Questionário da
Lição 1 - Daniel, Nosso Contemporâneo
Responda conforme a
revista da CPAD do 4º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
TEMA: A INTEGRIDADE MORAL E
ESPIRITUAL - O LEGADO DO LIVRO DE DANIEL PARA A IGREJA HOJE. Comentário: Pr.
Elienai Cabral
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Quando, pois,
virdes que a _______________________ da desolação, de que falou o
profeta _______________________, está no lugar
_______________________ (quem lê que entenda)" (Mt 24.15).
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
_______________________
é um exemplo de perseverança na
_______________________
a DEUS e de integridade moral, estimulando-nos a confiar no
_______________________ divino.
I- A HISTÓRIA POR
TRÁS DO LIVRO DE DANIEL
3- Qual a
formação histórica de Israel?
(
) A história do
povo judeu começa com Adão e Eva.
(
) A história do
povo judeu começa com Abraão e Sara.
(
) Eles tiveram
um filho chamado Isaque, o filho da promessa de DEUS.
(
) Isaque, por
sua vez, gerou dois filhos, Esaú e Jacó. Do segundo filho, Jacó,
surgiu um clã de 12 filhos. O clã cresceu e multiplicou-se e,
posteriormente mudou-se para o Egito.
(
) Ali a família
de Jacó aumentou em número, tornando-se um povo altamente abundante
em terra estrangeira. A partir de então, formou-se Israel, a futura
nação projetada por DEUS.
(
) Mas com o
passar do tempo a família judaica perdeu as benesses que desfrutava
nos anos do rei egípcio que respeitava a liderança e a história de
José no Egito.
(
) Entretanto,
através de uma intervenção divina, e sob a liderança de Moisés, os
israelitas saíram do Egito e peregrinaram pelo deserto até a terra
de Canaã por quarenta anos.
(
) A partir da
libertação egípcia, Israel viveu sob a égide de um governo
teocrático, isto é, governado diretamente por DEUS e através de
homens chamados por Ele para esta função.
4- Como era o
governo teocrático de Israel?
(
) Moisés morreu
e o seu substituto foi Josué.
(
) Sob o seu
comando, Israel conquistou a terra de Canaã e instituiu um governo
em que a autoridade governamental vinha de DEUS - a teocracia.
(
) Esse período
perdurou aproximadamente trezentos anos, incluindo o período dos
juízes.
(
) Esse período
perdurou aproximadamente quatrocentos anos, incluindo o período dos
juízes.
(
) Foi um tempo
difícil porque Israel afastou-se da direção divina e "cada um fazia
o que parecia reto aos seus olhos".
5- Como foi o
governo monárquico de Israel?
(
) O reino de
Israel esteve sob a liderança de Saul, Davi e Salomão por cento e
vinte anos.
(
) O rei Salomão
morreu em 831 a.C. marcando assim a decadência política, moral e
religiosa da teocracia.
(
) O rei Salomão
morreu em 931 a.C. marcando assim a decadência política, moral e
religiosa da monarquia.
(
) Roboão, o seu
filho, assumiu o reino, mas acabou dividindo-o em dois: o do Norte e
o do Sul. O reino do Norte
constituía-se de dez tribos. O do Sul, de apenas duas tribos, Judá e
Benjamim.
(
) No ano de 722 a.C. o Império Assírio dominou o reino do Norte e subjugou o seu
rei, os príncipes e todo o povo.
(
) O reino do
Sul teve momentos de glória, mas igualmente de calamidades.
(
) Constituído
por alguns reis piedosos e outros ímpios, acabou por ser invadido
pelo Império da Babilônia.
(
) Entre os anos
606 a.C. e 587 a.C., Nabucodonosor levou em cativeiro os nobres de
Jerusalém: príncipes, intelectuais e homens de guerra, etc.,
deixando em Judá apenas os pobres e os deficientes.
(
) Toda esta
história propiciou a intervenção divina na vida de Israel para
preservação do projeto original de DEUS.
II- OS FATOS QUE
PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA
6- Qual o
contexto político do reino de Judá?
(
) Em 506 a.C.
Nabucodonosor invadiu Jerusalém e Samaria, além da nobreza, tomou da cidade
todos os utensílios do Templo: ouro, prata e pedras preciosas.
(
) Em 606 a.C.
Nabucodonosor invadiu Jerusalém e, além da nobreza, tomou da cidade
todos os utensílios do Templo: ouro, prata e pedras preciosas.
(
) Jeoaquim, rei
de Judá, não resistiu e tornou-se tributário da Babilônia, perdendo
o domínio do seu reino e também a confiança dos seus valentes. Entre
os cativos expatriados para Babilônia estava o profeta Ezequiel.
(
) O exército de
Nabucodonosor destruiu o Templo, saqueou Jerusalém e arrasou
política, moral e espiritualmente o reino de Judá. Babilônia se
impôs como império por mais de quatro décadas.
Israel foi
humilhado, passando de nação próspera à tributária da Babilônia!
7- Como foi
Israel no exílio babilônico?
(
) Quando uma
liderança perde a intimidade com DEUS e, por consequência, a
credibilidade entre os homens, como aconteceu com os últimos reis de
Israel e de Judá, a tragédia espiritual e moral é inevitável.
(
) O cativeiro
de 100 anos na Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente
cumprido. Por outro lado, DEUS nos ensina a conhecer os
seus desígnios.
(
) O cativeiro
de 70 anos na Babilônia, profetizado por Jeremias, foi cabalmente
cumprido. Por outro lado, DEUS nos ensina a conhecer os
seus desígnios.
(
) Foi no exílio
babilônico que Israel aprendeu a conhecer a DEUS e não aceitar outro
DEUS em seu lugar.
(
) O cativeiro
propiciou a volta do povo de DEUS à comunhão com o Altíssimo.
(
) A partir
desse panorama histórico compreenderemos o livro do profeta Daniel.
(
) Para isto,
precisamos igualmente conhecer os aspectos gerais e a importância do
livro e da pessoa do chamado “profeta do cativeiro”.
III- DANIEL, O
AUTOR E O LIVRO
8- Quem era o
homem Daniel?
(
) Há pouca
informação histórica sobre a família de Daniel, senão a de que ele
era da linhagem real de Israel.
(
) Levado para a
Babilônia ainda muito jovem, Daniel destacava-se como um judeu
inteligente e bem instruído.
(
) Ele possuía
firmes convicções no DEUS de Israel e era contemporâneo de dois
importantes profetas da nação israelita: Jeremias e Ezequiel.
(
) Certamente
esses profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do
jovem Daniel. Em 597 a.C., Ezequiel havia sido levado para a
Babilônia.
(
) Certamente
esses profetas deixaram seus exemplos como legados para a vida do
jovem Daniel. Em 697 a.C., Ezequiel havia sido levado para a
Babilônia.
(
) Ali esse
experiente profeta chega a citá-lo em seu livro, descrevendo Daniel
como um homem de sabedoria e de justiça.
9- Qual a
importância do livro do profeta Daniel?
(
) O livro de
Daniel possui três conteúdos: o histórico, o profético e o
apocalíptico.
(
) O livro de
Daniel possui dois conteúdos: o histórico e o profético.
(
) No plano
geral da revelação divina, o livro de Daniel ocupa um lugar de suma
importância.
(
) Do capítulo 1
ao 6 o conteúdo é histórico, e do 7 ao 12, profético.
(
) O conteúdo
histórico do livro contém experiências que revelam a soberania e o
cuidado de DEUS para com aqueles que lhe são fiéis.
(
) Já o conteúdo
profético traz predições escatológicas, em sua maioria, ainda não
cumpridas.
(
) Por este
último conteúdo cremos na "contemporaneidade" de Daniel.
10- Qual a
autoria e as características do livro do profeta Daniel?
(
) Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre
os anos 706 e 436 a.C. .
(
) Indiscutivelmente, foi o próprio Daniel quem escreveu o livro entre
os anos 606 e 536 a.C. .
(
) Ele iniciou
sua obra escrevendo na Babilônia e, posteriormente, encerrou-a no
palácio de Susã (Dn 8.2).
(
) O livro
contém doze capítulos, majoritariamente escrito em hebraico,
excetuando a seção 2.4 até 7.28, que foi escrita em dialeto
aramaico.
(
) Além de
histórico, o livro de Daniel contém revelações proféticas cumpridas
e outras que ainda vão se cumprir no futuro.
(
) São
revelações concernentes ao povo de Israel e aos gentios.
(
) DEUS revelou
a Daniel o futuro das nações através da linguagem alegórica.
(
) Portanto,
pode-se classificar o livro de Daniel como gênero apocalíptico
porque desvenda o futuro do mundo trazendo esperança para o povo de
DEUS, pois ali, Israel é o ponto convergente dos fatos futuros.
CONCLUSÃO
11- Complete:
O livro de Daniel
nos mostra o
_______________________
de um homem que se dispõe a servir a DEUS, mantendo a sua
_______________________
moral e espiritual sem fazer concessões ao sistema
_______________________
e opressor da Babilônia. Aprendemos igualmente que a história humana
não é casual, mas
_______________________
pelo DEUS soberano, que faz todas as coisas contribuírem para o bem
daqueles que
_______________________ ao Senhor.
Pr. Henrique, EBD NA TV, DONS DE CURAR, Lições Bíblicas, COMENTO REVISTAS CPAD, BETEL E CENTRAL GOSPEL, Moro em Cajamar, SP, morava em Imperatriz, MA, Pr. IEADI, estudos bíblicos, vídeos aula, gospel, ESPÍRITO SANTO, JESUS, DEUS PAI, slides, de Ervália, MG, Canal YouTube Henriquelhas, Igreja Evangélica Assembleia de Deus ministério Perus, Jordanésia, Cajamar, SP.
Lição 1 - Daniel, Nosso Contemporâneo 2 parte
II – OS FATOS QUE PROPICIARAM O EXÍLIO NA BABILÔNIA
1. O contexto político do reino de Judá.
Antes do cativeiro babilônico de Judá, houve o cativeiro assírio que envolveu a
nação do norte, Israel. A queda de Samaria, capital do reino do norte, ocorreu
em 722 a.C. O domínio assírio sobre Judá começou em 721 a.C., quando caiu o
reino do norte, mas Judá nunca se tornou uma província assíria, embora tivesse
pago tributo regularmente aos reis assírios. Com o surgimento do reino caldeu,
sob Nabucodonosor (605— 562 a.C.), a situação de Judá piorou rapidamente. Em 598
a.C., Nabucodonosor invadiu Judá e levou para o cativeiro o seu rei, Jeoaquim, e
muitos dos principais cidadãos dessa nação. O trecho de II Reis 24.15 mostra-nos
que Ezequiel se encontrava entre esses exilados. Os eruditos discordam quanto ao
modo geral e ao número das deportações. Presumivelmente, antes disso, em cerca
de 605 a.C., houve outra deportação, de tal modo que a deportação de Ezequiel
foi a segunda de três deportações. Na Babilônia, Ezequiel continuou a advertir
aos que tinham sido deixados na Judéia de que o pior ainda estava por vir. Os
pecados nacionais, mormente a idolatria, eram as causas espirituais de todos
esses infortúnios. O governo de Zedequias, em Judá, sob as ordens de
Nabucodonosor, foi incapaz de controlar os rebeldes líderes do estado judeu. A
revolta irrompeu contra o domínio estrangeiro, em 588 a.C.. Nabucodonosor não
perdeu um instante. Em 586 a.C., a terra inteira de Judá jazia arruinada,
Jerusalém estava destruída e saqueada e o templo não existia mais. E muitos
outros milhares de judeus foram então deportados (na terceira deportação).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3197.
O Reinado de Jeoaquim (608-597 a.C.), 23.36—24.7 (cf. 2 Cr 36.5-8)
A Bíblia deixa claro que Judá era uma nação vassala do Egito quando Jeoaquim
subiu ao trono, mas ela se tornou sujeita à Babilônia no período final de seu
reinado (cf. 23.34 e 24.1). Ela também foi perturbada por mãos estrangeiras como
parte do juízo divino determinado (2,3), mas a nação que costumava causar os
eventos que a levaram à queda foi a Babilônia. (7), a grande potência da
Mesopotâmia.
E necessário nos referirmos a fontes seculares, para conhecermos certos detalhes
e podermos compreender mais claramente os eventos registrados pelo historiador.
Os babilônios, liderados pelo caldeu Nabopolassar e seu filho Nabucodonosor,
avançaram em direção ao oeste. Em 605 a.C. eles atacaram as forças egípcias em
Carquêmis e as derrotaram, e forçaram-nas a fugir em direção a Hamate, onde
sofreram um golpe ainda mais humilhante.
As notícias da morte de Nabopolassar em 605 atrasaram a marcha da Babilônia para
o sul, em direção à Palestina e ao Egito. No entanto, em 603/2 a.C.,
Nabucodonosor conduziu o exército babilônio à Filístia. Foi possivelmente nesta
época que Jeoaquim considerou uma política sábia transferir a sua lealdade para
Nabucodonosor (24.1).
Em 601 a.C., Nabucodonosor foi derrotado em uma grande batalha contra os
egípcios. Esta derrota parece explicar porque Jeoaquim se virou e se revoltou
contra o rei da Babilônia (24.1), evidentemente na esperança de se aproveitar do
momento de fraqueza da Caldeia. Os caldeus e as tropas dos siros, etc., (2)
foram, talvez, contingentes de soldados que Nabucodonosor enviou contra Judá
para mantê-la em xeque, até que ele próprio pudesse atacá-la. Finalmente,
avançou contra Judá em 597 a.C. Jeoaquim estava vivo quando começou o cerco a
Jerusalém. Entretanto, morreu, ou foi assassinado, e seu filho Joaquim, com
dezoito anos (24.8), o sucedeu. Três meses depois, ele se tornou prisioneiro dos
babilônios.
O Reinado de Joaquim (597 a.C.), 24.8-17 (cf. 2 Cr 36.9,10)
O registro bíblico da rendição de Joaquim a Nabucodonosor é notavelmente bem
suplementado pela Crônica Babilônica. Ela relata como o rei caldeu marchou para
a terra de Hatti (Síria-Palestina), acampou contra a cidade de Judá, atacou-a e
capturou o seu rei. A data calculada a partir de detalhes da Crônica é
março-abril de 597 a.C., o oitavo ano de seu reinado (12). A Crônica também
menciona que Nabucodonosor recebeu um pesado tributo e o enviou para a
Babilônia, após designar um rei de sua escolha. Este último detalhe é,
aparentemente, uma referência à designação de Zedequias (17) como rei vassalo
apôs Joaquim.
Este ataque babilônio resulta na primeira grande deportação de Judá (10-16) que
foi realizada relativamente com poucos danos a Jerusalém. A intenção de
Nabucodonosor era, meramente, trazer esta nação de volta à condição de um de
seus reinos subjugados. Judá, entretanto, sentiu a severidade deste governo
através da deportação do rei, dos membros da realeza e de todos os cidadãos
cultos e bem preparados em diversas áreas. Incluído entre os cativos, nessa
ocasião, estava Ezequiel, o profeta (Ez 1.1,2).
O saque do Templo (13) foi, talvez, impulsionado tanto por uma questão religiosa
como por um interesse em arrecadar toda a riqueza disponível. Como não havia uma
imagem de divindade para se tomar como prêmio de guerra, os vasos com que se
ministravam no Templo serviram como substituto. Os babilônios, de posse destes,
podiam reivindicar que o Senhor DEUS não era tão grande como o DEUS deles -
Marduque ou Bel.
O Reinado de Zedequias (597-586 a.C.), 24.18—25.7 (cf. 2 Cr 36.11-16)
Zedequias, um novo nome para Matanias, um filho de Josias (17; cf. Jr 52.1 e 2
Cr 36.10), indicou a mudança em sua vida ditada por seu senhor babilônio. Mudar
o nome de alguém era proclamar poder sobre essa pessoa.
O Reinado Maligno de Zedequias (24.18,19)
As práticas perversas específicas de Zedequias não foram listadas. As condições
em Judá e Jerusalém são, no entanto, freqüentemente descritas pelos profetas
Jeremias e Ezequiel (Jr 21; 28-29; etc...; Ezequiel 6-8; 13; etc...). Embora fosse
claro que Judá não poderia mais viver como uma nação independente, Zedequias
ainda tinha a responsabilidade de viver corretamente. Os babilônios não
incluíram o culto aos deuses deles como uma condição de servidão, e teria sido
possível a Judá continuar a servir a DEUS fielmente. Esta foi, aparentemente,
uma consideração importante que levou Jeremias a pregar publicamente a rendição
e a submissão, ao invés da contínua oposição (Jr 38.17-22).
2. A Rebelião de Zedequias (24.20)
Zedequias permaneceu como um fiel vassalo de Nabucodonosor durante nove anos
(25.1), e então se rebelou. Pelo que foi registrado em 2 Reis, a revolta parece
ter sido uma tentativa de livrar-se do jugo babilônio, pois seu momento coincide
com a atividade de Apries, faraó do Egito (chamado de Hofra na Bíblia Sagrada,
Jr 44.30; veja a Carta A).
Neco II, do Egito (609-595 a.C.), abandonou a conquista militar durante os
últimos anos de seu reinado, ao contentar-se em permitir que os babilônios
controlassem os países do rio Eufrates até o rio (ou ribeiro) do Egito (veja
24.7). A mesma política de ficar em casa foi seguida por seu filho Psamético II
(594-589). Os anos de submissão de Zedequias ao domínio babilônio correspondem
ao período em que Neco II e Psamético II se sentiam satisfeitos por cuidar dos
assuntos internos do Egito. Sua rebelião corresponde ao ano em que Apries
(Hofra) chegou ao trono, ou seja, 588 a.C. Este reverteu a política dos dois
faraós que o antecederam; ele ousou desafiar o controle de Nabucodonosor ao
longo do Mediterrâneo.
Os detalhes dados por Heródoto são de que Apries enviou sua frota contra a
Fenícia por volta da época em que Nabucodonosor iniciou o seu ataque final
contra Jerusalém. Este movimento era direcionado contra o ponto-chave de conexão
entre o exército babilônico na Palestina e a sua terra natal. Jeremias registrou
que o rei caldeu teve que se retirar temporariamente do cerco a Jerusalém, a fim
de proteger-se e derrotar o exército egípcio que vinha em socorro a Zedequias
(Jr 37.5,7,8). Fica claro, a partir de Jeremias, que Zedequias cometeu o erro de ouvir a Apries e depender do socorro
do Egito. Ele o fez, apesar de ter sido alertado a não depender de faraó.
3. Nabucodonosor Toma Jerusalém (25.1-7)
Após sitiar a cidade por mais de um ano e meio (de janeiro de 587 a julho de 586
a.C.), o exército de Nabucodonosor irrompeu pelos muros de Jerusalém. A campina
(4) é uma referência ao vale do Jordão, que se estende por cerca de 80
quilômetros do extremo sul do mar da Galiléia à margem norte do mar Morto. As
campinas de Jericó (5) seriam a seção semi-desértica ao sul de Jericó. Zedequias
e seu destacamento aparentemente fugiam para leste, na esperança de escapar
através do rio Jordão. Ribla (6) era a localização do quartel-general dos
babilônios, na Síria central, cerca de 320 quilômetros ao norte de Jerusalém
(cf. 23.33). O severo tratamento dado por Nabucodonosor a Zedequias - quando
comparado com a piedade que teve para com Joaquim - talvez possa ser explicado
por sua fúria contra esse rei, em quem confiara e que havia traído essa
confiança.
Jerusalém é Saqueada pelos Babilônios, 25.8-17 (cf. Jr 52.12-23)
No mês posterior àquele em que Zedequias foi capturado e levado a Nabucodonosor
em Ribla, Nebuzaradã (8), seu general, queimou os maiores edifícios de Jerusalém
(9), derribou os muros (10) e reuniu reféns de guerra (11). Os rebeldes que se
renderam refere-se àqueles “que já haviam se rendido” (Moffatt). Ele também
levou os utensílios do Templo (14), as duas colunas (16) e o mar (a grande pia
de bronze; cf. 1 Rs 7.13-47). Estes foram cortados em pequenos pedaços, o
suficiente para serem levados para a Babilônia. De puro ouro ou de prata (15)
pode ser lido como: “O que era de ouro, o capitão da guarda levou como ouro e o
que era de prata como prata”. Talvez pelo menos alguns dos instrumentos tenham
sido derretidos e transformados em lingotes de ouro e prata. O magnífico Templo,
planejado para permanecer como uma testemunha do Senhor DEUS e daquilo que Ele
havia feito pelo seu povo, foi demolido e despojado de sua riqueza material e de
sua simples beleza. Foi transformado em um lugar que faria com que aqueles que
por ele passassem ficassem pasmados e assobiassem com menosprezo (cf. 1 Rs 9.8).
Outra Deportação, 25.18-21 (cf. Jr 52.24-30)
Nebuzaradã, o capitão da guarda (18), moveu-se, então, contra aqueles que ainda
o desafiavam. É possível que algumas informações indicassem que esses líderes em
particular tenham sido contra os babilônicos em suas atitudes e ações. Isto é
sugerido pelo modo como Nabucodonosor ficou ciente da posição pró-babilônica de
Jeremias e ordenou que ele fosse solto (Jr 39.11-18). Entre os executados estava
o sumo sacerdote (18), bem como outros sacerdotes e oficiais (18,19). Os
sessenta homens do povo da terra (cf. 21.4) talvez fossem anciãos das províncias
que representavam o povo de suas localidades. De acordo com Jeremias (52.29), o
número daqueles que foram levados ao exílio desta vez totalizou 832 pessoas.
Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2.
pag. 389-391.
Por volta de 603 a.C, Nabucodonosor reinava sobre toda a
Sírio-Palestina.
Jeoaquim transferiu a ele sua lealdade, mesmo de forma temporária (2 Rs
24.1).
Asquelom, na Filístia, havia sido destruída por Nabucodonosor antes de
seu
retorno à Babilônia em fevereiro de 603 a.C. O Papiro Saqqara número
86984
(Museu do Cairo), uma carta escrita em aramaico que apela pela ajuda do
Faraó,
foi provavelmente escrito em Asquelom, pouco antes de sua destruição. Em
601
a.C, Nabucodonosor mais uma vez marchou em direção ao Egito e travou uma
intensa
batalha contra as forças de Neco nas proximidades da fronteira egípcia.
Ambos os
lados sofreram grandes perdas e a batalha terminou em um empate forçado.
Foi
nesse ponto que Jeoaquim, evidentemente convencido de que sua
oportunidade havia
chegado, rebelou-se contra a Babilônia e deixou de pagar seu tributo (2
Rs
24.1). Porém, embora estivesse em desvantagem naquele momento,
Nabucodonosor não
tinha qualquer intenção de permitir que Judá se desligasse de seu
império.
Portanto, durante algum tempo ele atormentou esse pequeno reino com
bandos de
saqueadores convocados dentre seu próprio exército, assim como de
contingentes
mercenários (24.2). Ele veio com o principal exército babilônico contra
Judá (2
És 24.10,11) em dezembro de 598 a.C. O escriba lacônico
da crônica da Babilônia reportando os eventos de 597 a.C.
declara simplesmente
que Nabucodonosor "acampou contra a cidade de Judá [isto é, Jerusalém]
e, no
segundo dia do mês de Adar [isto é, 16 de março], ele tomou a cidade e
capturou
o rei [isto é, Joaquim]. Lá ele nomeou um rei que o agradava [isto é,
Zedequias]". Jeoaquim havia morrido misteriosamente no mesmo mês em que o
exército babilônico havia marchado contra Judá. Em vista do fato de que
seu
filho Joaquim (2 Rs 24.6) governou durante três meses e dez dias (2 Cr
36.9;
acredita-se que os "três meses" de 2 Rs 24.8 sejam apenas uma
aproximação) antes
da captura de Jerusalém. A data exata da morte de Joaquim foi 7 de
dezembro de
598 a.C. Sua idade declarada em 2 Crônicas 36.9 - oito anos de idade -
parece
ser algum erro do copista, pois em 2 Reis 24.8 consta 18 anos de idade.
Seguindo
o exemplo de seus predecessores desde o tempo de Tiglate-Pileser III
iq.v.),
Nabucodonosor deportou o rei (Joaquim) e seu séquito, assim como todos
os
habitantes de Jerusalém que poderiam tentar fomentar uma rebelião (2 Rs
24.12-16; 2 Cr 36.10; Jr 22.24-30; 52.28). Embora ele tivesse exigido
levar
alguns reféns para a Babilônia, incluindo Daniel e seus três amigos, e
parte dos
vasos do Templo de Salomão, logo depois da batalha de Carquemis (Dn
1.1-7; cf.
também 2 Cr 36.5-7), a deportação de 597 a.C. constituiu a primeira fase
importante daquilo que é tradicionalmente referido como o cativeiro
na Babilônia (cf. Mt 1.11). Da mesma maneira como havia feito antes,
embora em uma escala muito maior, Nabucodonosor saqueou o Templo de
Salomão e levou
consigo um enorme despojo de guerra. Ele empossou o tio de Joaquim,
Matanias, no
trono de Judá (2 Rs 24.17; em 2 Cr 36.10 seria melhor traduzir "irmão"
como
"parente"), dando-lhe o novo nome de Zedequias para demonstrar sua
própria
suserania. Zedequias, sem dúvida, teria se sujeitado a ser um vassalo
muito mais
dócil se vários fatores fora de seu controle não tivessem perturbado a
situação
política. Um considerável número de judeus, tanto em Jerusalém como
na Babilônia, ainda considerava Joaquim o legítimo ocupante de seu
trono.
Ezequiel, por exemplo, traiu seus verdadeiros sentimentos ao avaliar as
datas
relativas ao cativeiro do "rei Joaquim" (Ez 1.2 etc.). Além disso, mesmo
depois
de sua derrota em Carquemis, o Egito, embora seriamente enfraquecido,
continuava
a exercer alguma influência sobre os negócios do Oriente Próximo.
Outrossim, a
dissidência contra a Babilônia estava predominando não só em Jerusalém
(o que se
pode concluir pelos inúteis esforços de Jeremias para manter seus
compatriotas
afastados da rebelião), mas também entre o próprio povo de
Nabucodonosor. Em
595/4 a.C, Nabucodonosor considerou que seria melhor permanecer
na Babilônia para reprimir uma rebelião local. No ano seguinte,
Hananias, um
falso profeta de Jerusalém, previu publicamente o retorno do exílio -
dentro de
dois anos - de todos aqueles que o rei havia levado para a Babilônia (Jr
28.1-4). Talvez Hananias tivesse recebido alguma notícia sobre a
insurreição e a
tenha interpretado como sinal de uma revolta mais disseminada. De
qualquer
forma, Jeremias denunciou esse indevido otimismo e aconselhou os
exilados a
adotarem a filosofia de "viver como sempre", pois o Senhor havia
revelado que
sua permanência na Babilônia seria prolongada (Jr 29.1-23).
Durante algum tempo,
Zedequias continuou convencido da sabedoria do conselho de Jeremias. O
texto em
Jeremias 51.59 parece indicar que no mesmo ano da imprudente profecia de
Hananias e, talvez, até mesmo como resultado dela, Zedequias fora
convocado por
Nabucodonosor para uma entrevista na Babilônia para determinar a
extensão de sua
lealdade. Evidentemente, Nabucodonosor ficou satisfeito com as respostas
de
Zedequias, pois permitiu que este continuasse no trono de Judá.
Entretanto, os
anos seguintes encontraram Zedequias cada vez mais incapacitado de
resistir ao
elemento pró-egípcío e antibabilônico da população de Judá. Finalmente,
de modo
contrário ao conselho de Jeremias (2 Cr 36.12; Jr 21.1-7; 37.3-10,17-20;
38.14-23) ele se rebelou (2 Rs 24.20. 2 Cr 36.13-16; Jr 52.3). Em
janeiro de 588
a.C., Nabucodonosor e seu exército estavam sitiando Jerusalém (2 Rs
25.1; Jr
39.1; 52.4; Ez 24.1,2). O exército babilônico havia capturado, uma a
uma,
as cidades fortificadas de Judá, de modo que na época em que o sítio de
Jerusalém estava acontecendo restavam somente Laquis e Azeca (Jr
34.6,7). As
cartas de Laquis, um conjunto de 21 documentos encontrados na moderna
Tell
ed-Duweir (a bíblica Laquis, q.v.) em 1935 e 1938 ilustram a
consternação que
reinava em Judá durante os últimos dias de sua existência nacional (veja
ANET,
pp. 321ss.). O único lampejo de esperança para uma situação que de outra
forma
seria meramente desesperadora, seria uma retirada temporária das forças
da
Babilônia da cidade de Jerusalém para enfrentar o exército egípcio que
estava
avançando (Jr 37.5,11) provavelmente sob o comando do Faraó Apries
(589-570,
veja Faraó Hofra). Entretanto, o alívio de Jerusalém durou pouco, pois
os
babilônios forçaram os egípcios a se retirarem e o cerco à cidade
recomeçou. A
cidade suportou um sítio de 30 meses, mas as forças superiores da
Babilônia
finalmente abriram caminho através de seus muros em julho de 586, no 19°
ano do
reinado de Nabucodonosor (2 Rs 25.2-4,8; Jr 39.2; 52.5-7,12). Zedequias e
algumas de suas tropas tentaram fugir durante a noite, mas foram
capturados nas
proximidades de Jericó. O rei foi levado à presença de Nabucodonosor em
Ribla,
no Orontes, onde foi forçado a contemplar a execução de seus filhos.
Então
cegaram seus olhos e ele foi levado acorrentado para a Babilônia (2 Rs
25.5-7;
Jr 39.4-8; 52.8-11), como um dos exilados da segunda maior fase do
cativeiro
na Babilônia (Jr 52.29). Em seguida, Nabu-zer(a)-iddina
(Nebuzaradã, q.v.),
capitão da guarda de Nabucodonosor, chegou a Jerusalém para completar a
destruição e a pilhagem da cidade e do Templo, assim como a deportação
dos
habitantes, deixando para trás apenas os indivíduos mais pobres (2 Rs
25.8-17; 2
Cr 36.17-20; Jr 39.9,10; 52.12-23).
Depois da destruição de Jerusalém, Nabucodonosor nomeou outro governador para
Judá, Gedalias (q.v.) que logo caiu em desgraça perante os elementos restantes
da população antibabilônica da cidade. Aguardando uma oportunidade adequada,
eles assassinaram o governante em Mispa, junto com alguns de seus
companheiros babilônios e judeus (2 Rs 25.22-25; Jr 40.7-41.3). O incentivador
dessa conspiração, um certo Ismael, fugiu para Amom com oito de seus lacaios (Jr
41.15), enquanto um outro grupo de judeus, temendo as represálias
dos babilônios, fugiu para o Egito (2 Rs 25.26; Jr 41.16-18) levando Jeremias
consigo (Jr 43.5-7). Em 582 a.C, ocorreu a terceira e última fase do cativeiro
na Babilônia (Jr 52.30), aparentemente como resultado de uma expedição punitiva
enviada por Nabucodonosor depois do assassinato de Gedalias.
Enquanto isso, o cego Zedequias definhava na prisão na qual veio a morrer (2 Rs
25.7; cf. Ez 12.13). Seu predecessor, Joaquim, foi consideravelmente mais
afortunado: em 562 Amel-Marduk (Evil-Merodaque, q.v.), filho e sucessor de
Nabucodonosor, libertou-o da prisão e o manteve na corte da Babilônia (2 Rs
25.27-30; Jr 52.31-34). Antes disso, as necessidades de Joaquim já haviam sido
amplamente satisfeitas, como está claro em inúmeros documentos administrativos
encontrados na Babilônia, datados do reinado de Nabucodonosor, e que se referem
a Joaquim como Ya(k)ukin(u), rei de Yah/kudu (Judá; ANET, p. 308).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1329-1331.
2. Israel no exílio Babilônico.
A parte profética do livro
No plano geral da revelação divina o livro de Daniel ocupa um lugar de suma
importância. Sua parte histórica é cheia de experiências marcantes que revelam a
soberania de DEUS e o seu cuidado com aqueles que lhe são fieis. A parte
profética contém predições escatológicas cujo cumprimento ainda não tem chegado.
Essa parte ocupa os últimos seis capítulos os quais trazem o registro de quatro
visões proféticas dada especialmente a Daniel. Essas visões apresentam figuras
simbólicas dos reinos gentílicos envolvendo tempos distintos nos quais DEUS fará
valer sua soberania no mundo, especialmente, com as nações que unirão para
massacrar a Israel no tempo do Fim. Algumas dessas profecias já tiveram seu
cumprimento na história e outras que se cumprirão no tempo que DEUS estabeleceu
para se cumprirem. Ao longo do estudo dessas profecias constataremos essas
predições. As visões, portanto, se estendem para o futuro.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 23.
A destruição (36.17-21). Os caldeus mataram jovens e velhos sem demonstrar
misericórdia (17), demoliram completamente o Templo e a cidade (19) e levaram o
povo cativo para a Babilônia (20). Só então a terra passou a ter os sábados de
descanso (21). Estas palavras de Jeremias sugerem que o ano sabático não foi
observado durante o período da monarquia. Elas lembraram o povo de que havia
pelo menos duas razões para o cativeiro: (1) a idolatria; e (2) a falha em
manter o ano do jubileu. Por esta razão o cativeiro (606-536 a.C.) deveria durar
setenta anos - um sábado de repouso (cf. Jr 25.12; 29.10).
Robert L. Sawyer. Comentário Bíblico Beacon I e II Crônicas. Editora CPAD. Vol.
2. pag. 475.
Os efeitos do Exílio. A causa do exílio foi a apostasia do povo em relação a
DEUS e a seu pacto. Os israelitas tinham rejeitado de forma consistente a
mensagem dos profetas e persistentemente continuaram em seu pecado e idolatria.
Constantemente os profetas avisavam os israelitas contra a confiança em sua
própria sabedoria e poder. O exílio foi interpretado pelos profetas como o
julgamento divino que resultaria em restauração e revelação do eterno amor de
DEUS para com Israel (Is 54.9,10; Jr 31.3-6). Ele é o incidente histórico
primário sobre o qual o messianismo bíblico está baseado. Entre os resultados do
exílio para Israel estava uma compreensão mais profunda da lei de Moisés e dos
Profetas, tão importante para os judeus como um povo. De lá veio também uma
compreensão mais clara da universalidade e soberania de DEUS; que Yahweh é único
DEUS e não existe DEUS além dele. Esta fé permaneceu tão inabalável que suportou
a influência e fascinação da cultura grega apesar dos efeitos do Helenismo sobre
outras áreas do Judaísmo e sobre o restante do mundo Mediterrâneo.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 2. pag.
677.
a) Na sua sabedoria eterna, DEUS tinha decretado que a nação de Judá precisava
chegar a um fim. Ele indica como isso iria acontecer: Eis que [...] tomarei a
todas as gerações do Norte [...] a Nabucodonosor, rei da Babilônia [...] e os
trarei sobre esta terra (9). Meu servo significa somente que DEUS estava usando
Nabucodonosor como instrumento para castigar Judá. Passaram-se mais dezoito anos
de vida nacional, mas a decisão de DEUS era definitiva: E farei perecer, entre
eles, a voz de folguedo [...] de alegria [...] do esposo [...] da esposa [...] E
toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto (uma ruína desolada; 10-11).
O som das mós, e a luz do candeeiro eram sinais conhecidos de vida entre eles.
b) DEUS também havia determinado o número de anos do
exílio de Judá: E toda esta
terra [...] e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos
(11). Esse
número provavelmente é arredondado, mas o período de servidão de Judá na
Babilônia chegou muito próximo disso. A batalha de Carquemis ocorreu em
606
a.C., e deu à Babilônia o controle de toda a região do Oriente Médio,
desde o
Egito até a boca do rio Eufrates (2 Rs 24.7). Isso incluía Judá, e há
indícios
de que os cativos judeus foram levados para a Babilônia em 606-605 (v.
16 na KJV). A Babilônia caiu diante dos medos e persas em 539 a.C.,
e o primeiro grupo de judeus retornou para Jerusalém em 539 a.C. Desde a
primeira deportação dos cativos para Babilônia em 606/605 até o primeiro
retorno
dos judeus a Jerusalém em 536, temos um período aproximado de setenta
anos.
Alguns estudiosos preferem fazer a contagem desde a queda de Jerusalém
em 586 a.C. até a dedicação do segundo Templo em 516 a.C. Isso também
abrange um
período de setenta anos.
C. Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Jeremias. Editora CPAD. Vol. 4. pag.
323-324.
III – DANIEL, O AUTOR DO LIVRO
1. O homem Daniel.
No hebraico, DEUS é meu juiz».
O Homem Daniel e o Plano de Fundo Histórico do Livro
Daniel era descendente da família real de Judá, ou pelo menos, da alta nobreza
dessa nação (Dan. 1:3; Josefo, Anti. 10.10,1). É possível que ele tenha nascido
em Jerusalém, embora o trecho de Daniel 9:24, usado como apoio para essa ideia,
não seja conclusivo quanto a isso. Com a idade entre doze e dezesseis anos, ele
já se encontrava na Babilônia, como cativo judeu entre todos outros jovens
nobres hebreus, como Ananias, Misael e Azarias, em resultado da primeira
deportação da nação de Judá, no quarto ano do reinado de Jeoaquim. Ele e seus
companheiros foram forçados a entrar no serviço da corte real babilônica, Daniel
recebeu o nome caldeu de Beltessazar, que significa «príncipe de Baal». De
acordo com os costumes orientais, uma pessoa podia adquirir um novo nome, se as
suas condições fossem significativamente alteradas, e esse novo nome expressava
a nova condição (11 Reis 23:34; 24:17; Est. 2:7; 'Bsd, 5:14). A fim de ser
preparado para suas novas funções, Daniel recebeu o treinamento oriental
necessário. Ver Platão, Alceb, seção 37. Daniel aprendeu a falar e a escrever o
caldeu (Dan. 1:4). Não demorou para ele distinguir-se, tomando-se conhecido por
sua sabedoria e piedade, especialmente na observância da lei mosaica (Dan.
1:8-16). O seu dever de entreter a outras pessoas sujeitou-o à tentação de
comer coisas consideradas impróprias pelos preceitos leviticos, problema esse
que ele enfrentou com sucesso.
A educação de Daniel teve lugar durante três anos, e então tomou-se um
dos cortesões do palácio de Nabucodonosor, onde, pela ajuda divina, conseguiu
interpretar um sonho do monarca, para inteira satisfação deste. Tudo em Daniel
impressionava o rei, pelo que ele subiu no conceito real, tendo-lhe sido
confiados dois cargos importantes, como governador da província da Babilônia e
inspetor-chefe da casta sacerdotal (Dan. 2:48). Posteriormente, em um outro
sonho que Daniel interpretou, ficou predito que o rei, por causa de sua
prepotência, deveria ser humilhado por meio da insanidade temporária, apôs o
que, seu juízo ser-lhe-ia restaurado (Dan. 4). As qualidades pessoais de Daniel,
como sua sabedoria, seu amor e sua lealdade, resplandecem por toda a narrativa.
Sob os sucessores indignos de Nabucodonosor, ao que parece, Daniel sofreu
um período de obscuridade e olvido. Foi removido de suas elevadas posições, e
parece ter começado a ocupar postos inferiores (Dan. 8:27). Isso posto, ele só
voltou à proeminência na época do rei Belsazar (Dan. 5:7,8), que foi co-regente
de seu pai, Nabonido. Belsazar, porém, foi morto quando os persas conquistaram a
cidade. Porém, antes desse acontecimento, Daniel foi restaurado ao favor real,
por haver conseguido decifrar o escrito misterioso na parede do sala do
banquete (Dan. 5:2 e ss), Foi por essa altura dos acontecimentos que Daniel
recebeu as visões registradas nos capítulos sétimo e oitavo, as quais
descortinam o curso futuro da história humana, juntamente com a descrição dos
principais impérios mundiais, que se prolongariam não somente até à primeira
vinda de CRISTO, mas exatamente até o momento da parousia.., ou segunda vinda de
CRISTO. Os medos e os persas conquistaram a Babilônia, e uma nova fase da
história se iniciou. Daniel mostrou-se ativo no breve reinado de Dario, o medo,
que alguns estudiosos pensam ter sido o mesmo Ciaxares II. Uma das questões
envolvidas foram os preparativos para a possível volta de seu povo, do exílio
para a Terra Santa. Sua grande ansiedade, em favor de seu povo, para que fossem
perdoados de seus pecados e fossem restaurados à sua terra, provavelmente foi um
dos fatores que o ajudou a vislumbrar o futuro, até o fim da nossa
atual dispensação (Dan. 9), o que significa que ele previu o curso inteiro da
futura história de Israel. Daniel continuou cumprindo seus deveres de estadista,
mas sempre observando estritamente a sua fé religiosa, sem qualquer
transigência. Há um hino cujo estribilho diz: «Ouses ser um Daniel; ouses ficar
sozinho». O caráter e os atos de Daniel despertaram ciúmes e invejas.
Mediante manipulação política, Daniel terminou encerrado na cova dos leões; mas
o anjo de DEUS controlou a situação, e Daniel foi livrado dos leões, adquirindo
um novo prestigio, uma maior autoridade.
Daniel teve a satisfação de ver um remanescente de Israel voltar à Palestina
(Dan. 10:12). Todavia, sua carreira profética ainda não havia terminado,
porquanto, no terceiro ano de Ciro, ele recebeu uma outra série de visões,
informando-o acerca dos futuros sofrimentos de Israel, do período de sua
redenção, através de JESUS CRISTO, da ressurreição dos mortos e do fim da
atual dispensação (Dan. 11 e 12). A partir desse ponto, as tradições e as
fábulas se manifestam, havendo histórias referentes à Palestina e à Babilônia
(Susã), embora não possamos confiar nesses relatos,
Uma tradição rabínica posterior (Midrash Sir
ha-sirim, 7:8) diz que Daniel retomou à Palestina, entre os exilados. Mas um
viajante judeu, Benjamim de Tudela (século XII D.C.) supostamente teria
encontrado o túmulo de Daniel em Susã, na Babilônia. Nesse caso, se o primeiro
informe é veraz, então Daniel retornou mais tarde à Babilônia. Há informes sobre
esse túmulo, desde o século VI D.C., embora muitos duvidem da exatidão dessas
tradições, pois geralmente não passam de fantasias.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2.
Editora Hagnos. pag. 8-9.
DANIEL - Daniel "assentou em seu coração não se
contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia" (1.8).
Como uma concessão ao seu pedido, Daniel e seus amigos tiveram permissão de
apenas comer vegetais e beber água durante dez dias, e demonstraram ter ficado
mais saudáveis que os demais companheiros. Os supervisores perceberam que esses
jovens judeus possuíam grande habilidade e sabedoria. Ao final de seu período de
treinamento foram reconhecidos pelo rei como superiores a todos os homens sábios
da corte real. Através da divina revelação, Daniel contou o sonho que o rei
havia esquecido e também deu a interpretação, que incluía a destruição do reino
de Nabucodonosor (Dn 2).
O rei elogiou Daniel, honrou o seu DEUS e o recompensou com presentes preciosos
(2.46,47) e também "o pôs por governador de toda a província de Babilônia, como
também por principal governador de todos os sábios de Babilônia" (2.48). Mais
tarde, Daniel interpretou outro sonho de Nabucodonosor e disse ao rei que,
durante algum tempo, ele perderia seu trono, mas que este seria recuperado
depois que ele tivesse se humilhado completamente (Dn 4). DEUS revelou, através
de Daniel, certos aspectos do reino messiânico que poderiam interferir no curso
da história e da eternidade. Mais de 20 anos
(561-539 a.C.) nada foi registrado a respeito de Daniel; pode ser que ele tenha
perdido sua posição e o favor real. Então, na festa de Belsazar (q.v), que era o
co-regente com seu pai Nabonido, a rainha (provavelmente mãe de Belsazar, e
filha de Nabucodonosor) lembrou-se de Daniel, que foi convocado para interpretar
uma estranha inscrição na parede (Dn 5.10-28). De acordo com sua interpretação,
a Babilônia seria conquistada naquela noite (539 a.C.) por Dário, o medo. Embora
a história secular não tenha, até o momento, conhecido um personagem medo com o
nome de Dário, ele foi identificado por competentes estudiosos como sendo
Gobryas, governador da Babilônia no reinado de Ciro (John C. Whitcomb, Darius
the Mede). Dário reconheceu a habilidade de Daniel e o fez chefe de um conselho
de três presidentes e "pensava constituí-lo sobre todo o reino" (Dn 6.3). Em sua
religião, Daniel manifestava a mesma fidelidade incondicional. Ele desafiou o
decreto de Dário e orava a DEUS ao invés de fazer petições ao rei. Foi lançado
na cova dos leões e milagrosamente salvo (Dn 6). Ele nunca transigiu as suas
convicções, nem hesitou em sua lealdade a DEUS. Viveu até o terceiro ano do
reinado de Ciro (536 a.C), chegando, provavelmente, a 90 anos de idade e ainda
bastante ativo. Ezequiel se referia a Daniel como um homem de grande sabedoria e
piedade (Ez 28.3) e o colocava ao lado de pessoas tão dignas quanto Noé e Jó (Ez
14.14,20), homens de renomada virtude. JESUS se referiu a Daniel pelo menos uma
vez (Mt 24.15).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 519-520.
O primeiro sinal da dignidade de Daniel é visto quando ele se recusa
discretamente a desistir de suas convicções. Daniel tinha aplicado a vontade de
DEUS a sua vida e era contrário a mudar os bons hábitos que formara. Tanto o
alimento físico quanto o espiritual eram uma parte importante de seu
relacionamento com DEUS. Alimentava-se cuidadosamente e vivia em oração. Um dos
benefícios de estar em treinamento para o serviço real era comer da mesa do
próprio rei. Daniel escolheu com discernimento um cardápio mais simples e provou
ter sido esta uma escolha saudável. Assim como Daniel, as horas das refeições
são testes óbvios e regulares de nosso empenho em controlar os apetites.
Enquanto controlava sua ingestão de alimentos, Daniel entregava-se à oração.
Podia comunicar-se com DEUS porque fez disto um hábito. Ele colocou em prática
suas convicções, mesmo quando isto significou ser lançado em uma cova de leões
famintos. Sua vida provou que tinha feito a escolha certa.
Você mantém tão firmemente sua fé em DEUS que, não importa o que aconteça, fará
o que DEUS lhe disser? Tal convicção o mantém um passo à frente da tentação e
lhe dará sabedoria e estabilidade diante das mudanças. Em oração, viva as suas
convicções no dia-a-dia e confie em DEUS quanto aos resultados.
Pontos fortes e êxitos:
• Apesar de jovem quando deportado, permaneceu leal à sua fé.
• Serviu como conselheiro a dois reis babilônicos e dois reis
medo-persas.
• Era um homem de oração e um estadista com o dom da profecia.
• Sobreviveu à cova dos leões.
Lições de vida:
• As convicções silenciosas freqüentemente ganham respeito em longo
prazo.
• Não espere chegar a uma situação difícil para aprender sobre oração.
• DEUS pode usar as pessoas onde quer que estejam.
Informações essenciais:
• Local: Judá e as cortes da Babilônia e da Pérsia.
• Ocupação: Um cativo de Israel que se tornou conselheiro de reis.
• Contemporâneos: Hananias, Misael, Azarias, Nabucodonosor,
Belsazar, Dario e Ciro.
Versículo-chave:
"Porquanto se achou neste Daniel um espírito excelente, e ciência, e
entendimento, interpretando sonhos, e explicando enigmas, e solvendo dúvidas, ao
qual o rei pôs o nome de Beltessazar; chame-se, pois, agora Daniel, e ele dará
interpretação" (Dn 5.12).
BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag.
1093.
2. A importância do livro.
O livro de Daniel é o desvendar de um mistério. E, se por um lado desvenda o
mistério, por outro, o envolve em surpresa e admiração, deixando grande parte do
mistério da revelação em aberto.
Daniel era um homem de extraordinária sabedoria e percepção. Vivendo no meio de
grandes e repentinas mudanças mundiais, ele foi capaz de manter seu equilíbrio e
sanidade, observando o que estava acontecendo com um olhar atento. Ele serviu a
reis. Ele foi um valoroso conselheiro de governantes. Porém, mais importante de
tudo, ele tinha um relacionamento íntimo com o DEUS dos céus. Ele estava com os
seus pés firmemente plantados na terra, entre os acontecimentos terrenos. Mas, a
sua cabeça ficava numa atmosfera mais clara; ele vivia diante da realidade de
coisas eternas.
Algumas verdades tomam-se claras na mensagem de Daniel, revelando o plano de
DEUS para a Terra e seus habitantes. Em primeiro lugar, poderes terrenos e
circunstâncias são temporários. As tiranias mais poderosas ficam no poder
durante um curto período. Em segundo lugar, DEUS faz com que a ira do homem
acabe se transformando em louvor a Ele e faz com que todo o resto seja impedido.
Tanto Nabucodonosor, o déspota enfurecido, quanto Ciro, o soberano sábio e
cordial, testificaram dessa verdade. Em terceiro lugar, DEUS mantém as suas
promessas para o seu povo; Ele não esquece. Em quarto lugar, DEUS tem seu
próprio tempo para realizar a sua obra. Ele nunca se adianta nem se atrasa. Em
quinto lugar, os reinos desse mundo são designados para dar lugar ao reino do
nosso Senhor e do seu CRISTO. Em sexto lugar, embora DEUS tenha uma visão eterna
e cósmica, Ele tem um interesse amoroso em relação aos afazeres mais
insignificantes de um indivíduo.
O livro de Daniel foi um livro para Daniel e para o atribulado povo remanescente
de DEUS dos seus dias, mas esse também é um livro para todas as gerações, designado
para manter a história em perspectiva. O livro continua sendo relevante para os
nossos dias. Certamente, estamos mais próximos do tempo da consumação do Reino
de DEUS do que qualquer povo que viveu antes de nós. Em dias de profunda
escuridão e conflitos cruciais, vamos extrair esperança e coragem da mensagem
transmitida a Daniel.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 500.
O
livro também mostraria que DEUS, embora juiz
dos judeus, já que os deixou ir para o exílio, haveria de restaurá-los, por
causa de sua misericórdia. Naturalmente, o
arcabouço histórico poderia ter sido utilizado pelo autor como uma lição
objetiva, destinada a um povo posterior, que estivesse enfrentando um conjunto
inteiramente diverso de dificuldades.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3370.
PROPÓSITO
O exílio foi seguido por um período de
expectativa e preparação para a vinda do Messias. Foi revelado que um período de
setenta vezes sete tinha sido determinado por DEUS para a materialização da obra
messiânica (Dn 9.24-27). O livro de Daniel, um produto do exílio, serve para
mostrar que o próprio exílio não seria permanente. Pelo contrário, a própria
nação que havia conquistado Israel desapareceria da cena da história para ser
substituída por outra e, de fato, por três outros grandes impérios humanos.
Enquanto esses impérios estivessem em existência, entretanto, o DEUS do céu
erigiria outro reino que, diferentemente dos reinos humanos, seria ao mesmo
tempo universal e eterno. O propósito de Daniel, por conseguinte, é ensinar a
verdade que, embora o povo de DEUS esteja escravizado em uma nação pagã, o
próprio DEUS é seu soberano e aquele que em última análise dispõe dos destinos,
tanto dos indivíduos como das nações.
Essa verdade é ensinada por meio de um rico uso de símbolos e comparações, e o
motivo dessa característica se encontra no fato que as revelações feitas a
Daniel tiveram a forma de visão. O livro de Daniel, pois, pode assim ser chamado
de obra apocalíptica, mas se eleva muito acima dos apocalipses pós-canônicos. A
única obra que pode com justiça ser-lhe comparada é o livro neotestamentário do
Apocalipse. Essencialmente, Daniel exibe as qualidades de um livro
verdadeiramente profético e suas comparações são usadas tendo em vista um
propósito didático.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. pag. 2-3.
3. A autoria e as características do livro.
LIVRO DE DANIEL
Características Gerais
O livro de Daniel ocupa um lugar único no AT. Ele introduz predições
maravilhosas sobre a vinda do Messias e do Reino de DEUS. Na Bíblia Sagrada
(tanto em português quanto em inglês), ele se encontra entre os maiores profetas
depois de Ezequiel; na Bíblia hebraica, ele se encontra entre os Escritos, a
terceira divisão do cânon judeu. Na Bíblia
hebraica, as passagens em hebraico de Daniel 1.1 -2.4a e 8.1-12.13 revelam o
significativo papel de Israel nos desenvolvimentos internacionais; a passagem em
aramaico de Daniel 2.40 - 7.28 indica a ordem de sucessão, o caráter e o destino
das nações pagãs.
Esboço
I. A história de Daniel, capítulos 1-6
A. A juventude e a educação de Daniel, capítulo 1
B. A imagem do sonho de Nabucodonosor, capítulo 2
C. Fidelidade dos companheiros de Daniel, capítulo 3
D. A árvore do sonho de Nabucodonosor, capítulo 4
E. A festa de Belsazar, capítulo 5
F. Daniel na cova dos leões, capítulo 6
II. Visões de Daniel, capítulos 7-12
A. A Visão dos quatro animais, capítulo 7
B. Visão do carneiro e do bode, capítulo 8
C. A oração de Daniel; visão das 70 semanas, capítulo 9
D. A última visão de Daniel, capítulos 10-12
1.O anjo aparece para encorajar Daniel e predizer o futuro, capítulo 10
2. Pérsia e Grécia; lutas entre os ptolemaicos e os selêucidas; opressão sofrida
sob Antíoco Epifânio, capítulo 11
3. A Era Messiânica e sua consumação, capítulo 12
Data e Autoria
Desde a antiguidade a tradição judaico-cristã tem declarado que Daniel escreveu
esse livro durante o exílio no século 6 a.C. O fato de os homens da Grande
Sinagoga terem escrito o livro de Daniel durante o período de Esdras e Neemias,
de acordo com o Talmude, significa apenas que eles o copiaram. O livro pretende
revelar uma historia séria e afirma que Daniel pronunciou as profecias ali
contidas. JESUS referiu-se à "abominação da desolação, de que falou o profeta
Daniel" em Mateus 24.15. Até o momento, a opinião tradicional tem sido
seriamente questionada. O livro provavelmente data do século VI. A
descoberta do nome de Belsazar (q.v.) nas tábuas de argila da Babilônia, e
a provável identificação feita por Whitcomb em relação a Dário, o medo (q.v.)
com sendo Gubaru (em grego, Gobryas), foram muito longe para reivindicar a
precisão histórica desse livro para o século VI. Supostos problemas linguísticos
e exegéticos têm sido mais que adequadamente respondidos por estudiosos
conservadores (SOTI, pp. 368ss.). Fragmentos de Qumran do livro de Daniel (150
a.C.) também estão exercendo forte pressão para localizar a data de sua autoria
dentro de uma opinião conservadora.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 520-522.
Autoria
Ao longo dos séculos, tanto entre os judeus quanto entre os cristãos, o livro
tem sido tradicionalmente atribuído a Daniel. Em diversas seções importantes o
texto é atribuído diretamente a Daniel. A primeira pessoa do singular: “Eu,
Daniel”, é usada repetidas vezes. O capítulo 7 começa da seguinte forma: “teve
Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e
relatou a suma das coisas” (Dn 7.1).
Mas nos últimos cento e cinquenta anos a autoria do livro de Daniel tem se
tornado um grande campo de batalha. Tornou-se um hábito atribuir o livro a um
autor desconhecido que viveu na época de Antíoco Epifânio, 175-169 a.C. De
acordo com essa posição supõe-se que o livro de Daniel é uma alegoria escrita
parcialmente em códigos para encorajar e inspirar os judeus que estavam sofrendo
debaixo da tirania e perseguições de Antíoco. As histórias do livro, portanto,
não deveriam ser entendidas de forma literal, mas simbolicamente. O livro,
portanto, deveria figurar na categoria de pseudoepígrafes (escritos posteriores
que adotavam nomes de grandes homens do passado), devido a algumas semelhanças
com essa categoria.
Para aqueles que entendem existir uma inspiração divina e, portanto,
sobrenatural, não há motivo justificável para rejeitar a fé cristã tradicional
acerca da integridade do livro de Daniel. Procurar possíveis motivos para uma
outra autoria do livro que leva o seu nome é injustificável. Se levarmos em
conta todos os questionamentos que foram levantados contra a sua autoria,
concluímos que é necessário mais do que credulidade. É necessário fé. Essa fé
busca aquietar-se e ouvir o que DEUS tem a nos dizer em nossos dias acerca do
firme propósito que Ele estabeleceu para o presente e nas eras futuras.
Daniel não está sozinho e indefeso na Bíblia. Sem dúvida, a referência mais
impressionante e de maior autoridade é sobre Daniel 9.27. JESUS faz referência a
esse texto na sua mensagem apocalíptica: “Quando, pois, virdes que a abominação
da desolação, de que falou o profeta Daniel...” (Mt 24.15; também cf. Mc 13.14).
JESUS parece claramente dar o seu endosso para a legitimidade de Daniel como
profeta e para a veracidade da sua mensagem.
Referências relacionadas por dedução à profecia de Daniel são também bastante
numerosas nos ensinamentos de JESUS, particularmente em seu uso da expressão
“Filho do homem”. Em Mateus 24.30, lemos: “verão o Filho do Homem vindo sobre as
nuvens do céu, com poder e grande glória”. Essas palavras parecem ecoar o que
lemos em Daniel 7.13-14: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis
que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem [...] E foi-lhe dado o
domínio, e a honra, e o reino” (cf. Mt 16.27-28).
Quando Paulo escreve sobre o “homem do pecado, o filho da perdição, o qual se
opõe e se levanta contra tudo o que se chama DEUS ou se adora” (2 Ts 2.3-4), ele
está se referindo claramente a Daniel 11.36: “e se levantará, e se engrandecerá
sobre todo DEUS; e contra o DEUS dos deuses falará coisas incríveis”.
Referências de Daniel refletidas no livro de Apocalipse são suficientemente
numerosas para justificar a inferência de que a autoridade desse livro do Novo
Testamento sustenta a integridade do seu correlato do Antigo Testamento.
É interessante notar que os integrantes da comunidade de Qumrã, que produziram
os manuscritos bíblicos mais antigos conhecidos atualmente, tinham um interesse
especial pelo livro de Daniel. Com base nos fragmentos recuperados das suas
cavernas fica claro que possuíam inúmeras cópias desse livro. Devido aos tempos
turbulentos em que viviam, logo após o reinado de Antíoco até a destruição de
Jerusalém em 71 d.C., eles tinham um profundo interesse na esperança
apocalíptica.
Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag.
498-499.
Características Gerais
Este livro aparece na terceira seção do cânon hebraico, chamada ketubim. Nas
Bíblias em línguas vernáculas, trata-se de uma das quatro grandes composições
proféticas escritas, de acordo com o cânon alexandrino. Na moderna erudição,
diferem as opiniões a seu respeito. Alguns estudiosos pensam que se trata apenas
de um dos melhores escritos pseudepígrafos, uma pseudoprofecia romântica,
escrita essencialmente como narrativa, e não um livro profético. Mas outros
respeitam altamente o livro como profecia, baseando sobre este livro várias
doutrinas sérias a respeito dos últimos dias, ainda futuros. Seja como for, é
verdade que o Novo Testamento incorpora grande parte da visão profética deste
livro no Apocalipse, envolvendo temas como a grande tribulação, o anticristo, a
segunda vinda de CRISTO, a ressurreição e o julgamento final. As indicações
cronológicas do livro de Daniel são adotadas diretamente pelo Apocalipse.
O livro foi escrito em hebraico, mas com uma extensa seção em aramaico, ou seja,
Daniel 2.4b - 7.28. Os eruditos liberais pensam que essa porção é um tanto mais
antiga, tendo sido adaptada às pressas para seu uso, em uma revisão palestina.
Temos a introdução do livro escrita em hebraico (Dan 1.1-2.4a), com visões
adicionais (caps. 8 em diante), a respeito de coisas que ocorreram durante a
crise sob o governo de Antíoco IV Epifânio (175-163 a.C.). Reveste-se de
especial importância o material do décimo capitulo, que apresenta uma personagem
“à semelhança dos filhos dos homens” (Dan. 10.16), que os estudiosos cristãos
pensam tratar-se de uma alusão ao Messias. O livro também encerra a doutrina da
ressurreição dos mortos (Dan. 12.2,3) e uma angelologia típica do judaísmo
posterior. Daniel é o único livro judaico de natureza apocalíptica que foi
finalmente aceito no cânon palestino, ao passo que vários livros dessa natureza
vieram a tornar-se parte do cânon alexandrino.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 3367.
Autor - A autoria e data de Daniel têm sido objeto de muita polêmica entre os
estudiosos do texto bíblico. Informações do próprio livro indicam Daniel como o seu
autor (9.2; 10.2) e sugerem que o texto foi escrito pouco tempo após a vitória
de Ciro sobre a Babilônia, em 539 a.C. Além disso. JESUS menciona a predição do
"abominável da desolação" encontrada neste livro como tendo sido proferida pelo
"profeta Daniel" (Mt 24.15).
Características e Temas - o Livro de Daniel contém dois tipos distintos de texto.
Seis narrativas históricas estão registradas nos caps. 1-6, e quatro visões, nos
caps. 7-12. As visões são quase exclusivamente predições. O elemento comum subjacente a estes textos é a ênfase
na forma pela qual a soberania absoluta de DEUS opera na vida de todas as nações
(2.47; 3.17-18; 4.28-37; 5.18-31; 6.25-28). Jerusalém pode ser destruída e ter
seu templo reduzido a ruínas, o povo de DEUS pode ser exilado, e os maus
governantes podem parecer triunfantes, mas DEUS permanece supremo. DEUS é maior
que todas as circunstâncias, e o seu povo deve ser-lhe fiel em qualquer situação
que se encontre. A descrição dessa verdade é o princípio orientador de Dn 1-6.
De acordo com a sua
soberana vontade, DEUS intervirá nos reinos deste mundo e estabelecerá um Reino
universal que permanecerá para sempre.
Uma das principais razões
para a redação do Livro de Daniel foi a de preparar o povo de DEUS para os
tempos de Antíoco Epifânio e encorajá-los durante esse período de perseguição.
Ao mesmo tempo, o livro se volta para o período subsequente a Antíoco Epifânio,
para a vinda de CRISTO. É CRISTO quem destruirá todos os reinos dos homens e
instituirá o seu reino eterno de justiça e paz.
Além desses temas abrangentes de Daniel, alguns conceitos-chave são relevantes
para o estudo do livro. Um deles é o "tempo de angústia" ( 12.1), geralmente
denominado a "grande tribulação", que precederá o segundo advento de
CRISTO (Mt
24.21; Lc 21.23; Ap 2.22; 7.14). Mateus relaciona essa grande tribulação com o
"abominável da desolação" (Mt 24.15) predito por Daniel (cf. Dn 9 27; 12.11) e
cumprido pelo anticristo (o "homem da iniquidade" em 2Ts 2.3-4).
O "anticristo" pode também ser incluído na teologia de Daniel (Dn
7.8,20-22,24-27; 11.36-45). Essa palavra só aparece nas epístolas de João (1Jo
2.18,22; 4.3; 2Jo 7), porém referências a uma pessoa de ódio satânico que
surgirá no fim dos tempos da história humana, antes da segunda vinda de CRISTO,
são encontradas em ambos os testamentos. O anticristo estabelece a "abominação
desoladora" (Dn 11.31; Mt 24.15), exalta a si mesmo como um DEUS (Dn 11.36-39;
2Ts 2.3-4) e é finalmente destruído por CRISTO em sua volta (Dn 11.45; 2Ts 2.8
[cf. Is 11.4]; Ap 19.20).
A ideia do milênio também ocorre nas elaborações de Daniel.
O termo "milênio" é derivado da palavra latina que significa "mil" e designa o
período de mil anos descrito em Ap 20. O caráter desses mil anos é compreendido
como acreditam os pré-milenistas que creem que o milênio é um reino mundial de paz e
justiça sobre a terra, que será estabelecido após a segunda vinda de CRISTO (Is
2.1-5; 11.1-10).
Bíblia de Estudo de Genebra. Editoras Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do
Brasil. pag. 982-983.
ELABORADO:
Pb Alessandro Silva (http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/)
com
algumas modificações do Ev. Luiz Henrique.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva