Lição 2 - O Padrão da Lei Moral 1 Parte

Lição 2 - O Padrão da Lei Moral
Lições Bíblicas - 1º Trimestre de 2015 - CPAD - Para adultos
Tema: OS DEZ MANDAMENTOS - Valores Imutáveis Para Uma Sociedade Em Constante Mudança
Comentários: Pr. Esequias Soares
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
NÃO DEIXE DE LER O ESTUDO SOBRE ALIANÇA - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm
 
 
TEXTO ÁUREO"Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra." (Dt 4.13)
 
 
VERDADE PRÁTICAAs chamadas "lei moral", "lei cerimonial" e "lei civil" são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor JESUS já cumpriu na sua totalidade.
 
 
LEITURA DIÁRIASegunda - Êx 34.28 Os Dez Mandamentos são chamados de "tábuas do concerto"
Terça - Ne 8.1,2,8,18 A lei de Moisés e a lei do Senhor não são duas leis distintas
Quarta - Lc 2.22,23 DEUS já havia feito um concerto com Abraão. Não há diferença entre a lei de Moisés e a lei do Senhor.
Quinta - Mc 12.28-32 Os dois maiores mandamentos não fazem parte da alegada lei moral
Sexta - Mt 5.17,18 O Senhor JESUS cumpriu toda a lei e a sua Palavra permanece para sempre
Sábado - Jo 1.17 A lei e a graça são os dois lados opostos de uma mesma moeda
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Deuteronômio 9.9-11; 10.1-5
Deuteronômio 9.9
 Subindo eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não comi e água não bebi. 10 E o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de DEUS; e nelas tinha escrito conforme todas aquelas palavras que o SENHOR tinha falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da congregação. 11 Sucedeu, pois, que, ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas do concerto.
 
Deuteronômio 10.1 Naquele mesmo tempo, me disse o SENHOR: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim a este monte, e faze uma arca de madeira. 2 E, naquelas tábuas, escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas que quebraste, e as porás na arca. 3 Assim, fiz uma arca de madeira de cetim, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e subi o monte com as duas tábuas na minha mão. 4 Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos, que o SENHOR vos falara no dia da congregação, no monte, do meio do fogo; e o SENHOR mas deu a mim. 5 E virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão, como o SENHOR me ordenou.
 
OBJETIVO GERAL - Apresentar a transitoriedade da Lei para a dispensação da Graça.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Mostrar o formato da Lei no Pentateuco.
Explicar a "morfologia" dos Dez Mandamentos.
Especificar a unicidade da Lei de DEUS.
Comparar a Lei com a Graça.
 
 
Resumo da Lição 2 - O Padrão da Lei Moral
I. AS TÁBUAS DA LEI
1. Formato.
2. A divisão das tábuas.
3. A rebelião.
4. DEUS renova o concerto.
II. OS DEZ MANDAMENTOS
1. Origem do termo.
2. Classificação.
3. Forma.
III. A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
1. Uma só lei.
2. A lei do Senhor e a lei de Moisés.
3. A lei de DEUS.
IV. A LEI A GRAÇA
1. A transitoriedade da lei.
2. A graça.
3. Os mandamentos de CRISTO. 


SUGESTÃO DE LEITURA
Manual de Ensino para o Educador Cristão
Escrito por especialistas em Educação Cristã, este manual é um recurso completo para ser usado em casa, na igreja e nas escolas onde se ministram estudos bíblicos. Uma excelente fonte de inspiração ao professor.

Teologia do Antigo Testamento
A obra fornece-nos uma compreensão clara sobre a natureza do Antigo Testamento, como a revelação de DEUS ao seu povo. Uma obra de diversos autores, em que cada um analisa a revelação divina ao longo dos séculos
Esta obra discorre sobre as interpretações históricas dos textos e também sobre a discussão contemporânea das passagens da Bíblia. Os professores alcançarão a compreensão do conteúdo de passagens problemáticas do NT.
 
Comentários de vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
O PADRÃO DA LEI MORAL
Retomando a explicação do artigo anterior, cremos na Bíblia como Palavra inteira de DEUS que, através dos Dez Mandamentos, indicou o caminho para a vida a partir do povo hebreu (em 1250 a.C.).
Foi um reinicio da revelação divina, passando pelos mandamentos, pela monarquia, pelos santos profetas, pelo nascimento e vida de JESUS de Nazaré, a imagem plena de DEUS; pela ressurreição de CRISTO e pela proclamação dos apóstolos. Poderíamos então enumerar os objetivos do Decálogo para o povo hebreu, bem como para o mundo:1. Para nunca mais haver escravidão;
2. Para a preservação da liberdade do povo;
3. Para os hebreus viverem a justiça de DEUS e a comunhão com o próximo;
4. Para ser um povo organizado, tornando-se o sinal de DEUS para o mundo;
5. Para uma comunidade organizada por DEUS ser a resposta divina para o clamor dos povos;
6. Para o povo ser o anúncio do próprio DEUS, a amostra daquilo que DEUS quer para todo ser humano.
7. Para o povo viver a dimensão perfeita do amor a DEUS e ao próximo;
As Escrituras dizem que DEUS entregou a Lei a Moisés objetivando conservar a liberdade do povo hebreu. JESUS CRISTO, o Seu Filho, não anulou a Lei de forma alguma, mas a completou e a reafirmou (Mt 5.17), dizendo mais: "O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso DEUS, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu DEUS, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" (Mc 12.29-31). Ora, esses dois grandes mandamentos são o resumo fiel do "Decálogo".
O problema da lei hebreia, no tempo de JESUS, foram os maus doutores ensinarem os Dez Mandamentos ao povo, mas sem observá-los. Eles repetiam literalmente a letra, no entanto, matavam o "espírito" da lei (Mt 23.1- 39). Os maus fariseus e escribas não se preocupavam com o clamor do povo, o sofrimento das pessoas e a necessidade espiritual do pecador. Simplesmente repetiam a lei como um mantra, mostrando um DEUS irado, sem compaixão para com as pessoas. Da manutenção da liberdade, o povo judeu voltou à escravidão, agora não do Egito, mas a da religião sem DEUS. Por isso a letra (a lei escrita) mata, mas o Evangelho, que é "espírito e vida", vivifica o pecador (Jo 6.63; 2Co 3.6).
Revista ensinador. Editora CPAD. pag. 37.
 
 
TÁBUA DE PEDRA
Moisés recebeu as tábuas da lei duas vezes, inclusive os dez mandamentos e outras revelações que instruíam sobre o culto a Yahweh (Êxo. cap. 20; 31.18; cap. 34; Lev. 7.36). Assim foi estabelecido o Pacto Mosaico, o maior evento na história de Israel e no qual se baseou toda a história subsequente.
O trecho de Êxo. 24:12 contém essa expressão, referindo-se às tábuas onde os dez mandamentos haviam sido inscritos.
A tradição informa-nos que Moisés recebeu a lei da parte de DEUS, cujos mandamentos foram escritos na pedra com o próprio dedo de DEUS (ver Êxo. 31:18; 32:15,16). Descendo do monte, quando Moisés contemplou o povo a dançar, ocupado em atividades idólatras que envolviam o bezerro de ouro, ele deixou cair as pedras da lei, espatifando-as (ver Êxo. 32:19). Então foi-lhe ordenado preparar cópias das tábuas de pedra, e ele passou quarenta dias e noites, no monte, preparando esse material (ver Êxo. 34:1-4,27,28). Foi então, quando desceu do monte, que o seu rosto refletia a glória do Senhor. Os tabletes foram postos dentro da arca da aliança.
testemunho (tábuas da lei) na arca tipificavam CRISTO como tendo a lei em seu coração de modo especial para que pudesse ser o Mestre de outros. A vara de Arão, que floresceu, tipifica os poderes de dar vida que CRISTO tem em relação ao Seu povo.
Observação do Ev. Luiz Henrique: Na arca estava a representação de DEUS PAI (tábuas da lei), DEUS filho (vaso contendo maná - pão da vida) e o ESPÍRITO SANTO representado pela vara de Arão que floresceu - gerou vida - poder.
Assim como a superfície de ouro cobria as tábuas da lei, assim também JESUS CRISTO está por sobre a lei, vindicando-a como santa, justa e boa, e assim, igualmente, vindicando as reivindicações divinas que nos exigem obediência e santidade.
Desprazer e a Intercessão de Moisés.
Moisés ficou muito irado ao ver o que estava sucedendo, e quebrou as tábuas da lei. Pulverizou a imagem de ouro e misturou o pó em água, e fez o povo beber a mistura. Em seguida, os levitas mataram cerca de três mil homens, buscando aplacar a ira de DEUS e evitar o seu juízo. O próprio Aarão, porém, foi poupado (ver Êxo. 9:20). Então Moisés passou a interceder pelo povo de Israel (ver Êxo. 32:31), a fim de que aquele grande pecado lhes fosse perdoado. Chegou mesmo a dizer que preferia ter o seu nome apagado do Livro da Vida de DEUS do que ver Israel ser destruído por aquele motivo. O tom da passagem (Êxo. 32:12 e seu contexto) assemelha-se ao de Paulo, em Rom. 9:2 ss. Moisés teve várias experiências místicas profundas da presença de DEUS. O povo de Israel foi perdoado, e foram preparadas novas tábuas da lei.
 
Dez Mandamentos
Ideias Gerais. O vocábulo. Em português, a derivação é do latim, mandare, ordenar, mandar. O sentido da palavra é ordenar, do ponto de vista de alguma autoridade assumida. O mandamento requer obediência, e, com frequência, repousa sobre algum dever.
Em nossa Bíblia portuguesa, a palavra «mandamento» é mais frequentemente usada para expressar autoridade, divina ou humana, mas principalmente a primeira. Na Bíblia, várias palavras hebraicas e gregas são usadas, em um total de novecentas ocorrências, o que basta para mostrar-nos o destaque da questão nas Escrituras. A primeira ocorrência aparece em Gên. 2:16, vinculada à proibição concernente à árvore do conhecimento do bem e do mal, Porém, não demorou muito para Adão  desobedecer a esse primeiro, e então único, mandamento, e disso resultou a queda no pecado, que arrastou a humanidade inteira. No sentido mais geral, estão em pauta os mandamentos de DEUS, as muitas facetas de sua lei. Os Dez Mandamentos são os mais importantes aspectos da lei geral, contendo em si mesmos inúmeras aplicações. O Salmo 119 emprega dez vocábulos hebraicos diferentes, que têm a ideia de mandamento. Nos Salmos há cerca de duzentas ocorrências dessas diversas palavras. Poderíamos pensar em termos como lei, palavra, juízo, preceito, testemunho, mandamento, estatuto, ordenança, declarações.
No Novo Testamento encontramos vocábulos gregos como:
1. Éntalma, «preceito». Palavra grega que aparece por três vezes: Mat. 15:9 (citando Isa. 29:13); Mar. 7:7 e Col. 2:22.
2. Epitage, «injunção». Palavra que ocorre por sete vezes: Rom. 16:26; I Cor. 7:6,25; II Cor. 7:6,25; II Cor. 8:8; I Tim. 1:1; Tito 1:3; 2:15.
3. Entolé, «mandamento». Palavra que aparece por sessenta e sete vezes- Mat. 5:19; 15:3; 19:17; 22:36,38,40; Mar. 7:8,9; 10:5,19; 12:28,31; Luc. 1:6; 15:29; 18:20; 23:56; João 10:18; 11:57; 12:49,50; 13:34; 14:15,21,31; 15:10,12; Atos 17:15; Rom. 7:8-13; 13:9; I Cor. 7:19; 14:37; Efé. 2:15; 6:2; Col. 4:10; I Tim. 7:14; Tito 1:14; Heb. 7:5,16,18; 9:19; II Ped. 2:21; 3:2; I João 2:3,4,7,8; 3:22,23,24; 4:21: 5:2,3; II João 4-6; Apo. 12:17; 14:12.
O Novo Testamento contém muitas alusões ao decálogo, conforme se vê em Mat. 22:37-40; Mar. 12:29-31; Luc. 10:27; Tia. 2:8-11. Os mandamentos de DEUS deveriam estar entesourados em nosso coração (Heb, 10:16), sendo obedecidos mediante o amor ao Senhor (João 13:34,35).
Idéias:
1. O próprio universo existe por mandamento de DEUS (Sal. 33:9).
2. A história do mundo é providencialmente controlada por mandato divino (Lev. 25:21).
3. Os mandamentos fazem o homem lembrar-se de sua dependência e de seus deveres ante o Criador, As leis judaicas abordam todos os aspectos da vida humana, o que serve de prova dessa declaração. JESUS aplicou os mandamentos aos motivos das pessoas, e não meramente aos seus atos; e isso aprofunda o sentido espiritual dos mandamentos (Mat. 5:22,34,39).
4. O polo oposto dos mandamentos são as promessas. Os mandamentos sempre envolvem o benefício resultante da obediência; esse benefício fica na dependência da obediência aos mandamentos. Isso posto, os mandamentos do Senhor não penosos. Os mandamentos de DEUS vinculam o homem a DEUS, e disso só pode resultar uma bênção (Mar. 12:29-31; Gál. 5:13 ss).
5. Os mandamentos ligam o homem e DEUS dentro da relação do amor, pois o amor é a base da lei divina ,(Rom. 13:8 ss). (B W)
Essas leis encerravam provisões em favor de um monoteísmo prático, mesmo que não de um monoteísmo absolutamente teórico. «Não terás outros deuses diante de mim», declarou Yahweh (Êxo. 20:3). E é interessante que essas palavras são ligadas ao fato mencionado.
As principais ordenanças desse documento são os Dez Mandamentos (vide). As leis levíticas têm muitas ordenanças subordinadas e litúrgicas. No livro da aliança (ver Êxo. 20:22—23:33), os termos juízos ordenanças falam acerca de leis civis e religiosas. O vigésimo primeiro capítulo de Êxodo continua dando muitas leis que governavam a vida dos israelitas, e, em algumas traduções, essas leis são chamadas «ordenanças». As leis de Israel tanto eram civis quanto religiosas; mas, em uma teocracia, essa distinção não pode ser feita claramente, porquanto tudo é expressão religiosa naquele sistema. Naturalmente, o decálogo é o supremo exemplo das leis religiosas mais profundas. O trecho de Núm. 15:15,16 mostra que as leis de Israel vigoravam tanto para os cidadãos como para os estrangeiros residentes. Fica pressuposto no Antigo Testamento que as ordenanças estavam alicerçadas sobre instruções e mandamentos divinos (Deu 4.5,11; 5.31 ss; 6 1 2,24,25) com apoio na graciosa atividade de DEUS (ver Deu. 4:3 -40 6:20; :6 8; 29:2-9 . Todas as leis estão amarradas ao maior dos mandamentos da lei : «Amarás, pois o Senhor teu DEUS de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda tua força .
CHAMPLIN, Russell Norman, O Antigo Testamento Interpretado - Comentário de Chaplin AT -  V.7 Editora Candeias.
 
I – AS TÁBUAS DA LEI
1. FORMATO.
Se as tábuas eram quadradas ou estilo colonial não importa. Podemos saber mais sobre a arca que as guardou.
ARCA DA ALIANÇA
A arca ainda tida como lugar da manifestação de Yahweh. Era chamada ..arca da aliança servindo de símbolo visível da presença de Yahweh. O vocábulo hebraico traduzido em português por ..arca. significava apenas caixa ou cofre. Era transportada pelos sacerdotes em expedições militares, pois julgava-se que ela era motivo de proteção para os israelitas (Núm. 10:33; Deu. 1:33). Essa caixa era feita de madeira de acácia, de forma retangular, com cerca de 1,10 m de comprimento por cerca de 0,70 m de largura e de altura (Exo. 25:10). Era forrada de ouro por dentro e por fora, com uma beirada de ouro.
Tinha quatro pés, cada qual com uma argola de ouro. (vs. 12), onde eram permanentemente inseridas vara de madeira de acácia recobertas de ouro (vs. 13-15). Vários povos da antiguidade tiveram caixas sagradas, onde eram guardados os ídolos, símbolos dos ídolos ou outras relíquias sagradas. Naturalmente, varias nações circunvizinhas consideravam a arca como o deus de Israel, ou associada a alguma forma de idolatria física (I Sam, 4:6,7). A arca foi capturada pelos filisteus na segunda batalha de Ebenezer, o que só trouxe infortúnios para eles, de tal modo que a devolveram aos israelitas (ver I Sam. 4-6). Ficou em Quiriate-Jearim até que Davi a instalou no novo santuário de Jerusalém. Subsequentemente, foi transferida para o templo de Salomão e colocada no SANTO dos Santos (ver 11 Sam, 6 e I Reis 8:1-11). Nela estavam guardadas as duas tábuas de pedra, onde haviam sido escritos os dez mandamentos, as condições do pacto divino. Dai deriva-se o nome dessa caixa: arca da aliança. Os outros objetos guardados na arca, como o vaso de ouro com maná e a vara de Aarão, que florescera (ver Heb, 9 :4), talvez pertencessem a uma outra época, tendo-se perdido ou perecido de alguma outra maneira, antes da construção do templo de Salomão. O trecho de I Reis 8:9 declara que só as tábuas do decálogo eram guardadas na arca. A tampa da arca era o propiciatório, lugar onde era aspergido o sangue no Dia da Expiação (ver Êxo, 25:17 e 26:34), uma das mais importantes instituições de Israel. A arca, nesse período de sua história, era vista somente pelo sumo sacerdote, e somente uma vez por ano. Sobre o propiciatório havia os querubins, um em cada extremidade. Em certo sentido, ali ficava o trono místico de Yahweh.
O que sucedeu mais tarde à arca, não se sabe. A tradição afirma que não havia arca no segundo templo (Menahot 27b; Josefo, Guerras, V.5). No judaísmo há «arcas" que são caixas onde são guardados os rolos da Torah, ou lei. Seja como for, Jeremias predisse que chegariam dias quando não mais se buscaria a arca (Jer. 3:16), porquanto Jerusalém inteira tornar-se-ia o trono de Yahweh.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 257-258.
 
2. A DIVISÃO DAS TÁBUAS.
O MAIOR DOS MANDAMENTOS - Mateus 22. 34-40 ...Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas".
Deus dividiu em duas partes a sua lei: Do primeiro ao quarto mandamento, refere-se a obediência do homem para com Deus, e os outros seis, refere-se a obediência do homem para com o homem, por isso que foram escritos em tábuas separadas. 
Não há nenhum relato bíblico de que Deus escreveu quatro dos mandamentos em uma tábua e seis na outra, mas sabemos que foram escritos por Deus em duas tábuas de pedra separadas (Êxodo 19, Êxodo 20 e Êxodo 31. 18). Mas se você tiver pelo menos uma noção da palavra de Deus logo vai entender que os quatros primeiros mandamentos refere-se a Deus para o homem, e os outros seis do homem para o homem, e nenhum deles é maior do que o outro. Por isso que foram escritos em tábuas separadas. O que Jesus quis dizer aos fariseus foi: Se amas a Deus, guarda os quatros primeiros mandamentos, e se amas a teu próximo como a ti mesmo, guarda os outrosseis. Os fariseus tinham conhecimento desta verdade, e mesmo assim estavam colocando o Sábado acima dos outros mandamentos, além de criar tradições de homens para aquele dia, invalidando assim o quarto mandamento.
 
Os judeus, desde Fílon de Alexandria até a atualidade, dividem os Dez Mandamentos em dois grupos de cinco, um grupo para cada tábua. Agostinho de Hipona supunha haver três mandamentos na primeira tábua e sete na segunda. Calvino e muitos da atualidade acreditam que na primeira tábua estavam gravados os quatro mandamentos relativos aos deveres do homem com DEUS e, na segunda, os seis mandamentos relativos ao homem e seu próximo. Alguns interpretam que o Senhor JESUS CRISTO sintetizou as tuas tábuas nos dois grandes mandamentos (Mt 22.34-40), com a ressalva do sábado, pois não há ensino no Novo Testamento para a observância do quarto mandamento.
Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 19.
 
Divisão do Decálogo
Os judeus, os católicos e os luteranos combinam as proibições contra o politeísmo e a idolatria em uma só. Os judeus estabeleceram a afirmação introdutória (Êx 20.2) como o primeiro mandamento, enquanto os católicos e os luteranos dividem o mandamento contra a cobiça. As igrejas Ortodoxa e Reformada consideram Êxodo 20.2 como introdutório, a proibição contra o politeísmo como o primeiro mandamento, e a proibição da idolatria como o segundo mandamento. A segunda opinião é superior porque ela faz uma distinção entre politeísmo e idolatria. Essa visão evita artificialmente que se divida o décimo mandamento, e que se faça um mandamento de Êxodo 20.2, que não é nem um mandamento nem uma proibição.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 548.
 
Divisões. Os mandamentos da lei Mosaica foram registrados em duas tábuas de pedra (exo. 31:18). Isso poderia indicar as duas faces de uma mesma pedra, ou entre duas pedras. Alguns estudiosos preferem pensar na primeira possibilidade. Seja como for, a primeira dessas tábuas trata da responsabilidade do homem diante de DEUS, incluindo o primeiro e grande mandamento de amar a DEUS com todas as fibras e potencialidades do ser (Deu. 6:4,5; Mat. 22:36 ss), A segunda tábua definia os deveres do homem para com os seus semelhantes, o que é elaborado em Lev. 19:18. Historicamente, outras divisões vieram a existir, conforme se vê nas igrejas reformadas. Ali o trecho de Êxodo 20:2.3. é considerado como passagem que enfatiza a exclusividade de Yahweh. Os vss. 4 e 6 desse capítulo aparecem ali como um único mandamento, a injunção elaborada contra a idolatria, sob qualquer forma. O vs. 7 seria o terceiro mandamento, que proibiria qualquer forma de profanação. Então seguir-se-iam sete mandamentos que tratam das relações entre homem e homem, o que seria o aspecto ético da lei mosaica. Além dessa divisão reformada, há a chamada divisão agostiniana, que une os vs. 3 a 6, onde o monoteísmo e a idolatria são encarados como mutuamente exclusivos. Assim, aquele que adora a qualquer tipo de imagem de escultura, já abandonou a adoração ao único DEUS. Além disso, o mandamento referente à cobiça é dividido em duas partes distintas. A divisão talmúdica faz de Êxodo 20:2 o primeiro mandamento, e de Êxodo 20:3-6 o segundo.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag.125-126.
 
3. A REBELIÃO.
Dt 9-11. As tábuas de pedra ou tábuas da aliança eram os “documentos” nos quais a aliança fora registrada. Este era o costume tradicional dos tratados de suserania do Oriente Próximo, o serem registrados em tábuas. Talvez o mesmo termo seja o pretendido aqui, e daí a tradução “tábuas de pedra” (5:22;Êx31:18; cf. Êx32:15s.; 34:1).
Vários elementos desta narrativa soam de maneira estranha a ouvidos ocidentais: abstinência de água e comida por quarenta dias, a apresentação das placas de pedra a Moisés por DEUS e a inscrição dos mandamentos nas placas pelo dedo de DEUS.
I. A. Thompson. Deuteronômio Introdução e Comentário. Editora Vida Nova.
 
Advertências contra a Superioridade Moral.
Israel É Lembrado das suas Rebeliões Dt 9. 7-29
Para que não tivessem a possibilidade de pensar que DEUS os tinha trazido a Canaã por causa da sua justiça, aqui Moisés lhes mostra o milagre de misericórdia de não terem sido destruídos no deserto, há pouco tempo: “Lembra-te e não te esqueças de que muito provocaste à ira o Senhor, teu DEUS, no deserto” (v. 7). Longe de comprar o seu favor, muitas vezes vocês provocaram o seu desprazer. Aqui eles são acusados das provocações dos seus pais. Pois, se DEUS tivesse tratado seus pais conforme o que eles mereciam, esta geração jamais teria existido, e muito menos teria entrado em Canaã. Somos propensos a nos esquecer das nossas provocações, especialmente quando cessa a dor causada pela vara, e precisamos ser sempre lembrados delas, para que jamais venhamos a alimentar qualquer convencimento sobre a nossa própria justiça. Paulo menciona a culpa sob a qual se encontra toda a humanidade, para provar que não podemos ser justificados diante de DEUS pelas nossas próprias obras, Romanos 3.19,20. Se as nossas obras nos condenarem, elas jamais poderão nos justificar. Observe que:
1. Eles tinham sido um povo provocador desde a sua saída do Egito, v. 7. Durante quarenta anos, desde o primeiro até o último, DEUS e Moisés se entristeceram com eles. É muito triste que Moisés, agora partindo, mencione uma triste característica deles: “Rebeldes fostes contra o Senhor, desde o dia em que vos conheci", v. 24. Tão logo eles tinham formado um povo, houve a formação de uma facção entre eles, que, em todas as ocasiões, enfrentou a DEUS e ao seu governo. Embora a história Mosaica registre pouca coisa além das ocorrências do primeiro e do último ano, dos quarenta, ainda assim parece, por este relato geral, que os demais anos não foram muito melhores, sendo somente uma provocação contínua.
2. Mesmo em Horebe, eles fizeram um bezerro e o adoraram, v. 8ss. Este foi um pecado tão odioso, e tão excessivamente pecaminoso, por diversas agravações, que eles mereceram, em todas as ocasiões, ser repreendidos por isto. O bezerro foi feito no mesmo lugar onde a lei foi dada (segundo a qual eles eram expressamente proibidos de adorar a DEUS por meio de imagens), e enquanto a montanha ainda ardia diante de seus olhos, e Moisés tinha subido para receber, por eles, a lei por escrito. “Cedo vos desviastes do caminho”, v. 16.
3. DEUS ficou muito enfurecido com eles, pelo seu pecado. Que eles não pensem que DEUS ignorava o que eles tinham feito de errado, e lhes dava Canaã por aquilo que havia de bom entre eles. Não, DEUS tinha decidido destruí-los (v. 8), e poderia facilmente tê-lo feito, e não teria saído perdendo por causa disto. Ele até mesmo desejou que Moisés concordasse que o fizesse, w. 13,14. Com isto, ficava evidente o quanto o pecado deles era odioso, pois DEUS nunca se enfurece com alguém acima do que é merecido, como freqüentemente fazem os homens. O próprio Moisés, embora fosse amigo e favorito, tremeu com a revelação da ira do DEUS do céu contra a impiedade e injustiça do povo (v. 19): “Temi por causa da ira e do furor com que o Senhor tanto estava irado”, provavelmente não somente por causa deles, mas também por si mesmo, Salmos 119.120.
4. Eles tinham, pelo seu pecado, infringido o concerto com DEUS, e perdido todos os privilégios do concerto - o que Moisés indicou a eles, quebrando as tábuas, v. 17. Foi lhes dada uma carta de divórcio, e a partir de então eles poderiam, com razão, ter sido abandonados para sempre, de modo que a sua boca certamente fosse impedida de alegar qualquer justiça própria. DEUS, na verdade, os tinha renegado, quando disse a Moisés (v. 12), E o “teu povo”, nenhum deles é meu, nem serão tratados como meus.
5. O próprio Arão caiu no desagrado de DEUS, por causa disto, embora ele fosse o santo do Senhor, e somente tivesse sido levado, pela surpresa ou pelo terror, a unir-se a eles no pecado: “Também o Senhor se irou muito contra Arão”, v. 20. A posição de ninguém, nem o seu caráter, podem proteger da ira de DEUS, se a pessoa tiver comunhão “com as obras infrutuosas das trevas”. Arão, que deveria ter feito expiação por eles, uma vez que a iniquidade deveria ser purificada através de sacrifícios e ofertas, caiu, ele mesmo, sob a ira de DEUS: eles não consideraram o que estavam fazendo, quando o atraíram ao pecado.
6. Foi com grande dificuldade, e com muita dedicação, que o próprio Moisés conseguiu desviar a ira de DEUS e evitar a destruição completa do povo. Ele jejuou e orou por quarenta dias e quarenta noites, antes que pudesse obter o perdão para eles, v. 18. E alguns pensam que foram dois períodos de quarenta dias (v. 25), porque está escrito: “Estava prostrado”, pois a sua missão, nos primeiros quarenta dias, não tinha sido desta natureza. Outros opinam que foi somente um conjunto de quarenta dias, embora mencionado duas vezes (como também no capítulo 10.10). Mas isto era suficiente para sensibilizá-los do grande descontentamento que DEUS tinha sentido contra eles, e da pequena possibilidade de escape que teriam. E a grandeza da ira de DEUS contra toda a humanidade é vista no fato de que ninguém menos que o seu Filho, e um preço nada menor que o seu próprio sangue, seriam necessários para afastá-la. Aqui Moisés lhes fala do conteúdo da sua intercessão por eles. Ele foi obrigado a reconhecer a obstinação, a impiedade e o pecado do povo, v. 27. O caráter do povo era verdadeiramente mau, pois aquele que trabalharia como um advogado a favor deles não conseguia lhes imputar uma boa reputação, e não tinha nada mais a dizer em nome deles, exceto que DEUS tinha feito grandes coisas por eles, o que, na verdade, somente piorava o crime deles (v. 26). Eles eram a descendência de bons antepassados (v. 27), um fato que também podia ter se voltado contra eles, piorando o problema, e não melhorando. Outro problema é que os egípcios iriam criticar a DEUS, se Ele destruísse os israelitas, como um DEUS incapaz de concluir aquilo que tinha começado a fazer por eles (v. 28), uma alegação que teria sido respondida facilmente, não importando o que dissessem os egípcios, pois os próprios céus declaram a justiça de DEUS. De modo que a sua libertação, da destruição, naquela época, deveu-se puramente à misericórdia de DEUS, e à insistência de Moisés, e não a qualquer mérito deles que pudesse ser oferecido como uma diminuição da sua ofensa.
7. Para afetá-los ainda mais com a destruição de que tinham estado tão próximos, ele descreve, muito particularmente, a destruição do bezerro que fizeram, v. 21. Ele chama isto de “vosso pecado”. Talvez, não somente porque tinha sido o objeto do seu pecado, mas porque a sua destruição pretendia ser um testemunho contra o seu pecado, e uma indicação, para eles, daquilo que os próprios pecadores mereciam. Aqueles que fizeram o bezerro eram semelhantes a ele, e não teria sido errado se tivessem, da mesma maneira, sido pisados, e consumidos, e moídos até serem defeitos em pó, e não sobrasse nada deles. O fato de DEUS aceitar a destruição do ídolo, em lugar da destruição dos idólatras, demonstra uma misericórdia infinita.
8. Mesmo depois desta salvação que tinham recebido, em muitas outras situações eles provocaram ao Senhor, repetidas vezes. Ele só precisava mencionar os nomes dos lugares, pois eles traziam as lembranças, seja do pecado, seja da punição, nos seus próprios nomes (v. 22): em Taberá, incêndio, onde o fogo de DEUS se acendeu entre eles, por causa das suas queixas. Em Massá, tentação, onde eles desafiaram o poder todo-poderoso a ajudá-los. E em Quibrote-Hataavá, o sepulcro dos que tiveram o desejo, onde as guloseimas que cobiçaram foram o seu veneno. E, depois destes lugares, a sua descrença e desconfiança em Cades-Barnéia, de que ele já lhes tinha falado (cap. 1), e que aqui menciona outra vez (v. 23), certamente teria completado a sua destruição, se tivessem sido tratados de acordo com seus méritos.
Que eles considerem tudo isto, e ficará evidente que, qualquer que fosse o favor que DEUS, a partir de então, lhes mostrasse, ao subjugar seus inimigos e dar-lhes a posse da terra de Canaã, não seria devido à sua própria justiça. E bom que sempre nos lembremos, contra nós mesmos, com tristeza e vergonha, dos nossos pecados anteriores, e revejamos os registros que a consciência tem deles, para que possamos ver o quanto devemos à graça gratuita, e possamos humildemente reconhecer que jamais merecemos, da mão de DEUS, qualquer coisa diferente de ira e maldição.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 588-590.
 
Moisés fica sabendo do Pecado de Israel (32.7-14)
a) A avaliação e ameaça de DEUS (32.7-10). Moisés teria voltado ao acampamento totalmente desinformado da idolatria de Israel não tivesse DEUS lhe falado. Foi ato de misericórdia revelar esta tragédia a Moisés antes de descer do monte. DEUS também usou esta oportunidade para provar a fé e a coragem do seu servo.
DEUS disse a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, pecou (7). Este linguajar dá a impressão que DEUS renuncia a este povo e reputa Moisés líder e libertador dessa gente. O pecado sempre nos separa de DEUS, embora o Senhor nunca esteja disposto a nos deixar de pronto. Na posição de Moisés, a atitude mais fácil a tomar era negar maiores responsabilidades por este povo, mas as experiências nos últimos meses fizeram algo neste homem. Ele não era líder de Israel por escolha própria e muitas vezes se sentira impotente diante de seguidores rebeldes. Só por DEUS ele chegara a este ponto, e o DEUS que o levara até ali não ia falhar nesse momento crucial.
A avaliação que DEUS fez desta multidão perversa é clara: O povo se corrompeu (7); depressa se desviou e colocou um bezerro no lugar de DEUS (8); era obstinado (9; “de dura cerviz”, ARA); Ele estava muito irado com o povo (10). “De dura cerviz” (9, ARA) é expressão aplicada a cavalo ou boi rebelde que não se deixa ser controlado por rédeas. Israel se recusara a obedecer ao concerto que fizera com DEUS.
Este provavelmente foi o maior teste que Moisés teve que suportar. Deixa-me, DEUS disse, que eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação (10). Não há como negar que seria justo DEUS tomar esta providência; é óbvio que Ele teria cumprido a ameaça se Moisés não tivesse intercedido. DEUS conhecia seu servo, sabia que ele passaria no teste e que se tornaria mediador. Moisés viu a realidade da ira de DEUS, rejeitou a oportunidade de glória egoísta e suplicou pelo povo e pela glória de DEUS.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag.225-226.
 
I- DEUS informa Moisés o que estava acontecendo no acampamento enquanto ele estava ausente.
Observe o que DEUS diz aqui a Moisés, a respeito deste pecado.
1. Que o povo tinha se corrompido. O pecado é a corrupção ou depravação do pecador, e é uma autocorrupção; “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”.
2. Que eles tinham se desviado do caminho. Tinham perdido o caminho.
3. Que tinham se desviado depressa. Eles logo se esqueceram das obras de DEUS. Cair em pecado tão rapidamente depois de termos renovado o nosso concerto com DEUS, ou de termos recebido alguma misericórdia especial da parte dele, é muito provocador.
4. Ele lhe diz, particularmente, o que tinham feito: “Fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram”.
5. Ele parece renegá-los, dizendo a Moisés: “O teu povo, que fizeste subir do Egito”. Observe que aqueles que se corrompem, não somente se envergonham, mas também fazem com que o próprio DEUS se envergonhe deles, e da sua bondade para com eles.
6. O Senhor o manda de volta para baixo, com toda a pressa: “Vai, desce”. Moisés deve interromper até mesmo a sua comunhão com DEUS, para ir e cumprir o seu dever como um magistrado em meio ao povo; Josué também deve fazê-lo, Josué 7.10. Pois tudo é belo na sua ocasião apropriada.
II- O Senhor expressa o seu desprazer com Israel, devido a este pecado, e a determinação da sua justiça de eliminá-los,vv. 9,10.
1. Ele descreve o verdadeiro caráter deste povo: “E povo obstinado”, incapaz de se submeter ao jugo da lei divina, e governado, de certa forma, por um espírito de contradição, avesso a todo o bem e inclinado a todo o mal, obstinado contra os métodos empregados para a sua cura. Observe que o DEUS justo vê não somente o que fazemos, mas o que somos. Não somente os atos da nossa vida, mas as disposições do nosso espírito, e leva tudo isto em consideração em todos os Seus procedimentos.
2. O Senhor declara qual era a recompensa merecida: Que o seu furor se acendesse contra eles (“deixa-me, que o meu furor se acenda contra eles, e os consuma”), de modo a consumi-los de uma vez, apagando os seus nomes de debaixo dos céus (Dt 9.14). Não somente expulsando-os do concerto, mas expulsando-os do mundo. Observe que o pecado nos expõe à ira de DEUS. E esta ira, se não for acalmada pela misericórdia divina, nos queimará como restolho. Era justo que DEUS deixasse que a lei seguisse o seu curso contra os pecadores, e que os extirpasse imediatamente, ao menor ato de pecado. E, se Ele o fizesse, isto não representaria nem perda nem desonra para Ele.
3. Ele resiste à persuasão para que Moisés não interceda a favor deles: ‘Agora, pois, deixa-me”. O que fez Moisés, ou o que poderia fazer, para impedir que DEUS os consumisse? Quando DEUS decide abandonar um povo, e o decreto da sua ruína já foi promulgado, nenhuma intercessão pode evitar isto, Ezequiel 14.14; Jeremias 15.1. Mas DEUS desejava expressar a grandeza do seu justo desprazer com eles, à maneira dos homens, que não desejam que ninguém interceda por aqueles com os quais decidiram ser severos. Desta maneira, também, Ele desejava honrar a oração, indicando que nada, exceto a intercessão de Moisés, poderia salvá-los da destruição, para que Moisés pudesse ser um tipo de CRISTO, por cuja mediação, e somente por ela, DEUS se reconciliaria com o mundo. Para que a intercessão de Moisés pudesse se revelar mais notável, DEUS lhe faz uma oferta, de que, se não intercedesse neste assunto, Ele faria dele uma grande nação. Que, no decorrer do tempo, Ele faria nascer um povo dos seus lombos, ou que imediatamente, de uma maneira ou de outra, traria outra grande nação sob o seu governo e liderança, para que ele não saísse perdedor pela destruição do povo. Se Moisés tivesse tido um espírito egoísta e limitado, ele teria concordado com esta oferta. Mas ele prefere a salvação de Israel à promoção da sua própria família. Aqui estava um homem adequado para governar.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 330-331.
 
A Ira de DEUS (32.7-10)
Notemos o jogo de palavras aqui, “o teu povo”, que Moisés teria tirado do Egito. Yahweh não os estava mais chamando de Seu povo, conforme, por tantas vezes, vimos até esta altura do livro de Êxodo. Ver Êxo. 3.10; 5.1; 7.4; 8.1; 9.1 e 10.3 como exemplos. O povo por assim dizer afirmava: “Esta imagem faz-me lembrar de DEUS; e é por isso que a estou venerando”. Mas Yahweh replicou: “o teu povo se corrompeu”.
Êxo 32.8 Este versículo passa em revisão as condições descritas nos vss. 1 -6, ou seja, Yahweh estava descrevendo para Moisés o que tinha acontecido, e estava enumerando cada item. O deslize para a idolatria tinha sido algo voluntário, com plena consciência do que eles estavam fazendo. E os resultados foram desastrosos (vs. 27 ss.).
Êxo 32.9 Tenho visto a este povo. Essa era a avaliação divina acerca dos israelitas: um povo de dura cerviz. Essa é a primeira instância dessa expressão no A. T., e que veio a tornar-se usual como descrição da nação de Israel, Ver Êxo. 32.9; 33.3,5; 34.9; Deu. 9.6,13; 10.16; 31.27; II Crô. 30.8; Sal. 75.5; Jer. 17.23. E, no Novo Testamento, ver Atos 7.51. A metáfora deriva-se da circunstância em que um cavalo não obedece ao cavaleiro, mas que, de pescoço duro, segue para onde melhor lhe parece. Também pode apontar para os animais que eram espicaçados com aguilhoes, para que se pusessem a puxar o arado. Mas em vez de fazerem o trabalho, endureciam os músculos do pescoço e resistiam às aguilhoadas, seguindo a direção que quisessem. Aben Ezra via uma aplicação literal ao indivíduo que foge para fazer sua própria vontade, e que, quando é chamado, nem se dá ao trabalho de volver a cabeça, reconhecendo sua convocação. Está em destaque uma estupidez obstinada, voluntariosa, que teimosamente resolve seguir uma causa má, de maneira inflexível, indisciplinada, resolvida a fazer o mal, perversa em seu desígnio, sem dar atenção à qualquer reta instrução, que chega mesmo a ser autodestrutiva. Pois faz coisas reconhecidamente prejudiciais a si mesma. Sócrates supunha que “a virtude consiste em conhecimento". Em outras palavras, que se um homem realmente soubesse o que lhe é melhor, faria tal coisa. Porém, sabe-se que por muitas vezes as pessoas inclinam-se para a autodestruição, tão profunda é a sua perversidade.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 447.
 
4. DEUS RENOVA O CONCERTO.
A Renovação do Concerto (34.10-28)
a) A promessa de DEUS (34.10,11). DEUS renova com Moisés formalmente o concerto quebrado. Prometeu conduzir Israel fazendo maravilhas (10), que seriam maiores aos olhos do povo que qualquer coisa jamais feita. Ele as chamou coisa terrível é o que faço contigo. “O que estou a ponto de fazer com vocês inspira terror” (VBB). O Senhor expulsaria os inimigos da terra da promessa (11). As maravilhas se cumpriram mais tarde em ocorrências como a queda dos muros de Jericó (Js 6.20) e a matança dos inimigos com chuva de pedra (Js 10.11). Ainda que Moisés não tenha vivido para ver estas vitórias, a promessa de DEUS cumpriu-se para seu povo.
b) O aviso contra a idolatria (34.12-16). O mal de formar alianças com os povos da Terra Prometida era uma possibilidade real. Os israelitas tinham de se guardar (12) e não fazer concerto com os moradores, porque este procedimento seria um laço para eles. Para se proteger, Israel tinha de derrubar os altares, quebrar as estátuas e cortar os bosques (13). Não deviam permitir que continuassem existindo. As estátuas (“colunas”, ARA) e os bosques (“postes-ídolos”, ARA) eram objetos de culto erigidos para a adoração de deuses e deusas da mitologia Cananéia. Estavam ligados com o culto a Baal, e foram “introduzidos em Israel pela fenícia Jezabel (1 Rs 18.19)”. “Ritos grotescamente imorais eram praticados com relação às colunas e bosques, e estas foram fonte contínua de tentação para os israelitas até o exílio.”
Acerca da declaração de que DEUS é zeloso (14), ver nota em 20.5. Todo concerto com os moradores da terra (15) levaria Israel a se unir com eles em festas a ídolos e casamentos entre si, resultando em apostasia e idolatria (16). Casar-se com alguém ligado a uma falsa religião é o caminho mais rápido para a desobediência. Os filhos se prostituem segundo os deuses das esposas. A idolatria, quer pagã ou da atualidade, é forma de adultério espiritual. A pessoa é infiel ao compromisso com DEUS, quando o coração busca seguir os deuses deste mundo.
Em nossa sociedade, é quase impossível salvar nossos filhos da exposição a essas tentações. Colocadas juntas em escolas públicas e atividades comunitárias, as crianças cristãs são sujeitas diariamente a estas seduções. Nossa única esperança é a instilação de coragem e fé que resistirão ao engodo de “ídolos” mundanos e casamentos com não-crentes. Quando ocorrem alianças erradas e outros erros em nossa família, há o recurso à graça redentora de DEUS e ao poder da oração intercessora pelo ESPÍRITO SANTO.
c) Várias proibições (34.17-26). Muitas destas proibições são repetições de ordens anteriores. O recente pecado de Israel tornou imperativa a repetição do mandamento de não fazer deuses de fundição (17). As instruções encontradas nos versículos 18 a 20 são analisadas em 12.14-20; 13.3-13; e 23.15. O mandamento sobre o sábado (21; ver comentários em 23.12) acrescenta a necessidade de observar o dia santo na aradura e na sega. Os israelitas deviam resistir à tentação de, no dia de DEUS, arar quando ameaçava chover ou de colher quando a colheita estava madura. Era fácil então, como é hoje, justificar o trabalho quando havia obrigações a cumprir.
d) A finalização do concerto (34.27,28). DEUS disse a Moisés: Escreve  estas palavras (27) — as palavras que DEUS acabara de lhe dizer (10-26). Conforme o teor destas palavras significa “com base nestas palavras” (Smith-Goodspeed; cf. NTLH). Estes acordos renovaram o concerto do Senhor com o povo. Clarke supunha que o procedimento incluía uma cópia das tábuas de pedra para Israel, visto que as originais seriam colocadas na arca.71 Em todo caso, foi DEUS que escreveu os dez mandamentos nas duas tábuas (28; o pronome oculto ele [escreveu] deve ser entendido como referência a DEUS; ver v. 1), e Moisés escreveu o restante do concerto. O servo do Senhor ficou no monte quarenta dias e quarenta noites, como da primeira vez, e jejuou em ambas as ocasiões (cf. 24.18; Dt 9.9).
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 233-235.
 
Êxo 34.27 O pacto foi reinstaurado. Moisés escreveu as leis, mas Yahweh estava presente, garantindo que isso seria feito de modo correto, preciso. No primeiro caso, as tábuas de pedra do decálogo foram escritas pelo dedo de DEUS (Êxo. 31.18). O segundo jogo de pedras foi ditado por Yahweh, mas gravado por Moisés. A lei condicionava as relações do pacto. Não era um pacto gracioso, e, sim, de obras. Por essa razão, era fatal que fracassasse, sendo afinal substituído pelo Novo Pacto, em CRISTO.
Moisés, o Mediador do pacto é de novo destacado, prefigurando CRISTO na Sua posição de Mediador. Ver Êxo. 19.19; 20.19 e 24.1,2,9-11. Moisés foi o mediador da lei. CRISTO é o mediador da graça (ver João 1.17).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 460.
 
A renovação da aliança (34.10-28)
v. 10. Primeiro DEUS anuncia o que ele pretende fazer a favor de Israel — maravilhas que vão ofuscar os sinais que acompanharam o êxodo (e.g., Js 6.1-27; 10.12ss).
No final do v. 10, a NVI omite a expressão “por você” que está nas outras versões (“contigo” , BJ; “com vocês”, NTLH). Isso certamente se refere a Moisés e concorda com a condição especial de Moisés em toda a questão da aliança (cf. v. 27, “aliança com você e com Israel” ). É na expulsão dos povos que estão em Canaã (v. 11) que DEUS vai realizar a obra maravilhosa, v. 12. Cf. 23.32.
v. 13. Cf. 23.24; D t 12.3. postes sagrados eram objetos de culto feitos de madeira (se eram postes ou árvores, não se sabe) que eram sagrados para Aserá, a deusa Cananéia da fertilidade.
v. 14. Acerca dos v. 14-26 como um “decálogo ritual” mais antigo do que o “decálogo ético” de 20.3-17, v. a discussão em Cole. v. 15. quando eles se prostituírem uma metáfora das práticas imorais em geral e certamente não sem significado literal com relação aos cultos da fertilidade, convidarão vocês: I Co 10.27-30 mostra como o mesmo tipo de situação poderia apresentar problemas ao cristão individual na cidade de Corinto do século I. Quanto os israelitas eram vulneráveis diante desse tipo de tentações ficou demonstrado de forma convincente no caso do bezerro de ouro. v. 17. ídolos de metal: correspondente à proibição de imagens esculpidas em 20.4. Talvez o uso do termo “bezerro fundido” em associação com o pecado de Israel (cf. 32.4) explique a diferença de ênfase, v. 18. Cf. 23.15. v. 19,20. Cf. 13.1 lsa. A lei do primeiro a nascer é introduzida no cap. 13 seguindo o relato do êxodo; aqui, ele vem depois da regulamentação da festa dos pães sem fermento (v. 18) que havia se ligado estreitamente com a tradição do êxodo. v. 21.
A lei do sábado precisava ser observada em todas as épocas (cf. 31.13), inclusive na época de arar e na colheita, quando a tentação de desconsiderá-la seria mais forte. v. 22. A festa das semanas é a festa da colheita de 23.16; ocorria sete semanas depois da festa dos pães sem fermento (v. 18). A festa do encerramento da colheita é outro nome da festa dos tabernáculos (cf. 23.16). v. 23. Cf. 23.17. O calendário religioso de Israel é apresentado na sua forma completa em Lv 23. v. 24. Ninguém cobiçará a sua terra: uma palavra para o adorador ansioso em paralelo com o que está em l Rs 17.13 e M t 6.33. Cole comenta acerca da facilidade com que um agricultor poderia mudar a marca divisória de terras para prejudicar o seu vizinho mais piedoso. Os que viviam em lugares mais distantes e isolados estariam temerosos de que na sua ausência algum estranho tentasse estabelecer, ou até restabelecer, a reivindicação por uma porção de terra. v. 25. Cf. 23.18. O sacrifício da festa da Páscoa corresponde à “gordura das ofertas de minhas festas” em 23.18, mas essa lei está especificam ente relacionada à Páscoa em 12.10. v. 26. Cf. 23.19. A generosidade de DEUS é reconhecida tanto positiva quanto negativamente — positivamente, na apresentação dos primeiros frutos; negativamente, na rejeição dos rituais de fertilidade dos cananeus.
O paralelo antigamente pressuposto entre o cozimento de um cordeiro no leite de sua mãe e a referência num texto ugarítico de Ras Shamra está sendo seriamente questionado atualmente, v. 27. Escreva essas palavras cf. 24.4,7. Essas são as condições da aliança esboçadas nos v. 12.26. com você: Moisés era o mediador da aliança; cf. comentário do v.10. v.28. E escreveu a implicação mais natural é que foi Moisés quem escreveu,visto que é o sujeito dos verbos anteriores.
Mas o v.1 opõe-se a isso, e pode bem ser que o sujeito original (ou até mesmo o sujeito pretendido agora) de escreveu seja DEUS. A questão depende em parte do significado exato das frases discutidas no comentário de 31.18; 32.16.
Bruce; F. F. Comentário Bíblico NVI : Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pag. 225-226.
 
A RENOVAÇÃO DO CONCERTO - 34.1-35
A visão que acabara de ser prometida deveria ser concedida quando DEUS renovasse a aliança, que o povo havia quebrado por sua idolatria. Dessa maneira DEUS fez com que a própria rebelião de Seu povo redundasse em Seu favor, pois proveu a oportunidade de Moisés requerer seus pedidos, em Êx 23, e para uma revelação, em resposta, a respeito das excelências da natureza de DEUS, que ultrapassou qualquer coisa conhecida até então.
Eu faço um concerto (10), isto é, DEUS renova a aliança já feita, mas que já tinha sido violada pelos israelitas. Nos versículos seguintes são apresentadas tanto as promessas que DEUS incluiu em Seu concerto como as condições sobre as quais o povo estaria em posição de aceitar as promessas, isto é, Guarda... (11); após isso, é dado um sumário das principais observâncias, representando todos os mandamentos transmitidos antes.

DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 84-86.