Lição 2 - O Propósito dos Dons Espirituais, 3 parte
Lição 2 - O Propósito dos Dons Espirituais, 3 parte
3. Despenseiros
dos dons.
10. Vida na
comunidade cristã é vida de serviço aos outros. JESUS foi o Servo de
DEUS, Aquele que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc
10.45). Na Sua vida, tal como nos mostram os Evangelhos, Ele
demonstrou esse princípio, servindo ao Seu povo e aos Seus (como
ilustrado em Jo 13.1-17). Servi uns aos outros é, assim, um chamado
a sair de si mesmo e dos seus problemas, e se dedicar aos outros. É
essa exteriorização que está o fundamento da ética cristã, como
vida de serviço aos outros “enquanto outros” (ou seja, não uma
extensão de mim próprio, ou “outros” a quem eu comando ou manipulo,
e coloco dentro do meu esquema). A palavra grega é diakonuntes, de
onde vem diaconia, serviço. Aqui, ela tem um significado abrangente,
incluindo todo tipo de serviço que se pode prestar a outros (em
palavra e ação).
Essa diaconia é
possível porque todos receberam dons com os quais podem servir aos
outros. Charisma é o termo usualmente empregado no N.T. para se
referir aos chamados “dons espirituais”. São várias as definições e
especificações deles (cf. 1 Co 12; Rm 12; Ef 4); trata-se de
capacidades que DEUS concede a todos os cristãos (associadas à
habitação do ESPÍRITO SANTO neles, 1 Co 12.7) para o serviço dentro
do contexto da comunidade cristã. Podem se tratar de talentos
naturais que recebem um novo impulso e uma nova orientação pela ação
do ESPÍRITO, ou de capacitações originais, concedidas ao crente para
que com elas sirva aos outros.
Esta questão dos
dons às vezes tem causado polêmicas entre os cristãos. Nunca devemos
perder de vista que são dados soberanamente pelo ESPÍRITO SANTO, e
que sua função é servir (nada mais que isso; usá-los para
autopromoção é absolutamente contrário à sua natureza, sendo uma
atitude exemplarmente repreendida em At 8.18-24).
Importante é também
que cada um dos crentes recebeu um dom, o que, de saída, nivela a
todos, e toma todos igualmente importantes uns para os outros. Cada
um deve colocar o dom que tem a serviço de todos, porque, ao
receberem dons, os cristãos se tomam despenseiros da graça de DEUS.
A charis (graça) é a fonte dos charisma (dons, carismas). Quem os
recebe, recebe graça de DEUS, e os recebe por causa da graça de DEUS
que lhes concedeu o ESPÍRITO SANTO. Ter um dom espiritual, então, é
ter um “depósito de graça”, que deve extravasar (porque graça é para
ser doada). Despenseiros é oikonomoi, um termo técnico referente ao
mordomo, o administrador da casa (lembrando que “casa” é a oikos do
mundo da época, uma instituição social fundamental, a “comunidade
doméstica” que incluía família e trabalhadores, bem como os
hóspedes). O oikonomos era o encarregado de atender as necessidades
de todos, administrando os bens nessa direção. E uma bela figura
para o papel dos cristãos na igreja (e note-se que todos o são).
Todos na “casa de DEUS” têm necessidade de “graça”, e todos são
chamados a suprir essa necessidade mutuamente. E não devemos
espiritualizar em demasia a questão, pois essas necessidades muitas
vezes serão bem materiais e rotineiras. E o chamado ainda é para ser
bons despenseiros, estando implícito que se pode não ser um bom
administrador da graça de DEUS. Vem a propósito aqui a parábola do
bom e do mau oikonomos (mordomo), de Lc 12.42-48 (especialmente pelo
contexto escatológico).
A graça de DEUS, por
fim, é multiforme. Visualmente, isso seria como um cristal que
reflete a luz em vários matizes e uma sempre nova e surpreendente
combinação de cores e tons. Esse conceito é importante e tem sido
desprezado na prática, muitas vezes, pelos cristãos. Está
subentendido que a questão dos dons é sempre dinâmica. Não podemos
deduzir uma lista fixa de dons a partir das passagens do N.T. que
falam sobre o assunto, e mantê-los a todo custo como os únicos dons
espirituais.
DEUS dá os dons de
modo multiforme, de acordo com as características locais e as
necessidades do momento. Quando a situação muda, quando novos
quadros se apresentam, Ele dará os dons de forma apropriada à nova
realidade, sempre nos surpreendendo com o Seu agir. Multiforme
também significa, para um mundo dividido como o nosso em culturas e
características regionais bastante diferenciadas, que o ESPÍRITO
leva em conta essa diversificação e trabalha dentro dela.
Indispensável nas relações entre os cristãos (também a nível
internacional) é a eliminação de todo resquício de prepotência e
espírito de julgamento, e a disposição ao amor e ao serviço ao outro
como outro (respeitando-o e valorizando-o naquilo em que é diferente
de mim ou de nós).
I Ped 4.11. Na
comunidade cristã, esta graça de DEUS (ou a ausência dela) revela-se
também na forma como a comunidade é organizada. Todos receberam
dons; portanto, todos participam de uma forma ou outra. Não há
maiores ou melhores entre os cristãos, todos receberam de DEUS o que
possuem, e isso nivela a todos de forma irrevogável. A distinção
entre os dons é funcional, e não de classe (a sociedade cristã é sem
classes, G1 3.28). 1 Pedro apresenta uma divisão muito simples entre
os dons.
Basicamente há dois
tipos de dons, que correspondem às duas formas básicas em que o
evangelho de CRISTO é Se alguém fala inclui, assim, todos os tipos
de ministério a igreja que primam pela comunicação da graça de DEUS
em palavra (pregação missionária, pregação pastoral, ensino, etc.;
hoje teríamos de incluir a palavra escrita, a literatura). A estes a
exortação é que fale de acordo com os oráculos de DEUS. A expressão
grega é bem breve, e por isso está sujeita a várias leituras dá
então, o sentido literal “se alguém fala, como palavra de DEUS”. O
sentido é bem preservada na nossa versão ARA, Quem falar na
comunidade cristã, deve fazê-lo em acordo com o falar de DEUS. O
termo logia está se referindo, provavelmente, de forma bem ampla à
palavra de DEUS (nas Escrituras do A.T., na pregação de JESUS e dos
apóstolos, nas mensagens dos profetas nas congregações cristãs). A
Bíblia tem, na igreja cristã, justamente essa função de ser “cânon”,
regra e critério para o falar de todos os cristãos. DEUS falou, e o
nosso falar deve se guiar pelo dEle. Naturalmente, o nosso falar
terá suas formas próprias de expressão (um apego legalista à
“linguagem de Canaã”, a linguagem das traduções da Bíblia em
português, não seria muito bíblico). Dentro da nossa realidade e
situação concreta, o nosso falar será nosso, sem dúvida, mas a
partir da inspiração e do critério que representa o falar de DEUS
(por ele também deverá ser julgado o nosso falar). Isto se aplica à
pregação nas igrejas, aos estudos bíblicos comunitários e em grupos,
à pregação evangelística também ao labor teológico dos que a isso
são chamados dentro da igreja, pois teologia é pensar e expressar o
falar de DEUS para dentro de uma nova geração, dentro de um novo
contexto sócio-cultural e político, dentro de uma nova configuração
psico-cultural representada por cada uma das partes da multiforme
igreja de DEUS; sendo assim a pregação e a teologia tarefas que
perpetuamente se renovam, para poderem ser fiéis tanto ao falar de
DEUS como ao mundo em que este falar de DEUS deve ser anunciado e
vivido.
Se alguém serve dá
aqui um sentido um pouco mais restrito de diakonein do que no
versículo anterior (onde ele resumia todo o ministério cristão).
Aqui, a palavra designa os dons considerados como propriamente “de
serviço”, e que já na época podiam ser os mais diversos (exemplos
teríamos em Rm 12.8, “o que contribui”, “o que preside”, “quem
exerce misericórdia”). Pode se incluir aqui tudo que a comunidade
necessitar para a sua organização, para o seu culto, todos aqueles
pequenos itens técnicos que tantas vezes são simplesmente
“pressupostos”, sem que se dê conta de que foram feitos por alguém
(talvez com mais amor do que os serviços que mais aparecem), e sem
que, talvez, sejam valorizados adequadamente. O versículo também não
exclui (e não vemos razões por que excluir) o serviço prestado para
fora da comunidade cristã, onde de muitas maneiras os cristãos podem
dar eloquente testemunho de sua fé, simplesmente servindo aos outros
(cf. 3.1, sobre o testemunho de mulheres aos maridos não-crentes). O
fator determinante nesse serviço parece ser a “necessidade” concreta
e imediata (cf. At 2.45, “à medida que alguém tinha necessidade”),
especialmente as necessidades materiais (que é o assunto de que se
fala no texto mencionado de Atos; várias vezes no N.T. diakonia
refere-se a uma coleta em dinheiro que se levantava na igreja para
as igrejas e os cristãos mais pobres cf. 2 Co 8.4,20; 9.1,12).
A mesma divisão
simples do trabalho na comunidade cristã encontramos também em At
6.1-7, onde os serviços são divididos em “serviço da palavra” e
“serviço das mesas” (a distribuição de pão entre os pobres da
comunidade). E não há primazia de uns sobre outros; porquanto os que
se dedicam à palavra são fundamentais para a igreja, ela também não
subsistiria sem estes outros, que igualmente devem ser “cheios do
ESPÍRITO e de sabedoria” (At 6.3). Também as igrejas de hoje são
chamadas a observar este duplo ministério cristão, dando o devido
valor ao serviço da palavra, mas não permitindo que ele faça com que
o serviço do amor seja negligenciado. Pelo contrário, um ministério
da palavra que seja realmente “de acordo com os oráculos de DEUS”
vai saber privilegiar o serviço de amor como forma eloquente de
presença cristã no mundo, tal como foi a presença serviçal do Senhor
da igreja em meio aos pobres deste mundo. Principalmente em
realidades sofridas como as do Brasil e do Terceiro Mundo em geral,
a presença cristã dessa forma é fundamental.
Quem serve, faça-o
na força que DEUS supre. O termo ischyos (força) na maioria das
vezes significa “força física”, evidenciando que os serviços são
trabalhos que se realizam em prol dos outros, coisas talvez bem
“mundanas” e do dia-a-dia, que os cristãos talvez não saibam
valorizar direito como dons concedidos pelo ESPÍRITO de DEUS. Aos
cansados neste serviço, fica a lembrança de que DEUS supre as forças
necessárias para ele. Por isso, ele deve ser feito de tal modo que
DEUS seja glorificado através dele (cf. 2.12, “observando as vossas
obras, glorifiquem a DEUS; Mt 5.16); ou seja, é importante a
humildade daquele que serve, de não atrair para si uma glória que é
de DEUS, doador da graça e das forças (de todas as dádivas que nos
dão e sustentam a vida no corpo). Em todas as cousas se refere ao
todo do ministério cristão: que tanto no serviço da palavra como no
serviço de amor seja DEUS glorificado. Como costumamos ver glória a
DEUS mais na pregação da palavra do que no serviço, não custa
insistir em que todos os pequenos trabalhos de amor do cristão em
prol dos outros glorificam a DEUS, sendo dignos de que a eles nos
dediquemos. Cl 3.17 oferece um bom comentário neste ponto. A glória
vai a DEUS por meio de JESUS CRISTO, sendo importante que atentemos
devidamente para essa mediação, tanto em termos do pensamento e das
intenções da pessoa que serve, como em termos de que haja algum tipo
de reconhecimento final de que JESUS CRISTO está presente no serviço
cristão (embora, quanto a isso, Mt 25.31-46). A quem 1 Pedro 4.11.
pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos pode se
referir tanto a DEUS como a JESUS CRISTO. Na verdade, nem parece
conveniente tomá-los separadamente. A glória e o domínio que
pertencem a DEUS foram concedidos a JESUS CRISTO na Sua ascensão
(3.22; Ap 11.15), sendo uma glória que Ele já tinha antes mesmo de
vir ao mundo (Jo 17.5).
Arriên é tanto uma
expressão de reconhecimento (“realmente é assim”; cf. o “em verdade,
em verdade” de JESUS, Jo 3.5,11, etc.) como de desejo piedoso
(“assim seja”, não tanto de que “seja” na realidade de DEUS, onde já
é, mas de que seja reconhecido neste mundo como tal).
Ênio R. Mueller.
I Pedro. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
238-243.
I Ped 4.10 Cada um,
conforme recebeu um dom da graça – servi uns aos outros com ele como
bons administradores da multiforme graça de DEUS. Visto que os dons
da graça (em grego: charisma) são dados pelo ESPÍRITO SANTO, eles
também são chamados de “dons do ESPÍRITO” (1Co 14.1). Este versículo
presta uma importante contribuição para a pergunta a respeito do que
são os carismas e como devem ser exercidos. O contexto demonstra que
ser hospitaleiro, falar a palavra de DEUS e exercer a diaconia são
serviços dos dons da graça. O NT, portanto, não restringe o termo
“dom da graça” aos dons particularmente notórios, p. ex., cura de
enfermos (1Co 12.9) ou línguas (1Co 12.10; 14.13). Quem pratica de
modo alegre e consciente a hospitalidade provavelmente obteve um
carisma para isso. Porém, todo aquele que recebeu um dom para a
edificação da igreja é um “carismático”. Pedro não escreve: “cada
um, quando recebeu um dom da graça”, mas como (ou: “na proporção em
que”) recebeu. Logo tem por certo que cada cristão participa da
multiforme graça de DEUS, que consequentemente também possui dons da
graça. Não é possível produzi-los a partir de si mesmo, mas somente
recebê-los. É verdade que podemos “buscá-los” (1Co 14.1), mas sempre
continuarão sendo dádiva de DEUS através do ESPÍRITO SANTO. Servi
uns aos outros com eles significa: os dons da graça foram dados para
o serviço mútuo.
Uwe Holmer.
Comentário Esperança
Cartas aos I
Pedro.
Editora Evangélica Esperança.
I Cor 4.1. Tendo
apresentado a sua polêmica contra o espírito faccioso, Paulo agora
passa a mostrar qual deve ser a atitude certa dos crentes para com
os verdadeiros ministros do evangelho, e, em particular, para com
ele mesmo, que era um apóstolo autêntico, que tinha apresentado
muitas evidências sobre a validade do seu apostolado. Em Corinto
havia detratores de Paulo que haviam convencido a alguns dos membros
daquela igreja que ele não era verdadeiro apóstolo. O nono capítulo
da presente epístola expõe a defesa de Paulo contra essa calúnia. No
capítulo que ora iniciamos a comentar, porém, esse apóstolo
mostra-nos que tais detratores, ao denegri-lo, tão somente deixavam
de mostrar o devido respeito pela dignidade de seu oficio, que lhe
fora conferido pelo Senhor. Isso era apenas um outro resultado
negativo do fato de se terem deixado encantar pelos líderes de
diversas facções, os quais exaltavam aos homens e se gloriavam no
homem. Os ministros autênticos da Palavra de DEUS não podem estar
sujeitos aos caprichos da comunidade religiosa, e contra esse abuso,
Paulo agora fazia objeção firme.
A Fidelidade
1. Essa deveria ser
uma das características essenciais de todos os crentes professos
(ver Efé. 1:1 e Apo. 17:14).
2. A fidelidade se
exibe no serviço prestado (ver Mat. 24:45), e na pregação da Palavra
(ver II Cor. 2:17).
3. Deveria ser tão
geral que incluísse todas as coisas (ver I Tim. 3:11).
4. Não pode haver
período de férias no campo da fidelidade (ver Apo. 2:10).
5. Ela redunda em
uma espécie notável de bem-aventurança (ver Mat. 24:45,46).
6. Consideremos o
exemplo de Paulo (ver Atos 20:20,27). «...ministros...» Paulo
substitui aqui o termo grego mais comum, «diakonos» pelo vocábulo
grego «uperetes». Originalmente, essa palavra indicava aqueles que
manuseavam a fileira de remos mais inferior de uma trirreme; em
seguida veio a significar qualquer pessoa que serve subordinada a
outra, um «servo», um «assistente», um «ajudante». Mediante o uso
dessa palavra, pois, o apóstolo dos gentios assume sua correta
posição como servo de JESUS CRISTO. Ele não exalta a si mesmo, como
se exigisse ser respeitado devido aos seus próprios méritos; não
obstante, não é coisa de pouca monta ser um homem um verdadeiro
ministro do grande Rei, o Senhor JESUS CRISTO. Tais ministros
requerem um respeito verdadeiro da parte daqueles para quem
ministram.
«...despenseiros...»
é tradução do vocábulo grego «oikonomos» (derivado de «oikos», casa,
e «nemo», distribuir, determinar), que indica alguém que tinha por
função controlar uma casa, determinando a cada qual, os seus deveres
específicos. Eram os despenseiros quem controlavam o dispêndio de
dinheiro, a compra dos suprimentos e a distribuição dos bens, dentro
da casa. Essa palavra também indicava alguém que geria os negócios
externos de uma casa; razão também pela qual era aplicada aos
oficiais administradores do governo, que manuseavam os fundos
públicos e conduziam os negócios em geral do império. Na sociedade
antiga, o «gerente» de uma casa, em relação ao seu senhor, era
apenas um escravo.
Por essa razão é que
era frequente que escravos de alguma habilidade fossem selecionados
para essa tarefa. Perante os demais escravos, entretanto, tal homem
possuía elevada posição aos olhos dos quais ele era o
«superintendente» ou «chefe» de todas as operações. (Ver Luc.. 12:42
e Mat. 20:8). José, no Egito, seria um exemplo clássico disso.
No terreno das
realidades espirituais, DEUS ou JESUS CRISTO é quem aparece como o
grande Senhor (ver I Cor. 3:23), e a casa cristã é a igreja (ver I
Tim. 3:15). Os «despenseiros» ou superintendentes estavam
encarregados da distribuição dos «mistérios de DEUS». Em termos
gerais, esses mistérios são as verdades bíblicas que os pregadores
deveriam ensinar. Sendo assim comissionados para ensinarem as
verdades divinas, exigiam o respeito de todos os membros da
comunidade cristã. Entre o Senhor e os despenseiros permanecia ainda
o Filho (ver I Cor. 15:25 e Heb. 3:6), e todos os «ajudantes» são
seus ministros e despenseiros. E esses despenseiros são
«distribuidores da graça divina», da mensagem da verdade.
«...mistérios...» (I
Cor. 2:7 - Rom. 11:25 «mistérios do N.T.»). Paulo alude aqui aos
cultos misteriosos, ou, pelo menos, aos primórdios de tal atividade
na igreja cristã. Os mistérios do N.T. são
«segredos franqueados», coisas reveladas em CRISTO, por intermédio
do seu SANTO ESPÍRITO, e através da instrumentalidade dos servos de
CRISTO, principalmente dos apóstolos, cujas revelações constituem o
tema mesmo do novo pacto.
A sabedoria humana,
que o apóstolo dos gentios vinha atacando coerentemente, desde, o
princípio desta epístola, conta com seus supostos mistérios
profundos.
«...considerem...»
Essa palavra indica uma «estimativa razoável», extraída de
princípios aprovados de julgamento espiritual. (Comparar com os
trechos de Rom. 6:11 e 12:1).
«Paulo tinha um
vivido senso da dignidade de sua posição como despenseiro de DEUS, a
qual lhe fora dada pelo Senhor (ver Col. 1:25 e Efé. 1:10). O
ministério da Palavra é muito mais do que uma profissão ou negócio.
É a própria chamada de DEUS para a gerência». (Robertson, in loc.)
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Candeias. Vol. 4. pag. 57.
A Missão do Apóstolo
(4.1-5)
A missão de Paulo e
de todos os que foram chamados para pregar o evangelho foi
construída sobre quatro elementos: serviço, mordomia, fidelidade e
sensibilidade aos juízos de DEUS. Embora todos estes elementos
estejam relacionados, há diferença entre eles.
a) Serviço (4.1).
Paulo, Pedro e Apolo não deveriam ser considerados como líderes de
evangelhos diferentes. Ambos eram ministros de CRISTO. A palavra
ministros (hyperetas) significa “servos”. Originalmente o termo se
referia a remadores que ajudavam a impulsionar barcos através das
águas do mar. A palavra sugere a labuta e o trabalho contínuo
envolvido na obra do evangelho.
b) Mordomia (4.1).
Paulo, Pedro e Apolo também eram despenseiros dos mistérios de DEUS. Um
despenseiro (oikonomos) era literalmente o “administrador de uma
casa”. Freqüentemente ele era um escravo respeitado e eficiente a
quem o negociante ou o dono da terra havia entregue a administração
da propriedade. Como tal, o despenseiro tinha autoridade sobre os
ajudantes ou empregados. Ele atribuía trabalho e distribuía
mantimentos. Ele era o superintendente sobre a operação de todo o
empreendimento. Contudo, ele estava sempre ciente de que era um
escravo, e estava sob a obrigação de iniciar e executar a vontade do
proprietário.
O termo mistérios se
refere a todo o plano da salvação (cf. o comentário sobre 2.7).
Paulo, Pedro e Apolo não possuíam qualquer conhecimento secreto escondido
de todos, exceto de alguns escolhidos. Eles eram mestres e
pregadores da verdade revelada sobre a salvação em JESUS CRISTO e
através dele.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 267.
Ef 4.19. O estudo da
unidade de todos os cristãos “em um ESPÍRITO” receberá ênfase e será
desenvolvido no capítulo quatro, mas aqui o apóstolo volta-se
especificamente para os gentios a fim de prosseguir tratando da
mudança operada em sua situação, Antes eles estavam “separados da
comunidade de Israel” (v. 12). Em relação ao povo da aliança de
DEUS, eram estrangeiros e peregrinos (xenoi e paroikoi), isto é,
pessoas que ainda que vivessem no mesmo país, tenham contudo os mais
superficiais direitos de cidadania. Essa era sua situação anterior,
mas de agora em diante já não o é. No dizer do apóstolo, agora são
concidadãos dos santos. Ele deve ter pensado nos santos do Antigo
Testamento, ou nos membros da Igreja Cristã, aos quais a palavra se
aplica (veja comentário sobre 1:1); provavelmente pensou naqueles
que, em todos os sentidos, podiam ser chamados povo de DEUS, e assim
disse aos gentios que eles agora estavam incluídos entre os santos,
e em igualdade de condições.
Cidadania do povo de
DEUS, eis um modo expressivo de estabelecer a verdadeira posição que
judeus e gentios igualmente partilhavam com DEUS e entre si. Mas
essa ilustração conduz a uma outra verdade mais profunda, qual seja
a intimidade maior que os cristãos têm com DEUS, e também uns com os
outros. Judeus e gentios, homens de quaisquer raças, cores ou
posições, estão juntos na família de DEUS, na mesma família. Gálatas
4:10 usa a mesma palavra oikeioi para falar da “família da fé”.
Embora tal palavra não seja perfeita para expressar completamente a
verdade de serem todos “filhos de DEUS, mediante a fé em CRISTO
JESUS” (G1 3:26; 1:5), ainda assim
o pensamento se refere mais a pessoas da casa, do que ao edifício em
si (Hb 3:2, 5; 1 Pe 4:17).
Francis Foulkes. Efésios. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 72-73.
ELABORADO: Pb
Alessandro Silva.
Questionário
da Lição 2 - O
Propósito dos Dons Espirituais
Responda
conforme a revista da CPAD do 2º Trimestre de 2014 - Para
jovens e adultos
Tema:
Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a
DEUS e aos homens com poder extraordinário
Complete os
espaços vazios e marque com "V "as respostas verdadeiras e com
"F "as falsas
TEXTO
ÁUREO
1-
Complete:
“Assim, também vós, como ________________________ dons espirituais, procurai
_____________________________
neles, para a __________________________________ da igreja” (1 Co 14.12).
VERDADE PRÁTICA
2-
Complete:
Os
dons são _________________________________ concedidos por DEUS para _________________________________
e ____________________________________
a Igreja espiritualmente.
I -
OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
3-
Como era a igreja Coríntia?
( ) Corinto era uma cidade economicamente pobre.
( ) A Igreja em Corinto localizava-se numa cidade comercial e próxima do
mar.
( ) Era uma das mais importantes do Império Romano.
( ) Corinto era uma cidade economicamente rica.
( ) Corinto era marcada pelo culto idolátrico.
4-
Quando Paulo visitou Corinto e sobre o que, principalmente, escreveu à
igreja ali, em sua primeira epístola?
( ) Durante a primeira viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a
visita do apóstolo..
( ) Durante a segunda viagem missionária de Paulo, a igreja recebeu a
visita do apóstolo.
( ) Por conhecer muito bem a comunidade cristã em Corinto foi que o
apóstolo dos gentios tratou, em sua Primeira Epístola dirigida àquela
igreja.
( ) Sobre a abundância da manifestação dos dons do ESPÍRITO, chegou a
afirmar que àquela igreja “nenhum dom” faltava.
5-
Apesar da igreja de Corinto possuir muitos dons, qual era seu principal
problema?
(
) Era
materialmente rica.
(
) Era carnal.
(
) Além
de aquela igreja não usar corretamente os dons que recebera do Pai, tinha em
seu meio divisões, inveja, imoralidade sexual, etc.
( ) Paulo a chama de carnal e imatura.
6- As
manifestações espirituais na igreja local são propriamente indicadoras de
seriedade, espiritualidade e santidade?
( ) Não. Como pode uma igreja evidentemente cristã ser ao mesmo tempo
carnal e imoral.
( ) Sim. Uma igreja mesmo onde predominam a inveja, contenda e dissensões,
mesmo assim pode ser chamada de espiritual, e não de carnal.
( ) Não. Uma igreja onde predominam a inveja, contenda e dissensões, nem
de longe pode ser chamada de espiritual, e sim de carnal.
7-
Qual a finalidade dos dons do ESPÍRITO concedidos por DEUS à igreja de
Corinto?
( ) Tinham por finalidade prepará-la e santificá-la para o serviço do
evangelho: a proclamação da Palavra de DEUS naquela cidade.
( ) Tinham por finalidade separá-la e enviá-la para o serviço do
evangelho na Etiópia.
( ) Tinham por finalidade honrá-la e guiá-la para o serviço do
evangelho na proclamação da Palavra de DEUS em Jerusalém.
8-
Por que o Dom não é sinal de superioridade espiritual?
( ) Os dons do ESPÍRITO são concedidos pelo
esforço de cada um em buscá-los.
( ) Muitos creem erroneamente que os irmãos agraciados com dons da parte
de DEUS são, por isso, mais espirituais que os outros.
( ) Os dons do ESPÍRITO são concedidos pela graça de DEUS.
( ) Por ser resultado da graça divina, não recebemos tais dons por
méritos próprios, mas pela bondade e misericórdia de DEUS.
9-
Complete:
Que a mensagem de JESUS possa __________________________ em nossa
consciência e convencer-nos de uma vez por todas de que os dons não são
garantia de espiritualidade _____________________________: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor,
não ___________________________________ nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos
demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas _______________________________________?
E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós
que praticais a ______________________________” (Mt 7.22,23).
Il -
EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
10-
Como o falar em línguas edifica a si mesmo?
( ) Paulo diz que quem “fala língua estranha edifica-se a si mesmo”.
( ) Paulo diz que quem “fala língua estranha santifica-se a si mesmo”.
( ) O apóstolo estimulava os crentes da igreja de Corinto a cultivarem
sua devoção particular a DEUS através do falar em línguas concedidas pelo
ESPÍRITO, com o objetivo de edificarem a si mesmos.
11- O
apóstolo dos gentios proibia o falar em línguas publicamente?
( ) Falar ou orar em línguas provenientes do ESPÍRITO é uma bênção
dispensável na Igreja de nossos dias.
( ) Não, mas ao fazê-lo de maneira devocional (falando baixinho) o crente
batizado com o ESPÍRITO SANTO edifica-se no seu relacionamento com DEUS.
( ) Falar ou orar em línguas provenientes do ESPÍRITO é uma bênção
espiritual maravilhosa.
12-
Como edificar os outros, na igreja?
( ) Os crentes de Corinto falavam em línguas e exerciam vários dons
espirituais, mas parece que eles não se preocupavam muito em ajudar as
pessoas.
( ) Os crentes de Corinto falavam em línguas e exerciam vários dons
espirituais, e se preocupavam muito em ajudar as
pessoas, mas acabavam por bagunçar o culto..
( ) O apóstolo lembra que os dons só têm razão de existir quando o
portador preocupa-se com a edificação da vida do outro irmão em CRISTO.
( ) Em lugar de buscarmos prosperidade material, como se pudéssemos
barganhar com DEUS usando dinheiro em troca de bênçãos, busquemos os dons
espirituais.
( ) Agindo assim edificaremos a nós mesmos e também aos outros.
13-
Como edificar até o não crente?
( ) Embora o apóstolo dos gentios estimulasse todos os crentes a falarem
em línguas, isto é, a edificarem a si mesmos, seu desejo era que também
esses mesmos crentes profetizassem a fim de que a igreja toda fosse
edificada.
( ) “Embora o próprio Paulo profetizasse, enfatizava que
falasse em línguas, porque estas edificavam a Igreja inteira, enquanto
profetizassem
beneficiava principalmente o falante”.
( ) “Embora o próprio Paulo falasse em línguas, enfatizava a
profecia, porque esta edificava a Igreja inteira, enquanto falarem línguas
beneficiava principalmente o falante”.
( ) Todos quantos vierem a frequentar nossas reuniões devem ser
edificados, sejam crentes ou não.
( ) Não podemos escandalizar aqueles que não comungam a mesma fé que nós.
( ) Como eles compreenderão a mensagem do evangelho se em uma reunião não
entenderem o que está sendo falado?.
IIl -
EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO
14-
Como usar os dons na igreja?
( ) Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e
13) para falar a respeito do uso dos dons na igreja.
( ) Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica dois capítulos (12 e
14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja.
( ) O apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o
Corpo de CRISTO é edificado.
( ) “os membros do corpo, cada qual com sua própria função concedida pelo
ESPÍRITO, cooperam para o bem de todas”.
( ) “O amor é essencial para os dons espirituais alcançarem seu
propósito”.
( ) Se não houver amor, certamente não haverá edificação.
( ) Sem o amor de DEUS nos tornamos egoístas e acabamos por colocar
nossos interesses em primeiro lugar.
( ) O propósito dos dons, que é edificar o Corpo de CRISTO, só pode ser
cumprido se tivermos o amor de DEUS em nossa vida.
15-
Quem são os sábios arquitetos do Corpo de CRISTO?
( ) Os pastores, sábios arquitetos, são os únicos a
manterem a ordem.
( ) DEUS levanta homens para edificarem espiritual, moral e
doutrinariamente a igreja local.
( ) A Igreja é o “edifício de DEUS”.
( ) Os ministros, sábios arquitetos.
( ) O fundamento já está posto pelos apóstolos: JESUS CRISTO.
( ) Os ministros têm de tomar o cuidado com as pedras assentadas sobre
este alicerce, pois eles também tomam parte na edificação espiritual da
Igreja de CRISTO segundo a mesma graça concedida aos apóstolos.
( ) Paulo faz uma solene advertência para a liderança hoje: “mas veja
cada um como edifica sobre ele.
( ) Ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual
é JESUS CRISTO”.
16-
Quem são os despenseiros dos dons?
( ) Os despenseiros da obra do Senhor devem se alimentar da
despensa da “família de DEUS”.
( ) O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons de
DEUS.
( ) O apóstolo Pedro usou a figura do despenseiro que, antigamente, era o
homem que administrava a despensa e tinha total confiança do patrão.
( ) O despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não
estragassem e os distribuíam para a alimentação da família.
( ) Os despenseiros da obra do Senhor devem alimentar a “família de DEUS”.
( ) Os despenseiros precisam ter o cuidado no uso dos dons concedidos
pelo Senhor para prover a alimentação espiritual, objetivando a edificação
do Corpo de CRISTO.
CONCLUSÃO
17- Complete:
A igreja de JESUS CRISTO tem uma missão a cumprir: ___________________________________ o evangelho
em um mundo ___________________________ às verdades de CRISTO e descrente de DEUS. Diante
desta tão sublime tarefa, a igreja necessita do _________________________________ divino. Os dons
espirituais são um “__arsenal__” à disposição do corpo de CRISTO para o
cumprimento eficaz de sua missão na terra. Como já foi dito, o propósito dos
dons é ________________________________ toda a igreja, todo Corpo de CRISTO para ser abençoado,
exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar os santos dons de DEUS em
benefício _________________________________, como se fosse algo exclusivo de certas pessoas.
Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os _____________________________ de
DEUS para nós mesmos.
RESPOSTAS DO
QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
AJUDA
CPAD
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Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
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CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo
por Versículo. (CPAD)
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea -
CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag.
267.
Eberhard Hahn. Comentário Esperança Efésios. Editora Evangélica
Esperança.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 30-31.
Ênio R. Mueller. I Pedro. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 238-243.
Francis Foulkes. Efésios. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 72-73.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE
Edição completa. Editora CPAD. pag. 585.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do ESPÍRITO SANTO no Antigo e Novo Testamento.
12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida,
Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
KRETZMANN. Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Editora
Concordia Publishing House.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
SOUZA, Estevam Ângelo de. Nos Domínios do ESPÍRITO. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 1987.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Uwe Holmer. Comentário Esperança Cartas aos I Pedro. Editora Evangélica
Esperança.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
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