Lição 5 - DEUS Abomina a Soberba
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O
Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos
céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e
pode humilhar aos que andam na soberba" (Dn 4.37).
VERDADE PRÁTICA
A soberba é o pecado que mais afronta a soberania divina.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 8.13 DEUS aborrece a soberba
Terça- Pv 11.2 A soberba é afronta
Quarta - Mc 7.20-22 A soberba é o pecado do coração
Quinta- 1 Jo 2.16 A soberba da vida não é de DEUS
Sexta- Gn 17.1; Jó 11.7 Nenhuma soberba resiste a DEUS
Sábado - 2 Cr 26.3-21 O rei Uzias e a soberba
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 4.10-18
10 Eram assim as visões da minha cabeça, na minha cama: eu estava olhando e
vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande; 11 crescia essa
árvore e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e
foi vista até aos confins da terra. 12 A sua folhagem era formosa, e o seu
fruto, abundante, e havia nela sustento para todos; debaixo dela, os animais
do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e
toda carne se mantinha dela. 13 Estava vendo isso nas visões da minha
cabeça, na minha cama; e eis que um vigia, um santo, descia do céu, 14
clamando fortemente e dizendo assim: Derribai a árvore, e cortai-lhe os
ramos, e sacudi as suas folhas, e espalhai o seu fruto; afugentem-se os
animais de debaixo dela e as aves dos seus ramos. 15 Mas o tronco, com as
suas raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do
campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais
na grama da terra. 16 Seja mudado o seu coração, para que não seja mais
coração de homem, e seja-lhe dado coração de animal; e passem sobre
ele sete tempos. 17 Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e esta
ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o
Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer e até
ao mais baixo dos homens constitui sobre eles. 18 Isso em sonho eu, rei
Nabucodonosor, vi; tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação; todos os
sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a interpretação, mas tu
podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos.
INTERAÇÃO
DEUS abomina a soberba. Este sentimento pernicioso é um prenúncio da queda
(Pv 16.18). As conquistas de muitos impérios e o enriquecimento contribuíram
para que Nabucodonosor se tornasse soberbo e altivo. Então DEUS decidiu lhe
ensinar uma importante lição, assim como havia ensinado ao seu povo. O rei
perdeu sua consciência e ficou durante um período de tempo se comportando
como um animal. Depois deste período tão difícil, Nabucodonosor aprendeu que
o Altíssimo está acima de todo reino e poder humano. O Senhor é soberano,
Ele remove os reis e os estabelece.
Que a soberba não encontre guarida em nossos corações, nos fazendo agir como
tolos. Que sejamos humildes, honrando a DEUS em toda a nossa maneira de
viver.
OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar a soberania divina na vida de Nabucodonosor.
Saber que DEUS falou com Nabucodonosor por intermédio dos sonhos.
Compreender a fidelidade da pregação de Daniel para o rei.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para introduzir a lição reproduza o quadro abaixo para seus
alunos. Utilizando o quadro, enfatize os pontos fortes de Nabucodonosor e as
suas fraquezas. Explique que este rei foi chamado, segundo o profeta
Jeremias, de "servo do Senhor" (Jr 25.9). DEUS usou Nabucodonosor para punir
seu povo. O Senhor é soberano, Ele exalta e também abate. Porém, o coração
do rei se tornou soberbo e ele então experimentou o juízo de DEUS. Leia
Provérbios 16.18 e conclua enfatizando os perigos da soberba.
Resumo da Lição 5 - DEUS Abomina a Soberba
I. A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn
4.1-3)
1. Nabucodonosor, chamado por DEUS para um desígnio especial (Jr 25.9).
2. A soberba de Nabucodonosor.
3. Nabucodonosor proclama a soberania de DEUS (Dn 4.1-3).
II. DEUS FALA NOVAMENTE A NABUCODONOSOR POR MEIO DE SONHOS (Dn 4.4-9)
1. DEUS adverte Nabucodonosor através de um sonho.
2. Daniel é convocado (Dn 4.8).
3. Daniel ouve o sonho e dá a sua interpretação (Dn 4.19-26).
a) Uma árvore majestosa (vv.11,12).
b) Juízo e misericórdia são demonstrações da soberania divina.
c) O papel dos anjos nos desígnios divinos.
III. A PREGAÇÃO DE DANIEL
1. A pregação de Daniel.
2. O pecado de Nabucodonosor em relação aos pobres.
SINOPSE DO TÓPICO (1) - Nabucodonosor foi chamado por DEUS para uma missão
especial, todavia ele deixou que a soberba dominasse seu coração.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - DEUS, por intermédio de um sonho, falou com
Nabucodonosor e o advertiu de sua soberba.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - DEUS usa seu servo Daniel para revelar o sonho de
Nabucodonosor e aconselhá-lo a respeito do seu pecado.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliográfico
"Cumprimento e Destronização (4.28-33)
A falha de Nabucodonosor em prestar atenção e voltar-se para DEUS por meio
de um arrependimento genuíno é um reflexo ilustrativo da fraqueza e da
perversidade humana. Doze meses se passaram e a visão apavorante
desvaneceu-se. Talvez a visão não viesse a se tornar realidade. Certo dia,
em um momento de glorificação própria, o rei começou a se exultar pelas suas
grandes realizações. Enquanto caminhava pelo 'terraço do palácio real',
debaixo dos seus pés estava o edifício mais esplêndido que a Babilônia já
tinha visto, adornado em ouro com ladrilhos lustrosos de cores brilhantes.
Próximo do palácio ficava a montanha artificial e os jardins suspensos
construídos para a sua rainha das montanhas da Média. Esta era a grande
Babilônia. De uma pequena cidade de um lado do rio Eufrates o rei havia
dobrado sua área para os dois lados do rio. Ele havia enchido com novas
construções e templos com uma arquitetura distinta. Ele a havia cercado com
muros conhecidos pela altura e largura.
Com esse tipo de visão enchendo a mente, podemos imaginar a soberba do rei"
(Comentário Bíblico Beacon. 1. ed. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2006,
p.514).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico
"A loucura e a restauração (4.33-37)
Demente, o rei nivela-se a um animal, e passa a viver ao desabrigo, em uma
área onde a temperatura variava de 50 graus positivos no verão, a abaixo de
zero, no inverno. Recuperado, o rei finalmente responde adequadamente ao
Senhor. Nabucodonosor, então: 1) glorifica a DEUS; 2) o honra como o Rei
supremo do Universo; 3) expressa sua total dependência da vontade de DEUS e,
4) reconhece que tudo o que ele faz é correto 'e pode humilhar os que andam
na soberba" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise
de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 1. ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2005, p.516).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013.
Revista Ensinador Cristão CPAD, nº 60, p.38.
DEUS ABOMINA A SOBERBA
Imagine um rei que controla as vidas das
pessoas e decide se elas vivem ou morrem, mas de repente, de uma hora para
outra se tornar um louco, um lunático e um irracional? Este rei foi
Nabucodonosor.
O capítulo 4 de Daniel traz a imagem de uma
árvore florescente representando a figura de Nabucodonosor, o imperador da
Babilônia. Num belo dia o rei olhou para todas as criações do seu império e,
consigo mesmo, viveu a síndrome de Narciso: pensou que era o responsável por
todas as realizações do império babilônico.
Na imagem apresentada a Nabucodonosor um homem anuncia que a árvore seria
cortada e ficariam apenas as raízes e o tronco. Esta árvore era o rei Nabucodonosor.
Daniel foi corajoso em anunciar isso a ele!
O conceito de soberba
O relato do quarto capítulo de Daniel
demonstra o sutil, mas desastroso, efeito da soberba. Um comportamento
excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso caracteriza o sentimento da
soberba. A ideia de poder sobre os outros por si só é uma loucura. Segundo a
psicóloga Rosemeire Zago, "a soberba leva o homem a desprezar os superiores
e a desobedecer as leis. Ela nada mais é que o desejo distorcido de
grandeza" e completa: "a pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si
próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a
vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez,
a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si
próprio". Nabucodonosor concentrou todas estas características perdendo-se
em si mesmo no mundo obscuro do orgulho.
Não percamos a lucidez
Quantas vezes sentimos a síndrome de narciso
como a que se abateu sobre Nabucodonosor? Pretendemos usar o nosso raio de
influência para fazer um pequeno império onde nós determinamos, impomos e
mandamos sobre o "destino" das pessoas. Por isso que Tomás de Aquino
atribuiu a soberba um pecado específico, embora, como bem retratou a
psicóloga Rosemeire Zago, num artigo publicado no UOL, a soberba apareça em
outros pecados. A soberba adoece a alma. Não fomos chamados para ser
irracionais ou lunáticos no exercício das nossas funções humanas. Por isso,
o verdadeiro antídoto contra as ambições das nossas almas é JESUS de Nazaré,
o homem "manso e humilde de coração".
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD.
pag. 38.
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS
AUTORES
INTRODUÇÃO
Aproximadamente 25 anos depois da sua
ascensão e volta ao trono da Babilônia, Nabucodonosor teve mais um sonho
perturbador que requereu a presença dos sábios do Palácio para o
interpretarem. Sete anos se passaram desde o estado de loucura do rei,
quando DEUS o restaurou ao trono da Babilônia. Na sua volta ao Trono, ele dá
um testemunho pessoal da experiência com o DEUS de Daniel e reconhece a
soberania desse DEUS dos exilados e cativos de Judá. Ele reconhece que sua
loucura era resultante de sua soberba, que o levou a viver como um animal do
campo por sete anos, até que DEUS o tirou daquela condição. E a história que
mostra o que acontece com os que se exaltam e se tornam soberbos ante a
majestade do Todo-Poderoso DEUS de Israel. É uma história que revela a
soberania de DEUS sobre toda a criação e que nenhuma criatura sua usurpa a
glória que lhe pertence. Ao mesmo tempo, DEUS revela sua misericórdia e
justiça capazes de salvar um homem arrependido. Nos desígnios divinos,
Nabucodonosor preenchia o propósito de DEUS para o mundo de então. Não há
nada que diga que esse rei tenha se convertido. Entretanto, seu testemunho
pessoal acerca do DEUS de Israel, depois de toda a humilhação que passou, o
levou a reconhecer e proclamar a todo o mundo que o senhorio dos reinos do
mundo não era dele, mas pertencia ao DEUS Altíssimo.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 65.
A Insanidade de Nabucodonosor (4.1-37)
Esta quarta história aparece sob a forma de
uma epístola de Nabucodonosor a seus súditos. O material move-se do passado
(seu sonho-visão interpretado por Daniel) para o presente (a profecia sobre
a insanidade do rei). A lição moral e espiritual a ser comunicada é que até
o maior dos poderes pagãos mostra-se impotente diante da história e das
vicissitudes que estão sob o controle de Yahweh. Nabucodonosor foi reduzido
ao estado dos animais, completamente humilhado pelo decreto divino que
anulou tudo quanto ele era e podia fazer. No entanto, manifesta-se nessa
história a misericórdia divina, pois o rei recebeu permissão de voltar e
recuperar sua antiga glória. Os registros babilônicos nada dizem sobre isso,
nem sobre um período de insanidade para o rei, nem sobre sua ausência do
trono por algum tempo, por alguma razão. Há um relato sobre Nabonido, o
último rei neobabilônico, que esteve afastado da capital por vários anos,
tendo vivido no deserto; mas certamente Nabucodonosor não está em pauta
nesse relato secular.
Por esse motivo, os
críticos supõem que a
história encontrada no livro de Daniel seja uma adaptação do incidente
histórico de Nabonido, mas isso é apenas uma conjectura. Seja com o
for, sem
importar o que possam os pensar sobre a historicidade do evento, não
devemos permitir que a falta de confirmação secular nos furte de lições
espirituais e morais.
Eusébio (Preparações para o Evangelho,
IX.41) relatou a curiosa história de como Nabucodonosor, em estado de
êxtase, previu que a Mula Persa se apoderaria dele. A mula era ajudada por
uma mulher midianita. A história é interessante, mas não sabemos se reflete
algum incidente real na vida de Nabucodonosor.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag.
A graça de DEUS é soberana, Seu chamado é
irresistível. Os propósitos de DEUS não podem ser frustrados. Ele leva a
cabo tudo o que determina fazer. Agindo DEUS, ninguém o impedirá. O apóstolo
Paulo declara: “Aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que
chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também
glorificou” (Rm 8.30). Daniel, no capítulo 4, mostra a luta de DEUS na
salvação de Nabucodonozor. DEUS move os céus e a terra para levar esse
soberbo rei à conversão. O livro de Daniel mostra a soberania de DEUS na
história e também na salvação de cada pessoa.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag.
59.
O autor deste capítulo é o próprio
Nabucodonosor. A história concernente a ele, aqui registrada, chegou até nós
através das suas próprias palavras, pois ele mesmo as escreveu e publicou.
Mas Daniel, um profeta, por inspiração, insere- a em seu livro, e faz dela
uma parte memorável do documento sagrado. Nabucodonosor foi o rival mais
ousado da soberania do DEUS Supremo
do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido. Mas aqui ele reconhece
que foi justamente vencido e admite, talvez a contragosto, que o DEUS de
Israel está acima dele. Temos então: I. O prefácio dessa narrativa, no qual
o rei reconhece o domínio de DEUS sobre si (w. 1-3). II. A própria
narrativa, onde relata: 1. O sonho que teve e que deixou os mágicos
perplexos (w. 1-18). 2. A interpretação desse sonho, feita por Daniel,
mostrando que representava um prognóstico da sua ruína, advertindo-o,
portanto, que deveria se arrepender e se reformar (w. 19-27). 3. O
cumprimento desse sonho, quando Nabucodonosor ficou completamente louco
durante sete anos para depois recuperar novamente a razão (w. 28-36). 4. E a
conclusão dessa narrativa com uma humilde aceitação e adoração a DEUS como
Senhor de tudo e de todos (v. 37). Isso foi extraído dele através do
poderoso domínio do DEUS que tem o coração dos homens em suas mãos, e se
afirma como um registro da eterna comprovação da supremacia divina, um
monumento à sua glória, um troféu à sua vitória e uma advertência para
ninguém pensar que poderá prosperar se colocando acima de DEUS ou
endurecendo o coração contra Ele.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 845-846.
I – A PROVA DA SOBERANIA DIVINA (Dn 4.1-3).
1. Nabucodonosor chamado por DEUS para um desígnio especial (Jr 25.9).
Nabucodonosor não foi obrigado a servir ao
DEUS de Israel, mas não pode fugir a humilhação a que foi submetido por
querer usurpar a glória que só pertence ao DEUS Altíssimo e a nenhum outro
deus. Não há dúvida que ele foi submetido a um desígnio especial do DEUS do
Céu, o DEUS de Daniel, Ananias, Misael e Azarias. Segundo a história,
Nabucodonosor foi rei da Babilônia no período de 605 a 462 a.C. Mesmo sendo
um rei pagão cumpria um desígnio especial de correção divina aos reis de
Israel e de Judá, por terem se corrompido com o sistema mundano que havia
entrado em Israel. Ora, DEUS tem o cetro do domínio de todos os reinos do
mundo, e tinha poder para fazer com que aquele homem pagão, por um desígnio
especial, se tornasse próspero em seu reino e crescesse em extensão, a ponto
de se autodenominar “rei de reis”. O profeta Jeremias, contemporâneo do
período do exílio de Israel e Judá na Babilônia, diz que DEUS chamou a
Nabucodonosor de “meu servo” (Jr 25.9). Na verdade, Nabucodonosor foi a vara
de DEUS de punição ao seu povo por ter abandonado o Senhor e tomado o
caminho da idolatria e dos costumes pagãos. Aprendemos que DEUS, em sua
soberania é Aquele “que muda os tempos e as horas; ele remove os reis e
estabelece os reis” (Dn 2.21).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 66.
Este versículo afirma com clareza que Yahweh
era a causa real dos acontecimentos. Nabucodonosor chega a ser chamado de
servo de Yahweh, e ele saberia realizar bem a sua tarefa. Haveria total
destruição de Judá e das nações circundantes. Essas nações tornar-se-iam uma
piada internacional, lugares de desolação perpétua. Animais selvagens se
mudariam para as desolações que antes tinham sido Jerusalém, a Dourada. Ver
Jer. 9.11 e 10.22. Quanto a Nabucodonosor como servo de Yahweh, ver também
Jer. 27.6 e 43.10.
“Jer. 40.2 mostra-nos que Nebuzaradã,
capitão de Nabucodonosor, tinha alguma consciência da missão divina que o
rei da Babilônia cumpria” (Fausset, in ioc.). Cf. Isaías a falar sobre Ciro
como o pastor, o ungido de Yahweh (ver Isa. 44.28; 45.1). DEUS era a causa
primária, mas também havia causas secundárias.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3066.
Nabucodonosor [...] meu servo. Essa expressão não significa que o monarca
babilônio adorava o DEUS de Israel, mas apenas que era usado pelo Senhor
para cumprir seus propósitos (como no caso de Ciro, que é chamado de ungido
do Senhor, em Isaías 45.1).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais.
Editora Central Gospel. pag. 1157.
Meu servo (9) não está nos LXX, porém seu significado evidentemente é "meu
instrumento". O rei babilônio e seus aliados deixariam a terra se perder e
levariam para o exílio quem quisessem. Gerações do norte (9). O Império
Babilônico, tal como seu predecessor, o Assírio, fora feito de muitas raças,
muitas "gerações".
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. pag. 55.
2. A soberba de Nabucodonosor.
Exemplos negativos de pessoas que se
tornaram soberbas:
A Bíblia não conta apenas as vitórias e
conquistas dos homens, mas revela suas fraquezas e derrotas para que se
aprenda lições que envolvem nossas relações com DEUS e com as pessoas.
Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo
da arrogância. Por esta causa ele perdeu seu trono e seu reino. A soberba é
um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de DEUS.
Por causa da sua arrogância contra o Cetro do DEUS Altíssimo, Nabucodonosor,
assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz ( e tronco v. 18). A profecia
cumpriu-se integralmente na vida de Nabucodonosor, e ele, depois de
humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar e decidir porque seu coração
foi mudado, de “coração de homem”(v. 16) para “um coração de animal”. A
punição levaria “sete tempos” (v. 16). Na linguagem bíblica, sete tempos
equivalem a sete anos em que o monarca da Babilônia estaria agindo como um
animal do campo em total demência racional. A estupidez da experiência
amarga de Nabucodonosor foi demonstrada por uma licantropia (não cremos
assim), ou seja, ele
foi dominado por uma insanidade sem precedente. Passou a agir como um animal
do campo, tendo o seu corpo molhado pelo orvalho do céu e com um
comportamento irracional, comendo a erva do campo (Dn 4.25). Esse estado de
decadência do rei foi resultado de sua soberba que o levou a perder o reino
e o trono e a Babilônia esteve em decadência política.
O Rei Hewdes é outro personagem que se
destaca na Bíblia por sua soberba. Ele era neto de Herodes, o Grande, e seu
nome era Agripa I que governou a Palestina nos anos 37-44 d.C., mas foi o
imperador de Roma que lhe deu o título de rei sobre Israel. Ele não gozava
de aprovação entre os judeus, porque era um homem altivo, presunçoso e teve
um fim triste para a sua história. Em Atos dos Apóstolos está registrado que
ele mandou matar Tiago, irmão de João, um dos apóstolos de JESUS CRISTO para
ganhar o coração de judeus inimigos dos cristãos naqueles primeiros dias da
Igreja (At 12.1,2). Depois, percebendo que isto agradaria os judeus que não
o recebiam bem, mandou prender outros cristãos e, principalmente Pedro,
mandando-o para a prisão (At 12.3-11) quando foi libertado pelo anjo do
Senhor de modo excepcional. Herodes não conseguiu matar Pedro. Mais tarde, a
soberba de Herodes lhe rendeu desprezo do próprio povo (At 12.21,22). Para
que todos entendessem que DEUS não aceita que se zombe da sua soberania e
justiça, enviou o seu anjo que “feriu-o..., porque não deu glória a DEUS e,
comido de bichos, expirou” (At 12.23). Ninguém usurpa a glória que só
pertence a DEUS, a glória de sua soberania.
O Rei Saul é outro exemplo negativo do
significado da soberba. Foi o primeiro rei de Israel. Saul começou bem o seu
reinado, até que se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a
agir irracionalmente. A presunção de se achar superior a tudo, o levou a
agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino.
Foram atitudes que feriam princípios morais, políticos e espirituais de
Israel. Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada
e, por isso, foi lhe tirado a graça de DEUS na sua vida. Então passou a agir
irrefletidamente dominado pela soberba que fez DEUS rejeitá-lo, porque sua
desobediência era fruto da soberba (1 Sm 9.26; 10.1; 15.2,3,9; 15.23).
A soberba é como vírus contagiante
A soberba é o orgulho excessivo que uma
pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica. A soberba é como uma
doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade
de admitir que para viver no mundo dos homens ele precisa lembrar que o
outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (SI
101.5; 2 Cr 26.16). A soberba é contagiosa porque contamina todo o homem (Mc
7.21-23). A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos (Pv 21.4)
e cega a vista (1 Tm 3.6; 6.4).
A soberba foi o pecado de Lúcifer
A história de Lúcifer infere-se em dois
textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem
metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na
presença de DEUS. Ele é identificado na Bíblia como Diabo, Satanás (Is
14.13-16; Ez 28.14,16). Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu
status celestial na presença de DEUS por causa da sua soberba. Por isso, a
soberba é um pecado do espírito humano, que afeta diretamente as relações
verticais do homem com DEUS.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 73-75.
Os monarcas mais potentes e absolutos são servos
de DEUS. Nabucodonosor, que é um instrumento da sua ira, é tão
verdadeiramente seu servo quanto Ciro, que é um instrumento da sua
misericórdia. Com a terra de Judá prestes a ser desolada, aqui DEUS convoca
o seu exército que deverá abatê-la. Ele o reúne, toma todas as famílias do
norte, pois talvez haja ocasião para elas, e as lidera como seu comandante,
trazendo-as contra essa terra, e dá-lhes sucesso, não somente contra Judá e
Jerusalém, mas contra todas as nações em redor para que não confiem nelas
como aliadas ou auxiliares contra essa força ameaçadora.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 473.
Dn 4.28 Todas estas cousas sobrevieram ao
rei Nabucodonosor. Ao que tudo indica, Nabucodonosor não foi sábio o
bastante para aproveitar seu período de graça e endireitar a sua vida e
substituir seus pecados por atos de bondade. Ele perdeu a oportunidade, pelo
que o decreto de julgamento teve de ser implementado.
Tudo quanto fora predito aconteceu, em seus
mais minúsculos detalhes. “A interpretação de Daniel foi logo esquecida, e
suas exortações foram ignoradas. Nabucodonosor continuou em seu orgulho
pecaminoso. O rei não se arrependeu, conforme lhe ordenara o profeta.
Continuou dominado pelo egoísmo” (J. Dwight Pentecost, In loc.).
Dn 4.29,30 Ao cabo de doze meses. Talvez
esses doze meses (um ano) tenham sido mencionados por formarem o período de
graça concedido ao rei para limpar sua vida, alterar suas atitudes e
substituir a opressão por atos de bondade. Mas agora vemos Nabucodonosor a
andar sobre o eirado plano do palácio real (literalmente, o palácio do
reino), com o nariz empinado e o peito estufado, como se fosse um galo
insensato. Ele caminhava solenemente e falava sobre quão grande era a
Babilônia e como ele tinha construído seu
magnífico palácio. A arqueologia encontrou inscrições de Nabucodonosor que
são similares às jactâncias citadas neste versículo. Talvez o autor, ao
escrever este versículo, estivesse imitando tal coisa. Expedições militares
e matanças tinham feito a Babilônia ser o que ela era, e Nabucodonosor usara
todo esse dinheiro para embelezar a cidade e o império. Tudo fora feito por
seu “grandioso poder” (no hebraico, hisni) que pode ser traduzido
“riqueza”).
A grande Babilônia. Até m esmo segundo os
padrões modernos, a antiga cidade de Babilônia era uma cidade grandiosa. Era
a Nova Iorque do antigo Oriente Próximo e Médio. Tinha uma área de 520 km² e
era cercada por muralhas com 26 m de espessura e 102 m de altura. Nas
entradas, portões de bronze conduziam a vários terraços que davam frente
para o rio Eufrates. Dentro das muralhas havia cidades satélites menores,
espacejadas por jardins e plantações que emprestavam beleza estética ao
lugar. Havia nada menos que oito templos, e muitos edifícios públicos impressionantes.
O Rei é Humilhado (4.31-35)
Dn 4.31 Falava ainda o rei quando desceu uma
voz do céu. O período da graça divina se havia esgotado, pelo que o
julgamento adiado foi aplicado. O rei continuava todo estufado em seu
orgulho; permanecia imerso em sua idolatria; ainda participava de seus atos
opressivos. Sua vida era autocentralizada. Alguma coisa tinha de mostrar-lhe
quem era o verdadeiro Rei. Portanto, a Voz veio do céu, a Bath Kol (Qol). Foi uma comunicação divina miraculosa, uma
medida da intervenção de DEUS. O tempo do cumprimento da visão tinha
chegado.
O reino sairia do domínio de Nabucodonosor.
Em breve o rei teria de afastar-se de seu trono, e passaria a viver com as
feras do campo. Cf. este versículo com Isa. 9.8; Testamento de Levi 18.6; II
Baruque 13.1; Mat. 3.17. Quando o rei ainda proferia suas palavras profanas,
uma Voz quebrou o silêncio e pronunciou a sua condenação. Cf. o vs. 14: o
vigilante clamou em “voz alta". “Quão terrível foi a voz para um rei
vitorioso e orgulhoso: ‘O teu reino foi-se de ti! Todos os teus bens e os
teus deuses desapareceram em um único momento!’” (Adam Clarke, in loc.).
Dn 4.32 Serás expulso de entre os homens.
Este versículo repete a essência dos vss. 14-16 e 25 (o sonho e sua
interpretação), a respeito da insanidade temporária do rei e sua alienação
do reino; quem decretou a sorte do rei, conforme o vs. 25 diz. Esse título
aparece treze vezes no livro. O rei passou a viver nos campos, como se fosse um
animal. Daniel, mais adiante, adicionou que ele passou a viver como um jumento
montês (ver Dan. 5.21).
Dn 4.33 No mesmo instante se cumpriu a
palavra sobre Nabucodonosor. Instantaneamente o que tinha sido predito
aconteceu. O pobre rei foi expulso dentre os homens, passando a viver nos
campos e a comer grama, sujeito às precipitações atmosféricas, esbofeteado
pelos animais ferozes, tendo como companheiros de outras feras, em vez de
outros seres humanos. Nabucodonosor era agora uma fera para todos os
propósitos práticos, seus cabelos cresceram como os pelos de
um gorila ou como as penas de uma águia, as unhas das mãos ficaram como
garras de felinos ou como das aves de rapina. Em sua loucura, o rei perdeu
toda a noção de higiene pessoal. Mas apenas ontem ele era um rei exaltado,
caminhando ao redor e jactando-se de tudo quanto tinha feito, o mais
esplendoroso dos homens.
É provável que seus súditos misericordiosos
o tenham escondido em algum parque fechado. O povo não podia assistir a tal
cena! Alguns intérpretes vêem aqui uma punição divina mediante a qual o rei
passou por uma espécie de metamorfose física, mudando o seu aspecto para uma
espécie de homem-lobo, ou licantropia. Isso é
um exagero. Não, ele não foi transformado em fera.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3390.
A soberania de DEUS para salvar um homem
Vários pontos merecem destaque nesse trecho
do livro de Daniel. Em primeiro lugar, vejamos a paciência generosa de DEUS
(Dn 4.29). Ele não derrama Seu juízo antes de chamar o homem ao
arrependimento. DEUS deu doze meses para Nabucodonosor se
arrepender. Noé pregou durante 120 anos. Sodoma teve
o testemunho de Ló. Jerusalém, antes de ser levada cativa, ouviu o brado dos
profetas que a convocaram ao arrependimento. Hoje DEUS continua dando chance
aos homens pecadores. Cada dia é um dia de graça. É mais uma chance que DEUS dá.
Em segundo lugar, vejamos a dureza do homem que rejeita ouvir a voz de DEUS
(Dn 4.4,29). Nabucodonosor estava
feliz e calmo passeando no palácio a despeito do solene aviso de DEUS (Dn
4.29). Ah! Se se os homens pudessem perceber o perigo em que se encontra suas almas cairiam com o rosto em terra.
Gritariam por socorro. O inferno está
com a boca aberta para os devorar. Há um abismo debaixo de seus pés. Os
demônios querem levá-los à perdição. O tempo é de emergência, não de
folguedo.
Nabucodonosor exalta-se
em vez de dar glória a DEUS (Dn 4.30). Ele diz: “Eu edifiquei”; “pela força
do meu poder” “para a glória da minha majestade”. Ele era a causa, o meio e
a finalidade de tudo que acontecia em seu reino. Tudo girava em torno da
sua realeza imperial. A soberba precede a ruína. A auto-exaltação torna o homem
cego, tolo e endurecido. A prosperidade não é garantia contra a adversidade.
Babilônia era a cidade mais rica e poderosa do mundo. Ela tinha 96 km de
muros, com 25 metros de largura, 25 portões de cobre, com uma imagem de
Marduque no grande templo com 22.500 kg de ouro. Evis Carballosa diz que
havia mais de cinquenta templos dentro da cidade, sendo o maior de todos,
aquele dedicado a Marduque. Nabucodonosor era
rei de reis, um grande conquistador e construtor. A cidade estava cheia de
prédios, palácios e templos. Lá estavam os Jardins Suspensos, uma das sete
maravilhas do mundo antigo, construídos para sua esposa, uma princesa da
Média, que sentia falta das montanhas de sua terra natal. Ele era um homem
que tinha poder, riqueza e fama. Seu reino era glorioso e extenso. Mas as
nações são para DEUS como um pingo, como um pó, como um vácuo, como nada. O
rei cairia, Babilônia cairia. Só o Reino de DEUS é eterno. Em terceiro
lugar, vejamos a humilhação do homem impenitente (Dn 4.31-33). Ela vem do
céu (Dn 4.31).
Quando o homem não escuta a voz da graça,
ouve a trombeta do juízo. DEUS abriu para o rei a porta da esperança e do
arrependimento, ele porém, não entrou. Então, DEUS o empurrou para o
corredor do juízo. DEUS o humilhou. O poder e a prosperidade sem o temor de
DEUS podem intoxicar a alma (Dt 18.11-18). O orgulho é algo abominável para
DEUS, pois Ele resiste ao soberbo.
A humilhação do homem é
repentina (Dn
4.31,33). A paciência de DEUS tem limite. O cálice da ira de DEUS se
enche.
Chega um ponto que DEUS diz: “Basta! Ainda estava a palavra na boca do
rei...”. A humilhação é terrível (Dn 4.32,33). O rei ficou louco. DEUS o
fez
descer ao fundo do poço, tirou seu entendimento e deu-lhe um coração de
animal. Seu cabelo cresceu como penas de águia, suas unhas cresceram
como as
das aves. Vivia como animal no campo, comendo capim, pastando no meio
dos
bois. Sua doença era chamada de insânia zoantrópica, licantropia ou
boantropia, ou seja, considerar-se um animal, agir como um animal. (Não
cremos assim em uma transformação, mas em uma adaptação). Stuart Olyott
afirma que as pessoas que sofrem desta terrível enfermidade agem como
o animal que imaginam ser e emitem os ruídos que o caracterizam. DEUS
colocou o homem mais poderoso do mundo no meio dos bois. DEUS golpeou
seu
orgulho para levá-lo à conversão. Ele passou a comer capim, a rolar no
chão
com os cascos crescidos. O poderoso Nabucodonosor se
tornou como bicho,
foi pastar.
A humilhação é irremediável (Dn 4.32,33).
Ninguém pôde ajudar Nabucodonozor, embora fosse o homem mais rico e mais
poderoso da terra.
A humilhação finalmente é proposital (Dn
4.27). 1) E cheia de esperança (v. 26,32); 2) Visa o arrependimento (v. 27).
DEUS o mandou comer capim para não o mandar para o inferno. Essa é a eleição
da graça, que leva o homem ao fundo do poço e depois o tira de lá. DEUS não
fez o mesmo com Belsazar que foi condenado inapelavelmente. Herodes, por não
dar glória a DEUS, foi comido de vermes. O DEUS que fere é o DEUS que cura.
O que humilha, também exalta. E melhor ficar louco e ser salvo que ser
lançado eternamente no inferno.
Em quarto lugar, vejamos a conversão do
homem quebrantado (Dn 4.34-37). Como DEUS operou a conversão de Nabucodonosor?
Não foi exaltando-o, mas humilhando-o. E assim que DEUS converte as pessoas.
Quem não se fizer como criança, não pode entrar no Reino de DEUS. Primeiro,
o homem precisa ser confrontado com seu pecado e saber que está perdido.
Depois, a lei o condena e o leva ao pó para reconhecer sua indignidade. No
céu só entram pessoas quebrantadas. Nabucodonosor via
a glória de sua cidade. Ele tocava trombeta para si mesmo. Gostava de viver
sob as luzes da ribalta. Aplaudia sua própria glória. DEUS, portanto, o
humilhou. Jogou-o no pó. Mandou-o para o pasto comer grama. Tirou suas
roupas palacianas e molhou seu corpo com o orvalho do céu. Suas unhas
esmaltadas viraram casco.
A conversão de Nabucodonosor pode
ser vista por intermédio de quatro evidências: ele glorifica a DEUS (Dn
4.34). Agora, ele olha para o céu, para cima. Nossa vida sempre segue a
direção de nosso olhar. Até agora ele só olhava para baixo, para a terra.
Como aquele rico insensato que construiu só para esta vida, e DEUS o chamou
de louco. Muitos levantam os olhos tarde demais, como o rico que desprezou
Lázaro. Ele levantou seus olhos, mas já estava no inferno. Nabucodonosor confessou
a soberania de DEUS (Dn 4.35). Testemunhou sua restauração (Dn 4.36) e
adorou a DEUS (Dn 4.37). Stuart Olyott, afirma que da conversão de
Nabucodonozor podemos aprender três lições práticas:
Em primeiro lugar, nunca devemos desistir da
conversão de qualquer pessoa. Aquele que arruinou Jerusalém destruiu o
templo, carregou os vasos sagrados, esmagou a cidade, levou cativo o povo,
adorava deuses falsos e era cheio de orgulho converteu-se. Se aquele que
manda matar seus próprios feiticeiros e também jogar na fornalha os filhos
de DEUS; se aquele que exige adoração de seus súditos e força as pessoas a
adorarem falsos deuses; se aquele que era o homem mais poderoso do mundo
converteu-se, podemos crer que não há conversão impossível para DEUS.
Creia na conversão do ateu, do agnóstico, do
cínico, do apático, do blasfemo, do feiticeiro, do idólatra, do viciado, da
prostituta, do homossexual, do drogado, do assassino, do presidiário, do
político, do universitário, do patrão, do cônjuge, do filho e dos pais.
Creia! Evangelize! O DEUS que salva está no trono. Quando DEUS age, nem os
loucos errarão o
caminho.
Em segundo lugar, a razão pela
qual você ainda não se converteu é porque ainda não está suficientemente
quebrantado. É o publicano que bate no peito e chora pelos seus pecados que
desce justificado. O grande perseguidor da igreja, Saulo de Tarso, só se
converteu quando JESUS o joga no chão, e ele, cego, humildemente, volta-se
para JESUS, quebrantado. JESUS não veio chamar justos, mas pecadores. Não
veio curar os que se julgam sãos, mas os que reconhecem que são doentes e
carentes.
Em terceiro lugar, quem reluta em se
prostrar será quebrantado ou perecerá eternamente. DEUS poderia tornar
qualquer pessoa louca. Quem sabe como DEUS reagirá a sua constante rejeição,
a despeito das constantes advertências. DEUS pode quebrar você sem que haja
cura (Pv 29.1). Se DEUS tornar você louco sem lhe restaurar, como você
clamará por sua misericórdia? Se Ele chamar você agora, que desculpas você
lhe daria? DEUS chamou de louco àquele que confia apenas no dinheiro e não
se prepara para o dia de sua morte. Erga seus olhos ao céu enquanto é tempo.
O homem rico o fez tarde demais e pereceu eternamente, nas chamas
inextinguíveis do inferno. O tempo de DEUS é agora. É melhor ser quebrado
por DEUS agora que perecer eternamente no inferno. Reconheça hoje também a
soberania de DEUS e volte-se para o Senhor, pois Ele é rico em perdoar e tem
prazer na misericórdia!
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag.
62-67.
3. Nabucodonosor proclama a sabedoria de DEUS (Dn 4.1-3).
Antes de contar o seu segundo sonho,
Nabucodonosor em seu discurso fez uma proclamação na forma de um edito real
que reconhecia os sinais e milagres que o DEUS Altíssimo havia realizado,
especialmente, na vida do rei. Ele diz no versículo 2: “pareceu-me bem fazer
conhecidos os sinais e maravilhas que DEUS, o Altíssimo, tem feito para
comigo”. Nesta proclamação Nabucodonosor deseja fazer pública a experiência
que teve com o DEUS dos judeus.
“Quão grandes são os seus sinais” (4.3). A
ideia teológica de um “sinal ou sinais” pode significar um dos meios pelos
quais DEUS comunica seu pensamento aos homens e indica a sua vontade.
“Sinais” podem significar demonstrações espirituais que não podem ser
produzidas pelo homem. Na língua hebraica “sinal” é môpheth no sentido de
algo que dá notabilidade. Podia significar ou indicar “um milagre” que se
distinga. Os sinais de DEUS são, acima de tudo, sobrenaturais, porque DEUS é
o Criador e Senhor dos céus e da terra. O rei Nabucodonosor podia lembrar o
livramento dos jovens hebreus na fornalha ardente sem se queimarem. Ele
entendeu, também, que o DEUS dos judeus tinha um modo especial de revelar
coisas futuras através de sonhos que os homens comuns não podem
interpretá-los. Ele quis que fosse comunicado a todos os povos sob sua
liderança que o DEUS dos judeus não se assemelhava a nenhum deus dos súditos
do seu império. Ele era quem tinha o Domínio e o cetro de governo sobre toda
a terra. Nabucodonosor, depois de ter experimentado a punição pela sua
soberba e ter-se arrependido da mesma, foi restaurado de sua demência, sob a
qual ficou longos sete anos num nível irracional como os animais do campo.
Matthew Henry disse em seu comentário que “Nabucodonosor foi o rival mais
ousado da soberania do DEUS Supremo do que qualquer outro mortal jamais
pudesse ter sido”. Porém, foi vencido por essa presunção e teve que
reconhecer que o DEUS Altíssimo estava acima dele.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 66-67.
Dn 4.1 O rei Nabucodonosor a todos os povos.
Esta carta foi enviada a todos os povos e terras sujeitados à Babilônia, bem
como ao próprio povo babilônico, uma grande massa de gente de toda a
terra". O rei lhes desejou a “paz”, uma introdução comum nas cartas do
antigo Oriente Próximo e Médio. Esse era o homem que fizera guerra
universal, mas agora descrevia seu avanço espiritual, por meio de
experiências incomuns. Por assim dizer, essa carta foi uma epistola
pastoral, na qual o rei figura como o pastor de seus súditos-ovelhas. Cf. a
saudação de paz em Esd. 4.18 e 7.12. No Novo Testamento, a saudação
tornou-se uma saudação espiritual.
Dn 4.2 Pareceu-me bem fazer conhecidos os
sinais e maravilhas. Para o rei pagão, o DEUS Altíssimo comunicara
importantes mensagens. Esse título aparece treze vezes no livro. É feito um contraste entre os
“deuses” deste mundo, que não passam de ilusão (ver Dan. 2.11), razão pela
qual freqüentemente desapontam os homens, e o DEUS dos israelitas. Em
contraste, o DEUS dos judeus tinha exibido diante do rei grandes sinais e
maravilhas, em visões que Daniel autenticara e interpretara. Quanto aos
sinais e maravilhas,
Dn 4.3 Quão grandes são os seus sinais. Os
sinais do DEUS Altíssimo são grandes, e suas maravilhas são poderosas, em
contraste com os deuses-ídolos dos pagãos. O DEUS Altíssimo também tem um
reino que é eterno e, finalmente,
destruirá e substituirá todos os reinos da terra (Dan. 2.44,45). Seu
domínio, em contraste com o dos reis da terra, continua interminavelmente,
passando de uma geração a outra. A lição espiritual assim ensinada é que o
DEUS dos judeus é incomparável. O paganismo e a idolatria são atacados. A
lição moral é que devemos lealdade ao DEUS Altíssimo, ao mesmo tempo que
podemos ignorar, com segurança, todas as imitações. O vs. 3 tem linhas
métricas, e estas assumem a forma de um hino de louvor, Cf. Sal. 145.5,13.
“Esses são excelentes sentimentos que mostram quão profundamente sua mente
ficara impressionada com a majestade de DEUS” (Adam Clarke, in toe). CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3387-3388.
Um exemplo do modelo usado geralmente nos
documentos, proclamações ou cartas circulares emitidos pelo rei no versículo
1. O estilo real usado por Nabucodonosor não apresenta nenhuma pompa ou
extravagância, mas é simples, breve e sem afetação - diz apenas:
Nabucodonosor, o rei. Embora em outras ocasiões ele tivesse feito uso de
palavras grandiosas e cheias de vaidade para acompanhar o seu nome, agora
elas foram deixadas de lado, pois estava velho e havia ultimamente se
recuperado de uma perturbação mental que o havia humilhado e mortificado.
Agora ele se encontrava numa verdadeira contemplação da grandeza e da
soberania de DEUS. Essa declaração foi dirigida não só aos seus súditos, mas
a todos aqueles que viessem a ler esses escritos, a todos os povos, nações e
línguas que habitavam a terra. Ele pretende que eles sejam não só lidos,
pois trazem em si um relato da sua própria infâmia (que talvez ninguém
ousasse relatar se ele mesmo não a tivesse relatado. Portanto, Daniel
publicou o documento original) como também recomenda e ordena estritamente a
todos os tipos de pessoas que devem tomar conhecimento dele, pois a todos
deveria não só interessar, como também lhes poderia ser útil. Ele saúda a
quem está escrevendo de acordo com a fórmula habitual: “Paz vos seja
multiplicada”. Observe que compete ao rei, através das suas ordens e
comunicados, transmitir ao povo os melhores votos e. como responsável pela
sua nação, abençoar os seus súditos. Essa é a maneira habitual, entre nós,
de enviar saudações. Omnibus quibus hae praesentes literae pervenerint
salatem - Saúde, a todos a quem a presente mensagem possa chegar. E às vezes
Salutem sempitre- nam - Saúde e salvação eternas.
Algo sobre o assunto e conteúdo. Ele escreve
isto:
1. Para informar aos outros quais
providências DEUS tomou a seu respeito (v. 2): “Pareceu-me bem fazer
conhecidos os sinais e maravilhas que DEUS, o Altíssimo, (portanto, ele está
reconhecendo o verdadeiro DEUS) tem feito para comigo”. Como se tratava de
uma dívida que tinha para com DEUS e o mundo, agora que estava recuperado da
sua perturbação mental, ele achava que tinha o dever (assim dizem suas
palavras), e que a ele competia relatar aos lugares distantes, e registrar
para as futuras gerações, como havia sido justamente humilhado por DEUS e
como, de maneira tão bondosa, Ele o havia recuperado no final. Não há dúvida
de que todas as nações tinham ouvido falar sobre aquilo que acontecera a
Nabucodonosor e festejado. Mas ele achou que seria apropriado que recebessem
um relato completo feito por ele mesmo a fim de ficarem sabendo que a mão de
DEUS estivera presente nisso, que impressões a situação causou sobre o seu
espírito, e depois discorrer sobre o assunto não como se fosse uma notícia
nova, mas como uma questão de religião. Os acontecimentos relacionados com
ele não foram apenas maravilhas a serem admiradas, mas também sinais a serem
transmitidos ao mundo para mostrar que Jeová é maior que todos os outros
deuses. Note que devemos mostrar aos outros o comportamento de DEUS para
conosco, não só as censuras às quais fomos submetidos, como também os
favores que recebemos. E embora esse relato possa trazer alguma vergonha
para nós, como aconteceu com Nabucodonosor, não devemos omiti-lo desde que
possa redundar em glória para DEUS. Muitos poderão se apressar em descrever
o que Ele fez pela sua alma, embora isso possa revelar uma auto-exaltação, e
não se importam de dizer o que DEUS fez contra eles (por merecimento). No
entanto, devemos dar glória a DEUS não só com louvores pelas suas
misericórdias, mas confessando os nossos pecados, aceitando o castigo pela
nossa iniquidade e nos envergonhando, da mesma maneira que esse poderoso
monarca aqui faz.
2. Para mostrar o quanto ele mesmo foi afetado por essas
providências, e como elas o convenceram (v. 3). Devemos sempre falar a
respeito da palavra e das obras de DEUS com interesse e seriedade, e mostrar
como fomos afetados por aquelas grandes coisas divinas que gostaríamos que
os outros conhecessem. (1) Ele está admirando as obras de DEUS. Ele fala
sobre elas como alguém que estivesse assombrado, sobre como eram grandes os
seus sinais e como eram poderosas as suas maravilhas! Então, Nabucodonosor
estava velho, havia reinado durante muito tempo, havia visto muito
do mundo e todas as suas revoluções, mais do que a maioria dos homens e como
nunca, até então, havia sido afetado e conduzido a admirar os eventos como
sinais de DEUS e das suas maravilhas. Agora ele podia dizer: “Quão grandes
são os seus sinais e quão poderosas as suas maravilhas!” Note que quanto
mais entendermos os acontecimentos como obras do Senhor, e virmos neles o
produto do divino poder e as condutas da divina sabedoria, mais maravilhosos
eles parecerão aos nossos olhos (SI 118.23; 66.2). (2) Assim ele percebe o
domínio de DEUS. No final, a isso foi levado
a concordar, isto é, que o reino de DEUS é
um reino eterno, bem diferente do seu próprio reino, que ele tinha visto e
previsto há muito tempo num sonho, e que se apressava a acontecer num certo
período. Ele agora reconhece que existe um DEUS que governa o mundo e que
tem um incontestável e completo domínio sobre todos os assuntos dos homens,
que são seus filhos. A glória do reino de DEUS é eterna. Outros reinos estão
confinados numa única geração, e outras dinastias em poucas gerações. Mas o
domínio de DEUS passa de geração em geração. Parece que aqui Nabucodonosor
está se referindo àquilo que Daniel havia previsto a respeito de um reino
que o DEUS do céu implantaria e que nunca seria destruído (cap. 2.44) e que,
mesmo significando o reino do Messias, ele estava entendendo como sendo um
reino miraculoso. Dessa maneira, podemos fazer um uso prático da aplicação
dessas escrituras proféticas cuja total compreensão ainda não alcançamos e
cujo significado talvez não possamos alcançar.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a
Malaquias. Editora CPAD. pag. 846-847.