Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5.16).
VERDADE PRÁTICA
Uma vez salvos em CRISTO, o amor, materializado por meio das boas
obras, torna-se a nossa identidade cristã.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Ts 1.3 A fé e as obras são inseparáveis
Terça - 2 Ts 1.11 A oração precede a ação
Quarta - Hb 11.17 As obras da fé abrangem a ação
Quinta - Ap 2.19 O Senhor conhece as nossas obras
Sexta - 2 Tm 4.6-8 A esperança fortalecida pelas obras
Sábado - At 7.60 Uma fé a toda prova
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Tiago 2.14-26
14 Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não
tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo? 15 E, se o irmão ou
a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, 16 e
algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e
lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito
virá daí? 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si
mesma. 18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras;
mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé
pelas minhas obras. 19 Tu crês que há um só DEUS? Fazes bem; também
os demônios o crêem e estremecem. 20 Mas, ó homem vão, queres tu
saber que a fé sem as obras é morta? 21
Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras,
quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? 22 Bem vês que a
fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi
aperfeiçoada, 23 e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão
em DEUS, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo
de DEUS. 24 Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e
não somente pela fé. 25 E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi
também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os
despediu por outro caminho? 26 Porque, assim como o corpo sem o
espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
INTERAÇÃO
Imagine um
presidente que não governa? Um juiz que não julga? Um advogado que
não advoga? Um médico que não clinica? Um policial que não protege?
Um professor que não ensina? Um cientista que não pesquisa? Um
arquiteto que não desenha? Um filósofo que não filosofa? Imaginou?
Assim é o crente que não produz boas obras. Que não ama! E como
estudamos na epístola de Tiago, as boas obras são obras de
misericórdia, isto é, ações encharcadas no amor. A carta de Paulo
aos Romanos nos diz que "quem ama aos outros cumpriu a lei", pois "o
amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o
amor" (13.8,10).
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Destacar que a fé e as obras são relacionais.
Apontar os exemplos de fé com obras no Antigo Testamento.
Compreender a metáfora do corpo sem espírito proposta por Tiago.
Resumo da Lição 7 - A Fé Se
Manifesta Em Obras
I. DIANTE DO NECESSITADO, A NOSSA FÉ SEM OBRAS É MORTA (Tg
2.14-17)
1. Fé e obras.
2. O cristão e a caridade.
3. A "morte" da fé.
II. EXEMPLOS VETEROTESTAMENTÁRIOS DE FÉ COM OBRAS (Tg 2.18-25)
1. Não basta "crer".
2. Abraão.
3. Raabe.
III. A METÁFORA DO CORPO SEM O ESPÍRITO PARA EXEMPLIFICAR A FÉ SEM
OBRAS (Tg 2.26)
1. Uma analogia do corpo sem espírito.
2. Da mesma maneira:
SINOPSE DO TÓPICO (1) Tiago nos mostra que diante de uma necessidade
do próximo, o crente não pode espiritualizar a sua necessidade
material, antes deve supri-la. Do contrário, não há fé.
SINOPSE DO TÓPICO (2) As ações de Abraão e Raabe são dois grandes
exemplos do Antigo Testamento quanto à fé compromissada com as obras
SINOPSE DO TÓPICO (3) Assim como o corpo sem o espírito não tem
vida, a fé sem as obras é morta.
VOCABULÁRIO
Antagonismo: Princípio ou tendência contrária; oposição.
Distinta: Que não é igual; diferente
Imolar: Matar em sacrifício a DEUS.
Ignomínia: Grande desonra infligida por um julgamento público;
degradação social; opróbrio.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.)
Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2004.
STOTT, John. Cristianismo Equilibrado. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°
58, p.39.
Como chegar ao lar de uma pessoa que se
encontra em necessidades materiais e apenas orarmos por ela dizendo
"DEUS está no controle de tudo"? Tal atitude é a que Tiago chama de
fé sem obras. A fé vivida apenas no campo da mera especularização
espiritual é uma fé sem vida, encanto e compromisso com o outro. A
verdadeira fé consiste em amar a DEUS acima de todas as coisas, com
toda a nossa força, de todo o nosso entendimento, de toda a nossa
alma e de todo o nosso coração (Mc 12.30,31). Uma fé simples,
entretanto, de uma implicação inimaginável.
A fé do Evangelho está diametralmente
entrelaçada ao amor. Não a toa ela aparece como uma das três
virtudes teologais, juntamente com o amor (1 Co 13.13). Deste, o
apóstolo Paulo diz: "porque quem ama aos outros cumpriu a lei [...]
e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume:
Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao
próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13.8-10).
Contra o amor não há lei. A vontade de DEUS é que o ser humano viva
a vida sem que a determine, pois quem ama não pode fazer outra coisa
senão o bem (Jr 31.33).
Quando Tiago fala de boas obras sabemos
que ele se refere às ações concretas de misericórdias. Então,
remetemo-nos logo ao tema da salvação pelas boas obras. Talvez pelo
medo de relacionar boas obras à salvação, muitos em nossas igrejas
vêm ignorando o mandamento de JESUS para fazermos alguma coisa em
favor dos pobres. Além disso, precisamos ponderar com os nossos
alunos que não são as obras que salvam, mas, por outro lado, são
elas que revelam se de fato somos salvos ou não (Ef. 2.8- 10). E um
dia, todos seremos julgados, pelas obras que realizamos em relação a
outro ser humano cujo Senhor, JESUS, pode ser encontrado em cada
estado de necessidade (Mt 25.31-46).
Use o espaço desta lição, professor,
para ensinar que não se pode fazer dicotomia entre a fé e a ação. Do
contrário, a fé se mostrará morta como um corpo que sem o fôlego de
vida. Dê uma olhada em volta da sua igreja local. Talvez ela se
situe em meio a uma comunidade carente. Uma pergunta pode ser feita
à sua classe: o que podemos fazer de ação social pela nossa
comunidade?
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS LIVROS - INTRODUÇÃO
Essa seção tem levantado dúvidas na mente
dos leitores da Bíblia porque parece contradizer o ensinamento do
apóstolo Paulo referente à questão de fé e obras. Nas suas epístolas aos
Romanos e Gálatas, Paulo ensina que não podemos ser salvos pelas obras;
recebemos a salvação somente pela graça de DEUS mediante a fé. Nessa passagem, Tiago afirma que
somente a fé não é suficiente para a salvação. Para que ocorra a
salvação, a fé precisa estar acompanhada de obras.
A contradição é apenas aparente. Os
estudantes da Bíblia concordam que os dois autores inspirados estavam
dando significados diferentes às mesmas palavras. Quando Tiago usa a
palavra fé, ele se refere a um consentimento meramente intelectual.
Quando Paulo fala de fé, ele se refere à convicção que traz consigo o
consentimento da vontade. Quando Paulo fala de obras, ele se refere às
obras da lei, i.e., as obras do legalismo judaico que nunca podem salvar
a alma. Quando Tiago fala das obras ele se refere às boas ações que
fluem naturalmente de um coração cheio de amor para com DEUS e o
próximo.
E evidente que Paulo concorda
substancialmente com os ensinos de Tiago, porque ele também enfatiza que
o conhecimento sem ação é inútil. Ele escreve: “Porque os que ouvem a
lei não são justos diante de DEUS, mas os que praticam a lei hão de ser
justificados” (Rm 2.13). Tem sido argumentado que o ensino de Paulo de
que a salvação é somente pela fé e o de Tiago que inclui também as
obras, não estão face a face, lutando um contra o outro, mas de costas
um para o outro, combatendo inimigos opostos; os dois ensinamentos estão
do mesmo lado, embora possa parecer que sejam contrários.
Nessa seção, Tiago trata da interação da fé
com as obras na vida cristã. Sua tese básica é a seguinte: se alguém
declara ter fé, mas esta fé não vem acompanhada de obras, ela é inútil.
Essa seção, semelhantemente a 2.1-13, é uma apresentação meticulosamente
argumentada. A tese é explicada nos versículos 14-17; nos versículos
18-20, Tiago responde a uma objeção; nos versículos 21-25, ele fornece
provas bíblicas e, no versículo 26, apresenta um resumo.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 169-170.
O capítulo 2 da Carta de Tiago é um dos
textos mais importantes da Bíblia. Muitos estudiosos não conseguiram
entendê-lo. Lutero pensou que Tiago estivesse contradizendo Paulo (Rm
3.28 - Tg 2.24; Rm 4.2-3 - Tg 2.21). Logo, Lutero chamou Tiago de carta
de palha e sentiu que a carta de Tiago não tinha o peso do Evangelho.
Mas será que Tiago está contradizendo Paulo?
Absolutamente não. Eles se complementam. Paulo falou que a causa da
salvação é a justificação pela fé somente. Tiago diz que a evidência da
salvação são as obras da fé. Paulo olha para a causa da salvação e fala
da fé. Tiago olha para a consequência da salvação e fala das obras.
Paulo deixa isso claro: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isto não vem de vós, é dom de DEUS; não vem das obras, para que
ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em CRISTO JESUS
para boas obras, as quais DEUS antes preparou para que andássemos nelas”
(Ef 2.8-10).
Calvino diz que a salvação é só pela fé, mas
a fé salvadora não vem só. Ela se evidencia pelas obras. A questão
levantada por Paulo era: “Como a salvação é recebida?”
A resposta é: “Pela fé somente”. A pergunta
de Tiago era: “Como essa fé verdadeira é reconhecida?” A resposta é:
“Pelas obras!” Assim, Tiago e Paulo não estão se contradizendo, mas se
completando. Somos justificados diante de DEUS pela fé, somos
justificados diante dos homens pelas obras. DEUS pode ver a nossa fé,
mas os homens só podem ver as nossas obras.
LOPES. Hernandes Dias.
TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 45-46.
Talvez alguém objetasse contra o
anteriormente exposto: Tiago, será que não criticas exageradamente o
fato de um homem “em posição de destaque” ser alvo de um pouco mais de
atenção que um escravo? Pois isso é algo ínfimo em comparação a, p.
ex.,uma profunda percepção espiritual! – Tiago responde no presente
bloco: Não, é justamente no comportamento prático que as coisas
decisivas se revelam: está em jogo se tua fé realmente é fé.
Tiago de forma alguma deprecia a fé, mas,
como Paulo, a tem em altíssima consideração: a) Ninguém entre nós produz
a justiça própria. Em algum lugar todos temos deficiências. E não
podemos “compensar” nada. Dependemos da misericórdia de DEUS.
Confiamo-nos a ela (Tg 2.10-13). b) Tiago convoca para saudarmos até
mesmo a tribulação, por ser meio de aprovação da fé (Tg 1.2). c) Ensina
a oração com fé, que certamente será atendida (Tg 1.5-8). d) Ensina o
irmão humilde a crer que a graça de DEUS o torna rico (Tg 1.9; 2.5). e)
A nova vida não é criada pelo próprio cristão. É obra da graça de DEUS.
Através da palavra da verdade ela foi depositada em nós (Tg 1.18; etc.).
– Tiago não expressa o que declara no presente bloco da carta por
considerar a fé secundária, em contraposição a Paulo. Pelo contrário,
justamente porque a considera de importância decisiva, como Paulo, ele
quer que a fé realmente seja e continue sendo fé.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança
Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
I- DIANTE DO NECESSITADO, A NOSSA FÉ SEM
OBRAS É MORTA (Tg 2.14-17)
1. Fé e obras
Caracterizando a verdadeira fé.
Falar sobre fé implica diversos fatores. Ela
precisa ter um conjunto de valores que estejam conjugados de forma
doutrinária, um modelo de culto e uma forma de interação entre as
pessoas que dessa fé participam. Mas a fé também precisa ser prática, ou
seja, precisa ser demonstrada no dia a dia de seus crentes. E a fé
cristã não pode ser resumida em um conjunto de preceitos sem prática, ou
será morta aos olhos daqueles que nos observam.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 85-86.
Tg 2.1 Tiago suaviza sua exortação ao
identificar-se com seus leitores. Ele escreve aos meus irmãos (v. 14). A
fé que Tiago rejeita não é reconhecida por ele como fé verdadeira. Ela é
uma confissão ou declaração, mas não uma realidade. Que aproveita se
alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode
salvá-lo? Phillips apresenta o sentido correto da segunda pergunta:
“Porventura esse tipo de fé poderia salvar a alma de alguém?”.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. Pag. 169.
Tg 2.14 Esta pessoa que afirma que tem fé
obviamente pensa que somente a sua fé, sem nenhuma boa obra (realizada
em obediência a DEUS), seja satisfatória aos olhos de DEUS.
No entanto, a fé que não é acompanhada pelas
obras não tem valor para a salvação. Qualquer pessoa pode dizer que tem
fé, mas, se o seu estilo de vida continua sendo egoísta e mundano, então
de que adianta esta fé? Trata-se meramente de uma fé a respeito de
JESUS, e não de uma fé em JESUS. Este tipo de fé não salva ninguém. Na
verdade, a fé que salva é a fé que fica evidente nos atos que ela
produz.
Duas imagens nos ajudam a recordar a
importância da fé genuína:
1. Em um lado, estão pessoas que aparentam
ter a confiança de estar na presença de DEUS, mas que não mostram
evidências de que a sua fé afeta qualquer um de seus atos. Elas podem
até mesmo se orgulhar do fato de poderem crer naquilo que quiserem e de
que ninguém tem o direito de desafiar a sua fé. Afinal, elas parecem
dizer: “Só DEUS pode realmente saber”.
2. No outro lado, estão pessoas cujas vidas
demonstram uma agitação tão frenética, que elas literalmente não têm
tempo de pensar ou falar sobre a sua fé. Estas pessoas, cujas vidas, a
princípio, exibiam as características de alguém que crê, acabam tendo
dúvidas verdadeiras. Elas duvidam da aceitação de DEUS e se sentem
obrigadas a trabalhar arduamente com a esperança de obter aquela
aceitação. Mas o esforço para obter méritos na presença de DEUS pode se
tornar um substituto da fé. Tiago nos ajuda a enxergar que a fé genuína
sempre combinará uma profunda confiança em DEUS com ações coerentes no
mundo.
Aquele que é salvo não é o que afirma ter
fé, mas aquele que verdadeiramente tem fé.
Alguém poderia perguntar: “Mas, se a fé
genuína nunca tiver uma oportunidade real de ser demonstrada em ação?”
Um exemplo de fé genuína ao qual se dedicou pouco tempo é o caso do
ladrão na cruz, que creu em JESUS (Lc 23.32-43). Diante da morte, este
homem reconheceu JESUS como sendo o CRISTO. Será que a fé deste homem,
genuína e de curta duração, o levou a uma ação verdadeira? Com certeza!
O ladrão moribundo disse algumas palavras de profunda eloquência:
“Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lc 23.42).
O ladrão não tinha sequer ideia de quantas
vezes o seu simples testemunho de confiança, durante a sua derradeira
agonia, daria esperanças a outras pessoas que se sentiriam como se
estivessem além do alcance do auxílio de DEUS.
A maioria de nós tem muito mais tempo do que
o ladrão na cruz. A nossa vida tem sido um testemunho tão positivo
quanto foi o daquele homem? Será que nós declaramos a nossa fé e então
demonstramos a sua vitalidade na nossa vida?
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
674-675.
Tg 2.14 “De que adianta, meus irmãos, se
alguém diz ter (somente) fé, mas não tem obras?” Tiago não quer dizer
que isso de fato existe: fé sem obras. Fala apenas de alguém que
assevera que tem “fé”, que é “crente”. Contudo, não tem obras. Não
existe outra fé senão aquela que é ativa no amor.
1 – Que significa “crer”, em grego pisteúein?
A palavra grega significa: “confiar em
alguém”. Tem em vista um relacionamento pessoal com outro ser humano. O
mesmo também acontece com nosso termo “crer”. Está ligado à ideia de
“prometer”, “amar”, e tem o sentido de “confiar” em alguém, “confiar-se”
a ele. No NT “crer” significa: viver com DEUS, com JESUS CRISTO em
comunhão pessoal no convívio diário e confiante.
JESUS compara a fé com a ligação intrínseca
entre ramo e videira (Jo 15.4s). Paulo escreve: “Sede radicados nele”
(Cl 2.7). Não é diferente o entendimento de Tiago acerca da fé aprovada
na tribulação (Tg 1.2), que não se deixa separar de seu Senhor por
ninguém e por nada.
2 – Que significam aqui as “obras”, em
grego: érga?
a) O sentido não é de “obras da lei”, das
quais Paulo declara que não justificam o ser humano (Rm 3.20,28). “Lei”
nessa acepção é o dever imposto ao ser humano, ou melhor, que ele mesmo
se impõe com a finalidade de construir a própria salvação pelo
respectivo cumprimento. Constitui informação inequívoca de todo o NT que
o ser humano não pode nem deve criar assim sua salvação. Tiago, que no
v. 13 diz que a misericórdia triunfa sobre o juízo, de forma alguma
representa uma exceção nesse caso.
“As obras da lei”: é como se na parábola do
filho pródigo (Lc 15.11ss) o Pai tivesse estendido um bilhete pela
fresta da porta ao filho que retorna, com as condições prévias para
tornar a aceitá-lo na casa paterna: primeiro tornar-se novamente uma
pessoa decente, voltar a conquistar um bom nome e reunir um patrimônio!
Isso jamais teria levado à volta do filho!
b) Aqui em Tiago, porém, se fala das “obras”
da fé, do fruto do agraciamento e da volta do ser humano para casa. A
aparência de um contraste entre Tiago e Paulo surgiu não por último pelo
fato de que Tiago chama de “obras” o que em outras partes do NT é
chamado de “fruto”. Novamente nos termos da parábola do filho pródigo: o
que a pessoa agraciada fizer na sequência não será premissa nem condição
prévia de sua volta para casa, mas consequência e o fruto de sua
acolhida. O que fizer será feito por amor e gratidão. Isso se tornou
possível porque agora vive com o Pai e respira o ar da casa do Pai. O
filho não teria retornado de fato se não trabalhasse com o Pai como
filho na casa. Com outras palavras: do contrário, a fé não seria fé. –
Tiago não entende por “obras” o mesmo a que Paulo se refere em Rm 3.28,
mas o que ele cita em Rm 12.1ss. Inicia, por assim dizer, sua carta
apenas em Rm 12. O anterior é pressuposto por Tiago, ele se respalda
nisso. A carta de Tiago não é pregação da lei, mas pregação da nova
obediência, pregação de santificação. Precisamente assim é que Tiago se
move integralmente nas balizas do NT: “Persegui a santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). No dia da revelação do justo
juízo DEUS dará a cada um conforme suas obras (Rm 14.10; 2Co 5.10). A
fé, que também Paulo prega, atua por intermédio do amor (Gl 5.6). Rm
12ss não constitui apenas um apêndice da grande descrição do agir
salvador de DEUS, mas a comunicação do que esse agir visa alcançar em
nossa vida, das decorrências que precisam acontecer hoje em nós:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de DEUS, que apresenteis o
vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, que é o vosso
culto racional” (Rm 12.1ss).
Principalmente o próprio JESUS salientou a
importância da nova obediência (Mt 7.21; etc.). O que Tiago diz, ele
aprendeu de seu Mestre, mais uma vez, sobretudo das palavras do Sermão
do Monte.
3 – Tiago pergunta: “Que utilidade tem que
alguém diga (apenas) que tem fé, mas não tem obras?” Nossa fé precisa
apresentar um produto (v. 14).
a) Para DEUS. No momento em que Paulo
descreve seu ministério, ele afirma: “Recebemos graça e apostolado por
amor do seu nome, para estabelecer a obediência da fé entre todos os
gentios” (Rm 1.5). Esse é o fruto que ele deseja produzir (Rm 1.13; Fp
1.22). Como resultado de seu agir salvador DEUS quer ter filhos que lhe
obedecem. À pergunta: “Porventura perseveraremos no pecado?” Paulo
responde: “Jamais!” (Rm 6.1s). E JESUS afirma que o “viticultor” divino
retira os ramos que não dão fruto (Jo 15.2). Não existe obra agradável a
DEUS sem a fé, não existe fruto sem raiz. Mas tampouco existe fé sem
obras, bem como nenhuma raiz saudável sem fruto.
A humanidade deturpada pelo pecado se
equipara a um campo de espinhos. A roça do ser humano produz cardos e
abrolhos (Gn 3.18), porque a lavoura de DEUS, que é o mundo humano (Mt
13.38), lhe produziu “cardos e abrolhos”. Agora DEUS lavrou e continua
lavrando “algo novo”, fazendo com que seja semeada a semeadura de sua
palavra (Lc 8.11), com a finalidade de uma colheita para ele (Mt
13.23,39; Ap 14.16). Em última análise, DEUS deitou uma semente na
lavoura do mundo, seu Filho amado (Jo 12.24). Passando pela morte, ela
dará “muito fruto”, ou seja, pessoas: filhos de DEUS serão configurados
segundo a natureza do Filho unigênito (Rm 8.29). Sua natureza, porém, é
a obediência perfeita. Ela pensa e atua com o Pai: “Eu não procuro a
minha própria glória…” (Jo 8.50). “Agrada-me, Senhor, realizar a tua
vontade” (Sl 40.8). “Minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou” (Jo 4.34). “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”
(Jo 5.17). As obras por fé são um fruto para DEUS. As “obras das
trevas”, no entanto, são “infrutíferas” (Ef 5.11), imprestáveis para
DEUS, atraindo o fogo do juízo (Mt 13.30).
b) Para nós mesmos. “Pode, acaso, semelhante
fé salvá-lo”, se na verdade não é fé? (Na realidade deveríamos colocar a
palavra “fé” entre aspas). Igualmente faz parte da fé, da comunhão de
vida com JESUS, que permaneçamos em sua comunhão quando ele quer nos
levar consigo para servir. A desobediência fica em débito com JESUS e
lhe nega o discipulado. Essa é atitude do rei Saul, a respeito do qual
DEUS declarou: “Ele se voltou contra mim” (1Sm 15.11). Dessa forma a
vida de uma pessoa acaba em catástrofe. Unicamente quem persiste na fé
obediente em JESUS será salvo.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança
Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. O cristão e a caridade.
Somos chamados para a prática de boas obras,
e essas boas obras devem ser manifestas às pessoas próximas de mim. O
exemplo apresentado por Tiago traz um homem ou uma mulher que estão
padecendo necessidades básicas, como falta de roupas e falta de
alimentação. A questão é: podemos dizer a uma pessoa nessas condições:
“Vá para sua casa, se aqueça e coma bastante”, sem que possamos lhes dar
o necessário para o seu corpo, como roupas e comidas? Parece ilógico que
um cristão faça isso com outro irmão, mas ao que parece, era isso que
estava acontecendo.
Talvez aqueles crentes que dissessem isso
como se esperassem que DEUS interviesse de forma sobrenatural na vida
dos necessitados, enviando maná e codornizes, ou quem sabe, trazendo
água, carne e pão. E DEUS age dessa forma? Claro que não. Pensemos nos
contextos bíblicos apresentados. DEUS mandou o maná no deserto para o
povo de Israel, e eles não apenas usufruíram daquele presente divino,
mas aprenderam a lidar com ele de acordo com as orientações de DEUS. Mas
lembremo-nos de que esse povo estava saindo do Egito, estavam em um
deserto e dependeram unicamente de DEUS para sua provisão. Para Elias,
DEUS mandou carne por meio de corvos, e a água que o profeta precisava
consumir vinha do ribeiro de Querite. Mas DEUS ordenara a Elias que se
dirigisse àquele lugar depois de desafiar o rei Acabe. Elias não foi
para lá porque quis. Em ambos os casos, DEUS mesmo proveu o necessário
para um grupo imenso de pessoas, e depois para um único profeta.
DEUS pode fazer esses milagres hoje? Sim,
pode, mas já deixou claro orientações para que sejamos misericordiosos
com os menos favorecidos e os auxiliemos. DEUS é sim DEUS do impossível,
mas não é DEUS do absurdo. O que eu e você devemos fazer Ele não vai
fazer, pois espera que o obedeçamos e façamos a nossa parte.
A caridade é uma forma de demonstração da fé
cristã. Essa forma de demonstração jamais nos permitirá ser indiferentes
à pessoas que estão necessitadas de recursos.
Tiago não nos ordena a que falemos de JESUS
às pessoas. Ele não nos manda curar enfermos ou profetizar para
demonstrar nossa fé. Ele não nos manda ser ortodoxos em relação à
teologia. Todas essas coisas são importantes, mas não mais que um irmão
necessitado que espera socorro de DEUS, socorro este que será feito por
um outro irmão em nome de DEUS.
Acredito que muitos cristãos pensam que
fazer boas obras e caridade são atributos de outros grupos religiosos, e
que DEUS se preocupa muito mais com a salvação de almas do que com o
restante dos dias dessas almas salvas. Esse é um pensamento errado. Há
pessoas religiosas que praticam boas obras porque acreditam que por elas
serão salvas. Há outras pessoas que utilizam as boas obras para se
tornarem pessoas melhores nesta vida, ou para que purguem pecados
supostamente praticados em “outras vidas” por meio da caridade. Em ambos
os casos, o equívoco é claro. Boas obras não podem salvar uma pessoa por
mais devota quer ela seja, nem mesmo atenuar para um futuro próximo
atitudes ruins que teriam sido praticadas em uma suposta vida anterior.
Aqui está o problema. Muitos salvos em
CRISTO veem com indiferença as boas obras, por acharem que elas são a
marca registrada de pessoas que querem ser salvas sem aceitar a JESUS.
Mas só porque esses grupos de pessoas praticam boas obras, essas boas
obras não atingem os mais necessitados, mesmo que não proporcione aos
praticantes, a salvação? Sim, os mais necessitados são contemplados
pelas boas obras que eles fazem e nós não fazemos.
As boas obras desses grupos não são
inválidas, mesmo que não lhes dê a salvação. E nossa fé, como pode ser
considerada se estiver divorciada de boas obras? Será que aos olhos de
DEUS ganhamos pontos extras com nossa indiferença para com os mais
necessitados?
Tiago não conclui ainda seu pensamento. Para
ele, mostrar a imagem de uma pessoa necessitada utiliza um recurso
extremo para ilustrar seu pensamento: a fé em DEUS apenas sem as
práticas não nos torna melhores pessoas. Os demônios com certeza possuem
um grande conhecimento sobre DEUS, sabem de sua existência e estremecem.
Mas nem por isso eles deixam de cumprir as ordens de Satanás. Eles sabem
que DEUS existe e o odeiam. Seu conhecimento de DEUS os leva a
manifestações cada vez mais rebeldes. Saber da existência de DEUS e não
praticar obras que coincidam com a mentalidade bíblica é, ressalvadas as
devidas proporções, comparável à crença que os demônios têm. Saber da
existência de DEUS é apenas um processo. A prática de boas obras é a
complementação desse processo.
Que DEUS nos ajude a não apresentar ao mundo
uma fé cristã morta, indiferente às necessidades de pessoas de nossas
igrejas. Que eu não imagine que minha posição de conforto, onde estou
saciado de necessidades básicas, me foi dada por DEUS por ser eu um
filho mais digno que outros filhos. Os mais necessitados da congregação
são tão ou mais dignos, pois a estes, DEUS deseja abençoar usando a
minha vida como um canal. O socorro de DEUS para essas pessoas está no
bolso dos mais abastados. E que a caridade cristã seja um diferencial na
nossa vida e na vida das pessoas que vamos socorrer, lembrando-nos de
que nós mesmos poderíamos estar no lugar deles, e que se isso ocorresse,
gostaríamos de receber a ajuda que daremos.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 86-88.
Tg 15-16 Têm sido descritos como uma
“pequena parábola” com a aplicação dada no versículo 17. João usa um
argumento similar: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir
a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode
permanecer nele o amor de DEUS?” (1 Jo 3.17, ARA). A intolerância de
Tiago com a fé sem prática aparece de forma aguda na seguinte paráfrase:
“Se vocês tiverem um amigo que está necessitado de alimento e vestuário,
e lhe disserem: ‘Bem, adeus, e que DEUS o abençoe; aqueça-se e coma
bem’, e depois não lhe derem roupas ou alimentos, que bem faz isso?” (A
Bíblia Viva). Clarke comenta: “Ao falar isso para eles, sem lhes dar
nada, o proveito deles será igual à sua fé professada. Sem essas obras,
que são os frutos genuínos da verdadeira fé, qual será o seu proveito no
dia em que DEUS virá sentar e julgar a sua alma?
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 169.
Tg 2.15 Tiago dá o exemplo de uma pessoa
hipotética que pode ter sido alguém que fazia parte da comunhão da
igreja — um irmão ou uma irmã — que estava realmente em necessidade. Não
ter comida ou roupas significa estar em uma situação desesperadora, mas
muito comum. Hoje, dificilmente há uma igreja na qual não haja pessoas
que vivam sem alimento ou abrigo adequados.
Tg 2.16 Alguma coisa podia ser feita por
esta pessoa necessitada. Havia abundância de roupas e alimentos entre
aqueles que estavam em comunhão suficientes para cuidar desta pessoa,
porém ela se foi de mãos vazias, com uma oração, mas sem roupas sobre o
seu corpo ou alimentos no seu estômago.
Com excessiva frequência, nós, que fazemos
parte de uma igreja, oferecemos meras palavras - orações, conselhos,
estímulo - quando somos chamados a agir. A necessidade é óbvia, e há
recursos. Mas a ajuda não é dada. “Que proveito virá daí?”, pergunta
Tiago. A fé que não resulta em ações não é mais eficaz do que uma oração
piedosa pelo pobre que precisa ser aquecido e alimentado. As palavras
sem as ações não realizam nada.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
675.
Tg 2.15s Para nossos semelhantes.
c.1) “Que utilidade teria?”: Nossa vida
cristã precisa render algo para DEUS, para nós mesmos e não por último
para nosso ambiente. Temos de significar algo para ele. Nos dias em que
viveu na terra nosso Senhor tinha, pela ação do ESPÍRITO SANTO, um corpo
humano para seu serviço ao mundo. Com ele cumpriu a tarefa que o Pai lhe
atribuiu: como “missionário e médico” (David Livingstone). Agora tem
para esse serviço, pela ação do ESPÍRITO SANTO, novamente um corpo
humano, um corpo feito de seres humanos, sua igreja. E também ela
precisa ser simultaneamente ambas as coisas, missionária e médica. Nem
somente missionária, nem tampouco – o que hoje requer ser salientado –
apenas médica. Unicamente assim nossa existência cristã traz o
“proveito” necessário aos nossos semelhantes.
c.2) Na seqüência Tiago fornece um exemplo
das interações humanas (que não precisa ter sido real), para que a idéia
se torne concreta e palpável e não encalhe na teoria: “Qual é o proveito
se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos” (v. 15 – Também hoje
existem por toda parte carências, mais numerosas e diversificadas do que
imaginamos). “…e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz… sem,
contudo, lhes dar o necessário para o corpo?” Em vista de várias
necessidades ficamos tão perplexos e impotentes que de fato não
conseguimos fazer mais do que orar pelas pessoas e abençoá-las. Isso não
é vão, mas um grande serviço. Só que nossa fé não pode ser indiferente
(cf. Is 53.6a) nem mera amabilidade inativa para com nossos semelhantes.
Somos “cooperadores de DEUS” (1Co 3.9), membros do corpo de JESUS, suas
ferramentas. Quando suplicamos a DEUS é preciso que também nos
deixemos transformar em instrumentos da ajuda de DEUS e façamos o que
está ao nosso alcance. Não apenas colocamos em risco a nossa própria
redenção quando nos separamos da obediência e por isso da comunhão de
nosso Senhor, mas também permanecemos devedores de nossos semelhantes em
questões decisivas para o corpo e para a alma.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança
Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
3. A “morte” da fé.
Tg 2.17 Interiormente morta, bem como
exteriormente inoperante. Ela não é apenas infrutífera, mas não tem uma
vitalidade própria capaz de produzir frutos de justiça. Essa fé é morta
em si mesma, ou seja, não há obras que a acompanham.
A menção específica de irmã (v. 15) é
entendida por Ross como uma evidência contra a teoria defendida por
alguns, de que temos em Tiago um documento pré-cristão de origem
judaica. Ele escreve: “Irmãs’ devem receber um tratamento igualitário em
relação aos irmãos na Igreja dEle, onde não há homem nem mulher (G1
3.28)”.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag.169.
A fé é uma doutrina chave no cristianismo. O
pecador é salvo pela graça mediante a fé (Ef 2.8,9), o justo vive pela fé (Rm 1.17).
Sem fé é impossível agradar a DEUS (Hb
11.6). Tudo o que é feito sem fé é pecado (Rm 14.23).
Em Hebreus 11 encontramos a galeria da fé,
em que homens e mulheres creram em DEUS, viveram e morreram pela fé. Fé
é a confiança de que a Palavra de DEUS é verdadeira, não importam as
circunstâncias.
Qual é o tipo de fé que salva uma pessoa?
Nem todas as pessoas que dizem crer em JESUS estão salvas (Mt 7.21).
Quais são as características de uma fé
morta?
Em primeiro lugar, é uma fé que não busca uma vida santa. A fé morta está divorciada da prática da piedade. Há
um hiato, um abismo entre o que a pessoa professa e o que a pessoa vive.
Ela crê na verdade, mas não é transformada por essa verdade. A verdade
chegou a sua mente, mas não desceu a seu coração. É um erro pensar que
apenas recitar ou defender um credo ortodoxo faz de uma pessoa um
cristão. Assentimento intelectual, apenas, não é fé salvadora. A fé que
não produz vida, que não gera transformação, é uma fé espúria (Mt 7.21).
Certo pastor, ao ser confrontado em razão de
seu adultério, respondeu um pregador: “E daí se eu estou cometendo adultério? Eu
prego melhores sermões do que antes”. Esse homem estava dizendo que
enquanto ele acreditasse e pregasse doutrinas ortodoxas, não importava a
vida que ele levava.'‘‘’ Mas Tiago ataca esse tipo de pensamento.
As igrejas estão cheias de pessoas que dizem
que creem, mas não vivem o que creem. Isso é fé morta.
Em segundo lugar, é uma fé meramente
intelectual. A pessoa consente com certas verdades, mas não é
transformada por elas. No versículo 14, Tiago pergunta: “Pode, acaso,
semelhante fé pode salvá-lo?” Quando Tiago usa a palavra semelhante, ele está
falando de um certo tipo de fé, ou seja, a fé apenas verbal em oposição
à fé verdadeira. Ainda no versículo 14, ele pergunta: “Que proveito há,
meus irmãos, se alguém disser que tem fé e não tiver obras?”
A fé aqui descrita existe apenas na base da
pretensão. A pessoa diz que tem fé, mas na verdade não tem. As pessoas
com uma fé morta substituem obras por palavras. Elas conhecem as
doutrinas, mas elas não praticam a doutrina. Elas têm discurso, mas não
têm vida. A fé está apenas na mente, mas não na ponta dos dedos.
Em terceiro lugar, é uma fé que não produz
frutos dignos de arrependimento. Essa fé é ineficiente, inoperante e não
produz nenhum resultado. Ela tem sentimento, mas não ação. Tiago dá dois
exemplos para ilustrar a fé morta (2.15,16). Um crente vem para a igreja
sem roupas próprias e sem comida. Uma pessoa com uma fé morta vê essa
situação e não faz nada para resolver o problema do irmão necessitado.
Tudo o que ele faz é falar algumas palavras piedosas (2.16).
Comida e roupa são necessidades básicas (iTm
6.8; Gn 28.20). Como crentes, devemos ajudar a todos e, principalmente,
aos que professam a mesma fé (G1 6.10).
Seremos julgados por esse critério (Mt
25.40). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de
DEUS (I Jo 3.17,18). O sacerdote e o levita podiam pregar sobre sua fé,
mas não demonstraram a sua fé (Lc 10.31,32). João Calvino diz: “Só a fé
justifica, mas a fé que justifica jamais vem só”.
Em quarto lugar, é uma fé sem nenhum valor.
Ela é inútil.
A fé sem obras é inoperante (2.20). Se, de
forma geral a fé é inútil, ela também o é no caso da salvação!
Em quinto lugar, é uma fé incompleta. Tiago
diz que a fé sem as obras está incompleta (2.22), visto que são as obras
que consumam a fé. As obras são a evidência da fé.
Somos salvos pela fé para as obras (Ef
2.8-10). Se não tem obras, não tem fé!
Em último lugar, é uma fé morta. Tiago é
claro em afirmar que a fé sem as obras está morta (2.17; 2.26),
e uma fé morta não salva ninguém. Essa fé
intelectual, inútil, incompleta e morta não salva ninguém. Ortodoxia sem
piedade produz morte. James Boyce diz que não podemos ser cristãos e, ao
mesmo tempo, ignorar as necessidades dos outros. Devemos reconhecer que,
se há alguém com fome e nós temos os meios para socorrê-lo, não somos
cristãos de verdade se não ajudarmos essa pessoa. Não podemos ser
indiferentes às necessidades do próximo e ainda professar que somos
cristãos.
LOPES. Hernandes Dias.
TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 48-51.
Tg 2.17 Uma convicção ou crença intelectual
que se recusa a obedecer aos mandamentos de CRISTO não é proveitosa - é
morta. As boas obras são o fruto da fé viva. Se não há ações positivas,
então a fé professada, na realidade, não é fé — é morta e inútil. As
ações corretas provam que a nossa fé é uma fé verdadeira. Crer envolve a
fé acompanhada das ações. Se aqueles que estão ao nosso redor observarem
as nossas ações, eles deverão ser levados a conhecer a fé que motiva
tais ações. Se outros nos ouvirem falar de fé, eles também deverão nos
ver agir de acordo com esta fé.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
675.
Tg 2.17 “Assim, também a fé, se não tiver
obras, é morta em si mesma”: obras são sinal de vida da fé. Se no verão
um galho não tiver folhas, é necessário supor que está seco e morto. Se
um ser humano não se mexe mais, não respira nem denota mais pulsação,
faltam os sinais vitais. Está morto. Será que hoje não deveria ser dito
também, em vista de muitos pretensos crentes: “Tens o nome de que vives,
mas estás morto” (Ap 3.1)? É infinitamente importante darmos espaço ao
convívio pessoal com nosso Senhor na atenção à sua palavra e no diálogo
com ele. Assim também perceberemos seu sinal para agir e para esperar e,
se sempre lhe obedecermos imediatamente, o perceberemos cada vez melhor.
Essa posição debaixo da condução do ESPÍRITO e na obediência prática são
os “sinais vitais” da fé. Por isso Paulo escreve: “Os que são impelidos
(guiados) pelo ESPÍRITO de DEUS são filhos de DEUS” (Rm 8.14), ou seja,
são crentes.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança
Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
II- EXEMPLOS VETEROTESTAMENTÁRIOS DE FÉ
COM OBRAS (Tg 2.18-25)
1* Não basta “crer”.
Tg 2.19 Algumas versões colocam a primeira
parte do versículo 19 em forma de pergunta (como ocorre na ARC): Tu crês
que há um só DEUS?. Tiago responde: Fazes bem (v. 19). Até aqui, tudo
bem — mas isso não é suficiente: também os demônios (daimonia) crêem e
estremecem. Apenas fé — no sentido de reconhecer DEUS sem responder a
Ele em ação obediente — é uma religião que mesmo os demônios professam
(cf. Mt 8.29; Mc 1.24). Mas essa fé não é uma fé salvadora; eles apenas
estremecem (“tremem”, NVI). “A fé que eles têm é mostrada pelo seu
terror, uma emoção de interesse próprio, mas isso não os salva”.3 João
Wesley comenta acerca daqueles que têm uma fé tão limitada: “Isso prova
somente que vocês têm a mesma fé dos demônios [...] eles [...] tremem
com a expectativa terrível do tormento eterno. Essa fé certamente não
pode justificá-los nem salvá-los”.
Tg 2.20 A expressão: queres tu saber? (v.
20, lit., você gostaria de saber?), introduz esse novo rumo na
argumentação. A pergunta parece inferir uma relutância que beira a
perversidade no homem questionado. O sentido correto seria: “Você
realmente quer uma prova irrefutável?”. O homem vão significa
“insensato” (NVI) ou “de cabeça vazia”. Trench diz que esse tipo de
homem “é alguém em quem a sabedoria superior não encontrou espaço, mas
que está inchado com uma vaidade vã do seu próprio discernimento”.5
Tiago repete aqui sua premissa básica de que a fé sem as obras é morta
(“inútil”, NVI; lit., sem obras, inativa). Essa fé sem vida não produz
nada de importante.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 171.
A fé dos demônios (Tg 2.19)
A fé morta é uma fé que atinge apenas o
intelecto. A fé dos demônios atinge o intelecto e também as emoções. Os
demônios têm um estágio mais avançado de fé que muitos crentes. A fé dos
demônios não é apenas intelectual, mas também emocional. Eles creem e
tremem! Crer é tremer não é uma experiência salvadora. Você não conhece
uma pessoa salva pelo conhecimento que adquire nem pelas emoções que
demonstra, mas pela vida que vive (Tg 2.18).
No que os demônios creem? Warren Wiersbe
responde a essa pergunta, dizendo: em primeiro lugar, os demônios creem
que DEUS é um só. Os demônios creem na existência de DEUS. Eles não são
nem ateístas nem agnósticos. Eles creem na “shemma” judaica: “Ouve ó
Israel, o Senhor nosso Como saber se minha fé é verdadeira ou falsa DEUS
é o único Senhor”. Mas essa crença dos demônios não pode salvá-los.
Em segundo lugar, os demônios creem na
divindade de CRISTO. Os demônios corriam para ajoelhar-se diante de
CRISTO para adorá-lo (Mc 3.11,12). Eles sabiam quem era JESUS. Eles se
prostravam aos pés do Senhor JESUS.
Em terceiro lugar, os demônios creem na
existência de um lugar de penalidades eternas. Eles sabem que o inferno
foi criado para o diabo e seus anjos. Eles sabem que o inferno é
destinado para todos aqueles cujos nomes não forem encontrados no Livro
da Vida. Eles não negam a existência do inferno (Lc 8.31). Eles creem
nas penalidades eternas.
Em quarto lugar, os demônios creem que
CRISTO é o suprem o Juiz que os julgará. Os demônios sabem que terão de
comparecer diante de CRISTO, o supremo juiz. Eles creem no julgamento
final. Eles creem que todo joelho se dobrará diante de CRISTO.
Entretanto, os demônios estão perdidos, eternamente perdidos. Uma fé
meramente intelectual e emocional coloca-nos apenas no patamar dos
demônios.
A fé salvadora (Tg 2.20-26)
A fé salvadora pode ser sintetizada em três
palavras: notitia (conteúdo), assensus (concordância), fiducia
(confiança): conteúdo, concordância e confiança. A fé verdadeira inclui
o intelecto, as emoções e a vontade. O conteúdo da fé é a verdade de
DEUS. Eu recebo essa verdade e confio nela e por ela sou transformado.
Como Tiago descreve a fé verdadeira? Warren
Wiersbe responde a esta questão oferecendo vários pontos.
Em primeiro lugar, a fé salvadora está
baseada na Palavra de DEUS. James Boyce diz que o primeiro elemento da
fé salvadora é o conteúdo intelectual expresso como doutrinas básicas do
cristianismo. Tiago cita dois exemplos; Abraão e Raabe. Duas pessoas
totalmente diferentes;
Abraão, o amigo de DEUS; Raabe, membro dos
inimigos de DEUS. Abraão, piedoso; Raabe, prostituta. Abraão, judeu;
Raabe, gentia. O que tinham em comum? Ambos confiaram na Palavra de
DEUS. A questão não é a fé, mas o objeto da fé. Não é fé na fé. Não é fé
nos ídolos. Não é fé nos ancestrais. Não é fé na confissão positiva. Não
é fé nos méritos. E fé em DEUS e em Sua Palavra. A fé está baseada em um
conjunto de verdades. A fé está estribada em DEUS e em Sua Palavra. Não
é fé em subjetividades, mas fé na Palavra.
Em segundo lugar, a fé salvadora envolve
todo o ser humano. A fé morta toca apenas o intelecto. A fé dos demônios
toca o intelecto e também as emoções. Mas a fé salvadora atinge o
intelecto, as emoções e também a vontade. A mente entende a verdade, o
coração deseja a verdade, e a vontade age com base na verdade.
LOPES. Hernandes Dias.
TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 51-53.
Tg 2.19 A aceitação de um credo (mesmo que
seja verdadeiro) não é suficiente para salvar ninguém. Os demônios têm
uma convicção completa e absoluta de que há só um DEUS, mas eles se
aterrorizam diante desta verdade. Eles crêem em DEUS somente para
odiá-io e resistir a Ele de todas as maneiras possíveis.
A sua “fé” os leva a ações negativas, ao
passo que a fé de alguns dos leitores de Tiago não é suficientemente
verdadeira para fazê-los tremer. Os demônios estremecem de terror e
demonstram que a sua “fé” é verdadeira, ainda que mal direcionada.
Tg 2.20 Tiago dirige-se à sua pessoa
hipotética que tinha as opiniões acima e a chama de homem vão,
literalmente um “homem vazio”. Se a fé ao redor da qual construímos a
nossa vida resultar vazia, nós verdadeiramente somos pessoas vazias.
“Queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” Há ocasiões em que nós
precisamos de mais ensino ou compreensão para responder às orientações
de DEUS. Mas frequentemente sabemos o que deve ser feito, contudo não
estamos dispostos a agir. Quando se trata de colocar em prática o que
sabemos, você tem o hábito de obedecer a DEUS?
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
675.
Tg 2.19 “Crês, tu, que há um (único) DEUS?
Fazes bem. Mas também os demônios creem isso e tremem”: O monoteísmo
bíblico, a fé no DEUS único era a riqueza de Israel diante de seu
entorno gentílico. Constituía a confissão diária do judeu devoto: “Ouve,
Israel: O Senhor, nosso DEUS, é o único DEUS” (Dt 6.4). Contudo não
basta tê-lo por verdadeiro.
“Crer que…” ainda não é uma fé viva. Podemos
ser muito “ortodoxos” e apesar disso não crer corretamente. Podemos ter
uma teologia impecável na prancheta, mas apesar disso não ser salvos.
Tiago afirma: “Também os demônios „creem‟ isso” – reconheceram a
verdade, como evidenciam também diversos relatos nos evangelhos (Mt
8.29; etc.). Mas lhe negam a obediência. “Reconhecer a verdade e não lhe
obedecer é diabólico” (Walter Warth). – “E tremem”: isso vale também
para o ser humano. Enquanto se limitar a ter conhecimento sobre DEUS,
mas buscar se afirmar contra ele, a mensagem de DEUS não constitui para
ele alegria, mas pavor (não surpreende que a muitas pessoas se possa
apresentar de tudo, menos a palavra de DEUS!). Somente depois que a
pessoa abrir mão de toda a resistência, capitular perante DEUS, entregar
a vida na mão de DEUS “para o que der e vier” e se deixar engajar por
ele, a fé se torna alegria e beatitude. Em contraposição, o inferno é
“crer e apavorar-se”. – É assim que Tiago responde aos que pensam que
tudo em sua vida está em ordem, que creem corretamente e têm uma
teologia correta, e que no entanto não vivem com JESUS e em seu
discipulado.
Tg 2.20 “Queres, pois, (finalmente)
compreender, ó homem insensato, que a fé sem as obras é ineficaz?”: o
ser humano natural não consegue reconhecer o que a palavra de DEUS
ordena, porque não quer admitir a DEUS, não capitular diante dele nem
lhe ser obediente.
O ser humano sempre busca viver sua própria
vida contrariando a DEUS. Esse é seu pecado original. É tolice persistir
nesses pensamentos autocráticos contra DEUS. “Os insensatos dizem no
coração: Não há DEUS” (Sl 14.1). “Falta de senso” é o adjetivo que Tiago
dá a tal pessoa: de forma inconsciente ou pouco consciente ela persiste
em sua conduta. A atitude básica do ser humano carnal, de oposição a
DEUS (Rm 7.14; 8.7), constantemente se exterioriza em sua conduta
prática.
O ser humano natural sempre tenta preservar
sua vida autônoma de DEUS, não apenas quando está afastado de DEUS, mas
também quando lhe parece próximo: a) Ele pode ser como “estranho na
casa”, calculando perante DEUS seus feitos, o cumprimento de seu de
dever e dos extras: “Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo
o que ganho” (Lc 18.12). Nesse caso ele é como um filho que por um lado
trabalha junto do Pai, mas que apresenta suas reivindicações como um
estranho e computa suas horas extras, enquanto na realidade o Pai
declara: “O que é meu, é teu” (Lc 15.31). Foi contra esse descaminho que
se voltou principalmente Paulo. Ainda que por esse caminho o ser humano
fosse capaz de cumprir sua obrigação, isso certamente não seria
condizente com um filho e com o amor. b) O ser humano retornado para
DEUS também pode ser como um estrangeiro e um corpo estranho na casa por
ser apático, não-interessado e inativo na obra que o Pai está
realizando. É primordialmente contra isso que Tiago se volta. Paulo e
Tiago prestam um ao outro um serviço de complementação mútua. No
contexto da mensagem do NT não podemos abrir mão de nenhuma dessas duas
testemunhas.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança
Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
2. Abraão.
Abraão é considerado o pai da fé. Isso não
significa que ele foi o primeiro homem a ter a fé em DEUS, pois outros
homens são destacados na Bíblia como sendo pessoas que criam e obedeciam
a DEUS antes de Abraão. Entretanto, a Palavra de DEUS dá um destaque ao
patriarca, pois Abraão creu em DEUS e foi considerado um homem justo. E
que momento da vida de Abraão é destacado por Tiago? Justamente o
momento em que o patriarca vai oferecer seu único filho em holocausto ao
Senhor. Aqui destacamos duas coisas: Abraão ouviu a voz de DEUS quando
Ele ordenou que o patriarca oferecesse seu filho em holocausto, mas
tambem obedeceu a DEUS quando Ele enviou seu anjo e ordenou a Abraão que
não estendesse sua mão contra o moço, para o sacrificar. Foi sem dúvida
uma prova difícil, mas Abraão confiou que DEUS iria fazer o melhor, pois
Ele mesmo havia prometido que faria de Abraão uma grande nação.
Ainda apresentando Abraão, Tiago diz que
“...o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé” (Tg 2.24).
Como lidar então com essa declaração de Tiago? As obras seriam um
complemento para a fé salvífica?
Tiago busca a praticidade da fé na vida
cristã. Ele não declara em momento algum que as obras salvam, se não a
fé em JESUS seria incompleta. Nem está colocando em cheque os ensinos de
Paulo sobre a salvação pela fé. O que ele está argumentando é que a fé
precisa ser demonstrada em atitudes. Matthew Henry coloca esse assunto
assim:
Quando Paulo diz que “o homem é justificado
pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3.28), ele claramente fala de um outro
tipo de obras do que Tiago tem em mente. Paulo fala em obras realizadas
em obediência à lei de Moisés, e antes de os homens abraçarem a fé
evangélica. E ele estava lidando com aqueles que se valorizavam tanto
por conta das obras que rejeitavam o evangelho (como Romanos 10 declara
expressamente no início); mas Tiago fala de obras realizadas em
obediência ao evangelho, e como efeito e frutos apropriados e
necessários da sólida fé em JESUS CRISTO.
Ambos estão interessados em exaltar a fé do
evangelho, como aquele que somente pode nos salvar e justificar; mas
Paulo o exalta ao mostrar a insuficiência de quaisquer obras da lei
antes da fé, ou em oposição à doutrina da justificação por JESUS. Tiago
exalta a mesma fé, ao mostrar que são as realizações e os produtos
genuínos e necessários dela.
Ainda dentro desse enfoque, Matthew Henry
continua:
Paulo não somente fala de obras diferentes
daquelas em que Tiago insiste, mas ele fala em um uso completamente
diferente que era feito das boas obras daquele que aqui é instado e
intencionado. Paulo estava lidando com aqueles que dependiam de suas
obras aos olhos de DEUS, e Ele poderia muito bem torná-los sem valor.
Tiago estava tratando com aqueles que exaltavam a fé, mas não permitiam
que as obras fossem usadas nem como evidência; eles dependiam de uma
mera profissão de fé, como suficiente para justificá-los; e com esses
ele bem teria de reforçar a necessidade e a grande importância das boas
obras.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 89-90.
Tg 2.21-24 O Argumento de Abraão
O versículo 21 fala de Abraão como sendo
justificado pelas obras. Isso parece estar em contradição direta com
Paulo, que escreveu: “Creu Abraão [tinha fé] em DEUS, e isso lhe foi
imputado como justiça” (Rm 4.3; cf. G1 3.6). Tanto Tiago quanto Paulo
recorrem à verdade em Gênesis 15.6 para suportar seus argumentos. A
reconciliação pode ser encontrada nos eventos específicos na vida de
Abraão à qual Paulo e Tiago se referem; também no sentido em que usaram
o termo justificado (v. 21).
Paulo refere-se à fé do patriarca Abraão no
tempo em que DEUS prometeu dar-lhe um filho (Gn 15.1-6). A sua fé era
uma fé que aceitava a promessa de DEUS sem ter provas concretas. Tiago,
por outro lado, referiu-se à fé do patriarca quando ofereceu sobre o
altar o seu filho (Gn 22.1-19). “Tiago não está falando da imputação
original de justiça a Abraão em virtude da sua fé, mas da prova
infalível [...] de que a fé que resultou nessa imputação era uma fé
real. Ela se expressava em uma obediência tão completa a DEUS que 30
anos mais tarde Abraão estava pronto, em submissão à vontade divina,
para oferecer o seu filho Isaque. O termo justificado nesse versículo
significa na verdade ‘revelado para ser justificado’”.
A interação inseparável entre a fé cristã e
a ação é deixada clara em uma tradução mais recente do versículo 22:
“Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a
fé foi aperfeiçoada pelas obras” (NVI). Se aceitarmos a evidência de
Tiago, devemos aceitar sua conclusão: “Vocês vêem, portanto, que um
homem é salvo pelo que ele faz, tanto como pelo que ele crê” (v. 24, A
Bíblia Viva).
A expressão Abraão, o nosso pai (v. 21) é,
às vezes, usada para apoiar o argumento de que os receptores dessa
epístola eram judeus ou pelo menos de origem judaica. Mas o conceito de
Abraão como o “pai dos fiéis” — gentios e judeus — era um conceito
cristão do primeiro século (cf. Rm 4.16; G1 3.7-9).
Em apoio à realidade da justiça de Abraão,
Tiago ressalta que ele foi chamado o amigo de DEUS (v. 23). Em 2
Crônicas 20.7, Abraão é chamado de “amigo [de DEUS], para sempre”; e em
Isaías 41.8, DEUS chama Israel de “semente de Abraão, meu amigo”. Essa
expressão “amigo de DEUS” parece significar “que DEUS não escondeu de
Abraão o que propôs fazer (veja Gn 17.17). Abraão foi privilegiado em
ver alguma coisa do grande plano que DEUS estava realizando na história.
Ele exultou em ver o dia do Messias (veja Jo 8.56)”.
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag.171-172.
A fé salvadora conduz à ação. Tiago cita
dois exemplos de fé que produziram ação; primeiro, o exemplo de Abraão.
Gênesis 15.6 diz que Abraão creu e isso lhe foi imputado para justiça.
Gênesis 22.1-19 mostra a obediência de Abraão ao oferecer o seu filho
para DEUS, crendo que DEUS poderia ressuscitá-lo (Hb 11.19). Abraão não
foi salvo por obedecer a esse difícil mandamento. Sua obediência provou
que ele já era salvo. Abraão não foi salvo pela fé mais as obras, mas
pela fé que produz obras.
Como, então, Abraão foi justificado pelas
obras, uma vez que já tinha sido justificado pela fé (Gn 15.6; Rm
4.2,3)? Pela fé, ele foi justificado diante de DEUS, e sua justiça foi
declarada. Pelas obras, ele foi justificado diante dos homens, e sua
justiça foi demonstrada. A fé do patriarca Abraão foi demonstrada por
suas obras.
LOPES. Hernandes Dias.
TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 53-54.
Tg 2.21 Tiago passa agora deste caso de
estudo para os personagens históricos do Antigo Testamento, os quais ele
espera que confirmem o que ele esteve ensinando a respeito da
importância da fé ativa. Abraão era um dos personagens do Antigo
Testamento mais reverenciado pelos judeus (veja Gn 11.27-25.11, para a
biografia de Abraão). A obediência admirável de Abraão, a ponto de estar
disposto a sacrificar o seu filho mediante uma ordem de DEUS, era a
evidência das obras pelas quais Abraão foi justificado.
O que Abraão estava fazendo quando ofereceu
sobre o altar o seu filho Isaque? Ele estava confiando em DEUS. A lição
que podemos tirar da vida de Abraão não é uma comparação entre os seus
sacrifícios e os nossos. Nós podemos esperar que, de uma forma ou de
outra, a nossa fé tenha que crescer de uma confiança interior às obras
exteriores. No final, como Abraão, nós também teremos que responder a
esta pergunta: “Será que eu confio verdadeiramente em DEUS?”
Tg 2.22 Abraão tinha uma grande fé em DEUS
(Gn 15.6), mas Tiago destaca que a fé de Abraão era muito mais do que a
simples fé no único DEUS - o fruto da grande fé de Abraão estava nas
suas obras: pelas obras, a fé foi aperfeiçoada.
A sua fé produziu as suas obras, e as suas
obras aperfeiçoaram a sua fé, o que significa que elas a “melhoraram” ou
a “amadureceram”. Crentes amadurecidos e completos são produzidos por
meio da perseverança em meio às dificuldades; a fé amadurecida e
completa é produzida por meio de obras de obediência a DEUS. A fé e as
obras não devem ser confundidas entre si, tampouco devem ser separadas.
Tg 2.23 Abraão tinha fé em DEUS, de modo que
DEUS deu a Abraão o status de um relacionamento correto com Ele - e isto
aconteceu antes das obras admiráveis de Abraão (tais como a sua
disposição de sacrificar Isaque), antes mesmo que Abraão fosse
circuncidado (veja as palavras de Paulo em Romanos 4.1-17). As
Escrituras às quais Tiago se refere aqui constam em Gênesis 15.6; “E
creu Abraão em DEUS, e foi-lhe isso imputado como justiça”.
Tiago mostrou que a justiça de Abraão era a
base e a razão de todas aquelas obras. Devido à grande fé e obediência
de Abraão, ele teve o status privilegiado de ser chamado “o amigo de
DEUS” (veja também 1 Cr 20.7; Is 41.8). Demonstrar a nossa confiança em
DEUS nos levará à comunhão com Ele, como aconteceu no caso de Abraão.
Tg 2.24 O homem é justificado pelas obras e
não somente pela fé. Muitos disseram que esta declaração contradiz a
opinião de Paulo, que escreveu: “O homem é justificado pela fé, sem as
obras da lei” (Rm 3.28). Na verdade, se tanto Tiago como Paulo tivessem
usado a palavra “justificado” da mesma maneira, este versículo
contradiria o ensino de Paulo sobre a justificação somente pela fé. Mas,
para Tiago, ser “justificado” refere-se ao veredicto final de DEUS sobre
toda a nossa vida cristã, segundo o qual somos declarados justos por
termos vivido uma vida que foi fiel até o final. Para Paulo, ser
“justificado” refere-se à concessão inicial da justiça depois que uma
pessoa aceita CRISTO. Para Tiago, “obras” (aquilo que fazemos) são os
produtos naturais da fé verdadeira; para Paulo, “obra” (“obedecer à
lei”) é aquilo que as pessoas estão tentando fazer para ser salvas. Para
Tiago, a fé sozinha é uma crença superficial em um conceito; não há
nenhum comprometimento ou transformação de vida.
Para Paulo, a fé é a fé salvadora - a fé que
propicia uma união íntima com CRISTO e que resulta na salvação e na
obediência. Paulo deixou claro que uma pessoa só entra no reino de DEUS
pela fé; Tiago deixou claro que DEUS exige boas obras daqueles que estão
no reino.
Uma pessoa só recebe a salvação pela fé, e
não realizando obras de obediência. Mas uma pessoa salva realiza obras
de obediência por causa daquela fé. Para as pessoas que confiam na sua
“ocupaçáo” religiosa para a sua salvação ou para o seu mérito diante de
DEUS, as palavras de Paulo são cruciais – estas obras sozinhas não podem
fazer nada para salvá-las. Para as pessoas que confiam na sua
concordância intelectual com uma crença, apenas com um comprometimento
verbal, as palavras de Tiago são cruciais - a sua fé sozinha não pode
fazer nada para salvá-las.
Duas perguntas breves que nos ajudam a
monitorar a nossa saúde espiritual são: Em quem estou confiando? E: Por
que estou trabalhando? Se nós confiamos em alguém (inclusive em nós
mesmos) além de CRISTO como a fonte e o provedor da nossa justificação,
estamos perdidos. Se nós estamos agindo por qualquer razão que não seja
a obediência e a ação de graças a CRISTO por tudo o que Ele fez por nós,
estamos perdidos. E somente em CRISTO que podemos encontrar
verdadeiramente a nossa salvação. Da nossa confiança nele é que surgirão
as obras.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
675-677.
Tg 2.21 “Não foi nosso Pai, Abraão,
justificado por obras, quando ofertou Isaque, seu filho, sobre o
altar?”: Js 24.2 afirma que também Abraão teria servido “a outros deuses
além do rio Eufrates”. DEUS o chamou por liberdade e graça, e não porque
Abraão tivesse sido uma “categoria especial” em termos morais ou
religiosos. Abraão creu nessa escolha misericordiosa de DEUS para um
serviço especial, também por meio do povo que descenderia dele (a
despeito de todas as evidências). Em virtude dessa fé DEUS justificou
Abraão (Gn 15.6; Rm 4.3; Gl 3.6).
Contudo, ao mesmo tempo a fé de Abraão
também foi ação. Isso se evidencia particularmente no começo e no final
de sua trajetória de fé: na partida (Gn 12.4) e ao se dirigir ao monte
Moriá, onde deveria sacrificar o filho (Gn 22). Do contrário DEUS não o
teria usado para seus objetivos, e sua fé não teria sido aprovada. A fé
de Abraão, portanto, foi também um renovado ato de fé. Não teria bastado
se Abraão tivesse permanecido em sua tenda, imerso em reflexões devotas.
Constantemente tinha de pôr-se a caminho. Também hoje a fé, para ser
genuína, precisa pôr-se a caminho regularmente, rumo à terra
desconhecida, a tarefas complexas e a sacrifícios.
Tg 2.22 “Aí vês como a fé operava juntamente
com as suas obras”: fé e obras não podem ser separadas, assim como
acontece com raiz e fruto. Juntas constituem o todo.
“A fé foi aperfeiçoada por meio das obras”:
uma macieira fértil é macieira durante o ano todo, no sentido pleno,
porém, ela ainda não é macieira no inverno, mas apenas no outono, quando
de fato está coberta de frutos maduros. Nesse sentido é somente o fruto
que plenifica a fé. – Outro aspecto é que o fruto também tem
repercussões para a própria fé. Abraão não retornou do Monte Moriá da
forma como foi para lá: experimentara um grande fortalecimento e
incremento em sua fé. Não os teria obtido se tivesse permanecido em casa
e se negado a obedecer. Atualmente é frequente a busca por fórmulas para
estimular as pessoas na fé, e chega-se às mais exóticas respostas. Aqui
nos é dito singelamente: viva a obediência da fé, dê passos de fé, sirva
com fé, sofra pela fé, e ela se fortalecerá e será aperfeiçoada!
Obediência e conhecimento estão interligados. JESUS afirma: “Se alguém
quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é
de DEUS ou se eu falo por mim mesmo” (Jo 7.17). Em contraposição, o
conhecimento já obtido se dissipa e desaparece em decorrência da obediência negada. Também
nesse caso vale: “Ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt
25.29).
Tg 2.23 “É assim que se cumpre a palavra da
Escritura (Gn 15.6)”: Pelo fato de que DEUS escolheu a Abraão sem mérito
e dignidade e de ele o aceitar e se deixar engajar por isso, ele é
correto para DEUS, ou melhor, DEUS o declara justo. Passou a ser chamado
“amigo de DEUS”, amado e íntimo (cf. Is 41.8; também Êx 33.11). Quem
vive na comunhão com nosso Senhor JESUS CRISTO, quem aceita sua graça e
se encontra no discipulado e na obediência dele torna-se amigo dele (Jo
15.15). E JESUS declara: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14.9).
Tg 2.24 “Vedes que uma pessoa é justificada
por causa de suas obras e não simplesmente da fé”: Tiago chega a essa
conclusão geral. Paulo, porém, escreve: “Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Rm 3.28). Não
sabemos qual carta foi escrita antes, a carta aos Romanos ou a carta de
Tiago. Tampouco sabemos – na hipótese de que a carta aos Romanos seja a
mais antiga – se Tiago viu uma das cópias da carta de Paulo, que
certamente eram raras. Com suas palavras poderia ter-se dirigido apenas
contra um Paulo mal-interpretado, contra a opinião de que a graça seria
como uma poltrona confortável. No mais os dois “trens” não colidem,
porque não andam sobre os mesmos trilhos. Em Rm 3.28 está em jogo a
questão de como, afinal, acontece a aceitação do pecador por DEUS (na
parábola de Lc 15.11ss: o filho pródigo aceito pelo pai). Paulo diz: não
por “obras da lei”, ou seja, não quando o filho cumpre quaisquer
condições prévias, mas unicamente pela aceitação confiante da bondade do
Pai. Tiago, porém, tem em vista outra questão: como o filho aceito
misericordiosamente passa a se conduzir na casa do pai; a aceitação da
bondade do pai tem de ser sucedida pela disposição de se deixar engajar
por essa bondade. DEUS nos acolhe assim como somos, mas ele não nos
deixa permanecer como somos.
Fritz Grunzweig. Comentário Esperança
Carta De Tiago. Editora Evangélica Esperança.
3. Raabe.
Raabe é trazida como um exemplo de fé na
Carta de Tiago. Primeiro o apóstolo fala de Abraão, o pai da nação
israelita, mas depois apresenta uma mulher igualmente de fé. A origem de
ambos é diferente, mas a Bíblia apresenta no texto os atos de cada um
relacionados com suas crenças.
Raabe era uma prostituta de Jericó. Ela
ganhava a vida oferecendo seu corpo para saciar a lascívia dos homens.
Ela não conhecia ao Senhor, mas depois que soube o que DEUS fez com
Israel, abrindo o rio Jordão na época da cheia, seu coração se encheu de
temor e fé no DEUS dos hebreus. Sua fé foi de tal forma impressionante
que ela escondeu em sua casa os espiões que Josué mandou para verem a
cidade, e além de os esconder, orientou que fossem por um caminho
diferente do caminho de seus perseguidores.
Esse foi sem dúvida um ato de fé. Ela
colocou sua própria vida em risco para proteger os espiões de Israel,
mas por sua fé, por crer que DEUS realmente iria destruir aquela cidade,
ela não apenas protegeu os emissários de Josué, como também pediu por
sua própria vida e pela vida de seus parentes.
Aqui cabe uma observação.
Dentro dessa mesma narrativa associada à
queda de Jericó, em que uma mulher ímpia aprendeu a ter fé em DEUS,
vemos o caso de Acã, um homem do povo de DEUS que não pensou duas vezes
para roubar aquilo que DEUS disse que não deveria servir de despojo de
guerra.
E uma conclusão triste, mas real. E possível
encontrar em nossos templos pessoas que congregam conosco mas que
perderam o temor ao que DEUS ordena, mas também podemos encontrar fora
da igreja pessoas que terão mais fé naquilo que DEUS falou.
Tiago usa as figuras de Abraão e de Raabe
como exemplo de que não basta apenas ter uma fé, e sim que é preciso
colocá-la em prática. Fé não pode ser um conceito doutrinário pronto
apenas para ser apresentado e ensinado, mas acima de tudo, vivido. E
essa fé pode ser manifesta de diversas formas. Abraão tinha uma promessa
de DEUS para sua vida, a de que seria pai de uma grande multidão de
pessoas. Raabe não tinha nenhuma promessa, mas confiou em DEUS mesmo
assim, com base no que ela ouviu sobre o que o Eterno tinha feito, e foi
salva junto com sua família.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 90-92.
Tg 2.25 Tiago escolheu Raabe, a meretriz (v.
25) para seguir o exemplo de Abraão, o fiel, em sua exposição de provas
do Antigo Testamento, de que a fé não funciona sem obras. Nesse caso,
recebe o apoio do autor aos Hebreus (cf. Hb 11.17-19, 31). Tiago parece
enfatizar que o princípio que ele tem defendido é universal e que não há
espaço para exceções. Ele cita Raabe, que era “gentia, mulher e
prostituta”.
Em Hebreus, o autor ressalta que a ação de
Raabe era “por fé”. Tiago não nega isso, mas insiste que ela foi
justificada pelas obras, no sentido de que suas ações eram uma prova da
sua fé. “Ela cria em DEUS e evidenciou a sua fé pelo transtorno que
enfrentou ao receber os espiões e auxiliá-los a escapar, arriscando a
sua própria vida. Certamente, essa não era uma fé comum!”
A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 172.
Segundo, o exemplo de Raabe. Ela creu e
agiu. Ela ouviu a Palavra de DEUS e reconheceu que estava em uma cidade
condenada. Ela não somente entendeu a mensagem, mas seu coração foi
tocado (Js 2.11), e assim fez alguma coisa: protegeu os espias (Hb
11.31). Ela arriscou sua própria vida para proteger os espias. Mais
tarde ela fez parte do povo de DEUS (Mt 1.5) e tornou-se membro da
genealogia de CRISTO. Isso é graça que opera a fé salvadora.
O apóstolo Paulo diz que do mesmo jeito que
somos destinados para a salvação, somos também destinados para as boas
obras. Se a ordenação é determinativa no caso da salvação, também o é no
caso das boas obras. A salvação é só pela fé, mas por uma fé que não
está só. Uma fé viva se expressa por obras, ou seja, uma vida que traz
glória a JESUS.
Paulo ainda nos exorta a um auto-exame;
“Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós
mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que JESUS CRISTO está em vós?
Se não é que já estais reprovados” (2Co 13.5). A fé salvadora precisa
ser examinada; houve um tempo em que, sinceramente, reconheci meu pecado
diante de DEUS? Houve um tempo em que meu coração desejou fortemente
fugir da ira vindoura? Houve um tempo em que compreendi que CRISTO
morreu pelos meus pecados e já confessei que não posso salvar-me a mim
mesmo? Houve um tempo em que sinceramente eu me arrependi de meus
pecados? Houve um tempo em que realmente depositei minha confiança no
Senhor JESUS? Houve um tempo em que de fato houve mudança em minha vida?
Desejo viver para a glória de DEUS, pregar a salvação para os outros e
ajudar os necessitados? Tenho prazer na intimidade com DEUS? Se você
pode responder a essas perguntas positivamente, então os sinais da fé
verdadeira estão presentes na sua vida.
LOPES. Hernandes Dias.
TIAGO Transformando provas em triunfo.
Editora Hagnos. pag. 54-55.
Tg 2.25 Da mesma maneira, até mesmo Raabe, a
meretriz, foi também justificada pelas obras. O julgamento final sobre a
vida de uma pessoa leva em consideração a justiça que esta pessoa mostra
por meio de suas obras. Mas, por que Tiago menciona Raabe? Depois de
falar da grande fé de Abraão, o patriarca de Israel, Tiago citou o
exemplo de Raabe, uma mulher pagã que tinha uma má reputação (veja Js
2.1-24; 6.22-25).
Porém, estas duas pessoas, por mais opostas
que fossem, consolidaram o argumento de Tiago – as duas tinham sido
justificadas com base nas obras que resultaram da sua fé. O contraste não
é entre a fé e as obras, mas entre a fé genuína e a falsa.
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
677.
III- A METÁFORA DO CORPO SEM O ESPÍRITO
PARA EXEMPLIFICAR A FÉ SEM OBRAS (Tg 2.26)
1. Uma analogia do corpo sem espírito.
Um dos pressupostos do cristianismo é que a
vida é um dom de DEUS, e esse presente é fruto da junção da parte
material do ser humano (o corpo) e a parte imaterial (alma e espírito).
Isso significa que se alguma dessas duas partes se separar, a vida se
extingue. A morte separa essas partes. Nesses casos, não resta nada ao
corpo a não ser sepultado, para que se decomponha.
Tiago apresenta esse recurso comparativo
para mostrar o quanto uma fé sem prática é ineficaz. Um corpo sem
espírito pode ser completo, mas está morto. Ele possui coração, pulmões,
cérebro, membros, sistemas digestivo, nervoso, respiratório e
circulatório, mas nada disso funciona porque nele não há vida. Uma vez
morto, o corpo se degenera, exala mau cheiro e se torna repugnante para
as pessoas. Para esse ser que antes estava vivo, nada mais resta senão
ser sepultado, ou contaminará o ambiente dos que estão vivos.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 92.
Tg 2.26ª Este versículo se parece com o
décimo sétimo versículo, onde a ideia é amplamente comentada, exceto que
ali há a pequena ilustração do corpo, que é morto se não tiver espírito.
O autor sagrado exibe, incidentalmente, sua crença na inseparabilidade
entre o corpo e a alma, dando a entender a imortalidade desta última.
Este versículo, que declara que a fé pode
estar morta como um cadáver, se não for acompanhada por suas obras, é
uma conclusão apropriada para a secção inteira; e esse pensamento já foi
expresso, nos versículos dezessete e vinte, de maneira levemente
diversa. Apesar de que poderíamos esperar que a fé fosse representada
pelo espírito, e que as obras representassem o corpo, o autor sagrado
reverte isso. O fato que as obras são equiparadas ao espírito, que dá
vida ao corpo, mostra que o autor sagrado sob hipótese alguma elevava a
fé acima das obras. Antes, ele deixa claro que formam uma união
perfeita, igualmente necessárias para a justificação do crente.
No dizer de Ropes (m loc.): «...para Tiago,
a fé e as obras cooperam para garantir a justificação; e pelas obras a
fé é mantida viva. Assim, pois, o corpo e o espírito cooperam para
garantir a continuação da vida. e, pelo espírito, o corpo é conservado
em vida. Quando se dá ao vigésimo segundo versículo o seu sentido
verdadeiro, pode-se perceber que o paralelo é melhor do que geralmente
se pensa».
«...espírito...» O espírito imortal está em
foco, e não a "respiração". O judaísmo helenista chegou a rejeitar o
pensamento do judaísmo mais antigo sobre a natureza metafísica do homem.
No Pentateuco, o homem é visto meramente como um ser físico animado,
devido à ação do "sopro" de DEUS sobre ele. Porém, ali não há qualquer
doutrina declarada de um espírito imortal; pois, ao morrer o homem, não
se espera que o ser essencial sobreviva. A imortalidade da alma foi uma
doutrina desenvolvida fora da cultura judaica, em vários lugares do
Oriente; e sua primeira declaração formal foi feita por Platão, embora
haja declarações na filosofia grega anteriores a ele quanto a isso.
Porém, o judaísmo helenista veio a aceitar essa doutrina, e normalmente
cria que a alma é preexistente em relação ao corpo, não sendo criada por
ocasião do nascimento (criacionismo), e nem surgindo como parte da
reprodução (traducionismo). Era natural, pois que muitos rabinos,
especialmente fariseus, tivessem aceitado a reencarnação como uma
verdade da experiência humana comum. Julgar que Tiago usa a palavra
«espírito», neste caso, apenas como «respiração», «hálito», e não como o
homem essencial, é supor que ele rejeitava a teologia comum a seus dias
tendo voltado à teologia mais primitiva, o que é altamente improvável.
Seria coisa desnatural e impossível um corpo
humano existir vivo sem o espírito. Assim também a fé é desnatural, e
está morta, quando não é acompanhada por suas obras. E isso envolve
qualquer tipo de fé, mesmo tão genuína como a de Abraão, contanto que
não seja fingida. Nossa fé pode aceitar todos os conceitos ortodoxos, e
podemos confiar verdadeiramente em DEUS; mas, se ela não for acompanhada
por obras de fé, isto é, a obediência à sua lei, então tal fé será
morta, não servindo mais para a justificação ou para a obtenção da
aprovação divina. Porém, a fé e suas obras, se permanecerem juntas,
serão vivas, conseguindo a aprovação de DEUS; e é disso que consiste a
salvação.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias.
Vol. 5. pag. 51-52.
Tg 2.26ª E agora, o apóstolo chega à
conclusão de toda a questão: “Porque, assim como o corpo sem o espírito
está morto, assim também a fé sem obras é morta” (v. 26). Essas palavras
são lidas de diferentes formas; alguns as leem assim: Assim como o corpo
sem respiração está morto, assim é a fé sem obras. E então eles mostram
que as obras acompanham a fé, assim como a respiração acompanha a vida.
Outros as leem assim: Assim como o corpo sem a alma está morto, assim a
fé sem obras está morta também. E então eles mostram que assim como o
corpo não tem ação, nem beleza, mas se torna uma carcaça repugnante,
depois que a alma se foi, assim uma mera profissão sem obras é inútil,
aliás, repugnante e ofensiva.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD.
pag. 837.
Finalmente, Tiago usa a ilustração do corpo
(v. 26) que sem espírito está morto, para mostrar a conclusão que deseja
confirmar. Um corpo sem espírito não passa de um cadáver, inerte, sem
possibilidade de se movimentar, pensar agir ou mostrar qualquer sinal de
vida. Boas obras não podem ser realizadas por pedras; nem um corpo morto
pode produzir ações. Igualmente impossível seria que a fé transformadora
deixasse de produzir manifestações dessa fé. A fé como a própria vida
mostra que existe por suas ações.
O autor de Hebreus também concorda com esse
ensinamento de Tiago. “A terra, que absorve a chuva que cai
frequentemente, e dá colheita proveitosa àqueles que a cultivam, recebe
a bênção do Senhor. Mas a terra que produz espinhos e ervas daninhas, é
inútil e logo será amaldiçoada. Seu fim é ser queimada” (Hb 6.7,8). Fé
morta, como terra cheia de espinhos e ervas daninhas, produz apenas
“obras mortas” (Hb 9.16), isto é, atos que não revelam um relacionamento
vivo com DEUS por meio do ESPÍRITO SANTO. Se um cristão professo não
nasceu de novo (Jo 3.3,5), suas obras devem ser enterradas como o são os
cadáveres!
Russell P. Shedd,.
Edmilson F. Bizerra. Uma Exposição De
Tiago A Sabedoria De DEUS. Editora Shedd
Publicações.
2. Da mesma maneira: fé sem obras é
morta.
A fé sem obras é igualmente passível de ser
extinta, de ser apenas um movimento intelectual. Pode haver teologia,
mas sem prática da fé cristã demonstrada nas obras, a teologia será
apenas um pensamento distante, mesmo que ortodoxo.
Já vimos que Tiago e Paulo não se chocam
quando tratam de fé e obras. Eles escrevem sobre o mesmo assunto de
forma diferente para públicos e situações diferentes. “A justificação de
que Paulo fala é diferente da tratada por Tiago; uma fala de nossa
pessoa ser justificada diante de DEUS, a outra fala da nossa fé ser
justificada diante dos homens.”
O apelo de Tiago é para que os cristãos
demonstrem suas obras como uma representação de sua fé. Trata-se de um
desafio diário, não um momento estanque e único na vida de uma pessoa.
Timothy B. Cargal informa que há um jogo de
palavras na sentença de Tiago: “A fé sem as obras (ergon) é morta {arge,
isto é, a + ergon, sem efeito). Sabemos que uma pessoa recebe a salvação
pela fé, mas deve demonstrar sua fé por meio das obras. A fé correta faz
o crente agir de forma correta.
Assim completamos este estudo. A fé deve nos
mover em prol de boas ações, não para ser salvos, mas para demonstrar
que somos salvos, que nossa fé não é estática, e que DEUS pode usar
nossas ações para fazer apresentar a fé pura e imaculada.
Alexandre Coelho e Silas Daniel. Fé e
Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica.
Editora CPAD. pag. 92-93.
Tg 2.26 A fé e as boas obras são muito
importantes uma para a outra, assim como o corpo é importante para o
espírito. As boas obras não são acrescentadas à fé; na verdade, o tipo
certo de fé é a fé que realiza “obras”, que resulta em boas obras. Se
não fosse assim, o cristianismo não seria nada mais do que um conceito.
Ninguém é levado a agir se não tiver fé; a
fé de uma pessoa não será real a menos que a leve à ação. A ação é a
obediência a DEUS. Isto nos leva de volta às palavras de Tiago na
primeira parte deste capítulo, a respeito do cuidado pelos outros. O
crente deve fazer o que DEUS o chama para fazer - servir a seus irmãos e
irmãs em CRISTO, recusar-se a discriminá-los, e ajudá-los com boas
obras.
Entender como a fé e as obras trabalham
juntas ainda não quer dizer que a nossa vida será diferente. Tiago está
a ponto de continuar com uma série de situações de vida que todos nós
iremos encontrar. É nestes eventos cotidianos que nós demonstramos se a
nossa fé está viva ou morta. De tempos em tempos, precisamos checar a
nossa pulsação espiritual, verificando se a nossa vida está de acordo
com a Palavra de DEUS. Mas nós também precisamos ter pessoas ao nosso
redor, o corpo de CRISTO, a quem possamos perguntar: “Como você me vê
colocando em ação a minha fé em CRISTO?”
Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag.
677.
Tg 2.26b O erro combatido por Tiago:
«Algumas pessoas imaginam que podem agradar a DEUS se o acolherem no
coração e na mente, mas pouco fizerem por ele com suas ações; e que, por
isso mesmo, podem cometer pecados sem fazer violência à fé e sem temor;
ou, em outras palavras, que podem ser adúlteros, mas, ao mesmo tempo,
ser castos, que podem envenenar seus pais, e, contudo, ser piedosos! A
julgar por tal raciocínio, aqueles que pecam, mas são piedosos, podem
ser lançados no inferno, e, contudo, serem perdoados! Mas ideias como
essas são produzidas pela hipocrisia de amigos declarados do Maligno.
Uma oração: Então a controvérsia ruge entre
os legalistas e paulinistas. Mas Senhor enalteça minha espiritualidade
acima das contradições onde uma teologia ataca outra, onde um homem, com
expressão de sábio em sua face, odeia outro por suas opiniões serem
diferentes. Que possa minha alma ao invés disto clamar. Quanto de CRISTO
tem-se formado em mim? Se sou obrigado a responder - pouco, de que vale
minha teologia? Que valor pode possuir opinião certa para mim se o
ESPÍRITO não tiver controle sobre meu espírito, se outros à minha
volta, cheios de necessidades, ouvem minhas trivialidades, mas por minha
vida deparam-se com o nada.
Oh espírito meu! Compre o campo onde o
tesouro precioso enterrado está. Oh alma minha! Dê toda a vida para
encontrar aquela única Pérola de Grande Valor!
E afasta de ti aquela praia onde as ondas
violentas da controvérsia teológica batem e tornam a bater
incessantemente, onde homens sussurram e mutilam-se por línguas afiadas
pelo sectarismo.
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias.
Vol. 5. pag. 52.
Tg 2.26. Tiago conclui esta passagem,
reafirmando seu tema central: a fé sem obras é morta. Do mesmo modo que o
corpo sem seu espírito vivificante, ou “fôlego de vida” (Gn 2.7), não
passa de um cadáver, assim também a fé, sem as obras que lhe dão
vitalidade, é morta. Novamente percebemos que Tiago está preocupado não
com que as obras sejam “acrescentadas” à fé, mas, sim, com que se possua
o tipo certo de fé, uma fé operante. Sem este tipo de fé, o cristianismo
torna-se uma ortodoxia estéril e perde todo o direito de ser chamado de
fé.
Um tanto quanto ironicamente, ninguém mais
do que Lutero captou com tanta força a mensagem básica de Tiago 2.14-26
(em seu prefácio a Romanos):
“Oh! esta fé é uma coisa poderosa, sempre
ativa e viva. Para ela, é impossível não praticar coisas boas sem
cessar. Ela não pergunta se as boas obras devem ser praticadas, mas,
antes que a pergunta seja feita, ela já as praticou e está
constantemente a realizá-las. Portanto, qualquer pessoa que não pratica
tais obras é uma descrente. Ela tateia e olha ao redor em busca de fé e
boas obras, mas não sabe o que é a fé nem o que são as boas obras. Mas,
mesmo assim, ela vive falando, usando muitas palavras, acerca de fé e
boas obras”.
Douglas J. Moo. Tiago.
Introdução e Comentário.
Editora Vida Nova. pag. 116-117.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva com
algumas modificações minhas - Ev. Luiz Henrique
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
"Assim
resplandeça a vossa
________________________
diante dos homens, para que
________________________
as vossas boas obras e
_________________________ o vosso Pai, que está nos céus"
(Mt 5.16).
VERDADE
PRÁTICA
2- Complete:
Uma vez
________________________ em CRISTO, o amor, materializado por meio
das ________________________ obras, torna-se a nossa
_________________________ cristã.
I- DIANTE
DO NECESSITADO, A NOSSA FÉ SEM OBRAS É MORTA (Tg 2.14-17)
3- Qual a
dúvida que surge sobre os ensinamentos do apóstolo Paulo e de Tiago
sobre fé e obras e qual a realidade?
( ) Ao ler
desavisadamente a Epístola de Tiago o leitor pode afirmar que ela
concorda com os ensinamentos do apóstolo Paulo quanto à doutrina da
salvação pela fé.
( ) Ao ler
desavisadamente a Epístola de Tiago o leitor pode afirmar que ela
contradiz os ensinamentos do apóstolo Paulo quanto à doutrina da
salvação pela fé.
( ) Todavia,
ao estudarmos cuidadosamente o tema em questão, veremos que os
ensinos paulinos e os de Tiago em hipótese alguma se contradizem.
( ) Quando
Paulo escreve sobre as obras, ele se refere à Lei - o orgulho nos
rituais judaicos e na obediência a um sistema de regras religiosas -
enquanto que Tiago, às obras de misericórdia ao próximo necessitado.
( ) O
meio-irmão do Senhor não se opôs ao apóstolo dos gentios.
( ) Enquanto
Paulo anunciava ao pecador a salvação pela graça mediante a fé, Tiago doutrinava os crentes sobre a impossibilidade de
vivermos a fé de CRISTO sem manifestar os frutos de arrependimento.
( ) O
primeiro preocupou-se com a causa da salvação e o segundo, com o
efeito dela.
4- Como deve
ser o cristão, em sua caridade?
( ) "A fé
não acompanhada de ação é morta", declara Tiago.
( ) "A fé
desprovida de ação é grande", declara Tiago.
( ) "Fazer",
"realizar" e "agir" são atitudes que integram a religião pura e
imaculada: ajudar os necessitados nas suas necessidades.
( ) A fé,
quando não produz tais frutos, é morta.
( ) A fim de
ilustrar tal verdade, Tiago inquire retoricamente os servos de DEUS
dizendo que se oferecermos, a um irmão ou a uma irmã, que estejam
padecendo necessidade, apenas uma palavra de "incentivo" e não lhes
dermos as coisas de que eles necessitam, isso não resolverá o
problema.
( ) Diante de
alguém necessitado, o que precisa ser feito? Orar e despedi-lo sem
nada? Se assim procedermos, nossa oração não servirá para nada.
( ) Como
ensina João, a pessoa que não se compadece dos necessitados não tem
o amor de DEUS em sua vida.
( ) Tal
aspecto já havia sido ensinado por JESUS ao dizer que, no socorro
àqueles que precisam de ajuda, acolhemos o próprio Senhor.
5- Como
acontece a "morte" da fé?
( ) A
concepção de fé apresentada na Epístola de Tiago é a confiança em
DEUS: "Se creres, verás a glória de DEUS?".
( ) A
concepção de fé apresentada na Epístola de Tiago é a confiança em
DEUS: "Tu crês que há um só DEUS?".
( ) As obras
de que Tiago fala, consistem na expressão da vontade de DEUS, ou
seja, amar o próximo, visitar os enfermos, defender os direitos dos
pobres, praticar a justiça, etc. Esta é a fé viva em DEUS!
( ) A
epístola nos ensina que se amamos o outro, não amamos segundo as
nossas concupiscências, mas segundo o amor de DEUS por nós.
( ) Este amor
nos estimula a amar o ser humano independentemente de quem ele seja.
( ) Ame o
próximo e mostrará uma fé viva. Não ame, e se confirmará: a tua é fé
está morta.
II- EXEMPLOS
VETEROTESTAMENTÁRIOS DE FÉ COM OBRAS (Tg 2.18-25)
6- Não basta
"crer". O que mais é necessário?
( ) Tiago
afirma que a crença prática em DEUS significa pouca coisa.
( ) Tiago
afirma que a crença teórica em DEUS não significa muita coisa.
( ) Os
demônios, igualmente, creem e estremecem diante do Altíssimo.
( ) Em outras
palavras, eles "creem", ou sabem, que JESUS é o Filho de DEUS.
Entretanto, a confissão dos demônios não implica um compromisso de
obediência a DEUS.
( ) A
verdadeira fé manifesta-se na prática coerente do servo de DEUS com
tudo aquilo em que ele diz crer.
( ) O autor
da epístola demonstra que a fé não consiste em um discurso, mas em
convicção autêntica, seguida da prática de obras de amor, pois é
justamente isso que JESUS fez e ainda faz.
7-
Exemplificando o ensino da fé compromissada com a ação, Tiago
utiliza dois ricos exemplos do Antigo Testamento. Quais são?
( ) Abraão e
Raabe.
( )
Davi e Salomão.
( )
Elias e Jeremias.
8- Como é
demonstrada a fé de Abraão?
( ) O
patriarca Abraão, conhecido como "pai da fé", obedeceu a DEUS quando
o Senhor lhe pediu seu amado filho, Isaque.
( ) O
patriarca de Israel já havia demonstrado confiança em DEUS quando
decidiu, por um ato de fé e obediência, partir para uma terra
desconhecida.
( ) Agora,
Abraão estava diante de uma prova de fé ainda mais dura: apresentar o
seu filho amado e consagrá-lo em adoração a DEUS.
( ) Agora,
Abraão estava diante de uma prova de fé ainda mais dura: imolar o
seu filho amado e oferecê-lo em sacrifício a DEUS.
( ) Uma fé
levada até as últimas consequências! A obra de Abraão demonstrou a
sua confiança em DEUS independente das circunstâncias.
9- Como é
demonstrada a fé de Raabe?
( ) A
atitude de Raabe levou os espias a prometerem que voltariam à cidade
e à sua casa para ali se instalarem.
( ) Raabe era
uma mulher gentia e prostituta que vivia em Jericó durante a
conquista da terra de Canaã pelos judeus.
( ) Quando
Josué enviou os espias para olharem a terra, Raabe os escondeu e,
mais tarde, os ajudou a escapar dos guardas de Jericó.
( ) A
atitude de Raabe levou os espias a prometerem que nenhum mal
aconteceria a ela quando os israelitas tomassem a cidade.
( ) Raabe
teve fé no DEUS de Israel!
( ) Na
certeza de que DEUS daria aquela cidade ao seu povo, ela agiu para
proteger os espias enviados por Josué.
( ) Por isso,
Raabe, a prostituta de Jericó, foi justificada e constituída na
linhagem do nosso Salvador, JESUS CRISTO.
( ) É uma
grande mulher que consta como a heroína da fé.
III- A
METÁFORA DO CORPO SEM O ESPÍRITO PARA EXEMPLIFICAR A FÉ SEM OBRAS
(Tg 2.26)
10- Na
seguinte analogia do corpo sem espírito, complete:
Para os que
conhecem a Palavra de DEUS, é inconcebível a ideia de um corpo vivo
sem o ________________________ e a alma (At 20.9,10; 1 Ts 5.23). O teólogo
britânico, John Stott, escreveu: "O nosso próximo é uma
________________________, um ser humano, criado por DEUS. E DEUS não
o criou como uma ________________________
sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um
corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com
seu bem-estar físico), nem tampouco um corpo-alma em
________________________
(para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um
indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não!
DEUS fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser
humano, o nosso próximo pode ser definido como 'um corpo-alma em
________________________'" (Cristianismo Equilibrado, CPAD). Sem o
espírito, o ________________________ de vida, o ser humano não
é nada. Só podemos ser considerados humanos quando as esferas
espiritual, física e social estão ________________________.
11- Qual a
relação da analogia do corpo sem espírito, com a fé?
( ) Da mesma
maneira: fé sem obras é morta.
( )
Se
citarmos de cor e salteado o Credo Apostólico, o credo da nossa
denominação e soubermos milhares de versículos da Bíblia de cór.
Esta ação, nos justificará perante DEUS.
( ) "Assim
como o corpo sem o ESPÍRITO está morto, assim também a fé sem obras
é morta" (v.26).
( ) Tiago nos
ensina que não faz sentido expressarmos uma fé verbalmente se ela
não tem ação concreta.
( ) Como as
pessoas constatarão que eu creio de todo coração em DEUS? À medida
que os meus atos em relação a elas revelarem o amor do Criador.
( ) Se não
houver obras de misericórdia, amor, honestidade e carinho ao
próximo, a nossa fé estará morta, sepultada.
( ) Podemos
citar de cor e salteado o Credo Apostólico, o credo da nossa
denominação e milhares de versículos da Bíblia. Mas se não houver
ação, tudo não passará de argumentos sem vida. DEUS nos livre dessa
ignomínia!
CONCLUSÃO
12- Complete:
Sabemos que o
ser humano está vivo porque ele tem atividade
________________________ intacta, os pulmões funcionam
rotineiramente, o coração bombeia o sangue,
________________________ todo o corpo. Isto é, o corpo humano está
se movimentando naturalmente. Da mesma forma é a
________________________. Uma fé viva em DEUS através do seu Filho,
JESUS CRISTO, _________________________ o homem de todo o
pecado (Rm 5.1; Tg 2.18-25). Mas uma fé sem obras está
________________________! É como um corpo humano que não tem
________________________. Não respira mais. Que possamos viver todas
as implicações reais de nossa ________________________ em DEUS.
RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
Referências Bibliográficas
Alexandre Coelho e Silas
Daniel. Fé e Obras, Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã
Autêntica. Editora CPAD. pag. 15-16.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada.
Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e
Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em
português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes.
Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM
CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ -
Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
www.ebdweb.com.br
www.escoladominical.net
www.gospelbook.net
www.portalebd.org.br/
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
-
Pb Alessandro Silva
Questionário da
Lição 7
- A Fé Se Manifesta Em Obras
Responda conforme a
revista da CPAD do 3º Trimestre de 2014 - Para jovens e adultos
Tema:
FÉ E OBRAS - Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica
Complete os espaços
vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as
falsas.