Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra, 4 partes, 4Tr15, Ev Henrique 1 Parte

Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra
4º trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Gênesis
Comentarista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
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TEXTO ÁUREO"Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente." (Hb 11.3)
 
 
VERDADE PRÁTICAA primeira grande verdade da Bíblia é que DEUS criou os Céus, a Terra e o ser humano.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 1.1 DEUS é o grande Criador de todas as coisas
Terça - Sl 33.6 Pela fé cremos que DEUS é o grande Criador dos Céus 
Quarta - Is 45.18 
Pela fé cremos que DEUS criou a Terra
Quinta - Sl 104.14 Pela fé cremos que DEUS criou o reino vegetal
Sexta - Sl 104.19 
Pela fé cremos que DEUS criou o sistema solar
Sábado - Sl 50.10-12 
Pela fé cremos que DEUS criou os animais
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Salmos 104.1-14
1 - Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, DEUS meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade. 2 - Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina. 3 - Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento. 4 - Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador. 5 - Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. 6 - Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes; 7 - à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram. 8 - Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste. 9 - Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra. 10 - Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes. 11 - Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede. 12 - Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos. 14 - Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento.
 
OBJETIVO GERAL - Compreender que DEUS criou os céus e a Terra
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar o criacionismo bíblico;
Conhecer como se deu a criação do tempo, do espaço e da luz;
Explicar a ordenação da Terra.
Compreender como e deu a criação da luz;
Saber como foi a separação das águas;
Endender como se deu a formação do reino vegetal, do sistema solar e a criação do reino animal.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSORPrezado professor, você crê que os céus e a Terra foram formados por DEUS? Então não terá dificuldades no ensino dessa lição. O relato da criação não é uma alegoria. Enfatize, no decorrer da aula, que a narrativa da criação é um fato histórico, ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de DEUS narra. Quando o assunto é a criação do universo, sabemos que existem várias teorias que tentam explicar a origem da vida. Porém, como crentes, sabemos que o universo e a vida não são produtos de uma evolução como alguns cientistas tentam afirmar ou o resultado da explosão de uma partícula. DEUS é o grande Criador.
 
PONTO CENTRAL - Pela fé cremos que DEUS criou os céus e a Terra.
 
Resumo da Lição 2, A Criação dos Céus e da Terra
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
1. Definição.
2. Fundamentos.
3. Objetivos.
II - A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
1. O tempo.
2. O espaço.
3. Os Céus e os anjos.
4. A Terra ainda informe.
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O ESPÍRITO SANTO na criação.
2. Tarefas ordenadas.
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ
1. E houve luz.
2. A luz inicial.
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1. Separando as águas.
2. A criação da atmosfera.
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1. O reino vegetal.
2. As possibilidades do reino vegetal.
VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
1. A criação do Sol, da Lua e das estrelas.
2. A perfeição do sistema solar.
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
1. Quinto dia.
2. Sexto dia.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - O criacionismo bíblico é a teoria que nos ajuda a entender que DEUS criou os céus e a Terra.
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS criou o tempo, o espaço e a própria luz.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O ESPÍRITO SANTO estava presente na criação e ordenação do universo.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - DEUS no primeiro dia de sua obra criou a luz.
SÍNTESE DO TÓPICO V - DEUS criou e fez separação das águas que se achavam abaixo e acima do firmamento.
SÍNTESE DO TÓPICO VI - No terceiro dia DEUS criou o reino vegetal.
SÍNTESE DO TÓPICO VII - DEUS criou no quarto dia o Sol, a Lua e as estrelas.
 
PARA REFLETIR - A respeito do livro de Gênesis:
O que é o Criacionismo Bíblico?
Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual DEUS criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal e, finalmente, o ser humano (Hb 11.3).
Em que se fundamenta o Criacionismo?Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
Segundo a lição, qual foi a primeira coisa que DEUS criou?Embora a Bíblia não o diga, é-nos permitido afirmar que a primeira coisa que DEUS criou foi o tempo.
O que é o espaço?Podemos defini-lo como o tecido cósmico que DEUS criou para que, nele, se localizassem os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.
O que DEUS criou no sexto dia? No sexto dia, DEUS criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25).
 
CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 37. - Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.
SUGESTÃO DE LEITURA - E agora, como viveremos?, Doutrinas Bíblicas: Os fundamentos da nossa fé e Manual do Pentateuco.
 
Comentários de vários autores com algumas correções do Ev. Luiz Henrique e resumo rápido do Ev. Luiz Henrique
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
Pergunta 1 - O que foi usado para criar o mundo?
Resposta: Palavra de DEUS.
Pergunta 2 - O que vemos foi criado dessa matéria que vemos?
Reposta: Não, primeiro nasceu no reino espiritual, pela Palavra de DEUS, depois se materializou aqui na Terra (agora passamos a ver o que DEUS criou).
 
Hebreus 11.3 Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
 
II - A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
Para passar a existir o tempo aqui na Terra (DEUS não se limita a tempo), foi preciso que DEUS o criasse. Assim dias e noites foram criados e depois meses, anos, estações, etc...
 
O homem tem evolucionado nas frágeis azas da sua imaginação em torno da luz falsa de seu próprio raciocínio, em risco de se queimar na pesquisa da origem do mundo, mas chega sempre à primeira pergunta: "Mas no princípio?"
Os cristãos, porém, não se podem imiscuir nessas indagações, pois, este livro foi confirmado por Jesus Cristo justamente nos pontos que mais inverossímil pudesse parecer. Jesus tem assim afirmado a criação bíblica do homem, o dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra e ainda vários outros acontecimentos do Gênesis. Essas ligeiras palavras tem o objetivo de nos despertar, para crermos no mais controvertido de todos os volumes bíblicos. A promessa da vinda do Salvador foi homologada nesse livro, e o seu advento se deu, mesmo a despeito das controvérsias. Os homens discutem e confundem-se, enquanto que Deus revela, opera e satisfaz.
 
Vamos tentar sequenciar a criação segundo o livro O Plano Divino Através dos Séculos:DEUS criou uma Terra original no princípio do Universo (Gênesis 1:1) e não a criou vazia (Isaías 45:18);
Esta Terra era o local de habitação de Lúcifer (Ezequiel 28:13-16), no qual refletia a glória da criação de DEUS;
Neste tempo ele não havia caído ainda, era um anjo de luz;
Porém, no seu coração surgiu o desejo de ser semelhante a DEUS (Isaías 14:12-15)
No seu intento, arregimentou a terça parte dos anjos (Apocalipse 12:7-9), que lutaram em alguma região do Universo, visto que no Céu não entra pecado;
Não venceram e se tornaram o Diabo e seus demônios;
A Terra que era o local de atuação de Lúcifer foi castigada se tornando sem forma e vazia;
A partir daí é que temos uma Terra caótica na qual se desenrolam os fatos narrados em Gênesis 1:3 em diante.
É possível?
Sim. Perfeitamente. Há tantas possibilidades quanto planetas! O termo hebraico tohu wabohu, traduzido por "sem forma e vazia", é utilizado para juízos divinos em outros contextos (Jeremias 4:23). Explicaria a idade da Terra e o fato de que a luz já existia, que o Sol e a Lua já haviam sido criados, sendo chamados a prover iluminação para o planeta, que o próprio continente estava apenas submerso.
Lawrence Olson, seguindo Finis Jennings Dake, em seu livro O Plano Divino Através dos Séculos, trouxe para nosso conhecimento a Teoria da Terra Original
 
O homem é o único ser criado à imagem e semelhança de Deus.
De  fato,  tudo  começou  quando  Deus  soprou  no  homem  o  seu  Espírito: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Gênesis 2:7
Na  verdade,  o  que  difere  o  homem  de  todos  os  outros  seres  é  a  CONSCIÊNCIA.  O  que  seria  isso?  “CONSCIÊNCIA:  É  o  que  faz  de  você  o  que  é  e  eu  o  que  sou   -  individualidade. É  o  maior  dos  atributos  do  cérebro;   é  a  ciência  que  temos  de  nossos  pensamentos  e  sentimentos    para  que  cada  um  tenha  a  sua  própria  personalidade.  Sem  ela  seríamos  nada  mais  do  que  robôs  se  arrastando  pelos  movimentos  da  vida  .  Ela  nos  permite  apreciar  as  grandes  coisas  da  vida,  o  amor,  a  arte,  a  ciência,  a  religião.  Ela  torna  o  cérebro  algo  mais  que  um  aglomerado  de  pequenas  células  movidas  a  eletricidade    e  o  que  nos  torna  humanos”.   
“Consciência, no aspecto moral, é a capacidade que o homem tem de conhecer  valores e mandamentos morais e aplicá-los nas diferentes situações”.
A  consciência  nos  permite  amar  nosso  próximo (nunca  ouvi  falar  de  um  anjo  amando  quem  quer  seja,  nem  mesmo  a  Deus – aqui não quero polemizar),  mas  o  amor  é  uma  das  grandes  características  exclusivas  do  homem (e  de  Deus)  e, junto  com  ele,  a  MISERICÓRDIA,  atributo  este  que  fez  muitos  homens  de  Deus  questionarem-no  e  até  desobedecê-lo:
Misericórdia  está  ligada  à  consciência.  Um  anjo  continua  tranqüilo  após  matar  180.000  pessoas,  como  aconteceu  com  os  Assírios,  mas  eu  e  você  não  conseguiríamos   encarar-nos  no  espelho  nem  dormir  tranqüilo  pelo  resto  da  vida  se  fizéssemos  isso,  mesmo  a  mando  de  Deus.  Vejam  Davi,  matou  milhares  em  batalha,  mas  o  homicídio  de  Urias  o  fez  dizer:  “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Salmos 51:1-3
 
OS SEIS DIAS DA CRIAÇÃO (Estudo no livro de Gênesis, Antônio Neves de Mesquita)
Trabalho do Primeiro Dia - 1:2-5
Trabalho do Segundo Dia - Expansão - Céus - 1:6-8
Trabalho do Terceiro Dia - Mares, Terra e Vegetação - 1:9-13
Trabalho do Quarto Dia - Sol e Lua - 1:14-19
Trabalho do Quinto Dia - Animais Aquáticos e Pássaros
 
Trabalho do Primeiro Dia - Gên. 1:2-5
O verso 2 de Gênesis é uma espécie de parêntesis entre o verso primeiro e o terceiro. Descreve o estado da terra depois de criada, antes mesmo do aparecimento da luz.
Abismo, desolação e confusão era o estado dela. As teorias antes esboçadas estão de acordo com esta descrição, da informe condição terráquea. Sobre a face do abismo moviase o Espírito de Deus. A palavra hebraica traduzida aqui por mover ou pairar, como traduz a Versão Brasileira, não representa o original. A tradução inglesa Brooding é muito mais exata. O particípio "Merahefet" não só descreve ação contínua, ininterrupta, mas ação vivificadora. Como uma ave se assenta sobre os ovos, para os incubar e dar vida, assim o Espírito de Deus, no Seu ato de vivificar o caos, movia-se sobre ele. Da ação da terceira pessoa da Trindade saiu toda a beleza que contemplamos no universo.
Ao Espírito é atribuída e reconhecida a função de dar vida, tanto espiritual como natural. Ele é o autor do novo nascimento, da nova criação. Nascer do Espírito é condição essencial para entrada no Reino de Deus. Sua ação "no princípio" foi dar vida ao novo mundo. Nestes dois versos encontra-se material suficiente para uma demonstração da doutrina da Trindade.
A palavra "águas" é por muitos comentadores entendida como a principal matéria cósmica do universo. O termo hebraico parece exprimir a idéia de fluído material. O
Salmo 148 talvez tenha essa mesma idéia quando diz: "Águas que estão sobre os céus" (Sal. 148:4). Estas águas eram distintas das que estavam abaixo, no abismo (verso 7) e o "vapor" acima (verso 8). A nossa terra estava envolvida na grande massa de fluído material, que ainda enchia o espaço, e sobre ela, embaixo, o Espírito se movia. "Disse
Deus: haja luz; e houve luz". Notemos que a luz não foi criada. O verbo empregado é o verbo ser. Houve, portanto, luz antes de haver sol. O autor lembra-se de quando, nos
seus primeiros dias de conversão, foi abordado por um companheiro que se empavonava de ser ateu e lhe perguntou como é que podia haver luz antes de haver sol, visto que este só foi criado no quarto dia e a luz apareceu no primeiro. Esta pergunta insidiosa, lhe fez sentir a necessidade de estudar o assunto. A ciência ensina que a matéria que se encontra nos corpos celestes era, a princípio, muito rarefeita e de rotação muito lenta. À medida que se foi condensando, foi aumentando de velocidade e, como já foi dito, desta atividade molecular surgiu a luz. Esta, por sua vez, estava encoberta nos densos nevoeiros que enchiam o espaço de modo a não poder ser vista. Foi aqui que Deus, o bondoso Criador, interveio, separando os nevoeiros e deixando a luz livre para brilhar. Haja luz, fiat lux, e houve luz. Existiu, portanto, luz antes de haver sol. Moisés assim diz e a ciência confirma. Deus mesmo é a luz e onde Ele habita não pode haver trevas. Ele é a luz que alumia todo homem que vem ao mundo (João 1:9).
Deus fez separação entre as trevas e a luz e chamou as trevas, noite e a luz, dia. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. Até este ponto tudo era treva sobre o cosmos, e essa
treva é representada pela palavra tarde; e a luz que se seguiu é representada pela palavra dia. Uma longa noite tinha pairado sobre a terra e um longo dia se seguiu a ela. Este foi o trabalho do primeiro dia.
De quantas horas foi este dia da criação? Sobre o termo "dia" aqui empregado há muita discussão. Alguns teólogos pensam que é um período de duração indefinida, outros,
que é um período de 24 horas. Em assuntos tão controvertidos, não é fácil dar uma opinião que não tenha de dissentir de uns ou de outros, mas é impossível também ficar
sem opinião.
Ninguém negará que Deus podia fazer tudo que fez em seis dias num só dia, bem como podia fazer num momento o que fez no primeiro dia, ainda que este fosse de 24 horas. Não temos, pois, necessidade de discutir a questão do poder divino, mas o método divino. Para Deus, um dia é como mil anos e mil anos como um dia. Parece que os que aceitam a idéia do dia de 24 horas esquecem que para o Criador o tempo é questão insignificante. Moisés certamente usou o termo "dia" com muita propriedade, sem que precisemos crer num dia do nosso planeta. A lua tem o seu dia, que é 26 vezes maior que o nosso. Os outros planetas têm os seus. Portanto, este termo não é fixo. Desde o momento em que Deus criou o universo, no princípio, até que fez a separação entre as trevas e a luz, houve uma longa noite, talvez de milhares de anos.
Houve noite antes de haver dia, e nada pode representar estes dois termos tarde e manhã como a palavra dia. Portanto, tem razão Moisés de nos falar no termo dia visto que nada poderia exprimir a idéia tão perfeitamente. Se quisermos dar crédito à ciência, esta diz que o universo levou miríades de anos preparando-se para poder receber vida. Que, sendo a princípio uma massa difusa e disforme, foi pouco a pouco se condensando, até que se tornou, pelo efeito do atrito, uma enorme massa incandescente, para depois esfriar na superfície, formando a crosta terrestre, e poder receber vida. Ainda se pode verificar que o centro da terra está em forma ígnea, como evidência de que toda ela foi um globo de fogo, como ainda é o sol hoje. Há muita plausibilidade nesta declaração dos sábios, e, se assim foi, então 24 horas é pouco demais para um processo tão complexo. Podemos demonstrar que a Bíblia não usa uniformemente o vocábulo dia para indicar período de 24 horas. Aliás, este sentido é quase estranho à Bíblia. O trabalho dos seis dias da criação é mencionado como sendo um só dia (cap. 2:4): "No dia em que Jeová Deus fez os céus e a terra." Não padece dúvida que o autor inspirado usa a palavra dia para denotar espaço de tempo, época ou período.
Os profetas comumente usavam a palavra dia em sentido indefinido. "O dia de Jeová" constitui uma nota contínua nas profecias, e ninguém teimará em crer que este dia
seja de 24 horas. O último dia! O Dia do Senhor! O Dia do Julgamento! é inegavelmente um período de longa duração. Vejamos o que Jesus diz sobre o último dia em João
6:39:54; 12:48; no N.T. 12:36; Luc. 10:12-14. Paulo, em I Cor. 4:3-5. O último dia é também representado no N.T. como o período da nova criação. Ver Mat. 19:28; Atos 4:21;
Rom. 8:19-23. Poderíamos multiplicar as escrituras que mostram a diversidade em que esta palavra é usada, mas estas bastam. As palavras do quarto mandamento, em que Deus ordena trabalhar seis dias e descansar um, à semelhança do seu trabalho de criação, não oferecem tanta base para disputa como querem alguns comentadores, visto que Deus está falando a homens e só pode falar-lhes em termos que eles compreendam, mas ninguém insistirá, afirmando que Deus está na estrita obrigação de fazer seu trabalho como o fazem os homens. Pedro diz que um dia para Deus não é como um dia para o homem (II Pedro 3:7,8). Se estes dias da criação foram de 24 horas, Satanás é somente poucas horas mais velho do que o homem, bem assim, todos os querubins e serafins da corte celestial.
Nós mesmos não somos exatos em nossa terminologia quanto ao termo dia. Um homem trabalha seis dias na semana. De quantas horas são esses dias? de 24 horas? Há uma tremenda luta para que todos os dias de trabalho sejam de 8 horas. Podem ser de oito horas, de dez ou de doze, mas nunca de 24 horas. O nosso dia de trabalho bem podia ser tomado como período de trabalho ou atividade, mas esta é a linguagem comum e daí o usarmos a palavra dia. Moisés fez o mesmo. Ele descreveu períodos de atividade divina de acordo com a maneira de seu povo entender estes períodos, pela palavra dia. Há, pois, precisão no termo empregado.
1. Este fato tem levado os teólogos às mais sutis especulações para achar o meio de explicar por que Moisés usou o termo dia. Alguns crêem que usou linguagem alegórica ou mística, à semelhança dos hindus e gregos, descrevendo as legendas de seus deuses. Mas não se pode tirar o elemento histórico da narrativa sem destruir sua unidade.
2. Outros crêem na interpretação hiperliteral da narrativa de Gênesis, separando o verso 1 do verso 2, pondo um imenso período de tempo entre os dois acontecimentos
narrados e fazendo da descrição começada no verso 2 uma narrativa literal de seis dias de 24 horas. Sobre esta interpretação sirvam as notas sobre a palavra dia", dadas
anteriormente.
3. Após, vem a teoria chamada hipercientífica, que tem por fim fazer a narrativa mosaica concordar em detalhes com as investigações científicas e sobretudo com a Geologia. Este, porém, não é método bíblico. Ainda que a narrativa possa ser confrontada com qualquer investigação científica, não podemos esperar encontrar as minúcias que ciência menciona.
4. A interpretação sumária e panorâmica é a que tem maior número de adeptos e está mais ou menos de acordo com a Hipótese da Nebulosa (ver Dr. Strong, "Systhematie
Theology", Vol. II, páginas, 394-395).
5. Finalmente, tem a palavra o sábio Hugh Miller, para nos dar a sua interpretação dramática. Segundo ele, Deus fez passar diante de Moisés o drama da criação em seis
panoramas ou vistas, cada uma delas representando um dia. Assim, Moisés relatou o que viu na superfície da terra e à tona da água, e nada mais.
Parece ser muito mais natural crer que a história que Moisés nos legou era um patrimônio de todas as nações e que foi transmitida de geração em geração, sendo Adão o
primeiro que recebeu a informação de como Deus criou o mundo. Como veremos mais tarde, a vida dos antediluvianos foi tão longa que Adão pôde conversar com Matusalém, pois, segundo a melhor cronologia, este foi contemporâneo de Adão por espaço de 243 anos. Matusalém foi contemporâneo de Noé por 600 anos, e Noé viveu depois do dilúvio 350 anos, sendo contemporâneo de Terá, pai de Abraão, por espaço de 56 anos. Assim, Abraão podia ter recebido a história da criação diretamente de seu pai Terá, este, de Noé, Noé de Matusalém, e Matusalém de Adão. A coisa mais notável é que todas as nações antigas, como Egito, Babilônia, Índia, China etc., têm tradições correntes sobre a criação, e todas elas, em geral, são idênticas, denunciando uma origem comum. Mais uma palavra sobre a dificuldade de o termo "dia" equivale ao nosso dia de 24 horas. Diz-nos a ciência que a nossa terra ocupava um espaço muitíssimo maior, quando estava em estado gasoso, e, portanto, devia levar muito mais tempo para dar uma volta sobre si mesma do que leva hoje. Logo, um dia devia ter muito mais horas do que hoje.

Os dias e as noites são governados pelo sol, e este só apareceu no quarto dia. Daqui a necessidade de tomar o termo dia em sentido mais vasto. O texto sagrado diz que Deus fez separação entre as trevas e a luz. O resultado e não o ato constituiu o primeiro dia (ver Guiot - Creation; Taylor Lewis - Six Days of Creation; Thompson - Man in Gene 'a and Geology; Dawson - -Story of Eaxt and Man; Leonte - Seiencè and Religion).