Lição 2, Betel, A Criação revelando a glória do Criador
Para me ajudar – 331957816-20 (CPF – PIX) Luiz Henrique de Almeida Silva
https://youtu.be/ZID40U_NDaI VÍDEO
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/03/escrita-licao-2-betel-criacao-revelando.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/03/slides-licao-2-betel-criacao-revelando.html
SUBSÍDIO
Gênesis
O primeiro livro da
Bíblia, e também o primeiro livro de Moisés, que recebeu esse título grego
devido ao seu assunto. Esse nome significa “começo״ ou podia
se referir também às
genealogias que são proeminentes nos primeiros capítulos (cf. Gn 2.4 e 5.1 com Mt 1.1). Em
hebraico esse livro recebeu o nome de sua primeira palavra, b‘re’shit, de
acordo com o costume hebraico geral. Essa palavra significa “no início”.
Gênesis faz parte de
um livro maior, dos cinco livros de Moisés chamados Pentateuco (q.v.). Existe
um plano uniforme que pode ser visualizado no Pentateuco. A primeira história
vai até o final do livro de Gênesis. Êxodo traz a história de Israel até os
acampamentos no Sinai e a consagração do Tabernáculo. Levítico dá as leis,
muitas das quais foram promulgadas no Sinai. O livro de Números começa com a
preparação da primeira tentativa para invadir Canaã e apresenta a história até
o final da peregrinação pelo deserto. Deuteronômio repete, em grande medida, as
leis e as histórias do Sinai e do período no deserto sob a forma de um sermão
como base para a renovação nacional dos votos feitos na aliança com Deus.
Portanto, Gênesis parece ser parte de uma obra maior, do primeiro rolo do Pentateuco. É a única
fonte do período que antecede o Êxodo; Deuteronômio não reproduz esse material.
O livro de 1 Crônicas faz extensas citações a partir das genealogias de
Gênesis, e outras passagens do AT fazem muitas referências a esse livro. Mas o
livro de Gênesis é único quanto ao seu conteúdo.
Data e Autoria
Ponto de vista
histórico. A opinião sobre a data e a autoria de Gênesis pode ser brevemente
mencionada. Como uma única voz, os judeus e a Igreja Cristã reconheceram a
autoria mosaica desse livro até o surgimento da Alta Crítica no século XIX.
Quase não se pode duvidar de que essa seja a posição testemunhada em Neemias
8—9. O livro que orientava os levitas era chamado “Livro da Lei de Moisés” (Ne 8.1). Mas na
oração de Neemias (Ne 9), a
história de Israel foi resumida, começando com a criação e a convocação de
Abraão, continuando com o Êxodo, o Sinai, a rebelião em Cades-Barnéia, uma
citação de Êxodo 34.6 (Ne 9.17), as
experiências no deserto, a conquista da Transjordânia e, brevemente, a história
posterior de Israel. Em suma, o tema abrange todo o Pentateuco, começando com o
Gênesis. Esse testemunho está um tanto à frente da tendência de recentes
estudiosos de concordar e atribuir as históricas datas do final do século V a
Esdras/Neemias e aos livros das Crônicas (F. L. Cross, The Ancient Library of
Qumran [1961], p. 189; John Bright, History of Israel [1959], p. 383).
O AT ensina
repetidamente que Moisés escreveu a lei (cf. Js 1.7-9; 23.6; 1 Rs 2.3; 8.53,56; Ed 7.6 etc.). Com
referência à história de Israel, os eventos de Gênesis são citados na mesma sequência
com Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Em adição à sequência que temos em
Neemias 9, o
histórico Salmo 105 representa
outro exemplo a esse respeito. As alusões feitas em Oséias à antiga história da
nação também se referem com igual facilidade a Gênesis (Os 12.3,4,12), ao Êxodo (Os 12.13; 13.4), a
Levítico (Os 12.9), a
Números (Os 9.10), a
Deuteronômio (ref. a Zeboim, Os 11.8) e aos
livros posteriores. Está claro que Gênesis faz parte da história sagrada do
início de Israel.
No NT, Cristo começou
por “Moisés e por todos os profetas” a expor as profecias messiânicas em “todas
as Escrituras” (Lc 24.27). Está
claro que Jesus considerava o primeiro livro da Bíblia como mosaico. Na
verdade, o Senhor Jesus se referiu ao AT como “Moisés e os profetas” (Lc 16.29,31; cf, Jo 5.46,47; Mt 5.17; Lc 24.44). Os
apóstolos também usavam essa terminologia (At 26.22; 28.23). Ao mesmo
tempo, Cristo se referiu a muitos tópicos registrados em Gênesis como partes
das Escrituras inspiradas (Mt 19.4-6; 24.38; Lc 17.32; Jo 7.22). Está
claro que Cristo e seus apóstolos consideravam a autoria mosaica de Gênesis. O
historiador judeu Josefo afirmou expressamente a mesma opinião em aprox. 90
d.C. (Against Apiori 1.8). Nenhuma autoridade antiga respeitável questiona essa
autoria.
Quanto à data em que o
livro de Gênesis foi escrito, ela foi estabelecida pela opinião conservadora
como sendo do período da peregrinação pelo deserto, cerca de 1440-1400 a.C.,
por causa da autoria mosaica. A data tradicional do Êxodo, calculada a partir
da referência feita em 1 Reis 6.1, é 480
anos antes de Salomão iniciar a construção de seu Templo. Aqui ainda existe
espaço para alguma elasticidade. O texto da LXX traz 440 anos. O Templo de
Salomão foi construído por volta de 960 a.C. Os dados em Juizes
11.26 concordam com
esses números. Alguns insistem em uma data alternativa, cerca de 1250 a.C.,
baseando-se em certos dados arqueológicos; mas parece não existir uma razão
suficientemente coerente para se abandonar a data mais adequada ao texto
bíblico.
Ponto de vista
crítico. Com o acirramento do movimento nacionalista na Alemanha, por volta do
ano 1800 d.C., foi questionada a autoria mosaica de todo o Pentateuco, Essas
opiniões podem ser vistas em qualquer introdução padrão do AT (veja Gleason L.
Archer, Survey of OT Introductwn, 1974, pp. 66-219). O ponto de vista
crítico passou por diferentes estágios. Primeiro, o Gênesis foi dividido em
dois documentos baseados nos diferentes nomes divinos de Elohim e Jeová (as
consoantes hebraicas desse nome são YHWH). Pensou-se de início que eram dois antigos
documentos agrupados pelo próprio Moisés. Entretanto, em pouco tempo a análise
se estendeu ao resto do Pentateuco onde aparece o mesmo fenômeno, e então
passaram a acreditar que o compilador havia vivido muito tempo depois de
Moisés. Assim a autoria mosaica de todo o Pentateuco foi negada.
Depois, observaram que
o estilo geral de partes do documento de Elohim era diferente do documento de
Jeová, enquanto o estilo de outras era, mais ou menos, igual. Dessa maneira, o
documento de Elohim foi dividido em E1 e E2.O livro de Deuteronômio também foi
isolado porque continha muitas citações de outra fonte. Havia agora quatro
documentos, E1, E2, J e D. Alguns críticos, usando um critério semelhante - de
que cada suposta diferença em estilo revelava um autor diferente - dividiram o
Pentateuco em muitos fragmentos.
Restou para
Wellhausen, em 1875, estabelecer padrões de pensamento que perduraram durante
muitos anos. Ele argumentava que esses quatro documentos, aos quais dava o nome
de J, E, D, P, podiam ser datados comparando suas referências legais e
históricas à conhecida história da antiga nação de Israel. Se um documento
fizesse referência apenas a uma legislação posterior, então não haveria dúvida
de que também seria de um período posterior.
Um problema que surgiu
com a teoria de Wellhausen era que naquela época os estudiosos lamentavelmente
ignoravam a história da Antiguidade do Oriente Próximo (e conheciam menos ainda
a história de Israel) e assim ele precisou muitas vezes reconstruir uma
história artificial. Isso foi feito com toda confiança usando a filosofia de
Hegel sobre o progresso evolucionário, que era o que havia de mais moderno nos
dias de Wellhausen (1875). Portanto, não é de admirar que ao terminar seu
trabalho, Wellhausen era capaz de exibir uma bela progressão, no pen- sarnento
e na cultura, desde o inculto despertar da história de Israel até sua
florescente expressão nos profetas do século VIII. Essa foi uma nobre
demonstração da ideologia vitoriana.
Duas coisas se
associaram para derrubar o imponente edifício construído por Wellhausen.
Primeiro, a filosofia de Hegel sobre o processo evolucionário da história tem
em grande parte contribuído para um existencialismo mais pessimista desde a 2a
Guerra Mundial. Segundo, desde a Ia Grande Guerra o estudo da arqueologia vem
tendo um grande incremento com a descoberta de muitas outras barras de argila,
e também com a escavação científica de cidades palestinas. Embora a história da
Antiguidade tenha começado com Grécia e Roma, e Heródoto tenha sido chamado de
“o pai da história”, atualmente livros do curso colegial vão até o ano 3000
a.C., considerando ali o início da história escrita, porém ainda existe muito
material de datas anteriores em uma sequência estratificada.
Entretanto, o mais
notável é que a riqueza da história da Antiguidade está extraordinariamente de
acordo com o registro da Bíblia. Por exemplo, foram descobertos restos da
população de Somer, que viveu na Baixa Mesopotâmia. A Bíblia lhe dava o nome de
terra de Sinar, e a palavra hebraica correspondente é uma boa representação de
“Somer” (Gn 10.10; 11.2; 14.1). Foi
descoberto o povo hurriano com seus costumes e sua língua. A Bíblia lhes dava o
nome de horeus. A antiga cidade de Ur uh (Ereque na Bíblia) foi descoberta e lá
foram encontradas as mais antigas tábuas escritas (de cerca de 3300 a.C.).
Também foram descobertas as explorações do rei Sargão de Acade (cerca de 2350
a.C.). A cidade de Acade ainda não foi identificada, mas Acade, Ereque e Babel
foram mencionadas em Gênesis 10.10.
Antigos reis, povos,
cidades, culturas e línguas foram recuperados depois de séculos de
esquecimento. Mas a Bíblia tem, o tempo todo, preservado reis, cidades e povos
em sua exata sequência e conexão, e refletido as antigas culturas sob as formas
mais naturais. Isso deve ter sido quase um milagre para um escritor que,
dispondo de conhecimento limitado, compôs sua obra a partir de uma mistura de
fontes. Pelo menos a arqueologia provou a substancial historicidade dos
registros bíblicos. E, em nenhum outro lugar, sua obra tem sido mais bem
recebida do que no livro de Gênesis que, afinal de contas, está relacionado com
a história de um passado longínquo. A luz da arqueologia está refletida em
quase todas as partes do livro de Gênesis. Detalhes complementares são
fornecidos sobre a discussão do conteúdo desse livro.
A história do Dilúvio,
que consta das primeiras partes de Gênesis, foi dividida por Wellhausen em dois
documentos, J e P; a primeira fonte escrita data de cerca de 850 a.C., e a
segunda por volta de 450 a.C. Dessa época existe a descoberta da história de
uma inundação na Babilônia. Sua data é muito anterior ao tempo de Moisés e a
relação entre essa história e a Bíblia é duvidosa. Possivelmente, ambas
dependiam de antigos registros sobre o próprio Dilúvio. Mas pelo menos o
documento J e o documento P, que lhe é posterior, mostram interessantes
paralelos com a história original da inundação da Babilônia. Uma conclusão
natural seria que a divisão dos documentos é artificial e que as datas de
Wellhausen são bastante arbitrárias.
As narrativas dos
patriarcas sobre Gênesis têm sido especialmente sustentadas por tábuas
provenientes da cidade de Nuzu, e de outros lugares, que revelam os costumes
dos colonizadores hurrianos em terras semíticas (amonitas e aramaicas).
Evidentemente, esses costumes eram conhecidos pelos patriarcas por causa de sua
residência em Harã e Ur, e é admirável a grande semelhança das práticas patriarcais
com as leis de Nuzu. As introduções ao AT podem dar mais detalhes e bastará um
exemplo. Em Nuzu, o direito de herança, que incluía uma dupla porção ao
herdeiro principal, ia para o filho mais velho. Mas esse direito podia ser
vendido e há o caso de uma venda por três carneiros. Ele também podia ser
transferido pelo pai e existe o registro de um caso de pronunciamento oral
paterno sobre esse assunto (cf. Gn 48.17-20).
Observe que nenhuma
dessas práticas ou provisões foi encontrada nas leis ou na história posterior
de Israel. A única passagem da legislação mosaica que trata do direito de
herança proíbe qualquer mudança em sua ordem natural (Dt 21.15-17). Somente
nas famílias patriarcais esse costume pode ser testemunhado. Como poderia um
posterior autor israelita, como “J” no ano 850 a.C., ou “P” no ano 450 a.C.,
fazer uma distinção tão precisa entre o cenário da antiga Mesopotâmia e os
costumes dos patriarcas relativos à legislação mosaica existente em Israel?
Muitos exemplos
semelhantes levaram os atuais estudiosos do AT a aceitar sua historicidade até,
nos detalhes das narrativas dos patriarcas. E muito difícil combinar essa
conclusão com a afirmação de Wellhausen de que a data posterior dos supostos
documentos foi determinada por meio da comparação das condições de seus
cenários.
Um estudo crítico mais
recente argumenta que o Pentateuco (e outros livros históricos) foram reunidos
em uma data posterior a partir de tradições orais que eram fielmente
preservadas e transmitidas. Mas as opiniões diferem. Será que essas tradições
orais foram todas escritas em conjunto depois do exílio ou eram o cenário de J, E, D e P, os documentos usuais
de Wellhausen que foram combinados depois do exílio? Em ambos os casos, essa
teoria parece pouco natural. Escrever era um hábito extremamente comum em toda
Mesopotâmia e no Egito, muito antes do período patriarcal. Por que deveríamos
pensar que somente Israel, dentre todas as nações, não teria uma literatura
escrita? Essa conclusão é particularmente singular se nos lembrarmos de que foi
provavelmente na Síria e na Palestina que o alfabeto foi inventado - a
ferramenta mais conveniente que se conhece para a expressão escrita!
É verdade que antigos
documentos da Palestina se perderam quase completamente, exceto os Rolos do Mar
Morto, que foram encontrados posteriormente. Mas a explicação não é que não
tivessem uma literatura. É que sua literatura pereceu. Se tivessem utilizado
sinais cuneiformes e escrito em tábuas de argila, o material teria perdurado.
Mas está claro que escreveram em papiros e peles de animais. Esses objetos têm
uma boa duração no clima seco do Egito, mas no clima chuvoso da Palestina eles
logo desaparecem. Pode até ser verdade que o antigo povo hebreu memorizasse
bastante e apreciasse recitar sua literatura épica e religiosa. Mas dizer que
não tivessem uma literatura escrita é pura teoria. O suporte arqueológico para
as histórias e as leis de Gênesis representa um impressionante argumento a
favor do testemunho do AT e do NT de que o livro de Gênesis e o restante do
Pentateuco são antigos, autorizados e mosaicos.
Esboço de Gênesis
I. História Pré-Abraâmica, Caps. 1-11
A. Criação e Queda, 1—3
B. Caim e seus descendentes, 4
C. Genealogia anterior ao Dilúvio, 5
D. O Dilúvio, 6-9
E. Nações e genealogia posteriores ao
Dilúvio, 10-11
II. História de Abraão, Caps. 12-25
A. Chamada e estabelecimento na Palestina,
12-13
B. Batalha com os quatro reis, 14
C. Confirmação da aliança com Abraão, 15-17
D. Sodoma e Gomorra, 18-19
E. Abraão e Abimeleque, 20
F. Nascimento e oferta de Isaque, 21-22
G. Morte de Sara, 23
H. Casamento de Isaque e morte de Abraão,
24-25
III. Isaque e seus Filhos, Caps. 26-36
A. História de Isaque, 26
B. Jacó e o direito de primogenitura, 27
C. Jacó em Harã, 28-31
D. Jacó novamente na Palestina, 32-35
E. Os descendentes de Esaú, 36
IV. História de José, Caps. 37-50
A. Juventude e sonhos de José, 37
B. Vergonha de Judá, 38
C. Escravidão de José, 39-40
D. Exaltação de José, 41
E. José e seus irmãos, 42—48
F. Poema profético de Jacó, 49
G. Morte de Jacó e de José, 50
Conteúdo do Livro
Plano. Muitas vezes
tem sido mencionado que o autor do livro de Gênesis escreveu de acordo com um
plano unificado. Em quase todos os casos ele conta a história de Israel,
partindo do geral para o particular, Primeiro ele fala sobre o mundo todo, ou
sobre toda a raça, ou sobre todos os descendentes de um homem; em seguida,
concentra-se no específico, em um jardim que ele representa com detalhes, ou no
segmento de uma raça importante para a história, ou sobre a linhagem de um
homem do qual está falando.
·essa maneira, o
primeiro capítulo trata da criação como um todo. Os capítulos 2 e 3 trazem o
retrato de Adão, a origem da história. O capítulo 4 trata da história e da
genealogia de Caim, do qual não se ouve falar mais. Entretanto, o capítulo 5
descreve a genealogia de Sete que faz a ligação com Noé, Depois do Dilúvio, a
colonização de todo o Oriente Próximo é retratada no capítulo 10; então vem a
genealogia que chega a Abraão. Nas histórias dos patriarcas, Ismael é tratado
antes de Isaque; os descendentes de Esaú, antes de Jacó. Obviamente, o livro de
Gênesis, como o conhecemos, é obra de uma mente privilegiada, de um autor
competente que usa habilmente seu material, sob a inspiração do Espírito.
Narrativas da criação.
Muitos volumes já foram escritos sobre o primeiro capítulo de Gênesis. Dois
itens têm especial interesse; primeiro, a relação com o conjunto de doutrinas
da Babilônia; e, segundo, a relação com a moderna ciência.
Em relação aos mitos
babilônicos da criação, essa matéria foi discutida exaustivamente por A. Heidel
na obra The Babylonian Genesis (1951). A história da Babilônia começa com uma
batalha entre os deuses. A segunda geração de deuses se rebela contra a
primeira. Marduque sai vitorioso, conquista a deusa Tiamat e divide seu cadáver
em metades, fazendo o céu e a terra. Ele cria o homem a partir do sangue do
aliado dela, Kingu. Não existe uma nítida relação entre o relato bíblico e as
histórias da Babilônia. Quanto às questões científicas, o relato de Gênesis nos
dá poucos detalhes. Existe muito de verdade na afirmação de que a Bíblia não é
um livro de ciência, mas de religião. Não obstante, esse livro deixa claro que
Deus fez os mundos e é o Senhor da natureza, assim como dos espíritos.
Portanto, onde a Bíblia se aproxima da ciência, deve-se aceitar que as
informações estão corretas, quando interpretadas de forma precisa e fiel. Em
Gênesis 1, assim como em outras passagens, a Bíblia declara que Deus criou os
mundos a partir do nada. A matéria não é eterna. Ás atuais teorias da ciência
não têm nenhum atrito contra esse ponto de vista. Uma grande reivindicação é
que toda matéria teria se originado de uma vasta explosão nuclear acontecida
cerca de dez bilhões de anos. A ciência não pode explicar o que poderia ter
causado essa explosão. Gênesis diz; “No princípio criou Deus...”.
A aparente antiguidade
do universo tem sido um problema. Uma teoria recente diz que Gênesis 1.1 fala
da distante criação da matéria; o v. 2 relataria uma catástrofe que teria
dominado a criação em uma data bastante recente; e os versos seguintes descreveriam
eventos recentes sobre a terra.
Outra teoria afirma
que os dias criativos de Gênesis não devem ser considerados como dias reais nos
quais os eventos aconteceram, mas dias nos quais Deus revelou certos itens a
Moisés. Eles foram “dias reveladores”. Essa opinião, juntamente com suas
variações, não parece fazer justiça ao significado do texto bíblico.
Outra opinião,
popularizada por J. Whitcomb e H. Morris em The Genesia Flood (19611. sugere
que o universo não seja verdadeiramente velho. Ele parece velho porque Deus o
criou “totalmente crescido” com a aparência de algo maduro. Essa opinião
apresenta algumas características atraentes, mas também alguns problemas
filosóficos. Será que Deus teria criado rochas sedimentares com fósseis já introduzidos
nelas? Essa opinião está geralmente associada à ideia de que o Dilúvio provocou
a formação de muitos fósseis que, portanto, teriam uma origem recente. Existe a
questão: Será que essa opinião pode ser cientificamente sustentada?
Uma quarta opinião,
sustentada durante muitos anos, é que os dias de Gênesis não tinham 24 horas,
mas eram períodos de maior ou mais longa duração. Eles começaram antes de o sol
ter sido estabelecido como marcador do dia, e aparentemente o sétimo dia do
repouso de Deus ainda continua. Essa opinião está, em geral, de acordo com o
conceito científico atual. Aqueles que o aceitam argumentam que Gênesis 1.14 se
refere à remoção de densas nuvens para que o sol e a lua, que já existiam
previamente, pudessem se tomar visíveis. O autor está de acordo com essa
opinião, mas devemos nos lembrar que estimativas científicas sobre a idade da
terra podem estar erradas. Atualmente, muitas estimativas dependem de teorias
astronômicas e radioativas cuja origem é recente e nem sempre consistente.
Ainda existe algum espaço para ressalvas e estudos complementares sobre essas
teorias.
Gênesis 2.4-25 fala sobre
a criação separada e específica de nossos primeiros pais. O jardim do Éden
estava localizado ao sul da Mesopotâmia, onde estão localizados os quatro rios
(a Etiópia, Gn 2.13, é mais
provavelmente Cuxe, o território a leste do Tigre). Provavelmente Gênesis 2,5 não esteja
se referindo a toda terra, mas somente ao paraíso. que era abastecido com água
vinda de fontes subterrâneas (em hebraico ־’ ed, ou
“névoa’, da palavra acádia edu, que parece significar um fluxo subterrâneo).
Nessa seção, não há nenhuma referência a qualquer coisa fora do Éden. Quanto à suposta origem evolucionária de todas as
espécies a partir de um bacilo original e também à origem evolucionária do
homem, cf. Carl F. H. Henry, ־Theology and Evolution” em Evolution and Christian Thought Today, ed.
por R. Mixter 1959). Veja Criação.
Dados genealógicos.
Quatro principais genealogias são encontradas nos primeiros capítulos: a de
Caim (capítulo 4), as genealogias anteriores e posteriores ao Dilúvio
(capítulos 5 e 11) e a Tábua das Nações (capítulo 10). O contraste fica mais
claro entre os capítulos 10 e 11. A assim chamada “Tábua das Nações* não é
absolutamente uma genealogia. É apenas um resumo do resultado, na época de
Moisés, da colonização do Oriente Próximo depois do Dilúvio. Algumas
genealogias estão envolvidas no movimento das tribos e das nações, mas dizem
que a ocupação de Canaã, por exemplo (10.15-18), “gerou" povos, não
indivíduos. Hete era aparentemente indo- europeu, o jebuseu era provavelmente
hurriano. O amorreu, naturalmente, era semítico, mas é encontrado entre os “filhos”
de Cam. Um dos “filhos” de Cam era Mizraim. Esse era o antigo nome do Egito e
esse nome tem uma formação dupla que se refere à união do Alto e Baixo Egito,
cerca de 3000 a.C.
Uma opinião bastante
difundida é a de que existem omissões nas genealogias encontradas nos capítulos
5 e 10. Outras numerosas genealogias mostram lacunas. Assim, 4 gerações foram
reconhecidas de Levi a Moisés !Êx 6.16-20), mas os
levitas da geração de Moisés e Arão chegavam a 22.000 homens (Nm 3.39). Além
disso, se a genealogia em Gênesis 11 estiver
completa, Sem e seu filho Arfaxade na verdade sobreviveram a Abraão! Esse não é
o quadro que temos a partir da narrativa de Abraão. O reconhecimento desse e de
outros pontos convenceu a muitos de que as datas de Ussher para a criação (4004
a.C.) e para o Dilúvio (2350 a.C.) devem ser retrocedidas em um número
indeterminado de anos.
A narrativa do
Dilúvio. A Bíblia diz claramente que houve uma inundação enviada por Deus, de
âmbito universal, para erradicar a humanidade pecadora. Os povos da Mesopotâmia
tinham a tradição de uma inundação, assim como muitas outras culturas. A
história da Babilônia foi estudada e comparada com a Bíblia por A. Heidel, na
obra The Gilgamesh Epic (1949). Seria razoável concluir que as semelhanças encontradas
nos dois relatos reflitam o acontecimento verídico.
Se faltam provas
científicas para o Dilúvio, deve-se considerar que, da mesma maneira, faltam
provas contra ele. Foram feitos os cálculos da dimensão da arca, e se concluiu
que ela tinha a capacidade necessária para comportar todos os animais (A, M.
Rehwinltel, The Flood, St. Louis. Concórdia Pub. House [1951], pp, 68ss.). Pode
ser que o Dilúvio não tenha sido simplesmente um fenômeno como alguns imaginam.
Poderia ter sido uma grande inundação causada pela chuva, juntamente com o
movimento da crosta da terra que fez elevar o nível do oceano e uma longa e
continuada nevasca nas regiões mais altas e nas latitudes do norte. Parece
bastante claro que houve uma grande modificação climática cerca de 10.000 anos
atrás. Os extremamente populares mamutes da Sibéria aparentemente viviam em um
clima onde haviam flores (encontradas em sua boca) e abundante vegetação. Estes
foram imediatamente congelados, alguns ainda de pé, e assim permaneceram desde
esse momento, de forma que sua carne ficou preservada! Veja Dilúvio.
A vida de Abraão, Sem
dúvida ele era o único homem temente a Deus de sua época. Com certeza Deus
havia falado com muitos indivíduos, tais como Enoque, antes do Dilúvio, e Melquisedeque,
depois dele. Mas Deus determinou a Abraão que deveria fazer outra coisa -
reunir seu povo em um único lugar e, através de uma intensa revelação de sua
Palavra e graça, preparar um grande e coeso grupo de pessoas para o advento de
Cristo e a bênção de toda a humanidade. Deve- se notar que a Palestina era uma
grande ponte e caravanas de três continentes atravessavam suas fronteiras. Os
judeus na Palestina, através de seu Messias, deveriam verdadeiramente ser uma
luz para as nações (Is 42.6; 49.6; 51.4).
Deus escolheu Abraão,
instruiu-o sobre os sacrifícios, e lhe deu o sinal da aliança: a circuncisão. A
circuncisão era praticada no Egito e em outros lugares na idade da puberdade,
mas, até onde sabemos, a circuncisão dos meninos hebreus era única na
Antiguidade. Ela era o sinal da raça e da graça (Gn 17.14; Dt 30.6; Rm 2.29). Mais
tarde, o clã de Abraão se consolidou como nação por intermédio de Moisés. Mas
as bases da fé de Israel estavam claras em Abraão. Na verdade, o ritual do sacrifício
era tão antigo quanto Adão. Ao acreditar em uma única verdade e em um Deus
vivo, Abraão vivia um monoteísmo espiritual e ético. Ele reconhecia o pecado humano,
oferecia sacrifícios para a purificação, esperava a vinda do Redentor e
acreditava em uma eterna comunhão com Deus (Gn 22.8,18; Jo 8.56; Hb 11.10). O
cenário cultural de Abraão ficou agora grandemente iluminado por descobertas
feitas em Ur, Mari, Nuzu, além de outras descobertas. Veja Abraão; Era
Patriarcal.
Isaque e Jacó, A vida
de Isaque é pouco conhecida, pois foi obscurecida pela de seu famoso pai e de
seu filho; entretanto, ele era um homem pacífico que ofereceu a outra face a
Abimeleque (Gn 26.17-31). Isaque
também recebeu a promessa messiânica (26.4). Veja Isaque.
Talvez Jacó tenha sido
tratado com mais rigor. Ele fez um plano (na realidade foi sua mãe que fez este
plano) para receber o direito de primogenitura. Mas devemos nos lembrar de que
isto havia sido prometido por Deus ao gêmeo mais novo (25.23) e, aparentemente,
Jacó desejava esse direito mais por razões espirituais do que financeiras. Em
Betel, Jacó se consagrou ao Senhor (28. 20-22) e, junta- mente com suas
esposas, atribuiu o nascimento de seus filhos à resposta de Deus às suas
orações (Gn 30). Até o
aumento do número de ovelhas de Jacó - embora devido em parte à sua dedicação,
e em parte à sua superstição sobre a influência pré-natal (talvez observada nos
princípios da hereditariedade) - em última análise, sem dúvida veio da
providência divina (31.9,42). A oração de Jacó em Peniel estava baseada nas
promessas de Deus, assim como na obediência aos mandamentos (32.9-12). Na luta
com o anjo, Jacó pediu a bênção de Deus e não qualquer vantagem material
(32.25-30). Ao lidar com Esaú ele atribuiu todo o seu progresso a Deus (33.11),
Veja Jacó.
José no Egito. A
história de José tem sido um tema favorito e de interesse permanente. Sua
verdadeira mensagem não é simplesmente a história de indigentes que se tornam
ricos, mas como Deus realiza através de sutis detalhes da providência sua
perfeita vontade. O faturo de José havia sido previsto, embora tenha irritado o
resto de sua família com seus sonhos.
Quando os jovens
abandonam sua casa por causa do trabalho ou da guerra, muitas vezes eles
crescem bastante ou sofrem terríveis quedas. José cresceu bastante, quando
ninguém (exceto Deus) o estava observando. José viveu para Deus, embora
sofresse por causa da sua integridade, Mas na prisão ele ainda acreditava e
preservava seu caráter. Por fim, Deus o abençoou e o usou como a poucos outros
indivíduos.
Aparentemente, José se
tornou o grande governador do Egito sob um dos reis asiáticos aos invasores
hicsos. O período dos hicsos durou de aprox. 1750 a 1570 a.C., embora muitas
dinastias tenham reinado nesse período. Alguns afirmam que a ascendência de
José aconteceu antes dos hicsos (o Êxodo em 1440 a.C., 1 Rs 6.1; a escravidão
de 430 anos, Êx 12.40; estes
fatos posicionam José em tomo de 1870 a.C.). Essa opinião é discutida por
Gleason Archer (op. cíí, pp. 205-208}, que segue John Rea (“Time of the
Oppression and the Exodus”, BETS.III [1960],58-59).
Uma opinião
alternativa, sustentada pela LXX, é que o período de 430 anos incluía tanto a
residência patriarcal em Canaã (215 anos) como a escravidão no Egito (1655-1440
a.C.). Dessa maneira, o governo de José teria começado durante a dinastia dos
hicsos. Os hicsos introduziram as carruagens no Egito (cf. Gn 41.43), e
mudaram a posse da terra, de forma que ela passou a ser propriedade da coroa, com exceção das terras dos
templos. Mais tarde, a coroa impôs uma taxa de 20 por cento
(cf. Gn 47.20-26).
Entretanto, os detalhes são obscuros, parcialmente porque pouco se sabe a
respeito dos hicsos. A própria data do Êxodo está sob discussão, embora as
evidências bíblicas fornecidas acima pareçam ser bastante claras tcf. 1 Rs 6.1; Jz 11.26).
O excelente caráter de
José irmalmente se
revelou não na prosperidade, mas na adversidade, quando ele cuidadosa e
sabiamente testou seus irmãos e, em seguida, os perdoou e se esqueceu dos danos
que lhe haviam causado. Assim, pela sua magnanimidade, José estabeleceu as
bases para que Israel se expandisse e se tornasse a nação que Deus havia
previsto. Nenhum outro homem foi mais consciente da providência suprema e
inabalável de Deus. Veja José.
O livro de Gênesis
termina com uma grande profecia messiânica de Jacó (Gn 49.10, tratada
pelo autor em um apêndice da obra de J. O. Buswell, Systematic Theology of the
Christian Religion [1963], II, 544). A emocionante história da morte e
sepultamento de Jacó na caverna de Macpela é brevemente relatada, assim como as
ordens de José quanto ao traslado de seu próprio corpo; ele queria ser
embalsamado e sepultado na terra de Canaã quando Deus cumprisse as promessas
que havia feito a Israel. R. L. H.
A obra de Deus ao
trazer à existência todas as coisas. A passagem definitiva é Gênesis 1.1, sob a
qual deve se colocar toda a teologia bíblica. Deus, o Criador, é uma trindade
pessoal, onipotente, onipresente e onisciente. Deus sozinho é eterno, tanto
quanto imanente e transcendente com respeito à sua criação.
A verdadeira criação
deve ser da Palavra de DEUS (Hb 11.3). A ideia de que o presente universo evoluiu de
materiais anteriores, embora seja comumente sustentada em outras religiões e
filosofias, não tem base nem nas Escrituras nem na ciência física. A tradução
de Gênesis 1.1 como uma
sentença dependente (isto é, *Quando Deus começou a criar os céus e a terra, a
terra era sem forma e vazia) é inadmissível. Este versículo de abertura é mais
exatamente uma afirmação absoluta, que sustenta a criação inicial dos céus e da
terra a partir do nada. Ele também não é um simples título ou índice do que se
segue; mas é a primeira afirmação da narrativa da ordem dos eventos da criação.
Uma vez que Gênesis 1.1 é o único
versículo no capítulo que menciona a criação dos céus, ele deve ser compreendido
dentro do escopo da afirmação resumida de Gênesis 2.1, que
confirma a conclusão da criação tanto do céu como da terra.
Criação Completa. É de
suprema importância reconhecer que as Escrituras ensinam a respeito de uma
criação concluída. Este fato é enfatizado pelas repetidas afirmações deste
efeito em Gênesis 2.1-3, e pela instituição do sábado como um memorial da obra
concluída de Deus (veja também Ex 20.11; 31.17; Sl 33.6,9; Ne 9.6; Hb 4.4,10; 2 Pe 3.5). Assim, a
criação não está mais acontecendo, exceto em atos ocasionais de natureza
miraculosa. Os processos normais, constantes da natureza pelos quais Deus
providencialmente agora sustenta todas as coisas (Hb 1.3; 2 Pe 3.7) não são,
de forma alguma, processos de criação. Estudos científicos de processos atuais
não podem, entretanto, levar ao entendimento de qualquer um dos eventos do
período da criação, mesmo porque estes eventos aconteceram pelos processos
criativos Divinos, e não temos a capacidade de investigá-los agora.
Este ensino das
Escrituras é sustentado cientificamente pela lei da conservação da massa e
energia, a primeira lei da termodinâmica, que é a lei mais básica e bem
comprovada de toda a ciência. Nem a energia nem a massa (exceto nas trocas de massa energia) estão sendo agora criadas ou destruídas. O reservatório
universal de energia (que inclui realmente tudo no universo físico) deve,
portanto, datar de um período primitivo da criação, assim como afirma a Bíblia.
Idade aparente. Se a
criação não ocorreu através dos processos atuais, então a única forma pela qual
podemos saber qualquer coisa sobre os acontecimentos, maneira, ordem ou data da
criação é através da revelação que Deus nos concede a respeito destes temas. É
exatamente isto que Ele fez no registro da criação em Gênesis 1 e 2, assim
como em muitas ouras passagens das Escrituras. Não há, portanto, nenhuma razão
válida para duvidar, de alguma forma, da exatidão ou da precisão dos eventos
registrados nestas passagens. Estes grandes acontecimentos se deram em um
período de seis dias. Cada ação foi completa e julgada por DEUS como “boa”. Ele chamou tudo que criou de “muito bom”
(Gn 1.31). Estes
seres criados deveriam, necessariamente, no instante da criação, ter uma “idade
aparente”. Isto é mais evidente no caso de Adão e Eva, que foram criados como
indivíduos maduros, mas também deve ser verdade no caso de rodas as outras
coisas, tanto animadas como inanimadas. O universo inteiro foi estabelecido
como um todo em funcionamento desde o instante da criação. De fato, é
filosoficamente e escrituralmente impossível conceber uma substância
verdadeiramente criada, sem alguma idade aparente. Isto não envolve Deus em
alguma fraude, como alguns poucos alegam, uma vez que Ele revelou claramente,
em sua Palavra, que tudo ocorreu deste modo.
Evolução. Pode-se,
portanto, afirmar categoricamente que os processos de evolução, quer sejam
ateístas ou não, não podem ser levados em conta para a constituição do universo
e seus habitantes. A evolução por definição abrange um aumento geral de ordem e
organização, desde o simples até o complexo, e do mais baixo ao mais alto. Em
sua estrutura científica comumente apresentada, ela implica em grandes idades
de mudanças lentas, passadas adiante pelo processo da seleção natural. Isto é
pretensamente explicado pelo princípio da uniformidade operacional dos
processos presentes - um princípio que é explicitamente contraditado pelo
relato da criação.
Além do mais, as
Escrituras indicam que por causa da entrada do pecado, agora existe uma
maldição universal sobre a terra (Gn 3.17-19; Rm 8.19-22),
manifestada em uma tendência universal ao envelhecimento e à morte. Assim,
embora a mudança seja evidente em todo lugar no mundo, esta mudança não é
evolucionária, mas, sim, degenerativa. Este ensino das Escrituras é
cientificamente verificado através da segunda lei da termodinâmica, que afirma
que há em todos os sistemas - sejam físicos ou biológicos - uma tendência inata
em direção à diminuição da ordem e da complexidade. A evolução pode, no máximo,
ser apenas um fenômeno local e temporário, porém é impossível que atinja a
condição de uma lei universal como as leis de conservação e deterioração.
Assim, é impossível atribuir a criação a qualquer forma de evolução.
Resumo. A Criação, de
acordo com as Escrituras, foi realizada como uma série de atos Divinos,
trazendo os seres materiais à existência, a partir do nada. Desde o início,
eram altamente organizados e em total funcionamento, e assim foram formados com
uma aparência de idade. A criação foi completa e terminada durante um período
especial no passado, resultando naquele período ou dia em que Deus “descansou”
e não está mais criando, exceto em casos isolados de intervenção sobrenatural.
Os processos físicos e biológicos do presente são providenciais e não criadores,
e assim não podem dar nenhuma informação sobre qualquer coisa relacionada ao
período da criação. Esta informação só pode vir através da revelação Divina,
que é fornecida na Bíblia Sagrada.
Assim, não resta uma
razão pela qual não possamos ou não devamos aceitar o relato da criação que nos
é fornecido pelo Gênesis como histórico, literal e concreto dos eventos
específicos que se passaram durante aquele período.
Adão
Foi o homem de quem se
originou toda a raça humana. O NT apresenta Adão como o representante da
humanidade e relaciona o problema do início do pecado à sua primeira
transgressão.
Quanto ao significado
de seu nome, a etimologia não oferece nenhuma ajuda. Existem três
possibilidades rivalizando-se entre si. A palavra pode ter vindo de outra
palavra semelhante, ’adamu, que significa “solo vermelho”, ou da raiz dama que
significa “ser como” (uma referência a d‘mut, isto é, “semelhança”, Gênesis 1.26; 5.1) ou da
raiz acadiana adamu que significa “fazer ou produzir”. Talvez essa última
interpretação possa merecer a nossa preferência.
A Bíblia afirma que
Deus criou Adão (Gn 2.7),
colocou-o no Jardim do Eden (Gn 2.8-15), deu-lhe
uma ordem relacionada à árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.16,17) e, por fim, colocou
uma mulher ao seu lado como companheira em um ato separado da criação (Gn 2.18-25). Deus os
abençoou e concedeu
prosperidade pelo poder de sua palavra e ordenou que se multiplicassem e fossem
senhores de todas as criaturas vivas sobre a terra (Gn 1.28). Quando
submetido à tentação da serpente, Adão sucumbiu, da mesma forma que sua esposa
havia feito antes dele. Isso marcou o evento geralmente conhecido como “a
queda”. Imediatamente após esta queda, o destino modificado de nossos primeiros
pais tornou-se conhecido através de seus atos e da sentença que Deus lhes designou.
Eles não foram amaldiçoados. Em sua imensa misericórdia, o Senhor os condenou a
continuar a viver durante algum tempo, e lhes forneceu as primeiras
vestimentas. Mas Ele os expulsou do jardim onde vinham morando. Eles tiveram
filhos, na verdade tiveram vários filhos (cf. Gn 5.4). O
próprio Adão morreu com a idade de 930 anos (Gn 5.5).
Adão é um personagem
histórico, não apenas uma figura poética ou um personagem mítico. No AT a
palavra adam é usada mais de 500 vezes com o sentido de humanidade e também
como nome próprio. Esses dois usos aparecem no registro de Gênesis, mas somente
a partir de Gênesis 4.25 pode ser
definitivamente afirmado que a pessoa específica de Adão está sendo
considerada. Antes disso, ele é geralmente considerado como um representante
humano, embora o termo Adão em Gênesis 3.16,21 pareça ocorrer sem o
artigo definido, sugerindo que nesses versos o nome tem um significado e a
pessoa está sendo especificamente mencionada. Veja também Gênesis 5.1,3-5.
Existem dois relatos
sobre a criação de Adão. Gênesis 1.26-28 ; 2.4-6,20-23. Á
explicação habitual para esse fato, segundo os mais competentes críticos
modernos, é que esses dois relatos originam-se de duas fontes separadas usadas
pelo autor, e, para reforçar essa opinião, muitas vezes é realçada a íntima
incompatibilidade entre os dois relatos. Mas, totalmente à parte dessas fontes,
de que devemos sempre falar com muito cuida- o, parece que o relato em Gênesis 1 é bastante
resumido em sua forma e está de acordo com o padrão de trabalho dos seis dias
da criação, enquanto o registro feito em Gênesis 2 é
suplementar - embora não sendo em nenhum sentido contraditório ao capitulo 1 -
ele fornece certos detalhes extremamente essenciais ao entendimento daquilo que
se segue. Esse último ponto de vista é geralmente aceito por estudiosos da
Bíblia Sagrada que seguem uma linha conservadora. Nesse registro duplo
encontramos dois fatores que estão presentes no homem. Deus criou o homem do pó
da terra (Gn 2.7) e, em
seguida, soprou em suas narinas o fôlego da vida. Há uma característica
inferior e uma superior em seu ser. Em segundo lugar, ele foi feito “à imagem
de Deus” (Gn 1.26,27), uma afirmação
importantíssima que o autor, em nenhum momento, chega a definir em detalhes. O
relato suplementar (Gn 2) também
fornece a maneira exata como Eva foi, criada; ele fala da localização do Jardim
do Éden e também de duas árvores extremamente importantes. Também foram
descritos os deveres do homem nesse estágio inicial da existência; ele deveria
cultivar e guardar o jardim (Gn 2.15).
A divina graça
manifestou-se no fato de que um único mandamento foi dado ao homem: ele não
deveria comer da árvore da ciência do bem e do mal. Esse mandamento foi
desobedecido, o que trouxe trágicas consequências.
O fato quase surpreendente dessa narrativa
sobre Adão e a queda é que existem raras referências a ele no AT. Uma
comparação feita com o texto hebraico original irá mostrar uma possível
referência a Adão em Deuteronômio 32.8; Jó 31.33 e Oséias 6.7. Seria
seguro entender que o caráter básico do evento da criação do homem e de sua
queda foi geralmente aceito de forma natural. A plena avaliação teológica da
queda viria posteriormente nos escritos dos apóstolos.
Igualmente estranho é
o fato de que, nos livros apócrifos, existem inúmeras referências a Adão e à
sua importância básica.
As passagens no NT que
fazem referência a Adão são Mateus 19.4-6, Romanos 5.12-21; 1Coríntios 15.22,45: 1 Timóteo 2.13,14 e Judas 14. Em cada
uma delas, não se pode duvidar que Adão é considerado uma figura histórica. O
capítulo 5 de Romanos é particularmente forte: duas pessoas são contrastadas -
Adão e Cristo - com uma ampla análise das consequências de seus feitos. A
importância de ambos é inquestionável. H.C.L.
IMAGEM DE DEUS
O homem, criado à
imagem de DEUS, é distinto de todas as outras criaturas. Ele é único por ter
sido feito para viver em comunhão com seu Criador, e ser responsável diante
dele. DEUS fez o homem com algumas características que Ele mesmo possui, como
um ser pessoal, e para si mesmo, em um relacionamento “Eu-você” (Gn 1.26,27; 5.1,2; 9.6; 1 Co 11.7; Ef 4.24; Cl 3.10; Tg 3.9). Somente
através de uma resposta obediente a DEUS, é que o homem pode verdadeiramente,
cumprir o propósito para o qual foi criado. É somente em JESUS CRISTO que a imagem de DEUS pode
ser vista perfeitamente; ele é o homem verdadeiro e perfeito (Cl 1.15; 2 Co 4.4).
Três aspectos dessa
doutrina podem ser distinguidos:
1. A imagem como foi criada por DEUS. A imagem de DEUS tem uma semelhança natural ou formal
com DEUS, que consiste em personalidade, pois isto é essencialmente o que DEUS
é, um ESPÍRITO pessoal. Ela também tem uma semelhança moral ou relacional, que consistia originalmente em santidade positiva e
justiça original. O homem não foi criado meramente em um estado de inocência ou
neutralidade moral; mas sua mente, afeições, e vontades eram positivamente
direcionadas a DEUS e ao seu propósito supremo. Como tal, a primeira natureza
moral do homem era um reflexo finito da natureza moral de DEUS. No entanto, o
homem era capaz de enfrentar testes e provações, e de ter seu desenvolvimento e
progresso através do exercício do livre-arbítrio diante da tentação. O homem
seria responsável pela sua própria liberdade. Era possível para Adão escolher o
bem ou o mal; sua condição moral não era imutável ou infalível.
Como um dom de DEUS ao
homem, criado à imagem de DEUS, foi outorgada a imortalidade (isto não
significa mera e naturalmente possuir uma existência infinita, em virtude da
simplicidade de sua alma). Ele não estava sujeito à lei da morte, visto que não
havia princípio de morte ou de pecado em ação em seu estado original de bondade
criada.
Embora DEUS seja ESPÍRITO,
há um sentido sob o qual o corpo do homem está incluído na imagem de DEUS, pois o homem é um
ser unitário composto tanto de corpo como de alma como de espírito. Seu corpo é
um instrumento adequado da autoexpressão de uma alma feita para a comunhão com
o Criador e está escatologicamente pronto para se tomar um “corpo espiritual” (1 Co 15.44). Não
havia nenhum antagonismo ou contrariedade entre o
espírito, a alma e o corpo no
estado original. O corpo não era algo a ser desprezado como inferior à alma ou
como um obstáculo à vida mais elevada do homem. Não era algo fora do ego real
de Adão, mas era essencialmente um com ele. Como tal, havia uma sujeição dos
impulsos sexuais, que estavam sob o controle do espírito humano.
Incluído na criação de
Adão à imagem de DEUS, estava seu domínio sobre a criação mais baixa, os
animais e o mundo da natureza. Isto indica a glória e a honra com as quais o
homem foi coroado como o cabeça e o ápice de toda a criação. Os arredores do
jardim do Éden eram adequados para trazer felicidade e favorecer o
desenvolvimento da totalidade da natureza. CRISTO como a imagem de DEUS (2 Co 4.4; Fp 2,6; Cl 1.15).
Antropologia
A ciência ou o
conhecimento do homem, de onde veio, o que é e quais são as suas
potencialidades futuras e o seu destino. O termo antropologia pode ser usado
para definir todo o estudo científico secular desses detalhes quando teorias
como: (1) evolução orgânica e evolução teísta, inteiramente isoladas da
criação, ou contrárias a ela, sejam consideradas como uma explicação para a
origem do homem; (2) o puro comportamentalismo e operacionalismo, sejam
isolados ou contrários à visão bíblica da imagem de Deus no homem e da sua
anulação pelo pecado; e (3) o puro naturalismo, com a extinção da existência
pessoal individual por meio da morte, quer seja adotado, isolado ou contrário à
visão supernaturalista da Bíblia quanto à alma imortal, que ensina que a alma
está destinada a uma existência futura eterna depois da morte.
Em geral, como é
ensinado nas faculdades e universidades, a antropologia é apresentada de acordo
com teorias que negligenciam completamente a antropologia bíblica revelada.
Quando se considera a antropologia bíblica, as teorias seculares podem lançar
alguma luz sobre os princípios revelados nas Escrituras. No entanto, isto é
mais pelo contraste do que por acordo comum, como se vê no seguinte estudo da
revelação bíblica a respeito do homem.
A origem do homem.
Deus criou o homem (o homem e a mulher) por meio de uma ordem (Gn 1.27). A Bíblia
não dá lugar a nenhuma teoria de evolução orgânica ou teísta no que se refere à
criação do homem. Adão foi criado primeiro, e imediatamente começou a dar nomes
aos animais que Deus já tinha criado, à medida que o Senhor os trazia à sua
presença. Ele procurou a comunhão de um relacionamento eu-Deus, semelhante ao
que ele já havia tido com Deus no início, mas não conseguiu encontrá-lo entre
as formas inferiores da criação (Gn 2.20). Então, e
somente então, Deus criou Eva como sua adjutora (2.21,22). Os antropólogos
modernos normalmente ignoram completamente as explicações da Bíblia. Para
manter o passo da pesquisa biológica, o cristão pode desejar dar muito mais
lugar ao desenvolvimento daqueles grupos, maiores que as espécies, agora
consideradas as classes básicas isoladas dos seres criados por Deus, dos quais
se desenvolveram as espécies e tipos. No entanto, ele não pode aceitar os
registros bíblicos e seguir uma teoria da origem do homem onde ele não seja
visto como um grupo isolado, criado desde o início como um ser completamente
desenvolvido, e moralmente autoconsciente. Há claras afirmações em Gênesis
(caps. 1-3) e nos ensinos do Novo Testamento que mostram que o pecado entrou no
mundo por meio de um homem, Adão, e através dele passou para toda a raça
humana, já que ele era o cabeça da raça humana (Rm 5.12 e
seguintes). Cristo também afirmou que, no princípio, Deus criou o homem e a
mulher (Mt 19.4; Mc 10.6). Estas
são evidências da criação do homem como homem, isolado de qualquer
desenvolvimento evolucionário desde o protoplasma até um ser racional.
Uma aceitação literal
honesta da criação direta do homem como já totalmente desenvolvido (ao invés de
um resultado de um longo processo de evolução, mesmo que esse processo seja uma
evolução teísta) é necessária pelas seguintes considerações: (1) Os relatos de
Gênesis afirmam claramente que esse é o caso. (2) Jesus Cristo declara a mesma
coisa como verdade (Mt 19.3ss). (3)
Paulo, em Romanos 5.12-21 (ao
afirmar que Adão é o primeiro homem) e em 1 Coríntios 15.45-47 expressa a mesma visão. (4) A doutrina da autoridade suprema de Cristo
se apoia sobre a autoridade suprema que Adão teve no início, e, portanto, lemos
“assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em
Cristo” (1 Co 15.22). Se Adão
não tivesse sido uma pessoa real, como as Escrituras poderiam compará-lo com
Cristo? A comparação seria falha e fracassaria, se ambos não fossem verdadeiros
representantes. (5) A razão pela qual nenhum anjo caído pode ser redimido, ao
passo que os homens caídos podem ser redimidos, é que os anjos não são membros
de uma raça, e portanto Cristo não poderia morrer como o seu representante e
ser o seu Salvador. Satanás nunca será chamado de representante, nem mesmo dos
anjos caídos. Cada um dos que se rebelaram o fez tão individualmente como cada
um dos que prosseguiram na justiça eterna, e ambos o fizeram por decisões
individuais.
O “ensino
mais resumido” afirma
que Deus criou o homem “para a Sua própria glória”, e declara que o objetivo
final do homem é apreciar a Deus e glorificá-lo para sempre. Deus não precisava
do homem! Já na Trindade o Senhor desfrutava de um relacionamento Eu-Deus e das
bênçãos de uma comunhão pessoal, assim como de uma relação social em que
quaisquer das outras duas pessoas da Trindade poderiam unir-se para ministrar à
terceira. Então, por que Ele criou o homem? Para expor a Sua pessoa com todas
as suas glórias e para trazer glória e honra ao seu próprio nome. Isto deveria
ser demonstrado não apenas por aqueles que o adoram com a homenagem devida pela
criatura ao Criador, mas também por aqueles que o amam pela sua graça soberana
e pelo amor que lhes foi manifestado na sua redenção, por meio de Cristo. Os
anjos nunca poderiam ser uma ilustração disso.
A antiguidade do
homem. Poucos estudiosos, se é que há algum, agora sentem que a cronologia de
Usher dá uma resposta satisfatória (criação em 4004 a.C.). É bastante comum a
aceitação, entre os evangélicos, que muitos dos nomes mencionados nas árvores
genealógicas do Antigo Testamento correspondem a nomes genealógicos líderes, e
que as listam abrangem períodos muito mais longos de tempo (e frequentemente
centenas de anos) do que imaginado a princípio. Por meio do método do Carbono
14 (Veja Datação pelo Carbono 14), e pelo método do potássio- argônio, os
antropólogos tentaram empurrar a idade do homem muitos milhares de anos para
trás, chegando até mesmo a mais de um milhão de anos. Alguns estudiosos
conservadores falam agora de possíveis cem mil anos. O maior conhecimento com
respeito a fatores radioativos e mudanças na radiação cósmica sobre a terra, no
entanto, podem perfeitamente fazer com que os números sejam revisados outra
vez, aproximando-se desde 25 mil até 10 mil anos, ou até mesmo um número menor.
Para divisões étnicas da humanidade..
A natureza do homem. O
homem é a mais elevada das criaturas de Deus, além dos anjos (Sl 8.5-8; Hb 2.6-9). Ele é a
consumação da criação de Deus, e recebe o domínio sobre a terra e a incumbência
de dominá-la (Gn 1.26,27). Para a salvação dos
seres humanos, e somente deles, Deus enviou o seu filho único, o seu
primogênito, para redimi- los na cruz.
O homem tem, por natureza,
ao menos duas partes. É composto de corpo e também de alma ou espírito. Os
anjos têm uma só parte, e são puramente espírito. A visão tricotomista de que o
homem é dividido em três partes - espírito, alma e corpo - é baseada
principalmente em 1 Tessalonicenses 5.23, “todo o vosso espírito, e alma, e
corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis...” e em Hebreus 4.12, “penetra
até à divisão da alma, e do espírito”. À luz de outras passagens das
Escrituras, estas aparentes distinções entre alma e espírito podem ser mais bem
explicadas como diferenças de função ou diferenças de aspectos da personalidade
da parte não material do homem. Homem interior.
Algumas consequências
importantes são as seguintes: (1) os homens são todos membros de uma só raça, a
raça humana. (2) Os homens, como criaturas, divididas em três partes, jamais serão inteiramente completos sem
algum “Tabernáculo” físico para abrigar a alma e o
espírito. Assim, a
ressurreição torna-se um fato muito importante para o homem (cf. 2 Co 5.1ss), (3)
Sendo uma combinação de corpo e alma e espírito, o homem está sujeito a problemas que surgem do
pecado. A alma está sujeita aos chamados problemas psicossomáticos (onde os
problemas da mente causam enfermidades no corpo), e problemas
somático-psíquicos (onde uma doença do corpo torna-se tamanha obsessão para a
mente que se torna a causa de uma doença mental). (4) Como ao homem foi
designado ter um corpo, ele deve, exceto no caso da criação de Adão e Eva, vir
a existir por geração física e ser um membro da raça humana. No
espírito do homem está sua religiosidade, sua ligação com o reino espiritual.
No que diz respeito à
sua alma e ao seu
espírito, o homem foi feito por Deus de acordo com a sua imagem, à sua
semelhança (Gn 1.26-28). De que
consiste essa imagem? (1) O homem, como Deus, é uma pessoa; ambos, ele e Deus,
têm as características da personalidade: intelecto, vontade, emoção, autoconsciência e uma natureza moral. Os animais, ao
contrário, embora possam mostrar alguma quantidade das três primeiras, não têm
autoconsciência, nem
natureza moral. (2) O homem desfruta, em um grau finito, dos atributos
comunicáveis de Deus: sabedoria, poder, santidade, bondade, amor, justiça e
verdade. Mas ele é inteiramente distinguível de Deus, por não possuir o
infinito, a eternidade e a imutabilidade de Deus, nem a sua onisciência,
onipotência e onipresença.
O pecado afetou a
imagem de Deus no homem. Os católicos romanos afirmam que a imagem e a
semelhança são qualidades diferentes e que o homem perdeu somente a última. A
“semelhança” (do latim, similitude) com Deus era um donum superadditum, um dom
sobrenatural adicional estendido ao homem na criação, por meio do qual ele era
capaz de controlar os efeitos degenerativos do corpo físico. O homem perdeu
isso quando pecou, mas volta a ganhar esta qualidade por meio da salvação.
Os protestantes
afirmam que a imagem de Deus não foi inteiramente perdida pelo homem quando
pecou, mas foi somente desfigurada. (Barth é uma exceção nesse ponto,
primeiramente porque ele vê a imagem no fato de que Deus fez o homem e a
mulher, e, em segundo lugar, porque ele insiste que a imagem na criação foi
inteiramente perdida no pecado, mas ainda recuperada por Cristo e restaurada na
redenção, e que esses dois fatos ocorrem simultaneamente, para cada homem, quer
ele os aceite ou não). O homem ainda é homem, mas tornou-se totalmente
corrompido pelo pecado. Começando pela regeneração, a imagem, que naturalmente
é perfeita em Cristo, é gradativamente restaurada ao passo que o fiel é
renovado no conhecimento (Cl 3.10), na
justiça e na verdadeira santidade (Ef 4.24). Veja
Imagem de Deus.
O objetivo original de
Deus para o homem. Isto só pode ser adequadamente compreendido quando comparado
com o caso aos anjos. Os objetivos de ambos coincidem no fato de que tanto os
anjos como os seres humanos começaram em um estado de inocência, e que a ambos
foi dada a oportunidade de manterem-se em um estado de confirmação na retidão.
Porém, difere na maneira segundo a qual deveria realizar-se. Os santos anjos
conservaram a lei de Deus e obedeceram à sua vontade para que fossem
confirmados individualmente; aqueles que pecaram, desafiaram a sua lei e
perderam-se por toda a eternidade. Adão e Eva, por outro lado, foram avisados
das consequências (resultados negativos) de não amarem a Deus, de
desobedecerem-no, comendo o fruto proibido, e portanto de pecarem e se
corromperem. Assim, Deus fez um acordo que, para simplificar e devido ao seu
caráter particular, tem sido chamado pelos teólogos reformados de acordo das
obras. Se o homem tivesse mantido este acordo, ou aliança, ele teria sido
confirmado na justiça e teria de volta as bem- aventuranças eternas, como
aconteceu no caso dos santos anjos (resultados positivos). Mas como chegamos a
essa conclusão, uma vez que ela não está expressa na Bíblia? Deus, que é
imutável, deve lidar com todas as suas criaturas morais da mesma maneira, sejam
elas anjos ou homens. Ele não disse, “Eu, o Senhor, não mudo” (Ml 3.6)? O
desenvolvimento e a confirmação de um caráter santo e justo tomou-se um fato na
existência dos santos anjos; o mesmo, portanto, deve ter sido uma possibilidade
para as outras criaturas pessoais de Deus, os homens. A redenção do homem. Mas
toda a humanidade caiu com Adão. A culpa e a mancha do pecado de Adão são
herdadas, e a falta da justiça original foi acompanhada pela corrupção da
natureza completa de cada homem. Portanto, se o homem deveria ser salvo do
inferno e da eterna separação de Deus, era necessário um plano adequado de
salvação. Essa provisão de salvação é chamada, no Novo Testamento, de Evangelho
ou de Boas-Novas. Embora considerada uma loucura por filósofos mundanos (1 Co 1.18), e
provando ser uma pedra de tropeço para os que se consideravam justos, e que
pensavam que se salvariam pelas suas próprias boas obras (v. 23), esse
Evangelho é o poder de Deus para a salvação, e contém a mais elevada sabedoria
de Deus (v. 24). Ele corresponde completamente às necessidades dos homens
pecadores, rebeldes e caídos.
Por meio de um estudo
da vida de Cristo, além da revelação encontrada em Salmos 40.6-8, somos
capazes de entender, até certo ponto, o plano da redenção desenvolvido na
eternidade, que para nós estaria localizado em algum ponto do passado: (1)
Cristo deveria deixar de lado a sua glória e tornar-se um homem, tomando para
si um corpo físico e uma natureza humana completa (Sl 40.6-8; Hb 10.5-9; Fp 2.5 -8). (2) Ele
deveria respeitar perfeitamente a lei de Deus como homem, o Deus- homem (Gl 4.4; cf. Mt 3.15; Hb 2.10). Está
provado que Ele fez isso, por ter vivido uma vida sem pecado (Jo 8.46; Hb 5.8,9; 9.14; 1 Pe 2.22). (3) Ele
deveria oferecer-se como um sacrifício substituto em nosso lugar (Is 53.10- 11; Hb 10.5-9; 1 Pe 2.24) e morrer
como punição pelos nossos pecados. (4) O resultado, ou a recompensa, seria a
salvação (Jo 1.29; 3.16) de todos
os que se arrependem dos seus pecados e crêem, e essa salvação abrangeria
pessoas de todas as idades (Rm 3.25,26).
Para isso, Cristo
nasceu de uma mulher, e sob a lei mosaica; e guardou perfeitamente essa lei
durante a sua vida. Ele satisfez, em nosso lugar, a aliança de obras que havia
sido dada a Adão. Estando sob esta lei, Ele morreu devido à condenação que vem
de termos infringido os termos desta aliança. Ele sofreu a pena em nosso lugar.
Os resultados, para
nós, da obediência ativa e passiva de Cristo, definida acima, são: (1) a
justificação dos crentes perante Deus, que nos vê em Cristo como tendo
satisfeito judiei aí mente a lei e suportado as suas punições; (2) a libertação
do castigo e do poder do pecado; (3) a presença do Espírito Santo na vida de
cada crente. Agora Ele pode habitar completa mente em nós, porque o pecado em
nós, a nossa natureza caída, é uma coisa julgada e condenada (Rm 8.3) e Ele
pode manter a lei de Deus através de nós (8.4).
Os resultados futuros
da obediência de Cristo são: (1) a completa remoção da natureza decaída com a
morte física do crente, ou na segunda vinda de Cristo, o que ocorrer primeiro;
(2) o recebimento de um corpo ressuscitado como o de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21; veja
Ressurreição do Corpo); (3) o gozo de toda bem-aventurança e glória da vida
eterna na presença de Deus.
O futuro eterno do
homem. Nas questões da escatologia e das profecias, no que diz respeito ao
futuro, aparecem grandes variações de opinião. Enquanto os fatos de um retorno
visível de Cristo e da ressurreição futura são aceitos por todos os
evangélicos, não existe um acordo sobre os eventos que irão acontecer em
seguida. Existem três pontos de vista principais; (1) o amilenialismo - não
existirá governo físico, literal de Cristo na terra. As profecias do Antigo
Testamento que falam de um glorioso reino abrangendo a terra (veja Reino de
Deus) e Apocalipse 20.4ss devem
ser entendidas espiritual mente e não literalmente. As referências do Antigo
Testamento falam do efeito do Evangelho na época da igreja; Ap 20, da
condição daqueles que morreram em Cristo. Depois da segunda vinda de Cristo
haverá uma ressurreição final e um grande julgamento. (21 o pós-milenialismo -
a igreja, pela sua pregação anterior à segunda vinda de Cristo, irá antecipar o
Milênio na terra, um período de paz de aproximadamente mil anos (alguns dizem
que já estamos no Milênio agora). (3) o pré-milenialismo - depois da segunda
vinda de Cristo, Ele irá estabelecer mil anos de paz nos quais o Evangelho
continuará a ser pregado na terra. Satanás será aprisionado durante todo esse
período, mas será libertado novamente ao seu final. Então aqueles que
rejeitaram o Evangelho apesar da presença de Cristo na terra, se levantarão
contra a igreja. Nessa ocasião Cristo irá destruir os seus inimigos e terá lugar
o julgamento final dos ímpios. Veja Escatologia.
Esse último ponto de
vista honra particularmente a imensa graça de Deus, por ensinar que a paciência
e a misericórdia de Deus se estendem muito além do que os outros pontos de
vista podem admitir (embora a aceitação da posição pré-milenialista esteja
baseada em muitos argumentos adicionais das Escrituras). Ao mesmo tempo, ele
destaca ainda mais claramente a total iniquidade do pecado. Poderia existir
alguma desculpa aparentemente racional para rejeitar Cristo e o Evangelho hoje,
mas que desculpa poderá haver durante o reinado visível, pessoal de Cristo na
terra, quando os homens tiverem comprovado com os seus próprios olhos as
maravilhosas bênçãos da salvação, na vida dos santos ressuscitados que reinarão
com o seu Salvador? Aqueles da primeira ressurreição, isto é, os que morreram
salvos, e aqueles crentes que estiverem vivos por ocasião do arrebatamento da
igreja, todos terão o corpo da ressurreição, que será como o corpo ressuscitado
de Cristo, e estarão livres de sua natureza decaída.
Todos os que são
salvos agora recebem uma abençoada antecipação inicial da sua salvação
completa, que é o Espírito Santo (Ef 1.14; 2 Co 1.22; 5.5). Outras
parcelas futuras que também fazem parte da salvação para todos os crentes são a
remoção da natureza corrompida (por ocasião da morte, ou da volta de Cristo - o
que ocorrer primeiro), e então um corpo ressuscitado na segunda vinda de
Cristo. R. A. K.
2. A imagem depois da queda. A desobediência trouxe
consequências desastrosas para a imagem original de DEUS no primeiro homem. O
pecado deteriorou toda a semelhança natural (personalidade), de forma que a
mente, as emoções e vontades do homem tornaram-se corruptas (depravação total).
Contudo, o homem não perdeu esta semelhança natural, embora ela tenha se
tornado manchada por causa do pecado, pois é isto que o constitui como homem e
o distingue de outras criaturas, Isto é intrínseco à natureza humana e
constitui sua receptividade para a redenção. Mesmo os não regenerados retêm a
imagem natural de DEUS, pois, de outra forma, deixariam de ser homens (seres
racionais e morais).
Embora a semelhança
natural ainda esteja retida depois da queda, a imagem moral está inteiramente
perdida, Agora o homem está destituído da justiça original; ele está morto em
seus delitos e pecados. Os seus sentimentos e vontade não estão inclinados na
direção de DEUS e da santidade, mas na direção carnal. Ele perdeu a comunhão
com DEUS e tornou-se um estrangeiro e inimigo através da separação produzida
pela desobediência (Gn 3.8-10; Rm 5.10a; Cl 1.21a). Cortado
da Fonte da vida, ele tornou-se uma criatura que está morrendo (Gn 2.17; Rm 6.23a).
O corpo não é mais um
instrumento ajustado da alma; ele é frequentemente um obstáculo para a vida
mais elevada do homem porque facilmente entra em aliança com seus sentimentos
depravados e com sua vontade pervertida. A sujeição original do sensual ao
espiritual inverteu-se devido à queda. Adão foi expulso do jardim do Éden, e o
domínio sobre a natureza tornou-se difícil e trabalhoso. Veja Queda do Homem.
3. A imagem restaurada por CRISTO. Por meio da redenção
que está em CRISTO, o crente é regenerado. Ele é renovado em conhecimento, seus
sentimentos são reorientados, sua vontade é transformada, seu corpo torna-se o
templo do ESPÍRITO SANTO. A imagem de DEUS é recriada em justiça e verdadeira
santidade e são restaurados a comunhão e o favor com DEUS; pela fé o homem
herda a vida eterna, Na verdade, por meio da obra salvadora do Senhor, o crente
ganhou de volta muito mais do que foi perdido com o pecado de Adão (1 Co 15.44-49). O
cristão deve ser gradualmente transformado na própria imagem do Filho de DEUS,
que no finai envolverá não só a perfeita semelhança moral e espiritual com CRISTO,
mas também um corpo glorificado como o do último Adão ressurrecto (Rm 8,29; 2 Co 3.18; 1 Co 15.42 ss.}. É
uma Nova Criatura.
Opiniões divergentes
com relação à imagem de DEUS. Na teologia católico-romana, uma distinção
injustificada é feita entre os termos sinônimos “imagem” e “semelhança”. Eles
afirmam que o primeiro designa a imagem natural, e pertence à própria natureza
do homem como homem, incluindo a espiritualidade, a liberdade e a imortalidade.
O segundo designa a imagem moral, a justiça e a santidade, e é um dom
adicionado, sobrenatural, concedido para tomar a obediência mais fácil em vista
da concupiscência, que é uma tendência natural dos apetites mais baixos (mas
não pecaminosos em si, de acordo com a teologia católica). Às vezes, a
“semelhança” é descrita como um produto merecido da obediência, uma recompensa
para o uso próprio da natureza, para que por ela o homem seja capacitado a
merecer a vida eterna. Na queda, Adão perdeu apenas a semelhança; a imagem
natural permaneceu inalterada. Assim, o homem natural está agora em uma
condição moral semelhante à do Adão não-caído, mas antes de ser dotado com a
justiça original. Os católicos pensam que esta justiça original pode ser
novamente conseguida através dos sacramentos da Igreja Católica.
Entre outras opiniões
modernas, encontra- se a doutrina muito influente de que a imagem de DEUS não é
de forma alguma substancial - como é a personalidade - mas é simplesmente
relacionai. Esta á a opinião de Sóren Kierkegaard, Karl Barth e de muitos teólogos contemporâneos. Eles ensinam que o
homem permanece na imagem de DEUS somente quando está espelhando a natureza
espiritual de DEUS em sua própria vida. Isto ocorre quando o homem, de modo
obediente, responde positivamente à confrontação de DEUS no ponto de contato
entre DEUS e o homem, o que é experimentado em um ato de verdadeira adoração.
Em tal experiência, o homem, às vezes, lembra DEUS e, assim (e então),
permanece na imagem divina.
Uma opinião
evolucionista faz a distinção entre a imagem que o homem originalmente
possuía e que ele
perdeu devido à queda (felicidade e obediência responsiva), e a imagem adquirida
devido à queda (poderes racionais e responsabilidade moral). Aqueles que
aceitam esse raciocínio pensam que isso aconteceu quando o Homo, ou o homem,
tornou-se Homo sapiens, ou o homem racional, por meio do primeiro ato que
envolveu a responsabilidade moral. Nesse ato, o homem teria perdido sua
inocência e felicidade que eram semelhantes às dos animais, e alcançado uma
natureza racional e moral. Dicionário Bíblico Wycliffe,
CPAD.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 2, 2ºTrimestre de 2023, Betel, A Criação revelando a glória
do Criador
Para me ajudar – 33195781620 (CPF – PIX) Luiz Henrique de Almeida
Silva
SUBSÍDIOS – REVISTA PECC
Lição 01: GÊNESIS 1 – O Início de Tudo | 1° Trimestre De 2022 | EBD
– Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 1 há 31 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com
todos os presentes, Gênesis 1-2.1 (5 a 7 min). A revista funciona como guia de
estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a), neste primeiro encontro concentre-se na compreensão do
livro de Gênesis como princípio da revelação divina. Segundo a tradição
judaica, DEUS revelou a Moisés as maravilhas da Sua criação e os primeiros acontecimentos
da vida humana para que os hebreus abandonassem a idolatria que haviam
aprendido no cativeiro egípcio. Concentre sua aula no propósito de destacar a
grandiosidade e a perfeição do Criador, bem como a beleza da criação. Mostre
aos alunos que tudo foi criado segundo o propósito original de DEUS e que
nenhuma existência pode criar a si mesma. Para o cristão, a ciência é uma pequena
confirmação do poder e da glória de DEUS, mas de forma alguma pode negá-lo.
LEITURA ADICIONAL
Observe que, no princípio, não havia algo desejável para se ver,
pois o mundo estava informe e vazio; era confusão e desolação. De modo similar,
a obra da graça na alma é uma nova criação; e em uma alma sem a graça, que não
nasceu de novo, existe desordem, confusão e toda a má obra: está vazia de todo
o bem, porque está sem DEUS; é escura, está em trevas; este é o nosso estado
por natureza, até que a graça do Todo-Poderoso realize em nós uma mudança.
Disse DEUS: “Haja luz”; Ele a quis, e imediatamente houve luz. Que poder existe
na Palavra de DEUS! Na nova criação, a primeira coisa que é levada à alma é a
luz: o ESPÍRITO SANTO opera na vontade e nos afetos iluminando o entendimento.
Aqueles que por causa do pecado estavam em trevas, pela graça encontraram luz
no Senhor. As trevas estariam sempre sobre o homem caído se o Filho de DEUS não
tivesse vindo para dar-nos o entendimento, conforme registra 1 João 5.20. DEUS
aprovou a luz que Ele mesmo desejou.
DEUS separou a luz das trevas, pois que comunhão tem a luz com as
trevas? No céu há perfeita luz e nenhuma escuridão; no inferno, a escuridão é
absoluta e não há sequer um raio de luz, o dia e a noite pertencem ao Senhor;
utilizemos então ambos para a sua honra, cada dia no trabalho para Ele,
descansando nEle a cada noite e meditando diariamente em sua lei. A terra
estava desolada; porém, através de uma só palavra, encheu-se das riquezas de DEUS;
essas riquezas continuam pertencendo a Ele. Ainda que seja permitido ao homem
utilizá-las, elas pertencem a DEUS e devem ser empregadas para o seu serviço e
honra.
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4° ed – Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, pp. 2-3)
Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 1.1-21
INTRODUÇÃO
I- OBJETIVOS DE GÊNESIS Gn 2.7-17
1- Mostrar a origem das coisas Gn 2.4
2- Reorientar a visão de mundo Gn 2.9
3- Mostrar a razão de certas leis Gn 2.17
II- O CRIADOR Gn 1.1
1- É autoexistente Gn 1.1
2- É transcendente Gn 1.1
3- É Todo-poderoso Gn 1.1
III- A CRIAÇÃO Gn 1.1-31
1- Obra de DEUS Gn 1.1
2- Pela Palavra de DEUS Gn 1.3
3- Fruto da vontade de DEUS Gn 1.31
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O livro de Gênesis apresenta três grandes divisões: do capítulo 1
ao 11, a história dos primórdios; do 12 ao 36, a história dos patriarcas do
povo hebreu; e do 37 ao 50, a ida da família eleita para o Egito. É consenso
entre os judeus que Moisés é o autor não apenas de Gênesis, mas de todo o
Pentateuco, excetuando-se, evidentemente, a parte final de Deuteronômio, que
fala da sua morte.
I- OBJETIVOS DE GÊNESIS (Gn 2.1-17)
O livro de Gênesis é para a Bíblia o que os alicerces são para uma
casa.
1- Mostrar a origem das coisas (Gn 2.4) “Esta é a gênese dos
céus e da terra quando foram criados, quando o Senhor DEUS os criou.”
Imaginemos: como seriam as Escrituras sem o livro de Gênesis ou o
de Apocalipse? Se o segundo mostra a consumação e
nos tranquiliza dizendo como tudo terminará, o primeiro nos revela como foi o
começo de tudo. Gênesis é o livro das origens. O nome hebraico do livro deriva
da sua primeira palavra, “Bêreshit” (“No princípio”). Reshit, “princípio”,
significa, literalmente, “cabeça”. O livro é o princípio, a cabeça da
revelação. O título em português, “Gênesis”, vem do grego Geneseos, que
significa “nascimento”. Esse livro é fundamental no cânon sagrado. Sem ele,
não apenas não saberíamos como foi o início de tudo, mas também aquilo que vem
depois não faria o menor sentido.
2- Reorientar a visão de mundo (Gn 2.9) “Do solo fez o Senhor DEUS
brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e a
árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.”
Após Moisés sair com o povo do cativeiro,
eles precisavam ser instruídos nos caminhos de DEUS. Devemos lembrar que Israel
viveu 400 anos como escravo numa nação pagã. Os egípcios adoravam muitos
deuses e isso afetou profundamente a cosmovisão dos descendentes de Abraão. Ao
dar essa revelação, DEUS queria que seu povo olhasse o mundo, não como os
egípcios olhavam, atribuindo tudo a divindades sem vida, ou adorando a
criação em vez do Criador. Nesse sentido o livro de Gênesis reorienta toda
visão e compreensão dos hebreus sobre quem é DEUS e como Ele é distinto da Sua
criação. O livro de Gênesis não possui uma linguagem científica, pois trata-se
de uma revelação divina. Isso não significa, evidentemente, que ele contraria a
ciência. Como já foi dito: a ciência devidamente estabelecida e a Bíblia,
corretamente interpretada, nunca se contradizem, pois possuem o mesmo Autor.
3- Mostrar a razão de certas leis (Gn 2.17) “Mas da árvore do
conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás.”
Gênesis também serve a esse propósito. Por exemplo: “por que ser
fiel no casamento?”. Gênesis responde: porque DEUS só criou um homem e uma
mulher e disse a estes que deveriam ser uma só carne. Não foram criados dois
homens para uma mulher, nem criadas duas mulheres para um homem. “Por que não
se pode matar?” Porque DEUS criou e zela pela vida. Ele tem poder sobre a vida
e sobre a morte, não sendo lícito aos homens decidirem sobre quem deve viver ou
morrer. “Por que não podemos adorar imagens? Ou adorar a criação, como os
egípcios e outros povos fazem?” Porque DEUS é ESPÍRITO e é o Criador de tudo,
não podendo ser confundido com Sua criação. E assim, muitas outras questões
básicas (como a origem do pecado) têm em Gênesis sua resposta.
II- O CRIADOR (Gn 1.1)
Aceitar que há um Criador é uma questão de inteligência e
honestidade. Aceitar quem é esse ser Criador, essa é uma questão de fé.
1- É autoexistente (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus
e a terra.”
Não há nenhuma preocupação por parte do autor sagrado em explicar a
origem de DEUS, apenas em apresentá-lo. Isso porque DEUS sempre existiu, é
eterno, autoexistente e incriado. Ao contrário da criação, Ele não teve início.
Como diz com clareza o Salmo 90.2: “Antes de nascerem os montes e de
criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és DEUS.” Em outras
palavras, aqui está sendo dito que nunca houve um tempo em que DEUS não
existisse. Mas não tente entender isso apenas com a razão. Como alguém pode
não ter início? Nós somos criaturas lineares.
Temos passado, presente e futuro. Isso, porém, é irrelevante para DEUS.
Por isso, a Moisés Ele se revela como o eterno “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). O
verbo ser aqui é muito importante, pois revela que DEUS vive eternamente. Ele
está fora do tempo, não tendo passado nem futuro. Por definição é impossível
que alguma coisa crie a si mesma. O conceito de autocriação é uma contradição
de termos, uma afirmação sem nexo. Nada pode ser autocriado. Nem mesmo o
próprio DEUS pode criar a si mesmo. Para que DEUS pudesse criar a si mesmo,
teria de existir antes de si mesmo. O que não faz o menor sentido.
2- É transcendente (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus
e a terra.”
DEUS existe independentemente da Sua criação. Quando dizemos que DEUS
é transcendente, queremos dizer que Ele é totalmente distinto e vai além de Sua
criação. A palavra distinto, neste caso, é sinônimo de transcendente. Não
devemos fazer comparações terrenas para tentar compreender DEUS, porque nada
existe comparável a Ele. Daí DEUS proibir a confecção de qualquer tipo de
imagem ou figuras para tentar representá-lo (Êx 20.4 e 5). Isso posto, coloca-se por terra a
ideia de Panteísmo, ou seja, DEUS
não pode nunca ser confundido com Sua criação. A Bíblia refuta o Panteísmo e
ensina uma radical distinção entre o Criador e a criação.
3- É Todo-poderoso (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus
e a terra.”
DEUS criou os céus e a terra. O verbo hebraico é barah. Todas as
ocorrências deste verbo no Antigo Testamento apontam para DEUS como sujeito.
Portanto, sua utilização nunca é relacionada ao homem. “DEUS” é tradução de
Elohim, uma forma plural seguida de um verbo singular. A raiz de Elohim é El
que significa “ser forte; ser poderoso; aquele que manifesta o Seu poder
criando”. Ele é o Todo-poderoso. DEUS nunca perdeu ou conheceu o empate. Ele é
o campeão invicto do universo. As Escrituras deixam claro que Ele apenas
não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2.13); não pode mentir (Tt 1.2) nem fazer
aquilo que negaria Sua natureza. Onipotência deve ser entendida sob a
perspectiva de que DEUS pode tudo o que o amor pode, ou seja, DEUS pode tudo
aquilo que está em consonância com sua natureza. Para o cristão, a onipotência
de DEUS é uma grande fonte de conforto. Sabemos que o mesmo poder que DEUS
demonstrou ao criar o universo está à disposição Dele para assegurar nossa
salvação. Ele mostrou Seu poder sobre a morte por meio da ressurreição de CRISTO.
Não existe uma única molécula independente, solta no universo, ou qualquer
coalizão que possa resistir ou comprometer os planos de DEUS.
III- A CRIAÇÃO (Gn 1.1-31)
A criação é perfeita demais para ser fruto do acaso ou de uma
simples explosão. Quando olhamos à nossa volta, vemos um teatro da revelação
divina.
1- Obra de DEUS (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus e a
terra.”
Gênesis começa
com a expressão “no princípio, criou DEUS”. Com isso, deixa bem claro que o
sujeito da criação é DEUS. A
ciência diz que nossa galáxia possui mais de 100 bilhões de estrelas, e que o
Sol fica a 240 trilhões de quilômetros do centro da nossa galáxia. Se a
distância entre a Terra e o Sol fosse alterada em apenas 2%, a vida seria impossível.
A nossa galáxia é apenas uma de, ao menos, um bilhão de outras. A mais próxima
galáxia da nossa fica a 30 milhões de anos-luz. Isso significa que se o ser
humano pudesse viajar à velocidade da luz (300.000 Km por segundo) e vivesse o
suficiente, ele precisaria de 30 milhões de anos para lá chegar. Quando voltamos
os olhos para essa imensidão, enchemo-nos de espanto e genuína adoração ao
Senhor. Não é difícil vermos que a perfeição da criação revela a grandeza do
Criador. Assim como o desenho aponta para o desenhista; assim como a
existência do relógio, com toda sua eficácia e precisão, exige que reconheçamos
a existência de um talentoso relojoeiro, toda a ordem, beleza e detalhes da
criação não seriam possíveis sem uma mente pode rosa e superior por trás de
tudo. O projeto da criação é eficiente e perfeito demais para ter existido
sozinho. Como atribuir toda essa lógica ao acaso fortuito?
2- Pela Palavra de DEUS (Gn 1.3) “Disse DEUS: Haja luz; e
houve luz.”
Temos a irrefutável verdade bíblica de que tudo foi criado
pela Palavra de DEUS (Hb 11.3). Não havia nenhuma
matéria preexistente quando DEUS a criou. Só havia Ele. Então, em Seu soberano
querer, DEUS decide criar o mundo. Ele não precisava criá-lo. DEUS não depende
de nada, exceto de si mesmo. Então, o meio, a “matéria prima” que DEUS usa para
criar, é a Sua Palavra, apenas a Sua Palavra. DEUS cria desde o nada. O ser
humano é bastante criativo, todavia, tudo que criamos é produto de outras
matérias-primas. DEUS, no entanto, não precisa de nada para criar, apenas da
Sua Palavra. Imagine um mundo sem oxigênio, carbono, hidrogênio, espaço, tempo
etc. Assim era até que, num dado instante, DEUS disse: “Haja”. E tudo passou a
ser. Nada havia antes de Ele ordenar. Temos dificuldade de compreender isso
porque uma mente finita por certo terá dificuldades de compreender um ser
infinito. Por isso, o autor de Hebreus ensina que isso precisa ser aceito pela
fé (Hb 11.3). Crer que o mundo se autogerou, além de ser uma incongruência,
exigiria mais fé do que simplesmente crer no relato bíblico. Fiquemos com ele.
3- Fruto da graciosa vontade de DEUS (Gn 1.31) “Viu DEUS tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”
DEUS não precisava criar o mundo. Ele não estava solitário ou
sozinho e nunca foi nem será refém de nada nem de ninguém. Ele existe
eternamente em três pessoas divinas, sem necessidade de nada além de si mesmo.
Portanto, a criação é fruto da Sua soberana e graciosa vontade. DEUS planejou
cada detalhe da criação. Ela obedece a um plano perfeito e pré-ordenado, pois DEUS
é organizado e inteligente mente superior. Não seria possível toda ordem e
beleza da criação surgirem de uma fonte impessoal. Do impessoal poderia advir o
pessoal? Não! A Bíblia não é um tratado sobre ciência, mas a revelação de DEUS
aos homens, mostrando-Lhes como se relacionar com Ele, o que não significa
dizer que o relato da criação seja anticientífico, mas, sim, que é teológico.
APLICAÇÃO PESSOAL
Para o cristão fiel, crer que o mundo veio da mente e das mãos de DEUS
proporciona descanso e revela que há propósito e sentido na criação.
RESPONDA
Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas abaixo:
[V] 1- O livro de Gênesis nos ajuda não apenas mostrando a origem
de tudo, mas também trazendo sentido àquilo que vem depois.
[V] 2- A criação funciona como um espelho e um teatro, revelando a glória e a
majestade divinas.
[F] 3- O materialista está certo ao afirmar que nada faz sentido e não há valor
moral na criação.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
EBD – Lição 02: GÊNESIS 2 – A Criação do Ser Humano | 1° Trimestre
De 2022 | Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Genesis 2 há 25 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com
todas as presentes, Genesis 2.4-25 (5 a 7min).
A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas
substitui a leitura da Bíblia. Querido(a) professor(a), homem e mulher foram
criados à semelhança do Criador para com Ele manterem comunhão perfeita. Há em
cada criatura humana uma porção de vida que nos inclina para DEUS, pois Nele
temos origem. A DEUS também coube definir os dois modos exclusivos de vida
humana: a uns fez homens e a outras mulheres para que mutuamente se unam em
amor, Assim você deve testificar aos alunos que qualquer outro gênero ou forma
de união conjugal é ilícita e contrária à vontade de DEUS. Reforce em seus
alunos a convicção de que somente a família tradicional atende ao modelo de
organização afetiva determinado por DEUS.
LEITURA ADICIONAL
O homem foi criado de um pó miúdo, como aquele que existe na
superfície da terra. A alma não foi criada a partir da terra, como o corpo;
portanto, é uma lástima que ela tenha que apegar-se à terra e preocupar -se com
assuntos terrenos. Em breve, daremos conta a DEUS pela forma como temos
empregado as nossas almas; e se for concluído que as temos perdido, ainda que
tenha sido para ganhar o mundo, estaremos perdidos para sempre! O néscio
deprecia a sua própria alma ao preocupar-se mais com o seu corpo do que com
ela.
Depois que DEUS formou Adão, colocou-o no jardim. Deste modo, toda
a jactância ficou excluída. Somente aquele que nos criou é capaz de nos fazer
felizes; aquele que formou os nossos corpos é o Pai de nosso espírito, e
ninguém mais além dEle é capaz de prover plenamente para a felicidade do corpo
e da alma. Mesmo estando no paraíso, o homem tinha que trabalhar. Nenhum de nós
foi enviado ao mundo para estar ocioso. Aquele que criou a nossa alma e o nosso
corpo concede-nos algo em que trabalhar, e aquele que nos deu esta terra como
habitação concede-nos algo sobre o que devemos fazer. Os filhos e herdeiros do
céu, enquanto estão no mundo, têm algo a fazer por esta terra, o que deve ter a
sua quota de tempo e preocupação por parte deles. E devem fazê-lo olhando para DEUS,
servindo-o tão verdadeiramente por meio desta atividade como quando estão de
joelhos. Observe que a vocação do agricultor é uma chamada antiga e honrada;
ela é necessária até mesmo no paraíso. Além do mais, existe verdadeiro prazer
nas tarefas às quais DEUS nos chama e naquelas em que Ele nos emprega. Adão não
poderia ter sido feliz se tivesse estado ocioso: a Palavra de DEUS declara que
aquele que não trabalha não tem o direito de comer (2 Ts 3.10)
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed-Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, pp. 6-7).
Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 2.4-25
INTRODUÇÃO
I- A CRIAÇÃO DO HOMEM Gn 1.26-2.7
1– O método da criação Gn 1.26
2– A constituição humana Gn 2.7
3– Imagem e semelhança de DEUS Gn 1.27
II- A CRIAÇÃO DA MULHER Gn 2.18-25
1– A constatação divina Gn 2.18
2– Tirada do homem Gn 2.21
3– A intimidade do casal Gn 2.24
III- ENSINAMENTOS Gn 1.31-2.15
1– A satisfação de DEUS Gn 1.31
2– Função e propósito do homem Gn 2.8
3– A mordomia cristã do planeta Gn 2.15
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
O que é o homem? Essa pergunta ecoa desde os primórdios. Até o
relato bíblico a contém (Sl 8.4)
I- A CRIAÇÃO DO HOMEM (Gn 1.26-27)
A criação ocorreu em etapas até chegar no seu ponto culminante: a
criação do ser humano. O Sexto dia.
1- O método da criação (Gn 1.26) “Também disse DEUS Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os
peixes do mar sobre as aves dos céus sobre os animais domésticos, sobre todo a
terra e sobre todos as répteis que rastejam pela terra.”
Isso é muito importante e não pode passar despercebido. Para o
surgimento da vida marinha, DEUS disse: “Produza águas. Para o surgimento da
vida animal, disse “Produza a terra: Mas para o aparecimento do homem a
linguagem muda radicalmente e adquire solenidade “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança. Merece destaque o fato de que somente na
criação do homem DEUS usou a expressão “Façamos [..] conforme”. A diferença na
fraseologia é significativa e reveladora da grandeza única do ser humano.
Em Gênesis 2.7 temos o acréscimo: “Formou o
Senhor DEUS o homem do pó da terra… Formou-se a tradução do verbo hebraico yetser,
que é costumeiramente empregado para o trabalho típico do oleiro ou do artista
plástico (Is 64.8). Somos,
literalmente, obra das mãos poderosas, cuidadosas e detalhistas de um DEUS
pessoal. O homem não é um primata evoluído, nem um subproduto do macaco. Foi
modelado artesanal e fisicamente por DEUS, o qual soprou nele o fôlego da vida.
2- A constituição humana (Gn 2.7) “Então formou o Senhor DEUS
o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem
passou a ser alma vivente.”
O texto revela que o Senhor DEUS formou o homem do pó da terra. O
termo “po” no hebraico é afar, usado para a parte mais fina da terra. Viemos da
terra e estamos ligados a ela. A palavra hebraica traduzida por homem é adam. É
um termo com significado coletivo (humanidade) e não individual (homem).
A constituição humana é composta de duas partes: a parte material e
a parte imaterial. Fisicamente falando, somos pó, nada mais. Não temos
consistência nenhuma para nos orgulharmos do que somos Não existe no corpo
humano qualquer elemento químico que não possa também ser encontrado na terra.
No fim, fisicamente, todos seremos reduzidos ao que somos: pó (Sl 90.3; Ec
3.20). Muito embora o nosso corpo seja pó, DEUS o modelou de forma sofisticada
e complexa, surpreendendo os mais aprofundados estudiosos da anatomia humana.
São duzentos e seis ossos, seiscentos e quarenta músculos e três
bilhões de fibras nervosas. No interior dessa joia da engenharia divina, o
coração, de duzentos e cinquenta gramas (em média), bombeia sangue através de
96 mil quilômetros de velas, suficientes para, alinhadas, darem duas voltas e
meia em torno da Terra E repete-se a operação 40 milhões de vezes ao ano. No
corpo em repouso, os cinco litros de sangue são bombeados por todo o organismo
em apenas um minuto. Isso, sem falar da complexidade de nossos cérebros, é
apenas um pequeno vislumbre da beleza e precisão singulares do corpo humano.
3- Imagem e semelhança de DEUS (Gn 1.27) “Criou DEUS, pois, o
homem à sua imagem a imagem de DEUS o criou: homem e mulher os criou.”
De tudo que existe conhecido na terra, nada se parece mais com DEUS
do que o ser humano. Por essa a maior expressão de amor a DEUS é servir e amar
as pessoas. O ser humano (homem e mulher) foi criado à imagem e semelhança de DEUS.
O que significam esses dois termos (imagem e semelhança)? Alguns acham que se
trata de duas coisas diferentes, mas no texto original não tem o “e”. Então
parece tratar-se de uma espécie de repetição de reforço. Em Gênesis 5.3, os termos aparecem em sequência
invertida e em 9,6 aparece apenas a palavra imagem. “Imagem” é uma expressão da
realidade, algo que tem uma semelhança, embora não seja exatamente uma cópia.
Primeiramente, podemos dizer que não se refere à imagem física, pois DEUS é ESPÍRITO
e não tem corpo físico. O significado é triplo:
1) Personalidade inteligência, sentimento e vontade;
2) Moralidade – a capacidade de fazer escolhas, sendo
responsável por elas;
3) Espiritualidade – ser capaz de se comunicar e ter comunhão
consciente com o Criador. Essas três coisas são exclusivas do ser humano.
II- A CRIAÇÃO DA MULHER (Gn 2.18-25)
DEUS tomou uma costela do homem e fez a mulher Assim como ele, a
mulher também é obra exclusiva do Criador. Apenas mudou-se a “matéria-prima.
1- A constatação divina (Gn 2.18) “Disse mais o Senhor DEUS:
Não é bom que o homem esteja só far-Te-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.”
O homem estava no Éden, no paraíso divino e em estado de felicidade
profunda, mas havia uma incompletude nele, ou seja, havia um aspecto da criação
de DEUS que não estava totalmente completado. Fosse o homem que tivesse dito
que se sentia sozinho e incompleto, seria mais compreensível, embora pudéssemos
discordar dizendo que ele não deveria sentir-se assim. Mas a constatação
da solidão humana é
feita pelo próprio Criador: “Não é bom que o homem esteja só”.
O Criador percebeu que o homem precisava de alguém que lhe
proporcionasse a companhia ideal. Acima de Adão estava DEUS, abaixo dele a
criação, mas ao seu lado não havia ninguém. O princípio exposto (não é bom que
o homem esteja só) ultrapassa os limites do casamento e alcança toda a unidade
familiar, devendo ser observado por todos os seus membros em relação uns aos
outros. Família é lugar de companheirismo. Casamento tem muitas finalidades,
mas as maiores, certamente, são completude e companhia. No casamento sadio, o
“eu” é substituído pelo “nós” e o “meu” pelo “nosso”.
2- Tirada do homem (Gn 2.21) “Então, o Senhor DEUS fez cair
pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma das suas costelas e
fechou o lugar com carne.”
Tomado de um sono anestésico, o homem é alvo de uma cirurgia e a
mulher é criada sem a sua participação ativa DEUS é o agente. O homem foi feito
a partir do pó, mas a mulher, DEUS fez a partir do homem. Ambos, homem e
mulher, são iguais perante DEUS, possuindo a mesma honra, a mesma dignidade,
valor e posição, mas sexos diferentes. Tanto o feminismo como o machismo são
deturpações do projeto divino. É sugestivo o fato de a mulher não ser tirada da
cabeça nem dos pés. Ao tirar a mulher da costela do homem, DEUS evidencia que
os dois, no casamento, se complementam. A mulher não é inferior nem mero
suporte do homem, mas seu complemento e o centro dos seus afetos. São
mutuamente dependentes. Ela deriva dele, mas ele precisa dela (1 Co 11.11-12)
3- A intimidade do casal (Gn 2.24) “Por isso, deixa o homem
pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”
O contexto de Gênesis é romântico: todos os animais tinham
suas companheiras, apenas o homem não tinha par. Não havia, em toda a criação,
ninguém que lhe correspondesse física, emocional e espiritualmente. DEUS,
então, fez a mulher O quadro de solidão se resolver. Temos, assim, o primeiro
casamento consumado. O oficiante é o próprio Criador.
Alguns princípios ficam claros
1) O casamento é heterossexual e monogâmico;
2) O sexo, no limite do casamento, é puro, santo e prazeroso. Sempre
esteve no propósito de DEUS. Não é algo imundo, nem sujo. Mais do que isso, é
uma ordenança divina (1Co 7.5);
3) Ninguém opta pelo sexo que tem, ou terá. Nossa sociedade tem buscado,
fora da Bíblia, fontes para as suas conclusões, desvios e aberrações. Mas o
gênero “já vem de fábrica”, é inato: ou é macho ou é fêmea. Quem determina o
gênero é a biologia e não a sociedade. O homem não pode ser mulher, nem a
mulher pode ser homem.
III – ENSINAMENTOS (Gn 1.31-2.15)
Estudar a Bíblia apenas para acumular
informações foge ao propósito divino. É preciso incutir ensinos e deixar o ESPÍRITO
gerar mudanças em nossa vida.
1- A satisfação de DEUS (Gn 1.31) “Viu DEUS tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”
O mundo todo, enquanto criação, é bom. O arquiteto e executor foi
meticuloso e cheio de esmero. Cada etapa era acompanhada da avaliação, isso era
bom”. DEUS avaliou e aprovou seu trabalho. Ao final de tudo, no sexto dia, DEUS
expressa um superlativo muito bom: A ideia é de alguém que completando ou
finalizando um projeto olha para a todo diz “gostei”: O mundo que DEUS fez e ao
qual nos destinou é maravilhoso. O DEUS perfeito não comete erros, tudo é feito
conforme a sua vontade e dentro do mais rigoroso senso estético e funcional.
Alguém comentou que isso significa que tudo no universo, desde a maior estrela
à menor das folhinhas produziu alegria e prazer em DEUS. como se fosse uma
linda sinfonia Mas lembremos que o superlativo “eis que era muito bom” ocorre
depois da criação do ser humano. Era o que faltava. O DEUS a quem servimos,
Criador dos céus e da terra não é um ser frustrado e melancólico. CRISTO nos
prometeu um reino. cujo sinônimo é alegria (Rm 14.17).
2- Função e propósito do homem (Gn 2.8) “E plantou o Senhor DEUS
um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que foi formado.”
O autor de Gênesis apresenta DEUS plantando um lindo jardim para
Suas novas criaturas (28). Na tradução para o grego, a Septuaginta usa a
expressão “paraíso”. Não se tratava de um estado, mas de um lugar físico. Ao
colocar lá o homem, DEUS lhe deu uma missão dupla: lavrar e cuidar. Ele não
ficou criando árvores e frutos todos os dias, constantemente. Quando DEUS determinou
que o jardim fosse cultivado e se tornasse produtivo, estava dizendo ao homem
que ele precisava aprender a agricultura e outras ciências relacionadas ao
cultivo a partir das sementes já existentes. O trabalho não é invenção: do
diabo como pensam alguns, tampouco deve ser visto como maldição resultante do
pecado. Está dentro do propósito de DEUS para o homem (2Ts 3.10)., Mas a função do homem não era
apenas algo terreno e material. Eles desfrutavam diariamente da presença de DEUS
e assim o adoravam em um ambiente de indescritível beleza e sossego. Fomos
criados por Ele e para Ele, e é Nele que encontramos sentido e finalidade da
existência Isso explica o atual vazio e ausência de satisfação e significado no
coração humano.
3- A mordomia cristã do planeta (Gn
2.15) “Tomou, pois, o Senhor DEUS ao homem e o colocou no jardim do Éden
para o cultivar e a guardar.”
Esse é outro ensinamento implícito, mas claro no relato da criação.
Mordomia cristã é como chamamos a responsabilidade de cada cristão em relação à
administração dos bens espirituais e materiais a ele outorgados. A Bíblia deixa
claro que somos mordomos de DEUS na terra. Deveríamos ser mais gratos,
valorizar e preservar, sem idolatrar a criação de DEUS. Homem e natureza estão
ligados. O homem está acima do ambiente, mas não pode viver sem ele e a prova é
a sequência sábia da criação de DEUS. Primeiro, DEUS cria o ambiente; em
seguida, coloca o homem ali. A natureza não depende do homem, mas o homem
depende da natureza Se acabarmos com a natureza, acabamos conosco mesmos.
Deveríamos cuidar melhor do nosso domicílio. Se o mundo pagão cultua a natureza
e o mundo antropocêntrico abusa dela, nós somos chamados a protegê-la como a
uma irmã que teve o mesmo Pai.
APLICAÇÃO PESSOAL
Considerando a excelência da criação do ser humano e a sua missão
na terra como mordomo e representante de DEUS, como temos vivido?
RESPONDA
Marque C para correto e E para errado nas afirmativas abaixo
1) [E] O mundo foi obra do acaso, sendo depois aperfeiçoada por DEUS
2) [C] Ser feita à imagem e semelhança de DEUS é uma característica
exclusiva do ser humano.
3) [E] O fato de a mulher haver sido criada a partir do homem a
tomar inferior a este.
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
EBD – Lição 03: GÊNESIS 3 – Tentação, Queda e Promessa de Redenção | 1° Trimestre De 2022 | Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 3 há 24 versos Sugerimos começar a aula lendo, com todos
os presentes, Gênesis 3.1-24 (5 a 7 min). A Revista funciona como guia de
estudo e leitura complementar, mas não substitui leitura de Bíblia.
Olá, Professor(a)! Nesta lição temos a oportunidade de pensar no
quanto nossa opção por JESUS é valiosa, necessária e importante para a
redenção. Desde o princípio da nossa existência somos tentados por Satanás, mas
também convidados a fazer uma opção pelo Reino de DEUS. Por causa do pecado, já
não podemos perceber fisicamente a presença de DEUS. Contudo, o Redentor
prometido nos veio, Pelo Seu sacrifício fomos remidos a fim de que toda a
criação seja restaurada. Pelo pecado nos veio a morte, mas pela ressurreição de
JESUS nos chegou à certeza de vida eterna, Mostre aos seus alunos que, como
igreja, escolhemos JESUS, pois desde o Éden Sua vitória sobre o mal foi
anunciada por DEUS.
LEITURA ADICIONAL
Observe os passos da transgressão: não são passos ascendentes, mas
descendentes, em direção ao abismo. Primeiro: Ela Viu. Uma grande
quantidade de pecados vem através dos olhos. Não olhemos para aquilo que traz
consigo o risco de estimular a concupiscência (Mt 5,28). Segundo: Ela
tomou. Foi seu próprio ato e obra. Satanás pode tentar, porém, não pode
obrigar, pode nos persuadir a ajoelhemo-nos diante do precipício, porém, não
pode lançar-nos dali (Mt 4.6), Terceiro: Ela comeu. Quando ela olhou para
o fruto, talvez não tenha tido a intenção de tomá-lo; ou quando o tomou, não
tinha a intenção de comê-lo: porém, acabou fazendo-o. É uma atitude sábia deter
os primeiros movimentos do pecado, e abandoná-lo antes de ver-se comprometido
com ele. Quarto: Deu-o também ao seu marido. Aqueles que fazem o mal
estão dispostos a arrastar outros a fazerem o mesmo. Quinto: Ela comeu,
por não levar em conta a árvore da vida. Por não comer daquilo que era
permitido por DEUS, mas, ao invés disto, comer do fruto da árvore do
conhecimento, que estava proibido, Adão mostrou claramente o seu desdém por
aquilo que DEUS lhe havia outorgado, e o seu desejo por aquilo que DEUS
considerou prudente não lhe dar. Desejava ter o que quisesse e fazer o que lhe
trouxesse prazer. Definindo em uma só palavra, o seu pecado foi a desobediência
(Rm 5.19), desobediência a uma ordem clara, simples e expressa. Adão não tinha
uma natureza pecaminosa que o impulsiona ao pecado; pelo contrário, tinha a
liberdade de escolha, conforme a sua vontade, com toda a sua força, não
debilitada e nem desequilibrada. Porém, apartou-se com muita prontidão,
arrastando toda a sua posteridade ao pecado e à miséria. Então, quem pode dizer
que o pecado de Adão, em si, causou pouco dano?
Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4°ed. Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, p. 11).
Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 3.1-24
INTRODUÇÃO
I- A TENTAÇÃO Gn 31-6
1- O tentador Gn 3.1
2– A liberdade humana Gn 3.4
3– O pecado Gn 3.6
II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA Gn 3.8-23
1– Separação e medo G₁3.8
2– Expulsão do Jardim Gn 3.23
3– Morte Gn 3.4
III- A PROMESSA DE REDENÇÃO Gn 3.9-21
1– DEUS busca o homem Gn 3.9
2– O preço da redenção Gn 3.15
3– Uma nova vestimenta Gn 3.21
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Qual a origem do mal? De onde vem a nossa inclinação para ele?
Nesta lição estudaremos a origem do pecado e as consequências deste para a
espécie humana.
I- A TENTAÇÃO (Gn 3.1-6)
A tentação é algo comum a todos os seres humanos. Não há salvo-conduto
para ninguém.
1. O tentador (Gn 3.1). “Mas a serpente, mais sagaz que todos
os animais selváticos que o Senhor DEUS tinha feito, disse à mulher: E assim
que DEUS disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”
]No mundo de hoje, muitos não querem que falemos sobre demônio,
capeta, Satanás ou diabo, mas ele é uma figura real e presente nas Escrituras. Ignorá-lo não é uma boa estratégia
A serpente não era o tentador mas o instrumento que ele utilizou. Chama-nos à
atenção o fato de que, dentre todos os animais, o tentador use aquele que era
considerado o mais astuto de todos, Talvez o fato de a serpente haver falado
tenha funcionado como uma espécie de credenciamento para que Eva acreditasse
mais facilmente. Isso tudo é um alerta para nós. As tentações são mostradas na
Bíblia como “astutas ciladas” (Ef 6.11), e não como sugestões inócuas. A origem
do tentador não é descrita em Gênesis. Ele já aparece em suas páginas
como um ser inteligente, maligno, e em oposição a DEUS e Sua obra. Quem quer
que ele tenha sido originalmente, foi criado em estado de pureza e santidade,
pois DEUS não cria nada maligno (Ez 28.12-19).
Não é autoexistente, pois somente DEUS é assim. Satanás não é um
ser de força oposta e equivalente ao poder de DEUS, como o crêem as
maniqueístas. Não. Apesar da sua fúria e do seu poder, ainda assim ele está
debaixo do controle do. Altíssimo que lhe impõe limites, o controla e o julga.
Curioso também que no relato de Gênesis o tentador não apareça como um ser
repugnante. Sua primeira arma foi o disfarce. Apresentá-lo como um ser
chifrudo, com pés e cauda de bode, cheirando a enxofre, é folclórico e foge ao
relato bíblico, que o apresenta como um ser sutil e capaz de disfarçar-se até
de anjo de luz. Ele se esconde de modos insuspeitos. As serpentes não fazem
barulho ao se aproximar, lembre-se disso.
2. A liberdade humana (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à
mulher. É certo que não morrereis”
DEUS nos criou para relacionamentos e isso só é possível se houver
liberdade. Sem liberdade não há amor. A virtude não pode ser imposta. Não há
virtude se não pudermos optar por ela voluntariamente. Adão e Eva não estavam
destinados à queda. Eles poderiam ter resistido ao pecado. Tentação não
significa ausência de opções. Tentação e pecado são duas coisas diferentes. DEUS,
ao estabelecer limites claros, os estava provando. Ele sabia que o homem
pecaria? Se sabia, por que deixou? Por que não o fez à prova de pecado? Ora, DEUS
criou o homem como um ser moral, capaz de fazer escolhas.
Será que haveria alguma virtude na obediência se ela fosse a única
opção? Só há virtude em fazermos o bem porque o mal também é uma opção. Em
resumo, se DEUS criasse um homem à prova de erro criaria um autômato e não um
ente moral. O bem exige, para ser verdadeiro, que tenhamos opções. Diríamos que
o preço que DEUS pagou ao criar o homem livre foi a possibilidade de que ele
praticasse o mal. O que Ele fez então? Antecipou-se ao mal providenciando o
Cordeiro desde a eternidade (Ap 13.8). DEUS é onisciente, conhece a
história, e a usa soberanamente para glória do Seu próprio nome.
3. O pecado (Gn 3.6). “Vendo a mulher que a árvore era boa
para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento,
tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.”
O pecado não é algo inofensivo pequeno ou leve. Também não era
inato ao homem, pois este foi criado à imagem e semelhança de DEUS. O pecado
diz respeito à condição humana. O que ocorreu então? A abordagem de Satanás a
Eva foi cheia de astúcia. Primeiro, lançou a dúvida no coração da mulher: “É
assim que DEUS disse. Depois jogou sagazmente com a vontade humana chamando
especial atenção para os resultados “coloridos” que supostamente viriam após
comerem do fruto proibido (“como DEUS, sereis…”). Parafraseando o versículo 5,
o que Satanás dizia era: “DEUS não está sendo leal. Está negando a vocês o
privilégio de serem como Ele, talvez Ele tema rivais”. A tentação de ser como DEUS
acompanha o homem desde sempre. Há quem chame tal tentação de “ego absoluto” e
quem a defina como egoísmo, ou seja, como desejo de colocar-se acima de tudo. A
armadilha toda foi bem engendrada e o casal caiu nela. Curioso que a mulher
tenha dado ouvidos e iniciado um diálogo com o tentador não? Até hoje tem gente
entrevistando demônios, e pior ainda, pleno culto de adoração a DEUS.
II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA (Gn 3.8-23)
Não há nada que o diabo possa oferecer que, sendo aceito, nos traga
paz, alegria duradoura ou venha a saciar nossa alma. Como já foi dito, todas as
frutas que o diabo oferece contêm bichos
1. Separação e medo (Gn 3.8) “Quando ouviram a voz do Senhor DEUS,
que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor DEUS,
o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.”
Gênesis 3 trata dos
efeitos imediatos do pecado. Após a desobediência, começam as consequências
para o casal. As primeiras coisas que acontecem são a percepção da sua nudez e
a necessidade de escondê-la (vergonha). O casal, agora, não se sente mais à
vontade juntos. Os olhos se abriram como prometera a serpente, mas não do modo
como Adão e Eva esperavam, antes para conhecerem a culpa e o medo. Pela
primeira vez, o homem experimenta o medo. O passo seguinte é fugir de DEUS. Uma
muralha é levantada. A maravilhosa, e antes deleitosa presença divina agora
apavora o homem em rebeldia. Antes, DEUS era esperado, desejado, e Sua presença
trazia alegria, mas agora, como consequência do pecado, o homem sente medo e
repulsa pela presença de DEUS. Onde há pecado, há medo. Esse medo domina o
coração de todo pecador até que o encontro com CRISTO e a aceitação de sua obra
redentora o remova completamente (1Jo 4.18).
2. Expulsão do Jardim (Gn 3.23) “O Senhor DEUS, por isso, o
lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.”
O preço da desobediência e do pecado é sempre maior do que
pensamos. O pecado é profundamente desagregador. Primeiro, separa o homem de DEUS.
Segundo, separa-nos uns dos outros. A primeira crise conjugal nasce após
a Queda. Uma fenda foi
criada entre o homem e a mulher. Por fim, o pecado separará ambos do aprazível
lugar criado por DEUS 0 homem experimentaria a solidão do exílio. O inquilino
do maravilhoso jardim de DEUS foi despejado, Nada seria como antes Assim DEUS
removeu o casal do jardim. ou melhor, de acordo com Gênesis 3.24. Ele os “expulsou” e ainda colocou
querubins para guardar a entrada do jardim e garantir que Adão e Eva não
tentaram entrar lá outra vez. Que triste nota!
A expulsão do jardim oficializa a quebra da comunhão entre DEUS e o homem. O
jardim já não mais estava acessível ao casal. Demos graças ao nosso Senhor JESUS
CRISTO, que nos propicia novo acesso ao paraíso (Ap 2.7), O primeiro Adão foi expulso do
paraíso, O último Adão, pendurado numa cruz. disse a um ladrão: “Hoje estarás
comigo no paraíso” (Lc 23.43)
3. Morte (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à mulher: É certo
que não morrereis.”
Satanás surge como o primeiro herege da história. O primeiro a
interpretar a Palavra de DEUS distorcidamente, como muitos
fazem hoje. Quando responde à mulher, a serpente nega a Palavra de DEUS em
Gênesis 2.17. A primeira heresia da história, portanto, foi esta: negar o juízo
de DEUS. Parece que a antiga serpente tem muitos seguidores hoje. Concordo com
Isaltino Gomes quando diz que “negar o juízo de DEUS é conveniente para
pecadores e desobedientes que não querem ajustar sua vida à Palavra de DEUS.
Muitos sermões em nosso tempo prometem bênçãos sem medidas e omitem a
necessidade do arrependimento, dizendo às pessoas que vivam como quiserem,
apresentando um DEUS piegas que deseja todo – mundo feliz e risonho, sem nunca
fazer exigências morais. É a voz da serpente dizendo: ” certamente não
morrereis.” A morte pode ser descrita como um estado de separação de DEUS no
qual o homem se encontra por causa do pecado (Ef 2.1-3; Rm 3.23) Como diz
Paulo: “em Adão todos morrem” (1Co 15.22).
III. A PROMESSA DA REDENÇÃO (Gn 3.9-21)
Graças a DEUS, Gênesis 3 não é só desgraças. Há também a esperança
e a promessa de que DEUS não deixaria as coisas como o diabo gostaria ao
seduzir e enganar o primeiro casal.
1. DEUS busca o homem (Gn 3.9) “E chamou o Senhor DEUS ao
homem e lhe perguntou: Onde estás?
DEUS amorosamente toma a iniciativa de procurar o homem e
restaurá-lo à comunhão. Sua pergunta ecoa pelo jardim. “Onde estás? Não que Ele
não soubesse, mas porque queria provocar o arrependimento. A voz de DEUS chama
aqueles que pecaram, pois não deixaram de ser amados. Adão e Eva deveriam ter
corrido ao encontro do Criador confessando seu pecado e suplicando perdão. Em
vez disso, esconderam -se. São várias perguntas de DEUS ao homem “Quem te fez
saber que estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses? Essa
última, na verdade, responde a anterior DEUS não precisava de um relatório, mas
da confissão do casal.
O Reino de DEUS não se baseia na virtude humana. Quais os méritos de Adão e
Eva? DEUS poderia tê-los abandonado. Mas DEUS é amor e o amor não precisa de
motivos, mas doa-se voluntária e sacrificialmente. Que fique claro: a redenção
é um ato voluntário de DEUS, cuja motivação única foi Seu amor incondicional
pela humanidade.
2. O preço da redenção (Gn 3.15) “Porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e
tu lhe ferirás o calcanhar.“
As palavras de Gênesis 3.15 dirigidas à Satanás são conhecidas como
protoevangelium (o primeiro evangelho: as primeiras boas-novas). É a primeira
vez nas Escrituras em que é anunciada a vinda de um redentor. Esse prenúncio é
uma mensagem de esperança que antecipa ao homem o plano redentor logo após a
Queda DEUS não deixaria a humanidade naquele estado, mas a restauraria Para
isso, Ele mesmo pagaria um altíssimo preço. A promessa é que o descendente (no
singular) da mulher esmagaria a cabeça de Satanás, impondo-lhe uma derrota
completa, radical e eterna (a 2.15). Na cruz. JESUS tem o seu “calcanhar
ferido”. Em contrapartida, Satanás tem a sua “cabeça esmagada”.
Há um contraste aqui entre o ferimento do calcanhar e o esmagar a cabeça. Qual
é o mais sério? Qual ferimento é definitivo? JESUS fez-se gente, sofreu,
padeceu e morreu na cruz, em nosso lugar, mas ressuscitou gloriosamente ao
terceiro dia, já Satanás foi derrotado para sempre. Os dois seriam feridos, mas
em um deles o ferimento seria terminal.
3. Uma nova vestimenta (Gn 3.21) “Fez o Senhor DEUS
vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”
A reação do casal, ao cobrir sua nudez, expõe a vã tentativa do
homem ao empregar seu esforço próprio para amenizar a culpa e remendar as
consequências de seu pecado. Quanto tempo duraria um frágil avental de folhas?
A vestimenta providenciada por DEUS, além de ser duradoura, exige sacrifício e
derramamento de sangue. Um ou mais animais inocentes foram mortos. Um claro
retrato do CRISTO que seria sacrificado pelo mundo pecador.
APLICAÇÃO PESSOAL
Apesar do pecado do homem e da mulher, DEUS os quer perdoar a
salva. Essa é a boa notícia do Evangelho de JESUS CRISTO: Ele nos oferece um
caminho de volta do pecado. Nós podemos voltar.
RESPONDA
1) O que significa tentação? É um convite ao pecado.
2) Mencione duas consequências de Queda conforme a
lição? Expulsão do jardim e morte
3) O que significa a expressão protoevangelium? É um prenúncio
do evangelho de CRISTO.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 04: GÊNESIS 4 – Caim e Abel | 1° Trimestre De 2022 | EBD –
Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 4 há 26
versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes Gênesis 4.1-26
(5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura
complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a). nesta lição devemos tratar dos graves efeitos
do pecado sobre a criação Não só a morte, mas o assassina to e todo tipo de
degeneração que presenciamos diariamente apontam para a falta de relacionamento
com DEUS. Somente a opção diária por renunciar às más inclinações pessoais para
assumir o caráter de JESUS pode nos livrar de atos pecaminosos. Devemos
respeitar nossas diferenças, reconhecer nossas qualidades mutuamente, aprender
com os mais maduros na fé e zelar pela vida do nosso irmão. Nosso culto seja
como o de Abel. Apresentemos a DEUS nosso empenho em adorá-lo intimamente a fim
de resistirmos ao pecado até que JESUS retorne para restaurar toda a criação.
LEITURA ADICIONAL
A maldade do coração termina no assassinato praticado com as mãos.
Caim matou Abel, o seu próprio irmão, e filho de sua própria mãe, a
quem deveria ter amado, o seu irmão mais novo, a quem deveria ter protegido um
bom irmão, que jamais lhe havia feito algum mal. Que efeitos fatais do pecado
de nossos pais foram estes, como os seus corações devem ter se enchido de
angústia. Observe o orgulho, a incredulidade e a soberba de Caim. Nega o crime,
como se fosse capaz de escondê-lo de DEUS. Procura esconder um homicídio
deliberado, através de uma mentira deliberada.
O assassinato é um pecado que clama, o sangue pede sangue, o sangue
do assassino pelo sangue do assassinado. Quem conhece o alcance e o peso de uma
maldição divina, o quão longe é capaz de ir, a quão profundo é capaz de
penetrar? Os crentes salvam-se dela somente em JESUS CRISTO, e herdam a bênção,
Caim foi amaldiçoado pela terra. Ele encontrou o seu castigo ali mesmo, onde
escolheu a sua sorte e colocou o seu coração. A maldade dos maus traz a
maldição a tudo o que fazem, e a tudo o que possuem Caim se queixou não de seu
pecado, mas de seu castigo. Uma grande dureza de coração fica patente, quando
os nossos sofrimentos nos preocupam mais do que os nossos pecados
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed – Rio de Janeiro,
CPAD, 2004, p.19).
Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 4.1-26
INTRODUÇÃO
I- O AVANÇO DO PECADO Gn 4.1-8
1- Os primeiros filhos Gn 4.1
2– A universalidade do pecado Gn 4.5
3– O mal não é estático Gn 4.8
II- O PRIMEIRO CULTO Gn 4.4-5
1– O culto de Abel Gn 4.4
2– O culto de Caim Gn 4.5
3– O ambiente religioso Gn 4.4
III- O PRIMEIRO HOMICÍDIO Gn 4.2-7
1– Filhos diferentes Gn 4.2
2– O lar de Adão e Eva Gn 4.7
3– O homicídio Gn 4.8
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Nesta lição, lidaremos com a universalidade e o avanço do pecado. A
serpente escondeu do casal as consequências que viriam. Agora, Adão e Eva
lidarão com a tragédia de terem um filho assassino e outro assassinado
I – O AVANÇO DO PECADO (Gn 4.1-8)
1- Os primeiros filhos (Gn 4.1) “Coabitou o homem com Eva sua
mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim: então, disse: Adquiri um varão com o
auxílio do Senhor.”
Apesar de a fecundação não ser o único propósito do casamento e de
nem todo casamento ser contemplado com filhos, inegavelmente, é fato que os
filhos são uma dádiva e um tesouro de DEUS para o casal (Sl 127.3). Fora do jardim, Adão coabitou
com Eva e ela concebeu. A palavra “coabitar” no Antigo
Testamento é um termo também empregado para designar “relacionamento sexual”:
Nunca é usado para animais, apenas para seres humanos.
O nome de Caim está associado com alegria: “alcancei, adquiri” Eva
estava alegre pelo filho. Será que Eva teria pensado tratar-se do cumprimento
da promessa em Gênesis 3.15, ou
seja, que ele seria o homem que pisaria a cabeça da serpente? O segundo filho
(Abel) significa “sopro” ou “vento passageiro”. O nome de Caim significa,
portanto, que a vida vem de DEUS (adquirido) e o de Abel que a vida passageira
(sopro).
2- A universalidade do pecado (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e
de sua oferta não se agradou, irou-se, pois, sobremaneira Caim e descaiu-lhe o
semblante”
Adão e Eva,
agora fora do paraíso, geraram filhos “à sua semelhança, conforme a sua imagem”
(Gn 5.3). Eles eram pecadores e geraram filhos semelhantes a eles, também
pecadores. Por universalidade do pecado entendemos que toda criatura humana é
pecadora. Não é verdade esse discurso de que o homem, após a Queda, continua
bom por natureza, sendo depois corrompido pela sociedade. Isso não passa de sofisma
humanista. A universalidade do pecado é dada nas Escrituras. O pecado não é um fenômeno raro ou
incomum confinado a uma pequena minoria da raça humana, mas é universal em seu
alcance.
A Bíblia é clara. Todos pecaram e
carecem da glória de DEUS” (Rm 3.23). Não há nenhum membro da raça de Adão que
não tenha se unido a ele na rebelião que ele começou. O salmista diz que DEUS
esquadrinhou atentamente a terra procurando um homem sem pecado, mas não achou
nenhum sequer (SI 14). É lamentável que alguns segmentos da igreja tenham
deixado de falar sobre o pecado, pois não querem confrontar a comodidade dos
pecadores.
3- O mal não é estático (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel, seu
irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim
contra Abel seu irmão, e o matou.”
Um dos problemas com o pecado é que ele avança e vai contaminando
tudo. É uma doença contagiosa e metastática, ou seja, não é possível
administrar ou controlar os seus efeitos. Alguém já comparou o pecado com um
animal selvagem. Enquanto filhote, é bonitinho e inofensivo. Mas, quando
cresce, pode nos devorar, se tiver a chance. O pecado é dinâmico, não é
estático. Tende a se intensificar e se alastra enquanto não houver conversão.
Sabedores disso, os fundadores do “Alcoólicos Anônimos” estabeleceram um
princípio em seus passos para ajudar pessoas a alcançarem a cura: “Evite o
primeiro gole”. Eles também dizem algo em relação ao álcool que podemos
utilizar como um princípio geral: “Uma bebida é demais, e vinte não satisfazem;
se você não tomar esse primeiro gole não pode ficar bêbado. Muitos problemas
podem ser evitados quando estancados no nascedouro. Adão e Eva viram em sua descendência os
efeitos inimagináveis do pecado e o crescente desgosto divino até que o juízo
fosse inevitável.
II – O PRIMEIRO CULTO (Gn 4.4-5)
Temos nessa passagem o primeiro culto registrado na Bíblia.
Aprenderemos, entre outras coisas, que não é todo culto que DEUS aceita.
1- O culto de Abel (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe das
primícias do seu rebanho e de gordura deste .Agradou-se o Senhor de Abel e de
sua oferta.”
A aceitação da oferta de Abel significa que, provavelmente, o fogo
do céu consumiu seu sacrifício. Logo de imediato aprendemos que culto tem a ver
com oferta e entrega. Parece que hoje, quando se pensa em culto, a maioria das
pessoas estão mais preocupadas em como receber algo de DEUS e ser abençoadas.
Isso não é errado, mas a ideia primeira relacionada a culto é dar algo a DEUS
(Êx 23.15). É muito forte no texto a ideia de Abel trazer o primogénito, algo
especialmente separado e preparado para aquele momento, O culto é um grande
momento para o cristão sincero e grato. Abel se aproxima de DEUS com coração
obediente e cheio de sinceridade. Ele não foi odiado e invejado por Caim porque
fosse do mau, ao contrário, porque era piedoso.
Em outras palavras, não foram os pecados de Abel que incomodaram e
inflamaram o ódio de Caim, mas as suas virtudes. A retidão de Abel atormentava
Caim. Não é estranho? Essa é a atitude do homem que, mesmo consciente do seu
pecado, escolhe pecar impiamente. Tais pessoas incomodam-se profundamente com
os irmãos que vivem na presença de DEUS. “Agradou-se o Senhor de Abel”.
Primeiro vem a pessoa, somente depois é mencionada a oferta dela. A mesma coisa
se repete em relação a Caim. DEUS está mais interessado em quem nós somos do
que naquilo que fazemos para Ele.
2- O culto de Caim (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e de sua
oferta não se agradou, irou-se, pois sobremaneira Caim, e descaiu-lhe o
semblante”
Por que DEUS rejeitou a oferta de Caim? É muito comum estudiosos
mencionarem a questão da falta de derramamento de sangue como sinal da
reprovação divina ao culto de Caim. Será que se resume a isso? Fato é que ele
era agricultor e trouxe do produto do seu trabalho. Além disso, temos na
própria Lei, menção da “oferta de cereais” (Lv 2.1). Creio ser mais apropriado
vermos que Abel trouxe das primícias, ao passo que isso não é dito da oferta de
Caim. Sua oferta não foi aceita porque fosse de uma espécie errada, mas por não
ser a melhor que ele poderia trazer. Não há uma clara indicação de que a oferta
dele fosse pecaminosa em si mesma.
A questão toda estava mais relacionada com a atitude e motivação do
ofertante. Caim não considerou importante levar o primeiro fruto, mas não
somente isso Adorador e sua oferta são inseparáveis. Mais do que a adoração em
si, são autênticos adoradores que DEUS procura, disse JESUS (Jo 4.23). Será
que, se tão somente Caim tivesse sacrificado um animal teria sido aceito?
Certamente não, isso devido à condição de seu coração cheio de inveja e ódio
(Gn 4.5). Que fique claro: rituais vazios não servem para DEUS (Is 1.13,14),
pois antes de aceitar a oferta. Ele precisa aceitar o ofertante (Gn 4.7).
3- O ambiente religioso (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe
das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e
de sua oferta.”
Chama a atenção que Caim não era um ateu. Ambos os filhos eram, por
assim dizer, religiosos. Não é curioso que toda essa questão de inveja, ódio
pelo irmão e planeja mento de assassinato ocorra dentro de um contexto de culto
e de adoração a DEUS? Saibamos que muitas maldades podem existir e ocorrer
mesmo entre aqueles que dizem servir e adorar a DEUS. Isso é um alerta para
todos nós. O que passou na cabeça de Caim? Será que ele pensou: “Se eu matar
Abel, aí DEUS só terá o meu culto Teria sido isso? Não sabemos. Mas a
advertência é muito grande. Ninguém está protegido do mal simplesmente porque
está dentro de um templo religioso, Lembremos que no grupo apostólico havia um
traidor; na igreja primitiva, Ananias e Safira. Nosso coração precisa ser
protegido e vigiado pela prática da oração, do temor e da obediência à Palavra
de DEUS. Ninguém está acima da necessidade da vigilância.
III – O PRIMEIRO HOMICÍDIO (Gn 4.27)
Como já foi dito, primeiro Caim fracassou no altar; e, porque
fracassou no altar, também fracassou nas demais coisas.
1- Filhos diferentes (Gn 4.2) “Depois, deu à luz o Abel, seu
irmão Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador”.
Todos sabemos que não há duas pessoas iguais. Nem mesmo gêmeos
univitelinos são idênticos, apenas se parecem. Pais que desconsideram isso
terão enormes problemas. Caim e Abel sugaram o mesmo leite materno, tiveram os
mesmos pais e nada indica que tiveram uma educação diferente um do outro. De
fato, tiveram a mesma carga genética, crescerem na mesma casa e receberem os
mesmos ensinos. Pais precisam saber que, não obstante fazerem o melhor, se
esforçarem e amarem profundamente os filhos, haverá um momento no qual eles
terão que decidir que caminho seguir. A parábola do filho pródigo, entre outras
coisas, nos ensina que o descaminho, falha de caráter e devassidão de um filho
não significa que os pais falharam. A Bíblia revela que Caim era do Maligno (1
Jo 3.12) e Abel, um homem de DEUS. Todos nós somos responsáveis por nossas
decisões. Não são os astros, os signos, maldições hereditárias ou o destino.
Somos nós.
2- O lar de Adão e Eva (Gn 4.7) “Se procederes bem, não é
certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal eis que o pecado jaz à
porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”
No primeiro lar mencionado na Bíblia havia disputas. O lar de Adão
e Eva foi profundamente afetado pelo pecado. Começou com a transferência de
culpa de Adão quando confrontado por DEUS (Gn 3.12). Ele não assume
imediatamente a sua responsabilidade. Ali nasce o primeiro conflito conjugal da
história. Logo depois temos as desavenças entre os irmãos. Há um sério problema
de relacionamento entre Caim e Abel com consequências
desastrosas DEUS toma a iniciativa para normalizar as coisas, mas Caim
endureceu ainda mais o seu coração. Há uma grandiosa lição prática para todos
nós: cultuar a DEUS requer relações saudáveis com nosso irmão. Não é possível
separar nosso relacionamento com DEUS dos relacionamentos que temos na igreja
Um não sobrevive sem o outro.
3- O homicídio (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel seu irmão: Vamos ao
campo Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel seu
irmão, e o matou.”
DEUS confronta Caim perguntando o motivo da sua cara feia. O texto
sugere que Caim sabia por que havia sido rejeitado. DEUS lhe explica que o
pecado é como uma besta feroz que jaz à porta de sua vida e que era melhor não
abrir essa porta. Se Caim procedesse corretamente, seu semblante seria
levantado e DEUS receberia sua oferta. É a primeira vez que a palavra “pecado”
aparece na Bíblia. Seu significado é “desviar-se do caminho reto”. Caim deveria
vigiar e se cuidar. Ele não considera a advertência divina e comete o primeiro
homicídio da história. Mas não há pecado que fique encoberto aos olhos de DEUS.
Achando que estava destruindo a vida de Abel, ele destruiu a si mesmo.
A amargura pode se transformar em ódio, e o ódio em homicídio.
Em Hebreus 12.15,
somos recomendados a não permitirmos que nenhuma raiz de amargura brote,
perturbe e contagie o nosso coração e o ambiente à nossa volta. É perigoso
carregar tais sentimentos no coração. Provavelmente, Caim matou seu irmão
muitas vezes no coração antes de assassiná-lo de fato. Por isso, o apóstolo
João afirma que quem odeia a seu irmão é homicida (1Jo 3.15, Mt 5,21,24). Caim
não se arrependeu, não se humilhou, não chorou. Mesmo assim, DEUS o trata com
misericórdia colocando-lhe um sinal para protegê-lo.
APLICAÇÃO PESSOAL
Sem um coração submisso, nem mesmo as mais preciosas ofertas podem
nos tornar aceitáveis diante de DEUS. Como está o seu coração? Se parece mais
como de Caim ou com a de Abel?
RESPONDA
Marque V para verdadeira e F para falso nas afirmativas abaixo;
(V) O pecado não é um fenômeno raro ou incomum, mas presente e
universal.
(V) O culto de Abel e Caim a DEUS expressava o que havia em seus corações
(F) Apesar de tudo, o lar de Adão e Eva permaneceu intacto e inalterado, mesmo
após a Queda.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
EBD – Lição 05: GÊNESIS 6 – Os Dias de Noé | 1° Trimestre De 2022 | Pecc
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Gênesis 6 há 22
versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 6.1-22
(5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura
complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Olá, querido(a) professor(a)! Nesta lição, que trata dos tempos de
Noé, aprenderemos que as linhagens de Sete e Caim se unem e que o pecado se
espalha sobre a terra. É nesse contexto que DEUS adverte os homens – através de
Noé – sobre as consequências inevitáveis da maldade. O próprio JESUS destacou a
fé e a obediência de Noé em oposição à maldade e indiferença dos que pereceram
no dilúvio, o que nos faz pensar na oposição entre os que fazem uma sincera
opção pela vontade de DEUS e os que, lamentavelmente, seguem sua própria
vontade. É nossa tarefa, como professores e como Igreja, testemunhar o Evangelho
para que muitos se convertam e sejam alcançados pela Graça de DEUS através de JESUS.
PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), começa sua aula destacando o fato de que DEUS ofereceu
à humanidade um longo tempo para que abandonasse o pecado. A misericórdia e
generosidade do Criador ainda aguardam que o pecador de agora também se
converta e faça sua opção por JESUS. O cristão deve testemunhar uma
transformação de vida tamanha, a ponto de renunciar aos antigos pecados para
viver sob os princípios do Evangelho de CRISTO. Sejamos, como Noé, sinal para
o mundo.
LEITURA ADICIONAL
Muitíssimos pecados eram cometidos em todos os lugares, e por todas
as classes sociais. Qualquer um podia ver que a maldade do homem era grande;
porém, DEUS viu que toda imaginação, ou propósito dos pensamentos do coração
humano, era de contínuo somente o mal. Esta era a raiz amarga, a fonte
corrupta. O coração é enganoso e perverso; os princípios, corruptos; os hábitos
e as disposições são maus. As intenções e planos dos homens eram maus. Eles
praticavam a maldade deliberadamente, e engenhavam a perversidade. Não havia o
bem entre eles. DEUS viu a maldade do homem como alguém que é ferido ou
maltratado por ela. Viu-a como um terno pai contempla a necessidade e porfia de
um filho rebelde e desobediente, fato que o aflige e o faz desejar não ter tido
filhos.
[…] “Rasparei os homens de sobre a face da terra”; assim como se
varre o pó ou a sujeira de um lugar que deve estar limpo, e se lança este pó ao
monte de lixo, que é o lugar apropriado para ele. DEUS fala do homem como de
sua própria criatura, quando decide castigá-lo. Aqueles que não correspondem
com o propósito de sua vida, perdem-na. DEUS tomou esta decisão sobre os
homens, depois que o seu ESPÍRITO contenderá durante muito tempo com eles;
porém, em vão. Ninguém é castigado pela justiça de DEUS, exceto aqueles que
detestam ser reformados pela graça dEle.
Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed. – Rio de
Janeiro, CPAD, 2004, pp.
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO Gênesis 6.1-22
INTRODUÇÃO
I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO Gn 6.2-5
1– Eram duas linhagens Gn 6.2
2– Um sinal da vinda de CRISTO Gn 6.5
3– Um tempo final Gn 6.3
II- NOÉ Gn ó.8-9
1– Alvo da graça Gn 6.8
2– Justo e íntegro Gn 6.9
3– Andou com DEUS Gn 6.9
III- ENSINAMENTOS Gn 6.7-22
1– As advertências de DEUS Gn 6.7
2– SANTO em um mundo ímpio Gn 6.11
3– Qual é o nosso legado? Gn 6.22
APLICAÇÃO PESSOAL
INTRODUÇÃO
Gênesis 5 traz
uma lista de dez gerações, destacando nela dois homens: Enoque e Noé. A lista é caracterizada pela
repetição da frase “e morreu”. A única exceção é o caso de Enoque, que
compartilhou com Elias a experiência de serem os únicos na história humana
transladados por DEUS sem morrer. Embora a Bíblia registra apenas dez
versículos acerca de Enoque (Gn 5.20-24; Hb 11.5,6; Jd 14,15; Lc 3.37), isto é
suficiente para o considerarmos um exemplo de fé, de quem anda com DEUS e o
agrada. Vamos agora ao estudo do capítulo 6, o qual trata de Noé.
I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO (Gn 6.2-5)
A humanidade havia atingido um nível de corrupção jamais visto e
isso deixou DEUS desgostoso, pelo que decidiu julgar o mundo.
1- Eram duas linhagens (Gn 6.2) “Vendo os filhos de DEUS que
as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre
todas, mais lhes agradaram.”
Em Gênesis 6.1 nos
deparamos com o crescimento vertiginoso da raça humana e, paralelo a isso, com
a multiplicação da maldade (Gn 6.5). Temos, claramente, no livro em estudo,
duas linhagem colocadas uma ao lado da outra: a linhagem de Caim (Gn 4.17-24) e a linhagem de
Sete (Gn 4.25-6.32). Facilmente observamos, no capítulo 5 de Gênesis, que a
genealogia de Adão passa a ser retratada a partir de Sete. Caim é colocado de
lado. Temos uma linhagem piedosa (de Sete) e uma perversa (de Caim). No
capítulo 6, as duas linhagens convergem e se misturam, acelerando a
multiplicação da maldade e da violência. Há uma interpretação muito comum que
trata a expressão “filhos de DEUS” como anjos e não como descendentes de Sete.
É improvável que o texto esteja falando de anjos, por quatro motivos:
a) Em Lucas 3.23-38, a descendência de Sete é associada
diretamente a DEUS;
b) todo o contexto dos capítulos 5 e 6 está falando de homens. Por que, do nada,
seriam inseridos anjos?
c) Não se fala nada de castigo para anjos, só para homens. Se “filhos de DEUS”
se refere a anjos, porque somente os seres humanos são castigados?
d) JESUS disse (Mt 22.30) que o casamento não é algo que faz parte da constituição
angelical.
2- Um sinal da vinda de CRISTO (Gn 6.5) “Viu o Senhor que a
maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau
todo desígnio do seu coração.”
Quando JESUS falou dos dias de Noé, relacionou-os com os dias futuros
e imediatos à Sua vinda: “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a
vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio
comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a
todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37-39). Em outras
palavras, o que JESUS está dizendo é que, de alguma maneira, os dias de Noé
seriam repetidos quando a Sua vinda se aproximasse. E como foram esses dias?
Foi uma época especialmente marcada pela secularização, crueldade, violência e
indiferença para com DEUS (Gn 6.11). Há duas advertências aqui:
a) Primeiro, equivoca-se quem acha que o mundo vai melhorar e
melhorar à medida que se aproxima a volta de CRISTO;
b) O mundo que antecederá a volta de CRISTO será surpreendido pelo seu
retorno como a geração de Noé o foi com o Dilúvio.
3- Um tempo final (Gn 6.3) “Então, disse o Senhor: O meu ESPÍRITO
não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento
e vinte anos.”
A expressão “então” estabelece uma decisão tomada por DEUS a partir
daquilo que viu e constatou. Ele decidiu abreviar o tempo daquela geração.
Limitou-o a 120 anos, a partir daquele instante. Isso não significa, como
alguns já sugeriram, que DEUS estava limitando em 120 anos a vida de todas as
pessoas que viriam, pois nos capítulos seguintes veremos que as pessoas
continuaram vivendo muito mais do que isso (Gn 11.10-32).
O que está dito é que a humanidade de
então teria mais 120 anos, após quais, DEUS a julgaria Ele poderia fazer isso
de imediato, mas, em Sua misericórdia, opta por uma prorrogação. Seria um
tempo de graça para a humanidade, para que pudessem se arrepender e alinhar-se
à vontade de DEUS. Pedro deixa claro que, nesse período, Noé foi o pregador da
justiça (2Pe 2.5), mas ninguém lhe deu ouvidos. A todos os seus pecados,
aquela geração acrescentou mais este: o desprezo pela oportunidade final concedida
por DEUS.
II- NOÉ (Gn 6.8-9)
Noé, cujo nome significa “consolador”, é uma das grandes biografias
das Escrituras. Ele é mencionado em nove livros da Bíblia, num total de 50
vezes. Não foi um pequeno coadjuvante, mas um grande personagem na história da
redenção.
1- Alvo da graça (Gn 6.8) “Porém Noé achou graça diante do
Senhor.”
Noé e os seus descendentes foram conservados e poupados
primeiramente devido à graça e à misericórdia divinas. O mundo permanece porque
DEUS concedeu Sua graça a um homem. O mundo não foi preservado devido à
tecnologia, à cultura, ao esforço ou mesmo aos méritos de alguém, mas porque DEUS
usou de graça. O que isso significa? Graça, aqui, vem de um verbo que
significa “ser misericordioso”, “ser generoso”, “contemplar com favor”. É
verdade que Noé era justo e santo, como veremos a seguir, mas não foram as suas
obras que o qualificaram, e sim a graça de DEUS. Alguém disse que DEUS, em
sua graça, nos dá o que não merecemos e, em sua misericórdia, deixa de nos dar
o que merecemos. DEUS teve misericórdia dele. A graça de DEUS é um tema sublime
e superlativo mas que incomoda muita gente e às vezes é combatido, inclusive na
igreja, por que ele demonstra nossa falência e humilha nosso ego. Não
merecemos nada; ninguém merece. Contudo, DEUS, sendo gracioso, nos abençoa
apesar do nosso demérito.
2- Justo e íntegro (Gn 6.9) “Eis a história de Noé que era homem
justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com DEUS.”
Pela primeira vez, a palavra “justo” é mencionada na Bíblia. Não
significa, obviamente, que Noé não fosse pecador, mas demonstra que ele
decidiu viver segundo um padrão de piedade negligenciado por sua geração.
Integridade tem a ver com aquilo que somos no recôndito mais íntimo da nossa
interioridade, quando trancamos a porta do nosso quarto e ninguém, exceto DEUS,
nos enxerga. Sobre integridade, Warren Buffett, grande investidor e um dos homens
mais ricos do mundo, tem uma frase espetacularmente profunda: “Ao procurar
pessoas para contratar, você deve buscar três qualidades: integridade,
inteligência e dinamismo.
Se elas não tiverem a primeira, as outras acabarão com você.”
3- Andou com DEUS (Gn 6.9) “Eis a história de Noé. Noé era
homem justa e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com DEUS”
Noé é um dos nomes de Gênesis dos quais é dito que “andou com DEUS”.
O outro é Enoque (Gn 5.22). Um foi salvo da morte e o outro, do dilúvio.
Imaginemos o que deve ter significado andar com DEUS naquela geração de homens
e mulheres cheios de maldade e dissoluções, quando a violência prevalecia. Noé
e Enoque nos inspiram, demonstrando que o ser humano não é produto do meio, mas
pode decidir, com a ajuda de DEUS, que vida terá, a despeito das pressões e
massificação seculares. Como disse Chesterton: “Uma coisa morta segue a
correnteza. Somente quem está vivo pode contrariá-la”. Não importa quão
tenebroso seja o nosso tempo, nós podemos andar com DEUS. Você tem andado com
Ele ou tem se pautado pela opinião da maioria? Saiba que, por causa de JESUS CRISTO,
andar com DEUS é
um privilégio que está disponível a quem quiser. Você quer?
III- ENSINAMENTOS (Gn 6.7-22)
Mesmo quando abordamos assuntos negativos, encontramos lições e
ensinamentos que, se colocados em prática, nos farão bem. As Escrituras devem
não apenas encher nossa cabeça e aquecer nosso coração, mas principalmente
mudar nossa vida
1- As advertências de DEUS (Gn 6.7) “Disse o Senhor: Farei
desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis
e as aves dos céus; porque me arrependo de os haver feito.”
Ficamos sabendo pelo Novo Testamento que tanto Enoque como Noé
foram instrumentos de DEUS para advertir aquela geração e levada ao
arrependimento. Isso mostra como DEUS, por ser SANTO, tem uma natureza generosa
e está sempre oferecendo oportunidades ao pecador, pois não tem prazer na
morte do ímpio (Ez 33.11). Nos dois casos, tanto Noé como Enoque foram
pregadores da Palavra. De Enoque é dito, inclusive, que profetizou (Jd 14,15) e
de Noé que foi “pregador da justiça” (2Pe 2.5).
As advertências de DEUS precisam ser levadas a sério por nós. JESUS,
ao falar desse tempo, afirma que aquela geração só se deu conta da seriedade da
pregação de Noé quando já era tarde demais: “… e não o perceberam, até que veio
o dilúvio” (Mt 24.39). Pessoas rebeldes e fechadas para o arrependimento de
seus pecados não ouvem as mensagens de advertência. Estas lhes parecem
delírios de gente fanática Preferem ficar no posicionamento anterior, achando
que nada lhes acontecerá e que tudo continuará como sempre, ou que podem postergar
suas decisões pois ainda terão muito tempo pela frente. Precisamos dar ouvidos
à repreensão e ao chamado de DEUS hoje, pois a partir de um determinado momento
será tarde demais.
2- SANTO em um mundo ímpio (Gn 6.11) “A terra estava
corrompida à vista de DEUS e cheia de violência.”
É possível sermos santos na nossa geração? É possível destoarmos
completamente da desobediência e corrupção moral dos nossos dias? Noé diria que
sim. Ele próprio foi um homem santo em um mundo ímpio e injusto como o nosso
ou, talvez, pior ainda. A desculpa costumeira de que “todo mundo faz assim” não
serve para o cristão. Gosto das palavras de Isaltino Gomes quando ensinava
sobre santidade: “DEUS não nos chamou para sermos cópias ou clones, mas para
sermos o original”. A igreja não deve imitar o mundo. Antes, deve se portar
como espelho para o mundo.
Não precisamos e não devemos ser imitadores massificados do mundo à
nossa volta. Podemos e devemos ser diferentes. Lembremos do que disse Paulo,
apóstolo: “E não vos conformeis a este século…” (Rm 12.2). Uma tradução
possível seria “não tomeis o molde”. O seguidor de JESUS não é uma massa
moldada pelo mundo, nem um “Maria vai com as outras”. Santificação não
é adesão a uma cultura evangélica, nem ser sisudo ou um chato esquisito contra
tudo e contra todos. Ser santo é ter o caráter de CRISTO em nós. É viver como
Ele viveu
3- Qual é o nosso legado? (Gn 6.22) “Assim fez Noé, consoante
a tudo o que DEUS lhe ordenara.”
Não se mede a vida de uma pessoa pela sua extensão. Matusalém foi o
homem que mais viveu sobre a terra, mas tudo que se diz dele é que gerou
filhos e filhas (Gn 5.30). Noé foi um homem obediente a DEUS (Gn 6.22). Ele
não apenas ouviu, mas colocou em prática aquilo que DEUS lhe falou. Noé não
alterou nada do que DEUS lhe disse, mas seguiu à risca cada detalhe. W. Wiersb
acrescenta que “a maioria das pessoas sabe que Noé construiu uma arca, porém, o
que provavelmente não sabem é que ele também construiu um caráter piedoso e
uma família temente a DEUS, porque se não fosse a sua família, Abraão não teria
nascido, e, sem Abraão, não teria havido uma nação judaica, e consequentemente
o Salvador”. JESUS viveu 33 anos e mudou o mundo para sempre. Ninguém obedece a
DEUS em vão. Esse é o legado de Noé. Qual será o nosso?
APLICAÇÃO PESSOAL
Noé foi uma dádiva e consolação de DEUS para a sua geração, embora
ela não tenha usufruído disso completamente. O que nós somos para a nossa
geração.
RESPONDA
1) No que diz respeito à Sua volta, o que disse JESUS sobre o
estilo de vida da geração dos dias de Noé? R. Que ele se repetiria nos dias
da Sua volta
2) Mencione duas características de Noé. R. Justo e andava com DEUS.
3) Gênesis menciona dois homens que andaram com DEUS. Um foi Noé. Qual foi o
outro? R. Enoque
Mais SUBSÍDIOS
Os Atributos do Ser Humano
Os atributos do ser humano revelam que DEUS o criou de tal forma
que ele é diferente de qualquer outra criatura. Isso quer dizer que o homem
reúne certas qualidades que somente ele possui no reino criado.
Os atributos do ser humano estão diretamente ligados ao fato de que
DEUS criou o homem à Sua imagem e semelhança. Isso quer dizer que de certa
forma somos parecidos com DEUS – ainda que exista uma diferença enorme entre a
natureza de DEUS e a natureza humana.
Ao longo do tempo os estudiosos têm discutido o que realmente significa ser feito à imagem e semelhança de DEUS.
Nesse ponto alguns atributos do ser humano são apontados como sendo a definição
do que isso quer dizer. Alguns dizem que se trata da racionalidade do homem;
outros acreditam que se trata de sua volição e pessoalidade; outros defendem
que se trata de sua capacidade e responsabilidade moral; e ainda outros pensam
que se trata de sua posição de governança na natureza ou mesmo de sua
espiritualidade.
Mas como alguns teólogos muito capacitados também afirmam, talvez a
melhor posição seja entender que DEUS criou o homem e a mulher como seus
representantes e vice regentes sobre toda a criação. Então ser a imagem de DEUS
é ser um refletor da glória e do caráter de DEUS no domínio da criação – e para
tanto, obviamente todos os atributos do ser humano estão envolvidos nisso.
Portanto, isso implica no fato de que esses atributos derivam de DEUS, que resolveu
comunicá-los ao ser humano quando o fez à Sua imagem.
Quais são os atributos do ser humano?
O ser humano possui espiritualidade: a
natureza humana é uma unidade complexa que é constituída de uma parte material
e outra imaterial. A Bíblia diz que depois de DEUS ter formado o homem do pó da
terra, soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma
vivente (Gênesis 2:7).
O ser humano possui imortalidade: uma
vez criado, jamais o homem deixa de existir. É incrível que mesmo sabendo que a
morte é algo inevitável, o ser humano tem extrema dificuldade em aceitá-la.
Isso acontece porque a morte veio por causa da maldição do pecado. Ela quebra
temporariamente a unidade da natureza humana que deveria ser indissolúvel, ou
seja, ela separa o espírito do corpo. Portanto, a morte não é a aniquilação da
natureza humana; não é a cessação da existência. A morte é uma separação
dolorosa, mas que não extingue o atributo da imortalidade com o qual o homem
foi criado.
O ser humano possui intelectualidade: historicamente
esse atributo do ser humano tem sido apontado como a principal identificação da
imagem de DEUS no homem. O homem possui uma capacidade singular de raciocinar;
de pensar e agir de forma complexa.
O ser humano possui capacidade de escolher: DEUS
criou o homem como uma criatura volitiva. Isso significa que o homem possui uma
vontade e a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas. Livre-arbítrio.
O ser humano possui capacidade moral: sendo
uma criatura intelectual e volitiva, o homem possui responsabilidade moral
sobre seus raciocínios, ações e decisões. Ele possui a habilidade de entender
que deve agir conforme certos princípios morais e que assume responsabilidade
por isso.
O ser humano possui pessoalidade: o
homem é uma criatura que tem personalidade. Ele é uma pessoa e possui caráter,
traços emocionais, e capacidade de relacionar-se afetivamente de forma
interpessoal num nível especial que não é encontrado em outras criaturas.
O ser humano possui criatividade: sendo
uma criatura intelectual, volitiva, pessoal e moral, obviamente o homem também
é um ser criativo.
O pecado afetou os atributos do ser humano?
A Bíblia não deixa qualquer dúvida de que o pecado afetou todos os
atributos do ser humano. É verdade que algumas teorias surgiram ao longo da
história da Igreja com o objetivo de promover a ideia de que o homem nasce puro
e com todos os seus atributos intactos, perfeitos e livres dos efeitos da
Queda.
Mas esse tipo de pensamento é completamente contrário à
verdadeira doutrina bíblica. A doutrina do Pecado Original é amplamente ensinada nas
Escrituras que afirmam a total depravação da natureza humana decaída.
Citando o Antigo Testamento, o apóstolo Paulo explica de forma muito clara
como os atributos do ser humano foram afetados pelo pecado (Romanos 3:10-12).
Ele escreve:
“Não há um justo, nem um sequer” –
a pureza moral foi perdida.
“Não há ninguém que entenda” – num
certo sentido a capacidade intelectual foi afetada.
“Não há ninguém que busque a DEUS” –
o homem tornou-se espiritualmente morto. Sua comunhão com DEUS foi quebrada.
“Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis” –
sua pessoalidade foi infectada; suas emoções foram contaminadas e seu caráter
foi maculado pelo pecado.
“Não há quem faça o bem, não há nem um só” –
o coração do homem tornou-se inclinado ao mal e sua vontade foi comprometida.
Os resultados da corrupção do pecado nos atributos do ser humano
Vimos que o pecado afetou os atributos do ser humano. Isso, porém,
não significa que a imagem de DEUS no homem foi completamente perdida. Apesar
do pecado, o homem continua sendo uma criatura feita à imagem de DEUS – ainda
que essa imagem tenha sido terrivelmente danificada.
Vamos a um exemplo mais prático: a intelectualidade do homem foi
contamina pelo pecado, mas ele ainda é capaz de pensar e raciocinar. Como diz
R. C. Sproul, nós raciocinamos falaciosamente, mas ainda temos essa capacidade.
O mesmo princípio se aplica aos outros atributos. O homem caído
não-regenerado está morto espiritualmente, mas ele ainda possui um espírito.
Ele não tem mais pureza moral, porém ainda é capaz de entender que existem
princípios morais que devem ser obedecidos, e continua responsável por suas
decisões atitudes diante deles.
Seus relacionamentos são profundamente prejudicados pelo pecado,
mas o homem ainda possui afeições e tem a condição de estabelecer
relacionamentos interpessoais. Na maioria das vezes a criatividade do homem é
usada a serviço do pecado, mas ele ainda é um ser criativo. Sua vontade é
inclinada ao mal, mas ele ainda é capaz de fazer escolhas e tomar decisões
livres conforme o padrão de sua natureza decaída.
Mas a obra redentora de CRISTO aplicada pelo ESPÍRITO SANTO no ser
humano vivifica-o espiritualmente, liberta-o da culpa do pecado, restaura sua
comunhão com DEUS e capacita-o a ficar livre do poder do pecado através da
santificação. Então seus atributos passam a ser condizentes com sua nova
natureza.
O redimido possui a mente de CRISTO; sua conduta moral reflete o
caráter de CRISTO – em quem se cumpre plenamente o propósito de ser a imagem de
DEUS (Colossenses 1:15-22; Hebreus 1:3); sua personalidade e seus
relacionamentos revelam as virtudes do fruto do ESPÍRITO; e sua vontade não está mais
escravizada pelo pecado. Agora ele é capaz de desejar o bem espiritual e sentir
prazer em agradar a DEUS.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Íntegra da Lição 2, 2ºTrimestre de 2023, Betel, A Criação revelando
a glória do Criador
Para me ajudar – 33195781620 (CPF – PIX) Luiz Henrique de Almeida
Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- Origem e propósito
1-1- Criados por um DEUS glorioso
1-2- Criados para um propósito glorioso
1-3- Pecado: desviando-se do propósito
2- As amostras da glória de DEUS no homem
2-1- Corregência com DEUS
2-2- A glória no homem nas ações e palavras
2-3- Um estágio no Éden
3- A restituição do propósito original
3-1- DEUS não destituiu o homem do seu papel na criação.
3-2- Não limite seu potencial de glorificar a DEUS
3-3- O Servo perfeito de DEUS
TEXTO ÁUREO
"E criou DEUS o homem à sua imagem; à
imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou.” Génesis 1.27
VERDADE APLICADA
O ser humano, por ser a coroa da criação de DEUS, deve glorificá-Lo
em todas as áreas da vida.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Apresentar a origem e o propósito da criação.
- Destacar as amostras da glória de DEUS no homem.
- Falar sobre a restituição do propósito original.
TEXTOS DE REFERÊNCIA – GÊNESIS 1.26, 28, 31
26. E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra 28.
E DEUS os abençoou, e DEUS lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei
a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra. 31. E viu DEUS tudo quanto
tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Sl 19.1-6 A natureza manifesta a glória de DEUS.
TERÇA Sl 33.1-9 O júbilo na contemplação das obras de DEUS.
QUARTA Sl 136.1-9 DEUS é louvado por Suas obras.
QUINTA Jo 1.1-3 No princípio era o Verbo.
SEXTA At 17.26-30 DEUS de um só fez toda a geração dos homens.
SÁBADO Rm 1.18-25 A ira de DEUS sobre a impiedade e injustiça
HINOS SUGERIDOS - 10, 291, 505
MOTIVO DE ORACÃO
Ore para que DEUS nos capacite a vivermos à altura da nossa
vocação.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior vimos como a queda colocou a humanidade em
oposição a DEUS e sujeita ao Seu justo juízo. Nesta lição veremos o propósito
de DEUS ao criar todas as coisas e a relevância do ser humano viver segundo
este propósito.
PONTO DE PARTIDA - Fomos criados para glorificar o Senhor.
1- Origem e propósito
O mundo tem origem inteligente e propósito glorioso. A origem é um
DEUS pessoal e o propósito é a glória dEle manifestada em Sua criação. Este
propósito é o tema central das Escrituras e da vida [Is 43.21; Rm 11.36].
1-1- Criados por um DEUS glorioso
A Bíblia não começa falando do homem. Ela começa falando de DEUS e
da glória dos Seus atributos: "No princípio criou DEUS" [Gn 1.1]. A
Bíblia, portanto, mostra, inicialmente, que o DEUS eterno, autossuficiente,
autoexistente é o Criador, a causa e origem de todas as coisas. Ela quer que, sem distrações, vejamos a Sua
glória. A glória de DEUS manifestada na criação e em CRISTO revela os
atributos, o caráter e a perfeição do Criador [Jo 1.14].
SUBSÍDIO 1-1
A tendência humana de imaginar DEUS a partir do homem pode levar
muitos a pensarem que DEUS nos criou por necessidade. Esta ideia representa um
DEUS incompleto até que o homem fosse criado. Mas DEUS não tem necessidades.
Ele é independente de Sua criação. Suas obras não alteraram tudo que DEUS é e
sempre foi. É isso que significa dizer que DEUS é um DEUS satisfeito. Nós fomos
criados por um DEUS glorioso. DEUS nos criou para que participássemos da Sua
bendita e eterna satisfação em Sua própria glória.
1-2- Criados para um propósito glorioso
Se DEUS sempre foi autossuficiente, por que então criou o homem?
Não encontramos esta resposta de forma explícita nos dois primeiros capítulos
de Gênesis onde narra a criação. No entanto, é notório que DEUS faz e fala. Ou
faz por meio do falar. É assim que nós conhecemos alguém. Ouvindo o que ela diz
e vendo o que ela faz. Na criação, DEUS revela a si mesmo. É possível
conhecermos parcialmente o Criador, por intermédio de Suas obras. Quando
entendemos isso, nós encontramos o propósito glorioso da nossa existência:
tornar o DEUS glorioso conhecido por todas as pessoas.
Subsídio 1-2
Van Groningen: "Não se afirma diretamente em Gênesis 1.1-2.25
O motivo pelo qual DEUS decidiu criar e, desse modo, fazer-se conhecido a
outros além da própria Trindade. Em Gênesis 1, no entanto, a repetida
declaração "e DEUS disse" indica seu desejo de falar, de
expressar-se, e de fazer-se conhecido. DEUS fez o que Ele quis fazer."
1-3- Pecado: desviando-se do propósito
DEUS criou o homem à Sua imagem e semelhança [Gn 1.26]. DEUS encheu
o homem com atributos que anunciariam a glória de DEUS [Gn 1.271. "Encher
a terra" [Gn 1.28; 9.11 não significa que a procriação tinha um fim si
mesma. As marcas da glória de DEUS impressas no homem seriam espalhadas pelo
mundo, Roger Stronstad (Teologia Bíblica Pentecostal - Carisma Editora, 2020,
p. 32) comentou sobre a obediência dos filhos de Adão e Eva à ordem do Criador
para multiplicação e encher a terra [Gn 1.27]: "Obedientes a essa ordem,
os filhos de Adão e Eva e seus descendentes começam a se disseminar e povoar a
terra. No entanto, por causa das consequências do pecado de Adão [Gn 3.12], à
medida que a população aumenta, os pecados também crescem (...)".
Subsídio 1-3
John Piper diz: "O propósito de DEUS na criação, portanto, era
encher a terra com sua própria glória. Isso fica claro, por exemplo, em Números
14.21 , em que o Senhor diz: "Toda a terra se encherá da glória do
Senhor", e em Isaías 43.7, em que o Senhor se refere ao seu povo como
"os que criei para minha glória.
2- As amostras da glória de DEUS no homem
A criação do ser humano está em um ponto elevadíssimo em toda a
criação por sermos feitos à imagem de DEUS. Mas se DEUS é ESPÍRITO, então o
significado disso é que DEUS nos fez portadores de atributos que apontam para
Sua glória.
2-1- Corregência com DEUS
Quando DEUS deu origem à criação, determinou seus papéis pelo poder
criativo das suas palavras [Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 241. A palavra de DEUS
criava a ação ordenada. Mas quando DEUS foi determinar o papel do homem, Ele
lhe deu uma ordem consciente [Gn 1.27-30]. O homem, de posse dos atributos que
DEUS lhe conferiu, deveria usá-los consciente e intencionalmente para cumprir
as ordens dadas pelo Criador. O homem é o único ser na face da terra que tem
consciência de que está participando de uma corregência com DEUS ao obedecê-lo.
Que privilégio maravilhoso!
SUBSÍDIO 2-1
Comentário Bíblico Broadman -volume 1: "Na criação, DEUS levou
a terra até certo ponto e depois colocou--a nas mãos do homem, para que dela se
encarregasse. Ela não fora ainda "subjugada" nem ainda colocada
completamente sob o domínio de DEUS. O homem devia apressar este processo. Era
seu privilégio e desafio. Tem sido a tragédia da história do homem que ele
pensou que o domínio sobre a natureza, que lhe havia sido dado, era para o seu
benefício pessoal. Assim pensando, ele esbanjou os recursos da terra. Agora
está começando a perceber que o seu domínio consiste na responsabilidade de
ajudar cada aspecto da natureza a atingir o seu alvo mais elevado. Em certo
sentido, ele deve juntar-se a DEUS, na tremenda tarefa de continuar a obra da
criação."
2-2- A glória no homem nas ações e palavras
Assim como DEUS se faz conhecido por Suas ações e palavras, Ele
designou o homem em tornar Sua glória conhecida no mundo por suas ações e
palavras. Depois de DEUS criar todos os animais, poderia ele mesmo dar-lhes
seus nomes. Preferiu, porém, designar ao homem esta tarefa. Animal a animal
recebera o nome que Adão não só escolheu, mas proferiu [Gn 2.19-20]. Desta
forma, a sabedoria de DEUS comunicada ao homem ao criá-lo à Sua imagem deveria
ser vista por toda a humanidade. Além das palavras, o homem deveria governar os
animais e administrar os recursos naturais com sabedoria que honrasse seu
Criador [Gn 1.28-31].
SUBSÍDIO 2-2
Ao iniciar o livro de Atos, Lucas diz que em seu primeiro livro
procurou descrever tudo o que JESUS começou a fazer e ensinar [At 1.1]. Ele era
conhecido como "um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de DEUS
e de todo o povo" [LC 24.19]. CRISTO revelou-se como Filho de DEUS e a Sua
glória diante dos homens. Tudo o que Ele fazia e tudo o que falava não era para
alcançar glória para si mesmo mas para glorificar o Pai diante do homens. Estes
são os passos que JESUS deixou para nós seguirmos. 1Pedro 4.10-11 ensina que
DEUS distribuiu da Sua graça a cada um de nós para que, seja com as nossas
palavras ou com o nosso serviço, devemos fazer de um jeito que em tudo seja
DEUS glorificado.
2-3- Um estágio no Éden
O Éden foi, por assim dizer, o estágio humano para cuidar de toda a
terra. No jardim havia todo tipo de árvores das quais o homem poderia comer [Gn
1.29]. E uma árvore a qual ele deveria "guardar" [Gn 2.15-171. Além
disso, DEUS deu autoridade ao homem para subjugar os animais [Gn 1.26-28]. O
diabo se apresenta justamente em um animal para tentar o homem, lhe fazendo
perguntas às quais o homem não tinha o dever algum de responder. Assim, ao
invés de subjugar a serpente, o homem se sujeita às suas sutis palavras [Gn
3.1-6]. Ou seja, o homem comete seu primeiro erro como corregente de DEUS na
criação. Subsequentemente comete o segundo, quando come da árvore que deveria "guardar".
Ao falhar em seu "estágio" edênico, o homem passa a administrar mal
tudo o que DEUS lhe confiou, quando não busca honrar a glória do Senhor da
criação.
SUBSÍDIO 2-3
R. N. Champlin: "A responsabilidade de Adão era lavrar o solo
do jardim. Desta forma, Gênesis ensina a dignidade do trabalho na criação
original. O resultado da queda não foi o trabalho, mas a labuta em face de
forças intoleráveis. A tarefa de Adão era simples e agradável, sem espinhos,
cardos ou ervas daninhas para tomá-lo frustrado. Sem um trabalho construtivo, o
homem não pode obter da vida uma verdadeira satisfação. Ócio não era o modo de
vida no Éden."
3- A restituição do propósito original
Paulo diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de DEUS
[Rm 3.23]. O plano divino de salvação em CRISTO JESUS é restaurar o ser humano
por inteiro, incluindo sua honrosa posição original a qual DEUS estabeleceu
como corregentes de Sua criação.
3-1- DEUS não destituiu o homem do seu papel na criação.
O trabalho do homem agora seria penoso o resto de sua vida [Gn
3.17-19]. Após a declaração "E DEUS os abençoou" [Gn 1.28], com a
entrada do pecado, foi acrescentada: "maldita é a terra por causa de
ti" [Gn 3.17]. Porém, este honroso desígnio de DEUS para o homem na criação
continua de pé. A criação foi feita para o homem. Por isso DEUS deixa para
criar o homem no final, coroando Sua obra. Porém, como DEUS fez o ser humano
semelhante a Si mesmo, no encargo de dominar o mundo e enchê-lo, o homem deve
fazê-lo para mostrar DEUS. Apresentar a imagem dEle. Devemos agir em nossos
deveres de forma a espelhar DEUS e seus atributos comunicáveis. Ao dar ao homem
a missão e poder de governar, como diz Piper: "O objetivo de DEUS,
portanto, era que o ser humano agisse de modo que espelhasse DEUS, que tem o
domínio supremo".
SUBSÍDIO 3-1
John Piper: "Ao ser humano é dada a posição elevada de
portador da imagem, não para que ficasse arrogante e autônomo (como tentou
fazer por ocasião da queda), mas para que refletisse a glória de quem o fez,
cuja imagem traz em si". Sermos portadores da imagem nos motiva a sermos
zelosos em qualquer lugar, realizando qualquer tarefa; fazendo realmente
qualquer coisa.
3-2- Não limite seu potencial de glorificar a DEUS
Cada ser humano tem um potencial dado por DEUS. Quando
desenvolvemos e expressamos este potencial, refletimos os atributos de DEUS. Ou
seja, as práticas religiosas não são as únicas nem as mais plenas formas de
expressarmos nosso temor e amor a DEUS. O desejo de DEUS é que, como disse
Paulo: "quer comamos, quer bebamos ou façamos qualquer coisa, façamos tudo
para a glória de DEUS" [1Co 10.31]. Não há no jardim menção de cultos,
orações ou ofertas. A vida de obediência a DEUS era o culto. O trabalho do
homem lá, explorando todo potencial que DEUS lhe conferiu, era o culto. Depois
da queda, houve uma ruptura dicotómica. Os homens baniram DEUS de suas vidas
comuns, recorrendo a Ele apenas em suas necessidades ou deveres religiosos
pré-programados. Esta é uma forma de limitarmos nosso potencial de honrar a
glória do Criador.
SUBSÍDIO 3-2
Não temos menção de ações cultuais realizadas por Adão e Eva dentro
do Éden. Porém, ainda que Gênesis 4.26 diga que nos tempos de Enos é que se
começou a invocar o nome do Senhor, no mesmo capítulo é narrada a história de
adoração dos dois filhos de Adão e Eva [Gn 4.1-5]. Caim e Abel provavelmente
aprenderam sobre adoração com seus pais. Uma adoração que implicava aceitação
ou rejeição divina. É possível que, do lado de fora do jardim, Adão e Eva
começaram a buscar reconexão com DEUS através de sacrifícios e ofertas. Porém,
já na primeira ação cultual de oferta registrada na Bíblia, fica evidente que
não é qualquer ação cultual que DEUS aprova.
3-3- O Servo perfeito de DEUS
Analisar mais de perto o papel e o propósito que o homem tinha em
sua relação com DEUS antes da queda nos leva a pensar sobre o que DEUS espera
de nós hoje. Somos convidados a uma reaproximação ao propósito original da
vida, quando lembramos que, embora DEUS tenha expulsado o homem do Éden para o
mundo, CRISTO invade o mundo para nos trazer de volta não ao Éden, mas à
comunhão plena com DEUS. Apesar de ser Senhor de tudo, se esvaziou de si mesmo
e se fez servo de todos [Fp 2.7]. Ele foi o perfeito Servo do Senhor [Is
42.1-8; Mt 12.18-20]. Serviu com a vida. Serviu até a morte. Obediente em tudo.
Honrou a DEUS não apenas no templo, em práticas religiosas, mas em tudo. CRISTO
com Seu trabalho perfeito resgata o ser humano para o propósito original de
DEUS.
SUBSÍDIO 3-3
Paulo diz com clareza em Filipenses 2 que CRISTO encarnou em forma
de servo. Mais que isso. Ele poderia vi ao mundo como um rei, rodeado de servos
e nunca experimentar trabalho Porém, foi do desígnio de DEUS que Ele se fizesse
pobre [2Co 8.9], nascesse em uma família pobre e seguisse a profissão do seu
pai José como carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. CRISTO foi definitivamente um
homem de trabalho. Ele disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também" [Jo 5.17]. Disse ainda:
"Convém que eu faça as obras daquele que me enviou" [Jo 9.4]. Era
necessário que aquele que veio assumir o nosso lugar como representante da
humanidade, fosse um modelo de servo que agrada a DEUS.
CONCLUSÃO
Que o presente estudo contribua para que cada discípulo de CRISTO,
por ter sido resgatado da vã maneira de viver [1 Pe 1.18], esteja plenamente
consciente e atento para viver no presente século conforme a boa, perfeita e
agradável vontade de DEUS, para que em tudo seja DEUS glorificado [1 Pe 4.11].