Lição 6 - Conselhos Gerais 1 parte

Lição 6 - Conselhos Gerais 1 parte3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
QuestionárioNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

TEXTO ÁUREO"Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o ESPÍRITO SANTO vos constituiu bispos [...]." (At 20.28).

VERDADE PRÁTICAO pastor precisa cuidar das ovelhas do Sumo Pastor com o mesmo zelo com que cuida de sua família.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 26.41 - O crente precisa orar e vigiar para não
Terça - Nm 14.18 - "DEUS não tem o culpado por inocente"
Quarta - Jo 7.24 - Jamais devemos julgar pela a aparência
Quinta - Cl 3.23 - Devemos trabalhar para o Senhor e não para os homens
Sexta - Lc 12.21 - A insensatez do homem revelada na busca por riquezas
Sábado - Ef 2.10 - Fomos criados em JESUS para as boas obras

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Timóteo 5.17-22; 6.9-10
1 Tm 5.17 - Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 18 - Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 19 - Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas. 20 - Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. 21 - Conjuro-te, diante de DEUS, e do Senhor JESUS CRISTO, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade. 22 - A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.1 Tm 6.9 - Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. 10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
OBJETIVO GERALMostrar que o zelo do pastor pelo rebanho de CRISTO precisa ser semelhante ao zelo que tem por sua família.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Refletir acerca do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas do Senhor.
Apresentar as orientações bíblicas com respeito ao trato com os presbíteros.
Compreender os conselhos paulinos sobre a sã doutrina.

PONTO CENTRALO pastor deve cuidar do rebanho com zelo e dedicação.
Resumo da Lição 6 - Conselhos GeraisI - O CUIDADO COM O REBANHO
1. O cuidado com os anciãos (5.1).
2. O cuidado com as mulheres idosas e viúvas (5.2).
3. O cuidado com os ministros fiéis (v. 17).
II - O TRATO COM O PRESBITÉRIO
1. Acusação contra os presbíteros.
2. A repreensão aos presbíteros.
3. O cuidado com a saúde (v. 23).
III - CONSELHOS GERAIS
1. Aos que não respeitam a sã doutrina (6.3,4).
2. Aos que querem ser ricos (6.9,10).
3. Conselhos aos ricos (6.17-19).

SÍNTESE DO TÓPICO I - O pastor precisa se relacionar bem com todos e cuidar dos membros com amor.
SÍNTESE DO TÓPICO II - Nenhum obreiro é infalível, por isso, a Palavra de DEUS apresenta a maneira correta de disciplinar aqueles que erram.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Paulo apresenta a Timóteo, e à Igreja do Senhor, vários conselhos úteis quanto ao ensino e o trato para com o rebanho do Senhor.

RESUMO RÁPIDO
I - O CUIDADO COM O REBANHO 1. O cuidado com os anciãos (5.1). Tratá-los como pais. Com muito cuidado, amor e temor a DEUS. Jovens como a irmãos.2. O cuidado com as mulheres idosas e viúvas (5.2). Tratá-las como mães. Com muito cuidado, amor e temor a DEUS. Cuidado com as mais novas dobrado.3. O cuidado com os ministros fiéis (v. 17). Dignos de dobrada honra. Reconhecimento de seu trabalho como ensinadores e despenseiros.
II - O TRATO COM O PRESBITÉRIO
1. Acusação contra os presbíteros. Três testemunhas o ideal para se provar qualquer acusação.
2. A repreensão aos presbíteros. Se comprovada alguma acusação por três testemunhas a repreenção deveria ser de tal forma que desse exemplo para os outros a não praticarem o mesmo pecado.
3- O cuidado com a saúde - Observação do Ev. Henrique - 23. O preceito “mantenha-se puro” era de natureza pessoal. Isso leva a outra observação que é também pessoal: Não continue a beber [somente] água, porém use um pouco de vinho por causa de seu estômago e suas frequentes enfermidades. Onde se lê vinho entenda-se suco de uva. vinho é produto da vinha, árvore que produz uvas, que para nós é videira ou parreira de uvas. Como no orinete o conjunto de árvores que produzem uvas é chamado vinha o nome dado a seu produto é vinho (não significando bebida alcoólica, desde que consumido em pequenas quantidadaes). Paulo orienta Timóteo a misturar um pouco de suco de uva à água que bebia para torná-la menos ácida (qualidade da água da região), amenizando assim as frequentes enfermidades de seu estômago.III - CONSELHOS GERAIS
1. Aos que não respeitam a sã doutrina (6.3,4). Os ricos têm a tendência a se acharem imunes aos pecados dos outros e às doutrinas da igreja, bem como aos bons costumes. Devem ser tratados como qualquer outro membro da igreja.
2. Aos que querem ser ricos (6.9,10). É um laço o desejo de enriquecer, pois, os meios para isso podem ser escusos e na prática do pecado.
3. Conselhos aos ricos (6.17-19). Não ser altivos, não colocarem seu coração nas riquezas e serem comunicáveis.

PARA REFLETIR - A respeito das Cartas Pastorais:Como Paulo aconselha Timóteo a tratar as mulheres idosas?Ele aconselha a tratá-las como a mães.Qual era a situação das mulheres viúvas nos tempos bíblicos?A situação era difícil, não havia espaço para as mulheres viúvas no mercado de trabalho.Como deveria ser a repreensão aos presbíteros?Deveriam ser repreendidos na presença de todos.Segundo a lição, como deve ser a disciplina? Ela deve ser feita de maneira criteriosa, com sabedoria e amor.Qual o conselho de Paulo aos ricos? Que não sejam arrogantes e não depositem sua esperança na riqueza.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 40. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA
As Ovelhas também Gemem, Competências para o ministério pastoral e As Emoções de um Líder.

COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES COM ALGUMAS MUDANÇAS DO Ev. LUIZ HENRIQUE.
1 Tm 5.17 - Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina. 18 - Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 19 - Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas. 20 - Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor. 21 - Conjuro-te, diante de DEUS, e do Senhor JESUS CRISTO, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade. 22 - A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.
ORIENTAÇÕES ACERCA DOS PRESBÍTEROS. 5:17-25.
A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.Se excluirmos 4:14, esta é a primeira ocorrência nas Pastorais, de “presbítero” (Gr. presbuteros) como título de um cargo; além da presente passagem é achado também em Tt 1:5. J. Jeremias e outros têm alegado que nestes dois contextos, a palavra simplesmente significa, como em 5:1 supra, “homem idoso,” e que, portanto, não há qualquer menção aberta de uma ordem de presbíteros nestas cartas, assim como não há nas Paulinas reconhecidas. É altamente provável, visto que este era o único método de organizar uma comunidade do qual tivera experiência direta, que Paulo instintivamente teria estabelecido mesa de presbíteros em todos os lugares onde fundava uma congregação, nas regiões gentias tanto quanto nas judaicas; e isto, conforme já vimos, é exatamente o que Lucas relata que ele fazia (At 14:23). Não há razão para supor que seus convertidos gentios, que tinham plena familiaridade com o governo das cidades ficando nas mãos de um senado, tivessem achado este plano estranho ou desagradável. É concebível, naturalmente, que o título “presbítero” pegasse mais rapidamente onde houvesse um elemento predominantemente judaico na congregação, pois relembrava a LXX; mas a política deve ter seguido linhas patriarcais, normalmente. Isto fornece uma explicação muito mais natural e satisfatória da preponderância universal da ordem dos presbíteros já nos fins do século I, do que a hipótese da fusão, nalguma data não determina após a morte de Paulo, de dois tipos estranhos de organização.

17. A importância do primeiro requisito de Paulo, de que Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino, dificilmente pode ser exagerada; fornece um indício valiosíssimo não somente sobre a situação local em Éfeso, como também sobre os começos embriônicos do próprio ministério.
Primeiramente, descreve a posição dos presbíteros; sua função é presidir (“exercer liderança”) em cada congregação. Quer dizer que exercem uma supervisão geral sobre seus negócios de modo análogo à supervisão exercida pelos anciãos numa sinagoga judaica: para o mesmo verbo aplicado àqueles que são provavelmente os mesmos oficiais, cf. Rm 12:8; 1 Ts 5:12 (onde Paulo está insistindo que sejam respeitados “os que vos presidem no Senhor”). Em segundo lugar, no entanto, este texto sugere que uma distinção está começando a emergir entre o grupo principal dos anciãos que exercem esta supervisão geral, e o grupo mais restrito entre eles que tem tarefas mais específicas para realizar. Ressalta-se claramente na referência aos que se afadigam; etc., mas é provavelmente subentendida na expressão que presidem bem. Estas palavras devem significar, não simplesmente os que se comprovaram bons presbíteros (a qualidade do seu serviço não pode ter sido a base de uma diferença de remuneração), mas, sim, os que participaram da administração de modo ativo e eficiente, possivelmente com tempo integral. Os exemplos mais óbvios destes devem ter sido os que se afadigam na palavra e no ensino, i.é, os superintendentes em distinção dos diáconos; ficamos sabendo em 3:2 e Tt 1:9 que o ensino era a responsabilidade deles, e, como os oficiais executivos principais, a pregação deve ter sido incumbência deles também. A palavra traduzida se afadigam (Gr. kipiõntas) literalmente significa “labutando,” mas este sentido não deve ser forçado; o verbo era técnico no vocabulário de Paulo para a atividade ministerial (4:10; Rm 16:12; 1 Co 15:10; G 14:ll; Fp2:16; Cl 1:29; lTs5:12). Em terceiro lugar, a passagem revela que, embora todos os presbíteros, em virtude do seu cargo, recebem algum tipo de estipêndio ou emolumento, Paulo é solícito em insistir que os oficiais executivos recebem o dobro dos demais, presumivelmente porque dedicam mais do seu tempo e das suas energias às suas funções. A palavra traduzida honorários (Gr. time) literalmente significa “honra,” e muitos preferem traduzi-la assim, alguns pela razão de que a lista de qualidades esperadas dos superintendentes e diáconos no cap. 3 possa ser entendida como indicação de que normalmente retinham seus empregos seculares. Não é necessário atribuir muito peso a este argumento, pois a exigência de que não sejam excessivamente interessados em ganhos financeiros quase certamente se refere à sua administração da bolsa em comum. A honra e o respeito da parte da congregação naturalmente estão em mira aqui, mas a inferência do v. 18 de que recompensas financeiras, ou de qualquer maneira materiais, estão sendo referidas primariamente aqui, não pode ser evadida. Não temos, é claro, qualquer idéia do caráter, escopo ou montante destas, mas a conclusão natural a ser tirada do v. 18 é que os respectivos presbíteros têm o direito de esperar da parte da igreja a sua manutenção. Este princípio está em completa harmonia com a atitude de Paulo conforme é revelada noutros lugares. Embora preferisse não tirar vantagem dele pessoalmente (1 Co 9:3-18; 1 Ts 2: 7-9), sempre defendia vigorosamente o direito dos apóstolos e seus assistentes serem materialmente sustentados pela comunidade. Nem é necessário dizer que esta passagem tem uma aplicação importante ao problema da data e da autoria. Na Ásia Menor no começo do século II, se é que podemos confiar nas cartas de Inácio, a linha de demarcação entre os oficiais executivos (o bispo e seus diáconos) e a mesa dos presbíteros estava firme e claramente estabelecida, e não poderia haver questão alguma do prestígio e dignidade extraordinários desfrutados pelo bispo. Os arranjos retratados aqui têm um ar totalmente mais primitivo, porque a linha de separação entre os dois tipos de ministros ainda está um pouco ofuscada, e (b) o direito dos superintendentes de desfrutar de privilégios especiais ainda não era, conforme parece, completamente aceito, pois o escritor da carta sentia necessidade de insistir no assunto.

18. Paulo apoia sua proposição de que os ministros da igreja têm direito a apoio material com duas citações.
Pois a Escritura declara é uma expressão totalmente paulina: cf. Rm 4:3; 9:17; 11:2; G14:30; etc. A primeira das suas citações é Dt 25:4 (versão da LXX), texto este que aplica da mesma maneira em 1 Co 9:9. A intenção original de "Não amordaces, ” etc., era simplesmente garantir que um boi pudesse tirar algumas bocadas enquanto girava, pisando o trigo, mas em 1 Co 9:9 Paulo argumenta, de modo caracteristicamente rabínico, que DEUS não pode ter tido somente o gado em vista quando fez com que estas palavras fossem escritas. Destarte, acha nelas evidência inconfundível de que é da vontade divina que o apóstolo, ou o ministro cristão, seja sustentado pela congregação.
Tira a mesma lição aqui. A segunda citação: “O trabalhador é digno do seu salário,” não é tirado do A. T., mas,‘ sim, é um dito que Lucas (10:7) atribuiu a JESUS. À primeira vista, parece que o Terceiro Evangelho está sendo citado, e alguns acharam nisto prova convincente de que a carta deve datar da era pós-apostólica. Outros (e.g. C. Spicq) não pode ver razão alguma porque Paulo não estivesse citando um esboço anterior do Evangelho segundo Lucas, e declaram que este é o primeiro exemplo de o N. T. ser designado como sendo Escritura. Há certamente um problema aqui, mas sua solução não acarreta necessariamente qualquer destas duas conclusões. As palavras Pois a Escritura declara podem muito possivelmente referir-se somente à primeira citação, e o dito do Senhor pode ter sido frouxamente anexado como explicação ou confirmação. Alternativamente, a máxima pode derivar-se dalgum escrito apócrifo que contava como Escritura aos olhos do Apóstolo. Conforme tem sido freqüentemente indicado, Lc 10:7 deixa a nítida impressão de que JESUS está apelando a um provérbio comumente aceito.

19,20. Os próximos dois versículos estão estreitamente relacionados entre si, e tratam da situação, bastante comum em qualquer comunidade, de acusações serem feitas contra detentores de cargos.
Paulo pede a Timóteo: Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Este era um princípio perpétuo do procedimento jurídico judaico (Dt 19:15), e evidentemente era prezado na igreja apostólica: cf. Mt 18:16; Jo 8:17; 2 Co 13:1. Não é surpreendente que os cristãos o adotassem; era uma regra esclarecida que dava ao judeu uma proteção quase sem igual nos códigos de justiça antigos. O que Paulo quer frisar é que os líderes da igreja não deviam estar à mercê de queixas frívolas ou feitas com má vontade, mas, sim, devem desfrutar pelo menos da proteção que qualquer judeu comum poderia reivindicar sob a lei. Do outro lado, quando a culpa de um presbítero é estabelecida desta maneira, Timóteo deve repreendê-lo na presença de todos, para que também os demais temam. Alguns ressaltam o presente do particípio aqui traduzido Quanto aos que vivem no pecado, e explicam que significa “os que persistem na prática do mal,” presumivelmente depois de uma chamada de atenção inicial e particular (Mt 18:15); mas isto introduz uma idéia inteiramente nova. O desmascaramento público diante da igreja está muito mais em harmonia com a atmosfera do cristianismo apostólico. Do outro lado, os demais provavelmente denota o restante dos presbíteros.

21. Uma nota de forte petição agora entra no estilo de Paulo enquanto conclama Timóteo a guardar estes conselhos, sem prevenção, nada fazendo com parcialidade.
É difícil escapar à impressão de que tem em mente um caso concreto, ou talvez casos, de escândalos surgindo do tratamento preferencial que presbíteros em erro têm recebido. Invoca DEUS e CRISTO JESUS e os anjos eleitos porque o julgamento final estará nas mãos deles; Timóteo deve exercer suas funções judiciais como representante deles, e como alguém que também há de ser julgado por eles. Os anjos são descritos como eleitos em contraste com os anjos caídos: cf. Od. Sal. iv. 8. Para a crença de que participarão do último julgamento, cf. 4 Ed 16:67; Mt 25:31; Mc 8:38; Lc 9:26; Ap 14:10.

22. A ordem: A ninguém imponhas precipitadamente as mãos quase certamente se refere a ordenação. Esta interpretação se encaixa admiravelmente no contexto; o reconhecimento que os presbíteros são passíveis de cair na má conduta, e do julgamento terrível que os aguarda caso assim fizerem, sublinha a importância de usar cuidado e deliberação extremos quando se nomeia tais oficiais. Além disto, está de acordo com a preocupação de Paulo nas Pastorais o fato de ser muito desejável obter para o ministério homens de caráter firme e comprovado. Uma exegese alternativa que recebeu muito apoio explica as palavras como uma referência à restauração formal dos penitentes. O significado seria, então: “depois de pronunciar sentença contra os culpados, não sê apressado em revogá-la e readmitir os pecadores à comunhão.” Sabemos que no século III e depois, os penitentes eram readmitidos mediante a imposição das mãos (e.g. Cipriano, Ep. lxxiv. 12; Eusébio, Hist. eccl. vii. 2; Apost. Const. II. xviii. 7). Tais considerações, no entanto, como (a) o fato que noutras partes nas Pastorais a imposição das mãos subentende a ordenação, (b) a ausência de qualquer outra evidência em prol de semelhante rito de readmissão no século I, e até mesmo no século II, se a carta for supostamente pseudonimica, e (c) a dificuldade de supor que, até qualquer das datas sugeridas para a composição das Pastorais, a Igreja tinha evolvido um procedimento formalizado deste tipo para restaurar os pecados, parecem pesar decisivamente contra tal idéia. Uma razão sadia porque um pastor principal deve exercer prudência em ordenar é evitar a associação de si mesmo com os pecados de outrem. Ele poderia, com toda a justiça, ser considerado até certo ponto responsável se o homem a quem ordenara com pressa imprópria se tomasse ocasião de escândalo. Longe de permitir que isto acontecesse, o líder cristão que é conclamado a julgar, e também a castigar outros deve (conforme Paulo admoesta a Timóteo) conservar-se a si mesmo puro, i.é, sua própria vida deve estar absolutamente acima de repreensão.
1 Tm 6.9 - Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. 10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.

9. Estes pensamentos incentivam o apóstolo a contemplar os efeitos desastrosos, sobre a alma, do amor desregrado ao dinheiro.
Não são os ricos como tais que fustiga; havia alguns deles na igreja de Éfeso (cf. 17 abaixo), e embora Paulo tenha conselhos para eles, não condena suas posses como intrinsecamente erradas. Sua advertência é para os que querem ficar ricos, i.é, que fixaram seus desejos nas riquezas materiais e fizeram delas seu motivo predominante; outra vez, provavelmente esteja pensando nos sectários e no seu conceito da religião como sendo um empreendimento lucrativo. Como animais engodados para saírem do caminho seguro, os que pretendem ser ricos caem em tentação e cilada. Supõe-se que seu senso moral fica ofuscado como resultado da paixão que totalmente os domina, e viram presa de muitas concupiscências insensatas e perniciosas, do tipo que afogam os homens na ruína e perdição. O verbo para afogar (Gr. buthizein) é vívido, e faz pensar no quadro de afogar alguém no mar, ao passo que os dois substantivos, ruína e destruição, se é que devem ser diferenciados entre si, podem significar o desastre material e espiritual respectivamente.
10. Para justificar sua linguagem enfática, Paulo cita o que parece ser um provérbio corrente: Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males.
Este era um tema popular da ética popular judaica e pagã: cf. Eclo. 27:1-2; Filo, Spec leg. iv. 65; Test. xii patr. . , Jud. Na segunda metade do versículo, depois de citar o provérbio popular, Paulo revela que sua polêmica visa diretamente os sectários e sua comercialização da religião. Relembra a Timóteo que alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, não necessariamente apostatando no sentido rigoroso, mas, sim, vivendo vidas em desacordo com o evangelho. Por nessa cobiça significa a produção do dinheiro; no Grego a palavra concorda exatamente com o amor do dinheiro, mas a inserção global do adágio popular explica a conexão frouxa.A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.