Lição 7 - Honrarás Pai e Mãe 1 Parte Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos Tema: OS DEZ MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança Comentários: Pr. Esequias Soares
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm NÃO DEIXE DE LER O ESTUDO SOBRE ALIANÇA - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
TEXTO ÁUREO
"Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor." (Cl 3.20) VERDADE PRÁTICA
Honrar pai e mãe vai além da simples obediência; implica amar e respeitar de forma elevada, demonstrando espírito de consideração. LEITURA DIÁRIA Segunda - Gn 2.24 Deixar pai e mãe não significa abandoná-los.
Terça - Êx 21.15-17 A sanção da lei é implacável para quem ferir ou amaldiçoar os pais.
Quarta - Pv 1.8 Honrar pai e mãe significa também acatar os seus ensinos e instruções. Quinta - Pv 23.22 É honroso para o filho cuidar dos pais na velhice deles.
Sexta - Zc 12.1 Os pais são instrumentos de DEUS para nos trazer à existência.
Sábado - Mt 15.4 O Senhor JESUS reafirma a origem divina do quinto mandamento. LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 20.12; Ef 6.1-3; Marcos 7.10-13 Êxodo 20.12 Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dá.
Ef 6.1 Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. 2 Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, 3 para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. Marcos 7.10 Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte. 11 Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor, 12 nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, 13 invalidando, assim, a palavra de DEUS pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas. OBJETIVO GERAL
Estimular um profundo respeito aos pais e às mães, não somente de palavras, mas de obras de amor e carinho. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar que "honrar pai e mãe" é o primeiro mandamento do Decálogo que se refere ao relacionamento com o próximo.
Destacar que, na família, os pais representam a DEUS.
Apontar que, segundo as Escrituras, os filhos devem aos pais o respeito, a atenção e a devida obediência.
Conscientizar os alunos de que os filhos têm responsabilidades econômicas com os pais. PONTO CENTRAL
Todos os seres humanos devem respeito, obediência e atenção aos seus pais. Esta é a vontade de DEUS.
Resumo da Lição 7 - Honrarás Pai e Mãe I. O QUINTO MANDAMENTO
1. Os pais biológicos.
2. Os pais espirituais.
3. Os pais intelectuais.
II. OBEDIÊNCIA
1. O verbo honrar. 2. Filho adulto.
3. À luz da exegese.
III. SUSTENTO
1. Cuidado.
2. Oferta Corbã.
3. Ensino de JESUS.
IV. ENTRE A LEI E A GRAÇA
1. Autoridade dos pais.
2. O sistema mosaico.
3. Adaptado sob a graça.
SÍNTESE DO TÓPICO I - O quinto mandamento revela a sustentabilidade divina da estrutura familiar e da ordem social.
SÍNTESE DO TÓPICO II - A Bíblia declara que "honrar pai e mãe" é mandamento divino, não sugestão humana.
SÍNTESE DO TÓPICO III - Os filhos não podem se esconder das suas responsabilidades para com os seus pais.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - Dentro da perspectiva da graça, o quinto mandamento tem o mesmo valor que os outros. Uma lei que existe desde que o mundo existe.
CONHEÇA MAIS
A Constituição do Núcleo Familiar no AT
"A constituição do núcleo familiar a priori foi composta por um homem e uma mulher. Mais tarde, acrescentou-se ao casal os filhos gerados dessa união. A partir do nascimento dos primeiros, a família se tornou o primeiro sistema social no qual o ser humano é inserido." Leia mais em A Família no Antigo Testamento, CPAD, pp.23-36.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"O que um leitor da Bíblia poderia esperar é 'Obedece a teu pai e a tua mãe'. Obedecer, contudo, é mais fácil que honrar. Pode-se odiar e obedecer, mas é impossível odiar e honrar.
A gravidade da ordem é reforçada pela escolha do verbo 'honrar'. Por diversas vezes, ele é usado com DEUS como objeto (1 Sm 2.30; Sl 50.23; Pv 3.9; Is 29.13; 43.20,23). Tanto DEUS como os pais são dignos de honra. Esse termo hebraico é ocasionalmente traduzido por 'glorificar', e descreve como DEUS deve ser adorado (Sl 22.23; 50.15; 86.9,12; Is 24.15).
Isso não quer dizer que os pais são dignos de adoração. JESUS citou e corroborou o quinto mandamento (Mt 15.4; Mc 7.10; também Paulo o fez em Efésios 6.2), mas também disse: 'Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim' (Mt 10.37). Os pais, como parte dos 'outros deuses' proibidos no primeiro mandamento, seriam deuses por demais impotentes.
Como Levítico 19.3, ainda que em ordem oposta, os mandamentos sobre guardar o sábado e honrar pai e mãe estão juntos. Possivelmente, a relação entre os dois está na ideia de que observar o sábado é uma forma de honrar a DEUS e, portanto, corresponde a honrar os pais" (HAMILTON, Victor. Manual do Pentateuco. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.223).
PARA REFLETIR
Sobre honrar o pai e a mãe:
Como os filhos devem honrá-los?
Devotando-lhes todo o respeito, a atenção e a obediência devida.
Qual é o dever dos filhos para com os seus pais na velhice?
Cuidar dos pais em tudo o que for necessário.
O Evangelho exige que os filhos deixem de cuidar dos pais para dar dinheiro à obra de DEUS?
Não! Essa era a desculpa das autoridades religiosas de Israel para não assistirem os pais na velhice.
Os filhos não podem desacatar os pais (cf. Ef 6.1-3). Por quê?
Porque as Escrituras colocam os pais em posição de honra.
Os pais podem despertar a ira nos filhos (cf. Ef 6.4)?
Não. As Escrituras orientam aos pais a não despertarem a ira nos filhos.
SUGESTÃO DE LEITURA Teologia da Educação Cristã, Disciplinas da Família Cristã, Amor e Disciplina para Criar Filhos Felizes Comentários de vários autores com alguns ajustes do Ev. Luiz Henrique HONRARÁS PAI E MÃE Até aqui, estudamos quatro mandamentos em relação direta ao Deus Criador. Esses primeiros mandamentos objetivam mostrar-nos a natureza de Deus, Sua manifestação santa e o quanto Ele nos leva a sério, não permitindo a nós relacionarmos com a sua pessoa através da mera reprodução de imagens elaboradas pelas mãos e a imaginação humanas. A partir de agora, do quinto ao décimo mandamentos, vamos nos dedicar a conhecer uma dimensão prática do Decálogo em relação ao nosso próximo.
Do quinto ao décimo mandamento, Deus claramente nos ordena a relacionarmo-nos com o próximo sob a mesma reverência que nos chegamos a Ele. O quinto mandamento: Honra o teu pai e a tua mãe para que os seus dias se prolonguem sobre a terra. A Bíblia é clara quanto ao nosso dever de honrarmos o nosso pai e a nossa mãe. Quando falamos de honrar pai e mãe, nos referimos à família instituída por Deus e basicamente formada por pai, mãe e filhos. Todavia, no contexto bíblico, quando o mandamento em relação a honrar os pais fora exposto ao povo, a família hebreia tinha uma dimensão mais ampla que a família entendida por nós no contexto ocidental. Respeitar o pai e a mãe também implicava respeitar os pais das diversas tribos hebreias. Os pais de Levi, os pais de Judá, os pais de Efraim, os pais de Rubem, etc. Digno de nota é que o primeiro mandamento para honrar um ser humano não foi no sentido de prestar honras ao rei ou uma autoridade religiosa, mas ao pai e a mãe. Fazer a manutenção da honra e do respeito aos pais seria garantir que a sociedade antiga de Israel não sucumbisse à cultura dos estrangeiros. O quinto mandamento deveria ser observado igualmente pelos líderes religiosos, o sumo-sacerdote e os sacerdotes. Mas não foi isso que Jesus denunciou em Marcos 7.9-13. A revelia da Lei, os líderes religiosos criaram uma tradição dizendo que a pessoa que consagra a sua vida a Deus, quer dizer, ao serviço do Templo, os bens pelos quais poderiam socorrer os seus pais em suas necessidades não poderiam ser desviados do Templo. Com a desculpa de que "eram fieis a Deus" tornavam-se infiéis aos seus pais. Jesus denuncia com clareza! Pai e mãe devem ser amados e respeitados por todos nós. Honrá-los é o primeiro mandamento com promessa. A promessa de que a família não se desfará. De que a sociedade permanecerá. De que a vida será respeitada. Revista ensinador. Editora CPAD. pag. 39. Observações do Ev. Luiz Henrique: Ilustração para iniciar a aula Amigos!! As pessoas muitas vezes são egoístas e não pensam que um dia talvez passarão por determinada situação. Nossas ações são exemplos, por isso faça o bem para colher o bem. Reflitam com essa mensagem!!
Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes. A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça. - "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho. - "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão." Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:
- "O que você está fazendo?" O menino respondeu docemente: - "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer" O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o pai pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava. Queridos amigos!! Na pureza de uma criança podemos tirar grandes ensinamentos. Que possamos refletir as atitudes que temos com as pessoas e ver se o que estamos fazendo é certo. Nossas ações são exemplos, exemplos a serem seguidos. Por isso amigos sempre lembrem-se que amanhã pode ser você, portanto cultive coisas boas e será recompensado. Um forte abraço!! Velho Sábio!! BEP - CPAD - Efésios 6.1 FILHOS, SEDE OBEDIENTES. Os filhos de crentes devem permanecer sob a orientação dos pais, até se tornarem membros doutra unidade familiar através do casamento. (1) As crianças pequenas devem ser ensinadas a obedecer e a honrar os pais, mediante a criação na disciplina e doutrina do Senhor (ver 6.4; Pv 13.24; 22.6). (2) Os filhos mais velhos, mesmo depois de casados, devem receber com respeito, o conselho dos pais (v. 2) e honrá-los na velhice, mediante cuidados e ajuda financeira, conforme a necessidade (Mt 15.1-6). (3) Os filhos que honram seus pais serão abençoados por Deus, aqui na terra e na eternidade (v. 3).
¶ Quando alguém tiver um filho
contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua
mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos,
Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar;
E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão.
Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá.
Deuteronômio 21:18-21
DEUS ordenou a morte dos filhos rebeldes, viciados e
desobedientes:
Quando alguém tiver um filho
contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e,
castigando-o eles, lhes não der ouvidos, Então seu pai e sua mãe pegarão
nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; E dirão
aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos
à nossa voz; é um comilão e um beberrão. Então todos os homens da sua cidade
o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel
ouvirá e temerá. Deut 21:18-21
Obs.: Para a igreja romana e para os luteranos
esse é o quarto mandamento. Passamos agora à segunda tábua dos mandamentos,
segundo Calvino, Tomás de Aquino, etc...
Exemplo de respeito e honra para com a mãe:
Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar;
E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão.
Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá.
Deuteronômio 21:18-21
Assim foi Bate-Seba ao rei Salomão, a
falar-lhe por Adonias; e o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se
inclinou diante dela; então se assentou no seu trono, e fez pôr uma
cadeira para a sua mãe, e ela se assentou à sua direita.
Então disse ela: Só uma pequena petição te faço; não ma rejeites. E o rei lhe disse: Pede, minha mãe, porque não ta negarei.
1 Reis 2:19-20
Assim foi Bate-Seba ao rei
Salomão, a falar-lhe por Adonias; e o rei se levantou a encontrar-se com
ela, e se inclinou diante dela; então se assentou no seu trono, e fez pôr
uma cadeira para a sua mãe, e ela se assentou à sua direita. Então disse
ela: Só uma pequena petição te faço; não ma rejeites. E o rei lhe disse:
Pede, minha mãe, porque não ta negarei. 1 Reis 2:19-20.
Devemos obedecer nossos pais no
Senhor, enquanto estiver de acordo com a Palavra de DEUS.
Vós, filhos, sede
obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Efésios 6:1
Então disse ela: Só uma pequena petição te faço; não ma rejeites. E o rei lhe disse: Pede, minha mãe, porque não ta negarei.
1 Reis 2:19-20
Vós, filhos, sede obedientes a vossos
pais no Senhor, porque isto é justo.
Efésios 6:1
Efésios 6:1
Vós, filhos, sede obedientes a vossos
pais no Senhor, porque isto é justo.
Efésios 6:1
Exemplo de filho que não honrou sua mãe porque
ela estava em pecado de idolatria:
E também a Maaca, sua mãe, o rei Asa
depôs, para que não fosse mais rainha, porquanto fizera um horrível ídolo, a
Aserá; e Asa destruiu o seu horrível ídolo, e o despedaçou, e o queimou
junto ao ribeiro de Cedrom. 2 Crônicas 15:16.
Efésios 6:1
COMENTÁRIOS - INTRODUÇÃO
O
mandamento "Honra a teu pai e a tua mãe" (Êx 20.12) se referia originalmente
aos pais numa estrutura familiar, mas com o desenvolvimento da revelação se
torna claro que se refere também aos pais espirituais e às autoridades
constituídas. O preceito instrui no tocante ao nosso relacionamento com os
superiores segundo idade, hierarquia social e espiritual, e conhecimento. O
mundo está hoje às avessas, e o quinto mandamento nunca foi tão necessário
quanto é agora no século 21.
Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 77-78.
O
primeiro dos seis últimos mandamentos toca diretamente em um ponto teológico
muitíssimo relevante em torno do qual gira boa parte da nossa abordagem, e
este é a inter-relação inerente à criação e à ordem da criação (Êx 20.12).
Deus, como Criador, é soberano, mas ele escolheu executar seu governo por
intermédio da humanidade. Contudo, há esferas de soberania na humanidade,
pessoas ou instituições que, por natureza ou indicação, são designadas para
exercer senhorio benemérito sobre outros. Isso começa na esfera do casamento
e da família, matéria de que tratamos de passagem. O modelo do Antigo
Testamento é claramente patriarcal, mas não patriarcal ditatorial. Conforme
observaremos, muitas estipulações da aliança que regulamentam o
comportamento dos filhos exigem que eles tratem pai e mãe com honra.
Eugene H. Merrill.
Teologia do Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 334.
Pais são
instrumentos de Deus na vida dos filhos, para ir ao encontro das
necessidades físicas deles e introduzir a criança nos caminhos de Deus. A
prioridade espiritual dos pais é observada no fato de que muitas das
cerimônias, tal como a ceia da Páscoa, eram conduzidas no seio da família.
Em Deuteronômio 6 e 11, é destacada a responsabilidade pela educação no lar.
RICHARDS. Lawrence O.
Guia do Leitor da Bíblia.
Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo.
Editora CPAD. pag. 64.
Êxo 20.12 teu pai e tua mãe.
Neste quinto mandamento, o Decálogo volta-se para as relações humanas,
começando pela família. A honra aos pais é a âncora da sociedade, e liga os
filhos aos pais na comunidade da fé. A promessa e a advertência implícita
deste mandamento são ímpares nesta série. O desrespeito aos pais era uma
questão séria, pois também desonrava o Senhor.
Bíblia de Estudo de
Genebra.
Editoras Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 103.
I. O QUINTO MANDAMENTO
1. OS PAIS BIOLÓGICOS.
Não
existe na vida alguém mais importante para o filho do que o pai e a mãe;
eles são seus heróis. Esse relacionamento é análogo ao de Javé com o seu
povo Israel (Dt 1.31). O profeta Malaquias apresenta uma analogia ainda mais
profunda comparando o dever do homem honrar a Deus com o do filho de honrar
o pai (Ml 1.6).
Há certo
vínculo entre o quinto mandamento e os três primeiros pela natureza desse
relacionamento. O termo "a teu pai e a tua mãe" é amplo: certamente diz
respeito aos nossos genitores, àqueles que nos geraram, mas não fica apenas
nisso.
Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 79-80.
MÃE
Ver o
artigo geral sobre a Família. A palavra hebraica correspondente é ’em; e no
grego é meter. Naturalmente, tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos,
«mãe» é uma palavra muito comum. Aparece cerca de duzentas e dez vezes no
Antigo Testamento e oitenta e duas vezes no Novo Testamento (começando em
Mat. 1:18 e terminando em Apo. 17:5).
Apesar de
ser bem sabido que as mulheres, em geral, não ocupavam posição muito
proeminente na antiga cultura dos hebreus, pode-se dizer que a mãe, entre
eles, era mais honrada do que sucedia entre outras culturas da mesma época.
Nos casos de casamentos polígamos, a mãe de um filho era sempre a sua
verdadeira mãe; e as demais mulheres do complexo não eram chamadas assim por
aquele filho. Ver Gên. 43:29. É verdade que uma madrasta podia ser chamada
de «mãe» (ver Gên. 37:10). Porém, uma madrasta geralmente era distinguida da
verdadeira mãe, ao ser chamada de «mulher» do pai. Entretanto, a palavra
«mãe», como também as palavras «pai», «filho», etc., eram usadas em um
sentido muito amplo entre os hebreus, podendo indicar qualquer antepassado
do sexo feminino (ver Gên. 3:20 e I Reis 15:10).
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos.
pag. 20.
PAI,
Significado
A palavra
grega, pater, está relacionada à raiz que significa «nutridor» ou
«protetor». Porém, no uso comum, havia muitas aplicações do vocábulo, como
ao pai de uma pessoa, ao chefe de um clã ou nação, ao cabeça espiritual dos
mesmos, ou a um líder espiritual, ou a alguém que ajudava a outrem para
conseguir um significativo avanço espiritual, como o originador de alguma
organização, filosofia ou religião; e também era usado como titulo de honra
e respeito, incluindo os nomes Pai, Filho e Espírito Santo, da triunidade
divina, ou então, Deus como o Pai dos seres humanos e de outros seres
inteligentes.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos.
pag. 12.
Ml 1.6 Se
eu sou Pai, onde está a minha honra? Aqui temos a acusação formal de Yahweh
contra os líderes religiosos do país. Por causa das muitas iniquidades e
corrupções (deles mesmos e do povo que os imitou), eles caíram sob a
maldição divina (Mal. 2.2). O Israel pós-exílico não prosperaria enquanto
tivesse tais homens na liderança. Aqueles ímpios desprezaram Yahweh e Sua
lei, rejeitando sua missão exaltada como sacerdotes. Eram os maiores
infratores da lei mosaica e o próprio padrão de perversidade. A ira divina
os golpearia, Deus era Pai, e eles, Seus filhos, mas violaram esse
relacionamento exaltado.
Não somos
capazes de entender a essência de Deus, mas podemos alcançar algum
conhecimento através de termos aplicados a Ele e da observação de Suas
operações no mundo. Podemos ver o amor de Deus expressando-se mesmo em meio
ao nosso mundo violento.
Uma Lição
da África. Os missionários evangelizaram certa parte da África e fundaram
algumas igrejas. Certo membro, antes zeloso, parecia ter esfriado. Um
missionário perguntou a razão de sua aparente indiferença. Ele respondeu: “O
senhor nos informa que Deus é nosso Pai. Não preciso saber mais nada'. Das
relações entre os homens, a de pai-filho é a mais exaltada. Aqueles
religiosos tinham esquecido que Yahweh-Sabaote era Pai, e agiam como filhos
do diabo, desrespeitando sua missão sagrada e o amor de Deus-Pai.
Honra a
teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa). (Efésios
6.2)
Além
de
ser Pai, Yahweh era também Senhor, e todos os homens sábios respeitam
os
senhores com autoridade sobre eles. A alusão é à escravidão. Os
senhores
tinham poder absoluto sobre seus escravos, que não tinham vontade
própria.
Os ímpios, que se revoltaram contra o Senhor, pagariam alto preço por
sua
rebeldia. Yahweh-Sabaote (título divino usado 24 vezes neste livro; ver
Mal. 1.4) não olharia noutra direção, como eles pensaram em vão.
Pelo contrário, eles seriam chicoteados com aquelas 39 chicotadas que
lhes
tirariam sua rebeldia e arrogância. Eles colocaram sua vontade contra a
vontade divina, um erro crasso e custoso.
Deus era
Senhor, e eles, Seus escravos, mas eles não tinham respeito nem receio do
Senhor Celestial. Eram alegadamente homens religiosos, mas na verdade ateus
práticos. Em teoria honravam a Deus, mas na prática honravam o diabo.
Falavam de Deus em discursos eloquentes, mas viviam de forma esquálida.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 3705-3706.
MALAQUIAS
INICIA essa mensagem fazendo uma declaração indiscutível: “O filho honra o
pai e o servo ao seu Senhor” (1.6). Assim, ele conquista a atenção dos
sacerdotes antes de acusá-los. A primeira relação envolve afeição e a
segunda respeito. Mas os sacerdotes não demonstraram amor nem respeito a
Deus. Desde o início, Deus tratou Israel como um filho amado, tirando-o do
Egito, dando-lhe uma herança, proteção, revelação sobrenatural e missão
especial. Não obstante Israel ser o filho primogênito de Deus (Êx 4.22), ele
tornou-se um filho ingrato (Os 11.1) e rebelde (Is 1.2).
Malaquias, também, acusa Israel de uma ingratidão inegável. Como foi que
Israel retribuiu ao Senhor Seu amor gracioso? Do amor de Deus, o profeta
volta-se para a ingratidão do povo. Deus o tratou como filho, mas Israel não
o honrou como pai. Não houve honra nem respeito a Deus.
LOPES. Hernandes Dias.
MALAQUIAS
A Igreja no
tribunal de Deus.
Editora Hagnos.
2. OS PAIS ESPIRITUAIS.
O
mandamento se refere também aos pais espirituais. É como Eliseu se dirigia
ao profeta Elias: "Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!" (2
Rs 2.12). Isso aponta para um relacionamento íntimo entre o profeta e o
discípulo que justifica uma linguagem familiar. Era uma maneira honrosa de
tratar o mestre. O rei de Israel também se dirigiu ao profeta Eliseu com as
mesmas palavras (2 Rs 13.14). Era algo atípico para um rei; no entanto,
revela o reconhecimento por parte do rei Jeoás quanto à autoridade profética
de Eliseu, que se encontrava moribundo. O profeta representava uma segurança
para a nação. O relacionamento entre o rei e o profeta era de intimidade.
Esse tipo de relacionamento entre Elias e Eliseu é visto também no Novo
Testamento, pois Timóteo e Tito são reconhecidos também como filhos na fé do
apóstolo Paulo (1 Tm 1.2; 2.1; Tt 1.4). Esses exemplos nos ensinam a amar,
respeitar e honrar aqueles a quem Deus constituiu autoridade espiritual
sobre nossa vida.
Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 80.
Ele falou
de Elias de forma muito honrável, mostrando o motivo de tanto lamentar sua
ausência.
Ele
próprio tinha perdido o guia de sua mocidade: Meu pai, meu pai. Ele viu sua
própria condição como a da criança sem pai atirada ao mundo, e lamentou isto
da forma adequada. Quando Cristo deixou seus discípulos, não os deixou
órfãos (Jo 14.15), mas Elias teve que fazê-lo.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD.
pag. 549.
II Reis
2.12 — O termo pai neste versículo denota duas coisas: (1) mentor
espiritual. Assim o era Elias para Eliseu; (2) a grandeza da reputação de
Elias. Eliseu também é chamado de pai quando morre (2 Rs 13.14). Nessa
ocasião, isso foi um verdadeiro tributo a Elias. As ações seguintes de
Eliseu indicaram sua tristeza pela perda do seu mestre espiritual e amigo.
EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário Bíblico Antigo
Testamento com
recursos adicionais.
Editora Central Gospel. pag. 598.
II Reis
2.12 Meu pai. Os discípulos dos profetas reconheciam o líder ou grupo ao
qual pertenciam como seu pai espiritual. Esse título a respeito para uma
pessoa de autoridade (Gn 45.8; Jz 17.10} foi .sadomais tarde para Fliseu
(6.21; 13.14).
MAC ARTHUR. Bíblia de
Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 477.
II Reis 2.12 Meu pai, mau pai. Esse título respeitoso
endereçado a uma pessoa de autoridade (Gn 45.8; Jz 17.10; Mt 23.9) seria
usado mais tarde com Eliseu (6.21; 13 14).
O profeta
Malaquias declarou que Elias retomaria antes da vinda do "Dia do SENHOR" (MI
4.5, nota). Elias prepararia o povo para o ministério do Senhor (1.8, nota).
Bíblia de Estudo de
Genebra.
Editoras Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 430.
Metáforas
Espirituais e a Família
1. A
Igreja é a casa espiritual de Deus (Efé. 2:19; Heb. 3:1-6).
2. A
Igreja é a casa da fé (Gál. 6:10).
3. A
salvação consiste na filiação e os filhos de Deus chegam a participar da
própria natureza de seu Pai celeste (Rom. 8:29; Col. 2:10; II Ped. 1:4).
4. Como
membros da família espiritual de Deus, somos herdeiros das riquezas
celestiais e espirituais (Rom. 8:15-17).
5. Ter
Deus como pai significa que devemos buscar as suas perfeições (Mat. 5:48),
como membros da família divina e isso implica em muitas e grandes
responsabilidades morais e espirituais.
6. — Ter
Deus como pai também significa que contamos com os seus cuidados. Aquele que
nota até a queda dos pardais, cuida de cada um de seus filhos (Mat. 10:31).
Ver também Mat. 6:8. O Pai sempre tem consciência de nossas necessidades.
Esse é o pensamento introdutório da oração do Pai Nosso, no sexto capítulo
de Mateus. Ver o artigo separado sobre a Paternidade de Deus.
7. Cristo
é o Filho e o herdeiro da casa de Deus, e, através dele, também somos filhos
e ele é o Filho mais velho da casa de Deus (Gál. 3:23 — 4:7; Rom. 8:15-17).
8. Os
crentes também são servos e mordomos na casa de Deus (I Cor. 9:17; I Ped.
4:10).
9. Os
laços matrimoniais envolvem elementos místicos, com a comunicação de
energias vitais, conforme presumimos. Assim, de algum modo misterioso, — os
cônjuges tornam-se uma só carne. Isso ilustra o mistério ainda maior da
comunhão que há entre Cristo e a sua Igreja, — que é chamada de sua noiva.
Ver Efé. 5:30 ss.
10. O
trecho de Apo. 21:2,9 mostra-nos que a futura glória da Igreja pode ser
comparada a uma noiva que se prepara para seu noivo. Portanto, o casamento
pode ilustrar a união que vincula Cristo (o noivo) à Igreja (a sua noiva).
11.
Disciplina. Todos os filhos cometem erros; e os pais, em determinadas
ocasiões, precisam discipliná-los. Outro tanto ocorre na família celestial.
Os filhos legítimos estão sempre sujeitos à disciplina do Senhor. Todavia,
essa disciplina existe com a finalidade de beneficiar os filhos, e não
meramente de castigá-los. Esse princípio é apresentado em Heb. 12:5 ss.
Creio que esse princípio aplica-se a qualquer juízo divino. Pois, apesar dos
juízos de Deus parecerem severos (serão tão severos quanto for necessário),
seu propósito é beneficiar os julgados, mesmo no caso dos incrédulos.
Certamente isso fica entendido em I Pedro 4:6, onde vemos que o juízo
produzirá certa medida de vida espiritual; e o contexto (I Ped. 3:18 — 4:6,
a descida de Cristo ao hades) ensina-nos que estão em foco os desobedientes
e não crentes. Ver o artigo separado sobre o julgamento. Deus é o Pai de
todos os seres vivos, e não apenas dos seus eleitos. Logo, é natural
esperarmos que o seu amor, expresso por meio de julgamento, venha a
aplicar-se a todos.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos.
pag. 682.
3. OS PAIS INTELECTUAIS.
O quinto
mandamento se aplica também ao relacionamento secular, pois a figura do
governante se assemelha à de um pai. Débora se considera mãe de Israel (Jz
5.7). O respeito e a honra se devem também a quem se destaca pelo
conhecimento em qualquer área. Embora Faraó fosse a maior autoridade no
Egito, ele honrou e respeitou um escravo hebreu simplesmente porque este
tinha o conhecimento da vontade de Deus: "senão Deus, que me tem posto por
pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa" (Gn 45.8). O rei do Egito nos
dá o exemplo mesmo séculos antes da promulgação da lei. Isso deve servir
como exemplo hoje nas igrejas. Esse respeito e essa consideração não se
restringem apenas aos membros da Igreja e a seu pastor, mas vale também
entre os próprios pares e companheiros de ministério. A hierarquia,
portanto, é esta: Deus, os pais e as autoridades eclesiásticas e civis.
Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 80-81.
"senão
Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa"
(Gn 45.8... me
pôs por pai de Faraó.
Parece que temos aqui um título honorífico conferido
ao primeiro-ministro, pois seu trabalho, na realidade, era o de um pai, que
cuidava de todos os filhos ou súditos do reino, entre os quais Faraó era o
irmão mais velho. Os imperadores romanos chamavam de pais aos prefeitos do
pretório, segundo se vê nas missivas de Constantino a Ablávio. E os califas
davam a mesma alcunha aos seus primeiros-ministros” (Adam Clarke, in loc.).
José, no oficio de primeiro-ministro, combinava as funções de pai, senhor e
governador, tendo-se tomado a segunda maior autoridade do Egito.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 271.
Gn 45.8
pai de Faraó. Título pertencente a um vizir e que designava uma pessoa que,
não aparentada com Faraó, desempenhava uma valiosa função e ocupava elevada
posição, que no caso de José era "senhor em toda a terra do Egito" (v. 9).
Nessa época, reinava um Faraó novo e mais jovem, Senusert III, c. 1878-1841
a. C.
MAC ARTHUR. Bíblia de
Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pag. 78.
II. OBEDIÊNCIA
1. O VERBO HONRAR.
O quinto
mandamento é construído de forma positiva: "Honra a teu pai e a tua mãe,
para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá"
(Êx 20.12). O preceito começa com o verbo no imperativo intensivo kabbêd,
"honra", do verbo kãbêd, "ser pesado, rico, honrado, glorioso". A construção
intensiva hebraica traz a nuança de curvar-se em honra ou respeito. A
segunda parte esclarece e especifica o significado do mandamento, que
aparece de forma expandida em Deuteronômio: "Honra a teu pai e a tua mãe,
como o SENHOR, teu Deus, te ordenou, para que se prolonguem os teus dias e
para que te vá bem na terra que te dá o SENHOR, teu Deus" (Dt 5.16).
A raiz do
verbo kãbêd aparece em todas as línguas semíticas, com exceção do aramaico.
O significado é de "ser pesado", com o sentido figurado de ser importante. O
adjetivo derivado desse termo aparece duas vezes no Antigo Testamento com
sentido literal para designar o peso do sacerdote Eli e o peso do cabelo de
Absalão, filho de Davi (1 Sm 4.18; 2 Sm 14.26). A Septuaginta traduz esse
verbo por diversos termos gregos que não é possível enumerar aqui, mas entre
eles podem ser destacados doxazõ, "ser de opinião, pensar, honrar,
glorificar", e seus derivados; e timaõ, "dar valor a, considerar digno,
estimar, honrar, reverenciar", e seus derivados. Em ambos os verbos e seus
respectivos derivados, como doxa e timê,m "glória" e "honra", o peso é
figurado. Uma pessoa de peso significava alguém honrado, digno, importante,
respeitado (Nm 22.15). Esses termos hebraico e grego lançam luz sobre a
abrangência do quinto mandamento. A Bíblia aplica-os a Deus (Sl 79.9; Is
40.5), que é "o rei da glória" (Sl 24.7-10), mesmo título dado ao Senhor
Jesus Cristo no Novo Testamento (1 Co 2.8).
Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 78-79.
A Palavra
e Seu Sentido Básico.
Honra é a
consideração que o indivíduo merece receber, na forma de dinheiro, de
título, de recompensa de qualquer tipo, em forma verbal, material ou
espiritual. A honra envolve o respeito que é devido, que pode ser expresso
de muitos modos. No artigo referido acima, damos as definições verbais
básicas das palavras latinas, hebraicas e gregas envolvidas. Além dessas, há
certas palavras que não foram levadas em conta ali, mas que precisam ser
consideradas agora, a saber:
1. Doksa,
«glória», «honra». Palavra usada por cento e cinquenta e sete vezes,
conforme se vê, por exemplo, em João 5:41,44; 8:54; II Cor. 6:8; Apo. 19:7.
2. Time,
«honra». Palavra que aparece por trinta e duas vezes com esse significado,
conforme se vê, por exemplo, em João 4:44; Atos 28:10; Rom. 2:7,10; 9:21;
12:10; 13:7; Col. 2:23; I Tes. 4:4; Heb. 2:7,9; 3:3; 5:4; I Ped. 1:7; II
Ped. 1:17; Apo. 4:9,11;
5:12,13;
19:1 e 21:24,26.
Honra
envolve estima e recompensa. Pode ser prestada por meio de palavras,
dinheiro ou de
ações. Somos convidados a honrar a Deus com nossas possessões materiais
(Pro. 3:9). Honramos ao próximo, e assim cumprimos a lei do amor e honramos
ao Pai de todas as almas, o qual se preocupa como o bem-estar de todos.
Nossa maior possessão é o dom da vida, que deve ser utilizado no serviço e
na adoração ao Senhor.
CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3. Editora Hagnos.
pag. 159-160.
HONRA - A honra é o alto respeito ou estima mostrada a uma
outra pessoa ou recebida dela, ou ainda uma demonstração de tal respeito. O
conceito é expresso figurativamente no AT por palavras que também são
traduzidas como beleza, majestade, talento, preciosidade, valor e glória. Os
paralelos são significativos: glória e honra (1 Cr 16.27; SI 8.5); glória e
majestade (SI 21.5; 96.6; 104.1); honra e distinção (Et 6.3); dádivas, prêmios e
grandes honras (Dn 2.6); riquezas e glória (1 Rs 3.13). Dessa forma, o
conceito insere-se na adoração (q.v.), que é o reconhecimento do valor.
O próprio
Deus merece toda a honra: o reconhecimento daquilo que Ele é, e a atribuição
do louvor que lhe é devido. Deus também pode fazer com que os homens sejam
reconhecidos pelos outros: "Deus deu riquezas, fazenda e honra" (Ec 6.2).
Ele ordenou que fosse mostrado respeito aos pais (Êx 20.12) e aos mais
velhos (Lv 19.32). Uma esposa virtuosa merece a estima de seu marido (Pv
31.25; 11.16; 1 Pe 3.7). Aqueles que honram a Deus serão por sua vez
honrados (1 Sm 2.30). O homem que persegue a justiça e a lealdade da aliança
encontrará a honra (Pv 21.21).
Uma
sugestão para o motivo pelo qual Deus restaura a honra aos homens de modo
redentor é dada no Salmo 8.5: Deus fez o homem um pouco menor do que os
anjos. O homem mais representativo, o Senhor Jesus, coroado com glória e
honra por seu sofrimento de morte, traz a redenção e a glória final para os
seus redimidos (veja Hb 2.5-10). A honra, como um subproduto da sabedoria e
da piedade, é associada à vida no sentido de que só poderia encontrar seu
cumprimento em uma imortalidade abençoada (Pv 3.16; 8.18; 21.21; 22.4; cf.
Rm 2.7,10). No NT grego, palavras significando valor e glória são traduzidos
como honra. Os valores éticos estão em perspectiva. A honra descreve de
forma majestosa a aprovação e a estima mútua entre o Pai e o Filho (2 Pe
1.17; Hb 2.9; Jo 8.49,54). A honra em glória redentora é concedida por Deus
aos homens (Rm 2.10; 1 Pe 1.7; Jo 12.26). Os homens e os anjos dão glória e
honra a Deus (1 Tm 1.17; Ap 4.9; 19.1) e a Cristo (Jo 5.23; Ap 5.12ss.). Os
homens devem buscar a honra ou a aprovação que vem de Deus ao invés da
aprovação dos homens (Jo 12.43). Entretanto, não devemos negar a honra que é
devida aos outros (Rm 12.10): aos pais (Mt 15.4), às viúvas (1 Tm 5.3), aos
mestres (1 Tm 6.1), e ao rei (1 Pe 2.17). O casamento, também, deve ser
honrado por todos (Hb 13.4).
PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 936.
2. FILHO ADULTO.
Entrada
na idade adulta.
O menino
judeu era reconhecido como entrando na idade adulta aos treze anos de idade,
mas não se sabe quando essa prática começou. Na época do Novo Testamento, o
menino de treze anos se tornava um “filho da lei”. O relato sobre Jesus ter
sido deixado para trás no templo, mostra que Ele estava deixando a infância
(Lc 2.41-49). Essa foi a última vez em que Ele compareceu à uma Páscoa como
criança. Só depois dos treze anos o menino se qualificava para tornar-se um
dos dez homens que podiam formar uma sinagoga.
GOWER. Ralph. Usos e
Costumes dos Tempos Bíblicos. Editora CPAD. pag. 63.
O quinto
mandamento da lei de Deus ordena os filhos a honrar os pais.
Este é o
primeiro mandamento com promessa. Os filhos que honram os pais recebem de
Deus duas preciosas promessas: vida longa e prosperidade. O contrário também
é verdade: os filhos que desonram os pais encurtam seus dias sobre a terra e
fazem provisão para o desastre. Nenhum filho pode ter um relacionamento
certo com Deus se desonra pai e mãe. Os filhos honram os pais quando os
respeitam e os obedecem no temor de Deus; quando seguem seus conselhos e
pautam sua conduta pelos princípios cristãos aprendidos no lar; quando
buscam sábia orientação destes para suas decisões na vida; quando são
convertidos a eles e quando cuidam deles na velhice.
Um dos
sinais de decadência da sociedade é a desobediência dos filhos aos pais. A
rebeldia é como o pecado da feitiçaria. Os filhos rebeldes são a tristeza de
seus pais, mas os filhos obedientes são o seu deleite. Filhos bem
aventurados são aqueles que honram pai e mãe. Honram pela obediência; honram
pelo amor desvelado; honram pelo cuidado protetor.
Vivemos
hoje o drama de pais matando filhos e filhos assassinando os pais. Há uma
guerra dentro da família. Como disse Jesus, os inimigos do homem são os da
sua própria casa. A Palavra de Deus, porém, diz que os filhos que honram pai
e mãe recebem duas promessas especiais de Deus: vida longa e vida feliz. A
felicidade é resultado da obediência.
Nenhum
filho pode ser feliz sendo um pesadelo para os pais. Nenhuma filha pode
construir sua felicidade com o cimento da rebeldia. Os filhos que
desobedecem os pais colhem infortúnio. Os filhos que desonram os pais colhem
tragédias. Muitos filhos encurtam seus dias porque seguem pela estrada
escorregadia da desobediência e se envolvem com amizades perniciosas e
frequentam lugares perigosos.
Muitos
filhos se afundam no pântano do desespero e são o desgosto de seus pais
porque tapam os ouvidos para escutar os conselhos de seus pais. Filhos
obedientes são filhos felizes. Filhos que honram os pais são filhos que
dilatam seus dias na terra. A felicidade está no banquete da obediência e
não nos balcões da rebeldia.
LOPES.
Hernandes Dias.
Família,
nosso maior tesouro.
3. A LUZ DA EXEGESE.
O
mandamento de honrar pai e mãe não se restringe à infância e adolescência.
Em nenhum lugar, a Bíblia ensina ser essa ordem somente para esta fase da
vida. Quando o moço e a moça chegam à maioridade ou mesmo se casam, seus
pais continuam sendo seus pais, e os filhos devem honrá-los e respeitá-los
enquanto eles viverem. O apóstolo Paulo fala sobre a família e sobre a
submissão da mulher ao marido (Ef 5.22ss). Isso faz alguns pensarem que a
obediência dos filhos aos pais é um discurso dirigido apenas aos filhos
menores. Mas tal linha de pensamento não se sustenta nem no Antigo
Testamento nem no pensamento paulino aqui analisado. O texto traz o termo
grego tekna,ss "filhos", plural de teknon. A ideia é de "descendente
imediato ou direto de alguém, sem referência específica a sexo ou idade" (LOUW
& NIDA, 2013, p. 106). Das cinco ocorrências do termo em Efésios, o
contexto mostra que pelo menos três delas dizem respeito de forma
inconfundível de
adultos: "filhos da ira" (2.3); "filhos amados" (5.1); "filhos da luz"
(5.8). Apenas uma delas sugere criança ou adolescente (6.4). Em 6.1, o termo
parece ambíguo, mas seria precipitação aplicar esse ensino apenas a crianças
e adolescentes. O verbo "obedecer" está na voz ativa, mostrando que se trata
de pessoas moralmente livres para assumirem uma responsabilidade diante de
Deus. Todas as pessoas vivem sob e sobre autoridade; ninguém escapa dessa
responsabilidade. Jesus disse: "Porque eu desci do céu não para fazer a minha
vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6.38). Se aquele que é a
maior autoridade no céu e na terra faz uma declaração como essa, o que não
diremos nós?
Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 62.
A palavra
«...obedecei...», no original grego, é «upakouo», que quer dizer «obedecer»,
«seguir», «estar sujeito a». Fica subentendido que aquilo que aos filhos é
ordenado, seja justo, moral, correto, visando o desenvolvimento espiritual
da criança, ou simplesmente apropriado para a vida e a conduta diárias. Seu
trecho paralelo, de Col. 3:20, acrescenta «em tudo». Mas tudo deve estar
sujeito à mesma condição de justiça, incluindo até mesmo questões
indiferentes, atinentes à vida diária, que não têm conteúdo «certo» ou
«errado». O pai da família deve assumir a «direção» do lar, tanto nas coisas
importantes como nas incidentais. Mas, ao assim fazer, o pai deve manter uma
atitude razoável, a fim de não alienar de si os seus filhos, satisfazendo os
desejos razoáveis dos filhos o tanto que lhe for possível, para que seja
reputado como gentil e cheio de consideração por eles, que dessa maneira o
amarão e respeitarão, sujeitando-se naturalmente à sua
autoridade, não querendo subjugá-los pelo temor ou pelo mero senso de
obrigação.
Devemos
notar que, em Rom. 1:30, a desobediência aos pais é nomeada entre os pecados
sérios dos povos pagãos, que são reprovados por Deus. E a própria natureza
nos ensina a conveniência dos mais jovens e menos experientes se sujeitarem
aos mais velhos, que já têm bastante experiência de vida, em suas exigências
e inúmeras situações. Outrossim, dos pais crentes se espera que entendam as
implicações espirituais da necessidade de obediência, para que assim exerçam
a devida autoridade sobre seus filhos.
CHAMPLIN, Russell Norman,
O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 5. pag. 635.
Duas
palavras resumem o dever dos filhos para com os pais: obediência e honra.
Quando Paulo escreveu essa carta aos efésios, estava em vigência no Império
Romano o regime do pater postestas. O pai tinha direito absoluto sobre o
filho: podia casá-lo, divorciá-lo, escravizá-lo, vendê-lo, rejeitá-lo,
prendê-lo e até mesmo matá-lo.
O dever
dos filhos com os pais (6.1-3)
O
apóstolo menciona três motivos que devem levar os filhos a ser obedientes
aos pais: a natureza, a lei e o evangelho:
Em
primeiro lugar, a natureza (6.1). “Filhos, sede obedientes a vossos pais no
Senhor, pois isso é justo.” A obediência dos filhos aos pais é uma lei da
própria natureza; é o comportamento padrão de toda a sociedade. Os
moralistas pagãos, os filósofos estoicos, a cultura oriental (chineses,
japoneses e coreanos), as grandes religiões, como confucionismo, budismo e
islamismo, também defendem essa bandeira. Lloyd-Jones tem razão quando diz
que é algo antinatural os filhos desobedecerem aos pais. A desobediência
aos pais é um sinal de decadência moral da sociedade e um sinal do fim dos
tempos (Rm 1.28-30; 2Tm 3.1-3).
Em segundo lugar, a lei (6.2,3). “Honra teu pai e tua mãe;
este é o primeiro mandamento com promessa, para que vivas bem e tenhas vida
longa sobre a terra.” Honrar é mais do que obedecer (Ex 20.12; Dt 5.16). Os
filhos não devem prestar só obediência aos pais, mas também devotar amor,
respeito e cuidado a eles. É possível obedecer sem honrar. O irmão do filho
pródigo obedecia ao pai, mas não o honrava. Há filhos que desamparam os pais
na velhice. Há filhos que trazem flores para o funeral dos pais, mas jamais
os presentearam com um botão de rosa enquanto estavam vivos.
Honrar
pai e mãe é honrar a Deus (Lv 19.1-3). A desonra aos pais era um pecado
punido com a morte (Lv 20.9; Dt 21.18-21). Resistir a autoridade dos pais é
insurgir-se contra a autoridade do próprio Deus.
Honrar
pai e mãe traz benefícios (6.2,3). A promessa consiste em prosperidade e
longevidade. No Antigo Testamento, as bênçãos eram terrenas e
temporais,
como a posse da terra. No Novo Testamento, nós somos abençoados com
toda
sorte de bênçãos espirituais em Cristo (Ef 1.3). O filho obediente
livra-se
de grandes desgostos. Vejamos, por exemplo, algumas coisas que são
importantes: 1) ouvir os pais — quantos desastres, casamentos errados,
perdas, lágrimas e mortes seriam evitados se os filhos escutassem os
pais; 2) ter cuidado com as seduções (Pv 1.10) — drogas, sexo, namoro,
abandono da
igreja e amigos. 3) o evangelho (6.1): “Filhos, sede obedientes a
vossos pais no
Senhor” (grifo do autor). Colossenses 3.20 fala que os filhos devem
obedecer
aos pais em tudo; já Efésios 6.1 equilibra a ordem dizendo que devem
obedecer no Senhor. O que Paulo está ensinando? Os filhos devem
obedecer aos
pais porque eles são servos de DEUS.
LOPES, Hernandes Dias.
EFESIOS Igreja, A Noiva Gloriosa de Cristo. Editora Hagnos. pag.
161-164.
1
Diferente do caso das mulheres, a exortação aos filhos (como também aos
escravos nos v. 5ss) é introduzida com o imperativo “obedecei”. Também essa
expressão remete a uma ordem à qual os interpelados devem se ajustar.
A
desobediência a essa ordem é expressão do castigo divino e ao mesmo tempo
sinal do iminente fim dos tempos: “Nos últimos dias” serão “desobedientes
aos pais” (2Tm 3.2; Rm 1.30; cf. também Tt 1.6).
No
entanto, também neste caso a exortação geral é inserida imediatamente no
horizonte da comunhão de Cristo, que envolve pais e filhos: “Obedecei a
vossos pais no Senhor.”
No texto
paralelo de Cl 3.18-4.1 a ênfase nesse relacionamento singular com o Senhor
da igreja ocorre com freqüência e de maneira bastante similar:
“Submetei-vos… no Senhor” (Cl 3.18; cf. v. 20); “no temor do Senhor” (Cl
3.22); “Fazei tudo no Senhor” (Cl 3.23); “Recebereis do Senhor a recompensa”
(Cl 3.24); “Considerai que também vós tendes um Senhor no céu” (Cl 4.1).
Isso explicita que também a ordem para o relacionamento entre pais e filhos,
estabelecida na criação, não é anulada no âmbito da igreja cristã, sendo
antes colocada sob o governo do Cristo. Portanto, também aqui são combatidas
todas as distorções dessa ordem causadas pelo pecado.
Por um
lado, a justificativa para a obediência aos pais é genérica: “Porque isso é
justo.” Via de regra Paulo utiliza o termo “justo” em oposição a “pecador”:
embora por natureza “ninguém seja justo, nem sequer um só” (Rm 3.10),
todavia “o justo viverá por fé” (Rm 1.17). Apesar disso ele também usa o
termo “no sentido da justiça na vivência, que corresponde ao direito
divino”.
2 A
menção do quarto mandamento deixa claro que tal obediência é concretamente
exigida pela ordem de Deus. Ele é reproduzido textualmente da versão da LXX
para Êx 20.12. Contudo, a locução “na boa terra que o Senhor teu Deus te
dará” é abreviada para “na terra”. Dessa forma Paulo adapta a citação à
realidade dos leitores gentios cristãos: para eles a terra prometida Canaã
foi substituída pela “riqueza da glória de sua herança”, que está pronta no
céu (cf. Ef 1.18).
O sentido
de “honrar pai e mãe” é elucidado por Jesus em Mt 15.3ss (par. Mc 7.10ss): o
cuidado com os pais necessitados é dever irrenunciável dos filhos, que
tampouco pode ser eliminado consagrando (korban) o dinheiro disponível ao
templo (i. é, a Deus). Por meio deste exemplo Jesus deixa claro que a
explicação que os escribas dão para esse mandamento na realidade visa
dissimular seu esvaziamento: em nome de uma suposta “finalidade” superior
(templo/Deus) contorna-se a dedicação aos pais concretamente demandada pelo
mandamento de Deus. Assim os supostos praticantes da lei revelam-se
hipócritas. Jesus também cita esse mandamento ao enumerar os mandamentos
para o “jovem rico” (Mt 19.19).
A
relevância da instrução é sublinhada pelo adendo: “Esse é o primeiro
mandamento com promessa.” Depois da primeira parte dos Dez Mandamentos, que
se referem ao relacionamento do ser humano com Deus, a exigência de honrar
pai e mãe aparece em primeiro lugar na lista das regulamentações para a
convivência. Desse modo o cerne da sociedade, a família, é colocado debaixo
da proteção do mandamento divino. Por essa razão também o desprezo dessa
exigência (“desobediente aos pais”; cf. o exposto sobre o v. 1) aponta para
a dissolução escatológica da ordem divina e, consequentemente, para o
iminente caos, ou juízo. Em contrapartida, a obediência ao mandamento recebe
uma promessa especial.
Eberhard Hahn. Comentário
Esperança Efésios. Editora Evangélica Esperança.