Lição 7 - Integridade em Tempos de Crise, 1 parte
Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2014 - CPAD
- Para jovens e adultos
Tema: A Integridade Moral e Espiritual - O
Legado Do Livro De Daniel Para A Igreja Hoje.
Comentários: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de
Almeida Silva
Questionário
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS,
FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
TEXTO ÁUREO
"Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar
ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou
culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem
culpa" (Dn 6.4).
VERDADE PRÁTICA
A integridade deve ser a nossa marca, compreendendo
igualmente coração, mente e vontade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Sl 7.8 DEUS julga-nos conforme nossa integridade
Terça - Jó 1.1; 2.3 Jó era homem íntegro
Quarta - 1 Rs 9.4 Integridade é símbolo de inteireza
Quinta - Mt 6.19-24 JESUS ensinou sobre a integridade
Sexta - 2 Cr 25.2; 1 Rs 9.4 Integridade em tudo
Sábado - 1 Jo 2.15-17 Integridade é não dividir o coração
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Daniel 6.3-5, 10, 11, 15, 16, 20
Daniel 6.3 Então, o
mesmo Daniel se distinguiu desses príncipes e presidentes, porque nele havia
um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino. 4
Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel
a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque
ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa. 5 Então, estes
homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a
procurarmos contra ele na lei do seu DEUS.
Daniel 6.10
Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua
casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e
três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu
DEUS, como também antes costumava fazer. 11 Então, aqueles homens foram
juntos e acharam Daniel orando e suplicando diante do seu DEUS.
Daniel 6.15
Então, aqueles homens foram juntos ao rei e disseram ao rei: Sabe, ó rei,
que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou ordenança, que o
rei determine, se pode mudar. 16 Então, o rei ordenou que trouxessem a
Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O
teu DEUS, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.
Daniel 6.20
E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e, falando o rei,
disse a Daniel: Daniel, servo do DEUS vivo! Dar-se-ia o caso que o teu DEUS,
a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
INTERAÇÃO
Daniel viveu em uma sociedade pagã, porém ele manteve-se fiel
e temente ao Senhor. Foi um importante profeta e estadista que fez a
diferença diante dos reis a quem serviu. A vida deste servo de DEUS não foi
nada fácil. Ele experimentou terríveis provas, como a cova com leões
famintos, mas em todas elas agiu como um vencedor. Embora exercendo
importantes funções no reino, Daniel não descuidava da sua vida de oração e
não permitiu que um edito real o tirasse da presença de DEUS. Tem você,
professor, também uma vida devocional como Daniel? Não permita que
dificuldade alguma o impeça de se achegar a presença de DEUS em oração.
Jamais espere que uma situação difícil chegue para lhe ensinar a respeito da
oração.
OBJETIVOS -
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber
que Daniel era um homem íntegro, mesmo vivendo em um meio
corrompido.
Analisar
o caráter íntegro de Daniel.
Compreender
porque Daniel foi parar na cova dos leões.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza o quadro da página abaixo de maneira que
cada aluno tenha o seu. Utilize-o para introduzir a lição. Mostre todos os
reis a quem Daniel serviu e enfatize o caráter íntegro deste servo de DEUS,
mesmo estando em um meio político corrupto. Explique que a fé de Daniel fez
com que ele se mantivesse inabalável. A nossa fé em DEUS nos livra das
investidas de nossos inimigos e nos leva a ter uma vida íntegra.
Resumo da
Lição 7
– Integridade Em Tempos De Crise
I. DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO EM UM MEIO
POLÍTICO CORRUPTO (Dn 6.1-6)
1. Dario reorganiza o governo e delega
autoridade administrativa (Dn 6.1-3).
2. Daniel se torna alvo de uma conspiração (Dn
6.4,5).
3. O perigo das confabulações políticas.
II. DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO QUE NÃO
TRANSIGIU COM SUA FÉ EM DEUS (Dn 6.10-16)
1. Nenhuma trama política mudaria em Daniel o
seu hábito devocional de oração (Dn 6.10).
2. A momentânea vitória dos conspiradores.
3. Preservando a integridade (Dn 6.18-22).
III. DANIEL NA COVA DOS LEÕES (Dn 6.16-24)
1. Daniel preferiu morrer a se dobrar diante de
um edito maligno (Dn 6.16,17).
2. Daniel foi protegido da morte pelo anjo de
DEUS (Dn 6.22,23).
3. DEUS mais uma vez foi glorificado através da
vida de Daniel (Dn 6.22,23,25-28).
SINOPSE DO TÓPICO (1) Mesmo vivendo em uma
sociedade pagã, corrompida pelo pecado, Daniel se manteve íntegro.
SINOPSE DO TÓPICO (2) A fé de Daniel contribuiu
para que ele tivesse uma vida devocional bem-sucedida.
SINOPSE DO TÓPICO (3) Daniel não se dobrou
diante de um edito maligno. Ele foi fiel e o Senhor o livrou dos leões.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio
Bibliológico
"Os males da inveja (6.4)
Os companheiros de cargo de Daniel, movidos por
amarga inveja, tinham más intenções contra o servo de DEUS.
Todos têm de vigiar contra este monstro
destruidor: a inveja. Ainda neste versículo vemos outra virtude de Daniel:
integridade de caráter 'nenhum erro nem culpa'. O plano diabólico de matar
Daniel seria executado através dos dirigentes do povo, e da vaidade do rei.
Em Daniel 2.12, o Diabo, em seu plano anterior de matar Daniel, agiu através
da ira do rei Nabucodonosor. Agora ele usou outro rei e outras armas: a
presunção, a vaidade, o orgulho, a vanglória pessoal.
O Diabo percebeu que Daniel seria o homem que
intercederia junto a DEUS, com oração e jejum, para que os cativos de Israel
retornassem à sua terra.
Por movido de orgulho e vaidade, o rei assinara o decreto de morte (v. 9).
Ainda hoje, muitos decretos, leis, estatutos, resoluções, decisões, votações
e reuniões são feitas para prejudicar os outros" (GILBERTO, Antonio. Daniel
& Apocalipse: Como entender o plano de DEUS para os últimos dias. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006, p.38).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio
Bibliológico
"Avanço Político de Daniel (6.1-3)
Na reorganização do governo, Dario seguiu a
política liberal de Ciro e logo dividiu a responsabilidade da administração.
A nomeação de 120 presidentes, sobre os quais foram colocados três
príncipes, pode ter sido um arranjo temporário para assegurar a coleta
regular dos impostos e manter um sistema de arrecadação e contabilidade. A
breve explicação do versículo 2 parece indicar isso: aos quais esses
presidentes dessem conta, para que o rei não sofresse dano.
Dos três presidentes, Daniel se distinguiu. E
Dario encontrou nele um espírito excelente e planejava estender sua
autoridade sobre todo o reino.
Daniel devia ter em torno de 85 anos ou talvez
se aproximasse dos 90 anos. Ele tinha passado diversas crises políticas.
Agora, a sua reputação de homem íntegro e honesto chegara ao conhecimento
dos novos governantes. Talvez informantes tenham aconselhado os novos
governantes acerca da posição de Daniel na noite fatal da queda de Belsazar.
Quaisquer que fossem as circunstâncias, o homem de DEUS estava pronto para
servir onde fosse necessário.
Um homem de fidelidade e honestidade é
desconcertante para maquinadores desonestos. Ver Daniel prestes a receber
uma promoção que o colocaria acima deles era mais do que os príncipes e os
presidentes podiam tolerar. Eles precisavam destruir Daniel a qualquer
custo. O fracasso em encontrar falhas na administração de Daniel os fez
buscar uma maneira de atacá-lo no seu ponto mais forte, sua religião e a lei
do seu DEUS.
O rei foi ingênuo no que tange à sugestão dos
inimigos de Daniel. Era bastante comum para os governantes dos medos e
persas colocar-se no lugar de um dos seus deuses e requerer a adoração do
povo. Dario sentiu-se lisonjeado em ser o centro da devoção religiosa por um
mês, assim, assinou esta escritura e edito" (PRICE, Ross E.; GRAY, Paul C.
(Eds.). Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, pp.518-9).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B (Ed). Teologia do Antigo Testamento.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia
Bíblica. 5 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
INTEGRIDADE EM
TEMPOS DE CRISE
É possível ser
íntegro em meio à corrupção? É possível sujeitar-se a DEUS quando ao nosso
redor estamos cercados de exemplos contrários ao ideal divino? Estas são as
perguntas norteadoras desta sétima lição.
Revista
Ensinador Cristão.
Editora CPAD. pag. 39.
A história
O capítulo seis
de Daniel revela que o profeta fora colocado como um alto oficial do Império
de Babilônia no governo de Nabucodonosor e, posteriormente, Dario o
assentara como líder de governo do império Medo-Persa. Dario dividiu a
escala de poder do império Medo-Persa da seguinte maneira: três príncipes
supervisionavam os 120 presidentes constituídos nas províncias do império
(w. 1,2). Daniel era um dos príncipes. Mas entre os três o profeta se
destacara.
Os príncipes e os
presidentes armaram uma cilada política envolvendo a religião do império.
Não podiam sujar o caráter de Daniel nas esferas sociais, morais e
políticas, então os príncipes e presidentes do império usaram a religião
para atingir a vida de Daniel. O plano: durante trinta dias quem dirigisse
uma prece a DEUS ou a um homem seria lançado na cova dos leões. Ainda assim,
o profeta Daniel não alterou a sua rotina. Todos os dias, Daniel dirigia-se
para uma sala no andar superior da sua casa, onde se punha de joelhos para
orar (além de ajoelhar-se, os judeus ficavam de pé com as mãos erguidas para
o céu e também prostravam-se como diante de DEUS). Até que foi denunciado
pelos seus colegas de governo e Daniel condenado a cova dos leões. (122
homens conspiraram contra Daniel).
Política e Religião
A história da
humanidade registra testemunhos contundentes acerca da mistura entre a
religião e a política. A exemplo dos inimigos de Daniel, muitos usaram a
religião para se beneficiarem politicamente. Eles não criam em nada: no
culto que praticavam e no deus que diziam servir. Apenas usavam e abusavam
desses expedientes da religião com o fim de colocar os seus interesses
políticos em primeiro lugar. A história da igreja confirma a tragédia do
Corpo Institucional de CRISTO quando se misturou o poder temporal e o
espiritual. "O meu Reino não é deste mundo" disse JESUS.
A Igreja Católica
Romana perdeu-se no caminho por se achar detentora do poder temporal do
"Sacro Império Romano". Algumas Igrejas Protestantes se amalgamaram com o
Estado. Vide a divisão da Anglicana, Luterana e Reformada na Europa! O que
dizer das igrejas brasileiras envolvidas com a política partidária?
Revista
Ensinador Cristão.
Editora CPAD. pag. 39.
Observação minha - Ev. Henrique - Dario, o medo - Existem
várias interpretações sobre a origem do rei Dario, o medo.
Josefo acreditava que Dario
era filho de Astiages, conhecido
pelos gregos por outro nome. Isso significaria que ele era neto de Ciaxeres, o grande aliado medo de Nabucodonosor.
Podemos considerar que este Dario poderia ser o líder dos medos, um tal Gubaru
que é chamado de “Governador da Babilônia e do Distrito Além do Rio”. O
certo é que o governo da Babilônia começou com um "medo" e depois passou
a pertencer a ao império medo-persa governado por Ciro.
COMENTÁRIOS DE VÁRIOS AUTORES
INTRODUÇÃO
O relato do
capítulo 6 de Daniel é uma história que obedece a organização cronológica na
cabeça do escritor, por isso, os fatos dessa história acontecem dentro do
segundo império depois da Babilônia, de Nabucodonosor. Assume o reino o novo
império, com dois aliados da Média e da Pérsia e passou identificado como o
reino medo-persa, inicialmente, com Dario, o medo, de 522 a 486 a.C. Neste
tempo, Daniel não era um jovem quando iniciou-se o governo do novo reino. Já
haviam se passado, aproximadamente, 60 anos e Daniel estava com
aproximadamente 80
anos de idade e ainda gozava de prestígio e confiança no novo reino.
Porém, a história
do capítulo 6 é um testemunho pessoal de Daniel. É uma história que destaca
o valor da integridade moral e espiritual em meio à corrupção que dominava o
coração de alguns políticos do novo reino medo-persa. Daniel era um ancião
respeitado, não só pela idade avançada, mas pela história de fidelidade aos
demais monarcas, desde Nabucodonosor. Desde jovem, quando fora como exilado
judeu para a Babilônia até o início do novo império (medo-persa) haviam se
passado uns 60 anos. Durante todo esse tempo Daniel foi leal aos reis que
passaram e nunca se descuidou de sua relação com o seu DEUS.
Diferente dos
outros homens do palácio, Daniel era um homem que tinha a lealdade como um
princípio de vida. Sabia ser fiel e leal aos seus chefes sem trair seus
valores morais e espirituais. Sua integridade moral chamava a atenção e
causava inveja dos outros príncipes dentro do palácio. “A vida de Daniel
prova que um homem pode ser íntegro tanto na adversidade como na
prosperidade”, como escreveu Hernandes Dias Lopes, em seu Comentário de
Daniel. O sábio Salomão citou um provérbio que retrata a pessoa de Daniel,
quando diz: “A integridade dos retos os guia; mas, aos pérfidos, a sua mesma
falsidade os destrói”(Pv 11.3 —ARA).
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 89-90.
“A lição desta
história é a lição da lealdade aos mandamentos de DEUS sobre a fé religiosa.
Ele sempre honrará os que observarem fielmente esses preceitos. A religião
consiste não somente nas observâncias públicas, mas também nas devoções
particulares. No cativeiro, os judeus tinham poucas oportunidades de
realizar a parte pública de suas práticas cúlticas. Portanto, as devoções
pessoais e particulares tiveram de ocupar o lugar da devoção pública (e
JESUS nos ensina sobre entrar para dentro de nosso quarto e orar a DEUS, em
secreto).
Potentados poderosos, ou mesmo grupos de pessoas, que manobravam o Estado
ocasionalmente esforçaram-se por interferir na fé particular... Antioco
Epifânio fez precisamente isso (ver I Macabeus 1.42; II Macabeus 6.6). No
entanto, DEUS pode intervir e realmente intervém em favor dos que permanecem
fiéis. Ele pode humilhar e realmente humilha governantes poderosos” (Arthur Jeffery, in loc.).
Este relato
bíblico também tem por finalidade assegurar-nos que os judeus, embora
oprimidos, foram ajudados por Yahweh e exaltados a despeito dos ataques
pagãos. Os deuses e a idolatria pagã não podiam igualar tais feitos, pelo
que o paganismo saiu derrotado, enquanto o judaísmo (Observação minha - Ev.
Henrique - a fé dos hebreus no verdadeiro DEUS foi exaltada), foi exaltado por meio
das seis histórias do autor sagrado (Dan. 1-6).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 3397.
A INTEGRIDADE
parece ser uma virtude em extinção. Vivemos uma crise de integridade sem
precedentes no mundo. Mudam os governos, mudam os partidos, mudam as leis,
mas a corrupção continua instalada em todos os segmentos da política
nacional e internacional. As CPIs destampam os esgotos nauseabundos de
contínuos atos de corrupção nos corredores do poder, em que transitam
desavergonhadamente as ratazanas esfaimadas que mordem sem piedade o erário
público. Os escândalos se multiplicam. Políticos sem escrúpulo se abastecem
das riquezas da nação e deixam os pobres de estômago vazio. (Observação
minha - Ev. Henrique - incluindo aqui a maioria dos políticos evangélicos?)
Há falta de
integridade na família.
A fidelidade
conjugal está ameaçada. A multiplicação dos divórcios por motivos banais é
proclamada como uma conquista. O Brasil realizou, com ufanismo, a maior
parada gay do mundo, com 1,5 milhão de pessoas, em São Paulo, no ano de
2004, sob os aplausos de eminentes políticos da nossa nação.
Há falta de
integridade moral nos vários segmentos da sociedade. A integridade está
ausente na escola, no namoro, no casamento, no comércio, na vida financeira,
nas palavras e nos acordos firmados, nos palácios e até nas igrejas. Rui
Barbosa chegou mesmo a vaticinar que chegaria
o tempo em que os homens teriam vergonha de ser honestos. Esse tempo chegou.
A história,
porém, nos mostra que em meio à corrupção há pessoas que se mantêm íntegras.
O homem não é produto do meio como pensava o filósofo John Locke. Há
abundantes exemplos dignos de serem seguidos nessa área da integridade. O
jovem José, do Egito, foi íntegro ao preferir a prisão à liberdade do
pecado. O profeta Jeremias preferiu a prisão à popularidade. João Batista, o
precursor de JESUS, por ser íntegro, preferiu perder a cabeça a perder a
honra. (Observação minha - Ev. Henrique - Aqui no livro de Daniel vemos
Daniel, Hananias, Misael e Azarias preferindo morrer do que deixar a
fidelidade a DEUS).
LOPES. Hernandes
Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 79-80.
O versículo final
do capítulo 5 e o primeiro versículo do capítulo 6 nos introduzem ao novo
governo. Embora Ciro fosse o conquistador, Dario, o medo, é apresentado como
o monarca no poder na Babilônia. Parece que a política de Ciro era deixar a
administração do governo nas mãos de outros, enquanto seguia em frente com
novas conquistas.
Durante muitos
anos um dos problemas cruciais do livro de Daniel tem sido a identidade de
Dario, o medo (5.31; 9.1). A história secular não
fornece nenhum tipo de ajuda para solucionar esse problema. O mesmo se podia
dizer de Belsazar, até que as inscrições cuneiformes começaram a revelar
seus segredos. Josefo acreditava que Dario era filho de Astiages, conhecido
pelos gregos por outro nome. Isso significaria que ele era neto de Ciaxeres, o grande aliado medo de Nabucodonosor.
Alguns têm
tentado identificar Dario com Gobrias, o general do exército de Ciro que
venceu a Babilônia. Acredita-se que seu reinado foi breve. Mas, sua morte
dentro de dois meses após a captura da Babilônia dificilmente apoiaria essa
teoria.
Em seu livro
Darius the Mede (Dario, o medo), John C. Whitcomb oferece fortes indícios
que identificam Dario, o medo, com um Gubaru, cujo nome estava separado nos
registros cuneiformes. Esse Gubaru é chamado de “Governador da Babilônia e
do Distrito Além do Rio”. Debaixo da autoridade de Ciro, Gubaru nomeou
governadores para governar com ele na ausência de Ciro, que residia por
longos períodos em sua capital em Ecbatana. Gubaru recebeu um poder
praticamente ilimitado sobre a imensa satrapia da Babilônia. Mesmo no
governo de Cambises, o filho de Ciro, Gubaru continuou a exercer sua
autoridade.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 518.
I - DANIEL, UM HOMEM ÍNTEGRO EM UM MEIO POLÍTICO CORRUPTO (Dn
6.1-6)
Depois da
conquista medo-persa, Dario, era um tipo de vice-rei de Ciro, da Pérsia.
Entretanto, foi Dario, um rei sobre o reino, especialmente, sobre os
caldeus. O poder de mando era maior com Ciro, da Pérsia que era rei sobre
todo o império, e vários textos bíblicos comprovam esse fato (Is 44.21—45.5;
2 Cr 36.22,23; Ed 1.1-4). Independente da discussão sobre quem reinava, de
fato, é o nome de Dario que aparece no início do capítulo 6.
Mais de 60 anos
já se haviam passado desde que Daniel e seus companheiros foram levados para
o Palácio da Babilônia. Eram jovens que, naquela época, demonstraram
integridade na sua crença no DEUS Vivo e não se corromperam com as ofertas
palacianas. Agora, com 80 anos, aproximadamente, já era um ancião
experimentado que tinha ganhado a confiança dos reis que passaram por aquele
reino. Estava agora, no início do segundo Império, o medo-persa, sob o
comando desses dois reis, Dario, o medo e Ciro, da Pérsia. Daniel, por
alguma razão especial continuou a gozar da confiança do novo rei,
especialmente, na Babilônia.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 90.
1. Dario reorganiza o governo e delega autoridade
administrativa (Dn 6.1-3).
“Pareceu bem a
Dario” (6.1). Coube a Dario a tarefa de governar o Império Babilônico que
estava em crise política desde os tempos
de
Belsazar. Dificuldades administrativas enormes se avolumavam e Dario,
inteligentemente, colocou os negócios do império nas mãos de 120 “sátrapas”,
ou seja, 120 homens especiais que cuidariam de vários assuntos do império.
Esses sátrapas
eram, de fato, presidentes nomeados e delegados para dirigir os negócios do
reino, e Dario os submeteu à liderança de três príncipes, entre os quais,
Daniel (6.2).
Logo Daniel se
destacou entre todos porque Dario percebeu que havia nele “um espírito
excelente”(6.3). Daniel gozava da confiança do rei e estava apto a servir os
interesses do reino com lealdade. De algum modo, os outros presidentes
souberam que Dario pretendia constituí-lo com autoridade sobre todo o reino
(Dn 6.3). Essa possibilidade causou ciúmes e invejas dos demais que se
fizeram inimigos de Daniel.
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 90-91.
Dn 6.1 Pareceu
bem a Dario constituir sobre o reino. O autor sacro recupera aqui o fio de
Dan. 5.31, e agora nos diz como Dario, o medo, perpetrou um ato abominável
contra o profeta Daniel, instigado pelas classes governantes invejosas do
“cativo de Judá" que tinha subido tão alto no favor divino. Foi Dario I quem
estabeleceu satrapias (isto é, províncias), cada qual com seu governador.
Mas Dario aqui é o medo referido em 5.31.
Em Dan. 5.31 existem os problemas históricos que circundam o Dario
deste texto.
A divisão do pais
em satrapias foi descrita por Heródoto [Hist. III.89-94), que afirmou que
Dario I dividiu o reino em vinte divisões. Essa mesma informação figura em
inscrições da época. As tradições judaicas, no entanto, aumentam esse número
para 127 divisões (ver Est. 1.1; 8.9). Josefo então aumentou o número das
satrapias para 1201 (A ntiq. X.11.4). É provável que os judeus usassem o
termo
“satrapias” em um sentido mais amplo do que faziam os persas. Note o leitor
que o vs. 1 deste capítulo dá o número judaico de 120 satrapias.
Dn 6.2,3 E sobre
eles três presidentes. “Uma das primeiras responsabilidades de Dario foi
reorganizar o reino da Babilônia recentemente conquistado. Ele nomeou 120
sátrapas (cf. Dan. 3.2) para governar o reino e colocou-os sob as ordens de
três administradores, um dos quais era Daniel. Os sátrapas eram responsáveis
diante dos três presidentes ou administradores, talvez 40 sátrapas para cada
presidente. Daniel foi um administrador extraordinário, em parte por causa
de sua experiência de 39 anos sob Nabucodonosor (ver Dan. 2.48). Assim
sendo, Dario planejava torná-lo responsável pela administração do reino
inteiro. Isso, naturalmente, criou atrito entre Daniel e os outros
administradores e os 120 sátrapas" (J. Dwight Pentecost, in loc.).
Daniel tinha um
“espírito excelente”, provável alusão a como o espírito dos deuses (segundo
a terminologia pagã) estava com ele (ver Dan. 4.8,9,18). Cf. Dan. 5.12, que
nos transmite a mesma mensagem. Daniel era "preferido acima de outros
administradores, ou, literalmente, brilhava mais do que eles”.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 3397-3398.
Avanço Político
de Daniel (6.1-3)
Na reorganização
do governo, Dario seguiu a política liberal de Ciro e logo dividiu a
responsabilidade da administração. A nomeação de 120 presidentes , sobre
os quais foram colocados três príncipes, pode ter sido um arranjo
temporário para assegurar a coleta regular dos impostos e manter um sistema
de arrecadação e contabilidade. A breve explicação do versículo 2 parece
indicar isso: aos quais esses presidentes dessem conta, para que o rei não
sofresse dano.
Dos três
presidentes, Daniel se distinguiu. E Dario encontrou nele um espírito
excelente e planejava estender sua autoridade sobre todo o reino.
Daniel devia ter
em torno de 80 anos. Ele tinha passado
por diversas crises políticas. Agora, a sua reputação de homem íntegro e
honesto chegara ao conhecimento dos novos governantes. Talvez informantes
tenham aconselhado os novos governantes acerca da posição de Daniel na noite
fatal da queda de Belsazar. Quaisquer que fossem as circunstâncias, o homem
de DEUS estava pronto para servir onde fosse necessário.
Roy E. Swim.
Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 518.
Um homem íntegro
num meio encharcado de corrupção (Dn 6.1-6)
A Babilônia tinha
caído, um novo império tinha se levantado, mas os homens que subiram ao
poder continuavam corruptos. O absolutismo do rei no império babilônico
mudou para a descentralização do poder no império medo-persa. O regime de
governo mudou, mas não o coração dos homens. É um grande engano pensar que
as coisas vão mudar para melhor em virtude das mirabolantes promessas dos
políticos. Mudam-se os partidos. Mudam-se as figuras, mas o espírito e a
cultura do aproveitamento são os mesmos.
O rei Dario
estava preocupado com o problema da corrupção, por isso, constituiu 120
prefeitos e três governadores. Constituiu fiscais do erário público. Mas
aqueles que deveriam vigiar e fiscalizar se corromperam.
As riquezas
caíram no ralo dos desvios. A corrupção estava instalada dentro do palácio,
nas rodas mais altas do governo de Dario.
Nesse mar de
lama, floresce um lírio puro. A vida de Daniel nos mostra que é possível ser
íntegro mesmo cercado por um mar de lama de corrupção. Daniel mantém-se
íntegro a despeito do ambiente. O homem não é produto do meio. Daniel não
vende sua consciência. Ele não negocia os seus valores absolutos. Ele não se
corrompe. A base de sua integridade é sua fidelidade a DEUS. Concordo com a
afirmação de Stuart Olyott: “A espiritualidade de Daniel é o alicerce de sua
fidelidade diante dos homens”. Sua fé é a pedra de esquina de sua moralidade
privada e pública. Os amigos de Daniel apagaram as chamas do fogo pela fé.
Agora, Daniel fecha a boca dos leões pela fé.
LOPES. Hernandes
Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 80-81.
Dn 6.1: “E
pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte presidentes,
que estivessem sobre todo o reino”.
"... pareceu bem
a Dario...” Daniel menciona quatro reis da Babilônia e da Pérsia: -
Nabucodonosor; Belsazar; Dario, o Medo, e Ciro. O primeiro é bem conhecido,
O segundo é citado em Daniel como sendo filho de Nabucodonosor. Heródoto, o historiador
(185-188) registra que Belsazar era filho de Nabonido. As inscrições
recentes, encontradas, declaram que o exército persa, sob Gobrias, tomou
Babilônia sem luta; que foi morto o filho do rei; e que Ciro entrou mais
tarde. Sob o reinado de Dario, Daniel foi lançado à cova dos leões, isso não
é mencionado nas inscrições, mas é evidenciado no capítulo em foco. Pensa-se
que ele foi o Gobrias, referido nas placas babilônicas, ou, como diz Josefo,
Ciaxares, medo, sogro de Ciro. Seja como for, Dario comandou também os
exércitos que conquistaram Babilônia; enquanto Ciro se ocupava em suas
guerras, no Norte e no Oeste, Dario reinava em seu lugar. Fora predito que
os medos seriam os conquistadores de Babilônia. (Ver Is 13.17; Jr 5 1.11,
29). Até Ciro assumir o poder, a ordem era “medos e persas” (5.28 e 6.8).
Depois, falava-se “persas e medos” (Et 1.14,18,19 etc..). (Ver 5.31).
Dn 6.2: “E sobre
eles três príncipes, dos quais Daniel era um, aos quais, estes presidentes
dessem conta, para que o rei não sofresse dano”.
“E sobre eles
três príncipes, dos quais Daniel era um”. O presente versículo é
continuidade do versículo primeiro desta série de 28 que este capítulo
contém. Dario nomeou 120 “sátrapas” ou “protetores do reino” para cuidar do
novo país conquistado. O texto em foco nos informa que, desde que Daniel se
distinguiu em sua posição, a inveja apareceu entre os outros e procuravam um
meio de destruí-lo.
Dn 6.3: “Então o
mesmo Daniel se distinguiu destes príncipes e presidentes, porque nele havia
um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino”.
"... um espírito
excelente”. O espírito humano representa a natureza suprema do homem, e
nessa peculiaridade rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o
espírito torna-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir
que o orgulho o domine, ele tem um “espírito altivo” (Pv 16.18). Conforme as
influências respectivas que dominem, o homem pode ter: um espírito perverso
(Is 19.14); um espírito rebelde (SI 106.33); um espírito impaciente (Pv
14.29); um espírito perturbado (Gn 41.18). Pode estar dominado por um
espírito de servidão (Rm 8.15), ou ser impelido pelo espírito de inveja, (Nm
5.14). Essa é a lista negra daqueles que não dominam seu espírito; porém, é
evidente que, aqueles que, como Daniel, têm “um espírito excelente”, devem:
dominar seu espírito (Pv 16.32); guardar seu espírito (Ml 2.15); pelo
arrependimento, criar um novo espírito (Ez 18.31) e, finalmente, confiar em
DEUS, para que Ele transforme seu espírito (Ez 11.19). Daniel era possuidor
de todas essas qualidades em grau supremo (v. 2).
Severino Pedro da
Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
109-111.
2. Daniel se torna alvo de uma conspiração (Dn 6.4,5).
Dario, distinguiu
três presidentes para tratarem dos negócios do reino com autoridade
sobre os demais. Daniel, um dos três presidentes, se destacou entre todos
pela sabedoria, prudência, fidelidade e integridade. O rei chegou a pensar
em estabelecer Daniel como líder sobre todo o reino (v. 3). Essa
possibilidade encheu de inveja e ciúme os demais presidentes, os quais não
queriam a Daniel com tão importante posição uma vez que isso o faria
superior a todos os demais e seria o representante mais próximo do Rei
Dario. Aqueles homens não tinham outros motivos para afastá-lo dessa posição
de destaque. Eles não tinham do que acusar a Daniel por qualquer deslize
político ou moral contra o imperador. Ele não era inimigo de nenhum deles,
mas era um dos poucos que viera dos antigos oficiais e logo conquistou a
confiança e o respeito de Dario, e posteriormente, de Ciro, o persa.
A integridade e a
lealdade de Daniel eram tão pungentes que eles não encontravam nada de que
pudessem acusá-lo. Então tramaram alguma coisa que prejudicasse as relações
de Daniel com o rei e com o reino. Mas o quê? Nada relacionado com dinheiro,
ou com uso indevido de propriedades do reino, ou alguma desobediência às
ordens do rei, nem mesmo qualquer tipo de vício (6.4).
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 91.
Dn 6.4 Então os
presidentes e os sátrapas. Daniel voava alto demais; as coisas corriam
bem
demais; o homem precisava ser submetido a teste. Ele era um
administrador
bom demais para que seus rivais encontrassem falhas nele. Portanto, a
solução foi levantar o antigo espírito de perseguição religiosa. O
homem
sustentava sua fé judaica em meio à idolatria pagã; seus inimigos
manipulariam isso para vantagem própria, e fá-lo-iam ser executado
oficialmente pelo Estado, por meio de Dario, o medo, naturalmente. Era
preciso, porém, encontrar motivos para acusar Daniel com uma
‘illah, ou seja, uma acusação legal. Eles não queriam apenas diminuir o
ritmo de Daniel. Queriam vê-lo morto. E buscaram encontrar alguma talha
(no
hebraico, shehithah, “ação incorreta”) ou erro (no hebraico, shalu,
algum
“deslize” ou “remissão”), mas Daniel e seu trabalho mostravam-se
imaculados.
Cf. Esd. 4.22 e 6.9, onde temos as idéias de negligência ou relaxamento
na
execução das ordens oficiais. Daniel, porém, estava acima dessas
pequenas
falhas humanas.
Dn 6.5 Disseram, pois, estes
homens. Daniel era conhecido
pelos frutos que produzia tanto em sua vida profissional como em sua vida
pessoal. Seus oponentes haveriam de distorcer as coisas, colocando-o em uma
situação perigosa. Tentariam desacreditá-lo e livrar-se dele, o que é o abc
da política. Eles diriam a “grande mentira', o instrumento mais usado pelos
políticos. Por outra parte, “a vida correta é mais importante que o rótulo
correto. O público, entretanto, por muitas vezes anela escolher o rótulo
acima da realidade” (Gerald Kennedy, in loc.).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 3398.
A vida de Daniel
nos prova que um homem pode permanecer íntegro mesmo quando é vítima de
conspiração (Dn 6.4-5). O versículo 4 nos informa que eles procuravam uma
“ocasião” para acusar Daniel. Essa palavra significa aqui que eles buscavam
um pretexto, um motivo. Procuraram também uma brecha na vida de Daniel.
Assim, tentaram pegá-lo em seu ponto forte. As circunstâncias adversas não
alteraram as convicções de Daniel. A promoção e a honra dos íntegros
incomodam as pessoas invejosas. A Bíblia diz: “Cruel é o furor, e impetuosa
é a ira; mas quem pode resistir à inveja?” (Pv 27.4).
Porque Daniel era
fiel a DEUS, ele era fiel ao seu senhor terreno. Porque era diferente dos
outros líderes foi perseguido, e conspiraram contra ele para matá-lo. Os
inimigos de Daniel queriam afastá-lo do caminho deles. Mas como? Nada
encontraram para atacar em sua vida moral, assim, conspiraram contra ele por
intermédio de sua religião.
LOPES. Hernandes
Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 81-82.
Dn 6.4: “Então os
príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito
do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel,
e não se achava nele nenhum vício nem culpa”.
"... ele era
fiel. Hodge, declara: “A grande exigência básica para o ofício dos
despenseiros é a fidelidade. Um ministro (político ou religioso) deve, acima
de tudo, primar pela fidelidade. Daniel foi exemplo durante a sua vida
naquela corte. No campo religioso, o despenseiro é um servo e, como tal,
deve ser fiel ao seu Senhor. Na qualidade de um discípulo, deve ser fiel
àquele que o supervisiona. O despenseiro não deve mostrar-se negligente ao
distribuir o alimento; não deve adulterá-lo nem substituí-lo por um
inferior. Assim também se dá no caso dos ministros da Palavra”. Os servos
infiéis se empenham mais em servirem-se a si mesmos: esquecem-se das
verdadeiras funções de um servo de DEUS, que consiste em anunciar a mensagem
do Senhor, dedicando-se inteiramente a Ele. Daniel era fiel em tudo que
fazia, tanto para o rei como para DEUS. Por isso foi perseguido, mas
triunfou!
Dn 6.5: “Então
estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se
não a procurarmos contra ele na lei do seu DEUS”.
“Nunca acharemos
ocasião...” O espírito de inveja é, sem dúvida alguma, um espírito
destruidor. O rei Saul era um rei poderoso, mas a inveja o destruiu. Ele,
após o grande triunfo do jovem guerreiro Davi, ao invés de agradecer o que
ele fez, quis matá-lo (1 Sm cap. 18). O jovem José era justo e santo e seus
irmãos o venderam como escravo para o Egito (At 7.9). Em toda a extensão da
Bíblia, encontramos sempre a inveja associada à traição. Evidentemente, o
invejoso é um traidor. Judas Iscariotes traía a JESUS e, por essa razão,
“buscava oportunidade para entregá-lo sem alvoroço” (Lc 22.1-6). O
verdadeiro obreiro pode ter sido no passado até um Pedro (precipitado), mas
nunca um Judas (traidor). Daniel, em sua missão de estadista naquela corte,
foi sempre traído, mas nunca foi traidor!
Severino Pedro da
Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
111-112.
3. O perigo das confabulações políticas.
“e não se achava
nele nenhum vicio ou culpa” (6.4) Os políticos cristãos que exercem suas atividades nas câmaras municipais,
estaduais e federais, precisam estar atentos para não negociarem a fé. Por
causa da fé, são desafiados com leis injustas e que afrontam os princípios
divinos. Para serem fiéis a DEUS, essas pessoas tornam-se alvo de calúnias,
mentiras para serem prejudicadas. No mundo político, há possibilidade de
confabulações que denigrem a imagem moral daqueles que lutam por justiça e
moralidade. Daniel foi alvo dessa maldade dos seus pares dentro do palácio
da Babilônia. Aqueles homens se tornaram inimigos de Daniel, sem que ele
tivesse ofendido a qualquer um deles. Confabularam contra Daniel buscando
alguma falha moral, material e mesmo religiosa, mas foram frustrados pela
integridade dele (Dn 6.4,5). Osvaldo Litz escreveu em seu livro: “A estátua
e a Pedra” que “o sucesso sempre exige um tributo. Também o sucesso
conseguido através da fidelidade e do esmero. A intenção do rei de promover
a Daniel para o posto de maior poder no governo suscitou a inveja dos outros
presidentes. Eles seriam passados para trás e um estrangeiro teria poder
sobre eles”. A integridade moral e política de Daniel para com o rei eram
incontestáveis. Porém, destacava-se, também, a fidelidade de Daniel para com
o seu DEUS que era conhecida pelos seus inimigos.
“Nunca acharemos
ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do
seu DEUS” (6.5) A armadilha preparada para que Daniel caísse deveria ser
pela sua fidelidade ao seu DEUS, e não por qualquer transgressão. Nossos
políticos cristãos são constantemente desafiados na sua fé para fazerem
concessões e desonrarem a DEUS.
Uma proposta para
afetar a vida religiosa de Daniel (6.6-9)
Elaboraram uma
trama contra Daniel e falsamente exploraram a vaidade do Rei apresentando
uma proposta. A proposta seria um decreto real que expressava o apoio
unânime dos proponentes. Naturalmente, Daniel não sabia de nada porque
agiram de forma que todos os subordinados do reino, “presidentes, prefeitos,
conselheiros e governadores” concordaram com a proposta levada a Dario, o
rei (6.7). A falsidade desse grupo
explorou a vaidade e o ego do rei para que, por 30 dias, ninguém fizesse
oração a outro deus que não fosse a Dario. A ideia falsa e mentirosa era o
fortalecimento do poder real do rei. Ora, a ideia agradou ao rei que
desejava ser a corporificação da deidade, recebendo adoração dos seus
súditos. Daniel não havia sido consultado sobre o edito. O
rei caiu na trama daqueles inimigos de Daniel que ficaram na espreita para
encontrá-lo orando e, desse modo, ter de que acusar a Daniel diante do Rei.
Entretanto, Daniel continuou do mesmo modo, cumprindo seus deveres
políticos, bem como o seu tradicional costume de orar três vezes por dia ao
seu DEUS (Dn 6.10).
Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 92-93.
Dn 6.6 Então
estes presidentes e sátrapas foram juntos ao rei. Aqueles réprobos formaram
uma conspiração. Todos estavam na mesma equipe (pelo momento) porque tinham
um inimigo comum, ao qual queriam derrubar. E apresentaram ao rei Dario, o
medo, a questão que tinham planejado. Aproximaram-se do rei com o louvor
usual, incluindo a costumeira saudação “Vive para sempre!” (ver Dan. 2.4).
O vs. 21 deste
capítulo mostra Daniel a dizer a mesma coisa. Essa saudação fazia parte da
“etiqueta da corte” .
Dn 6.7 Todos os
presidentes do reino. A Ridícula Conspiração. O fraco e vacilante monarca
tomar-se-ia o único deus pelo espaço de 30 dias. Nem mesmo Bel (Marduque)
receberia atenção durante esse tempo, assim como Yahweh, o DEUS dos judeus.
Haveria uma maravilhosa lei de 30 dias, reforçada por um decreto real.
Podemos entender que os reis medo-persas já estavam levando-se
demasiadamente a sério, pensando em si mesmos como se fossem deuses, pelo
que ser o único deus por um curto tempo parecia ser algo lógico e elogioso.
Ademais, isso apelava para a vaidade e o orgulho ridículo de Dario,
fraquezas típicas dos políticos. O conluio era ridículo, e seria necessário
um homem absurdo para cair diante dele. Mas o que o rei fez foi cair.
Qualquer pessoa que desobedecesse seria entregue aos leões famintos, os
quais, inocentemente, cumpririam os desejos dos conspiradores.
Seja lançado na
cova dos leões. Um surpreendente número de antigos monarcas (incluindo
Salomão) tinha jardins zoológicos particulares para os quais traziam toda a
espécie de criaturas exóticas a fim de admirá-las. Note o leitor a imagem do
profeta, em Eze, 19.1-9, onde um leão é posto em uma gaiola e levado para a
Babilônia. Dario tinha alguns leões de estimação. O termo aqui traduzido por
“cova” corresponde à palavra hebraica traduzida por “cisterna” , pelo que
devemos pensar em uma espécie de buraco que formava a cova dos leões.
Nenhuma pessoa que caísse naquela cova poderia esperar voltar dali.
Desde os tempos
mais remotos, na Mesopotâmia, os reis vinham sendo apodados de divinos e
eram adorados.
Dn 6.8 Agora,
pois, ó rei, sanciona o interdito. O rei, em sua vaidade e agindo de acordo
com os costumes, recebeu bem a sugestão e imediatamente a implementou. O
decreto saiu: durante 30 dias, o único deus seria Dario, o medo. Para a
população em geral, não faria diferença qual dos deuses receberia atenção
especial durante um mês. Havia tantas divindades e os cultos eram tão
variegados que uma variação a mais não perturbaria a paz de ninguém, exceto,
naturalmente, uma pessoa como Daniel, que rejeitava toda a falta de bom
senso dos pagãos. Temos aqui uma lei escrita e, conforme todos sabemos, a
lei dos medos e persas não se alterava. Essa parte do versículo tornou-se
famosa e muito repetida, como um provérbio que indica coisas imutáveis. Ver
os vss. 12 e 15, onde a afirmação é reiterada. Isso deve ser contrastado com
o Brasil, a terra das novas leis. Em Est. 1.19 e 8.8 também encontramos a
lei imutável daquele povo. O rei Dario foi infalível por 30 dias. O mito da
infalibilidade humana é outra mentira que até pessoas bem-intencionadas
gostam de promover,
Dn 6.9 Por esta
causa o rei Dario assinou a escritura e o interdito. Dario assinou a lei que
os governadores tinham traçado, pelo que ali estava ela, escrita e fixa.
Diodoro Sículo (XVII.30) diz-nos que Dario III chegou a reconhecer a lei
como perigosa e errada, mas até mesmo um rei não tinha poder para alterar
uma lei decretada.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo.
Editora Hagnos. pag. 3398.
A vida de Daniel
nos ensina que a mesma pessoa que bajula é aquela que também maquina o mal
contra os justos (Dn 6.5-9). Sabiam que Daniel era um homem de oração,
bajularam o rei Dario, elevando-o ao posto de divindade por um mês. O
projeto trazia como isca a exaltação e a lealdade ao rei. Mas a intenção era
outra. O rei tornou-se refém de seu próprio orgulho e, por conseguinte, de
seu próprio decreto. E assim, sentenciaram à morte o homem de confiança do
rei.
Além da
bajulação, usaram a mentira (v. 7). Atingiram Daniel com essa manobra em que
ele era o alvo e a vítima.
A vida de Daniel
prova que um homem pode ser íntegro tanto na adversidade como na
prosperidade. Muitos fraquejam quando passam pelo teste da adversidade.
Daniel foi integro quando chegou a Babilônia como escravo. Ele resolveu
firmemente não se contaminar. Agora ele passa pelo teste da prosperidade.
Foi o primeiro ministro da Babilônia e agora e um governador do reino
medo-persa. Sua integridade é a mesma. Ele não se deixa seduzir pela fama
nem pela riqueza. Ele é um homem absolutamente confiável. A integridade nem
sempre nos ajuda a granjear amigos. Gente íntegra é uma ameaça ao sistema de
corrupção. Daniel incomodava a equipe de governo de Dario. Um funcionário
honesto é uma ameaça para o sistema viciado pela corrupção. Uma jovem que
não transige em seu namoro é vista como alguém antiquado. Um comerciante
íntegro é uma ameaça para o sistema de propinas.
A vida de Daniel
prova que a integridade implica em você fazer o que é certo quando ninguém
olha ou mesmo quando todos transigem. Uma pessoa íntegra procura agradar a
DEUS mais que aos homens. Ela não depende de elogios nem muda sua rota por
causa das críticas. Uma pessoa íntegra cumpre com a palavra empenhada e seu
aperto de mão vale mais que um contrato. Daniel mantém-se íntegro apesar de
haver uma debandada geral no governo de Dario. Ele sabia que sua integridade
o tornava impopular diante dos outros líderes, mas sua consciência era
cativa ao Senhor e comprometida com a verdade. Os opositores de Daniel
odiaram-no não porque ele praticara o mal, mas porque ele praticara o bem.
Eles bajularam e se tornaram hipócritas para alcançar o fim que desejavam, a
morte de Daniel. Eles agiram em surdina, maquinaram nos bastidores, tramaram
na escuridão.
Por ser fiel,
você pode ser perseguido com maior rigor. As trevas aborrecem a luz. Os que
andam na verdade perturbam os que vivem no engano. O íntegro é uma ameaça
aos corruptos.
LOPES. Hernandes
Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 82-83.
Dn 6.6: “Então
estes príncipes e presidentes foram juntos ao rei, e disseram-lhe assim: Ó
rei Dario, vive para sempre!
"... foram juntos
ao rei”. O presente versículo, nos lembra o Salmo dois (2), onde o furor das
nações se levanta contra o Senhor e contra o seu ungido. O poema representa
o mundo organizado contra o Senhor, deliberadamente contra o seu governo.
Historicamente, o objeto do ataque dos ímpios era o ungido do Senhor, Davi.
(Ver 1 Sm 24.6). Profeticamente falando, era o Messias, JESUS. (Ver At
4.25-27). Porém, quanto ao campo prático da vida, podemos aplicar isso à
vida de Daniel, na corte de Babilônia; ele também foi vítima de ataques
mortais da disputa ruidosa daqueles que imaginavam coisas vãs, isto é, que
se rebelaram contra a fidelidade daquele servo fiel. Eles se “mancomunaram”
e juntos compactuaram contra Daniel. Ainda hoje muitos servos de DEUS têm
sofrido as mesmas injustiças. Só o DEUS de Daniel, que é nosso DEUS, nos pode socorrer destes
golpes mortais!
Dn 6.7: “Todos os
príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, os capitães e governadores,
tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este
mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a
qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, á rei, seja lançado na cova
dos leões”.
"... uma petição
a qualquer deus... e não a ti”. A sugestão, tomada de maneira falsa, tinha
como objetivo envaidecer o ego do rei e dar uma expressão à sua nova
autoridade. Tal mostra de lealdade da parte dos seus funcionários civis
seria muito bem-vinda, sem dúvida, para aquele que durante sua vida vivia da
própria glória. Os antigos Césares arrogavam também para si adoração divina
e sob pena de morte que sofreria aquele que se recusasse a adorá-los. O
Anticristo invocará também para si essa mesma prática, durante seu sombrio
governo, “de sorte que se assentará, como DEUS, no templo de DEUS, querendo
parecer DEUS”. (Ver 2 Ts 2.4). O rei Dario, segundo nos parece, assinou
aquele edito para beneficiar-se a si mesmo, sem se lembrar de que, por trás
disso havia um inocente a ser condenado. Seus vassalos bem o sabiam. E é
evidente que o rei só teve conhecimento da tragédia horas depois.
Dn 6.8: “Agora
pois, ó rei, confirma o edito e assina a escritura, para que não seja
mudada, conforme a lei dos medos e dos pensas, que se não pode revogar.
“O rei, confirma
o edito e assina a escritura”. O doutor Leon J. Wood, descreve o que segue:
“Na qualidade de cristãos, precisamos ficar avisados contra a lisonja.
Satanás usa essa ferramenta para realizar o seu trabalho maldoso. A lisonja
já causou a queda de muitos dos servos do Senhor.
A última parte
do pedido - para que o rei sancionasse o decreto - seria a segurança de que
não poderia ser mudado. Quando os decretos persas e medos eram sancionados e
assinados pelo rei, tornavam-se irrevogáveis. Passavam a fazer parte da
imutável lei dos medos e dos persas. (Ver Et 1.19; 8.8, etc.). A lisonja
fizera a sua obra, e o rei concordou em assinar. Seu orgulho levou-o a ser
enganado por aqueles que alegavam querer honrá-lo.
Dn 6.9: “Por esta
causa o rei Dario assinou esta escritura e edito”.
“Por esta causa”.
O texto em foco, dá continuidade à narrativa. Depois de organizada a
conspiração contra o grande servo de DEUS, os homens se aproximaram do rei.
Vocês leitores são capazes de imaginar como fizeram, elogiando-o
exageradamente para fazê-lo crer que realmente desejavam honrá-lo! Depois
apresentaram o pedido de forma mentirosa, declarando que todos os
presidentes, governadores, príncipes, conselheiros e prefeitos desejavam que
o decreto proposto fosse assinado. Mas a justiça divina não falha! O profeta
Isaias, assim descreveu em seu livro, capítulo 10.1, 2: “‘Ai dos que
decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidade, para
prejudicarem os pobres em juízo, e para arrebatarem o direito dos aflitos do
meu povo...” Este “ai” vem da parte de DEUS e recai sobre aqueles inimigos
de Daniel; eles nos versículos que se seguem, foram colhidos por suas
próprias armadilhas. (Ver Ec 10.8).
Severino Pedro da
Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
112-114.