Escrita Lição 4, Betel, Amós, É tempo de buscar ao Senhor de todo o Coração, 3Tr23, Pr Henrique, EBD NA TV

Escrita Lição 4, Betel, Amós, É tempo de buscar ao Senhor de todo o Coração

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva
3° Trimestre de 2023, EBD BETEL




 Vídeo https://youtu.be/KckA6nSz8nc

Escrita https://ebdnatv.blogspot.com/2023/07/escrita-licao-4-betel-amos-e-tempo-de.html

Slides https://ebdnatv.blogspot.com/2023/07/licao-4-betel-amos-e-tempo-de-buscar-ao.html

PowerPoint https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-4-betel-ams-tempo-de-buscar-ao-senhorpptx

 

 

TEXTO ÁUREO

“Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.” Amós 5.4

 

 

VERDADE APLICADA

Como discípulos de Cristo somos chamados a um viver coerente com a fé e os valores bíblicos.

 

 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar o cenário da mensagem do profeta Amós.
Destacar a essência da mensagem do profeta Amós.
Identificar Lições do livro de Amós para os dias de hoje

 

 

TEXTOS DE REFERÊNCIA - AMÓS 7.7-9; 14,15

7- Mostrou-me também assim: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na sua mão.
8- E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
9- Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
14- E respondeu Amós, e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de sicômoros.
15- Mas o Senhor me tirou de após o gado, e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo Israel.

 

 

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA – 2Cr 7.14 Um chamado ao arrependimento.
TERÇA – SI 7.17 Louvar ao Senhor segundo a sua justiça.
QUARTA – SI 9.8 O Senhor julgará o mundo com justiça
QUINTA – SI 15.1-2 O verdadeiro cidadão dos céus.
SEXTA – SI 51.1-4 Davi confessa o seu pecado e súplica perdão.
SÁBADO – Jo 1.9 Cristo é fiel e justo para nos perdoar

 


Hinos Sugeridos: 196, 290,326

 

 

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA AMÓS

1.1. Sobre o profeta Amós 

1.2. A rejeição sofrida por Amós

1.3. A resposta do profeta Amós 

2- A ESSÊNCIA DA MENSAGEM

2.1. A justiça de Deus 

2.2. Deus exige retidão e justiça do Seu povo

2.3. A necessidade do verdadeiro arrependimento

3- AMÓS PARA HOJE

3.1. Privilégios e responsabilidades

3.2. A inutilidade do formalismo religioso 

3.3. Uma mensagem de esperança

 

 

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SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO

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Lição 4, Amós: Adoração com Justiça, 3° Trimestre De 2021, Jovens

OBJETIVOS

EXPOR os principais conteúdos apresentados na profecia de Amós:
COMPREENDER quem foi o profeta Amos, sua origem. trabalho e estilo profético,
DEFENDER que a prática da justiça e um elemento insubstituível para a verdadeira adoração

TEXTO DO DIA

“Vos que dilatais o dia mau e vos chegais ao lugar de violência que cantais ao som do alaúde e inventais para vós instrumentos músicos, como Davi.” (Am 6.3.5.)

SÍNTESE

A profecia de Amós nos ensina que justiça e retidão são elementos fundamentais para a adoração.

 

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA – Am 2.6,7 A injustiça social é um pecado grave contra Deus
TERÇA – Am 5.14,15 Fazer o bem é uma expressão de adoração ao Senhor
QUARTA – Mt 5.20 O cristão é identificado pela prática da justiça
QUINTA – Tg 1.27 Ajudar a quem precisa é parte da adoração
SEXTA – Is 1.13-15 O culto pode se tornar uma abominação ao Senhor
SÁBADO– Jo 4.23.24 Deus procura verdadeiros adoradores

 

INTERAÇÃO

Professor(a) na lição deste domingo estudaremos o livro de Amos Veremos que o profeta, pastor e cultivador de figas (11) foi enviado ao seu povo com uma palavra contundente contra a idolatria que havia se tornado uma ‘praga no meio do povo de Deus. Ele também fez graves denúncias contra as injustiças sociais. O livro de Amós nos mostra que a prosperidade de Israel foi à causa da corrupção da nação Infelizmente, algumas pessoas ainda hoje depois de prosperarem se esquecem do Senhor e das ordenanças da sua Palavra.

As prédicas de Amós foram precisas e alcançaram o âmago da nação israelita. Contudo, ele não apenas assinalou o pecado, mas advertiu o povo a buscar o arrependimento, pois Deus é bom e misericordioso, ‘e se arrepende do mal” (Jl 213).

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a) sugerimos que para a aula de hoje você divida a classe em grupos. Peça que os grupos façam um resumo com 4 temas principais abordados pelo profeta Amós. Depois, solicite que apresentem à turma formando um único grupo. Em seguida escreva no quadro o conteúdo abaixo e discuta com os alunos algumas características especiais do livro de Amós.

 

 

É um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus

Ilustra vividamente quando abominável é para Deus a religião quando divorciada de uma conduta reta

É uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (7.10-17)

Seu estilo audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a Deus em usar pessoas que lhe são tementes ainda que desprovidas de credenciais formais para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo

 

 

TEXTO BÍBLICO - Amós 5.21-23

21 Aborreço desprezo as vossas festas e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer.

22 E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.

23 Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.

 

INTRODUÇÃO

O livro de Amós é surpreendentemente atual. Sua profecia condena a idolatria e denuncia as injustiças sociais que às vezes são normatizadas pelo “status quo de um determinado grupo social. O mais triste é saber que o sistema religioso, assim como os demais (político, jurídico e social) podem se mancomunar junto à corrupção. Amós não pensou duas vezes em tocar a dedo na ferida de Israel e desafiá-los ao arrependimento, caso contrário, a nação receberia o juízo de Deus.

Ele profetizou aproximadamente três décadas antes da destruição de Israel pelas tropas da Assíria. Ainda hoje. a voz do profeta continua a ecoar alteando a bandeira da justiça no estandarte da adoração cristã. O livro de Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e nos ensina que a adoração não pode desassociar-se da retidão e dos princípios bíblicos e justos” revelados na Palavra de Deus.

 

1- O PROFETA AMÓS

1. Sua vida. O nome Amós significa ‘carregador de fardos’. Em . alusão ao seu nome, podemos dizer que sua fala era pesada e a sua palavra, uma carga do Senhor. Por causa de sua origem humilde o profeta não apresenta seu sobrenome, indicando que sua família não era conhecida (Am 11). Ele provinha de uma classe trabalhadora portanto estava acostumado a “carregar fardos” Deus chamou um homem calejado para uma dura tarefa. Amós permaneceu m soluto em cumprir sua missão.

Foi duro nas denúncias e exortações porque sabia que se o povo não ouvisse suas palavras o peso do juízo divino derramado sobre Israel seria ainda maior. Ele era natural de Tecoa (Am 1.1). Essa cidade ficava a uns 20 km ao sul de Jerusalém junto ao deserto da Judeia. Essa região ficava próxima à estrada que ligava Jerusalém a Hebrom e Berseba. Foi nessa região que João Batista se levantou como profeta. Amos foi um profeta sulista que atuou como missionário no Reino do Norte (Israel). A certeza do chamado divino revestiu o profeta da coragem para denunciar.

 

2. Um homem simples. Amós fala a partir de sua realidade, por isso se apresenta como um legitimo representante de uma classe explorada, que não tinha voz nem vez. Ele era pastor boleiro e cultivador de sicômoros (Am 11: 7:14). Possuía múltiplos empregos. Era um homem trabalhador que fez questão de identificar sua origem humilde (Am 7.54 15). Sabia que seu ministério era ratificado, não pela tradição por trás de um nome, mas pelo chamado divino: Tal como Davi, era pastor, entretanto, suplementava o seu trabalho cultivando sicômoros (figueiras bravas). Durante os meses de verão, os pastores mudavam o rebanho para lugares mais baixos e pegavam serviços paralelos como “boieiro” ou “cultivador de sicômoros para terem o direito de pastar com seus gados naquelas regiões.

Sicômoros era a fruta consumida pelos mais pobres. Os ricos se deliciavam com o figo comum. O pecado do orgulho combatido por ele, não fazia parte de sua vida Ele era um homem simples. João Crisóstomo ensinou que a humildade é a raiz a mãe a ama-de-leite, o alicerce o vínculo de todas as virtudes. O cristão deve expressar a humildade em sua vida, pois Deus se agrada dos simples (SI 24.4). Israel ensoberbou-se; por isto foi humilhado de modo contrastante, os humildes são honrados por Deus (Tg 4.10).

 

3. Um homem preparado. Como pastor, ele passava muito tempo sozinho, meditando e observando a natureza. As ilustrações utilizadas em suas profecias foram extraídas da vida diária, indicando a originalidade dos seus pensamentos, Era leigo no sentido que não havia recebido formação em um estabelecimento oficial, visto que não tinha estudado nas escolas de profetas. No entanto, não era um homem ignorante. Embora não tivesse passado por uma educação profética formal, cie demonstrou muito conhecimento.

Assim como Moisés e Davi, o tempo com o gado lhe proporcionou uma cultura mental destinada a reflexão Amos demonstrou um grande conheci- mento da lei de Moisés. Não devemos desprezar as pessoas que não tiveram a oportunidade de passar por um sistema de formação oficial pois aprendemos com Amos que todos podem ser usados por Deus, independente da classe social ou do currículo formativo Deus procura ‘corações piedosos’ e não somente ‘mentes brilhantes’, pois seu Espírito capacita aqueles que são chamados (Dn 2.21; Tg 1.5).

 

II – O CONTEXTO HISTÓRICO DE SUA PROFECIA

1. Período de paz. Amós desenvolveu o seu ministério na época em que Jeroboão II reinava em Israel, e Uzias, em Judá. Foi um período de grande prosperidade para ambos os reinos. De acordo com o Antigo Testamento ele foi contemporâneo de Oseias, Jonas Isaias e Miqueias O clima do governo entre Jeroboão II e Uzias era amistoso. As nações que poderiam perturbar Israel tinham sido dominadas. A luta contra a Síria terminou com a vitória de Israel. O rei tinha restabelecido os termos de Israel Rs 14.25). Os reinos do Norte e Sul expandiram seus territórios de tal modo que conseguiram recuperar quase todo o território do império davídico-salomónico.

Esse período ficou conhecido como a idade de ouro para ambos os reinos. A ideia de um juízo divino parecia não se adequar as circunstâncias daquela época. As ameaças assírias de Tiglate-Pileser III (745-727 aC.) se manifestariam apenas algum tempo depois. A paz experimentada pelos israelitas lhes trouxe uma sensação enganosas de segurança, por isto rejeitaram a mensagem de Amós. Que Deus nos livre das sensações enganosas da vida! Devemos guardar o nosso coração (Pv 4.23 Jr 17.9) entregando-o a autoridade de Cristo.

 

2. Período de prosperidade. A paz política e a expansão territorial conduziram Israel para um período de prosperidade material. As nações vizinhas eram tributarias do Norte. As riquezas a afluíam para Israel Os novos ricos perdiam a paciência com as restrições de trabalho impostas pelas lei do sábado. A vontade de acumular riquezas se tomou maior do que o anseio de obedecer a Lei do Senhor. A ganância tem sido uma fonte de tropeço para multos (1 Tm 6.9.10). Os pobres não eram tratados de forma justa (Dt 15.11; 24.15). A luxuria dos ricos era conseguir à custa da opressão e exploração (Am 2.6-8).

Os ricos controlavam tudo inclusive o judiciário. As decisões dos tribunais eram todas favoráveis aos ricos e extremamente opressivas aos pobres, Amós se levantou contra as injustiças sociais e combateu os sistemas desonestos que pervertiam o direito dos necessitados. Os homens de sua época estavam tão contumazes em acumular riquezas que se esqueciam de atentar para a necessidade de seus irmãos. Lembremo-nos de que o desprezo ao pobre e um grave pecado diante de Deus (Dt 24.15: Is 3.15)

 

3. Paganismo religioso. A força material de Israel contrastava com sua fraqueza moral. O sumo sacerdote Amacias, por exemplo, era de classe leiga e não provinha da descendência sacerdotal; tal questão era um grande ultraje a fé verdadeira em Israel. Quando Amós profetizou que Israel só achava fora do prumo por causa dos pecados de idolatria e materialismo introduzidos pela casa de Jeroboão (Am 77-9), Amazias demonstrou que era um ”sacerdote comprado” defendendo os interesses do rei ao tentar proibi-lo de continuar profetizando (Am 7.12.13).

As leis divinas estavam sendo burladas, a religião tinha se corrompido (Am 7.10-14), Jeroboão II incentivou a prática dos cultos a fertilidade por meio de um sistema de adoração ao bezerro de ouro (2 Rs 14.24-25). A adoração a Jeová permanecia concomitantemente ac paganismo (Os 2.13,16,17). Centros pagãos foram construídas nas principais cidades do Norte Gilgal Betel, Da Samaria (Am 4.4: 8.14). Alguém precisava combater estes pecados, o por este motivo, Deus levantou o corajoso Amós.

 

III – ADORAÇÃO COM JUSTIÇA

1. A mensagem do profeta. O livro de Amos pode ser dividido em duas partes principais. Na primeira seção situam-se os oráculos que vieram pela palavra (Am 1-6) aqui encontramos juízos entregues para oito nações Damasco, Gaza, Tiro Edom, Amom, Moabe Judá e Israel (Am 1-2). O profeta apresentou uma série de discursos de julgamento contra Israel (Am 3-6). As denúncias de Amós partem do geral para o específico. Primeiro falou as nações, depois foi específico em detalhar os pecados de Israel.

Na segunda seção do seu livro estão as visões (Am 7-9). Para fortalecer sua intimação, Amós apresentou uma série de símbolos do juízo vindouro (Am 7,8 e 9) e por fim. terminou sua mensagem apresentando a restauração futura de Israel (Am 9.11-15). Sua profecia confrontou, principalmente as instituições de Israel ao denunciar os pecados que destruíamos fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. Estamos preparados para pregar uma mensagem de confronto?

 

2. Responsabilidade social. Amós encontrou um mau governo em Israel, Oseias seu contemporâneo, fez denúncias semelhantes (Os 5.1;7.5-7). As instituições de Israel transformaram a justiça em alosna, uma erva daninha (Am 5.7). Elas perverteram o direito do próximo. Não aceitavam a repreensão. Aborreciam na porta aqueles que os repreendiam (Am 5.10). O portão de qualquer cidade era o lugar onde a justiça era administrada (Dt 22.15). Se um profeta ou juízos repreendessem, sofreria represálias. Por uma questão de conveniência, muitos se silenciaram (Am 5.13).

Os pobres eram pisados, extorquidos e explorados (Am 510) também eram rejeitados nos tribunais de justiça (Am 5.12). Seus direitos eram violados (Am 2.7;4.1; 5.11). Amós denunciou a prática do suborno (Am 8.4,6) e cumpriu o seu papel de responsabilidade social ao denunciar a injustiça. A ira de Deus. na pregação de Amós era a justiça divina reagindo contra as injustiças humanas.

 

3. Adoração com justiça. Conforme vimos, apesar dos múltiplos pecados e das injustiças sociais a adoração nos espaços supostamente “sagrados” continuava de forma natural. Os “ricos injustos’ gostavam de frequentar os santuários e exibirem seus sacrifícios sonegando a Deus a verdadeira adoração (Os 8.13; Am 5.22). O sacrifício desprovido de justiça representava uma transgressão ao Senhor. Os cultos foram embelezados.com a contratação de levitas Muitos músicos profissionais que não descendiam da linhagem de Levi foram contratados para tocar nestes templos. A música oferecida para as pessoas era excelente, enquanto a adoração sincera a Deus era precária (Am 5.23).

O espetáculo em volta do culto maquiava a superficialidade da adoração. Amós declarou que a adoração era como “estrepito: um “barulho ensurdecedor” diante dos ouvidos do Senhor (Am 5.23); Deus não estava aceitando aquela adoração sincrética, espetaculosa teatral e desprovida de justiça. Os cânticos cultuais perdem o valor quando não há arrependimento sincero (Am 8.3). A adoração cristã não é apenas um item da liturgia, mas uma prática de vida uma resposta obediente a Palavra de Deus (Sl 51.17; 119.10; 1 Jo 2.24). Mais do que adorar a Deus somente com as lábios, adoramos ao Senhor com nossas vidas.

 

SUBSÍDIO

“O cenário religioso e social de Israel era de total descaso para com as coisas de Deus. Os sacerdotes se aproveitavam de suas funções para tratar de seus próprios interesses e se tornarem ricos. Quem tinha dinheiro podia comprar sentenças judiciais e juízes corruptos usurpando o direito dos mais necessitados: Pai e filho dormiam com uma mesma prostituta. E todas tinham a certeza de que, se seguissem os rituais  descritos na Lei de Moises, não precisariam se preocupar com as vidas pessoais.

A situação em tão séria que Deus deu a Amós uma visão em que apareceu um prumo, um instrumento com o qual uma parede era medida para que se verificasse se estava reta ou não. Como prumo, um hábil o construtor poderia ver se a parede poderia ser aproveitada em uma reforma ou se deveria ser demolida para que outra fosse colocada em seu lugar. E o prumo de Jeová mostrou que a parede Israel estava torta.

Essa falta de retidão não era demonstrada apenas na forma como cultuavam, mas principalmente na forma como os mais abastados tratavam os mais carentes, exigindo deles tributos e fazendo pouco caso do que a lei ordenava a ajuda aos pobres (COELHO, Alexandre: DANIEL Silas Rio de Janeiro: CPAD 2012 p. 33).

 

 

CONCLUSÃO

A justiça social pregada por Amos aponta para a obediência aos princípios da Palavra de Deus. Devemos lembrar de que os fundamentos da verdadeira religião são constituídos pela forma como tratamos o próximo. Adoração sem justiça é uma ofensa a Deus. Uma religião que diz honrar a Deus, mas despreza, explora ou oprime o semelhante e uma fraude. Amos nos ensina que a verdadeira adoração exige comunhão vertical, com Deus, e horizontal com o próximo

 

HORA DA REVISÃO

1. Qual o conteúdo da profecia de Amós? Sua profecia condena a idolatria e denuncia as injustiças sociais.

2. Quem era Amós? Amós era um pastor de Tecoa (Judá) que também trabalhava como boieiro e cultivador de sicômoros. Ele era um camponês, um legitimo representante das classes mais simples.

3. Na época de Amos qual era o estado político e religioso de Israel? Israel vivia um tempo de paz e de grande prosperidade material. A religião tinha só corrompido. A adoração a Jeová permanecia concomitantemente ao paganismo religioso e a idolatria.

4. Por qual motivo Jeroboão Il investiu nos cultos religiosos embelezando a liturgia e construindo novos espaços de adoração no Norte? Por razões políticas, o  objetivo principal era entreter os nortistas a fim de que eles não cultuassem ao Senhor em Jerusalém, assim a riqueza do Norte não afluiria para outra região política.

5. Por que Deus rejeitou a adoração praticada em Israel naquele período? Além do problema da idolatria, a adoração era teatral, desprovida de atitudes de justiça e amor para com o próximo. Rituais extemos não constituem a verdadeira adoração. A adoração que agrada a Deus é feita a partir de um coração justo.

 

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LIÇÃO 4, AMÓS, A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO

LIÇÕES BÍBLICAS - 4º Trimestre de 2012 - CPAD - Para jovens e adultos

Tema: Os Doze Profetas Menores - Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de CRISTO.

Comentários da revista da CPAD: Pr. Esequias Soares

Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto

Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

 

 

 

TEXTO ÁUREO

"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus" (Mt 5.20). 

 

 

VERDADE PRÁTICA 

Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a DEUS.  

 

 

LEITURA DIÁRIA 

Segunda - Pv 14.34 A justiça social exalta as nações

Terça - Pv 19.17 Quem ajuda o pobre empresta a DEUS

Quarta - Is 1.13-15 O sacrifício e o estado espiritual do adorador

Quinta - Rm 15.26,27 A espiritualidade do trabalho social 

Sexta - 2 Co 9.8,9 DEUS abençoa quem socorre os pobres

Sábado - Tg 1.27 Socorrer os necessitados é parte da adoração

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23

Amós 1.1 - 1 As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.

 2.6-8 - 6 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sapatos. 7 Suspirando pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres, eles pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome. 8 E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas e na casa de seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado.
5.21-23 - 21 Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer. 22 E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. 23 Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. 

 

 

Amós

O profeta Amós é distinto de Amós, pai do profeta Isaías (Is. 1:1: os dois nomes são de grafia diferente no hebraico). O livro fornece-nos bastante pormenores sobre sua vida. Natural de Tecoa, aldeia situada a uns 8 km ao sul de Belém, tirava o seu sustento do pastoreio de rebanhos e do cultivo de sicômoros, cujos frutos constituíam o alimento da gente pobre (Am. 1:1;7:14). Corriam os tempos dos longos e prósperos reinados de Ozias, em Judá (cf. 2 Rs 15:2.5) e de Jeroboão II, em Israel (783-743 a.C.), que davam à nação poder e riqueza de que há muito tempo não gozava. Daí que a própria religião auferia vantagens, pela abundância das vítimas imoladas nos altares e pela pompa dos ritos. Mas ficaram prejudicadas a moral e a piedade sincera, os costumes pioravam, e os israelitas, deslumbrados pela prosperidade, caminhavam alegres e inconscientes para a ruína. Crescia, para infelicidade deles, o poderio assírio. Nesta altura, o humilde pastor de Tecoa sente-se chamado a pregar o arrependimento aos desavisados, revelando aos culpados os castigos iminentes. E ei-lo a percorrer, vaticinando, as cidades de Israel. Enfrentou corajosamente a oposição dos sacerdotes de Betel, o principal santuário do reino (Am 7:10-17)

Acima dos méritos literários estão a elevação de pensamento, a doutrina moral e religiosa. O monoteísmo ético puro atinge o auge. O DEUS de Israel não é somente o único verdadeiro DEUS, criador e governador de todo o Universo, mas por sua santidade essencial é também o autor e guarda zeloso de uma lei moral, cuja observância ele exige de todos os povos, e pune o delito onde quer que sua onisciência o descubra. A escolha especial e gratuita do povo de Israel não é nenhum privilégio sob este aspecto (3:2, 9:7-10. Para lhe tributar as honras á que tem direito, é necessária antes de mais nada a santidade de costumes, sem a qual nada valem os atos dum culto cerimonioso e os sacrifícios de numerosas vítimas (5:21-24). Amós condena a moleza, o luxo, a ambição (6:4-6, 8:5-7), e também com mais energia e maior frequência, a injustiça e a crueldade para com o próximo, seja ele quem for, a opressão dos pobres.

 

A temática social está fortemente presente em todas as partes do Antigo Testamento: a Lei (Pentateuco), os Profetas e os Escritos. A base da ética social bíblica é o caráter de DEUS. DEUS se apresenta ao povo de Israel como um DEUS justo e misericordioso, que atenta para os sofredores (Jr 9.24; Sl 68.5-6; 103.6; 146.7-9). Acima de tudo, DEUS é gracioso e misericordioso para com Israel, amando-o, escolhendo-o, libertando-o do cativeiro, conduzindo-o pelo deserto, dando-lhe a terra prometida, suprindo todas as suas necessidades (Dt 4.37; 7.6-8; 8.4,7-10,15-16; Ex 20.2). E assim como DEUS tratou Israel, ele quer que os seus filhos tratem uns aos outros (Lv 19.9-10,33-34; Dt 10.17-19). Isso faz parte da aliança que DEUS firmou com Israel e da lei associada com essa aliança.


Israel é continuamente exortado a praticar a justiça e a misericórdia, como na conhecida passagem de Miquéias 6.8 (ver também Jr 22.3; Os 6.6). Outra motivação inculcada é o amor ao próximo (Lv 19.18). DEUS demonstra um interesse especial pelos elementos mais frágeis e vulneráveis da sociedade, tais como o órfão, a viúva, o pobre, o enfermo, o deficiente físico e o estrangeiro (Lv 19.10,13-15). A ética do Antigo Testamento está centrada na generosidade e na solidariedade. Toda a criação e seus recursos pertencem a DEUS e devem servir para o sustento de todos, não para que alguns tenham excesso e outros tenham falta do mínimo necessário para a sua subsistência. Os filhos de DEUS devem ser bons mordomos das dádivas de DEUS, utilizando-as sabiamente e repartindo-as com os outros.


A Lei contém diversos mecanismos pelos quais a solidariedade social deveria ser praticada em Israel. Alguns exemplos notáveis são a respiga, mediante a qual parte do produto da terra devia ser propositalmente deixada para os necessitados (Lv 23.22; Dt 24.21; Rt 2.7,15); o ano sabático, ano de descanso da terra a cada sete anos, quando tudo que crescesse espontaneamente estaria disponível a todos indistintamente (Lv 25.1-7,20-22); e o ano do jubileu, a cada cinquenta anos, no qual todas as propriedades retornavam aos seus donos originais e os escravos eram devolvidos a suas famílias (Lv 25.8-17,23-27). O argumento de DEUS na última passagem é “a terra é minha” e “vós sois para mim estrangeiros e peregrinos” (v. 23; ver também o v. 55).


A mensagem social mais enfática do Antigo Testamento está contida nos profetas do século oitavo antes de CRISTO (Isaías, Oséias, Amós e Miquéias). Essa mensagem adquiriu uma conotação “política” ao denunciarem energicamente os males sociais do seu tempo, como a opressão e a injustiça praticadas pelos poderosos contra os necessitados. Ninguém pode ler as passagens desses profetas e continuar afirmando que os cristãos nada têm a ver com os problemas sociais do seu país. Alguns textos significativos são os seguintes: Isaías 1.17,23; 3.14-15,18-23; 5.7-8; 58.5-10; Oséias 10.12; Amós 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Miquéias 2.1-2; 6.8. No entanto, a ênfase do Antigo Testamento como um todo é positiva e construtiva: não somente deixar de praticar o mal e denunciar a injustiça, mas fazer o bem ao próximo concretamente.

 

CRISTO e os apóstolos mantiveram implicitamente a mensagem social do Antigo Testamento. A ética de JESUS preserva e torna mais exigentes os requisitos da Lei, revelando a sua intenção mais profunda (Mt 5.17,20). A prática do bem deve estender-se também aos que não pertencem à família de DEUS (Mt 5.43-45; 6.1-4). Essas passagens mostram que as motivações dos discípulos de CRISTO devem ser a imitação de DEUS e a reverência para com ele. Outra motivação fundamental é o amor altruísta expresso no serviço desinteressado e até mesmo sacrificial, conforme exemplificado pelo próprio CRISTO (Mc 10.45; Jo 13.12-15).


CRISTO proferiu muitos ensinos sobre a prática da justiça e da misericórdia (Mt 5.6-7; 19.21; 23.23), especialmente através de suas parábolas (Mt 25.34-40). Acima de tudo, ele exerceu misericórdia, socorrendo continuamente os sofredores (Mt 4.23; 9.2,6,36; 12.9-13; 14.14,19; 15.30). À semelhança do Antigo Testamento, JESUS insistiu que meras palavras e atos externos de religiosidade não são suficientes na vida com DEUS (Mt 7.21-23), e sim os frutos, a prática da fé (vv. 16-20,24).


O Evangelho de Lucas dá uma ênfase especial aos sofredores, aos excluídos, aos membros mais frágeis da sociedade, como as mulheres, as crianças, os enfermos e outras categorias. Diversas parábolas e episódios do ministério de JESUS que revelam o seu interesse pelos marginalizados são exclusivos do terceiro evangelho (o filho da viúva de Naim: 7.11-15; a mulher com hemorragia: 8.43-48; o bom samaritano: 10.29-37; o filho pródigo: 15.11-24; os dez leprosos: 17.11-19). Outro tema importante para Lucas é pobreza e riqueza (1.52-53; 4.18-19; 6.20-21,24; 12.13-21; 14.12-14; 16.19-31).


Como era de se esperar, a temática social continua presente no outro livro atribuído a Lucas. Atos dos Apóstolos mostra como a vida da comunidade cristã original era caracterizada pelo compartilhamento dos bens de modo igualitário – o chamado comunismo cristão primitivo (2.42-47; 4.32-35). Ainda que esse não fosse um modelo para todos os tempos e lugares, apontava para a importância da solidariedade e generosidade entre os seguidores de CRISTO. O discurso de Pedro na casa de Cornélio destaca a prática da misericórdia no ministério de JESUS (10.38).


Muito cedo a igreja sentiu a necessidade de estruturar as suas atividades caritativas através da eleição de homens especialmente voltados para esse mister, aqueles que a tradição considera como os primeiros diáconos (6.1-6). A instituição do diaconato passou a ser um eloquente testemunho da preocupação da igreja com a assistência aos necessitados (Fp 1.1; 1 Tm 3.8-13). Esta última passagem suscita a interessante possibilidade de que também houvesse diaconisas na igreja primitiva (ver ainda Rm 16.1-2). Parece claro que pelo menos as viúvas de mais idade desempenhavam um importante papel nessa área (1 Tm 5.9-10).

O apóstolo Paulo, com toda a sua conhecida ênfase na evangelização, também demonstra nítida preocupação com a beneficência cristã. Um tema que ocupa bastante espaço em algumas de suas cartas foi a oferta levantada por ele junto às igrejas gentílicas para os crentes pobres de Jerusalém (1 Co 16.1-4; 2 Co 8.1-9.15; Rm 15.25-28; At 24.17; Gl 2.10). A seção prática de suas epístolas contém muitos ensinos sobre o serviço cristão e exortações ao mesmo (Rm 12.8,13,17,20; 1 Co 11.22; 12.28; 16.15; Gl 6.2,9-10; Fp 4.10-19; 1 Ts 4.9-12; 2 Ts 3.6-15; 1 Tm 6.17-19; Tt 3.8). As epístolas gerais igualmente possuem diversos preceitos nessa área (Hb 13.1-3; 1 Pe 4.9-10; 1 Jo 3.17-18). A carta de Tiago, devido ao ser caráter prático e seu teor veterotestamentário, aborda a temática social de modo muito insistente (1.9-11,27; 2.1-7,15-17; 5.1-6).


Devido às circunstâncias difíceis em que viviam os primeiros cristãos, o Novo Testamento dá mais ênfase ao serviço cristão voltado para os irmãos na fé. Mas fica implícito que a prática de beneficência devia aplicar-se também aos de fora. A história da igreja mostra que foi exatamente isso que os cristãos fizeram, desde o princípio. (http://www.mackenzie.br/7150.html-Alderi Souza de Matos)

 

1.1 AMÓS. O profeta Amós morava em Judá - o Reino do Sul, mas sua mensagem foi dirigida a Israel - o Reino do Norte. Era um leigo piedoso que ganhava a vida como boieiro e cultivador de sicômoros (cf. 7.14). DEUS o chamou para entregar uma mensagem de juízo a Israel, e dar à nação uma advertência final. Seu ministério foi levado a efeito entre 760-750 a.C. Outros profetas que, provavelmente, ministraram neste período foram Jonas e Oséias.
 

2.6 TRANSGRESSÕES DE ISRAEL. Tendo dirigido sua atenção aos pecados dos vizinhos de Israel, Amós chega ao apogeu, e passa a enfocar as iniquidades e a consequente condenação de Israel. Ao invés de seguirem a palavra de DEUS, os israelitas maltratavam os pobres (vv. 6,7), viviam de forma imoral (v. 7) e corrompiam a adoração ao Senhor (vv. 7,8). Noutros trechos do livro, fica claro que eles se opunham ao ministério dos verdadeiros profetas (cf. 7.10-17).
 

5.21-27 DESPREZO AS VOSSAS FESTAS. DEUS odeia os freqüentes rituais eclesiásticos e o louvor dos que, embora professem ser crentes, buscam os prazeres do mundo.

(1) DEUS deseja a adoração e o louvor somente dos que procuram viver uma vida piedosa.

(2) A hipocrisia religiosa é abominação diante de DEUS, e trará condenação especial aos que a praticam (ver 1 Co 11.27)
 

JUSTIÇA

"Deixa estar por enquanto, porque assim nos convêm cumprir toda a justiça" (Mt 3.15)

Estudo produzido pelo prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo

(http://www.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/deixa-estar-por-enquanto-porque-assim-nos-convem-cumprir-toda-a-justica)

 

Preâmbulo

A intenção deste estudo é conhecer o significado de "justiça" no Bíblia. Pretendo começar pelo Novo Testamento (NT). As seis citações, abaixo mostradas, pertencem ao NT, e o conceito de "justiça" nelas mostrado, não parece adequar com a definição secular, conforme o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, publicado pela Editora Objetivo, Rio de Janeiro, 2001: "Justiça é o caráter, qualidade do que está em conformidade com o que é direito com o que é justo; princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado".

Evidentemente que o conceito secular de justiça também se encontra nos escritos do NT. Jesus e os seus discípulos estão sempre em confronto com o conceito secular de justiça e lei. Assim: Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles (Mt. 6.1)

Na reportagem sobre o julgamento de Jesus, no Sinédrio, Mateus não cita a palavra "justiça", talvez, porque o conceito que ele possuía não se assemelhava ao dos juízes a serviço do Império Romano (conforme Mt 26.57-68).

Eis alguns textos do NT que mostram um conceito diferente do secular:

Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça... (Mt 6.33)

Porque nele a justiça de Deus se revela de fé para a fé, conforme está escrito: 'o justo viverá da fé (Rm 1.17)

Por conseguinte, assim como pela falta de um só resultado a condenação para todos os homens; do mesmo modo, da obra de justiça de um só, resultou para todos os homens justificação que traz a vida. (Rm 5.18)

... como imperou o pecado na morte, assim também imperasse a graça por meio da justiça, para a vida eterna, através de Jesus Cristo... (Rm 5.21)

... segue a justiça, a fé, a caridade, a paz com aqueles que, de coração puro invocam o nome do Senhor. (2Tm 2.22)

 

Conclusão 1:

1. Através destes textos do NT, percebe-se que a palavra "justiça" está próxima de termos como:

Reino de Deus, fé, fidelidade, justificação que traz vida e vida eterna, amor e paz.

 

2. Os textos bíblicos mencionados não identificam a "justiça" com tribunal, lei, julgamento, condenação, prisão etc.

 

3. Diante desta constatação, surge uma questão: qual é a origem desse conceito que Jesus e todo o NT apresentam? Certamente no AT.

O conceito de "justiça" no Antigo Testamento (AT)

O primeiro conceito de "justiça" vem do mundo secular. O interesse na "justiça", na Bíblia, tem sua origem nas exigências pela justiça social e política, bem como pelos direitos humanos. A Bíblia, como um todo, não nega a importância dessas demandas, porém reinterpreta os objetivos da "justiça", para dar-lhe um novo significado.

Diante dessa tarefa de ressignificar o tradicional conceito de "justiça", faz-se necessário uma pergunta: "Qual é a base do AT para a reformulação do conceito de 'justiça'?"

 

Tentativa de resposta (em três itens):

A experiência de fé que o povo bíblico adquiriu na história. As normas e preceitos, contidos no Pentateuco (ou melhor, Torá que significa "instrução", "ensino divino"), são pautas para a formação e constituição de um povo.

Desde a origem, o povo bíblico experimentou o amor e a bondade de Deus, no seu dia a dia. A agressão, a violência, a opressão são termos desagradáveis na descrição da história bíblica. As leis substantivas e básicas que o Pentateuco/Torá contém estão baseadas na história da salvação: Eu sou Javé teu Deus que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão (Ex 20.2).

Assim, as normas que seguem têm que ser lidas e obedecidas em razão do Senhor ter salvo o povo hebreu da escravidão.

É interessante observar que o Pentateuco/Torá não contém somente leis. A maior parte dos cinco primeiros livros da Bíblia é constituída de narrativas. As narrativas, como a história de Moisés, embora sem a linguagem legal, constituem-se, na verdade, normas de conduta para o povo. Elas são formas pedagógicas para instruir o povo.

O povo bíblico foi formado e educado em torno dessa história da salvação. A celebração da Páscoa reforçou a memória dessa história. Nessa celebração, não havia lugar para ódio, mas salvação. Portanto, o povo foi educado em torno de experiências históricas que o levaram a mudar o seu modo de fazer justiça. O critério da justiça não mais era a lei escrita por seres humanos, mas o caráter do Deus que salva, perdoa e oferece oportunidade de uma nova vida.

O conceito de "justiça" no livro de Salmos

O livro de Salmos possui a maior ocorrência, de toda Bíblia, dos termos "justiça" e "direito". Em se tratando do hinário do Templo, usado nas celebrações comunitárias, é surpreendente esta constatação. O culto, no AT, estava intensamente preocupado com a justiça. Os salmos bíblicos mostram inúmeros exemplos de como o povo bíblico entendia a "justiça". É importante notar que as palavras "justiça" e "direito" estão sempre próximas dos termos "amor", "bondade", "fé/fidelidade", "paz" entre outras. Eis algumas demonstrações.

Disciplina, instrução - torah

O Senhor é bom e correto, e Ele ensina o caminho aos pecadores. Ele encaminha os pobres conforme a justiça, direito. (Sl 25.8-9).

Integridade - tom

Eis a história de Noé: Noé era um homem justo, íntegro...e andava com Deus (Gn 6.9)

Foi-te anunciado, ó homem, o que é bom, o que Senhor exige de ti: que pratiques o direito, amar a bondade e caminhar humildemente com o teu Deus. (Mq 6.8)

Paz, vida plena - xalom

Amor e verdade se encontram, Justiça e paz se abraçam da terra germinará a verdade e a justiça se inclinará do céu o próprio Senhor dará a felicidade e a nossa terra dará o seu fruto. A justiça caminhará à sua frente e com seus passos traçará um caminho. (Sl 85.11-14)

Bondade, misericórdia - hesed

O Senhor realiza atos justos fazendo justiça a todos os oprimidos... O Senhor é compaixão e graça, lento para a cólera e cheia de bondade. (Sl 103.6 e 8)

Compaixão - rahum

Difundirão a lembrança da tua bondade imensa e aclamarão a tua justiça. O Senhor é piedade e compaixão; lento para a cólera e cheio de amor; O Senhor é bom para todos, Compassivo com todas as suas obras. (Sl 145.7-9)

Fé, verdade - emet

Tens um braço poderoso, Tua mão é forte e tua direita elevada. Justiça e direito são a base do seu trono, amor e verdade precedem a tua face, Senhor. (Sl 89.14-15)

Fidelidade, lealdade - emunah

O justo viverá por sua fidelidade. (Hab 2.4). Não escondi tua justiça no fundo do meu coração, falei da tua fidelidade e de tua salvação; não ocultei o teu amor e a tua verdade à grande assembleia. (Sl 40.11)

 

Conclusão 2:

1. Há um ditado latino que espelha bem a justiça secular: "Dura é a lei, mas é a lei". Nota-se nesse ditado a inflexibilidade e dureza da lei e sua aplicação. A Bíblia não define assim sua justiça.

 

2. A tradução do termo hebraico torah por "lei" é indevida. O substantivo torah vem da raiz verbal yarah que quer dizer lançar, ensinar, instruir. O Salmo 19.7-9 lança mais luzes sobre o significado de Torá.

A Tora de Javé é perfeita, faz a vida voltar; o testemunho de Javé é firme, torna o sábio simples. Os preceitos de Javé são retos, alegram o coração; o mandamento de Javé é claro, ilumina os olhos. O temor de Javé é puro, estável para sempre; as decisões de Javé são verdadeiras e justas igualmente.

Nota-se que a Torá/lei do Senhor não é dura e inflexível. Pelo contrário, é tão perfeita que faz a vida voltar; é firme e torna o sábio simples, alegra o coração, ilumina os olhos. Por quê? A resposta está no critério do julgamento divino: amor, bondade etc.

 

3. Assim se desvenda o mistério nas palavras de Jesus para João Batista: Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça. (Mt 3.15). A missão básica de Jesus Cristo não foi estabelecer um tribunal para julgar e condenar as pessoas.

 

 

AMÓS - BEP - CPAD

Esboço
Introdução (1.1-2)
I. Oito Oráculos de Julgamentos às Nações (1.3—2.16)
A. Damasco (1.3-5)
B. Gaza (Filístia) (1.6-8)
C. Tiro (Fenícia) (1.9,10)
D. Edom (1.11,12)
E. Amom (1.13-15)
F. Moabe (2.1-3)
G. Judá (2.4,5)
H. Israel (2.6-16)
II. Três Mensagens Proféticas a Israel (3.1—6.14)
A. O Pecado de Israel Torna-o Réu do Juízo Vindouro (3.1-15)
B. A Corrupção de Israel Está em Todos os Níveis (4.1-13)
C. O Justo Castigo de Israel Será a Destruição e o Exílio (5.1—6.14)
1. O Cântico da Morte (5.1-3)
2. Israel Recusa-se a Buscar ao Senhor (5.4-17)
3. A Religião Pervertida de Israel (5.18-27)
4. Repreensão e Ais contra Israel (6.1-14)
III. Cinco Visões da Retribuição Vindoura pelo Pecado (7.1—9.10)
A. Visão dos Gafanhotos Devoradores (7.1-3)
B. Visão do Fogo Consumidor (7.4-6)
C. Visão do Prumo (7.7-9)
D. Parêntese Histórico: Amazias e Seu Castigo (7.10-17)
E. Visão de um Cesto de Frutos de Verão (8.1-14)
F. Visão do Senhor Julgando (9.1-10)
Epílogo: Restauração Futura de Israel (9.11-15)
 

Autor: Amós
Tema: Justiça, Retidão e Retribuição Divina pelo Pecado
Data: Cerca de 760-755 a.C.

Considerações Preliminares
O profeta Amós exerceu o seu ministério em Israel no século VIII a.C., e foi contemporâneo de Jonas e Oséias. Ele revela quatro fatos importantes a respeito de si mesmo em 1.1: (1) Era boieiro e cultivador de sicômoros em Tecoa, aldeia de Judá, situada a cerca de 20 km ao sul de Jerusalém (ver 7.14). (2) Ele “via” suas mensagens (i.e., tinha visões proféticas; cf. 7.1,4,7; 8.1,2; 9.1) a respeito de Israel, o Reino do Norte. Embora fosse leigo e não tivesse o status de profeta, nem por isso deixou de ser chamado por DEUS para profetizar à rebelde Israel (cf. 7.14,15). Seu nome significa “carregado” ou “carregador de fardos”. (3) O ministério de Amós, em Israel, foi desempenhado durante o reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em Samaria. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767 — 753 a.C. O mais provável é que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. (4) Ele profetizou durante os dois anos que antecederam o terremoto. A arqueologia apresenta diversas evidências que provam a ocorrência de um terremoto de grandes proporções, nesse período, em várias localidades de Israel, inclusive Samaria. Passados duzentos anos, Zacarias faria menção ao mesmo terremoto (Zc 14.5), fornecendo-nos mais um indício da enormidade da catástrofe. A referência ao cataclismo por Amós sugere que o profeta o considerava uma confirmação da sua mensagem e ministério proféticos em Israel (cf. 9.1). Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à expansão territorial, à paz política e à prosperidade nacional. Internamente, porém, estava podre. A idolatria encontrava-se em voga. A sociedade esbanjava-se à procura dos prazeres. A hipocrisia e a imoralidade grassavam. O sistema judiciário corrompia-se cada vez mais, e a opressão aos pobres tornara-se lugar-comum. Obedecendo à vocação do DEUS de Israel, Amós proclama corajosamente a sua mensagem centrada na justiça, retidão e retribuição divina. Mas o povo, infelizmente, não queria ouvir o que o Senhor tinha a dizer-lhe.


Propósito
A prosperidade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel a proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”, Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas diante da mensagem de Jonas! Parece que, pouco depois, Amós volta a sua casa em Judá, onde escreve sua mensagem. Seu propósito era: (1) entregar ao rei Jeroboão II uma versão escrita de suas advertências proféticas; e (2) disseminar amplamente em Israel e Judá o oráculo da certeza do iminente juízo divino contra Israel e as nações em derredor, a não ser que estas se arrependessem de sua idolatria, imoralidade e injustiça. A destruição de Israel ocorreria três décadas mais tarde.


Visão Panorâmica
O livro de Amós divide-se, de modo natural, em três seções. (1) Na primeira (1.3—2.16), o profeta dirige primeiramente sua mensagem de condenação a sete nações vizinhas de Israel, inclusive Judá. Tendo levado Israel a aceitar prazerosamente o castigo desses povos (1.3—2.5), Amós passa a descrever vividamente os pecados da nação eleita e a punição que lhe estava reservada (2.6-16). Esta seção determina o tom da mensagem do livro: a condenação resultará na destruição e exílio da nação israelita. (2) A segunda seção (3.1—6.14) registra três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra” (3.1; 4.1; 5.1). Na primeira, DEUS julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós” (3.2). A segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “vacas de Basã... que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: dai cá, e bebamos” (4.1). Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de DEUS requeria (4.2,3). Amós tem palavras semelhantes para os mercadores desonestos, os governantes corruptos, os advogados e juízes oportunistas e os sacerdotes e profetas prevaricadores. A terceira mensagem (caps. 5 e 6) alista as abominações de Israel. Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles. (3) A última seção (7.1—9.10) registra cinco visões de Amós a respeito do juízo divino. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (8.1-14). A visão final mostra DEUS em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente do qual era ela capital (9.1-10). O livro termina, com breve, porém poderosa promessa de restauração ao remanescente (9.11-15).

Características Especiais
Seis aspectos básicos caracterizam o livro de Amós. (1) É, primariamente, um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de DEUS. Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Amós enfurece-se pela violação dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo. (2) Ilustra vividamente quão abominável é para DEUS a religião quando divorciada de uma conduta reta. (3) É uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (7.10-17), que se tornaria uma cena clássica na profecia hebraica. (4) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a DEUS e aos seus justos padrões para com o povo do concerto. (5) Demonstra a disposição de DEUS em usar pessoas que lhe são tementes, ainda que desprovidas de credenciais formais, para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo. (6) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos, entre os quais 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24; 6.1a; 7.8; 8.11; 9.13.

Cumprimento de Amós ante o NT
A mensagem de Amós é vista mais claramente nos ensinos de JESUS e na epístola de Tiago. Ambos aplicaram a mensagem do profeta, mostrando que a verdadeira adoração a DEUS não é a observância meramente formal da liturgia religiosa: é o “ouvir” e o “praticar” a vontade de DEUS, e o tratamento justo e reto ao próximo (e.g., Mt 7.15-27; 23; Tg 2).

 

A ADORAÇÃO A DEUS - BEP - CPAD
Ne 8.5,6 “E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé. E Esdras louvou o SENHOR, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra.”

A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do grande DEUS do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em DEUS, e não no ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de DEUS em gratidão por aquilo que Ele tem feito por nós em CRISTO e através do ESPÍRITO SANTO. A adoração requer o exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso DEUS e Senhor.

BREVE HISTÓRIA DA ADORAÇÃO AO VERDADEIRO DEUS.

O ser humano adora a DEUS desde o início da história. Adão e Eva tinham comunhão regular com DEUS no jardim do Éden (cf. Gn 3.8). Caim e Abel trouxeram a DEUS oferendas (hb. minhah, termo também traduzido por “tributo” ou dádiva”) de vegetais e de animais (Gn 4.3,4). Os descendentes de Sete invocavam “o nome do SENHOR” (Gn 4.26). Noé construiu um altar ao Senhor para oferecer holocaustos depois do dilúvio (Gn 8.20). Abraão assinalou a paisagem da terra prometida com altares para oferecer holocaustos ao Senhor (Gn 12.7,8; 13.4, 18; 22.9) e falou intimamente com Ele (Gn 18.23-33; 22.11-18).
Somente depois do êxodo, quando o Tabernáculo foi construído, é que a adoração pública se tornou formal. A partir de então, sacrifícios regulares passaram a ser oferecidos diariamente, e especialmente no sábado, e DEUS estabeleceu várias festas sagradas anuais como ocasiões de culto público dos israelitas (Êx 23.14-17; Lv 1—7; Dt 12; 16). O culto a DEUS foi posteriormente centralizado no templo de Jerusalém (cf. os planos de Davi, segundo relata 1Cr 22—26). Quando o templo foi destruído, em 586 a.C., os judeus construíram sinagogas como locais de ensino da lei e adoração a DEUS enquanto no exílio, e onde quer que viessem a morar. As sinagogas continuaram em uso para o culto, mesmo depois de construído o segundo templo por Zorobabel (Ed 3—6). Nos tempos do NT havia sinagogas na Palestina e em todas as partes do mundo romano (e.g. Lc 4.16; Jo 6.59; At 6.9; 13.14; 14.1; 17.1, 10; 18.4; 19.8; 22.19).
A adoração na igreja primitiva era prestada tanto no templo de Jerusalém quanto em casas particulares (At 2.46,47). Fora de Jerusalém, os cristãos prestavam culto a DEUS nas sinagogas, enquanto isso lhes foi permitido. Quando lhes foi proibido utilizá-las, passaram a cultuar a DEUS noutros lugares, geralmente em casas particulares (cf. At 18.7; Rm 16.5; Cl 4.15; Fm v. 2), mas, às vezes, em salões públicos (At 19.9,10).

MANIFESTAÇÕES DA ADORAÇÃO CRISTÃ.
(1) Dois princípios-chaves norteiam a adoração cristã. (a) A verdadeira adoração é a que é prestada em espírito e verdade (ver Jo 4.23), i.e., a adoração deve ser oferecida à altura da revelação que DEUS fez de si mesmo no Filho (ver Jo 14.6). Por sua vez, ela envolve o espírito humano, e não apenas a mente, e também como as manifestações do ESPÍRITO SANTO (1Co 12.7-12). (b) A prática da adoração cristã deve corresponder ao padrão do NT para a igreja (ver At 7.44). Os crentes atuais devem desejar, buscar e esperar, como norma para a igreja, todos os elementos constantes da prática da adoração vista no NT (cf. o princípio hermenêutico estudado na introdução a Atos).
(2) O fato marcante da adoração no AT era o sistema sacrificial (ver Nm 28, 29). Uma vez que o sacrifício de CRISTO na cruz cumpriu esse sistema, já não há mais qualquer necessidade de derramamento de sangue como parte do culto cristão (ver Hb 9.1—10.18). Através da ordenança da Ceia do Senhor, a igreja do NT comemorava continuamente o sacrifício de CRISTO, efetuado de uma vez por todas (1Co 11.23-26). Além disso, a exortação que tem a igreja é oferecer “sempre, por ele, a DEUS sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15), e a oferecer nossos corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS” (Rm 12.1).
(3) Louvar a DEUS é essencial à adoração cristã. O louvor era um elemento-chave na adoração de Israel a DEUS (e.g., Sl 100.4; 106.1; 111.1; 113.1; 117), bem como na adoração cristã primitiva (At 2.46,47; 16.25; Rm 15.10,11; Hb 2.12).
(4) Uma maneira autêntica de louvar a DEUS é cantar salmos, hinos e cânticos espirituais. O AT está repleto de exortações sobre como cantar ao Senhor (e.g., 1Cr 16.23; Sl 95.1; 96.1,2; 98.1,5,6; 100.1,2). Na ocasião do nascimento de JESUS, a totalidade das hostes celestiais irrompeu num cântico de louvor (Lc 2.13,14), e a igreja do NT era um povo que cantava (1Co 14.15; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Os cânticos dos cristãos eram cantados, ou com a mente (i.e. num idioma humano conhecido) ou com o espírito (i.e., em línguas; ver 1Co 14.15). Em nenhuma circunstância os cânticos eram executados como passatempo.
(5) Outro elemento importante na adoração é buscar a face de DEUS em oração. Os santos do AT comunicavam-se constantemente com DEUS através da oração (e.g. Gn 20.17; Nm 11.2; 1Sm 8.6; 2 Sm 7.27; Dn 9.3-19; cf. Tg 5.17,18). Os apóstolos oravam constantemente depois de JESUS subir ao céu (At 1.14), e a oração tornou-se parte regular da adoração cristã coletiva (At 2.42; 20.36; 1Ts 5.17). Essas orações eram, às vezes, por eles mesmos (At 4.24-30); outras vezes eram orações intercessórias por outras pessoas (e.g. At 12.5; Rm 15.30-32; Ef 6.18). Em todo tempo a oração do crente deve ser acompanhada de ações de graças a DEUS (Ef 5.20; Fp 4.6; Cl 3.15,17; 1Ts 5.17,18). Como o cântico, o orar podia ser feito em idioma humano conhecido, ou em línguas (1Co 14.13-15).
(6) A confissão de pecados era sabidamente parte importante da adoração no AT. DEUS estabelecera o Dia da Expiação para os israelitas como uma ocasião para a confissão nacional de pecados (Lv 16). Salomão, na sua oração de dedicação do templo, reconheceu a importância da confissão (1Rs 8.30-36). Quando Esdras e Neemias verificaram até que ponto o povo de DEUS se afastara da sua lei, dirigiram toda a nação de Judá numa contrita oração pública de confissão (cap. 9). Assim, também, na oração do Pai nosso, JESUS ensina os crentes a pedirem perdão dos pecados (Mt 6.12). Tiago ensina os crentes a confessar seus pecados uns aos outros (Tg 5.16); através da confissão sincera, recebemos a certeza do gracioso perdão divino (1Jo 1.9).
(7) A adoração deve também incluir a leitura em conjunto das Escrituras e a sua fiel exposição. Nos tempos do AT, DEUS ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente, quando os crentes do NT se reuniam para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de DEUS (1Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1Tm 4.13; 2Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).
(8) Sempre quando o povo de DEUS se reunia na Casa do Senhor, todos deviam trazer seus dízimos e ofertas (Sl 96.8; Ml 3.10). Semelhantemente, Paulo escreveu aos cristãos de Corinto, no tocante à coleta em favor da igreja de Jerusalém: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (1Co 16.2). A verdadeira adoração a DEUS deve, portanto ensejar uma oportunidade para apresentarmos ao Senhor os nossos dízimos e ofertas.
(9) Algo singular no culto da igreja do NT era a atuação do ESPÍRITO SANTO e das suas manifestações. Entre essas manifestações do ESPÍRITO na congregação do Senhor havia a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, manifestações especiais de fé, dons de curas, poderes miraculosos, profecia, discernimento de espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas (1Co 12.7-10). O caráter carismático do culto cristão primitivo vem, também, descrito nas cartas de Paulo: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1Co 14.26). Na primeira epístola aos coríntios, Paulo expõe princípios normativos da adoração deles (ver 1Co 14.1-33 notas). O princípio dominante para o exercício de qualquer dom do ESPÍRITO SANTO durante o culto é o fortalecimento e a edificação da congregação inteira (1Co 12.7; 14.26).
(10) O outro elemento excepcional na adoração segundo o NT era a prática das ordenanças — o batismo e a Ceia do Senhor. A Ceia do Senhor (ou o “partir do pão”, ver At 2.42) parece que era observada diariamente entre os crentes logo depois do Pentecostes (At 2.46,47), e, posteriormente, pelo menos uma vez por semana (At 20.7,11). O batismo conforme a ordem de CRISTO (Mt 28.19,20) ocorria sempre que havia conversões e novas pessoas ingressavam na igreja (At 2.41; 8.12; 9.18; 10.48; 16.30-33; 19.1-5).

AS BÊNÇÃOS DE DEUS PARA OS VERDADEIROS ADORADORES. Quando os crentes verdadeiramente adoram a DEUS, muitas bênçãos lhes estão reservadas por Ele. Por exemplo, Ele promete (1) que estará com eles (Mt 18.20), e que entrará e Ceará com eles (Ap 3.20); (2) que envolverá o seu povo com a sua glória (cf. Êx 40.35; 2Cr 7.1; 1Pe 4.14); (3) que abençoará o seu povo com chuvas de bênçãos (Ez 34.26), especialmente com a paz (Sl 29.11); (4) que concederá fartura de alegria (Sl 122.1,2; Lc 15.7,10; Jo 15.11); (5) que responderá às orações dos que oram com fé sincera (Mc 11.24; Tg 5.15); (6) que encherá de novo o seu povo com o ESPÍRITO SANTO e com ousadia (At 4.31); (7) que enviará manifestações do ESPÍRITO SANTO entre o seu povo (1Co 12.7-13); (8) que guiará o seu povo em toda a verdade através do ESPÍRITO SANTO (Jo 15.26; 16.13); (9) que santificará o seu povo pela sua Palavra e pelo seu ESPÍRITO (Jo 17.17-19); (10) que consolará, animará e fortalecerá seu povo (Is 40.1; 1Co 14.26;2Co 1.3,4; 1Ts 5.11); (11) que convencerá o povo do pecado, da justiça e do juízo por meio do ESPÍRITO SANTO (ver Jo 16.8); e (12) que salvará os pecadores presentes no culto de adoração, sob a convicção do ESPÍRITO SANTO (1Co 14.22-25).

EMPECILHOS À VERDADEIRA ADORAÇÃO. O simples fato de pessoas se dizendo crentes realizarem um culto, não é nenhuma garantia de que haja aí verdadeira adoração, nem que DEUS aceite seu louvor e ouça suas orações.
(1) Se a adoração a DEUS é mera formalidade, somente externa, e se o coração do povo de DEUS está longe dEle, tal adoração não será aceita por Ele. CRISTO repreendeu severamente os fariseus por sua hipocrisia; eles observavam a lei de DEUS por legalismo, enquanto seus corações estavam longe dEle (Mt 15.7-9; 23.23-28; Mc 7.5-7). Note a censura semelhante que Ele dirigiu à igreja de Éfeso, que adorava o Senhor mas já não o amava plenamente (Ap 2.1-5).
(2) Outro impedimento à verdadeira adoração é um modo de vida comprometido com o mundanismo, pecado e imoralidade. DEUS recusou os sacrifícios do rei Saul porque este desobedeceu ao seu mandamento (1Sm 15.1-23). Isaías repreendeu severamente o povo de DEUS como “nação pecadora... povo carregado da iniquidade da semente de malignos” (Is 1.4); ao mesmo tempo, porém esse mesmo povo oferecia sacrifícios a DEUS e comemorava seus dias santos. Por isso, o Senhor declarou através de Isaías: “As vossas festas da lua nova, e as vossas solenidades, as aborrece a minha alma; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1.14,15). Semelhantemente, na igreja do NT, JESUS conclamou os adoradores em Sardes a se despertarem, porque “não achei as tuas obras perfeitas diante de DEUS” (Ap 3.2). Da mesma maneira, Tiago indica que DEUS não atenderá as orações egoístas daqueles que não se separam do mundo (Tg 4.1-5). O povo de DEUS só pode ter certeza de que DEUS estará presente à sua adoração e a aceitará, quando esse povo tiver mãos limpas e coração puro (Sl 24.3,4; Tg 4.8).
 

Jeremias 34.8 PARA LHES APREGOAR A LIBERDADE. Lhes refere-se a escravos entre os hebreus. A lei de Moisés declara que todos os hebreus, homens ou mulheres, vendidos como escravos por causa de dívidas, deviam ser libertos após seis anos (Êx 21.2-11; Dt 15.12-18). O rei exigiu que todos os governantes e o povo obedecessem a essa lei, e libertassem seus escravos.

- Assim, o rei esperava obter a bênção de DEUS; além disso, os escravos libertos estariam mais dispostos a defenderem Jerusalém.

34.11 E OS SUJEITARAM. Quando o cerco babilônico de Jerusalém foi suspenso temporariamente, ante a ameaça dos egípcios (cf. vv. 21,22), os judeus reativaram a escravidão de seus ex-escravos. Este ato demonstrou que a libertação anterior dos escravos (v. 8) não fora motivada por zelo pela justiça e pela lei de DEUS, mas por egoísmo. Quanto a esses afrontosos violadores da sua lei, DEUS declara: Os cadáveres deles servirão de mantimento às aves dos céus (v. 20).
 

Deuteronômio 15.7-11 O POBRE. A obediência à lei de DEUS devia também significar um propósito resoluto de socorrer os necessitados (cf. 24.19-21; Lv 19.10).

(1) DEUS observa nossa atitude e desejo de ajudar os pobres e necessitados. Devemos usar nossos recursos materiais para ajudar os realmente necessitados. O espírito de cobiça e de egoísmo que não se preocupa com as necessidades dos outros, priva-nos da bênção de DEUS (vv. 9,10).

(2) O NT destaca a necessidade da compaixão, sensibilidade e bondade para com os sofredores e outros que enfrentaram circunstâncias difíceis que os levaram à pobreza ou à penúria
(Mt 25.31-36; Gl 6.2,10)
15.13 NÃO O DESPEDIRÁS VAZIO. Os israelitas não podiam mandar embora seus escravos sem provisões suficientes (cf. v. 12). O amor ao próximo (cf. Lv 19.18) os compelia a prover alimentos e suprimentos suficientes à sobrevivência deles, até conseguirem trabalho para ganhar a vida. Semelhantemente, o princípio do amor e da justiça no novo concerto, requer que tratemos os empregados com compaixão, equidade e justiça.

 

O CUIDADO DOS POBRES E NECESSITADOS
Am 5.12-14 “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.”

Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, frequentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres
e necessitados.


O ZELO DE DEUS PELOS POBRES E NECESSITADOS.

DEUS tem expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados e oprimidos.

(1) O Senhor DEUS é o seu defensor. Ele mesmo revela ser deles o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).

(2) Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). Por isso DEUS, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36). Se o pobre entregasse algo como “penhor”, ou garantia pelo empréstimo, o credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo assim) antes do pôr-do-sol. Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos a si mesmo e à sua família (Dt 24.14,15). Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados no chão para que os pobres os recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); e mais: os cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv 19.9). Notável era o mandamento divino de se cancelar, a cada sete anos, todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). Além disso, o homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o sétimo ano (Dt 15.7-11). DEUS, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda o ano para a devolução de propriedades — o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinquenta anos. Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior teriam de ser devolvidas à família originária (ver Lv 25.8-55). E, mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Êx 23.2,3,6; Dt 1.17; cf. Pv 31.9). Desta maneira, DEUS impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (ver Dt 24.14).

(3) Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a desgraça. Em consequência de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de juízo contra os ricos (ver Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14).

 

A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NEOTESTAMENTÁRIO DIANTE DOS POBRES E NECESSITADOS.

No NT, DEUS também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.

(1) Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).
(2) JESUS espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). As contribuições não eram consideradas opcionais. Uma das exigências de CRISTO para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
(3) O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio se reuniu em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2). Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do ESPÍRITO SANTO, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de DEUS e de seu povo (ver Rm 12.8; ver 1Tm 6.17-19).
(4) Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em CRISTO. JESUS equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do ESPÍRITO SANTO, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). DEUS quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em CRISTO.

 

A igreja faz atos de justiça.

O texto de Apocalipse afirma que a vestimenta da Noiva de CRISTO no dia das bodas do Cordeiro será um linho finíssimo, que são os atos de justiça dos santos.

A igreja precisa denunciar o pecado, a injustiça social, a corrupção no governo e nas demais áreas da sociedade.

A igreja também precisa organizar ministérios que tragam justiça à nossa sociedade. A Bíblia nos ensina que não somos salvos por obras, mas isto não quer dizer que a igreja não precisa praticar obras. Outras religiões e movimentos têm organizado diversos trabalhos de ajuda social, e a igreja, que é quem deveria fazer isso, muitas vezes fica fora desses trabalhos. Algumas sugestões: organizar orfanatos, asilos, casas para cuidar de aidéticos, distribuição de cestas básicas, de roupas, assessoria jurídica, médica, tirar mendigos e dependentes químicos da rua, creches, ajudar o governo a criar infraestrutura, plantar árvores, ajudar a melhorar o trânsito etc.

A igreja pode e deve fazer muito. Veja os problemas da sua comunidade, ore por uma solução, e faça algo de prático para transformar a situação.

 

INTERAÇÃO

O nome Amós quer dizer "fardo" e Tecoa significa "soar o chifre do carneiro". Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não hesitará em denunciar a corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, "representante de DEUS" dizendo sim para tudo o que o rei fazia. Mas lá, o profeta "boieiro" dizia não! Era o Soberano dizendo "não" para aquela espúria relação de poder.

 

OBJETIVOS- Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.  

Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico. 

Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a DEUS.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 

Prezado professor, vivemos num tempo de grandes injustiças sociais e corrupção política. Pessoas sem temor de DEUS e amor ao próximo buscam intensamente os seus próprios interesses. Por isso, sugerimos que, ao introduzir os tópicos II e III da lição, pergunte aos alunos o que eles pensam sobre esse quadro de corrupção e injustiça social instalados em nossa sociedade. Em seguida, com o auxílio do esquema abaixo  explique os termos "política" e "justiça social". Diga que, à luz da mensagem de Amós, tais práticas fazem parte da adoração a DEUS. 

 

 

POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS

POLÍTICA

JUSTIÇA SOCIAL

Queremos dizer sobre política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por representantes dela (Am 7.10-14).

Justiça social é o conjunto de ações sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego etc.

(Am 8.4-8).

 

 

RESUMO DA LIÇÃO 4, AMÓS, A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO

I.O LIVRO DE AMÓS 

1. Contexto histórico.

2. Vida pessoal.

3. Estrutura e mensagem.

II.POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL 

1. Mau governo.

2. A justiça social.

3. O pecado.

III. INJUSTIÇAS SOCIAIS 

1. Decadência social (2.6).

2. Decadência moral.

3. Decadência religiosa.

IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO  

1. Adoração sem conversão.

2. O significado dos sacrifícios.

3. Os cânticos.

 

SINÓPSE DO TÓPICO (1) - O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9). 

SINÓPSE DO TÓPICO (2) - O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, é parte do grande mandamento de JESUS CRISTO.  

SINÓPSE DO TÓPICO (3) As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas decadências social, moral e religiosa.  

SINÓPSE DO TÓPICO (4) A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito 

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico

"O Quarteto do Período Áureo da Profecia Hebraica

O profeta Amós exerceu o seu ministério 'nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei Israel' (1.1). Isso mostra que ele viveu na mesma época de Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa, na Judeia, mas DEUS o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas começou suas atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é mencionado: 'nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá' (1.1).

Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C. [...] Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria" (SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.116).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico

"DEUS E AS NAÇÕES

[...] Amós e Miqueias têm muito mais a dizer sobre a relação das nações com Israel e o seu DEUS. Desde o início, ambos os livros deixam claro que a soberania do Senhor não está limitada a Israel, mas se estende a todas as nações. Amós começa com uma série de falas de julgamento contra as nações vizinhas de Israel (Am 1.3-2.3). Miqueias inicia com um retrato vívido da descida teofânica do Senhor para julgar as nações (Mq 1.2-4). Para estes profetas, o DEUS de Israel é 'Senhor de toda a terra' (cf. Mq 4.13), que controla a história e o destino das nações (Am 9.7). De acordo com Amós 9.12, as nações 'são chamadas' pelo 'nome' do Senhor. A expressão aponta a propriedade e autoridade do Senhor sobre as nações como deixa claro o uso constante em outros textos bíblicos (cf. 2 Sm 12.28; Is 4.1).

A palavra usada nos oráculos de Amós 1 e 2 para caracterizar os pecados das nações diz respeito ao ato de rebelião contra a autoridade soberana. Em outros textos bíblicos, o termo é usado para referir-se a uma nação que se rebela contra a autoridade de outra (cf. 2 Reis 1.1; 2 Reis 3.5,7). Judá (Am 2.4,5) e Israel (Am 2.6-16) quebraram o concerto mosaico. Entretanto, por qual arranjo as nações estrangeiras eram responsáveis diante de DEUS? Entre os crimes alistados incluem-se atrocidades em tempo de guerra, tráfico de escravos, quebra de tratados e profanação de túmulos. Todos estes considerados juntos, pelo menos em princípio, são violações do mandato de DEUS dado para Noé ser frutífero, multiplicar-se e mostrar respeito pelos membros da raça humana como portadores da imagem divina (cf. Gn 9.1-7). É possível que Amós tivesse visto este mandamento noético no plano de fundo de um tratado entre suserano e vassalo, comparando o mandato às exigências ou estipulações de tratado. De modo semelhante, Isaías interpretou o crime de carnificina cometido pelas nações (Is 26.21) como violação da 'aliança eterna' (Is 24.5; cf. Gn 9.16) que ocasionaria uma maldição na terra inteira (cf. Is 24.6-13). A seca, um tema comum nas bíblicas e antigas listas de maldição mundial (cf. Is 24.4,7-9). No título da sua série de oráculos de julgamento, Amós também disse que o julgamento do Senhor ocasionaria seca (Am 1.2). Pelo visto, a seca compendiava as maldições que vinham sobre as nações por rebelião contra o Suserano" (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009, p.446).

 

Existe, inegavelmente, hoje, um grande problema na igreja em relação à assistência social e isso se deve principalmente pela falta de obediência e prática da Palavra de DEUS. Foram escolhidos pela própria igreja, na época dos apóstolos, sete homens, com pelo menos três condições básicas para a tarefa de distribuir alimentos e ajuda aos necessitados: deveriam os candidatos serem medidos por seu grau de comunhão com o ESPÍRITO SANTO (Cheios do Mesmo); por seu grau de conhecimento da Bíblia (cheios de sabedoria) e por seu grau de testemunho cristão (boa reputação).

O que vemos hoje são pessoas com muita necessidade financeira e sem nenhum dos requisitos exigidos pela Palavra de DEUS sobre "esse tão importante negócio", em nossas igrejas. Daí o resultado não ser satisfatório ao esperado.

Muitas vezes encontramos entre as doações roupas rasgadas ou em péssimas condições para serem usadas pelos necessitados. Encontramos alimentos com problemas de validade e muitos sem qualquer condição de serem aproveitados.

Algumas vezes encontramos irmãos que não doam por saberem que as pessoas que foram designadas para cuidarem desse departamento estão desviando essas ajudas para si próprias ou para parentes que muitas vezes nem têm tanta precisão como outros na comunidade.

O ideal seria ajudarmos primeiro os domésticos da fé, ou seja, os de nossa congregação, depois os de outras congregações, depois os de outras denominações e depois os que ainda não são evangélicos, mas que todos na comunidade fossem beneficiados, inclusive os que não são da igreja, e caso ainda sobre, devemos doar aos necessitados de outros bairros, de outras cidades e até mesmo de outros países. Isso agrada a DEUS e faz prosperar os que assim procedem para que possam abundar mais e mais nesse "tão importante negócio".

O ideal é que tenhamos asilos, creches, hospitais, colégios, centros de recuperação para drogados e viciados, casa para idosos, casa de abrigo para órfãos e sem-teto.

Temos certeza de que em cada guarda-roupa de crente existe pelo menos um par de roupa para ser doado; em cada despensa um sabonete, um creme dental, um pacote de biscoito, um quilo de arroz, um quilo de feijão etc.

Experimente ser cristão praticante, vale a pena!!!!!!!!!!

Sem fé é impossível agradar a DEUS, as obras não salvam, mas a fé é cheia de boas obras na vida do verdadeiramente salvo, pois de nada vale a fé sem obras.

O ser humano é corpo, alma e espírito - as três áreas precisam ser cuidadas com amor pelos seguidores Daquele que mais amou, aponto de nos dar sua própria vida - JESUS CRISTO.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 

HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2009.         

 

SAIBA MAIS pela Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 52, p.38.

 

 

AJUDA

CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.

BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.

Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD

SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de DEUS na Terra. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. 

William Macdonald - Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.

Revista - LIÇÃO JUVENIS CPAD 2002= ESTUDO PANORÂMICO DOS PROFETAS MENORES 

 

 

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Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - original

 4º Trimestre de 2012

 Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo

Comentarista: Esequias Soares 

Lição 4: Amós — A justiça social como parte da adoração

Data: 28 de Outubro de 2012

 

TEXTO ÁUREO

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrares no Reino dos céus” (Mt 5.20).

 

VERDADE PRÁTICA

Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.

 

HINOS SUGERIDOS - 124, 131, 143.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Pv 14.34

A justiça social exalta as nações 

Terça - Pv 19.17

Quem ajuda o pobre empresta a Deus

Quarta - Is 1.13-15

O sacrifício e o estado espiritual do adorador

Quinta - Rm 15.26,27

A espiritualidade do trabalho social

Sexta - 2 Co 9.8,9

Deus abençoa quem socorre os pobres

Sábado - Tg 1.27

Socorrer os necessitados é parte da adoração

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE -  Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23.

Amós 1

1 - As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.

 Amós 2

6 - Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de sapatos.

7 - Suspirando pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres, eles pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome.

8 - E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas e na casa de seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado.

 Amós 5

21 - Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer,

22 - E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.

23 - Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.

 

INTERAÇÃO

O nome Amós quer dizer “fardo” e Tecoa significa “soar o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não hesitara em denunciar a corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, “representante de Deus” dizendo sim para tudo o que o rei fazia. Mas lá, o profeta “boieiro” dizia não! Era o Soberano dizendo “não” para aquela espúria relação de poder.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.

Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.

Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, vivemos num tempo de grandes injustiças sociais e corrupção política. Pessoas sem temor de Deus e amor ao próximo buscam intensamente os seus próprios interesses. Por isso, sugerimos que, ao introduzir os tópicos II e III da lição, pergunte aos alunos o que eles pensam sobre esse quadro de corrupção e injustiça social instalados em nossa sociedade. Em seguida, com o auxílio do esquema a seguir explique os termos “política” e “justiça social”. Diga que, à luz da mensagem de Amós, tais práticas fazem parte da adoração a Deus.

 

POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS

 

POLÍTICA

Queremos dizer sobre política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por representantes dela (Am 7.10-14).

 

JUSTIÇA SOCIAL

Justiça social é o conjunto de ações sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego, etc (Am 8.4-8).

 

 Palavra-Chave

Adoração: Rendição a Deus em todas as esferas da vida.

 

COMENTÁRIO

 introdução

 O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.

 

I. O LIVRO DE AMÓS

 1. Contexto histórico. Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10). Foi, de acordo com a tradição judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio.

2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16).

Todo o sistema político, religioso, social e jurídico do Reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6). No cardápio da iniquidade, estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).

3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.

O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).

 

 SINOPSE DO TÓPICO (I)

 O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9).

 

II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

 1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7).

2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que, em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias e Sofonias.

3. O pecado. A expressão: “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo” (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, é parte do grande mandamento de Jesus Cristo.

 

III. INJUSTIÇAS SOCIAIS

 1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a indiferença dos mais abastados no trato aos carentes do povo, que vêem seus direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6).

2. Decadência moral. A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual da nação: “Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome” (2.7 — ARA). O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).

3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas decadências social, moral e religiosa.

  

IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO

 1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a irados deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).

2. O significado dos sacrifícios. Expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21).

3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual.

Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.

  

CONCLUSÃO

 A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.

 

EXERCÍCIOS

1. Qual o discurso do livro de Amós?

R. Um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.

2. Qual a nossa responsabilidade pessoal?

R. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa.

3. O que significa a expressão “por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo”?

R. Significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.

4. Quais as três decadências nos dias de Amós?

R. Social, moral e religiosa.

5. Qual o verdadeiro sacrifício para Deus?

R. É o espírito quebrantado e o coração contrito.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Bibliológico

“O Quarteto do Período Áureo da Profecia Hebraica

O profeta Amós exerceu o seu ministério ‘nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei Israel’ (1.1). Isso mostra que ele viveu na mesma época de Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa, na Judeia, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas começou suas atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é mencionado: ‘nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá’ (1.1).

Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735 a.C. [...] Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria” (SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.116).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

“DEUS E AS NAÇÕES

[...] Amós e Miqueias têm muito mais a dizer sobre a relação das nações com Israel e o seu Deus. Desde o início, ambos os livros deixam claro que a soberania do Senhor não está limitada a Israel, mas se estende a todas as nações. Amós começa com uma série de falas de julgamento contra as nações vizinhas de Israel (Am 1.3-2.3). Miqueias inicia com um retrato vívido da descida teofânica do Senhor para julgar as nações (Mq 1.2-4). Para estes profetas, o Deus de Israel é ‘Senhor de toda a terra’ (cf. Mq 4.13), que controla a história e o destino das nações (Am 9.7). De acordo com Amós 9.12, as nações ‘são chamadas’ pelo ‘nome’ do Senhor. A expressão aponta a propriedade e autoridade do Senhor sobre as nações como deixa claro o uso constante em outros textos bíblicos (cf. 2 Sm 12.28; Is 4.1).

A palavra usada nos oráculos de Amós 1 e 2 para caracterizar os pecados das nações diz respeito ao ato de rebelião contra a autoridade soberana. Em outros textos bíblicos, o termo é usado para referir-se a uma nação que se rebela contra a autoridade de outra (cf. 2 Reis 1.1; 2 Reis 3.5,7). Judá (Am 2.4,5) e Israel (Am 2.6-16) quebraram o concerto mosaico. Entretanto, por qual arranjo as nações estrangeiras eram responsáveis diante de Deus? Entre os crimes alistados incluem-se atrocidades em tempo de guerra, tráfico de escravos, quebra de tratados e profanação de túmulos. Todos estes considerados juntos, pelo menos em princípio, são violações do mandato de Deus dado para Noé ser frutífero, multiplicar-se e mostrar respeito pelos membros da raça humana como portadores da imagem divina (cf. Gn 9.1-7). É possível que Amós tivesse visto este mandamento noético no plano de fundo de um tratado entre suserano e vassalo, comparando o mandato às exigências ou estipulações de tratado. De modo semelhante, Isaías interpretou o crime de carnificina cometido pelas nações (Is 26.21) como violação da ‘aliança eterna’ (Is 24.5; cf. Gn 9.16) que ocasionaria uma maldição na terra inteira (cf. Is 24.6-13). A seca, um tema comum nas bíblicas e antigas listas de maldição mundial (cf. Is 24.4,7-9). No título da sua série de oráculos de julgamento, Amós também disse que o julgamento do Senhor ocasionaria seca (Am 1.2). Pelo visto, a seca compendiava as maldições que vinham sobre as nações por rebelião contra o Suserano” (ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.446).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Amós: A justiça social como parte da adoração

Amós viveu dias de grande prosperidade no Reino do Norte, na época, governado por Jeroboão II. Esse rei obteve muitas vitórias contra seus vizinhos hostis, e com isso, obteve o controle das rotas comerciais que levavam a Samaria, a capital de Israel. “A terra era fértil, as chuvas caíam regularmente e os silos estavam abarrotados de grãos. Nesses anos dourados, foram erguidos majestosos prédios públicos, os ricos construíam espaçosas residências próximas aos centros litúrgicos populares... Todavia, por trás da superfície brilhante da sociedade, escondiam-se tragédias terríveis” (Guia do leitor da Bíblia, CPAD, pg.536). Os fazendeiros eram desalojados de suas terras, que passaram a integrar o patrimônio dos ricos. Os mercadores oprimiam os pobres usando pesos e medidas diferentes na compra de cereais, e muitas pessoas tinham de vender seus próprios filhos para que se tornassem escravos. Era um cenário que atrairia a ira divina.

Amós inicia seu ministério profético nesse cenário, trazendo palavras duras contra a injustiça social em seus dias. Para aqueles que pensam que os profetas eram apenas preditivos, é preciso atentar para o fato de que eles também denunciaram o pecado do povo quando os mais ricos se tornaram injustos para com os pobres. Deus não está distante das práticas sociais de seus filhos, e não se agrada quando seu próprio povo deixa de aplicar a misericórdia para agirem como mercenários. Deus se importa com a justiça social sim, pois de nada adianta uma pessoa dizer que serve a Deus e praticar coisas indevidas para um servo de Deus, como mal tratamento de seus irmãos ou o descaso para com as necessidades deles. Não há dualidade na vida cristã, ou seja, um crente não pode ser uma pessoa na igreja e outra fora da igreja. Ele deve ser a mesma pessoa em todas as ocasiões. Ao lermos Amós, precisamos decidir se manteremos uma postura de arrogância e distanciamento daqueles que precisam de nossa ajuda. Nas mansões luxuosas, “as mulheres reclinavam-se em divãs incrustados de marfim, degustando carnes e bebendo taças de vinhos exóticos... A elas competia andar na moda. O preço que pagavam por um par de sandálias era um verdadeiro desrespeito à dignidade humana, pois podia salvar um carente forçado a se vender à escravidão para liquidar débitos de agiotagem de algum credor abastado”. Foi em dias como esses que Deus usou Amós para advertir os mais abastados de suas práticas inconvenientes.

 

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AMÓS - Dicionário Bíblico Wycliffe – CPAD

 

Um profeta do século VIII, Amós (do hebraico ‘amos, “carregador de fardos”) foi incomparável no seu ousado ministério ao reino de Israel, principalmente por ser nativo de Judá, Ele não teve o seu treinamento nas escolas religiosas ou associações proféticas do seu tempo. Ao contrário, ele negava qualquer conexão prévia com a comunidade religiosa formal (Am 7.14,15). Ele se colocava no meio do mundo em que vivia como um pastor (1.1) e um cultivador de sicômoros (7.14).   

A sua familiaridade com a vida rural se encontra refletida na sua escolha de palavras: leão, urso e cobra (5.19); gafanhotos e erva (7.1); e cesto de frutos de verão (8.1). Ele vivia no deserto ou na terra de pastoreio próxima a Tecoa (cf. 2 Cr 11.6; Jr 6.1), uma aldeia situada a cerca de 16 quilômetros ao sul de Jerusalém e a 20 a oeste do Mar Morto. Três afirmações em Amós 1.1 indicam a época em que ele viveu: (1) Uzias era o rei de Judá; (2) Jeroboão era o rei de Israel; (3) dois anos antes do terremoto. Estudos críticos parecem colocar a convergência desses três fatos ao redor do ano 760 a.C.

Amós foi um profeta, um porta-voz de Deus, mas não por sua escolha (cf. Paulo, Jeremias e Isaías); foi por meio de uma ordem de Deus (7.15). A sua compreensão do cenário espiritual do seu tempo levou muita gente a classificá-lo como o início de uma nova ordem de profetas. Seu ministério o conduziu a Betel, o centro da apostasia religiosa do reino do norte (1 Rs 12.26-33). Os últimos dias antes da queda de Israel foram caracterizados por grande prosperidade material. Ainda desfrutando da luxúria da vitória militar durante o reinado de Jeroboão II, Israel permitiu que uma segurança temporária substituísse a sua confiança no Deus vivo.

A denúncia de Israel por Amós (Am 2.6-16) pode servir para delinear um estudo da condição social, moral e religiosa do povo. Socialmente, duas classes distintas tinham se desenvolvido: a pobre e a rica. Os ricos estavam procurando ficar mais ricos de qualquer maneira (2.6,7). O descontrole moral era desenfreado. A embriaguez e a permissividade sexual estavam em um nível abominável (2.7,8). A perversão religiosa era absurda. Para a maior parte da população, a idolatria era considerada algo normal (2.8), Os fiéis eram ridicularizados, punidos e objeto de zombaria (2.12). O nível ao qual o povo tinha caído é caracterizado por sua aparente indiferença à sua posição como uma nação libertada e cuidada (2.9-11). O arrependimento e a obediência eram imperativos, o único escape do julgamento iminente.

Amós, ou o compilador (cf. sobrescritos e porções em terceira pessoa na narrativa) organizou esse material em três divisões principais, Provavelmente o livro contenha somente uma parte das palavras ditas por Amós em Betel. Se o livro tivesse outro editor diferente de Amós, possivelmente este também seria de Judá e um companheiro do profeta no seu caminho para o norte, pois a natureza do texto evidencia um registro precoce das mensagens do profeta.

Os capítulos 1 e 2 são vistos como uma divisão, incluindo um prefácio (1.1,2) no qual é anunciado o tema de Amós de que a ira do Senhor é iminente, e irá dar lugar a uma série de julgamentos de Israel e dos seus vizinhos. Uma segunda divisão está contida nos capítulos 3-6. Estes, por sua vez, estão subdivididos, e cada parte começa pelas palavras “Ouvi esta palavra” (3.1; 4.1; 5.1). A divisão final, capítulos 7-9, contém uma série de cinco visões (7.1- 3; 7.4-6; 7.7-9; 8.1-14; 9.1-10) interrompidas por um relato histórico de sua visita a Betel (7.10-17). Talvez naquela ocasião ele tenha proclamado as mensagens de aviso dos capítulos 1-6. A sua pregação parece ter sido inspirada pelas palavras que acompanhavam a quarta visão, encontradas em 7.4-6 (cf. 2.6,7). Um epílogo (9.11-15) predizendo a restauração do reino de Davi conclui a obra.

Os versículos chave do livro podem ser 3.2 - que diz que o julgamento é determinado de acordo com os privilégios, para que o povo escolhido para a aliança com Deus, acima dos outros, não escape - e 4.12, uma convocação para a renovação da aliança.

 

O livro pode ser resumido da seguinte maneira:

I.        Julgamentos contra as nações do Oriente Próximo, capítulos 1 e 2

1.       Profecias contra vizinhos ímpios, 1.3— 2.3

2.       Ira sobre as duas nações da Aliança, 2.4-16

II.       Proclamações contra Israel, capítulos 3-6

1.       O fato da culpa de Israel, 3.1-15

2.       A depravação de Israel, 4.1-13

3.       A punição próxima para o pecado de Israel, 5.1-17

4.       O cativeiro do qual não poderiam escapar, 5.18-27

5.       O perigo da complacência, 6.1-14

III.      Cinco visões a respeito de Israel, 7.1-9.10

1.       Gafanhotos devoradores, 7.1-3

2.       Fogo consumidor, 7.4-6

3.       Prumo: oposição ao sacerdote de Betel, 7.7-17

4.       Cesto de frutos de verão, 8.1-14

5.       Julgamento do Senhor no altar apóstata de Betel, 9.1-10

 

IV. A promessa da restauração, 9.11-15 Os temas teológicos de Amós podem ser resumidos brevemente como o caráter santo do Deus soberano, a exigência por parte de Deus de justiça social, a moral e a infidelidade religiosa do povo da Aliança apresentadas em grande desacordo com a lei de Moisés, a realidade do julgamento, a salvação por meio do arrependimento, e a derradeira restauração e cumprimento dos propósitos de Deus.

Bibliografia. W. Brueggemann, “Amós IV .4- 13 and Israel’s Covenant Worship”, VT, XV (1965), 1-15. B, B. Copass, Amos, Nashville. Broadman, 1939. Richard S. Cripps, A Criticai and Exegetical Commentary on lhe Book of Amós, Londres. SPCK, 1929. William R. Harper, Amós and Hosea, ICC, 1905. R. L. Honeycutt, Amos and His Message, Nashville. Broadman, 1963. A. S. Kapelrud, Central Ideas inÁmos, Oslo. Aschehoug, 1956. H. G. R. Mitchell, Amos, an Essay in Exegesis, Nova York. Houghton Mifílin, 1900. Norman H. Snaith, Amos, Paris I and II, Londres. Epworth Press, 1945-6; Amos, Hosea and Micah, Londres. Epworth Press, 1956. John D. W. Watts, Vision and Prophecy in Amos, Grand Rapids. Eerdmans, 1958.

R. O. C.

 

 

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Quem Foi o Profeta Amós?

O Profeta Amós foi um homem levantado por Deus para profetizar sobre o juízo divino que seria derramado devido à infidelidade do povo. Amós é também o autor do livro do Antigo Testamento que leva seu nome. Nesse texto conheceremos quem foi Amós na Bíblia.

O profeta Amós

O profeta Amós era de Tecoa, uma aldeia situada a aproximadamente 16 km ao sul de Jerusalém, 9 km de Belém e 20 km a oeste do Mar Morto. O nome Amós significa “carregador de fardos”, do hebraico ‘amos.

Além do que é dito em seus escritos, nada se sabe sobre quem foi Amós, porém em seu livro encontramos detalhes importantes que nos fornecem informações valiosíssimas sobre sua história.

O profeta Amós viveu no século 8 a.C., e profetizou durante o reinado do rei Uzias em Judá (Reino do Sul) e do rei Jeroboão em Israel (Reino do Norte). Logo na introdução de seu livro, o profeta Amós informa seus leitores que as visões que teve da parte do Senhor ocorreram dois anos antes do “grande terremoto”.

Esse terremoto que ocorreu durante o reinado de Uzias foi um evento memorável, e foi lembrado pelo profeta Zacarias como um ato de julgamento divino (Zc 14:5).

O profeta Amós era um homem simples e de origem rural. Ele foi pastor de ovelhas (Am 1:1), boiadeiro e colhedor de sicômoros, um tipo de figo  (Am 7:14). Sua familiaridade com o campo pode ser notada várias vezes em sua mensagem profética, como por exemplo, quando ele usa palavras referindo-se a animais (Am 5:19), insetos e ervas (Am 7:1) e frutos (Am 8:1).

O ministério profético de Amós

O profeta Amós não havia estudado para ser profeta, nem mesmo foi um discípulo de profeta ou recebeu qualquer treinamento nesse sentido (cf. 1Rs 20:35; 2Rs 2:3,5; 7:15), ou seja, ele não era considerado um profeta de profissão, e não dependia desse ofício para seu sustento.

Na verdade, o próprio Amós fez questão de afirmar que não possuía conexão alguma com a escola religiosa formal de sua época. Descrevendo a si mesmo, o profeta Amós testificou: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boiadeiro e colhedor de sicômoros” (Am 7:14).

O chamado de Amós para o ministério lembra em alguns aspectos a convocação de outros grandes homens de Deus, como Isaías, Jeremias e Paulo de Tarso (cf. Jr 1; Is 6; At 9).

O profeta Amós testificou sobre sua convocação da seguinte forma: “Mas o Senhor me tirou de após o gado e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel” (Am 7:15). Assim, entendemos que foi Deus, soberanamente, quem chamou Amós para exercer o ofício de profeta.

Essa frase utilizada pelo profeta Amós para descrever sua convocação é muito semelhante à frase que descreve a escolha do Senhor de coroar Davi como rei em Israel (S2m 7:8). Isso significa claramente que Deus, conforme sua vontade, escolhia reis e profetas quando lhe aprouvesse.

Apesar de sua origem rural, o profeta Amós demonstrava conhecer muito bem a Lei de Deus e a história do povo da aliança. Em sua profecia, Amós fez várias referências aos fatos narrados no Pentateuco.

Ele, por exemplo, se referiu à destruição de Sodoma e Gomorra (Am 4:11), ao Êxodo (Am 3:1), a conquista de Canaã (Am 2:9s) e mencionou Isaque, Jacó e José (Am 7:16; 3:13; 5:6).

A profecia do profeta Amós

Sem dúvida, o fato de o profeta Amós ser natural de Judá, o Reino do Sul, e ter sido convocado para profetizar, principalmente, a Israel, o Reino do Norte, chama a atenção, sobretudo pela forma ousada que seu ministério se desenvolveu.

O profeta Amós recebia do Senhor em visão as palavras que deveria profetizar (Am 1:1). Muito provavelmente Amós profetizou durante o período de paz e prosperidade que Israel experimentou no reinado de Jeroboão II.

Durante pelo menos quarenta anos o Reino do Norte não sofreu nenhuma ameaça militar significativa. O Egito e a Babilônia estavam enfraquecidos, e a Assíria estava em pleno declínio após a morte de Adade-Nirari III.

Nessa época também havia paz entre Israel e Judá, e o rei tinha restaurado as fronteiras de Israel de acordo com o que o profeta Jonas havia profetizado (2Rs 14:25).

Apesar de grande parte da mensagem profética de Amós ter sido dirigida ao Reino de Israel, Amós também denunciou os pecados de Judá (Am 2:4-5; cf. 9:11). Parte importante de seu ministério profético foi cumprida em Betel, o centro da idolatria e apostasia religiosa do Reino de Israel (1Rs 12:26-33).

A profecia de Amós censurou a condição social (Am 2:6,7), moral (Am 2:7,8) e religiosa (Am 2:8-12) da nação. O profeta Amós viveu numa época em que os ricos procuravam ficar mais ricos, a imoralidade estava num nível abominável e a perversão religiosa era tão grande que a idolatria era considerada algo normal, enquanto que os verdadeiros fiéis a Deus eram ridicularizados por sua devoção.

Então é nesse cenário que o profeta Amós profetizou sobre a severidade do julgamento de Deus que castigaria Israel e Judá por causa da infidelidade pactual característica nesses reinos. Porém, a profecia de Amós também apontou para a esperança de restauração e grande exaltação para o povo do Senhor após o exílio que se aproximava.

Também é muito significativa a forma com que as profecias de Amós revelam o nosso Senhor Jesus. O profeta falou sobre uma restauração, um governo e juízo que só encontram seu cumprimento pleno e final em Cristo, não apenas em sua primeira vinda, mas também no seu retorno em glória para estabelecer seu reino universal no novo céu e nova terra (Mt 1:1; Lc 1:32,33; Ap 22:16; At 2:34-36; 15:13-19; 1Co 15:23-25; Hb 10:26-30; 1Pe 4:17; Ap 22:16; etc.).

Um claro exemplo disto é o modo com que Tiago interpretou as palavras do profeta Amós (Am 9:11,12) no Concílio de Jerusalém, quando ele entendeu que a restauração do Tabernáculo de Davi da qual o profeta Amós falou, se cumpriu quando judeus e gentios foram chamados à salvação como um só povo em Cristo, para proclamar o Evangelho pelo mundo inteiro (At 15:14-18).

 

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Revista Betel - 3º Trimestre de 2023 – na íntegra

 

Escrita Lição 4, Betel, Amós, É tempo de buscar ao Senhor de todo o Coração

Para me ajudar PIX 33195781620 (CPF) Luiz Henrique de Almeida Silva

3° Trimestre de 2023, EBD BETEL

  

TEXTO ÁUREO

“Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.” Amós 5.4

  

VERDADE APLICADA

Como discípulos de Cristo somos chamados a um viver coerente com a fé e os valores bíblicos.

  

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apresentar o cenário da mensagem do profeta Amós.
Destacar a essência da mensagem do profeta Amós.
Identificar Lições do livro de Amós para os dias de hoje

  

TEXTOS DE REFERÊNCIA - AMÓS 7.7-9; 14,15

7- Mostrou-me também assim: eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo, e tinha um prumo na sua mão.
8- E o Senhor me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele.
9- Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
14- E respondeu Amós, e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de sicômoros.
15- Mas o Senhor me tirou de após o gado, e o Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo Israel.

  

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA – 2Cr 7.14 Um chamado ao arrependimento.
TERÇA – SI 7.17 Louvar ao Senhor segundo a sua justiça.
QUARTA – SI 9.8 O Senhor julgará o mundo com justiça
QUINTA – SI 15.1-2 O verdadeiro cidadão dos céus.
SEXTA – SI 51.1-4 Davi confessa o seu pecado e súplica perdão.
SÁBADO – Jo 1.9 Cristo é fiel e justo para nos perdoar

 

Hinos Sugeridos: 196, 290,326

  

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que sua prática religiosa não seja apenas de lábios, cerimonialismo e rituais

  

ESBOÇO DA LIÇÃO

1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA AMÓS

1.1. Sobre o profeta Amós 

1.2. A rejeição sofrida por Amós

1.3. A resposta do profeta Amós 

2- A ESSÊNCIA DA MENSAGEM

2.1. A justiça de Deus 

2.2. Deus exige retidão e justiça do Seu povo

2.3. A necessidade do verdadeiro arrependimento

3- AMÓS PARA HOJE

3.1. Privilégios e responsabilidades

3.2. A inutilidade do formalismo religioso 

3.3. Uma mensagem de esperança

  

INTRODUÇÃO

Amós denunciou a injustiça e a corrupção e, por isso, precisou enfrentar tudo que se opunha à sua mensagem profética. Sua vida nos mostra que realizar a vontade de Deus não isenta ninguém de enfrentar obstáculos.

   

1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA AMÓS

O livro de Amós revela um cenário onde a religiosidade era intensa. No entanto, o povo estava distante da presença de Deus. Era uma vida espiritual de aparências. Embora continuassem a praticar os rituais exigidos pela lei e, em alguns casos, se excedessem na observância da lei, os corações estavam afastados do Senhor.

   

1.1. Sobre o profeta Amós 

Amós era um homem de Deus, que trabalhava no campo com gado e com a agricultura, em uma pequena cidade no interior da Judéia chamada Tecoa [Am 1.1; 7.14-15 ]. Seu nome significa “carregado”, no sentido de carregar peso. O profeta não era membro de uma família sacerdotal, como os profetas Jeremias e Ezequiel, ou um profeta palaciano, como os profetas Isaías e Daniel. No entanto, Amós foi um servo de Deus humilde, corajoso e obediente. Ele, corajosamente, entregava o recado de Deus aos poderosos do povo, cumprindo as ordens do Senhor.

   

SUBSÍDIO 1.1

Manual Bíblico – Entendendo a Bíblia (CPAD, 2011, p. 282): “Amós também tinha um bosque de figueiras. Assim, era um pastor e também um agricultor, e vivia aproximadamente a 16 quilômetros ao sul de Jerusalém. (…) A sua eloquente prosa e poesia sugerem que ele era algo mais do que um pastor contratado ou lavrador. Aparentemente, era um homem instruído, e talvez o proprietário do rebanho e do bosque. Ele diz que viveu quando Jeroboão era rei de Israel (786-746 a.C.). A prosperidade natural de que Amós fala se encaixa com as condições da última parte do reinado de Jeroboão, começando aproximadamente em 760 a.C.”

  

1.2. A rejeição sofrida por Amós

Diante daquele cenário de intensa religiosidade, injustiça, corrupção e opressão, o profeta Amós enfrentou forte oposição quando transmitiu a mensagem de Deus. Um sacerdote de Betel, chamado Amazias, tentou expulsar Amós do país quando ouviu as palavras que confrontavam o povo e seus pecados. Amazias se utilizou de falsos subterfúgios para calar e intimidar o profeta:

a) recorreu ao rei Jeroboão, mentindo para obter a aprovação do rei e sucesso em seus intentos contra Amós [Am 7.10];

b) usou o povo contra Amós [Am 7.11];

c) desdenhou sobre a origem do profeta, usando-a como argumento para desacreditar sua mensagem [Am 7.12];

d) com a autoridade que possuía, tentou se proteger citando o santuário do rei e não o templo do Senhor [Am 7.13].

  

SUBSÍDIO 1.2

R. N. Champlin: “Amazias era o sacerdote oficial do santuário real de Betei. Amós tinha asseverado de que ele não era um profeta profissional [1 Sm 9.6-10; Mq 3.5-8, ll].E n e m era membro de alguma guilda profética [1 Sm 10.5; 1 R s 22.6; 2Rs 2.3, 5], Antes, era um leigo a quem Yahweh tinha enviado para proferir profecias a Seu povo [Am 3.3-8; 2Sm 7.8], (…) A classe liderante reagiu violentamente contra as profecias de condenação de Amós.”

  

1.3. A resposta do profeta Amós 

Embora não faltassem esforços do sacerdote Amazias para impedir que Amós continuasse com sua mensagem da parte de Deus, o profeta se manteve fiel ao cumprimento de sua missão e argumentou em sua defesa:
a) Amós era oriundo do campo, não pertencia a elite religiosa ou civil do seu povo: “Eu não era profeta, nem filho de profeta” [Am 7.14];

b) Amós tinha consciência de que a única autorização necessária para cumprir seu ministério era o chamado de Deus [Am 7.15];

c) O profeta não se escondeu, não se calou ou mesmo se intimidou diante das ameaças sofridas pelo sacerdote, alguém que supostamente, deveria apoiá-lo [Am 7.16-17].

  

SUBSÍDIO 1.3

R. N. Champlin: “É verdade que Amós não pertencia a uma família profética, nem era filho de um profeta, muito menos membro de uma escola profética; ou seja, ele não era um profeta profissional. Mas e daí? Amazias, o chamado sumo sacerdote do reino apostatado de Jeroboão, também não tinha credenciais tradicionais, não pertencendo à família de Arão, a qual era um segmento da tribo de Levi. Amós era apenas um boieiro e colhedor de sicômoros. Em outras palavras, era um fazendeiro. No entanto, ele atraiu o poder e a sabedoria de Deus, e também a luz profética, por ser um homem piedoso. Foi escolhido para uma missão especial.”

  

EU ENSINEI QUE:

A verdadeira espiritualidade é refletida diariamente em um estilo de vida que agrada ao Senhor e atrai outros para conhecê-Lo e servi-Lo

  

2- A ESSÊNCIA DA MENSAGEM

O livro de Amós pode ser dividido nos seguintes temas: nos capítulos 1 e 2, o profeta prega para o povo de Deus, especialmente o reino do Norte, Israel. Já nos capítulos de 3 a 6, as mensagens de Amós são proferidas diretamente para Israel e seus líderes. Nos últimos capítulos, de 7 a 9, Amós relata suas visões a respeito do juízo de Deus, o Dia do Senhor.

  

2.1. A justiça de Deus 

Entre o povo de Deus, a sensibilidade e o amor ao próximo eram coisas tão distantes que pessoas honestas eram vendidas como escravos, caso não pudessem pagar suas dívidas. O pecado estava tão enraizado e normatizado que os pais e os filhos se relacionavam sexualmente com a mesma mulher, profanando a santidade e o nome de Deus. Nesse estilo de vida tão contrário aos ensinamentos de Deus, era comum comer comidas oferecidas aos ídolos; a injustiça imperava entre a liderança religiosa que se escondia atrás de uma falsa moralidade e uma espiritualidade vazia, oferecendo cultos que não agradavam mais ao Senhor [Am 2.6-8; 4.5; 5.12, 21-22].

  

SUBSÍDIO 2.1

R. N. Champlin: “(…) mais espaço foi dedicado à condenação de Israel, visto que Amós foi um profeta especificamente enviado a Israel. Em certo sentido, Israel, a oitava das nações a ser denunciada, era a pior de todas. Tinha os elevados privilégios de Judá, mas desde o começo da nação, com Jeroboão I (que separou as dez tribos das duas, Judá e Benjamim), Israel tornou-se podre na idolatria.”

  

2.2. Deus exige retidão e justiça do Seu povo

Retidão é a conduta correta, especialmente nos lugares onde a justiça deve alcançar todas as pessoas independente de sua classe social: “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso.” [Am 5.24]. Não existe retidão onde não há justiça e a justiça sem a retidão não passa de um engano. A falta de retidão era sentida nas três esferas da vida pública no tempo do profeta Amós: nos tribunais, nas classes sociais mais favorecidas e no culto a Deus. Cabe ao povo de Deus ser exemplo de retidão e justiça, amar a Deus e o próximo de forma prática e não apenas com discursos evasivos e vazios, especialmente os menos favorecidos, isto é, os menos amados na prática.

  

SUBSÍDIO 2.2

Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/ 1994 – Auxílios Didáticos ao Professor, p. 16: “Moralmente a nação estava corrompida, tanto interna quanto externamente. A aristocracia era rica, porém perversa. Profetas e sacerdotes viviam a serviço dos seus próprios interesses. Injustiça social era o que havia. Os poderosos tinham sempre razão. Usurpavam os pobres e viviam na suntuosidade e no vício. Em tudo a nação era pagã, com exceção do nome.”

  

2.3. A necessidade do verdadeiro arrependimento

Amós devia visitar os lugares onde estavam os templos para os outros deuses, Betel e Gilgal. Sua missão era profetizar contra a idolatria com as estátuas, que o rei Roboão tinha feito. Era preciso trazer à memória do povo as palavras que Deus tinha dito a Moisés, quando Josué renovou a Aliança no Monte Ebal [Js 8.32], O povo estava mergulhado na idolatria e Deus alertou sobre as sérias consequências para esse tipo de atitude [Dt 30.15-20]. Então, o profeta Amós age como mediador suplicando a misericórdia de Deus. O profeta não justifica ou compactua com o erro de seus compatriotas, ele sabe que a ira do Senhor é pertinente. O povo pecou e por causa disso Amós pede perdão [Am 7.2].

  

SUBSÍDIO 2.3

David Allan Hubbard (Joel e Amós – Introdução e comentário, Vida Nova, 1996, p. 231-232): “Atônito diante do quadro devastador, Amós implora perdão a Deus (perdoa); a forma gramatical é um imperativo intensificado por uma partícula que dá a ideia de urgência: “por favor” ou “agora”. Ainda que a narrativa da visão não traga nenhum relato de pecado, Amós sabe que os gafanhotos são a promulgação do juízo sobre Israel desobediente; daí o pedido de perdão (…) O fundamento para o pedido de Amós é a fragilidade e vulnerabilidade de Israel (aqui chamado de Jacó; cf 3.13; 6.8; 9.8).”

  

EU ENSINEI QUE:

Sem a justiça, a retidão e o arrependimento, não há solução para os problemas da humanidade.

  

3- AMÓS PARA HOJE

O fato de Amós interceder pelo povo não o tomou complacente com o pecado. Tampouco o fato de a injustiça permear todas as camadas da sociedade de sua época, especialmente os mais vulneráveis, o fez calar mediante os pecados que cometiam contra Deus. Amós não deixou de cumprir seu ministério e anunciar o iminente juízo de Deus como forma de disciplinar o povo de Israel.

  

3.1. Privilégios e responsabilidades

O fato de Israel ser o povo escolhido trazia-lhes a falsa segurança de que estavam isentos do julgamento de Deus. O profeta Amós, porém, os confrontou com tal pensamento [Am 3.2], para que entendessem que tal privilégio imputava-lhes grandes responsabilidades. O amor de Deus também se manifesta em julgamento e disciplina sobre aqueles que insistem em viver à margem dos Seus preceitos, principalmente dos que já experimentaram uma vida de devoção e comunhão com Ele. O escritor J. A. Motyer afirmou: “O destaque particular de Amós é o seguinte: quanto mais perto de Deus se encontra, mais próximo o juízo e mais certo o julgamento. Por causa do privilégio de serem salvos, mais será exigido daqueles que mais receberam; quanto maior a luz, maior o risco”.

  

SUBSÍDIO 3.1

Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 19) descreve alguns dos pecados indesculpáveis de Israel: “a) O pecado contra a revelação – O privilégio de Israel ser a nação eleita de Deus não o faria mais importante que as demais nações, a ponto de poder pecar. Acarretava, antes de tudo, o dever de ser luz para as nações e não igualar-se a elas. Assim como Israel, muitos de nós temos esquecido do dia da nossa libertação, vivendo em situações que não nos identificam com o nosso libertador, com nossa aliança de batismo (…).”

  

3.2. A inutilidade do formalismo religioso 

A mensagem de Amós é muito clara: “Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso.” [Am 5.24]. Isso significa que o formalismo religioso e o cerimonialismo nada representam diante de Deus se não estiverem acompanhados de atitudes que demonstrem o amor e o cuidado de Deus pelos homens. A indiferença da Igreja mediante as mazelas que acompanham aqueles que se encontram em situação de desamparo e abandono depõe contra ela, ainda que tenha excelentes e elaboradas programações. O ativismo do calendário não pode e não deve substituir o socorro aos aflitos e desvalidos onde quer que estejam.

  

SUBSÍDIO 3.2

R. N. Champlin: “Em contraste com a religião vazia (algo repelente, que Yahweh odeia), temos a verdadeira religião, que se manifesta por meio da justiça, a qual é tão abundante que rola como um riacho descendo pelas faldas dos montes; e também há a retidão, que é como uma torrente que flui de forma perene. Encontramos aqui as “águas” da vida, e não o vinho do deboche. Essa é a essência da verdadeira fé, a fé que parte do coração [Pv 4.23].”

 

  

3.3. Uma mensagem de esperança

Em Amós encontram-se muitas palavras sobre sofrimento, destruição e morte, e poucas palavras sobre otimismo e esperança. Mas isso não invalida a mensagem final sobre a esperança de um futuro melhor [Am 9 .11-15 ]. Devido aos pecados dos povos, Deus mandaria Seu fogo destruidor e outros castigos com o juízo divino. Mas, no final da mensagem, o profeta reforça a graça, a misericórdia e o amor de Deus, ao se referir à oportunidade que todas as pessoas, de todas as nações, receberiam a mensagem de salvação, por meio do descendente de Davi, Jesus Cristo.

  

SUBSÍDIO 3.3

Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 20) comenta sobre as promessas finais de salvação em Amós: “Amós cumpriu a missão que havia recebido do Senhor. Entregou a mensagem de juízo divino sobre os pecados do povo. A aparente apatia de Israel quanto a mensagem de Amós não poderia ofuscar o evento que o profeta tanto almejava. Foi assim , que séculos mais tarde, alguém escrevendo sobre um descendente de Davi disse: “E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS” [Jo 1.14]. A palavra grega “habitou” se traduz literalmente “levantou tabernáculo ”, cumprindo assim a profecia messiânica de Amós [Am 9.11].”

  

EU ENSINEI QUE:

Deus é justo e, também, misericordioso.

  

CONCLUSÃO

A missão de cada crente é proclamar a mensagem de Deus no lugar que Ele mesmo designar. Todos devem pregar a mensagem de arrependimento e salvação atendendo ao chamado do Senhor. Amós inspira a cada crente com sua ousadia, comprometimento e fé naquele que o enviou.