Escrita, Lição 13, CPAD, O Propósito de Missões, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

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Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

 


 Escrita, Lição 13, CPAD, O Propósito de Missões, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

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ESBOÇO DA LIÇÃO

I – O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA

1. O fundamento da realidade salvífica

2. Um propósito global

II – PREGAR O EVANGELHO: A

RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO

1. Qual é a nossa disposição?

2. “Pois me é imposta essa obrigação”

  

TEXTO ÁUREO
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16)

  

VERDADE PRÁTICA
Pregar o Evangelho a toda a criatura não é uma opção, mas uma imposição divina.

  

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 28.18-20 Uma ordenança para pregar o Evangelho
Terça - 1 Co 9.16 A pregação do Evangelho como o dever de cada crente
Quarta - Mt 24.14 A vinda do Senhor JESUS tem a ver com a obediência da evangelização
Quinta - Ec 9.10; 2 Co 5.10; Ap 22.12 A obra da evangelização é uma urgência no Reino de DEUS
Sexta - At 20.24 Prontos em cumprir com alegria a incumbência da evangelização
Sábado - Mt 24.45-51; 25.14-30 Prestaremos contas do nosso trabalho de evangelização



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Apocalipse 5.9-14
9 - E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para DEUS homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;
10 - e para o nosso DEUS os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
11 - E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares,
12 - que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.
13 - E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.
14 - E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre.



Hinos Sugeridos: 72, 173, 316 da Harpa Cristã

  

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

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Meus comentários (Pr. Henrique – 09-12-2023)

 

Introdução

A tarefa mais importante da Igreja de JESUS CRISTO, enquanto aqui  na terra, é pregar o evangelho a todos os seres humanos. Não há como fugir da ordem de JESUS a todos nós: IDE. Não é um pedido, não é um conselho, não é uma advertência; é uma ordem sem permissão de retrucar ou apresentar alguma desculpa. Podendo o ouvinte ser penalizado severamente se vier a se recusar a obedecer. É uma imposição de DEUS

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I – O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA

1. O fundamento da realidade salvífica

“Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para DEUS homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.9).

 

DICIONÁRIO CALVINISTA Strong πας pas - Os calvinistas dizem que esse todo ou toda se refere somente aos escolhidos por DEUS antes da fundação do mundo. Para eles se refere a apenas os predestinados para a salvação (implica em dizer que JESUS morreu só por estes e os outros que não estão neste grupo foram escolhidos para irem para o inferno e posterior Lago de Fogo e Enxofre).

1) individualmente
1a) cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
2) coletivamente
2a) algo de todos os tipos

... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentios, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)

 

PORÉM NÃO PODEM ESCAPAR DESTE VERSÍCULO - 1 Jo 2.2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.

DICIONÁRIO CALVINISTA Strong  κοσμος kosmos
mundo, universo - o círculo da terra, a terra - os habitantes da terra, homens, a família humana
- a multidão incrédula; a massa inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de CRISTO.

Mas eles dão sempre um jeito de traduzir a palavra todos de uma maneira que signifique somente os predestinados ou escolhidos (assim são ensinados e assim creem, infelizmente).

ESTE VERSÍCULO DEVERIA SER SUFICIENTE PARA ELES, PORÉM NÃO É.

- 1 Jo 2.2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.

Assim em toda parte onde aparece todos para eles significa somente os que foram previamente escolhidos para a salvação, não considerando a presciência de DEUS, mas a pré-escolha, ou predestinação (equivocada).

Mas, nós que recebemos a revelação do ESPÍRITO SANTO, sabemos bem que todos são todos mesmo e que JESUS morreu por todos e para que todos tenham a chance de serem salvos a partir do momento que ouvirem a pregação do evangelho e crerem. Os grifos a seguir são nossos:

¹³ Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa;  Efésios 1:13

 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; Efésios 2.8

¹⁷ De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Romanos 10:17

²¹ Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21

³ Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, ⁴ Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. ⁵ Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. 1 Timóteo 2:3-5

¹⁶ Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Romanos 1:16

16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna Jo 3.16

³² Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.

Mateus 10:32

 

2. Um propósito global

É impossível ler o capítulo 16 de Marcos e não perceber a ordem explícita de JESUS para pregarmos o evangelho a todos os seres humanos. Para que pregaríamos a todos se todos não podem ser salvos? (porém, para os calvinistas todos esses todos se referem a apenas os escolhidos previamente desde a fundação do mundo, desprezando a onisciência de DEUS – é lamentável esse ensino distorcido, mas é no que acreditam).

 

Marcos 16.15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17 E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão. 19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. 20 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!

 

A Grande Comissão, é dada mais brevemente em Marcos (v. 15 ) do que em Mateus ( 28, 19-20 ), mas o principal impulso é o mesmo. Há uma forte ênfase no batismo (v. 16 ), será que está se referindo mesmo ao batismo nas águas como a maioria dos estudiosos acredita? O contexto imediato indica batismo com o ESPÍRITO SANTO. Veja:

Falarão novas línguas – se refere a quem é batizado com o ESPÍRITO SANTO.

Expulsão de demônios e curas se refere a Dons do ESPÍRITO SANTO recebidos após o batismo com o ESPÍRITO SANTO, na maioria das vezes, quando manifestados em muitas ocasiões.

 

Mateus coloca ênfase no todas as nações indicando globalidade.

¹⁹ Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO; Mateus 28:19

 

 

II – PREGAR O EVANGELHO: A RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO

1. Qual é a nossa disposição?

Vemos nos primeiros cristãos a urgência de pregar o evangelho, pois esperavam a iminente volta de JESUS para os buscar cotidianamente. Acordavam pensando no arrebatamento e adormecem pensando nisso mesmo. Devido a isso era-lhes urgente pregar o evangelho a todos para também fossem salvos.

Parece que a letargia espiritual tomou conta dos crentes atuais que não esperam a volta de JESUS hoje, não amam sua vinda, antes amam mais as coisas de baixo do que as de cima. Vivem no materialismo e consumismo desenfreado. Se lhes fosse oferecida a chance de escolherem entre viverem aqui na terra como ricos e o arrebatamento, prefeririam ficar por aqui mesmo.

O primeiro amor e o desejo pela vinda de JESUS esfriaram.

⁴ Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Apocalipse 2:4

⁸ Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. 2 Timóteo 4:8

 

É urgente que preguemos o evangelho a todos os  que encontrarmos pela frente. O tempo é este e a hora é esta. Vamos prestar contas diante de DEUS pela obra que deixamos de realizar para Ele por preguiça, dispersão ( falta de concentração; desatenção) ou qualquer outra desculpa.

 

Não é preciso acontecer alguma guerra ou pandemia ou qualquer tragédia para que aconteça o arrebatamento. O dia e a hora não nos foram revelados e pode acontecer hoje ainda. Agora mesmo. Assim devemos estar atentos e prontos.

 

2. “Pois me é imposta essa obrigação”

Pesa επικειμαι epikeimai
1) estar em cima, basear-se sobre, estar colocado sobre
1a) sobre brasas ardentes
2) metáf.
2a) de coisas, da pressão de uma tempestade violenta
2b) dos homens, pressionar, ser urgente

 

Não há possibilidade de recusa ou desculpa. Imposta significa que nossa vontade não é respeitada ou solicitada. Quem não faz por amor e obediência deve fazer por medo de ir para ao inferno.

⁴ Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. ⁵ Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. ⁶ Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.  João 15:4-6

 

Obrigação αναγκη anagke
1) obrigação, imposta seja pelas circunstâncias, ou pelo princípio do dever com referência à benefício, costume ou desacordo de alguém
2) calamidade, aflição, situação extremamente difícil

 

Não há escolha, não há permissão, não há possibilidade de recusa.

 

EIS AÍ A GRANDE COMISSÃO

Marcos 16.15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

 

Mateus 28:19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do ESPÍRITO SANTO

 

Atos 1:8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.  

 

João 20:21,22 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.

 

Lucas 24:46,47 E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.

 

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A Missão da Igreja - Byron D. Klaus - TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON

 

Qualquer debate a respeito da missão da Igreja leva-nos a considerar os alicerces nos quais acha-se edificada a sua identidade. Os pentecostais certamente tornaram-se notórios pelo fervor de sua reação à missão redentora que nos confiou o Senhor JESUS Cristo. Mesmo assim, cada geração deve ter a sua própria apreciação da missão e propósitos nos quais centralizam-se a sua identidade. 1

Nosso conceito da Igreja e de sua missão encontra-se profundamente arraigado à nossa experiência com Cristo e com o ESPÍRITO SANTO. Sugerir que nos esquivemos dessa influência para, simplesmente, teorizarmos a respeito da Igreja e de sua missão, implica na remoção da parte essencial de nossa vocação. Embora algumas tradições religiosas conside­rem o Movimento Pentecostal como basicamente centrali­zado nas experiências, não devemos permitir que isso lance dúvidas à obra soberana de DEUS reintroduzida no século XX. O ESPÍRITO tem, graciosamente, permitido que o nosso movimento sirva de testemunho do revestimento de poder necessário à Igreja ser o meio de levar a efeito a missão redentora que nos confiou DEUS. 2

 

A Missão da Igreja Segundo a Bíblia

Embora os temas do Pentecostes e da missão da Igreja sejam importantes à nossa reflexão, a compreensão bíblica torna-se indispensável. Desde a Criação até à Consumação, a Bíblia registra a reconciliação como o aspecto fundamental do caráter divino. A missão de DEUS, que é reconciliar consigo mesmo a humanidade, segundo os registros autoriza­dos das Escrituras, revela a origem de nossa motivação su­prema quanto à missão da Igreja.

Alicerces no Antigo Testamento

O Antigo Testamento oferece-nos as figuras iniciais dos esforços de DEUS em redimir um povo que lhe refletisse a glória. A história primitiva do povo de DEUS está fixada no contexto de "as nações" (Gn 12.3; 22.17). Esse fato tem profunda relevância para o desdobramento da intenção de DEUS: a redenção da humanidade. 3

Gênesis 1.26-28 revela que a humanidade foi criada à imagem de DEUS. Embora esse fato requeira explicações consideráveis, dois elementos fazem-se fundamentais: (1) Fomos criados para ter comunhão com DEUS. (2) Temos a responsabilidade, pelo fato de termos sido criados à sua imagem, de manter esse relacionamento com DEUS. A totali­dade da raça humana compartilha de uma origem e dignida­de comuns em virtudes de suas raízes também comuns. Ja­mais poderemos contemplar o mundo sem vermos a DEUS como o DEUS de toda a humanidade. Estamos sujeitos a DEUS, e vivemos na esfera de sua atividade redentora. 4

O Gênesis (capítulos 1-11) registra os inícios da Histó­ria; o Apocalipse, a sua culminação. O caráter redentivo de DEUS permeia o tema da salvação, tema este que abre cami­nho pelas complexidades da História, e que terá como auge a redenção de um número incontável de pessoas de cada "tri­bo e língua" reunidas em derredor do trono divino (Ap 5.9,10; 7.9-17). No relato da família de Abraão, vemos o início do escopo mundial da redenção (Gn 12.1-3). Não foi para excluir o restante da humanidade que DEUS escolheu um homem ou um povo. Pelo contrário: Abraão e Israel foram escolhidos para que canalizassem as bênçãos divinas a todos os povos da terra (Gn 12.3).5 DEUS foi lidando com Abraão e com Israel a fim de exprimir suas reivindicações redentoras sobre todas as nações. 6

Israel, como o povo de DEUS no Antigo Testamento, tinha um triste histórico: esquecer-se do propósito para o qual fora escolhido por DEUS. Seu orgulho veio a ser causa de muitas tragédias. DEUS usava continuamente os profetas, inspirados pelo ESPÍRITO SANTO, para lembrar ao povo de que sua identidade era de "luz para todas as nações" (Is 49.6). Êxodo 19.4-6 retrata como DEUS salvou a Israel do Egito. O Senhor era, para com Israel, como se fosse uma águia vigian­do seus filhotes no aprendizado do vôo. Israel era "proprieda­de peculiar" de DEUS. A terra inteira era do Senhor, mas Israel devia ser "reino sacerdotal e povo santo". SANTO no sentido de ser separado para DEUS, a fim de cumprir o seu propósito de abençoar a todas as nações.

Num trecho paralelo (Dt 7.6-8), DEUS induziu a seu povo a lembrar-se de que não mereciam essa condição por sua própria grandeza qualitativa ou quantitativa. Eram sua pos­sessão preciosa pela sua própria escolha e graça, e porque Ele é amor. Como povo santo de DEUS, deviam refletir-lhe o amor. Por isso, tornou-os um "reino sacerdotal". Nesse tre­cho, DEUS estava fazendo seu povo lembrar-se de sua missão. Israel devia funcionar como intermediário entre as nações e DEUS. Como "nação santa", teria de se dedicar completa­mente aos propósitos para os quais foram escolhidos e colo­cados. Sua identidade não tinha outra fonte senão o amor de DEUS,.e seu propósito não tinha outra origem senão aquela definida pelo Senhor.7

Outro trecho do Antigo Testamento oferece-nos uma perspectiva clara acerca da intenção de DEUS para o seu povo. O Salmo 67 é um cântico missionário; uma oração para que DEUS abençoe o seu povo. As bênçãos divinas sobre os israelitas demonstrariam às nações que Ele é gracioso. Sua salvação seria então conhecida, e todas as nações da terra participariam de seu louvor jubiloso. Esse salmo era cantado regularmente em conexão com a bênção sacerdotal (Nm 6.24-26). Vemos aqui uma mensagem tanto ao povo de DEUS no Antigo Testamento, quanto à Igreja: DEUS entrega ao seu povo o papel central na tarefa mediadora de procla­mar e demonstrar às nações o seu nome (ou seja: o seu caráter) e a sua salvação.

O povo de DEUS é convocado (1) para proclamar às nações o seu plano (Gn 12.3); (2) para participar do seu sacerdócio como agentes de bênção para o mundo (Ex 19; Dt 7); e (3) demonstrar o seu propósito a todos os povos (SI 67). 8

 

O Servo do Senhor

A missão redentora de DEUS, vista mais claramente em JESUS Cristo, deve ser examinada dentro do fundo histórico do que DEUS já estava fazendo durante o período veterotestamentário. Esse fato é ressaltado nitidamente em Isaías 49.3-6. No v. 3, o Servo é chamado Israel, mas não pode haver referência à nação de Israel, pois o propósito de DEUS é usar o Servo para trazer a restauração ao próprio Israel (v. 5).9 DEUS declara ao Servo: "Também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremida­de da terra" (v. 6). O ESPÍRITO SANTO pairava sobre Simeão quando este tomou o Menino JESUS nos braços, e louvou a DEUS por Ele haver cumprido Isaías 49.6 (Lc 2.25-32). JESUS passou a comissão adiante aos seus seguidores em Lucas 24.47,48 e Atos 1.8, com o mandamento adicional de esperar a promessa do Pai: o poder do alto. O mesmo versículo (Is 49.6) oferece mais motivos para a salvação dos gentios (At 28.28).

A encarnação de Cristo, portanto, demonstrou, na carne humana, o caráter reconciliador de DEUS. Ele, na sua graça soberana, procura restaurar a sua criação* a si mesmo. A identidade e a missão da Igreja acham-se arraigadas na pes­soa de JESUS Cristo e naquilo que DEUS tem realizado através dEle. Ao buscarmos entender a Igreja e a sua missão, deve­mos sempre voltar à missão redentora tão claramente articu­lada e exemplificada pelo Unigénito de DEUS - JESUS Cristo. 10

Em JESUS Cristo, vemos o testemunho mais fundamental do Reino de DEUS. Este estava personificado em JESUS, con­forme vemos no seu ministério e milagres. Sua vida, morte e ressurreição garantem-nos que, quando Ele vier de novo, esmagará a soberba que tem destruído a harmonia entre as nações bem como entre as pessoas. Em JESUS, vemos o poder de DEUS que um dia neutralizará o governo humano, e en­cherá o mundo com um reino de justiça.11 O reino, ou governo de DEUS, através da vida e ministério de JESUS, revelou o poder para destruir o domínio sufocante que o pecado tem sobre a humanidade. Essa é a base da missão global da Igreja na era presente. 12

A proclamação feita por JESUS das boas-novas do Reino deve ser entendida em termos da aliança com Abraão, cujas condições declaravam o propósito de DEUS: abençoar a to­dos os povos da terra (Gn 12.3).13 JESUS não deixou dúvidas quanto ao Reino de DEUS já ter entrado na História, embora sua derradeira consumação ainda esteja no futuro (Mt 24.14). Porque esse reino já está manifestado à destra do trono do Pai, onde JESUS está agora exaltado, e intercede por nós (At 2.33,34; Ef 1.20-22; Hb 7.25; 1 Jo 2.1) e de onde "tendo recebido do Pai a promessa do ESPÍRITO SANTO, derramou isto que vós agora vedes e ouvis" (At 2.33), a Igreja pode avan­çar com confiança. O testemunho autorizado do ministério terrestre de Cristo, registrado nos evangelhos, ajuda-nos a compreender onde acharemos o nosso propósito, e como devemos oferecer o nosso serviço no cumprimento da missão que nos confiou Cristo.

E essencial, para entendermos a natureza da Igreja e de sua missão, tomar consciência de que qualquer tentativa de se ministrar em nome de JESUS deve reduplicar seu ministério no seu propósito, caráter e poder. Nosso ministério é legíti­mo somente se representar de modo verídico o ministério de Cristo. Qualquer esforço que tenha por alvo o ministério de Cristo, deve refletir a solicitude do Salvador pela redenção eterna da humanidade. Cristo anda em nosso meio com a firme intenção de ministrar aos perdidos, aos quebrantados, aos cativos e aos oprimidos deste mundo. Ser cristão é per­guntar onde Cristo está operando e como poderemos partici­par de sua obra. Esse propósito eterno é a única causa que merece a nossa filiação, e em direção da qual vale a pena levar o povo de DEUS. 14

 

Alicerces Neotestamentários

O Novo Testamento registra o testemunho, não somen­te do ministério terrestre de Cristo, como também do apare­cimento da Igreja como a expressão mais plena do povo de DEUS. São numerosos os temas que se acham nas Escrituras que, de maneira bastante clara, fornecem as bases adequadas para qualquer tentativa séria de reflexão teológica sobre a missão da Igreja. Vários textos fundamentais ajudam-nos a compreender devidamente o assunto.

O mandato para as missões acha-se em cada evangelho e em Atos dos Apóstolos. Porque toda a autoridade nos céus e na terra foi entregue a JESUS: "Portanto, vão e façam discípu­los de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do ESPÍRITO SANTO, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até ao fim dos tempos" (Mt 28.18-20 [NIV]).

"Vão" (gr. poreuthentes) não é um imperativo. Significa, literalmente, "tendo ido". JESUS toma por certo que os cren­tes irão, quer por vocação, por lazer, ou por perseguição. O único imperativo nesse trecho bíblico é "façam discípulos" (gr. mathêteusate), que inclui batizá-los e ensiná-los conti­nuamente.

Marcos 16.15 também registra esse mandamento: "Ten­do ido por todo o mundo, proclamem [anunciem, declarem e demonstrem] as boas novas a toda a criação" (tradução literal).

Lucas 24-45 narra como JESUS abriu a mente dos seus seguidores "para compreenderem as Escrituras". Em seguida, declara-lhes: "Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém" (Lc 24.46,47). Deviam esperar, contudo, até que JESUS envi­asse o que o Pai lhes prometera, até serem "revestidos de poder do alto" (Lc 24.49).

JESUS também disse que, "quando ele (o ESPÍRITO SANTO) vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo" (Jo 16.8). E, posteriormente, quando os discípulos viram o Senhor ressuscitado, receberam dEle esta comissão: "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (Jo 20.21). Mas não teriam de ir com as próprias forças. As palavras de JESUS antes de sua ascensão confirmaram que o mandato deve ser levado a efeito no poder do ESPÍRITO (At 1.8). O ESPÍRITO, através deles, faria o trabalho da convicção e do convencimento do mundo.

Posteriormente, o apóstolo Paulo ofereceu um quadro de como a Igreja deve compreender a si mesma e à sua missão (2 Co 5.17-20). O v. 17 declara que o governo de Cristo veio em grande poder a fim de abrir uma era de vitória e reconci­liação. Os vv. 18-20 deixam bem claro que a vitória de Cristo, agora, será tornada tangível pelos crentes que são chamados "embaixadores de Cristo". Paulo retrata a Igreja cujos membros, pelas suas ações, demonstram diante do mundo o que significa ser reconciliado com DEUS. O apósto­lo quer que haja uma Igreja que, mediante a sua vida coleti­va, demonstre ao mundo o caráter de DEUS, o DEUS da reconciliação. De modo confiante e ousado, como embaixa­dores de Cristo, devemos fazer um apelo à humanidade para que se reconcilie com DEUS. Nossa missão como Igreja des­cobre a sua razão de ser ao compartilhar, com um mundo moribundo, um DEUS cujo propósito é "ter um povo separa­do do meio de todos os povos". 15

A Epístola aos Efésios retrata uma Igreja que centraliza sua atenção nas missões. Acaba com qualquer tentativa de se conceber a missão da Igreja como um mero programa, ou seja: a ideia de que as missões nacionais e estrangeiras devem receber uma ênfase meramente simbólica, sem prioridade sobre números ou programas. Efésios retrata uma nova co­munidade de pessoas que refletem o governo do seu Rei vitorioso em todos os aspectos do seu relacionamento. Essa comunidade não é deixada em dúvidas sobre o que seus membros podem e devem fazer (Ef 1.9,10). Estão unidos na identidade que o próprio Senhor JESUS dá à comunidade. Seu interesse primário é o único grande propósito: a continuação da missão reconciliadora de Cristo, que a Igreja, revestida de poder, deve levar adiante. 16

Paulo ressalta o fato de que todas as nossas considerações a respeito da Igreja e de sua missão não são meras abstrações, nem simples assuntos a serem estudados ou debatidos. A Igreja é uma comunidade visível que reflete a missão de um DEUS reconciliador. A Igreja deve ser a "hermenêutica do Evangelho", o lugar onde as pessoas poderão ver o Evangelho retratado em cores vivas (2 Co 3.3). Como o Evangelho pode ser suficientemente fidedigno e poderoso a ponto de levar as pessoas a crerem que um homem pendurado na cruz realmen­te tem a derradeira palavra nos assuntos humanos? Sem dúvi­da, a única resposta, a única hermenêutica, é uma congrega­ção que crê nisso e que vive à altura de sua fé (Fp 2.15,16). Isso quer dizer: somente uma igreja ativa na missão pode dar a razão adequada para a necessidade da reconciliação que o mundo está pedindo aos brados sem ter consciência disso. 17

A Primeira Epístola de Pedro faz da Igreja um tema de destaque. No segundo capítulo, Pedro cita livremente dois temas do Antigo Testamento e os aplica à Igreja. Nos vv. 9 e 10 refere-se aos textos de Deuteronômio e Êxodo que já receberam um breve estudo neste capítulo. A Igreja deve ser uma demonstração coletiva da reconciliação, ou seja: um sacerdócio real. A Igreja é um povo santo, separado para uma missão bem definida. Os crentes declaram as boas-novas de que DEUS os redimiu das trevas da autodestruição e do domínio de Satanás. Agora se acham na luz divina que revela a sua identidade e propósito como o povo de DEUS. Pedro, nesses versículos, sintetiza seu conceito da Igreja e de sua missão. A missão da Igreja baseia-se na missão de DEUS para reconciliar a humanidade consigo mesmo. A Igreja declara entre todos os povos o que DEUS tem feito em JESUS Cristo. Pedro parece estar relembrando a admoestação do Salmo 96.3: "Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos, as suas maravilhas".18

Claramente, o Novo Testamento retrata uma comunida­de revestida pelo poder do ESPÍRITO a fim de continuar a missão divina da reconciliação. Com Cristo e o ESPÍRITO, a Igreja já começou sua existência como o povo de DEUS, não somente tendo suas raízes no passado, mas também, e do modo mais importante, enfocando o futuro. Essa última dimensão dá um senso de confiança e de coragem ao povo de DEUS ao viver a koinõnia ("comunhão", "convívio", "parce­ria") do ESPÍRITO e ao dar poderoso testemunho das boas-novas de JESUS Cristo ao mundo inteiro. 19

 

Poder para a Missão

Para o cristão realmente entender o que ele realmente é, faz-se indispensável a afirmação de que a missão da reconci­liação, revestida pelo poder do ESPÍRITO SANTO, fornece a essência de nossa identidade: Somos um povo vocacionado e revestido pelo poder do alto (At 1.8) para sermos coopera­dores de Cristo na sua missão redentora. A partir daí, o que significa ser um pentecostal está pelo menos parcialmente incorporado à avaliação da natureza e do resultado do batis­mo no ESPÍRITO SANTO conforme registrado em Atos 2. Os pentecostais têm afirmado historicamente que esse dom, prometido a todos os crentes, é o poder para a missão.20 Os pentecostais recebem esse nome, disse o missiólogo pentecostal Melvin Hodges, porque acreditam que o ESPÍRITO SANTO virá aos crentes nos tempos atuais assim como veio aos discípulos no Dia de Pentecostes. Um encontro desse tipo resulta na presença poderosa do ESPÍRITO que passa a assumir a liderança. O resultado também inclui manifestações evi­dentes do seu poder para redimir e para levar a efeito a missão de DEUS. 21

 

A Relevância do Pentecostalismo

No Dia de Pentecostes, JESUS concedeu aos discípulos o dom do ESPÍRITO. O prometido derramamento do ESPÍRITO sobre os que o esperavam, deu-lhes a possibilidade de conti­nuarem a fazer e a ensinar as coisas "que JESUS começou, não só a fazer, mas a ensinar" (At 1.1,2). O dom do ESPÍRITO sugere que os crentes foram revestidos, no Dia de Pentecos­tes, com a mesma unção que JESUS recebera para executar a sua missão. O revestimento de poder infundiu confiança nos 120 e nos que iam sendo acrescentados diariamente à Igreja. Não seriam deixados a cumprir a tarefa por conta própria. O Pentecostes, portanto, fazia parte essencial de como a Igreja passou a compreender a si mesma e ao seu propósito. Dois mil anos mais tarde, o Pentecostes continua sendo vital para a Igreja compreender a si mesma. Devemos buscar sempre e continuamente mais esclarecimento a respeito. 22

No Dia de Pentecostes, passou a existir uma comunidade carismática como a residência primária do governo de DEUS. Os crentes podiam ir adiante na sua declaração do Reino, porque o Cristo reinante chegara a todos eles mediante o ESPÍRITO. Agora, passariam a ser testemunhas do governo de Cristo, e ressaltariam com palavras e ações o caráter e o poder autorizados do Rei. "O Pentecostes é DEUS quem se oferece a si mesmo, de modo totalmente adequado aos seus filhos, sendo que isso foi possibilitado pela obra redentora do seu Filho JESUS Cristo. O Pentecostes é a chamada de DEUS aos seus filhos para serem purificados interiormente, e para serem revestidos de poder para testemunhar". A vinda do ESPÍRITO foi a primeira prestação do Reino e testemunha da realidade deste. Foi, também, testemunha da continuação da missão redentora de DEUS, que é levada adiante até "às regiões além" com fervor incansável, obra esta que é susten­tada pela distribuição dos dons. 23

Conforme foi declarado antes, o Pentecostes é crucial para os pentecostais entenderem a sua existência. Não so­mente é um evento de relevância na História da Salvação, como também fornece implicações profundas para um deba­te sobre a Igreja e sua missão. Esse dom está vinculado à formação da missão da Igreja para proclamar as boas-novas, e também à sua missão para criar padrões de testemunho de vidas transformadas. 24

O Modo de Lucas Entender a Missão

O modo de Lucas elaborar essa conexão crucial entre o batismo no ESPÍRITO e a eficácia da missão da Igreja pode ser visto no mútuo relacionamento de pelo menos três textos em Lucas e Atos. Lucas 24-49 oferece uma perspectiva mis­sionária no seu enfoque da necessidade de poder para a tarefa que a Igreja tem diante de si: "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder". O tema de revestimento de poder para a missão é retomado em Atos 1.8, onde JESUS, imediatamente antes de subir ao Pai, reafirma aos discípulos: "Mas recebereis a virtude do ESPÍRITO SANTO, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra". Essa promessa foi cumprida no Dia de Pentecostes, conforme se vê registrado em Atos 2. O batis­mo no ESPÍRITO SANTO, com sua manifestação exterior do falar noutras línguas, é vital para o cumprimento da promes­sa que aparece em todos esses textos.

As palavras inspiradas de Pedro que seguiram o derrama­mento pentecostal demonstram que ele recebeu um esclare­cimento relevante da missão que Cristo veio introduzir. Fa­lando pelo ESPÍRITO, Pedro identificou as implicações apostó­licas na profecia do antigo profeta Joel. O apóstolo viu clara­mente a vinda do ESPÍRITO no Dia de Pentecostes como uma confirmação de que já tinham chegado os "últimos dias" (At 2.14-21). Isto quer dizer que a Era da Igreja, a era do ESPÍRITO, é a última era antes da volta de Cristo para estabelecer seu reino na terra. Não haverá nenhuma outra era antes do Milênio. Pedro explicou, ainda, que a vinda do ESPÍRITO deixou claro que a obra de Cristo era vitoriosa, e que sua posição como Senhor e Cristo era garantida (At 2.34-36). 25

Pedro passou, então, a experimentar um resultado sur­preendente do revestimento de poder mediante o batismo no ESPÍRITO: tornou-se porta-voz do ESPÍRITO SANTO para pro­clamar as boas-novas do perdão mediante JESUS Cristo, e fez um apelo aos ouvintes para que se reconciliassem com DEUS. Ao mesmo tempo, Pedro levou os ouvintes a entender que uma resposta obediente à mensagem da reconciliação resulta em sua imediata integração à comunidade que demonstra vividamente, através de uma nova ordem redentora, o que significa ser reconciliado com DEUS (At 2.37-40). O restante do capítulo dois oferece um pequeno relance da primeira igreja. Vemos como os crentes procuravam concretizar a chamada envolvida no batismo pentecostal para serem uma comunidade nascida do ESPÍRITO e comissionada a testemu­nhar por meio do ESPÍRITO de Cristo.

Uma teologia pentecostal da missão da Igreja deve levar a sério o fato de o batismo no ESPÍRITO ser uma promessa cumprida. A linha de argumento seguida pela totalidade de Atos dos Apóstolos demonstra a natureza do papel do ESPÍRITO no plano de DEUS para a redenção. A estrutura em Atos demonstra que esse revestimento de poder tem a intenção de levar o povo de DEUS a atravessar terrenos geográficos e culturais com as boas-novas do Evangelho. A Igreja irrompe da miopia do povo de DEUS no Antigo Testamento, e come­ça a refletir a natureza universal do plano eterno de DEUS para a redenção. 26

O revestimento do poder pentecostal possibilita as várias expressões de ministério que aparecem em Atos. O ESPÍRITO SANTO é o dirigente da missão. Não somente o ESPÍRITO capa­cita as pessoas a testemunhar, como também dirige quando e onde esse testemunho deve ser dado.

Vastas fronteiras culturais foram atravessadas quando o Evangelho avançou além das fronteiras de Jerusalém (At 8). Os cristãos que saíram de Jerusalém proclamavam o Evange­lho "por toda parte" (v. 4). Os vv. 5-8 registram como Filipe anunciou o Evangelho aos samaritanos, bem como os pode­rosos encontros resultantes em que o Evangelho triunfou e trouxe "grande alegria".

Atos 10 demonstra como a Igreja foi levada a reconhecer que os gentios deviam ser incluídos no Reino de DEUS. A Igreja deve abranger todos os povos, e dar testemunho ativo do fato de que o Evangelho é para todas as nações. A visitação angelical e os sonhos também parecem indicar que o sobrenatural pode, na realidade, ter sido bem normal nesse plano de DEUS para a redenção, conforme Ele o tornava conhecido aos gentios.

Atos 11.19-26 revela que numerosos gentios foram aco­lhidos na igreja em Antioquia. Barnabé foi designado a ajudá-los, e avaliou essa igreja crescente como legítima. O resulta­do foi uma autêntica igreja multicultural que concretizava dois fatos: o Evangelho devia ser pregado com poder até aos "confins da terra", e aqueles que o ouviam deviam corres­ponder com uma mudança genuína na maneira de viver e nos seus mútuos relacionamentos. O fato de que "em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos" (v. 26), demonstra que outras pessoas reconheciam tal transformação em suas vidas.

Esse testemunho incomparável do movimento poderoso do Evangelho através das fronteiras culturais e geográficas produziu muito fruto quando Antioquia veio a tornar-se uma igreja internacional, multicultural e missionária. Atos 13.2,3 registra seu processo de selecionamento e confirma­ção, quando enviou seus primeiros missionários, Paulo e Barnabé. Atos 13.4 demonstra que o ESPÍRITO SANTO, além de instigar a igreja em Antioquia a enviar esses missionários, também lhes determinou os alvos a serem alcançados. Seme­lhantes atividades missionárias, guiadas pelo ESPÍRITO SANTO, continuavam a avançar em círculos cada vez maiores, ultra­passando barreiras culturais. Atos 15 narra a orientação do ESPÍRITO SANTO no sentido de afirmar que o Evangelho de Cristo abrange a todos, e que não é exclusivamente judaico. A decisão da conferência em Jerusalém, orientada pelo ESPÍRITO, levou Paulo, Barnabé e outros a atravessar barreiras ainda maiores.

Nos capítulos subsequentes de Atos dos Apóstolos, Lucas continua seu mapeamento do plano redentor de DEUS, leva­do a efeito pelo ESPÍRITO SANTO através dos homens revestidos pelo seu poder. Lucas enfatiza com clareza o fato de que esses apóstolos e crentes, descritos em Atos dos Apóstolos, recebiam poder e orientação do ESPÍRITO de modo bem seme­lhante a JESUS quando de seu ministério terreno. 27

A maneira de Lucas tirar um paralelo entre o batismo no ESPÍRITO SANTO e o revestimento de poder para a missão da Igreja pode ser resumida de modo sucinto: "A glossolalia, como parte integrante da experiência do batismo no ESPÍRITO em Atos 2, representava uma participação verbal no revesti­mento do poder do ESPÍRITO e... no poder criador do ESPÍRITO para dar início à ordem de vida redentora de Cristo JESUS". 28

Em Atos 10 e 19, essa experiência também é mencionada explicitamente, e é subentendida em vários outros casos (At 4 e At 8). Faz parte crucial da teologia de Atos ligar o falar noutras línguas ao poder do ESPÍRITO para admitir uma pessoa e um grupo como testemunhas, participando individual e coletivamente na missão redentora de JESUS Cristo.

Em Atos 11.17 e 15.8, Pedro relata o fato de que a inclusão dos gentios na comunidade redentora está ligada a uma experiência comum no batismo no ESPÍRITO. Quando declara que DEUS "lhes deu testemunho, dando-lhes o ESPÍRITO SANTO, assim como também a nós" (15.8), coloca catego­ricamente o batismo no ESPÍRITO dentro da intenção do der­ramamento no Dia do Pentecostes. Em essência, diz a todos aqueles que ouvem a narração daquele dia tão importante na casa de Cornélio, que o batismo no ESPÍRITO SANTO com a evidência do falar noutras línguas é parte integrante daquele encontro espiritual com DEUS. Esse encontro assinala clara­mente o senhorio de Cristo: Ele está no comando de tudo. Evidencia a sua autoridade ao criar em" nós uma nova língua, demonstrando, assim, que Ele não somente é o Criador como também o Recriador. Ele é o DEUS que está incorpo­rando alguns de cada tribo e língua e povo e nação no seu reino, e as portas do hades não poderão prevalecer contra semelhante esforço (Mt 16.18; Ap 5.9). O mesmo encontro com JESUS Cristo, hoje, dá-nos poder para testemunhar da mensagem do Reino, e para participar de modo criativo da comunidade da redenção que conclama o mundo a reconci­liar-se com DEUS (2 Co 5.20). 29

Concluindo: várias questões devem ser reiteradas no to­cante à importância do Pentecoste para o desenvolvimento de uma teologia da Igreja e de missões. A conexão entre o batismo no ESPÍRITO dado no Dia de Pentecostes e nosso entendimento e implementação da missão da Igreja é estrei­ta e intrínseca. "O Pentecoste significa que a vida eterna e sobrenatural do próprio DEUS transbordou sobre a Igreja, e que o mesmo DEUS, no seu ser e poder, estava presente no seu meio". 30

O revestimento de poder, que está presente no batismo no ESPÍRITO SANTO, visa levar o povo de DEUS a atravessar fronteiras geográficas e culturais com as boas-novas do Evan­gelho. "A missão da Igreja é a continuação da missão de JESUS Cristo". Assim como o ESPÍRITO SANTO foi dado a JESUS para o cumprimento de sua missão (Lc 3.22), assim também o ESPÍRITO é dado aos seus discípulos (At 1.8; 2.4) para continuar essa mesma missão (de reconciliação) - e isso de modo carismático. 31

 

A Conexão Global

"Cosmovisão" é um termo que os antropólogos empre­gam para descrever o que se acha no âmago de cada cultura. A cosmovisão é uma rede de percepções inter-relacionadas que orientam todas as facetas de nossa vida. E o modo de o universo humano ser percebido e entendido pelos membros de uma determinada sociedade. Fornece diretrizes para o emprego de nosso tempo, bem como para nossas suposições a respeito do mundo material. A cosmovisão faz perguntas tais como: O que causa essas coisas? Que poder está por trás dessa ação? Que forças estão operando no Universo? Que resultados trazem? E essas forças são pessoais ou impessoais? Ou ambas?

A cosmovisão pentecostal reflete um modo de entender que abrange a realidade de todos os aspectos da vida - naturais e sobrenaturais. A profecia, a orientação divina, as visões e os sonhos, as curas e os demais milagres, não são considerados exemplos estáticos daquilo que Cristo fazia. São realidades que continuamos a esperar nos dias de hoje; realidades estas que permitem que sejam demonstradas a grandeza e glória de DEUS. O fato de que o ESPÍRITO SANTO quer estar operando poderosamente em, e através da vida de cada crente, pode tornar novo e emocionante cada dia. Esse revestimento de poder abre a porta para que o ESPÍRITO dê ao cristão um senso daquilo que precisa ser feito, e a capacidade de fazê-lo. Os pentecostais não somente afirmam que os cristãos têm o direito de experimentar o envolvimento so­brenatural do ESPÍRITO de DEUS, mas também esperam que o poder de DEUS permeie a vida de cada seguidor de Cristo.

Não podemos entender a essência do Pentecostalismo sem reconhecer que nosso conceito dinâmico da causalidade realça a forma de nosso entendimento da missão da Igreja e da expressão consequente dos ministérios cristãos. A lente através da qual os pentecostais olham para poderem agir, tem o rótulo da declaração do antigo profeta Zacarias: "Não por força, nem por violência, mas pelo meu ESPÍRITO" (Zc 4.6). Os pentecostais participam da missão da Igreja, afir­mando que DEUS cumprirá a sua Palavra. Seus propósitos reconciliadores são inabaláveis, e seu poder para levar a efeito tais propósitos faz parte integrante da ressurreição de Cristo. Afirmamos, também, que o Pentecoste é a garantia de que a missão redentora de Cristo continua intacta medi­ante o ministério do ESPÍRITO SANTO. A porta de entrada à semelhante cosmovisão é o batismo no ESPÍRITO, conforme descrito em Atos 1.8 e 2.4. 32

Embora todos os cristãos devam ver na Bíblia a sua derradeira fonte de autoridade, os encontros pessoais com o DEUS vivo certamente criam impacto em nosso conceito da missão da Igreja e até mesmo na nossa interpretação dos textos bíblicos. Embora pentecostais responsáveis jamais pro­porão uma experiência espiritual como um fim em si mesma, afirmamos que um encontro genuíno com o DEUS vivo dei­xará um impacto emocional considerável. Podemos dizer que se trata de "teologia cristocêntrica confirmada pela ex­periência".33 A cosmovisão e, portanto, as pressuposições que os pentecostais têm ao refletirem sobre a Igreja e a sua missão, não pode ser removida desse encontro com DEUS, pois faz parte integrante da nossa identidade. Isto não pode suplantar em evidencia o que procuramos expressar e con­cretizar conceptualmente através da missão da Igreja.34

 

A Visão da Missão

A Reflexão Teológica Inicial

A história do Pentecostalismo não pode ser compreendi­da corretamente à parte da sua visão missionária. O surgi­mento do Movimento Pentecostal no início do século XX, produziu um aumento repentino dos esforços missionários. Até mesmo uma avaliação superficial dos primeiros registros do reavivamento pentecostal leva à observação de que foi firmado um relacionamento estreitíssimo entre o falar em línguas como evidência de se estar revestido de poder para o testemunho cristão, a fervorosa esperança na iminência da Segunda Vinda de Cristo, e seu mandamento de se fazer discípulos até aos confins da terra. O batismo no ESPÍRITO SANTO, considerado o cumprimento da profecia de Joel a respeito dos "últimos dias", serviu para dinamizar o compro­misso que os primeiros pentecostais tinham com os esforços evangelísticos agressivos, que rompiam barreiras culturais e geográficas. 35

William J. Seymour, o líder negro do Movimento da Santidade no reavivamento na Rua Azusa, afirmou:

- Quem é batizado com o ESPÍRITO SANTO tem o poder de DEUS na sua alma e tem poder com DEUS e com os homens, poder sobre os reinos de Satanás e sobre todos os emissários deste.

 

Quando o ESPÍRITO SANTO vem sobre nós, e nos usa como seus instrumentos, esse é o poder que convence homens e mulheres e os leva a ver que servir a JESUS Cristo é a realidade.

O ESPÍRITO SANTO é poder com DEUS e com os homens. 36

A Fé Apostólica, uma publicação da Missão da Rua Azusa, demonstra repetidamente que os primeiros líderes pentecostais consideravam o derramamento do ESPÍRITO SANTO um cumpri­mento da profecia de Joel e, consequentemente, um motivo ainda maior para o envolvimento nos esforços missionários globais. Escreveram: "O Pentecoste certamente chegou até nós, acompanhado pelas evidências bíblicas... O verdadeiro reaviva­mento está apenas no início... deitando os alicerces para um poderoso vagalhão de salvação entre os inconversos". 37

É digno de nota que o batismo no ESPÍRITO SANTO, com a evidência de falar noutras línguas, tenha sido a experi­ência de incontáveis pessoas durante a manifestação so­berana de DEUS no começo deste século. E embora muitos críticos tenham chamado o Pentecostalismo de "movi­mento das línguas", os primeiros líderes, tais como William Seymour, deixaram bem claro que havia algo de maior relevância nesse avanço gracioso de DEUS. Seymour ad­moestava as pessoas a "não falar a respeito das línguas ao saírem das reuniões, para procurar levar as pessoas à sal­vação". 38

Embora houvesse excessos, Seymour e outros líderes focalizavam muito mais o impacto cristológico do batismo no ESPÍRITO. Exaltar a Cristo era necessário para se receber a experiência. Essa cristocentricidade deve ser vista como um motivo fundamental para o evangelismo fervoroso do reavivamento. O impacto do batismo no ESPÍRITO aumen­tava essa consciência. Os pentecostais antigos acredita­vam que a evidência bíblica das línguas era um sinal de que "os dias da Bíblia haviam voltado". Examinavam Atos dos Apóstolos, e viam que o revestimento do poder do ESPÍRITO fazia parte da continuação do ministério de JESUS Cristo atravessando fronteiras culturais. A lógica deles era simplesmente seguir o padrão bíblico, porque eles, também, haviam tido um encontro com o Senhor ressurreto mediante o batismo no ESPÍRITO. Esse encontro produziu uma consciência cada vez maior de que a missão e minis­tério reconciliadores de Cristo era obra para a qual eles também tinham sido comissionados a realizar. Seus olhos abriram-se para verem a orientação do ESPÍRITO. Os pente­costais antigos foram revestidos de poder para obedecer às ordens do Senhor JESUS.

Stanley Frodsham, participante do reavivamento na Rua Azusa e historiador pentecostal, insistia: a essência do Movimento Pentecostal, em seus primórdios, não era o falar em línguas, mas engrandecer a pessoa do Senhor JESUS Cristo.39 Essa "teologia comprovada pela experiên­cia" levou a fervorosos esforços missionários no âmbito local e na obra transcultural. Esse motivo teológico teve origem num encontro profundo e incomum com JESUS Cristo, e impulsionou quem dele participou a servir ao Senhor.

J. Roswell Flower, escrevendo em 1908, resumiu assim o significado do batismo no ESPÍRITO e seu impacto sobre a Igreja e sua missão:

O batismo no ESPÍRITO SANTO não consiste simplesmente no falar em línguas. Tem um significado muito mais grandi­oso e profundo. Enche a nossa alma do amor de DEUS pela humanidade perdida.

Quando o ESPÍRITO SANTO entra em nosso coração, o espírito missionário entra junto; são inseparáveis entre si.... Levar o Evangelho às almas famintas deste país e dos demais não passa do resultado natural [de ser batizado no ESPÍRITO SANTO]. 40

Outro componente essencial da reflexão dos pentecos­tais antigos no tocante à missão da Igreja era a sua focalização intensa na verdade da Segunda Vinda de Cristo. Tal certeza forjou o fervor missionário do antigo movimento pentecos­tal. Os pentecostais afirmavam que as promessas do profeta Joel também eram para os seus dias. Passavam em revista as considerações bíblicas das chuvas "têmporas" e "serôdias" (Jl 2.23) e supunham que estivessem no meio do derramento do ESPÍRITO dos últimos dias, que ocorreria imediatamente antes da volta de Cristo.41 Estava presente a mentalidade dos "últimos dias".

Embora muitos talvez vejam o Pentecostalismo simples­mente como um "movimento de línguas", os antigos pente­costais tinham um modo teológico de compreender a si mesmos que não pode ser desconsiderado como se fora mera emoção. Os pentecostais antigos demonstravam que mantinham na perspectiva certa as dimensões experimen­tais de sua espiritualidade, mormente quando vinculavam sua participação obediente aos esforços missionários da Igreja com o revestimento do poder recebido no batismo do ESPÍRITO SANTO.

 

Aproximando-nos do Século XX

Uma perspectiva pentecostal da Igreja e de sua missão não pode ser separada de suas raízes no começo do século XX. Ao entrarmos no século XXI, poderemos atingir o en­tendimento crucial de nós mesmos se examinarmos, como os pioneiros, o batismo no ESPÍRITO SANTO. Nós, que vivemos num mundo onde o modo teológico se de entender as coisas é um reflexo da cultura popular em derredor, faríamos bem em contemplar o fervor evangelístico dos pentecostais anti­gos (ver Jo 4.35). Assim como Atos dos Apóstolos registra o evento do Pentecoste como garantia de que a missão de Cristo na redenção continuava intata, assim também obtere­mos a perspectiva dos pioneiros do Movimento Pentecostal. Afirmavam que o "Consolador chegara", e por isso anuncia­vam uma seara para os últimos dias da qual participariam alegremente os crentes batizados no ESPÍRITO SANTO e revesti­dos pelo seu poder.

O Movimento Pentecostal existe como testemunho a todos os cristãos que anseiam que DEUS irrompa a vitalidade espiritual nas formas religiosas vazias, e encha a vida eclesi­ástica egocêntrica com a dinâmica de uma Igreja com uma missão no mundo. O DEUS que graciosamente atuou entre os corações famintos na virada do século XX é o mesmo DEUS da redenção; sua missão não mudou. Ele continua a revestir a Igreja com o poder do Pentecoste que sustenta e envia seu povo a cumprir sua missão reconciliadora.

A missão da Igreja é "realmente uma continuação da missão divina da reconciliação. A missão de DEUS sempre foi suscitar um povo para refletir a sua glória (inclusive seu caráter e sua presença). A revelação que DEUS faz de si mesmo sempre envolve seus esforços para reconciliar a hu­manidade consigo mesmo. JESUS é o quadro mais nítido de DEUS e de sua missão. Com a sua vida, morte e ressurreição, vemos vitoriosamente completados todos os fatores necessá­rios para se redimir a humanidade e para se restaurar a comunhão com DEUS. A declaração dessas boas-novas foi iniciada na proclamação e ministério de JESUS Cristo. O Pentecoste garante-nos que a missão de Cristo permanece intacta. 42

Melvin Hodges declarou que a missão da Igreja é facilita­da por três aspectos inter-relacionados, sendo que cada um deles é igualmente importante, e que cada um deles é igual­mente necessário para a eficácia dos outros dois. Primeiro, a Igreja é chamada a ministrar a DEUS através da adoração. Segundo, é chamada a ministrar aos membros da própria Igreja. Os membros da Igreja devem exercer os dons e a koinõnia do ESPÍRITO num relacionamento de mútua edifica­ção. Terceiro, a Igreja deve ministrar ao mundo, e proclamar as boas-novas do Evangelho de JESUS Cristo. Esses três aspec­tos inter-relacionados do ministério sempre devem ser vivi­dos pela igreja local. Todos eles são necessários para a missão eficaz da igreja.43

Ministério a DEUS. Qualquer estudo do que a Igreja deve ser ou fazer no mundo precisa necessariamente começar com o seu ministério principal a DEUS: a adoração. Os cristãos obtêm consciência de quem são com o povo de DEUS, e de até que ponto estão reunidos entre si ao se encontrarem com o DEUS vivo mediante o ministério da adoração. O ministé­rio ao mundo, refletindo os padrões do ministério de Cristo, deve estar ancorado no ministério fervoroso a DEUS, pois somente Ele merece nossas honrarias.

A adoração leva-nos para além das barreiras do tempo e do espaço, e deixa-nos concretizar nossa experiência terres­tre num âmbito eterno onde a vontade de DEUS é cumprida. A partir desse encontro com o eterno, posicionamo-nos no meio da criação rebelde. E o fazemos com bom ânimo por­que, mediante a adoração ao DEUS que nos redime, vemos mais claramente o nosso papel: Refletir os propósitos divinos da reconciliação para com uma humanidade necessitada". 44

A adoração deve ser marcada pelos vários ministérios do ESPÍRITO que edificam espiritualmente os adoradores e hon­ram a DEUS. Falar em línguas é uma parte vital do encontro através da adoração que nos relaciona diretamente com DEUS (1 Co 14.2,14). Transcende as limitações comuns da linguagem, e alcança um nível de comunhão com DEUS que vai além de nossos órgãos fonadores. Capacita o crente a agir à altura de novas possibilidades, nunca imaginadas, e que não provêm de percepções já existentes da realidade. Essa consciência crescente recebe um novo e autêntico caráter. O ministério a DEUS através da adoração, pelo poder do ESPÍRITO, produz uma comunidade de crentes que provaram o "vinho novo". Agora, não são apenas pessoas que têm fome e sede de DEUS e de sua justiça, mas também pessoas que querem agir segundo a motivação e capacitação do ESPÍRITO para fazerem parte do ministério contínuo de Cristo. 45

A adoração pentecostal significa mais que se deleitar na experiência jubilosa do poder de DEUS. Ela fica repleta de reverente temor e admiração ao contemplar a majestade de DEUS, que muitas vezes deixa-nos assoberbados com o senso de nossa própria insuficiência (Is 6.5). Essa adoração produz uma maturidade que tem poder para dar testemunho das boas novas ao mundo inteiro. E assim, a atividade do ESPÍRITO na adoração deve ser contrabalançada por meio do ESPÍRITO que compele a Igreja a sair para um mundo necessitado. DEUS não nos vocacionou para uma vida acomodada, mas para sermos co-participantes de sua santidade e cooperado­res na sua seara. A Igreja não é Igreja a não ser que vidas sejam transformadas e se tornem diferentes do modo de ser e dos valores dos incrédulos.

Na adoração pentecostal, mormente através da manifes­tação de todos os dons do ESPÍRITO, transcendemos a rotinização que tão facilmente ocorre em nossa vida. Nossas tendências à racionalização devem ser contrabalançadas por encontros genuínos com DEUS que nos deixam ministrar no ESPÍRITO. Nessa arena da "transcendência vivida na prática", conhece­mos o Bom Pastor, e alcançamos intimidade com Ele, pois sua própria natureza é da interação com a sua criação, e leva-nos em direção aos seus propósitos no ministério da reconciliação. 46

A comunidade pentecostal, na adoração, está, na reali­dade, envolvendo-se num ministério a DEUS, por reconhecer a sua soberania sobre o Universo. Através do batismo no ESPÍRITO SANTO e do envolvimento contínuo no falar noutras línguas, os pentecostais participam de uma atividade de ado­ração que edifica os alicerces de um ministério cristocêntrico. Adorar a DEUS é encontrar-se com JESUS, que é o Salvador, o que batiza no ESPÍRITO SANTO, o Médico dos médicos, e o Rei que há de vir em breve. Por isso, semelhante adoração obri­ga-nos a participar no ministério arraigado na historicidade de Cristo na terra, ministério este transposto numa forma, que se encaixa no contexto atual.

À medida que as comunidades dos crentes se encon­tram com Cristo na dinâmica da adoração espiritual, tam­bém ficam sabendo que a adoração a DEUS nunca poderá ser totalmente compreendida a não ser que se realize no contexto dos irmãos na fé. Isso porque, todos os encon­tros genuínos com DEUS, através da adoração, edificarão comunidades que se amadurecerão juntas. Mediante seu mútuo crescimento como canal da graça de DEUS, devem avançar com testemunho sacrificial, vocacionados e ca­pacitados pelo mesmo poder que ressuscitou JESUS Cristo dentre os mortos.

Ministério à Igreja. A Igreja é o estandarte da reconci­liação entre a humanidade e DEUS, e dos seres humanos entre si. É "a comunidade dos pecadores justificados,... que experimentam a salvação, e que vivem nas ações de graças... Ela, com os olhos fitos em Cristo, vive no ESPÍRITO SANTO".47 O ministério que se estende à Igreja afirma que, aquilo que nos vincula num só, não pode ser resumi­do na forma de dogmas, mas tem muita coisa a ver com o ser incluído numa comunidade que reflete a comunhão com DEUS e, subsequentemente, o convívio fraternal com uma humanidade redimida.

Os escritos do apóstolo João (especialmente João 17 e 1 João 4) sugerem um paralelo entre a comunhão dentro da Trindade e a comunhão potencial dentro da Igreja. João 17 registra a oração de JESUS na qual Ele faz um paralelo explíci­to entre a comunhão que Ele tem conhecido com o Pai e aquela que, segundo Ele está pedindo na oração, será mani­festada entre os crentes da terra. O ministério dos irmãos na fé uns aos outros deve envolver atividades que fornecerão uma expressão sobrenatural da comunhão entre as Pessoas da Deidade e o povo de DEUS na terra, ligando, portanto, entre si, os relacionamentos verticais e horizontais. Por isso, devemos tratar nossos irmãos, membros da Igreja, com a mesma atitude de comunhão e convívio amoroso que DEUS nos oferece. A comunhão com DEUS sem comunhão com nossos irmãos e irmãs no Senhor fica fora do alvo, bíblica e relacionalmente.48

O ministério à Igreja inclui o compartilhar da vida divi­na. Só temos a dinâmica daquela vida à medida que perma­necermos nEle e continuarmos repassando a sua vida uns aos outros dentro do Corpo. Esse processo de edificação é descrito por Paulo como relacionamentos de mútua confian­ça: pertencemos uns aos outros, precisamos uns dos outros, afetamos uns aos outros (Ef 4.13-16).49 Essa mútua confian­ça inclui abnegação para ajudarmos a suprir as necessidades uns dos outros. Não somos um clube social mas, sim, um exército que exige mútua cooperação e solicitude ao enfren­tarmos o mundo, negarmos a carne e resistirmos ao diabo.

DEUS não pede nossos conselhos a respeito de quem Ele trará à Igreja. Gálatas 3.26-29 deixa claro que todas as bar­reiras entre DEUS e a humanidade, levantadas ao longo da história, bem como as barreiras entre uns seres humanos e outros, foram tornadas irrelevantes por Cristo. O ESPÍRITO transcendeu os vínculos e fronteiras humanos, e colocou-nos numa união onde vivemos na prática as implicações de pertencermos uns aos outros por causa de nossa mútua fra­ternidade em Cristo. Quer sejamos ricos ou pobres, cultos ou incultos, talentosos ou imperitos, e independentemente de nossa etnicidade, não devemos desprezar uns aos outros nem imaginar que temos uma posição de superioridade em rela­ção aos outros diante de DEUS. Não há favoritismo com DEUS (Ef 6.8; Tg 2.1-9).

O emprego por Paulo da metáfora a respeito da Igreja reconhece que todas as partes do corpo "são interdependentes e necessárias à saúde do corpo".50 A dinâmica do relaciona­mento não é meramente uma opção conveniente. Fomos feitos à imagem de DEUS (Gn 1.26-28), e a Igreja tem o pro­pósito de ser uma restauração corpórea da imagem quebrada. A Igreja não é simplesmente uma ideia genial, como também é essencial ao plano divino da redenção (Ef 3.10,11). DEUS manifesta sua presença ao mundo através de um povo inter­dependente de pessoas que servem umas às outras. 51

Porque o ministério à Igreja reflete uma figura bíblica que representa a Igreja como um organismo, podemos ver como a dimensão relacional da vida na Igreja é dinâmica, e não estática. Certamente exercemos algum efeito uns sobre os outros. O ministério à Igreja corrige a tendência da socieda­de ocidental de enfatizar o indivíduo mais do que a comuni­dade. O ministério da Igreja inclui equipar um grupo de pessoas que vivem em mútua comunhão, capacitando-as a crescer até formarem uma entidade amorosa, equilibrada e madura. Paulo diz claramente em Efésios 4.11-16 que a equipagem dos santos para o serviço compassivo em nome de Cristo deve acontecer numa comunidade. O cresci­mento espiritual e o contexto em que ele ocorre de modo mais eficaz não surgem por mera coincidência. O amadu­recer do crente não poderá acontecer fora da comunidade da fé. O discipulado não possui nenhum outro contexto que não seja a igreja de JESUS Cristo, porque não se pode seguir fielmente a JESUS à parte de uma participação cada vez mais madura com outros crentes na vida e no ministé­rio de Cristo. 52

Koinõnia ("convívio fraternal", "comunhão", "parceria", "participação") é um tema bíblico que oferece uma perspec­tiva enriquecedora para a compreensão do ministério à Igre­ja. E criada pelo ESPÍRITO SANTO ao confirmar a afirmação que os crentes fazem em comum de que JESUS é Senhor da Igreja. A comunidade que mantém sua comunhão na fé consta, idealmente, como uma lembrança sempre presente diante do mundo de como parece a vida quando o Reino de DEUS está presente.53 Permeando essa koinõnia, há o caráter de Cristo, cujo efeito é ensinar e edificar a comunidade cristã.54 Embora ensinar a verdade da Palavra de DEUS certamente seja um ministério vital à Igreja, os discípulos são edificados, não somente mediante o ensino da verdade, mas também por estarem numa comunidade positiva, amorosa e generosa de pessoas que, juntas, estão sendo conformadas à imagem de Cristo.55

Os crentes estão amadurecendo para formar uma comu­nidade que demonstre o caráter, o poder e a autoridade de Cristo. Logo, as estruturas e processos que estabelecemos para nosso mútuo amadurecimento e equipamento em Cris­to, devem facilitar o fruto e dons do ESPÍRITO. As igrejas que não permitem que a koinõnia do ESPÍRITO crie seu ministério uns com aos outros, perdem a comunhão com Cristo. Ele colocou a promessa "eis que estou convosco sempre" lado a lado com a ordem "ide e fazei discípulos".56

Ministério ao Mundo. É uma premissa da máxima impor­tância que a identidade da Igreja acha-se vinculada ao seu ministério. Devemos, portanto, considerar seriamente as ati­vidades nas quais nos envolvemos em nome de Cristo, e como essas atividades são uma réplica do ministério de Cris­to na terra. E o ministério de Cristo que estabelece o padrão mediante o qual avaliamos o nosso ministério. Esse processo é crítico, conforme vemos em Mateus 7.21-23. Indica que não devemos tomar nosso ministério como padrão obrigató­rio. Somente se nosso ministério realmente adotar o seu caráter e propósito, e for referendado com o poder divino, é que poderemos aspirar por alinhar-nos ao ministério contí­nuo de Cristo. A possibilidade de fazermos assim é garantida pelo Pentecoste e pelo revestimento do poder do ESPÍRITO SANTO.

Uma das declarações cristãs mais antigas, em forma de credo, é: "JESUS é Senhor". Esta afirmação, feita pela Igreja Primitiva, mostra que Cristo reina não somente sobre a Igreja mas também sobre o Universo e sobre os seus propósi­tos.57 A declaração de quem JESUS Cristo é, e do que Ele tem feito e ainda fará, é a essência da proclamação bíblica. A Igreja não pode fugir do fato: confessar que JESUS é Senhor leva os crentes a proclamarem ao mundo inteiro essa realida­de divina. Não poderemos confessar que JESUS é Senhor sem antes proclamar o seu senhorio sobre todas as nações.58

Esse tema bíblico certamente dá conteúdo ao ministério ao mundo. A declaração de que JESUS é o Senhor convoca todo ser humano a prestar contas diante de DEUS. Todo e qualquer ministério deve levar consigo o ímpeto para decla­rar uma mensagem de consequências divinas; o Evangelho das "boas-novas" (Mc 1.14) é uma palavra de juízo além de ser um caminho de arrependimento e a promessa de um novo modo de viver.59

A proclamação de Cristo e de sua oferta de salvação não é apenas uma afirmação para provocar meditação e diálogo - exige uma decisão (Mt 18.3). E uma exigência além de ser um convite para juntar-se ao povo de DEUS, que agora des­fruta das gloriosas riquezas de Cristo JESUS" (Fp 4.19). E, também, uma chamada para sermos totalmente dedicados a DEUS e à humanidade. Deve haver urgência na proclamação desse evangelho, e uma disposição pela Igreja para conclamar ao arrependimento e à obediência à Palavra de DEUS.60

Diakonia ("serviço", "ministério"). São os esforços no serviço a Cristo que continuam o ministério encarnacional que Ele realizou e que nos ajuda a realizar. O caráter desse ministério é servir; não imita o padrão da autorida­de ou do propósito que este mundo impõe. A essência do ministério tem sido exemplificado por Cristo de uma vez para sempre (Mc 10.45) e, como consequência, servimos a Cristo por meio de servir à criação que está debaixo do seu senhorio. 61

A dimensão de serviço no ministério leva-nos, além de divulgar as boas-novas com denodo e coragem, a participar do desejo de DEUS que é alcançar de modo prático os marginalizados da sociedade. As pessoas que não têm nin­guém para pleitear a sua causa, e que se encontram desconsideradas e abandonadas, também foram criadas à imagem de DEUS. A Igreja, revestida pelo poder do ESPÍRITO, terá de passar das palavras para as ações se quer ver realiza­dos os propósitos de DEUS. Não poderá haver maneira de fugir deste fato: se vamos realmente servir no ministério continuado de JESUS Cristo, esse serviço deverá seguir o exemplo do seu ministério.

Lucas 4.18-21 enfatiza o ministério do tipo de servo. A regra do Senhor JESUS leva-nos adiante, para alguma coisa além de uma mera versão cristã da Cruz Vermelha. O mal que é perpetrado no mundo inteiro já foi vencido por Cristo. Como é que o ministério do servo demonstrará essa vitória mediante a compaixão no meio do mal? As incapacidades físicas não são impedimentos para o Reino de DEUS. No meio da enfermidade e da tragédia física, temos o privilégio de dizer agora: "Levante-se e seja curado!" Àqueles que estão amarrados pelo demonismo, presos pelo poder destrutivo do maligno, podemos proclamar que a libertação está perto e que o "novo" governo de DEUS liberta os cativos.62 As nume­rosas massas que a sociedade tem abandonado à beira do caminho da vida, podemos demonstrar com autoridade, me­diante os nossos atos tangíveis de misericórdia e compaixão, que o Reino de DEUS traz dignidade e valor humanos a "um destes pequeninos" (Mt 25.40).63

Como pentecostais, devemos reconhecer que nosso cres­cimento explosivo entre os setores mais indigentes da huma­nidade exige que consideremos com seriedade como podere­mos participar de modo mais poderoso e marcante no minis­tério de servo. O fato de estarmos crescendo de modo sem precedentes nalgumas partes não-ocidentais do mundo não é por acaso. E justamente nesses lugares que a população, de modo geral, está oprimida e sem dignidade. 64

A Igreja, cheia do ESPÍRITO de DEUS, pode crescer de modo criativo e agir com compaixão através do serviço (ins­pirado pelo coração reconciliador de DEUS) de "um destes pequeninos". O poder de DEUS para a nossa transformação reúne-nos em comunidades que refletem coletivamente a reconciliação com DEUS (1 Co 12.13; 2 Co 5.17-20). Essas comunidades revestidas de poder não devem se restringir a determinadas pessoas, porque DEUS já identificou com clare­za o objeto de seu amor (Lc 4.18,19). Temos de imitar o nosso Supremo Comandante, que busca os que estão amar­rados pelo pecado, mantidos cativos pelo diabo. O ESPÍRITO deseja dar ao seu povo poder para penetrar com ousadia nas arenas do desespero e da destruição, para que não nos torne­mos uma Igreja do tipo censurada pelo profeta Amós - um povo com uma religião ritualizada, sem compaixão e sem conteúdo ético.65 Para o bem do nosso testemunho, precisa­mos esquecer-nos dos nossos direitos, ser humildes e perdoadores no meio da perseguição, e "estai sempre prepa­rados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência" (1 Pe3.15,16).

 

Cumpre-nos repetir que a identidade pentecostal deve estar arraigada em At 1.8. Essas palavras declaram nitida­mente que a existência da Igreja visa testemunhar ao globo terrestre inteiro. A koinõnia criada pelo ESPÍRITO, a procla­mação que JESUS é Senhor e Salvador, e o ministério compas­sivo de servo produzem, no seu conjunto, um testemunho poderoso ao ministério contínuo de JESUS Cristo. 66

O testemunho diante do mundo é a operação prática de nossa participação na missão de DEUS: a reconciliação com o mundo. Proclamamos e demonstramos o caráter compassivo e o poder autoritativo de Cristo, que já irromperam nesta era. Por meio de palavras e de ações, damos testemunho das boas-novas de que JESUS ama os pobres, os doentes, os famin­tos, os endemoninhados, os fisicamente torturados, os emo­cionalmente feridos, os destituídos de amor e até mesmo os auto-suficientes. E então continuamos a amá-los e a cuidar deles, fazendo deles discípulos que já não sejam "meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente" (Ef 4.14). 67

Uma motivação primária do ministério pentecostal no mundo tem sido a crença de que ministramos como testemu­nhas do poder autoritativo de Cristo. Demonstrações do poder do ESPÍRITO, portanto, são um elemento essencial da­quele testemunho (Mc 16.15-20), pois o ministério de Cristo continua intato pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Mt 28.19,20). A demonstração sobrenatural da presença e poder de DEUS vence a resistência da humanidade ao Evangelho. Essas de­monstrações são, na realidade, a presença do Cristo ressurreto que rompeu o domínio de Satanás e que agora está oferecen­do um espetáculo público da insuficiência de qualquer po­tência que questiona a autoridade divina de Cristo (Cl 2.15). Quando as pessoas entram em contato com esse testemunho da autoridade de Cristo, ficam conhecendo a realidade de DEUS e a comunidade do poder de DEUS que dá testemunho autorizado do senhorio de Cristo sobre o mundo, a carne e o diabo. 68

Esse poder autoritativo nas palavras e nas ações tem recebido uma renovação nos tempos presentes. A experiên­cia pentecostal dá testemunho de que DEUS tem reafirmado a todos quantos\recebem a JESUS como Senhor: Ele não os deixará órfãos (Jo 14.18). Pelo contrário: Ele os comissiona com poder para a continuação da sua missão redentora. O Pentecoste dá testemunho das "chuvas serôdias" (Os 6.1-3; Jl 2.23-27) pouco antes da Segunda Vinda de Cristo. Assim, somos enviados ao mundo com compaixão e paixão divina­mente inspiradas. Entramos nessa batalha com expectativa e antegozo. Stanley Frodsham resumiu bem essa situação, ao escrever:

 

O tempo está curto; a vinda do Senhor está próxima; as oportuni­dades para se exercer o evangelismo não durarão muito.

Graças a DEUS, porque Ele está derramando poderosamente o seu ESPÍRITO nestes últimos dias.

O fogo continua ardendo... e arderá até àquele dia alegre em que o Senhor JESUS Cristo descerá do Céu, e levará a sua Igreja para estar com Ele para sempre.69

  

Perguntas Para o Estudo

Por que a experiência pentecostal é crucial para uma perspectiva pentecostal da Igreja e da sua missão?

O que o estudo do povo de DEUS no Antigo Testamento acrescenta ao nosso entendimento da Igreja contempo­rânea e da sua missão no mundo?

Como a Epístola aos Efésios ajuda-nos a ver a Igreja nas missões como mais do que um programa entre outros tantos programas?

O que há de exclusivo no modo de Lucas entender o Pentecoste e a missão?

Como o batismo no ESPÍRITO SANTO e o nosso modo de entender a missão da Igreja estão intrinsecamente vin­culados entre si?

Como os pentecostais antigos entendiam a conexão en­tre o derramamento do ESPÍRITO que começou em 1900 d.C. e o desenvolvimento de uma visão para a missão da Igreja?

Como o modo pentecostal de adoração aumenta o nosso

fervor pelas missões?

Como se pode ver a palavra "missão" e o tríplice minis­tério da Igreja como uma inteireza integrada?

Como o ESPÍRITO cria a koinõnia bíblica?

 

Quais as maneiras de se esperar o poder de Cristo de­monstrado no nosso ministério?

Passe em revista a declaração sucinta de Stanley Frodsham no fim deste capítulo. De que maneira ela é uma boa síntese da cosmovisão pentecostal e do modo pentecos­tal de se ver a Igreja e sua missão?

 

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GRANDE COMISSÃO - Dicionário Wycliffe

A ordem pós-ressurreição de JESUS CRISTO aos seus discípulos como registrado em Mateus 28.19,20; Marcos 16.15-18; Lucas 24.46-49; Jo 20.21- 23 e Atos 1.4,5,8.

Sua integridade. A autenticidade e a veracidade das passagens da Grande Comissão, especialmente como encontradas em Mateus e Marcos, foram atacadas por representantes do racionalismo e da alta crítica, a primeira Com base teológica e a segunda com evidências manuscritas. Estudiosos evangélicos, porém, têm defendido a veracidade como também a autenticidade das passagens e defenderam bem a questão com base nas evidências internas e externas.

Sua interpretação. A interpretação das passagens da Grande Comissão diferenciou-se grandemente através dos séculos e causou uma considerável discussão. Os debates giraram em torno de várias questões. Estas palavras foram faladas aos discípulos como apóstolos de JESUS CRISTO? Elas constituíram uma parte da atribuição singular para o ofício apostólico? Ou elas foram dirigidas aos apóstolos como representantes da igreja de JESUS CRISTO, e dessa forma são parte da comissão da igreja até o final dos tempos? Novamente, qual é a Inter- relação entre batizar e ensinar? A segunda atividade está coordenada com a primeira ou subordinada a ela, uma vez que a conjunção “e” está faltando entre os versículos 19 e 20 de Mateus 28? Ou o ensino está associado ao batismo, não sendo algo meramente subsequente a ele? E como o batismo e o ensino estão relacionados a fazer discípulos? Qual é o real significado de batizar “no” nome? Por que a palavra “nome” é usada no singular quando ela é seguida por uma enumeração de três pessoas da Divindade?

Os estudiosos evangélicos têm procurado sempre responder a estas perguntas mantendo a apresentação que se segue, crendo que a comissão é dirigida à igreja e deve ser obedecida até o final dos séculos, e que deve ser interpretada à luz de uma revelação completa. Poucos comentadores lidam exaustivamente com as passagens da Grande Comissão. Recentemente surgiram dois estudos exegéticos de relevância. O primeiro é de Karl Barth, e o segundo de Eobert D. Culver. Nenhum destes homens tenta investigar o escopo completo da Grande Comissão; ambos limitam os seus estudos à passagem do Evangelho de Mateus. Desse modo, estas são somente considerações parciais da Grande Comissão.

Sua relação com o cristianismo, A Grande Comissão não é um mandamento isolado, arbitrariamente imposto sobre o cristianismo. Ela é uma soma lógica e um fluxo natural do caráter de DEUS à medida que Ele é revelado nas Escrituras (Ez 33.11; 1 Tm 2.4; 2 Pe 3.91, bem como do propósito e impulso missionários de DEUS conforme revelado no AT (por exemplo, Is 49.6; 56.3-8; Jo 3.10; 4.2,11), e historicamente encarnado na chamada de Israel (Gn 12.1-3; Êx 19.5,6; Is 42.6,7,19); da vida, teologia e obra salvadora de CRISTO como é revelada nos Evangelhos (Mt 9.35- 11.1; Lc 19.10; Jo 10.16); da natureza e obra do ESPÍRITO SANTO como predito por nosso Senhor e manifestado no Pentecostes e depois dele (At 2.17; 13.2,4; 16.6-10); e da natureza e projeto da igreja de JESUS CRISTO como é revelado em Atos (At 2.9-11,21,39; 13.46-49; 15.7-18) e nas epístolas (Rm 10.18; Ef 2.11-22; 3,8-11; Cl 1.6,23). CRISTO declarou profeticamente que seu Evangelho será pregado por todo o mundo como um testemunho para todas as nações antes que venha o fim (Mt 24.14). O cumprimento desta profecia está previsto na cena celestial descrita em Apocalipse 7.9,10. A comissão está, dessa forma, firmemente baseada no corpo total da revelação, tanto no AT como no NT. Ela forma uma unidade orgânica e uma parte integral dentro desta revelação, e só recebe o seu significado e força verdadeiros se vista neste relacionamento mais amplo.

A Grande Comissão não faz do cristianismo uma religião missionária. O cristianismo é assim por causa de sua fonte, natureza, e projeto como um todo. Os apóstolos tomaram-se missionários não por causa de uma comissão, mas porque o cristianismo é o que é, e por causa da habitação interior do ESPÍRITO SANTO que é um espírito de missões. O próprio Senhor JESUS CRISTO fala da missão do ESPÍRITO SANTO como uma missão de testemunho (Jo 15.26; 16.8-15). Desse modo, se as palavras específicas da Grande Comissão nunca tivessem sido pronunciadas, ou se tendo sido pronunciadas elas não tivessem sido registradas ou preservadas, o impulso e a responsabilidade missionária da igreja não seriam sequer minimamente afetados. O impulso das missões prospera onde quer que O cristianismo seja verdadeiramente conhecido, totalmente crido e genuinamente experimentado. Seu valor. No entanto, é de imenso valor que a Grande Comissão tenha sido ordenada pelo nosso Senhor, e registrada pelo ESPÍRITO SANTO, através dos escritores dos Evangelhos. Embora não crie novas obrigações para o cristianismo, esta ordem final de JESUS CRISTO concentra-se fortemente no impulso e responsabilidade missionária além aa dúvida e da disputa razoável. Novamente, sua singularidade como o principal mandamento do Senhor em seu ministério ressurrecto a destaca como única entre as suas palavras, e a toma mais do que apenas uma comissão entre muitos outros mandamentos aos discípulos. A sua reafirmação por cada um dos escritores dos Evangelhos testemunha sua tradição viva na igreja primitiva, e o livro de Atos demonstra sua dinâmica no movimento original do cristianismo.

Sua natureza composta. A Grande Comissão é um mandamento composto. Seu registro em todos os quatro Evangelhos e em Atos é singular entre as palavras de CRISTO e destaca sua importância na mente de cada escritor, sua riqueza e plenitude de conteúdo, e a unidade e estilo de cada um dos Evangelhos. Todos eles culminam na Grande Comissão e apontam para uma direção comum. O cristianismo é centrífugo em natureza e impulso. O fato de que cada um dos quatro evangelistas entrega a Grande Comissão de uma forma ou de outra, precisa ser observado. Nenhum deles a entrega em sua totalidade. Embora cada um dos evangelistas a apresente sob o seu próprio ponto de vista e com sua própria ênfase, juntos eles completam uns aos outros, trazendo uma totalidade, como mostra o seguinte esquema.

Mateus - a autoridade, o objetivo com total inclusão e a extensão de tempo da obra. Marcos - o método e o escopo geográfico da obra.

Lucas - a mensagem e a universalidade da obra.

João - o equipamento espiritual e a natureza espiritual da obra.

Somente quando vemos todo o esquema como é apresentado nos quatro Evangelhos, é que enxergamos a Grande Comissão em sua totalidade.

Seu alcance e padrão. Uma análise da Grande Comissão revela dois imperativos no grego original que dão direção à comissão. Estes são encontrados em Mateus e Marcos nas palavras “fazei discípulos” e “pregai o evangelho”. Assim, a Grande Comissão é como uma elipse com seus focos duplos. Enquanto que nos anos anteriores ao movimento missionário moderno iniciando com William Carey, a ênfase estava sobre o enfoque de Marcos - “pregai o evangelho” - e o evangelismo era o impulso total das missões, a ênfase hoje é sobre o enfoque de Mateus - “fazei discípulos” - e a implantação das igrejas chegou ao seu primeiro plano. A Bíblia iria enfatizar ambos e mantê-los em um correto equilíbrio. Os dois imperativos são completados pelos termos “ide” (Mc 16.15; Mt 28.19), “batizando" (Mt 28.19; cf. Mc 16.16), e “ensinando” (Mt 28.20).

Não há verbos imperativos relativos a testemunho ou pregação em Lucas, João ou Atos. No entanto, há uma força bíblica (“assim está escrito”, Lucas 24.46) e espiritual (“recebei o ESPÍRITO SANTO”, João 20.22) por trás destas palavras, de forma que um mandamento para testemunhar não é necessário; na verdade, pareceria até mesmo deslocado. A dinâmica da Palavra e do ESPÍRITO substitui o imperativo.

Então, um estudo da Grande Comissão composta como registrado nos quatro Evangelhos, produz os seguintes fatos. O objetivo que inclui tudo é “fazei discípulos” de todas as nações, Para que este propósito se cumpra, deve acontecer o seguinte.

1.       Os cristãos devem se engajar em uma proclamação intensiva e extensiva do Evangelho entre as nações do mundo, comunicando significativamente o Evangelho de DEUS como está registrado nas Escrituras.

2.       Os cristãos devem conduzir as pessoas a uma experiência da graça de DEUS que se toma disponível através da morte e ressurreição de JESUS CRISTO, oferecendo o perdão dos pecados em seu Nome a todos os que crerem no Evangelho.

3.       Os cristãos devem separar as pessoas de seus velhos relacionamentos pecaminosos (sem tirá-las de sua própria cultura) e edificá-las dentro da nova congregação de DEUS através da prática do batismo.

4.       Os cristãos devem doutriná-las nos preceitos do Mestre, e, assim, pela renovação de suas mentes, moldá-las no verdadeiro discipulado cristão.

Este é o padrão do nosso ministério de acordo com a Grande Comissão. Nenhuma das coisas essenciais podem ser omitidas ou negligenciadas. Nem o tempo exaure a dinâmica ou a validade da comissão. Os mandamentos de CRISTO ligam cada cristão a esta tarefa, até a consumação dos séculos. Veja Evangelistas; Testemunho.

 

Bibliografia. Karl Barth, The Theology of the Christian Mission, ed. por Gerald Andersen, Nova York. McGraw-Hill. Robert D. Culver, “What Is the Church׳s Commissi- on? Some Exegetical Issues in Matthew 28.16-20", Bulletin of Evangelical Theological Society, X (1967), 115-126. Joachim Jeremias, JESUS’ Promise to the Nations, trad. 5.      H. Hooke, Naperville, 111.. Allenson, 1958, (esta obra traz uma excelente bibliografia). George E. Mendenhall, “Missions”, IDB, III, 404ss. John R. W. Stott, “The Great Commission”, ChT, XII (1968), 723-725,778- 782, 826-829. John M. L. Young, “Theology of Missions, Covenant-centered”, CT, XIII (1968), 162-165. G. W. P.

 

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MISSÕES, A GRANDE COMISSÃO - PR JOSIAS MOURA

 

UNIDADE VIII

PROPÓSITO: Oferecer uma visão clara do valor missiológico das palavras proferidas pelo mestre JESUS CRISTO, após sua ressurreição e antes da ascensão, conhecidas como “A Grande Comissão”. Palavras estas que formam o mais expressivo bloco de ensinamento bíblico para o alcance das nações com o evangelho”.

A grande comissão é o supremo alvo da vida e do propósito de JESUS. Ele treinou, esperou e lutou para chegar ao ponto de enviar discípulos preparados e revestidos de poder.

Durante muito tempo, a Igreja tem buscado conscientizar o seu povo da Grande Comissão dada por CRISTO com relação à obra missionária. Tal é a sua importância, que é encontrada diversas vezes no Novo Testamento como veremos a seguir.

DEUS atua no mundo e tem um plano e uma meta a cumprir. Segundo Apocalipse capítulos 21 e 22, podemos dizer que o plano de DEUS é uma nova criação para a Sua glória, isto é, Ele renovará e transformará tudo para Sua glória. O que não significa que todos serão salvos, pois os que continuam rebeldes se perderão, mesmo tendo que reconhecer JESUS CRISTO como Filho de DEUS (Fp. 2.10-11). Na criação do mundo, DEUS fez tudo sem a ajuda dos homens, porém na nova criação somos cooperadores de DEUS na sua Missão (I Co. 3.9).

O plano de DEUS para esta missão inclui a Igreja comprada pelo sangue de JESUS CRISTO. Na execução do plano, DEUS ordena que façamos certos trabalhos, e um destes é o de pregar o evangelho, as boas novas de JESUS CRISTO.

A Grande Comissão é a participação que DEUS espera de nós, e apresenta-se nos textos bíblicos, envolvendo ênfase diferentes, como vemos:

a) Mateus- autoridade, objetivo, o tempo e a esfera de trabalho.

b) Marcos- urgência, o método e esfera de trabalho.

c) Lucas- a mensagem a universalidade do trabalho.

d) João- o revestimento espiritual e a natureza do trabalho.

e) Atos- o poder e o campo de ação.

Após a Sua morte e ressurreição, JESUS CRISTO reúne-se com seus discípulos e lhes oferece a sublime oportunidade de serem cooperadores de DEUS, dando-lhes a Grande Comissão.

A Grande Comissão encontra-se registrada nos quatro Evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos com as seguintes referências: Mateus 28.18-20; Marcos 16.15; Lucas 24.44-48; João 20.21; Atos

1.8.

I – MATEUS (28.18.20)

Num monte na Galileia, os discípulos se reuniram e JESUS lhes deu a Sua palavra final. Ele falou como um Rei.

a) Sobre autoridade – Ele recebeu toda autoridade de DEUS e assim tem o direito de enviar embaixadores, concedendo a Sua autoridade para eles.

b) Sobre o seu propósito – fazer discípulos é a única expressão imperativa da Grande Comissão.

b.1- Fazer discípulos é a tarefa central na mensagem cristã.

(Mt. 4.19-21; 9.9; 1921; I Co 3.8; I Jo 3.2; Lc. 9.23; Jo 12.26)

Discípulos- “seguir alguém, imitar, crer e obedecer, tomar posição com, morrer com”.

b.2- É para fazer discípulos de todas as nações, atravessando todas as fronteiras.

b.3- Para fazer discípulos, é necessário um processo de desenvolvimento em comunhão (batismo no corpo de CRISTO) e instrução.

c) Sobre a forma– “Ide”, “batizando-as”, e “ensinando-as”. “Ide” é no grego “quando está indo”, é automático e deve acontecer sempre.

d) Sobre a presença do Rei – “ Eis que estou convocando…” Não fazem o trabalho sozinho ? (Aleluia)

e) De acordo com o texto de Mateus, a lição é a de que o grande alvo missões é o de “fazer discípulos de todas as nações”.

II – MARCOS (16.5)

Esta tem sido a expressão mais usada quando se fala de evangelismo na Igreja Cristã… “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura.”

a) esfera – Está claro de que a esfera de missão é o mundo

b) método – A pregação é o método de missões. É a evangelização com a prova de sinais que se seguem ( 16,17,18).

c) A mensagem – Na obra de missões, só uma mensagem: O evangelho de CRISTO. Aqui descobrimos que o alcance da missão de DEUS é universal, pois CRISTO ordenou: “Ir ao mundo todo, e pregai o Evangelho a toda criatura.”

III – LUCAS ( 24.44-48)

Neste texto, iremos descobrir a fundamentação da mensagem que pregamos na Grande Comissão de JESUS CRISTO.

a) A base bíblica do Evangelho – são as Escrituras ( A lei de Moisés, os profetas e os Salmos).

O missionário tem um livro e tem que conhecer este livro profundamente.

b) O conteúdo do Evangelho – é a morte e a ressurreição de JESUS. A cruz de CRISTO é sempre o tema central na mensagem ( I Co 1.18 a 25)

c) O Imperativo do Evangelho – é arrependimento e remissão dos pecados. CRISTO quer fazer algo no homem e não somente para o homem.

d) A esfera do Evangelho – é entre as nações.

e) Os instrumentos do Evangelho – “vós sois minhas testemunhas”.

Observe-se que a mensagem que pregamos é que CRISTO morreu e ressuscitou por nós, e que o propósito desta é para que haja arrependimento para a remissão dos pecados.

IV – JOÃO ( 20.19-23)

Quando JESUS CRISTO diz: “Assim como o pai me enviou, eu também vos envio”, vemos que, na obra missionária, temos que seguir o exemplo de JESUS CRISTO, como missionário enviado da parte do Pai celeste.

a) Identificação – os discípulos precisam identificar-se com o Senhor no trabalho designado… “Assim como”.

a.1) Enviou – no grego, uma ação contínua e não um passado prefeito. Ainda é enviado ! (Ele continua trabalhando através dos discípulos de todas as épocas).

a.2) Junto – Não para os discípulos trabalharem para o Senhor, mas juntos com o Senhor ( Mt. 28.20; I Co .3.9)

a.3) Luta – Missão é uma luta profunda e o trabalho mais importante que existe. Pregar é oferecer a possibilidade de perdão dos pecados. Se não pregamos, retemos os pecados.

Assim aprendemos que, no cumprimento da Grande Comissão, o povo de DEUS deve testemunhar de CRISTO não só com palavras, mas também seguindo o seu exemplo.

V – ATOS

Aqui encontramos o registro da última ordem de CRISTO no que diz respeito à Grande Comissão para a Igreja.

a) O poder do Evangelho – é a promessa do Pai ( Lc 24.49), o ESPÍRITO SANTO; sem o ESPÍRITO SANTO, somos instrumentos vazios e sem condições.

b) O Revestimento – “… permanecei em Jerusalém…” “ Recebereis o poder” – A condição para receber o poder é permanecer na presença de DEUS.

c) O campo de ação – “… começando por Jerusalém”( Lc 24.47). “Tanto em”, “Como em toda”, “E até os confins da terra”. A ação missionária da Igreja é global.

DEUS faz a obra missionária ! Mas Ele não dispensa o nosso trabalho. Assim em Atos 1.8 aprendemos que cooperamos com DEUS pelo poder do ESPÍRITO SANTO.

 

DECLARAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A GRANDE COMISSÃO

 

AS DECLARAÇÕES

A AUTORIDADE

A CAPACITAÇÃO

A ESFERA

A MENSAGEM

AS ATIVIDADES

Mt. 28.18-20

A autoridade dada a CRISTO: todo o poder no céu e na terra

CRISTO está conosco até o fim da era

As nações (Gentias)

Todas as coisas que CRISTO ordenou

Discipular por meio de ir, batizar e ensinar

Mc. 16.15

O mundo inteiro, e toda a criatura

O Evangelho

Ide e pregai (proclamai)

Lc 24.46-49

Em Seu Nome (de CRISTO)

A promessa do Pai i.e: poder

Todas as nações começando de Jerusalém

Arrependimento e o perdão dos pecados

Pregar e testemunhar (proclamar)

Jo 20.21

Enviados por CRISTO assim como Ele foi enviado pelo Pai

At. 1.8

Poder do ESPÍRITO SANTO

Jerusalém, toda a Judéia, Samaria e até aos confins da terra

CRISTO

Testemunhar

* De David J. Hesselgrave: Comunicating Chirst Cross – Cultarlly ( Grand Rapids: Zondervan, 1978), pag. 54. A ser publicado brevemente por Edições Vida Nova

 

 

 

RESUMO FINAL DA UNIDADE – LIÇÕES PRINCIPAIS

1. No projeto da nova criação, DEUS nos escolheu como seus cooperadores no exercício desta tarefa missionária.

2. Pregar o Evangelho, as boas novas do reino, é a principal tarefa daqueles que foram escolhidos para executar o grande plano divino para o homem.

3. As ênfases apresentadas pelos vários registros da Grande Comissão representam o propósito global da missão que DEUS nos ofereceu através do Seu Filho JESUS CRISTO.

4. Baseados nos textos e estudos concernentes à Grande Comissão, podemos formular um conceito da missão de DEUS:

“Missão é a obra de DEUS dada à Igreja que, seguindo o exemplo de CRISTO proclama por palavras e ações o Reino de DEUS, no poder do ESPÍRITO SANTO, chamando todos ao arrependimento e fé em CRISTO, ensinando-os a serem discípulos dele”.

5.Vamos alargar a nossa visão missionária de acordo com o alcance da missão de DEUS, que é universal; vamos estudar a Bíblia para pregar melhor a mensagem a respeito da morte e ressurreição de CRISTO.

Devemos estar dispostos a seguir o exemplo de CRISTO, pois o trabalho de DEUS se faz no poder do ESPÍRITO SANTO. Assim estaremos cumprindo o grande alvo de missões que é fazer discípulos em todas as nações.

 

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 sERMÃO PARA CULTO DE MISSÕES: IGREJA DE CRISTO RESPOSTA DE DEUS AO CLAMOR DOS POVOS

PALAVRA MINISTRADA PELO PR JOSIAS MOURA

 TEXTO BASE: Salmos 96:3  Anunciai entre as nações a sua glória,entre todos os povos, as suas maravilhas.

 

1. Introdução

Nos últimos duzentos anos da história humana, avançamos em todos os campos do conhecimento científico-tecnológico, mais do que nos últimos 2000 anos. Os avanços experimentados em tantos segmentos, não foram suficientes para dar conforto interior a milhares de pessoas. Em muitos países do mundo, vemos ainda índices de suicídio elevados, taxas de criminalidade crescentes, crises e conflitos sociais como o desemprego, pobreza, e fome.

Podemos concluir, que vivemos em tempos difíceis que foram profetizados, em II Timóteo 3:1-5 pelo apóstolo Paulo, nas seguintes palavras: “1 Lembre disto: nos últimos dias haverá tempos difíceis.  2  Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão respeito pela religião.  3  Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem.  4  Serão traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a DEUS;  5  parecerão ser seguidores da nossa religião, mas com as suas ações negarão o verdadeiro poder dela. Fique longe dessa gente!” (NTLH).

Nas palavras proféticas de Paulo, acerca dos tempos finais, concluímos que a humanidade avançou no conhecimento geral, e regrediu em seus conceitos morais e principalmente em seu relacionamento com DEUS .  O profeta Isaías vislumbrou os dias de hoje e disse em Isaías 33: 9 “A terra geme e desfalece; o Líbano se envergonha e se murcha; Sarom se torna como um deserto, Basã e Carmelo são despidos de suas folhas.”

Qual o remédio para uma sociedade em crise moral e espiritual? Qual a solução  para um mundo que clama por alívio, por paz e solução para os seus conflitos? O salmista aqui nos dá a resposta: “Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas”. Meu irmão, a Igreja de CRISTO é a resposta para os povos que clamam. A Igreja de CRISTO é a resposta de DEUS, para um mundo que está em crise moral.

 

2. Desenvolvimento

ST. PORQUE A IGREJA DE CRISTO É A RESPOSTA DE DEUS AO CLAMOR DOS POVOS?

2.1 Porque através da Igreja, o mundo conhecerá a glória de DEUS: “Anunciai entre as nações a sua glória…”.

Nosso grande objetivo, nossa grande missão, meu irmão, é anunciar a glória de DEUS as nações. O mundo precisa conhecer a glória de DEUS. Gostaria aqui, de fazer algumas considerações.

Primeiro, entendamos o que é a glória de DEUS.

A glória de DEUS está associada àmajestade e o brilho que acompanham a revelação  da 

presença e do poder de DEUS. Aqui, quero levar você a lembrar da experiência de Isaías com a glória de DEUS, no capítulo 6, de seu livro.  No ano 640 a.c, em que o rei Uzias morreu, Isaías tem uma visão. Nesta visão ele vislumbra DEUS assentado num alto e sublime trono em sua expressão máxima de sua glória. Enquanto em Jerusalém havia disputas pelo poder, instabilidade, conflitos sociais e desordem, pelo fato do trono de Uzias está vazio, Isaías vê que o trono celestial permanece ocupado. DEUS estará sempre em seu trono, seu governo será eterno.

Isaías fica fascinado com esta visão da glória de DEUS. Ele cai em si. E conclui: “Ai de mim! Estou perdido! Pois os meus lábios são impuros, e moro no meio de um povo que também tem lábios impuros….”. Ao ver DEUS em seu trono de glória, Isaías entende que é apenas um pecador. Aprendemos aqui, algo importante:

QUANDO UM HOMEM PRESENCIA UMA MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DEUS, HÁ UM RECONHECIMENTO DE SUA CONDIÇÃO PECAMINOSA.

A glória de DEUS nos faz entender quem somos. Somos pecadores que carecem da misericórdia do nosso DEUS.

Quando Isaías reconhece o seu pecado, DEUS envia um de seus serafins com uma brasa que tinha sido tirada do altar. (verso 6). Este anjo toca na boca do profeta. Há aqui, duas coisas importantes: Primeiro. DEUS está purificando o profeta. O fogo é visto como uma ação purificadora do ESPÍRITO SANTO. Isaías precisa ser purificado porque sem santidade, sem pureza em sua vida, sem consagração, sem separação para o serviço, ele não poderia falar e anunciar a mensagem de seus para os seus compatriotas. Segundo. Após ter sua vida e seus lábios santificados com brasa, Isaías está em condições de ser um porta voz de DEUS para sua nação.

Vejo na história relatada neste capitulo, quatro momentos importantes na vida de Isaías:

1) visão da glória de DEUS.

2) sentimento de reconhecimento do estado pecaminoso.

3) a ação santificadora de DEUS.

4) a chamada divina e o envio.

Após ter sua vida transformada sobrenaturalmente e experimentado o poder santificador de DEUS Isaías ouve do Senhor: “A quem enviarei? Quem há de ir por nós?” DEUS está aqui, despertando Isaías para a importante tarefa de anunciar sua mensagem para Israel.

Aqui, faço menção a um detalhe importante: não podemos ser mensageiros de uma verdade não experimentada. Não podemos ser porta vozes de uma glória não testemunhada, não sentida, não vivida. Não podemos dar a outros d’aquilo que nunca tivemos. DEUS então, permite ao profeta vê-lo em seu trono de glória. E esta experiência permite que Isaías fale de uma glória que ele mesmo experimentou em sua vida.

Quero sua atenção para um princípio importante, que aqui passo a clarear: A IGREJA DO SENHOR, ANUNCIARÁ AS NAÇÕES UMA MENSAGEM A RESPEITO DA GLÓRIA DE DEUS, QUE RESULTE DE SUA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA COM DEUS.

O que quero dizer, é que as nações precisam ser alcançadas por uma glória de DEUS, que também nos alcançou. Portanto, meu irmão quando você disser a alguém algo do tipo: “veja a glória de DEUS”, o que espera-se de mim e você é que também tenhamos em nossas vidas a mesma experiência.

Há ainda outro aspecto a tratar acerca da glória de DEUS. Este tem a ver com o fato, que precisamos aprender a perceber a revelação dessa glória em nosso cotidiano. Era isto que JESUS queria ensinar a Marta e Maria. Em João 11, verso 3, as duas irmãs de Lázaro mandam dizer a JESUS: “Senhor, o seu querido amigo Lázaro está doente!”. O que viam neste cenário, Marta e Maria? Viam a glória de DEUS? Não. Enxergavam apenas a enfermidade.  Viam a situação como a maior parte de nós vê. E a verdade, meu irmão é que nós vemos nossas crises, problemas, conflitos e dores de forma limitada. Vemos geralmente pelo pior ângulo. O ângulo da incredulidade, da impossibilidade e da murmuração. Porém, JESUS estava presente naquele momento da vida de Marta e Maria, e queria ensiná-las a ver as suas crises e calamidades de um novo modo. Em sua resposta a Marta e Maria, no verso 4 JESUS demonstra essa nova forma de ver uma crise ou enfermidade: “Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de DEUS,…”. JESUS estava ensinando a Marta e Maria, que elas precisavam aprender a enxergar como a glória de DEUS se manifesta por meio de nossos conflitos humanos. Aprenda você também a ver nos momentos difíceis de sua vida DEUS se revelando em sua glória.

Ao se deparar com um problema difícil, ore assim: “Senhor, me ensina a ver a tua glória nesta situação”. Tenho certeza que DEUS não negará a nenhum de nós, experiências diárias e cotidianas com a sua glória.

AS NAÇÕES NÃO ALCANÇADAS, INTERPRETAM OS SEUS CONFLITOS PELO PIOR ÂNGULO POSSÍVEL. E por isso, a Igreja do Senhor é a resposta para o clamor dos povos, porque  temos experimentado seguidas manifestações da glória de DEUS em nós, e precisamos compartilhar isto com outros, para que estes aprendam a ver a glória de DEUS através de seus conflitos e crises.

 

2.2  A igreja de CRISTO é a resposta ao clamor dos povos, porque através dEla, o mundo verá as maravilhas do Senhor: “…entre todos os povos, as suas maravilhas.”

O salmista está dizendo, que a Igreja anunciará também “…entre todos os povos as suas maravilhas…”. Quero definir o termo “maravilhas”. No grego a palavra é: dunamiv (dunamis). Dunamis pode ser traduzido como poder, força ou habilidade para realizar milagres. Estamos então falando de sinais milagrosos realizados por DEUS.

Em êxodo 4, após ter recebido de DEUS a ordem para comandar o êxodo dos israelitas no Egito, Moisés questiona DEUS dizendo: “Mas, os israelitas não vão acreditar em mim, nem dar atenção ao que eu falar e vão dizer que o Senhor não me apareceu”. DEUS então manda Moisés pegar o seu bastão e jogá-lo no chão. Inexplicavelmente, acontece um milagre. O bastão transforma-se em cobra (cap.4:4). DEUS realiza ainda, nos versos seguintes outros milagres. Mas preste atenção ao que DEUS diz a Moisés no verso 5: “Faça isso para provar aos israelitas que o Senhor, o DEUS dos seus antepassados, o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque, e o DEUS de Jacó apareceu a você”.

O que concluímos com estes versos? Moisés deveria anunciar a mensagem de DEUS a Faraó. E este anúncio seria acompanhado por maravilhas e sinais. E estes sinais comprovariam que DEUS estava ao lado de Moisés.

JESUS foi claro ao dizer em Marcos 16:17,18 que “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.”

Mas, é neste ponto da nossa reflexão que desejo lhe questionar. Você tem visto ultimamente, muitos sinais operados por DEUS através de sua vida? Talvez, alguns de nós, honestamente concluiremos que não. Certamente somos levados a concluir, que hoje observamos uma visível redução da manifestação de milagres como aqueles que JESUS realizava, como mortos que ressuscitavam, paralíticos que andavam.

Talvez você pergunte: Será que DEUS mudou sua maneira de agir com relação a milagres? Acredito que não. Nós é que mudamos nossas atitudes. A diminuição de milagres em sua vida ou até a ausência, pode ser explicada pela ausência de vida consagrada e santa no altar no Senhor. Precisamos aqui, lembrar das palavras de Josué ditas ao povo no capítulo 3:5, quando ele e os israelitas estavam diante do rio Jordão, e precisavam de um milagre para atravessar o rio: “Disse Josué ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós…”.

A escassez de milagres na vida de muitos crentes resulta da ausência de um projeto de vida, dirigido para busca de santidade. Santifique-se meu irmão, porque somos a resposta de DEUS para os problemas desta geração, e precisamos pedir ao Senhor que evidencie sinais e maravilhas entre todos os povos ainda não alcançados.

Em alguns momentos de nossas vidas, precisamos confrontar o poder do maligno, por meio de sinais e maravilhas. Quem não se lembra do confronto de forças entre Elias e os 400 profetas de Baal e 400 de Azera? O povo estava dividido entre o DEUS de Elias e o deus dos 800 profetas. Mas, foram sinais milagrosos realizados por DEUS, diante daquela multidão dividida, que provaram aos indecisos e aos de coração dividido que DEUS é Senhor absoluto e soberano.

Destronemos satanás destes corações seduzidos pelo pecado, e peçamos a DEUS, que derrame em nossas vidas um novo tempo de manifestações de sinais e maravilhas.

 

3. Conclusão

Entenda que DEUS projetou a sua vida para que você seja um instrumento dEle em um plano de salvação daqueles que estão perdidos. Porém, é preciso saber se você tem que se colocar nas mãos do Senhor como um vaso nas mãos do oleiro. Será que DEUS pode contar com você? Será que você pode falar como Isaias, que disse: “eis-me aqui Senhor, envia-me a mim”.

  

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REVISTA 4TR23, LIÇÃO 13 NA ÍNTEGRA

 Escrita, Lição 13, CPAD, O Propósito de Missões, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

I – O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA

1. O fundamento da realidade salvífica

2. Um propósito global

II – PREGAR O EVANGELHO: A

RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO

1. Qual é a nossa disposição?

2. “Pois me é imposta essa obrigação”

  

TEXTO ÁUREO
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16)

  

VERDADE PRÁTICA
Pregar o Evangelho a toda a criatura não é uma opção, mas uma imposição divina.

  

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 28.18-20 Uma ordenança para pregar o Evangelho
Terça - 1 Co 9.16 A pregação do Evangelho como o dever de cada crente
Quarta - Mt 24.14 A vinda do Senhor JESUS tem a ver com a obediência da evangelização
Quinta - Ec 9.10; 2 Co 5.10; Ap 22.12 A obra da evangelização é uma urgência no Reino de DEUS
Sexta - At 20.24 Prontos em cumprir com alegria a incumbência da evangelização
Sábado - Mt 24.45-51; 25.14-30 Prestaremos contas do nosso trabalho de evangelização



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Apocalipse 5.9-14
9 - E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para DEUS homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação;
10 - e para o nosso DEUS os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
11 - E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares,
12 - que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.
13 - E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.
14 - E os quatro animais diziam: Amém! E os vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive para todo o sempre.



Hinos Sugeridos: 72, 173, 316 da Harpa Cristã



PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A Igreja de CRISTO tem um nobre propósito a desempenhar neste mundo: proclamar a mensagem de salvação até que JESUS CRISTO volte. Essa é a sublime missão da Igreja. Nos tempos em que vivemos, a Igreja de CRISTO, diretamente ou indiretamente, é pressionada a renunciar a sua missão primária. Entretanto, a vontade de DEUS é que mantenhamos firmes a missão de proclamar a CRISTO, principalmente, em lugares que Ele não foi anunciado.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apontar o alvo da obra missionária; II) Conscientizar que cada cristão é responsável por essa missão.
B) Motivação: O que estamos fazendo para contribuir com a evangelização de nossa rua, bairro, cidade, estado, nação e o mundo?
C) Sugestão de Método: Pesquise na internet ou em livros de especializado em Missões. A CPAD editou livros nas áreas de Missões que poderão ajudá-lo(a). Selecione um missionário em que a vida é um exemplo no desempenho do propósito missionário. Conclua a lição, abordando esse exemplo.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Organize um evangelismo pessoal com a classe, sob a orientação do departamento de Missões, ou secretaria de evangelismo, de sua igreja local. Apresente a sua classe esse desafio: evangelizar o bairro da igreja local. Estimule cada aluno e aluna para que participem dessa atividade de modo que se envolva com Missões Locais.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 95, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "O Missionário é um Enviado", ao final do segundo tópico, amplia a reflexão a respeito da responsabilidade de pregar o Evangelho.

 

PALAVRA-CHAVE - Propósito

  

COMENTÁRIO – INTRODUÇÃO

O propósito da Igreja de CRISTO neste mundo é o de proclamar a mensagem de salvação até JESUS voltar. Claramente, a Palavra de DEUS nos mostra que a missão da Igreja envolve um propósito global, ou seja, a missão de pregar o Evangelho a cada criatura. Não importa a língua, a cultura ou o contexto econômico, cada pessoa deste mundo deve conhecer a respeito de JESUS e de sua mensagem de salvação. Esse é o assunto que estudaremos nesta semana.

 

I – O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA

1. O fundamento da realidade salvífica

Numa leitura atenta do livro do Apocalipse é possível perceber o propósito de DEUS de redimir a humanidade desde o livro de Gênesis. Por exemplo, em Apocalipse 5 há o relato de uma grande multidão de pessoas redimidas pelo sangue de JESUS: “Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para DEUS homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.9). Isso aqui é o resultado produzido pela obra de CRISTO no Calvário. Nesse sentido, anunciar essa realidade salvífica para todo ser humano é o alvo sublime de nossa missão.

 

2. Um propósito global

Em Mateus 28.18-20, a palavra “toda” traz a mesma conotação de alcance em que encontramos em Apocalipse 5. Isso reitera o princípio universal de nossa missão. Nesse caso, pregar o Evangelho a todos os povos para resultar em conversão de milhões de pessoas de todas as etnias é o propósito glorioso de DEUS para a sua Igreja. Essa noção de universalidade, ou totalidade, relacionada ao alcance do Evangelho, nos responsabiliza como parte integrante desse poderoso e grandioso projeto de DEUS: a obra missionária (1 Co 9.16). Diante dessa assertiva, nosso dever básico é o de proclamar o Evangelho a todos os povos.

  

SINÓPSE I - O alvo da obra missionária é apresentar o plano de salvação a todo o pecador.


II – PREGAR O EVANGELHO:

A RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO

1. Qual é a nossa disposição?

Como está a nossa disposição em levar o Evangelho a todo o mundo? Você sabia que a vinda do Senhor JESUS tem a ver com a execução dessa ordenança (Mt 24.14)? À luz dessa grande urgência evangélica, o que temos feito em prol do Reino de DEUS (Ec 9.10; 2 Co 5.10; Ap 22.12)? Temos formado obreiros suficientes para cumprir a Grande Comissão? E os jovens crentes? Eles enxergam a grande urgência deste trabalho (Jo 4.35)? Estamos prontos a dar a vida por essa grande obra (At 20.24)? Essas perguntas contribuem para atestarmos uma grande realidade, ou seja, se a igreja não atender ao apelo divino da Grande Comissão, se houver omissão por parte de seus líderes, e se os crentes não se dispuserem a ir ao campo, e se o mundo não receber o Evangelho nesta dispensação da Graça, haverá um duro juízo contra os negligentes (Mt 24.45-51; 25.14-30).

[...] Se a igreja não atender ao apelo divino da Grande Comissão, se houver omissão por parte de seus líderes, e se os crentes não se dispuserem a ir ao campo, e se o mundo não receber o Evangelho nesta dispensação da Graça, haverá um duro juízo contra os negligentes.”

2. “Pois me é imposta essa obrigação”

O apóstolo Paulo via a responsabilidade de pregar o Evangelho como uma obrigação imposta a ele (1 Co 9.16). A expressão “ai de mim se não pregar o evangelho” tem dois sentidos claros: 1) a obrigação; 2) a punição. O apóstolo estava consciente de que pregar o Evangelho é uma obrigação que inside privilégio, pois é a partir do que CRISTO fez por nós. Nesse sentido, é um ato de obediência a DEUS. Contudo, essa obrigação também leva em conta a punição em relação à recusa sistemática dessa obrigação imposta ao apóstolo. Ora, pregar o Evangelho não é uma opção para o cristão, mas uma imposição divina.


SINÓPSE II - Pregar o Evangelho é a obrigação de cada crente.

 

Auxílio Missiológico

O MISSIONÁRIO É UM ENVIADO

“Há uma identificação de CRISTO com seus enviados que dissipa toda a amargura e espanta as sombras através de seu sorriso abençoado. Sua presença e companhia são uma experiência constante e a herança permanente deles. A grande necessidade dos que são enviados é praticar constantemente a consciência de sua presença. [...] O missionário hoje é um ‘enviado’ se for um missionário no sentido bíblico da palavra. Um missionário não é aquele que partiu, mas aquele que foi enviado. É o modo como vai que faz toda a diferença. Se ele não caminhar com a segurança divina de que foi enviado, não será capaz de suportar a tensão, frustração, as pressões e os desapontamentos da vida missionária. A consciência, contudo, de ter sido enviado o sustentará em seus julgamentos e fracassos e certamente irá conduzi-lo ao triunfo e sucesso. [...]” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.306).

 

CONCLUSÃO
Há um propósito divino quanto a proclamar a mensagem de salvação ao pecador. Não podemos, então, desviar um milímetro desse santo propósito. De fato, evangelizar não é uma opção. Pelo contrário, é uma imposição divina como resultado do que o Senhor JESUS fez em nossas vidas por intermédio do ESPÍRITO SANTO. Portanto, preguemos a boa notícia para todo o pecador e em qualquer lugar em que ele se encontrar. Esse é o mais nobre e sublime propósito da Igreja de CRISTO.

 

REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que é possível perceber numa leitura atenta no livro de Apocalipse?
Numa leitura atenta do livro do Apocalipse é possível perceber o propósito de DEUS em redimir a humanidade desde o livro de Gênesis.
2. Qual é o alvo sublime de nossa missão?
Anunciar a realidade salvífica para todo ser humano é o alvo sublime de nossa missão.
3. Segundo a lição, qual é o propósito glorioso de DEUS para a sua Igreja?
Pregar o Evangelho a todos os povos para resultar em conversão de milhões de pessoas de todas as etnias é o propósito glorioso de DEUS para a sua Igreja.
4. Qual é a sua disposição em levar o Evangelho ao pecador?
Resposta pessoal.
5. Quais são os dois sentidos da expressão “ai de mim se não pregar o evangelho”?
A expressão “ai de mim se não pregar o evangelho” tem dois sentidos claros: 1) a obrigação; 2) a punição.