Moisés cuida dos
interesses que tem na
presença de
DEUS, e busca, da parte do Senhor, expressões de bondade e
misericórdia: Tu disseste: Conheço-te por teu nome, como um amigo e
confidente particular, também achaste graça aos meus olhos, acima de
qualquer outro. Agora, pois, diz Moisés, se é isso mesmo, se tenho
achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me faças saber o teu
caminho, v. 13. O povo havia perdido os benefícios do favor que DEUS
lhes havia expressado. E o pior é que não procuraram reavê-los.
Portanto, Moisés enfatiza e pede aquilo que DEUS lhe havia
prometido. Embora se considere indigno das bênçãos do Senhor, ele
espera não ter se excluído dos seus benefícios. Através disso ele se
firma ainda mais com o DEUS precioso: “Senhor, se fores fazer
qualquer coisa por mim, faça pelo povo.” Assim o nosso Senhor JESUS,
em sua intercessão, se apresenta ao Pai como alguém em quem Ele
sempre tem prazer, e obtém misericórdia por nós. Pois somos aqueles
em quem Ele, por misericórdia, se desagrada. É assim que somos
aceitos no Amado. Desse modo também os homens de espírito público se
comprazem em buscar os seus interesses tanto com DEUS como com os
homens, visando o bem público. Observe o que Moisés anseia
fervorosamente: Faça com que eu venha a saber o teu caminho, para
que isto seja uma evidência de que achei graça aos teus olhos.
Observe que a direção divina é uma das melhores evidências do favor
divino. Há uma maneira de sabermos se achamos graça aos olhos de
DEUS: se achamos em nossos corações a graça que nos dirige e anima
no caminho do nosso dever, podemos saber que fomos beneficiados pelo
bondoso Senhor. A boa obra de DEUS em nós é a evidência mais
palpável da sua boa vontade para conosco. Ele sugere que o povo
também, embora muito indigno, estava em um relacionamento com DEUS:
“Considere que esta nação é o teu povo, um povo por quem tu fizeste
grandes coisas, remiste para Ti mesmo, e levaste em aliança contigo
mesmo; Senhor, eles pertencem a Ti, não os abandone.” O pai ofendido
considera isto: “Meu filho é tolo e obstinado, mas ele é meu filho,
e eu não posso abandoná-lo.”
1. O humilde pedido
que Moisés faz: Rogo-te que me mostres a tua glória, v. 18. Moisés
havia estado recentemente no monte com DEUS, havia permanecido ali
por bastante tempo, e desfrutado de uma comunhão tão íntima com DEUS
como nenhum outro jamais tivera neste lado do céu. E ainda assim ele
está desejando conhecer mais a este DEUS maravilhoso. Todos aqueles
que são efetivamente chamados ao conhecimento de DEUS e à comunhão
com Ele, embora não desejem nada mais do que a sua gloriosa
presença, passam a desejar mais e mais dele, até chegarem a ver como
são vistos. Moisés havia prevalecido maravilhosamente junto ao DEUS
bondoso, recebendo um favor após outro, e o sucesso de suas orações
o encorajaram a ir ainda mais adiante e buscar a DEUS. Quanto mais
Moisés tinha, mais ele pedia. Quando estamos em uma boa situação
diante do trono da graça, devemos tentar preservá-la e melhorá-la, e
bater enquanto o ferro está quente: “Rogo-te que me mostres a tua
glória. Faça-me vê-la” (assim é a palavra); “torne-a de um modo ou
de outro visível, e permita que eu possa suportar a sua visão.” Isto
não significa que Moisés fosse tão ignorante a ponto de pensar que a
essência de DEUS pudesse ser vista com olhos físicos. Mas, tendo até
aqui apenas ouvido uma voz saindo da coluna de nuvem ou de fogo, ele
desejava ver alguma representação da glória divina, como DEUS
entendesse que fosse adequado lhe mostrar. Não convinha que o povo
visse qualquer imagem semelhante quando o Senhor lhes falasse, para
que não se corrompessem. Mas Moisés esperava que não houvesse perigo
em ver alguma manifestação semelhante. Moisés desejava algo além
daquilo que já tinha visto. Alguns pensam que Moisés desejava uma visão da
glória de DEUS como um sinal de sua reconciliação, e um anseio desta
presença que o Senhor lhes havia prometido.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio.
Editora CPAD. pag. 339-341.
Êx 18. Rogo-te que
me mostres a "tua glória. DEUS acabara de atender seu pedido quanto
à continuação de Sua presença com Israel. Agora, a oração de Moisés
é ver a kãbôd, a glória manifesta (literalmente “peso” ) de YHWH.
Equivale a pedir a DEUS para vê-lo como Ele é: nestes termos, porém,
é um pedido impossível. O homem mortal não pode suportar a visão de
DEUS (v. 20). Em linguagem pictórica bem vivida, a passagem afirma
que o homem pode apenas contemplar o lugar por onde DEUS passou (vv.
22,23) e assim conhecê-lo pelos Seus atos no passado e no presente.
DEUS como Ele é, em todo o Seu mistério, não podemos conhecer ou
apreender. O homem precisaria esperar a vinda de JESUS CRISTO (Jo
14:9) para ter uma revelação plena de DEUS. Não há contradição entre
esta passagem e 24:10, onde os anciãos viram “ o DEUS de Israel”
(cf.Gn 32:30). Tudo que viram foi a “ pavimentação de safira” que
ficava sob Seus pés: tudo que Isaías viu foram as abas das vestes
reais que enchiam o vasto átrio do Templo (Is 6:1).
R. Alan Cole, Ph. D.
ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 218.
Dt 3.23 De repente
vemos Moisés, entusiasmado diante de todas as promessas de Yahweh
acerca da conquista do ocidente, anelante para reverter o juízo que
caiu sobre ele por causa da questão da água que saiu da rocha. Ver
Núm. 20.12. O livro de Deuteronômio adiciona um
discernimento mais profundo. Moisés, por estar identificado com o
rebelde povo de Israel, teve de levar vicariamente a culpa deles; e,
por essa razão, não pôde entrar na Terra Prometida. Esse é um
discernimento que fala sobre Moisés como tipo da lei, que pode
conduzir até CRISTO, mas que não pode realizar a obra de CRISTO, ou
seja, a salvação, simbolizada pela entrada na Terra Prometida. Deut. 1.37.
A intercessão de
Moisés quase obtivera êxito, poderosa como tinha sido. Mas quando
orou em proveito próprio, nada aconteceu. Não porque sua oração
tivesse sido fraca, mas porque não poderia reverter a decisão de
Yahweh, já que não fazia parte da vontade de DEUS que ele entrasse
na Terra Prometida.
Moisés tinha
iniciado a obra. Mas não pôde vê-la terminada enquanto vivo no
corpo. Josué terminou a obra da conquista pelo
que Moisés teve essa consolação. Ademais, em espírito, não tenho
dúvida, ele viu o sucesso final daquilo que havia iniciado, fazia
tanto tempo, no Egito.
Êx 3.24 Que DEUS há
nos céus ou na terra...? Moisés atribuiu a DEUS todos os feitos que
tinham ocorrido. O DEUS Todo-poderoso estivera presente em tudo.
Ninguém poderia ter livrado Israel da escravidão no Egito. Ninguém
poderia ter fornecido o necessário para cerca de três milhões de
pessoas em um deserto, pelo espaço de quarenta anos. O poder divino
estivera sempre presente. A grandeza e o poder tinham sido
amplamente demonstrados. A realização era grandiosa demais para ter
sido um empreendimento meramente humano. Tinha sido um feito divino.
Yahweh destacava-se acima de quaisquer deuses imaginários. Nenhum
homem poderia ter feito o que foi feito, e nem alguma outra
divindade; Yahweh (o Eterno), El (o todo poderoso) é que tinha feito
tudo aquilo.
Dt 3.25 Rogo-te que
me deixes passar. Isso DEUS faria se aplicasse o mesmo grande poder
que trouxera Israel aonde o povo se achava no momento (vs. 24). O
DEUS que tinha feito o maior, sem dúvida poderia fazer o menor.
Moisés queria entrar, e não apenas ver ou ouvir sobre a boa terra
que DEUS havia prometido a Abraão.
Esta boa terra. Era
uma terra que manava leite e mel, uma terra excelente (ver Deu.
8.7,8; Êxo 3.8,17; 13.5; 33.3; Lev. 20.24; Núm. 13.27; 14.8; 16.13;
Deu. 6.3; 11.9; Jos. 5.6).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 768.
O pedido de
Moisés (3.23-29).
Moisés não disfarça seu desejo intenso de entrar na Terra Prometida.
Os textos onde ele menciona este desejo não realizado estão entre os
trechos mais tristes de Deuteronômio. A tragédia é que a pessoa que
mais desejava entrar na terra achou-se impedida por uma atitude de
incredulidade, que não lhe era típica, e ato de loucura de sua
parte. Talvez não entendamos bem este impedimento, mas é ilustração
clara do princípio de que mais luz implica em maior
responsabilidade.
Rogo-te que me
deixes passar, para que eu veja esta boa terra (25). Porém o SENHOR
indignou-se muito contra mim, por causa de vós (26). Certos
estudiosos entendem que estas palavras significam sofrimento
puramente vicário de Moisés a favor do povo. De comum acordo, no
hebraico, a expressão por causa de vós é diferente da expressão “por
causa de vós” que aparece em 1.37. Pelo visto, um pensamento
semelhante está presente em ambos os lugares.
O SENHOR... não me
ouviu; antes, o SENHOR me disse: Basta; não me fales mais neste
negócio. Há quem considere que basta é uma ordem para parar de
pedir; outros reputam que Moisés já desfrutava de muitos privilégios
e não precisava pedir mais. Contudo, a metade da oração foi
respondida. Foi-lhe permitido ver a terra desde o cume do Pisga,
perto, ainda que não pudesse entrar. E foi-lhe garantido que o
empreendimento que ele começara teria uma conclusão bem-sucedida por
Josué (28).
Esta não foi a
última vez que Moisés viu a terra. “Em um ‘monte santo’ (Hermom ou
Líbano) Moisés e Elias estavam com o Salvador do mundo, e
conversaram acerca de uma conquista muito mais gloriosa que Josué:
‘a partida de JESUS, que estava para se cumprir em Jerusalém’ (Lc
9.31, NVI).”
Este parágrafo nos
dá insights sobre “Os Princípios da Oração”: 1) A oração deve
começar com louvor, 24; 2) A oração deve ser feita com desejo
veemente, 25; 3) A oração exige fé e conduta obediente, 26; 4) A
oração é respondida do jeito de DEUS, 27,28.
Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 425.
A oração que Moisés
fez por si mesmo e a resposta de DEUS à sua oração.
1. Sua oração foi
para que, se fosse a vontade de DEUS, ele pudesse ir adiante de
Israel, cruzando o Jordão, para entrar em Canaã. Nesta ocasião,
quando estava encorajando Josué para lutar as batalhas de Israel,
dando por certo que ele deveria ser o líder do povo, Moisés sentiu
um ardente desejo de ir, ele mesmo. Este desejo não se expressa em
nenhuma queixa apaixonada e impaciente, nem em reflexões sobre a
sentença sob a qual se encontrava, mas em humildes orações a DEUS,
para que Ele graciosamente revertesse tal sentença. “Eu pedi graça
ao Senhor”. Observe que jamais devemos abrigar nos nossos corações
qualquer desejo que não possamos, pela fé, oferecer a DEUS em
oração. E devemos permitir que aqueles desejos que são inocentes,
sejam apresentados a DEUS. Nós não temos, porque não pedimos.
Observe:
(1)0 que Moisés
alega aqui. Duas coisas: [1] A grande experiência que tinha tido da
bondade de DEUS para consigo, no que tinha feito a Israel: “Já
começaste a mostrar ao teu servo a tua grandeza”. Senhor, completa o
que iniciaste. Tu me permitiste ver a tua glória na conquista destes
dois reis e a visão me provocou assombro e gratidão. Rogo-te que me
deixes ver as realizações do meu DEUS, meu Rei! Esta grande obra,
sem dúvida, será continuada e completada. Deixe-me ter a satisfação
de vê-la. Observe que quanto mais vemos da glória de DEUS, nas suas
obras, mais desejamos ver. As obras do Senhor são grandiosas, e,
portanto, são cada vez mais buscadas por todos aqueles que têm
prazer nelas. [2] As boas impressões que tinham sido provocadas no
seu coração por aquilo que ele tinha visto: “Porque, que deus há nos
céus e na terra, que possa fazer segundo as tuas obras?” Quanto mais
formos influenciados pelo que virmos de DEUS, da sua sabedoria, do
seu poder e da sua bondade, melhor estaremos preparados para novas
revelações. Verão as obras de DEUS aqueles que o reverenciam e
admiram nelas. Assim Moisés tinha se expressado, a respeito de DEUS
e das suas obras há muito tempo (Êx 15.11), e ainda tem a mesma
opinião de que não existem obras dignas de comparação com as obras
de DEUS, Salmos 86.8.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio.
Editora CPAD. pag. 569.
Observação
minha - Ev. Henrique - A oração de Moisés é ousada, é o tipo de
oração que agrada a DEUS (veja que Abraão também discutiu com DEUS
em oração). É como se Moisés dissesse a DEUS: Meu povo, não, Teu
povo - o povo é teu e não meu. Moisés recusa-se a ter apenas um anjo
com ele e o povo - ele quer é a presença de DEUS. Primeiro queria
conhecer o caminho de DEUS e depois ser guiado por esse caminho.
Moisés queria que DEUS fosse no meio deles pela graça - já que pelo
merecimento eles seriam destruidos.
Moisés
entra na fenda de uma rocha para que DEUS passe e ele veja Sua
Glória - Nós nos escondemos na Rocha Eterna que é CRISTO (a fenda é
sua carne rasgada na cruz - a bondade de DEUS está revelada em
CRISTO) para que vejamos a glória de DEUS em nosso meio revelada
pelo ESPÍRITO SANTO.
Quanto mais experimentamos de DEUS, mais de DEUS
desejamos - isso é bom. Ali Moisés viu parcialmente, mas no monte da
transfiguração, muito tempo depois de sua morte, teve seu
total desejo satisfeito - viu a glória de DEUS e entrou na Terra
Prometida.
Moisés como representante da lei não poderia entrar na promessa de
DEUS, no descanso, na salvação, por assim dizer. A lei revela o
pecado e a necessidadae de um salvador. Se Moisés entrasse, DEUS
estaria dizendo que a guarda da lei leva à salvação - Não, oisés não
poderia entrar - A salvação só é concedida pela fé em JESUS CRISTO
como único salvador e Senhor. A salvação é pela graça e não pela
lei.
Ef
2.8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus. 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Mt
17.2 e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como
o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3 E eis que
lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
3. Homem de fé.
3. Homem de fé.
A Coragem da Fé
(11.23)
Foi a fé que
capacitou Anrão e Joquebede a esconder Moisés, já nascido [...] três
meses [...] porque viram que era um menino formoso; e não temeram o
mandamento do rei (Ex 2.2ss). A ordem era que cada infante masculino
fosse lançado no rio (Ex 1.22). Mas os pais perceberam que este
menino era formoso, i.e., bonito. O adjetivo principesco ou
magnífico transmite melhor a ideia do original. Todos os pais têm
orgulho de seus filhos e acham que são especiais; há uma dica aqui,
no entanto, de uma percepção profética de que esta criança tinha um
destino especial. Esta visão e fé deram aos pais a coragem de crer
que DEUS os ajudaria a frustrar a ordem do rei. Eles não temeram
(lit., não estavam apavorados ou intimidados). Quando o bebê se
tornou tão barulhento aos três meses que se tornou impossível manter
a sua presença em segredo, prepararam um berço flutuante e
designaram sua irmã maior a cuidar do menino. Em vez de lançá-lo no
rio, eles o colocaram sobre o rio, crendo que se DEUS tinha um plano
especial para Moisés, Ele poderia de alguma forma preservá-lo. E Ele
o fez, de tal forma que se tornou uma história mais interessante do
que as melhores histórias de ficção. Eles tinham um plano de DEUS
para seguir - Miriã foi usada na hora certa e com a mensagem certa.
A Escolha da Fé
(11.24-26)
Os primeiros anos,
normalmente, são mais importantes do que os anos posteriores na vida
da criança. Felizmente, a mãe de Moisés esteve com ele quando ele
era mais moldável e deve tê-lo educado bem no conhecimento do único
e verdadeiro DEUS. Como jovem, ele ponderou cuidadosamente a vida do
povo simples e temente a DEUS da sua mãe e a vida resplandecente,
mas corrupta da corte. Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser
chamado filho da filha de Faraó (24). Foi um repúdio claro e
definitivo, como o tempo aoristo sugere. Ele rompeu com a realeza
egípcia de uma vez por todas, escolhendo (lit., tendo escolhido),
antes, ser maltratado com o povo de DEUS (25). A rejeição exterior
foi o resultado de uma decisão interior prévia. A habilidade de
tomar decisões e de escolher sempre o lado certo é a marca do
caráter forte.
Moisés conhecia bem
a opressão cruel e a privação sofridas por este povo; ele não era
ignorante ou ingênuo. Mas ele pesou o sofrimento deles com o gozo do
pecado, porque percebeu que aqueles que sofriam eram o povo de DEUS,
portanto, interiormente superiores, e se sairiam melhor no final,
porque o gozo do pecado era apenas por um pouco de tempo. Assim, as
vantagens da corte egípcia eram vistas como sendo superficiais e
temporárias. Sua escolha, portanto, era inspirada pelo seu modelo de
valores: tendo, por maiores riquezas, o vitupério de CRISTO (“o
estigma que está sobre o Ungido de DEUS”, NEB) do que os tesouros do
Egito. O estigma continua presente! Muitos estudiosos modernos
tentam de todas as maneiras possíveis desfazer e desacreditar o
caminho cristão, mas podemos estar certos de que na medida em que
tiverem êxito em tornar CRISTO palatável ao homem natural, nessa
mesma medida moldaram um CRISTO falso e imaginário. Que conceito
Moisés tinha de CRISTO (lit., o CRISTO)? Provavelmente o seu
conceito não era claro, mas seu conhecimento de que os hebreus eram
o povo de DEUS indubitavelmente incluía um conhecimento vago de um
Ungido prometido (1 Co 10.1-4). Embora sua mente possa ter estado
nebulosa quanto a detalhes, sua fé estava segura, tão segura que por
causa dela ele estava disposto a arriscar seu presente e seu futuro.
Hebreus 11.26-28
A Nossa Confissão de Fé é Definitiva
O autor continua
mostrando que o sistema de valores de Moisés estava baseado em
grande parte na sua habilidade de olhar para o futuro: porque tinha
em vista a recompensa (26). Literalmente, a palavra apeblepen, “ele
estava olhando”, significa “desviar o seu olhar de todos os outros
objetos e olhar para um único”. O tempo imperfeito indica que este
não era um interesse romântico ou caprichoso, mas um olhar fixo. Ele
continuou olhando com uma atenção fixa e séria; inevitavelmente o
resplendor egípcio dissipou-se completamente de sua mente. O segredo
de escapar do encanto sedutor do mundo é olhar tão longe para o
futuro para perceber duração e consequência.
Pela fé, portanto,
Moisés foi capaz de perceber os verdadeiros problemas da vida. Na
superfície parecia que ele estava escolhendo entre dor e prazer,
mas, na realidade, era entre piedade e pecado. Superficialmente,
parecia ser uma escolha entre sua mãe e a filha de Faraó, mas, na
realidade, era uma escolha entre CRISTO e o mundo. Parecia que ele
estava escolhendo entre pobreza e os tesouros do Egito; mas, na
verdade, era uma escolha entre céu e terra. Parecia uma escolha
entre o deserto e o trono; mas, na realidade, era entre a
imortalidade e o esquecimento.
Além disso, pela fé,
ele foi capaz de distinguir o passageiro do permanente.
O passageiro
incluía 1) o sofrimento do povo de DEUS, 2) o gozo do pecado, 3) os
tesouros do Egito, 4) o vitupério de CRISTO.
O permanente incluía 1)
o povo de DEUS, 2) a pessoa de CRISTO, 3) o pagamento da recompensa.
Nos versículos
24-26, vemos “As Qualidades da Fé Duradoura”.
1) Ela percebe a
superioridade dos valores morais e espirituais sobre os prazeres
temporais e carnais, vv. 25,26.
2) Ela está certa de que os valores
duradouros estão do lado de CRISTO e do povo de DEUS, vv. 24,26.
3)
Ela escolhe renunciar a uma vantagem passageira para obter um ganho
permanente, w. 25,26.
A Persistência da
Fé (11.27)
Pela fé, deixou o
Egito, não temendo a ira do rei (27). De acordo com Êxodo 2.11-15, o
êxodo juvenil de Moisés foi, na verdade, uma fuga, instigada pelo
medo. Portanto, é mais provável que Hebreus esteja se referindo aqui
à saída dignificada e deliberada 40 anos mais tarde. A palavra
katelipen, deixou, simplesmente significa deixar para trás e não
necessariamente sugere fuga. Em sua mocidade, a fé que Moisés tinha
era forte o suficiente para fazer a escolha básica e final, mas ela
precisava da maturação do deserto e da sarça ardente para tornar-se
à prova de pânico. O segredo do seu equilíbrio foi que ele ficou
firme, como vendo o invisível. Ele suportou resolutamente as ameaças
e a duplicidade de um Faraó colocado contra a parede e foi
fortalecido porque a fé vê o invisível; não somente a ordem
invisível como tal, mas o “Invisível” (masculino singular). A fé tem
um radar espiritual que a descrença não tem (2 Rs 6.16-17; Dn 3.23-
25). Mas a grande marca distinta da fé bíblica é que ela está
firmada num DEUS pessoal, não numa lei ou poder impessoal.
O Êxodo da Fé
(11.28-31)
A verdadeira fé
sempre sai do Egito. Ela nunca fica. Na verdade, o versículo 27 é
tanto um prefácio como uma apresentação prévia desta seção, que
consiste em esboçar os pontos altos da migração do Egito para Canaã.
A história aqui não é de todo brilhante; uma descrença vergonhosa
tornou a história acidentada, com consequências trágicas.
Os cristãos hebreus
têm sido lembrados deste fato com muita intensidade. Mas a atenção
agora está no fato de que a nação nunca teria sido liberta da
escravidão, e nunca teria entrado em Canaã, se não fosse por aqueles
que tiveram fé. Cada passo importante era uma vitória da fé. Mas a
dúvida nunca registrou avanços.
a) A Páscoa (11.28).
O primeiro passo preparatório essencial no Êxodo foi a Páscoa. Pela
fé, celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue. O objetivo era escapar
da espada do destruidor dos primogênitos. Este ato de julgamento
divino não era somente necessário e justificado pela teimosia
egípcia, mas foi simbólico da morte eterna que é endêmica do Egito
espiritual. Semelhantemente, o cordeiro morto era simbólico do
futuro Cordeiro de DEUS, que tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).
Não há escape, quer da escravidão egípcia ou da escuridão ou morte
egípcia, sem o aspergir do sangue. Mas note bem, a vida não depende
apenas do sangue derramado, mas do sangue aplicado. Somente o
derramar do sangue não teria protegido ninguém. Havia salvação
somente à medida que o sangue era aspergido individualmente na verga
da porta e em ambas as ombreiras das casas (Ex 12.23). A verdade
aplica-se igualmente ao sangue do Cordeiro de DEUS. Somente quando a
fé toma posse e o ESPÍRITO opera, que o Sangue salva.
b) O mar Vermelho
(11.29). Pela fé, passaram o mar Vermelho, como por terra seca. Para
maiores detalhes, leia Êxodo 14.22-27. A fé agora é atribuída ao
povo, bem como a Moisés. Neste acontecimento, vemos a diferença
entre fé e presunção. A fé não depende do que é feito, mas com que
autoridade. Israel agiu de acordo com a ordem divina, mas o intentar
(lit., tentar) dos egípcios em fazer a mesma coisa causou o seu
afogamento. A mesma ação pode ser apropriada e bem-sucedida ou
presunçosa, fanática e desastrosa, dependendo da presença ou
ausência de DEUS. “Com DEUS, ando sobre o mar; sem Ele, nem saio
pela porta”.
Richard S. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag.
109-111.
Moisés e o Êxodo
23 Pela fé,
Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque
viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.
Esconder uma criança
saudável e robusta com poder absoluto de chorar, espernear e gritar
em alta voz foi realmente um ato de fé. Contudo, chegou um momento
quando seus pais “não podendo, porém, mais escondê-lo”, usaram
novamente o poder da fé.
24 Pela fé,
Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó,
Recusar tamanho privilégio era
um verdadeiro ato de fé. Alguns historiadores afirmam que
seu nome seria Hatchepsute, filha de Faraó, que passeava pela
margem do rio Nilo, “... viu a arca no meio dos juncos, e enviou a
sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o
menino chorava; e moveu-se de compaixão dele...” (Êx 2.5,6). Ela, não tendo filhos, “... o adotou; e chamou o seu nome
Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado” (Êx 2.10).
25 escolhendo,
antes, ser maltratado com o povo de DEUS do que, por um pouco de
tempo, ter o gozo do pecado;
Somente a eternidade
poderá nos revelar o que a fé pode fazer para honrar a DEUS, como a
decisão de Moisés em escolher ser maltratado ao lado de um grupo de
escravos, sofrendo debaixo do julgo egípcio. Tal decisão levou
Moisés a ser odiado por Faraó e pelos seus súditos. O Diabo usou de todos os meios
sombrios de destruição e de todas as suas artimanhas para que Moisés
não se tornasse o grande libertador do povo de DEUS, buscando assim
frustrar o plano divino para com este povo. Mas DEUS operou
milagrosamente em tudo, e mais uma vez, como sempre, o Diabo foi
derrotado.
26 tendo, por
maiores riquezas, o vitupério de CRISTO do que os tesouros do Egito;
porque tinha em vista a recompensa.
Quem conhece o Egito
sabe que ali existem alguns dos maiores tesouros da humanidade
encontrados pela arqueologia. Muitos destes “tesouros do Egito” foram
descobertos, inclusive em escavações mais recentes. Contudo, Moisés
teve por “... maiores riquezas o vitupério de CRISTO... porque tinha
em vista a recompensa” do porvir.
27 Pela fé,
deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como
vendo o invisível.
Ver o invisível
parece contraditório quando visualizado na esfera humana. Pois se é
invisível, como pode alguém ver? Talvez por esta razão alguns
tradutores traduziram esta parte final do versículo, “... como quem
vê aquele que é invisível”. Nesse caso seria uma referência direta a
DEUS ou a CRISTO. Ele sabia que “as coisas
que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração
do homem são as que DEUS preparou para os que o amam” (I Co 2.9);
por esta razão ficou firme na esperança de recebê-las.
25 Pela fé, celebrou
a Páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos
primogênitos lhes não tocasse.
Tudo relacionado com
a Páscoa tinha um significado profundo e um infinito alcance. Ela
apontava para CRISTO, que é a “... nossa Páscoa” (I Co 5.7). A promessa
de DEUS era esta: “... vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e
não haverá entre vós praga de mortandade” (Ex 12.13).
29 Pela fé,
passaram o mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os
egípcios, se afogaram.
A Bíblia afirma que
DEUS ordenou a Moisés, dizendo: “levanta a tua vara, e estende a tua
mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo
meio do mar em seco... Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar,
e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela
noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os
filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas lhes
foram como muro à sua direita e à sua esquerda” (Êx 14.16,21,22).
Severino Pedro da
Silva. Epistola aos Hebreus. Editora CPAD. pag. 227-232.
O REI E SEU PODER
(MT 17:14-21)
Quando comparamos os
relatos dos Evangelhos dessa cena dramática, descobrimos que esse
filho único estava de fato em grande perigo. De acordo com Mateus, o
menino enfermo era epilético e suicida, atirando-se repetidamente no
fogo ou na água.
Marcos o descreve
como um mudo, que caía no chão com frequência, espumando e rangendo
os dentes, depois ficando com o corpo todo rígido. Lucas diz que o
menino era filho único e que gritava ao entrar em convulsões. Apesar
de alguns desses sintomas poderem ter causas naturais, o menino
estava à mercê de um demônio. Uma vez que os discípulos não
conseguiram fazer coisa alguma, não é de se admirar que o pai tenha
se ajoelhado aos pés de JESUS.
JESUS libertou o
menino e ordenou que o demônio nunca mais retornasse àquele corpo
(Mc 9:25).
Os nove discípulos
deveriam ter sido capazes de expulsar o demônio. JESUS lhes dera
poder e autoridade (Mt 1O: 1, 8), mas, de alguma forma, haviam
perdido esse poder!
A expresse "fé como
um grão de mostarda" sugere não apenas o tamanho (DEUS honrará até
mesmo uma pequena fé), mas também vida e crescimento. Ter fé como
uma semente de mostarda é ter uma fé viva alimentada para crescer. A
fé deve ser cultivada a fim de que cresça e realize feitos ainda
mais poderosos para DEUS (1 Ts 3:10; 2 Ts 1:3). Se os nove tivessem
se mantido firmes na oração, na disciplina pessoal e na meditação na
Palavra, teriam sido capazes de expulsar o demônio e de salvar o
menino.
WIERSBE. Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central
Gospel. pag. 80-81.
Deve ter sido com a
maior severidade em sua voz que JESUS repreendeu... o demônio que,
imediatamente, saiu dele (18). O menino (pais) foi curado
(therapeuo) naquele mesmo instante. E óbvio que CRISTO era mais do
que capaz de cuidar desse caso tão difícil.
Não é de admirar que
os discípulos quisessem saber porque haviam fracassado (19). JESUS
informou que era por causa da sua pequena fé (20).48 Se tivessem fé
como um grão de mostarda, teriam ordenado ao monte que passasse
daqui para acolá e ele teria passado. “A fé já removeu montanhas - poderosos
impérios, seitas pagãs e a impiedade entrincheirada”.
O versículo 20
atinge o seu clímax com essa admirável afirmação: nada vos será
impossível.
Ralph Earle.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag.124-125.
As palavras de
CRISTO aos seus discípulos, como conseqüência desse episódio.
1. Os discípulos
perguntam a razão pela qual eles não puderam expulsar o demônio
nessa ocasião (v. 19):
“Os discípulos,
aproximando-se de JESUS em particular, disseram...”.
2.CRISTO lhes dá
duas razões para o fracasso que tiveram. (1) “Por causa da vossa
pequena fé” (v. 20).
“Este é um caso de
incredulidade”. Muitos podem ser acusados de ter pouca fé, embora
não devam ser chamados de incrédulos.
O nosso Senhor JESUS
aproveita essa ocasião para mostrar aos discípulos o poder da fé,
para que eles não fracassem, em outra ocasião, como fracassaram
agora: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, nada vos será
impossível” (v. 20).
Se tiverdes ainda
que um pouco dessa fé com sinceridade, se verdadeiramente confiardes
nos poderes que vos foram concedidos, “direis a este monte: Passa”.
Esta é uma expressão conhecida, que denota aquilo que vem a seguir,
e nada mais: “Nada vos será impossível”.
‘“Esta casta de demônios não se expulsa senão
pela oração e pelo jejum’. Esta e possessão, que opera através de
uma doença, ou este tipo de demônios que são furiosos dessa maneira,
não é expulsa pela maneira normal, mas por meio de grandes atos de
devoção, e nisso vocês são deficientes”.
Observe que: [1]
Embora os adversários que combatemos sejam todos principados e
potestades, ainda assim alguns são mais fortes do que outros, e há
poderes mais difíceis de serem subjugados. [2] O extraordinário
poder de Satanás não deve desencorajar a nossa fé, mas sim nos
estimular a agir nela com maior intensidade, tendo mais fervor em
nossas orações a DEUS, pedindo que o Senhor aumente a nossa fé. Por
isso alguns têm a seguinte interpretação: “Este tipo de fé (que
remove montanhas) não pode proceder, não pode ser obtido de DEUS,
não pode ser trazido ao seu crescimento completo, nem pode se
transformar em ações e exercícios, exceto por meio de fervorosas
orações”. [3] O jejum e a oração são meios adequados para destruir o
poder de Satanás contra nós, e para trazer o poder divino em nosso
auxílio. O jejum é útil para aprimorar a oração; é uma evidência e
um exemplo de humilhação que é necessário na oração, e é um meio de
eliminar alguns hábitos corruptos, e de dispor o corpo para servir à
alma em oração. Quando o interesse do demônio pela alma é confirmado
pela disposição e pela constituição do corpo, o jejum deve ser
acompanhado pela oração, para que o indivíduo possa manter o seu
corpo em sujeição ao Senhor.
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa. Editora CPAD. pag. 222-223.
III - APRENDENDO
COM MOISÉS
1. A cultivar
comunhão com DEUS.
"
Seu exemplo de
comunhão com DEUS
A Bíblia nos mostra
que Moisés cultivava uma vida de oração, mantendo um relacionamento
muito íntimo com DEUS: “Falava o Senhor a Moisés face a face, como
qualquer fala com o seu amigo” (Ex 33.11). Como frisa Matthew Henry,
“isto sugere que DEUS se revelou a Moisés, não só com clareza e
evidências maiores da luz divina do que a qualquer outro dos
profetas, mas também com expressões particulares e ainda maiores de
bondade e graça. Ele fala não como um príncipe a um súdito, mas como
qualquer fala com o seu amigo, a quem ama”.
DEUS também quer ter
hoje um relacionamento íntimo conosco! Como destaca a Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal, “Moisés desfrutou tal favor de DEUS não
porque era perfeito, genial ou poderoso, mas porque DEUS o escolheu.
Por sua vez, Moisés confiou inteiramente na sabedoria e direção de
DEUS. A amizade com DEUS era um verdadeiro privilégio para Moisés, e
estava [nesse nível] fora do alcance dos hebreus. Mas, hoje, ela não
é inalcançável para nós. JESUS chamou seus discípulos — e, por
extensão, todos os seus seguidores — de amigos (Jo 15.15). Ele o
chamou para ser seu amigo. Você confiaria nEle como fez Moisés?”.
COELHO, Alexandre;
DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 152.
A comunhão
espiritual. Há uma comunhão com DEUS, por meio do ESPÍRITO, O
espírito humano é capaz de ter comunhão com o ESPÍRITO SANTO. Paulo,
por mais de cento e sessenta vezes, falou em estarmos «em CRISTO..,
retratando, com essas duas palavras, a nossa comunhão mística. Ver I
Cor. 1:4. A comunhão não tem apenas a dimensão humana,
do homem com homem; também tem a dimensão divina, do homem com DEUS.
O trecho de Efésios 4:1-6, e vários trechos paralelos, dão-nos esse
ensino. Diz 1 João 1:3: «... a nossa comunhão é com o Pai e com seu
Filho, JESUS CRISTO... O ESPÍRITO SANTO reside em nós e nos confere
comunhão divina (João 14:16 ss). CRISTO é a vinha, e nós somos os
ramos, pelo que devemos pensar em uma comunhão orgânica (João 15).
Há a comunhão do ESPÍRITO (Fil. 2:1 ss). «A graça do Senhor JESUS
CRISTO, e o amor de DEUS, e a comunhão do ESPÍRITO SANTO sejam com
todos vós.. (11 Cor. 13:13).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1.
Editora Hagnos. pag. 822.
Comunhão espiritual.
O cerne da comunhão cristã é espiritual. Pelo ESPÍRITO o homem tem
comunhão com DEUS, com CRISTO e com os santos.
A união mística do
ESPÍRITO permeia e unifica a igreja. JESUS disse a seus discípulos:
“Um só é vosso mestre, e vós todos sois irmãos” (Mt 23.8). Assim
como os discípulos são companheiros de estudo, também aqueles que
participam da “comunhão” são companheiros de adoração. “Considerai o
Israel segundo a carne; não é certo que aqueles que se alimentam dos
sacrifícios são participantes do altar?” (I Co 10.18). Paulo adverte
para o mérito da comunhão: “Com toda humildade e mansidão e
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos
diligentemente por preservar a unidade do ESPÍRITO no vínculo da
paz”, ao que ele adiciona: “Um corpo e um ESPÍRITO... numa só
esperança... um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só DEUS e
Pai de todos” (Ef 4.1-6). Os líderes da nova igreja encorajavam
continuamente a comunhão, ensinando os meios práticos de exercê-la:
“Instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria” e
cantem juntos com ações de graça (Cl 3.16). “Consolai-vos, pois, uns
aos outros...” (1 Ts 4.18); “Consolai-vos uns aos outros e
edificai-vos reciprocamente... vivei em paz uns com os outros...
admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os
fracos e sejais longânimes para com todos” (5.11-14). “Exortai-vos
mutuamente cada dia... consideremo-nos também uns aos outros para
nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns, antes façamos admoestações”
(Hb 3.13; 10.24s.). “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos
outros, e orai uns pelos outros” (Tg 5.16).
A comunhão
espiritual se origina em DEUS e em CRISTO. “O que temos visto e
ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com
seu Filho, JESUS CRISTO” (1 Jo 1.3). Na alegoria da videira, JESUS
retratou a união mística entre ele, DEUS e seus discípulos: “Eu sou
a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor... vós sois os ramos”
(Jo 15.1,5). Por meio desta união o crente dá muito fruto.
Finalmente, o
ESPÍRITO SANTO é o mediador da comunhão na presente dispensação. Por
intermédio dele o homem tem comunhão com DEUS e mantém comunhão
universal com os santos. A promessa consoladora de JESUS a seus
discípulos foi: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador,
a fim de que esteja para sempre convosco, o ESPÍRITO da verdade, que
o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o
conheceis, porque ele habita conosco e estará em vós” (14.16s.).
Paulo disse: “Porque vós sois filhos, enviou DEUS aos nossos
corações o ESPÍRITO de seu Filho” (G1 4.6). A seguir ele escreve aos
filipenses acerca de CRISTO, do amor, da alegria, e da “participação
(comunhão) no ESPÍRITO” (Fp 2.1s.). Paulo resume a relação tripla do
homem em sua bênção: “A graça do Senhor JESUS CRISTO e o amor de
DEUS e a comunhão do ESPÍRITO SANTO sejam com todos vós” (2Co
13.14).
MERRILL C. TENNEY.
Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.
1114-1115.
2. A ter comunhão
com outros crentes.
At 2.46 É verdade,
porém, que ao mesmo tempo tinham necessidade de seus próprios
encontros: “Partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições
com regozijo e singeleza de coração”. Essas reuniões nas refeições
comunitárias caracterizavam-se pela “regozijo e singeleza de
coração”. Com certeza deram pouca atenção ao cardápio! Essa alegria
jubilosa não era um contraste para o “temor”, nem sequer era
limitada apenas pelo temor, mas, exatamente como o “temor”,
constituía o efeito da presença plena de DEUS. Sempre deixamos de
ver a verdade quando separamos em DEUS a justiça e o amor, a
seriedade e a bondade. Por isso sempre perdemos a alegria profunda
quando perdemos o temor diante de DEUS. Pelo DEUS vivo revelado em
JESUS, em Sua cruz e ressurreição foram-nos dados gratidão efusiva e
santo respeito. O ESPÍRITO SANTO em nossos corações faz-nos
regozijar e tremer, temer e amar a DEUS. É preciso levar em conta
que a palavra “regozijar” sempre possui conotação “escatológica”.
“Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de
júbilo; alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria
alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido”, profetizou Isaías
(Is 35.10). Ao serem celebradas agora na igreja as refeições cheias
de júbilo e louvor a DEUS, apesar de toda a pobreza material, essas
refeições já eram prefiguração e primeira garantia do banquete
nupcial do fim dos tempos, quando DEUS estará no meio de seu povo
com toda a Sua glória e presença visíveis e o encherá com “alegria
indizível e gloriosa” (1Pe 1.8, NVI). A circunstância de que eles,
inimigos de DEUS e assassinos de JESUS, podiam pertencer a esses
“redimidos do Senhor” representava uma razão sempre renovada desse
“regozijo” que agora já perpassava os dias da novel igreja com seu
brilho. As orações de santa ceia transmitidas no assim chamado
“Didaquê” nos permitem perceber algo de como precisamos imaginar
esse “tomar as refeições com regozijo e singeleza de coração e com
louvor a DEUS”.
Consequentemente,
esses primeiros cristãos estavam em paz com DEUS e as pessoas,
“louvavam a DEUS e contavam com a simpatia de todo o povo”. Foi um
grande presente que essa igreja – diferente da de Tessalônica (1Ts
1.6) – pôde organizar-se inicialmente em paz. No momento não havia
dificuldades exteriores para chegar à fé em JESUS e lhe render a
vida. É óbvio que a superação interior dos corações não é produzida
pela simpatia exterior, e nem mesmo pela palavra desafiadora de uma
igreja viva como tal. Somente o próprio Senhor pode nos resgatar da
incredulidade e perdição e nos conceder a conversão. Foi assim que
JESUS fez naquele tempo. Não se limitou ao avivamento daquele
primeiro dia de Pentecostes. Diariamente acontecia a grande alegria
por pessoas que se deixavam salvar. “O Senhor, porém, acrescentava
os que iam sendo salvos, dia a dia, ao mesmo”.
Werner de Boor.
Comentário Esperança
Atos.
Editora
Evangélica Esperança.
At 2.46. A devoção
religiosa dos cristãos primitivos era assunto de todos os dias.
Reuniam-se em espírito de unanimidade no templo. Esta expressão
talvez signifique que empregavam o átrio do templo como lugar de
reunião (cf. 5:12), mas também subentende-se que participavam do
culto
diário do templo
(3:1). Este culto diário consistia da oferta de um holocausto e
incenso, de manhã e de tarde; e era realizado pelos sacerdotes, mas
sempre havia uma congregação de pessoas que ficavam onde podiam ver
os sacerdotes que cumpriam os seus deveres e que entravam no
santuário; participavam das orações, e recebiam uma bênção do
sacerdote.
Visto que os
cristãos primitivos acreditavam que tinham um relacionamento
verdadeiro com DEUS através do Messias, era natural que
participassem do culto a DEUS conforme o modo comumente aceito. É
provável que ainda não lhes tivessem ocorrido as questões teológicas
acerca da substituição dos sacrifícios do templo pelo sacrifício
espiritual de JESUS. Além disto, as autoridades religiosas não
excluíram os cristãos do templo. Ao mesmo tempo, porém, os cristãos
se reuniam para seus próprios ajuntamentos religiosos. Reuniam-se de
casa em casa, nos lares uns dos outros, e juntamente partiam o pão
num espírito de gozo intenso e sincero.
A ideia é que faziam
refeições em comum, as quais também incluíam o partir do pão;
podemos comparar a descrição que Paulo deu da refeição em conjunto
na igreja em Corinto, que incluía a celebração da Ceia do Senhor (1
Co 11:17-34). A grande alegria que caracteriza estes encontros era,
sem dúvida, inspirada pelo ESPÍRITO (13:52) e talvez se associasse
com a convicção de que o Senhor JESUS estava presente com eles (cf.
24:35).
At 2.47. A estrutura
da frase talvez indique que os discípulos comessem juntos no templo
bem como nos seus lares. Ao fazerem assim, louvavam a DEUS; esta é
uma das poucas referências em Atos à adoração que os cristãos
prestavam a DEUS no sentido de renderem graças a Ele. A raridade de
tais frases nos faz lembrar que, conforme o testemunho do Novo
Testamento, os encontros dos cristãos eram para a instrução, a
comunhão e a oração; noutras palavras, para o benefício dos
participantes; menciona-se menos a adoração a DEUS, embora este
elemento naturalmente não faltasse.
Um comentário final
nota que a atividade evangelizadora da igreja continuava
diariamente. Na medida em que os cristãos eram vistos e ouvidos pelo
restante do povo em Jerusalém, suas atividades formavam uma
oportunidade para o testemunho. Mais uma vez, Lucas se refere ao
processo de tomar-se cristão como o ser salvo, i. é, salvo de
pertencer ao povo pecaminoso em derredor que está sob o julgamento
divino por ter rejeitado ao Messias (2:40, cf. 2:21).
I. Howard Marshall.
Atos. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 84-85.
A IGREJA CAMINHANDO
NO ESPÍRITO (AT 2:42-47)
Os cristãos
continuaram a usar o templo como lugar de reunião e de ministério,
mas também passaram a encontrar-se nos lares de várias pessoas. Os
três mil novos convertidos precisavam ser instruídos na Palavra e
ter comunhão com o povo de DEUS, a fim de crescer e de se tornar
testemunhas eficazes. A Igreja primitiva
não se ateve a converter pessoas, também as discipulou (Mt 28:19,
20).
Convém explicar duas
frases de Atos 2:42. "Partir do pão", provavelmente, é uma
referência às refeições regulares, mas, no final de cada refeição, é
bem possível que fizessem uma pausa para se lembrar do Senhor
celebrando o que chamamos de "Ceia do Senhor" ou "Santa Ceia". O pão
e o vinho eram elementos comuns sempre presentes na mesa dos judeus.
O termo comunhão não significa apenas "estar juntos". Quer dizer "ter em
comum", podendo ser uma referência ao compartilhamento de bens
materiais praticado na Igreja primitiva.
Por certo, não se
tratava de uma forma de comunismo, pois foi um programa inteiramente
voluntário, temporário (At 11:27-30) e motivado pelo amor. A igreja foi
unificada (At 2:44), exaltada (At 2:47a) e multiplicada (At 2:47b).
Seu testemunho entre os judeus era poderoso, não apenas em função
dos milagres realizados pelos apóstolos (At 2:43), mas também pelo
amor que os membros da comunidade tinham uns pelos outros e por seu
serviço ao Senhor. O Senhor ressurreto continuou a operar por meio
deles (Mc 16:20), e o povo continuou a ser salvo. Uma igreja e
tanto!
Os cristãos que
vemos no Livro de Atos não se contentavam em se encontrar uma vez
por semana para "o culto habitual". Encontravam-se diariamente (At
2:46), cuidavam uns dos outros diariamente (At 6:1), ganhavam almas
diariamente (At 2:47), examinavam as Escrituras diariamente (At 1
7:11 ) e cresciam em número diariamente (At 16:5).
A fé cristã era uma
realidade diária, não uma rotina semanal. Isso porque o CRISTO
ressurreto era uma verdade viva para eles, e seu poder de
ressurreição operava na vida deles por meio do ESPÍRITO.
A promessa ainda
vale para nós hoje: "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo" (At 2:21; Rm 10:13). Você já invocou o nome do Senhor? Já
creu em JESUS CRISTO como seu Salvador?
WIERSBE. Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central
Gospel. pag. 531.
A palavra de DEUS
que fora pregada com tanto poder e que tinha sido acompanhada com
exortações tão sérias, não ficou sem fruto. Pela ação do mesmo
ESPÍRITO, cujo poder milagroso estava evidente aos seus olhos,
algumas das pessoas presentes, que chegou a um considerável número
dos ouvintes, receberam pela fé a palavra, e aceitaram JESUS de
Nazaré como o Messias prometido e foram batizadas. O batismo em o
nome de JESUS CRISTO serviu para o fortalecimento de sua fé na
palavra do evangelho, e para a confirmação e selo de sua salvação em
CRISTO, do que Pedro havia testificado. Não faz sentido se este
grande número de pessoas, que assim foram somadas ou juntadas às
fileiras dos discípulos, foram batizadas por imersão. O fato é que
estas pessoas foram somadas à, ou recebidas na, igreja cristã pelo
sacramento do batismo, sendo seu número perto de três mil almas, adicionadas à
igreja.
Agora Lucas traça um
quadro da primeira congregação cristã de Jerusalém, tendo como
núcleo os apóstolos e os cento e vinte discípulos, e como corpo os
três mil convertidos de pentecostes. O crescimento da igreja não foi
só em número, mas também na fé e na caridade.
Os membros da
congregação continuaram, perseveraram, com grande fidelidade e
devoção, nos ensinos, na doutrina dos apóstolos. Estes homens, por
CRISTO estabelecidos e ordenados como os mestres de toda a
cristandade, foram naquela ocasião os mestres da congregação de
Jerusalém. E a doutrina deles foi a doutrina de CRISTO; eles
ensinaram o que havia ouvido de CRISTO; a palavra deles foi a
palavra de DEUS. Os discípulos, permanecendo firmemente nesta
palavra, também conservaram a comunhão. Estiveram unidos na mesma fé
e no mesmo amor ao seu Senhor e Mestre; estiveram em comunhão um com
o outro, e em união com CRISTO e o Pai, que foi uma intimidade
maravilhosa e abençoada, pela qual estiveram mais unidos entre si do
que irmãos e irmãs de sangue. Cada um sentia o interesse mais
solícito pelas alegrias e tristezas do outro. Sua comunhão estreita
era expressa no partir do pão. Caso esta expressão não se referir só
à celebração da Santa Comunhão, ela certamente não exclui o
sacramento. Cf. 1 Co. 10.16. Ela, claramente, não se refere a uma
refeição regular, e provavelmente foi usada por Lucas para descrever
resumidamente a refeição em comum que os cristãos, nos primeiros
tempos da igreja, ligaram à celebração da Ceia do Senhor. E da mesma
maneira como os cristãos ouviram a palavra, da mesma forma como
observaram a Eucaristia, assim também foram diligentes, assíduos, na
oração pública. Os discípulos de Jerusalém manifestaram, por meio de
oração, louvor e agradecimento comum, sua comunhão fraterna e sua
unidade de espírito. Todos estes fatos, com certeza, não podiam
ficar sem o conhecimento do povo da cidade, nem mesmo se os membros
da congregação assim o tivessem desejado. O modo cristão no viver
foi uma confissão constante e uma admoestação a todos os habitantes
da cidade. O resultado foi, que muitos dos judeus, tantos quantos
entraram em contato com os cristãos, foram tomados de grande temor;
o espanto solene que os milagres e sinais operados pelos apóstolos
inspiraram, aumentou pela veneração requerida pelo seu viver sem
dolo. A presença de DEUS e do Cristo exaltado, por meio da manifesta
operação do ESPÍRITO, em meio à congregação, precisou ser admitida
por todos os que entraram em contato com eles. E este temor também
serviu para a difusão do evangelho; serviu como freio sobre o ódio
dos judeus, impedindo-os de qualquer manifestação pública de sua
inimizade. Foi intenção de DEUS, que a plantinha jovem de sua igreja
devia gozar por algum tempo dum crescimento em paz.
Enquanto isto o amor
fraterno dos discípulos mostrou seu poder na vida e nos atos deles.
Estiveram juntos; seus corações e suas mentes estiveram direcionados
a sua causa comum, o fato que naturalmente os levou a se reunirem
tantas vezes quantas possíveis, fosse no tempo ou em casas
particulares, e isto não só para os cultos públicos, mas também para
o trato social no verdadeiro espírito cristão. E eles tiveram tudo
em comum; não praticaram o comunismo e não ab-rogaram o direito da
propriedade particular. Não a posse, mas o uso e o benefício dos
bens foi comum. Cf. cap. 4. 32. Cada membro da congregação
considerava sua propriedade como um talento do Senhor, com o qual
devia servir seu próximo. Este amor fraterno em muitos casos
realizou ainda mais. Venderam suas posses e bens, toda sua
propriedade, e dividiram o produto entre os irmãos, tal como as
necessidades o exigiam. Esta não foi uma lei proposta ou reforçada
pelos apóstolos, mas foi uma livre manifestação de verdadeira
caridade. Os cristãos abastados estiveram dispostos e desejosos para
realizar estes sacrifícios, sempre que era evidente que esta era a
única maneira pela qual as necessidades dos irmãos podiam ser
supridas. Não qualquer sinal da arrogante indiferença que agora
caracteriza o intercurso dos ricos com os pobres. Expressões de amor
como esse poucas vezes, ou jamais, haviam sido vistas anteriormente
na terra. E tudo isto foi feito sem qualquer tentativa de
ostentação. Como era de se esperar, os cristãos, de comum acordo e
em plena unidade de espírito, tinham suas reuniões públicas no
templo, onde tinham oportunidade para testificar aos outros de sua
nação a respeito da esperança que os animava. E não somente no
templo eram feitas reuniões diárias, mas também se encontravam de
casa em casa, principalmente para a celebração da Santa Comunhão e
da ceia comum conhecida como ágape, onde juntos tomavam a refeição
com grande alegria e exultação e também com toda a simplicidade de
coração. Os membros mais ricos não se indignavam sobre o fato que os
irmãos mais pobres compartilhavam do alimento que de sua abastança
haviam provido, nem julgavam ser-lhes algo indigno sentar-se à mesma
mesa. E os membros pobres nada possuíam da ridícula vaidade da
pobreza de serem obrigados a aceitar a generosidade de outros. Todos
estavam unidos nesta uma obra sublime, de dar louvor a DEUS por
todos os dons que ele derramara sobre eles. Não é de admirar que
acharam as boas graças de todo povo. Cada judeu honesto e sincero
naturalmente estimava os cristãos pela simplicidade, pureza e
caridade de suas vidas. E, sendo a confissão da boca apoiada e
confirmada pela evidência das obras, o resultado foi que diariamente
se registravam adesões ao número dos cristãos. Mas Lucas afirma
expressamente que o Senhor juntava à congregação aqueles que deviam
ser salvos. A conversão de cada pessoa é somente um ato do Senhor, e
é o resultado de sua vontade graciosa e boa pela salvação dos
pecadores. Notemos: A congregação de Jerusalém é em tudo um exemplo
luzente para as congregações cristãs e para os cristãos de todos os
tempos. Se o mesmo amor à palavra de DEUS, ao uso do sacramento, se
esta mesma caridade desinteressada aos irmãos fosse evidente em
nossos dias, então cada congregação também se sobressairia da mesma
forma. E esta é a vontade de CRISTO, o Cabeça da igreja.
KRETZMANN.
Paul E.
Comentário Popular da Bíblia Novo Testamento Volume 2.
Editora
Concordia Publishing House.
3. A aceitar o
ministério de líderes piedosos.
Ef 4.11. Paulo passa
a falar agora dos dons específicos que Ele deu aos homens. A luz dos
versículos 7, 8 não devemos entender concedeu como um mero
equivalente para “designou”. Todos, em seus ministérios
particulares, são dom de DEUS à Igreja. “Devemos a CRISTO o fato de
termos ministros do evangelho”, diz Calvino. A Igreja pode indicar
homens para diferentes trabalhos e funções, mas, a menos que tenham
os dons do ESPÍRITO e sejam, portanto, eles mesmos os dons de CRISTO
à Sua Igreja, sua indicação será sem valor. A expressão também
“serve para lembrar aos ministros que os dons do ESPÍRITO não são
para enriquecimento pessoal, e sim para enriquecimento da Igreja”
(Allan).
Se esta epístola
tivesse sido escrita numa data posterior, conforme o pensamento de
alguns, seria quase impossível não existir referência ao ministério
local dos bispos, presbíteros e diáconos, os quais se tornaram da
maior importância para a Igreja. Assim, o apóstolo não está pensando
nos ministros de CRISTO em seus ofícios, mas sim em seus dons
espirituais específicos e suas tarefas, e havia muitos que não
estavam limitados a uma determinada localidade no exercício de suas
funções para a edificação da Igreja. Este fato explica a seleção que
encontramos aqui e na lista semelhante em 1 Coríntios 12:28.
Em primeiro lugar
estavam os apóstolos. A palavra apóstolos é usada no Novo Testamento
com três sentidos diferentes. Podia significar simplesmente um
mensageiro, como é aparentemente o caso em Filipenses 2:25 sentido
esse que podemos deixar de lado aqui. Era usada acima de tudo para
os doze, que por todo o Novo Testamento ocuparam uma posição
especial e preeminente (1 Co 15:5; Ap 21:14). Mas lemos a respeito
de outros como apóstolos, não apenas o próprio Paulo e Barnabé (At
14:14), mas também Tiago, o irmão do Senhor (G1 1:19), Silas (1 Ts
2:7), e Júnias e Andrônico que são mencionados apenas em Romanos
16:7. De fato, parece terem existido alguns que podem ser
verdadeiramente chamados de apóstolos (1 Co 15:7), mas que não
conhecemos nem de nome. De acordo com as palavras de Paulo em 1
Coríntios 9:1 parece que uma das qualidades para o apostolado era a
de ter visto o Senhor JESUS ressurreto, e de ter sido enviado por
Ele, e, dessa forma, ter assumido pessoalmente o compromisso como
membro considerado fundador (Ef 2:20), consagrado ao trabalho de
edificação da Igreja.
Se a qualificação para ser apóstolo era a de
ter visto o Senhor ressurreto e de ter sido enviado por Ele, a prova
de ser apóstolo eram seus labores no poder de CRISTO, inclusive “por
sinais, prodígios e poderes miraculosos” (2 Co 12:12).
Os profetas (veja
comentário sobre 2:20 e 3:5) estavam intimamente associados a eles
na obra da edificação da Igreja a partir de seus fundamentos e eram,
portanto, essenciais como dons de CRISTO à Igreja. É difícil, para
nós, ver de uma forma isolada o ministério dos profetas, mas eles se
destacam claramente no Novo Testamento como homens de fala
inspirada, cujo ministério da palavra foi da máxima importância para
a jovem Igreja. As vezes podiam prever o futuro, como em Atos 11:28
e 21:9,11, mas tal como os profetas do Antigo Testamento, sua
grande obra era proclamar a palavra de DEUS. Isto podia acontecer
quando mostravam os pecados dos homens com poder convencedor (1 Co
14:24), ou quando fortaleciam a Igreja pela palavra de exortação.
Esta segunda ideia está claramente ilustrada em Atos 15:32, onde se
diz que “Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os
irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram”.
Em escritos do segundo século lemos
acerca de profetas. Os escritos
apostólicos começavam a ser lidos largamente e aceitos como
autorizados. Ao mesmo tempo, o ministério local assumiu cada vez
mais importância,
maior que a dos
ministros itinerantes, e a isto, acrescentou-se o problema de que
surgiram muitos falsos mestres e “profetas” por conta própria que
iam de lugar em lugar, como vendedores ambulantes, cada um a
oferecer sua mercadoria.
A seguir, vêm os
evangelistas. Apenas duas outras referências no Novo Testamento aos
evangelistas podem nos guiar às suas funções e trabalho. Em Atos
21:8 Filipe, cujas quatro filhas eram profetisas, é chamado de
evangelista, e em 2 Tm 4:5 Paulo chama Timóteo para fazer “o
trabalho de um evangelista”. Podemos presumir que o trabalho deles
era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e
parece ser justo chamá-los de “a milícia missionária da Igreja”
(Barclay).
Juntos então,
aparecem os pastores e mestres (palavras ligadas pelo mesmo artigo
em grego). É possível que esta frase descreva os ministros da igreja
local, enquanto as três primeiras categorias são consideradas como
pertencentes à Igreja universal. Mais provavelmente, o pensamento
dominante é ainda de funções e dons espirituais. Apóstolos e
evangelistas têm a tarefa específica de plantar a Igreja em cada
lugar, profetas a de trazer uma palavra específica de DEUS para uma
dada situação. Os pastores e mestres são dotados para assumirem a
responsabilidade pela edificação da Igreja dia a dia. Não há uma
nítida linha divisória entre os dois. Os deveres do pastor são:
prover o rebanho de alimento espiritual e procurar protegê-lo de
perigos espirituais. Nosso Senhor utilizou esta palavra em João
10:11,14 para descrever Sua própria obra, sendo sempre Ele mesmo, o
sumo Pastor (Hb 13:20; 1 Pe 2:25; 5:4), sob Quem os homens são
chamados a pastorear “o rebanho de DEUS” (1 Pe 5:2; Jo 21:15; At
20:28). Cada pastor deve ser “apto para ensinar” (1 Tm 3,2; Tt 1:9),
embora seja evidente que alguns possuem preeminentemente o dom de
ensino, e pode-se dizer que formam uma divisão particular do
ministério dentro da Igreja e que são um dom especial de CRISTO a
Seu povo (At 13:1; Rm 12:7, 1 Co 12:28).
Ef 4.12. Agora são
usadas neste versículo três frases para descrever o propósito dos
dons espirituais que acabam de ser mencionados. A diferença de
preposições em grego indica que elas não podem estar separadas, pois
a segunda frase é dependente da primeira, e a terceira é dependente
das duas que a precedem. Em primeiro lugar portanto, o ministério
da Igreja lhe é entregue com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. A
palavra usada (katartismos) não se encontra em qualquer outro lugar
do Novo Testamento, embora o verbo correspondente seja usado no
sentido de consertar alguma coisa (Mt 4:21); de DEUS ter formado no
princípio o
universo de acordo com o modelo e ordem pretendidos (Hb 11:3); e de
restaurar a saúde espiritual de alguém que sofreu queda (G1 6:1).
Todavia, a palavra pode ter o sentido de “aperfeiçoar” o que está
deficiente, na fé dos cristãos (1 Ts 3:10; Hb 13:21; 1 Pe 5:10) e
podemos dizer com Robinson que a palavra dá a ideia de “levar os
santos a tornarem-se aptos para o desempenho de suas funções no
Corpo, sem deixar implícita uma restauração de um estado
desordenado”. Alcançar tal condição não é um fim em si mesmo, mas
tem um propósito que é de habilitá-los para o desempenho do seu
serviço. Tão claramente quanto no versículo 7, isto deixa implícito
que cada cristão tem um serviço a desempenhar, uma tarefa e função
espirituais no corpo. A palavra empregada aqui (diakonia; ou o verbo
correspondente) diz respeito ao serviço feito pelos servos da casa
(Lc 10:40; 17:8; 22:26s; At 6:2), refere-se, portanto, não só ao
trabalho específico daqueles que vieram a ser conhecidos como
“diáconos”, mas é usada também num sentido mais geral da palavra que
se refere a todo “serviço” da igreja (3:7).
O que é feito para
os santos, e pelos santos, é para a edificação do corpo de CRISTO. A
palavra oikodome foi utilizada em 2:21, mas tem aqui um sentido mais
amplo. A Igreja vai sendo construída e aumentada e seus membros são
edificados, à medida que cada membro usa seus dons individuais
segundo o que o Senhor da Igreja ordena, e, desta forma, cada crente
desempenha um serviço espiritual para com seus companheiros no Corpo
e para com a Cabeça. Não há necessariamente confusão de metáforas
quanto ao sentido dado a oikodomê com o corpo, mas o apóstolo acha
que a metáfora do corpo é mais adequada do que qualquer outra por
causa do que deseja falar logo adiante a respeito do crescimento e
unidade da Igreja.
Ef 4.13. Todas as
três frases no versículo 12 descrevem o processo que ocorre na vida
da Igreja. Mas o apóstolo jamais poderia pensar em um processo sem
fixar os olhos no alvo. O verbo empregado no princípio do versículo
(katantaõ) é usado nove vezes em Atos com referência aos viajantes
que chegam a seu destino. (At 26:7 e Fp 3:11 para uso semelhante ao
daqui). E o ponto de chegada da jornada da Igreja é descrito de três
modos. O primeiro é a unidade da fé. Quando a fé é corretamente participada, pessoas com
diferentes origens de erro e ignorância chegam a uma compreensão
crescente da única “esperança”, a uma dependência também crescente
do único “Senhor”, e, assim sendo, a uma apreciação progressiva do
único “corpo”. O alvo, portanto, deve ser a unidade na fé.
Segundo, embora já
se tenha dito o suficiente para tornar isto evidente, enfatiza-se
que fé não é apenas aceitar-se uma coleção de dogmas, e
obter-se assim a unidade. É algo mais profundo e mais pessoal. É a
unidade no pleno conhecimento do Filho de DEUS (1:17). Jamais conheceremos uma pessoa apenas com a mente; e o
conhecimento de uma tal Pessoa deve envolver a mais profunda
comunhão. Pois esta Pessoa é o Filho de DEUS, e esta é uma das raras
vezes, em todas as epístolas paulinas, que este título aparece (Rm
1:4; G1 2:20; 1 Ts 1:10). Quando Paulo fala da relação do Senhor com
Sua Igreja e com o propósito do Pai, em geral usa o título “CRISTO”,
mas “quando O descreve como o objeto daquela fé e conhecimento em
que nossa unidade será finalmente compreendida” (Robinson), fala
dEle em Sua posição única como o Filho de DEUS.
Mas esse
conhecimento, que é comunhão com o Filho de DEUS, envolve a
experiência plena de vida “em CRISTO”, e, portanto, de
desenvolvimento até a perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de CRISTO. Todas as diferentes expressões aqui falam de
maturidade. A palavra traduzida por perfeita (teleios) possui a
conotação de desenvolvimento pleno em 1 Coríntios 2:6; 14:20 e
Hebreus 5:14. Varonilidade significa aqui o estado de ser adulto,
como em 1 Coríntios 13:11, onde a palavra também é contrastada com
nêpios, que é usada no próximo versículo aqui para designar
crianças. O singular, além do mais, expressa novamente o pensamento
de que maturidade envolve unidade; os “muitos” devem se tornar um
“novo homem” (2:15). Então a palavra usada para estatura, que pode
ter o sentido de idade (Jo 9:21, 23) ou de estatura física (Lc
19:3), fala figuradamente de maturidade, cujo padrão é nada menos
que a plenitude de CRISTO. Tal como em 1:23, alguns interpretam esta
expressão como “a medida do CRISTO perfeito”, perfeição esta que Ele
atinge ao preencher-se de Sua Igreja. Outros entendem a expressão
como aquilo que CRISTO preenche. Parece-nos que a melhor
interpretação é a mesma que de 1:23, isto é, como posse completa dos
dons e graça de CRISTO, os quais Ele procura dar aos homens. Ele
mesmo possui a própria plenitude de DEUS (Cl 1:19; 2:9); Ele quer
que o cristão seja preenchido de tudo o que Ele possa comunicar. É
irrelevante que este alvo possa ou não ser alcançado nesta vida. O
importante é que o cristão deve marchar firme para frente levado por
esta alta ambição.
Ef 4.16. É somente
de CRISTO, como Cabeça, que o corpo recebe toda sua capacidade para
crescer e para desenvolver sua atividade, recebendo assim uma
direção única para funcionar como entidade coordenada. O corpo depende para seu crescimento e
atividade: da direção do Senhor, de Sua provisão para tudo o que
necessita (compare versículos 11, 12), e também do bom
relacionamento entre os membros.
A
“energização” de DEUS no corpo todo torna possível este
funcionamento de cada parte, em sua medida e de acordo com sua
necessidade. Então menciona-se mais uma vez o propósito do
crescimento, e está claro que cada membro não procura o seu próprio
crescimento, mas o do corpo como um todo: não sua própria
edificação, mas a edificação do todo. Basicamente, a edificação não
é o aumento numérico da Igreja, mas o crescimento espiritual. E este
crescimento é acima de tudo em amor. Esta pequena frase aparece
novamente (1:4; 3:17; 4:2; 5:2), pois o amor determina que cada
membro procurará a edificação de todos. Então, sem dúvida, se houver
a comunhão da convivência em amor e a demonstração da verdade em
amor, o aumento numérico virá como consequência natural.
Francis Foulkes.
Efésios. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
98-104.
A Classificação dos
Dons (4.11)
Os cinco ministérios são concedidos pelo ESPÍRITO e dados
por CRISTO à sua igreja.
O Propósito dos Dons
(4.12-16)
Falando
principalmente da vida interior da comunidade cristã, Paulo descreve
o propósito para o qual CRISTO deu à igreja estes ministérios. Pelo
menos quatro dimensões do propósito divino são distinguíveis.
a) Estes ministérios
são dados para edificar ou construir o corpo de CRISTO (12).
b) Estes dons
ministeriais são dados para promover maturidade. 1) à unidade da fé; 2) a varão perfeito;
3) à medida da estatura completa de CRISTO.
Precisamos
também destacar que não há crescimento na igreja separadamente de
nosso crescimento individual como crente. É cada um de nós
individualmente que tem de se dirigir com empenho à estatura
completa de CRISTO.
sugere o tema “O
Alvo Ultimo do Cristão”.
1) O meio para esse fim. Ensinar e pregar a
Palavra de DEUS, 11,12;
2) O compêndio do ideal, 4-7,15. A fé
incorporada e o corpo incorporado, 16;
3) A proximidade da meta num
caráter estável,
4) CRISTO no trono do coração.
5)
A igreja unida (G.
B. Williamson).
Willard H. Taylor.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag.
160-163.
Ef 4.11 O mesmo que
levou cativos os poderes também concedeu dons à sua igreja: “os
apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e mestres”.
Diferentemente do v. 7, onde se falava da distribuição de dons
individuais para todos os membros da igreja, Paulo aqui designa
determinadas pessoas como dom de CRISTO. Em vista da proximidade do
presente trecho com Ef 1.20-23 é preciso chamar atenção para o fato
de que em Ef 1.22 o CRISTO exaltado foi “concedido” como cabeça
sobre a igreja toda. Logo CRISTO é a “dádiva principal” para sua
igreja, no seio da qual ele próprio “concede” determinadas pessoas.
Não se deve esquecer
que também na primeira carta aos Coríntios os dons ministeriais são
mencionados - 1Co 12.28 “primeiramente a apóstolos, em segundo
lugar a profetas, e em terceiro lugar, a mestres”. A combinação de
“profetas e mestres” ocorre em At 13.1. Em 1Tm 2.7 (também em 2Tm
1.11) Paulo relaciona consigo mesmo o serviço de “pregador” (cf.
“evangelista”), apóstolo e mestre (dos gentios). É digno de nota que
também esse trecho está visivelmente próximo de Ef 4.4ss: a
confissão do único DEUS e do único Mediador entre DEUS e os humanos,
que se “deu” como pagamento de resgate, é seguida pela transição
para a investidura de Paulo como “arauto” desse evento de salvação.
Segundo esse
pensamento CRISTO presenteou sua igreja com dons, i. é, com pessoas
incumbidas e capacitadas que possuem uma relevância fundamental para
a construção e o crescimento da igreja.
Ef 4.12 A finalidade
para a qual CRISTO concedeu os “dons” é indicada por meio de três
segmentos da frase. As diversas pessoas
incumbidas foram dadas “para o preparo (grego: pros) dos santos para
(grego: eis) a obra do serviço, para (grego: eis) a edificação do
corpo de CRISTO”. Portanto, o sentido seria este: os “detentores de
cargos” têm a tarefa de preparar os crentes a fim de que eles por
seu turno possam assumir serviços. O corpo de CRISTO é edificado por
meio de ambas as atividades.
Ef 4.13 A
edificação, o crescimento do corpo de CRISTO, estão direcionados
para um alvo que é indicado neste versículo. A expressão “chegar”
pode significar literalmente alcançar um lugar (diversas vezes em
At: p. ex., At 16.1; 18.19; etc.), mas também pode ser usada em
sentido figurado (o fim dos tempos chegou: 1Co 10.11). Assim como
aqui, em Fp 3.11 ela implica a atenta orientação rumo ao alvo
visado, quando Paulo afirma de si: “para alcançar a ressurreição
dentre os mortos”.
A unidade da fé está
estreitamente ligada à “unidade do conhecimento”, que por sua vez se
concentra no “Filho de DEUS”. Em Ef 1.17-19 Paulo já suplicara pelo
ESPÍRITO da sabedoria, para que os leitores reconheçam a esperança e
a força resultante da ressurreição de CRISTO. De maneira semelhante
Cl 2.2 interliga o esforço para que “os corações sejam unidos em
amor” e o “conhecimento do mistério de DEUS: CRISTO”. Por isso uma
fé aumentada e um conhecimento aprofundado do Filho de DEUS
caracterizam o crescimento da unidade eclesial.
Partindo da unidade
de DEUS e de seu agir no corpo de CRISTO, o olhar se estende para a
multiplicidade dos dons distribuídos aos crentes. Na sequência,
Paulo destaca as tarefas específicas dos apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres no preparo dos santos, para que a
igreja de CRISTO possa alcançar a idade adulta e resistir a
doutrinas ardilosas e enganosas. Por fim o apóstolo enfoca novamente
a cooperação de todos na edificação do corpo. A característica
marcante de toda a incumbência é que a edificação acontece “no amor”
(v. 13). Isso sucede quando o conhecimento do amor de CRISTO (Ef
3.19) cresce mais e mais e por isso também se fala a verdade em amor
(Ef 4.15).
Eberhard Hahn.
Comentário Esperança
Cartas aos
Efésios.
Editora Evangélica Esperança.
4. A ter cuidado
com os inimigos.
Sl 106.34 Não
exterminaram os povos. Tendo entrado na Terra Prometida, os hebreus
não foram capazes de exterminar os cananeus nativos, conforme as
referências dadas anteriormente o demonstram. Apareceram muitos
bolsões de resistência, e em cada um houve uma má influência
qualquer que fez com que Israel pecasse, especialmente imiscuindo-se
na idolatria. Somente nos tempos de Davi a maioria dos inimigos de Israel foram
finalmente aniquilados ou confinados. (Ver em II Sam. 10.19 como
Davi derrotou oito nações inimigas.) Tendo derrotado esses povos,
Davi possibilitou a Salomão uma boa era de paz, a época áurea de
Israel. Mas isso levou vários séculos para ser realizado.
(Observação minha - Ev. Henrique - o ataque de Satanás passou a ser
mais sutil, derrubando Davi no adultério e Salomão na idolatria). O poeta
sentiu que a falta de fé de Israel impediu o processo da conquista.
Os israelitas contentaram-se com o que já tinham conseguido, pelo
que estavam sendo constantemente atacados pelos povos não dominados,
além de se deixarem corromper moral e espiritualmente. Eles deveriam
ter feito guerra santa contra aqueles povos, levando-os ao
aniquilamento total, incluindo homens e animais, e nem ao menos
ficando com os despojos. Quanto a isso, ver Deu. 7.1-5 e 20.10-18.
Sl 106.35 Antes se
mesclaram com as nações. Israel continuou a mesclar-se com os povos
em derredor, aprendendo más ideias e maus hábitos, especialmente a
idolatria e a variedade de pecados que sempre a acompanha. Essas
práticas eram imorais, incluindo prostituição sagrada e até
sacrifícios infantis (vss. 37-40), a mais terrível de todas as
práticas associadas à idolatria. Os
pagãos os engaiolaram como pássaros e os fizeram transformar- se em
um povo pagão. Ver Juí. 2.3; Êxo. 23.33; Deu. 7.16. Josué e outros
homens de DEUS avisaram acerca do que estava acontecendo (Jos.
23.12,13), mas os filhos de Israel não atentaram para essas
advertências. Os casamentos mistos promoviam a corrupção geral (Deu.
7.3.4).
Sl 106.36 Deram
culto a seus ídolos. A idolatria era o pior dos pecados de Israel,
multifacetado e mortífero para o espírito. A síndrome do
pecado-julgamento-restauração nunca deixou de rolar até que os
cativeiros assírio e babilônico puseram fim a esse ciclo. Ver Êxo.
23.33 e Juí. 8.27. A armadilha causou destruição, tal como uma ave é
apanhada pela rede e depois é morta, de maneira que o seu corpo pode
ser usado como alimento ou em algum outro propósito. Ver Exo. 10.7.
Quanto à adoção dos pactos canaanitas, ver Juí. 2.11,12; II Reis
16.3,4."... tal como uma ave ou fera em uma armadilha, eles foram
levados à tribulação e à angústia, das quais foram incapazes de
livrar-se” (John Gill, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 2397-2398.
Desobediência em
Canaã (106.34-39)
Nem mesmo a posse da
Terra Prometida encerrou a triste narrativa de desobediência e
incredulidade. Os israelitas não destruíram as tribos pagãs de Canaã
como haviam sido ordenados, mas, em vez disso, se misturaram com as
nações e aprenderam as suas obras (práticas, 35). A idolatria foi a
maldição e o laço (36) dos israelitas desde o Êxodo até o exílio.
Eles foram curados somente pelo rigoroso fogo do
cativeiro babilônico. Esse culto pagão chegou ao extremo do
sacrifício humano (37-38; cf. Dt 12.31; 18.9-10; 2 Cr 33.5-6; Ez
16.20-21; 20.31). A expressão: Sacrificaram [...] aos demônios (38)
e aos ídolos de Canaã (38) mostra que os “deuses” dos cananeus eram,
na verdade, demônios na ótica do salmista. “Tornaram-se impuros
pelos seus atos; prostituíram-se por suas ações” (39, NVI).
W. T.
Purkiser, M. A..
Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 3. pag. 276.
A narrativa termina
com um relato da conduta de Israel em Canaã, que foi do mesmo tipo
da conduta deles no deserto, e da conduta de DEUS com eles em que, o
tempo todo, estavam presentes justiça e misericórdia.
1. Eles provocavam
muito a DEUS. Os milagres e as misericórdias que os estabeleceram em
Canaã não causaram impressão mais profunda nem mais durável neles
que aqueles que os tiraram do Egito; pois no momento em que foram
estabelecidos em Canaã, eles corromperam-se e abandonaram a DEUS.
Observe:
(1) Os passos da
apostasia deles. [1] Eles pouparam as nações que DEUS determinara
que fossem destruídas (v. 34):
DEUS dissera-lhes para que, quando
conseguissem a terra boa, não sentissem zelo pelo habitantes ímpios
que o Senhor ordenara que eliminassem, fingindo sentir pena; mas
DEUS é tão misericordioso que o homem não precisa de forma alguma
ser mais compassivo que ele. [2] Quando eles os pouparam, prometeram
a si mesmos que, não obstante isso, não teriam nenhuma afinidade
perigosa com eles. Contudo, o caminho do pecado é um declive; as
omissões abrem caminho para as concessões; quando eles não
destruíram os povos, a notícia seguinte que temos é que eles se
misturaram com as
nações, aliaram-se a
elas e tiveram intimidade com elas de tal maneira que aprenderam as
suas obras (v. 35). O que é decaído corrompe mais depressa o que é
são do que é curado ou feito são por ele. [3] Quando eles se
misturaram com as nações e aprenderam algumas de suas obras que
pareciam diversões e passatempos inocentes, eles pensavam que,
todavia, não se juntariam a eles em sua adoração; mas, aos poucos,
eles aprenderam a fazer isso também: serviram os seus ídolos da
mesma maneira e com os mesmos rituais que as nações os serviam; e
elas vieram a ser-lhes um laço. Esse pecado inspirou muitos outros
mais e trouxe julgamento de DEUS sobre eles, em relação ao qual eles
não podiam fazer nada além de ser sensíveis ao julgamento e, ainda
assim, não sabiam como se recuperar. [4] Quando eles se juntaram às
nações em alguns de seus cultos idólatras, que eles achavam que
tinham pouquíssimo dano em si, pensaram pouco no fato de que sempre
seriam culpados da idolatria bárbara e desumana de sacrificar
crianças vivas a deuses mortos; mas, por fim, eles chegaram a isso
(w. 37,38), no que Satanás triunfou sobre seus adoradores e
regalou-se no sangue e no homicídio: sacrificaram seus filhos e suas
filhas, partes deles mesmos, aos demônios e acrescentaram homicídio,
a morte menos natural, a sua idolatria; não se pode pensar nisso sem
sentir horror. Eles derramaram sangue inocente, o mais inocente,
pois era sangue de crianças, não, era o sangue de seus filhos e de
suas filhas. Veja o poder do espírito que opera nos filhos da
desobediência e perceba a malícia dele. O início da idolatria e da
superstição, como o do conflito, é como deixar a água correr, e não
há vilania que os que se aventuram nisso possam ter certeza de que
pararam antes de a cometer, pois justamente DEUS os entregou a um
sentimento perverso (Em 1.28).
HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão.
Editora CPAD. pag. 586-587.
Sl 106.31-33 — Águas
da contenda refere-se a Meribá (SI 95.8; Nm 20.1-13). Aqui, o pecado
atribuído a Moisés é o de haver falado imprudentemente.
Em Números 20.12,
DEUS identifica o pecado de Moisés exatamente como o de O haver
desonrado perante o povo por não confiar nele. Ao não seguir a ordem
do Senhor para falar à rocha, Moisés serviu de exemplo, ante toda a
comunidade ali presente, de desobediência e desrespeito às Suas
ordens, desmoralizando-o.
Sl 106.34-39 — O
juízo de DEUS sobre Israel em Canaã foi resultado da má vontade dos
israelitas em destruir os povos pervertidos, pagãos. Se os cananeus
tivessem sido expulsos da terra, o povo de Israel jamais teria
sucumbido à idolatria que marcou sua existência por centenas de
anos. Os israelitas, pelo contrário, aprenderam a reverenciar os
ídolos cananeus; participaram dos piores ritos da religião deles e
se corromperam perante DEUS, o Redentor.
EarI D.
Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House.
O Novo Comentário
Bíblico
Antigo
Testamento
com
recursos adicionais.
Editora
Central Gospel. pag. 107.
ELABORADO: Pb Alessandro Silva.
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
GARNER, Paulo. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA
CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. Douglas
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD.
Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.
Teologia do Antigo Testamento - Walter C. Kaiser Jr. - Vida Nova
James, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.
ÊXDO Introdução e Comentário - Por R. Alan Cole, Ph. D. Menzies College, da Universidade Macquarie - Sociedade Religiosa Vida Nova - Associação Religiosa Editora Mundo Cristão
C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236-237.
Flávio Josefo. HISTÓRIA dos HEBREUS De Abraão à queda de Jerusalém. Editora CPAD.
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 7-8.
DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.
Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.
MERRILL. Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 50-52, 54-56.
http://estudaalicaoebd.blogspot.com.br/
http://www.gospelbook.net
www.ebdweb.com.br
http://www.escoladominical.net
http://www.portalebd.org.br/