Questionário da Lição 5 - DEUS Abomina
a Soberba
Responda conforme a
revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E
ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE. Comentário: Pr.
Elienai Cabral
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Agora, pois, eu, _________________________________, louvo, e exalço, e
glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são
_________________________________;
e os seus caminhos, juízo, e pode
________________________________
aos que andam na soberba" (Dn
4.37).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A _________________________________
é o
________________________________
que mais _________________________________
a soberania divina.
I. A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn 4.1-3)
3- Como Nabucodonosor foi chamado por DEUS para um desígnio especial (Jr
25.9)?
( ) Segundo a história, Nabucodonosor reinou na Babilônia no período de
562 a 605 a.C..
( ) Segundo a história, Nabucodonosor reinou na Babilônia no período de
605 a 562 a.C..
( ) Foi um rei que DEUS, dominador de todas as nações do mundo, levantou
para um desígnio especial, permitindo que o seu reino prosperasse e
crescesse em extensão.
( ) O profeta Jeremias diz que DEUS chamou a Nabucodonosor de "meu servo".
( ) Na verdade, Nabucodonosor foi o instrumento divino de punição do povo
de DEUS.
( ) Israel foi castigado por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho
da idolatria e dos costumes pagãos.
4- Como era a soberba de Nabucodonosor?
( ) Apesar de ser um "instrumento" usado pelo Senhor, segundo o pastor
Matthew Henry, "Nabudonosor foi o rival mais ousado da soberania do DEUS
Supremo do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido".
( ) Traspassado pela presunção, Nabucodonosor ficou longos "seis tempos"
numa situação irracional à semelhança dos bois do campo.
( ) Traspassado pela presunção, Nabucodonosor ficou longos "sete tempos"
numa situação irracional à semelhança dos animais do campo.
( ) Só assim o soberano caldeu viu que o Altíssimo está acima dele.
5- De que maneira Nabucodonosor proclama a soberania de DEUS (Dn 4.1-3)?
( ) Depois de ter experimentado a punição de sua soberba, Nabucodonosor
se arrependeu do seu pecado e foi restaurado de sua demência.
( ) Mesmo depois de ter experimentado a punição de sua soberba, Nabucodonosor
não se arrependeu do seu pecado e nunca foi restaurado de sua demência,
acabando por ser substituído por seu filho.
( ) Isso o levou a fazer uma proclamação acerca do eterno domínio de DEUS.
( ) O rei babilônio aprendeu que o Senhor, em sua soberania, é aquele
"que muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis".
II. DEUS FALA NOVAMENTE A NABUCODONOSOR POR MEIO DE SONHOS (Dn 4.4-9)
6- Como DEUS adverte Nabucodonosor através de um sonho?
( ) Nabucodonosor recebeu de seus sábios e adivinhos a
revelação de sua transformação em um animal.
( ) Tanto no Antigo como em o Novo Testamento os sonhos eram um dos
canais de comunicação entre DEUS e o homem.
( ) No caso do sonho que teve Nabucodonosor, seus sábios e adivinhos nada
puderam revelar.
( ) O rei, então, se lembrou de Daniel, o único capaz de trazer a
revelação do sonho que certa vez ele tivera.
( ) Obviamente, não se tratava de um sonho comum, pois era uma revelação
divina acerca do futuro de Nabucodonosor.
7- Como Daniel foi convocado para revelar o sonho (Dn 4.8)?
( ) Daniel ouviu atentamente o relato do rei e pediu-lhe um tempo, pois
estava com medo de morrer ao revelar o sonho ao monarca.
( ) Interpretar sonhos era uma habilidade espiritual de Daniel
reconhecida desde quando ele entrou na Babilônia.
( ) Por isso, Nabucodonosor contou-lhe o sonho que tivera e solicitou-lhe
a interpretação.
( ) Daniel ouviu atentamente o relato do rei e pediu-lhe um tempo, pois
estava atônito para revelar a verdade do sonho.
8- Qual era o sonho de Nabucodonosor?
( ) O rei viu uma grande árvore de dimensões enormes que produzia belos
frutos e que era visível em toda a terra.
( ) O rei viu um grande prédio de dimensões enormes que
guardava uma multidão de pessoas de toda a terra debaixo de sua proteção.
( ) Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os pássaros faziam
ninhos em seus ramos.
( ) O monarca caldeu "viu" também descer do céu "um vigia, um santo"
(v.13). Esse vigia clamava forte: "Derribai a árvore e cortai-lhe os ramos".
9- Depois de ouvir o sonho, qual a interpretação que DEUS deu a Daniel (Dn
4.19-26)? Complete:
a) Uma __________________________________
majestosa (vv.11,12). A
________________________________
indicava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de
Nabucodonosor. Ninguém na terra havia alcançado todo esse poder antes
dele. Daniel declarou que aquela _________________________________
que seria cortada era o rei babilônio (Dn 4.22). Assim é a glória dos
homens, como uma
___________________________
que cresce e se torna frondosa e, de
repente, é derribada. Da mesma forma, DEUS destrói os soberbos. b) Juízo e
________________________________
são demonstrações da soberania divina. O texto do versículo 15 diz que a
ordem divina era que "o tronco com suas raízes seriam deixadas na
terra", indicando que a intenção não era
________________________________
a Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de se converter e
reconhecer a glória de DEUS. O rei foi tirado do meio dos homens e ficou
completamente
_________________________________,
indo conviver com os animais do campo por "_________________________________
tempos" (Dn 4.25). Depois, Nabucodonosor voltou ao normal, mas logo em
seguida seu reino foi sucedido por __________________________________
que, por __________________________________
as coisas de DEUS, perdeu o trono para _________________________________, o rei dos medos (Dn 5.1-31).
c) O papel dos
________________________________
nos desígnios divinos. No sonho do rei, ele viu "um _________________________________"
que descia do céu com a missão de proclamar os juízos de DEUS
(vv.14,15). No Antigo Testamento, os _________________________________
tinham uma atividade mais presente na vida do povo de DEUS. Em o Novo
Testamento, eles continuaram suas atividades em obediência ao Criador,
porém, para a
_________________________________ da
igreja de CRISTO, DEUS concedeu o ESPÍRITO SANTO que a assiste em tudo.
III. A PREGAÇÃO DE DANIEL
10- Como se iniciou a pregação de Daniel?
( ) Inicialmente Daniel teve, em um sentido, certo temor após interpretar
o sonho.
( ) Daniel deu um conselho a Nabucodonosor que lembra a mensagem
neotestamentária de CRISTO à Igreja de Éfeso.
( ) Daniel deu um conselho a Nabucodonosor que lembra
a mensagem neotestamentária de CRISTO à Igreja de Esmirna.
11- Qual o pecado de Nabucodonosor em relação aos pobres?
( ) Daniel diz ao rei que ele deveria desfazer os seus pecados praticando
a lei, "usando de misericórdia para com os nobres, prisioneiros de
guerra".
( ) Daniel diz ao rei que ele deveria desfazer os seus pecados praticando
a justiça, "usando de misericórdia para com os pobres".
( ) Em outras palavras, antes do pecado pessoal da soberba, o rei estava
pecando social e estruturalmente em relação aos menos favorecidos do reino.
( ) A atualidade desse ponto é tão verdadeira que a mesma recomendação de
cuidado aparece em o Novo Testamento, no contexto da igreja.
CONCLUSÃO
12- Complete:
Que DEUS nos livre da __________________________________,
pois ela é como uma
________________________________
contagiosa que se aloja no coração do homem e faz com que ele perca o
senso de
_________________________________,
passando a agir irracionalmente (Sl 101.5; 2 Cr 26.16). Estejamos
atentos, pois a Palavra de DEUS nos mostra que a
_________________________________
nos cega (1 Tm 3.6; 6.4), nos afasta de DEUS e traz
_________________________________.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva
Pr. Henrique, EBD NA TV, DONS DE CURAR, Lições Bíblicas, COMENTO REVISTAS CPAD, BETEL E CENTRAL GOSPEL, Moro em Cajamar, SP, morava em Imperatriz, MA, Pr. IEADI, estudos bíblicos, vídeos aula, gospel, ESPÍRITO SANTO, JESUS, DEUS PAI, slides, de Ervália, MG, Canal YouTube Henriquelhas, Igreja Evangélica Assembleia de Deus ministério Perus, Jordanésia, Cajamar, SP.
Lição 5 - Deus Abomina a Soberba, 2 parte
Lição 5 - Deus Abomina a Soberba, 2 parte
4.1: “Nabucodonosor; rei: a todos os povos,
nações, e línguas, que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada”.
“Nabucodonosor, rei”. Esse poderoso monarca
(605 a 562 a.C.), é freqüentemente referido pelos profetas Jeremias,
Ezequiel e Daniel, e, de um modo especial, na história dos últimos dias do
reino de Judá. “Seu nome em hebraico é que talvez signifique “Nabu protegeu
os direitos de sucessão”. O texto hebraico alternativo ver o grego
Nabucodonosor pode derivar-se de uma forma aramaica do mesmo nome. Segundo a
crônica babilônica,
esse filho do fundador da dinastia caldaica, Nabopolassar, primeiramente
comandou o exército babilônico na
qualidade de “príncipe herdeiro”, em 605 a.C. E no ano seguinte derrotou
Neco II e os egípcios em Carquemis e Hamate (2 Rs 23.29 e ss; 2 Cr 35.20 e
ss; Jr 46.2). Fala-se dele nas crônicas babilônicas,
dizendo: “Nesse tempo ele conquistou a Hatti inteiro”. No primeiro
capítulo deste livro, Daniel fala dele como uma figura que surge de repente.
4.2: “Pareceu-me bem fazer conhecidos os
sinais e maravilhas que DEUS, o Altíssimo, tem feito para comigo”.
"... sinais e maravilhas...” O presente
texto nos mostra o rei Nabucodonosor convencido do supremo poder de DEUS;
ele deseja que os sinais e maravilhas que DEUS operava na sua vida e no seu
reino se tomem extensivos a todos os seus súditos. O termo “sinal”, no texto
em foco, no grego, é “semeion”; era uma palavra comumente usada para
significar “sinal” ou “marca distintiva”; mas, nos Evangelhos e no livro de
Atos dos Apóstolos, com freqüência é usado para indicar um “milagre
didático”, uma “maravilha”, cuja finalidade é a de convencer os homens
acerca de alguma intervenção divina, ensinando lições espirituais objetivas.
No versículo em foco, porém, os “sinais e maravilhas” visam tornar DEUS
conhecido no mundo pagão.
4.3: “Quão grandes são os seus sinais, e
quão poderosos as suas maravilhas! o seu reino é um reino sempiterno, e o
seu domínio de geração em geração”.
“O seu reino é um reino sempiterno”. O
monarca Nabucodonosor, no maior apogeu de sua glória, reconhece, contudo,
que os reinos terrenos são transitórios, mas enaltece o Reino de DEUS como
sendo um Reino eterno. Uma declaração desta natureza pela boca dum rei pagão
é, de fato, muito significativa. Este capítulo descreve Nabucodonosor
fazendo as seguintes proclamações: 1) Reconhece a DEUS como sendo o
Altíssimo (superioridade de DEUS sobre todos os ídolos); 2) que os seus
sinais e maravilhas são poderosos; 3) que o seu reino é um reino sempiterno;
4) que o domínio de DEUS é de geração em geração. O monarca estava
plenamente convencido de que só DEUS é DEUS e Senhor, e que o governo de
DEUS é para todas as épocas ou séculos. O reino de DEUS é eterno, porque seu
Rei é um Rei eterno.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 71-72.
II – DEUS FALA NOVAMENTE A NABUCODONOSOR POR MEIO DE SONHOS (Dn 4.4-9).
1. DEUS adverte Nabucodonosor através de sonho.
Sonhos e visões são vias pelas quais DEUS se
comunica com o homem. No campo das manifestações espirituais, os sonhos e
visões são um modo de comunicação, não uma regra espiritual.
Os sonhos, segundo a Enciclopédia Bíblica de
Merrill C. Tenney, “um sonho é uma série de pensamentos, imagens, ou emoções
que ocorrem durante o sono; qualquer semelhança com a realidade que ocorre
durante o sono; uma sequência de imagens, mais ou menos coerente que ocorre
durante o sono”. No campo da psicologia, entende-se que os sonhos são
impressões reavivadas e ajuntadas ao acaso no subconsciente e que se
manifestam em imagens durante o sono. As vezes, ideias, imagens e eventos
presentes no sonho podem ser interpretados como símbolos de ansiedades
reprimidas, medos ou desejos. No campo espiritual e na experiência de homens
e mulheres bíblicos, os sonhos podem ser naturais (Ec 5.3), mas também,
podem ter origem divina (Gn 28.12), através dos quais DEUS revela acerca de
eventos futuros e presentes. Os sonhos podem, também, ter origem maligna (Dt
13.1,2;Jr 23.32). Podemos entender, portanto, que da parte de DEUS, os
sonhos são um modo de DEUS falar profeticamente aos seus servos. Por
exemplo: os sonhos de José (Gn 37.5-11; 40.5-22; 41.1-32).
As visões fazem parte dos meios que DEUS se
utiliza para comunicar a sua palavra aos homens. Na Bíblia, essas
manifestações divinas acontecem através de sonhos, revelações, oráculos e
visões. Ora, uma visão pode ser uma revelação especial e sobrenatural que
DEUS utiliza para se comunicar com as pessoas, independente de ser um sonho.
Por exemplo homens como Abraão (Gn 15.1); Isaías (Is 6.1-8); Ezequiel (Ez
1.1); Daniel (Dn 1.17). No Novo Testamento, temos Mt 17.9; At 9.10,12;
10.3,17,19; 11.5; 12.9; 16,9,10. Daniel era agraciado por DEUS com a
revelação divina através de visões e sonhos. Não há dúvida, que ainda hoje, DEUS fala
por meio de visões e sonhos.
“Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em
minha casa eflorescente no meu palácio” (4.4). As grandes conquistas
militares haviam sido feitas em tempos anteriores. Aquele era, naquele
momento, quando “ele estava sossegado” em sua casa, um tempo de inatividade
militar e sem maiores preocupações. Seus projetos arquitetônicos eram os
mais extraordinários pois havia progresso e o acúmulo de riquezas era uma
realidade. Ele estava satisfeito e sentia-se senhor de tudo a ponto de, mais
uma vez, se permitir dominar por uma arrogância inconcebível.
“tive um sonho” (4.5). À semelhança do
capítulo dois quando teve o sonho da grande estátua representando seu reino
e os reinos que o sucederiam, no capítulo quatro, mais uma vez DEUS fala com
Nabucodonosor. Mais uma vez ele ficou aflito por não entender o seu
significado. É interessante perceber que o modo como DEUS falava com os
homens nos antigos tempos era diverso. Ele utilizava de canais possíveis
para se fazer inteligível aos seus servos. Pelo fato dos antigos,
especialmente, os caldeus darem muita importância aos sonhos e a sua
interpretação, DEUS usou esse canal de comunicação para revelar o
significado das imagens do sonho na cabeça do rei. É claro que esse modo de
falar e revelar a sua vontade não é o único modo da comunicação divina.
Portanto, essa via de comunicação não era e não é uma regra que obrigue DEUS
ter que falar somente por meio de sonhos. Mas Ele o fez, porque os antigos
acreditavam piamente que os sonhos tinham um sentido divino. DEUS pode usar esse meio e outros mais para revelar a sua vontade
soberana aos seus servos. É interessante notar o contraste entre o sonho do
capítulo 2 e o sonho do capítulo 4. O primeiro sonho foi esquecido pelo rei,
mas o segundo sonho ele não o esqueceu (2.1,6 e 4.10-17).
Como da vez passada (capítulo 2), todos os
sábios da Babilônia, com seus magos, astrólogos, caldeus e os adivinhadores
foram convocados à presença do Rei para darem a interpretação do sonho e,
mais uma vez, falharam (4.6,7).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 67-69.
Dn 4.4 Eu, Nabucodonosor, estava
tranquilo
em minha casa. A Septuaginta data os acontecimentos descritos no décimo
oitavo ano do reinado de Nabucodonosor. Trata-se, porém, como é claro, de
uma glosa. O rei diz-nos quão pacífica e livre de cuidados era sua vida
pagã, a qual foi perturbada pela intervenção do DEUS de Israel, o DEUS
Altíssimo. Ele descansava em seu palácio. Suas conquistas tinham sido
essencialmente realizadas. Ele estava apreciando a boa vida, em todos os
seus prazeres e excitações. De repente, tornou-se instrumento da revelação
divina. O impacto foi tão grande que esta carta saiu inspirada. Ele
precisava contar a seus súditos as maravilhas que tinham sacudido sua vida.
Tal perturbação espiritual, porém, produziria mudanças para melhor e,
através dessa mudança, outras pessoas seriam instruídas. O homem estava
florescendo em sua vida material, mas estava em um deserto quanto à sua vida
espiritual.
Dn 4.5 Tive um sonho, que me espantou. A
agitação da revelação, através de um sonho-visão, perturbou a vida
descansada do rei. As experiências místicas com freqüência aterrorizam no
começo, e foi isso o que ocorreu. Após o primeiro susto, a mente do homem
foi tomada de ansiedade. Ele sabia que algo importante havia sido
comunicado, mas não tinha capacidade de interpretar o sonho. Os fantasmas da
visão continuaram a circular por seu cérebro e não lhe deram descanso. Ele
estava alarmado e espantado. A mesma palavra também é usada em Dan.
5.6,9,10; 7.15,28, sempre para falar de uma mente perturbada. Em contraste
com Joel 2.28, este livro não parece fazer diferença entre sonhos e visões
espirituais.
Dn 4.6,7 Por isso expedi um decreto. Para
tentar compreender a nova visão, o rei (ele não mencionou a primeira, sobre
a imagem, cap. 2) usou o mesmo procedimento que antes. Ele expediu um
decreto, convocando todos os psíquicos profissionais e outras classes de
sábios a interpretar o sonho-visão. O vs. 7 lista esses sábios, mas há uma
lista mais ampla em Dan. 2.2. Aqui foram adicionados os “encantadores", mas
devemos subentendê-los no capítulo 2. Os caldeus são a casta coletiva dos
sábios. Esta narrativa ignora a questão das ameaças de morte para os sábios
e seus familiares, caso houvesse falha na interpretação (ver Dan. 2.5). E o
apelo passa diretamente a Daniel, uma vez constatado que os sábios não
podiam solucionar a enigmática visão do rei. Cf. este versículo com Dan.
2.27, onde a enumeração da casta dos sábios se parece mais com a dos
presentes versículos.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3388.
Dn 4.4: “Eu, Nabucodonosor, estava sossegado
em minha casa, e florescente no meu palácio”.
“Estava sossegado em minha casa”. O palácio
de Nabucodonosor, onde Daniel muitas vezes esteve, era um dos mais
magnificentes edifícios da Antiguidade. Suas vastas ruínas foram descobertas
por Koldwey em 1899-1912. As paredes do lado Sul da sala do trono tinham 6
metros de grossura. O lado Norte do palácio era protegido por três muros.
Bem ao norte deles, havia mais muros, de 16 metros de espessura. Um pouco
mais adiante, outros muros mais sólidos. E, cerca de 1.600 metros para fora,
ficava a muralha interior da cidade, que consistia em dois muros paralelos
de alvenaria, cada qual de uns 7 metros de espessura e 13 de distância um do
outro, sendo o espaço no meio preenchido de cascalho, fazendo uma espessura
total de uns 26 metros, com uma vala (canal) larga e profunda do lado de
fora. Alguns historiadores a denominaram também como “A Fortaleza”.
Dn 4.5: “Tive um sonho, que me espantou; e
as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça me turbaram”. O
poderoso monarca babilônico, considerava-se o homem mais seguro do mundo;
ninguém podia transpor os umbrais de seu palácio (a não ser com sua ordem) e
depois viver. Mas é curioso notar como muitas vezes DEUS cruzou todos
aqueles portões até a recamara do monarca e, através de “sonhos”,
revelou-lhe mistérios por ele ignorados. (Ver Jó 33.14 a 16). O texto em
foco mostra que o sonho do rei era de espantar mesmo. Muitas vezes as
poderosas manifestações de DEUS no mundo habitável produzem medo nos ímpios
e temor nos santos. O poder de DEUS foi manifestado na terra do Egito de
duas maneiras focais: 1) De forma gloriosa, salvando Israel. 2) De forma
punitiva, destruindo Faraó e seus exércitos. Seja como for, em qualquer
batalha DEUS é quem triunfa.
Dn 4.6: “Por mim pois se fez um decreto,
pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia,
para que me fizessem saber a interpretação do sonho”.
Conforme o costume daquela corte real, foram
imediatamente introduzidos os sábios de Babilônia, os magos, os
encantadores, os astrólogos, e o rei, como sempre, esperava que, após
contar-lhes o sonho, eles fizessem a interpretação de acordo com aquilo que
do sonho poderia ser depreendido. O leitor deve observar que, no sonho do
capítulo 2 deste livro, o monarca exige algo mais profundo dos seus magos e
encantadores; no presente versículo, porém, o rei apenas exige a
interpretação do sonho, mas, mesmo assim, seus súditos falharam. É evidente
que aquele sonho tinha um caráter espiritual, e, por essa razão, tornara-se
impossível a sua interpretação pelos súditos do rei, pois “o homem natural
não compreende as coisas do ESPÍRITO de DEUS, porque lhe parecem loucura; e
não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2.14).
O mistério estava aí; eles falharam, mas Daniel triunfou!
Dn 4.7: “Então entraram os magos, os
astrólogos, os caldeus, e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante
deles, mas não me fizeram saber a sua interpretação”.
O presente texto demonstra que aqueles
sábios eram apenas uma classe de exploradores do rei, nada sabendo dos
mistérios de DEUS. O que mais nos admira é que, depois de ter verificado a
futilidade e incompetência dos sábios, o rei ainda os convocasse antes de
convocar Daniel. Parece que ele ainda estava indeciso quanto ao verdadeiro
DEUS, ou, segundo alguns teólogos, cumpria um dever oficial, chamando essa
gente, pois era paga e sustentada pelo Estado justamente para decifrar
sonhos e visões naquela corte real, onde existia tanta superstição. Daniel
desta vez não pediu prazo ao rei para fazer a interpretação, pois para ela
já estava habilitado por DEUS. No campo secular, todos são dignos, mas nem
todos são capazes; no campo espiritual a escala é a mesma. Há trabalhos que
não se realizam pela nossa dignidade, mas sim pela nossa capacidade. Se
todos os obreiros do Senhor entendessem assim, o resultado seria
satisfatório. (Ver Êx 17.9 e 18.21).
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 72-74.
Antes de relatar os castigos que DEUS lhe
enviara por causa do seu orgulho, Nabucodonosor menciona a justa advertência
que havia recebido antes da sua chegada e o devido cuidado que poderia ter
tomado para evitar esses castigos. Mas, antes que acontecessem esses
castigos, o rei já havia sido avisado sobre a questão deles. Desse modo,
quando realmente lhe fossem aplicados, ele poderia compará-los com a sua
previsão e ver e dizer que eram obra do Senhor, e ser levado a crer que
existe uma revelação divina no mundo, assim como uma divina Providência, e
que as obras do Senhor fazem parte desse mundo e o beneficiam. Agora, no
relato que está fazendo sobre o seu sonho, através do qual tomou
conhecimento do que iria acontecer, podemos observar:
I O momento em que esse alarme lhe foi
dado (v. 4). Quando estava descansando em sua casa e florescendo no seu
palácio. Fazia pouco que havia conquistado o Egito e, com isso, havia
completado suas vitórias e terminado suas guerras, tornando-se rei de todas
essas regiões do mundo. Isso aconteceu aproximadamente no trigésimo quarto
ou trigésimo quinto ano do seu reinado (Ez 29.17). Então, ele teve esse
sonho, que se cumpriu cerca de um ano depois. Sete anos durou sua
perturbação mental, e foi depois de recuperado que escreveu essa declaração.
No entanto, ele morreu dois anos depois, isto é, quando tinha quarenta e
cinco anos. Ele sentiu um longo cansaço depois das suas guerras, havia
realizado uma tediosa e perigosa campanha nos campos de batalha, mas agora
estava finalmente descansando na sua casa, sem nenhum adversário ou qualquer
concorrente maldoso. Note que DEUS pode alcançar o maior dos homens com os
seus terrores, mesmo quando eles se sentem mais seguros e acreditam estar
descansando e florescendo.
II A impressão que o sonho causou sobre
ele (v. 5): “Tive um sonho, que me espantou”. Poderíamos pensar que
poucas coisas seriam capazes de assustá-lo, pois havia sido um homem de
guerras desde a sua juventude, acostumado a enfrentar os perigos da guerra
sem se alterar. No entanto, quando DEUS quer, até mesmo um sonho é capaz de
aterrorizar um homem como esse. Não há dúvida de que a sua cama era macia,
confortável, e muito bem guardada. Apesar disso, os pensamentos que teve
sobre essa cama trouxeram a ele grande preocupação. As visões da sua cabeça
e as criaturas da sua própria imaginação, tudo isso o deixaram transtornado.
Note que DEUS pode fazer com que até mesmo os grandes homens se sintam
preocupados, mesmo quando dizem à sua alma: “Não se importe. Coma, beba e
alegre-se”. Ele pode fazer com que aqueles que perturbaram o mundo e
atormentaram a milhares de pessoas sejam seus próprios algozes e
atormentadores, e aqueles que foram o terror dos poderosos, se tornem um
terror para eles mesmos. Pela consternação à qual foi levado por esse sonho,
e pela impressão que lhe causou, ele percebeu que não se tratava de um sonho
comum, mas que havia sido enviado por DEUS com uma missão especial.
As consultas que, em vão, ele fez a seus
mágicos e astrólogos a respeito do significado desse sonho. Ele não havia
esquecido o sonho, como acontecera anteriormente, no capítulo 2. Esse sonho
estava suficientemente claro em sua mente. Sendo assim, o rei queria saber a
sua interpretação e o que estava sendo previsto através dele (v. 6). Todos
os sábios da Babilônia foram imediatamente convocados, sim, todos aqueles
que eram suficientemente tolos para fingir que eram mágicos, adivinhos,
inspetores das entranhas dos animais, ou observadores das estrelas. Através
de todas essas feitiçarias eles tentavam predizer as coisas futuras. Todos
eles deveriam vir juntos para ver se algum deles, ou em conjunto, poderia
fazer suas consultas e interpretar o sonho do rei. E provável que, em algum
caso parecido, algumas dessas pessoas tivessem dado ao rei algum tipo de
satisfação e que, através das regras da sua arte, tivessem respondido às
perguntas do rei deixando-o satisfeito com respostas certas ou erradas, que
mais tarde se cumpririam ou não. Mas agora as suas expectativas foram
frustradas. Ele contou a respeito do seu sonho (v. 7). No entanto, eles
foram incapazes de interpretá-lo, embora tivessem se gabado com grande
segurança (cap. 2.4,7) de que caso tivessem sido consultados, seguramente
teriam sido capazes de interpretá-lo. Mas a chave para esse sonho era uma
profecia sagrada (Ez 31.3ss) onde, por causa do seu orgulho, os assírios,
como Nabucodonosor, são comparados a uma árvore cortada. Esse era um livro
que eles não tinham estudado e do qual não tinham tomado conhecimento. Caso
contrário, poderiam ter penetrado no mistério desse sonho. A Providência
havia organizado esse sonho de maneira que a princípio eles ficassem
perplexos, e que a interpretação posterior de Daniel pudesse redundar em
glória para o seu DEUS. Havia se cumprido, agora, aquilo que Isaías havia
previsto (cap. 47.12,13), isto é, que quando a ruína da Babilônia estivesse
se aproximando, os seus encantos e feitiçarias junto com os seus astrólogos
e leitores de estrelas, não seriam capazes de lhe prestar qualquer serviço.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 487.
2. Daniel é convocado (Dn 4.8).
DANIEL VOLTA AO CENÁRIO PROFÉTICO
O detalhe desse capítulo é que o próprio rei
está contando o sonho. Os seus sábios, astrólogos e caldeus o decepcionaram,
e ele lembrou-se de que havia apenas um homem no palácio em que a ciência de
DEUS era demonstrada e o único que podia revelar os mistérios do sonho que
tanto o perturbaram. O próprio rei reconhecia que o DEUS de Daniel era
superior a todos os deuses da Babilônia. Ele mesmo reconhece que havia sido
arrogante e DEUS o adverte e revela seu futuro num sonho que ele não
conseguia entender. Não se tratava de um sonho comum, mas uma revelação
divina acerca do futuro de Nabucodonosor.
Daniel é convocado a entrar na presença do
Rei (4.8). Nabucodonosor contou-lhe o sonho e queria que Daniel lhe desse a
interpretação. Daniel ouviu atentamente o sonho do rei e por quase uma hora, Daniel esteve atônito e sem coragem para revelar
a verdade do sonho. Interpretar sonhos era uma habilidade espiritual de
Daniel reconhecido desde quando entrou no palácio da Babilônia conforme está
escrito: "Ora, a esses quatro jovens DEUS deu o conhecimento e a
inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento
em toda visão e sonhos”(Dn 1.17)
“Beltessazar,príncipe dos magos” (4.9). Como
aceitar esse aspecto na vida de Daniel? E bom que se diga, que o nome
Beltessazar era um nome dado a Daniel e que ele não podia evitar, porque
vinha da parte do rei. Entretanto, o seu papel de liderança e de chefia
sobre os “sábios e magos do palácio” implicava em que Daniel cumpria sua
função oficial sem se envolver com a magia daqueles homens que ele não podia
mudar. Ele continua a ser Daniel, fiel e temente a DEUS.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 69-70.
Dn 4.8: “Mas por fim entrou na minha
presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome de meu deus, e no
qual há o espírito dos deuses santos; e eu contei o sonho diante dele”.
“Daniel, cujo nome é Beltessazar; O texto em
foco diz que este nome de Daniel, que herdara naquela corte, era segundo o
nome dos deuses principais ali. Bei e Nebo eram as principais divindades babilônicas.
(Ver Is 46.1). Seus nomes tornaram-se também sinônimos do fim de Babilônia e
do seu domínio (Jr 50.2 e 51.44). Nessa conexão, Bei tem seu nome ligado ao
deus Nebo, que era considerado seu filho. Bei (em sumeriano, “em, senhor”, e
em hebraico, “Baal”, “o senhor da noite”, era uma das divindades da tríade
original sumeriana, juntamente com Anu e Enki, e esse seu nome era um título
ou epíteto do deus do vento e da tempestade. Ao tornar-se Marduque o deus
principal de Babilônia, no segundo século a.C., recebeu o nome adicional de
Bei. Daniel recebeu o nome desta imagem, mas nada daquilo afetou sua conduta
espiritual (Rm 14.14 e Tt 1.15).
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 74-75.
Observação minha - Ev. Luiz Henrique - Aqui temos a certeza
de que Nabucodonosor não se converteu - veja o "segundo o nome de meu deus"
que Nabucodonosor usa, admitindo que tem outro deus que não é o de Daniel,
mesmo depois de ter recebido vários testemunhos desse DEUS.
Dn 4.8: “Mas por fim entrou na minha
presença Daniel, cujo nome é Beltessazar, segundo o nome de meu deus, e no
qual há o espírito dos deuses santos; e eu contei o sonho diante dele”
(grifo nosso).
O reconhecimento que fez a Daniel a fim de
incumbi-lo de interpretar esse sonho. Por fim,
Daniel veio à sua presença (v. 8). Pode ser
que Daniel tenha se recusado a se associar ao resto dos intérpretes por
causa da incapacidade deles, ou talvez o próprio rei tenha preferido que os
seus próprios mágicos tivessem essa honra em lugar de Daniel, ou mesmo
porque Daniel fosse o governador de todos os homens sábios da Babilônia
(cap. 2.48). Mas o fato é que, como era habitual, ele foi o último a ser
consultado. Muitos fazem da palavra de DEUS o seu último refúgio e somente
recorrem a ela quando se sentem privados de qualquer outro auxílio. O rei
cumprimenta Daniel com toda consideração, menciona o nome do profeta, cuja
escolha ele acredita ter sido muito feliz, pois significava um bom
prenúncio: Seu nome é Beltessazar, e vem de Bei, o nome do deus deles. Ele
elogia as suas raras qualidades: “Ele tem o espírito dos deuses santos e eu
contei o sonho diante dele” (v. 9). Por causa dessas palavras podemos supor
que Daniel estava longe de sentir qualquer sentimento de orgulho e, pelo
contrário, ficou muito mais preocupado em ouvir que aquilo que possuía como
um dom recebido do DEUS de Israel, o verdadeiro DEUS vivo, estava sendo
atribuído a um deus de Nabucodonosor, que era uma divindade falsa e imunda.
Eis aqui a estranha mistura de pensamentos e opiniões que encontramos nesse
rei. Mas isso é encontrado geralmente naqueles que se colocam ao lado das
suas corrupções, e contra as convicções corretas. 1. Ele mantém a linguagem
e o dialeto da sua idolatria, portanto, fica claro que não havia no coração
do rei uma conversão à fé e à adoração ao DEUS vivo. Esse rei é um idólatra,
e isso se revela através da sua linguagem. Pois fala sobre muitos deuses e
aceita que apenas um seja bastante, mas não para ele que se julga suficiente
em tudo. E alguns acreditam que, quando fala sobre o espírito dos deuses
sagrados, esteja supondo a existência de algumas divindades malignas que os
homens se preocupam em adorar apenas para evitar que elas lhes façam alguma
maldade. E também a existência de algumas divindades beneficentes, sendo que
essas últimas impulsionavam o espírito de Daniel. Ele reconhece que Bei
ainda era o seu deus, embora uma ou mais vezes tivesse reconhecido o DEUS de
Israel como sendo o Senhor de tudo e de todos (cap. 2.47; 3.29). Ele também
elogia Daniel, não por ser um servo de DEUS, mas como mestre dos mágicos (v.
9), e supõe que a sua sabedoria seja diferente da deles, não em espécie, mas
em grau. Além disso, Daniel não estava sendo consultado como profeta, mas
como um mágico notável, extremamente dedicado a salvar o crédito da magia,
quando os outros tropeçavam e se confundiam embora fossem mestres nessa
arte. Veja como a idolatria estava arraigada em Nabucodonosor. O rei tinha
noção da existência de muitos deuses, havia escolhido Bei para ser o seu
deus particular, e não conseguia se convencer de que deveria abandonar essa
noção ou a sua escolha. A insanidade desta escolha já lhe havia sido
demonstrada mais de uma vez, e estava acima de qualquer contradição. Assim
como acontece com outros pagãos, ele não iria trocar os seus deuses, embora
não fossem deuses (Jr 2.11). Muitos persistem em continuar nesse caminho
falso somente por pensarem que não poderiam abandoná-lo com dignidade. Veja
como as suas convicções eram frágeis, e com que facilidade foi capaz de
abandoná-las. Certa vez, ele havia chamado o DEUS de Israel de DEUS dos
deuses (cap. 2.47). E agora ele está colocando esse
DEUS precioso e bendito em um nível igual ao daqueles a quem chama de deuses
sagrados. Note que se as convicções não forem colocadas em prática
rapidamente, existe a chance de, em pouco tempo, serem totalmente perdidas e
esquecidas. Como Nabucodonosor não prosseguiu em direção ao reconhecimento
da soberania do verdadeiro DEUS, ele logo retrocedeu e voltou a cair na
mesma veneração que sempre teve pelos seus falsos deuses. No entanto: 2. Ele
confessa ter uma grande admiração por Daniel, pois sabe que é um grande
servo de DEUS, e somente dele. Ele acreditava que o profeta era
possuidor de uma grande visão interior como, por exemplo, uma inspiração e
capacidade de previsão, que nenhum dos seus mágicos possuía: “Sei que há em
ti o espírito dos deuses santos”. Observe que o espírito de profecia é
totalmente superior ao espírito de adivinhação, mesmo quando os próprios
inimigos são os juízes, como foi manifestado aqui depois de um justo
julgamento de habilidades.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 487-488.
3. Daniel ouve o sonho e dá a sua interpretação (Dn 4.19-26).
O Rei conta a Daniel todo o seu sonho. O rei
viu uma grande árvore de dimensões enormes que produzia belos frutos e que
era visível em toda a terra. Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e
os pássaros faziam seus ninhos nos seus ramos (Dn 4.10-12). O rei viu descer
do céu “um vigia, um santo” (v. 13) e esse vigia clamava forte: “Derribai a
árvore e cortai-lhe os ramos” (v. 14).
A árvore majestosa (w. 11,12). O texto diz
que era “uma árvore no meio da terra” (4.10). Isto é, a árvore chamava a
atenção porque tinha uma posição central, para simbolizar o Império Babilônico naqueles
dias. A Babilônia destacava-se por concentrar todo o poder conquistado por
Nabucodonosor na capital, uma figura simbólica da Babilônia escatológica que
aparece em Apocalipse nos capítulos 17 e 18. A “árvore” do sonho de
Nabucodonosor era formosa e bela. A visão esplêndida dessa árvore indicava a
formosura, a grandeza, o poder e a riqueza que representavam a glória de
Nabucodonosor. Ninguém na terra havia alcançado todo esse poder antes dele.
Daniel declarou ao rei que aquela árvore que seria cortada era o próprio rei
e disse: “Es Tu, ó Rei” (Dn 4.22).
Imaginemos a tristeza de Nabucodonosor ao
ouvir esta declaração. Como resignar-se serenamente ante um fato inevitável
revelado pelo DEUS de Daniel. Assim é a glória dos homens, como uma árvore
que cresce e se torna frondosa e, de repente, é derribada. Assim DEUS
destrói os soberbos.
“um vigia, um santo, descia do céu” (4.13).
A linguagem figurada para falar do papel dos anjos designados por DEUS para
executarem a sua vontade é o termo “vigia” ou “um santo” vindo do céu. Não
há dúvida de que os anjos de DEUS trabalham com missão delegada para
proteger e para cumprir as ordens de DEUS. Na visão do rei, ele viu “um
vigia” que descia do céu com a missão de proclamar os juízos de DEUS (Dn
4.14,15). No Antigo Testamento, os anjos tinham uma atividade mais presente
na vida do povo de DEUS. No Novo Testamento, eles continuam suas atividades
em obediência a DEUS, embora a igreja de CRISTO tenha o ESPÍRITO SANTO que
vive na igreja e a orienta em tudo. Aqui se trata de um anjo da parte de DEUS com poder delegado para
fazer juízo contra esta árvore.
Juízo e misericórdia são demonstrações da
Soberania de DEUS (4.14,15). No versículo 14 a ordem delegada de DEUS ao seu
anjo de juízo era o de derribar a árvore, seus ramos e suas folhas. O texto
do versículo 15 deixa claro que DEUS não queria destruir tudo daquela
árvore, mas ele deu ordem ao seu anjo para que “o tronco com suas raízes”
fossem deixadas na terra. A intenção divina não era destruir Nabucodonosor
sem dar-lhe a oportunidade de se converter e reconhecer a glória de DEUS.
Mas o próprio rei testemunhou que foi inevitável a consequência de sua
arrogância. Ele foi tirado do meio dos homens e ficou completamente louco,
indo conviver com os animais do campo por sete anos (Dn 4.25). Depois de
sete anos, Nabucodonosor voltou ao normal, mas o seu reino logo depois foi
sucedido por Belsazar que fez cair o reino nas mãos de Dario, o persa.
Daniel dá a interpretação do sonho (4.19-26)
“Então Daniel,... esteve atônito quase uma
hora” (4.19). Mais uma vez, o servo de DEUS tinha uma missão difícil e ficou
perplexo porque a revelação era forte e havia dificuldade para entender o
sonho. O tempo que levou para interpretar significava que ele ficou
amedrontado em contar ao rei a verdade da revelação. De certo modo, Daniel
gozava da confiança do rei como conselheiro e preferia, como homem, que as
revelações do sonho não atingissem a pessoa do rei. Mas Daniel não pôde
evitar, porque o próprio rei, percebendo a perplexidade de Daniel, o instou
a que não tivesse medo e contasse exatamente o que o seu DEUS havia
revelado.
“Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu,
o sonho seja contra o que te tem ódio, e a sua interpretação para os teus
inimigos” (4.19). Daniel reconhecia que o rei havia sido bondoso e
complacente com ele e seus amigos e, por isso, preferia que o juízo fosse
contra os inimigos do rei. Daniel sabia que havia dentro do palácio complôs
contra o rei e, por isso, ele preferia que o juízo fosse para punir os
inimigos do monarca. Mas Daniel não pôde evitar falar a verdade.
“Es tu, ó rei” (v. 22). Daniel foi incisivo
e objetivo em informar ao rei que ele mesmo era, simbolicamente, a árvore
frondosa do sonho, mas não evitaria a tragédia moral e espiritual do seu
reino. Ele perderia a grandeza que tinha durante os “sete tempos” (sete
anos). No versículo 26, a revelação assegurava ao rei a sua restauração, mas
para que isso acontecesse, ele deveria dar sinais de arrependimento e provar
a si mesmo e ao seu império a mudança interior na sua vida.
Daniel aconselha ao rei que reconheça os
seus pecados e mude de atitude para que a misericórdia divina o alcance
(4.27-38). Passaram-se um ano (doze meses) e houve, até certo ponto, um
prolongamento da tranquilidade de Nabucodonosor. Mas ele não se humilhou e
não mudou de atitude. Pelo contrário, se empolgou com a beleza de suas
construções e seus jardins suspensos para agradar a sua esposa, segundo
escreveu o historiador Josefo. Nos versículos 34 a 37, depois dos sete anos
de insanidade, ele recuperou seu entendimento e acordou para a realidade
quando louvou a DEUS. Aprendemos com esta história que o orgulho é sempre
insano e inaceitável diante de DEUS e que a mais sóbria atitude é reconhecer
a soberania de DEUS e louvá-lo.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 70-73.
Daniel Provê a Interpretação (4.19-24)
Não é fácil prever uma grande provação sobre um
ente amado, ou um amigo, e é ainda menos fácil contá-la. Não obstante, a
oração é mais forte que a profecia, de modo que a profecia pode ser anulada.
Que esse sempre seja o nosso caso! Nabucodonosor tinha de passar por uma
provação, da qual sairia melhor. Os julgamentos de DEUS são dedos de Sua mão
amorosa.
Dn 4.20,21 A árvore que viste, que cresceu.
Os vss. 20-21 retomam os detalhes da visão explicada nos vss. 10-12. O
profeta repetiu todos os detalhes, antes de dizer o temível “és tu, ó rei”
(vs. 22).
“Daniel recapitulou a questão do sonhos. As
pequenas variações em relação ao que é dito nos vss. 10-17 não devem ser
consideradas significativas” (Arthur Jeffery, In loc.). A interpretação
adiciona alguns detalhes que não aparecem no relato original.
Dn 4.22 És tu ó rei, que cresceste. A
árvore, antes tão exaltada, mas depois humilhada até o quase nada, falava do
próprio rei. Para apreciar a grandeza da Babilônia e de seu rei, ver no
Dicionário o artigo chamado Babilônia. O rei era alto e forte e espalhou-se
como os galhos de uma árvore por todas as partes do mundo então conhecido.
Neste ponto, a Septuaginta tem uma longa adição que quase certamente
relaciona o texto presente ao período dos macabeus. O império babilônico foi
o maior e mais poderoso que houve até aquele tempo, conforme demonstra o
artigo citado. Era pequeno segundo os padrões modernos, mas gigantesco para
os padrões antigos. Cf. este versículo com Jer. 27.6-8. “Ele ultrapassou a
todos os reis da terra, em poder e honra, e aspirou atingir a própria
divindade, conforme seus galhos se estendiam até os confins da terra (vs.
11)” (John Gill, in loc.).
Dn 4.23 Quanto ao que viu o rei, um
vigilante. Este versículo repete os elementos dos vss. 13-16. A repetição faz parte do estilo literário do autor.
Dn 4.24 Esta é a interpretação, ó rei. Os
vss. 24-25 passam a interpretar os vss. 13-16 (repetidos no vs. 23). O que
aconteceria ao rei devia-se a um decreto do DEUS Altíssimo. ver Dan. 3.26.
Nabucodonosor tinha de pagar por todos os tipos de pecados, especialmente o
pecado do orgulho (vss. 27,30,31). Assim sendo, o decreto divino era justo e
precisava ser cumprido. Cf. o vs. 17. O Rei verdadeiro e celestial tinha de
ser exaltado e não toleraria competição. Nabucodonosor precisava ser
derrubado. Ver o vs. 25.
Dn 4.25 Serás expulso de entre os homens. A
derrubada da árvore faria com que as aves que se tinham alojado em seus
ramos saíssem voando. E quando a árvore caísse, os animais que tinham feito
suas covas ao pé da árvore correriam para lugares seguros. Os frutos que
cresciam em seus ramos cairiam de súbito. Tal descrição pode parecer
significar a destruição do império babilônico pelos medos e persas. Mas
sabemos que a confusão dizia respeito ao próprio rei. Em sua insanidade
temporária (que o deixaria completamente arrasado pelo golpe divino), o rei
correria para a floresta e viveria como um animal. Comeria relva como um boi
e viveria exposto à chuva e aos elementos da natureza em geral.
Nabucodonosor continuaria nesse estado por sete anos. E assim viria a
reconhecer quem é o Rei verdadeiro, a saber, o DEUS Altíssimo (Dan. 3.26). Ver os vss. 14-16, que este versículo interpreta. O
governo e os governantes terrenos são levantados e derrubados, conforme
chega o tempo de seu governo (ver Atos 17.26), por meio de decretos divinos,
e não pelo poder e pelo engenho humano. Juí. 3.8 dá a entender que
Nabucodonosor se estabelecera como se fosse um deus e requeria honrarias
correspondentes. Foi lembrado pelos judeus não como um grande construtor,
mas como quem tinha destruído a cidade sagrada e reduzido a nação a
praticamente nada, em seus ataques e subsequentes cativeiros.
Portanto, se havia alguém que precisava ser derrubado, esse homem era
Nabucodonosor.
Existe uma desordem mental conhecida como
zoantropia, segundo a qual a pessoa se imagina um animal e passa a agir como
um ser irracional. Talvez esse tenha sido o caso de Nabucodonosor. Sem
importar a natureza específica da sua enfermidade, o fato é que ela foi um
instrumento da mão de DEUS, primeiramente para humilhar e então para
restaurar Nabucodonosor. Todos os juízos de DEUS são restauradores. Dn 4.26
Quanto ao que foi dito, que se deixasse a cepa. Nabucodonosor voltaria; ele
se recuperaria; ele aprenderia a lição e então receberia de volta seu poder
e glória. É esse o símbolo da cepa da árvore, que restaria e teria o poder
de reproduzir-se, formando um a nova árvore, desde as raízes, Este
versículo interpreta o vs. 15. O rei precisava aprender que o céu é que
governa, conforme se lê a respeito do DEUS Altíssimo no vs. 25. Esse uso não
se acha em nenhum outro trecho do Antigo Testamento, embora seja bastante
com um nos livros dos Macabeus. “DEUS governa! Essa é a palavra de esperança
para a nossa loucura. Devemos aprender que o Altíssimo governa sobre a
terra, e que os reis não formam exceção... É uma lição de mordomia... Quando
rei Tiago VI, da Escócia, se jactava de seus direitos, Andrew Melville
segurou a fímbria de suas vestes e disse; ‘Você, tolo vassalo de DEUS!
Existem dois reinos na Escócia e existem somente dois reis: o rei Tiago e o
Rei CRISTO JESUS. Nesses reinos, você não é nem Senhor nem Cabeça, mas
súdito'” (Gerald Kennedy, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3388-3389.
Dn 4.19: “Então Daniel, cujo nome era
Beltessazar, esteve atônito quase uma hora, e os seus pensamentos o
turbavam; falou pois o rei, e disse: Beltessazar, não te espante o sonho,
nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar, e disse: Senhor meu: o sonho
seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação para os teus
inimigos”.
O presente texto nos mostra o grande espanto
do velho profeta. Ele viu logo o sentido daquela visão, e ficou atônito,
porque tudo aquilo se referia ao rei, e era muito duro o que ele tinha de
lhe dizer. Daniel era, sem dúvida, um homem muito fiel; acima de qualquer
coisa, para ele o importante era a verdade. Acreditamos que, à proporção que
o rei descrevia o sonho da grande árvore, o ESPÍRITO de DEUS em Daniel
desenvolvia a sua interpretação, conferida em cada detalhe; ele desejava o
bem daquele monarca, mas percebia, em cada elemento do sonho, que o sonho,
continha o anúncio de um julgamento contra o rei, da parte de DEUS. Muitos
servos do Senhor têm sofrido na vida só por causa da verdade, mas isso é
sempre gratificante. Os mentirosos ficarão fora do Céu (Ap 22.15). Daniel
não renunciou à interpretação, e a fez a contento, como se vê nos versículos
seguintes.
Dn 4.20: “A árvore que viste, que cresceu, e
se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a
terra”.
O rei babilônico nunca
jamais tinha visto em toda a sua vida uma árvore que tivesse tal tamanho;
sua altura ultrapassa qualquer possibilidade de uma árvore crescer na terra.
Os reinos do mundo também têm suas grandezas por algum tempo, mas
depois declinam; o reino de DEUS e de CRISTO, pelo contrário: não terá fim.
(Ver Lc 1.33)
Dn 4.21: “Cujas folhas eram formosas, e o
seu fruto abundante, e em que para todos havia mantimento; debaixo da qual
morava os animais do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu”.
No versículo 19, vemos Daniel demorando para falar, até ser
encorajado pelo rei e por DEUS a fazê-lo. O verdadeiro crente é sempre
“moderado”; ele primeiro medita e depois fala. O livro de Provérbios é o
grande manual de instrução para todo o homem.
Dn 4.22: “Es tu, ó rei, que cresceste, e te
fizeste forte; a tua grandeza cresceu, e chegou até o céu, e o teu domínio
até a extremidade da terra”. “A tua grandeza cresceu... até o céu”. A
presente expressão sempre tem conexão com Babilônia e o seu povo. O texto em
foco também nos faz lembrar a semelhança do pecado de Sodoma (Gn 18.21), e o
da cidade de Nínive (Jn 1.2); e o pecado da grande Babilônia descrita em Ap
18.5, que diz: “...já os seus pecados se acumularam até o céu...” Isso
significa que o pecado concebido, nasce, cresce e, estando na sua fase de
amadurecimento, toca nos céus. O profeta Jeremias segue um paralelismo
semelhante a este, em seu livro (Jr 51.9). O julgamento de Babilônia, aí,
atinge os céus, sendo elevado até o firmamento. O domínio de Nabucodonosor
se processava em ordem crescente e já estava atingindo até o céu, e
certamente o mau cheiro que sobe da terra, conforme descreve João séculos
depois, aborrece a alma de DEUS. Qualquer dessas idéias nos fornece um
indício de como o pecado pode acumular-se, produzindo, necessariamente, o
amadurecimento para o juízo de DEUS.
Dn 4.23: “E quanto ao que viu o rei, um
vigia, um santo, que descia do céu, e que dizia: Cortai a árvore, e
destruí-a, mas o tronco com as suas raízes deixai na terra, e com cadeias de
ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a
sua porção com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos”.
“... Um vigia, um santo...” Apresente
expressão é também citada no versículo 13, onde é retratado como sendo “um
vigilante eterno”, “um ser que não dorme”. Somente um indivíduo é referido
aqui. é provável que o “guarda eterno”, seja identificado como o Senhor a quem Daniel
servia, aquele que “não dormita, nem dorme”. (Ver SI 121.4). Ele tem poder
para fazer decretos e cumpri-los, com o propósito de mostrar aos homens o
fato de que o Altíssimo governa nas questões humanas. No decreto do
Altíssimo, o juízo sobre o monarca era pesado mas não era total; ainda
restaria raízes e tronco da árvore. Qualquer que fosse seu castigo,
DEUS o preservaria, como preservou dois ramos: Nabonido e Belsazar, no
império babilônico.
Dn 4.24: “Esta é a interpretação,
ó rei: e
este é o decreto do Altíssimo que virá sobre o rei meu senhor.
O DEUS de Daniel que, por via de regra, é também o nosso DEUS, sempre que
aplica uma sentença, ela vem mesclada de misericórdia. (Ver 75.8 do livro de
Salmos). Porém, é evidente que chegará o dia quando não mais essa
misericórdia insistirá, e, a partir daí, DEUS dará aos seus inimigos um
“vinho que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira. (Ver Ap 14.10).
Na presente Era, os homens são convidados a tomarem parte no “dia da
salvação”, porém em breve chegará o momento em que eles tomarão parte no dia
da ira de DEUS e do Cordeiro. (Ver 2 Co 6.2 e Ap 6.17).
4.25: “Serás tirado de entre os homens, e a
tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois,
e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de
ti: até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e
o dá a quem quer!’.
“Até que conheças que o Altíssimo tem
domínio...” No livro de Daniel, a expressão “O DEUS Altíssimo” é frequente,
em várias conexões (3.26; 4.17, 24, 25, 32, 34; 5.18, 21; 7.18, 22, 25, 27).
No Antigo Testamento, DEUS aparece pela primeira vez com este título, em Gn
14.18, quando o monarca Melquizedeque, trazendo pão e vinho, abençoou a
Abraão. O vocábulo no original hebraico é “EL elyôn”. - O DEUS Altíssimo era
o título de DEUS, adorado pelo rei de Salém. Este nome de DEUS, quando era
usado, mostrava a superioridade dele sobre os ídolos do paganismo.
Comumente, os antigos habitantes da velha Mesopotâmia usavam a expressão
“DEUS lá de cima”. (Ver Jó 3.4). O salmista Davi escolhia este nome para sua
habitação. (Ver SI 91.9). E, portanto, evidente que Daniel usava a linguagem
mais acessível para aquela gente babilônica.
(Ver 1 Co 9.20,22).
Dn 4.26: “E quanto ao que foi
dito, que deixasse o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará
para ti, depois que tiveres conhecido que o céu reina”. O presente versículo
enfatiza o que muitos psicólogos evangélicos já afirmaram em seus escritos:
“doença mental”. Aquele rei era um homem esmagado pelo ódio que, vez após
outra, o dominava e que se tornou patológico. O homem iracundo virá a cair
no mal, como bem é declarado, tanto pela Palavra de DEUS como pelos
psicólogos: “Para um homem esmagado pela consciência de culpa.
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 80-84.
A Interpretação de Daniel (4.19-27)
Quando os filósofos e cientistas pagãos da
corte desistiram de interpretar o sonho e estavam em completa confusão,
Daniel foi introduzido e saudado pelo rei com deferência respeitosa,
reveladora de sua alta estima por esse servo de DEUS. Tu podes; pois há em
ti o espírito dos deuses santos (18), disse o rei. Mas Daniel, quando ouviu
o sonho, foi dominado por um grande espanto e ficou sem falar durante uma
hora. Então, encorajado pelo rei, ele expressou o motivo do seu espanto:
Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação,
para os teus inimigos (19).
A enorme árvore era, na verdade, o próprio
rei. Seu crescimento e força estupenda apresentavam um quadro exato do seu
grande poder. A tua grandeza cresceu e chegou até ao céu, e o teu domínio,
até à extremidade da terra (22). Mas o resultado trágico era que essa
grandeza estava com os dias contados. O rei, conhecido em toda a terra pela
sua capacidade, perderia a razão e se arrastaria pelo chão como um animal do
campo. Ele, que era honrado como o maior entre os seres humanos, perderia
sua condição de humano e se tornaria como um boi que se alimenta de ervas.
Até que passem sobre ele sete tempos (23) indicava sete anos de insanidade
para o rei.
Mas no meio desse presságio chocante de
julgamento, que para o rei deve ter soado mais terrível do que a morte, veio
a garantia da infinita fidelidade e misericórdia de DEUS. Embora a árvore
fosse cortada, o tronco (23; “toco”, NVI) foi deixado para reviver e crescer
novamente. Além disso, ele foi cercado de cadeias de ferro e de bronze, um
símbolo da firmeza e constância da promessa de DEUS de sobrevivência e
restauração. No final da sua interpretação, Daniel estava parado diante do
rei rogando para que ele se arrependesse dos seus pecados de injustiça e
opressão, a fim de que DEUS prolongasse a sua tranquilidade (27).
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon.
Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 513-514.
III – A PREGAÇÃO DE DANIEL
1. A pregação de Daniel.
A conclusão da interpretação descreve o
piedoso conselho que Daniel, como profeta, deu ao rei (v. 27). Caso o rei se
mostrasse preocupado com a interpretação desse sonho seria muito adequado
que nesse momento o profeta lhe oferecesse algum conselho se estivesse
despreocupado, as suas palavras teriam a finalidade de despertá-lo. Caso
contrário, usaria palavras para consolá-lo, e elas deveriam ser consistentes
com o sonho e a sua interpretação, pois Daniel sabia que a interpretação não
poderia ser condicional, como no caso da destruição de Nínive. Observe: 1. A
humildade com que Daniel oferece o seu conselho, e também a sua grande
ternura e respeito. E como se ele dissesse, em outras palavras: “Portanto, ó
rei, aceite o meu conselho com um coração aberto, pois ele é dado com boa
intenção e vem de um sentimento de amor, e não permita que seja
mal-interpretado”. Note que devemos procurar os pecadores visando o seu
próprio bem, e eles devem ser respeitosamente solicitados a agir
corretamente. O profeta está suplicando aos homens que suportem uma palavra
de exortação (Hb 13.22). Creio que seremos bastante úteis se as pessoas
forem persuadidas a aceitar de boa vontade o nosso conselho e se o aceitarem
com muita paciência. 2. Qual era o seu conselho. Daniel não está
aconselhando o rei a tomar qualquer remédio a fim de evitar o desequilíbrio
da sua mente, mas a se desfazer dos pecados que estava cometendo, e reformar
a sua vida.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 851.
O versículo 27 do presente capítulo declara
que Daniel insistiu com o monarca caldeu, para que ele se arrependesse, mas,
caso Daniel tenha previsto isto, ou seja, uma mudança naquela vida, isto não
aconteceu, porque tudo indica que o rei continuou a sua vida como antes.
Herodes, o tetrarca idumeu, ao ser repreendido por João não se arrependeu,
pelo contrário, acrescentou às suas maldades outras mais. (Ver Lc 3.19, 20).
O monarca Faraó também, ao ser repreendido pelo castigo divino, não se
arrependeu, pelo contrário, endureceu o seu coração dez vezes mais; e
pereceu nas águas do mar Vermelho. (Ver Êx 14.10; 15.1, 21; SI 136.15).
Aqueles que se endurecem maior dureza encontrarão; não é debalde que diz a
Escritura: “DEUS resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pe
5.5). Nabucodonosor não deu ouvidos à Palavra divina a clamar ao seu redor,
e viu-se cercado por um montão de ruínas!
Severino Pedro da Silva. Daniel versículo por versículo. Editora
CPAD. pag. 84-85.
Daniel exorta o rei a evitar a tragédia por
meio de uma atitude imediata. Conforme o seu conselho, assemelhando-se ele
aqui aos profetas clássicos (p. ex., Am 5:15), no fato de haver um elemento
contingente ou condicional em sua profecia: põe termo em teus pecados pela
justiça (27) Não temos aqui um determinismo passivo. Pelo contrário, o autor
insiste com um incentivo a uma mudança de estilo de vida. Não se trata de
que por meio de boas obras o rei possa se salvar, mas de que mudando o seu
modo de vida ele estará demonstrando a sua aceitação da verdade das palavras
de Daniel (cf At 26:20). Misericórdia para com os pobres; chama a atenção a
injustiças no Estado, as quais o rei tinha poder para corrigir. Justiça (si(fqâ)
é traduzido pela LXX como “dar esmolas” , e o verbo põe fim (peruq) como
“redime”. Assim compreendido, este versículo parecia dar apoio a uma
doutrina de méritos alcançados por boas obras, tornando-se um centro de
controvérsia no tempo da Reforma. O sentido da raiz do verbo se vê
claramente em contextos tais como Gênesis 27:40, “sacudirás o seu jugo da
tua cerviz” e Êxodo 32:3, “tirai as argolas de ouro”.
O sentido é “romper com os velhos hábitos” e
“fazer o que é certo”, um mandamento que tem significado mesmo sem a
revelação especial, somente no nível humano. A tradução “dar esmolas”
reflete o ponto de vista corrente quando a LXX foi traduzida e que fica
claro no Sermão do Monte, onde “exercer justiça” (Mt 6:1) é exposto em
termos de dar esmolas, orar e jejuar. Exatamente quais os ideais que o rei babilônico poderia
ter não podemos saber, mas evidentemente seria preciso mais do
que advertências e exortações para levá-lo à ação.
Joyce G. Baldwin,. Daniel Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
121-122.
2. O pecado de Nabucodonosor em reação aos pobres.
Dn 4.27 Portanto, ó rei, aceita o meu
conselho. Os pecados teriam de ser derrotados pela prática da retidão, e a
idolatria era a principal ofensa. A opressão é o pecado especial da classe
dominante. Ela teria de ser abandonada e substituída pela justiça social. Se
tais coisas fossem feitas, o severo juízo divino dos sete anos de insanidade
teria sido evitado. Cf. o conselho deste versículo com Eclesiástico 3.30,31
e Tobias 4.7-11, que dizem coisas similares. Talvez ao rei tenha sido
conferido um período de graça (vs. 29), a oportunidade para reverter o curso
do pecado. Nabucodonosor tinha de “pôr fim aos seus pecados”, ou seja,
literalmente, teria de “redimir-se”. Mas a palavra hebraica peraq pode
referir-se ao afrouxamento do jugo. O rei era cativo de seus pecados e tinha
de livrar-se deles, caso quisesse escapar da punição. Além disso, tinha de
anular suas opressões pela caridade (possivelmente pela doação de esmolas),
mas está em vista a prática da lei do amor, que cobre uma multidão de
pecados (ver Tia. 5.20). A Septuaginta apresenta aqui o substantivo grego
eieeimosunais, “esmolas”, mas esse é um uso posterior da palavra.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3390.
O rei costumava ofender os seus súditos e se
comportar injustamente com seus aliados, mas devia mudar tudo isso agindo
com justiça, concedendo-lhes tudo aquilo a que tinham direito, consertando o
que havia feito de errado sem triunfar sobre o direito através do abuso de
seu poder. Ele havia sido cruel para com os pobres, para com os pobres de
DEUS, para com os pobres judeus. E agora devia acabar com essa iniquidade mostrando-se
misericordioso com esses pobres, compadecendo-se dos
oprimidos, libertando-os ou tornando o seu cativeiro um pouco mais fácil
para eles. Observe que, quando se trata do arrependimento, não é necessário
apenas parar de fazer o mal, mas aprender a fazer o bem. Não só deixar de
fazer o mal, mas passar a fazer o bem a todos.
Qual foi o argumento que
Daniel usou para justificar o seu conselho: ele iria prolongar a
tranquilidade do rei. Embora o seu conselho não fosse evitar totalmente o
castigo, ainda assim ele poderia ser uma forma de obter a suspensão
temporária da sentença, como aconteceu com Acabe quando se humilhou (1 Rs
21.29). O transtorno poderia ser mais longo ou mais curto, quando chegasse,
e isso Daniel não detalharia. Observe que a simples possibilidade de evitar
um castigo temporal é uma razão suficientemente válida para se praticar uma
obra tão boa como abandonarmos os nossos pecados e reformarmos a nossa vida.
Quanto mais importante é agirmos deste modo com a finalidade de evitarmos a
nossa ruína eterna! “Essa será a cura dos teus erros” (alguns entendem o
texto sagrado deste modo), “dessa maneira o desentendimento será
interrompido, e tudo ficará bem novamente”.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 851.
Dn 4.27. Quebre teus pecados pela justiça.
Faça justiça. Tu tens sido um homem opressor ; mostrar misericórdia para com
os pobres, muitos dos quais foram feitos tais por ti mesmo: testemunhar toda
a nação dos judeus. Ele devia cessar de seu pecados arrepender e produzir
frutos dignos de arrependimento, a fim de que ele pudesse encontrar
misericórdia na mão de DEUS.
ADAM CLARKE. Comentário Bíblico de Adam Clarke. Daniel.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.