LIÇÃO 13 - PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA
Lições Bíblicas do 1º Trimestre de 2011 - CPAD - Jovens e Adultos
ATOS DOS APÓSTOLOS - Até aos confins da terra
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"E, na noite seguinte, apresentando-se lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma" (At 23.11).
VERDADE PRÁTICA
A principal e a mais urgente missão da igreja é a evangelização de todos os povos e nações.
LEITURA DIÁRIA
At 9.15- Chamado para evangelizar os poderosos .
At 24.1-27- Paulo testifica diante do governador Félix
At 25.1-17- Paulo perante Festo
At 25.18 - 26.32- Paulo testifica ao rei Agripa
At 28.11-31- Prisão domiciliar de Paulo em Roma
Rm 15.18-24- Paulo, apóstolo dos gentios
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 27.18-25
18 - Andando nós agitados por uma veemente tempestade, no dia seguinte, aliviaram o navio. 19 - E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio. 20 - E, não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos. 21 - Havendo já muito que se não comia, então, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó varões, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perdição. 22 - Mas, agora, vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio. 23 - Porque, esta mesma noite, o anjo de DEUS, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, 24 - dizendo: Paulo, não temas! Importa que sejas apresentado a César, e eis I que DEUS te deu todos quantos navegam contigo. 25 -Portanto, ó varões, tende bom ânimo! Porque creio em I DEUS que há de acontecer as- 1 sim como a mim me foi dito.
BEP - CPAD
27.24 PAULO, NÃO TEMAS. Enquanto DEUS tiver um lugar e um propósito na vida de alguém aqui na terra, e tal pessoa buscar a DEUS e seguir a direção do ESPÍRITO SANTO (cf. 23.11; 24.16), o Senhor o protegerá da morte. Todos os fiéis de DEUS têm o direito de orar: Ó Senhor, sou teu, sirvo a ti; sê tu meu protetor (cf. Sl 16.1,2).
27.25 TENDE BOM ÂNIMO. Paulo é um prisioneiro no navio sem deixar de ser um homem livre em CRISTO e viver na presença de DEUS, liberto do medo; ao passo que os demais que estão com ele no navio achavam-se aprisionados pelo terror por causa dos perigos que os cercam em alto-mar. Nesta vida, somente o crente sincero e fiel, que experimenta a presença de DEUS, pode enfrentar os perigos da vida com coragem e certeza em CRISTO.
27.31 SE ESTES NÃO FICAREM NO NAVIO. Esta declaração de Paulo parece colidir com os vv. 22,24. Se DEUS prometera a Paulo que pouparia as vidas de todos aqueles que navegavam com o apóstolo (v. 24), e Paulo lhes cita essa promessa incondicional dizendo: não se perderá a vida de nenhum de vós (v. 22), como a deserção dos marinheiros poderia provocar a morte dos passageiros? A resposta jaz na verdade bíblica de que as promessas de DEUS ao seu povo são normalmente sujeitas à condição da obediência à sua vontade (ver Gn 1.26-31; 6.5-7; Êx 3.7,8; Nm 14.28-34; 2 Sm 7.12-16; 1 Rs 11.11-13; 12.16).
Capítulo 28
28.5 NÃO PADECEU NENHUM MAL. A experiência de Paulo aqui ilustra maravilhosamente a promessa de JESUS em Mc 16.18.
28.16 CHEGAMOS A ROMA. Paulo tinha o desejo de pregar o evangelho em Roma (Rm 15.22-29), e era da vontade de DEUS que ele assim o fizesse (23.11). Quando, porém, chegou ali, estava algemado e ainda assim depois dos reveses, tempestades, naufrágio e muitas outras provações. Embora Paulo fosse fiel, DEUS não lhe proveu um caminho fácil e livre de problemas. Nós, da mesma forma, podemos estar na vontade de DEUS, ser inteiramente fiéis a Ele, e mesmo assim sermos dirigidos por Ele através de caminhos desagradáveis, com aflições. No meio de tudo isso, sabemos, porém, que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS (Rm 8.28).
28.30 PAULO FICOU DOIS ANOS INTEIROS. A história da igreja primitiva, escrita por Lucas, termina aqui. Paulo permaneceu em prisão domiciliar por dois anos. Tinha licença de receber visitas, às quais pregava o evangelho. O que aconteceu a Paulo depois, segundo geralmente se crê, é o que se segue. Durante esses dois anos, Paulo escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, e a Filemom. Em 63 d.C., aproximadamente, Paulo foi absolvido e solto. Durante uns poucos anos continuou seus trabalhos missionários, e talvez tenha ido até à Espanha, conforme planejara (Rm 15.28). Durante esse período, escreveu 1 Timóteo e Tito. Foi preso de novo cerca de 67 d.C., e levado de volta a Roma. 2 Timóteo foi escrita durante esse segundo encarceramento em Roma. A prisão de Paulo só terminou ao ser ele decapitado, sofrendo o martírio sob o imperador romano Nero.
28.31 PREGANDO O REINO DE DEUS O livro de Atos termina de modo repentino, sem nenhuma conclusão formal quanto ao que DEUS realizou através do ESPÍRITO SANTO e dos apóstolos no NT. A intenção de DEUS é que os atos do ESPÍRITO SANTO e a pregação do evangelho continuem na vida do povo de CRISTO até o fim dos tempos (2.17-21; Mt 28.18-20). Lucas, sob a inspiração do ESPÍRITO SANTO, revelou o padrão daquilo que a igreja deve ser e fazer. Ele registrou exemplos da fidelidade dos crentes, do triunfo do evangelho em meio a oposição do inimigo e do poder do ESPÍRITO SANTO operante na igreja e entre os homens. Esse é o padrão de DEUS para as igrejas atuais e futuras, e devemos fielmente guardá-lo, proclamá-lo e vivê-lo (2 Tm 1.14). Todas as igrejas devem avaliar-se segundo o que o ESPÍRITO disse e fez entre os crentes dos primeiros tempos. Se o poder, a justiça, a alegria e a fé das nossas igrejas atuais não são idênticas às que lemos nas igrejas em Atos, devemos pedir a DEUS, mais uma vez, uma renovação da nossa fé no CRISTO ressurreto, e um novo derramamento do seu ESPÍRITO SANTO.
PAULO TERIA SIDO SOLTO, SE NÃO TIVESSE APELADO PARA CÉSAR, 26.30-32.
Este homem nada fez digno de morte ou de prisões (v.31): Nero, depois disto, decretou a morte de todos que se convertessem ao cristianismo. Mas no tempo de Paulo ser julgado em Cesaréia, não havia tal lei. Paulo, contudo, o mais ativo, o mais zeloso dos cristãos, e que nada fizera digno de prisões, foi guardado preso e enviado a Roma. O seguinte é de Dean Vaughan's Church of the First Days: "O rei Agripa, como Félix e Festo, como seus antepassados da história sagrada, então desaparece de cena. Nada resultou, cremos, desta entrevista da luz com as trevas, do pecado com o Evangelho. Agripa permanecia na sua fé vã nas Escrituras; permanecia, também, na lascívia de seu coração, de seu ídolo imoral, de sua vida terrestre. Aproximaram-se tempos de provações: nas guerras judaicas ficava ele ao lado dos romanos; depois se retirou, passando trinta anos desprezado. No ano 100 AD. no terceiro ano do imperador Trajano, morreu em Roma. Era o último dos príncipes de uma raça manchada de sangue, a dos Herodes."
PAULO, O NÁUFRAGO
Esta é a mais interessante e completa narração de naufrágio, dos tempos antigos, que existe. A viagem de Paulo a Roma foi, contudo, muito mais que uma extraordinária aventura. DEUS dera ao apóstolo a certeza de ele proclamar a Mensagem em Roma, o maior centro do mundo de então. Essa certeza servia como grande farol nas horas do mais negro desespero para seus companheiros descrentes.
Grande é o contraste, de um lado, da fraqueza, do desalento, do horror dos homens quando batem sobre eles as tempestades de grandes aflições, e, do outro lado, os filhos de DEUS que vencem todos esses terrores andando fortes, cheios de gozo, na luz que brilha do próprio Criador.
NO INÍCIO, O MAR ESTÁ CALMO, A VIAGEM FASCINANTE, 27.1-8.
Não muito depois do discurso perante Agripa e os outros grandes personagens, Paulo, o prisioneiro de JESUS CRISTO, partiu em demanda de Roma, v.1. Por fim, começava a resposta às suas ardentes orações de ficar livre "dos rebeldes na Judéia", recrear sua alma com "todos em Roma, amados em DEUS;" Rm 15.30-32; 1.7.
PAULO PREVINE-OS DE UM GRANDE TEMPORAL, 27.9-11.
O jejum já tinha passado... (v.9): O navio atrasara grandemente por falta de vento, e passara o tempo do movimento marítimo. "O jejum" refere-se ao jejum dos judeus no dia de expiação (Lv 23.26-28), observado, geralmente, em nosso mês de outubro. Depois deste mês era mais seguro invernar em um bom porto para evitar as grandes tempestades no mar Mediterrâneo.
AÇOITADOS PELA TEMPESTADE, _PERDEM TODA ESPERANÇA, 27.12-20.
E, soprando o vento sul brandamente (v.13): É o vento brando que nos engana, que nos induz a folgar, esquecidos do Criador, até levantar repentina procela para nos destruir. Lembremo-nos de nosso DEUS, como Paulo fez, quando "o vento sul sopra brandamente", e não ficaremos aflitos quando o "euro-aquilão" de tribulação desce inesperadamente sobre nós.
Um pé de vento, chamado euro-aquilão (v. 14) : Isto é, uma "nordestia", um temporal violentíssimo do nordeste. Esse tufão de vento bateu inopinadamente no navio quando lhes faltavam apenas algumas horas para alcançar o desejado porto, Fenice.
Cingindo o navio (v.17): Com grande dificuldade passaram cabos em redor do casco do navio para que resistisse melhor à tremenda força das ondas.
Temendo darem à costa na Sirte (v.17): A costa africana, entre Cartago e Cirene, lugar muito temido pelos marinheiros por causa das areias movediças e das correntes que embaraçavam a navegação.
Nem sol nem estrelas (v.20): O vento uivava. As ondas davam com ímpeto. O céu permanecia negro. Não viam sol nem estrelas. Mas Paulo fitava o céu limpo; seu mar continuava calmo. (Vede vv. 23,24. Lede o SI 107.25-30.)
PAULO ASSEGURA-OS QUE NENHUMA VIDA SE PERDERÁ ENTRE ELES, 27.21-26.
E, havendo já muito que não se comia (v.21): Havia muito pouca comida. Foi impossível cozinhar. Os homens passavam dias a fio, desalentados, molhados, enfadados, famintos, - "havendo já muito" não sabiam quantos dias. (Vede v. 27).
DEUS, de quem eu sou (v.23): Paulo reconhecia que pertencia a DEUS. Não somos de nós mesmos, fomos comprados por preço, 1Co 6.19,20.
O anjo de DEUS... esteve comigo (v.23): Paulo, o prisioneiro, certamente não tinha beliche ao lado do comandante do navio, mas dormia com outros prisioneiros em lugar imundo no porão. Mas aí o anjo do Senhor esteve ao seu lado. A miséria e a pobreza não nos separam de DEUS.Jacó, dormindo sem cama, e tendo por travesseiro uma pedra, teve visão de anjos. O Senhor não somente apareceu a Paulo em Jerusalém, mas também, quando estava longe sobre o mar (SI 65.5), nas extremidades do mar, SI 139.9. As grandes ondas lançavam o navio violentamente de um lado ao outro, contudo o anjo embarcou e esteve ao lado de Paulo. (Compare Dn 3.25). Não há procela que embarace as comunicações com o céu. "DEUS é o nosso refugio e fortaleza bem presente na angústia... ainda que a terra se mude... ainda que as águas rujam...", SI 46.1-3.
LANÇAM QUATRO ÂNCORAS E ORAM PARA QUE ROMPA O DIA, 27.27-36.
A narrativa descreve a cena vividamente. A tremenda força do vento e das ondas levava o navio para a praia de uma ilha já bem perto. Na escuridão dessa terrível noite, ouvia-se o ribombar das imensas ondas que batiam nas pedras. Lançaram quatro âncoras. Dariam para segurar o navio? O navio imóvel, suportaria a violência do mar? Não é de admirar que todos aguardassem desesperadamente o raiar do dia.
Deu graças a DEUS na presença de todos (v.35): Paulo não deixou de agradecer a DEUS pela refeição, apesar de estar na presença de quase 300 soldados, marinheiros, prisioneiros e outros companheiros de viagem. (Vede 1 Tm 4.4,5.)
O NAVIO PERECE, MAS TODOS SE SALVAM EM TERRA, 27.37-44.
Aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar (v.38): Não era fácil retirar as sacas de trigo do porão do navio, grandemente agitado pelas ondas, para lançá-Ias ao mar. Mas isso fizeram, para que o navio, aliviado de sua carga e solto das âncoras, chegasse mais perto da praia antes de a quilha ferir a terra.
Que matassem os presos (v.42): Não havia poder nem nos céus, nem na terra, nem cilada de Satanás que matasse a Paulo, porque DEUS tinha já determinado que fosse a Roma.
E assim aconteceu que todos chegaram à terra a salvo (v.44): E o apóstolo Paulo havia sofrido naufrágio três vezes antes disto! (Vede 2Co 11.25. A Segundo, epístola aos Coríntios foi escrita, talvez, de Filipos, depois dos eventos narrados em Atos 19.)
Não há razão para dizer que o fato de Paulo sofrer tão pavoroso naufrágio, prova que não fazia toda a vontade do Senhor. DEUS não nos promete uma vida isenta de sofrimentos. É quando andamos mais perto de CRISTO que sofremos as maiores tormentas. É bom notar o grande contraste entre a experiência de Paulo e a de Jonas:Jonas fugia de DEUS; Paulo seguia a direção de DEUS.Jonas mostrou-se omisso, dormindo na tempestade; Paulo se esforçava, animado e socorrendo os passageiros. Levantou-se o temporal para destruir o navio por causa de Jonas; se tivessem seguido o conselho de Paulo, não se teria perdido o navio.Jonas foi obrigado a testificar de DEUS; Paulo o fez repetidamente de livre vontade. Os passageiros salvaram-se, lançando Jonas ao mar; os tripulantes e presos foram salvos por causa da presença de Paulo. Grande é o contraste entre aqueles que sofrem grandes tribulações ao lado de JESUS e aqueles que passam grandes provações porque andam longe dEle.
EM MALTA, PAULO É MORDIDO POR UMA VÍBORA, 28.1-6.
Numerosos e variados são os lugares e as circunstâncias em que se encontra o incansável apóstolo Paulo. Nesta ocasião escapara de um "euro-aquilão", molhado e com frio, na praia de uma ilha desconhecida. Pelos indígenas chega a saber que é a ilha de Malta, cerca de 1.800 quilômetros de onde embarcara em Cesaréia. Mas mesmo assim esse apóstolo, durante o tempo que tinha de permanecer na ilha, faz uma gloriosa obra.
Malta (v.l): Uma ilha no mar Mediterrâneo, com comprimento de 30 quilômetros e largura de 18. Dista cerca de 30 quilômetros da Sicília e 240 da Itália.
E os bárbaros... (v.2): Isto é, eram incultos e não falavam grego.
Havendo Paulo ajuntado... (v.3): Havia um bom número de soldados, marinheiros e prisioneiros presentes, que podiam ajuntar gravetos para o fogo, e que, sem dúvida, eram mais novos que "Paulo, o velho", Fm 9. A maneira de ser verdadeiramente grande é ser servo realmente de todos.
Víbora (v.3): Os que se esforçam para servir ao próximo, devem esperar que do calor saia uma "cobra" dormente, de censura, de perseguição, de calúnia, para morder a mão que trabalha. Convém-nos, como Paulo, sacudir a medonha criatura ao fogo e não nos indignar.
Este homem é suicida (v. 4):Julgaram que Paulo fosse criminoso e logo depois um deus. Em Listra julgaram que fosse um deus, para logo o apedrejarem como um malfeitor, cap. 14.8-19. A multidão que é movida a ovacionar o pregador vitorioso, muda em um só dia para acreditar na venenosa cobra chamada calúnia.
A CURA DO PAI DE PÚBLIO, 28.7-10.
Públio, o qual nos recebeu e hospedou... (v.7): Públio, o homem principal da ilha, hospedava um "anjo" sem o saber, Hb 13.2. Paulo, o prisioneiro, não deixava de ser Paulo, o apóstolo. É impossível dar um copo d'água a um discípulo de CRISTO sem receber a recompensa. Corno era grande a remuneração de Públio, a cura de seu pai gravemente enfermo!
Os quais... nos proveram das coisas necessárias (v. 10) : Assim DEUS supriu as necessidades de cada um daquele grupo, incitando o amor do povo para com eles, pelo serviço de Paulo. Não era apenas durante o sinistro do navio que a presença desse homem de DEUS, entre eles, era corno o sal que os preservou da morte.
DE MALTA A ROMA, 28.11-15.
Num navio de Alexandria... (v.11): Dois navios de Alexandria chegaram a Malta. (Vede cap. 27.6.) Um naufragou, o outro invernou nessa ilha, em segurança.
Castor e Pólux (v.U): Na mitologia grega, Castor e Pólux eram julgados filhos gêmeos de Júpiter. Os dois eram inseparáveis, seus nomes eram usados para simbolizar a amizade. Aparecem no céu, formando a constelação dos gêmeos. Os marinheiros consideravam esses dois corno seus protetores. As suas figuras eram, talvez, pintadas ou esculpidas na proa do navio.
Os irmãos... nos saíram ao encontro (v.15): Paulo via um grupo de pessoas aproximando-se dele. Quem seriam? Eram irmãos, irmãos em CRISTO, que com toda a pureza da fé e do amor, saíram da imundícia da grande cidade, para receber o grande apóstolo. Três anos antes disso Paulo escrevera a maravilhosa epístola (Rm 1.7) a esses crentes. Então o autor dessa epístola aproximava-se da cidade e eles sentem-se constrangidos a sair, cerca de 60 quilômetros, para receber esse homem algemado, corno se fosse um dos mais célebres heróis.
E Paulo, vendo-os, deu graças a DEUS (v. 15) : Levantou seu coração e a sua voz em ações de graças Àquele que respondera as suas súplicas, Rrn 15.30-32.
E tomou ânimo (v.15): Mesmo os mais experimentados e mais desenvolvidos crentes precisam da inspiração e edificação que recebem da convivência entre seus irmãos. Não nos convém deixar a nossa congregação, como é costume de alguns...
Paulo, sem dúvida, já conhecia pessoalmente alguns dos irmãos, desse grupo que saiu da cidade para recebê-Io, Rm 16.5-16.
PAULO TRABALHA ENTRE OS JUDEUS EM ROMA, 28.16-24.
Quantos grandes homens entraram em Roma coroados e triunfantes que eram uma verdadeira praga para a sua geração? Mas Paulo, que era uma das maiores bênçãos para a sua geração, entrou desprezado, como um pobre cativo! Não nos enganemos, o mundo nunca pode conhecer os filhos de DEUS, porque não conhece a DEUS.
Quando Paulo chegou a Roma, esta era uma cidade de dois milhões de habitantes, dos quais mais ou menos a metade eram escravos desprezados. Nero era o imperador. Apesar de ele não ter mais de vinte e cinco anos de idade, as suas mãos haviam sido manchadas com o sangue da sua própria mãe, Agripina, e, talvez, com o da sua esposa Otávia.
Paulo chegara a Roma "na plenitude da bênção de CRISTO", mesmo como afirmara que queria fazer, Rm 15.29. Temos o alvo de visitar os irmãos, somente quando estamos cheios do ESPÍRITO, para comunciar-lhes bênçãos de DEUS? Rm 1.11.
Paulo nunca se referiu a si mesmo como o prisioneiro de César, mas sempre de CRISTO, Ef 3.1; Fp 1.12-14. Era "embaixador em cadeias", Ef 6.20. Em Roma era embaixador de DEUS:
1) aos judeus (vv. 17-29); 2) aos soldados e a casa de César (Fp 1.12-14; 4.22); 3) aos gentios em Roma (At 28.28-31); 4) aos cristãos em Roma, Rm 1.9-15.
Como o soldado (v. 16) : É provável que o soldado a quem foi acorrentado fosse um de uma escolta de quatro. (Compare capo 12.4). Os soldados se revezavam, mas Paulo continuava acorrentado dia e noite. (Vede v. 20).
7rês dias depois (v.17): Isto quer dizer, conforme o costume dos judeus de contar, que Paulo passou só um dia descansando da viagem. O negócio do Rei era urgente; Paulo, como de costume, remia o tempo, 1 Sm 21.8 e CI 4.5.
Convocou os principais judeus (v.17): Era seu costume, logo ao chegar a uma cidade, ir à sinagoga. Esta vez não foi ter com eles; estava preso. Diz-se que havia sete sinagogas e cerca de 60 mil judeus em Roma.
Acusar a minha nação (v.19): Os judeus eram desprezados em Roma. Pouco antes disto, todos foram expulsos da cidade, capo 18.2. Paulo, porém, não era "politiqueiro", querendo incitar uma perseguição contra eles para ganhar favor dos gentios, perante os quais tinha de comparecer. (Compare Rm 10.1.)
Nós não recebemos... (v.21): Somente podemos pensar que os judeus continuassem sua perseguição contra Paulo, levando o caso a Roma. Mas é provável que Paulo apelou para César com esta mesma certeza de os judeus desistirem de seu intento, antes de comparecer ele em Roma, onde não podiam ganhar auditórios. (Vede capo 18.2). Isso foi o caminho que Davi escolheu, quando fugiu à terra dos filisteus para escapar da mão de Saul. O rei lá não tinha coragem de ir buscá-lo. "E, sendo Saul avisado que Davi tinha fugido para Gate, não cuidou mais em o buscar:' 1 Sm 27.1,4.
Desde a manhã até a noite (v.23): Pregava o dia inteiro. Os homens nunca cansam de falar do que têm no coração; o comerciante não cansa de falar em comprar e vender, o jogador de falar nos jogos, o literato de falar na literatura, o músico de falar na música, o crente, salvo, de falar na salvação em CRISTO JESUS.
PAULO VOLTA AOS GENTIOS EM ROMA, 28.25-29.
E, como ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo a Paulo esta palavra... (vv. 26,27): Esta citação de Is 6.9,10, aparece três vezes no Novo Testamento; cada vez em tempo de grande crise para o povo:
1) em Mt 13, quando recusaram JESUS; 2) em Jo 12, na véspera da crucificação; 3) em At 28, quando a rejeição dos judeus foi completada.
O livro de Atos dos apóstolos não tem fecho nem remate. Isso, porém, não quer dizer que o ESPÍRITO SANTO não alcançou Seu alvo em escrever o livro. Apesar de os judeus rejeitarem o unigênito Filho de DEUS, cravando-O na cruz, o Pai no Seu infinito amor ainda conquistava Seu povo escolhido. O livro de Atos mostra como o Evangelho foi pregado em cada lugar, mas primeiramente a este povo da promessa. A rejeição deles desta Mensagem, em Roma, foi a rejeição final e DEUS logo depois, no ano 70, deixou os inimigos destruírem a "cidade santa" e findaram com todos os seus sacrifícios.
PAULO PRISIONEIRO DURANTE DOIS ANOS.
30 "E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara e recebia todos quantos vinham vê-Io, 31 "pregando o Reino de DEUS e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor JESUS CRISTO, sem impedimento algum.
Dois anos inteiros (v.30): Tais demoras da justiça eram comuns. Neste caso parece que a demora foi causada:
1) pela perda dos papéis oficiais no naufrágio, 2) pelo não aparecimento dos acusadores. 3) pela dificuldade de ajuntar as testemunhas.
Na sua própria, habitação que alugara (v.30): Mas continuava acorrentado a um soldado. O único meio de guardar Paulo em um só lugar, foi aprisioná-Io e, quando lá acorrentado, de seu "púlpito' alcançou as extremidades da terra e os limites do tempo. Lede Fp 1.12-14; 4.22; Fm 10 etc. Foi durante esses dois anos que escreveu as preciosas epístolas aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemom.
Pede-se guardar o corpo de João na ilha de Patmos, mas não seu espírito. Enquanto alguns ficam vencidos pelas circunstâncias, outros deixam de meditar nos dissabores desta vida e habitam as alturas onde não há sombra e realizam grande colheita de almas.
Sem impedimento algum (v.31): Compare 2 Tm 2.9. Como podia Paulo pregar sem impedimento algum, quando estava em cadeias e o monstro Nero no trono. Descobre-se, nessas três últimas palavras penetrantes do livro de Atos, o segredo da força que transforma o íntimo dos homens. Satanás não pode de forma alguma abafar o nosso testemunho se guardamos o nosso contacto com o poder que vem dos céus.
Os últimos anos de Paulo.
Conforme a tradição ele foi libertado depois de passar dois anos preso. Continuou a evangelizar, talvez, até a Espanha, foi novamente preso, provavelmente depois do incêndio de Roma, no ano 64, e foi degolado no ano 67 ou 68. Esta tradição tem confirmação, só em parte, com as referências de 2 Tm e Tt, escritas durante o seu segundo encarceramento. (Lede 1Tm 1.15-18; compare 1.13; Fp 1.24,25.) Na primeira prisão, escreveu as cartas aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemom. Na segunda escreveu as epístolas pastorais a Timóteo e a Tito. Quanto a Igreja de DEUS deve ao encarceramento de Paulo, só no lar eterno saberemos!
É evidente que o ESPÍRITO SANTO não findou a história gloriosa de Atos; o livro de ação é sem epílogo, não tem fecho, porque até hoje os servos de DEUS, cheio do ESPÍRITO SANTO, estão acrescentando outros capítulos preciosos e ainda não escritos. Aqui, na conclusão destes estudos, devemos resolver voltar e estudar o livro em ordem com ainda mais dedicação e oração, pois "PARA NÓS É A PROMESSA:'.
"E nos últimos dias acontecerá, diz DEUS, que do meu ESPÍRITO derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu ESPÍRITO derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor; e acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."
PALAVRA CHAVE - TESTEMUNHA - [Do gr. martyr; do lat. testimonia]. O que atesta a veracidade de um fato.
Comentários do livro - Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica - edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - SP
Poderiam se utilizar de cordas que atravessam o navio dentro do porão, para fortalecê-Io; ou de cordas amarradas longitudinalmente da proa até à popa, e esticadas para evitar que o navio quebrasse às suas costas (H. J. Cadbury, BC, V. págs. 345-354). Conforme os conhecimentos que atualmente temos das condições de então, não é possível fazer uma decisão firme entre estas possibilidades. Tudo quanto sabemos por certo é que "cintas" faziam parte do equipamento dos navios de guerra gregos, que eram cordas ou cabos, usualmente em número de quatro ou seis, e (pelo menos num caso) cada uma com comprimento suficiente para se estender ao derredor do navio inteiro, longitudinalmente.
Os marinheiros tinham medo de que, mesmo assim, o navio fosse levado à Sirte. Trata-se de uma área de areias movediças e bancos de areia perto do litoral da Letônia, que era lendária por causa do perigo que constituía para a navegação, como o "triângulo das Bermudas" hoje. Ainda ficava numa distância de 611 km, aproximadamente, mas os marinheiros não queriam correr riscos. A terceira ação deles foi arriar os aparelhos. Aqui, também, não é certo o sentido. Talvez signifique abaixar ou amarrar a vela principal, ou talvez fixar a sua posição, ou arriar a corda que apoiara a vela de capa, ou lançar ao mar os aparelhos sobressalentes a bordo (mas "arriar" dificilmente pode significar "lançar ao mar"), ou, mais provavelmente, talvez, abaixar algum tipo de âncora flutuante que frearia a velocidade do navio, levando-o ao léu para o norte, para assim evitar a área do perigo.
18-19. Estas medidas, no entanto, foram inadequadas. O navio estava enfrentando mares bravios, e provavelmente estava subindo água a bordo, de modo que começaram a aliviar o peso, lançando ao mar a carga (cf. Jn 1 :5). No terceiro dia o processo de aliviar o navio foi continuado, lançando ao mar a armação; deve referir-se à armação de reserva, e talvez a pesada vela mestra com seus aparelhos. MSS menos antigos dizem nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos. . . que faz mais sentido do que textos mais antigos que aplicam "as próprias mãos" aos marinheiros que não teriam outro meio senão este de trabalhar. Ou será que a expressão quer lembrar que não tinham equipamentos para içar pesos, conforme teriam nos portos?
20. O ponto culminante na descrição da tempestade é que os marinheiros não tinham idéia alguma da sua posição, com relação à terra, ou rochas ou bancos de areia. O mau tempo impedia qualquer observação do solou das estrelas mediante os quais talvez pudessem ter feito algum cálculo do seu posicionamento. Humanamente falando, não parecia ter possibilidade alguma de sobrevivência, e o desânimo se apoderou das pessoas no navio.
21-22. A esta altura, Paulo intervém na história pela segunda vez. A sua intervenção é introduzida pelo comentário sobre o fato que ninguém estava comendo, embora este aspecto não é retomado a não ser no v. 33. No presente contexto, ilustra ainda mais a aflição desesperada das pessoas no navio. É possível que houvesse pouca comida disponível depois da tempestade, e que as pessoas se sentissem demasiadamente enjoadas ou desanimadas para comer. Todo este sofrimento e risco poderia ser evitado se o navio tivesse permanecido em Bons Portos, e Paulo comentou que sua advertência não fora devidamente atendida; sua profecia de danos e perdas se cumprira, embora, por enquanto, só afetasse (e no fim somente afetaria) o navio, e não as pessoas a bordo que incluíra na sua profecia. É esta qualificação da sua profecia anterior que Paulo agora ressalta num esforço para animar as pessoas. Crê que ninguém perderá a vida, mas haverá perda do navio.
23-24. Paulo menciona o fundamento desta sua certeza, ao narrar uma visão que tivera na noite anterior, durante a qual lhe aparecera um anjo de DEUS. A mensagem angelical foi uma confirmação da revelação anterior em 23:11 de que Paulo chegaria a Roma; era o plano de DEUS que Paulo ali testificasse (23:11) na presença de César. Seguia-se, portanto, que ele pessoalmente podia ter confiança de que sobreviveria a tempestade em alto mar, mas também foi informado que DEUS lhe concedera como favor que todos que navegavam com ele também seriam poupados. A linguagem dá a entender que Paulo tinha orado em prol dos seus companheiros de viagem, e que DEUS atendera a sua oração. Há um paralelo com a história de Abraão, que intercedeu com DEUS em prol do povo de Sodoma, e pleiteou que a totalidade da cidade fosse poupada por amor ao número mínimo de justos "que ali habitava (Gn 18:23-33).
25-26. Destarte, Paulo podia encorajar os seus ouvintes a ter bom ânimo e, em efeito, compartilhar da confiança que ele tinha naquilo que DEUS lhe prometera, e que seria cumprido. A profecia de Paulo ia além de uma esperança geral quanto à segurança, para uma declaração de que todos seriam lançados à terra numa ilha; se o navio haveria de perder-se (v. 22), então somente um evento semelhante poderia salvar a vida das pessoas a bordo.
Este discurso de Paulo é submetido â suspeita dos críticos. Mesmo assim, encaixa-se muito bem com as experiências de Paulo de visões da parte de DEUS (2 Co 12:1, 9); é inteiramente natural que Paulo tivesse compartilhado a sua certeza com seus companheiros de viagem, e a história é transmitida por uma testemunha ocular; não precisamos duvidar de que Paulo disse alguma coisa assim. Haenchen (pág. 709) é cético quanto a Paulo conseguir pronunciar um discurso em condições de uma tempestade a bordo de um navio, mas o seu conceito de Paulo agindo como orador público é inapropriado para as circunstâncias.
27. Agora vem o cumprimento da profecia de Paulo. Passara-se uma quinzena (presume-se que o tempo foi contado assim a partir da saída de Bons Portos). Os cálculos revelam que este período coincide com o tempo que o navio levaria para percorrer a distância em termos reais (cerca de 475 milhas náuticas ou 885 km), se estava indo â deriva conforme o modo aqui descrito. Além disto, deve-se levar em conta alguma mudança na direção do vento, que é natural. Hoje em dia, o Mar Adriático significa o golfo entre a Itália e a península das Bálcãs, mas o termo se empregava antigamente para incluir a área entre a Cic11ia e a Creta também. A ilha de Malta se acha na extremidade ocidental desta área, imediatamente ao sul da Sicília. Os marinheiros reconheciam que a terra se aproximava, possivelmente pelo estrondo dos vagalhões.2 5 6
28. Começaram, portanto, a fazer sondagens para determinar a profundidade de água que havia embaixo do navio. Embora as cifras dadas concordem com aquelas que foram estabelecidas no local provável do naufrágio, Conzelman (pág. 144) prefere, mesmo assim, acreditar que são uma invenção literária, por ser improvável que Lucas estivesse perto do homem que lançava o prumo; trata-se de ceticismo desvairado.
29. A pouca profundidade da água, sem dúvida em conjunto com o estrondo dos vagalhões, exigia medidas de segurança, e, assim, os marinheiros lançaram quatro âncoras. Estas não tinham muito peso em comparação com os padrões modernos - daí o número delas - e foram lança das da popa a fim de evitar que a proa do navio se virasse, e para preparar o navio para correr de frente para a praia depois de haver luz e um lugar e oportunidade apropriados. Agora, nada mais poderia ser feito senão ansiar e orar pela chegada da luz do dia.
30. O incidente que agora se segue é explicado de várias maneiras. Segundo Lucas, os marinheiros (ou talvez apenas alguns deles) procuravam lançar â água o bote do navio (v. 16), a fim de escaparem do navio; fingiam que, na realidade, iam lançar âncoras da proa - ação esta que nestas circunstâncias somente poderia ser levada a efeito ao remar levando as âncoras por uma pequena distância da proa para lançá-Ias dali. Muitos comentaristas argumentam, no entanto, que uma tentativa para escapar seria puro suicídio nas condições tempestuosas em plena escuridão perto de um litoral desconhecido, e que o único modo de ação seguro seria permanecer a bordo até à luz da manhã. Os leitores de Robinson Crusoé devem lembrar-se de uma situação muito semelhante em que o navio encalhou de madrugada, e a tripulação saiu com o bote, e todos pereceram menos o próprio Crusoé, que mais tarde pôde voltar ao navio e comentou: "Vi de modo evidente que, se tivéssemos permanecido a bordo, estaríamos todos salvos - ou seja, teríamos chegado com segurança à praia". A história escrita por Defoe indica que os homens podem fazer coisas estultas, embora permaneça a possibilidade que os passageiros entendessem erroneamente a intenção dos marinheiros.
31. Seja qual tenha sido a intenção dos marinheiros, Paulo indicou ao centurião o perigo que haveria de os passageiros ficarem completamente desamparados sem os marinheiros. Haenchen (págs. 706, 710) comenta que, neste caso, Paulo seria responsável pela perda do navio, pois, sem o bote, não restava outra possibilidade senão tentar (em vão) encalhar o navio na praia; ao mesmo tempo, no entanto, aceita a idéia de o versículo ser uma interpolação fictícia da parte de Lucas para transformar Paulo em salvador dos passageiros. Do outro lado, porém, pode-se comentar que foi o infortúnio que levou o navio a encalhar num banco de areia ao invés de chegar à praia, e que é possível que os soldados tenham agido precipitadamente ao cortar os cabos do bote (v. 32), ao invés de meramente montar guarda sobre ele. Lucas certamente atribui a Paulo a iniciativa para a ação, a qual considera útil; é certo que não seria surpreendente se os soldados e os passageiros tenham agido em pânico, entendendo erroneamente as intenções dos marinheiros, mormente porque o tema de a tripulação abandonar os passageiros para perecer é atestado nos romances antigos.
33. Agora surge mais um episódio que ressalta a atuação de Paulo. Quando o dia começou a raiar, enquanto o navio ficava estável com as âncoras, Paulo começou a animar as pessoas a bordo a comerem. É retratado ao falar a todas as pessoas no navio de modo geral, lembrando-as que não comeram nada desde o começo da tempestade desastrosa quatorze dias antes (cf. v. 21). Embora não haja qualquer indicação de que tenham observado jejum para induzir quaisquer deuses que adorassem a terem misericórdia deles é possível que este tema esteja presente, e que Paulo, com efeito oficial era o princeps perigrinorum, o comandante do quartel onde se baseavam os frumentarii (27:1) em Roma. Parece possível, no entanto, que esta unidade não tenha existido antes dos tempos de Trajano no século 11 d.C. Uma segunda possibilidade é que a referência dizia respeito ao praefectus praetorii, o prefeito ou comandante dos guardas pretorianos, a quem eram entregues os prisioneiros das províncias, segundo a carta escrita por Trajano a Plínio. Esta teoria é desenvolvida por Sherwin-White (págs. 108-111), que sugere que o respectivo oficial seria o princeps castrorum, um subordinado do prefeito. É, portanto, possível que o texto ocidental reflita o procedimento que teria sido adotado. Quanto à questão dos processos jurídicos, ver v. 30.
Paulo e os judeus em Roma (28:17-31).
o relato de Lucas acerca das atividades de Paulo em Roma silencia no que diz respeito a dois aspectos que acharíamos mais interessantes: o resultado do seu apelo a César, e seu relacionamento com a igreja cristã que já existia em Roma. Todo o interesse se centraliza nos contatos entre Paulo e os judeus não-cristãos. Convoca os representantes deles a se encontrarem com ele, e explica em termos resumidos como fora trazido a Roma como resultado de acusações que os judeus fizeram contra ele na Judéia; surge, assim, a oportunidade para ele explicar a natureza da mensagem cristã a estas visitas; suas palavras, no entanto, são recebidas de diversas maneiras. Quando estes judeus de Roma não conseguem chegar a um acordo entre si a respeito, Paulo se pronunciou claramente, condenando a cegueira e a obstinação deles em recusarem o evangelho, e, diante disto, declarou-se livre para levar aos gentios a mensagem da salvação. No decurso dos dois anos .remanescentes, portanto, mencionados por Lucas, Paulo pregava e ministrava aos gentios. Destarte, o quadro final que é mostrado ao leitor retrata o apelo final que Paulo fez aos judeus, e a sua aceitação de uma chamada aos gentios. A impressão que se transmite é que Paulo sentia, no decurso do seu ministério inteiro, o dever de ir primeiramente aos judeus, e que era somente quando estes recusavam a mensagem que ele ia aos gentios. Tudo isto harmoniza-se perfeitamente com a expressão, cheia de emoção, dos sentimentos de Paulo acerca da sua chamada em Romanos caps. 9-11. Além disto, leva ao clímax o livro inteiro, sendo que o programa missionário registrado em Atos 1:8 agora é levado a um ponto decisivo: o evangelho chegou à capital do Império Romano, e é proclamado aos gentios, sem impedimento; a igreja está à beira de expansão adicional, com a esperança de Paulo chegar à Espanha (Rm 15:24, 28) sempre presente nos planos, indicando a direção para maiores avanços. A igreja, portanto, recebe suas ordens de marcha: Roma é uma etapa no itinerário, e não o alvo final. Em princípio, está livre para deixar de preocupar-se com os judeus, pelo menos por enquanto (Lc 21 :24), e passar a dedicar-se aos gentios.
Lucas apresenta este quadro em termos da missão de Paulo. Os judeus em Roma recebem a oportunidade de corresponderem ao modo de Paulo entender o evangelho, muito embora já tivessem, decerto, alguma familiaridade com a mensagem dos cristãos que estavam em Roma já desde uma data bem antiga (At 2:10). Isto quer dizer que Lucas nada diz acerca da presença e atividade da igreja em Roma a não ser nos vv. 15-16 e, destarte, os leitores de Atos podem receber uma impressão inexata. É o mesmo tipo de relato concentrado que achamos no capítulo final do Evangelho, onde todas as aparições do JESUS ressurreto se apresentam como se fossem confirmadas a Jerusalém e seus arrabaldes, e como se tivessem ocorrido no Domingo da Páscoa, muito embora tivessem havido aparições noutros lugares, e o próprio Lucas mais tarde torne claro que continuaram no decurso de um período de quarenta dias.
17. A primeira ação de Paulo, uma vez estabelecido na sua nova moradia, é conclamar os principais dos judeus em Roma. Nossas informações acerca da comunidade judaica em Roma são insuficientes para sabermos precisamente quais são os oficiais aqui em mira. Paulo os convida a vir até ele, pois, segundo parece, não está livre para ir visitar a eles; sua situação é de .prisão domiciliar. Dá-lhes as razões que o levaram a Roma. Declara que nada fizera contra o povo judaico, nem atacara seus costumes (cf. 25:8). Mesmo assim, os judeus o entregaram aos romanos. A linguagem se assemelha àquela que Lucas aplica a JESUS no Evangelho (Lc 18:32), e é possível que Lucas queira que seus leitores vejam um paralelo entre o destino de JESUS e o de Paulo. Tem sido alegado, outrossim, que Lucas contradiz sua história anterior, na qual os romanos arrebataram Paulo das mãos dos judeus. Lucas, porém, se ocupa com os essenciais da história, e não com os pormenores, e o relato aqui é uma representação correta de como os judeus passaram a processar Paulo diante de Félix e Festo, tendo em mira uma sentença romana para Paulo, por delitos que realmente seriam judaicos, por mais que os judeus tentassem alegar que Paulo era, na realidade, um perigo para Roma.
18. O inquérito que os romanos instauraram contra Paulo não substanciou as acusações dos judeus contra ele. Nada fizera que merecesse a morte,. e, portanto, deveria ter sido inocentado e solto. Paulo disse que os romanos quiseram soltá-lo. Parece um pouco estranho. Na realidade, os governadores nenhuma tentativa fizeram para colocar Paulo em liberdade, e foi porque Festa queria julgá-Ia em Jerusalém que Paulo sentiu-se obrigado a apelar a César. Foi Agripa que afirmou que Paulo poderia ser posto em liberdade se não tivesse apelado a César, e supõe-se que Festa concordou com ele naquela altura dos acontecimentos. A declaração de Paulo, portanto, é uma simplificação da narrativa anterior, e reflete o que se nos diz acerca dos desejos dos governadores, não fosse a pressão dos judeus.
19. A razão porque Paulo se sentiu compelido a apelar para César foi, segundo ele, a oposição dos judeus ao desejo dos romanos de libertar a Paulo. Parece que se trata de uma alusão às acusações dos judeus, registradas em 25:2, 7, que levaram Festa a perguntar se Paulo estaria disposto a ser julgado em Jerusalém. Se for assim, devemos provavelmente entender que 25 :4-5 significa que se os judeus não tinham libelo formal contra Paulo, Festa o teria posto em liberdade; tal conceito é razoável, pois Festa deve ter considerado que os dois anos de detenção que Paulo já sofrera bastariam como castigo adequado se tivesse havido qualquer delito contra as leis especificamente judaicas. Assim, haveria harmonia entre os relatos registrados em Atos. Paulo deixa claro que não está atacando a nação judaica por causa do modo dos líderes agirem; este é um discurso de conciliação, e Paulo está concedendo que os judeus agiram dentro dos seus direitos se pensaram que ele havia feito alguma coisa errada.
20. Fora, portanto, para informar os judeus de Roma de modo exato acerca da situação que Paulo os convidara em conjunto. Isto porque a questão em pauta no seu julgamento, conforme insistira no decurso dos processos, era a natureza verdadeira da esperança de Israel, na vinda do Messias e na ressurreição. Estava, portanto, preso por ser um judeu leal; segundo o modo de Paulo encarar a situação, estava em cadeias romanas por esta razão. Este fato era, decerto, algo que exigia a atenção dos judeus, pois a religião deles era legalmente permitida pelos romanos.
21. Os judeus de Roma professavam completa ignorância acerca de Paulo e do caso dele. Não receberam quaisquer instruções de Jerusalém que pudesse dirigi-Ias numa representação da causa jurídica dos judeus contra Paulo, diante do fórum; além disto, nenhum mensageiro judaico, vindo de Jerusalém, trouxe qualquer relatório contrário a Paulo. Nisto nada há de estranhável. Bruce (Livro, pág. 535) tem razão, sem dúvida alguma, ao argumentar que é improvável que os líderes judaicos tivessem dado andamento ao processo depois de ele ter sido transferido a Roma, porque teriam pouca ou nenhuma possibilidade de sucesso. Nenhuma comunicação oficial acerca de Paulo deve ter chegado aos judeus em Roma, portanto. É muito possível que os judeus em Roma preferissem manter ignorância do caso; decerto, não se esqueceram que disputas anteriores acerca do Messias levaram à sua expulsão temporária da cidade (18:2).
22. Mesmo assim, estavam interessados em saber o que Paulo diria em prol da sua própria causa. Sabiam alguma coisa acerca da seita (24:24) cristã, pois havia uma igreja ativa em Roma, e sabiam que ela era freqüentemente criticada. Supõe-se, também, que já ouviram falar de Paulo e da sua reputação como missionário de destaque, e tinham curiosidade suficiente para prestarem atenção àquilo que diria acerca de si e acerca das razões por que estava em má situação diante das autoridades em Jerusalém.
23. Foi marcado um dia apropriado para a reunião, e um grupo grande veio visitar Paulo. A frase na sua própria residência talvez signifique, realmente, "para receber a sua hospitalidade"; os judeus eram os seus hóspedes, visto ser ele incapaz de seguir seu antigo padrão de freqüentar a sinagoga; contudo, a frase não significa que lhes ofereceu uma refeição ou algo semelhante. As perguntas acerca da possibilidade de Paulo ter uma sala suficientemente grande para todos eles não vêm ao caso.
O tema de Paulo não era a sua própria situação mas, sim, o evangelho. Fez uma exposição dele ao proclamar o reino de DEUS e ao persuadi-los a respeito de JESUS, baseando os seus argumentos nas declarações de Moisés e os profetas. O assunto, portanto, combinava os temas da pregação de JESUS e da mensagem apostólica acerca dEle, que formavam uma unidade: o domínio de DEUS era o domínio do agente de DEUS, o Messias, e eram os judeus que cumpriam este papel. Numa discussão com judeus, as Escrituras do Antigo Testamento forneciam a evidência principal, e o debate dependia da interpretação delas, e de se os fatos a respeito de JESUS poderiam ser encarados como sendo o cumprimento das profecias. Esta descrição da mensagem de Paulo corresponde a resumos gerais anteriores dos seus argumentos nas sinagogas (17:2-3; 18:5), e obviamente reflete a sua praxe normal.
24-25. O resultado foi o tipo de resposta mista que Paulo recebera em ocasiões anteriores. Alguns ficaram persuadidos pelo que ele dizia, mas nada se diz para sugerir que foram convertidos a uma aceitação pessoal da mensagem. Outros ficaram francamente sem convicção alguma. Assim desfez-se a reunião, com os judeus argumentando entre si. Foram embora, e não há, tampouco, sugestão alguma de que quaisquer deles ficaram suficientemente interessados para voltarem numa ocasião posterior. Antes da partida deles, no entanto, Paulo pronunciou uma palavra final. Declarou que o ESPÍRITO SANTO falara a verdade acerca deles nas palavras que !saias originalmente dirigira aos antepassados deles; era um caso de "tal pai, tal filho". A citação era uma daquelas que mais familiarmente se empregava na igreja primitiva. Fora empregada por JESUS (Lc 8:10; cf. Mt 13:1315; Mc 4:12); e é citada por João (Jo 12:39-40), e o próprio Paulo a empregara na sua Epístola aos Romanos (Rm 11 :8). Aqui, como em Mateus 13: 14-15, temos o texto inteiro da citação de Isaías 6:9-10, segundo a LXX. ~ possível que Lucas tenha deliberadamente abreviado o dito de JESUS que incorporou em Lucas 8:10, a fim de preservar o pleno efeito para o presente contexto.
26-27. Diz-se ao povo de DEUS que, por muito que venha a ouvir e ver, nunca entenderá nem perceberá o que DEUS lhe diz. Este é um julgamento divino sobre ele porque ele mesmo tornou seu coração impérvio à Palavra de DEUS; deixou com que se tornasse surdo e cego por causa de ter medo de ouvir e ver a perturbadora Palavra de DEUS e, assim, de receber livramento da parte de DEUS. A Palavra de DEUS traz consigo o diagnóstico do pecado, que é doloroso de se escutar e aceitar, mas, ao mesmo tempo, fere a fim de curar. Uma vez que a pessoa deliberadamente recusa a Palavra, chega a um ponto em que é despojada da capacidade para recebê-Ia. Esta é uma advertência severa às pessoas que não levam a sério o evangelho.
28. Tendo em vista estes fatos, os judeus devem tomar nota solene do fato de que a mensagem da salvação agora está sendo enviada aos gentios, e que estes corresponderão mais favoravelmente à oferta. Duvida-se que esta é uma rejeição definitiva dos judeus. As cartas de Paulo certamente indicam que esperava no tempo certo uma mudança de coração da parte deles (Rm 11 :25-32). É bem possível que Lucas, também, entendesse assim a situação.262 Seja como for, a missão cristã dedica aos gentios toda a sua atenção, por enquanto. Paulo já não se sente obrigado a ir "primeiramente aos judeus", e é bem possível que Lucas aqui o apresente como um exemplo a ser seguido pela igreja em geral.
30. Durante dois anos, Paulo continuou a morar na sua própria habitação. A frase "às suas próprias expensas" (ARA e ARC: "que alugara") dá a entender que tinha alguma fonte de renda; os prisioneiros podiam, em certas circunstâncias, exercer as suas próprias profissões. A tradução alternativa, na sua própria casa, que alugara, talvez .expresse com exatidão a situação resultante. O importante é que Paulo não estava numa prisão comum, mas, sim, continuava no modo de vida descrito em v. 16. Embora não tivesse liberdade de movimentos, nem por isso deixava de atuar como missionário cristão, pois as pessoas podiam vir visitá-lo; Paulo podia escrever acerca do "evangelho pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de DEUS não está algemada" (2 Tm 2:9).
O que aconteceu no fim dos dois anos? A implicação é que alguma coisa alterou-se a esta altura (Haenchen, pág. 724). As várias possibilidades são:
(1) Foi a esta altura que Lucas escreveu o Livro de Atos, e não sabia o que haveria de acontecer depois. É possível que esperasse escrever um terceiro volume, retomando a história a esta altura. A dificuldade com este ponto de vista é que exige uma data muito recuada (mas não impossível) para Atos. O Livro dá a muitos leitores a impressão de ter sido escrito a partir de uma perspectiva posterior.
(2) Os judeus deixaram de comparecer para promover a sua ação jurídica contra Paulo (v. 21). O que não sabemos é se Paulo seria automaticamente solto nesta situação. Sherwin-White (págs. 112-119) refutou de modo eficaz o conceito de que os requerentes deviam comparecer dentro de um prazo específico, senão, o processo caducaria e seria arquivado. Mas não parece que refutou a possibilidade que, se os acusadores nunca comparecessem, finalmente haveria o perdão por decurso de prazo. Uma objeção mais séria é que 23:11 e 27:24 claramente dão a entender que Paulo compareceria diante de César.
(3) Paulo foi julgado e inocentado, ou o governo romano abriu mão do processo contra ele (Sherwin-White, págs. 118-119 mostra a realidade desta última possibilidade).
Nos dois casos (2) e (3), o problema se vincula com a questão mais lata de se Paulo passou a desfrutar um período de liberdade antes de voltar a ser preso e, finalmente, executado. É esta a impressão que se obtém das Epístolas Pastorais, pois há um consenso de opinião no sentido de que, sendo genuínas as Epístolas, as atividades ali subentendidas não se encaixam na carreira de Paulo em qualquer ponto anterior. Há muito debate sobre a questão, no entanto; alguns argumentam que as Epístolas não são autênticas e, portanto, têm dúbio valor histórico, ao passo que outros alegam que podem ser harmonizadas com a carreira de Paulo antes do fim de Atos. O único evento sobre o qual há unanimidade é que Paulo foi executado pelos romanos.
(4) A possibilidade final é que Paulo foi julgado e executado a esta altura, mas que Lucas não quis registrar o seu martírio; já dera indicações indiretas em suficiência no decurso da narrativa (20:23-25, 38; 21 :13; 23:11; 27:24), e preferia deixar seus leitores como quadro de Paulo pregando livremente o evangelho em Roma, diante dos gentios. Se, porém, Lucas sabia acerca do martírio de Paulo, ou do massacre dos cristãos em Roma levado a efeito por Nero, é extremamente difícil entender como poderia ter pintado um retrato tão geralmente favorável das autoridades romanas e da atitude delas para com Paulo (23:29). Deve-se reconhecer, no entanto, que o retrato de Lucas descreve as autoridades romanas das provindas, e é possível que seja subentendido um contraste o governo romano central.
O quadro fica ambíguo. De um lado, é difícil perceber como Paulo poderia ter sido condenado à morte conforme a evidência registrada em Atos; do outro lado, parece haver consciência no Livro de Atos de que Paulo haveria de comparecer diante de César e morrer como mártir.
31. Seja qual for a verdade, o destino de Paulo é secundário, comparado com o progresso do evangelho. A descrição final mostra Paulo pregando aos gentios a mesma mensagem que pregara no decurso da história em Atos, e isto com intrepidez e sem impedimento. A implicação é que as acusações contra Paulo eram falsas e que o próprio DEUS estava apoiando a sua proclamação. Nada que os homens são capazes de fazer é suficiente para impedir o progresso e vitória final do evangelho.
INTERAÇÃO
Professor, com a graça de DEUS chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados mediante o estudo do livro de Atos. A Igreja de CRISTO segue vitoriosa, e você faz parte dessa Igreja, por isso não deixe de dar continuidade a evangelização dos povos. Creia que a principal e mais urgente missão da Igreja é a evangelização dos povos e nações.
Na lição de hoje estudaremos a respeito da viagem de Paulo a Roma. Veremos que essa não foi uma viagem fácil. Paulo enfrentou grande perigo, todavia o Senhor o guardou e o levou em segurança até o seu destino final. Em Roma, Paulo ficou em prisão domiciliar e teve a oportunidade de se reunir com os líderes da comunidade judaica, testemunhando de CRISTO e dando continuidade à obra do Senhor.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Narrar os principais acontecimentos da viagem de Paulo a Roma.
Compreender que Paulo, com ousadia, proclamou o Evangelho de CRISTO em Roma.
Conscientizar-se de que a principal e mais urgente missão da Igreja é a evangelização de todos os povos e nações.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para a lição de hoje sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o ao concluir o primeiro tópico. Junto com os alunos reflita sobre o que aconteceu com Paulo durante essa viagem. Enfatize o fato de que Júlio, o oficial do exército romano, demonstrou ter consideração e respeito por Paulo (27.3), tendo, inclusive, ajudado o missionário durante o naufrágio (27.43).
RESUMO DA LIÇÃO 13 - PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA
I- VIAGEM DE PAULO A ROMA (AT 27.1 - 28.10)
1. De Cesareia a Roma (27.1-44).
2. Paulo na ilha de Malta (At 28.1-10).
3. Paulo chega a Roma (Mt 28.11-1 5).
II- O EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL DO IMPÉRIO (AT 28.16-31)
1. Prisão domiciliar (28.16).
2. Apologia entre os judeus (28.1 7-22).
3. Progresso do evangelho em Roma (28.23-31).
SINOPSE DO TÓPICO (1 )
Paulo sofreu um naufrágio em sua viagem a capital do império romano, porém, DEUS guardou a vida do seu servo, livrando-o da morte.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Paulo foi conduzido pelas autoridades até Roma. Ali, em prisão domiciliar, ele pregou o evangelho de nosso Senhor JESUS CRISTO.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliográfico
Paulo em meio a tempestade "A experiência de Paulo na tempestade, dentro da vontade de DEUS, contrasta com a de Jonas, que estava em desobediência. Comparando as duas, notamos: Paulo viajava para cumprir sua sagrada vocação.Jonas fugia da chamada que recebeu. Este se escondeu e dormiu durante a tempestade. Aquele dirigia as operações e encorajava os passageiros.
A presença de Jonas no navio era a causa da tempestade. O navio em I que Paulo viajava seria preservado de todo dano se os tripulantes respeitassem seu aviso (At 27.9,10). I
Jonas foi forçado a dar testemunho acerca de DEUS (Jn 1.8,9). Paulo, com boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu DEUS. A presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era boa vontade e coragem, falou acerca da sua visão e do seu DEUS. A presença de Jonas no navio ameaça a vida dos gentios. A presença de Paulo era uma garantia para a vida dos seus companheiros de viagem. O navio I em que Jonas viajava recebeu alívio quando ele foi jogado no mar. A conversão de Paulo salvou a tripulação do navio no qual era prisioneiro. Há muita diferença em atravessar uma tempestade dentro e fora da vontade de DEUS! Paulo, andando segundo o querer de DEUS, em comunhão com Ele tornou-se bênção para todos quantos atravessavam o perigo com ele. Conforme Paulo anunciou, todos escaparam ilesos para a terra.
Ficaram na ilha durante o inverno, um período de três meses. Mais uma vez foi manifestada a presença de DEUS através de Paulo" (PEARLMAN, Myer. Atos. 1. ed. RJ: CPAD, 1995, pp. 248-49).
QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 13 - PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA
RESPONDA CONFORME A REVISTA DA CPAD DO 1º TRIMESTRE DE 2011
Complete os espaços vazios e marque com "V" as respostas corretas e com "F" as falsas.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"E, na noite seguinte, apresentando-se-lhe o ___________________________, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim testificaste em __________________________, assim importa que testifiques também em _____________________________ (At 23.11)".
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
A __________________________ e a mais urgente ________________________ da igreja é a ________________________________ de todos os povos e nações.
INTRODUÇÃO
3- Complete:
O apóstolo Paulo não era ______________________________ de César ou de Roma; era-o de ________________________________ (Ef 3.1; Fm 9). Os fatos que o conduziram a Roma não eram incidentais, mas propositais, pois foram __________________________ por DEUS (At 23.11). Se era urgente fosse o evangelho anunciado em _______________________________, a capital religiosa dos judeus, era premente que a palavra da salvação alcançasse ____________________________, a capital política do Império.
4- De que maneira chega o evangelho à capital do Império Romano?
( ) O mensageiro na verdade achava-se livre e feliz.
( ) O mensageiro na verdade achava-se preso.
( ) Mas a mensagem da cruz tinha livre curso em Roma.
( ) Ninguém era capaz de deter a mensagem da cruz.
( ) A Palavra de DEUS avançava sem impedimento algum.
I- VIAGEM DE PAULO A ROMA (AT 27.1 - 28.10)
5- Complete:
Constrangido a apelar para _____________________________, o apóstolo Paulo é conduzido agora pelas autoridades romanas à capital do império. O que parecia um simples traslado de ______________________________, haveria de ser registrado pela história como o início da maior expansão do __________________________ que, conquistando toda a Europa Ocidental, não tardaria a chegar aos pontos mais ignorados do planeta.
6- Como foi a viagem de Paulo, começando em Cesareia, rumo a Roma (27.1-44)? Complete:
Em sua viagem, o apóstolo conta com a assistência de ___________________________ e de um crente macedônio chamado ________________________ (ver 19.29; 20.4; CI 4.10; Fm 24). Além disso, o centurião que lhe cuida da segurança, trata-o com deferência e humanidade. Permite-lhe inclusive que visite a igreja em ________________________. Quando DEUS nos envia, até os inimigos fazem-se amigos e os amigos tornam-se irmãos. Açoitada pela voragem do mar, segue a nau lenta e dificultosamente até _____________________________, na Lícia. Desta cidade, zarpam em direção da Itália em um navio procedente de ____________________________. Embora prisioneiro, o apóstolo mantém o controle da situação. Mostra uma ______________________ moral e espiritual que viria a surpreender a todos naquela nau. Haja vista a advertência que faz ao centurião quanto aos perigos que os aguardavam em seu _________________________ a Roma. O militar, que de início prefere ouvir o piloto a Paulo, ver-se-á mais adiante obrigado a reconhecer a oportunidade de seu _________________________.
7- Como foi a estada de Paulo na ilha de Malta (At 28.1-10)? Complete:
Forçados a desembarcar em Malta, localizada ao sul da ______________________, todos são tratados com singular bondade pelos naturais da terra. Ali, opera o Senhor, por intermédio de Paulo, ___________________________ e maravilhas. Aquele que se mostrara imune à _________________________ que se achava oculta nos gravetos, cura o pai de _______________________, magistrado local, e recupera a saúde a muitos ilhéus. Dessa maneira, semeia Paulo uma igreja que não tardaria a __________________________.
8- Como foi a chegada de Paulo a Roma (Mt 28.11-1 5)? Complete:
Decorridos ______________________ meses, o navio que conduziria Paulo a Roma, zarpa generosamente suprido pelos malteses. Desembarcam em Siracusa, chegam a Régio e aportam em Putéoli. Aqui, instados pelos irmãos, o apóstolo juntamente com seus companheiros hospedam-se por ______________________ dias. Já em Roma, encontra-se com alguns irmãos na praça de Ápio. O Senhor jamais _______________________ os seus mensageiros, mesmo distantes da pátria querida, faz-nos Ele nos sentirmos em casa.
II- O EVANGELHO É PROCLAMADO NA CAPITAL DO IMPÉRIO (AT 28.16-31)
9- Como foi a Prisão domiciliar de Paulo (28.16)?
( ) Apesar de recair sobre Paulo uma acusação de crime capital, era-lhe permitido morar por sua própria conta até que fosse julgado e condenado por Nero.
( ) Como não recaía sobre Paulo nenhuma acusação de crime capital, era-lhe permitido morar por sua própria conta.
( ) Apesar de vigiado por um soldado, tinha liberdade de ler, escrever, receber visitas e, naturalmente, evangelizar.
( ) Terá aquele militar se convertido a CRISTO? Não tenho dúvidas. Mesmo sem liberdade, o Senhor deixa-nos livres para realizar a sua obra.
10- Como Paulo apresenta sua apologia do evangelho, entre os judeus de Roma (28.1 7-22)?
( ) De sua prisão domiciliar, Paulo convoca os líderes da comunidade judaica para expor-Ihes os eventos que o trouxeram sob algemas a Roma.
( ) Como apóstolo dos gentios, aproveita ele para anunciar que JESUS era, de fato, o Messias de Israel.
( ) Todos os ouvintes de Paulo deixam-se persuadir, alguns preferem continuar até a morar ali com ele.
( ) Alguns deixam-se persuadir, outros preferem continuar na incredulidade.
( ) Entre os gentios, contudo, o evangelho põe-se a expandir até mesmo na elite romana.
11- Qual era a situação de Roma nessa época e como foi o progresso do evangelho em Roma (28.23-31). Complete:
Roma era o centro político, econômico e cultural do ____________________. Apesar de sua grandeza e não obstante a sua importância, a cidade fizera-se notória pela lassidão ______________________ e pela degenerescência de seus costumes. Em seus termos, eram realizados os ______________________ mais extravagantes e as mais exóticas religiões eram praticadas. Existiam ___________________ encontradiços em cada praça e logradouro entre as gentes de toda parte que se misturavam pelas ruas de Roma. Berço de notáveis oradores, políticos, generais e juristas, era a cidade marcada pela ____________________, ignorância e por uma soberba tola e animalesca. Haja vista as deferências cultuais que recebiam imperadores como ____________________ e Calígula. Todavia, ali estava um ____________________ que haveria de sobrepor-se sobre a todos os mais afamados símbolos e potentados romanos: o Evangelho de CRISTO JESUS. Haveria este de avançar com muito mais determinação do que as mais aguerridas ___________________ romanas. Avançaria sim e conquistaria _________________ sem impedimento algum.
CONCLUSÃO
12- Complete:
Se Lucas deixa em aberto os Atos dos Apóstolos, por que iríamos nós fechar as ______________________ que o ESPÍRITO SANTO nos abre todos os dias? Sim, portas à evangelização nacional e portas às __________________ transculturais. Aproveitemos, pois, o ______________________ das Assembléias de DEUS no Brasil, para dar continuidade à evangelização dos povos. Atos 1.8 é uma _______________________ que não pode ser esquecida. Se nos dispusermos a ir, todos os impedimentos ser-nos-ão tirados.
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Atos - Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica - edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - SP
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