Escrita, Lição 13, Betel, O verdadeiro discípulo é um exemplo para futuras gerações, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita, Lição 13, Betel, O verdadeiro discípulo é um exemplo para futuras gerações, 4Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

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EBD, Revista Editora Betel, 4° Trimestre De 2023, TEMA: Terceira Epistola de João – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade Cristã 

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TEXTO ÁUREO

“Lembrai-vos os vossos pastores, que vos falaram a palavra de DEUS, a fé dos quais imitai, atentando para sua maneira de viver” Hebreus 13.7

 

 

VERDADE APLICADA

Os discípulos de CRISTO, por pertencerem ao mesmo Corpo de CRISTO, devem exercer, uns sobre os outros, influência que edifica.

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar o contraste entre o bom e o mal discípulo
Ressaltar as características de um bom discípulo
Expor a importância do legado

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA - 1 TIMÓTEO 1.9-12

9 Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe.
10 Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja.
11 Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de DEUS; mas quem faz o mal não tem visto a DEUS.
12 Todos dão testemunho de Demétrio, até a mesma verdade; e também nós testemunhamos; e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA – Sl 78.5 O testemunho de DEUS deve ser transmitido
TERÇA – Pv 13.22 Um homem bom deixa boa herança
QUARTA – Ef 4.1 Ser um discípulo inspirado em JESUS
QUINTA – Ef 6.5 Servir a DEUS com sinceridade
SEXTA – 1 Ts 5.12 O bom discípulo deve ser reconhecido
SÁBADO – 1Pe 3.21 Ter boa consciência diante de DEUS

 

HINOS SUGERIDOS: 11, 93, 291

  

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que eu discípulo de CRISTO sirva de forma inspirar outros em seus ministérios.

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O MAL LEGADO DE DIÓTREFES

1.1. Uma liderança reprovável 

1.2. Um mau discípulo é hipócrita 

1.3. Fora dos padrões bíblicos 

2- GAIO, UM VERDADEIRO DISCÍPULO

2.1. Um discípulo verdadeiro 

2.2. Um discípulo fiel 

2.3. Um discípulo altruísta

3- DEMÉTRIO, UM VERDADEIRO DISCÍPULO

3.1. Um discípulo inspirador

3.2. Um discípulo comprometido

3.3. Um discípulo é reconhecido 

  

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

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FÉ É O LEGADO MAIOR QUE ALGUÉM PODE DEIXAR A SUA POSTERIDADE.
 
 
Lição 11, Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja
1º Trimestre de 2018 - Título: A Supremacia de CRISTO - Fé, Esperança e Ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: Pr. José Gonçalves, pastor presidente das Assembleias de DEUS em Água Branca, PI.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454.
Ajuda http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/hebreus.htm
https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-da-licao-11-os-gigantes-da-fe-e-o-seu-legado-para-a-igreja
SLIDES da Lição 11, Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja, 1Tr18, Pr. Henrique, EBD NA TV
 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Hebreus 11.1-8,22-26,30-34
1 - Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem. 2 - Porque, por ela, os antigos ?alcançaram testemunho. 3 - Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. 4 - Pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. 5 - Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque DEUS o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a DEUS.  6 - Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam. 7 - Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. 8 - Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
22 - Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca de seus ossos. 23 - Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei. 24 - Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, 25 - escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de DEUS do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; 26 - tendo, por maiores riquezas, o vitupério de CRISTO do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.
30 - Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias. 31 - Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. 32 - E que mais direi? Faltar-me- a o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas, 33 - os quais, pela fé, venceram ?reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, 34 - apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos.
 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), estudaremos um dos capítulos mais conhecidos da Epístola aos Hebreus, a galeria dos heróis da fé que se encontra no capítulo 11. Esses heróis e heroínas eram pessoas comuns, sujeitos as intempéries da vida, mas a fé deles em DEUS fez com que superassem grandes obstáculos, fazendo com que o nome do Senhor fosse exaltado. O estudo dessa galeria nos mostra que a fé, embora sendo algo subjetivo, traz sempre resultados práticos.
É importante que você ressalte, no decorrer da lição, que estes heróis da fé, não tinham as Escrituras Sagradas como temos hoje, o que tornava o conhecimento deles a respeito de DEUS, se comparado a nós, limitado.
 
Resumo da Lição 11, Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja
I - A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
1. O sacrifício de Abel.
2. O testemunho de Enoque.
3. A confiança de Noé.
II - A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL
1. A obediência de Abraão.
2. A fidelidade de José.
3. A determinação de Moisés.
III - A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR
1. A ousadia de Josué.
2. A coragem de Raabe.
3. O heroísmo de Gideão.
 
PARA REFLETIR - A respeito de os Gigantes da Fé e seu Legado para a Igreja, responda:
Qual elemento o autor aos Hebreus cita para falar que JESUS é superior a Abel? O sangue da aspersão (Hb 12.24 - Abel).
Noé foi lembrado em qual Sermão do Senhor JESUS? No seu Sermão Escatológico de Mateus 24.
Abraão não é pai unicamente dos judeus. Explique. Segundo Gálatas 3.7, pela fé ele era pai de "todos os que creem".
Qual foi o pedido de José? Que na saída dos filhos de Israel do Egito levassem seus ossos (Hb 11.22).
Por que Jericó precisava ser destruída através de Josué? Porque o ingresso na terra não poderia ser feito enquanto Jericó permanecesse de pé.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A fé produz confiança irrestrita em DEUS.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A fé nos faz ver o invisível e alcançar o impossível.
SÍNTESE DO TÓPICO III  - A confiança em DEUS nos dá poder para avançar e vencer os obstáculos.
 
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 73, p41.
 
SUGESTÃO DE LEITURA
Heróis da Fé; Uma Jornada de Fé; Fé sob Fogo
 
Resumo rápido do Pr. Henrique da Lição 11, Os Gigantes da Fé e o seu Legado para a Igreja
INTRODUÇÃO
Depois de provar a supremacia de CRISTO em relação aos profetas, aos anjos, a Moisés, a Arão, a Josué, seu sacerdócio superior e a superioridade da Nova Aliança, o autor aos Hebreus fala dos principais heróis da Fé do Antigo Testamento. A fé desses deveria ser seguida.
Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá. (ARC) Habacuque 2:4
Porque no evangelho é revelada a justiça de DEUS, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé”. Romanos 1:17
É evidente que diante de DEUS ninguém é justificado pela Lei, pois "o justo viverá pela fé". Gálatas 3:11
Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele". Hebreus 10:38
 
I - A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
1. O sacrifício de Abel.
Abel adorou a DEUS com a legítima e verdadeira adoração - deu sua vida - Deu sua vida em sacrifício, substituído por um animal e seu sangue, prefigurando o sacrifício de JESUS em nosso Lugar.
Como não podia se matar e oferecer seu sangue (sangue é vida), ofereceu um animal e seu sangue em seu lugar - até hoje isso fala da salvação pelo cordeiro de DEUS, substituto, que tira o pecado do mundo - JESUS. Só por Ele podemos ser salvos.
 
2. O testemunho de Enoque.
Enoque obteve testemunho que agradara a DEUS e, pela fé, foi trasladado (Hb 11.5). O texto é claro ao afirmar que ele foi trasladado para não ver a morte. Retirado da terra antes do dilúvio, além de não provar a morte, ele não viu a destruição em massa da terra. Enoque é o tipo da Igreja arrebatada. Por ter agradado a DEUS, foi retirado antes da grande catástrofe que atingiu o planeta. A Igreja que agrada ao Senhor, também será arrebatada antes da Grande Tribulação (Ap 3. 10).
Enoque representa a Igreja.
Como DEUS tinha que todo dia descer para falar com Enoque; DEUS o levou para conversar com ele lá em cima.
A igreja que tem comunhão com o ESPÍRITO SANTO, esta será levada para o céu.
Quanto a ser ou não Enoque que virá na Grande Tribulação como uma das duas testemunhas, não o podemos afirmar.
Para mim são os mesmos que vieram; Para outros serão novas pessoas; Para outros Enoque e Elias.
Cada um com suas suposições. No reino espiritual não existe lógica.
Lembrando que todos os sinais que vão fazer são os mesmos feitos por Moisés e Elias.
Se Enoque representa a igreja, jamais poderia voltar a terra e muito menos morrer.
Já a lei e os profetas, representados por Moisés e Elias duraram até João.
Somente duas pessoas são citadas na Bíblia que não experimentaram a morte, um é Elias, o profeta de Tisbe, o outro é Enoque.
 
3. A confiança de Noé.
Único a ouvir DEUS em meio a um povo pervertido.(Mt 24.37-39)
"Pela fé, Noé, divinamente avisado das  coisas  que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé" (Hb 11.7). Para salvação de sua família, construiu a Arca. Assim como Noé salvou sua família do Dilúvio, nós devemos salvar a nossa família da grande Tribulação que vem ai.
Noé foi Pregoeiro da justiça, revelando sua fé em DEUS e em suas promessas (2 Pedro 2:5). Pregou por 100 anos e você? Pretende pregar por quanto tempo? É preciso ter fé.
 
II - A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL
1. A obediência de Abraão.
"Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia." Hebreus 11:8  
Sai-te para uma Terra que te mostrarei. Saiu sem saber para onde ia - Isso é fé. Eu coloco o pé e DEUS coloca depois o chão.
Sendo chamado, obedeceu - Feliz o homem que obedece a DEUS quando é chamado por Ele.
Promessa de um legítimo filho demorou 25 anos, mas Abraão creu - 100 tinha Anos e Sara tinha 90 anos quando nasceu Isaque (riso).
DEUS pede seu filho em Sacrifício - Maior prova na vida de Abraão. Aquele filho era mais valioso do que qualquer coisa para Abraão, mas, pela fé, era menos importante que DEUS.
Por causa de sua fé nunca construiu uma casa. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é DEUS”.(Hb 11:8-10).
Essa é a fé que agrada a DEUS a ponto de chamar Abraão de Amigo.
E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão em DEUS, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de DEUS" Tiago 2:23
Os que têm o mesmo tipo de fé são chamados filhos de Abraão
“Assim como Abraão creu em DEUS, e isso lhe foi imputado por justiça. Sabei pois que os que são da fé são filhos de Abraão.
Ora, não foi Abraão, nosso pai na , justificado por obras, quando ofereceu seu próprio filho Isaque sobre o altar? 
 
2. A fidelidade de José.
De escravo a governador da maior nação de sua época.
Tentado, mas sempre fiel a DEUS.
Acreditou que seu povo sairia do Egito e entraria e possuiria a terra Prometida.
 
Foi vendido, mas não se vendeu (At 7.9,10). A fé o manteve vivo no Egito. A fé de José o fez enxergar o invisível (Hb 11.22). José, pela fé, "viu" o Êxodo do povo judeu, ou seja, acreditou que DEUS os livraria de uma futura escravidão e os introduziria novamente na Terra Prometida - isso é fé de profeta.
A fé que nos faz enxergar o desconhecido e acreditar no futuro é a fé que agrada a DEUS.
 
3. A determinação de Moisés.
A vida de Moisés se divide em três etapas de 40 anos. Nasceu, tendo como pais Anrão e Joquebede e irmãos, Arão e Miriã. Seus pais, pela fé, o esconderam da matança de Faraó. Criado como filho da filha de Faraó, Moisés aprendeu a ser construtor de cidades, general de exército, administrador público, etc... Por 40 anos aprendeu a ser grande. Pela fé Moisés deixou toda pompa do Egito e sua posição real para tentar libertar seu povo da escravidão e por isso passou 40 anos no deserto de Midiã, onde se casou com Zípora e teve dois filhos. DEUS chama Moisés ao Monte Horebe e lhe aparece na visão da Sarça e lhe convoca para a missão de tirar Seu povo da escravidão e os trazer até ali para O adorar. Por 40 anos Moisés conduz este povo para a Terra prometida crendo na promessa de DEUS para os levar até lá. Vê a Terra Prometida, mas lá não entra, pois representava a lei e pela lei ninguém herda a promessa de DEUS de descanso (salvação). (Hb 11.24,25).  "Teve por maiores riquezas, o vitupério de CRISTO do que os tesouros do Egito" (Hb 11.26). Sofreu por seu povo, deu a vida por seu povo.
 
Anrão e Joquebede tiveram fé para escondê-lo.
Moisés teve fé para se recusar a ser filho da filha de faraó e viver na pobreza a fim de libertar seu povo.
40 anos pelo deserto acreditando que entraria na terra prometida - entrou depois de morto (Monte da Transfiguração - Lucas 9:30).
 
III - A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR
1. A ousadia de Josué.
Substituir Moisés não era tarefa fácil. A integridade e a fé de Moisés eram insuperáveis. Era preciso fé em DEUS.
Entrar na Terra e destruir os inimigos exigia muita fé. Não era apenas entrar na terra, mas entrar e destruir os inimigos. O que tinha em mãos era um exército sem armas e sem prática. Era preciso fé em DEUS.
O maior desafio era o primeiro desafio - Jericó, a cidade dos muros intransponíveis. Paciência, Perseverança e muita Fé deveriam ser as armas utilizadas. Venceram pela fé (Hb 11.30).
Rodear Jericó e gritar exigia fé sua e do povo, portanto, sua liderança era imprescindível.
 
2. A coragem de Raabe.
DE UMA GENTIA, PROSTITUTA (RAABE), DE UMA MOABITA (RUTE) E DE UMA OUTRA GENTIA QUE TEVE RELAÇÕES SEXUAIS COM SEU SOGRO (TAMAR) DESCENDERAM TODOS OS REIS DE ISRAEL E POR FIM, JESUS, NOSSO SALVADOR - ISSO É GRAÇA.
RAABE - Hebreus Cap. 11.31 Pela fé, Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. Acreditou no DEUS de milagres.
DEUS se agrada da fé. Uma gentia, prostituta, se torna uma ascendente de JESUS, oficialmente, ou seja, legalmente. Todos os reis de Israel são seus descendentes. Casou-se com um judeu, Salmom.
Daí veio Boaz, Obede, Jessé e depois Davi e todos os reis de Israel.
Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias. (Hebreus 11:31).
E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé (Mateus 1:5).
E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho? (Tiago 2:25).
Os muros de Jericó caíram. Um pedaço do muro não caiu. Neste pedaço de muro que não caiu estava em cima uma casa, nesta casa tinha uma janela e nesta janela tinha um fio vermelho. Era a casa de Raabe, a prostituta, que teve fé em DEUS e foi justificada e santificada e se tornou a mãe dos reis de Israel. Glória a DEUS.
 
3. O heroísmo de Gideão.
Numa lista de heróis da fé o nome de Gideão aparece em primeiro lugar, não querendo dizer que ele seria o maior deles, pois na lista fala de Samuel e Daniel.
Gideão (Jerubaal - Juízes 7:1) foi um dos juízes durante a transição de Patriarcas para Reis, entre o povo de DEUS. (Hb 11.32). Gideão foi escolhido e designado por DEUS para livrar seu povo da opressão Midianita. Seria preciso fé para reunir um exército de 32 mil homens (Juízes 7.3) e depois mais fé ainda para ficar sem ele. DEUS tinha em mente um plano miraculoso. A fé de Gideão seria testada ao máximo. Com apenas 300 homens teria que vencer um exército de todos os midianitas e amalequitas, e os filhos do oriente que se ajuntaram contra ele e seu diminuto exército de israel. (Juízes 6:33).
 
Malhando trigo no Lagar (local de fazer suco de uva) - escondido dos Midianitas.
Prova com DEUS. Para saber que DEUS estava com ele fez 3 provas com DEUS. Mesmo assim ainda sua fé precisava ser fortalecida (Juízes 7.10).
Seu exército - 300 homens e suas buzinas e cântaros (Juízes 7:19). Venceu pela fé, pois com esse exército e material bélico jamias venceria.
 
CONCLUSÃO
A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM DEUS
O sacrifício de Abel e sua fé prefigurava o sacrifício de JESUS. Adoração perfeita. Uma vida sendo oferecida em lugar de outra. O testemunho de Enoque e sua fé sendo trasladado antes do dilúvio representa a igreja que será arrebatada antes da Grande Tribulação, igreja que mantém íntima comunhão com DEUS. A confiança de Noé e sua fé em DEUS salvou sua família e condenou a todos os outros que não entraram na arca, assim como nossa fé ajuda para que nossa família não perca a salvação.
A FÉ QUE FAZ VER O INVISÍVEL
A obediência e a fé de Abraão o fez amigo de DEUS e pai da fé daqueles que possuem o mesmo tipo de fé. Creu e obedeceu, vendo o futuro e desejando uma cidade celeste.
A fidelidade e a fé a DEUS de José em meio às tribulações de sua vida o tornaram governador da maior nação de sua época. A determinação de Moisés e sua fé em DEUS e sua promessa de uma Terra para seu povo o tornaram o homem mais manso da Terra e companheiro de um só homem que voltou à Terra depois de morrer, Elias., no Monte da Transfiguração.
A FÉ QUE DÁ PODER PARA AVANÇAR
A ousadia e a fé de Josué o fez líder de uma grande nação, em substituição a um grande herói da fé – Moisés. Teve fé para, sem armas humanas, derrotar a cidade mais fortificada de Canaã – Jericó. A coragem e a fé de Raabe a salvaram da destruição de Jericó e a tornaram a mãe de todos os reis de Israel e ascendente de JESUS. O heroísmo e a fé de Gideão o tornaram líder de Israel e reconhecido por toda sua nação como enviado por DEUS.
 
 
Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato
 
LIÇÃO 12- OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA FÉ:
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - HEBREUS 11.1-6 
1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.
2 Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho. 3 Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
4 Pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. 5 Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque DEUS o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a DEUS.
6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.
 
PONTO DE CONTATO:
Na lição passada, vimos o perigo da apostasia e suas consequências. Nesta lição, estudaremos a base da vida cristã: a fé. Querendo apresentar uma parte da história antiga para demonstrar a eficiência da fé, o escritor aos hebreus principia seu relato dizendo que a própria criação do universo é uma ilustração da fé. “Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados” (v.3) A fé se baseia na Palavra de DEUS. Esta palavra consiste num poder invisível que produziu do invisível o universo, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. 
 
 
CARACTERÍSTICAS
PERSONAGENS
Fé caracterizada pela obediência irrestrita ao Senhor 
Abraão
Recebeu uma revelação especial de DEUS relativa ao dilúvio
Noé
Agradou a DEUS por seu andar espiritual diante dEle
Enoque
Aos olhos de DEUS seu sacrifício teve maior valor
Abel
 
 
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos um dos assuntos mais palpitantes da Bíblia: a Fé. Esta palavra tão pequena encerra em si grande conteúdo para os que de DEUS se aproximam. Sem ela não existiria a Igreja, não haveria salvos, esperança de vida futura, não poderíamos esperar um mundo melhor nem creríamos na Segunda Vinda de CRISTO. É por meio da fé que recebemos as bênçãos de DEUS. Esta preciosa e santíssima fé vem-nos através de CRISTO, para que ninguém tenha de que se gloriar (Hb 12.2).
I. CONCEITO DE FÉ
O escritor sacro não pretendeu simplesmente definir a fé, mas sim descrevê-la como elemento fundamental da vida cristã.
1. O firme fundamento.
Fundamento aqui significa muito mais que a mera certeza humana, fruto da lógica, ou do exercício da futurologia. Na visão cristã, tem o sentido de certeza inabalável, ou seja, temos convicção de que servimos a um DEUS onipotente, onisciente e onipresente, que vela por sua Palavra para a cumprir (cf. Jr 1.12; Is 43.13). Significa também certeza absoluta a respeito da nossa salvação. Ver 1 Jo 3.2. Assim, a certeza é o primeiro elemento essencial da verdadeira fé, isto é, “a fé que é por Ele” (At 3.16).
2. Das coisas que se esperam.
“A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam...”. O segundo elemento essencial da fé é a esperança. Esta é consubstanciada na forte convicção de que aquilo que se espera da parte de DEUS há de acontecer sempre, independente das circunstâncias. Abraão creu que teria um filho segundo a promessa divina, fruto de sua união com Sara, mesmo quando a lógica humana dissesse o contrário. 
3. A prova das coisas que não se vêem.
A “prova” tem o significado de “convicção”, que é o terceiro elemento da fé. Aqui temos um ponto muito importante a considerar. Pessoas há que manipulam este texto para justificar a prática mística do que eles chamam de visualização mental para obtenção do que se deseja. Nesse meio estão certas ramificações da Confissão Positiva. Tal prática não tem apoio nas Escrituras Sagradas. No contexto do capítulo 11 de Hebreus, “as coisas que não se vêem” são as coisas de DEUS, “os bens futuros” (Hb 9.11), “as melhores promessas” (Hb 8.6). Isso porque tais “coisas” foram prometidas por DEUS em sua Palavra, e esta não pode falhar em nenhuma hipótese. Há “crentes” que, iludidos pelo seu próprio coração, asseveram que podem aplicar esse texto (v.1) a qualquer coisa. Por exemplo: “eu creio que DEUS vai me dar um carro novo, e uma bela casa”. Ora, isso é um desejo, mas não uma promessa de DEUS. Pode tornar-se real ou não. É algo condicional e circunstancial.
II. EXEMPLOS MARCANTES DE FÉ
1. Abel.
Foi exemplo de fé sacrificial. A Bíblia não diz em Gênesis 4 por que DEUS aceitou seu sacrifício e não o de seu irmão, o homicida Caim. Mas em Hebreus 11.4 podemos constatar o final da história: enquanto a oferta de Abel foi movida pela fé em DEUS (ver Jd v.11), Caim trilhou seu “caminho” sem fé. A ideia de que a oferta de Abel foi aceita por tratar-se de oferta com sangue (apontava para o sacrifício de 
CRISTO) apesar de correta, é parcial, uma vez que a oblação de Caim, mesmo sendo de vegetais, também seria aceita por ser produto do seu trabalho como lavrador (Gn 4.3; ver v.7). Caim tinha má índole; era iracundo e “suas obras eram más” (1 Jo 3.12), por essas razões suas ofertas não foram aceitas pelo Senhor. 
2. Enoque.
Exemplo de fé agradável. O pouco que a Bíblia fala sobre esse homem de DEUS encerra a grandeza de seu caráter e de sua fé: “E andou Enoque com DEUS; e não se viu mais, porquanto DEUS para si o tomou” (Gn 5.24). Se ele “andou com DEUS”, ou seja, viveu em íntima comunhão com o Eterno e no centro da sua vontade, diante da extrema incredulidade de seu tempo, foi porque tinha uma fé viva, que via o mundo melhor. Por isso, ainda na terra, antes da sua trasladação, “alcançou testemunho de que agradara a DEUS”. Sem fé não agradamos a DEUS (Hb 11.6). 
3. Noé.
Exemplo de fé obediente e justa. Nunca ouvira falar de dilúvio, todavia, “divinamente avisado das coisas que não se viam, temeu” e obedeceu, preparando uma arca “para salvação da sua família”. Noé foi o primeiro homem na Bíblia a ser chamado justo. Isso nos traz uma lição de extremo valor: o homem de fé precisa ser justo diante de DEUS e dos homens.
4. Abraão.
É considerado o pai da fé provada. Quando foi chamado por DEUS, sequer imaginava para onde iria (v.8). Passou anos habitando em tendas, peregrinando “como em terra alheia” (v.9) e recebeu a promessa de que seria “uma grande nação” (Gn 12.2). O Todo-Poderoso mandou que ele olhasse para os céus e contasse as estrelas, se pudesse, dizendo que assim seria sua semente: “e creu ele no Senhor e foi-lhe imputado isto por justiça”. Mais tarde DEUS pediu-lhe em sacrifício seu único filho, Isaque. Sem relutar, o grande patriarca obedeceu piamente a voz do Altíssimo, crendo “que DEUS era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (v.17,18). O DEUS de Abraão é o nosso DEUS. Ele é fiel em cumprir sua palavra (cf.Jr 1.12).
III. VIRAM AS PROMESSAS DE LONGE
1. Todos estes morreram na fé.
Após destacar os quatro primeiros heróis da fé, o escritor declara que eles morreram na fé, “sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe...”. Como Paulo, combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7). 
2. Viram as promessas de longe.
Era a fé fazendo-os olhar para o horizonte ao longe, sem chegar lá, porém contemplando o cumprimento das promessas. Certamente eles usufruíam a salvação em CRISTO porque criam na vida eterna, na entrada nos céus, na vitória sobre o mal e, sobretudo, no reinado eterno de DEUS.
3. Crendo nas promessas, abraçando-as e confessando-as (v.13).
A fé daqueles homens era tão forte e poderosa que, mesmo sem verem o cumprimento das promessas de DEUS, nelas creram e as abraçaram (cf. v.1). Eles consideravam-se “estrangeiros e peregrinos na terra”, porque esperavam uma pátria melhor, definitiva, no futuro, sendo aclamados por DEUS, “porque já lhes preparou uma cidade” (vv.13-16).
IV. HOMENS DOS QUAIS O MUNDO NÃO ERA DIGNO
Na última parte do texto em estudo, a Palavra de DEUS fala de forma comovente sobre dois tipos de heróis da fé. São eles:
1. Os lutadores. As Escrituras apresentam vários exemplos de lutadores. Eles “venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, neutralizaram a força do fogo, escaparam do fio da espada”, tudo isso pela fé no Todo-Poderoso. 
2. Os martirizados. Foram os que, na luta pela fé, foram açoitados, apedrejados, presos, aflitos, torturados e mortos: “não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (vv.35-37). A história da Igreja registra outros grandiosos exemplos de fé e coragem entre os mártires do cristianismo.
3. Foram homens “dos quais o mundo não era digno”. O “mundo” que não é digno dos homens de DEUS é aquele que se opõe ao bem, e que dificulta a inquirição espiritual. Foi para esse mundo que JESUS apontou ao falar sobre a inevitabilidade das perseguições: “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim” (Jo 15.18). 
Os homens dos quais o mundo não era digno viram de longe as promessas, mas não as alcançaram, “provendo DEUS alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (vv.39,40). 
CONCLUSÃO
Hoje para muitos, principalmente crianças e adolescentes que não conhecem a DEUS, os heróis são os ídolos humanos ou virtuais da TV e do cinema. Esses não passam de falsos ídolos e heróis que desencaminham seus admiradores para o mal. Contudo, a Bíblia nos inspira fé e perseverança, necessárias para que confiemos nas promessas de DEUS. Ela nos mostra em suas páginas a vida de homens e mulheres, crianças e adolescentes, jovens e adultos, que nos legaram exemplos extraordinários da verdadeira fé em DEUS.
 
Subsídio Bibliológico
“Encorajamento palas vitórias da fé (Cap.11). O autor, neste capítulo, destaca a fé como sendo a grande característica e o denominador comum do verdadeiro povo de DEUS em todos os tempos (cf. 10.38,39). Ele 
menciona detalhadamente os heróis da fé que viviam sob a antiga aliança e cujos exemplos nos incentivam a sermos leais a DEUS, hoje.
O versículo 1 é muitas vezes citado como uma definição de fé, porém, na realidade é mais uma explicação das características da fé. Em poucas palavras, a fé é simplesmente confiança em DEUS e sua palavra (cf. Rm 10.17). Parafraseando o versículo, poderíamos dizer: “A fé significa que somos confiantes; temos a certeza (algo que serve de base ou apoio a qualquer coisa, como um alicerce, um fundamento, uma promessa ou um contrato) daquilo quer esperamos receber, a convicção da realidade das coisas invisíveis”.
Foi com essa atitude de fé que, naquele tempo, os heróis enfrentaram o futuro e aprenderam as coisas invisíveis. Os antigos alcançaram testemunho e o próprio DEUS também testificou da fé que possuíam, a qual 
superou todos os obstáculos, sendo seus feitos registrados na Bíblia como homens de fé (v.2). A crença em DEUS como Criador de todas as coisas do universo é imprescindível para a vida de fé, qualquer que 
seja sua manifestação (v.3). ‘Por isso, em primeiro lugar, o autor declara essa ação primária da fé, pela qual chegamos à plena certeza de que o mundo — a História e as eras — não resultou do acaso; é uma resposta à expressão da vontade de DEUS’ (Westcott).” (Comentário Bíblico — Hebreus, CPAD, pág. 158.)
“Creia que ele existe (Hb 11.6). Este versículo descreve as convicções integrantes da fé salvífica. (1) devemos crer na existência de um DEUS pessoal, infinito e santo, que tem cuidado de nós. (2) Devemos crer que Ele nos galardoará quando o buscarmos com sinceridade, sabendo que nosso maior galardão é a alegria e a presença do próprio DEUS. Ele é nosso escudo e nossa grande recompensa (Gn 15.1; Dt 4.29; Mt 7.7,8 nota; Jo 14.21). (3) Devemos buscar a DEUS com diligência e desejar ansiosamente a sua presença e graça.” (Bíblia de Estudo 
Pentecostal, CPAD, pág. 1916.)
 
SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para você - SEVERINO PEDRO DA Silva
 
FÉ É O LEGADO MAIOR QUE ALGUÉM PODE DEIXAR A SUA POSTERIDADE.
 

O Testemunho da Fé

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem.

Este é o mais lido e conhecido dos 13 capítu­los da Epístola aos Hebreus. Alguns escritores da Bíblia o tem denominado de “A Galeria dos He­róis da Fé”, visto que ela (a fé) encontra-se pre­sente do começo ao fim deste capítulo, marcando cada acontecimento. Tudo aqui se dá pela fé. A expressão “pela fé” aparece cerca de 20 vezes, para mostrar o que a fé representa para a vida religiosa. Descobrimos aqui também que existem duas ma­neiras de DEUS aplicar a fé com relação ao cristão.

João Calvino, em um trecho de suas Institutas, define qualquer natureza de fé como parte integrante da salvação. Seja ela co­mum ou tida como fé especial, quando é demonstrada como sendo um dos dons de poder (cf. I Co 12.9). “Onde quer que exista fé viva, ela necessariamente deve ser acompanhada pela esperança da salvação eterna como doação divina mediante esta fé, pois se não tivermos esta esperança, por mais eloquentemente que discorramos sobre a fé, fica evidente que não temos fé nenhuma...” Há pessoas que são escolhidas para hon­rarem a fé, enquanto outras são determinadas por DEUS para que a fé os honre. Em outras palavras: uns morrem na fé, e outros morrem pela fé. Não pode haver bom fundamento sem o alicerce da fé, visto ser ela aqui apresentada como sendo “o fundamento principal” da nossa salvação (Ef 2.8,9).

Porque, por ela, os antigos alcançaram testemunho.

As Escrituras estão permeadas de diversos acontecimentos que foram promovidos pela fé. DEUS operou de várias maneiras, com o objetivo de honrar a fé dos seus servos que nEle deposi­taram a sua confiança. Alguns destes milagres operados em res­posta a necessidades prementes, se visualizados dentro da lógica humana, seriam tidos como impossíveis. Mas sabemos que para DEUS nada é impossível, pois Ele opera quando quer e pode ultrapassar qualquer possibilidade daquilo que é impossível. “Porque para DEUS nada é impossível” (Lc 1.37). Aqui, portan­to, cabe a frase que se delineia para o campo da fé quando esta opera milagres: “o milagre não se explica, se aceita”. E o teste­munho da fé somente pode ser alcançado por meio da fé, por­que sem fé é impossível que tal testemunho seja consolidado.

 

Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de DEUS, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não feito do que é aparente.

A insistência do homem em não atribuir a criação ao supremo poder de DEUS é pura        ilusão.  DEUS criou os céus

pelo supremo poder da  palavra (I Cr      16.26; Jó 26.13; SI 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27). Criou também os céus e a terra (Êx 20.11; 31.17; Ne 9.6; SI 89.11,12; 102.25; 115.3,15,16; 121.2; 124.8; 134.3; 146.6; Pv 3.19; Is 37.16; 42.5; 44.24; 51.13,16; Jr            10.12;   32.17;   51.15; Zc I2.1;  At

4.24; 14.15; Ef 3.9; 2 Pe           3.5; Ap 4.11;     10.6; 13.8). DEUS os criou em seis dias (Ex 20.11; 31.17). São sustentados pelo poder de sua palavra (SI 33.9; 148.5; Hb 1.3; 2 Pe 3.5). Partes desses céus criados por DEUS, isto é, o céu atmosféri­co e o céu estelar, passarão com grande estrondo no Dia do Senhor. O apóstolo Pedro usou uma terminologia grega li­terária: O substantivo rhoizos era usado no grego antigo a propósito do zunido da flecha ou para aludir ao rugido de um incêndio ou, provavelmente, ao enrolamento dos céus como pergaminho.

 

Pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando DEUS testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala.

Abel e Caim eram dois irmãos que nasceram dos mes­mos pais e no mesmo lar. Um dia, os dois ofereceram a DEUS sacrifícios como forma de agradecimento pela prosperidade alcançada por ambos. “... Abel foi pastor de ove­lhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Se­nhor. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ove­lhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não aten­tou...” (Gn 4.2-5). A aceitação de Abel e a rejeição de Caim por parte de DEUS deu-se por dois motivos distintos: Abel era justo — pertencia a DEUS (Mt 23.35), Caim era injusto pertencia ao maligno (I Jo 3.12). Caim não alcançou ne­nhum testemunho; Abel, pelo contrário, alcançou o teste­munho da fé que o tornou imortal, e mesmo “depois de morto [seu testemunho], ainda fala”.

 

A Fé através dos Séculos

Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque DEUS o trasladara, visto como, antes da sua trasladarão, alcançou testemunho de que agradara a DEUS.

A história de Enoque se encontra em Gênesis 5.18-24 e começa assim: “E viveu Jarede cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque. E viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos e gerou filhos e filhas... e viveu Enoque sessenta e cinco anos e gerou a Matusalém. E andou Enoque com DEUS, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cincos anos. E andou Enoque com DEUS; e não se viu mais, porquanto DEUS para si o tomou”. No versículo 5 deste capítu­lo da Epístola aos Hebreus é exaltada a fé deste grande homem

de DEUS, dizendo que ele “.f o i trasladado para não ver a mor­te”, e em Judas 14 nos é dito que Enoque era também profeta de DEUS. Enoque teve o mesmo privilégio que teve Elias, outro profeta de DEUS que fora arrebatado vivo, sendo levado ao céu num carro de fogo por meio de um redemoinho (2 Rs 2.11).

Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.

O assunto principal abordado no presente capítulo — a fé

compreende ainda Hebreus 10.38 até 12.2, e marca cinco períodos de suma importância:

1°A fé no período da criação (1-3). Esta fé assinala que o que hoje existe, já houve um tempo quando não existia.

2° A fé no período primordial (4-7). Notemos que co­meça não com Adão, mas com Abel. No caso de Abel, era fé no sacrifício oferecido a DEUS; no de Enoque, fé na comu­nhão com DEUS; no de Noé, fé que testifica.

3° A fé no período dos patriarcas (8-22). O escritor fala primeiro da fé e das coisas invisíveis (8-16), depois da fé e das coisas improváveis (17-22). Abraão creu que DEUS era capaz de ressuscitar os mortos. A fé de Isaque aceitou a determina­ção divina, que pôs de lado as consagradas leis de herança. Na esfera espiritual, nossos propósitos muitas vezes sofrem mo­dificações por DEUS, e somente pela fé é que podemos apro­veitar as lições que disso advêm.

4° A fé durante o período israelita (23-40). Notemos particularmente no caso de Moisés como sua fé era sempre a “visão do invisível” — era o que ele percebia com DEUS. E vemos ainda que ele, por essa fé, recusou (24) as vantagens do mundo; escolheu (25) uma sorte aparentemente desprezível; deu valor (26) ao privilégio de sofrer com o povo de DEUS; enxergou (27) aquilo que o olho natural não percebe; deixou a terra onde nascera e não temeu, mas ficou firme, como quem enxerga o invisível.

5o A fé cristã iniciada por JESUS (12.1,2). Esta fé assinala o período da dispensação da graça, quando o homem é salvo e justificado por ela. Em JESUS, a fé e a graça justificam e sal­vam os homens. “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça...” — “Sendo, pois, justificados pela fé...” (Rm 3.24; 5.1). E o apóstolo Paulo acrescenta: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Ef 2.8).

 

7 Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.

A história que marcou a fé deste grande patriarca en­contra-se narrada em Gênesis 5—10, além de outras pas­sagens que falam dele, seja no texto ou no contexto (Is 54.9; Ez 14.14,20; Mt 24.37-39; Lc 17.26,27; I Pe 3.20; 2Pe 2.5). Noé já era um homem reto quando DEUS lhe deu a ordem de construir a arca. E com fidelidade ele cum­priu essa ordem. Ele cresceu na retidão, tornando-se her­deiro da própria justiça de DEUS. Noé foi o décimo e últi­mo dos patriarcas antediluvianos; era filho de Lameque, que tinha 182 anos de idade quando Noé nasceu (Gn 5.28,29). Ele creu naquilo que nunca tinha visto, porque fora DEUS quem falara. A construção da arca para sua sal­vação e de sua família, talvez por um período de 100 anos, era mesmo um ato de fé, porque nesse tempo ainda nem se quer chovia (cf. Gn 2.5,6; 8.22).

Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

Os estudiosos destacam cerca de “sete maneiras” pelas quais a fé operava em Abraão:

1° — Abraão foi “chamado” por DEUS para deixar a sua terra natal e tornar-se um peregrino, em busca de um país melhor. A fé exigiu “ação aventurosa” da sua parte (v. 8).

2o         — A fé de Abraão o tornou um peregrino. Ele tinha uma herança, mas não entrou na posse da mesma. Sua peregrinação o levou a reconhecer que nesta terra não tinha habitação certa, e que a herança do crente não pode estar neste mundo — Deve­mos, portanto, aguardar uma herança celestial (w. 9,10).

3o — A fé foi um poder miraculoso, nele operante, bem como naqueles que com ele andavam, como Sara e outros (w. 11,12).

4o         — A fé abre a “dimensão eterna” à vida; leva o indiví­duo a reconhecer que o ser humano realmente pertence a um mundo espiritual e superior (v. 16).

5° — A fé nos ensina que DEUS é o nosso DEUS; que não há limite para a glória, pois na filiação o infinito é trazido ao que é finito (v. 16).

6° — A fé nos ensina que há um sacrifício supremo a ser feito à vontade de DEUS, a fim de que se cumpra em nós tudo quanto foi por Ele designado (v. 17).

o — A fé nos ensina a esperar o impossível, porquanto dependemos do poder de DEUS, que transmite vida e opera milagres (v. 19).

 

Abraão e sua Descendência

Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.

Esses três patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó, são mencio­nados frequentemente, porque suas vidas representam três gerações de homens que viveram dentro dos limites da mesma fé. Suas vidas cobriram todo o período de peregrinação na Terra Prometida. Depois de Jacó, veio a descendência que foi levada ao cativeiro egípcio. Seus nomes são tomados para exemplificar a própria existência de DEUS, quando deles testifica, dizendo: “Eu sou o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque e o DEUS de Jacó...” (Mt 22.32). Aqui no texto em foco, DEUS se apresenta particularmente a cada patriarca. Ele bem poderia dizer: “Eu sou o DEUS de Abraão, de Isaque e de Jacó”, resu­mindo assim tempo e espaço. Contudo, Ele usou a extensão de seu nome para cada um deles, quando disse: “Eu sou o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque e o DEUS de Jacó”. Isso fala da fé extensiva e progressiva que vai passando de pai para fi­lho. Jacó pertencia a uma família que tinha vivido na fé. De Timóteo se diz que a fé que ele professava foi herdada de sua família cristã piedosa, como escreve Paulo: “trazendo à me­mória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2Tm 1.5). A fé de sua avó Lóide e de sua mãe Eunice, e o ensinamento das “sagradas letras” em sua meninice lhe fizeram idôneo, sábio e capaz para o desempe­nho espiritual de sua vida e de seu ministério (2Tm 3.15).

Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é DEUS.

O escritor sagrado faz aqui alusão à Jerusalém celestial, da qual o artífice e construtor é DEUS. Ela encontra-se edificada sobre um alto e sublime monte (Ap 21.10). Ela desce do céu para receber os remidos, pois é impossível construir uma cida­de santa aqui na terra (cf. Fp 4.20). O fato de ser chamada de “cidade mãe” corresponde à alegoria que Paulo faz em Gálatas 4.22-26, quando diz: “... está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa, o que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos: um, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós”. Durante sua peregrinação, Abraão nunca optou por morar na cidade de Jerusalém. Cremos que se este fosse o seu desejo, ele teria toda a liberdade de fazê-lo. Esta cidade fazia parte de sua herança e Melquisedeque, que nesta época era rei e sacerdote ali, era amigo de Abraão e de sua parentela. Mas Abraão não se aproveitou de nenhuma destas circunstâncias, pois tinha em mente uma outra linda cidade — a cidade do DEUS vivo, a Jerusalém celestial —, por esta razão se declarou peregrino aqui na terra durante a sua vida.

Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido.

Aqui, o autor fala da esterilidade de Sara e no versículo seguinte, do amortecimento de Abraão; a fé curou os dois e Sara tornou-se fértil. Abraão era um homem idoso, que já passara da idade de gerar filhos, e sua esposa, Sara, era estéril; porém, DEUS consertou tudo aquilo, porque para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37). Quando abrimos o Novo Testamento, observamos que o DEUS Todo-poderoso perma­nece o mesmo. Isabel e Zacarias “... eram ambos justos peran­te DEUS, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamen­tos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade” (Lc 1.6,7). Contudo, o DEUS que operou milagrosamente no idoso casal do Antigo Testamento, concedendo-lhes Isaque, também ope­rou eficazmente aqui no Novo Testamento, dando a Zacarias e a Isabel o profeta João Batista. O segredo de se honrar a DEUS com a fé é começar a crer na possibilidade de suas pro­messas. Jó cria em qualquer dessas possibilidades quando dis­se: “Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensa­mentos pode ser impedido” (Jó 42.1,2).

Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.

A promessa de DEUS a Abraão era de que ele se tornaria pai de uma multidão de filhos. Isto se cumpriu não apenas literalmente, como também no aspecto espiritual da promessa divina para com o patriarca. Ele foi pai de Ismael, que se tor­nou o progenitor dos árabes meridionais. Depois da morte de Sara, Abraão casou com Quetura e dela gerou seis filhos: “Zinrã, e Jocsã, e Medã, e Midiã, e Isbaque, e Suá” (Gn 25.1,2). Abraão aconselhou a todos que se fossem se estabelecer na terra oriental; “eles assumiram um estilo de vida nômade e [segundo alguns historiadores], por fim, alcançaram toda a vasta península sírio-árabe”1. Ali, estes descendentes de Abraão, hoje subdivididos em vários povos árabes do Oriente Médio, formaram várias nações. Porém o pacto de DEUS com Abraão falava de uma extensão maior de famílias que viriam através do filho da promessa — Isaque. E assim, todas as nações, todas as raças, foram incluídas como beneficiárias da fé de Abraão, sendo CRISTO a figura central em todos estes acontecimentos.

Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.

Abraão e seus descendentes mais próximos, tais como Isaque, Jacó e os patriarcas filhos de Jacó, peregrinaram na terra de Canaã, e alguns deles foram ali sepultados na cova de Macpela, nos carvalhais de Manre, na cidade de Hebrom (Gn 49.29-32; 50.5-13). Contudo, durante suas vidas aqui na ter­ra, eles não chegaram a alcançar a posse total daquela terra que fora dada por DEUS a Abraão por meio de um juramento.

Mas eles morreram na fé — quer dizer, na confiança de que DEUS era fiel para cumprir seu juramento, confirmando aque­la terra por herança perpetua à descendência de Abraão. Com efeito, porém, o anseio maior destes servos de DEUS era uma pátria celestial, por esta razão ”... confessaram que eram es­trangeiros e peregrinos na terra”. Essa confissão feita pelos patriarcas durante os tempos de suas peregrinações era tanto oral como moral. Eles confessavam a DEUS com suas palavras e com seus exemplos, o que também serve de modelo para a Igreja cristã do Pentecostes ao arrebatamento (Fp 2.15).

A Pátria Celestial

14 Porque os que isso dizem claramente mostram que buscam uma pátria.

O escritor sagrado continua até o versículo 16 com o mesmo argumento, mostrando que os patriarcas buscavam uma pátria melhor do que aquela onde tinham nascido e viviam: eles buscavam a pátria celestial. O objetivo dessa argumenta­ção é mostrar àqueles cristãos e aos demais santos de todos os tempos que a verdadeira pátria dos salvos não é aquela onde eles nasceram ou viveram, mas a pátria celestial. Paulo aspirava por esta pátria divina, e dela falou: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor JESUS CRISTO” (Fp 3.20). A terra da promessa sempre foi almeja­da pelo povo de DEUS em ambos os Testamentos. Os judeus, quando se encontram fora de sua pátria, sempre aspiram para a ela voltarem. Outros cristãos de todo o mundo também amam esta pátria e sempre que têm a oportunidade, vão conhecê-la e

nela adorar ao Senhor. Mas a aspiração das almas sequiosas pela presença de DEUS não é esta pátria terrena, e sim, a celestial.

E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.

Abraão, Isaque e Jacó possuíam tudo o que as pessoas bem- sucedidas têm aqui neste mundo. Eles possuíam riquezas, bens diversificados e glórias que os grandes de seus dias possuíam. Se Abraão quisesse voltar para Ur, cidade de seu nascimento, poderia bem fazê-lo. Isaque, quando seu pai morreu, ficou tam­bém com suas riquezas. O mesmo aconteceu também com Jacó que, além de sua riqueza adquirida em Arã, herdou a parte que lhe cabia, quando Isaque morreu. Contudo, nenhum deles se valeu de suas riquezas e de seu poder para voltar à terra de seus ancestrais, mas permaneceram firmes na terra onde DEUS havia manifestado seu propósito para com eles. Em figura de retóri­ca, isso significa que jamais o cristão deve voltar para a terra de onde veio (o mundo), mas deve avançar até alcançar a verdadei­ra terra que mana leite e mel (o céu), a capital da nova terra, em que habita a justiça (2 Pe 3.13).

Mas, agora, desejam uma melhor, isto é, a celestial.

Pelo que também DEUS não se envergonha deles, de se chamar seu DEUS, porque já lhes preparou uma cidade.

Em algumas versões, como a Revista e Atualizada, por exemplo, ao invés de “... uma [pátria] melhor”, lê-se: “uma pátria superior”, indicando que aquela pátria que dera a Abraão e aos seus descendentes o direito de cidadania não era a verda­deira pátria permanente prometida por DEUS. Restava, por­tanto, uma outra pátria, a celestial. Naquela pátria superior, DEUS já lhes preparou uma cidade, “... a nova Jerusalém, que de DEUS descia do céu” (Ap 21.2). Assim relatou o escritor desta epístola, em 12.23, quando descrevia a chegada destes peregrinos à pátria por eles almejada: “Mas chegastes ao monte de Sião, e à cidade do DEUS vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos”. Hoje, qualquer cidade do mundo, pequena ou grande, não oferece a segurança que seus cidadãos gostariam de nela encontrar. Mas na cidade de DEUS cada cidadão se sentirá seguro, porque “... não entrará nela coisa al­guma que contamine e cometa abominação...” (Ap 21.27).

Isaque como Símbolo do Sacrifício de CRISTO

Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.

Quando Isaque tinha crescido e se tornara um rapaz for­moso, aos olhos de seus pais e também aos olhos de todos, Abraão ouviu a voz de DEUS. Esta era a oitava vez que DEUS falara com ele, dando-lhe sua orientação divina. Mas esta men­sagem não trazia o mesmo teor daquelas anteriores, conforme escreve o autor sagrado: “E aconteceu, depois destas coisas, que tentou DEUS a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.1,2). O Alcorão diz que no monte Moriá foi oferecido Ismael, o primeiro filho de Abraão com a escrava egípcia. Mas é impos­sível que Moisés tenha se enganado quando escrevia o Pentateuco, trocando Isaque por Ismael. Isaque, o filho da promessa, foi o filho que DEUS ordenara a Abraão para tal sacrifício.

Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que DEUS era poderoso para até dos mortos o ressuscitar.

Martinho Lutero traz uma meditação de grande inspira­ção no tocante a este acontecimento, dizendo: “Abraão o amar­rou e deitou sobre a lenha. O pai ergueu o cutelo. O corpo de Isaque exposto àquele imenso cutelo afiado, que caminhava em direção a sua garganta inocente. Se tivesse DEUS dormita- do por um instante, o jovem estaria morto. Eu não poderia ter contemplado. Não posso fazer meus pensamentos prosseguirem. O jovem era uma ovelha para o matadouro. Nunca, na história, houve tal obediência, salvo somente a de CRISTO. Mas DEUS estava observando, bem como todos os anjos. O Pai ergueu a faca; o corpo não estremeceu. O anjo clamou: Abraão, Abraão!’ Vemos como a majestade divina está às portas, na hora da morte. Dizemos: ‘Em meio à vida, morremos’. DEUS responde: ‘Sim, e em meio à morte, vivemos”’.

E daí também, em figura, ele o recobrou.

Muitos comentaristas vêem aqui nesta alegoria a morte e ressurreição de CRISTO. E JESUS parece querer ligar o ofereci­mento de Isaque no monte Moriá com sua morte na cruz, quando disse aos judeus: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes JESUS: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.56-58). Podemos ver ali no Moriá, como também aqui no pensamento do autor, uma verdadeira alegoria (Gn 22.1-19).

Abraão — representa DEUS

Isaque nesse momento — o pecador

O monte Moriá — o Calvário

O cordeiro — JESUS

A árvore — a cruz

As pontas que seguravam o cordeiro ao arbusto — os cravos.

O fato de JESUS afirmar ser “antes de Abraão”, e não pos­terior a ele, confirma aquilo que JESUS disse aos judeus, quan­do estes questionaram sua idade, dizendo: “Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?”, ao que JESUS lhes respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que, antes que      Abraão exis­tisse, eu sou” (Jo 8.57,58). Portanto, CRISTO é antes de          Abraão.

O cordeiro substituiu Isaque, e o Cordeiro de DEUS (JESUS) foi o substituto do pecador (I Jo 2.1,2).

Pela fé, Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras.

Em Gênesis 27; 28, encontramos Isaque abençoando a seus dois filhos, Jacó e Esaú. Jacó foi abençoado, ouvindo seu pai pronunciar as seguintes palavras: “Assim, pois, te dê DEUS do orvalho dos céus, e das gorduras da terra, e abundância de trigo e de mosto. Sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê se­nhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; malditos sejam os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem” (Gn 27.28,29). Na bênção conferida a Esaú, por outro lado, foi-lhe dito que ele deveria habitar longe “das gorduras da terra e sem orvalho dos céus”, conforme está escri­to: “Então, respondeu Isaque, seu pai, e disse-lhe: Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e no orvalho dos céus. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontece­rá, porém, que, quando te libertares, então, sacudirás o seu jugo do teu pescoço” (Gn 27.39,40). Estas profecias têm se cumpri­do fielmente nas vidas destes dois povos, porque elas foram pro­feridas pela fé, e DEUS honrou a fé — porque a fé honra a DEUS!

As Gerações Posteriores

Pela fé, Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou encostado à ponta do seu bordão.

Podemos destacar três fases da vida de Jacó:

Ele nasceu lutando; Viveu enganando; Morreu abençoando.

Nasceu lutando. A primeira batalha de Jacó foi com seu irmão ainda no ventre materno. “E os filhos lutavam dentro dela; então, disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi-se a perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas: um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor” (Gn 25.22,23). Jacó também lutou “... com DEUS e com os homens”, quando atravessava o ribeiro de Jaboque (Gn 32.28). Na primeira batalha, Jacó nasceu fisicamente — na se­gunda, nasceu espiritualmente (Gn 32.30). Ele ainda partici­pou de uma outra batalha com os amorreus por causa de ”... um pedaço de terra”, cujos detalhes não nos são revelados. Contu­do, esta batalha aconteceu — e nela Jacó foi vitorioso (Gn 48.22)

Viveu enganando. O lado negativo de Jacó foi o enga­no. Talvez seu nome tenha exercido alguma influência sobre isso, pois sua vida mudou quando DEUS mudou o seu nome de Jacó para Israel. Jacó quer dizer “suplantador”, ou “enga­nador”, enquanto Israel significa “aquele que luta com DEUS”. Jacó enganou seu pai (Gn 27.29), seu irmão (Gn 27.36), seu sogro algumas vezes (Gn 30). Foi também enganado diversas vezes (Gn 29; 30). Ali operava a lei do mais esperto: “engana­do e sendo enganados” (2Tm 3.13).

Jacó morreu abençoando. Após seu encontro com DEUS no vale de Jaboque, Jacó se transformou em um novo homem, e a partir daí ele é mencionado por diversas vezes abençoando.

Abençoou a Faraó (Gn 47.7,10);

Abençoou os filhos de José (Gn 48.9,10);

Abençoou seus 12 filhos (Gn 49.28);

Finalmente, morreu adorando.

Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca de seus ossos.  Já bem perto de sua morte, José profetizou a libertação dos filhos de Israel do jugo egípcio, dizendo: “Certamente, vos visitará DEUS, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn 50.25).

José recebeu de DEUS um discernimento especial no tocante à posse da Terra Prometida. Isso explica o seu desejo de que seus ossos fossem conduzidos quando DEUS provesse a grande libertação de seu povo, e ali em Canaã fossem sepultados como símbolo da participação na liber­dade conferida por DEUS. Quando “... subiram os filhos de Israel da terra do Egito armados. E tomou Moisés os ossos de José consigo, porquanto havia este estreitamente ajuramentado aos filhos de Israel, dizendo: Certamente DEUS vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco” (Êx 13.18,19). O desejo deste grande servo de DEUS foi por ele e pelo povo eleito cumprido! “Também enterraram em Siquém os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, naquela parte do campo que Jacó comprara aos filhos de Hamor...” (Js 24.32).

Moisés e o Êxodo

Pela fé, Moisés, já nascido (Hebreus 11:23), foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.

Esconder uma criança saudável e robusta com poder absoluto de chorar, espernear e gritar em alta voz foi real­mente um ato de fé. Contudo, chegou um momento quan­do seus pais “não podendo, porém, mais escondê-lo”, usa­ram novamente o poder da fé. Moisés foi colocado numa “arca de junco” e esta lançada nas correntezas do rio Nilo. Mas a mão divina guiou aquela pequena “embarcação” até onde se encontrava a filha do monarca egípcio que, vendo Moisés chorando: "... moveu-se de compaixão dele”. A partir daí, a fé e a proteção divina estavam presentes na vida daquele que DEUS havia escolhido para libertar o seu povo da escravidão.

Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,

Ser chamado filho da filha do monarca egípcio era um dos maiores privilégios daquela época. Recusar tamanho privilégio era, portanto, um verdadeiro ato de fé. Moisés foi alvo da misericórdia de DEUS e também da bondade da princesa egípcia Thermuthis (segundo Flávio Josefo, é o nome da princesa que adotou Moisés. Alguns historiadores afirmam ainda que seu nome seria Hatchepsute2 ), filha de Faraó, que passeava pela margem do rio Nilo, “... viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o meni­no chorava; e moveu-se de compaixão dele...” (Êx 2.5,6). Thermuthis, não tendo filhos, “... o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado” (Êx 2.10).

escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de DEUS do que, por um pouco de tempo, ter o gozo do pecado;

Somente a eternidade poderá nos revelar o que a fé pode fazer para honrar a DEUS, como a decisão de Moisés em escolher

ser maltratado ao lado de um grupo de escravos, sofrendo debai­xo do julgo egípcio. Tal decisão levou Moisés a ser odiado por Faraó e pelos seus súditos. Josefo nos informa que antes mesmo da morte do egípcio por Moisés, os súditos de Faraó aconselha­ram ao rei que o mandasse matar. O monarca prestou ouvidos a tais palavras, porque a grande fama de Moisés já lhe causava inveja e ele começava a temer que o sobrepujasse também. Mas Moisés nada disso temeu; ele sabia que DEUS tinha um plano para sua vida com relação a Israel. E pelos inúmeros incidentes que marcaram sua vida, ele era, portanto, a pessoa escolhida por DEUS para a libertação de seu povo (cf. At 7.25). O Diabo usou de todos os meios sombrios de destruição e de todas as suas artimanhas para que Moisés não se tornasse o grande libertador do povo de DEUS, buscando assim frustrar o plano divino para com este povo. Mas DEUS operou milagrosamente em tudo, e mais uma vez, como sempre, o Diabo foi derrotado.

tendo, por maiores riquezas, o vitupério de CRISTO do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

Quem conhece o Egito sabe que ali existem alguns dos maiores tesouros da humanidade encontrados pela arqueolo­gia. O museu de Antiguidade do Cairo revela todos os deta­lhes dessa suntuosidade. Basta contemplar os tesouros que foram encontrados no túmulo de Tutankamon, no Vale dos Reis, monarca egípcio assassinado aos 18 anos de idade. Este achado deu-se em 4 de novembro de 1922, por Howard Carter. O sarcófago onde se encontrava o corpo do rei é recoberto de ouro e pesa cerca de 1.800 libras (cerca de 816 quilos). Sua máscara mortuária consta de 200 quilos de ouro incrustado com lápis-lazúli, turquesas e coralinas. Além de mais quatro sarcófagos — todos recobertos de ouro, inúmeros objetos, em sua maioria de ouro ou pedras preciosas, foram também ali encontrados. Além dos tesouros de Tutankamon, outros acha­dos preciosíssimos relacionados à vida dos faraós têm sido encontrados pela arqueologia ou por pessoas comuns. Flávio Josefo também nos diz que quando Faraó colocou Moisés em seus braços, para agradar a sua filha, mandou que colocassem na cabeça de Moisés um diadema. Moisés, como uma criança que se diverte, tirou-o e o jogou no chão, pisando-lhe em cima. Muitos destes “tesouros do Egito” foram descobertos, inclu­sive em escavações mais recentes. Contudo, Moisés teve por “... maiores riquezas o vitupério de CRISTO... porque tinha em vista a recompensa” do porvir.

Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.

Ver o invisível parece contraditório quando visualizado na esfera humana. Pois se é invisível, como pode alguém ver? Talvez por esta razão alguns tradutores traduziram esta parte final do versículo, “... como quem vê aquele que é invisível”. Nesse caso seria uma referência direta a DEUS ou a CRISTO. Mesmo havendo esta emenda de tradução, o sentido original deve ser aqui conservado. “Como vendo o invisível” está de acordo com o argumento e a tese principal daquilo que foi dito no início no tocante à definição da fé. Ela é “... o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”. Moisés não estava vendo o futuro com os olhos naturais — mas estava vendo e crendo nele, com os olhos da fé. Ele sabia que “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que DEUS preparou para os que o amam” (I Co 2.9); por esta razão ficou firme na esperança de recebê-las.

28 Pela fé, celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos lhes não tocasse.

Tudo relacionado com a Páscoa tinha um significado pro­fundo e um infinito alcance. Ela apontava para CRISTO, que é a “... nossa Páscoa” (I Co 5.7). Como também aquele sangue que oferecia proteção contra o malho destruidor da ira divina tinha também uma significação toda especial. O sangue do cordeiro ordinário, por si mesmo, sem a mistura da fé, não podia oferecer proteção alguma, mas aquele sangue apontava para o tempo em que JESUS morreria como o Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo. E assim como o sangue aspergi- do nos umbrais das portas do povo escolhido lhe garantiu proteção contra o anjo destruidor, também o sangue de JESUS nos oferece proteção contra o avanço das forças do mal, que possibilitam a destruição das almas. A promessa de DEUS era esta: “... vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade” (Êx 12.13).

Pela fé, passaram o mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram.

Os céticos têm oferecido inúmeras explicações técnicas para negar a possibilidade da operação divina na travessia do mar Vermelho. Porém, todas elas, têm sido rejeitadas pelo povo de DEUS em geral e também por aqueles que crêem na possibi­lidade dos milagres de DEUS. A Bíblia afirma que DEUS orde­nou a Moisés, dizendo: “levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel pas­sem pelo meio do mar em seco... Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes foram como muro à sua direita e à sua esquerda” (Êx 14.16,21,22). Qualquer outra explicação fora deste contexto não se harmoniza nem com a tese e nem com o argumento principal. Tudo foi possí­vel pelo caminho da fé. Os egípcios intentaram fazer a mesma trajetória, seguindo pelo mesmo caminho pelas vias naturais - mas “... se afogaram”. Eles ignoraram que aquele caminho aberto pelo sopro das narinas de DEUS era exclusivamente para o seu povo. E isto é confirmado pelo profeta Isaías, séculos depois, quando diz: “E ali haverá um alto caminho, um cami­nho que se chamará O Caminho SANTO; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de DEUS; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão” (Is 35.8).

Diversos Livramentos e Vitórias mediante a Fé

Pela fé, caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.

A queda dos muros de Jericó foi um ato de fé. A fé coo­perou e DEUS operou com a fé de seu povo. Apenas uma parte

do muro ficou de pé, mas isso só foi possível por causa da fé — a fé de Raabe. O restante todo foi “abaixo”. Isto significa que eles não caíram nem para a direita e nem para a esquerda, mas foram pressionados por uma força sobrenatural e caíram abai­xo. DEUS assim operou para facilitar o acesso a “... todos os homens de guerra”, para efetuarem a conquista da cidade ao mesmo tempo. Isto fica subentendido em (Js 6.20), que diz: “o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si”. O que a fé produziu tem sido confirmado pelo testemunho da História. As investigações arqueológicas com suas pás, picaretas e tábu­as cronológicas confirmam em cada detalhe a descrição bíbli­ca da tomada da cidade de Jericó pelo povo eleito.

Pela fé, Raabe, a meretriz não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.

O capítulo 11 faz menção apenas de duas mulheres usan­do seus nomes — uma delas é Raabe. Ela também é citada na genealogia de nosso Senhor (Mt 1.5) e Tiago apresenta-lhe como exemplo da fé e das boas obras cristãs, dizendo: “E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pe­las obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?” (Tg 2.25) Lendo Josué 2.15, encontramos a casa de Raabe, a meretriz, edificada sobre o muro da cidade. Confrontando esta passagem com Josué 6.22, fica subenten­dido que a única parte do muro que não caiu foi exatamente aquela onde se encontrava a casa de Raabe. Ali naquela casa foi colocado um “... cordão de escarlata”, símbolo do sangue de CRISTO, o que fez com que DEUS passasse por cima. “...

vendo eu sangue, passarei por cima de vós” (Ex 12.13). Hoje, o sangue de JESUS nos oferece uma segurança ainda maior. Aquele sangue livrava Israel da morte física; o de JESUS, da morte eterna. Isso é glorioso, não?

E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel, e dos profetas,

Neste versículo há um resumo da vida de vários persona­gens da Bíblia, cujas vidas e exemplos foram marcados por acon­tecimentos onde a fé milagrosamente esteve presente. Aqui está a lista desses heróis da fé: Gideão (Jz 6—9), Baraque (Jz 5), Sansão (Jz 13—16), Jefté (Jz II; 12), Davi (I Sm 16 e ss), Samuel (I Sm I e ss); depois todos os profetas — estão aqui em foco os profetas do Antigo Testamento. Os maiores e os menores, isto é, desde Samuel até João Batista. Todos foram homens de elevado desenvolvimento espiritual e de caráter marcado pela pureza e pela santidade, sendo dignos exemplos de fé. O escritor citou aqui alguns nomes de maneira abreviada, alegando que lhe falta­va tempo, talvez por causa de sua morte ou de uma outra ativi­dade que requeria sua presença urgentemente. Contudo, a pe­quena lista de nomes aqui deixada já é suficiente para que nós e nossos filhos edifiquemos nossa fé em tudo aquilo que DEUS fez, faz e pode fazer, em qualquer dispensação (Hb 2.1).

os quais, pela fé, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões,

Alguns personagens das Escrituras estiveram envolvidos com leões; entre eles destacamos: Sansão. “Desceu, pois, Sansão com seu pai e com sua mãe a Timna; e, chegando às vinhas de Timna, eis que um filho de leão, bramando, lhe saiu ao encontro. Então, o ESPÍRITO do Senhor se apossou dele tão possantemente, que o fen­deu de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão...” (Jz 14.5,6) Benaia. “Também Benaia, filho de Joiada, filho de um valente varão, grande em obras, de Cabzeel; ele feriu dois for­tes leões de Moabe; e também desceu e feriu um leão dentro de uma cova, no tempo da neve” (I Cr 11.22).

O profeta de Judá. O profeta que profetizou contra Jeroboão, ainda que de maneira inversa, pois o seu caso, exemplifica aqueles que não honraram a fé. “E sucedeu que, depois que comeu pão e depois que bebeu água, albardou ele o jumento para o profeta que fizera voltar. Foi-se, pois, e um leão o encontrou no caminho e o matou” (I Rs 13.23,24).

Daniel. “Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel:

O teu DEUS, a quem tu continuamente serves, ele te livrará...” (Dn 6.16-22).

Paulo. O apóstolo Paulo também falou do poder da fé que fechou a boca de um tal leão, que queria lhe devorar. “... o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me... e fiquei livre da boca do leão” (2Tm 4.17).

Pedro. Na conclusão de sua primeira epístola, Pedro nos adverte: “... o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa traga; ao qual resisti firmes na fé...” (I Pe 5.8,9). As palavras de Pedro, aqui, são uma figura do inimigo de nossas almas, mencionado como leão “buscando a quem possa tragar”, o qual só pode ser vencido pelo poder de DEUS, mediante a fé. A promessa divina para os santos é que pisaremos pela fé o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente” (SI 91.13). Estas palavras são aplicadas diretamente a nosso Senhor JESUS CRISTO, pois falavam de sua vitória sobre o Diabo; mas por exten­são, elas podem também ser aplicadas a todos os santos, de todos os tempos.

apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida dos exércitos dos estranhos.

Quando Israel andava no deserto, uma parte do povo que se encontrava na última parte do arraial murmurou, e em res­posta a sua murmuração contra DEUS e contra Moisés, o Senhor mandou fogo que os consumiu. “Então, o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se apagou” (Nm 11.1,2). Por outro lado, os três companheiros de Daniel — Sadraque, Mesaque e Abede-Nego — foram salvos por DEUS da fornalha de fogo ardente do rei Nabucodonosor. O próprio rei testemunhou di­zendo: “vejo quatro homens soltos, que andam passeando den­tro do fogo, e nada há de lesão neles”. Tudo isso foi possível porque o quarto homem, chamado Filho de DEUS pelo rei, esta­va ali com seus servos (Dn 3.25). Ele é o autor e consumador da nossa fé, e nEle encontramos a confirmação de todas as promes­sas de DEUS, que “são nele sim, e por ele o Amém, para glória de DEUS, por nós” (2 Co 1.20). A fé, no campo físico, pode apagar a fúria do fogo, mas também, no campo espiritual, pode apagar todos os dardos inflamados do maligno que são enviados para destruir os filhos de DEUS (cf. Is 43.2; Ef 6.16).

IX. Sofrimentos pela Fé

As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;

Podemos deduzir deste versículo duas linhas de pensamento, para que possamos chegarmos a uma conclusão satisfatória.

As mulheres que receberam pela ressurreição os seus mortos devem ser aquelas que no Antigo e no Novo Testamen­tos foram envolvidas em tais acontecimentos. São elas: a viúva de Sarepta, de Sidom (I Rs 17.17-24); a sunamita (2 Rs 4.17­37); a mãe, irmã ou a esposa do homem que tocou nos ossos de Eliseu (2 Rs 13.21); a viúva de Naim (Lc 7.I2-I5); a espo­sa de Jairo, principal da sinagoga (Lc 8.51-56); Marta e Maria (Jo 11.1 -45), que receberam as boas novas da ressurreição de JESUS; Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as ou­tras que com elas estavam (Lc 24.1-10); as irmãs de Jope (At 9.36-41); a mãe e irmãs de Êutico (At 20.9-12).

2° As mulheres cujos entes queridos ressuscitaram por ocasião da ressurreição de JESUS. Por eles serem “santos”, fo­ram incluídos pela fé neste grupo de santos (Mt 27.52,53). Estes, em sua maioria, eram santos do Antigo Testamento, mas é obvio que alguns deles morrem durante a vida terrena do Senhor JESUS, e foram ali incluídos como primícias da res­surreição da imortalidade (I Co 15.23).

E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.

Estes sofrimentos que são mencionados aqui, e que fo­ram suportados pelos santos de ambos os pactos, foram infli­gidos pelo Diabo como armas mortais contra o povo de DEUS. José foi lançado numa prisão embora fosse inocente (Gn); Micaías foi aprisionado por ordem de Acabe (I Rs 22.27,28); Jeremias foi lançado no calabouço (Jr 37.15,16).

O próprio JESUS foi escarnecido (Mt 27.29; Lc 23.11). Al­guns foram presos: Pedro e João (At 4.3; 5.18), Paulo e Silas (At 16.19,23,24); foram açoitados (At 5.40; 16.22,33; 2 Co). E nos anos que se seguiram, inúmeros cristãos so­freram também essas coisas (cf. Ap 2.10, etc.). Atualmente, de acordo com notícias vindas de todas as partes do mundo, há cristãos que se encontram aprisionados em vários países, muitos deles até mesmo sendo mortos por causa de sua fé e do Evangelho da glória de DEUS.

Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados.

Destacamos aqui alguns episódios em que os santos fo­ram envolvidos. Entre os que foram apedrejados, destacamos Nabote (I Rs 21.8-14); Zacarias, filho do sacerdote Joiada (2 Cr 24.20,21); Estêvão (At 7.59) e Paulo (At 14.19; 2 Co 11.25. Tentaram também fazer isso com JESUS em várias oca­siões, mas não conseguiram (Jo 10.31,32; 11.8). Outros pro­fetas foram apedrejados em Jerusalém (Mt 21.35; 23.37) e outros, ainda, serrados. O Talmude babilônico diz que o pro­feta Isaías morreu assim. Segundo a tradição, ele foi amarrado a uma árvore e subsequentemente, esta foi serrada em duas partes. Esta mesma tradição afirma que os heróis Macabeus também morreram assim. Muitos outros, pela fé, foram mor­tos ao fio da espada. Outros, pela fé, escaparam do fio da espada (v. 34). 85 sacerdotes do Senhor com suas famílias morreram assim, por ordem de Saul (I Sm 22.18,19). O pro­feta Elias, quando encontrava-se escondido numa caverna no monte Horebe, lamuriou-se a DEUS, dizendo que um grande número de seus profetas haviam sido mortos ao fio da espada (I Rs 19.10,14). A parte final deste versículo apresenta cir­cunstâncias de natureza geral: “andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados”. So­frimentos estes que estão presentes ao longo de toda a vida dos santos (cf. 1Pe 5.9).

(homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

Somente o céu, a pátria celestial, é digno da presença des­tes homens santos que foram mencionados aqui. Contudo, por um pouco de tempo, DEUS permitiu que eles passagem por aqui, a fim de deixar-nos exemplo para que sigamos as suas pisadas. Alguns têm pensado que Paulo tenha sido de fato o autor desta epístola, e que este capítulo 11 foi esboçado por ele quando passava pela antiga Via Ápia, que dá acesso às catacumbas — cemitério subterrâneo que posteriormente serviu de refúgio aos cristãos. Quando seguia para sua prisão domiciliar, onde passou dois anos até ser condenado à morte, ao ser transferido para o cárcere Mamertino (At 28.30), Pau­lo foi conduzido através da Porta San Sebastiano, comumente conhecida como Porta Appia, do outro lado da qual inicia-se a chamada strada delle catacombe: a Appia antica. E, de fato, ao longo desta via que se encontram os cunículos escavados na pedra porosa e utilizados, originalmente, para abrigar os des­pojos dos mártires que ocupavam os cubículos e de famílias cristãs que eram sepultadas, por sua vez, em simples lóculos. Assim, profeticamente falando, as “covas e cavernas da terra” apontavam para este sentido.

E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa,

O desejo de todos os santos do Antigo Testamento era ver JESUS CRISTO fisicamente e ser testemunha de sua ressurreição. O próprio Mestre falou disso a seus compatriotas, dizendo: “Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvi­dos, porque ouvem. Porque em verdade vos digo que muitos pro­fetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram” (Mt 13.16,17). A maior satis­fação do sacerdote Simeão foi contemplar a JESUS fisicamente di­ante de seus olhos. “Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a DEUS, e disse: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois já os meus olhos viram a tua salvação” (Lc 2.28-30). Abraão, só em ver o dia de CRISTO, alegrou-se (Jo 8.56). O mesmo conceito pode ser aplicado aos santos que mor­reram antes do arrebatamento da Igreja. Contudo, foi-lhes assegu­rado que todos ressuscitarão naquele glorioso dia (I Ts 4.13-18).

40- provendo DEUS alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.

A perfeição é tanto individual como coletiva. Mas ela so­mente pode ser encontrada em CRISTO e por meio de CRISTO, pois Ele é o centro e o caminho para a perfeição almejada por cada cristão. Paulo falou dessa perfeição; ele desejava que to­dos os santos fossem aperfeiçoados. “Até que todos chegue­mos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de DEUS, a varão perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13). A perfeição plena dessas testemunhas do Antigo Testa­mento dar-se-á por ocasião da ressurreição e trasladação de todos os santos que morreram na fé e viveram por ela em ambas as dispensações, no dia do arrebatamento da Igreja. Ali, diante do poder de DEUS, todos seremos transformados e receberemos o corpo da imortalidade. E isso que Paulo chama de “... adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).

 

 
 
A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
 
HEBREUS 11:1
É, porém, o aspecto da fé que fornece a ligação com o capítulo seguinte, uma descrição dalguns dos heróis da fé.
 
B. A FÉ (11.140)
O escritor está bem consciente de que a vida da fé não é fácil, mas chama à mente as proezas de muitos homens e mulheres da fé no passado. Produz uma galeria de arte, em miniatura, de retratos de pessoas piedosas que, a despeito das suas realizações, não herdaram plenamente as promessas, porque tinham vivido antes dos tempos de CRISTO.
 
HEBREUS 11:1
(i) Sua natureza (11.1-3)
1, Não há separação alguma entre este versículo e o anterior. O panorama da eficácia da fé no curso da história do povo de DEUS visa fornecer uma exposição baseada “naqueles que são da fé e conservam a alma” (10.39).
O escritor deseja ilustrar a continuidade entre os cristãos hebreus e os homens piedosos da antigüidade.95 Suas proezas são vistas como um prelúdio apropriado para a era crista (conforme demonstra
11.39, 40).
Este relato começa com algumas declarações gerais acerca da fé (w. 1-3). Não precisamos supor que o escritor está tentando oferecer uma definição precisa da fé na sua declaração inicial. Cita, pelo contrário,
aqueles aspectos importantes que são tão vividamente ilustrados nas experiências passadas do povo de DEUS. A declaração: Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, introduz a palavra “fé” (pistis) sem o artigo, que demonstra que o escritor está pensando da fé em geral e não especificamente da fé cristã. Tem certas qualidades que se aplicam tanto à era pré-cristã quanto à era cristã. A palavra traduzida “certeza” (hypostasis) já tinha sido usada em 1.3 no sentido de “natureza” ou “essência” (“Ser” em ARA) e em 3.14 no sentido de “convicção.” Estes usos diferentes poderiam ser aplicados à presente passagem, e é uma questão para debate qual dos significados é melhor adaptado a ela. Se o primeiro for melhor, Um escritor alemão recente, E. Grasser: Der Glaube im Hebraerbrief (1965), faz de uma exposição de “fé” nesta Epístola a chave para a compreensão do tema inteiro. Considera que a fé tomou-se mais acadêmica do que pessoal, como é em Paulo. Para Grasser, o fundo histórico de Hebreus é um estado de desespero.
Mas cf. as críticas desta posição no Excurso 2 de G. Hughes: Hebrews and Hermeneutics (1979), págs. 137-142. a declaração significaria que a fé dá realidade às coisas esperadas. Se o segundo sentido for melhor, teríamos, então, que a fé consiste na convicção de que as coisas que se esperam acontecerão. A diferença é aquela entre um estado e uma atividade. Para decidir qual sentido é preferível, o significado
da palavra adicional convicção (elenchos) deve ser considerado. Esta palavra significa “prova, teste,” que sugere que a fé é vista como a prova da realidade de fatos que se não vêem. Se as duas partes da sentença devem ser consideradas paralelas entre si, seria melhor considerar que as duas palavras-chaves indicam a função demonstradora da fé. Apesar disto, a diferença entre coisas que se esperam e fatos que se não vêem enfraquece o paralelo e sugere que as duas palavras-chaves possam ser entendidas, uma a respeito de um estado e a outra de uma atividade. Bruce faz uma comparação acerca das coisas visíveis e a fé que faz a mesma coisa no caso da ordem das coisas invisíveis.
Coisas que se esperam é bem geral e focaliza-se na “esperança” mais do que em qualquer objeto específico da esperança. Não é, porém, a esperança como conceito abstrato (elpis), mas o resultado da atividade de esperar. Esta estreita conexão entre a fé e a esperança acha sua expressão nas Epístolas de Paulo, como, por exemplo, em 1 Coríntios 13.13 (cf. também Ef 4.4-5). A fé é o ato de compromisso da parte do crente, ao passo que a esperança é o estado da mente. Do outro lado, fatos que se não vêem descreve de modo geral tudo quanto está além do conhecimento normal do homem ou dos seus poderes de compreensão. Inclui, portanto, a gama inteira de experiências espirituais, embora provavelmente vise ter o sentido mais restrito daquelas realidades espirituais que se relacionam com o futuro, e, neste caso, aproxima-se em certa medida da esperança. A fé fornece uma plataforma para a esperança e uma percepção da realidade que, doutra forma, ficaria sem ser vista. Na discussão acerca dos homens da fé,
esta atração do invisível fica em evidência especial.
 
HEBREUS 11:2-3
2. Quando o escritor continua, dizendo: Pois (garj, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho (“aprovação divina”, RSV), está oferecendo um julgamento tirado da experiência que o homem tem de DEUS.
É uma espécie de resumo da experiência humana no passado, e especialmente dos homens a serem mencionados no catálogo que se segue. Não se pode disputar que estes homens receberam a aprovação divina. Quaisquer leitores que tivessem sido criados no judaísmo ortodoxo teriam aprendido a reverenciar estes heróis do passado como pessoas que obtiveram favor especial com DEUS. Ademais, o mesmo seria aplicável aos leitores gentios que tivessem adotado o Antigo Testamento como Escritura e que logo aprenderiam a reconhecer o carimbo divino de aprovação sobre estes homens do passado. A palavra traduzida bom testemunho (emartyrèthêsan) aparece no grego sem mencionar DEUS, mas fica claro pelo uso do mesmo verbo no v. 4 (cf. também v. 39) que DEUS é considerado o agente (daí “aprovação divina” em ARA). 3. Ao contemplar a origem do mundo observável da natureza, o escritor reconhece a necessidade de um salto da fé. Se a explicação fosse restrita a fenômenos que podem ser testados, nenhuma fé seria necessária. O invisível seria automaticamente excluído, porque somente as coisas que podem ser vistas seriam consideradas como dados válidos. Mas as palavras Pela fé entendemos demonstram que o conhecimento não é independente da fé. Esta declaração tem alguma aplicação ao conceito científico do mundo. A ciência não poderia rejeitar a ideia de que o universo foi formado pela palavra de DEUS, porque este conceito não depende de uma avaliação científica dos fatos “vistos.” O escritor reconhece que a aceitação de um ato criador especialmente de DEUS é possível somente à fé. Mas por que introduz o assunto a esta altura da sua discussão? Que relevância tem para este catálogo dos homens de fé? A resposta acha-se no fato de que não pode considerar o mundo dos homens à parte do seu meio-ambiente. Pelo contrário, o interesse que DEUS tem na fé dos indivíduos é condicionado pelo Seu propósito na criação. Se a fé é exercida pelos homens na terra, deve dizer respeito ao fato que tudo quanto existe na terra está sob o controle de DEUS. O escritor já deixou claro em 1.2 que o Filho foi o agente através de quem DEUS criou o mundo, embora empregue aqui um verbo mais expressivo (katêrtisthai) para o ato da criação. Neste contexto significa “mobiliar completamente ou equipar” e assim chama a atenção à perfeição do número total de atos criadores e vê a totalidade como uma unidade equilibrada e completa. É a função da fé fazer este discernimento. O resultado da fé é declarado assim: o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Quer dizer que a fé postula que um poder invisível foi a causa eficaz do mundos dos fenômenos. Este é um ponto de vista em plena harmonia com a narrativa da criação em Gênesis. Esta ideia da criação exnihilo não era favorecida pelo mundo grego contemporâneo.
 
HEBREUS 11:4
(ii) Exemplos do passado (11.4-40)
4. Seguem-se agora alguns comentários sobre homens da era entre a criação e o dilúvio (w. 4-8). Três homens se destacam para ilustrar os vários aspectos da fé. O primeiro a ser mencionado é Abel, com sua fé sacrificial. A narrativa de Gênesis não se refere, na realidade, à fé de Abel. Simplesmente declara que Abel trouxe das primícias do seu rebanho, e da gordura deste (Gn 4.4). Não é dada nenhuma indicação da razão porque seu sacrifício revelou-se mais aceitável. O único indício é que foi dito a Caim que se procedesse bem, ele também seria aceito (Gn 4.7), o que sugere que tinha muito a ver com a atitude e o estilo de vida de Abel. Mas o escritor aos Hebreus oferece sua própria interpretação, e liga o mais excelente sacrifício de Abel com a sua fé. É frequentemente suposto que o sacrifício de Abel era superior porque era um sacrifício de sangue, ao passo que o de Caim não o era. Mas não havia precedente para os sacrifícios de sangue, nem evidência alguma para sugerir que DEUS tinha instruído os irmãos acerca do tipo de ofertas que deviam fazer. Apesar disto, Abel, como o primeiro a oferecer sacrifícios animais, é de interesse especial para o escritor. Nenhuma sugestão é feita quanto ao método que DEUS usou para demonstrar Sua aceitação do sacrifício de Abel. O escritor simplesmente diz: obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de DEUS quanto às suas ofertas, porque a narrativa de Gênesis não é mais específica do que isto. Dalguma maneira, no entanto, Abel e Caim sabiam qual era o julgamento divino quanto às suas ofertas. A aceitação das ofertas está claramente ligada com o testemunho de ser justo e a aprovação de DEUS, que, por sua vez, está ligada com o sacrifício mais aceitável. A justiça referida parece consistir-se de uma atitude mental correta que agrada a DEUS. Talvez pareça que Abel recebeu uma miserável recompensa pela  sua aceitação por DEUS, quando seu irmão o matou. Mas o escritor está impressionado com o caráter eterno da fé de Abel. É por meio dela que ainda fala, a demonstração mais antiga de que a morte, até mesmo a morte violenta, não pode impedir a mensagem da fé. Esta interpretação é sustentável se Por meio dela (d.V autès) se refere à fé, mas a palavra fé não ocorre no texto. É possível referir o pronome (autès) mais para trás na sentença e aplicá-lo ao sacrifi'cio, mas parece preferível entender que a fé é o substantivo oculto, porque é ela o tema da passagem. O pensamento principal é que o tipo de fé que Abel exerceu pode comunicar durante todo o decorrer do tempo. Ainda fornece uma fonte de inspiração em comum com os demais exemplos da fé. Onde a verdadeira fé em DEUS opera, é relevante em qualquer época. Se o padrão da fé nestes antigos homens da fé podia falar aos Hebreus, não há razão porque não deva se aplicável a nós também.
5. É natural num catálogo de antigos homens da fé, que apareça facilmente uma menção a Enoque. Nas genealogias um pouco monótonas de Gênesis 5, o breve comentário sobre Enoque brilha como uma joia e dificilmente tem um paralelo noutro lugar da Escritura quanto à sua qualidade eficazmente concisa. “Andou Enoque com DEUS, e já não era, porque DEUS o tomou para si” (Gn 5.24). A Septuaginta, que diz: “Enoque agradou a DEUS” e “não foi achado” é seguida pelo autor. Seu comentário sobre aquela declaração ressalta dois aspectos, (i) Que a libertação de Enoque da experiência da morte deveu-se à sua fé. Trata- e de uma interpretação da declaração não foi achado, (ii) Que obteve testemunho de haver agradado a DEUS antes de ser trasladado. Este, por sua vez, é um comentário interpretativo do fato de que andou com DEUS. O escritor toma por certo que somente um homem de fé poderia desfrutar de comunhão íntima com DEUS, e que qualquer pessoa que tivesse tido semelhante comunhão com Ele forçosamente Lhe teria agradado. Foi indubitavelmente uma suposição correta. O que há de notável em Enoque é que esteve sublimemente acima da corrupção dos seus tempos. Foi por esta razão que DEUS resolveu removê-lo do cenário desta maneira incomum? Certamente sua trasladação misteriosa impressionou profundamente nosso escritor.
6. A referência à fé de Enoque é justificada pelo comentário: De fato, sem fé é impossível agradar a DEUS. O relacionamento entre o homem e DEUS é edificado numa confiança mútua, e a comunhão verdadeira não pode existir sem ela. O escritor passa, na realidade, a indicar algo muito mais elementar, mas que percebeu claramente que era necessário mencionar.
(i) É necessário que aquele que se aproxima de DEUS creia que ele existe.
Já foi visto quão central a esta Epistola é a ideia de aproximar-se de DEUS (4.16; 7.25; 10.1, 22). A presente declaração deve, portanto, ser considerada uma ligação da experiência de Enoque com o propósito inteiro da carta. Talvez pareça estranho que numa Epístola que começa com uma asseveração de DEUS (1.1), o escritor considere necessário indicar a necessidade de crer na Sua existência. Está, porém, argumentando a partir da experiência humana da comunhão com DEUS para o fato de que sua fé na existência de DEUS deve ser verdadeira,
(ii) Tais adoradores também devem crer que se toma galardoador dos que o buscam.
Esta declaração É Outra menção de Enoque no Novo Testamento é Judas 14, onde é feita uma citação do livro de Enoque. Isto nos faz lembrar que Enoque era uma escolha familiar entre os apocalipsistas. É mencionado nos livros dos Jubileus 4.17; Ben Siraque 44.16; 1 Enoque 71.14; e em todos esses casos seu exemplo é citado com aprovação. Cf. também Filo: De Abraão 17-18; Das Recompensas e dos Castigos 17. visa renovar a certeza daqueles que estão duvidando se a busca de DEUS sempre é bem-sucedida. Aceitar isto requer fé, mas a convicção de que DEUS galardoa aquele que O procura com sinceridade está em plena harmonia com a natureza de DEUS conforme Ele Se fez conhecer através de todas  as Suas revelações aos homens. Não há receio de que qualquer pessoa que O busca deixará de achá-Lo, se agir com fé.
7. A próxima pessoa notável no período primitivo é Noé, sem dúvida alguma, e, mais uma vez, suas realizações são atribuídas à fé. Sua fé desenvolveu- se em resposta a uma advertência específica de DEUS (<divinamente instruído, chrèmatistheis). O verbo já foi usado em 8.5 a respeito da instrução que DEUS deu a Moisés, com a força de um mandamento autorizado. Aqui se diz que o assunto da instrução foi acontecimentos que ainda não se viam, que é uma alusão indireta ao dilúvio, um símbolo do julgamento divino. A natureza da fé de Noé é vista na sua resposta à advertência {sendo temente a DEUS, aparelhou.... eulabètheis kateskeuasen). O primeiro destes dois verbos, que ocorre somente aqui no Novo Testamento, tem o sentido de reverente temor. Este temor piedoso formava um elemento importante na fé de Noé. Era ligado com a obediência imediata aos mandamentos específicos de DEUS a respeito da arca. A fé de Noé, além disto, não era apenas eficaz em prol de si mesmo, mas também em prol de sua casa. Este aspecto coletivo da fé demonstra uma aplicação mais extensiva do que a fé de Abel ou de Enoque. Parece provável que as palavras pela qual (dV hès) visam referir-se à arca, embora gramaticalmente pudessem referir-se à fé de Noé. De qualquer maneira, a arca era evidência visível da sua fé, diante dos seus contemporâneos descrentes e zombadores. A vista da arca sendo construída era um desafio para aqueles contemporâneos, e forçou sobre eles a sua própria condenação. Com sua descrença, estavam realmente rejeitando a advertência divina. É um pensamento solene que a fé de Noé, por causa da sua natureza, foi identificada como o ato mediante o qual condenou o mundo. Onde a fé é resistida ou rejeitada, leva à condenação. A expressão: herdeiro da justiça que vem da fé é interessante porque liga a justiça (dikaiosynê) com a fé (pistis) de uma maneira que relembra a Paulo (cf. Rm 4.11; 10.6 e Fp 3.9 para várias fórmulas usadas). Aqui se diz que a justiça é “conforme (kataj a fé,” mas ARA, que vem da fé, provavelmente tem razão em ver a fé como o canal através do qual vem a justiça. A ideia de “herdeiro” já ocorreu duas vezes neste Epístola, uma vez a respeito do Filho (1.2) e uma vez a respeito dos herdeiros da promessa (6.17). No caso de Noé, a justiça não era algo no futuro, mas no presente. Na realidade, é o primeiro homem especificamente descrito como justo no Antigo Testamento (Gn 6.9).
8. Não é surpreendente que os comentários do escritor sobre Abraão ocupam mais espaço do que é dedicado a qualquer outra personagem antiga (w. 8-19). Suas proezas atraíam o interesse de judeus e cristãos igualmente. Ele era por excelência um homem de fé. O primeiro aspecto da sua fé que é notado é sua obediência pessoal. Quando chamado, obedeceu, a fim de ir... uma referência direta a Gênesis 12.1-3. A construção no grego demonstra que a obediência acompanhou a chamada. Foi, na realidade, espontânea, o que é tanto mais notável porque não sabia aonde ia. Sua fé era de um tipo diferente daquela de Noé, porque as instruções deste último eram mais pormenorizadas. A fé que Abraão tinha era altamente recomendável porque aceitou uma herança em confiança, sem mesmo saber onde haveria de ficar. Foi porque deixou para trás o mundo “visível” dos seus dias anteriores e lançou-se num projeto que envolvia uma herança não vista que se tomou um exemplo da fé que ousa e merece o título de “pai do fiéis,”
O que é especialmente relevante no ato de fé da parte de Abraão é que começou a emergência da comunidade teocrática. Abraão agiu como indivíduo, mas mesmo assim, muitos dos seus familiares o seguiram. 9. O desenvolvimento e a extensão da fé de Abraão são vistos no fato de que Isaque e Jacó estão ligados a ele como herdeiros com ele da mesma promessa (cf. 6.17). A fé de Abraão consistiu em mais do que o ato inicial de deixar a cidade de Ur. Estendeu-se à sua experiência na terra da promessa. A palavra usada para peregrinou (parõkèsen) tem o significado  de habitar como forasteiro num local, sentido este que é fortalecido pelas palavras como em terra alheia. Embora habitasse na terra da promessa, não o fez como dono legítimo, mas como um estrangeiro. Este fato é ressaltado pelo caráter nomádico da sua existência (habitando em tendas). É um boa recomendação da fé de Abraão que era tão tenaz em circunstâncias tão incertas: A fé transformara em realidade aquilo que nem sequer era aparente.
10. Certamente há um contraste marcante entre as tendas em Canaã e a cidade que tem fundamentos que a fé de Abraão antegozava. Há alguma coisa especialmente atraente na qualidade da fé que vê estabilidade em coisas diferentes das materiais. Abraão poderia ter achado que o mínimo que DEUS poderia fazer era permitir-lhe que edificasse uma cidade na terra prometida para si mesmo e seus descendentes, especialmente tendo em vista o número considerável dos seus acompanhantes. Mas tinha padrões de valores totalmente diferentes — de uma cidade cujos fundamentos são totalmente inabaláveis. O escritor pensa em termos espirituais da cidade que DEUS está construindo. Podemos comparar esta ideia com a visão da nova Jerusalém que é descrita em Apocalipse 21 e 22, onde, mais uma vez, os aspectos espirituais são inquestionavelmente os mais importantes. Abraão tinha um horizonte amplo e nobre além do meio-ambiente imediato para o qual conseguia olhar. Das duas palavras que descrevem a participação de DEUS na cidade, a primeira é arquiteto (technitès), o planejador de cada parte e o integrador destas partes separadas numa só totalidade. A segunda palavra, edificador (dêmiourgos) focaliza-se mais especialmente na execução dos planos. Ocorre somente aqui no Novo Testamento.
11. Talvez seja surpreendente achar Sara mencionada como um exemplo da fé, porque segundo Gênesis destacava-se mais como um exemplo de dúvida. Mas visto que o nascimento da comunidade teocrática está em mente, o papel de Sara era tão importante quanto o de Abraão. Tendo em vista o avançado da idade dela, precisava dalgum poder (dynamis) além dela mesma para conceber e dar à luz uma criança. Um texto alternativo atribui a Abraão o recebimento do poder para conceber, que é mais natural do que atribuí-lo a Sara. A mudança do texto, no entanto, parece uma tentativa de evitar uma dificuldade aparente. A despeito do fato de que Sara riu quando ouviu pela primeira vez que iria ter um filho, sua zombaria deve ter se transformado em fé muito tempo antes de Isaque nascer. Era necessário uma mulher de fé para ser a esposa de um crente tão destacado quanto Abraão. Ela também tinha de chegar à mesma convicção que seu marido, de que o DEUS que prometera cumpriria a Sua palavra (teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa). Em todas as crises espirituais é mais fácil duvidar do que crer, e Sara deve ser parabenizada por sua disposição de alterar sua abordagem e dar lugar ao desenvolvimento da sua fé. A convicção de que DEUS é fiel é um dos aspectos principais da doutrina bíblica. É tão forte no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. É a pedra fundamental da fé do povo de DEUS.
12. O pensamento do autor volta agora ao próprio Abraão como pai do povo de DEUS. Há um contraste aqui entre um e a posteridade... inumerável Um contraste semelhante entre “um só” e os “muitos” descendentes dele ocorre na teologia paulina de Adão em Romanos 5.12ss. A linguagem figurada das inumeráveis estrelas e grãos de areia vem dizendo sobre todos os crentes salvos pela graça por meio da fé. (98) Estas duas palavras são ligadas entre si com referência à obra criadora de DEUS em Filo, cf. Williamson: Philo and the Epistle to the Hebrews, págs. 46ss. retamente do relato de Gênesis (22.17; cf. 32.12). É uma lembrança vívida da magnitude da promessa de DEUS, especialmente dirigida àquele que estava já amortecido. A vida abundante estava para vir de uma morte aparente, um exemplo sublime de como os caminhos de DEUS diferem da estimativa humana daquilo que e' possível (considere Rm 4.19 onde ocorre o mesmo exemplo). Vale observar que o Por isso (dio) no começo deste versículo demonstra a importância da fé de Sara no cumprimento da promessa a Abraão. 13. A esta altura um resumo geral da piedade patriarcal é introduzido (w. 13-16). As palavras: Todos estes morreram na fé, subentendem, que a fé foi sua característica dominante até o fim dos seus dias. As palavras na fé (kata pistin) poderiam ser mais literalmente traduzidas “de conformidade com a fé,” que demonstra que a fé é a regra pela qual viveram e morreram. A despeito de não terem recebido a promessa, tiveram uma certa medida de experiência dela: (i) vendo-as, porém, de longe, eram como homens que tinham visto o objetivo no horizonte, mas nunca chegaram realmente a ele nesta vida. Este é um exemplo notável da declaração no v. 1 que “a fé é a convicção de fatos que se não vêem,” só que a convicção ficou tão forte que o “não visto” já foi visto, (ii) Saudando-as. Assim fica mais pessoal, como se o cumprimento da promessa nas multidões de descendentes tivesse se tomado tão real que aqueles descendentes podiam continuadamente saudá-lo. As palavras vendo-as, porém, de longe, e saudando- as ecoam o texto de Deuteronômio 3.15-27, uma descrição de Moisés recebendo um vislumbre da terra prometida." Os patriarcas tinha confessado (homologèsantes) sua verdadeira condição de estrangeiros e peregrinos. Abraão usou a mesma descrição para si mesmo em Gênesis 23.4. Em 1 Pedro 1.1; 2.11 uma descrição semelhante é aplicada aos cristãos. Em Hebreus a ideia encaixa-se na alusão anterior às peregrinações dos israelitas no deserto (capítulo 3) e o alvo do escritor é claramente usá-la como padrão. Tudo está em harmonia com o princípio subjacente da Epístola de que são as coisas celestiais e não as terrestres as mais importantes.
14. Esta ideia de estrangeiros e peregrinos é exposta nos próximos três versículos, cuja ideia principal é a pátria melhor (v. 16). O registro  dos patriarcas no Antigo Testamento demonstra que nunca obtiveram  uma pátria (patris) verdadeira. A palavra usada é significante, porque é rara tanto na Septuaginta quanto no Novo Testamento. Significa mais do que um lugar para habitar. Significa uma pátria onde uma nação  pode  achar suas raízes. Este era o desejo dos patriarcas, e era um tema contínuo para o povo de Israel no curso da sua história, embora o escritor desta Epístola esteja pensando em termos espirituais mais do  que nacionais.  
15. Claramente não era a Mesopotâmia, de onde Abraão saíra, a  pátria da qual pensavam. A despeito da facilidade com que ele pudesse ter  voltado, nem ele nem seus descendentes imediatos desejavam fazê-lo. Isto é tanto mais notável quando se reconhece que a terra que deixaram para trás chegara a uma etapa de civilização muito mais adiantada do que a terra de Canaã, para onde foram. É bem possível que o escritor esteja apelando ao exemplo do patriarca que recusou-se a voltar para trás, a fim de colocar pressões sobre aqueles leitores que estavam sendo tentados a voltar-se contra o cristianismo que aceitaram. 16. A pátria superior é imediatamente identificada como sendo celestial. A identificação dos dois adjetivos (kreittonos, epouraniou) é uma característica específica desta Epístola. Coloca a ênfase na herança espiritual e não na material. É talvez surpreendente, tendo em vista este fato, descobrir que aquilo que DEUS lhes preparou é descrito em termos de uma cidade, um símbolo do gênio criador do homem e especialmente da sua vida social. Mas até mesmo a cidade pode ter uma conotação espiritual, conforme demonstra 12.22. O que na realidade foi preparado é uma cidade ideal, da qual as cidades dos homens são as mais pálidas imitações. Já notamos quão surpreendente é que um grupo de nômades procurasse uma coisa tão estável quanto uma cidade (veja v. 10). Nenhuma recomendação maior poderia ser dada a quaisquer homens do que dizer que DEUS não se envergonha deles, de ser chamado o seu DEUS. O Antigo Testamento não oculta as fraquezas dos patriarcas, mas aqui o escritor está olhando a história em retrospecto. Seleciona para sua atenção a sua fé, que não pode ser negada. Além disto, sabe que o título “o DEUS de Abraão, o DEUS de Isaque, e o DEUS de Jacó” foi o nome especialmente escolhido por DEUS quando Se apresentou a Moisés na ocasião do êxodo (Êx 3.6). É certamente incomum ler que DEUS não Se envergonhou, visto que a vergonha é característica dos homens. De qualquer forma, era num sentido especial o seu DEUS, conforme demonstra a história do povo escolhido. Deleitava-Se em ser conhecido como o DEUS de Israel.
17. Depois destes comentários gerais sobre os patriarcas, o escritor volta para o exemplo supremo da fé de Abraão: ofereceu Isaque. Este evento indica o paradoxo da fé — sua disposição de abrir mão do cumprimento daquilo que herdou na forma de promessas. A provação de Abraão faz com que sua fé se destaque em relevo ainda maior. A qualidade da sua fé é vista na obediência. Conforme diz Westcott, de modo apropriado: “O mandamento específico podia ser cumprido de uma só maneira: a promessa poderia ser cumprida de mais de uma.” É por isso que o ato do oferecimento é aludido no tempo perfeito (prosenénochen) como se aquilo que havia em mente fosse considerado um ato completado com uma consequência contínua. O segundo verbo (prosepheren) é traduzido: estava mesmo para sacrificar, numa tentativa de ressaltar a distinção entre este verbo e o anterior, e de indicar que o ato foi considerado na intenção e não na realização. O aspecto patético do dilema de Abraão é vividamente ressaltado pelo uso do termo monogenês (filho único), que deve ser compreendido com relação à promessa. Ismael também era filho de Abraão, mas Isaque era o único herdeiro das promessas. Era isto que se constituía na verdadeira provação da fé de Abraão. Ser ordenado a oferecer qualquer dos seus filhos teria sido um desafio esmagador, mas duplamente assim no caso do filho da promessa. O escritor desta Epístola, assim como Paulo na sua Epístola aos Romanos, não discute o problema moral de DEUS ordenar um sacrifício humano, porque para ele não havia questão de DEUS aceitar tal sacrifício. A promessa se interpunha. Realmente, a promessa tomou impossível a conclusão do sacrifício.
18. As palavras a quem se havia dito (pros hon elalêthê) se referem a Abraão. As palavras citadas de Gênesis 21.12 visam explicar a natureza das promessas mencionadas no v. 17. Há razão de ser óbvia tanto no contexto de Gênesis quanto aqui na referência específica a Isaque. DEUS falou a Abraão as palavras Em Isaque será chamada a tua descendência, depois de Sara ter pedido que este lançasse fora o filho de Agar. Chamavam a atenção ao plano de DEUS para a descendência de Abraão, em contraste com os planos do próprio Abraão.
19. Refletindo sobre a natureza da fé de Abraão, o escritor faz conjecturas sobre aquilo que deve ter acontecido no pensamento de Abraão. A conclusão à qual chegara é expressa num ato decisivo e cuidadosamente arrazoado, conforme demonstra o verbo (logisamenos, considerou). A capacidade de DEUS até para ressuscitá-lo dentre os mortos não teria sido muito facilmente aceita até mesmo por Abraão, mas chegara ao ponto de vista de que esta seria a única maneira de DEUS poder manter Sua integridade se a oferta de Isaque tinha de prosseguir. Argumentar assim é uma recomendação da maturidade da fé de Abraão, porque teria sido mais natural questionar sua orientação no caso da oferta de Isaque. Mas parece não ter dúvidas quanto a esta orientação. As palavras poderiam, naturalmente, ser entendidas de uma maneira diferente para referir-se ao nascimento de Isaque, que era igualmente um desafio para a fé de Abraão. Na realidade, a citação no v. 18 é tirada da narrativa do nascimento de Isaque. Assim a expressão “filho único” teria mais razão de ser, porque era este o filho que foi virtualmente ressuscitado da morte do ventre de Sara. Este é o sentido em que Paulo considera a fé de Abraão em Romanos 4. A frase grega traduzida figuradamente (en parabolè) deu origem a várias interpretações. Se a referência na primeira parte do versículo diz respeito a Isaque sendo sacrificado e depois salvo deste sacrifício, o significado parabólico ou simbólico pode ser achado no carneiro substituto que foi oferecido no lugar de Isaque. Do outro lado, se a alusão diz respeito ao nascimento de Isaque, o caráter parabólico da ação quando Abraão o recebeu de volta achava-se na relevância mais profunda daquele evento, i.é, o nascimento do Filho da promessa, que é CRISTO. Alguns entendem que en parabolè se refere à ressurreição geral dos mortos. Mas a referência diz respeito especificamente a Isaque.
20. A posição de Isaque na linha sucessória era diferente de Abraão, porque os seus dois filhos gêmeos estavam dentro da linha sucessória. As bênçãos invocadas sobre eles foram reconhecidamente anuladas pela Providência divina, porque DEUS inverteu a ordem natural e o herdeiro da promessa ficou sendo o segundo entre os gêmeos, ao invés do primeiro. O problema da escolha que DEUS fez de Jacó ao invés de Esaú é aludido em Romanos 9.13, o único outro livro no Novo Testamento que menciona Esaú. O autor de Hebreus, diferentemente de Paulo, não cita a declaração que aparece em Malaquias 1.2 (“Todavia amei a Jacó, porém aborreci a Esaú”). Mesmo assim, descreve-o como “impuro ou profano” em 12.16. No presente contexto está ocupado somente com a fé que ativou Isaque quando abençoou a Jacó e a Esaú, acerca de coisas que ainda estavam para vir. Não é mencionado o logro praticado por Rebeca, presumivelmente porque o próprio Isaque reconheceu que a bênção que dera a Jacó não poderia ser anulada.
21. A bênção que passava do pai para o filho era de grande relevância para a mente hebraica. Nosso escritor vê o ato como um ato de fé. No caso de Jacó, as bênçãos de despedida sobre cada um dos filhos de José são mencionadas como evidência específica da sua fé (cf. Gn 48.16ss.). E mais uma vez a ordem natural foi deixada de lado, porque Rúbem era o filho primogênito de Jacó, mas José foi escolhido para receber a bênção maior. Vale notar, além disto, que o escritor não demonstra aqui nenhum interesse pela importância dos outros filhos de Jacó como representantes das tribos de Israel. Nem sequer são mencionados. A fé de Jacó é paralela à de Isaque por perceber a mão de DEUS em abençoar o mais jovem, Efraim, antes do mais velho, Manassés. Os caminhos de DEUS são soberanos e Sua escolha deve ser aceita pela fé. Realmente, o escritor vê todas as etapas dominantes da história de Israel como uma progressão de atos de fé. Quando se diz que Jacó abençoou e, apoiado sobre a extremidade do seu bordão, adorou, as palavras seguem a Septuaginta ao invés do texto massorético, que tem “cama” ao invés de bordão. O detalhe é transferido de um encontro anterior entre Jacó e José em Gênesis 47.31, mas o escritor evidentemente o registra por causa do seu significado religioso. A despeito da idade avançada de Jacó, o ato de bênção é visto como um ato de adoração. Além disto, o bordão era significante no pensamento hebraico como sinal do favor de DEUS, e pode haver um indício de semelhante significado simbólico aqui.
22. A fé atribuída a José era de um tipo diferente, porque ao dar ordens quanto aos seus próprios ossos teve fé para crer que seus descendentes um dia partiriam do Egito para a terra prometida. Acalentou a promessa feita a Abraão, a Isaque e a Jacó, e deu a entender sua própria confiança (Gn 50.24ss.). Este era um ato de fé considerável, que se revelou plenamente justificado. O êxodo dos filhos de Israel veio a ser um dos eventos mais relevantes da história de Israel. A palavra “êxodo” não é frequente no Novo Testamento, porque ocorre, fora daqui, somente em Lucas 9.31 com referência à morte de CRISTO e em 2 Pedro 1.15 a respeito da morte de Pedro. A ideia dominante é de uma libertação triunfante.
23. Não é surpreendente que a fé de Moisés recebe um tratamento mais extensivo do que a de Isaque, Jacó, ou José. O êxodo tinha uma posição de destaque para todo judeu devoto ao demonstrar a ação de DEUS em prol do Seu povo, e Moisés, como consequência, era tido na mais alta estima. Nosso escritor vê dois aspectos da sua fé: pessoal e nacional. A primeira evidência da fé foi exercitada pelos pais de Moisés, em prol dele. Em Êxodo 2 há a descrição de como a criança foi ocultada durante três meses, e ali é contado que Moisés, depois daquele período, foi colocado no Nilo num cesto de vime calafetado com betume e piche. Tendo em vista o decreto do rei que condenou à morte os filhos dos hebreus, esta fé era corajosa. Confiaram em DEUS para efetuar a libertação. O fato de que a criança era formosa também é mencionado em Atos 7.20 no discurso de Estêvão, e é derivado diretamente de Êxodo 2.2. Nas duas ocorrências no Novo Testamento, a mesma palavra grega (asteios) é usada; nos papiros é usada para a elegância no vestir. Claramente havia algo de notável na aparência de Moisés, para criar semelhante impressão na filha do Faraó.
24. Quando já homem feito indica um novo desenvolvimento na história de Moisés, porque agora tem condições de exercer fé por conta própria, e assim faz ao recusar ser chamado filho da filha de Faraó. O tempo do verbo recusou (èmèsato) indica um ato específico de escolha. Ilustra a fé que age numa crise, embora não precisa subentender a ausência de bastante premeditação. O que o escritor nota cuidadosamente é a qualidade da fé que podia fazer uma decisão deste tipo. Estêvão, no seu discurso, não faz referência à fé de Moisés, mas ressalta sua decepção porque os israelitas não compartilhavam da sua convicção de que DEUS o usaria para livrá-los. A fé, neste caso, pressupõe que Moisés tinha uma convicção firme de que DEUS o chamara para uma tarefa dificílima.
25. O contraste entre as alternativas que Moisés tinha diante dele é demonstrado vividamente — ser maltratado ou os prazeres transitórios do pecado. Que sua fé escolheu aquele ao invés destes demonstra seu caráter de abnegação. Moisés tinha muitas coisas atraentes para perder, embora os prazeres sejam especificamente atribuídos ao pecado. A fé e o prazer pecaminoso não caminham juntos. A palavra traduzida ser maltratado (synkakoucheisthai) aparece somente aqui no Novo Testamento e serve para juntar os sofredores. Havia uma solidariedade entre Moisés e o povo de DEUS depois dele ter lançado sua sorte entre eles, uma solidariedade no sofrimento. No contraste que é feito ali, não há uma restrição comparável de tempo no ser maltratado em contraste com os prazeres, que são proskairon, “por um tempo,” transitórios. O máximo que o pecado pode fornecer é o prazer temporário, mas os maus tratos dados ao povo de DEUS não têm semelhante caráter temporário. Aqueles que se identificam com o povo de DEUS imediatamente ficam sendo alvos dos inimigos de DEUS.
26. O escritor passa, então, a comentar a razão porque Moisés fez tal escolha. Expressa-a num outro contraste — a superioridade do opróbrio por amor a CRISTO aos tesouros do Egito. Esta é uma superioridade estranha e irracional, que parece lúdica numa época materialista. Mas parte da grandeza de Moisés era que reconhecia haver coisas mais valiosas na vida do que os tesouros materiais. É surpreendente que é dito que o opróbrio foi sofrido por amor a CRISTO, porque isto parece ser uma atribuição de condições cristãs aos tempos de Moisés. Não é, no entanto, inteiramente inapropriado para um escritor, que muitas vezes nesta Epístola investiu as alusões do Antigo Testamento com relevância cristã, fazer a mesma coisa aqui. Dá a entender que todos os sofrimentos do povo de DEUS estão ligados dalguma maneira com os sofrimentos em prol do Messias, o represente perfeito de DEUS. Tudo quanto Moisés sofreu era em prol do plano de salvação que DEUS fizera pelo Seu povo, culminando no opróbrio que foi empilhado sobre o  próprio CRISTO, do qual o escritor tem forte consciência nesta Epístola.
As palavras porque contemplava o galardão significam que Moisés focalizou seus olhos num alvo mais nobre. O verbo (apeblepen) significa “olhar para longe”, o que subentende deliberadamente desviar-se de uma coisa para outra. Já foi notado que a ideia do galardão e especialmente a palavra usada aqui (misthapodosian, “recompensa”) é característica desta Epístola. A palavra ocorre alhures em 2.2 e 10.35. Em nenhuma das ocorrências a recompensa é definida. No contexto da vida de Moisés, deve ser interpretada no que diz respeito aos tesouros espirituais que sabia que seriam dele, tendo em vista o fato de que não tinha licença de entrar na terra prometida. Os galardões espirituais, diferentemente das vantagens materiais, têm uma qualidade perpétua que realça infinitamente o valor deles. 27. As consequências históricas da escolha de Moisés agora são mencionadas resumidamente — abandonou o Egito e subsequentemente celebrou a páscoa (v. 28), e dirigiu o consequente êxodo de Israel do Egito. Os muitos passos que levaram ao êxodo são omitidos porque, mais uma vez, é a atividade poderosa da fé que ocupa o escritor. A fé é vista como mais poderosa do que a cólera do rei, realização notável, quando se lembra que o rei tinha poderes despóticos. Posto que a ira deste tipo pode ser tirânica, é necessário um homem corajoso para desafiá-la, mas a fé pode fornecer semelhante coragem. Tendo em vista esta declaração, pode parecer à primeira vista que há uma contradição com Êxodo 2.14-15, que declara que Moisés ficou com medo e fugiu de Faraó. A explicação pode ser que Moisés temia que os propósitos de DEUS seriam impedidos se ele não escapasse, mas isto deve ser distinguido do medo pessoal. Uma explicação espiritual é dada para a coragem de Moisés: permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível. O olho da fé pode ver aquilo que é invisível aos olhos dos outros. Moisés, em todas as peregrinações no deserto, tinha notável consciência da presença de DEUS (cf. Êx 33; Nm 12.7-8). O escritor procura o segredo da perseverança de Moisés numa fonte além dele mesmo, de cuja existência seus oponentes nunca souberam coisa alguma. Em Colossenses 1.15, Paulo fala de DEUS como sendo invisível, embora reconheça que mostrara Sua imagem em CRISTO. Há, sem dúvida alguma, um paradoxo em ver o invisível, mas isto é da própria essência da fé (cf. 11.1).
28. A páscoa ocupava um lugar de considerável relevância para a mente judaica, e veio a ter um significado ainda maior para os cristãos, porque estava estreitamente ligada à Paixão de JESUS (cf. 1 Co 5.7). Foi naturalmente um evento de importância histórica a instituição da páscoa original. Tinha como seu centro a fé de Moisés, segundo este escritor. Foi, essencialmente, realizada pela fé, porque a aspersão do sangue não parecia ser um meio lógico de afastar o anjo da morte. Na expressão: o derramamento do sangue o substantivo grego (proschysin) vividamente coloca a festa da páscoa e a aspersão em estreita proximidade como objetos do mesmo verbo, mas nem por isso deixam de ser vistos como ações separadas. No texto hebraico de Êxodo 12.23, é o Senhor quem executará o julgamento, mas aqui há simplesmente uma referência ao exterminador. A alusão diz respeito ao anjo da morte que passou por cima das casas onde o sangue sacrificial tinha sido aspergido nas ombreiras e nas vergas das portas, o que garantia que os primogênitos fossem poupados.
29. O pensamento agora se afasta da fé individual para a fé nacional, embora a fé do povo ainda fosse inspirada pela fé de Moisés. Claramente, o movimento dos israelitas para fora da escravidão no Egito foi um esforço em conjunto. Em nenhum tempo a fé foi mais necessária, com maior urgência, do que quando os israelitas enfrentaram o obstáculo formidável do Mar Vermelho que impedia seu avanço, com os egípcios no seu encalce. A maneira segundo a qual atravessaram o Mar Vermelho como por terra seca, ao passo que os egípcios foram tragados de todo, viria a tomar-se uma saga nacional da libertação divina. Agora é considerado que isso aconteceu pela fé. É importante nos lembrarmos de que a fé coletiva deste tipo não é apenas a soma total da fé de cada indivíduo. Semelhante fé, no entanto, deve ser comparada com o desenvolvimento da descrença durante as peregrinações subsequentes no deserto. Quanto a isto, o escritor já comentou nos capítulos 3 e 4, e aqui contenta-se com os aspectos mais positivos da fé.
30. O próximo evento dramático que vem à mente do escritor é a conquista de Jericó, não somente por causa da maneira milagrosa da sua realização, mas também porque selou a conquista vindoura de Canaã. Cercar Jericó durante sete dias exigia uma alta qualidade de fé coletiva, porque parecia completamente fútil aos espectadores pagãos que não tinham conceito algum daquilo que DEUS poderia fazer no Seu poder. Além disto, a confiança extraordinária e os métodos incomuns devem ter enchi do de terror as mentes das pessoas nas demais cidades cananitas. A fé frequentemente requer a convicção de que DEUS pode realizar o que parece ser impossível.
31. A posição da mulher Raabe, que ofereceu proteção aos espias em Jericó (Js 2.1ss.), captou a imaginação de nosso escritor, que, a despeito do fato de ser ela pagã e meretriz, menciona-a entre os heróis da fé. O fato de que a fé podia ser exercida por semelhante pessoa era evidência do seu caráter universal. Outro escritor do Novo Testamento, Tiago (2.25), também ficou impressionado com o ato de Raabe. A distinção entre Raabe e os demais habitantes de Jericó é marcada pela descrição deles como os desobedientes. Dá a entender que o povo de Jericó, tendo ouvido falar das proezas de DEUS em prol do Seu povo, deveria ter reconhecido estes atos ao invés de resistir ao povo de DEUS. Certamente Raabe deve ter sido inspirada por tais relatos dos tratos de DEUS para acolher com paz aos espias. Não os considera como inimigos, mas como agentes de DEUS, e esta percepção é atribuída à sua fé.
32. A entrada dos israelitas na terra prometida foi apena o início, e muitas proezas da fé se seguiram na história acidentada do povo de DEUS. O escritor reconhece que não há possibilidade de falar de mais atos individuais de fé, e, portanto, contenta-se em oferecer um tipo de inventário de várias proezas. Em primeiro lugar, registra uma lista de nomes que supõe serem tão bem conhecidos que não há necessidade de mencionar seus atos. A pergunta retórica’ que mais direi ainda? quase sugere que ele não considera haver bons motivos para mencionar mais exemplos. Aqueles que já foram citados são suficientemente impressionantes. Além disto, a falta de espaço impede-o de continuar com pormenores iguais. Os seus mencionados pelo nome são representantes principais do período dos juizes e do
princípio da monarquia. A eles são acrescentados os profetas como um grupo. Todos eles juntos abrangem a história bíblica de Israel. Vale notar que os juizes não são mencionados na ordem cronológica, mas na ordem da sua importância. Para Gideão, cf. Juizes 6-8; para Baraque, Juizes 4-5; para Sansão, Juizes 13-14; e para Jefté, Juizes 11-12. O espaço dedicado à história de Samuel e Davi no Antigo Testamento é uma medida da sua maior relevância na história de Israel. A menção especial deles aqui pode ser porque Samuel serve de ligação entre os juizes e a monarquia, ao passo que Davi é o representante mais destacado desta última.
33-34. Nestes versículos, nove declarações são feitas, descrevendo as realizações da fé. São dispostas em três grupos de três cada. Em cada grupo há um aspecto comum para catalogar as declarações.
O primeiro grupo marca realizações — a conquista de reinos, o estabelecimento da justiça, a herança das promessas espirituais. Tudo isto era verdadeiro em grau notável nos tempos de Davi, mas todas as três realizações podem ser ilustradas de vários períodos da história de Israel. Os livros dos Juizes e de Samuel estão repletos de relatos em que a fé subjugou reinos, no sentido de exércitos mais fracos, recebendo poder de DEUS em resposta à fé, vencerem os inimigos de Israel. Praticaram a justiça (êrgasanto dikaiosynèn) no sentido de fazer dela o princípio funcional da sociedade. Esta ideia da justiça é diferente da justiça da qual o apóstolo Paulo fala num sentido teológico, mas tem semelhanças com ela. Ressalta a prática ao invés do estado de justiça. Os homens da fé escolhem a justiça e odeiam a injustiça, porque o próprio DEUS faz isso. Nesta Epístola, o exemplo de Abraão já foi mencionado como alguém que obteve promessas (as mesmas palavras gregas epetuchen epagelias, são usadas em 6.15). Abraão era o exemplo supremo, mas era o primeiro numa longa linhagem de herdeiros espirituais.
O segundo trio diz respeito ao tipos específicos de perseverança e de libertação. Fecharam bocas de leões, uma alusão clara às proezas de Daniel (Dn 6) e talvez também às de Sansão (Jz 14.6) e de Davi (1 Sm 17.34-35). No caso de Daniel, foi DEUS quem fechou as bocas, mas a própria fé de Daniel destaca-se na história. Os casos de Sansão e Davi matarem leões são exemplos da coragem que era fortalecida pela fé. A referência na declaração seguinte — extinguiram a violência do fogo - é presumivelmente uma referência à fornalha dos três hebreus em Daniel 3. Mais uma vez, aquilo que DEUS realizou é atribuído à fé dos homens que foram milagrosamente livrados. O terceiro perigo do qual houve livramento é descrito como o fio da espada, que resume uma gama ampla de ações violentas. A frase é familiar no Antigo Testamento.
O terceiro trio volta-se das libertações maravilhosas para mencionar realizações mais positivas. Da fraqueza tiraram força. À primeira vista, parece um paradoxo, mas alguns casos podem ser lembrados, como, por exemplo, o de Ezequias (Is 38), ou, talvez mais vividamente, o caso trágico de Sansão. Seu último ato desesperado foi considerado um ato de fé. Um exemplo neotestamentário pode ser visto na revelação feita ao apóstolo Paulo de que a força se amadurece na fraqueza (2 Co 12.9). Paradoxalmente, o aspecto seguinte é que fizeram-se poderosos em guerra. A ideia da força aqui é uma extensão da ideia da força tirada da fraqueza, mas na área específica da batalha. Mais uma vez, este aspecto é vividamente ilustrado nos tempos de Davi. Uma extensão deste pensamento é que puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Claramente, ao contemplar a história passada de Israel, o escritor desta Epístola vê suas proezas militares como parte integrante da sua fé em DEUS, embora o Antigo Testamento nem sempre se ocupe com este elemento da fé. Para ele, todos os heróis do passado ilustram da mesma maneira a dependência de DEUS, que é interpretada em termos da fé.
35. Segue-se nos três próximos versículos uma série de exemplos de realizações notáveis de perseverança. A primeira declaração, no entanto, fica sozinha — Mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos — como talvez a evidência mais destacada do poder da fé. Dois casos deste tipo são registrados no Antigo Testamento. Elias ressuscitou o filho da viúva(l Rs 17.17ss.) e Eliseu ressuscitou o filho da sunamita (2 Rs 4.18ss.). Em nenhum dos casos, no entanto, a fé foi exercida pelas mulheres, mas pelos profetas. Vale notar que mulheres estavam implicadas, dalguma maneira, em todas as ocasiões no Novo Testamento em que mortos eram ressuscitados (o filho da viúva em Naim, a filha de Jairo, e Lázaro, irmão de Maria e Marta, em Betânia). As palavras pela ressurreição (ex anastaseõs) significam literalmente “fora da ressurreição”, como se a ressurreição fosse a esfera da qual os mortos emergiam para a vida. O catálogo de proezas de perseverança indica o caráter indomitável do espírito humano enfrentando disparidades incríveis, o que exige uma fonte interior de fortaleza que só vem aos homens da fé.
Em primeiro lugar,  Alguns foram torturados, o que atrai atenção vívida à desumanidade do homem ao homem. Ainda não está fora da moda, porque a tortura como meio de forçar as pessoas para dentro de um só molde ainda é usada com agrado nos sistemas políticos totalitários. A referência primária aqui é geralmente considerada a matança dos sete irmãos no período dos macabeus (2 Mac. 6.18ss.). Há alguma disputa acerca do sentido exato do verbo foram torturados (etympanisthèsan). Pode ter denotado surras com clavas ou açoites.100 Os sofrimentos extremos de muitos judeus no período intertestamentário eram presumivelmente bem conhecidos aos leitores desta Epístola. No caso dos mártires macabeus, não aceitaram seu resgate, embora recebessem esta oportunidade na condição de dispor-se a abrir mão dos seus princípios. Estes mártires colocaram sua esperança na ressurreição do corpo, e declararam que seus perseguidores se colocaram fora de semelhante esperança (2 Mac. 7.9ss.). A superior ressurreição que escolheram era considerada superior em contraste com uma existência terrestre que lhes negaria o direito às suas convicções.
36. Os sofrimentos doutras pessoas que vieram a ser modelos de perseverança agora são enfocados. Escárnios, açoites, algemas e prisões caracterizam os sofrimentos aos quais muitos foram sujeitados tanto nos tempos da história de Israel quanto durante o desenvolvimento da igreja cristã. Jeremias pode ser citado do Antigo Testamento e Paulo do Novo Testamento. Os leitores desta Epístola sem dúvida devem ter conhecido alguns dos seus próprios contemporâneos, a respeito dos quais a descrição seria relevante. Mas a esta altura, o escritor confina-se à história de Israel.
37. Outra lista de privações de um tipo ainda mais agudo passa agora a ser enumerada. A morte pelo apedrejamento era um modo bem-estabelecido de execução (cf. o caso de Acã na história judaica antiga). As palavras serrados pelo meio são consideradas uma alusão à tradição da morte de Isaías conforme é registrada tanto por Justino quanto por Orígenes. O livro apócrifo: A Ascensão de Isaias relata assim a morte de Isaías. A morte ao fio da espada também era comum naqueles tempos (cf. 1 Rs 19.10). Alguns textos inserem entre a primeira e a segunda declaração uma outra: provados (epeirasthèsanj, mas parece tão inesperada no contexto que é melhor omiti-la. Parece uma duplicação modificada do verbo anterior: serrados pelo meio (epristhèsan). Além da morte violenta, havia casos de privações prolongadas, dos quais quatro amostras são dadas. Eram proscritos da sociedade, vivendo uma existência primitiva tendo apenas peles por roupas, necessitados, privados até mesmo das necessidades da vida, afligidos, maltratados. As roupas de peles relembram as vestes de Elias que, sem dúvida, serviu de modelo para os trajes semelhantes de João Batista.
38. A exclamação: homens dos quais o mundo não era digno é uma interjeição a esta altura, como se o escritor repentinamente tomasse consciência da estatura espiritual dos homens sendo descritos. Por comparação, os homens do mundo, a despeito das suas posses e da sua posição, são tão inferiores que não são dignos de ser comparados com os homens de fé. Sempre tem sido verdadeiro que o mundo tem deixado de dar valor a alguns dos seus filhos mais nobres. Tem havido, no entanto, alguma disputa acerca da palavra traduzida digno (axios). Tem sido argumentado que se for entendida como “digno”, a declaração é quase um truísmo, e que é melhor entendê-la no sentido de “hospitaleiro” Mas a ideia de que o mundo não oferecia hospitalidade à lista formidável de pessoas perseguidas é um truísmo tanto quanto a alternativa. Desertos, montes, covas e antros são todos lugares de solidão, como se a atitude da sociedade fosse banir estes homens da fé. A negação do convívio com outras pessoas frequentemente pode ser uma privação difícil de suportar. Como ilustrações destas adversidades, podemos notar a referência a cem profetas escondidos numa caverna (1 Rs 18.4), e ao profeta Elias escondido numa caverna (1 Rs 19.9).
39-40. O relato dos triunfos e das provações da fé agora é concluído com uma declaração de que havia coisas melhores para se seguir. A promessa ainda não foi cumprida, porque o cumprimento não era possível até a vinda de CRISTO. Realmente, a promessa era sinônima dessa vinda. Apesar disto, o escritor não quer deixar estes heróis do passado sem testificar outra vez da sua fé. Comenta que todos estes obtiveram bom testemunho por sua fé.
Ao explicar o relacionamento entre os santos do Antigo Testamento e a igreja cristã, o escritor volta ao plano de DEUS. Emprega a palavra que é traduzida provido (problepsamenou), que chama a atenção ao conceito global de DEUS da Sua missão para a salvação do homem. O pensamento estende- se para o futuro, para o tempo da consumação, quando ficará completa a soma total do povo de DEUS. É por esta razão que os dignatários do Antigo Testamento ainda não poderiam receber a promessa. Coisa superior a nosso respeito refere-se, indubitavelmente, à superioridade da revelação cristã, que dá condições para o desenvolvimento de uma fé à altura do seu objeto. O tema de superior já ocorreu tantas vezes na Epístola que sua presença aqui era de ser esperada. É possível que o escritor tivesse em mente alguns que tinham exaltado os heróis da história judaica de tal maneira que se esqueceram das suas imperfeições e da sua necessidade de serem complementados pelos crentes em CRISTO.
A chave acha-se na palavra aperfeiçoados (teleióthõsin), outra ideia familiar nesta Epístola. Aqui, no entanto, é usada num sentido coletivo, com a ideia de ficar completo. Nenhuma parte da comunidade cristã verdadeira pode ficar completa sem o restante. Há um forte elemento de solidariedade por detrás desta ideia (cf. a referência à “igreja dos primogênitos” em 12.23), que também fica evidente nalgumas das metáforas neotestamentárias para a igreja, tais como o corpo ou o edifício. Os dois primeiros versículos do capítulo 12 passam a dar uma exortação ética com base nos heróis do passado, que então leva para uma seção de uma natureza mais prática para concluir a Epístola, sem deixar de haver muitos apartes teológicos.
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 11 - CPAD - 1º TRIMESTRE DE 2018
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO PTE1
"Três coisas são mencionadas a respeito da fé de Abel: (1) Ele é elogiado por ser um adorador de DEUS. A Escritura somente diz que 'pela fé, Abel ofereceu a DEUS maior [melhor] sacrifício do que Caim', porque o sacrifício de Abel era uma expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou toda a sua fé a DEUS, não manteve qualquer reserva. Isto representou total devoção ao Senhor, não simplesmente uma cerimônia religiosa. Pela fé, adentrou a mais profunda realidade espiritual e interior do sacrifício ao DEUS invisível.
(2) 'Alcançou testemunho de que era justo'. Caim não era justo; DEUS lhe disse que sua oferta somente seria aceitável se fizesse o que era certo (Gn 4.3-7). DEUS rejeito a adoração de Caim porque seu coração não era justo. Abel, por outro lado, demonstra a íntima relação entre a retidão e a fé em 10.38. Sua adoração agradou a DEUS porque vivia e agia pela fé como um homem justo.
(3) Foi mencionado por seu testemunho. Abel morreu como o primeiro mártir profético da história (cf. Lc 11.50,51); seu testemunho duradouro passou por sucessivas gerações e continua a falar da vida de fé que agrada a DEUS, como homem fiel que adora a DEUS de todo o seu coração" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1612).
 
CONHEÇA MAIS PTE2
Fé - "No Novo Testamento o verbo pisteuõ ('creio, confio') e o substantivo pistis ('fé') ocorrem 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10; Ap 13.10). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado quase exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em DEUS (Rm 4.24), em CRISTO (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de CRISTO (Jo 1.12)". Para conhecer mais leia "Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal", CPAD, pp.369-70.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO PTE2
"Fé no período patriarcal (11.8-22)
O período patriarcal do Antigo Testamento se estende de Abraão a José. Abraão é como o centro das atenções; somente um verso é dedicado a Isaque (v. 20), Jacó (v. 21) e José (v. 22). Isto é compreensível, já que Abraão, o homem de fé por excelência no Antigo Testamento, desempenha um papel central no princípio da história hebraica e na obra do plano de salvação de DEUS. No Novo Testamento, Abraão é mencionado mais extensivamente do que qualquer outra figura do Antigo Testamento. Aqui em Hebreus 11, três principais episódios da vida de Abraão são mencionados para ilustrar três importantes faces de sua jornada de fé.
1) Ao obedecer ao chamado de DEUS para partir de Ur dos Caldeus para uma terra prometida desconhecida, Abraão demonstrou fé no futuro não visto (11.8-10).
2) Durante longos anos de espera pelo filho e descendentes prometidos em circunstâncias humanamente impossíveis, Abraão demonstrou fé na promessa impossível (11.11,12).
3) Quando DEUS pediu que sacrificasse Isaque (seu único filho da promessa), Abraão demonstrou fé em meio à prova ou ao teste severo (11.17-19). Além destes modos em que a fé está poderosamente ilustrada, um parêntese em 11.13-16 chama a atenção para uma linha comum de fé que percorre a vida de Abraão e dos outros patriarcas" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 1614).
 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO PTE3
"Pela fé, Raabe, a meretriz, e sua família foram poupadas durante a destruição de Jericó (11.31; cf. Js 6.23). Com exceção de Sara (Hb 11.11), Raabe é a única mulher mencionada pelo nome, na lista dos heróis da fé em Hebreus 11. Sua fé é revelada por ter acolhido e ocultado dois espiais enviados por Josué a Jericó antes da conquista. É também evidente em sua confissão - 'Bem sei que o Senhor vos deu esta terra' (Js 2.9) - uma fé baseada naquilo que ouviu e creu sobre o relatório do milagroso Êxodo de Israel do Egito, e das vitórias de Israel a leste do Jordão, antes de rodearem Jericó (Js 2.10-13). 'Pela fé' ela creu que o DEUS de Israel era o DEUS do céu e da terra. Além disso, Raabe demonstrou sua fé arriscando o 'presente por causa da perseverança futura. Deste modo, quando Jericó foi conquistada e seus habitantes destruídos, Raabe 'não pereceu com os incrédulos' (isto é, os desobedientes da cidade). Raabe foi poupada - uma mulher gentílica, prostituta secular, pecadora contumaz - este é um clássico exemplo, no Antigo Testamento pelo fato de DEUS ser rico em misericórdia e abundante em graça, é salva pela graça através da fé (cf. Ef 2.3-9)" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) COMENTÁRIO Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 1624,25).

 
AJUDA BIBLIOGRÁFICA
A CARTA AOS HEBREUS - Introdução e Comentário por DONALD GUTHRIE - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA E ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
A Excelência da Nova Aliança em CRISTO - Orton H Wiley - Comentário Exaustivo da carta aos Hebreus - Editora Central Gospel - Estrada do Guerenguê . 1851 - Taquara I 11111 Rio de Janeiro - RJ - CEP: 22713-001 PEDIDOS: (21) 2187-7090 .
AS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno Costa
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
CPAD - 
http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearman - Editora Vida
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO - Esequias Soares - CPAD
Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
http://www.gospelbook.net, www.ebdweb.com.br, http://www.escoladominical.net, http://www.portalebd.org.br/, Bible The Word.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Revista Ensinador Cristão - CPAD.
Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato
SÉRIE Comentário Bíblico - HEBREUS - As coisas novas e grandes que DEUS preparou para você - SEVERINO PEDRO DA SILVA
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Teologia Sistemática Pentecostal - A Doutrina da Salvação - Antonio Gilberto - CPAD
Teologia Sistemática - Conhecendo as Doutrinas da Bíblia - A Salvação - Myer Pearman - Editora Vida
Teologia Sistemática de Charles Finney
 
  

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TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO - BÍBLIA DA LIDERANÇA CRISTÃ

John C. Maxwell                 

INICIATIVA: LÍDERES DEVEM RECEBER AS PESSOAS EM SUA VIDA

(3Jo 3-12)

Enquanto a Primeira Carta de João tem como tema a vida, e a Segunda a verdade, a Terceira Carta fala sobre o caminho de DEUS. JESUS disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida" (Jo 14.6).

Em sua última carta, João usa a figura de um hospedeiro. O hospedeiro toma a iniciativa junto a seus hóspedes. Eles fazem pelos outros aquilo que é correto, eles os fazem se sentir confortáveis, dão-lhes bons roteiros de conversação e providenciam tudo quanto necessitam. Líderes, como se fossem hospedeiros, não reagem impulsivamente; eles agem. Eles tomam a frente e correm os riscos, quando os outros respondem de forma positiva. Isso faz parte da essência de ser um líder.

De modo muito interessante, João faz distinção entre ser o primeiro a ire pretender entre ser o primeiro. Ele toma com exemplo a Diótrefes que "gosta de exercer a primazia eles" (3Jo 9). Diótrefes desejava ser o primeiro, mas não era, necessariamente, o primeiro a servi-los. Aqui, nós vemos a diferença entre um "hóspede" e um "hospedeiro". Leve em conta o que esta carta ensina a respeito de um líder que é como um hospedeiro. Os líderes tomam iniciativa...

• Em sua forma de viver (vs. 3-4);

• Junto aos outros, especialmente os estrangeiros (vs. 5-6);

• Em assumir a responsabilidade (vs. 7-8);

• Em fazer o bem e evitar o mal (v. II);

• Em dar exemplo aos outros (v. 12).

 

 

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PORQUE FOI ESCRITA. Para advertir uma se­nhora cristã e hospitaleira a não atender a falsos mes­tres.

Através Da Bíblia Livro Por Livro - Myer Pearlman

(Leia a Epístola)

Tema. Esta curta epístola dá uma ideia de certas condições que existiam numa Igreja local no tempo de João. A história que pode ser colhida da epístola, parece ser a seguinte: João tinha enviado um grupo de mestres itinerantes, com cartas de recomendação, a diferentes igrejas, uma das quais, era a assembleia a que pertenciam Gaio e Diótrefes.

Diótrefes, dominado por ciúme pelos direitos da igreja local, ou por alguma razão pessoal, recusou-se a dar hospitalidade a estes mestres e excomungou os membros da sua igreja que os recebiam. Gaio, um dos membros da igreja, não deixou intimidar por este dita­dor espiritual e hospedava os missionários e obreiros, os quais mais tarde, informaram ao apóstolo sobre a sua bondade. Parece que João estava para enviar estes mestres pela segunda vez (v. 6) e exortou a Gaio a con­tinuar no ministério de amor para com eles. João mes­mo escreveu uma carta de advertência a Diótrefes, que foi desprezada. Por isso, o apóstolo expressou a sua in­tenção de fazer uma visita pessoal à igreja e a desti­tuir esse tirano eclesiástico. Resumiremos o tema da seguinte maneira : o dever da hospitalidade para com o ministério e o perigo de uma direção ditatorial.

PORQUE FOI ESCRITA. Para elogiar Gaio por ter recebido esses trabalhadores cristãos que dependiam inteiramente da hospitalidade dos crentes e para de­nunciar a falta de hospitalidade e a tirania de Diótre­fes.

 

 

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3 João - Comentário - NVI (F. F. Bruce)

v. 1. Gaio\ Já é conhecido da igreja como amado. O apóstolo acrescenta a sua aprovação pessoal: “Eu também o amo na verdade”.

v. 2. A saudação generosa é bem formulada na NVI. A expressão “acima de tudo” na ARA, que transmite a impressão infeliz de que a prosperidade e a boa saúde estejam avaliadas acima de tudo o mais, é corretamente condensada em tudo e acrescentada como sujeito de lhe corra bem. A antiga e a nova tradução podem ser conjugadas para dar a formulação “para que você prospere e desfrute de boa saúde, assim como vai bem a sua alma”.

v. 4. Os meus filhos (numa relação pastoral: Cf. 1Tm 1.2; contraste com Fm 10) estão andando, como hábito diário, na verdade, no evangelho e nos mandamentos do Senhor JESUS.

v. 5. apesar de lhe serem desconhecidos-. A forma mais difícil e, portanto, mais elogiável de hospitalidade (Hb 13.2; Mt 25.35).

v. 6. se os encaminhar em sua viagem: “Ajudar alguém na sua jornada com comida, dinheiro, encontrando companheiros de viagem, meios de viagem etc.” (Arndt); cf. Rm 15.24; 1Co 16.6,11. de modo agradável a DEUS, cujos servos vocês são.

v. 7. eles saíram: A referência é aplicável a todo o curso de vida deles, como também ao ministério particular, por causa do Nome: Uma frase que expressa admiração profunda e é preservada na NVI (Lv 24.11; At 5.41). A aceitação de assistência praticada espontaneamente por não-cristãos tem bons precedentes (At 28.2,7,10), e podemos traduzir por “eles saíram dos pagãos não levando nada”. I.e., ao se tornarem cristãos, e mais particularmente pregadores, eles abriram mão dos direitos de propriedade e de herança nas suas famílias gentílicas. Eles poderiam ter insistido nos seus direitos, mas por amor ao Nome não o fizeram (Fp 2.5-11) — uma renúncia exigida ainda hoje em países não-cristãos.

v. 8. Uma das formas em que a igreja cumpre o seu chamado de difundir a verdade é apoiar tais homens. Essa declaração prepara o caminho para mostrar o erro de Diótrefes de uma ótica muito séria.

v. 9,10. Escrevi algo (depreciativo): Só uma breve nota: uma descrição adequada de 2João.

v. 10. Tem-se feito a objeção de que Gaio não pode ter pertencido à mesma igreja que Diótrefes, pois, se fosse da mesma, não teria sido preciso avisá-lo a respeito da conduta de Diótrefes. A objeção só seria válida se essa fosse uma carta puramente particular — mas não há cartas puramente particulares no NT. A carta é uma acusação formal de Diótrefes, como também um atestado para Gaio e Demétrio.

v. 12. a própria verdade. O ESPÍRITO falando por meio dos crentes, provavelmente por meio da profecia (cf. At 13.2; 1Tm 1.18). Demétrio não é simplesmente alguém nomeado pelo apóstolo, como Gaio também não. Independentemente disso, o seu valor é reconhecido amplamente. Os comentaristas têm considerado Demétrio o portador da carta, ou um pregador itinerante que foi recomendado à hospitalidade de Gaio.

v. 14. Acerca da promessa de uma visita como estímulo à imediata submissão, v. Fm

21,22. em breve. Isso é acrescentado agora à meia promessa de 2Jo 12; uma leve indicação de que 3Jo é posterior a 2João.

v. 15. um por um (“nome por nome”, ARA): Um eco de Jo 10.5, em que o Bom Pastor chama suas ovelhas pelo nome, um exemplo de co-pastores e uma boa nota de conclusão para a correspondência pastoral do presbítero.

 

 

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3 João - Comentário Bíblico Wesleyana

 

I. Saudação ( 3 Jo 1 )

1  O ancião ao amado Gaio, a quem eu amo em verdade.

A relação entre II e III João é muito evidente, é o autor, sem dúvida, a mesma pessoa (ver Introdução ). Gaio é muito provável que um jovem pastor estacionado em uma das igrejas sob a liderança de João. O nome de Caio era muito comum no primeiro século, por isso seria apenas conjectura para identificar este Gaio com alguns dos outros do mesmo nome, no Novo Testamento.

João usa o título cativante amado , que na sua forma original aparece dez vezes nas três epístolas. Mesmo quando o escritor tem severo e grave exortação para dar, ele nunca perde a ternura para com aquele a quem ele está escrevendo. Ele dá um exemplo que é digno para todos os que lhe sucedeu a seguir. A frase que eu amo na verdade é a mesma que foi encontrada em 2 João 1 , e tem a conotação de fidelidade no amor. Curiosamente, a forma de carta, que é semelhante à forma de João II, é "exatamente o modelo que todos os escritores de cartas usadas no tempo da igreja primitiva."

 

II. ALEGRIA DO LÍDER ( 3 João 2-4 )

2  Amado, oro para que em todas as coisas tu possas prosperidade e saúde, assim como vai a tua alma. 3  Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e deu testemunho tua verdade, como tu andas na verdade. 4  maior alegria tem Eu nada do que isso, para ouvir os meus filhos andam na verdade.

Era costume em carta escrita no primeiro século de observação relativa bem-estar físico de uma pessoa. João reza para que Caio pode prosperar e ser em saúde, assim como sua alma prospera . Pode-se supor a partir destas palavras que Caio não estava bem fisicamente. Pelo menos ele foi melhor do que espiritualmente ele era fisicamente. É natural que cada pastor de ter uma preocupação com o bem-estar físico do seu povo, bem como para a sua saúde espiritual. Curiosamente, para muitos cristãos, a fim de esta oração deve ser revertida. Muitos pastores bem poderia pedir que a saúde da alma de seu povo deve ser igual a de seus corpos físicos . Doenças da alma parecem ser mais evidentes em muitas doenças de congregação do que o corpo.

O desejo que Gaio prosperar em todas as coisas podem se estender a mais do que apenas a sua saúde física. É um trabalho público possível Gaio 'na igreja foi dificultada por certas circunstâncias adversas (vv. 9-10 ). João também deseja vitalidade nas atividades espirituais que Gaio executa.

Certas falhas ou fraquezas por parte dos jovens pastores, como pode ter caracterizado Gaio, pode muito bem acabar com a alegria de uma alma menos resistente do que João. Mas ele foi capaz de se alegrar muito quando chegou a notícia a ele que Caio era uma testemunha fiel à verdade. Evidentemente, alguns dos irmãos cristãos que viajam (v. 5 ) foi onde Caio morava e tinha trazido palavra a João a respeito da igreja. Seu relatório sobre Caio foi bom, e que causou João para se alegrar. Na verdade João afirma que é nos fiéis andar na verdade de seus filhos que ele encontra a maior alegria (v. 4 ; veja 2 João 4 ).

É muito mais fácil de andar na verdade e ser fiéis no testemunho de um quando há outras pessoas fiéis presentes para dar incentivo e inspiração. Mas quando uma pessoa é colocada em um ambiente hostil de oposição à verdade e à liderança, a andar na verdade é mais difícil. Na verdade, esta caminhada na verdade é viver no amor e obediência a CRISTO ( 2 João 6 ). Para manter o amor suave de CRISTO vivo no coração quando os outros estão se manifestando atitudes e ações carnais é a maior prova de fidelidade.

 

III. Generosa hospitalidade ( 3 João 5-8 )

5  Amado, tu fazes um trabalho fiel em tudo o que tu fazes para com os que são irmãos e desconhecidos, além disto; 6  que deu testemunho de teu amor diante da igreja: a quem hás de fazer bem para definir a frente em sua jornada digna de DEUS: 7  , porque isso por causa do Nome saíram, sem nada aceitar dos gentios. 8  Nós, portanto, deveria acolher tal, para que sejamos cooperadores da verdade.

O principal objetivo da João por escrito ao Gaio é revelado nestes versos. Neste período da vida da igreja havia viajam missionários que passaram de um lugar para outro a pregação do evangelho e prestando outros serviços para as igrejas. Era dever do povo cristão em uma comunidade para abrigar e alimentar esses missionários, enquanto eles estavam presentes. Estes viajantes estavam dando-se ao trabalho da Igreja, e amor cristão necessário que eles sejam recebidos, suportado, e graciosamente enviada em seu caminho de uma forma verdadeiramente cristã.

Este costume de hospitalidade foi encontrado não só dentro da Igreja, mas também no mundo antigo em todos os lugares. Foi considerado um dever sagrado. Há muitos exemplos deste tipo de hospitalidade. Certamente, se o mundo praticou tal hospitalidade, então os cristãos seria de esperar para fazer menos. Pedro exortou os cristãos a hospitalidade ( 1 Pedro 4: 9 ), como também o escritor aos Hebreus ( Hb. 13: 2 ). Paulo se refere a esta prática, tanto em 1 Timóteo 5: 9 e em Romanos 0:13 .Especialmente se os líderes da igreja local ser homens que receberam a hospitalidade ( 1 Tim. 3: 2 e Tito 1: 8 ). Barclay recomenda a continuação desta prática hoje:

Na igreja primitiva o lar cristão foi, como deveria ser agora, o lugar da porta aberta e as boas-vindas amoroso. Não pode haver alguns mais nobre obras do que para dar um estranho ao direito de entrada para um lar cristão. O círculo familiar deve sempre ser grande o suficiente para ter um lugar para o estrangeiro, não importa de onde ele vem, e não importa o que sua cor pode ser.

João diz: Tudo o que tu fazes para com os que são irmãos e estranhos é um fiel trabalho (v. 5 ). Ele aprovou desses trabalhadores que viajam porque deu testemunho ao amor de Gaio (v. 6 ) e eles foram adiante por causa do nome (v. 7 ), provavelmente o nome de CRISTO. Esses missionários que viajam levou nada dos gentios e foram considerados companheiros de trabalho para a verdade (v. 8 ).

Exatamente o que essas pessoas não podem ser muito claro, mas eles eram professores e pregadores que estavam interessados ​​na atividade missionária da Igreja religiosas. Eles tinham desistido de casa e trabalho e foram dando-se ao serviço de CRISTO para o reino. Eles dependiam aqueles a quem eles foram para o seu apoio. A este respeito, há um paralelo interessante com as instruções de CRISTO aos seus discípulos, quando os enviou (ver Mateus 10: 5-16. ; Mc 6, 7-11. ; Lc 9: 1-6. ; 10: 1 -11 ). Tornou-se o dever de as igrejas locais, sob a liderança de seus pastores, para apoiar esses trabalhadores. Que eles levaram nada dos gentios (v. 7 ) significa que eles não recebeu nenhum apoio fora do grupo cristão.

Há uma grande lição para os cristãos a aprender com esta prática precoce. DEUS chama alguns de seus trabalhadores a deixar suas famílias, casas e emprego remunerado para ir para a atividade missionária da Igreja. Outros estão autorizados a permanecer em casa, envolver-se em atividades remuneradas, e dar apoio à Igreja. Estas pessoas em casa podem se tornar companheiros de trabalho para a verdade , dando apoio e oração para aqueles que levar o evangelho a áreas remotas. Nem todos podem estar na linha de frente de serviço cristão em pessoa, mas tudo pode estar lá em apoio financeiro e oração de intercessão, e, assim, compartilhar a propagação e frutos do evangelho. Pode não ser sempre possível ter essas pessoas como visitantes nos lares cristãos, mas é sempre possível compartilhar as bênçãos de que casa com aqueles que viajam com a mensagem.

Na II João o autor alertou seus leitores contra a vinda de quem iria divulgar falso ensino. Eles não estavam a receber essas pessoas em suas casas, nem dar-lhes todo o cumprimento; na verdade, para dar uma saudação pessoa faria dele um participante "em suas obras más" ( 2 João 10-11 ). Pode-se supor que João, por escrito, Caio não está esperando que ele receber qualquer um que pode vir alegando falsamente de ser um seguidor de CRISTO. Espera-se que essa pessoa deve possuir credenciais adequadas, e que ele estava agindo sob a autoridade da Igreja ou algum líder, como o próprio João. O perigo e até mesmo a disposição de certos falsos mestres que se aproveitou desta hospitalidade cristã é anotado e advertiu contra em a Didaquê .

 

IV. REPROVAÇÃO DO MAL ( 3 João 9-10 )

9  Eu escrevi um pouco à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. 10  Portanto, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e não contente com isto, não ele mesmo recebe os irmãos, e os que querem que ele proíbe e expulsa -los para fora da igreja.

A carta que João tinha escrito em um momento anterior a esta igreja, aparentemente, havia sido desconsiderado por um líder cujo nome era Diótrefes . Por causa da falha para obter uma comunicação satisfatória com a igreja, João empresa destaca Caiocomo uma pessoa em quem ele pode confiar para corrigir esta situação infeliz. Esta carta proporciona uma imagem interessante da Igreja primitiva, especialmente de sua liderança. João reconheceu a si mesmo como o líder geral da Igreja e a autoridade aquele a quem tinha sido cometida para o direcionamento de seus negócios. No entanto, ele foi ter que dirigir a uma distância, principalmente através de cartas e pessoas designadas. Algumas dessas pessoas eram os evangelistas viajando que se mudaram de lugar para lugar realização das direções gerais do líder (v. 5 ). Nas igrejas locais eram pessoas que vieram para a liderança. Enquanto essas pessoas eram fiéis ao líder geral, como aparentemente foi Gaio, haveria pouca dificuldade. Nesta igreja particular, no entanto, um homem com o nome de Diótrefes ganhou um lugar de liderança e não estava disposto a submeter à autoridade de João. Isso deixou João prejudicada, exceto se ele poderia encontrar alguém na igreja local, como Gaio, a quem pudesse recorrer. Obviamente, isso é o que ele está fazendo nesta carta.

João acusou que Diótrefes nos ama não (v. 9 ), e ele está proferindo contra nós palavras maliciosas (v. 10 ). Ele não estava disposto a receber os irmãos , e ele proíbe e expulsa as pessoas para fora da igreja .

Diótrefes era um líder muito ambicioso, que, evidentemente, tinha a capacidade de ganhar a aprovação de uma maioria substancial na igreja local. Nenhum jovem deve ser condenado por entrar em um lugar de liderança e provar-se digno da aprovação de seu povo. Mas, ao fazer isso, Diótrefes havia usurpado autoridade que pertencia a outro e líder superior. Ele colocou João de lado através do uso de palavras rudes e maus, e ele se recusou a receber as pessoas para a igreja, que foram enviados por João. Além disso, ele intimidado a minoria que recebeu mensagens de João, e até mesmo lançar alguns deles para fora da igreja (v. 10 ). Infelizmente, ele parece ter desenvolvido uma liderança independente dentro da congregação local que ameaçava a autoridade de João, e, consequentemente, a própria estrutura da igreja local.

Pode ser que Diótrefes e alguns de seus seguidores sentia que João estava exercendo muita autoridade sobre a igreja local. Eles podem ter acreditado que eles estavam completamente no seu direito de resistir a liderança de João e continuar na autonomia da congregação local. Para eles, esses missionários que viajam vinham desnecessariamente em sua comunidade e tornando-se um incômodo para o trabalho local. Eles não foram os últimos a se queixar de liderança episcopal no governo da Igreja.

João então é justificado em sua crítica severa deste homem e seus seguidores? João não encontrou neles as marcas reais da verdade cristã. O verdadeiro teste para a verdade cristã, como visto em I João, é uma vida de obediência a JESUS CRISTO e de amor dos irmãos um para o outro. Ao observar a conduta dos Diótrefes e seus seguidores nesta igreja, João não podia ver essas virtudes cristãs. Desde as suas obras eram más, essas pessoas não podia ser de DEUS (v. 11 ).

João expressou confiança de que em seu pessoal de vir para a igreja que ele seria capaz de apontar o mal e ajudar a igreja para ver a verdade. Assim, ele escreveu esta carta a Caio, a fim de ganhar o seu apoio moral. Pode ser que os missionários que viajam (v.8 ), a quem ele queria Gaio para receber, foram para abrir a porta para a posterior chegada de João. Em uma palavra, João estava enfrentando dificuldades no controle remoto de uma igreja, e ele achou necessário vir pessoalmente para resolver os problemas existentes.

 

V. Comenda da BOA ( 3 João 11-12 )

11  Amados, não imitar o que é mau, mas o que é bom. Quem faz o bem é de DEUS; aquele que faz o mal não tem visto a DEUS. 12  Demetrius tem o testemunho de todos os homens , e até a própria verdade: sim, nós também testemunhar; e sabes que o nosso testemunho é verdadeiro.

Pode-se supor a partir do versículo 11 que Caio não era um líder agressivo, e que ele tendia a cair em linha com o status quo , em vez de criar problemas. João exortou-o a não o que é mau imitar, mas o que é bom . Apenas como fraco Caio tinha estado na presença deste homem Diótrefes não é conhecida, mas é possível que ele precisava da forte conselhos de João e a visita dos missionários que viajam a fim de apoiá-lo em sua liderança. João queria que ele visse o mal na liderança que está sendo dado por Diótrefes e seguir em vez da liderança do Apóstolo.

Outra pessoa, cujo nome é Demétrio , agora é trazido para a foto (v. 12 ). Não se sabe quem ele é. Qualquer identificação dele com o ourives de Éfeso ( Atos 19:21 ), ou com o Demas que abandonou Paulo ( 2 Tim. 4:10 ), é apenas conjectura. Ele era uma pessoa de boa reputação e fiel à verdade do evangelho. Ele teve a aprovação de João, e isso deve ser suficiente para Caio. É possível que ele estava sendo enviado com esta carta especial para Caio e foi ajudar Caio em sua posição contra Diótrefes. De qualquer forma, ele era digno de imitação.

É lamentável que os homens bons são, por vezes fraco em sua liderança e tendem a ser reticente em seu testemunho. Eles podem precisar de um forte encorajamento de outros líderes, a fim de defender o que eles sabem que é certo. Por outro lado, alguns homens de forte capacidade de liderança vão aos extremos e erram. Muitas vezes isso tem sido verdade na história da Igreja. João enfrentou Diótrefes aqui no primeiro século e teve que incentivar os bons homens para exercer liderança na presença de outros que haviam usurpado autoridade.

 

VI. CONCLUSÃO ( 3 João 13-14 )

13  Eu tinha muitas coisas para escrever a ti, mas não estou disposto a escrever -lhes para te com tinta e pena: 14  , mas espero que em breve ver-te, e vamos falar cara a cara. Paz seja contigo. Os amigos te cumprimentar. Saudai aos amigos pelo nome.

A semelhança desta epístola a II João também é evidente na conclusão. Em ambos os lugares (v. 13 ; 2 João 12 ), João tem muitas coisas que ele gostaria de dizer, mas ele prefere dizer-los face a face , em vez de com tinta e pena . Há algumas coisas melhor dito oralmente do que escrito. Cartas podem cair nas mãos de pessoas hostis, ou criar mal-entendidos que se acumulam hostilidade antes de correções podem ser feitas. Alguns problemas só podem ser resolvidos em um encontro pessoa-a-pessoa. Por uma questão de história, é bem que João escreveu tanto como ele fez. Quando se enfrenta problemas da igreja ele poderia desejar João tinha escrito uma carta mais longa.

Acima de tudo o apóstolo queria que os cristãos a ter paz. Esta paz começa no coração, mas em última análise, deve existir na comunidade crente. Satanás procura destruir esta paz, fato atestado pela história da igreja. João tem confiança seus amigos vão recebê-lo, e amor finalmente irá prevalecer. Esta carta respira não só o espírito de amor, mas também a força da fé.

 

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Escrita, Lição 13, Betel, O verdadeiro discípulo é um exemplo para futuras gerações

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva 

 

EBD, Revista Editora Betel, 4° Trimestre De 2023, TEMA: Terceira Epistola de João – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade Cristã 

  

TEXTO ÁUREO

“Lembrai-vos os vossos pastores, que vos falaram a palavra de DEUS, a fé dos quais imitai, atentando para sua maneira de viver” Hebreus 13.7

  

VERDADE APLICADA

Os discípulos de CRISTO, por pertencerem ao mesmo Corpo de CRISTO, devem exercer, uns sobre os outros, influência que edifica.

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar o contraste entre o bom e o mal discípulo
Ressaltar as características de um bom discípulo
Expor a importância do legado

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA - 1 TIMÓTEO 1.9-12

9 Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe.
10 Por isso, se eu for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, não recebe os irmãos, e impede os que querem recebê-los, e os lança fora da igreja.
11 Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de DEUS; mas quem faz o mal não tem visto a DEUS.
12 Todos dão testemunho de Demétrio, até a mesma verdade; e também nós testemunhamos; e vós bem sabeis que o nosso testemunho é verdadeiro.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA – Sl 78.5 O testemunho de DEUS deve ser transmitido
TERÇA – Pv 13.22 Um homem bom deixa boa herança
QUARTA – Ef 4.1 Ser um discípulo inspirado em JESUS
QUINTA – Ef 6.5 Servir a DEUS com sinceridade
SEXTA – 1 Ts 5.12 O bom discípulo deve ser reconhecido
SÁBADO – 1Pe 3.21 Ter boa consciência diante de DEUS

 


HINOS SUGERIDOS: 11, 93, 291

  

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que eu discípulo de CRISTO sirva de forma inspirar outros em seus ministérios.

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O MAL LEGADO DE DIÓTREFES

1.1. Uma liderança reprovável 

1.2. Um mau discípulo é hipócrita 

1.3. Fora dos padrões bíblicos 

2- GAIO, UM VERDADEIRO DISCÍPULO

2.1. Um discípulo verdadeiro 

2.2. Um discípulo fiel 

2.3. Um discípulo altruísta

3- DEMÉTRIO, UM VERDADEIRO DISCÍPULO

3.1. Um discípulo inspirador

3.2. Um discípulo comprometido

3.3. Um discípulo é reconhecido 

  

INTRODUÇÃO

Nesta lição, baseada no nosso estudo focado no discipulado, mostraremos a importância do legado, cujo significado, segundo o Dicionário é “aquilo que se passa de uma geração a outra, que se transmite à posteridade: herança”.

  

1- O MAL LEGADO DE DIÓTREFES

Diótrefes foi um homem cuja curta biografia, dada por João, descreve-o como o obreiro apegado à mentira, que falava mal de seu próprio líder e que impedia os outros de servirem a DEUS [Mt 23.13]. Ele ignorava os Evangelistas que precisavam de apoio e expulsava os crentes Leais que discordavam dele, pois amava a si mesmo e queria ter a primazia. Esse mal testemunho obrigou João a tomar ações disciplinares contra Diótrefes, que escreve essa carta relatando o problema a Gaio.

  

1.1. Uma liderança reprovável 

Nos Versículos 9 e 10, João mostra o legado de Diótrefes como um discípulo reprovado. Ele proferia “palavras maliciosas”. O termo malicioso no grego significa “cheio de labores, aborrecimentos, fadigas que causa dor e problema”. O fraco humilha os outros, para sentir-se forte. O fraco não cuida do rebanho, apenas cuida de seus interesses pessoais e enfraquece as ovelhas. É fraco por ocultar pecados em vez de confessá-los [Tg 5.16].

 

SUBSÍDIO 1.1 - O mau discípulo é fraco e causa dores e problemas à liderança maior, que precisa gastar tempo para consertar as consequências das atitudes deste mau discípulo. Diótrefes falava mal das pessoas e de João. Pessoas que exercem o poder ferindo e magoando os outros são fracas e imaturas. Pessoas fracas e imaturas não enxergam as pessoas que as apoiam. Charles Colton, clérigo e escritor inglês, alerta: “O poder intoxica os melhores corações. Nenhum homem é suficientemente sensato ou bom para que lhe confiemos poderes ilimitados”

  

1.2. Um mau discípulo é hipócrita 

Diótrefes era um hipócrita, um dissimulado e mentiroso, porque se escondia atrás das funções, fazendo-se de forte sendo fraco. A hipocrisia é uma característica do religioso e foi exposta e repudiada por JESUS publicamente [Mt 15.7-8]. Os ensinamentos de Diótrefes eram diferentes dos que João e demais líderes da Igreja Primitiva transmitiam, e ele fazia isso impedindo que as cartas - meios utilizados para se comunicar e doutrinar a igreja – escritas por seu líder chegassem aos membros. Por agir assim, era preciso uma ação para deter esta influência má sobre a Igreja [Rm 16.17]. Por isso, João expõe seu mau testemunho, em sua Terceira Carta, a Gaio. O hipócrita não é verdadeiro, mas fingido. Esse contraste era evidente entre Diótrefes e os outros dois discípulos cujo caráter foram destacados por João. O hipócrita sorri na frente e apunhala pelas costas, com suas maledicências, como Diótrefes fazia. Ele prega para os outros e nunca para si.

 

SUBSÍDIO 1.2 - A manutenção da autoilusão acaba levando a uma vida de hipocrisia. O conselho que João dá a respeito de Diótrefes é que sua liderança hipócrita deveria ser afastada. Discípulos como Diótrefes enganam a si próprio, para não encarar a sua realidade.

  

1.3. Fora dos padrões bíblicos 

Diótrefes reivindicava a primazia para si, contrariando os ensinos de CRISTO para a liderança da Igreja [Lc 22.26]. João afirma que ele era um mau exemplo, que não devia ser seguido, e faz o contraste de líderes que eram o oposto, como Gaio e Demétrio. Estes andavam na verdade; obreiros vocacionados para conduzir e ajudar a edificar a Igreja como Corpo de CRISTO [Ef 4.11-12).

 

SUBSÍDIO 1.3 - A Igreja de CRISTO deve ser uma comunidade de encorajamento, onde os excluídos sociais tenham total possibilidade de resgatar sua dignidade. Essa não era a mensagem nem o ensinamento de Diótrefes. Em vez de desprezar as ovelhas de CRISTO, o discipulador deve amá-las, aceitá-las em sua individualidade, erguê-las e encorajá-las. Só o amor produz a união de todos [Cl 3.14] e desperta o prazer em trabalhar.

 

EU ENSINEI QUE:

Diótrefes foi apontado como um mau discípulo a não ser um exemplo a ser seguido. Ele encobria sua verdadeira personalidade deixando clara sua hipocrisia, em vez de se tomar um exemplo para a Igreja de Crista

 

2- GAIO, UM VERDADEIRO DISCÍPULO

Gaio honrava a DEUS, ao seu líder, o apóstolo João, e ao seu chamado. Com suas atitudes, de alguém que andava na verdade, era leal e altruísta, deixou um legado de um verdadeiro homem de DEUS, digno de ser continuado por outros. O legado de Gaio foi ter servido com verdade.

  

2.1. Um discípulo verdadeiro 

A verdade é a marca registrada na vida pessoal e ministerial de um discípulo, porque a “Verdade” é JESUS [Jo 14.6]. Gaio foi saudado por João por “andar na verdade” [3 Jo 3], revelando o caráter de alguém confiável. A verdade traz consigo elementos fundamentais na caminhada cristã: amor, perdão e comunhão. O cristão verdadeiro é aquele que abandonou as trevas para andar na luz, aprovando o que é agradável ao Senhor [Ef 5.10].

 

SUBSÍDIO 2.1 - A verdade é aquilo que é certo, que é confiável, que não muda. A palavra verdade no grego aletheia, significa “que é verdade em qualquer assunto em consideração, realidade, de fato, certo”. A verdade se contrapõe à mentira, criada por Satanás [Jo 8.44]. Não se pode servir a DEUS sem “andar na verdade”. Gilbert Keith Chesterton, grande escritor e filósofo inglês, diz: “0 verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes”. O verdadeiro discípulo usa a sua mão para se amparar. Gaio foi reconhecido por essa fundamental qualidade na vida de seu líder, ao ajudar outros irmãos a cumprirem seus chamados.

  

2.2. Um discípulo fiel 

Gaio foi reconhecido por sua fidelidade, sendo destacado por João, ao dizer que ele procedia “fielmente” em tudo o que fazia. Então, entende-se que o discípulo verdadeiro é fiel em casa, no escritório, na igreja, na sociedade etc. A fidelidade de um verdadeiro discípulo deve ser medida em como ele age em toda a sua vida até a sua morte [Mt 25.21]. A fidelidade é um padrão requerido por DEUS a todo discípulo [1Co 4.2]. O discípulo fiel é aquele que recebe o legado para transmiti-lo a outros fiéis [2Tm 2.2]. A fidelidade também é um atributo divino [SI 33.4], por isso exigida de todos que pastoreiam o rebanho de DEUS. DEUS revela Sua aliança e promete proteção aos fiéis [2Ts 3.3].

 

SUBSÍDIO 2.2 - Discípulos de verdade, como Gaio, reconhecem o que é necessário para ganhar o respeito de seus subordinados. Eles se preocupam em se conduzir fielmente, medindo suas palavras, observando suas atitudes, respeitando sua liderança e obedecendo ao Senhor. A lealdade é um conjunto de atitudes que formam um líder com esse caráter – não às vezes, mas sempre. Gaio foi elogiado e visto como um homem de DEUS pela fidelidade.

  

2.3. Um discípulo altruísta

A hospitalidade de Gaio exibia seu coração acolhedor para os missionários que precisavam de abrigo enquanto se locomoviam para cumprir seus chamados. A Igreja Primitiva vivenciava oposição, desconfiança e limitações e, ao mesmo tempo, um grande crescimento [At 12.24]. Gaio não pensava apenas em sua comunidade local, mas em como as demais cidades poderiam receber o Evangelho. Um discípulo altruísta está conectado ao propósito de DEUS e às coisas eternas [2Co 4.18]. O discípulo altruísta deixa um legado para quem convive e para quem nunca o conheceu, assim mostra seu amor a DEUS e ao próximo [1Jo 4.20]. Legado não é somente o que se deixa para as pessoas, mas nas pessoas. A vida vai embora, mas o legado é imortal!

  

SUBSÍDIO 2.3 - A origem da palavra altruísmo é “ausência de egoísmo, interesse para com os outros”. Essa deve ser a causa de todo cristão. Esse era o sentimento que Gaio tinha, cuidando das necessidades das pessoas da igreja local e daqueles que o procuravam e precisavam ser atendidos.

  

EU ENSINEI QUE:

Um cristão verdadeiro, para deixar um legado respeitado e digno de ser seguido, precisa demonstrar verdade, lealdade e pensar nas pessoas

  

3- DEMÉTRIO, UM VERDADEIRO

DISCÍPULO

João falou pouco sobre Demétrio, mas o que falou mostrou que ele tinha um bom testemunho, baseado tanto nas palavras dos outros como em sua autenticidade cristã, confirmado por sua vida e ministério. João registra que a própria verdade dava testemunho dele. Nosso legado é o reflexo do que somos em vida!

  

3.1. Um discípulo inspirador

Demétrio gozava da confiança de seu líder, por isso, segundo estudiosos, ele foi o portador desta carta de João. O nome de Demétrio encerra essa breve carta, como um bom testemunho descrito a Gaio, o destinatário dela. Demétrio era um discípulo inspirador, que andava na verdade [2Co 13.8]. Ele era bem-visto pelas pessoas e pela liderança, e isso o tornava um discípulo virtuoso. Quando um líder como João testifica sobre o ministério de seu liderado, significa que aquelas ações devem ser seguidas, pois mostram amor a DEUS e à Sua obra [1Jo 4.16], Demétrio realizava bem sua missão e era reconhecido por tudo o que fazia [Cl 3.23].

  

SUBSÍDIO 3.1 - Assim como Gaio, Demétrio foi motivo de alegria para seu líder João; um cooperador que deixou um legado de amor à Igreja [Tg 2.8]. A dedicação dos bons revelará gente como Diótrefes, cheio de si e vazio do chamado pastoral. Incapaz de inspirar alguém.

  

3.2. Um discípulo comprometido

Demétrio era comprometido com a obra que estava em suas mãos, o que o fazia ser reconhecido por todos. João diz que ele havia alcançado bom testemunho, mostrando que o verdadeiro discípulo deve buscar crescer no ministério [2Pe 3.18]. Conjectura-se que Demétrio se opôs às obras más de Diótrefes, não se mantendo em jugo desigual com um infiel, o que o fez reconhecido por fazer o bem [2 Co 6.14].

 

SUBSÍDIO 3.2 - John C. Maxwell e Jim Dornan ressaltam que as pessoas hoje estão desesperadas por líderes, mas querem ser influenciadas apenas por indivíduos em que elas possam confiar, pessoas de bom caráter. Quando um discípulo ganha a confiança do seu líder, começa a transmitir segurança a ele e essa é uma das chaves para a influência. Quando as pessoas começam a confiar em seus líderes, o nível de influência deles aumenta. E é aí que começam a impactar a vida delas. Isto revela um crescimento mútuo entre discípulos e discipuladores.

  

3.3. Um discípulo é reconhecido 

Demétrio teve seu nome associado ao bom testemunho da verdade e a confiabilidade de seu líder, o que deveria ser reproduzido como um comportamento aprovado [3Jo 12]. Em poucas palavras João destaca Demétrio como um padrão a ser seguido no Reino de DEUS [1Tm 4.12]. A boa reputação de Demétrio, assim como a de Gaio, veio do reconhecimento de outros, não deles próprios, o que já havia sido recomendado por JESUS [Mt 6.5].

 

SUBSÍDIO 3.3 - João não podia, naquele momento, visitar Gaio pessoalmente, como gostaria, mas podia confiar em alguém que, como Gaio, testemunhasse a verdade, sendo reconhecido como um líder confiável. Fazer o bem faz bem e ser bom é um bom negócio. Demétrio tinha essa característica, ele estava disposto a cooperar com todos, por isso João podia contar com ele. Um importante reconhecimento, que se pode ter é ser cooperador da obra de DEUS [1Co 3.8-9].

  

EU ENSINEI QUE:

O discípulo que deixa um bom testemunho é aquele que é comprometido com o Reino de DEUS, cooperador da obra e que realiza sua missão de mãos dadas com os outros.

  

CONCLUSÃO

Gaio e Demétrio foram discípulos reconhecidos pelo trabalho em prol do reino de DEUS em contraposição ao mau testemunho de Diótrefes. Deixar um legado é cumprir bem a missão de DEUS em amor, verdade e fidelidade a JESUS. Que legado você vai deixar quando morrer?