Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm TEXTO ÁUREO "Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê que entenda)" (Mt 24.15). VERDADE PRÁTICA Daniel é um exemplo de perseverança na fidelidade a DEUS e de integridade moral, estimulando-nos a confiar no projeto divino. LEITURA DIÁRIA Segunda - Gn 3.15 A primeira profecia escatológica Terça - Gn 22.18; 26.4; 28.14; 49.10 A promessa para Abraão Quarta - Is 7.14; 9.6; 42.1-4; 52.13-15 A predição da vinda do Rei e Redentor Quinta - Dn 2.44,45; 7.13,14 A predição do reino vindouro Sexta - Jr 23.3; Is 11.11; Ez 37.1-11 A promessa de restauração de Israel Sábado - Mt 24.15 JESUS cita Daniel LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 1.1,2; 7.1; 12.4 1 No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou. 2 E o Senhor entregou nas suas mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de DEUS, e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu DEUS, e pôs os utensílios na casa do tesouro do seu DEUS. 7.1 No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisas. 12.4 E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. INTERAÇÃO Prezado professor, neste trimestre estudaremos o livro do profeta Daniel. Este livro é um dos preferidos das pessoas que gostam de estudar a escatologia bíblica. Aprendemos com Daniel não somente acerca de assuntos escatológicos, pois o seu testemunho é um exemplo de fidelidade a DEUS e de integridade moral. Daniel viveu grande parte dos seus anos como exilado em uma sociedade idólatra, servindo a reis ímpios, todavia não se contaminou. O comentarista do trimestre é o pastor Elienai Cabral - conferencista e autor de várias obras publicadas pela CPAD, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e também da Casa de Letras Emílio Conde. Que DEUS abençoe a sua vida e a de seus alunos. Bons estudos! OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Conhecer panoramicamente o livro de Daniel. Explicar a autoria e a história por trás do livro de Daniel. Compreender os fatos que propiciaram o exílio na Babilônia. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, a fim de introduzir a primeira lição do trimestre, reproduza o esquema abaixo para os alunos. Utilizando o quadro, faça uma exposição panorâmica do livro de Daniel, explicando o propósito e suas principais divisões. Enfatize os personagens centrais, os acontecimentos mais importantes e as principais profecias. Que você possa extrair importantes lições deste grande livro do Antigo Testamento.
LIVRO DE DANIEL | |
Autor: | Daniel |
Tema: | A soberania de DEUS na história. |
Data: . | Cerca de 536 - 530 a.C |
Propósitos: | (1) Dar ao povo do concerto do AT a certeza de que o juízo de seu cativeiro entre as nações gentias não seria permanente; (2) Legar ao povo de DEUS, no decurso da sua história, as visões proféticas da soberania de DEUS sobre as nações. |
Personagens centrais: | Daniel e Nabucodonosor. |
Principais acontecimentos: | Daniel interpreta o sonho de Nabucodonosor (Dn 2); A fornalha de fogo ardente (Dn 3); A loucura de Nabucodonosor (Dn 4); Daniel na cova dos leões (Dn 6). |
Principais profecias: | As visões dos anos vindouros (Dn 7-8); A revelação das setenta semanas (Dn 9); Imagens da história do fim (Dn 11-12). |
Quando, pois, virdes que a abominação
da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem
lê, entenda;
Mateus 24:15
Quando, pois, virdes que a
abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo;
quem lê, entenda;
Mateus
24:15
Mt 24.15,16 JESUS advertiu contra a procura de sinais, mas como uma parte final
da sua resposta à segunda pergunta dos discípulos (24.3) Ele lhes falou do
evento definitivo que iria significar a destruição vindoura.
A abominação da desolação se refere à profanação do Templo pelos inimigos de
DEUS. Mateus insiste para que os seus leitores entendam as palavras de JESUS à
luz da profecia do profeta Daniel, no Antigo Testamento (veja Dn 9.27; 11.31;
12.11).
O primeiro cumprimento da profecia de Daniel aconteceu em 168
a.C., com Antíoco
Epifânio, quando ele sacrificou a Zeus um porco no altar do Templo sagrado e fez
do judaísmo uma religião ilegal, punível com a morte. Isto incitou a guerra dos
macabeus.
O segundo cumprimento aconteceu quando se concretizou a predição de JESUS sobre
a destruição do Templo (24.2). Dentro de poucos anos (70 d.C.), o exército
romano iria destruir Jerusalém e profanar o Templo.
Com base em 24.21, o terceiro cumprimento ainda está por acontecer. As palavras
de JESUS se referem ao final dos tempos e ao anticristo.
No final dos tempos, o anticristo irá cometer o sacrilégio final, colocando uma
imagem de si mesmo no Templo e ordenando a todos que a adorem (2Ts 2.4; Ap
13.14,15).
Muitos dos seguidores de JESUS estariam vivos durante a época da destruição de
Jerusalém e do Templo, em 70 d.C. JESUS advertiu os seus seguidores para que
saíssem de Jerusalém e da Judéia e fugissem para os montes, cruzando o rio
Jordão, quando vissem o Templo sendo profanado. Isto provaria ser para a sua
proteção, pois quando o exército romano invadisse, a nação e a sua cidade
principal seriam destruídas.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 142.
Quando, pois, virdes que a
abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo;
quem lê, entenda;
Mateus
24:15
Mt 24.15-21 Ainda que alguns intérpretes tomem esta passagem como se referindo
exclusivamente à segunda vinda, há nela referências inconfundíveis à destruição
de Jerusalém, no ano 70 d.C.. como é claro no relato paralelo de Lc 21.20-24.
A destruição de Jerusalém era o prenúncio do Juízo Final e, assim, era o sinal
da ira vindoura Ele permanece como a declaração incomparável do fim da era
antiga e, por isso, é um sinal específico e singularmente importante.
Mt 24.15 o abominável da desolação. A frase é de Dn 9.27; 11.31, onde se refere
à profanação do templo por Antíoco Epifânio, em 168 a.C. Antíoco erigiu um altar
pagão no templo. Segundo Josefa, ele também sacrificou porcos ali.
Pouco antes do ano 70 d.C., os Zelotes estiveram no recinto do templo, durante a
guerra com Roma, e sua presença ali pode ter sido considerada uma profanação. No
ano 70 d.C., os romanos entraram no templo com seus estandartes militares, suas
insígnias cerimoniais que eram elementos de sua religião. Carregaram os vasos
sagrados, inclusive o candelabro, e incendiaram o templo. Esculturas das tropas
romanas carregando os vasos são vistas no Arco de Tito, em Roma.
Bíblia de Estudo de Genebra. Editoras Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do
Brasil. pag. 1135.
I – A HISTÓRIA POR TRÁS DO LIVRO DE DANIEL
1. A formação histórica de Israel.
Ao estudar o livro de Daniel e para entendê-lo precisamos saber que esse livro
não é ficção, mas está intimamente relacionado com todos os acontecimentos deste
mundo em relação ao tempo, à geografia e à história. E um livro que tem data e
foi escrito em determinada ocasião. Por isso, as profecias, mediante as visões e
revelações de DEUS dadas ao seu servo Daniel tem respaldo histórico. Os eventos
proféticos nos levam a entender o plano divino para Israel e o resto do mundo.
A revelação do projeto de DEUS com Israel
Existem fatos na história da humanidade que os historiadores e pesquisadores não
conseguem explicar. São os fatos que envolvem a presciência divina. DEUS, em sua
presciência escolheu um homem do meio da humanidade existente para ser o
protótipo de um projeto que o colocaria na história.
Esse projeto começou com um dos personagens mais extraordinários da Bíblia
Sagrada chamado Abraão. Ele e sua mulher Sara (Gn 12.1-3) seriam o ponto de
partida para o cumprimento desse projeto. De Abraão sairia uma família, uma
raça, uma etnia especial que representaria os interesses de DEUS na terra.
Abraão e Sara, na sua velhice, geraram um filho especial chamado Isaque, o filho
da promessa (Gn 15.4; 17.18; 21.1-3). Isaque se casa com Rebeca e gera dois
filhos, os gêmeos Esaú e Jacó. Do segundo filho Jacó, com uma prole de 12 filhos
foi formada uma nação, a nação projetada por DEUS. A família de 12 filhos
cresceu e, por esse modo, os desígnios de DEUS para a semente de Abraão se
cumpriam historicamente. Obedecendo ao propósito divino, esta família mudou-se,
posteriormente, para o Egito. Naquela terra, a família aumentou em número
tornando-se um povo gigantesco. Com a morte do antigo Faraó e morto, também,
José, a família proliferou-se na terra do Egito, mas perdeu as benesses do tempo
de José e passaram a viver como escravos por quatrocentos anos, até que DEUS os
tirou do Egito com mão forte e poderosa. Os filhos de Jacó tornaram- se
conhecidos como os filhos de Israel. Saíram do Egito, por uma intervenção divina
e viveram no deserto por quarenta anos sob a liderança de Moisés. A partir de
então, esse povo viveu sob a égide de um governo diretamente de DEUS, um governo
teocrático, através de homens chamados para esse mister.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 19-20.
Uma retrospectiva histórica
DEUS chamou a Abraão. Ele constituiu uma família.
A família tornou-se uma nação. Esta desceu ao Egito, onde permaneceu
quatrocentos anos. DEUS tirou Israel do cativeiro com mão forte e poderosa. Dez
pragas vieram sobre o Egito, desbancando as divindades do maior império do
mundo. Israel perambulou no deserto quarenta anos sob a liderança de Moisés.
Durante sete anos conquistou a terra, sob a liderança de Josué. Surge a
Teocracia no período dos juízes. Esse tempo durou cerca de trezentos anos,
quando Israel oscilou entre pecado, juízo, arrependimento e restauração.
Depois da Teocracia veio a Monarquia. Cento e vinte anos de Reino Unido sob
Saul, Davi e Salomão. Com a morte de Salomão em 931 a.C., sob o governo de seu
filho Roboão, o reino se dividiu em: reino do Norte e Reino do Sul.
O Reino do Norte, formado por dez tribos teve dezenove reis, com 8 dinastias
(uma sequência de
governantes considerados como membros da mesma família). Por causa de sua obstinação e desobediência foram levados
cativos em 722 a.C., pela Assíria, e jamais foram restaurados. O Reino do Sul,
formado pelas tribos de Judá e Benjamim, procedia da dinastia davídica. Esse
reino teve vinte reis e experimentou altos e baixos, momentos de glória e tempos
de calamidade, reis piedosos no trono e reis perversos e maus. Esse reino
alternou momentos de volta para DEUS e momentos de rebeldia.
Porque o povo abandonou a DEUS e não quis ouvir sua Palavra, DEUS enviou seu
juízo sobre a nação. Os caldeus vieram contra eles, e DEUS os entregou nas mãos
de Nabucodonosor, rei da Babilônia.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 18-19.
a.C. 3000 (+ ou -) – Nasce Noé, que acha graça diante de DEUS e foi escolhido
para construir a arca que subsistiria ao dilúvio. Filho de Matusalém, o homem
que mais viveu, segundo a Bíblia, que viveu cerca de 969 anos. Noé viveu 600
anos e então veio o dilúvio que durou 375 dias. De Noé saíram Sem, Cão e Jafé.
Os judeus são descendência de Sem.
a.C. 2160 – Nasce Abrão em Ur dos Caldeus, na Mesopotâmia, que viria a ser o
patriarca do povo judeu, possuídos da promessa feita por DEUS. O Senhor o
chamou e disse para que seguisse no deserto a caminho de uma terra desconhecida.
Levando seu sobrinho Ló consigo chegou a Canaã prometida passando mais tarde
para o Egito por causa da fome. Separaram-se Abraão e Ló e DEUS lhe promete um
Filho, apesar de sua idade avançada.
a.C. 2060 – Isaque nasce (Gn 21.1-7). Como havia prometido DEUS a Abraão, seria
ele o primogênito de toda uma nação sendo um tipo de CRISTO. Isaque casa-se com
Rebeca e continua a genealogia de JESUS (Gn 24).
a.C. 2000 – Nascem Jacó e Esaú, Jacó usurpa a bênção da primogenitura de Esaú
(Gn 27.1-45). Esaú ira-se contra Jacó e este foge em direção a Betel onde teve o
sonho da escada com anjos. Jacó casa-se com Raquel, depois de ter sido
enganado por Labão. Jacó e Esaú se reencontra. Jacó luta com DEUS no Jaboque e
tem o nome mudado para Israel Jacó teve doze Filhos que vieram a ser os doze patriarcas da tribo de Israel, e uma Filha, Diná.
a.C. 1889 – Nasce José, o filho preferido de Jacó que foi vendido ao Egito por
seus irmãos. No Egito prosperou pela mão do Senhor e se tornou ministro. Nesse
tempo os Hicsos tinham o poder sobre o Egito por ocasião da queda da XIII
dinastia egípcia.
a.C. 1870 – Jacó e seus filhos descem para o Egito por causa da fome, José
apesar de humilhado recebeu-os e cuidou deles (Gn 46). Os hebreus permanecem no
Egito por 430 anos.
a.C. 1580 – Nesse período os Hicsos são expulsos. A Síria e a Palestina
tornaram-se tributárias de Egito. A terra é devolvida à coroa e os hebreus são
escravizados.
a.C. 1520 - Nasce Moisés. Totmés I governa o Egito. Moisés é colocado nas águas
e encontrado pela Filha de faraó (Êx 2).
a.C. 1497 – Totmés I morre e é substituído por Totmés II que reina só quatro
anos.
a.C. 1493 – HATSHEPSUT, que resgatou Moisés das águas torna-se rainha do Egito.
a.C. 1480 – Moisés comete um homicídio e foge para Midiã, onde se casa com
Zípora, filha de Jetro.
a.C. 1448 – Moisés é chamado por DEUS e volta ao Egito para livrar o povo (Êx
3.1 – 4.31). Depois de contatar com Faraó e prevalecer através de sinais e
prodígios, entre eles as dez pragas (Êx 5.1 – 11.10) e celebrar a páscoa (Êx
12.1-13.19) o Senhor livra o povo através de Moisés depois de 430 anos assim
como havia prometido a Abraão Isaque e Jacó (Êx 2.24).
a.C. 1440 – O povo sai do Egito e vai em direção a terra
prometida depois de
verem os inimigos se afogarem no mar vermelho (Êx 14). No deserto as
águas do
mar se tornam doces (Êx 15) há provisão de cordonizes, maná (Êx 16.1-36)
e água
da rocha (Êx 17.1-7), depois disso surgem os problemas domésticos e
externos, como a visita de Jetro e a batalha contra os amalequitas (Êx
17.8-16) e (Êx
18.1-27). DEUS faz chamada ao pacto (Êx 19.1-25) e dá o decálogo (Êx
20.1-21) e
as leis litúrgicas (Êx 20.21-26), também as leis civis e criminais (Êx
21.1-22.17) e as leis morais e religiosas (Êx 22.18–23.19), DEUS dá
ordenanças a
respeito do tabernáculo (Êx 24.15-31.18), que é cumprida mais adiante
(Êx
35.1-40.38). É feito um recenseamento (Nm 1.1-46) e Moisés envia espias à
terra
prometida (Nm 33.50-34.29).
a.C. 1400 – Morre Moisés ao avistar a terra prometida do cume de Pisga, no monte
Nebo, nas campinas de Moabe (Dt 34.1-12).
História de Israel. Faculdade internacional de teologia pentecostal. Curso livre
de graduação bacharelado.
HISTORIA DE ISRAEL
Esboço:
I. Definições e Usos do Termo
II. Caracterização Geral
I. Definições e Usos do Termo
Os intérpretes
têm dado diferentes traduções para a palavra Israel. Basicamente, significa
«DEUS esforça-se », pois compõe-se de duas palavras hebraicas, yisra e el (esta
última um dos termos comuns para DEUS, e que significa «íorte»). O verbo
hebraico sara significa «esforçar-se». No contexto da primeira vez em que essa
palavra é usada no Antigo Testamento (Gen. 32:28), onde Jacó lutou com O anjo e
prevaleceu, quando seu nome foi alterado de Jacó para Israel, temos a palavra
hebraica sarita, «tendo-se esforçado».
A declaração
bíblica inteira diz: «Já não te chamarás Jacó e, sim, Israel: pois como príncipe
lutaste com DEUS e com os homens, e prevaleceste». O trecho de Gên. 35:10
reafirma a mudança do nome de Jacó. Ali o Senhor diz a Jacó: «O teu nome é Jacó.
Já não te chamarás Jacó, porém Israel será o teu nome. E lhe chamou Israel».
Dali por diante, o nome Israel aparece por todo o Antigo Testamento, em
alternância com Jacó. Visto que a nação hebreia multiplicou-se a partir da
linhagem de Jacó, o nome Israel veio a designar a nação inteira. Além disso, os
patriarcas que dele descenderam são chamados de «filhos de Israel».
O termo Israel também tem sido interpretado como se
significasse «que tem poder
diante de DEUS», ou então «lutador de DEUS». Mas outros interpretam o
nome como
se fosse «príncipe com DEUS». Winder, Em seu léxico hebraico, dá o
sentido pugnator Dei. Talvez a melhor tradução de todas seja «Contendor
com DEUS»,
porque Jacó, ao lutar com o anjo, tomou isso como uma espécie de
confrontação
pessoal com o próprio DEUS. E chamou o lugar onde a luta ocorreu de
Peniel,
dizendo: «Vi a DEUS face a face, e a minha vida foi salva» (Gên. 32:30).
Ora,
Peniel significa «face de DEUS». A idéia mais ousada de todo o incidente
é que
Jacó lutara com o próprio DEUS, e prevalecera; e, por isso mesmo, foi
abençoado
de modo todo especial, por motivo de sua diligência e vitória. Por sua
vez, a
nação de Israel recebeu bênçãos especiais de DEUS, como representante
dele entre
as nações, como agente do desígnio messiânico. Uso do Termo Israel:
1. Um nome alternativo do homem Jacó. Conforme foi explicado acima.
2. Nome da nação hebreia, descendente de Jacó, com base em Gên 24:7. Os
israelitas eram as doze tribos de Israel, também chamados de «filhos de Israel»
(Jos 3:17; 7:25; 8:27; Jer 3:21), «casa de Israel» (Êxo 16:31; 40:38). A
nação inteira foi personificada como se fosse uma pessoa, chamada filho de DEUS:
«Israel é meu filho, meu primogênito» (Exo. 4:22; Núm. 20:14; Isa. 41:8; 42:24).
O primeiro uso extrabíblico, estrangeiro, desse termo, em alusão aos hebreus,
aparece em uma inscrição de Meremptâ, Faraó do Egito, em cerca de 1230 a.C.
Várias outras ocorrências do nome Israel, em inscrições de inimigos dessa nação,
têm sido encontradas.
3. Alguns intérpretes pensam que, em Isaias 49:3, temos um uso messiânico desse
termo, referindo-se a CRISTO como o Servo de DEUS: «Tu és o meu servo, és Israel
por quem hei de ser glorificado».
4. Os trechos de Esd. 6:16; 9:1 e Nee. 11:3 parecem aplicar o termo Israel aos
sacerdotes e levitas, destacando-os do restante da nação.
5. O nome Israel foi conferido a dez das tribos, após a divisão dessa nação nos
reinos do norte (dez tribos) e do sul (duas tribos). Ver 11 Sam. 2:9,10,17,28;
3:10; 10:40-43; I Reis 12:1. Em contraste com isso, as duas tribos do sul (Judá
e Benjamim) foram chamadas de reino de Judá, Finalmente, o termo judeu
derivou-se de Judá, tendo chegado a designar todo o povo de Israel. Os reis das
dez tribos eram chamados «reis de Israel»; e os reis de Judá e Benjamim eram
chamados de «reis de Judá, Isso posto, os profetas falaram sobre Israel e Judá
como nações distintas (Osé. 4:15; 5:3; 6:10; 7:1; 8:2,3,6,8; 9:1,7; Amós 1:1;
2:6; 3:14; Mq. 1:5; Isa. 5:7). Porém, em Isaías 8:14 os dois reinos são chamados
de «duas casas de Israel».
6. Terminado o cativeiro babilônico, o termo Israel novamente veio a designar a
nação inteira, apesar do fato de que a maioria daqueles que voltaram a residir
em Jerusalém pertencia à tribo de Judá, mas, por essa altura, o termo «judeu»
também se tomou comum, o que é exemplificado nos livros apócrifos e no Novo
Testamento.
7. O Uso Espiritual. Algumas vezes há alguma referência ao verdadeiro Israel, ou
seja, os fiéis, aqueles que se distinguiam por sua sinceridade e piedade, em
contraste com outros membros dessa nação, que não eram tais. Ver Sal. 73:1; Isa.
45:17; João 1:47; Rom. 9:6; 11:26; Gál. 6:16.
8. O Uso Cristão. A Igreja cristã veio a ser chamada de Novo Israel, o Israel
espiritual.
II. Caracterização Geral
Sumário da história de Israel:
1. O Pacto Abraãmico- Esse pacto armou palco para o desenvolvimento e o
caráter da nação de Israel; e Abraão foi o pai em quem foram investidas as
bênçãos e os desígnios de DEUS.
2. A linhagem escolhida passava por Jacó, que recebeu o novo nome de Israel,
conforme foi descrito longamente nos parágrafos acima.
3. A nação de Israel desenvolveu-se numericamente no Egito, mas mesmo ali,
naquele tempo, conforme mostra a inscrição de Meremptá, cerca de 1230 a.C.), o
termo Israel já era aplicado à nação. É provável que esse desenvolvimento se
tivesse dado na forma de doze tribos, e que esse arranjo foi confirmado e teve
continuação (e não que foi iniciado) após o êxodo. Os filhos de Jacó
foram denominados filhos de Israel, por serem tribos que descendiam dele (Êxo
1:1). Os filhos de Jacó foram chamados filhos de Israel, tal como as tribos que
deles descendiam (Êxo1:1). Além disso, encontramos as alternativas «tribos de
Israel" (Gên. 49:16,28), «congregação de Israel» (Exo. 24:4) e «casa de Israel»
(Êxo, 5:1).
4. O êxodo fez que a nação que se multiplicara no Egito fosse enviada ao
deserto, onde ficou vagueando por quarenta anos. Foi então que a lei foi dada a
Israel. A lei, acima de qualquer outro fator, distinguiu Israel de todas as
demais nações do mundo. Nesse tempo, a nação tornou-se uma teocracia. Isso ocorreu por volta de
1200 a.C..
5. A Conquista da Terra. Diversas datas têm sido sugeridas para essa conquista.
A cronologia do Antigo Testamento não é um assunto fácil de deslindar. Uma data
padrão para a conquista é cerca de 1200 a.C., mas outros têm sugerido uma data
tão remota quanto 1400 a.C.. O livro de Josué narra as vicissitudes da conquista.
6. Os Juízes, O livro com esse título conta a história desse período. Israel
continuou sendo uma nação teocrática, mas os juízes atuavam como se fossem reis
sacerdotes, embora lhes faltasse uma completa organização, com o apoio de um
exército, conforme sucedia no caso dos reis. A ausência de organização
centralizada tendia para o individualismo e o caos (ver Jz. 21:25). O livro de
Juízes narra um total de sete apostasias, com sete períodos de servidão e sete
nações pagãs opressoras, com sete livramentos correspondentes. O período coberto
foi de cerca de trezentos anos, que alguns estudiosos pensam ter começado tão
cedo quanto 1400 a.C.
7. Os Reis. Samuel, o maior dos juízes de Israel, que foi um líder
carismático, talvez o líder hebreu mais significativo entre Moisés e Davi,
objetou (junto com DEUS - Obs. Minha - Ev. Henrique) ao estabelecimento da monarquia em Israel; porém, os israelitas queriam
um rei que os protegesse (Obs. Minha - Ev. Henrique - e fosse como os reis dos
povos em sua volta), pois isso lhes parecia o melhor método. As guerras e
as matanças jamais cessaram; e, para viver dessa maneira era mister contar com
forças armadas, o que resultou em um exército permanente, sob o comando do rei
Saul que tornou-se o primeiro rei de Israel. Imediatamente começaram guerras
contra os amonitas e os filisteus. Enquanto Saul deu ouvidos aos conselhos de
Samuel, as coisas correrem regularmente bem. Porém, quando as hostilidades entre
os dois aumentaram, houve uma brecha entre eles, e Saul declinou rápida e
perigosamente. Foi morto em batalha contra os filisteus, no monte Gilboa. A
ameaça dos filisteus, que sempre fora grande, agora estava mais perigosa do que
nunca. A morte de Saul ocorreu por volta de 1010 a.C. Os livros de I e II Samuel
nos fornecem os detalhes de sua história.
8. Davi. Ele era membro da tribo de Judá, e foi através dele, um guerreiro
decidido e violento, que o jugo filisteu foi quebrado, afinal, Davi havia sido
um comandante militar nos dias de Saul, e sua habilidade em combate despertara a
inveja do idoso monarca.
Assim, Davi teve de fugir para o exílio, até que as circunstâncias permitiram
que ele se tornasse rei. Quando Saul foi morto, imediatamente Davi foi aclamado
rei de Judá, Dois anos mais tarde, as tribos de Israel estavam unidas debaixo de
seu governo. Davi capturou a cidade de Jerusalém (que então se tornou sua
capital), no sétimo ano de seu governo. E os filisteus tornaram-se seus
vassalos, através de uma série de brilhantes vitórias. Ele desenvolveu a vida
religiosa do seu pais, especialmente organizando a classe dos músicos que
serviam no templo. O próprio Davi era um habilidoso músico.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 3.
Editora Hagnos. pag. 391.
ISRAEL - O nome Israel aparece pela primeira vez em Genesis 32.28, dado pelo
Anjo do Senhor a Jacó (q.v.) durante seu encontro com ele em Peniel. Jacó havia
se recusado a deixá-lo partir até que ele tivesse lhe dado
uma bênção, e assim DEUS lhe deu o novo título de Yisra'el, declarando que ele
havia persistentemente lutado (sarita de sarah, "esforçar-se, persistir") com
DEUS ('Hohim, cuja forma mais curta é 'El) e prevalecido (isto é, em sua oração
sincera). Portanto, parece que o nome significa: "O que luta [persiste] com
DEUS"; o mais óbvio, "DEUS persiste", não se encaixaria muito bem nas
circunstâncias desse episódio. De qualquer forma, este se tornou o nome
específico para Jacó na aliança, da mesma forma que Abraão havia sido para Abrão
(Gn 17.5). A designação nacional do povo hebreu passou a ser "os filhos de
Israel" (b*ne Yisrael), ao invés de "os filhos de Jacó", na época em que os
membros da família de José multiplicaram-se (Êx 1.9,12) e estavam prontos a
deixar o Egito e ir para a terra prometida sob a liderança de Moisés (Êx
2.23,25; 3.9 etc...). A expressão "filhos de Jacó", nunca aparece no Pentateuco
depois do livro de Genesis (onde ela só aparece ligada aos filhos imediatos de
Jacó). Por amor à brevidade, a expressão "os filhos de" foi ocasionalmente
omitida, e "Israel" por si só poderia referir-se aos hebreus como uma raça.
Assim os perseguidores egípcios no mar Vermelho foram citados dizendo: "Fujamos
da face de Israel", quando eles viram-se atolados e ameaçados de destruição (Êx
14.25). Em registros sobreviventes egípcios, os israelitas são citados pela
designação geral de Apiru (que parece ter incluído outros grupos cananeus e
semitas, e não apenas os hebreus). Há uma referência, porém,
ao nome de Israel na famosa "Estela de Israel" do rei Merneptah, da 19a
Dinastia. Depois de falar de seu êxito militar ao saquear Canaã, Asquelom, Gezer
e Lanoã, o hino triunfal declara: "Israel está devastado, mas sua semente não" (ANET,
p. 378). O modo egípcio de escrever este nome é "Y-s-r-'-r" (o idioma egípcio
não fazia distinção entre o l e o r até a conquista grega), e é seguido pelo
determinativo homem-muIher-plural, indicando que Israel era uma tribo ou nação,
e não uma cidade-estado local. Esta inscrição data de aproximadamente 1230 a.C,
e assim ela pode referir-se a uma incursão egípcia que deve ter ocorrido durante
o período dos juízes.
De forma similar, há apenas uma referência ao nome Israel nas inscrições
cuneiformes assírias descobertas até aqui, ou seja, na inscrição Balawat de
Salmaneser III (ANET, p. 279), que registra a batalha de Qarqar (853 a.C),
travada contra Hadadezer de Damasco e Acabe de Israel (A-ha-ab-bu Sir-'i-la-ai).
Os registros assírios existentes referem-se a Israel (especialmente ao Reino do
Norte) como "a terra de Onri" (mat Humri), aparentemente porque foi durante o
reinado dessa dinastia que os assírios entraram pela primeira vez em contato com
a monarquia hebreia (cf. ANET, pp. 281,283-285). Mas na adjacente Moabe, o nome
"Israel" era a designação usual, se pudermos julgar a partir das quatro ou cinco
referências na inscrição do rei Mesa (aprox. 840 a.C.; ANET, p. 320). Na coleção
comparativamente pequena das inscrições fenícias que sobreviveram até os nossos
dias, nenhuma referência a Israel foi encontrada; o mesmo é verdadeiro quanto às
antigas inscrições aramaicas. No uso bíblico, como já foi mencionado, o nome
Israel tem uma conotação de aliança ou teológica, mesmo nos lábios do próprio
Jacó. Em Genesis 49.2, ele reúne seus filhos em torno de si para uma bênção
final: "Ajuntai-vos e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel, vosso pai". Então
se segue uma caracterização específica de cada um dos 12 filhos, acompanhada de
uma profecia de seu papel na vida da futura nação. No versículo 28 lemos: "Todas
estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os
abençoou". Nos dias de Moisés, Yahweh ("Jeová") declara ser o Pai de Israel: "Israel
é meu filho, meu primogênito" (Êx 4.22). Em 5.1 lemos: "Assim diz o Senhor,
DEUS
de Israel. Deixa ir o meu povo..." Como "Israel", a nação hebreia deveria
representar um papel especial como uma teocracia governada pela lei de DEUS
especialmente revelada, e Ele deveria ser seu único Rei. O poderoso líder Gideão
reafirmou este princípio ao rejeitar a proposta de torná-lo rei sobre Israel,
dizendo: "Sobre vós eu não dominarei, nem tampouco meu filho sobre vós dominará;
o Senhor sobre vós dominará" (Jz 8.23). Mesmo quando um rei humano foi
finalmente ungido pelo profeta Samuel, deixou-se claro que ele fora escolhido e
eleito pelo Senhor, e estava sob a obrigação de obedecer à sua Lei (1 Sm 10.25;
12.13-15,24,25).
Em sua carreira subsequente, porém, como o primeiro rei de Israel, Saul provou
ser infiel à confiança nele depositada, substituindo a vontade revelada de DEUS
pela sua própria vontade e juízo. Em primeiro lugar ofereceu um sacrifício em
Gilgal (1 Sm 13.9,10) como se ele fosse um sacerdote ordenado; e, em segundo
lugar, ao poupar o rei dos amalequitas e seu gado, apesar da ordem do Senhor de
destruí-los completamente (15.17-26). O resultado foi que o Senhor revogou sua
designação como rei teocrático (1 Sm 13.13,14; 15.23), e enviou Samuel a Belém
para ungir Davi, o filho mais novo de Jessé, embora sob uma condição sigilosa
(16.13). Por fim, Saul começou a suspeitar que seu valente jovem harpista, o
vencedor do gigante Golias, era seu sucessor escolhido por DEUS, e o substituto
de sua dinastia (18.29), tornando-se a partir daí obcecado pelo desejo de vê-lo
morto (20.31). Uma grande parte do restante de seu reinado foi usada em uma
tentativa fracassada de capturar e matar Davi. Finalmente Saul e seus filhos
envolveram-se em uma campanha desastrosa contra os filisteus invasores, que o
feriram de modo fatal na batalha do monte Gilboa. Após sete anos e meio de uma
guerra civil intermitente, o filho mais novo de Saul, Isbosete, foi assassinado,
e as dez tribos do norte reconheceram a Davi como seu rei, depois de ele ter
reinado sobre Judá e Simeão a partir da época da morte de Saul. Toda essa
situação confirmou o princípio de que o rei de Israel tinha que ser escolhido
pelo próprio DEUS, pois o Senhor seria o responsável por manter sua lei e seu
agente sobre a terra.
Como um governante piedoso e dedicado sob o mandato divino, Davi reinou sobre a
monarquia unida de Israel. Ele subjugou não só os filisteus, mas também as
outras nações vizinhas (edomitas, moabitas, amonitas e sírios de Damasco e
Hamate) em uma longa série de campanhas vitoriosas. Davi nunca experimentou uma
derrota no campo de batalha. O Senhor o usou para dar a Israel "descanso" de
todos os seus inimigos que o cercavam, e para tomar posse de todo o território
originalmente prometido à semente de Abraão (Gn 15.18), por todo o caminho a
partir do "rio do Egito" (o Uádi el-'Arish) até o Eufrates, em Tifsa (cf. 1 Rs
4.24). De certo modo, a conquista de Canaã não foi concluída até que o Senhor
achasse em Davi um homem segundo seu próprio coração (1 Sm 13.14). Foi ele que,
como um governante teocrático zeloso, subjugou todos os inimigos de Israel e
tomou a cidade de Jerusalém de seus proprietários pagãos, os jebuseus, e
assegurou um lugar de descanso adequado e permanente para o santuário do Senhor
(de acordo com a promessa de Dt 12.10,11). Contudo, por causa de seu
envolvimento nas guerras sangrentas (que ele às vezes conduzia com severidade
cruel, cf. 2 Sm 8.2; 12.31), foi negado a Davi o privilégio de construir o
Templo (1 Cr 22.8). Entretanto, ele reuniu a maioria dos materiais caros
necessários para sua construção, e arquitetou os planos da edificação para que
seu filho Salomão executasse a obra (1 Cr 28.11-19). Foi-lhe prometido pelo
profeta Natã, falando em nome do Senhor, que Salomão viveria para executar seu
projeto e erigir uma linda estrutura para guardar a arca da aliança e servir
como um ponto central para a adoração de todo o Israel (2 Sm 7.12,13; 1 Cr
28.5,6). Ainda mais importante do que o Templo em si, era a promessa divina de
que Salomão seria uma tipificação do Rei Messiânico que um dia viria para
estabelecer o Reino de DEUS na terra (2 Sm 7.13; 1 Cr 28.7). Esta promessa fazia
parte do anúncio do anjo a Maria: "O Senhor DEUS lhe dará o trono de Davi, seu
pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e seu Reino não terá fim" (Lc
1.32,33).
Davi, então, agiu de acordo com o padrão de um rei teocrático responsável para
com DEUS, sob as condições da aliança. Mas embora tenha recebido cedo a
aprovação de DEUS em seu reinado, mais tarde ele caiu em um lamentável pecado
pessoal na questão de Bate-Seba (com quem cometeu adultério) e no homicídio que
tramou contra o marido dela, Urias (2 Sm 11). Depois que o profeta Natã o
denunciou em particular por estes pecados, Davi sucumbiu em tristeza e
arrependimento e, portanto, foi perdoado e restaurado à comunhão com DEUS.
No entanto, ele havia violado tão gravemente seu papel como rei de Israel, que a
consequência nociva foi pronunciada: "Agora, pois, não se apartará a espada
jamais da tua casa, porquanto me desprezaste... Eis que suscitarei da tua mesma
casa o mal sobre ti" (2 Sm 12.10,11). Isto significava que a violência, a
crueldade e a traição iriam infestar a dinastia de Davi por todas as gerações
seguintes. Durante a própria vida de Davi, ele sofreu a perda do primeiro filho
concebido por Bate-Seba fora do matrimônio; a tristeza do sórdido episódio de
seu filho primogênito, Amom, que estuprou sua própria meia-irmã Tamar; e a
subsequente vingança de Absalão, que mais tarde matou Amom como um convidado em
sua mesa (13.28,29). Ainda mais séria foi a rebelião levantada contra Davi por
Absalão, que o expulsou de Jerusalém, o que o levou a refugiar-se em Maanaim, do
outro lado do Jordão (17.24). Embora o general de Davi, Joabe, tenha conseguido
derrotar as forças perseguidoras de Absalão e matá-lo, os últimos dias de Davi
foram vividos sob a nuvem desse pesar. Davi também colocou Israel em
dificuldades ao empreender um censo completo das 12 tribos, sem qualquer ordem
divina para isso (como Moisés havia recebido nos dias do Êxodo). Na praga
resultante que afligiu a nação, nenhum remédio pôde ser encontrado até que Davi
comprou a eira de Araúna, o jebuseu (onde o anjo destruidor parou seu curso) e
ofereceu sacrifícios ao Senhor no mesmo local que posteriormente serviu para o
Templo de Salomão (2 Sm 24). O filho de Davi com Bate-Seba, o sábio Salomão,
assumiu a responsabilidade como rei teocrático de Israel sob a direção de DEUS.
Sua riqueza, sabedoria e prosperidade tornaram-se proverbiais, e seu prestígio
era tal que ele deteve o controle das fronteiras ampliadas do império de Davi
sem ter de usar suas grandes e tremendas forças de cavalaria em alguma guerra
com os seus inimigos. Mas sua realização mais notável foi a edificação de um
lindo Templo, duas vezes maior que as dimensões do Tabernáculo de Moisés (isto
é, 60 x 20 côvados, ou aproximadamente 30 x 10 metros), e possuindo dez vezes
mais castiçais e mesas da proposição (pois o Tabernáculo havia recebido apenas
um de cada). Um enorme altar de bronze para o sacrifício substituiu o altar
mosaico menor, e da mesma forma uma imensa pia (5 metros de diâmetro) tomou o
lugar da antiga bacia em frente à porta do Templo. Esta estrutura de beleza e
suntuosidade inigualáveis foi solenemente dedicada ao Senhor como o lugar de
encontro entre o Senhor e seu povo da aliança, Israel. Assim, a shekinah (a
glória) de DEUS desceu sobre o santuário interior mais uma vez, como nos dias de
Moisés (1 Rs 8.10,11). Sob o governo de Salomão, então, a monarquia unida de
Israel desfrutou de seu mais alto grau de prosperidade e glória. Infelizmente,
porém, as limitações constitucionais de Salomão, sob a lei (Dt 17.14-20), não
poderiam ser forçadas por nenhuma autoridade humana, tão absoluto era o seu
poder. Assim, ele pôde violar com impunidade os mandamentos contra multiplicar
cavalos e esposas; e foi a política de permitir que a filha do Faraó adorasse os
deuses egípcios em Jerusalém que primeiro levou à introdução da idolatria em seu
reinado. Este precedente levou a uma tolerância religiosa em relação a todas as
suas outras esposas de formação pagã, e o testemunho do Senhor por parte de
Israel foi grandemente prejudicado. Extravagantes programas de construção e
dispendiosas despesas do palácio resultaram em uma excessiva cobrança de
impostos e no emprego de trabalho forçado, o que fez surgir um antagonismo geral
por todo o reino. Dessa forma, preparou-se o caminho para a divisão de Israel
nos Reinos do Norte e do Sul assim que Salomão faleceu, e a sucessão caiu nas
mãos de seu filho arrogante e violento, Roboão, que prometeu aos seus súditos um
governo ainda mais opressivo do que o de seu pai. Isso marcou o fim da monarquia
unida e o início do reino das dez tribos, conhecido depois como o Reino de
Israel (em contraposição ao Reino de Judá).
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 993-995.
2. O governo teocrático.
Durante o período que Israel caminhou pelo deserto, o povo aprendeu a depender
de DEUS sob uma liderança teocrática através de Moisés. Quando Moisés morreu,
DEUS levantou Josué para substituí-lo e, sob o seu comando, Israel conquista a
terra de Canaã. O período seguinte corresponde o dos juízes que dura
aproximadamente trezentos anos, quando o governo teocrático continua. O período
dos Juízes foi um período difícil porque Israel afastou-se da direção divina
preferindo a Monarquia.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 20.
TEOCRACIA - Palavra que vem de dois termos gregos, theós, "DEUS" e kratéo,
"governar". Isso chega ao sentido de "governo de DEUS".
Devemos fazer distinção com outro vocábulo, democracia,
cuja primeira porção,
demos, significa "povo", e que indica o governo entregue às mãos do
povo. E
também devemos distinguir teocracia de hierocracia, o governo dos
sacerdotes. E,
finalmente, de monarquia, o governo de um único homem ou rei. Embora a
idéia de
teocracia apareça nas Escrituras, com bastante freqüência, o próprio
vocábulo,
teocracia, nunca figura ali. Essa palavra parece ter sido cunhada por
Josefo, que se utilizou do termo a fim de referir-se ao caráter ímpar do
governo
dos hebreus, revelado a Moisés, em contraste com o tipo de governo de
outras
nações ao derredor. Escreveu Josefo: "Nosso legislador... ordenou aquilo
que,
forçando a linguagem, poderia ser chamado de teocracia, ao atribuir a
autoridade
e o poder a DEUS". (Contra Apion.lI, 165).
Não obstante, a idéia de teocracia é muito mais antiga do que a palavra que
corresponde a ela, conforme o próprio Josefo sugeriu em sua declaração, citada
acima. Essa idéia retrocede ao Antigo Testamento, desde a época de Moisés e,
portanto, à iniciação mesma das Sagradas Escrituras (ver Êx 19:4-9; Dt
33:4,5). No âmago dessa idéia fica a relação ímpar entre DEUS e Israel, como seu
povo peculiar. Essa relação é constituída pela aliança que vinculou o povo de
Israel a DEUS (ver Êx 19 e 20), e que constituiu aquele povo em " ... reino de
sacerdotes e nação santa..." (Êx 19:6).
DEUS reclamou o povo de Israel como sua propriedade, por havê-lo remido da
servidão aos egípcios. Os grandes atos libertadores, da época da saída de Israel
do Egito, e durante os quarenta anos de vagueação pelo deserto, declararam o
Senhor como o eterno Governante de Israel (ver Êx 15:18). Moisés foi,
tão-somente, o homem por intermédio de quem DEUS transmitiu a sua vontade ao seu
povo terreno.
Gideão, várias gerações depois de Moisés, não aceitou a coroa
porquanto acreditava que somente DEUS poderia governar sobre Israel (Juí.
8:22,23). No período que antecedeu ao surgimento da monarquia em Israel,
profetas, sacerdotes e juízes foram os intermediários na expressão da teocracia.
Vale dizer, DEUS governava o seu povo através daqueles representantes. Assim, na
guerra de Israel contra Sísera, a profetisa e juíza Débora e o general Baraque
aparecem como os agentes do livramento de DEUS (Juí. 4:4-7). Os sacerdotes
levitas também aparecem, com freqüência, como os mensageiros da vontade divina
(Juí. 20:28; 1 Sam. 14:41). Mas, por ocasião da teocracia institucionalizada,
quando surgiu a monarquia em Israel, a teocracia passou a se manifestar de forma
muito menos direta, e o governo de Israel passou a assemelhar-se mais ao governo
das nações gentílicas. "Disse o Senhor a Samuel: Atende à voz do povo em tudo
quanto te dizem, pois não te rejeitaram a ti, mas a mim, para eu não reinar
sobre eles ... Porém, o povo não atendeu à voz de Samuel, e disseram: Não, mas
teremos um rei sobre nós. Para que sejamos também como todas as nações; o nosso
rei poderá governar-nos, sair adiante de nós, e fazer as nossas guerras" (I Sam.
8:7,19,20). Apesar disso, depois que a monarquia se estabeleceu em Israel,
principalmente de Davi em diante, o rei passou a ser considerado símbolo do
reinado teocrático. Os reis de Israel não eram apenas reis, no sentido comum do
termo, mas também eram ungidos do Senhor, em sentido puramente teológico (Sal.
2:2; 20:6): um príncipe do Senhor (I Sam. 10: 1; 11 Sam. 5:2). Mesmo durante o
período monárquico, concebia-se que o Senhor DEUS seguia adiante do rei (11 Sam.
5:24). O rei estaria sentado no trono de DEUS (I Crô. 29:23; cf. 28:5). O
Governante real era DEUS, e a autoridade do trono de Davi derivava-se do Senhor.
A natureza teocrática da monarquia de Israel é conformada, por exemplo, pela
prerrogativa dos profetas de destronarem os reis, além do fato de que foi o
profeta Samuel quem estabeleceu o reinado em Israel, a mandado do Senhor (I Sam.
15:26; 16:1,2; cf. I Reis 11:29-31; 14: 10; 16:1,2,21:21). Nesse contexto,
nota-se que não havia critérios estereotipados para reconhecimento ou
confirmação de um profeta, em Israel. Somente a presença do indefinível ESPÍRITO
de DEUS revelava a diferença entre um profeta verdadeiro e um profeta falso.
A monarquia, em Israel, foi a organização do reino teocrático sob um governante
humano. A teocracia talvez encontre sua mais excelente expressão nas predições
dos profetas (ver ler. 1:1,2; cf. Isa. 7:7). As visões messiânicas dadas aos
profetas foram organicamente entretecidas no curso da história dos reis de Judá,
bem como na restauração final da dinastia davídica. Em sua essência e em seu
intuito, o reino é um instrumento de redenção, inseparavelmente vinculado às
expectações messiânicas. De fato, em seu sentido messiânico, o trono de Davi
aparece no centro da teologia bíblica, com seu reconhecimento de DEUS como o
Governante final sobre a Terra inteira. Dentro da revelação progressiva da
escatologia bíblica, o conceito teocrático do reino davídico suprimiu o padrão
das idéias concernentes à vinda palpável do reino de DEUS, quando da era
milenar. Através da restauração do trono de Davi, DEUS haverá de realizar a
redenção final de Israel. Mas, esse futuro acontecimento, que fará parte da
História, haverá de introduzir a era da justiça e da paz eternas, sob o reinado
universal do Filho maior de Davi, JESUS CRISTO. Não há espaço para o
secularismo, dentro da teocracia de Israel. Descendo até aos mais minúsculos
detalhes, todos os regulamentos políticos, legais e sociais são essencialmente
teológicos. Esses regulamentos eram a expressão suprema e direta da vontade de
DEUS. Até mesmo a detenção de criminosos e a punição dos mesmos fazem parte do
interesse imediato de DEUS (ver Lev. 20,3,5,6,20; 24:12; Núm.5:12,13; Jos.
4:16).
Várias religiões, "desde os tempos mais remotos" (hebreus, babilônios e
egípcios), têm tomado a posição de que seus estados eram teocratas, visto que
DEUS ou os deuses, mediante revelações e profetas, lhes teriam dado suas leis e
instituições. A teocracia é um estado no qual os princípios religiosos
(usualmente com apoio de um monarca e de um sacerdócio alegadamente nomeados por
DEUS) são as principais leis e o poder controlador. Já nos tempos modernos, as
cidades de Florença, na Itália, sob Savonarola, e Genebra, na Suíça, sob
Calvino, durante algum tempo tornaram-se, alegadamente, teocracias. Além
disso, as colônias da Nova Inglaterra, na América do Norte, sob o puritanismo,
tornaram-se teocracias. O aparecimento de governos democráticos tem tendido a
separar Igreja e Estado, de tal modo que as teocracias são evitadas.
Naturalmente, o Irã atual é um exemplo de teocracia; mas, como tantas outras
teocracias distorcidas, entristecemo-nos diante das perseguições e matanças,
praticadas em nome de DEUS.
No Novo Testamento não parece haver definição quanto ao
tipo de "governo
eclesiástico". Porém, com base nas condições vigentes em Israel, até
Samuel (ver
1 Sam. 8:7), bem como durante o governo milenar de CRISTO, o que ainda
está no
futuro, o governo eclesiástico ideal seria o teocrático. Segundo penso,
esse
tipo de governo existiu na Igreja, durante todo o período apostólico.
DEUS (na
pessoa de CRISTO), dirigia sua Igreja mediante ministros por Ele
escolhidos (ver
Efé, 4:11 ss). Pode-se dizer que "a Igreja entrou em decadência
espiritual
quando o ministério passou a ser tido como ofícios burocráticos, a
partir do
século lI d.C., não mais ocupado por indivíduos misticamente designados e
preparados. Parece-me evidente que o ESPÍRITO do Senhor restaurará esse
tipo de
governo eclesiástico, antes do segundo advento de CRISTO. Doutra sorte,
no dizer
do quarto capítulo de Efésios, os crentes não atingirão a maturidade que
deverá
caracterizar a Igreja nos dias finais do cristianismo. Seja como for, o
Milênio será a mais pura teocracia, sem os abusos que têm havido no
passado, e
que têm feito muitos proscreverem-na até mesmo de suas cogitações. E o
estado
eterno, passado o Milênio, dará continuidade à teocracia, para sempre. A
teocracia é a essência do reino de DEUS.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6.
Editora Hagnos. pag. 353-354.
TEOCRACIA -
Um dos principais elementos da aliança entre DEUS e Israel é a
soberania de DEUS. Este fato tem sido explicado e enfatizado nos últimos anos
pela descoberta de algumas semelhanças entre a escravidão hitita, ou tratados de
suserania, e a aliança de Israel com DEUS (veja Meredith Kline, Treaty ofthe
Great King, Eerdmans, 1963). No NT, a ideia do governo de DEUS é tirada da
esfera política, e se torna um sinônimo do reino de DEUS, que é constituído pelo
governo de DEUS entre os cristãos (e dentro de cada cristão), mas que só poderá
ser visto literalmente no final, quando JESUS CRISTO retornar para
inaugurar o reino milenial.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1909
3. O governo monárquico.
Por cento e vinte anos o Reino de Israel esteve sob a liderança dos reis Saul,
Davi e Salomão. Em 931 a.C., Salomão morre e inicia-se um período de decadência
política, moral e religiosa. Seu filho Roboão assume a coroa, mas o reino acabou
dividido em dois, o do Norte e o do Sul. O Reino do Norte, com dez tribos e o
Reino do Sul com duas tribos. Em 722 a.C., a Assíria entrou nas terras de Israel
e subjugou o Reino do Norte com todos os seus príncipes e líderes do povo,
inclusive o rei. O Reino do Sul não foi por menos. O reino teve momentos de
glória e de calamidade. Seus reis, alguns piedosos e outros ímpios deixaram o
temor do Senhor e seus líderes religiosos perderam o respeito do povo e se
corromperam. A Babilônia, através de Nabucodonosor entre 587 e 606 a.C, invadiu
as terras do reino do Sul, quando reinava em Jerusalém o rei Jeoaquim, o qual
estava sob o domínio do faraó do Egito chamado Neco (2 Rs 23.34). Nabucodonosor
dominou Jerusalém e levou cativo os príncipes de Israel, entre os quais,
Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Toda essa história propiciou a intervenção divina na vida de Israel para
preservação do projeto original.
A divisão política do Reino de Israel
Em 605
a.C., Nabucodonosor fez mais que dominar a terra de israel. No ano 605 a.C.,esse
rei invadiu Jerusalém e levou cativos os nobres e todos os utensílios de valor,
de ouro, prata e pedras preciosas. O rei Jeoaquim, rei de Judá não resistiu e
tornou-se tributário da Babilônia, perdendo o domínio do seu reino e perdendo,
também, os homens de confiança. Entre os cativos estava o profeta Ezequiel (2 Rs
24.8). O exército de Nabucodonosor destruiu o templo e saqueou a cidade de
Jerusalém. Judá ficou arrasada política, moral
e espiritualmente. A Babilônia se impôs com seu império por mais de quatro
décadas. O povo de Israel foi humilhado, saqueado de seus pertences e tornou-se
tributário da Babilônia.
O exílio inevitável na Babilônia
Quando uma liderança má perde sua relação com DEUS como aconteceu com os últimos
reis de Israel e de Judá, a tragédia espiritual, moral e material torna-se
inevitável. O cativeiro profetizado por Jeremias de 70 anos na Babilônia teve o
seu cumprimento ( 2 Cr 36.21). Por outro lado, DEUS nos ensina a conhecer o
traçado de seu caminho para que cumpramos seus desígnios, porque foi no exílio
babilônico que Israel aprendeu a conhecer que DEUS não aceita outro DEUS no seu
lugar, como fez o rei Manassés adotando a idolatria no seu reino (2 Rs 21.11). A
dispersão favoreceu a volta do seu povo à renovação da comunhão com o DEUS de
israel.Toda esta situação política propiciou a revelação de um projeto especial
de DEUS para com Israel. Para entendermos esta história precisamos conhecer
aspectos gerais da importância do livro e da pessoa do profeta Daniel.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 21-22.
REI - Este termo é usado na Bíblia para um governante do povo, dos israelitas ou
dos gentios (Gn 36.31; 14.1; Mt 1.6). Também é usado em relação a DEUS como
governante de seu povo (1 Sm 12.12). O significado é "aquele que aconselha
(bem)", mostrando que o ofício surgiu da habilidade intelectual e não da perícia
física do indivíduo; aquele cujo conselho era consistentemente melhor, tornava-se rei.
Três conceitos principais de monarquia ocorriam nos tempos bíblicos. O grau mais
baixo era o do rei sem muita importância, o governante de uma cidade e de seus
arredores, tais como os cinco reis de Midiã (Nm 31.8) e os reis de Jerusalém,
Hebrom, Jarmute etc. (Js 10.3). O grau seguinte era representado pelos reis da
Mesopotâmia, Assíria e Babilônia, que se intitulavam os representantes ou
vice-regentes da divindade, ordenados pelos deuses para o bem político
e econômico do povo. Não importava se eles chegavam ao poder através de uma
revolução; eles possuíam o exército para assegurar a imposição de sua vontade
sobre o povo e o território. O terceiro grau era representado pelos reis do
Egito, que professavam ser, e eram representados, como divindades. Alexandre o
Grande parece não ter reivindicado ser um DEUS, embora um oráculo no templo do
deserto no Egito dissesse ser ele o filho de Zeus-Amom. Mas durante o período
helenístico, alguns dos reis selêucidas da Síria professaram ser divindades
reinantes e assumiram títulos apropriados, como Teo e Epifânio.
A monarquia se desenvolveu lentamente em Israel, chegando ao pleno
desenvolvimento apenas quando o povo começou a perder a fé em DEUS e a imitar as
maneiras e costumes de seus vizinhos. Embora Moisés tenha exercido os poderes de
um rei, apresentando as leis de DEUS e dando conselhos (Ex 20.1ss.; 18.16ss.),
ele não assumiu o título. Ele apenas previu que este tempo viria mais tarde, e
que quando o povo escolhesse um rei (Dt 17.14 ss.), eles deveriam ter o cuidado
de receber o homem a quem DEUS havia escolhido (cf. 1 Sm 8.7; 9.16; 16.1ss.).
Ao buscar como rei um homem segundo o coração de DEUS (por exemplo, Davi), ali
está sugerido o caráter santo do Messias-CRISTO, Redentor dos eleitos de DEUS,
que um dia reinará como o Rei escolhido de toda a criação de DEUS. Esta ênfase
na vontade de DEUS contida na seleção foi reivindicada como a base para a
autoridade exercida pelos reis mesopotâmios e pelos governantes israelitas (Dt
17.15).
Reis ocasionais de menor importância surgiram em Israel antes de Saul, como
Jefté (Jz 11.9) e Abimeleque (Jz 9.6). Nos dias de Samuel, a ameaça dos
filisteus causou uma apreensão em Israel, levando-os a pedir um rei. Saul foi
dado ao povo, mas foi um exemplo daquilo que um rei não deveria ser. Davi foi o
exemplo notável do rei do Senhor, que buscou a vontade de DEUS e governou o povo
com sabedoria e graça do Senhor (2 Sm 23.1-5). DEUS prometeu a Davi uma dinastia
eterna (2 Sm 7.16). Em seus dias, os tratados de servidão heteus forneciam este
benefício de perpetuidade quando o servo era um parente do governante soberano.
No caso de Davi, o relacionamento não era físico, mas espiritual. Seu pleno
significado e importância cumpriu-se em CRISTO e tem benefícios para toda a
humanidade pelo fato de CRISTO ser o DEUS-Homem (Is 9.6,7). Por sua encarnação,
morte e ressurreição, ele conduz todo aquele que crê nele como o Filho
ressurreto de DEUS a um relacionamento eterno de filho, que viverá e reinará com
ele para sempre.
PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1659-1660.
FOI A VONTADE DE DEUS QUE ISRAEL TIVESSE UM REI?
Embora o rei para eles não fosse uma escolha errada em si, os israelitas estavam
exigindo isso de maneira equivocada. O povo claramente expôs seus motivos para
querer um rei. Primeiro, os hebreus queriam seguir as práticas das nações
vizinhas (1 Sm 8.5). Segundo, eles queriam um rei para liderá-los nas batalhas
(1 Sm 8.20). Ambas as razões apontavam para a rejeição a DEUS como seu Rei (1 Sm
8.7).
O Senhor demonstrou em inúmeras ocasiões que Ele pelejaria as batalhas de
Israel. Desde a miraculosa queda das muralhas de Jericó (Js 6.20) até a fuga do
exército dos midianitas de Gideão (Jz 7.19-22), DEUS livrou o Seu povo inúmeras
vezes dos seus inimigos. Por que os israelitas precisariam de um rei agora para
liderá-los nas batalhas?
Além disso, DEUS deu ao povo a Sua Palavra, os profetas e os juízes para
guiá-lo. Mas a trágica história dos juízes demonstra que o povo de DEUS ignorou
a Sua orientação e aderiu às práticas de seus vizinhos (Jz 3,7). Mais uma vez,
os hebreus estavam seguindo seus vizinhos, em vez de seguir o DEUS vivo e a
Palavra que Ele tinha dado a eles. Embora Samuel tenha claramente lhes falado
sobre o alerta de DEUS, eles teimaram e preferiram a sua própria vontade em
detrimento da vontade o Senhor.
Por fim, DEUS permitiu que os israelitas tivessem o que queriam. O Senhor lhes
deu um rei como aqueles vistos nas outras nações. O alto e belo Saul teria sido
a escolha perfeita para um rei. Mas, mediante o reinado trágico de Saul, DEUS
ensinou aos israelitas que eles precisavam de um rei que não fosse igual aos
reis das outras nações.
Eles precisavam de um rei que obedecesse à Palavra de DEUS, em vez de seguir a
sua própria vontade; um rei que confiasse no Senhor, e não em si mesmo. À sombra
dos erros de Saul, DEUS treinou o jovem Davi para andar nos Seus caminhos de
maneira que ele pudesse finalmente liderar a nação em retidão.
EarI
D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag.
468.
O REINO DIVIDIDO. Tensões entre as tribos do norte e do sul já existiam desde o
tempo dos juízes, especialmente entre Judá e o sul de Efraim, a tribo mais
influente no norte. Muitos dos líderes israelitas, como Josué e Samuel, vieram
da tribo de Efraim. Mas Davi foi da tribo sulista de Judá. Estes fatores,
somados à mudança da capital e do centro de adoração para a cidade sulista de
Jerusalém, prejudicaram ainda mais o seu relacionamento. Sem contar a cobrança
de impostos de Salomão para financiar a construção do templo e do palácio na
cidade sulista de Jerusalém, que deixou as tribos do norte ainda mais perplexas.
Após a morte de Salomão, o povo de Israel se aproximou de seu filho Roboão para
que os impostos que pesavam sobre eles durante as obras governamentais fossem
diminuídos. Roboão rejeitou o conselho dos seus anciãos para ser mais flexível e
insultou o povo, ameaçando fazer o seu fardo ficar ainda mais pesado (1 Rs
12.14). Esta foi a “gota d’água” que dividiu a nação em dois reinos. Roboão
permaneceu rei no Reino do Sul, e Jeroboão se tornou o rei do Norte.
Seguindo o exemplo de Arão, dos bezerros das redondezas do monte Sinai, Jeroboão
ergueu estátuas de dois bezerros de ouro para que o povo adorasse ali mesmo, e
não precisasse viajar para a distante Jerusalém. Com esses ídolos, Jeroboão
afastou o seu povo da adoração do único e verdadeiro DEUS, combinando a
verdadeira adoração com a falsa adoração dos seus vizinhos.
O Reino do Norte, conhecido como Israel, e o do sul, denominado Judá,
permaneceram assim, divididos, por mais de 200 anos.
Às vezes, entravam em conflito, às vezes, formavam uma aliança amigável contra
ameaças vizinhas. Porém, esse período se tornou mais conhecido por seus grandes
profetas — os quais tiveram fundamental importância em tempos de instabilidade
espiritual — do que pelo sucesso político de ambas as partes.
EarI
D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário
Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag.
576.
Mateus 24:15