas (a) não temos evidência alguma que a palavra era usada assim, nem sequer que tais certidões tomavam esta forma na antiguidade; e (b) mesmo se tivessem esta forma, é improvável que Paulo os tivesse deixado fora da sua custódia numa juntura tão crítica. Ainda mais improvável é a conjetura de que a expressão signifique “meu estoque de pergaminho.” A fraseologia, especialmente a ausência de “e” com especialmente, indica que o Apóstolo está falando de um tipo específico de livro, o que é ressaltado na tradução. Na realidade, há evidência abundante que o Latim membrana era um termo técnico, desde o século I a. C., para um códice, ou livro com folhas, feito de pergaminho. Tais códices eram de uso geral como livros de anotações, livros contábeis, lembretes, primeiros esboços de obras literárias, e outros escritos que não eram para os olhos do público; é também provável que estivessem sendo usados para propósitos literários no século I d. C. Devemos, portanto, inferir que a referência de Paulo diz respeito a livros paginados de anotações, feitos de pergaminho, aos quais, por alguma razão, dava valor especial. Mais uma vez, ficamos às escuras quanto ao seu conteúdo, embora a conjectura que consistiam de textos-provas do A. T. é uma dentre outras possibilidades.
14,15. A menção de Trôade, ou alguma associação de idéias que não podemos perscrutar agora, lembra Paulo de Alexandre, o latoeiro. Relembra que me causou muitos males, e acrescenta: o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras. Estas palavras ecoam o pensamento de SI 28:4; 62:12, e devemos notar que, visto que o verbo está no futuro, não no optativo, expressam uma predição e não uma imprecação. Conforme ele mesmo aconselhou a igreja de Roma (Rm 12:19), Paulo está disposto a deixar o castigo daqueles que o lesam nas mãos de DEUS. Mesmo assim, visto que Timóteo (conforme podemos razoavelmente inferir) tem a probabilidade de dar de encontro com Alexandre no futuro próximo, pensa que seja prudente adverti-lo de antemão: Tu guarda-te também dele, porque resistiu fortemente às nossas palavras. Estamos tão ignorantes de quem era este Alexandre quanto estamos da natureza exata da sua oposição a Paulo. É artificial identificá-lo com o Alexandre que foi empurrado para frente e que fez um discurso de defesa na ocasião do motim atiçado pelos ourives de Éfeso durante a permanência anterior de Paulo na cidade (At 19:33). Seja qual a teoria que se sustenta da origem destas cartas, aquilo aconteceu muitos anos antes e Alexandre era um dos nomes mais comuns. É mais provável, embora ainda longe da certeza, que ele era o Alexandre mencionado em 1 Tm 1:20 como tendo sido colocado sob a interdição, porque parece estranho que Paulo tivesse entrado em conflito com dois portadores do mesmo nome vinculados com Éfeso dentro de um período relativamente curto de tempo. Aceitando isto, alguns têm argumentado que comprova que a presente carta é anterior a 1 Timóteo, visto não haver indício de uma excomungação formal aqui. A inferência, no entanto, não é necessária de modo algum. 1 Tm 1:21 deixa claro que a “entrega a Satanás” de Alexandre era uma medida temporária, visando seu arrependimento e sua reabilitação, e, de qualquer maneira, a referência aqui diz respeito a um ato específico de hostilidade ao invés da irregularidade doutrinária. Seja qual for a sua identidade, Alexandre era um latoeiro, embora a palavra assim traduzida (Gr. chalkeus) nem sempre tinha este sentido especializado no Grego posterior, e talvez não queira dizer mais do que um metalúrgico de modo geral. Não é fácil decidir se seu delito consistiu em contradizer o ensino do Apóstolo ou nalguma forma mais pessoal de oposição. O uso que Paulo fez do aoristo sugere que tem em mente uma ocasião específica, e muitos têm inferido do contexto que fora em Roma, durante a prisão de Paulo, que Alexandre demonstrou sua má-vontade contra ele. Alguns têm suspeitado que ele possa até mesmo ter comparecido como testemunha da acusação contra Paulo, em seu julgamento.
16. A mente do Apóstolo agora volta à sua primeira defesa (Gr. prótè. . . apologia), quando, segundo ele relembra, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. O problema principal, na suposição de a carta ser de autoria paulina, é determinar a situação em mira. Os Pais e a maioria dos comentaristas antes do século XIX identificaram-no com aquele processo anterior (primeira em contraste com o presente processo legal) em que culminou a prisão de Paulo em Roma registrada em At 28, cujo resultado deve ter sido sua absolvição, V. 17 se encaixaria muito bem com esta exegese, sendo que a pregação ali referida seria, segundo esta hipótese, a vigorosa campanha missionária que empreendeu entre sua soltura e seu segundo cativeiro em Roma. Mas é difícil acreditar que o Apóstolo fosse deixado inteiramente abandonado naquele processo anterior, nem que Timóteo precisaria de informações acerca de eventos que tinham acontecido havia tanto tempo. De qualquer maneira, a impressão deixada pela passagem é que a primeira defesa é um incidente na experiência recente de Paulo. Uma explicação proposta pelos apoiadores da “hipótese dos fragmentos” é que a referência diz respeito ao comparecimento de Paulo em Cesaréia diante de Félix (At 24:1-23), ou possivelmente diante do Sinédrio (At 23:1-10); o fato de que teve uma visão do Senhor encorajando-o (At 23:11) é citado como confirmação deste último ponto de vista. Mais uma vez, porém, além das dificuldades inerentes na teoria, a narrativa em Atos não dá sugestão alguma de Paulo ter sido abandonado pelos seus amigos, e indica que, neste último julgamento, os peritos jurídicos farisaicos falaram em seu favor, ao passo que a atmosfera do primeiro destes julgamentos era notavelmente menos severa do que a linguagem aqui dá a entender. Tendo em vista tais fatos, é preferível, juntamente com a maioria dos apoiadores atuais da autenticidade, localizar a primeira defesa de Paulo no seu presente cativeiro, i.é, no segundo, em Roma, e entender por ela, não o julgamento propriamente dito (que, é claro, haveria de resultar na sua condenação), mas, sim, o que na linguagem jurídica romana foi chamado a prima actio, i.é, a investigação preliminar. Esta, aparentemente, tinha sido favorável ao acusado, pelo menos ao ponto de o juiz não poder resolver suas dúvidas, e, assim, pronunciar o veredito “Non liquet,” ou “Amplius.” Quando isto acontecia, a praxe jurídica romana exigia que uma investigação adicional, ou secunda actio, devesse ser realizada, e uma demora considerável poderia ser envolvida. É bem possível que Timóteo ignorasse a direção que os eventos tomaram, e precisasse ser atualizado sobre o assunto. Permanece sendo um mistério por que nenhum membro da igreja romana, com a qual seus relacionamentos tinham sido tão estreitos, foi a seu favor (Gr. paregeneto: o verbo é técnico para uma testemunha ou um advogado apresentando-se no tribunal para falar em prol do prisioneiro). Talvez nada mais do que o medo ou a fraqueza de caráter fosse a causa da deserção por eles; mas alguns têm detectado uma sugestão aqui de tensões pessoais profundamente arraigadas, ou até mesmo de divisões, dentro da comunidade.
17. Seja qual for a razão, não há amargura no coração de Paulo, e acrescenta a oração: Que isto não lhes seja posto em conta (para a ideia, cf. 1 Co 13:5; 2 Co 5:19). A deserção por eles, no entanto, serviu somente para ressaltar o socorro divino, pois o Senhor me assistiu e me revestiu de forças. Recebeu, assim, um acesso de coragem e intrepidez, e o propósito providencial disto, conforme ele vê a questão, era que, por meu intermédio, a pregação fosse plenamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem. À primeira vista, quem lê acha que Paulo fosse aludir-se a uma missão renovada e mais extensiva de pregação empreendida depois da sua absolvição, e assim parece apoiada a teoria de que sua primeira defesa era seu julgamento anterior no fim do seu primeiro cativeiro em Roma. Mas sua absolvição ainda não foi mencionada, e quando o é, parece ser o resultado deste esforço supremo de pregação. Devemos, portanto, interpretar a cláusula como sendo uma descrição, em termos algo hiperbólicos, de como Paulo explorou a investigação preliminar a fim de explorar o evangelho. Sempre tinha usado seus julgamentos anteriores para este propósito, e agora considera que seu comparecimento diante do augusto tribunal da capital como sendo o coroamento da sua carreira como pregador. As palavras por seu intermédio são enfáticas, e o verbo utilizado (Gr. plèrophorein: cf. 5 supra) significa cumprir plenamente, “completar.” Sua ideia parece ser que a proclamação do evangelho atingiu um clímax especialmente glorioso quando foi feito na capital, e exulta por ter sido selecionado para ser o instrumento deste ato. Sua menção de todos os gentios continua e desenvolve o mesmo pensamento. É possível que seu significado seja que, tendo pregado o evangelho publicamente em Roma, já se desincumbiu, num sentido muito real, de sua comissão de proclamá-lo “entre todos os gentios” (Rm 1:5). É muito mais provável, no entanto, que esteja se referindo ao auditório cosmopolita reunido no tribunal imperial, diante do qual proclamou sua mensagem. O resultado foi um sucesso inesperado, ainda que temporário, pois foi libertado da boca do leão. Estas últimas três palavras são uma expressão proverbial para o perigo extremo (cf. SI 7:2; 22:21; 35:17; Dn 6:20 ss.; etc.). Não há, portanto, necessidade alguma de ver nelas uma referência ao anfiteatro, pois não havia questão de Paulo ser ameaçado com ele,, nem a Nero, com quem os Pais gregos gostavam de identificar o leão; nem a Satanás. O que Paulo quer dizer é simplesmente que, através da intervenção maravilhosa de DEUS e como resultado da força que lhe foi dada para proclamar o evangelho, o juiz ou juízes deixaram de chegar a uma decisão no seu exame inicial, e, portanto, foi salvo da morte iminente.

A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.