Escrita Lição 2, Betel, A Criação revelando a glória do Criador, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 2, Betel, A Criação revelando a glória do Criador
Para me ajudar – 331957816-20 (CPF – PIX) Luiz Henrique de Almeida Silva

 
 


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SUBSÍDIO

 

Gênesis

O primeiro livro da Bíblia, e também o primeiro livro de Moisés, que recebeu esse título grego devido ao seu assunto. Esse nome significa “começo״ ou podia se referir também às genealogias que são proeminentes nos primeiros capítulos (cf. Gn 2.4 e 5.1 com Mt 1.1). Em hebraico esse livro recebeu o nome de sua primeira palavra, b‘re’shit, de acordo com o costume hebraico geral. Essa palavra significa “no início”.

Gênesis faz parte de um livro maior, dos cinco livros de Moisés chamados Pentateuco (q.v.). Existe um plano uniforme que pode ser visualizado no Pentateuco. A primeira história vai até o final do livro de Gênesis. Êxodo traz a história de Israel até os acampamentos no Sinai e a consagração do Tabernáculo. Levítico dá as leis, muitas das quais foram promulgadas no Sinai. O livro de Números começa com a preparação da primeira tentativa para invadir Canaã e apresenta a história até o final da peregrinação pelo deserto. Deuteronômio repete, em grande medida, as leis e as histórias do Sinai e do período no deserto sob a forma de um sermão como base para a renovação nacional dos votos feitos na aliança com Deus. Portanto, Gênesis parece ser parte de uma obra maior, do primeiro rolo do Pentateuco. É a única fonte do período que antecede o Êxodo; Deuteronômio não reproduz esse material. O livro de 1 Crônicas faz extensas citações a partir das genealogias de Gênesis, e outras passagens do AT fazem muitas referências a esse livro. Mas o livro de Gênesis é único quanto ao seu conteúdo.

Data e Autoria

Ponto de vista histórico. A opinião sobre a data e a autoria de Gênesis pode ser brevemente mencionada. Como uma única voz, os judeus e a Igreja Cristã reconheceram a autoria mosaica desse livro até o surgimento da Alta Crítica no século XIX. Quase não se pode duvidar de que essa seja a posição testemunhada em Neemias 8—9. O livro que orientava os levitas era chamado “Livro da Lei de Moisés” (Ne 8.1). Mas na oração de Neemias (Ne 9), a história de Israel foi resumida, começando com a criação e a convocação de Abraão, continuando com o Êxodo, o Sinai, a rebelião em Cades-Barnéia, uma citação de Êxodo 34.6 (Ne 9.17), as experiências no deserto, a conquista da Transjordânia e, brevemente, a história posterior de Israel. Em suma, o tema abrange todo o Pentateuco, começando com o Gênesis. Esse testemunho está um tanto à frente da tendência de recentes estudiosos de concordar e atribuir as históricas datas do final do século V a Esdras/Neemias e aos livros das Crônicas (F. L. Cross, The Ancient Library of Qumran [1961], p. 189; John Bright, History of Israel [1959], p. 383).

O AT ensina repetidamente que Moisés escreveu a lei (cf. Js 1.7-9; 23.6; 1 Rs 2.3; 8.53,56; Ed 7.6 etc.). Com referência à história de Israel, os eventos de Gênesis são citados na mesma sequência com Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Em adição à sequência que temos em Neemias 9, o histórico Salmo 105 representa outro exemplo a esse respeito. As alusões feitas em Oséias à antiga história da nação também se referem com igual facilidade a Gênesis (Os 12.3,4,12), ao Êxodo (Os 12.13; 13.4), a Levítico (Os 12.9), a Números (Os 9.10), a Deuteronômio (ref. a Zeboim, Os 11.8) e aos livros posteriores. Está claro que Gênesis faz parte da história sagrada do início de Israel.

No NT, Cristo começou por “Moisés e por todos os profetas” a expor as profecias messiânicas em “todas as Escrituras” (Lc 24.27). Está claro que Jesus considerava o primeiro livro da Bíblia como mosaico. Na verdade, o Senhor Jesus se referiu ao AT como “Moisés e os profetas” (Lc 16.29,31; cf, Jo 5.46,47; Mt 5.17; Lc 24.44). Os apóstolos também usavam essa terminologia (At 26.22; 28.23). Ao mesmo tempo, Cristo se referiu a muitos tópicos registrados em Gênesis como partes das Escrituras inspiradas (Mt 19.4-6; 24.38; Lc 17.32; Jo 7.22). Está claro que Cristo e seus apóstolos consideravam a autoria mosaica de Gênesis. O historiador judeu Josefo afirmou expressamente a mesma opinião em aprox. 90 d.C. (Against Apiori 1.8). Nenhuma autoridade antiga respeitável questiona essa autoria.

Quanto à data em que o livro de Gênesis foi escrito, ela foi estabelecida pela opinião conservadora como sendo do período da peregrinação pelo deserto, cerca de 1440-1400 a.C., por causa da autoria mosaica. A data tradicional do Êxodo, calculada a partir da referência feita em 1 Reis 6.1, é 480 anos antes de Salomão iniciar a construção de seu Templo. Aqui ainda existe espaço para alguma elasticidade. O texto da LXX traz 440 anos. O Templo de Salomão foi construído por volta de 960 a.C. Os dados em Juizes

11.26 concordam com esses números. Alguns insistem em uma data alternativa, cerca de 1250 a.C., baseando-se em certos dados arqueológicos; mas parece não existir uma razão suficientemente coerente para se abandonar a data mais adequada ao texto bíblico.

Ponto de vista crítico. Com o acirramento do movimento nacionalista na Alemanha, por volta do ano 1800 d.C., foi questionada a autoria mosaica de todo o Pentateuco, Essas opiniões podem ser vistas em qualquer introdução padrão do AT (veja Gleason L. Archer, Survey of OT Introductwn, 1974, pp. 66-219). O ponto de vista crítico passou por diferentes estágios. Primeiro, o Gênesis foi dividido em dois documentos baseados nos diferentes nomes divinos de Elohim e Jeová (as consoantes hebraicas desse nome são YHWH). Pensou-se de início que eram dois antigos documentos agrupados pelo próprio Moisés. Entretanto, em pouco tempo a análise se estendeu ao resto do Pentateuco onde aparece o mesmo fenômeno, e então passaram a acreditar que o compilador havia vivido muito tempo depois de Moisés. Assim a autoria mosaica de todo o Pentateuco foi negada.

Depois, observaram que o estilo geral de partes do documento de Elohim era diferente do documento de Jeová, enquanto o estilo de outras era, mais ou menos, igual. Dessa maneira, o documento de Elohim foi dividido em E1 e E2.O livro de Deuteronômio também foi isolado porque continha muitas citações de outra fonte. Havia agora quatro documentos, E1, E2, J e D. Alguns críticos, usando um critério semelhante - de que cada suposta diferença em estilo revelava um autor diferente - dividiram o Pentateuco em muitos fragmentos.

Restou para Wellhausen, em 1875, estabelecer padrões de pensamento que perduraram durante muitos anos. Ele argumentava que esses quatro documentos, aos quais dava o nome de J, E, D, P, podiam ser datados comparando suas referências legais e históricas à conhecida história da antiga nação de Israel. Se um documento fizesse referência apenas a uma legislação posterior, então não haveria dúvida de que também seria de um período posterior.

Um problema que surgiu com a teoria de Wellhausen era que naquela época os estudiosos lamentavelmente ignoravam a história da Antiguidade do Oriente Próximo (e conheciam menos ainda a história de Israel) e assim ele precisou muitas vezes reconstruir uma história artificial. Isso foi feito com toda confiança usando a filosofia de Hegel sobre o progresso evolucionário, que era o que havia de mais moderno nos dias de Wellhausen (1875). Portanto, não é de admirar que ao terminar seu trabalho, Wellhausen era capaz de exibir uma bela progressão, no pen- sarnento e na cultura, desde o inculto despertar da história de Israel até sua florescente expressão nos profetas do século VIII. Essa foi uma nobre demonstração da ideologia vitoriana.

Duas coisas se associaram para derrubar o imponente edifício construído por Wellhausen. Primeiro, a filosofia de Hegel sobre o processo evolucionário da história tem em grande parte contribuído para um existencialismo mais pessimista desde a 2a Guerra Mundial. Segundo, desde a Ia Grande Guerra o estudo da arqueologia vem tendo um grande incremento com a descoberta de muitas outras barras de argila, e também com a escavação científica de cidades palestinas. Embora a história da Antiguidade tenha começado com Grécia e Roma, e Heródoto tenha sido chamado de “o pai da história”, atualmente livros do curso colegial vão até o ano 3000 a.C., considerando ali o início da história escrita, porém ainda existe muito material de datas anteriores em uma sequência estratificada.

Entretanto, o mais notável é que a riqueza da história da Antiguidade está extraordinariamente de acordo com o registro da Bíblia. Por exemplo, foram descobertos restos da população de Somer, que viveu na Baixa Mesopotâmia. A Bíblia lhe dava o nome de terra de Sinar, e a palavra hebraica correspondente é uma boa representação de “Somer” (Gn 10.10; 11.2; 14.1). Foi descoberto o povo hurriano com seus costumes e sua língua. A Bíblia lhes dava o nome de horeus. A antiga cidade de Ur uh (Ereque na Bíblia) foi descoberta e lá foram encontradas as mais antigas tábuas escritas (de cerca de 3300 a.C.). Também foram descobertas as explorações do rei Sargão de Acade (cerca de 2350 a.C.). A cidade de Acade ainda não foi identificada, mas Acade, Ereque e Babel foram mencionadas em Gênesis 10.10.

Antigos reis, povos, cidades, culturas e línguas foram recuperados depois de séculos de esquecimento. Mas a Bíblia tem, o tempo todo, preservado reis, cidades e povos em sua exata sequência e conexão, e refletido as antigas culturas sob as formas mais naturais. Isso deve ter sido quase um milagre para um escritor que, dispondo de conhecimento limitado, compôs sua obra a partir de uma mistura de fontes. Pelo menos a arqueologia provou a substancial historicidade dos registros bíblicos. E, em nenhum outro lugar, sua obra tem sido mais bem recebida do que no livro de Gênesis que, afinal de contas, está relacionado com a história de um passado longínquo. A luz da arqueologia está refletida em quase todas as partes do livro de Gênesis. Detalhes complementares são fornecidos sobre a discussão do conteúdo desse livro.

A história do Dilúvio, que consta das primeiras partes de Gênesis, foi dividida por Wellhausen em dois documentos, J e P; a primeira fonte escrita data de cerca de 850 a.C., e a segunda por volta de 450 a.C. Dessa época existe a descoberta da história de uma inundação na Babilônia. Sua data é muito anterior ao tempo de Moisés e a relação entre essa história e a Bíblia é duvidosa. Possivelmente, ambas dependiam de antigos registros sobre o próprio Dilúvio. Mas pelo menos o documento J e o documento P, que lhe é posterior, mostram interessantes paralelos com a história original da inundação da Babilônia. Uma conclusão natural seria que a divisão dos documentos é artificial e que as datas de Wellhausen são bastante arbitrárias.

As narrativas dos patriarcas sobre Gênesis têm sido especialmente sustentadas por tábuas provenientes da cidade de Nuzu, e de outros lugares, que revelam os costumes dos colonizadores hurrianos em terras semíticas (amonitas e aramaicas). Evidentemente, esses costumes eram conhecidos pelos patriarcas por causa de sua residência em Harã e Ur, e é admirável a grande semelhança das práticas patriarcais com as leis de Nuzu. As introduções ao AT podem dar mais detalhes e bastará um exemplo. Em Nuzu, o direito de herança, que incluía uma dupla porção ao herdeiro principal, ia para o filho mais velho. Mas esse direito podia ser vendido e há o caso de uma venda por três carneiros. Ele também podia ser transferido pelo pai e existe o registro de um caso de pronunciamento oral paterno sobre esse assunto (cf. Gn 48.17-20).

Observe que nenhuma dessas práticas ou provisões foi encontrada nas leis ou na história posterior de Israel. A única passagem da legislação mosaica que trata do direito de herança proíbe qualquer mudança em sua ordem natural (Dt 21.15-17). Somente nas famílias patriarcais esse costume pode ser testemunhado. Como poderia um posterior autor israelita, como “J” no ano 850 a.C., ou “P” no ano 450 a.C., fazer uma distinção tão precisa entre o cenário da antiga Mesopotâmia e os costumes dos patriarcas relativos à legislação mosaica existente em Israel?

Muitos exemplos semelhantes levaram os atuais estudiosos do AT a aceitar sua historicidade até, nos detalhes das narrativas dos patriarcas. E muito difícil combinar essa conclusão com a afirmação de Wellhausen de que a data posterior dos supostos documentos foi determinada por meio da comparação das condições de seus cenários.

Um estudo crítico mais recente argumenta que o Pentateuco (e outros livros históricos) foram reunidos em uma data posterior a partir de tradições orais que eram fielmente preservadas e transmitidas. Mas as opiniões diferem. Será que essas tradições orais foram todas escritas em conjunto depois do exílio ou eram o cenário de J, E, D e P, os documentos usuais de Wellhausen que foram combinados depois do exílio? Em ambos os casos, essa teoria parece pouco natural. Escrever era um hábito extremamente comum em toda Mesopotâmia e no Egito, muito antes do período patriarcal. Por que deveríamos pensar que somente Israel, dentre todas as nações, não teria uma literatura escrita? Essa conclusão é particularmente singular se nos lembrarmos de que foi provavelmente na Síria e na Palestina que o alfabeto foi inventado - a ferramenta mais conveniente que se conhece para a expressão escrita!

É verdade que antigos documentos da Palestina se perderam quase completamente, exceto os Rolos do Mar Morto, que foram encontrados posteriormente. Mas a explicação não é que não tivessem uma literatura. É que sua literatura pereceu. Se tivessem utilizado sinais cuneiformes e escrito em tábuas de argila, o material teria perdurado. Mas está claro que escreveram em papiros e peles de animais. Esses objetos têm uma boa duração no clima seco do Egito, mas no clima chuvoso da Palestina eles logo desaparecem. Pode até ser verdade que o antigo povo hebreu memorizasse bastante e apreciasse recitar sua literatura épica e religiosa. Mas dizer que não tivessem uma literatura escrita é pura teoria. O suporte arqueológico para as histórias e as leis de Gênesis representa um impressionante argumento a favor do testemunho do AT e do NT de que o livro de Gênesis e o restante do Pentateuco são antigos, autorizados e mosaicos.

 

Esboço de Gênesis

I.        História Pré-Abraâmica, Caps. 1-11

A.      Criação e Queda, 1—3

B.      Caim e seus descendentes, 4

C.      Genealogia anterior ao Dilúvio, 5

D.      O Dilúvio, 6-9

E.      Nações e genealogia posteriores ao Dilúvio, 10-11

II.       História de Abraão, Caps. 12-25

A.      Chamada e estabelecimento na Palestina, 12-13

B.      Batalha com os quatro reis, 14

C.      Confirmação da aliança com Abraão, 15-17

D.      Sodoma e Gomorra, 18-19

E.      Abraão e Abimeleque, 20

F.       Nascimento e oferta de Isaque, 21-22

G.      Morte de Sara, 23

H.      Casamento de Isaque e morte de Abraão, 24-25

III.      Isaque e seus Filhos, Caps. 26-36

A.      História de Isaque, 26

B.      Jacó e o direito de primogenitura, 27

C.      Jacó em Harã, 28-31

D.      Jacó novamente na Palestina, 32-35

E.      Os descendentes de Esaú, 36

IV.      História de José, Caps. 37-50

A.      Juventude e sonhos de José, 37

B.      Vergonha de Judá, 38

C.      Escravidão de José, 39-40

D.      Exaltação de José, 41

E.      José e seus irmãos, 42—48

F.       Poema profético de Jacó, 49

G.      Morte de Jacó e de José, 50

 

Conteúdo do Livro

Plano. Muitas vezes tem sido mencionado que o autor do livro de Gênesis escreveu de acordo com um plano unificado. Em quase todos os casos ele conta a história de Israel, partindo do geral para o particular, Primeiro ele fala sobre o mundo todo, ou sobre toda a raça, ou sobre todos os descendentes de um homem; em seguida, concentra-se no específico, em um jardim que ele representa com detalhes, ou no segmento de uma raça importante para a história, ou sobre a linhagem de um homem do qual está falando.

·essa maneira, o primeiro capítulo trata da criação como um todo. Os capítulos 2 e 3 trazem o retrato de Adão, a origem da história. O capítulo 4 trata da história e da genealogia de Caim, do qual não se ouve falar mais. Entretanto, o capítulo 5 descreve a genealogia de Sete que faz a ligação com Noé, Depois do Dilúvio, a colonização de todo o Oriente Próximo é retratada no capítulo 10; então vem a genealogia que chega a Abraão. Nas histórias dos patriarcas, Ismael é tratado antes de Isaque; os descendentes de Esaú, antes de Jacó. Obviamente, o livro de Gênesis, como o conhecemos, é obra de uma mente privilegiada, de um autor competente que usa habilmente seu material, sob a inspiração do Espírito.

Narrativas da criação. Muitos volumes já foram escritos sobre o primeiro capítulo de Gênesis. Dois itens têm especial interesse; primeiro, a relação com o conjunto de doutrinas da Babilônia; e, segundo, a relação com a moderna ciência.

Em relação aos mitos babilônicos da criação, essa matéria foi discutida exaustivamente por A. Heidel na obra The Babylonian Genesis (1951). A história da Babilônia começa com uma batalha entre os deuses. A segunda geração de deuses se rebela contra a primeira. Marduque sai vitorioso, conquista a deusa Tiamat e divide seu cadáver em metades, fazendo o céu e a terra. Ele cria o homem a partir do sangue do aliado dela, Kingu. Não existe uma nítida relação entre o relato bíblico e as histórias da Babilônia. Quanto às questões científicas, o relato de Gênesis nos dá poucos detalhes. Existe muito de verdade na afirmação de que a Bíblia não é um livro de ciência, mas de religião. Não obstante, esse livro deixa claro que Deus fez os mundos e é o Senhor da natureza, assim como dos espíritos. Portanto, onde a Bíblia se aproxima da ciência, deve-se aceitar que as informações estão corretas, quando interpretadas de forma precisa e fiel. Em Gênesis 1, assim como em outras passagens, a Bíblia declara que Deus criou os mundos a partir do nada. A matéria não é eterna. Ás atuais teorias da ciência não têm nenhum atrito contra esse ponto de vista. Uma grande reivindicação é que toda matéria teria se originado de uma vasta explosão nuclear acontecida cerca de dez bilhões de anos. A ciência não pode explicar o que poderia ter causado essa explosão. Gênesis diz; “No princípio criou Deus...”.

A aparente antiguidade do universo tem sido um problema. Uma teoria recente diz que Gênesis 1.1 fala da distante criação da matéria; o v. 2 relataria uma catástrofe que teria dominado a criação em uma data bastante recente; e os versos seguintes descreveriam eventos recentes sobre a terra.

Outra teoria afirma que os dias criativos de Gênesis não devem ser considerados como dias reais nos quais os eventos aconteceram, mas dias nos quais Deus revelou certos itens a Moisés. Eles foram “dias reveladores”. Essa opinião, juntamente com suas variações, não parece fazer justiça ao significado do texto bíblico.

Outra opinião, popularizada por J. Whitcomb e H. Morris em The Genesia Flood (19611. sugere que o universo não seja verdadeiramente velho. Ele parece velho porque Deus o criou “totalmente crescido” com a aparência de algo maduro. Essa opinião apresenta algumas características atraentes, mas também alguns problemas filosóficos. Será que Deus teria criado rochas sedimentares com fósseis já introduzidos nelas? Essa opinião está geralmente associada à ideia de que o Dilúvio provocou a formação de muitos fósseis que, portanto, teriam uma origem recente. Existe a questão: Será que essa opinião pode ser cientificamente sustentada?

Uma quarta opinião, sustentada durante muitos anos, é que os dias de Gênesis não tinham 24 horas, mas eram períodos de maior ou mais longa duração. Eles começaram antes de o sol ter sido estabelecido como marcador do dia, e aparentemente o sétimo dia do repouso de Deus ainda continua. Essa opinião está, em geral, de acordo com o conceito científico atual. Aqueles que o aceitam argumentam que Gênesis 1.14 se refere à remoção de densas nuvens para que o sol e a lua, que já existiam previamente, pudessem se tomar visíveis. O autor está de acordo com essa opinião, mas devemos nos lembrar que estimativas científicas sobre a idade da terra podem estar erradas. Atualmente, muitas estimativas dependem de teorias astronômicas e radioativas cuja origem é recente e nem sempre consistente. Ainda existe algum espaço para ressalvas e estudos complementares sobre essas teorias.

Gênesis 2.4-25 fala sobre a criação separada e específica de nossos primeiros pais. O jardim do Éden estava localizado ao sul da Mesopotâmia, onde estão localizados os quatro rios (a Etiópia, Gn 2.13, é mais provavelmente Cuxe, o território a leste do Tigre). Provavelmente Gênesis 2,5 não esteja se referindo a toda terra, mas somente ao paraíso. que era abastecido com água vinda de fontes subterrâneas (em hebraico ־’ ed, ou “névoa’, da palavra acádia edu, que parece significar um fluxo subterrâneo). Nessa seção, não há nenhuma referência a qualquer coisa fora do Éden. Quanto à suposta origem evolucionária de todas as espécies a partir de um bacilo original e também à origem evolucionária do homem, cf. Carl F. H. Henry, ־Theology and Evolution” em Evolution and Christian Thought Today, ed. por R. Mixter 1959). Veja Criação.

Dados genealógicos. Quatro principais genealogias são encontradas nos primeiros capítulos: a de Caim (capítulo 4), as genealogias anteriores e posteriores ao Dilúvio (capítulos 5 e 11) e a Tábua das Nações (capítulo 10). O contraste fica mais claro entre os capítulos 10 e 11. A assim chamada “Tábua das Nações* não é absolutamente uma genealogia. É apenas um resumo do resultado, na época de Moisés, da colonização do Oriente Próximo depois do Dilúvio. Algumas genealogias estão envolvidas no movimento das tribos e das nações, mas dizem que a ocupação de Canaã, por exemplo (10.15-18), “gerou" povos, não indivíduos. Hete era aparentemente indo- europeu, o jebuseu era provavelmente hurriano. O amorreu, naturalmente, era semítico, mas é encontrado entre os “filhos” de Cam. Um dos “filhos” de Cam era Mizraim. Esse era o antigo nome do Egito e esse nome tem uma formação dupla que se refere à união do Alto e Baixo Egito, cerca de 3000 a.C.

Uma opinião bastante difundida é a de que existem omissões nas genealogias encontradas nos capítulos 5 e 10. Outras numerosas genealogias mostram lacunas. Assim, 4 gerações foram reconhecidas de Levi a Moisés !Êx 6.16-20), mas os levitas da geração de Moisés e Arão chegavam a 22.000 homens (Nm 3.39). Além disso, se a genealogia em Gênesis 11 estiver completa, Sem e seu filho Arfaxade na verdade sobreviveram a Abraão! Esse não é o quadro que temos a partir da narrativa de Abraão. O reconhecimento desse e de outros pontos convenceu a muitos de que as datas de Ussher para a criação (4004 a.C.) e para o Dilúvio (2350 a.C.) devem ser retrocedidas em um número indeterminado de anos.

A narrativa do Dilúvio. A Bíblia diz claramente que houve uma inundação enviada por Deus, de âmbito universal, para erradicar a humanidade pecadora. Os povos da Mesopotâmia tinham a tradição de uma inundação, assim como muitas outras culturas. A história da Babilônia foi estudada e comparada com a Bíblia por A. Heidel, na obra The Gilgamesh Epic (1949). Seria razoável concluir que as semelhanças encontradas nos dois relatos reflitam o acontecimento verídico.

Se faltam provas científicas para o Dilúvio, deve-se considerar que, da mesma maneira, faltam provas contra ele. Foram feitos os cálculos da dimensão da arca, e se concluiu que ela tinha a capacidade necessária para comportar todos os animais (A, M. Rehwinltel, The Flood, St. Louis. Concórdia Pub. House [1951], pp, 68ss.). Pode ser que o Dilúvio não tenha sido simplesmente um fenômeno como alguns imaginam. Poderia ter sido uma grande inundação causada pela chuva, juntamente com o movimento da crosta da terra que fez elevar o nível do oceano e uma longa e continuada nevasca nas regiões mais altas e nas latitudes do norte. Parece bastante claro que houve uma grande modificação climática cerca de 10.000 anos atrás. Os extremamente populares mamutes da Sibéria aparentemente viviam em um clima onde haviam flores (encontradas em sua boca) e abundante vegetação. Estes foram imediatamente congelados, alguns ainda de pé, e assim permaneceram desde esse momento, de forma que sua carne ficou preservada! Veja Dilúvio.

A vida de Abraão, Sem dúvida ele era o único homem temente a Deus de sua época. Com certeza Deus havia falado com muitos indivíduos, tais como Enoque, antes do Dilúvio, e Melquisedeque, depois dele. Mas Deus determinou a Abraão que deveria fazer outra coisa - reunir seu povo em um único lugar e, através de uma intensa revelação de sua Palavra e graça, preparar um grande e coeso grupo de pessoas para o advento de Cristo e a bênção de toda a humanidade. Deve- se notar que a Palestina era uma grande ponte e caravanas de três continentes atravessavam suas fronteiras. Os judeus na Palestina, através de seu Messias, deveriam verdadeiramente ser uma luz para as nações (Is 42.6; 49.6; 51.4).

Deus escolheu Abraão, instruiu-o sobre os sacrifícios, e lhe deu o sinal da aliança: a circuncisão. A circuncisão era praticada no Egito e em outros lugares na idade da puberdade, mas, até onde sabemos, a circuncisão dos meninos hebreus era única na Antiguidade. Ela era o sinal da raça e da graça (Gn 17.14; Dt 30.6; Rm 2.29). Mais tarde, o clã de Abraão se consolidou como nação por intermédio de Moisés. Mas as bases da fé de Israel estavam claras em Abraão. Na verdade, o ritual do sacrifício era tão antigo quanto Adão. Ao acreditar em uma única verdade e em um Deus vivo, Abraão vivia um monoteísmo espiritual e ético. Ele reconhecia o pecado humano, oferecia sacrifícios para a purificação, esperava a vinda do Redentor e acreditava em uma eterna comunhão com Deus (Gn 22.8,18; Jo 8.56; Hb 11.10). O cenário cultural de Abraão ficou agora grandemente iluminado por descobertas feitas em Ur, Mari, Nuzu, além de outras descobertas. Veja Abraão; Era Patriarcal.

Isaque e Jacó, A vida de Isaque é pouco conhecida, pois foi obscurecida pela de seu famoso pai e de seu filho; entretanto, ele era um homem pacífico que ofereceu a outra face a Abimeleque (Gn 26.17-31). Isaque também recebeu a promessa messiânica (26.4). Veja Isaque.

Talvez Jacó tenha sido tratado com mais rigor. Ele fez um plano (na realidade foi sua mãe que fez este plano) para receber o direito de primogenitura. Mas devemos nos lembrar de que isto havia sido prometido por Deus ao gêmeo mais novo (25.23) e, aparentemente, Jacó desejava esse direito mais por razões espirituais do que financeiras. Em Betel, Jacó se consagrou ao Senhor (28. 20-22) e, junta- mente com suas esposas, atribuiu o nascimento de seus filhos à resposta de Deus às suas orações (Gn 30). Até o aumento do número de ovelhas de Jacó - embora devido em parte à sua dedicação, e em parte à sua superstição sobre a influência pré-natal (talvez observada nos princípios da hereditariedade) - em última análise, sem dúvida veio da providência divina (31.9,42). A oração de Jacó em Peniel estava baseada nas promessas de Deus, assim como na obediência aos mandamentos (32.9-12). Na luta com o anjo, Jacó pediu a bênção de Deus e não qualquer vantagem material (32.25-30). Ao lidar com Esaú ele atribuiu todo o seu progresso a Deus (33.11), Veja Jacó.

José no Egito. A história de José tem sido um tema favorito e de interesse permanente. Sua verdadeira mensagem não é simplesmente a história de indigentes que se tornam ricos, mas como Deus realiza através de sutis detalhes da providência sua perfeita vontade. O faturo de José havia sido previsto, embora tenha irritado o resto de sua família com seus sonhos.

Quando os jovens abandonam sua casa por causa do trabalho ou da guerra, muitas vezes eles crescem bastante ou sofrem terríveis quedas. José cresceu bastante, quando ninguém (exceto Deus) o estava observando. José viveu para Deus, embora sofresse por causa da sua integridade, Mas na prisão ele ainda acreditava e preservava seu caráter. Por fim, Deus o abençoou e o usou como a poucos outros indivíduos.

Aparentemente, José se tornou o grande governador do Egito sob um dos reis asiáticos aos invasores hicsos. O período dos hicsos durou de aprox. 1750 a 1570 a.C., embora muitas dinastias tenham reinado nesse período. Alguns afirmam que a ascendência de José aconteceu antes dos hicsos (o Êxodo em 1440 a.C., 1 Rs 6.1; a escravidão de 430 anos, Êx 12.40; estes fatos posicionam José em tomo de 1870 a.C.). Essa opinião é discutida por Gleason Archer (op. cíí, pp. 205-208}, que segue John Rea (“Time of the Oppression and the Exodus”, BETS.III [1960],58-59).

Uma opinião alternativa, sustentada pela LXX, é que o período de 430 anos incluía tanto a residência patriarcal em Canaã (215 anos) como a escravidão no Egito (1655-1440 a.C.). Dessa maneira, o governo de José teria começado durante a dinastia dos hicsos. Os hicsos introduziram as carruagens no Egito (cf. Gn 41.43), e mudaram a posse da terra, de forma que ela passou a ser propriedade da coroa, com exceção das terras dos templos. Mais tarde, a coroa impôs uma taxa de 20 por cento (cf. Gn 47.20-26). Entretanto, os detalhes são obscuros, parcialmente porque pouco se sabe a respeito dos hicsos. A própria data do Êxodo está sob discussão, embora as evidências bíblicas fornecidas acima pareçam ser bastante claras tcf. 1 Rs 6.1; Jz 11.26).

O excelente caráter de José irmalmente se revelou não na prosperidade, mas na adversidade, quando ele cuidadosa e sabiamente testou seus irmãos e, em seguida, os perdoou e se esqueceu dos danos que lhe haviam causado. Assim, pela sua magnanimidade, José estabeleceu as bases para que Israel se expandisse e se tornasse a nação que Deus havia previsto. Nenhum outro homem foi mais consciente da providência suprema e inabalável de Deus. Veja José.

O livro de Gênesis termina com uma grande profecia messiânica de Jacó (Gn 49.10, tratada pelo autor em um apêndice da obra de J. O. Buswell, Systematic Theology of the Christian Religion [1963], II, 544). A emocionante história da morte e sepultamento de Jacó na caverna de Macpela é brevemente relatada, assim como as ordens de José quanto ao traslado de seu próprio corpo; ele queria ser embalsamado e sepultado na terra de Canaã quando Deus cumprisse as promessas que havia feito a Israel. R. L. H.

 

 

A obra de Deus ao trazer à existência todas as coisas. A passagem definitiva é Gênesis 1.1, sob a qual deve se colocar toda a teologia bíblica. Deus, o Criador, é uma trindade pessoal, onipotente, onipresente e onisciente. Deus sozinho é eterno, tanto quanto imanente e transcendente com respeito à sua criação.

A verdadeira criação deve ser da Palavra de DEUS (Hb 11.3). A ideia de que o presente universo evoluiu de materiais anteriores, embora seja comumente sustentada em outras religiões e filosofias, não tem base nem nas Escrituras nem na ciência física. A tradução de Gênesis 1.1 como uma sentença dependente (isto é, *Quando Deus começou a criar os céus e a terra, a terra era sem forma e vazia) é inadmissível. Este versículo de abertura é mais exatamente uma afirmação absoluta, que sustenta a criação inicial dos céus e da terra a partir do nada. Ele também não é um simples título ou índice do que se segue; mas é a primeira afirmação da narrativa da ordem dos eventos da criação.

Uma vez que Gênesis 1.1 é o único versículo no capítulo que menciona a criação dos céus, ele deve ser compreendido dentro do escopo da afirmação resumida de Gênesis 2.1, que confirma a conclusão da criação tanto do céu como da terra.

Criação Completa. É de suprema importância reconhecer que as Escrituras ensinam a respeito de uma criação concluída. Este fato é enfatizado pelas repetidas afirmações deste efeito em Gênesis 2.1-3, e pela instituição do sábado como um memorial da obra concluída de Deus (veja também Ex 20.11; 31.17; Sl 33.6,9; Ne 9.6; Hb 4.4,10; 2 Pe 3.5). Assim, a criação não está mais acontecendo, exceto em atos ocasionais de natureza miraculosa. Os processos normais, constantes da natureza pelos quais Deus providencialmente agora sustenta todas as coisas (Hb 1.3; 2 Pe 3.7) não são, de forma alguma, processos de criação. Estudos científicos de processos atuais não podem, entretanto, levar ao entendimento de qualquer um dos eventos do período da criação, mesmo porque estes eventos aconteceram pelos processos criativos Divinos, e não temos a capacidade de investigá-los agora.

Este ensino das Escrituras é sustentado cientificamente pela lei da conservação da massa e energia, a primeira lei da termodinâmica, que é a lei mais básica e bem comprovada de toda a ciência. Nem a energia nem a massa (exceto nas trocas de massa energia) estão sendo agora criadas ou destruídas. O reservatório universal de energia (que inclui realmente tudo no universo físico) deve, portanto, datar de um período primitivo da criação, assim como afirma a Bíblia.

Idade aparente. Se a criação não ocorreu através dos processos atuais, então a única forma pela qual podemos saber qualquer coisa sobre os acontecimentos, maneira, ordem ou data da criação é através da revelação que Deus nos concede a respeito destes temas. É exatamente isto que Ele fez no registro da criação em Gênesis 1 e 2, assim como em muitas ouras passagens das Escrituras. Não há, portanto, nenhuma razão válida para duvidar, de alguma forma, da exatidão ou da precisão dos eventos registrados nestas passagens. Estes grandes acontecimentos se deram em um período de seis dias. Cada ação foi completa e julgada por DEUS como “boa”. Ele chamou tudo que criou de “muito bom” (Gn 1.31). Estes seres criados deveriam, necessariamente, no instante da criação, ter uma “idade aparente”. Isto é mais evidente no caso de Adão e Eva, que foram criados como indivíduos maduros, mas também deve ser verdade no caso de rodas as outras coisas, tanto animadas como inanimadas. O universo inteiro foi estabelecido como um todo em funcionamento desde o instante da criação. De fato, é filosoficamente e escrituralmente impossível conceber uma substância verdadeiramente criada, sem alguma idade aparente. Isto não envolve Deus em alguma fraude, como alguns poucos alegam, uma vez que Ele revelou claramente, em sua Palavra, que tudo ocorreu deste modo.

 

Evolução. Pode-se, portanto, afirmar categoricamente que os processos de evolução, quer sejam ateístas ou não, não podem ser levados em conta para a constituição do universo e seus habitantes. A evolução por definição abrange um aumento geral de ordem e organização, desde o simples até o complexo, e do mais baixo ao mais alto. Em sua estrutura científica comumente apresentada, ela implica em grandes idades de mudanças lentas, passadas adiante pelo processo da seleção natural. Isto é pretensamente explicado pelo princípio da uniformidade operacional dos processos presentes - um princípio que é explicitamente contraditado pelo relato da criação.

Além do mais, as Escrituras indicam que por causa da entrada do pecado, agora existe uma maldição universal sobre a terra (Gn 3.17-19; Rm 8.19-22), manifestada em uma tendência universal ao envelhecimento e à morte. Assim, embora a mudança seja evidente em todo lugar no mundo, esta mudança não é evolucionária, mas, sim, degenerativa. Este ensino das Escrituras é cientificamente verificado através da segunda lei da termodinâmica, que afirma que há em todos os sistemas - sejam físicos ou biológicos - uma tendência inata em direção à diminuição da ordem e da complexidade. A evolução pode, no máximo, ser apenas um fenômeno local e temporário, porém é impossível que atinja a condição de uma lei universal como as leis de conservação e deterioração. Assim, é impossível atribuir a criação a qualquer forma de evolução.

Resumo. A Criação, de acordo com as Escrituras, foi realizada como uma série de atos Divinos, trazendo os seres materiais à existência, a partir do nada. Desde o início, eram altamente organizados e em total funcionamento, e assim foram formados com uma aparência de idade. A criação foi completa e terminada durante um período especial no passado, resultando naquele período ou dia em que Deus “descansou” e não está mais criando, exceto em casos isolados de intervenção sobrenatural. Os processos físicos e biológicos do presente são providenciais e não criadores, e assim não podem dar nenhuma informação sobre qualquer coisa relacionada ao período da criação. Esta informação só pode vir através da revelação Divina, que é fornecida na Bíblia Sagrada.

Assim, não resta uma razão pela qual não possamos ou não devamos aceitar o relato da criação que nos é fornecido pelo Gênesis como histórico, literal e concreto dos eventos específicos que se passaram durante aquele período.

 

Adão

Foi o homem de quem se originou toda a raça humana. O NT apresenta Adão como o representante da humanidade e relaciona o problema do início do pecado à sua primeira transgressão.

Quanto ao significado de seu nome, a etimologia não oferece nenhuma ajuda. Existem três possibilidades rivalizando-se entre si. A palavra pode ter vindo de outra palavra semelhante, ’adamu, que significa “solo vermelho”, ou da raiz dama que significa “ser como” (uma referência a d‘mut, isto é, “semelhança”, Gênesis 1.26; 5.1) ou da raiz acadiana adamu que significa “fazer ou produzir”. Talvez essa última interpretação possa merecer a nossa preferência.

A Bíblia afirma que Deus criou Adão (Gn 2.7), colocou-o no Jardim do Eden (Gn 2.8-15), deu-lhe uma ordem relacionada à árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.16,17) e, por fim, colocou uma mulher ao seu lado como companheira em um ato separado da criação (Gn 2.18-25). Deus os abençoou e concedeu prosperidade pelo poder de sua palavra e ordenou que se multiplicassem e fossem senhores de todas as criaturas vivas sobre a terra (Gn 1.28). Quando submetido à tentação da serpente, Adão sucumbiu, da mesma forma que sua esposa havia feito antes dele. Isso marcou o evento geralmente conhecido como “a queda”. Imediatamente após esta queda, o destino modificado de nossos primeiros pais tornou-se conhecido através de seus atos e da sentença que Deus lhes designou. Eles não foram amaldiçoados. Em sua imensa misericórdia, o Senhor os condenou a continuar a viver durante algum tempo, e lhes forneceu as primeiras vestimentas. Mas Ele os expulsou do jardim onde vinham morando. Eles tiveram filhos, na verdade tiveram vários filhos (cf. Gn 5.4). O próprio Adão morreu com a idade de 930 anos (Gn 5.5).

Adão é um personagem histórico, não apenas uma figura poética ou um personagem mítico. No AT a palavra adam é usada mais de 500 vezes com o sentido de humanidade e também como nome próprio. Esses dois usos aparecem no registro de Gênesis, mas somente a partir de Gênesis 4.25 pode ser definitivamente afirmado que a pessoa específica de Adão está sendo considerada. Antes disso, ele é geralmente considerado como um representante humano, embora o termo Adão em Gênesis 3.16,21 pareça ocorrer sem o artigo definido, sugerindo que nesses versos o nome tem um significado e a pessoa está sendo especificamente mencionada. Veja também Gênesis 5.1,3-5.

Existem dois relatos sobre a criação de Adão. Gênesis 1.26-28 ; 2.4-6,20-23. Á explicação habitual para esse fato, segundo os mais competentes críticos modernos, é que esses dois relatos originam-se de duas fontes separadas usadas pelo autor, e, para reforçar essa opinião, muitas vezes é realçada a íntima incompatibilidade entre os dois relatos. Mas, totalmente à parte dessas fontes, de que devemos sempre falar com muito cuida- o, parece que o relato em Gênesis 1 é bastante resumido em sua forma e está de acordo com o padrão de trabalho dos seis dias da criação, enquanto o registro feito em Gênesis 2 é suplementar - embora não sendo em nenhum sentido contraditório ao capitulo 1 - ele fornece certos detalhes extremamente essenciais ao entendimento daquilo que se segue. Esse último ponto de vista é geralmente aceito por estudiosos da Bíblia Sagrada que seguem uma linha conservadora. Nesse registro duplo encontramos dois fatores que estão presentes no homem. Deus criou o homem do pó da terra (Gn 2.7) e, em seguida, soprou em suas narinas o fôlego da vida. Há uma característica inferior e uma superior em seu ser. Em segundo lugar, ele foi feito “à imagem de Deus” (Gn 1.26,27), uma afirmação importantíssima que o autor, em nenhum momento, chega a definir em detalhes. O relato suplementar (Gn 2) também fornece a maneira exata como Eva foi, criada; ele fala da localização do Jardim do Éden e também de duas árvores extremamente importantes. Também foram descritos os deveres do homem nesse estágio inicial da existência; ele deveria cultivar e guardar o jardim (Gn 2.15).

A divina graça manifestou-se no fato de que um único mandamento foi dado ao homem: ele não deveria comer da árvore da ciência do bem e do mal. Esse mandamento foi desobedecido, o que trouxe trágicas consequências.

O       fato quase surpreendente dessa narrativa sobre Adão e a queda é que existem raras referências a ele no AT. Uma comparação feita com o texto hebraico original irá mostrar uma possível referência a Adão em Deuteronômio 32.8; Jó 31.33 e Oséias 6.7. Seria seguro entender que o caráter básico do evento da criação do homem e de sua queda foi geralmente aceito de forma natural. A plena avaliação teológica da queda viria posteriormente nos escritos dos apóstolos.

Igualmente estranho é o fato de que, nos livros apócrifos, existem inúmeras referências a Adão e à sua importância básica.

As passagens no NT que fazem referência a Adão são Mateus 19.4-6, Romanos 5.12-21; 1Coríntios 15.22,45: 1 Timóteo 2.13,14 e Judas 14. Em cada uma delas, não se pode duvidar que Adão é considerado uma figura histórica. O capítulo 5 de Romanos é particularmente forte: duas pessoas são contrastadas - Adão e Cristo - com uma ampla análise das consequências de seus feitos. A importância de ambos é inquestionável. H.C.L.

 

 

IMAGEM DE DEUS

O homem, criado à imagem de DEUS, é distinto de todas as outras criaturas. Ele é único por ter sido feito para viver em comunhão com seu Criador, e ser responsável diante dele. DEUS fez o homem com algumas características que Ele mesmo possui, como um ser pessoal, e para si mesmo, em um relacionamento “Eu-você” (Gn 1.26,27; 5.1,2; 9.6; 1 Co 11.7; Ef 4.24; Cl 3.10; Tg 3.9). Somente através de uma resposta obediente a DEUS, é que o homem pode verdadeiramente, cumprir o propósito para o qual foi criado. É somente em JESUS CRISTO que a imagem de DEUS pode ser vista perfeitamente; ele é o homem verdadeiro e perfeito (Cl 1.15; 2 Co 4.4).

Três aspectos dessa doutrina podem ser distinguidos:

1. A imagem como foi criada por DEUS. A imagem de DEUS tem uma semelhança natural ou formal com DEUS, que consiste em personalidade, pois isto é essencialmente o que DEUS é, um ESPÍRITO pessoal. Ela também tem uma semelhança moral ou relacional, que consistia originalmente em santidade positiva e justiça original. O homem não foi criado meramente em um estado de inocência ou neutralidade moral; mas sua mente, afeições, e vontades eram positivamente direcionadas a DEUS e ao seu propósito supremo. Como tal, a primeira natureza moral do homem era um reflexo finito da natureza moral de DEUS. No entanto, o homem era capaz de enfrentar testes e provações, e de ter seu desenvolvimento e progresso através do exercício do livre-arbítrio diante da tentação. O homem seria responsável pela sua própria liberdade. Era possível para Adão escolher o bem ou o mal; sua condição moral não era imutável ou infalível.

Como um dom de DEUS ao homem, criado à imagem de DEUS, foi outorgada a imortalidade (isto não significa mera e naturalmente possuir uma existência infinita, em virtude da simplicidade de sua alma). Ele não estava sujeito à lei da morte, visto que não havia princípio de morte ou de pecado em ação em seu estado original de bondade criada.

Embora DEUS seja ESPÍRITO, há um sentido sob o qual o corpo do homem está incluído na imagem de DEUS, pois o homem é um ser unitário composto tanto de corpo como de alma como de espírito. Seu corpo é um instrumento adequado da autoexpressão de uma alma feita para a comunhão com o Criador e está escatologicamente pronto para se tomar um “corpo espiritual” (1 Co 15.44). Não havia nenhum antagonismo ou contrariedade entre o espírito, a alma e o corpo no estado original. O corpo não era algo a ser desprezado como inferior à alma ou como um obstáculo à vida mais elevada do homem. Não era algo fora do ego real de Adão, mas era essencialmente um com ele. Como tal, havia uma sujeição dos impulsos sexuais, que estavam sob o controle do espírito humano.

Incluído na criação de Adão à imagem de DEUS, estava seu domínio sobre a criação mais baixa, os animais e o mundo da natureza. Isto indica a glória e a honra com as quais o homem foi coroado como o cabeça e o ápice de toda a criação. Os arredores do jardim do Éden eram adequados para trazer felicidade e favorecer o desenvolvimento da totalidade da natureza. CRISTO como a imagem de DEUS (2 Co 4.4; Fp 2,6; Cl 1.15).

 

Antropologia

A ciência ou o conhecimento do homem, de onde veio, o que é e quais são as suas potencialidades futuras e o seu destino. O termo antropologia pode ser usado para definir todo o estudo científico secular desses detalhes quando teorias como: (1) evolução orgânica e evolução teísta, inteiramente isoladas da criação, ou contrárias a ela, sejam consideradas como uma explicação para a origem do homem; (2) o puro comportamentalismo e operacionalismo, sejam isolados ou contrários à visão bíblica da imagem de Deus no homem e da sua anulação pelo pecado; e (3) o puro naturalismo, com a extinção da existência pessoal individual por meio da morte, quer seja adotado, isolado ou contrário à visão supernaturalista da Bíblia quanto à alma imortal, que ensina que a alma está destinada a uma existência futura eterna depois da morte.

Em geral, como é ensinado nas faculdades e universidades, a antropologia é apresentada de acordo com teorias que negligenciam completamente a antropologia bíblica revelada. Quando se considera a antropologia bíblica, as teorias seculares podem lançar alguma luz sobre os princípios revelados nas Escrituras. No entanto, isto é mais pelo contraste do que por acordo comum, como se vê no seguinte estudo da revelação bíblica a respeito do homem.

A origem do homem. Deus criou o homem (o homem e a mulher) por meio de uma ordem (Gn 1.27). A Bíblia não dá lugar a nenhuma teoria de evolução orgânica ou teísta no que se refere à criação do homem. Adão foi criado primeiro, e imediatamente começou a dar nomes aos animais que Deus já tinha criado, à medida que o Senhor os trazia à sua presença. Ele procurou a comunhão de um relacionamento eu-Deus, semelhante ao que ele já havia tido com Deus no início, mas não conseguiu encontrá-lo entre as formas inferiores da criação (Gn 2.20). Então, e somente então, Deus criou Eva como sua adjutora (2.21,22). Os antropólogos modernos normalmente ignoram completamente as explicações da Bíblia. Para manter o passo da pesquisa biológica, o cristão pode desejar dar muito mais lugar ao desenvolvimento daqueles grupos, maiores que as espécies, agora consideradas as classes básicas isoladas dos seres criados por Deus, dos quais se desenvolveram as espécies e tipos. No entanto, ele não pode aceitar os registros bíblicos e seguir uma teoria da origem do homem onde ele não seja visto como um grupo isolado, criado desde o início como um ser completamente desenvolvido, e moralmente autoconsciente. Há claras afirmações em Gênesis (caps. 1-3) e nos ensinos do Novo Testamento que mostram que o pecado entrou no mundo por meio de um homem, Adão, e através dele passou para toda a raça humana, já que ele era o cabeça da raça humana (Rm 5.12 e seguintes). Cristo também afirmou que, no princípio, Deus criou o homem e a mulher (Mt 19.4; Mc 10.6). Estas são evidências da criação do homem como homem, isolado de qualquer desenvolvimento evolucionário desde o protoplasma até um ser racional.

Uma aceitação literal honesta da criação direta do homem como já totalmente desenvolvido (ao invés de um resultado de um longo processo de evolução, mesmo que esse processo seja uma evolução teísta) é necessária pelas seguintes considerações: (1) Os relatos de Gênesis afirmam claramente que esse é o caso. (2) Jesus Cristo declara a mesma coisa como verdade (Mt 19.3ss). (3) Paulo, em Romanos 5.12-21 (ao afirmar que Adão é o primeiro homem) e em 1 Coríntios 15.45-47 expressa a mesma visão. (4) A doutrina da autoridade suprema de Cristo se apoia sobre a autoridade suprema que Adão teve no início, e, portanto, lemos “assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1 Co 15.22). Se Adão não tivesse sido uma pessoa real, como as Escrituras poderiam compará-lo com Cristo? A comparação seria falha e fracassaria, se ambos não fossem verdadeiros representantes. (5) A razão pela qual nenhum anjo caído pode ser redimido, ao passo que os homens caídos podem ser redimidos, é que os anjos não são membros de uma raça, e portanto Cristo não poderia morrer como o seu representante e ser o seu Salvador. Satanás nunca será chamado de representante, nem mesmo dos anjos caídos. Cada um dos que se rebelaram o fez tão individualmente como cada um dos que prosseguiram na justiça eterna, e ambos o fizeram por decisões individuais.

O “ensino mais resumido” afirma que Deus criou o homem “para a Sua própria glória”, e declara que o objetivo final do homem é apreciar a Deus e glorificá-lo para sempre. Deus não precisava do homem! Já na Trindade o Senhor desfrutava de um relacionamento Eu-Deus e das bênçãos de uma comunhão pessoal, assim como de uma relação social em que quaisquer das outras duas pessoas da Trindade poderiam unir-se para ministrar à terceira. Então, por que Ele criou o homem? Para expor a Sua pessoa com todas as suas glórias e para trazer glória e honra ao seu próprio nome. Isto deveria ser demonstrado não apenas por aqueles que o adoram com a homenagem devida pela criatura ao Criador, mas também por aqueles que o amam pela sua graça soberana e pelo amor que lhes foi manifestado na sua redenção, por meio de Cristo. Os anjos nunca poderiam ser uma ilustração disso.

A antiguidade do homem. Poucos estudiosos, se é que há algum, agora sentem que a cronologia de Usher dá uma resposta satisfatória (criação em 4004 a.C.). É bastante comum a aceitação, entre os evangélicos, que muitos dos nomes mencionados nas árvores genealógicas do Antigo Testamento correspondem a nomes genealógicos líderes, e que as listam abrangem períodos muito mais longos de tempo (e frequentemente centenas de anos) do que imaginado a princípio. Por meio do método do Carbono 14 (Veja Datação pelo Carbono 14), e pelo método do potássio- argônio, os antropólogos tentaram empurrar a idade do homem muitos milhares de anos para trás, chegando até mesmo a mais de um milhão de anos. Alguns estudiosos conservadores falam agora de possíveis cem mil anos. O maior conhecimento com respeito a fatores radioativos e mudanças na radiação cósmica sobre a terra, no entanto, podem perfeitamente fazer com que os números sejam revisados outra vez, aproximando-se desde 25 mil até 10 mil anos, ou até mesmo um número menor. Para divisões étnicas da humanidade..

A natureza do homem. O homem é a mais elevada das criaturas de Deus, além dos anjos (Sl 8.5-8; Hb 2.6-9). Ele é a consumação da criação de Deus, e recebe o domínio sobre a terra e a incumbência de dominá-la (Gn 1.26,27). Para a salvação dos seres humanos, e somente deles, Deus enviou o seu filho único, o seu primogênito, para redimi- los na cruz.

O homem tem, por natureza, ao menos duas partes. É composto de corpo e também de alma ou espírito. Os anjos têm uma só parte, e são puramente espírito. A visão tricotomista de que o homem é dividido em três partes - espírito, alma e corpo - é baseada principalmente em 1 Tessalonicenses 5.23, “todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis...” e em Hebreus 4.12, “penetra até à divisão da alma, e do espírito”. À luz de outras passagens das Escrituras, estas aparentes distinções entre alma e espírito podem ser mais bem explicadas como diferenças de função ou diferenças de aspectos da personalidade da parte não material do homem. Homem interior.

Algumas consequências importantes são as seguintes: (1) os homens são todos membros de uma só raça, a raça humana. (2) Os homens, como criaturas, divididas em três partes, jamais serão inteiramente completos sem algum “Tabernáculo” físico para abrigar a alma e o espírito. Assim, a ressurreição torna-se um fato muito importante para o homem (cf. 2 Co 5.1ss), (3) Sendo uma combinação de corpo e alma e espírito, o homem está sujeito a problemas que surgem do pecado. A alma está sujeita aos chamados problemas psicossomáticos (onde os problemas da mente causam enfermidades no corpo), e problemas somático-psíquicos (onde uma doença do corpo torna-se tamanha obsessão para a mente que se torna a causa de uma doença mental). (4) Como ao homem foi designado ter um corpo, ele deve, exceto no caso da criação de Adão e Eva, vir a existir por geração física e ser um membro da raça humana. No espírito do homem está sua religiosidade, sua ligação com o reino espiritual.

No que diz respeito à sua alma e ao seu espírito, o homem foi feito por Deus de acordo com a sua imagem, à sua semelhança (Gn 1.26-28). De que consiste essa imagem? (1) O homem, como Deus, é uma pessoa; ambos, ele e Deus, têm as características da personalidade: intelecto, vontade, emoção, autoconsciência  e uma natureza moral. Os animais, ao contrário, embora possam mostrar alguma quantidade das três primeiras, não têm autoconsciência, nem natureza moral. (2) O homem desfruta, em um grau finito, dos atributos comunicáveis de Deus: sabedoria, poder, santidade, bondade, amor, justiça e verdade. Mas ele é inteiramente distinguível de Deus, por não possuir o infinito, a eternidade e a imutabilidade de Deus, nem a sua onisciência, onipotência e onipresença.

O pecado afetou a imagem de Deus no homem. Os católicos romanos afirmam que a imagem e a semelhança são qualidades diferentes e que o homem perdeu somente a última. A “semelhança” (do latim, similitude) com Deus era um donum superadditum, um dom sobrenatural adicional estendido ao homem na criação, por meio do qual ele era capaz de controlar os efeitos degenerativos do corpo físico. O homem perdeu isso quando pecou, mas volta a ganhar esta qualidade por meio da salvação.

Os protestantes afirmam que a imagem de Deus não foi inteiramente perdida pelo homem quando pecou, mas foi somente desfigurada. (Barth é uma exceção nesse ponto, primeiramente porque ele vê a imagem no fato de que Deus fez o homem e a mulher, e, em segundo lugar, porque ele insiste que a imagem na criação foi inteiramente perdida no pecado, mas ainda recuperada por Cristo e restaurada na redenção, e que esses dois fatos ocorrem simultaneamente, para cada homem, quer ele os aceite ou não). O homem ainda é homem, mas tornou-se totalmente corrompido pelo pecado. Começando pela regeneração, a imagem, que naturalmente é perfeita em Cristo, é gradativamente restaurada ao passo que o fiel é renovado no conhecimento (Cl 3.10), na justiça e na verdadeira santidade (Ef 4.24). Veja Imagem de Deus.

O objetivo original de Deus para o homem. Isto só pode ser adequadamente compreendido quando comparado com o caso aos anjos. Os objetivos de ambos coincidem no fato de que tanto os anjos como os seres humanos começaram em um estado de inocência, e que a ambos foi dada a oportunidade de manterem-se em um estado de confirmação na retidão. Porém, difere na maneira segundo a qual deveria realizar-se. Os santos anjos conservaram a lei de Deus e obedeceram à sua vontade para que fossem confirmados individualmente; aqueles que pecaram, desafiaram a sua lei e perderam-se por toda a eternidade. Adão e Eva, por outro lado, foram avisados das consequências (resultados negativos) de não amarem a Deus, de desobedecerem-no, comendo o fruto proibido, e portanto de pecarem e se corromperem. Assim, Deus fez um acordo que, para simplificar e devido ao seu caráter particular, tem sido chamado pelos teólogos reformados de acordo das obras. Se o homem tivesse mantido este acordo, ou aliança, ele teria sido confirmado na justiça e teria de volta as bem- aventuranças eternas, como aconteceu no caso dos santos anjos (resultados positivos). Mas como chegamos a essa conclusão, uma vez que ela não está expressa na Bíblia? Deus, que é imutável, deve lidar com todas as suas criaturas morais da mesma maneira, sejam elas anjos ou homens. Ele não disse, “Eu, o Senhor, não mudo” (Ml 3.6)? O desenvolvimento e a confirmação de um caráter santo e justo tomou-se um fato na existência dos santos anjos; o mesmo, portanto, deve ter sido uma possibilidade para as outras criaturas pessoais de Deus, os homens. A redenção do homem. Mas toda a humanidade caiu com Adão. A culpa e a mancha do pecado de Adão são herdadas, e a falta da justiça original foi acompanhada pela corrupção da natureza completa de cada homem. Portanto, se o homem deveria ser salvo do inferno e da eterna separação de Deus, era necessário um plano adequado de salvação. Essa provisão de salvação é chamada, no Novo Testamento, de Evangelho ou de Boas-Novas. Embora considerada uma loucura por filósofos mundanos (1 Co 1.18), e provando ser uma pedra de tropeço para os que se consideravam justos, e que pensavam que se salvariam pelas suas próprias boas obras (v. 23), esse Evangelho é o poder de Deus para a salvação, e contém a mais elevada sabedoria de Deus (v. 24). Ele corresponde completamente às necessidades dos homens pecadores, rebeldes e caídos.

Por meio de um estudo da vida de Cristo, além da revelação encontrada em Salmos 40.6-8, somos capazes de entender, até certo ponto, o plano da redenção desenvolvido na eternidade, que para nós estaria localizado em algum ponto do passado: (1) Cristo deveria deixar de lado a sua glória e tornar-se um homem, tomando para si um corpo físico e uma natureza humana completa (Sl 40.6-8; Hb 10.5-9; Fp 2.5 -8). (2) Ele deveria respeitar perfeitamente a lei de Deus como homem, o Deus- homem (Gl 4.4; cf. Mt 3.15; Hb 2.10). Está provado que Ele fez isso, por ter vivido uma vida sem pecado (Jo 8.46; Hb 5.8,9; 9.14; 1 Pe 2.22). (3) Ele deveria oferecer-se como um sacrifício substituto em nosso lugar (Is 53.10- 11; Hb 10.5-9; 1 Pe 2.24) e morrer como punição pelos nossos pecados. (4) O resultado, ou a recompensa, seria a salvação (Jo 1.29; 3.16) de todos os que se arrependem dos seus pecados e crêem, e essa salvação abrangeria pessoas de todas as idades (Rm 3.25,26).

Para isso, Cristo nasceu de uma mulher, e sob a lei mosaica; e guardou perfeitamente essa lei durante a sua vida. Ele satisfez, em nosso lugar, a aliança de obras que havia sido dada a Adão. Estando sob esta lei, Ele morreu devido à condenação que vem de termos infringido os termos desta aliança. Ele sofreu a pena em nosso lugar.

Os resultados, para nós, da obediência ativa e passiva de Cristo, definida acima, são: (1) a justificação dos crentes perante Deus, que nos vê em Cristo como tendo satisfeito judiei aí mente a lei e suportado as suas punições; (2) a libertação do castigo e do poder do pecado; (3) a presença do Espírito Santo na vida de cada crente. Agora Ele pode habitar completa mente em nós, porque o pecado em nós, a nossa natureza caída, é uma coisa julgada e condenada (Rm 8.3) e Ele pode manter a lei de Deus através de nós (8.4).

Os resultados futuros da obediência de Cristo são: (1) a completa remoção da natureza decaída com a morte física do crente, ou na segunda vinda de Cristo, o que ocorrer primeiro; (2) o recebimento de um corpo ressuscitado como o de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21; veja Ressurreição do Corpo); (3) o gozo de toda bem-aventurança e glória da vida eterna na presença de Deus.

O futuro eterno do homem. Nas questões da escatologia e das profecias, no que diz respeito ao futuro, aparecem grandes variações de opinião. Enquanto os fatos de um retorno visível de Cristo e da ressurreição futura são aceitos por todos os evangélicos, não existe um acordo sobre os eventos que irão acontecer em seguida. Existem três pontos de vista principais; (1) o amilenialismo - não existirá governo físico, literal de Cristo na terra. As profecias do Antigo Testamento que falam de um glorioso reino abrangendo a terra (veja Reino de Deus) e Apocalipse 20.4ss devem ser entendidas espiritual mente e não literalmente. As referências do Antigo Testamento falam do efeito do Evangelho na época da igreja; Ap 20, da condição daqueles que morreram em Cristo. Depois da segunda vinda de Cristo haverá uma ressurreição final e um grande julgamento. (21 o pós-milenialismo - a igreja, pela sua pregação anterior à segunda vinda de Cristo, irá antecipar o Milênio na terra, um período de paz de aproximadamente mil anos (alguns dizem que já estamos no Milênio agora). (3) o pré-milenialismo - depois da segunda vinda de Cristo, Ele irá estabelecer mil anos de paz nos quais o Evangelho continuará a ser pregado na terra. Satanás será aprisionado durante todo esse período, mas será libertado novamente ao seu final. Então aqueles que rejeitaram o Evangelho apesar da presença de Cristo na terra, se levantarão contra a igreja. Nessa ocasião Cristo irá destruir os seus inimigos e terá lugar o julgamento final dos ímpios. Veja Escatologia.

Esse último ponto de vista honra particularmente a imensa graça de Deus, por ensinar que a paciência e a misericórdia de Deus se estendem muito além do que os outros pontos de vista podem admitir (embora a aceitação da posição pré-milenialista esteja baseada em muitos argumentos adicionais das Escrituras). Ao mesmo tempo, ele destaca ainda mais claramente a total iniquidade do pecado. Poderia existir alguma desculpa aparentemente racional para rejeitar Cristo e o Evangelho hoje, mas que desculpa poderá haver durante o reinado visível, pessoal de Cristo na terra, quando os homens tiverem comprovado com os seus próprios olhos as maravilhosas bênçãos da salvação, na vida dos santos ressuscitados que reinarão com o seu Salvador? Aqueles da primeira ressurreição, isto é, os que morreram salvos, e aqueles crentes que estiverem vivos por ocasião do arrebatamento da igreja, todos terão o corpo da ressurreição, que será como o corpo ressuscitado de Cristo, e estarão livres de sua natureza decaída.

Todos os que são salvos agora recebem uma abençoada antecipação inicial da sua salvação completa, que é o Espírito Santo (Ef 1.14; 2 Co 1.22; 5.5). Outras parcelas futuras que também fazem parte da salvação para todos os crentes são a remoção da natureza corrompida (por ocasião da morte, ou da volta de Cristo - o que ocorrer primeiro), e então um corpo ressuscitado na segunda vinda de Cristo. R. A. K.

  

2. A imagem depois da queda. A desobediência trouxe consequências desastrosas para a imagem original de DEUS no primeiro homem. O pecado deteriorou toda a semelhança natural (personalidade), de forma que a mente, as emoções e vontades do homem tornaram-se corruptas (depravação total). Contudo, o homem não perdeu esta semelhança natural, embora ela tenha se tornado manchada por causa do pecado, pois é isto que o constitui como homem e o distingue de outras criaturas, Isto é intrínseco à natureza humana e constitui sua receptividade para a redenção. Mesmo os não regenerados retêm a imagem natural de DEUS, pois, de outra forma, deixariam de ser homens (seres racionais e morais).

Embora a semelhança natural ainda esteja retida depois da queda, a imagem moral está inteiramente perdida, Agora o homem está destituído da justiça original; ele está morto em seus delitos e pecados. Os seus sentimentos e vontade não estão inclinados na direção de DEUS e da santidade, mas na direção carnal. Ele perdeu a comunhão com DEUS e tornou-se um estrangeiro e inimigo através da separação produzida pela desobediência (Gn 3.8-10; Rm 5.10a; Cl 1.21a). Cortado da Fonte da vida, ele tornou-se uma criatura que está morrendo (Gn 2.17; Rm 6.23a).

O corpo não é mais um instrumento ajustado da alma; ele é frequentemente um obstáculo para a vida mais elevada do homem porque facilmente entra em aliança com seus sentimentos depravados e com sua vontade pervertida. A sujeição original do sensual ao espiritual inverteu-se devido à queda. Adão foi expulso do jardim do Éden, e o domínio sobre a natureza tornou-se difícil e trabalhoso. Veja Queda do Homem.

3. A imagem restaurada por CRISTO. Por meio da redenção que está em CRISTO, o crente é regenerado. Ele é renovado em conhecimento, seus sentimentos são reorientados, sua vontade é transformada, seu corpo torna-se o templo do ESPÍRITO SANTO. A imagem de DEUS é recriada em justiça e verdadeira santidade e são restaurados a comunhão e o favor com DEUS; pela fé o homem herda a vida eterna, Na verdade, por meio da obra salvadora do Senhor, o crente ganhou de volta muito mais do que foi perdido com o pecado de Adão (1 Co 15.44-49). O cristão deve ser gradualmente transformado na própria imagem do Filho de DEUS, que no finai envolverá não só a perfeita semelhança moral e espiritual com CRISTO, mas também um corpo glorificado como o do último Adão ressurrecto (Rm 8,29; 2 Co 3.18; 1 Co 15.42 ss.}. É uma Nova Criatura.

Opiniões divergentes com relação à imagem de DEUS. Na teologia católico-romana, uma distinção injustificada é feita entre os termos sinônimos “imagem” e “semelhança”. Eles afirmam que o primeiro designa a imagem natural, e pertence à própria natureza do homem como homem, incluindo a espiritualidade, a liberdade e a imortalidade. O segundo designa a imagem moral, a justiça e a santidade, e é um dom adicionado, sobrenatural, concedido para tomar a obediência mais fácil em vista da concupiscência, que é uma tendência natural dos apetites mais baixos (mas não pecaminosos em si, de acordo com a teologia católica). Às vezes, a “semelhança” é descrita como um produto merecido da obediência, uma recompensa para o uso próprio da natureza, para que por ela o homem seja capacitado a merecer a vida eterna. Na queda, Adão perdeu apenas a semelhança; a imagem natural permaneceu inalterada. Assim, o homem natural está agora em uma condição moral semelhante à do Adão não-caído, mas antes de ser dotado com a justiça original. Os católicos pensam que esta justiça original pode ser novamente conseguida através dos sacramentos da Igreja Católica.

Entre outras opiniões modernas, encontra- se a doutrina muito influente de que a imagem de DEUS não é de forma alguma substancial - como é a personalidade - mas é simplesmente relacionai. Esta á a opinião de Sóren Kierkegaard, Karl Barth e de muitos teólogos contemporâneos. Eles ensinam que o homem permanece na imagem de DEUS somente quando está espelhando a natureza espiritual de DEUS em sua própria vida. Isto ocorre quando o homem, de modo obediente, responde positivamente à confrontação de DEUS no ponto de contato entre DEUS e o homem, o que é experimentado em um ato de verdadeira adoração. Em tal experiência, o homem, às vezes, lembra DEUS e, assim (e então), permanece na imagem divina.

Uma opinião evolucionista faz a distinção entre a imagem que o homem originalmente

possuía e que ele perdeu devido à queda (felicidade e obediência responsiva), e a imagem adquirida devido à queda (poderes racionais e responsabilidade moral). Aqueles que aceitam esse raciocínio pensam que isso aconteceu quando o Homo, ou o homem, tornou-se Homo sapiens, ou o homem racional, por meio do primeiro ato que envolveu a responsabilidade moral. Nesse ato, o homem teria perdido sua inocência e felicidade que eram semelhantes às dos animais, e alcançado uma natureza racional e moral. Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD.

 

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Lição 2, 2ºTrimestre de 2023, Betel, A Criação revelando a glória do Criador

Para me ajudar – 33195781620 (CPF – PIX) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

SUBSÍDIOS – REVISTA PECC

 

Lição 01: GÊNESIS 1 – O Início de Tudo | 1° Trimestre De 2022 | EBD – Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 1 há 31 versos. Suge­rimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 1-2.1 (5 a 7 min). A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.
Caro(a) professor(a), neste primeiro encontro concentre-se na compreensão do livro de Gênesis como princípio da revelação divina. Segundo a tradição judaica, DEUS revelou a Moisés as maravilhas da Sua criação e os primeiros acon­tecimentos da vida humana para que os hebreus abandonassem a idolatria que haviam aprendido no cativeiro egípcio. Concentre sua aula no propósito de destacar a grandiosidade e a perfeição do Criador, bem como a beleza da criação. Mostre aos alunos que tudo foi criado segundo o propósito original de DEUS e que nenhuma existência pode criar a si mesma. Para o cristão, a ciência é uma pe­quena confirmação do poder e da glória de DEUS, mas de forma alguma pode negá-lo.

  

LEITURA ADICIONAL

Observe que, no princípio, não havia algo desejável para se ver, pois o mundo estava informe e vazio; era confusão e desolação. De modo similar, a obra da graça na alma é uma nova criação; e em uma alma sem a graça, que não nasceu de novo, existe desordem, confusão e toda a má obra: está vazia de todo o bem, porque está sem DEUS; é escura, está em trevas; este é o nosso estado por natureza, até que a graça do Todo-Poderoso realize em nós uma mudança. Disse DEUS: “Haja luz”; Ele a quis, e imediatamente houve luz. Que poder existe na Palavra de DEUS! Na nova criação, a pri­meira coisa que é levada à alma é a luz: o ESPÍRITO SANTO opera na vontade e nos afetos iluminando o entendimento. Aqueles que por causa do pecado estavam em trevas, pela graça encontraram luz no Senhor. As trevas estariam sempre sobre o homem caído se o Filho de DEUS não tivesse vindo para dar-nos o entendimento, conforme registra 1 João 5.20. DEUS aprovou a luz que Ele mesmo desejou.

DEUS separou a luz das trevas, pois que comunhão tem a luz com as trevas? No céu há perfeita luz e nenhuma escuridão; no inferno, a escuridão é absoluta e não há sequer um raio de luz, o dia e a noite pertencem ao Senhor; utilizemos então ambos para a sua honra, cada dia no trabalho para Ele, descansando nEle a cada noite e meditando diariamente em sua lei. A terra estava desolada; porém, através de uma só palavra, encheu-se das riquezas de DEUS; essas riquezas continuam pertencendo a Ele. Ainda que seja permitido ao homem utilizá-las, elas pertencem a DEUS e devem ser empregadas para o seu serviço e honra.

Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4° ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp. 2-3)

 

 Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 1.1-21

  

INTRODUÇÃO
I- OBJETIVOS DE GÊNESIS Gn 2.7-17
1- Mostrar a origem das coisas Gn 2.4
2- Reorientar a visão de mundo Gn 2.9
3- Mostrar a razão de certas leis Gn 2.17
II- O CRIADOR Gn 1.1
1- É autoexistente Gn 1.1
2- É transcendente Gn 1.1
3- É Todo-poderoso Gn 1.1
III- A CRIAÇÃO Gn 1.1-31
1- Obra de DEUS Gn 1.1
2- Pela Palavra de DEUS Gn 1.3
3- Fruto da vontade de DEUS Gn 1.31

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O livro de Gênesis apresenta três grandes divisões: do capítulo 1 ao 11, a história dos primórdios; do 12 ao 36, a história dos patriar­cas do povo hebreu; e do 37 ao 50, a ida da família eleita para o Egito. É consenso entre os judeus que Moisés é o autor não apenas de Gênesis, mas de todo o Pentateuco, excetuando-se, evidentemente, a parte final de Deuteronômio, que fala da sua morte.

 

I- OBJETIVOS DE GÊNESIS (Gn 2.1-17)

O livro de Gênesis é para a Bíblia o que os alicerces são para uma casa.

1- Mostrar a origem das coisas (Gn 2.4) “Esta é a gênese dos céus e da ter­ra quando foram criados, quando o Senhor DEUS os criou.”

Imaginemos: como seriam as Escrituras sem o livro de Gênesis ou o de Apocalipse? Se o segundo mostra a consumação e nos tranquiliza dizendo como tudo terminará, o primeiro nos revela como foi o começo de tudo. Gênesis é o livro das origens. O nome hebraico do livro deriva da sua primeira palavra, “Bêreshit” (“No princípio”). Reshit, “princípio”, significa, literalmente, “cabeça”. O livro é o princípio, a cabeça da revelação. O título em português, “Gênesis”, vem do grego Geneseos, que significa “nascimento”. Esse livro é fundamental no câ­non sagrado. Sem ele, não apenas não saberíamos como foi o início de tudo, mas também aquilo que vem depois não faria o menor sentido.

2- Reorientar a visão de mundo (Gn 2.9) “Do solo fez o Senhor DEUS brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.”

Após Moisés sair com o povo do cativeiro, eles precisavam ser instruídos nos caminhos de DEUS. Devemos lembrar que Israel vi­veu 400 anos como escravo numa nação pagã. Os egípcios adoravam muitos deuses e isso afetou profun­damente a cosmovisão dos descendentes de Abraão. Ao dar essa revelação, DEUS queria que seu povo olhasse o mundo, não como os egípcios olha­vam, atribuindo tudo a divindades sem vida, ou adorando a criação em vez do Criador. Nesse sentido o livro de Gênesis reorienta toda visão e compreensão dos hebreus sobre quem é DEUS e como Ele é distinto da Sua criação. O livro de Gênesis não possui uma linguagem científica, pois tra­ta-se de uma revelação divina. Isso não significa, evidentemente, que ele contraria a ciência. Como já foi dito: a ciência devidamente estabelecida e a Bíblia, corretamente in­terpretada, nunca se contradizem, pois possuem o mesmo Autor.

3- Mostrar a razão de certas leis (Gn 2.17) “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”

Gênesis também serve a esse propósito. Por exemplo: “por que ser fiel no casamento?”. Gênesis responde: porque DEUS só criou um homem e uma mulher e disse a estes que deveriam ser uma só carne. Não foram criados dois homens para uma mu­lher, nem criadas duas mulhe­res para um homem. “Por que não se pode matar?” Porque DEUS criou e zela pela vida. Ele tem poder sobre a vida e sobre a morte, não sendo lícito aos homens decidirem sobre quem deve viver ou morrer. “Por que não podemos ado­rar imagens? Ou adorar a criação, como os egípcios e outros povos fazem?” Porque DEUS é ESPÍRITO e é o Criador de tudo, não podendo ser confundido com Sua criação. E assim, muitas outras questões básicas (como a origem do pecado) têm em Gênesis sua resposta.

 

II- O CRIADOR (Gn 1.1)

Aceitar que há um Criador é uma questão de inteligência e honestidade. Aceitar quem é esse ser Criador, essa é uma questão de fé.

1- É autoexistente (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus e a terra.”

Não há nenhuma preocupação por parte do autor sagrado em explicar a origem de DEUS, apenas em apresentá-lo. Isso porque DEUS sempre existiu, é eterno, autoexistente e incriado. Ao contrário da criação, Ele não teve início. Como diz com clareza o Salmo 90.2: “Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és DEUS.” Em outras palavras, aqui está sendo dito que nunca houve um tempo em que DEUS não existisse. Mas não tente entender isso apenas com a razão. Como al­guém pode não ter início? Nós somos criaturas lineares.

Temos passado, presente e futuro. Isso, porém, é irrelevante para DEUS. Por isso, a Moisés Ele se revela como o eterno “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). O verbo ser aqui é muito importante, pois revela que DEUS vive eternamente. Ele está fora do tempo, não tendo passado nem futuro. Por definição é impossível que alguma coisa crie a si mesma. O conceito de autocriação é uma con­tradição de termos, uma afirmação sem nexo. Nada pode ser autocriado. Nem mesmo o próprio DEUS pode criar a si mesmo. Para que DEUS pudesse criar a si mesmo, teria de existir antes de si mesmo. O que não faz o menor sentido.

2- É transcendente (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus e a terra.”

DEUS existe independentemente da Sua criação. Quando dizemos que DEUS é transcendente, queremos dizer que Ele é totalmente distinto e vai além de Sua criação. A palavra distinto, neste caso, é sinônimo de transcendente. Não devemos fazer com­parações terrenas para tentar compreender DEUS, porque nada existe comparável a Ele. Daí DEUS proibir a confecção de qualquer tipo de imagem ou figuras para tentar representá-lo (Êx 20.4 e 5). Isso posto, coloca-se por terra a ideia de Panteísmo, ou seja, DEUS não pode nunca ser confundido com Sua criação. A Bíblia refuta o Panteísmo e ensina uma radical distinção entre o Criador e a cria­ção.

3- É Todo-poderoso (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus e a terra.”

DEUS criou os céus e a terra. O verbo hebraico é barah. Todas as ocorrências deste verbo no Antigo Testamento apontam para DEUS como sujeito. Portanto, sua utilização nunca é relacionada ao ho­mem. “DEUS” é tradução de Elohim, uma forma plural seguida de um verbo singular. A raiz de Elohim é El que significa “ser forte; ser poderoso; aquele que manifesta o Seu poder criando”. Ele é o Todo-poderoso. DEUS nunca perdeu ou co­nheceu o empate. Ele é o campeão invicto do universo. As Escrituras deixam claro que Ele apenas não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2.13); não pode mentir (Tt 1.2) nem fazer aquilo que negaria Sua natureza. Onipotência deve ser entendida sob a perspectiva de que DEUS pode tudo o que o amor pode, ou seja, DEUS pode tudo aquilo que está em consonância com sua natu­reza. Para o cristão, a onipotência de DEUS é uma grande fonte de confor­to. Sabemos que o mesmo poder que DEUS demonstrou ao criar o univer­so está à disposição Dele para asse­gurar nossa salvação. Ele mostrou Seu poder sobre a morte por meio da ressurreição de CRISTO. Não existe uma única molécula independente, solta no universo, ou qualquer coali­zão que possa resistir ou comprometer os planos de DEUS.

 

III- A CRIAÇÃO (Gn 1.1-31)

A criação é perfeita demais para ser fruto do acaso ou de uma simples explosão. Quando olha­mos à nossa volta, vemos um tea­tro da revelação divina.

1- Obra de DEUS (Gn 1.1) “No princípio, criou DEUS os céus e a terra.”

Gênesis começa com a expres­são “no princípio, criou DEUS”. Com isso, deixa bem claro que o sujeito da criação é DEUS. A ciên­cia diz que nossa galáxia possui mais de 100 bilhões de estrelas, e que o Sol fica a 240 trilhões de quilômetros do centro da nossa galáxia. Se a distância entre a Terra e o Sol fosse alterada em apenas 2%, a vida seria impos­sível. A nossa galáxia é apenas uma de, ao menos, um bilhão de ou­tras. A mais próxima galáxia da nossa fica a 30 milhões de anos-luz. Isso significa que se o ser humano pudesse viajar à velocidade da luz (300.000 Km por segundo) e vivesse o suficiente, ele precisaria de 30 milhões de anos para lá chegar. Quando vol­tamos os olhos para essa imen­sidão, enchemo-nos de espanto e genuína adoração ao Senhor. Não é difícil vermos que a perfeição da criação revela a grandeza do Criador. Assim como o desenho aponta para o dese­nhista; assim como a existência do relógio, com toda sua eficácia e precisão, exige que reconheça­mos a existência de um talentoso relojoeiro, toda a ordem, beleza e detalhes da criação não seriam possíveis sem uma mente pode­ rosa e superior por trás de tudo. O projeto da criação é eficiente e perfeito demais para ter existido sozinho. Como atribuir toda essa lógica ao acaso fortuito?

2- Pela Palavra de DEUS (Gn 1.3) “Disse DEUS: Haja luz; e houve luz.”

Temos a irrefutável verdade bíblica de que tudo foi criado pela Palavra de DEUS (Hb 11.3). Não ha­via nenhuma matéria preexistente quando DEUS a criou. Só havia Ele. Então, em Seu soberano querer, DEUS decide criar o mundo. Ele não precisava criá-lo. DEUS não depen­de de nada, exceto de si mesmo. Então, o meio, a “matéria prima” que DEUS usa para criar, é a Sua Palavra, apenas a Sua Palavra. DEUS cria desde o nada. O ser humano é bastante criativo, toda­via, tudo que criamos é produto de outras matérias-primas. DEUS, no entanto, não precisa de nada para criar, apenas da Sua Palavra. Imagine um mundo sem oxigênio, carbono, hidrogênio, espaço, tempo etc. Assim era até que, num dado instante, DEUS disse: “Haja”. E tudo passou a ser. Nada havia antes de Ele ordenar. Temos dificuldade de com­preender isso porque uma mente finita por certo terá dificuldades de compreender um ser infinito. Por isso, o autor de Hebreus ensina que isso precisa ser aceito pela fé (Hb 11.3). Crer que o mundo se autogerou, além de ser uma incongruência, exigiria mais fé do que simplesmen­te crer no relato bíblico. Fiquemos com ele.

3- Fruto da graciosa vontade de DEUS (Gn 1.31) “Viu DEUS tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”

DEUS não precisava criar o mundo. Ele não estava solitário ou sozinho e nunca foi nem será refém de nada nem de ninguém. Ele existe eternamente em três pessoas divinas, sem necessidade de nada além de si mesmo. Portanto, a criação é fruto da Sua soberana e graciosa vontade. DEUS planejou cada detalhe da criação. Ela obedece a um plano perfeito e pré-ordenado, pois DEUS é organizado e inteligente­ mente superior. Não seria possível toda ordem e beleza da criação surgirem de uma fonte impessoal. Do impessoal poderia advir o pes­soal? Não! A Bíblia não é um trata­do sobre ciência, mas a revelação de DEUS aos homens, mostrando-Lhes como se relacionar com Ele, o que não significa dizer que o re­lato da criação seja anticientífico, mas, sim, que é teológico.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Para o cristão fiel, crer que o mundo veio da mente e das mãos de DEUS proporciona descanso e revela que há propósito e sentido na criação.

 

RESPONDA

Marque V para verdadeiro e F para falso nas afirmativas abaixo:

[V] 1- O livro de Gênesis nos ajuda não apenas mostrando a origem de tudo, mas tam­bém trazendo sentido àquilo que vem depois.
[V] 2- A criação funciona como um espelho e um teatro, revelando a glória e a majestade divinas.
[F] 3- O materialista está certo ao afirmar que nada faz sentido e não há valor moral na criação.

 

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EBD – Lição 02: GÊNESIS 2 – A Criação do Ser Humano | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Genesis 2 há 25 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todas as presentes, Genesis 2.4-25 (5 a 7min).

A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas substitui a leitura da Bíblia. Querido(a) professor(a), homem e mulher foram criados à semelhança do Criador para com Ele manterem comunhão perfeita. Há em cada criatura humana uma porção de vida que nos inclina para DEUS, pois Nele temos origem. A DEUS também coube definir os dois modos exclusivos de vida humana: a uns fez homens e a outras mulheres para que mutuamente se unam em amor, Assim você deve testificar aos alunos que qualquer outro gênero ou forma de união conjugal é ilícita e contrária à vontade de DEUS. Reforce em seus alunos a convicção de que somente a família tradicional atende ao modelo de organização afetiva determinado por DEUS.

  

LEITURA ADICIONAL

O homem foi criado de um pó miúdo, como aquele que existe na superfície da terra. A alma não foi criada a partir da terra, como o corpo; portanto, é uma lástima que ela tenha que apegar-se à terra e preocupar -se com assuntos terrenos. Em breve, daremos conta a DEUS pela forma como temos empregado as nossas almas; e se for concluído que as temos perdido, ainda que tenha sido para ganhar o mundo, estaremos perdidos para sempre! O néscio deprecia a sua própria alma ao preocupar-se mais com o seu corpo do que com ela.

Depois que DEUS formou Adão, colocou-o no jardim. Deste modo, toda a jactância ficou excluída. Somente aquele que nos criou é capaz de nos fazer felizes; aquele que formou os nossos corpos é o Pai de nosso espírito, e ninguém mais além dEle é capaz de prover plenamente para a felicidade do corpo e da alma. Mesmo estando no paraíso, o homem tinha que trabalhar. Nenhum de nós foi enviado ao mundo para estar ocioso. Aquele que criou a nossa alma e o nosso corpo concede-nos algo em que trabalhar, e aquele que nos deu esta terra como habitação concede-nos algo sobre o que devemos fazer. Os filhos e herdeiros do céu, enquanto estão no mundo, têm algo a fazer por esta terra, o que deve ter a sua quota de tempo e preocupação por parte deles. E devem fazê-lo olhando para DEUS, servindo-o tão verdadeiramente por meio desta atividade como quando estão de joelhos. Observe que a vocação do agricultor é uma chamada antiga e honrada; ela é necessária até mesmo no paraíso. Além do mais, existe verdadeiro prazer nas tarefas às quais DEUS nos chama e naquelas em que Ele nos emprega. Adão não poderia ter sido feliz se tivesse estado ocioso: a Palavra de DEUS declara que aquele que não trabalha não tem o direito de comer (2 Ts 3.10)

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed-Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp. 6-7). 

 

 Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 2.4-25

 

INTRODUÇÃO
I- A CRIAÇÃO DO HOMEM Gn 1.26-2.7
1– O método da criação Gn 1.26
2– A constituição humana Gn 2.7
3– Imagem e semelhança de DEUS Gn 1.27
II- A CRIAÇÃO DA MULHER Gn 2.18-25
1– A constatação divina Gn 2.18
2– Tirada do homem Gn 2.21
3– A intimidade do casal Gn 2.24
III- ENSINAMENTOS Gn 1.31-2.15
1– A satisfação de DEUS Gn 1.31
2– Função e propósito do homem Gn 2.8
3– A mordomia cristã do planeta Gn 2.15

APLICAÇÃO PESSOAL

 

INTRODUÇÃO

O que é o homem? Essa pergunta ecoa desde os primórdios. Até o relato bíblico a contém (Sl 8.4)

 

I- A CRIAÇÃO DO HOMEM (Gn 1.26-27)

A criação ocorreu em etapas até chegar no seu ponto culminante: a criação do ser humano. O Sexto dia.

1- O método da criação (Gn 1.26) “Também disse DEUS Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar sobre as aves dos céus sobre os animais domésticos, sobre todo a terra e sobre todos as répteis que rastejam pela terra.”

Isso é muito importante e não pode passar despercebido. Para o surgimento da vida marinha, DEUS disse: “Produza águas. Para o surgimento da vida animal, disse “Produza a terra: Mas para o aparecimento do homem a linguagem muda radicalmente e adquire solenidade “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Merece destaque o fato de que somente na criação do homem DEUS usou a expressão “Façamos [..] conforme”. A diferença na fraseologia é significativa e reveladora da grandeza única do ser humano.

Em Gênesis 2.7 temos o acréscimo: “Formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra… Formou-se a tradução do verbo hebraico yetser, que é costumeiramente empregado para o trabalho típico do oleiro ou do artista plástico (Is 64.8). Somos, literalmente, obra das mãos poderosas, cuidadosas e detalhistas de um DEUS pessoal. O homem não é um primata evoluído, nem um subproduto do macaco. Foi modelado artesanal e fisicamente por DEUS, o qual soprou nele o fôlego da vida.

2- A constituição humana (Gn 2.7) “Então formou o Senhor DEUS o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”

O texto revela que o Senhor DEUS formou o homem do pó da terra. O termo “po” no hebraico é afar, usado para a parte mais fina da terra. Viemos da terra e estamos ligados a ela. A palavra hebraica traduzida por homem é adam. É um termo com significado coletivo (humanidade) e não individual (homem).

A constituição humana é composta de duas partes: a parte material e a parte imaterial. Fisicamente falando, somos pó, nada mais. Não temos consistência nenhuma para nos orgulharmos do que somos Não existe no corpo humano qualquer elemento químico que não possa também ser encontrado na terra. No fim, fisicamente, todos seremos reduzidos ao que somos: pó (Sl 90.3; Ec 3.20). Muito embora o nosso corpo seja pó, DEUS o modelou de forma sofisticada e complexa, surpreendendo os mais aprofundados estudiosos da anatomia humana.

São duzentos e seis ossos, seiscentos e quarenta músculos e três bilhões de fibras nervosas. No interior dessa joia da engenharia divina, o coração, de duzentos e cinquenta gramas (em média), bombeia sangue através de 96 mil quilômetros de velas, suficientes para, alinhadas, darem duas voltas e meia em torno da Terra E repete-se a operação 40 milhões de vezes ao ano. No corpo em repouso, os cinco litros de sangue são bombeados por todo o organismo em apenas um minuto. Isso, sem falar da complexidade de nossos cérebros, é apenas um pequeno vislumbre da beleza e precisão singulares do corpo humano.

3- Imagem e semelhança de DEUS (Gn 1.27) “Criou DEUS, pois, o homem à sua imagem a imagem de DEUS o criou: homem e mulher os criou.”

De tudo que existe conhecido na terra, nada se parece mais com DEUS do que o ser humano. Por essa a maior expressão de amor a DEUS é servir e amar as pessoas. O ser humano (homem e mulher) foi criado à imagem e semelhança de DEUS. O que significam esses dois termos (imagem e semelhança)? Alguns acham que se trata de duas coisas diferentes, mas no texto original não tem o “e”. Então parece tratar-se de uma espécie de repetição de reforço. Em Gênesis 5.3, os termos aparecem em sequência invertida e em 9,6 aparece apenas a palavra imagem. “Imagem” é uma expressão da realidade, algo que tem uma semelhança, embora não seja exatamente uma cópia. Primeiramente, podemos dizer que não se refere à imagem física, pois DEUS é ESPÍRITO e não tem corpo físico. O significado é triplo:

1) Personalidade inteligência, sentimento e vontade;

2) Moralidade – a capacidade de fazer escolhas, sendo responsável por elas;

3) Espiritualidade – ser capaz de se comunicar e ter comunhão consciente com o Criador. Essas três coisas são exclusivas do ser humano.

 

II- A CRIAÇÃO DA MULHER (Gn 2.18-25)

DEUS tomou uma costela do homem e fez a mulher Assim como ele, a mulher também é obra exclusiva do Criador. Apenas mudou-se a “matéria-prima.

1- A constatação divina (Gn 2.18) “Disse mais o Senhor DEUS: Não é bom que o homem esteja só far-Te-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.”

O homem estava no Éden, no paraíso divino e em estado de felicidade profunda, mas havia uma incompletude nele, ou seja, havia um aspecto da criação de DEUS que não estava totalmente completado. Fosse o homem que tivesse dito que se sentia sozinho e incompleto, seria mais compreensível, embora pudéssemos discordar dizendo que ele não deveria sentir-se assim. Mas a constatação da solidão humana é feita pelo próprio Criador: “Não é bom que o homem esteja só”.

O Criador percebeu que o homem precisava de alguém que lhe proporcionasse a companhia ideal. Acima de Adão estava DEUS, abaixo dele a criação, mas ao seu lado não havia ninguém. O princípio exposto (não é bom que o homem esteja só) ultrapassa os limites do casamento e alcança toda a unidade familiar, devendo ser observado por todos os seus membros em relação uns aos outros. Família é lugar de companheirismo. Casamento tem muitas finalidades, mas as maiores, certamente, são completude e companhia. No casamento sadio, o “eu” é substituído pelo “nós” e o “meu” pelo “nosso”.

2- Tirada do homem (Gn 2.21) “Então, o Senhor DEUS fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.”

Tomado de um sono anestésico, o homem é alvo de uma cirurgia e a mulher é criada sem a sua participação ativa DEUS é o agente. O homem foi feito a partir do pó, mas a mulher, DEUS fez a partir do homem. Ambos, homem e mulher, são iguais perante DEUS, possuindo a mesma honra, a mesma dignidade, valor e posição, mas sexos diferentes. Tanto o feminismo como o machismo são deturpações do projeto divino. É sugestivo o fato de a mulher não ser tirada da cabeça nem dos pés. Ao tirar a mulher da costela do homem, DEUS evidencia que os dois, no casamento, se complementam. A mulher não é inferior nem mero suporte do homem, mas seu complemento e o centro dos seus afetos. São mutuamente dependentes. Ela deriva dele, mas ele precisa dela (1 Co 11.11-12)

3- A intimidade do casal (Gn 2.24) “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”

O contexto de Gênesis é romântico: todos os animais tinham suas companheiras, apenas o homem não tinha par. Não havia, em toda a criação, ninguém que lhe correspondesse física, emocional e espiritualmente. DEUS, então, fez a mulher O quadro de solidão se resolver. Temos, assim, o primeiro casamento consumado. O oficiante é o próprio Criador.

Alguns princípios ficam claros
1) O casamento é heterossexual e monogâmico;
2) O sexo, no limite do casamento, é puro, santo e prazeroso. Sempre esteve no propósito de DEUS. Não é algo imundo, nem sujo. Mais do que isso, é uma ordenança divina (1Co 7.5);
3) Ninguém opta pelo sexo que tem, ou terá. Nossa sociedade tem buscado, fora da Bíblia, fontes para as suas conclusões, desvios e aberrações. Mas o gênero “já vem de fábrica”, é inato: ou é macho ou é fêmea. Quem determina o gênero é a biologia e não a sociedade. O homem não pode ser mulher, nem a mulher pode ser homem.

 

III – ENSINAMENTOS (Gn 1.31-2.15)

Estudar a Bíblia apenas para acumular informações foge ao propósito divino. É preciso incutir ensinos e deixar o ESPÍRITO gerar mudanças em nossa vida.

1- A satisfação de DEUS (Gn 1.31) “Viu DEUS tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”

O mundo todo, enquanto criação, é bom. O arquiteto e executor foi meticuloso e cheio de esmero. Cada etapa era acompanhada da avaliação, isso era bom”. DEUS avaliou e aprovou seu trabalho. Ao final de tudo, no sexto dia, DEUS expressa um superlativo muito bom: A ideia é de alguém que completando ou finalizando um projeto olha para a todo diz “gostei”: O mundo que DEUS fez e ao qual nos destinou é maravilhoso. O DEUS perfeito não comete erros, tudo é feito conforme a sua vontade e dentro do mais rigoroso senso estético e funcional. Alguém comentou que isso significa que tudo no universo, desde a maior estrela à menor das folhinhas produziu alegria e prazer em DEUS. como se fosse uma linda sinfonia Mas lembremos que o superlativo “eis que era muito bom” ocorre depois da criação do ser humano. Era o que faltava. O DEUS a quem servimos, Criador dos céus e da terra não é um ser frustrado e melancólico. CRISTO nos prometeu um reino. cujo sinônimo é alegria (Rm 14.17).

2- Função e propósito do homem (Gn 2.8) “E plantou o Senhor DEUS um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que foi formado.”

O autor de Gênesis apresenta DEUS plantando um lindo jardim para Suas novas criaturas (28). Na tradução para o grego, a Septuaginta usa a expressão “paraíso”. Não se tratava de um estado, mas de um lugar físico. Ao colocar lá o homem, DEUS lhe deu uma missão dupla: lavrar e cuidar. Ele não ficou criando árvores e frutos todos os dias, constantemente. Quando DEUS determinou que o jardim fosse cultivado e se tornasse produtivo, estava dizendo ao homem que ele precisava aprender a agricultura e outras ciências relacionadas ao cultivo a partir das sementes já existentes. O trabalho não é invenção: do diabo como pensam alguns, tampouco deve ser visto como maldição resultante do pecado. Está dentro do propósito de DEUS para o homem (2Ts 3.10)., Mas a função do homem não era apenas algo terreno e material. Eles desfrutavam diariamente da presença de DEUS e assim o adoravam em um ambiente de indescritível beleza e sossego. Fomos criados por Ele e para Ele, e é Nele que encontramos sentido e finalidade da existência Isso explica o atual vazio e ausência de satisfação e significado no coração humano.

3- A mordomia cristã do planeta (Gn 2.15) “Tomou, pois, o Senhor DEUS ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e a guardar.”

Esse é outro ensinamento implícito, mas claro no relato da criação. Mordomia cristã é como chamamos a responsabilidade de cada cristão em relação à administração dos bens espirituais e materiais a ele outorgados. A Bíblia deixa claro que somos mordomos de DEUS na terra. Deveríamos ser mais gratos, valorizar e preservar, sem idolatrar a criação de DEUS. Homem e natureza estão ligados. O homem está acima do ambiente, mas não pode viver sem ele e a prova é a sequência sábia da criação de DEUS. Primeiro, DEUS cria o ambiente; em seguida, coloca o homem ali. A natureza não depende do homem, mas o homem depende da natureza Se acabarmos com a natureza, acabamos conosco mesmos. Deveríamos cuidar melhor do nosso domicílio. Se o mundo pagão cultua a natureza e o mundo antropocêntrico abusa dela, nós somos chamados a protegê-la como a uma irmã que teve o mesmo Pai.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Considerando a excelência da criação do ser humano e a sua missão na terra como mordomo e representante de DEUS, como temos vivido?

 

RESPONDA

Marque C para correto e E para errado nas afirmativas abaixo

1) [E] O mundo foi obra do acaso, sendo depois aperfeiçoada por DEUS

2) [C] Ser feita à imagem e semelhança de DEUS é uma característica exclusiva do ser humano.

3) [E] O fato de a mulher haver sido criada a partir do homem a tomar inferior a este.

  

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 EBD – Lição 03: GÊNESIS 3 – Tentação, Queda e Promessa de Redenção | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 3 há 24 versos Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 3.1-24 (5 a 7 min). A Revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui leitura de Bíblia.

Olá, Professor(a)! Nesta lição temos a oportunidade de pensar no quanto nossa opção por JESUS é valiosa, necessária e importante para a redenção. Desde o princípio da nossa existência somos tentados por Satanás, mas também convidados a fazer uma opção pelo Reino de DEUS. Por causa do pecado, já não podemos perceber fisicamente a presença de DEUS. Contudo, o Redentor prometido nos veio, Pelo Seu sacrifício fomos remidos a fim de que toda a criação seja restaurada. Pelo pecado nos veio a morte, mas pela ressurreição de JESUS nos chegou à certeza de vida eterna, Mostre aos seus alunos que, como igreja, escolhemos JESUS, pois desde o Éden Sua vitória sobre o mal foi anunciada por DEUS.

  

LEITURA ADICIONAL

Observe os passos da transgressão: não são passos ascendentes, mas descendentes, em direção ao abismo. Primeiro: Ela Viu. Uma grande quantidade de pecados vem através dos olhos. Não olhemos para aquilo que traz consigo o risco de estimular a concupiscência (Mt 5,28). Segundo: Ela tomou. Foi seu próprio ato e obra. Satanás pode tentar, porém, não pode obrigar, pode nos persuadir a ajoelhemo-nos diante do precipício, porém, não pode lançar-nos dali (Mt 4.6), Terceiro: Ela comeu. Quando ela olhou para o fruto, talvez não tenha tido a intenção de tomá-lo; ou quando o tomou, não tinha a intenção de comê-lo: porém, acabou fazendo-o. É uma atitude sábia deter os primeiros movimentos do pecado, e abandoná-lo antes de ver-se comprometido com ele. Quarto: Deu-o também ao seu marido. Aqueles que fazem o mal estão dispostos a arrastar outros a fazerem o mesmo. Quinto: Ela comeu, por não levar em conta a árvore da vida. Por não comer daquilo que era permitido por DEUS, mas, ao invés disto, comer do fruto da árvore do conhecimento, que estava proibido, Adão mostrou claramente o seu desdém por aquilo que DEUS lhe havia outorgado, e o seu desejo por aquilo que DEUS considerou prudente não lhe dar. Desejava ter o que quisesse e fazer o que lhe trouxesse prazer. Definindo em uma só palavra, o seu pecado foi a desobediência (Rm 5.19), desobediência a uma ordem clara, simples e expressa. Adão não tinha uma natureza pecaminosa que o impulsiona ao pecado; pelo contrário, tinha a liberdade de escolha, conforme a sua vontade, com toda a sua força, não debilitada e nem desequilibrada. Porém, apartou-se com muita prontidão, arrastando toda a sua posteridade ao pecado e à miséria. Então, quem pode dizer que o pecado de Adão, em si, causou pouco dano?

Livro: Comentário bíblico de Mathew Henry (4°ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p. 11).

 

 Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 3.1-24

 

 INTRODUÇÃO

I- A TENTAÇÃO Gn 31-6
1- O tentador Gn 3.1
2– A liberdade humana Gn 3.4
3– O pecado Gn 3.6
II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA Gn 3.8-23
1– Separação e medo G
3.8
2– Expulsão do Jardim Gn 3.23
3– Morte Gn 3.4
III- A PROMESSA DE REDENÇÃO Gn 3.9-21
1– DEUS busca o homem Gn 3.9
2– O preço da redenção Gn 3.15
3– Uma nova vestimenta Gn 3.21

APLICAÇÃO PESSOAL

  

INTRODUÇÃO

Qual a origem do mal? De onde vem a nossa inclinação para ele? Nesta lição estudaremos a origem do pecado e as consequências deste para a espécie humana.

 

I- A TENTAÇÃO (Gn 3.1-6)

A tentação é algo comum a todos os seres humanos. Não há salvo-conduto para ninguém.

1. O tentador (Gn 3.1). “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor DEUS tinha feito, disse à mulher: E assim que DEUS disse: Não comereis de toda árvore do jardim?”

]No mundo de hoje, muitos não querem que falemos sobre demônio, capeta, Satanás ou diabo, mas ele é uma figura real e presente nas Escrituras. Ignorá-lo não é uma boa estratégia A serpente não era o tentador mas o instrumento que ele utilizou. Chama-nos à atenção o fato de que, dentre todos os animais, o tentador use aquele que era considerado o mais astuto de todos, Talvez o fato de a serpente haver falado tenha funcionado como uma espécie de credenciamento para que Eva acreditasse mais facilmente. Isso tudo é um alerta para nós. As tentações são mostradas na Bíblia como “astutas ciladas” (Ef 6.11), e não como sugestões inócuas. A origem do tentador não é descrita em Gênesis. Ele já aparece em suas páginas como um ser inteligente, maligno, e em oposição a DEUS e Sua obra. Quem quer que ele tenha sido originalmente, foi criado em estado de pureza e santidade, pois DEUS não cria nada maligno (Ez 28.12-19).

Não é autoexistente, pois somente DEUS é assim. Satanás não é um ser de força oposta e equivalente ao poder de DEUS, como o crêem as maniqueístas. Não. Apesar da sua fúria e do seu poder, ainda assim ele está debaixo do controle do. Altíssimo que lhe impõe limites, o controla e o julga. Curioso também que no relato de Gênesis o tentador não apareça como um ser repugnante. Sua primeira arma foi o disfarce. Apresentá-lo como um ser chifrudo, com pés e cauda de bode, cheirando a enxofre, é folclórico e foge ao relato bíblico, que o apresenta como um ser sutil e capaz de disfarçar-se até de anjo de luz. Ele se esconde de modos insuspeitos. As serpentes não fazem barulho ao se aproximar, lembre-se disso.

2. A liberdade humana (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à mulher. É certo que não morrereis”

DEUS nos criou para relacionamentos e isso só é possível se houver liberdade. Sem liberdade não há amor. A virtude não pode ser imposta. Não há virtude se não pudermos optar por ela voluntariamente. Adão e Eva não estavam destinados à queda. Eles poderiam ter resistido ao pecado. Tentação não significa ausência de opções. Tentação e pecado são duas coisas diferentes. DEUS, ao estabelecer limites claros, os estava provando. Ele sabia que o homem pecaria? Se sabia, por que deixou? Por que não o fez à prova de pecado? Ora, DEUS criou o homem como um ser moral, capaz de fazer escolhas.

Será que haveria alguma virtude na obediência se ela fosse a única opção? Só há virtude em fazermos o bem porque o mal também é uma opção. Em resumo, se DEUS criasse um homem à prova de erro criaria um autômato e não um ente moral. O bem exige, para ser verdadeiro, que tenhamos opções. Diríamos que o preço que DEUS pagou ao criar o homem livre foi a possibilidade de que ele praticasse o mal. O que Ele fez então? Antecipou-se ao mal providenciando o Cordeiro desde a eternidade (Ap 13.8). DEUS é onisciente, conhece a história, e a usa soberanamente para glória do Seu próprio nome.

3. O pecado (Gn 3.6). “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.”

O pecado não é algo inofensivo pequeno ou leve. Também não era inato ao homem, pois este foi criado à imagem e semelhança de DEUS. O pecado diz respeito à condição humana. O que ocorreu então? A abordagem de Satanás a Eva foi cheia de astúcia. Primeiro, lançou a dúvida no coração da mulher: “É assim que DEUS disse. Depois jogou sagazmente com a vontade humana chamando especial atenção para os resultados “coloridos” que supostamente viriam após comerem do fruto proibido (“como DEUS, sereis…”). Parafraseando o versículo 5, o que Satanás dizia era: “DEUS não está sendo leal. Está negando a vocês o privilégio de serem como Ele, talvez Ele tema rivais”. A tentação de ser como DEUS acompanha o homem desde sempre. Há quem chame tal tentação de “ego absoluto” e quem a defina como egoísmo, ou seja, como desejo de colocar-se acima de tudo. A armadilha toda foi bem engendrada e o casal caiu nela. Curioso que a mulher tenha dado ouvidos e iniciado um diálogo com o tentador não? Até hoje tem gente entrevistando demônios, e pior ainda, pleno culto de adoração a DEUS.

 

II- CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA (Gn 3.8-23)

Não há nada que o diabo possa oferecer que, sendo aceito, nos traga paz, alegria duradoura ou venha a saciar nossa alma. Como já foi dito, todas as frutas que o diabo oferece contêm bichos

1. Separação e medo (Gn 3.8) “Quando ouviram a voz do Senhor DEUS, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor DEUS, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.”

Gênesis 3 trata dos efeitos imediatos do pecado. Após a desobediência, começam as consequências para o casal. As primeiras coisas que acontecem são a percepção da sua nudez e a necessidade de escondê-la (vergonha). O casal, agora, não se sente mais à vontade juntos. Os olhos se abriram como prometera a serpente, mas não do modo como Adão e Eva esperavam, antes para conhecerem a culpa e o medo. Pela primeira vez, o homem experimenta o medo. O passo seguinte é fugir de DEUS. Uma muralha é levantada. A maravilhosa, e antes deleitosa presença divina agora apavora o homem em rebeldia. Antes, DEUS era esperado, desejado, e Sua presença trazia alegria, mas agora, como consequência do pecado, o homem sente medo e repulsa pela presença de DEUS. Onde há pecado, há medo. Esse medo domina o coração de todo pecador até que o encontro com CRISTO e a aceitação de sua obra redentora o remova completamente (1Jo 4.18).

2. Expulsão do Jardim (Gn 3.23) “O Senhor DEUS, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.”

O preço da desobediência e do pecado é sempre maior do que pensamos. O pecado é profundamente desagregador. Primeiro, separa o homem de DEUS. Segundo, separa-nos uns dos outros. A primeira crise conjugal nasce após a Queda. Uma fenda foi criada entre o homem e a mulher. Por fim, o pecado separará ambos do aprazível lugar criado por DEUS 0 homem experimentaria a solidão do exílio. O inquilino do maravilhoso jardim de DEUS foi despejado, Nada seria como antes Assim DEUS removeu o casal do jardim. ou melhor, de acordo com Gênesis 3.24. Ele os “expulsou” e ainda colocou querubins para guardar a entrada do jardim e garantir que Adão e Eva não tentaram entrar lá outra vez. Que triste nota!
A expulsão do jardim oficializa a quebra da comunhão entre DEUS e o homem. O jardim já não mais estava acessível ao casal. Demos graças ao nosso Senhor JESUS CRISTO, que nos propicia novo acesso ao paraíso (
Ap 2.7), O primeiro Adão foi expulso do paraíso, O último Adão, pendurado numa cruz. disse a um ladrão: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43)

3. Morte (Gn 3.4) “Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.”

Satanás surge como o primeiro herege da história. O primeiro a interpretar a Palavra de DEUS  distorcidamente, como muitos fazem hoje. Quando responde à mulher, a serpente nega a Palavra de DEUS em Gênesis 2.17. A primeira heresia da história, portanto, foi esta: negar o juízo de DEUS. Parece que a antiga serpente tem muitos seguidores hoje. Concordo com Isaltino Gomes quando diz que “negar o juízo de DEUS é conveniente para pecadores e desobedientes que não querem ajustar sua vida à Palavra de DEUS. Muitos sermões em nosso tempo prometem bênçãos sem medidas e omitem a necessidade do arrependimento, dizendo às pessoas que vivam como quiserem, apresentando um DEUS piegas que deseja todo – mundo feliz e risonho, sem nunca fazer exigências morais. É a voz da serpente dizendo: ” certamente não morrereis.” A morte pode ser descrita como um estado de separação de DEUS no qual o homem se encontra por causa do pecado (Ef 2.1-3; Rm 3.23) Como diz Paulo: “em Adão todos morrem” (1Co 15.22).

 

III. A PROMESSA DA REDENÇÃO (Gn 3.9-21)

Graças a DEUS, Gênesis 3 não é só desgraças. Há também a esperança e a promessa de que DEUS não deixaria as coisas como o diabo gostaria ao seduzir e enganar o primeiro casal.

1. DEUS busca o homem (Gn 3.9) “E chamou o Senhor DEUS ao homem e lhe perguntou: Onde estás?

DEUS amorosamente toma a iniciativa de procurar o homem e restaurá-lo à comunhão. Sua pergunta ecoa pelo jardim. “Onde estás? Não que Ele não soubesse, mas porque queria provocar o arrependimento. A voz de DEUS chama aqueles que pecaram, pois não deixaram de ser amados. Adão e Eva deveriam ter corrido ao encontro do Criador confessando seu pecado e suplicando perdão. Em vez disso, esconderam -se. São várias perguntas de DEUS ao homem “Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses? Essa última, na verdade, responde a anterior DEUS não precisava de um relatório, mas da confissão do casal.
O Reino de DEUS não se baseia na virtude humana. Quais os méritos de Adão e Eva? DEUS poderia tê-los abandonado. Mas DEUS é amor e o amor não precisa de motivos, mas doa-se voluntária e sacrificialmente. Que fique claro: a redenção é um ato voluntário de DEUS, cuja motivação única foi Seu amor incondicional pela humanidade.

2. O preço da redenção (Gn 3.15) “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.“

As palavras de Gênesis 3.15 dirigidas à Satanás são conhecidas como protoevangelium (o primeiro evangelho: as primeiras boas-novas). É a primeira vez nas Escrituras em que é anunciada a vinda de um redentor. Esse prenúncio é uma mensagem de esperança que antecipa ao homem o plano redentor logo após a Queda DEUS não deixaria a humanidade naquele estado, mas a restauraria Para isso, Ele mesmo pagaria um altíssimo preço. A promessa é que o descendente (no singular) da mulher esmagaria a cabeça de Satanás, impondo-lhe uma derrota completa, radical e eterna (a 2.15). Na cruz. JESUS tem o seu “calcanhar ferido”. Em contrapartida, Satanás tem a sua “cabeça esmagada”.
Há um contraste aqui entre o ferimento do calcanhar e o esmagar a cabeça. Qual é o mais sério? Qual ferimento é definitivo? JESUS fez-se gente, sofreu, padeceu e morreu na cruz, em nosso lugar, mas ressuscitou gloriosamente ao terceiro dia, já Satanás foi derrotado para sempre. Os dois seriam feridos, mas em um deles o ferimento seria terminal.

3. Uma nova vestimenta (Gn 3.21) “Fez o Senhor DEUS vestimentas de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.”

A reação do casal, ao cobrir sua nudez, expõe a vã tentativa do homem ao empregar seu esforço próprio para amenizar a culpa e remendar as consequências de seu pecado. Quanto tempo duraria um frágil avental de folhas? A vestimenta providenciada por DEUS, além de ser duradoura, exige sacrifício e derramamento de sangue. Um ou mais animais inocentes foram mortos. Um claro retrato do CRISTO que seria sacrificado pelo mundo pecador.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Apesar do pecado do homem e da mulher, DEUS os quer perdoar a salva. Essa é a boa notícia do Evangelho de JESUS CRISTO: Ele nos oferece um caminho de volta do pecado. Nós podemos voltar.

 

RESPONDA

1) O que significa tentação? É um convite ao pecado.

2) Mencione duas consequências de Queda conforme a lição? Expulsão do jardim e morte

3) O que significa a expressão protoevangelium? É um prenúncio do evangelho de CRISTO.

  

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Lição 04: GÊNESIS 4 – Caim e Abel | 1° Trimestre De 2022 | EBD – Pecc

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 4 há 26 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes Gênesis 4.1-26 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Caro(a) professor(a). nesta lição devemos tratar dos graves efeitos do pecado sobre a criação Não só a morte, mas o assassina to e todo tipo de degeneração que presenciamos diariamente apontam para a falta de relacionamento com DEUS. Somente a opção diária por renunciar às más inclinações pessoais para assumir o caráter de JESUS pode nos livrar de atos pecaminosos. Devemos respeitar nossas diferenças, reconhecer nossas qualidades mutuamente, aprender com os mais maduros na fé e zelar pela vida do nosso irmão. Nosso culto seja como o de Abel. Apresentemos a DEUS nosso empenho em adorá-lo intimamente a fim de resistirmos ao pecado até que JESUS retorne para restaurar toda a criação.

 

LEITURA ADICIONAL

A maldade do coração termina no assassinato praticado com as mãos.

Caim matou Abel, o seu próprio irmão, e filho de sua própria mãe, a quem deveria ter amado, o seu irmão mais novo, a quem deveria ter protegido um bom irmão, que jamais lhe havia feito algum mal. Que efeitos fatais do pecado de nossos pais foram estes, como os seus corações devem ter se enchido de angústia. Observe o orgulho, a incredulidade e a soberba de Caim. Nega o crime, como se fosse capaz de escondê-lo de DEUS. Procura esconder um homicídio deliberado, através de uma mentira deliberada.

O assassinato é um pecado que clama, o sangue pede sangue, o sangue do assassino pelo sangue do assassinado. Quem conhece o alcance e o peso de uma maldição divina, o quão longe é capaz de ir, a quão profundo é capaz de penetrar? Os crentes salvam-se dela somente em JESUS CRISTO, e herdam a bênção, Caim foi amaldiçoado pela terra. Ele encontrou o seu castigo ali mesmo, onde escolheu a sua sorte e colocou o seu coração. A maldade dos maus traz a maldição a tudo o que fazem, e a tudo o que possuem Caim se queixou não de seu pecado, mas de seu castigo. Uma grande dureza de coração fica patente, quando os nossos sofrimentos nos preocupam mais do que os nossos pecados

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p.19).

  

Leitura Bíblica Para Estudo - Gênesis 4.1-26

  

INTRODUÇÃO
I- O AVANÇO DO PECADO Gn 4.1-8
1- Os primeiros filhos Gn 4.1
2– A universalidade do pecado Gn 4.5
3– O mal não é estático Gn 4.8
II- O PRIMEIRO CULTO Gn 4.4-5
1– O culto de Abel Gn 4.4
2– O culto de Caim Gn 4.5
3– O ambiente religioso Gn 4.4
III- O PRIMEIRO HOMICÍDIO Gn 4.2-7
1– Filhos diferentes Gn 4.2
2– O lar de Adão e Eva Gn 4.7
3– O homicídio Gn 4.8
APLICAÇÃO PESSOAL

  

INTRODUÇÃO

Nesta lição, lidaremos com a universalidade e o avanço do pecado. A serpente escondeu do casal as consequências que viriam. Agora, Adão e Eva lidarão com a tragédia de terem um filho assassino e outro assassinado

 

I – O AVANÇO DO PECADO (Gn 4.1-8)

1- Os primeiros filhos (Gn 4.1) “Coabitou o homem com Eva sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim: então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor.”

Apesar de a fecundação não ser o único propósito do casamento e de nem todo casamento ser contemplado com filhos, inegavelmente, é fato que os filhos são uma dádiva e um tesouro de DEUS para o casal (Sl 127.3). Fora do jardim, Adão coabitou com Eva e ela concebeu. A palavra “coabitar” no Antigo Testamento é um termo também empregado para designar “relacionamento sexual”: Nunca é usado para animais, apenas para seres humanos.

O nome de Caim está associado com alegria: “alcancei, adquiri” Eva estava alegre pelo filho. Será que Eva teria pensado tratar-se do cumprimento da promessa em Gênesis 3.15, ou seja, que ele seria o homem que pisaria a cabeça da serpente? O segundo filho (Abel) significa “sopro” ou “vento passageiro”. O nome de Caim significa, portanto, que a vida vem de DEUS (adquirido) e o de Abel que a vida passageira (sopro).

2- A universalidade do pecado (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou, irou-se, pois, sobremaneira Caim e descaiu-lhe o semblante”

Adão e Eva, agora fora do paraíso, geraram filhos “à sua semelhança, conforme a sua imagem” (Gn 5.3). Eles eram pecadores e geraram filhos semelhantes a eles, também pecadores. Por universalidade do pecado entendemos que toda criatura humana é pecadora. Não é verdade esse discurso de que o homem, após a Queda, continua bom por natureza, sendo depois corrompido pela sociedade. Isso não passa de sofisma humanista. A universalidade do pecado é dada nas Escrituras. O pecado não é um fenômeno raro ou incomum confinado a uma pequena minoria da raça humana, mas é universal em seu alcance.

Bíblia é clara. Todos pecaram e carecem da glória de DEUS” (Rm 3.23). Não há nenhum membro da raça de Adão que não tenha se unido a ele na rebelião que ele começou. O salmista diz que DEUS esquadrinhou atentamente a terra procurando um homem sem pecado, mas não achou nenhum sequer (SI 14). É lamentável que alguns segmentos da igreja tenham deixado de falar sobre o pecado, pois não querem confrontar a comodidade dos pecadores.

3- O mal não é estático (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel seu irmão, e o matou.”

Um dos problemas com o pecado é que ele avança e vai contaminando tudo. É uma doença contagiosa e metastática, ou seja, não é possível administrar ou controlar os seus efeitos. Alguém já comparou o pecado com um animal selvagem. Enquanto filhote, é bonitinho e inofensivo. Mas, quando cresce, pode nos devorar, se tiver a chance. O pecado é dinâmico, não é estático. Tende a se intensificar e se alastra enquanto não houver conversão. Sabedores disso, os fundadores do “Alcoólicos Anônimos” estabeleceram um princípio em seus passos para ajudar pessoas a alcançarem a cura: “Evite o primeiro gole”. Eles também dizem algo em relação ao álcool que podemos utilizar como um princípio geral: “Uma bebida é demais, e vinte não satisfazem; se você não tomar esse primeiro gole não pode ficar bêbado. Muitos problemas podem ser evitados quando estancados no nascedouro. Adão e Eva viram em sua descendência os efeitos inimagináveis do pecado e o crescente desgosto divino até que o juízo fosse inevitável.

 

II – O PRIMEIRO CULTO (Gn 4.4-5)

Temos nessa passagem o primeiro culto registrado na Bíblia. Aprenderemos, entre outras coisas, que não é todo culto que DEUS aceita.

1- O culto de Abel (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e de gordura deste .Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta.”

A aceitação da oferta de Abel significa que, provavelmente, o fogo do céu consumiu seu sacrifício. Logo de imediato aprendemos que culto tem a ver com oferta e entrega. Parece que hoje, quando se pensa em culto, a maioria das pessoas estão mais preocupadas em como receber algo de DEUS e ser abençoadas. Isso não é errado, mas a ideia primeira relacionada a culto é dar algo a DEUS (Êx 23.15). É muito forte no texto a ideia de Abel trazer o primogénito, algo especialmente separado e preparado para aquele momento, O culto é um grande momento para o cristão sincero e grato. Abel se aproxima de DEUS com coração obediente e cheio de sinceridade. Ele não foi odiado e invejado por Caim porque fosse do mau, ao contrário, porque era piedoso.

Em outras palavras, não foram os pecados de Abel que incomodaram e inflamaram o ódio de Caim, mas as suas virtudes. A retidão de Abel atormentava Caim. Não é estranho? Essa é a atitude do homem que, mesmo consciente do seu pecado, escolhe pecar impiamente. Tais pessoas incomodam-se profundamente com os irmãos que vivem na presença de DEUS. “Agradou-se o Senhor de Abel”. Primeiro vem a pessoa, somente depois é mencionada a oferta dela. A mesma coisa se repete em relação a Caim. DEUS está mais interessado em quem nós somos do que naquilo que fazemos para Ele.

2- O culto de Caim (Gn 4.5) “Ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou, irou-se, pois sobremaneira Caim, e descaiu-lhe o semblante”

Por que DEUS rejeitou a oferta de Caim? É muito comum estudiosos mencionarem a questão da falta de derramamento de sangue como sinal da reprovação divina ao culto de Caim. Será que se resume a isso? Fato é que ele era agricultor e trouxe do produto do seu trabalho. Além disso, temos na própria Lei, menção da “oferta de cereais” (Lv 2.1). Creio ser mais apropriado vermos que Abel trouxe das primícias, ao passo que isso não é dito da oferta de Caim. Sua oferta não foi aceita porque fosse de uma espécie errada, mas por não ser a melhor que ele poderia trazer. Não há uma clara indicação de que a oferta dele fosse pecaminosa em si mesma.

A questão toda estava mais relacionada com a atitude e motivação do ofertante. Caim não considerou importante levar o primeiro fruto, mas não somente isso Adorador e sua oferta são inseparáveis. Mais do que a adoração em si, são autênticos adoradores que DEUS procura, disse JESUS (Jo 4.23). Será que, se tão somente Caim tivesse sacrificado um animal teria sido aceito? Certamente não, isso devido à condição de seu coração cheio de inveja e ódio (Gn 4.5). Que fique claro: rituais vazios não servem para DEUS (Is 1.13,14), pois antes de aceitar a oferta. Ele precisa aceitar o ofertante (Gn 4.7).

3- O ambiente religioso (Gn 4.4) “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta.”

Chama a atenção que Caim não era um ateu. Ambos os filhos eram, por assim dizer, religiosos. Não é curioso que toda essa questão de inveja, ódio pelo irmão e planeja mento de assassinato ocorra dentro de um contexto de culto e de adoração a DEUS? Saibamos que muitas maldades podem existir e ocorrer mesmo entre aqueles que dizem servir e adorar a DEUS. Isso é um alerta para todos nós. O que passou na cabeça de Caim? Será que ele pensou: “Se eu matar Abel, aí DEUS só terá o meu culto Teria sido isso? Não sabemos. Mas a advertência é muito grande. Ninguém está protegido do mal simplesmente porque está dentro de um templo religioso, Lembremos que no grupo apostólico havia um traidor; na igreja primitiva, Ananias e Safira. Nosso coração precisa ser protegido e vigiado pela prática da oração, do temor e da obediência à Palavra de DEUS. Ninguém está acima da necessidade da vigilância.

 

III – O PRIMEIRO HOMICÍDIO (Gn 4.27)

Como já foi dito, primeiro Caim fracassou no altar; e, porque fracassou no altar, também fracassou nas demais coisas.

1- Filhos diferentes (Gn 4.2) “Depois, deu à luz o Abel, seu irmão Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador”.

Todos sabemos que não há duas pessoas iguais. Nem mesmo gêmeos univitelinos são idênticos, apenas se parecem. Pais que desconsideram isso terão enormes problemas. Caim e Abel sugaram o mesmo leite materno, tiveram os mesmos pais e nada indica que tiveram uma educação diferente um do outro. De fato, tiveram a mesma carga genética, crescerem na mesma casa e receberem os mesmos ensinos. Pais precisam saber que, não obstante fazerem o melhor, se esforçarem e amarem profundamente os filhos, haverá um momento no qual eles terão que decidir que caminho seguir. A parábola do filho pródigo, entre outras coisas, nos ensina que o descaminho, falha de caráter e devassidão de um filho não significa que os pais falharam. A Bíblia revela que Caim era do Maligno (1 Jo 3.12) e Abel, um homem de DEUS. Todos nós somos responsáveis por nossas decisões. Não são os astros, os signos, maldições hereditárias ou o destino. Somos nós.

2- O lar de Adão e Eva (Gn 4.7) “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo”

No primeiro lar mencionado na Bíblia havia disputas. O lar de Adão e Eva foi profundamente afetado pelo pecado. Começou com a transferência de culpa de Adão quando confrontado por DEUS (Gn 3.12). Ele não assume imediatamente a sua responsabilidade. Ali nasce o primeiro conflito conjugal da história. Logo depois temos as desavenças entre os irmãos. Há um sério problema de relacionamento entre Caim e Abel com consequências desastrosas DEUS toma a iniciativa para normalizar as coisas, mas Caim endureceu ainda mais o seu coração. Há uma grandiosa lição prática para todos nós: cultuar a DEUS requer relações saudáveis com nosso irmão. Não é possível separar nosso relacionamento com DEUS dos relacionamentos que temos na igreja Um não sobrevive sem o outro.

3- O homicídio (Gn 4.8) “Disse Caim a Abel seu irmão: Vamos ao campo Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel seu irmão, e o matou.”

DEUS confronta Caim perguntando o motivo da sua cara feia. O texto sugere que Caim sabia por que havia sido rejeitado. DEUS lhe explica que o pecado é como uma besta feroz que jaz à porta de sua vida e que era melhor não abrir essa porta. Se Caim procedesse corretamente, seu semblante seria levantado e DEUS receberia sua oferta. É a primeira vez que a palavra “pecado” aparece na Bíblia. Seu significado é “desviar-se do caminho reto”. Caim deveria vigiar e se cuidar. Ele não considera a advertência divina e comete o primeiro homicídio da história. Mas não há pecado que fique encoberto aos olhos de DEUS. Achando que estava destruindo a vida de Abel, ele destruiu a si mesmo.

A amargura pode se transformar em ódio, e o ódio em homicídio. Em Hebreus 12.15, somos recomendados a não permitirmos que nenhuma raiz de amargura brote, perturbe e contagie o nosso coração e o ambiente à nossa volta. É perigoso carregar tais sentimentos no coração. Provavelmente, Caim matou seu irmão muitas vezes no coração antes de assassiná-lo de fato. Por isso, o apóstolo João afirma que quem odeia a seu irmão é homicida (1Jo 3.15, Mt 5,21,24). Caim não se arrependeu, não se humilhou, não chorou. Mesmo assim, DEUS o trata com misericórdia colocando-lhe um sinal para protegê-lo.

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Sem um coração submisso, nem mesmo as mais preciosas ofertas podem nos tornar aceitáveis diante de DEUS. Como está o seu coração? Se parece mais como de Caim ou com a de Abel?

 

RESPONDA
Marque V para verdadeira e F para falso nas afirmativas abaixo;

(V) O pecado não é um fenômeno raro ou incomum, mas presente e universal.
(V) O culto de Abel e Caim a DEUS expressava o que havia em seus corações
(F) Apesar de tudo, o lar de Adão e Eva permaneceu intacto e inalterado, mesmo após a Queda.

 

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 EBD – Lição 05: GÊNESIS 6 – Os Dias de Noé | 1° Trimestre De 2022 | Pecc

  

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Em Gênesis 6 há 22 versos. Suge­rimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Gênesis 6.1-22 (5 a 7 min.). A revista funciona como guia de es­tudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia.

Olá, querido(a) professor(a)! Nesta lição, que trata dos tempos de Noé, aprenderemos que as linhagens de Sete e Caim se unem e que o pecado se espalha sobre a terra. É nesse contexto que DEUS adverte os homens – através de Noé – sobre as consequências inevitáveis da maldade. O próprio JESUS destacou a fé e a obediência de Noé em oposição à maldade e indiferença dos que pereceram no dilúvio, o que nos faz pensar na oposição entre os que fazem uma sincera opção pela vontade de DEUS e os que, lamentavelmente, seguem sua própria vontade. É nossa tarefa, como professores e como Igreja, testemunhar o Evan­gelho para que muitos se convertam e sejam alcançados pela Graça de DEUS através de JESUS.

 

PARA COMEÇAR A AULA

Professor(a), começa sua aula destacando o fato de que DEUS ofere­ceu à humanidade um longo tempo para que abandonasse o pecado. A misericórdia e generosidade do Cria­dor ainda aguardam que o pecador de agora também se converta e faça sua opção por JESUS. O cristão deve testemunhar uma transformação de vida tamanha, a ponto de renunciar aos antigos pecados para viver sob os princípios do Evangelho de CRISTO. Se­jamos, como Noé, sinal para o mundo.

 

LEITURA ADICIONAL

Muitíssimos pecados eram cometidos em todos os lugares, e por todas as classes sociais. Qualquer um podia ver que a maldade do homem era grande; porém, DEUS viu que toda imaginação, ou propósito dos pensamentos do coração humano, era de contínuo somente o mal. Esta era a raiz amarga, a fonte corrupta. O coração é enganoso e perverso; os princípios, corruptos; os hábitos e as disposições são maus. As intenções e pla­nos dos homens eram maus. Eles praticavam a maldade deliberadamente, e engenhavam a perversidade. Não havia o bem entre eles. DEUS viu a maldade do homem como alguém que é ferido ou maltratado por ela. Viu-a como um terno pai contempla a necessidade e porfia de um filho rebelde e desobediente, fato que o aflige e o faz desejar não ter tido filhos.

[…] “Rasparei os homens de sobre a face da terra”; assim como se varre o pó ou a sujeira de um lugar que deve estar limpo, e se lança este pó ao monte de lixo, que é o lugar apropriado para ele. DEUS fala do homem como de sua própria criatura, quando decide castigá-lo. Aqueles que não correspondem com o propósito de sua vida, perdem-na. DEUS tomou esta decisão sobre os homens, depois que o seu ESPÍRITO contenderá durante muito tempo com eles; porém, em vão. Ninguém é castigado pela justiça de DEUS, exceto aqueles que detestam ser reformados pela graça dEle.

Livro: Comentário bíblico de Matthew Henry (4° ed. – Rio de Janeiro, CPAD, 2004, pp.

  

LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO Gênesis 6.1-22

  INTRODUÇÃO

I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO Gn 6.2-5
1– Eram duas linhagens Gn 6.2
2– Um sinal da vinda de CRISTO Gn 6.5
3– Um tempo final Gn 6.3
II- NOÉ Gn ó.8-9
1– Alvo da graça Gn 6.8
2– Justo e íntegro Gn 6.9
3– Andou com DEUS Gn 6.9
III- ENSINAMENTOS Gn 6.7-22
1– As advertências de DEUS Gn 6.7
2– SANTO em um mundo ímpio Gn 6.11
3– Qual é o nosso legado? Gn 6.22
APLICAÇÃO PESSOAL

  

INTRODUÇÃO

Gênesis 5 traz uma lista de dez ge­rações, destacando nela dois homens: Enoque e Noé. A lista é caracterizada pela repetição da frase “e morreu”. A única exceção é o caso de Enoque, que compartilhou com Elias a experiência de serem os únicos na história humana transladados por DEUS sem morrer. Embora a Bíblia registra apenas dez versículos acerca de Enoque (Gn 5.20-24; Hb 11.5,6; Jd 14,15; Lc 3.37), isto é suficiente para o con­siderarmos um exemplo de fé, de quem anda com DEUS e o agrada. Vamos agora ao estudo do ca­pítulo 6, o qual trata de Noé.

 

I- A GERAÇÃO DO DILÚVIO (Gn 6.2-5)

A humanidade havia atingido um nível de corrupção jamais vis­to e isso deixou DEUS desgostoso, pelo que decidiu julgar o mundo.

1- Eram duas linhagens (Gn 6.2) “Vendo os filhos de DEUS que as fi­lhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram.”

Em Gênesis 6.1 nos deparamos com o crescimento vertiginoso da raça humana e, paralelo a isso, com a multiplicação da maldade (Gn 6.5). Temos, claramente, no livro em estu­do, duas linhagem colocadas uma ao lado da outra: a linhagem de Caim (Gn 4.17-24) e a linhagem de Sete (Gn 4.25-6.32). Facilmente observamos, no capítulo 5 de Gênesis, que a genea­logia de Adão passa a ser retratada a partir de Sete. Caim é colocado de lado. Temos uma linhagem piedosa (de Sete) e uma perversa (de Caim). No capítulo 6, as duas linhagens convergem e se misturam, acele­rando a multiplicação da maldade e da violência. Há uma interpretação muito comum que trata a expressão “filhos de DEUS” como anjos e não como descendentes de Sete. É im­provável que o texto esteja falando de anjos, por quatro motivos:

a) Em Lucas 3.23-38, a descendência de Sete é associada diretamente a DEUS;
b) todo o contexto dos capítulos 5 e 6 está falando de homens. Por que, do nada, seriam inseridos anjos?
c) Não se fala nada de castigo para anjos, só para homens. Se “filhos de DEUS” se refere a anjos, porque somente os seres humanos são castigados?
d) JESUS disse (Mt 22.30) que o casamen­to não é algo que faz parte da consti­tuição angelical.

2- Um sinal da vinda de CRISTO (Gn 6.5) “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração.”

Quando JESUS falou dos dias de Noé, relacionou-os com os dias fu­turos e imediatos à Sua vinda: “Pois assim como foi nos dias de Noé, tam­bém será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias an­teriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem” (Mt 24.37-39). Em outras palavras, o que JESUS está dizendo é que, de alguma maneira, os dias de Noé seriam repetidos quando a Sua vinda se aproximasse. E como foram esses dias? Foi uma época especial­mente marcada pela secularização, crueldade, violência e indiferença para com DEUS (Gn 6.11). Há duas advertências aqui:

a) Primeiro, equivoca-se quem acha que o mundo vai melhorar e me­lhorar à medida que se aproxima a volta de CRISTO;
b) O mundo que an­tecederá a volta de CRISTO será sur­preendido pelo seu retorno como a geração de Noé o foi com o 
Dilúvio.

3- Um tempo final (Gn 6.3) “Então, disse o Senhor: O meu ESPÍRITO não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.”

A expressão “então” estabelece uma decisão tomada por DEUS a par­tir daquilo que viu e constatou. Ele decidiu abreviar o tempo daquela ge­ração. Limitou-o a 120 anos, a partir daquele instante. Isso não significa, como alguns já sugeriram, que DEUS estava limitando em 120 anos a vida de todas as pessoas que viriam, pois nos capítulos seguintes veremos que as pessoas continuaram vivendo mui­to mais do que isso (Gn 11.10-32).

O que está dito é que a humanidade de então teria mais 120 anos, após quais, DEUS a julgaria Ele poderia fazer isso de imediato, mas, em Sua misericórdia, opta por uma prorro­gação. Seria um tempo de graça para a humanidade, para que pudessem se arrepender e alinhar-se à vontade de DEUS. Pedro deixa claro que, nesse período, Noé foi o pregador da justiça (2Pe 2.5), mas ninguém lhe deu ouvi­dos. A todos os seus pecados, aquela geração acrescentou mais este: o des­prezo pela oportunidade final conce­dida por DEUS.

 

II- NOÉ (Gn 6.8-9)

Noé, cujo nome significa “conso­lador”, é uma das grandes biografias das Escrituras. Ele é mencionado em nove livros da Bíblia, num total de 50 vezes. Não foi um pequeno coadjuvante, mas um grande perso­nagem na história da redenção.

1- Alvo da graça (Gn 6.8) “Porém Noé achou graça diante do Senhor.”

Noé e os seus descendentes foram conservados e poupados primeiramente devido à graça e à misericórdia divinas. O mundo permanece porque DEUS concedeu Sua graça a um homem. O mundo não foi preservado devido à tecnologia, à cultura, ao esforço ou mesmo aos méritos de alguém, mas porque DEUS usou de graça. O que isso sig­nifica? Graça, aqui, vem de um verbo que significa “ser misericordioso”, “ser generoso”, “contemplar com fa­vor”. É verdade que Noé era justo e santo, como veremos a seguir, mas não foram as suas obras que o qua­lificaram, e sim a graça de DEUS. Al­guém disse que DEUS, em sua graça, nos dá o que não merecemos e, em sua misericórdia, deixa de nos dar o que merecemos. DEUS teve misericórdia dele. A graça de DEUS é um tema sublime e superlativo mas que incomoda muita gente e às vezes é combatido, inclusive na igreja, por­ que ele demonstra nossa falência e humilha nosso ego. Não merecemos nada; ninguém merece. Contudo, DEUS, sendo gracioso, nos abençoa apesar do nosso demérito.

2- Justo e íntegro (Gn 6.9) “Eis a história de Noé que era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com DEUS.”

Pela primeira vez, a palavra “jus­to” é mencionada na Bíblia. Não sig­nifica, obviamente, que Noé não fos­se pecador, mas demonstra que ele decidiu viver segundo um padrão de piedade negligenciado por sua gera­ção. Integridade tem a ver com aquilo que somos no recôndito mais ín­timo da nossa interioridade, quando trancamos a porta do nosso quarto e ninguém, exceto DEUS, nos enxerga. Sobre integridade, Warren Buffett, grande investidor e um dos ho­mens mais ricos do mundo, tem uma frase espetacularmente profunda: “Ao procurar pessoas para contratar, você deve buscar três qualidades: in­tegridade, inteligência e dinamismo.
Se elas não tiverem a primeira, as outras acabarão com você.”

3- Andou com DEUS (Gn 6.9) “Eis a história de Noé. Noé era homem justa e íntegro entre os seus contempo­râneos; Noé andava com DEUS”

Noé é um dos nomes de Gê­nesis dos quais é dito que “andou com DEUS”. O outro é Enoque (Gn 5.22). Um foi salvo da morte e o outro, do dilúvio. Imaginemos o que deve ter significado andar com DEUS naquela geração de homens e mulheres cheios de maldade e dissoluções, quando a violência prevalecia. Noé e Enoque nos inspiram, demonstrando que o ser humano não é produto do meio, mas pode decidir, com a ajuda de DEUS, que vida terá, a despeito das pressões e massificação seculares. Como disse Chesterton: “Uma coisa morta segue a correnteza. Somente quem está vivo pode contrariá-la”. Não importa quão tenebroso seja o nosso tempo, nós podemos andar com DEUS. Você tem andado com Ele ou tem se pautado pela opinião da maioria? Saiba que, por causa de JESUS CRISTO, andar com DEUS é
um privilégio que está disponível a quem quiser. Você quer?

 

III- ENSINAMENTOS (Gn 6.7-22)

Mesmo quando abordamos assuntos negativos, encontramos lições e ensinamentos que, se co­locados em prática, nos farão bem. As Escrituras devem não apenas encher nossa cabeça e aquecer nosso coração, mas principalmen­te mudar nossa vida

1- As advertências de DEUS (Gn 6.7) “Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, o homem e o animal, os répteis e as aves dos céus; porque me arrepen­do de os haver feito.”

Ficamos sabendo pelo Novo Tes­tamento que tanto Enoque como Noé foram instrumentos de DEUS para advertir aquela geração e leva­da ao arrependimento. Isso mostra como DEUS, por ser SANTO, tem uma natureza generosa e está sempre oferecendo oportunidades ao peca­dor, pois não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11). Nos dois ca­sos, tanto Noé como Enoque foram pregadores da Palavra. De Enoque é dito, inclusive, que profetizou (Jd 14,15) e de Noé que foi “pregador da justiça” (2Pe 2.5).

As advertências de DEUS pre­cisam ser levadas a sério por nós. JESUS, ao falar desse tempo, afirma que aquela geração só se deu conta da seriedade da pregação de Noé quando já era tarde demais: “… e não o perceberam, até que veio o dilúvio” (Mt 24.39). Pessoas rebeldes e fe­chadas para o arrependimento de seus pecados não ouvem as men­sagens de advertência. Estas lhes parecem delírios de gente fanática Preferem ficar no posicionamen­to anterior, achando que nada lhes acontecerá e que tudo continuará como sempre, ou que podem pos­tergar suas decisões pois ainda te­rão muito tempo pela frente. Precisamos dar ouvidos à repreensão e ao chamado de DEUS hoje, pois a partir de um determinado momen­to será tarde demais.

2- SANTO em um mundo ímpio (Gn 6.11) “A terra estava corrompida à vista de DEUS e cheia de violência.”

É possível sermos santos na nossa geração? É possível destoarmos completamente da desobediência e corrupção moral dos nossos dias? Noé diria que sim. Ele próprio foi um homem santo em um mundo ímpio e injusto como o nosso ou, talvez, pior ainda. A desculpa costumeira de que “todo mundo faz assim” não serve para o cristão. Gosto das palavras de Isaltino Gomes quando ensina­va sobre santidade: “DEUS não nos chamou para sermos cópias ou clo­nes, mas para sermos o original”. A igreja não deve imitar o mundo. Antes, deve se portar como espe­lho para o mundo.

Não precisamos e não devemos ser imitadores massificados do mundo à nossa volta. Podemos e devemos ser diferentes. Lembremos do que disse Paulo, apóstolo: “E não vos conformeis a este século…” (Rm 12.2). Uma tra­dução possível seria “não tomeis o molde”. O seguidor de JESUS não é uma massa moldada pelo mundo, nem um “Maria vai com as outras”. Santificação não é adesão a uma cultura evangélica, nem ser sisudo ou um chato esquisito contra tudo e contra todos. Ser santo é ter o caráter de CRISTO em nós. É viver como Ele viveu

3- Qual é o nosso legado? (Gn 6.22) “Assim fez Noé, consoante a tudo o que DEUS lhe ordenara.”

Não se mede a vida de uma pessoa pela sua extensão. Matusalém foi o homem que mais vi­veu sobre a terra, mas tudo que se diz dele é que gerou filhos e filhas (Gn 5.30). Noé foi um ho­mem obediente a DEUS (Gn 6.22). Ele não apenas ouviu, mas colo­cou em prática aquilo que DEUS lhe falou. Noé não alterou nada do que DEUS lhe disse, mas seguiu à risca cada detalhe. W. Wiersb acrescenta que “a maioria das pessoas sabe que Noé construiu uma arca, porém, o que provavelmente não sabem é que ele tam­bém construiu um caráter piedo­so e uma família temente a DEUS, porque se não fosse a sua família, Abraão não teria nascido, e, sem Abraão, não teria havido uma na­ção judaica, e consequentemente o Salvador”. JESUS viveu 33 anos e mudou o mundo para sempre. Ninguém obedece a DEUS em vão. Esse é o legado de Noé. Qual será o nosso?

 

APLICAÇÃO PESSOAL

Noé foi uma dádiva e consolação de DEUS para a sua geração, embora ela não tenha usufruído disso completamente. O que nós somos para a nossa geração.

 

RESPONDA

1) No que diz respeito à Sua volta, o que disse JESUS sobre o estilo de vida da geração dos dias de Noé? R. Que ele se repetiria nos dias da Sua volta
2) Mencione duas características de Noé. R. Justo e andava com DEUS.
3) Gênesis menciona dois homens que andaram com DEUS. Um foi Noé. Qual foi o outro? R. Enoque

  

Mais SUBSÍDIOS

 

Os Atributos do Ser Humano

 Daniel Conegero

Os atributos do ser humano revelam que DEUS o criou de tal forma que ele é diferente de qualquer outra criatura. Isso quer dizer que o homem reúne certas qualidades que somente ele possui no reino criado.

Os atributos do ser humano estão diretamente ligados ao fato de que DEUS criou o homem à Sua imagem e semelhança. Isso quer dizer que de certa forma somos parecidos com DEUS – ainda que exista uma diferença enorme entre a natureza de DEUS e a natureza humana.

Ao longo do tempo os estudiosos têm discutido o que realmente significa ser feito à imagem e semelhança de DEUS. Nesse ponto alguns atributos do ser humano são apontados como sendo a definição do que isso quer dizer. Alguns dizem que se trata da racionalidade do homem; outros acreditam que se trata de sua volição e pessoalidade; outros defendem que se trata de sua capacidade e responsabilidade moral; e ainda outros pensam que se trata de sua posição de governança na natureza ou mesmo de sua espiritualidade.

Mas como alguns teólogos muito capacitados também afirmam, talvez a melhor posição seja entender que DEUS criou o homem e a mulher como seus representantes e vice regentes sobre toda a criação. Então ser a imagem de DEUS é ser um refletor da glória e do caráter de DEUS no domínio da criação – e para tanto, obviamente todos os atributos do ser humano estão envolvidos nisso. Portanto, isso implica no fato de que esses atributos derivam de DEUS, que resolveu comunicá-los ao ser humano quando o fez à Sua imagem.

  

Quais são os atributos do ser humano?

O ser humano possui espiritualidade: a natureza humana é uma unidade complexa que é constituída de uma parte material e outra imaterial. A Bíblia diz que depois de DEUS ter formado o homem do pó da terra, soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente (Gênesis 2:7).

O ser humano possui imortalidade: uma vez criado, jamais o homem deixa de existir. É incrível que mesmo sabendo que a morte é algo inevitável, o ser humano tem extrema dificuldade em aceitá-la. Isso acontece porque a morte veio por causa da maldição do pecado. Ela quebra temporariamente a unidade da natureza humana que deveria ser indissolúvel, ou seja, ela separa o espírito do corpo. Portanto, a morte não é a aniquilação da natureza humana; não é a cessação da existência. A morte é uma separação dolorosa, mas que não extingue o atributo da imortalidade com o qual o homem foi criado.

O ser humano possui intelectualidade: historicamente esse atributo do ser humano tem sido apontado como a principal identificação da imagem de DEUS no homem. O homem possui uma capacidade singular de raciocinar; de pensar e agir de forma complexa.

O ser humano possui capacidade de escolher: DEUS criou o homem como uma criatura volitiva. Isso significa que o homem possui uma vontade e a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas. Livre-arbítrio.

O ser humano possui capacidade moral: sendo uma criatura intelectual e volitiva, o homem possui responsabilidade moral sobre seus raciocínios, ações e decisões. Ele possui a habilidade de entender que deve agir conforme certos princípios morais e que assume responsabilidade por isso.

O ser humano possui pessoalidade: o homem é uma criatura que tem personalidade. Ele é uma pessoa e possui caráter, traços emocionais, e capacidade de relacionar-se afetivamente de forma interpessoal num nível especial que não é encontrado em outras criaturas.

O ser humano possui criatividade: sendo uma criatura intelectual, volitiva, pessoal e moral, obviamente o homem também é um ser criativo.

 

O pecado afetou os atributos do ser humano?

A Bíblia não deixa qualquer dúvida de que o pecado afetou todos os atributos do ser humano. É verdade que algumas teorias surgiram ao longo da história da Igreja com o objetivo de promover a ideia de que o homem nasce puro e com todos os seus atributos intactos, perfeitos e livres dos efeitos da Queda.

Mas esse tipo de pensamento é completamente contrário à verdadeira doutrina bíblica. A doutrina do Pecado Original é amplamente ensinada nas Escrituras que afirmam a total depravação da natureza humana decaída.

Citando o Antigo Testamento, o apóstolo Paulo explica de forma muito clara como os atributos do ser humano foram afetados pelo pecado (Romanos 3:10-12). Ele escreve:

“Não há um justo, nem um sequer” – a pureza moral foi perdida.

“Não há ninguém que entenda” – num certo sentido a capacidade intelectual foi afetada.

“Não há ninguém que busque a DEUS” – o homem tornou-se espiritualmente morto. Sua comunhão com DEUS foi quebrada.

“Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis” – sua pessoalidade foi infectada; suas emoções foram contaminadas e seu caráter foi maculado pelo pecado.

“Não há quem faça o bem, não há nem um só” – o coração do homem tornou-se inclinado ao mal e sua vontade foi comprometida.

 

Os resultados da corrupção do pecado nos atributos do ser humano

Vimos que o pecado afetou os atributos do ser humano. Isso, porém, não significa que a imagem de DEUS no homem foi completamente perdida. Apesar do pecado, o homem continua sendo uma criatura feita à imagem de DEUS – ainda que essa imagem tenha sido terrivelmente danificada.

Vamos a um exemplo mais prático: a intelectualidade do homem foi contamina pelo pecado, mas ele ainda é capaz de pensar e raciocinar. Como diz R. C. Sproul, nós raciocinamos falaciosamente, mas ainda temos essa capacidade.

O mesmo princípio se aplica aos outros atributos. O homem caído não-regenerado está morto espiritualmente, mas ele ainda possui um espírito. Ele não tem mais pureza moral, porém ainda é capaz de entender que existem princípios morais que devem ser obedecidos, e continua responsável por suas decisões atitudes diante deles.

Seus relacionamentos são profundamente prejudicados pelo pecado, mas o homem ainda possui afeições e tem a condição de estabelecer relacionamentos interpessoais. Na maioria das vezes a criatividade do homem é usada a serviço do pecado, mas ele ainda é um ser criativo. Sua vontade é inclinada ao mal, mas ele ainda é capaz de fazer escolhas e tomar decisões livres conforme o padrão de sua natureza decaída.

Mas a obra redentora de CRISTO aplicada pelo ESPÍRITO SANTO no ser humano vivifica-o espiritualmente, liberta-o da culpa do pecado, restaura sua comunhão com DEUS e capacita-o a ficar livre do poder do pecado através da santificação. Então seus atributos passam a ser condizentes com sua nova natureza.

O redimido possui a mente de CRISTO; sua conduta moral reflete o caráter de CRISTO – em quem se cumpre plenamente o propósito de ser a imagem de DEUS (Colossenses 1:15-22; Hebreus 1:3); sua personalidade e seus relacionamentos revelam as virtudes do fruto do ESPÍRITO; e sua vontade não está mais escravizada pelo pecado. Agora ele é capaz de desejar o bem espiritual e sentir prazer em agradar a DEUS.

  

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Íntegra da Lição 2, 2ºTrimestre de 2023, Betel, A Criação revelando a glória do Criador

Para me ajudar – 33195781620 (CPF – PIX) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- Origem e propósito

1-1- Criados por um DEUS glorioso

1-2- Criados para um propósito glorioso

1-3- Pecado: desviando-se do propósito

2- As amostras da glória de DEUS no homem

2-1- Corregência com DEUS

2-2- A glória no homem nas ações e palavras

2-3- Um estágio no Éden

3- A restituição do propósito original

3-1- DEUS não destituiu o homem do seu papel na criação.

3-2- Não limite seu potencial de glorificar a DEUS

3-3- O Servo perfeito de DEUS

  

TEXTO ÁUREO

"E criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou.” Génesis 1.27

  

VERDADE APLICADA

O ser humano, por ser a coroa da criação de DEUS, deve glorificá-Lo em todas as áreas da vida.

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

- Apresentar a origem e o propósito da criação.

- Destacar as amostras da glória de DEUS no homem.

- Falar sobre a restituição do propósito original.

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA – GÊNESIS 1.26, 28, 31

26. E disse DEUS: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra 28. E DEUS os abençoou, e DEUS lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra. 31. E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA Sl 19.1-6 A natureza manifesta a glória de DEUS.

TERÇA Sl 33.1-9 O júbilo na contemplação das obras de DEUS.

QUARTA Sl 136.1-9 DEUS é louvado por Suas obras.

QUINTA Jo 1.1-3 No princípio era o Verbo.

SEXTA At 17.26-30 DEUS de um só fez toda a geração dos homens.

SÁBADO Rm 1.18-25 A ira de DEUS sobre a impiedade e injustiça

  

HINOS SUGERIDOS - 10, 291, 505

  

MOTIVO DE ORACÃO

Ore para que DEUS nos capacite a vivermos à altura da nossa vocação.

   

INTRODUÇÃO

Na lição anterior vimos como a queda colocou a humanidade em oposição a DEUS e sujeita ao Seu justo juízo. Nesta lição veremos o propósito de DEUS ao criar todas as coisas e a relevância do ser humano viver segundo este propósito.

 

PONTO DE PARTIDA - Fomos criados para glorificar o Senhor.

  

1- Origem e propósito

O mundo tem origem inteligente e propósito glorioso. A origem é um DEUS pessoal e o propósito é a glória dEle manifestada em Sua criação. Este propósito é o tema central das Escrituras e da vida [Is 43.21; Rm 11.36].

  

1-1- Criados por um DEUS glorioso

A Bíblia não começa falando do homem. Ela começa falando de DEUS e da glória dos Seus atributos: "No princípio criou DEUS" [Gn 1.1]. A Bíblia, portanto, mostra, inicialmente, que o DEUS eterno, autossuficiente, autoexistente é o Criador, a causa e origem de todas as coisas. Ela  quer que, sem distrações, vejamos a Sua glória. A glória de DEUS manifestada na criação e em CRISTO revela os atributos, o caráter e a perfeição do Criador [Jo 1.14].

  

SUBSÍDIO 1-1

A tendência humana de imaginar DEUS a partir do homem pode levar muitos a pensarem que DEUS nos criou por necessidade. Esta ideia representa um DEUS incompleto até que o homem fosse criado. Mas DEUS não tem necessidades. Ele é independente de Sua criação. Suas obras não alteraram tudo que DEUS é e sempre foi. É isso que significa dizer que DEUS é um DEUS satisfeito. Nós fomos criados por um DEUS glorioso. DEUS nos criou para que participássemos da Sua bendita e eterna satisfação em Sua própria glória.

  

1-2- Criados para um propósito glorioso

Se DEUS sempre foi autossuficiente, por que então criou o homem? Não encontramos esta resposta de forma explícita nos dois primeiros capítulos de Gênesis onde narra a criação. No entanto, é notório que DEUS faz e fala. Ou faz por meio do falar. É assim que nós conhecemos alguém. Ouvindo o que ela diz e vendo o que ela faz. Na criação, DEUS revela a si mesmo. É possível conhecermos parcialmente o Criador, por intermédio de Suas obras. Quando entendemos isso, nós encontramos o propósito glorioso da nossa existência: tornar o DEUS glorioso conhecido por todas as pessoas.

  

Subsídio 1-2

Van Groningen: "Não se afirma diretamente em Gênesis 1.1-2.25 O motivo pelo qual DEUS decidiu criar e, desse modo, fazer-se conhecido a outros além da própria Trindade. Em Gênesis 1, no entanto, a repetida declaração "e DEUS disse" indica seu desejo de falar, de expressar-se, e de fazer-se conhecido. DEUS fez o que Ele quis fazer."

  

1-3- Pecado: desviando-se do propósito

DEUS criou o homem à Sua imagem e semelhança [Gn 1.26]. DEUS encheu o homem com atributos que anunciariam a glória de DEUS [Gn 1.271. "Encher a terra" [Gn 1.28; 9.11 não significa que a procriação tinha um fim si mesma. As marcas da glória de DEUS impressas no homem seriam espalhadas pelo mundo, Roger Stronstad (Teologia Bíblica Pentecostal - Carisma Editora, 2020, p. 32) comentou sobre a obediência dos filhos de Adão e Eva à ordem do Criador para multiplicação e encher a terra [Gn 1.27]: "Obedientes a essa ordem, os filhos de Adão e Eva e seus descendentes começam a se disseminar e povoar a terra. No entanto, por causa das consequências do pecado de Adão [Gn 3.12], à medida que a população aumenta, os pecados também crescem (...)".

  

Subsídio 1-3

John Piper diz: "O propósito de DEUS na criação, portanto, era encher a terra com sua própria glória. Isso fica claro, por exemplo, em Números 14.21 , em que o Senhor diz: "Toda a terra se encherá da glória do Senhor", e em Isaías 43.7, em que o Senhor se refere ao seu povo como "os que criei para minha glória.

  

2- As amostras da glória de DEUS no homem

A criação do ser humano está em um ponto elevadíssimo em toda a criação por sermos feitos à imagem de DEUS. Mas se DEUS é ESPÍRITO, então o significado disso é que DEUS nos fez portadores de atributos que apontam para Sua glória.

  

2-1- Corregência com DEUS

Quando DEUS deu origem à criação, determinou seus papéis pelo poder criativo das suas palavras [Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 241. A palavra de DEUS criava a ação ordenada. Mas quando DEUS foi determinar o papel do homem, Ele lhe deu uma ordem consciente [Gn 1.27-30]. O homem, de posse dos atributos que DEUS lhe conferiu, deveria usá-los consciente e intencionalmente para cumprir as ordens dadas pelo Criador. O homem é o único ser na face da terra que tem consciência de que está participando de uma corregência com DEUS ao obedecê-lo. Que privilégio maravilhoso!

  

SUBSÍDIO 2-1

Comentário Bíblico Broadman -volume 1: "Na criação, DEUS levou a terra até certo ponto e depois colocou--a nas mãos do homem, para que dela se encarregasse. Ela não fora ainda "subjugada" nem ainda colocada completamente sob o domínio de DEUS. O homem devia apressar este processo. Era seu privilégio e desafio. Tem sido a tragédia da história do homem que ele pensou que o domínio sobre a natureza, que lhe havia sido dado, era para o seu benefício pessoal. Assim pensando, ele esbanjou os recursos da terra. Agora está começando a perceber que o seu domínio consiste na responsabilidade de ajudar cada aspecto da natureza a atingir o seu alvo mais elevado. Em certo sentido, ele deve juntar-se a DEUS, na tremenda tarefa de continuar a obra da criação."

  

2-2- A glória no homem nas ações e palavras

Assim como DEUS se faz conhecido por Suas ações e palavras, Ele designou o homem em tornar Sua glória conhecida no mundo por suas ações e palavras. Depois de DEUS criar todos os animais, poderia ele mesmo dar-lhes seus nomes. Preferiu, porém, designar ao homem esta tarefa. Animal a animal recebera o nome que Adão não só escolheu, mas proferiu [Gn 2.19-20]. Desta forma, a sabedoria de DEUS comunicada ao homem ao criá-lo à Sua imagem deveria ser vista por toda a humanidade. Além das palavras, o homem deveria governar os animais e administrar os recursos naturais com sabedoria que honrasse seu Criador [Gn 1.28-31].

  

SUBSÍDIO 2-2

Ao iniciar o livro de Atos, Lucas diz que em seu primeiro livro procurou descrever tudo o que JESUS começou a fazer e ensinar [At 1.1]. Ele era conhecido como "um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de DEUS e de todo o povo" [LC 24.19]. CRISTO revelou-se como Filho de DEUS e a Sua glória diante dos homens. Tudo o que Ele fazia e tudo o que falava não era para alcançar glória para si mesmo mas para glorificar o Pai diante do homens. Estes são os passos que JESUS deixou para nós seguirmos. 1Pedro 4.10-11 ensina que DEUS distribuiu da Sua graça a cada um de nós para que, seja com as nossas palavras ou com o nosso serviço, devemos fazer de um jeito que em tudo seja DEUS glorificado.

  

2-3- Um estágio no Éden

O Éden foi, por assim dizer, o estágio humano para cuidar de toda a terra. No jardim havia todo tipo de árvores das quais o homem poderia comer [Gn 1.29]. E uma árvore a qual ele deveria "guardar" [Gn 2.15-171. Além disso, DEUS deu autoridade ao homem para subjugar os animais [Gn 1.26-28]. O diabo se apresenta justamente em um animal para tentar o homem, lhe fazendo perguntas às quais o homem não tinha o dever algum de responder. Assim, ao invés de subjugar a serpente, o homem se sujeita às suas sutis palavras [Gn 3.1-6]. Ou seja, o homem comete seu primeiro erro como corregente de DEUS na criação. Subsequentemente comete o segundo, quando come da árvore que deveria "guardar". Ao falhar em seu "estágio" edênico, o homem passa a administrar mal tudo o que DEUS lhe confiou, quando não busca honrar a glória do Senhor da criação.

  

SUBSÍDIO 2-3

R. N. Champlin: "A responsabilidade de Adão era lavrar o solo do jardim. Desta forma, Gênesis ensina a dignidade do trabalho na criação original. O resultado da queda não foi o trabalho, mas a labuta em face de forças intoleráveis. A tarefa de Adão era simples e agradável, sem espinhos, cardos ou ervas daninhas para tomá-lo frustrado. Sem um trabalho construtivo, o homem não pode obter da vida uma verdadeira satisfação. Ócio não era o modo de vida no Éden."

  

3- A restituição do propósito original

Paulo diz que todos pecaram e estão destituídos da glória de DEUS [Rm 3.23]. O plano divino de salvação em CRISTO JESUS é restaurar o ser humano por inteiro, incluindo sua honrosa posição original a qual DEUS estabeleceu como corregentes de Sua criação.

  

3-1- DEUS não destituiu o homem do seu papel na criação.

O trabalho do homem agora seria penoso o resto de sua vida [Gn 3.17-19]. Após a declaração "E DEUS os abençoou" [Gn 1.28], com a entrada do pecado, foi acrescentada: "maldita é a terra por causa de ti" [Gn 3.17]. Porém, este honroso desígnio de DEUS para o homem na criação continua de pé. A criação foi feita para o homem. Por isso DEUS deixa para criar o homem no final, coroando Sua obra. Porém, como DEUS fez o ser humano semelhante a Si mesmo, no encargo de dominar o mundo e enchê-lo, o homem deve fazê-lo para mostrar DEUS. Apresentar a imagem dEle. Devemos agir em nossos deveres de forma a espelhar DEUS e seus atributos comunicáveis. Ao dar ao homem a missão e poder de governar, como diz Piper: "O objetivo de DEUS, portanto, era que o ser humano agisse de modo que espelhasse DEUS, que tem o domínio supremo".

  

SUBSÍDIO 3-1

John Piper: "Ao ser humano é dada a posição elevada de portador da imagem, não para que ficasse arrogante e autônomo (como tentou fazer por ocasião da queda), mas para que refletisse a glória de quem o fez, cuja imagem traz em si". Sermos portadores da imagem nos motiva a sermos zelosos em qualquer lugar, realizando qualquer tarefa; fazendo realmente qualquer coisa.

  

3-2- Não limite seu potencial de glorificar a DEUS

Cada ser humano tem um potencial dado por DEUS. Quando desenvolvemos e expressamos este potencial, refletimos os atributos de DEUS. Ou seja, as práticas religiosas não são as únicas nem as mais plenas formas de expressarmos nosso temor e amor a DEUS. O desejo de DEUS é que, como disse Paulo: "quer comamos, quer bebamos ou façamos qualquer coisa, façamos tudo para a glória de DEUS" [1Co 10.31]. Não há no jardim menção de cultos, orações ou ofertas. A vida de obediência a DEUS era o culto. O trabalho do homem lá, explorando todo potencial que DEUS lhe conferiu, era o culto. Depois da queda, houve uma ruptura dicotómica. Os homens baniram DEUS de suas vidas comuns, recorrendo a Ele apenas em suas necessidades ou deveres religiosos pré-programados. Esta é uma forma de limitarmos nosso potencial de honrar a glória do Criador.

  

SUBSÍDIO 3-2

Não temos menção de ações cultuais realizadas por Adão e Eva dentro do Éden. Porém, ainda que Gênesis 4.26 diga que nos tempos de Enos é que se começou a invocar o nome do Senhor, no mesmo capítulo é narrada a história de adoração dos dois filhos de Adão e Eva [Gn 4.1-5]. Caim e Abel provavelmente aprenderam sobre adoração com seus pais. Uma adoração que implicava aceitação ou rejeição divina. É possível que, do lado de fora do jardim, Adão e Eva começaram a buscar reconexão com DEUS através de sacrifícios e ofertas. Porém, já na primeira ação cultual de oferta registrada na Bíblia, fica evidente que não é qualquer ação cultual que DEUS aprova.

  

3-3- O Servo perfeito de DEUS

Analisar mais de perto o papel e o propósito que o homem tinha em sua relação com DEUS antes da queda nos leva a pensar sobre o que DEUS espera de nós hoje. Somos convidados a uma reaproximação ao propósito original da vida, quando lembramos que, embora DEUS tenha expulsado o homem do Éden para o mundo, CRISTO invade o mundo para nos trazer de volta não ao Éden, mas à comunhão plena com DEUS. Apesar de ser Senhor de tudo, se esvaziou de si mesmo e se fez servo de todos [Fp 2.7]. Ele foi o perfeito Servo do Senhor [Is 42.1-8; Mt 12.18-20]. Serviu com a vida. Serviu até a morte. Obediente em tudo. Honrou a DEUS não apenas no templo, em práticas religiosas, mas em tudo. CRISTO com Seu trabalho perfeito resgata o ser humano para o propósito original de DEUS.

  

SUBSÍDIO 3-3

Paulo diz com clareza em Filipenses 2 que CRISTO encarnou em forma de servo. Mais que isso. Ele poderia vi ao mundo como um rei, rodeado de servos e nunca experimentar trabalho Porém, foi do desígnio de DEUS que Ele se fizesse pobre [2Co 8.9], nascesse em uma família pobre e seguisse a profissão do seu pai José como carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. CRISTO foi definitivamente um homem de trabalho. Ele disse: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" [Jo 5.17]. Disse  ainda: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou" [Jo 9.4]. Era necessário que aquele que veio assumir o nosso lugar como representante da humanidade, fosse um modelo de servo que agrada a DEUS.

  

CONCLUSÃO

Que o presente estudo contribua para que cada discípulo de CRISTO, por ter sido resgatado da vã maneira de viver [1 Pe 1.18], esteja plenamente consciente e atento para viver no presente século conforme a boa, perfeita e agradável vontade de DEUS, para que em tudo seja DEUS glorificado [1 Pe 4.11].