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Lição 2 - O Propósito dos Dons Espirituais, 2pte
Lição 2- 2 parte
Ouvem os sons de sua
voz, mas não têm qualquer idéia sobre o significado de sua elocução,
visto que no espírito fala ministérios, os segredos de DEUS
continuam encobertos, ocultos aos ouvintes, e provavelmente também a
quem fala. Doutro lado, aquele que profetiza, a pessoa que tem o dom
da profecia, de fato fala às pessoas. Sua fala, sendo por eles
entendida, serve como meio de comunicação; Comunica-lhes ideias,
edificação e exortação e consolo. A fala daquele que profetiza serve
para fazer os cristãos crescer em conhecimento, promovendo assim o
progresso da igreja. Ela os admoesta, os estimula para se aplicarem
mais sinceramente ao seu dever cristão. Dá-lhes força e consolo
espiritual quando estão em perigo de serem dominados pelo medo.
Esse, pois, é o propósito principal do culto público, que a Palavra
de DEUS seja pregada e aplicada, que as pessoas possam entender o
que é dito e sejam edificadas, admoestadas e confortadas. Este
objetivo não é alcançado no caso daquele que fala em língua. Na
melhor das hipóteses ele edifica a si mesmo, enquanto que aquele que
profetiza edifica a assembleia da igreja.
Paulo, fazendo esta
afirmação, não quer se entendido erradamente como se subestimasse o
valor do dom de línguas: Não obstante desejar que todos vós
falásseis em línguas, desejo muito antes que profetizásseis. Desta
forma ele não faz quaisquer medíocres concessões aos coríntios, mas
está bem consciente do fato que o dom de línguas poderia ter uma
profunda impressão sobre um ímpio que chegasse à reunião deles e que
poderia abrir caminho para sua conversão. Mas sabe, devido ao uso
efetivo e prático, que o dom da profecia deve ser preferido. Além
disso, aquele que profetiza é maior do que aquele que fala em
línguas. Ocupa uma posição de maior utilidade e por isso também de
maior dignidade, a não ser que, aquele que fala em línguas tem
também, ao mesmo tempo, o dom e a capacidade de interpretar suas
extáticas elocuções, de forma que todas as pessoas possam entendê-lo
e a congregação receba, desta forma, edificação. Se Paulo tivesse sido só um orador em línguas, e incapaz
para interpretar os mistérios que o ESPÍRITO SANTO exprimia através
de sua boca, então o seu trabalho evidentemente não teria tido
qualquer valor, a não ser que ele, de fato, se pudesse fazer
entender por meio duma fala inteligível, em revelação e profecia,
pelo ensino dos grandes mistérios que compreendeu, trazendo juntos
tanto o conhecimento como a doutrina. Este apelo ao
senso comum dos coríntios não podia deixar de convencê-los da
verdade do argumento de Paulo, visto que sabiam que ele sempre
buscou o bem-estar espiritual deles, e não sua própria satisfação e
edificação espiritual.
KRETZMANN.
Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento. Editora Concordia
Publishing House.
2. Edificando os
outros.
Através de dons dessa ordem a igreja é
verdadeiramente edificada, mediante uma atuação verdadeira de DEUS.
Se fizessem o que era devido se distinguiriam deveras; mas, se, em
seu orgulho, abusassem do dom de línguas, embora pensassem nisso
residiria a sua glória, não passariam de crentes carnais e
insensíveis para com as necessidades da comunidade cristã. Eles se
tinham degradado. Para reverter isso, precisavam buscar exceder-se
na edificação da igreja local.
«...a força desta
passagem é aquela dada acima —cumpria-lhes buscarem os dons
espirituais visando ao benefício alheio, e para se
beneficiarem pessoalmente deveriam orar em línguas baixinho. Assim serviriam a seus irmãos na fé, no
que deveriam abundar mais e mais (ver I Cor. 8:7 e I Tes. 4:1)». (Shore,
in loc.).
Edificação
1. Esse é o objetivo
mesmo do ofício ministerial (ver Efé. 4:11,12).
2. Com esse
propósito é que os dons espirituais nos foram concedidos (ver I Cor.
14:3-5,12).
3. A perfeição e a
união com CRISTO são seus alvos (ver Efé. 4:16).
4. A autonegação é
necessária para seu pleno desenvolvimento (ver I Cor. 10:23,33).
5. Espera-se que os
crentes se edifiquem mutuamente (ver Rom. 14:19). 6. Todas as ações
efetuadas no seio da igreja precisam ter esse alvo em mira (ver Efé.
4:29).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Candeias. Vol. 4. pag. 219.
I Cor 14.12. “procurai com zelo” (AV: “
desejai” e “cobiçai ardentemente”, respectivamente). Paulo não censura o
desejo deles, mas o toma como base para concitá-los a procurarem
progredir, para a edificação da igreja. Precisamente mediante esta
passagem, ele retorna a este pensamento. A coisa de valor para o
cristão é que possa edificar outros. Embora seja seu direito desejar
progredir no exercício de dons espirituais, deve procurar os dons
úteis para a edificação.
Leon Monis. I
Corintos Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
No versículo 12,
Paulo volta incansavelmente ao seu ponto de maior ênfase: Assim,
também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles,
para a edificação da igreja. O primeiro objetivo do cristão deve ser
a edificação da igreja e o fortalecimento dos seus membros. Se o
crente quiser promover o bem-estar da igreja, ele analisará os seus
dons de acordo com este critério.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 351.
Observação minha
- Ev. Luiz Henrique - A melhor maneira do crente se tornar forte
espiritualmente é orar em línguas, principalmente para expulsão de
demônios. A solução para o crente é orar em casa em línguas na
altura que lhe for necessária, mas quando estiver na igreja, deve
orar baixinho para não atrapalhar os que estão ouvindo a pregação ou
alguma manifestação do ESPÍRITO SANTO traga em profecias, pois esta
profecia é na língua inelegível a todos e trará edificão a todos,
enquanto o falar em línguas só trará crescimento ao que fala, pois
estará se edificando somente a si próprio. P
É bom separarmos
"Falar em línguas" de "Dom de Línguas".
"Falar em
línguas" - Significa falar na língua de seu batismo no ESPÍRITO
SANTO - o crente pode falar nessa língua a vida toda - essa é uma
linguagem de oração - para edificação própria.
"Dom de Línguas"
- o crente pode falar em vários tipos de línguas quando recebe esse
dom - Línguas para se falar com o estrangeiro como em Atos 2, Língua
para ser interpretada, Língua para oração intercessória como em
Romanos 8.
aulo aconselha
que o crente que possui dom de línguas (fala em diversas línguas)
ore para que possa interpretá-las, assim poderá falar em voz alta na
igreja e trará a interpretação a todos e todos serão edificados.
3. Edificando até
o não crente.
Paulo teve coragem
de dizer que era um “sábio arquiteto”, na edificação da igreja. Nem
todo obreiro pode dizer isso, nos dias presentes. Os terrenos em que
a igreja está sendo edificada são tão instáveis, que desafiam a
capacidade de todos os engenheiros ou arquitetos. Os ventos fortes
de falsas doutrinas e movimentos heréticos, disfarçados de genuínos
movimentos cristãos conspiram contra a estabilidade e a unidade da
Igreja de CRISTO. Os edificadores de hoje têm tantos ou maiores
desafios do que os do tempo de Paulo, mesmo que tenham mais recursos
humanos e técnicos que o apóstolo dos gentios.
Mas a missão dos
obreiros do Senhor é cuidar da evangelização, buscando as almas que
se integram à igreja, e o cuidado delas, através do discipulado
autêntico, que se fundamenta na sã doutrina, esposada por JESUS
CRISTO, e interpretada e aplicada pelos seus apóstolos e discípulos,
ao longo da História. Os cristãos devem ser edificados para serem
templos do ESPÍRITO SANTO (1 Co 6.19,20). E os dons são
indispensáveis nessa edificação espiritual.
Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos
homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 30-31.
I Cor 14.9. Os crentes
devem ser capazes de transmitir benefícios espirituais a seus
ouvintes. Porém, se algum idioma não for compreendido pelos seus
ouvintes, perde-se o desígnio inteiro da comunicação de ideias, e a
voz humana se torna muito menos significativa do que o instrumento
musical visto não haver transmitido pensamento ou sentimento nenhum.
«...como se
falásseis ao ar...» Isso seria um ditado antigo, equivalente ao
nosso moderno «falar a uma porta». Está em foco um falar inútil para
os ouvinte, útil só para o falante, ao
qual ninguém dá qualquer atenção, visto não transmitir qualquer
entendimento.
Aquele que falava
«ao ar» não tinha nenhum ouvinte ao alcance de sua voz;
portanto, não
podia transmitir ele qualquer mensagem. Assim também sucede ao dom
de línguas, sem o dom da interpretação de línguas.
«...língua...» Essa
palavra, que aparece aqui no singular, se refere à linguagem ou ao
membro literal e físico da língua, que há no interior da boca; mas o
contexto deixa claro que essa «língua» é o «falar em línguas», ou
seja, mediante aquele dom do ESPÍRITO que recebe esse nome. A
«língua» é o instrumento da comunicação verbal, tal como a trombeta,
a harpa, a flauta, etc., são instrumentos de comunicação musical.
«Essa frase denota a
inutilidade de um discurso ininteligível. Tal discurso morre na
própria atmosfera, jamais atingindo a mente de um ouvinte».
(Kling, in loc.).
Tem utilidade particular, para o próprio crente que as
fala; mas não tem uma utilidade coletiva, altruísta. Portanto, as
línguas, caso não acompanhadas do dom paralelo da interpretação de
línguas, devem ser praticadas em particular, e não publicamente.
I Cor 14.23. Os
versículos vigésimo terceiro a vigésimo quinto fornecem-nos a sexta
razão pela
qual Paulo dizia que as «línguas» devem ser consideradas um
dom
espiritual inferior à profecia. Os «indoutos» e os «incrédulos», que
estivessem
presentes ao culto público, se ouvissem línguas sem a sua
interpretação, tenderiam por sentir-se ofendidos, e poderiam até
pensar que
os que assim
falassem estariam mentalmente desequilibrados. No entanto,
a profecia
serve de força poderosa, tanto na conversão dos incrédulos como na
edificação dos crentes.
«...toda a igreja se
reunir...» Paulo se referia ao culto público, à ordem eclesiástica,
ao referir-se ao valor comparativo dos dons espirituais, cujo grande
alvo é a edificação da comunidade; não aludia ao uso particular
desses dons espirituais.
Os lares eram os lugares ordinários
de reunião dos crentes, talvez por conveniência ou talvez por razões
econômicas; pois os crentes primitivos tradicionalmente provinham
das classes menos abastadas. (Ver I Cor. 1:26-28).
Nem todas as
assembleias locais, quando se reuniam especificamente com o
propósito de adorar, permitiam que «estranhos» (incrédulos)
estivessem presentes. Mas isso dependia muito dos costumes locais.
Os amigos (ou parentes) dos crentes, quase sem dúvida, eram
admitidos em quase todas essas reuniões. Tais pessoas, entretanto,
poderiam pensar que o exercício descontrolado do dom de línguas, em
que um crente após outro exercia esse dom, visto que nada se
entendia do que diziam, seria apenas um sinal de descontrole
emocional, ou mesmo de insanidade mental.
«...indoutos...» (cap
16). Concluiu-se ali que esses «indoutos» seriam crentes, embora
destituídos de «dons espirituais», ou, pelo menos, não possuidores
do dom de línguas; e esses não simpatizariam com o exagero no
exercício da «glossolalia», talvez até mesmo por motivo de inveja.
Dificilmente poderíamos pensar que os mesmos seriam incrédulos
(ainda que o vocábulo grego aqui empregado possa significar
exatamente isso), porquanto dificilmente os tais diriam «Amém», ao
que os crentes dissessem em suas reuniões (conforme Paulo declarou
que tais pessoas naturalmente diriam, se porventura compreendessem o
que ali fosse dito); e aqui, além disso, esses «indoutos» são
contrastados com os «incrédulos». E o vocábulo grego usado para os
tais indica exatamente isso; por conseguinte, não pode restar dúvida
alguma quanto ao sentido dessa expressão. Ambos esses grupos, os «indoutos»
e os «incrédulos», poderiam suspeitar de que aqueles que falavam em
línguas eram indivíduos psicóticos, em maior ou menor grau, ou, pelo
menos, que fossem pessoas mentalmente desequilibradas.
Pode-se comparar
isso com as atitudes dos incrédulos, na narrativa de Atos 2:13, os
quais pensavam que os crentes que falavam em línguas estivessem
bêbedos. As passagens de Atos 12:15 e 26:24 são outros exemplos,
existentes nas páginas do N.T., acerca dessas atitudes dos
incrédulos para com os cristãos, o que se vem manifestando desde os
longínquos tempos apostólicos até aos nossos próprios dias.
«...e todos se
puserem a falar em outras línguas...» Isso indica o abuso a que
haviam sujeitado as línguas. Mui provavelmente também falavam
todos ao mesmo tempo, tal como os seus profetas, que não esperavam
uns pelos outros. Assim sendo, mostravam-se descorteses e
extremamente fanáticos no uso que faziam de seus dons espirituais.
(Ver os versículos vigésimo nono em diante).
As observações
contrárias de Paulo, por todo este capítulo, visam as línguas
desacompanhadas de interpretação. Portanto, ele não contradiz, no
presente versículo, a ideia de que as línguas são um sinal para os
incrédulos.
Imaturidade
Espiritual
1. A imaturidade
espiritual se evidencia no egoísmo (ver Rom. 15:1), pois o amor é a
verdadeira medida de nossa maturidade. Estás servindo a ti mesmo
mais diligentemente do que ao próximo? Nesse caso, és um crente
espiritualmente imaturo. A tua maturidade pode ser aquilatada pelo
quanto serves aos outros.
2. Os crentes de
Corinto demonstravam sua imaturidade ao transformarem a igreja em um
teatro, onde os dons espirituais entraram em competição uns com os
outros. Isso era destrutivo para a unidade e a paz, e, por
conseguinte, para o desenvolvimento espiritual.
3. Os crentes
coríntios, em surpreendente ausência de santificação, demonstravam a
sua imaturidade quando, o tempo todo, se vangloriavam de seu grande
avanço.
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Candeias. Vol. 4. pag. 218; 224-225.
Falar em línguas
pode não ajudar os incrédulos (14.23-25). Agora Paulo apresenta um
caso hipotético para os coríntios. O que acontecerá se toda a igreja
se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas (23). Como
esse dom era desejável, conforme indicavam os coríntios, toda a
igreja tinha o direito, e até a obrigação, de buscá-lo. Mas o que
aconteceria se os incrédulos viessem a essa igreja, onde todos
estivessem falando em línguas de forma desordenada? Não dirão,
porventura, que estais loucos? Paulo não estava preocupado com as
pesquisas de popularidade eclesiástica. Nem estava ajustando a
mensagem do evangelho para conformá-la ao molde da opinião pública.
O apóstolo entendia que a tarefa da igreja era atrair os incrédulos
e conquistá-los para CRISTO. Ele estava alarmado com o fato de que,
ao invés de ajudar a converter os pecadores, o ato de falar em
línguas de forma desordenada poderia despertar somente o escárnio e
o desprezo dos descrentes.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 352.
O efeito do dom
da profecia é totalmente diferente: Mas se todos profetizam, e entra
alguma pessoa descrente ou ignorante, esta por todos será
persuadida, por todos julgada. O dom da profecia incluía ser examinado pelas palavras de saber
onisciente, sendo reveladas as coisas secretas, ou os pecados
ocultos, de seu coração. E o resultado, evidentemente, podia ser que
uma pessoa assim iria prostrar-se sobre seu rosto e adorar a DEUS,
admitindo publicamente que DEUS estava em meio á congregação cristã.
Nada é mais poderoso do que a viva Palavra de DEUS, pela qual Ele
examina os corações e as mentes, Hb. 4. 12, e discerne os
pensamentos e as intenções do coração. Desta forma o dom da profecia
resultaria não só no ganho de almas para CRISTO, mas também no dar
glória ao Senhor.
KRETZMANN.
Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento.
Editora
Concordia Publishing House.
IIl - EDIFICAR
TODO O CORPO DE CRISTO
1. Os dons na
igreja.
«...de quem...»
Paulo emprega aqui uma metáfora fisiológica, tal como o faz em Col.
2:19. Na epístola aos Colossenses a metáfora por ele empregada
salienta o fato que a criação inteira depende de CRISTO como cabeça,
unificador, restaurador e governador de tudo. Aqui, embora idêntica
linguagem seja usada, a porção enfatizada é CRISTO, como cabeça da
igreja, a qual é o seu corpo. 6 do Cabeça que o corpo recebe suas
energias e poderes vitais, como também a sua coesão. Entretanto, no
corpo há também aquela coesão mútua e aquela participação nas
energias vitais de uma união perfeita, a despeito do que essa
participação vital de energias mútuas depende do Cabeça, já que ele
é a origem da mesma e o seu unificador. Por conseguinte, há uma
certa «interdependência»' no corpo, nenhum membro fica isolado, e
nenhum membro possui a vida espiritual vital que se encontra no
próprio corpo. E também há uma dependência mútua do corpo inteiro ao
Cabeça, para que receba essa mesma energia de vida divina.
«...bem ajustado e
consolidado...» Um corpo se caracteriza pela maravilhosa cooperação
de muitos elementos, que são perfeitamente unidos um ao outro. É a
essa admirável unidade de muitas porções que Paulo se refere,
fazendo disso uma ilustração de como tal condição deveria prevalecer
na igreja. São usados verbos no particípio presente a fim de
salientar como essa unidade, tão intricada e perfeita em sua
natureza e atuação, deve existir na forma de uma operação contínua.
As ideias de «harmonia», de «adaptação», de< «solidariedade» e de
«unidade na diversidade», são assim expressas. (Comparar com Col.
2:2,19).
Nomes, seitas e
partidos caem:
Tu, ó CRISTO, és
tudo em todos!
Esses dois verbos
têm sido variegadamente compreendidos, a saber:
«...toda junta...»
Quanto a estas palavras também têm havido diferenças de opinião, ou
seja:
As juntas realmente não suprem e nem propagam a
vitalidade do corpo. É
bem possível que ele tivesse feito alusão às «juntas». Existe uma vida,
uma energia vital, que vem primeiramente do Cabeça, e que então se
difunde por todo o corpo. Por essa razão, o corpo ê vivificado pela
vida divina; pois a participação na mesma vida, que vem da mesma
fonte originária, é motivo de uma união perfeita. Cada porção, pois,
tanto é beneficiada como serve de canal mediante o qual a vida é
passada para outras porções.
• «... segundo
a justa cooperação de cada parte...» De acordo com a tradução inglesa
RSV (aqui vertida para o português), isso quer dizer «...quando cada
porção está operando apropriadamente...» Neste caso,
«apropriadamente» é tradução do original grego «en metro»,
literalmente, «por medida»; e é bem provável que isso aluda às
palavras «...segundo a proporção do dom de CRISTO...», do sétimo
versículo deste capítulo. Por conseguinte, cada «...parte...» (ou
membro) tem um dom, ou seja, serve de entidade que dispersa a vida
de CRISTO no corpo, como agente de desenvolvimento espiritual.
Portanto, cada crente, «de acordo com sua medida e capacidade» no
corpo, torna-se um «contato» mediante o que a vitalidade do ESPÍRITO
de DEUS é dispersa por todo o corpo.
«...edificação de si
mesmo em amor...» (Efé. 4:12). Cumpre-nos observar que todo esse
processo de crescimento e nutrição, que produz a maturidade
espiritual, se alicerça sobre o «amor», pois Paulo reiterava a ideia
que mencionara no versículo anterior. («importância do amor
cristão»). Isso concorda com o que se lê em I Cor. 12-14. Os dons
espirituais devem ser buscados, pois são necessários; mas só são
úteis esses dons quando são administrados em «amor» (ver o décimo
terceiro capítulo da primeira epístola aos Coríntios), pois essa
virtude ê maior que todos os dons espirituais. Assim é que um dom
espiritual administrado na igreja sem o concurso do amor, não será
de grande utilidade na igreja. Boas obras, feitas sem o condimento
do amor, não valem coisa alguma aos olhos de DEUS. O amor é o
elemento onde funcionam a unidade verdadeira e o benefício mútuo no
corpo de CRISTO. Sem amor, essa realização é simplesmente
impossível. «...O amor edifica...» (I Cor. 8:1). O amor «...é o
vínculo da perfeição...» (Col. 3:14). Isso mostra-nos a suprema
importância do amor, porque é mediante o amor que CRISTO «habita em
nossos corações»; e é nesse amor que chegamos a conhecer a pessoa de
CRISTO, mediante a iluminação do ESPÍRITO SANTO. (Ver Efé. 3:17-19).
O próprio vocábulo «amor» fala sobre «mutualidade», fala sobre
«harmonia», «participação», «cuidado pelo próximo», sendo contrário
às ideias do «egoísmo», da «cobiça», da «facção» e do «ódio».
Ao mencionar a
harmonia e a participação na vida mútua que o amor cristão propicia,
Paulo chega ao final da presente secção, reiterando a ideia de
unidade, que inspirou esta passagem, a começar por Efé. 4:1, como é
necessário nos suportarmos uns aos outros em amor, tendo em vista a
preservação da unidade do ESPÍRITO no vínculo da paz. (Ver Efé.
4:3).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Candeias. Vol. 4. pag. 605.
Ef 4.16. É somente de CRISTO, como Cabeça, que o
corpo recebe toda sua capacidade para crescer e para desenvolver sua
atividade, recebendo assim uma direção única para funcionar como
entidade coordenada. Colossenses 2:19 é um texto paralelo bem
próximo deste versículo, e ambos deveriam ser estudados em conjunto. A palavra traduzida junta (haphê)
- O uso da palavra tanto no contexto quanto no âmbito restrito da
medicina justifica a sua tradução por “junta”, e assim, afirma que é
pelo auxilio de toda junta, com que o corpo é equipado, é que o
crescimento e funcionamento verdadeiros se tornam possíveis. Em
outras palavras, o corpo depende para seu crescimento e atividade:
da direção do Senhor, de Sua provisão para tudo o que necessita
(compare versículos 11, 12), e também do bom relacionamento entre os
membros.
E agora estamos de
volta com uma palavra que se tornou familiar nesta epístola (1,19 e
3:7), pois o apóstolo deixa de considerar os membros e a conexão
entre eles para tratar da justa cooperação de todo o corpo. A
“energização” de DEUS no corpo todo torna possível este
funcionamento de cada parte, em sua medida e de acordo com sua
necessidade. Então menciona-se mais uma vez o propósito do
crescimento, e está claro que cada membro não procura o seu próprio
crescimento, mas o do corpo como um todo: não sua própria
edificação, mas a edificação do todo. Basicamente, a edificação não
é o aumento numérico da Igreja, mas o crescimento espiritual. E este
crescimento é acima de tudo em amor. Esta pequena frase aparece
novamente (1:4; 3:17; 4:2; 5:2), pois o amor determina que cada
membro procurará a edificação de todos. Então, sem dúvida, se houver
a comunhão da convivência em amor e a demonstração da verdade em
amor, o aumento numérico virá como consequência natural.
Francis Foulkes. Efésios Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
103-104.
Ef 4.16 -
Este versículo
sintetiza de fato todo o trecho precedente: partindo da unidade de
DEUS e de seu agir no corpo de CRISTO, o olhar se estende para a
multiplicidade dos dons distribuídos aos crentes. Na sequência,
Paulo destaca as tarefas específicas dos apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres no preparo dos santos, para que a
igreja de CRISTO possa alcançar a idade adulta e resistir a
doutrinas ardilosas e enganosas. Por fim o apóstolo enfoca novamente
a cooperação de todos na edificação do corpo. A característica
marcante de toda a incumbência é que a edificação acontece “no amor”
(v. 13). Isso sucede quando o conhecimento do amor de CRISTO (Ef
3.19) cresce mais e mais e por isso também se fala a verdade em amor
(Ef 4.15).
Eberhard Hahn. Comentário Esperança Efésios. Editora Evangélica Esperança.
2. Os sábios
arquitetos do Corpo de CRISTO.
I Cor 13.9. Nosso
conhecimento é parcial, até mesmo com a ajuda dos mais elevados dons
da sabedoria e do conhecimento. Essa admissão é declaração, feitas
pelo apóstolo, deveria ensinar-nos a sermos cautelosos quando
cercamos a DEUS com os nossos dogmas, como se, já sabendo tudo
quanto tem importância, não precisássemos mais de fazer qualquer
pesquisa honesta pela verdade. A tendência da religião «ortodoxa» é
olvidar-se desse grande fato, apodando de heterodoxa qualquer
opinião que não se adapte facilmente dentro dos limites dos dogmas
já aceitos.
Da covardia que teme
novas verdades,
Da preguiça que
aceita meias-verdades,
Da arrogância que
conhece toda a verdade,
Oh, Senhor,
livra-nos. (Arthur Ford).
Os intelectuais de
Corinto faziam uma ideia exagerada da grandiosidade de
seu conhecimento. Foi mister que Paulo lhes lembrasse que, quando
muito, o que sabiam era parcial; e ele nem ao menos aborda aqui o
problema dos «erros» incorporados no sistema deles. Para nós o conhecimento se acha em estado de
constante expansão, nunca chegando a um ponto final. Todos os campos
do conhecimento, das ciências à teologia, estão sempre franqueados à
modificação e revisão, à medida que nossos conceitos são expandidos
e aprofundados.
O conhecimento e a
profecia, pois, conforme os conhecemos e podemos conhecer, serão
sempre indiretos, parciais e fragmentários; e disso participam os
tipos exatos de descrição que a moderna epistemologia atribui a todo
o conhecimento, incluindo o conhecimento científico.
«Conhecimento e
pregação são ambos incompletos; portanto, quando esta dispensação
terminar, e a dispensação completa for inaugurada, então esses dons
imperfeitos cessarão. Os dons espirituais são apenas os implementos
da lavoura divina; as graças são as próprias sementes.
O argumento usado
por Paulo é que aquilo que é «parcial» e «imperfeito», em face
dessas mesmas características, não pode ser permanente. O amor, por
outro lado, sendo perfeito, é permanente. Um conhecimento mais
elevado, um conhecimento perfeito, é possível; mas isso somente
quando da inauguração do estado eterno.
E isso é um poderoso
argumento em favor da possibilidade da continuação dos dons
miraculosos (e não miraculosos), continuação essa que prosseguirá
até à «parousia» ou segunda vinda de JESUS CRISTO. Isso vai de
encontro aos argumentos distorcidos de alguns, que pretendem
eliminar os dons miraculosos, como se os mesmos houvessem
desaparecido quase imediatamente depois da era apostólica, os quais
supõem encontrar base bíblica para essa opinião no fato que o oitavo
versículo deste capít. diz que esses dons eventualmente «cessarão».
Ê verdade que os dons espirituais cessarão; mas o tempo é
definidamente determinado no presente versículo, isto é, no fim da
presente era da graça, quando da segunda vinda de CRISTO. Porém,
enquanto não vier o que é perfeito, teremos necessidade dos dons
espirituais «imperfeitos» visto que eles são muito, muito superiores
a qualquer coisa meramente humana.
Paulo está
antecipando a perfeição que a segunda vinda de CRISTO trará. Os dons existem.
Haverá uma grande
transição de uma dispensação para outra, da era presente para o
estado eterno, em razão do segundo advento de CRISTO. Essa transição
é pintada pelo apóstolo Paulo mediante aquilo que tem lugar entre a
meninice e a idade adulta. A «meninice», neste caso, representa a
era inteira da imperfeição, a nossa era presente. Não importa quão
grandemente os dons sejam desenvolvidos, não importa quão elevada se
torne a nossa sabedoria e o nosso conhecimento, e não importa quão
eloquentes se tornem a profecia e as línguas—em comparação com o que
haverá eventualmente, tudo quanto obtivermos agora é apenas
brinquedo de crianças, sentimentos infantis, pensamentos infantis,
coisas próprias de meninos. Isso serve de poderosa ilustração
instrutiva, sobre a estatura de nosso presente conhecimento.
Esta vida, portanto,
consiste em uma «infância espiritual», e a era vindoura, ou melhor,
a eternidade, será a «idade adulta espiritual». Isso é muito
encorajador, pelo progresso dos séculos, o que, para nós, indica um
progresso de natureza espiritual, o abandono de todas as
imperfeições, o aprendizado da perfeição.
«Quantos pontos de
vista estreitos, quantas noções indistintas das coisas, têm as
crianças, em comparação com os adultos! E quão naturalmente os
homens, quando a razão se lhes amadurece, desprezam e dispensam os
seus pensamentos infantis, pondo-os de lado, rejeitando-os,
considerando-os como nada! Assim é que pensaremos sobre nossos dons
mais valiosos e aquisições neste mundo, quando chegarmos ao céu».
(Matthew Henry, in loc.).
1) O amor torna os
dons da vida aproveitáveis, 1-3;
2) O amor transforma
os relacionamentos da vida em algo maravilhoso, 4-7;
3) O amor faz com
que as contribuições da vida se tornem eternas, 8-13 (da obra Sermon
Outlines on Favorite Bible Chapters).
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 347-348.
Visto que a asserção
que os dons de conhecimento e de profecia cessarão podia parecer
estranho, Paulo explica sua afirmação: Pois em parte conhecemos, e
em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o
imperfeito será abolido. Nosso conhecimento é imperfeito neste
mundo, inadequado para um entendimento completo de DEUS, de Sua
essência, de Sua vontade. Entendemos somente partes pequenas da
verdade eterna e celeste, mesmo tendo nós uma razão cristã
iluminada. Não temos uma visão compreensiva do total, da ligação dos
pensamentos e conselhos divinos. A plenitude da magnitude e
majestade de DEUS ainda nos é desconhecida.
Fé, esperança e amor
permanecem na eternidade, porque o que o cristão crê, espera e ama
permanece para sempre, visto que DEUS é eterno, com quem estamos
unidos na fé, na esperança e no amor. Esta conclusão é praticamente
exigida pela afirmação que todas as coisas imperfeitas serão
abolidas. Pois o apóstolo não diz destes três que são imperfeitos,
ou seja, que cremos em parte, que esperamos em parte, que amamos em
parte. A fé, mesmo a fé fraca, ainda que conhece a DEUS só em parte,
aceita, porém, como fé salvadora, o DEUS inteiro, o CRISTO inteiro,
a redenção inteira em CRISTO, e o pleno perdão dos pecados. Também a
esperança, mesmo vendo e conhecendo somente alguns raios da glória
vindoura, tem, ainda assim, o futuro total como seu alvo. E o amor
se concentra sobre o inteiro DEUS trino de nossa salvação, e não
sobre algum restinho miserável.
Resumo: O apóstolo
louva o alto valor do amor, dá uma descrição de seus aspectos
essenciais, e descreve sua duração eterna.
KRETZMANN.
Paul E. Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento.
Editora
Concordia Publishing House.