Lição 9 - O Prenúncio do Tempo do Fim 1 parte

Lição 9 - O Prenúncio do Tempo do Fim 1 parte

Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
 
 
TEXTO ÁUREO 
"E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque ela se exercerá no determinado tempo do fim" (Dn 8.19).
 
 
VERDADE PRÁTICA 
O tempo do fim não é o fim do mundo, mas o tempo de tratamento de DEUS com o povo de Israel, prenunciando a vinda de CRISTO.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Tt 2.13 O aparecimento do grande DEUS
Terça - Dn 7.13 CRISTO vindo em glória nas nuvens
Quarta - Mc 13.26 CRISTO vindo com grande poder
Quinta - Mt 25.31,32 JESUS vindo em glória para julgar as nações
Sexta - At 1.10,11 Os anjos afirmam que JESUS voltará
Sábado - Mt 16.27 JESUS vindo para julgar a cada um 
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 8.1,3-11
Daniel 8.1 No ano terceiro do reinado do rei Belsazar, apareceu-me uma visão, a mim, Daniel, depois daquela que me apareceu no princípio.
Daniel 8.3-11 - 3 E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu por último. 4 Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o meio-dia; e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade e se engrandecia. 5 E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos; 6 dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. 7 E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão. 8 E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu.
 
INTERAÇÃO 
"O tempo do fim." Há pessoas que têm arrepios quando ouvem tal expressão. Mas esta nada tem com o fim do mundo. Todavia, parece que o tema escatológico do fim do mundo mexe com os sentimentos das pessoas. Não por acaso, a indústria cinematográfica americana tem investido bilhões de dólares acerca destes temários. No meio evangélico não é diferente, pois não poucos autores e cineastas têm assustado pessoas fazendo com que as profecias pareçam um filme de Hollywood. Quando ensinamos o oitavo capítulo do livro de Daniel, a nossa perspectiva de ensino não pode ser a do terror, mas a da esperança. Apresentando aos nossos alunos o triunfo do Reino de DEUS mediante o contexto profético apresentado no capítulo em estudo.
 
OBJETIVOS - Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer os símbolos proféticos do carneiro e do bode.
Identificar a visão do chifre pequeno.
Compreender o período do tempo do fim
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, após lecionar o primeiro tópico da lição, sugerimos que reproduza o esquema abaixo. A ideia é reforçar o aprendizado dos alunos. De acordo com o esquema elaborado e objetivando a assimilação das informações pelos alunos, é salutar ao professor acrescentar ao esquema proposto figuras do bode, do carneiro e dos impérios medo-persa e grego - as imagens podem ser identificadas na internet ou adquiridas nas lojas da CPAD. A exposição oral do assunto conjugado ao esquema e as figuras dos animais farão com que os alunos tenham sucesso no processo ensino-aprendizagem. Boa aula!
 
O CARNEIRO
OS CHIFRES DO CARNEIRO
O BODE
E O GRANDE CHIFRE
O  significado do  carneiro é  o  advento  do  império medo-persa
Eram dois os chifres do carneiro: o maior e o menor. O maior referia-se a Ciro, o persa; o menor, Dario da Média
A figura do bode representava o império grego. E o chifre, o imperador Alexandre.
 
Resumo da Lição 9 - O Prenúncio do Tempo do Fim
I - A VISÃO  DO CARNEIRO E DO BODE  (Dn 8.3-5)
1. A visão do carneiro (Dn 8.3,4,20).
2. Os chifres do carneiro.
3. A visão do bode (Dn 8.5-8).
II - O CHIFRE PEQUENO (Dn 8.9) 
1. A visão da ponta pequena. 
2. A ultrajante atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11).
3. A purificação do santuário (Dn  8.14).  
III - ANTÍOCO EPIFÂNIO, O PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1. Antíoco Epifânio.
2. A visão do anjo Gabriel (Dn 8.16).
3. O tempo do fim  (Dn 8.17). 
 
SINOPSE DO TÓPICO (1) A visão do bode e do carneiro refere-se respectivamente aos impérios medo-persa e grego 
SINOPSE DO TÓPICO (2) O chifre pequeno de Daniel 8.9 refere-se à Antíoco Epifânio, um opressor cruel e terrível contra Israel.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Por perseguir os judeus em Jerusalém e na Judeia, por cometer tantas atrocidades contra o povo de DEUS, Antíoco Epifânio é considerado por muitos estudiosos um tipo do Anticristo
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Histórico
"MEDOS, MÉDIA
Em Isaías 13.17,18 e Jeremias 51.11,28, foi predito o papel que os medos iriam desempenhar na queda da Babilônia, embora nessa época os persas estivessem dominando. Daniel também atribui aos medos um papel importante na queda da cidade da Babilônia (Dn 5.30,31).
 
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Histórico
"PÉRSIA
Os reis assírios foram os primeiros a mencionar a Pérsia em seus relatos. Salmanaser III recebeu tributo dos reis da Parsua em 836 a.C., Tiglate Pilaser III invadiu a Parsua em 737, e Senaqueribe lutou contra eles em Halulina em 681. Aquêmenes (Hakhmanish da Pérsia) foi o ancestral epônimo que fundou a dinastia persa. Teispes, filho de Aquêmenes, dois netos, Ariyaramnes e Ciro I, e um bisneto, Cambises, governaram a terra natal, mas foram subordinados aos seus primos mais poderosos do norte, os medos. A pátria deste povo de língua indo-europeia era chamada de Parsa, mas eles a chamavam de Airyana, do sânscrito arya, 'nobre', e a partir daí o atual Irã. O país situava-se a leste de Elão a partir do golfo Pérsico até o Grande Deserto de Sal. Este povo passou pelo planalto do Irã e ocupou esta região no início do primeiro milênio a. C.
Depois da queda de Nínive, em 612 a.C., os medos controlaram todo o norte da Mesopotâmia. O casamento de Cambises com a filha do rei medo Astíages, resultou no nascimento de Ciro II. Este líder uniu as tribos persas e juntou forças com Nabu-na'id (Nabonido) da Babilônia, em uma revolta contra os medos. Em pouco tempo, o controle da Média caiu nas mãos de Ciro o Grande, em 547 a. C. ele venceu Creso, o rei de Lídia que governava a Anatólia ocidental.
Ciro não fez uma mudança radical quando tomou os reinos dos caldeus, mas instituiu reformas. Colocou o templo da Babilônia sob sua própria administração, mas teve uma atitude iluminada em relação às religiões que eram diferentes da sua. Os judeus exilados não foram os únicos a receber liberdade religiosa e voltar para a sua terra natal (PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.1515-16).
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
SILVA, Severino Pedro. Daniel Versículo por  Versículo: As visões para estes últimos dias. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
STAMPS, Donald C (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
 
 
Revista Ensinador Cristão - CPAD nº58. p.40.
O oitavo capítulo de Daniel retrata os impérios Medo-Persa e Grego respectivamente. O carneiro de dois chifres representa o império Medo-Persa. O Bode é figura do império Grego e o grande chifre do bode refere-se a Alexandre Magno, o mais célebre conquistador do Mundo Antigo.
Alexandre humilhou o império Medo-Persa sem compaixão e piedade. Representado pelo grande chifre do bode que foi quebrado, o imperador grego morreu prematuramente. A visão de Daniel apresenta mais quatro chifres que cresceram no seu lugar. Eles representavam os quatro generais que dividiram o império Grego em quatro regiões, após a morte de Alexandre, isto é, Macedônia, Ásia Menor, Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro chifres cresceu um pequeno chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes, o rei da Dinastia Selêucida que governou a Síria entre 174 e 164 a. C.
Antíoco Epífanes atacou as quatro regiões e suas respectivas potências militares. A história confirma também o assassinato do sumo-sacerdote judeu Onias em 170 d. C. e a profanação do templo de Jerusalém. Daniel teve uma visão extensa e assustadora ao ponto de lhe tirar a força física para fazer as coisas mais básicas da vida. Mas era uma visão que devia ser guardada em segredo.
Muitos estudiosos concordam que o capítulo oito de Daniel traz um testemunho de uma profecia histórica que se cumpriu parcialmente. A história teria testemunhado os acontecimentos que os santos profetas, sem os conhecerem de antemão, profetizaram em nome do Senhor. É bem verdade que o nosso DEUS zela pela sua Palavra.
A Bíblia diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento. Mas enquadrá-lo como Anticristo ainda passa por especulação. Todavia, o que deve alegrar o crente são as vidas que abrem os olhos espirituais e percebem por si mesma o benefício de crermos na graça preciosa e suficiente de DEUS, o nosso bendito e eterno Pai.
Aproveite a aula de hoje para mostrar aos alunos como o nosso DEUS relaciona-se com o Seu povo escolhido. Somos a igreja de DEUS, um povo escolhido e chamado por Ele para anunciar as boas novas da vida eterna. Não permita que o seu aluno deixe a aula sem este esclarecimento: o de que o Senhor, através do Seu Filho JESUS, e na força do ESPÍRITO SANTO, tem cuidado de nós.
Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 40.
 
 
COMENTÁRIO DE VÁRIOS COMENTARISTAS E LIVROS
INTRODUÇÃO
Se fizermos uma digressão ao conteúdo dos capítulos 2 ao 7, Daniel apresenta a história e profecia relacionadas diretamente com as nações gentílicas. Nos capítulos 3 e 6 a história ganha um sentido especial porque fala da vitória do remanescente judeu contra as influências pagãs. O capítulo 4 é um testemunho que o Rei Nabucodonosor faz acerca da sua experiência que o levou a tornar-se insano e agir como um animal do campo, fruto do juízo da parte de DEUS, que por fim o restaurou da sua insanidade mental. No capítulo 5, temos a queda do Império Babilônico, por ocasião da festa de Belsazar. Nesta festa, com a profanação dos vãos sagrados do templo de Jerusalém, DEUS intervém na festa e sua mão escreve na parede do salão de festas a sentença de juízo contra o Império Babilônico. No capítulo 6, a história de Daniel na cova dos leões é inserida na história que o profeta quis contar, mas que o fato havia acontecido 60 anos depois, no primeiro ano do reinado do rei Dario, o medo, aproximadamente no ano 539 a. C. Daniel teve o propósito de enfatizar a fidelidade em meio a desobediência civil ante leis e decretos que tinham como objetivo se opor ao DEUS de Daniel.
Ao chegar ao capítulo 7, Daniel dava início à segunda parte do livro. A partir de então, as visões foram específicas a Daniel, tratando do futuro do seu povo (Israel) e das nações do mundo representadas pelas figuras dos quatro animais com características diferentes que lembram as figuras mitológicas do mundo pagão. Neste capítulo temos a segunda visão de Daniel. No capítulo 7 aparecem os quatro animais representativos dos impérios que governaram o mundo de então, mas que prefiguravam o juízo e o estabelecimento do reino de DEUS na terra num tempo especial. Neste capítulo, DEUS revela a Daniel o futuro desses impérios por meio de sonhos.
Chegamos ao capítulo 8, quando DEUS revela o destino desses impérios por meio de uma visão que tem um caráter particular. Neste capítulo, DEUS mostra a Daniel a queda dos dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego, representados pelas figuras de outros animais: um bode e um carneiro. Os mesmos impérios tratados no capítulo 7 e representados pelo Urso (7.5) e pelo Leopardo (7.6) ganham um sentido especial e particular no capítulo 8. Os dois outros animais, com características especiais eram um carneiro (8.3,4) e um bode (8.5-9). Ambos eram animais poderosos, mas foram destruídos, porque ninguém prevalece contra o Cetro de DEUS. Chama atenção a partir do capítulo 8 a mudança de idioma utilizado por Daniel. Nos capítulos 2 ao 7, o idioma do texto foi o aramaico dos gentios, no qual DEUS trata diretamente com as nações gentílicas. Nos capítulos 8 ao 12, o idioma foi o hebraico, porque a visão dizia respeito, essencialmente, ao povo judeu, sob o domínio desses impérios mundiais. Porém, no capítulo 8, DEUS revela a Daniel as características dos dois Impérios, o Medo-persa e o Grego, representados por dois animais, “o carneiro e o bode”. Os elementos históricos da profecia tiveram seu cumprimento no passado; porém, algumas características desses dois impérios personificam o futuro de Israel e o que acontecerá no “tempo do fim”(Dn 8.19).
ASPECTOS GERAIS DAS VISÕES DE DEUS A DANIEL
Nos tempos antigos a linguagem figurada era utilizada, especialmente, pelos povos pagãos. A cultura da época ilustrava valores e aspectos humanos através de componentes da natureza, do mundo animal. Neste capítulo, o escopo é menos abrangente, mas não menos importante, porque a visão tem apenas dois animais que surgem poderosos e ultrajantes pelo poder de violência e destruição que promovem. Nesta visão, DEUS mostra a Daniel esses dois animais que representavam força, energia, autoridade, poder e perspicácia na invasão das nações e no domínio sobre os reis vencidos.
A visão dada a Daniel (8.1)
O texto literalmente diz: “apareceu-me, a mim, Daniel”. Daniel estava, de fato, distinguindo as visões dadas a Nabucodonosor nas quais ele foi apenas o intérprete das visões pessoais que DEUS lhe deu. O caráter das visões concedidas a Daniel era moral e espiritual, enquanto que, as visões dadas a um rei pagão tinha um caráter material e político. Sonhos e visões são vias pelas quais DEUS revela a sua vontade, mas não são únicas maneiras de DEUS falar.
A data da visão (8.1)
Não há uma data certa, mas aproximada, quando os estudiosos entendem que o ano primeiro seja 541 a. C., e o ano terceiro teria que ser 539 a. C., que foi o ano da tomada da Babilônia pelos medos e persas. O texto indica que Daniel estava em Susã, capital da província de Elão.
O local da visão (8.2)
O texto declara que Daniel se viu junto ao rio Ulai: “vi, pois, na visão, que eu estava junto ao rio Ulai”. Alguns comentaristas seguem a ideia de LeonWood que entende que Daniel não esteve fisicamente em Susã, mas que foi transportado em espírito junto ao rio Ulai para ter essa visão. Não há necessidade de discutir se esteve realmente em Susã ou não. O que importa é que DEUS estava dando a Daniel uma visão que retratava ascensão e queda dos dois impérios que aparecem na visão como o carneiro e como o bode. Posteriormente, esse rio mudou seu curso e se dividiu em dois outros rios, identificados como os rios Karon e Kerkah.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 115-117.
 
As visões e profecias desse capitulo concentram- se única e inteiramente nos eventos que estavam para ocorrer dentro em breve nas monarquias da Pérsia e da Grécia, e parecem não conter qualquer referência a qualquer outra coisa. Nada é dito aqui sobre a monarquia dos caldeus, apesar desta ser exatamente a sua época. E, por essa razão, esse capítulo não está escrito em caldeu, como os seis capítulos anteriores, para beneficio dos caldeus, mas no idioma hebreu, e da mesma forma estão os demais capítulos até o final do livro, em benefício dos judeus, para que pudessem saber que adversidades estavam diante deles e qual seria a conclusão, e assim pudessem se precaver de antemão. Nesse capítulo, temos: I. A própria visão do carneiro, e do bode, e a pequena ponta que lutaria e prevaleceria contra o povo de DEUS, por um determinado tempo limitado (w. 1-14). II. A interpretação dessa visão por um anjo, mostrando que o carneiro representava o império persa, o bode, o grego, e a pequena ponta, um rei da monarquia grega, que se lançaria contra os judeus e a religião, e que era Antíoco Epifânio (w. 15-27). A congregação judaica, desde os seus primórdios, fora por todo tempo, em maior ou menor grau, abençoada com profetas, homens divinamente inspirados para lhes explicar a intenção de DEUS em suas providências, e dar-lhes alguma perspectiva do que estava para acontecer com eles. Mas, logo após a época de Esdras, a divina inspiração foi interrompida, e não houve mais nenhum profeta até que chegasse o tempo do Evangelho. Por isso os acontecimentos daquela época foram aqui profetizados por Daniel, e deixados em registro, para que DEUS não ficasse sem testemunho, e eles não ficassem sem um direcionamento.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 873.
 
O capítulo 8, assim sendo, elabora certos assuntos que figuram no capítulo anterior. A Babilônia não está mais em foco, e até os medos-persas foram mencionados para introduzir o monstro macedônio, Alexandre. Mas a ênfase real recai sobre o pequeno chifre, Antíoco Epifânio. “O propósito deste capítulo é, por um lado, tornar claras algum as questões que haviam sido tratadas de maneira um tanto crítica no capítulo 7; e, por outro, renovar a certeza de que o fim estava próximo. O cálice da iniquidade de Antíoco estava quase cheio. Esse é o episódio final na grande tribulação que precederá o fim. DEUS interviria e o homem do pecado seria destruído. Neste capítulo voltamos ao idioma hebreu, deixando de lado o aramaico” (Arthur Jeffery, in loc).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3410.
 
I - A VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
1. A visão do carneiro (Dn 8.3,4,20).
DEUS, em sua infinita sabedoria, utiliza elementos da cultura que prevalecia nos dias de Daniel, mesmo que ele não precisasse de figuras mitológicas para entender as verdades divinas. DEUS utiliza as figuras mitológicas do mundo animal para dar a Daniel uma visão ampla sobre dois impérios que viriam e que fariam parte da estratégia divina para revelar a Israel a soberania de DEUS sobre todas as nações.
A visão do Carneiro (Dn 8. 20)
Na visão, Daniel estava diante do rio Ulai e, de repente, surge na visão um carneiro doméstico, mas que era audacioso e estava “diante do rio”. O carneiro era forte e tinha dois chifres, um maior que o outro. Esse carneiro simbolizava o Império Medo-persa que era o símbolo da aliança imperial dos medos e dos persas - Dario, o medo e Ciro, o grande (persa) - (Dn 8.20).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 118.
 
O carneiro medo-persa (8.3-4). Na primeira visão de Daniel no capítulo 7, os animais que simbolizavam o poder mundial eram animais selvagens. Agora a disposição da visão muda e dois desses mesmos poderes mundiais aparecem como animais domesticados — um carneiro e um bode. Será que é possível que o ESPÍRITO de DEUS esteja retratando aqui mais uma importante fase da vida humana e da história, ou seja, o aspecto cultural? Enquanto o capítulo 7 ressalta o poder político das nações, o capítulo 8 destaca as influências culturais. Se concordarmos com essa hipótese, é possível imaginar que esses dois aspectos, provenientes de dois reinos diferentes, convirjam em dado momento em uma manifestação culminante do mal, ou seja, no surgimento do Anticristo.
Qualquer que seja o significado da mudança da natureza dos animais, o carneiro e o bode logo estavam furiosamente em guerra. O carneiro aparece primeiro, dando marradas para o ocidente, e para o norte, e para o meio-dia (“para o sul”, NVI; v.4). Keil sugere que a direção das marradas parece indicar que os avanços para o oriente não eram tão estrategicamente importantes comparados com os feitos em outras direções. Tanto Ciro quanto Dario lideraram campanhas bem-sucedidas para o Oriente, em direção à índia, mas é o seu impacto ocidental que mais seriamente afetou a história.
O animal de duas pontas (dois chifres), com a segunda crescendo mais que a primeira, claramente sugere a história medo-persa. Ciaxerxes, da Média, era um líder poderoso que se aliou ao caldeu Nabopolassar e seu filho, Nabucodonosor, para derrubar o império assírio em 612 a. C. Ao lado da Babilônia, a Média era um poder dominante dos seus dias. Mas a bravura do talentoso Ciro logo se tornou evidente, e ele rapidamente ascendeu até o topo da aliança medo-persa.
A palavra animais (chayywoth) significa criaturas viventes em geral e podem ser tanto selvagens quanto domesticados. “Nenhuma criatura vivente podia ficar diante dele, e não havia quem pudesse livrar-se do seu poder; e ele fazia o que bem desejava e tornou- se grande” (4, lit.). E se engrandecia (higddil) não significa aqui “tornar-se arrogante” mas, sim, “fazer grandes coisas”. Isso se repete no versículo 8; cf. SI 126.2-3: “Grandes coisas fez o Senhor por nós”.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 529.
 
A identificação específica dos dois animais forma a própria compreensão do autor com relação à seqüência dos eventos futuros. JESUS, nosso Senhor, usou também em vários de seus ensinos doutrinários, métodos semelhantes. Exemplificando, temos a parábola do Bom Semeador, em Mt 13.4-9, 18-23 e ss. No texto em foco, o anjo mostrou a Daniel, em cada interpretação, que todos aqueles reinos mundiais estavam em fase de transição, e recomendou que ficasse firme e prosseguisse até o fim. (Comparar Dn 12.13).
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
 
2. Os chifres do carneiro.
Os dois chifres “o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra“ (8.3). Na versão ARC, a expressão fala de duas pontas que são traduzidas em outras versões como dois chifres. Portanto, os dois chifres do carneiro são os dois reis da Média e da Pérsia. Segundo os historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça deles, principalmente quando passavam em revista os seus exércitos. De acordo com a história, a princípio, os medos haviam prevalecido na guerra contra a Babilônia e teve Dario como o primeiro governante daquela união entre a Média e a Pérsia. Porém, logo os persas prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império. O carneiro, com seus dois chifres, representado pela união da Média e da Pérsia, identificado como o Império Medo-persa venceu e derrotou o Império Babilônico quando Belsazar estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou dos vasos sagrados da Casa de DEUS trazidos do Templo de Jerusalém. Nota-se que há uma repetição do predito na visão do capítulo 7 sobre o segundo e o terceiro impérios, porém, DEUS, com uma maneira especial de aclarar a mente de Daniel mostrou a ele o que estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel. Os dois chifres do carneiro são destacados, tendo um dos chifres maior que o outro. O chifre maior (“o mais alto”) representava Ciro, o persa (8.3) e o chifre menor representava Dario, da Média.
Marradas do Carneiro, “vi que o carneiro dava marradas para o ocidente e para o norte, e para o meio dia” (8.4) — São três direções audaciosas do carneiro dando marradas, isto é, dando coices com violência para se sobrepor. Interpretando o termo “marrada”, no contexto dessa visão, Daniel percebe que o carneiro com seus dois chifres, representado pelo Império Medo-persa, quando batalhou contra Nabonido, pai de Belsazar, da Babilônia, foi um animal violento e dominador. Suas marradas foram fortes e capazes de suplantar a força militar da Babilônia. As três direções das marradas do carneiro abrangia todos aqueles países adjacentes que envolviam a Babilônia, Lídia e o Egito, Palestina e outros mais das cercanias do Oriente Médio. Estas três regiões lembram e se comparam literalmente à figura das “três costelas” na boca do urso que Daniel viu em sua visão no capítulo 7.5. As duas visões tratam das mesmas conquistas dos medos e persas. No capítulo 7, os medos-persas são representados pelo urso e no capítulo 8.4, eles são representados pelo carneiro. O que DEUS queria mostrar a Daniel diferia apenas quanto aos aspectos político do mundo de então e os aspectos moral e espiritual que envolveria esse Império.
(8.4) A força do Carneiro — “e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão”.
Na cultura persa, a figura do carneiro era muito popular. Esse animal é sempre referido ao macho das ovelhas. Simboliza força e bravura na defesa da sua família. Seus chifres são símbolos do poder de domínio e autoridade do carneiro para defender seu rebanho. O símbolo mais importante dos medos-persas era a cabeça de ouro de um carneiro que fazia parte da coroa real, do peitoral de bronze dos guerreiros nas grandes batalhas. Na cronologia histórica, Ciro sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis até que o carneiro é vencido e, surge na visão de Daniel a figura de um bode que ataca o carneiro e o vence (8.5-7).
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 119-120.
 
1. Ele viu um carneiro com duas pontas (v. 3). Essa era a segunda monarquia, da qual os reinos da Média e da Pérsia eram as duas pontas. As pontas eram muito altas. Mas a que veio por último era a mais alta, e tomou a dianteira da mais antiga. Assim, o último será o primeiro, e o primeiro, o último. O reino da Pérsia, que se levantou por último, em Ciro, tornou-se mais eminente que o dos medos, governado por Dario, o medo..
2. Ele viu o carneiro atacando todos à sua volta com as suas pontas (v. 4), para o ocidente (em direção à Babilônia, Síria, Grécia e Ásia Menor), para o norte (em direção aos lídios, armênios e citianos), e para o sul (em direção à Arábia, Etiópia e Egito), pois todas essas nações foram, em uma época ou outra, atacadas pelo império persa na tentativa de aumentar os seus domínios. E, por fim, ele se tornou tão poderoso que nenhum animal podia estar diante dele. Esse carneiro, embora pertencente a uma espécie animal que muitas vezes servia de presa, tornou-se temível até mesmo para os próprios animais predadores, de modo que não havia nenhum que ficasse diante dele, nenhum que dele escapasse, nenhum que pudesse livrar-se da sua mão. Todos deveriam se submeter a ele. Os reis da Pérsia agiam conforme a sua vontade, alcançavam sucesso em todas as investidas no exterior, possuíam um poder incontrolável em seu país, e tornaram-se notáveis. Ele se considerava notável porque fazia o que queria. Mas fazer o bem é o que torna os homens verdadeiramente notáveis.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 874.
 
3. A visão do bode (Dn 8.5-8).
“eis que um bode vinha do ocidente sobre a terra, mas sem tocar no chão” (8.5). A figura do bode, na mitologia do mundo de então significava poder, força e ousadia. Velocidade e mobilidade são características desse animal que lembram a cabra montês que salta em montanhas de pedra com firmeza e sem resvalar. O bode é um animal que vive em regiões rochosas e inóspitas. O texto diz que “o bode” tinha uma velocidade que nem “tocava o chão”. Está se referindo a Alexandre, filho de Felipe da Macedônia, que surgiu com força incrível e com grande mobilidade para conquistar o mundo, a partir da conquista do Império Medo-persa que não se conteve diante dele. Quando surgiu o bode no espaço que o carneiro dominava, lançou-se contra o carneiro com muita força e domínio, ferindo-o e quebrando, de imediato, os dois chifres. O poder de Dario e Ciro caiu e foi usurpado pelo poder simbólico do bode que representava o Império Grego.
“vinha do ocidente sobre toda a terra” (8.5). Esse bode vinha do Ocidente com tanta velocidade e força que os seus pés não tocavam o chão. Na realidade, o ocidente é chamado “o poente” da Média e da Pérsia. Em 334 a.C., Alexandre, cruzou um famoso estreito entre os mares Negro e Egeu e com a força militar que tinha foi avançando até o Oriente e derrotou os exércitos dos medos e persas. Por uns dois ou três anos seguintes, Alexandre, definitivamente conquistou o Império Medo-persa por volta de 331 a. C.
“aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos” (8.5). Ele tinha um chifre no meio de sua testa. Era o Império Grego através de Alexandre, o Grande, que, com seus exércitos, suplantavam tudo e agiam com muita rapidez. O carneiro foi totalmente humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e o carneiro foi pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e derrota do Império Medo-persa pelos gregos. Daniel vê em sua visão que “o bode” vinha do Ocidente com muita força e rapidez e representava o novo Império, o Grego.
Quem era a “ponta notável”? (8.5)
Daniel vê em sua visão que o bode tinha “uma ponta notável”, isto é, o bode tinha “um chifre no meio dos olhos” que chamava a atenção e, histórica e profeticamente estava se referindo ao líder mundial que ficou conhecido como, Alexandre, o Grande. Sob seu comando, representado pelo bode, quando deparou-se com o carneiro, quebrou os dois chifres do carneiro (Média e Pérsia). Na visão de Daniel, o bode demonstrou ter uma força superior ao do carneiro. Esse bode era, não só constituído de força e violência, mas tinha uma mobilidade ímpar. Esse “chifre notável” tornou-se, portanto, o grande conquistador por um espaço curto de tempo. Alexandre fora educado aos pés do grande sábio grego Aristóteles. Ele nasceu na Macedônia em 356 a. C. Era de uma inteligência avançada para o seu tempo. Quando tornou-se o grande comandante das milícias gregas, a começar pela Macedônia, Alexandre demonstrava perspicácia e tenacidade ante os seus liderados. Ele era capaz de convencer seus liderados, generais e soldados, a superarem suas forças para conquistarem terras e mais terras.
(8.6,7) A violência do bode unicórnio. Era um animal unicórnio por causa do “chifre notável” que tinha sobre a fronte. O texto diz que esse bode investiu com todas as forças sobre o carneiro e quebrou, de imediato, os dois chifres do carneiro. Ciro e Dario foram quebrados, e a união da Média e da Pérsia foi suprimida pela força desse bode, ou seja, o Império Grego que sucedeu ao medo-persa.
O chifre notável é quebrado repentinamente - “mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada” (8.8) - Quando Alexandre gozava do maior prestígio que um grande rei podia experimentar, no auge de sua glória militar e política, o jovem conquistador perdeu a vida de modo misterioso no ano 323 a. C. A profecia que DEUS deu a Daniel uns 200 anos antes se cumpriu cabalmente na vida de Alexandre, o Grande.
Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 120-121.
 
Dn 8.5: “um bode...” O profeta Daniel, em sua grande visão, deixa um pouco de lado o carneiro (Império medo-persa) e entra em cena com o Império Greco-Macedônio. No capítulo dois (2) deste livro, o Império Greco-Macedônio é representado pela composição de cobre, que forma “o ventre e coxas” da colossal imagem vista por Nabucodonosor em sua visão noturna. Enquanto que, no capítulo quatro (4), versículo quatorze, ele pode ser visto nas “folhas” da grande árvore, vista também em um sonho. No capítulo 7.6, ele é representado pelo “Leopardo” ali descrito. Agora, porém, no texto em foco, o reino Greco-Macedônio é representado pelo “bode voador”. Em sentido profundo da exegese, o bode representava o poderoso exército comandado por Alexandre, enquanto que a “ponta notável entre os olhos” representava o próprio Alexandre (v. 21). Daniel observa que aquele “bode” vinha do “Ocidente” em direção ao Oriente; isso indicava que o bode vinha da Grécia (Ocidente) em direção a Babilônia (Oriente). O exército de Alexandre era considerado um “exército-relâmpago”, e por essa razão, o profeta de DEUS registra que ele não “tocava no chão”. Daniel, como em outras oportunidades, ficou sem entender a visão, mas o anjo Gabriel, passou a explicar-lhe todos aqueles pormenores: “...o bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro”. E evidente que o rei primeiro do texto em foco é Alexandre Magno. O “bode peludo”, além de poderoso, “tinha uma ponta notável entre os olhos”. O leitor deve observar bem a frase: “entre seus olhos”. - Mas por que entre seus olhos? - A história diz que Alexandre, quando jovem, educou-se aos pés de Aristóteles, como Paulo aos pés de Gamaliel (At 22.3). Aristóteles foi discípulo de Platão. Juntos, esses dois filósofos eram chamados de “os dois olhos da Grécia”.
Dn 8.6: Os amantes da história antiga reafirmam a descrição de Daniel no presente texto, sobre a corrida de Alexandre Magno “com todo o ímpeto da sua força” contra os medos e persas. “Conta-se que ele, quando frequentava uma escola na Grécia (era macedônio), costumava dizer que um dia se vingaria com todo o ímpeto das agressões dos persas, que, sendo senhores do mundo, ainda desejavam dominar a Grécia. A célebre batalha do Passo de Dardanelos e a batalha naval de Salamina falam bem alto do tipo de guerra que os persas, de tão longe, iam fazer à Grécia. Tão logo Alexandre pôde convencer os gregos de que era tempo de se desforrarem dos persas, reuniu tudo que tinha, e com uma coragem indômita, que lhe era peculiar, atirou-se pelo Oriente, nada estorvando a sua incrível coragem”. Alexandre não perdia tempo. Dali em diante nada lhe resistiria. Por isso Daniel o vê como um bode que vinha voando.
Dn 8.7: O presente versículo foi escrito antes de seu cumprimento (talvez 200 anos antes). Alexandre combateu, de fato, o Império Medo-persa, mais ou menos em 331 a. C. E esta profecia foi escrita por Daniel, mais ou menos em 539 a. C. E uma predição notável o choque de dois Impérios mundiais. Em nossos dias, poderíamos imaginar um choque de duas grandes potências mundiais como os Estados Unidos da América do Norte e a União Soviética. Isso significaria, uma catástrofe mundial que envolveria todo o mundo. As duas pontas quebradas, vistas por Daniel no grande impacto dos dois animais, significam o fim do império medo-persa, fundado por Dario e Ciro. Esta dinastia só deixou de existir com a implantação do novo sistema mundial dos gregos, que helenizaram o mundo daqueles dias.
Dn 8.8: “Aquela grande ponta foi quebrada”. O simbolismo aqui apresentado é perfeitamente verdadeiro em seu cumprimento. Alexandre foi um exímio guerreiro, e, ao terminar todas suas grandes conquistas, entregou-se aos vícios mais hediondos daquela época; isto lhe ocasionou morte prematura. Morreu aos trinta e três (33) anos de idade, O chifre ilustre foi quebrado, como disse a profecia acima.
“E subiram no seu lugar quatro também notáveis”. As quatro pontas notáveis do texto em foco, compreendem também, as quatro “cabeças” que o “Leopardo”  tinha (Dn 7.6). Na simbologia profética aplicada nas notas expositivas do cap. 7.6, elas compreendem os quatro generais que se “levantaram” depois da morte de Alexandre, que são: 1) Ptolomeu. 2) Seleuco. 3) Antípater e 4) Filétero. Esses generais, após a morte de Alexandre Magno, fundaram quatro realezas para os quatro ventos do céu: Egito (Ptolomeu), Síria (Seleuco), Macedônia (Antípater), e Ásia Menor (Filétero). Eles foram, de fato, governantes “notáveis”, mas não atingiram a glória de Alexandre.
Severino Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 151-154.
 
Ele viu esse carneiro ser vencido por um bode. Ele estava ponderando sobre o carneiro (maravilhando-se de que um animal tão frágil pudesse ter se tornado tão superior) e pensando qual seria o resultado. E, eis que surgiu um bode (v. 5). Este era Alexandre, o Grande. Ele, de fato, conquistou o mundo, e depois sentou e chorou porque não havia outro mundo para ser conquistado. Unus Pellaeo juveni non sufficit orbis -Um mundo era muito pequeno para o jovem de Pella. Esse bode (uma criatura famosa pela delicadeza ao caminhar, Provérbios 30.31) vinha com incrível rapidez, de forma que não tocava o chão, tamanha a velocidade com que se movia. Ele tinha poder, e conhecia a sua própria força. Ele se via como alguém que estava em condições de lutar contra todos os seus vizinhos. Alexandre prosseguia com suas conquistas com tal rapidez e com tamanha fúria, que nenhum dos reinos que atacou tinha coragem para oferecer resistência, ou dar um fim ao avanço de seus exércitos vitoriosos. Em seis anos ele se tornou o senhor da maior parte do mundo então conhecido. Com justiça poderia ser chamado de uma ponta notável, pois o seu nome ainda permanece vivo na história como o nome de um dos mais celebrados comandantes de guerra que o mundo já conheceu. As vitórias e realizações de Alexandre ainda são o passatempo dos estudiosos. Esse bode dirigiu-se ao carneiro que tinha duas pontas (v. 6). Alexandre, com seu exército vitorioso, formado por não mais do que 30.000 soldados a pé e 5.000 cavalos, atacou o reino da Pérsia. Ele foi ao seu encontro, para surpreendê-lo com a fúria do seu poder, antes que pudesse ficar sabendo de seus movimentos.
Ele se aproximou do carneiro. Alexandre com seu exército veio contra Dario Codomano, então imperador da Pérsia, movendo-se com irritação contra ele (v. 7). Foi com extrema violência que Alexandre deu prosseguimento à sua guerra contra Dario, que, embora levasse um grande número ao campo de batalha, ainda assim, por falta de habilidade, não era páreo para ele, de forma que Alexandre foi muito duro com ele, quando afinal contra ele travou combate, e o feriu, e lançou-o por terra e o pisou com os pés, expressões essas que, pensam alguns, referem-se às três famosas vitórias que Alexandre alcançou contra Dario, em Granico, Isso e Arbela, através das quais esse rei foi, enfim, totalmente aniquilado, havendo perdido, na última batalha, 600.000 homens, de forma que Alexandre tornou-se o senhor absoluto do império persa e quebrou as suas duas pontas, os reinos da Média e da Pérsia. O carneiro que destruíra todos diante de si (v. 4) é agora destruído. Dario não tinha poder para estar diante de Alexandre, nem possuía quaisquer amigos ou aliados que pudessem ajudar a livrá-lo de sua mão.
Alexandre tinha cerca de vinte anos de idade quando iniciou as suas guerras. Quando tinha cerca de vinte e seis, venceu Dario e tornou-se senhor de todo o império persa. Porém, quando estava com cerca de trinta e dois ou trinta e três anos de idade, sendo ainda forte, e estando em sua plenitude, ele morreu. Ele não foi morto na guerra, em um leito de honra, mas morreu de excesso de bebida alcoólica, ou, como alguns suspeitam, envenenado. Ele não deixou nenhum filho vivo para apreciar aquilo pelo que trabalhara incansavelmente, mas deixou um monumento duradouro à vaidade da pompa e do poder do mundo, e da sua incapacidade de fazer um homem feliz.
Ele viu esse reino dividido em quatro partes, e que no lugar daquela grande ponta subiram quatro notáveis, quatro dos comandantes de Alexandre. Essas quatro pontas notáveis apontavam em direção aos quatro ventos do céu, como as quatro cabeças do leopardo (cap. 7.6), os reinos da Síria e Egito, Ásia e Grécia - a Síria estendendo-se para leste, a Grécia para oeste, a Ásia Menor para o norte e o Egito para o sul.
 
O bode é uma descrição profética acerca de um dos maiores líderes políticos da história, Alexandre Magno.
Daniel elenca quatro fatos a seu respeito.
Em primeiro lugar, fala da rapidez de suas conquistas (Dn 8.5, 21). Esse bode representa o império grego (v. 21). As conquistas de Alexandre foram extensas e rápidas. Osvaldo Litz afirma que em apenas treze anos Alexandre conquistou todo o mundo conhecido de sua época.
O império medo-persa foi desmantelado, dando lugar ao império grego. Em 334 a.C., Alexandre cruzou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas. Pouco tempo depois, venceu Dario III na batalha de Issos (333 a.C.). Em 331, venceu o grosso das forças medo-persas na famosa batalha de Gaugamela.
Em segundo lugar, Daniel fala do poder desse líder (Dn 8.5). Alexandre é descrito como o chifre notável. Foi um líder forte, ousado e guerreiro. Era um homem irresistível, um líder carismático, com punho de aço.
Em terceiro lugar, Daniel fala dos triunfos de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn 8.6,7). O poderio e a força de Alexandre são descritos na maneira como enfrentou o carneiro: 1) fere-o; 2) quebra seus dois chifres; 3) derruba-o na terra; e 4) pisoteia-o.
Em último lugar, Daniel fala do engrandecimento e queda de Alexandre e seu reino (Dn 8.8). “O engrandecimento de um império é ao mesmo tempo prelúdio de sua queda e decadência. Quanto mais se aproxima do auge de seu poder, tanto mais perto está também de seu fim”. A Grécia não foi uma exceção (v. 8). O versículo 8 profetiza a morte inesperada de Alexandre Magno na Babilônia, em 323 a. C., exatamente quando ele queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a palavra profética de que a cidade jamais seria reconstruída. Com sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes entre quatro reis: a Cassandro couberam a Macedônia e a Grécia, no ocidente. Lisímaco governou a Trácia e a Bitínia, no norte. Ptolomeu governou a Palestina, a Arábia e o Egito, no sul. Selêuco governou a Síria e a Babilônia, no oriente.
Após a morte de Alexandre e a divisão de seu reino entre esses quatro generais (v. 8,22), o grande império grego desintegrou-se e enfraqueceu-se. A profecia acerca de Alexandre cumpriu-se literalmente, duzentos anos depois da profecia dada a Daniel.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 103-105.