Escrita Lição 12, Betel, Ordenança para amar o próximo, 2 Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 12, Betel, Ordenança para amar o próximo, 2 Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 




Lição 12, Betel, Ordenança para amar o próximo, 2 Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 

EBD, Revista Editora Betel, 2° Trimestre De 2024, TEMA, ORDENANÇAS BÍBLICAS – Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, Escola Bíblica Dominical.


 https://youtu.be/o-Ug_k0C_2s?si=tIE1TO76JwVzGybR Vídeo

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2024/06/escrita-licao-12-betel-ordenanca-para.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2024/06/slides-licao-12-betel-ordenanca-para.html

PowerPoint https://pt.slideshare.net/slideshow/slides-licao-12-betel-ordenanca-para-amar-o-proximo-2tr24-pptx/269795519

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO

1.1. O amor é uma evidência do novo nascimento. 

1.2. O amor é o expoente das virtudes do fruto do ESPÍRITO.

1.3. O amor não faz mal nem julga o próximo. 

2- AQUELE QUE NÃO AMA NÃO CONHECE A DEUS

2.1. O amor exige perdão. 

2.2. O amor exige disciplina. 

2.3. O amor exige verdade. 

3- O AMOR SEJA NÃO FINGIDO

3.1. Amai-vos cordialmente uns aos outros. 

3.2. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor. 

3.3. Suportando-vos uns aos outros em amor.

  

TEXTO ÁUREO

” O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” João 15.12

 

 

VERDADE APLICADA

O amor de DEUS derramado em nós pelo Seu ESPÍRITO deve ser expressado em nosso relacionamento com DEUS e com o próximo.

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar que amar o próximo é um mandamento.
- Ressaltar que quem não ama não conhece a DEUS.
- Conscientizar de que o amor não pode ser de fingimento.

  

TEXTO DE REFERÊNCIA – Mc 12.31; Rm 13.8; 1Jo 3.11; 1Jo 4.11

MARCOS 12
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.

ROMANOS 13
8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.

1 JOÃO 3
11 Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.

1 JOÃO 4
11 Amados, se DEUS assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | 1 Co 13.7 O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera.
TERÇA | Rm 12.9 O amor seja não fingido.
QUARTA | Rm 12.10 Amai-vos cordialmente uns aos outros.
QUINTA | Rm 13.10 O amor não faz mal ao próximo.
SEXTA | 1 Jo4.3 Aquele que não ama não conhece a DEUS.
SÁBADO | 1 Jo 4.20 Quem não ama a seu irmão, não ama a DEUS.


HINOS SUGERIDOS: 35, 175, 396

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que possamos amar o próximo e fazer o bem, sem olhar a quem.

  

PONTO DE PARTIDA – Devemos amar uns aos outros.

  

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

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Lição 3 - O (Atributo do) Fruto Do ESPÍRITO - Amor: o Fruto Excelente

DINÂMICA   AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO
 

Texto Áureo: "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de DEUS; e qualquer que ama é nascido de DEUS e conhece a DEUS." (1Jo 4.7)

 

Verdade Prática: O amor é a essência de todas as virtudes morais de CRISTO originadas pelo ESPÍRITO SANTO, e implantadas no crente

 

Leitura Diária:

Segunda: Cl 3.14 O Amor é o vínculo da perfeição

1 Pedro 4.8 Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados,
João 13.34 Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
Romanos 13.8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
 

Terça: 1Jo 4.7 O Amor confirma a filiação divina

4.7 AMEMO-NOS UNS AOS OUTROS. Embora o amor seja um aspecto do fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22,23) e uma evidência do novo nascimento (2.29; 3.9,10; 5.1), é também algo que temos a responsabilidade de desenvolver. Por essa razão, João nos exorta a amar uns aos outros, a termos solicitude por eles e procurar o bem-estar deles. João não está falando apenas em sentimento de boa-vontade, mas em disposição decisiva e prática, de ajudar as pessoas nas suas necessidades (3.16-18; cf. Lc 6.31). João nos admoesta a demonstrar amor, por três razões: (1) O amor é a própria natureza de DEUS (vv. 7-9), e Ele o demonstrou ao dar seu próprio Filho por nós (vv. 9,10). Compartilhamos da sua natureza porque nascemos dEle (v. 7). (2) Porque DEUS nos amou, nós, que temos experimentado o seu amor, perdão e ajuda, temos a obrigação de ajudar o próximo, mesmo com grande custo pessoal. (3) Se amamos uns aos outros, DEUS continua a habitar em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado (v. 12).
 

Quarta: 1Co 13.13 O Amor é a essência das virtudes cristãs

13.13 A MAIOR... É A CARIDADE. Este capítulo deixa claro que um caráter semelhante ao de CRISTO, DEUS o enaltece acima do ministério, da fé ou da posse dos dons espirituais. (1) DEUS valoriza e destaca o caráter que age com amor, paciência (v. 4), benignidade (v. 4), altruísmo (v. 5), aversão ao mal e amor à verdade (v.6), honestidade (v.6), e perseverança na retidão (v. 7), muito mais do que a fé que move montanhas ou realiza grandes feitos na igreja (vv. 1,2,8,13). (2) Os maiores no reino de DEUS serão aqueles que aqui se distinguem em piedade interior e no amor a DEUS, e não aqueles que se notabilizam pelas realizações exteriores (ver Lc 22.24-30). O amor de DEUS derramado dentro do coração do crente pelo ESPÍRITO SANTO, é sempre maior do que a fé, a esperança, ou qualquer outra coisa (Rm 5.5).
 

Quinta: Rm 12.9 O Amor combate a hipocrisia
Hb 1.9 AMASTE A JUSTIÇA E ABORRECESTE A INIQÜIDADE. Não basta o crente amar a justiça; ele deve, também, aborrecer o mal. Vemos esse fato claramente na devoção de CRISTO à justiça (Is 11.5) e, na sua aversão à iniquidade; na sua vida, no seu ministério e na sua morte (ver Jo 3.19 nota; 11.33 nota). (1) A fidelidade de CRISTO ao seu Pai, enquanto Ele estava na terra, conforme Ele demonstrou pelo seu amor à justiça e sua aversão à iniquidade, é a base para DEUS ungir o seu Filho (v. 9). Da mesma maneira, a unção do cristão virá somente à medida que ele se identificar com a atitude do seu Mestre para com a justiça e a iniquidade (Sl 45.7). (2) O amor do crente à justiça e seu ódio ao mal crescerá por dois meios: (a) crescimento em sincero amor e compaixão por aqueles, cujas vidas  estão sendo destruídas pelo pecado, e (b) por uma sempre crescente união com o nosso DEUS e Salvador, do qual está dito: "O temor do SENHOR é aborrecer o mal?? (ver Pv 8.13; Sl 94.16; 97.10; Am 5.15; Rm 12.9; 1 Jo 2.15; Ap 2.6).
 

Sexta: Rm 5.5 O Amor é resultado da ação do ESPÍRITO SANTO no crente

5.5 O AMOR DE DEUS... EM NOSSO CORAÇÃO. Os cristãos experimentam o amor de DEUS nos seus corações, pelo ESPÍRITO SANTO; especialmente em tempos de aflição. O verbo "derramar" está no tempo pretérito perfeito contínuo, significando que o ESPÍRITO continua a fazer o amor transbordar em nossos corações. É essa experiência sempre presente do amor de DEUS, que nos sustenta na tribulação (v. 3) e nos assegura que nossa esperança da glória futura não é ilusória (vv. 4,5). A volta de CRISTO para nos buscar é certa (cf. 8.17; Jo 14.3)


Sábado: 1Jo 4.16 DEUS é a fonte e a causa do Amor

1 João 4.8 Aquele que não ama não conhece a DEUS, porque DEUS é caridade.
12 Ninguém jamais viu a DEUS; se nós amamos uns aos outros, DEUS está em nós, e em nós é perfeita a sua caridade.
1 João 3.24 E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo ESPÍRITO que nos tem dado.
 

Objetivos: Após esta aula, se aluno deverá estar apto a:

1- Estabelecer a diferença entre o amor Ágape, Philia e Eros.

2- Distinguir as três dimensões do Amor.

3- Refletir sobre seu relacionamento com DEUS, com o próximo e consigo mesmo.

 

Leitura Bíblica Em Classe: João 13.34-35; Lucas 6.27-35

 

João 13.34-35 =   34"Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. 35 Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros".

13.34 AMEIS UNS AOS OUTROS. O cristão é exortado a amar de um modo especial a todos os outros cristãos verdadeiros, quer sejam membros da sua igreja e da sua persuasão teológica, quer não. (1) Isso significa que o crente deve saber distinguir os cristãos verdadeiros daqueles cuja confissão de fé é falsa, observando a sua obediência a JESUS CRISTO e sua lealdade às Sagradas Escrituras (5.24; 8.31; 10.27; Mt 7.21; Gl 1.9 nota). (2) Isso significa que quem possui uma fé viva em JESUS CRISTO e é leal à Palavra inspirada e inerrante de DEUS, conforme tal pessoa a compreende, e que resiste ao espírito modernista e mundano predominante em nossos tempos, é meu irmão em CRISTO e merece meu amor, consideração e apoio especiais. (3) Amar a todos os cristãos verdadeiros, inclusive os que não pertencem à minha igreja, não significa transigir ou acomodar minhas crenças bíblicas específicas nos casos de diferenças doutrinárias. Também não significa querer promover união denominacional. (4) O cristão nunca deverá transigir quanto à santidade de DEUS. É essencial que o amor a DEUS e à sua vontade, conforme revelados na sua Palavra, controlem e orientem nosso amor ao próximo. O amor a DEUS deve sempre ocupar o primeiro lugar em nossa vida (ver a próxima nota; Mt 22.37,39).
13.35 CONHECERÃO QUE SOIS MEUS DISCÍPULOS. O amor (gr. ágape) deve ser a marca distintiva dos seguidores de CRISTO (1 Jo 3.23; 4.7-21). Este amor é, em suma, um amor abnegado e sacrificial, que visa ao bem do próximo (1 Jo 4.9,10). Por isso, o relacionamento entre os crentes deve ser caracterizado por uma solicitude dedicada e firme, que vise altruisticamente a promover o sumo bem uns dos outros. Os cristãos devem ajudar uns aos outros nas provações, evitar ferir os sentimentos e a reputação uns dos outros e negar-se a si mesmos para promover o mútuo bem-estar (cf 1 Jo 3.23; 1 Co 13; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22; 2 Ts 1.3; Gl 6.2; 2 Pe 1.7).
 

Lucas 6.27-35 =  27 "Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, 28 abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. 29 Se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica. 30 Dê a todo aquele que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. 31 Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. 32 "Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os 'pecadores' amam aos que os amam. 33 E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os 'pecadores' agem assim. 34 E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os 'pecadores' emprestam a 'pecadores', esperando receber devolução integral. 35 Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus.

6.27 AMAI A VOSSOS INIMIGOS. Nos versículos 27-42, JESUS nos ensina como devemos conviver com outras pessoas. Como membros da nova aliança, temos a obrigação de cumprir as exigências que Ele expõe aqui. (1) Amar os nossos inimigos não significa um amor emotivo, i.e., de ter afeto por eles, mas, sim, uma genuína solicitude pelo seu bem e pela sua salvação eterna. Uma vez que sabemos da terrível ruína que aguarda os que são hostis a DEUS e ao seu povo, devemos orar por eles e procurar pagar-lhes o mal com o bem, levá-los a CRISTO e à fé do evangelho (ver Pv 20.22; 24.29; Mt 5.39-45; Rm 12.17; 1 Ts 5.15; 1 Pe 3.9). (2) Amar nossos inimigos não quer dizer ficarmos indiferentes enquanto os malfeitores continuam nas suas atividades iníquas. Quando necessário for, pela honra de DEUS, pelo bem ou segurança do próximo, ou proveito maior dos pecadores, deve-se tomar providências rigorosas para deter a iniquidade (ver Mc 11.15; Jo 2.13-17).
  
 

Introdução:

 

DINÂMICA:  Eu utilizo uma rosa fechada, quase botão. Chamo a rosa de Fruto do ESPÍRITO Amor, aí vou abrindo cada pétala que sai do amor de DEUS, e vou nomeando cada pétala, como qualidades ou resultados deste amor. ***Para ensinar sobre o Fruto do ESPÍRITO utilizo uma laranja com nove gomos, se não achar com nove abra-a em gomos e depois de contar nove gomos retire os gomos que estão sobrando e dê para algum aluno chupar. Chame a laranja de Fruto do ESPÍRITO e os gomos de qualidades do Fruto. Depois diga aos alunos que se cada um aproveitar de cada gomo como o aluno chupou aquele gomo que você lhe deu, será perfeito discípulo de CRISTO. Se o aluno não chupar de algum gomo ficará com deficiência em seu caráter cristão, se chupar um mais do que o outro também ficará com deficiência , o importante é que durante nossa peregrinação por aqui (na Terra), estejamos todo o tempo, chupando a laranja o mais possível, afinal, vitamina "C" é ótimo!!!!!! "C" de Caráter e "C" de CRISTO.

 

Quatro termos que estruturam os quatro tipos de Amor:

 

GREGO

DESCRIÇÃO

CONTEXTO

FONTE

Ágape

Amor abnegado

Divino

DEUS

Philia

Amor Fraterno

Amizade

Homem

Eros

Amor Físico

Erótico

Sentidos

Storge

Amor Familiar

Familiar

Família

 

 

Tópico I - Os Três Tipos De Amor: (incluindo o quarto, O Storge)

 

Amor:- A palavra 'amor' neste trecho das Escrituras é a tradução da palavra grega 'agape'. Este é amor que flui diretamente de DEUS. 'O amor de DEUS está derramado em nossos corações pelo ESPÍRITO SANTO que nos foi dado'(Rm 5.5). É um amor de tamanha profundidade que levou DEUS a dar seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo 3.16). É o amor de JESUS por nós: 'conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a nossa pelos irmãos (leia Jo 3.16; 15.2-13). É muito fácil amar os seus entes queridos, como os pais, filhos esposos, parentes, amigos, esposas, etc. Mas, somente pelo ESPÍRITO SANTO, você é capaz de dedicar o amor aos seus inimigos, de tal forma que lhes deseje o bem e perdoe as suas ofensas, de todo o coração, para jamais se lembrar delas.

 

1- O Amor Divino:

O amor é a essência da natureza de DEUS. 
DEUS age sempre , em tudo, com Amor e conosco não é diferente, DEUS nos ama de uma tal forma que foi capaz de nos dar o que ELE tinha de maior valor para que reconhecêssemos esse imenso amor, seu único amado Filho, JESUS CRISTO.

Ágape Ou Agapê (Amor De DEUS, O Importante E Necessário, O Principal)

DEUS ME AMA, e a prova que ele deu deste amor, foi enviando o seu Filho para morrer por mim quando eu era ainda seu inimigo (Rm. 5.8-10). Estava morto espiritualmente, mas Ele bondosamente me deu vida. Achava-me perdido, sem a menor chance de escapar da condenação eterna, porém, Ele graciosamente me salvou. JESUS veio para me dar vida, e vida com abundância

O ágape cristão, sentimento que nos liga mesmo aos que nos são indiferentes, mesmo aos nossos inimigos, e tem como horizonte virtual a humanidade inteira.
 

2- O Amor Fraterno:

Phileo (Fraternal, De Irmãos, Necessário Mas Não O Principal)   

“Aquele que ama a DEUS [ ou que julga amá-lo], ame também seu irmão” (4:21).
Mas, seria o amor um atributo exclusivo daqueles que são da luz e da justiça? Uma análise sincera do texto somada a outras passagens parece indicar-nos que “não”.Enquanto sentimento inerente ao ser humano, o amor pode pertencer a todos os homens, quer sejam aliados do CRISTO ou do Anticristo. Notemos que a teologia joanina possibilita a este amor-sentimento objetos que não coadunam com a permanência em DEUS: pode-se amar ao mundo (2:15), as trevas (João 3:19) ou até mesmo as glórias mundanas (João 12:43). E confiando na historicidade do relato de Mateus 5:47, podemos imaginar João entre aqueles que ouviram JESUS dizer: “Se amais apenas os que vos amam, que fazeis de extraordinário? Não fazem os pagãos a mesma coisa?”. Em outras palavras, até mesmo os falsos profetas e os anticristos poderiam amar aos seus irmãos ou adeptos. A busca joanina pela diferença básica entre os de DEUS e os do mundo não se vê, pois, satisfeita num único discurso sobre o “amar ao irmão”. Não que ele abandone o tema ou passe a considerá-lo de somenos importância, mas que desligado dos outros temas da justiça e da fé ele se torna incompleto. Embora nem todos os que amam procedam da luz, todos os que procedem da luz necessariamente amam. E não somente isto, mas praticam a justiça e mantêm a fé.
O amor ao próximo se demonstra com ações. 
De que valeria a nosso semelhante um amor de indicações? Será que estamos encaminhando aos serviços sociais todos aqueles que veem a nós em busca do amor de DEUS? Como DEUS poderia operar os dons do ESPÍRITO SANTO para ajudar às pessoas se todas as oportunidades que temos de servir a DEUS, enviamos a outrem o necessitado e o aflito?

Is 56.6 Acaso não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo?7 Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?8 Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda.9 Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente;10 e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.11 O Senhor te guiará continuamente, e te fartará até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca falham.

 

3- O Amor Físico

Eros (Atração Física, Necessário Mas Não O Principal)  

As múltiplas faces de Eros
A concepção do erótico abrange um espectro extremamente amplo de experiências, práticas culturais e relações. Embora não se identifique com os impulsos sexuais e libidinais, eros os contém indiscutivelmente.
O amor humano para com DEUS é da natureza de eros, pois inclui 'elevação do inferior para o superior, dos bens inferiores para o summum bonum'[5]. Além disso, o amor governa o ciclo de separação e reunião que estrutura todas as dimensões da realidade humana e cósmica. Nesse ciclo, sempre está presente uma dimensão de eros. Eros não é apenas a energia que impulsiona todas as realizações culturais e todas as formas de experiência mística, mas é simplesmente a força que anima cada movimento no mundo. Está presente nos 'poderes originários da existência', nas forças elementares da origem que são o sangue, o solo, o grupo social[6], energias que estão na base da sexualidade, da economia, da política e da religião e não podem ser controladas pela racionalidade analítica. Eros aparece assim como essencialmente ambíguo e demonico, criador e destruidor ao mesmo tempo.

 

4- O Amor Familiar

Storge (Afetivo, Amor Romântico, Necessário Mas Não O Principal)

A família moderna estrutura-se basicamente em torno do casamento, e nesse sentido, é uma família conjugal – sei que há a “família pós-moderna” e seus novos arranjos sociais, aos quais não vou tecer considerações nesse momento. A relação familiar é algo extremamente complexa e dinâmica. Daí o amor se constituir em um desafio de escolha à cada dia: escolher amar o outro apesar das diferenças e do desgaste que muitas vezes a relação apresenta diante do fator tempo. Você pode estar pensando que isso não é fácil, mas com a sua escolha adicionada à graça de DEUS torna-se possível. Porque família é projeto de DEUS em primeiro lugar; Ele é o maior interessado. Mas família também tem que ser projeto de homens e mulheres; ou seja, é preciso implicação de cada membro familiar.

 

 

Tópico II - Amor a DEUS - A Dimensão Vertical

 

1- Amar a DEUS acima de tudo

EU AMO A DEUS, devo toda a minha vida a Ele, e a Ele entrego-me com alegria para o seu serviço. Dedicar-me-ei a este curso, participando com empenho e com prazer, esforçando-me para aprender, de maneira que eu possa crescer espiritualmente, fortalecendo-me na graça e no conhecimento do meu Senhor, JESUS CRISTO.
 

2- O Exemplo de JESUS

À esta altura percebemos que o “amor ao próximo”, conforme apresentado na primeira epístola de João, embora não negue um peculiar caráter “opcional”, ultrapassa a dimensão da escolha racional para tornar-se, principalmente, um resultado da graça divina. Sua fonte transfere-se da alma (antropologia hebraica) para o ser de DEUS. A adesão (sent. próprio do hebraico 'ahabh), segundo esta teologia joanina, não é uma mera filiação partidária ou paixão por uma causa (coisa que os “do mundo” também podem ter); ela é, antes, uma aliança ou pacto com o próprio DEUS. É aderir não a algo, mas a alguém. A partir deste ponto, podemos interpretar João com os olhos de SANTO Agostinho que entendia o Ágape joanino como sendo uma pessoa. Aliás, note-se que, desde o evangelho e o Apocalipse, é comum para João personificar em DEUS, os títulos que lhe atribuímos. E assim como o Logos e a Luz procederam do Pai, encarnando-se na figura histórica de JESUS CRISTO, do mesmo modo o Amor manifestado entre os homens (4:9) é outra “figuração personificada” para falar do mistério da encarnação. Portanto, o dizer que o Amor procede de DEUS (h agaph ek tou qeou estin[ 4:7]) é uma explícita referência à procedência de CRISTO do Pai(para tou Patera [ João 6:46; 7:29; 8:14; 8:42; 11:27, 16:28]) e quando se diz “DEUS é amor”(o Qeos agaph estin) paralelamente se deve lembrar do dito “e o Verbo era DEUS”(kai Qeos hn o logos).
O amor/ágape é, enfim, o Filho de DEUS vindo ao mundo e o “permanecer” neste amor equivale a “andar como ele andou” (amando ao próximo, cumprindo a justiça, obedecendo à lei) e confessar o que ele é de fato (1:6 e 4:2). Fazendo isto, trazemos para o presente uma encarnação salvadora fazendo com que ela deixe de ser mero evento de um longínquo passado com o qual não temos relação.

 

3-  O Teste do Amor ágape

Como sabermos se amamos com o amor de DEUS?

Se somos capazes de amar como DEUS ama, então sentimos este amor fluir de cada um de nós.

Jo 3.16 "Porque DEUS tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

Somos capazes de amar a ponto de darmos tudo o que temos de mais precioso, por amor aos outros?

Rm 5.8 Mas DEUS demonstra seu amor por nós: CRISTO morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.

Veja que DEUS não nos amou porque éramos bons; somos capazes de amar aos pecadores e por eles darmos nossas vidas?

Mt 5.44 Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,

Somos capazes de amar nossos inimigos e orar por eles?

Jo 13.35 A marca distintiva do crente

35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
CONHECERÃO QUE SOIS MEUS DISCÍPULOS. O amor (gr. agape) deve ser a marca distintiva dos seguidores de CRISTO (1 Jo 3.23; 4.7-21). Este amor é, em suma, um amor abnegado e sacrificial, que visa ao bem do próximo (1 Jo 4.9,10). Por isso, o relacionamento entre os crentes deve ser caracterizado por uma solicitude dedicada e firme, que vise altruisticamente a promover o sumo bem uns dos outros. Os cristãos devem ajudar uns aos outros nas provações, evitar ferir os sentimentos e a reputação uns dos outros e negar-se a si mesmos para promover o mútuo bem-estar (cf 1 Jo 3.23; 1 Co 13; 1 Ts 4.9; 1 Pe 1.22; 2 Ts 1.3; Gl 6.2; 2 Pe 1.7).

 

 

Tópico III - Amor Ao Próximo - A Dimensão Horizontal

A questão do relacionamento humano, se torna ajustada, encaminhada e equilibrada quando há o diferencial DEUS, que nos tornou, pela salvação em CRISTO JESUS, Seus filhos, e criou a família de fé na qual somos irmãos que devem aprender a se amar. Afinal, "Aquele que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas; não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos" e, "Nisto são manifestos os filhos de DEUS, e os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não é de DEUS, nem aquele que não ama a seu irmão" (1Jo 2.11; 3.10).Entendamos: para o Antigo Testamento, para a cultura hebraica, o próximo, o semelhante era o igual. Os termos de Levítico 19.18 deixam claro esse fato: "Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor" (cf. Pv 3.28; Jr 22.13). Amar o próximo tinha como contrapartida odiar o inimigo. Assim o refletem Êxodo 15.6 e Levítico 26.8: "A tua destra, ó Senhor, é gloriosa em poder; a tua destra, ó Senhor, despedaça o inimigo"; "Cinco de vós perseguirão a cem, e cem de vós perseguirão a dez mil, e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós". JESUS e os apóstolos, porém, estendem o significado: "Amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios", disse um escriba ao Mestre, que aprovou a sua exclamação (cf. Mc 12.33). "Cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação", enunciou Paulo (Rm 15.2), precisamente na linha de João que deixou a exortação, "Aquele que não ama a seu irmão a quem viu, como pode amar a DEUS a quem não viu?" (1Jo 4.20b).

4.7 AMEMO-NOS UNS AOS OUTROS. Embora o amor seja um aspecto do fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22,23) e uma evidência do novo nascimento (2.29; 3.9,10; 5.1), é também algo que temos a responsabilidade de desenvolver. Por essa razão, João nos exorta a amar uns aos outros, a termos solicitude por eles e procurar o bem-estar deles. João não está falando apenas em sentimento de boa-vontade, mas em disposição decisiva e prática, de ajudar as pessoas nas suas necessidades (3.16-18; cf. Lc 6.31). João nos admoesta a demonstrar amor, por três razões: (1) O amor é a própria natureza de DEUS (vv. 7-9), e Ele o demonstrou ao dar seu próprio Filho por nós (vv. 9,10). Compartilhamos da sua natureza porque nascemos dEle (v. 7). (2) Porque DEUS nos amou, nós, que temos experimentado o seu amor, perdão e ajuda, temos a obrigação de ajudar o próximo, mesmo com grande custo pessoal. (3) Se amamos uns aos outros, DEUS continua a habitar em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado (v. 12).

 

Tópico IV - Amor A Si Mesmo - A Dimensão Interior

 

1- O Amor a si mesmo reflete o amor de DEUS por nós

É importante ser ensinável, se submeter à sã doutrina. Mas há algumas coisas que nenhum ser humano pode ensinar. Há algumas crises que só o ESPÍRITO SANTO pode levar à uma saída. Às vezes inexistem respostas em lugar algum da mente humana, e então o ESPÍRITO SANTO precisa nos ensinar como sair da crise! Necessitamos voltar-nos para o nosso interior, e bloquear todas as vozes e as falas exteriores. Eis a prova:

·    “...a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine...” (I João 2:27).

·    “...a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte do que os homens” (I Coríntios 1:25).

As coisas que DEUS deseja fazer por nós ainda nem sequer chegaram à mente dos conselheiros sábios do mundo.

·    “...nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que DEUS tem preparado para aqueles que o amam” (I Coríntios 2:9).

Elas são reveladas pelo ESPÍRITO em nós!

·    “...DEUS no-lo revelou pelo ESPÍRITO...”

Se aquilo que DEUS preparou para nós ainda “nem penetrou na mente humana”, como alguém poderá me dizer algo que não sabe?

·   “Porque qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as cousas de DEUS, ninguém as conhece, senão o ESPÍRITO de DEUS” (I Coríntios 2:11).

Não estou contra o cristão buscar bom aconselhamento. Não estou contra a psicologia cristã. Mas nenhuma delas vale sequer mencionar, a menos que leve a pessoa à esta verdade absoluta: nenhum outro ser humano pode ser a sua fonte de felicidade e paz!

Os que se apoiam nos braços da carne cavam poços que não aguentam um teste. Estão sempre precisando de alguém para lhes derramar um conselho, mas não o retém. São cisternas rotas.

·    “Não sabeis que sois santuário de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós?” (I Coríntios 3:16).

·     “Mas o fruto do ESPÍRITO é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio...” (Gal. 5:22).

·    “é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe (em nós) e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6).

·    “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o SANTO ESPÍRITO da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade...” (Efésios 1:13,14).

Você está pronto para receber essa verdade e agir baseado nela? O que foi que acabamos de ler? Ele está em você: para consolar, para guiar, para guiar à toda a verdade; para lhe mostrar as coisas que virão; para lhe vivificar; para lhe ajudar em suas enfermidades; para lhe ajudar a entender todas as coisas que DEUS graciosamente lhe concedeu; para lhe trazer alegria, amor, paz, paciência, bondade, domínio próprio; para lhe dar tudo que foi prometido a um filho de DEUS; para lhe recompensar por sua diligência; para lhe assegurar liberdade; para lhe prover acesso ao Pai; para lhe levar a um lugar de repouso suave e de verdade.

 

2- O Pecado impede que a pessoa ame a si mesma

O pecado faz divisão entre nós e DEUS, causa o efeito "Falta de confiança para falar com DEUS ou ouvir DEUS falando conosco". A fé fraqueja no momento mais difícil e de precisão da alma que anseia pela comunhão, mas sucumbe na dúvida.

 

3- Relação entre as três dimensões do amor ágape

Há uma distinção entre ágape e as outras qualidades do amor, sempre integradas uma à outra e presentes em toda experiência do amor. Pelo seu caráter transcendente, ágape não pode ser experimentada como força vital, senão através das outras e especialmente do eros. Contudo, em todas as decisões morais, ágape deve ser o elemento determinante, pois é ligado à justiça e transcende a finitude do amor humano. Sozinha, ágape se tornaria moralista e legalista. Mas sem ágape, o amor perderia a sua seriedade. Contudo, não vimos uma ordem hierárquica entre as qualidades do amor, a não ser em relação à ágape.

O fruto do ESPÍRITO é como uma linda flor que se abre com uma chave chamada AMOR; é só a partir do Amor que conhecemos as outras qualidades do fruto do ESPÍRITO em nós implantado, no instante em que aceitamos a CRISTO como nosso Senhor e Salvador.
 

Conclusão

Como vimos, o amor não pode por um lado ser um tema abandonado, nem por outro, um discurso isolado. Se somos cristãos de fato, a mais autêntica cristologia bíblica deverá acompanhar este amor e a importância dada aos demais mandamentos da lei de DEUS deverá testemunhar de nossa fidelidade (ou adesão) ao Bem Maior, que é CRISTO JESUS. Não amamos porque somos naturalmente bons, mas porque nascemos da graça. Não cumpriremos a lei para fazer-nos “justos”, mas porque ele nos justificou com sua justiça. Não brilharemos porque temos luz própria, mas porque refletimos o sol da justiça.

 

 

kai o ean aitwmen lambanomen ap' autou, oti tas entolas autou throumen kai ta aresta enwpion autou poioumen.

E aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos

diante dele o que lhe é agradável.

kai auth estin h entolh autou,

1 - ina pisteuswmen tw onomati tou uios autou Ihsou Cristou

2 - kai agappwmen allhlous,

kaqws edwken entolhn hmin

kai o thrwn tas entolas autou en autou menei kai autous en autw.

Ora, o mandamento é este:

1 - que creiamos em o nome de seu Filho JESUS CRISTO

2 - e que amemo-nos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou.

E aquele que guarda os seus mandamentos, permanece nele e ele naquele.

 

 

 

 

 


 

Estudos afins:

 

AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO
Gl 5.19-23 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de DEUS. Mas o fruto do ESPÍRITO é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.”
Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do ESPÍRITO e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que 5.16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o ESPÍRITO e a carne estão em conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do ESPÍRITO.

O FRUTO DO ESPÍRITO. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do ESPÍRITO”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o ESPÍRITO dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com DEUS (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do ESPÍRITO inclui:
(1) “Caridade” (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
(2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de DEUS, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em CRISTO (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; ver Fp 1.14 nota).
(3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).
(4) “Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
(5) “Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).
(6) “Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).
(7) “Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
(8) “Mansidão” (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de JESUS, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).
(9) “Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
O ensino final de Paulo sobre o fruto do ESPÍRITO é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.
 

 

Ajuda:

http://www.cpad.com.br/ bíblias, revistas e livros (BEP, Ensinador Cristão, Livro "O Fruto Do ESPÍRITO)

http://www.nistocremos.hpg.ig.com.br/nistocremos/art_rodrigo_amor.htm

http://www.ejesus.com.br/onASP/exibir.asp?arquivo=4286

 

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agape αγαπη - Amor

 o Maior de todos

O alvo necessário de todos os escritores sobre a ética da vida virtuosa é pintar em palavras o retrato do homem bom. Em outras palavras: a tarefa contínua do mestre da ética e expor os vários ingredientes na receita da bondade. É isto que Paulo faz em Gálatas 5.22, 23 quando alista as grandes qualidades do fruto do ESPÍRITO - amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.

E inevitável que o amor fique no início da lista, porque DEUS é amor (I Joao 4.8)a e, portanto, necessariamente, o maior destes é o amor( 1 Co 13.13).

 O amor é o vínculo da perfeição, o vínculo perfeito, que liga tudo numa harmonia perfeita (Cl 3.14), e o amor é em si mesmo o cumprimento da lei (Rm 13.10).

Devemos começar definindo os nossos termos. Há momentos em que o português, em comparação com o grego, é um idioma pobre.

 

Diz-se que, em gaulês, que se um jovem ama uma moça, há vinte maneiras diferentes para ele lhe dizer isso!

 

Nós temos uma só palavra para “ amar” ’ e esta palavra tem que servir para expressar muitos sentimentos. Mas o grego tem quatro palavras para “amar.”

 

(i) Há a palavra erõs. E caracteristicamente a palavra para o amor entre os sexos, o amor de um rapaz para com uma jovem; sempre há um lado predominantemente físico, e sempre envolve o amor sexual. Aristóteles diz que erõs sempre começa com o prazer dos olhos, que ninguém se apaixona sem primeiramente ficar encantado pela beleza, e que o amor não é amor, a não ser que se anseie pelo amado quando ele está ausente, desejando ardentemente a sua presença (Aristóteles: Ética a Nicômaco 9.4.3).

Epiteto descreve este tipo de amor como uma compulsão da paixão (Discursos 4.1.147). Esta palavra não aparece no NT em lugar algum, não porque o NT despreza ou rejeite o amor físico, mas porque, já nos tempos do NT, esta palavra passara a ser ligada com a concupiscência mais do que com o amor. Erõs, conforme alguém já disse, e o amor ainda sem conversão.

 

(ii) Há a palavra philia. Esta é a palavra mais nobre no grego secular para expressar o amor. Descreve um relacionamento caloroso, íntimo e tenro do corpo, mente e espírito. Inclui o lado físico do amor, pois o verbo philein pode significar beijar ou acariciar, mas inclui muita coisa a mais. Até mesmo nesta palavra há algo que falta. “O amor não é o amor”, disse Shakespeare, “que se altera quando descobre uma alteração.”

Mas philia, como todas as coisas humanas, pode alterar-se. Aristóteles escreve: “O prazer do amante é contemplar a sua amada, o prazer da amada e receber as atenções do seu amante, mas quando murchar a beleza da amada, a amizade (philia) as vezes murcha também, visto que o amante já não acha prazer na visão da sua amada, e a amada não recebe atenção do amante” (Aristóteles: Ética a Nicômaco 8.4.1). É verdade que philia descreve o tipo mais nobre do amor humano, mas também é verdade que a luz da philia pode diminuir e seu calor esfriar.

 

(iii) Há a palavra storgè. Esta e a palavra mais limitada na sua esfera, porque no grego secular é a palavra do amor no lar, do amor dos pais para com os filhos e dos filhos para com os pais, para o amor entre irmãos, irmãs e parentes.

 

(iv) Há a palavra agapè. Aqui, temos pouca orientação com base no grego secular. O verbo correspondente agapan é bastante comum no grego secular, mas o substantivo agapè quase nunca ocorre. Conforme diz R. C. Trench: “Agapè é uma palavra que nasce no seio da religião revelada.” E isto não é por acidente. Agapè é uma palavra nova que descreve uma qualidade nova, uma palavra que indica uma atitude nova para com os outros, uma atitude nascida dentro da comunidade, é impossível sem a dinâmica crista. Como, pois, devemos determinar o significado de agapè? Podemos

determinar melhor seu significado tendo por fundamento a maneira de o próprio JESUS falar dele. A passagem básica é Mt 5.43-48. Ali, JESUS insiste em que o amor humano deve seguir o padrão do amor de DEUS. E qual é a grande característica do amor de DEUS? DEUS faz vir chuvas sobre justos e injustos, e faz nascer o sol sobre maus e bons. Logo, o significado de agapè é a benevolência invencível, a boa vontade que nunca é derrotada. Agapê é o espírito no coração que nunca procurara outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. Não se importa com o tratamento que recebe

do seu próximo, nem com a natureza dele; não se importa com a atitude do próximo para com ele, nunca procurara outra coisa a não ser o sumo bem do próximo, o melhor para ele. Quando se vê isto, imediatamente surgem algumas verdades vitais.

 

(i) Quando Aristóteles escreve a respeito do amor, sua atitude é que somente aquele que merece o amor pode ser amado. Fala daqueles que desejam ser amados, que tem desejo de que o amor seja recíproco, e diz a respeito das pessoas que tem este desejo que seu anseio é ridículo, se eles nada possuem de atraente (Aristóteles: Ética de Nicômaco 8.8.6). Insiste em que um homem não pode esperar ser amado “ se nada houver algo nele para despertar afeição” (Ética a Nicômaco 9.1.2).

Epiteto diz praticamente a mesma coisa, quando declara: “Aquilo que desperta o interesse da pessoa é o que ela ama por natureza” (Discursos 2.22.1).

Platão disse: “O amor é para os amoráveis.”

Mas a qualidade distintiva do amor cristão acha-se exatamente na sua obrigação e capacidade de amar os pouco amáveis e os que dificilmente se pode amar, de procurar o sumo bem do outro independentemente daquilo que ele é, ou faz, ou tenha feito. No amor cristão a ideia do mérito não deve ser levada em conta.

 

(ii) Para os escritores gregos, o amor é necessariamente uma coisa exclusiva. Aristóteles define o amor como “a amizade num grau superlativo”. Passa, então, a dizer que, se é assim, pode ser por uma pessoa, e por uma pessoa somente (Aristóteles: Ética a Nicômaco 9.10.5). Na realidade, a convicção de Aristóteles é de que o amor não pode ser difundido, nem pode a amizade ser muito espalhada. Na amizade, o círculo deve ser estreito; no amor, nem sequer há um círculo, mas somente um único ponto em que tudo se focaliza. O amor cristão é o próprio inverso disso. É uma benevolência que abrange a todos. Agostinho disse a respeito de DEUS

que Ele ama a todos como se houvesse uma só pessoa para Ele amar; o amor cristão deve modelar-se no amor de DEUS.

 

(iii) Há um sentido em que o amor cristão difere radicalmente do amor humano comum. O amor humano comum é uma reação do coração; é algo que simplesmente ocorre. Ele é algo com cuja criação outrora nada temos a ver. Mas agapè, o amor cristão, é um exercício da personalidade total. É um estado não somente do coração, mas também da mente; faz parte dos sentimentos, emoções, e também da vontade. Não é alguma coisa que simplesmente acontece e que não podemos evitar; é algo que temos de desejar. Não é algo com que não temos nada a fazer; é uma conquista

é uma realização. Na realidade, tem sido dito que, em pelo menos um dos seus aspectos, agapè é a capacidade, o poder e a determinação de amar as pessoas das quais não gostamos. É certamente verídico que este amor cristão não é uma coisa fácil e sentimental; não é uma resposta emocional automática e não procurada. É uma vitória sobre o eu. A pura verdade é que este amor cristão é um atributo do fruto do ESPÍRITO; é algo totalmente impossível sem a dinâmica de JESUS CRISTO. Por isso é fútil falar na aceitação da ética do Sermão do Monte e do amor cristão. A verdade simples é o que o mundo não pode aceitá-la; somente o cristão cheio do ESPÍRITO

e dedicado a CRISTO pode fazê-lo.

 

(iv) Havia uma grande área do pensamento pagão que considerava esta ideia do amor cristão como uma contradição revolucionária de tudo quanto ele mesmo tinha em vista. Todas as filosofias contemporâneas ao cristianismo tinham um só alvo e objetivo: a única coisa que todos procuravam era a paz de espírito, ataraxia, serenidade, tranquilidade, o coração em repouso. A fim de chegarem a isto, todas elas, de uma forma ou outra, insistiam na absoluta necessidade de duas qualidades básicas.

A primeira era autarkeia, que significa a perfeita autossuficiência, a perfeita independência de qualquer objeto ou pessoa. Autarkeia é a atitude da mente que

acha sua felicidade e paz inteira e exclusivamente dentro de si mesma.

A segunda tinha uma estreita relação com ela; era apatheia. Apatheia não é a apatia no sentido da indiferença. A apatheia é essencialmente a incapacidade de sentir alegria ou tristeza, gozo ou mágoa; é a atitude de coração e mente que não pode ser tocada por qualquer coisa que porventura pudesse acontecer a si mesma ou a outrem. É o coração isolado de todos os sentimentos e emoções Se este for o ideal da vida, então bem claramente o grande inimigo da paz é o amor; o amor e o grande perturbador.

Epiteto conta como Cesar trouxe paz e segurança políticas a este mundo, e depois

diz, com desespero: “Mas será que Cesar pode nos dar a imunidade do amor?” (Epiteto: Discursos 2.13.10). Concorda que o homem deve tornar-se afetuoso (philostorgos), mas somente de uma maneira tal que, nunca, em tempo algum, dependera de outra pessoa para a sua felicidade e alegria, porque, se um homem permitir a outra pessoa entrar no seu coração e habitar ali, sua liberdade foi-se para sempre (Epiteto: Discursos 3.24-58). Para Epiteto, o amor é um tipo de escravidão (Epiteto: Discursos4.17.57). Por essa razão, a filosofia é um treinamento que visa

atingir a indiferença. Epiteto insiste em que os homens nunca devem fixar seu coração em qualquer objeto ou pessoa, porque nada e ninguém deve ser uma necessidade para nós. O homem deve ensinar-se a não se importar com nada. Que comece com coisas sem importância — uma vasilha, uma xicara que, de qualquer maneira, pode ser facilmente quebrada. Que avance um pouco mais, para uma túnica, um miserável cachorro, um mero cavalo, um pedaço de terra. Se algo acontecer a alguma destas

coisas, que aprenda a não se importar. Depois, finalmente, chegará paulatinamente a uma etapa em que não se importara com o que acontece a seu próprio corpo, quando poderá perder os filhos, a esposa, os irmãos  — sem se importar com isso (Epiteto-.Discursos 4.1.110,111).

É verdade que as vezes Marco Aurélio fala de modo aparentemente diferente. Amai os homens entre os quais a vossa sorte é lançada, diz ele e amai de todo o coração. Amai a humanidade e segui a DEUS. Tudo quanto é racional e afim, e faz parte da natureza humana importar-se com todos os homens. A divindade entronizada dentro de nós acalenta um sentimento fraterno para com os homens. Se não podeis converter o malfeitor, lembrai-vos de que a bondade vos foi dada para enfrentar semelhante caso e lidar com tal homem. Ninguém deve, em caso algum, ser obrigado a arrancar de nós a bondade. Devemos viver com mansidão para com aqueles que procuraram opor-se a nós e para com aqueles que são um espinho em nossa carne (Marco Aurélio: Meditações 6.38; 7.31, 34, 36;| 9.11; 11.9).

O cínico verdadeiro será necessariamente acoitado, mas devei amar os homens que o acoitam, como se fosse o pai ou o irmão deles todos (Epiteto: Discursos 3.22.55).

Mas, ao procurar o sentido e significado de passagens tais como estas, sempre deve ser lembrado que esta atitude para com os outros nasceu, não da identificação com os outros, ou da simpatia para com os outros, ou da participação da sua situação humana, mas da superioridade consciente.

O sábio estava tão fechado dentro da sua virtude, tão acima dos homens comuns, que nunca deixaria as excentricidades e a insensatez dos mortais inferiores afetarem sua calma olímpica.

Em contraste direto com isto, o amor cristão se importa. O amor cristão é o próprio inverso dos princípios elementares da filosofia pagã. O filósofo pagão dizia: “Ensina-te a não te importar.” A mensagem cristão dizia: “Ensina-te a importar-te apaixonada e intensamente com os homens.”

O filosofo pagão dizia: “Não deves, em circunstância alguma, ficar pessoal e emocionalmente envolvido na situação humana.”

A mensagem crista diz: “Deves entrar na situação humana de tal maneira que vejas penses e sintas com os olhos, a mente e o coração da outra pessoa na sua profunda identificação com os outros.” A mensagem cristã oferecia o caminho para a felicidade naquela mesma atitude que o filosofo pagão considerava como o caminho para a infelicidade. Para o cristão, o princípio no âmago da vida era a única coisa que o filosofo pagão procurava eliminar inteiramente da sua vida. Analisemos, portanto, o significado deste agapè, usando em especial os elementos das cartas de Paulo, onde a palavra ocorre mais de sessenta vezes.

 

(i) Tudo começa com o amor de DEUS, porque DEUS é o DEUS de amor (1Co 13,1-13). O amor cristão é o reflexo do amor de DEUS, e Dele obtém seu padrão e poder. Este amor de DEUS é totalmente imerecido, porque a prova dele é que, enquanto ainda éramos pecadores, CRISTO morreu por nós (Rm 5.8). O Novo Testamento nunca poderia tolerar qualquer conceito de expiação que subentendesse ou sugerisse que qualquer coisa que JESUS fez mudou ou alterou a atitude de DEUS para com os homens; que, de alguma maneira, JESUS tenha transformado a ira de DEUS em amor. O processo inteiro da salvação tem seu início no amor de DEUS, não merecido

por nós. Além disso, o amor de DEUS é um amor que produz e transforma. É aquele amor que, derramado no coração dos homens, produz as grandes qualidades da vida e do caráter cristãos (Rm 5.3-5). Ha um amor humano que enfraquece a fibra moral do homem, que paralisa seu esforço, e que o retira da batalha da vida; mas o amor de DEUS é a dinâmica transformadora da vida cristã, produzindo no homem a paciência, a perseverança, a experiência e a esperança que o preparam para a vida. O amor de DEUS é um amor inseparável. Nada há no tempo nem na eternidade que pode separar o homem dele (Rm 8.35-39). Aqui, na realidade, temos um dos grandes argumentos para a vida após a morte. O amor é a perfeição do relacionamento entre duas personalidades, e o amor de DEUS oferece um relacionamento consigo mesmo que, pela própria natureza das coisas, nada pode quebrar ou interromper. O amor de DEUS é simplesmente um grande amor (Ef 2.4-7). E, de conformidade com esta passagem, o amor de DEUS  é um grande amor por três razões. Primeira: Ele nos amou enquanto estávamos mortos nos nossos pecados. Segunda, vivificou-nos

para a novidade de vida. Terceira, ultrapassa o tempo e vai além da vida para

os lugares celestiais.

 

(ii) A medida em que Paulo fala do amor de DEUS, também fala do amor de JESUS CRISTO. Para Paulo, o amor de DEUS e o amor de JESUS CRISTO são a mesma coisa. Em Rm 8.35-39 Paulo começa perguntando: “Quem nos separará do amor de CRISTO' E termina, dizendo: “nada poderá nos separar do amor de DEUS, que está em CRISTO JESUS nosso Senhor.” Para Paulo, JESUS é o amor de DEUS em demonstração e ação. Paulo passa, então, a dizer certas coisas a respeito do amor de JESUS CRISTO. É um amor que excede todo entendimento (Ef 3.19).  O amor é sempre um mistério. Qualquer pessoa que é amada fica atônita, perguntando a si mesma por que aquilo acontece. O amor de CRISTO não é algo a ser explicado; é algo diante de que o homem somente pode maravilhar-se, prestar culto e adorar. O amor de JESUS CRISTO é o padrão da vida cristã.

O cristão deve andar em amor conforme CRISTO o amou (Ef 5.2). O cristão não é perseguido pelo medo a fim de ser bom; é elevado até a bondade mediante a obrigação do amor que desperta a generosidade que está adormecida na alma.

 

(iii) Uma das associações mais consistentes que Paulo faz é entre o amor e a fé (Ef 1.15; Cl 1.4; 1 Ts 1.3; 3.6; 2 Ts 1.3; Fm 5). O mais alto louvor que Paulo pode oferecer a qualquer igreja é dizer que seus membros] tem fé em CRISTO e amor uns para com os outros. O cristianismo envolve um duplo relacionamento pessoal e uma dupla dedicação: o relacionamento com CRISTO e a dedicação a Ele, e o relacionamento com os homens e a dedicação a eles. O cristianismo é a comunhão com DEUS e os homens. “Ninguém,” disse Joao Wesley, “já foi para o céu sozinho.” “DEUS,” disse o sábio e velho conselheiro a Wesley quando este estava para deixar esta vida, “não conhece a religião solitária.” Há uma dupla associação entre a fé e o amor. Em Ef 6.23 Paulo ora para que seu povo tenha fé com amor;  em Gl 5.6 fala da fé operando através do amor, ou, conforme talvez seja a melhor tradução: a fé energizada operada, pelo amor. Podemos expressar este fato nas seguintes palavras: o amor sem fé é sentimentalismo, e a fé sem amor é aridez. O amor deva basear-se na fé.

Por exemplo, é inquestionavelmente verdadeiro que a única base válida  para uma crença na democracia é a crença de que todos os homens são filhos naturais de DEUS; e a única base verdadeira da evangelização é a convicção teológica de que CRISTO morreu por todos os homens: A fé deve ser inflamada pelo amor, a fim de não se transformar em intelectualismo, e para que o teólogo não se torne, conforme a expressão de Anatole France, “um homem que nunca olhou para o mundo em sua volta”. Esta combinação de fé e amor deve produzir ação, porque o amor nunca deve ser mera aparência (Rm 12.9). É perfeitamente possível pregar o amor e viver uma vida sem ele, cantar os louvores do amor nas palavras, e negar a existência dele nas ações.

O amor produzirá especialmente duas coisas. Produzirá a generosidade prática.

Quando Paulo estava levando a coleta para os cristãos pobres de Jerusalém, seus repetidos apelos às igrejas mais novas são no sentido de demonstrarem a sinceridade do sui amor, fornecendo a prova dele mediante a sua generosidade cristã (2 Co 8.7, 8, 24). Isto redundará em perdão. Depois de terminarem os problemas em Corinto, e depois de a paz ter sido restaurada, o apelo de Paulo aos coríntios é para que reafirmem seu amor perdoando o homem outrora o foco de agitação e de todos os problemas (2 Co 2.8).

A fé deve estar ligada ao amor, e o amor a fé, e esta combinação deve ter como resultado a mão generosa e o coração que perdoa.

 

Devemos agora passar a ver, aquilo que poderíamos chamar de a qualidade básica do amor em ação na vida crista.

 

(i) O amor é a atmosfera da vida cristã. O cristão, diz Paulo, deve andar em amor (Ef 5.2). Toda vida leva consigo a sua própria atmosfera. Uma das alunas da grande mestra norte-americana Alice Freeman Palmer disse acerca dela: “Ela fazia com que me sentisse banhada pelos raios do sol.” Por outro lado, Richard Church em seu ensaio autobiográfico fala a respeito do primeiro dia que passou na escola. Tinha consciência daquilo que chamou de “um fingimento frio e impessoal de benevolência no ar” . Há uma atmosfera que é como uma túnica quente, e outra que é como uma ducha fria. O cristão leva esta atmosfera de benevolência radiante por onde for. Paulo expressa esta mesma verdade de outra maneira. O amor, diz ele, é a vestimenta da vida cristã. Conclama os colossenses a se vestirem com o amor (Cl 3.14). Falamos de uma pessoa revestida de beleza, ou armada em virtude. A vida crista veste-se desta boa vontade que se estende a todos os homens.

 

(ii) O amor é o motivo universal da vida cristã. “ Todos os vossos atos sejam feitos com amor,” Paulo escreve aos coríntios (1 Co 16.14). O Sermão no Monte nos deixa sem dúvidas quanto a importância dos motivos do coração na vida cristã (Mt 5.21-48). Há um tipo de generosidade cujo motivo principal é obter prestígio. Há um tipo de advertência e repreensão que brota do deleite em ferir as pessoas e em vê-las afastando-se. Há até mesmo um tipo de labuta e serviço que provém do orgulho. Um

dos deveres mais negligenciados da vida cristã é o autoexame, e talvez isto seja negligenciado por ser um exercício muito humilhante. Se nos examinarmos, é bem possível que descubramos que não há quase nada neste mundo que façamos com motivos puros e sem mistura. Ainda que seja assim, devemos continuar a colocar diante de nós o padrão pelo qual devemos viver, a insistência de que o único motivo cristão é o amor.

 

(iii) O amor é o segredo da unidade cristã. Os cristãos são unidos pelo amor (Cl 2.2). O que há de significante neste amor cristão é que ele se espalha em círculos que se expandem cada vez mais.

(a) Começa sendo amor pelos santos, ou seja, amor pelos demais membros da comunidade cristã e pelos nossos irmãos cristãos (Ef 1.15; Cl 1.4; 1 Ts 3.12).

(b) É amor pelos líderes da Igreja (1 Ts 5.12, 13). É um fato muito simples que

a única dádiva que Paulo pediu da parte das suas igrejas foi que orassem por ele, que o conservassem em seus corações, e que o sustentassem através da oração (Rm 15.30).

(c) Toma-se amor por todos os homens. Os cristãos devem abundar em amor uns com os outros, e com todos os homens (1Ts 3.12). Há um tipo de cristianismo falso que se resume nas quatro linhas de um verso malfeito:

Somos os poucos escolhidos de DEUS,

Todos os demais irão para o inferno;

Não há lugar no céu para ti -

O céu não deve superlotar-se.

 

O amor cristão é o inverso disso; expande-se até procurar englobar o

mundo inteiro em seus braços, e receber todos os homens em seu coração.

 

(iv) O amor é o enfatizar da verdade cristã. O cristão deve necessariamente

ser um amante da verdade (2 Ts 2.10), mas a todo tempo deve falar a verdade em amor (Ef 4.15). E fácil falar a verdade de tal maneira a ferir e machucar; não é impossível alguém ter prazer ao ver uma pessoa encolher-se e estremecer sob as chicotadas da verdade. “A verdade,” diziam os cínicos, “é como a luz para olhos irritados.” Florence Allshorn foi uma famosa e muito amada diretora de um grande instituto missionário para mulheres. Inevitavelmente havia ocasiões em que ela tinha de repreender suas estudantes; mas dizia-se a respeito dela que, quando tinha

motivo para repreender, sempre o fazia como se estivesse abraçando a pessoa a ser repreendida. A verdade falada com o intuito de ferir nada pode produzir senão ressentimento; mas a verdade falada em amor pode despertar o arrependimento que é algo que traz restauração.

 

(b) O amor é o fundamento do apelo cristão. Quando Paulo roga a Filemom em favor do escravo fugitivo Onésimo, é ao amor que apela? (Fm 7). É ao amor que Paulo apela quando pede as orações da igreja de Roma antes de empreender viagem para Jerusalém (Rm 15.30).  O cristão nunca apelara à força; o cristão raramente apelará à sua autoridade. A arma do cristão é sempre o apelo ao amor e quase nunca a exigência do poder.

 

(c) O amor é o motivo da pregação cristã. Mesmo nos Seus momentos mais severos, a motivação e a acentuação das palavras de JESUS é o amor. É com amor que anela pela cidade onde está para morrer (Mt 23.37).  Talvez o capítulo menos compreendido em toda a Bíblia seja Mateus 23 onde há uma série terrível de “ais” dirigida contra os escribas e os fariseus. É muito comum pensar nesse capítulo e lê-lo como se tivesse sido falado num acesso de fúria incandescente, é como se JESUS estivesse açoitando as pessoas com o chicote da Sua língua. “Ai de vós! ” diz JESUS (Mt 23.13 ss.). Mas a palavra em grego e Ouai, e o próprio som dela é um lamento. O sentimento não é de condenação, e sim de tristeza. Não é uma explosão de ira; é a marca do amor que parte o coração. Há momentos em que certos pregadores dão a impressão de que odeiam os seus ouvintes, e assaltam-nos com uma bateria de ameaças quase causando a impressão de que querem vê-los condenados ao inferno. Registra-se que certa vez, quando perguntaram a alguém por que deixara de  frequentar certa igreja, a pessoa respondeu: “Cansei-me de ser apedrejada em meu rosto todos os domingos.” Os homens podem ser levados a aceitar o evangelho muito mais facilmente se não receberem acoites verbais para que o aceitem. Stanley Jones em seu livro sobre a conversão conta a respeito da obra do Dr. Karl Menninger da Clínica Menninger, em Topeka, EEUU. Toda a obra da clínica era organizada em torno do amor. Era tomado como princípio que “ desde os psiquiatras superiores, descendo até aos eletricistas e faxineiros, todos os contatos com os pacientes devem manifestar

amor” . E tratava-se do “amor sem limites” . O resultado foi que o período de internamento foi reduzido pela metade. Houve uma mulher que ficou sentada durante três anos numa cadeira de balanço sem dizer uma palavra para pessoa alguma. O médico chamou uma enfermeira e disse-lhe: “Maria, estou colocando a Sra. Brown como sua paciente. Tudo quanto lhe peço é que a ame até que ela sare.” A enfermeira fez a experiência. Pegou uma cadeira de balanço do mesmo tipo, sentou-se ao lado

dela, e amou-a de manhã, de tarde e de noite. No terceiro dia, a paciente

falou, e dentro de uma semana, saiu da sua concha — e curada!

Stanley Jones cita alguns outros exemplos deste princípio em operação. Hilmer Myers, falando de moços que faziam parte de quadrilhas, disse: “ Tais mocos podem ser alcançados oferecendo-lhes aquilo que mais almejam — o amor por parte de um adulto disposto a ajudar numa emergência.” Certo fabricante hindu disse a Stanley Jones por que viera a um dos seus retiros espirituais: “Sabe por que vim? Há muitos anos, quando eu era menino, atormentamos um missionário que estava pregando num bazar, jogando tomates nele. Ele enxugou do seu rosto o caldo dos tomates e então, após a reunião, levou-nos para a confeitaria e comprou-nos doces. Eu vi o amor de CRISTO naquele dia, e é por isso que estou aqui.” Um negro já idoso falou a respeito de um negro mais jovem que se metera numa encrenca seria: “A gente simplesmente deve amá-lo para atrai-lo para fora disto.” Havia na comunidade um ébrio inveterado. Certa manhã, disse: “Os meninos jogaram pedras em mim ontem a

noite.” Respondeu o amigo dele: “Talvez estivessem procurando fazer de você um homem melhor.” O homem disse: “Ora, nunca ouvi falar que JESUS jogava pedras num homem para torná-lo melhor”. Os homens podem ser ganhos muito mais se os amarmos para levá-los ao céu do que se os ameaçarmos para que escapem do inferno.

 

(v) O amor é o controlador da liberdade cristã. A liberdade deve ser usada, não como desculpa para a licenciosidade, mas como dever de servirmos uns aos outros (G1 5.13). Existem muitas coisas que são perfeitamente seguras para o irmão mais forte, e que poderia legitimamente ser permitida, sem dúvida alguma; mas ele abstém-se dessas coisas porque, ama e recusa-se a prejudicar com o seu exemplo o irmão por quem CRISTO morreu (Rm 14.15). Se o amor é a base da vida, a responsabilidade e a sua tônica. Nenhum cristão pensa nas coisas somente porque afetam a sua própria pessoa. O privilégio da liberdade cristã é condicionado pela obrigação do amor cristão.

 

(vi) Este amor cristão não é nenhuma emoção fácil e sentimentalista.

O amor tem os olhos abertos. A oração de Paulo pelos filipenses é no sentido de que abundem em todo o conhecimento e em toda a percepção sensível, de modo que sejam capacitados a distinguir entre as coisas que diferem entre si, escolhendo as que são certas (Fp 1.10). O amor cristão na vida é acompanhado por uma nova sensibilidade para com os sentimentos, necessidades e problemas dos outros, uma nova consciência da bondade, é um novo horror pelo pecado. Longe de ser cego, o amor cristão ensina o homem a ver com clareza e a sentir com uma intensidade nunca antes experimentada.

Da mesma maneira, o amor cristão é forte. Na correspondência de Paulo com a igreja em Corinto há dois usos muito iluminadores da palavra “amor.” Em 2 Co 2.4 Paulo escreve a respeito da carta dura e severa que havia enviado a igreja em Corinto, carta esta que causara aos coríntios mágoa e dor. Mas, diz ele, aquela carta foi escrita, não para lhes causar mágoa e tristeza, mas para comprovar seu amor por eles. A sentença final da primeira carta aos coríntios é: “O meu amor seja com todos vos! ” (1 Co 16.24). As cartas a Corinto estão muito longe de serem cartas sentimentais.

Administram a disciplina; transmitem a repreensão; não hesitam em ameaçar com o uso da vara de correção; distribuem a correção mais severa; até mesmo exigem a exclusão do perturbador da comunhão da Igreja — contudo, são o resultado do amor.

O amor no sentido neotestamentário do termo nunca comete o engano de pensar que amar é deixar uma pessoa fazer o que ela quer. O NT deixa claro que há momentos quando a ira, a disciplina, a repreensão, o castigo e a correção fazem parte do amor.

 

(vii) É fácil ver que a aquisição e a prática do amor cristão não são uma tarefa fácil. Em 1 Co 14.1, Paulo usa uma expressão muito significativa. A ARA traduz: “Segui o amor.” Mas o verbo que é traduzido por seguir é diõkein que significa perseguir, correr atrás. O amor cristão não é algo que simplesmente acontece; é algo que deve ser buscado, desejado, perseguido, algo que exige a oração e a disciplina do homem para obtê-lo. Longe de ser uma posse automática, é a realização suprema da vida. Pode-se até dizer que o amor cristão não é somente difícil; humanamente falando, é impossível. O amor cristão não é uma realização humana; faz parte do fruto do  ESPÍRITO. É derramado em nosso coração pelo ESPÍRITO SANTO. E, assim, chegamos a outra verdade a respeito deste amor cristão:

Há um versículo magnifico na carta aos filipenses. Nele, a palavra “amor”

propriamente dita não aparece, mas a ideia é a que está no centro do amor

cristão. Paulo escreve, conforme diz a AV: “Anseio por todos vós nas entranhas

de JESUS CRISTO” (Fp 1.8). Literalmente, isto significa: “Amo-vos com o próprio amor de CRISTO. Através de mim CRISTO vos ama. O amor que eu vos tenho não é outro senão o amor do próprio CRISTO.” Agapè tem a ver com a mente: não é simplesmente uma emoção que surge em nosso coração sem ser convidada; é um princípio segundo o qual vivemos deliberadamente. Agapê tem a ver, de modo supremo, com a vontade. É uma conquista, uma vitória e uma realização. Ninguém já amou por natureza os seus inimigos. Amar os inimigos é uma conquista de todas

nossas inclinações e emoções naturais. Este amor cristão, não é meramente uma experiência emocional que vem a nós sem convite e sem ser procurada; é um princípio deliberado da mente, uma conquista e realização da vontade. É, na realidade, o poder de amar os que não são amáveis, de amar as pessoas das quais não gostamos. O cristianismo não pede que amemos nossos inimigos e os homens em geral da mesma maneira que amamos nossos entes queridos e os que estão

mais próximos de nós; isto seria tanto impossível quanto errado. Mas realmente

ele exige que tenhamos a todo tempo uma certa atitude e direção da vontade para com todos os homens, sem nos importarmos com que são eles.

Qual, pois, é o significado deste agapè? A principal passagem para a interpretação do significado de agapè é Mt 5.43-48. Ali, somos ordenados a amar os nossos inimigos. Por que? A fim de que sejamos como DEUS. E qual é a ação típica de DEUS que é citada? DEUS envia Sua chuva aos justos e injustos, maus e bons. Ou seja: a natureza do homem, não importa, DEUS não procura outra coisa senão o sumo bem dele. Quer o homem seja santo, ou um pecador, o único desejo de DEUS é o seu sumo bem. Ora, isto é agapê. Agapè é o espírito que diz: “Não importa o que o homem me faça,  eu nunca procurarei lhe fazer mal; nunca intentarei a vingança; sempre buscarei exclusivamente o sumo bem dele.” Isto quer dizer que o amor cristão, é a benevolência invencível, a boa vontade insuperável. Não é simplesmente uma onda de emoção; e uma convicção deliberada da mente que tem como resultado uma política deliberada na vida; é a realização, conquista e vitória da vontade. Atingir o amor cristão exige a totalidade do homem; exige não somente seu coração, mas

também sua mente e vontade. Sendo assim, duas coisas devem ser notadas:

 

(i) O amor humano para com o nosso próximo, é forçosamente fruto do ESPÍRITO. O amor cristão não é natural no sentido de que não é impossível ao homem natural. O homem somente pode exercer esta benevolência universal, sendo purificado do ódio, da amargura e da reação humana natural a inimizade,  injúria e antipatia, quando o ESPÍRITO tomar posse dele e derramar no seu coração o amor de DEUS. O amor cristão e impossível a qualquer pessoa que não seja cristã. Ninguém pode pôr em prática a ética cristã até que se torne cristão. Pode-se ver bem claramente a qualidade desejável da ética cristã; pode-se perceber que é a solução para os problemas do mundo; pode-se aceitá-la mentalmente; mas, na prática, não pode ser vivido se CRISTO não viver dentro da pessoa.

 

(ii) Quando entendemos o que agapè significa, refutamos amplamente a objeção de que uma sociedade baseada neste amor seria um paraíso para os criminosos, e que isto significa simplesmente deixar o malfeitor fazer o que quer. Se buscarmos somente o sumo bem do homem, é bem possível que tenhamos de resisti-lo; é bem possível que tenhamos de castiga-lo; é bem possível que tenhamos de agir com severidade diante dele — para o bem da sua alma imortal. No entanto, permanece o fato de que tudo quanto fizermos ao homem nunca será por vingança; nunca será uma simples retribuição; sempre será feito com o amor que perdoa e que procura, não o castigo

do homem, e muito menos a eliminação do homem, mas sempre o seu sumo bem. Noutras palavras, agapè importa em lidar com os homens conforme DEUS lida com eles  — e isso não significa deixá-los agir desenfreadamente segundo a sua própria vontade. Quando estudamos o NT descobrimos que o amor é a base de todo

relacionamento perfeito no céu e na terra.

 

(i) O amor é a base do relacionamento entre o Pai e o Filho, entre DEUS e JESUS. JESUS pode falar do “amor com que me amaste” (Jo 17.26). Ele é “ o Filho do Seu amor” (Cl 1.13; cf. Jo 3.35; 10.17; 15.9; 17.23, 24).

 

(ii) O amor é a base do relacionamento entre o Filho e o Pai. O propósito de toda a vida de JESUS era que o mundo soubesse que Ele amava o Pai (Jo 14.31).

 

(iii) É dever do homem amar a DEUS (Mt 22.37; cf. Mac 12.30 e Lc 10.27; Rm 8.28; 1 Co 2.9; 2Tm4.8; l Jo 4.19).

O cristianismo não pensa em termos do homem finalmente se submeter ao poder de DEUS; pensa em termos de ele finalmente se entregar ao amor de DEUS. Não se trata de a vontade do homem ser esmagada, trata-se de o seu coração ser quebrantado.

 

(iv) A forca motriz da vida de JESUS era o amor pelos homens (Gl 2.20; Ef 5.2; 2 Ts 2.16; Ap 1.5; Jo 15.9). JESUS realmente é aquele que ama as almas.

 

(v) A essência da fé cristã é o amor por JESUS (Ef 6.24; 1 Pe 1.8; Jo 21.15, 16).

Assim como JESUS ama as almas, assim também o cristão ama a CRISTO.

O NT tem muita coisa a nos dizer acerca do amor de DEUS pelos homens.

 

(i) O amor é da própria natureza de DEUS. DEUS é amor (1 Jo 4.7,8; 2 Co 13.11).

 

(ii) O amor de DEUS e universal. Não foi apenas uma nação escolhida, foi o mundo inteiro que DEUS amou (Jo 3.16).

 

(iii) O amor de DEUS e sacrificial. A prova do Seu amor é que deu Seu Filho em prol dos homens (1 Jo 4.9, 10; Jo 3.16). A garantia do amor de JESUS é que Ele nos amou e Se deu por nós (Gl 2,20; Ef 5.2; Ap 1.5).

 

(iv) O amor de DEUS é amor misericordioso (Ef 2.4). Não é ditatorial, não é  possessivo de modo dominante; é o amor ansioso do coração misericordioso.

 

(v) O amor de DEUS salva e santifica (2 Ts 2.13). Salva da situação do passado e capacita o homem a enfrentar as condições do futuro.

 

(vi) O amor de DEUS é um amor fortalecedor. Nele e através dele o homem torna-se mais que vencedor (Rm 8.37). Não é o amor abrandador e ultra protetor que torna o homem fraco; é o amor que produz heróis.

 

(vii) O amor de DEUS é um amor que galardoa (Tg 1.12; 2.5). Nesta vida, ele  algo precioso, e suas promessas são ainda maiores para a vida futura.

 

(viii) O amor de DEUS é  um amor que disciplina (Hb 12.6). O amor de DEUS é o amor que sabe que a disciplina é uma parte essencial do amor.

 

O NT tem muita coisa a dizer acerca de como deve ser o amor do homem por DEUS.

 

(i) Deve ser um amor exclusivo (Mt 6.24; cf. Lc 16.13). Há lugar para uma só lealdade na vida cristã.

 

(ii) É um amor que está alicerçado na gratidão (Lc 7.42, 47). Os dons do amor de DEUS exigem em troca a totalidade do amor dos nossos corações.

 

(iii) É um amor obediente. Repetidas vezes o NT preconiza que a única maneira de podermos comprovar que amamos a DEUS é oferecendo-Lhe  nossa obediência incondicional (Jo 14.15, 21, 23, 24; 13.35; 15.10; 1 Jo 2.5; 5.2, 3; 2 Jo 6). A obediência e a prova final do amor.

 

(iv) É um amor comunicativo. O fato de amarmos a DEUS é comprovado ao amarmos e ajudarmos nosso próximo (1 Jo 4.12, 20; 3.14; 2.10). A falta em ajudarmos os homens comprova que nosso amor por DEUS é falso (1 Jo 3.17). A obediência a DEUS e a ajuda amorosa prestada aos homens são duas coisas que comprovam o nosso amor.

 

Vejamos, agora, outras características deste amor cristão:

 

(i) O amor é sincero (Rm 1.29; 2 Co 6.6; 8.8; 1 Pe 1.22). Não tem segundas intenções; não é interesseiro. Não é uma gentileza superficial que serve de máscara para a amargura interior. É o amor que ama com os olhos e coração abertos.

 

(ii) O amor é inocente (Rm 13.10). O amor cristão nunca prejudicou alguma pessoa. O falso amor pode ferir de duas maneiras. Pode levar ao pecado. Burns disse acerca do homem que conheceu quando estava aprendendo a cardar linho em Irvine: “Sua amizade me causou prejuízo.” Ou pode ser superpossessivo e superprotetor. O amor materno, por exemplo, pode tornar-se sufocante.

 

(iii) O amor é generoso (2 Co 8.24). Há dois tipos de amor – o amor que exige e o amor que dá. O amor cristão é o amor que dá, porque é uma cópia do amor de JESUS (Jo 13.34), e tem seu motivo principal no amor generoso de DEUS (1 Jo 4.11).

 

 (iv) O amor é prático (Hb 6.10; 1 Jo 3.18. Não é meramente um sentimento bondoso, não se limita aos melhores votos piedosos; é amor que resulta em ação.

 

(v) O amor é longânime (Ef 4.2). O amor cristão resiste as coisas que tão facilmente transformam o amor em ódio.

 

(vi) O amor traz o aperfeiçoamento da vida cristã (Rm 13.10; Cl 3.14; 1 Tm 1.5; 6.11; 1 Jo 4.12). Não há nada mais sublime neste mundo do que amar. A grande tarefa de qualquer igreja não é primeiramente aperfeiçoar suas construções, ou sua liturgia, música ou paramentos. Sua grande tarefa é aperfeiçoar o seu amor. Finalmente, o NT preconiza que há certas maneiras segundo as quais o amor pode ser mal orientado.

 

(i) O amor pelo mundo é mal orientado (1 Jo 2.15). Porque Demas amou o mundo, abandonou a Paulo (2 Tm 4.10). O homem pode amar o tempo a ponto de se esquecer da eternidade. O homem pode amar as recompensas deste mundo e se esquecer dos galardoes ulteriores. O homem pode amar o mundo de tal maneira que aceita os padrões mundanos e abandona os de CRISTO.

 

(ii) O amor ao prestígio pessoal é mal orientado. Os escribas e os fariseus amavam os assentos principais nas sinagogas e os louvores dos homens (Lc 11.43; Jo 12.43). A pergunta do homem não deve ser: “O que os homens pensam sobre isso?” , mas: “O que DEUS pensa sobre isso?”

 

(iii) O amor pelas trevas e o medo da luz são as consequências inevitáveis do pecado (Jo 3.19). Assim que o homem peca, já tem algo para esconder; então passa a amar as trevas. Mas as trevas podem ocultá-lo dos homens não de DEUS. E assim, finalmente podemos dizer que o amor cristão se manifesta quando CRISTO é novamente encarnado através de uma pessoa que se entregou totalmente a Ele.

Obra da Carne e o Fruto do ESPÍRITO-William Barclay 

 

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AMOR

Em várias versões o substantivo utilizado é, frequentemente, “caridade״ (q.v.). O principal verbo hebraico para amor é ’aheb (aprox. 225 vezes no AT), embora ocorram 18 outras palavras de significado semelhante (menos de 30 ocorrências no total). A tradução usual da LXX de ’ aheb é agapao (195 vezes). As palavras gregas clássicas para amor variavam. (1) erao, eros, “desejo sexual, desejo passional״ (um substantivo na LXX por duas vezes; nunca utilizada como verbo; o mesmo ocorre no NT); (2) phileo, philia, “afeição por amigos ou parentes” (um substantivo na LXX por oito vezes; como verbo, 26 vezes; como substantivo no NT, uma vez; como verbo, 25 vezes); (3) philadelphia, “amor dos irmãos” (não na LXX; seis vezes no NT); (4) philanthropia, "amor pela humanidade” (uma vez na LXX; duas vezes no NT); (5) stergo, storge, “afeição, amor familiar" (não consta na LXX nem no NT, mas veja astorgos, Rm 1.31; 2 Tm 3.3; philostorgos, Rm 12.10); (6) agapao, agape, agapetos (como substantivo na LXX 20 vezes; como verbo, cerca de 250 vezes; mais de 100 vezes como substantivo no NT: como verbo, cerca de 140 vezes; como adjetivo, mais de 60 vezes).

Na LXX parece haver pouca diferença entre as idéias traduzidas por phileo e agapao, ambas sendo usadas para traduzir a ideia de amor por alimentos, por prazer, por uma mulher e pelo sono. Eros (de onde vem o nosso adjetivo “erótico”), embora espiritualizado por Platão, não aparece no NT. Tanto as palavras hebraicas como gregas dizem respeito ao sentimento de desejo e são pessoais em natureza.

A comparação dos usos do AT (’aheb-agapao) e do NT (agapao) mostra quão diversos são os objetos do amor; por exemplo. (1) marido-mulher (Gn 24.67; Ef 5.25), (2) o próximo (Lv 19.18; Mt 5.43; 19.19), (3) dinheiro (Ec 5.9; 2 Pe 2.15), (4) um amigo (1 Sm 20.17 - Davi e Jônatas; Jo 11.5 - JESUS-Marta), (5) uma cidade (Sl 78.68; Ap 20.9).

Os usos teológicos em ambas as alianças dizem respeito ao amor de (1) DEUS ao homem, (2) do homem a DEUS, e (3) do homem para com os seus semelhantes.

1. A representação do AT do amor de DEUS ao homem é vista em sua preocupação com todos os homens (Dt 33.3), mas especialmente na escolha de Israel (seu amor eletivo, ’ahaba, Dt 7.7,8; 10.15; Is 63.9; Os 11.1; Ml 1.2), e seu voto de aliança constantemente renovado para com eles (seu amor contido em sua aliança, hesed, “misericórdia”, Dt 7.9; 1 Rs 8.23; Ne 9.32; “benignidade, Is 54.5-10; veja Benignidade). Este amor garante a Israel a proteção e a redenção de DEUS (Is 43.25; 63.9; Dt 23.5) e é estendido a cada um individualmente (Pv 3.12; Sl 41.12).

O NT reitera o amor que DEUS tem por todas as criaturas (Mt 5.45), mas enfatiza a manifestação em particular de si mesmo em CRISTO e no Calvário (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.31-39), eventos que mostram a vida eterna para o crente. DEUS é revelado como amoroso porque Ele próprio é amor (1 Jo 4.8,16). O amor é a sua própria essência; o amor é outro termo juntamente com “luz” (1 Jo 1.5) que descreve a qualidade moral de seu ser. Veja DEUS. 2. O amor do homem a DEUS no AT é a resposta completa do homem (Dt 6.5,”de todo o coração”) ao DEUS misericordioso de Israel (Dt 6.5- 9; Êx 20.1-17; Sl 18.1; 116.1). O amor a DEUS é expresso, de forma ética, especialmente ao se guardar a lei e o temor a Ele (Êx 20.6; Dt 5.10; 10.12; Is 56.1-6). Este conceito de resposta total é repetido pelo Senhor JESUS no NT (Mc 12.29,30; veja também Mt 6.24; 10.37-39; Lc 9.57-62; 14.26,27). No entanto, a resposta é dirigida a um novo conjunto de eventos - a encarnação (Jo 4.10,19,25-29,39-42), a cruz (Rm 6.3-11; Gl 2.20; 5.24; 6.14), a ressurreição (Fp 3.10-11; Cl 3.1,2), e a segunda vinda (2 Tm 4.8). A equação de amor e obediência também é repetida (Jo 14.15,21; 1 Jo 4.21-5.3). O amor não é um mero sentimento, mas uma entrega pessoal e voluntária que conduz à submissão. 3. O amor do homem para com os seus semelhantes no AT é baseado no amor anterior de DEUS, e é exigido especialmente em relação ao próximo (Lv 19.18) e aos estrangeiros vivendo em Israel (Dt 10.19; Lv 19.34). Até mesmo o inimigo deve ser tratado com bondade (Êx 23.4,5; Pv 25.21). O Senhor JESUS apresentou o amor que deve existir entre os seres humanos (o seu principal uso no NT) como o segundo mandamento (Mt 22.39), o sinal infalível do discipulado (Jo 13.34,35), de filiação (1 Jo 4.7), e de nova vida (1 Jo 3.14). Ele deve ser expresso através de atitudes e obras (1 Jo 3.17,18). Ele é enfatizado pela unidade do corpo (Ef 4.1-4; Rm 12.16; Fp 1.27; 2.1,2; 4.2) e é evidenciado pela atrocidade do pecado de dissensão (Gl 5.19-21; 1 Co 1.10- 13; 3.3-8; 11.18-22). O Senhor JESUS ensinou que o amor deve incluir os inimigos (Mt 5.44), assim como Paulo ensinou que o amor prático deve incluir todos os homens (Gl 6.10). Esse amor, que deve ser diferenciado da afeição erótica e romântica, é a contraparte lógica do amor Divino em relação ao homem (1 Jo 4.11), e sem ele a reivindicação de amar a DEUS é vista como inconsistente (1 Jo 4.20- 21). Ele também é visto como o efeito do ESPÍRITO SANTO derramado em nossos corações (Rm 5.5; cf. Gl 5.22), Ele é uma imitação consciente do amor de DEUS, até mesmo por aqueles que fazem o mal (Mt 5.43-45; Jo 13.34; 15.12; Rm 15.7). O dever do cristão de retribuir o mal com o bem ao invés de retaliar (Rm 12.17-21) deve provavelmente ser considerado uma cooperação com o plano de DEUS para levar o homem ao arrependimento (Rm 2.4; 12.20-21). Este conceito de amor (agape) criativo é tão central que pode ser considerado uma ética cristã distinta.

A maior definição de amor (agape) nos relacionamentos humanos já escrita é a do apóstolo Paulo no hino de 1 Coríntios 13. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (w. 4-8a, F. F, Bruce, The Letters of Paul, an Expanded Translation, Grand Rapids. Eerdmans, 1965,p. 107). Resumindo, o amor é a comunhão entre as pessoas, baseado em atos de auto sacrifício. Tal amor é a bondade voluntária e deliberada, estendo-se até mesmo aos inimigos por quem não se tem qualquer afeto pessoal. J. W. R.

 

O termo grego “philadelphia” foi traduzido com este sentido tanto em 2 Pedro 1.7 quanto em outras passagens (1 Pe 1.22; Rm 12.10; 1 Ts 4.9; Hb 13.1). A conotação bíblica de "philadelphia" não é simplesmente a do amor pelos irmãos de sangue, como em todos os escritos pagãos primitivos, mas de amor por uma fraternidade mais ampla, a dos verdadeiros crentes (cf. Arndt). Aqueles que, através da fé em CRISTO, foram adotados passando a ter uma filiação Divina (Jo 1.12) tornam-se, necessariamente, irmãos em seu relacionamento mútuo (Mt 23.8; Rm 8.17; Ef 4.15,16; considere o sentido de “vizinho” ou “próximo” no AT, por exemplo, em Lv 19.17). Assim, o amor fraternal se toma um elemento indispensável (1 Jo 4.20) no crescimento cristão na santificação (2 Pe 1.7) que se mostra com harmonia (At 2.46; Rm 12.16), sinceridade (1 Pe 1.22), afeição e estima pelos seus companheiros discípulos (Rm 12.10; cf. Gl 6.10; e em Lv 19.34 para outros também), e é mantido com zelo (Hb 13.1; 1 Pe 1.22). Ao testemunhar essa especial abnegação, os pagãos podiam apenas exclamar, "Vejam como eles amam uns aos outros!” (Tertuliano , Apologéticus, cf. Jo 13.35).

 

Bibliografia. Edwin M. Good, “Love in the Old Testament”, IDB, III, 164-168. George Johnston, "Love in the New Testament”, IDB, III, 168-178. C. S. Lewis, The Four Loves, Nova York, Harcourt, Brace & World, 1960.

Anders Nygren, Ágape and Eros, trad. por Philip S. Watson, Filadélfia. Westminster, 1953. Gottfried Quell e Ethelbert Stauffer, “Agapao etc.”, TDNT, I, 21-55. Norman H. Snaith, The Distinctive Ideas of the Old Testament, Londres. Epworth Press, 1944, pp. 94-142.

Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD.

 

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REVISTA 2TR24 NA ÍNTEGRA

 

Lição 12, Betel, Ordenança para amar o próximo, 2 Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV

 

EBD Revista Editora Betel, 2° Trimestre De 2024, TEMA: ORDENANÇAS BÍBLICAS – Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, Escola Bíblica Dominical 

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO

1.1. O amor é uma evidência do novo nascimento. 

1.2. O amor é o expoente das virtudes do fruto do ESPÍRITO.

1.3. O amor não faz mal nem julga o próximo. 

2- AQUELE QUE NÃO AMA NÃO CONHECE A DEUS

2.1. O amor exige perdão. 

2.2. O amor exige disciplina. 

2.3. O amor exige verdade. 

3- O AMOR SEJA NÃO FINGIDO

3.1. Amai-vos cordialmente uns aos outros. 

3.2. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor. 

3.3. Suportando-vos uns aos outros em amor.

 

 

TEXTO ÁUREO

” O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” João 15.12

 

 

VERDADE APLICADA

O amor de DEUS derramado em nós pelo Seu ESPÍRITO deve ser expressado em nosso relacionamento com DEUS e com o próximo.

 

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar que amar o próximo é um mandamento.
- Ressaltar que quem não ama não conhece a DEUS.
- Conscientizar de que o amor não pode ser de fingimento.

 

 

TEXTO DE REFERÊNCIA

MARCOS 12
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.

ROMANOS 13
8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.

1 JOÃO 3
11 Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.

1 JOÃO 4
11 Amados, se DEUS assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros.

 

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | 1 Co 13.7 O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera.
TERÇA | Rm 12.9 O amor seja não fingido.
QUARTA | Rm 12.10 Amai-vos cordialmente uns aos outros.
QUINTA | Rm 13.10 O amor não faz mal ao próximo.
SEXTA | 1 Jo4.3 Aquele que não ama não conhece a DEUS.
SÁBADO | 1 Jo 4.20 Quem não ama a seu irmão, não ama a DEUS.


HINOS SUGERIDOS: 35, 175, 396

 

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que possamos amar o próximo e fazer o bem, sem olhar a quem.

  

PONTO DE PARTIDA – Devemos amar uns aos outros.

 

 

INTRODUÇÃO

Amar a DEUS e ao próximo, antes de se tratar de sentimento, é uma questão de obediência por parte do discípulo de CRISTO. Assim, veremos que o amor que devemos expressar tem como fonte o próprio DEUS. Nas Escrituras encontramos as propriedades e características deste amor, para não confundir com mero sentimentalismo ou os muitos conceitos expostos por uma sociedade que não leva em conta os princípios bíblicos.

  

1- AMARÁS O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO

Não é novidade para qualquer pessoa que a convivência entre os seres humanos nem sempre é pacífica e harmônica. Logo no início da civilização já a primeira família teve que lidar com desentendimentos sérios entre seus membros [G n 4.8]. Contudo, também é realidade que amar o próximo é mandamento divino [Mc 12.31]. Portanto, trata-se de u m desafio constante e uma atitude imprescindível para todo autêntico discípulo de CRISTO. O amor ao próximo é reflexo do amor de DEUS derramado em nossas vidas.

 

1.1. O amor é uma evidência do novo nascimento. 

A conversão ao Evangelho de JESUS traz um novo nascimento [2Co 5.17; Ef 4.21-24]. Quando o novo nascimento acontece, o amor passa a permear o seu coração e o seu viver, o pessoas, normalmente estende a mão aos carentes, aos órfãos e viúvas, e socorre os aflitos, entende as fraquezas e debilidades dos outros. Amar é tolerar os mais fracos, perdoar as suas ofensas e aceitá-lo como ele é, com a sua personalidade, pois todos somos diferentes uns dos outros [Rm 15.1]

 

Eurico Bergstén (Lições Bíblicas, 3° trimestre de 1984) comenta que é possível ter o amor de DEUS em nossa vida através da salvação [2Co 5,14-17]: “O homem experimenta o amor de DEUS através da salvação. A nova natureza que o homem então recebe [2Pe 1.4] é “CRISTO em vós” [Cl 1.27]. Como CRISTO é a expressão do amor de DEUS, a nova natureza caracteriza-se pelo amor. Por isso, o amor de DEUS em nós é a evidência da salvação. “Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” [1 Jo 3.14]. Esse amor aumenta com a vida de comunhão com DEUS [ 1 Ts 4.9-10]. Pelo fruto do ESPÍRITO em nós, este amor fica mais dominante na vida do crente [GI 5.22]. Pela operação do ESPÍRITO SANTO este amor toma-se cada vez mais operante [Rm 5.5] ”

  

1.2. O amor é o expoente das virtudes do fruto do ESPÍRITO.

 A primeira virtude do fruto do ESPÍRITO é justamente o amor, que abarca todas as outras, pois sem amor as outras diminuem o seu valor [G 15.22-23]. O amor é a raiz de todas as virtudes, o amor pode fazer coisas inesperadas e de difícil compreensão de acordo com a magnitude do seu alcance. As atitudes e ações revelam que não é só sentimento de querer bem uma pessoa, mas mostrar uma capacidade de se colocar à disposição. Na parábola do bom samaritano [Lc 10.25-37], JESUS dá uma aula ao doutor da lei, esclarecendo que aquele que usou de misericórdia para com o homem que foi espancado pelos assaltantes foi o seu próximo.

 

 

Klyne Snodgrass (Compreendendo todas as parábolas de JESUS, 2018, CPAD, p. 506-509) comenta sobre a parábola do Bom Samaritano: “Esta parábola nos obriga a perceber a importância do nosso próximo. O cristianismo é uma religião relacional. (…) nosso relacionamento com DEUS é expresso por intermédio do nosso relacionamento com as pessoas ao nosso redor e é DEUS que torna possível este relacionamento com as outras pessoas. (…) O samaritano esteve realmente presente para ajudar a vítima, ao passo que os outros se ausentaram, e ele viu de verdade, enquanto que os outros viram superficialmente. O “estar realmente presente” e o “ver as pessoas de verdade” são coisas que se espera dos seguidores de JESUS. A misericórdia é uma exigência para os discípulos do Reino: ela precisa ser demonstrada.”

 

 

1.3. O amor não faz mal nem julga o próximo. 

Afinal de contas, nunca ninguém odiou a sua própria carne, antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja [Ef 5.29]. Quem ama não mata, não furta, não dá falso testemunho , não cobiça, não toma a mulher do outro, não age com desonestidade [Rm 13.8-10]. Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós [Mt 7.1-5]. Quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz. Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir: Tu, porém, quem és, que julgas a outrem ? [Tg 4.11-12].

 

O amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita facilmente, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade [1 Co 13.1-7]. Quando ao que é fraco na fé, o apóstolo Paulo diz que precisamos recebê-lo, mas não para condená-lo em questões discutíveis, é necessário, ao invés de julgá-lo, manter a tolerância em amor [Rm 14.1].

  

EU ENSINEI QUE:

O amor ao próximo é reflexo do amor de DEUS derramado em nossas vidas.

 

 

2- AQUELE QUE NÃO AMA NÃO CONHECE A DEUS

DEUS é amor e todos os Seus atos demonstram esse amor [1 Jo 4.8]. Se DEUS nos amou, também devemos amar uns aos outros [Jo 15.12; 1 Jo 4.11 ]. A maior prova de que somos discípulos de JESUS é quando amamos uns aos outros [Jo 13.35]. Quem não ama o seu irmão permanece na morte [ 1 Jo 3.14], Quem não ama a seu irmão não é de DEUS [1 Jo 3.10]. Quem ama a DEUS não pode detestar o seu irmão [ 1 Jo 4.20].

  

2.1. O amor exige perdão. 

O perdão está no coração de quem ama. A atitude de perdoar como forma de amor, exprime o verdadeiro sentido do cristianismo, normalmente nos escondemos para não exercer o perdão; quem não perdoa carrega um fardo pesado nunca limpa o seu coração de rancor e ira. Como podemos orar como JESUS ensinou em Mateus 6.12? Não existe Evangelho sem amor, como não existe também Evangelho sem perdão, um está atrelado ao outro. Precisamos estar dispostos como cristãos a perdoar aqueles que nos fizeram mal, mas também estar dispostos a pedir perdão aos que nos ofendem. É uma estrada de mão dupla. Este ato deve ser recíproco.

  

Precisamos ser sensatos e coerentes em nossas ações para com o próximo; exercer amor sem perdão é uma grande insensatez e incoerência da nossa parte. Todo o nosso relacionamento com o próximo está intimamente ligado ao nosso relacionamento com DEUS [Mt 6.14-15; Mc 12.30-31].

 

2.2. O amor exige disciplina. 

Amar não é deixar de corrigir, repreender ou disciplinar [Hb 12.6], Amar não é deixar de falar a verdade, mas falar a verdade com educação e respeitar Amar não é deixar virar bagunça ou ficar desorganizado, mas colocar regras e normas, regimentos e estatutos, estipular limites e áreas de ação; cobrando o seu cumprimento. Amar é não se portar com leviandade ou indecência [ 1 Co 13.5]. JESUS amava as pessoas, mas colocava ordem [Jo 2.13-17]. Há pessoas que pensam que o amor cobre as maldades, as falsidades, as mentiras e a falta de respeito principalmente com as coisas e lugares sagrados, a rebeldia e insubmissão com os líderes e autoridades espirituais [Nm 16.1-2,30-33].

 

 

O amor ao próximo não é para validar tudo que ele faz ou todos os seus conceitos, principalmente os errôneos. Amar é querer para o próximo aquilo que nos fez bem, desejar a ele a sua felicidade e a sua conversão e salvação se ainda não for cristão. Amor não é deixar de disciplinar para restaurar, onde não há correção se pressupõe que não há amor.

  

2.3. O amor exige verdade. 

O amor não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade [1 Co 13.6]. O amor não suporta a injustiça nem a mentira, pois DEUS é amor e a mentira é filha do diabo [Jo 8.44]. Aquele que permanece no amor permanece em DEUS e DEUS nele. A verdade liberta, não oprime, não coloca medo, pois o amor lança fora o medo, porque ele produz tormento [ 1 Jo 4.16-18]. Para amar o nosso irmão, não precisa aceitar as coisas erradas e malfeitas dele, nem aceitar a quebra de regras e princípios, nem ser conivente com seus erros e pecados; amar o próximo não quer dizer que aprovaremos tudo que ele faz. O bem ao próximo não pode suplantar a justiça, a honestidade e a legalidade da ação. Podemos amar o próximo, mas não podemos amar as suas mentiras. Nem querer ser amado usando mentiras.

  

Leon Morris ( 1 Coríntios – Introdução e comentário, Vida Nova, 1981, p. 149) comenta sobre o amor “folga com a verdade” [IC o 13.6]: “O amor não deve ser julgado indiferente às considerações morais. Terá que ver a verdade vitoriosa, se houver de regozijar-se. Muitas vezes a verdade é considerada em estreita conexão com o âmago do cristianismo [Jo 14.6; Ef 4.21]. Em 2 Tessalonicenses 2.10-12, com o neste versículo, a verdade é colocada em contraste com a injustiça (a mesma palavra grega que aqui a AV traduz por “iniquidade”). Provavelmente devemos compreender o emprego mais amplo aqui. O amor regozija-se na verdade de DEUS, na verdade do Evangelho [Jo 8.56].”

  

EU ENSINEI QUE:

A maior prova de que somos discípulos de JESUS é quando amamos uns aos outros

 

 

3- O AMOR SEJA NÃO FINGIDO

O amor não pode ser fingido [Rm 12.9]. Não pode ser da boca para fora, com máscaras, com fingimento, mas autêntico, cristalino e verdadeiro. O amor não aceita ser iludido, comprado, trocado por favores ou presentes, mas é algo do coração. O amor não pode ser mendigado, forçado, deve ser de livre e espontânea vontade, livre-arbítrio, decisão própria. O amor não pode estar fundamentado em variáveis, principalmente aquelas que não se cumprem.

  

3.1. Amai-vos cordialmente uns aos outros. 

Um dos maiores desafios do ser humano é o relacionamento interpessoal, nós precisamos aprender a exercitar o amor nos nossos relacionamentos, não há como se relacionar com uma pessoa de acordo com o estabelecido nas Escrituras se não for com as virtudes do fruto do ESPÍRITO e a graça de DEUS em nossas vidas. Devido à nossa natureza adâmica e pecaminosa, somos imperfeitos, egoístas, convenientes e, às vezes, não abrimos mão das nossas posições radicais. Amar uns aos outros deve ser de forma respeitosa, agradável, educada [Rm 12.10; 1Pe 1.22]. O amor entre os irmãos deve ser fraternal, cordial, afetuoso, que pertence ao coração. Amar o próximo é repartir o que temos e não dar tudo que temos. Não é perder a nossa personalidade e deixar o outro fazer o que quiser conosco, é viver de forma amigável.

  

F. F. Bruce (Romanos: introdução e comentário, Vida Nova, 1979, p. 185) comenta sobre Romanos 12.9-21: “As injunções nesta seção ao amor profundo, sincero e prático constituem reminiscências em especial do Sermão do Monte. O amor, a solidariedade e a honra uns para com os outros dentro da fraternidade dos crentes são virtudes que se devem esperar, mas alguma coisa mais é exigida aqui – amor e perdão aos de fora da comunidade, e não menos aos que os perseguem e lhes desejam o mal”.

  

3.2. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor. 

A única dívida que devemos ter é a de amor [Rm 13.8]. Amar o próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios [Mc 12.33]. Nenhum trabalho ou realização no Reino de DEUS, nenhum esforço seja de que natureza for, não substitui nem suplanta o amor devedor. O que mais se destaca neste texto é o dever do perdão, se você ofendeu alguém, se a sua consciência está lhe acusando, enquanto não pedir perdão é um eterno devedor. Se você está arranhado com um irmão, é necessário acertar as pendências e as diferenças. Não deva satisfação de uma coisa malfeita a ninguém, não deixe um trato ou uma promessa sem cumprimento. Mesmo o amor sendo uma dívida permanente, precisamos ser recíprocos, corresponder ao máximo o amor de nossos irmãos.

  

R. N. Champlin – O Novo Testamento interpretado versículo por versículo – Volume 3, Hagnos, 2014, p.1010) comenta sobre Romanos 13.8: “O amor é a única dívida permissível para o crente. É por igual modo, uma dívida necessária e perpétua. Paulo havia salientado no capítulo 12 desta epístola, como o amor deve controlar todas as ações dos crentes, dentro e fora da comunidade da igreja. O amor cristão, similarmente, deve controlar nossas ações no que concerne às questões monetárias. […] O amor, entretanto» é um princípio geral, sendo o cumprimento de todas as obrigações morais, e não somente das obrigações econômicas. Na realidade, o amor é o grande cumpridor da “lei”.

  

3.3. Suportando-vos uns aos outros em amor.

Só temos condições de suportar alguém se for em amor [Ef 4.2]. Conscientizar de que o cristão precisa suportar os outros com amor, pois o maior mandamento divino está na área do amor; a lei de CRISTO é o amor [Rm 13.1-8]. Só o amor cristão poderá nos fazer suportar as cargas pesadas uns dos outros com mais facilidade. Somente com amor temos condições de sofrer, crer, esperar e suportar uns aos outros [ 1 Co 13.7]. Com amor suportam os as imperfeições, as limitações, as fraquezas. Com amor não reagimos de forma abrupta, não nos irritamos facilmente, não nos ofendemos por qualquer coisa nem damos o troco na mesma moeda, não nos vingamos a nós mesmos.

  

John Stott (A mensagem de Efésios, ABU, 2001, p. 104-106) comenta sobre Efésios 4.2, enfatizando que a vida digna do nosso chamamento é caracterizada pelas qualidades mencionadas neste versículo, dentre as quais encontramos a tolerância mútua e o amor: “A unidade cristã depende da caridade da nossa conduta. Paulo apela a nós no sentido de vivermos uma vida de amor. É aqui que ele começa, e também é aqui que nós devemos começar. Há pessoas em demasia que começam com as estruturas (e estruturas de algum tipo são indispensáveis), mas o apóstolo começa com qualidade morais. (…) suportar uns aos outros fala daquela mútua tolerância sem a qual nenhum grupo de seres humanos pode conviver em paz. O amor é a qualidade final, que abrange os quatro anteriores, e é a coroa e a soma de todas as virtudes. Visto que amar é procurar de modo construtivo o bem-estar do outros e o bem da comunidade, suas propriedades são celebradas em Colossenses 3.147

 

 EU ENSINEI QUE:

O amor não pode ser fingido. Não pode ser da boca para fora, com máscaras, mas autêntico e verdadeiro.

  

CONCLUSÃO

Amar não é aceitar tudo, pois, onde tudo é aceito, presume-se que haja falta de amor, pois nem DEUS com o Seu amor infinito aceita tudo. O amor não é desorganizado, relaxado, indisciplinado nem se porta com indecência, mas com coerência, sensatez e prudência.