Lição 12 - Não Cobiçarás Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos Tema: OS DEZ MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança Comentários: Pr. Esequias Soares
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Veja Pecado de Acã - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-ldj-amaldicaodopecado.htm Veja Vinha de Nabote - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-eemp-1tr13-avinhadenabote.htm
Satanás queria o lugar de DEUS - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao6-dns-osperigosdaambicao.htm TEXTO ÁUREO"De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste." (At 20.33)
VERDADE PRÁTICAA cobiça é a raiz da qual surge todo pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática. LEITURA DIÁRIASegunda – Gn 3.6 A queda do homem começou com a cobiça daquilo que não era seu.
Terça – Pv 6.25 A beleza é também uma porta para a entrada da cobiça
Quarta – Mt 5.28 A cobiça é um pecado que gera outros tipos de pecado
Quinta – Rm 7.7 O apóstolo Paulo mencionou a cobiça como fonte da concupiscência
Sexta – 1 Co 10.6 O cristão deve aprender a lição dos israelitas no deserto sobre a cobiça
Sábado – Tg 1.14,15 Ninguém é suficientemente forte para brincar com o pecado e sair ileso longe de mexericos LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 20.17; 1 Reis 21.1-5,9,10,15,16 Êxodo 20.17 Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.1 Reis 21.1-5,9,10,15,16 1 E sucedeu, depois destas coisas, tendo Nabote, o jezreelita, uma vinha que em Jezreel estava junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria, 2 que Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha, ao pé da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor do que ela; ou, se parece bem aos teus olhos, dar-te-ei a sua valia em dinheiro. 3 Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais. 4 Então, Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jezreelita, lhe falara, dizendo: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão. 5 Porém, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está tão desgostoso o teu espírito, e não comes pão? 9 E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo.10 E ponde defronte dele dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra DEUS e contra o rei; e trazei-o fora e apedrejai-o para que morra. 15 E sucedeu que, ouvindo Jezabel que já fora apedrejado Nabote e morrera, disse Jezabel a Acabe: Levanta-te e possui a vinha de Nabote, o jezreelita, a qual ele te recusou dar por dinheiro; porque Nabote não vive, mas é morto. 16 E sucedeu que, ouvindo Acabe que já Nabote era morto, Acabe se levantou, para descer para a vinha de Nabote, o jezreelita, para a possuir. OBJETIVO GERALApresentar a sutileza do último mandamento do Decálogo. OBJETIVOS ESPECÍFICOSTratar a abrangência e objetivo do último mandamento.
Mostrar o real significado da cobiça.
Ressaltar as consequências nefastas da cobiça mediante o exemplo da vinha de Nabote. INTERAGINDO COM O PROFESSORTodo ser humano tem desejos e vontades, e não existe nenhum mal nisso. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo ardente de possuir ou conseguir a todo custo o que pertence ao próximo. Tomemos como exemplo o rei Acabe. Ele poderia ter a terra que desejasse, mas tomado pela cobiça, desejou o vinhedo do seu próximo e não mediu esforços para conseguir. Cometeu abuso de poder, mentiu, inventou um plano sórdido e fez com que um homem inocente perdesse a vida. A cobiça é o resultado da maldade humana. PONTO CENTRALÉ pecado o desejo ardente de possuir ou conseguir alguma coisa que pertence ao próximo.
Resumo da Lição 12 - Não Cobiçarás I. O DÉCIMO MANDAMENTO1. Abrangência.
2. Objetivo.
3. Contexto.
4. Esclarecimento.
II. COBIÇA1. Significado.
2. Cobiçar.
3. O texto paralelo.
III. A VINHA DE NABOTE1. Proposta recusada.
2. O direito de propriedade.
3. O pecado de Acabe e Jezabel.
4. O casal não contava com uma testemunha verdadeira.
SÍNTESE DO TÓPICO I - A finalidade do décimo mandamento é erradicar o desejo perverso de querer o que é do próximo.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A cobiça é o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O episódio da vinha de Nabote nos mostra quão terrível é a cobiça e quais são suas consequências Comentários de vários livros, com alguns acréscimos do Ev. Luiz Henrique Existe ambição (desejo) sadia e existe também ambição (desejo) doentia. Ambicionar dons do ESPÍRITO SANTO é bom. Ambicionar ser obreiro é bom. ambição (desejo) sadia Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja. 1 Coríntios 14:12 Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. 1 Timóteo 3:1 ambição (desejo) doentia, que é pecado Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Mateus 5:28 Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela.Josué 7:21 Paulo prega contra a cobiça - De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Atos 20:33 A cobiça, na maioria das vezes, quer e deseja aquilo que o outro possui, não é ter igual a este, mas ter o que ele tem para diminuir ao próximo diante de si mesmo e dos outros. Mesmo essa pessoa tendo o melhor ela quer o que é do outro. Exemplos: Satanás queria o lugar de DEUS e receber a adoração que DEUS recebe. Concupiscência é ambição, é pecado de cobiça. Gênesis 3:6 - EVA - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Mulher de Potifar queria a juventude de José. Absalão queria o lugar do pai. Acabe e Nabote – ver na parte 3 - Propriedade do vizinho. Acabe não se interessava pela importância da lei de DEUS e nem pela família que mantinha suas posses para deixar para seus filhos uma herança dada por DEUS - Ele era rico e poderoso, pensava que podia comprar o que quisesse, inclusive a consciência das pessoas. NÃO COBIÇARÁS "Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo" (Êx 20.17).
Quem pode entrar na consciência de alguém e desvendar o que se passa por lá? Graças a DEUS ninguém possui tal capacidade, exceto o próprio DEUS na pessoa do ESPÍRITO SANTO. Este fala à nossa consciência e coração. Quaisquer crentes têm uma voz interna a falar automaticamente ao coração quando o desejo insano de se apropriar do que pertence aos outros brota no coração. O ESPÍRITO SANTO fala conosco!
Atentai para o ensinamento do Evangelho: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.27,28). Quer dizer que basta um olhar para caracterizar o pecado de adultério? Mas quem julgará isso? Ora, simples: o ESPÍRITO SANTO que fala à consciência da pessoa. O que JESUS nunca propôs é que apenas os atos visíveis sejam transformados. O nosso Senhor ataca a raiz dos problemas. Enquanto muitos escribas supervalorizavam o exterior e as obras que faziam, JESUS de Nazaré queria saber da motivação das pessoas. Qual a nossa motivação de ir à Igreja? De estar com pessoas? Será que a motivação é nobre? Autêntica? Legítima? Pura?
Hoje em dia, propagandas na televisão, no rádio, nas revistas, na internet e em todo lugar possível são feitas para alimentar o consumismo no povo. Tais propagandas criam pseudo-necessidades para as pessoas sentirem-se infelizes, até mesmo inferiores as outras enquanto não tiver adquirido aquele objeto da propaganda. Fabricantes de marcas famosas não têm o pudor de usarem os corpos das mulheres para popularizar suas marcas. Usam as mulheres como iscas em anzol para atrair consumidores a fabricas dos seus produtos. O consumismo tem dominado tanto a vida das pessoas que leva quase todos a violarem o princípio do décimo mandamento.
Revista ensinador. Editora CPAD Ano 16 - N° 61. pag. 42.
INTRODUÇÃO
O Decálogo conclui com um mandamento que proíbe o desejo ilícito, a cobiça sem sugestão alguma de ato, pois diz respeito primariamente à motivação, e não à ação concreta. A cobiça é um mal devastador muito comum ainda hoje em nossa cultura ocidental materialista. Trata-se de uma atitude de natureza interna que pode expressar-se em ato real. Toda ação boa ou ruim começa no pensamento. Os outros mandamentos proíbem atos; aqui, a proibição diz respeito ao desejo, não ao desejo em si, mas ao desejo daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar bens e conforto, as coisas boas de que necessitamos na vida.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 131-132.
Controlando os desejos (v. 17). O primeiro e o décimo mandamentos tratam daquilo que se encontra no coração, enquanto os outros oito concentram-se em ações exteriores. Pessoas gananciosas transgridem todos os mandamentos de DEUS a fim de satisfazer seus desejos, pois o coração do pecado é o pecado no coração (Mt 15:19). Cobiçar é alimentar desejos interiores por qualquer coisa que DEUS considera pecaminosa. Foi esse mandamento que "abateu" Saulo de Tarso e que convenceu esse fariseu bem-sucedido de que ele era um pecador (Rm 7:1-14; ver Lc 12:15; Ef 5:3; Cl 3:5).
Os dez mandamentos terminam com uma ênfase no bom relacionamento com nosso próximo, pois o segundo maior mandamento é amar ao próximo como a si mesmo (Mt 22:34-40; Lv 19:18). Se amamos nosso próximo, não cobiçamos o que ele tem, não roubamos dele, não mentimos sobre ele nem fazemos qualquer uma das coisas que DEUS proíbe em sua Palavra. Por isso, o amor é o cumprimento da lei (Rm 13:8-10). No entanto, só DEUS pode mudar o coração pecaminoso (Hb 10:14-18), dando-nos o amor de que precisamos para lhe obedecer e levando-nos a nos preocupar com os outros (Gl 5:22-26; Rm 5:1-5).
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A. T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 291.
O Décimo Mandamento (v. 17). Não cobiçarás ... O verbo traduzido cobiçar , em hebraico, significa um "messy, desejo egoísta e indomável" e "ter prazer em". Então, tem um duplo significado; é um desejo secreto de algo que pertence a outro, e é uma ação que vem da vontade de assumir desejada (ver 34:24, Dt 07:25) .. Este comando e o oitavo garantia do direito fundamental à propriedade privada.
O mandamento é uma proibição contra a inveja. O membro da comunidade não deve cobiçar as coisas da família de seu vizinho, ou sua propriedade, nada do que ela tem. Tudo que você precisa é um dom de DEUS, e cobiçar o que seu vizinho é desprezar o que ele tem. Então, a cobiça é rejeitar a providência de DEUS. O primeiro mandamento havia estabelecido o relacionamento correto com DEUS. A última é a correta relação um ao outro; no entanto, isso depende da relação primária com o Senhor.
Daniel Carro; José Tomás Poe; Ruben O. Zorzoli. Comentário bíblico mundo hispano. Editora Mundo Hispanico.Casa Batista de Pulblicaiones.
I. O DÉCIMO MANDAMENTO
1. ABRANGÊNCIA.
O décimo mandamento aborda a responsabilidade do israelita sobre o pecado do pensamento. É um recurso divino que DEUS proveu para habilitar o israelita a obedecer os mandamentos anteriores. A cobiça é um dos piores pecados, o pecado que não se vê. Essa é a sua característica distintiva em relação aos outros, pois não é possível ser conhecido. Isso mostra que o Legislador divino é onisciente, pois ele conhece o mais íntimo do coração humano, nossos desejos e intenções (1 Rs 8.39; 1 Cr 28.9; Jr 17.10; At 1.24). DEUS se interessa não só pelos corretos atos concretos, não apenas pelo cerimonialismo na adoração, mas principalmente pela pureza de um coração sincero. Isso mostra o lado espiritual do Decálogo; nem tudo é apenas jurídico. A ideia central é não desejar aquilo que pertence ao outro.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 132.
O último dos mandamentos (Êx 20.17), cobiça por algo que pertence a outro, quer visível quer não, é pecado contra DEUS, o doador de todas as coisas, e contra o indivíduo que é o receptor da graciosa concessão dele. Cobiçar a propriedade de um irmão equivale a roubá-la; pois se, na verdade, a ânsia de ter a posse for forte o bastante pode bem levar ao roubo, uma clara violação do oitavo mandamento. Da mesma forma, o homem que cobiça a esposa de seu irmão já tem propósitos adúlteros em relação a ela e, se não for reprimido, é provável que quebre o sétimo mandamento e tenha um caso ilícito com ela. O infrator pode chegar até mesmo a cometer homicídio a fim de satisfazer seus impulsos lascivos, como fez Davi.
É um indício de uma atitude pecaminosa que não precisa encontrar expressão ativa a fim de ser ofensiva à aliança e à comunidade da aliança. Esse último dos mandamentos, em alguns aspectos, é o mais sugestivo do ponto de vista teológico porque localiza a nascente do comportamento pecaminoso do homem exatamente ao lugar a que pertence, bem no fundo do coração e da mente. JESUS entendeu bem isso ao dizer: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5.27,28).
Eugene H. Merrill. Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 337-338.
A lei aplica-se não somente aos atos, mas também aos sentimentos e intenções do coração. Em outras palavras, a lei envolvia sentimentos interiores, e não apenas atos externos. O sétimo mandamento proíbe o sexo com a mulher de outro homem; e o décimo mandamento proíbe o desejo disso. Neste ponto, a lei aproxima-se da abordagem feita por JESUS a respeito, em Mat. 5.21 ss. Todos os pensamentos devem ser levados ao cativeiro a CRISTO (II Cor. 10.5). Se o oitavo mandamento proíbe o roubo, o décimo proíbe até mesmo o desejo de roubar.
Por conseguinte, o décimo mandamento opera como uma espécie de limiar das noções neotestamentárias sobre essas mesmas questões. O Novo Testamento repete nove dos 10 mandamentos, deixando de fora aquele atinente ao sábado.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 395.
Matar, adulterar, roubar e mentir são resultados de desejos errados que inflamam nosso ser. E singular que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e intenção. “Os antigos moralistas não reconheciam esta condição” e não condenavam os desejos maus pois não os via ou percebia. Mas é no coração onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de todos os mandamentos de DEUS. Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se conscientizou de sua condição pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando levam em conta os pensamentos interiores. Estes desejos cobiçosos são, por exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (17).
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 192.
2. OBJETIVO.
A vontade de DEUS expressa nesse último mandamento do Decálogo é que haja pleno contentamento com aquilo que temos e com a nossa condição: "Contentai-vos com o vosso soldo" (Lc 3.14), ensino de João Batista para os militares. "Mas é grande ganho a piedade com contentamento" (1 Tm 6.6). Quem tem JESUS não está obcecado pelas riquezas materiais, pois tem em seu interior algo muito mais valioso que os tesouros do mundo. A NTLH traduz esse versículo da seguinte forma: "É claro que a religião é uma fonte de muita riqueza, mas só para a pessoa que se contenta com o que tem”. A Bíblia nos exorta ainda: "contentando-vos com o que tendes" (Hb 13.5). Há aqui certo paralelo com Filipenses 4.11. Mas convém ressaltar que todas essas exortações não são uma apologia à pobreza nem uma defesa do status quo econômico; é uma recomendação para que nossos desejos não vendam desagradar a DEUS nem causar danos ao nosso próximo (Rm 12.15).
A conduta do cristão deve ser a de se alegrar com que os se alegram e chorar com os que choram (Rm 12.15). Ninguém deve ser dominado pela inveja (G1 5.26; Tg 4.14-16) nem alimentar o sentimento de tristeza pelo sucesso alheio (Ne2.10;Sl 112.9,10). Glorifique a DEUS pelas bênçãos e pelo sucesso do seu irmão, e você será abençoado também, a seu tempo (Ec 3.1-8).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 138.
Este proíbe qualquer desejo desenfreado de ter aquilo que será uma satisfação para nós mesmos. “Oh! Se a casa deste homem fosse minha! Se a mulher daquele fosse minha! Se a propriedade deste fosse minha!” Esta é, certamente, a linguagem do descontentamento com a nossa própria sorte, e inveja das coisas do nosso próximo. E estes são principalmente os pecados que são proibidos aqui. O apóstolo Paulo, quando a graça de DEUS fez com que caíssem escamas dos seus olhos, percebeu que esta lei: “Não cobiçarás”, proibia todos os desejos irregulares que são os primogênitos da natureza corrupta, o primeiro despertar do pecado que reside em nós, e o início de todo o pecado que é cometido por nós. Esta é aquela luxúria, diz ele, cujo mal ele não teria conhecido, se este mandamento, quando veio à sua consciência não lhe tivesse mostrado, Romanos 7.7. DEUS nos permite, a todos, vermos o nosso rosto na lente desta lei, e a colocar nossos corações sob o seu governo!
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 296.
Êxo 20.17 — Cobiçar (hb. hamad) significa possuir enorme desejo por. sso demonstra que DEUS queria que os israelitas não só evitassem praticar as ações malignas previamente estabelecidas em sua mente, como também descartassem todos os pensamentos perversos que levavam às atitudes de cobiça.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 166-167.
3. CONTEXTO.
O décimo mandamento aparece expandido em Deuteronômio em relação ao texto de Êxodo e inclui o campo do próximo na lista das coisas que não devem ser cobiçadas. Alguns críticos estranham a inversão das cláusulas, pois a fraseologia de Êxodo começa por não cobiçar a casa do próximo e em seguida vem a proibição de não cobiçar a mulher do próximo, mas em Deuteronômio essa ordem é invertida: primeiro vem a mulher e depois a casa. Ambos textos, contudo, proíbem a cobiça de bens e pessoas, além da mulher ou do esposo, pois a mulher pode também cobiçar o marido alheio, o servo e a serva do próximo; propriedades, casa e campo; o termo "casa" aparece muitas vezes na Bíblia com o sentido de "família" (Js 24.15; At 16.31), mas parece não ser essa a ideia aqui; e também boi, jumento ou qualquer outra coisa. A frase final "nem coisa alguma do teu próximo" inclui posição social ou ascensão no trabalho.
Há discussão sobre a substituição de hãmad por ’ãwãh na segunda cláusula do décimo mandamento (Dt 5.21). O verbo hãmad aqui aparece com a esposa do próximo e ’ãwãh com as demais coisas. Isso pode levar alguém a pensar em hãmad como um tipo sensual de desejo, mas isso não procede por duas razões principais: a) é usado para bens móveis e imóveis (Js 7.21; Mq 2.2); b) ambos os termos aparecem como sinônimos (Gn 3.6; Pv 6.25; Sl 68.17). Parece que 'ãwãh diz respeito a um tipo de desejo casual. O formato textual de Êxodo está adaptado ao estilo nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que Deuteronômio, quase 40 anos depois, é o modelo para o povo prestes a ser estabelecido na terra de Canaã como país.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 134-135.
E não cobiçarás (21). Cf. Êx 20.17. As pequenas variantes entre a forma que o mandamento apresenta aqui e a que lemos em Êx 20.17 vem lembrar que só após a entrada na Terra de Promissão os campos e até os animais e os criados se tornaram objeto de justificadas invejas.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Deuteronômio. pag. 31-32.
4. ESCLARECIMENTO.
Os católicos romanos e os luteranos mantiveram a tradição catequética medieval do Decálogo esboçada por Agostinho de Hipona e que predominou durante a Idade Média. Os dois primeiros mandamentos são considerados um só, e o décimo é dividido em dois. "Não cobiçarás a casa do teu próximo" é o nono, e Não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Êx 20.17), o décimo. Qualquer pessoa pode observar sem muito esforço que tal arranjo e uma camisa de força, pois não corresponde à divisão natural (Êx 20.1-17; Dt 5.7-21). Além disso, o Decálogo do catolicismo romano não é bíblico, trata-se de uma interpretação com lentes papistas. Nós seguimos o arranjo das igrejas ortodoxas e protestantes reformadas, que vem desde os antigos judeus (JOSEFO, Antiguidades Judaicas, Livro 3, 4.113, edição CPAD).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 132; 134.
Contra todas as formas de cobiça. De acordo com muitos eruditos, esse é o décimo dos mandamentos mosaicos. Mas os luteranos e os católicos romanos pensam que o primeiro mandamento incorpora os vss. 3-6. E assim, neste ponto, eles fazem o vs. 17 desdobrar-se em dois mandamentos, para ser conseguido o número dez. Na Septuaginta, neste versículo e em Deu. 5.21, a esposa é mencionada antes de casar, para que haja um mandamento específico para que não se cobice a mulher do próximo, ao passo que fica criado um décimo mandamento, relativo à cobiça acerca dos bens materiais do próximo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 395.
II. COBIÇA
1. SIGNIFICADO.
O verbo hebraico hãmad, "desejar, ter prazer em, cobiçar, ter concupiscência de", aparece 14 vezes no Antigo Testamento. O termo em si é neutro e se aplica também a coisas boas (SI 19.10 [11]; 68.16 [17]). Essa palavra é repetida no décimo mandamento no texto de Êxodo 20.17 e uma só vez no registro do Decálogo, em Deuteronômio 5.21: "E não cobiçarás a mulher do teu próximo". Na segunda cláusula, "e não desejarás a casa do teu próximo", aparece outro verbo ’ãwãh, "desejar ardentemente, ansiar, cobiçar, anelar". Ambos os verbos aparecem como sinônimos no relato da tentação do Éden: "agradável aos olhos... e desejável para dar entendimento" (Gn 3.6). A Septuaginta traduz pelo verbo epithyméõ, literalmente "fixar desejo sobre", da preposição epí, "sobre", e do substantivo thymós, "paixão, ira, furor".
Esse verbo grego aparece no Novo Testamento para se referir ao décimo mandamento (Rm 7.7; 13.9) e também para expressar desejo por tudo o que é proibido (Mt 5.28; 1 Co 10.6). O substantivo derivado dele, epithymia, é usado para "concupiscência" em 1 João 2.16: "Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo". Concupiscência é desejo desordenado; trata-se do "forte e continuado desejo de fazer ou de ter o que DEUS não quer que façamos ou tenhamos" (KASCHEL & ZIMMER, 2006, p. 45). Mas todos esses termos, hebraicos e gregos, são neutros, podendo se referir a coisas boas ou a coisas más, dependendo do contexto (Mt5.28; 13.17).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 133.
COBIÇA
Há várias palavras hebraicas e gregas envolvidas, a saber:
1. Avvah, «desejo por si mesmo». Palavra hebraica usada por quatro vezes: Deu. 5:21; Pro. 21:26; Sal. 45:11; Pro. 23:3.
2. Chamad, «desejar». Verbo hebraico usado por catorze vezes. Por exemplo: Êxo. 20:17; Jos. 7:21; Miq. 2:2; Deu. 5:21; 7:25; Jó 20:20; Isa. 1:29; 53:2.
3. Batsa, «ganhar (ilegalmente)». Palavra hebraica usada por oito vezes com o sentido de cobiçar. Por exemplo: Hab. 2:9; Pro. 1:19; 15:27.
4. Epithuméo, «fixar a mente sobre». Palavra grega usada por dezesseis vezes: Mat. 5:28; 13:17; Luc. 15:16; 16:21; 17:22; 22:15; Atos 20:33; Rom. 7:6; 13:9 (citando Êxo. 20:15,17); I Cor. 10:6; Gál. 5:17; I Tim. 3:1; Heb. 6:11; Tia. 4:2; I Ped. 1:12; Apo. 9:6.
5. Orégomai, «estender os braços para». Termo grego usado por três vezes: I Tim. 3:1; 6:10; Heb. 11:16.
6. Pleoneksía, «desejo de mais». Substantivo grego usado por dez vezes: Mar. 7:22; Luc. 12:15; Rom. 1:29; II Cor. 9:5; Efé. 4:19; 5:3; Col. 3:5; I Tes. 2:5; II Ped. 2:3,14. O adjetivo, pleonéktes, «cobiçoso», aparece por quatro vezes: I Cor. 5:10,11; 6:10; Efé. 5:5.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 774.
COBIÇAR, COBIÇA. Um pecado mencionado freqüentemente no AT e no NT. É considerado como a raiz de outras iniquidades sérias e mortais.
Várias palavras hebraicas e gregas são assim traduzidas. Muitas possuem pequenas variações de significado, todas estão relacionadas à lei mosaica que proíbe expressamente a cobiça. O termo que aparece em Êxodo 20.17 é o hebraico, significando “desejar intensamente”. Assim como os outros termos para “cobiça”, nas Escrituras, esta palavra tem em vista o amor e o desejo intenso por qualquer objeto ou pessoa, um desejo ao qual é dado importância humana e comum, e que se toma substituto da devoção e amor devidos a DEUS. Por causa da sua intensidade, este desejo tende a ofuscar as exigências morais da lei e a permitir que o fim. a posse do objeto cobiçado, justifique quaisquer meios para sua obtenção. Outros termos para desejo e amor são usados no mesmo sentido no AT, “TK (Dt 5.21 et al.), e o m (Hc 2.9, et al.). No NT o verbo grego. “desejo”, “anseio”, é usado freqüentemente para traduzir os termos hebraicos acima, na LXX e em muitas outras passagens do NT. onde nem sempre é traduzido como “cobiçar”. Ele aparece em Lucas 22.15, e a forma substantiva aparece em muitas outras passagens. Outro substantivo comum é o grego significando literalmente “ganância”, “desejo insaciável” (Lc 12.15). Um termo muito interessante, freqüentemente traduzido como “cobiça”, é o grego uma combinação de “amor” + “prata”, a ilustração mais clara de avareza dada nas Escrituras (Lc 16.14; l Tm 6.10). Todos estes termos descrevem o intenso materialismo e hedonismo que caracterizaram a era helenística e que levaram à fundação de escolas filosóficas como o Epicurismo.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 1081-1082.
Em conseqüência da cobiça de Acã, todo o Israel sofreu. Mas, o que vem a ser a cobiça? Explica-nos William Barclay:
"Pleonexiaé um pecado que o NT condena sem poupá-Io, repetidas vezes. A palavra ocorre em Mc 7.22; Lc 12.15; Rm 1.29; 2Co 9.5; Ef 4.19; 5.3; CI 3.5; 1 Ts 2.5; 2 Pe 2.3,14. A tradução regular da ARC é "avareza". Uma vez, em Ef 4.19, a ARC a traduz por "avidez". A ARA mantém "avareza" na maioria das passagens, mas traduz por "avidez" em Ef. 4.19, "cobiça" em Ef 5.3, e, "intuito ganancioso" em 1Ts 2.5. Moffat diz mais: Tem "cobiça" em Lc 12.15, mas sua tradução regular é "concupiscência", que usa em sete das passagens. Uma vez, em 1Ts 2.5, usa "egoísmo." A BV traduz Mc 7.22: "desejo de possuir o que pertence aos outros."
"Pleonexia, em todas as épocas da língua grega, é uma palavra feia, e sempre tem por trás dela uma certa idéia básica que nenhuma das traduções ressalta totalmente, porque não pode ser esclarecida numa única palavra. No grego clássico, significa "uma ganância arrogante", e o espírito que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo correspondente, plenektein, significa "defraudar" ou "burlar". Políbio, o historiador grego, tem um uso sugestivo da palavra. Os estóicos tinham uma expressão que usavam para descrever "aquilo que é apropriado" - ta kathekonta - e com ela falavam daquele tipo de conduta que um homem bom deve produzir. Políbio diz que o homem culpado desta conduta cobiçosa usa métodos que não são dignos de um homem empregar. Pleonexia era uma palavra que estava bem presente no vocabulário do povo comum e que aparece comumente nos papiros. Ali, está ligada com a conduta ''totalmente desavergonhada", com a "ambição que se excede", com a "violência", com a "injustiça", com a "cupidez" pela qual o homem nos seus melhores momentos sentirá tristeza, com a "rapacidade" de um oficial desonesto que está resoluto no sentido de despojar o distrito sobre o qual tem autoridade. Os moralistas latinos o definem como amor scelaratus habendi, "o maldito amor de possuir". Teodoreto, o comentarista primitivo, descreve-a assim: "sempre visando obter mais, procurando apanhar as coisas que não são apropriadas ao homem possuir". Cícero definiu avaritia, que é o equivalente latino, como injuriosa appettio alienorum, "o desejo ilícito pelas coisas que pertencem aos outros."
"Vejamos agora, se conseguimos classificar os usos no NT de modo que possamos chegar à qualidade básica deste pecado.
( I ) Em Rm 1.29 pleonexiaé o pecado do mundo sem DEUS. É o pecado do mundo, da sociedade, do homem que virou as costas às leis de DEUS. É o próprio antônimo da generosidade do amor de DEUS e caridade da vida cristã.
( II ) Em Lc 12.15 é o pecado do homem que avalia a vida em termos materiais, que pensa que o valor da vida acha-se no número de coisas que o homem possui, o homem cujo único desejo é obter e que nunca sequer pensam em dar.
( III ) Em 1 Ts 2.4 e em 2 Pe 2.3 descreve o pecado do homem que usa sua posição por vantagem própria, para aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, o homem que vê seus vizinhos como criaturas a serem exploradas e não como filhos de DEUS que devem ser servidos.
( IV ) Em CI 3.5 é identificada com a idolatria. Pleonexia é a adoração aos objetos em lugar de DEUS. Uma moeda de dez centavos é um objeto pequeno, mas se for colocada diante do olho cobrirá a vastidão do sol. Quando um homem tem pleonexia no seu coração, ele perde DEUS de vista num desejo louco de obter.
( V ) Em passagens após passagens está ligada ao pecado sexual (Me 7.22); Rm 1.29; Ef 4.129; 2 Pe 2.14). Aqui está a própria essência da palavra. A essência não é o pecado sexual. A essência é o desejo de ter aquilo que é proibido, o desejo de tomar aquilo que não se deve tomar, o não refrear os apetites e desejos contrários às leis de DEUS e dos homens.
"Lightfoot (sobre Rm 1.29) define pleonexia como "a disposição que sempre está pronta a sacrificar o próximo em lugar de si mesmo em todas as coisas, não meramente em negócios de dinheiro."
Pleonexia é o pecado do homem que deu livre vazão ao desejo de ter o que não deve, que pensa que seus desejos, apetites e concupiscências são as coisas mais importantes do mundo, que vê outras pessoas como objetos a serem explorados, e que não têm outro deus senão ele próprio e os seus desejos."
"Tomeicos" (v.21). Acã tomou aquilo que não era seu. Toda a cidade era anátema (maldita) ao Senhor (6.17). Quantos crentes não estão tomando aquilo que não lhe pertence, até mesmo o dinheiro que pertence a DEUS! O nosso é nosso, mas o de DEUS deve ser administrado!
2. COBIÇAR.
Os relatos bíblicos estão repletos de cobiças destruidoras, a começar pelo primeiro casal. "E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela" (Gn 3.6). Aqui se expressa exatamente o que afirma o Novo Testamento: "a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida" (1 Jo 2.16).
Os irmãos de José desejavam a posição dele no coração de seu pai, Jacó (Gn 37.4). A cobiça causou a ruína de Acã: "Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata e, uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, debaixo dela" Os 7.21). O verbo "cobiçar" aqui é hãmad, o mesmo usado no Decálogo (Êx 20.17; Dt 5.21). Acã cobiçou e se apropriou dos despojos de Jericó, objetos que não lhe pertencia (Js 6.19).
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 135-136.
A cobiça pode ser definida como o desejo desordenado de adquirir coisas, posição social, fama, proeminência secular ou religiosa, etc. Pode incluir a tentativa de apossar-se do que pertence ao próximo. A cobiça geralmente aumenta com a idade, ao invés de diminuir, dando origem a certo número de males. A cobiça promove a alienação de DEUS, a opressão e a crueldade contra o próximo, a traição e as manipulações e desonestidades de toda espécie. É um dos principais fatores por detrás de todas as guerras. Os indivíduos e os grupos mostram-se cobiçosos. As nações incorporam o princípio da cobiça em suas leis. Os hebreus condenavam esse pecado, que aparece como um dos dez mandamentos. Aparece em Êxodo 20:17. A mensagem é que coisa alguma pertencente a outrem, deve ser desejado. Quase sempre, o desejo desordenado da cobiça provoca alguma ação para que o cobiçoso adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do objeto ou da pessoa cobiçados. Esse mandamento chega perto do adultério, visto que uma das coisas que pode ser cobiçada é a esposa de outro homem.
O Novo Testamento Condena Também a Cobiça. Os cobiçosos anelam por ter mais dinheiro (Atos 20:33; I Tim. 6:9; Rom. 7:7). A cobiça pode expressar-se sob a forma de violência (II Cor. 2:11; 7:2). Mas JESUS repudiou o espírito ganancioso (Mat. 7:22). A cobiça é alistada entre os pecados frisados por Paulo, em Efésios 4:19. A cobiça é uma forma de auto-adoração que expulsa DEUS de nossas vidas (Efé. 5:5; Col. 3:5). Aparece na lista dos vícios dos povos pagãos, em Romanos 1:29. Apesar de não ser especificamente alistada entre as obras da carne, em Gálatas 5:19-21, a cobiça é uma das causas de várias daquelas obras carnais, como o adultério, o ódio, as dissensões, a contenda, etc., devendo ser incluída entre as «tais coisas» que Paulo mencionou, e que não permitem que uma pessoa chegue ao reino de DEUS (Gál. 5:21).
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 774.
DESEJO. O termo grego assim traduzido é epithumia, «cupidez», que ocorre por trinta e oito vezes: Mar. 4:19; Luc. 22:15; João 8:44; Rom. 1:24; 6:12; 7:7,8; 24:14; Gáí. 5:16,24; Efé. 2:3; 4:22; Fli. 1:23; Col. 3:5; 1 Tes. 2:17; 4:5; I Tim. 6:9; II Tim. 2:22; 3:6; 4:3; Tito 2:12; 3:3; Tia. 1:14,15; I Ped. 1:14; 2:11; 4:2,3; II Ped. 1:4; 2:10,18; 3:3; I João 2:16,17; Jud. 16:18; Apo. 18:14. O verbo, epithuméo, aparece por dezesseis vezes: Mat. 5:28; 13:17; Luc. 15:16; 16:21; 17:22; 22:15; Atos 20:33; Rom. 7:7; 13:9 (citando Êxo. 20:15,17); I Cor. 10:6; Gál. 5:17; I Tim. 3:1; Heb. 6:11; Tia. 4:2; I Ped. 1:12; Apo. 9:6.
O vocábulo grego é neutro, referindo-se a qualquer apetite legítimo, ou a qualquer desejo negativo, neste caso, geralmente com alguma conotação sexual. A palavra foi usada em sentido positivo, para exemplificar, ao aludir ao anelo que JESUS sentia por participar da última páscoa, com os seus discípulos (Luc. 22:15). Em Romanos 7:7,8, algumas traduções traduzem essa palavra por «cobiça», conforme se vê, igualmente, em nossa versão portuguesa. O termo grego refere-se a alguma forma de disposição pecaminosa, alguma perversão e exagero dos desejos. Em Col. 3:5 e I Tes. 4:5, encontramos a conotação sexual.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 80.
O DÉCIMO MANDAMENTO: DESEJO ILEGAL . - Verso 21
Esse mandamento nos proíbe ferir o nosso próximo em pensamento. Nenhum olho humano pode ver o coração da cobiça; isso é testemunhado apenas por aquele que o possui, e por Ele para quem todas as coisas estão nuas e patentes (DEUS). Mas é a raiz de quase todos os pecados contra o nosso próximo em palavra ou em ação. (Tiago 1:14, 15). O homem que é aceitável diante de DEUS, andando retamente, não caluniando com sua língua, nem faz mal ao seu próximo, é aquele que "fala a verdade no seu coração . "(Sl 15:02, 3) -.Sp. Com .
I. A maneira em que este mandamento é violado. Por esse descontentamento com a sorte na vida é que alguém é levado a se preocupar e se rebelar contra a providência de DEUS. "Nem murmreis como alguns deles murmuraram." (1 Coríntios. 10:10). Ao ceder desejos ilícitos para coisas que pertencem ao nosso próximo. Desejo excessivo pelas riquezas e bens de outra pessoa é marcado por este mandamento como pecado. "Acautelai-vos da avareza."
II. O espírito que leva à violação deste mandamento. "Não cobiçarás."As palavras indicam a intensa espiritualidade e santidade da lei. (Tg 1:15) olha para o pecado como um ato exterior. São Paulo olha para ela em sua fonte e estágios iniciais. É no coração que brotam os maus pensamentos dos quais brotam as ações. O pensamento e o desejo podem levar à execução do mal. Concupiscência (desejo) mal é a raiz de todo o pecado, especialmente dos crimes que os homens cometem contra seus semelhantes (Mateus 15:19, Marcos 7:21). Eva e Adão "viu, cobiçado, e tomou". Cobiça instigou Judas para trair o Salvador, e induziu Ananias e Safira para "tentar o ESPÍRITO SANTO". "Sem a lei eu não teria conhecido o pecado (clara e completamente como habitação e princípio virulento), porque eu não conheceria a concupiscência (desejo irregular e sem governo), se a lei (Mosaica) não houvesse dito: Não cobiçarás" (Rm 7:7).
III. O método de corrigir esse espírito. Hipócrates aconselhou uma consulta a todos os médicos em todo o mundo para a cura de cobiça. O que eles não podiam descobrir a Bíblia prescreve.
1. Formar uma estimativa direta de mudança para o bem. A cobiça nunca se satisfaz. "Salomão tinha colocado todas as criaturas em uma réplica singular", diz Watson, e descobriu sua essência, e eis que 'tudo era vaidade" (Ec. 2:11).
2. estar satisfeito com o que possui. Não ser infeliz porque menos do que outros. Quanto mais temos, maior será a nossa conta no último dia. Vamos acreditar que possuímos o melhor que DEUS nos deu. Contentamento, diz Sócrates, "é a riqueza da natureza." "Eu tenho o suficiente", gritou Jacó (Gn 33:11). "
11 Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. 12 Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. (Filipenses 4:11-13).
3. Ore pela graça divina enviada para ajudar . Isso por si só pode subjugar a luxúria. Pela fé em DEUS sabemos que ELE alimenta os pássaros e veste os lírios. A fé é o remédio para o cuidado e a cobiça. Ele vence o mundo, purifica o coração, e faz parte de DEUS (Sl 16:05). Peça ao ESPÍRITO SANTO para fazer você desejar as coisas celestiais e corrigir seus pensamentos sobre CRISTO e as coisas de acima. "Procurai com zelo os melhores dons."
Os desejos do coração; as atuações mais sutis da mente, bem como as ações visíveis da vida estão aqui escondidas. Este mandamento nos traz sob o olhar de um governante onisciente, sob a autoridade de um governo espiritual. Ensina-nos que os nossos pensamentos e desejos são minuciosamente inspecionados. Ele nos persegue aos nossos sigilos e perfura o véu das aparências externas, e abre as dobraduras de auto-ilusão. Ele examina nossas almas, e nos faz sentir a onipresença da Divindade. Ele faz com que as sanções da Sua lei sejam exercidas diretamente sobre a nossa consciência presente; liga os momentos de nossa existência ao último julgamento, e derrama para as câmaras mais íntimos do espírito à luz de um mundo futuro. "Eu não teria conhecido o pecado, se a lei não dissesse,"Não cobiçarás".
A importância deste mandamento é que lança bases justas e consistentes do ponto de vista das doutrinas do evangelho. É só por não considerar importante os mandamentos que um homem pode resistir ou perverter o significado do evangelho. Como pode um homem, por exemplo, de forma consistente negar a depravação total da raça humana, sem antes destruir o rigor intransigente da lei divina, trovejando suas maldições sobre até mesmo um desejo irregular? Como pode um homem convencer-se de que não é o seu dever acreditar no nome de JESUS CRISTO para a salvação, sem primeiro convencer-se de que não é o seu dever amar a DEUS com todo o coração e ao próximo como a si mesmo e isso é um assunto de governo moral de DEUS? Quantas vezes nos discursos públicos de JESUS, e em diálogos privados, com várias classes de pessoas em torno dele, é que vamos ver a sua ansiedade para produzir uma impressão de santidade e rigor dos mandamentos, evidentemente, com a finalidade de silenciar seus opositores e preparar os que cressem para "receber o reino de DEUS?" Com o mesmo espírito os apóstolos pregaram e escreveram. É a consciência de seu pecado que leva o homem a contar com a perfeita obediência a CRISTO. Aqui nós não temos simplesmente, uma exposição de misericórdia, mas de "misericórdia e verdade" congregar não apenas o triunfo da graça, mas de "graça reinando pela justiça, para a vida eterna. "DEUS nos deu JESUS não só como propiciação, mediante a fé no seu sangue, para a remissão dos pecados ", mas também," para demonstrar a sua justiça, que ele poderia ser suficiente justificador daquele que tem fé em JESUS "-. Dr. Stowel .
REV. JAMES Wolfendale. Homilética completa do Pregador. Comentário No Livro De Moisés Chamado Quinta. Deuteronômio. FUNK & WAGNALLS COMPANY.
Rm 7.7 «...pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás...» (Ver os trechos de Êxo. 20:17 e Deut. 5:21). O apóstolo Paulo mostra-nos, inicialmente, os efeitos negativos da lei mosaica nesse conflito, demonstrando ainda mais profundamente o seu argumento que a lei não nos pode ajudar nessa luta, e nem pode propiciar-nos a vitória; e chega mesmo a demonstrar que essa vitória só pode ser obtida em CRISTO, através do ESPÍRITO SANTO. E como ilustração, ele escolheu o décimo mandamento da lei mosaica, «...cobiçarás...», neste caso, é a simples proibição do desejo que leva à cobiça, ou seja, o desejo de possuir aquilo que é proibido, sem importar se se trata da casa do próximo, de suas terras, de suas possessões ou de sua esposa. Em outras palavras, se não houvesse nenhum mandamento da lei, descrevendo o mal desse tipo de desejo, o pecado da cobiça não seria reconhecido. É verdade que a própria consciência nos diria alguma coisa a respeito, conforme também Paulo dá a entender no primeiro capítulo desta sua epístola; mas esse conhecimento através da consciência, é fraco, em comparação com aquele que nos é revelado por meio da lei. Assim, a cobiça, «como pecado», vem a ser plenamente reconhecida através da lei, embora a experiência humana comum possa perceber algo de sua verdadeira natureza. E que a lei tem por resultado levar o homem a defrontar-se com a realidade do pecado, de um modo que não poderia ele fazer doutro modo. Assim é que a lei ensina que o mero «desejo» de possuirmos aquilo que nos é proibido já é um pecado, quanto mais a tentativa franca de posse ou a posse mesma do objeto desejado? Quem, pois, pode estar livre do pecado, até mesmo desse pecado em particular? Paulo, pois, exorta aqui aos seus leitores, que «ouçam a lei falar».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 6. pag. 688.