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Lição 11, A Tolerância Cristã2º trimestre de 2016 - Maravilhosa Graça - O Evangelho de JESUS CRISTO Revelado Na Carta Aos RomanosComentarista da CPAD: Pr. José GonçalvesComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmAQUI VOCÊ VÊ PONTOS DIFÍCEIS DA LIÇÃO - POLÊMICOS
TEXTO ÁUREO"Porque o Reino de DEUS não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no ESPÍRITO SANTO." (Rm 14.17)
VERDADE PRÁTICAOs crentes mais maduros não devem agir egoisticamente, mas precisam atuar como modelo para os mais fracos.
LEITURA DIÁRIASegunda - Mc 12.33 Amar o próximo é melhor que qualquer sacrifício
Terça - 1 Co 13.7 O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta
Quarta - Rm 14.4 Aquele que ama não julga o seu irmãoQuinta - Rm 14.10 Não desprezemos os nossos irmãos
Sexta - Rm 14.12 Cada um dará conta de si mesmo perante DEUS, o Criador
Sábado - Rm 14.13 Deixemos de lado todo julgamento alheio
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 14.1-61 - Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. 2 - Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. 3 - O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come; porque DEUS o recebeu por seu. 4 - Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é DEUS para o firmar.5 - Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. 6 - Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O que come para o Senhor come, porque dá graças a DEUS; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a DEUS.
OBJETIVO GERALMostrar que o crente maduro precisa atuar como modelo para os mais fracos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOSSaber que a igreja em Roma era uma igreja heterogênea;
Explicar que a igreja em Roma era tolerante com os mais fracos;
Compreender que assim como a igreja em Roma, a igreja atual precisa ser acolhedora.
PONTO CENTRALO crente precisa tolerar e amar os mais fracos na fé.
Resumo da Lição 11, A Tolerância CristãI - UMA IGREJA HETEROGÊNEA (Rm 14.1-12)1. A natureza da Igreja.2.Os fracos na fé.3. Os fortes na fé.II - UMA IGREJA TOLERANTE (Rm 14.13-23)1. A lei da liberdade.2. A lei do amor.3. A lei da espiritualidade.III - UMA IGREJA ACOLHEDORA (Rm 15.1-13)1. O exemplo dos cristãos maduros.2. O exemplo de CRISTO.3. O exemplo das Escrituras. SÍNTESE DO TÓPICO I - A Igreja é una, porém é formada por pessoas diferentesSÍNTESE DO TÓPICO II - O crente, alcançado pela graça, precisa ser tolerante com os fracos na fé.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A igreja precisa ser um lugar de acolhimento e não um tribunal.
PARA REFLETIR - A respeito da Carta aos Romanos, responda: O que significa ser uma Igreja una?
Significa que embora seja formada por pessoas de raças diferentes, ela constitui o Corpo de CRISTO. Para ser Igreja, ela precisa atender o critério da unidade. Não há judeus nem gentios, mas a Igreja de DEUS. Ela é, portanto, indivisível.
Segundo a lição, quem são os fracos na fé?
Os crentes fracos eram principalmente cristãos judeus que se abstinham de certos tipos de alimentos, e observavam determinados dias em razão de sua contínua lealdade à Lei de Moisés (Rm 14.6,14).
Segundo a lição, quem são os fortes na fé?
Os fortes eram formados tanto por judeus como por gentios que haviam alcançado um entendimento correto das implicações da Nova Aliança.
O que a lei da liberdade mostrava aos crentes?
A lei da liberdade mostrava aos crentes maduros que eles estavam livres dos rudimentos da Lei de Moisés.
Como deveriam agir os crentes fortes em relação aos fracos?
Paulo respondeu esta questão em Romanos 15.1,2: "Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação."
CONSULTERevista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p41.
SUGESTÃO DE LEITURATesouro de Conhecimentos Bíblicos, O Cristão na Cultura de Hoje, As Obras de Armínio
Comentários de vários autores com alguma modificações do Ev. Luiz HenriquePontos difíceis e polêmicos discutidos durante a semana em nossos grupos de discussão no WhatsApp (minhas conclusões)
"Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo." Romanos 14:17 COMIDA - Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Filipenses 3:19JUSTIÇA - Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Romanos 5:1
PAZ - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Efésios 2:14
ALEGRIA - Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. Lucas 10:21E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Atos 2:46
Não é correto guardar dias, nem o Domingo,mas como nosso dia de descanso concedido pelo governo é o Domingo, entãoaproveitamos esse dia para nos dedicarmos mais ao Senhor e à sua obra. Nossoverdadeiro descanso é em JESUS CRISTO. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendeide mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para asvossas almas. Mateus 11:29 Se fôssemos guardar oDomingo como o judeu guarda o Sábado, não poderíamos nem fazer comida nestedia. Mesmo porque muitos crentes usam este dia para assistir futebol, ir àpraia ou passear, não para se dedicar a DEUS.Não existe nenhum mandamento de DEUS para que guardemos algum dia. As resoluções de Atos 15 são: não comer carne sacrificada a ídolos, não comer carne sufocada e sangue, não viver em prostituição.
Era o dia do Senhor, e eu estava adorando e achei-me no Espírito, quando subitamente ouvi uma forte voz atrás de mim. Era uma voz que soava como um toque de trombeta,
Apocalipse, 10.1
Se referindo ao primeiro dia da semana como referência ao dia em que os cristãos se reuniam para ceiarem juntos
E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite. Atos 20:7
Se fôssemos guardar o Domingo como o judeu guarda o Sábado, não poderíamos nem fazer comida neste dia. Mesmo porque muitos crentes usam este dia para assistir futebol, ir à praia ou passear, não para se dedicar a DEUS.
Portanto, "ninguém ... vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados" (Cl 2:16).
Daniel falou, então, com o guarda, a quem Aspenaz mandou tomar conta dele e de seus três amigos. ‘Experimente-nos por 10 dias’, disse. ‘Dê-nos legumes para comer e água para beber. Depois, compare-nos com os outros rapazes que comem a comida do rei, para ver quem parece melhor.
Por que eles não comeram da mesa do rei?
comendo coisas sacrificadas aos ídolos. O motivo é simples: “Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1 Coríntios 10:21). Vamos fugir da idolatria!
1 Coríntios 8
No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos
JUDEUS expulsos de Roma.Tibério Cláudio Nero César Druso que sucedeu Calígula e antecedeu Nero, teria editado um Decreto expulsando os judeus de Roma, entre os anos de 49 e 50 da era cristã. Eles estavam causando tumulto no império.
Segundo o relato bíblico de Lucas, em Atos, o casal amigo de Paulo de Tarso, Áqüila e Priscila, teriam deixado Roma e se fixado na cidade de Corinto:
"Encontrou ali um judeu chamado Áquila, que era da província do Ponto. Fazia pouco tempo que ele tinha chegado da Itália com Priscila, a sua esposa. Eles tinham saído de lá porque o imperador Cláudio havia mandado que todos os judeus fossem embora de Roma. Paulo foi visitá-los" (Atos 18:2)
Sabe-se que na época de Cláudio ainda não havia uma declarada perseguição do Império Romano aos cristãos embora as províncias da Palestina sempre foram motivo de encrencas para os romanos. Por sua vez, parece-me que o governo de Cláudio, a princípio, teria sido mais equilibrado do que o de Calígula e de Nero.
Romanos - Serie Cultura Bíblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970A- Liberdade Cristã e Amor Cristão (14:1-15:6).a. Liberdade cristã (14:1-12).Paulo desfrutou plenamente sua liberdade cristã. Jamais houve um cristão mais emancipado das inibições e tabus anticristãos. Era emancipado tão completamente da escravidão espiritual, que nem sequer era escravo da sua emancipação. Adaptava-se ao modo de viver dos judeus quando se achava numa sociedade judaica, com tão boa disposição como se adaptava ao modo de vida dos gentios quando vivia entre eles. Os interesses do Evangelho e o supremo bem-estar dos homens e mulheres eram considerações da mais alta importância para ele, e lhes subordinava tudo mais.
Mas sabia muito bem que muitos outros cristãos não eram emancipados tão completamente como ele, e insistia em que fossem tratados com delicadeza. Um cristão podia, em muitos aspectos, ter "fé" fraca, imatura e carente de instrução. Mas devia ser bem recebido, com acolhida calorosa, como cristão, e não ser logo desafiado a debater questões sobre aquelas áreas da vida em que não era emancipado ainda.
Paulo menciona duas áreas da vida em que isso era suscetível de acontecer, e depois se estende a respeito de uma delas. Uma era a comida; a outra era a observância religiosa de certos dias. Alguns cristãos (como o próprio Paulo) não tinham dor de consciência quanto a comer qualquer espécie de alimento; outros tinham escrúpulos acerca de certos tipos de comida. Uns (outra vez como Paulo) não faziam distinção entre dias mais ou menos sagrados, considerando todo dia como "santo ao Senhor"; outros achavam que alguns dias eram mais santos do que outros. Que se deve fazer quando cristãos de tão diversas convicções se acham na mesma comunidade? Devem pôr-se a malhar os pontos em questão, cada lado determinado a converter o outro? Não, diz o apóstolo. Cada qual os resolva em sua mente e em sua consciência. Aquele que desfruta maior liberdade não deve menosprezar o outro julgando-o espiritualmente imaturo. Quem tem escrúpulos de consciência não deve criticar o seu irmão na fé por praticar o que aquele não pratica. Cada cristão é servo de CRISTO, e a CRISTO é que terá que prestar contas, aqui e no porvir. CRISTO morreu, e é o Senhor dos mortos; CRISTO vive, e é o Senhor dos que vivem.
Um cristão não deve julgar outro — pode-se ouvir aqui o eco das palavras de nosso Senhor: "Não julgueis, para que não sejais julgados"? — pois é no tribunal de DEUS que teremos todos de comparecer para prestar contas e receber a devida paga.
Com estas palavras, Paulo insiste inflexivelmente no princípio da liberdade cristã. "O cristão é o mais livre senhor de todos, não sujeito a ninguém." (Lutero.)
1. Não, porém, para discutir opiniões.
AV: "Não para discussões duvidosas". NEB: "Sem tentar resolver pontos duvidosos."2. O débil come legumes.
AV: "Outro, que é fraco, alimenta-se de legumes." Por princípios vegetarianos ou, mais provavelmente, a fim de evitar comer carne de animais que tinham sido consagrados a deuses pagãos, ou não foram abatidos de acordo com as normas judaicas (verDn 1:8,12). Ver também pp. 201 ss.
4. Quem és tu que julgas o servo alheio? para o seu próprio senhor está em pé ou cai.
Ver Mateus 7:1; Lucas 6:37; e as palavras do próprio Paulo em 1 Coríntios 4:3ss.: "A mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por tribunal humano; nem eu tão pouco julgo a mim mesmo (...) quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor. ..."Na presente passagem, a palavra traduzida por "servo" éoikelês, "servo doméstico", não doulos, "escravo".
5. Outro julga iguais todos os dias.
Não há nenhuma palavra no texto grego para "iguais", posto que acrescentada aqui por RV, RSV, NEB, bem como por AV e AA para completar o sentido. Não significa necessariamente que esse "outro" considera todos os dias como profanos; talvez signifique que trata todos os dias como devendo igualmente ser dedicados ao serviço de DEUS — e esta era certamente a atitude de Paulo.
6. Quem distingue entre dia e dia, para o Senhor o faz; e quem come, para o Senhor come.
Portanto, "ninguém ... vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados" (Cl 2:16).
AV acrescenta: "Quem não distingue entre dia e dia, para o Senhor não o faz." Estas palavras, não obstante façam parte do espírito do seu contexto, não constam do texto original. Localizaram-se nos MSS mais tardios e no "Texto Recebido" para estabelecer equilíbrio com a passagem que vem logo depois do versículo: "quem não come, para o Senhor não come. ..."
7. Nenhum de nós vive para si mesmo.
O que Paulo quer dizer, como o demonstra o versículo 8, é que cada cristão vive sua vida à vista de CRISTO, e como Seu servo. Mas o sentido comum dado às palavras, quando citadas fora do seu contexto, segue-se como um corolário: que a vida de cada cristão influi nos seus irmãos em CRISTO e nos seus semelhantes e, portanto, este deve tomar em consideração a sua responsabilidade para com eles, e não consultar só aos seus próprios interesses.
9. CRISTO morreu e ressurgiu.
AV: "CRISTO morreu, e ressuscitou, e reviveu." A redação mais bem documentada diz simplesmente: "CRISTO morreu e viveu" (i. e., viveu de novo); ver RV, RSV, NEB. Em virtude de Sua morte, Ele é Senhor dos mortos; em virtude de Sua ressurreição, é Senhor dos que vivem.
10. Por que julgas a teu irmão?
Não há pecado que os cristãos — especialmente os cristãos "ardorosos" — sejam mais propensos a cometer do que o de criticar os outros. As palavras do apóstolo têm intenção séria. "Não deve o homem pôr a mão na boca antes de criticar os seus irmãos? Quando lançamos julgamentos apressados, mal informados, sem amor e sem generosidade, por certo esquecemos que, se falamos mal deles, ao mesmo tempo falamos mal do Senhor cujo nome eles levam" (H. St. John). Portanto, "não nos julguemos mais uns aos outros" (v. 13).
Todos compareceremos perante o tribunal de DEUS. AV: "... perante o tribunal de CRISTO." Mas a redação melhor credenciada diz: "... perante o tribunal (grego, bêma) de DEUS", como AA (ver RV, RSV, NEB). Mas a redação da AV vai até à primeira metade do segundo século sendo certificada por Policarpo e Márcion.
11.Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua dará louvores a DEUS.
b. Amor cristão (14:13-23).
Tendo Paulo afirmado inflexivelmente a liberdade do cristão, põe-se a demonstrar como se pode e se deve estabelecer limite voluntário a esta liberdade. Ao fazê-lo, amplia a exposição de um dos assuntos que usara para ilustrar a sua afirmação da liberdade cristã — o assunto relacionado com a comida.
A questão de quais os tipos de comida que se podiam e não se podiam comer agitou a igreja primitiva de várias maneiras. Uma destas maneiras afetou mais particularmente os cristãos judeus. As leis judaicas sobre a alimentação, que tinham sido observadas pela nação desde os seus primeiros dias, eram um dos principais traços que distinguiam os judeus de seus vizinhos gentios. Não somente se proibia absolutamente comer carne de certos animais; o sangue de todos os animais era absolutamente proibido, e os animais "limpos" abatidos para alimento tinham de ser mortos de modo que o sangue fosse totalmente drenado. Desde que nunca se poderia ter certeza de que a carne de que se alimentavam os não-judeus estava livre de toda suspeita de ilegalidade num aspecto ou noutro, para um judeu era impossível partilhar de uma refeição com um gentio. Na verdade, era muito difícil um judeu rigoroso compartilhar de uma refeição com outro judeu suspeito de relaxamento nestas questões.
Em memorável ocasião, JESUS abrogou as leis sobre alimentos declarando "limpas" todas as espécies de alimento (Mc 7:19). Pedro, na visão que teve em Jope, no teto da casa de Simão, o curtidor, aprendeu a não considerar impura pessoa alguma que DEUS tivesse declarado limpa, e graças à lição aprendida, consentiu quase imediatamente em visitar o gentio Cornélio, em Cesaréia, e aceitar sua hospitalidade. Mas ia demorar muito a chegar o dia em que a maior parte dos cristãos judeus pensaria em seguir o exemplo dele. Certa ocasião, quando Pedro residia em Antioquia e desfrutava de irrestrita comunhão com os cristãos gentios de lá, um ou mais visitantes procedentes da igreja de Jerusalém chamaram-no e o persuadiram a retirar-se da mesa da comunhão com os gentios e passar a comer somente com os judeus. Seu exemplo começou a ter efeito devastador; mesmo um homem tão liberal como Barnabé se dispôs a segui-lo. Paulo acusou publicamente a Pedro de "representar" — de fazer um papel que não correspondia às suas convicções últimas (Gl 2:11-14). Quando, pouco depois, o Concilio de Jerusalém concordou em que os gentios fossem admitidos à comunhão da igreja, como os judeus, com base na fé em CRISTO, foi acrescentada a condição de que os conversos gentios se abstivessem de alimentos ofensivos aos seus irmãos judeus e se ajustassem às leis matrimoniais judaicas (At 15:20, 29). Tem-se difundido muito a opinião de que jamais Paulo poderia ter tomado parte na decisão acordada (como a narrativa de Atos declara que sim), porque entrava em conflito com os seus princípios sobre a liberdade cristã, e em particular com o seu princípio de que os conversos gentios estavam livres das obrigações da lei judaica. Mas isso não é bem certo. Sempre que os princípios que considerava básicos estavam em jogo, Paulo era inflexível; mas quando eles estavam protegidos, Paulo era o mais conciliador dos homens. Neste caso, uma vez estabelecido o princípio de que os gentios tinham direito de ser arrolados como membros da igreja, sendo para isso suficiente a base da fé em CRISTO, ele próprio seria o primeiro a lembrar aos gentios a sabedoria em colocar limites voluntários à sua liberdade para manterem comunhão com seus irmãos judeus de nascimento, dos quais não se poderia esperar que todos tivessem entendimento tão completamente emancipado como Paulo tinha. Se os cristãos gentios, principalmente os que conviviam com cristãos judeus, com bondade se refreassem de tomar alimentos que os seus irmãos judeus pudessem achar odiosos, a comunhão dos dois grupos seria fomentada. E o fato é que as cláusulas sobre alimentos estabelecidas pelo Concilio de Jerusalém conservavam sua validade em alguns setores da igreja durante muitas gerações.'
Uma das cláusulas sobre alimentação do Concilio de Jerusalém ordenava a abstenção de carne de animais previamente oferecidos em sacrifício a ídolos. Esta questão foi levantada num ambiente rodeado de paganismo; Paulo tratara disso com alguns pormenores em sua correspondência com a igreja de Corinto, alguns membros da qual lhe tinham pedido orientação sobre o assunto (1 Co8:l-13, 10:19-33).
Comprar carne de açougue em cidades pagâs como Corinto e Roma representava um problema de consciência para alguns cristãos. Grande parte da carne exposta para venda no mercado provinha de animais anteriormente sacrificados a alguma divindade pagâ. A divindade pagâ recebia sua porção simbólica; o restante da carne podia ser vendida pelas autoridades do templo aos comerciantes da venda a varejo, e é possível que muitos consumidores pagãos estivessem dispostos a pagar um pouco mais pela carne porque tinha sido "consagrada" a alguma divindade. Entre os cristãos havia alguns que possuíam consciência robusta e entendiam que a carne não melhorava nem piorava por sua associação com a divindade pagâ. Sentiam-se muito bem ao comê-la. Outros não se sentiam muito bem, achando que de algum modo a carne fora "infeccionada" por sua associação com ídolos.
Ao emitir seu julgamento aos coríntios sobre esta questão, Paulo se nivela, por um lado, com os que entendiam que não havia nenhuma realidade substancial nas divindades pagâs, e que o cristão tinha perfeita liberdade de comer dessa carne. Mas o entendimento não é tudo; as exigências do amor deviam ser levadas em consideração. Ele mesmo estava pronto a renunciar à sua liberdade se, ao insistir nela, desse mauexemplo a um irmão em CRISTO de consciência mais fraca. Se um cristão que achava errado comer carne dada a ídolos fosse incentivado pelo exemplo de seu irmão mais forte a comer dessa carne, o resultante prejuízo à sua consciência seria posto na conta da falta de caridade e de consideração do outro.
Mas parece ter-se levantado em Corinto um aspecto da questão mais sério do que os atos de comprar e comer carne de animais consagrados a ídolos. Transparece de 1 Coríntios 8:10 que alguns membros da igreja de Corinto ficavam muito contentes quando recebiam convites de amigos pagãos para freqüentar banquetes em templos pagãos. Nesses banquetes, não era só a carne que era dedicada a um falso deus; tudo na ocasião era expressamente organizado sob os auspícios desse deus. Poderia um cristão, que se assentava à mesa do Senhor, sentir-se igualmente em casa à mesa de um ídolo que, se representava alguma coisa afinal, representava um demônio? Os ultra-libertinos poderiam argumentar que todas as coisas eram lícitas; mas Paulo lhes recordava que nem todas eram úteis, e nem todas edificavam um sólido caráter cristão, quer nos participantes, quer naqueles cujas vidas podiam ser influenciadas pelo seu exemplo. Se, por outro lado, o convite era para participar de uma refeição numa residência particular, o caso era diferente: o cristão estava livre para ir e comer o que servissem, sem fazer perguntas. Mas se via que sua atitude face à carne que fora dedicada a ídolos passava a ser um teste da genuinidade do seu cristianismo, faria bem em deixar de comê-la. A glória de DEUS e o bem-estar espiritual dos outros devem constituir os principais pontos de consideração quanto a comer e beber, e quanto a tudo mais.
Questões de consciência em relação a estas matérias estavam sujeitas a levantar-se também em Roma, como acontecera em Corinto. A igreja de Roma, incluindo cristãos judeus e gentios, podia desintegrar-se rapidamente se alguns grupos insistissem em exercer plenamente sua liberdade cristã sem dar a mínima consideração aos escrúpulos de outros. Se, por outro lado, aqueles cujas consciências se haviam emancipado por completo quanto a isso, restringissem voluntariamente sua liberdade no interesse de outros que não tinham alcançado o mesmo estágio de maturidade espiritual, a igreja se tornaria uma perfeita escola do amor cristão. Foi a isto que Paulo instou com os cristãos de Roma, e o testemunho da história mostra que aprenderam bem a lição.
O bem conhecido exemplo do próprio Paulo deve ter acrescentado grande peso à sua exortação. "Sendo livre de todos", disse ele em outro lugar, "fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível" (1 Co 9:19). Com toda a sua emancipação,estava pronto para restringir sua liberdade sem limites se seu irmão mais fraco recebesse alguma ajuda com isso. Considerava todas as espécies de comida como kosher("certas", "lícitas"), mas se o seu exemplo, ao comer certas espécies de comida, ia prejudicar alguém, ele as evitaria. A comida é um meio para um fim, não um fim em si mesma. Um tipo de comida serve tanto como outro qualquer, e seria uma pena fazer atrofiar-se uma alma em crescimento, atrofiar-se o desenvolvimento da obra de DEUS, por uma coisa tão sem importância como um tipo particular de comida. Não é de comida e bebida que o reino de DEUS se ocupa, mas de justiça, paz e alegria no ESPÍRITO. Deve-se fazer com que a questão de comida e bebida seja subserviente àquelas coisas que são realmente importantes.
É bom ser forte na fé; é bom ser emancipado de consciência. Mas os. cristãos não são indivíduos isolados, cada qual vivendo para si; são membros de uma comunidade, e é responsabilidade de todos — mormente dos membros mais fortes e mais maduros — promover o bem-estar da comunidade.
13. Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de ...AV: "Não nos julguemos ... mas julgai ..." Na primeira frase, "julgar" significa "criticar" (exercer juízo crítico); na segunda, significa "decidir". Em grego (krinõ), como em inglês (e em português) a mesma palavra tem os dois sentidos.
Tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo a vosso irmão. A espécie de pedra de tropeço ou impedimento que Paulo tem em mente é o exemplo que poderia levar outra pessoa a pecar. Um cristão vem a "tropeçar" (v. 21) se, ao seguir o exemplo de um cristão mais emancipado, faz alguma coisa que a sua consciência não aprova realmente. Como conseqüência, a vida espiritual sofrerá grave dano. Seria melhor que o cristão mais emancipado auxiliasse o seu irmão "mais fraco" a ter uma consciência mais esclarecida; mas este é um processo que não pode ser apressado.
14. Eu sei, e disso estou persuadido no Senhor JESUS, que nenhuma cousa é de si mesma impura.
Provavelmente Paulo sabia do pronunciamento do nosso Senhor sobre este assunto, registrado para nós em Marcos 7:14-19.
Salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura. Este modo de compreender a questão, completamente de acordo com o ensino de CRISTO (Mc 7:20-23), tem implicações de grande alcance. O pecado, a corrupção moral, o mundanismo — e assim por diante — localizam-se na mente das pessoas, e não nos objetos materiais. Ver Tito 1:15.
15. Por causa da tua comida não faças perecer aquele.
RSV: "... não deixe que o que você come arruine aquele ..."; NEB: "Não leve desgraça a um homem com aquilo que você come ..."
A favor de quem CRISTO morreu. A medida divina do valor de um ser humano.
16. não seja, pois, vituperado o vosso bem.
NEB: "O que para você é uma coisa boa, não se torne ocasião para conversação caluniosa."17. O reino de DEUS não é comida, nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria.
Ver Mateus 6:31 ("Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos?") Mateus 5:6, 9, 10, 12 ("Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. ... Bem-aventurados os pacificadores. ... Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. ... Regozijai-vos e exultai ..."). Um interessante paralelo da construção deste versículo é-nos dado em 1 Coríntios 4:20: "O reino de DEUS consiste, não em palavra, mas em poder" (sendo que o "poder" é, naturalmente, o do ESPÍRITO SANTO).
No ESPÍRITO SANTO. Como no capítulo 8, o ESPÍRITO SANTO leva os crentes ao usufruto, aqui e agora, dos benefícios da herança vindoura. Para o apóstolo, "o reino de DEUS" (em distinção do presente reino de CRISTO) é a futura herança do povo de DEUS (ver 1 Co 6:9s., 15:50; Gl 5:21; Ef 5:5; 1 Ts 2:12; 2 Ts 1:5); mas "no ESPÍRITO SANTO" as bênçãos da herança futura já podem ser desfrutadas.
19. Seguimos as cousas (...) da edificação de uns para com os outros.
"Edificar outro" é edificar-lhe uma personalidade cristã estável, e assim (quando todos estivermos envolvidos nesta atividade) "edificar a vida comum" (NEB).
20. È mau para o homem o comer com escândalo.
AV: "É mau para o homem que come com ofensa." NhB: "Tudo é mau para o homem que, pelo que come, faz outro cair." Isto é coisa bem diferente de "fazer ofensa" no sentido moderno.
21. [Ou se ofender, ou se enfraquecer].
Estas palavras estão ausentes do texto mais bem credenciado (razão por que AA as coloca entre colchetes). Originalmente é possível que fossem glosas marginais sobre o verbo "tropeçar" que as precede.
22. A fé que tens.
AV: "Tens fé?" "Fé", neste sentido, é uma firme e inteligente convicção perante DEUS, de que se está fazendo o que é certo, a antítese de sentir-se alguém auto-condenado naquilo que se permite a si mesmo fazer.
23. Aquele que tem dúvidas, é condenado, se comer.
"Condenar" aqui significa que o homem que faz algo acerca do que sua consciência fica intranqüila, está condenado em seu coração e contrai sentimento de culpa; o homem que faz algo sabendo que é lícito e correto, faz isso "de fé". Há saudável significação no incidente apócrifo inserido no Codex Bezae em seguida a Lucas 6:4, que conta como o nosso Senhor, "vendo um homem a trabalhar no sábado, disse-lhe: 'Homem, se deveras sabes o que estás fazendo, és bem-aventurado; mas se não sabes, és maldito e transgressor da lei' ".
E tudo o que não provém de fé é pecado. NEB: "Porque a sua ação não provém da sua convicção."
As palavras que se seguem à citação encarnam um princípio presente em todo o Novo Testamento, onde quer que o Velho Testamento seja citado ou mencionado. As lições sobre a tolerância que os escritos do Velho Testamento inculcam, e o estímulo que dão à fidelidade, constituem forte incentivo ao sustento da esperança cristã. Paulo apresenta-lhes também um forte incentivo ao fortalecimento da união fraternal, e ora para que o DEUS que ensina a Seu povo a tolerância e os supre de ânimo, através destes escritos lhes assegure unidade no entendimento, de modo que Ele seja glorificado pelo testemunho unido dado por eles.
1. Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos fracos.
Ver Gálatas 6:Is.: "Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós que sois espirituais, corrigi-o, com o espírito de brandura. (...) Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de CRISTO."
2. Cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação.
NEB: "... pense no que é para o seu bem e edifique a vida comum." (Ver 14:19; Fp 2:3s.)
3. As injúrias dos que te ultrajavam, caíram sobre mim.
Citação do Salmo 69:9. Este salmo de aflição, como vimos, cedo foi interpretado na igreja como uma profecia da paixão e da retribuição de CRISTO alcançando os Seus perseguidores. Visto que o salmo é dirigido a DEUS, estas palavras implicam em que JESUS suportou injúrias e insultos por Sua fidelidade a DEUS, sendo que podia tê-lo evitado escolhendo um caminho mais fácil.
4. Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.
Compare-se com a afirmação do mesmo princípio em 1 Coríntios 10:6, 11. As Escrituras (aqui, naturalmente, as Escrituras do Velho Testamento) dão ampla evidência da fidelidade de DEUS, principalmente quando lidas à luz do cumprimento delas feito por CRISTO; daí, os leitores dessas Escrituras são incentivados a pôr sua confiança no Senhor e a esperar pacientemente por Ele.
5. O mesmo sentir de uns para com os outros, segundo CRISTO JESUS.
B- CRISTO e os Gentios (15:7-13).
O que quero dizer é isto, continua ele: CRISTO não veio para receber serviço, mas para prestá-lo — primeiro aos judeus, para cumprir ás promessas que DEUS fizera aos antepassados deles, e depois aos gentis, - para que estes também glorificassem a DEUS por Sua misericórdia. Mas se a dádiva do Evangelho aos judeus cumpriu as promessas do Velho Testamento, o mesmo se pode dizer da evangelização e da conversão dos gentios. E Paulo acrescenta uma cadeia de testimonia do Velho Testamento em que os gentios são apresentados como louvando o DEUS de Israel e colocando sua esperança no Messias de Israel.
A maneira pela qual DEUS daria aos gentios crentes a bênção e a extensão desta — a bênção da sua incorporação ao lado dos judeus na comunidade do povo de DEUS — podia ser um mistério mantido oculto desde as mais primitivas gerações até virem a ser uma realidade mediante o ministério de Paulo (Cl l:25ss.; Ef 3:2ss.). Mas o fato de que os gentios seriam abençoados pelo Evangelho, Paulo vê como algo claramente predito nos tempos do Velho Testamento. Isto significa que ele via o seu ministério como um meio empregado por DEUS para o cumprimento de Suas promessas aos gentios.
Unia oração para que tivessem abundante alegria e paz, fé e esperança, conclui esta divisão da epístola — divisão que apresenta o modo cristão de viver.
7. Portanto, acolhei-vos uns aos outros.
Assim RSV. (AV: "... recebei uns aos outros".) A idéia é: recebam os seus irmãos em CRISTO em seus corações e em seus lares. Se o exemplo de CRISTO for seguido, como Paulo ordena, a acolhida será sem reservas, e DEUS será glorificado pelo amor mútuo e pela bondade mútua dos que são o Seu povo. É possível que Paulo esteja pensando especialmente — embora de modo nenhum exclusivamente — na prática irrestrita da comunhão entre os cristãos judeus e gentios.
Como também CRISTO nos acolheu. Há boa evidência textual em favor de "vos" (humas) contrariamente a "nos" (hêmas); ver RV, RSV (NEB, seguindo o texto de Nestle-Kilpatrick, diz "nos"). "Esta é a razão por que eles devem permanecer unidos, e não desprezar-se uns aos outros, porquanto CRISTO não desprezou nenhum deles."
8. CRISTO.
Assim também RV, RSV e NEB, e assim deve ser, ao contrário de AV, que diz: "JesusCristo".
Foi constituído ministro da circuncisão. Ver NEB: "Fez-se servo do povo judeu." Segundo o próprio testemunho de CRISTO, durante o Seu ministério terreno não foi "enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 15:24). O substantivo traduzido por "ministro" é diakonos. Podemos comparar isto com as palavras de CRISTO (AV): "O Filho do homem não veio para ser 'ministrado' {diakonêthênai), mas para 'ministrar' (diakonêsai)" (Mc 10:45), e: "No meio de vós, eu sou como quem serve" (Lc 22:27).
Em prol da verdade de DEUS. Isto é, "para manter a verdade de DEUS concretizando as promessas por Ele feitas aos patriarcas" (NEB).
9. Por isso eu te glorificarei entre os gentios, e cantarei louvores ao teu mone.
Quanto à primeira parte do versículo, AV diz: "Por esta causa eu te confessarei"; RV diz: "... dar-te-ei louvor". Citação do Salmo 18:49, onde Davi, tendo incluído nações não-israelitas em seu império, conta-as como pertencentes agora à herança do DEUS de Israel. Quanto à aplicação cristã desta idéia, ver a citação que Tiago faz de Amos 9:lis. (LXX) no Concilio de Jerusalém (At 15:16s.).
10. Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo.
12.Haverá a raiz de Jessé, aquele que se levanta para governar os gentios; nele os gentios esperarão.
13. E o DEUS da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer. O titulo "DEUS da esperança" talvez tenha sido sugerido pelas palavras de Isaías 11:10 citadas no versículo anterior (AA e RV). Ver14:17, em que se mencionam a paz e a alegria, ou gozo, como bênçãos do reino de DEUS. Porque DEUS é "o DEUS da esperança" — o DEUS que nos dá esperança nele mesmo — os crentes já podem desfrutar estas bênçãos. Para que sejais ricos de esperança no poder do ESPÍRITO SANTO. Uma vez mais, é o ESPÍRITO que capacita os crentes em CRISTO a experimentarem nesta vida as bênçãos da vida por vir. O grande objetivo da sua esperança é a glória de DEUS (5:2).
INTRODUÇÃO
Estudamos na primeira parte da Epístola aos Romanos a teologia paulina da justificação pela fé, sem as obras da lei, centrada em 1.17; 3.28. Nas duas últimas lições estudamos a parte prática, começando com a consagração a Deus e depois o nosso compromisso com o Estado. De 14.1 a 15.6 o apóstolo discorre sobre a tolerância — o cristão não deve julgar e nem criticar o outro. É o tema que vamos estudar hoje.
I. JUDEUS E GENTIOS FORMANDO A IGREJA
1. A ética judaica. Os judeus tem um alto padrão de conduta e um modus vivendi exemplar, porque isso aprendem nas sinagogas todos os sábados (At 15.21). Uns achavam que o padrão judaico devia ser vivido pelos gentios e não somente isso, que tal procedimento era condição para salvação. Os pontos básicos eram a guarda do sábado, a circuncisão (At 15.1,5) e a prescrição dietética da Lei de Moisés, que os judeus ainda hoje chamam de kash'rut (At 15.20,28).
2. Salvação pelas obras? As seitas e as religiões falsas acrescentam algo mais que a fé para a salvação. Aplicar essa conduta judaica aos gentios era o mesmo que afirmar que a graça do Senhor não era suficiente. A Lei de Moisés seria o complemento para a salvação. Isso reduziria o Cristianismo a uma mera seita do Judaísmo e além disso confundiria aquele com a identidade judaica.
3. A ética dos gentios. Os gentios não aprenderam os bons costumes porque nunca tiveram quem os ensinasse, por essa razão o modus vivendi deles era precário. Agora ambos os povos formam a Igreja (1Co10.32). Eles foram transformados pelo poder do Espírito Santo. Deviam, portanto, mudar sua maneira de viver, mas nem por isso estavam obrigados a viver como judeus (At 15.10,11).
II. QUANTO AO ALIMENTO
1. Enfermo e fraco (vv.1,2). As palavras, “enfermo” e “fraco” não significam, nesse contexto, fé vacilante, mas imaturidade nas questões práticas, pois muitos deles são sinceros e tementes a Deus. A questão não era sobre pontos vitais da doutrina cristã; do contrário, não seriam membros da Igreja, mas sobre assuntos secundários.
a) Não contender. “Recebei-o” significa que devemos receber a cada irmão como ele é e não como queremos que ele seja. Não temos o direito de impor a ele a nossa maneira de ver o Cristianismo, nem discutir na tentativa de convencê-lo do contrário (1Co 11.16; 1Tm 6.4). Devemos recebê-lo com amor sincero dentro da fraternidade cristã.
b) Convivendo com os enfermos e fracos. A questão dos bêbados, por exemplo, a Bíblia diz que os tais não herdarão o reino de Deus — a menos que se convertam (1Co 6.10,11). O crente que se associa com os tais está pecando (1Co 5.11). Não é o caso aqui. Esses enfermos e fracos são nossos irmãos que ainda não se emanciparam de sua escravidão espiritual.
2. Legumes (v.2). Convém lembrar que o vegetarianismo religioso teve a sua origem no hinduísmo. Os gnósticos eram também vegetarianos. Havia até os que considerasse canibais aquele que comesse carne. Talvez alguns judeus tivessem chegado a esse extremo por causa de uma interpretação judaica forçada de Deuteronômio 14.21: “Não cozerás o cabrito com o leite da sua mãe”. Não é permitido ao judeu consumir a carne do cabrito juntamente com o leite da cabra, mãe do animal, como faziam os povos idólatras, vizinhos de Israel. Os judeus, portanto, evitando correr o risco de o leite comercializado ser da mãe do cabrito comprado no açougue, resolveram proibir o consumo de carne com leite.
3. Restrição alimentar dos cristãos. A única restrição alimentar dos cristãos está na determinação do Concílio de Jerusalém (At 15.20,28), com relação ao sangue, carne sufocada e sacrificada aos ídolos. Mesmo assim, essa determinação parece mais injunções do que ordenanças obrigatórias (Rm 14.13-16; 1Co 8.7-13; 10.27-29), pois, Paulo defendia essa liberdade cristã (vv.14,20; 1Co 10.25; 1Tm 4.4,5).
4. Evitando o risco. O crente fraco ou enfermo mencionado nos vv.1,2 deve ser judeu muito escrupuloso quanto à alimentação, o qual resolveu ser vegetariano para evitar o risco de comer carne sacrificada aos ídolos ou sufocada. Abster-se de alimento por questões de saúde é algo pessoal. Praticar, porém, tal coisa como condição para ir ao céu, a ponto de criticar os que não seguem esse padrão, isso caracteriza seita.
III. A QUESTÃO DOS DIAS
Provavelmente, a expressão “um faz diferença entre dia e dia” (v.5) trata-se dos dias especiais de festa segundo as leis cerimoniais do Antigo Testamento. O comentário da é do parecer que alguns cristãos, mormente os judeus cristãos, ainda consideravam que os dias sagrados do Antigo Testamento continuavam válidos, ao passo que muitos outros os tinham como dias comuns.
1. O sábado. O fim do sábado estava previsto nos profetas (Os 2.11). A palavra profética previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33) e o fim do sábado que se cumpriu em Jesus (Cl 2.14-17). A questão não é o sábado em si, mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo Concerto (Hb 8.6-13), por essa razão o sábado não aparece nos quatro preceitos de Atos 15.20,29.
2. O sábado cerimonial. As festas judaicas eram anuais, mensais ou lua nova, e semanais (1Cr 23.31; 2Cr 2.4; 8.13; 31.3; Ez 45.17). O sábado cerimonial ou anual já está incluído na expressão “dias de festa”, que são as festas anuais; “lua nova”, mensais; e “dos sábados”, festas semanais (Cl 2.16). No versículo seguinte o apóstolo diz: “Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.17). Isto é: são figuras das coisas futuras, que se cumpriram em Jesus. Por isso que Jesus afirmou ser Senhor do sábado (Mc 2.28).
3. Constantino e o Domingo. Afirmar que o imperador romano, Constantino, substituiu o sábado pelo domingo é uma falácia. A palavra “domingo” significa “dia do Senhor”. Isso porque nesse dia Jesus ressuscitou (Mc 16.9). O primeiro culto cristão aconteceu num domingo (Jo 20.1) e o segundo também (Jo 20.19,20). As reuniões cristãs de adoração aconteciam no primeiro dia da semana (At 20.7; 1Co 16.2). Aos poucos essa prática foi se tornando comum, sem decreto e sem imposição. Foi algo espontâneo. O imperador apenas confirmou uma prática cristã antiga.
4. Lição prática. O apóstolo conclui que “cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo” (v.5b) e que “aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz” (v.6). Isto é: quando adoramos não é tão importante, quanto o que, como e por que adoramos. O que realmente importa é Cristo ser o centro em tudo quanto o crente faz.
IV. A PREOCUPAÇÃO DO APÓSTOLO
1. O que o apóstolo condena? (vv.4,10). Nem o crente enfermo ou fraco e nem o mais esclarecido espiritualmente são a preocupação do apóstolo. Isso porque ambos agiam de forma diferente com o propósito de servir a Deus (vv.6,7). O que ele condena é a crítica e não essas práticas: “Quem és tu que julgas o servo alheio?” (v.4) “Mas, tu, por que julgas teu irmão?” (v.10). A preocupação do apóstolo era evitar divisões na Igreja por causa de assuntos secundários.
2. O respeito à consciência cristã. O apelo do apóstolo era que houvesse respeito mútuo entre os crentes. Cada um deve seguir a sua consciência cristã (v.5). Se algo lhe parece pecado, se a consciência lhe acusa, não deve praticar tal coisa, pois se assim fizer estará pecando (v.23). Nem por isso deve criticar os outros (Tg 4.11,12).
3. Cada um prestará contas a Deus (vv.10-12). Com essas palavras o apóstolo está dizendo que devemos deixar as coisas secundárias com a pessoa e Deus. Ninguém tem o direito de interferir na vida privada do cristão. As questões do alimento e dos dias são de somenos importância, mas a crítica Deus não tolera (Pv 6.16-19; Tg 1.26).
CONCLUSÃO
Na Igreja atual existe também os mesmos problemas, de maneira ainda mais dilatada, pois as práticas sociais vão aumentando a cada dia que se passa. A melhor solução é olhar para Jesus, Autor e Consumador da fé (Hb 12.1,2) e não à vida alheia. Seu dever é orar por aquele que, por causa de certas práticas, você considera fora da Palavra de Deus, e não criticá-lo, pois em cada crente o desenvolvimento da sua consciência depende do conteúdo bíblico doutrinário nela entesourado e da maturidade espiritual desse crente.
Subsídio Doutrinário
“O dever do crente sadio para com o ‘enfermo na fé’, é o que trata o apóstolo Paulo. Da mesma forma que hoje nos deparamos com os crentes fracos na fé, que facilmente se ofendem e se escandalizam, também, havia isso entre os crentes em Roma. Era um grupo de crentes, não muito grande, mas que merecia a atenção do grande apóstolo.
14.1. Esses crentes são tratados como ‘enfermos’ na fé, por isso, devem merecer o nosso amor complacente para com as suas fraquezas. Há coisas em que a consciência dos homens diverge e não convém discutir, nem querer provar o contrário. Pelo fato de serem ‘enfermos na fé’ não devem ser rejeitados no meio da igreja, mas Paulo diz: ‘Recebei-os’. Disputar com eles seus preconceitos não vale a pena, não traz benefício a ninguém. A verdade é que dentro da igreja existiam dois grupos bem distintos: os mais abertos e liberais e os extremistas, ou excessivamente escrupulosos.
14.2,3,4. Neste texto o fraco deve ser recebido com amor porque Deus o recebeu (v.3), e é ‘servo do Senhor’ e não servo dos nossos preconceitos e interesses. Diz Paulo: ‘Para seu próprio Senhor está em pé ou cai’ (v.4), isto significa que não temos o direito de julgar os outros, não importa o estado da pessoa, se está em pé ou caído, o julgamento é do Senhor.
14.5,6. A divergência de consciência quanto aos hábitos e costumes existe. Essas questões devem ser tratadas de acordo com a relação com Deus. A questão de certo e errado tem sido uma barreira para muitos, mas isto não nos compete julgar, antes devemos nos basear, para esse julgamento, na responsabilidade pessoal de cada um.
14.7-9. Nestes versículos está a solução apontada. Todos são do Senhor e vivem para o Senhor. Portanto, fracos ou fortes, todos estamos ‘em Cristo’” (Carta aos Romanos, CPAD).
Subsídio Teológico
O Dicionário Teológico, CPAD, traz uma definição clara de consciência com aplicação aos cristãos e que se encaixa ao que o apóstolo quis dizer no v.5: “Do latim, conscientia, senso íntimo. Voz secreta que temos na alma que aprova ou reprova nossos atos. E alimentada pelo direito natural que o Todo-Poderoso incutiu em cada ser humano. Se a consciência não for devidamente educada, fatalmente será induzida a esquecer-se dos reclamos divinos. Eis a melhor forma de se educá-la: instrui-la na Palavra Deus”.
Referências Bibliográficas (outras estão acima)Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmwww.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htmDicionário Vine antigo e novo testamentos - CPADManual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPADDicionário de Referências Bíblicas, CPADAs Disciplinas da Vida Cristã; CPADHermenêutica Fácil e descomplicada, CPADRevistas antigas - CPADRomanos - Serie Cultura Biblica - ROMANOS - INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D. - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, Caixa Postal 21486, São Paulo-SP 04602-970