Lição 12, Betel, O custo pessoal de viver os planos de Deus, 2Tr23,
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ESBOÇO DA LIÇÃO
1- CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS NÃO IMPEDEM OS PLANOS DE
DEUS
1-1- Sonhos ou pesadelos?
1-2- A companhia do Deus imutável
1-3- Fonte de prosperidade
2- A FÉ PROVADA PELAS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA
2-1- Teste de integridade
2-2- Teste de resistência
2-3- Teste de força
3- SEMEADURA E COLHEITA
3-1- Frutos amargos da integridade.
3-2- Servindo aos homens como ao Senhor.
3-3- A visão espiritual da tribulação.
TEXTO ÁUREO
“Muitas são as
aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” Salmo 34.19
VERDADE APLICADA
A nossa confiança
na bondade de Deus não pode depender das circunstâncias do momento.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar que
adversidades não impedem os planos de Deus.
Mostrar que as provas fazem parte da vida cristã.
Destacar que Deus está vendo e cuidando de tudo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
- GÊNESIS 39
1 E José foi levado
ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio,
comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.
2 E o Senhor estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu
senhor egípcio.
3 Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor estava com ele e que tudo o que ele
fazia o Senhor prosperava em sua mão,
4 José achou graça aos seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e
entregou na sua mão tudo o que tinha.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl
24.1 O domínio universal de Deus.
TERÇA / Rm 8.28-39 Todas as coisas contribuem para o bem.
QUARTA / 1 Co 7.20-24 Cada um fique na sua vocação.
QUINTA / 2Co 4.15-17 O desígnio e efeito das aflições.
SEXTA / 1Tm 6.1-2 Os deveres dos servos.
SÁBADO / Tt 2.7-10 Devemos ser exemplo em tudo.
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que Deus
nos capacite a confiar e sermos fiéis a Ele.
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SUBSÍDIOS
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No mundo tereis
aflições – Isso é uma certeza, mas com JESUS somos mais do que vencedores.
João 16.33 Tenho-vos dito isso, para
que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci
o mundo.
Não importa o tamanho da Aflição, DEUS é maior e poderoso para
destruí-la.
1 Sm 17. 45 Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com
lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus
dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. 46 Hoje mesmo o SENHOR te
entregará na minha mão; e ferir-te-ei, e te tirarei a cabeça, e os corpos do
arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às bestas da terra; e
toda a terra saberá que há Deus em Israel. 47 E saberá toda esta congregação
que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR é a guerra,
e ele vos entregará na nossa mão.
DEUS era com José em toda parte e situação
E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito;
mas Deus era com ele. 10 E livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu
graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o
Egito e toda a sua casa. Atos 7.9
Tribulação ou Aflição
2 Co 4.17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para
nós um peso eterno de glória mui excelente,
Tribulação ou Aflição produz Paciência, depois experiência e esperança.
Rm 5.3 E não somente isto,
mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a
paciência; 4 e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. 5 E a
esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso
coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
רע AFLIÇÕES ra Ì (HEBRAICO)
Mau, ruim, desagradável, maligno , que causa
dor, infelicidade, miséria.
Ruim (referindo-se à qualidade - terra, água etc.), ruim (referindo-se ao valor), pior que, o
pior (comparação), triste, infeliz, muito dolorido, grosseiro, de mau caráter, ímpio eticamente, mal, aflição, miséria, ferida, calamidade, adversidade, dano.
θλιψις AFLIÇÕES thlipsis (GREGO)
1) ato de prensar, imprensar, pressão
2) metáf. opressão, aflição, tribulação, angústia, dilemas
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Comentários BEP - CPAD
39.1 JOSÉ FOI LEVADO AO EGITO.
José foi levado ao Egito aproximadamente em 1900 a.C. Isso deve ter ocorrido
cerca de duzentos anos depois da chamada de Abraão (Gn 12.1-3). José enfrentou
três grandes provas no Egito: a prova da pureza pessoal, prova essa que os
jovens frequentemente enfrentam quando estão longe de casa; a prova da
oportunidade de vingança, uma prova por que frequentemente passam as pessoas
que sofreram injustiças e a prova de encarar a morte (quando José esteve
injustamente na prisão). Em cada caso, José triunfou na prova mediante sua confiança
em Deus e suas promessas.
39.2 O SENHOR ESTAVA COM JOSÉ.
As Escrituras deixam claro que a separação entre José e o seu povo estava sob o
controle de Deus. Deus estava operando através de José e das circunstâncias
deste, a fim de preservar a família de Israel e reuni-la segundo a sua promessa
(Gn 45.5-15; 50.17-20,24; Sl 105.17-23)
39.9 COMO... EU... PECARIA
CONTRA DEUS? Todo o pecado, inclusive o pecado contra a integridade do
casamento (i.e., o adultério), é sobretudo um pecado contra Deus (Sl 51.4). O
rei Davi, tempos depois, aprendeu essa lição em amarga experiência, ao longo de
um contínuo julgamento divino em sua vida e na de sua família (ver Êx 20.14).
39.12 ELE... FUGIU. José, por
lealdade e fidelidade a seu Deus, bem como por lealdade a Potifar, continuou
resistindo ao pecado (Pv 7.6-27). Ele triunfou sobre a tentação, porque de
antemão já estava firmemente decidido a permanecer obediente ao seu Senhor e a
de não pecar (v. 9). O crente do novo concerto vence a tentação da mesma
maneira. Ele precisa tomar uma decisão firme e resoluta de não pecar contra
Deus. Havendo esse propósito, não poderá haver lugar para desculpas, exceções
ou concessões.
39.20 E O ENTREGOU NA CASA DO CÁRCERE.
A vida de vitória sobre a tentação e a fidelidade a Deus nem sempre resultam em
recompensa imediata. José sofreu por causa da sua retidão. Cristo declara que
seus seguidores são também perseguidos por causa da justiça (Mt 5.10) e nos
afirma que tais pessoas são bem-aventuradas e que receberão um grande galardão
no céu (Mt 5.11,12).
39.21 O SENHOR... ESTAVA COM JOSÉ.
Quatro vezes no capítulo 39 está escrito que o Senhor estava com José (vv.
2,3,21,23). Porque José honrava a Deus, Deus honrava a ele.
Aqueles que temem a Deus e o
reconhecem em todos os seus caminhos têm a promessa de que Deus dirigirá todos
os seus passos (Pv 3.5,6).
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AFLIÇÕES
O não-salvo
sofre aflições por causa de seus próprios pecados (Sl 107.10,39), o
cristão por causa da maldição do pecado e da morte sobre o mundo, por causa de
Satanás (Jó 1.6-12; 2.1-7) e porque o mundo pecador abomina a justiça e a luz (Jo
15.18; 3.20). Moisés
escolheu “ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter
o gozo do pecado” (Hb 11.25).
No entanto,
isso não explica completamente as aflições que podem sobrevir a um crente.
Consideradas através de uma dimensão mais profunda, elas fazem parte de Romanos
8.28 - “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a
Deus” - no sentido de que Deus permite as aflições para o bem do cristão.
Paulo, que conheceu as maiores provações, chama as aflições do crente de
“leves” quando comparadas à glória que o acompanha quando vai ao encontro do
Senhor (2 Co 4.17).
De acordo
com o Senhor, o tempo de maior aflição, a Grande Tribulação, irá ocorrer
exatamente antes de Sua segunda vinda (Mt 24.21,29,30; cf. Ap
7.14; Ap 6-19). Ele diz que “se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma
carne se salvaria” (Mt 24.22).
A
expressão, “as aflições de Cristo”, usada por Paulo em Colossenses 1.24, não se
refere a qualquer sofrimento de Cristo que deva ser completado pelos crentes.
Os católicos romanos ensinam que é possível ajudar a preencher esses
sofrimentos e juntar-se à obra de Cristo, assim como é possível executar obras
meritórias que serão acrescentadas à Sua obra. Paulo está aqui se referindo aos
sofrimentos infringidos ao Corpo de Cristo, isto é, à igreja, e fala dessa
maneira por causa da íntima união que existe entre o Senhor e aqueles que são
seus. O Senhor se refere a essa união em João 17.21 ao orar da seguinte forma;
“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também
eles sejam um em nós”.
Veja
Agonia; Sofrimento. R, A. K.
Uma palavra
que normalmente significa tristeza, usada para traduzir várias palavras gregas
e hebraicas diferentes. Esdras expressou com essa palavra (Ed 9.5) a sua
demonstração de humilhação e tristeza expressas por meio do jejum. Em Provérbios
12.25 a palavra significa ansiedade, solicitude. O Messias dará uma veste de
louvor ao invés de um espírito angustiado ou desalentado (Is 61.3). Tristeza ou
pesar é a conotação no Salmo 119.28 e em Provérbios 10.1, como também em Romanos
9.2 e 2 Coríntios 2.1, onde o substantivo grego lupe é traduzido como
“tristeza”, e pelo verbo correspondente “entristecer” nos versículos seguintes
(2.2-7). As provas e as tentações também podem causar tristeza e angústia para
o crente durante a era presente (1 Pe 1.6). Sentimento que envolve uma pessoa
ao arrepender-se dos seus pecados (Tg 4.9). Epafrodito estava “muito
angustiado” (Fp 2.26), isto é, estava aflito porque a igreja filipense havia
sido informada de que ele estava doente. Este mesmo verbo grego descreve a
profunda aflição da alma que Cristo suportou no Getsêmani (Mc 14.33).
A expressão
“coração aflito” é encontrada em Provérbios 25.20, onde a palavra hebraica ra'
significa “triste”, como também em Gênesis 40.7 e Neemias 2.1,2. J. R.
Dicionário
Bíblico Wycliffe
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Ele os consola com uma promessa de paz em si
mesmo, em virtude da sua vitória sobre o mundo, sejam quais forem as
dificuldades com que eles se depararem (v. 33): “‘Tenho-vos dito isso, para que
em mim tenhais paz’. E, se não a tiverdes comigo, não a tereis nunca, de
maneira nenhuma, pois no mundo tereis tribulações. Vós não deveis esperar por
mais ninguém, mas deveis alegrar-vos, pois Eu venci o mundo”. Observe:
1. O
objetivo que o Senhor Jesus Cristo tinha ao pregar este sermão de despedida aos
seus discípulos: que nele, eles pudessem ter paz. Com isto, Ele não pretendia
dar-lhes uma visão completa daquela doutrina da qual, em pouco tempo, eles se
tornariam mestres, pelo derramamento do Espírito, mas somente fazê-los
perceber, neste momento, que seu afastamento deles tinha, realmente, as
melhores intenções. Ou podemos interpretar de maneira mais genérica: Cristo
tinha dito tudo isto a eles, para que, quando se alegrassem nele, pudessem
sentir a melhor alegria em si mesmos. Observe: (1) É a vontade de Cristo que
todos os seus discípulos tenham paz interior, quaisquer que sejam os problemas
externos. (2) A paz em Cristo é a única paz verdadeira, e somente nele os
crentes a têm, pois Ele mesmo é nossa paz, Mateus 5.5. Por intermédio dele, nós
temos paz com Deus, e, da mesma forma, nele, nós temos paz no nosso espírito.
(3) Este é o objetivo da Palavra de Cristo, que nele possamos ter paz. A paz é
o fruto dos lábios, e especialmente dos lábios santos do Senhor Jesus, Isaías
57.19.
2. A
acolhida que eles provavelmente encontrariam no mundo: “Vocês não terão uma paz
exterior, nunca esperem tê-la”. Embora fossem enviados para proclamar a paz na
terra, e a boa vontade para com os homens, eles deveriam esperar problemas na
terra, e má vontade por parte dos homens. Observe que a sorte dos discípulos de
Cristo era ter tribulações neste mundo, maiores ou menores. Os homens os
perseguem por serem tão bons, e Deus os corrige por não serem melhores. Os
homens desejam eliminá-los da terra, e Deus deseja, pelos sofrimentos, torná-los
adequados para o céu. E desta maneira, entre ambos, eles terão tribulações.
3. O
incentivo que Cristo lhes dá com referência a isto: “Mas tende bom ânimo”, tharseite.
“Não somente se sintam consolados, mas tenham coragem. Tenham bom ânimo, e tudo
ficará bem”. Observe que, em meio às tribulações deste mundo, é o dever e o
interesse dos discípulos de Cristo ter bom ânimo, para que possam conservar seu
deleite em Deus, independentemente daquilo que os estiver pressionando. E sua
esperança em Deus também deverá ser mantida, independentemente daquilo que os
estiver ameaçando. Eles, sem dúvida, estarão contristados, de acordo com o
estado de espírito da ocasião, e ainda assim estarão sempre alegres, sempre de
bom ânimo (2 Co 6.10), mesmo em meio às tribulações, Romanos 5.3.
4. A base
para tal incentivo: “Eu venci o mundo”. A vitória de Cristo é um triunfo
cristão. Cristo venceu o príncipe deste mundo, desarmou-o, e expulsou-o. E
ainda esmaga Satanás debaixo dos nossos pés (Rm 16.20). Ele venceu os filhos
deste mundo, pela conversão de muitos à fé e à obediência do seu Evangelho,
tornando-os filhos do seu reino. Quando Ele envia seus discípulos para pregar o
Evangelho a todo o mundo, “Tende bom ânimo”, diz Ele, “‘Eu venci o mundo’, e
assim como Eu venci, vós também vencereis. Embora tenhais tribulações no mundo,
ainda assim ganhareis seu espaço e cativareis o mundo”, Apocalipse 6.2. Ele
venceu os maldosos do mundo, pois muitas vezes o Senhor silenciou seus
inimigos, pela vergonha. “E tenham bom ânimo, pois o Espírito os capacitará
para que possam fazer a mesma coisa”. Ele venceu as coisas malignas do mundo,
sujeitando-se a elas. Ele suportou a cruz, desprezando-a, e se sujeitou a uma
grande vergonha. O Senhor também venceu as coisas boas deste mundo, estando
completamente morto para elas. Seus olhos não viram beleza nas suas honras, nem
encantos nos seus prazeres. Nunca houve no mundo um vencedor como Cristo, e nós
devemos nos sentir encorajados por isto: (1) Pelo fato de Cristo ter vencido o
mundo antes de nós, podemos considerar o mundo como um inimigo derrotado, que
muitas vezes foi frustrado. Na verdade: (2) O Senhor o venceu por nós, sendo o
capitão da nossa salvação. Nós temos interesse na sua vitória. Pela sua cruz, o
mundo foi crucificado para nós, o que indica que o mundo foi completamente
derrotado e transferido para nossa possessão. Tudo pertence ao Senhor, até o
mundo. Tendo Cristo vencido o mundo, os crentes nada têm a fazer, senão buscar
sua vitória e dividir os despojos. E isto nós fazemos pela fé, 1 João 5.4. Nós
somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou.
Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 11, Betel, Os planos de
Deus nos sonhos de José, 2Tr23, Pr
Henrique, EBD NA TV
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SUBSÍDIOS
Lição 7, JOSÉ: FÉ EM MEIO ÀS INJUSTIÇAS
4º
Trimestre de 2016 - Título: O DEUS de Toda Provisão - Esperança e
Sabedoria Divina para a Igreja em meio às Crises
Comentarista: Pr.
Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de
Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"E o
SENHOR estava com José, e foi varão próspero [...]." (Gn 39.2)
VERDADE PRÁTICA
No enfrentamento de uma crise, a sabedoria divina é indispensável.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 37.3,4 Uma túnica
colorida e a crise de inveja
Terça - Gn 37.6-8 Um sonho e o início de várias crises
Quarta - Gn 37.22 Um plano perverso e a crise da cova
Quinta - Gn 37.28 Da crise da cova para a crise da escravidão
Sexta - Gn 39.20 Da crise da escravidão para a crise do cárcere
Sábado - Gn 39.21 A bênção de DEUS e a sua benignidade em tempos de crise
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 37.1-11
1 - E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã. 2
- Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as
ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os
filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu
pai. 3 - E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era
filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. 4 - Vendo, pois,
seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos,
aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente. 5 - Sonhou também José
um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais. 6 - E
disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: 7 - Eis que
estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e
também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao
meu molho. 8 - Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás
sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o
aborreciam por seus sonhos e por suas palavras. 9 - E sonhou ainda outro sonho,
e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o
sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. 10 - E, contando-o a seu pai
e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que
sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos
perante ti em terra? 11 - Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém,
guardava este negócio no seu coração.
OBJETIVO GERAL - Ressaltar que DEUS deu a José sabedoria para gerenciar a crise
da fome no Egito.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Apontar os
sonhos de José e as crises que ele teve que enfrentar;
Ressaltar a
crise da cova e da escravidão na vida de José;
Enfatizar a
sabedoria de José para administrar as crises.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
José era o filho amado do patriarca Jacó. DEUS tinha um plano na vida dele e
esse projeto lhe foi revelado, pelo Senhor, por intermédio de alguns sonhos. É
importante ressaltar que não eram os sonhos do jovem José, mas sim os planos de
DEUS para ele e sua família. Mas, José partilhou aquilo que era para ele com
seus irmãos e seu pai no momento errado. Os irmãos de José eram invejosos e não
aceitaram os seus sonhos. Com certeza, eles perceberam que DEUS iria colocar
José em uma posição de destaque na família. José tinha promessas de DEUS para
sua vida, mas isso não o livrou das crises. As crises não endureceram o coração
de José, nem o afastaram de DEUS. Elas contribuíram para moldar o caráter do
jovem e prepará-lo para o palácio de Faraó. Se você está enfrentando algumas
crises, assim como José, não desanime. Não permita que a amargura e o
sofrimento o afastem de DEUS. Quem sabe o Senhor não esteja forjando o seu
caráter e o preparando para algo especial?
PONTO CENTRAL - DEUS concedeu a José sabedoria para administrar crises.
Resumo da Lição 7, JOSÉ:
FÉ EM MEIO ÀS INJUSTIÇAS
I - DOIS SONHOS E MUITAS CRISES
1. A família de José.
2. A inveja dos irmãos de José.
3. Os sonhos de José (Gn 37.7,9).
II - A CRISE DA COVA E DA
ESCRAVIDÃO
1. José é vendido como escravo
(Gn 37.27,28).
2. José na casa de Potifar.
3. José prosperou na casa de
Potifar.
III - SABEDORIA PARA
ADMINISTRAR A CRISE
1. José é abençoado por DEUS
na prisão (Gn 39.21-23).
2. José e os dois oficiais de
Faraó.
3. Da prisão ao palácio de
Faraó (Gn 41.1-8).
SÍNTESE DO TÓPICO I - José
revelou seus dois sonhos a sua família e logo teve que enfrentar algumas
crises.
SÍNTESE DO TÓPICO II - José
teve que enfrentar a crise da cova e da escravidão, mas DEUS estava com ele.
SÍNTESE DO TÓPICO III - DEUS é
a fonte de toda sabedoria. Ele nos concede sabedoria para administrar as
crises.
CONHEÇA
MAIS
FOME NO
EGITO
"Registros
egípcios contam que a fome, causada pelas estiagens nas cabeceiras do Nilo,
durou muitos anos. A agricultura egípcia dependia das enchentes anuais ao longo
do rio, que depositavam terra nova fértil tornando a irrigação possível. Também
nesse aspecto a autenticidade do relato bíblico tem total sustentação
histórica" Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.46.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
"Para simbolizar o novo ofício de José, Faraó lhe deu o anel que usava, no
qual estava estampado o selo de autoridade, vestiu-o de vestes de linho fino, e
pôs um colar de ouro no seu pescoço. Deu-lhe um carro, no qual desfilou
publicamente com a proclamação de que ele deveria ser honrado pela população.
Em seguida, mudou-lhe o nome para Zafenate-Paneia, que quer dizer 'abundância
de vida ou o deus que fala e vive'. Por fim, José se casou com uma moça de
família de alta posição da cidade sacerdotal de Om. José foi lançado em
estreito contato com o paganismo do Egito, mas não foi vencido por ele.
[...] Quando se tornou o segundo governante mais poderoso em posição no Egito.
Ele sabia exatamente o que fazer. Durante 7 anos de colheitas abundantes,
juntou todas as colheitas que iam além das necessidades imediatas do povo e as
armazenou em numerosas cidades do Egito. Durante esse tempo, nasceram-lhe dois
filhos. O primeiro foi chamado Manassés, que significa 'o que esquece', como
testemunho de que DEUS havia apagado dos pensamentos tristes e íntimos de José
os anos de trabalho e de toda a casa de seu pai. O segundo filho foi chamado
Efraim, 'dupla fertilidade', como testemunho das providências misericordiosas
de DEUS na terra da sua aflição.
Quando chegaram os sete anos de fome, o Egito estava preparado com uma grande
provisão de alimentos armazenada para a emergência. Mas a seca cruzou as
fronteiras do Egito e atingiu a região de Canaã e outros países vizinhos.
Dentro do próprio Egito, logo as pessoas sentiram fome e pediram comida. Sem
demora, José as abasteceu de provisões segundo um plano já em execução. As
pessoas tiveram a permissão de comprar os grãos armazenados e, assim, tiveram o
suficiente para comer. Habitantes de outros países ficaram sabendo da provisão
que havia no Egito e foram comprar alimentos" (Comentário Bíblico Beacon.
1.ed. Vol 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 114,115).
PARA REFLETIR - A respeito de José, fé em meio às injustiças, responda:
Quem era o pai de José?
Jacó, neto de Abraão.
Qual o presente que Jacó deu a José e que demonstrava seu favoritismo?
Uma capa colorida.
O que fez com que os irmãos de José fossem tomados pela inveja?
A revelação dos sonhos de José.
Quanto os ismaelitas pagaram por José?
O venderam por vinte moedas de prata.
Faraó nomeou José para que cargo?
Para governador do Egito, o segundo cargo mais importante depois de Faraó.
CONSULTE
- Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 68, p39.
Comentários extras - Pr. Henrique - Várias fontes.
A expressão
José do Egito está errada, o correto é dizer José no Egito.
As esposas
de Jacó são suas sobrinhas em 2º grau.
יוסף Yowceph
José =
"Javé adicionou" - o filho mais velho de Jacó com Raquel
Os dois
filhos de José passam a substituir José como tribos de Israel. (Levi passou a
tribo sacerdotal - ficou sobrando duas vagas, preenchidas pelos dois filhos de
José).
E Jacó disse a José: O DEUS Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de
Canaã, e me abençoou. E me disse: Eis que te farei frutificar e multiplicar, e
tornar-te-ei uma multidão de povos e darei esta terra à tua descendência depois
de ti, em possessão perpétua.
Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que
eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Ruben e
Simeão;
Mas a tua geração, que gerarás depois deles, será tua; segundo o nome de seus
irmãos serão chamados na sua herança. Gênesis 48:3-6
TODOS NÓS
SONHAMOS TODOS OS DIAS.
Existem
sonhos dados por DEUS, mas é quase inexistente em nossos dias. Se DEUS der um
sonho e exigir segredo, então teremos que guardar segredo, se não exigir deve
ser contado. pode ser que DEUS queira que esse sonho seja contado para uma
pessoa ou pode ser que esse sonho deva ser contado para a igreja e ainda para todo
mundo. na maioria das vezes, ou seja, 99,99% das vezes sonhamos e esses sonhos
são produto de nossas mentes. coisas passadas ou coisas que nos impressionaram
em uma leitura da bíblia ou de um livro, ou em filme ou em documentários ou
ainda ouvimos de alguém alguma coisa que nos impressionou. Jacó sonhou (Gn
28.12), mas não teve revelação dos sonhos alheios, porém seu filho José sonhava
sonhos dados por DEUS e interpretava sonhos de outras pessoas, dados por DEUS.
O profeta Daniel sonhava sonhos dados por DEUS (Dn 7.1) e recebia interpretação
dos sonhos dos outros, como os sonhos de Nabucodonosor (Dn 2.1). Labão
teve sonho dado por DEUS a respeito de Jacó (Gn 31.24). Em Gn 31.10 e 11 DEUS
vem a Jacó em sonhos para lhe dar estratégia de prosperidade. DEUS falou com
Abimeleque em sonhos a respeito da esposa de Abraão (Gn 20.6).
José sonhou
e viu seus sonhos realizados. Os empregados do palácio de faraó sonharam e José
interpretou seus sonhos. Faraó sonhou e José interpretou seus sonhos.
José
recebeu revelação de que Maria estava grávida do ESPÍRITO SANTO através de um
sonho.
Existem
sonhos dados por DEUS.
Por que
José era o preferido de Jacó e odiado por seus irmãos?
1- Era o filho primogênito de Jacó com Raquel a quem ela amou toda sua vida,
tendo trabalhado por ela e tendo se casado com ela, sendo enganado pelos seus
responsáveis dando-lhe Leia ou Lia em lugar dela; 2- Era um filho zeloso pelas
coisas de seu pai e de toda família, levando sempre a seu pai o conhecimento de
tudo de errado que via acontecer pela ação de seus irmãos; 3- Tinha sonhos
vindos de DEUS o colocando como superior a seus irmãos; 4- Tinha sonhos de DEUS
colocando-o acima de seus pais.
A ascensão
de José a vizir (conselheiro-chefe) do Egito, embora não mencionada nos textos
egípcios, é bastante viável na era dos hicsos (governantes semitas do Egito, c.
1.600 a.C.. Seja qual for a data é o preferido para Moisés e da composição do
Pentateuco, vários séculos devem tê-lo separado dos patriarcas, durante o qual
as histórias sobre eles foram supostamente repassadas de boca em boca, ou
talvez por algum tipo de registro antigo escrito, mas agora perdida. de
qualquer maneira, estes paralelos confirmam que a história registrada em
Gênesis é bastante confiável.
SEMELHANÇAS ENTRE JACÓ E JOSÉ
Mesmo estudando a providência
de DEUS; a fé de José; e a sabedoria dada por DEUS para que administrasse a
crise no Egito, que são os objetivos de nossa lição. Há algumas situações na
vida de José que chama a atenção quando conseguimos enxergar. Comparando a história
de Jacó com a de José, parece até uma repetição da história.
Isaque foi enganado por Jacó.
Jacó é enganado pelos filhos.
Jacó e separado da família por 20 anos. José ficou longe do convívio familiar o
mesmo tempo.
Jacó reencontra o irmão e acontece uma reconciliação de paz. José reencontrar
seus irmãos e dá um banquete e fazendo o discurso de perdão e paz.
E ainda. A mãe de ambos era estéreis.
AJUDA
- Lição 13 - José, a Realidade de Um Sonho - 4º trimestre de 2015 - O
Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de Genesis
Comentarista
da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
"As
Escrituras deixam claro que a separação entre José e o seu povo estava sob o
controle de DEUS. O Senhor estava operando através de José e das circunstâncias
deste, a fim de preservar a família de Israel e reuni-la segundo as suas
promessas.
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS AUTORES E LIVROS COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Pr.
LUIZ HENRIQUE
Filho
Primogênito
Na cultura
judaica, o filho primogênito tinha o direito de receber uma porção dobrada da
herança dos pais. Esse direito era chamado de direito de primogenitura (Dt
21.15-17).
Jacó mais
abençoado que Esaú. Moisés mais abençoado que Arão. Efraim mais que Manassés e
por aí vai José, o penúltimo, mais que todos os outros 11.
Primogenitura - Na verdade o
que vemos é que alguém deseja a bênção da primogenitura e luta por ela, assim
como um dom do ESPÍRITO SANTO hoje, está disponível a todos, mas são raríssimos
os que por causa desses dons ou por causa de um deles despreza as mordomias da
vida e luta para agradar a DEUS e ser canal de DEUS para salvação das almas.
Foi assim com Jacó e com José.
Jacó saiu para a terra natal de seu Avô e mãe a fim de se casar e para fugir da
ira de seu irmão mais velho, Esaú.
José foi tido como morto, nada possuía, mas foi o que se deu bem.
Quem escolhe DEUS - esse é o primogênito no final.
Todo o que aceita a JESUS como único Senhor e Salvador se torna um filho com as
mesmas regalias dos filhos primogênitos. Somos co-herdeiros com CRISTO da mesma
herança.
Quem preferiu DEUS se deu bem - Para ganhar tem que perder
Jacó era um sonhador que sonhava os sonhos de DEUS (sonhos que DEUS dava para
ele) e não os dele ou de alguém. Quem encostava perto de José sonhava também.
Isso pega. Sonhe sonhos de DEUS para sua vida.
A maioria absoluta de sonhos são nossos ou de impressões marcadas em nosso
subconsciente. Sonhe os sonhos de DEUS (sonhos que DEUS dá para nós).
José foi preso e seus companheiros de cela sonharam. José foi solto por causa
de um sonho de Faraó. Onde José estava havia sonhos dados por DEUS para que
José estivesse acima de todos e na presença de DEUS e fosse instrumento de DEUS
para interpretar esses sonhos.
De quem era
o direito da primogenitura? Filho mais velho da esposa legitima
No caso de Jacó que amava Raquel e trabalhou por ela e foi enganado, o que
valia para DEUS era então José o primogênito pelo direito divino.
Humanamente,
Assim ficou o direito de primogenitura na casa de Jacó:
Rubem
perdeu sua primogenitura, que na verdade não era sua, por ter se deitado com
Bila, concubina de seu pai.(Genesis 49:3-4) -
Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais
excelente em alteza e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não
serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o
contaminaste; subiu à minha cama.
Simeão e Levi, o segundo e terceiro filhos de Jacó, sobre os quais deveria
recair o direito de primogenitura, também o perderam. Eles foram instrumentos
de violência, especialmente no fato ocorrido em Siquém (Gn 34), por isso o
Senhor não lhes repassou o direito de primogenitura (49:5-7).
A realeza, um dos itens da primogenitura, foi dada ao quarto filho, Judá
(Gn 49:10).
Preferência por um filho era herdada.
Na família de Isaque, pai de Jacó. também houve preferências por filhos (E
amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.
Gênesis 25:28). Jacó deveria ter aprendido a não fazer isso, mas copiou de seu
pai a preferência por um filho e assim preferiu a José mais do que a todos os
outros filhos por ser este filho de sua amada esposa Raquel e por ser este
filho de sua velhice.
Gên. 37:3 E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque
era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
José foi vendido e saiu de Canaã aos 17 anos, seu irmão Benjamim tinha
5 anos, depois de ser escravo de Potifar, ser prisioneiro do rei, foi
governador de todo o Egito aos 30 anos e só viu seu pai depois de 22 anos que
estava no Egito, só aí então viu realizados seus sonhos aos 39 anos, quando
agora já era governador de todo o Egito por 9 anos. José morreu com 110 anos.
Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as
ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com
os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles a
seu pai.
Genesis 37:2
E José era da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do
Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por toda a terra do Egito
- Genesis 41:46
Porque já houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco
anos em que não haverá lavoura nem sega - Genesis 45:6
E morreu José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram
num caixão no Egito - Genesis 50:26
JOSÉ SOFREU INJUSTIÇA EM TODO
TEMPO DE SUA VIDA, MAS DEUS ERA COM ELE.
INJUSTIÇA perversidade,
maldade. עול ‘aval uma raiz
primitiva;
1) agir erradamente ou injustamente, desviar-se de, agir erradamente
Quatro vezes no capítulo 39
está escrito que 'o Senhor estava com José' (vv. 2,3,21,23). Porque José
honrava a DEUS, DEUS honrava a ele. Aqueles que temem a DEUS e o reconhecem em
todos os seus caminhos têm a promessa de que DEUS dirigirá todos os seus passos
(Pv 3.5,6) "(Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2006, p. 39).
Também em Atos, Estêvão diz
que DEUS estava com José: E os patriarcas, movidos de inveja, venderam
José para o Egito; mas DEUS era com ele. Atos 7:9.
José levou 13 anos até ser
governador + 7 de fartura + 2 anos de seca = 22 anos para ver seu pai
novamente.
Isso mesmo. Que coisa hein! Só se realizou totalmente seus sonhos depois de 22
anos. Família paciente.
25 de Abraão para nascer Isaque, 20 de Isaque para nascer Jacó, 14 de Jacó para
casar com Raquel e 22 de José para realizar seus sonhos.
Uma geração de paciência e perseverança. Isso é fé.
AJUDA
Lições Bíblicas CPAD - 1º Trimestre de 1991 - A VIDA DE ABRAÃO -
Comentários: EURICO BERGSTEN
JOSÉ E O
ÁRDUO CAMINHO DA VITÓRIA
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
A história
de José nos mostra quanto vale ser crente desde a infância; e prova que a
presença do Senhor na vida do crente é a solução para todos os problemas que
surgem, sejam eles quais forem. (SCR e CB)
I. JOSE
CONHECEU A DEUS NO SEU LAR
1.José, o
filho predileto de Jacó. José, o décimo primeiro filho de Jacó, era o
primogênito de Raquel, a esposa que Jacó amava. Raquel faleceu quando José era
ainda criança, mas ele cresceu cercado de amor. Certamente teve grande
repercussão sobre a vida de José o encontro que seu pai Jacó teve com DEUS no
Vau de Jaboque, quando exclamou: "A minha alma foi salva". José
também teve o seu encontro com DEUS. É absolutamente necessário que os
lares dos crentes sejam verdadeiros viveiros espirituais. Onde impera o
verdadeiro despertamento, o coração dos pais converte-se aos filhos (Lc 1.17).
2. José, o
Jovem predestinado por DEUS. José. experimentou a manifestação do ESPÍRITO
SANTO em toda sua vida. Ainda muito jovem teve dois sonhos proféticos, os quais
lhe deram a certeza de que DEUS tinha alguma coisa preparada para ele,(Gn
37.5-10). Já adulto, recebeu de DEUS preparo para interpretar sonhos (Gn
40.8-22). DEUS prepara o crente para a obra que tem a fazer, através da
operação do ESPÍRITO SANTO.
II. JOSÉ
AJUDA SEU PAI NA ADMINISTRAÇÃO DOS NEGÓCIOS
l. As
excelentes qualidades de José.
Embora
ainda muito novo, com apenas 17 anos, foi colocado pelo pai na administração de
seus grandes rebanhos. Talvez tivesse sido mais apropriado colocar neste cargo
a Rubem, o primogênito, mas este por causa de problema de ordem moral perdeu o
direito à primogenitura (Gn 49.4). José, o primogênito de Raquel, assumiu esse
cargo com muita eficiência. Isto explica a túnica de várias cores que Jacó deu
a Jose. Era o tipo de túnica compatível com um cargo de gerência.
2. Os
irmãos de José o odiavam. O motivo era inveja. Não suportavam a lembrança
dos sonhos que José tivera. É interessante observar que o ódio que os irmãos
nutriam por José, não o prejudicou em sua vida espiritual. Isto é uma evidência
de que antes de este ódio se manifestar, José já vivia em íntima comunhão com
DEUS. Uma experiência com DEUS em profundidade é a mais grandiosa solução para
cada jovem. Vivendo perto de DEUS, o crente vence qualquer forma de ódio e de
resistência.
III. JOSÉ É
VENDIDO COMO ESCRAVO
1. A
traição dos irmãos de José. Um dia Jacó enviou José a ver o estado
de seus rebanhos (Gn 37.12-17). Seus irmãos, vendo-o de longe, sugeriram
matá-lo. Porém. Rubem conseguiu impedi-los (Gn 37.21-22). Passando por aquele
local, àquela hora, uma caravana de ismaelitas a caminho do Egito, venderam
José como escravo àqueles mercadores. Para ocultar o que haviam feito, tingiram
a túnica de José com sangue e enviaram-na a Jacó com a mensagem: "Conhece
agora se esta será ou não a túnica de teu filho'' (Gn 37.32). DEUS estava com
José.
DEUS
conosco é garantia de que todas as coisas que possam vir a acontecer, cooperam
para o bem (Rm 8.28). DEUS guardou José de um mal pior que o ódio e a
perseguição; DEUS guardou José de dar lugar à raiz de amargura (Hb 12.15). A
história de José mostra que ele não foi acometido por este mal. Ver Gn 42.21
-24. O crente em comunhão com DEUS não sofre dano em consequência de males que
aparecem em seu caminho (Lc 10.19).
2. José na
casa de Potifar. José foi comprado por Potifar, capitão da guarda
palaciana (Gn 39.1). O que Potifar não sabia era que, junto com José, a bênção
do Senhor havia entrado em seu lar (Gn 39.2). Tudo prosperava nas mãos de José,
e logo ele foi colocado sobre toda a casa de Potifar (Gn 39.4) Na casa de
Potifar aguardavam José mais provações. A mulher de Potifar. pessoa sem moral,
quis seduzir José. Mas, José, como homem de DEUS, repeliu-a dizendo: "Como
pois faria eu este tamanho mal e pecaria contra DEUS?" (Gn 39.9). Irada
com a recusa, a mulher de Potifar arquitetou uma armadilha para José, e
falsamente acusou-o. Potifar, crendo nas mentiras da mulher, mandou lançar José
na prisão do rei (Gn 39.10-20).
3. José na
casa do cárcere. O Senhor entrou com José no cárcere (Gn 39.21). O Senhor
lhe deu graça diante dos olhos do chefe do cárcere, e logo este o investiu de
autoridade sobre os demais presos (Gn 39.21-23). Ali no cárcere José teve
oportunidade de interpretar o sonho de dois presos. "Não são de DEUS as
interpretações?" (Gn 40.8). o copeiro chefe do rei viu 3 cachos de uvas e
que dava o suco na mão do rei, assim José interpretou que em 3 dias estaria
servindo ao rei. O padeiro chefe do rei sonhou com coisas de confeiteiro e que
3 aves comiam dessas delícias em sua cabeça e José interpretou dizendo que em 3
dias ele seria executado que as aves lhe comeriam sua carne. E da forma como
José interpretou, assim aconteceu. Quando o copeiro-mor saiu do cárcere. José
lhe disse: "Lembra-te de mim quando te for bem...faça menção de mim a
Faraó*' (Gn40.14).
IV. JOSÉ É
LEVADO À PRESENÇA DE FARAÓ
Passaram-se
dois anos inteiros desde que o copeiro-mor deixou o cárcere, então ele lembrou
do pedido de José (Gn 41.1).
1. José
interpreta o sonho de Faraó (Gn 41.25-32). Faraó teve dois sonhos. os
quais perturbaram o seu espírito e ele não encontrava quem os interpretasse.
Foi então que o copeiro-mor se lembrou de José, e contou acerca dele a Faraó.
Imediatamente, José foi conduzido à presença do soberano, que lhe contou os
sonhos e José os interpretou. A interpretação dos dois sonhos era uma só: Sete
vacas gordas que eram comidas por sete vacas magras e uma haste com sete
espigas boas que eram comidas por sete espigas secas que saiam após estas
gordas significavam que sete anos de fartura seriam seguidos de sete anos de
fome, e que DEUS estava dando o aviso a fim de que nos anos de fartura se
ajuntassem alimentos para suprir os anos de fome (Gn 41.25-37).(SH).
Faraó,
impressionado com a revelação divina, disse: "Acharíamos um varão como
este, em quem haja o espírito de DEUS?" (GrT41.38). E nomeou José
governador de todo o Egito, com a incumbência de administrar o armazenamento e
a distribuição de alimentos. José assumiu imediatamente o encargo. As
abundantes colheitas foram devidamente armazenadas, a ponto de não ser possível
numerar os estoques de trigo ajuntado (Gn 41.46-49).
2. José
governa o Egito. A escalada de José até o palácio não foi fácil. Quando
finalmente chegou à posição de governador do Egito e foi o administrador do
salvamento dos egípcios e de nações vizinhas, José pôde entender a lógica das
diferentes etapas de seu árduo caminho, e de fato experimentar que muitas vezes
"o Senhor tem o seu caminho na tormenta" (Na 1.3). Assim dizem as
Escrituras: "Todos os seus caminhos juízos são" (Dt 32.4), e. ainda: "Todas
as veredas do Senhor são misericórdia e verdade" (SI 25.10). DEUS havia
feito José entender a razão de seus muitos sofrimentos, por isso ele pôde dizer
a seus irmãos: "Porque para conservação da vida DEUS me enviou diante da
vossa face"(Gn45.7).(SD e DB)
V. JACÓ
ENVIA SEUS FILHOS AO EGITO
l. O
reencontro de José com seus irmãos. Tendo ouvido que Faraó estava vendendo
trigo a todos os povos, Jacó mandou seus filhos ao Egito a fim de se
abastecerem do cereal. Benjamim ficou com o pai. enquanto os dez se dirigiam ao
Egito. Apresentarem-se a José. o qual facilmente reconheceu seus irmãos sem ser
deles reconhecido. José os interrogou acerca da família deles, e eles lhe
contaram acerca do irmão mais moço. Para prová-los, José reteve a Simeão como
refém até que voltassem a ele trazendo a seu irmão Benjamim.
2. O
estratagema de José. Os filhos de Jacó voltaram ao Egito na companhia de
Benjamim e José ficou muito emocionado ao ver seu irmão, o filho mais moço de
sua mãe Raquel. Quando seus irmãos se preparavam para retomar a Canaã José os
submeteu a mais uma prova. Mandou esconder seu copo de prata no saco de
Benjamim. E quando eles já estavam a caminho, enviou atrás deles emissários
dizendo que o copo do governador estava desaparecido, que eles eram os suspeitos,
e que aquele em cuja bagagem o copo fosse encontrado, ficaria no Egito como
escravo de José. O copo foi achado na bagagem de Benjamim, e todos voltaram à
presença de José. Judá, então, fez a José uma emocionante súplica,
oferecendo-se para ficar como escravo no Egito em lugar de Benjamim, porque:
"Como subirei eu a meu pai se o moço não for comigo? Para que não veja eu
o mal que sobrevirá a meu pai" (Gn44.18- 34). E fora justamente Judá
aquele que havia proposto que José fosse vendido como escravo aos ismaelitas...José
entendeu que a natureza de seus irmãos havia verdadeiramente mudado. E deu-se a
conhecer a seus irmãos: "E levantou a sua voz com choro...Eu sou José;
vive ainda meu pai? E seus irmãos não puderam responder porque estavam pasmados
diante da sua face" (Gn45.1-3). Logo os irmãos retomaram o caminho para
Canaã, não só levando consigo trigo, mas também levando consigo a incumbência
de preparar a mudança de toda a família para o Egito. Ao anunciarem a Jacó que
José ainda vivia e que era o governador do Egito, o seu coração desmaiou porque
não os acreditava. Mas vendo os carros que José enviara para levá-lo ao Egito,
reviveu o seu espírito (Gn 45.26-27). Não demorou muito até que toda a família,
um grupo de 70 pessoas (75?), estava descendo para o Egito (Gn 46. l-4). (SG,
SH e SA).
VI. JOSÉ
CUIDOU DE SEU PAI ATÉ QUE ESTE MORRESSE
José fez
isto de forma a constituir-se em um exemplo para todos os tempos. Não somente
deu a Jacó o sustento material, mas deu-lhe carinho e seu cuidado! É realmente
melhor mostrar o nosso amor e o nosso cuidado aos nossos velhos pais enquanto
os temos em vida, do que prestar-lhes homenagens junto à sepultura. "Honra
a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa" (Ef6.2).
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Genesis, O Princípio
de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
INTRODUÇÃO
A história ele José ganha um espaço especial no livro de Genesis nos capítulos
37 a 50. O velho Jacó vivia como estrangeiro na terra de Canaã, a qual DEUS
prometera como herança à descendência de Abraão. Nos planos divinos, fatos
contundentes haveriam de acontecer a partir de José, tomando-se o mesmo o
personagem por excelência na história do povo de Israel.
I. JOSÉ,
AMADO E ODIADO POR SUA FAMÍLIA
1. Amado de seu pai (vs.1-4).
José era um
adolescente, de 17 anos de idade, e Jacó o amava muito, porque era o filho de
sua velhice. Além disso, ele se destacava dentre seus irmãos, porque era
temente a DEUS e não concordava com o mau procedimento deles. Jacó demonstrava
sua preferência paterna por José, provocando, com esta atitude, a inveja e o
ciúme de seus irmãos.
2. Odiado por seus irmãos (vs.4-11).
Havia duas
razões principais para o ódio dos seus irmãos: era a denúncia que José trazia a
Jacó das más ações cometidas por eles, fora das vistas do velho pai e quando,
ingenuamente, contava seus sonhos a eles e os sonhos sempre eram interpretados
colocando-o como líder sobre seus irmãos e isto era suficiente para eles o
odiarem e desejarem e livrar dele.
3.
Maltratado e vendido como escravo (vs.12-36).
Por ser o
mais novo dos filhos, José foi enviado por seu pai ao campo onde estavam seus
irmãos, cuidando dos rebanhos da família, em Siquém. Quando José chegou entre
eles, seus irmãos já haviam formulado uma trama para livrarem-se dele, pois o
ódio era patente em seus olhos e corações. Seus irmãos queriam
matá-lo, mas Rúben impediu que eles assassinassem o próprio irmão,
pois isto muito entristeceria o velho pai. Resolveram então colocá-lo dentro de
uma cisterna, cavada naquela região. Antes, tiraram-lhe a túnica talar, que o
distinguia dos demais, e o venderam como escravo a uma caravana de ismaelitas
(Gn 37.25)
4. As consequências amargas da inveja e do ódio.
A Bíblia
diz que "os irmãos de José eram movidos de inveja" (At 7.9). A inveja
surge como um sentimento negativo, de mesquinharia humana, causada pela queda
ao pecado, desde nossos primeiros pais, Adão e Eva. Geralmente, a inveja surge
da tentativa de compensar o fracasso em relação a outras pessoas. O invejoso
não aceita o sucesso de outrem.
II. JOSÉ É
HUMILHADO E EXALTADO NO EGITO
1. José é vendido na feira de escravos, no Egito (Gn 39.1).
Longe da
casa do pai, José amargava a separação. Não entendia porque tanto ódio da parte
de seus irmãos. Passava pela feira de escravos um oficial da corte real de
Faraó, por nome Potifar e, ao ver o jovem escravo, percebeu que o mesmo tinha
características diferentes e superiores aos demais. Comprou-o dos ismaelitas e
o levou para servir em sua casa.
2. José prospera na casa de Potifar (Gn 39.1-6). José alcançou graça diante de
seu amo Potifar e foi designado para ser mordomo da sua casa. Todos os negócios
foram geridos por José, e a casa de Potifar prosperou grandemente. DEUS estava
com José em tudo o que fazia.
3. José foi tentado pela mulher de Potifar (Gn 39.6-12).
É difícil,
às vezes, entender os desígnios de DEUS, mas a verdade deste incidente, na
experiência de José, estava no fato de que ele deveria ser provado, a fim de
estar apto para um propósito maior. Segundo a Bíblia, além das qualidades
morais e espirituais, José "era formoso de parecer e formoso à vista"
(Gn 39.6). Fisicamente, ele era bonito e desejável para os prazeres da carne. A
mulher de Potifar colocou os olhos em José e tramou situações pelas quais
pudesse atrair o jovem mordomo. Mas ele recusou os ímpetos insistentes daquela
mulher, declarando a ela, que não poderia trair a confiança de seu senhor __
(Gn 39.8). Não podendo convencê-lo com palavras e atitudes sensuais, aquela
mulher o pegou pelo vestido, com força, mas ele escapou assim mesmo, deixando
suas vestes rasgadas nas mãos dela (Gn 39.12). A mulher de Potifar se fez de
vítima e lançou sobre José a acusação de tentativa de sedução (Gn 39.14-18).
Ouvindo Potifar a acusação mentirosa de sua mulher contra José, mandou-o para o
cárcere dos presos do rei.
4. José é abençoado por DEUS dentro da prisão (Gn 39.21-23; 40.6-8).
DEUS foi
benigno com José, isto é, em todo o tempo da sua humilhação, a presença
benévola e complacente do Senhor esteve com ele. Esse é o modo de DEUS tratar
com aqueles que sofrem e padecem aflições (Rm 2.4; Sl 36.7; 119.76). Naquela
prisão, a benignidade do Senhor sustentou e guardou José (Pv 20.28).
A graça
divina quebrantou o coração do carcereiro-mor e o fez ver as qualidades morais
e intelectuais de José. Dentro daquela prisão, José encontrou dois chefes da cozinha
da casa real: o chefe dos copeiros e o dos padeiros da casa de Faraó. Ambos
sonharam, e como os egípcios criam que os sonhos representavam presságios bons
ou ruins, contaram a José os seus sonhos. José tinha a graça de DEUS, para
interpretar sonhos. Isto acontecia, desde quando estava na casa de seu pai
Jacó. Sem entrar nos detalhes, vemos que José revelou o significações dos
sonhos aos dois, e pediu ao copeiro que se lembrasse dele perante Faraó, uma
vez que ele era apenas uma vítima, e não culpado de qualquer ato indigno (Gn
40.14,15).
Naquela
prisão, a benignidade do Senhor sustentou e guardou José (Pv 20.28).
III. JOSÉ É
LEVADO À PRESENÇA DE FARAÓ
1. José é lembrado perante Faraó (Gn 41.1-8).
Faraó teve
dois sonhos seguidos que o deixaram perturbado, pois não entendia o significado
dos mesmos. É aqui que DEUS entra em ação, mais uma vez, para cumprir sua
palavra, anteriormente, revelada a José, ainda na casa de seu pai. O tempo do
cumprimento dos sonhos de José chegava no momento certo (Gn 37 .5-7). O
copeiro-mor estava servindo a Faraó, cerca de dois anos depois que saíra da
prisão, quando viu o rei perturbado. O Senhor o fez lembrar-se de José e ele
falou a Faraó sobre o que acontecera e como se cumprira a interpretação de
José. Faraó já havia convocado todos os astrólogos e adivinhos do palácio, mas
nenhum pudera interpretar os seus sonhos (Gn 41.8). O rei ficou pasmado com a
exatidão do cumprimento dos sonhos do copeiro e do padeiro e, por isso, ordenou
que lhe trouxessem José a sua presença.
2. José é conduzido ao Faraó (Gn 41.9-15)
No tempo
próprio, DEUS fez o copeiro-mor lembrar-se de José, o qual contou ao rei a
experiência que tivera, quando esteve preso com o jovem hebreu. O rei ficou
impressionado com a narrativa. Estava revoltado com os magos e ocultistas do
palácio, que não puderam interpretar os seus, sonhos. Na presença de Faraó,
José, com humildade, declara que a interpretação dos sonhos do rei viria de
DEUS, o seu Senhor (Gn 41.16). O plano divino na vida de José começava a
cumprir-se, literalmente.
3. José
interpreta os sonhos de Faraó (Gn 41.16-32).
O rei
contou os sonhos e o ESPÍRITO de DEUS abriu o entendimento de José para dar a
interpretação. José interpretou os sonhos, afirmando que os dois se resumiam
num só, pois dentro de pouco tempo o Egito passaria por uma grande escassez de
alimentos e, para evitar esta crise, era necessário que o rei se prouvesse de
mantimentos. O rei ficou perplexo por tanta inteligência e visão administrativa
do jovem hebreu. A verdade é que DEUS estava por detrás de tudo. José achou
graça diante de Faraó (At 7.10). Esta graça tinha a operação de DEUS, pois é
Ele quem dirige os destinos da nossa vida, quando fazemos a sua vontade. Ao
ouvir a palavra de José, em encontrar um homem que tivesse sabedoria para
administrar e governar toda aquela proposta, buscou entre seus homens, mas a
ninguém encontrou. Estava diante dele um estrangeiro recém-saído da prisão que
tinha o espírito de DEUS (Gn 41.12-39).
4. José é
nomeado governador do Egito (Gn 41.33-57).
Indiscutivelmente
o ESPÍRITO de DEUS estava com José - Ao tornar-se governador do Egito tomou-se,
também, a segunda pessoa mais importante do reino de Faraó. O rei viu em José
muito mais que um mero visionário. O rei viu nele alguém altamente capaz de
realizar um grande trabalho em favor do Egito. José não perdeu os seus dons
espirituais, e soube administrar a sua vida espiritual de modo a ser uma bênção
nas responsabilidades materiais.
CONCLUSÃO
A história
de José é longa e contêm muitas lições, mas destacaremos apenas alguns pontos,
os quais se constituem ricos e preciosos ensinos para a nossa vida cotidiana:
- No
primeiro tópico da lição aprendemos sobre o perigo da discriminação que alguns
pais fazem com seus filhos. Isto gera ciúmes, invejas e rancores entre os
demais irmãos. Por causa da discriminação, José quase foi assassinado por seus
irmãos. Não aconteceu, porque DEUS tinha um plano determinado com todos eles, especialmente,
José. Mesmo assim, foi vendido como escravo, mas DEUS esteve com ele o tempo
todo.
O
esquecimento do copeiro parece ter sido de propósito, na presciência divina,
pois, no tempo certo, ele lembrou-se de José. Devemos aprender a esperar em DEUS.
Ele não se atrasa, nem se adianta.
ENSINAMENTOS
PRÁTICOS
1. DEUS,
antecipadamente, preparou o espírito de José para a grande luta que
enfrentaria, quando fosse provado, ao revelar-lhe, através de sonhos, o seu
futuro. Por isso, mesmo vendido pelos irmãos e condenado à prisão por Potifar,
jamais retrocedeu em sua fé. Desta forma, teve o seu nome registrado na Bíblia,
e nas páginas da história humana. Como herói da fé está na galeria de Hebreus
11.
2. A humildade é tudo na vida do cristão. Se permanecermos humildes e
confiantes no Senhor, mesmo injustiçados, conforme aconteceu com José, no tempo
certo, DEUS nos dará a vitória. Portanto, não nos desesperemos, mas esperemos
com paciência o momento de sermos exaltados pelo Todo-poderoso.
3. A provação vem-nos na medida certa: nem mais nem menos. Apesar de
aparentemente dura, José suportou com resignação a prova estabelecida por DEUS
para sua vida, e alcançou a vitória. Em compensação, tornou-se o segundo homem
do Egito e salvou a humanidade da fome que assolou o mundo em seus dias.
Importante Estudo no livro de Genesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora:
JUERP
LEIA COM ATENÇÃO
O Sonho de José - 37:5-11
A cumplicidade de Jacó e a inexperiência de José foram, na providência de DEUS,
os meios para levar José ao Egito, a fim de preparar o lugar para a ida da
família. Quão insondáveis são os caminhos do Senhor! José tinha agora 17 anos,
idade suficiente para se conduzir com prudência diante de seus irmãos, mas
parece que era simples de coração e sem malícia. O sonho, depois de relatado,
não deixou dúvida nos irmãos quanto às inocentes pretensões do rapaz. Foi assim
que lhe perguntaram: "Tu, pois, deverás reinar sobre nós?" O sonho
seguinte foi ainda mais impressivo, porque colocava pai e mãe debaixo de sua
autoridade. Por isso Jacó o repreendeu. Mas a insensatez de José foi ao ponto
de revelar ainda este sonho a seus irmãos.
A Viagem Funesta de José - 12-29
Jacó está morando em Manre ou Hebrom (verso 14) porém as exigências de pastagem
para o gado demandavam a retirada dos pastores para lugares distantes. Como já
sabemos, toda a riqueza de Jacó consistia em formidáveis rebanhos de animais, e
não era fácil achar pastagem para tanto gado dentro dos limites de uma aldeia.
Os pastores iam de lugar em lugar, fazendo um circuito de algumas léguas, até
que voltavam ao lugar de partida, dando tempo para que o pasto crescesse. Outras
vezes, tomavam na ida uma direção e na volta outra, indo e voltando por lugares
diferentes. Só depois de meses é que voltavam a casa. Os moradores eram poucos,
em comparação, e havia muito espaço para pastagem. Mais tarde, tornou-se esta
maneira de vida mais difícil, com o povoamento da terra, deixando apenas as
montanhas e os lugares imprestáveis para a agricultura. Numa destas viagens, os
filhos de Jacó demoraram mais do que era esperado, e ele ficou apreensivo e
mandou José saber como iam.
José era
como Jacó seu pai, de natureza caseira. Ficou em casa fazendo companhia ao
velho.
Os pastores tinham já viajado algumas léguas e não estavam mais no vale de
Hebrom, mas estavam em Siquém, talvez a oito ou nove léguas de Hebrom. Foi
neste lugar que se deu o triste caso entre os siquenitas e os filhos mais
velhos de Jacó. É estranho que tivessem vindo para este lugar. Possivelmente,
tudo tinha mudado entrementes e não havia mais perigo de uma represália. Mesmo
DEUS fez cair tal temor diante do povo da terra para com Jacó, que ele e sua
família ficaram acobertados por esse respeito invisível. Andando de lugar em
lugar, perguntou José a um homem onde estavam seus irmãos. Este lhe respondeu
que em Dotã, lugar mais tarde célebre com Eliseu. Apenas o moço foi visto pelos
irmãos, planejaram o modo por que se veriam livres dele, visto estarem longe de
casa e ser fácil encobrir o crime. Havia muitas cisternas ou poços por toda
parte, para coletar as águas pluviais, a fim de abeberar os rebanhos no tempo
da seca. O primeiro ímpeto foi matá-lo e esconder o corpo numa destas
cisternas. Assim, não só ficava escondido, mas no caso de ser descoberto, havia
possibilidade de se dizer que tinha caído nela e tinha morrido de fome. Rúben,
o que tinha pecado contra o próprio pai, deitando-se com sua concubina, deu
conselho que, em lugar de matá-lo, o botassem dentro da cisterna vivo, talvez para
que logo fosse possível retirá-lo e restituí-lo ao seu pai. Esta é uma nota
agradável do caráter de um homem que aparece na história bíblica com um feito
tão triste. Rúben era, talvez, um desses homens de bom coração, mas de paixões
indomáveis, incapaz de dominar-se na hora do perigo. Este conselho foi aceito e
logo que José se abeirou deles, nada faltava para que fosse eliminado o
sonhador e acabados os seus sonhos. Pobre do homem que se levanta para destruir
os planos de DEUS. Eles, porém, ignoravam a origem daqueles sonhos. Tiraram-lhe
a túnica e lançaram-no na cisterna. Entre estas cisternas, havia algumas que
não sustinham a água e talvez esta fosse uma delas. Feito isto, sentaram-se
para comer pão ou, como nós diríamos, para almoçar ou jantar.
Passado algum tempo, não sabemos quanto, viram que se aproximava uma caravana
de mercadores, que descia ao Egito para vender as especiarias de que o Oriente
era tão rico. Gileade era célebre nestas especiarias. Judá alvitrou que em
lugar de matar o rapaz o vendessem a esses ismaelitas. Havia duas vantagens
neste conselho: a de evitar a morte de uma pessoa e a do lucro da venda. Todos
concordaram e, chamando os mercadores, venderam José por vinte siclos de prata,
o preço de um escravo. Rúben não estava presente quando esta transação foi
feita. Teria ido juntar algumas cabeças de gado que se estavam tresmalhando.
Quando voltou e não encontrou o irmão, ficou desolado. Não se diz que ele foi
notificado da transação, e sim que após sua volta tingiram a túnica com o sangue
de um animal, para enganar o pobre pai. Entretanto, este negócio não teria
ficado encoberto a Rúben, mas nada ele poderia fazer, em benefício do irmão.
Tinha o consolo de que pelo menos estava vivo, e, talvez, de uma ou de outra
forma, mais tarde, se pudesse libertar. Nos versos 25 e 28, estes mercadores
aparecem com dois nomes diferentes, como se fossem duas diferentes caravanas. A
explicação é fácil. Tanto ismaelitas quanto midianitas, todos descendiam de
Abraão. Os ismaelitas eram filhos de Ismael. Os midianitas descendiam do quarto
filho de Abraão e da concubina Quetura. Ambos estes povos ocupavam mais ou
menos o mesmo território, e mais tarde os midianitas eram todos os que moravam
em Midiã, quer descendessem de Quetura, quer de Ismael.
A Mensagem
a Jacó - 31-36
Estes
versos terminam a triste história do pecado daqueles homens desumanos e sua
desfaçatez em trazer uma mensagem mentirosa ao aflito Jacó. Um pecado chama
outro pecado. Vendido José, era preciso inventar uma mentira, para encobrir o
pecado. Não foi difícil. A túnica estava tinta de sangue. Por que não crer que
um animal feroz o tinha devorado? Havia tantos naqueles lugares! Não podemos
ler este trecho sem sentir viva simpatia por aquele coração quebrantado, Jacó.
Rasgou seus vestidos e cobriu-se de saco, em sinal de profundo desgosto,
recusando até ser consolado. Por todo o resto de sua vida ia Jacó lamentar a
perda do seu amado filho. Vieram seus filhos e filhas (Diná e as noras,
mulheres de seus filhos), mas não o puderam consolar. Que consolo hipócrita
teriam aqueles homens sem coração para dar? Parece até que tão frio era este
consolo que Jacó chegou a desconfiar. Anos depois acusou os filhos de o terem
desfilhado (43:39). Em sua agonia, declarou que desceria à sepultura sem
consolação.
Todas as
almas vão para a eternidade, isto é, para o Sheol ou Hades. Quanto aos lugares
de gozo ou sofrimento, não é uma questão que estes termos tenham de resolver.
As palavras de Jacó são que morreria, iria para a eternidade, sem ser
consolado. O último verso dá-nos a notícia de que José foi vendido a Potifar,
capitão da guarda de Faraó, no Egito, onde o encontraremos no capítulo 39.
JOSÉ NO
EGITO E A PROVIDÊNCIA DE DEUS COM ELE (Caps. 39-46)
O capítulo 38 interrompeu a história de José por um momento. Encontramo-lo
agora, de novo, em casa de Potifar, a quem tinha sido vendido como escravo.
Estes capítulos (39-46) podem ser classificados como a história da Providência
na vida de um homem. Os que não compreendem o porquê de muitas coisas, em suas
vidas e os que não crêem que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que
amam a DEUS devem ler esta história.
Não somente é inspiradora mas é consoladora também. Quem poderia ver no ato
iníquo e desumano dos irmãos de José o dedo da Providência? Quão insondáveis
são os caminhos do Senhor!
Tinha de preparar seu povo para os grandes deveres da vida nacional na terra
prometida, e não havia na terra nação onde melhor este povo pudesse ser
educado. O Egito era, naquele tempo, o centro da civilização e das artes, e
nenhum povo ficaria mais apto para estes grandes privilégios do que aquele que
mantivesse com os egípcios longos anos de contato. José foi o escolhido para
preparar o caminho. Para executar o plano, ele, certamente, teve de sofrer
provações, que alguém chamaria de calamidades, mas o DEUS que prova nunca deixa
de dar o conforto e a graça precisos para o triunfo. Potifar conheceu em José
um personagem de dotes e qualidades raros, doutra maneira não o poria à frente
dos negócios de sua casa. José prosperou e a casa de seu senhor também, a ponto
de este reconhecer que Javé estava com ele (José). Não esqueceu José sua
religião, nem a ocultou, como muitos de nós fazemos. Javé tornou-se
conhecido àquele incrédulo e este foi o primeiro resultado da ida de José para
o Egito. Tal foi a prosperidade e a confiança por ele conquistadas, que toda a
casa foi posta em suas mãos. Acompanhado da graça de DEUS em sua vida, tinha
ainda a vantagem de ser "formoso de parecer, e formoso à vista". Esta
qualidade é rara, sobretudo quando se ajunta com esta outra, a honestidade.
Todo este conjunto fez do herói o homem de DEUS para uma grande obra. Todos nós
podemos saber quando DEUS está realizando sua obra por nosso intermédio.
Infelizmente, as condições mudaram e José, o servo de DEUS, viu-se de repente a
braços com um problema sério.
A Tentação de José - 39:7-1 8.
Não sabemos quantos anos de paz e prosperidade José gozou na casa de seu
senhor. Sabemos que tinha 17 anos quando foi vendido, e pelo menos 5 anos tinha
passado no Egito, pois que realizações tão grandes como as que se deram com ele
naturalmente tomaram tempo. DEUS nunca age milagrosamente, quando os meios
naturais, são possíveis. Imaginemos que ele tenha agora 23 anos. É jovem, belo,
cuidadoso e de grande influência em toda a casa de seu amo. A mulher de seu
senhor pôs nele os olhos e cobiçou-o. Corajosamente, repudia a oferta e declara
que cometer tal crime seria não só um pecado, mas abuso de confiança. Longe
estava ele de pensar nos perigos decorrentes de se recusar às fascinantes e
insidiosas palavras da mulher de Potifar. O "amor não correspondido gera o
ódio", e foi o que aconteceu. Munida com o próprio vestido de José, prova
tremenda do seu suposto crime, ela o denuncia a seu esposo, como um sedutor.
José não se pode defender da acusação. Estrangeiro na terra, ele teria perecido
nesta situação difícil, se DEUS não fora com ele. Todo jovem deve ler esta
passagem e, inspirar-se na recompensa de DEUS para com os que lhe ficam fiéis.
José preferiu arrostar (Olhar de frente; encarar
sem medo)com todas as consequências e ficar com a consciência limpa, a
gozar uma vida fácil, com todos os favores.
José na
Prisão - 39:19-23
O crime suposto de José merecia a morte, mas, ou porque Potifar amasse o rapaz,
ou porque mantivesse alguma dúvida sobre a veracidade da acusação, em lugar de
matá-lo, mandou-o para a prisão. Não era a prisão comum, mas aquela para onde
iam somente os prisioneiros da casa real. Entretanto, não se julgue que fosse
um lugar delicioso. A prisão ficava num subterrâneo, possivelmente, como indica
o texto hebraico. Neste lugar, Javé não abandonou o fiel jovem, que pôde
resistir contra o pecado até o sangue (Hb. 12:4). DEUS deu-lhe graça diante do
próprio carcereiro, como tinha dado perante Potifar. Aquele o pôs como seu
ajudante, e tudo que fazia estava benfeito. Em toda parte Javé estava com José
e em todas as contingências lhe dava graça para achar favor diante dos que
tinha de servir. Este incidente na vida de José não teve, diante do seu próprio
senhor, tanta gravidade como geralmente se supõe, pela razão acima mencionada,
de que Potifar talvez não acreditasse na denúncia da esposa. Quando o copeiro e
o padeiro de Faraó pecaram e foram parar na mesma prisão, o carcereiro
entregou-os, com pleno conhecimento de Potifar, aos cuidados de José (40:4). É,
pois, claro que o que se tinha passado com sua mulher não tinha trazido
demérito à confiança de que José gozava.
O fato é que Potifar não podia deixar de punir uma denúncia contra um homem que
tinha sido apontado diante de todos os demais servos da casa como perturbador
da honra doméstica. Mas é difícil derrubar um homem que anda com DEUS e que
nele deposita sua confiança. É bem certa a palavra de Salomão, quando diz:
"Há um homem que perece por causa da sua justiça, e um perverso que
prolonga sua vida fazendo mal" (Ec. 7:15).
O Copeiro e o Padeiro de Faraó na Prisão com José - cap. 40
Embora na prisão, José teve sua sorte amenizada pelos contínuos favores de que
gozava ali mesmo. Chefe de todos os prisioneiros, com a estima do carcereiro e
a aprovação de Potifar, ia dia a dia mostrando que seu coração era reto e puro,
e DEUS tomava a si o encargo de o tornar cada dia mais aceitável a todos. Os
dois eunucos de Faraó, o padeiro e o copeiro, foram parar na prisão também, na
prisão real.
Os eunucos nas cortes orientais ocupam importantes papéis, sobretudo nos haréns
dos monarcas. Às vezes, desempenham funções de alta responsabilidade, e, não
raro, são as pessoas de mais confiança do rei. O próprio Vaticano ainda
conserva alguns destes eunucos, que são usados na música da Capela Sixtina.
São, aliás, os únicos encontrados num país cristão. Contra tal mutilação em
vida se levanta a própria Bíblia (Dt. 23:1; Lev. 21:20), classificando-a de
ímpia e desumana.
Não sabemos o que estes servos de Faraó fizeram para irem para a cadeia, mas
sabemos que a mais insignificante falta era punida com o maior rigor. Talvez
mesmo trivialidades ou, quem sabe, falta de fidelidade. Esta gente de ordinário
era intrigante, mexeriqueira, disputada e pronta para qualquer obra menos
escrupulosa. Na prisão, teve cada um seu sonho. Muito mais que hoje, os sonhos,
naquele tempo, tinham grande significação, e toda sorte de interpretações se
procurava para explicar os sonhos. Isto era verdade, tanto entre os povos
pagãos quanto entre os hebreus, sendo que estes tinham seus profetas, que eram
os oráculos divinos.
Os sonhos eram de tal caráter que os dois prisioneiros ficaram aterrados. José
veio a eles e perguntou-lhes por que estavam assim tristes. Responderam que não
havia intérprete para seus sonhos. José afirma que as interpretações pertencem
a DEUS. imediatamente, lhe contaram os sonhos, e ele os interpretou. José tinha
tido os seus sonhos e não sabemos se tivera ou não a chave dos significados;
todavia, agora o vemos com o discernimento da interpretação. Ou ele possuía o
dom de interpretação, ou DEUS lhe deu essa graça na ocasião, o fato é que
revelou o que cada sonho significava. Parece que esta revelação lhe foi dada na
ocasião.
No terceiro dia, os sonhos se cumpriram. No aniversário do rei, este restaurou
o copeiro-mor e enforcou o padeiro. O costume de fazer festa de aniversário é
bem antigo. O copeiro não mencionou o bom amigo da prisão, ou por esquecimento
ou por conveniência, mas DEUS conservava a lembrança para uma ocasião mais
oportuna. Aqueles dias deviam ser, para José, de apreensão e dúvidas, mas o bom
DEUS lhe deu graça para esperar a sua hora. Talvez depois de dois anos tenha
chegado à ocasião de o copeiro-mor se lembrar de José e em circunstâncias muito
mais favoráveis para ele. É coisa difícil esperar, mas é melhor esperar, que
agir antes do tempo.
Os Sonhos de Faraó - 41:1-13
Chegou a vez de José entrar em cena. Faraó teve dois terríveis sonhos, que
muito o perturbaram e que ninguém podia interpretar. Os sonhos de Faraó nos são
bem familiares e dispensam menção aqui. Entretanto, duas palavras sobre sua
importância não farão mal. O Egito seria um eterno deserto, se não fora o Nilo
que lhe empresta sua fertilidade. Somente ao longo do rio ou até onde suas
águas podem chegar há possibilidade de agricultura. Para isto, os antigos
Faraós empregaram milhares de homens na construção de canais, a fim de levarem
as águas do Nilo às partes mais distantes do deserto. As mais célebres obras da
engenharia antiga tiveram sua origem no Egito. O Nilo é como o Amazonas, que
cresce cada seis meses e baixa nos outros seis. Durante o período de enchente,
a terra é inundada e na vazante deixa o limo que as águas trazem das partes
altas.
Nisto consistia a grande fertilidade do Egito. O sonho de Faraó incluía espigas
e vacas. Isto devia ter despertado o seu espírito supersticioso, uma vez que os
sonhos se relacionavam com a vida do país. Os animais eram sagrados, sendo o
boi divindade muito adorada. Não somente isto, mas o fato de que as 7 espigas e
as 7 vacas devoravam umas às outras era singular. Todas estas coisas
contribuíram para tornar o sonho mais terrível.
Foram chamados todos os sábios, do que o Egito era fértil, mas nenhum deu volta
aos sonhos. Estabeleceu-se o alarma no palácio. Nesta altura, o copeiro
lembrou-se do prisioneiro que tinha interpretado seu sonho, e falou ao rei
sobre ele. Incontinente foi chamado o jovem hebreu à presença do rei. Para quê?
perguntaria José. "Para aumentar minha aflição ou para libertar-me?"
Neste caso, só uma grande confiança em DEUS poderia dar um sopro de alívio.
José na Presença do Rei - 41:14-46
José apressadamente barbeou-se, mudou de roupa e foi à presença do rei. O
costume de fazer a barba não é hebraico, mas egípcio. Os orientais aparecem nos
monumentos de barbas compridas, enquanto os egípcios são representados de barba
rapada. Estes detalhes históricos são uma evidência irrefragável da
historicidade da narrativa. O rei informou José acerca dos sonhos e disse-lhe
que nenhum dos sábios da terra os poderia interpretar. Respondeu José que a
faculdade de os interpretar não reside nos homens, mas em DEUS. Javé foi pela
primeira vez anunciado diante de Faraó. Havia um DEUS fora do panteão egípcio,
que reservava para si o poder de fazer o que nenhum outro deus podia. Como
obteve absoluta certeza de que DEUS ia revelar-lhe o segredo dos sonhos não nos
é dito, mas podemos supor que José estivesse investido das funções de profeta,
e disto tivesse certeza, tanto porque tinha já revelado o sonho dos
outros, quanto ainda porque durante este tempo DEUS lhe teria dado outras
demonstrações nesse sentido. A confiança com que fala, não deixa dúvida sobre
sua consciência de profeta. Os sonhos vieram de DEUS e só Ele podia dar a
interpretação. Estes sonhos eram mais que sonhos, em sentido vulgar, eram
verdadeiras revelações. DEUS revelou o futuro a Faraó, mas reservou para seu
servo a interpretação do que revelara. Nos versos 25-36, José não só interpreta
os sonhos, mas sugere a solução do problema. Em dois sentidos, o escravo hebreu
se mostra como um personagem além do vulgar. Ele, seu pai Jacó, seus irmãos, a
família eleita, enfim, estavam movendo o mundo em seu benefício. Para que foi
levado ao Egito? Ele mesmo o disse mais tarde, que para a salvação da família
tinha sido vendido para o Egito. Não somente a família de Jacó tinha de passar
por estes transes, mas o Egito tinha de ser tocado. Esta, neste tempo, era a
nação culta do mundo, o centro das artes e das letras, e ali, melhor que em
qualquer outra parte, podia a nova raça ser treinada para os grandes misteres
da redenção. Depois que José interpretou os sonhos, deu instruções como
preservar o povo da morte pela fome durante os anos da seca, e com tal certeza
explanou o assunto, que não deixou a menor dúvida, nem em Faraó nem em seus
príncipes. Onde ir buscar um homem melhor do que ele para tomar conta da árdua
tarefa de aproveitar os anos de fartura para os anos da fome?
José É Escolhido para Príncipe sobre a Terra do Egito - vv. 37-57
Não teríamos a presunção de supor que sem DEUS esta maravilhosa transformação
se tivesse operado. Por mais sábio que José se tivesse mostrado, não seria mais
que um sábio célebre entre muitos outros sábios, mas DEUS teve oportunidade de
mudar o coração do rei e seus príncipes, e todos a uma concordaram que José era
o melhor homem para tomar conta da situação. A corte estava reunida para ouvir
o que o prisioneiro tinha a dizer, e a maneira como se houve revelou duas
coisas: era mais sábio que os outros sábios, e seu DEUS era mais poderoso do
que os outros deuses do Egito. Esta foi a hora de DEUS para fazer José o único
capaz aos olhos de seus príncipes para a grande obra de preservação. Alguns
críticos querem rejeitar esta história, por acharem-na milagrosa, mas não há
nada de milagres aqui. O que temos é um fenômeno entre milhares de outros que
DEUS opera por sua divina providência no governo do mundo. Quem nega a Providência
tem de aceitar o acaso cego e inconsciente, que deixa o mundo e os homens
entregues aos seus caprichos. A mão misteriosa da Providência na vida dos
homens e das nações é mais consoladora do que o acaso, o fatalismo ou qualquer
outra ideia pessimista e irreverente.
Nomeado príncipe sobre toda a terra do Egito, Faraó pôs-lhe no dedo o anel,
símbolo de autoridade real, o vestido de linho branco sinal de dignidade, e
pôs- lhe um colar de ouro no pescoço; depois, passando triunfalmente na segunda
carruagem real, com os arautos na frente, proclamando sua grandeza e dignidade,
estava indigitado a todas as honrarias principescas da terra do Egito. À sua
passagem, todos tinham de se ajoelhar, em sinal de obediência e mesmo de
reverência, porque o rei era pessoa sagrada no Egito. Como se um morto saísse
dá sepultura, assim José saiu da masmorra para ser elevado às culminância da
honra e dignidade. Mardoqueu foi elevado ao poder em circunstâncias diferentes,
mas quase pelos mesmos transes providenciais. Para assegurar a obediência
popular e garantir o sucesso do ex-escravos e prisioneiro, o rei casou José com
a filha do sacerdote de Om, um dos mais reverenciados deuses do Egito, de modo
a fazê-lo uma pessoa da terra e sagrada.
Há muitas possibilidades de que o Faraó que reinava no Egito fosse de origem
estrangeira, o que, em caso afirmativo, simplifica muito este estupendo transe
na vida de José. Sabe-se que o Egito foi invadido por pastores vindos do
Oriente, os quais deslocaram os monarcas nativos para o sul e se apossaram da
terra e a governaram por mais de 600 anos. A cronologia egípcia é ainda difícil
e confusa em muitos lugares, mas as melhores investigações e conclusões colocam
esta invasão poucos anos antes de Jacó descer ao Egito com sua família. Outra
coisa ainda não verificada com certeza é se esses pastores eram semitas ou não,
mas tudo favorece a ideia de sua origem semítica, a julgar pelos traços de
civilização que deixaram na terra do Egito. Este fato por si só reduz à metade
a admiração que muitos críticos sentem, pelo fato de um monarca poderoso
colocar à frente dos negócios de seu reino um escravo estrangeiro. O mesmo
Faraó seria estrangeiro, e possivelmente semita, ou seja, da mesma raça de
José. A expressão em Êx. 1:8, que se levantou um rei que não conhecia José, é
tomada como indicação de que a dinastia dos hicsos ou reis pastores já tivesse
sido expulsa, tendo a expulsão como primeiro reflexo a vingança sobre os
estrangeiros.
Tal foi o rancor que estes usurpadores criaram no Egito, que, ao serem expulsos,
tudo que desse sinais de seu governo foi raspado dos edifícios públicos. Após
ser investido das honras reais, José pôs-se de viagem por toda a terra, fazendo
preparativos e tomando as providências que o caso exigia. O sonho cumpriu-se à
risca, e eis que sete anos de abundância foram sucedidos por outros sete, de
fome. Durante os anos de abundância, José recolheu em armazéns, para os
anos de fome, tudo que sobrava, e, como veremos mais tarde, o Egito tornou-se o
celeiro do mundo. Alguns comentadores pensam que a fome veio corno consequência
da não inundação do Nilo. Se isto é verdade, houve outras causas, porque por
toda a Canaã houve fome. No Egito a falta de chuva não tinha realmente muita
importância, uma vez que o Nilo inundasse as terras, o que não acontecia na
Canaã e noutros lugares. Possivelmente, nem o Nilo subiu mais na época própria,
nem choveu por alguns anos. Aliás, as secas periódicas no Oriente não nos
admiram, porque são conhecidas de todos, e em Gênesis mesmo notamos que Abraão
e Isaque tiveram de emigrar por causa da fome causada pela seca. O nosso
Nordeste oferece muitos pontos de contato com o Oriente, neste sentido.
Os Irmãos de José Descem ao Egito. O Dia da Vingança - 42:1-4
Os efeitos da fome tinham-se feito sentir por toda aquela região, inclusive na
região de Canaã, a terra de nossos heróis. Portanto, a seca não atingiu somente
o Egito. Esgotados todos os recursos locais, correu a notícia de que no Egito
havia trigo em abundância. O Egito foi por muitos séculos o celeiro do mundo,
graças à sua fertilidade, causada pelas inundações periódicas do Nilo. Jacó
soube dessa boa-nova, e perguntou aos filhos por que ficavam indecisos e não
iam logo comprar trigo, antes que morressem de fome. A linguagem é bem
significativa. Ir ao Egito, é um possível lugar para onde nós vendemos nosso
irmão? "Quem nos diz que ele não nos encontrará ali e nos
reconhecerá?" A consciência é coisa temível! Com razão, relutavam em
descer ao Egito. Finalmente, os filhos mais velhos resolveram ir, deixando em casa
Benjamim, porque Jacó não consentiria que a última amostra do amor de sua
Raquel se expusesse à morte.
José Encontra Seus Irmãos e os Reconhece - vv. 5-20
O trigo estava depositado nas cidades do Egito, onde os nativos o podiam
comprar, mas os estrangeiros tinham primeiro de falar com o governador, antes
de fazer qualquer transação. Digamos que tinham de apresentar documentos
comprobatórios de que não eram espiões. Os irmãos de José tinham fatalmente de
encontrá-lo. Provavelmente, ele sabia que eles mesmos teriam de vir, e por isto
estava de sobreaviso. A este tempo, José já sabia do desígnio da Providência em
ter dirigido todos os negócios e ter consentido na sua venda para aquela terra.
Assim, era-lhe muito fácil conhecer seus irmãos, porque os esperava, enquanto a
estes era difícil, porque mal sabiam se ainda viveria ou onde estaria, visto
que como escravo deveria ter tido uma vida penosa e de pouca duração. Os pobres
escravos usualmente morriam debaixo do azorrague do capataz. Ao mesmo tempo
que assim raciocinavam, nada lhe podia assegurar que estavam livres de se
encontrar com o irmão, e daí sua irresolução em descer ao Egito.
Quando estes homens violentos chegaram junto de José e se curvaram até à terra,
lembrou-se dos sonhos, em que via todos os seus irmãos se curvarem diante dele.
Reconheceu-os e falou-lhes asperamente, acusando-os de espias. Para se
defenderem, tiveram de contar toda a sua história e de como, sendo todos filhos
do mesmo pai, um dos irmãos tinha desaparecido. José descreu de todas as
histórias e exigiu como prova de que não eram espias que o irmão mais moço
viesse, e pôs a todos na prisão por 3 dias. Depois, lembrou-se de que seu pai e
irmãos estariam passando fome, e soltou-os, vendendo-lhes o trigo, mas exigindo
que um deles ficasse como refém, até que fossem e trouxessem o outro irmão. O
motivo alegado por José, para não cumprir a sentença, foi que temia a DEUS.
Estas palavras deviam ter consolado muito os pobres homens.
O Despertar da Consciência dos Irmãos de José - vv. 21-24
Para que aqueles homens se tivessem podido entender, houve necessidade de
intérprete (verso 23), para desta forma não haver a menor suspeita; entretanto,
José entendia tudo que seus irmãos diziam. Despedido o intérprete, podiam falar
à vontade, porque o governador nada entendia. Abriram o coração e começaram a
falar da infame transação que tinham feito com o irmão mais moço. Rúben
acrescentou e disse: não vos falei eu, dizendo: "Não pequeis contra o rapaz?
E vós não me ouvistes... " José estava ouvindo e entendendo tudo isto!
Como devia estar seu coração! Retirou-se deles e chorou. Alguns críticos negam
a historicidade desta narrativa, incluindo-a entre as histórias fantásticas do
Oriente, mas esta não admite possibilidade de negação. É uma história viva,
detalhada, cheia de transes atuais, sem o cunho das histórias fabricadas ou
inventadas.
José Vende o Trigo aos Irmãos e Eles Partem - vv. 25-38
Na ordem de encher os sacos, estava a de pôr dentro deles o dinheiro do preço
do trigo. O fim, por parte de José, era tornar a situação mais precária, em seu
benefício e no de seus irmãos mesmo. Estavam em suas mãos para tudo, visto que
a continuação da vida estava nos celeiros do Egito e, com todas estas peripécias,
tinha por fim provar-lhes sua sincera amizade e perdão. No caminho, um deles
abriu o saco e encontrou o dinheiro, o que foi tomado por mau augúrio, mas
parece que não teve peso demasiado, e atribuíram o fato a um engano por parte
do encarregado da venda do trigo.
Em chegando à casa, contaram o ocorrido a seu pai, e Jacó viu que todo o mal
que temia lhe batia à porta. Benjamim era forçado a descer ao Egito, ou Simeão
não seria libertado. Abriram os sacos e encontraram o dinheiro do preço.
Ficaram assustados, mas, como pretendiam voltar, levariam o dinheiro e
provariam que eram sérios e não o tinham feito dolosamente. Jacó, porém, não se
conformava com a ideia da saída de Benjamim. Acusou os filhos de terem deixado
Simeão preso e queixou-se amargamente da perda de José, como querendo dizer que
eles eram culpados. Rúben intervém e oferece seus dois filhos como garantia de
que Benjamim voltaria e, no caso negativo, poderia matá-los. Aliás, esta não
foi a primeira vez que manifestou bons sentimentos, ainda que inconstante em
outras coisas. O velho patriarca não se deixou convencer. De que lhe serviria
receber a vida de dois netos, se o que queria era o filho Benjamim?
JOSÉ NO EGITO E A PROVIDÊNCIA DE DEUS COM ELE (Caps. 39-46
)
Forçado pelas Circunstâncias, Jacó Consente na Ida de Benjamim, Garantido pela
Vida de Judá - 43:1-14
A fome se tornava cada vez mais terrível na terra e, depois de esgotado o
suprimento trazido da primeira vez, Jacó pediu que voltassem para trazer mais.
Podemos imaginar o formidável suprimento que tinham trazido, porque Jacó e sua
família faziam o número de 70 pessoas, afora os muitos servos, e todos tinham
comido, talvez, por dois meses. Ao mesmo tempo era rico. Senão, como poderia
comprar mantimento para tanta gente e ainda prometer pagar dobrado, quando o
dinheiro foi encontrado nos sacos? Judá disse que absolutamente eles não
poderiam ver o rosto do homem da terra sem que levassem o filho mais novo.
Assim, tinha dito o governador. Jacó maldiz-se e acusa os filhos de terem
contado que tinham outro irmão. Mas o momento não admitia indecisões, eles
tinham de ir ou então perecer, e isto José bem sabia. Judá oferece-se como
garantia da vida de Benjamim, dizendo que, se não tivesse sido a demora, já
podiam estar de volta a segunda vez.
Jacó resolve consentir na ida do filho amado e pede que levem alguns frutos da
terra e algumas especiarias e quantidade dobrada de dinheiro, para pagar o
trigo da primeira viagem. Embora não tivessem colheitas, não estava a terra de
todo desolada. Encomendou-os à graça de DEUS e conformou-se com o que pudesse
acontecer quanto a Benjamim. De Hebrom, onde moravam, a Zoã, onde José
habitava, era viagem de pelo menos duas semanas, pelo que inferimos que devia
haver ainda em casa algum resto da primeira compra.
Outra Triste Surpresa para os Filhos de Jacó - vv. 15-25
Munidos dos presentes para José, retornaram ao Egito os filhos de Jacó, para de
lá trazerem nova remessa de trigo. À vista da presença de Benjamim, deu José
ordem ao seu copeiro-mor, que preparasse o banquete, para jantar com seus
irmãos. Contra os costumes egípcios, mandou matar reses, dando-nos, assim, uma
pálida ideia do que foi o banquete. Os egípcios consideravam sagrados os
animais e até lhes prestavam culto. Aos irmãos, mandou levá-los para casa. Não
sabendo do que se tratava, começaram a apresentar desculpas sobre o dinheiro
que tinham encontrado nos sacos, pensando que iam ser chamados a contas por
aquele fato. O criado procurou consolá-los o melhor que pode, afirmando
que o DEUS deles e de seus pais lhes tinha dado tesouros escondidos. Para um
gentio era coisa natural falar deste modo, ironicamente, porque DEUS não era
por ele conhecido, nem nada significava para ele. Foi, sem dúvida, uma hora de
perplexidade para aqueles homens. Com muitos coisas na consciência, umas
acusando, outras absolvendo, mas todas elas apontando para o crime da venda do
irmão, o que já se tinha constituído um espantalho em suas vidas, pensavam que
todos estes transes eram lógicas consequências do seu feito. O consolo do
despenseiro de pouco lhes serviria diante de tantas apreensões.
O Jantar de José e Seus Irmãos - vv. 26-34
A esperança dos homens estava no presente que iam fazer ao homem da terra.
Esses presentes tinham maiores proporções do que somos capazes de crer. Talvez
alguns camelos carregados de especiarias e frutos. Logo que José apareceu,
perguntou-lhes pelo pai, e pondo os olhos no seu irmão Benjamim teve de
retirar-se para não chorar diante dos outros. Entrou no seu apartamento e
chorou. Recompondo-se ou dissimulando a emoção, mandou pôr o jantar à parte
para os irmãos, por não ser permitido a um egípcio comer com outra gente, e
mandou assentá-los à mesa na ordem de suas idades, dobrando o prato de Benjamim
cinco vezes mais do que o dos outros. Todos estes detalhes deveriam ter
produzido séria impressão e estupefação. Ele mesmo serviu de copeiro,
repartindo a porção de cada um, no que se maravilharam, mas nada compreendendo.
Foram momentos de relativa consolação para aqueles homens acossados pela consciência,
mas que duraram pouco. Acabado o jantar, deu José ordem ao despenseiro para
encher os sacos para os filhos de Jacó e despedi-los, ordenando que botasse no
saco de cada um o dinheiro, e no de Benjamim o seu copo de prata. Tudo isto foi
feito sem os irmãos saberem. O copo era parte importante da etiqueta egípcia:
servia tanto para uso da mesa, como para fins de magia: punham dentro dele
pedras preciosas, ouro, prata e depois o enchiam d'água e, conforme as figuras
que se desenhassem dentro do copo, tirava-se a conclusão acerca dos
acontecimentos futuros. Há ainda hoje um costume no Brasil que bem se parece
com ele: o de, na noite de São João, botar a clara de um ovo num copo d'água e
descobrir as figuras que se formam e daí pressagiar o futuro do ano.
Logo que amanheceu, puseram-se os homens a caminho para Hebrom, radiantes de
alegria por tudo ter saído tão admiravelmente. Mas, mal tinham saído das portas
da cidade, quando foram alcançados pelo servo de José e acusados de roubo.
Surpresos e ao mesmo tempo confiantes de que a acusação fosse improcedente, não
trepidaram em dar a vida do que fosse encontrado criminoso, ficando os outros
mesmos como escravos. O despenseiro aceitou a proposta, e, sem detença, abriu
cada um seu saco, até que foi aberto o de Benjamim, e eis que lá estava a taça
de prata. Seu pecado os tinha afinal apanhado, pensaram, e, rasgando seus
vestidos, tristes até a morte, por tão grande fatalidade, voltaram à cidade.
José os estava esperando. Logo que o viram jogaram-se a seus pés, em
desesperada aflição. Repreendeu-os. Em resposta disseram que sua iniquidade
tinha sido descoberta e ofereceram-se para ficar por servos. Judá tomou a
palavra e disse que nada podiam dizer. De que serviria apresentar desculpas,
quando a falta estava à vista? Terrível situação! De um lado, a consciência da
inocência, do outro, a lembrança do velho pai, que esperava ansioso pela volta
tão problemática do filho querido. Hora aflitiva! No meio de tudo isto, só uma
coisa era real em suas consciências: a iniquidade que tinham praticado havia 23
anos passados. E isto bastava para atormentá-los. José rejeitou a oferta de
todos ficarem como escravos e pediu que ficasse apenas aquele em cujo saco foi
encontrado o roubo. Se todos ficassem como escravos, seria mais fácil. Como
poderiam eles aparecer diante do pai sem o filho cuja partida tanta relutância
causou a Jacó? Judá tomou a palavra e explicou tudo a José, pedindo que o
aceitasse em lugar de Benjamim. O propósito de José parece ser averiguar se
seus irmãos mantinham para com Benjamim a mesma atitude que tiveram para com
ele e, sem dúvida, logo se convenceu de que as experiências dos últimos anos
tinham mudado o coração de seus irmãos.
O discurso de Judá não comporta comentos. Sublime e admirável, cheio de lances emocionais
e amorosos, revelando uma alma sincera e tocante, permanecerá por toda a
eternidade como uma gema da literatura bíblica, sem superior no gênero. José
não pode mais: rendeu-se, convencido de que diante dele não estavam mais
aqueles irmãos desumanos, indiferentes às suas súplicas, mas um grupo de
penitentes, prontos a remediar a falta, se porventura fosse possível. Deu-se a
conhecer, pois, aos irmãos, como recompensa pela transformação que se tinha
operado neles.
José Dá-se a Conhecer a Seus Irmãos - 45:1-15
A cena tinha chegado ao ponto culminante. José tinha agido como bom ator, mas o
papel chegou a tal ponto que não pode prosseguir mais. Fez sair todos os servos
de sua presença e declarou aos irmãos quem era, com a voz cortada por soluços.
Seus irmãos não se podiam ter diante dele, estarrecidos pela declaração de que
aquele homem era o irmão que tinham vendido para o Egito. Tal foi o alarde, que
na casa de Faraó foi ouvido o choro.
Passado o momento da emoção mais forte, José perguntou por seu pai, para se
certificar de que tudo que tinha ouvido não era sonho. Depois procurou amenizar
a impressão de remorso que a revelação tinha produzido naqueles homens, dizendo
que por determinação divina foram eles levados a vendê-lo, para que por esta
forma escapassem da terrível fome que estava assolando toda a terra. Isto devia
cair como um bálsamo no coração dos irmãos de José. O pecado deles ficaria
indelevelmente gravado em seus corações, mas a ideia de que esta falta tinha
resultado tão grande bem devia dar-lhes certo consolo. José procurou
mostrar-lhes que não mantinha para com eles qualquer ressentimento, e que era
tempo de pensar mais no futuro que no passado. Apressa-se, pois, a perguntar
por seu pai e ordena que partam imediatamente e o tragam, para que, por todos
os anos de miséria que ainda faltavam, pudesse ser cuidado com o carinho que um
bom filho deve dispensar a um pai idoso. José tinha sido amplamente galardoado
por DEUS, por toda a sua fidelidade. Pôde ver finalmente como sua obediência
tinha recebido recompensa. Daí o não querer agravar a culpa dos irmãos. Pede
que subam e tragam, sem perda de tempo, o velho pai e lhe deem a boa-nova de
que José ainda vive e é grande na terra do Egito. Que Jacó viesse, pois, a
Gósen a melhor e mais fértil parte da terra, que teria lugar para seus
rebanhos.
Na despedida, José se lançou ao pescoço de Benjamim e chorou. Faraó Sabe da
Vinda dos Irmãos de José - vv. 16-28. Alguém que vira a cena fora contar a
Faraó que os irmãos do governador tinham chegado. Faraó mandou chamar o
seu ministro e ordenou-lhe que dissesse aos irmãos que carregassem as bestas e
rumassem sem demora a Canaã, para buscar o velho pai, e disse que do melhor da
terra ele comeria. Duas coisas são claras aqui. Primeira, o modo por que DEUS
dispõe os acontecimentos e os corações dos homens para servir seus eternos
desígnios. Segunda, o fato de que, a não ser que esses Faraós sejam os chamados
hicsos ou reis pastores (que governaram o Egito por 600 anos e, portanto, eram
estrangeiros ali também e, possivelmente, da mesma raça de José), é difícil
admitir tanta liberalidade e complacência para com um povo estranho. Os
egípcios não costumavam dispensar honrarias e favores a outros povos da maneira
que notamos aqui. Para eles, todos os demais povos eram bárbaros, corno para os
judeus, anos depois, todos que não eram judeus eram gentios, povos que nada
mereciam, e como para os gregos, quem não era grego, era bárbaro. É admirável
como o Senhor do mundo toma a História em suas mãos para servir aos seus desígnios.
Desalojou a dinastia nativa e colocou no trono uma estrangeira, para
melhor poder hospedar aqueles que iam ali receber luzes, a fim de serem mais
tarde os mestres da religião e da moral em todo o mundo. Os versos 25-28 nos
dão a nova de como Jacó recebeu notícias do filho perdido. Por mais de uma vez
temos notado que duvidava da veracidade da história contada pelos filhos em
relação a José. Os incidentes do Egito deviam ter despertado em sua mente
certos pressentimentos. Quando lhe foi dito que José ainda vivia, não suportou
a nova, não acreditou nos filhos. Tantas tinham sido as trapaças deles, que
pouco crédito restava para as suas afirmações, sobretudo, no tocante a José.
Como, porém, lhe contassem tudo e de como deviam descer ao Egito, logo seu
coração reviveu. E disse: "Vive ainda meu filho José! ... "
IMIGRAÇÃO E RESIDÊNCIA DE JACÓ E SUA FAMÍLIA NO EGITO (Caps. 46-50)
Nos versos 1-7 deste capítulo temos detalhes da descida de Jacó ao Egito,
depois de ter oferecido sacrifícios ao DEUS de seu pai. DEUS lhe aparece em
sonhos e diz-lhe que não tema descer, porque ali lhe faria uma grande nação.
Jacó ainda estava morando em Hebrom, mas velo a Berseba oferecer os sacrifícios
no velho altar da família. O passo que ia dar era da maior importância, e por
isso escolheu o antigo santuário para este sacrifício, e para certificar-se de
que esta era a vontade de DEUS. Certamente, devia ter receios justos de descer
a uma terra estranha já nos últimos dias de sua velhice; não viesse ele a
sacrificar todo o futuro da raça. DEUS manda que vá, porque fará dele uma
grande nação e o fará voltar, e que José fecharia os seus olhos, ajuntando que
Ele mesmo desceria a Jacó, para garantir a viagem. Conforme esta promessa, Jacó
seria multiplicado por muitos
milhares, DEUS o guardaria ali e, depois de findo o tempo, faria subir sua
semente da terra do Egito, como aconteceu anos depois no tempo de Moisés. A
promessa de que José fecharia seus olhos indica que não seria abandonado e
morreria debaixo de todo carinho e cuidado.
A Linhagem de Jacó Que Foi ao Egito - 46:8-34
Nesta lista temos os nomes dos filhos de Jacó, no total de 70 pessoas (v. 27),
incluindo José, seus dois filhos e o próprio Jacó. Entretanto, devemos
compreender que era muito maior o número de pessoas que acompanharam Jacó na
sua ida da terra de Canaã. O verso 26 exclui as mulheres dos filhos de Jacó,
como não pertencendo à sua geração. Estêvão, em Atos dos Apóstolos (7:14), dá o
número de 75 pessoas que desceram ao Egito com Jacó, mas baseou suas palavras
no texto da LXX, que, por qualquer razão a nós desconhecida, acrescenta certos
filhos a Manassés e Efraim, fazendo o total de 75. O número exato é de 70
pessoas, mas precisamos saber que Jacó tinha numerosa criadagem e que toda ela
foi com ele, mas não foi contada, por não fazer parte do povo escolhido. Os
hebreus ficaram no Egito 430 anos, segundo Êx. 12:40, e quando voltaram dali,
somavam, talvez, dois e meio ou três milhões, o que dá uma ideia do
crescimento descomunal, ainda que se multiplicassem milagrosamente. Quatro
gerações não são tão pouco para tal crescimento. Podemos conceber que além da
família de Jacó foi muito mais gente que, por ter sido circuncidada, fazia
parte da família, manda que não fosse contada como sendo descendente, e que na
saída do Egito muitos escravos e mesmo egípcios, que tinham visto a salvação de
DEUS e se tinham interessado neste povo, saíram com eles, fazendo, assim, uma
multidão maior do que era de esperar. As muitas queixas e murmurações dos
israelitas, pelo deserto, devem ter sido causadas por este elemento estranho,
que tinha aproveitado essa boa oportunidade para sair daquela terra de
escravidão.
Judá foi mandado adiante para avisar José de que o seu pai tinha chegado. O
encontro foi o que se podia prever. Linguagem humana, por mais dramática que
seja, não descreve fielmente aqueles transportes de alegria e emoção. Por isso,
deixo o leitor apreciar esta cena tocante descrita pela linguagem singela da
Bíblia. Depois que choraram, o pai sobre o pescoço do filho, e o filho sobre o
do pai, disse este: "Morra eu agora, pois tenho visto o teu rosto, que
ainda vives."
Tudo estava em boa ordem quanto ao estabelecimento do povo em Gósen; só faltava
avisar Faraó de que tinham chegado. Ainda que ele mesmo tivesse mandado que
viessem, convinha que fosse notificado e, se, como se crê, a dinastia reinante
fosse estrangeira, convinha tomar todas as precauções para que a vinda de um
grupo tão grande não suscitasse qualquer levante. Por outro lado, os egípcios
odiavam a vida pastoril, por causa do culto que prestavam aos animais, de modo
que era bom que Jacó tomasse um lugar separado da vida egípcia. Tomadas estas
providências, José ensina como se deviam portar diante de Faraó, a quem seriam
apresentados, para que recebessem permissão de permanecer no país e negociar.
Ao dizerem o que eram e de que viviam, deviam pedir a terra de Gósen, por ficar
separada do centro populoso, para que assim não houvesse motivo de contenda
entre eles e os egípcios. A terra de Gósen era uma das partes mais férteis de
todo o Egito e em tal situação topográfica que os hebreus podiam manter seu
culto e vida social sem contato com os egípcios. Não é possível dizer com
segurança que parte do território compreende Gósen, mas é certo que esta região
ficava ao Norte, perto do Delta, e era de fácil acesso a Canaã.
José Apresenta Cinco de Seus Irmãos a Faraó - 47:1-6
Depois das primeiras demonstrações de afeto a seu pai e irmãos, José seguiu
para o palácio a avisar Faraó da chegada da sua família, que se encontrava na
terra de Gósen, onde desejava que ficasse. Conforme o que fora combinado,
apresentou cinco irmãos ao rei, que ficou satisfeito com a escolha que tinham
feito de Gósen, para nela morarem. Ficou entendido que vinham apenas passar
algum tempo, enquanto durava a fome, e isto era o que eles mesmos esperavam,
mas DEUS tinha outro plano. Esta parte do país é chamada "terra de
Ramessés". Ramessés foi um dos monarcas mais poderosos do Egito, que
alguns pensam ser o Faraó da opressão. Como este nome é mencionado aqui antes
de a pessoa existir (ainda que o nome podia ser conhecido entre os egípcios),
não sabemos. Noutro local foi feita a observação de que Ramessés era um nome
nacional, que depois veio a ser de alguns monarcas.
Quando os irmãos de José foram apresentados ao rei, este mandou que fossem
administradores do seu próprio gado. Os egípcios não eram pastores e detestavam
a vida pastoril, mas parece que no caso atual o próprio rei tinha rebanhos. Se
este Faraó era da dinastia usurpadora e que é conhecida na História pelo nome
de reis pastores, que tinham vindo da Ásia, explica-se a existência de rebanhos
do rei e também fica explicada a facilidade com que uma tribo estrangeira foi
recebida no Egito com todas as honras. Conforme isto, tanto Jacó quanto o
próprio Faraó, eram estrangeiros e, provavelmente, da mesma raça semita; logo,
deviam proteger-se mutuamente.
Jacó é Apresentado a Faraó
Ao ser apresentado a Faraó, Jacó abençoou o rei e, ao sair, o abençoou outra
vez. Jacó não presumia ser o que realmente era e não se julgou superior ao rei
em sentido algum, mas, pelo fato de que era homem religioso e que cria no poder
de DEUS, abençoou-o, ou antes, desejou-lhe todas as felicidades pelos favores
que lhe estava prestando. Como faríamos hoje, esta bênção era uma prova de
gratidão e uma expressão de desejo de prosperidade e felicidade. Faraó
perguntou a Jacó quantos anos tinha, e este respondeu que poucos e maus eram os
anos de sua peregrinação. Cento e trinta anos era a idade do servo de DEUS, o
que julgava insignificante, à vista dos anos de seus ancestrais. A vida destes
patriarcas era de peregrinações. Consideravam-se como estrangeiros em terra
estranha, esperando ser recebidos em sua própria terra. A vida neste mundo era
para eles passageira e incerta.
A verdadeira
vida estas, a muito além da própria Canaã. Realmente, Jacó tinha tido uma vida
bastante acidentada. Desde moço foi obrigado a fugir de casa. Em Harã passou
pelos maiores dissabores e desapontamentos. Na volta, quando parecia ter
melhores dias, teve o encontro com o irmão, o que lhe custou serias apreensões.
Houve a infelicidade da filha única e o terrível desfecho em Siquém. Depois a
suposta morte do filho querido, a fome e seus tristes resultados e, finalmente,
já no último quartel da vida, forçado a ir a uma terra estranha, valer-se da
influência de um filho, que bem poderia cair de um momento para outro. Poucos e
maus tinham sido seus dias, repetimos nós. A não ser depois de estabelecido na
terra, quando teve relativa paz, podemos dizer que toda a sua vida foi agitada.
Pensando em Jacó, podemos ganhar confiança para nossas atribulações. Muitas
vidas cristãs parecem-se com a de Jacó. Mas no fim terminam com a mesma bonança
dos que passam muitos e bons dias. Se não fosse a confiança de Jacó no seu
DEUS, teria sucumbido.
O Quinto para Faraó - 47:13-26
A história secular informa-nos que os egípcios pagavam o quinto ao rei, bem
como toda a terra do Egito pertencia a Faraó, e que os egípcios tinham o
direito de cultivá-la, pagando dos rendimentos a quinta parte. Este costume
perde-se na noite dos tempos, mas a Bíblia nos diz onde e como se originou. Não
havendo mais pão na terra e somente nos celeiros reais, que pela previsão de
José estavam repletos, o povo veio a José por causa do pão. Pediu os animais
que os egípcios tinham para fins de agricultura. Depois vieram para comprar
mais e como nada mais tivessem para dar, entregaram as terras, de modo que no
fim desse período todo o Egito era propriedade do rei. Somente as terras dos
sacerdotes ficaram fora desta solução, pois eram consideradas propriedades
sagradas. Esta foi a condição do Egito, quando os gregos, séculos mais tarde,
chegaram ali, e que nos tem sido transmitida em suas memórias.
Não devemos imaginar que todos os egípcios possuíram terras, porque o Egito era
essencialmente um país de escravos. Na construção de uma das pirâmides do
antigo império trabalharam 200.000 operários por espaço de 20 anos, e este
número era revezado cada 3 anos, por não resistirem os escravos mais do que
este tempo em trabalhos forçados. Só nessa obra monumental, calcula-se que um
milhão e quatrocentos mil escravos foram usados. Tudo que se possa dizer desses
infelizes ainda será pouco. O calor é exaustivo e o tratamento cruel, de
maneira que a vida dos escravos era a mais penosa e miserável que se poderia
imaginar.
Quando passaram os anos de fome, todo o povo e toda a terra eram propriedade
real. José deu-lhes semente e distribuiu-os por todo o país, para que a cultivassem,
dando para o tesouro um quinto. O costume de dar uma parte das colheitas para o
rei é muito antigo. Entre os semitas perde-se na História. Quando Melquisedeque
foi ao encontro de Abraão, este lhe deu os dízimos ou a décima parte. Já este
costume estava em voga nesse tempo. O dízimo foi depois incorporado à Lei como
uma necessidade pública na manutenção do sacerdócio e como uma ensinança
religiosa de que a terra pertence a Javé e que o povo é seu, foi comprado,
tanto quanto José comprou os egípcios. Não é demais que ainda hoje se pratique
este costume, porque o que temos é dado por DEUS, e nossas vidas e propriedades
pertencem-lhe por natureza.
Jacó Mora 17 Anos no Egito, Dá Ordens Quanto à Sua Sepultura e Faz Declarações
Quanto ao Futuro do Seu Povo - 47:27-31
Dezessete anos de vida pacífica tinha Jacó vivido no Egito, durante os quais
tinha visto a prosperidade de seus filhos e a alegria do seu amado José. Foram
talvez os melhores anos de sua vida. Feliz o homem que pelo menos passa os
últimos anos de sua vida em paz. O Dr. Carroll contrasta Jacó com Salomão e diz
que este começou gloriosamente, e aquele, pobremente, mas as vidas dos dois
foram verdadeiramente opostas no seu término. Jacó morreu gloriosamente na
companhia de toda a sua parentela, que a esse tempo seria bastante numerosa.
Sentindo aproximar-se a hora de juntar-se a seus pais, mandou chamar José e
pediu-lhe que não o sepultasse no Egito, mas levasse seu corpo para Macpela,
onde jaziam os restos de seus antepassados.
José prometeu, com juramento, que assim faria. O motivo de Jacó não desejar
ficar no Egito foi o de saber que seu povo sairia dali um dia. Ao mesmo tempo
fazia uma profecia desta saída. A maneira por que exigiu de José a certeza de
que seu pedido seria cumprido é singular. Pediu que o filho pusesse a mão
debaixo de sua coxa e jurasse. Abraão fez com Eliezer o mesmo quando o mandou a
Padã-Arã, buscar mulher para Isaque. Este costume implicava na seriedade do
negócio, e nada em nossos dias poderá imitá-lo. O juramento era uma espécie de
concerto. Não era a jura vulgar, tão usada em terras católicas, feita por
qualquer coisa, simplesmente para dar valor à palavra. Não foi desta natureza o
juramento de José.
Os egípcios praticavam com maior perfeição o embalsamamento de seus mortos, de
modo que os Faraós sepultados há cinco mil anos estão ainda hoje em perfeito
estado de conservação. Isto revela o grau de cultura a que aquele povo tinha
chegado. Conhecedor disto foi que Jacó pediu que seu corpo fosse levado para a
Canaã. Para fazer a viagem, eram necessárias umas duas semanas e só embalsamado
poderia o corpo ser levado para a terra da promissão.
Os últimos Dias de Jacó - vv. 48-49
Depois do juramento ou concerto entre José e Jacó, aquele partiu para tomar
conta de seus negócios. Pouco tempo depois soube que seu pai estava doente, e
veio vê-lo. José era um homem muito ocupado, visto que todos os negócios da
terra do Egito estavam em sua mão, mas apenas soube da doença do pai, deixou
tudo e veio. Jacó soube de sua vinda e, tomando alento, assentou-se na cama.
Frente a frente com José, Jacó reafirmou sua confiança nas promessas de Javé e
referiu-se à visão que teve em Luz e de como toda a terra lhe tinha sido
prometida. Queria que os dois filhos de José fossem seus e tivessem iguais
privilégios na herança. O fim desta declaração foi mostrar ao filho que as
promessas de DEUS valiam mais que todas as glórias do Egito e, portanto, queria
que os dois netos não se entregassem à vida do Egito, mas jogassem sua sorte
com seus próprios filhos.
Destarte, José mesmo ficaria preso às tradições e esperanças da casa paterna e
não se deixaria envaidecer com as grandezas e glórias que desfrutava na terra.
Alguns comentadores crêem que a princesa egípcia, Azenate, mulher de José, não
tinha outros filhos e, temendo que estes fossem chamados a tomar o lugar do
pai, nas futuras empresas da nação, é que Jacó dispõe deles como se seus filhos
fossem. Nada mais natural que aquela mulher desejasse que seus filhos seguissem
a carreira brilhante do pai, mas, pelo desejo de Jacó, os filhos, como o pai,
ficavam presos às antigas promessas feitas por DEUS.
Portanto, tinha Jacó treze filhos. Onze filhos seus e dois de José, que
valeriam por dois no seu lugar. A tribo de Levi não recebeu herança, ficou
espalhada por toda a terra, para preservá-la da corrupção, sendo a tribo
encarregada do culto e da preservação da religião. Doze tribos somente são
mencionadas como tendo parte na herança, não se esquecendo que eram treze os
herdeiros de Jacó. Em sua última vontade, mencionou o lugar onde repousava sua
amada Raquel. Sublime amor, que mesmo depois de tantos anos de morta, a
companheira ainda é relembrada no momento mais sério do sobrevivente!
Jacó Abençoa José na Pessoa de Seus Dois Filhos - 48:8-16
José, vindo visitar seu pai nos últimos dias de sua vida, achou de trazer seus
dois filhos, provavelmente, com o desejo de que participassem das bênçãos
patriarcais. Durante algum tempo Jacó não viu os dois netos, mas, sabendo
que estavam ali, pediu que se acercassem dele, visto não poder ver bem, por
causa da idade. Chegados os dois juntos, beijou-os e exclamou que não pensava
mais ver José, mas pôde vê-lo e aos seus filhos também. Beijou-os e abraçou-os.
José trouxe pela mão direita e à esquerda de Jacó a Efraim, e pela esquerda e à
direita de Jacó, a Manassés, para que a bênção recaísse sobre a cabeça do mais
velho. Mas o patriarca estendeu a mão e abençoou o mais moço, Efraim. Era o
desejo de Jacó abençoar José com os direitos da primogenitura que Rúben tinha
perdido por causa do horrendo pecado praticado contra o próprio pai (49:3-4),
mas a preeminência
ficou com Judá, ficando José com dobrada porção, apenas na pessoa de seus dois
filhos. Efraim obteve a preeminência sobre Manassés.
Ao transmitir a bênção, Jacó invocou a DEUS, perante quem seus pais tinham
andado, o Anjo Javé, o Anjo que lhe aparecera quando vinha de Padã-Arã e o
livrara das mãos de Esaú, seu irmão. Este capítulo da vida de Jacó é mencionado
no Novo Testamento como um dos atos de fé viva (Heb. 11:21).
O Desgosto de José - 48:17-22
José não ficou satisfeito porque seu pai tinha dado o direito de primogenitura
ao mais novo de seus filhos. Pegou nas mãos do velhinho e pôs a direita sobre a
cabeça do mais velho e a esquerda sobre a cabeça do mais moço. Jacó, porém,
insistiu em que o mais moço fosse o maior, ainda que o mais velho seria também
grande na sua geração. Jacó sabia o que estava fazendo e sabia que esse ato
tinha alcance além da observação de José. O espírito de profecia estava guiando
todos esses atos, de modo que não era a mera vontade de Jacó, mas a de DEUS que
estava sendo feita. Por muitas outras vezes, DEUS transferiu os direitos de
primogenitura do mais velho para o mais moço. José conformou- se com a vontade
explícita de seu pai, por entender que esta seria a vontade de DEUS. Jacó, com
toda a resignação e calma, anuncia que DEUS faria que eles voltassem à terra
das promessas. Esta é a fé que vence. Quanto mais perto da sepultura, mais
certo estava de que DEUS cumpriria a palavra dita tantas vezes.
As Bênçãos de Jacó sobre Seus Filhos - cap. 49
Depois que abençoou os filhos de José e desta forma recompensou a fidelidade e
o amor do filho querido, Jacó dispõe da sua última vontade em forma profética,
declarando que todas estas coisas aconteceriam nos dias vindouros. Reunidos
todos os filhos em torno do leito, o velho homem de DEUS começa a ler a
sentença de cada um de acordo com as suas tendências e os feitos dos dias
passados. A sentença foi proferida em forma poética, de modo que convém ao
estudante descontar da linguagem o que faz parte simplesmente da poesia, a fim
de melhor poder interpretar este admirável capítulo. Todo poeta tem licença de
dizer mais do que é necessário, e o poeta hebraico, pelo próprio estilo,
exagerava mais ainda do que os ocidentais. Não se pense, entretanto, que nesta
liberdade está incluída a liberdade de dizer o que não é, mas sim a de falar
redundantemente e hiperbolicamente. Este é um dos mais belos espécimes da
poesia oriental. A ocasião não podia ser mais oportuna. A família esperada
estava em vias de formação e Jacó já antevia o dia da saída do Egito, em
demanda da terra da promissão. Portanto, era agora o tempo de dispor do futuro
papel que cada filho representaria no desdobramento do plano de Javé. Isto Jacó
fez por inspiração divina, como se pode verificar no futuro cumprimento literal
que estas palavras tiveram. Ao estudar este capítulo, convém ainda notar o
significado dos nomes de cada filho, visto que cada nome foi dado de acordo com
a ocasião em que nasceu. Note-se o que o mesmo filho faria no futuro e o
significado final no eterno propósito de DEUS, confirme o Novo Testamento,
especialmente no Apocalipse, capítulo 7.
Estudo no
livro de Genesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Lição 13 -
José, a Realidade de Um Sonho
4º
trimestre de 2015 - O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre O Livro de
Genesis
Comentarista
da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Complementos,
ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
"E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja
o ESPÍRITO de DEUS?" (Gn 41.38)
VERDADE PRÁTICA
Escravo, ou senhor, José sempre se destacou por uma vida de excelência e
fidelidade a DEUS.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 37.3 - José, o
filho amado e preferido do pai
Terça - Gn 37.5 - José, um jovem que ousou sonhar os sonhos de DEUS
Quarta - Gn 37.23-28 - A angústia de José diante da maldade de seus irmãos
Quinta - Gn 39.7-20 - José, um jovem que escolheu fazer o que era certo
Sexta - Gn 39.21.23 - José nos mostra que os que são de DEUS prosperam em
qualquer lugar
Sábado - Gn 41.38-46 - De escravo José se torna governador do Egito
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE - Genesis 45.1-8
1 - Então,
José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou:
Fazei sair daqui a todo varão; e ninguém ficou com ele quando José se deu a
conhecer a seus irmãos. 2 - E levantou a sua voz com choro, de maneira que os
egípcios o ouviam, e a casa de Faraó o ouviu. 3 - E disse José a seus irmãos:
Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder,
porque estavam pasmados diante da sua face. 4 - E disse José a seus irmãos:
Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse ele: Eu sou José, vosso
irmão, a quem vendestes para o Egito. 5 - Agora, pois, não vos entristeçais,
nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque, para
conservação da vida, DEUS me enviou diante da vossa face. 6 - Porque já houve
dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá
lavoura nem sega. 7 - Pelo que DEUS me enviou diante da vossa face, para
conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande
livramento. 8 - Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão DEUS, que
me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente
em toda a terra do Egito.
OBJETIVO GERAL
Saber que
os sonhos de José foram concedidos pelo Senhor
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Conhecer a
história de José;
Analisar a
vida de José como escravo;
Mostrar que
DEUS providenciou, por intermédio de José, um lugar de refúgio para Jacó e sua
família
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Com a graça de DEUS chegamos ao final do estudo do livro de Genesis. Com
certeza a sua fé, e a de seus alunos foram edificadas por intermédio de cada
lição. Como é bom saber que o DEUS que tudo criou é o nosso Pai. Um DEUS que
nos ama, cuida de nós e nos faz sonhar.
Na lição de
hoje estudaremos a respeito da vida de José. Este jovem foi um sonhador. Seus
sonhos o levaram até uma cova. Mas, a interpretação de alguns sonhos o levou ao
palácio e o fizeram governador do Egito. Com José aprendemos que os sonhos que
DEUS estabelece em nossos corações, não podem ser frustrados, embora, isso não
nos impeça de passarmos por várias situações difíceis.
Resumo da
Lição 13 - José, a Realidade de Um Sonho
I - A
HISTÓRIA DE JOSÉ
José era bisneto de Abraão, amigo de DEUS. À semelhança de seu pai, Jacó, e do
avô, Isaque, era um homem de profundas experiências com o Senhor. A seu modo,
era um profeta e um especialista em sonhos.
1. Filho da afeição.
2. Filho da
decisão.
3. Filho
dos sonhos.
II. UM
ESCRAVO CHAMADO JOSÉ
Se em casa
era o mais querido dos filhos, no exílio, José teria de experimentar as
angústias de um escravo. O Senhor, porém, era com ele.
1. O preço
de um jovem.
2. A pureza
de um jovem.
3. A prisão
de um jovem.
III. UM
LUGAR DE REFÚGIO PARA ISRAEL
José não se
limitava a sonhar; também interpretava sonhos. O seu ministério era parecido
com o de Daniel.
1. O
intérprete de sonhos.
2. Um
economista de excelência.
3. O
salvador de seu povo.
SÍNTESE DO
TÓPICO I - A história de José nos mostra que é DEUS quem estabelece alguns
sonhos no coração do homem.
SÍNTESE DO
TÓPICO II - A inveja e o ciúme levaram os irmãos de José a vendê-lo como
escravo
SÍNTESE DO
TÓPICO III - José foi usado pelo Senhor para providenciar livramento para sua
família e para o povo de DEUS.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO top1
"A história de José nos revela como os descendentes de Jacó vieram a ser
uma nação dentro do Egito. Esta seção de Genesis não somente nos prepara para a
narrativa do êxodo do Egito, como também revela a fidelidade que José sempre
teve para com DEUS, e as muitas maneiras como DEUS protegeu e dirigiu a sua
vida para o bem doutras pessoas. Ressalta a verdade de que nos justos podem sofrer
num mundo mal e iníquo, mas que, por fim, triunfará o propósito de DEUS
reservado para eles"(Bíblia de Estudo Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006, p. 90).
CONHEÇA
MAIS
José -
"A história de José nos revela como os descendentes de Jacó vieram a ser
uma nação dentro do Egito. A túnica ricamente ornamentada que José recebera de
seu pai, contrasta fortemente com as túnicas comuns usadas por seus irmãos. Ela
revela uma posição especial de favoritismo e honra diante de seu pai."
Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p. 90.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO top2
1. José tipo de CRISTO
Muitos tomam José como um tipo de CRISTO; uma pessoa inocente que sofreu por
causa da maldade dos outros e, através do qual, o povo escolhido foi liberto da
morte certa. O silêncio de José enquanto seus irmãos deliberam seu destino (Gn
37.12-35) prefigura o silêncio de CRISTO perante seus juízes (1 Pe 2.23).
2. A mulher de Potifar
O contraste entre Judá e José é forte. Ambos foram tentados sexualmente. Judá
procurou o sexo ilícito, enquanto José recusou repetidos apelos da mulher de
seu senhor. José lembra-nos que nunca podemos dizer que o sexo nos leva a
pecar. A escolha é nossa, agir como Judá ou como José" (RICAHRDS,
Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Genesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 45).
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO top3
"As Escrituras deixam claro que a separação entre José e o seu povo estava
sob o controle de DEUS. O Senhor estava operando através de José e das
circunstâncias deste, a fim de preservar a família de Israel e reuni-la segundo
as suas promessas.
Quatro vezes no capítulo 39 está escrito que 'o Senhor estava com José' (vv.
2,3,21,23). Porque José honrava a DEUS, DEUS honrava a ele. Aqueles que temem a
DEUS e o reconhecem em todos os seus caminhos têm a promessa de que DEUS
dirigirá todos os seus passos (Pv 3.5,6) "(Bíblia de Estudo Pentecostal.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006,
PARA REFLETIR - A respeito do
livro de Genesis:
Quem foi José?
José era bisneto de Abraão, amigo de DEUS. À semelhança de seu pai, Jacó, e do
avô, Isaque, era um homem de profundas experiências com o Senhor. José era
filho de Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 29.18-20,30).
Qual o significado dos sonhos de José?
Que ele dominaria sobre seu pai e seus irmãos.
Como você descreveria o caráter de José?
Como um caráter ilibado.
Que lição traz-nos as tribulações de José?
Quem serve a DEUS prospera em qualquer circunstância (Sl 1.3). Se fizermos a
vontade de DEUS, até as adversidades redundarão em bênçãos e livramentos aos
que nos cercam.
O que representou a região de Gósen para Israel?
Distante da influência dos cananeus e dos egípcios, os
CONSULTE
Revista
Ensinador Cristão - CPAD, nº 64, p. 42.
SUGESTÃO DE
LEITURA
A Família
no Antigo Testamento, O Plano Divino Através dos Séculos e A Origem da Bíblia
COMENTÁRIOS DE DIVERSOS
AUTORES E LIVROS COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Pr. LUIZ HENRIQUE
PONTOS DIFÍCEIS E POLÊMICOS
Filho
Primogênito
Na cultura
judaica, o filho primogênito tinha o direito de receber uma porção dobrada da
herança dos pais. Esse direito era chamado de direito de primogenitura (Dt
21.15-17).
Jacó mais
abençoado que Esaú. Moisés mais abençoado que Arão. Efraim mais que Manassés e
por aí vai José o penúltimo, mais que todos os outros 11.
Primogenitura
- Na verdade o que vemos é que alguém deseja a bênção da primogenitura e luta
por ela, assim como um dom do ESPÍRITO SANTO hoje, está disponível a todos, mas
são raríssimos os que por causa desses dons ou por causa de um deles despreza
as mordomias da vida e luta para agradar a DEUS e ser canal de DEUS para
salvação das almas. Foi assim com Jacó e com José Jacó saiu e deixou tudo para
Esaú, pois Isaque morreu e Jacó não estava lá para ficar com alguma coisa para
ele, mas no final Jacó estava muito mais com DEUS, rico e poderoso do que seu
irmão. José foi tido como morto, nada possuía, mas foi o que se deu bem. Quem
escolhe DEUS - esse é o primogênito no final. Todo o que aceita a JESUS como
único Senhor e Salvador se torna um filho com as mesmas regalias dos filhos
primogênitos. Somos co-herdeiros com CRISTO da mesma herança. Quem preferiu
DEUS se deu bem - Para ganhar tem que perder Jacó era um sonhador que sonhava
os sonhos de DEUS (sonhos que DEUS dava para ele) e não os dele ou de alguém.
Quem encostava perto de José sonhava também. Isso pega. Sonhe sonhos de DEUS
para sua vida. A maioria absoluta de sonhos são nossos ou de impressões
marcadas em nosso subconsciente. Sonhe os sonhos de DEUS (sonhos que DEUS dá
para nós). José foi preso e seus companheiros de cela sonharam. José foi solto
por causa de um sonho de Faraó. Onde José estava havia sonhos dados por DEUS
para que José estivesse acima de todos e na presença de DEUS. De quem era o
direito da primogenitura? Filho mais velho da esposa legitima No caso de Jacó
que amava Raquel e trabalhou por ela e foi enganado, o que valia para DEUS era
então José o primogênito pelo direito divino.
Humanamente, Assim ficou o direito de primogenitura na casa de Jacó:
Rubem
perdeu sua primogenitura, que na verdade não era sua, por ter se deitado com
Bila, concubina de seu pai.(Genesis 49:3-4) - Rúben, tu
és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em
alteza e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais
excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o contaminaste; subiu à
minha cama.
Simeão e Levi, o segundo e terceiro filhos de Jacó, sobre os quais deveria
recair o direito de primogenitura, também o perderam. Eles foram instrumentos
de violência, especialmente no fato ocorrido em Siquém (Gn 34), por
isso o Senhor não lhes repassou o direito de primogenitura (49:5-7).
A realeza, um dos itens da primogenitura, foi dada ao quarto filho, Judá
(Gn 49:10).
70 ou 75 almas desceram ao Egito com Jacó?
Gn 46:27 -
E os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas
da casa de Jacó, que vieram ao Egito, foram setenta. (70)
Ex 1:5 -
Todas as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém,
estava no Egito. (70)
At 7:14 - E
José mandou chamar a Jacó, seu pai, e a toda sua parentela, que era de setenta
e cinco almas.. (75)
* A Septuaginta (LXX) diz 75
pessoas.
* O texto Massorético diz 70.
Gn 46:26 diz: "Todos
os que foram para o Egito (Er e Onã morreram em Canaã) com Jacó, todos os seus
descendentes, sem contar as mulheres de seus filhos (Diná era filha e não
nora), totalizaram sessenta e seis pessoas".
+ Jacó e José
vs.27 diz: "Com mais os
dois filhos que nasceram a José no Egito, os membros da família de Jacó que
foram para o Egito chegaram a setenta".
Em Gn 46:27, aparece na
Septuaginta que José teve nove filhos. Tirando José e Jacó então ficaram
75 almas.
José foi vendido e saiu de Canaã aos 17 anos, seu
irmão benjamim tinha 5 anos, depois de ser escravo de Potifar, ser prisioneiro
do rei, foi governador de todo o Egito aos 30 anos e só viu seu pai depois de
22 anos que estava no Egito, só aí então viu realizados seus sonhos aos 39
anos, quando agora já era governador de todo o Egito por 9 anos. José morreu
com 110 anos.
Estas são as gerações de Jacó.
Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; sendo
ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres
de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai. Gênesis
E José era da idade de trinta
anos quando se apresentou a Faraó, rei do Egito. E saiu José da presença de
Faraó e passou por toda a terra do Egito - Genesis 41:46
Porque já
houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda restam cinco anos em que não
haverá lavoura nem sega - Genesis 45:6
E morreu
José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram num caixão no
Egito - Genesis 50:26
José levou 13 anos até ser
governador + 7 de fartura + 2 anos de seca = 22 anos para ver seu pai
novamente.
Isso mesmo. Que coisa hein! Só se realizou totalmente seus sonhos depois de 22
anos. Família paciente.
25 de Abraão para nascer Isaque, 20 de Isaque para nascer Jacó, 14 de Jacó para
casar com Raquel e 22 de José para realizar seus sonhos.
Uma geração de paciência e perseverança. Isso é fé.
Lições
Bíblicas CPAD - 1º Trimestre de 1991 - A VIDA DE ABRAÃO - Comentários:
EURICO BERGSTEN
JOSÉ E O
ÁRDUO CAMINHO DA VITÓRIA
TEXTO ÁUREO
"Porquanto
o Senhor estava com ele, e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava "(Gn
39.23).
VERDADE
PRÁTICA
O Senhor
era com José e isto foi o segredo de todo o progresso que ele experimentou.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda- SI
91.15 Estarei com ele na angústia
Terça- SI
46.1 Socorro presente na angústia
Quarta- SI
13 Tudo que fizer, prosperará
Quinta- Is
41.10 Não temas, eu te ajudo
Sexta - Jr
15.20 Sou contigo para guardar
Sábado -SI
37.5 Confia nele, ele tudo fará
TEXTO
BÍBLICO BÁSICO Gn 37.2-4; 39.1-2,9; 41.25,38,40; 45.1,5,28
Gn 37.2 -
Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as
ovelhas com seus irmãos, e estava este mancebo com os filhos de Bila, e com os
filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu
pai. 3 - E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era
filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores. 4 - Vendo pois seus
irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no,
e não podiam falar com ele pacificamente.
Gn 39.1 - E
José foi levado ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão
egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. 2 - E o Senhor
estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.
9 • Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a
ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu este tamanho mal e pecaria
contra DEUS?
Gn 4125 •
Então disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que DEUS há de fazer,
notificou-o a Faraó. 38 - E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um varão como
este, em quem haja o espírito de DEUS? 40 - Tu estarás sobre a minha casa, e
por tua boca se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que
tu.
Gn 45.1 •
Então José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele, e
clamou: Fazei sair daqui a todo o varão; e ninguém ficou com ele, quando José
se deu a conhecer a seus irmãos. 5 - Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos
pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação
da vida DEUS me enviou diante da vossa face.28 - E disse Israel: Basta; ainda
vive meu filho José; eu irei e o verei antes que morra.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A história
de José nos mostra quanto vale ser crente desde a infância; e prova que a
presença do Senhor na vida do crente é a solução para todos os problemas que
surgem, sejam eles quais forem. (SCR e CB)
I. JOSE
CONHECEU A DEUS NO SEU LAR
1.José, o
filho predileto de Jacó. José, o décimo primeiro filho de Jacó, era o
primogênito de Raquel, a esposa que Jacó amava. Raquel faleceu quando José era
ainda criança, mas ele cresceu cercado de amor. Certamente teve grande
repercussão sobre a vida de José o encontro que seu pai Jacó teve com DEUS no
Vau de Jaboque, quando exclamou: "A minha alma foi salva". José
também teve o seu encontro com DEUS. É absolutamente necessário que os
lares dos crentes sejam verdadeiros viveiros espirituais. Onde impera o
verdadeiro despertamento, o coração dos pais converte-se aos filhos (Lc 1.17).
2. José, o
Jovem predestinado por DEUS. José. experimentou a manifestação do ESPÍRITO
SANTO em toda sua vida. Ainda muito jovem teve dois sonhos proféticos, os quais
lhe deram a certeza de que DEUS tinha alguma coisa preparada para ele,(Gn
37.5-10). Já adulto, recebeu de DEUS preparo para interpretar sonhos (Gn
40.8-22). DEUS prepara o crente para a obra que tem a fazer, através da
operação do ESPÍRITO SANTO.
II. JOSÉ
AJUDA SEU PAI NA ADMINISTRAÇÃO DOS NEGÓCIOS
l. As
excelentes qualidades de José.
Embora
ainda muito novo, com apenas 17 anos, foi colocado pelo pai na administração de
seus grandes rebanhos. Talvez tivesse sido mais apropriado colocar neste cargo
a Rubem, o primogênito, mas este por causa de problema de ordem moral perdeu o
direito à primogenitura (Gn 49.4). José, o primogênito de Raquel, assumiu esse
cargo com muita eficiência. Isto explica a túnica de várias cores que Jacó deu
a Jose. Era o tipo de túnica compatível com um cargo de gerência.
2. Os
irmãos de José o odiavam. 0 motivo era inveja. Não suportavam a lembrança
dos sonhos que José tivera. É interessante observar que o ódio que os irmãos
nutriam por José, não o prejudicou em sua vida espiritual. Isto é uma evidência
de que antes de este ódio se manifestar, José já vivia em íntima comunhão com
DEUS. Uma experiência com DEUS em profundidade é a mais grandiosa solução para
cada jovem. Vivendo perto de DEUS, o crente vence qualquer forma de ódio e de
resistência.
III. JOSÉ É
VENDIDO COMO ESCRAVO
1. A
traição dos irmãos de José. Um dia Jacó enviou José a ver o estado
de seus rebanhos (Gn 37.12-17). Seus irmãos, vendo-o de longe, sugeriram
matá-lo. Porém. Rubem conseguiu impedi-los (Gn 37.21-22). Passando por aquele
local, àquela hora, uma caravana de ismaelitas a caminho do Egito, venderam
José como escravo àqueles mercadores. Para ocultar o que haviam feito, tingiram
a túnica de José com sangue e enviaram-na a Jacó com a mensagem: "Conhece
agora se esta será ou não a túnica de teu filho'' (Gn 37.32). DEUS estava com
José. DEUS conosco é garantia de que todas as coisas que possam vir a
acontecer, cooperam para o bem (Rm 8.28). DEUS guardou José de um mal pior que
o ódio e a perseguição; DEUS guardou José de dar lugar à raiz de amargura (Hb
12.15). A história de José mostra que ele não foi acometido por este mal. Ver
Gn 42.21 -24.0 crente em comunhão com DEUS não sofre dano em consequência de
males que aparecem em seu caminho (Lc 10.19).
2. José na
casa de Potifar. José foi comprado por Potifar, capitão da guarda
palaciana (Gn 39.1). O que Potifar não sabia era que, junto com José, a bênção
do Senhor havia entrado em seu lar (Gn 39.2). Tudo prosperava nas mãos de José,
e logo ele foi colocado sobre toda a casa de Potifar(Gn 39.4) Na casa de
Potifar aguardavam José mais provações. A mulher de Potifar. pessoa sem moral,
quis seduzir José. Mas, José, como homem de DEUS, repeliu-a dizendo: "Como
pois faria eu este tamanho mal. e pecaria contra DEUS?" (Gn 39.9). Irada
com a recusa, a mulher de Potifar arquitetou uma armadilha para José, e
falsamente acusou-o. Potifar. crendo nas mentiras da mulher, mandou lançar José
na prisão (Gn 39.10-20).
3. José na
casa do cárcere. O Senhor entrou com José no cárcere (Gn 39.21). O Senhor
lhe deu graça diante dos olhos do chefe do cárcere, e logo este o investiu de
autoridade sobre os demais presos (Gn 39.21-23). Ali no cárcere José teve
oportunidade de interpretar o sonho de dois presos. "Não são de DEUS as
interpretações?" (Gn 40.8). E da forma como José interpretou, assim
aconteceu. Quando o copeiro-mor saiu do cárcere. José lhe disse:
"Lembra-te de mim quando te for bem...faça menção de mim a Faraó*'
(Gn40.14).
IV. JOSÉ É
LEVADO À PRESENÇA DE FARAÓ
Passaram-se
dois anos inteiros desde que o copeiro-mor deixou o cárcere, então ele lembrou
do pedido de José (Gn 41.1).
l. José
interpreta o sonho de Faraó (Gn 41.25-32). Faraó teve dois sonhos. os
quais perturbaram o seu espírito e ele não encontrava quem os interpretasse.
Foi então que o copeiro-mor se lembrou de José, e contou acerca dele a Faraó.
Imediatamente, José foi conduzido à presença do soberano, que lhe contou os
sonhos e José os interpretou. A interpretação dos dois sonhos era uma só: Sete
anos de fartura seriam seguidos de sete anos de fome, e que DEUS estava dando o
aviso a fim de que nos anos de fartura se ajuntassem alimentos para suprir os
anos de fome (Gn 41.25-37).(SH) Faraó, impressionado com a revelação divina,
disse: "Acharíamos um varão como este, em quem haja o espírito de
DEUS?" (GrT41.38). E nomeou José governador de todo o Egito, com a
incumbência de administrar o armazenamento e a distribuição de alimentos. José
assumiu imediatamente o encargo. As abundantes colheitas foram devidamente
armazenadas, a ponto de não ser possível numerar os estoques de trigo ajuntado
(Gn 41.46-49).
2. José
governa o Egito. A escalada de José até o palácio não foi fácil. Quando
finalmente chegou à posição de governador do Egito e foi o administrador do
salvamento dos egípcios e de nações vizinhas, José pôde entender a lógica das
diferentes etapas de seu árduo caminho, e de fato experimentar que muitas vezes
"o Senhor tem o seu caminho na tormenta" (Na 1.3). Assim dizem as
Escrituras: "Todos os seus caminhos juízos são" (Dt 32.4), e. ainda:
"Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade" (SI 25.10).
DEUS havia feito José entender a razão de seus muitos sofrimentos, por isso ele
pôde dizer a seus irmãos: "Porque para conservação da vida DEUS me enviou
diante da vossa face"(Gn45.7).(SD e DB)
V. JACÓ
ENVIA SEUS FILHOS AO EGITO
l. O
reencontro de José com seus irmãos. Tendo ouvido que Faraó estava vendendo
trigo a todos os povos, Jacó mandou seus filhos ao Egito a fim de se
abastecerem do cereal. Benjamim ficou com o pai. enquanto os dez se dirigiam ao
Egito. Apresentarem-se a José. o qual facilmente reconheceu seus irmãos sem ser
deles reconhecido. José os interrogou acerca da família deles, e eles lhe
contaram acerca do irmão mais moço. Para prová-los, José reteve a Simeão como
refém até que voltassem a ele trazendo a seu irmão Benjamim.
2. O
estratagema de José. Os filhos de Jacó voltaram ao Egito na companhia de
Benjamim e José ficou muito emocionado ao ver seu irmão, o filho mais moço de
sua mãe Raquel. Quando seus irmãos se preparavam para retomar a Canaã José os
submeteu a mais uma prova. Mandou esconder seu copo de prata nó saco de
Benjamim. E quando eles já estavam a caminho, enviou atrás deles emissários
dizendo que o copo do governador estava desaparecido, que eles eram os suspeitos,
e que aquele em cuja bagagem o copo fosse encontrado, ficaria no Egito como
escravo de José. O copo foi achado na bagagem de Benjamim, e todos voltaram à
presença de José. Judá, então, fez a José uma emocionante súplica,
oferecendo-se para ficar como escravo no Egito em lugar de Benjamim, porque:
"Como subirei eu a meu pai se o moço não for comigo? Para que não veja eu
o mal que sobrevirá a meu pai" (Gn44.18- 34). E fora justamente Judá
aquele que havia proposto que José fosse vendido como escravo aos ismaelitas...José
entendeu que a natureza de seus irmãos havia verdadeiramente mudado. E deu-se a
conhecer a seus irmãos: "E levantou a sua voz com choro...Eu sou José;
vive ainda meu pai? E seus irmãos não puderam responder porque estavam pasmados
diante da sua face" (Gn45.1-3). Logo os irmãos retomaram o caminho para
Canaã, não só levando consigo trigo, mas também levando consigo a incumbência
de preparar a mudança de toda a família para o Egito. Ao anunciarem a Jacó que
José ainda vivia e que era o governador do Egito, o seu coração desmaiou porque
não os acreditava. Mas vendo os carros que José enviara para levá-lo ao Egito,
reviveu o seu espírito (Gn 45.26-27). Não demorou muito até que toda a família,
um grupo de 70 pessoas, estava descendo para o Egito (Gn 46. l-4). (SG, SH e
SA).
VI. JOSÉ
CUIDOU DE SEU PAI ATÉ QUE ESTE MORRESSE
José fez
isto de forma a constituir-se em um exemplo para todos os tempos. Não somente
deu a Jacó o sustento material, mas deu-lhe carinho e seu cuidado! É realmente
melhor mostrar o nosso amor e o nosso cuidado aos nossos velhos pais enquanto
os temos em vida, do que prestar-lhes homenagens junto à sepultura. "Honra
a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa" (Ef6.2).
Revista CPAD - Lições Bíblicas
- 1995 - 4º Trimestre - Genesis, O Princípio de Todas as Coisas - JOSÉ, UM
HOMEM DESIGNADO POR DEUS - Comentarista pastor Elienai Cabral
I. JOSÉ, AMADO E ODIADO POR
SUA FAMÍLIA
1. Amado de seu pai
2. Odiado por seus irmãos
3. Maltratado e vendido como escravo
4. As consequências amargas da inveja e do ódio
ll. JOSÉ É HUMILHADO E
EXALTADO NO EGITO
1. José é vendido na feira de
escravos, no Egito
2. José prospera na casa de
Potifar
3. José foi tentado pela
mulher de Potifar
4. José é abençoado por DEUS, na prisão
III. JOSÉ É LEVADO À PRESENÇA
DE FARAÓ
1. José é lembrado perante Faraó
2. José é conduzido a Faraó
3. José interpreta os sonhos de Faraó
4. José é nomeado governador do Egito
OBJETIVOS - No término desta
lição, os alunos deverão ser capazes de:
. Entender que os pais jamais devem fazer distinção entre os filhos, ou seja,
demonstrar que gosta mais de um do que do outro .
. Compreender que os irmãos de José não conseguiram matá-lo, pois DEUS tinha um
plano especial para sua vida .
. Concordar que, se tivesse cedido à tentação na casa de Potifar, José teria
perdido a bênção de ser o segundo mandatário do Egito.
. Concluir que, para recebermos uma bênção divina, somos primeiramente provados,
a fim de fazermos jus a ela.
SUGESTÕES
PRÁTICAS
1. Informe
aos alunos que, quando demonstramos maior amor por um determinado filho, pelo
fato de ele ser mais obediente do que os outros, causamos um problema sério ele
relacionamento entre eles, pois a inveja aflora ele imediato, e leva, às vezes,
a uma tragédia em família. Por isso, elevemos evitar esta demonstração.
2. Diga-lhes que DEUS estabeleceu aquela dura prova a José, pois desejava
conceder-lhe a bênção que lhe mostrara, através de sonhos, em sua adolescência.
Só assim, ele jamais se esqueceria cio que o Senhor lhe fez, ao escolhê-lo para
ser o governador cio Egito e provedor do alimento que salvou a humanidade da
fome mundial.
3. Esclareça-lhes que, mesmo injustiçado, ao ser condenado à prisão, por um
crime que não cometeu, José permaneceu fiel ao DEUS de seu pai Jacó. Ainda foi
esquecido pelo amigo, que conseguiu a liberdade antes dele e prometeu
libertá-lo. Mas a confiança inabalável no Senhor o fez sair do cativeiro,
triunfante.
INTRODUÇÃO
A história ele José ganha um espaço especial no livro de Genesis nos capítulos
37 a 50. O velho Jacó vivia como estrangeiro na terra de Canaã, a qual DEUS
prometera como herança à descendência de Abraão. Nos planos divinos, fatos
contundentes haveriam de acontecer a partir de José, tomando-se o mesmo o
personagem por excelência na história do povo de Israel.
I. JOSÉ, AMADO E ODIADO POR SUA FAMÍLIA
1. Amado de
seu pai (vs.1-4).
José era um
adolescente, de 17 anos de idade, e Jacó o amava muito, porque era o filho de
sua velhice. Além disso, ele se destacava dentre seus irmãos, porque era
temente a DEUS e não concordava com o mau procedimento deles. Jacó demonstrava
sua preferência paterna por José, provocando, com esta atitude, a inveja e o
ciúme de seus irmãos.
2. Odiado por seus irmãos (vs.4-11).
Havia duas
razões principais para o ódio dos seus irmãos: era a denúncia que José trazia a
Jacó das más ações cometidas por eles, fora das vistas do velho pai e quando,
ingenuamente, contava seus sonhos a eles e os
sonhos
sempre eram interpretados colocando-o como líder sobre seus irmãos e isto era
suficiente para eles o odiarem e desejarem e livrar dele.
3.
Maltratado e vendido como escravo (vs.12-36).
Por ser o
mais novo dos filhos, José foi enviado por seu pai ao campo onde estavam seus
irmãos, cuidando dos rebanhos da família, em Siquém. Quando José chegou entre
eles, seus irmãos já haviam formulado uma trama para livrarem-se dele, pois o
ódio era patente em seus olhos e corações. Seus irmãos queriam matá-lo, mas
Rúben impediu que eles assassinassem o próprio irmão, pois isto muito
entristeceria o velho pai. Resolveram então colocá-lo dentro de uma cisterna,
cavada naquela região. Antes, tiraram-lhe a túnica talar, que o distinguia dos
demais, e o venderam como escravo a uma caravana de ismaelitas (Gn 37.25)
4. As consequências amargas da inveja e do ódio.
A Bíblia
diz que "os irmãos de José eram movidos de inveja" (At 7.9). A inveja
surge como um sentimento negativo, de mesquinharia humana, causada pela queda
ao pecado, desde nossos primeiros pais, Adão e Eva. Geralmente, a inveja surge
da tentativa de compensar o fracasso em relação a outras pessoas. O invejoso
não aceita o sucesso de outrem.
II. JOSÉ É HUMILHADO E EXALTADO NO EGITO
1. José é
vendido na feira de escravos, no Egito (Gn 39.1).
Longe da
casa do pai, José amargava a separação. Não entendia porque tanto ódio da parte
de seus irmãos. Passava pela feira de escravos um oficial da corte real de
Faraó, por nome Potifar e, ao ver o jovem escravo, percebeu que o mesmo tinha
características diferentes e superiores aos demais. Comprou-o dos ismaelitas e
o levou para servir em sua casa.
2. José prospera na casa de Potifar (Gn 39.1-6). José alcançou graça diante de
seu amo Potifar e foi designado para ser mordomo da sua casa. Todos os negócios
foram geridos por José, e a casa de Potifar prosperou grandemente. DEUS estava
com José em tudo o que fazia.
3. José foi tentado pela mulher de Potifar (Gn 39.6-12).
É difícil,
às vezes, entender os desígnios de DEUS, mas a verdade deste incidente, na
experiência de José, estava no fato de que ele deveria ser provado, a fim de
estar apto para um propósito maior. Segundo a Bíblia, além das qualidades
morais e espirituais, José "era formoso de parecer e formoso à vista"
(Gn 39.6). Fisicamente, ele era bonito e desejável para os prazeres da carne. A
mulher de Potifar colocou os olhos em José e tramou situações pelas quais
pudesse atrair o jovem mordomo. Mas ele recusou os ímpetos insistentes daquela
mulher, declarando a ela, que não poderia trair a confiança de seu senhor __
(Gn 39.8). Não podendo convencê-lo com palavras e atitudes sensuais, aquela
mulher o pegou pelo vestido, com força, mas ele escapou assim mesmo, deixando
suas vestes rasgadas nas mãos dela (Gn 39.12). A mulher de Potifar se fez de
vítima e lançou sobre José a acusação de tentativa de sedução (Gn 39.14-18).
Ouvindo Potifar a acusação mentirosa de sua mulher contra José, mandou-o para o
cárcere dos presos do rei.
4. José é abençoado por DEUS dentro da prisão (Gn 39.21-23; 40.6-8).
DEUS foi
benigno com José, isto é, em todo o tempo da sua humilhação, a presença
benévola e complacente do Senhor esteve com ele. Esse é o modo de DEUS tratar com
aqueles que sofrem e padecem aflições (Rm 2.4; Sl 36.7; 119.76). Naquela
prisão, a benignidade do Senhor sustentou e guardou José (Pv 20.28). A graça
divina quebrantou o coração do carcereiro-mor e o fez ver as qualidades morais
e intelectuais de José. Dentro daquela prisão, José encontrou dois chefes da
cozinha da casa real: o chefe dos copeiros e o dos padeiros da casa de Faraó.
Ambos sonharam, e como os egípcios Naquela prisão, a benignidade do Senhor
sustentou e guardou José (Pv 20.28). A graça divina quebrantou o coração do
carcereiro-mor e o fez ver as qualidades morais e intelectuais de José. Dentro
daquela prisão, José encontrou dois chefes da cozinha da casa real: o chefe dos
copeiros e o dos padeiros da casa de Faraó. Ambos sonharam, e como os egípcios
criam que os sonhos representavam presságios bons ou ruins, contaram a José os
seus sonhos. José tinha a graça de DEUS, para interpretar sonhos. Isto
acontecia, desde quando estava na casa de seu pai Jacó. Sem entrar nos
detalhes, vemos que José revelou o significado dos sonhos aos dois, e pediu ao
copeiro que se lembrasse dele perante Faraó, uma vez que ele era apenas uma
vítima, e não culpado de qualquer ato indigno (Gn 40.14,15).
III. JOSÉ É LEVADO À PRESENÇA DE FARAÓ
1. José é
lembrado perante Faraó (Gn 41.1-8).
Faraó teve
dois sonhos seguidos que o deixaram perturbado, pois não entendia o significado
dos mesmos. É aqui que DEUS entra em ação, mais uma vez, para cumprir sua
palavra, anteriormente, revelada a José, ainda na casa de seu pai. O tempo do
cumprimento dos sonhos de José chegava no momento certo (Gn 37 .5-7). O
copeiro-mor estava servindo a Faraó, cerca de dois anos depois que saíra da
prisão, quando viu o rei perturbado. O Senhor o fez lembrar-se de José e ele
falou a Faraó sobre o que acontecera e como se cumprira a interpretação de
José. Faraó já havia convocado todos os astrólogos e adivinhos do palácio, mas
nenhum pudera interpretar os seus sonhos (Gn 41.8). O rei ficou pasmado com a
exatidão do cumprimento dos sonhos do copeiro e do padeiro e, por isso, ordenou
que lhe trouxessem José a sua presença.
2. José é conduzido ao Faraó (Gn 41.9-15)
No tempo
próprio, DEUS fez o copeiro-mor lembrar-se de José, o qual contou ao rei a
experiência que tivera, quando esteve preso com o jovem hebreu. O rei ficou
impressionado com a narrativa. Estava revoltado com os magos e ocultistas do
palácio, que não puderam interpretar os seus, sonhos. Na presença de Faraó,
José, com humildade, declara que a interpretação dos sonhos do rei viria de
DEUS, o seu Senhor (Gn 41.16). O plano divino na vida de José começava a
cumprir-se, literalmente.
3. José
interpreta os sonhos de Faraó (Gn 41.16-32).
O rei
contou os sonhos e o ESPÍRITO de DEUS abriu o entendimento de José para dar a
interpretação. José interpretou os sonhos, afirmando que os dois se resumiam
num só, pois dentro de pouco tempo o Egito passaria por uma grande escassez de
alimentos e, para evitar esta crise, era necessário que o rei se prouvesse de
mantimentos. O rei ficou perplexo por tanta inteligência e visão administrativa
do jovem hebreu. A verdade é que DEUS estava por detrás de tudo. José achou
graça diante de Faraó (At 7.10). Esta graça tinha a operação de DEUS, pois é
Ele quem dirige nossos destinos e é Ele quem dirige os destinos da nossa vida,
quando fazemos a sua vontade. Ao ouvir a palavra de José, em encontrar um homem
que tivesse o espírito de DEUS para governar toda aquela proposta, buscou entre
seus espírito de DEUS para governar toda aquela proposta, buscou entre seus
homens, mas a ninguém encontrou. Estava diante dele um estrangeiro recém-saído
da prisão (Gn 41.12-39).
4. José é
nomeado governador do Egito (Gn 41.33-57).
Indiscutivelmente
o ESPÍRITO de DEUS estava com José - Ao tornar-se governador do Egito tomou-se,
também, a segunda pessoa mais importante do reino de Faraó. O rei viu em José
muito mais que um mero visionário. O rei viu nele alguém altamente capaz de
realizar um grande trabalho em favor do Egito. Às vezes, na vida cotidiana da
igreja, os que possuem algum dom espiritual de profecia ou revelação não sabem
separar as coisas espirituais das racionais. Espiritualizam demasiadamente os
fatos da vida eclesiástica e agem como se fossem anjos. José não perdeu os seus
dons espirituais, e soube administrar a sua vida espiritual de modo a ser uma
bênção nas responsabilidades materiais.
CONCLUSÃO
A história
de José é longa e contêm muitas lições, mas destacaremos apenas alguns pontos,
os quais se constituem ricos e preciosos ensinos para a nossa vida cotidiana; -
-No primeiro tópico da lição. No primeiro tópico da lição aprendemos sobre o
perigo da discriminação que alguns pais fazem com seus filhos. Isto gera
ciúmes, invejas e rancores entre os demais irmãos. Por causa da discriminação,
José quase foi assassinado por seus irmãos. Não aconteceu, porque DEUS tinha um
plano determinado com todos eles, especialmente, José. Mesmo assim, foi vendido
como escravo, mas DEUS esteve com ele o tempo todo.
O
esquecimento do copeiro parece ter sido de propósito, na presciência divina,
pois, no tempo certo, ele lembrou-se de José. Devemos aprender a esperar em
DEUS. Ele não se atrasa, nem se adianta.
ENSINAMENTOS
PRÁTICOS
1. DEUS,
antecipadamente, preparou o espírito de José para a grande luta que
enfrentaria, quando fosse provado, ao revelar-lhe, através de sonhos, o seu
futuro. Por isso, mesmo vendido pelos irmãos e condenado à prisão por Potifar,.
jamais retrocedeu. Desta forma, teve o seu nome registrado na Bíblia, e nas
páginas da história humana.
2. A humildade é tudo na vida do cristão. Se permanecermos humildes e
confiantes no Senhor, mesmo injustiçados, conforme aconteceu com José, no tempo
certo, DEUS nos dará a vitória. Portanto, não nos desesperemos, mas esperemos
com paciência o momento de sermos exaltados pelo Todo-poderoso.
3. A provação vem-nos na medida certa: nem mais nem menos. Apesar de aparentemente
dura, José suportou com resignação a prova estabelecida por DEUS para sua vida,
e alcançou a vitória. Em compensação, tornou-se o segundo homem do Egito e
salvou a humanidade da fome que assolou o mundo em seus dias.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Genesis, O Princípio
de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Estudo no livro de Genesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP
Imposição de DEUS para Salvar Jacó - 35:1-14
A nova
situação criada pelo pecado de Simeão e Levi pôs a vida e os destinos do
patriarca em perigo. DEUS, portanto, ordena a partida dali para Betel, com
ordem de levantar lá um altar a DEUS que o tinha livrado de Esaú. DEUS está
trazendo à memória do seu servo a falta de cumprimento de seus deveres. Jacó se
havia esquecido de pagar o voto feito em Betel quando ia fugindo de Esaú, como
se tinha descuidado de limpar dos ídolos sua casa. O verso 2 diz que ordenou
que fossem postos fora todos os deuses estranhos que tinham sido roubados de
Labão. Não somente os ídolos, mas todos os ornatos gentílicos, como brincos de
orelhas e de nariz. A casa de Jacó era uma casa religiosa com ritos idólatras;
e ele, tão amoroso e descuidado, permitiu que se passassem oito e mais anos sem
fazer uma limpeza nessas profanações. Bom foi que tivesse acontecido o desastre
com seus
filhos, trazendo uma hora de incerteza e agonia ao espírito, para que se
lembrasse de ser fiel a DEUS. É assim conosco ainda hoje. Para nos corrigirmos
de alguns defeitos, é mister que surjam reveses na vida; aí recorremos a DEUS,
e ele tem sua oportunidade de ser obedecido. Portanto, todos os ídolos foram
atirados às urtigas e Jeová ficou sendo adorado naquela casa, como havia muito
devia ter sido. O resultado foi que o temor de DEUS caiu sobre todos os
habitantes em redor e não perseguiram os destruidores dos siquenitas. Esta foi
a conversão da casa de Jacó. É preciso que não somente sejamos crentes, mas que
nossa casa seja convertida a DEUS. Jacó chegou à Luz, antigo nome da cidade, que
ele mesmo tinha mudado para Betel quando ali dormiu e o Senhor lhe apareceu em
sonho na ocasião em que fugia de Esaú. O novo nome, porém, não era conhecido e
nem o foi até os israelitas a tomarem e lhe mudarem o nome antigo. Aqui,
construiu o altar e chamou o lugar BETEL, que significa o "DEUS da casa de
DEUS". Que recordações este lugar não evocaria! Esta linguagem implica em
que cumpriu aqui o seu voto, dando ao Senhor o dízimo de tudo. Podemos imaginar
quantas vítimas foram imoladas em sacrifício para pagar o dízimo de tanta
riqueza. Nos versos 9 a 15 temos a menção de nova revelação de DEUS a Jacó,
reafirmando a mudança do nome e a certeza de herdar as bênçãos prometidas. Como
testemunho desta aparição, Jacó levantou um altar e derramou sobre ele ofertas
de libação. Novamente chamou este lugar Betel. Como já foi referido, o lugar do
aparecimento de DEUS indicava, à vaga compreensão dos antigos sobre a
espiritualidade de DEUS, que ele morava ali. A ideia de que DEUS tem sua casa e
seu lugar para ser adorado durou até que o Messias disse que "nem neste
monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai". A religião cristã pôde desfazer
o materialismo que rodeava todo o culto de Jeová.
A Morte de Raquel (MÃE DE JOSÉ E BENJAMIM) - vv. 15-20
Depois de
morar em Betel - não sabemos a razão - Jacó levantou acampamento e dirigiu-se
para o sul. Por que ele viajou numa ocasião tão crítica, não se sabe; o certo é
que esta viagem bem pode ter contribuído para que a "délivrance" de
Raquel fosse trabalhosa, e ela não resistisse. No lugar Efrata ou Belém-Efrata
(Mq. 5:2), ela deu à luz Benoni,. “filho de minha tristeza" (nome que Jacó
mudou para Benjamim - "filho de minha mão direita"), talvez por
Benoni lhe trazer amargas recordações. Jacó levantou ali um mausoléu à sua
amada Raquel. Foi-se o encanto dos seus dias e da sua vida. Parece que com ela
se foi de verdade todo o conforto da vida de Jacó, porque daí em diante toda
ela é um conjunto de dissabores. Nesta vida de Jacó temos uma consoladora
lição: nossas aflições não estão esquecidas diante de DEUS. Jacó era o eleito
do Senhor, por quem velava com terno carinho. Não obstante isto teve uma das
vidas mais atribuladas que a Bíblia conhece. Razão teve ele para dizer:
"Poucos e maus têm sido os dias dos anos de minha vida" (Gên. 47:9).
O capítulo termina com a lista dos filhos de Jacó e com o encontro de Jacó com
seu velho pai Isaque em Hebrom. Conforme a cronologia mais aceitável, já dez
anos tinham passado desde a volta de Padã-Arã. Quando Jacó foi para Padã-Arã,
deixou os pais em Berseba, mas agora encontramos o velho Isaque em Hebrom e
nada mais sabemos de sua mulher, Rebeca.
Genealogia de Jacó - 37:1-4
Isaque é
morto e Esaú está morando em Seir. Jacó continua na terra das peregrinações de
seus pais. Esta parte do livro abre uma nova seção nas dez em que o livro está
dividido - as gerações de Jacó. O livro de Genesis termina com a genealogia
deste patriarca. Não esqueçamos que Jacó já está morando na terra que DEUS
prometeu a Abraão, mas ainda é incapaz de possuí-la. Assim, viveu como
estrangeiro na sua própria terra até que seus descendentes estivessem
capacitados para possuí-la, o que só se realizou depois da volta do Egito. Daí
em diante, José torna-se o personagem por excelência. Sua pouca experiência,
junto à manifesta parcialidade de seu pai, fez que se criasse ódio entre os
irmãos e a casa fosse dividida. Há manifesto perigo em pai ou mãe demonstrar
mais simpatia por um filho ou uma filha, que pelos outros. Ninguém gosta de ser
repudiado. Para culminar na obra de odiosidade, Jacó fez a túnica de muitas
cores para José, o que ainda mais contribuiu para o tornar odioso aos irmãos. Não
se sabe bem que túnica era esta, mas os melhores hebraístas interpretam a
palavra como sendo um vestido comprido com mangas à moda oriental, mas
diferente, quer na cor, quer no feitio. Era a insígnia de preferência que Jacó
tinha por ele.
O Sonho de José - 37:5-11
A
cumplicidade de Jacó e a inexperiência de José foram, na providência de DEUS,
os meios para levar José ao Egito, a fim de preparar o lugar para a ida da
família. Quão insondáveis são os caminhos do Senhor! José tinha agora 17 anos,
idade suficiente para se conduzir com prudência diante de seus irmãos, mas parece
que era simples de coração e sem malícia. O sonho, depois de relatado, não
deixou dúvida nos irmãos quanto às inocentes pretensões do rapaz. Foi assim que
lhe perguntaram: "Tu, pois, deverás reinar sobre nós?" O sonho
seguinte foi ainda mais impressivo, porque colocava pai e mãe debaixo de sua
autoridade. Por isso Jacó o repreendeu. Mas a insensatez de José foi ao ponto
de revelar ainda este sonho a seus irmãos.
A Viagem Funesta de José - 12-29
Jacó está
morando em Manre ou Hebrom (verso 14) porém as exigências de pastagem para o
gado demandavam a retirada dos pastores para lugares distantes. Como já
sabemos, toda a riqueza de Jacó consistia em formidáveis rebanhos de animais, e
não era fácil achar pastagem para tanto gado dentro dos limites de uma aldeia.
Os pastores iam de lugar em lugar, fazendo um circuito de algumas léguas, até
que voltavam ao lugar de partida, dando tempo para que o pasto crescesse. Outras
vezes, tomavam na ida uma direção e na volta outra, indo e voltando por lugares
diferentes. Só depois de meses é que voltavam a casa. Os moradores eram poucos,
em comparação, e havia muito espaço para pastagem. Mais tarde, tornou-se esta
maneira de vida mais difícil, com o povoamento da terra, deixando apenas as
montanhas e os lugares imprestáveis para a agricultura. Numa destas viagens, os
filhos de Jacó demoraram mais do que era esperado, e ele ficou apreensivo e
mandou José saber como iam. José era como Jacó seu pai, de natureza caseira.
Ficou em casa fazendo companhia ao velho. Os pastores tinham já viajado algumas
léguas e não estavam mais no vale de Hebrom, mas estavam em Siquém, talvez a
oito ou nove léguas de Hebrom. Foi neste lugar que se deu o triste caso entre
os siquenitas e os filhos mais velhos de Jacó. É estranho que tivessem vindo para
este lugar. Possivelmente, tudo tinha mudado entrementes e não havia mais
perigo de uma represália. Mesmo DEUS fez cair tal temor diante do povo da terra
para com Jacó, que ele e sua família ficaram acobertados por esse respeito
invisível. Andando de lugar em lugar, perguntou José a um homem onde estavam
seus irmãos. Este lhe respondeu que em Dotã, lugar mais tarde célebre com
Eliseu. Apenas o moço foi visto pelos irmãos, planejaram o modo por que se
veriam livres dele, visto estarem longe de casa e ser fácil encobrir o crime.
Havia muitas cisternas ou poços por toda parte, para coletar as águas pluviais,
a fim de abeberar os rebanhos no tempo da seca. O primeiro ímpeto foi matá-lo e
esconder o corpo numa destas cisternas. Assim, não só ficava escondido, mas no
caso de ser descoberto, havia possibilidade de se dizer que tinha caído nela e
tinha morrido de fome. Rúben, o que tinha pecado contra o próprio pai,
deitando-se com sua concubina, deu conselho que, em lugar de matá-lo, o
botassem dentro da cisterna vivo, talvez para que logo fosse possível retirá-lo
e restituí-lo ao seu pai. Esta é uma nota agradável do caráter de um homem que
aparece na história bíblica com um feito tão triste. Rúben era, talvez, um
desses homens de bom coração, mas de paixões indomáveis, incapaz de dominar-se
na hora do perigo. Este conselho foi aceito e logo que José se abeirou deles,
nada faltava para que fosse eliminado o sonhador e acabados os seus sonhos.
Pobre do homem que se levanta para destruir os planos de DEUS. Eles, porém,
ignoravam a origem daqueles sonhos. Tiraram-lhe a túnica e lançaram-no na
cisterna. Entre estas cisternas, havia algumas que não sustinham a água e
talvez esta fosse uma delas. Feito isto, sentaram-se para comer pão ou, como
nós diríamos, para almoçar ou jantar. Passado algum tempo, não sabemos quanto,
viram que se aproximava uma caravana de mercadores, que descia ao Egito para
vender as especiarias de que o Oriente era tão rico. Gileade era célebre nestas
especiarias. Judá alvitrou que em lugar de matar o rapaz o vendessem a esses
ismaelitas. Havia duas vantagens neste conselho: a de evitar a morte de uma
pessoa e a do lucro da venda. Todos concordaram e, chamando os mercadores,
venderam José por vinte siclos de prata, o preço de um escravo. Rúben não estava
presente quando esta transação foi feita. Teria ido juntar algumas cabeças de
gado que se estavam tresmalhando. Quando voltou e não encontrou o irmão, ficou
desolado. Não se diz que ele foi notificado da transação, e sim que após sua
volta tingiram a túnica com o sangue de um animal, para enganar o pobre pai.
Entretanto, este negócio não teria ficado encoberto a Rúben, mas nada ele
poderia fazer, em benefício do irmão. Tinha o consolo de que pelo menos estava
vivo, e, talvez, de uma ou de outra forma, mais tarde, se pudesse libertar. Nos
versos 25 e 28, estes mercadores aparecem com dois nomes diferentes, como se
fossem duas diferentes caravanas. A explicação é fácil. Tanto ismaelitas quanto
midianitas, todos descendiam de Abraão. Os ismaelitas eram filhos de Ismael. Os
midianitas descendiam do quarto filho de Abraão e da concubina Quetura. Ambos
estes povos ocupavam mais ou menos o mesmo território, e mais tarde os
midianitas eram todos os que moravam em Midiã, quer descendessem de Quetura,
quer de Ismael.
A Mensagem a Jacó - 31-36
Estes
versos terminam a triste história do pecado daqueles homens desumanos e sua
desfaçatez em trazer uma mensagem mentirosa ao aflito Jacó. Um pecado chama
outro pecado. Vendido José, era preciso inventar uma mentira, para encobrir o
pecado. Não foi difícil. A túnica estava tinta de sangue. Por que não crer que
um animal feroz o tinha devorado? Havia tantos naqueles lugares! Não podemos
ler este trecho sem sentir viva simpatia por aquele coração quebrantado, Jacó.
Rasgou seus vestidos e cobriu-se de saco, em sinal de profundo desgosto,
recusando até ser consolado. Por todo o resto de sua vida ia Jacó lamentar a
perda do seu amado filho. Vieram seus filhos e filhas (Diná e as noras,
mulheres de seus filhos), mas não o puderam consolar. Que consolo hipócrita
teriam aqueles homens sem coração para dar? Parece até que tão frio era este
consolo que Jacó chegou a desconfiar. Anos depois acusou os filhos de o terem
desfilhado (43:39). Em sua agonia, declarou que desceria à sepultura sem
consolação. A palavra sepultura é traduzida na versão Brasileira por
"Sheol", que é a palavra hebraica. Sobre o significado deste termo,
na terminologia hebraica, há uma imensidade de literatura que vale a pena ser
consultada. Há, em geral, duas opiniões. Primeira, que o termo descreve o
estado dos mortos depois desta vida. Segunda, que descreve o lugar destes
mortos. No N.T. a palavra correspondente é "Hades", que se aplica
tanto ao lugar dos salvos quanto ao dos perdidos. Os judeus usaram este termo indistintamente,
para descrever o lugar dos mortos sem se preocuparem com a condição destes
mortos. No N .T. prevalece o mesmo sentimento. Sheol ou Hades é o lugar para
onde vão os mortos, tanto salvos como perdidos. Os teólogos têm-se encarregado
de investigar se estes termos descrevem um lugar ou um estado. Entretanto, não
parece ser fácil uma solução aceitável para todos. se os termos designam
o estado das almas depois desta vida é impossível verificar, porque, onde quer
que ocorram, não há a menor explicação. (Ver I Sm. 28:19; II Sm. 12:23 e conf.
Lc. 23:42, 43; II Cor. 5:6-8; 12:2-4; Ap. 6:8; 20:14.). Estas últimas citações
referem-se ao Paraíso e, comparadas com as outras, verifica-se que o Paraíso e
o Céu são uma e a mesma coisa. Somando-se todos os resultados desta
investigação, a conclusão natural é que Sheol e Hades são o estado e não o
lugar das almas depois de desencarnadas. Todas as almas vão para a eternidade,
isto é, para o Sheol ou Hades. Quanto aos lugares de gozo ou sofrimento, não é
uma questão que estes termos tenham de resolver. As palavras de Jacó são que
morreria, iria para a eternidade, sem ser consolado. O último verso dá-nos a
notícia de que José foi vendido a Potifar, capitão da guarda de Faraó, no
Egito, onde o encontraremos no capítulo 39.
Separação de Judá - Um Capítulo de Sua História - cap. 38
A história
de José aqui é interrompida, para se introduzir a história do irmão de cujo clã
sairia o Leão da Tribo de Judá; este torna-se, na história futura, a principal
figura. É difícil determinar quando se deram estes acontecimentos. Mas parece
ter sido pouco depois da vinda de Padã-Arã. Este capítulo foi aqui introduzido
fora da conexão cronológica e histórica. É um dos capítulos mais tristes de
toda a história bíblica, e uma nódoa na vida de Judá. Devia agora o terceiro
filho de Judá cumprir a lei de manter a linhagem de seu irmão, mas este era
ainda novo e Judá pediu a Tamar, a viúva, que esperasse. Os versos 27-30
dão-nos o nascimento dos dois filhos de Tamar e Judá. Um deles era Farez ou
Perez, de quem descendeu Davi, e por fim nosso Senhor. Deste e de Zera, seu
irmão, descendeu a tribo. Só a certeza de que DEUS age por sua imensa sabedoria
nos consola diante do fato de JESUS CRISTO, segundo a carne, vir de uma família
originada de um ato de incesto e adultério. "E Judá gerou Perez e Zera de
Tamar e Perez gerou Esrom... " (Mat. 1:3). Por que assim o fez o nosso
DEUS? Alguém pensa que foi para não dar lugar a que a pessoa escolhida para
trazer ao mundo o Filho encarnado de DEUS fosse adorada, visto proceder de uma
família com a mais triste origem. Se este foi o propósito divino, não se sabe.
Sabemos, no entanto, que foi assim, que aprouve ao Todo-Poderoso. Com Davi,
anos depois, começou a linha direta até JESUS; e que homem aparece na Bíblia
com nódoa mais feia que ele? A Escritura que diz: DEUS mandou o seu filho em
semelhança de pecado na carne é real e literal diante deste fato, narrado no
capítulo 38 do primeiro livro da Bíblia.
JOSÉ NO EGITO E A PROVIDÊNCIA DE DEUS COM ELE (Caps. 39-46)
O capítulo
38 interrompeu a história de José por um momento. Encontramo-lo agora, de novo,
em casa de Potifar, a quem tinha sido vendido como escravo. Estes capítulos
(39-46) podem ser classificados como a história da Providência na vida de um
homem. Os que não compreendem o porquê de muitas coisas, em suas vidas e os que
não crêem que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a DEUS
devem ler esta história. Não somente é inspiradora mas é consoladora também.
Quem poderia ver no ato iníquo e desumano dos irmãos de José o dedo da
Providência? Quão insondáveis são os caminhos do Senhor! Tinha de preparar seu
povo para os grandes deveres da vida nacional na terra prometida, e não havia
na terra nação onde melhor este povo pudesse ser educado. O Egito era, naquele
tempo, o centro da civilização e das artes, e nenhum povo ficaria mais apto
para estes grandes privilégios do que aquele que mantivesse com os egípcios
longos anos de contato. José foi o escolhido para preparar o caminho. Para
executar o plano, ele, certamente, teve de sofrer provações, que alguém
chamaria de calamidades, mas o DEUS que prova nunca deixa de dar o conforto e a
graça precisos para o triunfo. Potifar conheceu em José um personagem de dotes
e qualidades raros, doutra maneira não o poria à frente dos negócios de sua
casa. José prosperou e a casa de seu senhor também, a ponto de este reconhecer
que Jeová estava com ele (José). Não esqueceu José sua religião, nem a ocultou,
como muitos de nós fazemos. Jeová tornou-se conhecido àquele incrédulo e este
foi o primeiro resultado da ida de José para o Egito. Tal foi a prosperidade e
a confiança por ele conquistadas, que toda a casa foi posta em suas mãos.
Acompanhado da graça de DEUS em sua vida, tinha ainda a vantagem de ser
"formoso de parecer, e formoso à vista". Esta qualidade é rara,
sobretudo quando se ajunta com esta outra, a honestidade. Todo este conjunto
fez do herói o homem de DEUS para uma grande obra. Todos nós podemos saber
quando DEUS está realizando sua obra por nosso intermédio. Infelizmente, as
condições mudaram e José, o servo de DEUS, viu-se de repente a braços com um
problema sério.
A Tentação de José - 39:7-1 8.
Não sabemos
quantos anos de paz e prosperidade José gozou na casa de seu senhor. Sabemos
que tinha 17 anos quando foi vendido, e pelo menos 5 anos tinha passado no
Egito, pois que realizações tão grandes como as que se deram com ele
naturalmente tomaram tempo. DEUS nunca age milagrosamente, quando os meios
naturais, são possíveis. Imaginemos que ele tenha agora 23 anos. É jovem, belo,
cuidadoso e de grande influência em toda a casa de seu amo. A mulher de seu
senhor pôs nele os olhos e cobiçou-o. Corajosamente, repudia a oferta e declara
que cometer tal crime seria não só um pecado, mas abuso de confiança. Longe
estava ele de pensar nos perigos decorrentes de se recusar às fascinantes e
insidiosas palavras da mulher de Potifar. O "amor não correspondido gera o
ódio", e foi o que aconteceu. Munida com o próprio vestido de José, prova
tremenda do seu suposto crime, ela o denuncia a seu esposo, como um sedutor.
José não se pode defender da acusação. Estrangeiro na terra, ele teria perecido
nesta situação difícil, se DEUS não fora com ele. Todo jovem deve ler esta
passagem e, inspirar-se na recompensa de DEUS para com os que lhe ficam fiéis.
José preferiu arrostar (Olhar de frente; encarar sem medo) com todas as
consequências e ficar com a consciência limpa, a gozar uma vida fácil, com
todos os favores.
José na Prisão - 39:19-23
O crime
suposto de José merecia a morte, mas, ou porque Potifar amasse o rapaz, ou
porque mantivesse alguma dúvida sobre a veracidade da acusação, em lugar de
matá-lo, mandou-o para a prisão. Não era a prisão comum, mas aquela para onde
iam somente os prisioneiros da casa real. Entretanto, não se julgue que fosse
um lugar delicioso. A prisão ficava mesmo na casa de Potifar, num subterrâneo,
possivelmente, como indica o texto hebraico. Neste lugar, Jeová não abandonou o
fiel jovem, que pôde resistir contra o pecado até o sangue (Hb. 12:4). DEUS
deu-lhe graça diante do próprio carcereiro, como tinha dado perante Potifar.
Aquele o pôs como seu ajudante, e tudo que fazia estava benfeito. Em toda parte
Jeová estava com José e em todas as contingências lhe dava graça para achar
favor diante dos que tinha de servir. Este incidente na vida de José não teve,
diante do seu próprio senhor, tanta gravidade como geralmente se supõe, pela
razão acima mencionada, de que Potifar talvez não acreditasse na denúncia da
esposa. Quando o copeiro e o padeiro de Faraó pecaram e foram parar na mesma
prisão, o carcereiro entregou-os, com pleno conhecimento de Potifar, aos
cuidados de José (40:4). É, pois, claro que o que se tinha passado com sua
mulher não tinha trazido demérito à confiança de que José gozava.
O fato é que Potifar não podia deixar de punir uma denúncia contra um homem que
tinha sido apontado diante de todos os demais servos da casa como perturbador
da honra doméstica. Mas é difícil derrubar um homem que anda com DEUS e que
nele deposita sua confiança. É bem certa a palavra de Salomão, quando diz:
"Há um homem que perece por causa da sua justiça, e um perverso que
prolonga sua vida fazendo mal" (Ec. 7:15).
O Copeiro e o Padeiro de Faraó na Prisão com José - cap. 40
Embora na
prisão, José teve sua sorte amenizada pelos contínuos favores de que gozava ali
mesmo. Chefe de todos os prisioneiros, com a estima do carcereiro e a aprovação
de Potifar, ia dia a dia mostrando que seu coração era reto e puro, e DEUS
tomava a si o encargo de o tornar cada dia mais aceitável a todos. Os dois
eunucos de Faraó, o padeiro e o copeiro, foram parar na prisão também, na
prisão real, que, como ficou dito, era na mesma casa de Potifar, sendo este o
capitão da guarda. Os eunucos nas cortes orientais ocupam importantes papéis,
sobretudo nos haréns dos monarcas. Às vezes, desempenham funções de alta
responsabilidade, e, não raro, são as pessoas de mais confiança do rei. O
próprio Vaticano ainda conserva alguns destes eunucos, que são usados na música
da Capela Sixtina. São, aliás, os únicos encontrados num país cristão. Contra
tal mutilação em vida se levanta a própria Bíblia (Dt. 23:1; Lev. 21:20),
classificando-a de ímpia e desumana. Não sabemos o que estes servos de Faraó
fizeram para irem para a cadeia, mas sabemos que a mais insignificante falta
era punida com o maior rigor. Talvez mesmo trivialidades ou, quem sabe, falta
de fidelidade. Esta gente de ordinário era intrigante, mexeriqueira, disputada
e pronta para qualquer obra menos escrupulosa. Na prisão, teve cada um seu
sonho. Muito mais que hoje, os sonhos, naquele tempo, tinham grande
significação, e toda sorte de interpretações se procurava para explicar os
sonhos. Isto era verdade, tanto entre os povos pagãos quanto entre os hebreus,
sendo que estes tinham seus profetas, que eram os oráculos divinos. Os sonhos
eram de tal caráter que os dois prisioneiros ficaram aterrados. José veio a
eles e perguntou-lhes por que estavam assim tristes. Responderam que não havia
intérprete para seus sonhos. José afirma que as interpretações pertencem a
DEUS. imediatamente, lhe contaram os sonhos, e ele os interpretou. José tinha
tido os seus sonhos e não sabemos se tivera ou não a chave dos significados;
todavia, agora o vemos com o discernimento da interpretação. Ou ele possuía o
dom de interpretação, ou DEUS lhe deu essa graça na ocasião, o fato é que
revelou o que cada sonho significava. Parece que esta revelação lhe foi dada na
ocasião. No terceiro dia, os sonhos se cumpriram. No aniversário do rei, este
restaurou o copeiro-mor e enforcou o padeiro. O costume de fazer festa de
aniversário é bem antigo. O copeiro não mencionou o bom amigo da prisão, ou por
esquecimento ou por conveniência, mas DEUS conservava a lembrança para uma
ocasião mais oportuna. Aqueles dias deviam ser, para José, de apreensão e
dúvidas, mas o bom DEUS lhe deu graça para esperar a sua hora. Talvez depois de
dois anos tenha chegado à ocasião de o copeiro-mor se lembrar de José e em
circunstâncias muito mais favoráveis para ele. É coisa difícil esperar, mas é
melhor esperar, que agir antes do tempo.
Os Sonhos de Faraó - 41:1-13
Chegou a
vez de José entrar em cena. Faraó teve dois terríveis sonhos, que muito o
perturbaram e que ninguém podia interpretar. Os sonhos de Faraó nos são bem
familiares e dispensam menção aqui. Entretanto, duas palavras sobre sua
importância não farão mal. O Egito seria um eterno deserto, se não fora o Nilo
que lhe empresta sua fertilidade. Somente ao longo do rio ou até onde suas
águas podem chegar há possibilidade de agricultura. Para isto, os antigos
Faraós empregaram milhares de homens na construção de canais, a fim de levarem
as águas do Nilo às partes mais distantes do deserto. As mais célebres obras da
engenharia antiga tiveram sua origem no Egito. O Nilo é como o Amazonas, que
cresce cada seis meses e baixa nos outros seis. Durante o período de enchente,
a terra é inundada e na vazante deixa o limo que as águas trazem das partes
altas.
Nisto consistia a grande fertilidade do Egito. O sonho de Faraó incluía espigas
e vacas. Isto devia ter despertado o seu espírito supersticioso, uma vez que os
sonhos se relacionavam com a vida do país. Os animais eram sagrados, sendo o
boi divindade muito adorada. Não somente isto, mas o fato de que as 7 espigas e
as 7 vacas devoravam umas às outras era singular. Todas estas coisas
contribuíram para tornar o sonho mais terrível.
Foram chamados todos os sábios, do que o Egito era fértil, mas nenhum deu volta
aos sonhos. Estabeleceu-se o alarma no palácio. Nesta altura, o copeiro
lembrou-se do prisioneiro que tinha interpretado seu sonho, e falou ao rei
sobre ele. Incontinente foi chamado o jovem hebreu à presença do rei. Para quê?
perguntaria José. "Para aumentar minha aflição ou para libertar-me?"
Neste caso, só uma grande confiança em DEUS poderia dar um sopro de alívio.
José na Presença do Rei - 41:14-46
José
apressadamente barbeou-se, mudou de roupa e foi à presença do rei. O costume de
fazer a barba não é hebraico, mas egípcio. Os orientais aparecem nos monumentos
de barbas compridas, enquanto os egípcios são representados de barba rapada.
Estes detalhes históricos são uma evidência irrefragável da historicidade da
narrativa. O rei informou José acerca dos sonhos e disse-lhe que nenhum dos
sábios da terra os poderia interpretar. Respondeu José que a faculdade de os
interpretar não reside nos homens, mas em DEUS. Jeová foi pela primeira vez
anunciado diante de Faraó. Havia um DEUS fora do panteão egípcio, que reservava
para si o poder de fazer o que nenhum outro deus podia. Como obteve absoluta
certeza de que DEUS ia revelar-lhe o segredo dos sonhos não nos é dito, mas
podemos supor que José estivesse investido das funções de profeta, e disto
tivesse certeza, tanto porque tinha já revelado o sonho dos outros, quanto
ainda porque durante este tempo DEUS lhe teria dado outras demonstrações nesse
sentido. A confiança com que fala, não deixa dúvida sobre sua consciência de
profeta. Os sonhos vieram de DEUS e só Ele podia dar a interpretação. Estes
sonhos eram mais que sonhos, em sentido vulgar, eram verdadeiras revelações.
DEUS revelou o futuro a Faraó, mas reservou para seu servo a interpretação do
que revelara. Nos versos 25-36, José não só interpreta os sonhos, mas sugere a
solução do problema. Em dois sentidos, o escravo hebreu se mostra como um
personagem além do vulgar. Ele, seu pai Jacó, seus irmãos, a família eleita,
enfim, estavam movendo o mundo em seu benefício. Para que foi levado ao Egito?
Ele mesmo o disse mais tarde, que para a salvação da família tinha sido vendido
para o Egito. Não somente a família de Jacó tinha de passar por estes transes,
mas o Egito tinha de ser tocado. Esta, neste tempo, era a nação culta do mundo,
o centro das artes e das letras, e ali, melhor que em qualquer outra parte,
podia a nova raça ser treinada para os grandes misteres da redenção. Depois que
José interpretou os sonhos, deu instruções como preservar o povo da morte pela
fome durante os anos da seca, e com tal certeza explanou o assunto, que não
deixou a menor dúvida, nem em Faraó nem em seus príncipes. Onde ir buscar um
homem melhor do que ele para tomar conta da árdua tarefa de aproveitar os anos
de fartura para os anos da fome?
José É Escolhido para Príncipe sobre a Terra do Egito - vv. 37-57
Não
teríamos a presunção de supor que sem DEUS esta maravilhosa transformação se
tivesse operado. Por mais sábio que José se tivesse mostrado, não seria mais
que um sábio célebre entre muitos outros sábios, mas DEUS teve oportunidade de
mudar o coração do rei e seus príncipes, e todos a uma concordaram que José era
o melhor homem para tomar conta da situação. A corte estava reunida para ouvir
o que o prisioneiro tinha a dizer, e a maneira como se houve revelou duas
coisas: era mais sábio que os outros sábios, e seu DEUS era mais poderoso do
que os outros deuses do Egito. Esta foi a hora de DEUS para fazer José o único
capaz aos olhos de seus príncipes para a grande obra de preservação. Alguns
críticos querem rejeitar esta história, por acharem- na milagrosa, mas não há
nada de milagres aqui. O que temos é um fenômeno entre milhares de outros que
DEUS opera por sua divina providência no governo do mundo. Quem nega a
Providência tem de aceitar o acaso cego e inconsciente, que deixa o mundo e os
homens entregues aos seus caprichos. A mão misteriosa da Providência na vida
dos homens e das nações é mais consoladora do que o acaso, o fatalismo ou
qualquer outra ideia pessimista e irreverente. Nomeado príncipe sobre toda a
terra do Egito, Faraó pôs-lhe no dedo o anel, símbolo de autoridade real, o
vestido de linho branco sinal de dignidade, e pôs- lhe um colar de ouro no
pescoço; depois, passando triunfalmente na segunda carruagem real, com os
arautos na frente, proclamando sua grandeza e dignidade, estava indigitado a
todas as honrarias principescas da terra do Egito. À sua passagem, todos tinham
de se ajoelhar, em sinal de obediência e mesmo de reverência, porque o rei era
pessoa sagrada no Egito. Como se um morto saísse dá sepultura, assim José saiu
da masmorra para ser elevado às culminância da honra e dignidade. Mardoqueu foi
elevado ao poder em circunstâncias diferentes, mas quase pelos mesmos transes
providenciais. Para assegurar a obediência popular e garantir o sucesso do
ex-escravos e prisioneiro, o rei casou José com a filha do sacerdote de Om, um
dos mais reverenciados deuses do Egito, de modo a fazê-lo uma pessoa da terra e
sagrada. Há muitas possibilidades de que o Faraó que reinava no Egito fosse de
origem estrangeira, o que, em caso afirmativo, simplifica muito este estupendo
transe na vida de José. Sabe-se que o Egito foi invadido por pastores vindos do
Oriente, os quais deslocaram os monarcas nativos para o sul e se apossaram da
terra e a governaram por mais de 600 anos. A cronologia egípcia é ainda difícil
e confusa em muitos lugares, mas as melhores investigações e conclusões colocam
esta invasão poucos anos antes de Jacó descer ao Egito com sua família. Outra
coisa ainda não verificada com certeza é se esses pastores eram semitas ou não,
mas tudo favorece a ideia de sua origem semítica, a julgar pelos traços de
civilização que deixaram na terra do Egito. Este fato por si só reduz à metade
a admiração que muitos críticos sentem, pelo fato de um monarca poderoso
colocar à frente dos negócios de seu reino um escravo estrangeiro. O mesmo
Faraó seria estrangeiro, e possivelmente semita, ou seja, da mesma raça de
José. A expressão em Êx. 1:8, que se levantou um rei que não conhecia José, é
tomada como indicação de que a dinastia dos hicsos ou reis pastores já tivesse
sido expulsa, tendo a expulsão como primeiro reflexo a vingança sobre os
estrangeiros. Tal foi o rancor que estes usurpadores criaram no Egito, que, ao
serem expulsos, tudo que desse sinais de seu governo foi raspado dos edifícios
públicos. Após ser investido das honras reais, José pôs-se de viagem por toda a
terra, fazendo preparativos e tomando as providências que o caso exigia. O
sonho cumpriu-se à risca, e eis que sete anos de abundância foram sucedidos por
outros sete, de fome. Durante os anos de abundância, José recolheu em armazéns,
para os anos de fome, tudo que sobrava, e, como veremos mais tarde, o Egito
tornou-se o celeiro do mundo. Alguns comentadores pensam que a fome veio corno
consequência da não inundação do Nilo. Se isto é verdade, houve outras causas,
porque por toda a Palestina houve fome. No Egito a falta de chuva não tinha
realmente muita importância, uma vez que o Nilo inundasse as terras, o que não
acontecia na Palestina e noutros lugares. Possivelmente, nem o Nilo subiu mais
na época própria, nem choveu por alguns anos. Aliás, as secas periódicas no
Oriente não nos admiram, porque são conhecidas de todos, e em Genesis mesmo
notamos que Abraão e Isaque tiveram de emigrar por causa da fome causada pela
seca. O nosso Nordeste oferece muitos pontos de contato com o Oriente, neste
sentido.
Os Irmãos de José Descem ao Egito. O Dia da Vingança - 42:1-4
Os efeitos
da fome tinham-se feito sentir por toda aquela região, inclusive na Palestina,
a terra de nossos heróis. Portanto, a seca não atingiu somente o Egito.
Esgotados todos os recursos locais, correu a notícia de que no Egito havia
trigo em abundância. O Egito foi por muitos séculos o celeiro do mundo, graças
à sua fertilidade, causada pelas inundações periódicas do Nilo. Jacó soube
dessa boa-nova, e perguntou aos filhos por que ficavam indecisos e não iam logo
comprar trigo, antes que morressem de fome. A linguagem é bem significativa. Ir
ao Egito, o lugar para onde nós vendemos nosso irmão? "Quem nos diz que ele
não nos encontrará ali e nos reconhecerá?" A consciência é coisa temível!
Com razão, relutavam em descer ao Egito. Finalmente, os filhos mais velhos
resolveram ir, deixando em casa Benjamim, porque Jacó não consentiria que a
última amostra do amor de sua Raquel se expusesse, desconfiando que o outro
filho tivesse sido destruído pelos próprios irmãos mais velhos.
José Encontra Seus Irmãos e os Reconhece - vv. 5-20
O trigo
estava depositado nas cidades do Egito, onde os nativos o podiam comprar, mas
os estrangeiros tinham primeiro de falar com o governador, antes de fazer
qualquer transação. Digamos que tinham de apresentar documentos comprobatórios
de que não eram espiões. Os irmãos de José tinham fatalmente de encontrá-lo.
Provavelmente, ele sabia que eles mesmos teriam de vir, e por isto estava de
sobreaviso. A este tempo, José já sabia do desígnio da Providência em ter
dirigido todos os negócios e ter consentido na sua venda para aquela terra.
Assim, era-lhe muito fácil conhecer seus irmãos, porque os esperava, enquanto a
estes era difícil, porque mal sabiam se ainda viveria ou onde estaria, visto
que como escravo deveria ter tido uma vida penosa e de pouca duração. Os pobres
escravos usualmente morriam debaixo do azorrague do capataz. Ao mesmo tempo que
assim raciocinavam, nada lhe podia assegurar que estavam livres de se encontrar
com o irmão, e daí sua irresolução em descer ao Egito. Quando estes homens
violentos chegaram junto de José e se curvaram até à terra, lembrou-se dos
sonhos, em que via todos os seus irmãos se curvarem diante dele. Reconheceu-os
e falou-lhes asperamente, acusando-os de espias. Para se defenderem, tiveram de
contar toda a sua história e de como, sendo todos filhos do mesmo pai, um dos
irmãos tinha desaparecido. José descreu de todas as histórias e exigiu como
prova de que não eram espias que o irmão mais moço viesse, e pôs a todos na
prisão por 3 dias. Depois, lembrou-se de que seu pai e irmãos estariam passando
fome, e soltou-os, vendendo-lhes o trigo, mas exigindo que um deles ficasse
como refém, até que fossem e trouxessem o outro irmão. O motivo alegado por
José, para não cumprir a sentença, foi que temia a DEUS. Estas palavras deviam
ter consolado muito os pobres homens.
O Despertar da Consciência dos Irmãos de José - vv. 21-24
Para que
aqueles homens se tivessem podido entender, houve necessidade de intérprete
(verso 23), para desta forma não haver a menor suspeita; entretanto, José
entendia tudo que seus irmãos diziam. Despedido o intérprete, podiam falar à
vontade, porque o governador nada entendia. Abriram o coração e começaram a
falar da infame transação que tinham feito com o irmão mais moço. Rúben
acrescentou e disse: não vos falei eu, dizendo:
"Não pequeis contra o rapaz? E vós não me ouvistes... " José estava
ouvindo e entendendo tudo isto! Como devia estar seu coração! Retirou-se deles
e chorou. Alguns críticos negam a historicidade desta narrativa, incluindo-a
entre as histórias fantásticas do Oriente, mas esta não admite possibilidade de
negação. É uma história viva, detalhada, cheia de transes atuais, sem o cunho
das histórias fabricadas ou inventadas.
José Vende o Trigo aos Irmãos e Eles Partem - vv. 25-38
Na ordem de
encher os sacos, estava a de pôr dentro deles o dinheiro do preço do trigo. O
fim, por parte de José, era tornar a situação mais precária, em seu benefício e
no de seus irmãos mesmo. Estavam em suas mãos para tudo, visto que a
continuação da vida estava nos celeiros do Egito e, com todas estas peripécias,
tinha por fim provar-lhes sua sincera amizade e perdão. No caminho, um deles
abriu o saco e encontrou o dinheiro, o que foi tomado por mau augúrio, mas
parece que não teve peso demasiado, e atribuíram o fato a um engano por parte
do encarregado da venda do trigo.
Em chegando à casa, contaram o ocorrido a seu pai, e Jacó viu que todo o mal
que temia lhe batia à porta. Benjamim era forçado a descer ao Egito, ou Simeão
não seria libertado. Abriram os sacos e encontraram o dinheiro do preço.
Ficaram assustados, mas, como pretendiam voltar, levariam o dinheiro e
provariam que eram sérios e não o tinham feito dolosamente. Jacó, porém, não se
conformava com a ideia da saída de Benjamim. Acusou os filhos de terem deixado
Simeão preso e queixou-se amargamente da perda de José, como querendo dizer que
eles eram culpados. Rúben intervém e oferece seus dois filhos como garantia de
que Benjamim voltaria e, no caso negativo, poderia matá-los. Aliás, esta não
foi a primeira vez que manifestou bons sentimentos, ainda que inconstante em
outras coisas. O velho patriarca não se deixou convencer. De que lhe serviria
receber a vida de dois netos, se o que queria era o filho Benjamim?
CAP. XXVI - JOSÉ NO EGITO E A PROVIDÊNCIA DE DEUS COM ELE (Caps. 39-46)
Forçado pelas Circunstâncias, Jacó Consente na Ida de Benjamim, Garantido
pela Vida de Judá - 43:1-14
A fome se tornava cada vez mais terrível na terra e, depois de esgotado o
suprimento trazido da primeira vez, Jacó pediu que voltassem para trazer mais.
Podemos imaginar o formidável suprimento que tinham trazido, porque Jacó e sua
família faziam o número de 70 pessoas, afora os muitos servos, e todos tinham
comido, talvez, por dois meses. Ao mesmo tempo era rico. Senão, como poderia
comprar mantimento para tanta gente e ainda prometer pagar dobrado, quando o
dinheiro foi encontrado nos sacos? Judá disse que absolutamente eles não
poderiam ver o rosto do homem da terra sem que levassem o filho mais novo.
Assim, tinha dito o governador. Jacó maldiz-se e acusa os filhos de terem
contado que tinham outro irmão. Mas o momento não admitia indecisões, eles
tinham de ir ou então perecer, e isto José bem sabia. Judá oferece-se como
garantia da vida de Benjamim, dizendo que, se não tivesse sido a demora, já
podiam estar de volta a segunda vez.
Jacó resolve consentir na ida do filho amado e pede que levem alguns frutos da
terra e algumas especiarias e quantidade dobrada de dinheiro, para pagar o
trigo da primeira viagem. Embora não tivessem colheitas, não estava a terra de
todo desolada. Encomendou-os à graça de DEUS e conformou-se com o que pudesse
acontecer quanto a Benjamim. De Hebrom, onde moravam, a Zoã, onde José
habitava, era viagem de pelo menos duas semanas, pelo que inferimos que devia
haver ainda em casa algum resto da primeira compra.
Outra Triste Surpresa para os Filhos de Jacó - vv. 15-25
Munidos dos
presentes para José, retornaram ao Egito os filhos de Jacó, para de lá trazerem
nova remessa de trigo. À vista da presença de Benjamim, deu José ordem ao seu
copeiro-mor, que preparasse o banquete, para jantar com seus irmãos. Contra os
costumes egípcios, mandou matar reses, dando-nos, assim, uma pálida ideia do
que foi o banquete. Os egípcios consideravam sagrados os animais e até lhes
prestavam culto. Aos irmãos, mandou levá-los para casa. Não sabendo do que se
tratava, começaram a apresentar desculpas sobre o dinheiro que tinham
encontrado nos sacos, pensando que iam ser chamados a contas por aquele fato. O
criado procurou consolá-los o melhor que pode, afirmando que o DEUS deles e de
seus pais lhes tinha dado tesouros escondidos. Para um gentio era coisa natural
falar deste modo, ironicamente, porque DEUS não era por ele conhecido, nem nada
significava para ele. Foi, sem dúvida, uma hora de perplexidade para aqueles
homens. Com um grande número de coisas na consciência, umas acusando, outras
absolvendo, mas todas elas apontando para o crime da venda do irmão, o que já
se tinha constituído um espantalho em suas vidas, pensavam que todos estes
transes eram lógicas consequências do seu feito. O consolo do despenseiro de
pouco lhes serviria diante de tantas apreensões.
O Jantar de José e Seus Irmãos - vv. 26-34
A esperança
dos homens estava no presente que iam fazer ao homem da terra. Esses presentes
tinham maiores proporções do que somos capazes de crer. Talvez alguns camelos
carregados de especiarias e frutos. Logo que José apareceu, perguntou-lhes pelo
pai, e pondo os olhos no seu irmão Benjamim teve de retirar-se para não chorar
diante dos outros. Entrou no seu apartamento e chorou. Recompondo-se ou
dissimulando a emoção, mandou pôr o jantar à parte para os irmãos, por não ser
permitido a um egípcio comer com outra gente, e mandou assentá-los à mesa na
ordem de suas idades, dobrando o prato de Benjamim cinco vezes mais do que o
dos outros. Todos estes detalhes deveriam ter produzido séria impressão e
estupefação. Ele mesmo serviu de copeiro, repartindo a porção de cada um, no
que se maravilharam, mas nada compreendendo.
Foram momentos de relativa consolação para aqueles homens acossados pela
consciência, mas que duraram pouco. Acabado o jantar, deu José ordem ao
despenseiro para encher os sacos para os filhos de Jacó e despedi-los,
ordenando que botasse no saco de cada um o dinheiro, e no de Benjamim o seu
copo de prata. Tudo isto foi feito sem os irmãos saberem. O copo era parte
importante da etiqueta egípcia: servia tanto para uso da mesa, como para fins
de magia: punham dentro dele pedras preciosas, ouro, prata e depois o enchiam
d'água e, conforme as figuras que se desenhassem dentro do copo, tirava-se a
conclusão acerca dos acontecimentos futuros.
Há ainda hoje um costume no Brasil que bem se parece com ele: o de, na noite de
São João, botar a clara de um ovo num copo d'água e descobrir as figuras que se
formam e daí pressagiar o futuro do ano.
Logo que amanheceu, puseram-se os homens a caminho para Hebrom, radiantes de
alegria por tudo ter saído tão admiravelmente. Mas, mal tinham saído das portas
da cidade, quando foram alcançados pelo servo de José e acusados de roubo.
Surpresos e ao mesmo tempo confiantes de que a acusação fosse improcedente, não
trepidaram em dar a vida do que fosse encontrado criminoso, ficando os outros
mesmos como escravos. O despenseiro aceitou a proposta, e, sem detença, abriu
cada um seu saco, até que foi aberto o de Benjamim, e eis que lá estava a taça
de prata. Seu pecado os tinha afinal apanhado, pensaram, e, rasgando seus
vestidos, tristes até a morte, por tão grande fatalidade, voltaram à cidade.
José os estava esperando. Logo que o viram jogaram-se a seus pés, em
desesperada aflição. Repreendeu-os. Em resposta disseram que sua iniquidade
tinha sido descoberta e ofereceram-se para ficar por servos. Judá tomou a
palavra e disse que nada podiam dizer. De que serviria apresentar desculpas,
quando a falta estava à vista? Terrível situação! De um lado, a consciência da
inocência, do outro, a lembrança do velho pai, que esperava ansioso pela volta
tão problemática do filho querido. Hora aflitiva! No meio de tudo isto, só uma
coisa era real em suas consciências: a iniquidade que tinham praticado havia 23
anos passados. E isto bastava para atormentá-los. José rejeitou a oferta de
todos ficarem como escravos e pediu que ficasse apenas aquele em cujo saco foi
encontrado o roubo. Se todos ficassem como escravos, seria mais fácil. Como
poderiam eles aparecer diante do pai sem o filho cuja partida tanta relutância
causou a Jacó? Judá tomou a palavra e explicou tudo a José, pedindo que o
aceitasse em lugar de Benjamim. O propósito de José parece ser averiguar se
seus irmãos mantinham para com Benjamim a mesma atitude que tiveram para com
ele e, sem dúvida, logo se convenceu de que as experiências dos últimos anos
tinham mudado o coração de seus irmãos.
O discurso de Judá não comporta comentos. Sublime e admirável, cheio de lances
emocionais e amorosos, revelando uma alma sincera e tocante, permanecerá por
toda a eternidade como uma gema da literatura bíblica, sem superior no gênero.
José não pode mais: rendeu-se, convencido de que diante dele não estavam mais
aqueles irmãos desumanos, indiferentes às suas súplicas, mas um grupo de
penitentes, prontos a remediar a falta, se porventura fosse possível. Deu-se a
conhecer, pois, aos irmãos, como recompensa pela transformação que se tinha
operado neles.
José Dá-se a Conhecer a Seus Irmãos - 45:1-15
A cena
tinha chegado ao ponto culminante. José tinha agido como bom ator, mas o papel
chegou a tal ponto que não pode prosseguir mais. Fez sair todos os servos de
sua presença e declarou aos irmãos quem era, com a voz cortada por soluços.
Seus irmãos não se podiam ter diante dele, estarrecidos pela declaração de que
aquele homem era o irmão que tinham vendido para o Egito. Tal foi o alarde, que
na casa de Faraó foi ouvido o choro.
Passado o momento da emoção mais forte, José perguntou por seu pai, para se
certificar de que tudo que tinha ouvido não era sonho. Depois procurou amenizar
a impressão de remorso que a revelação tinha produzido naqueles homens, dizendo
que por determinação divina foram eles levados a vendê-lo, para que por esta
forma escapassem da terrível fome que estava assolando toda a terra. Isto devia
cair como um bálsamo no coração dos irmãos de
José. O pecado deles ficaria indelevelmente gravado em seus corações, mas a
ideia de que esta falta tinha resultado tão grande bem devia dar-lhes certo
consolo. José procurou mostrar-lhes que não mantinha para com eles qualquer
ressentimento, e que era tempo de pensar mais no futuro que no passado.
Apressa-se, pois, a perguntar por seu pai e ordena que partam imediatamente e o
tragam, para que, por todos os anos de miséria que ainda faltavam, pudesse ser
cuidado com o carinho que um bom filho deve dispensar a um pai idoso. José
tinha sido amplamente galardoado por DEUS, por toda a sua fidelidade. Pôde ver
finalmente como sua obediência tinha recebido recompensa. Daí o não querer
agravar a culpa dos irmãos. Pede que subam e tragam, sem perda de tempo, o
velho pai e lhe deem a boa-nova de que José ainda vive e é grande na terra do
Egito. Que Jacó viesse, pois, a Gósen a melhor e mais fértil parte da terra,
que teria lugar para seus rebanhos.
Na despedida, José se lançou ao pescoço de Benjamim e chorou. Faraó Sabe da
Vinda dos Irmãos de José - vv. 16-28. Alguém que vira a cena fora contar a
Faraó que os irmãos do governador tinham chegado. Faraó mandou chamar o seu
ministro e ordenou-lhe que dissesse aos irmãos que carregassem as bestas e
rumassem sem demora a Canaã, para buscar o velho pai, e disse que do melhor da
terra ele comeria. Duas coisas são claras aqui. Primeira, o modo por que DEUS
dispõe os acontecimentos e os corações dos homens para servir seus eternos
desígnios. Segunda, o fato de que, a não ser que esses Faraós sejam os chamados
hicsos ou reis pastores (que governaram o Egito por 600 anos e, portanto, eram
estrangeiros ali também e, possivelmente, da mesma raça de José), é difícil
admitir tanta liberalidade e complacência para com um povo estranho. Os
egípcios não costumavam dispensar honrarias e favores a outros povos da maneira
que notamos aqui. Para eles, todos os demais povos eram bárbaros, corno para os
judeus, anos depois, todos que não eram judeus eram gentios, povos que nada
mereciam, e como para os gregos, quem não era grego, era bárbaro. É admirável como
o Senhor do mundo toma a História em suas mãos para servir aos seus desígnios.
Desalojou a dinastia nativa e colocou no trono uma estrangeira, para melhor
poder hospedar aqueles que iam ali receber luzes, a fim de serem mais tarde os
mestres da religião e da moral em todo o mundo.
Os versos 25-28 nos dão a nova de como Jacó recebeu notícias do filho perdido.
Por mais de uma vez temos notado que duvidava da veracidade da história contada
pelos filhos em relação a José. Os incidentes do Egito deviam ter despertado em
sua mente certos pressentimentos. Quando lhe foi dito que José ainda vivia, não
suportou a nova, não acreditou nos filhos. Tantas tinham sido as trapaças
deles, que pouco crédito restava para as suas afirmações, sobretudo, no tocante
a José. Como, porém, lhe contassem tudo e de como deviam descer ao Egito, logo
seu coração reviveu. E disse: "Vive ainda meu filho José! ... "
CAP. XXVII - IMIGRAÇÃO E RESIDÊNCIA DE JACÓ E SUA FAMÍLIA NO EGITO (Caps.
46-50)
Nos versos 1-7 deste capítulo temos detalhes da descida de Jacó ao Egito,
depois de ter oferecido sacrifícios ao DEUS de seu pai. DEUS lhe aparece em
sonhos e diz-lhe que não tema descer, porque ali lhe faria uma grande nação.
Jacó ainda estava morando em Hebrom, mas velo a Berseba oferecer os sacrifícios
no velho altar da família. O passo que ia dar era da maior importância, e por
isso escolheu o antigo santuário para este sacrifício, e para certificar-se de
que esta era a vontade de DEUS. Certamente, devia ter receios justos de descer
a uma terra estranha já nos últimos dias de sua velhice; não viesse ele a
sacrificar todo o futuro da raça. DEUS manda que vá, porque fará dele uma
grande nação e o fará voltar, e que José fecharia os seus olhos, ajuntando que
Ele mesmo desceria a Jacó, para garantir a viagem. Conforme esta promessa, Jacó
seria multiplicado por muitos
milhares, DEUS o guardaria ali e, depois de findo o tempo, faria subir sua
semente da terra do Egito, como aconteceu anos depois no tempo de Moisés. A
promessa de que José fecharia seus olhos indica que não seria abandonado e
morreria debaixo de todo carinho e cuidado.
A Linhagem de Jacó Que Foi ao Egito - 46:8-34
Nesta lista
temos os nomes dos filhos de Jacó, no total de 70 pessoas (v. 27), incluindo
José, seus dois filhos e o próprio Jacó. Entretanto, devemos compreender que
era muito maior o número de pessoas que acompanharam Jacó na sua ida da terra
de Canaã. O verso 26 exclui as mulheres dos filhos de Jacó, como não
pertencendo à sua geração. Estêvão, em Atos dos Apóstolos (7:14), dá o número
de 75 pessoas que desceram ao Egito com Jacó, mas baseou suas palavras no texto
da LXX, que, por qualquer razão a nós desconhecida, acrescenta certos filhos a
Manassés e Efraim, fazendo o total de 75. O número exato é de 70 pessoas, mas
precisamos saber que Jacó tinha numerosa criadagem e que toda ela foi com ele,
mas não foi contada, por não fazer parte do povo escolhido. Os hebreus ficaram
no Egito 430 anos, segundo Êx. 12:40, e quando voltaram dali, somavam, talvez,
dois e meio ou três milhões, o que dá uma ideia do crescimento descomunal,
ainda que se multiplicassem milagrosamente. Quatro gerações não são tão pouco
para tal crescimento. Podemos conceber que além da família de Jacó foi muito
mais gente que, por ter sido circuncidada, fazia parte da família, manda que
não fosse contada como sendo descendente, e que na saída do Egito muitos
escravos e mesmo egípcios, que tinham visto a salvação de DEUS e se tinham
interessado neste povo, saíram com eles, fazendo, assim, uma multidão maior do
que era de esperar. As muitas queixas e murmurações dos israelitas, pelo
deserto, devem ter sido causadas por este elemento estranho, que tinha
aproveitado essa boa oportunidade para sair daquela terra de escravidão.
Judá foi mandado adiante para avisar José de que o seu pai tinha chegado. O
encontro foi o que se podia prever. Linguagem humana, por mais dramática que
seja, não descreve fielmente aqueles transportes de alegria e emoção. Por isso,
deixo o leitor apreciar esta cena tocante descrita pela linguagem singela da
Bíblia. Depois que choraram, o pai sobre o pescoço do filho, e o filho sobre o
do pai, disse este: "Morra eu agora, pois tenho visto o teu rosto, que
ainda vives."
Tudo estava em boa ordem quanto ao estabelecimento do povo em Gósen; só faltava
avisar Faraó de que tinham chegado. Ainda que ele mesmo tivesse mandado que
viessem, convinha que fosse notificado e, se, como se crê, a dinastia reinante
fosse estrangeira, convinha tomar todas as precauções para que a vinda de um
grupo tão grande não suscitasse qualquer levante. Por outro lado, os egípcios
odiavam a vida pastoril, por causa do culto que prestavam aos animais, de modo
que era bom que Jacó tomasse um lugar separado da vida egípcia. Tomadas estas
providências, José ensina como se deviam portar diante de Faraó, a quem seriam
apresentados, para que recebessem permissão de permanecer no país e negociar.
Ao dizerem o que eram e de que viviam, deviam pedir a terra de Gósen, por ficar
separada do centro populoso, para que assim não houvesse motivo de contenda
entre eles e os egípcios. A terra de Gósen era uma das partes mais férteis de
todo o Egito e em tal situação topográfica que os hebreus podiam manter seu
culto e vida social sem contato com os egípcios. Não é possível dizer com
segurança que parte do território compreende Gósen, mas é certo que esta região
ficava ao Norte, perto do Delta, e era de fácil acesso a Canaã.
José Apresenta Cinco de Seus Irmãos a Faraó - 47:1-6
Depois das
primeiras demonstrações de afeto a seu pai e irmãos, José seguiu para o palácio
a avisar Faraó da chegada da sua família, que se encontrava na terra de Gósen,
onde desejava que ficasse. Conforme o que fora combinado, apresentou cinco
irmãos ao rei, que ficou satisfeito com a escolha que tinham feito de Gósen,
para nela morarem. Ficou entendido que vinham apenas passar algum tempo,
enquanto durava a fome, e isto era o que eles mesmos esperavam, mas DEUS tinha
outro plano. Esta parte do país é chamada "terra de Ramessés".
Ramessés foi um dos monarcas mais poderosos do Egito, que alguns pensam ser o
Faraó da opressão. Como este nome é mencionado aqui antes de a pessoa existir
(ainda que o nome podia ser conhecido entre os egípcios), não sabemos. Noutro
local foi feita a observação de que Ramessés era um nome nacional, que depois veio
a ser de alguns monarcas.
Quando os irmãos de José foram apresentados ao rei, este mandou que fossem
administradores do seu próprio gado. Os egípcios não eram pastores e detestavam
a vida pastoril, mas parece que no caso atual o próprio rei tinha rebanhos. Se
este Faraó era da dinastia usurpadora e que é conhecida na História pelo nome
de reis pastores, que tinham vindo da Ásia, explica-se a existência de rebanhos
do rei e fica explicada a facilidade com que uma tribo estrangeira foi recebida
no Egito com todas as honras. Conforme isto, tanto Jacó quanto o próprio Faraó,
eram estrangeiros e, provavelmente, da mesma raça semita; logo, deviam
proteger-se mutuamente.
Jacó é Apresentado a Faraó
Ao ser
apresentado a Faraó, Jacó abençoou o rei e, ao sair, o abençoou outra vez. Jacó
não presumia ser o que realmente era e não se julgou superior ao rei em sentido
algum, mas, pelo fato de que era homem religioso e que cria no poder de DEUS,
abençoou-o, ou antes, desejou-lhe todas as felicidades pelos favores que lhe
estava prestando. Como faríamos hoje, esta bênção era uma prova de gratidão e
uma expressão de desejo de prosperidade e felicidade. Faraó perguntou a Jacó
quantos anos tinha, e este respondeu que poucos e maus eram os anos de sua
peregrinação. Cento e trinta anos era a idade do servo de DEUS, o que julgava
insignificante, à vista dos anos de seus ancestrais. A vida destes patriarcas
era de peregrinações. Consideravam-se como estrangeiros em terra estranha,
esperando ser recebidos em sua própria terra. A vida neste mundo era para eles
passageira e incerta.
A verdadeira
vida estas, a muito além da própria Canaã. Realmente, Jacó tinha tido uma vida
bastante acidentada. Desde moço foi obrigado a fugir de casa. Em Harã passou
pelos maiores dissabores e desapontamentos. Na volta, quando parecia ter
melhores dias, teve o encontro com o irmão, o que lhe custou serias apreensões.
Houve a infelicidade da filha única e o terrível desfecho em Siquém. Depois a
suposta morte do filho querido, a fome e seus tristes resultados e, finalmente,
já no último quartel da vida, forçado a ir a uma terra estranha, valer-se da
influência de um filho, que bem poderia cair de um momento para outro. Poucos e
maus tinham sido seus dias, repetimos nós. A não ser depois de estabelecido na
terra, quando teve relativa paz, podemos dizer que toda a sua vida foi agitada.
Pensando em Jacó, podemos ganhar confiança para nossas atribulações. Muitas
vidas cristãs parecem-se com a de Jacó. Mas no fim terminam com a mesma bonança
dos que passam muitos e bons dias.
Se não
fosse a confiança de Jacó no seu DEUS, teria sucumbido.
O Quinto para Faraó - 47:13-26
A história
secular informa-nos que os egípcios pagavam o quinto ao rei, bem como toda a
terra do Egito pertencia a Faraó, e que os egípcios tinham o direito de
cultivá-la, pagando dos rendimentos a quinta parte. Este costume perde-se na
noite dos tempos, mas a Bíblia nos diz onde e como se originou. Não havendo
mais pão na terra e somente nos celeiros reais, que pela previsão de José
estavam repletos, o povo veio a José por causa do pão. Pediu os animais que os
egípcios tinham para fins de agricultura. Depois vieram para comprar mais e
como nada mais tivessem para dar, entregaram as terras, de modo que no fim
desse período todo o Egito era propriedade do rei. Somente as terras dos
sacerdotes ficaram fora desta solução, pois eram consideradas propriedades
sagradas. Esta foi a condição do Egito, quando os gregos, séculos mais tarde,
chegaram ali, e que nos tem sido transmitida em suas memórias.
Não devemos imaginar que todos os egípcios possuíram terras, porque o Egito era
essencialmente um país de escravos. Na construção de uma das pirâmides do
antigo império trabalharam 200.000 operários por espaço de 20 anos, e este
número era revezado cada 3 anos, por não resistirem os escravos mais do que
este tempo em trabalhos forçados. Só nessa obra monumental, calcula-se que um
milhão e quatrocentos mil escravos foram usados. Tudo que se possa dizer desses
infelizes ainda será pouco. O calor é exaustivo e o tratamento cruel, de
maneira que a vida dos escravos era a mais penosa e miserável que se poderia
imaginar.
Quando passaram os anos de fome, todo o povo e toda a terra eram propriedade
real. José deu-lhes semente e distribuiu-os por todo o país, para que a
cultivassem, dando para o tesouro um quinto. O costume de dar uma parte das
colheitas para o rei é muito antigo. Entre os semitas perde-se na História.
Quando Melquisedeque foi ao encontro de Abraão, este lhe deu os dízimos ou a
décima parte. Já este costume estava em voga nesse tempo. O dízimo foi depois
incorporado à Lei como uma necessidade pública na manutenção do sacerdócio e
como uma ensinança religiosa de que a terra pertence a Jeová e que o povo é
seu, foi comprado, tanto quanto José comprou os egípcios. Não é demais que
ainda hoje se pratique este costume, porque o que temos é dado por DEUS, e
nossas vidas e propriedades pertencem-lhe por natureza.
Jacó Mora 17 Anos no Egito, Dá Ordens Quanto à Sua Sepultura e Faz
Declarações Quanto ao Futuro do Seu Povo - 47:27-31
Dezessete
anos de vida pacífica tinha Jacó vivido no Egito, durante os quais tinha visto
a prosperidade de seus filhos e a alegria do seu amado José. Foram talvez os
melhores anos de sua vida. Feliz o homem que pelo menos passa os últimos anos
de sua vida em paz. O Dr. Carroll contrasta Jacó com Salomão e diz que este
começou gloriosamente, e aquele, pobremente, mas as vidas dos dois foram
verdadeiramente opostas no seu término. Jacó morreu gloriosamente na companhia
de toda a sua parentela, que a esse tempo seria bastante numerosa. Sentindo
aproximar-se a hora de juntar-se a seus pais, mandou chamar José e pediu-lhe
que não o sepultasse no Egito, mas levasse seu corpo para Macpela, onde jaziam
os restos de seus antepassados.
José prometeu, com juramento, que assim faria. O motivo de Jacó não desejar
ficar no Egito foi o de saber que seu povo sairia dali um dia. Ao mesmo tempo
fazia uma profecia desta saída. A maneira por que exigiu de José a certeza de
que seu pedido seria cumprido é singular. Pediu que o filho pusesse a mão
debaixo de sua coxa e jurasse. Abraão fez com Eliezer o mesmo quando o mandou a
Padã-Arã, buscar mulher para Isaque. Este costume implicava na seriedade do
negócio, e nada em nossos dias poderá imitá-lo. O juramento era uma espécie de
concerto. Não era a jura vulgar, tão usada em terras católicas, feita por
qualquer coisa, simplesmente para dar valor à palavra. Não foi desta natureza o
juramento de José.
Os egípcios praticavam com maior perfeição o embalsamamento de seus mortos, de
modo que os Faraós sepultados há cinco mil anos estão ainda hoje em perfeito
estado de conservação. Isto revela o grau de cultura a que aquele povo tinha
chegado. Conhecedor disto foi que Jacó pediu que seu corpo fosse levado para a
Palestina. Para fazer a viagem, eram necessárias umas duas semanas e só
embalsamado poderia o corpo ser levado para a terra da promissão.
Os últimos Dias de Jacó - vv. 48-49
Depois do
juramento ou concerto entre José e Jacó, aquele partiu para tomar conta de seus
negócios. Pouco tempo depois soube que seu pai estava doente, e veio vê-lo.
José era um homem muito ocupado, visto que todos os negócios da terra do Egito
estavam em sua mão, mas apenas soube da doença do pai, deixou tudo e veio. Jacó
soube de sua vinda e, tomando alento, assentou-se na cama. Frente a frente com
José, Jacó reafirmou sua confiança nas promessas de Jeová e referiu-se à visão
que teve em Luz e de como toda a terra lhe tinha sido prometida. Queria que os
dois filhos de José fossem seus e tivessem iguais privilégios na herança. O fim
desta declaração foi mostrar ao filho que as promessas de DEUS valiam mais que
todas as glórias do Egito e, portanto, queria que os dois netos não se
entregassem à vida do Egito, mas jogassem sua sorte com seus próprios filhos.
Destarte, José mesmo ficaria preso às tradições e esperanças da casa paterna e
não se deixaria envaidecer com as grandezas e glórias que desfrutava na terra.
Alguns comentadores crêem que a princesa egípcia, Azenate, mulher de José, não
tinha outros filhos e, temendo que estes fossem chamados a tomar o lugar do
pai, nas futuras empresas da nação, é que Jacó dispõe deles como se seus filhos
fossem. Nada mais natural que aquela mulher desejasse que seus filhos seguissem
a carreira brilhante do pai, mas, pelo desejo de Jacó, os filhos, como o pai,
ficavam presos às antigas promessas feitas por DEUS.
Portanto, tinha Jacó treze filhos. Onze filhos seus e dois de José, que
valeriam por dois no seu lugar. A tribo de Levi não recebeu herança, ficou
espalhada por toda a terra, para preservá-la da corrupção, sendo a tribo
encarregada do culto e da preservação da religião. Doze tribos somente são
mencionadas como tendo parte na herança, não se esquecendo que eram treze os
herdeiros de Jacó. Em sua última vontade, mencionou o lugar onde repousava sua
amada Raquel. Sublime amor, que mesmo depois de tantos anos de morta, a
companheira ainda é relembrada no momento mais sério do sobrevivente!
Jacó Abençoa José na Pessoa de Seus Dois Filhos - 48:8-16
José, vindo visitar seu pai nos últimos dias de sua vida, achou de trazer seus
dois filhos, provavelmente, com o desejo de que participassem das bênçãos
patriarcais. Durante algum tempo Jacó não viu os dois netos, mas, sabendo
que estavam ali, pediu que se acercassem dele, visto não poder ver bem, por
causa da idade. Chegados os dois juntos, beijou-os e exclamou que não pensava
mais ver José, mas pôde vê-lo e aos seus filhos também. Beijou-os e abraçou-os.
José trouxe pela mão direita e à esquerda de Jacó a Efraim, e pela esquerda e à
direita de Jacó, a Manassés, para que a bênção recaísse sobre a cabeça do mais
velho. Mas o patriarca estendeu a mão e abençoou o mais moço, Efraim. Era o desejo
de Jacó abençoar José com os direitos da primogenitura que Rúben tinha perdido
por causa do horrendo pecado praticado contra o próprio pai (49:3-4), mas a
preeminência
ficou com Judá, ficando José com dobrada porção, apenas na pessoa de seus dois
filhos. Efraim obteve a preeminência sobre Manassés.
Ao transmitir a bênção, Jacó invocou a DEUS, perante quem seus pais tinham
andado, o Anjo Jeová, o Anjo que lhe aparecera quando vinha de Padã-Arã e o
livrara das mãos de Esaú, seu irmão. Este capítulo da vida de Jacó é mencionado
no Novo Testamento como um dos atos de fé viva (Heb. 11:21).
O Desgosto de José - 48:17-22
José não
ficou satisfeito porque seu pai tinha dado o direito de primogenitura ao mais
novo de seus filhos. Pegou nas mãos do velhinho e pôs a direita sobre a cabeça
do mais velho e a esquerda sobre a cabeça do mais moço. Jacó, porém, insistiu
em que o mais moço fosse o maior, ainda que o mais velho seria também grande na
sua geração. Jacó sabia o que estava fazendo e sabia que esse ato tinha alcance
além da observação de José. O espírito de profecia estava guiando todos esses
atos, de modo que não era a mera vontade de Jacó, mas a de DEUS que estava
sendo feita. Por muitas outras vezes, DEUS transferiu os direitos de
primogenitura do mais velho para o mais moço. José conformou- se com a vontade
explícita de seu pai, por entender que esta seria a vontade de DEUS. Jacó, com
toda a resignação e calma, anuncia que DEUS faria que eles voltassem à terra
das promessas. Esta é a fé que vence. Quanto mais perto da sepultura, mais
certo estava de que DEUS cumpriria a palavra dita tantas vezes.
As Bênçãos de Jacó sobre Seus Filhos - cap. 49
Depois que
abençoou os filhos de José e desta forma recompensou a fidelidade e o amor do
filho querido, Jacó dispõe da sua última vontade em forma profética, declarando
que todas estas coisas aconteceriam nos dias vindouros. Reunidos todos os
filhos em torno do leito, o velho homem de DEUS começa a ler a sentença de cada
um de acordo com as suas tendências e os feitos dos dias passados. A sentença
foi proferida em forma poética, de modo que convém ao estudante descontar da
linguagem o que faz parte simplesmente da poesia, a fim de melhor poder
interpretar este admirável capítulo. Todo poeta tem licença de dizer mais do
que é necessário, e o poeta hebraico, pelo próprio estilo, exagerava mais ainda
do que os ocidentais. Não se pense, entretanto, que nesta liberdade está
incluída a liberdade de dizer o que não é, mas sim a de falar redundantemente e
hiperbolicamente. Este é um dos mais belos espécimes da poesia oriental. A
ocasião não podia ser mais oportuna. A família esperada estava em vias de
formação e Jacó já antevia o dia da saída do Egito, em demanda da terra da
promissão. Portanto, era agora o tempo de dispor do futuro papel que cada filho
representaria no desdobramento do plano de Jeová. Isto Jacó fez por inspiração
divina, como se pode verificar no futuro cumprimento literal que estas palavras
tiveram. Ao estudar este capítulo, convém ainda notar o significado dos nomes
de cada filho, visto que cada nome foi dado de acordo com a ocasião em que
nasceu. Note-se o que o mesmo filho faria no futuro e o significado final no
eterno propósito de DEUS, confirme o Novo Testamento, especialmente no
Apocalipse, capítulo 7.
Estudo no
livro de Genesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP
Referências
Bibliográficas (outras estão acima)
Dicionário
Bíblico Wycliffe. DEUS. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, Bíblia de
estudo - Aplicação Pessoal, Bíblia de Estudo Almeida. Revista e
Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, Bíblia de Estudo
Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de
Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com
referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida-
EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA
de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD
- http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas.
BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da
EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE -- www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
Dicionário Vine antigo e novo
testamentos - CPAD, Manual Bíblico Entendendo a
Bíblia, CPAD, Dicionário de Referências
Bíblicas, CPAD, Hermenêutica Fácil e
descomplicada, CPAD, Revistas antigas - CPAD
Silva,
Antonio Gilberto da, 1929- A Prática do evangelismo pessoal / Antonio Gilberto
da Silva. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983.
Lições
Bíblicas - 2000 - 3º Trimestre - Evangelismo e Missões - CPAD - Comentarista -
Esequias Soares
ESFORÇA-TE
PARA GANHAR ALMAS - Orlando Boyer - Editora Vida - ISBN: 857367153X -
Ano: 1975
Espada
Cortante - Atos: o Evangelho do ESPÍRITO SANTO - Orlando S. Boyer -
CPAD, Espada Cortante - João: o Evangelho do Filho de
DEUS - Orlando S. Boyer - CPAD
Atos -
Série Cultura Bíblica - I. Howard Marshall - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA
NOVA e ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO,
Rua Antonio
Carlos Tacconi, 75 e 79, Cidade Dutra, São Paulo, SP, CEP 04810
Os dons
Ministeriais - Por A. L. Gill - www.gillministries.com
DE CIDADE EM CIDADE - Elementos para uma teologia bíblica de missão Urbana
em Lucas-Atos - Descoberta Editora Ltda - Londrina - PR - Jorge
Henrique Barro - 2006
Tesouro de
Conhecimentos Bíblicos / Emilio Conde. - 2* ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983
Wiesber,
Comentário Bíblico. Editora Geográfica, 2008, Champlin, Comentário Bíblico.
Hagnos, 2001, Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico "The Treasury of Scripture Knowledge"
Pequena
Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer - CPAD
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REVISTA 2ºTR2023
NA ÍNTEGRA
Lição 12, Betel, O custo pessoal de viver os planos de Deus, 2Tr23,
Pr Henrique, EBD NA TV
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS NÃO IMPEDEM OS PLANOS DE
DEUS
1-1- Sonhos ou pesadelos?
1-2- A companhia do Deus imutável
1-3- Fonte de prosperidade
2- A FÉ PROVADA PELAS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA
2-1- Teste de integridade
2-2- Teste de resistência
2-3- Teste de força
3- SEMEADURA E COLHEITA
3-1- Frutos amargos da integridade.
3-2- Servindo aos homens como ao Senhor.
3-3- A visão espiritual da tribulação.
TEXTO ÁUREO
“Muitas são as
aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.” Salmo 34.19
VERDADE APLICADA
A nossa confiança
na bondade de Deus não pode depender das circunstâncias do momento.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar que
adversidades não impedem os planos de Deus.
Mostrar que as provas fazem parte da vida cristã.
Destacar que Deus está vendo e cuidando de tudo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
- GÊNESIS 39
1 E José foi levado
ao Egito, e Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda, varão egípcio,
comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.
2 E o Senhor estava com José, e foi varão próspero; e estava na casa de seu
senhor egípcio.
3 Vendo, pois, o seu senhor que o Senhor estava com ele e que tudo o que ele
fazia o Senhor prosperava em sua mão,
4 José achou graça aos seus olhos e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa e
entregou na sua mão tudo o que tinha.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl
24.1 O domínio universal de Deus.
TERÇA / Rm 8.28-39 Todas as coisas contribuem para o bem.
QUARTA / 1 Co 7.20-24 Cada um fique na sua vocação.
QUINTA / 2Co 4.15-17 O desígnio e efeito das aflições.
SEXTA / 1Tm 6.1-2 Os deveres dos servos.
SÁBADO / Tt 2.7-10 Devemos ser exemplo em tudo.
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que Deus
nos capacite a confiar e sermos fiéis a Ele.
INTRODUÇÃO
A história de José é repleta de preciosas lições
para a jornada do povo de Deus em todos os tempos. Na presente lição
enfatizaremos o desenvolvimento do plano de Deus, mesmo nas adversidades e
oposições; a firmeza e integridade de José mesmo quando tudo parecia estar
dando errado; e a ação poderosa e soberana de Deus em favor dos Seus.
1- CIRCUNSTÂNCIAS ADVERSAS NÃO IMPEDEM OS PLANOS DE
DEUS
O desenvolvimento dos planos de Deus na vida do Seu
povo não significa ausência de adversidades. A Bíblia revela que o Senhor é
Poderoso para fazer com que todas as dificuldades e adversidades que surgem na jornada
do Seu povo sejam contribuições para o bem dos que nEle confiam e esperam [Rm
8.28].
1-1- Sonhos ou pesadelos?
Ser vendido como escravo é uma experiência
terrível. Ser vendido como escravo tendo nascido livre é pior ainda. Agora ser vendido
como escravo por seus próprios irmãos de sangue, é algo inimaginável. José
aparece em cena com cerca de 17 anos de idade [Gn 37.2]. Ele estava para viver
o melhor da vida e ser integrado aos negócios da família. Porém é separado dela
para viver sob a sombra do medo e insegurança em uma terra que não era sua,
o Egito. Ser comprado como um objeto e passado de mão em mão de estranhos
deveria lhe trazer traumas inapagáveis [Gn 39.1]. Porém, apesar desta terrível
situação, “o Senhor estava com José” [Gn 39.2]. E isso fez e faz toda a
diferença.
1-2- A companhia do Deus imutável
José estava na condição de escravo na casa do seu
senhor egípcio. Mas o Senhor dos senhores estava com ele [Gn 39.2]. E por causa
disso, José prosperará em tudo o que faz não importa a condição que se
encontra. O próprio senhor de José podia perceber isso [Gn 39.3-4], ao ponto de
confiar a ele posições mais importantes. Às vezes nós ficamos tão preocupados
em mudar a nossa condição e sair de onde estamos para ver se as coisas melhoram,
que deixamos de nos certificar do mais importante: se Deus está conosco! Não
são as condicionantes favoráveis que determinam o nosso sucesso nas coisas.
Isso é um pensamento secular. É Deus quem determina as condições das coisas,
por mais difíceis que sejam a realidade presente. Precisamos estar certos
disso!
1-3- Fonte de prosperidade
Desde Abraão Deus sempre deixou claro o que Israel
não conseguia entender: que as bênçãos de Deus sobre Israel tinham o objetivo
de abençoar as demais famílias da terra e não apenas Israel [Gn 12.3]. Podemos
ver isso no caso de Jacó, cuja prosperidade divina fez seu sogro enriquecer [Gn
30.30]. E agora, numa condição muito adversa, vemos o mesmo acontecendo com
José. Deus, por amor a ele, está usando (um escravo) para abençoar o seu rico e
poderoso senhor [Gn 39.4-5]. O nosso Deus não mudou. Precisamos continuar
acreditando nisso, que Deus usa Seus servos para abençoar outras pessoas. A
mulher Cananéia entendeu isso e foi atendida pela graça de Cristo [Mt 15.27].
As bênçãos de Deus são transbordantes!
2- A FÉ PROVADA PELAS CIRCUNSTÂNCIAS DA VIDA
Assim como Abraão teve sua fé testada, José passou
por vários funis divinos que o colocaram no lugar adequado pra Deus fazer da
sua vida uma bênção para tantos.
2-1- Teste de integridade
Mesmo jovem, José já passou por situações muito
difíceis na vida. Quase foi morto por seus irmãos, mas acaba sendo arrancado da
sua família sendo vendido como um escravo. Tudo isso foram provas externas.
Pareciam testes de resistência. Agora, porém, ele passa por uma prova interna.
Um teste de integridade. A mulher do seu senhor quer possuí-lo [Gn 39.6-7].
José considera o ato de deitar com a mulher de Potifar mais um pecado contra
Deus do que um pecado contra Potifar [Gn 39.8-9]. A nossa consideração pelos
homens ou medo das consequências dos nossos erros não é o que melhor nos protege
de pecar. A coisa mais poderosa para nos ajudar a vencer a tentação, quando
tudo é propício ao pecado, é o nosso relacionamento com Deus. Quem Deus é para
nós, não importante a situação, é que faz toda a diferença.
2-2- Teste de resistência
O diabo nunca pode ser convencido. Ele só pode ser
vencido. Por isso não acredite que sua simples recusa às suas ofertas o farão
desistir. A recusa de José deve ter parecido uma afronta à senhora
egípcia [Gn 39.10]. Ela deveria estar acostumada a ter o homem que quisesse. O
comportamento de José, portanto, lhe é estranho, mas também estimulante. Ele
passa a ser uma caça para ela, ao ponto de levá-la à loucura de tentar
agarrá-lo a força [Gn 39.11-12]. Como deve ter sido difícil para José tomar
a decisão desta fuga corajosa. Nossa resistência interior à tentação não é
estável como gostaríamos. Há momentos em que podemos nos encontrar mais
vulneráveis do que em outros. É neste momento que o teste de integridade se
transforma em um teste de resistência interior. Deus, porém, promete nos livrar
se confiarmos nEle [1Co 10.13].
2-3- Teste de força
José foge porque se conhece [Gn 39.11-12].
Este tipo de fuga é a atitude mais corajosa que podemos ter. Aqueles que caem
são justamente aqueles que acham que podem ficar em pé por suas próprias
forças. Que são mais fortes que a própria carne. Não são. Ninguém é. Cristo já
nos alertou sobre isso [Mc 14.38]. Encontramos na Bíblia várias exortações
acerca de atitudes que devemos tomar para vencer as inclinações pecaminosas:
andar em Espírito [Gl 5.16]; fugir [2Tm 2.22]. José era homem formado e,
obviamente, nenhuma mulher poderia forçá-lo a ter relações com ela sem seu
consentimento interior. Ele percebe que suas negativas verbais não podem mais
manter a mulher longe do seu corpo. E sentindo seu próprio homem interior
correndo o risco de sucumbir, ele faz o que os sábios devem fazer na tentação.
Ele foge!
3- SEMEADURA E COLHEITA
As Escrituras abordam a realidade da semeadura e
colheita. Contudo, é importante buscarmos a ajuda do Espírito Santo para
discernirmos que nem sempre a colheita se dará exatamente como imaginamos e no
tempo que esperamos. Em tudo precisamos confiar e esperar no Senhor.
3-1- Frutos amargos da integridade.
Se engana aquele que pensa que ser íntegro não lhe
trará dores e que toda fidelidade renderá recompensas maravilhosas. Nem toda
vitória no teste de integridade traz um prêmio imediato. Muitas vezes,
sofreremos justamente por decidir não pecar. E é por isso que o caminho do
pecado parece muitas vezes o melhor caminho. A tentação oferece uma satisfação
rápida e fácil. E quando resistimos à oferta, o próprio tentador pode lançar em
nossa cara as dores da “burra” escolha que fizemos. A mulher de Potifar,
sentindo-se rejeitada e frustrada, quer a morte de José com a acusação de abuso
sexual [Gn 39.13-20]. José será reservado na prisão para esperar a morte. Mas,
mesmo no vale da sombra da morte, “O Senhor (…) estava com José” [Gn 39.21-23].
3-2- Servindo aos homens como ao Senhor.
José não era apenas íntegro. Também era eficiente
[Gn 39.23]. Tudo o que era colocado para fazer, fazia com empenho e dedicação.
A sua atitude é contrária à que naturalmente teríamos se passássemos por tudo o
que ele passou e se estivéssemos na condição que ele se encontra. Deveria fazer
tudo de má vontade ou o mínimo para sobreviver. Porém, José bem conhecia as
promessas de Deus e a aliança do Senhor com Abraão e seus descendentes
por Isaque e Jacó. E por isso fazia o melhor para a glória de
Deus, de forma que os homens ímpios percebiam que Deus estava com ele [Gn 39.3;
41.38]. Paulo ensinou sobre isso: devemos servir aos homens como ao Senhor e
para a glória dEle [Ef 6.5-8; Cl 3.22-24].
3-3- A visão espiritual da tribulação.
As coisas parecem que vão piorando para José. Ele
recebe as revelações de Deus em sonhos e isso o fez ser odiado pelos irmãos a
ponto de ser vendido como escravo. Servindo como escravo na casa de Potifar,
por causa da sua integridade, foi encarcerado como prisioneiro numa
masmorra por vários anos. Mas não é isso. É lá que ele vai ganhar a simpatia do
carcereiro [Gn 39.21-22], e passa a ser responsável pelos prisioneiros da
guarda [Gn 40.4]. Além disso, por estar preso é que seus dons de interpretar
sonhos serão descobertos [Gn 40.5-8]. Sua interpretação de sonhos livrou o
copeiro da morte, mas este esqueceu de José [Gn 40.12-15, 20-21, 23]. O mal que
o alcançou abriu caminho para que ele tivesse diante de Faraó, dando-lhe a
interpretação sobre seus sonhos. Os homens sonham. Mas Deus nunca dorme.
CONCLUSÃO
Temos aprendido que a fé, confiança e integridade
dos que pertencem ao Senhor, não dependem das circunstâncias. Que cada
discípulo de Cristo esteja sempre lembrando que temos o Espírito Santo nos
ajudando em nossas fraquezas [Rm 8.26] e nos guiando mesmo nos momentos mais
críticos em nossa caminhada cristã. O Senhor está conosco, como esteve com
José!