Escrita Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24, Pr
Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A TENTAÇÃO
E SUA ESFERA HUMANA
1. Conceito
bíblico de tentação.
2. Duas vias da
tentação.
3. Tentação: um
fenômeno humano.
II – O SENHOR
JESUS E A TENTAÇÃO
1. A provação
do Senhor Jesus.
2. As áreas que
Jesus foi tentado.
3. Como Jesus
venceu a tentação?
III –
RESISTINDO À TENTAÇÃO
1. Todos somos
tentados.
2. Rejeite a
tentação!
3.
Arrependa-se!
TEXTO ÁUREO
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41)
VERDADE PRÁTICA
No lugar de ceder à tentação, é melhor triunfar sobre ela.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 3.1-5 A tentação que se origina do Diabo e seus ardis
Terça - Tg 1.14,15 A tentação que se origina de dentro do ser
humano
Quarta - 1 Co 10.13 Toda tentação faz parte da esfera humana
Quinta - Ef 6.11,17 Vencemos a tentação com a Palavra de Deus
Sexta - Rm 12.2 Não se
conformando com os apelos do mundo
Sábado - 2 Tm 2.22 A melhor estratégia é fugir da tentação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 4.1-11
1 - Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser
tentado pelo diabo.
2 - E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve
fome;
3 - E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de
Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 - Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o
pináculo do templo,
6 - e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão
nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 - Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor,
teu Deus.
8 - Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 - Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 - Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o
serviram.
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Hinos Sugeridos: 46, 289, 298 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE - TENTAÇÃO
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
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SUBSÍDIO CPAD
Lição 9 - Resistindo à Tentação no Caminho
Nesta lição, seus alunos aprenderão o conceito de tentação de
acordo com as Escrituras Sagradas. A partir da experiência do Senhor Jesus, os
discípulos ponderaram aspectos relevantes sobre a tentação, os quais
comunicaram aos crentes do primeiro século. Nosso Senhor passou pela tentação
no deserto. Naquela ocasião, Ele foi tentado em três áreas específicas da
natureza humana, conforme aponta a lição e podemos ver em Mateus 4.3-10. Assim,
podemos dizer que o nosso Senhor foi tentado na área física, com as
necessidades humanas; em sua natureza divina, com a ideia de ostentar Seus
divinos atributos ao público; e na área espiritual, no sentido da tentação de
idolatrar outro ser.
Semelhantemente, em sua Primeira Carta, o apóstolo João apresenta
maiores detalhes a respeito de como os crentes são tentados nas três áreas da
natureza humana: na física (concupiscência da carne), na psicológica
(concupiscência dos olhos) e no ego (soberba da vida) (1Jo 2.15-17). O
conhecimento apurado sobre essas áreas ensina os crentes a lidarem melhor com a
tentação. Ainda em sua Carta, o apóstolo João destaca a oposição existente
entre os filhos de Deus e o mundo.
O comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD) discorre que
“no mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1Pe 2.11): a) Não
devem pertencer ao mundo (Jo 15.19), não se conformar com o mundo (Rm 12.2),
não amar o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniquidade do mundo (Hb
1.9), morrer para o mundo (Gl 6.14) e ser libertos do mundo (Cl 1.13; Gl 1.4).
b) Amar o mundo (cf. 2.15) corrompe nossa comunhão com Deus e leva à destruição
espiritual. É impossível amar o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc
16.13; Tg 4.4). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e
dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter
prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e se opõe a Ele (ver Lc 23.35)” (1995,
p. 1957).
Nesse sentido, o crente é encorajado diuturnamente pelo Espírito
Santo à prática das virtudes do Fruto do Espírito. Dessa forma, consegue com
efeito vencer as tentações que se originam das inclinações da natureza humana
ou mesmo da operação de Satanás, que o incita a pecar. Outrossim, o ensinamento
de Paulo permanece válido para os dias atuais: “Andai em Espírito, e não
cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). Assim fazendo, à medida que o
crente se dedica a buscar a face de Deus por meio da oração, do jejum e da
reflexão nas Escrituras Sagradas, ele tem a sua fé e a sua comunhão com Deus
fortalecidas e a sua jornada pavimentada para entrar na eternidade com o Senhor
(Jo 5.39).
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TENTAÇÃO DE CRISTO - Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F.
Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea (1)
Essa expressão é frequentemente usada para se referir unicamente à
tentação sofrida pelo nosso Senhor logo após seu batismo (Mt 4.1-11; Mc
1.12,13;
Lc 4.1-13), mas na verdade ela se estendeu por toda sua vida. O
Diabo apenas "ausentou-se dele por algum tempo" (Lc 4.13), e, assim
sendo, Cristo disse na última ceia: "Vós sois os que tendes permanecido
comigo nas minhas tentações" (Lc 22.28). A tentação que Cristo suportou
logo após seu batismo é, contudo, de tal importância, que merece uma atenção
especial. A partir da sua experiência fica claro que a tentação em si não é
pecado, já que Cristo foi levado à sua tentação pelo Espírito Santo.
"Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito [Santo] ao deserto, para ser
tentado pelo diabo" (Mt 4.1). O pecado não consiste no fato de ser tentado
(cf. Adão e Eva, Génesis 3.1ss.), mas em ceder à tentação. Apesar de Deus poder
nos levar a uma situação de teste (Mt 6.13; cf. Tg 1.2-12), Ele próprio não nos
tenta. Nós somos tentados pelo Diabo, por nossa natureza decaída e pelas nossas
próprias concupiscências (1 Pe 5.8; Tg 1.14,15). Foram levantadas algumas
perguntas. O diabo realmente elevou o Senhor Jesus Cristo até o pináculo do
Templo? E ele realmente levou o Senhor a uma alta montanha e lhe mostrou os
reinos desse mundo? Essas experiências devem ser interpretadas de forma
figurada, como exemplos imaginários comuns no Oriente, ou literalmente?
Aparentemente temos aqui uma combinação do figurativo com o literal. O Diabo
desafiou o Senhor Jesus Cristo a subir ao pináculo do Templo e também a subir à
montanha e olhar rejeitou tanto a tentação de dar um salto fantástico quanto a
de adorar ao Diabo através da citação da Palavra de Deus (Mt 4.4, 7,10). Mesmo
que a tentação seja tratada como visão ou alegoria, como por Calvino, ainda
assim o adversário era o Diabo e a tentação era real. Mas não há razão para
tratá-la de uma outra forma que não seja a literal. Devemos de fato considerá-la
assim como foi registrada na Palavra de Deus. A natureza da tentação tríplice
de Cristo. A ordem das tentações específicas varia em Mateus e Lucas, mas isso
não é de real importância. A duração do jejum do Senhor Jesus Cristo,
literalmente 40 dias, apesar de enfatizada por infiéis antigamente, não é mais
considerada um problema. A questão mais importante reside na natureza das três
tentações.
Se o Senhor Jesus Cristo tivesse transformado pedras em pão, Ele
teria usado seu poder miraculoso para escapar do sofrimento e suprir sua
própria necessidade. Assim Ele não teria mais agido como o homem perfeito
enfrentando as provas e a tentação como o último Adão. Ele não teria sido
alguém que "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15).
Seu poder miraculoso deveria ser utilizado para ajudar a outros, e não a si
mesmo (veja Humilhação de Cristo; Kenosis). A tentação de exibir sua divindade
saltando do Templo foi uma armadilha para abusar de Deus com uma confiança
descabida, em contraste com a primeira tentação, que foi a de desconfiar de sua
habilidade de resistir à fome. Ela o teria levado a se afastar do caminho do
dever. Nela o diabo citou a Escritura, mas apenas de forma fragmentada:
"Aos seus anjos dará ordens a teu respeito" (Mt 4.6; cf. Lc 4.10). O
tentador omitiu as palavras "para te guardarem em todos os teus
caminhos" (SI 91.11). Aí está a mentira do Diabo, pois ele é um mentiroso
desde o princípio (Jo 8.44; cf. Gn 3.4,5). A tentação de se garantir domínio e
poder imediatos curvando-se ao Diabo é o argumento do interesse próprio: faça o
mal e o bem virá - nesse caso, mais rápido. Cristo foi divinamente decretado o
Rei de todos os confins da terra (SI 2), e esta era uma tentação para tomar um
atalho para sua soberania de direito.
O propósito das provas e tentações. Deus sempre testou todas as
ordens de seres racionais que Ele criou. Esse teste consiste em uma prova de
confiança e obediência totais. Um teste em si não é causa de pecado. Apenas a
ação do testado pode transformar o teste em uma ocasião para pecar. Os anjos
eram a primeira ordem. Aqueles que criam em Deus e o obedeciam foram
confirmados em justiça e se tornaram os anjos santos; aqueles que desobedeceram
e se rebelaram junto com Satanás caíram. Adão e Eva se depararam com um teste
de obediência; desobedeceram e caíram. Cristo, para poder redimir os homens,
enfrentou testes e saiu vitorioso (Hb 5.7-9). Assim como pela desobediência do
primeiro Adão todos caíram, também pela obediência do último Adão a salvação
foi oferecida a todos que crerem nele como Salvador pessoal (Rm 5.19).
A natureza da santidade de Cristo - Ele nunca pecou. Tem havido
muitos debates teológicos sobre a capacidade de Cristo de pecar, posse peccare,
e a respeito de três possibilidades: (1) Cristo poderia ter pecado, mas não o
fez; (2) Cristo tinha a capacidade de não pecar; (3) Cristo era incapaz de
pecar. O ponto essencial e o coração do debate centra-se no que constitui uma
tentação real. Se Cristo não poderia ter pecado, então Ele de fato alguma vez
enfrentou uma tentação genuína? Se, por outro lado, para tornar a tentação
verdadeira, Ele poderia ter pecado, isto não seria blasfémia? Como Cristo
poderia ter pecado se Ele é Deus? Mesmo que escolhamos a segunda alternativa e
digamos que Cristo tinha a capacidade de não pecar, será que não subentendemos
ainda assim que Ele era também capaz de pecar, e desse modo também impugnamos
sua santidade inerente? O dilema pode ser resolvido se primeiro reconhecermos
que, embora devido à natureza humana nenhum homem tenha o poder de não pecar, a
natureza humana de Cristo junto com sua divina pertence à pessoa divina e é
governada por essa pessoa. E a pessoa divina de Cristo que odiava o pecado e
não podia aprová-lo em sua natureza divina, que por anos sofreu tentações em
todos os pontos como nós sem sucumbir ao pecado (Hb 4.15). Em sua natureza
humana, Cristo poderia ter pecado, mas devido à sua pessoa divina Ele não
poderia fazê-lo. Assim sendo, não dizemos nem que Cristo era capaz de pecar,
nem que Ele tinha o poder de não pecar, mas que Cristo não poderia pecar.
Abraham Kuyper escreveu: "Mas como Jesus não assumiu uma pessoa humana, um
'homo', mas sim a natureza humana, e como não havia nele um ego humano (para
realizar essa possibilitas), mas, pelo contrário, a natureza humana permaneceu
eternamente unida à segunda pessoa da Trindade, de modo que o controle dessa
pessoa divina faz com que seja absolutamente impossível que essa possibilitas
se torne realidade" (Loci III, Cap., III, par. 6. p. 11, citado por G.C.
Berkouwer, The Person of Christ, Grand Rapids. Eedermans, 1955, p. 259).
Berkouwer coloca a questão em termos mais existenciais quando escreve: "A
incapacidade de pecar é da sua pessoa, de seu total e inviolável desejo de
fazer a vontade do Pai. É a incapacidade de desistir de seu amor que Ele leva
até o final, até sua realização e consumação" (op. cit., 262). Pode-se
concluir que Cristo experimentou provas e tentações reais, equiparáveis àquelas
que são requeridas de seres racionais, mas que Ele foi vitorioso em todas as
áreas de tentação. Foi o fato de Ele ser uma pessoa divina que o fez incapaz de
pecar, apesar do fato de que Ele assumiu uma natureza humana, que poderia de
outra forma ter pecado. R. A. K.
TENTAR, TENTAÇÃO
Os termos heb. e gr. para "tentar" (heb. massa, gr.
peirazo, ekpei-razo) e "tentação" (heb. nasa, gr. peirasmos) podem,
às vezes, ter o significado de "induzir ao pecado", que tão
fortemente colore nossas palavras em português "tentar" e
"tentação". Mas seu principal e predominante significado é o de
"testar o valor e o caráter de homens" e, às vezes, os de Deus. Nesse
sentido, os cristãos devem se examinar para se certificarem de que suas palavras
e ações evidenciam que eles são crentes genuínos (2 Co 13.5; cf. 2 Pe 1.10).
Semelhantemente, Deus testa, no AT, a veracidade da confiança que
seu povo tem nele, como no caso de Abraão (Gn 22.1), Israel (Êx 15.25; 16.4), a
tribo de Levi (Dt 33.8), Ezequias (2 Cr 32.31) e o salmista (SI 26.2). O NT diz
que Deus (ou Cristo) provou a fé de Filipe (Jo 6.6) e de Abraão (Hb 11.17; cf.
Gn 22.1).
Na sua providência, Deus usa os eventos da vida cotidiana para
testar a professada fé e o caráter dos cristãos. O teste pode resultar em
severos tormentos, tanto físicos quanto espirituais (Hb 11.37; 1 Pe 4.12). Deus
usou severos fenómenos naturais (Êx 20.18-20), as dificuldades das
peregrinações pelo deserto (Dt 8.2), e a opressão das tribos cananéias para
testar Israel (Jz 2.21,22). Aos cristãos não é prometida a ausência de provas,
mas a força necessária para suportá-las (1 Co 10.13; 2 Pe 2.9; cf. 1 Pe 4.1,12-16).
O próprio Cristo, ao se tornar humano, passou por toda sorte de testes mentais
e físicos (Hb 2.18; 4.15).
Crê-se que até mesmo coisas são testadas ou provadas, como por
exemplo uma espada (1 Sm 17.38), uma reputação (1 Rs 10.1; 2 Cr 9.1) e
convicções (Dn 1.12,14). Tanto a palavra heb. quanto a gr., às vezes, têm o
significado de tentar fazer algo. Em uma pergunta retórica, Deus questiona:
"...ou se um deus intentou ir tomar para si um povo..." (Dt 4.34). Os
homens tentam se comunicar (Jó 4.2) ou se juntar a outros (At 9.26). Os termos
gregos e hebraicos traduzidos como "tentar" e "tentação"
também aparecem no mau sentido de "induzir ao pecado". O Diabo é
acusado de ser o instigador de tais provas (Mt 4.3; 1 Ts 3.5,6). Até mesmo na
vida dos cristãos ele exerce grande pressão para o pecado (1 Co 7.5; 1 Ts 3.5;
Ap 2.10). Sucumbir a tais tentações pode demonstrar que a profissão do cristão
não é sincera (Lc 8.13). A tentação para pecar frequentemente se origina de
pensamentos malignos e da concupiscência (Tg 1.14); provocações às quais um
forte desejo por riquezas bem pode se juntar (1 Tm 6.9). Contudo, a tentação para
pecar nunca vem de Deus (Tg 1.13). O cristão deve orar por libertação de todas
essas tentações (Mt 6.13; Lc 11.4). A tentação, no mau sentido, também pode
tomar a forma de testar o outro na esperança de expor seus pontos fracos, e
usá-los contra a própria pessoa. Os inimigos de Cristo frequentemente tentaram
empregar essa tática contra Ele (cf. Mt 16.1; 19.3; 22.35; Lc 20.23).
Algumas vezes a Bíblia fala de homens testando ou tentando a Deus.
Por exemplo, Israel tentou a Deus no deserto (Êx 17.2,7; Nm 14.22; SI 95.8,9; 1
Co 10.9), e os fariseus e saduceus tentaram a Jesus (Mt 16.1; Mc 8.11; 10.2).
Além disso, os cristãos professos podem tentar a Deus. Ananias e Safira o
fizeram ao mentir (At 5.9). Cristãos judeus o fizeram, trazendo empecilhos aos
crentes gentios (At 15.10). Paulo advertiu os coríntios a respeito da
incredulidade, da idolatria, do modo de vida ímpio, da atitude de tentar a
Cristo e da murmuração (1 Co 10.7-10; cf. Nm 21.4-9).
Quando confrontado pelas tentações, o cristão tira o encorajamento
necessário do conhecimento de que ele não os enfrenta sozinho. Deus já removeu
o crente do domínio de Satanás e o colocou em seu próprio reino e família (Cl
1.12,13). As tentações que Satanás traz estão sempre dentro dos limites
permitidos por Deus (Jó 1.8-12; 2.3-6). Além disso, o cristão tem o exemplo da
vitória de Cristo sobre o pecado (Hb 4.15) e a promessa da sua ajuda (Hb 2.18).
Mesmo quando o cristão sucumbe à tentação e ao pecado, ele ainda tem a promessa
de perdão disponível através da contínua, eficaz e redentora graça de Cristo
(Hb 4.14-16; 1 Jo 2.1).
A recompensa dos cristãos por sua fiel resistência a todos os tipos
de tentação é a coroa de vida (Ap 2.10).
Os exemplos mais conhecidos de tentação nas Escrituras são a
indução de Adão e Eva ao pecado no jardim do Éden por Satanás (Gn 3.1-7; 1 Tm
2.13,14) e a tentação de Cristo no deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13; Lc 4.1-13).
Comparando-se essas tentações, nota-se que Eva (em comum acordo com
Adão) sucumbiu à tentação por dar atenção excessiva aos desejos físicos (por
exemplo, a comida) e às posses materiais dessa vida (o belo fruto que ela
desejava), e por se entregar a um orgulho precipitado (supunha-se que o fruto
traria gundo Adão (Rm 5.12-21; 1 Co 15.22) sentiu todo o peso do teste, por
outro Ele superou completamente a tentação em cada uma dessas áreas (por
exemplo, a tentação de transformar pedras em pães; de desejar obter para si os
reinos do mundo; e, com um orgulho presunçoso, se atirar do Templo). Por ter
experimentado e triunfado sobre essas e outras tentações, o Senhor Jesus Cristo
é capaz de se compadecer e ajudar seu povo nas tentações que enfrenta. Bibliografia. H. Seeseman, "Peira
etc", TDNT, VI, 23-26.
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Lição 7, Tentação, A Batalha por
nossas Escolhas e Atitudes
1º Trimestre de 2019 - Batalha
Espiritual: O povo de DEUS e a guerra contra as potestades do mal. -
Comentário: Esequias Soares
Complementos,
Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com
Ajuda em Vídeos em:
https://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1-D1BSnEf8kJdFv9Uz_em3D Lição 4 - 2 Tr15 - Tentação
de JESUS
https://www.youtube.com/playlist?list=PL9TsOz8buX1_JlvTP10g3-lruKhvkPvsL Lição 2 - 3 Tr14 - Propósito
da Tentação
TEXTO ÁUREO
“Porque tudo o que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não é do Pai, mas do mundo.” (1 Jo 2.16)
VERDADE PRÁTICA
A tentação no sentido
religioso é a atração ou sedução para praticar o mal tendo por recompensa
prazeres ou lucros ilícitos.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Gn 22.1 A
tentação, às vezes, significa teste, provação
Terça – Lc 22.28 A tentação de
JESUS foi contínua e não se restringiu à tentação no deserto
Quarta – 1 Co 7.5 Satanás procura o
ponto fraco do crente para tentá-lo nessa área
Quinta – 1 Ts 3.5 Satanás é a
principal fonte externa da tentação
Sexta – Hb 4.15 Não é pecado ser
tentado, mas, sim, ceder ao pecado
Sábado – Tg 1.14 A tentação tem
também a sua fonte interna
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus
4.1-11
1 - Então, foi conduzido
JESUS pelo ESPÍRITO ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2 - E, tendo
jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; 3 - E, chegando-se a
ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de DEUS, manda que estas pedras se tornem
em pães. 4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá
o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de DEUS. 5 - Então o diabo o
transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 - e
disse-lhe: Se tu és o Filho de DEUS, lança-te daqui abaixo; porque está
escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos,
para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 - Disse-lhe JESUS: Também está
escrito: Não tentarás o Senhor, teu DEUS. 8 - Novamente, o transportou o diabo
a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 - Então,
disse-lhe JESUS: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu DEUS,
adorarás e só a ele servirás. 11 - Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram
os anjos e o serviram.
OBJETIVO GERAL - Mostrar que JESUS
venceu a tentação.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conceituar a tentação;
Explicar o processo da tentação de
JESUS;
Elencar as tentações de JESUS.
PONTO CENTRAL - Ainda que sejamos
tentados, em JESUS, somos vitoriosos.
Resumo da Lição 7, Tentação, A Batalha por
nossas Escolhas e Atitudes
I – A TENTAÇÃO
1. A provocação de Refidim.
2. A experiência de Massá e Meribá.
3. Como um teste.
II – A TENTAÇÃO DE JESUS
1. Levado ao deserto (v.1).
2. Sobre o jejum de JESUS (v.2).
3. Como a tentação aconteceu
(v.3a).
III – A TRÍPLICE TENTAÇÃO
1. A primeira das três últimas
tentações (v.3b).
2. A segunda tentação (v.5).
3. A terceira tentação (v.8).
4. Respostas de JESUS.
SÍNTESE DO TÓPICO I - A provocação de Refidim e a
experiência de Massá e Meribá, embora esta fosse uma ofensa a DEUS, mostram que
a tentação é um período de teste em nossa vida.
SÍNTESE DO TÓPICO II -
Levado ao deserto pelo ESPÍRITO SANTO, JESUS foi tentado pelo Diabo.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Três
tentações de JESUS: transformar pedras em pães; jogar-se do pináculo do templo
e ser amparado por um anjo e dominar o mundo se adorasse o Diabo.
PARA REFLETIR - A
respeito de “Tentação – a Batalha por nossas Escolhas e Atitudes”, responda:
Qual o sentido da palavra
“tentação” em Massá e Meribá?
O vocábulo hebraico massá significa
“tentação”, e meribá quer dizer “contenda”.
Qual a finalidade da tentação como
teste?
A finalidade é revelar ou
desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6).
O que evidenciam os detalhes da
narrativa da tentação de JESUS no deserto?
A tentação de JESUS no deserto é o
primeiro acontecimento registrado de sua história depois do batismo por João
Batista no rio Jordão.
Quais os objetivos de Satanás em
cada uma das três últimas tentações?
(1) O objetivo dessa investida
diabólica era incitar JESUS a usar seus poderes em benefício próprio; (2) O
objetivo de Satanás é induzir o Senhor JESUS a tentar o Pai e persuadi-lo a um
ato de vaidade; (3) Esse último ataque consistia em induzir JESUS a se apoderar
do domínio do mundo por meios ilícitos.
Como o Senhor JESUS derrotou o
Diabo?
Ele foi vencido pelo poder da
Palavra de DEUS: “está escrito, está escrito e está escrito”. JESUS citou três
passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3).
COMENTÁRIOS DIVERSOS
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta oportunidade
trataremos sobre as escolhas e atitudes na jornada da vida espiritual. Neste
contexto, aparece o tema da tentação. Em todo tempo somos instados pelo Maligno
a negar nossa vida de santidade e ceder para as obras da carne a fim de que
manchemos as vestes espirituais. Não podemos nos dobrar às falsas promessas do
Maligno. Precisamos perseverar na fé em CRISTO, buscar a sua preciosa vontade
para a nossa vida e honrá-lo até o fim na caminhada cristã. Uma boa aula!
MEU RESUMO RÁPIDO - Pr. Henrique -
EBD NA TV
PRIMEIRA COISA A SABER NESTA LIÇÃO:
QUEM TENTA É SATANÁS, MAIS
CONHECIDO COMO DIABO, COMO TENTADOR.
QUEM PROVA, QUEM TESTA, QUEM TREINA
É DEUS.
Em algumas traduções mais antigas
traduzem as palavras do original e às vezes se confundem colocando a palavra
tentação onde deveria estar escrito provação. Caso clássico de DEUS com Abraão.
DEUS provou Abraão.
Ser tentado não é pecado, pois o
próprio JESUS foi tentado. Pecado é ceder à tentação.
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado. Hebreus 4:15
Ao ouvir DEUS, não se rebele, se
humilhe.
Não endureçais os vossos corações,Como na provocação,
no dia da tentação no deserto. Hebreus 3:8
DEUS não deixará que passemos por
tentações as quais não possamos resistir
Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é
DEUS, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará
também o escape, para que a possais suportar.1 Coríntios 10:13
Vigilância no estudo da Bíblia e
oração diária nos blindará de tentações
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na
verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.Mateus 26:41
Devemos orar a DEUS para nos livrar
das tentações
E não nos conduzas à
tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória,
para sempre. Amém.Mateus 6:13
Mais uma vez vemos que
DEUS nos livra das tentações
Assim, sabe o Senhor
livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo,
para serem castigados;2 Pedro 2:9
Paulo, com problemas nos olhos, foi
ajudado pelos Gálatas. A tentação que Paulo sofreu foi para que abandonasse a
DEUS porque estava doente, mesmo fazendo a obra de DEUS.
E não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma
tentação na minha carne, antes me recebestes como um anjo de DEUS, como JESUS
CRISTO mesmo.Gálatas 4:14
Nas tentações somos provados por DEUS
quanto a nossa fidelidade e se aprovados recebemos a comunhão com DEUS e seu
poder para trabalharmos para Ele.
Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque,
quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos
que o amam.Tiago 1:12
DEUS promete a nós que não
passaremos pela grande tribulação que virá logo após o arrebatamento. A
tentação que virá para o mundo é a de seguir o falso cristo - o anticristo.
Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu
te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar
os que habitam na terra.Apocalipse 3:10
O desejo de enriquecimento eo amor
aodinheiro trzem males ao cristão, pois para conseguirem seu intento acabarão
pecando.
Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em
laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína.1 Timóteo 6:9
Muitos não suportam as tentações,
pois não estão firmados em CRISTO.
E os que estão sobre pedra, estes são os que, ouvindo a
palavra, a recebem com alegria, mas, como não têm raiz, apenas crêem por algum
tempo, e no tempo da tentação se desviam; Lucas 8:13
APÊNDICE PARA A LIÇÃO 7
POR QUE MOISÉS NÃO ENTROU NA TERRA
PROMETIDA?
Não foi apenas por ter batido na rocha, pois a ordem antes era para ferir mesmo
a rocha.
Veja - Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu
ferirás a rocha, e dela sairão águas e o povo beberá. E Moisés assim o fez,
diante dos olhos dos anciãos de Israel. Êxodo 17:6
(Strong Português)
- נכה nakah
Ferir no original - 1) golpear, açoitar, atingir, bater, sacrificar, matar
NA SEGUNDA ORDEM DE DEUS É DITO PARA FALAR À ROCHA.
E o Senhor falou a Moisés dizendo:
Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha,
perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e
darás a beber à congregação e aos seus animais. Então Moisés tomou a vara de
diante do Senhor, como lhe tinha ordenado. E Moisés e Arão reuniram a
congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes,
porventura tiraremos água desta rocha para vós? Então Moisés levantou a sua
mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a
congregação e os seus animais. Números 20:7-11
DEUS MUDOU A CONFIGURAÇÃO - AGORA É FALAI À ROCHA - FALAR NO ORIGINAL É (Strong
Português)
- דבר dabar
falar, declarar, conversar, comandar, prometer, avisar, ameaçar, cantar.
AGORA ERA PARA FALAR E NÃO PARA BATER - A ROCHA ERA CRISTO - (E beberam todos
de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os
seguia; e a pedra era CRISTO. 1 Coríntios 10:4.)
NA PRIMEIRA VEZ TINHA O SIMBOLISMO DE JESUS MORRENDO NA CRUZ, FERIR A ROCHA.
NA SEGUNDA VEZ TINHA O SIMBOLISMO DE ORAÇÃO, FALAR À ROCHA.
JESUS SÓ MORREU UMA ÚNICA VEZ EM UM ÚNICO SACRIFÍCIO SUFICIENTE PARA SALVAR A
TODA A HUMANIDADE. (Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer
cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos
do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
Hebreus 7:27).
ENCONTRAMOS O MOTIVO DADO POR DEUS A MOISÉS PORQUE ELE NÃO ENTRARIA NA TERRA
PROMETIDA.
E o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me
santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta
congregação na terra que lhes tenho dado. Números 20:12
VEJA QUE DEUS ESTÁ DIZENDO CLARAMENTE QUE ELES DUVIDARAM QUE DEUS TIRARIA ÁGUA
DA ROCHA.
REPETIDO O MOTIVO DEPOIS.
Sobe ao monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, defronte de
Jericó, e vê a terra de Canaã, que darei aos filhos de Israel por possessão. E
morre no monte ao qual subirás; e recolhe-te ao teu povo, como Arão teu irmão
morreu no monte Hor, e se recolheu ao seu povo. Porquanto transgredistes contra
mim no meio dos filhos de Israel, às águas de Meribá de Cades, no deserto de
Zim; pois não me santificastes no meio dos filhos de Israel. Pelo que verás a
terra diante de ti, porém não entrarás nela, na terra que darei aos filhos de
Israel. Deuteronômio 32:49-52
VEJA QUE DEUS ESTÁ DIZENDO CLARAMENTE QUE ELES DUVIDARAM QUE DEUS TIRARIA ÁGUA
DA ROCHA.
PORÉM EXISTE AINDA OUTRO MOTIVO (ESPIRITUAL)
Na verdade Moisés nunca poderia entrar na Terra Prometida, pois representava a
LEI. Pela Lei ninguém é justificado. (E é evidente que pela lei ninguém será
justificado diante de DEUS, porque o justo viverá pela fé.
Gálatas 3:11). Se Moisés entrasse seria coimo entrar no descanso de DEUS.
(Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso.
Hebreus 3:11) Se Moisés entrasse seria o mesmo que dizer que a Lei salva.
(Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em JESUS
CRISTO, temos também crido em JESUS CRISTO, para sermos justificados pela fé em
CRISTO, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne
será justificada. Gálatas 2:16). A LEI NÃO SALVA - NÃO CONDUZ À SALVAÇÃO, ENTÃO
MOISÉS NÃO ENTROU, POIS REPRESENTAVA A LEI.
TENTAÇÃO - PROVAÇÃO - JEJUM -
ORAÇÃO - BÍBLIA
Tiago 1:12 Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for
provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o
amam. 13 Ninguém, sendo tentado, diga: De DEUS sou tentado; porque DEUS não
pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.14 Cada um, porém, é tentado,
quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; 15 então a
concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo
consumado, gera a morte.
Você já foi guiado pelo ESPÍRITO SANTO ao deserto para ser tentado, ou testado?
Ou pensou que era o diabo que o estava levando para lá e não foi?
O que era o deserto? Local sem água e sem comida ou local sem pessoas, sem
casas? Evidente que um local sem pessoas morando, pois jejuar em um local onde
não tem água e nem comida não é jejum. Jejum é abster-se de alimento. Muito
provavelmente era o mesmo deserto onde João Batista batizava, mas um pouco mais
afastado de onde João Batista estava (Lembrete - João batizava no rio Jordão -
portanto havia água. Comia mel e gafanhotos, portanto havia comida)..
Se DEUS não pode ser tentado, como JESUS foi tentado pelo Diabo?
O Diabo tentou JESUS como homem. JESUS venceu o Diabo como homem para nos dar o
exemplo. JESUS foi cheio do ESPÍRITO SANTO no batismo nas águas, pois desceu
sobre ELE o ESPÍRITO SANTO. Foi ao deserto cheio e guiado pelo ESPÍRITO SANTO.
Venceu o Diabo porque estava cheio do ESPÍRITO SANTO e conhecia as escrituras e
estava em jejum.
As três maiores armas do crente para vencer as lutas e tentações - Oração,
Bíblia e Jejum.
A provação é de DEUS e é importante para nos treinar como mais do que
vencedores em CRISTO.
A tentação vem de Satanás como objetivo de nos distanciar de DEUS, mas, na vida
do crente que lê a Bíblia, ora e jejua, a tentação serve para nos tornar mais
fortes, pois vencemos as tentações como JESUS venceu.
Os que caem na provação e também nas tentações caem porque atenderam seus
próprios desejos pecaminosos.
O que você acha?
JESUS viu satanás em sua tentação e
satanás levou JESUS até o pináculo do templo ou foi tudo em pensamento?
CONDUZIDO - (Strong
Português) - αναγω anago
1) conduzir, guiar ou
trazer para um lugar mais alto - ISSO QUE O ESPÍRITO SANTO FEZ.
TENTADO (Strong
Português) - πειραζω peirazo
tentar, fazer uma experiência com,
teste: com o propósito de apurar sua quantidade, ou o que ele pensa, ou como
ele se comportará
num mau sentido, testar
alguém maliciosamente; pôr à prova seus sentimentos ou julgamentos com astúcia
tentar ou testar a fé de
alguém, virtude, caráter, pela incitação ao pecado
instigar ao pecado, tentar
das tentações do diabo
o uso do AT
de DEUS: infligir males sobre
alguém a fim de provar seu caráter e a firmeza de sua fé
os homens tentam a DEUS
quando mostram desconfiança, como se quisessem testar se ele realmente é
confiável
pela conduta ímpia ou má,
testar a justiça e a paciência de DEUS e desafiá-lo, como se tivesse que dar
prova de sua perfeição.
DIABO
- (Strong Português) - διαβολος diabolos -
1)
dado à calúnia, difamador, que acusa com falsidade
1a) caluniador,
que faz falsas acusações, que faz comentários maliciosos
2) metaph.
aplicado à pessoas que, por opor-se à causa de DEUS, podem ser descritas como
agindo da parte do demônio ou tomando o seu partido Satanás, o príncipe dos
demônios, o autor de toda a maldade, que persegue pessoas de bem, criando
inimizade entre a humanidade e DEUS, instigando ao pecado, afligindo os seres
humanos com enfermidades por meio de demônios que tomam possessão dos seus
corpos, obedecendo às suas ordens.
PINÁCULO
- (Strong Português) - πτερυγιον pterugion
1)
asa, pequena asa
2) qualquer
extremidade pontuda
2c) do topo do
templo em Jerusalém
Agora me responda: como somos
tentados? Vemos satanás? (NÃO)
Vemos demônios? (NÃO)
Nas nossas tentações somos
transportados a outros lugares? (SIM - em visões, sonhos)
Em nossas tentações são oferecidas
coisas a nós? (SIM - riquezas, posição social, posição eclesiástica etc.)
Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu,
pode socorrer aos que são tentados. Hebreus 2:18 - JESUS FOI TENTADO DO MESMO
MODO QUE NÓS SOMOS. NOS MOSTROU QUE PODEMOS VENCER AS TENTAÇÕES PELA PALAVRA DE
DEUS E EM COMUNHÃO COM O ESPÍRITO SANTO, POIS FOI PARA LÁ CONDUZIDO PELO
ESP´PIRITO SANTO. QUANDO SAIU DA TENTAÇÃO SAIU MAIS FORTALECIDO PELO ESPÍRITO
SANTO. Então, pela virtude do ESPÍRITO, voltou JESUS para a Galileia, e a sua
fama correu por todas as terras em derredor. Lucas 4:14.
Nós não vemos nem Satanás e nem demônios ao sermos
tentados. Muitas vezes estamos dormindo quando somos tentados e vamos a lugares
e nos comunicamos com pessoas, algumas vezes batalhamos contra serpentes, O
Diabo vive nos oferecendo coisas para nos fazer cair. Temos que manter firme
nossa vigilância lendo a Bíblia e orando e jejuando. (congregando para ouvir a
Palavra de DEUS).
Foi conduzido pelo ESPÍRITO - Ou, e foi
levado, ηγετο. Mateus diz, ανηχθη, ele foi guiado. Marcos
diz, o ESPÍRITO o impeliu εκβαλλει - mete-o por diante. Mas cada
um dos evangelistas atribui isso ao ESPÍRITO SANTO, e não a Satanás. Pode
ser útil para observação aqui, que, durante os quarenta dias e quarenta noites
em que ele foi tentado pelo diabo, tudo é realizado sobre, continuamente
sustentado e apoiado, pelo ESPÍRITO SANTO. Todos aqueles que são tentados
por Satanás devem procurar, e, em virtude do poder e intercessão de CRISTO,
reclamarem, o mesmo suporte; e pouco importa quantos dias eles podem ser
tentados pelo diabo, enquanto eles são levados, conduzidos, guiados pelo
ESPÍRITO de DEUS serão vitoriosos.(Adam Clarke N. T.).
No versículo 14 - Regressou no poder do ESPÍRITO SANTO
- Εν τῃ δυναμει του πνευματος, No poderoso poder do ESPÍRITO
SANTO. Tendo agora conquistado o grande adversário, ele vem no poder
milagroso do ESPÍRITO SANTO para demonstrar seu poder, divindade, e amor ao
povo, para que eles possam crer e serem salvos. Aquele que, pela graça de
DEUS, resiste e vence a tentação, é sempre capacitado por ele a vencer o
adversário. Esta é uma das maravilhas da graça de DEUS. Aquilo que
foi projetado para a nossa ruína, isso mesmo faz com que seja instrumento
para nosso maior bem. Assim, Satanás está sempre se enganando por seus
próprios processos, e é vencido em seu próprio ardil.
Foi conduzido pelo ESPÍRITO - Ou, e foi
levado, ηγετο. Mateus diz, ανηχθη, ele foi guiado. Marcos
diz, o ESPÍRITO o impeliu εκβαλλει - mete-o por diante. Mas cada
um dos evangelistas atribui isso ao ESPÍRITO SANTO, e não a Satanás. Pode
ser útil para observação aqui, que, durante os quarenta dias e quarenta noites
em que ele foi tentado pelo diabo, tudo é realizado sobre, continuamente
sustentado e apoiado, pelo ESPÍRITO SANTO. Todos aqueles que são tentados
por Satanás devem procurar, e, em virtude do poder e intercessão de CRISTO,
reclamarem, o mesmo suporte; e pouco importa quantos dias eles podem ser
tentados pelo diabo, enquanto eles são levados, conduzidos, guiados pelo
ESPÍRITO de DEUS serão vitoriosos.(Adam Clarke N. T.).
No versículo 14 - Regressou no poder do ESPÍRITO SANTO
- Εν τῃ δυναμει του πνευματος, No poderoso poder do ESPÍRITO
SANTO. Tendo agora conquistado o grande adversário, ele vem no poder
milagroso do ESPÍRITO SANTO para demonstrar seu poder, divindade, e amor ao
povo, para que eles possam crer e serem salvos. Aquele que, pela graça de
DEUS, resiste e vence a tentação, é sempre capacitado por ele a vencer o
adversário. Esta é uma das maravilhas da graça de DEUS. Aquilo que
foi projetado para a nossa ruína, isso mesmo faz com que seja instrumento
para nosso maior bem. Assim, Satanás está sempre se enganando por seus
próprios processos, e é vencido em seu próprio ardil.
QUAL HOMEM JEJUOU MAIS NA BÍBLIA?
Moisés JEJUOU mais porque fez isso duas vezes.
JEJUAR
- (Strong Português) - νηστευω nesteuo
1) abster-se de
comida e bebida como exercício religioso: inteiramente, se o jejum é de apenas
um dia, ou por costume e opção alimentar, se por vários dias.
MOISÉS JEJUOU 40 dias. Depois de
quebrar as tábuas da lei JEJUOU mais 40 dias em busca de outras tábuas da lei.
Êx 24:18 Moisés, porém, entrou no meio da nuvem, depois
que subiu ao monte; e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites.
Êx 34:28 E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não
comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do pacto, os dez
mandamentos.
Moisés quebrou as primeiras tábuas e teve que subir de novo e jejuar mais 40
dias. Total 80 dias.
Dt 9:9 Quando subi ao monte a receber as tábuas de
pedra, as tábuas do pacto que o Senhor fizera convosco, fiquei no monte
quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água
Dt 9:18 Prostrei-me perante o Senhor, como antes,
quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água, por causa de todo
o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor,
para o provocar a ira.
NÃO PODEMOS PROVAR LITERALMENTE QUE
O JEJUM DE JESUS E NEM O DE ELIAS TENHA SIDO DE PÃO E DE ÁGUA.
E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites,
depois teve fome; Mateus 4:2 Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os
anjos, e o serviam. Mateus 4:11 E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e
naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome. Lucas 4:2
E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as
feras, e os anjos o serviam. Marcos 1:13 TALVEZ, POR CAUSA DO JEJUM DE MOISÉS,
E JESUS SENDO O PROFETA QUE MOISÉS ANUNCIOU, POSSAMOS DEDUZIR QUE FORA QUARENTA
DIAS E QUARENTA NOITES, SEM BEBER E SEM COMER. MELHOR DO QUE DIZER QUE BEBEU
SEM PROVAS BÍBLICAS. MOISÉS JEJUOU 40 E DEPOIS MAIS 40 DIAS, SEM BEBER E SEM
COMER. ELIAS JEJUOU 40 DIAS SEM COMER E SEM BEBER. E esteve ali com o Senhor
quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas
tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos. Êxodo 34:28
Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o
Senhor fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites;
pão não comi, e água não bebi; Deuteronômio 9:9
Nenhum filme ou pregador se lembrou disso - E ali
esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e
os anjos o serviam. VIVIA ENTRE FERAS.
SATANÁS POSSUI OS MESMOS ATRIBUTOS
DE DEUS?
NÃO.
Na bíblia sabemos dos atributos de DEUS atributos que
só a ele pertence. Onisciência onipotência e onipresença. Quando o crente peca
DEUS vê isto em qualquer lugar do planeta, então Satanás vê também? A bíblia
diz que ele é nosso acusador. Então satanás vê em qualquer lugar quando o
crente peca? Se vê então seria ele onipresente sabendo o que o crente faz entre
quatro paredes?
No caso de Satanás ele tem demônios em todo mundo vigiando os crentes. Ele não
possui os atributos de DEUS.
Não sabem o que pensamos, mas sabem o que fazemos - Não sabem nossa intensão,
mas basta nos vigiar para nós conhecer.
Todos temos pontos fracos. Eles descobrem. Por isso JESUS disse na oração que
ensinou que devemos pedir a DEUS: Livrai-nos das tentações.
E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal;
porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. Mateus 6:13
Satanás é o chefe. Basta pedir o relatório de alguém a
seus demônios.
Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar; 1 Pedro 5:8 - Aqui não quer
dizer que ele mesmo que fica nos vigiando, mas manda demônios fazerem isso
Resumo da BEP - CPAD
4.1 JESUS FOI TENTADO. A
tentação de JESUS por Satanás foi uma tentativa de desviá-lo da perfeita
obediência à vontade de DEUS. Note que CRISTO em cada caso submeteu-se à
autoridade da Palavra de DEUS, ao invés de submeter-se aos desejos de Satanás
(vv. 4,7,10). Que podemos aprender da tentação de CRISTO? (1) Satanás é o nosso
maior inimigo. O cristão deve estar consciente de que está numa guerra
espiritual contra poderes malignos invisíveis, porém claramente reais (ver Ef
6.11,12). (2) Sem o devido emprego da Palavra de DEUS, o cristão não pode
vencer o pecado e a tentação. Como usar a Palavra de DEUS para vencer a
tentação: (a) Reconheça que mediante a Palavra o cristão tem poder para
resistir a qualquer sedução que Satanás lhe apresente (Jo 15.3,7). (b) Coloque
(i.e., memorize) a Palavra de DEUS na sua alma e mente (ver Tg 1.21). (c)
Medite nos versículos memorizados, de dia e de noite (Dt 6.7; Sl 1.2; 119.48).
(d) Repita a passagem memorizada, para si mesmo e para DEUS, no momento em que
você for tentado (vv. 4,7,10). (e) Reconheça e obedeça ao impulso do ESPÍRITO
SANTO para obedecer à Palavra de DEUS (Rm 8.12-14; Gl 5.18). (f) Envolva todos
estes passos com oração (Ef 6.18).
Passagens para memorização em casos
de tentação: Tentação em geral (Rm 6 e 8). Tentação para imoralidade (Rm
13.14), mentira (Cl 3.9; Jo 8.44), mexerico (Tg 4.11), desobediência aos
líderes espirituais (Hb 13.17), desânimo (Gl 6.9), medo do futuro (2 Tm 1.7),
concupiscência (5.28), desejo de vingança (6.15), negligência com a Palavra de
DEUS (4.4), preocupação financeira (6.24-34; Fp 4.6,19).
4.1 JESUS, CHEIO DO ESPÍRITO SANTO.
O ESPÍRITO SANTO conferiu poder a JESUS e o guiou, ao enfrentar a tentação de
Satanás (LUCAS 4.1,2).
4.2 NÃO COMEU COISA
ALGUMA. vej observação sobre Jejum
4.2 TENTADO PELO DIABO. Um dos
aspectos principais da tentação de JESUS girou em torno do tipo de Messias que
Ele seria e como empregaria a sua unção da parte de DEUS. (1) JESUS foi tentado
a utilizar sua unção e posição para servir a seus próprios interesses (vv.
3,4), obter glória e poder sobre as nações, ao invés de aceitar a cruz e o
caminho do sofrimento (vv. 5-8), e ajustar-se à expectativa popular de um
Messias sensacional (vv. 9-11). (2) Satanás ainda tenta os líderes cristãos a
usarem sua unção, posição e capacidade em seu próprio benefício, para
estabelecer sua própria glória e reino, e para agradar o povo mais do que a
DEUS. Quem se entrega ao egoismo, na realidade já se rendeu a Satanás. (LUCAS
4.2).
4.2 JEJUM DE 40 DIAS.
JESUS jejuou 40 dias, e depois teve fome , e a seguir foi tentado por Satanás a
comer. Isto pode indicar que CRISTO absteve-se de alimento, mas não de água.
Abster-se de água por 40 dias requer um milagre. Uma vez que CRISTO teve que
enfrentar a tentação, como representante do homem ele não poderia empregar
nenhum outro meio para vencê-la além do de um homem cheio do ESPÍRITO SANTO
(ver Êx 34.28; 1 Rs 19.8; Mt 6.16).
4.4 NEM SÓ DE PÃO VIVERÁ. JESUS
cita o AT (Dt 8.3), ao enfrentar a tentação de Satanás. (1) JESUS está dizendo
que tudo o que é importante na vida depende de DEUS e da sua vontade (Jo 4.34).
Esforçar-se por sucesso, felicidade ou coisas materiais, à parte do caminho e
propósito de DEUS, levará à amarga desilusão e terminará em fracasso. (2) JESUS
salienta essa verdade ao ensinar que devemos buscar em primeiro lugar o reino
de DEUS (i.e., o governo, atividade e poder de DEUS em nossa vida); somente
então é que outras coisas necessárias serão concedidas, de acordo com a sua vontade
e propósito (ver Mt 5.6; 6.33).
4.6 ESTÁ ESCRITO. Satanás empregou
a Palavra de DEUS com a finalidade de tentar CRISTO a pecar. Às vezes, o
descrente emprega as Escrituras na tentativa de persuadir o crente a fazer algo
que aquele sabe que está errado ou que é impróprio. Alguns textos bíblicos,
retirados do seu contexto, ou não comparados com outros trechos da Palavra de
DEUS, podem até mesmo dar a aparência de justificar o comportamento pecaminoso
(ver, e.g., 1 Co 6.12). O crente deve conhecer profundamente a Palavra de DEUS
e precaver-se daqueles que pervertem as Escrituras a fim de satisfazerem os
desejos da natureza humana pecaminosa. O apóstolo Pedro fala daqueles que
torcem as Escrituras, para sua própria perdição (2 Pe 3.16).
4.8 TODOS OS REINOS DO MUNDO. Ver
Lc 4.5
LUCAS 4.5 OS REINOS DO
MUNDO. JESUS rejeita a oferta que Satanás lhe fez, do domínio sobre todos os
reinos do mundo. (1) O reino de JESUS, na presente era, não é um reino deste
mundo (Jo 18.36,37). Ele recusa um reino para si através dos métodos mundanos
de transigência, poder terreno, artifícios políticos, violência, domínio,
popularidade, honra e glória humanas. (2) O reino de JESUS é um reino
espiritual, no coração dos seus, os quais foram tirados do mundo. Como reino
celestial: (a) é alcançado através do sofrimento, da abnegação, da humildade e
da mansidão; (b) requer que dediquemos nosso corpo como sacrifício vivo e santo
(Rm 12.1), em completa devoção e obediência a DEUS; (c) implica em lutar com
armas espirituais contra o pecado, a tentação e Satanás (Ef 6.10-20); e (d)
importa em resistirmos à conformação com este mundo (Rm 12.2).
10 SATANÁS. Satanás (do gr. satan, que significa
adversário), foi antes um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado
como ministro junto ao trono de DEUS, porém num certo tempo, antes de o mundo
existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de DEUS e dos homens (Ez
28.12-15). (1) Satanás na sua rebelião contra DEUS arrastou consigo uma grande
multidão de anjos das ordens inferiores (Ap 12.4) que talvez possam ser
identificados (após sua queda) com os demônios ou espíritos malignos. Satanás e
muitos desses anjos inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua
atmosfera circundante, onde operam limitados segundo a vontade permissiva de
DEUS. (2) Satanás, também chamado a serpente , provo-cou a queda da raça humana
(Gn 3.1-6; ver 1 Jo 5.19). (3) O império do mal sobre o qual Satanás reina (Mt
12.26) é altamente organizado e exerce autoridade sobre as regiões do mundo
inferior, os anjos caídos (Mt 25.41; Ap 12.7), os homens perdidos (vv. 8,9; Jo
12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2 Co 4.4; ver 1 Jo 5.19). Satanás
não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte da sua
atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (Mt 8.28; Ap 16.13, 14; ver Jó
1.12). (4) JESUS veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1 Jo 3.8),
de estabelecer o reino de DEUS e de livrar o homem do domínio de Satanás (Mt
12.28; Lc 4.19; 13.16; At 26.18). CRISTO, pela sua morte e ressurreição,
derrotou Satanás e ganhou a vitória final de DEUS sobre ele (Hb 2.14). (5) No
fim da presente era, Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap
20.1-3). Depois disso será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de
derrotar a DEUS, seguindo-se sua ruína final, que será o seu lançamento no lago
de fogo (Ap 20.7-10). (6) Satanás atualmente guerreia contra DEUS e seu povo
(Ef 6.11-18), procurando desviar os fiéis da sua lealdade a CRISTO (2 Co 11.3)
e fazê-los pecar e viver segundo o sistema do mundo (cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 5.15;
1 Jo 5.19). O cristão deve sempre orar por livramento do poder de Satanás
(6.13), para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e
resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18; 1 Pe
5.8,9)
TENTADOR - (Strong
Português) - πειραζω peirazo
2) tentar, fazer uma
experiência com, teste: com o propósito de apurar sua quantidade, ou o que ele
pensa, ou como ele se comportará
2b) num mau sentido, testar alguém
maliciosamente; pôr à prova seus sentimentos ou julgamentos com astúcia
2c) tentar ou testar a fé de
alguém, virtude, caráter, pela incitação ao pecado
2c1) instigar ao pecado, tentar
1c1a) das tentações do diabo
2d) o uso do AT
2d1) de DEUS: infligir males sobre
alguém a fim de provar seu caráter e a firmeza de sua fé
2d2) os homens tentam a DEUS quando
mostram desconfiança, como se quisessem testar se ele realmente é confiável
2d3) pela conduta ímpia ou má,
testar a justiça e a paciência de DEUS e desafiá-lo, como se tivesse que dar
prova de sua perfeição.
JESUS FOI TENTADO NA MENTE COMO NÓS
(Strong Português) - αναγω anago - conduzir, guiar ou
trazer para um lugar mais alto - ESPÍRITO SANTO CONDUZIU JESUS
(Strong Português) - παραλαμβνω paralambano - Receber com a mente - JESUS FOI
TENTADO NA MENTE
Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são
tentados. Hebreus 2:18
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Hebreus 4:15
Então foi conduzido JESUS pelo ESPÍRITO ao deserto,
para ser tentado pelo diabo. - Mateus 4:1 - (Strong Português) - αναγω anago -
conduzir, guiar ou trazer para um lugar mais alto - ESPÍRITO SANTO CONDUZIU
JESUS
Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o
sobre o pináculo do templo, Mateus 4:5 - (Strong Português) - παραλαμβνω
paralambano - Receber com a mente - JESUS FOI TENTADO NA MENTE
COMENTÁRIOS DIVERSOS
Comentários da Bíblia Diário Vivir
(ESP) - Mateus 4:1-11
4.1 Este tempo de prova mostra que JESUS era realmente
o Filho de DEUS, capaz de superar a Satanás e suas tentações. Uma pessoa não
pode demonstrar obediência verdadeira se não ter a oportunidade de ser
desobediente. Em Deu 8:2, DEUS guiou ao Israel para o deserto para afligi-los e
prová-los. Queria ver como reagiam e se estavam dispostos a lhe obedecer.
Também nós seremos provados. Sabendo que a prova virá, devêssemos estar alertas
e preparados para enfrentá-la. Terá que tomar em conta Mat 26:41 : "a
carne é fraco". Suas convicções são boas se resistirem sob pressão!
4.1 Satanás tentou a Eva no jardim, e aqui prova ao JESUS no deserto. Satanás é
um anjo cansado. Existe seriamente, não é simbólico, e constantemente está
lutando contra os que obedecem e seguem a DEUS. As tentações de Satanás são
reais. O quer que façamos as coisas a sua maneira ou a nossa, mas não como DEUS
quer. JESUS um dia vai reinar sobre toda a criação, mas Satanás queria que
JESUS se proclamasse rei prematuramente. Se JESUS o fazia, sua missão na terra,
morrer por nossos pecados e nos dar a oportunidade de ter vida eterna,
arruinava-se. Quando as tentações parecem ser duras, ou quando pensar que podem
ser racionalizadas, pense que o diabo poderia estar procurando estorvar o
propósito de DEUS para sua vida.
4.1ss Esta tentação de Satanás serve para nos mostrar que JESUS era humano e
proporcionou ao JESUS a oportunidade de reafirmar o plano de DEUS para seu
ministério. Também nos dá um exemplo a seguir quando somos tentados. A tentação
do JESUS foi importante porque demonstra sua ausência de pecado. Foi tentado e
não cedeu à tentação.
4.1ss Satanás tentou ao JESUS, mas JESUS nunca pecou. Poderíamos nos sentir
sujos depois de uma tentação; entretanto, a tentação em si não é pecado.
Pecamos quando cedemos e desobedecemos a DEUS. nos recordá-lo ajudará a nos
manter afastados da tentação.
4.1ss JESUS não foi tentado no templo nem em seu batismo, a não ser no deserto;
estava cansado, solitário e faminto, e portanto muito vulnerável. Satanás, com
freqüência, nos prova quando somos vulneráveis: quando estamos cansados,
solitários, enfrentando decisões importantes ou incerteza. Mas Satanás gosta
também de nos tentar por meio de nossas virtudes, no momento em que somos
suscetíveis ao orgulho (veja-a nota de Luk 4:3ss). Devemos estar em guarda em
todo momento contra seus ataques.
4.1-10 As tentações de Satanás se enfocam em três coisas: (1) desejos físicos,
(2) posses e poder, e (3) orgulho (em 1Jo 2:15-16 achará uma lista similar).
Mas JESUS não cedeu. Hb 4:15-16 diz que JESUS foi tentado como nós o somos, mas
que O não cedeu nem uma vez e não pecou. Sabe por experiência própria o que
estamos experimentando. A deseja e tem todo poder para nos ajudar em nossas
dificuldades. Quando for tentado, volte-se para O em busca de fortaleza.
4.3, 4 JESUS estava faminto e débil logo depois de um jejum de quarenta dias,
mas optou por não usar seu poder divino para satisfazer a necessidade natural
de alimento. Os mantimentos, a fome e os desejos de comer são bons, mas o
momento não o era. Tinha decidido pôr a um lado o uso ilimitado e independente
de seu poder divino a fim de experimentar sua humanidade em plenitude. Também
nós podemos ser tentados a satisfazer um desejo normal em uma forma incorreta
ou em um mau momento. Se formos indulgentes com o sexo antes do matrimônio ou
se roubarmos para obter mantimentos, estamos procurando satisfazer desejos que
DEUS nos deu em maneiras que DEUS desaprova. Recorde, muitos de nossos desejos
são normais e bons mas devem ser satisfeitos na forma correta e no momento
oportuno.
4.3, 4 JESUS foi capaz de resistir todas as tentações de Satanás porque não
somente conhecia as Escrituras, mas sim as obedecia. Eph 6:17 diz que a Palavra
de DEUS é uma arma, espada de dois fios, para ser usada em combate espiritual.
Saber versículos bíblicos é importante para resistir os ataques de Satanás, mas
devemos obedecê-los também. Note que o diabo também se sabe versículos das
Escrituras, mas não os obedece. Conhecer e obedecer a Bíblia é cumprir os desejos
de DEUS antes que os de Satanás.
4.5 O templo era o centro religioso da nação e o lugar onde os judeus esperavam
a chegada do Messías (Mal 3:1). Herodes o Grande tinha renovado o templo na
esperança de ganhar a confiança dos judeus. O templo era o edifício mais alto
da região, e o pináculo do templo era provavelmente a parede que me sobressaía
do lado da colina, de onde se podia ver o vale. Desde este lugar, JESUS podia
ver Jerusalém e vários quilômetros à redonda.
4.5-7 DEUS não é nosso mago nos céus. Em resposta às tentações de Satanás,
JESUS disse que a DEUS não devia lhe pôr provas néscias (Deu 6:16). Você pode
desejar pedir a DEUS que faça algo para demonstrar sua existência ou seu amor.
Em certa oportunidade um homem pediu ao JESUS que enviasse um sinal para que a
gente acreditasse. JESUS lhe disse que o que não crie através do que está
escrito na Bíblia não acreditará embora alguém ressuscite para lhe admoestar
(veja-se Luk 16:31). O quer que vivamos por fé, não por vista. Não tente a DEUS
nem trate de manipulá-lo.
4.6 Satanás citou as Escrituras para fazer que JESUS pecasse! Algumas vezes os
amigos apresentam razões atrativas e convincentes para nos induzir a fazer o
que sabemos que não é correto. Inclusive procuram versículos bíblicos que
aparentemente apóiam seu ponto de vista. Estude a Bíblia cuidadosamente,
note-se no contexto dos versículos, de modo que possa entender os princípios de
DEUS e o que é o que O quer para você. Solo ao compreender realmente o que a
Bíblia diz em sua totalidade, poderá reconhecer enganos de interpretação quando
a gente use versículos fora de contexto e os torçam para que digam o que querem
que diga.
4.8, 9 Tinha Satanás poder para dar ao JESUS os reino do mundo? Acaso DEUS não
tem controle sobre eles? Satanás pôde ter estado mentindo a respeito do que
implicava seu poder ou pôde estar refiriéndose a seu domínio temporário na
terra por causa da natureza pecadora da humanidade. A tentação que apresentou
ao JESUS foi mostrar ao mundo que ele já era seu governante, sem ter que
executar o plano de salvação. O diabo esteve tratando de distorcer a
perspectiva do JESUS procurando que sua atenção estivesse posta no poder do
mundo e não nos planos de DEUS.
4.8-10 Satanás ofereceu ao JESUS o mundo inteiro se ficava de joelhos e lhe
adorava. Hoje Satanás nos oferece o mundo tratando de nos adular podendo e
materialismo. Podemos fazer frente às tentações na mesma forma em que o fez
JESUS. Se alguma vez você desejasse o que o mundo lhe oferece, tome nota de Deu
6:13 : "Ao Jeová seu DEUS temerá, e ao solo servirá".
4.11 Os anjos, como os que ajudaram ao JESUS, têm um papel significativo como
mensageiros de DEUS. São seres espirituais que tiveram que ver com a vida
terrestre do JESUS ao (1) anunciar seu nascimento a María, (2) tranqüilizar ao
José (3) dar nome ao JESUS, (4) anunciar seu nascimento aos pastores, (5)
proteger ao JESUS, enviar sua família ao Egito, (6) socorrê-lo no Getsemaní.
Para maior informação sobre os anjos, veja-a nota em 1.20.
I. Seu convite PRIVATE
( 4: 1-11 ) - Comentário Bíblico Wesleyana
1 Então foi conduzido JESUS pelo ESPÍRITO ao deserto, para ser
tentado pelo diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta
noites, teve fome. 3 E o tentador aproximou e disse-lhe: Se tu
és o Filho de DEUS, manda que estas pedras se transformem em
pães. 4 Mas JESUS lhe respondeu: Está escrito: O homem não vive
somente de pão, mas de toda palavra que procede da boca de
DEUS. 5 Então o Diabo o levou para o cidade santa; e pondo-o
sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és o Filho de
DEUS, lança-te daqui abaixo; porque está escrito:
Ele aos seus anjos dará ordem a teu respeito:
e,
Em suas mãos eles te sustentarão,
Para que não por acaso tu traço teu pé em pedra.
7 JESUS disse-lhe: Também está escrito, Tu não tentarás o Senhor teu
DEUS. 8 Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo, ea glória deles ; 9 e
disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me
adorares. 10 Então disse-lhe JESUS: Vai-te, Satanás, porque
está escrito: Adorarás o Senhor teu DEUS , e só a ele
servirás, 11 Então o diabo o deixou; e eis que vieram
anjos e serviam.
O batismo foi imediatamente seguido pela tentação. JESUS deve ter não só a
sua inauguração pública, mas também Sua iniciação privado para o ministério.
Martin Luther foi perguntado certa vez: "O que é a preparação mais
importante que um homem precisa para o ministério?" Ele respondeu:
"Temptation". "O que é o segundo mais importante?" Mais uma
vez, ele respondeu, "Temptation". Quando perguntado pela terceira ele
deu a mesma resposta: "Temptation". Poderíamos listar outros fatores
como sendo mais absolutamente essencial, mas ninguém bem familiarizados com as
demandas e problemas do ministério cristão poderia duvidar que o teste é uma
preparação muito necessário. Um pedaço de aço deve ser cuidadosamente
testado antes de ele pode servir como a mola mestra de um relógio. Assim,
um homem deve ser exaustivamente testado no cadinho da tentação antes que ele
está equipado para ser um bom ministro de JESUS CRISTO. Só aço temperado
pode suportar a pressão.
Assim foi com JESUS. Ele estava a experimentar todas as tentações comuns à
humanidade ( Hb. 4:15 ). Ele era para ser confrontado com a
oposição de seus inimigos e incompreensão de seus amigos. Antes de entrar
na arena pública do Seu ministério Ele deve ser testado em privado.
JESUS foi conduzido (v. 1 ) para o
deserto . O batismo aconteceu no rio Jordão. Isto, como
referido, foi cerca de 1300 metros abaixo do nível do mar. Agora, Ele
foi conduzido para as alturas precipitadas que subiram acentuadamente
entre o vale do Jordão e Jerusalém.
JESUS foi levado ao deserto do ESPÍRITO -mais precisamente,
"pelo ESPÍRITO." Estamos aptos a pensar que o Senhor sempre leva em
verdes pastos e junto das águas ( Sl. 23: 2 ). Mas às vezes o
ESPÍRITO SANTO traz os consagrados, criança obediente de DEUS através de túneis
escuros, sobre montanhas escarpadas, em meio a tempestades rugindo, sobre mares
em fúria, através de águas profundas, sobre gelo fino, através de densas
florestas, sobre as planícies desérticas.
JESUS foi tentado [por] o diabo . Muitos estudiosos
sofisticados, e seus leitores, zombam da idéia de um diabo pessoal. Mas o
sadismo horrível do nazismo e do comunismo em nossa geração ilustra bem a
verdade bíblica de que Satanás é real e que ele está a trabalhar arduamente no
mundo dos homens. Há, talvez, menos conversa hoje sobre a "bondade
natural" do homem e mais sobre a força do mal pessoal operando na
história.
JESUS jejuou durante quarenta dias e quarenta
noites (v. 2 ). Este é o número proverbial por um período
de liberdade condicional. Moisés estava no monte Sinai "quarenta dias
e quarenta noites" ( Ex. 24:18 ) recebendo a Lei. Ele,
também, jejuou durante todo este período ( Ex 34:28. ; Deut. 9:
9 ). Grandes líderes pagar um grande preço. Tanto Moisés e JESUS
foram provavelmente sustentada por divinamente dado força. Elias, do mesmo
modo, foi feito forte para viajar "quarenta dias e quarenta noites"
para Mount Sinai (Horebe, 1 Reis 19: 8 ). Os filhos de Israel
vagou por quarenta anos no deserto antes de entrar na Terra Prometida
( N1. 14:33 ).
Ele pode surpreender alguns de ler que depois teve fome . Mas
aqueles que jejuaram por longos períodos de tempo dizer que, após os primeiros
dias que já não sente fome. Isto é especialmente verdade se forem
intensamente absorvida em algum interesse consumir. Parece que JESUS tinha
pouca ou nenhuma sensação de fome durante a maior parte deste período. Mas
no final Ele sentiu muita fome de novo, sem dúvida, com dores de roer.
Foi enquanto ele estava nessa condição, fraco e com fome, que o tentador
veio (v. 3 ). Aproveitando estado enfraquecido JESUS
'Satanás fechada em Lo para combate corpo a corpo, determinado a
destruí-Lo em desobediência.
A primeira palavra o diabo disse foi se . Um dos métodos mais
formidáveisde Satanás é a de injetar dúvida. Foi assim que ele se
aproximou de Eva no Jardim do Éden: "É assim que DEUS disse"
( Gen. 3: 1 ).
A voz do Pai do céu acabava de proclamar: "Este é o meu Filho amado."
Agora o diabo vem e diz: Se tu és o Filho de DEUS . Esta pode
ser feita de duas maneiras. Ele pode ser considerado como simplesmente
levantando dúvidas: Você realmente acha que você é o Filho de DEUS? Se
sim, por que não testar o assunto para descobrir? Ou pode significar:
Desde que você é o Filho de DEUS, manda que estas pedras se transformem em
pães . Use a sua filiação a servir-se. É tolice para você, um
filho de DEUS, e vá com fome! Se você é DEUS, agir como Ele: mostrar o seu
poder criativo!
JESUS recusou-se a ser varrido fora de seus pés pelo tentador. Ele
respondeu com a Palavra de DEUS. Está escrito (v. 4 ) é no
tempo perfeito em grego. O significado literal completa é: "Ele foi
escrito, e ainda está escrito." Ou seja, o perfeito grego indica o término
da ação, assim como o tenso Inglês. Mas enfatiza especialmente o estado
continua resultante da ação concluída. Portanto, a melhor tradução simples
ou é a dos nossos versões padrão em inglês, "Está escrito", ou talvez
ainda melhor ", como está escrito." A força deste não deve ser
desperdiçada. Ele ressalta o fato de que a Palavra de DEUS é
imutável. Isso implica que se afirma explicitamente pelo salmista:
"Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus"
( Sl 119:. 89 ).
Em conexão com esta ênfase é interessante que todas as três vezes JESUS citou
Deuteronômio. A origem divina e autoridade deste livro, especialmente, têm
sido atacado por alguns críticos, mas é óbvio que JESUS aceitou-a como a
Palavra de DEUS.
A Escritura JESUS citado nos dá uma pista para a atitude dele. O homem não
vive somente de pão, mas de toda palavra que procede da boca de
DEUS ( Deut. 8: 3 ). Foi o próprio JESUS que disse em outra
ocasião: "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e
realizar a sua obra" ( João 4:34 ). Ele foi descartada, não
por seus desejos materiais, mas pela vontade de seu Pai. A Palavra de DEUS
regido Seu ato cada. Ele viveu pela Palavra de DEUS. E assim Ele nos
deixou um exemplo, que devemos seguir Seus passos ( 1 Ped. 2:21 ).
O contraste entre este e a tentação de Adão e Eva no jardim é muito
marcante. Eles estavam no meio de um paraíso de luxo; JESUS estava em
um desolado, deserto estéril. Eles tinham tudo para comer; Ele não
tinha nada. Eles tiveram a companhia um do outro; Ele estava
sozinho. O primeiro Adão comeu o fruto proibido; o último Adão
recusou a sugestão de Satanás que Ele faz o pão para comer. Com tudo a seu
favor o primeiro Adão falhou e trouxe sofrimento para toda a raça
humana. Com aparentemente tudo contra ele o último Adão triunfou e trouxe
a salvação para toda a humanidade. Nunca foi batalha travada com maiores
questões em jogo. Nunca foi uma vitória mais importante venceu.
A segunda tentação era de um tipo diferente. O diabo levou JESUS
para a cidade santa (v. 5 ). Esta designação para
Jerusalém é encontrado no Novo Testamento apenas em Mateus e
Apocalipse. No Antigo Testamento ocorre em Neemias 11:
1 , 18 ; Isaías 52: 1 ; Daniel
9:24 . Satanás colocou sobre o pináculo do templo . A
palavra para pináculo literalmente significa "asa".
Provavelmente, a "asa" alto de algum edifício do templo se destina,
de modo que Ele seria visto pelas multidões nas praças do templo. Talvez
fosse a cúpula do santuário em si, que se elevava a uma altura de cerca de 150
pés.
Mais uma vez o diabo gritou, Se tu és o Filho de
DEUS (v. 6 ). O desafio desta vez foi: lança-te daqui
para baixo . Em seguida, aparecendo como um anjo de luz ( . 2
Cor 11:14 ), Satanás muita piedade começou a citar as Escrituras
( Sl. 91: 11-12 ). Ele tentou enganar JESUS a pensar que ele
poderia fazer o que quisesse e ainda confiar em DEUS para cuidar dele.
Qual foi a resposta de JESUS a segunda sugestão de Satanás? Também está
escrito (v. 7 ). Ele usou uma arma de a Palavra de
DEUS. Mais uma vez ele citou Deuteronômio: Não farás para julgamento
do Senhor teu DEUS ( Dt 06:16. ). Para ter presumido na
proteção divina quando Ele foi guiado por auto-interesse humano teria sido para
tentar Seu Pai. JESUS recusou-se a fazê-lo.
Não parecem ter sido dois aspectos a esta tentação. O primeiro pode ter
sido: Você diz que você confiar em DEUS; agora provar isso. Este é um
tipo muito sutil de coisa. À primeira vista, parece que a obedecer Satanás
seria, neste caso, glorificar a DEUS. Mas somente aqueles que obedecem ao
Pai celeste pode reivindicar a Sua proteção.
O segundo aspecto foi: Lance-se para baixo, a terra com segurança, e as pessoas
vão aclamar-lo como Messias. Sabe-se que os judeus daquele dia espera-se
que quando o Messias veio, Ele faria uma aparência espetacular no templo.
A terceira tentação apresenta um cenário diferente: o Diabo o levou a um
monte muito alto (v. 8 ). Que estas palavras devem ser
tomadas no sentido figurado, não literalmente, é bastante óbvio. Pois não
há pico da montanha na terra a partir da qual todos os reinos do
mundo pode ser visto. Em espírito, ou imaginação, JESUS foi levado
para o pináculo do templo e para o alto da montanha.
Desta vez a proposta de Satanás foi: Todas estas coisas te darei, se,
prostrado, me adorares (v. 9 ). Que diabo estava oferecendo
era o poder político. Mas isso não era o que JESUS queria. Ele
desejava governar os corações dos homens pelo Seu amor. Sua era para ser
um reino espiritual, "não é deste mundo" ( João 18:36 ). Para
ter adorado Satanás teria sido para destruir o verdadeiro reino de DEUS.
JESUS tinha o suficiente. Sternly Ele ordenou, Vai-te,
Satanás (v. 10 ). Como um tiro de despedida, uma vez mais
Ele citou as Escrituras: Adorarás o Senhor teu DEUS, e só a ele
servirás ( Dt 06:13. ). A lei de DEUS era a Sua
vontade. Ele se recusou a adorar ou servir a qualquer um, mas o único e
verdadeiro DEUS.
O diabo obedeceu ao Seu comando e o
deixou (v. 11 ). Lugar de Satanás foi feita
pelo anjos que vieram e o serviam . Isso provavelmente
incluiu o fornecimento de alimento físico, como um anjo uma vez alimentou Elias
( 1 Reis 19: 5-7. ). Certamente significou também conforto e
força espiritual.
Parece melhor assumir que não havia nenhuma forma física visível aos olhos de
JESUS, mas sim que as tentações veio como sugestões à sua mente. Pois essa
é a forma como as tentações mais cruciais vêm para o povo de DEUS
hoje. Tentações de JESUS tem mais significado e valor para nós se eles
estavam sob a forma de sugestões mentais. Este parece ser o método
favorito de Satanás de ataque.
Pode-se notar que Lucas dá os mesmos três provas, mas em ordem diferente
daquela em Mateus; o segundo eo terceiro são transpostas. Ordem de
Mateus parece preferível, uma vez que sugere um maior efeito climático. O
conselho de pular do pináculo do templo soa como um anticlímax após a oferta
dos reinos do mundo. Então, também, é no final da terceira tentação de
Mateus que Satanás é ordenado a sair. Lucas, sem dúvida, tinha alguma
razão para o seu fim, mas apenas o que era não é conhecido.
A história da tentação de JESUS é preenchido com muitas lições para os seus
seguidores. Podemos notar apenas alguns deles.
(1) JESUS conheceu toda tentação com apenas uma arma; e essa arma está à
nossa disposição. Paulo exortou os cristãos do seu tempo para tomar
"a espada do ESPÍRITO, que é a palavra de DEUS" ( Ef.
6:17 ). Com esta espada CRISTO derrotou o diabo o tempo todo.
(2) O diabo muitas vezes ataca os cristãos quando se sentem mais fraco e
cansado. É então que a pessoa precisa estar em alerta especial e contar
mais com a ajuda divina.
(3) A dúvida é muitas vezes a cunha pelo qual Satanás quer arrombar uma entrada
para o coração. Se ele conseguir que se duvide, ele ganhou o primeiro
round. Paulo escreveu: "tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno" ( Ef
6:16. ). Muitas vezes "dardos inflamados" assumir a forma
de dúvidas de fogo. Estes devem ser atendidas pela fé firme em DEUS e em
Sua Palavra.
(4) O homem é um ser espiritual, bem como físico. Portanto, ele não pode
viver só de pão ", mas de toda palavra que procede da boca de DEUS."
(5) A coisa pode ser legítimo em si, mas se não for da vontade de DEUS que deve
ser rejeitado. Por si só, não havia nada de errado em transformar pedras
de JESUS em pão. Mas havia princípios espirituais da obediência envolvido
neste caso, e JESUS preso por esses princípios.
(6) O diabo tem atraído muitas pessoas na armadilha da espetacular. Fazer
algo espetacular chama a atenção para si mesmo, não a CRISTO. JESUS
recusou-se a saltar de um pináculo do templo, a fim de obter a multidão do lado
dele.
(7) Não se deve tentar a DEUS por se expor a perigo desnecessário e confiando
no Senhor para cuidar dele.
(8) O fim não justifica os meios. Para adorar Satanás foi obviamente errada. Mas
se ele iria ganhar para CRISTO os reinos do mundo, ele não iria certamente ser
justificada? JESUS respondeu um enfático "Não!" DEUS não vai,
por exemplo, estar satisfeito com doações de dinheiro auferidos por compromisso
com o mal. O diabo tem enganado mais de uma pessoa neste momento.
(9) Chega um momento em que se deve recusar-se a ouvir mais a voz do
tentador. JESUS disse: "Vai-te, Satanás".
(10) Deve-se recusam a adorar algo ou alguém que não seja o próprio
DEUS. Os primeiros cristãos tinham de enfrentar a escolha crucial: CRISTO
ou César. Alguns tentaram comprometer e salvar as suas vidas pela adoração
ao imperador enquanto ainda professando fidelidade a DEUS. Mas o problema
ainda é o mesmo que com os três filhos hebreus que foram para a fornalha de
fogo, em vez de compromisso, ajoelhando-se para a imagem de
ouro. Demasiadas vezes hoje o próprio ouro é a imagem a que os homens
curvar em servidão abjeta.
A tentação de JESUS houve encenação no palco. Alguns colocar toda a ênfase
na sua divindade até a tentação tornou-se algo irreal-exibido apenas para o
efeito. Mas essa atitude, na verdade, nega a historicidade dos Evangelhos.
O autor de Hebreus sublinhou a realidade da tentação. Ele diz que JESUS
"sofreu, tendo sido tentado" ( Heb. 2:18 ). Ou seja,
suas tentações tão real para DEUS como o nosso são para nós. Não há lucro
em debater a questão de saber se Ele poderia ter falhado e que os resultados
teriam sido. A verdade é que na consciência de CRISTO, Ele estava
realmente tentado . Caso contrário, a coisa toda teria sido uma farsa
vazio, e o autor de Hebreus não poderia honestamente ter dito que Ele
era em todos os pontos como nós somos tentados ( Heb.
4:15 ). Isso significa que eles eram tentações real para ele.
Comentários revistas antigas
Lição 4 - A Tentação De JESUS
- 2º trimestre de 2015 -
JESUS, o Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista da CPAD:
Pastor: José Gonçalves - Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr.
Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"Porque não temos
um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um
que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." (Hb 4.15)
VERDADE PRÁTICA
JESUS firmou-se na
Palavra de DEUS para vencer Satanás. Assim devemos agir para obter a vitória.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE - Lucas 4.1-13
1 - E JESUS, cheio do ESPÍRITO SANTO, voltou do Jordão
e foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto. 2 - E quarenta dias foi tentado pelo
diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.
3 - E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de DEUS, dize a esta pedra que se
transforme em pão. 4 - E JESUS lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só
de pão viverá o homem, mas de toda palavra de DEUS. 5 - E o diabo, levando-o a
um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. 6 -
E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a
mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. 7 - Portanto, se tu me adorares,
tudo será teu. 8 - E JESUS, respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque
está escrito: Adorarás o Senhor, teu DEUS, e só a ele servirás. 9 - Levou-o
também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o
Filho de DEUS, lança-te daqui abaixo, 10 - porque está escrito: Mandará aos
seus anjos, acerca de ti, que te guardem 11 - e que te sustenham nas mãos, para
que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. 12 - E JESUS, respondendo,
disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu DEUS. 13 - E, acabando o
diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O Diabo é um anjo do mal que, dia e noite, procura
fazer com que os servos de DEUS sejam seduzidos pelo pecado. Como homem JESUS
também foi tentado em tudo (Hb 4.15b), mas o Mestre venceu toda tentação. O
Inimigo foi derrotado em todas as áreas na vida de JESUS. A tentação vem para
todos os filhos de DEUS, porém, a Palavra do Senhor nos garante que, se
resistirmos ao Diabo, ele fugirá de nós (Tg 4.7).
Lucas diz que o Diabo se ausentou de JESUS por um tempo (Lc 4.13), ou seja, até
encontrar outra oportunidade para atacá-lo novamente. JESUS estava iniciando
seu ministério quando foi conduzido ao deserto para experimentar vários tipos
de tentação, mas o Inimigo, mesmo sem sucesso, o tentou até a cruz.
PONTO CENTRAL - A tentação é uma realidade, mas em
JESUS podemos vencê-la
Resumo da Lição 4 - A
Tentação De JESUS
I - A REALIDADE DA TENTAÇÃO
1. Uma realidade humana.
2. Vencendo a tentação.
II - A TENTAÇÃO DE SER SACIADO
1. A sutileza da tentação.
2.Gratificação pessoal.
III - A TENTAÇÃO DE SER CELEBRADO
1. O príncipe deste mundo.
2. A busca pelo poder terreno. .
IV - A TENTAÇÃO DE SER
NOTADO
1. A artimanha do Inimigo.
2. A busca pelo prestígio.
SÍNTESE DO TÓPICO I - A tentação é uma realidade para
todos os filhos de DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - JESUS foi tentado a satisfazer sua
necessidade de ser saciado.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Como homem, JESUS foi tentado a
buscar honra e celebração para si
SÍNTESE DO TÓPICO IV - JESUS venceu a tentação de ser
notado pelos homens
CONHEÇA MAIS
*O jejum
"Segundo a leitura médica, trinta a quarenta dias
de completo jejum exaure as energias do corpo, causa fome intensa e aproxima o
indivíduo da exaustão. Mesmo neste estado de fraqueza, JESUS permaneceu fiel ao
compromisso. Confiou e agiu de acordo com a Palavra de DEUS." Leia mais em Guia
do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 655.
PARA REFLETIR - Sobre
os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
De que forma a lição explica a tentação de JESUS?
Ela explica que a tentação é uma realidade humana. Como homem JESUS também
sofreu várias tentações. Porém, Ele venceu todas.
Qual foi a primeira tentação de JESUS?
A primeira tentação foi a sugestão do Diabo de JESUS transformar as pedras do
deserto em pães. Ele sabia que JESUS estava em jejum e, certamente, estava com
fome.
Qual foi a segunda tentação?
A segunda tentação foi a oferta que o Diabo fez a JESUS de autoridade sobre os
reinos da terra (Lc 4.5-8).
Satanás tentou derrotar JESUS usando até mesmo o quê?
Ele usou até mesmo a Palavra de DEUS. Porém, que fique claro, o Diabo utilizou
a Palavra de DEUS de forma errada, fora do seu contexto.
Quando JESUS derrotou Satanás de forma definitiva?
Quando da sua morte e ressurreição na cruz do calvário.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 39.
Você encontrará mais
subsídios para enriquecer a lição.
A TENTAÇÃO DE JESUS - O evangelista Lucas registra
que JESUS foi cheio do ESPÍRITO SANTO (4.1). Após o nosso Senhor ser cheio do
ESPÍRITO, Ele foi conduzido pelo mesmo ESPÍRITO ao deserto, onde foi tentado
pelo Diabo por quarenta dias. Neste período, o Senhor JESUS ficou em comunhão
com DEUS Pai através de jejum e oração. Entretanto, ao sentir fome, nosso
Senhor começou a ser tentado pelo Diabo. O relato do capítulo 4 do Evangelho de
Lucas retrata três tentações que o Senhor JESUS foi provado: as necessidades
físicas (w.3,4), a oferta de autoridade sobre os reinos (w.5-8) e provar a
verdade da promessa de DEUS (w.9-12).
A primeira tentação de JESUS revela-nos que Ele não
usou o seu poder para benefício próprio, pois antes agradava obedecer a DEUS
que a Satanás. Seria natural, se com fome, o nosso Senhor transformasse pedra
em pão e revelasse ser verdadeiramente o Filho de DEUS. Não! A resposta do
nosso Senhor foi direta: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra
que sai da boca de DEUS (Dt 8.3).
A segunda tentação de nosso Senhor tem a ver com a
ambição de conquistar e governar todos os reinos do mundo. Satanás colocou
diante de JESUS toda a autoridade do mundo, e em troca, ordenou que JESUS o
adorasse prostrado. O Diabo usou de meia-verdade, pois apesar de ter poder (Ef
2.2), ele não tinha autoridade para dar ou não a JESUS reinos ou a glória desse
mundo. A promessa de torná-lo o grande soberano do mundo não "encheu os
olhos" de nosso Senhor, que de pronto, logo respondeu: "O Senhor, teu
DEUS, temerás, e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás" (Dt 6.13).
A terceira tentação mostra o nosso Senhor sendo levado
pelo Diabo ao pináculo do Templo. A proposta de Satanás: Pular, pois estava
escrito que DEUS daria ordens aos anjos para livrá-lo. Ainda haveria outro
impacto: Pular do pináculo do Templo e cair salvo no meio pátio sagrado, de uma
só vez, faria o Senhor ser reconhecido como "Messias". Mas não foi
isso que aconteceu. O nosso Senhor não queimou etapas, mas repreendeu Satanás
dizendo que ninguém pode tentar a DEUS. As coisas do Altíssimo não são para
fazermos provas sem sentido.
As três tentações de JESUS CRISTO expuseram três áreas
que o ser humano se mostra frágil: A das pulsões carnais, as do poder e a da
busca pela fama. Nosso Senhor venceu as tentações e nos estimulou a fugir das
pulsões carnais, do apego pelo poder e da possibilidade de usar as promessas
divinas para benefício próprio para a formação da autoimagem.
Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N° 62. pag. 38.
Comentários de vários livros e autores, com alguns
acréscimos, observações e correções do Pr. Luiz Henrique.
INTRODUÇÃO
Cercas para a Tentação
A tentação é uma realidade bem presente na vida de cada
ser humano! Não há ninguém que não esteja sujeito à tentação. Numa linguagem
mais popular, podemos dizer que ainda não foi inventada uma vacina para a
tentação! Todos são tentados, desde os mais jovens até os mais velhos. Até
mesmo, JESUS, o Homem Perfeito, também foi tentado.
Há algum tempo lembro ter lido uma história que
aconteceu com David Du Plessis (1905-1987), pioneiro pentecostal sul-africano.
Após sair exausto de uma Conferência, onde ministrou para milhares de pessoas,
um jovem aparentando ter 18 anos de idade o procurou. Ainda ofegante, o jovem
lhe perguntou: “Irmão Du Plessis, o que o senhor faz para não ter problemas com
a tentação?” Du Plessis franziu a testa enrugada pelo peso de seus quase 80
anos e respondeu: “quando eu tiver idade para não ter problemas com a tentação,
eu lhe procuro para informar”. Mesmo já velho, Du Plessis demonstrou que
continuava sujeito à tentação!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem
Perfeito. Editora CPAD. pag.
47-49.
Resumo do capítulo. O primeiro desafio de JESUS é
claramente coordenado pelo ESPÍRITO SANTO que o conduz a uma área deserta para
jejuar. Em seguida, permite que o enfraquecido Salvador seja testado por
Satanás. A vitória de CRISTO demonstra o tema de Lucas. JESUS é um ser humano
ideal, diferentemente de Adão e Eva, que caíram (4.1-13).
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo.Editora CPAD. pag.
655.
Esta seção mostra JESUS como o Filho de DEUS derrotando
Satanás num combate aberto. Nenhuma discussão ou tentação poderia amedrontar ao
Senhor JESUS. Esta tentação por parte de Satanás também revela que, embora
JESUS fosse humano e estivesse sujeito às tentações humanas, Ele era perfeito
porque venceu todas as tentações que Satanás lhe apresentou. A história da
tentação de JESUS é uma importante demonstração do seu poder e da ausência de
pecado em sua vida. Ele enfrentou a tentação e não desistiu. Os seus seguidores
devem confiar nele quando enfrentarem tentações que irão colocar à prova a sua
fidelidade a DEUS.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 340.
Vimos como na vida de JESUS existiram certos grandes
marcos, e este é um deles. No templo, quando tinha doze anos tomou consciência
de que DEUS era seu pai em uma maneira única. Sua hora tinha chegado com o
surgimento de João e a aprovação de DEUS tinha chegado durante seu batismo. De
modo que neste momento JESUS estava para começar sua campanha. Antes de fazer
tal coisa, qualquer pessoa deve escolher os métodos que vai usar. O relato da
tentação mostra JESUS escolhendo uma vez por todas os métodos que se propunha
utilizar para ganhar homens para DEUS. Mostra JESUS rechaçando o caminho do
poder e a glória e aceitando o do sofrimento na cruz.
BARCLAY. William. Comentário
Bíblico. LUCAS. pag. 38.
I - A REALIDADE DA TENTAÇÃO
1- UMA REALIDADE HUMANA.
Tentado e Testado
A palavra grega peirasmos (Lc 4.2), dependendo do
contexto, pode significar “tentação” (προσπαθώ - Lê-se prustraufão) ou “prova”
(απόδειξη - lê-se apóviquici). Quando usada em um contexto onde DEUS está por
trás da ação, então nesse caso o crente está sendo provado. Por outro lado,
quando é o Diabo quem está induzindo ao mal, então o crente está sendo tentado.
Em palavras mais simples, DEUS prova-nos e o Diabo nos tenta. DEUS testa-nos
para aperfeiçoar-nos enquanto o Diabo nos tenta para nos derrubar. Aqui em
Lucas 4.1-3, assim como Gênesis 22, onde a Septuaginta usa a mesma raiz grega
de peirasmos, JESUS é enviado pelo ESPÍRITO ao deserto para ser testado. E
nessa mesma ocasião que recebe a visita do Diabo para ser tentado.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem
Perfeito. Editora CPAD. pag.
50.
A tentação (4.2). As palavras gregas peirazo
(απόδειξη - lê-se apóviquici) e peiras mossãa (δίκη - Lê-se leiquim)
igualmente traduzidas por “prova” e “julgamento” bem como por “tentar” e
“tentação” (προσπαθώ - Lê-se prustraufão). O que há de comum é a situação que
nos coloca sob grande pressão. O texto em Tiago 1 é especialmente útil para nos
ajudar a tratar essas situações, ao nos lembrar que DEUS jamais tenta as
pessoas, no sentido de induzi-las ao mal (Tg 1.13). DEUS, contudo, nos prova da
mesma maneira que permitiu que Satanás o fizesse com JESUS, a fim de demonstrar
a nós e a todos que podemos vencer pela sua força. Adão e Eva falharam no
teste. Por meio de CRISTO você e eu somos vitoriosos.
RICHARDS. Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. Editora CPAD. pag.
655.
A Possibilidade da Tentação
Como era possível que o JESUS sem pecado fosse tentado?
Em nossa tentativa de responder a essa pergunta devemos antes de mais nada
observar que o que foi tentado foi sua natureza humana. JESUS não só era DEUS;
ele era também homem. Além do mais, sua alma não era dura como uma pederneira
nem fria como um bloco de gelo. Era uma alma plenamente humana, profundamente
sensível, afetada e comovida pelos sofrimentos de todo gênero. Foi CRISTO quem
disse: “Tenho um batismo com o qual hei de ser batizado; e como me angustio até
que o veja concretizado” (Lc 12.50). JESUS foi capaz de expressar carinho (Mt
19.13, 14), compaixão (Mt 23.37; Jo 11.35), piedade (Mt 12.32), ira (Mt 17.17),
gratidão (Mt 11.25) e profundo anseio pela salvação dos pecadores (Mt 11.28;
23.37; Lc 15; 19.10; Jo 7.37) para a glória do Pai (Jo 17.1-5). Sendo não só
DEUS mas também homem, ele sabia o que era estar cansado (Jo 4.6) e sedento
(4.7; 19.28). Portanto, realmente não deveria surpreender-nos que, depois de um
jejum de quarenta dias, ele sentisse muita fome, e que a proposta de converter
pedras em pães se constituía numa tentação bem real para ele, tanto mais
sabendo que estava revestido do poder para fazer milagres! Não obstante, não
deixa de ser verdade que a possibilidade e realidade da tentação de CRISTO vai
além de nossa compreensão. Mas não é esse um fato em relação a cada doutrina? O
que sabemos realmente sobre nós mesmos, sobre nossa alma e a interação que
existe entre alma e corpo? Pouco, aliás, bem pouco! Como poderíamos, pois, penetrar
nas profundezas da alma de CRISTO e analisá-la suficientemente a fim de
fornecer uma explicação psicológica absolutamente satisfatória de suas
tentações?
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Lucas
I. Editora Cultura Cristã. pag.
315-316.
«...tentado...»
JESUS Poderia Ter Caído Em Pecado ?
1. Se respondermos a essa pergunta do ponto de vista da
sua divindade (com comentários em Heb. 1:3), teremos de responder com um «não».
2. Se respondermos do ponto de vista de sua humanidade,
teremos de afirmar que as tentações e provas por que passou JESUS foram reais,
e que, como homem, poderia ter incorrido em pecado, embora sua elevadíssima
espiritualidade não lhe permitisse fazê-lo. Por conseguinte, temos aqui um
«paradoxo», não havendo como solucionar adequadamente a questão.
Homens igualmente piedosos, têm assumido um ou outro
lado do problema.
3. Nessa controvérsia, contudo, não percamos de vista a
mensagem do versículo à nossa frente. JESUS, como homem, exibia elevadíssima
espiritualidade. Suas qualidades espirituais não eram automáticas, mas
resultavam de uma luta muito intensa, através da vitória sobre o pecado, diante
do qual, jamais cedeu. Entrementes, ele desenvolveu elevadas virtudes morais
positivas. (Ver Gál. 5:22,23, quanto a essas virtudes). Assim sendo, JESUS foi
o Pioneiro do caminho, tendo-nos mostrado, como devemos desenvolvermos espiritualmente,
através da dedicação absoluta. JESUS possuía nosso tipo de natureza, juntamente
com as suas fraquezas. Não obstante, triunfou!
O que é dito aqui é
sem-par no N. T., dando-nos uma visão mais clara sobre a natureza humana de
CRISTO, pelo menos em alguns particulares. Até mesmo a tentação de CRISTO, nos
evangelhos sinópticos (ver Mat. 4:1-11 e seus paralelos) tem o propósito polêmico
de mostrar que nada podia tirar JESUS de seu «propósito messiânico», o que
significa que ele era mais poderoso que o próprio Satanás. Aqui, porém, sua
vitória sobre a tentação visa mostrar o que a natureza humana pode fazer e como
ela deve ser, quando devidamente impelida pelo ESPÍRITO SANTO. Suas tentações
têm por fito mostrar-nos que ele se identificou totalmente conosco, sem
qualquer limitação. Ele era humano tal e
qual somos humanos; não possuía alguma natureza humana diferente, como a do
homem «antes da queda». (Ver Rom. 8:3). Ele foi enviado «na semelhança de carne
pecaminosa», isto é, compartilhou da mesma natureza dos homens, a qual fora
debilitada e degradada pelo pecado, embora ele mesmo não tivesse qualquer
pecado pessoal. Contudo, ele compartilhou do «desastre da natureza humana», que
resulta do pecado.
«...sem pecado...»
Há várias declarações neotestamentárias sobre a
impecabilidade de JESUS. (Ver Atos 3:14; o trecho de II Cor. 5:21 mostra
outra dessas afirmações). JESUS mostrou que a natureza humana não precisa do
pecado como um de seus elementos. A verdadeira natureza humana é impecável. A
natureza humana pervertida é que peca. Daí resulta a necessidade de redenção.
A impecabilidade de CRISTO qualificou-o
preeminentemente para o sumo sacerdócio, pois ele, diferentemente de outros,
não precisa oferecer sacrifício por si mesmo. Todo seu labor pode ser assim
devotado a seus irmãos. Assim, mediante o sacrifício de si mesmo, ele eliminou
o pecado para sempre (ver Heb. 9:26), livrando os filhos de DEUS de sua manopla
e dando-lhes um lugar de acesso a DEUS Pai. E da «segunda vez» em que ele
aparecer (na parousia), não haverá mais necessidade de cuidar da questão do
pecado. Portanto, ele aparecerá «à parte do pecado», e isso «para a salvação»,
com o propósito de levar à fruição a salvação de seus irmãos (ver Heb. 9:28). A
impecabilidade de CRISTO, pois, deve significar mais do que a rejeição de atos
pecaminosos; ele nunca favoreceu à atitude do pecado; não pecou em seus desejos
e em seus motivos, muito menos em suas ações. Ele mesmo deixou claro que o
pecado reside nos desejos e motivos dos homens, e não apenas em atos
pecaminosos (ver Mat. 5:27 e ss.).
Gloriando-nos nas debilidades. Newell (in loc.)
relata-nos acerca de um amigo seu que sofria de muitas debilidades físicas que
ameaçavam o bem-estar de sua própria alma. Seu senso de fraqueza era tão
profundo que o avassalava, de tal modo que sentiu que perdera até mesmo o
contacto com DEUS. Mas foi encorajado, por meio do trecho de I I Cor. 12:9,10,
a «gloriar-se» nessas debilidades, para extrair delas alguma forma de glória a
DEUS, transformando-as em pontos fortes. Isso lhe emprestou uma nova dimensão
na vida. JESUS também conhecia bem essas coisas; mas triunfou.
Mostrou-nos que é possível a vitória espiritual, em
meio às nossas condições humanas, que são tão adversas.
«Em sua vida terrena ele teve um admirável
discernimento sobre os homens, uma estranha sensibilidade para com as
necessidades humanas ao seu derredor. Segundo diz o autor do quarto evangelho,
JESUS «...não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem,
porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana» (João 2:25). Ele suportou
todos os testes, mas «sem pecado». Não se pode duvidar que nenhum homem, em
toda a história, tem sido sujeito a tão cuidadoso e crítico escrutínio como o
homem JESUS. Os homens têm sondado sua vida e palavras, mas seu desafio
continua de pé: ‘Quem dentre vós me convence de pecado!’ (João 8:46)». (Cotton,
in loc.).
«O escritor deseja eliminar a fantasia comum que havia
alguma peculiaridade em JESUS que fazia suas tentações inteiramente diversas
das nossas, como se fosse um campeão vestido de cota de malhas que servia de
alvo de flechas de brinquedo. Pelo contrário, ele sentiu, em sua própria
consciência, a dificuldade de alguém ser justo neste mundo; ele sentiu sobre si
mesmo a pressão das razões e atrações que inclinam os homens ao pecado, para
que escapem do sofrimento e da morte». (Dods, in loc.).
«Isso serve de real base de encorajamento, pois a
melhor ajuda é aquela conferida por aqueles que se mantêm firmes onde falham
os, tendo enfrentado o início da tentação sem ceder à mesma. A referência
especial é às tentações que levam à apostasia ou à desobediência à vontade de
DEUS». (Moffatt, in loc.).
Notemos que o autor sagrado afirmou em seu tratado, de
modo absoluto, tanto a divindade como a humanidade de CRISTO. Ele não tentou
qualquer reconciliação entre os dois conceitos, e nem quis mostrar como ambas
as naturezas podem ter residido na mesma personalidade ao mesmo tempo. O que
sabemos é que ambas as naturezas são importantes para nós, pois ambas as
naturezas foram postas à nossa disposição. Com temor e tremor podemos chegar
perante DEUS, mas CRISTO está presente para tornar possível nosso acesso a ele.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 5. pag. 522-523.
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas (15). Literalmente, JESUS pode “sentir as
nossas debilidades” (Mueller). A palavra fraquezas (astheneiais - αδυναμίες -
Lê-se avidâmeés) tem uma conotação moral em Hebreus (cf. 5.2) e significa não
apenas fraqueza física ou uma limitação humana, mas uma fraqueza consciente e
instável na tentação. Nosso Senhor também nos entende nesta fraqueza, porque,
como nós, em tudo foi tentado. Visto que foi tentado como nós, Ele sabe por
experiência o que significa para nós ser tentado. Ele não foi tentado em todas
as particularidades ou em cada situação possível; e.g., Ele não foi tentado
como marido, ou pai, ou dono de uma propriedade, ou empregador, ou soldado,
porque não exerceu nenhuma dessas funções. Mas Ele foi tentado em três áreas
básicas da suscetibilidade humana: corpo, alma e espírito. JESUS conhecia a
tentação no campo do apetite do corpo, no campo dos relacionamentos humanos e
no campo dos relacionamentos espirituais. Eu — os outros — DEUS: Ele foi
tentado nestes três pontos. O que deveria governá-lo? Seu desejo por pão? Seu
desejo por aceitação? Seu desejo por poder? Ou sua lealdade a DEUS? Estas são
perguntas fundamentais da vida que cada pessoa deve responder. Certamente,
nestes aspectos básicos as tentações do Senhor eram exatamente iguais (kath
homoioteta) às nossas.
Mas sem pecado. Embora seja perfeitamente verdadeiro
que JESUS não enfrentou a tentação com a desvantagem do pecado original, esta
não é a ideia aqui. O que o autor de Hebreus ressalta neste
texto é que JESUS não cedeu uma única vez à tentação. Ele foi perfeitamente
triunfante. Se não fosse tentado como nós, não poderia compreender os nossos
sentimentos em nossas muitas tentações; por outro lado, se não tivesse sido
perfeitamente vitorioso, não poderia ajudar-nos, mas necessitaria Ele próprio
de ajuda.
Parece que estava claro na mente do autor a tentação
peculiar que estes cristãos hebreus estavam enfrentando. Eles foram tentados a
voltar atrás, e desta forma, falhar em entrar no seu repouso prometido. JESUS
também teve sua experiência de deserto — em certo sentido, seu Cades-Barnéia —
e, portanto, sabia o que estavam passando. Ele entende o deserto do ataque
satânico que segue a primeira emoção gloriosa da fé. Por isso, eles não devem
permitir que a ideia de voltar atrás ocupe a mente, nem devem
ficar envergonhados ou ceder à paralisia do desespero.
Richard S. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Hebreus. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 48-49.
2- VENCENDO A TENTAÇÃO.
Obs.: Pr. Luiz Henrique - O ESPÍRITO SANTO capacitou
JESUS para vencer as tentações no deserto.
Na Esfera do ESPÍRITO
O papel do ESPÍRITO SANTO, como Lucas faz em outros
lugares, também recebe destaque especial no evento da Tentação. Roger Stronstad
comenta que cada um dos evangelistas sinóticos conecta a tentação de JESUS com
sua recepção do ESPÍRITO SANTO. Depois do seu batismo o ESPÍRITO SANTO leva (Mt
4.1, Lc 4.1) ou impulsiona (Mc 1.12) JESUS a ir ao deserto para um período de
provas com o Diabo. O termo grego peirasthenai, exprime uma conseqüência ou
resultado e não uma ideia final, como se acha traduzida. Portanto, a tradução
deve ser esta: ‘A seguir, foi JESUS levado pelo ESPÍRITO ao deserto de modo que
foi tentado pelo Diabo’. Numa tradução livre a ideia é: e como consequência lá
foi tentado pelo Diabo, exprimindo assim uma conseqüência ou resultado”.
Por outro lado, destaca Stronstad “somente Lucas
qualifica JESUS de ‘cheio do ESPÍRITO SANTO’ (Lc 4.1). Em seu comentário sobre
o Evangelho de Lucas, Alfred Plummer observa que se havia dotado a JESUS com o
poder sobrenatural; e foi tentado a usá-lo para promover seus próprios
interesses sem considerar a vontade do Pai... Foi ao deserto de acordo com o
impulso do ESPÍRITO. O que foi testado ali foi o propósito divino a fim de
prepará-lo para sua tarefa.
JESUS e a Tentação
Há um longo debate teológico em torno da Tentação de
JESUS há muito discutido nos meios acadêmicos. A opinião dos teólogos, mesmos
os mais conservadores, não são unânimes sobre esse assunto. A questão diz
respeito à realidade ou não da Tentação de JESUS. A Tentação foi ou não real?
JESUS poderia ceder ou não à Tentação? As respostas a essas perguntas não são
consensuais entre os estudiosos, porque em última análise se referem à
pecabilidade ou impecabilidade do Redentor! Não há, portanto, resposta
fácil para esse assunto. Até mesmo os teólogos cuja erudição e conservadorismo
são inquestionáveis reconhecem esse fato. Como diz Millard J. Erickson: “Aqui
nos defrontamos com um dos grandes mistérios da fé”.
A Tentação de JESUS foi real. Verificamos que a prova
pela qual JESUS passou serve de modelo e parâmetro para todos os cristãos em
todos os tempos. William Barclay comenta: “Vimos que havia certos marcos na
vida de JESUS, e aqui temos outro dos mais importantes. No tempo quando tinha
doze anos, havia chegado à convicção de que DEUS era seu Pai de maneira única e
exclusiva. Com o surgimento de João Batista, veio a hora de JESUS em seu
batismo receber a aprovação de DEUS. Nesta ocasião JESUS está a ponto de iniciar
sua campanha. Antes de iniciar uma campanha, se há de escolher os métodos. A
passagem da Tentação nos apresenta JESUS elegendo, de forma definitiva, o
método com o qual se proporia ganhar os homens para DEUS. Vemos JESUS
rejeitando o caminho do poder e da glória, e aceitando o caminho do sofrimento
e da cruz”.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem
Perfeito. Editora CPAD. pag.
50-52.
JESUS era o ultimo Adão, revelado como a semente da
mulher; sendo assim, de acordo com a promessa, aquele que pisou na cabeça da
serpente, frustrando e derrotando o diabo em todas as suas tentações, que por
uma única tentação havia frustrado e derrotado o nosso primeiro pai. Portanto,
no início da guerra, JESUS fez represálias a ele, e venceu aquele que no
passado havia sido o vencedor.
Nesta história da tentação de CRISTO, observe:
I Como Ele foi preparado e equipado para ela. Aquele
que permitiu a tribulação proveu aquilo de que o Senhor JESUS precisava para
vencer; porque embora não saibamos que exercícios possam estar diante de nós,
nem para que encontros podemos estar reservados, CRISTO sabia, e teve aquilo
que era necessário; e DEUS faz o mesmo por nós, e esperamos dele tudo o que nos
é necessário.
1. Ele estava cheio do ESPÍRITO SANTO, que havia
descido sobre Ele como uma pomba. O Senhor JESUS tinha agora medidas maiores de
dons, graças e consolações do ESPÍRITO SANTO do que antes. Note que aqueles que
estão cheios do ESPÍRITO SANTO é que estão bem armados contra as tentações mais
fortes.
2. Ele havia retornado do Jordão recentemente, onde foi
batizado, e reconhecido por uma voz do céu como sendo o Filho Amado de DEUS; e
assim Ele foi preparado para este combate. Note que quando tivermos a mais
consoladora comunhão com DEUS, e as descobertas mais claras de seu favor a nós,
podemos esperar que Satanás nos ataque (o navio mais rico é o prêmio do
pirata), e que DEUS permitirá que ele faça isso, para que o poder de sua graça
possa ser manifestado e exaltado.
3. Ele foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto, pelo
ESPÍRITO bom, que o conduziu como um campeão para o campo, para lutar contra o
inimigo que Ele certamente iria derrotar. O fato de ser levado ao deserto:
(1) Deu alguma vantagem ao tentador; porque ali ele o
teve sozinho, sem a companhia de amigos, por cujas orações e conselhos o Senhor
JESUS poderia ser ajudado na hora da tentação. Ai daquele que está sozinho! Ele
poderia dar vantagem a Satanás, pois conhecia a sua própria força; mas nós não
podemos, pois conhecemos a nossa própria fraqueza.
(2) Ele ganhou alguma vantagem para si durante este
jejum de quarenta dias no deserto. Podemos supor que o Senhor estava totalmente
concentrado em sua própria consagração, e em consideração à sua tarefa, e à
obra que Ele tinha diante de si; que Ele passou todo o seu tempo em uma
conversa imediata e íntima com o seu Pai, como Moisés no monte, sem qualquer
desvio, distração, ou interrupção.
(3) De todos os dias da vida de CRISTO na carne, estes
parecem ter se aproximado mais da perfeição da vida angelical e da vida
celestial, e isto o preparou para os ataques de Satanás. Aqui o Senhor JESUS
foi fortalecido contra eles.
(4) Ele continuou jejuando (v. 2): E naqueles dias não
comeu coisa alguma. Este jejum foi totalmente miraculoso, como o jejum de
Moisés e de Elias, e o revela, como a eles, um profeta enviado por DEUS. É
provável que este episódio tenha ocorrido no deserto de Horebe, o mesmo deserto
no qual Moisés e Elias jejuaram. Assim como ao se retirar para o deserto, Ele
se mostrou perfeitamente indiferente ao mundo, por seu jejum Ele se mostrou
perfeitamente indiferente ao corpo; e Satanás não pode dominar facilmente aqueles
que se desprendem e morrem para o mundo e para a carne. Quanto mais mantivermos
a nossa carne em sujeição, menos vantagens Satanás terá contra nós.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD.
pag. 545-546.
A intenção de DEUS é que JESUS fosse tentado pelo
diabo (mostrando a nós que todo ser humano é tentado e que para assumir
um projeto de DEUS, primeiro temos que provar que estamos aptos para este -
Observação de Pr. Henrique).Portanto, o próprio DEUS está por trás desse
episódio da tentação no deserto (Cf. Lc 22.31s; 1Co 10.13). E, com base no AT,
a pessoa “tentada” sempre é o devoto e justo, e não o ímpio. Cf., por exemplo,
Abraão (Gn 22), José, Jó, etc. O objetivo da tentação é a aprovação e o
aprofundamento da fé, e não pôr em risco ou até mesmo destruir a fé. (cf. José
na casa de Potifar – [Gn 39]). Por essa razão também Tiago escreve: “Ninguém,
ao ser tentado, diga: Sou tentado por DEUS; porque DEUS não pode ser tentado
pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13). – E, já que é assim e não pode
ser de outra forma, o cristão sempre precisa alegrar-se quando é conduzido para
diversas tentações (cf. Tg 1.2). – Por isso a prece por tais provações também é
encontrada diversas vezes no saltério. Leia Sl 26.2; 139.23s; Jr 20.12 (veja
também a brochura do mesmo autor “Warum all das Leid e Übel in der Welt?” [Por
que todo esse sofrimento e maldade no mundo?]).
Por isso a prece a DEUS na oração do Pai Nosso: “Não
nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” [Mt 6.13], só pode ser
interpretada da seguinte forma: “Protege-me do mal, para que ele me não engane
– mas, ó DEUS, concede-me a vitória quando o inimigo me aflige, me tortura ou
me amedronta.”
Satanás entra pessoalmente no campo de batalha, de uma
forma como jamais se manifestara anteriormente. Durante estes quarenta dias, o
príncipe das trevas deve ter investido com toda a sua milícia contra o Senhor
JESUS. Satanás sabia o que estava em jogo (cf. Comentário Esperança, Mateus, p.
66, e Marcos, p. 60).
Se alguém perguntasse: “Será que encontrar-se realmente
com o diabo já é um fato condenável e pecaminoso?”, caberia responder-lhe duas
coisas:
A história da tentação do Senhor JESUS pode ser chamada
de arrasadora revelação da existência do poder e das leis do reino das trevas.
A existência do reino daquele que é pessoalmente mau não é revelada pelo santo
DEUS. Ele revela-se em fatos como a tentação de JESUS. A história da tentação
mostra que o diabo é um espírito maligno, um inimigo de DEUS. O diabo conhece a
JESUS e por isso o odeia. O diabo conhece a Escritura e por isso a odeia. Ele a
odeia e distorce. Distorcer e seduzir é seu contexto, mentir é seu ofício.
É estranho como longos períodos de desenvolvimento do
reino de DEUS são repetidamente acompanhados de uma reação mais intensa do
reino das trevas. – No começo da história da humanidade o pai da mentira se
mostra em forma de serpente. Quando Israel está para tornar-se o povo eleito de
DEUS, ele imita os milagres de Moisés por intermédio de mágicos egípcios.
Quando o Filho de DEUS aparece na carne, ele multiplica o número dos possessos
e tenta fazê-lo tropeçar pessoalmente. E quando percebe a aproximação da última
etapa do reino de DEUS, age com fúria, por “pouco tempo” (Ap 20.3).
As tentações que o Senhor JESUS teve de superar aqui no
deserto eram muito mais graves que as dos primeiros seres humanos. Eles
encontravam-se no esplêndido paraíso, eram visitados por DEUS e não sabiam nada
a respeito das terríveis tribulações e dos assédios de Satanás. JESUS estava no
inóspito deserto, onde havia apenas areia e pedras. Foi ininterruptamente
perseguido pelo diabo durante quarenta dias e noites. Era imensa a tensão em
seu íntimo, de modo que ele se esqueceu de beber e comer por quarenta dias.
Provavelmente, após o decurso destes quarenta dias,
JESUS tenha ficado mortalmente debilitado, e foi esse momento que o tentador
aproveitou para a última e decisiva investida.
Fritz Rienecker. Comentário
Esperança Evangelho de Lucas. Editora
Evangélica Esperança.
JESUS precisava vencer Satanás mesmo, o chefe dos
demônios, para ter autoridade sobre todos os demônios que se apresentariam
diante Dele em seu ministério, dali para frente. Veja que os demônios tinham
medo de JESUS, pois Ele venceu o chefe deles - JESUS em sua humanidade, passou
30 anos lendo a bíblia, jejuando, orando e se preparando para exercer seu
ministério e suportar os sofrimentos pelos quais iria passar em nossos favor,
nós também temos que ter um preparo para assumirmos nosso ministério - Observação
do Pr. Luiz Henrique).
A expressão foi tentado descreve uma ação contínua;
JESUS foi tentado constantemente durante os quarenta dias. O ESPÍRITO levou
JESUS ao deserto onde DEUS pôs JESUS à prova - não para ver se JESUS estava
pronto, mas para mostrar que Ele estava preparado para a sua missão. Satanás,
no entanto, tinha outros planos; ele esperava distorcer a missão de JESUS
tentando-o para fazer o mal. Por que era necessário que JESUS fosse tentado? A
tentação faz parte da experiência humana. Para que JESUS fosse completamente humano,
Ele tinha que enfrentar a tentação (veja Hb 4.15). JESUS tinha de desfazer o
que Adão tinha feito. Adão, embora criado perfeito, cedeu à tentação, e assim o
pecado entrou na raça humana. JESUS, o segundo Adão, por outro lado, resistiu a
Satanás. A sua vitória oferece a salvação aos descendentes de Adão (veja Rm
5.12-19).
Durante estes quarenta dias, JESUS não comeu coisa
alguma, de modo que ao final Ele teve fome. A condição de JESUS como Filho de
DEUS não tornava o seu jejum mais fácil; o seu corpo físico sofria a fome
severa e a dor de estar sem alimento. As três tentações registradas aqui
ocorreram quando JESUS estava na sua condição física mais enfraquecida (é
quando a carne está fraca que o ESPÍRITO se torna forte - Observação do Pr.
Henrique).
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 341.
Adão caiu porque não recebeu a
unção do ESPÍRITO SANTO, não recebeu a ajuda direta do Mesmo ESPÍRITO, não tem
registro na bíblia de Adão recebendo o ESPÍRITO SANTO como JESUS ou os crentes.
O segundo Adão, apesar de ter se preparado no estudo da Palavra de DEUS, na
oração e no jejum, precisava ser cheio do ESPÍRITO SANTO para vencer a luta que
o primeiro Adão perdeu, não existe como vencer Satanás sem o ESPÍRITO SANTO que
tem o maior poder que existe sobre a face da Terra ou em qualquer parte, como
na esfera do cosmos ou da superior, a espiritual. JESUS não teve, literalmente,
as mesmas tentações que nós (não existia drogas, cigarros, cervejas, ele não
era político, etc...), mas recebeu as tentações nas mesmas áreas que nós -
Corpo, Alma e ESPÍRITO. Concupiscência dos olhos, da carne e soberba da vida.
Portanto, foi tentado da mesma forma que nós somos, nas mesma áreas que nós. -
Observações do Pr. Henrique).
II - A TENTAÇÃO DE SER SACIADO.
1- A SUTILEZA DA TENTAÇÃO.
Note a expressão: Está escrito, não só aqui no
versículo 4, mas também nos versículos 8 e 10, todas as vezes com referência ao
mesmo livro, Deuteronômio, que, como é evidente, JESUS considerava não uma
“fraude piedosa”, mas a própria Palavra de DEUS. Outras passagens que expressam
a elevada opinião que JESUS nutria pelas Escrituras são Lucas 24.25-27, 44-47;
João 5.33; e 10.35. As Escrituras do Antigo Testamento, segundo ele mesmo as
interpretava, evidentemente eram para ele o critério da verdade final para a
vida e a doutrina, o tribunal último de apelação para a razão.
A primeira citação é oriunda de Deuteronômio 8.3.
Descreve Moisés lembrando Israel dos temos cuidados de DEUS durante os quarenta
anos de peregrinação pelo deserto. Em particular, mostra como o Senhor os
alimentara com maná, algo completamente desconhecido até então a eles e a seus
pais, com o intuito de ensinar-lhes “que nem só de pão viverá o homem, mas de
toda palavra que procede da boca do Senhor”.
Portanto, o que JESUS tenciona dizer poderia ser
parafraseado assim: “Tentador, você está laborando sobre falsa premissa de que
o pão é absolutamente necessário para que um ser humano sacie sua fome e se
mantenha vivo. Ante essa equivocada idéia, eu afirmo agora que não é o pão, mas
o poder criador, vivificador e sustentador de meu Pai, a única fonte
indispensável para a vida e o bem-estar tanto do homem e quanto meus”. Não
obstante, Lucas omite a última parte de Deuteronômio 8.3: “mas de toda palavra
que procede” etc. Mateus 4.4 contém essas palavras. Lucas com freqüência omite
material, provavelmente para dar, em seu Evangelho, espaço suficiente a outros
temas.
Essa resposta ao conselho de Satanás por parte de JESUS
foi uma expressão de confiança filial ao cuidado do Pai. Sem dúvida, aquele que
providenciara o maná quando não havia pão, e que bem recentemente dissera: “Tu
és o meu Filho, o Amado”, não falharia a seu amado nesta hora de provação.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento.
Lucas II. Editora Cultura
Cristã. pag. 320-321.
(Se DEUS alimentou 3 milhões de pessoas com um alimento
sobrenatural, se trouxe cordonises de toda parte para alimentá-los, se com
cinco pães e dois peixinhos DEUS alimenta uma multidão, imagine por quantos
anos um servo seu seria alimentado sem nenhum esforço de algum trabalho
secular! -
Observação do Pr. Henrique)
O Senhor JESUS respondeu utilizando as Escrituras (v.
4): Está escrito. Esta é a primeira palavra registrada como sendo falada por
CRISTO depois da instalação de seu ofício profético; e é uma citação do Antigo
Testamento, para mostrar que Ele veio para declarar e manter a autoridade das
Escrituras como algo que não se pode controlar; Satanás não é capaz de
controlá-la. E embora o Senhor JESUS tivesse o ESPÍRITO sem medida, e tivesse
uma doutrina própria para pregar e uma religião para fundar, ela estava de acordo
com Moisés e os profetas. O Senhor JESUS estabelece os escritos destes homens
como uma regra para si mesmo, e nos recomenda que os tenhamos como uma resposta
a Satanás e às suas tentações. A Palavra de DEUS é a nossa espada, e a fé nesta
preciosa Palavra é o nosso escudo; devemos, portanto, ser poderosos nas
Escrituras, e seguirmos nesta força, avançarmos, e continuarmos na nossa
batalha espiritual, conhecendo o que está escrito, porque ela é para o nosso
aprendizado, para o nosso uso. O texto das Escrituras que o Senhor JESUS
menciona é Deuteronômio 8.3. Em outras palavras: “O homem não viverá só de pão.
Eu não preciso transformar as pedras em pão, porque DEUS Pai pode enviar o maná
para o meu sustento, assim como Ele fez por Israel; o homem pode viver de toda
Palavra de DEUS, e ser alimentado por aquilo que Ele determinar”. Como é que
CRISTO pode ter vivido confortavelmente durante estes últimos quarenta dias?
Não pelo pão, mas pela Palavra de DEUS, pela meditação sobre esta Palavra, e
pela comunhão com ela, e com DEUS nela e por ela; e de uma maneira que Ele
ainda pudesse viver, embora agora Ele começasse a ter fome. DEUS tem muitas
maneiras de sustentar o seu povo, sem os meios comuns de subsistência.
Portanto, não se deve em nenhuma circunstância perder a confiança nele, mas em
todo o tempo devemos depender dele, no caminho da obediência. Se faltar o
alimento, DEUS pode tirar o apetite, ou dar graus de paciência que permitam que
um homem ria da assolação e da fome (Jó 5.22). O Senhor também pode tornar os
legumes e a água mais nutritivos do que toda a porção do manjar do rei (Dn
1.12,13), permitindo que o seu povo se alegre nele, mesmo que a figueira não
floresça, Habacuque 3.17. Uma crente vigorosa disse que fez das promessas a sua
refeição nas ocasiões em que sofreu a escassez de alimentos.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD.
pag. 547.
2- GRATIFICAÇÃO PESSOAL.
Tentações pelas quais
JESUS passou (Pr. Luiz Henrique)
|
Promessas de
Satanás
|
Recompensas de
DEUS para quem vence as tentações
|
"Se tu és o Filho de DEUS, dize a esta pedra que se
transforme em pão." (Lc 4.3b).
|
Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o
serviam. (Mt 4.11) - Comida de DEUS melhor.
|
"E disse-lhe o
diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi
entregue, e dou-o a quem quero." (Lc 4.6).
|
E, chegando-se JESUS,
falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. (Mateus
28:18). Todo poder eterno é melhor que poder temporal.
|
"Se tu és o Filho
de DEUS, lança-te daqui abaixo, 10 - porque está escrito: Mandará aos seus
anjos, acerca de ti, que te guardem." (Lc 4.9).
|
"Não está aqui, mas ressuscitou" (Lc 24.6). Livrar de
uma queda é inferior a livrar da morte.
|
A intenção é fazer com que JESUS ponha as coisas
materiais em primeiro lugar, e uma forma que Satanás via como eficaz era apelar
para os apetites. Os desejos não são pecaminosos em si mesmos. Não há nada de
errado com o desejo de se alimentar. Todavia, quando esses desejos ou apetites
quebram algum princípio estipulado pelo Criador, então se convertem em algo
mal. JESUS venceu Satanás citando a Palavra de DEUS que se encontra em
Deuteronômio 8.3.
William Barclay observa que era como se o Diabo
dissesse: “Se você quer que o povo lhe siga, usa teus poderes para dar-lhes
coisas materiais”. De fato o foco da tentação está na centralização das coisas
materiais. Ainda hoje essa continua sendo a artimanha do Diabo. O apelo ao ego,
ao desejo de consumo e outras guloseimas espirituais continua sendo a tentação
de homens, mulheres e crianças. Na cultura pós-moderna o consumismo é um deus
que não se apieda de ninguém. Por ele os homens roubam, por ele os homens
matam!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem
Perfeito. Editora CPAD. pag.
52.
Não podemos usar os dons
espirituais em nosso próprio proveito, eles nos são concedidos para ajudar aos
outros. Nós somos cuidados, e devemos confiar nisso, pelo próprio DEUS. Nós não
oramos para que nós possamos ser curados ou sustentados, quem cuida disso é
DEUS. Paulo orou por um espinho na carne e a resposta de DEUS foi: "A minha graça te
basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de CRISTO."
(2 Coríntios 12.9) - Observação do Pr. Henrique).
Como o Senhor JESUS foi atacado por uma tentação atrás
da outra, e como Ele derrotou o plano do tentador em cada ataque, e se tornou
mais do que vencedor. Durante os quarenta dias, Ele foi tentado pelo diabo (v.
2), não por uma sugestão interior, porque o príncipe deste mundo não tinha nada
em CRISTO, e assim não tinha como injetar qualquer coisa nele, mas por
solicitações exteriores. No final de quarenta dias Satanás se aproximou mais, e
fez o que estava ao seu alcance, ao perceber que o Senhor JESUS estava com
fome, v. 2.
1. Ele o tentou a não confiar no cuidado de seu Pai em
relação a Ele, e a agir por conta própria, e a ajudar-se a si mesmo provendo o
sustento de uma maneira que o seu Pai não havia designado (v. 3): Se tu és o
Filho de DEUS, como a voz do céu declarou, dize a esta pedra que se transforme
em pão.
(1) “Eu te aconselho a fazer isto; porque DEUS, se é
teu Pai, se esqueceu de ti. Se começarmos a pensar em sermos os nossos próprios
escultores, e vivermos pela nossa própria previsão, sem dependermos da
providência divina, se quisermos obter riquezas pelo nosso poder e pela força
das nossas mãos, podemos considerar isto como uma tentação de Satanás, e
devemos consequentemente rejeitá-la; pensar em ser independente de DEUS é um
conselho de Satanás.
(2) “Eu te desafio, se tu o podes; se não o fizeres,
direi que não és o Filho de DEUS; porque João Batista disse recentemente que
DEUS pode suscitar, das pedras, filhos a Abraão, que é o maior; portanto, tu
não tens o poder do Filho de DEUS, se não transformares as pedras em pão para
ti mesmo, quando necessitares. E este é um milagre menor” . Assim, o próprio
DEUS foi tentado no deserto: Poderá DEUS preparar uma mesa no deserto? Poderá
dar pão? Salmos 78.19,20. Agora: [1] CRISTO não cedeu à tentação; Ele não
transformaria aquelas pedras em pães; não, embora estivesse com fome; Em
primeiro lugar, porque Ele não faria o que Satanás lhe ordenou que fizesse,
pois isto seria como se tivesse havido um pacto entre o Senhor e o príncipe dos
demônios. Note que não devemos fazer nada que se pareça com a atitude de dar
lugar ao diabo. Os milagres foram operados para a confirmação da fé, e o diabo
não tinha fé para ser confirmada; portanto o Senhor JESUS não faria isto por
ele. Ele operou os seus sinais na presença dos seus discípulos (Jo 20.30), e
particularmente o início de seus milagres, transformando água em vinho, o que
Ele fez para que os seus discípulos pudessem crer nele (Jo 2.11); mas aqui no
deserto o Senhor JESUS não tinha nenhum discípulo em sua companhia. Em segundo
lugar, Ele operou milagres para a ratificação de sua doutrina, e, portanto, até
que começasse a pregar, Ele não começaria a operar milagres. Em terceiro lugar,
Ele não operaria milagres para si mesmo e para o seu próprio sustento, para que
não parecesse impaciente pela fome, porquanto o Senhor JESUS não veio para
agradar a si mesmo, mas para sofrer a dor, e esta seria apenas uma dor entre
outras. Ele também mostraria que não agradou a si mesmo, e iria, antes,
transformar água em vinho para crédito e conveniência de seus amigos, e não
pedras em pão para o seu próprio sustento, mesmo que isto parecesse necessário.
Em quarto lugar, Ele reservaria a prova de ser o Filho de DEUS para mais
adiante, e preferia ser censurado por Satanás por se comportar como fraco, e
incapaz de fazê-lo, do que ser persuadido por Satanás a fazer o que lhe
convinha fazer. Desse modo, o Senhor JESUS foi censurado por seus inimigos como
se não pudesse salvar a si mesmo, e descer da cruz, quando Ele de fato poderia
ter descido; mas não o faria, porque não convinha que o fizesse. Em quinto
lugar, Ele não faria nada que parecesse falta de confiança em seu Pai, não
agiria separadamente dele, e não faria qualquer coisa que estivesse em
desacordo com a sua condição atual. Sendo, em todas as coisas, feito como os
seus irmãos, o Senhor JESUS iria, como os outros filhos de DEUS, viver na
dependência da Providência e da promessa divina. Ele confiaria em DEUS Pai,
fosse para enviar a provisão necessária ao deserto, ou para levá-lo à cidade que
deveria habitar onde haveria mantimento, como costumava fazer (SI 107.5-7). E
assim, quando o Senhor JESUS tivesse terminado estes quarenta dias de jejum, o
Pai iria supri-lo, embora Ele estivesse com fome naquele momento.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD.
pag. 546.
Lc 4.3 A primeira vista, este parece ser um ato
relativamente inofensivo, até mesmo uma sugestão piedosa. JESUS rinha muita
fome, então por que não usar os recursos sob o seu comando e transformar uma
pedra em pão? Neste caso, entretanto, o pecado não estava no ato, mas na razão
por trás dele. O diabo estava tentando fazer JESUS tomar um atalho para
resolver o seu problema imediato à custa de seus objetivos de longo prazo,
procurando o conforto através do sacrifício da sua disciplina.
Satanás normalmente trabalha desta forma - persuadindo
as pessoas a realizar uma ação, até mesmo uma boa ação, por um motivo errado ou
na hora errada. O fato de que alguma coisa não seja propriamente errada não
significa que é boa para alguém em determinado momento.
Muita gente peca tentando satisfazer desejos legítimos
não incluídos na vontade de DEUS, ou, antes do momento definido por Ele.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 341.
CRISTO não defendeu sua filiação divina; em vez disso
deu uma resposta adequada a qualquer filho de DEUS em tentação semelhante. Sua
resposta foi uma citação literal de Deuteronômio 8:3, extraída da Septuaginta.
O contexto do Velho Testamento descrevia a provisão do maná feita por DEUS,
talvez implicando que JESUS quis dizer: “DEUS cuidou de Israel e cuidará de
mim”. Além do mais, JESUS não veio suprir de pão a humanidade, mas satisfazer
às suas necessidades mais profundas.
O diabo atacou um ponto de especial sensibilidade — a
fome de JESUS. O desafio exigia que JESUS empregasse sua filiação divina a fim
de aliviar uma necessidade física. A coisa não era errada em si mesma e JESUS
tinha poder para tal. Mas este não era o papel do Filho de DEUS (veja 1:35).
Nem faria ele o seu primeiro prodígio à ordem de tal aliado, ou mesmo em
associação com ele. JESUS superou a tentação sempre presente de colocar as
coisas materiais à frente das espirituais, e também assim podem fazê-lo os seus
seguidores.
Anthony Lee Ash. O
Evangelho Segundo Lucas. Editora
Vida Cristã. pag. 82.
III - A TENTAÇÃO DE SER CELEBRADO
1- O PRÍNCIPE DESTE MUNDO.
Tendo fracassado no primeiro ataque, o Diabo volta com
uma proposta ainda mais tentadora. Na segunda tentação do Diabo, ele:
“Mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-lhe o diabo:
Dar-te-ei toda essa autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi
entregue, e a dou a quem eu quiser” (Lc 4.6).
O teólogo Ivo Storniolo denomina essa tentação de a
“tentação do poder e da riqueza”. Não há dúvida de que este mundo, como um
sistema caído, foi entregue ao Diabo. Foi o próprio JESUS quem disse que o
Diabo é príncipe deste mundo (Jo 12.31). Storniolo observa que o poder e a
riqueza se convertem em coisas pecaminosas porque são contrárias ao projeto de
DEUS. Isso acontece porque o poder se constrói às custas das liberdades
humanas. E a riqueza se constrói graças ao roubo e acúmulo dos bens que
deveriam ser partilhados entre todos. Neste aspecto uns enriquecem às custas da
miséria dos outros. JESUS rechaça essa tentação citando Deuteronômio 6.13.
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o
Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 52-53.
O diabo tentou JESUS a aceitar dele o reino, o qual,
como o Filho de DEUS, Ele esperava receber de seu Pai, e glorificá-lo, w. 5-7.
Este evangelista coloca esta tentação em segundo lugar, a qual Mateus colocou
por último; mas Lucas estava absorto por ela, como a mais maligna e a mais
violenta, e, portanto, se apressou em citá-la. Na tentação do diabo aos nossos
primeiros pais, ele lhes apresentou o fruto proibido, primeiro como bom para se
comer, e então como agradável aos olhos; e eles foram dominados por estes dois
encantamentos. Satanás aqui primeiro tentou a CRISTO para transformar pedras em
pão, que seria bom para se comer, e então lhe mostrou os reinos do mundo e a
sua glória, que eram agradáveis aos olhos; mas em ambas estas coisas o Senhor
JESUS venceu Satanás, e talvez tendo isto em vista, Lucas muda a ordem.
Agora observe: (1) Como Satanás procurou conduzir esta
tentação, para persuadir CRISTO a se tornar tributário a ele, e receber o seu
reino das mãos dele.
[1] Satanás trouxe ao Senhor uma perspectiva de todos
os reinos do mundo em um momento, uma representação visionária deles, como ele
pensava ser mais provável de cativar, e parecer uma perspectiva real. O fato de
que este foi apenas um espectro que o diabo, como príncipe do poder dos ares,
aqui apresentou ao nosso Salvador, é confirmado pela circunstância que Lucas
aqui faz notar, que tudo se passou em um momento; enquanto que, se um homem
toma a perspectiva de apenas uma nação, ele deve fazê-lo sucessivamente, deve
se virar, e observar primeiro uma parte e então a outra. Assim o diabo pensou
em impor sobre o nosso Salvador uma falácia - a deceptio visus; ao procurar
fazê-lo crer que poderia lhe mostrar todos os reinos do mundo, Satanás o
levaria a uma opinião de que ele poderia lhe dar todos estes reinos.
[2] Ele ousadamente alegou que todos estes reinos lhe
foram entregues, que ele tinha poder para dispor deles e de toda a glória
deles, e dá-los a quem quisesse, v. 6. Satanás reivindicou este poder porque
este poder lhe foi entregue não pelo Senhor, mas pelos reis e pelo povo destes
reinos, que deram o seu poder e honra ao diabo, Efésios 2.2. Por isso ele é
chamado de deus deste mundo, e príncipe deste mundo. Foi prometido ao Filho de
DEUS que ele deveria ter as nações por sua herança, Salmos 2.8. “Por que”, diz
o diabo, “as nações são minhas, são meus súditos e devotos; no entanto, serão
tuas, eu as darei a ti, sob a condição de me adorares por elas, e digas que
elas são as recompensas que dei a ti, como outros fizeram antes de ti (Os
2.12), e consintas em tê-las sob o meu domínio.”
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD.
pag. 547.
Lc 4.5,7 O diabo arrogantemente esperava ter sucesso na
sua rebelião contra DEUS, afastando JESUS de sua missão e obtendo a sua
adoração. Satanás tentou a JESUS para que Ele assumisse o mundo como um reino
terreno ali mesmo, sem executar o plano de salvar o mundo do pecado. Para
JESUS, aquilo significava obter o seu prometido domínio sobre o mundo sem
passar pelo sofrimento e pela morte na cruz. Satanás ofereceu um atalho. Mas
Satanás não entendeu que o sofrimento e a morte eram parte do plano de DEUS, que
JESUS tinha decidido obedecer.
O fato de que JESUS pudesse ver, num momento de tempo,
todos os reinos do mundo, apoia a interpretação de que esta experiência foi
visionária. O foco não está na montanha, mas sim naqueles reinos que estavam (e
estão) sob o domínio de Satanás (Jo 12.31). Satanás ofereceu-se para dar o
domínio sobre o mundo a JESUS. Isto desafiava a obediência de JESUS ao
cronograma e à vontade de DEUS. A tentação de Satanás, basicamente, era: “Por
que esperar? Eu posso lhe dar isto agora!” Naturalmente, a oferta tinha uma condição:
“Se tu me adorares”.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 341.
Observação do Pr. Luiz Henrique - Todas as tentações de
Satanás foram visões e em nenhum momento JESUS foi transportado em corpo para
alguma parte. Satanás tentou JESUS do mesmo modo que nós somos tentados - nos
pensamentos. Como homem Ele foi tentado em todas as coisas, assim como nós,
porém, não transgrediu (Hb 4.15)
O diabo conduziu JESUS para o alto, mostrando-lhe dali
todos os reinos do orbe terrestre, particularmente “num momento”. O tentador
afirma que toda essa esfera de poder e sua glória lhe fora entregue. Por isso
também poderia passá-la adiante segundo seu bel-prazer. O diabo exige de JESUS
que o adore se quiser o que oferece.
Essa condição (a adoração) que Satanás relaciona com a
transferência de seu senhorio foi considerada uma tentação grosseira demais.
Qualquer israelita teria rejeitado, imediatamente e com indignação e justa ira,
uma proposta dessas. O sentido é, porém, o seguinte:
O povo de Israel havia recebido de DEUS a promessa de
reinar sobre os outros povos, motivo pelo qual aguardava o Messias, por meio do
qual essa promessa deveria ser cumprida.
Portanto, não havia absolutamente nada incorreto no
desejo de avançar em direção a esse futuro. É a essa incumbência que DEUS dera
ao povo que o inimigo se reporta. Do cume da montanha o tentador lhe mostra, em
um único relance, todos os reinos do mundo, toda a terra habitada. Foram magia
e ofuscamento satânicos. Todos os milagres satânicos têm uma faceta enganosa.
Possuem uma aparência fascinante (2Ts 2.9). Não são milagres de bênção, que
conduzem a DEUS, mas artifícios, ilusão fantástica, que desviam as almas de
DEUS. Estaríamos muito equivocados se imaginássemos o tentador como aquela
figura distorcida em que a Idade Média o transformou.
A palavra do diabo “Todo esse poder e sua glória… me
foi entregue” contém a alusão a uma reivindicação legítima de senhorio.
Portanto, como podemos inferir, antes de sua rebelião Satanás tinha recebido
nossa terra como seu domínio. E diante dele encontra-se aquele a quem havia
sido prometida a soberania sobre o mundo (cf. Sl 2.8; Dn 7.13s; etc.) e que
agora viera para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8b). É inegável que Satanás
exerce um terrível poder no mundo. É capaz de elevar a pessoa favorecida por ele
ao mais alto degrau do poder terreno. É o que a experiência demonstra
repetidamente. O próprio JESUS fala do archon deste mundo, i. é, do detentor de
poder e soberano deste mundo, em Jo 12.31; 14.30; 16.11. O Senhor levou este
potentado sumamente a sério. E também os apóstolos do Senhor sabem do terrível
poder do deus deste éon [desta era] em 2 Co 4.4 e Ef 6.12. E toda pessoa que
trabalha no reino de DEUS pode relatar a respeito desse terrível fato de ter o
terrível inimigo dentro e em redor de si, pela mais amarga experiência própria.
O cristão sabe como é poderoso o velho inimigo mau. Porém – e novamente porém –
apesar dessas declarações sobre o diabo como inimigo mortal de DEUS, a fé
sempre, constantemente, pode testemunhar maravilhosamente o singular e único
DEUS do céu e da terra! O cristão tem certeza do bendito fato de que em tudo o
que vem a seu encontro ele não precisa contar com dois senhores, ou seja, DEUS
e Satanás, mas apenas e integralmente com o único Senhor. Foi isso que também
sustentou o Senhor, como nosso inigualável exemplo, nessa segunda tentação pelo
diabo. Contou exclusivamente com DEUS, seu Pai.
JESUS havia desmascarado a artimanha do diabo. JESUS
também conhecia as promessas que haviam sido dadas ao povo de Israel e a seu
Messias em vista da primazia de Israel sobre os demais povos. Contudo, em lugar
algum a Escritura dizia que essas promessas dadas no AT acerca da eleição
divina e universal de Israel dentre as nações forçosamente significaria, p.
ex., um privilégio exterior ou uma posição de domínio político de Israel sobre
os povos. Era precisamente esse o elemento satânico na intenção tentadora do
diabo. – Infelizmente, na época de JESUS o povo eleito já havia se devotado
inteiramente a essa dimensão satânica da imagem política universal do Messias
(cf. o exposto sobre Lc 3, no tocante à falsa expectativa messiânica daquele
tempo, e ao 17º salmo de Salomão).
O assédio sedutor de Satanás na segunda tentação,
portanto, consistia em que JESUS deveria ceder, no curso de sua obra, aos
desejos messiânicos terrenos do Israel carnal. Desse modo ele conquistaria o
favor do povo e a cooperação dos líderes religiosos (os fariseus e escribas).
Então colheria um triunfo após o outro, levando, pois, à gloriosa e
esplendorosa realização e execução das promessas do AT acerca de Israel e seu
Messias. Essa era a interpretação satânica da Bíblia.
Fritz Rienecker. Comentário
Esperança Evangelho de Lucas. Editora
Evangélica Esperança.
2- A BUSCA PELO PODER TERRENO.
Satanás exigiu dele honra e adoração: Portanto, se tu
me adorares, tudo será teu, v. 7.
(1) Satanás deseja que o Senhor o
adore.
Talvez ele não queira dizer nunca mais adorar a DEUS
Pai, mas adorá-lo junto com a adoração oferecida a DEUS Pai; porque o diabo
sabe, que se ele conseguir apenas uma vez se fazer sócio, logo será o único
proprietário. Em segundo lugar, Satanás faria um contrato com o Senhor JESUS,
de que quando, de acordo com esta promessa, Ele tomasse posse dos reinos deste
mundo, não faria nenhuma alteração nas religiões do mundo, mas toleraria as
nações como havia feito até aquele momento, permitindo que sacrificassem aos
demônios (1 Co 10.20). Por esta proposta, o Senhor JESUS deveria ainda manter o
culto aos demônios no mundo, e então deixá-lo tomar todo o poder e a glória dos
reinos se lhe agradasse. Que a riqueza e a grandeza desta terra fiquem para
quem quiser; porém, quanto a Satanás, este nada terá, pois não tem o coração
dos homens, bem como os seus sentimentos e a sua adoração. O diabo só pode
operar nos filhos da desobediência, e é assim que ele eficazmente os devora.
(2) Como o nosso Senhor JESUS triunfou sobre esta
tentação.
Ele deu à tentação uma repulsa terminante, e a rejeitou
com veemência (v. 8): “Vai-te, Satanás, não suporto a menção disto. O que?
Adorar o inimigo do DEUS a quem eu vim servir? e do homem a quem eu vim salvar?
Não, Nunca farei isto.” Uma tentação como esta não era para ser analisada, mas
recusada imediatamente; o assunto foi liquidado com uma única frase, Está
escrito: Adorarás o Senhor, teu DEUS, e só a Ele servirás; e não somente isto,
mas somente a Ele adorarás; a Ele e a nenhum outro. Portanto, CRISTO não
adorará a Satanás, e quando tiver os reinos do mundo entregues a si por seu
Pai, como espera em breve receber, jamais permitirá que qualquer adoração ao
diabo continue neles. Onde quer que chegue o seu Evangelho, tudo o que for
maligno será perfeitamente arrancado e abolido. CRISTO não fará nenhum acordo
com o diabo. O politeísmo e a idolatria deverão sucumbir, quando se levantar o
reino de CRISTO. Os homens devem se converter do poder de Satanás para DEUS, do
culto aos demônios para o culto ao único DEUS vivo e verdadeiro. Esta é a
grande lei divina que DEUS restabelecerá entre os homens, e por sua santa
religião reduzirá o homem à obediência: só DEUS deve ser adorado e servido;
portanto, qualquer que toma qualquer criatura como objeto de culto religioso -
mesmo que seja um santo ou um anjo, ou a própria virgem Maria - frustra
diretamente o desígnio de CRISTO, e cai no paganismo.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD.
pag. 547-548.
Lc 4.8 Uma vez mais, JESUS respondeu a Satanás com as
Escrituras. Para JESUS, obter o domínio do mundo mediante a adoração de Satanás
seria não apenas uma contradição (Satanás ainda estaria no comando), mas também
romperia o primeiro mandamento, “Adorarás o Senhor, teu DEUS, e só a ele
servirás” (Dt 6.4,5, 13). Para realizar a sua missão de trazer salvação ao
mundo, JESUS precisaria seguir o caminho da submissão a DEUS.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 341.
Também desta vez JESUS sai vitorioso da tentação,
rejeitando a oferta do diabo com as palavras: “Ao Senhor, teu DEUS, venerarás
prostrado e só a ele servirás!” Essa declaração é citação de Dt 6.13 conforme o
texto alexandrino da Septuaginta. O texto hebraico diz: “A Javé, teu DEUS
temerás, a ele honrarás.”
A resposta de JESUS, que também pode ser traduzida como
“Ao Senhor, teu DEUS, adorarás e somente a ele servirás, passou a ser o grande
lema de sua vida na terra. Com tudo o que é e possui, ele coloca-se à
disposição obediente ao Pai e DEUS. “O Filho nada pode fazer de si mesmo (“não
tem poder” não deve ser interpretado segundo a natureza do Filho, mas segundo
sua vontade), senão somente aquilo que vir fazer o Pai” (Jo 5.19). Quem adora a
DEUS abre mão de si integralmente, a fim de perder-se totalmente para DEUS em
obediência incondicional a cada instante, dissolvendo-se no seu serviço. A
palavra para servir (latréuo - εξυπηρετούν - Lê-se éxipiretô) designa, no
presente caso, o serviço sacerdotal. A vida e atuação de JESUS foram um
constante serviço sacerdotal na singela obediência, até a morte, sim, até a
morte na cruz (Fp 2.8). “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas
que sofreu” (Hb 5.8).
Esse aspecto de obediência absoluta também deve ser
conferido à nossa vida por intermédio de JESUS. Deve ser sustentado pela
adoração a DEUS e devoção a ele no serviço sacerdotal (latréuo - εξυπηρετούν -
Lê-se éxipiretô). – Essa trajetória de obediência, no entanto, representa uma
trajetória de sacrifício radical. Cabe render-se constantemente, com todos os
desejos vãos, teimosos e arbitrários, sobre o altar de DEUS, entregando assim a
vida como oferenda a nosso DEUS (cf. Rm 12.1).
Esse sacrifício em que constantemente entregamos ao
Senhor a nós mesmos e a vida – inclusive e principalmente em todos os instantes
críticos do dia-a-dia – é obediência diante da vontade de DEUS. Ele é, como
Paulo ainda acrescenta, “o culto a DEUS condizente com a palavra”. É importante
que aqui se use para “culto a DEUS” a mesma palavra grega (na forma de
substantivo) que JESUS emprega na frase “E somente a ele servirás (a saber,
latreia - εξυπηρετούν - Lê-se éxipiretô)”, ou seja, o serviço sacerdotal em devotada
obediência.
Essa obediência que “sacrifica”, e por meio da qual se
processa a santificação do cristão, só tem um único comportamento: obediência
integral, pura, pontual, conscienciosa e alegre!
Sintetizando: na segunda tentação, JESUS deveria
simbolizar e incorporar vitoriosamente a obediência incondicional, não dividida
e alegre, que constitui o outro lado tão importante da autêntica fé.
Fritz Rienecker. Comentário
Esperança Evangelho de Lucas. Editora
Evangélica Esperança.
IV - A TENTAÇÃO DE SER NOTADO
1- A ARTIMANHA DO INIMIGO.
Como o diabo apoiou e reforçou esta tentação. Ele fez a
sua sugestão dizendo, “Está escrito”, v. 10. CRISTO havia citado as Escrituras
contra ele; e ele achou que estaria em pé de igualdade com CRISTO, e mostraria
que podia citar as Escrituras tanto quanto o Senhor. Os hereges e sedutores têm
procurado perverter as Escrituras, utilizando textos isolados e fora de
contexto, para cometer as piores iniquidades. Mandará aos seus anjos, acerca de
ti, se tu fores seu Filho, que te guardem e que te sustentem nas mãos. E agora
que JESUS estava (supostamente, creio eu, em pensamento - Observação do
Pr. Henrique) no pináculo do templo, poderia esperar especialmente
esta ministração de anjos; porque, sendo o Filho de DEUS, o templo era o lugar
adequado onde Ele deveria estar (cap. 2.46). E, além disto, se algum lugar
debaixo do sol tivesse uma guarda de anjos constantemente, deveria ser este
lugar, Salmos 68.17. É verdade, DEUS prometeu a proteção de anjos para nos
encorajar a confiar nele, não para tentá-lo; a promessa da presença de DEUS
está conosco, e junto com ela está também a promessa da ministração dos anjos;
mas esta promessa referente aos anjos não vai além da promessa da presença do
Senhor: Eles te guardarão quando estiveres andando pelo caminho, onde estiver o
teu caminho, mas não se presumires voar nos ares.
HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora
CPAD. pag. 548.
A passagem citada é do Salmo 91.11, 12. De acordo com a
forma em que se apresenta aqui em Lucas 4.10, 11, segue a Septuaginta (SI
90.11, 12). Não obstante, segundo citada pelo diabo, existe uma omissão que
alguns consideram importante, outros não tanto. Segundo o texto hebraico, o
Salmo 91.11 termina com as palavras: “que te guardem em todos os teus
caminhos”. Lucas 4.10 simplesmente diz “que te guardem”. Portanto, estão
suprimidas as palavras “em todos os teus caminhos”. Ao incluir essas palavras,
DEUS promete proteger o homem justo em todos os seus justos caminhos, pois
estes são os caminhos do homem que habita no abrigo do Altíssimo, que mora sob
a sombra do Onipotente e que encontrou refúgio em Jeová, sobre quem ele pôs seu
amor. Por conseguinte, estes são os caminhos do santo (Pv 2.8), do homem bom
(Pv 2.20). É a tal pessoa que se aplicam as palavras “Dará instruções a seus
anjos a teu respeito, que te guardem em todos os teus caminhos”. Ao omitir as
palavras “em todos os teus caminhos”, porventura não se favorece a
interpretação da passagem como uma promessa de Jeová de proteger o justo, não
importa o que faça? Interpretado assim, a passagem parece corresponder mais ao
que o diabo quer que JESUS faça.
Não obstante, esse aspecto é provavelmente de menor
importância, já que o que Satanás omite vem a ser muito mais que as palavras de
uma citação. Ele omite qualquer referência à verdade bíblica que DEUS não
tolera, mas condena e castiga a imprudência, jogar com a providência, lançar-se
impulsivamente a um perigo totalmente injustificado (Gn 13.10, 11; Et 5.14;
7.6, 10; SI 19.13; Dn 4.28-33; 5.22, 23; Rm 1.30; 2 Pe 2.10).
Atender à proposta de Satanás era tentador, pois JESUS
sabia que possuía poderes extraordinários. Em contrapartida, que homem existe
que, quando se lhe pede que prove o argumento que tem apresentado, não se sente
como que no dever de responder imediatamente, em vez de refletir primeiro
quanto ao direito de atender tal exigência? Não obstante, JESUS não caiu nessa
armadilha. Ele percebe que fazer o que Satanás lhe propõe equivaleria a
substituir a fé pela conjectura, e a submissão à direção de DEUS pela insolência.
Teria significado nada menos que expor-se à autodestruição. A falsa confiança
no Pai, que o diabo pedia a JESUS nessa tentação, não era melhor que a
desconfiança que propusera na primeira. Equivaleria a fazer uma experiência com
o Pai.
Uma tradição rabínica diz: “Quando o Messias Rei se
revelar, ele virá e se deterá no teto do lugar santo”. Com base nessa tradição,
alguns expositores opinam que o tentador estava propondo que JESUS, ao
lançar-se do pináculo do templo provaria ser realmente o Messias, já que,
depois da descida miraculosa e ilesa, a multidão, observando com espanto,
gritaria: “Vejam, ele se saiu ileso! Só pode ser o Messias!” Para JESUS,
continua o argumento, esse seria, pois, um caminho fácil para o êxito. Evitaria
a cruz e obteria a exaltação sem luta nem agonia.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento.
Lucas II. Editora Cultura
Cristã. pag. 326-327.
Aqui, pela primeira vez, Satanás fez uso das
Escrituras. Os rabis deram uma interpretação messiânica ao Salmo 91:11 e
seguintes. JESUS não argumentou contra o uso feito por Satanás dessa passagem,
desde que esse não era o conflito básico. A tentação pedia que JESUS criasse
uma situação de perigo, enquanto na primeira tentação a crise (fome) já
existia. Era como se Satanás estivesse dizendo: “Você não poderá conhecer- se,
nem a veracidade da promessa de DEUS, enquanto não fizer um teste’’.
Anthony Lee Ash. O
Evangelho Segundo Lucas. Editora
Vida Cristã. pag. 84.
2- A BUSCA PELO PRESTÍGIO.
Holofotes e Celebridades
Na terceira tentação, a exemplo da primeira, Satanás
usa a expressão: “se tu és o filho de DEUS” (Lc 4.3,9). Esse “Se”, como uma
cláusula condicional, pode expressar dúvida e às vezes, dependendo do contexto,
até mesmo certeza.
Satanás já sabia que JESUS era o Filho de DEUS: “Bem
sei que és, o SANTO de DEUS” (Lc 4.34) e quer que JESUS faça uso dos seus
atributos divinos. Vimos quando comentamos a kenosis (ξεφούσκωμα - Lê-se
sífoscomá), isto é, o esvaziamento de JESUS por ocasião da sua encarnação, que
Ele não perdeu os seus atributos, mas que como homem não fez uso dos mesmos.
Aqui Satanás, astutamente, quer que JESUS faça uma demonstração sensacionalista
de sua divindade. Quer que Ele renuncie a sua condição de homem e aja como DEUS.
Desde que JESUS supostamente se jogasse do alto do templo, haveria uma queda
livre de 150 metros até o fundo do ribeiro de Cedron. Sem dúvida Satanás queria
que JESUS fizesse um espetáculo.
Não existem dúvidas de que a tentação de ser visto,
celebrado e admirado continua sendo o que mais atrai os homens!
JESUS venceu essa tentação com Deuteronômio 6.16!
José Gonçalves. Lucas, O Evangelho de JESUS, o Homem
Perfeito. Editora CPAD. pag.
53.
Como já se explicou, a teoria segundo a qual tanto a
terceira quanto a segunda tentação descrita em Lucas - talvez mesmo as três -
ocorreram numa visão, é digna de séria consideração. (Para mim as três
tentações são apenas visões - Observação do Pr. Luiz Henrique).
A presente tentação se desenvolve, pois, em Jerusalém,
lugar ao qual o diabo levou JESUS. Satanás pôs o Salvador sobre o mesmo
pináculo (literalmente, ala) da muralha externa do complexo inteiro do templo.
O ponto exato não é fornecido. Poderia ter sido a cornija do pórtico real de
Herodes que se projeta para o vale de Cedrom, numa altura de cerca de 150
metros, altura que provocava vertigem, segundo Josefo assinala (Antiguidades
XV. 412). Esse lugar se encontrava a sudeste do pátio do templo, talvez no lugar,
ou perto do lugar de onde, segundo a tradição, Tiago o irmão do Senhor, foi
atirado. Veja o relato muito interessante em História Eclesiástica, Il.xxiii,
de Eusébio.
“Já que és Filho de DEUS”, diz o tentador (exatamente
como no v. 3), “lança-te daqui.” Seu argumento provavelmente tenha este teor:
“Poderás assim provar sua confiança na proteção do Pai. Além disso, se a
Escritura, que tão prontamente citas, é verdadeira, nenhum mal te sobrevirá,
pois está escrito: ‘Ele dará instruções a seus anjos a teu respeito’. Eles não
só deterão tua queda. Não, eles farão ainda mais. De forma muito terna te
levarão em suas mãos, a fim de que tu, que só levas sandálias, não te firas tropeçando
teu pé contra alguma dessas pedras afiadas que existem em tanta abundância no
abismo embaixo”.
HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento.
Lucas I. Editora Cultura
Cristã. pag. 325-326.
Lucas coloca a tentação
relativa a Jerusalém no ponto culminante, de acordo com sua ênfase especial sobre a cidade
(veja 2:22). Como na primeira tentação, a fé que JESUS tinha como Filho de DEUS
foi de novo desafiada (veja versículo 3). Como antes, esta pode ter sido uma
experiência visionária (cf. Ez 8:3).
Anthony Lee Ash. O
Evangelho Segundo Lucas. Editora
Vida Cristã. pag. 84-85.
A vitória de JESUS na primeira tentação deixou claro o
que está em jogo no uso correto dos dons concedidos por DEUS e que “fé” genuína
é confiança ilimitada e incondicional em DEUS, o Pai. O Pai há de fazer tudo
bem feito!
A segunda tentação mostrou JESUS como aquele que
demonstrou a obediência integral e alegre da fé, que não faz concessões nem
para a esquerda nem para a direita, e que tampouco se inclina diante do eu ou
diante do mundo.
A terceira tentação nos revela um terceiro lado da “fé
de JESUS CRISTO”, sendo também aqui a fé vista como genitivo subjetivo, i. é,
como traço essencial da pessoa de JESUS.
Essa última tentação no deserto constitui um estímulo
para a exacerbação ou agudização da essência da fé.
Por se tratar, nessa tentação, da exacerbação da fé, o
diabo recorre pessoalmente à palavra de DEUS, citando o Sl 91.11s. “Está
escrito: Aos seus anjos ordenará por tua causa que te guardem, e eles te
carregarão nas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.” O diabo havia notado
que JESUS desembainhara duas vezes uma palavra da Escritura como espada do
ESPÍRITO. Então o diabo tenta também utilizar a mesma arma. Sua arguição tem
como base uma conclusão a fortiori (rumo ao elemento mais forte): “Se DEUS é capaz
de proteger dessa maneira o justo comum, quanto mais ele o fará contigo, que és
seu Filho!”
É significativo que Satanás, nesta terceira tentação,
cite uma grande palavra de fé da Escritura, do Sl 91, o salmo de fé do AT, a
fim de desviar o Senhor (leia esse salmo de fé). Em que consiste o elemento
tentador, o satânico, nessa terceira tentação? Em nossa opinião trata-se do
seguinte: JESUS deve declarar-se publicamente como Messias, i. é, como Redentor
do povo. Nessa notória proclamação, que ainda por cima aconteceria diante do
santo templo em Jerusalém, JESUS deve agir com fé audaciosa. – Isso parece ser
autenticamente bíblico e de acordo com a fé. Contudo, há um calcanhar de
Aquiles em tudo isto: em um ato de fé tão arbitrário, a majestade e santidade
de DEUS não seriam honradas e respeitadas, mas desafiadas e coagidas. O
relacionamento entre o Pai celeste e o Filho em peregrinação sobre a terra
seria totalmente invertido. O Filho se tornaria Senhor, e o Pai seria degradado
a servo! – Algo inconcebível! Na verdade era esse o pecado do próprio diabo,
que queria apoderar-se como um ladrão da igualdade com DEUS, que ele não
possuía (bem ao contrário de JESUS, que desde a eternidade era essencialmente
igual a DEUS). – Ele pretendia seduzir JESUS para esse tipo de causa satânica.
Fritz Rienecker. Comentário
Esperança Evangelho de Lucas. Editora
Evangélica Esperança.
( com
algumas modificações do Pr. Luiz Henrique).
Lição 2 - O Propósito da Tentação
- LIÇÕES
BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
- Comentário: Pr. Eliezer de Lira e Silva
Complementos,
ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"Meus irmãos, tende
grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé
produz a paciência" (Tg 1.2,3).
VERDADE PRÁTICA
O triunfo sobre a tentação fortalece-nos
espiritualmente e nos torna mais íntimos de DEUS..
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 1.10 Tentado, não cedas!
Terça - Hb 2.18 JESUS foi provado assim como nós
Quarta - 1 Pe 1.7 Tentação, a provação da fé
Quinta - Dt 8.2,3 Conheça a ti mesmo
Sexta - Mt 26.41 Vigilância e oração
Sábado - 1 Pe 5.9 Identificação através das provações
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE - Tiago 1.2-4,12-15
2 Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes
em várias tentações, 3 sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. 4
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e
completos, sem faltar em coisa alguma.
12 Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque,
quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos
que o amam. 13 Ninguém, sendo tentado, diga: De DEUS sou tentado; porque DEUS
não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. 14 Mas cada um é tentado,
quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. 15 Depois, havendo a
concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera
a morte.
OBJETIVOS - Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
Conceituar a tentação.
Pontuar a origem da tentação.
Compreender o propósito da tentação.
Resumo da Lição 2 - O Propósito da Tentação
I. O FORTALECIMENTO
PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12)
1. O que é tentação.
2. Fortalecimento após a tentação (v.2).
3. Felicidade pela tentação (v.12).
II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1.13-15)
1. A tentação é humana.
2. Atração pela própria concupiscência.
3. DEUS nos fortalece na tentação.
III. - O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12)
1. Para provar a nossa fé (v.3).
2. Produzir a paciência (vv.3,4).
3. Chegar à perfeição.
SINOPSE DO TÓPICO (1) - A tentação é uma espécie de
prova ou teste, que uma vez vencido, fortalece a vida do crente.
SINOPSE DO TÓPICO (2) -
A origem das tentações é a fragilidade humana, a atração pela própria
concupiscência. Todavia, DEUS é a fonte do nosso fortalecimento na tentação.
SINOPSE DO TÓPICO (3) -
O propósito das tentações é amadurecer o crente, para que este desenvolva a
paciência e chegue à perfeição.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO - Subsídio Teológico
"A Tentação Vem de Dentro (1.14)
Tiago conhecia os poderes sobrenaturais do mal que
agiam no mundo (cf. 3.6), mas aqui ele procura ressaltar o envolvimento e a
responsabilidade pessoal do homem ao cometer pecados. O engodo do mal está em
nossa própria natureza. Ele está de alguma forma entrelaçado com a nossa
liberdade. A questão é: 'Será que eu preferiria ser livre, tentado e ter a
possibilidade de vitória ou ser um 'bom' robô?' O robô está livre de tentação,
mas ele também não conhece a dignidade da liberdade ou o desafio do conflito e
não conhece nada acerca da imensa alegria quando vencemos uma batalha.
Tiago diz que cada um é atraído e engodado pela sua
própria concupiscência. Essa palavra epithumia ('desejo', RSV) pode
ter um significado neutro, nem bom nem mal. Assim, H. Orton Wiley escreve:
'Todo apetite nunca se controla, mas está sujeito ao controle. Por isso o
apóstolo Paulo diz: 'Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para
que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar
reprovado' (1 Co 9.27)'. Este talvez seja o sentido que Tiago emprega aqui.
No entanto, na maioria dos casos no Novo Testamento,
epithumia tem implicações maléficas. Se for o caso aqui, quando um homem é
seduzido para longe do caminho reto, isso ocorre por causa de um desejo errado.
Tasker escreve: 'Este versículo, na verdade, confirma a doutrina do pecado
original. Tiago certamente teria concordado com a declaração de que 'a
imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice' (Gn 8.21). Desejos
concupiscentes, como nosso Senhor ensinou de maneira tão clara (Mt 5.28), são
pecaminosos mesmo quando ainda não se concretizaram em ações lascivas'. Se essa
interpretação for verdadeira, há aqui mais uma dimensão na origem da tentação.
Desejos errados podem ser errados não somente porque são incontrolados, mas
porque, à parte da presença santificadora do ESPÍRITO, eles são carnais
(TAYLOR, S. Richard. Comentário Bíblico Beacon: Hebreus a
Apocalipse. Vol. 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.159-60).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do
Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 59, p.37.
Meus comentários - Pr. Luiz Henrique
Tentação - palavra com duplo sentido,
dependendo da situação pode significar provação, mas quando vem de DEUS é
provação e quando vem de Satanás é tentação.
Provas são testes
enviados por DEUS, e tentações são armadilhas enviadas por Satanás.
A prova é para nos santificar e a tentação é para nos
derrubar.
Quanto mais temos fé nas promessas de DEUS , mais facilmente
passaremos pelas provas e venceremos as tentações.
DEUS é absolutamente santo para ser tentado e ELE é
absolutamente amoroso para tentar.
DEUS não muda. DEUS não pode mudar para pior porque ELE
é santo. Ele não pode mudar para melhor porque ELE é perfeito.
Podemos transformar um desejo legítimo em um desejo
pecaminoso.
Comer é normal – Glutonaria é pecado.
Dormir é normal – Preguiça é pecado.
Sexo no casamento é normal – Sexo fora do casamento é
pecado.
Armadilha atrai – Anzol seduz
Ló atraído e Davi seduzido.
Genealogia do pecado – A cobiça é a mãe do pecado e a
avó da morte.
Você não pode impedir que um pássaro voe sobre sua
cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça.
Mosca não pousa em fogão onde a chapa está quente
(mantenha-se cheio do ESPÍRITO SANTO).
DEUS não muda. DEUS não pode mudar para pior porque ELE
é santo. Ele não pode mudar para melhor porque ELE é perfeito.
PACIÊNCIA = PERSEVERANÇA
Tentação - Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo. 1 João 2:16
"Não veio sobre vós tentação além do que é comum
aos homens, e DEUS é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que vocês
são capazes, mas com a tentação dará também o caminho de escape, de modo que se
possa resistir a ela. "(1 Cor. 10:13).
Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu,
pode socorrer aos que são tentados. Hebreus 2:18
"Então, quando o desejo, tendo concebido, dá à luz
ao pecado, e quando o pecado é consumado, produz a morte”. (Tiago 1:15) Não há
futuro no pecado. O pecado leva a pessoa à morte espiritual. Se resistirmos, o
mal não se afastará de nós e, não estamos sozinhos, o ESPÍRITO de DEUS vem para
o resgate. "Portanto, se submeta a DEUS. Resista ao diabo e ele fugirá de
vós ” (Tiago 4:7).
Adão - Que ninguém culpe a DEUS por suas circunstâncias
ou pecados, como Adão fez. O primeiro homem jogou a culpa em DEUS por seu
pecado, dizendo: "A mulher que me deste me deu da árvore e eu comi."
(Gênesis 3: 12).
Jó – sua esposa é exemplo de fidelidade, tanto na
pobreza, como na tristeza de perder todos seus filhos, como na calamidade, como
na doença. – nunca deixou seu esposo e depois foi abençoada com outros
filhos melhores.
E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos
seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.
Jó 42:10
Também teve sete filhos e três filhas melhores do que
os primeiros.
Jó 42:13
Abraão – provado e vitorioso – abençoado
grandissimamente.
Ló – atraído pelo seu desejo, esqueceu até o respeito
pelo seu tio.
José – Do Egito
Tentado pela esposa de Potifá – não cedeu e ganhou a
recompensa por não ceder – se tornou governador do Egito.
E beijou a todos os seus irmãos, e chorou sobre eles; e
depois seus irmãos falaram com ele. Gênesis 45:15
E José sustentou de pão a seu pai, seus irmãos e toda a
casa de seu pai, segundo as suas famílias. Gênesis 47:12
Paulo
Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e
magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a
morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor JESUS. Atos 21:13
Paulo provado e sendo achado fiel.
E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a
purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela
invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é
o meu DEUS. Zacarias 13:9
E assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e
purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao
Senhor trarão oferta em justiça. Malaquias 3:3
PACIÊNCIA é o mesmo que PERSEVERANÇA
1.12 Aquele que permanece firme sob provações receberá
a coroa da vida, que se refere não à vida no futuro, mas à vida aqui e agora,
desfrutada com mais abundância e plenitude.
1.13 Tendo discutido a tentação na forma de provações
externas (vs. 2-12), Tiago agora encara a tentação como uma sedução para o mal.
Em muitos lugares as Escrituras revelam que, algumas vezes, DEUS permite
tentações como maneiras de testar (ver, por exemplo, Gn 22.1; Dt 8.2; 2 Cr
32.31), mas Tiago declara enfaticamente que a perfeita santidade de DEUS o
coloca além do alcance da tentação e que ele não leva ninguém a pecar.
1.14-15 Quando sua concupiscência interna deseja
responder à sedução externa, o pecado é gerado. Tiago não menciona o papel de
Satanás na tentação. Seu objetivo não é discutir a origem do pecado, mas
explicar que a sedução ao mal não vem de DEUS. Ao ressaltar a natureza interna
da tentação, Tiago não deixa desculpas para os pecadores. Satanás é, na
verdade, a fonte externa da tentação, mas ninguém pode culpá-lo pela raiz dos
atos pecaminosos, que estão no interior de cada indivíduo. Ver Mc 7.1-23.
1.17 DEUS não é responsável pelo pecado humano, ele é a
fonte de todo o bem. Em contraste aos corpos celestes vagantes que ele criou,
DEUS é imutável. Ele sempre mantém suas promessas.
1.18 O maior dom que DEUS nos deu foi a regeneração.
Através do exercício de sua vontade, ele nos gerou para uma nova vida. Seu instrumento
foi a palavra da verdade, que Paulo identifica como o "evangelho da
salvação" (Ef 1.13). 0 propósito de DEUS era apresentar os crentes como um
tipo de primícias (a primeira parte da colheita era a garantia de que viria uma
colheita ainda maior). Sendo assim, Tiago e os outros cristãos de sua geração
eram um antegozo de uma grande multidão de crentes que estavam por vir. A frase
das suas criaturas pode indicar que os crentes estão no primeiro estágio da
redenção definitiva de toda a criação, que agora está sob a maldição divina
desde o pecado original.
1:12 - O termo
bem-aventurado (makarios) também é empregado nas bemaventuranças
e nos Salmos (e.g., Salmo 1). Seu oposto é a
interjeição “ai”.
A idéia por trás do verbo
suporta (hypomeno) é de grande importância no Novo Testamento (Mateus 10:22;
24:13; Marcos 13:13; Romanos 12:12; 1 Coríntios 13:7; 2
Timóteo 2:12; etc., empregam esse verbo; Lucas 21:19; Romanos 2:7; 8:25: 2
Coríntios 6:4; Tessalonicenses 1:3; Apocalipse 3:10, e vinte e seis outras
passagens empregam o substantivo dele erivado, hypomone). Uma questão
crucial era que os crentes fossem ensinados a suportar provações, pois de outra forma a
igreja teria sido varrida em face da primeira carga da perseguição. Era virtude valorizada em certos círculos
judaicos (e.g., Testamento de Jó e Testamento de José).
Paulo emprega a idéia de suportar a provação cinco
vezes (cf. também 2 Timóteo 2:15). O adjetivo dokimos indica
aprovação humana ou divina, sendo o que Paulo desejava para si mesmo no dia do
julgamento. Paulo, à semelhança de Tiago, nunca presumiu possuir essa aprovação
final antes de haver chegado lá (e.g., Filipenses 3:12-16).
A idéia de receber a
coroa da vida no dia do julgamento final expressa-se em linguagem idêntica em
Apocalipse 2:10 e, em linguagem semelhante (“a coroa de glória”), em 1 Pedro
5:4.
A promessa aos que o amam (cf. Tiago 2:5) em nenhum
outro passo das Escrituras está explicitamente enunciada, embora seu sentido
genérico seja bastante freqüente (Êxodo 20:5-6; 1 Coríntios 2:9; Efésios 6:24).
Argumentam alguns que esse versículo cita um enunciado de JESUS não registrado,
o que é possível, mas improvável.
1:13 Quando Tiago assevera e desmascara a mentira de
Sou tentado por DEUS, enfatizando que ele a ninguém tenta, está seguindo o
judaísmo. Conquanto certas porções mais primitivas do Antigo Testamento
declarem sem sombra de dúvida que “DEUS prova” (e.g., Abraão em Gênesis 22:1 e
Davi em 2 Samuel 24:1), depois do exílio o judaísmo passou a considerar essa
idéia um tanto leviana.
Assim é que em 1 Crônicas 21:1 o diabo, e não DEUS, é
quem tenta Davi; em Jó, a prova é planejada e implementada por Satanás, embora
DEUS lhe dê permissão; e em Jubileu 17-19 é o diabo (Mastema) quem propicia e
executa a provação de Abraão. Para Tiago, DEUS é soberano, mas são outras
forças que causam o mal. Uma das razões por que Tiago trata dessa questão pode
derivar das expressões gregas da oração dominical: “Não nos deixes cair em
tentação, mas livra-nos do mal”. No grego o pedido ressoa como se DEUS pudesse
ser o agente da tentação, e como se o crente precisasse pedir livramento.
Entretanto, a forma aramaica dessa oração (e as aplicações em Lucas 22:40)
claramente demonstra que a intenção do Senhor foi esta: “Faze que não entremos
em tentação (ou na prova)”, o que combina bem com “e livra-nos do maligno”.
DEUS é quem impede o diabo de tentar o crente, e quem estabelece limites às
tentações e às provações.
DEUS não pode ser
tentado pelo mal é retradução de “DEUS é apeirastos”. O problema é
que apeirastos é palavra rara, que ocorre primeiramente em Tiago e
praticamente em parte alguma da literatura grega. A tradução preferida neste
comentário:
“DEUS não deve ser posto à prova por homens iníquos”
baseia-se no emprego dessa palavra pelos pais da igreja, pela forma da palavra
e o ensino do Antigo Testamento, que proíbe colocar DEUS sob teste. Veja também
P. H. Davids, “The Meaning of Apeirastos”, NTS 24 (1978), p. 386-91.
Quanto à tradição sobre provas e tentações, em geral,
veja B. Gerhardsson, “The
Testing of God’s Son” (A Provação do Filho de DEUS).
A TENTAÇÃO
13 Ninguém, sendo
tentado, diga: De DEUS sou tentado (não devemos supor que a tentação ao
pecado provém de DEUS; isto nunca acontece!) porque DEUS não pode ser
tentado pelo mal, e a ninguém tenta (Vontade Santa de DEUS Onipotente resiste
totalmente qualquer direção para o pecado):
14 Mas sim cada um é tentado, quando de sua própria
concupiscência é atraído, e seduzido. (A tentação a pecar recorre a um
defeito moral em nós, até nas melhores pessoas, porque ninguém é perfeito).
15 E a concupiscência, depois que
concebe (refere-se à luxúria pecaminosa) , dá à luz o
pecado (como dito, estas tentações não provêm de DEUS, mas sim dos
apetites da natureza pecaminosa do homem, o qual é resultado da Queda; a
natureza pecaminosa pode ser mantida subjugada, e tem a intenção de ser mantida
subjugada pelo Crente que alicerça sua Fé na Cruz de CRISTO, o que então dará
liberdade de ação ao ESPÍRITO SANTO para ajudar) - e o pecado, sendo
consumado, gera a morte. (Refere-se à morte espiritual, porque o pecado
separa o homem de DEUS.)
16 Meus amados Irmãos, não erreis. (Tiago diz aos Crentes, "não
sejam enganados; o pecado é a ruína de tudo o que é bom.")
Provas
Segundo o dicionário Velásquez, um teste de longo prazo
significa problema, decepção, desconforto. Tudo isso serve para nos
desencorajar na jornada de CRISTO com nossos irmãos. Quando passamos por algum
problema, quando ficamos mortificados (preocupação extrema), é o momento em que
não estamos confiando nas promessas do Senhor, mas preocupados em como resolver
nossos problemas. Isso é exatamente o que Satanás quer que façamos. A escolha é
nossa: permitimos ser dominados e controlados pelo infortúnio ou nos lembramos
das palavras de Tiago e reagimos com alegria e louvor ao Senhor. Por que sofrer
com o Senhor não é vergonha e sim a glória, o que devemos fazer com confiança,
pois no final, "somos mais que vencedores." Eu sei que isso é
difícil, mas devemos tentar fazer como a palavra diz:
Alegrem-se. Que cantemos hinos e louvores, que
glorifiquemos a DEUS. Considere o Senhor mais poderoso do que qualquer teste.
Uma vez, um detento escreveu que passou seu aniversário louvando a DEUS. Por
que não posso dedicar mais louvor ao meu DEUS que nunca me falhou? Isso poderia
ser considerado como gesto de loucura ou, ao contrário, gesto de crescimento
espiritual e confiança em DEUS.
Uma vez estávamos com um grupo de adolescentes de uma
igreja em Fort Worth, Texas, e alguns supervisores adultos estavam tentando
obter permissão para entrarem no México pela fronteira em Nuevo
Laredo. Nosso objetivo era ir para Saltillo e fazer uma campanha
evangelística. Um dos jovens que nos acompanhavam era um cubano e eles não
queriam dar a permissão para o mesmo, e com razão, pois seu único documento era um passaporte expirado. Depois
de esgotar todos os meios possíveis para nos darem a permissão, começamos a
cantar louvores a DEUS. Logo depois, o funcionário da alfândega me chamou e
permitiu que nossos jovens passassem.
Provas Visíveis
Existem testes que não são vistos, mas são por vezes,
mais difíceis do que outros. Tiago se refere a esses testes nos versos 2, 3 e
12, como doenças, dores, decepções, angústias e tristezas.
Consideremos as evidências dos leitores antigos das
cartas de Tiago:
sobre a perseguição que muitos sofreram por parte dos
líderes Judeus, o fato de terem de sair de suas casas apenas com as roupas do
corpo e viverem em lugares improvisados e com estranhos (Tiago 1:1), ou seja,
tiveram de se adaptar a uma vida de exílio. Isso foi um grande desafio à sua
fé.
Esses testes têm sido comuns ao povo de DEUS. Embora
dolorosos, eles têm servido para a formação espiritual e crescimento na
confiança em DEUS. Esses desafios existem em nosso tempo e sempre vão existir.
A cada dia, passamos por esses testes, por mudanças de valores no mundo, pela
falta de segurança em nosso país, o resultado de desastres naturais que
destroem nossos pertences e nos forçam a sair de nossos lares. Vemos isso em
todas as partes do mundo e serve como prova para cada um de nós.
Aquelas pessoas que se apresentam diante de DEUS e que
ainda não passaram por provações, quando acontecerem, isto não deve ser visto
como um castigo, mas sim como uma forma de testar o quão fortes ou fracas elas
estão na fé.
Os antigos acreditavam que as provações eram castigo
por algum pecado cometido pelos seus pais. Até certo ponto isso é correto. Uma
pessoa que abusa de álcool ou drogas recebe como castigo de seu abuso
sofrimento para si e seus familiares. Mas, em geral, a crise é para testar a
nossa fé. Não que essas crises sejam ruins, porque o seu propósito é
madurecermos, portanto não devemos nos lamentar por isso.
Por exemplo: Os ventos fortes e as chuvas em si não são
maus.
Entretanto, resultam em destruição. Algumas casas são
destruídas pelas tempestades, pois suas estruturas são fracas e, geralmente,
são construídas próximo ao leito de algum rio onde sempre há indícios de
inundação. Os testes não são ruins, mas há destruição. Lembram-se da parábola
de CRISTO sobre o homem que construiu sua casa sobre a rocha e o outro que a
construiu sobre areia? (Mt. 7: 24-27)
Alguém disse que, como resultado de
inundação, perdeu tudo que havia construído nos últimos 25 anos. O irmão disse
que agora estava reconstruindo suas casinhas que antes eram heranças, mas agora
seriam construídas sobre rocha e não sobre a areia.
O cristianismo não é uma
religião onde reina um otimismo superficial, em que se descuida das horríveis
crises da vida. O cristianismo bíblico enfrenta os problemas diários e tenta
olhar para ele de forma construtiva.
Provas Invisíveis
Tiago também foca a atenção nas tentações que levam o
homem a cometer pecados. Não é o mesmo que as ansiedades normais que sucedem a
vida diária. Têm sua natureza maligna e existem para causar transtorno ao
cristão.
Evidentemente, é preciso reconhecer que essas provas ou
tentações invisíveis têm origem satânica. Tiago mesmo disse: "Que ninguém
diga quando é tentado, estou tentado por DEUS, porque DEUS não pode ser tentado
pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (1:13)
Apesar de sabermos que DEUS testa o verdadeiro caráter
do homem, submetendo-o a vários testes (Isso aconteceu com Abraão, Gn 22:1),
não é verdade que DEUS seduza a pessoa para que peque.
Que ninguém culpe a DEUS por suas circunstâncias ou
pecados, como Adão fez. O primeiro homem jogou a culpa em DEUS por seu pecado,
dizendo: "A mulher que me deste me deu da árvore e eu comi." (Gênesis
3: 12).
A verdade é que DEUS e o mal estão eternamente em
oposição. DEUS e o pecado não podem coexistir. DEUS não é tentado pelo mal e
nem é responsável pelas nossas tentações para fazer o mal. Então, como isso
é possível? Se DEUS pudesse ser tentado pelo mal,
deixaria de ser santo, deixaria de ser DEUS.
Por exemplo: Pode uma boa pessoa seguir sendo
respeitada se soubermos que oferece drogas a crianças? Da mesma forma, como
podemos ver DEUS tão bom e amável sendo portador de pecados e os oferecendo? É
logicamente impossível que DEUS possa seduzir alguém para o pecado. Isso não é
de sua natureza. DEUS e o mal são poderes opostos.
Então, qual é a origem das tentações e das maldades?
Tiago tem a resposta: “...Cada um é tentado quando é seduzido em sua própria
concupiscência.” (1:14) A culpa do pecado não é colocada em DEUS, mas no homem
que é levado por Satanás. Não gostamos de aceitar essa responsabilidade. Muitos
dizem que seus atos imorais e criminosos são devido à má sorte ou mesmo alegam
ser a empresa ou o ambiente. Mas isso é injusto. Pecamos porque nossa natureza
é pecaminosa e CRISTO não morreu em vão.
Suponhamos que uma mãe siga com seus peixinhos. Tudo
está bem e todos parecem felizes. Mas um dos peixinhos vê um verme que deseja,
embora a mãe lhes diga para seguirem em frente sem distrações, o peixinho
pensa: por que não fugir por um segundo e engolir o verme e depois retornar ao
meu lugar na fila? Em seguida, o pequeno peixe é atraído pelo verme, que na
realidade é a isca (um gancho) e o resultado é fatal.
Da mesma maneira, tudo está bem enquanto o homem segue
a DEUS em sua salvação, sem olhar para os lados. Mas, assim que vir algo
atraente e pronto no mundo que o faça desviar de seu caminho por um momento,
será capturado. Não será a má sorte, as circunstâncias e muito menos DEUS que o
fará pecar. Tudo será resultado do que se passava em seu coração.
Como enfrentar as provas e as tentações É necessário
vivenciar os problemas resultantes das provas. Mas, apesar de tudo isso,
precisamos depender da graça de DEUS e suportar as provas com paciência e
graça. As tentações deverão ser vividas com fé e obediência.
Como conseguir a vitória? Em primeiro lugar, devemos
ser otimistas a cerca das crises, "alegria..." Alegramo-nos com a
confiança inspirada por esta promessa:
"Não veio sobre vós tentação além do que é comum
aos homens, e DEUS é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que vocês
são capazes, mas com a tentação dará também o caminho de escape, de modo que se
possa resistir a ela. "(1 Cor. 10:13).
Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu,
pode socorrer aos que são tentados. Hebreus 2:18
Uma atitude pessimista ou fatalista pode levar ao
fracasso. Levante a cabeça e os olhos para o céu na confiança de que as
promessas de DEUS não serão em vão. DEUS sempre cumpre o prometido!
Em segundo lugar, ore. Necessita de uma resposta para a
sua inquietação? Auxílio para tomar a decisão correta? Se sente confuso e
necessita de sabedoria e entendimento para raciocinar sobre as provações de
maneira correta? Aqui está o que disse Tiago: "Mas se algum de vós tem
falta de sabedoria, peça a DEUS, que a todos dá liberalmente e não censura, e
assim lhe será dado" (1:5).
Quando oramos, devemos fazê-lo com a confiança de que
receberemos uma resposta. Crer que DEUS pode nos auxiliar na carga e nos manter
no caminho certo. Outra vez, em Tiago, a palavra correta:
"Mas peça com fé, sem duvidar, pois aquele que
duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento, partindo de
um lado para o outro. Não pense que você receberá do Senhor alguma coisa, sendo
um homem de coração duvidoso, inconstante em todos os seus caminhos."
(1:6-8)
Em terceiro lugar, devemos resistir às tentações de
cometer pecados, recordando o resultado do pecado: "Então, quando o
desejo, tendo concebido, dá à luz ao pecado, e quando o pecado é consumado,
produz a morte”. (Tiago 1:15) Não há futuro no pecado. O pecado leva a pessoa à
morte espiritual. Se resistirmos, o mal não se afastará de nós e, não estamos
sozinhos, o ESPÍRITO de DEUS vem para o resgate. "Portanto, se submeta a
DEUS. Resista ao diabo e ele fugirá de vós ” (Tiago 4:7).
A recompensa dos que alcançam a vitória
Podemos nos convencer de que o maior incentivo que
podemos ter para enfrentar as provações e tentações é a bênção da recompensa
prometida para quem resistir e vencer. Primeiro há a maturidade espiritual.
Tiago nos garante que: "Sabendo que a prova da vossa fé opera na
paciência, e a paciência tem sua obra perfeita, para que sejam completos, não
tendo falta em coisa alguma” (1:3-4).
Você não pode crescer espiritualmente do dia para a
noite. Nós, batizados, amadurecemos na fé vivendo o dia a dia. O crescimento
vem gradualmente para "testar a nossa fé." Então, precisamos ter
muita paciência.
Em segundo lugar, as pessoas que resistem às provações
e tentações, receberão a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam
(Tiago 1:12). A vida que Tiago menciona é totalmente oposta à morte que segue o
pecado. Esta é a vida eterna na presença de DEUS e os esplendores do céu.
Então, todos nós podemos participar quando o apóstolo Paulo disse: "Eu
considero que as aflições deste tempo presente não são comparáveis à glória que
será revelada" (Rm 8:18).
Conclusão
Todos têm problemas e passam por provações. Mas, se
olharmos, à luz deste estudo, veremos os problemas de forma diferente. Os
testes não podem mais destruir a nossa fé, mas nos tornar mais fortes e nos
aproximar de DEUS.
Qual é a essência da vida cristã? Não é um breve
momento de entusiasmo religioso que move uma pessoa para fora deste mundo,
deixando-a alheia a tudo. É o desenvolvimento de uma fé obediente, realista e
prática, cuja única alternativa é tomar sua cruz e seguir a CRISTO,
diariamente. É também glorificamos na graça de DEUS, que se manifesta a cada
hora, e de problema em problema na vida diária.
Provas são testes enviados por DEUS, e tentações são
armadilhas enviadas por Satanás.
DEUS é absolutamente santo para ser tentado e ELE é
absolutamente amoroso para tentar.
A prova é para nos santificar e a tentação é para nos
derrubar.
O sofrimento por CRISTO
nos dá a oportunidade de mostrarmos a nossa fé e amor por Ele - O problema é:
Você está sofrendo por CRISTO?, Por causa do evangelho?, Está sendo perseguido
por causa de sua postura cristã diante dessa sociedade corrompida e maligna?
Existe o sofrer por CRISTO e o sofrer por causa de más
escolhas nossas, existe o sofrer por enfermidades ocasionadas por causa da
pregação do evangelho e enfermidades adquiridas por causa de má alimentação ou
de noites na TV ou na internet. Qual é o seu sofrer? Qual é o sua tentação?
Qual é a sua provação?
Perguntas para meditação
e revisão:
1.O que vem à mente quando você pensa na palavra
"tentação"?
2. Como as pessoas costumam reagir aos seus problemas?
3. Qual o propósito dos testes?
4. Quando DEUS permitiu que José fosse para o Egito e
passasse por duras provas, ele queria destruir ou desenvolver sua fé?
5. Há recompensa para aqueles que sobrevivem ao teste?
Qual?
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
- Vários livros
REVISTA ENSINADOR
"Não nos deixes cair em tentação." Foi a
oração de JESUS ensinada aos discípulos. No tempo da provação, angústia,
tristeza e sofrimento são realidades presentes na vida do discípulo de CRISTO.
Infelizmente, e em nome de uma teologia, muitos desejam descartar da vida esta
realidade humana e não dá ao seguidor do caminho o direito de sofrer. Não é
isto que a Palavra de DEUS nos ensina! Pelo contrário, o sofrimento por CRISTO
nos dá a oportunidade de mostrarmos a nossa fé e amor por Ele, como os mártires
que não retrocederam na convicção do Evangelho.
A lição desta semana tem um penoso objetivo: o de
resgatar a doutrina bíblica do sofrimento por CRISTO. Esta, por vezes, tem sido
esquecida pela Igreja Evangélica. Quando falamos de sofrimento, algumas pessoas
nos perguntam: "Mas por que o crente deveria sofrer?"; "Devemos
ensinar a teologia da miséria?" etc. Tais perguntas são descabidas, pois
não escolhemos sofrer por JESUS, é Este quem nos escolhe. Por consequência, ao
vivermos para CRISTO precisamos estar dispostos a também sofrermos por Ele.
Note as palavras do Meigo Nazareno: "E dizia a todos: Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque
qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de
mim, perder a sua vida a salvará. Porque que aproveita ao homem granjear o
mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?" (Lc 9.23-25).
As expressões "negue-se a si mesmo",
"tome cada dia a sua cruz" e "siga-me" significam o convite
para peregrinarmos o caminho da execução do nosso eu. Este é o caminho da Cruz
de CRISTO! Há, porventura, coisa mais difícil do que negar a nós mesmos?
Esmagar a nossa vontade para fazer a do outro? A expressão "cada dia"
revela-nos que o caminho da cruz deve ser feito por nós, diariamente,
crucificando assim o "eu". O teólogo French L. Arrington amplia este conceito:
"Tomar a cruz significa uma resolução diária em negar a si mesmo por causa
do Evangelho. [...] Não é questão momentânea, mas um modo de vida. Os cristãos
nunca devem deixar de carregar a cruz" (Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento, CPAD, p.374).
O Evangelho não deixa outra escolha: o nosso caminho é
o do sofrimento por CRISTO. O ensino de Tiago sobre o sofrimento está em pleno
acordo com o Evangelho de CRISTO.
PARTES DO COMENTÁRIO DO LIVRO DO TRIMESTRE:
O propósito da tentação
Por estar escrevendo “às doze tribos que andam
dispersas” (Tg 1.1), isto é, provavelmente aos cristãos judeus que se
encontravam espalhados entre as nações devido à primeira onda de perseguição ao
Cristianismo no início da Igreja Primitiva (At 8.1; 11.19) - provação.
Entenderem corretamente o propósito das aflições pelas
quais estavam passando bem como o posicionamento que deveriam ter diante dessas
terríveis intempéries.
Declara Tiago: “Meus irmãos, tende grande gozo quando
cairdes em várias tentações” (Tg 1.2). Só esse versículo já seria suficiente
para jogar por terra, por exemplo, todos os pressupostos da Teologia da
Prosperidade e da Confissão Positiva.
Peirasmos significa literalmente “prova”, “provação” ou
“teste” ou “tentações” - as traduções estão corretas, uma vez que Peirasmos é
utilizado nessa passagem em alusão às aflições decorrentes de perseguições
sofridas pelos crentes por causa da sua fé (Tg 1.3) e tais adversidades são
também tentações, porque elas testam a fidelidade dos cristãos a seu Senhor.
Aquele que ama e serve ao Senhor, passa, sim, por
dificuldades. Por causa da sua fé, estão passando por “várias provações” - No
mundo teremos aflições (Jo 16.33) - Salmos 34.19 - o “justo” sofre “muitas
aflições”.
Tiago deixa claro que devemos reagir a elas com alegria
e não com desolação. Qualquer pessoa que reage com desânimo completo diante das
provações está se rendendo a elas e, portanto, já está derrotado; logo, se
queremos vencê-las, temos que enfrentá-las com disposição de ânimo, não com
abatimento de alma.
Sim, os cristãos podem
ter “grande alegria” em meio às aflições. O propósito das provações leva o crente a ver as suas adversidades
como oportunidades para seu crescimento, amadurecimento e fortalecimento
espirituais.
Tiago diz que o cristão
tem “grande gozo” quando se vê mergulhado em “várias provações” porque ele sabe
(“sabendo”, v.3) “que a prova da vossa fé produz a paciência” (v.3). O
resultado da provação é a paciência ou a perseverança. São nas provações que aprendemos
a perseverança, que é a capacidade de mantermo-nos firmes mesmo quando tudo
está dando errado, mesmo quando tudo parece estar conspirando contra nós. Não
se engane: ninguém aprende a perseverar, ninguém cresce e amadurece na fé, sem
passar por provações. São as provações que aperfeiçoam a fé e o caráter
cristãos.
Como assevera o apóstolo Pedro: “agora importa, sendo
necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações
[Peirasmos], para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa que o ouro que
perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação
de JESUS CRISTO” (1 Pe 1.6,7).
A IMPORTÂNCIA DE NÃO ESMORECER NAS PROVAÇÕES E DA
SABEDORIA PARA O COMPLETO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
“Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para
que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma”. “A obra da
perseverança deve ser completada em suas vidas para que vocês sejam realmente
aperfeiçoados, maduros, fortalecidos na fé”. Isto é, não basta entender o
propósito das provações; é preciso enfrentar até o fim esse processo, não parar
no meio do caminho, para finalmente se chegar ao resultado desejado.
Eles devem também, caso
sintam necessidade, pedir sabedoria a DEUS. Se “a paciência” tiver “a sua obra
completa” em suas vidas e, mesmo assim, eles sentirem que ainda lhes falta
alguma coisa, que não têm ainda toda a sabedoria almejada, devem, então, pedi-la
a DEUS: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a DEUS, que a todos
dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser-lhe-á dada” (v.5).
O apóstolo Tiago está afirmando nesses versículos
é, em síntese, que o cristão deve aceitar as ordens da providência divina com
gratidão.
A ORIGEM DAS TENTAÇÕES
Ele declara que elas não provêm de DEUS (v. 13) e
também não faz nenhuma referência a elas procederem diretamente do Diabo ou do
mundo. O apóstolo assevera que a tentação tem a sua origem, na verdade, no
próprio ser humano, em sua natureza pecaminosa (w. 14,15). Ou seja, o mundo e o
Diabo são apenas agentes indutores externos da tentação - “cada um é tentado
quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (v. 14) - É
importante frisar ainda que ser tentado não é pecado; pecado é ceder à tentação.
O prêmio eterno para quem sofre e vence as tentações
O prêmio eterno do cristão que sofre e vence as
provações já está garantido: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação;
porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem
prometido aos que O amam” (Tg 1.12). Aleluia! Está é a razão pela qual o
cristão pode transformar suas provações em grandes alegrias: ele sabe que maior
é o galardão daquele que, mesmo sendo muito provado, permanece firme em sua fé.
“... se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso
é agradável a DEUS. Porque para isto sois chamados, pois também CRISTO padeceu
por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (I Pe
2.20,21).
Severino Pedro Da Silva. Epistola aos
Hebreus coisas novas e grandes que DEUS preparou para você. Editora
CPAD. pag. 86-87.
Hb 5.8 A obediência que
aprendeu (5.8). Por aquilo que padeceu Ele aprendeu a obediência. No entanto,
nosso Senhor nunca havia sido desobediente, nem teve nenhum tipo de inclinação
para isso. Como então poderia aprender obediência? Somente no sentido de que a
obediência que causa tremenda angústia assume uma nova dimensão. Em relação a
JESUS, o amor pelo Pai era tamanho que a obediência sempre tinha sido um prazer. Nunca houve
qualquer hesitação ou o sentimento de um preço doloroso. Mas aqui se exigia uma
obediência num aspecto que tocava o próprio relacionamento do Pai com o Filho,
uma exigência que na sua essência não podia ser um prazer, mas um castigo.
Quando a obediência é fácil precisa estar sob suspeita. Talvez não passe de um
egoísmo disfarçado ou simplesmente uma política de conveniência. Mas quando a
obediência custa um coração quebrantado é porque a lição foi aprendida e a sua
genuinidade autenticada.
O nosso Senhor teve de
aprender este aspecto pela experiência pessoal, bebendo o copo até a última
gota, ainda que era Filho. Se o Filho quisesse tornar-se o sumo sacerdote
salvador, adequado para todas as necessidades dos homens, precisava ir até o
fim e ser aprovado em todos os sentidos. Somente um sumo sacerdote
completamente submisso a DEUS poderia representar DEUS perante o homem e o
homem perante DEUS. A dignidade da pessoa de CRISTO como Filho não poderia
isentá-lo da humilhação do sofrimento, se ele fosse cumprir seu chamado como
servo sofredor de DEUS (Is 53). A perfeição da obediência e a extremidade do
sofrimento implicada neste versículo tenderia a apoiar a exposição do versículo
7 de que sua oração não foi “ouvida” no sentido de que ele não foi isentado de
tomar o “copo”.
Gramaticalmente, tudo até aqui nos versículos 7,8 está
subordinado ao sujeito principal e ao predicado aprendeu a obediência. O
sentido, portanto, é que, apesar do “grande clamor e lágrimas” do nosso Senhor,
e apesar do fato de que o Pai os viu e ouviu, e apesar do fato de JESUS ser o
Filho, era necessário que sofresse para aprender pela experiência a plena
inteireza da obediência.
Richard S. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Hebreus. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 53-54.
Mt 5.10 Os que sofrem
perseguições por causa da justiça são bem-aventurados. Este é o maior paradoxo
de todos, e é peculiar ao cristianismo. Consequentemente, é deixado para o
final, e é mais reforçado do que qualquer um dos outros (w. 10-12). Esta bem-aventurança,
como o sonho de Faraó, é dupla, porque é dificilmente reconhecida, e ainda
assim, ela é garantida; e na última parte, há a mudança do sujeito:
“Bem-aventurados sois vós”, meus discípulos e seguidores. Em outras palavras:
“E com isto que vocês, que têm virtudes abundantes, devem estar mais
imediatamente preocupados; pois vocês devem contar com as dificuldades e os
problemas, mais do que outros homens”. Observe aqui:
1. A descrição do caso dos santos sofredores; este é um
caso difícil, que desperta a compaixão. (1) Eles são perseguidos, caçados, e
capturados, como os animais nocivos, que são procurados para serem destruídos;
como se um cristão tivesse uma cabeça de lobo, como um malfeitor - qualquer
pessoa que o encontre pode matá-lo. Eles são abandonados como os dejetos de
todas as coisas; multados, aprisionados, expulsos, privados de suas
propriedades, excluídos de todos os lugares de confiança e que podem trazer lucro,
espancados, atormentados, torturados, sempre entregues à morte e considerados
como ovelhas para o matadouro. Este tem sido o efeito da inimizade da semente
da serpente contra a semente sagrada, desde os tempos do justo Abel. Era assim
na época do Antigo Testamento, como vemos em Hebreus 11.35ss. CRISTO nos disse
que seria assim também com a igreja cristã, e não devemos pensar que isto é
estranho (1 Jo 3.13).
Ele nos deixou um exemplo.
(2) Eles são injuriados, e têm todos os tipos de
maldades falsamente ditas contra si. Apelidos e palavras de acusação se ligam a
eles, sobre pessoas, em particular, e sobre a geração dos justos, de maneira
geral, para fazê-los odiados; algumas vezes, para fazê-los formidáveis, para
que possam ser atacados poderosamente; diz-se contra eles coisas que não sabiam
(SI 35.11; Jr 20.18; At 17.6,7). Aqueles que não tinham poder em suas mãos para
causar algum outro prejuízo, ainda podiam fazer isto. E aqueles que tinham
poder para persegui-los, também achavam necessário fazê-lo para se justificarem
da forma bárbara como os tratavam. Eles não podiam tê-los importunado, se não
os tivessem vestido em peles de lobos; nem teriam lhes dado o pior dos
tratamentos, se não os tivessem representado, primeiramente, como os piores
dentre os homens. Eles serão injuriados e perseguidos. Observe que injuriar os
santos é persegui-los, e isto será descoberto em breve, quando as palavras
duras forem computadas (Jd 15), como também os cruéis escárnios (Hb 11.36).
Eles dirão todo tipo de maldade contra vocês, com falsidade; algumas vezes,
diante do trono do julgamento, como testemunhas; algumas vezes, no assento do
escarnecedor, com zombarias hipócritas nas festas; eles são a canção dos
bêbados. Algumas vezes diretos, como Simei amaldiçoou Davi; algumas vezes,
pelas costas, como fizeram os inimigos de Jeremias. Observe que não há maldade
tão negra e horrível que, em uma ocasião ou em outra, não tenha sido dita, em
falsidade, sobre os discípulos e seguidores de CRISTO. (3) “Por causa da
justiça” (v. 10); “por minha causa” (v. 11). Por causa da justiça, portanto por
causa de CRISTO, pois Ele está muito interessado na obra da justiça. Os
inimigos da justiça são inimigos de CRISTO; Isto exclui da bem-aventurança
aqueles que sofrem justamente, e têm maldades ditas com verdade pelos seus
crimes reais; que eles se envergonhem e se confundam, isto é parte da sua
punição. Não é o sofrimento que faz o mártir, mas a causa. Os mártires são
aqueles que sofrem por causa da justiça, que sofrem por não pecarem contra suas
próprias consciências, e que sofrem por fazer o que é bom. Qualquer que seja a
desculpa que os perseguidores tenham, é no poder da santidade que eles têm um
inimigo; é realmente CRISTO e a sua justiça que são difamados, odiados e
perseguidos. “As afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim” (SI 69.9; Rm
8.36).
2. O consolo dos santos sofredores é apresentado.
(1) Eles são “bem-aventurados”; pois agora, na sua
vida, recebem males (Lc 16,25), e os recebem em grande medida. Eles são
bem-aventurados, pois é uma honra para eles (At 5.41); é uma oportunidade de
glorificar a CRISTO, de fazer o bem e de sentir consolo especial e visitas de
graça e sinais da presença do Senhor (2 Co 1.5; Dn 3.25; Rm 8.29).
(2) Eles serão recompensados; “deles é o reino dos
céus”. Na atualidade, eles têm direito a ele, e têm doces antecipações dele; e
em breve tomarão posse dele. Embora não haja nada nestes sofrimentos que possa,
a rigor, ser digno de DEUS (pois os pecados do melhor merecem o pior), ainda
assim o reino dos céus é aqui prometido como recompensa (v. 12). “Grande é o
vosso galardão nos céus” . Tão grande, a ponto de transcender o serviço. Está
no céu, no futuro e fora do alcance da vista; mas está bem guardado, fora do
alcance do acaso, da fraude, e da violência. Observe DEUS irá cuidar daqueles
que perdem por Ele, ainda que seja a própria vida, para que não o percam no
final. O céu, no final, será uma recompensa abundante por todas as dificuldades
que enfrentamos no nosso caminho. Isto é o que tem sustentado os santos
sofredores de todas as épocas, esta alegria que está diante deles.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo
Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 47-48.
I – O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,
12).
1. O que é tentação.
I. Definição
1. Massah,
"teste". "provação". Palavra hebraica usada por cinco vezes. Deu. 4:34; 7:19;
29:3;, SaL 95:8; Jó 9:23.
2. Peirasmôs,
"teste", "prova". Palavra grega usada por vinte vezes: Mal.
6:13; 26:41; Mar. 14:38; Luc. 4:13; 8:13; 11:4; 22:28,40,46; Atos 20:19; 1 Cor.
10:13; Gál. 4:14; 1 Tim. 6:9; Heb. 18; Tia. 1:2,12; 1 Ped. 1:6; 11 Ped. 2:9 e
Apo.3:10.
3. Peirázo, ''testar'', "submeter à prova".
Vocábulo grego que ocorre por trinta e seis vezes: Mal. 4:1,3; 16:1; 19:3;
22:18,35; Mar. 1:13; 8:11; 10:2; 12:15; Luc. 4:2; 11:16; João 6:6; 8:6; Atos
5:9; 9:26; 15:10; 16:7; 24:6; 1 Cor. 7:5; 10:9,13; 11 Cor. 115; GáI. 6:1; 1
Tes. 3:5; Heb. 2:18; 3:9 (citando Sal. 95:9); 4:15; 11:17,37; Tia. 1:13,14;
Apo. 12,10; 3:10.
No original grego, tentação é "peirasmos",
que significa "teste", "provação", "tentação para a
prática do mal".
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia
Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 350-351.
TENTAR, TENTAÇÃO Os termos heb. e gr. para
"tentar" (heb. massa, gr. peirazo, ekpei-razo) e "tentação"
(heb. nasa, gr. peirasmos) podem, às vezes, ter o significado de "induzir
ao pecado", que tão fortemente colore nossas palavras em português
"tentar" e "tentação". Mas seu principal e predominante
significado é o de "testar o valor e o caráter de homens" e, às
vezes, os de DEUS. Nesse sentido, os cristãos devem se examinar para se
certificarem de que suas palavras e ações evidenciam que eles são crentes genuínos
(2 Co 13.5; cf. 2 Pe 1.10).
Semelhantemente, DEUS testa, no AT, a veracidade da
confiança que seu povo tem nele, como no caso de Abraão (Gn 22.1), Israel (Êx
15.25; 16.4), a tribo de Levi (Dt 33.8), Ezequias (2 Cr 32.31) e o salmista (SI
26.2). O NT diz que DEUS (ou CRISTO) provou a fé de Filipe (Jo 6.6) e de Abraão
(Hb 11.17; cf. Gn 22.1).
Na sua providência, DEUS usa os eventos da vida
cotidiana para testar a professada fé e o caráter dos cristãos. O teste pode
resultar em severos tormentos, tanto físicos quanto espirituais (Hb 11.37; 1 Pe
4.12). DEUS usou severos fenómenos naturais (Êx 20.18-20), as dificuldades das
peregrinações pelo deserto (Dt 8.2), e a opressão das tribos cananéi-as para
testar Israel (Jz 2.21,22). Aos cristãos não é prometida a ausência de provas,
mas a força necessária para suportá-las (1 Co 10.13; 2 Pe 2.9; cf. 1 Pe 4.1,12-16).
O próprio CRISTO, ao se tornar humano, passou por toda sorte de testes mentais
e físicos (Hb 2.18; 4.15).
Crê-se que até mesmo coisas são testadas ou provadas,
como por exemplo uma espada (1 Sm 17.38), uma reputação (1 Rs 10.1; 2 Cr 9.1) e
convicções (Dn 1.12,14). Tanto a palavra heb. quanto a gr., às vezes, têm o
significado de tentar fazer algo. Em uma pergunta retórica, DEUS questiona:
"...ou se um deus intentou ir tomar para si um povo..." (Dt 4.34). Os
homens tentam se comunicar (Jó 4.2) ou se juntar a outros (At 9.26). Os termos
gregos e hebraicos traduzidos como "tentar" e "tentação"
também aparecem no mau sentido de "induzir ao pecado". O Diabo é
acusado de ser o instigador de tais provas (Mt 4.3; 1 Ts 3.5,6). Até mesmo na
vida dos cristãos ele exerce grande pressão para o pecado
(1 Co 7.5; 1 Ts 3.5; Ap 2.10). Sucumbir a tais
tentações pode demonstrar que a profissão do cristão não é sincera (Lc 8.13). A
tentação para pecar frequentemente se origina de pensamentos malignos e da
concupiscência (Tg 1.14); provocações às quais um forte desejo por riquezas bem
pode se juntar (1 Tm 6.9). Contudo, a tentação para pecar nunca vem de DEUS (Tg
1.13). O cristão deve orar por libertação de todas essas tentações (Mt 6.13; Lc
11.4). A tentação, no mau sentido, também pode tomar a forma de testar o outro
na esperança de expor seus pontos fracos, e usá-los contra a própria pessoa. Os
inimigos de CRISTO frequentemente tentaram empregar essa tática contra Ele (cf.
Mt 16.1; 19.3; 22.35; Lc 20.23).
Algumas vezes a Bíblia fala de homens testando ou
tentando a DEUS. Por exemplo, Israel tentou a DEUS no deserto (Êx 17.2,7; Nm
14.22; SI 95.8,9; 1 Co 10.9), e os fariseus e saduceus tentaram a JESUS (Mt
16.1; Mc 8.11; 10.2). Além disso, os cristãos professos podem tentar a DEUS.
Ananias e Safira o fizeram ao mentir (At 5.9). Cristãos judeus o fizeram,
trazendo empecilhos aos crentes gentios (At 15.10). Paulo advertiu os coríntios
a respeito da incredulidade, da idolatria, do modo de vida ímpio, da atitude de
tentar a CRISTO e da murmuração (1 Co 10.7-10; cf. Nm 21.4-9).
Quando confrontado pelas tentações, o cristão tira o
encorajamento necessário do conhecimento de que ele não os enfrenta sozinho.
DEUS já removeu o crente do domínio de Satanás e o colocou em seu próprio reino
e família (Cl 1.12,13). As tentações que Satanás traz estão sempre dentro dos
limites permitidos por DEUS (Jó 1.8-12; 2.3-6). Além disso, o cristão tem o
exemplo da vitória de CRISTO sobre o pecado (Hb 4.15) e a promessa da sua ajuda
(Hb 2.18). Mesmo quando o cristão sucumbe à tentação e ao pecado, ele ainda tem
a promessa de perdão disponível através da contínua, eficaz e redentora graça
de CRISTO (Hb 4.14-16; 1 Jo 2.1).
A recompensa dos cristãos por sua fiel resistência a
todos os tipos de tentação é a coroa de vida (Ap 2.10).
Os exemplos mais conhecidos de tentação nas Escrituras
são a indução de Adão e Eva ao pecado no jardim do Éden por Satanás (Gn 3.1-7;
1 Tm 2.13,14) e a tentação de CRISTO no deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12,13; Lc
4.1-13).
Comparando-se essas tentações, nota-se que Eva (em
comum acordo com Adão) sucumbiu à tentação por dar atenção excessiva aos
desejos físicos (por exemplo, a comida) e às posses materiais dessa vida (o
belo fruto que ela desejava), e por se entregar a um orgulho precipitado
(supunha-se que o fruto traria sabedoria). Se por um lado CRISTO, o segundo
Adão (Rm 5.12-21; 1 Co 15.22) sentiu todo o peso do teste, por outro Ele
superou completamente a tentação em cada uma dessas áreas (por exemplo, a
tentação de transformar pedras em pães; de desejar obter para si os reinos do
mundo; e, com um orgulho presunçoso, se atirar do Templo). Por ter
experimentado e triunfado sobre essas e outras tentações, o Senhor JESUS CRISTO
é capaz de se compadecer e ajudar seu povo nas tentações que enfrenta.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário
Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1908-1909.
Hb 4.14 JESUS é um grande Sumo Sacerdote, melhor que
todos os sumos sacerdotes de Israel. Aqui estão as razões:
• Os sumos sacerdotes eram humanos e pecadores. JESUS
intercede a DEUS pelas pessoas como o Filho de DEUS, que não tem pecado, o qual
é, ao mesmo tempo, humano e divino.
Hb 4.15 Pelo fato de JESUS, o nosso Sumo Sacerdote,
ter-se tornado como nós. Ele experimentou a vida humana de uma forma completa.
Ele cansou-se, teve fome, e enfrentou as limitações humanas normais. Dessa
forma.
JESUS entende as nossas fraquezas. Não apenas isso, mas
Ele também em tudo foi tentado, mas sem pecado. JESUS, em sua humanidade,
sentiu a luta e a realidade da tentação. O texto em Mateus 4.1-11 descreve uma
série específica de tentações do Diabo, mas JESUS provavelmente enfrentou
tentações ao longo de toda a sua vida terrena, assim como nós as enfrentamos
(veja 1 Jo 2.16).
Hb 4.16 “Graça” significa favor imerecido. A nossa
capacidade de nos aproximarmos de DEUS não vem de nenhum mérito próprio que
tenhamos, mas depende inteiramente dele. DEUS promete ajudar-nos no momento
certo — no tempo dele. Isto não significa que DEUS promete resolver todas as
necessidades no exato momento em que o buscarmos. Tampouco significa que DEUS
apagará as consequências naturais de qualquer pecado que foi cometido.
Significa, porém, que DEUS ouve, cuida, e responderá do seu modo perfeito, em seu
tempo perfeito.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 599-600.
Hb 4.15 Porque não temos um sumo sacerdote que não
possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas sem pecado.
No versículo 18 do capítulo 2 desta epístola está
escrito: “Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer
aos que são tentados”. Aprendemos destes textos e de outros similares das
Escrituras que a tentação em si mesma não é pecado. Ela pode induzir alguém ao
pecado, se houver espaço e lugar para tal procedimento. Quando JESUS esteve
aqui entre os homens, Ele “em tudo foi tentado”, isto é, Ele passou a ser alvo
das “mesmas paixões que nós”. Contudo, Ele nunca cedeu a uma só dessas paixões,
nem por pensamento e nem por atos, por cuja razão o escritor sagrado conclui
dizendo: "... [Ele] em tudo foi tentado, mas sem pecado”. A tentação
sempre visa destruir a fé daquele que se encontra em paz com DEUS. Ela vem à
pessoa humana por várias vias de acesso que conduzem ao coração, sendo a
“concupiscência” o veículo transmissor da sedução, que vem em primeiro lugar, e
quando cedida pode conduzir à morte (cf. Tg 1.14,15).
Severino Pedro Da Silva. Epistola aos
Hebreus coisas novas e grandes que DEUS preparou para você. Editora
CPAD. pag. 78.
Mas sem pecado. Embora seja perfeitamente verdadeiro
que JESUS não enfrentou a tentação com a desvantagem do pecado original, esta
não é a ideia aqui. O que o autor de Hebreus ressalta neste texto é que JESUS
não cedeu uma única vez à tentação. Ele foi perfeitamente triunfante. Se não
fosse tentado como nós, não poderia compreender os nossos sentimentos em nossas
muitas tentações; por outro lado, se não tivesse sido perfeitamente vitorioso,
não poderia ajudar-nos, mas necessitaria Ele próprio de ajuda.
Richard S. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Hebreus. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 48-49.
«...DEUS é fiel...» E
isso pelas razões expostas em seguida —ele exerce controle sobre todas as
tentações que sobrevêm ao crente em sua vida, ele permite somente aquelas
tentações que podem ser toleradas, sem importar se essas assumem a forma de
testes, de sofrimentos, de perseguições ou de incitações para a prática do mal.
Além disso, DEUS provê sempre um meio de escape, quando somos assediados pelas
tentações, desviando aquelas outras que, de modo algum, poderíamos suportar.
Sim, DEUS é «...fiel...» no sentido de «digno de confiança», como alguém em
quem se pode confiar, no que diz respeito a essa questão das tentações.
Por Que Ê Importante Resistir a Tentação?
1. A tentação, se não for dominada, destrói a fibra
moral.
2. Há uma bem-aventurança especial pronunciada em prol
daqueles que resistirem às tentações, a saber, a «coroa da vida», e isso por
promessa de DEUS (ver Tia. 1:12).
3. Isso significa que a santificação conduz à glória, o
que é um tema ensinado em vários lugares do N.T. (Ver Mat. 5:48 e II Tes.
2:13).
4. Os testes, por si mesmos, podem ser forças que nos
ajudem em nosso desenvolvimento espiritual; isso é explicado abundantemente em
Atos 14:22.
«Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a
provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual
o Senhor prometeu aos que o amam» (Tia. 1:12).
«...juntamente com a tentação...» No original grego
temos «...o livramento...», com o artigo definido, o que certamente indica «o
meio de escape». Mui provavelmente isso quer dizer que no caso de cada
tentação, manifestar-se-á alguma maneira pela qual podemos escapar ao mal,
algum meio que nos capacite a suportar a dor e a tristeza.
«É uma demonstração de covardia cedermos à tentação,
bem como um voto de desconfiança a DEUS». (Robertson, in loc.).
A parte seguinte do presente versículo deixa entendido
que o «escape» só aparece através da resistência e da persistência do crente.
«...de sorte que a possais suportar...» Notemos que não
nos é dado o «escape» por meio da ausência de toda a tentação; nem nos é
outorgado o «escape» porque logo somos livres da tribulação. Antes, esse
«escape» nos é proporcionado ‘porque’ temos podido resistir e chegar ao
triunfo. Somente essa forma de escape e de disciplina é que pode produzir
qualquer crescimento cristão substancial.
«Com frequência, o único ‘escape’ se verifica através
da ‘resistência’. Ver Tia. 1:12». (Vincent, in loc.).
«Veja uma porta aberta
para sua saída; e o homem continuará lutando, levando a sua carga. A palavra
grega ‘ekbasis’ (escape) significa ‘saída’, escape para longe da luta. Logo em
seguida aparece ‘upenegkein’ (sustentar debaixo de algo), em que esta última
ação é possibilitada pela esperança relativa àquela primeira. Quão diferente é
tudo isso da consolação estoica dos suicidas: ‘A porta continua aberta’! No
caso desta epístola aos Coríntios, a ideia de ‘tentação’ deve incluir tanto as
atrações em direção à idolatria como as perseguições que o abandono da idolatria envolve». (Findlay, in
loc.).
«Neste versículo
encontramos talvez a exposição mais pratica, e, portanto, mais clara, que se pode
achar acerca da doutrina do livre-arbítrio humano, em relação ao poder
governador de DEUS. DEUS abre a estrada, mas o próprio homem deve ‘caminhar’
por ela. DEUS controla as circunstâncias; mas o homem se utiliza delas. É nesse ponto que
jaz a sua responsabilidade como homem». (John
Short, in loc).
«.. .A providencia de
DEUS abre um caminho em meio a teia. DEUS sempre abre uma brecha nessa fortaleza
doutra maneira inexpugnável. No caso de alguma alma reta entrar em dificuldades e apertos, podemos
descansar certos de que haverá um ‘meio de
escape’, tal como houve uma ‘entrada’; e também que o teste jamais
ultrapassará as forças que DEUS dá a cada qual, para que possa suportar à prova».
(Adam Clarke, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 4. pag. 154-155.
2. Fortalecimento após a tentação (v.2).
Tg 1.2 “Por várias provações”: momentos altos e baixos,
a aflição na vida pessoal e na vida dos semelhantes, as dificuldades econômicas
e profissionais, aflições específicas que atingem os cristãos: as pessoas em
torno deles os ridicularizam, deixam de lado, observam com a finalidade de
poder criticar. Naquele tempo os judeus, com os quais, afinal, tinham tanto em
comum, hostilizavam os cristãos.
“Entrardes”: entra-se em tais provações como em uma
tempestade repentina.
É verdade que a Bíblia nos diz que não precisamos
ocultar quando também estamos tristes em diversos tormentos (1Pe 1.6). Sim, ela
nos diz que o próprio JESUS esteve triste quando atribulado (Mt 26.38; Hb 5.7).
Mas Tiago escreve: a rigor, deveis e podeis vos alegrar com vossas tribulações.
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago.
Editora Evangélica Esperança.
Tg 1.2 Como pode alguém ter grande gozo ao passar por
tentações ou provações? Esta é uma recomendação admirável – devemos decidir
ficar alegres em situações em que a alegria seria, naturalmente, a nossa última
reação. Quando determinadas circunstâncias nos irritam e nós queremos culpar o
Senhor, Tiago nos dirige para a alternativa mais saudável - a alegria. Aqueles
que confiam em DEUS devem exibir uma resposta positiva e radicalmente diferente
diante dos eventos difíceis da vida.
A nossa atitude deve ser de alegria genuína. Não é uma
alegre previsão antes das provações. Ao contrário, é a alegria durante as
provações.
A alegria baseia-se na confiança no resultado da
provação. É a percepção surpreendente de que as provações representam a
possibilidade de crescimento. Por outro lado, muitas pessoas ficam felizes
quando escapam às dificuldades.
Mas Tiago nos incentiva a sentirmos alegria pura mesmo
diante das dificuldades. Tiago não está incentivando os crentes a fingirem
estar felizes. Alegrar-se vai além da felicidade.
A felicidade concentra-se em circunstâncias terrenas e
no quanto as coisas vão bem por aqui. O gozo concentra-se em DEUS e na sua
presença em nossas experiências.
A palavra “quando” não deixa muito espaço para a
dúvida. Somos encorajados a nos sentir alegres quando passarmos por todos os
tipos de aflições, e não se as enfrentarmos.
Provações, problemas, situações adversas podem roubar a
nossa alegria se não adotarmos a atitude correta. De onde vem este problema? Os
problemas e as tentações que enfrentamos podem ser dificuldades que vêm de fora
ou tentações que vêm de dentro. Um problema pode ser uma situação difícil que
põe à prova a fé de uma pessoa, como uma perseguição, uma decisão moral
difícil, ou uma tragédia. O caminho da vida está cheio de tais provações.
Suportar a provação não é suficiente. O objetivo de
DEUS ao permitir que ocorra este processo é desenvolver a maturidade completa
em nós.
Considerar que os seus problemas podem ser motivo de
alegria vem da atitude de ver a vida tendo em mente a perspectiva de DEUS.
Podemos não ser capazes de compreender as razões
específicas para DEUS permitir que determinadas experiências nos esmaguem e
esgotem, mas podemos estar confiantes de que o seu plano é para o nosso bem. O
que pode parecer desanimador ou impossível para nós nunca parece da mesma
maneira para DEUS!
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 662-663.
I Ped 1.7 Embora DEUS possa ter diferentes objetivos
nas provações que o seu povo enfrenta, um resultado preponderante de todas as
provações está claro: elas provam a fé das pessoas, mostrando que esta fé é
forte e pura. Para DEUS, a fé dos crentes é muito mais preciosa do que o ouro,
a substância mais valiosa e durável daquela época.
A fé verdadeira é indestrutível e durará por toda a
eternidade. No entanto, ela pode suportar o fogo das provações, lutas e
perseguições que a purificam, removendo impurezas e defeitos. DEUS valoriza uma
fé provada pelo fogo (ou pelas “dificuldades”).
Por meio das provações, DEUS queima a nossa
autossuficiência e as nossas atitudes egoístas, para que a nossa autenticidade
possa refletir a sua glória e lhe traga louvor.
Como as provações provam a força e a pureza da fé de
alguém? Uma pessoa que vive uma vida confortável pode achar muito fácil ser um
crente. Mas conservar a fé diante do ridículo, da calúnia, da perseguiçáo ou
até mesmo da morte prova o verdadeiro valor daquela fé. Esta fé resulta em
louvor, honra e glória concedidos aos crentes pelo próprio DEUS, quando JESUS
CRISTO retornar (na revelação) para julgar o mundo e levar os crentes para
casa.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 706.
I Ped 1.7 Na sequência é exposta a finalidade das
provações: para que o que é autêntico de vossa fé seja constatado como muito
mais precioso que ouro perecível, que é apurado por fogo, para louvor e glória
e honra na revelação de JESUS como Messias. O presente versículo tem por base
uma comparação frequente na Bíblia (Sl 12.6; Pv 17.3; 27.21; Ml 3.3). Para
saber se o ouro é autêntico, ele precisa ser derretido no fogo. Isso não afeta
o ouro em nada, mas todas as impurezas são expulsas no processo, e aquilo que é
autêntico, que realmente tem valor, se destaca com pureza.
Ainda que o diabo concentre toda a sua intenção em
arrastar as pessoas para longe de DEUS em sua rebelião antidivina, naquele dia
com certeza será flagrante que não teve sucesso em incontáveis pessoas (Ap
7.9s). Chama atenção que o texto deixa em aberto a questão de a quem, afinal,
são dirigidos o louvor e a honra. Certamente o faz de forma pensada. Porque a
glorificação do Redentor em sua revelação é ao mesmo tempo a revelação e
glorificação de seus redimidos (Rm 8.17; 1Jo 3.2), e em tudo isso são conferidos
louvor, glória e honra ao próprio Pai. Porque o alvo é a honra de DEUS (1Co
15.28). É para isso que JESUS virá, para “ser glorificado em seus santos e ser
admirado em todos que vieram a ele” (2Ts 1.10). “Quando, porém, se manifestar o
Messias, nossa vida, então também vós sereis manifestos junto com ele em
glória” (Cl 3.4).
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago.
Editora Evangélica Esperança.
Existem três espécies de valor: 1. Algumas coisas
possuem um valor intrínseco ou primário, por serem valiosas por si mesmas.
Nessa categoria se acha a água por exemplo. Não podemos viver sem água. 2. Há
coisas que possuem um valor secundário, por causa do uso que lhe podemos dar
como se dá no caso de um instrumento. Seu metal talvez não valha grande coisa;
mas a sua ·utilidade» a torna valiosa. 3. Além disso, há valores terciários ou
subjetivos—como quando uma pessoa atribui valor a uma fotografia, porque está
sentimentalmente preso a ela. O papel é de valor extremamente baixo; outras
pessoas não estão interessadas no mesmo; porém, uma ou mais pessoas poderão
dará uma fotografia um grande valor, devido àquilo que ela representa. O ouro
cabe dentro desta terceira categoria. Só é valioso porque os homens o supõem
valioso, em seu raciocínio subjetivo. Tal raciocínio, entretanto, pode
modificar-se. Se descobrirmos grandes depósitos de ouro em um outro planeta, e
esse tornar-se disponível em grande abundância na terra, o ouro perderá o seu
valor relativo.
Não acontece a mesma coisa com a fé. diz Pedro. Quando
é testada no fogo, e é comprovadamente genuína, terá muito mais valor que todo
o ouro da terra. Por essa mesma razão é que disse o Senhor JESUS: «Que
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria um
homem em troca de sua alma?»(Marc. 8:36,37). Mediante a fé, um homem é
«guardado para a salvação», contanto que com ela combine o poder de DEUS e se
aproveite do mesmo. A alma é o elemento do homem dotado de valor primário ou intrínseco,
e isso em um grau incalculável.
«O ponto frisado é que se o ouro temporal tem valor
para ser trabalhosamente refinada, quanto mais a fé se reveste de um valor
eterno».
(Hunter. in loc.).
...revelação de JESUS CRISTO... Está em foco a
«parousia», tal como nos versículos quinto e décimo terceiro . A segunda vinda
de CRISTO será a revelação de sua pessoa e de sua glória: e assim o homem dará
um grande salto à frente, para descobrir o centro e a razão de sua existência,
o que finalmente, haverá de caracterizar a todas as coisas, conforme explica o
primeiro capitulo da epístola aos Efésios. Ele será então revelado como
Salvador, Juiz, Senhor universal, centro de tudo. razão da existência e alvo de
toda a existência. (Comparar com I Cor. 1:7 e II Tes. 1:7). «Em todas essas
passagens, denota a revelação de CRISTO em sua majestade, como Juiz e
Galardoador». (Bigg. in loc.). Porém, parece que está envolvido ainda mais do
que isso, segundo é explicado mais acima.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 98.
Lc 4. 1-13. A Tentação de JESUS
Naquilo que é o principal, os relatos de Mateus e Lucas
contêm as mesmas informações, mas diferem quanto aos seguintes aspectos:
1) Eles não mencionam a segunda e a terceira tentações
na mesma ordem. Mateus coloca a tentação de saltar do pináculo do Templo em
segundo lugar, ao passo que no texto de Lucas ela está em terceiro lugar. A
tentação de aceitar os reinos do mundo, então, é a terceira em Mateus e a
segunda em Lucas.
2) Lucas diz que JESUS foi tentado durante os quarenta
dias do jejum e também posteriormente; Mateus não menciona estas outras
tentações.
3) Segundo Mateus, depois que Satanás mostra a JESUS os
reinos deste mundo, ele diz: “Tudo isto te darei”. Lucas enfatiza a autoridade
e a glória destes reinos. De acordo com Lucas, Satanás diz Dar-te-ei a ti todo
este poder (literalmente, “autoridade”) e a sua glória (6).
4) Quanto à mesma tentação, em Lucas, acrescenta-se ao
texto de Mateus o seguinte: porque a mim me foi entregue, e o dou a quem quero
(6).
5) Na tentação de saltar do pináculo do Templo, Mateus
chama a cidade de “Cidade Santa”, enquanto Lucas a chama pelo nome, Jerusalém
(9). Aqui, o motivo de Lucas é, obviamente, esclarecer os leitores gentios.
Estas diferenças não alteram em nada os ensinos
relativos à tentação de JESUS.
Barclay intitula esta seção como “A batalha contra a
tentação” e assim a esquematiza: 1) A tentação de subornar as pessoas com
presentes materiais, 2-4; 2) A tentação de fazer acordos ou concessões, 5-8; 3)
A tentação de dar demonstrações sensacionais às pessoas, 9-12. Poderíamos
acrescentar mais uma: 4) As recompensas da vitória sobre a tentação, 13-14.
Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Lucas.
Editora CPAD. Vol. 6. pag.
Lc 4.1,2 A palavra “E” retoma a história de 3.22.
JESUS voltou do Jordão e foi... ao deserto. JESUS tomou
a ofensiva contra o inimigo, o diabo, indo ao deserto para enfrentar a
tentação.
Satanás é um ser real, um anjo criado, mas rebelde e
caído, e não um símbolo ou uma ideia. Ele luta constantemente contra DEUS e
aqueles que seguem e obedecem a DEUS. Satanás não é onipresente, nem é todo
poderoso.
Por meio dos espíritos malignos sob o seu domínio,
Satanás trabalha em todas as partes, tentando afastar as pessoas de DEUS e
atraí-las à sua própria escuridão.
A expressão foi tentado descreve uma ação contínua;
JESUS foi tentado constantemente durante os quarenta dias. O ESPÍRITO levou
JESUS ao deserto onde DEUS pôs JESUS à prova - não para ver se JESUS estava
pronto, mas para mostrar que Ele estava preparado para a sua missão. Satanás,
no entanto, tinha outros planos; ele esperava distorcer a missão de JESUS
tentando-o para fazer o mal. Por que era necessário que JESUS fosse tentado? A
tentação faz parte da experiência humana. Para que JESUS fosse completamente humano,
Ele tinha que enfrentar a tentação (veja Hb 4.15). JESUS tinha de desfazer o
que Adão tinha feito. Adão, embora criado perfeito cedeu à tentação, e assim o
pecado entrou na raça humana. JESUS, por outro lado, resistiu a Satanás. A sua
vitória oferece a salvação aos descendentes de Adão (veja Rm 5.12-19). Durante
estes quarenta dias, JESUS não comeu coisa alguma, de modo que ao final Ele
teve fome. A condição de JESUS como Filho de DEUS não tornava o seu jejum mais
fácil; o seu corpo físico sofria a fome severa e a dor de estar sem alimento.
As três tentações registradas aqui ocorreram quando JESUS estava na sua
condição física mais enfraquecida.
Lc 4.3 A primeira vista, este parece ser um ato
relativamente inofensivo, até mesmo uma sugestão piedosa. JESUS rinha muita
fome, então por que não usar os recursos sob o seu comando e transformar uma
pedra em pão? Neste caso, entretanto, o pecado não estava no ato, mas na razão
por trás dele. O diabo estava tentando fazer JESUS tomar um atalho para
resolver o seu problema imediato à custa de seus objetivos de longo prazo,
procurando o conforto através do sacrifício da sua disciplina. Satanás
normalmente trabalha desta forma - persuadindo as pessoas a realizar uma ação,
até mesmo uma boa ação, por um motivo errado ou na hora errada. O fato de que
alguma coisa não seja propriamente errada não significa que é boa para alguém
em determinado momento. Muita gente peca tentando satisfazer desejos legítimos
não incluídos na vontade de DEUS, ou, antes do momento definido por Ele.
4.4 JESUS respondeu a Satanás com o que está escrito
nas Escrituras. Nas três citações de Deuteronômio, encontradas em Lucas 4.4, 8
e 12, o contexto mostra que Israel fracassou em cada um dos testes. JESUS
mostrou a Satanás que embora o teste pudesse ter feito Israel fracassar, isto
não funcionaria com Ele. JESUS compreendia que a obediência à missão do Pai era
mais importante do que comida. Fazer pão para si teria mostrado que Ele não
havia deixado todos os seus poderes de lado, nem se humilhado e nem se identificado
completamente com a raça humana. Mas JESUS recusou-se a fazê-lo, mostrando que
só usaria os seus poderes em submissão ao plano de DEUS.
Lc 4.5,7 O diabo arrogantemente esperava ter sucesso na
sua rebelião contra DEUS, afastando JESUS de sua missão e obtendo a sua
adoração. Satanás tentou a JESUS para que Ele assumisse o mundo como um reino
terreno ali mesmo, sem executar o plano de salvar o mundo do pecado. Para
JESUS, aquilo significava obter o seu prometido domínio sobre o mundo sem
passar pelo sofrimento e pela morte na cruz. Satanás ofereceu um atalho. Mas
Satanás não entendeu que o sofrimento e a morte eram parte do plano de DEUS, que
JESUS tinha decidido obedecer. O fato de que JESUS pudesse ver, num momento de
tempo, todos os reinos do mundo, apoia a interpretação de que esta experiência
foi visionária. O foco não está na montanha, mas sim naqueles reinos que
estavam (e estão) sob o domínio de Satanás (Jo 12.31). Satanás ofereceu-se para
dar o domínio sobre o mundo a JESUS. Isto desafiava a obediência de JESUS ao
cronograma e à vontade de DEUS. A tentação de Satanás, basicamente, era: “Por
que esperar? Eu posso lhe dar isto agora!” Naturalmente, a oferta tinha uma
condição: “Se tu me adorares”. Lc 4.8 Uma vez mais, JESUS respondeu a Satanás
com as Escrituras. Para JESUS, obter o domínio do mundo mediante a adoração de
Satanás seria não apenas uma contradição (Satanás ainda estaria no comando),
mas também romperia o primeiro mandamento, “Adorarás o Senhor, teu DEUS, e só a
ele servirás” (Dt 6.4,5, 13). Para realizar a sua missão de trazer salvação ao
mundo, JESUS precisaria seguir o caminho da submissão a DEUS.
Lc 4.9-11 O templo era o edifício mais alto em
Jerusalém e o seu pináculo provavelmente era o canto da parede que se projetava
sobre a encosta. Se o diabo levou JESUS fisicamente a Jerusalém ou se isto
aconteceu numa visão não está claro. De qualquer forma, Satanás estava
arrumando o cenário para a sua próxima tentação. JESUS tinha citado as
Escrituras em resposta às outras tentações de Satanás. Aqui Satanás tentou a
mesma tática com JESUS; ele usou as Escrituras para tentar convencer JESUS a
pecar! Satanás estava citando o Salmo 91.11,12 para apoiar a sua solicitação.
Este salmo descreve a proteção de DEUS para aqueles que confiam nele.
Obviamente, Satanás interpretou as Escrituras erroneamente, tentando fazer
parecer que DEUS protegeria os seus até mesmo em meio ao pecado, removendo as
consequências naturais dos atos pecaminosos.
Saltar do pináculo para testar as promessas de DEUS não
era parte da vontade de DEUS para JESUS. No contexto, o salmo promete a
proteção de DEUS para aqueles que, enquanto de acordo com a sua vontade e fiéis
a Ele, se encontrassem em perigo. Ele não promete a proteção para crises
criadas artificialmente, nas quais os cristãos chamam a DEUS para testar o seu
amor e o seu cuidado.
Lc 4.12 JESUS novamente respondeu citando as
Escrituras: no entanto, Ele usou as Escrituras com uma compreensão do
verdadeiro significado. Os fatos eram que embora DEUS prometa proteger o seu
povo, Ele também exige que ele não o tente. Na passagem em Deuteronômio 6.16,
Moisés estava se referindo a um incidente durante a peregrinação de Israel no
deserto, registrada em Êxodo 17.1-7.0 povo tinha sede e estava disposto a fazer
um motim contra Moisés e retornar ao Egito, se ele não lhes desse água. Para
JESUS, saltar do pináculo do templo teria sido um teste ridículo ao poder de
DEUS, e teria estado fora da vontade de DEUS.
JESUS sabia que seu Pai poderia protegê-lo. Ele também
entendia que todas as suas ações deveriam concentrar-se no cumprimento da
missão de seu Pai.
Lc 4.13 Este seria somente o primeiro de muitos
encontros que JESUS teria com o poder de Satanás. A vitória pessoal de JESUS
sobre Satanás no verdadeiro início do seu ministério definiu o cenário do seu
comando sobre os demônios por todo o seu ministério, mas não dissuadiu a
Satanás de continuar a tentar arruinar a missão de JESUS. A sua vitória sobre o
diabo no deserto foi decisiva, mas não final, pois o diabo ausentou-se dele por
algum tempo.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 1. pag. 340-342.
Nesta história da tentação de CRISTO, observe:
Como Ele foi preparado e equipado para ela. Aquele que
permitiu a tribulação proveu aquilo de que o Senhor JESUS precisava para
vencer; porque embora não saibamos que exercícios possam estar diante de nós,
nem para que encontros podemos estar reservados, CRISTO sabia, e teve aquilo
que era necessário; e DEUS faz o mesmo por nós, e esperamos dele tudo o que nos
é necessário.
1. Ele estava cheio do ESPÍRITO SANTO, que havia
descido sobre Ele como uma pomba. O Senhor JESUS tinha agora medidas maiores de
dons, graças e consolações do ESPÍRITO SANTO do que antes. Note que aqueles que
estão cheios do ESPÍRITO SANTO é que estão bem armados contra as tentações mais
fortes.
2. Ele havia retornado do Jordão recentemente, onde foi
batizado, e reconhecido por uma voz do céu como sendo o Filho Amado de DEUS; e
assim E le foi preparado para este combate. Note que quando tivermos a mais
consoladora comunhão com DEUS, e as descobertas mais claras de seu favor a nós,
podemos esperar que Satanás nos ataque (o navio mais rico é o prêmio do
pirata), e que DEUS permitirá que ele faça isso, para que o poder de sua graça
possa ser manifestado e exaltado.
3. Ele foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto, pelo
ESPÍRITO bom, que o conduziu como um campeão para o campo, para lutar contra o
inimigo que Ele certamente iria derrotar. O fato de ser levado ao deserto:
(1) Deu alguma vantagem ao tentador; porque ali ele o
teve sozinho, sem a companhia de amigos, por cujas orações e conselhos o Senhor
JESUS poderia ser ajudado na hora da tentação. Ai daquele que está sozinho! Ele
poderia dar vantagem a Satanás, pois conhecia a sua própria força; mas nós não
podemos, pois conhecemos a nossa própria fraqueza.
(2) Ele ganhou alguma vantagem para si durante este
jejum de quarenta dias no deserto. Podemos supor que o Senhor estava totalmente
concentrado em sua própria consagração, e em consideração à sua tarefa, e à
obra que Ele tinha diante de si; que Ele passou todo o seu tempo em uma
conversa imediata e íntima com o seu Pai, como Moisés no monte, sem qualquer
desvio, distração, ou interrupção. De todos os dias da vida de CRISTO na carne,
estes parecem ter se aproximado mais da perfeição da vida angelical e da vida
celestial, e isto o preparou para os ataques de Satanás. Aqui o Senhor JESUS
foi fortalecido contra eles. 4. Ele continuou jejuando (v. 2): E naqueles dias
não comeu coisa alguma. Foi como o jejum de Moisés e de Elias, e o revela, como
a eles, um profeta enviado por DEUS. E provável que este episódio tenha
ocorrido no deserto de Horebe, o mesmo deserto no qual Moisés e Elias jejuaram.
Assim como ao se retirar para o deserto, Ele se mostrou perfeitamente
indiferente ao mundo, por seu jejum Ele se mostrou perfeitamente indiferente ao
corpo; e Satanás não pode dominar facilmente aqueles que se desprendem e morrem
para o mundo e para a carne. Quanto mais mantivermos a nossa carne em sujeição,
menos vantagens Satanás terá contra nós.
1. Ele o tentou a não confiar no cuidado de seu Pai em
relação a Ele, e a agir por conta própria, e a ajudar-se a si mesmo provendo o
sustento de uma maneira que o seu Pai não havia designado (v. 3): Se tu és o
Filho de DEUS, como a voz do céu declarou, dize a esta pedra que se transforme
em pão.
2. O diabo tentou JESUS a aceitar dele o reino, o qual,
como o Filho de DEUS, Ele esperava receber de seu Pai, e glorificá-lo, w. 5-7.
3. O diabo o tentou a ser o seu próprio assassino, em
uma presunçosa confiança da proteção de seu Pai, da qual Ele não tinha nenhuma
garantia. Qual foi o resultado e o desfecho deste combate, v. 13. O nosso
Redentor vitorioso manteve o seu fundamento, e saiu vencedor, não só por si
mesmo, mas também por nós.
1. O diabo esvaziou a sua aljava, e assim acabou toda a
tentação. CRISTO lhe deu a oportunidade de dizer e fazer tudo o que podia
contra si; ele permitiu que o diabo tentasse toda a sua força, e mesmo assim o
derrotou.
2. O diabo então deixou
o campo de batalha: Ausentou-se dele. O diabo viu que era inútil atacar o
Senhor JESUS; ele não tinha nada nele para
que os seus dardos inflamados o atingissem; o Senhor não tinha nenhum ponto
cego, nenhuma parte fraca ou desprotegida em seu muro; por esta razão, Satanás
desistiu do caso. Observe que se resistirmos ao diabo, ele fugirá de nós.
3. No entanto, o diabo
prosseguiu em sua maldade contra o Senhor, e partiu decidido a atacá-lo
novamente; ele ausentou-se, mas por algum tempo, achri kairou – até uma outra
hora, ou até o dia em que deveria outra vez ser solto contra Ele, não como um
tentador, para fazê-lo pecai'. O diabo tentaria golpear a cabeça do Senhor, mas
seria totalmente derrotado; mas como um perseguidor, o diabo procuraria fazer
com que o Senhor sofresse através das atitudes de Judas e de outros
instrumentos perversos a quem ele empregou. O diabo feriria o calcanhar do
Senhor, conforme lhe foi dito (Gn 3.15) que deveria fazer, e que faria, mas a
própria cabeça do diabo seria esmagada.
Ele se ausenta agora até que chegue aquele dia que
CRISTO chama de poder das trevas (cap. 22.53), quando o príncipe deste mundo
viria outra vez, João 14.30.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo
Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 545-549.
3. Felicidade pela tentação (v. 12).
A alegria no sofrimento (5.3-5a)
A justificação não
apenas nos prepara para o céu, mas também nos equipa para vivermos
vitoriosamente aqui na terra. Paulo não está tratando de algo apenas para o
porvir, mas de algo que nos capacita a viver vitoriosamente em meio às tensões
da vida. Nas palavras de John Stott, há paz, graça e glória, sim! Porém, há
também sofrimento Aquele que foi justificado demonstra gloriosa alegria não apenas
na esperança da glória, mas também no sofrimento. A força do verbo grego
kaucometha indica que nos alegramos com grande e intenso júbilo. Tanto as
tribulações presentes como a glória vindoura são objetos de júbilo do cristão.
Em outras palavras, regozijamo-nos não somente no alvo, a glória, como também
nos meios que conduzem a ela, isto é, nos sofrimentos. Nestas duas coisas
encontramos alegria. Nessa pedagogia divina, quatro estágios devem ser
observados.
Em primeiro lugar, nós
nos gloriamos nas próprias tribulações (5.3).
Este gloriar-se na tribulação é um fruto da fé. As
tribulações na vida do salvo não vêm para destruí-lo, mas para purificá-lo.
Elas não agem contra ele, mas a seu favor. As tribulações não operam por si
mesmas, à revelia, na vida dos salvos, mas são trabalhadas pelo próprio DEUS,
para o nosso bem. Por meio das tribulações, DEUS esculpe em nós a beleza de
CRISTO.
Em segundo lugar, sabemos que a tribulação produz
perseverança (5.3). A tribulação é pedagógica. Ela gera paciência triunfadora.
Não poderíamos exercer a paciência sem o sofrimento, porque sem este não
haveria necessidade de paciência. A paciência nasce do sofrimento. A palavra
grega hupomone significa “paciência triunfadora”. Trata-se de uma paciência
vitoriosa, que não se entrega nem é passiva, mas triunfa alegremente diante das
intempéries da vida. Hupomone é paciência diante das circunstâncias adversas. E
o espírito que enfrenta as coisas e as supera.
Em terceiro lugar, sabemos que perseverança produz
experiência (5.4). A palavra grega dokime, traduzida por “experiência”,
significa literalmente algo provado e aprovado. Essa palavra era usada para
descrever o metal submetido ao fogo do cadinho com o propósito de remover-lhe
as impurezas e torná-lo um metal provado, legítimo e puro.
O que Paulo nos está ensinando é que não devemos ter
uma fé de segunda mão. Devemos conhecer a DEUS não apenas de ouvir falar.
Devemos conhecê-lo pessoalmente, profundamente, experimentalmente.
Em quarto lugar, sabemos que a experiência produz
esperança (5.5a). Esta não é uma esperança vaga nem vazia. E uma esperança
segura, que não nos decepciona nem nos deixa envergonhados. Mas como saber que
essa esperança não é uma fantasia nem uma ficção? A resposta de Paulo é
meridianamente clara: porque o amor de DEUS é derramado em nosso coração pelo
ESPÍRITO SANTO que nos foi outorgado. O apóstolo Paulo diz que o fundamento
sólido sobre o qual descansa nossa esperança de glória é o amor de DEUS. Há uma
efusão do amor de DEUS em nosso coração. Nesse momento o céu desce à terra e
somos inundados pelas profusas torrentes do amor divino. A justificação não é
apenas um ato jurídico de DEUS feito no céu; tem também reflexos concretos e
reais na terra. O resultado da justificação é uma bendita experiência de
transbordamento do amor de DEUS em nosso coração.
LOPES. Hernandes Dias. ROMANOS O Evangelho segundo
Paulo. Editora Hagnos. pag. 207-211.
Rm 3-5a Apesar da frase: “O justo viverá”, vale também
a verdade: “Muitas são as aflições do justo” (Sl 34.19). “Filho, se te
dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova” (Eclesiástico 2.1 [BJ]).
Pressão de todos os lados tenta esmagar novamente sua fé. As “tribulações”
devem ser entendidas aqui como uma síntese. Elas vêm de fora como de dentro,
física, espiritual e intelectualmente, do exterior como do interior da
igreja. Subitamente descobrimos o sofrimento para CRISTO como sendo um sofrimento
com CRISTO, como um presente da mais íntima comunhão com ele e como marca
registrada da autenticidade de nosso seguimento. Isto transmite uma firmeza
antes desconhecida. Provações superadas, porém, resultam em experiência, a qual
por sua vez ativa a esperança pela glória de DEUS. Apoiando-se em palavras de
salmos como Sl 22.5; 25.3,20.
Adolf Pohl. Comentário Esperança Romanos. Editora
Evangélica Esperança.
I Ped 4.12,13 - Os cristãos não deveriam estranhar as
violentas provações que vinham sobre eles. Como CRISTO, os cristãos devem
esperar enfrentar perseguições. Isto não seria coisa estranha – a perseguição
vinha seguindo o Evangelho desde a época da crucificação de JESUS. Os crentes
deviam esperar a perseguição e o sofrimento porque estas coisas fazem parte do
plano de DEUS para aperfeiçoar os cristãos. Nem mesmo o Senhor JESUS CRISTO foi
poupado da perseguição (Rm 8.32). Em lugar de ficarem surpresos pelas provações,
Pedro exortou os crentes a se alegrarem, porque, quando sofriam pela sua fé em
CRISTO, estavam sendo participantes das aflições de CRISTO. Se nós sofremos,
este fato mostra a nossa identificação com CRISTO e que a nossa fé é genuína.
Como CRISTO foi perseguido, nós também seremos perseguidos e, consequentemente,
participaremos dos seus sofrimentos. Se nós perseverarmos, desfrutaremos a
nossa herança futura com Ele. Os servos que conhecem o sofrimento de CRISTO
terão alegria na revelação da sua glória. Isto não significa que todo
sofrimento é resultado de uma boa conduta cristã. Algumas vezes, alguém irá se
queixar: “Ele está me atormentando porque eu sou um cristão”, quando é óbvio,
para todo mundo, que o próprio comportamento desagradável da pessoa é a causa
dos seus problemas. Pode ser necessária uma análise cuidadosa ou um sábio
aconselhamento para determinar a verdadeira causa do nosso sofrimento. No
entanto, podemos ter a certeza de que, sempre que sofrermos devido à nossa
lealdade a CRISTO, Ele estará conosco o tempo todo.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 730.
Que ninguém desonre a
CRISTO sofrendo um castigo justo por crimes contra os homens; ninguém é
abençoado se está sofrendo em decorrência das suas próprias faltas. Em vez
disso, que o homem se glorie por causa do castigo infligido por ser cristão.
A advertência de sofrer como homicida [...] ladrão
[...] malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios (15) não
deveria nos chocar se lembramos do estado geral da sociedade daquela época. A
vida de alguns desses crentes pode ter sido tão má como as pessoas de Corinto
que Paulo descreveu (cf. 1 Co 6.9-11). Havia exemplos em que criminosos, para
ocultar sua natureza e a verdadeira causa do seu castigo, professavam ser
cristãos, e davam a impressão que estavam sendo castigados por serem cristãos.
Aquele que se entremete em negócios alheios é a pessoa
que “se desvia do seu chamado e se torna juiz dos outros” (Wesley). Os inimigos
acusavam os cristãos de serem hostis à sociedade civilizada, sendo acusados de
tentar forçar os não cristãos a agir de acordo com os padrões cristãos. Isso
criaria um tumulto civil que poderia resultar em violência do povo (cf. At
19.21-41).
Aquele que se padece como cristão, não se envergonhe;
antes, glorifique a DEUS (16). A essa altura, o termo cristão tinha se tornado
o nome pelo qual os pagãos sarcasticamente descreviam os seguidores de CRISTO
(cf. At 11.26; 26.28). Os judeus que rejeitaram JESUS como o CRISTO não
chamavam seus seguidores de cristãos. Renan, citado em Ellicott, disse:
“Pessoas bem educadas evitavam pronunciar esse nome, ou, quando forçadas a
fazê-lo, pediam desculpas”. Evidentemente, os próprios cristãos ainda não usavam
esse nome, mas o consideravam como um símbolo da mais alta honra quando seus
inimigos os chamavam assim. O que Pedro exortou que fizessem (v. 16) ele mesmo
havia praticado (cf. At 5.29-42, especialmente o v. 41).
Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. I Pedro
Editora CPAD. Vol. 10. pag. 240-241.
II – ORIGEM DAS TENTAÇÕES (Tg 1. 13-15)
1. Tentação é Humana.
Tg 1.13 Precisamos ter uma visão correta de DEUS para
podermos perseverar durante os períodos de provações. Especificamente,
precisamos compreender a visão que DEUS tem das nossas tentações. As provações
e tentações sempre se apresentam a nós com escolhas. DEUS quer que façamos boas
escolhas, não más. As dificuldades podem produzir maturidade espiritual e levar
a benefícios eternos, se suportadas com fé. Mas também se pode fracassar nos
testes. Nós podemos ceder às tentações. E, quando fracassamos, frequentemente
usamos todos os tipos de desculpas e razões para os nossos atos. O mais
perigoso deles é dizer: “De DEUS sou tentado”. É crucial que nos lembremos de
que DEUS testa as pessoas para o bem; Ele não tenta as pessoas para o mal.
Mesmo durante as tentações, podemos ver a soberania de DEUS ao permitir que
Satanás nos tente para melhorar a nossa fé e nos ajudar a crescer na nossa
confiança em CRISTO. Em lugar de perseverarmos (1. 12), nós podemos ceder ou
desistir diante das provações e, desta forma, culpar a DEUS pelo nosso
fracasso. Desde o início, a reação humana normal é inventar desculpas e culpar
os outros pelo pecado (veja Gn 3.12,13).
Uma pessoa que inventa desculpas está tentando
transferir a culpa para outra coisa ou pessoa. Um cristão, por outro lado,
aceita a responsabilidade pelos seus erros, confessa-os, e pede perdão a DEUS.
Por DEUS não poder ser tentado pelo mal. Ele não pode ser o autor da tentação.
Tiago está argumentando contra a visão pagã dos deuses, na qual o bem e o mal
coexistiam. DEUS não deseja o mal para o povo; Ele não causa o mal; Ele não
tenta enganar as pessoas - Ele a ninguém tenta. A esta altura, uma pergunta pode
ser feita acertadamente: “Se DEUS realmente nos ama, por que Ele não nos
protege da tentação?” Um DEUS que nos protege da tentação é um DEUS que não
está disposto a nos permitir crescer. Para que um teste seja uma ferramenta
eficiente de crescimento, ele deve poder permitir o fracasso. Na verdade.
DEUS prova o seu amor, protegendo-nos na
tentação, em vez de nos proteger da tentação (1 Co 10.13).
Tg 1.15 Tiago mostra o
resultado da tentação quando uma pessoa cede a ela. Observe que os dois
primeiros passos da tentação (havendo a concupiscência concebido, dá à luz o
pecado) enfatizam a natureza interna do pecado. Quando nos entregamos à
tentação, o nosso pecado coloca os eventos mortalmente em movimento - o pecado
gera a morte. Para abandonar o pecado, não basta deixar de pecar. O estrago já
foi feito. Decidir “não mais pecar' pode cuidar do futuro, mas não cura o
passado. Esta cura deve vir por meio do arrependimento e do perdão. Algumas
vezes, é necessário fazer uma reparação. Por mais amargo que pareça o remédio,
nós podemos ficar profundamente gratos pelo fato de que existe um remédio.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 666-667.
Como lidar de forma sábia com as tentações (Tg 1.13-15)
Uma pessoa madura é paciente nas provas. Uma pessoa
imatura transforma provas em tentações. Warren Wiersbe diz que provas são
testes enviados por DEUS, e tentações são armadilhas enviadas por Satanás.
Quando DEUS nos prova é para que possamos passar no teste e herdar as bênçãos.
Quando passamos por dificuldades somos tentados a questionar o amor e o poder
de DEUS. Então, Satanás oferece um caminho para escaparmos das provas. Essa
oportunidade é uma tentação. Quando JESUS estava jejuando e orando no deserto,
Satanás o tentou, sugerindo a ele que transformasse pedras em pães.
Há três fatos que devemos considerar se queremos vencer
as tentações.
Em primeiro lugar, olhe para frente e considere o
julgamento de DEUS (1.13-16). Não culpe a DEUS pela tentação, Ele é
absolutamente santo para ser tentado e Ele é absolutamente amoroso para tentar.
O segundo estágio é o engano (1.14). Tiago usa duas
figuras para ilustrar o engano da tentação: a figura do caçador que usa uma
armadilha (atrai) e a figura do pescador que usa o anzol com isca (seduz). Se
Ló pudesse ver a ruína que estava por trás de Sodoma, e se Davi pudesse ver a
tragédia sobre a sua casa quando se deitou com Bate-Seba, eles jamais teriam
caído. Precisamos identificar a isca e a arapuca do diabo, para não cairmos na
rede de seu engano.
O terceiro estágio é o nascimento do bebê chamado
pecado (1.15). Tiago muda a figura da armadilha e do anzol para a figura do
nascimento de um bebê maldito, chamado PECADO.
O quarto estágio é a morte (1.16). A cobiça, depois de
haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a
morte. Vemos aqui a genealogia do pecado. A cobiça é a mãe do pecado e a avó da
morte. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23).
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em
triunfo. Editora Hagnos. pag. 25-26.
2. Atração pela própria
concupiscência.
Tg 1.14 As tentações vêm de dentro, do engodo da nossa
própria concupiscência. Tiago destaca a responsabilidade individual pelo
pecado. Os desejos podem ser alimentados ou deixados morrer de fome. Se o
próprio desejo é mau, precisamos negá-lo. Isto depende de nós, com a ajuda de
DEUS. Se incentivarmos os nossos desejos, eles logo se tornarão atos. A culpa
pelo pecado é somente nossa. O tipo de desejo que Tiago está descrevendo aqui é
o desejo descontrolado. Ele é egoísta e sedutor. Podemos ser levados pelos
nossos desejos, mas é o diabo que está por trás dos impulsos quando nós estamos
seguindo uma direção errada. A tentação vem dos desejos maus dentro de nós, e
não de DEUS. Podemos montar e colocar a isca na nossa própria armadilha. Ela
começa com um mau pensamento e torna-se pecado quando permanecemos no
pensamento e permitimos que ele se transforme em uma ação. Como uma bola de
neve rolando ladeira abaixo, o pecado cresce e torna-se ainda mais destruidor á
medida que nós lhe damos mais liberdade. A melhor hora para interromper uma
tentação é antes que ela seja grande demais, ou esteja se movendo rápido
demais, fora de controle (veja Mt 4.I-I1; 1 Co 10.13; e 2 Tm 2.22 - como
escapar das tentações).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 666.
O que DEUS faz e deixa de fazer nesse caso (v. 14).
Nos testes de aprovação é DEUS mesmo quem nos conduz –
esse é o inequívoco testemunho da Bíblia. José sofreu provação pela mão humana,
mas sabia que DEUS estava agindo nela. Era com ele que estava lidando. E DEUS
ajudou para que essa prova chegasse a um final feliz (Gn 50.20). Ao povo de
Israel DEUS declarou no fim de sua peregrinação pelo deserto: “Eu te humilhei e
te provei, para saber o que estava no teu coração” (Dt 8.2).
O que DEUS, porém, não faz: ele não “tenta”. Não deseja
que sejamos reprovados nas provações. Não nos tenta para o mal. Procura não nos
arrastar para a maldade. Do contrário, ele próprio ficaria do lado do mal.
Contudo DEUS é “não-tentável”, inviolável pelo mal. Ele
é a mais pura luz. Consequentemente DEUS, por natureza, tampouco é capaz de
“ludibriar” alguém ou arrastá-lo para as trevas.
Como o mal de fato surge em nossa vida.
Não por culpa ou determinação de DEUS, mas “cada um é
tentado por sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”.
O primeiro estágio do caminho para o mal é “a própria
cobiça”. Chama atenção que Tiago não cita o diabo. Não que o desconhecesse (cf.
Tg 4.7s), mas ele nos diz: “Não se apresse em empurrar a culpa para o diabo;
não o use para se livrar.” – “A própria cobiça” representa o objeto ou situação
específicos que, dependendo da constituição e situação da pessoa, lhe são
sedutores aqui e agora: no caso de Caim, foi a possibilidade dar uma boa lição
ao privilegiado Abel. No caso de Acã foram ricos despojos. Para Sansão, uma
mulher dentre os filisteus. Para Absalão, a coroa real. Isso “atrai” e “fisga”.
Ou seja: primeiramente chegamos perto e rodeamos, ao menos em pensamento,
aquilo que nos tenta, como o peixe rodeia a isca. Enquanto o peixe apenas é
atraído pela isca e nada em seu redor, ele ainda não foi fisgado. Também nós
ainda podemos ser preservados, ainda podemos fugir do pecado (Sir 21.2; Tg
4.7s), refugiar-nos junto de nosso Senhor, o vitorioso do Calvário e da Páscoa,
junto daquele que é capaz de tornar “verdadeiramente livre” (Jo 8.36). “O nome
do Senhor é um castelo firme (uma fortaleza). O justo corre até lá e é
abrigado” (Pv 18.10; “Castelo forte é nosso DEUS” [Martim Lutero]).
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago.
Editora Evangélica Esperança.
A Tentação Vem de Dentro (1.14)
Tiago conhecia os poderes sobrenaturais do mal que
agiam no mundo (cf. 3.6), mas aqui ele procura ressaltar o envolvimento e a
responsabilidade pessoal do homem ao cometer pecados. O engodo do mal está em
nossa própria natureza. Ele está de alguma forma entrelaçado com a nossa
liberdade. A questão é: “Será que eu preferiria ser livre, tentado e ter a
possibilidade de vitória ou ser um ‘bom’ robô?” O robô está livre de tentação,
mas ele também não conhece a dignidade da liberdade ou o desafio do conflito e
não conhece nada acerca da imensa alegria quando vencemos uma batalha.
Tiago diz que cada um é atraído e engodado pela sua
própria concupiscência. Essa palavra epithumia (“desejo”, RSV) pode ter um
significado neutro, nem bom nem mal. Assim, H. Orton Wiley escreve: “Todo
apetite é instintivo e sem lógica. Ele não identifica o erro, mas simplesmente
anela pelo prazer. O apetite nunca se controla, mas está sujeito ao controle.
Por isso o apóstolo Paulo diz: ‘Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à
servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a
ficar reprovado’ (1 Co 9.27)”. Este talvez seja o sentido que Tiago emprega
aqui.
No entanto, na maioria dos casos no Novo Testamento,
epithumia tem implicações maléficas. Se for o caso aqui, quando um homem é
seduzido para longe do caminho reto, isso ocorre por causa de um desejo errado.
Tasker escreve: “Este versículo, na verdade, confirma a doutrina do pecado
original. Tiago certamente teria concordado com a declaração de que ‘a
imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice’ (Gn 8.21).
Desejos concupiscentes, como nosso Senhor ensinou de
maneira tão clara (Mt 5.28), são pecaminosos mesmo quando ainda não se
concretizaram em ações lascivas”.13 Se essa interpretação for verdadeira, há
aqui mais uma dimensão na origem da tentação. Desejos errados podem ser errados
não somente porque são incontrolados, mas porque, à parte da presença
santificadora do ESPÍRITO, eles são carnais.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora
CPAD. Vol. 10. pag.159-160.
3. DEUS nos fortalece na tentação.
I Cor 10.13 As tentações acontecem na vida de todos os
crentes — ninguém está livre delas. A tentação em si não é um pecado; o pecado
só passa a existir quando a pessoa cede à tentação. Os crentes não devem ficar
assustados ou desanimados, ou pensar que estão sozinhos nas suas fraquezas.
Eles devem, antes, entender as suas fraquezas e se voltar a DEUS, para que
possam resistir às tentações. Suportar as tentações traz grandes recompensas
(Tg 1.12). Mas DEUS não abandona o seu povo aos caprichos de Satanás, pois DEUS
é fiel. Ele não irá eliminar todas as tentações porque enfrentá-las e
permanecer forte na fé pode representar uma experiência de crescimento.
Entretanto, DEUS promete evitar que elas se tornem tão fortes, que não possamos
lutar contra elas. O segredo de resistir à tentação é reconhecer a sua fonte, e
então reconhecer a origem da força que é capaz de combater contra ela.
Além disso. DEUS promete dar também o escape para que
possamos suportar e não cair em pecado. Será necessário ter autodisciplina para
procurar esse “escape” até no meio da tentação e então utilizá-lo, assim que
for encontrado. O escape é sempre difícil e muitas vezes exige a ajuda dos
outros. Uma das formas que DEUS nos dá para que consigamos fugir da tentação é
o bom senso. Se um crente sabe que será tentado em certas situações, então deve
se afastar delas. Outra forma é através dos amigos cristãos. Em vez de tentar
enfrentar sozinho a tentação, o crente pode explicar o seu dilema a um amigo
cristão que lhe seja íntimo e confiável e pedir a sua ajuda.
Esse amigo poderá orar sensibilizar a pessoa, e dar
valiosos conselhos e opiniões.
A verdade é que DEUS ama tanto o seu povo, que irá
protegê-lo das tentações insuportáveis. E sempre irá oferecer uma saída.
A tentação nunca deverá inserir uma barreira de
separação entre o crente e DEUS, e cada crente deve ser capaz de dizer:
“Obrigado, Senhor DEUS, por confiar tanto em mim. O Senhor me considera capaz
de enfrentar essa tentação. Agora, o que o Senhor quer que eu faça?”
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 149.
I Cor 10.11-13. Aplicação à igreja de Corinto. Aqueles
que eram excessivamente confiantes e egoístas entre os coríntios foram
advertidos de que, no exato momento em que se sentissem mais seguros, poderiam
cair (12). O exemplo de estar de pé e de cair representa um estado de
fidelidade e um estado de desobediência. “A queda dos outros deve nos deixar
mais cautelosos a nosso próprio respeito”.
Paulo ameniza a severidade das suas palavras ao
garantir que a tentação peculiar dos coríntios é humana (13). Nada de novo
havia acontecido aos coríntios; todos os homens experimentam tentações.
Portanto, se eles pecarem, não terão desculpas. Paulo declara também que DEUS
age firmemente e sempre concede forças àqueles que confiam nele, e o seguem.
Como Alford escreve: “Ele celebrou uma aliança com você ao lhe chamar: se Ele
permitisse que você sofresse uma tentação além do seu poder de vencê-la... Ele
estaria transgredindo essa aliança”. DEUS conhece muito bem as circunstâncias
que cercam cada tentação, e vos não deixará tentar acima do que podeis; antes,
com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. O termo
escape (ekbasis) era usado como referência a uma passagem na montanha. A imagem
é de um exército ou de um grupo de viajantes preso nas montanhas. Eles
descobrem uma passagem e o grupo escapa para algum lugar em que possa estar em
segurança. A frase para que a possais suportar indica o poder sustentador do
ESPÍRITO SANTO, que todos os homens podem receber. A vitória sobre a tentação
será possível através de uma humilde confiança. Porém, ter uma autoconfiança
presunçosa diante da tentação representa uma avenida aberta para uma derrota certa.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios.
Editora CPAD. Vol. 8. pag. 320.
De fato, nós vivemos em um mundo tentador, onde estamos
cercados de armadilhas. Cada lugar, condição, relação, emprego e divertimento
têm abundância delas; porém, que conforto podemos obter de tal passagem!
1. “Não veio sobre vós, diz o apóstolo, tentação, senão
humana; isto é, tal como vós esperais da parte dos homens de princípios pagãos
e que têm poder; ou ainda, tal como é comum à humanidade na presente situação;
ou ainda, tal como o espírito e a determinação de meros homens podem vos fazer
passar.” Note que as provações dos cristãos comuns não passam de provações comuns;
outros têm semelhantes cargas e tentações; o que eles suportam e passam nós
também podemos.
2. “...mas fiel é DEUS”. Embora Satanás seja um
enganador, DEUS é verdadeiro. Os homens podem ser falsos, e o mundo pode ser
falso; mas DEUS é fiel e nossa força e segurança estão nele. Ele guardou sua
aliança e nunca desapontará a esperança filial e a confiança de seus filhos.
3. Ele é tão sábio quanto fiel e dará a nossa carga à
proporção de nossa força. Ele “vos não deixará tentar acima do que podeis”. Ele
sabe o que podemos carregar e o que podemos suportar. E Ele fará, em sua sábia
providência, que as nossas tentações sejam proporcionais à nossa força ou nos
fará aptos a enfrentá-las. Ele cuidará para que não sejamos vencidos, se
nós confiarmos nele, e decidirmos mostrar-nos fiéis a Ele. Não precisamos
nos desorientar com as dificuldades em nosso caminho, pois DEUS cuidará que
elas não sejam grandes demais para enfrentarmos, especialmente:
4. Quando Ele levá-las a
bom termo. Ele “...dará também o escape”, ou da própria provação ou do seu
prejuízo. Não há nenhum vale tão escuro que Ele não possa encontrar um caminho
por ele; nenhuma aflição tão horrível que Ele não possa evitar, remover, ou nos
capacitar para suportá-la, e, no fim, dominá-la para a nossa vantagem.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo
Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 470.
Sal 119.11 Guardo no coração as tuas palavras.
Guardo. Isto é, “escondo” (conforme diz a Revised
Standard Version), aludindo à metáfora de um tesouro escondido. O homem que tem
o tesouro escondido em seu coração tem menor inclinação a ceder à tentação. “A
palavra de CRISTO deve habitar nele ricamente. Caso contrário, em breve ele
pode ser surpreendido por algum pecado teimoso” (Adam Clarke, in Ioc.).
Habite ricamente em vós a palavra de CRISTO,
instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a DEUS,
com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações.
(Colossenses 3.16)
“Escondei... como os orientais escondem seus
tesouros. Cf. Mat.
13.44” (Ellicott, in Ioc.). Ver II Cor. 7.1 e Tito 2.11,12, que contêm passagens
neotestamentárias similares. Ver o vs. 14, quanto a ideias sobre riquezas.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 2433.
Sl 119.11 Aqui temos:
1. A aplicação íntima que Davi faz da palavra de DEUS a
si mesmo: escondi a tua palavra no meu coração, guardou-a no coração para que
sempre esteja à mão quando tiver motivo para usá-la; ele guarda-a como algo de
muito valor para ele, como algo muito querido, como algo que tivesse medo de
perder ou de que ser roubado. A palavra de DEUS é um tesouro digno de ser
guardado, e não há lugar mais seguro para guardá-la que em nosso coração; se a
tivermos só em nossa casa ou em nossa mão, os inimigos podem tirá-la de nós; se
a tivermos só em nossa mente, nossa memória pode falhar, mas se nosso coração
for libertado por estar moldado nela, e a impressão dela permanecer em nossa
alma, ela está a salvo. 2. O bom uso que ele designou fazer da palavra de DEUS:
para eu não pecar contra ti. Os homens bons têm medo de pecar e tomam cuidado
para evitar o pecado; e a forma mais eficaz de evitar o pecado é esconder a
palavra de DEUS em nosso coração, para que possamos responder a cada tentação
como nosso Mestre o fez, como está escrito, para que possamos opor os preceitos
de DEUS ao domínio do pecado, as promessas dele à sedução do pecado, e suas
ameaças ao perigo do pecado.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. pag. 624.
III – PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3-4, 12.)
1. Para provar a nossa fé (v.3)
Tg 1.12 A Bíblia Sagrada aprofunda o significado de
bem-aventurado para incluir uma alegria profunda que vem do recebimento da
graça de DEUS. Da mesma maneira que os atletas perseveram no seu treinamento
para melhorar a sua capacidade e a sua resistência para a competição, os
cristãos também perseveram no treinamento espiritual ao suportarem, com
perseverança, a provação (versão RA), que irá trazer maturidade e integridade.
As provações de hoje se parecerão com um treinamento
quando nós enfrentarmos os desafios de amanhã. A maneira de entrar no círculo
vencedor de DEUS é amá-lo e permanecer fiel a Ele, mesmo sob pressão. Existe
uma linha de chegada. Há bons resultados pelo caminho - o progresso espiritual
tem marcadores de quilometragem.
Mas as provações desta
vida estão limitadas a esta vida. Algum dia, as provações terminarão. O
primeiro capítulo da carta de Tiago nos ensina que o objetivo de longo prazo de
DEUS para nós é a maturidade e a integridade, mas o seu objetivo eterno para nós
é a coroa da vida, uma expressão rica em esperança. O crente que suporta com
perseverança, confiando em DEUS, terá uma vida que, embora não seja cheia de
glória nem de honra, ainda é verdadeiramente abundante, alegre, e vitoriosa.
Suportar as provas da vida dá aos crentes um sabor de eternidade, mesmo no
presente. Esperar por esta maravilhosa recompensa e por aquele que a apresentará a nós
pode ser uma fonte de resistência e coragem em tempos de provações (veja também
1 Co 9.24-27; 2 Tm 4.7,8). Os cristãos podem se considerar verdadeiramente
bem-aventurados, não importando quais sejam as suas circunstâncias exteriores,
porque a eles foi prometida a coroa da vida.
Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 665-666.
Quando somos provados precisam os estar de olho na
recompensa (1.12). Quando DEUS nos prova é para o nosso bem, por isso somos
bem-aventurados. Quando somos provados, desenvolvemos a paciência triunfadora.
Quando somos provados somos aprovados por DEUS. Quando somos provados somos
galardoados por DEUS. Quando somos provados temos a oportunidade de demonstrar
nosso amor por DEUS. A Bíblia diz que nossa leve e momentânea tribulação produz
para nós eterno peso de glória (2Co 4.17). Como Lutero expressou no hino
Castelo Forte, ainda que percamos família, bens, prazeres. DEUS continua sendo
nosso castelo forte.
Herbert Lockyer narra uma história que lança luz sobre
essa questão.
A história é contada por uma mulher piedosa que, tendo
enterrado um de seus filhos, recolheu-se a sua melancolia. Contudo, quando leu
o Salmo 18.45: ‘Vive o Senhor’, foi consolada. Então, outro filho morreu. Ainda
assim, ela permaneceu calma e confiante, enquanto dizia: ‘o consolo pode
morrer, mas DEUS está vivo’. Porém, o mais pesado golpe de todos ocorreu quando
o seu amado esposo morreu, e ela quase foi subjugada pelo sofrimento. Mas sua
filha que sobrevivera, observando como antes sua mãe falava para confortar-se a
si mesma, perguntou-lhe, desconsolada: ‘DEUS morreu, mamãe? DEUS morreu?’. Isso
alcançou o dolorido coração daquela mulher, e a sua antiga confiança no DEUS
vivo retornou. O fato de sermos provados nos capacita, não apenas para
recebermos recompensa futura, mas também nos equipa para sermos usados por DEUS
agora. Li algo maravilhoso que nos ajuda a entender esse princípio: O processo
utilizado no passado para o cultivo das árvores que se tornariam os mastros
principais dos navios militares e mercantes era assim: os grandes construtores
de navios selecionavam as árvores localizadas no topo das altas colinas para,
provavelmente, virem a ser o mastro de um navio. Então, eles cortavam todas as
árvores que as circundavam e que protegeriam da força do vento as árvores
escolhidas. Com o passar dos anos, e com os fortes açoites dos ventos contra
aquelas árvores, elas cresciam e se tornavam mais fortes ainda, até que,
finalmente, estavam suficientemente firmes para serem o mastro de um navio.
LOPES. Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em
triunfo. Editora Hagnos. pag. 23-24.
Tg 1.12
“Bem-aventurado”: a palavra constitui praticamente uma continuação das
bem-aventuranças de JESUS (Mt 5.3-11). Não se trata de verdades gerais. Não são
verdadeiras “em si”, mas apenas verdadeiras em e por meio de JESUS CRISTO, por
meio do Pai de nosso Senhor JESUS CRISTO. Em sua graça DEUS concede o
maravilhoso prêmio à nossa porçãozinha de aprovação, que na verdade vive a cada
instante da fidelidade dele.
a) Quem é “ditoso”? “A pessoa que carrega (ou
“suporta”) com perseverança a provação”. Trata-se de um verbo derivado do grego
“paciência”, “permanecer por baixo”, hypomoné (cf. o comentário a Tg 1.3).
Portanto, é importante não tentar escapar das múltiplas provas de DEUS, mas
perseverar nelas por amor e para louvor dele: seja sob o peso que significa
sermos atribulados por causa da obediência de fé – condições precárias, tarefas
difíceis, pessoas que nos causam problemas, preces aparentemente não atendidas –
seja (conforme a composição da palavra) debaixo da tribulação de nos
encontrarmos, em um aspecto qualquer, ou até mesmo em vários aspectos,
humanamente no lado obscuro da vida.
b) “Bem-aventurado” em que sentido? Desde já, porque o
beneplácito de DEUS repousa sobre nós quando, pelo amor de nosso Pai,
suportamos aquilo que nos foi ordenado como filhos de DEUS. Mas DEUS por sua
graça nos presenteará principalmente no alvo com o grande prêmio de vitória:
“Porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida.” O termo grego
stéphanos significa os louros da vitória na competição esportiva. Como
ficaremos pasmos quando DEUS responder de forma tão maravilhosa à nossa corrida
cristã, na qual de fato nos guiamos pela palavra: “Deste-me trabalho com os
teus pecados e me cansaste com as tuas iniqüidades” (Is 43.24). “Lá soará, DEUS
coroará: só ele salvação trará” (Philipp Friedrich Hiller [1699-1769]). – “A
vida” é a definição de conteúdo daquilo que a coroa representa. Por isso pode
ser traduzida: “Receberá a coroa, a saber, a vida.” Ou seja, a única coisa
chamada vida, nosso Senhor JESUS CRISTO, o grande DEUS, sua comunhão eterna.
“Estaremos com o Senhor eternamente” (1Ts 4.17). Quem tem JESUS tem tudo.
“Contigo está a fonte da vida, e em tua luz vemos a luz” (Sl 36.9). “O Senhor é
meu bem e minha porção” (Sl 16.5; cf. também 1Jo 1.2).
“Que DEUS prometeu”: cf. Jo 3.16,36; 10.28; Rm 6.23; Cl
3.4; 1Ts 4.17b. DEUS fez promessas. Penhorou sua palavra. Ele há de resgatá-la,
inclusive quando parece estar atrasado (Hc 2.3; 2Pe 3.9). “A palavra do Senhor
é verdadeira; e o que ele promete ele certamente cumprirá” (Sl 33.4).
“Aos que o amam”: em JESUS vemos o que significa amar a
DEUS. Por amor ao Pai ele trilhou qualquer caminho, também o mais enigmático:
ao sinal dele tornou-se ser humano, “a fim de procurar e salvar o que está
perdido” (cf. Fp 2.6ss; Lc 19.10). Segundo o desígnio do Pai, concordou com que
os famosos se afastassem dele e somente os sem-nome o seguissem. “Eu te louvo,
ó Pai… sim, Pai; porque assim foi agradável perante ti” (Mt 11.25s). Ele também
ofertou dor e lágrimas do caminho indizivelmente difícil e enigmático até a
cruz como sacrifício ao Pai (Hb 5.7). Amar a DEUS: entre nós isso também inclui
precisamente que por meio do ESPÍRITO de JESUS suportemos, segundo sua
orientação e por amor ao Pai, caminhos incompreensíveis e sinas aparentemente
absurdas: “Sim, Pai, de todo coração, o fardo teu carregarei” (Paul Gerhardt).
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago.
Editora Evangélica Esperança.
Provação, dificuldades, problemas, sofrimento,
tribulação, depressão, seja qual for o nome que damos às adversidades e às
tragédias da vida, a verdade absoluta é que não é fácil enfrentá-las. O ser
humano pode ser forte, inteligente, brilhante ou, até mesmo, o maior gênio da
matemática, e ainda assim não estar imune aos dramas da vida. Como aconteceu
com John Forbes Nash Jr. Que ainda jovem fez uma descoberta revolucionária no
campo da matemática que anos depois lhe renderia o prêmio Nobel de Economia. Mas
mesmo para uma mente brilhante como a de Nash não foi suficiente para que ele
ficasse imune à esquizofrenia que quase destruiu sua vida, carreira e
casamento.
A adversidade náo escolhe a classe social, baixa ou
alta; a escolaridade, analfabeto ou doutor; a beleza, bonito ou feio; a
religião, cristão ou pagão nem o grau de espiritualidade, infiel ou
comprometido.
Ela é uma fatalidade, parte de um mundo caído. E parte
de um mundo que vive no mal, que herdou as consequências da rebelião do
primeiro casal que teve o privilégio de ver DEUS face a face.
Mas independentemente desse drama que vivemos, nós,
como servos do Senhor, podemos experimentar e viver de forma diferente mesmo
diante dos problemas e das provações que o mundo nos prepara.
E no versículo 12, Tiago, novamente, vai de forma
contundente contra tudo aquilo que o mundo nos apresenta como resposta fácil
quando afirma que existe maior alegria no fato de perseverarmos na provação,
porque depois de aprovados receberemos o grande prêmio, a coroa da vida, que
DEUS garantiu entregar àqueles que o consideram acima de tudo nessa vida. Tiago
começa dizendo “feliz” ou “bem-aventurado” é a pessoa que persevera na
provação. O grande dilema e mesmo ironia dessa bem-aventurança é que ela pressupõe
a felicidade quando nós nos encontramos em um estado deplorável. É fácil
abraçar aquilo que o salmista diz: “Como é feliz aquele que não segue o
conselho dos ímpios” (SI 1.1). É certo que ninguém em sã consciência iria para
a porta de um botequim para se aconselhar com bêbados sobre sua vontade de
abrir um negócio. Qual a felicidade que alguém encontraria seguindo conselhos
dessas pessoas? Por isso, é muito fácil perceber que feliz é aquele que tem sua
satisfação na lei do Senhor (SI 1.2). Por outro lado, é muito mais difícil
aceitar que exista felicidade em se perseverar na provação. Todos nós já
tivemos nossos dias difíceis. E quantos se animam com os famosos: “Não chora”;
“Deixa disso, não vale nem a pena se estressar”; “Ah, isso vai passar”; “Levanta
a cabeça, esquece isso, tudo vai ficar bem”; “Nada como um dia após o outro”;
“Você tem que ser forte”. Se tivéssemos essa força, não seria exatamente isso
que estaríamos fazendo?
Mas independentemente de ser tão difícil abraçar o que
Tiago diz, ainda assim, é verdade que feliz é aquele que persevera. Por mais
doloroso que seja aceitar, há felicidade mesmo quando nos encontrarmos em um
estado miserável. O próprio mundo nos dirá que somos coitados por estarmos
nesse estado. Ou muitos de nós olham para as pessoas em dificuldade como
coitadas e miseráveis. A razão disso é que definimos a miséria das pessoas pelo
que elas passam. Só que DEUS define nossa miséria não pelo que passamos, mas
pelo que deixamos de alcançar. Por essa razão, Tiago nos ensina que feliz é a
pessoa que persevera na provação. A felicidade aqui está ligada a perseverança.
Como Tiago já havia mencionado nos versículos 3 e 4: “pois vocês sabem que a
prova da sua fé produz perseverança. [...] E a perseverança deve ter ação
completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros Não temos outra saída,
pois, como cristãos, precisamos praticar a perseverança a fim de alcançar um
caráter perseverante. Da mesma forma que um atleta persevera ou passa por
estresse físico para alcançar um grau maior de resistência, assim também
acontece conosco, os cristãos. Precisamos resistir aos testes ou às tribulações
da vida a fim de obter a perseverança espiritual que trará perfeição. Diante
dos problemas, temos que zelar pela nossa atitude diante de DEUS. Não devemos
permitir que entremos na murmuração que leva ao desespero. Mas como o autor de
Hebreus escreveu devemos “suportar as dificuldades como disciplina. DEUS nos
trata como a seus filhos. Ora, qual o filho que não é disciplinado por seu
pai?” (Hb 12.7). Tribulação para o não cristão é punição, mas para o cristão é
teste, uma verdadeira prova de amor do Pai. Como escreveu Thomas M.: “Uma
pessoa pode não ser sempre feliz quando tudo acontece segundo os seus próprios
desejos, mas ela pode resistir e perseverar o mal com vitória e paciência”. E a
perseverança é alcançada na provação, ou seja, durante a tempestade. DEUS quer
de nós dependência, confiança nele, ou seja, quer que nos apoiemos nele. O
cristão chora. O cristão sente dor. O cristão se humilha diante de DEUS. Ele
clama ao pai por socorro. Ele persevera na provação. Como JESUS disse: “Meu
Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu
quero, mas como tu queres” (Mt 26.39). Quando JESUS disse isso ele estava sendo
poético e politicamente correto com suas palavras? E claro que não. JESUS
estava prestes a enfrentar a morte e ele sabia muito bem disso. Seu próprio
sentimento demonstra isso. No versículo anterior, ele dissera que sua alma
estava profundamente triste, “tristeza mortal” (Mt 26.38). E o evangelista
Lucas nos informa que sua angustia era tamanha que ele orava intensamente, e
seu suor era como “gotas de sangue que caíam no chão” (Lc 22.44). Não podemos
ser cínicos. Não podemos negar que o sofrimento existe e que ele dói. Ele
machuca. As dificuldades física, emocional e econômicas desta vida são reais. A
vida é repleta de problemas. Não temos como fugir dessa realidade. Somos
pessoas vulneráveis a tudo. Basta um vírus, e ficamos de cama. Basta uma
mudança de tempo, e pegamos uma gripe. Basta uma noite mal dormida, um pouco de
estresse, falta de comida e uma queda na pressão sanguínea que perdemos os
sentidos, como acontece com aqueles que sofrem de síncope do vaso vagai.
Mas será que DEUS está pedindo que tenhamos fé a ponto
de ignorar ou fazer de conta que não estamos sofrendo ou que não sofremos de
forma alguma porque somos supercrentes? De forma alguma! Não é vergonha nem
pecado um cristão ficar doente ou sofrer, sentir-se frágil. Isso é ser humano.
Como Paulo afirmou: “por amor de CRISTO, vos foi concedido não somente crer
nele, mas também sofrer por ele” (Cl 1.29, A21). Contudo, o Senhor espera que
não vivamos presos, limitados nem acorrentados pelas tragédias da vida de tal
forma que nos impossibilite de ver além do nosso próprio problema. Pois assim
deixamos de enxergar tudo aquilo que de mais precioso ele tem nos dado e nos
preparado para receber. Como disse o profeta Habacuque: “mesmo não florescendo
a figueira, e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de
azeitonas, não havendo produção de alimentos na lavoura, nem ovelhas no curral,
nem bois nos estábulos, ainda assim, eu exultarei no Senhor e me alegrarei no
DEUS da minha salvação” (3.17,18).
As aflições externas só serão o mal maior, se DEUS não
for nosso bem maior. Por isso, rejeitar nossa situação não é o caminho, mas o
caminho é perseverar na nossa provação.
Provação e tentação traduzem a mesma palavra grega
(peirasmos). Esta deve ser a razão que Tiago trata dos dois sentidos nesse
parágrafo. Primeiro, ele trata da felicidade do homem que persevera na provação
(certamente, a melhor opção no v. 12). Todo tipo de sofrimento atinge o homem
em conseqüência da queda de Adão e a maldição que foi pronunciada contra o
mundo por DEUS. O apóstolo Paulo escreveu: “Considero que os nossos sofrimentos
atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza
criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de DEUS sejam revelados.
Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por
causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza
criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo
a gloriosa liberdade dos filhos de DEUS” (Rm 8.18-21).
A felicidade dos que perseveram nas provações e são
aprovados (,dokimos, v. 2) culmina no galardão de receber a coroa da vida (v.
12). Essa coroa (stephanos, grinalda, uma coroa de folhas) correspondia nos
jogos olímpicos à medalha de ouro nos dias atuais. A aprovação do Senhor
resulta na honra concedida a um vencedor. Todo cristão que não desiste, mas
persevera, será reconhecido como vencedor, recebendo a coroa da vida, prometida
por DEUS para aqueles que o amam.
Paulo afirma que ele corre para ganhar o prêmio que ele
também chama de coroa (stephanon). Enquanto os que correm no estádio correm
para uma coroa ou grinalda que perece, Paulo esmurra seu corpo para ganhar a
corrida de DEUS. A grinalda que o Senhor lhe dará não perece (ICo 9.25), mas
durará para sempre. A permanente e duradoura confirma que a vida eterna nunca
acabará. Novamente, em 2Timóteo, Paulo, pouco antes de sua decapitação em Roma,
expressa sua confiança em ser galardoado com uma coroa (stephanos) de justiça
(4.8). Todos os justificados (declarados justos pela graça) receberão a coroa
que os identifica como perfeitos, sem mácula ou mancha de pecado.
A coroa é o emblema de sucesso espiritual concedido
pelo Rei do universo àqueles que mantêm sua fé. Talvez tenha sido desse
versículo que C. S. Lewis tenha tirado a ideia de coroar os jovens vencedores
Pedro, Edmundo, Susana e Lucia, no final de sua primeira aventura, contra a
Rainha má de Nárnia, pois eles passaram no teste da fé e perseveram até o fim.
E coroa da vida aqui pode ser entendida como a coroa
que é a vida que DEUS nos premiou. Essa vida é sem dúvida a vida eterna, o
desfrutar da presença de DEUS na eternidade. Em Apocalipse 2.9 e versículos
seguintes, JESUS diz para os cristãos que estão sofrendo que aqueles que
perseverarem que o prêmio será a vitória sobre a morte. “Estas são as palavras
daquele que é o Primeiro e o Ultimo, que morreu e tornou a viver. Conheço as
suas aflições e a sua pobreza, mas você é rico! Conheço a blasfêmia dos que se dizem
judeus, mas não são, sendo antes sinagoga de Satanás. Não tenha medo do que
você está prestes a sofrer. O Diabo lançará alguns de vocês na prisão para
prová-los, e vocês sofrerão perseguição durante dez dias. Seja fiel até a
morte, e eu lhe darei a coroa da vida. Aquele que tem ouvidos ouça o que o
ESPÍRITO diz às igrejas. O vencedor de modo algum sofrerá a segunda morte’.
JESUS conhece nossa aflição. Ele sabe onde está
localizada nossa dor. Ele conhece exatamente o que estamos passando. E ele pede
de nós coragem? Ele diz para nós “deixarmos disso”, ou “sairmos dessa”? Não.
Ele pede de nós fidelidade. Ser fiel, mesmo em caso de ter que enfrentar a
morte. Esse versículo de Tiago é um dos mais apocalípticos de todo o livro.
Pois ele está olhando para o presente: as nossas dificuldades e provações hoje,
mas nos chamando para uma disposição futura. É impressionante como, em grande
parte da Bíblia, a questão do sofrimento está relacionada com o presente e o
futuro.
O presente sempre sendo o momento que experimentamos
nosso sofrimento, e o futuro sendo sempre nossa âncora na qual devemos nos
apoiar. Parece que, de alguma forma, o Senhor quer nos ensinar que o sofrimento
nessa vida, no presente, é inevitável. Em parte, é inevitável por estarmos em
um mundo caído, corrompido e contaminado pelo pecado. E focalizar no
sofrimento, na dor, no problema, na tribulação só agrava o fato como se fosse
uma forma que o mundo encontrou para nos distanciar de DEUS. Mas o encorajamento
do Senhor está em nos ensinar e nos impulsionar a olhar para além do sofrimento
na expectativa e na esperança daquilo que ele está reservando para nós para
toda a eternidade.
Por pior que sejam os nossos sofrimentos, e eles são
legítimos e verdadeiros, Paulo diz que eles ainda assim se quer podem ser
comparados com a glória que em nós será revelada (Rm 8.18). Ou ainda que eles,
embora nada mais sejam do que leves e momentâneos estão produzindo para nós uma
glória eterna que pesa mais do que todos eles (2Co 4.17). Por essa razão,
precisamos fixar os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o
que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno (v. 18).
De alguma forma sobrenatural encontraremos força
mudando nosso foco do problema para a glória aguardada da herança que
receberemos no momento prometido. Além disso, é necessário reconhecer a própria
limitação do período de sofrimento atual que é passageiro, mesmo que para
muitos de nós algumas horas de angústia pareçam representar uma vida inteira de
sofrimento. E se falhamos em ter uma visão correta e certa de nosso futuro,
falharemos em uma abordagem correta e equilibrada do nosso presente. Viveremos no
tormento da dor sem esperança. Ficaremos desanimados e desmotivados com a
própria vida, e muito mais ainda com a vida cristã. Estaremos nos culpando por
não agirmos como deveríamos, e a tendência de correr para mais longe de DEUS,
por conta da própria sensação e sentimento de falência espiritual, por saber
como devemos agir e acabar agindo de outra forma.
Como é lastimável pensar que existem muitas pessoas
enganando e sendo enganadas com essa ideia diabólica de que o crente 11.10
sofre, o crente não fica doente. Quando o que a Bíblia mais afirma é que o
sofrimento é real. Que os problemas machucam, doem. Que essa vida não é fácil
não. E essa mentira nos tenta a encobrir uma realidade que é impossível de ser
coberta. E tão impossível encobrir e mascarar o sofrimento como cobrir o mar ou
impedir que o sol apareça. Podemos e tentamos fazer de tudo — correr para
médicos, tomar remédios, fazer tratamentos, praticar esportes, alimentar-se
bem, mas a verdade é que a vida neste mundo pressupõe dor, angústia e
tribulação.
Seria utopia achar que o sofrimento é injusto tanto
quanto que DEUS é injusto por permitir que o mundo seja assim. Por outro lado,
o lado melhor da moeda, é que DEUS não nos criou para a terra, mas para o céu.
E pode um crente viver no presente sem a visão do céu? O presente que recebemos
no meio de tudo é um chamado para focalizarmos nossa pátria verdadeira (Fp
3.20).
Por isso, a constância e a perseverança têm grande
valor para DEUS. O apóstolo Paulo disse que DEUS retribuirá a cada um conforme
o seu procedimento’. Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem,
buscam glória, honra e imortalidade (Rm 2.6,7). Na competição dos jogos, a
perspectiva de ganhar o prêmio serve de estímulo para os atletas. Também, para
todos os que perseveram na corrida cristã, apesar das aflições e oposição, DEUS
oferecerá a coroa da vida.
Russell P. Shedd,. Edmilson F.
Bizerra. Uma Exposição De Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd
Publicações.
Tg 1.3 Embora a nossa
tendência seja pensar nas provas como uma maneira de testar o que não sabemos
ou não temos, passar por uma prova deveria ser uma oportunidade positiva para
provar aquilo que aprendemos. Esta prova à nossa fé é um teste que tem um objetivo
positivo. Neste caso, os problemas não determinam se os crentes têm fé ou não.
Os problemas fortalecem os crentes, acrescentando paciência à fé que já se
encontra presente. A paciência é a fé ampliada; ela envolve a confiança em DEUS
por um período muito longo de tempo. Tiago náo está questionando a fé dos seus
leitores — ele supõe que eles confiam em CRISTO. Ele não está convencendo as
pessoas a terem fé; ele está encorajando os crentes a permanecerem fiéis até o
fim. Tiago sabe que a fé deles é verdadeira, mas esta fé precisa amadurecer.
Não podemos conhecer verdadeiramente a nossa própria
profundidade até que vejamos como reagimos sob pressão. Diamantes preciosos
começam sendo carbono, sujeitos a uma pressão intensa durante algum tempo. Sem
pressão, o carbono continua sendo carbono.
A prova da sua fé é a pressão contínua que a vida
exerce sobre você. A paciência, como uma pedra preciosa, é o resultado desejado
deste teste. A paciência não é uma submissão passiva às circunstâncias; é uma
resposta forte e ativa aos eventos difíceis da vida, mantendo-lhe em pé à
medida que você enfrenta as tempestades.
Não é simplesmente a atitude de suportar as provações,
mas sim a capacidade de convertê-las em glória e superá-las.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 663.
Aprova da nossa fé (v. 3) fortalece nossa paciência.
JESUS disse: “E na vossa paciência que ganhareis a vossa alma” (Lc 21.19, ASV).
Tiago não nos dá este conselho com base na sua autoridade pessoal. Sabendo que
significa: “Descubram por conta própria”. O tempo do verbo sugere uma ação
progressiva e contínua — descobrindo continuamente. O apóstolo diz, na verdade:
“Procurem ser alegres e perseverantes e vejam se não é a melhor maneira de
lidar com as suas provações”.
E por que deveríamos continuar provando? Tasker
responde: “Para que os cristãos sejam perfeitos e completos, avançando até
alcançar a vida equilibrada de santidade perfeita e íntegra”.3 Essa é a vontade
de DEUS para o cristão. A exortação aponta para uma santidade representando o
alvo mais elevado da maturidade cristã. Mas essa maturidade não deve estar
dissociada do cumprimento do mandamento do nosso Senhor e da sua provisão para
alcançar esse elevado nível de santidade. A palavra perfeitos é a mesma que JESUS
usou quando instruiu seus seguidores: “Sede vós, pois, perfeitos, como é
perfeito o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.48).
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon. Tiago. Editora
CPAD. Vol. 10. pag. 155.
Tg 1.3 a) Aprendemos a paciência. “Pois tendes o
conhecimento de que o teste de autenticidade de vossa fé produz paciência.” O
termo grego para “paciência”, hypomoné, significa também “perseverança”,
“constância”, literalmente “permanecer por baixo”, debaixo das condições
difíceis, das tarefas onerosas, dos sofrimentos físicos e psíquicos etc.,
permanecer debaixo de DEUS e de sua vontade, no lugar em que ele nos colocou.
Nossa natureza humana perde a paciência diante das adversidades. Mas em que
sentido, afinal, as tribulações produzirão paciência nos cristãos?
Paulo escreve: “Estais radicados nele”, em CRISTO (Cl
2.7). As tribulações são capazes de nos prestar o serviço de nos ensinar a
enraizar-nos cada vez mais profundamente em DEUS, a agarrar-nos cada vez mais
firmemente a ele. É como as árvores fazem na natureza: as de raízes rasas são
derrubadas, uma depois da outra, pela tempestade. As faias solitárias sobre os
montes agarram-se cada vez mais firmemente às rochas nas ventanias.
Consequentemente, nossa constância se fortalece cada vez mais nos testes de autenticidade.
– Igualmente colhemos experiências com nosso Senhor, como p. ex.: “Ele tira a
vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir, ele empobrece e enriquece;
abaixa e também exalta” (1Sm 2.6s). Em novas provações saberemos por
experiência própria: não há motivos para resignar. Sabemos o que podemos
esperar de DEUS nas provações, qual é o método de nosso DEUS: ele socorre na
aflição e, na hora certa, também ajuda a sair dela. Em certas circunstâncias,
outros, ainda iniciantes na fé, poderão aprender algo com a tranquilidade,
serenidade e certeza daqueles que há muito vivem com seu Senhor e em muitas
provações já colheram numerosas experiências com ele. “… que têm sido
exercitados” (Hb 12.11). Ademais é importante que preservemos as experiências
de tribulações anteriores para a atualidade e o futuro, para nós e outros (Sl
77.12) e as façamos frutificar em determinadas ocasiões.
Fritz Grünzweig. Comentário Esperança Carta De Tiago.
Editora Evangélica Esperança.
2. Produzir a paciência (v.3,4)
Similar à sua lista de fraquezas de 4.8-10, esta lista
inclui aflições, necessidades e angústias que a maioria dos pregadores não
apresentaria perante seus ouvintes.
Por pregar a CRISTO, Paulo tinha sido açoitado. Em
11.23-25, Paulo lembra que tinha sido açoitado cinco vezes pelos judeus.
Ele também tinha sido espancado com varas pelas
autoridades civis em três ocasiões diferentes. Lucas registrou, no livro de
Atos, que Paulo e Silas sofreram esta punição em Filipos (veja At 16.23,24).
Paulo tinha sido aprisionado em Filipos (At 16.23). Em
praticamente todas as cidades, Paulo tinha enfrentando tumultos, normalmente
provocados pelos judeus rancorosos. Em Antioquia da Pisídia, os judeus
incitaram os homens e mulheres influentes da cidade para expulsá-lo daquela
cidade (At 13.49-52). Em Icônio, os cidadãos tramaram apedrejar Paulo até a
morte (At 14.5,6). Em Listra, uma multidão irritada o apedrejou, e,
milagrosamente, ele sobreviveu e seguiu até a cidade seguinte para pregar o
Evangelho (At 14.19). Em Filipos, uma multidão cercou Paulo e Silas e os
aprisionou (At 16.19-24).
Em Tessalônica, uma multidão que procurava Paulo cercou
a casa de Jason (At 17.5). Em Éfeso, uma multidão de ourives enraivecidos
atacou os companheiros de viagem de Paulo (At 19.23-41). Mesmo durante o
ministério de Paulo entre os coríntios, os judeus de Corinto o prenderam e o
levaram diante do governador (veja At 18.12-17). Em toda parte onde Paulo
pregava o Evangelho, ele encontrava-se com multidões inflamadas. Ele esperava
oposição, mas também esperava que JESUS o guiasse nestas situações difíceis (veja
1.3-7).
Depois de listar algumas das aflições involuntárias que
tinha enfrentado, Paulo mencionou as aflições que ele havia suportado
voluntariamente pela causa do Evangelho. Paulo não apenas enfrentou
obedientemente todos os tipos de oposição a CRISTO, como também fez sacrifícios
pessoais para poder continuar a anunciar as boas novas. Paulo tinha trabalhado
até a exaustão para não se tornar um peso para as pessoas a quem estava
pregando, em especial para os coríntios (veja 11.9). Em Tessalônica, ele
trabalhou noite e dia; talvez isto lhe tenha causado algumas daquelas noites
sem dormir, em vigília (1 Ts 2.9; 3.8). Talvez algumas destas vigílias
voluntárias não tivessem sido passadas em trabalho físico, mas em orações por
todas as igrejas. Além disto, Paulo tinha jejuado muitas vezes. Ele pode ter
feito isto para não ser um peso financeiro para as pessoas a quem estava
pregando (veja 11.7-10).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 216-217.
Mas como os seus caluniadores coríntios aparentemente
sentiram que a honra da indicação feita por DEUS significava sucesso e
proeminência, Paulo teve que ressaltar que até mesmo os seus sofrimentos eram
demonstrações da autenticidade do seu apostolado (4-5).201 Em tudo -
possivelmente em todas as ocasiões - Paulo e seus companheiros de trabalho se
tornavam recomendáveis (dignos de elogio, cf. 3.1; 4.2; 5.12) como ministros
(servos; cf. 6.4; Mt 20.26; Mc 10.43) de DEUS. Redpath sugere que todas as
condições mencionadas em 4-10 “fornecem uma plataforma para a exibição da graça
de DEUS” na vida dos seus servos.202
Paulo recomenda o seu ministério, primeiramente, na
muita paciência (“grande persistência”, RSV). Esta qualidade, muita ressaltada
por JESUS (Mt 10.22; 14.13; Lc 8,15; 21.19) e certamente significativa para
Paulo (1.6; 11.23-30; Rm 5.3; 1 Ts 1.3), coloca-se no topo de três grupos de
provações. O primeiro grupo, no versículo 4, apresenta os sofrimentos de Paulo
em termos gerais. Eles podem se referir àquelas dificuldades que são
independentes do agente humano, e incluem aflições (cf. 1.3-10; 2.4; 4.8,17; At
14.22; 20.23), todas as experiências de pressão física, mental ou espiritual
que talvez possam ser evitadas; necessidades (“privações”, NEB), que não possam
ser evitadas; e angústias (“dilemas”, NEB, 4.8), das quais não é possível
escapar.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. I Coríntios.
Editora CPAD. Vol. 8. pag. 438.
«...na muita paciência...» Esta última palavra, no
original grego, é «upomone». Trata-se não simplesmente da capacidade de esperar
com tranquilidade e sem queixumes, pela concretização de algo que se espera,
conforme a definição ordinária da palavra moderna «paciência». Antes, dentro do
uso neotestamentário há a ideia de «constância», «fortaleza», «permanência»,
«perseverança», em face das dificuldades, das perseguições e de um trabalho
árduo e prolongado. Por isso mesmo, um elevado lugar é atribuído a essa
virtude, nas páginas do N.T., bem como em outras literaturas cristãs. Notemos a
«constância de CRISTO», em seus sofrimentos (Pol. 8:2); a fortaleza «similar à
de CRISTO» (ver II Tes. 3:5); a «constância» na prática do que é direito (ver
Rom. 2:7); a «perseverança dos santos» (em, Apo. 3:10). O Senhor JESUS dava a
essa virtude uma importância muito grande, conforme se vê em Luc. 8:16; 21:19;
Marc. 13:13; Mat. 10:22 e 24:13. Esta epístola torna a mencioná-la, no trecho
de II Cor. 12:12. E nas passagens de I Tim. 6:11; II Tim. 3:10 e Tito 2:2, essa
virtude aparece logo depois do «amor», nas listas das virtudes cristãs.
Crisóstomo teceu louvores a essa virtude como segue: «É ela a raiz de toda a
bondade, a mãe da piedade, o fruto que nunca murcha, uma fortaleza jamais
conquistada, um porto que desconhece tempestades». (Hom. 117). O mesmo autor
diz em sua Ep. ad Olymp. 7: «(ela é) a rainha das virtudes, o alicerce das
ações corretas, a paz na guerra, a calma na tormenta, a segurança nas
maquinações, que nenhuma violência humana e nenhum poder do mal poderá
prejudicar». Clemente de Roma, ao referir-se às várias virtudes que
recomendavam aos apóstolos, deu o primeiro lugar a essa virtude. (Ver Cl.
12:12).
Aquieta-te, minha alma: o Senhor está a teu lado;
Suporta com paciência a cruz da tristeza ou da dor; Deixa ao teu DEUS ordenar e
providenciar; Em toda a modificação ele permanecerá fiel; Aquieta-te, minha
alma; teu melhor e celeste Amigo Por caminhos espinhosos te conduz a um fim
feliz. (Katharina von Schlegel).
«Todos os homens aprovam a paciência, embora poucos
estejam dispostos a praticá-la». (Tomás à Kempis, 1380-1471, em sua famosa obra
Imitação de CRISTO).
«É na vossa perseverança que ganhareis as vossas almas»
(Luc. 21:19).
«Tendes ouvido da paciência de Jó...» (Tia. 5:11).
«...aflições...» No grego temos o termo «thlipsis», uma
palavra geral que indica várias formas de aflição, produzidas por
circunstâncias externas adversas, pelas tribulações, pelas perseguições, pelas
angústias mentais e espirituais. A ideia à raiz dessa palavra é «pressão». O
verbo grego «thlibo» significa «premir», «espremer», «restringir», «estreitar»,
e, por conseguinte, «oprimir, «afligir». Esse vocábulo é usado por nada menos
de quarenta e cinco vezes nas páginas do N.T., com tais sentidos como
«tribulação» (como em Mat. 13:21 e 24:21,29), «aflição» (como em Marc. 4:17 e
13:19); «angústia» (como em I Cor. 7:28); e «perseguição» (como em Atos 11:19).
«...privações...» é tradução do vocábulo grego
«anagke», que quer dizer «necessidade», «calamidade». Essa palavra, no original
grego, também podia transmitir a idéia da «falta» de algo necessário, ou seja,
a redução a uma pobreza extrema. Sabemos que Paulo sofreu assim, porquanto
aprendeu como ter abundância e sofrer penúria. (Ver Fil. 4:12). Essa palavra
grega, entretanto, pode significar simplesmente «calamidades», «experiências
adversas», o que também se verificou na vida do apóstolo dos gentios. Esse vocábulo
é empregado por dezoito vezes no N.T., e ambas essas ideias aparecem inerentes
nas ocorrências do mesmo. «...angústias...», no grego, é «stenochoria», que
literalmente traduzido seria «estreiteza», demonstrando um estado de
«confinamento», de «restrição», dando a ideia de angústias, apertos de muitas
formas.
É interessante que alguns estudiosos veem certa
intensificação crescente das dificuldades mencionadas por Paulo —«Aflições» (II
Cor. 1:4,8; 2:4 e 4:7), que podem ser evitadas; «necessidades» (II Cor. 12:10),
que não podem ser evitadas; e «apertos» (II Cor. 12:10), do que não há como
escapar». (Plummer, in loc.).
«A ideia aqui prevalente é a de pressão e confinamento:
cada estágio mais estreito do que o anterior, de tal modo que nenhum espaço é
deixado para movimento ou escape». (Stanley, in loc.).
Paulo expressa as suas grandes tribulações mediante o
emprego de diversos trios, três ao todo, expressando nove formas de angústia
(nos versículos quarto e quinto deste capítulo). Comenta Faucett(ín loc.),
acerca disso: «O primeiro trio expressa as aflições em geral; o segundo trio,
aquelas que se originam nas violências dos homens; e o terceiro trio, expressa
aquelas que ele provocou contra si mesmo, direta ou indiretamente. Tudo isso
comprovava o seu direito de exortá-los com autoridade, bem como sua capacidade
de servir-lhes de exemplo.
O recital que se segue (nos versículos quarto a décimo
deste capítulo) é uma extravasam do coração de Paulo, com o objetivo único de
revelar o seu amor, através daquilo que ele teve de tolerar. Tudo começa com a
menção de seus sofrimentos físicos, uma lista impressionante, repetida com
maiores detalhes em II Cor. 11:23-28. Paulo se regozijava nesses sofrimentos,
mas não mediante alguma ufania no martírio, conforme com freqüência os
sofrimentos dos santos se transformam em uma espécie de indulgência masoquista.
Para Paulo, essas coisas eram as ‘marcas do Senhor JESUS’ (ver Gál. 6:17). Os
sinais de seu companheirismo com seu Senhor, o resultado e aprova de sua
fidelidade a seu Senhor e à sua mensagem...Em seguida nos é oferecida uma
descrição sobre as qualidades que acompanhavam a mensagem do apóstolo. Nisso se
encontram os frutos e manifestações do ESPÍRITO SANTO. Essas são as graças que
Paulo procurava cultivar, e que ele reputava como essenciais naquele que
quisesse recomendar o seu ministério aos outros». (James Reid, ín loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 353-354.
II Ts 1.4 Aparentemente, não era costumeiro de Paulo
falar, nas igrejas de DEUS, sobre um grupo de crentes a fim de se gloriar de
determinadas características. No caso dos tessalonicenses, entretanto, Paulo os
elogiou, assim como outros já tinham feito (I Ts 1.7-10).
A palavra hupomone, traduzida como paciência, é a mesma
palavra usada em I Tessalonicenses 1.3. Ela retrata não uma aceitação passiva
face às dificuldades, mas sim uma resistência ativa contra elas, demonstrada
pela fé.
Os crentes tessalonicenses permaneciam fiéis a DEUS
mesmo em meio a todas as perseguições e aflições que estavam suportando. Paulo
tinha sido perseguido durante a sua primeira visita a Tessalônica (At 17.5-9).
Sem dúvida, aqueles que tinham respondido positivamente à sua mensagem e tinham
se tornado cristãos continuavam a enfrentar perseguições.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Editora CPAD. Vol 2. pag. 462.
Em linguagem exuberante,
Paulo relembra a origem emocionante da igreja tessalonicense. Eles são chamados
de amados irmãos... de DEUS (4). A frase de DEUS deve ser colocada depois de
irmãos, e não depois de é referindo-se à eleição (cf. AEC, BAB, BJ, NVI, RA). A
fraternidade cristã é a fraternidade dos filhos de DEUS que nasceram de novo e
estão mutuamente unidos pelo amor e pela vida comum que têm em CRISTO. E muito
real e forte. Tais pessoas foram e são amadas continuamente por DEUS (cf. Rm
8.31-39). “Amados por DEUS” (BV) era termo reservado no Antigo Testamento para
Israel e pessoas especiais. Em CRISTO, todos os homens tomam parte do
privilégio.
Acerca dos tessalonicenses cristãos, Paulo confirma:
sabendo... a vossa eleição (4). E comum este conceito bíblico ser erroneamente
interpretado ou torcido. Eleição significa escolha, e nas Escrituras os eleitos
são aqueles a quem DEUS escolheu para serem seus filhos e herdeiros da vida
eterna. A construção grega (4) denota que o ato de eleição de DEUS brota
do seu amor imutável. Há acordo sobre este ponto entre
todos os que aceitam as Escrituras como regra. A divisão surge na questão do
método e base da eleição. Para um grupo, é a deliberação secreta e eterna de
DEUS, sua escolha soberana de certos indivíduos, ao mesmo tempo em que ele
ignora os demais. Mas o único ponto de vista consistente com o teor geral
das Escrituras, como também com todas as passagens em
questão, é o que ensina que a eleição é a escolha de DEUS para a vida, pela
graça, de todos os que salvadoramente creem em JESUS CRISTO. O chamado é
universal, de forma que ainda que o princípio no qual a escolha é feita seja
decretado eternamente, a eleição não é arbitrária, mas condicional à aceitação
da oferta de misericórdia em CRISTO. A escolha é condicional, e, portanto, os
eleitos são aqueles que permanecem na fé e perseveram na obediência7 (cf. 2.13-15;
2 Pe 1.10).
Paulo não hesita em insistir no conhecimento da eleição
para a salvação pessoal. Tal garantia é promessa das Escrituras. A força da
palavra porque, que inicia o versículo 5, denota que a eleição dos
tessalonicenses foi deduzida dos fatos indisputáveis de sua experiência. Eles
têm “fé”, “amor” e “esperança” (3) em JESUS CRISTO? E estas virtudes se mostram
em “obra” (3), por exemplo, afastar-se dos ídolos; em “trabalho” (3), por
exemplo, servir ao DEUS vivo e verdadeiro; e em “paciência” (3), por exemplo,
esperar dos céus a seu Filho (cf. 9,10)? O auto-exame minucioso não deve
suscitar dúvidas ansiosas, mas combater a falsa confiança na bênção de um dia
que é apenas lembrança.
Paulo nos lembra o que James Denney denomina de “os
sinais da eleição”.
Árnold E. Airhart. Comentário Bíblico Beacon. I e II Tessalonicenses. Editora
CPAD. Vol. 9. pag. 361-362.
A terceira razão para o
louvor prestado por Paulo aos crentes tessalonicenses é que eles tinham
suportado bem as perseguições, não abandonando o poder da fé e nem a constância
do testemunho cristão. Os trechos de I Tes. 1:6; 2:14 e 3:2-5 mostram-nos que aqueles
crentes estavam sob o assédio da perseguição, quando Paulo lhes escreveu sua
primeira epístola; e essa situação teve prosseguimento durante os meses
passados entre o recebimento da primeira e da segunda epístolas. Aqueles
crentes, tendiam para o desencorajamento por esse motivo; mas o apóstolo dos
gentios demonstra como não tinham razão alguma para o desânimo, já que o
progresso espiritual deles, que era fator verdadeiramente importante, nada
sofrera, sendo tão extraordinário que ele podia elogiá-los perante outras
comunidades cristãs, de outras localidades, utilizando-se deles como um exemplo
de como os crentes devem confiar em CRISTO e mostrar-se perseverantes sob a
opressão.
«Estamos sempre prontos para ver nisso todas as coisas,
exceto aquilo que vem de DEUS, os erros feitos pelo o b reiro, os pre co n e
eito s de novos discípulos, no sentido que a luz ainda não clareou, e também as
falhas de caráter que o ESPÍRITO SANTO não conseguiu vencer; e quando fixamos
nossa atenção sobre essas coisas, é apenas natural que nos mostremos inclinados
à censura. O homem natural gosta muito de encontrar defeitos; pois isso lhe dá,
com pouquíssimo trabalho, o senso consolador de ser superior. Mas é um olho
maligno aquele que só pode ver faltas, deleitando-se nelas. Antes de
comentarmos as deficiências ou equívocos, que só se tornam visíveis em face do
pano de fundo da nova vida, agradeçamos a DEUS pela vida nova, por mais humilde
e imperfeita que seja essa forma. Não é necessário que o caráter do crente seja
agora o que ainda será. Porém, somos forçados, pela força do dever, pela
verdade e por tudo quanto é correto e justo, a dizer:
‘Graças sejam dadas a DEUS por aquilo que ele começou a
fazer mediante a sua graça’. Existem pessoas que nunca deveriam ver trabalhos
feitos pela metade; e talvez essas mesmas pessoas devessem ser proibidas de
criticar as missões, tanto as de âmbito pátrio como as que atuam no
estrangeiro. A graça de DEUS não é responsável pelas falhas dos pregadores ou
dos convertidos; mas ela é antes a fonte originária de suas virtudes; é a fonte
de sua nova vida; é também a esperança do futuro deles; e a menos que acolhamos
suas operações com ações de graças constantes, não estaremos em uma atitude
mediante a qual a graça divina possa operar em nós».
(Denny, in loc.).
«...nos gloriamos de
vós...» Os crentes tessalonicenses não tinham reais motivos para estarem
desencorajados; pois o que devia ser realizado, estava sendo realizado. Paulo
se «gloriava» neles perante outras igrejas. É usado por ele o vocábulo grego
«egkauchomai», que significa «ufanar-se», e que em um mau sentido significa
«mostrar-se arrogante». Não era coisa de somenos que o grande apóstolo dos
gentios pensasse que o progresso espiritual daqueles crentes era de tal
natureza que merecesse jactar-se ele do mesmo de maneira sincera. Isso Paulo
disse a fim de encorajá-los em meio às tribulações e descoroçoamentos. Em
Corinto (bem como em outras localidades da província da Acaia), Paulo
apresentava o caso dos crentes tessalonicenses como um exemplo de como os
crentes devem progredir na sua vida espiritual (ver II Cor. 1:1). Outro sim, o trecho de I
Tes. 1:8 deixa entendido um contato e uma atividade muito maiores do que aquela
concentrada em qualquer província romana isolada. Poucos meses, pelo menos, se
tinham passado; e isso teria dado a Paulo tempo de visita diversos territórios,
onde poderia ter iniciado novas obras. Não sabemos dizer, entretanto, quanto
tempo se passara desde que ele escrevera sua primeira epístola aos
Tessalonicenses; mas pelo menos alguns meses teriam sido necessários para que
houvesse aqueles novos acontecimentos.
«...igrejas de DEUS...»
(Quanto a notas expositivas completas sobre a «igreja», em sua chamada, em sua
natureza, em sua missão e em seu destino, ver Efé. 3:10. Ver as notas
expositivas sobre a «igreja de DEUS», em I Tes. 3:5,15). Essa expressão também
se acha nas passagens de I Cor. 1:2; 10:32; 11:22; 15:9; II Cor. 1:1; Gál.
1:13. No plural temos «igrejas de DEUS»
As igrejas de DEUS são dele (é usado o genitivo
possessivo, no o rig in a l grego), pertencem ao Senhor; e também em DEUS elas
encontram seu propósito e destino, sua presente existência e sua manutenção
partem dele; e é ele quem exerce autoridade religiosa sobre elas, porquanto
CRISTO é o Filho unigénito de DEUS e é também o Cabeça da igreja (ver Efé.
1:23).
«Os crentes tessalonicenses não precisavam temer que
estavam ocultos em algum posto distante. Nem os homens e nem DEUS deixavam de
dar atenção à coragem deles... Seus fundadores e amigos, mesmo à distância,
observavam com ufania quão resoluta era a fé deles; ao passo que no processo
seguro da providência divina aquela fé tinha um destino todo próprio, porquanto
estava vinculada aos desígnios eternos do Senhor».
(Moffatt, in loc.).
É possível que os crentes tessalonicenses tivessem
imaginado que o tom de louvor, da parte do apóstolo Paulo, em sua primeira
epístola, fosse um tanto exagerado. Mas agora Paulo mostra que em nada ele se,
mostrara exagerado. Os seus elogios eram plenamente merecidos por eles, de
formas espiritualmente recomendáveis. A vereda pela qual eles tinham começado a
andar, a despeito das dificuldades crescentes, agora era exposta novamente como
o caminho pelo qual deveriam palmilhar.
« ...constância de f é ...» No grego, a primeira dessas
palavras é «upomone», que poderia ser traduzida por «paciência» ou
«resistência». Mui raramente, porém, tal termo tem o sentido de «paciência», se
emprestarmos a esse vocábulo o sentido de passividade sem queixumes. Por
exemplo, Jó, apesar de ser homem de grande paciência, não ficou passivo, e não
deixou de queixar-se, conforme os registros bíblicos deixam bem claro. Contudo,
em meio à sua tremenda provação, ele se mostrou «resistente», sem jamais ter
abandonado a sua confiança no Senhor.
Aqueles crentes de Tessalônica, que sofriam sob a
perseguição, mereciam ser elogiados. Podiam eles ficar no aguardo de uma glória
que me estava sendo Separada através de sua resistência fiel debaixo da
tribulação, visto que eram sais a CRISTO. Por outro lado, seus perseguidores
não podiam enganar a si mesmos sob o pensamento que o tratamento desumano que
conferiam a outros, ainda que feito em nome a e DEUS, pudesse ser esquecido
pelo Senhor ou pudesse deixar de ser devidamente castigado. As leis morais do universo
exigem que o homem colha segundo aquilo que tiver semeado; e isso se aplica
tanto no caso do incrédulo como no caso do próprio crente.
As ações de um homem e sua conduta na vida tomarão
evidente que tipo de colheita ele poderá esperar. O juízo é certo; e não nos
deveríamos equivocar a esse respeito, porquanto assim o requerem as leis
morais. Doutro modo, se alguém pudesse fazer o mal, sem nunca ser punido, DEUS
seria motivo de zombarias e o mundo não passaria de caos. Por outro lado, o bem
que os homens praticam não pode deixar de ser notado pela mente divina. Mas
naturalmente, embora isso não seja destacado no presente texto, o juízo será
disciplinador, e não meramente retributivo, o que fica perfeitamente claro em
passagens como I Ped. 3:18-20 e 4:6, onde também aparecem as notas expositivas
centrais sobre o julgamento divino. Assim, pois, o juízo divino será exato,
tendo por desígnio recompensar e punir, em medida exata, de conformidade com a
gravidade de cada crime; mas essa própria vingança serve, «resistência
persistente», a despeito das circunstâncias difíceis. Isso pode ser confrontado
com o trecho de Rom. 5:3-5 (conforme a tradução inglesa de Williams, mas aqui
vertida para o português), e que diz: «...o sofrimento produz ‘resistência’ (a
mesma palavra do presente versículo); a resistência, o caráter comprovado; o
caráter comprovado, a esperança; e a esperança jamais nos desaponta; pois
através do ESPÍRITO SANTO, que nos foi dado, o amor de DEUS tem invadido os
nossos corações». Vemos, no presente contexto, que a «resistência» do crente,
aqui focalizada, é uma qualidade espiritual, um produto de um andar inspirado e
dirigido pelo ESPÍRITO SANTO; e todas as qualidades e graças cristãs são
produzidas da mesma maneira.
«A paciência humana, por conseguinte, além da
resistência, possui igualmente a qualidade da expectação, em que o crente
aguarda que algo aconteça, que ‘alguém venha em seu socorro’. A mensagem da
paciência de DEUS, nos profetas e através deles, contribui para a reativação da
paciência.
Nas páginas do N.T...... a ‘paciência de DEUS’ (ver
Rom. 15:5), continua revestida do mesmo sentido tão lato». (R. Gregor Sjnith).
Cumpre-nos observar, no presente versículo, que essa
«resistência» se alicerça sobre a fé. A fé consiste da outorga da alma a
CRISTO, em que o crente entrega a sua pessoa aos cuidados do Senhor, a fim de
ser transformado segundo a sua imagem. Tal consagração a CRISTO dá a um crente
a disposição e o poder de suportar dificuldades que se originam em face de sua
expressão de lealdade a CRISTO.
«...perseguições...» No grego temos o vocábulo
«diogmos», que significa «perseguição» ou «teste severo». Também tem o sentido
de «caça»; pois se deriva do verbo «dioko», que quer dizer «perseguir»,
«caçar», «expulsar».
Em sentido nominal, esse termo também significa
«tormento», «molestamento». Esse vocábulo dá-nos a entender a figura simbólica
de um animal caçado, de uma presa perseguida, de um tormento incansável e sem
misericórdia.
« ...tribulações...» No grego é «thlipsis», que
significa «pressão», «opressão», e, metaforicamente, «aflição», «perseguição».
Excelente tradução, nesse caso, é «opressão», que preserva à ideia de pressão
inerente que há nessa palavra. A forma verbal, «thlibo», significa
«pressionar», «comprimir», «estreitar».
«Portanto, quanto mais profundidade alguém alcança na
fé, tanto mais será dotado de paciência para suportar a tudo com fortaleza de
espírito, por um lado; e, por outro lado, a impaciência e a covardia ante a
adversidade deixa transparecer a incredulidade, da parte de quem assim age, e
mais especialmente ainda quando as perseguições devem ser sofridas por amor ao
evangelho. Neste último caso a influência da fé aparece em primeiro plano».
(Calvino, in loc.).
ao mesmo tempo, de medida instrutora, corrigindo e
produzindo alguma espécie de restauração, ainda que os punidos sob hipótese
alguma venham a obter a glória reservada aos eleitos. (Ver o trecho de Rom.
11:32, que mostra Sue até mesmo os secretos decretos de DEUS, contra os ímpios,
têm a finalidade e aplicar sua misericórdia para com todos, através da
aplicação da disciplina).
O primeiro capítulo da epistola aos Efésios deixa
perfeitamente claro que o poder restaurativo de CRISTO, que é universal e
cósmico, é tão grande que é simplesmente impossível que qualquer coisa, em
qualquer lugar, possa escapar de sua órbita, ainda que esse poder seja aplicado
em graus variados, e sempre porque os homens ou os seres angelicais se prostrem
ante sua posição de Cabeça e Senhor, posição essa que, finalmente, será firmada
e reconhecida universalmente. (Ver a passagem de Fil. 2:10, 11 e as notas
expositivas ali existentes, que deixam isso bem claro). Todos se prostrarão
perante «JESUS» (onde se destaca sua qualidade de «Salvador»), e todos se
prostrarão perante «o Senhor». Ver o mistério da vontade de DEUS, Efé. 1:10.
A passagem à nossa frente fala sobre o fervor ardente
do judaísmo posterior, utilizando-se da linguagem dos profetas, que proferiam
palavras duras e altissonantes contra os inimigos e perseguidores da nação de
Israel. Nessas palavras há uma verdade que não pode ser ignorada. No entanto,
não honramos a DEUS por fazer dele o grande Destruidor de todos os séculos, que
queima pessoas como se fossem leitões assados, em uma imensa fornalha. Há
certas passagens que lançam uma preciosa luz sobre a natureza dos julgamentos
de DEUS, definindo mais exatamente o que eles significam.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 229-230.
3. Chegar à perfeição.
Ef 4.13 A palavra “até” indica que o processo descrito
em 4.12 deve continuar até que um certo objetivo seja alcançado – quando todos
os crentes chegarem (conseguirem, alcançarem) à unidade da fé. Isto quer dizer
a unidade na crença no próprio CRISTO, e essa crença relaciona-se
intrinsecamente com o nosso conhecimento pessoal dele. O objetivo inclui a
realização de um esforço unido para viver e proclamar essa fé.
Unidade em nosso conhecimento refere-se ao mais
completo e total conhecimento experimental. Cada crente deve ter um
relacionamento íntimo e pessoal com JESUS CRISTO. Paulo o chamou aqui de Filho
de DEUS, mostrando que o seu conhecimento inclui um entendimento apropriado do
novo relacionamento com o Pai que foi concedido pelo Filho (Rm 8.10-17).
Este corpo unificado dos crentes é dito maduro e
completamente adulto, à medida da estatura completa de CRISTO. O foco, neste
versículo, está em nós - cada crente como parte do corpo completo. Esta
metáfora quer dizer que a igreja, como o corpo de CRISTO, deve se adequar à
Cabeça em desenvolvimento e maturidade. Isto não se refere à perfeição
(impossível nesta vida), mas ao crescimento - como crianças tornando-se
adultas, o que leva ao próximo conselho referente a esse crescimento.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 337.
O versículo 13 rememora
o anterior e oferece explicação adicional da “edificação” da igreja. Uma vez
mais, Paulo usa três frases, cada uma iniciada com a preposição grega eis:
1) à unidade da fé; 2) a varão perfeito; 3) à medida da
estatura completa de CRISTO.
Estas não são idéias paralelas. A primeira fala do meio
da maturidade, a segunda fala da realidade da maturidade e a terceira fala da
medida da maturidade. Uma tradução melhor do versículo seria esta: “Assim,
todos finalmente atingiremos a unidade inerente em nossa fé e em nosso
conhecimento do Filho de DEUS, e chegaremos à maturidade, medida por nada menos
que a estatura completa de CRISTO” (NEB).
A unidade da fé e do conhecimento do Filho de DEUS
constitui o meio do amadurecimento (cf. RA). A unidade é um dom do ESPÍRITO
(cf. 3), mas requer-se fé e conhecimento para recebê-la. Neste texto, a fé é a
resposta que damos ao Filho de DEUS e a nossa confiança nele — DEUS manifestado
na carne que morreu no Calvário em nosso benefício. Aqui, conhecimento
(epignosis) é semelhante à fé no ponto em que significa “compreensão,
familiaridade, discernimento”. Não devemos equipará-lo a conhecimento
intelectual, mas a relações pessoais. A unidade se origina dessa intimidade com
o Filho proporcionada pela graça. Paulo não está falando da experiência inicial
com CRISTO. O apóstolo se preocupa com o crescimento e aumento em entendimento
e compreensão dos propósitos e vontade de DEUS conforme estão revelados em
associação com CRISTO. Os membros da igreja podem e devem ter tal crescimento
em maior medida enquanto o servem.
A varão perfeito refere-se ao nível de maturidade
coletiva e individual na igreja, no qual o poder de DEUS se manifesta
inteiramente em santidade e justiça. Tal estado será atingido em seu
significado máximo futuramente, quando possuirmos a graça de CRISTO na
perfeição da ressurreição (cf. Fp 3.7-16).
A medida da estatura completa de CRISTO é o padrão de
medida que determina a maturidade cristã. Hodge escreve: “A igreja se torna
adulta, homem perfeito, quando alcança a perfeição de CRISTO”. A chave para
interpretar o versículo é a expressão estatura completa de CRISTO. Qual é esta
estatura? Salmond diz que é “a soma das qualidades que fazem o que ele é”.
Quando a igreja está à altura da maturidade plena do seu Senhor, ela é
perfeita. E à medida que cresce em direção a essa maturidade, ela fica mais próxima
de sua meta em CRISTO. Precisamos também destacar que não há crescimento na
igreja separadamente de nosso crescimento individual como crente. É cada um de
nós individualmente que tem de se dirigir com empenho à estatura completa de
CRISTO.
Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Efésios. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
161-162.
A Natureza Da Perfeição
1. Em sua manifestação terrena, a perfeição aparece
como maturidade espiritual, como elevado grau de santidade, de parceria com
poder espiritual e utilidade nas mãos de DEUS, no que diz respeito tanto a nós,
quanto à igreja. Recebemos poder a fim de servirmos e cumprirmos nossas
respectivas missões.
2. Porém, nas dimensões celestiais, começaremos dotados
da mesma natureza que CRISTO (ver I João 3:2), e assim seremos participantes de
sua plenitude e atributos (ver Col. 2:10).
3. Por semelhante modo, pertencem-nos a natureza e os
atributos do Pai (ver Efé. 3:19).
4. Na qualidade de seres tão exaltados, ainda assim a
nossa perfeição será apenas «relativa», pois só DEUS é perfeito. Mas iremos
passando de um estágio de glória para outro, perenemente aumentando a nossa
perfeição, sempre nos aproximando, mas nunca atingindo plenamente, as
perfeições divinas. Portanto, a glorificação será um processo interminável. A
impecabilidade será apenas seu início. Também iremos avançando no campo das
virtudes positivas de DEUS, em seus atributos, e na participação de sua forma de
vida.
Qual será o tempo da maturidade? Paulo não frisa aqui
nenhum ponto no tempo, presente ou futuro, para atingirmos esse alvo da
perfeição. Mas a, eternidade futura será o terreno da busca contínua e
bem-sucedida. De fato, sendo DEUS infinito, e visto que estamos crescendo
segundo a sua plenitude, passaremos a eternidade nessa inquirição, crescendo
sempre na direção da perfeição. Esse é o próprio significado da vida, pois a
vida vem de DEUS, é de DEUS, está em DEUS e volta-se para DEUS.
SUBSÍDIOS DA REVISTA DA CPAD -
LIÇÃO 7 - 1 TR 19
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO - Top1
Estude bem as passagens bíblicas que narram a história
da provocação de Refidim a fim de contar aos alunos com riquezas de detalhes.
Essa história servirá de base para você trabalhar o conceito de “tentação”. É
preciso, desde o início da aula, deixar claro que o propósito do encontro desta
semana é prevenir as consequências das tentações. Nesse caso, a tentação
conforme a provocação de Refidim é de caráter contencioso. Onde a contenda e a
confusão são o objeto da tentação. Por certo essa é uma excelente oportunidade
de você trabalhar com a classe os princípios de “moderação”, “mansidão” e
“domínio próprio”. Uma excelente aula!
CONHEÇA MAIS - *Tentador - “[Do
lat. tentatorem] O que induz a práticas que contrariam às leis de DEUS. Nas
Sagradas Escrituras, é Satanás o tentador por antonomásia. Ou seja: é o agente
e o estimulador da tentação.”
Leia mais em em Dicionário
Teológico, CPAD, p.270
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO - Top2
É importante termos uma ideia bem clara acerca da
depravação total, pois a doutrina nos ajuda a compreender a luta interna no
processo da tentação. Por isso, leia o seguinte texto, objetivando ter tal
consciência: “A atual condição espiritual da humanidade, considerada à parte da
graça de DEUS, é adequadamente descrita como tenebrosa e desanimadora. Com
certeza, Wesley, em sua doutrina do pecado original, emprega o que só pode ser
descrito como ‘superlativos negativos’ para demonstrar o total abismo moral e
espiritual em que a humanidade decaiu. Ele comenta: ‘O homem, por natureza, é
repleto de todo tipo de maldade? É vazio de todo bem? É totalmente caído? Sua
alma está totalmente corrompida? Ou, para fazer o teste ao contrário, ‘toda
imaginação dos pensamentos de seu coração [é] só má continuamente’? Admita
isso, e até aqui você é um cristão. Negue isso, e você ainda é um pagão”
(COLLINS, Kenneth. Teologia de John Wesley:O Amor SANTO e a Forma da Graça. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010, p.97).
CONHEÇA MAIS - Tentador - “[Do lat.
tentatorem] O que induz a práticas que contrariam às leis de DEUS. Nas Sagradas
Escrituras, é Satanás o tentador por antonomásia. Ou seja: é o agente e o
estimulador da tentação.” Leia mais em Dicionário Teológico, CPAD, p.270.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ -
Top3
“[...] A presença de CRISTO conosco
não é apenas como a de um companheiro externo, mas é uma força real e divina,
revolucionando nossa natureza e tornando-nos como Ele é. De fato, o propósito
final e último de CRISTO é que o crente seja reproduzido segundo a sua própria
semelhança, por dentro e por fora.
Paulo expressa a mesma coisa no
primeiro capítulo de Colossenses, quando diz: ‘Para, perante ele, vos
apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis’ (Cl 1.22). Esta transformação
deve ser uma transformação interior. É uma transformação de nossa vida, de
nossa natureza segundo a natureza dEle, segundo a semelhança dEle.
Como é maravilhosa a paciência,
como é maravilhoso o poder que toma posse da alma e realiza a vontade de DEUS –
uma transformação absoluta segundo a maravilhosa santidade do caráter de JESUS!
Nosso coração fica desconcertado quando pensamos em tal natureza, quando
contemplamos tal caráter. Este é o propósito de DEUS para você e para mim”
(LAKE, John G. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de
Janeiro: CPAD, 2003, pp.31-32).
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD,
nº 77, p39
SUGESTÃO DE LEITURA
Quando Filhos Bons Fazem
Escolhas Ruins, Pensamentos e reflexões sobre os princípios de vida de Billy
Graham, DEUS não Desistiu de Você.
)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA NA ÍNTEGRA
Escrita Lição 9, CPAD, Resistindo à Tentação no Caminho, 2Tr24, Pr
Henrique, EBD NA TV
Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A TENTAÇÃO
E SUA ESFERA HUMANA
1. Conceito
bíblico de tentação.
2. Duas vias da
tentação.
3. Tentação: um
fenômeno humano.
II – O SENHOR
JESUS E A TENTAÇÃO
1. A provação
do Senhor Jesus.
2. As áreas que
Jesus foi tentado.
3. Como Jesus
venceu a tentação?
III –
RESISTINDO À TENTAÇÃO
1. Todos somos
tentados.
2. Rejeite a
tentação!
3.
Arrependa-se!
TEXTO ÁUREO
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26.41)
VERDADE PRÁTICA
No lugar de ceder à tentação, é melhor triunfar sobre ela.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 3.1-5 A tentação que se origina do Diabo e seus ardis
Terça - Tg 1.14,15 A tentação que se origina de dentro do ser
humano
Quarta - 1 Co 10.13 Toda tentação faz parte da esfera humana
Quinta - Ef 6.11,17 Vencemos a tentação com a Palavra de Deus
Sexta - Rm 12.2 Não se
conformando com os apelos do mundo
Sábado - 2 Tm 2.22 A melhor estratégia é fugir da tentação
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 4.1-11
1 - Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser
tentado pelo diabo.
2 - E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve
fome;
3 - E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de
Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 - Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 - Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o
pináculo do templo,
6 - e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão
nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 - Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor,
teu Deus.
8 - Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e
mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 - E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 - Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito:
Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 - Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o
serviram.
http://www.cpad.com.br/harpa-crista-grande-90-anos-luxocor-preta-/p
Hinos Sugeridos: 46, 289, 298 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que o crente é desafiado cotidianamente a
abandonar a fé em Cristo. Isso pode acontecer por meio da tentação. Por isso,
veremos como ocorre a tentação e como nosso Senhor lidou com essa situação.
Aprenderemos também que a resistência à tentação requer o firme posicionamento
contra o pecado e o compromisso com a prática da Palavra de Deus.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Conceituar biblicamente o que é tentação
e os seus aspectos na esfera humana; II) Mostrar como nosso Senhor Jesus lidou
com a tentação; III) Apontar a estratégia para o crente resistir à tentação.
B) Motivação: Como vimos na lição, a tentação é um processo que
ocorre na esfera da natureza humana. Nesse sentido, autoexame é indispensável
para o crente lidar com as suas limitações e fraquezas. Fomente a discussão
sobre as áreas da natureza humana que precisam ser fortalecidas para que o
crente não se torne presa fácil da tentação.
C) Sugestão de Método: O primeiro tópico da lição destaca que nosso
Senhor foi tentado por Satanás em três áreas específicas. A intenção de Satanás
era desviá-lo de seu propósito neste mundo. Semelhantemente, o apóstolo João
aponta três áreas da natureza humana em que ocorrem os desejos para pecar: a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 Jo
2.16, 17). Convide os seus alunos a conceituarem cada uma dessas áreas e a
compreender a importância de lidar com cada um desses aspectos no tocante à
tentação.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Jesus nos concedeu o exemplo de fidelidade a Deus e
nos mostrou que a aplicação das Escrituras Sagradas em nosso cotidiano é
ferramenta indispensável para vencer as tentações. Endosse aos alunos que a
perseverança nessas virtudes resultará em uma vida espiritual próspera neste
mundo e, por conseguinte, a entrada na vida eterna (2 Pe 1.10-12).
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que
traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas
Adultos. Na edição 97, p. 40, você encontrará um subsídio especial para esta
lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios
que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Tentação",
localizado depois do primeiro tópico, aponta o conceito de tentação no contexto
bíblico; 2) O texto "A Tentação de Jesus", ao final do segundo
tópico, amplia a reflexão a respeito da tentação que nosso Senhor suportou no
deserto, bem como a estratégia do Mestre para vencer as investidas de Satanás.
PALAVRA-CHAVE - TENTAÇÃO
COMENTÁRIO -
INTRODUÇÃO
A tentação é
algo que o crente enfrentará ao longo de sua jornada. Não por acaso, o Senhor
Jesus nos ensinou a orar de modo que Deus não deixasse que caíssemos em
tentação (Mt 6.13 - NVT). Por isso, nesta lição, estudaremos o conceito bíblico
de tentação, a maneira como nosso Senhor a enfrentou no deserto e como devemos
resisti-la. Veremos que é imperioso seguir a recomendação de Jesus Cristo a
respeito de vigiar e orar para não cedermos à tentação ao longo da caminhada
(Mt 26.41).
I – A TENTAÇÃO
E SUA ESFERA HUMANA
1. Conceito
bíblico de tentação.
Na Bíblia, três
palavras aparecem para conceituar “tentação”. A primeira é a palavra hebraica
massáh, que significa “teste”, “provação” (Dt 4.34; 9.22; Sl 95.8). A segunda e
a terceira são palavras gregas respectivamente: peirasmós, “teste”, “prova”,
aparecendo 25 vezes no Novo Testamento (At 20.19; 1 Co 10.13; Tg 1.2,12); e o
verbo peirázō, testar, submeter à prova (Jo 6.6; Gl 6.1; Ap 2.2,10), ocorrendo
aproximadamente 36 vezes no Novo Testamento. Assim, podemos dizer que tentação
é um experimento, teste ou prova diante de uma atração para fazer o mal a fim
de obter prazer ou lucro.
Ainda que o
Inimigo possa nos persuadir a cair em tentação, esta se dá no campo da esfera
humana e terrena.
2. Duas vias da
tentação.
De acordo com a
Palavra de Deus, a tentação pode vir primeiramente do Diabo (Gn 3) e, também,
de dentro do ser humano (Tg 1.14,15). Ela tem origem no Diabo quando o seu
objetivo, semelhantemente ao que aconteceu com Jesus, é de desviar-nos da rota
de nossa missão e propósito de vida estabelecido por Deus. Já a que nasce de
dentro do ser humano tem a ver com os vícios da alma quando, no lugar de darmos
primazia ao fruto do Espírito, entregamo-nos à atração, ao engodo e ao deleite
da concupiscência da carne. Ambas as vias da tentação se processam na esfera
humana.
3. Tentação: um
fenômeno humano.
Na Epístola de
Tiago está escrito: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque
Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1.13). É verdade que
há a provação que vem da parte de Deus para aperfeiçoar o caráter do crente (Tg
1.2,4; Mt 5.48; 1 Pe 1.7). Contudo, um teste que incita ao mal não vem de Deus,
ou seja, as ações que evidenciam uma vida dominada pelas paixões carnais são de
inteira responsabilidade humana (Mt 5.28; Rm 8.6). Ainda que o Inimigo possa
nos persuadir a cair em tentação, esta se dá no campo da esfera humana e
terrena (1 Co 10.13).
SINÓPSE I - A tentação é um fenômeno que ocorre na esfera da
natureza humana.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
Tentação - “Os termos gregos e hebraicos
traduzidos como ‘tentar’ e ‘tentação’ também aparecem no mau sentido de
‘induzir ao pecado’. O Diabo é acusado de ser o instigador de tais provas (Mt 4.3; 1 Ts
3.5, 6). Até mesmo na vida dos cristãos ele exerce grande pressão para o
pecado (1 Co 7.5; 1 Ts 3.5; Ap 2.10). Sucumbir a tais tentações pode
demonstrar que a profissão do cristão não é sincera (Lc 8.13).
A tentação para pecar frequentemente se origina de pensamentos
malignos e da concupiscência (Tg
1.14); provocações às quais um forte desejo por riquezas bem pode se
juntar (1 Tm 6.9).
Contudo, a tentação para pecar nunca vem de Deus (Tg 1.13). O cristão deve orar por
libertação de todas essas tentações (Mt 6.13; lc 11.4).
A tentação, no mau sentido, também pode tomar a forma de testar o
outro na esperança de expor seus pontos fracos, e usá-los contra a própria
pessoa. Os inimigos de Cristo frequentemente tentaram empregar essa tática
contra Ele (cf. Mt 16.1; 19.3; 22.35; Lc 20.23)” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.1908).
II – O SENHOR
JESUS E A TENTAÇÃO
1. A provação
do Senhor Jesus.
De acordo com o
Evangelho de Mateus, após o batismo de Jesus, o Espírito Santo o conduziu ao
deserto (cf. Mc 1.12,13; Lc 4.1,2). Foram 40 dias sendo tentado por Satanás,
uma intensa batalha espiritual contra o Adversário, o “príncipe deste mundo”
(Jo 16.11; cf. Ef 2.2). O objetivo de
Satanás era fazer com que Jesus desviasse de seu propósito, satisfazendo
desejos e necessidades, contrariando a vontade de Deus (cf. Jo 4.34). Por isso,
houve um ataque intenso do Maligno contra nosso Senhor, que resistiu sabiamente
por meio da oração, do jejum e da Palavra. Embora fisicamente frágil, o Senhor
Jesus estava espiritualmente forte.
2. As áreas que
Jesus foi tentado.
Podemos dizer
que Jesus Cristo foi tentado em três áreas: a área física, a natureza divina e
a área espiritual. Na área física, o Diabo o tentou pedindo que transformasse
pedras em pães, após sentir fome devido ao processo de jejum, pois isso
revelaria que Ele era o Filho de Deus (Mt 4.3). Na área da natureza divina, o
Diabo tenta Jesus pedindo que Ele se atirasse do pináculo do Templo, pois os
anjos o guardariam (Mt 4.5,6). Na área espiritual, o Diabo tenta nosso Senhor,
desafiando-o a evitar o caminho da cruz para estabelecer um reino pela sua
força, o que seria prontamente aceito pelos judeus; mas era necessário apenas
uma coisa: Jesus deveria adorar o Diabo (Mt 4.9). Assim, podemos dizer que o
nosso Senhor foi tentado na área física, com as necessidades humanas; em sua
natureza divina, com a ideia de ostentar seus divinos atributos ao público; e
na área espiritual, no sentido de idolatrar outro ser.
3. Como Jesus
venceu a tentação?
Nosso Senhor
venceu o Diabo com a Palavra de Deus. Em todas as áreas da tentação, Ele
respondeu: “Está escrito”. Na primeira tentação, Ele disse: “Está escrito: nem
só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt
4.4). Na segunda tentação, Ele disse: Está escrito: “Não tentarás ao Senhor teu
Deus” (Mt 4.7). Na terceira tentação, Ele disse: “Vai-te, Satanás, porque está
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Nessa
batalha espiritual contra o Diabo, nosso Senhor sempre apelou para a exposição
da Palavra de Deus. Isso significa que Ele via a Escrituras como autoridade
suprema de fé e de prática. Assim, ao lado da oração e do jejum, conforme já
estudamos, devemos vencer o Inimigo e seus ardis tentadores com a Palavra de
Deus (Ef 6.11,17). Imitemos o nosso divino Mestre!
SINÓPSE II - Nosso Senhor venceu o Diabo com a Palavra de Deus.
Em caso de ceder à tentação, não tentemos se justificar, culpar os
outros ou ignorar os atos pecaminosos.
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
A Tentação de Jesus
“Jesus, além de citar a Escritura, dirigiu-se ao Diabo diretamente.
Em geral, Ele evitava diálogo com poderes demoníacos e os proibia de falar, mas
aqui Ele ordenou que o Diabo saísse. A prática de Jesus está em contraste total
com a prática popular de arengas longas com o Diabo no contexto da oração. O
fato de Jesus sofrer estas tentações é parte de sua identificação última com a
humanidade. Ele se tornou ser humano. Ele ficou adulto e entrou nas águas
purificadoras de nosso batismo, embora não tivesse pecado. [...] Ele sofreu
tentações; suportar e não se entregar causam angústia e dor. Ele não precisava
ter uma ‘natureza pecadora’ para ser tentado e suportar a dor da declaração:
‘Não’” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento - Mateus-Atos. Vol. 1.
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 31, 32).
III –
RESISTINDO À TENTAÇÃO
1. Todos somos
tentados.
Por mais que
observemos as disciplinas da oração, do jejum e da leitura da Palavra, o
Inimigo não deixará de nos tentar. Por esse motivo, temos de estar conscientes
a respeito, visto que vivemos em uma cultura pós-moderna que, por meio de seus
artistas, escritores, filósofos e, até mesmos “teólogos”, intentam naturalizar
o relativismo, procurando nos moldar conforme seus costumes mundanos. Diante
disso, somos encorajados pelas Escrituras a assumir a postura de Cristo e a não
se conformar com este mundo (Rm 12.2).
2. Rejeite a
tentação!
Há uma célebre
frase do reformador Martinho Lutero: “Você não pode impedir que os pássaros
voem sobre sua cabeça, mas pode impedir que eles se instalem com seus ninhos!”.
Embora não seja um versículo da Bíblia, a frase revela uma verdade que
encontramos na Palavra de Deus. Podemos percebê-la na fuga de José diante da
mulher de Potifar (Gn 39.12); na atitude de Jó em fugir do mal (Jó 1.1). Assim,
não podemos impedir que a tentação apareça, mas, com a força do Espírito Santo,
podemos evitar que ela nos domine. Por isso, precisamos seguir o que o apóstolo
Paulo escreveu a Timóteo: “Fuja de tudo que estimule as paixões da juventude”
(2 Tm 2.22 – NVT). Portanto, ao longo da nossa jornada, a melhor estratégia é
fugir da tentação.
3.
Arrependa-se!
No meio da
nossa caminhada, é possível que o crente ceda a tentação e, por isso, rompa a
comunhão com Deus. Contudo, é possível restabelecer o relacionamento com Ele
por meio da confissão de pecados, arrependimento e quebrantamento espiritual.
Há um caminho de cura e restauração para quem age dessa maneira (Pv 28.13). Por essa razão, em caso de ceder à tentação,
não tentemos nos justificar, culpar os outros ou ignorar os atos pecaminosos. O
caminho divino é o da confissão e arrependimento para desfrutar o perdão.
SINÓPSE III - Somos encorajados a assumir a postura de Cristo e a
não se conformar com este mundo.
CONCLUSÃO
Semelhante ao
Senhor, que foi tentado em tudo, mas não pecou (Hb 2.18; 4.15); podemos seguir
o caminho de não sermos seduzidos pela tentação. Assim, podemos desfrutar mais
de uma vida em santidade e comunhão com Deus. Por isso, ao oferecermos
resistência à tentação ao longo da jornada, lograremos êxito e receberemos a
coroa da vida (Tg 1.12).
REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo com a lição, como podemos conceituar tentação?
Tentação é um experimento, teste ou prova diante de uma atração
para fazer o mal a fim de obter prazer ou lucro.
2. Quais são as duas vias da tentação?
De acordo com a Palavra de Deus, a tentação pode vir primeiramente
do Diabo (Gn 3) e, também, de dentro do ser humano (Tg 1.14,15).
3. Em quais áreas o Senhor Jesus foi tentado?
Podemos dizer que Jesus Cristo foi tentado em três áreas: a área
física, a natureza divina e a área espiritual.
4. Para o que o Senhor Jesus sempre apelou contra o Diabo?
Nessa batalha espiritual contra o Diabo, nosso Senhor sempre apelou
para a exposição da Palavra de Deus.
5. Qual é a melhor estratégia diante da tentação?
A melhor estratégia é fugir da tentação.
VOCABULÁRIO
Engodo: qualquer tipo de
cilada, manobra ou ardil que vise enganar, ludibriar outrem, induzindo-o a
erro.