Escrita Lição 11, BETEL, Relacionamento ideal entre pais e filhos,
1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
EBD, Revista Editora Betel, 1° Trimestre De 2024, Tema: FAMÍLIA,
UM PROJETO DE DEUS – Moldando lares estruturados, saudáveis e
estabelecendo um legado de valores segundo a Bíblia Sagrada, Escola Bíblica
Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- ATRIBUIÇÕES DOS PAIS
1.1. Relacionamento com responsabilidade
1.2. Relacionamento com diálogo
1.3. Relacionamento sem maus-tratos
2- FUNÇÕES DOS FILHOS
2.1. Os deveres dos filhos em relação aos pais
2.2. A consciência dos filhos em relação aos pais
2.3. A gratidão dos filhos em relação aos pais
3- DEVERES COMPARTILHADOS: PAIS E FILHOS
3.1. Relacionamento com amizade
3.2. Relacionamento com compreensão
3.3. Relacionamento com perdão
TEXTO ÁUREO
“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com
promessa.” Efésios 6.2
VERDADE APLICADA
Os filhos precisam ser obedientes aos seus pais, mas os pais não
podem provocar a ira nos seus filhos, para não perderem o ânimo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar as atribuições dos pais.
Destacar as funções dos filhos
Explicar os deveres entre os filhos e os pais
TEXTOS DE REFERÊNCIA - Pv 22.6; Ef 6.1-4
PROVÉRBIOS 22
6 Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não
se desviará dele.
EFÉSIOS 6
1 Vós, filhos, Sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2 Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3 Para que te vá bem, e vives muito tempo sobre a terra.
4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Sl 127.3-5 Os filhos são herança do Senhor.
TERÇA – Pv 10.1 Os filhos sábios alegram os pais.
QUARTA – Pv 20.7 Os pais justos têm filhos felizes.
QUINTA – Pv 29.17 A importância de disciplinar os filhos.
SEXTA – Pv 30.11 Os filhos não podem amaldiçoar os pais.
SÁBADO – Pv 31.28 Os filhos devem abençoar os pais.
HINOS SUGERIDOS: 224, 314, 318
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o relacionamento entre os pais e os filhos seja
saudável.
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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
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Lição 8, CPAD,
Importância Da Paternidade Na Vida Dos Filhos
Para me ajudar – PIX
3395781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
https://youtu.be/c584FyLlsUk Vídeo
Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/05/escrita-licao-8-cpad-importancia-da.html
Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/05/slides-licao-8-cpad-importancia-da.html
https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-8-cpad-a-importncia-da-paternidade-na-vida-dos-filhospptx
Resumo geral da Lição 8, CPAD, Importância Da Paternidade Na Vida
Dos Filhos
I – A PATERNIDADE DENTRO DA FAMÍLIA
1. A primeira família.
2. A falta de autoridade no lar.
3. Os problemas de uma paternidade ausente.
II – TIPOS DE PATERNIDADE EXTREMISTA
1. A paternidade autoritária.
2. A paternidade permissiva.
3. Eli criou filhos que se tornaram profanos.
III – O FRACASSO DE DOIS PAIS RELAPSOS COM OS FILHOS
1. Omissos para com os filhos.
2. A isenção de responsabilidade de Eli e Samuel para com seus
filhos.
3. Tratamento inadequado.
TEXTO ÁUREO
“E vós, pais, não provoqueis
a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Ef
6.4)
VERDADE PRÁTICA
Quando o padrão divino para
a criação de filhos é negligenciado, as consequências são terríveis para a
família cristã.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -
1 Samuel 2.12-17,22; 8.1-3
1 Samuel 2
12 – Eram, porém, os
filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor;
13 – porquanto o costume
daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo
alguém algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se
cozendo a carne, com um garfo de três dentes em sua mão;
14 – e dava com
ele, na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na
marmita; e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si;
assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló.
15 – Também, antes de
queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que
sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote, porque não tomará
de ti carne cozida, senão crua.
16 – E, dizendo-lhe o homem:
Queimem primeiro a gordura de hoje, e depois toma para ti quanto
desejar a tua alma, então, ele lhe dizia: Não, agora a hás
de dar; e, se não, por força a tomarei.
17 – Era, pois, muito grande
o pecado desses jovens perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a
oferta do Senhor.
22 – Era, porém,
Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o
Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta
da tenda da congregação.
1 Samuel 8
1 – E sucedeu que, tendo
Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel.
2 – E era o nome do seu
filho primogênito Joel, e o nome do seu segundo, Abias;
e foram juízes em Berseba.
3 – Porém seus filhos não
andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e tomaram
presentes, e perverteram o juízo.
Hinos Sugeridos: 50, 131,
558 da Harpa Cristã
PALAVRA-CHAVE - Paternidade
SUBSÍDIOS
ABAIXO
))))))))))))))))))))))))))))))))))))
SUBSÍDIO CPAD
Lição 8 - A IMPORTÂNCIA DA PATERNIDADE NA VIDA DOS FILHOS
Os filhos dos sacerdotes Eli e Samuel são descritos na Bíblia como
exemplos de profanação espiritual, avareza e ganância. Há um completo paradoxo
nessas famílias, haja vista que os pais eram sacerdotes reconhecidos e
respeitados em Israel. Entretanto, foram irresponsáveis quanto à boa formação
moral e espiritual de seus filhos. Naquele tempo, o papel de cada integrante da
família era bem definido. Mas apenas ter ciência da responsabilidade não
atendia às demandas familiares. Os pais deveriam estar envolvidos integralmente
com a criação dos filhos. Não se tratava de apenas cumprir um papel, e sim de
desenvolver relacionamentos sadios com vista ao bem-estar material, emocional e
espiritual de toda a família. Apesar de serem extremamente dedicados ao serviço
no Tabernáculo, não investiam tempo com suas respectivas famílias. Os filhos de
pais que exercem o ministério muitas vezes são pressionados e destratados
injustamente. Por essa razão, a educação dos filhos e o tratamento adequado nos
ambientes eclesiásticos requer amor, cuidado e paciência para que eles alcancem
vida cristã sadia.
A formação do caráter de qualquer indivíduo recebe influência
direta das referências. É comum que crianças observem e imitem comportamentos
dos pais: a forma como falam, se posicionam ou se locomovem, o jeito de se
expressar, até mesmo condutas negativas. Warren e Howard discorrem que "a
melhor forma de evitar conflitos é ser sempre a mesma pessoa o tempo todo. Um
lar e uma igreja feliz precisam dos mesmos ingredientes: amor, disciplina,
sacrifício, a Palavra e oração. Devemos demonstrar na igreja o mesmo amor que
demonstramos e casa e ser tão disciplinados em casa como o somos na igreja. É
quando separamos a vida doméstica da vida na igreja que nos metemos em
confusão. Um pastor deve ser íntegro, não um ator que muda o personagem a cada
instante. Não há lugar para dissimulações no ministério - uma outra palavra
para isso é hipocrisia (WIERSBE & SUGDEN, 2006, p. 153). No lar cristão, o
pai é referência para eles de segurança, equilíbrio, controle das emoções e
estabelecimento de prioridades para vida. De modo geral, os pais ensinam aos
filhos quanto à bondade, à gentiliza, o falar correto, dentre outros
aprendizados. Infelizmente, se isso é negligenciado, o resultado pode ser
desastroso. Mas a Palavra de Deus oferece a orientação que os pais precisam.
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LIÇÃO 8, A REBELDIA DOS
FILHOS
Lições Bíblicas do 3º
Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
Vencendo as Aflições da Vida
- "Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
todas” (Salmos 34:19).
Comentários da revista da
CPAD: Pr. Eliezer de Lira e Silva
Consultor Doutrinário e
Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações,
questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
RESUMO DA LIÇÃO 8, A
REBELDIA DOS FILHOS
I. A DISCIPLINA EVITA A
REBELDIA
1. O que é disciplina?
2. O porquê da disciplina.
3. Os pais devem
disciplinar.
II. FILHOS REBELDES
1. Filhos que não ouviram
seus pais.
a) Caim. b) Hofni e
Fineias. c) Absalão.
2. As consequências da
rebeldia.
III. O QUE FAZER DIANTE DA
REBELDIA DE UM FILHO
1. Não buscar culpados.
2. Demonstrar um amor
incondicional.
TEXTO ÁUREO
"Instrui o menino no
caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará
dele" (Pv 22.6).
VERDADE PRÁTICA
Os pais que negligenciam a
educação dos filhos, estão cometendo grave pecado diante de DEUS
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 127.3 Filhos,
herança do Senhor
Terça - Pv 23.13,14 A
necessidade da disciplina
Quarta - Pv 29.17 Disciplina
e obediência
Quinta - Ef 6.4 Disciplina e
conselho
Sexta - 2 Tm 3.2 A
desobediência como sinal do fim
Sábado - Êx 20.12 Obediência
como fonte de vida
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -
1 Samuel 2.12-14,17,22-25
1 Samuel
2.12 Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não
conheciam o SENHOR; 13 porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo era
que, oferecendo alguém algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se
cozendo a carne, com um garfo de três dentes em sua mão; 14 e dava com ele, na
caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto o garfo
tirava o sacerdote tomava para si; assim faziam a todo o Israel que ia ali a
Siló.
1 Samuel 2.17 Era, pois, muito grande o pecado desses jovens
perante o SENHOR, porquanto os homens desprezavam a oferta do SENHOR.
1 Samuel 2.22 Era, porém,
Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de
como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da
congregação. 23 E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo
este povo os vossos malefícios. 24 Não, filhos meus, porque não é boa fama esta
que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR. 25 Pecando homem contra homem,
os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por
ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar.
Definição de
Rebelião - de rebellione - insurreição; ato de se rebelar;
revolta; rebeldia, indisciplina.
"Pesha" - Palavra
hebraica que significa "rebelião deliberada e premeditada contra DEUS (Ez
21.24).
Uma rebelião pode
ser também um processo político-militar em que um grupo de indivíduos decide
não mais acatar ordens ou a autoridade de um poder constituído. Para haver uma
rebelião, é preciso que antes haja necessariamente um poder contra o qual se
rebelar.
Alguns conceitos análogos
a rebelião, embora não sinônimos,
Revolução, Revolta,
Insurreição, Sublevação, Motim, Intentona (pejorativo), Quartelada
(pejorativo), Inconfidência (pejorativo), Conjuração, Conspiração, Conluio,
Subversão.
A rebelião teve início em
Satanás. Ele ensinou o primeiro homem a se rebelar contra DEUS, o PAI.
A Rebelião É Como O Pecado
De Feitiçaria (I Samuel 15:23)
O tipo de feitiçaria que está presente nos filhos hoje está revelado em I
Samuel 15:22-23: "Eis que obedecer é melhor do que o sacrificar, e o
atender, melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o
pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do
lar". A Bíblia descreve aqui uma feitiçaria muito mais perigosa do que o
ocultismo. Ela controla mais pastores e congregações que qualquer outro tipo de
influência demoníaca. Trata-se da rebeldia contra a Palavra de DEUS!
A semente do início da
rebeldia é exatamente aquilo que se manifestou no Jardim do Éden!
Todos possuímos o gérmen
deste pecado.
Há Esperança Para Os
Rebeldes
Encorajamento para com
aqueles que anseiam se libertar de sua rebeldia. Ela se encontra no Salmo 107:
9-14.
"Então, na sua
angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações. Tirou-os
das trevas e das sombras da morte e lhes despedaçou as cadeias". Você foi
"abatido" pela sua rebeldia, pela sua amargura? Clame ao Senhor dos Exércitos
por uma libertação divina! Deixe que Ele despedace as cadeias demoníacas que
envolvem o seu coração -- que lhe retire da sombra da morte e o transporte para
a Sua maravilhosa luz! World Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771, USA.
OS FILHOS SÃO HERANÇA DO
SENHOR.
No antigo concerto, uma
família numerosa era tida como bênção, ao passo que o não ter filhos era tido
como maldição (Gn 30.2,18; 33.5; 48.9; Dt 7.13). Todos os filhos de crentes
devem ser considerados dádivas de DEUS, e requerem dos pais uma criação sábia e
cristã. Só quando os pais e seus filhos aceitam, ensinam e seguem os caminhos e
mandamentos do Senhor é que desfrutarão a plena bênção de DEUS.
Pv 19.18
A disciplina dos filhos no
devido tempo. Castiga teu filho enquanto há esperança, mas para o matar
não alçarás a tua alma.
CASTIGA TEU FILHO ENQUANTO HÁ ESPERANÇA.
Os filhos devem ser
disciplinados enquanto são crianças, enquanto há oportunidade de moldar suas
vidas para o bem e ensinar-lhes os caminhos de DEUS. Se os pais são negligentes
nisso, tornam-se em parte culpados da ruína subsequente que atinge a vida de
seus filhos (ver 13.24)
Ef 6.1 Filhos obedientes aos
pais - Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é
justo.
FILHOS, SEDE OBEDIENTES. Os
filhos de crentes devem permanecer sob a orientação dos pais, até se tornarem
membros doutra unidade familiar através do casamento.
(1) As crianças pequenas
devem ser ensinadas a obedecer e a honrar os pais, mediante a criação na
disciplina e doutrina do Senhor (ver 6.4; Pv 13.24; 22.6).
(2) Os filhos mais velhos,
mesmo depois de casados, devem receber com respeito, o conselho dos pais (v. 2)
e honrá-los na velhice, mediante cuidados e ajuda financeira, conforme a
necessidade (Mt 15.1-6).
(3) Os filhos que honram
seus pais serão abençoados por DEUS, aqui na terra e na eternidade (v. 3).
EXEMPLOS BÍBLICOS DE FILHOS
REBELDES:
1- CAIM
Em Gênesis, capítulo 4 há a
descrição do pecado de Caim, ou seja, aquele em que ele matou Abel, devido a
aceitação de DEUS à oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em virtude desse
pecado houve uma consequência, qual foi: …"Agora maldito és desde a terra
, que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando
lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela
terra. …O Senhor, porém lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será
vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse
quem quer que o encontrasse"….(Gênesis 4:11,12 e 15).
Após o pecado de Caim e sua
punição por parte de DEUS, ele se retirou da presença do Senhor e foi habitar
numa terra ao Oriente do Éden, cujo nome era Node. Lá ele teve filhos, e a
partir do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da descendência
de Caim.
Os descendentes de Caim
tinham o nome de filhos dos homens (pecadores inveterados) e os descendentes de
Sete tinham o nome de filhos de DEUS (começaram a adorar a DEUS a partir de
Enos).
2- ABSALÃO - (Heb.
"pai de paz"). QUE DE PAZ NÃO TEVE NADA, COMO REVELA SUA VIDA.
Era o terceiro dos seis
filhos de Davi. Sua mãe chamava-se Maaca e ele nasceu em Hebrom. Seu
temperamento passional aparece no assassinato de Amnom, ao descobrir que ele
violentara sua irmã Tamar (2 Sm 13). Absalão era famoso por sua beleza e seus
longos cabelos (2 Sm 14.25-27). A instabilidade no vacilante reinado de Davi
foi marcada por diversos fatores, em consequência de seu adultério e
assassinato de Urias (1 Sm 11 e 12) e pela ocorrência da violência, como
assassinato e estupro dentro da própria família real. A vida de Absalão serve
para ilustrar que os resultados do pecado permanecem, mesmo quando há sincero
arrependimento. Apesar de Davi ter-se arrependido de sua transgressão e ser
perdoado por DEUS, não escapou das turbulentas consequências em sua própria
família profetizadas por Natã, o profeta de DEUS (1 Sm 12.10-12). A sua
relutância em intervir e punir Amnom, pelo estupro da irmã de Absalão (2 Sm
13.22), fez com que perdesse a credibilidade aos olhos deste filho. Ele se
consumiu pela raiva e pelo ressentimento, até que surgiu a oportunidade de
vingar-se e ele matou Amnom (2 Sm 13.28,29). Absalão ficou exilado por três
anos, até que Joabe diplomaticamente forçou Davi a perdoar seu erro.
Posteriormente, pai e filho tiveram uma reconciliação parcial (cf. 2 Sm 14). A
tensão, entretanto, nunca se dissipou totalmente. Desse momento em diante,
Absalão gastou todas as suas energias, a fim de subverter o reinado de Davi. O
conflito não resolvido entre pai e filho afligia o rei e, a despeito da séria
ameaça que Absalão representava ao seu governo, Davi relutava em reconhecer que
sua autoridade estava seriamente ameaçada. Este filho conspirou para destronar
seu pai e foi bem-sucedido em conseguir apoio dos seguidores descontentes de
Davi (2 Sm 15). Absalão possuiu as concubinas de seu próprio pai, perante os
olhos de todo Israel (II Sm 16.21,22), em mais um escândalo da família real.
Joabe percebeu a hesitação do rei em ordenar a morte do próprio filho. Absalão
ficou pendurado pelos cabelos em uma árvore e foi imediatamente morto por Joabe
e seus soldados (2 Sm 18.1-18). Davi lamentou profundamente a morte de Absalão,
até que Joabe o persuadiu a ver a vida de seu filho sob a perspectiva da
confusão e instabilidade que causara. Os três filhos de Absalão não são
mencionados depois de 2 Samuel 14.27. De acordo com 2 Samuel 18.18, parece que
somente sua filha sobreviveu, a quem ele dera o mesmo nome de sua irmã Tamar.
3- HOFNI E FINÉIAS
O sacerdote, como líder
espiritual, exercia sobre o povo uma enorme influência. A conduta espiritual do
povo seguiria o padrão dos sacerdotes. Hofni e Finéias filhos de Eli, sumo
sacerdote, não receberam do pai a devida educação na infância. Eli não exerceu
a devida autoridade como pai. Não lhes corrigiu as falhas de caráter quando
eram pequenos, e os maus hábitos se enraizaram e se tornaram mais graves.
Crescendo seus filhos, se tornaram egoístas, violentos e imorais. Mesmo assim,
Eli fechou os olhos para seus erros e não os impediu de oficiar como
sacerdotes. A espiritualidade do povo entrou em decadência, seguindo o exemplo
de Hofni e Finéias. Não foi à toa que Eli, achou que Ana estava
embriagada, pois se tornara comum o povo ir para as festas sagradas, apenas
para comer e se embriagar. Os filhos de Eli não tinham respeito pelas coisas
sagradas, e o povo veio , por seu exemplo a perder também o senso de santidade
e da presença de DEUS. Muitos daqueles do povo que permaneceram fiéis ao
Senhor, se recusavam a ir até Silo, onde se encontrava o tabernáculo, para as
festas solenes.
O povo trazia suas queixas a
Eli, dos maus procedimento de seus filhos. Eli já na velhice, tentou
repreendê-los mas já era tarde, seus filhos não lhe deram ouvidos. Ao manter
seus filhos como sacerdotes, mesmo sendo eles tão infiéis, Eli, mostrou que os preferia
em lugar de DEUS. Isto levou o Senhor, a rejeitar a descendência de Eli, nunca
mais nenhum de seus parentes seria sacerdote perante o Senhor. DEUS enviou um
profeta e mais tarde o Menino Samuel para dar a Eli a mensagem do seu desagrado
e que seus dois filhos seriam mortos, por seu grave pecado contra DEUS
“DEUS responsabilizou Eli,
como sacerdote e juiz de Israel, pela condição moral e religiosa de Seu povo,
e, em sentido especial, pelo caráter de seus filhos. Ele devia a princípio ter
tentado restringir o mal por meio de medidas brandas; mas, se estas não dessem
resultado, devê-lo-ia ter subjugado pelos meios mais severos. Incorreu no
desagrado do Senhor por não reprovar o pecado e executar a justiça no pecador.
Não se pôde contar com ele para que Israel fosse conservado puro...” Patriarcas
e Profetas pg. 578
Eli teve todos os anos da
infância para educar seus filhos no caminho do Senhor, mas por não considerar o
dever de educar os filhos como uma sagrada incumbência, criou seus filhos para
serem servos do diabo e não servos de DEUS! “Não há maior desgraça para os
lares do que permitir que os jovens sigam o seu próprio caminho. Quando os pais
tomam em consideração todo desejo dos filhos, e com estes condescendem no que
sabem não ser para o seu bem, os filhos logo perdem todo o respeito para com os
pais, toda a consideração pela autoridade de DEUS e do homem e são levados
cativos à vontade de Satanás” Idem
Eli achou que não
repreendendo os filhos quando em erro, estaria demonstrando amor, e receberia
deles o amor e respeito novamente quando os dois estivessem adultos. Mas
ao mimar seus filhos, não educando e não sendo severo, eles não aprenderam a lição
do respeito, nem por seu pai, tão pouco com os semelhantes e principalmente com
DEUS! “Frequentemente os pais mimam seus filhos pequenos, e são para com
eles condescendentes porque parece mais fácil lidar com eles dessa maneira. É
trabalho mais suave deixá-los seguir seu próprio caminho do que barrar as
inclinações desgovernadas que se levantam tão fortemente em seu coração. No
entanto, essa atitude é covarde. É uma impiedade fugir assim à
responsabilidade; pois tempo virá em que esses filhos, cujas inclinações não
refreadas se transformarão em vícios absolutos, trarão vergonha e desgraça
sobre si mesmos e à sua família. Saem para a vida ativa sem o preparo para suas
tentações, não sendo suficientemente fortes para suportar perplexidade e
dificuldades. Arrebatados, altivos, indisciplinados, procuram submeter outros à
sua vontade, e, fracassando nisso, consideram-se maltratados pelo mundo e se
voltam contra ele. Testimonies, vol. 4, pág. 201”
Que contraste entre os
filhos de Eli e Samuel. Ana, teve Samuel consigo, pouco anos, mas sabia do seu
dever, e criou seu filho no caminho da disciplina e obediência, e o fez de tal
maneira, que Samuel por toda vida permaneceu fiel ao Senhor, mesmo tendo perto
de si a má influência dos filhos de Eli. O exemplo de Ana, deixa evidente que o
caráter é formado nos primeiros anos, e que a educação da criança deve começar
no berço.
“Não há influências tão
potentes como as que nos cercam em nossos primeiros anos. ...
A natureza do homem é
tríplice, e o ensino recomendado por Salomão compreende o devido
desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais. Para poderem
realizar corretamente essa obra, devem os pais e professores compreender eles
mesmos "o caminho em que deve andar" o menino. Prov. 22:6. Isso
abrange mais que o conhecimento de livros ou o aprendizado das escolas.
Compreende a prática da temperança, da bondade fraternal e da piedade; o
desempenho de nossos deveres para conosco mesmos, para com nossos semelhantes e
para com DEUS. Fundamentos da Educação Cristã, pág. 57.”
Ao passo que Ana educou
Samuel para ser uma benção para o mundo, Eli por sua negligência, criou os seus
para ser uma maldição. E os pecados que o povo veio a cometer influenciados
pelo exemplo dos seus filhos, foi a ele imputado.
“Aqueles que têm muito pouca
coragem para reprovar o mal, ou que pela indolência ou falta de interesse não
fazem um esforço ardoroso para purificar a família ou a igreja de DEUS, são
responsáveis pelos males que possam resultar de sua negligência ao dever. Somos
precisamente tão responsáveis pelos males que poderíamos ter impedido nos
outros pelo exercício da autoridade paterna ou pastoral, como se esses atos
tivessem sido nossos.” Patriarcas e Profetas pg. 578”
O capítulo da vida dos
filhos de Eli, estão nas páginas da Santa Escritura, como uma terrível
advertência aos pais que não dão a devida importância a educação moral e
religiosa dos filhos.
Outra lição que podemos
tomar, é em relação aos líderes religiosos: pastores, anciões, professores da
palavra de DEUS.
O povo de DEUS, nunca terá
uma norma de espiritualidade maior que a dos seus líderes. A consagração de
tais líderes deve ser completa e elevada, deve ser a norma espiritual da
liderança da igreja, pois seu exemplo será imitado, quer seja bom ou quer seja
mal.
Na reprovação de Eli a seus
filhos acham-se palavras de uma significação solene e terrível – palavras que
todos os que ministram em coisas sagradas bem fariam em ponderar:
“Pecando homem contra homem,
os juizes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o Senhor, quem rogará por
ele?” I Sam. 2:25.
Houvesse seus crimes lesado
unicamente seus semelhantes, e poderia o juiz ter feito a reconciliação,
indicando uma pena, e exigindo a devida restituição; e assim os transgressores
poderiam ter sido perdoados. Ou, se não tivessem eles sido culpados de um pecado
de presunção, uma oferta para o pecado poderia ter sido apresentada por eles.
Mas seus pecados estavam de tal maneira entretecidos com seu ministério de, na
qualidade de sacerdotes do Altíssimo, oferecerem sacrifício pelo pecado, e a
obra de DEUS foi de tal maneira profanada e desonrada perante o povo, que
nenhuma expiação por eles poderia ser aceita. Seu próprio pai, embora fosse
sumo sacerdote, não ousou interceder em favor deles; não os podia defender da
ira de um DEUS santo. De todos os pecadores, são os mais culpados os que lançam
o desdém aos meios que o Céu proveu para a redenção do homem – pecadores estes
que “de novo crucificam o Filho de DEUS, e O expõem ao vitupério”. Heb. 6:6.
Idem
“. Se os que professam a
religião, em vez de aplicarem esforços ardorosos, persistentes e diligentes
para manter um lar bem dirigido em testemunho dos benefícios da fé em DEUS,
forem frouxos em seu governo, e condescendentes com os maus desejos de seus filhos,
estarão a fazer como Eli, e trarão injúria à causa de CRISTO e ruína sobre si e
suas casas. Mas, por maiores que sejam os males da infidelidade paterna sob
qualquer circunstância, são eles dez vezes maiores quando existentes nas
famílias daqueles que são designados para ensinadores do povo. Quando estes
deixam de governar sua casa, estão, pelo seu mau exemplo, transviando a muitos.
Sua culpa é tanto maior do que a dos outros quanto sua posição é de maior
responsabilidade.” (www.oocities.org/br/).
Dt 4.40 "E guardarás os
seus estatutos e os seus mandamentos, que te ordeno hoje, para que bem te vá a
ti e a teus filhos depois de ti e para que prolongues os dias na terra que o
SENHOR, teu DEUS, te dá para todo o sempre".
Pv 13.24 O QUE RETÉM A SUA
VARA ABORRECE A SEU FILHO. (BÍBLIA DE ESTUDOS PENTECOSTAL - CPAD)
As Escrituras ordenam que os
pais disciplinem com "vara" a seus filhos, nos seus
anos formativos, i.e., na infância. Castigo físico só deve ser aplicado à
criança em caso de desobediência proposital ou como desafio. A disciplina tem
como alvo eliminar a insensatez, a rebeldia e o desrespeito para com os
pais (Pv 22.15). Quando adequada, administrada pelos pais de modo sábio,
amoroso e equilibrado, ela leva a criança a aprender que o mau
comportamento resulta em consequências desagradáveis, inclusive castigo (Pv
29.15). Tal disciplina é necessária para evitar que os filhos adotem
atitudes que mais tarde os levarão à ruína e à morte (Pv 19.18; 23.13,14). A
disciplina piedosa na família trará bem-estar e paz ao lar (Pv 29.17). Os
pais devem aplicar a disciplina com amor, assim como faz nosso Pai celestial
(Hb 12.6,7; Ap 3.19).
O QUE LEVA À FALTA DE AUTORIDADE
Nos modernos lares o que
menos existe é afeto e carinho paterno, bem como falta de orientação masculina,
ocorrendo na maioria dos lares somente a autoridade materna ou de uma empregada
doméstica, gerando assim problemas de ordem moral e psicológica nos filhos
homens, que não têm um espelho masculino em quem se mirar.
Pouca ou nenhuma presença do
pai no processo formativo dos filhos.
Os últimos capítulos de
Efésios mostram o que é a vida no ESPÍRITO. O andar no ESPÍRITO aparece através
de relacionamentos pessoais: esposas a maridos, maridos a esposas; pais a
filhos e filhos a pais; patrões a empregados e empregados a patrões.
Ef 6:4 dá uma exortação
muito importante aos pais: "E vós, pais, não provoqueis à ira vossos
filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor".
A palavra aqui traduzida
"disciplina" poderia também ser traduzida "educação". E
note que Paulo não está falando ao pai e à mãe, mas somente ao pai. De quem é a
responsabilidade de educar os filhos? Do pai. Este é o evangelho, a nova aliança.
Mais uma vez, DEUS revela Sua preocupação com o pai. É evidente que, a mãe
trabalhará em conjunto com o pai. Mas a responsabilidade básica e primária
pertence ao pai. Não provoqueis à ira os vossos filhos. É verdade que muitos
pais provocam os seus filhos.
PAULO CITA A AVÓ E A MÃE DE
TIMÓTEO COMO EXEMPLOS DE MULHERES QUE ORIENTARAM SEU NETO/FILHO NO CAMINHO DO
SENHOR, PORTANTO A MÃE NÃO ESTÁ ISENTA DA EDUCAÇÃO DE SEUS FILHOS,
PRINCIPALMENTE QUANDO FOR VIÚVA OU QUANDO SEU ESPOSO FOR DESCRENTE.
Ausência de limites.
Existem limites que não
poderão ser ultrapassados.
A DISCIPLINA (Ef 6.4)
Meios para conseguir a
disciplina
a) O ensino - Dt 11. 18-21;
b) O exemplo - Jo 13.15;
c) A correção - Pv 29. 15,
17.
Base da disciplina:
a) O amor: Ap 3.19; Pv 3.12.
- Segredo da disciplina:
firmeza com amor; amor x controle: filhos saudáveis e respeitosos;
Finalidade da disciplina
a) Obediência - Cl 3.20;
b) Honra: Ex 20.12;
c) Responsabilidade: Lm
3.27;
d) Sabedoria: Pv 29.15.
A AUTORIDADE PATERNAL
E A IGREJA
- Realizar o culto
doméstico, adorando a DEUS com a família.
- Cultivar e estimular no lar a leitura da Bíblia Sagrada.
- Levar a família, cedo, ao ambiente sadio da igreja. ·
- Estar vigilante quanto às "astutas ciladas do Diabo" contra o lar.
- Combater todas as formas de infiltração do materialismo ateu, seja por via da
escola, dos meios de comunicação (TV e internet, principalmente) ou de outras
pessoas. · Levar a família a ocupar-se no serviço do Senhor.
Por esta razão dobro os
joelhos perante o Pai, do qual, toda família nos céus e na terra toma o nome
(Ef 3:14,15).
O apóstolo Paulo está
escrevendo uma carta, e começa esta passagem por uma oração. Não vamos tratar
sobre o assunto da oração, mas a respeito da pessoa a quem ela se dirige. A
palavra traduzida no versículo acima como "família" poderia também ser
"paternidade". No original a palavra grega é "pátria", uma
derivação direta da palavra "pater" que significa "pai".
Portanto, o versículo seria assim: "...o Pai, do qual toda paternidade nos
céus e na terra toma o nome". Desta maneira estamos descobrindo que o fator
originador da família é o pai.
Estes versículos contêm uma
revelação tremenda. A paternidade de DEUS é eterna. Não só é DEUS o Pai de
JESUS CRISTO, mas toda paternidade é derivada e estabelecida a partir do ofício
do Pai na divindade. O ofício de um pai recebe com isto um significado tremendamente
importante. A função de um pai deriva sua santidade, autoridade e importância
do fato dela ser uma projeção aqui na terra da paternidade divina e eterna de
DEUS no céu.
Eu pensava que DEUS só Se
tornava Pai quando eu me tornava Seu filho. Isto não está correto. DEUS é Pai
eternamente. Antes da criação, DEUS já era Pai. Ele é o Pai do nosso Senhor
JESUS CRISTO. O relacionamento de Pai para Filho dentro da divindade é eterno.
Antes que qualquer coisa fosse criada, DEUS eternamente era Pai, e CRISTO era
eternamente Seu Filho (e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz.
Filipenses 2:8).
Desta forma, todo pai,
dentro da criação, recebe seu nome a partir da paternidade eterna de DEUS. Este
fato concede importância e santidade enormes ao ofício de pai. É na realidade,
uma projeção da própria natureza de DEUS para dentro da experiência humana,
aqui na terra e no tempo.
PAIS E FILHOS (BEP da CPAD)
Cl 3.21 “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.”
É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a
disciplina condizente com a formação cristã. Os pais devem ser exemplos de vida
e conduta cristãs, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu
emprego, profissão, trabalho na igreja ou posição social (cf. Sl 127.3).
(1) Segundo a palavra de
Paulo em Ef 6.4 e Cl 3.21, bem como as instruções de DEUS em muitos
trechos do AT (ver Gn 18.19; Dt 6.7; Sl 78.5; Pv 4.1-4; 6.20), é
responsabilidade dos pais dar aos filhos criação que os prepare para uma vida
do agrado do Senhor. É a família, e não a igreja ou a Escola Dominical, que tem
a principal responsabilidade do ensino bíblico e espiritual dos filhos. A
igreja e a Escola Dominical apenas ajudam os pais no ensino dos filhos.
(2) A essência da educação
cristã dos filhos consiste nisto: o pai voltar-se para o coração dos filhos, a
fim de levar o coração dos filhos ao coração do Salvador (ver Lc 1.17).
(3) Na criação dos filhos,
os pais não devem ter favoritismo; devem ajudar, como também corrigir e
castigar somente faltas intencionais e de rebeldia, e dedicar sua vida aos
filhos, com amor compassivo, bondade, humildade, mansidão e paciência (3.12-14,
21).
(4) Seguem-se quinze passos
que os pais devem dar para levar os filhos a uma vida devotada a CRISTO:
(a) Dediquem seus filhos a DEUS no começo da vida deles (1Sm 1.28; Lc 2.22).
(b) Ensinem seus filhos a
temer o Senhor e desviar-se do mal, a amar a justiça e a odiar a iniquidade.
Incutam neles a consciência da atitude de DEUS para com o pecado e do seu
julgamento contra ele (ver Hb 1.9).
(c) Ensinem seus filhos a
obedecer aos pais, mediante a disciplina bíblica com amor (Dt 8.5; Pv 3.11,12;
13.24; 23.13,14; 29.15, 17; Hb 12.7).
(d) Protejam seus filhos da
influência pecaminosa, sabendo que Satanás procurará destruí-los
espiritualmente mediante a atração ao mundo ou através de companheiros imorais
(Pv 13.20; 28.7; 2.15-17).
(e) Façam saber a seus filhos que DEUS está sempre observando e avaliando
aquilo que fazem, pensam e dizem (Sl 139.1-12).
(f) Levem seus filhos bem
cedo na vida à fé pessoal em CRISTO, ao arrependimento e ao batismo em água (Mt
19.14).
(g) Habituem seus filhos
numa igreja espiritual, onde se fala a Palavra de DEUS, se mantém os padrões de
retidão e o ESPÍRITO SANTO se manifesta. Ensinem seus filhos a observar o
princípio: “Companheiro sou de todos os que te temem” (Sl 119.63; ver At 12.5).
(h) Motivem seus filhos a permanecerem separados do mundo, a testemunhar e
trabalhar para DEUS (2Co 6.14—7.1; Tg 4.4). Ensinem-lhes que são forasteiros e
peregrinos neste mundo (Hb 11.13-16), que seu verdadeiro lar e cidadania estão
no céu com CRISTO (Fp 3.20; Cl 3.1-3).
(i) Instruam-nos sobre a
importância do batismo no ESPÍRITO SANTO (At 1.4,5, 8; 2.4, 39).
(j) Ensinem a seus filhos
que DEUS os ama e tem um propósito específico para suas vidas (Lc 1.13-17; Rm
8.29,30; 1Pe 1.3-9).
(l) Instruam seus filhos
diariamente nas Sagradas Escrituras, na conversação e no culto doméstico (Dt
4.9; 6.5, 7; 1Tm 4.6; 2Tm 3.15).
(m) Mediante o exemplo e
conselhos, encorajem seus filhos a uma vida de oração (At 6.4; Rm 12.12; Ef
6.18; Tg 5.16).
(n) Previnam seus filhos
sobre suportar perseguições por amor à justiça (Mt 5.10-12). Eles devem saber
que “todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições”
(2Tm 3.12).
(o) Levem seus filhos diante
de DEUS em intercessão constante e fervorosa (Ef 6.18; Tg 5.16-18; ver Jo 17.1
sobre a oração de JESUS por seus discípulos, como modelo da oração dos pais por
seus filhos).
(p) Tenham tanto amor e
desvelo pelos filhos, que estejam dispostos a consumir suas vidas como
sacrifício ao Senhor, para que se aprofundem na fé e se cumpra nas suas vidas a
vontade do Senhor (ver Fp 2.17).
Como Disciplinar Meu Filho -
limites e regras baseadas na Palavra de DEUS (Valdenira Nunes de
Menezes Silva)
"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não
se desviará dele." (Provérbios 22:6)
Todos estes limites e normas de disciplina podem ser colocados em papéis e
assinados pelos filhos.
Limites familiares
1. Aprender a Obedecer aos Pais
Responder imediatamente
"Sim, papai/mamãe!" e fazer na hora o que foi pedido.
. Não reclamar:
"Não quero fazer isso!" "Tenho mesmo de fazer isto?"
"Será que outro não pode fazer?" "Não é justo!"
. Não aborrecer: "Por favor, por favor, será que não podemos fazer
isto?" "Não posso mesmo ir, mamãe? Não posso
mesmo?"
2. Aprender a Guardar as Coisas de Usar
. Brinquedos no armário
ou na garagem.
. Roupas usadas no
cesto de roupa ou penduradas no guarda-roupa.
. Toalhas no toalheiro.
. Ter um lugar para
cada coisa e cada coisa em seu lugar.
3. Aprender a Fazer as Obrigações
. Arrumar o quarto
antes de ir para a escola.
. Por pratos e talheres
usados na pia após as refeições.
. Depois das aulas: Por exemplo: lição de casa e
estudo de piano, ou inglês,
ou alguma outra importante aprendizagem, antes de brincar tirar o lixo da casa
nos
dias do lixeiro passar; dar
comida aos gatos ou cachorros; levar o jornal, ou a revista, ou alguma coisa
que goste de estar à mão da mamãe.
. Tarefas especiais
quando mamãe ou papai precisarem de ajuda.
4. Aprender Boas Maneiras
. Refeições: tomar
lugar à mesa, cruzar as mãos no colo e não falar antes de dar graças. Mastigar
a comida com a boca fechada. Dizer: "Por favor, passe-me..."
. Quando outros
estiverem falando, esperar uma pausa na conversação e dizer: "Com licença,
papai, posso...?"
. Quando discordamos de alguém, não digo, e sim, procuro aprender,
perguntando: "Como foi que você disse?" ou "Eu sempre pensei
que...."
5. Aprender a Cuidar da Criação Divina: Pessoas e Coisas
Pessoas (a si mesmas):
. Pela manhã: banho, se
necessário; escovar os dentes; arrumar a bolsa para a escola; ouvir música ou
história.
Pessoas (os outros):
. Fazer perguntas - não
discutir
. Brincar com modos -
não brigar
. Orar pelos
"inimigos" - não agredir
. Ser educado e atento
- não vingar (amor e gentileza são dons de DEUS; Ele muda o nosso coração).
Coisas:
. Conservar a casa e a
mobília: não pular ou jogar nas cadeiras, camas, etc.; não jogue bola dentro de
casa e não jogá-la contra as paredes; não subir em árvores pequenas.
Vejamos, agora, algumas perdas e privilégios que podemos aplicar como
disciplina em nossos filhos: sem brinquedos, sem TV, sem cinema, sem lanchar
fora, sem namoro, sem celular, sem sair, sem computador, etc. ...
Não Espere, Verifique
Procure sempre estar
verificando se seus filhos estão cumprindo o contrato que eles prometeram
cumprir.
Há um provérbio de Henry Brandt que diz: "As pessoas fazem o que você
fiscaliza, não o que você espera."
Você vai perceber que depois de alguns anos, eles seguindo estas normas e
limites, vão fazer tudo automaticamente.
Mães, não deixem de orar por esta vitória!
Vejamos, agora, a sexta e última norma:
6- O desenvolvimento do
caráter
Ensine o seu filho Gálatas
5:22-23), decore juntamente com ele, e ore, ore e ore.
"Mas o fruto do
ESPÍRITO é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra estas coisas não há lei." (Gálatas 5:22-23)
Procure mostrar a ele a maturidade que ele poderá ter se tiver todas estas
características. Ensinando isto, você estará tornando o seu filho (a) uma
pessoa cujo caráter agrada a DEUS e aos homens.
Mateus 5:3-10 (as bem-aventuranças) nos diz o seguinte:
3 "Bem-aventurados os
pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; 4 Bem-aventurados os que
choram, porque eles serão consolados; 5 Bem-aventurados os mansos, porque eles
herdarão a terra; 6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque
eles serão fartos; 7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia; 8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a DEUS;
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de DEUS;
10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles
é o reino dos céus."
Filipenses 2:5-8 nos apresenta CRISTO que é um exemplo em nossas vidas:
"5 De sorte que haja em
vós o mesmo sentimento que houve também em CRISTO JESUS, 6 Que, sendo em forma
de DEUS, não teve por usurpação ser igual a DEUS, 7 Mas esvaziou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 E, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz."
Se o caráter de seu filho for entregue nas mãos de DEUS, certamente ele irá
resistir à pressão do grupo que o quer levar a caminhos errados.
"A qualidade íntima de caráter que achamos importante é o que a Bíblia
chama de 'pureza de coração'" Para que seu filho tenha esta "pureza
de coração" em sua vida, é necessário que ele tenha um relacionamento
diário com o Senhor (isto, nós como mães que sempre quisemos o bem de nosso
filho, já fazíamos com ele desde criancinha).
Agora, falemos de nossos filhos adolescentes e de sexo.
Eles têm que aprender de
nós, mães crentes, o que a Bíblia diz sobre o sexo pré-nupcial.
Sou eu, como mãe, que tenho que orientá-los a evitar, por exemplo, carícias
íntimas que podem chegar até a relação sexual antes do casamento.
E isto
é pecado aos olhos de DEUS.
Como mãe, devo mostrar-lhes
as consequências
negativas da prática sexual
antes do casamento:
* Ela acentua imediatamente
nossos desejos de prazer maior e mais frequente.
* Ela excita nossa natureza egocêntrica.
Como dizem as Escrituras,
ela nos dá coração endurecido, insensível. Tornamo-nos menos sensíveis às
necessidades dos outros ao nosso redor, por passarmos mais tempo procurando
meios de ter nossa necessidade sensual atendida. Tendemos a observar a vida como
um meio de estimular nossos próprios sentidos, em vez de amar aos que estão ao
nosso redor.
* A imoralidade também debilita nossa fé em DEUS, porque quanto mais violamos
os limites de DEUS, mais precisaremos racionalizar que 'DEUS não existe' ou que
suas regras não são válidas. Isto pode levar ao questionamento do próprio
criador de tais limites. Assim observei que os que praticam um estilo imoral de
vida têm mais e maiores dúvidas sobre a existência de DEUS.
* A 'liberdade sexual' e a promiscuidade podem na realidade levar a uma
escravidão - escravidão aos nossos sentidos físicos e à impotência. Uma certa
companhia de cigarros tem uma frase-chave que diz: 'Fume este cigarro. Ele
satisfaz.' É uma astuta torcida da palavra satisfazer. Alguém já viu um
fumante que fumasse um só cigarro e ficasse satisfeito? Ele precisa de outro, e
mais outro. O mesmo pode dar-se com a imoralidade sexual."
Alertemos nossos filhos adolescentes! Incutamos em nossas crianças a Palavra de
DEUS, o temor ao Senhor, para que quando crescerem façam exatamente o que a
Bíblia sempre as ensinou durante anos e anos (isto por causa da sua fidelidade
como mãe). Só cabe a nós mães, lermos a Palavra de DEUS, diariamente, com eles,
decorarmos versículos e cantarmos corinhos que louvem, realmente, ao Senhor.
Mães, não esperem que o
professor da Escola Dominical seja o responsável de falar a seu filho sobre
sexo!
Já fui professora dos jovens na Escola Dominical e duas jovens (que nunca foram
orientadas pelos pais) ficaram grávidas quando eu havia acabado de dar uma
série de estudos sobre este assunto tão importante.
Trabalhemos incansavelmente,
visando o futuro espiritual e material de nossos filhos!
"O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o
castiga" (Provérbios 13 :24).
"A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma,
envergonha a sua mãe" (Provérbios 29:15).
Se amamos o Senhor e se amamos o nosso filho, então, temos que obedecer à Sua
Palavra.
Usarmos a vara é, muitas
vezes, uma necessidade benéfica para o nosso filho que resiste, age com
rebeldia e, até mesmo, nos desafia.
Mãe, veja o que diz o Dr. Armand Nicoli: "O principal problema com a
disciplina física é que elas podem ser um desabafo para as frustrações, culpas
ou raiva dos pais."
Até os 10 ou 12 anos a disciplina física é eficaz mas com crianças mais velhas
é mais eficaz a perda de privilégios.
Mãe, "severidade é importante, mas eu diria que, na educação de crianças,
a ênfase deve ser de 45% de severidade com os limites e 55% de relação amorosa.
Junto com o amor incondicional e o apoio aos filhos, pais bem-sucedidos devem
equilibrar este amor com a fixação de regras limites claramente
definidos."
(Estudo baseado no livro de
Gary Smalley "A Chave Para o Coração do Seu Filho")
OBJETIVOS DA LIÇÃO - Após a
aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender que a disciplina
evita a rebeldia.
Discutir a respeito de
alguns exemplos bíblicos de filhos que foram rebeldes.
Conscientizar-se de que
mesmo diante da rebeldia de um filho os pais devem demonstrar um amor incondicional.
))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA
2TR23, NA ÍNTEGRA
Lição 8, Importância Da
Paternidade Na Vida Dos Filhos
Para me ajudar – PIX
3395781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
“E vós, pais, não provoqueis
a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Ef
6.4)
VERDADE PRÁTICA
Quando o padrão divino para
a criação de filhos é negligenciado, as consequências são terríveis para a
família cristã.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Sl 49.3 Falar com
sabedoria
Terça – Dt 6.6,7 Leia a
Palavra de Deus com seus filhos
Quarta – Ef 6.4 Eduque seus
filhos com disciplina
Quinta – Pv 22.6 Ensine o
caminho certo
Sexta – Sl 119.97-99 Ensine
seu filho a amar a Lei de Deus
Sábado – Js 24.15 Eu e minha
família serviremos a Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -
1 Samuel 2.12-17,22; 8.1-3
1 Samuel 2
12 – Eram, porém, os
filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam o Senhor;
13 – porquanto o costume
daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo
alguém algum sacrifício, vinha o moço do sacerdote, estando-se
cozendo a carne, com um garfo de três dentes em sua mão;
14 – e dava com
ele, na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na
marmita; e tudo quanto o garfo tirava o sacerdote tomava para si;
assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló.
15 – Também, antes de
queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que
sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote, porque não tomará
de ti carne cozida, senão crua.
16 – E, dizendo-lhe o homem:
Queimem primeiro a gordura de hoje, e depois toma para ti quanto
desejar a tua alma, então, ele lhe dizia: Não, agora a hás
de dar; e, se não, por força a tomarei.
17 – Era, pois, muito grande
o pecado desses jovens perante o Senhor, porquanto os homens desprezavam a
oferta do Senhor.
22 – Era, porém,
Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o
Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta
da tenda da congregação.
1 Samuel 8
1 – E sucedeu que, tendo
Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel.
2 – E era o nome do seu
filho primogênito Joel, e o nome do seu segundo, Abias;
e foram juízes em Berseba.
3 – Porém seus filhos não
andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e tomaram
presentes, e perverteram o juízo.
Hinos Sugeridos: 50, 131,
558 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a
história das famílias de dois sacerdotes: Eli e Samuel. Veremos que, apesar da
dedicação desses homens ao ministério, seus filhos não seguiram pelo caminho da
fidelidade ao Senhor. Nosso propósito é que, a partir dessas duas histórias
bíblicas, os pais homens reflitam a respeito de suas responsabilidades como
pais cristãos quanto à paternidade bíblica. Há mandamento do Senhor para os
homens quanto à criação de seus filhos.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I)
Apresentar o conceito de paternidade segundo a Bíblia; II) Apontar os tipos de
paternidade que são prejudiciais para a família; III) Destacar a importância e
o valor da paternidade responsável na formação espiritual e moral dos filhos.
B) Motivação: O cuidado da
família, em especial a educação dos filhos, exige muita dedicação, tempo,
compromisso e responsabilidade. Por isso, precisamos refletir e aprender sobre
esse tema. As escolhas de um pai, seus exemplos pessoais e os tipos de relacionamento
que formam com seus filhos podem trazer bons ou maus frutos.
C) Sugestão de Método: Para
introduzir esta lição, inicie uma conversa com a sua turma. Pergunte aos
alunos: “qual foi a importância do seu pai na sua vida? Ou qual a melhor
lembrança que você tem do seu pai?” Após a participação dos alunos, reflita que
o relacionamento que vivenciamos com os nossos pais e com os nossos filhos pode
trazer grande impacto para toda a família. Em seguida, apresente o primeiro
tópico.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Refletir,
ensinar e motivar a prática de uma paternidade responsável é um grande desafio
na atualidade. Infelizmente, alguns pais não assumem a responsabilidade
paterna. Muitas famílias clamam pelo cuidado, ensino e disciplina de um pai presente
e temente a Deus.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos,
entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 93, p.40,
você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao
final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de
sua aula: 1) O texto “Os filhos dos sacerdotes”, localizado ao final do
primeiro tópico, expõe os perfis dos filhos de Eli e de Samuel; 2) O texto “A falta
de disciplina prejudica os filhos”, localizado ao final do segundo tópico,
exemplifica essa verdade na história dos filhos de Eli.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, focaremos duas
famílias que tiveram problemas na formação de seus filhos. Na família de Eli,
seus filhos Hofni e Fineias, sob a conduta negligente de seu pai, tornaram-se
profanos no exercício do sacerdócio. Na família de Samuel, seus filhos Joel e
Abias tornaram-se avarentos e gananciosos, não tendo respeito pelo que
representavam para Israel. A lição mostrará que os pais são os responsáveis
pela boa formação moral e espiritual dos filhos, antes da igreja local e das
instituições educativas.
PALAVRA-CHAVE - Paternidade
I – A PATERNIDADE DENTRO DA
FAMÍLIA
1. A primeira família.
Após a Queda, o primeiro
casal criado, Adão e Eva, inicialmente gerou dois filhos, formando, assim, a
primeira família (Gn 4.1,2). No princípio da humanidade, a figura do pai
definia-se como o líder dentro do lar, responsável por prover alimento e cuidar
da segurança de sua família. O papel da mulher era o de cuidar dos filhos, da
casa e ser a ajudadora de seu esposo. No caso de alguns sacerdotes, o exercício
sacerdotal passava a ser mais importante do que a criação dos
filhos. Eli e Samuel, a despeito da vida ilibada perante Deus e o povo, foram
displicentes com a sua própria família, principalmente, com seus os filhos.
2. A falta de autoridade no
lar.
Os sacerdotes Eli e Samuel
eram homens que exerciam autoridade no serviço sacerdotal, mas foram
descuidados com relação à autoridade no lar. No contexto atual, a história se
repete. Muitos obreiros cuidam bem das coisas espirituais e proveem as suas
famílias, mas falham com suas responsabilidades a respeito da criação dos
filhos. Esse desempenho negativo tem produzido inconsoláveis decepções dos
filhos com seus pais. É possível imaginar dois sacerdotes que ministravam em
Israel no Tabernáculo, mas seus filhos tornaram-se profanos e enganosos perante
toda a congregação de Israel (1 Sm 2.12; 8.13)? Infelizmente, somente seus pais
não percebiam que seus filhos apresentavam problemas de ordem moral e
espiritual. Os velhos sacerdotes exerciam autoridade em todo o Israel, mas não
a exerciam dentro de casa, porque os filhos os enganavam.
3. Os problemas de uma
paternidade ausente.
Na vida da família, os pais
são os responsáveis pela formação moral e espiritual dos filhos. O modo como os
filhos são educados se revela nos seus padrões de comportamento quando se
tornam adultos. Especialistas atestam que a presença da figura paterna é muito
importante para o desenvolvimento do indivíduo. Ela oferece uma espécie de
sustentáculo afetivo. Nesse sentido, a ausência da figura do pai é um problema
grave para a família. Há estudos que mostram o impacto da ausência paterna na
formação dos filhos. O pai cristão é uma referência de segurança para eles, de
equilíbrio, controle das emoções e de estabelecimento de prioridades para a
vida (1 Tm 3.4). Além disso, de modo geral, os pais transmitem aos filhos
valores quanto à bondade, à gentileza, o falar correto, dentre muitos outros.
Infelizmente, quando isso é negligenciado, o resultado pode ser desastroso. No
caso dos sacerdotes em questão, eles não dispensavam tempo para os filhos que
se tornaram rebeldes e profanos.
SINÓPSE I
A paternidade é uma função
que proporciona um sustentáculo afetivo importante para o desenvolvimento da
criança.
Auxílio BIBLIOLÓGICO
OS FILHOS DOS SACERDOTES
“Os filhos maus de Eli (2 Sm
2.12-17). Hofni e Fineias são descritos como filhos de belial e não conheciam
ao Senhor [...]. Nas Escrituras ‘conhecer’ ou ‘não conhecer’ o Senhor
normalmente se refere a um conhecimento pessoal de Deus em adoração e obediência.
Os hebreus não consideravam o conhecimento primeiramente como algo intelectual,
mas sim como algo completamente pessoal. O termo usado significava ‘ter
proximidade de’, em vez de simplesmente ‘conhecer’. Mesmo treinados no ritual e
nas cerimônias do Antigo Testamento e, sem dúvida, familiarizados com as
exigências da lei, esses dois jovens eram maldosos e inescrupulosos em caráter
pessoal [...].
A passagem [de 1 Samuel
8.1-3] sugere que Samuel associou seus filhos consigo mesmo devido à sua
própria idade avançada. Os seus próprios nomes expressavam a devoção que havia
no coração de Samuel: Joel significa ‘O Senhor é Deus’, e a Abias quer dizer ‘O
Senhor é Pai’. Infelizmente eles não corresponderam à esperança que seus nomes
expressavam. Uma ironia semelhança entre os últimos anos de Samuel e de Eli
está descrita no versículo 3. Nos dois casos, os filhos em quem se confiava
provaram ser desleais” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. Rio de Janeiro:
CPAD, 2005, pp.182,193).
II – TIPOS DE PATERNIDADE
EXTREMISTA
Não existe um padrão duplo
quanto às regras morais dentro da família. O padrão ético é um só e a ética
cristã orienta os pais quanto aos cuidados que devem ter na criação dos filhos.
Há, pelo menos, dois tipos de paternidade que devem ser evitados e corrigidos.
1. A paternidade
autoritária.
O pai autoritário trata os
filhos como se fossem elementos neutros, sem sentimentos, sem memória e sem
vontade. Geralmente, a paternidade autoritária é aquela que tão somente dá
ordens aos filhos. Esse tipo de autoridade de imposição sabe apenas manipular
os filhos e exigir deles comportamentos forçados. Os filhos obedecem por medo,
culpa, remorso e rancor. O zelo extremo de certos pais os tem feito perder seus
filhos, que se desviam e, infelizmente, alguns nunca mais voltam à igreja e,
consequentemente, desviam-se da presença do Senhor. Esses pais precisam ouvir e
praticar a Palavra de Deus que diz: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos
filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
2. A paternidade permissiva.
Quando o pai não se importa com os princípios bíblicos e deixa à mercê dos
filhos a liberdade para decidirem sobre o que quiserem, o fim será calamitoso.
Essa paternidade, ou até mesmo a maternidade, é um tipo de tolerância sem freio
algum, que induz a criança até a imaginar que seus pais não as amam e nem se
importam com suas necessidades emocionais e físicas. Ora, o pai permissivo é
aquele que entende que os filhos devem tê-los como exemplo, mas não os corrigem
quando cometem erros e nem os aconselham quando se decepcionam com situações
mais complexas na vida. O sábio Salomão adverte-nos: “Visto como se não executa
logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para praticar o mal” (Ec 8.11).
Os dois tipos de paternidade
são negativos e prejudiciais ao bem-estar da família. A falta de uma
paternidade segura, presente e responsável produz uma família infeliz.
3. Eli criou filhos que se
tornaram profanos.
O texto bíblico diz: “Eram,
porém, os filhos de Eli filhos de Belial” (1 Sm 2.12). A palavra “belial” é um
termo um pouco obscuro, mas o hebraico tem na palavra beliya-al, cujo prefixo
bel e o seu sufixo ya’al podem significar “sem proveito, imprestável, inútil”.
Pode também significar “perversão ou ser pervertido”, e os filhos de Eli foram
homens pervertidos e irreverentes, que não respeitavam as coisas sagradas do
Tabernáculo (1 Sm 2.13-17). É lamentável um pai que tinha uma posição especial
de representação de Deus perante Israel, tornar-se um pai relapso com a
família.
SINÓPSE II
A paternidade autoritária e
a permissiva são prejudiciais à família.
Auxílio VIDA CRISTÃ
A FALTA DE DISCIPLINA
PREJUDICA OS FILHOS
“A lei estipulava que as
necessidades de todos os levitas deveriam ser supridas através dos dízimos do
povo (Nm 18.20-24; Js 13.14,33). Os filhos de Eli abusavam de sua posição de
sacerdotes para satisfazer sua ganância pelo poder, posses e controle. Seu
desprezo e arrogância tanto para o povo como para adoração enfraqueceram a
integridade de todo o sacerdócio.
Eli sabia que seus filhos
eram maus, mas pouco fez para corrigi-los ou impedi-los, mesmo quando a
integridade do santuário de Deus fora ameaçada. Como sumo sacerdote, Eli
deveria ter respondido mediante a correção dos seus filhos (Nm 15.22-31). Não
admira que ele tenha preferido não confrontar a situação. Mas ao ignorar suas
ações egoístas, Eli permitiu que seus filhos arruinassem suas próprias vidas e
as de muitos outros. Existem momentos quando os problemas difíceis devem ser
confrontados, ainda que o processo e as consequências sejam dolorosos” (Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.368).
III – O FRACASSO DE DOIS
PAIS RELAPSOS COM OS FILHOS
1. Omissos para com os
filhos.
O texto de 1 Samuel 2.12
diz: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não conheciam ao
Senhor”. Imaginem um homem dedicado ao ministério sacerdotal por mais de 40
anos, que tinha uma família constituída de, pelo menos, dois filhos, os quais,
convivendo com os trabalhos sacerdotais do pai, “não conheciam ao Senhor”. No
caso de Samuel não foi muito diferente, seus filhos não tinham nenhuma
disciplina, tornaram-se avarentos e profanos. Quando foi confrontado a respeito
do mau procedimento de seus filhos, que foram rejeitados pelos anciãos do povo,
e mesmo sendo muito respeitado por todos, Samuel sentiu-se também rejeitado (1
Sm 8.5,7).
A filosofia de alguns
líderes cristãos, de que a ordem das coisas começa com o ministério e depois a
família, é equivocada. A prioridade dos obreiros cristãos, antes do ministério,
começa com a sua própria casa. O apóstolo Paulo destacou que para que alguém
“deseje o episcopado”, deve, entre outros princípios, “governar bem a sua
própria casa e ter os filhos em sujeição” (1 Tm 3.4). É preciso ensinar a
disciplina para seus filhos, mas para isso é preciso estar presente na vida
deles. Não há disciplina familiar sem a presença dos pais.
2. A isenção de
responsabilidade de Eli e Samuel para com seus filhos.
Sem que esses sacerdotes
exercessem autoridade em casa, seus filhos se tornaram vulneráveis, frágeis e
propensos às fraquezas da carne. Deus espera que os líderes de igreja na
atualidade exerçam sua liderança em casa. Eli e Samuel se isentaram da responsabilidade
para com seus filhos. Da mesma forma, no ministério, o obreiro deve ser um pai
que cuida, principalmente, da própria família (1 Tm 5.8).
Não se pode esperar que os
filhos de líderes sejam punidos ou beneficiados por causa de sua filiação.
Entretanto, seus filhos, antes de tudo, são filhos como outros filhos.”
3. Tratamento inadequado.
Esta lição, inevitavelmente,
não pode fugir do assunto que envolve a relação pública dos líderes da igreja
com seus filhos no ambiente eclesiástico. Não se pode esperar que os filhos de
líderes sejam punidos ou beneficiados por causa de sua filiação. Há uma pressão
natural com a família do pastor por causa da natureza pública de sua função.
Entretanto, seus filhos, antes de tudo, são filhos como outros filhos. São
crianças, adolescentes, jovens e adultos que precisam de cuidados pastorais e
espirituais. Infelizmente, quando não se tem um tratamento sábio com os filhos
de obreiros, alguns problemas podem surgir, pois muitos deles se revoltam,
rebelam-se, não se submetem à liderança como forma de rejeição a esse
tratamento. O modelo bíblico de tratamento adequado passa pelo respeito e
admoestação (Ef 6.1-4).
SINÓPSE III
Todo pai cristão deve zelar
por sua família com dedicação e responsabilidade.
CONCLUSÃO
Os pais são exortados a
ensinar os filhos, conversando com eles e orientando-os para a vida. O líder
que tem consciência de que seu ministério começa na sua casa, será abençoado, e
colherá frutos por ter uma família que serve ao Senhor. Os extremos precisam
ser evitados e os filhos precisam da repreensão que deve ser feita com amor e
cuidado. Deus espera que os pais estejam presentes na formação de seus filhos.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quem eram os filhos de
Samuel?
Joel e Abias.
2. Na vida da família, quem
são os responsáveis pela formação moral e espiritual dos filhos?
Os pais são os responsáveis
pela boa formação moral e espiritual dos filhos.
3. Quais são os dois tipos
de paternidade extremista?
A paternidade autoritária e
a permissiva.
4. Além de ensinar a
disciplina para os filhos, o que os pais devem fazer?
Os pais devem estar
presentes na vida dos filhos.
5. Por que Eli e Samuel se
isentaram da
responsabilidade familiar?
Eli e Samuel se isentaram da
responsabilidade familiar porque não tinham tempo para os filhos.
)))))))))))))))))))))))))))))))))
NÓS TEMOS FILHOS - JAIME KEMP - Editora Sepal
Caixa Postal 7540 - CEP 01064-970 - São Paulo / SP
Tel. (011) 523-2544
“Nós Temos Filhos”, escrito por Jaime Kemp, conhecido conselheiro
familiar, conferencista e autor de doze livros brasileiros sobre a família,
radicado no Brasil há mais de vinte e cinco anos, casado com Judith e pai de
três filhas.
“Nós Temos Filhos” é o resultado da experiência do autor como pai
de três jovens de 23, 21 e 17 anos; de 25 anos de dedicação ao aconselhamento
familiar; de pesquisas sobre a família brasileira e de sua preciosa experiência
em seminários ministrados por todo Brasil.
“Nós Temos Filhos” enfoca questões importantes tais como:
- Como realmente amar seus filhos;
- Como desenvolver autoestima na vida de seus filhos;
- Como manter uma disciplina bíblica, equilibrada, dosada com amor
e firmeza;
- Como criar um ambiente de amor incondicional em seu lar;
- Como repreender seus filhos sem “quebrar-lhes” o espírito;
- Como desenvolver respeito no coração de seus filhos;
- Como comunicar naturalmente uma educação sexual honesta, espontânea,
bíblica, etc.
“Nós Temos Filhos” é um livro claro, objetivo, e bem-humorado,
dirigido aos pais brasileiros e indicado a educadores preocupados em oferecer
uma sólida formação às crianças e assistências aos pais.
Boa leitura!
INDICE
Agradecimentos
Dedicatória
Carta aos Pais
Amor – A Maior Necessidade dos Filhos
Aceitação Incondicional – Um Ingrediente Indispensável
Segurança – Uma Necessidade Básica
Desenvolvendo a Auto – Estima na Vida de Seu Filho
Tal Pai, Tal Filho
Encorajamento – Uma Prática Diária
A Repreensão Correta – Investimento Futuro
Pais Autênticos – Abaixo a Hipocrisia!
Limites –Segurança Para Seu Filho
Quando a Disciplina Falta – Pergunte a Eli
Disciplina – Ousadia e Amor
Disciplina para Bebês – Será Válida?
Coerência na Disciplina – Equilíbrio Emocional
Respeito - Essencial Para um Bom Convívio
Ouvir seu Filho – Quebra de Barreiras
Prometer e Não Cumprir – Frustração e Ira
Ensinando Seu Filho no Caminho do Senhor
Educação Sexual –Vital Na Sociedade Permissiva
Discipulado – Modelo e Dedicação
Estudo Bíblico
12 Passos para seu Filho se Tornar um Delinquente
Avaliação
Bibliografia
CARTA AOS PAIS
Ao escrever este livro preocupo-me com a atual situação do nosso
Brasil; especialmente no que se refere à impunidade e ausência de justiça. O
pobre é cada dia mais prejudicado e o rico mais favorecido, sendo que este, é
raramente punido. Não posso afirmar ter conhecimento de uma única pessoa rica
que, tendo sido presa por corrupção, tenha permanecido na cadeia.
O suborno, a roubalheira, as desigualdades, tudo isso e ainda mais,
me deixam muito triste, indignado e revoltado. Creio que você, que está lendo
este livro, também tem estes mesmos sentimentos.
Pergunto-me: O que o Brasil necessita para tornar-se um país justo
e honesto? Encontrei a resposta na Palavra de Deus. O autor do livro aos
Hebreus, no capítulo 12, versículos 5 a 11 escreveu sobre disciplina e correção
de filhos. O versículo 11 diz que a finalidade de qualquer disciplina é
solidificar a justiça no coração da criança: "Toda disciplina, com efeito,
no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois,
entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto
de justiça." Hebreus 12.11 - (Edição Revista e Atualizada)
Queridos pais, para o Brasil tornar-se o país do futuro, com a
justiça sendo uma de suas bases sólidas é necessário enraizar a justiça de Deus
- não a dos homens - no coração dos nossos filhos, futuro desta nação. É
absolutamente imprescindível acontecer uma transformação radical na mente e
coração do povo. As leis brasileiras não podem criar em cada cidadão um senso
de justiça, nem mesmo assegurar que a punição será executada, pois o
"jeitinho brasileiro" está tão arraigado, apegado à cultura, que
sempre encontra um modo de burlar as leis.
É exatamente por isso, que grande parte deste livro enfocará
disciplina e correção de filhos. Muito depende de você, papai e mamãe! Por quê?
Não é preciso apenas uma disciplina justa, correta e amorosa. Existe algo ainda
mais importante!
Sem dúvida alguma, creio que a maior necessidade dos filhos é ter
modelos a seguir. Não me refiro a modelos encontrados em revistas de moda, nem
nos desfiles apresentados na TV, pessoas bonitas, com cabelos impecavelmente
penteados, corpos perfeitos, peles bem tratadas e posturas elegantes. O
propósito delas é nítido: chamar a atenção do consumidor para algum produto.
Refiro-me, porém, a fornecer exemplos a nossas crianças, adolescentes e jovens
de como a vida deve ser vivida. Como pais, às vezes esquecemos que desfilamos
na passarela da vida ante pequeninos olhos, mostrando-lhes o cotidiano;
como vivê-lo, seus valores. Quer queiramos ou não, estamos no palco
diante de uma platéia que observa atentamente cada um de nossos movimentos.
Essas crianças não pagam entrada, não fazem anotações e nem mesmo têm
consciência de que assistem a um "show". Mas ele está se
desenrolando. Cada dia, crianças, adolescentes e jovens - futuros adultos -
estão sendo ensinados pelos pais, vizinhos, parentes, amigos, líderes da
comunidade, da igreja, do governo.
Analisando nossas vidas como pais, que tipo de valores nossos
filhos têm aprendido? Num momento de franqueza e lucidez, diríamos que muito da
vida nos é oferecido graciosamente, como apanhar uma flor, apreciar um
pôr-do-sol, abraçar uma criança.
Entretanto, nos entregamos a anseios que nos levam a construir
castelos efêmeros e temporários, erguidos com dispendiosos carros, brinquedos
caríssimos, sons de última linha (que amanhã já estarão ultrapassados), etc. É
a valorização do status. Desejamos que nossos filhos cresçam pacientes,
bondosos, tendo consideração pelos outros, porém eles convivem com pais
descontrolados, que esbravejam obscenidades enquanto dirigem no trânsito.
Cremos na integridade, na honestidade e intencionamos ver em nossos filhos
essas qualidades. No entanto, eles sabem que sonegamos o imposto de renda.
Tomamos posição veemente contra drogas, mas em diversos lares as crianças vêm
seus pais anestesiados pelo álcool.
Sonhamos que venham a ter um casamento feliz e harmonioso,
entretanto eles têm que suportar em casa um ambiente de ódio, inveja, ciúme,
competição, palavrões, brigas, incompreensões, explosões e separações.
O que os filhos assimilam em relação às prioridades da vida?
Percebem que não valorizamos relacionamentos familiares como deveríamos,
enquanto dinheiro, realização pessoal e profissional nos obcecam.
O que aprendem sobre moralidade? Ficam frente à TV assistindo horas
de violência, sexo e infidelidade conjugal. Muitos dos próprios lideres de
comunidade e da igreja lhes oferecem o mesmo exemplo. Deus nos ajude, somos
péssimos modelos!
Em Mateus 18.6-7, Jesus advertiu:
"Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos
que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande
pedra de moinho, e fosse jogado na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa
dos escândalos - mas ai do homem pelo qual vem o escândalo.”
O maior impacto que podemos causar na vida de nossos filhos é
através da forma que vivemos.
Muitas vezes, o que transmitimos a eles é: Faça o que digo, mas não
faça o que faço". Isso é errado! Seria correto se, convictos de sermos
bons exemplos (inclusive no que tange a honestidade sobre nossos
erros, assumindo a responsabilidade, pedindo perdão, pois não somos
perfeitos), disséssemos: "Faça o que faço" - como o grande apóstolo
Paulo disse à igreja de Cristo: "Sede meus imitadores, como também eu sou
de Cristo." I Coríntios 11.1. Que assim seja!
Que Deus lhes dê ânimo e coragem no decorrer da leitura e estudo
deste livro, na assimilação de seus conceitos em suas vidas e em seu
relacionamento paternal/filial. O Brasil, neste momento de crise, precisa,
desesperadamente, de filhos de justiça.
Que o Senhor os encha de sabedoria para cumprirem a parte que lhes
cabe.
Abraços, Jaime Kemp
AMOR – A MAIOR NECESSIDADE DOS FILHOS
O Dr. Howard Hendrix, professor do seminário em Dallas, Texas,
influenciou-me sensivelmente. Quero compartilhar com vocês uma de suas
histórias, inesquecível para mim.
Certa noite, quando Dr. Howard saía para fazer uma de suas
palestras, seu filho o chamou. Como estava apressado, disse:
– Agora não posso. Não tenho tempo, pois estou em cima da hora para
meu compromisso.
Dito isso, saiu apressadamente e entrou em seu carro. Mas, quando
dobrou o quarteirão sentiu o Espírito Santo lhe perguntando: "Quando você
terá tempo?"
Então ele voltou e perguntou ao menino:
– O que aconteceu, filho? O que você quer?
– O pneu da minha bicicleta furou. O senhor poderia me ajudar a
trocá-lo?
Dr. Howard tirou o paletó, ajudou seu filho a consertar o pneu
furado e depois de ter terminado entrou em seu carro e partiu para seu
compromisso, já um pouco atrasado.
Uma semana depois, passeando com o filho no parque perguntou
ocasionalmente ao garoto:
– Você me ama?
– Amo, pai.
– Por quê?
– Não sei, não...
Depois o menino pensou um pouquinho e concluiu:
– Sei sim. Amo o senhor, pai, por que o senhor me ajudou a
consertar minha bicicleta.
Dr. Howard Hendrix testemunhava que Deus, com este episódio, lhe
ensinara uma profunda lição: o importante é amar.
Quando você deve amar seu filho?
John M. Drescher em seu ótimo livro: "Agora é a hora de amar
seu filho" (Ed. Mundo Cristão), escreve: "A hora de amar é agora.
Amanhã é tarde demais para balançar o nenê. Amanhã o pequenino não estará mais
fazendo perguntas. Amanhã o escolar não precisará de ajuda com a lição de casa.
Tampouco trará para casa seus amigos da escola e da vizinhança para
participarem das diversões da família. Amanhã o adolescente terá feito suas
grandes decisões e não sentirá necessidade da proximidade pela qual anseia, e
que podemos lhe dar agora. E, amanhã, teremos a intimidade ou o distanciamento
de nosso filho, dependendo de como usarmos agora o tempo com ele."
E como isto é real! Amanhã pode ser tarde demais; quando percebemos
o tempo passou e nossos filhos se tornaram adultos independentes.
Por outro lado, em seu livro "Reality Therapy" (Terapia
da Realidade), o conhecido psiquiatra Dr. William Glasser declara sua crença de
que não existe a chamada doença mental. Glasser alega que os sintomas de desvio
que classificamos como doença mental, são o resultado da frustração de duas
necessidades básicas da vida. Essas necessidades são amar e ser amado. Se uma
delas não for satisfeita, as pessoas tendem a apresentar problemas emocionais.
Nas palavras de Victor Hugo: "A suprema felicidade na vida está na
convicção de que somos amados."
Será que é preciso acrescentar algo sobre a enorme necessidade de
amar e amar agora? Creio que vocês, como pais, concordam comigo que seu filho
anseia, mais do que tudo, ser amado. Mas a questão na qual pretendo me deter, é
como amá-lo da forma mais prática possível.
Entre milhares de maneiras, vou destacar sete:
1. SENDO MODELO DE MARIDO E ESPOSA QUE SE AMAM.
Faço questão de demonstrar amor à minha esposa na presença de
minhas filhas. Se existe algo que desenvolva segurança no coração dos filhos, é
o fato deles saberem que seus pais se amam.
Tempos atrás, em um curso que dei em São Paulo, uma moça me mandou
um bilhete dizendo que jamais se casaria pois nunca tinha visto um casamento
que tivesse dado certo. Ela dizia: "Meus pais brigam
constantemente. Nunca os vi se abraçando ou beijando." Que coisa triste!
Os pais podem errar em muitas coisas, mas se existir amor entre eles, isso
poderá cobrir uma "multidão de pecados".
Tenho, em particular, desafiado os homens. no sentido de que a
maior herança que eles podem deixar a seus filhos é o amor que dedicam à mãe
deles. Creio que uma mulher bem-amada corresponde amando seu marido.
Ao saber que seus pais se amam, a criança se sente segura, estável
e percebe haver na vida um sentimento sagrado cuja perspectiva jamais poderia
obter de qualquer outro modo. A criança que sabe que seus pais se amam, que
presencia expressões de amor de um ao outro, não precisa de muita explicação
quanto ao caráter do amor de Deus ou à beleza do sexo.
Se o amor não é demonstrado em casa, a criança extrai idéias falsas
dos filmes, novelas e revistas veiculadas em nossa cultura, onde impera o sexo.
A criança precisa reverenciar o amor genuíno tendo como modelo o relacionamento
de seus pais.
2. AMÁ-LOS COM AMOR INCONDICIONAL
No livro "Filhos Felizes", do Dr. Ross Campbell (Editora
Mundo Cristão), vemos a seguinte citação: "O
que significa amor incondicional? Amar incondicionalmente é dar
amor ao filho sem levar em conta qualquer outra consideração. Não importa sua
aparência, suas qualidades, defeitos, deficiências. Não importa o que esperamos
que seja e, mais difícil que tudo, não importa como ele aja. Isto não
significa, naturalmente, que sempre apreciaremos seu comportamento. O amor
incondicional significa que amamos nosso filho, mesmo quando, às vezes,
detestamos o seu comportamento."
3. AMÁ-LOS ATRAVÉS DO CONTATO VISUAL
Ainda pequena, a criança estando em pé enxerga apenas os joelhos do
adulto. Ao conversar com ela, tome-a em seus braços ou abaixe-se para que ela
possa olhá-lo(a) nos olhos.
4. AMÁ-LOS ATRAVÉS DO TOQUE
Leon Hammer, um psiquiatra que trabalha com a frigidez sexual da
mulher, comenta sobre o importante papel do pai no desenvolvimento da
sexualidade das filhas: os pais de filhas devem demonstrar apreciação por todos
os aspectos da feminilidade dela:
– cabelo
– corpo
– roupas
– sorriso
– voz
– andar
– gestos, etc.
Devem demonstrar que apreciam abraçá-la e brincar com ela. A
apreciação demonstrada pelo pai determinará como a menina se sentirá na
presença dos homens: bem ou mal.
Existe um conceituado psicólogo em Los Angeles - Califórnia, agora
já um homem idoso, que possui uma ideologia que, ao meu modo de ver, vale a
pena ser considerada. Ele crê que todo ser humano necessita de, pelo menos,
cinco abraços por dia.
Às vezes, os filhos adolescentes demonstram não querer que os pais
lhes façam carinho físico na presença de outras pessoas, especialmente seus
colegas. Nós, pais, precisamos ser sensíveis a isso. Entretanto, certamente
apreciarão tal mostra de afeição quando estiverem sozinhos. Beijos e abraços
muitas vezes têm que ser roubados. O adolescente oporá resistência, mas ao
dizer: "Pai, mãe, não faça isso!", na verdade está querendo dizer:
"Pai, mãe, quero mais carinho ainda."
5. AMÁ-LOS ATRAVÉS DA COMUNICAÇÃO
Os pais precisam constantemente comunicar amor a seus filhos.
Filhos pequenos necessitam muito
de abraços e beijos. Filhos adolescentes, de elogios e
encorajamento. Procuro sempre, quando minhas filhas se arrumam, elogiá-las
dizendo:
– Como vocês estão elegantes!
Sempre brinco com elas falando que precisarei ameaçar os rapazes
com uma espingarda a fim de afastá-los! Dessa forma, além de receberem uma
palavra de carinho, procuro também suprir suas necessidades emocionais, como
todo pai deve fazer. Não gostaria que, por uma carência afetiva, seus corações
fossem roubados por qualquer rapaz (mesmo sendo moreno, de olhos verdes, com
uma potente moto).
E muito menos, que uma delas chegasse em casa com os olhos
vermelhos segurando em suas mãos o resultado positivo de um exame de gravidez!
6. AMÁ-LOS ATRAVÉS DE UMA DISCIPLINA AMOROSA, COERENTE E FIRME
Um casal converteu-se em um de meus seminários Lar Cristão. Tinham
filhos adolescentes com 17, 15, 14 e 12 anos. Quando estudamos sobre criação e
disciplina, reconheceram que haviam feito tudo errado e julgavam ser tarde
demais, pois seus filhos já estavam grandes.
– O que faremos? Como discipliná-los agora, nessa idade?
Tinham aprendido os conceitos sobre o uso da vara, mas não sabiam
se era recomendável usá-la em seus filhos adolescentes. Aconselhei que
orássemos buscando orientação de Deus. Sugeri que reunissem os filhos,
contassem o que acontecera e avisassem que dali por diante, todos se
relacionariam de maneira diferente.
Avisei-os que seriam testados sobre a seriedade do aviso. A reunião
foi feita e, uma semana depois, o filho mais velho que também era bem mais
forte que o pai, o desobedeceu. Ao contar-me a história, o pai disse que
tremendo e temendo, mandou seu filho para o quarto esperá-lo. Pouco depois, foi
até lá. O rapaz o aguardava. Conversou com ele, verificando se sabia o que
fizera de errado e então lhe disse para abaixar-se em uma cadeira.
Tirou então a cinta e desferiu dez cintadas no traseiro do jovem. O
filho virou bruscamente. O pai pensou: "Agora ele vai querer revidar e eu,
provavelmente é quem vou apanhar!" Mas, o rapaz o abraçou e chorando
disse:
– Obrigado, papai. Há tempos que eu precisava disto!
Sim, eu sei, pais... Nem sempre será assim. Mas nesse caso, as
coisas se sucederam como relatei vindo a servir de ilustração ao conceito que
quis enfocar.
7. AMÁ-LOS DANDO DE SEU TEMPO E ATENÇÃO
Muitos pais estão ocupados demais, envolvendo-se totalmente no que
diz respeito à realização profissional e negligenciando as necessidades de seus
filhos.
Talvez você já tenha ouvido a história do filho de um pastor que,
não conseguindo comunicar-se com o pai, telefonou para a secretária da igreja
marcando
um horário para aconselhamento! É triste quando um filho precisa
chegar a esse ponto!
É importante que haja encontros pré-esta-belecidos com seus filhos,
mas devemos lembrar que a comunicação também deve ocorrer de forma espontânea e
natural, extrapolando as formalidades. Nem sempre uma hora marcada resolve o
problema.
Até hoje me lembro de um "poster" que vi certa vez, cuja
paisagem muito me impressionou. Eram montanhas altas e um lago de águas
cristalinas, bem calmo e tranqüilo. Em segundo plano havia um barquinho com
duas pessoas dentro dele e duas varas de pesca com as linhas estiradas na água.
No canto direito inferior, havia os seguintes dizeres:
"GASTE TEMPO". Concluí então que se tratava de pai e
filho.
Pai, quando foi a última vez que levou seu filho para passear?
Se quisermos ser os pais que Deus planejou que fôssemos
precisaremos reorganizar nossa agenda, pois... os filhos precisam de nós.
Será que reconhecemos esse fato e estamos prontos para tomar as
medidas necessárias? Deus dará força e sabedoria quando você der esse passo em
direção a seus filhos.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO:
1. Você tem certeza que seus filhos sabem que você os ama?
SIM ( ) NÃO ( ) NÃO SEI ( )
2. Dialogue com seu grupo sobre a seguinte declaração: "A
melhor herança que um pai pode dar a seu filho(a) é amar a mãe dele."
3. O seu amor por seu filho(a) é "condicional" ou
"incondicional"? Explique ao grupo sua resposta.
4. Você já se deteve para avaliar quanto tempo passa junto com cada
filho durante a semana?
5. Nas últimas 24 horas você, de alguma forma, transmitiu a seu
filho(a) que o ama? De que maneira?
6. O ambiente em seu lar é envolvido pelo amor?
7. Quando você está conversando com seu filho(a), costuma olhar bem
nos olhos dele, dando-lhe toda sua atenção?
8. Você ama seu filho (a) fisicamente, isto é, você o(a) abraça,
beija, acaricia? Se sua resposta for NÃO, justifique.
9. Você sente dificuldade em demonstrar carinho físico ao seu
filho(a)? Se a resposta, for SIM, justifique.
10. Você tem a tendência de presentear demasiadamente seus filhos
ao invés de dar-lhes seu tempo, esforço, amizade e carinho? Se sua resposta for
SIM, por que acha que dá presentes a eles?
ACEITAÇÃO INCONDICIONAL – UM INGREDIENTE INDISPENSÁVEL
Filhos bem ajustados são aqueles que crescem em um ambiente de
aceitação total. Deixe-me explicar melhor: É transmitir claramente aos filhos
que, independentemente de sua atuação, atitude, idade, comportamento, erros,
etc., você os ama.
A aceitação "diz" o seguinte:
"Amo você apesar de tudo. Não importa o que faça, diga, nem
sua aparência, você será sempre amado e aceito."
Isso é essencial para que tenham segurança. Filhos que
constantemente precisam provar seu valor ou lutar para conseguir aceitação dos
pais tornam-se pessoas inseguras e desanimadas.
Após uma de minhas palestras, um jovem aparentando aproximadamente
16 anos veio conversar comigo. Pude perceber pelo seu semblante que estava
muito triste e desanimado. Era fácil observar o desapontamento em seu olhar.
Ele compartilhou suas lutas, ou melhor, seu quase desespero em relação a
múltiplos e diferenciados sentimentos de inferioridade. Após ouvi-lo por algum
tempo perguntei:
- Como é seu relacionamento com seu pai?
Ele abaixou a cabeça imediatamente. Percebi então que estava para
chorar. Ao fitar-me novamente, respondeu com lágrimas nos olhos:
- Meu pai, ah meu pai! Se eu pudesse ter um relacionamento com ele!
No entanto, o fato é que nem ao menos conseguimos dialogar decentemente. Nunca
nos demos bem e simplesmente não
somos amigos.”
“Que situação triste!" pensei comigo mesmo. Fiquei penalizado,
pois sabia que uma das causas básicas daqueles terríveis sentimentos de
inferioridade estava diretamente relacionada à falta de aceitação do pai.
Uma das maiores necessidades da criança, e em especial do
adolescente, é a segurança de uma relação de aceitação e amor por parte dos
pais; é fundamental que estes reconheçam o profundo anseio dos filhos por
sentirem um total e incondicional sentimento de aceitação. Quando não há esta
relação saudável, o filho cresce com uma autoimagem distorcida. A autoestima
diz respeito à convicção pessoal de que somos úteis e temos valor. Tenho
observado uma grande incidência desse problema em meio à juventude. A carência
de afirmação, aceitação, comunicação e amor por parte dos pais, resulta em
desequilíbrio emocional para o jovem, ocasionando-lhe consequências desastrosas
no futuro.
Desejo ilustrar este quadro através de um personagem quase
desconhecido do Velho Testamento. Seu nome é Jefté, um dos juízes de Israel. A
Bíblia relata sua triste história em Juízes 11.1-3:
"Era então Jefté, o gileadita, homem valente, porém filho duma
prostituta: Gileade gerara a Jefté. Também a mulher de Gileade lhe deu filhos,
os quais quando já grandes, expulsaram a Jefté e lhe disseram: Não herdarás em
casa de nosso pai, porque és filho doutra mulher. Então Jefté fugiu da presença
de seus irmãos e habitou na terra de Tobe; e homens levianos se ajuntaram e com
ele saíam." – (Edição Revista e Atualizada)
É fácil notar que o jovem Jefté enfrentava uma crise de identidade:
– Possuía um pai infiel - quantos jovens carregam profundas marcas
provocadas pela infidelidade dos pais! Não podemos imaginar a dimensão da
influência dos pais na vida dos filhos através de comportamentos positivos ou
negativos.
– Tinha uma mãe prostituta - decerto uma situação constrangedora
para qualquer rapaz em qualquer época ou cultura.
– Havia sido criado em um lar onde todos o rejeitavam. Jefté nunca
experimentara o confortante sentimento de ser aceito, querido e amado.
– Vivia em um lar dominado pelo ressentimento e por isso tinha um
coração amargurado.
Um alerta aos pais: se seus filhos vivem em um ambiente de
críticas, serão críticos. Se em um ambiente de ódio, terão o coração repleto de
ódio.
Jefté foi expulso de casa pelos próprios irmãos. Em sua busca de
aceitação e identidade deparou-se com um grupo de pessoas que o aceitou e com o
qual passou a se relacionar, sentindo-se então importante e, quem sabe, até
amado.
Porém a Palavra de Deus afirma que aquele grupo de homens era
leviano. A "máfia de Tobe". Essa história repete-se em milhares de
lares. A necessidade de afirmação e aceitação do jovem é intensa. Se tal
carência não for suprida no lar, por certo ele procurará satisfazê-la em outro
lugar, através de qualquer outro grupo. Não me refiro somente aos não
evangélicos; lamentavelmente, isso ocorre em meio à família de Deus. Até filhos
de pastores e missionários têm se tornado motivo de escândalo para os pais.
Por que uma menina, filha de pastor, torna-se lésbica? Ou um jovem
criado na igreja desvia-se dos princípios de seus pais?
Certamente as razões são inúmeras, mas creio que grande parte dos
jovens jamais ouviu algo como: "Querido filho, você sempre será amado e
aceito por nós, seus pais, independentemente de sua atitude ou
comportamento. Nós o amamos e queremos o melhor para a sua
vida."
Para concluir, quero deixar algumas observações práticas:
1. Todo filho necessita de carinho e atenção. Qual foi a última vez
que você disse a sua filha, abraçando-a: "Querida, eu te amo!" - ou
ao vê-la com um vestido novo, exclamou: "Como você está bonita!"
2. Na relação pai-filho, há uma necessidade premente e inadiável de
manter as linhas de comunicação abertas, em especial com adolescentes de 11 a
17 anos.
3. Seja honesto! Lembre-se, você não é perfeito. Muitos pais
colocam a máscara da perfeição. Parecem estar afirmando: "Sou perfeito,
nunca falho com você. Seja como eu sou!" Ao agirem assim frustram a
criança. Esta atitude contribui para que ela não tenha sentimento de aceitação.
Quero lhe revelar um segredo: filhos não esperam de nós perfeição, mas
honestidade, transparência e disposição de dizer: "Filho, eu estou
errado."
4. Os filhos precisam de tempo e espaço para suas próprias
decisões. Necessitam de tempo para desenvolverem suas convicções. Convicções
pessoais são muito mais duradouras do que as impostas pelos pais.
5. Lembre-se: aceitação é uma terapia curadora.
Só quando a criança sente aceitação dos pais pode sentir-se aceita
pelos outros e por Deus. Cada criança é única, singular, assim como suas
impressões digitais.
Aceite seu filho e aprenda a apreciá-lo por ser a pessoa especial
que é. Há tanto a apreciar em uma criança! A hora de estimulá-la, incentivá-la,
elogiá-la, aceitá-la é em meio às suas atitudes corriqueiras e não depois de
colocá-la na cama ou quando já se tornou um adulto e não convive mais com você.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO:
1. Você, como pai/mãe já pressionou seu filho(a) para que ele
realizasse os sonhos que você tem para ele?
2. De seu ponto de vista, qual a diferença entre pressionar seu
filho(a) para que ele(a) realize os seus sonhos quanto ao futuro dele(a) e
incentivá-lo(a) a desenvolver as habilidades, talentos e dons que Deus lhe deu?
3. Você aceita seu filho(a) pelo que ele(a) é ou por aquilo que
ele(a) realiza ou desempenha?
4. Você já comparou um filho(a) com o irmão(ã) ou com outra
criança? Se sua resposta for sim, você já parou para pensar que pode ter
prejudicado muito esse filho tomando tal atitude?
5. Você faz mais elogios ou críticas a seu filho(a)? Você o
incentiva mais ou repreende mais?
6. Na presença de outras pessoas, você trata seu filho(a) com
cortesia, como costuma tratar seus amigos?
7. Você confessa seu erro ou reconhece suas atitudes negativas
quando agiu dessa forma diante de seu filho(a)?
8. Seu filho(a) tem liberdade e sente prazer em trazer seus
amigos(as) para casa?
9. Você tem dificuldade em aceitar incondicionalmente seu filho por
ele possuir um comportamento inaceitável? Em caso positivo, como equilibrar a
situação? Compartilhe com o grupo.
10. Compartilhe com seu grupo, maneiras concretas pelas quais os
pais podem transmitir à criança que ela é amada e aceita incondicionalmente.
SEGURANÇA – UMA NECESSIDADE BÁSICA
Já era muito tarde e o vento frio fazia com que eu apressasse os
passos para chegar logo em casa.
Ao chegar fui, como sempre, diretamente até a cozinha vasculhar a
geladeira em busca de algo gostoso para matar a fome.
Enquanto preparava um sanduíche, vi sobre a mesa um bilhete para
meu pai. Percebi que ele não chegara, pois se estivesse em casa já teria lido e
guardado o bilhete. A letra era de minha mãe. Não resisti e levado pelo impulso
do momento, resolvi ler:
"Jim, decidi não o esperar pois já é muito tarde. Porém, tenho
urgência em dizer-lhe algo. Sei que você já não me ama mais e isto tem me
entristecido e feito sofrer."
Fiquei atônito! O apetite desapareceu como por encanto. Pensei que
tudo não passasse de um engano, mas as brigas que eu já presenciara por anos e
anos e a preocupação de assistir o relacionamento dos dois se deteriorando dia
a dia, me diziam que tudo era bem real.
O choque foi violento! Foi como se eu tivesse sido atingido
diretamente no queixo por um fortíssimo golpe desferido por um experiente
lutador de boxe. Foi isso que senti quando descobri que o amor que unira
meus pais haviam se acabado. Eu já era quase homem feito, mas a
segurança que possuía em mim e no fato de fazer parte de uma família, foi
imensamente abalada daquele dia em diante.
Tenho absoluta certeza de que, se meus pais não tivessem se
divorciado, minha história de vida e a de meus irmãos teriam sido bem
diferentes. Muitos desatinos com os quais me envolvi poderiam ter sido
evitados. A segurança dos filhos está, em grande parte, relacionada ao fato de
saberem que seus pais se amam.
Vocês podem evitar que seus filhos sofram um golpe tão arrasador
que, como eu e tantas outras milhares de crianças, adolescentes e jovens já
tivemos de suportar!
Saibam que seus filhos precisam de:
1. Pais seguros;
2. Pais que se amem e demonstrem esse amor;
3. Pais "presentes" em suas vidas;
4. Pais estáveis, que estabeleçam raízes e permaneçam por alguns
anos vivendo no mesmo local;
5. Pais que disciplinem amorosa, firme e coerentemente;
6. Pais que dêem amor através do contato visual, físico e de uma
atenção concentrada;
7. Pais que não os critiquem constantemente;
8. Pais que não sejam excessivamente protetores;
9. Pais que estabeleçam limites e os comuniquem cuidadosamente a
eles;
10. Uma família unida.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO:
1. Você, como pai/mãe, sente-se livre para demonstrar carinho mútuo
diante de seus filhos, inclusive com beijos e abraços? Se a resposta for NÃO,
justifique
2. Na última semana, você dispensou, no mínimo, uma hora de seu
tempo a cada um de seus filhos, dando-lhes toda atenção? SIM ( ) NÃO ( ) Se a
resposta for NÃO, você é capaz de identificar o motivo?
3. Nos últimos oito anos, sua família já mudou? (de bairro, cidade,
estado ou país?) Se foram mais de três vezes, você avalia o prejuízo que essas
mudanças possam ter causado na vida de seus filhos?
Compartilhe com os membros de seu grupo, a importância de
estabelecer algumas raízes, tradições, em sua família.
4. Você, pai/mãe, tem por hábito estabelecer tarefas e
responsabilidades domésticas para seus filhos? SIM ( ) NÃO ( )
Quando eles a cumprem, costuma elogiá-los? SIM ( ) NÃO ( )
De seu ponto de vista, o elogio é importante, ou não, no
desenvolvimento da segurança pessoal de seu filho? SIM ( ) NÃO ( )
5. Você confirma constantemente seu amor por seu filho através de:
a. contato visual
b. contato fisico
c. elogios
d. atenção concentrada
6. Você estabelece limites/regras e as comunica cuidadosamente a
seus filhos? SIM ( ) NÃO ( )
DESENVOLVENDO A AUTOESTIMA NA VIDA DE SEU FILHO
Minha esposa Judith é uma pessoa extremamente criativa. É uma pena
que eu tenha percebido isso somente depois de estarmos casados há dez anos. Ela
é muito hábil e caprichosa. Faz croché, borda, faz cortinas, tapetes, enfim,
uma infinidade de trabalhos manuais. Mas, um de seus maiores talentos é a
pintura em tela e porcelana. Nossa casa está ornamentada por suas lindas obras.
Porém, certa vez, ela pintou um prato que passou a ter um significado
importante para nossa família. A borda era repleta de flores que serviam para
destacar a frase "VOCÊ É MUITO ESPECIAL!" Ele tornou-se famoso para
nossas filhas, pois toda vez que uma delas tirava uma boa nota na escola,
aniversariava ou sobressaia por qualquer motivo, era com ele que fazia sua
refeição. Enquanto o restante da família comia em pratos comuns, uma delas
orgulhava-se por ser "muito especial". E todos nos alegrávamos
juntos.
Desenvolver a autoestima é prioritariamente uma responsabilidade
familiar. Se não acontecer no lar, provavelmente não ocorrerá em nenhum outro
lugar. Ela não será cultivada na sala de aula, na vizinhança ou
no emprego. Mesmo os amigos mais chegados, muitas vezes falham em
transmitir o encorajamento necessário.
Se nós, pais, pretendemos ser coerentes, perseverantes e firmes na
disciplina, como é adequado que sejamos, conforme citei em outro capítulo deste
livro, é essencial sabermos equilibrá-la com a autoestima e nos comprometermos
a desenvolvê-la na vida de nossos filhos.
Está comprovado por pesquisas e experiências que a pessoa que,
desde a infância desenvolveu uma correta autoestima, tem mais chances de ser
bem sucedida do que aquela que oscila de um problema de autoimagem para outro.
Mas, afinal de contas, o que é autoestima? É o sentimento que a
pessoa nutre por si mesma. É seu autojulgamento. É o fato dela amar-se ou não. Autoestima
não é orgulho, convencimento ou vaidade. É um senso de auto valor, auto
respeito. Orgulho é nada mais, nada menos do que uma máscara, uma capa colocada
para esconder a inferioridade.
Dorothy Corkille Briggs, em seu ótimo livro "Your Child's
Self-Esteem" (Seu Filho e a Auto-Estima - ainda não traduzido –
Garden-City, NY Dolphin Books Edition, 1975, pp 2-3) diz:
"O julgamento que seu filho faz de si mesmo influenciará o
tipo de amigos que escolherá, como se relacionará com outras pessoas, o tipo de
pessoa com
quem casará e finalmente, seu grau de produtividade. A autoestima
afetará sua criatividade, integridade e até se ele será um líder ou um
liderado. Seus sentimentos de autovalor formarão o centro de sua personalidade
e determinarão a utilização de suas aptidões e habilidades. A sua atitude para
consigo mesmo está diretamente relacionada à todas as outras esferas de vida.
De fato, a autoestima selará o fracasso ou o sucesso da criança como ser
humano."
Creio que posso afirmar sem receio de errar que o maior presente
que podemos oferecer a nossos filhos é ajudá-los a gostarem de si mesmos. Se
seu filho atingir os dezoito, vinte anos, tendo recebido esse magnífico
presente, isto é - ele sabe quem é, conhece sua posição como filho de Deus, tem
a confiança em si mesmo e o amor próprio desenvolvidos equilibradamente –
vocês, como pais, poderão deleitar-se na felicidade de seu filho. Poderão tomar
todas suas refeições no prato reservado às pessoas especiais pelo resto de suas
vidas.
Será que a Palavra de Deus tem algo a dizer sobre o assunto?
Vejamos Mateus 22.36-39:
"Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de todo
o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo semelhante
a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo."
Se eu não amar a mim mesmo, será que posso amar a Deus de todo
coração e também as outras pessoas? O amar a Deus e a meu próximo está ligado
ao meu amor por mim mesmo.
A passagem bíblica que consultaremos agora é Efésios 5.25-29:
"Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a
igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a
lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa,
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim
devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos.
Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua
própria carne; antes a alimenta e cuida, como também o Senhor à igreja." (Bíblia
Sagrada - Edição Revista e Corrigida).
Esposa, você já sentiu o desejo de que alguém ensinasse seu marido
a realmente amá-la? Claro, esta deve ser uma de suas grandes necessidades
íntimas. No entanto, antes dele aprender a amá-la, ele tem que aprender a amar,
aceitar e dar valor a si mesmo.
Quando uma pessoa é insegura, está continuamente preocupada consigo
mesma e não consegue prestar atenção aos que a rodeiam.
É necessário estarmos bem seguros de quem somos para nos
libertarmos dos falsos sentimentos de inferioridade e podermos nos concentrar e
amar as outras pessoas que estão à nossa volta.
Nossos lares estão repletos de gente que não se ama e não se
valoriza. Gente que se sente inútil, desnecessária, a quem os outros
simplesmente toleram. Porém, a Bíblia afirma: "Porque nunca ninguém
aborreceu a sua própria. carne; antes a alimenta e cuida, como também o Senhor
à igreja."
Deus está dizendo, através do apóstolo Paulo, que ninguém que
possua uma mensagem sã e equilibrada, se odeia. Se ele se ama, isto é,
"sua própria carne", fará duas coisas: "alimentará" e
"cuidará". Nestas duas palavras encontramos a chave da autoestima. O
que elas significam?
A palavra "alimenta" significa tirar de dentro de si. É
como se fosse um enorme jardim, enfeitado por diversas e variadas flores, de
onde eu escolho uma e a colho para mim. O que, então, Paulo tentou comunicar
aqui? O marido deve ser sensível, suficientemente observador para enxergar as
habilidades e aptidões da esposa e saber colher do fundo do seu coração aquela
flor mais linda e ajudá-la de todas as formas para que essa flor desabroche. A
mesma palavra grega é empregada em Efésios 6.4: "Pais... criai-os na
disciplina.." Paulo nos desafia a tirarmos de nossos filhos o respeito à
autoridade. É
tarefa dos pais saber desenvolver na vida de seus filhos uma
disciplina correta que provoque em seus corações um desejo de submeter-se às
autoridades.
A segunda palavra no versículo 29 de Efésios capítulo 5 é
"cuida". Ela é utilizada apenas duas vezes em todo Novo Testamento,
neste versículo e em 2 Tessalonicenses 2.7. Nesse trecho, Paulo descreve seu
estrito relacionamento com seus filhos na fé. Entre outras coisas, a Palavra
diz: "... qual ama que acaricia os próprios filhos...” A palavra grega
significa, literalmente, esquentar, dar calor. É a figura de uma galinha com
suas asas abertas, prontas para receber seus pintinhos, sua ninhada e dar-lhes
calor e proteção. Ela reconhece o valor de cada filhotinho sob suas asas, de
como aquele abrigo é essencial para eles. Então, oferece seu conforto.
Nos relacionamentos familiares, os pais devem constantemente
observar, procurando ser sensíveis aos talentos, habilidades, aptidões e dons
de seus filhos, "alimentar" – colher de dentro deles "a
flor" mais linda – e "cuidar" – ajudar "essa flor" a
desabrochar. O filho é aquecido e protegido para, por si, descobrir: "eu
tenho talento", "tenho habilidades", "sou uma pessoa de
valor!"
Para enfatizar o que acabo de expor, vou ilustrar este conceito com
um acontecimento real. Para isso, nada melhor do que minhas próprias filhas.
Quando Melinda era bem pequenina (ela outra vez?!?) e mal conseguia
alcançar as teclas do piano, me surpreendeu agradavelmente. Um dia, entrei na
sala de repente e admirado a ouvi tocando "Maria tinha um
carneirinho". Fiquei muito intrigado, imaginando quem a teria ensinado a
tocar aquela música. Percebi imediatamente que Deus lhe dera um talento
musical. Coube a mim e a Judith, como pais, colher dentro dela esta flor
maravilhosa e ajudá-la a desabrochar. Quando Melinda chegou à idade apropriada,
a colocamos em uma escola de música para estudar piano, violão e flauta, o que
ela aprendeu com muita facilidade.
Então, empolgados com o resultado obtido com a filha mais velha,
tentamos "empurrar" Marcia para aprender violão. Desastre total!
Depois de algumas sofridas lições (para ela e para seu professor), entendemos
que o mais sábio seria desistir. O problema não era dela, mas nosso que não
fôramos sensíveis às habilidades e talentos que Deus lhe presenteara e
procuramos fazê-la seguir as pegadas de sua irmã. Seu interesse verdadeiro
estava na equitação. Ela sempre gostara de montar e queria competir. Assim que
teve a chance, ganhou diversas medalhas.
Sempre que possível, eu a acompanhava e sentava na arquibancada
observando atentamente tudo o que acontecia. Na preparação para a prova, o
professor dava todas as instruções necessárias às alunas, mas Márcia estava
sempre batendo papo e não prestava atenção a nada. Temeroso por seu desempenho
na competição, eu "berrava" lá de cima:
– Márcia, preste atenção!!
Nada! No entanto, na hora da prova, Márcia era perfeita! Ao final,
orgulhoso, sorridente e feliz, o "pai coruja" que assumo ser,
entregava pessoalmente à filha uma merecida medalha diante de uma pequena
multidão que a aplaudia.
E foi através da equitação, e seu sucesso na mesma, que Márcia
desenvolveu um senso de auto–valor.
SINAIS DE UMA AUTO-IMAGEM NEGATIVA – ALGUMAS MÁSCARAS
1. Vou me retrair –- sou um "João–Ninguém"
2. Vou brigar para me impor – o briguento
3. Serei um palhaço
4. Eu me adaptarei
Quando você possui uma saudável e confiante autoestima, é capaz de
amar e dar-se a outros. É capaz de colher do íntimo dessa pessoa o melhor que
ela possui. Poderá focalizar sua atenção para o melhor de seu filho, sua filha,
e, ao invés de aborrecê-lo(a), manipulá-lo(a), cobrá-lo(a), procurará descobrir
suas habilidades e talentos latentes e incentivar, estimular seu
desenvolvimento. Amigos, esse é o melhor modo para encorajar a autoimagem de
seus filhos.
Espero que, após esta conversa, eu tenha conseguido passar a
importância daquele prato "Você é Muito Especial", citado no início
do capítulo.
Recomendo a leitura cuidadosa de um excelente livro, o qual reputo
como melhor do gênero, "Esconde-Esconde", do Dr. James Dobson
(Editora Vida), onde estão alistadas 9 estratégias para desenvolver o amor-próprio
nas crianças.
Quero concluir este capítulo com algumas sugestões bem práticas:
1. Não critique seu filho(a)
2. Ouça atentamente suas preocupações, indagações e observações.
3. Dê-lhe gradativamente o privilégio de escolher.
4. Oportuna e ocasionalmente, deposite nele sua confiança,
encorajando seu sentimento de dignidade.
5. Respeite suas opiniões, mesmo que sejam diferentes das suas.
6. Passe tempo com ele. Planeje atividades saudáveis e divertidas
para desenvolverem juntos.
7. Dê-lhe responsabilidades, tarefas domésticas, e supervisione seu
cumprimento.
8. Apresente-o a seus amigos.
9. Ajude-o a aprender a tomar suas próprias decisões, a desenvolver
suas convicções e estabelecer seus valores pessoais.
10. Dê liberdade para que fale por si mesmo.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO:
1. O autor compartilhou sobre como o prato "Você é Muito
Especial" foi usado em seu lar para desenvolver autoestima em suas filhas.
Você teria algo
para compartilhar nesse sentido? O que tem utilizado em sua
família? Compartilhe com seu grupo.
2. O que você acha da colocação, feita pelo autor, de que uma
pessoa com autoestima correta desde a infância, terá mais chances de ser um
adulto bem sucedido do que aquela que oscila de um problema de autoimagem para
outro?
3. O que você pode dizer a seu filho que poderá aumentar seu senso
de valor? Pense em algo que poderia confiar a seu filho a fim de demonstrar a
confiança que nele deposita.
4. Você ouve atentamente as preocupações, indagações e observações
de seu filho(a)?
5. Você respeita as opiniões de seu filho(a), mesmo que sejam
diferentes das suas?
6. Por que respeitar as opiniões do filho pode ser importante no
desenvolvimento de sua autoestima?
7. Você dá, gradativamente, a ele(a) o privilégio de escolher?
8. Você apresenta seu filho(a) a seus amigos?
9. Você passa tempo com seu filho(a)? Planeja atividades saudáveis
e divertidas para desenvolverem juntos?
10. Você ajuda seu filho a aprender a tomar suas próprias decisões,
a desenvolver suas convicções e estabelecer seus valores pessoais?
TAL PAI, TAL FILHO
Deus constituiu os pais como principal autoridade na vida dos
filhos. Não sei se a maioria se apercebe da grande responsabilidade que tem
sobre si. Eles são canais para transmitir os valores, a verdade, os atributos e
a vontade do Senhor aos filhos.
Como é importante os pais estarem em comunhão com Deus e conhecerem
Sua Palavra para assim guiarem seus filhos em Seu caminho. Porém, quando um pai
dá uma ordem a seu filho sem ele mesmo ser exemplo estará utilizando sua
autoridade de maneira imprópria. Se os pais mantiverem um exemplo firme, consistente,
se tornará mais fácil para o filho obedecer.
Como já citei no início do livro, na Carta aos Pais, estes
encontram-se no palco da vida onde os filhos são a plateia. Diariamente,
desenrola-se diante de pequenos olhos observadores uma espécie de
"show" que pode ter efeito positivo ou negativo. Quando os pais
dizem: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", estão
exigindo determinado comportamento que eles próprios não demonstram.
Uma das formas de aprendizado é a imitação. Ela abrange todas as
áreas da vida. Postura, hábitos, vocabulário, atitudes, tom da voz, são
imitados. A
influência mais poderosa na educação infantil é a imitação.
Quando minha filha Melinda era pequena, eu costumava sentá-la em
meu colo e desenhar uma casinha. Janelas com cortinas, chaminé, flores no
jardim, etc. Poucos anos depois, assim que aprendeu a segurar um lápis e dar
forma a seus desenhos reproduzia fielmente aquela mesma casinha. Até mesmo um
simples desenho feito na intenção de entretê-la era suficientemente importante
para que ela imitasse.
Os pais jamais devem fazer algo que não desejem que seus filhos
imitem. A avaliação do certo e do errado da criança dependem dos laços
emocionais existentes entre ela e seus pais. O que fazem é mais importante do
que aquilo que dizem ou mesmo do que os limites estabelecidos, pois os filhos
imitam os pais em seus defeitos ou qualidades.
A melhor ilustração que poderia dar sobre este assunto vem da
experiência de minha esposa Judith com nossas filhas. Este próximo texto estará
sendo narrado por ela:
"Certo dia gastei longas horas confeitando um bolo; demorei
demais, pois queria que todos pensassem que eu realmente sabia como fazê-lo. O
resultado não foi perfeito mas eu estava orgulhosa da minha obra. Enquanto
lavava a louça do glacê dei uma olhada para o bolo e peguei minha filha
Melinda, que
tinha três anos de idade, passando o dedo na borda do bolo. Ao ver
a cena explodi:
– Trabalhei o dia todo neste bolo e você arruinou tudo!
Dias depois, ao sair da escola, Melinda trazia algo para mim. Era
uma lata de atum enfeitada com macarrão cru. Carinhosamente ela me entregou o
presente juntamente com a lancheira, com o blusão, com o material escolar e
tudo o mais. No meio da confusão deixei cair a lata quebrando um pedaço da
decoração. A frustrada artista reagiu:
– Eu trabalhei tanto para fazer isso e você arruinou tudo!
Ao ver minhas reações refletidas em minha filha tive vontade de
chorar. Como posso me santificar para que meus filhos também sejam
santificados? O Senhor tinha uma lição a me ensinar e usou uma professora de 3
anos de idade, minha filha Melinda.
Mas minha aprendizagem continuou. Em um domingo de manhã, quando
saía da igreja, a professora da Escola Dominical de Melinda me chamou de lado.
Aparentemente, minha filha tinha brigado com outro menininho de sua idade. A
professora, querendo usar o acontecimento para ensinar uma lição mandou que
Melinda pedisse perdão à outra criança. A resposta foi um sonoro
"Não!" Então solicitou que ela orasse e pedisse perdão a Deus.
Recebeu outro "Não" como resposta.
Se você é mãe não terá dificuldade em adivinhar minha reação.
Fiquei muito sem jeito, constrangida. Tentei descobrir uma maneira para
explicar o comportamento do meu "anjinho" procurando classificar a
professora como exagerada. Mas, lá no fundo, eu sabia que o problema era sério.
Algo tinha que ser feito. Será que eu deveria forçá-la na frente da professora
e ordenar que ela pedisse perdão?
Para piorar a situação, meu marido estava viajando. Eu não poderia
procurá-lo, pedir sua opinião ou colocar a responsabilidade sobre seus ombros.
Repassei o problema diversas vezes em minha mente enquanto
voltávamos para casa. Continuei a pensar enquanto preparava o almoço. Eu queria
terminar o mais rápido possível para pôr as crianças na cama a fim de poder
descansar e avaliar melhor a situação.
Estávamos quase terminando de almoçar quando Melinda se ergueu para
pegar algo e, ao sentar-se novamente bateu o cotovelo no copo de Nescau com
leite que se esparramou pela mesa, pelo assoalho e em nós duas.
Enquanto eu limpava a sujeira, ralhava com minha filha. As palavras
jorravam de minha boca sem parar e a todo volume.
– Mamãe, a senhora não está falando muito bonito!
Foram as palavras de Melinda quando parei para respirar. Isso ainda
me deixou com mais raiva.
Finalmente ela não aguentou mais e começou a chorar.
– Mamãe, eu s-s-s-sinto muito, ela gaguejou em meio à lágrimas.
Quando olhei para ela, meu coração derreteu. Comecei a chorar
também.
Ela admitiu estar muito sentida. O que não era nada comparado com o
que sua mãe estava sentindo. Como eu queria poder apagar de minha vida aqueles
últimos minutos! Mas era tarde demais! O estrago estava feito e eu tinha em
meus braços uma menininha muito ferida e emocionalmente arrasada.
– Meu bem, você não precisa se desculpar. A mamãe é quem estava
errada. Eu sinto muito Melinda. Você me perdoa? Os cachinhos de seus cabelos
balançaram quando ela acenou positivamente a cabeça. Depois eu ganhei um abraço
e por fim falei:
– Você não é a única que está triste comigo, Melinda. Quando eu ajo
assim, Deus também fica triste. Ele nunca deixa de me amar, mas fica sentido
quando sou má. Eu preciso orar e pedir perdão a Ele também. Você quer orar
comigo?
Os cachinhos balançaram novamente. Ela fechou os olhos enquanto eu
confessava meu fracasso ao Pai Celestial.
Você não pode imaginar o que aconteceu depois! Melinda orou e pediu
que Jesus a perdoasse por ter brigado na Escola Dominical. À noite, na igreja,
ela pediu perdão ao coleguinha.
Não demorei muito a compreender o que Deus estava me ensinando. Às
vezes, quando necessário, também se utiliza de nossos erros. Ele requer
honestidade de nossa parte.
Não estou sugerindo que devemos pecar "para que a graça de
Deus seja mais abundante." Com seu poder agindo em mim, posso crescer cada
dia em direção ao alvo que Ele me propôs maturidade espiritual. Mas quando erro
(e essa não foi a primeira e nem a última vez), há uma saída dada por Deus
através da qual encontro perdão e purificação. Quando entrego os pedaços
quebrados, Ele constrói algo belo com os cacos.
"Eu errei", em qualquer língua, são as palavras mais
difíceis de serem ditas, especialmente quando uma mulher crescida precisa
dizê-las a uma criancinha. Como mãe deveria poder dizer a meus filhos:
"Sejam imitadores meus, como eu sou de Cristo", mas, se eu disser
tais palavras, também terei que admitir quando não O estiver imitando.
Não devo fofocar, falar mal de outras pessoas ou mentir.
Principalmente em frente a meus filhos.
Mas, caso isso ocorra, é importante que presenciem meu pedido de
perdão à pessoa a quem
ofendi. Também devo admitir quando ajo erradamente com eles. Jesus
usou palavras pesadas para os que fazem tropeçar a qualquer um destes
pequeninos."
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO:
1. Discuta a afirmação do autor:
"Os pais encontram-se no palco da vida onde os filhos são a plateia.
Diariamente desenrola-se diante de pequenos olhos observadores uma espécie de
"show" que pode ter efeito positivo ou negativo."
2. Dialogue com seu grupo sobre a afirmação: "os pais jamais
devem fazer algo que não desejem que seus filhos imitem."
3. Você já passou a seguinte mensagem a seu filho: "Filho,
faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?" Em seu entender, qual é o
prejuízo dessa atitude na vida da criança?
4. O que mais o(a) sensibiliza no relato da experiência vivida por
Judith e Melinda? Você, como pai/mãe, pode identificar-se com o ocorrido? SIM (
) NÃO ( ) Como?
ENCORAJAMENTO - UMA PRÁTICA DIÁRIA
O grande pintor Benjamin West narrou como se tornara artista. Certo
dia, sua mãe deixou-o com sua irmã Sally. Ele encontrou alguns vidros de tinta
e decidiu pintar o retrato da menina. Enquanto executava seu projeto sujou a
cozinha inteira. Ao retornar à casa, sua mãe não disse palavra alguma sobre a
confusão que havia feito. Aproximando-se tomou a pintura de suas mãos, olhou
bem e exclamou: "Veja, é Sally!" Em seguida recompensou o esforço do
garoto com um beijo. Mais tarde, Benjamim afirmou que aquele carinhoso beijo de
estímulo fez dele o reno-mado pintor.
Salomão diz: "A morte e a vida estão no poder na língua: o que
bem a utiliza come do seu fruto. " Provérbios 18.21 (Edição Revista e
Atualizada)
Lembro-me, tristemente, de certa vez ter chegado em casa cansado e
bastante nervoso depois de um dia muito agitado. Minha filha Melinda me
aguardava com um pedido e uma notícia que me irritaram ainda mais. Em menos de
quinze segundos descarreguei sobre ela "palavras de morte",
construindo imediatamente um enorme muro que tornava quase impossível a chance
de um novo diálogo entre nós naquela noite. Quando
já estava deitado repassando em minha mente tudo que havia
acontecido durante aquele dia tão turbulento, me senti culpado por haver
tratado minha filha tão mal. Então, o Espírito Santo falou-me sobre as
"palavras de morte" que havia dirigido a ela. Certamente a magoara
profundamente! Levantei-me e bati à porta de seu quarto. Ela mandou-me entrar.
Sentei-me à beira de sua cama, olhei para ela e disse-lhe então "palavras
de vida":
– Querida, eu errei falando com você daquela maneira tão ríspida.
Por favor, me perdoe.
– Amo você!
Fiquei aproximadamente 45 minutos conversando com Melinda e percebi
que ela estava enfrentando dificuldades na escola. Naquele momento ela
precisava de mim como pai. Oramos juntos, abracei-a, beijei-a e fui deitar.
No dia seguinte, chegando ao escritório logo pela manhã, abri minha
pasta e... ali estava um bilhete dela:
"Querido papai, obrigada por ter conversado comigo ontem à
noite. Foi muito bom para mim. Obrigada também por ter orado comigo. Também amo
você! Melinda"
Esta foi uma lição muito eficaz para mim. Muitos filhos estão
desanimados e chegam até a desistir de viver por ouvirem apenas críticas e mais
críticas sem uma palavra sequer de encorajamento.
As crianças anseiam e necessitam muito da afirmação dos pais
demonstrada pela atenção, carinho e estímulo. Nem um dia na vida de uma criança
deveria passar sem que esta recebesse uma palavra de incentivo dos pais.
Um filho pode esquecer uma advertência, mas nunca um elogio!
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Na história que o autor contou sobre Benjamim West e sua mãe,
onde ele afirma que
"aquele carinhoso beijo de estímulo fez dele um pintor",
o que fala mais alto a você como pai/mãe?
2. Você já se preocupou mais com a sujeira que seu filho(a) fez em
casa do que com aquilo que ele estava criando e o efeito que isto futuramente
poderia ter em sua vida?
3. Você elogia constante e livremente seu filho(a)?
4. Você acha possível elogiar excessivamente seu filho(a)?
5. Você acredita que seu filho(a) sente que você o aprecia e
valoriza?
6. Você considera mais importante elogiar seu filho(a) por seu
desempenho ou por sua personalidade?
7. Você pode lembrar de alguma vez em que seu filho(a) correspondeu
a seu elogio? Como ele agiu?
8. Dialogue com seu grupo sobre a diferença entre uma crítica
construtiva e outra destrutiva.
9. Quando você e seu filho conversam, você lhe dá toda atenção, da
mesma forma que daria a um adulto amigo?
10. Você considera a declaração seguinte certa ou errada: "A
criança, em geral, vive de acordo com sua reputação." Por quê?
ENCORAJAR OU CRITICAR
Para pensar...
A criança que é sempre criticada,
Aprende a condenar.
A criança que é sempre hostilizada,
Aprende a agredir.
A criança que é sempre ridicularizada,
Aprende a ser tímida.
A criança que é sempre envergonhada,
Aprende a sentir culpa.
A criança tratada com tolerância,
Aprende a ser paciente.
A criança que é encorajada,
Aprende a ser confiante.
A criança que é elogiada
Aprende a apreciar.
A criança que recebe um tratamento imparcial,
Aprende a ser justa.
A criança que vive com segurança,
Aprende a ter fé.
A criança que é aprovada,
Aprende a gostar de si mesma.
A criança que vive com aceitação e amizade,
Aprende a descobrir o amor no mundo.
Dorothy Law Nolte
A REPREENSÃO CORRETA – INVESTIMENTO FUTURO
O dia não poderia ter sido pior. Tudo dera errado! O pobre Sr. João
(como chamaremos nosso personagem) contava os minutos, os segundos para o final
do dia de trabalho. Estava irritado, desgastado, cansado e não via o instante
em que, ao chegar à sua casa, se sentaria (e até deitaria) no sofá da sala para
ler o jornal e ouvir tão somente o silêncio!
E assim aconteceu. Ao abrir a porta de casa agradeceu a Deus por
aquele lar acolhedor, refúgio contra as vicissitudes do mundo lá fora. No
entanto, o coitado do Sr. João, logo percebeu que suas expectativas eram muito
otimistas. Mal abriu o jornal, seus três filhinhos, ruidosamente, começaram a
brincar no corredor.
Como dita a moda atual, a diversão preferida dos baixinhos se
inspira nos heróis orientais, descendentes do National Kid, fãs de Bruce Lee e
adeptos das Tartarugas Ninja. Indispensável dizer que o estilo das brincadeiras
ia desde gritos e pulos até golpes barulhentos. Tudo isso foi deixando o Sr.
João mais e mais nervoso.
– Parem com isso! Quero descansar!
Nada! Parecia que ele falava com as paredes!
– Parem, eu já disse!
Mas a algazarra abafava sua voz.
– Se não pararem vão apanhar!
A ameaça, porém, nem os amedrontou. Parar por quê? Eles nunca
tinham apanhado antes, apesar do papai e mamãe sempre prometerem; não seria
agora...
– Não obedecem, não é? Então, é agora...
O Sr. João pulou do sofá e avançou sobre os meninos como uma
locomotiva à toda potência. O primeiro a ser alcançado levou um tapão na cabeça
e estatelou no chão sem ao menos perceber o que estava acontecendo.
O segundo ganhou um chute no traseiro e o terceiro, mais esperto e
veloz, ajudado pelo susto escapou e trancou-se no banheiro.
Esta espécie de "disciplina" é comum em milhares de
lares. Na história que acabei de contar, o pai esperou até que a situação se
tornasse crítica. Os pais responsáveis precisam tomar conhecimento da
advertência do apóstolo Paulo, dada em Efésios 6.4: "E vós pais, não
provoqueis nossos filhos à ira." Ele não administrou a disciplina de modo
correto. A prova disso é que a aplicou de forma destrutiva e não construtiva,
como é a característica da disciplina do Senhor.
A Bíblia define repreensão como sendo uma confrontação corretiva,
ou seja, a censura que se
estabelece entre o erro e a sua consequência dolorosa. É o último
aviso dado a uma pessoa que caminha na direção errada e que fatalmente irá cair
no precipício, se não parar e retornar. É o farol que adverte o capitão dos
recifes da região. É a torre de comando informando o piloto que seu avião está
alguns graus fora da rota. É a luz de alerta piscando insistentemente no painel
do carro avisando o motorista que há algo errado em seu veículo.
Mas, o operador do farol não está tentando ofender o capitão do
navio. A torre de comando não pretende inferiorizar o piloto e nem mesmo a luz
do carro irritar o motorista. Em todos estes casos, as advertências são do
interesse de quem as recebe causando alívio e até agradecimento. Catástrofes
certamente ocorreriam se as pessoas não recebessem as mensagens.
É evidente que os filhos nem sempre, ou raramente, encaram as
exortações, as repreensões de seus pais como sendo para seu próprio bem.
Sendo pai já há vinte e três anos confesso que às vezes cheguei a
repreender minhas filhas sem o propósito de construir e restaurar. Falei
rispidamente, com raiva por estar irritado, cansado e querendo ficar sossegado
e em paz. De fato, essas repreensões simplesmente não passaram de acessos de
raiva em um temperamento adulto.
Como diz o escritor de Provérbios 17.10: "Mais fundo entra a
repreensão no prudente do que cem açoites no insensato." Antes de qualquer
repreensão, os pais sábios pesarão o conteúdo, circunstâncias e consequências
do que estão para dizer: "Será melhor aguardar um momento mais apropriado?
A repreensão (advertência) é motivada pelo amor ou é um sinal de vingança e
irritabilidade?"
Gordon MacDonald escreve a esse respeito em seu livro
"Effective Father" (O Pai Eficiente). A história começa falando de um
menino de dez anos que examinou minuciosamente e desmontou um despertador na
garagem de sua casa. Ao voltar naquela noite, o pai descobriu sua bancada de
trabalho cheia de ferramentas e partes do despertador. Encontrando-se com o
filho explodiu:
– Filho, estou cansado de chegar à noite em casa e encontrar a
garagem em desordem! Você não tem responsabilidade; é bagunceiro e nunca
termina o que começa. Será que não compreende como as ferramentas são caras?
Uma série de broncas como essa pode sufocar por completo a
curiosidade do menino, bem como o desejo de trabalhar e de entrar nesse aspecto
do mundo paterno.
Poderia ter sido um momento de aprendizado, refletido e exercido
através de uma repreensão construtiva e gentil:
- Filho, gostei muito de você ter arranjado tempo para desmontar o
despertador. Quero saber o que você aprendeu sobre o relógio. Mas o que faria
se tivesse que usar essas ferramentas em outro trabalho? Fico muito animado ao
vê-lo se interessar por estas coisas e você sabe que a maioria das ferramentas
está lá para que você as use. Mas nosso modo de fazer as coisas aqui na garagem
é nunca usar algo sem colocar de volta no lugar. De fato, o trabalho não está
terminado até que todas as ferramentas estejam guardadas. Por que não
compartilha comigo o que aprendeu com o relógio enquanto arruma as coisas?
Ficarei aqui com você até que o trabalho esteja terminado.
A curiosidade por mecanismos é reforçada; o prazer do pai no
interesse do garoto por ferramentas é evidenciado; a lição é aprendida. Isto é
uma censura gentil e, certamente, foi construtiva na vida do filho.
Repreender filhos é uma tarefa diária e difícil de ser
desenvolvida. Exige perseverança, sabedoria e amor, além de um grande interesse
e visão para investir no futuro e vislumbrar adultos seguros, ponderados e
equilibrados.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Na história que o autor contou sobre o Sr. João e seus três
filhos, você se identifica com o personagem? Você, como pai/mãe, já teve uma
descontrolada explosão de raiva diante de seu filho? Você pode
compartilhar como isto aconteceu?
2. Na questão repreensão corretiva, foram utilizadas três
ilustrações:
1. o farol que adverte o capitão do navio;
2. a torre de comando informando o piloto do avião;
3. a luz pisca-pisca no painel do carro alertando o motorista.
Qual delas você acha mais apropriada para ilustrar o propósito da
repreensão correta? Por que motivo?
3. Coloque em suas palavras Provérbios 17.10: "Mais fundo
entra a repreensão no prudente do que cem açoites no insensato."
4. Na história de Gordon MacDonald sobre o menino que desmontou o
despertador, qual a lição mais importante que os pais podem extrair? Justifique
5. O que você entende por "momentos ensináveis" no
relacionamento entre pais e filhos?
6. Compartilhe a resposta com seu grupo.
PAIS AUTÊNTICOS – ABAIXO A HIPOCRISIA!
Nunca é demais enfatizar como é fundamental sermos autênticos,
honestos e transparentes com nossos filhos, principalmente quando estes são
jovens. Quando são crianças, encaram os pais como heróis, criaturas quase
perfeitas. Ao chegarem aos nove, dez anos, a auréola começa a desvanecer sobre
suas cabeças e eles enxergam algumas falhas e incoerências. Na adolescência, os
filhos não esperam perfeição de seus pais, mas querem ouvir alguém honesto e
sincero dizendo-lhes: "Filho, eu errei. Por favor, me perdoe." Se
existe algo capaz de minar o relacionamento familiar, são os pais fingirem,
camuflarem, para dar a impressão de serem o que na realidade não são.
Pais, se no momento vocês sentem uma barreira com seu filho(a)
adolescente ou jovem, um muro de indiferença e frieza, talvez ele esteja
ansiando por pais autênticos.
Roy Hession, um grande pastor inglês, em uma de suas passagens pelo
Brasil contou uma emocionante história, que por ser verídica, aplica mais força
ao conceito que desejo expor.
Um de seus filhos, que tinha na época 18 anos, era rebelde e
indisciplinado. Um dia resolveu deixar sua casa e morar no hotel da cidade.
Assim, pensava ele, teria mais liberdade para beber e sair com mulheres sem
passar pelo aborrecimento de ser censurado e repreendido. Sua conduta
envergonhava e entristecia seu pai, pastor daquela pequena localidade no
interior da Inglaterra.
Passado algum tempo, Roy Hession foi até o hotel para tentar
dialogar com o jovem e bateu à porta do quarto de seu filho. Ao abrir, o rapaz
ficou surpreso, mas depois de poucos segundos refez-se e mostrou-se duro a tal
ponto que nem ao menos convidou seu pai para entrar. Relutante, ouviu o que ele
tinha a dizer:
– Filho, volte para casa. Deus quer te perdoar!
Foi o bastante! No mesmo instante, o jovem bateu a porta
violentamente.
Roy Hession conta que desceu as escadas e chegou à rua com o
coração aos pedaços, imensamente triste e decepcionado, pensando que seria
melhor desistir de tudo e abandonar o ministério. Nas semanas seguintes,
enquanto meditava em sua casa sobre que decisão tomar, o Espírito Santo começou
a mostrar-lhe que o problema não estava com seu filho, mas sim com ele mesmo.
Ele nunca dispensara tempo àquele jovem, nem mesmo quando ele era criança. Não
o levara a pescar, não jogara bola com ele, não se importara em
ouvir o que tinha a dizer. Fora um pai ausente (ansioso por cumprir
suas obrigações com a igreja). Resolveu, então, telefonar para o rapaz. Após
várias tentativas, finalmente conseguiu falar com ele:
– Filho, por favor, ouça-me apenas por dois minutos. É muito
importante!
– Fale.
– Deus me mostrou que não fui o pai que deveria ser. Eu amei mais
meu trabalho na igreja do que meu papel de pai. Estou arrependido e telefonando
agora para pedir perdão e confessar que fui um fracasso como pai.
Do outro lado da linha, um breve silêncio e então o telefone foi
desligado. Roy Hession disse que chorou muito aquele dia.
Duas semanas se passaram. Uma tarde, ele estava em sua casa, muito
abatido e desanimado, quando a campainha tocou. Ao abri-Ia, Roy assustou-se ao
deparar-se com seu filho. Meio sem jeito, convidou-o a entrar. Imediatamente o
rapaz disse:
– Pai, me perdoe por ter desligado o telefone tão bruscamente
naquele dia. Quando o senhor confessou ter falhado comecei a chorar e não
queria que percebesse, por isso desliguei. Mas suas palavras penetraram em meu
coração pois nunca pensei que o senhor tivesse a coragem de admitir seu erro.
Deus também falou comigo e estou aqui para confessar que também sou um fracasso
como filho.
Chorando, abraçaram-se, pediram perdão um ao outro, esperançosos de
fazer renascer das cinzas um relacionamento mais forte, mais honesto, mais
autêntico.
Não é necessário relatar o que aconteceu depois. O filho voltou
para casa e o pastor para o ministério.
Ao concluir, Roy Hession olhou para o auditório que o ouvia
atentamente, repleto de pais, pastores, missionários e disse:
– Não pensem que são muito adultos para se humilharem diante de
seus filhos, sejam eles crianças, adolescentes ou jovens e dizerem a eles:
"Filho, eu errei. Perdoe-me!" Pode ser que vocês tenham um filho
rebelde e não saibam mais o que fazer com ele. Quero sugerir que comecem sendo
honestos, autênticos e transparentes, pois, com certeza, ele odeia hipocrisia.
Dirijo-me agora a você, papai ou mamãe que está lendo este livro.
Gostaria de incentivá-lo a pensar e a tentar detectar se há algo que tenha
feito (ou deixado do fazer) que possa ter machucado seu filho(a).
Deixe o orgulho de lado. Procure-o e pronuncie as palavras que ele
espera para poder reaproximar-se de você.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Discuta com seu grupo maneiras pelas quais os pais podem
transmitir falta de autenticidade e honestidade em seu relacionamento com seus
filhos.
2. Dialogue com seu grupo sobre o problema da tentação que os pais
sofrem em parecer "perfeitos" e qual o efeito que isso pode
provocarem seus filhos.
3. Como você encara o seguinte conceito: "Filhos não esperam
perfeição de seus pais, mas sim honestidade e autenticidade."
4. Você, como pai/mãe procura ser o exemplo naquilo que ensina a
seu filho? Você já "deu alguma mancada" mandando que ele fizesse algo
que você, por sua vez, não faz?
LIMITES – SEGURANÇA PARA SEU FILHO
Dr. Peter G. Crowford, psicólogo infantil de Augusta, Georgia,
U.S.A. afirma que os problemas emocionais entre jovens não são causados por uma
firme disciplina, mas ao contrário, pela ausência desta.
Uma pesquisa foi feita em duas escolas de uma mesma região. Ambas
construíram um "play-ground" de bom tamanho, espaçoso e bem
equilibrado. A diferença entre elas é que uma colocou uma cerca em torno da
área (limitando o espaço onde as crianças poderiam brincar) e a outra não.
O resultado final demonstrou que ao iniciar a adolescência, aqueles
que brincaram no "play-ground" delimitado eram mais seguros do que
aqueles que cresceram tendo seu lazer na área sem muros. Uma criança que cresce
em um lar sem limites ou regras claramente definidas, desenvolverá um forte
sentimento de insegurança.
Esta pesquisa prova a importância de estabelecer-se regras e
limites na educação e orientação dos filhos.
As crianças não devem viver em um ambiente onde não saibam o que
esperar de seus pais. Então, é necessário deixar muito claro o que queremos ou
não.
Deus nos concede dezoito anos para que eduquemos nossos filhos.
Devemos dividir esses anos em duas fases. Muitos pais erram tragicamente porque
tentam dar ao filho de dezesseis o mesmo tratamento que dão ao de seis. Do
nascimento até, aproximadamente, aos doze anos a atitude dos pais deve ser
basicamente RESTRITIVA. É uma época na vida da criança em que os pais seguram
as rédeas procurando treinar e instruir seus filhos baseados nos valores morais
e espirituais da Palavra de Deus. A partir do décimo terceiro ano - isso varia
de filho para filho conforme a maturidade - os pais devem dar progressivamente,
mais e mais liberdade a eles.
Às vezes, os pais estabelecem regras e limites que não têm lógica e
nem razão de ser. É importante, especialmente nos anos da adolescência, que
haja diálogo entre pais e filhos, explicando assim, a razão e a lógica das
regras. Às vezes minhas filhas me convencem a voltar atrás em alguma regra pelo
fato de não haver necessidade de sua utilização.
Falando ainda sobre este mesmo assunto, gostaria de acrescentar
que, se os filhos estiverem conscientes dos limites estabelecidos pela família,
caso desobedeçam saindo dos mesmos, devem ser disciplinados. Por esse motivo,
devemos ser coerentes e fiéis ao estabelecer esses parâmetros. Em se tratando
de filhos pequenos, a criança deverá ser disciplinada com a vara, mas com muito
amor. No caso de filhos adolescentes, a
disciplina poderá ser aplicada retirando-se algum privilégio por
determinado período de tempo. Por exemplo: quando ainda adolescente, minha
filha Márcia adorava conversar longamente com seus colegas ao telefone (aliás,
até hoje, aos 21 anos, ela ainda cultiva esse hábito). Depois de ponderar algum
tempo decidi que quando ocorresse uma desobediência, ao invés de utilizar a
vara para discipliná-la (o que constrangeria a ambos pois ela já tinha mais de
12 anos), eu a privaria daquela "alegria" durante uma ou duas
semanas. A ideia foi um sucesso!
Pais, não tenham receio de estabelecer limites e regras a seus
filhos. Isso não fará com que eles deixem de amá-los!
Quando houver desobediência, não temam discipliná-los.
Apesar de ser desgastante, sofrido e exigir muita perseverança,
vocês notarão resultados positivos durante a infância, adolescência, e
maturidade na vida de seus filhos, e, quem sabe, nos filhos de seus filhos.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. O que você acha da afirmação do autor de que uma criança que
cresce em um lar, sem limites ou regras claramente definidas, desenvolverá um
forte sentimento de insegurança?
2. Você acha que seus filhos são razoavelmente seguros?
3. Você se considera um pai, uma mãe superprotetor(a)? sim ( ) NÃO
( ) Como um pai/mãe superprotetora) poderia prejudicar seu filho(a) em relação
ao seu sentimento de segurança?
4. Você transmite claramente o que espera, o que quer e o que não
quer, a seus filhos?
5. Quando você disciplina seus filhos, tem sempre o cuidado de
verificar se eles entenderam o motivo da disciplina? Você sempre tem certeza,
ao discipliná-los, de que compreenderam quais são as regras e os limites?
QUANDO A DISCIPLINA FALTA - PERGUNTE A ELI...
A FAMÍLIA DE ELI – 1 Samuel 1 - 4
Lembre-se: Na avaliação de Deus, a prova de liderança de um pai não
está na esfera de sua capacidade ou posição, mas sim, em sua atuação como
marido e pai. 1 Tm 3.2,4,12; Tt 1.6
I. O PAI ELI
A. Profissão: Sacerdote e Juiz - 2.11
B. Posição pessoal: Crente
C. Posição familiar: Pai
D. Outras características:
1. Era velho - 2.22
2. Era sensível à voz de Deus - 3.8-9
3. Estava fora de forma - 4.18
4. Era persistente - 4.18
II. Os FILHOS HOFNI E FINÉIAS
A. Profissão: Sacerdotes
B. Posição Pessoal: Profanos, descrentes, rebeldes, imorais
C. Outras características:
1. Desprezaram a oferta do Senhor - 2.17
2. Eram imorais - 2.22
III. AS ADVERTÊNCIAS DOS OUTROS A ELI
A. Do povo - 2.22-24
B. Do profeta - 2.27-34
C. De Deus - 3.11-12
IV. A REAÇÃO DE ELI ÀS ADVERTÊNCIAS - 2.23,24
A. Sem autoridade - 2.27-29
B. Indulgente - 2.29 e 4.18
C. Honrou mais aos filhos do que a Deus - 2.29
V. LIÇÕES DA FAMÍLIA DE ELI
A. Prioridades erradas - preocupou-se em demasia com sua profissão,
não atendendo as necessidades dos filhos.
B. Não enfrentou o modo de viver pecaminoso de seus filhos -
3.12-13
C. Não atendeu as advertências dos outros - 2.22-24; 27-34; 3.11-12
D. Não foi exemplo para seus filhos - 2.29
VI. CONCLUSÃO
DISCIPLINA – OUSADIA E AMOR
Vou iniciar este capítulo com uma história que, confesso, é uma de
minhas preferidas. Ela foi contada pelo Dr. Charles Swindoll:
"Longe da autoridade paterna, algumas crianças se tornam
extremamente teimosas e desobedientes, principalmente em público. Talvez o
melhor exemplo disso seja o de um garoto de dez anos chamado Roberto, que era
cliente do meu bom amigo o médico Dr. William Slonecker. O Dr. William
comentava que seu pessoal detestava o dia em que Roberto tinha consulta
marcada. Ele simplesmente devastava a clínica agarrando instrumentos, fichas e
telefones. Sua mãe, uma pessoa muito passiva, pouco conseguia fazer além de
abanar a cabeça desanimada.
Certa vez em que o garoto fez um exame geral, o Dr. William
constatou que ele tinha algumas cáries e percebeu que precisava enviá-lo a um
dentista. Mas, quem iria ser o 'agraciado'? Recomendar Roberto para um colega
poderia significar o fim de uma amizade profissional. Por fim, resolveu
enviá-lo a um dentista idoso que, ao que se dizia, compreendia bem as crianças.
A confrontação que se seguiu é hoje
considerada um dos clássicos momentos da história de conflitos
humanos.
Roberto chegou ao consultório preparado para a batalha. O dentista
dirigiu-se a ele e disse:
– Sente-se aí, rapaz
– De jeito nenhum!!
– Rapazinho, falei para você se sentar nesta cadeira e é isso que
quero que faça agora.
Roberto olhou para seu 'oponente' durante alguns minutos e depois
replicou:
– Se me obrigar a sentar nessa cadeira tiro toda a minha roupa!
– Pois tire, respondeu o dentista calmamente!
Imediatamente o menino tirou a camisa, camiseta de baixo, meias,
sapatos e ergueu os olhos para ele em desafio:
– Está bem, garoto, agora sente-se.
– Você não escutou o que eu disse? Se você me obrigar a sentar aí,
tiro a roupa toda!
– Pois tire, rapaz! Replicou o dentista.
Então Roberto tirou a calça e a cueca ficando totalmente nu diante
do dentista e de sua assistente.
– Pronto? Então, meu filho, agora pode se sentar!
Roberto obedeceu e ficou quieto durante o tratamento fazendo tudo o
que o outro pedia. Depois que as cáries já estavam obturadas e prontas, o
dentista lhe disse que poderia descer.
- Agora quero minhas roupas.
– Sinto muito, mas diga à sua mãe que vamos ficar com sua roupa.
Amanhã ela poderá vir apanhá-la.
Imagine o susto da mãe de Roberto quando a porta do consultório se
abriu e de dentro surgiu seu filho nu em pelo como no dia em que tinha nascido.
A sala de espera estava cheia de pacientes mas Roberto e a mãe passaram no meio
deles e saíram para o corredor. Desceram pelo elevador e seguiram para o
estacionamento ignorando as risadinhas dos passantes.
No dia seguinte, a mãe de Roberto voltou ao consultório para
apanhar as roupas e pediu para ter uma palavra com o dentista. Ao contrário do
que se pensava, ela não estava ali para protestar. Quando o dentista chegou ela
lhe disse o seguinte:
– O senhor não sabe como estou grata pelo que aconteceu ontem. Há
anos que Roberto tem feito essa chantagem comigo. Sempre que estamos em um
lugar público, como por exemplo em um supermercado, começa a fazer exigências
absurdas. E, se não compro imediatamente o que ele quer, ameaça tirar a roupa.
O senhor foi a primeira pessoa que não aceitou a chantagem e isso causou um
impacto incrível na vida dele."
Espero que você não tenha em sua casa nenhum
"Robertinho". No entanto, sei por experiência que em uma família com
três filhos quase sempre existe um deles. Nós fomos "abençoados" com
Melinda.
Penso que Deus tem um enorme senso de humor ao dar uma pequena
criaturinha teimosa a um casal para que este tenha, obrigatoriamente, que
depender de Sua graça. De uma coisa tenho certeza: os "Robertinhos"
precisam de disciplina.
De forma geral, disciplina é definida como castigo que produz
obediência. Porém, essa definição é limitada. A palavra "disciplina"
deriva de discípulo. Um discípulo deve ser disciplinado. A palavra tem sua
origem no termo latino pupilo, que significa instruir, educar, treinar. A
disciplina envolve modelagem total do caráter da criança, encorajando e
estimulando o bom comportamento e corrigindo o inaceitável. O castigo é o
aspecto da disciplina que fornece uma restrição curta e temporária.
Dr. James Dobson, autor do excelente livro "Ouse
Disciplinar" tem a opinião de que é necessário ensinar às crianças a autodisciplina
e o comportamento responsável: "Elas necessitam de assistência para
saberem como enfrentar o desafio e as obrigações da vida. Devem aprender a arte
do autodomínio. Devem estar equipadas com força pessoal para enfrentar as
exigências que lhes são impostas pela escola, pelos membros de seu grupo e,
mais tarde, pelas responsabilidades da vida adulta."
Antes de examinar as Escrituras sobre como disciplinar, quero citar
alguns abusos: Há uma grande diferença entre disciplinar com a vara e espancar
uma
criança. A disciplina é justa e afirma a dignidade do filho. Ela
tem o alvo de criar na criança as qualidades do Espírito Santo de Deus. Hebreus
12.11 nos diz que o resultado da disciplina deve ser o "fruto de
justiça". Em outras palavras, o objetivo da disciplina não é só castigar,
embora exista esse elemento, mas trata-se mais de uma questão de produzir
amadurecimento espiritual e emocional na criança. A disciplina pressupõe que os
pais também se disciplinem; mas, por outro lado, espancar e abusar da criança é
injusto, degradante e causa prejuízos permanentes.
Há algum tempo aconselhei uma moça de 22 anos que tentara o
suicídio. Descobri, depois de várias horas de aconselhamento, que ela possuía
uma autoimagem muito baixa e negativa. Em meio à lágrimas, contou-me que,
quando mocinha, fora violentada por um membro da família; fato esse que lhe
causou dificuldades no que diz respeito a amar e confiar nas pessoas, fazendo
surgir sentimentos de culpa, rejeição e autoimagem negativa.
Fiquei sabendo do caso de um pai que pendurou o filho de cabeça
para baixo nas vigas da garagem, amarrado pelos tornozelos, durante algum tempo
como castigo. Isso não é disciplina, é crime!
É também importante que os pais estabeleçam uma diferença entre
"quebrar" a vontade da criança e "esmagar" seu espírito. Se
você, como pai, não procurar formar a personalidade e a vontade de seu filho, o
peso
dessa tarefa será transferido ao futuro cônjuge e à sociedade, os
quais conviverão com um indivíduo de gênio difícil. "Quebrar" a
vontade da criança significa insistirem seu aprendizado quanto a submeter-se à
liderança dos pais. Por outro lado, "esmagar" o espírito resume-se em
tirar sua espontaneidade, o brilho dos olhos; a vivacidade e outras
características que lhe são peculiares. Gritar e demonstrar raiva só leva a
"apagar" o espírito do filho, mas uma disciplina coerente e amorosa
moldará seu caráter. Como devemos então, disciplinar nossos filhos? Esta
pergunta tem sido motivo de muitas discussões e posicionamentos de psicólogos e
educadores modernos. No entanto, gostaria de apresentar a psicologia de Deus.
Vejamos algumas passagens preciosas de Sua Palavra:
Provérbios 22:15: "A estultícia está ligada ao coração da
criança, mas a vara da disciplina, a afastará dela."
A estultícia não é uma questão da criança demonstrar sua
infantilidade. Salomão não está dizendo que a criança precisa ser disciplinada
por ser infantil, mas porque é má. Esse versículo trata de uma independência
orgulhosa, uma manifestação de vontade própria. O pecado básico do homem é a
rebelião contra a autoridade. É exatamente isso que está "sacudindo"
os alicerces da sociedade. A expressão "está ligada ao coração da
criança" significa literalmente
estar preso, acorrentado pelo orgulho humano. É algo que está
integrado, incorporado à própria natureza.
Muitas vezes solicitamos em vão a obediência de uma criança muito
pequena. Deus é muito claro ao dizer que a vara da disciplina aplicada
fielmente afastará a rebeldia do coração da criança.
Essa disciplina não somente trará bênçãos momentâneas, mas também
permanentes. Se disciplinarmos nosso filho pelo fato dele mentir, ele procurará
no futuro falar a verdade, pois relacionará a mentira com a dor da disciplina.
Na medida em que for crescendo, irá encontrando bênção e conforto ao seguir o
caminho certo. Gradativamente, ele aprenderá a falar a verdade. A vara da
correção realmente traz benefícios permanentes à vida dos filhos.
Provérbios 13.24: "O que retém a vara aborrece a seu filho,
mas o que o ama., cedo o disciplina".
Há pais que retêm a vara por pensarem que assim demonstram maior
amor. Entretanto, esse não é o amor de nosso Pai Celestial. Ele não retém a
vara. Veja também em Hebreus 12.7: "É para disciplina que perseverais
(Deus vos trata como a filhos); pois, que filho há a quem o pai não
corrige?" O versículo anterior afirma que "o Senhor corrige a quem
ama". O pai que não disciplina, que acha graça das traquinagens de seu
filho, certamente não se incomoda com o futuro dele. Salomão nos diz que
devemos disciplinar nossos filhos desde bem pequenos. O que realmente quis
dizer
com isso? (que devemos discipliná-los quando tiverem quatro ou seis
anos de idade? De forma alguma! Uma criança com oito ou nove meses já pode
entender e responder positivamente à disciplina. Pais, não se deixem
"dobrar" emocionalmente pelo choro de seu filhinho. Verifiquem se as
necessidades da criança estão totalmente supridas. Isso é muito importante, mas
cuidado para não se deixarem enganar pela tão costumeira manhã. Sem dúvida, a
vara sem afeição e amor é uma tirania. Mas, pais indolentes levam seus filhos
ao egoísmo.
Você mãe, que trabalha fora e tem crianças pequenas. Lembre-se que
os primeiros anos de seu filho, são os mais importantes da vida dele. É quando
a personalidade e o caráter se formam. Será correto deixar a babá, a creche ou
até mesmo o hotelzinho criarem seu filho? Não quero ser mal interpretado. A
educação não é somente responsabilidade da mãe, mas também do pai. Entretanto,
desejo enfatizar que a mãe pode exercer grande influência na vida do filho.
Quantas mães estão abandonando suas prioridades para se realizarem
profissionalmente. Penso, às vezes, que seria melhor não ter filhos do que
tê-los e não criá-los no caminho do Senhor.
Provérbios 29.15 e 17: "A vara e a disciplina dão sabedoria,
mas a criança entregue a si mesma, vem a envergonhar sua mãe. Corrige o teu
filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma".
Esta passagem nos mostra os benefícios da disciplina. Note em
primeiro lugar, que a vara e a disciplina dão sabedoria. O uso da vara traz a
bênção da sabedoria a seu filho. Até que ponto você, como pai, daria de si
mesmo a fim de incutir sabedoria em seu filho? A criança torna-se mais sábia
quando corrigida. Ela vê sua tolice, arrepende-se do erro e um dia será grata a
seus pais por lhe terem sido fiéis na aplicação da disciplina. Isto vem
comprovar o ditado que diz: "rejeitar medicamentos porque são amargos, é
tolice!
Em contraste, observe "a criança entregue a si mesma". É
um triste quadro. Um ramo da psicologia moderna diz que as reações negativas
fazem parte da infância. Elas serão superadas com o amadurecimento. Dizem que o
tempo é capaz de corrigir comportamentos, mas a Bíblia nos ensina que o tempo
só acentua a natureza pecaminosa. A mãe pensa que a criança não tem maldade.
Todavia as Escrituras nos dizem: "a criança entregue a si mesma ...
". Entregue, nesse contexto, significa o desinteresse dos pais com relação
ao mal comportamento do filho. A criança é governada pelo impulso impetuoso de
sua própria vontade, seus desejos egoístas e sua obstinação. Essa criança
envergonhará sua mãe.
Certo dia, eu estava com minha filha Márcia em um supermercado em
Curitiba. Fazíamos compras juntos. De repente, observamos uma cena muito comum
em nossos dias: uma mãe deixando o filho
fazer sua própria vontade. Aquela senhora estava grávida.
Juntamente com ela estavam dois filhos: um de dois e outro de quatro anos,
aproximadamente. Este último queria um saquinho de doces, mas a mãe não estava
disposta a dar. Então, o garoto começou a gritar, pular e bater na mãe, a qual
não suportando a pressão do filho, pegou o saquinho de doces e o jogou no
carrinho de compras onde o garoto mais novo estava sentado. A mãe ficou
extremamente envergonhada pelo fato de várias pessoas terem assistido à cena.
Nesse momento, me virei para Márcia e perguntei:
– Querida, o que esse menino precisa? Ela respondeu batendo com a
mão significativamente em seu "bumbum". Olhei para ela e disse: - É
isso aí, Márcia, você está certa!
Quanta vergonha desnecessária pela desobediência à Palavra de Deus!
Pais, a felicidade de seu lar, tanto agora como no futuro, é de sua
responsabilidade.
Vejamos agora, segundo as Escrituras, alguns aspectos da
disciplina:
1. A DISCIPLINA DEVE SER ADMINISTRADA COM AMOR – Hb 12.6
Beverly La Haye, em seu livro "Como Desenvolver o Temperamento
de Seus Filhos" diz o seguinte: A disciplina e o amor andam de mãos dadas.
Quantas vezes os pais dizem aos filhos antes de uma boa surra:
'Isto vai doer mais em mim do que em você' e o filho não acredita. Quando,
todavia, a disciplina e o amor estão unidos, o castigo fere o sentimento do
pai. Faz com que ele perceba como deve doer o coração de Deus ao ter de
disciplinar seus filhos tão amiúde. A disciplina eficaz é impossível sem amor.
O amor sem disciplina não tem substância e genuinidade. A disciplina desprovida
de amor é fria e militar, mas quando os dois se unem, o resultado é um
instrumento eficaz para orientar, educar e corrigir os filhos.
A correção não tem efeito saudável sobre a criança que não recebe
amor. A dor do castigo não é muito eficaz. Quando o pai já desenvolveu um
relacionamento íntimo com o filho, a disciplina que corrige fará com que pai e
filho fiquem ainda mais unidos. A confiança e admiração pelo pai darão ao
filho, na hora da correção, a certeza de que o pai não está procurando se
vingar ou descarregar sua raiva. Pelo contrário, a criança tem certeza de que
seus pais têm verdadeiro interesse por ela. Muitas vezes nossos filhos se
mostravam extremamente amorosos imediatamente após uma surra. Em lugar de
sentir medo em tais ocasiões, eles experimentavam alívio, na certeza de que
haviam sido restaurados a uma posição aceitável diante dos pais. Quando os
filhos são amados por seus pais, a correção provoca neles um amor
correspondente que os faz desejar serem maduros como os pais e, na
maioria das vezes, faz com que queiram agradar os pais e manter uma
posição aceitável perante eles."
Apenas completando, quero enfatizar o que Beverly La Haye diz,
fazendo uma sugestão que tem se mostrado eficiente. Depois que a criança for
corrigida, tome-a nos braços, fale de seu amor e lhe dê carinho. Diga algo
semelhante a:
- Filho(a), o Papai do Céu quer que você seja obediente ao papai e
à mamãe, por isso eu tive que discipliná-lo(a). Papai o(a) ama muito. Não
precisa chorar mais. Agora vamos esquecer o que aconteceu.
2. A DISCIPLINA DEVE SER ANTECEDIDA POR UMA BOA COMUNICAÇÃO
É necessário que haja uma boa comunicação com os filhos. Menciono
abaixo três sugestões que podem ajudar os pais a serem fiéis na disciplina:
1. Identificar previamente as ordens;
2. Certificar-se de ter comunicado apropriadamente o que você quer
e o que não quer;
3. Explicar a seu filho, em caso de desobediência, o motivo pelo
qual está sendo disciplinado.
É de suma importância que os filhos saibam quais são seus limites.
Isto cria segurança na criança. Uma das razões para tantos filhos se mostrarem
inseguros, é o fato de não saberem quais são os parâmetros.
Portanto, os pais devem comunicar sua vontade com clareza. O processo de
treinamento começa com um certo legalismo. Deus tratou os filhos de Israel na
base de leis. O filho pequeno precisa entender que, se ele violar uma regra, a
disciplina é certa.
Tenho duas filhas adultas e uma adolescente e meu desejo como pai é
ajudá-las a viverem por suas convicções e não somente pelas regras. A convicção
vem como resultado da compreensão do porquê da regra. Por isso os filhos
precisam de uma explicação das razões das normas adotadas. A comunicação é
difícil, leva tempo e esforço por parte dos pais mas, se o pai aplicar a
disciplina sem uma boa comunicação, produzirá raiva e ira na vida do filho.
3. DISCIPLINA DOS FILHOS EM MOMENTOS DE RAIVA
Creio que, um dos pecados mais freqüentes, cometidos por nós pais,
é quando disciplinamos nossos filhos em momentos de ira. Por exemplo, a esposa
está discutindo com o marido e nessa hora o filho faz alguma coisa que a
irrita. Ela então, descarrega toda sua zanga na criança. A Palavra de Deus em
Hebreus 12. 5-11, diz que a disciplina sem amor não produz fruto pacífico,
fruto de justiça, nem nos torna
participantes da santidade de Deus, que é o alvo da disciplina.
4. A DISCIPLINA DEVE SER CONSTANTE E COERENTE
Isto significa que os pais devem disciplinar seus filhos com
perseverança, coerentemente. Por exemplo, se ele foi disciplinado por certa
desobediência e no dia seguinte volta a cometer o mesmo erro, deve ser
novamente corrigido.
5. A DISCIPLINA DEVE SER APLICADA COM A VARA
Procure não disciplinar com as mãos. São elas que alimentam,
acariciam e cuidam de seu filho. (Pv 22.15; 13.24; 23.13,14; 29.15-17; Hb
12.5-11).
Deus manda corrigir com um objeto que não se identifique com você:
uma vara, uma cinta, etc. É evidente que você não pretende e nem vai machucar
seu filho, mas ele deve sentir a “poupança” ardendo. Um conselho aos pais de
filhos ainda com fraldas. Tire-as para bater e, logicamente, com moderação e
carinho. Nunca bata na cabeça, nas costas ou abdômen. Sabiamente, Deus fez o
"bumbum", que é fofo e previamente preparado também para isso!
6. A DISCIPLINA É CONFIDENCIAL
Nunca discipline seu filho(a) na frente de outras pessoas, quem
quer que seja. Leve-o(a) para o quarto e feche a porta. Essa é uma questão
entre pai e filho(a), mãe e filho(a).
Mas, sejamos práticos. Se você estiverem um local público,
supermercado, igreja, shopping-center, encontre um caminho isolado e aplique
disciplina. Entretanto, se não houver qualquer condição de corrigi-lo onde
estiverem diga-lhe:
- Filho, o local onde estamos não é adequado, mas assim que
chegarmos em casa você será disciplinado.
Não demore em cumprir o prometido para não deixar a criança ansiosa
quanto à hora em que terá que enfrentar a vara.
7. A DISCIPLINA É MAIS DO QUE CASTIGO
A disciplina é mais do que simples castigo. É algo que você faz por
seu filho, não a seu filho. Se os pais conduzirem a educação corretamente,
terão que bater ou corrigir muito menos. Disciplina é parte do caráter que você
incute em seu filho e que lhe dará um caminho de vida.
Efésios 6.4 diz: "E vós, pais, não provoqueis nossos filhos à
ira, mas criai-os na disciplina e
admoestação do Senhor." Este tipo de treinamento ou disciplina
significa orientar a criança para ajudá-la a amadurecer e formar um caráter
dentro de diretrizes definidas. É mais que lhe dar ordens e uma lista de
regras. Disciplina significa construir, educar, orientar e treinar com
fidelidade e constância. Na opinião de muita gente, disciplina significa
castigo como meio de obrigar a criança a se comportar. Há dois aspectos da
disciplina - ela é preventiva e corretiva. Medidas corretivas são, de vez em
quando, absolutamente necessárias, mas são as medidas preventivas que serão
incutidas pela autodisciplina no caráter de seu filho.
8. A DISCIPLINA DEVE SER RÁPIDA, RAZOÁVEL, RELACIONADA À OFENSA E
ABSOLUTAMENTE GARANTIDA
1. Rápida – para não criar um mal-estar enquanto a criança espera
durante um longo período até acontecer a correção.
2. Razoável – porque a criança deve compreender que o ato que ela
cometeu merecia uma disciplina – não sendo algo insignificante ou involuntário.
3. Relacionada à ofensa – às vezes os pais batem em seus filhos não
por erro deste, mas porque estão nervosos e descarregam sobre eles suas
tensões.
4. Absolutamente garantida - quando morávamos no sitio e eu de
alguma forma desobedecia a meu pai, ouvia as seguintes palavras:
– "Jaime, vá para o celeiro e me espere lá".
Eu então já sabia que não haveria meio de escapar. Ele poderia
demorar quinze, vinte minutos, mas lembraria de sua promessa e eu seria
corrigido.
9. A DISCIPLINA DEVE ESTABELECER LIMITES
A criança que não conhece seus limites de comportamento sente-se
insegura e não-amada. Por outro lado, sente-se em liberdade quando sabe com
certeza seus limites.
10. A DISCIPLINA É UM ATO DE FÉ
O autor de Hebreus revela no capítulo 12, versículo 11: "E na
verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza,
mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela."
Depois - significa que nem sempre a mudança, o fruto de justiça
ocorre no momento em que a disciplina é aplicada. Quantas vezes fiquei exausto
e desanimado com as confrontações de minha filha Melinda quando ela tinha
apenas dois anos. Pensava comigo mesmo: "Será que este esforço vale a
pena? Será
que Melinda um dia vai aprender a não ser tão teimosa?"
Realmente, valeu a pena. Hoje ela é uma mulher meiga, uma filha obediente e eu
sinto imensa alegria e orgulho de ser seu pai.
11. A DISCIPLINA É DIFERENTE DE FILHO PARA FILHO
Melinda, em certas ocasiões, precisava da vara três vezes ao dia;
Marcia, uma por mês. As diferenças individuais devem ser respeitadas. Há
momentos em que um de seus filhos necessitará de tratamento especial, porém, na
maior parte do tempo é importante que você seja imparcial.
12. NOSSOS FILHOS PRECISAM ENTENDER QUE DEUS TAMBÉM DISCIPLINA SEUS
PRÓ-PRIOS FILHOS PORQUE OS AMA –- Hb 12. 5, 6
Se os filhos compreenderem que o próprio "Papai do Céu"
nos corrige e a todos que forem Seus filhos, será mais fácil para eles
aceitarem quando precisarem ser corrigidos por você.
13. O AMOR PAGARÁ O PREÇO – Pv 13.24 e Hb 12.6
Queridos pais, não é novidade o fato de que vivemos em um mundo
hostil aos ensinamentos de
Deus, portanto, chegará o momento em que serão duramente criticados
por disciplinarem seus filhos com a vara. Quando o cansaço e o desânimo vierem
abatê-los, quando surgir a necessidade de serem coerentes e fiéis, saibam que o
amor pagará o preço.
14. A DISCIPLINA TEM O PROPÓSITO DE CRIAR SENSO DE JUSTIÇA NO
CORAÇÃO DO FILHO - Hb 12.11
Jamais devemos esquecer o motivo, o alvo final da disciplina. Não é
apenas um castigo, uma correção; não é para extravasar nossa frustração, raiva,
ou para mostrar que somos fiéis, mas sim para produzir o fruto do Espírito, as
qualidades do novo homem (ou mulher), o senso de justiça no coração de seu
filho, sua filha.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
1. Não demonstre desaprovação pelo que a criança é, apenas pelo que
ela fizer de errado.
2. Dê ênfase maior ao bom comportamento (elogiando sempre que
possível), do que ao mal comportamento.
3. Estimule e permita o debate, mas lembre-se de que são os pais
que devem tomar a decisão final.
4. Elimine todas as regras cuja observância não esteja disposto(a)
a exigir e verificar.
5. Esteja pronto(a) a modificar as regras SE e QUANDO você achar
que necessitem ser mudadas.
6. À medida em que seus filhos crescerem, muitas regras deverão ser
reavaliadas e sujeitas a debates e relaxamento.
7. Não se sinta obrigado(a) a justificar suas regras, embora deva
tentar explicá-las, especialmente quando seus filhos forem adolescentes.
8. Seja honesto(a) com seus filhos, lembrando-se que a hipocrisia
sempre aparece.
9. Não espere que seu filho(a) demonstre mais auto-controle do que
você.
10. Deixe seu filho(a) assumir responsabilidades por suas decisões
e comportamentos.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Para você, como pai/mãe, o que significa disciplina?
2. Segundo seu modo de entender, qual a razão básica da disciplina
ser necessária?
3. O que é melhor: disciplinar seu filho sem amor ou não aplicar
disciplina alguma? Justifique.
4. Como você responderia a pergunta: "Há uma grande diferença
entre disciplinar com a vara e espancar a criança?" Dê seu parecer.
5. Provérbios 29.15 declara: "... mas a criança entregue a si
mesma vem a envergonhar sua mãe."
Descreva em suas palavras o que significa: "a criança entregue
a si mesma".
6. Você acha que o autor está certo quando diz: "a disciplina
e o amor andam de mãos dadas?" Por quê?
7. Antes de disciplinar seu filho(a) com a vara, você comunica
exatamente o porquê da correção para que ele saiba perfeitamente o que você
quer ou não, mostrando assim os limites por onde ele deve andar?
8. Você tem alguma dificuldade com a exortação bíblica para
disciplinar os filhos com a vara (Pv 22.15; 13.24; 23.13,14; 29.15,17)?
9. Comente com seu grupo os itens inscritos no conceito: "a
disciplina deve ser rápida, razoável, relacionada com a ofensa e absolutamente
garantida."
10. Você acha que a disciplina é um ato de fé e amor? Justifique
DISCIPLINA PARA BEBÊS? SERÁ VALIDA?
É inacreditável, mas um pequeno ser de alguns meses é totalmente
capaz de manipular e dobrar à sua vontade, dois adultos experientes...
Talvez você, leitor, seja uma mamãe ou um papai exausto, frustrado,
desesperançoso e até um pouco deprimido. Porém, não desanime. Existem milhares
de pessoas no planeta Terra enfrentando batalhas semelhantes e, o mais
animador... as crianças crescem.
Abordar o tema "Disciplina de Bebês" é como segurar uma
granada já ativada, pronta para explodir. É um assunto extremamente polêmico,
divide opiniões. Apesar disso, atrevo-me a lançar algumas considerações a
respeito pois considero de grande valia possibilitar um alento de esperança aos
pais que lutam desorientados com seus, por vezes difíceis, pequeninos filhos.
Algumas crianças parecem nascer de bem com o mundo e seus
habitantes. Não são exigentes, não ferem os ouvidos e os nervos dos que a
rodeiam com choro constante e estridente, parecem entender e suportar um
eventual atraso de sua mamadeira e, o que é mais importante, até dormem a noite
inteirinha, dando sossego ao pais. São risonhas, fazem caretinhas,
beicinhos. Todos dizem, inclusive vovós e vovós, que aquela criança
"devia ser um anjinho que tropeçou no céu e foi cair naquela casal"
Mas, por outro lado... há bebês intratáveis! Já saem do útero
materno desafiando a tudo e a todos. Desde o primeiro instante, demonstram ter
opinião, personalidade, vontade própria. "Cheguei para me impor!" Dr.
James Dobson, famoso psicólogo e pediatra, professor de Pediatria da
Universidade do Sul da Califórnia, descreve este tipo de criança: "Elas
entram no mundo fumando charuto e reclamando da temperatura da sala de parto,
da incompetência das enfermeiras e da administração do hospital. Esperam que as
refeições sejam servidas imediatamente e exigem cada momento do tempo da mãe.
Com o passar dos meses, sua expressão voluntariosa torna-se ainda mais aparente
e os ventos ganham força de furacão durante o período em que começam a
andar."
Entre estes dois extremos citados, há uma inumerável variedade de
diferenças individuais. Deus, que pode criar trilhões de flocos de neve
diferenciados, sem haver repetições, é plenamente apto para fazer o mesmo com
os bebês, seres humanos com temperamentos, aparência e emoções diversas. As
crianças não são fabricadas em série. Isto pode ser bem ilustrado com a vida de
nossas filhas, Melinda e Márcia. Melinda era definitivamente teimosa e ativa.
Se desviássemos os olhos dela por um minuto, estávamos
arriscados a vê-la no instante seguinte escalando a cortina da
casa, já quase no teto, ameaçando lançar-se ao espaço, matar-nos de susto e
provavelmente, ter seu braço quebrado. Não era novidade, quando num dia,
precisávamos disciplina-la umas três vezes. O contrário sim, causava-nos
espanto. Mas Márcia era mais complacente, passiva e bem menos teimosa. Quando
muito, nós a corrigíamos umas duas ou três vezes por mês. Minha esposa
costumava dizer que visualizava as duas, um pouco maiores, da seguinte maneira:
Márcia, de vestidinho, ficaria em seu quarto brincando com bonecas, enquanto
Melinda, de agasalho e tênis, estaria com as amiguinhas jogando vôlei, basquete
e até futebol.
Na data em que escrevo, Melinda terminou a faculdade e Márcia
passou para o quarto ano. Melinda está para se casar, mas Márcia nem ao menos
está querendo pensar sobre isso. Temos colhido os frutos da paciência, da
perseverança e da oração, quanto à disciplina e amor que desenvolvemos com
elas. Papai e mamãe, vocês que estão cansados, talvez Deus tenha lhes confiado
a educação de um homem ou de uma mulher que impactará positiva e profundamente
a humanidade. Há um pensamento que diz: "A mão que embala o berço, governa
o mundo". Quem sabe se vocês, através da orientação que oferecem ao seu
filho ou filha, não estarão influenciando a história do mundo? Além disso, está
exaustiva, desgastante e
infindável missão de vocês, é a mais importante e relevante do
universo.
O que pode ser dito de positivo sobre disciplinar bebês? A
princípio parece crueldade, insensatez, desamor. Quero deixar muito clara minha
opinião, que nenhuma criança, de modo algum, deveria ser disciplinada antes de
seis meses. Nessa fase, ela é incapaz de compreender seu erro e muito menos, a
correção resultante. O bebê necessita de alimento, conforto físico, fraldas
trocadas, segurança, proteção, amor, carinho e de ouvir a voz dos pais. Mas o
que diremos a respeito da criança de oito ou nove meses que grita, chora, faz manhã
e pirraça, reclamando colo e atenção de seus progenitores? A esta pergunta,
faço algumas observações. O choro de um nenê, é seu principal meio de
comunicação no primeiro ano de vida. Através dele, o bebê expressa seus
desagravos: fome, fraldas molhadas, dor, desconforto. É importante e necessário
estar atento a estas solicitações de ajuda. No entanto, não é possível
desconsiderar o outro lado da moeda. É inacreditável, mas um pequeno ser de
alguns meses é totalmente capaz de manipular e dobrar à sua vontade, dois
adultos experientes e amadurecidos, fazendo-os ceder a seus caprichos.
Que atitude tomar com um bebê que chora insistentemente dia e noite
querendo colo, sem ter a mínima consideração por seus pais? Uma vez que ele já
tenha sido alimentado, trocado e esteja bem, deve-se
colocá-lo no berço e deixá-lo chorar até que se canse. Depois de
algumas noites agindo desse modo, o nenê certamente compreenderá que não pode
ter o colo do papai ou da mamãe à hora que bem entender.
Os pais também não podem esquecer que toda criança herda uma
natureza pecaminosa e isto pode ser facilmente constatado através de seu
egoísmo e teimosia.
Certa noite, fomos jantar em casa de nossos amigos Timóteo e Lois
Halls. Enquanto esperávamos a refeição ficar pronta, eu lia uma revista,
Timóteo o jornal e sua filhinha Ângela, de dois anos na época, brincava próxima
a nós. Em determinado momento, ela desviou sua atenção e começou a mexer num
vaso muito bonito que estava sobre a mesa. Timóteo a repreendeu:
– Ângela, não toque nesse vaso. Tire suas mãozinhas daí e não mexa
mais. Imediatamente, ela retomou a brincadeira que deixara, mas assim que seu
pai ergueu o jornal para continuar lendo, ela esticou o bracinho e, com a
mãozinha no vaso e os olhos fixos no papai, não se deu por vencida.
Infelizmente, para ela, o desafio não deu certo, pois foi pega em flagrante e
recebeu em seu "bumbum", a correção necessária.
Penso que durante a fase de crescimento, a parte do corpo mais
apropriada para aplicar-se a disciplina é a "padaria". Porém, quando
ocorrer uma situação oportuna, não excluo a necessidade de um tapinha na
mão, pois para o bebê não é fácil associar a arte que ele executou
com as mãos, com a palmada dada no "bumbum".
Finalizando, quero resumir alguns conceitos que julgo valiosos:
1. A disciplina deve ser aplicada sempre com amor e NUNCA com
irritação, impaciência ou raiva.
2. A criança deve ser ensinada que não é, e não virá a ser sempre o
centro das atenções.
3. Ela precisa compreender o significado de três palavras: Não,
Venha, Pare.
4. Tenha persistência. As vezes é preciso disciplinar o bebê uma,
três, cinco vezes (+ ou -) até que sua teimosia, em uma ação determinada, seja
quebrada.
5. Não tenham medo de lágrimas.
“Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de
alegria., mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico, aos
que têm sido por ela exercitados, frutos de justiça." Hebreus 12.11
Pais, estou certo que vocês almejam frutos de justiça no coração de
seus filhos.
Iniciem a disciplina desde cedo na vida deles, sejam fiéis no
período da infância, pois com o passar do tempo vocês colherão os resultados.
COERÊNCIA NA DISCIPLINA – EQUILÍBRIO EMOCIONAL
Certo pastor era muito amado e valorizado por sua igreja. Suas
mensagens, sempre abençoadas pelo Espírito Santo, auxiliavam e orientavam seu
rebanho. Era também respeitadíssimo por aplicarem sua vida os conceitos que
apreendia da Palavra de Deus.
Mas nada melhor para desafiar um adulto do que uma criança.
Uma manhã, enquanto pregava, seu próprio filho de cinco anos fazia
bagunça na primeira fila do auditório sem a menor cerimônia ou constrangimento,
arrastando consigo na algazarra mais dois ou três meninos.
O pastor já advertira Joãozinho que não admitiria brincadeiras
durante os cultos, mas certamente ele não levara a sério o aviso.
Depois de quinze minutos de pregação a situação tornou-se
insustentável. O pastor notou que a atenção da igreja não estava voltada às
suas palavras, mas àquele garotinho sapeca e "sua turma". O sermão
dominical parecia fadado ao fracasso.
- O pastor prega sobre coerência, mas parece que não consegue
praticar a mensagem em sua família.
Percebendo que todos o observavam para ver como agiria, decidiu que
chegara o momento de intervir.
– Irmãos, peço que me deem licença - começou então a caminhar com
muita calma em direção à plateia.
– Vou retirar-me por alguns minutos pois preciso aplicar
imediatamente minha mensagem:
– Joãozinho, venha comigo.
Enquanto saia com o pai, o menino entre surpreso e receoso olhou
para trás e disse:
– Pessoal, ore por mim!!
Alguns pais parecem amar demasiadamente seus filhos num instante,
mas odiá-los no próximo. Às vezes disciplinam a criança por determinada
desobediência, porém, em outras ocasiões, apesar do motivo ser o mesmo, não o
fazem por julgarem as circunstâncias inadequadas. As crianças são muito
espertas e perspicazes. Elas sabem exatamente quais são os lugares e situações
onde seus pais, geralmente, não as disciplinam.
Anos atrás, quando minhas filhas ainda eram pequenas estávamos no
aeroporto de Brasília.
Era uma despedida pois elas viajariam durante cinco semanas. De
repente, apesar do momento ser um pouco triste, uma delas começou a
desobedecer-me propositalmente. É provável que tenha imaginado que não seria
disciplinada porque as circunstâncias a
favoreciam: era um local público, eu estava chateado por separar-me
dela, de sua irmãzinha e da mãe delas por um período de mais de um mês e por
isso, talvez estivesse mais complacente. No entanto, encontrei um cantinho no
aeroporto e ali mesmo ela recebeu a devida disciplina.
Nem sempre tenho sido fiel e coerente na disciplina de minhas
filhas, mas naquele dia fui. Às vezes esse tipo de situação pode ocorrer na
igreja, no supermercado, ou em outros lugares muito frequentados onde alguns
pais não têm coragem de assumir o devido papel.
Portanto, pais, "ser coerente" não é uma tarefa fácil,
mas devemos nos esforçar para realizá-la, agindo coerentemente em relação a
nossas atitudes e à disciplina de nossos filhos.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Você acha que é mais severo e rígido, ou mais permissivo com
seus filhos do que seus pais foram com você?
2. Você já deixou de disciplinar seu filho(a) quando realmente era
preciso porque cedeu à pressões de pessoas ou circunstâncias a seu redor?
3. Você é coerente na disciplina, isto é, se seu filho é
disciplinado por determinada desobediência,
você volta a corrigi-lo quando ele torna a cometer o mesmo erro ou
não insiste na correção?
4. Discuta com seu grupo os possíveis motivos pelos quais os pais
não são coerentes na disciplina.
RESPEITO – ESSENCIAL PARA UM BOM CONVÍVIO
Em seu famoso livro "Ouse Disciplinar", Dr. James Dobson,
professor-assistente da cadeira de Pediatria na Universidade da Califórnia, em
Los Angeles, defende que "um dos princípios básicos da disciplina infantil
é desenvolver respeito pelos pais". Ele prossegue dizendo: "Se você
quiser que seus filhos aceitem seus valores na adolescência deverá, então,
merecer o respeito deles na infância".
As crianças, geralmente, aprendem mais sobre respeito observando o
comportamento de seus pais, do que ao ouvi-los falar sobre o assunto.
Vou ressaltar quatro áreas de respeito no relacionamento familiar:
1. RESPEITO À PROPRIEDADE ALHEIA
Respeitar a propriedade de uma pessoa é ter em mente que seus
pertences podem ser uma extensão de sua personalidade, devendo, portanto, ser
respeitados. Se violarmos a propriedade alheia usando-a sem permissão
estaremos, muitas vezes, violando a própria pessoa.
2. RESPEITO À OPINIÃO
Pais, vocês respeitam a opinião de seus filhos? É muito difícil
para um adolescente comunicar-se com os pais sabendo que não será ouvido e que
nem ao menos conseguirá expressar-se de modo que os agrade.
3. RESPEITO À PRIVACIDADE
Todos necessitamos de um lugar para ficarmos à sós em um local que
possamos chamar de nosso: "meu espaço", "meu território",
"meu quarto", etc. Um lugar onde um intruso não tenha acesso sem
nossa permissão.
Nós, pais, invadimos a privacidade de nossos filhos quando entramos
em seus quartos sem sua ordem.
É especialmente importante respeitar a privacidade de SUA FILHA
adolescente quando ela estiver no banheiro, no quarto, ocupando "seu
espaço". Ainda falando sobre o quarto dos filhos, este torna-se uma
extensão da própria criança, de sua personalidade. Se entrarmos nele sem
permissão, estaremos invadindo não só sua privacidade, mas de certa forma
violando sua personalidade.
4. RESPEITO À CONFIANÇA
Os pais precisam transmitir respeito através da confiança que
depositam nos filhos. Quando estes
crescem em um ambiente de suspeitas e desconfianças tendem a
vivenciar as expectativas negativas dos pais.
Concordo que os filhos, às vezes, agem de maneira tal que acaba se
tornando difícil para os pais confiarem neles. A razão talvez resida no fato de
que muitos pais nunca comunicaram aos filhos que obterão confiança na medida em
que se tornarem CONFIÁVEIS.
Desde que minhas filhas atingiram a adolescência tenho agido com
elas nas bases de privilégios e responsabilidades. Na proporção em que aprendem
a ser responsáveis, ganham privilégios. Para atingirmos esse padrão de
relacionamento precisei depositar confiança nelas e mostrar-lhes a importância
de não traírem essa confiança.
Isto não significa que os filhos nunca falharão, pois afinal, nós
pais também falhamos. Devemos, então, ter certa tolerância em relação aos seus
erros.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Discuta a seguinte afirmação do Dr. James Dobson: "Se você
quiser que seus filhos aceitem seus valores na adolescência, deverá então,
merecer o respeito deles na infância."
2. Neste capítulo, foram abordadas quatro áreas de RESPEITO no
relacionamento familiar:
a. respeito à propriedade alheia;
b. respeito à opinião;
c. respeito à privacidade;
d. respeito à confiança
Qual você considera a mais difícil de ser desenvolvida na vida de
seu filho(a)? Justifique.
3. Você sente que seu filho o(a) respeita como pai/mãe? SIM ( ) NÃO
( ) ÀS VEZES ( ) Se sua resposta for NÃO, você é capaz de identificar as razões
pelas quais isto não acontece?
4. Você demonstra respeito pelo seu cônjuge frente a seus filhos?
SIM ( ) NÃO ( ) ÀS VEZES ( )
5. Sobre "respeitar a confiança", discuta a declaração:
"Pais que suspeitam, criam filhos furtivos."
OUVIR SEU FILHO – QUEBRA DE BARREIRAS
Comunicação é uma via de duas mãos. Isto significa que, no
relacionamento familiar, os pais devem ordenar, advertir, exortar, mas também
e, principalmente, ser sensíveis às necessidades dos filhos. Em Provérbios
18.13, Salomão conclui: "Responder antes de ouvir é estultícia e
vergonha." (Edição Revista e Atualizada).
São muitas as vezes em que os jovens tem me confessado:
"Jaime, não tenho papo com meu velho. Meus pais não me ouvem."
Quando os pais demonstram desinteresse parecendo assumir uma
atitude do tipo: "Filho, não me incomode!", afloram ao coração da
criança sentimentos de desprezo e rebeldia. Se pudéssemos estabelecer um
princípio sobre esta verdade, diríamos que PAIS QUE OUVEM SEUS FILHOS QUEBRAM
QUALQUER BARREIRA DE COMUNICAÇÃO.
É um ato de amor e aceitação dispensar tempo para ouvir os filhos.
No momento em que nos dispomos a ouvi-los comunicamos que são
importantes. Isso exige por parte dos pais uma consciência sensível; entender
que as crianças precisam ser ouvidas envolve uma dedicação
até altruísta, principalmente quando estamos cansados ou
atarefados.
Anos atrás li uma carta escrita por um jovem que abandonou sua casa
por não ter pais sensíveis e suficientemente interessados em ouví-lo. Vou
compartilhá-la com você:
"Queridos Pais,
Obrigado por tudo, mas vou para outro lugar tentar recomeçar minha
vida.
Vocês sempre me perguntaram por que lhes dava tanto trabalho. A
resposta é simples, porém, não sei se entenderão. Lembram-se de quando eu tinha
seis ou sete anos e insistia para que vocês me ouvissem? Acho que vocês vão se
lembrar mais facilmente dos brinquedos e das roupas caras que me davam no Natal
e em meu aniversário. Eu ficava feliz durante uma semana, um mês, mas quando
tudo deixava de ser novidade voltava a ansiar ser ouvido. Queria que me
ouvissem como alguém que também possuía sentimentos. Mas vocês estavam sempre
muito ocupados.
Mamãe, você é uma maravilhosa cozinheira e nossa casa estava sempre
muito limpa. Só que você estava sempre muito atarefada ou cansada demais para
me dar atenção. Mas, sabe de uma coisa? Eu preferiria ter comido só pão com
manteiga se isso fizesse você ficar sentada ao meu lado pelo menos parte do dia
e me dissesse: "Conte para mim tudo que tem lhe
acontecido. Quem sabe posso ajudá-lo em alguma coisa". Quando
minha irmãzinha nasceu, não entendi porque todos faziam tanta festa. Será que a
culpa era minha por não ter um cabelo bonito, a pele branca e macia e por ser
obrigado a usar óculos? Além de tudo isso, as notas dela na escola sempre foram
melhores.
Se minha irmã um dia tiver filhos, digam a ela para dar uma atenção
especial para aquele filho que não sorrir muito, porque esse, na verdade estará
chorando por dentro. Digam a ela para não ficar tão ocupada a ponto de não
perceber quando quiserem lhe dizer algo, mesmo que seja um sonho infantil, um
pensamento de criança, pois mesmo sem saber exatamente como se expressar, esses
sonhos e pensamentos são muito importantes para eles.
Gostaria de saber se esse problema não é o mesmo enfrentado por
milhares de outros jovens: encontrar alguém que tenha tempo para ouvi-los e que
os trate como a um adulto a quem possam ser úteis.
Se lhes perguntarem onde estou, digam que fui procurar alguém com
tempo, porque tenho dezenas de idéias e anseios sobre os quais quero conversar.
Com amor,
Seu filho .......... "
Minha intenção ao narrar esta história é ilustrar como é
fundamental ser sensível a uma criança, em tudo que ela quiser se expressar.
Investindo nela
enquanto for pequena, certamente será evitado um sério prejuízo
emocional em sua vida adulta.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Você passa algum tempo com seu filho diariamente, dando-lhe toda
atenção, mesmo que seja apenas quinze minutos?
2. Você acha que tem mais ou menos tempo para passar com seu
filho(a) do que seus pais e avós tiveram? Mais ( ) Menos ( ) Por quê?
3. Você procura ouvir seu filho "emocionalmente" quando
ele expressa medo ou apreensão? Você é capaz de compreender e ajudar a criança
em seu medo e apreensão?
4. Você tem programado uma noite por semana, em família, dedicada
exclusivamente à atividades que incluam a todos?
5. Quando seu filho(a) conversa com você, ele recebe toda atenção,
a mesma que você daria a um adulto a quem respeita muito? Se sua resposta for
NÃO, justifique.
PROMETER E NÃO CUMPRIR – FRUSTRAÇÃO E IRA
ra uma linda manhã de sábado. Morávamos em Curitiba, Paraná.
Levantei-me cedo e chamei minhas filhas. Tomamos café juntos e quando
terminamos propus:
– Se vocês arrumarem seus quartos e depois me ajudarem a cuidar do
jardim, quando terminarmos eu as levarei ao Passeio Público (um parque no
centro de Curitiba que, entre várias atrações, possui um Zoológico).
Elas vibraram pois gostavam demais daquele lugar!
Bom, a manhã transcorreu calma. Elas arrumaram seus quartos e
depois me ajudaram com o jardim. Ocorreu, porém, que lá por volta das 11:30 o
céu ficou nublado e um friozinho cortante, próprio de Curitiba, anunciava que
uma bela chuva estava prestes a chegar.
Pensando que elas esqueceriam o que eu havia dito e querendo curtir
a calma do sábado chuvoso sentado confortavelmente em minha poltrona favorita
com um bom livro, não toquei mais no assunto.
Escapou da minha cabeça que uma criança não se esquece daquilo que
gosta...
– Papai, nós não vamos?
– Meninas, olhem o céu. Vai chover já, já. Vamos deixar para outro
dia, tá?
– Mas papai, nós fizemos tudo o que você pediu! E você prometeu,
pai...
Sim, eu havia feito a bobagem de prometer.
Pouco depois lá estávamos no Passeio Público tomando sorvete,
agasalhadíssimos e de guarda-chuva. Eu, sinceramente, achei aquela tarde
horrível! Tomei chuva, senti frio, mas Melinda e Marcia se divertiram muito e
acharam tudo maravilhoso! Será que é necessário dizer como é importante cumprir
aquilo que se promete?
Esta é a regra, mas há a exceção. Se você prometeu que levaria seu
filho para pescar no sábado à tarde e, no mesmo dia pela manhã acontece algo
que torna impossível o passeio, sente-se com ele, explique claramente os
motivos e marque para outro dia que você tenha certeza de que poderá ir. O
hábito de prometer e não cumprir vai aos poucos desanimando nossos filhos e,
gradativamente, cria-se uma barreira de indiferença e incredulidade em relação
à nossa palavra.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Por que é importante para seu filho(a) que você cumpra suas
palavras, suas promessas?
2. Você poderia dar um exemplo, como pai/mãe, de cumprir e não
cumprir a palavra e/ou promessa e o efeito que isto causou em seu filho(a)?
3. Alguma vez você não pôde cumprir sua palavra e marcou outra data
ou outra hora para fazer o que prometeu?
4. Como os pais, que não costumam cumprir a palavra empenhada,
constroem uma barreira entre si mesmos e seus filhos?
5. Se você percebe que não será possível cumprir sua palavra, o que
considera melhor: não fazer a promessa ou fazê-la e não cumpri-la?
ENSINANDO SEU FILHO NO CAMINHO DO SENHOR
Nada como termos uma orientação segura para um assunto tão difícil
quanto a responsabilidade de encaminharmos nossos filhos nos caminhos do
Senhor. Encontramos na Palavra de Deus, no livro de Deuteronômio 6.1-9, Moisés
ensinando como os pais de Israel deveriam ensinar seus filhos a seguirem ao
Senhor:
"Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que
mandou o Senhor teu Deus que te ensinassem, para que os cumprisses na terra a
que passas para a possuir; para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos
os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho
de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados ...
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de
toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu
as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e, andando
pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na
tua mão e te serão por frontal entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais
de tua casa, e nas tuas portas."
Quero fazer três perguntas aos pais:
1. Você ama ao Senhor de todo o seu coração, de toda a sua alma e
de toda a sua força?
Esse foi o primeiro mandamento do Senhor aos pais de Israel.
Naturalmente, você deseja que seus filhos amem a Deus. Mas lembre-se que, caso
seus filhos não observem em você um amor profundo, eles nunca desenvolverão
amor por Deus. O Seu Deus nunca será o Deus deles. Existe uma coisa a qual eu
gostaria muito que minhas filhas recordassem no futuro: é que o pai delas amava
a Deus.
A Palavra de Deus está em seu coração?
Moisés disse aos pais de Israel: "Estas palavras que hoje te
ordeno estarão no teu coração". Você é um pai comprometido com os
preceitos de Deus? Você guarda a Palavra de Deus em seu coração? Observando sua
vida, será que seus filhos poderiam dizer: "como papai e mamãe amam a
Palavra!"? Se nós como pais não amamos a Palavra e não damos a ela a
devida prioridade e, consequentemente não a obedecemos, é bem provável que
nossos filhos também não venham a amar a Lei do Senhor.
2. Você está diligentemente instruindo e admoestando seu filho na
Palavra do Senhor?
Não perguntei se você leva seu filho à Escola Dominical, nem se
comprou uma Bíblia para ele. A pergunta é: você faz questão de ensinar-lhe o caminho do Senhor?
Muitos pais pensam que levar seus filhos para a igreja ou fazer uma leitura
bíblica diária no lar é suficiente para ensinar seus filhos no caminho em que
devem andar. Mas isto não basta. Os pais precisam natural e espontaneamente
inculcar na mente e no coração do filho a Palavra de Deus.
3. Você aproveita as oportunidades do dia-a-dia para conversar com
seu filho sobre as coisas de Deus?
A Palavra de Deus nos diz que devemos ensinar nossos filhos quando
estamos assentados em nossa casa, andando pelo caminho, quando nos deitamos e
nos levantamos.
O que você faz quando está "assentado em sua casa"?
Assiste televisão? Lê o jornal? Toma as refeições? Você aproveita a hora da
refeição para inculcar a Palavra na vida de sua família? Você dá oportunidade
para que seus filhos contem o que aconteceu na escola? Você tem uma horinha de
louvor com sua família? E a oração? Temos de ser criativos para que o culto
doméstico não se torne rotina e, consequentemente, aborrecido e mecânico.
E "andando pelo caminho"? Tempos atrás, estava viajando
com minha família, indo de Bauru para Curitiba. Passamos uma boa parte do
caminho cantando hinos e cânticos espirituais. Às vezes, cada membro da família
citava sua passagem bíblica predileta. Aproveitamos para observar o lindo pôr-do-sol, as belas
paisagens e as flores. Esta é uma boa oportunidade para conversar com os filhos
sobre o Deus que fez todas essas coisas. Enquanto viajávamos, lembramos de D.
Maria, que estava doente e oramos por ela. Pais, se estivermos com nossas
"antenas ligadas", poderemos encontrar muitas oportunidades para
falar com os filhos sobre o nosso Deus.
Moisés exorta-nos a ensinar a Palavra também "ao
deitar-nos". Essa é uma hora chave. Muitas vezes vou para o quarto de
minhas meninas quando elas vão dormir. As mais íntimas conversas que temos tido
como família têm sido nessa hora. Compartilhamos nossas alegrias ou alguma
dificuldade que passamos naquele dia. Também conversamos sobre como resolver um
problema que estamos enfrentando e falamos de nossos sonhos e interesses. Às
vezes oramos, outras lemos a Bíblia. Aproveitamos a oportunidade para ler um
livro sobre algum grande homem de Deus. Agradecemos a Deus pelas coisas
específicas que Ele nos fez. Uma noite, levei Melinda e Márcia "de
cavalinho" para a cama. Elas tinham naquela época, seis e quatro anos de
idade, respectivamente. Como já era meu hábito, li um livrinho de histórias em
quadrinhos. Depois fiz três perguntas relacionadas com a história. As meninas
gostavam muito dessa atividade. Na hora da oração, compartilhamos como Deus
tinha sido bondoso para conosco e o que queríamos
pedir-Lhe naquela noite. Quando ajoelhamos ao lado da cama, Melinda
falou espontaneamente:
- Papai, eu quero convidar Jesus para entrar no meu coração!
Você não pode imaginar a alegria que senti!
Eu queria muito que minhas filhas expressassem esse desejo
voluntariamente. E Deus me deu a oportunidade de levar minhas filhas a Jesus.
As duas fizeram uma oração simples e sincera, convidando Jesus a entrar em seus
corações. Que experiência maravilhosa! Nada disso porém, teria acontecido se eu
não separasse um tempo para colocar minhas filhas na cama e conversar com elas
sobre Deus.
Pais, educar filhos não é brincadeira. A tarefa é realmente
difícil.
Mas, o Senhor derrama muitas bênçãos sobre aqueles que procuram ser
fiéis a Ele.
EDUCAÇÃO SEXUAL - VITAL NA SOCIEDADE PERMISSIVA
Ao observar a sociedade em que vivemos, não é difícil concluir que
ela está impregnada por sexo, perversões, valores distorcidos e papéis
trocados. Por isso, torna-se essencial oferecer à criança uma boa, clara e
sincera educação sexual.
Esta responsabilidade cai, principalmente, sobre os ombros dos pais
durante os nove primeiros anos de vida de seus filhos. A igreja e a escola
também devem contribuir na exposição e esclarecimento do assunto. A igreja
evangélica, em sua maioria, é ultrapassada e demasiadamente moralista para
falar abertamente sobre sexo. Por sua vez, a escola muitas vezes não oferece a
educação adequada, correta, biblica.
Tomando como exemplo minha própria experiência, quando eu era
menino meus pais nunca conversaram comigo sobre a questão. Cresci
"morto" de curiosidade, procurando respostas às minhas dúvidas, pois
possuía um desejo de obter informações mais definitivas e reais. Aprendi do
modo errado tendo como professores a TV, a banca de jornal, as piadas e
histórias picantes dos colegas de colégio, bem como a leitura de frases e
declarações nas portas dos banheiros,
muitas vezes acompanhadas de desenhos bastante elucidativos.
Trabalhando há anos com os jovens do Brasil, tenho constatado o
quanto falta em suas vidas uma abordagem direta, aberta e honesta sobre sexo.
Variados problemas em que eles se envolvem, poderiam ser evitados se tivessem
recebido mais orientação sobre o assunto. Não posso culpar totalmente os pais,
pois é provável que eles também não tenham recebido qualquer instrução sobre
sexo.
Estou incluindo este capítulo em meu livro, levado pela premente
necessidade apresentada.
Darei cinco sugestões para os pais, de como devemos orientar nossos
filhos sobre a vida sexual:
1. COMECE CEDO
Considerando que a orientação sexual é muito significativa do 1° ao
9° ano de vida da criança, muitas orientações devem ser
comunicadas durante esse período. Estas informações, basicamente, seriam:
1. as diferenças entre masculino e feminino;
2. as funções básicas do corpo;
3. as mudanças físicas à partir da adolescência;
4. a reprodução.
Se, por exemplo, sua filha perguntar:
- Mamãe, de onde eu vim?
Você, de forma alguma deve responder que foi a cegonha quem a
trouxe!
A mãe deve ser honesta porque, caso contrário, quando a filha
entender que sua mãe lhe faltou com a verdade, se sentirá constrangida em
perguntar qualquer outra coisa pois concluirá que sexo é tabu, "assunto
proibido".
Antes da menina atingir os dez anos, a mãe deve instruí-la com
carinho sobre o que é menstruação (já próxima) e sua função na vida da mulher.
Se ela tiver sido orientada sobre sexo e outras questões que terá de enfrentar
no futuro, certamente estará preparada para encarar e aceitar com mais
maturidade todas as mudanças que ocorrerão. Ficará mais tranquila e segura
diante de tais mudanças. Uma compreensão da área sexual libertará a criança da
ignorância e da curiosidade. Geralmente é esta última que causa problemas à
maioria das garotas.
Papai, será muito valioso para seu filho se, uma tarde ao saírem
para pescar, você conversar abertamente com ele sobre polução noturna,
circuncisão, reprodução, tamanho do pênis, e também a respeito da atração e
sentimentos que ele nutre pela garota de 13 anos de sua classe, etc...
Pais, se vocês, o mais cedo possível apresentarem a seus filhos os
fatos como realmente são, evitarão que eles passem por tensões mentais,
emocionais, desinformação e a exploração curiosa que resulta em sentimentos de
culpa.
2. SEJA HONESTO
Procure responder às perguntas de seus filhos de maneira honesta,
sincera e direta. Se a criança teve capacidade e idade para formular a
pergunta, decerto saberá compreender a resposta. Aprenda os termos exatos que
distinguem as partes e funções do corpo, assim você os ensinará corretamente. É
mais fácil e melhor aprenderem quando pequenos do que quando forem mais velhos,
pois aprenderão por investigação própria e poderão fazê-lo erroneamente. O
pênis é o pênis, e não o "piu-piu".
Se seu filho de sete anos de idade chega da escola e fala um
terrível, horrendo e sonoro palavrão, não fique assustado(a), pois afinal de
contas, ele está convivendo com outras crianças que estão acostumadas a ouvir
essas "tais palavras" em suas casas diariamente. Calmamente, explique
o significado e diga que não quer que ele fale novamente aquela palavra porque
existe uma outra muito melhor. Resumindo, acabe com o mistério, mate a
curiosidade que produz fascinação e o empenho para, de formas impróprias, satisfazê-los.
3. SEJA ESPONTÂNEO, NATURAL
Quando uma criança tem questionamentos sobre sua sexualidade, ela
está, inocentemente,
demonstrando uma curiosidade que faz parte da vida. Portanto,
responda de modo espontâneo, natural. Se você não souber a resposta, seja
honesto(a), diga que vai pesquisar e voltará a conversar sobre o assunto. Se
você se mostrar constrangido, embaraçado, nervoso, seu filho(a) perceberá
através de sua reação, atitudes, palavras ou mesmo silêncio, que sexo é mau e
ele(a) não deve mais fazer perguntas a respeito. A criança mal orientada na
área sexual, constrói barreiras que impedirão que compreenda, aceite e aprecie
o sexo. Então, acolham bem todas as perguntas que surgirem e façam com que seus
filhos tenham liberdade e se sintam no direito de procurá-los para fazê-las.
4. SEJA BÍBLICO
A Palavra de Deus não é necessariamente um manual sexual, mas há
passagens que ensinam sobre o assunto e ela é sempre atual, verdadeira e
confiável. Desde a criação do Universo, quando Deus criou macho e fêmea em
Gênesis 1 e 2, até o Apocalipse, Ele tem sido muito claro a respeito de nossa
sexualidade. Cabe a nós, pais, sabermos o que a Bíblia diz e então comunicarmos
a nossos filhos, de modo simples e sem deixar dúvidas.
A seguir, exponho alguns conceitos:
1. O Antigo Testamento fala abertamente sobre assuntos sexuais.
Muitas vezes usa expressões como:
"coabitou o homem com a mulher", significando relações
sexuais.
2. A Lei de Moisés proibiu relações sexuais durante o período de
menstruação e nascimento e os homens casados foram exortados a absterem-se do
ato sexual somente por questões religiosas.
3. Também no Antigo Testamento encontramos registros de pecados
sexuais de vários indivíduos como no caso de Ló, Davi e Bate-Seba, e a
prostituição da esposa de Oséias.
4. Em Provérbios 5.1-14, Salomão exorta seu filho sobre os perigos
da mulher adúltera e também exalta as delícias do relacionamento físico no
casamento (15-19).
5. Cantares de Salomão provavelmente foi escrito para descrever o
amor conjugal e especialmente a relação física no casamento.
6. O Novo Testamento aprova e também fala abertamente sobre
assuntos de sexo. Jesus fala francamente em várias ocasiões sobre os perigos do
sexo fora do plano de Deus.
7. Em 1 Coríntios 7.1-5, o apóstolo Paulo aborda os direitos
conjugais do marido e da esposa e dá algumas instruções claras para a pessoa
que quiser abster-se por propósitos espirituais.
8. Em 1 Tessalonicenses 4.1-8, o apóstolo Paulo exorta a prática da
santidade no relacionamento fraternal. A vontade de Deus é a santificação e o
abster-se da prostituição. Ele exorta que é em santificação e honra
que o homem deve conseguir esposa.
9. Em Hebreus 13.4, a Palavra de Deus confirma que o casamento é
digno de honra e que o leito (coito) matrimonial é sem mácula.
10. Com estes exemplos vemos que a Bíblia trata do sexo honesta e
francamente. Ela não está super preocupada com o sexo, mas também não se
envergonha dele. A Bíblia tem uma atitude positiva para com o sexo como parte
da criação de Deus. Mas, como em outras esferas da criação, o sexo também pode
ser distorcido por criaturas imperfeitas. A expressão sexual é uma força
poderosa para o bem ou para o mal, dependendo de como o homem escolhe
expressá-la. Por isso Deus estabeleceu um guia para a sexualidade humana.
5. NÃO PERCA OPORTUNIDADES
No dia a dia surgem o que costumo denominar de "momentos
ensináveis". São ótimas oportunidades naturais que proporcionam a
transmissão de conhecimentos de maneira gradativa e repetitiva. Nem sempre tudo
é aprendido de uma só vez. Podemos voltar às conversas anteriores para
acrescentar novas informações.
Quando a criança ainda é pequena, o pai ou a mãe podem aproveitar a
hora do banho e transformá-la em um "momento ensinável". Rapidamente
ela aprenderá a distinguir e apontar sua orelha, nariz, olhos, boca, dedos,
etc. Pode-se também ensinar os termos corretos das outras partes do corpo,
conversando sobre isso à medida que o banho vai acontecendo.
Aproveito para responder uma questão que, invariavelmente, surge em
minhas palestras pelo Brasil afora:
- Até que ponto é saudável ou proibido o pai ou a mãe tomarem banho
com sua filha, ou filho, respectivamente?
Creio que não é saudável a mãe tomar banho com o filho e nem o pai
com a filha. Até cinco, seis anos de idade, os irmãozinhos podem tomar banho
juntos sem constrangimento, mas o papai deverá fazê-lo com seu filho e a mamãe
com sua filha.
Infelizmente, vivemos em um mundo dominado pelo princípio do
pecado. Se ele não existisse, creio que seria perfeitamente normal os pais e
seus filhos ficarem em casa sem roupa alguma e tomarem banho juntos. Porém,
isso não acontece. Sendo assim, algumas precauções devem ser tomadas para
evitar tentações.
Finalizando, tenho algo mais a acrescentar. Pais, não se esqueçam
que seus filhos aprenderão muito sobre a sexualidade através do modo como
vocês, como casal, se relacionam. Por exemplo, seu respeito mútuo, o carinho e
a afeição que demonstram ter e a maneira
aberta como conversam sobre os "assuntos delicados".
Portanto, falem com seus filhos a respeito de sexualidade de modo alegre,
descontraído, positivo, espontâneo, honesto, natural e saudável.
Recomendo aos pais a leitura da seguinte literatura:
- "Os Adolescentes e o Sexo" - Mary Kehle, Editora Mundo
Cristão.
- "Adolescente Feliz" - Dr. James Dobson, Editora Mundo
Cristão.
- "Turbulentos Anos da Adolescência" - Jaime Kemp,
Editora Sepal.
PERGUNTAS PARA AVALIAÇÃO
1. Qual a maior dificuldade que você encontra como pai/mãe ao
comunicar aos seus filhos conceitos sobre sexo?
2. Você considera proveitoso que uma criança entre 2 e 5 anos
aprenda os nomes corretos dos órgãos sexuais bem como de outras partes do
corpo?
3. Você acha que, se os pais forem fiéis, sinceros e honestos ao
comunicar aos filhos os fatos e valores básicos sobre sexo, não precisarão
temer o tipo de educação sexual que eles receberão na escola?
4. Ao falarem sobre educação sexual com os filhos, os pais devem:
a. começar cedo
b. ser honestos
c. ser espontâneos, naturais
d. ser bíblicos
Qual sua opinião?
UM BOM PAI FAZ A DIFERENÇA
CRIANDO UM AMBIENTE PROPÍCIO À SAÚDE SEXUAL DE SEU FILHO
INTRODUÇÃO: 1 Tessalonicenses 2.7-12
1. Um Pai Carinhoso, Afetuoso - 1 Ts 2.7,8
2. Um Pai Comprometido - 1 Ts 2.8b,9
3. Um Pai Modelo - 1 Ts 2.10
4. Um Pai Comunicativo - 1 Ts 2.11,12
A. O Pai Encorajador
B. O Pai Ouvinte
C. O Pai Sensível
D. O Pai Acessível
CONCLUSÃO:
DISCIPULADO
Por JUDITH KEMP
Pedi à minha esposa Judith para escrever um capítulo deste livro,
sobre como discipular filhos. Ela já escreveu um livro "Meu Filho, Meu
Discípulo" (Editora Sepal), sobre o assunto. Acho superimportante os pais
terem a visão de incutir no coração dos filhos, a ideia de que estão se
tornando discípulos de Cristo.
Muitas vezes, ao pensar no jovem Timóteo, nos lembramos da
maravilhosa influência que o apóstolo Paulo teve em sua vida. Eles são um
exemplo clássico do relacionamento entre discípulo e discipulador.
Mas Paulo deixou bem claro que o mérito do desenvolvimento
espiritual de Timóteo não era somente dele. Em 2 Timóteo 1.5 lemos:
"...pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que
primeiramente habitou em tua avó Loide, em tua mãe Eunice, e estou certo de que
também em ti".
O ministério de Paulo na vida de Timóteo foi muito facilitado pelo
firme alicerce construído durante a infância por suas avó e mãe. Por isso Paulo
o exortou a permanecer "naquilo que aprendeste, e de que foste
inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a infância
sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em
Cristo Jesus" (2 .Timóteo 3.14-15). Timóteo foi discipulado por três
pessoas - e duas delas eram mulheres.
O QUE É UM DISCÍPULO?
Em Seus ensinos, Jesus apresentou pelo menos quatro características
que deveriam ser desenvolvidas na vida de quem quisesse ser Seu discípulo. Ao
examinar essas características, devemos nos perguntar: sou discípulo de Cristo?
Se a resposta for afirmativa, a pergunta seguinte deve ser: estou ajudando meus
discípulos a desenvolverem essas características na vida deles? Não podemos
fazer discípulos, se não formos discípulos.
UM DISCÍPULO PERMANECE NA PALAVRA DE DEUS
Jesus disse: "Se vós permanecerdes na minha palavra sois
verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará" (João 8.31-32).
Como podemos ensinar nossos filhos a amarem a Palavra de Deus? Em
Deuteronômio 6.5-9 lemos que os pais devem amar a Palavra de Deus primeiro, e
depois ensiná-la aos filhos "... assentados em casa, e andando pelo
caminho, e ao deitar-se e ao levantar-se".
Este versículo não está falando de um culto doméstico, mas de um
estilo de vida. Fala de viver a Palavra de Deus e ensinar seus princípios de
forma natural e espontânea à medida que as situações se apresentam.
Uma de nossas filhas está tendo alguns problemas na escola, no
momento. Às vezes ela fica muito deprimida, e precisamos lembrá-la de que Deus
a ama muito. Em outras ocasiões ela sente vontade de desistir, e precisa
lembrar-se que Deus pode fazer o impossível. Mas quando todos nós estamos
passando por um tempo difícil como família, não é fácil para mim, lembrar das
promessas de Deus - quanto mais ensiná-las às minhas filhas!
Que problema está perturbando a vida de seu filho hoje? O que a
Palavra de Deus tem a dizer sobre esse problema? Seus filhos estão
"armados" com as promessas específicas da Palavra de Deus as quais
vão ajudá-los a enfrentar e vencer tentações e provações?
UM DISCÍPULO TEM AMOR PELOS OUTROS
"Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes
amor uns aos outros" (João 13.35).
Não há lugar melhor para aprender a amar outros, do que o próprio
lar. Os princípios do corpo de Cristo devem ser colocados em prática dentro da
própria família, para que o mundo à nossa volta possa ver
"amor em ação", e assim ser atraído para o Senhor.
Não existe provavelmente instrumento evangelístico mais poderoso do
que um lar unido e cheio de amor.
Eu sei bem como é difícil manter a harmonia em nossa casa. Um dos
meus maiores desafios é convencer minhas filhas que podem ser amigas! Jim ainda
se lembra de uma vez em que ouviu as meninas brigando no corredor. Tentou
descobrir quem estava errada, mas naturalmente ambas diziam ter razão.
Finalmente mandou-as para o quarto de Márcia, a fim de esclarecerem a questão
entre si, orarem e pedirem perdão uma à outra.
Mais tarde, quando já tínhamos nos deitado, ouvimos alguém
colocando um bilhete por baixo da porta. O bilhete dizia:
"Papai, estávamos erradas. Oramos juntas, pedimos perdão a
Deus e, uma à outra. Agora queremos pedir perdão a você. Nós o amamos.
Mindy".
UM DISCÍPULO COLOCA CRISTO EM PRIMEIRO LUGAR
Em Lucas 14, Cristo refere-se a várias condições de discipulado. O
versículo 26 diz que um discípulo ama a Cristo mais que à sua própria família,
ou mesmo à sua vida. No versículo 27, lemos que o discípulo deve
estar pronto a carregar sua cruz e seguir a Cristo. O versículo 33
fala sobre abrir mão de nossas posses. Em cada caso, Jesus diz que, se
recusarmos obedecer, não podemos ser Seus discípulos.
Nossos lares devem expressar a importância dos valores espirituais,
em vez dos valores temporais e materialistas. Devemos ensinar nossos filhos a
amarem a Deus mais do que qualquer outra coisa ou pessoa - mais até do que amam
a nós, seus pais!
Nesta área, como em todas as outras, não podemos ensinar o que não
é uma realidade em nossas vidas.
Uma das pessoas que mais admiro é o pai de uma amiga minha. Por
muitos anos ele foi presidente de uma das maiores e mais ricas organizações
americanas. Mas eu não o admiro por ser milionário. Admiro-o porque, apesar de
todos os bens materiais, conseguiu comunicar os valores eternos aos filhos.
Quatro desses filhos hoje são missionários, e ele sustenta muitos outros
missionários ao redor do mundo.
UM DISCÍPULO PRODUZ FRUTO
"Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto, e assim
vos tornareis meus discípulos" (João 15.8).
O propósito do discipulado é produzir fruto. Pode ser o fruto do
Espírito (amor, alegria, paz, domínio próprio, etc.) ou o fruto de novos
convertidos. Devemos ensinar a outros o que aprendemos, para que eles, por sua
vez, possam ensinar ainda outros (2 Timóteo 2.2). Tornamo-nos discípulos quando
fazemos discípulos. O discípulo é um evangelista.
Não posso pensar em alegria maior em minha vida, que ver minhas
filhas, um dia, servindo ao Senhor como missionárias. Se isso acontecer, terei
multiplicado minha visão e meu ministério.
Loide discipulou Eunice e esta, com a ajuda de Paulo, discipulou
Timóteo. Dando continuação a esse ministério, Timóteo por sua vez fez muitos
outros discípulos nas igrejas que pastoreou. Você tem em sua família um Timóteo
dado por Deus e que talvez venha um dia a abençoar o mundo com seu testemunho?
ESTUDO BÍBLICO - EDUCAÇÃO DE FILHOS
"E vós pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os
na disciplina e admoestação do Senhor" (Efésios 6.4).
"Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem
desanimados" (Colossenses 3.21).
1. Cite algumas responsabilidades mencionadas em Efésios 6.4 e
Colossenses 3.21.
2. Efésios 6.4 nos diz: "Pais, não provoqueis vossos filhos à
ira". Logo abaixo há uma lista de possíveis atitudes que podem provocar um
filho à ira. Assinale uma ou duas que você já tenha se utilizado no
relacionamento com seus filhos.
a. Uso impróprio de autoridade
b. Disciplina no momento de irritação ou raiva
c. Disciplina sem boa comunicação
d. Incoerência na disciplina
e. Insistência por meio de palavras e não por atos
f. Não ouvir com atenção quando seu filho fala com você
g. Não admitir seus erros (pais)
h. Outra
3. Hebreus 12.5-11, fala sobre a disciplina que Deus utiliza
conosco. Nós pais, devemos seguir seus passos em relação a nossos filhos.
Observemos neste trecho alguns conceitos sobre disciplina. Conforme versículos
5 e 6, o que significa a correção do Senhor? (Veja também Provérbios 13.24).
4. Por que o ato de disciplinar uma criança é prova de mais amor do
que o deixá-la fazer sua própria vontade?
5. Quando os filhos aprendem a respeitar e obedecer os pais
terrenos, a quem mais estão aprendendo obedecer? Hebreus 12.9: "Além
disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os
respeitávamos; não havemos de estarem muito maior submissão ao Pai dos
espíritos, e então viveremos?"
6. Qual é o propósito principal de toda disciplina, conforme
versículo 11?
7. Qual é a promessa feita aos pais em Provérbios 22.15?
8. Em Provérbios 19.18, Salomão diz: "Castiga a teu filho,
enquanto há esperança." Em sua opinião, o que significa "enquanto há
esperança" ?
9. Conforme Provérbios 22.15; 23.13-14; e 29.15, Deus quer que os
pais disciplinem seus filhos com a vara. Por que será isso tão importante? Para
você, o que significa a vara?
10. Provérbios 29.15 diz: "A vara e a disciplina dão
sabedoria., mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua
mãe". Como você descreveria uma criança "entregue a si mesma"?
Como uma mãe pode vir a se envergonhar? (Provérbios 29.17)
11. Por que você acha que muitas mães estão exaustas mesmo antes de
chegar o final do dia? (Provérbios 29.17)
12. Dê o seu parecer sobre a frase - Disciplinar filhos é um ato de
fé -(Hebreus 12.11).
13. Deuteronômio 6.1-9, nos mostra algumas ordens de Deus, dadas
através de Moisés aos pais de Israel. Conforme versículo 2, por que Deus deu
essas ordens?
14. Conforme versículo 9, como essas verdades deveriam ser
transmitidas aos filhos?
15. Que tipo de relacionamento os pais deveriam ter com Deus?
(versículo 5). Por que é importante que amem a Deus de todo coração?
16. Por que é importante que a Palavra de Deus esteja no coração
dos pais?
17. No versículo 7, Moisés destaca 4 situações em que os pais devem
ensinar aos filhos. Quais são?
Você tem aproveitado situações como essas para comunicar as
verdades de Deus aos seus filhos? Como?
10 PASSOS PARA SEU FILHO SE TORNAR UM DELINQUENTE
PASSO 1 - Durante a infância, dê a seu filho tudo o que ele deseja.
- Deste modo ele crescerá acreditando que o mundo deve tudo a ele.
Receita de Deus - Provérbios 19.18 - "Castiga o teu filho
enquanto há esperança, mas não te excedas aponto de matá-lo. "
PASSO 2 - Quando ele falar palavrões ou contar piadas indecorosas
ria, estimule. - Ele vai se sentir engraçado e, no futuro, terá atitudes que
decepcionarão e embaraçarão a você.
Receita de Deus - Provérbios 15.28 - "O coração do justo
medita o que há de responder, mas a boca dos perversos transborda
maldades."
PASSO 3 - Até seu filho atingir os 18 anos não o oriente sobre a
vida espiritual. Espere até que ele chegue à maioridade e decida, por conta
própria o caminho a seguir. - Se é que optará por algum.
Receita de Deus - Provérbios 22.6 - "Ensina a criança no
caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele."
PASSO 4 - Evite usar a palavra "errado" pois pode
desenvolver na criança um complexo de culpa e, na adolescência, condicioná-la a
crer que, quando cometer algum deslize e outros reclamarem, tal ato será uma
perseguição, e que todos estão contra ela. - Assim, você terá uma pessoa fraca
e medrosa dentro de casa.
Receita de Deus - Provérbios 13.24 - "O que retém a vara,
aborrece o seu filho, mas o que o ama, cedo o disciplina."
PASSO 5 - Em casa, faça tudo por ele: arrume seu quarto, guarde
sapatos e roupas jogadas. - Se você agir assim, estará criando nele a tendência
de jogar sobre os outros todas as suas responsabilidades.
Receita de Deus - Provérbios 10.5 - "O que ajunta no verão é
filho entendido, mas o que dorme na sega é filho que envergonha."
PASSO 6 - Não faça nenhuma triagem na literatura de seu filho,
deixe-o ler aquilo a que tiver acesso. - Talvez ele só consiga armazenar lixo
em sua mente.
Receita de Deus - Provérbios 4.23 - "Sobre tudo o que se deve
guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida."
PASSO 7 - Briguem frequentemente entre si na presença de seu filho.
- Desta maneira não ficará tão chocado se, quando ele vier a se casar, seu
próprio lar for destruído.
Receita de Deus - Provérbios 17.27,28 - "Quem retém as
palavras possui o conhecimento, e o sereno de espírito é homem de inteligência.
Até o estulto, quando se cala é tido por sábio, e o que cerra os lábios por
entendido."
PASSO 8 - Dê a seu filho todo dinheiro que ele pedir. Nunca o
encoraje a lutar pelo seu próprio sustento. Por que ele tem que passar pelos
momentos difíceis da vida pelos quais você passou? - A redoma pode tirar o
valor real da vida.
Receita de Deus - Provérbios 24.30 - "Passei pelo campo do
preguiçoso, e junto a vinha do homem, falto de entendimento."
PASSO 9 - Satisfaça todos os caprichos de conforto, comida e bebida
que tiver. Providencie meios para que
ele sacie seus desejos sexuais. A negação pode provocar uma
frustração prejudicial. - É uma irrealidade de vida.
Receita de Deus - Provérbios 29.15 - "A vara e a disciplina
dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a mãe."
PASSO 10 - Defenda sempre seu filho, mesmo quando ele estiver
errado. Faça isso na frente do professor, do vizinho, dos parentes, da
polícia... - E ele nunca assumirá nada na vida.
Receita de Deus - Provérbios 28.4 - "Os que desamparam a lei,
louvam o perverso, mas os que guardam a lei, se indignam contra ele."
SIM NÃO
1. Você sente que as linhas de comunicação estão totalmente abertas
entre você e sua família?
(1 Tessalonicenses 2.8-12) ( ) ( )
2. Cada membro da família está a par tanto de seus alvos pessoais,
quanto dos familiares? ( ) ( )
3. Você é capaz de detectar as causas básicas de conflitos em sua
família? (1 Coríntios 2.15,16) ( ) ( )
4. Você está satisfeito pela maneira com que a família reage à sua
autoridade? (1 Timóteo 1.16) ( ) ( )
5. Você demonstra interesse pelas atividades de seus filhos em
relação à igreja, escola, trabalho e interesses pessoais? (Provérbios 20.5;
27.19) ( ) ( )
6. Você ora tanto quanto sua esposa em favor de seus filhos?
(Efésios 6.4) ( ) ( )
7. Você planeja atividades para seus filhos e procura ao mesmo
tempo, estar com eles nessas atividades? ( ) ( )
8. Você tem liberdade em comunicar suas áreas de fraqueza e seus
sonhos com sua esposa e filhos? ( ) ( )
9. Você tem dificuldade para controlar seu temperamento durante um
atrito familiar? (Provérbios 15.1;
Tiago 4.1; Tiago 1.19) ( ) ( )
10. Você é capaz de pedir perdão à sua esposa ou filhos, caso
esteja errado? (Tiago 5.16; Mateus 5.23,24) ( ) ( )
11. Você consegue aplicar princípios bíblicos para solucionar
conflitos familiares? (Mateus 5.1-12) ( ) ( )
12. Você teria vergonha em saber que seu modo de agir em seu lar
está chegando ao conhecimento
de outras pessoas? ( ) ( )
SIM NÃO
1. Você proporciona um ambiente onde sua família compartilha
livremente suas experiências com você? (Provérbios 14.1) ( ) ( )
2. Você perde a paciência facilmente por coisas que sua família
considera sem importância? ( ) ( )
3. Você é capaz de pedir perdão a seu marido e filhos caso esteja
errada? (Tiago 5.16; Mateus 5.23,24) ( ) ( )
4. Você estipula alvos específicos para desenvolver qualidades
espirituais em si mesma e em sua família? ( ) ( )
5. Sua família sabe desses alvos? (Tiago 1.21,22) ( ) ( )
6. Você é capaz de detectar as causas básicas dos conflitos em sua
família? (1 Coríntios 2.15,16) ( ) ( )
7. Você está satisfeita diante do respeito e sentimento que sua
família nutre por você? ( ) ( )
8. Você consegue aplicar os princípios bíblicos para solucionar os
conflitos em sua família? (Mateus 5.1-12) ( ) ( )
9. Você entende claramente seu papel de esposa/mãe em um lar
cristão? (Provérbios 31.10-31; 1 Pedro 3.1-6; Efésios 5.22-33; Tito 2.3-5) ( )
( )
10. Você entende a liderança de seu marido em seu lar? (Efésios
5.22,23) ( ) ( )
11. Você permite que seus filhos tenham certas atitudes na ausência
do pai as quais ele, certamente, não permitiria caso estivesse presente?
(Provérbios 31.11) ( ) ( )
12. Você contraria seu marido em frente a seus filhos? ( ) ( )
13. Você comenta as fraquezas de seu marido na frente dos filhos? (
) ( )
14. Você está satisfeita com a condição financeira que Deus tem
dado a vocês? ( Hebreus 13.5) ( ) ( )
15. Você ora diariamente por seu marido e por seus filhos? ( ) ( )
16. Você prepara pratos apetitosos para agradar sua família? ( ) (
)
BIBLIOGRAFIA
Meu Filho, Meu Discípulo - Judith Kemp, Editora Sepal
Agora é Hora de Amar Seu Filho - John M. Drescher, Editora Mundo
Cristão.
Filhos Felizes - Dr. Ross Campbell, Editora Mundo Cristão
Sete Necessidades Básicas da Criança - John M Drescher, Editora
Mundo Cristão
Esconde, Esconde - Dr. James Dobson, Editora Vida
Ouse Disciplinar - Dr. James Dobson, Editora Vida
Os Adolescentes e o Sexo - Mary Lehle, Editora Mundo Cristão
Socorro, Temos Filhos - Dr. Bruce Narramore, Editora Mundo Cristão
Adolescência Feliz - Dr. James Dobson, Editora Mundo Cristão
A Dádiva de Honra - Smalley e Trent, Editora Vida
Histórias Bíblicas Prediletas - Ethel Barret, Editora Vida
Nossos Filhos, Discípulos de Cristo - Walter A. Henrichsen, Editora
Vida
Como Realmente Amar Seu Filho Adolescente - Dr. Ross Campbell,
Editora Mundo Cristão
Filhos Felizes - Dr. Ross Campbell, Editora Mundo Cristão
Como Orar por Seus Filhos - Quin Sherser, Editora Vida
Como Desenvolver o Temperamento de Seus Filhos - Berverly La Haye,
Editora Mundo Cristão
Mamãe, o que é AIDS? - Joyce Northrup Dodge, Editora Mundo Cristão
A Criança do Lar Cristão - Margaret Jacobsen, Editora Mundo Cristão
Turbulentos Anos da Adolescência - Jaime Kemp, Editora Sepal
))))))))))))))))))))))))))))))
Escrita Lição 11, BETEL, Relacionamento ideal entre pais e filhos,
1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
Para nos ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida
Silva
EBD, Revista Editora Betel, 1° Trimestre De 2024, Tema: FAMÍLIA,
UM PROJETO DE DEUS – Moldando lares estruturados, saudáveis e
estabelecendo um legado de valores segundo a Bíblia Sagrada, Escola Bíblica
Dominical
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- ATRIBUIÇÕES DOS PAIS
1.1. Relacionamento com responsabilidade
1.2. Relacionamento com diálogo
1.3. Relacionamento sem maus-tratos
2- FUNÇÕES DOS FILHOS
2.1. Os deveres dos filhos em relação aos pais
2.2. A consciência dos filhos em relação aos pais
2.3. A gratidão dos filhos em relação aos pais
3- DEVERES COMPARTILHADOS: PAIS E FILHOS
3.1. Relacionamento com amizade
3.2. Relacionamento com compreensão
3.3. Relacionamento com perdão
TEXTO ÁUREO
“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com
promessa.” Efésios 6.2
VERDADE APLICADA
Os filhos precisam ser obedientes aos seus pais, mas os pais não
podem provocar a ira nos seus filhos, para não perderem o ânimo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar as atribuições dos pais.
Destacar as funções dos filhos
Explicar os deveres entre os filhos e os pais
TEXTOS DE REFERÊNCIA - Pv 22.6; Ef 6.1-4
PROVÉRBIOS 22
6 Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não
se desviará dele.
EFÉSIOS 6
1 Vós, filhos, Sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2 Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3 Para que te vá bem, e vives muito tempo sobre a terra.
4 E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na doutrina e
admoestação do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA – Sl 127.3-5 Os filhos são herança do Senhor.
TERÇA – Pv 10.1 Os filhos sábios alegram os pais.
QUARTA – Pv 20.7 Os pais justos têm filhos felizes.
QUINTA – Pv 29.17 A importância de disciplinar os filhos.
SEXTA – Pv 30.11 Os filhos não podem amaldiçoar os pais.
SÁBADO – Pv 31.28 Os filhos devem abençoar os pais.
HINOS SUGERIDOS: 224, 314, 318
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que o relacionamento entre os pais e os filhos seja
saudável.
INTRODUÇÃO
O relacionamento entre pais e filhos
tem sido um dos dramas da sociedade. Mas nunca na história houve tanta
possibilidade de mudanças. Esperamos que esta lição seja mais um canal de
benção para pais e filhos.
1- ATRIBUIÇÕES
DOS PAIS
Atribuições são responsabilidades,
prerrogativas, poderes, direitos e deveres que estão ligados a um cargo ou a
certas autoridades no exercício de suas funções. Aos pais competem alguns
deveres [Ef 6.4b], que não podem ser repassados para terceiros, para a escola,
para a igreja, para a creche ou ainda para a sociedade.
1.1. Relacionamento
com responsabilidade
Os pais devem criar, educar,
alimentar, proteger, ser os mentores espirituais e provedores materiais para os
seus filhos. Os pais precisam entender que não existem fórmulas mágicas e que
não existe perfeição quando se trata de criar e educar filhos. Há parâmetros e
preceitos bíblicos [Dt 6.6-9; Ef 6.4]. Os pais não devem se culpar se fizeram o
melhor que podiam e deram o melhor ensinamento aos filhos.
Pastor Valdir Alves de
Oliveira (Livro `Casamento e família’; 2015, P. 91): “A Palavra de Deus afirma
em Hebreus 12.7-8 que é para disciplina que suportamos a correção, pois o nosso
Deus nos trata como filhos. E faz uma simples pergunta: “Que filho há a quem o
pai não corrige?”. Logo após, dá uma célebre resposta: “O filho que fica sem
disciplina, da qual todos devem ser participantes, passa a ser bastardo e não
filho”. Assim como somos corrigidos constantemente por Deus para o nosso
próprio bem, visto que somos Seus filhos [Jo 1.12], mediante a fé [Ef 2.8- 9],
não devemos retirar a disciplina dos nossos filhos [Pv 23.13]
1.2.
Relacionamento com diálogo
Use a comunicação de forma correta
[Ef 4.29; Cl 4.6]. O diálogo é a forma mais fácil e eficiente de resolver os
problemas, esclarecer dúvidas e dar ensinamentos. Use-o de forma clara,
objetiva, com educação, respeito, verdade e amor. Não se admite um
relacionamento de pais e filhos onde a mentira prevalece, a grosseria impera, a
honestidade não fica aparente, a clareza das situações não é exposta. Sem
diálogo, ninguém pode adivinhar o que o outro gosta, quer ou pensa. No diálogo
é preciso saber ouvir e falar no momento certo. Ter uma boa comunicação não
somente saber se expressar.
Bispo Abner Ferreira
(Revista Betel Dominical “A família natural segundo os valores e princípios
cristãos’; 2020): “Faz a diferença na comunicação verbal não apenas as palavras
usadas, mas, também, a tonalidade de voz e a expressão corporal que acompanha o
processo, seja quando estiver falando ou ouvindo. As expressões faciais, o
olhar, os gestos e a postura terão grande impacto na comunicação. Quando um
membro da família está ouvindo o outro, tais expressões corporais também são
importantes. Afinal, ouvir não é sinônimo de passividade, mas concentração e
doação.
1.3.
Relacionamento sem maus-tratos
A Lei da Palmada não tira
dos pais a correção e a disciplina, mas evita e protege os filhos contra os
maus-tratos dos pais, espancamentos e violência doméstica. Agora os pais não
devem aceitar os filhos mandarem neles, porque isso é prejudicial e antibíblico
[ 1Tm 3.4; Hb 12.8]. Os pais devem ensinar os filhos com amor a ouvir e a
aceitar o “sim” e o “não”: Mostrar a eles que na vida não se pode fazer somente
o que se quer nem ter tudo que se quer. Quem faz tudo que o quer, envergonha os
seus pais [Pv 29.15]; desejar ter tudo que quer é uma ilusão perigosa; os pais
devem ensinar aos filhos que nem tudo que se acha bom se deve fazer e nem tudo
que se acha bonito é legítimo. Nem tudo que é lícito convém [ 1 Co 6.12].
Pastor Valdir Alves de
Oliveira (Livro “Laços benditos”): “Os pais devem ter muito cuidado quando os
filhos se envolverem com drogas, bebidas ou outras coisas erradas, não se
desesperar e procurar o diálogo e a ajuda de pessoas experientes nesse assunto
ou de instituições sérias. Nunca use a força ou a estupidez, pois a tendência é
afastar mais o filho do convívio dos pais. Os pais que querem criar os filhos
com base no passado a na criação que tiveram, poderão perdê-los para o mundo.’
EU ENSINEI QUE:
Aos pais competem alguns deveres,
que não podem ser repassados para terceiros, para a escola, para a igreja ou a
sociedade.
2- FUNÇÕES DOS
FILHOS
A função mostra exatamente o que
será executado no âmbito da família pelos filhos. Biblicamente, os primogênitos
sempre tiveram os seus encargos e responsabilidade de cuidar dos restantes dos
irmãos. O filho mais velho deveria tomar o papel do pai na sua falta, e seria o
exemplo para os filhos mais novos e todos deveriam ser obedientes a ele. Pois
ele representava a figura do pai.
2.1. Os deveres
dos filhos em relação aos pais
Os filhos terão obrigações a serem
cumpridas, papéis a serem desempenhados, que são intransferíveis. São deveres
sociais, financeiros, de amparo e cuidados especiais, de presença e gratidão
eterna por aqueles que os geraram. O papel dos filhos é submeterem-se à vontade
dos pais, no Senhor [Ef 6.1-2; Cl 3.20]. Conferir honras, dar crédito,
valorizar para viver bem a muito tempo sobre a face da terra [Ef 6.2-3]. É um
mandamento com promessas para os filhos. Os filhos devem considerar, respeitar
os pais como autoridade. Não podem ser maldizentes [Mt 15.3-6]. Não podem
ser zombadores dos pais [Pv 30.17]. Enquanto crianças, o amparo é dos pais.
Depois de adultos, o amparo é dos filhos, principalmente os que têm mais
condições financeiras. Os filhos não devem abandonar os pais na velhice [Pv
15.20; 23.22; Dt 27.16; 1Tm 5.4].
É dever primordial dos
filhos obedecer e honrar os seus pais [Ef 6.1]. Respeitando-os como autoridade
dada por Deus sobre os filhos. A obediência é um princípio e princípio não se
quebra; também é uma semeadura que, se não formos obedientes para cima, não
devemos esperar obediência debaixo. A honra também é um princípio que leva
alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa e que lhe permite gozar de
bom conceito junto à sociedade. Quando honramos nossos pais, estamos realçando
o que eles representam para nós e aceitando-os como nossos tutores, provedores,
sacerdotes.
2.2. A
consciência dos filhos em relação aos pais
Os filhos devem atender os conselhos
dos pais. Os filhos devem aceitar a disciplina e correção dos pais, mostrando
prudência, pois quem despreza é tido como tolo [Pv 15.5]. Os filhos devem
aceitar os ensinos dos pais, pois os seus ensinos são para um futuro próspero
[Pv 22.6]. Os filhos não podem amaldiçoar os seus pais [Pv 20.20; 30.11]. Na
Lei de Moisés os filhos que amaldiçoarem os pais, certamente
morreriam e o seu sangue seria sobre eles, no sentido indireto como se
estivessem amaldiçoando a Deus [Lv 20.9]. Como essa Lei era nos dias de Moisés,
outras situações podem acontecer nos dias de hoje, porque é um plantio. Os
filhos que zombam dos pais pagarão um alto preço [Pv 30.17], os filhos não
podem envergonhar os seus pais [Pv 10.1; 19.26].
Muitos filhos ficam com
raiva dos pais e até se tornam inimigos, ficam sem falar, sem visitar,
desrespeitando aqueles que lhes trouxeram ao mundo. Muitos filhos não sabem por
que sofrem e nada dá certo, mas se esquecem da lei do plantio [Gl 6.7-8], os que
querem o mal para os pais não podem ser felizes, estão infringindo a Lei de
Deus estabelecida na Sua Palavra.
2.3. A gratidão
dos filhos em relação aos pais
Gratidão é uma virtude, virtude é
uma essência do bem, essência é um conjunto de qualidades que definem quem uma
pessoa é. Um “muito obrigado” mostra educação, com o tempo não se esquece. A
gratidão demonstra reconhecimento, que fica para sempre. O filho que é grato
nunca esquece o que os pais fizeram por ele. A gratidão é um sentimento que
cria uma espécie de dívida e uma dívida praticamente impagável. A gratidão deve
ser algo espontâneo, de foro íntimo, porque parte do coração e não só de boca.
Os filhos sabem que o que os seus pais fizeram por eles não foi esperando nada
em troca, não foi por conveniência nem por interesses espúrios, foi por amor,
carinho e com imenso prazer, pelo fato de os filhos serem herança do Senhor [Sl
127.3]. É uma recomendação bíblica ter gratidão em nossos corações [Cl
3.15-16].
O agradecimento é de
fundamental importância, para estabelecer uma relação autêntica com Deus e uma
convivência harmoniosa com as pessoas à nossa volta, principalmente com os
nossos pais e toda a nossa família. Quem é mais feliz, valoriza mais a vida e louva
a Deus. Os filhos devem ser gratos aos seus pais e não esquecer de nenhuma das
fases da vida cuidadas por eles. Os filhos gratos alcançam as benevolências do
Senhor. Quem é grato quer retribuir de um jeito ou de outro todos os benefícios
recebidos [Sl 100.4; 1Ts 5.18]. Frederick
K.C. Price: “No entanto, se os filhos foram criados da maneira
correta, eles ajudarão seus pais se eles precisarem. A maioria dos filhos que
foram educados no amor a instrução do Senhor querem fazer tudo que for possível
se os seus pais estiverem em apuros, ou ficarem doentes, ou perderem o emprego”
EU ENSINEI QUE:
A Palavra de Deus nos apresenta os
deveres dos filhos em relação aos pais.
3- DEVERES
COMPARTILHADOS: PAIS E FILHOS
Malaquias 4.6 diz: “Que ele
converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais’:
Pais e filhos são somente algo maravilhoso, grandioso e extraordinário, mas
também sublime, transcendente e divino. O profeta diz que o objetivo é
reconciliar as famílias com Deus e consigo mesmas.
3.1.
Relacionamento com amizade
O papel primordial dos pais é serem
pais e não só amigos. Ser pai é bem diferente de ser amigo, mas não tem coisa
mais saudável do que a amizade e intimidade entre pais e filhos, ao ponto de se
abraçar, beijar, brincar e não guardar segredos, tirar dúvidas uns com os
outros, pedir conselhos, passar experiências [Pv 6.20; 10.1;13.1 ]. A amizade
dos pais é benéfica para os filhos contarem os seus segredos, as suas dúvidas,
as suas dificuldades e não serem só disciplinadores, pois se os pais não derem
ouvidos, o mundo ditará o que eles devem fazer.
Os pais precisam continuar
abençoando os seus filhos e falando palavras de vitória, de benção; nunca lance
palavras negativas ou de maldição aos seus filhos. Os filhos que não têm
amizade com os seus pais; isso pode ser por medo ou terror, porque é só cobrança,
repreensão e ameaças. Eles jamais contaram os seus problemas, nem abriram as
suas vidas, as suas dificuldades para os pais, perdem uma grande oportunidade
de ter bons conselheiros, idôneos e fiéis, respaldados pelo temor a Deus, pela
experiência de vida e responsabilidade. Os pais querem o melhor para os seus
filhos. Os pais já trilharam muitas estradas para pavimentação e adquiriram
condições para instruir seus filhos no caminho que devem seguir, na instrução
da Palavra de Deus [Ef 6.4].
3.2.
Relacionamento com compreensão
Conflitos entre pais e filhos vão
acontecer, mas ambos não devem deixar se tornar uma coisa normal, nem rotineira
[Ef 6.1-3; Cl 3.21]. São gerações e culturas distintas, são formações
acadêmicas desiguais, mesmo tendo o mesmo DNA, são personalidades diferentes.
Cada um viveu numa época, os avanços tecnológicos foram muito acentuados, as
mudanças sociológicas em alta velocidade. Os filhos precisam entender que
muitos pais nunca chegaram a se sentar num Banco de faculdade a na geração
deles ainda não havia chegado os aparelhos eletrônicos de última geração. Os
pais também precisam entender os filhos, que já chegaram brincando com
celulares, computadores e outros equipamentos sofisticados. Por isso, se busca
a compreensão e o respeito mútuo na maneira de pensar, de ver e de julgar.
Pastor Valdir Alves de
Oliveira (Revista Betel Dominical “Casamento e familia 2016): “Não queira que o
seu filho já tenha o seu conhecimento, e sua experiência, e sua maturidade.
Ninguém nasce sabendo; ninguém adquire experiência de um dia para o outro; os
nossos filhos vão crescendo aos poucos, uns adquirirem maturidade mais cedo, já
outros vão demorar mais. Isso é normal. “Quando eu era menino, falava como
menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a fase
adulta, acabei com as coisas de menino [ 1 Co 13.11].
3.3.
Relacionamento com perdão
Sempre nos relacionamentos, sejam
eles em família ou fora dela, há divergências e desapontamentos que podem ferir
um dos lados ou ambos os lados e haverá necessidade de perdão, pois não tem
como estar juntos e ter um relacionamento mais íntimo, harmonioso e saudável
dentro de casa se não houver perdão e reconciliação entre os membros da
família. Não podemos deixar que a falta de perdão gere raiz de amargura, ódio,
mágoa no lar [Mt 6.12; Cl 3.13]. A Bíblia pede para os filhos obedecerem,
honrarem e respeitarem os pais e pede para os pais não irritarem os seus
filhos, mas isso normalmente foge do nosso controle, pois somos humanos. Sempre
queremos que os nossos filhos nos peçam perdão, mas esquecemos que nós também
erramos e nunca nos curvarmos ao nosso erro; não é uma coisa feia nem sinal de
fraqueza pedir perdão, pelo contrário, é uma coisa digna e respeitosa.
Pastor Josué Gonçalves:
“Pedir perdão e perdoar é mostrar ao filho o caminho. Pedir perdão é colocar
remédio na ferida causada na alma do outro. É perdoando que os pais ensinam o
filho a perdoar. É pedindo perdão que os filhos aprendem a reconhecer os seus
erros. É comum para você pedir perdão aos filhos sempre que necessário? É comum
para você também perdoá-los? Os seus filhos terão um coração “perdoador” porque
aprenderam o valor do perdão com você? (…) Quando falta perdão, o relacionamento
entre pais e filhos fica fragilizado, a família perde a confiança e ninguém
caminha com liberdade dentro dessa casa. Pedir perdão e perdoar é amar
incondicionalmente e oferecer aquilo que o outro não merece: graça, favor,
bondade. O perdão é a única maneira de fazermos uma faxina no coração a reconstruirmos
aquilo que foi destruído”.
EU ENSINEI QUE:
O relacionamento entre pais e filhos
deve ter amizade, compreensão e perda.
CONCLUSÃO
A qualidade do relacionamento entre
pais e filhos melhora e vai se tornando mais saudável e harmonioso a medida que
aplicam os conceitos bíblicos, vivem uma vida de temor e intimidade com Deus e
se comprometem com o Reino de Deus.