Lição 3 - As Pragas Divinas e as Propostas Ardilosas de Faraó LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual
Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
‘Revesti-vos
de toda a armadura de DEUS, para que possais estar firmes contra as astutas
ciladas do diabo” (Ef 6.11).
LEITURA DIÁRIA
Segunda- 1 Co 15.57 DEUS que nos dá a vitória
Terça- 2 Co 2.14 DEUS nos
faz triunfar em CRISTO
Quarta- 2 Co 11.14 Satanás engana pela
imitação
Quinta- 1 Tm 4.1 Doutrinas falsas vêm de demônios
Sexta - Jo 8.44 A mentira procede do
Diabo
Sábado - 1 Ts 2.18 Satanás combate a obra de DEUS
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE -
Êxodo
3.19,20; 7.4,5; 8.8,25; 10. 8,11,24.
Êxodo 3
19 - Eu sei,
porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, nem ainda por uma mão forte. 20 - Porque
eu estenderei a minha mão e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas
que farei no meio dele; depois, vos deixará ir.
Êxodo 7
4 — Faraó,
porém, não vos ouvirá; e eu porei a mão sobre o Egito e tirarei os meus
exércitos, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito com grandes
juízos. 5 - Então, os
egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando estender a mão sobre o Egito e
tirar os filhos de Israel do meio deles.
Êxodo 8
8 - E Faraó
chamou a Moisés e a Arão e disse: Rogai ao SENHOR que tire as rãs de mim e
do meu povo; depois, deixarei ir o povo, para que sacrifiquem ao SENHOR. 25 - Então,
chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai ao vosso DEUS nesta
terra.
Êxodo 10
8 - Então,
Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi
ao SENHOR, vosso DEUS. Quais são os que hão de ir? 11 - Não será
assim; andai agora vós, varões, e servi ao SENHOR; pois isso é o que
pedistes. E os lançaram da face de Faraó. 24 - Então,
Faraó chamou a Moisés e disse: Ide, servi ao SENHOR; somente fiquem vossas
ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças.
INTERAÇÃO
Faraó era
perverso e não tinha intenção alguma de libertar os hebreus. Diante da
recusa dele, DEUS enviou várias pragas ao Egito (Êx 3.19,20). Qual era o
propósito divino ao enviar as pragas? O objetivo era o julgamento contra o
governo de Faraó e seu povo e um juízo contra o generalizado culto idólatra
egípcio.
Para
introduzir a lição, faça um resumo das terríveis pragas que arrasaram o
Egito. Depois, explique que a partir da segunda praga (a das rãs, Êx
8.1-15), Faraó passou a fazer uma série de propostas ardilosas e
destruidoras a Moisés e a seu auxiliar, Arão. Precisamos de discernimento a
fim de não aceitar as ardilosas propostas de Satanás para nós, igreja do
Senhor.
OBJETIVOS -
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar
as pragas deferidas e a primeira proposta de Faraó.
Saber
que assim como Faraó, Satanás não desiste facilmente.
Discutir
a proposta final de Faraó.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza o quadro da página seguinte conforme as suas possibilidades. Em
classe, juntamente com os alunos, complete a segunda coluna. Debata com a
turma as propostas de Faraó e as suas conseqüências, caso Moisés as
aceitasse. Conclua enfatizando que, como salvos por CRISTO, podemos pela fé
nEle sempre vencer o Diabo em suas investidas contra nós.
AS PROPOSTAS DE FARAÓ AO POVO DE DEUS |
AS PROPOSTAS |
“Ide, sacrificai ao vosso DEUS nesta terra” (Êx 8.25). |
“Somente que indo, não vades longe” (Êx 8.28). |
“Deixai ir os homens” (Êx 10.7). |
“Ide, servi ao Senhor; somente fiquem ovelhas e vossas vacas“ (Êx 1 0.24). |
AS CONSEQÜÊNCIAS |
I - AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ
1. Pragas
atingem o Egito (Êx 7.19—12.33).
2. A
primeira proposta (Êx 8.25).
II - FARAÓ NÃO DESISTE
1. A
segunda proposta de Faraó (Êx 8.28).
2. A
terceira proposta de Faraó (Êx 10.7).
a)
Famílias sem o governo dos pais, sem provisão, sem proteção, sem
direção.
b) Maridos
sem as esposas;
homens viajando no deserto e as crianças sem os pais.
c)
Miscigenação devastadora.
III- A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ
1. A
situação caótica do Egito.
2. A
quarta e última proposta.
SINOPSE DO TÓPICO (1) -
Diante das
pragas que atingiram duramente o Egito, Faraó apresentou algumas propostas *
ardilosas para Moisés e Arão.
SINOPSE DO TÓPICO (2) -
“Não vades
longe”, significa para o crente hoje, o rompimento parcial com o pecado e
com o mundo.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
COHEN,
Armando Chaves. Êxodo. 1. ed. Rio de janeiro: CPAD, 1 998.
MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento:
O
reino de sacerdotes que DEUS colocou entre as nações.
6 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
-
Subsídio
Bibliológico
“As
pragas do Egito combinam todos os aspectos das pragas da Bíblia. Esses
eventos são explicados através de exames dos termos hebraicos usados
para defini-los. Muitas palavras derivam da raiz nagap ‘atingir,
destruir’, e mostram as pragas como um golpe de DEUS para castigar ou
punir. A palavra hebraica negep, no sentido de ‘golpear, atacar’ foi
usada como termo de julgamento. É encontrada relacionada às pragas do
Egito apenas em Êxodo 12.13, que fala sobre a morte dos primogênitos. A
palavra hebraica maggepa também quer dizer ‘golpe, matança, praga,
pestilência’ e é aplicada à praga somente em Êxodo 9.1 4 que é uma
referência geral a esses acontecimentos.
Da raiz
naga, ‘tocar, alcançar, atingir’, vem nega, ‘golpe, praga’, que é usada
metaforicamente para doenças como castigo divino. Na narrativa do Êxodo
ela aparece apenas em 11.1, onde se refere à destruição dos
primogênitos. Esses termos indicam uma ação direta de DEUS no castigo;
outros termos e declarações bíblicos mostram que esses atos são o
testemunho do poder e da divindade do DEUS único (cf. Dt 4.34,35)” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.l 584).
Satanás vai tentá-los com muitas propostas. Ele tentou o Filho de
DEUS, mas foi derrotado. JESUS derrotou o Diabo utilizando a Palavra
de DEUS, faça uso da Bíblia, pois ela é uma arma poderosa contra as
propostas ardilosas do Inimigo.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
Neste
capítulo examinaremos duas situações que ocorreram por ocasião da
presença dos israelitas no Egito: as pragas enviadas por DEUS e as
propostas de Faraó no sentido de manter os israelitas cativos.
DEUS
havia dito a Faraó, por meio de Moisés e Arão, que deixasse seu povo ir
embora daquela terra. DEUS poderia simplesmente retirar Ele mesmo o povo
da escravidão, mas preferiu usar Moisés como instrumento para aquela
obra. Isso nos deve fazer lembrar de que DEUS tem todo o poder, e pode
fazer o que desejar, mas ainda assim, em muitas situações, prefere se
valer de instrumentos humanos para executar sua vontade. Que isso nos
sirva de lição, tendo em vista que, não raro, somos tentados a imaginar
que DEUS realmente precisa muito de nós para a sua obra, e que sem nós
Ele não faria nada. Na verdade, Ele pode usar quem quiser para fazer a
sua vontade, e opera, apesar de nós, e não apenas por nossa causa.
O
Encontro de Faraó e Moisés
É curioso
observar a capacidade que certas pessoas possuem de tentar negociar com
DEUS. Faraó fora advertido de que deveria libertar os israelitas, mas
preferiu resistir à voz de DEUS. Se analisarmos a forma com que DEUS se
utilizou para falar àquele monarca, veremos que foi dada a ele
oportunidade de reconhecer o poder de DEUS antes que males terríveis
assolassem o Egito.
Primeiro o Senhor falou através de Moisés
DEUS
prioriza advertir Faraó por meio de Moisés, o octogenário pastor do
deserto. Como já nos é sabido, o rei não acreditou nas palavras do
libertador.
E,
depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, DEUS
de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no
deserto. Mas Faraó disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para
deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel.
(Êx 5.1,2)
Essa foi
a resposta de Faraó. Quem é o Senhor? Não o conheço, e como não o
conheço, não deixarei os hebreus saírem livres. Não raro, essa tem sido
uma resposta comum da própria humanidade: Porque devo obedecer a DEUS se
nem sei quem é Ele? Parece uma lógica correta levando em consideração
que o Egito tinha vários deuses, e que o próprio Faraó era tido como uma
divindade. Como seria possível reconhecer como DEUS um Ser que envia um
pastor do deserto para falar com o rei da maior potência da época? Esse
DEUS poderia ter embaixadores melhores para representá-lo. Mas à medida
que o texto se desenrola, Faraó percebe que está lidando com um DEUS que
escolhe bem seus enviados, e que não se permite ser ridicularizado por
ninguém.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e
o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 24-25.
Os Dez
Juízos
Toda a
terra do Egito tremeu debaixo dos golpes sucessivos da vara de DEUS.
Todos, desde o monarca sentado no seu trono à criada moendo no moinho,
tiveram de sentir o peso terrível dessa vara. "Enviou Moisés, seu servo,
e Arão, a quem escolhera. Fizeram entre eles os seus sinais e prodígios,
na terra de Cam. Mandou às trevas que a escurecessem; e elas não foram
rebeldes à sua palavra. Converteu as suas águas em sangue, e assim fez
morrer os peixes. A sua terra produziu rãs em abundância, até nas
câmaras dos seus reis. Falou ele, e vieram enxames de moscas e piolhos
em todo o seu território. Converteu as suas chuvas em saraiva e fogo
abrasador, na sua terra. Feriu as suas vinhas e os seus figueirais e
quebrou as árvores dos seus termos. Falou ele, e vieram gafanhotos e
pulgão em quantidade inumerável, e comeram toda a erva da sua terra e
devoraram o fruto dos seus campos. Feriu também a todos os primogênitos da
sua terra, as primícias de todas as suas forças" (SI 105:26 -36).
Aqui, o
Salmista dá-nos uma ideia resumida desses terríveis castigos que por
dureza do seu coração Faraó trouxe sobre a sua terra e o seu povo. Este
soberbo monarca havia empreendido a tarefa de resistir à vontade
soberana e ao caminho do DEUS Altíssimo; e, como consequência justa
desta atitude, foi entregue à cegueira judicial e dureza de coração.
"Porém o SENHOR endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o
SENHOR, tinha dito a Moisés.
Então,
disse o SENHOR a Moisés: Levanta-te, pela manhã cedo, e põe-te diante de
Faraó, e dize lhe: Assim diz o SENHOR, o DEUS dos hebreus: Deixa ir o
meu povo, para que me sirva. Porque esta vez enviarei todas as minhas
pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo,
para que saibas que não há outro como eu, em toda a terra. Porque agora
tenho estendido a mão para te ferir a ti e ao teu povo com pestilência e
para que sejas destruído da terra; mas deveras para isto te mantive,
para mostrar o meu poder em ti e para que o meu nome seja anunciado em
toda a terra" (capítulo 9:12-16).
C. H.
MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editoração:
Associação Religiosa Imprensa da Fé.
As
ofertas do Faraó (w. 25-32).
Durante o tempo das pragas, o Faraó ofereceu quatro acordos a Moisés e
Arão. Os dois primeiros encontram-se registrados nestes versículos,
durante a praga das moscas (vv. 25, 28). O terceiro foi durante a praga
dos gafanhotos (Êx 10:7-11) e o quarto durante os três dias de escuridão
(vv. 24-26). O fato de o Faraó chegar a pensar que poderia negociar com
DEUS é outra prova de seu orgulho. Quem é um homem mortal, mesmo o rei
de uma grande nação, para ousar negociar com a vontade de DEUS? Essas
ofertas todas faziam parte do plano hipócrita do Faraó de enganar Moisés
e Arão, pois seu coração ainda estava obstinado e irredutível. Não
estava interessado nem na vontade de DEUS nem no bem-estar dos judeus;
tudo o que queria era fazer cessar as pragas.
O povo de
DEUS enfrenta "concessões egípcias" semelhantes hoje em dia, quando
buscamos servir ao Senhor. O inimigo nos diz que não precisamos ser
separados do pecado, pois podemos servir a DEUS "nesta terra". A
resposta de DEUS encontra-se em 2 Coríntios 6:14-18.
"Não
exagere", sussurra o inimigo, "ou as pessoas vão chamá-lo de fanático".
Tiago 1:27 e 4:4 derrubam essa proposta.
O
verdadeiro serviço significa dar autoridade a DEUS sobre nossas posses e
todas as pessoas em nossa família pelas quais somos responsáveis. Não
fazê-lo é desobedecer àquilo que encontramos em Marcos 10:13-16; Efésios
6:4; e Deuteronômio 6:6-13. Uma vez que começamos a negociar a vontade
de DEUS e a ver quão perto do mundo podemos chegar, já desobedecemos ao
Senhor em nosso coração.
Em sua
primeira proposta, o Faraó ofereceu permissão para que os hebreus
fizessem sua comemoração religiosa na terra do Egito (Êx 8:25), oferta
esta que Moisés e Arão rejeitaram.
Sabiam
que alguns dos animais que os hebreus sacrificariam eram sagrados aos
egípcios,3 e aquilo que começaria como um encontro de adoração solene se
transformaria rapidamente num tumulto. Os hebreus eram um povo separado,
vivendo em Gósen, a terra que DEUS havia destinado a eles, e era preciso
que se separassem do Egito com uma jornada de três dias a fim de agradar
ao Senhor.
A segunda
oferta do Faraó foi para que Israel deixasse a terra, mas que não se
afastasse muito (v. 28). O pedido acrescentado pelo Faraó ("Orai também
por mim"), no final da proposta, mostra que sua verdadeira preocupação
era livrar-se dos enxames de moscas. A primeira vista, temos a impressão
de que Moisés e Arão aceitaram essa segunda oferta, uma vez que Moisés
prometeu livrar-se das moscas. Talvez acreditassem que, tendo saído da
terra, poderiam viajar para algum lugar mais distante, mas certamente os
dois sabiam que o Faraó não cumpriria sua promessa. O rei do Egito
costumava implorar por ajuda quando precisava (v. 8; 9:28; 10:16, 17) e,
depois, mudar de ideia, uma vez que a praga fosse retirada (Êx 8:15, 32;
9:34, 35; 10:20). DEUS respondeu
à oração
de Moisés e retirou as moscas, mas o Faraó só endureceu o coração ainda
mais.
WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora
Central Gospel. pag. 250-251.
Êx 3.18
irás, com os anciãos de Israel. Os líderes formariam uma frente unida. A
primeira vitória de Moisés seria que os anciãos de Israel (ver o vs. 16)
concordariam com o seu plano. Alguns representantes do povo estavam
destinados ajudar Moisés em seus esforços por convencer o Faraó. Isso
não
seria
fácil porquanto, por muitos anos, ele desfrutara a vantagem de contar
com 0 trabalho escravo dos filhos de Israel. E esse trabalho era sempre
importante em grandes projetos públicos, como os que estavam em
andamento no Egito. “A predição sobre a acolhida que seria dada pelos
anciãos preparou 0 caminho da exibição de fidelidade por parte de Moisés
(4.1-16)” (J. Coert Rylaarsdam, in loc.).
O Senhor,
o DEUS dos hebreus. No hebraico temos aqui os nomes divinos Yahweh
Elohim. Esses são os nomes divinos tradicionais dos hebreus (ver 0 vs.
15). Os egípcios eram um povo extremamente religioso, embora politeísta.
Talvez o Faraó se mostrasse sensível a um apelo que envolvesse uma
diretiva divina. Não se tratava apenas de uma greve ou de um movimento
social. Era um projeto divino, o qual deveria ser apresentado ao Faraó.
Essa expressão reflete o monoteísmo. De cada vez em que o Faraó fazia
alguma concessão, as demandas eram aumentadas (Êxo. 10.9-11). O
propósito era demonstrar a onipotência de DEUS, contra uma crescente
teimosia e endurecimento de Faraó. A expressão “o DEUS dos hebreus”
também figura em Êxo. 5.3; 7.16; 9.1,13 e 10.3.
Caminho
de três dias, Moisés deveria começar com um pedido pequeno e razoável,
uma breve jornada com propósitos religiosos, que o Faraó poderia
entender facilmente. Moisés, todavia, não revelou seu real intuito, seus
planos a longo prazo: a total redenção do povo de Israel do exílio no
Egito. Alguns supõem que a distância comparativamente grande a que
Israel iria, a fim de sacrificar, tinha por finalidade evitar as
objeções dos egípcios ao sacrifício de animais sagrados. Talvez, por
esse tempo, tais ideias já tivessem penetrado na teologia dos egípcios.
Ao sair do Egito, finalmente, Israel foi até ao monte Sinai, para o que
precisou de três meses (Êxo. 19.1), embora fosse fazendo pausas ao longo
do caminho. Essa pequena viagem de três dias seria feita na direção do
Sinai, mas não seria feita nenhuma tentativa de chegar a Horebe, “o
monte de DEUS” (Êxo. 3.1).
Êx 3.19 O
rei do Egito não vos deixará ir. Em vez de permitir a caminhada de três
dias, 0 Faraó reagiria de forma radical à sugestão, e aumentaria a carga
de trabalho dos escravos israelitas. Às vezes, um bom projeto começa
lentamente, ou mesmo chega a falhar a principio. Mas se DEUS está
presente, haverá provisão para o sucesso, afinal. A recusa do Faraó
tinha sido claramente prevista, mas mesmo assim era mister fazer o
esforço. Aquilo era apenas um começo, apenas uma introdução. Conforme
fosse aumentando a obstinação do Faraó, também aumentaria a pressão
divina, até que, por fim, haveria uma notável vitória. O episódio indica
um modelo de persistência. Nenhum projeto de importância pode lograr
êxito sem que, primeiramente, haja entusiasmo. E, em segundo lugar, deve
haver persistência.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 315-316.
Êx 3.19.
Se não for obrigado. Esta é a leitura da LXX, com ’im lõ ’ em lugar de
v^lõ’. A tradução antiga poderia permanecer, se entendermos
o texto
da seguinte maneira: “ não, nem mesmo quando ferido duramente” ,
referindo-se à obstinação de Faraó.
20.
Prodígios. nipla’ôt é provavelmente a palavra hebraica que mais se
aproxima, etimologicamente, a “ milagres” , mas tem uma conotação muito
diferente. Pensamos em “ milagre” como uma transcendência, uma suspensão
ou uma reversão da ordem natural pelo DEUS que tudo criara e sustentava.
Num sentido, portanto, o israelita não distinguia entre o “ natural” e o
“ sobrenatural” , pois tudo era obra de DEUS. As pragas do Egito são a
série de prodígios aqui mencionados, embora a travessia do mar e o
sustento e direção no deserto sejam outros exemplos.
R. Alan
Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 69-70.
Êx 7.4
Porei a minha mão. A pesada mão de DEUS seria descarregada contra o
Egito. A derrota do Faraó seria, ao mesmo tempo, a derrota dos deuses
falsos do Egito. Cada uma das dez pragas seria um golpe dado pela mão de
DEUS.
As minhas
hostes. Em algumas traduções, mais de acordo com o original hebraico,
lemos aqui “famílias”. Ver as notas sobre essa expressão em Exo. 6.26.
O meu
povo. Ver essa expressão em Êxo. 3.7,10; 8.1; 9.13; 10.3 etc. Israel era
o povo pertencente a DEUS, em razão do Pacto Abraâmico (ver as notas
sobre esse pacto em Gên. 15.18).
Os
Números Envolvidos. O trecho de Números 1.46 mostra-nos que havia cerca
de seiscentos mil homens capazes de pegar em armas, em Israel, por
ocasião do êxodo. Isso indica que o total do povo de Israel deveria ser
de cerca de três milhões de pessoas. Talvez esse povo tivesse sido
organizado em unidades quase militares, conforme a palavra “hoste”, aqui
usada, dá a entender. É possível mesmo que os israelitas tivessem saído
armados do Egito, preparados para combater contra os egípcios, se estes
saíssem ao seu encalço.
Êx 7.5 Eu
sou o Senhor. No original hebraico temos aqui o nome divino Yahweh. Este
deveria ser conhecido pelo mundo todo, destacando-se sobretudo que Ele é
o DEUS único; que Ele favorece Israel e opera através desse povo; que os
deuses do Egito são falsos; que todos os povos devem prestar lealdade a
esse DEUS único. O Faraó não sabia quem era Yahweh (Êxo. 5.1-2), e não
queria obedecer aos Seus mandamentos. Os muitos sinais, milagres e
pragas serviriam de vividas lições teológicas quanto à identidade e 0
poder de Yahweh. Ver 0 artigo detalhado sobre esse nome divino no
Dicionário, como também os artigos DEUS, Nomes Bíblicos de e Monoteismo.
“O Egito
era a maior monarquia do mundo inteiro. Agora essa monarquia estava no
máximo de seu resplendor. Dentre todas as formas de politeísmo
existentes, a forma egípcia era a mais famosa; e os seus deuses devem
ter parecido, não somente para os egípcios, mas para todas as nações
circundantes, os mais poderosos. Lançar esses deuses no descrédito era
lançar no descrédito 0 politeísmo em geral” (Ellicott, in loc.).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 329.
Ele lhe
diz o pior, que Faraó não lhe daria ouvidos, e, apesar disto, o trabalho
seria feito. Por fim, o povo de Israel seria libertado e DEUS, então,
seria glorificado, w. 4,5. Os egípcios, que não desejavam conhecer o
Senhor, seriam forçados a conhecê-lo. Observe que é, e deve ser,
suficiente satisfação para os mensageiros de DEUS o fato de que,
qualquer que seja a contradição e oposição que lhes possa ser feita,
ainda assim eles conseguirão seu objetivo, pois DEUS será glorificado no
sucesso da sua missão, e todo o seu Israel escolhido será salvo, e então
não terão razões para dizer que se esforçaram em vão. Veja aqui: (1)
Como DEUS se glorifica. Ele faz o povo saber que Ele é Jeová, o Senhor.
Israel é forçada a saber disto, pelo cumprimento das suas promessas a
eles (cap. 6.3), e os egípcios são forçados a saber disto, pelo
derramamento da sua ira sobre eles. Assim o nome de DEUS é exaltado,
tanto naqueles que são salvos quanto naqueles que perecem. (2) O método
que Ele utiliza para isto: Ele humilha os soberbos, e exalta os pobres,
Lucas 1.51,52. Se DEUS estender em vão a sua mão aos pecadores, no final
Ele estenderá a sua mão sobre eles. E quem poderá suportar o peso?
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a
Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 246.
7:4. A s
minhas hostes, o meu povo. Literalmente traduzido, “ meus exércitos” e,
se tal, compare com a afirmação de que os filhos de Israel saíram do
Egito “ equipados para batalha” (se esta é a tradução correta de 13:18,
SBB — “ arregimentados” ). A figura de linguagem não é incorreta, desde
que não a interpretemos em termos de um exército moderno disciplinado.
Todo homem era um soldado em antigas “ hordas” e sem dúvida todo homem
em Israel possuía sua arma, mesmo que fosse apenas uma faca ou uma
funda. Davi, por exemplo, podia descrever YHWH para Golias como: “ o
DEUS dos exércitos de Israel” e “ YHWH dos Exércitos” (1 Sm 17:45), ao
passo que 15:3 afirma abertamente que “ YHWH é homem de guerra” . Sem
sombra de dúvida o pensamento flutuava imediatamente dos “ exércitos de
Israel” para os exércitos celestes, igualmente sob as ordens de DEUS.
Com
grandes manifestações de julgamento. Cf 6:6, pois Israel está certo e
Faraó errado, como ele mesmo admitirá em 9:27. Esta é outra maneira de
ver os sinais do versículo 3, pois cada praga é também uma atividade
judicial de DEUS, ao mesmo tempo justo Juiz e Salvador.
R. Alan
Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
pag. 85.
I - AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ
1.
Pragas atingem o Egito (Êx 7.19—12.33).
A palavra
de Moisés e os sinais que ele fez por orientação divina não foram
suficientes para tirar de Faraó sua dureza de coração. DEUS enviaria
pragas por toda a terra do Egito, para mostrar com mão forte que a
permanência de Israel naquelas terras seria extremamente custosa aos
súditos de Faraó.
Depois
dessa resposta direta de Faraó, de que não conhecia a DEUS e não
deixaria o povo de Israel sair do Egito, DEUS trouxe a primeira praga
àquela nação: o Nilo se transformou em sangue. O Nilo era considerado
uma divindade para os egípcios, pois em uma região dependente do rio,
sem dúvida ele era uma bênção para as colheitas e para a vida como um
todo.
Mas o Rio
Nilo não era um deus. E foi isso que DEUS mostrou aos egípcios.
Veio a
segunda praga:
as rãs
encheram o Egito. DEUS estava julgando outra “divindade” egípcia,
Heqt, a
responsável pela natalidade, segundo o Comentário Devocional da Bíblia.
Uma coisa é reverenciar um animal na beira do rio. Outra coisa é ver
centenas desses animais na sua casa, espalhados na cozinha, na sua cama
e em todos os cômodos da casa. Após essa praga, Moisés então é chamado
por Faraó para que termine com ela:
Quando
questionado por Moisés acerca de quando iria orar por ele, Faraó disse
“amanhã”. O rei tinha a oportunidade de se livrar da praga das rãs
naquele mesmo dia, mas preferiu esperar até o dia seguinte. Moisés deu a
oportunidade ao rei, e este preferiu protelar o livramento do seu
próprio povo! É como se Moisés estivesse dizendo a Faraó: “A prioridade
de acertar as coisas é sua. Quando quer que ore por você e por seu povo?
Pode ser hoje. Por que não agora?” Mas Faraó não estava realmente
interessado em receber uma oração. Ele queria mesmo é que a praga das
rás sumisse e que Moisés desistisse de pedir que seus irmãos fossem
libertos da escravidão.
Quantas
vezes deixamos para amanhã aquilo que DEUS está de braços abertos para
nos oferecer hoje? Isso pode significar deixar para amanhã o serviço a
DEUS, ou tomar uma decisão da qual já fomos orientados por Ele. Há
momentos em que a resposta de DEUS está diante de nós, e apenas
precisamos dizer que a queremos nesse momento.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e
o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 25-27.