Lição 10, Betel, Jacó – quando um pecador quer mais de DEUS, 2Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOCO DA LIÇÃO
1- Fugindo do
homem em busca de DEUS
1-1- Jacó crê
na importância da benção
1-2- Fugindo
para o encontro com DEUS
1-3- Um
encontro com o DEUS de Abraão
2- Coisas
melhores de DEUS
2-1- Promessas
imutáveis de um DEUS imutável
2-2- Um pecador
se converte
2-3- O pai de
príncipes
3- DEUS conosco
3-1- O DEUS
abençoador
3-2- Foge, eu
estarei com você
3-3- Marcado
por DEUS
TEXTO ÁUREO
"Acordado,
pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o
sabia." Gênesis 28.16
VERDADE
APLICADA
Para sermos
bem-sucedidos na jornada cristã, precisamos ter consciência de que, em todo o
tempo, dependemos das bençãos de DEUS, concedidas por graça.
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - GÊNESIS 28.12,13; 15-17
12. E sonhou: e
eis uma escada era posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os
anjos de DEUS subiam e desciam por ela.
13. E eis que o
Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor, DEUS de Abraão, teu pai e
o DEUS de Isaque. Esta terra, em que esta deitado, te darei a ti e tua semente.
15. E eis que
estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta
terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito.
16. Acordado,
pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o
sabia.
17. E temeu, e
disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de DEUS;
e esta é a porta dos céus.
Lição 5, Jacó, Um
Exemplo de um Caráter Restaurado
2º Trimestre de
2017 - Título: o Caráter do Cristão - Moldado Pela Palavra de DEUS e
Provado Como Ouro
Comentarista: Pr.
Elinaldo Renovato de Lima (Pr.Pres.ADPAR - Assembleia de DEUS em Parnamirim/RN)
Complementos,
ilustrações e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454
TEXTO ÁUREO
"Como está escrito: Amei Jacó ?e aborreci Esaú." (Rm 9.13)
VERDADE PRÁTICA
Com base em sua presciência e propósitos, DEUS escolhe pessoas para que cumpram
seus desígnios.
(Jacó foi escolhido,
não porque DEUS consultou o futuro, mas porque DEUS tinha duas opções para
continuar sua aliança até que viesse JESUS. DEUS escolheu Jacó antes mesmo de
nascer).
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn
27.11,12 A mentira traz maldição
Terça - Gn 27.41 Quando o ódio se torna mortal
Quarta - Gn 27.20 Jacó mentiu ao próprio pai
Quinta - Gl 6.7 O que o homem planta, isso colherá
Sexta - Rm 5.20 Onde abundou o pecado superabundou a graça de DEUS
Sábado - Sl 133.1 DEUS quer que os irmãos vivam em união
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 25.28-34; Gênesis 32.24, 27, 28,30.
Gênesis 25.28 - E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas
Rebeca amava a Jacó. 29 - E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e
estava ele cansado. 30 - E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse
guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom. 31
- Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura. 32 - E disse Esaú:
Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura? 33
- Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a
Jacó. 34 - E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e
bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.
Gênesis 32.24 -
Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. 27 - E
disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. 28 - Então, disse: Não se
chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com DEUS
e com os homens e prevaleceste. 30 - E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel,
porque dizia: Tenho visto a DEUS face a face, e a minha alma foi salva.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que DEUS
escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Apresentar a origem
de Jacó;
Mostrar a direção
de DEUS na vida de Jacó;
Refletir a respeito
de alguns aspectos do caráter de Jacó
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu
agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e apelidado pelo nome de
"enganador" por todos os que conhecem sua história. Todavia, DEUS em
seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito
serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu apelido ao comprar a primogenitura de
seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para
longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas
Jacó teve um encontro com DEUS e foi transformado por Ele. Todo encontro com
DEUS é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que
entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de DEUS, mas na
verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente DEUS, o
Criador, pode transformar o nosso verdadeiro "eu".
PONTO CENTRAL -
DEUS escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.
Resumo da Lição 5,
Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado
I - QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque.
2. O preferido de
sua mãe.
3. O preferido de
DEUS.
II - A DIREÇÃO DE
DEUS NA VIDA DE JACÓ
1. A visão da
escada que tocava o céu.
2. A coluna em
Betel.
III - ASPECTOS DO
CARÁTER DE JACÓ
1. Antes do seu
encontro com DEUS.
a) Oportunista e
egoísta. b) Interesseiro e calculista. c) Mentiroso e enganador.
2. Depois do seu
encontro com DEUS.
a) Um caráter
agradecido. b) Um caráter esforçado e sofredor. c) Um homem na direção de DEUS.
3. No seu encontro
com Esaú.
SÍNTESE DO TÓPICO I
- Jacó foi escolhido por DEUS ainda no ventre de sua mãe.
SÍNTESE DO TÓPICO
II - Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de DEUS para
sua vida.
SÍNTESE DO TÓPICO
III - Antes de ter um encontro com DEUS Jacó era oportunista, mentiroso e
enganador.
CONHEÇA MAIS -
*Jacó
"Era o
terceiro no plano de DEUS para iniciar uma nação descendente de Abraão para dai
nascer JESUS (Gl 3.16). O sucesso deste plano se deu mais 'apesar de' do que
'em razão da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, DEUS prometera que seu plano
se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os
métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação
e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o
nascimento até à morte, vemos a mão de DEUS trabalhando." Para conhecer
mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 46.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO top2
"Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu
próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com DEUS, e trabalhou catorze
anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos
como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas
sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640
quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma
mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã,
Jacó se casou e iniciou uma família" (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até
Padã-Ara.
PARA REFLETIR - A respeito de Jacó, um exemplo de caráter restaurado, responda:
Que significa o nome Jacó?
"Aquele que segura pelo calcanhar" ou "suplantador".
Por que Esaú aborreceu a Jacó?
Por causa da bênção que seu pai deu a Jacó por engano.
Quantas vezes Jacó mentiu a seu pai por ocasião da bênção?
Três vezes.
O que Jacó prometeu a DEUS se fosse abençoado em sua viagem?
Dar o dízimo de tudo.
Que aconteceu com Jacó, no vau de Jaboque?
Seu nome foi mudado para Israel, e viu DEUS "face a face".
CONSULTE
Revista Ensinador
Cristão - CPAD, nº 70, p38
SUBSÍDIO DIDÁTICO top3
Professor, reproduza o esquema da página ao lado no quadro. Utilize-o para
enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com DEUS e depois.
Ressalte que somente DEUS pode mudar o nosso caráter.
Resumo Rápido do
Pr. Henrique - Lição 5, Jacó, Um Exemplo de um Caráter Restaurado
INTRODUÇÃO
Estudemos nesta
lição sobre Jacó, conhecido como enganador, mas escolhido por DEUS para dar
continuidade à aliança Abraâmica até que viesse o descendente que é CRISTO. De
mau caráter a Israel, príncipe de DEUS. Quão importante é o encontro verdadeiro
com DEUS! O verdadeiro caráter é forjado nas lutas do deserto.
Da família de Jacó
vai nascer um descendente que é CRISTO, que vai pisar com o calcanhar a cabeça
da serpente Satanás - JESUS CRISTO.
Gênesis 3.15 - orei
inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Gênesis 3.15 -
Strong Português - עקב Ìaqeb ou (fem.) עקבה Ìiqq ̂ebah
1) calcanhar, retaguarda, pegada, parte de trás, casco, retaguarda de uma
tropa, passo
1a) calcanhar
1b) marca de calcanhar, pegada
1c) parte de trás, retaguarda
I - QUEM ERA JACÓ
1. O filho mais novo de Isaque. Jacó, segundo filho de Isaque com Rebeca,
nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão mais velho, Esaú, seu irmão gêmeo.
Por isso seu nome - "aquele que segura ao calcanhar".
2. O preferido de
sua mãe. Enquanto Esaú era mais próximo das coisas do campo, erra mais prático,
era mais próximo de seu pai que gostava muito da caça que lhe trazia. Jacó era
mais próximo das coisas caseiras, era mais emotivo e mais chegado á sua mãe,
pois a ajudava em suas tarefas domésticas, além de ter a promessa de DEUS de
ser o sucessor espiritual de Isaque (Sua mãe sabia disto).
3. O preferido de
DEUS. Havia luta entre as crianças no ventre de Rebeca. Ao consultar a DEUS,
ELE lhe revela que o maior servirá ao menor. DEUS havia escolhido Jacó para
continuar a descendência de Abraão até que viesse o Messias, JESUS (Gl 3.16).
II - A DIREÇÃO DE
DEUS NA VIDA DE JACÓ
Após usar de
astúcia e comprar o direito de primogenitura de seu irmão Esaú e enganar seu
pai e ser aconselhado a ir para a Mesopotâmia, à casa do irmão de Rebeca,
Labão, e também para fugir da ira de seu irmão Esaú e para arrumar uma esposa,
Jacó pára em Betel e lá tem um sonho onde DEUS vem a ele e isso muda sua vida
dali para frente. Antes de partir recebe uma bênção especial e seu pai que
reconhece sua escolha por parte de DEUS. Gênesis 28.4 E te dê a bênção de
Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que em herança possuas a terra
de tuas peregrinações, que DEUS deu a Abraão.
1. A visão da
escada que tocava o céu. DEUS vem a Jacó em um sonho onde anjos subiam e
desciam numa escada que subia até ao céu. DEUS faz aliança com Jacó que lhe
promete o dízimo de tudo.
2. A coluna em
Betel. Jacó marca aquele local como local de aliança. Casa de DEUS. Se torna
como seu avô e como seu pai, homens de altares.
E temeu, e disse:
Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta
é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a
pedra que tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou
azeite em cima dela.
E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz.
Gênesis 28:17-19
III - ASPECTOS DO
CARÁTER DE JACÓ
Veja que Jacó era
de péssimo caráter antes de ter um encontro com DEUS. Depois do encontro com
DEUS em Betel começou a mudar seu caráter e depois com o encontro pessoal com
DEUS, onde seu nome foi mudado para Israel, foi mais aperfeiçoado, embora tenha
copiado a mania de dar preferência a um filho com seu pai Isaque e isso não ter
deixado.
1. Antes do seu
encontro com DEUS.
a) Oportunista e
egoísta. b) Interesseiro e calculista. c) Mentiroso e enganador.
2. Depois do seu
encontro com DEUS.
a) Um caráter
agradecido. b) Um caráter esforçado e sofredor. c) Um homem na direção de DEUS.
3. No seu encontro
com Esaú. Aqui vemos medo, insegurança, prevenção. Por fim Esaú se quebranta
com a atitude humilde de seu irmão. é Esaú que vai apressadamnet aos braços de
Jacó e chora com ele. Perdão e amor estão presentes.
E ele mesmo passou
adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão.
Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu
pescoço, e beijou-o; e choraram. Depois levantou os seus olhos, e viu as
mulheres, e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos
que DEUSgraciosamente tem dado a teu servo. Então chegaram as servas; elas e os
seus filhos, e inclinaram-se. Gênesis 33:3-6
Gênesis 25. 21-28 -
E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril;
e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu. E os filhos
lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi
perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois
povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro
povo, e o maior servirá ao menor. E cumprindo-se os seus dias para dar à luz,
eis gêmeos no seu ventre. E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de
pêlo; por isso chamaram o seu nome Esaú. E depois saiu o seu irmão, agarrada
sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó. E era Isaque
da idade de sessenta anos quando os gerou. E cresceram os meninos, e Esaú foi
homem perito na caça, homem do campo; mas Jacó era homem simples, habitando em
tendas. E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto, mas Rebeca amava
a Jacó.
Creio que Rebeca,
conhecendo Isaque e sua predileção por Esaú, entendia que ele nunca daria o
direito de primogenitura para Jacó. Então, já que DEUS a tinha orientado de que
Jacó herdaria tal benção e o momento exigisse uma solução rápida, resolveu usar
uma estratégia fraudulenta para enganar seu esposo e realizar a vontade de
DEUS.
Jacó já era dono legítimo da primogenitura, pois a havia comprado de seu irmão.
Participou então do astucioso plano de sua mãe e obteve o que DEUS desejava e
ele e sua mãe também.
E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso
pai; Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que
o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras,
mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como
está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça
da parte de Deus? De maneira nenhuma. Romanos 9:10-14.
Onde Paulo achou na
Bíblia que DEUS amou Jacó e odiou Esaú?
Eu vos tenho amado,
diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não era Esaú irmão de
Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó, E odiei a Esaú; e fiz dos seus
montes uma desolação, e dei a sua herança aos chacais do deserto. Malaquias
1:2,3 (grifo nosso)
Davi se passou por louco para escapar da morte - Por isso se contrafez diante
dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas
portas de entrada, e deixava correr a saliva pela barba. 1 Samuel 21:13
Abraão e Isaque mentiram sobre suas esposas para escaparem da morte.
Pedro mentiu para escapar da morte.
Na antiga aliança o homem chamado por DEUS jamais conseguiria ser perfeito -
Caráter ruim dos patriarcas. Às vezes eram de bom caráter. Na verdade, o que
agradou a DEUS foi sua fé. ESTAMOS ESTUDANDO QUANDO FORAM DE BOM CARÁTER E
DEVEMOS COPIAR SÓ O BOM. DEUS foi moldando o caráter de cada um com o passar
dos anos e melhorando-os.
Jacó passou 20 anos
fora de casa.
14 anos trabalhando
por Raquel e mais 6 cuidando dos rebanhos do sogro para adquirir seu próprio
rebanho.
Tenho estado agora
vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos
por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes. Gênesis 31:41
Após um encontro
com DEUS o ser humano é mudado em um novo ser. Assim aconteceu com Jacó.
Como filhos
obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa
ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em
toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu
sou santo. E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga
segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa
peregrinação, Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro,
que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes
dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro
imaculado e incontaminado, 1 Pedro 1:14-19
Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17.
E o ESPÍRITO do
Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro
homem. 1 Samuel 10:6
DEUS não fêz
predestinação, mas escolheu Jacó antes mesmo de nascer. Jacó não fez nada para
ser escolhido. DEUS escolheu Jacó para continuar a aliança Abraâmica e dai
nascer JESUS. Não escolheu por causa de alguma coisa que Jacó tenha feito, porque
nem tinha nascido. Também não estava condenando Esaú porque não havia pecado e
nem desprezado ainda a primogenitura. DEUS tinha que escolher um dos dois e
escolheu Jacó.
Quem escolheu Saul?
Não se fala sobre salvação, mas sobre chamada de DEUS. Ele é soberano em sua
chamada.
Saul e Judas foram escolhidos por DEUS, mas não mudaram seu caráter.
DEUS escolheu Jacó
e ele melhorou seu caráter depois. Já Saul, DEUS escolheu e continuou mau
caráter.
"E quando
Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te
falei. Este dominará sobre o meu povo." 1 Samuel 9:17
DEUS já sabia que
Saul não prestaria, que Judas trairia e que Sansão erraria e mesmo assim os
escolheu.
Atos 13.15
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para
levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. 16 E eu
lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
Penso que Rebeca já
havia dito a Jacó sobre a escolha de DEUS e ele decidiu tornar isso oficial
comprando a primogenitura. Pode ser ou não. A bíblia não diz. Pelo que parece,
Isaque não sabia que DEUS havia escolhido Jacó, mas após dar as bênçãos a Jacó
mudou de opnião e abençoou de novo a Jacó como sucessor seu na bênção de Abraão
e sua descendência até chegar a CRISTO.
E Isaque chamou a
Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as
filhas de Canaã; Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe,
e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe; E DEUSTodo-Poderoso
te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão
de povos; E te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para
que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que DEUSdeu a Abraão.
Gênesis 28:1-4
Esaú era fornicador
ou profano
E ninguém seja
fornicador ou profano, como Esaú, que, por um manjar, vendeu o seu direito de
primogenitura. Hebreus 12.16 - Esaú foi considerado Fornicador e profano por
vender seu direito de primogenitura.
Jacó tinha direito
à primogenitura tanto espiritual (dada por DEUS antes dele nascer) quanto
material (adquirida em um negócio. Comprada e paga).
Cremos que Jacó se
casou com Lia e com Raquel, aproximadamente com 50 anos.
Gn 25. 34 Ora,
sendo Esaú da idade de quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de
Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu.
Logo depois de Esaú
se casar vemos Rebeca reclamar do casamento de Esaú que pelo menos já tinha 3
anos de casado para suas esposas já serem avaliadas por Rebeca. Jacó foi embora
para a Mesopotâmia e lá trabalhou por 7 anos por Raquel, mas lhe foi dada Lia. Cremos
que Raquel lhe e dada também para que trabalhe mais 7 anos por ela..
DEUS de Abraão e de
Isaque e de Jacó. Por que ao invés de ser Israel fala Jacó?
A aliança foi feita
com Jacó (aquele que segura ao calcanhar tentando chegar primeiro).
A aliança com Jacó foi feita por DEUS antes de Jacó nascer. Confirmada a
aliança em Betel quando Jacó ainda era Jacó. Só vai se tornar Israel 20 anos
depois.
Os 5 encontros com DEUS
que marcaram a vida de Jacó
1. Em Betel (Gênesis 28:13-15).
2. A ordem para voltar (Gênesis 31:2-3)
3. A luta com DEUS (Gênesis 32:26-28)
4. Jacó se dedica a DEUS (Gênesis 35:1)
5. A bênção para ir para o Egito (Gênesis 46:2-4)
Jacó em sua luta
com JESUS (Teofania)
Ele achava que
poderia vencer. Saiu aleijado fisicamente, mas forte espiritualmente.
Tudo bem com Esaú
até o fim desta história, mas seus descentes foram amaldiçoados. O mais famoso
foi Herodes, comido por bichos.
Comentários de
Vários Livros com algumas modificações do Pr. Henrique
JACÓ - Strong
Português - יעקב Ya Ìaqob - Jacó = “aquele que
segura o calcanhar” ou “suplantador”
1) filho de Isaque, neto de Abraão, e pai dos doze patriarcas das tribos de
Israel
ESAÚ - (Strong
Português) - עשו ÌEsav - Esaú = “peludo”
1) o filho mais velho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Jacó; vendeu o direito
de primogenitura por comida quando estava faminto e a bênção divina ficou com
Jacó.
Odiar - (Strong
Português) שנא sane’ quer dizer Aborrecer 1)
odiar, ser odioso 1a) (Qal) odiar 1a1) referindo-se ao homem 1a2) referindo-se
a DEUS1a3) abominador, quem odeia, inimigo (particípio) (substantivo) 1b)
(Nifal) ser odiado 1c) (Piel) o que odeia (particípio) 1c1) referindo-se a
pessoas, nações, Deus, sabedoria
JACÓ - Enciclopédia Ilumina
INTRODUÇÃO
Neto de Abraão e filho de Isaque, Jacó foi um dos grandes patriarcas da nação
de Israel. Na verdade, a nação em si foi nomeada com outro nome de Jacó:
"Israel". Porém é o seu nome original - Jacó - que nos da uma ideia
de seu caráter. Seu nome significa "enganador".
HISTORIA PESSOAL
A princípio, a vida de Jacó pode parecer sem graça, sendo que ele não fez muito
mais que cuidar de seu gado e criar sua família. Porém se prestar atenção, você
verá que sua vida foi cheia de dramas e conflitos entre ele e os membros de sua
família e até entre ele e Deus. Sua história de vida é extraordinária desde o
início.
COMEÇANDO UMA FAMíLIA
Os capítulos 29 e 30, do livro de Gênesis, descreve o nascimento da maioria dos
filhos de Jacó. Léia deu quatro filhos à Jacó: Ruben, Simeão Levi e Judá
(Gênesis 29:31-35).
Raquel não havia tido filhos, então deu sua serva Bilá à Jacó. Bilá teve dois
filhos Dã e Naftali (Gênesis 30:1-8). Vendo que não estava mais concebendo,
Léia deu sua serva Zilpa à Jacó como esposa. Ela concebeu mais dois filhos a
quem Léia chamou de Gade e Aser (Gênesis 30:9-13).
Porém Léia ainda queria ter mais filhos. Então um dia, ela elaborou um plano
quando viu que seu filho mais velho havia achado algumas mandrágoras no campo.
Ela trocou as mandrágoras (acreditava-se que estimulava a concepção) pelos
serviços de Jacó (Gênesis 30:14-15). Léia então concebeu os filhos de número
cinco e seis, Issacar e Zebulom, que logo seguiu ao numero sete, uma filha
chamada Diná (Gênesis 30:14-21).
Por fim, Raquel concebeu seu primeiro filho, José (Gênesis 30:22-24).
JACÓ COMO NAÇÃO DE ISRAEL
DEUSprometeu aos três principais patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó - que ele
faria de suas descendências uma grande nação e que daria a eles a terra de
Canaã para que morassem. Porém foi pelo nome dado por DEUSa Jacó,
"Israel" que essa nação é conhecida.
Além disso, até o nome "Jacó" tem significado vasto na bíblia. Os
escritores bíblicos usaram o nome "Jacó" como sendo a nação, por
volta de uma centena de vezes (Salmos 59:13). O nome "Jacó", é
constantemente achado em paralelo com "Israel" (Números 23:7). Mais
especificamente, "Jacó" é usado como o reino do norte de Israel (Amós
7:5). Em Isaias 41:21 o título "Rei de Jacó" se refere ao próprio
Deus.
A maneira que o nome de Jacó foi usado, reflete a importância que ele ocupa na
história da nação como o pai das doze tribos.
O CONCERTO DE DEUS
COM JACÓ. BEP - CPAD
(1) Isaque e Rebeca
tinham dois filhos: Esaú e Jacó. Era de se esperar que as bênçãos do concerto
fossem transferidas ao primogênito, i.e., Esaú. Deus, porém, revelou a Rebeca
que seu gêmeo mais velho serviria ao mais novo, e o próprio Esaú veio a
desprezar a sua primogenitura (ver 25.31 nota). Além disso, ele ignorou os
padrões justos dos seus pais, ao casar-se com duas mulheres que não seguiam ao DEUS
verdadeiro. Em suma: Esaú não demonstrou qualquer interesse pelas bênçãos do
concerto de Deus. Daí, Jacó, que realmente aspirava às bênçãos espirituais
futuras, recebeu as promessas no lugar de Esaú (28.13-15). (2) Como no caso de
Abraão e de Isaque, o concerto com Jacó requeria “a obediência da fé” (Rm 1.5) para a sua perenidade.
Durante boa parte da sua vida, esse patriarca serviu-se da sua própria
habilidade e destreza para sobreviver e progredir. Mas foi somente quando Jacó,
finalmente, obedeceu ao mandamento e à vontade do Senhor (31.13), no sentido de
sair de Harã e voltar à terra prometida de Canaã e, mais expressamente, de ir a
Betel (35.1-7), que DEUS renovou com ele as promessas do concerto feito com
Abraão (35.9-13).
JACÓ - Comentário
Bíblico Wesleyana
A história se repetiu um pouco no caso de Isaque e Rebeca, para eles, também,
foi sem filhos por vinte anos. Isaque orou, o Senhor o ouviu, e Rebeca
concebeu. Desconhecido para ela, ela concebeu gêmeos. Ela sentiu algo incomum
nas animadas movimentos que ela sentia dentro dela, então ela procurou uma
explicação da parte do Senhor. Como ela procurou iluminação divina não é
indicada. Pode ter sido em oração, pelo sacrifício, ou de algum santo homem
conhecido por sua capacidade de conversar com Deus, e que era respeitado por
Isaque e Rebeca. Em todo o caso, a resposta foi dada de forma poética,
revelando que duas nações estavam em seu ventre em forma de os gêmeos, nações
que seriam inalteravelmente opostas entre si desde o nascimento. O oráculo
divino também anunciou que um seria mais forte do que o outro, eo mais velho
serviria ao mais jovem. Este é o primeiro de quatro lugares em que o Senhor
definitivamente revelou Sua escolha de Jacó como o herdeiro do chamado de
Abraão e bênção aqui no oráculo de nascimento, e mais tarde na troca para o
direito de primogenitura, na questão da bênção, e no sonhar em Betel.
No devido tempo, os gêmeos nasceram. O mais velho era vermelho (hebraico Admoni
, um jogo de palavras com outro nome de Esaú, Edom-ver v. 30 ), que tem a
aparência de uma peça de vestuário de cabelo (em hebraico seyar ,
aparentemente, um jogo de palavras em Seir, a terra em que Esaú acabaram por se
instalar). Por causa de sua aparência peluda, foi nomeado Esau . Enquanto a
conexão de Esaú com cabeludo não pode ser estabelecida com o nosso conhecimento
atual da língua hebraica, um estudo do árabe intimamente relacionado torna
provável. O irmão mais novo nasceu muito de perto por trás de seu irmão Esaú,
com a mão segurando o calcanhar de Esaú. Assim, ele foi nomeado Jacó , ou
hebraico ya'aqob a partir da raiz 'aqob , que significa "calcanhar."
A forma verbal da palavra significa "seguir no calcanhar",
"atacar de forma insidiosa", "contornar", ou
"overreach."
b. O direito de primogenitura ( 25: 27-34 )
27 E cresceram os meninos, e Esaú era um caçador habilidoso, um homem do campo;
e Jacó era um homem quieto, habitando em tendas. 28 Isaque amava a Esaú, porque
comia da sua caça; e Rebeca amava a Jacó. 29 E Jacó fervida guisado, quando Esaú
chegou do campo, muito cansado: 30 e disse Esaú a Jacó, Deixa-me, peço-te, com
o mesmo vermelho lentilhas ; porque sou fraco:. Por conseguinte, o seu nome
chamado Edom 31 E Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. 32 E
disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e que lucro é o direito de
primogenitura fazer comigo? 33 E disse Jacó Jura-me em primeiro lugar; e ele
jura-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó. 34 E Jacó deu pão e sopa de
lentilhas Esaú; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e seguiu seu caminho:
assim desprezou Esaú a sua primogenitura.
Os gêmeos cresceu para ser tão diferentes como o oráculo divino tinha indicado.
Esaú tornou-se o caçador inquieto, andando pela zona rural. Jacó tornou-se o
típico semi-nômade, concordou em morar em uma barraca e tendem seus rebanhos e
manadas.Por alguma razão ou outra, o Isaque passiva foi atraído para o Esaú
ativo, eo Rebekah mais impulsivo foi atraído pela Jacó nômade, que, no entanto,
refletiu muitos dos traços de sua mãe. Este favoritismo parental era jogar uma
grande parte nos problemas que se desenvolveram entre os dois filhos (cap. 27
).
Um dia Jacó estava cozinhando lentilhas quando Esaú chegou da caça, fraco de
cansaço e de fome. Ele exclamou: "Deixe-me ter um gole de que material
vermelho lá; pois estou faminto. "Este é um novo jogo em cima de seu
apelido Edom ou "Red". Mas Jacó não era tão livre com seus lentilhas.
Ele era um jovem ambicioso. Ele pode ter sido dito por sua mãe coruja da
revelação que lhe foi feita antes do nascimento dos gêmeos. E é possível que
Esaú e ele havia discutido o direito de primogenitura antes e Esaú tinha tomado
apenas um ligeiro interesse nele. Em qualquer caso, o comerciante oriental foi
manifestado na proposta que ele fez a Esaú: Vende-me primeiro (ou "hoje")
a tua primogenitura . Jacó, sem dúvida conhecia os pontos fracos de seu irmão,
sua indignidade para continuar herança espiritual da família, e ele estava
pronto para aproveitá-las-embora ele pode ter pensado que era por uma boa
causa! Esaú demonstrou seu verdadeiro caráter com a resposta, Eis que eu estou
prestes a morrer: e qual lucro é o direito de primogenitura fazer para me É
questionável se tal uma forte robusto, homem, fora de portas como Esaú
realmente pensei que ele ia a morrer por causa de sua fome intensa. Parece,
sim, que ele estava meio brincando, neste ponto, mas em qualquer caso, o seu
presente, necessidades físicas eram mais importantes para ele do que qualquer
coisa de significado espiritual. Jacó insistiu em um acordo sério, juramentado
primeiro ou "hoje". Com este Esau cumprido eo comércio foi consumado.
O direito de primogenitura deu para o filho mais velho de uma porção dupla de
bens de seu pai e também o fez chefe da família após a morte de seu pai,
fazendo-o governante sobre seus irmãos e provedor para sua mãe e irmãs
solteiras se havia alguma.Mas de acordo com as leis e costumes, através da qual
os patriarcas viveram, como é evidenciado através das descobertas da
arqueologia, o filho mais velho poderia vender seu direito de primogenitura a
um irmão mais novo ou até mesmo a um irmão adotivo.Um desses casos é registrado
na qual um jovem trocou sua primogenitura por três ovelhas. Foi esta disposição
que Jacó e Esaú seguido. A culpa recai sobre ambos os irmãos para este ato.
Jacó já tinha sido escolhido por DEUSpara o património mais importante, a
chamada família, e DEUSnão precisava de sua ajuda para realizá-la. Isaque
poderia ter transferido a ele, como veremos no capítulo 27 . Então Jacó era
culpado de presunção, bem como a negociação afiada. Esaú era culpado de
desrespeito para com o nome da família, a rica herança em que ele compartilhou.
Ele era carnal de espírito, um materialista ao extremo.
JACÓ - Dicionario
Champlin
Esboço:
I. O Nome - II. Israel e Seus Significados - III. Informes Históricos Sobre Sua
Vida - IV. Seu Caráter - V. Sentidos Espirituais e Metafóricos - VI. A
Arqueologia e a Vida de Jacó
I. O Nome
O Jacó do Antigo Testamento era o filho mais novo de Isaque e Rebeca, e o
terceiro dos patriarcas hebreus históricos: Abraão, Isaque e Jacó. Tinha um
irmão gêmeo, levemente mais velho que ele, Esaú. Sua intima identificação com a
nação de Israel, que se desenvolveu de sua linhagem, torna-se imediatamente
evidente pelo fato do que seu nome foi alterado para Israel, depois do
incidente de sua luta com o anjo (Gên. 32:28). Dali por diante, a nação inteira
de Israel, que se multiplicou partindo dos doze filhos de Jacó, veio a ser
assim denominada. O termo hebraico por detrás do nome «Jacó» é Yaakov,
provavelmente, uma forma abreviada da palavra que significa «DEUSprotege». No
entanto, em Gên. 25:26 o nome é explicado como se significasse «aquele que
segura pelo calcanhar», posto que, por ocasião de seu nascimento, Jacó emergiu
do útero materno segurando o calcanhar de seu irmão gêmeo, Esaú. Daí é que vem
o sentido secundário de «suplantador», isto é, «alguém que toma o lugar de
outro, mediante astúcia». Isso alude ao incidente em que Jacó, mediante
ludibrio, furtou a bênção paterna de Esaú, e por causa do que Jacó obteve
ascendência sobre seu irmão gêmeo. 0 fato de que Esaú também perdeu seu direito
de primogenitura para Jacó fez parte dessa atividade dele como suplantador (ver
Gên. 27:36). Sem dúvida alguma, «DEUSprotege» é o sentido original do nome, e
as outras idéias derivam-se de uma etimologia popular e, talvez, mediante um
jogo de palavras: «Este homem, cujo nome é DEUSprotege, de fato é um agarrador
de calcanhar e um suplantador!» A raiz ‘qb tem sido encontrada entre os povos
dos grupos semitas ocidentais, como os amorreus. 0 mesmo vocábulo hebraico que
tem por base a palavra calcanhar também é um elemento básico do verbo que
significa «enganar», provavelmente como um termo homófono. Apesar de esse nome
ter sido encontrado em fontes extrabíblicas, à parte do patriarca Jacó, ninguém
mais foi chamado por esse nome. No período helenista, entretanto, o nome
começou a ser largamente usado. Há mais de trezentas referências a Jacó no
Antigo Testamento, e vinte e quatro ocorrências no Novo Testamento. Quase uma
quarta parte do volume de Génesis devota-se diretamente a traçar a biografia de
Jacó. E o período de vida desse patriarca ocupa metade do volume do mesmo
livro.
II. Israel e Seus Significados
Quando Jacó lutou com o anjo de DEUSe prevaleceu, e então exigiu dele uma
bênção, tornou-se apropriada a alteração de seu nome de Jacó para Israel. Isso
assinalou um significativo avanço em sua vida, em preparação para o
desenvolvimento da nação de Israel. 0 nome Israel faz parte da tradição judaica
desde que apareceu pela primeira vez no Antigo Testamento, em Gên. 32:28. 0
anjo deu a Jacó esse novo nome que significa «DEUSluta». Naturalmente, deve-se
entender que essa luta refere-se ao ato de prevalecer, mediante o qual Jacó
recebeu a bênção que desejava, para daí por diante ser considerado um príncipe
de Deus, por meio de quem a nação se desenvolveria, debaixo da proteção e
bênção especiais de Deus. Portanto, do indivíduo o nome foi transferido a todos
os seus descendentes, por meio de seus doze filhos. A antiga designação
tornou-se também o nome oficial da restaurada nação, o Estado de Israel. A
moderna nação de Israel foi organizada em 1948, sendo um dentre mais de
cinquenta estados soberanos que vieram à existência desde o término da Segunda
Guerra Mundial.
Era natural que esse nome envolvesse muitos usos diferentes. No artigo sobre
Israel, História de, na primeira seção, alistamos oito usos diferentes,
incluindo aqueles que dizem respeito à Igreja cristã.
III. Informes Históricos Sobre sua Vida
1. Extensão do material bíblico que versa sobre Jacó. Metade do volume do livro
de Génesis conta a sua história (ver Gên. 25-50). Condições e costumes
constantes nessa narrativa têm sido ilustrados na literatura não-bíblica, e
também através de muitas descobertas arqueológicas. Isso demonstra a
autenticidade do relato bíblico, e do fato de que Jacó não é nenhuma figura
mitológica, inventada para ser o pai de uma nação, conforme se dá no caso dos
mitos de vários povos amigos.
2. As Datas de Jacó. Sua data tradicional aproximada é de 1800 A.C. Porém, é
notoriamente problemático encontrar datas precisas para o tempo dos patriarcas
hebreus. No nosso artigo, Cronologia do Antigo Testamento, abordo essa questão.
Correlações exatas e explícitas entre o relato de Génesis e outras narrativas
históricas (não-bíblicas) são difíceis de encontrar; depender das datas que nos
são fornecidas nas genealogias, é uma maneira precária de fazer qualquer
cálculo. Há evidências de que Jacó viveu durante o século XVIII A.C. Nesse
caso, ele viveu no tempo da dominação do Egito pelos invasores hicsos. Sua data
faria a vida de Abraão ter acontecido nos séculos XX e XIX A.C., havendo
evidências bíblicas e arqueológicas em favor disso.
3. Circunstâncias do Nascimento de Jacó. A concepção de Jacó ocorreu como
resposta à oração (Gên. 25:26). Ele foi o segundo filho gêmeo de Isaque e
Rebeca. Seu irmão, levemente mais velho, era Esaú. Nasceu segurando o calcanhar
de Esaú, o que, de acordo com uma etimologia popular (e talvez por via de um
jogo de palavras), deu-lhe o nome de Jacó. Ver sob a primeira seção quanto a
uma completa explicação desse nome. Ver Gên. 25:26.0 cabeludo Esaú tornou-se um
homem que gostava de viver ao ar livre, como bom caçador. Jacó, por sua vez,
era homem introvertido e tranquilo, que preferia habitar em tendas (Gên.
25:26,27). Houve tensões entre os dois gêmeos desde o seu nascimento. Isaque
tinha preferências por Esaú, mas Rebeca tinha em Jacó o seu filho favorito.
4. Real Relação Entre Jacó e Esaú. Eles nasceram para se tornarem personagens
bem diferentes uma da outra, conforme se vê no parágrafo acima. Suas diferenças
tornaram-se ainda mais irreconciliáveis quando Esaú vendeu seu direito de
primogenitura a Jacó, em troca de um prato de lentilhas cozidas (ver Gên.
25:30). Esaú vendeu sua primogenitura em um ato impulsivo, quando não conseguiu
caçar nenhum animal; e, estando com muita fome, vendeu aquele direito por tão
pouco. Os tabletes de Nuzi confirmam o fato de que o direito de primogenitura
podia ser vendido. Os intérpretes percebem uma espécie de indiferença, por
parte de Esaú, no tocante ao seu privilégio como primogénito. Seria mesmo
difícil explicar por que razão ele fez assim, a menos que ele tivesse alguma
atitude básica de indiferença para com seus direitos religiosos.
Metaforicamente, isso fala sobre sua indiferença espiritual sobre questões
importantes, um sinal típico do homem carnal. Esse foi o primeiro ato
suplantador de Jacó, a ser registrado na Bíblia, através do qual ele adquiriu o
seu nome. O segundo desses atos ocorreu quando ele enganou seu pai, Isaque, e
recebeu a bênção paterna que se destinava a Esaú (Gên. 27). Tal bênção, uma vez
conferida, não podia mais ser revogada (Gên. 27:33 ss), um detalhe igualmente
ilustrado nos tabletes de Nuzi. Dessa forma, Jacó tornou-se o porta-bandeira da
promessa messiânica, e o cabeça da raça eleita, segundo aprendemos em Rom. 9:10
ss. Esaú teve de se contentar então com uma bênção secundária, e com
territórios menos férteis que aqueles prometidos a Jacó, isto é, Edom. Ver o
artigo com esse título, quanto a maiores esclarecimentos. Desnecessário é dizer
que Esaú ficou furioso, tornando necessário que Jacó fugisse. Jacó, pois, fugiu
para a terra natal de Rebeca, em Padã-Harã (ver Gên. 26:41-28:5). Rebeca tinha
a esperança que Jacó se casasse com uma mulher dentre a parentela dela,
porquanto Esaú se casara com mulheres hititas (ver Gên. 26:34 e 27:46).
5. O Incidente de Betei. A caminho de Berseba para Harã, Jacó parou para
descansar, em Betei, que era chamada Luz, antes de receber aquele nome. Ali
Jacó recebeu a visão da escada, com anjos que subiam e desciam pela mesma,
posta entre a terra e o céu. Ele ficou sumamente admirado com a divina
manifestação, e rebatizou o local com o nome de Betei, «casa de Deus» (Gên.
28:18,19). Jacó consagrou uma décima parte de toda a sua renda a DEUS (Gên.
28:10-22), aparentemente de forma perpétua. Betei (vide) ficava cerca de cem
quilómetros de Berseba, pelo que esse incidente ocorreu ainda no começo de sua
jornada, provavelmente com o propósito de infundir-lhe coragem. A Jacó, pois,
foi garantida a proteção divina. O pacto-abraâmico foi confirmado com Jacó
nessa oportunidade Gên. 28:3,4), pelo que os propósitos divinos estavam em
operação, apesar das vicissitudes da vida de Jacó, a despeito de seus fracassos
misturados com sucessos. Jacó erigiu um altar ali, e fez seus votos, incluindo
o pagamento de dízimos a Yahweh.
6. Jacó em Harã, Sujeito a Labão. Aproximando-se de Harã, Jacó veio até um poço
que havia fora da cidade. Ali conheceu sua prima, Raquel. Imediatamente amou-a
com grande amor, e assim começou um dos maiores romances de amor que há na
história antiga. Raquel levou Jacó a Labão, tio dele e irmão de Rebeca. Jacó
estava apaixonado por Raquel e concordou em trabalhar para Labão, pelo espaço
de sete anos, a fim de tê-la como esposa (Gên. 29:1 ss). 0 trecho de Gên. 29:20
revela-nos que Jacó trabalhou durante os sete anos, os quais «...lhe pareceram
como poucos dias, pelo muito que a amava». Essa é uma fantástica declaração, na
qual eu não teria crido se não a tivesse lido diretamente na Bíblia. Jacó quis
receber o seu pagamento, Raquel. Labão concordou mas, mediante um artifício,
pôs Lia em lugar de Raquel, quando o casal se retirou para a tenda deles. Jacó
só descobriu que fora ludibriado no dia seguinte, em plena luz do dia. Essa é
outra incrível declaração sobre a qual nem quero comentar. Mas, pelo menos,
podemos estar certos de que, naquele momento, Jacó deve ter-se sentido como
Esaú, a quem ele havia enganado em proveito próprio. E foi assim que, para
desposar Raquel, Jacó teve de comprometer-se que serviria a Labão por outros
sete anos com a diferença que ela lhe foi dada como esposa em antecipação pelo
serviço, de tal maneira que, no decurso de uma semana, Jacó estava com duas
esposas ao mesmo tempo. E Labão ia prosperando com o fiel trabalho prestado por
Jacó, tendo compreendido que a presença de Jacó atraía bênçãos. E Jacó também
foi prosperando materialmente, visto que a mão de DEUSestava com ele.
Rúben, primogénito de Jacó, nasceu de Lia. Três outros filhos de Lia
seguiram-se, a saber: Simeão, Levi e Judá. Raquel, sem filhos, deu Bila a Jacó,
para que ela tivesse filhos em nome dela. Dessa união ,pois, nasceram Dã e
Naftali. Zilpa, criada de Lia, tomou-se a segunda concubina de Jacó, e dessa
nova união nasceram Gade e Aser, além de uma filha, Diná. Em seguida, Lia deu à
luz Issacar e Zebulom. Finalmente, Raquel teve o muito querido e amado José.
Ver Gên. 29:1-30:24. Passados mais alguns anos, Raquel também teve Benjamim.
Dessa maneira, encontramos os doze filhos de Jacó, dos quais vieram as doze
tribos de Israel. José não se tornou cabeça de alguma tribo; mas seus dois
filhos, Manassés e Efraim, tornaram-se cabeças de tribos. Isso daria treze
tribos, mas doze é o número tradicional, visto que Levi tomou-se um clã
sacerdotal, que não herdou territórios. Assim quando Levi aparece como uma
tribo, então Efraim e Manassés sãc reputados como a tribo de José (ver Num.
26:28, Jos. 17:14,17). Em Apocalipse 7:14 ss, Dã é excluído e José substitui
Efraim. Ver esses problemas discutidos no NTI, em Apo. 7:5.
As Esposas e os Filhos de Jacó.
Lia |
Raquel |
1. Rúben |
12. José |
2. Simeão 9. Issacar 10. Zebulom |
13. Benjãmim |
Bila |
Zilpa |
5. Dã |
7. Gade |
6. Naftali |
8. Aser |
N.B. — Os números
indicam a ordem dos nascimentos.
7. Jacó Parte de Harã. As relações entre Jacó e Labão não demoraram nada a azedar.
Jacó sofreu às mãos de seu tio, Labão, o mesmo tratamento que Jacó havia
conferido a Esaú, o que mostra que a lei da colheita segundo a semeadura estava
operando. Todavia, Labão prosperava, porquanto Jacó era fiel e operoso, e Labão
nunca teria abandonado a situação se o próprio Jacó não tivesse desistido.
Reunindo sua família e suas propriedades, Jacó partiu de Padã-Harã a fim de
retornar à sua terra de Canaã, o que ocorreu em cerca de 1960
A.C. Labão só descobriu a fuga de Jacó ao terceiro dia; mas, quando a percebeu,
saiu ao encalço do sobrinho e genro com um grupo armado. Todavia, DEUSfez
intervenção e advertiu Labão a que não tentasse fazer qualquer mal a Jacó.
Assim, não sendo capaz de fazer qualquer coisa de radical, ao alcançar Jacó,
limitou-se a repreendê-lo severamente. Por que Jacó partira secretamente? Por
que havia enganado seu tio? Por que havia levado suas filhas e netos, sem
dar-lhe uma oportunidade de despedir-se? E, acima de tudo, por que Jacó
cometera o ultraje de furtar seus deuses domésticos (seus santos protetores)?
Dessa vez, pelo menos Jacó disse a verdade. Ele temia o que Labão poderia
querer fazer contra ele. E calculou que, no mínimo, mandá-lo-ia vazio, e que os
seus familiares e os seus bens seriam forçados a ficar em Padã-Harã. No tocante
aos terafins ou deuses domésticos, Jacó afirmou que não os havia tirado, e que
qualquer um que o tivesse feito poderia ser executado. (Raquel não contara a
Jacó que ela é quem furtara os tais deuses). Labão procurou e apalpou por toda
a parte e nada achou. Raquel estava assentada sobre a sela de seu camelo, e os
deuses estavam ocultos debaixo da sela. Ela estava serenamente sentada, com um
ar de inocência. E disse a Labão que ele teria de desculpa-ia, pois não podia
levantar-se, visto que estava menstruada. Os ídolos permaneceram seguramente
ocultos debaixo da sela, porquanto uma mulher, e tudo quanio ela tocasse, era
considerado imundo, estando ela nesse período. Pelo menos assim se dava na lei
mosaica posterior, e podemos supor que a crença era anterior a essa data.
Jacó ficou observando a busca com grande ansiedade, mas, quando viu que coisa
alguma pertencente a Labao havia sido achada, ele então tomou coragem. Era a
sua vez de repreender severamente Labão. Que maldade ele havia alguma vez feito
a Labão? Por que o seu salário, durante todos aqueles anos, lhe havia sido
negado? Por que Labão mudara para pior o seu salário por dez vezes? Jacó acusou
Labão de ser um enganador e um homem duro, dizendo que sabia que se anunciasse
a sua intenção de voltar à sua terra, Labão fá-lo-ia regressar de mãos
abanando. E, concluindo sua argumentação, Jacó relembrou a Labão que DEUShavia
aprovado a Raquel sua fuga, ao advertir que Labão não deveria tentar tolhê-lo.
A discussão perdurou mais um pouco, sem produzir qualquer resultado.
Finalmente, Labão sugeriu que eles firmassem um acordo. E Jacó concordou. Eles
levantaram uma grande pedra, como coluna, e também fizeram um montão de pedras.
Esses emblemas eram testemunhas dos termos do acordo. Dessa circunstância é que
vieram aquelas imortais palavras: «Vigie o Senhor entre mim e ti, quando
estivermos apartados um do outro». Essas palavras têm servido de grande consolo
quando pessoas que se amam têm de se separar, provocando muitas lágrimas. Jacó
chamou o monumento de Galeed, «monte do testemunho»; e Labão chamou-o de
Mizpah, «posto de vigia». Labão também avisou a Jacó de que se ele não cuidasse
bem de suas filhas, então entraria em dificuldades. Em seguida, invocaram o DEUSde
Abraão e Naor (avô de Abraão), como testemunha do acordo estabelecido. Jacó
jurou pelo Temor de Isaque, nome dado a Yahweh com base na circunstância da bem
conhecida reverência de Isaque ao Senhor Deus. Jacó ofereceu sacrifícios e
houve um banquete. Eles se banquetearam a noite inteira e, ao amanhecer, os
dois partiram cada um em sua direção. Labão, o idoso espertalhão, amava as suas
filhas e seus netos, e, com o coração saudoso, beijou-os, abençoou-os e
deixou-os partir. Quão difícil é deixarmos ir os nossos filhos, o círculo
familiar desmanchando-se para que se formem outros círculos familiares, e nós
avançando em anos! Apesar das grandes disputas, das mentiras, dos enganos e das
astúcias, tudo termina da mesma maneira: mais uma daquelas dolorosas separações
familiares que a minha própria família, com seus ramos internacionais, tem
sofrido por tantas vezes. Ver o capítulo trinta e um de Génesis, quanto a essa
narrativa bíblica.
O Relato é Tão Humano. Houve alguns elementos religiosos distorcidos, houve a
velha idolatria que domina tanto o coração humano, transformando os homens em
tolos; houve mentiras, egoísmo, ludíbrios. No entanto, também houve amor; e
cada um, à sua maneira, a despeito de seus defeitos, estava cumprindo o
desígnio divino. Essa é uma cena em miniatura do próprio drama humano. A fim de
estabelecer o acordo que fizeram, tiveram de invocar a DEUScomo testemunha. Se DEUSnão
for chamado como testemunha dos lances da vida humana, essa vida não terá
sentido.
8. A Presença de Deus. A separação teve lugar, e Jacó, agora uma unidade
familiar distinta, começou a viver uma nova fase em sua vida. Ansioso, ele
encetou sua nova caminhada. Quase imediatamente em seguida, porém, o quadro
ameaçador foi aliviado. Um grupo de anjos encontrou-se com ele no caminho, e
Jacó exclamou, admirado: «Este é o acampamento de Deus» (Gên. 32:2). E Jacó
denominou o lugar de Maanaim, «dois exércitos», evidentemente referindo-se aos
dois grupos, o seu próprio grupo, composto por pessoas mortais como ele, que o
acompanhavam, e o outro grupo, formado pelos anjos imortais. Temos aí uma ótima
lição, ensinada com maiores detalhes no décimo primeiro capítulo da Epístola
aos Hebreus. 0 grupo imortal cuida do grupo mortal e o guia pelo caminho.
9. 0 Antigo Problema Entre Jacó o Esaú. A fuga de Jacó necessariamente fá-lo-ia
atravessar o território ocupado por Esaú. Por essa razão, enviou mensageiros à
sua frente, que anunciassem sua aproximação. Jacó temia tanto por sua vida como
pelas vidas dos seus, segundo se vê em Gên. 32:6-8. E então soube que Esaú
estava vindo ao seu encontro com uma companhia de quatrocentos homens, o que,
para Jacó, representava um poderoso e hostil exército. Fora capaz de enfrentar
Labão, com a ajuda de Deus, mas, poderia enfrentar Esaú? A vida é assim.
Nenhuma vitória é definitiva e vence a guerra. Precisamos avançar para novos
conflitos, procurando obter novas vitórias.
Em seu temor e aflição, Jacó fez a única coisa ao seu alcance. Voltou-se para
Deus, para que o livrasse. Em oração, lembrou ao Senhor que ele é quem o enviou
naquela jornada de retomo à sua terra natal. Lembrou-0 acerca do pacto
abraâmico e da parte do Senhor nesse pacto. Agora, restava DEUScumprir tudo
quanto havia dito, visto que Jacó estava impotente, diante de Esaú que se
aproximava.
10. Jacó Torna-se Israel. Jacó traçou planos elaborados para salvar o máximo
que pudesse, no caso de Esaú promover um massacre (Gên. 32:16 ssj. Porém, o
método de DEUSera simples. Quando Jacó estava sozinho, veio ao seu encontro um
anjo, e começou uma furiosa luta física. Essa luta durou a noite inteira. Jacó
era forte, e o anjo não era capaz de vencê-lo. Portanto, tocou no nervo de sua
coxa e a deslocou, embora a luta tivesse continuado. Quando a madrugada chegou,
Jacó anunciou que não deixaria o «homem» ir-se embora, a menos que o abençoasse
(Gên. 23:26). Dessa bênção é que se derivou a mudança do nome de Jacó, o
suplantador e enganador, para Israel, fazendo com que Jacó se tornasse um
príncipe diante de Deus, aquele que se esforça e prevalece em suas lutas (Gên.
32:28). Jacó tornou-se alguém dotado de poder diante de Deus. Jacó chamou o
lugar onde isso ocorreu de Peniel, ou seja, «face de Deus», pois, ao
defrontar-se com o Anjo do Senhor, isso foi a mesma coisa que se ter defrontado
com o próprio DEUSe, no entanto, a sua vida fora preservada. Ele quis saber a
identidade do anjo, mas essa identidade não lhe foi conferida. Assim, podemos
passar por grandes experiências místicas, mas muitas coisas continuam ocultas
de nós.
11. Jacó e Esaú Encontram-se. Chegou o dia de prestação de contas. Aproximou-se
a companhia que vinha com Esaú. Jacó, temeroso, enviou à sua frente suas
esposas e seus filhos, a fim de tentar tocar o coração de Esaú e fazê-lo sentir
misericórdia. Porém, tudo era desnecessário. Esaú não estava mais irado. Os
anos haviam varrido sua ira e amargura. E tudo se resumiu em uma daquelas
tocantes reuniões de família, após tantos anos de separação. Esaú nem ao menos
estava interessado nos liberais presentes que Jacó lhe oferecia. Respondeu que
tinha de sobra. Portanto, todos os elaborados planos de Jacó para aplacar seu
irmão, foram inúteis. DEUSjá havia cuidado da situação. Nesse ponto do relato,
encontramos outro grande versículo que deveria servir de modelo em todas as
relações domésticas: Jacó humilhou-se diante de Esaú e prostrou-se por sete
vezes; mas Esaú não poderia ter dado menor atenção às homenagens. «Esaú
correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou, e eles choraram»
(Gên. 33:4). O antigo conflito e o coração iracundo desapareceram subitamente,
e o amor cobriu uma multidão de pecados.
Esaú observou o grande número de pessoas que estavam em companhia de Jacó, suas
esposas, seus filhos, seus criados e todos os animais. Admirado, indagou quem
era toda aquela gente. Jacó falou-lhe sobre como DEUSo havia feito prosperar; e
isso é o que explica todas as boas coisas que acontecem conosco. Então Jacó
forçou Esaú a aceitar alguns generosos presentes, que Esaú aceitou com
relutância. Jacó afirmou: «...aceita o presente da minha mão; porquanto tenho
visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tu te agradaste de
mim» (Gên. 33:10).
Pouco depois, os dois irmãos separaram-se em paz e amizade, o que prevaleceu
durante todo o resto de suas vidas. E não se encontraram de novo senão quando
chegou o tempo de sepultar o pai deles, Isaque, na sepultura da família (Gên.
35:29).
12. Jacó Retorna a Betei. Jacó entrou em conflito com os habitantes de Siquém.
Sua filha, Diná, foi violentada, e dois dos filhos dele vingaram-se
sanguinariamente dos homens daquele lugar, quase exterminando-os (Gên. 34).
Mediante uma ordem divina, Jacó voltou a Betei. Ali é que ele tinha visto os
anjos subindo e descendo pela escada que ia da terra ao céu, há mais de vinte
anos, e erigira um altar em honra a Yahweh. Mas, antes de encetar viagem, ordenou
que todos quantos estavam em sua companhia se desfizessem de seus deuses
estrangeiros e se purificassem. Podemos supor que foi nessa ocasião que foi
dado sumiço aos ídolos do lar que Raquel trouxera de Padã-Harã. Todos os ídolos
foram enterrados sob um carvalho, perto de Siquém; e, pouco depois, DEUSrenovou
o pacto abraâmico com Jacó, em Betei.
13. Perda de Duas Vidas Queridas. Em viagem entre Betei e Efrata, Raquel, a
amada esposa de Jacó, morreu de parto, ao dar à luz seu segundo filho Benjamim
(Gên. 35:20). Não demorou muitos anos para José ser vendido como escravo pelos
seus próprios irmãos; e Jacó foi enganado por seus filhos, os quais disseram
que tinham encontrado uma peça do vestuário de José, toda ensanguentada, dando
a entender que teria sido morto por alguma fera. Ver Gên. 37. Nesta vida,
depois de algumas alegrias sempre há algumas lágrimas; e ninguém está isento de
inevitáveis sofrimentos neste mundo.
A VIDA
Feliz aquele que em modesta lida Isento da ambição e da miséria,
No regaço do amor e da virtude A vida passa. Mais feliz ainda Se, das turbas
ruidosas afastado,
A sombra do carvalho, entre os que adora,
Sente a existência deslizar tranquila,
Como as águas serenas do ribeiro;
Mas, que digo! Nem esse, infindos males Comuns a todos, seu viver não poupam.
(Soares de Passos, Portugal)
14. Os Filhos de Jacó Descem ao Egito. Veio a fome, e todos padeceram muito. No
Egito, mediante seu dom profético, José soubera da aproximação do período de
fome, tendo interpretado corretamente os sonhos do Faraó. Assim, em meio ao
flagelo da natureza, os egÍDnos tinham abundância de viveres. E Jacó enviou
seus filhos ao Egito, para adquirirem alimentos, tendo conservado em sua
companhia somente Benjamim (seu favorito, na ausência de José), temendo que
alguma tragédia também o atingisse. Os filhos de Jacó retomaram com bom
suprimento de cereais, mas informaram a Jacó que o oficial que tinham visto no
Egito pensara que eles eram espiões; e, como prova de que não eram, havia
exigido que levassem seu irmão mais novo, Benjamim, na próxima vez em que
descessem ao Egito. Naturalmente, esse oficial era José, embora seus irmãos
ainda não tivessem descoberto isso.
Pressionados no Egito, e sob suspeita, eles lembraram seu crime de terem
vendido José como escravo. Simeão foi retido no Egito, como garantia da volta
dos demais irmãos. A fome continuou e o suprimento de alimentos se esgotou.
Tornava-se necessária outra viagem, e assim Jacó, com relutância, permitiu que
Benjamim também fosse com eles, dessa vez. E os irmãos de José chegaram
novamente ao Egito. Foi conseguido um encontro com José, a quem seus irmãos
conheciam somente como um duro oficial egipcio. Simeão foi solto, e todos os
irmãos de José estavam presentes. Quando José viu Benjamim, seu único irmão que
não era meio-irmão, filho de sua mãe, Raquel, deixou-se dominar pela emoção e
teve de fazer uma retirada estratégica, para não chorar diante de todos.
Controlou-se e voltou, e foi servido um banquete. Finalmente, os irmãos de José
foram despedidos e partiram. Mas a taça de prata de José havia sido posta na
sacola de Benjamim. Essa taça seria usada para adivinhações, no dizer de José,
não havendo certeza se ele disse isso para fingir-se um egípcio ou se ele usava
mesmo a tal taça como uma espécie de bola de cristal. Assim, um grupo de homens
saiu ao encalço dos irmãos de José e, feita uma busca, encontrou-se a taça na
saca de Benjamim. E, por causa do crime, Benjamim foi declarado escravo; Judá
fez então uma longa exposição procurando convencer o «oficial egipcio» a aceitá-lo
em lugar de Benjamim, pois a permanência de Benjamim no Egito fatalmente faria
o pai deles morrer de tristeza. José estava iniciando uma longa e elaborada
charada; mas, de súbito, vencido por suas emoções, mandou para fora todos os
circunstantes, exceto os seus irmãos. Então José prorrompeu em choro, em voz
alta, de modo que os egípcios ouviram tudo. Então José anunciou sua verdadeira
identidade, dizendo: «Eu sou Jose. Vive ainda meu pai?» E os seus irmãos não
sabiam como responder, tão pasmos estavam diante dele (ver Gên. 45:3).
Sentiam-se consternados, uns miseráveis, sentindo todo o peso de seus pecados;
José, entretanto, consolou-os, assegurando-lhes que o desígnio de DEUSé que
permitira que tudo aquilo acontecesse, a despeito dos maus propósitos que
tinham inspirado o ato deles, ao vender seu próprio irmão como escravo.
«Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito» (Rom. 8:29).
15. Jacó Desce ao Egito. Quando o Faraó e outros oficiais egípcios souberam que
os irmãos de José estavam entre eles, ficaram muito satisfeitos e sugeriram que
Jacó fosse chamado ao Egito, onde poderia desfrutar de grande abundância. Os
irmãos de José apressaram-se a voltar à Terra Prometida; e, ali chegando,
contaram a Jacó a incrível história de José. E, como eles haviam trazido de
volta provas palpáveis de que José estava vivo, Jacó, finalmente deixou-se
convencer de que seus filhos estavam dizendo a verdade. 0 quadragésimo sexto
capítulo de Génesis relata a descida de Jacó ao Egito.
Após algum tempo, a bonança haveria de transformar-se em um longo período de
servidão, à outra casa reinante do Egito. Os descendentes de Jacó
multiplicaram-se no Egito, formando uma numerosa nação. Mas foi preciso Moisés
surgir, a fim de que DEUSpusesse fim à escravidão dos filhos de Israel.
0 capítulo quarenta e nove de Génesis registra as bênçãos proferidas por Jacó a
seus filhos, e o último versículo daquele capítulo registra sua morle. E o
último versículo do último capítulo de Génesis registra a morte de José. Jacó
faleceu com a idade de cento e quarenta e sete anos (ver Gên. 45:28), em cerca
de 1854 A.C. Seu corpo foi embalsamado e transportado com grande cuidado para a
terra de Canaã, sendo sepultado no sepulcro da família, onde já estavam seus
genitores e sua esposa Lia, na caverna de Macpela (Gên. 50:1,13). No entanto,
quando José morreu, o seu corpo foi embalsamado e posto em um esquife, no
Egito.
O cativeiro de Israel no Egito perdurou por cerca de quatrocentos e trinta
anos, de acordo com o texto hebraico, mas apenas duzentos e quinze anos, de
conformidade com a Septuaginta. Ver Êxo. 11:40. Estêvão, em Atos 7:6, arredonda
esse número para quatrocentos anos, Quanto a esses anos, há problemas de
harmonia, que são discutidos no artigo intitulado Cronologia do Antigo
Testamento 5.d.3. Pouco antes de morrer, José fez seus irmãos prometerem que,
quando saíssem do Egito, levariam consigo o seu corpo. Essa promessa foi
cumprida por Moisés (Êxo. 13:19). E seus ossos foram finalmente sepultados em
Siquém (Jos. 24:32), no sepulcro da família, com o resto dos mortos da família
patriarcal.
IV. Seu Caráter
A primeira coisa que nos impressiona na vida de Jacó é que, apesar de suas
fraquezas e fracassos, em muitas oportunidades ele teve experiências místicas
que em muito alteraram o curso de sua vida. O propósito dessas experiências não
era apenas o de abençoá-lo pessoalmente, pois também envolvia a nação de Israel
e, finalmente, a promessa messiânica. Jacó mostrou-se muito afetuoso com a sua
família. E herdou a astúcia de Rebeca, que também era própria de seu tio,
Labão. Havia momentos em que Jacó perdia o ânimo; mas logo se lançava aos
cuidados de Deus. Foi homem que passou por muitas provações e recuos, embora
também tivesse alcançado vitórias súbitas e gloriosas. Sua desonestidade e
astúcia eram neutralizadas por seus momentos de grandes vitórias e avanços
espirituais. Sua história é o relato de um homem que, começando sua vida como
suplantador e enganador, terminou sendo um príncipe diante de Deus, mediante o
propósito remidor.
V. Sentidos Espirituais e Metafóricos
1. Os vários incidentes da vida de Jacó foram muito usados nos escritos
judaicos a fim de ilustrar grandes e numerosas lições espirituais. Temos
indicado algo sobre isso, ao longo deste artigo.
2. O Talmude usa a vida de Jacó para ilustrar a vida da própria nação de
Israel. Sua vida é ali entendida como emblemática da sorte do povo de Israel.
Motivos morais são vistos em todos os seus atos, e muitos detalhes lendários
têm ornado o relato do Antigo Testamento, como acréscimos tradicionais. Assim
como Jacó teve muitos momentos de triunfo e de derrota, mas DEUSsempre esteve
com ele, intervindo por ele, sempre que necessário, assim também tem acontecido
à nação de Israel, ao longo dos séculos.
3. Há vinte e quatro referências a Jacó no Novo Testamento, algumas das quais
visam a ensinar-nos alguma lição espiritual. Ver especialmente Atos 7:8-16, que
contém um sumário da vida de Jacó. Ver também Rom. 9:10 sse Heb. 11:20,21, onde
Jacó aparece como um modelo da vida de fé.
4. A transformação de Jacó em Israel ilustra como o homem não-remido, dotado de
um caráter moral questionável, pode tornar-se um príncipe diante de Deus,
mediante o propósito remidor.
5. A vida de Jacó ilustra como o plano divino mostra-se ativo, no caso de
indivíduos e de nações, de tal modo que o valor da vida é garantido, bem como,
finalmente, uma digna realização.
6. Usos Figurados com o Nome de Jacó: O DEUSde Jacó é o DEUSde Israel (Êxo.
3:6; 4:5; II Sam. 23:1; Sal. 20:1; Isa. 24). DEUStambém é denominado de «o
poderoso de_ Jacó» (Sal. 132:2). A casa de Jacó corresponde à nação de Israel
(Êxo. 19:3; Isa. 2:5,6; 8:17). O povo judeu está em foco, nas seguintes
expressões: a semente de Jacó (Isa. 45:19; Jer. 33:26), os filhos de Jacó (I
Reis 18:31, Mal. 3:6), ou simplesmente, Jacó (Núm. 23:7; 10:23; 24:5). «Em
Jacó» significa «entre o povo judeu».
VI. A Arqueologia e a Vida de Jacó
Em Nuzi, entre 1925 e 1941, foram descobertos cerca de quatro mil tabletes de
argila, ilustrando certos aspectos dos relatos sobre os patriarcas hebreus,
sobretudo Jacó. Naturalmente, a luz se projetou mais sobre aquela área da
Mesopotâmia, com o resultado de que se sabe mais sobre aquela região do que
sobre qualquer outra região da Mesopotâmia. Nuzi ficava cerca de catorze
quilómetros e meio a oeste da moderna cidade de Kirkut, na parte nordeste da
Mesopotâmia, no atual Iraque, e cerca de cento e sessenta quilómetros da
fronteira com o Irã, mais para nordeste. Os tabletes ali achados tratam sobre
cidadãos comuns, em contraste com os de Mari, que abordavam a família real. Ver
os artigos separados sobre Nuzi e Mari, quanto a maiores detalhes.
Ilustrações dos Tabletes de Nuzi sobre a Vida Patriarcal nos Dias Bíblicos:
1. Adoção. Não há relato direto de adoção, no Antigo Testamento; mas Abraão,
antes de Isaque ter nascido, pensou em fazer de Eliezer de Damasco seu filho e
herdeiro adotivo (Gên. 15:2). A lei de Israel não tem qualquer provisão sobre
adoções, mas em Nuzi essa questão era regulamentada por lei. Um homem sem
filhos podia adotar um filho que levasse avante o nome e a herança da família.
Alguns vêem um certo paralelo no relacionamento entre Labão e Jacó (Gên.
29-31), como se houvesse entre eles uma situação de adoração, um filho adotivo
podia tomar como esposa uma filha de seu pai adotivo, mas não podia tomar uma
segunda esposa, fora do círculo da família. 0 paralelo disso com o caso de
Labão e Jacó e duvidoso.
2. A Venda da Prímogenitura. Isso tem um paralelo direto com as leis
mencionadas no material encontrado em Nuzi. Os privilégios de um filho
primogénito podiam ser transferidos para outro. Isso envolvia tanto um filho
adotivo como um filho autêntico. Em certo caso mencionado, o direito de
primogenitura foi vendido em troca de três ovelhas, mais do que o preço pago
por Jacó a Esaú, mas, mesmo assim, bastante humilde.
3. Os Deuses Domésticos, ou Terafins. Raquel ansiava por assenhorar-se daqueles
ídolos, que representavam os deuses da família (Gên. 31:34). Os tabletes de
Nuzi esclarecem que a posse desses ídolos emprestava o direito de liderança da
família, bem como a herança paterna. Labão tinha filhos para quem a herança
seria transmitida. Ficava subentendido que Jacó, se ficasse com aqueles ídolos,
poderia suplantar novamente a seus cunhados, obtendo a maior parte da herança
deixada por Labão. É perfeitamente possível, pois, que os motivos de Raquel
fossem económicos, e não meramente religiosos. Isso permite-nos ver a natureza
séria da ofensa. Ver Gên. 31:19,30,35.
4. O Nome Jacó. O sentido básico desse nome é que EI (Deus) proteja (no
hebraico, Ya’ qub 'el). Esse nome tem sido encontrado em tabletes do século
XVIII A.C., descobertos em Chagar Bazar, no norte da Mesopotâmia. O nome Jacó
também foi encontrado como nome locativo, na lista de lugares de Tutmés III, do
século XV A.C.
5. As Criadas de Lia e Rebeca. Os críticos têm duvidado do relato sobre como
Labão deu criadas às suas duas filhas, criadas essas que, posteriormente,
tornaram-se concubinas de Jacó. Eles supõem que tais informes são interpolações
posteriores, com base no documento chamado S (sacerdotal). Ver o artigo
separado sobre Código Sacerdotal, e outro sobre J.E.D.P.(S), as alegadas fontes
do Pentateuco. Todavia, os tabletes do Nuzi ilustram o costume.
6. Os Nomes Divinos. Os tabletes de Mari, em escrita cuneiforme, em número de
cerca de vinte mil, ilustram os nomes divinos que figuram no livro de Génesis,
falando sobre Yawi-Addu e sobre Yawi-el, que seriam paralelos de Yahweh e El,
nomes comuns dados a Deus, no Antigo Testamento. Ver sobre Deus, Nomes de.
7. Vida Nómade. Os tabletes de Mari também ilustram a vida nómade dos
habitantes da região da Mesopotâmia, os caneanos, suteanos e benjamitas, e isso
lança alguma luz sobre as vidas dos patriarcas hebreus e, mais tarde, as
vagueações do povo de Israel pelo deserto.
Bibliografia. AM E GOR(1940) GOR (1937) GORD HUN MILL ND UNZ
Jacó - Dicionário
Wycliffe
Em hebraico, o nome
ya‘aqob significa "apanhador de calcanhar", “malandro” ou
“suplantador". No sul da Arábia e na Etiópia, a palavra significa “que DEUSproteja"
e vem do verbo ‘aqaba, “guardar”, “cuidar”, ou “proteger”. A raiz ‘aqab é urna
palavra semita gerai que ocorre nos nomes árabes pessoais, em inscrições
acádias e aramaicas, assim como nos idiomas siríaco e palmireno. O substantivo
que significa “calcanhar” ocorre em hebraico Vaqeb), aramaico, siríaco, árabe,
ugarítico e acádio. O nome de Jacó era, assim, um antigo membro da onomástica
do Oriente ao invés de um nome unicamente bíblico.
1. O patriarca. O filho gêmeo mais novo de Isaque e Rebeca; mais tarde chamado
de Israel.
A vida na Palestina (Gn 25-27). O nascimento de Esaú e Jacó está registrado em
Gênesis 25.21-28. Isaque casou-se com Rebeca quando tinha quarenta anos de
idade (veja este belo episódio em Gn 24). Rebeca, assim como Sara (cf. Gn
11.30; 16.1,2), era estéril. As orações de Isaque por sua esposa foram ouvidas
e atendidas. Ela deu à luz dois meninos gêmeos, que lutaram no útero assim como
a posteridade de suas nações fez na vida real (veja no tema Esaú a história
desta longa e amarga luta). Esaú, o primeiro a nascer, foi assim chamado porque
era peludo. O segundo foi chamado de Jacó porque saiu do útero agarrado no
calcanhar de seu irmão. Os filhos gêmeos de Rebeca herdaram suas principais
características, Esaú herdou sua mente aberta; Jacó, sua astúcia. Esaú
tornou-se um hábil caçador, um homem do campo, a quem Isaque amava, porque este
seu filho lhe dara carne de caça para comer. Em contraste, Jacó era calado,
introspectivo, acomodado, um homem íntegro vivendo em tendas, amado por Rebeca,
sua mãe.
DEUSprometeu a Abraão que através de sua semente, Isaque, faria dele uma grande
nação. Esta promessa foi renovada em Isaque. A questão era, através de qual
semente, Jacó ou Esaú? Esta luta resultou em um conflito doméstico e forçou
Jacó a viver sob constante tensão. Gênesis 25.23 declara que pela escolha
divina, Jacó seria o herdeiro da promessa; mas dois eventos interessantes
ocorrem para implementar o propósito divino.
O primeiro é a compra do direito de primogenitura de Esaú (Gn 25.29-34). Quando
Esaú, o caçador, veio do campo faminto e de mãos vazias, desejou um pouco
daquele guisado vermelho (Gn 25.30, lit.), um cozido que seu irmão pastor,
Jacó, estava preparando. Em sua condição faminta, Esaú negociou o seu direito
de primogenitura. Jacó insistiu em um juramento, considerado irrevogável (Gn
25.33; cf. Js 9.19). Então, através de uma providência sagaz (como quem tira
vantagem de uma forma injusta), Jacó adquiriu a reputação de seu nome e ganhou
o direito de primogenitura, que a sua ordem de nascimento não lhe dava. A
intenção de DEUS (Gn 25.23) estava tomando-se realidade com a ajuda de Jacó,
embora o Senhor a pudesse realizar de uma forma diferente e sem a ajuda deste.
De qualquer forma, junto com a boa sorte de Jacó, sementes de hostilidade que
trariam grandes aborrecimentos futuros a Jacó foram plantadas (Gn 27.41). As
tábuas Nuzu descobertas a sudeste de Nínive em 1926 revelam que na cultura
prevalecente na Mesopotâmia na primeira metade do segundo milênio a.C., o
direito de primogenitura podia ser comprado e vendido. Veja Primogênito; Nuzu.
O segundo evento é o roubo da bênção da aliança (Gn 27.1-46), O já idoso
Isaque, temendo a morte iminente (137 anos de idade - porém 43 anos antes de sua
morte), instruiu Esaú para que preparasse para ele o seu prato favorito, para
que pudesse transmitir ao seu primogênito a bênção patriarcal contida em sua
alma (Gn 27.4). A medida que o inocente Esaú estava cumprindo a sua tarefa,
Jacó cooperou com o plano de Rebeca a fim de tomar a bênção para si mesmo. Com
audácia e mentiras grosseiras, Jacó executou a fraude conforme havia sido
esboçado por sua mãe (Gn 27.19,24). Jacó acrescentou blasfêmias chocantes (v.
20: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro”). O fato patético da
ocasião toma-se ainda mais agravante devido à cegueira de Isaque. Tomado de
suspeita e dúvida (a voz de Jacó, mas as mãos ae Esaú, 27.22), o pai cego
finalmente colocou sobre Jacó a sua bênção final, já no leito de morte (Gn
27.27- 29; cf. 24.1-9; 49.1-33). Por ocasião do retorno de Esaú, quando Isaque
tomou conhecimento do logro, a bênção não podia mais ser alterada nem retirada
(27.37,38). Então, nada mais do que uma triste sorte restava para Esaú
(27.39,40).
A vida em Harã (Gn 28-30). Quando a trama toda foi descoberta, Jacó foi enviado
para junto de seus parentes em Harã. Em sua viagem a partir de Berseba, Jacó,
como um exaurido, cansado, e fugitivo pecador, passou sua primeira noite nas
proximidades do antigo santuário cananeu de Luz. Em uma visão noturna, DEUSrevelou-se
a este peregrino como o DEUSde seu pai. Ele também renovou a bênção da aliança
(Gn 12.7; 13.14- 17; 26.3-5), prometeu-lhe a terra, deu-lhe uma missão
universal e assegurou-lhe que teria a orientação divina e uma vida próspera.
Jacó respondeu com um voto pessoal e chamou o local de Betel (q.v.).
Jacó chegou a Arã-Naaraim (Mesopotâmia) e a misericórdia do Senhor veio
resgatá-lo novamente. Lá, conheceu Raquel, no poço, e este foi um caso de amor
& primeira vista. Ela, por sua vez, levou-o até à casa de seu pai, Labão,
que era tio dele, e o apresentou (Gn 29.10,11,18,20). O amor de Jacó por Raquel
garantiu-lhe um emprego permanente junto a Labão. Jacó trabalhou por sete anos
para tê-la como esposa. Na manhã seguinte à cerimônia de casamento, ele
descobriu que, ao invés de ter se casado com Raquel, que tinha uma voz suave,
havia se casado com Léia, que tinha uma enfermidade nos olhos. O engodo de
Labão era equivalente à ira de Jacó, por isso, ele concordou em dar-lhe Raquel
após as festividades tradicionais de casamento que duravam uma semana, se este
o servisse por mais sete anos. Jacó trouxe grande prosperidade a seu sogro (Gn
30.30), e o astuto Labão sempre era capaz de reconhecer um bom negócio.
A prosperidade de Jacó aumentou assim como sua família. Doze filhos nasceram a
Jacó na Mesopotâmia. Léia era mãe de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar,
Zebulom, e de uma filha, Diná (Gn 29.31-35; 30.17-21). Da criada de Léia,
Zilpa, ele teve Gade e Aser (Gn 30.9-13). Da criada de Raquel, Bilã, nasceram
Dã e Naftali (Gn 29.31; 30.1,2; cf. 16.2; 25.21; 30.3-8). Finalmente, DEUSabriu
a madre de Raquel e ela teve José, e mais tarde, em Canaã, Benjamim (Gn
30.22-24; 35.16-18).
A preparação de Jacó para voltar para casa (Gn 31). Jaoó desejava retomar à
Palestina (Gn 30.25). Labão, percebendo que sua prosperidade havia sido
alcançada por causa de Jacó, o exortou a ficar (Gn 30.27), e Jacó concordou sob
uma condição (Gn 30.29ss.). Mas, agora, o Senhor havia instruído Jacó para que
voltasse para casa (Gn 31.3,11-13). Jacó falou com suas esposas e as lembrou de
que seu pai Labão havia mudado seus ganhos “dez vezes” (Gn 31.4-7). Elas lhe
asseguraram a aceitação de seus planos (vv. 14-16).
Enquanto Labão estava pastoreando o seu rebanho, Jacó com suas esposas, filhos,
servos e rebanhos partiram rumo à terra de seu rebanho, Jacó com suas esposas,
filhos, servos e rebanhos partiram rumo à terra de seu pai (Gn 31.17-20). Eles
cruzaram o rio Eufrates e seguiram em direção a Gileade. Depois de três dias,
Labão, ouvindo sobre a fuga, os perseguiu durante sete dias, encontrando-os na
montanha de Gileade a, aproximadamente, 650 quilômetros de Harã (vv. 21-25).
Irado, Labão levantou três acusações contra Jacó (vv. 26-30): (1) que ele fugiu
em segredo; (2) que sequestrou suas filhas; (3) e, que roubara seus ídolos do
lar (terafim; cf. G. E. Wright, Biblical Archaeology, p· 44). Jacó contava com
vinte anos de servjço árduo e sofria a constante tentativa de Labão de
defraudá-lo em seus ganhos. Depois de muitos discursos bombásticos, nos quais
cada um tentava sobrepujar o outro exagerando nos erros cometidos pela outra
parte, Labão sugeriu uma trégua, que foi marcada pelo estabelecimento de uma
coluna e um monte de pedras, e que culminou em um banquete de aliança que durou
a noite toda (vv. 3154־). Na manhã seguinte,
Labão retomou a Harã e Jacó viajou em direção ao sul.
O retorno da Palestina (Gn 32-33). Vinte anos haviam se passado desde que Jacó
havia enganado Isaque e roubado a bênção de Esaú. Quando Jacó aproximou-se da
terra de seu coração, um grupo de anjos veio ao seu encontro (32.1,2),
assegurando-lhe mais uma vez a proteção de DEUSpara recebê-lo, dando-lhe as
boas vindas por seu auspicioso retorno. Passando pela parte rasa do ribeiro de
Jaboque (q.v.) para proteger sua família de Esaú, Jacó encontrou-se com “um
varão” que lutou com ele até o romper do dia (v. 24). Embora estivesse com seu
quadril ferido, Jacó foi bem-sucedido e ganhou, do varão com quem lutou, uma
bênção que mudou o seu nome de Jacó (“enganador”) para Israel (“o que luta com
Deus”; veja Israel). O estranho revelou sua verdadeira identidade abençoando
Jacó e também mudando o seu nome - Ele era o próprio Eterno (cf. Gn 17.5; 35,9־ 15; Is 65.15; Os 2.23; 12.3,4).
O próximo obstáculo de Jacó era apaziguar seu injuriado irmão Esaú. O encontro
de Jacó e Esaú está registrado em Gênesis 33.1-16. Temeroso de que a ira de
Esaú ainda fosse intensa, Jacó enviara mensageiros para espionar os planos de
Esaú, e estes relataram que Esaú estava marchando com 400 homens armados.
Então, Jacó, sendo ainda o mais astuto, tinha a intenção de fazer as pazes com
o seu irmão gêmeo e proteger a si e à sua família contra aquele possível ataque
(Gn 32.3-8,13-21; 33.1-3). Além desta estratégia, ele havia orado (32.9-12) e
feito seu pedido ao DEUSde Abraão e Isaque - Aquele que combina os eventos
passados (32.9), com as necessidades do presente (32.11), e as promessas do
futuro (32.12). Em meio à confusão das ações humanas, Jacó reconheceu a
necessidade da ajuda do Senhor. Ele não ganhou apenas a ajuda de Deus, mas
também o coração de Esaú, apesar da presença de seus homens armados. Em uma
cena de grande ternura, Jacó encontrou-se com Isaú, e a discórdia foi
resolvida, pelo menos temporariamente, com magnanimidade e afeição.
Vivendo pela segunda vez na Palestina (Gn 33.17-45.5). Esaú foi a Seir e lá
formou uma nação (Gn 33.16; cf. o cumprimento da promessa de Gn 25.23;
27.39-40; 36.1-43). Jacó passou a residir em Canaã para assumir sua herança.
Ele agora era de fato um patriarca. Após a partida de Esaú, Jacó permaneceu a
leste do rio Jordão e acampou próximo a Sucote; então foi para Siquém, onde
comprou terras e reconstruiu um altar (Gn 33.17-20). Sob a ordem de Deus, foi
para Betel e lá o Senhor renovou as promessas patriarcais (35.1-5). Jacé e sua
caravana seguiram em direção ao sul, e, durante sua jornada, a amada Raquel
morreu no parto (durante o nascimento de Benjamim) e foi sepultada no caminho
para Efrata (Belém, 35.16-20). Jacó juntou-se a Esaú em Manre (Hebrom) e, lá,
sepultaram seu pai na caverna de Macpela, o sepulcro da família (35.27-29;
49.30,31).
Os anos posteriores de Jacó demonstraram as advertências de Moisés a Israel:
“... porém sentireis o vosso pecado...”, ou ainda, como em outras traduções,
“podeis estar certos de que o vosso pecado vos alcançará” (Nm 32.23). As
provações domésticas seguiram Jacó até o final de sua vida. Primeiro, houve
sérios conflitos entre seus filhos tempestuosos, Simeão e Levi, com os filhos
de Hamor em Siquém devido ao problema de Diná (Gn 34.1-31). Então, Débora (a
ama de Rebeca), a confidente e conselheira da família, morreu e a família
inteira foi afetada (35.8). Raquel, objeto do amor profundo de Jacó, foi levada
pouco tempo depois (3ã.l6ss.). “Rúben foi e deitou- se com Bilã, concubina de
seu pai; e Israel soube-o” (35.22). José, seu filho predileto, foi levado e
afastado dele; e o velho Jacó, já de cabelos grisalhos, foi tomado pelo
sofrimento (37.34ss.). Por fim, opatriarca já idoso foi forçado a exilar-se no
Egito para preservar sua própria vida e a de sua família (46.3).
Os anos finais de Jacó. Estes anos no Egito (Gn 46.6-50.13) também fazem parte
da história de José (Gn 37-50). Veja José.
Quando os sete anos de escassez e fome atingiram Canaã, Jacó e seus filhos
foram para o Egito. No caminho, em Berseba, ele foi assegurado do favor de DEUS
(46.1-4). José fez os preparativos para que Jacó e sua companhia se
estabelecessem na terra de Gósen, onde permaneceu até sua morte. Com 130 anos
de idade Jacó teve uma audiência com o Faraó e o abençoou (47.7-10).
Antes de morrer com a idade avançada de 147 anos (47.28), Jacó concedeu a
bênção patriarcal aos filhos de José, Efraim e Manassés (48.8-20), e Subsequentemente
a seus próprios filhos (49.1-33). A promessa de DEUS a Jacó foi cumprida. Em
sua morte, os egípcias lhe prestaram uma grande homenagem. Seus filhos,
liderados por José, o primeiro-ministro do Egito, levaram seu corpo de volta a
Canaã, e o sepultaram em Macpela com Abraão e Isaque (49.29-50.13; cf. 25.9-10;
35.28-29), realizando um desejo comum dos antigos, de serem enterrados em sua
terra natal (cf. o Sinuhe egípcio, ANET, pp. 20ssj. Veja Era Patriarcal.
Jacó é um típico exemplo da graça redentora de Deus. Ele era comum, egoísta,
intrigante e um trapaceiro impetuoso com capacidade para os negócios. Mas, em
seu coração, tinha tempo para Deus. Sua natureza era sensível ao toque do
Senhor, e capaz de alcançar um grande desenvolvimento. Ele tinha sonhos e
visões; anjos o visitavam e ele orava. Jacó desejava os melhores dons; ele
desenvolveu princípios religiosos fixos; e, finalmente, tornou-se firme em seus
hábitos. Mas a vida de Jacó era repleta de conflitos. A luta em sua alma foi
longa e violenta - mas a graça venceu e por isso Jacó, o “enganador”, tomou-se
Israel, aquele “que luta com Deus”.
O uso do termo “Jacó" nas Escrituras. O nome “Jacó” é mencionado muitas
vezes na Bíblia Sagrada. “Jacó” é retratado como um indivíduo marcado, como um
filho favorecido (Ml 1.2; Rm 9.10-13), um herdeiro da promessa divina (cf. Hb
11.9), e um homem abençoado (Hb 11.20,21). Como o terceiro patriarca notável,
Jacó é freqüentemente ligado a Abraão e Isaque. E assim, o nome do DEUSdos três
renomados e célebres patriarcas é EÍ Shaddai (Êx 6.3) e Yahweh (Ex 3.6,15),
aquele que é fiel à sua aliança (Ex 2.24; 32.13; Dt 29.12), e aquele que se
compadece de Israel (2 Rs 13,23). Os patriarcas judeus habitam com Ele (Mc
12,26,27), e sentam-se à sna mesa, em seu reino celestial (Mt 8.11).
O portador do nome da nação de Israel, Jacó, aparece frequentemente nas
Escrituras. Israel é a “casa de Jacó” (Lc 1.33); o seu DEUSé o “Rei de Jacó”
(Is 41.21); o Templo do Senhor DEUSé a habitação do DEUSde Jacó (Act 7.46).
Afigura de Jacó (Israel) é compendia- da no título “servo do Senhor” (Is 41.8;
44.1,2,21; 48.20; 49.3), de quem o Messias era o cumprimento (Is 42.1-7;
49.1-10; 50.4- 9; 52.13-53.12; Mt 8.17; 12.15-21; Mc 10.45; Lc 2.30-32; Act
3.13,26; 4.27,30; 8.30-35; 1 Pe 2.21-25).
Veja Servo do Senhor.
Bibliografia. S. R. Driver, The Book of Genesis, Westminster Commentaries, 9*
ed., Londres. Methuen Co., Ltd., 1913, pp. 244- 401. L. Hicks, “Jacob
(Israel)”, IDB, íl, 782- 787. William S. LaSor, Great Personalities of tke Old
Testament, Nova York. Revell, 1959, pp. 31,39. A. R. Millard, “Jacob”, NBD, pp.
593-596. John Muílenberg, “The birth of Benjamin”, JBL, LXXV (1956), 194-200.
Martin Noth, The History of Israel, Nova York. Harper, 1958, pp, 1-7, 53-84,
120-126.
G.E. Wright,
Bíblica! Archaeology, Filadélfia. Westminster, 1951, pp. 40-68.
2. O pai de José. O nome do pai de José, marido de Maria, de acordo com a
genealogia de CRISTOem Mt 1.15-16. D.W.D.
JACÓ - AJUDAS
BÍBLICAS EXAUSTIVAS - BÍBLIA THOMPSON - (“suplantador”), filho de Isaque
Referências gerais:
Gn 25:26,34; 27:6,30; 28:1; 29:1,18;30:25; 31:3; 32:9,30; 33:10,17; 35:1; 36:6; 37:3; 42:1; 43:11; 45:26; 46:5; 47:9; 48:2; 49:33; 50:13.
Resumo de seu
caráter
Astuto, Gn 25:31–33.
Enganador, Gn 27:18–29.
Colheu o resultado
do próprio pecado, Gn 27:42,43.
Tornou–se
religioso, Gn 28:10,20,21.
Afetuoso, Gn 29:18.
Trabalhador, Gn 31:40.
Habituado à oração,
Gn 32:9–12,24–30.
Disciplinado pela
aflição, Gn 37:28; 42:36.
Homem de fé, Hb 11:21.
Ver tb: Gn 32:27, Gn 37:1, Gn 43:6, Êx 1:1, Js 24:4, 1Sm 12:8, 1Rs 18:31, 1Cr 1:34, 1Cr 2:1, Sl 105:10, Mt 1:2, Mt 22:32, Mc 12:26, Lc 3:34, Lc 13:28, Lc 20:37, Jo 4:5, Jo 4:12, At 3:13, At 7:8, At 7:12, At 7:32, Hb 11:9, Hb 11:20
JACÓ - Comentários
Moody - Isaque. 25:19 - 26:35.
1) Isaque e Sua Família. 25:19-34.
19-23. Sara, Rebeca, Raquel e Ana, todas foram estéreis e portanto sem filhos
até uma certa idade. Foi uma experiência trágica para cada uma delas. Isaque
orou ao Senhor por sua mulher. O verbo hebraico 'eitar significa "orar
suplicando", ou "implorar". Quando usado no sentido passivo,
indica que o sujeito foi vencido pela oração e atendeu. Isaque orou
fervorosamente por sua esposa estéril, e Jeová submeteu-se às suas súplicas.
Rebeca deixou de ser estéril e concebeu. A oração incessante recebeu a
recompensa divina.
24-34. Eis que se achavam gêmeos no seu ventre. (v. 24). Antes mesmo de Esaú e
Jacó nascerem, lutaram entre si em seu confinamento pré-natal. E continuaram
vivendo em conflito conforme foram crescendo. Hoje seus muitos descendentes
lutam apaixonadamente para se sobrepujarem no Oriente Médio. Esaú foi um peludo
homem do campo, pouco apreciando os valores espirituais. Ele mergulhou
arriscadamente dentro da vida, apenas para descobrir que fora defraudado da
melhor coisa que possuía, sofrendo um xeque-mate de um astuto suplantador. Jacó
recebeu sua inspiração de Rebeca, que não via obstáculos quando queria alguma
coisa. Isaque era fraco demais para manter a disciplina e impedir as tramas de
Jacó e Rebeca.
Esaú parecia se preocupar apenas com assuntos materiais. Para ele, o direito de
primogenitura, que envolvia bênçãos materiais e espirituais, tinha pouco valor
até que o perdeu por sua própria culpa. O direito de primogenitura pertencia ao
primogênito. Garantia-lhe uma posição mais honrosa do que a dos seus irmãos, a
melhor parte da herança, as terras mais ricas, além das bênçãos que DEUSfizera
a Abraão e aos seus descendentes. O direito de primogenitura era de Esaú porque
DEUSpermitiu que nascesse primeiro.
Nem Esaú nem Jacó demonstraram qualquer interesse louvável pelos tesouros
espirituais. Ambos eram sordidamente egoístas e não compreendiam qual
comportamento à altura de um homem que era príncipe de Deus. Jacó era ambicioso
e queria pala si mesmo tudo o que pudesse lhe conceder algum destaque. Rebeca
forneceu a faísca e tramou o esquema que garantiram vantagens para o seu filho
favorito. Este teria um longo caminho a percorrer até se tomar o líder
espiritual daqueles que teriam de adorar Jeová. Mas DEUSera paciente; Ele não
tinha pressa; Ele treinaria Seu líder.
Esaú estabeleceu sua residência nas montanhas rochosas do Edom. Anos mais tarde
seus descendentes, o povo cuja nação ele instituiu, revelariam o mesmo tipo de
filosofia que tinha seu antepassado e a mesma indiferença profana pelo programa
eterno de Jeová dos Exércitos. Apesar de todos os incidentes desanimadores, o
reino de DEUSprosseguiu na direção da realização total do propósito divino.
27:1 - 36:43.
Gênesis 27
1) Jacó e Esaú. 27:1-46.
1-17. Tendo-se envelhecido Isaque .. . chamou a Esaú. É difícil imaginar todo o
sofrimento, agonia e cruel desapontamento envolvidos nesta narrativa pitoresca.
O velho patriarca, cego e trôpego, fez planos de transmitir as sagradas bênçãos
ao seu filho primogênito. Mas a astuciosa Rebeca, que ouviu as instruções dadas
a Esaú, imediatamente resolveu subverter e frustrar seus planos. Jacó, seu
filho predileto, já tinha o direito de primogenitura; ela determinou que ele
também receberia a bênção oral, dos lábios do representante do Senhor, para que
tudo ficasse em ordem com a herança divina. Ela não podia arriscar-se esperando
que DEUS realizasse Seus planos à Sua maneira. Por isso apelou para a mais
desprezível mentira a fim de assegurar-se da bênção para o seu filho mais moço.
18-29. Respondeu Jacó . . . Sou Esaú, teu primogênito. Apoiado por sua mãe,
Jacó compareceu diante de seu velho pai com enganos e mentiras. Chegou até a
declarar que Jeová o ajudara nos rápidos preparativos. Depois de mentir a seu
pai, depositou um beijo falso sobre o rosto do velho homem.
34-40. E, levantando Esaú a voz, chorou (v. 38). A tragédia de Esaú era que ele
estava completamente ignorante da santidade da bênção, e só desejava as
vantagens que esta lhe proporcionaria. A dor profunda que sentia por Jacó
ter-lhe passado a perna da obtenção da primogenitura, Seu amargo
desapontamento, seus soluços patéticos e ardente vergonha que logo se
transformaram em ódio intenso e desejo de vingança são profundamente
comoventes.
41-46. Retira-te para a casa de Labão. Para proteger Jacó da vingança de seu
irmão, Rebeca encontrou uma desculpa para mandá-lo embora. Qual desses três –
Rebeca, Jacó ou Esaú – era o mais digno de dó? Sua vida familiar foi destruída,
e cada um deles teve de aguentar longas horas de separação, desilusão e
arrependimento. Rebeca jamais veria seu filho favorito novamente, e Jacó teria
de enfrentar a vida sem pai, sem mãe, sem irmão. E o que dizer dos planos
divinos para o reino? Como seriam executados em face de tamanho egoísmo, tanta
intriga e mentira? O Senhor dos Exércitos não pode ser impedido pela oposição,
fracasso ou falta de fé do homem. Ele é capaz de fazer a Sua vontade prevalecer
apesar de tudo. Enquanto Isaque se aproximava mais da hora da sua morte, Rebeca
lamentava a situação desesperadora que ela provocara e Esaú pensava em
vingança, Jacó fez a sua solitária viagem de Berseba para Padã-Arã.
Jacó, Labão, Lia e Raquel. 28:1 - 30:43.
Gênesis 28
28:1-5. Isaque . . . dando-lhe a sua bênção, lhe ordenou... vai a Padã-Arã (vs.
1, 2). Isaque não permitiu que Jacó partisse sem uma bênção. Ele falou em tom
de pronunciamento profético, e numa linda linguagem que revela sua percepção
espiritual. Jacó devia procurar esposa entre seus parentes em Harã, mas devia
se preocupar mais com a sul participação na rica promessa herdada por Abraão.
Isaque invocou 'El Shadday, DEUS Todo-poderoso (v. 3), para que este fornecesse
riqueza, prosperidade e perspicácia para tomar Jacó capaz de assumir a
liderança espiritual. Profetizou que, se o seu filho entregasse seus caminhos
ao Senhor, as bênçãos de DEUS prometidas a Abraão, seriam dele. Através de
Isaque, DEUS deu a Jacó uma ordem, um desafio, uma certeza e orientação para a
viagem.
6-9. Esaú observou e ouviu; depois foi à casa de Ismael à procura de uma esposa
dentro da linhagem familiar, a fim de agradar a seus pais. Evidentemente queda
fazer um esforço na direção certa. Mas, sendo basicamente mundano, sua carreira
na terra de Edom deixou de ser do tipo que agradasse ao Senhor Jeová.
10-17. Jacó fez a viagem de Berseba até Luz, cerca de doze milhas ao norte de
Jerusalém, onde passou a noite. Betel ficava ali perto. De noite recebeu uma honrosa
e especial comunicação de Deus, uma visão ou sonho com anjos subindo e descendo
uma escada que ia da terra ao céu. Ele tomou conhecimento de que, na realidade,
há uma comunicação entre o céu e a terra. Reconheceu que, naquele lugar, DEUS estava
ao seu lado, prometendo-lhe orientação pela vida afora e um trituro grandioso.
Jeová disse, Eis que estou contigo, e te guardarei . . . e te farei voltar a
esta terra, porque te não desampararei (v.15). Que mensagem desafiante! Não foi
por menos que Jacó exclamou: O Senhor está neste lugar... Quão temível
(pavoroso) é este lugar! (vs. 16,17). Ele ficou profundamente emocionado.
Talvez pela primeira vez em sua vida tomou consciência da presença de DEUS ao
seu lado. A voz, as palavras de esperança, a presença real de 'El Shadday
levaram-no a adorar com admiração e submissão.
18-22. Ele chamou o lugar de Betel, Casa de Deus, pois DEUS estava ali. Para
tornar a experiência inesquecível, levantou ali uma coluna de pedras para
indicar que aquele era um local santo, um santuário onde seria sempre possível
desfrutar da íntima comunhão com DEUS (v. 18). Espiritualmente, ainda tinha um
longo caminho a percorrer, mas já fizera progressos neste seu encontro com
Deus. Também ofereceu sua vida ao Senhor e o dízimo de tudo o que viesse a
possuir. Mas impôs uma condição. Se DEUS continuasse ao seu lado, e o guardasse
em sua viagem, e o trouxesse de volta novamente, ele cumpriria a sua parte no
voto. Era um grande passo que estava dando. A pedra (massebâ) que erigiu seda
um lembrete permanente do voto que fizera (v. 22).
29:1-12. Pôs-se Jacó a caminho (v. 1). A expressão idiomática hebraica,
levantou os seus pés, fala da reação do jovem diante do estímulo divino. Estava
a caminho de Padã-Arã, à procura da família de sua mãe perto de Harã. Era
difícil fazer tão longa viagem, mas parece que Jacó não tinha uma alternativa.
Finalmente se encontrou ao lado de um poço, no meio de rebanhos de ovelhas, com
seus pastores aguardando que a grande pedra fosse removida da boca do poço para
que suas ovelhas pudessem se dessedentar. Possivelmente foi o mesmo poço onde
Eliézer encontrou Rebeca para o jovem Isaque. Embora muitos anos tivessem
passado, Labão ainda estava vivo, conforme Jacó ficou sabendo dos pastores, e
sua filha Raquel era a guardadora do seu rebanho (v. 6). Quando Raquel se
aproximou com o rebanho de Labão, Jacó se aproximou para remover a grande pedra
a fim de que as ovelhas pudessem matar a sua sede. Depois beijou sua prima e
apresentou-se. Profundamente comovido com tudo o que lhe tinha acontecido e com
este seu primeiro encontro com seus parentes, Jacó, erguendo a voz, chorou,
enquanto Raquel corria para contar a Labão que seu sobrinho tinha chegado.
13,14. Labão, irmão de Rebeca, neto de Naor, ficou felicíssimo em poder dar as
boas-vindas a alguém que era de sua própria família. Já se passara tanto tempo
desde que sua irmã partira como noiva de Isaque. Alegremente recebeu o filho de
Rebeca no seio de sua família. Talvez ele se lembrasse da generosa demonstração
de riqueza feita por Eliézer. Talvez ficasse impressionado pela robustez do
jovem, que poderia dar um bom pastor. Quase com certeza ele considerou a
possibilidade de um marido para suas filhas. Lia e Raquel, ambas eram moças
casadouras. Labão nunca perdia a oportunidade de fazer um bom negócio. O jovem
sobrinho vindo das montanhas logo aprenderia a lidar com ele cautelosamente. Na
verdade, Jacó aprenderia a superar o principal trapaceiro de todos os
"filhos do Oriente".
15-20. Raquel era excepcionalmente linda e atraente e Jacó já estava
impressionado com ela. As Escrituras dizem, Jacó amava Raquel (v. 18). Lia, a
irmã mais velha, estava longe de ser bonita. Seus olhos não tinham o brilho, a
vivacidade e atração que os homens admiram. Mas Lia ficou tão firmemente evidenciada
na história sagrada que gerações sucessivas teriam de levá-la em conta. Seria
um dos seus filhos que seria escolhido para tomar lugar na linhagem messiânica.
Estes quatro – Labão, Jacó, Lia e Raquel – foram figuras significativas no
procedimento divino com Seu povo escolhido.
21-30. Depois de trabalhar arduamente sete anos pela filha mais moça, Jacó foi
enganado e induzido a se casar com Lia. Depois das festividades do casamento de
Lia, Jacó casou-se com Raquel, sua irmã mais moça, mas teve de trabalhar mais
sete anos em pagamento. Assim ele teve duas esposas de igual posição. Seu
ardente amor por Raquel tornou o relacionamento com Lia mais ou menos estranho
e frustrante. Lia devia sofrer muito sabendo que seu marido não a amava.
Contudo tinha esperanças de que um dia o coração de Jacó se voltaria para ela.
31-35. No começo nem Raquel nem Lia deram filhos a Jacó. Naquele tempo, ser
estéril era uma situação patética. Contudo, no devido tempo, Jeová veio em
socorro de Lia e curou a sua esterilidade, e ela veio a ser mãe. Um após o
outro seus filhos vieram, até que já tinha seis filhos. Uma filha, Diná,
foi-lhe acrescentada. Com regularidade de partir o coração, Lia apresentava um
filho com as palavras: Agora me amará meu marido. Mas nenhuma palavra de reconhecimento
ou apreciação partia de Jacó. A palavra traduzida para preterida (seini) indica
"menos afeição", ou "menos devoção". Não indica ódio
positivo.
30:1-13. Raquel também sofria, pois sua esterilidade não se alterava e ela não
estava dando filhos a Jacó. O hebraico qeini', ciúmes, envolve nele o
sentimento de alguém que já agüentou o máximo. Inveja, descontentamento,
petulância marcavam sua voz, sua linguagem e sua expressão facial. Lia, Raquel
e Jacó eram todos infelizes. Seus problemas domésticos e sofrimento tornavam
suas palavras e atitudes indignas, desnecessárias e indecorosas. Tentativas
humanas de se remediar a situação provaram-se insatisfatórias. O oferecimento
de Bila e Zilpa como esposas secundárias para ajudarem a "edificar" a
família, só tornou a situação ainda mais dolorosa. Filhos nasciam, mas os
corações continuavam em desarmonia e infelizes. Além dos seis filhos e uma
filha (ao menos) de Lia, dois filhos nasceram de Bila e dois de Zilpa.
14-24. Raquel tentou usar mandrágoras (dudei'im) para induzir a fertilidade.
Essas mandrágoras eram popularmente chamadas de "maçãs do amor". Ryle
diz: "A mandrágora é uma planta tuberosa, como fruto amarelo semelhante à
ameixa. Supunha-se que agia como um talismã do amor. Amadurece em maio, o que está
de acordo com a menção (v. 14) dos dias da ceifa do trigo" (Cambridge
Bible, in loco). Raquel continuou estéril apesar do supersticioso talismã . A
situação estava nas mãos do Senhor e Ele não permitiria que tentativas humanas
a mudassem. Finalmente, lembrou-se DEUS de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda. Ela
concebeu, deu à luz um filho. . . e lhe chamou José (vs. 22-24). Na hora
determinada por Ele, Jeová deu a resposta. Retirou o vexame de Raquel e a
encheu de alegria e louvor.
25-30. Disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte . . . à minha terra. Quanto
José nasceu, Jacó já terminara de pagar todo o seu débito a Labão, e queria
retornar a Canaã. Se tivesse partido nessa ocasião só teria levado consigo sua
família; nada possuía. Pediu ao tio que o deixasse voltar para casa. Labão
declarou que recebera revelação especial (tenho experimentado) por meio de
mágica ou adivinhação dos seus deuses domésticos, que devia manter Jacó por
perto a fim de garantir o seu sucesso e prosperidade.
31-36. Ofereceu a Jacó que estipulasse seu salário. Imagine a sua surpresa
quando o seu sobrinho lhe fez uma contraoferta que lhe pareceu esmagadoramente
a seu favor. Na Síria as ovelhas são brancas e as cabras são negras, com muito
poucas exceções. Jacó ofereceu-lhe para começar o seu acordo imediatamente,
aceitando como suas as ovelhas que não fossem brancas e as cabras que não
fossem negras, deixando o restante para Labão. Assim, ambos os patrimônios
poderiam prosperar. Labão aceitou a oferta imediatamente. Naquele mesmo dia
levou para uma distância segura todas as ovelhas e cabras "fora de
série" para que Jacó não tivesse com o que começar. Os animais que ele
separou entregou a seus filhos. Foi um ardil baixo e covarde Labão acreditava
que tornara impossível a vitória de Jacó, porque removera todo o capital de
Jacó antes de começar a competição.
37-42. Mas Jacó não se entregava tão facilmente assim. Ele usou de três
expedientes para derrotar seu tio. Colocou varas listadas diante das ovelhas
nos locais onde bebiam água, para que o colorido das crias ficasse sujeito à
influência pré-natal. É fato estabelecido, declara Delitzsch, que se pode
garantir crias brancas nas ovelhas colocando muitos objetos brancos junto dos
bebedouros (New Commentary on Genesis, in loco). Jacó também separou do rebanho
os cordeiros e cabritos listados e salpicados. mas os manteve à vista das
ovelhas, para que estas fossem influenciadas. Seu terceiro expediente foi
deixar que essas influências predeterminantes agissem sobre as ovelhas mais
fortes, para que os seus cordeiros e cabritos fossem mais fortes e mais viris
que os outros. Jacó foi bastante astuto para recorrer à influência pré-natal e
reprodução seletiva.
43. Como resultado desse esquema, dentro de poucos anos Jacó ficou imensamente
rico em ovelhas e cabras. Embora tivesse usado a sua cabeça, ele foi o primeiro
a declarar que o Senhor interveio na sua vitória. Jeová tornava possível que o
patriarca retornasse a terra prometida com recursos, vindo a ser o príncipe de
Deus, que executara à vontade divina.
Jacó Retorna a Canaã. 31:1-55.
1-3. O rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente. Finalmente, o
relacionamento entre o tio e sobrinho chegou ao fim. Jacó percebeu que Labão e
seus filhos eram-lhe hostis por causa do seu sucesso. Além disso, já possuía
riqueza e propriedades suficientes para satisfazê-lo. Assim, quando recebeu
ordem do DEUS de Betel para se pôr a caminho, sabia que já era hora de voltar
para casa. Vinte anos tinham se passado, durante os quais sua mãe já morrera.
Talvez Labão ficasse ainda mais desagradável. Era hora de partir.
4-13. Jacó explicou sua decisão às suas esposas, dizendo-lhes como o Anjo de DEUS
lhe falara em sonho e o encorajara em seu propósito. O "anjo" se
identificou com Aquele que apareceu a Jacó em Betel. Era realmente o próprio
Jeová.
14-16. Lia e Raquel apoiaram fortemente a decisão de Jacó. Elas conheciam seu
pai e tinham perdido o amor e o respeito por ele. Lembraram-se que recebera
quatorze anos de trabalho de Jacó sem lhes dar a parte que uma noiva tinha
direito de receber. Não nos considera ele como estrangeiras? disseram. Pois nos
vendeu, e consumiu tudo o que nos era devido (v. 15 ).
17-21. Jacó aprontou seus rebanhos, gado, filhos e propriedades para a longa
viagem, e aguardou que Labão saísse para o festival da tosquia. Enquanto isso
Raquel providenciou que Jacó pudesse reclamar uma boa parte dos direitos
hereditários levando consigo os ídolos do lar ou tereipim (cons. latim
penates), altamente estimados por Labão. As placas de Nuzu datadas do século
quinze A.C. indicam que a posse dos tereipim tornava o proprietário o herdeiro
principal. Evidentemente Raquel não aprendera a confiar em Jeová para
suprimento de suas necessidades. Jacó fracassou em ensinar a sua família a
confiar e adorar a DEUS de todo o coração. Dali a pouco Jacó e o seu grupo
partiram de Harã, atravessaram o Eufrates e viajaram o mais rapidamente
possível na direção de Canaã. Seu destino imediato eram as montanhas de Gileade
no lado oriental do Rio Jordão.
22-24. Labão... saiu-lhe no encalço. Depois de três dias Labão ficou sabendo da
fuga. Labão logo conseguiu organizar seus homens para a perseguição, já estava
a caminho para os alcançar. Embora fosse uma viagem de 480 kms, ele conseguiu
alcançar o grupo fugitivo nas montanhas de Gileade. No caminho Labão recebeu
uma estranha mensagem de Deus, uma ordem de abster-se de fazer qualquer pressão
contra Jacó. Não devia falar bem nem mal, isto é, não devia dizer nada.
(Os opostos são frequentemente usados nas Escrituras para indicar totalidade.)
23-25. Labão não poderia ser detido por visitações divinas. Deu início ao seu
protesto, expressando grande desespero ao ver suas filhas e netos arrastados
para fora de sua casa sem as devidas despedidas. De repente fez a pergunta: Por
que me furtaste os meus deuses? Referia-se aos seus tereipim (v. 30; cons, 19).
Evidentemente Labão estava mais preocupado com as imagens do que com a família
de Jacó. Uma busca mostrou-se infrutífera e os pequenos "deuses" não
foram achados, porque Raquel os escondera na cesta de vime que fazia parte da
sela sobre a qual estava assentada. Esta sela de um camelo (v. 34)
proporcionava às senhora do Oriente um pouco de conforto e intimidade durante
as viagens.
36-55. Sem dúvida Jacó sentiu grande alívio em poder replicar a Labão. A
atmosfera clareou-se e Labão abandonou a sua mordacidade. Os dois homens
fizeram um acordo, ratificando-o e comemorando o acontecimento com o
levantamento de uma coluna de pedras no alto da colina. A coluna constituiu o
que foi chamado de Mispa ou "posto de observação", de onde um
observador podia ver toda a terra em ambas as direções. Indicava suspeitas e
falta de confiança. Ao levantar essa coluna os homens queriam dizer que estavam
convidando Jeová para se assentar ali e observar as duas pessoas nas quais não
se podia confiar. DEUS tinha de ser uma sentinela para vigiar Labão e Jacó, na
esperança de que a luta fosse evitada. Jacó foi obrigado a prometer que
trataria as filhas de Labão com bondade e consideração. Nenhuma das duas partes
deveria atravessar a fronteira estabelecida para praticar violência contra a
outra. Jamais uma deveria prejudicar a outra.
O Encontro de Jacó com Esaú. 32:1 - 33:17.
Gênesis 32
32:1-5. Jacó seguiu o seu caminho, e anjos de DEUS lhe saíram a encontrá-lo.
Tanto no caminho da saída como no caminho da entrada em Canaã, esses
mensageiros celestes vieram ter com Jacó para fazê-lo cônscio da presença
celestial e para lhe assegurar da proteção divina. A palavra Maanaim, dois
acampamentos, descreve um acampamento interno formado pelo grupo de Jacó e
outro externo formado pelos mensageiros de Deus, o externo formando um
maravilhoso círculo de proteção à volta dos viajantes. Um lindo quadro de
segurança e proteção e serenidade de alma! (cons. II Reis 6:15-17).
6-8. Esaú vinha de Edom, os mensageiros de Jacó o informaram, para se encontrar
com o grande grupo de viajantes que vinha de Padã-Arã. Edom era a terra que
ficava ao sul do Mar Morto, que geralmente é chamada de Seir, no Monte Seir (v.
3) na Bíblia. No Novo Testamento o povo de Edom é chamado de os idumeus. Jacó
estava com o coração cheio de medo, lembrando-se das ameaças de Esaú anos antes
e imaginando que o seu irmão estivesse fazendo planos para se vingar dele.
Quatrocentos homens sob o comando do selvagem homem de Edom poderiam ser
perigosos. Jacó adotou três medidas definidas para garantir a segurança.
Primeiro, orou ao Senhor humildemente. Segundo, enviou pródigos presentes a
Esaú para despertar sua boa vontade. Terceiro, arrumou sua família, suas propriedades
e seus guerreiros da maneira mais vantajosa e preparou-se para lutar caso fosse
necessário.
9-12. Na sua oração Jacó fez o Senhor se lembrar de que Ele o convocara a fazer
esta viagem para Canaã e lhe prometera proteção e vitória. A oração foi sincera
e humilde. uma sincera súplica pedindo segurança, livramento e proteção na
emergência que se lhe defrontava. Embora nenhuma palavra de confissão saísse
dos lábios do suplicante com referência as injustiças que cometera a Esaú e
Isaque, Jacó admitiu humildemente que era completamente indigno do favor de DEUS
literalmente, sou indigno (v.10). Demonstrou o seu temor de DEUS e a sua fé nEle. Estava literalmente
lançando-se nos braços do Senhor para obter a vitória e o livramento.
13-21a. O presente, ou minha foi algo muito bem escolhido, consistindo de cerca
de 580 animais dentre os seus melhores rebanhos. O minha era um presente que
geralmente se oferecia a um superior com a intenção de se obter um favor ou
para despertar sua boa vontade. Jacó disse: Eu o aplacarei (v. 20). A palavra é
muito significativa no que se refere à expiação. Seu sentido literal é, eu
cobrirei. Por meio do presente, Jacó esperava "cobrir" o rosto de
Esaú, de modo que ele fizesse vista grossa para a injúria, abandonando sua ira.
Suas próximas palavras – porventura me aceitará – são, literalmente, para que
ele levante o meu rosto. É uma linguagem simbólica, indicando plena aceitação
depois do perdão. Jacó foi excepcionalmente humilde, cortês e conciliatório em
suas mensagens para Esaú. Ele chamou Esaú de "meu Senhor" e
intitulou-se "seu servo". Ele não deixaria nenhuma pedra que não
fosse revolvida em busca da reconciliação.
21b-23. Na noite antes da chegada de Esaú, Jacó enfrentou o teste decisivo de
toda a sua vida. Depois de fazer suas esposas e filhos atravessassem o Jaboque
em segurança, ele voltou para a margem setentrional do rio para ficar sozinho
na escuridão. O Jaboque era um tributário do Jordão, ao qual se juntava a cerca
de meio caminho do Mar da Galiléia e Mar Morto. Hoje se conhece o Jaboque pelo
nome de Zerka.
24-32. Lutava com ele um homem, ate ao romper do dia. Na solidão da escura
noite. Jacó encontrou-se com um homem que lutou com ele. O hebraico 'abaq,
"dar voltas" ou "lutar", tem alguma ligação com a palavra
Jaboque. Depois de uma longa luta, o visitante desconhecido exigiu que Jacó o
soltasse. Jacó recusou-se a fazê-lo até que o estranho o abençoasse. O
"homem" pediu a Jacó que declarasse o seu nome, o qual significa
suplantador. Então o estranho disse que daquele momento em diante ele teria um
novo nome com um novo significado.
A palavra Israel pode ser traduzida para aquele que luta com Deus, ou DEUS luta,
ou aquele que persevera, ou, pode ser associado com a palavra 'sar,
"príncipe". O "homem" declarou: Lutaste com DEUS.. . e
prevaleceste. Era uma certeza da vitória no seu relacionamento com Esaú, como
também certeza de triunfo ao longo do caminho. Na titânica luta, Jacó percebeu
a sua própria fraqueza e a superioridade daquele que o tocou. No momento em que
se submeteu, tornou-se um novo homem, que pôde receber as bênçãos divinas e
tomar o seu lugar no plano divino. O novo nome, Israel, dá ideia de realeza,
poder e soberania entre os homens. Estava destinado a ser um homem governado
por Deus, em vez de um suplantador inescrupuloso. Por meio da derrota alcançara
o poder. Todo o resto de sua vida ficaria aleijado; mas sua manqueira seria um
lembrete de sua nova realeza.
Peniel (ou Penuel) significa face de Deus. O i e o u são simplesmente vogais de
ligação entre os substantivos pen e el. É provável que se localize a cerca de
11,2 ou 12,8 kms do Jordão no Vale de Jaboque. Jacó vira a lace de DEUS e
continuara vivo. Jamais esqueceria essa incrível experiência.
33:1-3. Levantando Jacó os olhos viu que Esaú se aproximava. Finalmente, chegou
o momento do encontro. Esaú, com seus quatrocentos homens, já podia ser visto.
Com temor e tremor, Jacó encontrou-se com o irmão que se lhe tornara um
estranho e prostrou-se diante dele sete vezes. Assim, indicava sua completa subserviência.
4-11. Esaú, de sua parte, revelou um espírito generoso e magnânimo, quase bom
demais para ser verdadeiro. Alimentara hostilidade contra Jacó e trouxera
quatrocentos homens fortes com ele, como se planejasse executar suas ameaças.
Mas ele não fez. Seu coração fora mudado. DEUS transformara seu ódio em
magnanimidade. Encontrou-se com Jacó cheio de compreensão e perdão. Nos vinte
anos que haviam se passado, a mão de DEUS que tudo controla operara mudanças
nos dois homens. Agora, aquele que tão recentemente fora humilhado diante de DEUS
encontrou o seu caminho aplainado.
12-17. Os presentes de Jacó e as boas-vindas sinceras e afetuosas de Esaú foram
a prova de que os dias futuros trariam novas vitórias para o reino de Deus.
Aqueles homens não lutariam, nem se matariam. Embora Jacó não aceitasse a
generosa oferta de proteção de Esaú, nem o seu insistente convite a que fosse
para o Monte Seir, apreciou grandemente o espírito magnânimo do seu irmão. Esaú
provara que era capaz de perdoar e esquecer. Os irmãos separaram-se em paz. Em
Sucote (cabana), Jacó, com o seu grupo, encontrou um lar (v. 17). Chegou até a
construir ali uma casa. Sucote era uma magnífica região montanhosa no lado
oriental do Jordão ao norte de Jaboque.
Jacó e Sua Família em Siquém. 33:18 - 34:31.
Não temos provas conclusivas quanto ao tempo que Jacó ficou em Sucote. Pode ter
sido muito tempo. Depois de fazer as pazes com Esaú, não precisava mais se
apressar. Antes de atravessar o Jordão, provavelmente passou vários anos na
região bem aguada ao leste do rio.
33:18-20. Atravessando o no, encontrou-se nas redondezas de Siquém, onde Abraão
acampara em sua primeira viagem à terra de Canaã. Siquém ficava aproximadamente
61,6 kms ao norte de Jerusalém, no vale entre o Monte Ebal e o Monte Gerizim. O
poço de Jacó ficava ali e Sicar não ficava muito longe. Jacó comprou algumas
terras nas vizinhanças de Siquém, e assim estabeleceu-se como proprietário em
Canaã. Recebera ordens de retomar à terra de seus pais e ao seu povo,
provavelmente significando que devia dirigir-se ao Hebrom. Certamente deveria
ter ao menos ido até Betel. Ele aprenderia que o povo de Siquém não seria uma
boa influência para a sua família.
34:1-5. Diná, uma filha de Jacó e Lia, fizeram uma visita desastrosa à vizinha
cidade de Siquém. A imatura jovenzinha não tinha formação espiritual para
apoiá-la na hora da necessidade. Siquém, o jovem filho de Hamor, apaixonou-se
desesperadamente por ela e logo a família de Jacó conheceria as trágicas
conseqüências do incidente. O hebraico leiqah, tomando-a (v. 2), indica que foi
usada força irresistível. A palavra eina, humilhou (desonrou), indica
tratamento desonroso. A pobre moça estava arruinada. Imediatamente Siquém
falou-lhe ao coração (v. 3), tentando consolar aquela a quem fizera mal.
Amava-a e queria se casar com ela.
6-12. A palavra nebeila, desatino, indica um feito vergonhoso, vil, sem
sentido, que revela completa insensibilidade de comportamento moral. Para Jacó
e seus filhos, o ato de Siquém era um ato de grave imoralidade, um ultraje
contra a decência e honra da família. Hamor e Siquém tentaram arranjar um
casamento, uma vez que Siquém amava a moça. Jacó estava pronto a fazer um
acordo com eles. O mohar – presente para a noiva – seria bom. Os dois grupos se
uniram de modo que os casamentos entre eles seriam legais.
13-24. Entretanto, os filhos de Jacó eram esquentados, obstinados e
inescrupulosos. Com o subterfúgio de exigirem observâncias religiosas,
obrigaram os homens de Siquém a se circuncidarem. Todos os homens da tribo
submeteram-se ao ritual.
25-29. Então Simeão e Levi atacaram a cidade. Os filhos de Jacó mataram todos
os homens enquanto estavam incapacitados de lutar e levaram consigo suas
famílias e propriedades. Na história da família do patriarca, este é um sórdido
capítulo de paixão, crueldade e desgraça.
30,31. O povo escolhido por DEUS comportara-se, em sua terra santa, como um
grupo de cruéis pagãos. O pobre e velho Jacó desesperou-se. Fez seus filhos se
lembrarem de que agora seria difícil manter relações de boa-vizinhança com os
povos à volta. Sua atitude foi indigna de um homem de fé que fora escolhido
como representante de DEUS diante dos povos da terra. Medo egoísta parecia ser
a coisa mais importante em sua cabeça Não repreendeu seus filhos pela crueldade
indizível, como também não expressou tristeza por terem desonrado o nome de
Deus.
Jacó passara vinte anos nas terras de Labão e agora provavelmente mais dez em
Sucote e Siquém sem nada fazer que fosse digno de nota para preparar sua
família espiritualmente. a fim de enfrentar as tensões da vida. Estivera
ocupado demais construindo um império e buscando vantagens materiais, para que
lhe sobrasse tempo, a fim de estabelecer os fundamentos éticos e espirituais
nas vidas de seus filhos. Ainda não alcançara Betel. Seria tarde demais para
Diná, Simeão; Levi e todos os outros? A história pode fazer chorar até um homem
forte.
A Volta a Betel. 35:1-29.
1. Jeová enunciou uma ordem severa para Jacó prosseguir no seu alvo:
Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; faze ali um altar. Betel ficava 310 Kms
acima de Siquém e estava situada junto à estrada que levava a Jerusalém, Belém
e Hebrom. Jacó já se demorara demais em alcançar este santo lugar. Devia agora
edificar ali um altar, como Abraão o fizera na sua memorável viagem à
Palestina. Jacó edificara um massiba, isto é, uma coluna de pedras, depois de
sua inesquecível experiência com Jeová, ao fugir para Harã. Esta volta ao lugar
santo envolveria uma entrega total de sua vida ao Senhor. Ele negligenciara o
altar de Deus. A ênfase espiritual estivera ausente do seu pensamento e vida.
2-7. Imediata e obedientemente, Jacó aprontou-se para a viagem a Betel.
Primeiro, convocou sua família semi-pagã e ordenou que todos se purificassem
(v. 2), abandonando todos os tereipins e representações visíveis de deuses
estranhos. Então a família de Jacó prosseguiu em sua santa peregrinação a
Betel. O povo dos lugares pelos quais eles passaram estavam tão pasmados com o
terror de DEUS que não molestaram os peregrinos (v. 5). Quando Jacó chegou a
Luz, sabia que estava para pisar em terreno santo. Levantou um altar a Jeová e
chamou aquele lugar de El-Betel, o DEUS da casa de Deus.
9-15. Novamente DEUS apareceu a Jacó e assegurou-lhe que seu novo nome, Israel,
seria um lembrete constante de seu novo caráter, seu novo relacionamento com
Jeová, e sua caminhada real no divino caminho da vida. Ele era o herdeiro das
promessas feitas a Abraão. A aliança continuava em pleno vigor, e continuariam
a agir sobre ele e seus descendentes. Ao falar com Jacó, DEUS usou o Seu nome, DEUS
Todo-poderoso, 'El Shaddai, "o
Todo-suficiente" (v. 11). Jacó podia contar com 'El Shaddai para suprir
qualquer necessidade e para lhe dar graça para enfrentar qualquer emergência.
16-20. Agora Raquel, que fornecera a Jacó a inspiração e o amor necessários,
chegava ao fim de sua vida. Morreu dando à luz o seu segundo filho, o qual
chamou de Benoni, filho da minha tristeza. Mas Jacó escolheu o nome Benjamim,
filho da minha destra. Raquel deve ter sido sepultada em algum lugar ao sul de
Betel, na estrada que vai para o Hebrom (cons. 35:16, 19). Betel ficava 16kms
ao norte de Jerusalém, e Belém ficava cerca de 9,6 kms ao sul de Jerusalém.
Conclui-se que Raquel foi sepultada nas imediações de Belém. O lugar
tradicional costuma ainda ser apontado para os visitantes da cidade.
27-29. Isaque viveu até a volta de Jacó, de Harã. De Berseba mudou-se para
Mamre, pertinho da cidade de Hebrom. Ali Abraão comprou a Caverna de Macpela
para o sepultamento de Sara. Agora com 189 anos de idade, expirou Isaque e
morreu. A palavra hebraica geiwei significa "decair" ou
"enfraquecer-se". Na hora do sepultamento, Esaú e Jacó estiveram
juntos ao lado da sepultura, em homenagem ao seu pai. Os irmãos estavam unidos
por uma dor comum, como Ismael e Isaque estiveram junto à sepultura de Abraão.
JACÓ - COMENTÁRIO
MESQUITA ( AT )
Por algum tempo, Isaque parece ter gozado calma e paz, até que Esaú casou com
duas mulheres hetéias. Se houve intervalo entre os dois casamentos não se pode
dizer, mas pelo menos apresentou as duas mulheres a Isaque ao mesmo tempo. Este
ato seria um ultraje à crença e programa de seu pai, mas Esaú era homem a quem
pouco importavam interesses religiosos ou domésticos, contanto que conseguisse
aumentar seu prestígio e grandeza. Tanto Isaque quanto sua mulher se afligiram
com este casamento e viram que o filho estava inteiramente divorciado do plano
divino de ser o continuador das promessas paternas.
Se outra coisa não tivesse havido, este ato, por parte de Esaú, era suficiente
para lhe fazer perder o direito de primogenitura, visto que se afastava dos
costumes familiares e introduzia na família raças inimigas e da linhagem dos
pecadores da terra que, por causa dos seus pecados, seriam mais tarde
condenados à destruição, e, com alianças desta natureza, seria impossível
executar o programa divino. Nada há que mais ponha em perigo nossa vida e
futuro espiritual do que as alianças com o mundo.
Jacó Tira
Fraudulentamente a Bênção de Esaú - 27:1-29
O último verso do
capítulo precedente dá-nos o casamento de Esaú com as mulheres hetéias.
Conforme alguns comentadores, Esaú tinha vendido sua primogenitura a Jacó um
ano antes do casamento, ou seja, quando tinha 39 anos. Neste caso, Jacó fugiu
para Padã-Arã quando tinha 40 anos de idade, voltando dali aos 60. Com 139 anos
(cap. 47:3) desceu ao Egito, e fica assim um período de 70 anos de sua vida sem
qualquer notícia de suas atividades. Adam Clark coloca o casamento de Esaú no
ano 1804 a.C., e a ocasião do roubo da primogenitura no ano 1779 a.C., ou seja,
25 anos depois do casamento de Esaú, quando os dois irmãos tinham 65 anos.
Conforme a cronologia comum, Esaú teria 77 anos agora, tendo vendido a
primogenitura 44 anos antes, quando tinha 33 anos.
Isaque havia
chegado ao ponto culminante de suas atividades; cego, paralítico e julgando
morrer de um momento para outro, achou conveniente dispor os negócios, ou,
diríamos hoje, fazer seu testamento. Conforme o costume patriarcal, toda a casa
pertencia a Esaú, filho mais velho; a Jacó tocava qualquer parte que o pai
quisesse dar como presente. Portanto, chamou Esaú e ordenou-lhe que fosse ao
campo apanhar uma caça e lhe preparasse um guisado do jeito que ele gostava.
Parece que o fim era, como diz o verso 4, alegrar o coração do velho pai, para
que, na transmissão do direito paterno e bênção patriarcal, a própria alma de
Isaque como que se derramasse sobre a vida do filho primogênito. Pelo menos não
vemos que este ato fosse praticado por Abraão e repetido por Jacó mais tarde.
Os movimentos,
palavras e atos de Isaque eram cuidadosamente vigiados por sua mulher, que
queria inverter os papéis, e fazer recair a bênção de Esaú em favor do seu
filho predileto, Jacó. Assim que ouviu a conversação e apenas Esaú saiu para o
campo, chamou Jacó e relatou que havia chegado o dia de decidir sua sorte. Não
havia tempo a perder. Esaú em breve estaria de volta. Portanto, convinha matar
um dos animais domésticos e sem perda de tempo preparar o guisado e
apresentar-se a Isaque para receber a bênção. Às palavras de Rebeca, Jacó
responde com uma solução pronta, como se todos estes planos estivessem
amadurecidos em sua mente. Rebeca era mulher de ação e de espírito imaginativo.
Seja qual for o juízo que se faça sobre seu caráter, não resta dúvida alguma em
relação ao seu talento, e sua falta pode ser levada à conta da simpatia e afeto
que Jacó devotava a seus pais, bem como sua fidelidade às tradições da família
e repulsa à vida mundana de Esaú. Pelo que aprendemos na Bíblia, DEUS mesmo não
se agradou da vida de Esaú, pelo que o aborreceu e amou Jacó.
Jacó sujeitou-se a
tudo que sua mãe quis fazer: vestiu as roupas de Esaú, cobriu o pescoço e as
mãos com peles de cabras e, com o guisado na mão, apresentou-se a Isaque. Este
desconfiou que tão depressa o filho tivesse matado a caça e preparado o
guisado, mas uma mentirazinha desfez a dúvida do velho, dizendo Jacó que DEUS tinha
mandado a caça ao seu encontro. Talvez esta provisão fosse também de Rebeca. A
segunda dúvida foi sobre a voz. Apalpando, viu que era Esaú, mas a voz era de
Jacó. Quem poderia, porém, tirar esta dúvida e confirmar a suspeita?
Perguntando Isaque se era mesmo Esaú, respondeu-lhe logo Jacó: Eu sou. A
comprovação foi o cheiro do rapaz; cheirando os vestidos de Esaú, reconheceu
que de fato eram do filho amado e, sem hesitação, concedeu-lhe a bênção.
Esta bênção contém
três elementos importantes:
1. Prosperidade
material: abundância de tudo que há na terra.
2. Domínio sobre
outros povos: seus próprios parentes ficavam doravante sujeitos a ele,
inclusive o primogênito.
3. Segurança contra
as maldições de outrem: todas as coisas boas reverteriam a seu favor, e as más
seriam devolvidas ao próprio autor.
A Decepção de Esaú
- 27:30-40
Mal Jacó acaba de
sair da presença do pai, entra Esaú do campo com a caça. Apressadamente a
prepara e corre à presença do pai, para receber a bênção. Perguntando quem é,
recebe em resposta ser o filho Esaú. O logro do pobre velho estava descoberto,
mas tarde demais para ser remediado. A bênção patriarcal tinha sido dada a Jacó
e não podia ser retirada.
Podemos imaginar o
desespero de Esaú. Era o culpado, pois por sua frivolidade e glutonice vendera
a primogenitura uns 40 ou 50 anos antes. É perigoso brincar com as coisas
santas, e foi o que Esaú fez. Em realidade, tinha de ser assim, porquanto fora
profetizado que o maior serviria ao menor, mas a falta de Esaú em vender a
primogenitura e a de Jacó em apossar-se dela de um modo tão desairoso é
indesculpável para qualquer deles. No auge do desespero, Esaú pergunta:
"Não reservaste uma bênção para mim também? Tens tu só uma bênção, meu
pai? Abençoa-me também." Acerca deste desespero, o autor da Carta aos
Hebreus (cap. 12:15-17) tem uma boa explanação, que deve ser lida.
Incompativelmente,
Isaque responde a Esaú: "Eis que eu o tenho posto por senhor sobre ti, e
teus irmãos lhe tenho dado por servos."
Ante a insistência
de Esaú, Isaque lhe deu uma quase bênção também (vv. 39 e 40). Notemos que esta
bênção não se refere aos dois irmãos, e, sim, às suas gerações, embora haja
certos elementos pessoais nas ditas bênçãos. A promessa de que Esaú viveria das
gorduras da terra e por sua espada cumpriu-se tanto na sua vida como na de sua
geração. Sua descendência tem sido sempre belicosa, e a parte que ela tem
ocupado nas montanhas de Seir é rica em pastagens para gado e abundante de
árvores, conforme diz o Dr. Robinson nas suas investigações bíblicas. Quando os
jacobitas voltavam do Egito, tinham de passar pelas vinhas dos esauítas, o que
estes se recusaram a permitir; e quando Jacó voltou de Padã-Arã, com fartos
presentes para apaziguar o irmão defraudado este lhe respondeu que tinha
bastante e não precisava de presentes.
A Ira de Esaú -
27:41-48
"E aborreceu
Esaú a Jacó..." Jacó e sua mãe colheram desta fraude o que mereciam. Esaú
ameaçou matar o irmão e este teve de fugir para Padã-Arã. Assim, Rebeca se viu
privada do filho de sua afeição. Se esperasse em DEUS para executar a promessa,
outro seria o resultado, mas, como Sara, teve pressa e a consequência foi
triste. Há sempre perigo em fazermos o que DEUS deve fazer. Ela mesma teve de
aconselhar o filho a fugir. Padã-Arã era a terra de Rebeca. Lá estavam seu
irmão Labão e seus parentes, e Jacó estaria, assim, a salvo da ira de Esaú. Ela
morreu sem poder ver a volta do filho amado ou a reconciliação dos dois. Esaú
esperava a morte do pai para se vingar. Não havendo tribunais para punir o
criminoso, toda a justiça partia do pai; morto este, estava afastada a
possibilidade de qualquer castigo, e Esaú podia vingar-se. Isto, porém, chegou
aos ouvidos de sua mãe e esta divisou o meio de frustrar a tentativa.
CAP. XXIV - FUGA E
CONVERSÃO DE JACÓ
(Caps. 28-33)
Jacó foge para a
casa do tio e ali fica por 20
anos.
Dois foram os
motivos que fizeram Jacó deixar o lar paterno e ir à terra de sua parentela em
Padã-Arã: fugir à ira do seu irmão e casar com uma mulher da mesma linhagem. .
Entretanto, o primeiro verso deste capítulo parece ignorar o primeiro motivo.
Talvez Isaque mesmo ignorasse o que seu filho mais velho planejava contra o
mais moço, e aprovasse a viagem do filho com o simples motivo de este casar
entre os seus. Esaú tinha casado havia muitos anos, talvez 35 anos antes,
enquanto Jacó permanecia solteiro, o que, sem dúvida, seria apreensivo para o
velho patriarca, que, na beira da sepultura, temia morrer, e não gostaria que o
herdeiro das promessas cometesse o mesmo erro que o filho mais velho tinha
cometido, casando com mulheres de outras raças. Assim, ou ignorando o outro
motivo ou dando-lhe valor secundário, seu pensamento centralizou-se no
casamento. Isaque não tinha seguido a mesma tática de Abraão, em procurar
esposa para o seu filho, ou porque Esaú tivesse prejudicado este costume,
casando sem permissão paterna com as cananéias ou por qualquer outra
circunstância que ignoramos. Bem diferente foi o casamento de Jacó do de seu
pai. Eliézer, carregado de presentes, foi por Abraão mandado ao mesmo lugar
onde Jacó se dirigia agora, a fim de trazer de lá uma mulher. Jacó, porém, vai
como um foragido, com as mãos vazias, ele mesmo, buscar a companheira.
Padã-Arã era o
lugar onde Terá parou com a família depois de virem de Ur dos Caldeus. Abraão
continuou a viagem, mas toda a família ali ficou e foi ali que nasceram as
mulheres de Isaque e de Jacó. A começar com Abraão, todos estes personagens
casaram com pessoas da família. Abraão casou com a sobrinha, ou meio irmã;
Isaque, com uma prima carnal, e Jacó também. Alguns casamentos em família foram
por Moisés proibidos, mas os de primos jamais foram.
A conduta de
Isaque, recomendando ao filho para casar com uma parenta, despertou Esaú a
fazer o mesmo e foi à família de Ismael, seu tio, e de lá tirou outra mulher
(vv. 6-9), pensando que assim remediava todo o mal que tinha cometido antes;
assim, porém, como era tarde para reaver a bênção vendida, o era para desfazer
o mal que os outros casamentos lhe tinham causado. Entretanto, louvemos o seu
desejo de corrigir os erros passados.
Isaque residia em
Berseba, antiga morada dos patriarcas. Dali, Jacó partiu para Harã. Em certo
lugar, cansado da viagem, deitou-se, adormeceu e sonhou. Tinha viajado umas
poucas léguas, talvez 20 ou 25. No sonho teve a visão bem familiar a todos os
leitores de Gênesis: DEUS se aproximou diretamente do seu servo, e, desta
aproximação, saiu um outro Jacó. Segundo João, esta escada representava JESUS ligando
o céu com a terra. Esta foi a primeira lição que DEUS ensinou a Jacó, e ele a
aprendeu bem. Mundano em suas aspirações, pouco escrupuloso em seus métodos,
atirado fora da casa paterna, sem dinheiro e sem proteção, foi um momento azado
para DEUS começar o trabalho que havia de transformar este Jacó no doce e
amoroso patriarca.
Acordado do sonho,
seu primeiro pensamento foi que DEUS morava ali e que mui terrível era aquele
lugar! Os antigos não tinham a concepção espiritual da divindade que nós temos,
nem conheciam tanto de sua onipresença como nós, de modo que uma aparição
destas era tomada logo como prova de que DEUS morava ali; em seguida, erigia-se
o altar para o culto dos sacrifícios. Apressado como ia, Jacó não tinha tempo
de construir este altar. Portanto, usou a pedra que lhe tinha servido de
travesseiro, botou nela um pouco de azeite do que levava consigo para fins
medicinais e chamou ao lugar "Betel", que significa "Casa de
Deus". O nome do lugar antes era Luz. Nesta visão, Jeová repete a promessa
tantas vezes feita de que sua linhagem seria numerosa. Jacó, por sua vez, faz
um voto em base toda comercial, de que, de tudo que DEUS lhe desse, lhe daria o
dízimo. Nisto podemos ver a nova ideia que Jacó teve de Deus, na sua vida. Esta
manifestação foi o despertamento para um novo começo de vida, muito diferente
da que tinha vivido antes. A isto se tem chamado a conversão de Jacó, e tem
sido bem empregada a frase. As experiências que o esperavam não amorteceriam
esta nova concepção de Deus, e, uns trinta anos depois, encontramos Jacó neste
mesmo lugar, oferecendo a Jeová o dízimo de todas as coisas que tinha
conseguido (cap. 35:7).
Esta é a segunda
vez que encontramos a prática do dízimo no Velho Testamento antes da Lei de
Moisés. A primeira foi no caso de Abraão e Melquisedeque. O dízimo parece ter
sido um costume inerente à religião dos patriarcas, ou melhor, uma prática
instintiva da religião. Como não sabemos onde Caim e Abel aprenderam o costume
de oferecer sacrifícios a Deus, assim não sabemos onde Abraão e Jacó aprenderam
a dar o dízimo. O autor crê que estes costumes são tão naturais à religião do
indivíduo como à religião mesma, e a sua não prática representa uma violência
estúpida, uma degeneração de nossa natureza religiosa. Jacó não tinha praticado
o dizimo antes porque sua religião parece ter sido fraca, mas logo que chegou à
noção perfeita de dependência divina em sua vida, o dízimo aparece espontâneo,
como uma parte da religião. Os que se opõem ao dízimo têm uma tarefa difícil
para estabelecer o costume contrário; têm de derruir uma parte considerável de
nossa religião, para desfazer a prática natural desta bênção. O fato é que os
que dão o dízimo ordinariamente podem dar muito mais, e os que não o dão, nunca
podem dar coisa alguma sem constrangimento. DEUS tem abençoado maravilhosamente
os que são fiéis a esta prática e assim tem reivindicado o lugar que ocupa na
Bíblia. Jacó parece haver-se descuidado de dar o dízimo depois de ter
prosperado em Padã-Arã, e foi somente depois do trágico acontecimento com sua
filha Diná, 7 anos após a volta de Harã, que ele veio a Betel e ali ofereceu de
uma só vez os dízimos de todos os anos. Talvez sua negligência causasse aquela
infelicidade doméstica. Lembremo-nos de que DEUS manda que paguemos nossos
votos e que melhor é não prometer do que prometer e não pagar.
Terminada a ereção
da pedra como memorial do aparecimento de Jeová a Jacó e da promessa de pagar
os dízimos de tudo, põe-se a caminho para a terra de seus parentes, em busca da
companheira.
Sobre este costume
de usar pedras como monumentos religiosos, grande crítica se tem feito aos
antigos patriarcas, e muitos críticos têm mesmo afirmado que eles adoravam as
pedras ou praticavam o que se chama Totemismo, prova da religião grosseira e
indigna. Mas este costume em nada revela adoração de pedras, e sim um simples
memorial. O que Jacó fez não foi mais nem menos do que o que hoje em dia se faz
em memória dos grandes vultos, erigindo-lhes estátuas que lembram seus feitos
aos vindouros. Em muitas partes, ainda hoje se pratica o animismo, com toda sua
corte de práticas grosseiras, mas nesta e noutras histórias dos patriarcas nada
há que garanta terem adorado pedras ou árvores ou qualquer outro objeto
inanimado ou animado, senão somente a Jeová; e foi em memória do aparecimento
de Jeová que esta pedra foi ungida por Jacó. Se, pois, qualquer ideia de
adoração existe neste ato, a adoração é a Deus, e não à pedra.
Jacó Continua
Alegremente Sua Viagem até Encontrar os
Pastores em Harã -
29:1-14
Radiante de alegria
com o que tinha acontecido, Jacó levantou o seu pé, como diz o texto em
hebraico, e foi à terra que não conhecia ainda. O primeiro encontro foi com os
pastores, a quem perguntou por Labão, seu tio. Quando ainda estavam falando,
chega Raquel. Encontro dos mais tocantes. Mesmo sem a conhecer, beijou-a e
chorou. Choro de alegria, certamente, por encontrar, uma pessoa da família logo
ao chegar à terra estranha. Beijou-a, num extravasamento de afeto e carinho
para com a que tão de perto falava de sua própria mãe, a quem não mais veria.
Este momento trouxe à mente de Jacó todas as recordações e experiências da vida
passada. Todos os momentos especiais passaram na sua mente como na tela passam
as vistas e figuras da película cinematográfica. Como uma pessoa perdida e que
repentinamente encontra salvação, assim parece que aconteceu com Jacó. Fugindo
à ira de seu irmão, forçado a abandonar o lar paterno e ir a uma terra
desconhecida, ao encontrar a prima, sentiu-se de novo no meio da família, e
isto por si só explica aquela impetuosidade com que depositou nas faces
coloridas da bela Raquel o seu primeiro ósculo.
Passado o momento
de comoção, diz quem é, de onde vem, e Raquel, meio assustada e confundida,
corre a anunciar a Labão a chegada do sobrinho. O encontro foi dos mais
cordiais. Após o abraço de cordialidade, Labão diz que Jacó é seu osso e sua
carne, e pede que fique com ele. Esta expressão, tão comum na Bíblia, indica
íntima relação de parentesco ou afeto.
Jacó Faz Contrato
com Labão para Ganhar Raquel - 15-20
Por um mês Jacó foi
hóspede de seu tio. Depois deste tempo, convinha acertar as condições de
permanência na casa, e Labão perguntou qual seria seu salário. Jacó
voluntariamente se ofereceu para trabalhar 7 anos, para ganhar a sua amada
Raquel. Raquel era a mais nova e, segundo o costume, era a mais velha que devia
casar primeiro. Admitindo-se que Léia fosse meiga, ainda assim a beleza de
Raquel venceu o herói.
Labão,
despretensiosamente, diz que lha daria sem preço, e que melhor seria dá-la a
ele do que a outro. Ainda assim, serviu-o Jacó por 7 anos, o que lhe pareceu como 7 dias, tal o amor que
tinha pela noiva.
Convém notar que
nesta transação nada há que indique o costume de vender as filhas. Jacó tinha
de dizer quanto queria ganhar, e cego pelo amor ofereceu-se para trabalhar 7
anos, e depois casar. Em receber Raquel deu-se por bem pago. Certamente, havia
o costume de dar arras. e, não tendo dinheiro nem bens, deu-se a si mesmo.
Quando Abraão quis casar Isaque, mandou grandes presentes, tanto à noiva como à
família. Este era o costume. Jacó foi mandado vazio, coisa difícil de explicar.
Ou porque os direitos de primogenitura ainda não estivessem decididos, ou por
qualquer outra circunstância desconhecida, Jacó, filho de homem rico, tinha de
dar um valioso presente e, como nada possuísse à mão, deu-se a si mesmo.
Ainda hoje, entre
os árabes, é costume dar as filhas aos parentes mais aproximados, e o primo
carnal tem, ordinariamente, a preferência, caso possa dar o devido prêmio ou
arras.
Triste
Desapontamento de Jacó - 21-30
Findos os 7 anos,
Jacó pediu sua esposa. Labão fez uma festa e convidou os vizinhos. No fim da
festa, posto o véu sobre a cabeça de Léia, entregou-a a Jacó como sendo Raquel.
Só na manhã seguinte Jacó deu pelo logro e foi pedir satisfação a Labão. Este
responde que não era costume dar a mais nova enquanto a mais velha estivesse
solteira, o que era mais uma desculpa e uma trica financeira do que outra
coisa, ainda que de fato este fosse o costume. Talvez Labão soubesse como Jacó
tinha roubado de Esaú o direito da primogenitura, e o defraudador viu-se
defraudado também. Labão morava num lugar de almocreves e traficantes e devia
ser bem perito em tricas comerciais. Tinha gostado do trabalho sincero e
honesto de Jacó, e queria-o por mais 7 anos. Conhecedor do seu amor pela sua
filha, sabia que de bom grado o serviria outros 7 anos. Se os costumes de então
fossem como os de nossos dias, em que o juiz é chamado e as testemunhas têm de
assinar o contrato, seria impossível uma decepção desta natureza. A
simplicidade da vida daqueles tempos, porém, dispensava certas cerimônias, que
tão necessárias são para evitar fraudes sociais e garantir a estabilidade da
família.
Para amenizar a
decepção de Jacó, Labão pede que ele cumpra a semana de Léia e então lhe dará
Raquel, na condição de o servir por mais 7 anos. Jacó teve de aceitar a
proposta, e assim tornou-se polígamo à força. Os efeitos foram terríveis na
vida do patriarca. A disputa e o ciúme da progênie fizeram amargurados muitos
dias de Jacó, como veremos nos capítulos seguintes.
Jacó com Quatro
Mulheres em Lugar de uma Só - As Disputas de Família - 30:1-24
Amoroso como era
Jacó, devotado a uma só mulher como Raquel, viu-se de um momento para outro nas
malhas da poligamia. Raquel era estéril, enquanto sua irmã, Léia, tinha filhos.
Os filhos sempre foram e continuam a ser o mais forte laço entre marido e
mulher, mas a questão aqui ia mais além. A presença de um filho entre os
israelitas era sempre considerada como uma graça e favor de Deus, e a
esterilidade, como desagrado e falta de favor divino. Por outro lado, existia o
desejo e a ambição, por parte de cada homem e de cada mulher, de ser progenitor
de uma numerosa prole.
Uma família
numerosa era a melhor parte da riqueza doméstica. Tomemos estes fatos como
razão sobeja para que Raquel desejasse ter filhos. Há ainda o fato de que,
sendo sua própria irmã sua companheira de lar e não tendo filhos, era muito
natural que o ciúme e a inveja começassem a dominar o seu coração. A tal ponto
foi a sua tristeza, que exigiu de Jacó filhos ou a morte. Este, irado,
respondeu que não estava em lugar de Deus, para dar ou reter prole. Raquel,
nesta emergência, lançou mão do recurso de sua velha parenta Sara, entregando
sua escrava Bilha a Jacó, para que por meio dela tivesse filhos. Jacó, ou por
desejo de ver sua amada satisfeita, ou pelo desejo de numerosa prole, ouviu a
mulher e tomou a escrava como concubina e deu-lhe dois filhos. A este tempo,
Léia tinha deixado de ter filhos e, enciumada pelo progresso da irmã, ofereceu
também a Jacó sua escrava, para dela ter outros filhos. Assim, viu-se o
patriarca, marido de quatro mulheres, em lugar de uma. Qualquer que seja a
culpa que se possa botar em Jacó, o responsável imediato foi Labão. Tivesse
cumprido sua palavra, dando Raquel ao seu amado, teria conservado indiviso o
seu afeto. Entretanto, quão profundos e inescrutáveis são os caminhos de Deus!
Desprezando e dissimulando estas fraquezas, DEUS usou isto para cumprimento de
sua promessa. É assim que faz conosco muitas vezes: esquece nossas fraquezas e
tira delas, para nós e para sua Causa, grandes proventos.
Nos versos 14-17
temos um incidente interessante e que só as condições sociais da época nos
podem ajudar a compreender. Léia tinha cessado de ter filhos, e, ao pedido de
Raquel de lhe dar as mandrágoras que Rúben tinha encontrado no campo (espécie
de maçãs), queixou-se de não só ter sido roubada de seu marido pela irmã, mas
de ainda estar querendo as frutas de seu filho. Como no caso de Esaú, vendendo
a primogenitura a Jacó pelo prato de lentilhas, assim Raquel consentiu em que
Jacó, seu amado, ficasse com Léia por um pouco de mandrágoras. Transação
infantil e ingênua. Mas decerto não foi o desejo de comer as mandrágoras
simplesmente, mas a ideia reinante, ainda hoje, no Oriente, de que estas frutas
predispõem para a concepção. Assim, o pedido de Raquel torna-se razoável em
querer comer a fruta desejada. Esta narrativa revela também o domínio que
Raquel exercia sobre Jacó, a ponto de a outra esposa ter de comprar um pouco de
seu afeto.
Ao leitor
desacostumado ou pouco familiar com os costumes orientais, estas histórias
parecerão um pouco desconcertantes, e até já têm sido, por alguns críticos,
acoimadas de imorais. É, porém, preciso ter presente que aquele povo tinha seus
próprios costumes e viveu há 4.000 anos passados. Nós estamos no século XX e
temos nossos próprios costumes e uma civilização que em muitos pontos
escandalizaria os personagens daquele tempo. Nossa opinião do juízo deve ser
formulado de acordo com os tempos e os costumes daquela época. Assim fazendo,
nos livramos de uma injustiça e poupamos alguém de verberar nossa pouca
familiaridade com a história antiga.
Depois de sete anos
de impaciência e de vergonha, Raquel teve finalmente um filho, a quem deu o
nome de José, que significa "Acrescentará", esperando que Jeová lhe
daria ainda outros. Como temos notado, a paixão por filhos ia ao extremo,
mormente em caso de competição, como esta, em que duas irmãs disputavam para
ver qual teria o maior número. Raquel de fato teve outro filho, mas mal sabia
quanto lhe custaria (35:18).
Jacó Faz Novo
Contrato com Labão - 30:25-43
Os catorze anos de
serviço e exílio tinham terminado, e Jacó desejava voltar à sua terra. Os
motivos que o tinham feito sair talvez tivessem sido amenizados pelo tempo,
mas, enquanto ali permanecesse, não passaria de um empregado sem salário nas
mãos do ambicioso Labão. Toda sua fortuna consistia, depois de catorze anos de
incessante labor em 4 mulheres, 12 filhos e uma filha. Nada mais. Labão, porém,
que sabia o valor de tal servo, sobretudo tendo conhecimento de que Jeová o
abençoava, a ele, Labão, por causa de Jacó, não consentiu que saísse, e
pediu-lhe outra vez que dissesse quanto queria ganhar, alegando ter visto como
Jeová abençoava os seus serviços. Jacó, por sua vez, sabia com que qualidade de
homem estava lidando e cumpria ser seguro no novo contrato, para não ser
espoliado uma vez mais. As condições do acordo encontram-se no verso 32. Todas
as cabras e ovelhas malhadas seriam separadas, e todas as malhadas que dali em
diante nascessem seriam o salário de Jacó. Para evitar mistura, Jacó separou-se
da outra parte do rebanho por um espaço de três dias de caminho. Labão
alegremente aceitou o plano, talvez esperando que Jacó saísse logrado, pois um
negócio destes bem poderia ser chamado negócio de azar. Jacó, porém, devia ter
estudado bem seu plano, sobretudo, devia ter confiança que Jeová vingaria o seu
trabalho das mãos do patrão usurário. O expediente usado por Jacó encontra-se
nos versos 37-43. O autor deixa a explicação do fenômeno para quem melhor a
possa fazer. Entretanto, sabe-se que no tempo da prenhez e, sobretudo, no ato
de concepção, qualquer vívida impressão feita na fêmea é susceptível de
reprodução no novo ser. Descascou, pois, Jacó, as varas em riscos e as pôs
diante do rebanho quando vinha beber, na época do cruzamento, concebendo as
fêmeas diante destas varas postas dentro d'água, cujas listras, pelo movimento
das mesmas águas, ondulavam e produziam impressão no animal. O mais esquisito é
saber onde Jacó adquiriu este conhecimento. Que tinha certeza de que DEUS o
abençoaria, não há dúvida! Mas ter conhecimento de tal experiência parece
singular. Entretanto, acusam os antigos de ignorantes. Há muitos milhares de
sábios, hoje, que ignoram este fato e muitos outros semelhantes a este.
No verso 42, há
alguma coisa que requer explicação. Parece haver duas qualidades de animais no
rebanho, e assim era com efeito. Os animais nascidos no começo da primavera são
mais fortes; os que nascem mais tarde são mais fracos. Este Jacó deixava para
Labão, não punha à prova das varas. Assim, Labão foi logrado, tanto na
qualidade como na quantidade.
Quanto à
honestidade do ato de Jacó, não pode haver dúvida. Agia de pleno acordo com o
contrato. Todos os expedientes eram aceitáveis, contanto que não tomasse animal
algum além dos malhados. Se pudesse fazer com que todos assim nascessem, ainda
estaria sendo perfeitamente fiel ao trato. Parece que Jacó não tinha compaixão
do patrão ao explorá-lo assim, mas, tratando-se de um homem sem escrúpulos como
Labão, era conveniente fazer tudo, menos roubo, para pagar-se do seu trabalho de
14 anos passados. Esta prosperidade não agradou a Labão, que em breve tratou de
se desfazer do genro, que estava fazendo toda a fortuna para si próprio. DEUS condescendeu
em abençoar este servo seu contra a rapacidade de Labão, e serviu-se de um
expediente natural, para compensar a honestidade do homem que tinha trabalhado
noite e dia fielmente, apesar de saber que estava sendo explorado. Entretanto,
diga-se que Jacó colheu o fruto do seu trabalho com seu próprio irmão Esaú. É
possível que tivesse aprendido a lição e que depois procurasse remir sua falta
com aquele grande presente que preparou para Esaú.
A Prosperidade de
Jacó Causa Separação - 31:1-21
Os filhos de Labão
não estavam satisfeitos com o progresso de Jacó, e começaram a murmurar,
dizendo que os tinha roubado. Jacó podia desafiá-los a provar o que diziam,
porque no seu rebanho não havia animal que pertencesse a Labão, conforme o
acordo feito. Labão estava calado e os filhos limitavam-se a murmurar, embora
não satisfeitos, o que Jacó viu no rosto de Labão. Tinha-se criado uma nova
situação. DEUS viu que era tempo de haver separação e avisou Jacó que devia
partir para a sua terra. A comunicação divina vem nos versos seguintes. Labão
estava ausente 3 dias, de viagem (v. 19), para assistir à tosquia dos rebanhos,
ocasião de grandes festas, e Jacó aproveitou a oportunidade da ausência para,
de acordo com a ordem divina, pôr-se a caminho. Certamente, nada tinha que
temer, visto ter um cadastro limpo diante do sogro, porém a prudência mandava
que evitasse qualquer conflito, pois conhecia o homem com quem estava lidando e
bem sabia que não seria fácil a saída, como podemos ver mais tarde.
Chamou as mulheres,
fez um ligeiro histórico da transação com o pai delas e propôs-lhes o caso da
retirada, acrescentando que o Anjo Jeová lhe tinha aparecido, prometendo
confirmar o acordo que fizera com Labão, e que ordenava a volta à terra nativa.
As mulheres, Raquel e Léia, responderam como quem bem conhecia o que as
esperava na casa paterna. "Há qualquer parte ou herança para nós na casa
de nosso pai?" Elas mesmas tinham visto a injustiça com que haviam sido
tratadas pelo próprio pai, que as tinha vendido como escravas, se bem que as
condições tivessem sido algo diferentes. Em si mesmo, o caso implicava em
catorze anos de serviço de Jacó para o pai, e nada para elas. Portanto,
alegremente replicaram que era tempo de partir.
Depois de um longo
intervalo, aparece de novo o Anjo Jeová, que expressamente diz ser o "DEUS
de Betel" que tinha aparecido a Jacó quando vinha fugindo para Harã. Os
leitores já estão familiarizados com esta divina pessoa, que é a segunda da
Santíssima Trindade.
Tudo decidido, Jacó
pôs-se a preparar a partida. Talvez, com seus planos antecipadamente
preparados, só lhe restava aproveitar a ausência do sogro e sair. As mulheres o
ajudaram bastante, anuindo à quase fuga. Pôs o povo nos camelos e o gado na
frente e partiu, roubando o coração de Labão, por sair sem avisar, e Raquel
roubando os serafins da casa. É a primeira vez que ouvimos falar de serafins na
Bíblia. É provável que a família de Labão fosse idólatra, visto ter vindo de
uma terra idólatra. Mas estas imagens não eram propriamente ídolos a que
prestassem culto. Eram os deuses do lar, a que os antigos romanos chamavam
penares. Estes deuses domésticos eram da família, talvez tivessem pertencido a
Terá, Abraão, Naor, e é o que a linguagem de Labão implica (vv. 30 e 53).
Alguns comentadores não poupam Labão e sua família, taxando-os de idólatras,
pelo fato de terem em casa estes serafins. O autor pensa diferentemente, ainda
que ache plausível, que não fossem rigorosamente monoteístas. Abraão e Naor
vieram de uma terra idólatra, e talvez fossem idólatras até DEUS lhes aparecer,
e não seria possível que de um momento para o outro mudassem radicalmente de
religião. Mudanças desta natureza não se operam da noite para o dia. Daí o fato
de reterem certos objetos de culto. O que não parece razoável é que
continuassem idólatras como os demais povos. Por outro lado, a comunicação
divina foi especialmente para Abraão, e não para Naor e seus filhos, de modo
que, enquanto Abraão e sua geração se desfizeram da idolatria, seus parentes
bem podiam continuar praticando-a em certo grau. Jacó não pode, de modo algum,
ser acusado de comparticipar do ato da mulher, roubando e escondendo os deuses.
Estava inteiramente ignorante do ocorrido, como se vê no cap. 31, V. 32
Labão Persegue a Jacó
- 31:22-35
Três dias depois da
partida de Jacó, alguém disse a Labão que seu genro tinha fugido. Labão estava
longe da casa três dias de caminho. Pela narrativa, parece que voltou à casa
para ajuntar seus irmãos e perseguir o genro. Portanto, Jacó estava com seis
dias de viagem, quando Labão saiu de Padã-Arã. A viagem era demorada, por causa
dos rebanhos, das mulheres e crianças, de maneira a tornar possível a Labão
alcançá-lo depois de alguns dias.
Talvez Labão
encontrou Jacó pelo oitavo dia de viagem, nas montanhas de Gileade. A expressão
"seus irmãos" não quer dizer os irmãos carnais de Labão, mas estes e
todos os aparentados, vizinhos e associados, servos, etc. Podemos inferir que
uma boa companhia de perseguidores se reuniu em torno de Labão como capitão. O
propósito não parece ser tirar uma mera satisfação, mas fazer voltar o
fugitivo, com toda a sua casa, e reduzi-lo a pior condição do que aquela em que
tinha estado por muitos anos. Valeu a Jacó o seu Deus, que em sonho proibiu
Labão de tocá-lo. DEUS era seu protetor e bastava isto para que estivesse a
coberto de qualquer incidente desagradável.
Não é possível
dizer se Labão encontrou Jacó no monte Gileade mesmo ou nas montanhas do mesmo
nome. Em hebraico é fácil a confusão entre monte ou montanhas. Em qualquer dos
casos, Jacó estava longe de Padã. As montanhas de Gileade formam a região
elevada, a leste do Jordão, com umas 60 milhas de extensão. O ponto culminante
é chamado Monte Gileade. Parece que Jacó encontrava-se nas montanhas de Gileade
e não, propriamente, no monte principal. Labão acampou perto do seu inimigo.
Muito suntuosamente, Labão repreende Jacó por fugir sem lhe ter dado ocasião de
beijar os filhos e as filhas, e então despedi-los com música e flores. Estas
palavras de Labão não eram verdadeiras. O que o fez falar assim foi a
entrevista que DEUS teve com ele.
Pelo que nos diz o
texto sagrado, o propósito era, como vimos, reduzir Jacó à submissão e fá-lo
voltar. Não havia motivo para tanta gente acompanhar Labão, se este não fosse o
propósito, mas agora DEUS lhe proibiu de fazer bem ou mal a Jacó, e mostrasse
contrariado porque não houve oportunidade para separação amistosa e alegre. O
ímpeto de Labão arrefeceu depressa.
A resposta de Jacó
foi que tinha medo de ser roubado na família e em tudo mais. Declaração franca
e verdadeira. Agora que não era possível levar por diante o propósito de fazer
voltar Jacó, só uma outra coisa faltava a Labão: achar os ídolos. Jacó nem
sequer suspeitava que a sua amada Raquel os tivesse roubado e escondido.
Não trepidou em
oferecer a vida de alguém que os tivesse tomado. Por certo o que animou Jacó
foi a certeza de que os deuses não estavam em seu acampamento, e que isto era
um mero pretexto de Labão e não o desprezo que ele, Jacó, tivesse pela vida de
qualquer dos seus. Quando chegou perto de Raquel, ela deu sua desculpa de não
poder mover-se. No seu tratamento para com o próprio pai, usa linguagem muito
do seu tempo, chamando o pai de senhor, no sentido de escrava. Depois de a
devassa terminar e nada ser encontrado, a ira de Jacó chegou ao auge. Os versos
36-42 são um discurso vindicativo, onde a honestidade de um homem contra a
vilania de outro chega ao ápice. Jacó queixa-se dos maus tratos a que tinha
sido submetido por 20 anos e, por fim, do vexame causado por seu sogro, de lhe
remexer tudo, para achar uma coisa que lá não estava; de o haver julgado ladrão
e de ter pouca cortesia pelo lar alheio. Remata, dizendo que se não fora o DEUS
de seus pais, por certo teria sido despedido vazio. Jacó colheu, em dobrada
medida, os frutos de sua sementeira com seu próprio irmão.
Concerto entre Jacó
e Labão - 31-43-45
Aos protestos de
Jacó, replica Labão, em tom orgulhoso e adulador, que as filhas eram suas
filhas, e os meninos seus meninos, o gado e tudo mais que Jacó possuía era seu.
Agora, que posso eu fazer a ti e a tudo que é teu? Conforme os costumes
orientais do tempo e de acordo com o uso patriarcal, o chefe da casa era o
senhor de tudo, mas, no caso atual, isto não era exato. Serviu para adoçar a
boca de Jacó e fazer terminar a contenda de bons termos. Assim, depois de
feitas as pazes, Labão convida o genro para entrarem num concerto amigável.
Juntaram um monte de pedras, para servir de testemunho, conforme o costume,
comeram e beberam sobre o monte e invocou cada um o seu Deus. Labão invocou o DEUS
de Abraão, de Naor e de Isaque. Jacó invocou o "Temor de seu pai
Isaque". Labão invocou a DEU Sem linguagem politeísta, e Jacó, para
invocar o DEUS verdadeiro, chamou-o pelo "Temor de Isaque". O monte
de pedras foi chamado "o monte do testemunho" ou Jeo-ar-Saaduta. Jacó
chamou o monte pelo nome Galced que significa o mesmo. Labão acrescentou o nome
"Mizpá", que significa a torre do testemunho.
Terminada a
cerimônia, ofereceram sacrifícios e se despediram amigavelmente.
Nota: Labão usou o
nome Elohim, que é traduzido Deus, mas a palavra está no plural, e foi no
sentido de deuses que a usou, pelo que Jacó preferiu usar o "Temor de
Isaque", que significa o verdadeiro DEUS que Isaque conhecia. É
inexplicável por que todas as traduções são a palavra Elohim, Deus, na boca de
um idólatra, quando devia ser deuses, que é o que a palavra literalmente
significa.
No verso 53, tanto
o verbo como o substantivo, estão no plural, significando os "deuses de
Abraão", e não o DEUS de Abraão. As traduções inglesas e americanas
inserem na margem: "ou deuses". Não há possibilidade de dúvida sobre
esta interpretação. Labão conhecia alguma coisa do DEUS verdadeiro, mas não o
bastante para o reconhecer como o único Deus.
Terminada a
cerimônia, Jacó ofereceu sacrifícios no monte, convidando os parentes para a
festa. Estes sacrifícios, como temos visto, são, ordinariamente, a maneira de
selar um pacto feito entre duas ou mais pessoas.
Jacó Prepara-se
para Encontrar Esaú - 32:1-12
Após os incidentes
do último capítulo, Jacó marchou para a terra de seu nascimento. De caminho,
encontrou um exército de anjos. Nada se nos diz do motivo deste aparecimento
celestial, mas é bem possível que viessem confortá-lo, depois da transação que
tinha tido com Labão. Este lugar ficou sendo chamado "Manada" que
significa dois acampamentos ou exércitos. A geografia é um tanto incerta sobre
o lugar exato deste aparecimento, mas os melhores mapas o colocam ao norte do
ribeiro de Jacó. Davi, em sua fuga de Absalão, chegou a este lugar no segundo
dia da saída de Jerusalém, o que mostra não ser muito distante do citado
ribeiro.
De Maanaim para o
país de Seir, onde Esaú morava, era jornada de alguns dias. Jacó mandou
mensageiros a seu irmão, anunciando sua prosperidade e grandeza, para desta
forma ganhar sua simpatia. Enquanto voltavam, Jacó esperava pela resposta. Ele
não se aventurava a chegar perto. A submissão oferecida por Jacó foi
humilhante. Era o senhor, mas aqui se declara servo. Jacó não era homem para a
luta. Se tivesse oportunidade de conseguir vitória por qualquer meio astuto,
bem; .se não, deixava as coisas correrem por si mesmas.
O sucesso da
embaixada foi infeliz. Mal os mensageiros tinham viajado alguns dias, souberam
que Esaú vinha ao encontro do irmão. A impressão foi desoladora, como podemos
imaginar. Demais, vinha acompanhado de quatrocentos homens. Estes preparativos
denunciavam motivos hostis, e sobre isto Jacó não tinha a menor dúvida. A ira e
o rancor de meu irmão não esmoreceram, pensava Jacó, e agora é o tempo de pagar
caro a minha astúcia. Escapando de Labão, caiu nas mãos de seu maior inimigo.
Outro, que não fora este servo de Deus, poderia ter tão pouca confiança no DEUS
que lhe tinha dito: "Sai e vai-te à terra de teus pais." Mas, depois
de tantas provas de apreço por parte de Deus, não era motivo para temer; porém
Jacó não era homem para todas as ocasiões. Diante disto, só lhe restava orar, e
foi o que fez.
A Oração de Jacó
O primeiro
expediente foi dividir o povo que estava consigo em duas companhias, cada uma
com uma parte do gado, para, no caso de uma ser apanhada, a outra poder
escapar. Feito isto, derramou seu coração perturbado diante de DEUS e orou.
Nesta simples, mas bela oração, lembrou que DEUS era o DEUS de seus pais Abraão
e Isaque, e sobretudo, o DEUS que o tinha mandado sair de Padã-Arã, como que
dizendo: "Se era para cair nas mãos de meu irmão, para que me mandaste
vir?" Humildade e inteira dependência dominam o espírito desta súplica.
Talvez, a primeira oração encontrada na Bíblia, como Pratis sugere. Sobretudo,
ele apelou para o fato de que DEUS lhe tinha prometido fazer bem.
Dividido em dois
grupos, desfalecido e desalentado, seu coração pairava sobre suas mulheres e
filhos, que não viessem a ser presa da ira do irmão ofendido. Quão terrível a
consciência de que estamos recebendo os frutos da sementeira na vida! 20 anos
se tinham passado, mas a consciência da ofensa ao irmão mais velho não tinha
morrido e, se não fora a ideia de que DEUS lhe havia prometido fazer bem, teria
sucumbido. Na oração, ele encontrou lenitivo.
O Expediente de
Jacó para Ganhar o Irmão - 32:13-31
O nosso herói era
rico em expedientes. Descansou aquela noite, e de manhã pôs mãos à obra. Não
obstante saber ou calcular o propósito da vinda do irmão, pensou também que um
bom presente acalmaria o ímpeto do irmão irado. Preparou um presente de 200
cabras, 20 bodes, 200 ovelhas, 20 carneiros, 30 camelas de leite com as crias,
40 vacas, 10 novilhas, 20 jumentas e 10 jumentinhos. Entregou cada grupo na mão
de um servo e mandou-os adiante com instruções para, quando se encontrassem com
Esaú e este perguntasse de quem era o gado, respondessem: "São de teu
servo Jacó, é presente que envia a meu senhor Esaú." Encontrando o segundo
rebanho, receberia a mesma resposta, o terceiro, o quarto e até o último.
Por mais duro que
fosse o coração, em busca de vingança, seria quebrantado diante de tanta
liberalidade e amizade por parte do ofensor. Demais, criaria a impressão de que
este homem que assim vinha oferecer presentes era pessoa cuja amizade valia
alguma coisa, não era inimigo fácil de vencer. Finalmente, se tudo isto não
apaziguasse Esaú, pelo menos abrandaria o seu furor e tornaria a tarefa do
encontro algo mais suave. Como diz Provérbios 18:16: "O presente do homem
lhe alarga o caminho e leva adiante os grandes." Parece que
o homem mais
zangado do mundo se acalmaria antes de acabar de receber todos esses presentes,
diz o Dr. Carroll.
Tudo que um homem
sábio podia fazer estava feito. Agora, cumpria enfrentar o inimigo cara a cara.
Fugir era impossível e desastroso. Em Padã-Arã nada havia. A leste ou oeste, as
terras não eram suas. Assim, mandou o presente adiante e, com um pouco de
distância, continuou a marcha em direção do sul.
A Luta com o Anjo -
vv. 22-32
Toda a narrativa
passada teve lugar em Maanaim. Agora que os presentes iam adiante, Jacó passou
a família para o lado oposto do rio Jaboque e ficou sozinho por algum tempo,
pensam alguns comentadores, para poder orar melhor. A noite devia estar em
meio. Que apreensões e ansiedades dominariam seu pensamento! Por fim, ele mesmo
dispõe-se a passar o riacho. De repente, um estranho personagem se aproxima e a
luta começa. A princípio Jacó desejava ver-se livre, mas pouco a pouco a luta
pareceu algo misteriosa, e não deixou que o companheiro de luta se separasse
antes de o abençoar.
Este pedido de
bênção torna claro que conheceu estar lutando com uma personalidade celeste.
Quando o dia vinha clareando, disse o Anjo: "Deixa-me ir, porque já a alva
subiu." Jacó, porém, não o deixou antes que o abençoasse. O Anjo
pergunta-lhe qual o seu nome e ele responde: Jacó. O Anjo muda-lhe este nome,
de Suplantador, para o de "Israel", que é Lutador com Deus. O nome de
Jacó relembrava um dos feitos mais tristes de sua vida e, agora que estava nas
vésperas de se cumprirem as grandes promessas de Deus, seu nome era mudado. (Alguns
comentadores traduzem a expressão por: "príncipe que luta com Deus"
ou "soldado de Deus".) O motivo de o Anjo lhe dar este nome foi
porque lutou com DEUScomo príncipe e prevaleceu com ele e com os homens. Com DEUStinha
lutado, saindo vencedor, mas quem eram os homens com quem prevaleceu? Os 400
homens de Esaú, pensam muitos comentadores, e há razão para este pensamento. O
autor, porém, crê que a expressão inclui mais do que estes 400 homens, que
todos os inimigos presentes e futuros: Labão, cananeus, egípcios etc. Jacó
perguntou-lhe também como se chamava. Mas o Anjo recusou-se a responder.
Abençoou-o ali, e se foi. Jacó, entretanto, sabia quem era o visitante, porque
deu ao lugar o nome de "Penuel" (face de Deus), acrescentando que tinha
visto DEUS face a face e não tinha morrido. A crença era que homem algum podia
ver a DEUS e viver. Mais tarde, esta crença foi confirmada por DEUS mesmo (Êx.
33:20). Oséias chama este Anjo pelo nome de DEUS (Oséias 12:1-5). Este Anjo era
o LOGOS, o Filho de Deus, que é já bastante familiar aos leitores destas notas,
e que daqui até à eternidade será o constante guia e diretor do seu povo, o
capitão das hostes de Jeová (conf. Éx. 3:2; Jz. 13:21-23 e ref.). O Anjo do
concerto aparece agora ao herdeiro das promessas como havia aparecido ao primeiro,
a quem haviam sido feitas, o eterno Filho de Deus, que em tempo havia de
aparecer entre os homens, e aparece aqui como um raio de luz numa noite de
trevas, anunciando que a alvorada vem em breve.
Nesta luta, Jacó
ganhou uma medalha, que não mais perdeu. Vendo o Anjo que não prevalecia,
adaptando a linguagem às inteligências humanas, tocou-lhe a coxa e marcou-o
para toda a vida. Quando passou o ribeiro, manquejava. Por isto os filhos de
Israel não comem esta parte dos animais.
Qual seria o efeito
sobre Esaú, ao ver este homem coxeando? Sem pau na mão, sem capacidade física
para uma luta corporal, com um coração penitente, revelado no grande presente
feito, não teria isto influído poderosamente em Esaú, caso quisesse vingar-se?
Este Jacó não é mais o Jacó que roubou a bênção auxiliado por sua mãe. O tempo,
as circunstâncias, as experiências e sobretudo DEUS mudaram este homem. O Dr.
Carroll aconselhava seus discípulos a comprar todos os comentários e livros
sobre esta luta de Jacó com o Anjo, e dizia que neste incidente está o segredo
de poder de Jacó. É certo isto. Vale a pena os pregadores lerem e relerem esta
história. Ela é sempre nova. Depois de um contacto destes com Deus, Abraão,
Paulo e muitos outros foram mudados para toda a vida.
(O riacho de Jaboque
está seco seis meses do ano, e mesmo quando cheio tem pouca água. O autor
passou a seco este rio há tempos atrás. Nem sinal de água. Em certo ponto os
árabes Indicam o lugar da luta entre o Anjo e Jacó. É um lugar deserto
atualmente; a não ser uma birosca, nada mais se vê no local.)
JACÓ - Manual de
Duvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia
GÊNESIS 25:31-33 - Jacó comprou o direito da primogenitura ou o conseguiu por
meio do engano?
PROBLEMA: Este texto diz que Jacó pediu a Esaú que lhe vendesse o direito de
primogenitura. Mas Gênesis 29:1ss conta-nos que para recebê-lo ele valeu-se do
engano.
SOLUÇÃO: Jacó comprou o "direito da primogenitura", mas obteve a
"bênção" por meio do engano. São duas coisas diferentes. Assim, não
há uma real divergência.
GÊNESIS 27:42-44 - Jacó retornou a Harã para fugir de Esaú ou para ter uma
esposa?
PROBLEMA: Rebeca disse a Jacó: "Retira-te para a casa de Labão, meu irmão,
em Harã; fica com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão" (Gn
27:43-44). Mas em Gênesis 28:2 a razão dada foi para que tomasse "lá por
esposa uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe". Qual foi a razão
afinal?
SOLUÇÃO: Jacó retornou para Harã pelas duas razões. Duas ou mais razões para a
mesma coisa não é incomum na Bíblia. Compare os seguintes casos:
1. A exclusão de Moisés da Terra Prometida foi por causa da incredulidade (Nm
20:12), da rebelião (Nm 27:14), da transgressão (Dt 32:51) e das palavras
irrefletidas (SI 106:33).
2. Saul foi rejeitado por DEUS por um sacrifício ilegal (1 Sm 13:12-13), por
desobediência (1 Sm 28:18) e por consultar a feiticeira de En-Dor (l Cr 10:13).
GÊNESIS 29:21-30 - Quando Raquel foi dada a Jacó como esposa?
PROBLEMA: Em Gênesis 29:27 Labão diz a Jacó que complete a semana das festas
nupciais com Lia, e que então Raquel lhe seria dada. Entretanto, o versículo
também diz que ficou acertado entre Labão e Jacó que em contrapartida a mais um
período de sete anos de serviço, Raquel seria dada a Jacó. Quando Raquel foi
dada a Jacó: no fim da semana nupcial com Lia, ou ao se completarem os sete
anos de serviço?
SOLUÇÃO: A passagem indica que Raquel foi dada a Jacó após os sete dias que
compreendiam as festas nupciais de Lia. A festa de casamento geralmente durava
sete dias (cf. Jz 14:12). Labão acertou com Jacó que Raquel se tornaria sua
mulher ao fim daquela festa de sete dias e, em contrapartida, Jacó serviria
Labão por um período adicional de sete anos. Ironicamente, Jacó, que tinha
usado do engano na questão da primogenitura de Esaú, agora fora enganado por
Labão
GÊNESIS 31:20 - Como pôde DEUS abençoar Jacó, depois de ter ele enganado Labão?
PROBLEMA: Em Gênesis 31:20, o texto diz que "Jacó logrou a Labão" ou
seja, enganou-o, "não lhe dando a saber que fugia". Entretanto, DEUS abençoou
Jacó ao aparecer a Labão, advertindo-o de que não falasse a Jacó "nem bem
nem mal" (Gn 31:24). Como DEUS pôde abençoar Jacó depois de ele ter
enganado Labão?
SOLUÇÃO: Primeiro, a tradução da palavra hebraica de Gênesis 31:20 não é necessariamente
"enganar". Literalmente, no hebraico a frase é: "E Jacó roubou o
coração de Labão". Esta é uma expressão idiomática hebraica que pode ser
utilizada, num determinado contexto, para significar "enganar" ou
"usar de astúcia". Jacó não disse a Labão que ia sair, nem lhe disse
que ia ficar. A razão por que ele saiu sem nada dizer a Labão possivelmente
tenha sido o fato de que ele temia Labão (cf. Gn 31:2). Jacó tampouco tinha
qualquer obrigação de permanecer com Labão, porque ele havia cumprido tudo o
que fora tratado entre eles. Apesar das acusações feitas por Labão, eram justos
o temor de Jacó e o seu ato de sair sem nada dizer a Labão.
Segundo, mesmo admitindo-se que Jacó estivesse envolvido numa farsa, DEUS não o
abençoaria por causa desse pecado, mas apesar de suas falhas. Este caso é outro
exemplo do princípio de que "nem tudo que é registrado na Bíblia é por ela
aprovado " (veja a Introdução).
DEUS havia escolhido Jacó para que ele viesse a tornar-se o pai das doze tribos
de Israel não porque ele fosse reto, mas por causa da graça de Deus. O Senhor
pôde abençoar Jacó segundo a sua graça, mesmo sendo ele um pecador. Através da
experiência de Jacó com Labão, e mais tarde seu confronto com Esaú e sua luta
com o anjo do Senhor à noite, é que o caráter de Jacó foi trabalhado de forma a
tornar-se um vaso adequado para o uso de Deus.
Referências
Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia
Amplificada - Bíblia Católica Edições Ave-Maria - Bíblia da
Liderança cristã - John C Maxwell - Bíblia de Estudo Aplicação pessoal -
CPAD
Bíblia de
Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil,
2006 - Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida
Revista e Corrigida. Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português
por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e
Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA:CPAD, 1999. BÍBLIA ILUMINA EM CD
- BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD. - Bíblia NVI -
Bíblia Reina Valera - Bíblia SWord - Bíblia Thompson -
Bíblia VIVA - Bíblia Vivir
Bíblias e
comentários e dicionários diversas da Bíblia The Word - Comentário Bíblico
Moody - Comentário Bíblico Wesleyano
Champlin,
Comentário Bíblico. Hagnos, 2001 - Coleção Comentários Expositivos Hagnos
Concordância
Exaustiva do Conhecimento Bíblico "The Treasury of Scripture
Knowledge" - CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S,
Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Dicionário de
Referências Bíblicas, CPAD - Dicionário Strong Hebraico e Grego -
Dicionário Teológico, Claudionor de Andrade, CPAD - Dicionário Vine
antigo e novo testamentos - CPAD
Enciclopédia
Ilúmina - Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita -
Editora: JUERP - Gênesis - Comentário Adam Clarke - Série Cultura
Bíblica - Vários autores - Vida Nova
Gênesis -
Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
Gênesis a
Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George
Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Gênesis -
Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa
Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
Gênesis a
Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George
Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD
- Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as
Coisas - Pr. Elienai Cabral - Revista CPAD
Revista CPAD
- Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis
- Lição 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes
Revista CPAD
- ABRAÃO - 4º Trimestre de 2002 - ÊXITOS E FRACASSOS DO AMIGO DE DEUS -
COMENTÁRIOS DE Pr. ELIENAI CABRAL
Hermenêutica
Fácil e descomplicada, CPAD - HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996
Dicionário
Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD - Manual
Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD - Peq. Enc. Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Revista CPAD
- Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as
Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Revista CPAD
- Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis
- LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes
Tesouro de
Conhecimentos Bíblicos / Emilio Conde. - 2* ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983
VÍDEOS da EBD na
TV, da LIÇÃO INCLUSIVE - https://ebdnatv.blogspot.com/ http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
-- www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net -
www.portalebd.org.br/
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REVISTA NA ÍNTEGRA
Lição 10, Betel, Jacó – quando um pecador quer mais de DEUS, 2Tr23,
Pr Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
ESBOCO DA LIÇÃO
1- Fugindo do homem em busca de DEUS
1-1- Jacó crê na importância da benção
1-2- Fugindo para o encontro com DEUS
1-3- Um encontro com o DEUS de Abraão
2- Coisas melhores de DEUS
2-1- Promessas imutáveis de um DEUS imutável
2-2- Um pecador se converte
2-3- O pai de príncipes
3- DEUS conosco
3-1- O DEUS abençoador
3-2- Foge, eu estarei com você
3-3- Marcado por DEUS
TEXTO ÁUREO
"Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia." Gênesis 28.16
VERDADE APLICADA
Para sermos bem-sucedidos na jornada cristã, precisamos ter
consciência de que, em todo o tempo, dependemos das bençãos de DEUS, concedidas
por graça.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - GÊNESIS 28.12,13; 15-17
12. E sonhou: e eis uma escada era posta na terra, cujo topo tocava
nos céus; e eis que os anjos de DEUS subiam e desciam por ela.
13. E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o
Senhor, DEUS de Abraão, teu pai e o DEUS de Isaque. Esta terra, em que esta
deitado, te darei a ti e tua semente.
15. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que
fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja
feito o que te tenho dito.
16. Acordado, pois, Jacó do seu Sono, disse: Na verdade o Senhor
está neste lugar, e eu não o sabia.
17. E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro
lugar senão a casa de DEUS; e esta é a porta dos céus.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA Gn 28.18-22 A coluna de Betel.
TERÇA Gn 29.16-20 O encontro de Jacó com Raquel e Leia.
QUARTA Gn 31.1-7 DEUS manda Jacó retornar.
QUINTA Gn 32.22-32 Jacó luta com um anjo.
SEXTA Gn 35.1-13 DEUS manda Jacó a Betel para erguer um altar.
SABADO Is 6.1-7 Os meus olhos viram o Senhor dos Exércitos
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Falar sobre os movimentos de Jacó: fuga e busca.
- Ensinar que DEUS tem coisas melhores para nós.
- Mostrar que DEUS estava com Jacó.
HINOS SUGERIDOS - 12, 15, 69
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que DEUS nos dê sede e fome pela Sua presença.
INTRODUÇÃO
Veremos na presente lição o processo pelo qual DEUS conduziu Jacó,
visando o desenvolvimento de Seu glorioso plano de redenção. Bem-aventurado
todo aquele que aproveita as oportunidades e responde ao agir de DEUS com fé e
submissão ao Seu propósito para o Seu povo.
1- Fugindo do homem em busca de DEUS
Nesta lição veremos dois movimentos na vida de Jacó: sua fuga do
seu irmão que quer matá-lo e sua busca por DEUS, que quer abençoá-lo.
1-1- Jacó crê na importância da benção
Jacó não é apresentado pela narrativa bíblica como um herói, embora
tenhamos a tendência de fazê-lo. Ele era o menor [Gn 25.23], mentiroso [Gn
27.20], introvertido, oportunista, trapaceiro e inseguro [Gn 27.12]. Porém, há
nele um ponto positivo que o coloca em posição de receber a graça de DEUS: Jacó
desejava mais de DEUS! Apesar de ter o perfil de segundo, nunca aceitou ficar
para trás. Desde o seu nascimento gemelar [Gn 25.24-25]. Sabendo que seu irmão
receberia as bençãos da primogenitura, não esconde sua ambição [Gn 25.31]. Jacó
quer mais de DEUS. Porém, é um tolo e aceita meios tolos de conseguir. Ainda
precisa amadurecer para ser o que DEUS quer que ele seja. Jacó precisa que DEUS
opere uma transformação em sua vida.
1-2- Fugindo para o encontro com DEUS
Depois que é abençoado no lugar de Esaú, Jacó enviado para Harã por
ordem de Isaque, seu pai, por meio de outra manipulação de sua mãe Rebeca. Ela
sabe que Esaú está decidido a matá-lo e por isso lhe ordena fugir para Harã [Gn
27.41-45]. Para fazer Isaque concordar com a ideia, Rebeca diz que sentiria
desgosto de vida se Jacó se casasse com mulheres estrangeiras, como fez Esaú
[Gn 27.46; 28.1-2]. Com isso, Jacó foge sob a benção do seu Pai para buscar uma
esposa entre as filhas de Labão, seu tio [Gn 28.5]. Jacó está fugindo da morte.
Mas ele encontrará a vida. Em sua pior agonia, DEUS está preparando o melhor
para ele.
1-3- Um encontro com o DEUS de Abraão
Até este momento na vida de Jacó, Yavé já era o DEUS do seu avô
Abraão e do seu pai Isaque. Mas ainda não era o seu DEUS. Este encontro vai
mudar tudo [Gn 28.10-14]. Jacó pensa aqui em sobreviver a seu irmão e encontrar
uma esposa em Harã. DEUS tem para ele coisas muito melhores. Ao se deitar ao
fim do dia da longa viagem, adormece sobre uma pedra e tem um sonho espiritual.
Os céus e a terra se tocavam por meio de uma escada repleta de anjos divinos.
Jacó entende que o céu está se comunicando com a terra e que DEUS se fez
acessível aos homens!
2- Coisas melhores de DEUS
Não sabemos o que o nosso
futuro nos reserva. Principalmente se estivermos vivendo um presente
turbulento, resultado de um passado de tropeços. Mas DEUS tem coisas melhores
para nós.
2-1- Promessas imutáveis de um DEUS imutável
Jacó havia recebido as promessas de bençãos do pacto por meio de
seu pai Isaque [Gn 28.3-4]. Agora, porém, ele está recebendo isso do próprio DEUS
[Gn 28.10-22]. Com isso DEUS está aprovando Jacó como seu escolhido, conforme
revelou a sua mãe Rebeca no começo, de que ele seria o pai e líder de nações [Gn
25.23]. As trapaças de sua mãe e o seu oportunismo não invalidaram o propósito
nem anularam as
promessas de DEUS: "Em ti e na tua semente serão benditas
todas as famílias da terra" [Gn 28.14]. Parece
que estamos ouvindo o eco do que foi dito a Abraão [Gn 12.3;
18.18]. As mesmas promessas confirmam
que se trata do mesmo DEUS. E é este DEUS que Jacó e seus
descendentes terão com eles por toda a sua história [Gn 28.15].
2-2- Um pecador se converte
Jacó entendeu que estava na "casa" de DEUS [Gn 28.16-17].
E Jacó, o neto do crente Abraão e filho do crente Isaque, agora irá se
converter [Gn 28.18-22]. Os sinais de conversão em Jacó servem muito bem para
testar a nossa. Ele teve discernimento espiritual da presença de DEUS [Gn
28.16-17]. Ele ofereceu
uma oferta de libação ao Senhor [Gn 28.18]. Ele faz um voto
confiando na proteção e na provisão de DEUS [Gn 28.20]. Ele levanta um lugar de
adoração [Gn 28.22] e promete honrar a DEUS com suas finanças [Gn 28.20]. Tudo
o que vemos em Jacó entrega. E tudo o que Jacó quer mais de DEUS! Estas ações e
atitudes de Jacó sinalizam o início de uma profunda mudança que está ocorrendo.
Ou seja, vemos o patriarca inserido no processo de DEUS visando transformações
e aperfeiçoamento. Afinal, perfeito e glorioso é o plano de DEUS.
2-3- O Pai de príncipes
Para os judeus, DEUS era o Senhor da vida e, por isso,
o nascimento de uma criança era benção do Senhor e um ventre
estéril, uma ação divina em fechar a madre. A preferida de Jacó era o caso.
Enquanto Leia deu a Jacó 6 filhos (Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e
Zebulom), a serva de Leia, Zilpa, deu a Jacó mais
dois, Gade e Aser. Mas Raquel até então não havia lhe dado nenhum,
pois era estéril [Gn 29.31]. Por isso propôs a Jacó um filho através da sua
serva Bila. Dela nasceram Dã e Naftali. Mas isso não é a mesma felicidade de
ser mãe. A angústia de Raquel [Gn 30.1] se transformou em oração e esta oração
foi ouvida [Gn 30.22]. DEUS dá a Raquel e a Jacó aquele que seria o cabeça da
tribo: José [Gn 30.24]! Mais tarde nasceu de Raquel também Benjamin [Gn 35.18].
3- DEUS conosco
Jacó nunca poderia imaginar como a vida dele se tornaria tão
abençoada apesar de ele ser quem era. Mas DEUS resolveu cercá-lo de bençãos e
estar com ele todo o tempo.
3-1- O DEUS abençoador
A sorte de Jacó realmente foi mudada por DEUS depois da sua conversão.
Ele encontra sua esposa e a enxerga como resposta de DEUS [Gn 29.1-13]. Porém,
seu sogro Labão o engana, dando a ele sua filha mais velha Leia ao invés da
mais nova Raquel [Gn 29.16-27]. Jacó acaba tendo que trabalhar 14 anos de graça
para ficar com sua preferida [Gn 29.28-30]. Mas DEUS também estava nisso, conforme
se verá, pois, dentre os filhos de Israel que formariam as 12 tribos, alguns
eram com Leia. Labão é um ganancioso e esperto. Jacó parece estar tendo que
lidar com um usurpador melhor do que ele foi. Mas DEUS resolveu abençoar Jacó
em tudo e nem as armações do esperto do seu sogro conseguiam prejudicar a vida
de Jacó [Gn 30.25-43].
SUBSÍDIOS 3-1
Parece que todos os filhos importantes na Bíblia nasceram de uma
mãe estéril, situação que exigiu um milagre divino. Sara, a mulher de Abraão
[Gn 16]. DEUS por milagre lhe deu Isaque, filho da promessa. Rebeca, esposa de
Isaque, a qual DEUS agiu para gerar Esaú e Jacó [Gn 25.19-27]. Raquel, a
preferida de Jacó, de quem DEUS abençoou o ventre e gerou José, o marco de Israel
[Gn 26]. Temos ainda Ana [ 1Sm 1], da qual nasceu o grande profeta Samuel.
E, dentre tantos outros nascidos por meio de um milagre divino,
temos Maria, da qual nasceu JESUS CRISTO, o nosso Salvador. O DEUS que decidiu
abençoar.
3-2- Foge, eu estarei com você
Pode parecer estranho ouvir DEUS dizer: Fuja! E mais: "Eu
estarei com você" [Gn 31.3]. Se DEUS diz que está com a gente, presumimos
que não precisamos fugir de nada. Quando o enganador não se dá bem, sempre acha que está sendo enganado
[Gn 31.1-7]. Nem toda esperteza do mundo pode prejudicar aquele que DEUS
decidiu abençoar [Gn 31.7-13]. Para as esposas de Jacó, DEUS havia literalmente
transferido as riquezas do seu Pai trapaceiro para Jacó, riqueza que elas
também tinham direito [Gn 31.14-16]. DEUS realmente estava mandando
Jacó fugir. Não porque não poderia
protegê-lo, mas porque os planos que tinha para Jacó já não estavam
mais naquela terra. Mas nem mesmo o próprio Labão pode negar a presença de DEUS
na vida de Jacó [Gn 31.22-55].
3-3- Marcado por DEUS
DEUS já havia mudado o coração de Jacó quando se revelou a ele em
Betel por meio de uma escada que tocava do céu a terra. Agora DEUS está mudando
seu nome e seu caminhar [Gn 32.22-28]. Em Betel Jacó
discerniu que estava na casa de DEUS [Gn 28.18-19]. Mas agora em
Peniel ele declara que viu a Sua face e continuou vivo [Gn 32.30]. Jacó segue
mancando,
porém abençoado por DEUS [Gn 32.29-32]. O servo de DEUS não será mais conhecido como "agarrador de
calcanhar, suplantador" (Jacó), mas, sim, como o guerreiro de DEUS
(Israel) [Gn 32.28]. Um prenúncio de que o povo de DEUS não guerrearia sozinho,
mas o próprio DEUS estaria lutando pelo Seu povo.
CONCLUSÃO
Com as lições que podemos extrair do presente estudo, aprendemos
que a vida cristã também deve ser acompanhada de constantes transformações
[Pv 4.18; Rm 12.1-2; 2Co 3.18]. Aprendemos, também, que a benção de
DEUS para a nossa vida está na submissão à Sua vontade e na confiança de que,
operando DEUS, ninguém pode impedir [Is 43.13].