III - VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA
1. Plantando a semente.
O sábio Salomão já havia orientado em
Eclesiastes 11.1o “lançar”, agora ele pede o “semear”. A metáfora tem por
objetivo reforçar o que ele já dissera no início desse capítulo, usando a
figura de um navio enviado em uma missão comercial. Agora ele usa a figura
de um agricultor para dar vida ao seu argumento: “Semeia pela manhã a tua
semente e à tarde não repouses a mão, porque não sabes qual prosperará; se
esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas” (Ec 11.6).
R. N. Champlin destaca:
Um agricultor tem de ser ativo pela manhã e à
noite, semeando e efetuando os atos normais envolvidos na agricultura. O que
o agricultor fizer pode dar certo; todas as suas esperanças podem estar de
acordo com aquilo que DEUS já determinou, mas também podem discordar. Seja
como for, ele continua trabalhando e esperando pelo melhor. O labor humano é
vão (v. 8; Ec 1.3), mas precisamos continuar cumprindo nossa parte, deixando
todas as coisas nas mãos de DEUS.
O destaque aqui é a arte de semear! Assim como é
preciso “lançar” também é necessário “semear”. Lançar e semear requer ação!
E preciso plantar a semente, pois só colhe quem planta! (2 Co 9.6; Cl 6.7).
Muitas vezes o solo da vida é duro, seco e arenoso e por isso semear se
torna um trabalho árduo e difícil. Muitos desistem de semear porque as
condições não são favoráveis. Desistem logo diante das primeiras
dificuldades que a vida lhes impõe. Lawrence Richards sintetiza: “Embora
ninguém possa controlar o futuro (v. 3), é melhor se preparar para ele, tão
cuidadosamente quanto possível”.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver
Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD.
pag. 142-143.
Ec 11.6 Semeia pela manhã a tua semente. Um
agricultor tem de ser ativo pela manhã e à noite, semeando e efetuando os
atos normais envolvidos na agricultura. O que o agricultor fizer pode dar
certo; todas as suas esperanças podem estar de acordo com aquilo que DEUS já
determinou, mas também podem discordar. Seja como for, ele continua
trabalhando e esperando pelo melhor. O labor humano é vão (vs. 8;
Eclesiastes 1.3), mas precisamos continuar cumprindo a nossa parte, deixando
todas as coisas nas mãos de DEUS.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.
Ec 11 .6— Qual prosperará. Neste versículo, o
conselho do autor é não evitar comprometer-se com as coisas, é realizá-las,
mas deixar que DEUS determine o sucesso ou o fracasso do empreendimento.
EarI D. Radmacher:
Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo
Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora
Central Gospel. pag. 1004.
Se isto não é uma lição de confiança na
providência divina, então não sabemos mais nada. Noutro lugar discutimos os
males da ganância humana: a usura, o egoísmo, e aqui
temos como o corolário. Lições de confiança em
DEUS, que tudo governa, tudo administra e com tal precisão, que a nossa
terra, que dá uma volta sobre si mesma em 24 horas, nunca se atrasou um
minuto. Prontamente está, pela manhã, no mesmo ponto do espaço. Quem lhe deu
corda para andar sempre sem parar? Quem fez este mecanismo de tão perfeita
execução? Oh! meus leitores! Se vocês comparassem coisas com coisas, iriam
ver que somos os maus da terra e do mundo, aos quais, nada obstante, DEUS
deu tanto saber, tanta felicidade e meios para gozá-la.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora
JUERP.
Gal 6.7 A exortação é intensificada: Não vos
enganeis: de DEUS não se zomba (―DEUS não se deixa escarnecer‖ [RC])! A
mesma exclamação também se encontra em 1Co 6.9 e 15.33, dirigindo-se, como
aqui, não contra zombadores de fora, nem contra o escárnio aberto de DEUS
por meio de palavras. Atitudes desse tipo também eram rejeitadas pelos
gálatas. Em sua opinião eles justamente estavam no ponto de aumentar
decisivamente a sua devoção. Contudo, por meio daquilo que realizavam com
seus mestres, zombavam de DEUS. O mais tardar no juízo final DEUS resgatará
a honra que lhe cabe e dará a resposta pertinente. A Bíblia fala do juízo
muitas vezes pela metáfora da colheita. É o que faz também a frase
proverbial seguinte, que todo agricultor poderá confirmar: pois aquilo que o
homem semear, isso também ceifará. Toda a série de obras da carne de Gl
5.19-21, as
brigas de Gl 5.15, as gabolices de Gl 5.26, o
esquecimento de DEUS de Gl 6.7 são sementes que produzirão uma colheita
correspondente. Não há como esquivar-se disso.
Adolf Pohl. Comentário Esperança
Cartas aos Filipenses. Editora
Evangélica Esperança.
A prática do bem é um empreendimento universal,
que deve visar o bem de todos os seres humanos; mas, sobretudo, 0 bem
daqueles que são irmãos em CRISTO, que compartilham da mesma busca
espiritual e que se apegam aos mesmos ideais, porquanto com tais pessoas é
que teremos um maior contato e para elas se inclina toda a nossa simpatia.
O campo dos agricultores espirituais é tão vasto
quanto a necessidade humana, tão amplo quanto as oportunidades que surgirem.
E essas oportunidades podem ser grandes para cada vida, ainda que totalmente
inconspícuas.
«...oportunidade...» No grego é «kairo», que é
palavra usada no nono versículo com o sentido de «estação do ano»,
referindo-se à colheita; mas aqui é empregada para indicar qualquer período
oportuno para 0 serviço cristão, qualquer «chance» de servirmos aos outros e
de lhes fazermos o bem. Trata-se de qualquer «tempo apropriado,
determinado»; e isso explica a tradução «oportunidade». Tal oportunidade se
alicerça no discernimento neotestamentário e na fé cristã, que salientam o
valor individual de todos os seres humanos. Esse reconhecimento é, antes de
tudo, divino, porquanto foi «DEUS» quem amou ao mundo tão profundamente, e
nós o amamos porque primeiramente ele nos amou a nós, segundo lemos em João
3:16 e I João 4:19.
«O campo aparece como o mundo inteiro; e não há
contradição alguma entre o fazer o bem, especialmente para os da família da
fé em CRISTO, e o amor ao próximo, que talvez não pertença a essa família
(ver Gál. 5:13,14).
A função da igreja consiste em dar
prosseguimento à encarnação de CRISTO, servindo de oficina do ESPÍRITO SANTO, onde o amor de
DEUS possa ser demonstrado sob condições controladas.
No seio da igreja cristã esse amor deve flamejar com beleza sem-par e com
intensidade peculiar, a fim de estabelecer um padrão e atrair os homens aos
pés de CRISTO, que é 0 seu inspirador. E o resultado disso não é menor bem
para com os de fora, e, sim, maior bem. A igreja, como família da fé que é,
serve de lugar onde o amor cristão tem início e é aperfeiçoado. Paulo não
dava lugar aos sentimentos, que amam ao próximo distante geograficamente,
mas que não podem dar-se bem com ninguém, numa mesma casa. Isso não
significa, como é óbvio, que o amor à família da fé ocupe o ‘primeiro’
lugar, e que o amor aos demais ocupe o ‘segundo’ lugar, e, sim, que 0
espírito missionário ‘nacional’ e ‘estrangeiro’ é uma só coisa, de aspectos
inseparáveis. A influência do ESPÍRITO deve ser intensificada a fim de gerar
o poder de pregarmos a CRISTO ao resto do mundo». (Stamm, in loc.).
«Para os crentes primitivos, pertencer a CRISTO
era pertencer à
comunidade cristã. Amar a CRISTO
era amar à comunidade. ‘Nós sabemos que já passamos da morte para a vida,
porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte’ (I João
3:14). Os raios da roda de uma bicicleta se aproximam mais e mais, à medida
que se avizinham do eixo.
Quanto mais próximos estivermos de CRISTO, tanto
mais próximos estaremos uns dos outros. É o amor, em todas as suas
dimensões, que testa a genuinidade da fé cristã...Um indivíduo pode perder o
contato divino se perder o contato humano. A única maneira de servirmos a
DEUS é servir à humanidade». (Blackwelder, in loc.).
Em CRISTO não há Oriente ou Ocidente,
Nele não há Sul e nem Norte;
Mas apenas uma grande comunidade de amor,
Por toda esta vasta terra. (John Oxenham)
«...família da fé...» A igreja cristã é
apresentada aqui como uma grande família, o que igualmente se verifica em
passagens como I Tim. 3:15; Heb. 3:6; I Ped. 2:5 e 4:17. Está aqui em foco
aquela fraternidade formada por i todos os membros da fé, por todos aqueles
que exercem fé em CRISTO, que ' «igualmente se entregaram de corpo e alma a
ele». Trata-se daquela comunidade caracterizada pelo exercício comum da fé
em CRISTO. Pois o mais certo é que a palavra «...fé...», neste caso, não
indique a crença em um «credo» ou sistema doutrinário, ou seja, uma
comunidade caracterizada por determinadas crenças, embora isso também diga
uma verdade, em termos gerais. Pelo menos quanto a realidades fundamentais,
como CRISTO, DEUS e a salvação, eles estarão de pleno acordo; mas não é isso
que este versículo salienta. (Comparar com a «família de DEUS», em Efé.
2:19). Essa comunidade conta com 0 mesmo Pai e com 0 mesmo Irmão mais velho.
Por conseguinte, todos os seus membros componentes devem possuir um afeto
comum, conforme se dá no caso de todas as família terrenas. Também deveriam
todos mostrar-se sensíveis para com as necessidades, para com as tristezas,
para com os desejos e para com os alvos colimados de cada qual.
De fato, devem compartilhar mutuamente de muitas
dessas coisas e atitudes, por causa de sua relação espiritual tão íntima.
«...façamos o bem...» Temos aqui uma declaração
bem geral, incluindo obras de cunho espiritual, como o ensino e o ministério
da pregação, que muito ajudam aos homens em sua inquirição por DEUS é que
nos ensinam como devemos buscar 0 ESPÍRITO do Senhor. Mas, por outro lado,
não tenhamos dúvidas de que a ajuda material também é salientada aqui, como
a ajuda financeira, as esmolas, etc.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 519.
2. Germinando a semente.
Vimos que podemos semear, mas não podemos fazer
a semente germinar: “Não repouses a mão, porque não sabes qual prosperará;
se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas” (Ec 11.6). A atividade
de semear, plantar é uma operação de risco e exige fé de quem semeia ou
planta. Pode ser que a semente plantada não germine e tudo que o semeador
semeou tenha sido em vão. Mas era um risco que ele precisava correr.
Não há dúvida de que Salomão via a vida como um
grande campo e com ele uma grande variedade de solos. Com certeza havia
muitos solos nos quais fosse não atrativo semear, mas o agricultor só
saberia que a semente germinaria se semeasse. O que dependeria também do
clima. Era, portanto, preciso fé, perseverança e esperança. Uma bela
metáfora da lei da sementeira espiritual. De nada adianta ficarmos
observando o caos social e não tomarmos nenhuma atitude. É necessário que
façamos a nossa parte semeando a genuína Palavra de DEUS nesse solo duro e
pedregoso (Lc 8.5-15).
“Levante-se, plante a sua semente em diversos
lugares”, escreve Ed René Kivitz, “diversifique, pois você não sabe quase
nada: “assim como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é
formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de
DEUS, o Criador de todas as coisas”
(11.5). Por isso, mexa-se, movimente-se,
recicle, aprenda, cresça, trabalhe! O Eclesiastes nos chama para o trabalho
sem ilusões: ainda que o aleatório atravesse o curso das coisas e faça uma
bagunça nas expectativas e probabilidades, trabalhe”.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver
Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD.
pag. 143-144.
O autor está lidando com fenômenos que escapam à
nossa Inteligência e observação. Quem sabe o caminho do vento? JESUS mesmo
advertiu Nicodemos afirmando que o vento sopra e não sabemos de onde vem nem
para onde vai (João 3:8); no entanto, faz a sua ronda pela terra de acordo
com as determinações do seu Autor. É o mesmo que dizer que muitas coisas que
constituem o cerne da vida escapam à nossa direção, e nem por isso deixam de
cumprir a sua missão. De acordo com essa diretriz, não vamos alterar a ordem
dos fatos que não controlamos, mas continuemos a rodar o filme da vida como
se tudo estivesse debaixo de nosso controle. Igualmente, não sabemos como se
formam os ossos (da criança) no ventre materno; todavia, isso em nada influi
no nascimento de crianças, pois tudo está dentro do cronograma divino, em
que nada falha. Parece-nos que o autor está dando, ou pretendendo dar,
lições aos que desejam governar os tempos e as estações e calcular o que vai
acontecer com o seu dinheiro, com as coisas que estão nas suas mãos,
esquecendo-se que tudo é obra de DEUS, que faz todas as coisas. É
maravilhoso notar a ordem da criação: as flores, os passarinhos chilreando,
os pombinhos esvoaçando, as minhocas se enroscando debaixo das pedras, cada
qual cumprindo a sua tarefa. Parece que os seres humanos são rebeldes à
natureza, e nem recordam que DEUS faz todas as coisas. Um pouco de fé não
faria mal a ninguém.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora
JUERP.
É significativa a observação de que uma grande
multidão rodeava JESUS e de que vinham pessoas de todas as cidades.
A simpatia do povo de que JESUS usufruía
inicialmente parecia até mesmo aumentar (cf. Lc 4.15; 5.1; 6.17). Lucas
assinala aqui um ápice dessa popularidade. JESUS não se deixou iludir por
esse aspecto exterior. A forma como apresentava sua pregação mostra que ele
não depositava grandes esperanças nas massas populares que acorriam.
É o entorno que fornece ao Senhor a ilustração
das quatro categorias de ouvintes que estão diante de seus olhos. Na margem
do lago as terras sobem de forma íngreme. A parte mais alta da ribanceira
está coberta somente por uma fina camada de terra, enquanto a camada de
húmus aumenta na proporção em que o campo se inclina para o vale. Essa
situação pode explicar as diferenças de solo mencionadas.
São características as quatro preposições
utilizadas por Lucas: “à beira de”, “sobre”, “no meio de”, “em”, para
definir as relações distintas da semente com o solo.
A constituição do solo é determinante para o
desenvolvimento da semente. A primeira espécie de solo nem sequer faz com
que a semente germine. A circunstância de que a semeadura não germina é
causada imediatamente por perturbações exteriores: os pés dos passantes e os
pássaros. Mateus e Marcos citam somente os pássaros.
Na segunda categoria de solo a semente germina.
Porém a raiz não consegue se desenvolver sobre a base rochosa. Uma vez que o
sol em breve resseca a fina camada de terra, a planta morre.
No terceiro tipo de solo a semente se desenvolve
até formar espigas. Contudo, os espinhos que crescem com elas sufocam o
trigo antes que o fruto amadureça.
Na quarta espécie de solo a semente percorre
todos os estágios de desenvolvimento. Lucas cita tão-somente o grau mais
elevado de fertilidade em terra boa para plantio, dizendo: esse solo produz
frutos a cem por um. Os dois primeiros evangelhos sinóticos mencionam também
índices menores de produtividade: Marcos em ordem ascendente, ou seja, 30 /
60 / 100 por um, e Mateus em ordem decrescente, a saber, 100 / 60 / 30 por
um.
O Senhor adverte os ouvintes para que prestem
plena atenção com o coração. Embora se possa compreender facilmente a
presente parábola, o ouvido físico não é suficiente para a audição e
compreensão corretas. É preciso que se some o ouvido do coração, i. é, a
abertura interior. A fórmula “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” ocorre
oito vezes nos evangelhos (Mt 11.15; 13.9,43; Mc 4.9,23; 7.16; Lc 8.8;
14.35) e retorna também no Apocalipse (Ap 2.7,11,17,29; 3.13,22; 13.9). Em
outras palavras, significa: quem deseja ser abençoado por DEUS através dos
sermões em parábolas, ouça com coração ardente e considere-os seriamente
(cf. Dt 29.4; Is 32.3; 35.5; Jr 5.21; Ez 12.2; Zc 7.11; Mt 13.13).
Na pergunta dos doze sobre o significado do
discurso de parábolas JESUS reconheceu a abertura e o desejo do coração de
seus discípulos, algo de que sentia falta na multidão do povo.
Os maiores detalhes a esse respeito são trazidos
no Comentário Esperança, Mateus, sobre Mt 13.10-15, e Marcos, sobre Mc
4.10-20.
O Senhor anunciava aos seus o mistério do reino
de DEUS, i. é, o desígnio divino, conforme será consumado no futuro. A
parábola visava provocar a separação entre os ouvintes de pensamento
receptivo ou hostil. Os discípulos de pensamento receptivo vieram a JESUS
atraídos pela linguagem figurada, a fim de buscar instruções acerca do
significado da parábola. A massa popular, porém, que carecia do interesse do
coração, afastou-se. A nação israelita havia fechado arbitrariamente os
ouvidos ao claro chamado da boa notícia. Por isso a mensagem não se tornava
mais compreensível, mas mais embotada. Essa atitude causou o juízo justo de
DEUS. O processo de endurecimento do povo judaico já havia sido profetizado
por Isaías. O povo judaico repeliu cada vez mais a luz que resplandecia em
JESUS. Conseqüentemente, o Senhor ocultou essa luz com o véu da parábola. O
resultado foi que as obras de DEUS diante dos indiferentes e renitentes
fossem mais e mais encobertas, enquanto por outro lado a mesma pregação de
parábolas deixava os planos e pensamentos de DEUS cada vez mais manifestos
aos receptivos e crentes.
A cada momento todos os ouvintes têm a liberdade
de passar da grande multidão para o pequeno círculo de discípulos, a fim de
reconhecer o mistério do reinado de DEUS.
O Senhor compara o desenvolvimento do reino de
DEUS com o processo evolutivo do grão semeado. Assim como essa evolução
depende da constituição do solo, assim o efeito da pregação da palavra
também depende da constituição do coração dos ouvintes.
Os ouvintes que correspondem ao primeiro tipo de
solo são constituídos de tal forma que a palavra até entra por seus ouvidos,
mas não é acolhida por eles. A semente dispersa na superfície da terra
perece sem resultados. É esmagada ou comida pelos pássaros.
Lucas afirma que é o diabo (diábolos) que rouba
a palavra ouvida dos corações, Mateus o designa de maligno (ponerós), Marcos
o chama de Satanás (satanas). Nesta explicação a atividade do diabo é vista
apenas em paralelo com a circunstância. Assim como a semente não acolhida
serve de comida para os pássaros, assim a palavra de DEUS não acolhida pelo
ouvido do coração se apresenta como despojo para o diabo. Para frustrar a
eficácia da palavra, o diabo a retira novamente, fazendo com que ela caia no
esquecimento.
Os ouvintes da segunda parte da parábola
correspondem à semente que cai sobre as rochas, i. é, sobre um solo que sem
dúvida foi revolvido. Em termos negativos JESUS afirma que a semente que
germinou e cresceu não tem raiz na fina camada de terra. Dito sem metáforas
isso significa: embora o ouvinte esteja aberto para ouvir a palavra, ele se
assemelha à semeadura sem raízes que carece de solo firme. É característico
desses ouvintes superficiais que a semente logo caia no solo, devido ao
entusiasmo fácil e rápido. Lucas até mesmo acrescenta que a acolhida da
palavra aconteceu com visível alegria. No entanto, quando importa comportar
ou firmar-se como amante da palavra, sob a pressão de diversas dificuldades
e adversidades, há uma queda imediata. Muito em breve se mostra que esses
adeptos aparentes ou superficiais não possuem fundamento firme por dentro.
Assim como a semente que em solo rochoso não cai imediatamente sobre a
superfície dura e impenetrável, mas sobre uma camada de terra excessivamente
fina, assim a palavra anunciada não encontra nesses ouvintes uma
incompreensão total, mas uma superficialidade de entendimento, pelo que a
palavra não é profundamente refletida e guardada no coração.
Na terceira parte da parábola, a semente não cai
sobre um solo endurecido pelas pisadas nem excessivamente fino, mas em
terreno contaminado por plantas espinhentas. Os ouvintes que correspondem a
esse tipo de solo não se opõem à proclamação da palavra com dura
incompreensão nem com superficialidade de entendimento, mas existe neles uma
discrepância do coração, uma dicotomia dos sentidos. Tendências pecaminosas
secretas, como preocupações ou ambições de
riqueza ou prazeres da vida preenchem o coração
e não são eliminadas. A semente cresce nesse solo contaminado, mas não
atinge a maturação porque os espinhos crescem viçosos com ela, sufocando as
plantas. As inclinações pecaminosas ocultas no coração, das quais não se
abre mão, tornam-se cada vez mais poderosas e tomam cada vez mais conta do
ser humano. O desfecho é a sufocação total e o amortecimento até mesmo do
início positivo. Como Marcos, também Lucas traz uma tríplice classificação
dos fatores que sufocam, não permitindo que a planta amadureça. São eles: 1)
as preocupações, 2) a riqueza e 3) os deleites da vida terrena. Mateus fala
de dois aspectos, a saber, das preocupações da era presente e do engodo da
riqueza (Mt 13.22).
Somente na quarta categoria de ouvintes se pode
falar de uma acolhida correta no sentido pleno da palavra. Mateus fala de
ouvir e compreender. Marcos menciona ouvir e acolher. Os ouvintes do segundo
tipo até acolheram a palavra com alegria. Mas diferente desse segundo grupo,
Lucas diz agora, de forma proposital e nítida, que os verdadeiros ouvintes
da palavra a retêm em um bom e reto coração, depois de ouvi-la.
Entretanto, eles não apenas retêm a palavra
ouvida, mas permitem que ela amadureça. Os verdadeiros ouvintes, que
conservam a palavra, evidenciam-se como persistentes, constante e fiéis na
produção de frutos, de modo que haja frutos cada vez mais ricos.
Nesses ouvintes a palavra anunciada encontra
sempre um ouvido aberto e um coração sempre disposto, bem como uma mente
receptiva. Então, a proclamação da palavra produz nesses ouvidos e corações
uma reformulação e transformação de toda a vida, um amadurecimento de etapa
em etapa, e uma gloriosa frutificação múltipla.
Mas um ponto importante da explicação das quatro
partes da parábola não deve ser mal-interpretado. O solo não pode ser
responsabilizado pela constituição diversa do terreno. – Por outro lado, não
foi sem decisão consciente da vontade que o ouvinte veio a ter a forma atual
de terreno em seu coração. Por isto, a responsabilidade do ouvinte permanece
sempre e integralmente válida diante da palavra de DEUS.
Fritz Rienecker. Comentário Esperança
Cartas aos Filipenses. Editora
Evangélica Esperança.
Luc 8.4-15. A parábola do solo de quatro partes,
V. 4) Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as
cidades, disse JESUS por parábola: 5) Eis que o semeador saiu a semear. E,
ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e as aves do céu a
comeram. 6) Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou, por falta de
umidade. 7) Outra caiu no meio dos espinhos; e estes, ao crescerem com ela,
a sufocaram. 8) Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento
por um. Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. A fama de
CRISTO ainda se espalha tão rapidamente, que pessoas de todas as cidades e
vilas, de perto e de longe, se juntavam para ver e ouvi-lo. Foram a ele,
quando esteve junto à praia do Mar da Galileia. E ele usou um barco por
púlpito, para alcançar a todos, Mt. 13. 2; Mc. 4. 1. Falou ao povo em
parábolas sobre os mistérios do reino de DEUS, sendo uma delas a que Lucas
registra aqui. Um semeador saiu para semear sua semente. A figura é a de um
agricultor que lança, de modo amplo, sua semente na terra. Assim como a
paciência e a generosidade do Pai celeste não se cansa apesar do muito
trabalho aparentemente perdido, Is. 49.4, assim, o agricultor tem a cada ano
novo ânimo e esperança. Seu trabalho é um exemplo para os nossos dias. “Cada
pregador piedoso, quando vê que as coisas não prosperam mas parecem piorar,
sente-se à beira do desespero sobre sua pregação, mas, ainda assim, não pode
desistir por amor duns poucos eleitos. Isto está escrito para o nosso
consolo e admoestação, para que não sejamos tomados de surpresa e nem
julguemos estranho quando só uns poucos aceitam o benefício de nossa
doutrina mas que alguns, até, se tornam piores. Pois, via de regra, os
pregadores, especialmente quando são novos e recém vieram da instituição,
crêem que seu sucesso devia ser imediato, ou seja, no mesmo instante em que
falaram, e que tudo devia ser feito e acontecer rapidamente. Mas isto é um
grande engano. Os profetas e o próprio CRISTO tiveram esta experiência”53)
Assim como o semeador, no trabalho paciente de sua vocação, lança sua
semente, da qual alguma saltou para além dos limites, caindo no caminho que
cruzava pela lavoura. Esta é uma figura duma paisagem da Palestina, que as
trilhas entre as diversas vilas e povoados seguiam a direção mais direta e
as encostas mais fáceis, não respeitando as lavouras. Como resultado, os
viajantes que usavam a trilha pisavam e esmagavam a semente, e as aves
vinham e as comiam. Outros grãos caíram sobre a rocha ou num solo rochoso,
onde a rocha estava a poucos centímetros da superfície. Ali havia solo
fértil e calor, que ofereciam as melhores condições para uma germinação
rápida, mas não fertilidade e solo suficientes para suportar a planta
durante seu crescimento. A pedra abaixo absorvera o calor do sol, fazendo
que nesse lugar evaporasse qualquer restinho de fertilidade. Mais outras
sementes caíram entre os espinhos, onde a preparação do solo não conseguira
extinguir as raízes do inço. Por isso, quando a semente havia brotado e as
astes apareceram, os espinhos que eram mais vigorosos absorveram tanto o sol
como o ar e desta forma sufocaram as plantinhas tenras. Foi só a semente que
caiu no solo bom que cumpriu as esperanças do agricultor. Ela cresceu, não
só em folhas, mas formou astes cheias de grãos e madurou num rico retorno,
que atingiu a cem por cento. Após ter contado esta parábola, JESUS
acrescentou uma palavra de advertência e exortação, que as pessoas ouvissem
realmente, não só com os ouvidos do corpo mas com os ouvidos espirituais,
para conseguirem a compreensão plena da lição que lhes quis repassar.
A explicação da parábola, V. 9) E os discípulos
o interrogaram dizendo: Que parábola é esta? 10) Respondeu-lhes JESUS: A vós
outros é dado conhecer os mistérios do reino de DEUS; aos mais fala-se por
parábolas, para que vendo não vejam, e ouvindo não entendam. 11) Este é o
sentido da parábola: A semente é a palavra de DEUS. 12) A que caiu à beira
do caminho são os que a ouviram; vem a seguir o diabo e arrebata-lhes do
coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. 13) A que
caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria;
estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo, e na hora da provação se
desviam. 14) A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos
dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus
frutos não chegam a amadurecer. 15) A que caiu na boa terra são os que,
tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com
perseverança. Naquele tempo os discípulos eram ainda muito pobres em
conhecimento e na compreensão espiritual. JESUS, por isso, pacientemente
lhes expõe o significado da parábola, visto que a eles foi concedido
conhecer os mistérios do reino de DEUS, não porque eles o merecessem ou
disso fossem dignos, também não porque por sua própria razão ou força
estivessem interessados em CRISTO e sua obra. No caso dos demais, contudo,
ou seja, daqueles que não queriam crer, as palavras tinham um objetivo
deferente. Vendo, não deviam ver, e ouvindo, não deviam entender. Os olhos
de seus corpos podiam contemplar tudo o que acontecia em milagres e outros
acontecimentos, não, porém, iriam reconhecer o poder de DEUS e que JESUS era
o Messias. Seus ouvidos podiam ouvir o som das palavras, mas o significado
destas lhes permanecia oculto. O que Isaías fora obrigado a dizer sobre o
endurecimento de Israel se estava cumprindo, Is. 6. 9-10. O juízo de DEUS
sobre um povo desobediente havia começado nos dias de Isaías, e se completou
nos dias de CRISTO e dos apóstolos. É uma advertência séria para os todos os
tempos, 2.Co. 2. 15-16; 4. 3-4. A explicação da parábola, dada por CRISTO,
foi breve e simples. A semente da qual fala é a palavra. Esta deve ser
espalhada e difundida largamente, sempre de novo e com paciente empenho. A
primeira classe de ouvintes são aqueles à beira do caminho, que são só
ouvintes. No caso deles, não há qualquer chance para a palavra começar sua
influência salvadora. A semente permanece do lado de fora de seus corações,
e o diabo a leva embora para que não aconteça que, crendo, sejam salvos. “É
por isso que ele diz, que o diabo vem e lhes tira a palavra do coração, para
que não creiam e sejam salvos. Este poder do diabo não só significa que lhes
endurece os corações, por meio de ideias e um viver mundano, e assim perdem
a palavra e a deixam escapar, para que jamais a entendam, mas também que em
lugar da palavra de DEUS o diabo envia falsos mestres que a pisoteiam com
doutrinas de homens. Pois as duas coisas são afirmadas aqui, que a semente é
pisoteada no caminho e que ela é comida pelos pássaros”. ) A segunda classe
de ouvintes são aqueles que têm uma mera casquinha e um conhecimento raso de
cristianismo. Com eles o “seguir uma religião” é um mero incidente, sendo
eles capazes de mudar sua confissão tão facilmente como trocam de roupa. No
caso deles, não há a idéia da instrução na doutrina. Não são solidamente
firmados e arraigados nas Escrituras. Não são decisivamente despertados
enquanto dura sua religião e seu zelo não dura. Por algum tempo, que, via de
regra é breve, eles participam bem ativamente no trabalho da igreja. Mas, a
seguir seu interesse voa e desaparece, e tão depressa como, no começo,
apareceu. No tempo da tentação, quando parece que há perigo de sofrimento
por causa de suas convicções, já não estão mais entre os presentes. “A
segunda classe contém aqueles que, com alegria, aceitam mas que não
persistem. Estes são muitos que ouvem corretamente a palavra e a aceitam em
sua pureza, sem quaisquer seitas, sismáticos e entusiastas. Estão também
estão felizes porque podem ouvir a correta verdade e descobrem como podemos
ser salvos sem obras mas por fé. Igualmente, porque foram libertos dos
grilhões da lei, da consciência e dos preceitos humanos. Mas, quando chega a
hora do combate, quando por causa disso deviam sofrer danos e desprezo,
perder vida e bens, então caem fora e negam a tudo”. ) A terceira classe
inclui aqueles que também ouvem a palavra, e em cujos corações a palavra
encontra um alojamento apropriado. Mais tarde, porém, sendo dominados pelos
cuidados das riquezas e dos prazeres da vida, asfixiam, no que diz respeito
à fé, e não conduzem seu fruto ao amadurecimento. Muito apropriadamente,
isto é chamado de asfixia, visto que o processo não se consuma logo mas
acontece aos poucos e por um longo tempo. Muito gradualmente o amor ao
dinheiro e a ilusão das riquezas entra, furtivamente, em seus corações; ou,
exatamente como se fosse algo despretensioso, o gosto dos prazeres do mundo
toma posse da mente, até que, sem que o notem, a remanescente fagulha da fé
se extinguiu. “A terceira classe que ouve e aceita a palavra mas, ainda
assim, cai para o lado errado, isto é, para o prazer e despreocupação desta
vida, também não produz fruto conforme a palavra. O número deste também é
muito grande. Pois, mesmo que não criem heresias, como o fazem os primeiros,
mas sempre têm a pura palavra, e que também não são atacados pelo lado
esquerdo por oposição e tentação, estes caem, porém, pelo lado direito, e
sua ruína é esta, que gozam paz e dias bons. Por isso, não levam a palavra a
sério, mas se tornam despreocupados e afundam nos cuidados, nas riquezas e
nos prazeres da vida, assim que já não têm mais serventia”.56) Tão somente a
última classe de ouvintes, em cujo caso a semente da palavra cai em corações
que foram corretamente preparados pela pregação da lei, é de valor no reino
de DEUS. Ali o pacífico conhecimento do próprio eu é substituído pela
nobreza e a generosidade da alma regenerada. A palavra que ouviram também
guardam. Permanecem seguros à glória e ao poder da palavra, e, assim, são
capacitados para produzir, com toda perseverança, o fruto que agrada
plenamente a DEUS.
KRETZMANN.
Paul E. Comentário Popular da
Bíblia Novo Testamento Volume 1.
Editora Concordia Publishing
House.
8.4-8 — As sementes a serem semeadas eram
iguais. Entretanto, uma vez na mão do semeador, elas poderiam cair, contra
sua vontade, nos caminhos que cortavam os campos. Algumas vezes, as sementes
germinavam nestes caminhos, mas não amadureciam. Em outras, eram pisadas ou
comidas. Além disso, quando caíam em solo rochoso também não havia a
possibilidade do semeador colher os frutos.
8.9,10 — As parábolas de JESUS podiam ocultar e
revelar verdades. Suas narrações alegóricas transmitiam ensinamentos
recentes — mistérios — acerca do Reino de DEUS. Os discípulos eram
privilegiados por aprenderem as verdades das
parábolas. Para outros ouvintes,
as narrações serviam como julgamentos que ocultavam a verdade, como a
referência de Isaías 6.9 indica. De vez em quando, uma parábola era
compreendida por um estranho, mas não era aceita. Deste modo, ela ainda
funcionava como uma mensagem de julgamento (Lc 20.9-19).
8.11 — Mateus 13.19 faz um paralelo com este
versículo e fala da semente como a palavra do Reino, algo que Lucas indica
no versículo 10 deste capítulo. Tanto a semente como a Palavra de DEUS são
poderosas para produzir algo. Quando esta é semeada em terra fértil (num
coração honesto, v. 15), nasce uma vida espiritual vigorosa.
8.12 — Aqueles que estão junto do caminho são os
que nunca conseguiram de fato adquirir entendimento (Mt 13.19) da Palavra de
DEUS. Assim, não há nenhuma produtividade.
8.13 — Os que tiveram contatos rápidos e
superficiais com a Palavra de DEUS não resistem aos períodos de provação.
Uma pessoa precisa meditar a respeito das verdades nas Escrituras e
estabelecê-las como princípios de vida, a fim de não sucumbir às provações e
tentações que inevitavelmente virão.
8.14 — De acordo com esta parábola, os cuidados,
e riquezas, e deleites da vida são três grandes obstáculos à fertilidade
espiritual. As preocupações com a vida podem prejudicar o amadurecimento
espiritual. Este tipo de “solo” é visto como tragicamente infrutífero (2 Tm
2.4; 4.10).
8.15 — Este é o grupo louvável nesta parábola. A
chave aqui é um coração honesto. Este “solo” permite que a Palavra de DEUS
se assente nele e torne-se produtiva (Jo 15.2,3; C l3.16,17; Tg 1.21).
EarI D. Radmacher:
Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo
Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais.
Editora Central Gospel. pag. 165-166.
IV - VIVENDO COM RESPONSABILIDADE
1. Fazendo escolhas responsáveis.
A sua exortação a um viver com propósito alcança
agora de uma forma específica àqueles estão no alvorecer da vida, os jovens.
Mas como vem fazendo durante todo o livro de Eclesiastes, Salomão não nega o
lado alegre da vida: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu
coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu
coração e agradam aos teus olhos” (Ec 11.9). O jovem é convidado a viver a
vida com intensidade e responsabilidade. Isso inclui fazer de DEUS e das
coisas que o agradam o centro de satisfação de sua vida, pois tudo o que
DEUS fez foi para o nosso aprazimento (1 Tm 6.17).
Em seu comentário de Eclesiastes o expositor
bíblico Derek Kidner destaca:
Enquanto isso o versículo 9 nos faz lembrar de
um outro aspecto da alegria: sua relação com aquilo que é certo. À primeira
vista este lembrete do julgamento parece uma espada de Damocles pendurada
sobre a nossa cabeça, para roubar da festa todo o seu sabor. Talvez seja
verdade, mas apenas se a nossa alegria for uma paródia da verdadeira
alegria. Os caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos,
ou, em outras palavras, a verdadeira liberdade, deve ter um alvo que valha a
pena alcançar, um “muito bem”! que desejamos ouvir para ter satisfação. Caso
contrário, a trivialidade ou, o que é pior ainda, o vício assume a direção.
Seja qual for a conotação que a palavra “playboy” tenha para nós, sabemos
que é uma pessoa que não relaciona sua vida com coisa alguma que seja
exigente, e muito menos com os valores externos; é uma pessoa miserável.
Assim este versículo, ao insistir que nossos caminhos interessam a DEUS e
são, portanto, significativos em toda a sua extensão, não rouba alegria
alguma, mas apenas acaba com o vazio.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver
Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD.
pag. 144-145.
Ec 11.9 Alegra-te, jovem, na tua juventude. Que
podemos dizer agora aos jovens tão plenos de entusiasmo? Devemos dizer-lhes
as mesmas coisas que dizemos aos homens maduros. Vocês têm a juventude,
usem-na nos pequenos prazeres da vida, animem o coração com as coisas que
parecem boas; cumpram o que seus olhos pedem, obtendo coisas boas e
agradáveis. Mas DEUS implantou no entretecido da própria existência Seus
inevitáveis julgamentos contra os excessos. Por outra parte, provavelmente
vocês sofrerão grandes reversões, independentemente de viverem em meio a
excessos ou de maneira moderada. Contudo, se vocês quiserem tirar proveito
dos pequenos prazeres da vida, isso é o melhor que poderão fazer.
Além disso, tentem tirar da mente, enquanto
vocês são jovens, o fato da negridão do nada que fatalmente virá. Essa
condição em breve chegará. O triste filósofo novamente enfatizou seu lema de
vida: os prazeres moderados, com os quais um homem poderá apimentar sua
vida, para aliviar um pouco suas misérias. Dou notas expositivas completas
sobre esse aparente epicurismo, em Eclesiastes 2.24-25. A verdadeira posição
do autor, entretanto, era a do niilismo: não existem valores reais e
duradouros na existência humana. Portanto, temos aqui um pacote
entristecedor, como sempre: Epicurismo (um valor falso), misturado ao
Pessimismo (a verdade real das coisas) e ao Niilismo (a verdadeira avaliação
da vida). Ver esses termos na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
O triste filósofo apresentou-nos o falso summum
bonum da vida. Ele não tinha coisa alguma melhor para dizer, razão pela qual
o disse novamente. Sua doutrina era reptiliana. Ele nunca adquiriu asas para
voar acima de sua melancólica doutrina.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2738.
Juventude, Morte e a Responsabilidade Final
diante de DEUS, 11.9—12.8
A sabedoria requer que todos os fatos sejam
considerados de maneira correta para se chegar a uma conclusão. Os fatos da
vida são a) as energias e alegrias da juventude, b) o declínio inevitável
das energias na velhice, c) a certeza da morte e d) a prestação de contas a
DEUS pela administração da vida. Os valores mais altos da vida precisam ser
definidos com base nessa perspectiva dos fatos.
Na juventude as energias e alegrias são tão
reais que chega a ser difícil considerar os outros três fatores; por isso, o
Pregador precisa dar o conselho de DEUS. As pessoas podem e devem aproveitar
a vida. Alegra-te, jovem, na tua mocidade, [...] e anda pelos caminhos do
teu coração (9). Hendry escreve que as pessoas deveriam aceitar a juventude
com suas bênçãos e oportunidades, com o reconhecimento sóbrio de que tanto a
juventude como a idade estão sujeitos aos desígnios de DEUS”.1 Mas, além
disso: sabe, porém, que por todas essas coisas te trará DEUS a juízo. Karl
Barth nos lembra de que existe “o grande Mas” no qual o plano revelado de
DEUS para a provação do homem é cristalizado.
EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 3. pag. 464.
Ec 11.9 — Se Salomão foi o autor de Eclesiastes
e escreveu-o no fim de sua vida, então a mensagem fica ainda mais clara. Ele
fala aos jovens (Pv 1.8; 2.1; 3.1), incentivando-os a aprender as lições que
ele aprendera no decorrer de sua vida extraordinária. Este versículo não é
um estímulo
a viver em pecado satisfazendo os desejos
sexuais (Nm 15.39), como se supõe na interpretação do conselho anda pelos
caminhos do teu coração. Pelo contrário, exorta o jovem a divertir-se, mas
sem esquecer que DEUS julgará o seu modo de proceder (Ec 3.17; 12.14).
EarI D. Radmacher:
Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo
Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora
Central Gospel. pag. 1004-1005.
Salomão foi moço. Se foi ele que escreveu este
livro ou parte dele, lembrou-se do seu tempo, talvez meio desperdiçado.
Pouco sabemos da sua criação, da sua juventude. Os relatos de I Reis nada
nos contam da mocidade de Salomão, a não ser que, sendo Davi já velho, Natã
e Bate-Seba cuidaram de passar õ trono ao moço (I Reis 1: 11). Nada sabemos
da juventude desse jovem rei. I Crônicas é mais específico e nos Informa um
pouco da maneira como Salomão atingiu o poder (I Crôn. 22:6-13). Tanto num
relato como no outro, nada se diz da sua mocidade. Em família onde havia
filhos de diversas mulheres, nenhum poderia ser bem cuidado, porque seria
uma família desordenada. Portanto, quanto à mocidade de Salomão, estamos in
albis. Todavia, sabemos muito das suas atividades depois de rei, o primeiro
grande rei de Israel, se levarmos em conta a influência e o prestígio
Internacionais. De qualquer modo, este livro, que respira ao fôlego de
Salomão, nos dá muitas lições para a mocidade. E como uma resposta aos que
julgam Eclesiastes uma ode ao pessimismo, ao bom viver, enquanto a vida
durar. Nada de preocupações com a velhice ou com a vida futura, para a qual
não havia salda, depois de fechada a porta desta.
Regozija-te. É um corolário dado por Eclesiastes
à doutrina do tempo. Agora é o teu tempo, diria noutras palavras, porque vem
o tempo quando dirás: "Passou o meu tempo." O tempo dos jovens em nada
Interfere cora o tempo dos idosos; cada qual tem o seu tempo, e se os
anciãos deixaram passar o seu tempo e agora não o terão mais, quem será
culpado? Por isso o moço é aconselhado a alegrar-se na sua juventude (v. 9).
Não é, entretanto, uma tentativa de levar além dos limites a juventude, como
querem certos velhotes, ao se fazerem passar por moços. As bênçãos da
juventude sadia, equilibrada, são uma bênção dada pelo Criador, quando a
vida tem mais encantos e mais sorrisos, quando o nosso sistema celular
funciona com vigor. Depois passou. Uma compreensão dos valores da mocidade é
necessária e um sadio comportamento, a um equilibrado modus vivendi. Não
acreditamos nessas extravagâncias de muitos moços que, por causa da sua
mocidade, se vestem extravagantemente, como os hippies, ou se portam
loucamente, como os tolos. Equilíbrio e boa saúde é o que se preconiza na
mocidade. Recreie-se o teu coração... e anda pela vista dos teus olhos,
mas... Este terrível MAS é como o freio posto na boca do cavalo, para não ir
para onde o capim está mais verde, porque pode ser capim do vizinho. O moço
deve alegrar-se, mas ter cuidado; e em nenhum estágio da vicia se requer
maior cautela do que na mocidade, pois os impulsos, os apetites carnais e
sexuais são como demônios desenfreados, que podem arrastar o jovem por
caminhos que lhe arruínam a vida. Nunca a mocidade esteve tão mal orientada
por ideias liberais ou libertinas como atualmente. O desenvolvimento de
doenças venéreas nos Estados Unidos é qualquer coisa que está assombrando,
as autoridades, e já se prevê que, em pouco tempo, se igualarão às da Suécia
e da Noruega, os países onde é mais devastadora esta doença social. É o
resultado do desenfreamento da mocidade, o tal "amor livre", que está
arruinando a juventude e a família. Em cada cinco moças não se encontra uma
virgem; e, perguntando-se a 10 jovens o que pensavam da virgindade como
pré-requisito para o casamento, deram os ombros, como se fosse exigência do
passado. Os resultados dessa liberalidade social aí estão para todos verem.
Sempre houve doenças sociais, mas nunca nessa escala moderna, por causa
dessa liberdade sem limites em que a mocidade se encontra. O alegrar-se o
moço e andar pela vista dos seus olhos é normal. MAS... Para não
sobrecarregar estas notas, deixamos de incluir aqui algumas estatísticas
aterradoras, parte do trivial da vida social moderna. Para um moço ser
alegre e feliz não precisa resvalar-se para a vala da libertinagem, pois os
seus recursos de jovem também se gastam e, quando mais tarde precisar deles,
não os terá mais. Moço, alegra-te na tua juventude e recreie-se o teu
coração, MAS... sabe que de tudo vais dar contas a DEUS.
Sabe, porém, que de todas estas coisas DEUS te
pedirá contas (v. 9). Aqui está, seu moço, sua moça, a existência de um
MAS... Não é apenas gozar a vida sem freios para a juventude. DEUS vai pedir
contas do modo como os olhos se alegram e de como o coração se regozija.
Nada ficará por julgar. Isto, entretanto, é o que a mocidade menos conhece.
Julgam os moços que o tempo e os gozos são privilégios seus. são, MAS...
todos devem ser controlados. Quantos velhotes estão agora correndo para
consultórios especializados, em busca daquilo que botaram fora nos dias da
mocidade! A gerontologia está fazendo estudos acurados para devolver aos
velhos um pouco do que tinham na mocidade e lhes falta agora; isso, porém,
parece miragem. Basta que se saiba dos desgastes da Idade, que vai
arrastando na sua corrida os vigores da juventude, os quais não voltam mais,
nem à custa de pílulas nem de injeções. O que passou, passou. Entretanto, o
que deve ser um peso tremendo é o moço verificar que prematuramente se
desgastou e nada reservou para os dias futuros. É a visitação de DEUS. Não
se vá pensar que este SABE, PORÉM, QUE TODAS ESTAS COISAS... se referem ao
juízo final. Em parte, sim, mas só em parte, porque as contas nós as
prestamos aqui mesmo, cada dia. É a visita de DEUS à mocidade: "Todos os
caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o Senhor pesa os espíritos"
(Prov. 16:2). Aqui está a receita. Quem quiser tomar o remédio, tome; quem
não quiser, aguente as consequências.
Convém recordar que os prazeres concedidos à
juventude não são pessoais ou para uso exclusivo da pessoa. Eles têm
relações profundas com o bem-estar da raça, a que todos nós pertencemos.
Portanto, será sempre recomendável recordar o que há de bom para interessa r
a todos. Nada de egoísmo, dá personalismo, pois isso ofende a DEUS, que
trata a todos como membros de uma família e dá os bens para gozo particular,
sim, mas visando o bem de todos. Os que abusam dos prazeres
terminam amargurados da vida, e quantas vezes amaldiçoando os mesmos
prazeres, pelo abuso que deles fizeram. Usar, sim; abusar, não. São uma
espécie de mordomia concedida pelo bondoso Criador, e não temos o direito de
esbanjar esses dons de nossa natureza física, que constituem nossa alegria e
felicidade, quando bem usados. Essa orgia do sexo, fruto de uma sociedade
desvirtuada dos seus fins, desnaturada, conduzida por forças diabólicas, é a
praga do século, a vergonha dos mais puros, o escuro manto com que se cobrem
os que só vivem para os prazeres carnais, despudorados, tipos degradados de
bem estar social e familiar. Os países que dão guarida a tais orgias, como a
luterana Dinamarca, deveriam ser escorraçados do convívio das nações, por
permitirem a corrupção do que de mais puro e natural DEUS colocou na
natureza humana. "SABE, PORÉM, que DEUS te pedirá contas um dia. A velha
Roma se degradou, e morreu.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora
JUERP.
2. Assumindo as conseqüências.
Esse viver alegre, mas de forma responsável tem
uma razão de ser — nossas ações têm conseqüências. E isso o que o sábio diz:
“sabe, porém, que de todas estas coisas DEUS te pedirá contas. Afasta, pois,
do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e
a primavera da vida são vaidade” (Ec 11.9,10, ARA). Viver a vida com
intensidade está longe do viver desregrado, onde é dado vazão aos instintos
numa espécie de “vale tudo”. Não, não é isso! É viver sabendo que nossas
ações gerarão conseqüências. Conseqüências que quem vive na primavera da
vida não costuma lembrar nem medir. Viva a vida, mas viva para DEUS e dessa
forma não lamentará quando chegar a velhice.
O expositor bíblico Antonio N. de Mesquita
destaca:
“Aqui está, seu moço, sua mica, a existência de
um mas... Não é apenas gozar a vida sem freios para a juventude. DEUS vai
pedir contas do modo como os olhos se alegram e de como o coração se
regozija. Nada ficará por julgar. Isto, entretanto, é o que a mocidade menos
conhece. Julgam os moços que o tempo e os gozos são privilégios seus. São,
mas...todos devem ser controlados. Quantos velhotes estão agora correndo
para consultórios especializados, em busca daquilo que botaram fora nos dias
da mocidade! A gerontologia está fazendo estudos acurados para devolver aos
velhos um pouco do que tinham na mocidade e lhes falta agora; isso, porém,
parece miragem. Basta que se saiba dos desgastes da idade, que vai
arrastando na sua corrida os vigores da juventude, os quais não voltam mais,
nem à custa de pílulas nem de injeções. O que passou, passou. Entretanto, o
deve ser um peso tremendo é o moço verificar que prematuramente se desgastou
e nada reservou para os dias futuros. E a visitação de DEUS.
O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à
ação. É uma resposta contra a mesmice. É um convite a um mergulho na fé que
assume riscos, já que o mundo à nossa frente é um terreno desconhecido. É,
portanto, um “lançar-se” e “semear”. É também um “alegrar-se” com as
maravilhas com as quais a vida nos presenteou. Mas também é um “afastar-se”.
Afastar-se daquilo que promete produzir adrenalina, mas que ao final prova
ser extremamente amargoso.
A conclusão do capítulo 11 de Eclesiastes é
vista por Addison G. Wright como “uma unidade que se equipara ao poema de
abertura (1.2-11), Cóelet destaca seu conselho sobre a felicidade e dá a ele
uma sétima e final expressão: a vida é doce e a pessoa deve regozijar-se
nela enquanto é jovem e capacitada, e (como um incentivo ao júbilo) deve-se
recordar que a vida avançada e a morte se encontram logo adiante (w. 7,8). O
tema da alegria é desenvolvido nos (w. 9,10) e os da idade avançada e da
morte são desenvolvidos nos (w. 12.1,8) e em três partes marcadas pela
palavra “antes” nos (w. 1,3,6). Caminhos do teu coração... visão dos tens
olhos: não um convite ao hedonismo; ver comentário em 2.4. Nem um convite à
imoralidade egoísta, como o restante do verso indica”.
GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver
Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD.
pag. 145-147.
Ec 11.10 Afasta, pois, do teu coração o desgosto
e remove da tua carne a dor.
O melhor que tu, jovem, podes fazer, é viver os
prazeres moderados da vida, enquanto removes de tua mente os dias negros
vindouros, que serão seguidos pelo nada absoluto. Não deixes que a vexação
de tua mente amargure a tua vida, pois logo tudo ficará amargo. Faze o
quanto puderes para aliviar a dor física, porque, se isso sair do controle,
terás a amargura de tua vida, mais brevemente do que poderia acontecer. O
capítulo 12 mostra que a idade avançada, em breve, azedará a vida por meio
da decrepitude; por enquanto, porém, que o jovem combata isso com seu corpo
jovem. Que o jovem adie o processo do envelhecimento, tanto quanto possível.
Naturalmente, tudo isso é apenas vaidade, mas é o melhor que se pode fazer.
A juventude, por si só, já é uma vaidade tão grande quanto a idade avançada,
embora isso não pareça tão evidente para os homens; por conseguinte, vivamos
como se a juventude não fosse um tempo de vazio e vaidade!
A juventude. No hebraico, temos aqui a expressão
“alvorecer da vida”. A vida tem o seu alvorecer (a juventude), bem como a
sua noite (a idade avançada). Ambas as fases são igualmente melancólicas e
vãs, mas a juventude parece ser melhor que a idade provecta. Portanto, que
os jovens procurem os pequenos prazeres da vida nesse contexto falsamente
melhor. A palavra “juventude” (no hebraico, shakaruth) ocorre somente aqui,
em todo o Antigo Testamento; mas uma expressão hebraica semelhante, que
significa cabelos negros, encontra-se em Lev. 13.37 e Can. 5.11. Ter cabelos
negros é universalmente considerado melhor que ter cabelos brancos (símbolo
da idade avançada). De fato, ambas as fases da vida são igualmente vãs. O
Targum diz: “A criancice e os dias de cabelos negros são vaidade”.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2738.
A adolescência e a juventude são vaidade (11.10)
simplesmente significa que elas não duram para o resto da vida. Elas são
fúteis apenas no sentido de que não são a última etapa.
Adam Clarke sugere a seguinte exposição dessa
seção: 1) Você não pertence a si mesmo; 2) Lembre-se do seu Criador; 3)
Lembre-se dele nos dias da sua mocidade; 4) Lembre-se dele agora.
EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 3. pag. 464-465.
Ec 11.10 — Infelizmente, a juventude não
perdura; passa, também, como vapor. Segundo Benjamin Franklin, “ficamos
velhos cedo demais e sábios tarde demais”.
EarI D. Radmacher:
Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo
Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora
Central Gospel. pag. 1005.
Tanto a tristeza como a raiva produzem um efeito
deletério na vida da pessoa. São como a ferrugem, que vai corroendo aos
poucos até devorar o metal. Por isso o Pregador aconselha o moço a ser
alegre a jovial. Dizem os fisiologistas que a alegria faz o sangue correr
mais célere, nas veias, irrigando o coração, ao passo que a tristeza encolhe
as mesmas
veias e dificulta a corrida do sangue para o seu
centro de distribuição. Seja por isso ou por outras razões, Eclesiastes,
depois de recomendar ao moço que se alegre, pede agora que afaste de si as
tristezas. Naturalmente os dois versos se completam e trazem uma admoestação
que não deve ser perdida de vista: A JUVENTUDE E A PRIMAVERA SÃO VAIDADE.
Ele não quer ensinar que não têm valor, e, sim, que passam como fatos vãos
da vida. Quem não sabe que estragos fazem os anos na pessoa? Na juventude,
um moço ou uma jovem, cheios de vida, alegres, como é natural; depois dos
TRINTA, porém, começam a descida da escada da vida, e lá se vai nos seus
degraus aquele viço, aquela exuberância, aquele vigor, até que, se chegar ao
limite da idade SETENTA ANOS (Sal. 90:10), verá as pelancas cobrirem os
ossos. Onde está a fertilidade de outrora? Passou como se vai a primavera,
para depois vir o verão seco e finalmente o inverno da vida. Sabendo disso é
que muitos jovens se enganam; certos de que a juventude vai passar,
entregam-se a todos os divertimentos, gastando noites nas ruas, roubando o
sono necessário ao refazimento das células cerebrais, envelhecendo
precocemente. A lei, pois, é: afastar as tristezas, alegrar-se, MAS ter
cuidado porque Isso também passa como a vaidade, que nada é.
Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora
JUERP.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
Questionário da
Lição 12 - Lança o Teu Pão Sobre as Águas
Responda conforme a revista da CPAD do 4º Trimestre de 2013 - Provérbios e
Eclesiastes
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com
"F" as falsas
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
“Lança o teu _____________________________
sobre as ________________________________, porque, depois de muitos ____________________________, o acharás' (Ec 1
1.1).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
Lança o teu ____________________________
sobre as _________________________________ é fazer o bem e ter esperança
quanto a um ________________________________
desconhecido.
I -
VIVENDO COM PROPÓSITO
3-
Qual atitude devemos tomar em relação a nosso futuro com DEUS?
( ) Em nosso texto áureo, o rei Salomão exorta-nos a tomar uma firme e
sábia atitude.
( ) Ele conclama-nos a lançar o nosso pão sobre as águas.
( ) A palavra hebraica traduzida como “lançar” é shalah, que significa
enviar, mandar embora, deixar ir.
( ) A palavra hebraica traduzida como “lançar” é
Kabbalah, que significa
enviar, mandar embora, deixar ir.
( ) Noutros termos, o que o sábio está ensinando é: “Não fique aí parado
Glorifique a Deus com a sua atitude”.
( ) Podemos aplicar essa palavra também à obra missionária.
( ) Deus é quem envia homens e mulheres como embaixadores de seu Reino, pois com igual determinação e amor, enviou o seu
Filho a realizar a mais sublime das missões: Salvar o mundo.
4-
Como viver evitando a passividade?
( ) Não devemos agir com passividade.
( ) A vida meramente contemplativa tudo resolve.
( ) A vida meramente contemplativa nada resolve.
( ) É necessário e urgente fazer o bem.
( ) Por isso, o pregador exorta-nos a demonstrar amor e generosidade ao
necessitado.
5- O
que significa “lançar o pão”?
( ) “Lançar o pão significa ser condescendente com os
pecadores.
( ) “Lançar o pão significa ser condescendente com os pobres.
( ) Significa fazer alguma coisa e não se limitar a contemplar a miséria
alheia.
( ) É trazer o pão de longe para alimentar os famintos.
( ) A igreja apostólica demonstrou-a mesma preocupação.
II-
VIVENDO COM DINAMISMO
6-
Como é a imobilidade da árvore caída (vivendo do passado)?
( ) Em relação ao texto de Ec 11.3, o escritor Derek Kidner
destaca a metáfora da nuvem como um fenômeno meteorológico portador de leis
próprias em desacordo com as leis e o tempo dos homens.
( ) Ele igualmente destaca o relato do pecador caído: ele não pediu
licença para tombar e não houve homem que o impedisse de cair.
( ) Ele igualmente destaca o relato da árvore caída: ela não pediu
licença para tombar e não houve homem que a impedisse de cair.
( ) Aqui, a vida mostra-se de forma imprevisível.
( ) Ela não é composta apenas de bons momentos, mas também de períodos
desagradáveis.
7- O
que fazer diante dos períodos desagradáveis de nossa vida, pelos quais
passamos?
( ) Não ficar aprisionado pela experiência passada sobre a qual nada mais
se pode fazer.
( ) Pensar no futuro com fé e coragem.
( ) Enfrentar o futuro com fé e coragem.
8-
Qual o significado de “movimento do vento e das nuvens”?
( ) Em Provérbios, Salomão usa freqüentemente a linguagem metafórica para
compartilhar as suas idéias.
( ) Uma metáfora que revela bem esse recurso é a da
formiga e da cigarra, encontrada em Provérbios.
( ) Uma metáfora que revela bem esse recurso é a da formiga e do
preguiçoso.
( ) Em Eclesiastes, encontramos o mesmo princípio na metáfora do vento.
( ) Não são poucos os intérpretes da Bíblia que observam, nesse texto, a
idéia de movimento e imprevisibilidade da vida.
( ) O vento movimenta-se o tempo todo e as nuvens mostram-se
imprevisíveis.
( ) Eis a metáfora da vida! Olhá-la e queixar-se dela sem tomar uma firme
e sábia decisão diante dos seus obstáculos equivalem a esperar que o vento e
as nuvens passem.
( ) Dessa forma, o ser humano assiste a existência passar sem nada
realizar de concreto. Quem tem fé não age assim.
III -
VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA
9-
Qual o significado da metáfora “Plantando a semente”?
( ) Outra metáfora usada por Salomão é a do plantio.
( ) Essa figura descreve a atividade do agricultor.
( ) Essa figura descreve a atividade do avicultor.
( ) Ela ensina a arte de semear a vida.
( ) E isso requer ação! É preciso plantar a semente, pois é na existência
que geralmente colhemos o que plantamos.
( ) Muitas vezes, a vida é dura, seca e arenosa para semear.
( ) Assim, a metáfora pode significar uma trajetória de trabalho árduo e
difícil diante dos grandes obstáculos e desafios da existência humana.
( ) Nessa estrada, muitos até desistem de semear e terminam vencidos
pelas dificuldades intransponíveis que ela lhes impõe.
10-
Qual o significado de “Germinando a semente”?
( ) A metáfora também nos ensina que, embora semeemos a terra, não
podemos fazer a semente germinar.
( ) Salomão observa a vida como um grande campo de
plantações variáveis.
( ) Salomão observa a vida como um grande campo de solos variáveis.
( ) Ao agricultor, pois, resta saber em qual valerá a pena semear, pois a
semente não germinará em qualquer terreno.
( ) Muitos fatores devem ser levados em conta na germinação da semente: a
qualidade do solo, o clima, etc.
( ) É urgente que o agricultor persevere nesse empreendimento, mas que
igualmente tenha fé e esperança de que a semente germinará.
( ) De nada adianta observar o caos em que se encontra a sociedade e não
tomar nenhuma atitude.
( ) Façamos a nossa parte como agricultores do Reino de Deus: semear a
genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana (Lc 8.5-15) e
auxiliar o próximo necessitado.
IV -
VIVENDO COM RESPONSABILIDADE
11-
Como os jovens devem fazer escolhas responsáveis?
( ) Eclesiastes 10.9 é uma séria admoestação aos jovens.
( ) Eclesiastes 11.9 é uma séria admoestação aos jovens.
( ) Eles são convidados a viver a vida, mas devem se portar, em todas as
ocasiões, como pessoas responsáveis e tementes a Deus.
( ) Assim, reconhecerão o Pai Celeste como a sua satisfação maior.
12-
Assumindo as conseqüências. Complete:
Há
uma razão para vivermos de maneira _________________________________, mas ao mesmo tempo de forma
responsável e santa. Nossas _________________________ trazem conseqüências.
Tal como o ______________________________ disse no versículo 10. Viver a
vida com ______________________________ não é agir de forma
desregrada e pecaminosa, mas experimentar o seu verdadeiro sentido:
glorificar a Deus. Portanto, jovem, viva a vida com ________________________________________, mas não
se esqueça: glorifique a Deus com o seu testemunho, pois de tudo o Senhor
nos pedirá ________________________________. Vivendo assim, quando a velhice
chegar, não teremos o que ________________________________.
CONCLUSÃO
13-
Complete:
O
capítulo 11 de Eclesiastes é um ______________________________ à ação. É uma resposta à _________________________________.
É um convite a mergulharmos na ___________________ e agir de acordo com a
vontade de Deus, não temendo as dificuldades que virão pela frente. É
lançar-se para __________________________.
É alegrar-se com as maravilhas que o Senhor nos presenteou. Mas significa
igualmente afastar-se do ____________________________ e da iniqüidade, pois, no final, teremos
de dar __________________________ de todos os nossos atos perante Deus. Então, ____________________________________
ao Senhor com a nossa existência.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE
LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD -
BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer
- CPAD
Bíblia de estudo - Aplicação
Pessoal.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
GARNER, Paulo . Quem é quem
na Bíblia Sagrada. VIDA
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o
Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA
– Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F.
Vos, João Rea - CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos
- CPAD.
25 Maneiras de Valorizar as Pessoas - Autores: João C. Maxwell & Les Parrott,
PH. D. - Editora: SEXTANTE
Estudo no Livro de Provérbios - Antônio Neves de
Mesquita -
Editora
Vida
Teologia do Antigo Testamento - Walter C. Kaiser
Jr. - Vida Nova
James, por Hendrickson Publishers - Edição
Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
http://assembleiadedeusoczescoladominical.blogspot.com.br/
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www.ebdweb.com.br
http://www.escoladominical.net
http://www.portalebd.org.br/