04 agosto 2015

Lição 6 - Conselhos Gerais, 2 parte

Lição 6 - Conselhos Gerais, 2 parteO Apóstolo Paulo, Escrevendo a Timóteo, Ministra Diretrizes para a Administração da IgrejaWilliam Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento) Diretrizes com Respeito a Certos Grupos e Individuos Definidos.5.1,2 A. Idosos e jovens, homens e mulheres5.3-8 B. Viúvas angustiadas5.9-16 C. Viúvas dedicadas a obra espiritual5.17-25 D. Presbíteros e candidatos a presbíteros 1 Tm 5.17 - Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 18 - Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 19 - Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas. 20 - Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. 21 - Conjuro-te, diante de DEUS, e do Senhor JESUS CRISTO, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade. 22 - A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro. 17 Os presbíteros que governam bem sejam dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino. A honra devida às viúvas pressupõe a honra devida aos presbíteros.Além do mais, justamente como o termo viúva foi primeiramente usado num sentido geral (v. 3), o último (v. 9), porém, no sentido daqueles cujos nomes constavam numa lista e que realizavam determinadas funções na igreja, assim também o termo presbítero aparece primeiramente no sentido geral de idoso (5.1), porém agora como sinônimo de supervisor, o último termo indicando o caráter da obra do homem, e o primeiro a idade e a dignidade que lhe pertence em decorrência de sua idade e ofício. É evidente que pelas palavras bispo e presbítero se indica a mesma pessoa, pois em ambos os casos somos informados de que esses homens governam e ensinam (cf. 1 Tm 3.2, 5 com 5.17). Não causa estranheza que um supervisor ou bispo fosse chamado presbítero ou ancião, porque no antigo Israel na sinagoga, e também na igreja primitiva os investidos com tal ofício eram os homens de mais idade. De forma bem adequada, o termo bispo (supervisor) é usado quando a ênfase recai sobre sua obra (ITm 3.1), e o termo ancião, quando a ênfase recai sobre a honra que lhe é devida (nessa passagem, 1 Tm 5.17).É digno de nota que Timóteo, aqui, seja instruído a providenciar que os “anciãos [presbíteros] que governam excelentemente” (assim literalmente) sejam honrados pela congregação. O apóstolo estaria cônscio do fato de que, em muitos casos, os membros da igreja são propensos a esquecer esse fato. As palavras “especialmente os que labutam na pregação (literalmente em palavra) e no ensino” mostram que já no tempo de Paulo começava a fazer-se distinção entre os que hoje chamamos “ministros”, ou “pastores”, e os que ainda chamamos “presbíteros”. Todos governam, e em certo grau todos ensinam, mas alguns (além de governarem) labutam na pregação (expondo a Palavra na congregação reunida) e no ensino (ministrando instrução a juventude, aos que a buscam, e a todos os que tem necessidade dela). Eles se especializam e labutam arduamente nisso. A tarefa lhes exige a dedicação de muito tempo e esforço: pregar, ensinar e preparar-se para isso. Ora, todos esses presbíteros que governam excelentemente devem receber “honra duplicada”. Mas, o que se quer dizer com essa expressão? As interpretações variam:(1) honra e honorários. Devem receber honra e uma recompensa material (Crisostomo, C. Bouma).(2) amplo pagamento, melhor remuneração, duas vezes o salário que recebem (algo nessa direção, mas com variações pessoais, Moflatt, White em Expositor ’s Greek Testament, Williams).(3) o dobro da “honra” devida as viúvas, ou uma porção duplicada das primícias das viúvas (Constitutions ofthe Holy Apostles Il.xxviii; no mesmo sentido, Calvino, Lock).(4) honra como irmãos e honra como governantes; ou honra quanto a idade e honra quanto ao ofício (Tertuliano, Bengel).(5) honra como presbíteros, honra adicional como quem governa de forma excelente (Lenski). Creio que esta ultima interpretação é a correta, e aceito a declaração de Lenski de que o próprio contexto explica a “duplicada honra”. Não obstante, essa duplicada honra não deve ser interpretada como se fosse excluída toda a ideia de remuneração, e como se em conexão com o versículo 18 o pensamento desse a entender simplesmente isto: os presbíteros que governam de forma excelente deveriam receber o que é justo, a saber, duplicada honra; justamente como o boi que debulha recebe o que lhe corresponde, ou seja, punhados de grãos; e como o obreiro recebe o que lhe é devido, ou seja, seu salário (ver Lenski sobre o v. 18). Desse modo toda noção de remuneração econômica ficaria completamente excluída da “duplicada honra” devia aos presbíteros que servem bem e são dependentes disso. Mas isso dificilmente seria correto, porque também no caso das viúvas, a honra que lhes é devida estava imediatamente ligada ao sustento material (vv. 3 e 4), e as analogias usadas por Paulo no versículo 18 certamente apontam na mesma direção no que respeita aos presbíteros. Portanto, a verdadeira explicação pareceria ser esta: O presbítero merece ser honrado; particularmente, se seu labor se destaca por sua qualidade. Esta honra se deve especialmente aos que trabalham na pregação e no ensino. E isto implica, naturalmente, que, onde se faz necessário (e seria necessário especialmente no caso do “ministro”), seu trabalho deveria também ser remunerado de uma maneira material. O homem que dedica todo seu tempo e esforço na obra do reino (o “ministro”) certamente merece “um bom salário”. Não significa que a palavra “honra”, em si e por si, tenha aqui o sentido de honorário, significa honra. Mas seria evidência de falta de honra se a igreja exigisse de um homem a total dedicação à obra espiritual e que o fizesse gratuitamente. A explicação que eu tenho dado não significa simplesmente que todo presbítero, ou ainda que todo presbítero que governa excelentemente, receba salário. Todos os que governam bem merecem duplicada honra. No Novo Testamento, a palavra nunca significa soldo, ou pagamento, ou salário. Antes, tem o sentido de preço (Mt 27.6, 9; At 5.2, 3; 7 .16; ICo 6.20; 7.23; plural em At 4.34; 19.19) e estima, honra (Rm 12.10; 13.7; ICo 12.23; etc.). Isso corresponde a conotação da palavra nos papiros (M.M., p. 635). No grego clássico, a palavra tem uma vasta gama de significados: valor, preço; compensação, satisfação, recompensa; multa; honra, dignidade; senhorio, ofício; prêmio, presente, oferenda; estima, honra. Honra, é no caso dos que se dedicam inteiramente à obra da igreja; isto implica o direito à remuneração. (E implica ainda mais que isso; ver vv. 19, 20, 22.). 18. Porque a Escritura diz: Não amordace o boi que está debulhando e O trabalhador é digno de seu salário.Ambos os provérbios estão claramente coordenados. Se o primeiro “Escritura” é, então o segundo também o é. Assim uma palavra dita por JESUS é posta em paralelo com um provérbio do canon do Antigo Testamento. O primeiro provérbio é uma citação de Deuterônomio 25.4. Paulo faz uso semelhante dele em 1 Corintios 9.8-12. O quadro é o de uma eira: um terreno circular exposto ao relento. As vezes era uma rocha plana no cume de uma colina. Os feixes de grãos eram desatados e se estendiam no piso, arranjados e em círculos. Os bois eram guiados a pisarem sobre as espigas para que, pelo impacto de seus pés, o grão maduro se soltasse das espigas (Os 10.11; Mq4.13). Ou, com o mesmo propósito, os bois podiam ser arreados e montados por um condutor que guiava os bois para que dessem repetidos giros (Jz 8.7; Is 28.27; 41.15), Esse arreio era uma espécie de trenó formado por duas tábuas pesadas, atadas uma ao lado da outra e curvadas para cima na parte dianteira. Punham-se-lhes debaixo pedras pontiagudas para fazer soltar os grãos de trigo.Ora, os cruéis pagãos às vezes punham bocais nos bois enquanto debulhavam, mas JDEUS proibira claramente a Israel que fizesse tal coisa. O propósito dessa ordem era para que os homens pudessem ver a bondade de DEUS; particularmente, para que pudessem discernir este princípio básico, ou seja: que a todo obreiro (quer aquele que trabalha com bois, ou um trabalhador comum, ou um ministro do evangelho) DEUS tem dado o direito de participar dos frutos de seu trabalho. Em Deuterônomio trata de homens, não de animais. Cf. ICo 9.9, 10.) No presente caso, isso significaria que “os que proclamam o evangelho devem viver do evangelho” (ICo 9.14).O segundo provérbio, “O trabalhador é digno de seu salário”, encontra-se precisamente nessa forma em Lucas 10.7. (Em Mt 10.10, o provérbio ocorre numa forma ligeiramente diferente: “O trabalhador é digno de seu alimento”.) Paulo e Lucas eram amigos, e com frequência estavam juntos. Lucas estivera com Paulo durante a primeira prisão deste em Roma (Cl 4.14; Fm 24). Nao é impossível que o evangelho de Lucas já tivesse sido concluido. Daí, se esse foi o caso, o apóstolo estava em condições de citá-lo. Ou também poderia ser que estivesse citando uma coleção de provérbios que presumivelmente fora usada como fonte do Evangelho de Lucas. Combinando as duas citações, e considerando-as à luz do contexto precedente, notamos que Paulo esta enfatizando que o respeito do qual são dignos os presbíteros que governam bem, implica que os que entre eles se dedicam inteiramente à obra do evangelho tem o direito a salário, e que tal salário não lhes devia ser retido. 19. Ora, essa “honra” que é devida ao presbítero deveria ser também expressa noutro sentido: Nunca aceite uma acusação contra um presbítero, a menos que [ela seja] endossada por duas ou três testemunhas.Uma acusação contra um presbítero deve ser sobre - ou seja, deve ter por base o testemunho oral de - duas ou três testemunhas. Note que, embora de antemão todo israelita estivesse salvaguardado de processo e sentença, a menos que duas ou três testemunhas fidedígnas testificassem contra o mesmo (cf. Dt 17.6; cf. Nm 35.30; e ver C.N.T. sobre João 5.31; 8.14). Aqui (! Tm 5.19) os presbíteros são excetuados ainda de ter de responder a uma acusação (cf. Ex 23.1 na LXX), a menos que esteja imediatamente endossada por duas ou três testemunhas. Sem esse apoio, a acusação não deve ser levada em conta nem ainda recebida. Não se deve prejudicar desnecessariamente a reputação de um presbítero, e sua obra não deve sofrer uma interrupção desnecessária. 20. Não obstante, às vezes a acusação contra um presbítero pode contar com suficiente endosso para ser recebida e em seguida ser endossada pelos fatos.O que fazer, então? Diz Paulo: Os que cometem erro, você deve repreender na presença de todos, a fim de que outros também possam encher-se de temor (literalmente: possam ter temor). Os presbíteros que andam por vias pecaminosas não devem ser poupados. Aliás, seus pecados devem ser punidos ainda com mais severidade do que os demais. A lei fazia a mesma distinção (Lv 4.22, 27). Timóteo devia não só fazer com que seu pecado ferisse sua consciência, mas que, no caso deles, isso fosse feito não privativamente, nem na presença de apenas uns poucos (Mt 18.15-17), mas publicamente, ou seja, na presença de todo o consistório, para que os demais presbíteros também viessem a sentir-se cheios de um piedoso temor de praticar o mal (cf. Gn 39.9; Sl 19.13). 21. Ora, nos assuntos discutidos nos versículos 19 e 20 e, na realidade, em todo assunto que tange a disciplina de líderes eclesiásticos, pode-se ser facilmente influenciado por considerações puramente subjetivas.Mas isto pode significar a ruína para a igreja e para todos os envolvidos. Timóteo, como delegado apostólico nas igrejas de Éfeso e suas cercanias, não deve permitir que isto ocorra. Ainda em nossos dias, os juízes tendenciosos, as “máquinas” eclesiásticas, os assim chamados “comitê de investigadores” integrados por caçadores de intrigas, o “companheirismo” e coisas afins podem destruir facilmente uma denominação. A corrupção geralmente começa “na cúpula”. A história eclesiástica proporciona vários exemplos. O homem do banco da igreja não sabe o que de fato ocorreu “enquanto dormia”. Ao despertar-se é que desperta! - geralmente já e tarde demais. Daí, é essencial a imparcialidade e a honestidade absolutas em todos esses assuntos. E por essa razão que a ordem que o apóstolo agora dá a Timóteo é tão importante. Tudo está em jogo. A igreja do século 21 bem que poderia levar a sério estas solenes palavras: Ordeno [-lhe] perante DEUS e CRISTO JESUS e os anjos eleitos que observe essas instruções sem preconceito, nada fazendo com parcialidade. É evidente à luz da cláusula introdutória, “que observe essas instruções”, que o verbo usado no original não pode, aqui, significar “testifico-lhe” (como, por exemplo, em I Ts 4.6), mas “encarrego”, ou seja, “admoesto solenemente” ou “ordeno solenemente” ou “conjuro”. Paulo enfatiza que é ante os olhos do próprio DEUS e com sua plena aprovação que as instruções devam ser ministradas (vv. 19, 20). Este é o mesmo DEUS que, por intermédio de CRISTO JESUS, um dia julgará todos os homens. E esses são os anjos que estarão junto a CRISTO no juízo final. Daí Paulo estar, por assim dizer, pondo Timóteo sob o juramento de cumprir o mandamento que recebeu (no espírito de Gn 24.3, 9).Quem quebrar o juramento será julgado. Comparando-se a linguagem semelhante de 2 Timóteo 4.1, fica evidente que, ao ministrar essa ordem, Paulo está pensando realmente no juízo final. Note bem os detalhes que são mencionados aqui em 1 Timóteo 5.21: O juiz é DEUS (Gn 18.25; Hb 12.23). O destinatário deve estar profundamente cônscio do fato de que Paulo, ao escrever, e Timóteo ao pôr em prática essa ordem, estão agindo ante os olhos de DEUS, o juiz. Não obstante, DEUS não julga diretamente, e, sim, por intermédio de CRISTO JESUS. A honra do juízo foi conferida ao Mediador, como recompensa pela expiação que ele operou (Mt 25.31-46; Jo 5.22, 23, 27; At 19.42; 17.31; 2Co 5.10; Fp 2.10, 2 T m 4 .1 ;A p 14.14-16). Associados a CRISTO nessa tarefa de juízo estarão os anjos, como é ensinado por toda parte nas Escrituras Sagradas (Dn 7.10; Mt 13.27, 41, 42; 16.27; 24.31-33; 25.31; 2Ts 1.7; Hb 12.22; Ap 14.15, 17-20).Recolherão os redimidos e conduzirão os maus ante o trono do juiz. Esses são os anjos eleitos de DEUS, distintos dos anjos “que não guardaram seu estado original” (Satanás e seus demônios; cf. Jd 6). Em seu decreto soberano e inescrutável, que transcende todo o entendimento humano, DEUS, desde toda a eternidade, decidiu que esses anjos (aqui chamados eleitos) recebessem a graça de perseverar, de modo que pudessem permanecer em seu estado. Sendo eleitos, naturalmente são também amados. Não é estranho que o apóstolo mencione também esses anjos. Ele quer que Timóteo obedeça a importantíssima ordem acerca da disciplina dos presbíteros; ou seja, ele quer que se assemelhem aos anjos em obediência. Além do mais, esses anjos são espectadores das ações de Timóteo e acompanharão a CRISTO no juízo final, quando tudo o que estiver oculto será revelado e castigado a quebra dos juramentos. Segundo Paulo, e em harmonia com todo o restante das Escrituras,OS ANJOS SÃO:Assistentes de CRISTO (2 Ts 1.7), sua Cabeça exaltada (Ef 1.21, 22; Cl 2.10); são mensageiros do evangelho de nossa salvação, que vieram ao Senhor não só em seu nascimento, mas também em sua ressurreição e na glória de sua vinda posterior e a ressurreição (ver I Tm 3.16; cf. Lc 2.14; 24.4; At 1.11); Cantores no coral celestial (1 Co 13.1; cf. Lc 2.14; Lc 15.10; Ap 5.11, 12); Defensores dos filhos de DEUS (2Ts 1.7-10; cf. Sl 91.11; Dn 6.22; 10.10, 13, 20; Mt 18.10; At 5.19; Ap 12.7), embora estes terão uma posição mais elevada que eles e os julgarão (ICo 6.3; cf. Hb 1.14); Exemplos de obediência (ICo 11.10; cf. Mt 6.10); Fiéis amigos dos redimidos, que os vigiam constantemente, profundamente interessados em sua salvação e os servem de toda forma, executando também o juízo de DEUS sobre o inimigo (Gl 3.19; ICo 4.9; 2Ts 1.7; cf. Mt 13.41; 25.31, 32; Lc 16.22; l Pe 1.12; Hb 1.14; Ap 20.1-3).Por conseguinte, já que as ações de Timóteo são vistas por DEUS, por CRISTO JESUS (ambos divinos, note que no original usa-se somente um artigo) e pelos anjos (criaturas, note a repetição do artigo), e isto com vistas ao juízo final, que Timóteo observe (cuide de cumprir) as ordens comunicadas “sem preconceito”, isto é, sem deixar-se influenciar por nenhum tipo de consideração subjetiva pecaminosa, guiado somente pela norma objetiva da verdade revelada por DEUS, e “nada fazendo com parcialidade (ou favoritismo)”, sem inclinar-se para este lado nem para aquele, nem para o acusador nem para o acusado, até que todos os fatos importantes de cada caso concreto tenham se estabelecido plenamente. 22. É possível evitar muitos problemas se Timóteo, ao ordenar homens para o ofício, exercer a devida precaução. Daí Paulo continuar: Não imponha as mãos [para ordenar] precipitadamente sobre ninguém, nem seja participante dos pecados de outros: conserve-se puro.A indicação simbólica da comunicação de dons dos quais alguém necessitara para o cumprimento dos deveres de seu ofício já foi mencionada (ver sobre ITm 4.14) e será mencionada uma vez mais (2Tm 1.6). Essa tarefa não deve ser feita “com precipitação”. As qualificações dos homens que estão sendo considerados devem ser examinadas completamente antes que possam ser designados para o ofício. Isso está em harmonia com o que o apóstolo esteve afirmando em 1 Timóteo 3.2, 7, 10. A ordenação sem uma criteriosa investigação prévia tornava Timóteo responsável pelos males que tais presbíteros pudessem subsequentemente cometer. Em contrapartida, isso aumentaria a dificuldade em discipliná-los. Timóteo deve esforçar-se por “manter-se puro” (em plena conformidade com a lei moral de DEUS) com respeito a esse a todos os demais assuntos. (Acerca do substantivo relacionado, pureza, ver sobre ITm 4.12; 5.2). Observação do Ev. Henrique - 23. O preceito “mantenha-se puro” era de natureza pessoal. Isso leva a outra observação que é também pessoal: Não continue a beber [somente] água, porém use um pouco de vinho por causa de seu estômago e suas frequentes enfermidades. Onde se lê vinho entenda-se suco de uva. vinho é produto da vinha, árvore que produz uvas, que para nós é videira ou parreira de uvas. Como no orinete o conjunto de árvores que produzem uvas é chamado vinha o nome dado a seu produto é vinho (não significando bebida alcoólica, desde que consumido em pequenas quantidadaes). Paulo orienta Timóteo a misturar um pouco de suco de uva à água que bebia para torná-la menos ácida (qualidade da água da região), amenizando assim as frequentes enfermidades de seu estômago. 23. O preceito “mantenha-se puro” era de natureza pessoal. Isso leva a outra observação que é também pessoal: Não continue a beber [somente] água, porém use um pouco de vinho por causa de seu estômago e suas frequentes enfermidades. Timóteo era uma pessoa conscienciosa. Ele não queria ser acusado de ser o tipo de pessoa que “se demora ao lado do vinho” (ver sobre ITm 3.3). Daí, ele formara o hábito de beber nada mais, senão água. Não obstante, no Oriente a água com frequência está longe de ser “digna de confiança”. Os que já estiveram por lá, inclusive, por exemplo, os que estiveram por lá enquanto serviam as forças armadas sabem bem disso. Se alguém insiste em não beber nada mais senão água sem ferver, é passível de sofrer ataques de desinteria. Aliás algo pior pode acontecer-lhe. Por conseguinte, com o fim de ajudar Timóteo a vencer seus problemas estomacais, bem como outras enfermidades colaterais, que tudo indica o afetavam com frequência e de forma grave, Paulo lhe aconselha que pare de bebedor água pura. Timóteo deve usar um pouco de vinho, não muito, apenas um pouco. Isso iria fazer-lhe bem fisicamente. Paulo aqui está falando do vinho como medicina, não como bebida, como observa corretamente Wuest. 24, 25. 24. Voltando agora ao tema da precaução necessária antes da ordenação de alguém para o ofício (ver v. 22), Paulo diz: Os pecados de alguns homens são claramente evidentes, e vão adiante deles para juízo, mas os pecados de outros seguem após eles].Semelhantemente, os feitos nobres [s.o] claramente evidentes, e os que não o são não podem permanecer ocultos.Das muitas explicações, a mais razoável parece ser esta:Note bem que, com respeito ao uso de vinho, Paulo evita extremos. Por um lado, adverte contra o que “se demora ao lado do vinho” (ITm 3.3. 8). Por outro, crê ser, no caso (Para Timóteo, é aconselhável o uso de um pouco de vinho, tanto para melhorar sua saúde quanto como precaução no uso da água, provavelmente devido ao perigo de contaminação). Muitos tem apresentado seus pontos de vista sobre o tema do sinistro efeito do costume de beber vinho socialmente e o uso de diversas bebidas alcoólicas.Na atualidade, convém a realização de uma vigorosa campanha contra toda forma de intemperança. As palavras de Paulo devem ser interpretadas a luz das condições que prevaleciam no Oriente e a luz da condição física de Timóteo.No versículo 24, Paulo está falando dos pecados, ou seja, os pecados de homens que não são aptos para o ofício. No versículo 25, ele está falando sobre os feitos nobres (ou obras excelentes), ou seja, os feitos nobres de homens que são aptos para o ofício. Por implicação, ele divide o primeiro grupo principal, os pecados de homens não aptos para o ofício, em duas subdivisões:a. os pecados claramente evidentes de alguns homens;b. os pecados que não são claramente evidentes de outros homens (isto está mais implícito do que explicito).Expressamente, ele divide o segundo grupo principal - os feitos nobres de homens que são aptos para o ofício - em duas subdivisões similares:a. os feitos nobres claramente evidentes de alguns homens;b. os feitos não nobres claramente evidentes de outros homens.Portanto, com respeito ao primeiro grupo, Paulo diz que os pecados de alguns homens são tão claramente evidentes (ver também Hb 7.14), tão conspícuos ou óbvios, que em seu caso nem sequer é necessário um exame detido para se chegar a uma decisão ou juízo (ver C.N.T. sobre João, Vol. I). Os pecados precedem o homem! Isso não significa meramente que o homem em questão desfruta de má reputação (porque tal coisa poderia estar baseada numa calúnia), mas que é mau: suas más ações estão a descoberto. Estão a vista de todos. A própria ideia de designar tais homens para o ofício é ridícula. No caso de outros homens, a situação é diferente. Seus pecados os seguem (literalmente, seguem após eles, ou os perseguem). Ao considerar seu caso para chegar a uma decisão, depois de um cuidadoso exame, descobre-se que não são aptos para o ofício. Antes que seu caso venha a lume, Timóteo, e talvez os diversos presbíteros, deve considerar tais homens como candidatos para o ofício. Depois de um exame criterioso e o veredicto, as coisas tomam um aspecto completamente diferente. Os pecados desses homens agora foram descobertos, de modo que, havendo emitido o juízo, já não resta dúvida alguma da falta de aptidão dos mesmos para o ofício. A situação com respeito a homens que são espiritualmente aptos para o ofício é semelhante neste aspecto, a saber: que também em seu filho Timóteo, como regra, não necessita temer que as qualidades ocultas continuem ocultas. Em geral, os feitos nobres (ou obras excelentes que adornam a vida desses homens serão claramente evidentes). Mesmo no caso excepcional em que não fazem evidentes de imediato, não podem permanecer ocultas. As averiguações e perguntas adequadas as fará vir a superfície. Com vistas ao incentivo de Timóteo que, como já se demonstrou (ver p. 48), era por demais tímido, Paulo está tentando estabelecer este ponto: se ele tiver o devido cuidado e não se precipitar na ordenação de homens para o ofício (ver v. 22), terá bons presbíteros nas igrejas de Éfeso e suas cercanias. A regra é que mesmo no caso de homens tais que não se mostram de imediato, de forma clara, se são ou não aptos, um exame cuidadoso o conduzirá a conclusões válidas. E, em todo caso, então Timóteo não se verá envolvido nos pecados de outros homens.Síntese do Capítulo 5Ver o Esboço no inicio deste Capítulo, o qual pode ser parafraseado assim: Quanto aos membros que necessitam de conselho pastoral ou correção, você (Timóteo) deve tratá-los como o requer sua idade e seu sexo: Admoeste um homem [mais] idoso como se fosse seu pai; os homens [mais] jovens, como a irmãos; as mulheres [mais] idosas, como a mães; as mulheres [mais] jovens, como a irmãs, com toda pureza. Quanto as viúvas que se acham em necessidade, devem honrar e dar assistência as que são realmente destituídas de amparo. Devem receber tanto apoio moral quanto físico. O Objeto de sua constante esperança e oração lhes será provido por meio da igreja. Entretanto, há viúvas que tem filhos e netos que podem prover-lhes sustento. Estes devem quitar aquela dívida que contraíram ao serem eles criados por elas. DEUS tem prazer em tal atitude. Se negligenciam seu dever, são piores que os infiéis. E a viúva que carece de meios de sustento que devem ser assistidas pela igreja. Há algumas viúvas, contudo, que passam a viver nos prazeres. Essas, ainda que fisicamente vivas, estão espiritualmente mortas. Nem é preciso acrescentar que tais viúvas não merecem ser honradas pela igreja. Enfatiza constantemente tais regulamentações a respeito do dever da igreja e dos filhos e netos para com as viúvas. Ora, quanto as viúvas e sua obra, com vistas a qualificá-las para obras tais como ministrar bom conselho as mulheres mais jovens, prepará-las para o batismo, levá-las a comunhão, ministrar orientação aos órfãos, etc. (esta é uma conjetura acerca da natureza de sua obra), estas não devem ter menos de 60 anos de idade, devem ter sido esposas fiéis, mães sabias, boas hospedeiras, benfeitoras bondosas; em suma tem de ter dado provas de sua aptidão para essa posição. Para este tipo de obra, você não deve engajar viúvas jovens, porque a experiência tem provado que em muitos casos elas se inquietam e quebram o compromisso de trabalho devotado a igreja, incorrendo, portanto, em culpa. Também amiúde põem as atividades sociais acima das atividades do reino, de modo que ao visitarem diversos lares aparentemente com o intuito de ministrar orientação, realmente não fazem outra coisa senão tagarelar e intrometer-se nos assuntos de outrem. Assim causam mais dano que benefício e provocam escândalos. É preciso evitar isso por todos os meios. É necessário que eu adicione isso, pois estou a par de certas viúvas que se tem desviado do honroso curso com o fim de seguir Satanás. Não obstante, isso não significa que não há oportunidade para as viúvas jovens na obra do reino. Há trabalho para todos, bem como para toda e qualquer mulher. Por exemplo, se há alguma mulher crente que possua meios, que se ponha em alguma relação de responsabilidade para com as viúvas desamparadas; que as ajude para que a igreja não seja sobrecarregada e estejam em melhores condições de auxiliar as viúvas que não recebem sustento de ninguém. Quanto aos presbíteros, e futuros presbíteros, note o seguinte: O presbítero deve ser honrado por causa de seu ofício; e deve receber honra duplicada caso execute bem sua tarefa. Isso recebe ênfase especial com respeito aos “ministros”, homens que labutam na pregação e no ensino. Deve-se respeitá-los de forma elevada e prover-lhes de forma generosa, porque diz a Escritura: “Não amordace o boi quando está debulhando” (Dt 25.4) e “O trabalhador é digno de seu salário” (Lc 10.7).Acerca de acusações contra um presbítero, as mesmas não devem ser aceitas a não ser que sejam endossadas por duas ou três testemunhas. Mas, se o pecado fica claramente determinado, o homem que o cometeu deve ser reprovado na presença de todo o consistório para que os demais presbíteros se encham de piedoso temor diante de DEUS e de JESUS e dos anjos eleitos, para que você observe essas diretrizes sem preconceito. Não deve permitir a influência de considerações subjetivas. Não se apresse a ordenar um homem. Assim não será responsável com ele pelos males que venha a cometer no futuro. Conserve-se puro. (Incidentemente, cuide também de seu corpo. Não beba apenas água, mas use um pouco de vinho por causa de seu estômago e suas frequentes enfermidades.)Em conexão com os homens que estão sendo considerados para algum ofício, você não deve preocupar-se indevidamente, uma vez que exerça a devida prudência. No caso de homens que não são aptos, seus pecados, os quais os desqualificam, com frequência se fazem evidentes mesmo antes de começar-se uma investigação de seu caráter; e se não se tornam evidentes antes, se tornarão evidentes depois da investigação. E no caso de homens que são aptos, seus feitos nobres, os quais revelam que são qualificados, são geralmente tão claramente evidentes, ainda antes da investigação; e se não antes, se farão evidentes posteriormente. ESBOÇO DO CAPÍTULO 6Tema: O Apóstolo Paulo, Escrevendo a Timóteo, Ministra Diretrizes para a Administração da Igreja.Diretrizes com Respeito a Certos Grupos e Indivíduos Definidos (continuação)6.1,2 E. Escravos6.3-10 F. Mestres de novidades que aspiram à fama e riquezas.6.11-16 G. O próprio Timóteo (“Guarde a comissão!”).6.17-19 H. Pessoas que são ricas em termos desta presente era.6.20, 21 I. O próprio Timóteo (“Guarde o deposito!”). 9. Mas os que são ávidos por ficar ricos caem em tentação e em laço e numerosas cobiças insensatas e nocivas.Paulo não condena o “desejo” como tal. Ele não é estoico, e, sim, cristão. O que ele condena é o desejo de ser rico. Tais pessoas caem em tentação. (A palavra no original significa provação ou tentação. O exemplo clássico que ilustra primeiro um sentido e logo o outro é Tiago 1.2, 12.No presente caso, o sentido tentação é claro a luz do contexto. Como um laço (ver sobre I Tm 3.7) mantém um animal prisioneiro, assim a paixão incontrolável pelas riquezas fecha seus tenazes tentáculos sobre os que “cobiçam até o pó da terra” (Am 2.7). Cf. Salmo 39.6; Provérbios 28.20; Mateus 6.19-21, 24-26; 19.24; Tiago 5.1-6. Além do mais, o pecado nunca anda só. O desejo de enriquecer faz com que o homem que, na terminologia atual, é uma “encarnação de gordos dividendos” caia em numerosas cobiças. Um gênero de cobiça conduz a outro. A pessoa que cobiça riquezas geralmente também anela por honra, popularidade, poder, comodidade, satisfação dos desejos da carne, etc. Tudo emana da mesma raiz, o egoísmo, o qual, sendo o pior método possível para satisfazer realmente a “alma”, é um método insensato e nocivo (cf. Mt 20.26-28; ver C.N.T. sobre João 12.25, 26). No original, a sentença é notável em virtude de sua bela aliteração. A recorrência constante da letra p (tt) capta a atenção dos olhos e dos ouvidos, e provavelmente sirva para fixar mais solidamente na mente o provérbio, como se disséssemos: “Os que vão após a opulência se precipitam a investigações malignas, ciladas arriscadas e numerosas paixões perigosas.” Estas cobiças, paixões ou concupiscências, das quais o apóstolo fala, são arroladas como as quais precipitam os membros da raça humana em ruína e destruição. Em vez do ganho que estavam buscando (ver v. 5), os homens cujo coração está assentado nas riquezas só experimentam perda. No original, os termos ruína e destruição são ambos derivados de um verbo cujo significado secundário é perder. Note o caráter progressivo e culminante do movimento que é aqui retratado. Primeiro esses homens são descritos como desejando o mal, a saber: a riqueza material. Logo perdem pé e caem em tentação e em laço e em numerosas cobiças insensatas e nocivas. Finalmente, essas cobiças os precipitam em ruína e destruição. Homens desventurados! Conduziram seu barco até a própria borda da catarata, que, por sua vez, os lança nas terríveis profundezas. Quanto a exemplos, ver o versículo seguinte. 10. A situação exposta é correta: Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.O apóstolo não diz que o amor ao dinheiro é a (única e exclusiva) raiz de todos os males existentes, mas, sim, que é uma raiz. Embora seja verdade que uma palavra não precisa estar sempre precedida pelo artigo o ou a para ser definida, certamente não seria sábio aplicar a exceção, quando isso poria conflito entre as palavras de Paulo e os fatos da experiência diária e com outras passagens da Escritura. Há outras raízes ou fontes de males além do amor ao dinheiro, por exemplo, a “amargura” (Hb 12.15; cf. também Tg 1.15). Mas, indubitavelmente, a avareza é uma raiz “de todos os males”, ou “de todo gênero de mal”. Ela levou o homem que possuía muitos rebanhos e tropas (na parábola de Natã) a roubar a única cordeirinha do homem pobre; o jovem rico a afastar-se de CRISTO; o rico insensato (na parábola de CRISTO) a enganar a si próprio pensando que tudo estava bem; o rico (de outra parábola relatada pelo Senhor) a negligenciar o pobre Lázaro; Judas a trair seu próprio Mestre e suicidar-se; Ananias e Safira a mentir; e os ricos opressores da epístola de Tiago (cf. Am 2.6, 7) a explorar os que trabalhavam para eles. Nenhum deles escapou ao castigo.A avidez por riquezas além do mais, tem sido a causa de inumeráveis fraudes, casamento por dinheiro, divórcios, perjúrios, latrocínios, envenenamentos, homicídios e guerras. E, no coração do homem, esta pecaminosa cobiça o tem levado a sofrer “muitos tormentos”. No presente contexto, Paulo está pensando especialmente nos membros da igreja, como também se faz evidente a luz do que se segue: e alguns, sendo atingidos por ele, se desviaram da fé e se espicaçaram com numerosas dores. As pessoas que assim vão após (ou “aspiram ao”, ver sobre I Tm 3.1) dinheiro são como os planetas. Elas tem vagueado da fé; literalmente, “planetado longe da fé”. A palavra planeta significa errante, pois isso é precisamente o que um planeta é. Não no sentido em que a terra ou outros planetas são “expelidos de suas órbitas designadas”. Suas órbitas foram pre-fixadas, de modo a ser possível, por meio de seis ou sete “elementos de uma órbita planetária” predizer exatamente onde no céu cada planeta estará. Mas em relação as estrelas “fixas”, os planetas, girando em torno do sol, parecem vaguear. Essa é a razão de seu nome. Ora, essas pessoas tem se extraviado ou se desviado da fé, a verdade confessada pela igreja. Elas tem se extraviado na atitude interior, na conduta exterior e ainda na confissão dos lábios, ou seja, nas coisas que ora estão ensinando. Mas, ao agir assim, traspassaram-se (como a pessoa que se traspassa com uma lança) com numerosas dores. Entre essas dores se encontra a inquietude, o aborrecimento, a insatisfação, a tristeza, a inveja. No bolso de um homem rico que acabara de cometer suicídio foi encontrada a soma de trinta mil dólares e uma carta que em parte dizia: “Descobri, durante minha vida, que as altas somas de dinheiro não ocasionam felicidade”. Tiro minha vida porque já não posso suportar mais a solidão e o aborrecimento. Quando era um trabalhador comum em Nova York, eu era feliz. “Agora que possuo milhões, sinto-me infinitamente triste, e prefiro a morte”. (Citado por W. A. Maier, ForBetter Not For Worse [Para melhor, não para pior], p. 223.)William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento)   Questionário da Lição 6 - Conselhos Gerais3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas PastoraisComentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de LimaComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaComplete os espaços vazios e marque com"V" as respostas Verdadeiras e com"F" as Falsas, conforme a revista da CPAD. TEXTO ÁUREO1- Complete:"Olhai, pois, por vós e por todo o ________________________ sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu _________________________ [...]." (At 20.28).
VERDADE PRÁTICA2- Complete:O pastor precisa cuidar das ________________________ do Sumo _________________________ com o mesmo zelo com que cuida de sua __________________________. I - O CUIDADO COM O REBANHO 3- Como deve ser o cuidado com os anciãos (5.1)?(    ) O pastor não precisa se relacionar bem com os membros de avançada idade.(    ) O pastor precisa se relacionar bem com os membros de diferentes idades.(    ) Paulo procurou ensinar a Timóteo a maneira correta de lidar com as pessoas mais velhas.(    ) Todavia, isso não significa dizer que o pastor não deve corrigir, disciplinar os mais velhos, porém segundo o Comentário Bíblico Beacon o conselho de Paulo a Timóteo é: "Em vez de repreender o mais velho, solicite-lhe; apela a ele como se fosse teu pai".
4- Como deve ser o cuidado com as mulheres idosas e viúvas (5.2)?(    ) A igreja não precisava sustentar as viúvas que não tinham nenhum parente, elas tinham espaço garantido no mercado de trabalho.(    ) As mulheres idosas deveriam ser tratadas como mães, ou seja, membros da família.(    ) O pastor deve proteger as irmãs idosas e ajudá-las para que continuem a crescer na graça e no conhecimento de JESUS CRISTO. (    ) Paulo também dá a Timóteo algumas orientações para que ele pudesse resolver as questões das viúvas na igreja.(    ) No mundo antigo, as viúvas enfrentavam uma situação difícil.(    ) Não havia o serviço de previdência social e quando o marido morria, se os filhos e parentes não cuidassem delas, elas passavam por sérias dificuldades financeiras.(    ) Não havia espaço para a mulher viúva no mercado de trabalho, por isso, a igreja deveria sustentar aquelas que não tinham nenhum parente.
5- Como deve ser o cuidado com os ministros fiéis (v. 17)?(    ) Os líderes que são fiéis ao Senhor e à Igreja devem ser estimados e apoiados.(    ) O cuidado espiritual, e não o econômico fazia parte das recomendações de Paulo a Timóteo.(    ) Sabemos que não é fácil agradar a todos e que os líderes sempre acabam sendo alvo de críticas.(    ) Assim como os primeiros apóstolos, muitos dos obreiros de Éfeso deixaram tudo para seguir a CRISTO, vivendo exclusivamente da igreja e para a igreja.(    ) O cuidado espiritual e econômico fazia parte das recomendações de Paulo a Timóteo.(    ) Aos coríntios, ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção dos obreiros. II - O TRATO COM O PRESBITÉRIO6- Como analisar a acusação contra os presbíteros?(    ) Os presbíteros, ou pastores, não são isentos de falhas.(    ) Mas deve-se encobrir os pecados dos presbíteros do povo em geral, para não gerar escândalos.(    ) Eles estão sujeitos a pecar, por isso, precisam vigiar e orar ainda mais.(    ) Nenhum obreiro pode pensar que é infalível.(    ) Sabemos que os líderes cristãos são alvo de críticas, calúnias, injúrias e difamações, por isso, Paulo dá orientações importantes quanto aos pastores dizendo: "Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas".(    ) Mas, se o líder for realmente culpado, precisa se arrepender, confessar, deixar os seus pecados e ser disciplinado.(    ) Encobrir os erros daqueles que pecaram não é a solução, pois "DEUS não tem o culpado por inocente". 7- Como deve ser a repreensão aos presbíteros?(    ) "Aos que pecarem, repreende-os secretamente, para que os outros tenham temor".(    ) "Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor".(    ) Aqui, Paulo ensina a respeito da forma como aqueles que pecaram e tiveram suas faltas comprovadas por testemunhas, devem ser disciplinados.(    ) O pastor que aplica a disciplina precisa ter muito cuidado para agir conforme a reta justiça.(    ) A disciplina deve ser feita de maneira criteriosa, com sabedoria e amor. 8- Como deve ser o cuidado com a saúde (v. 23)?(    ) Paulo aconselhou Timóteo a beber somente vinho para evitar suas frequentes dores de estômago.(    ) Paulo aconselhou Timóteo a não beber somente água pura, mas misturar um pouco de vinho à água.(    ) Não sabemos ao certo o porquê de tal conselho, mas sabemos que naquele tempo as pessoas não podiam contar com os medicamentos que temos hoje.(    ) Sabemos também que o crente não deve beber vinho.(    ) Encontramos na Palavra de DEUS inúmeras advertências a respeito do vinho.(    ) O importante aqui é ressaltar que esse texto contraria a ideia de que o crente não pode adoecer.(    ) Certamente Paulo sofreu algum tipo de enfermidade (Gl 4.13); seus companheiros, como Trófimo, adoeceram.(    ) O líder também está sujeito a enfermidade, por isso, precisa cuidar da sua saúde física e emocional a fim de que possa cuidar do rebanho do Senhor. III - CONSELHOS GERAIS9- Algumas igrejas não respeitam a sã doutrina (6.3,4). Como isso acontece?(    ) Todas igrejas, infelizmente, têm sucumbido aos apelos dos falsos mestres que deturpam a sã doutrina, falsificando a Palavra, e seguindo os ensinos de Tiatira e à semelhança de Balaão, acabam tolerando a imoralidade.(    ) Doutrina "é a exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia".(    ) Na igreja em Éfeso havia alguns falsos mestres que resolveram disseminar falsos ensinos.(    ) Algumas igrejas, infelizmente, têm sucumbido aos apelos dos falsos mestres que deturpam a sã doutrina, falsificando a Palavra, e seguindo os ensinos de Balaão.(    ) Para piorar ainda mais a situação, essas igrejas, à semelhança de Tiatira, acabam tolerando a imoralidade.(    ) Porém, a autêntica noiva de CRISTO mantém-se fiel às Escrituras, pois, é "a igreja do DEUS vivo a coluna e firmeza da verdade". 10- Qual o perigo dos que querem ser ricos (6.9,10)?(    ) Paulo é totalmente contra o crente possuir riquezas materiais, pois estas o conduzem para longe do Senhor.(    ) É muito eloquente a exortação de Paulo acerca dos que buscam riquezas.(    ) Ele se refere aos "que querem ser ricos" ou que vivem buscando bens materiais, não dando valor às coisas de DEUS. São como o rico da parábola, de quem JESUS disse: "Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com DEUS".(    ) Paulo não é contra o possuir bens materiais, pois estes podem ser usados para o Reino de DEUS, beneficiando a obra do Senhor.(    ) Paulo fala aqui do desejo de ser rico a qualquer custo.(    ) Ele fala do amor ao dinheiro e da cobiça.(    ) A Palavra de DEUS nos ensina que a cobiça leva a todos os tipos de males: adultério, roubo, corrupção, suborno, etc. 11- Quais os conselhos dados por Paulo aos ricos (6.17-19)?(    ) Paulo aconselha aos ricos que não sejam arrogantes e não depositem sua esperança na riqueza.(    ) Os bens materiais são efêmeros, pois não vamos levar nada quando partirmos desta vida.(    ) Paulo exorta aos ricos que "façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis".(    ) As boas obras não salvam ninguém, mas são necessárias ao bom testemunho cristão e fazem parte da vida cristã.(    ) O crente sábio tanto entesoura para esta vida quanto para a futura.(    ) O crente sábio não entesoura para esta vida, mas para a futura. CONCLUSÃO12- Conclusão:Paulo era cuidadoso em sua missão ____________________________. Ele se preocupava com diversos assuntos de interesse da igreja, de sua __________________________ e de seus membros. Deu especial importância à ____________________________ dos obreiros, discorreu sobre a questão da disciplina dos líderes, especialmente dos ___________________________ que vierem a falhar. De forma bem clara, ___________________________ igualmente sobre o relacionamento humano, na igreja local, entre servos e senhores.  RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm  Referências Bibliográficas (outras estão acima)Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmwww.ebdweb.com.brwww.escoladominical.netwww.gospelbook.netwww.portalebd.org.br/http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htmA PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento)  

Vídeos da Lição 6 - Conselhos Gerais, 6 partes, 3Tr15, Ev Henrique, EBD NA TV

30 julho 2015

Figuras da Lição 5 - Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério























Lição 5 - Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério 1 parte

Lição 5 - Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério 1 parte
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
#Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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Veja http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-ldc-despenseirosdosmisteriosdedeus.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"Mas o ESPÍRITO expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios." (1 Tm 4.1)
 

VERDADE PRÁTICAA apostasia e a infidelidade a DEUS são características marcantes dos tempos do fim.
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 7.15 - O cuidado com os ensinos dos falsos profetas
Terça - Hb 3.12 - Que não haja em nós um coração infiel
Quarta - 1 Pe 2.2 - Desejando o "leite racional, não falsificado"
Quinta - 1 Pe 1.15 - Santos em toda a nossa maneira de viver
Sexta - Jr 48.10 - A maldição de se fazer a obra do Senhor relaxadamente
Sábado - Hb 12.14 - O cultivo da santificação na nossa vida diária
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Timóteo 4.1,2, 5-8; 12, 16.1 - Mas o ESPÍRITO expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, 2 - pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência,
5 - porque, pela palavra de DEUS e pela oração, é santificada. 6 - Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de JESUS CRISTO, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. 7 - Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade. 8 - Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.
12 - Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. 16 - Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.
 
OBJETIVO GERALMostrar que a apostasia e a infidelidade a DEUS são características do tempo do fim.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico.
Tratar a respeito da apostasia dos homens.
Compreender que o bom ministro deve ser fiel ao Senhor.
Refletir a respeito da diligência no ministério.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje estudaremos a respeito da apostasia, fidelidade e diligência no ministério cristão. O termo apostasia vem do grego apostásis e significa o abandono premeditado e consciente da fé cristã. O pastor, não pode se calar diante da apostasia do nosso tempo. É preciso confrontar as pessoas mediante o ensino das Escrituras Sagradas. Paulo foi incisivo ao orientar Timóteo para que ele doutrinasse a igreja a fim de que os membros não fossem seduzidos pelos falsos ensinos, apostando da fé. Atualmente, por falta de ensino, muitos estão abandonando a fé genuína em JESUS CRISTO, caindo nas garras do Inimigo. Para combater a apostasia, a liderança precisa investir no ensino bíblico. JESUS certa vez, declarou: "Errais não conhecendo as Escrituras" (Mt 22.29).
 
PONTO CENTRAL
Na atualidade, muitos estão apostatando da fé genuína em JESUS CRISTO por falta de ensino das Sagradas Escrituras.
 
Resumo da Lição 5 - Apostasia, Fidelidade e Diligência no Ministério
I - A APOSTASIA DOS HOMENS
1. A apostasia. 
.
2. Doutrinas de demônios (v.1).
3. Espíritos enganadores.
II - A FIDELIDADE DOS MINISTROS
1. O bom ministro (v. 6).
2. Rejeitando as fábulas profanas.
3. O exercício físico e a piedade (v. 8).
III - A DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
1. O ensino prescritivo.
2. O exemplo dos fiéis (v. 12).
3. O cuidado que o ministro deve ter com o aprendizado.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - Paulo advertiu a Timóteo para que ele combatesse os falsos mestres e seus ensinos que levavam as ovelhas à apostasia.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A fidelidade do ministro no ensino da Palavra de DEUS e no combate as heresias.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O ministro de DEUS deve ser diligente quanto ao aprendizado da Palavra de DEUS.
(O líder da seita Crescendo em Graça, José Luís de Jesús Miranda, autointitulado “JESUS CRISTO Homem”, faleceu na terça-feira, 13 de agosto de 2015, de acordo com informações do site Secretos de Impacto- adotava 666
como número perfeito - morreu após se declarar imortal).
 
CONHEÇA MAIS
*Consciência cauterizada” (1 Tm 4.2)
“A consciência é o sentimento moral do ser humano. Ela nos condena quando optamos em fazer o que sabemos ser errado. Sobre isso, Paulo sugere que o tecido de uma cicatriz se formará sobre a consciência quando esta for violada de maneira persistente. Nesse caso, a pessoa pode não mais se sentir culpada, mas, sem dúvida, o será”. Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 836.
 
PARA REFLETIR - A respeito das Cartas Pastorais:Como DEUS vê a apostasia?
Como um adultério espiritual.
Segundo a lição, qual doutrina maligna que vem se tornando comum nos dias atuais?
A desvalorização do casamento hetero.
Quem é o bom ministro?
O bom ministro é aquele que serve a igreja, exortando, ensinando e discipulando suas ovelhas.
De acordo com a lição, o que o bom ministro precisa fazer constantemente?
Ele precisa estudar a Palavra de DEUS, ler bons livros e estar sempre aprendendo.
Qual o sentido da palavra "ensinar" no versículo 13?
O vocábulo ensinar tem o sentido de instruir doutrinariamente na verdade.
 
CONSULTE Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 39. . Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Reflexões para um Ministério Eficaz, Como Tornar-se uma Pessoa de Influência e A Excelência do Ministério
 
Comentários de vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
 A seita sincrética do século 2° (ver pp. 30-31), na qual a profecia se cumpriu em parte, era o gnosticismo, o qual elevava a gnosis, ou seja, o conhecimento, a uma posição de proeminência acima da pistis, ou seja, a fé.
Isso acontece em nossos dias. O intelectual sendo colocado acima do espiritual. A sabedoria humana colocada em posição de superioridade à sabedoria divina.
Um braço do gnosticismo era combatido por Paulo - o de ensinar que o corpo era totalmente mal e deveria ser escravizado e colocado em prisão (embora mais para frente Paulo combata os dois tipos).
Outro braço do gnosticismo era combatido por João, Pedro e Judas - o de ensinar que não importava para a salvação o comportamento do corpo que deveria ser destruído com a total liberação do mesmo a toda sorte de carnalidade.
Isso acontece hoje em igrejas que não ensinam a doutrina da santificação no corpo, na alma e no espírito. Crentes que se vestem como o mundo, se alimentam como o mundo e se divertem como o mundo, nada fazendo com respeito à santificação do corpo.
Justamente como um jovem se desvencilha de todo e qualquer obstáculo ou peso para exercitar-se mais livremente, assim também você deve desvencilhar-se de tudo quanto prejudique seu progresso espiritual. O exercício espiritual deve ser visto como algo que agrada a DEUS e que nos concede coisas superiores às terrenas e humanas.
Oração é um exercício espiritual. Estudo da bíblia é um exercício espiritual. Evangelizar, ganhar almas, lutar contra satanás e seus demônios, são excelentes exercícios espirituais.
O jejum por motivo estético ou por motivo de merecer alguma coisa de DEUS é condenado por DEUS. Não passa de desejo carnal no primeiro caso e de uma obra morta no segundo caso. O jejum deve ser praticado pelo crente como "domador" do corpo e como esvaziamento dos desejos carnais para enchimento do Espírito. Para ser cheio o vaso precisa estar vazio (Lc 5.37,38; Ef 5.18).
 
Homem natural, ou espiritual ou carnal. Carnal é o que já foi natural, passou a ser espiritual e agora é carnal. É uma escolha. Apostatou da fé que o tornara espiritual. Os gálatas fizeram isso. Eram naturais, passaram a ser espirituais quando se converteram e agora eram judaizantes, passaram a guardar a lei. Apostataram da legitima fé.
Hebreus: 6. 4. Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, 5. e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, 6. e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério. 7. Pois a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus; 8. mas se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.
Justificação pela lei, merecimento da salvação por causa de jejum e vida separada da sociedade, destruição do corpo ou libertinagem para destruição do corpo como instrumento do mal. Tudo isso é doutrina de demônios.
Vida cristã sem mudança de vida, descrédito e irreverência para com as coisas espirituais, também são doutrinas se demônios. Feminismo, pedofilismo, homossexualismo, lesbianismo. Também são doutrinas se demônios.
EXEMPLO PARA OS FIÉIS - BOAS OBRAS são resultado de uma vida consagrada a DEUS - Atos dos Apóstolos: 20.35. Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber.
Tito: 2. 7. Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra integridade, sobriedade, 8. linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se confunda, não tendo nenhum mal que dizer de nós. 9. Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores em tudo, sendo-lhes agradáveis, não os contradizendo 10. nem defraudando, antes mostrando perfeita lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus nosso Salvador.
1 Timóteo: 4. 12. Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. 13. até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino. 14. Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbítero. 15. Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso seja manifesto a todos. 16. Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.
Tiago: 5. 10. Irmãos, tomai como exemplo de sofrimento e paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
SEJA EXEMPLO NA FÉ, NA COMUNHÃO COM DEUS, NO SOFRIMENTO PELO EVANGELHO, NAS BOAS OBRAS.
 
Timóteo foi incumbido de ler e ensinara a Palavra de DEUS. Essa é nossa tarefa, ler e ensinar de modo que as pessoas compreendam com facilidade. Para isso necessitamos da unção do ESPÍRITO SANTO.
 
UMA ADVERTÊNCIA CONTRA O FALSO ASCETISMO. 4:1-5. - A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
Depois da sua breve digressão, louvando o mistério cristão, Paulo dirige sua atenção mais uma vez aos mestres do erro, sendo que quase nem sequer tocou no caso deles desde o cap.1. Que um ataque haveria de ser lançado foi sugerido indiretamente em 3:15, com sua menção do comportamento correto na congregação cristã. Desta vez, fixa sua atenção nos conselhos práticos dos heréticos, com sua tendência a favor de um asceticismo basicamente não cristão, e contrasta com ele o tipo autenticamente cristão da autodisciplina.
1. Tais falsos ensinos poderiam ser um problema para a Igreja, se não fosse o caso de ter sido advertida de antemão: Ora, o ESPÍRITO afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé.
É, naturalmente, impossível identificar a profecia. Os críticos que negam a autoria paulina às vezes alegam que o escritor está pensando na predição de advertência feita pelo próprio Paulo diante dos presbíteros de Éfeso (At 20:29-30), mas mesmo conforme as pressuposições deles, tal coisa é desnecessária. A crença de que o falso ensino, que teria como resultado a apostasia, teria sido levada em conta no período em que a Parousia estava profundamente embutida no pensamento cristão primitivo. Temos exemplos no dito do Senhor registrado em Mc 13:22 e em 2 Ts 2:3, 11-12; cf. também 2 Tm 3:1 ss. A seita de Cunrã, segundo parece, participava do ponto de vista de que “no fim dos dias” surgiriam blasfemadores (ver Comentário sobre Habacuque 2:5-6). Passagens tais como Atos 11:27-28; 13:1-2; 1 Co 14 dão ilustrações da maneira segundo a qual o ESPÍRITO transmitia Suas advertências à comunidade. Para a fé no sentido objetivo, ver 3:9. O desvio, ou a apostasia, foi profetizado para os últimos tempos. A expressão é equivalente de “nos últimos (Gr. eschatais: aqui husterois) dias” em 2 Tm 3:1. O fato de que esta época crítica é considerada igual ao tempo presente indica que a esperança da Parousia iminente ainda está viva. A falha dos apóstatas, Paulo explica, é devida a obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios; noutras palavras, detecta nela os estratagemas maléficos de Satanás e seus aliados, assim como discernira sua influência operante na oposição em Corinto (2 Co 2:11) e, de modo mais geral, na resistência que os homens opõem à verdade (2 Co 4:4; Ef 2:2). Estes demônios, no entanto, empregam agentes humanos; logo, a apostasia é realizada pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência. Estes são, naturalmente, os próprios falsos mestres, que, portanto, são descritos como os que falam mentiras. Ao acusá-los à hipocrisia Paulo está insinuando que seu ar de devoção e de rigor ético é apenas uma máscara ilusória. Além disto, são pessoas que estão a serviço de Satanás, e, como conseqüência, têm sua consciência ferreteada com a marca que indica que ele é dono deles. O verbo empregado (Gr. kaustêriazein: em nenhuma outra parte da Bíblia) significa “ferretear com um ferro quente.” Uma interpretação alternativa possível é que sua consciência foi cauterizada, i.é, tomada insensível à distinção entre o certo e o errado. Isto concordaria com a descrição de Paulo (Ef 4:19) dos pagãos que não têm conhecimento de CRISTO “mortos a todo o sentimento” (“insensíveis,” ARA). É difícil ter certeza qual é certo, mas as marcas do ferrete que indicavam o direito do dono eram ferreteadas na testa dos escravos, e esta ideia talvez harmonize melhor com a sugestão de que os mestres do erro são os instrumentos dos poderes demoníacos.
3. Paulo agora passa a definir um aspecto específico da doutrina deles: os mestres do erro proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos. . . (não há exigem no original: o infinitivo “abster” é ligado a proíbem por zeugma). No que diz respeito ao primeiro aspecto, a proibição do casamento, bem como do sexo de modo geral, era um traço nitidamente gnóstico, e passou para o primeiro plano nos grandes sistemas gnósticos do século II. Era baseado no dualismo que fazia parte integrante do gnosticismo, sendo que o princípio era que a matéria, inclusive o corpo humano e suas funções, era má, e que o homem religioso devia fazer o máximo que podia para viver emancipado dela. Tais idéias eram estranhas ao judaísmo de modo geral, embora Josefo relate {Bell. Iud. ii.8.2) que os essênios faziam pouco caso do casamento. Este fato tem tentado muitos a identificarem os hereges como gnósticos propriamente ditos, mas fazer assim é olvidar o fundo histórico judaico do seu ensino, e o fato de que todos os aspectos principais do gnosticismo desenvolvido estão ausentes dele (ver a Introdução, págs. 18—20). Há evidência de uma atitude negativa para com o sexo, não talvez tão radical como esta, na igreja de Corinto (1 Co 7:lss.;esp. 36ss.), e Paulo já tratara disto conforme seu modo sensato. O que temos aqui não é tanto um gnosticismo total quanto uma tendência incipiente naquela direção, manifestada por judeus convertidos num ambiente sincretista. Pode ser notado que Paulo, embora implicitamente a condene, não a refuta por argumento. A explicação provavelmente é que já deixara abundantemente claros seus conceitos da naturalidade e da propriedade do casamento no seu tratamento das qualidades requeridas nos detentores de cargos. Produz um argumento arrazoado, no entanto, contra os regulamentos hereges. A natureza exata da abstinência exigida não fica clara, embora talvez possamos deduzir de 5:23 que envolvia a abstinência do álcool, ao passo que Tt 1:10 ss. sugere que tivesse alguma conexão com as proibições alimentárias rituais judaicas. O vegetarianismo rigoroso discutido em Rm 14:1 ss. fornece um paralelo instruidor. Como naquela passagem, provavelmente estejamos justificados aqui em inferir uma fusão de elementos gnósticos e judaicos, embora pareça que Paulo está subentendendo que as proibições em Éfeso fossem baseadas num dualismo mais explícito que estigmatizava a matéria como sendo maligna. Talvez seja esta a razão da veemência do seu ataque aqui, em contraste, por exemplo, com sua relativa brandura em Rm 14:1 ss. Reconhece que o ascetismo que tira sua força motriz do dualismo pressupõe a salvação mediante os esforços do próprio homem, além de violar a doutrina da criação exposta em Gn 1 (“E viu DEUS que isso era bom”) e retomada em Eclo. 39:16, 25-27). À luz disto, argumenta que DEUS criou estes alimentos que eles proíbem, com o objetivo específico de serem recebidos, com ações de graça, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade. A insistência nas ações de graça ecoa o ensino de Paulo em Rm 14:6; 1 Co 10:30; Fp 4:6; ver abaixo sobre o versículo seguinte. As palavras são enfáticas e devem ser ligadas estreitamente com aquilo que se segue: o cristão que crê e que entrou na plenitude da revelação de DEUS (para a verdade como equivalente, nas Pastorais, ao evangelho cristão integral, ver sobre 2:4) tem uma razão especial para reconhecer com gratidão que todas as coisas materiais vêm da parte dEle.
4. O grande princípio que abole todas as leis alimentícias e os tabus sobre dieta passa agora a ser exposto: Pois tudo que DEUS criou é bom. Já tinha sido enunciado, no contexto de uma discussão de regulamentos rituais judaicos, pelo próprio CRISTO (Mc 7:19). Seu corolário inescapável é que nada é recusável, sendo que a única condição prévia é que seja recebido com ações de graça. Paulo está se referindo, não à gratidão em geral, mas, sim, à gratidão expressada nas ações de graças às refeições: cf. e.g., 1 Co 10:30. No judaísmo, fazer as orações às refeições não era considerado mera formalidade, e os evangelhos relatam como JESUS sempre bendizia a DEUS antes de uma refeição, e proferia ações de graças depois dela (e.g. Mc 6:41; 8:6; 14:22-23; Lc 24:30). As passagens alistadas no parágrafo anterior ilustram a importância, aos olhos de Paulo, de render ações de graças.
5. As palavras seguintes, porque pela palavra de DEUS, e pela oração, é santificado, visam contrabalançar os escrúpulos de quem talvez esteja em dúvida. Por mais comum ou impura que uma certa forma de comida possa ser convencionalmente considerada, o fato de que bendissemos a DEUS por ela, do fundo do nosso coração, reconhecendo, assim, que é Seu dom para nós, deve fazer com que seja certo aos olhos até mesmo dos mais escrupulosos. A frase não alega que uma santificação adicional, além e por cima da sua bondade intrínseca como criatura de DEUS, é transmitida ao alimento ao proferir ações de graças. O que declara é que a oração de gratidão coloca o alimento na sua perspectiva verdadeira, e, dessa maneira, capacita-nos a considerá-lo sagrado. Não devemos entender com pela palavra de DEUS, conforme alguns propõem, a palavra criadora de DEUS, como se a santificação tivesse uma fonte dupla: a palavra divina mediante a qual o alimento veio a existir, é a oração humana. A frase inteira, conforme indica porque, visa explicar recebido com ações de graça. Corretamente interpretadas, portanto, a palavra de DEUS e oração devem ser lidas em estreita conexão, como expressão de uma única ideia; a última é a oração de bênção e ações de graças propriamente dita, e a primeira diz respeito aos trechos da Escritura que, segundo o costume judaico, formavam seu conteúdo.
 
A ATITUDE POSITIVA ESPERADA DE TIMÓTEO. 4:6-16.
Paulo agora se dirige a Timóteo pessoalmente, e explica como deve cumprir as tarefas esboçadas e, em especial, como lidar com o falso ensino. O conselho é quase totalmente construtivo. Nenhuma tentativa é feita de denunciar ou refutar; toda a ênfase é colocada no dever de Timóteo de fazer-se um modelo para seu rebanho. Ao colocar diante deles um exemplo da fé, devoção e conduta cristãs, desviará a atenção deles da heresia, e, ao mesmo tempo, poderá dar vazão plena e frutífera ao dotamento espiritual que possui em virtude da sua ordenação.
6. Timóteo deve expor estas coisas aos irmãos. O verbo usado (Gr. hupotithesthai) não contém nenhuma nota de autoridade ou mandamento peremptório. Conforme observa João Crisóstomo:
“Não escreveu ‘ordenando,’ não escreveu ‘instruindo,’ mas, sim, ‘sugerindo,’ ou seja: como se desse conselho,” As “sugestões” (estas coisas) são os princípios resumidos em 1-5 e reafirmados em termos mais gerais em 7-10 abaixo. Os membros da igreja de Éfeso são chamados irmãos, palavra esta em que o sentimento de pertencer a uma família ainda fica vivo (cf. 5:1; 6:2; 2 Tm 4:21). Ao agir assim, Timóteo se comprovará bom ministro de CRISTO JESUS. O Grego para ministro (diakonos) é o mesmo de “diácono;” embora a palavra estivesse passando pelo processo de tomar-se especializada (ver 3:8), ainda retinha seu significado mais geral (e.g. 1 Co 3:5; 2 Co 11:23), e pode ser aplicada a qualquer apóstolo ou homem apostólico realizando a obra de CRISTO. A realização eficaz deste ministério, no entanto, pressupõe que ele está alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tem seguido, i.é, estudado com diligência e praticado com perseverança. O particípio está no tempo presente (lit. “nutrindo-te com”), e sugere que alimentar-se com as verdades do evangelho deve ser a tarefa diária de Timóteo. Para a metáfora da comida ou da bebida aplicada ao ensino cristão, cf. 1 Co 3:2. Mais uma vez (ver 3:9) a fé representa a fé cristã objetivamente considerada; doutrina (Gr. didaskalia), também como em 1:10; 6:1, 3; possivelmente 2 Tm 3:10; 4:3; Tt 1:9; 2:1, 10, tem o sentido de o corpo objetivo do ensino cristão. Os críticos que consideram as cartas pseudonímicas interpretam a passagem no sentido de aconselhar a leal aderência à tradição paulina, agora canonizada e considerada como a versão autêntica do evangelho. Não há dificuldade, no entanto, em entender a palavra no seu sentido natural como um indício de que a melhor refutação do erro acha-se numa apresentação positiva da fé cristã.
7. Em antítese direta às palavras da fé, etc., há aquelas fábulas profanas e de velhinhas caducas que os hereges mascateiam para apoiar seu ascetismo mal-orientado bem como seus demais erros.
Para fábulas ver 1:4. Timóteo “nada deve ter a ver” com estas. São profanas (Gr. bebêlos), palavra esta que conota aquilo que é radicalmente separado daquilo que é santo, e oposto a ele; Paulo a usa nas Pastorais (cf. 1:9; 6:20; 2 Tm 2:16) para sugerir que o ensino dos hereges não tem base ou conteúdo religioso real. A realidade, só servem para velhas supersticiosas (Gr. graõdeis: um epíteto sarcástico que era frequente na polêmica filosófica e que transmite a ideia de credulidade ilimitada). Ao invés de atentar a tais estultícias, Timóteo deve Exercitar- se pessoalmente na piedade (Gr. eusebeia: ver 2:2), de maneira que possa crescer no cristianismo verdadeiro. A comparação entre a vida cristã e o exercido atlético ou o esporte é, naturalmente, uma das favoritas de Paulo: cf. esp. 1 Co 9:24-27. Sua escolha dela é induzida pelo pensamento de que, assim como os sectários se sujeitavam a formas mal pensadas de autodisciplina física, assim também há uma autodisciplina genuinamente cristã que Timóteo deve praticar. Consiste, porém, não em formas desnaturadas de abstinência, mas, sim, podemos supor, no controle-próprio geral, na devoção contínua à tradição do evangelho, e talvez mais do que tudo (conforme sugere 4:10), na aceitação com bom grado da cruz de sofrimento que todos os cristãos devem esperar.
8. O objetivo de Timóteo, conforme Paulo acaba de defini-lo, deve ser, não a subjugação meramente negativa da sua natureza física, mas, sim, o progresso na “religião sadia” (piedade). Apoiando esta ideia, dita o que parece, pela sua harmonia, ser um refrão proverbial: “Pois o exercido físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa.” Conforme era originalmente formulado, este apotegma deve ter sido dirigido contra o treinamento excessivo de atletas, que, segundo sabemos, era assunto de fortes críticas nos círculos estoicos e cínicos. Na presente passagem, naturalmente, o treinamento atlético como tal não está sendo discutido, e uma referência a ele é rigorosamente irrelevante. Paulo introduz a citação (a) por causa da justaposição de Exercitar (uma metáfora do atletismo) e piedade na frase anterior, que a sugerem; (b) porque a alusão à piedade com que a citação termina, comprova admiravelmente o valor do conselho que acaba de dar a Timóteo; e (c) porque a frase exercício físico, com sua falta completa de implicações, impressiona-o como uma caricatura apropriada para descrever a autodisciplina exclusivamente física praticada pelos sectários.
De modo geral, esta parece ser a maneira mais satisfatória de entender esta passagem difícil. Alguns propuseram que tanto "exercita-te" (Gr. gumnaze) no v. 7 e exercício físico (Gr. sõmatikè gumnasia) no presente versículo devam ser entendidos metaforicamente como referência à auto-mortificação ascética. Segundo esta interpretação, os dois versículos poderiam ser parafraseados: “Ocupa-te, sem dúvida, na mortificação do corpo, mas ao assim fazer seja seu alvo o progresso na religião verdadeira, e não meramente a subjugação dos seus impulsos naturais. Semelhante ascetismo exclusivamente físico tem seu lugar limitado na vida cristã, mas só a religião sadia em si mesma leva para a salvação.” Esta interpretação tem a vantagem de deixar de lado a alusão desajeitada e, à primeira vista, sem razão de ser, ao atletismo. Além disto, obtém apoio doutras passagens no N.T. onde a abnegação e o ascetismo por finalidades rigorosamente cristãs são encorajados (Mc 9:29; 1 Co 7:5; 8:13; 9:27). É duvidoso, no entanto, se as palavras gregas gumnaze e gumnasia possam, sem qualificação, suportar o significado requerido; e, além disto, parece incrível que, depois de denunciar o ascetismo dos sectários como sendo diabólico, Paulo acabasse reconhecendo que a mortificação física tem um valor limitado. As palavras finais, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser, definem as bênçãos que o homem que se dedica à piedade pode esperar. Parecem ecoar as palavras de nosso Senhor registrada na tradição dos Evangelhos que oferecem exatamente esta recompensa àqueles que renunciam a tudo por amor a Ele (Mt 19:29; Mc 10:30; Lc 18:30). Para a mesma promessa, cf. Tt 1:2. Podemos resumir a lição de Paulo ao dizer que a piedade (i.é, eusebeia) cristã verdadeira não envolve o ascetismo físico como um elemento necessário; onde é praticado, deve haver um propósito mais alto em mira, como nas passagens alistadas no parágrafo anterior. O cristianismo verdadeiro consiste, pelo contrário, em submissão sempre renovada ao controle do ESPÍRITO, com a aceitação bem disposta da labuta e do sofrimento (ver v. 10 abaixo) e a prática daquelas virtudes que são o fruto do ESPÍRITO. A vida eterna, tanto neste mundo quanto no mundo vindouro, é a coroa que pode ser esperada por aqueles que entram em semelhante caminho.
9. Se a primeira metade da frase é, conforme é proposto supra, um refrão corrente que critica o atletismo excessivo, que Paulo adotou para os propósitos dele, estas palavras finais acerca da promessa da vida não podem, naturalmente, ter formado parte dele. Devem ter sido acrescentadas de passagem pelo próprio Apóstolo, ou talvez tenham estado presentes na adaptação cristã do apotegma que ele cita. Elas, também, têm uma qualidade proverbial e, conforme vimos, cristalizam idéias acerca do galardão eterno do cristão fiel, idéias estas que derivam do ensino do nosso Senhor em pessoa. Paulo está quase certamente fazendo referência a elas quando interpõe: Fiel é a palavra e digna de inteira aceitação. Para a fórmula, ver 1:15. A segunda metade do v. 8 tem a qualidade epigramática bem como o peso da relevância cristã que procuramos numa das “palavras fiéis ” é fácil entender como a menção da promessa da vida induziu Paulo a fazer este comentário.
10. Depois da sua breve exclamação, resume o fio da meada, e as palavras seguintes: Ora, é para esse fim, relembram a promessa da vida eterna mencionada de leve no v. 8. É com o objetivo de obter aquela vida bendita, declara o Apóstolo, que labutamos e nos esforçamos sobremodo (cf. Cl 1:29: “para isso é que eu também me afadigo, esforçando- me o mais possível”). Certo número de MSS substituem “sofremos opróbrio” (Gr. oneidizometha) onde se lê: nos esforçamos sobremodo, e este muito bem pode ser o texto correto, tendo sido substituído por nos esforçamos sobremodo sob a influência de Cl 1:29; mas o texto tradicional tem o apoio mais maciço e se encaixa melhor no contexto. Paulo está continuando sua metáfora atlética (cf. esp. 1 Co 9:25, onde fala de correr para alcançar uma coroa que não murchará), mas seu interesse transferiu-se da luta espiritual de Timóteo para alcançar a piedade, para a labuta e esbofeteamento que ele e seus associados têm de aguentar (e aguentar com bom ânimo) nos seus esforços para propagar ó evangelho.
Se puderem suportar tudo isto com confiança e sem esmorecer, é porque temos posto a nossa esperança no DEUS vivo. Paulo a escolhe aqui porque DEUS, sendo Ele mesmo vivo e a fonte da vida, pode conferir a vida aos outros e, portanto, pode-se confiar nEle para cumprir a promessa do v. 8.
O perfeito do verbo temos posto a nossa esperança (cf. 1 Co 15:19; e 2 Co 1:10) deve ser notado; subentende um estado contínuo de esperança, não apenas um ato único. E outra base da nossa confiança é o conhecimento de que DEUS é Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis (ou: “dos que têm fé”).
A declaração, que significa muito mais do que DEUS é Preservador (D. Guthrie), repete o pensamento de 2:4, onde é afirmado que a vontade de DEUS é a salvação de todos os homens.  Ao acrescentar: especialmente dos fiéis, Paulo sem dúvida está dando expressão à sua convicção de que a certeza da salvação pertence em grau especial àqueles que aceitaram a CRISTO: cf. Rm 8:29, onde declara que é para os que amam a DEUS e que são chamados conforme Seu propósito que todas as coisas cooperam para o bem. Mesmo assim, conforme nos relembra o advérbio especialmente, não está negando que outros possam obter a salvação. Seu objetivo principal nesta passagem, no entanto, não é discutir as questões profundas da predestinação e da graça, mas, sim, meramente tornar claro além de toda a dúvida que os que fazem um esforço genuíno para praticar a eusebeia (piedade) e viver uma vida plenamente cristã, colocando sua esperança no DEUS vivo, não ficarão decepcionados.
11,12. O conselho de Paulo, começando com as palavras peremptórias Ordena e ensina estas coisas, agora assume um tom extremamente pessoal enquanto encoraja seu representante a asseverar-se com vigor. O verbo Ordena é enfático, com implicações militares, e dá a entender que Timóteo deve falar de modo autorativo: ver sobre 1:3. Devemos inferir que o Apóstolo estava preocupado com a timidez de Timóteo, e que este último não se sentia muito seguro em ter que firmar-se sobre seus próprios pés. Como tal, a passagem é extremamente vívida, e confirma a impressão deixada por 1 Co 16:10-11 de que era uma pessoa temerosa de quem os outros tendiam a tirar vantagem. Aqueles que consideram a carta pseudonímica devem pressupor que o autor deliberadamente acrescentou estes toques pessoais para criar um ar de verossimilhança. Segundo o ponto de vista deles, suas instruções, embora fossem aparentemente dirigidas a Timóteo, realmente visam todos os jovens que talvez sejam chamados a cargos de semelhante responsabilidade na igreja. Esta explicação ilustra uma das dificuldades da teoria da pseudonimidade. Não é fácil perceber por que um escritor posterior tivesse escolhido os jovens para conselhos deste tipo, e muito menos por que imaginaria que jovens teriam a probabilidade de ocupar posições de responsabilidade tão incomum na congregação local. Do outro lado, a ênfase dada à juventude e timidez do endereçado é inteiramente natural se supusermos que é Paulo quem está escrevendo para Timóteo. Com estas coisas Paulo não tem em vista instruções específicas; está pensando em todos os conselhos dados na carta até aquela altura. Sua observação seguinte: “Que ninguém te menospreze porque és jovem” (lit. Ninguém despreze a tua mocidade), embora, naturalmente, visasse ser um encorajamento ao próprio Timóteo, também visava produzir um efeito salutar na congregação de Éfeso em geral. A data em que a carta a Timóteo foi escrita, este, que não teria nascido antes do ano 30 d.C., provavelmente não passara dos 35 anos. Segundo o uso antigo, a descrição “jovem” (Gr. neos, etc.) podia ser aplicada a um adulto de idade militar. Políbio (xviii.12.5) fala de Flamínio como sendo “jovem” porque tinha apenas trinta anos, e Irineu (Haer. ii. 22.5) explicitamente declara que alguém pode corretamente ser chamado de “jovem” até quarenta anos de idade. Relembramos que Lucas designa Paulo como jovem na ocasião da morte de Estêvão, quando deve ter tido cerca de trinta anos (At. 7:58). Como homem muito mais velho, provavelmente acima de sessenta anos, Paulo, portanto, tinha toda razão em dirigir-se a Timóteo desta maneira. Além disso, se a situação é histórica, um bom número dos membros da comunidade de Éfeso, inclusive, sem dúvida, alguns dos presbíteros, devem ter tido bastante mais idade do que Timóteo, e é muito provável se irritassem em receber preleções de um oficial tão relativamente jovem, e em ter sua conduta pautada por ele, quanto mais se ele não tinha uma personalidade forte e de auto-asseveração. Para contrabalançar a desvantagem da mocidade, Timóteo é convidado a tomar-se padrão dos fiéis. Este é um toque verdadeiramente paulino; o Apóstolo esperava que o líder cristão fosse um modelo aos outros (Fp 3:17; 2 Ts 3:9). São mencionadas cinco esferas em que é importante que ele assim fizesse. Primeiramente, na palavra se refere à sua conversa de todos os dias (sua pregação será mencionada mais tarde), e no procedimento diz respeito à conduta geral na sua vida; ambos devem, segundo se supõe, ser marcados por grande decoro e graça cristã. Os outros três termos denotam qualidades interiores que, mesmo assim, afetam o comportamento externo do homem — o amor, i.é, a caridade fraterna no pleno sentido cristão; a fé, que provavelmente significa a “fidelidade” (cf. Rm 3:3; G1 5:22); e a pureza (Gr. hagneia: também 5:2), que abrange não somente a castidade em questões de sexo, como também a inocência e integridade de coração que são denotadas pelo substantivo correlato hagnotés em 2 Co 6:6.
13. Já ficamos sabendo de 3:14 que Paulo está planejando uma visita a Éfeso; no ínterim, Até a minha chegada, Timóteo é conclamado a aplicar-se com energia às suas funções ministeriais públicas. A lista é interessante e importante, e sua brevidade possivelmente indica sua data muito antiga. Se tivesse sido compilada no século II como espelho para os líderes da igreja, quase certamente teria sido mais plena e mais precisa, e uma referência aos sacramentos teria sido natural. No Grego, as palavras traduzidas leitura, exortação, e ensino estão precedidas, cada uma, pelo artigo definido (como na ARA); demonstrasse assim que são itens reconhecidos na reunião congregacional para a adoração. A leitura (da Escritura) denota, primariamente a leitura pública do A.T., que neste tempo era a Bíblia da igreja. Este era um aspecto do culto na sinagoga (Lc 4:16; At 15:21; 2 Co 3:14), e foi imediatamente adotado pelas congregações cristãs. Esta é, na realidade, a referência mais antiga ao uso da Escritura na liturgia da Igreja. Documentos especificamente cristãos, no entanto, tais quais as cartas de Paulo e doutros líderes, ou as revelações dos profetas, também eram lidos em público (Cl 4:16; 1 Ts 5:27; Ap 1:3), e esta prática provavelmente também esteja em mira aqui. A leitura em público no mundo antigo exigia certa realização técnica, pois as palavras no códice não eram divididas. Desde os meados do século II, de qualquer maneira, a função era delegada a um oficial chamado lector ou anagnòstês (e.g. Hipólito, Trad. ap. xii; Tertuliano, De praescr. xli). A exortação significa a exposição e a aplicação da Escritura que seguia sua leitura pública, noutras palavras, o sermão. Assim lemos em At 13:15: “Depois da leitura da lei e dos profetas, os chefes da sinagoga mandaram dizer-lhes: ‘Irmãos, se tendes alguma palavra de exortação para o povo, dizei-a.’ ” Do outro lado, o ensino significa a instrução catequética na doutrina cristã; esta, também, tinha seu lugar em reuniões para a adoração desde os tempos mais antigos, e fica evidente que grande quantidade de matéria catequética está incorporada nos escritos do N.T., inclusive as cartas paulinas. Paulo menciona estas duas funções juntas em Rm 12:7, e dá a entender que seu exercício exigia um charisma, ou revestimento do ESPÍRITO, especial.
14. A pergunta com que Timóteo é confrontado, por ser tímido e inseguro quanto a si mesmo, deve ser se tem o conhecimento, a capacidade, e o são juízo necessários para realizar estas tarefas com sucesso. O Apóstolo responde às suas dúvidas não faladas com uma resposta franca e encorajadora: ele tem um dom especial, e na condição de não se fazer negligente para com ele, deve estar amplamente equipado para enfrentar quaisquer exigências. A referência, é claro, é à graça do ESPÍRITO SANTO que Timóteo recebera na ocasião da sua ordenação ou consagração ao seu cargo, e que ficará sem fruto se for negligenciada: cf, 2 Tm 1:6. Nas cartas de Paulo (e.g. Rm 12:6ss.; 1 Co 12:4ss.) charisma, ou “dom”, significa uma dotação especial do ESPÍRITO que capacita quem a receber a realizar alguma função na comunidade. Quando escreveu 1 Coríntios, seus correspondentes estavam inclinados a atribuir uma importância exagerada às dotações mais especificamente “pneumáticas,” tais como línguas, profecia (ou outro dom do ESPÍRITO SANTO - Obs. Ev. Henrique_. O restante do versículo é de grande importância para nossa compreensão tanto da carta como da emergência das instituições cristãs, e sua exegese levanta certos problemas. Não há dificuldade quanto à frase mediante profecia. Forma um paralelo com “as profecias de que antecipadamente foste objeto” em 1:18. Paulo está lembrando a confirmação da escolha de Timóteo pelos pronunciamentos, inspirados pelo ESPÍRITO, de homens proféticos (cf. At 13:1-3). Não há, tampouco, qualquer dificuldade com a imposição das mãos. A ordenação, ou a nomeação para um cargo na igreja apostólica estava modelada de conformidade com o rito judaico contemporâneo para a ordenação de rabinos. Este, por sua vez, achou sua inspiração na ordenação de Josué conforme é descrita em Nm 27:18-23 e Dt 34:9, em que Moisés “impôs suas mão” (“encostou” ou “pressionou” seria uma versão mais exata) sobre seu sucessor em perspectiva. Supunha-se que, como resultado da ação, a unção do Espírito SANTO sobre Moisés tinha sido transmitida a Josué e assim tornou-o seu substituto eficaz. Destarte, achamos os apóstolos, ou mais provavelmente o povo, impondo ou pressionando suas mãos sobre os Sete na sua nomeação (At 6:6), e os profetas e mestres impondo ou pressionando suas mãos em Barnabé e Saulo para consagrá-los como missionários (At 13:3). Esta ação de impor, ou melhor, de pressionar, as mãos sobre alguém (o verbo hebraico é samakh), deve ser notado, é inteiramente diferente do “colocar” (verbo hebraico sim ou shith) as mãos empregado para bênçãos e curas, embora os dois sejam comumente confundidos e estejam traduzidos pelo mesmo verbo grego tanto na LXX como no N.T. É acerca da interpretação da frase inteira, traduzida ‘juntamente com a imposição das mãos para a ordenação como um presbítero” que surge nosso problema. Literalmente traduzido, o Grego diz: com a imposição das mãos do presbitério, e esta é a versão que tem sido quase universalmente adotada. O quadro que propõe é que o grupo inteiro dos presbíteros em Éfeso, sem dúvida com Paulo como seu líder ou presidente, participou na consagração solene de Timóteo, e participou em pressionar suas mãos sobre sua cabeça.
15. A admoestação "Medita estas coisas, e nelas sê diligente", ajunta os vários aspectos abrangidos pelos três versículos anteriores. O primeiro verbo (Gr. meletán) pode significar “meditar sobre,” mas sua nota predominante é “levar adiante diligentemente” ou “praticar”, assim como um atleta treina; destarte, a metáfora esportiva de 7-10 é ecoada. O motivo continua sendo estabelecer a autoridade de Timóteo. Se prestar atenção a estas diretrizes, fará progresso, e este a todos será manifesto. A congregação tomará nota dele, e deixará de considerá-lo um jovem inexperiente cuja autoridade pode ser menosprezada. A palavra traduzida progresso (Gr. prokopê) era usada pelos estoicos para denotar os avanços feitos por um noviço na filosofia ou na ética; foi usada por Paulo em Fp 1:12 acerca do progresso feito em divulgar o evangelho, e em Fp 1:25 do desenvolvimento espiritual dos seus correspondentes.
16. Termina com uma admoestação dupla: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Há um indício claro que a concentração exclusiva num ou noutra será perigoso. A cláusula seguinte é difícil; uma tradução literal seria: “Apega-te a eles (Gr. autois)." É intolerável entender o pronome “eles” como sendo uma referência a ti mesmo e da doutrina, e somos obrigados, portanto, a entender que se refere a estas coisas em 15. Assim obtemos o que é com efeito uma paráfrase um pouco frouxa: “Apega-te às direções dadas.”

A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã