Comentário: Pr. Antônio Gilberto
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm Acesse para estudar http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/cidadesderefugio.htm
TEXTO ÁUREO
“E quase todas as
coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento
de sangue não há remissão” (Hb 9,22).
VERDADE PRATICA
VERDADE PRATICA
O sacrifício
expiador de CRISTO no Calvário foi perfeito, único e capaz de
nos purificar de todo pecado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx
28-1 A instituição do sacerdócio.
Terça - Êx
29.1-9 A cerimônia de consagração.
Quarta - Lv
16-11-14 A oferta do sacerdote pelo seu pecado.
Quinta - Hb 6.20
JESUS, nosso Sumo Sacerdote eterno.
Sexta - Hb
4.15,16 JESUS, Sumo Sacerdote compassivo.
Sábado - Hb 9.11
JESUS, Sumo Sacerdote dos bens futuros.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 29.1-12
1 - Isto é o que
lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o
sacerdócio: Toma um novilho, e dois carneiros sem mácula, 2 - e
pão asmo, e bolos asmos amassados com azeite, e coscorões asmos
untados com azeite; com flor de farinha de trigo os farás. 3 - E
os porás num cesto e os trarás no cesto, com o novilho e os dois
carneiros. 4 - Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da
tenda da congregação e os lavarás com água; 5 - depois, tomarás
as vestes e vestirás a Arão da túnica, e do manto do éfode, e do
éfode mesmo, e do peitoral; e o cingirás com o cinto de obra de
artífice do éfode. 6 - E a mitra porás sobre a sua cabeça; a
coroa da santidade porás sobre a mitra; 7 - e tomarás o azeite
da unção e o derramarás sobre a sua cabeça; assim, o ungirás. 8
- Depois farás chegar seus filhos, e lhes farás vestir túnicas,
9 - e os cingirás com o cinto, a Arão e a seus filhos, e lhes
atarás as tiaras, para que tenham o sacerdócio por estatuto
perpétuo, e sagrarás a Arão e a seus filhos. 10 - E farás chegar
o novilho diante da tenda da congregação, e Arão e seus filhos
porão as mãos sobre a cabeça do novilho; 11 - e degolarás o
novilho perante o Senhor à porta da tenda da congregação. 12 -
Depois, tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo
sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás á
base do altar.
INTERAÇÃO
Chegamos ao
capítulo que detalha o cerimonial de consagração sacerdotal para
o serviço no Tabernáculo: Êxodo 29. Este capítulo descreve o
rito consagratório dos sacerdotes. Ele consistia na apresentação
de um bezerro e dois carneiros sem mácula; pão asmo (sem
fermento) e bolos asmos amassados com azeite; bolinhos asmos
untados com azeite e feito com flor de farinha de trigo. Todos
estes itens eram elementos que compunham todo o ritual para
consagrar, isto é, separar, para o ministério sacerdotal, Arão e
os seus filhos. Esta linhagem representaria o sacerdócio oficial
da Casa de Israel.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
Explicar como se
dava a cerimônia de consagração sacerdotal.
Citar os
elementos do sacrifício de posse.
Compreender que
CRISTO é o perpétuo e o mais perfeito Sumo Sacerdote.
Resumo da Lição 12 - A
Consagração dos Sacerdotes
I - A CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS
FILHOS
1. A lavagem com água.
2. A unção com azeite (Êx 30.23 33).
3. Animais são Imolados como
sacrifício (Êx 29.10-18).
II - O SACRIFÍCIO DA POSSE
1. O segundo carneiro da consagração
(Êx 29.19-35).
2. Sacrifícios diários.
III - CRISTO, PERPÉTUO SUMO
SACERDOTE
1. Sacerdócio segundo a ordem de
Melquisedeque.
2. O sacrifício perfeito de CRISTO.
3. O sacrifício eterno de CRISTO.
SINOPSE DO TÓPICO (1) - A consagração do sacerdócio de Arão e de
seus filhos decorria pela passagem da água, a unção com azeite e a
imolação de animais como sacrifício.
SINOPSE DO TÓPICO (2) - O sacrifício da posse consistia na
consagração do segundo carneiro e nos sacrifícios diários.
SINOPSE DO TÓPICO (3) - O sacrifício de CRISTO é perfeito, eterno e
perpétuo segundo a ordem de Melquisedeque.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio
Geográfico
“O sistema
sacrificial
Quando os seres
humanos entram em relação de aliança com DEUS e mantêm o seu
lado do trato, evitando todos os pecados conhecidos, surge o
desejo de relacionar-se mais intimamente com DEUS — entregar-se
ao seu serviço, expressar agradecimento, apoiar seus servos, ter
comunhão, e desculpar-se pelo mal cometido acidentalmente. O
sistema sacrificial demonstrou que uma relação mais profunda com
DEUS era possível, mas para que isso acontecesse havia
necessidade de uma purificação contínua do pecado.
Ao mesmo tempo,
o sistema demonstrou suas próprias deficiências e resultou na
necessidade de encontrar outro meio não só para estabelecer uma
relação mais profunda com DEUS, como também para tratar com todo
o problema do pecado deliberado. Esse outro meio foi tornado
possível mediante JESUS (Hb 10.1-8)” (GOWER, Ralph. Novo Manual
dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2012, p.325).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Bibliográfico
“A Origem dos
Sacrifícios
Em relação à
origem dos sacrifícios, existem duas opiniões: (1) que eles têm
sua origem nos homens, e que Israel apenas reorganizou e adaptou
os costumes de outras religiões, quando inaugurou seu sistema
sacrificial; e (2) que os sacrifícios foram instituídos por Adão
e seus descendentes em resposta a uma revelação de DEUS.
É possível que o
primeiro ato sacrificial em Gênesis tenha ocorrido quando DEUS
vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn 3.21). O
segundo sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma
oferta do ‘fruto da terra’, isto é, daquilo que havia produzido,
expressando sua satisfação e orgulho. Entretanto, seu irmão Abel
‘trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura’ como
forma de expressar a contrição de seu coração, o arrependimento
e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn 4.3,4).
Em Romanos 1.21,
Paulo refere-se à revelação e ao conhecimento inicial que os
patriarcas tinham a respeito de DEUS, e explica a apostasia e o
pecado dos homens do seguinte modo: ‘Tendo conhecido a DEUS, não
o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças’. Depois do
Dilúvio, ‘edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de animal
limpo e de toda a ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o
altar’ (Gn 8.20). Muito tempo antes de Moisés, os patriarcas
Abrão (Gn 12.8;13.18; 15.9-17; 22.2SS-), Isaque (Gn 26.25), e
Jacó (Gn 33.20; 35.3) também ofereceram verdadeiros sacrifícios
(Dicionário Bíblico Wycliffe. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009,
p.1723).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GOWER, Ralph.
Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2,ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2012. Dicionário Bíblico Wycliffe. I. ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2009. MERRIL, Eugene H. História de Israel no
Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que DEUS colocou
entre as nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
Revista Ensinador Cristão CPAD, n°57, p.42.
Moisés, segundo
as instruções divinas, separou a Arão e seus filhos, Nadabe,
Abiú, Eleazar e Itamar para o sacerdócio (Êx 28.1). Todos os
dias o sacerdote deveria oferecer no altar do holocausto
sacrifícios. Primeiro era necessário que um animal inocente
fosse morto em resgate da vida do próprio sacerdote, e em
seguida outro animal morreria em favor do povo de DEUS.
Vários eram os
ritos de purificação que os sacerdotes eram submetidos
diariamente. Eles não poderiam jamais se apresentar diante do
Altíssimo de qualquer maneira. As roupas deveriam estar limpas e
em ordem, e os cabelos bem penteados. A Antiga Aliança não
permitia falhas. Tudo apontava para JESUS CRISTO, o homem
perfeito, único capaz de cumprir toda a lei.
Água era
aspergida sobre Arão e seus filhos, pois se tratava de uma
lavagem simbólica: "Então, farás chegar Arão e seus filhos à
porta da tenda da congregação e os lavarás com água" (Êx 29.4).
Qual era o propósito da lavagem? Era apontar para a pureza e
perfeição de CRISTO. A purificação se dava na porta da tenda
para que todos os israelitas vissem. DEUS é santo e o sacerdote
deveria também ser santo: [...] "Santos sereis, porque eu, o
Senhor, vosso DEUS, sou santo" (Êx 19.2). Nossa santidade
precisa ser vista por aqueles que não conhecem a CRISTO a fim de
que glorifiquem a DEUS. Somos chamados para sermos "sal" e "luz"
deste mundo, precisamos fazer a diferença no meio de uma
sociedade perversa.
A água simboliza
também a Palavra de DEUS. JESUS declarou: "Vós já estais limpos
pela palavra que vos tenho falado" (Jo 15.3). A Palavra de DEUS
é pura e santa, por isso ela pode nos tornar limpos. Ela também
tem o poder de penetrar no mais íntimo do nosso ser, ela chega
onde nenhum homem pode alcançar (Hb 4.12).
O azeite da
santa unção era derramado sobre a cabeça de Arão e seus filhos:
"E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto
segundo a obra do perfumista; este será o azeite da santa unção"
(Êx 30.15). Este azeite era santo (separado) e só poderia ser
utilizado neste ritual. O templo do Senhor, assim como seus
móveis e objetos são santos e só devem ser utilizados na obra de
DEUS. Sabemos que um dos símbolos do ESPÍRITO SANTO é o azeite.
Em o Novo
Testamento vemos que JESUS, nosso Sumo Sacerdote, recebeu a
unção do ESPÍRITO SANTO antes de iniciar seu ministério, durante
o seu batismo. JESUS foi ungido para servir (At 10.38; Lc
4.18,19). O batismo com o ESPÍRITO SANTO nos torna aptos para o
serviço a DEUS.
COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO
A cerimônia de
consagração para o sacerdócio levítico evidenciava a grande
responsabilidade e a importância desse ministério tanto para
quem haveria de exercê-lo quanto para o seu beneficiado direto —
o povo, que assistia a essa solenidade. Essa cerimônia tinha
tanta relevância, que DEUS deu a Moisés todos os detalhes de
como ela deveria ocorrer. Eles estão registrados em Êxodo
29.1-46 e incluíam uma cerimônia de santificação do altar para o
sacrifício.
DEUS estabeleceu
o sacerdócio como “estatuto perpétuo” (Êx 29.9), o que significa
que ele era imutável e deveria ocorrer enquanto o Santuário
existisse. A expressão hebraica traduzida por “perpétuo” nessa
passagem traz a ideia de “imutável”.
Para aqueles que
iriam exercer esse ministério, ao final das orientações
referentes à cerimônia, DEUS promete abençoar todas as obras do
seu ofício. O Senhor é assim: Ele não apenas nos cobra
responsabilidades; Ele também promete estar conosco e nos
abençoar em tudo o que precisamos fazer para a sua glória e a
bênção do seu povo.
Vejamos a seguir
alguns aspectos dessa cerimônia e como ela aponta para
princípios que todo obreiro do Senhor não deve olvidar,
objetivando o seu amadurecimento espiritual no serviço do
Mestre.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 138.
Tríplice Divisão
Da Hierarquia
O sacerdócio era
dividido em três grupos: (1) o sumo sacerdote, (2) os sacerdotes
e (3) os levitas. Todos os três descendiam de Levi. Todos os
sacerdotes eram levitas, mas nem todos os levitas eram
sacerdotes. A ordem dos levitas cuidavam do serviço do
santuário. Eles tomaram o lugar dos primogênitos que pertenciam
a DEUS por direito (Êx 13.2,12,13; 22.29; 34.19,20; Lv 27.26; Nm
3.12,13,41,45; 8.14-17; 18.15; Dt 15.19). Os filhos de Arão,
separados para o ofício especial de sacerdote, estavam acima dos
levitas. Apenas eles podiam ministrar nos sacrifícios do altar.
O nível mais elevado do sacerdócio era o sumo sacerdote. Ele
representava fisicamente o cume da pureza do sacerdócio.
Carregava os nomes de todas as tribos de Israel em seu peitoral
para o interior do santuário, representando todo o povo perante
DEUS (Êx 28.29). Apenas ele podia entrar o santo dos santos e
apenas um dia no ano, para fazer expiação pelos pecados de toda
a nação.
Consagração de
sacerdotes
As cerimônias
ligadas com a consagração dos sacerdotes estão descritas em
Êxodo 29 e Levítico 8. Elas incluíam um banho de consagração,
unção, vestimenta e sacrifícios. A lavagem simbolizava a limpeza
do coração para as obrigações ligadas à pureza da nação perante
DEUS. A unção (Lv 8.10,11) envolvia o derramar óleo na cabeça do
sumo sacerdote e respingá-lo nas vestimentas dos outros
sacerdotes (w. 22-24). As vestimentas dos sacerdotes e
especialmente a do sumo sacerdote eram caras e bonitas (Êx
28.3-5; Lv 8.7-9). Os sacrifícios de consagração incluíam a
oferta pelo pecado (8.14-17), oferta queimada (vv. 18-21) uma
oferta de consagração especial (w. 22-32). O sangue do carneiro
era aplicado na orelha, no dedo polegar e no dedo do pé direitos
de Arão e de seus filhos, para simbolizar consagração física
completa ao Senhor.
MERRILL C.
TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 5.
pag. 302.
I - A
CONSAGRAÇÃO DE ARÃO E SEUS FILHOS
1. A lavagem com
água.
A Cerimônia de
Consagração
Eis alguns
aspectos importantes dessa cerimônia de consagração:
A lavagem com
água (Êx 29.4), utilizando a água da pia de bronze (Êx
30.17-21). Ela nos fala de purificação, pureza, santificação,
perfeição. Essa lavagem com água simboliza a purificação pelo
sangue de JESUS e a Palavra de DEUS (1 Jo 1.7; Jo 15.3; 17.17).
O escritor da Epístola aos Hebreus nos lembra que sem
santificação, “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). A mensagem
aqui, enfim, é que ninguém pode se apresentar ao serviço do
Senhor sem santificação, sem procurar viver uma vida de
santidade.
Colocação, em
seguida, das vestes especiais para o ofício (Êx 29.5,6,8,9).
Após a lavagem, eles estavam prontos para colocar suas novas
vestimentas, próprias e específicas para o trabalho que
exerceriam. A mensagem aqui é que “não era suficiente que
removessem a corrupção do pecado [pela lavagem da água]”, mas
também “deveriam vestir a graça do ESPÍRITO, vestirem-se de
justiça (SI 132.9). Eles deveriam ser cingidos, como homens
preparados e fortalecidos para o seu trabalho. E deveriam ser
vestidos e coroados, como homens que consideravam o seu trabalho
e as suas funções uma verdadeira honra”.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 141.
A Lavagem com
Água
Já frisamos que
Arão e seus filhos representam CRISTO e a Igreja. Nos primeiros
versículos deste capítulo é dado o primeiro lugar a Arão.
"Então, farás chegar Arão e seus filhos à porta da tenda da
congregação e os lavarás com água" (versículo 4). A lavagem da
água tornava Arão simbolicamente aquilo que CRISTO é
intrinsecamente, isto é: santo. A Igreja é santa em virtude de
estar ligada a CRISTO na vida de ressurreição. Ele é a definição
perfeita daquilo que ela é perante DEUS. O ato cerimonial da
lavagem da água representa a ação da palavra de DEUS (veja-se Ef
5:26).
"E por eles me
santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados
na verdade" (Jo 17:19), disse o Senhor JESUS. Separou-Se para
DEUS no poder de uma perfeita obediência, orientando-Se em todas
as coisas, como homem, pela Palavra, mediante o ESPÍRITO eterno,
a fim de que todos aqueles que são d'Ele pudessem ser
inteiramente separados pelo poder moral da verdade.
C. H.
MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação
Religiosa Imprensa da Fé.
Êx 29.4 Moisés,
pois, deveria trazer os homens a serem consagrados, a saber,
Arão e seus filhos, e lavá-los ritualmente à entrada (primeira
cortina) do tabernáculo. Ver a extremidade oriental do
tabernáculo, comentada e ilustrada em Êxo. 27.14. Ninguém podia
entrar no Lugar Santo ou no Santo dos Santos, senão depois de
terminados os vários atos de ordenação, que começavam com a
lavagem. Naturalmente, os intérpretes cristãos veem aqui, em
símbolo, o batismo. A lavagem a ter lugar era do corpo inteiro
(cf. João 13.10; Heb. 10.22), e não somente das mãos e dos pés
(Êxo. 30.19-21). Primeiramente havia uma lavagem por inteiro, e
depois uma lavagem menor. Naturalmente o método usado era o da
imersão, mesmo que não disponhamos de um texto de prova a
respeito. O Targum de Jonathan diz-nos que essa lavagem foi
realizada em quarenta grandes receptáculos, cheios de água
extraída de mananciais correntes, e que esses receptáculos eram
grandes o bastante para que o corpo inteiro dos sacerdotes fosse
imerso. Jarchi também alude a como o corpo inteiro de cada
sacerdote foi mergulhado na água. A lavagem mesma era um emblema
da corrupção retirada, para que a santidade pudesse ser
derramada sobre os sacerdotes.
Temos aqui a
primeira menção bíblica à ablução cerimonial. A água é um
símbolo natural da pureza e de um agente natural de purificação.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 434.
Introdução
(29.1-9). Em preparação à cerimônia de posse do sacerdócio,
foram predispostos um novilho, e dois carneiros sem mácula, com
pão asmo, bolos asmos e coscorões (ou filhós) asmos em um cesto
(2,3). Asmos quer dizer “sem fermento” (NVI). Amassados com
azeite, ou óleo, significa “misturados com óleo”, e untados com
azeite tem o sentido de “aspergidos com óleo” (VBB). Estes itens
deviam ser levados com Arão e seus filhos à porta da tenda da
congregação, ou seja, do Tabernáculo. Ali, os sacerdotes seriam
lavados com água. Esta lavagem exterior é símbolo da limpeza
interior e corresponde ao batismo nas águas. Os sacerdotes
usavam a pia de cobre (30.17-21) para este propósito (cf.
Diagrama B).
Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 217.
2. A unção com
azeite (Êx 30.23 33).
A unção com
azeite (Êx 29.7; 30.22-33). O azeite da unção deveria ser
derramado sobre a cabeça de Arão e de seus filhos. A unção
simboliza a presença e o poder do ESPÍRITO SANTO. Também JESUS,
o nosso Sumo Sacerdote, foi ungido pelo ESPÍRITO SANTO (Lc
4.18,19; At 10.38), bem como os seus discípulos (Lc 24.49; At
1.5,8; 2.1-4). Cada crente em CRISTO, desde o dia em que aceitou
JESUS como Senhor e Salvador de sua vida, recebeu o ESPÍRITO
SANTO como penhor da nossa salvação (2 Co 1.21,22). Entretanto,
é preciso que busquemos o batismo no ESPÍRITO SANTO para
dinamizar mais ainda o nosso serviço a DEUS (At 1.8; 19.1-6),
além de buscarmos ser sempre cheios do ESPÍRITO SANTO (Ef 5.18).
Tanto o sumo
sacerdote como os demais sacerdotes eram ungidos (Êx 29.7;
30.30). Todos aqueles que são chamados para o serviço de DEUS
precisam da unção de DEUS, isto é, do poder do ESPÍRITO SANTO
sobre suas vidas para realizarem com excelência a obra que o
Senhor confiou em suas mãos para fazer. O azeite tinha que ser
especial (Êx 30.22-25), não poderia ser misturado, nem com
composição diferente. Sua fórmula era exclusiva, não podendo ser
usada para outro fim nem aplicada em estranhos, mas só para o
serviço na obra de DEUS (Êx 30.31-33). DEUS não aceita mistura.
Sua unção não poderá ser misturada com fórmulas mundanas. Não há
concórdia entre a luz e as trevas (1 Co 6.14-18).
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 142.
A Unção
"E tomarás o
azeite da unção e o derramarás sobre a sua cabeça " (versículo
7). Nestas palavras temos o ESPÍRITO, mas é preciso notar que
Arão foi ungido antes de o sangue ser derramado, porque nos é
apresentado como figura de CRISTO, que, em virtude daquilo que
era em Sua Própria Pessoa, foi ungido com o ESPÍRITO SANTO muito
antes que fosse cumprida a obra da cruz. Em contrapartida, os
filhos de Arão não foram ungidos senão depois de ser espargido o
sangue, "degolarás o carneiro, e tomarás do seu sangue, e o
porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre a ponta
da orelha direita de seus filhos, como também sobre o dedo
polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé
direito: e o resto do sangue espalharás sobre o altar ao redor"
(¹). "Então, tomarás do sangue que estará sobre os altar e do
azeite da unção e o espargirás sobre Arão e sobre as suas vestes
e sobre seus filhos, e sobre os as vestes de seus filhos com
ele" (versículos 20 e 21). No que diz respeito à Igreja, o
sangue da cruz é o fundamento de tudo. Ela não podia ser ungida
com o ESPÍRITO SANTO até que a sua Cabeça ressuscitada tivesse
subido ao céu e depositado sobre o trono da Majestade divina o
relato do sacrifício que havia oferecido. "DEUS ressuscitou a
este JESUS, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que,
exaltado pela destra de DEUS, e tendo recebido do Pai e promessa
do ESPÍRITO SANTO, derramou isto que vós agora vedes e ouvis"
(At 2:32-33); comparem-se também Jo 7:39; At 19:1 - 6). Desde os
dias de Abel que haviam sido regeneradas almas pelo ESPÍRITO
SANTO e experimentado a Sua influência, sobre as quais operou e
a quem qualificou para o serviço; porém a Igreja não podia ser
ungida com o ESPÍRITO SANTO até que o Seu Senhor tivesse entrado
vitorioso no céu e recebesse para ela a promessa do Pai. A
verdade desta doutrina é ensinada, da forma mais direta e
completa, em todo o Novo Testamento; e a sua integridade
estreita é mantida, em figura, no símbolo que temos perante nós,
pelo fato claro que, embora Arão fosse ungido antes de o sangue
haver sido derramado (versículo 7), contudo os seus filhos não o
foram, e não podiam ser ungidos senão depois (versículo 21).
C. H. MACKINTOSH.
Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa
Imprensa da Fé.
Êx 30.22-23 Toma
das mais excelentes especiarias. Temos aqui a composição do
azeite santo. Em Israel era questão muito séria como esse azeite
era preparado e usado. Devia ser resguardado de qualquer
profanação, e somente os sacerdotes sabiam como prepará-lo com
exatidão. Era usado para propósitos e para pessoas específicos.
Um homem comum não podia ser ungido com o óleo santo. As mais
finas especiarias eram tão valiosas quanto o ouro. Podiam ser
usadas como presentes mais seletos, sendo dados até à realeza (I
Reis 10.2,10,15). Todos os elementos mencionados nos vss. 22-24
são comentados no Dicionário.
Siclos...
siclos... siclos. Se adicionarmos todas as quantidades aqui
dadas (incluindo as do vs. 25), teremos um peso de pouco mais de
cinquenta quilogramas, incluindo cerca de seis litros de azeite.
Está aqui em pauta o antigo sido (fenício), que pesava cerca de
112 gramas.
Êx 30.25 O óleo
sagrado. Ou seja, a mistura de azeite de oliveira com as várias
especiarias acima mencionadas, em suas medidas exatas,
conhecidas somente pelos sacerdotes. Uma vez preparado,
tornava-se um líquido especial de unção. Era misturado por um
apotecário especialista. As especiarias não podiam ser
misturadas de maneira crua ou inexata. Os intérpretes judeus
dizem-nos que as essências eram primeiramente extraídas dos
materiais naqueles pesos respectivos, e, então, essas essências
eram misturadas com o azeite.
Na introdução ao
vs. 22, vemos o azeite como um tipo. “Simbolizava o SANTO
ESPÍRITO de DEUS e as Sua graça, aquele óleo de alegria com que
CRISTO e o Seu povo são ungidos; e essa é a unção que nos ensina
todas as coisas. Ver Sal. 45.7; Isa. 61.1,3; Atos 10.38; I João
2.20,27. Essa unção espiritual é comparada a essas várias
especiarias e ao azeite de oliveira por causa de seu perfume e
por causa de sua natureza animadora e reavivadora... por seu
valor e preciosidade, e acerca da qual há um certo peso e
medida, posto que CRISTO tenha sido ungido sem medida” (John
Gill, in loc.).
Êx 30.26-29 As
coisas que deviam ser ungidas ou santificadas por meio do azeite
da unção são alistadas nesses quatro versículos. Tal azeite não
podia ser usado para ungir pessoas comuns (vs. 32), mas os
sacerdotes podiam usá-lo. Cf. Êxo. 40.9-11 quanto a outras
instruções acerca do assunto, embora mais breves em sua
natureza. A unção do próprio tabernáculo é mencionado aqui, mas
era a presença de DEUS que realmente ungia. A nuvem que
representava a presença de DEUS é frisada como aquilo que
realmente santificara o santuário (Êxo. 40.34-38).
Uma Lista
Completa. A lista de objetos a serem ungidos, preparada pelo
autor sacro, é todo-inclusiva, Todos os vasos e utensílios do
tabernáculo deviam ser ungidos com o óleo santo. “o tabernáculo
e todo o seu conteúdo foram, primeiramente, consagrados; em
seguida, os sacerdotes (vs. 30). No tabernáculo, a consagração
teve início pela arca no Santo dos Santos. Daí passou-se para o
Lugar Santo... e, finalmente, passando-se para fora do segundo
véu, chegou-se ao átrio externo, onde foi aspergido o óleo santo
sobre o altar de bronze e a bacia de bronze” (Ellicott, in loc).
Cf. esta passagem com Lev. 8.10,11. A arca foi o primeiro item a
ser mencionado, na construção dos móveis e utensílios do
tabernáculo (Êxo. 25.10-22), e esse foi também o primeiro item a
ser ungido. A importância capital do item provavelmente estava
sendo destacada mediante ambos os atos.
Todo o que locar
nelas será santo. Os sacerdotes foram ungidos, ficando entendido
que eles eram homens espirituais, pois, de outro modo, não
teriam recebido a incumbência que receberam. Assim sendo,
podemos pensar que eles faziam seu trabalho dotados de
espiritualidade. Portanto, devemos entender aqui que, por baixo
da unção com azeite santo, havia uma espécie de pureza ou
santificação mística e que constituía a verdadeira unção deles.
Entretanto, outros eruditos pensam que a questão deve ser
entendida apenas metaforicamente.
Êx 30.30 Um
homem comum (que não fosse sacerdote) não podia profanar o
azeite da unção usando-o para efeitos medicinais ou estéticos
(vs. 32). Mas os sacerdotes eram ungidos com o mesmo. Um
sacerdote não estava apto para seu serviço enquanto não fosse
ungido, e outro tanto se dá com qualquer obreiro no campo
espiritual. São necessárias tanto a chamada quanto a preparação.
O ESPÍRITO SANTO deve fazer-se presente, pois do contrário nada
de espiritual resultará. O ESPÍRITO SANTO confere-nos dons, os
quais tornam-se eficazes mediante a Sua unção. “Geração após
geração, os descendentes dos sacerdotes haveriam de herdar o
ofício e ser firmados no mesmo mediante a unção sagrada” (J.
Edgar Park, in loc.). Cf. Lev. 8.10,11. Entre outras coisas, a
unção era emblema do ensino divino. Os sacerdotes, entre os seus
muitos deveres, estavam incumbidos de ensinar o povo. A unção do
ESPÍRITO leva-nos a saber as coisas do ESPÍRITO. Nessa unção
existe iluminação. Ver I João 2.20,27. Uma vez iluminados,
procuramos iluminar a outras pessoas.
Êx 30.31 Nas
vossas gerações. O relato acerca do tabernáculo enfatiza
repetidamente a necessidade de continuação, de perpetuidade,
pois os ritos e os costumes deveriam prolongar-se por todo o
tempo, geração após geração. Os hebreus não antecipavam o fim de
seu sistema de adoração, supondo-o perfeito e final, por haver
sido dado por Yahweh.
Parte das
responsabilidades dos sacerdotes levíticos era preservar a
fórmula do óleo da unção, não permitindo que o mesmo fosse
alterado ou corrompido. E esse óleo santo também não podia ser
usado para fins profanos.
Êx 30.32 Um
sacerdote não podia dar um pouco desse óleo santo à sua esposa,
e nem a algum vizinho ou amigo. Também não podia ensinar a
fórmula de sua fabricação a quem não fosse sacerdote. Se tal
coisa fosse feita, o óleo santo automaticamente tomar-se-ia
profano.
As festividades
e os entretenimentos incluíam comumente alguma forma de unção
(ver Sal. 23.5; Luc. 7.46). O óleo preparado pelos sacerdotes
não podia ser usado nessas ocasiões. Mas outros óleos perfumados
podiam ser usados para esse mister. Nenhum outro óleo podia ter
os mesmos ingredientes que o óleo santo, mesmo que fosse em
proporções diferentes. Nenhum óleo similar ao óleo santo podia
ser preparado, a fim de que permanecesse sem igual, não podendo
ser confundido com qualquer outra composição do perfumista.
Um Ensino
Espiritual. Pode haver muitas imitações da unção do ESPÍRITO. Há
fogo estranho e óleo estranho. JESUS ensinou essa mesma verdade
usando termos diferentes, em Mat. 7.21 ss. Cf. I João 4.1.
Êx 30.33 Será
eliminado do seu povo. A profanação do azeite da unção era tida
como um crime, e tão grave que o indivíduo que ousasse fazer
isso, seria eliminado. Alguns eruditos veem nisso a ideia de
exclusão, mas o mais provável é que está em pauta a execução
(talvez por apedrejamento). Em diversas oportunidades foi
imposta a pena de morte contra os sacerdotes que não cumprissem
corretamente as suas ordens no tocante aos ritos do tabernáculo.
Ver Êxo. 28.35,43; 30.20,21. Se um sacerdote podia morrer por
motivo de profanação, quanto mais um homem do povo.
Ou dele puser
sobre um estranho, ou seja, quem não fosse sacerdote. Não está
primariamente em foco um gentio, ainda que, obviamente, neste
último caso o ato também seria considerado um crime. Salomão foi
ungido com o azeite santo, mas a ameaça de morte não foi
executada, e isso por razões desconhecidas (I Reis 1.39).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 442-443.
O óleo da santa
unção (30.22-33). DEUS mandou Moisés fazer um óleo especial de
unção. Os ingredientes eram pura mirra, canela aromática, cálamo
aromático, cássia e azeite de oliveiras (23,24). Os siclos (23)
aqui se referem diretamente a peso e não a valor monetário como
ocorre no versículo 15. As quatro especiarias (duas vezes mais
de mirra e cássia que os outros dois ingredientes) seriam
misturadas com um him de azeite de oliva (cerca de 6,6 litros).
O perfumista (25) era um farmacêutico ou boticário.
Estes produtos
aromáticos, por terem propriedades curativas e fragrância,
tornavam a substância perfumada apropriadamente típica do
ESPÍRITO SANTO, que santifica e unge o povo de DEUS.
A Instituição da
Adoração - Êxodo 30.26—31.2 Esta composição foi usada
primeiramente para ungir a tenda da congregação (o Tabernáculo)
e sua mobília (26-29). Estas peças sagradas ficariam
santificadas (29), ou seja, seriam separadas para uso santo.
Tendo sido santificada, a mobília do Tabernáculo só poderia ser
tocada pelo que fosse santo (cf. comentários em 13.2).
Depois da
consagração do Tabernáculo, Moisés ungiu os sacerdotes para a
função especial que desempenhariam (30; cf. 29.21). Este ato os
consagraria ao ofício sagrado, simbolizando a unção do ESPÍRITO
SANTO nos servos de DEUS. Moisés disse a Israel que este óleo
tinha de ser permanente (31); nunca deveria ser usado na carne
do homem (32), ou seja, para propósitos comuns; e sua fórmula
nunca deveria ser copiada. Haveria uma maldição em quem fizesse
um óleo santo como este, ou o aplicasse impropriamente (33).
O ESPÍRITO SANTO
é figura desta combinação de substâncias odoríferas e óleo! Ele
perfuma e cura a alma ungida; torna santo todos que o recebem;
não pode ser falsificado e quem procura substituí-lo cai na
condenação de DEUS; não é dado ao mundo, mas a quem é redimido
pelo sangue de CRISTO; e sempre é o mesmo.
Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 221-222.
2Co 1.23–2.4,
DEUS não somente nos concede conjuntamente o alicerce firme, ele
também nos “ungiu”. Por meio dessa palavra os ouvintes da carta
eram lembrados do “Ungido”, do “CRISTO”. Como “Ungido” JESUS
tornou-se plenipotenciário profético, sacerdotal e real de DEUS.
Cada pessoa que pertence a JESUS tem participação nesse poder.
Os “santos” também são “ungidos”. Quando Paulo escreve que DEUS
“nos” ungiu, esse “nos” não se refere apenas a ele e seus
colaboradores. O “nós convosco” deve determinar a frase inteira.
Em analogia com 1Jo 2.20,27, Paulo deve ter considerado como
“unção” basicamente que obtemos o ESPÍRITO e somos equipados com
força espiritual.
22 Ao
prosseguir: “Ele, que também nos selou e nos deu o penhor do
ESPÍRITO em nossos corações”, Paulo não precisa forçosamente ter
em mente um fato novo que transcenda o “ungir com o ESPÍRITO”!
Pelo contrário, essa unção do ESPÍRITO é vista sob dois novos
pontos de vista. O ESPÍRITO é o claro nítido “selo” que nos
identifica como propriedade de DEUS e nos torna invulneráveis.
Esse “selo” obviamente não nos foi impresso ou anexado
exteriormente. Ele é uma realidade viva que perpassa e determina
toda a nossa vida e natureza, que nos caracteriza como “santos”,
como pessoas que pertencem a DEUS. Foi isso que o apóstolo
também atestou em Rm 8.14-16; Gl 4.6s e Ef 1.13, ainda que
utilize a expressão “selar” somente na última referência. Com
isso, no entanto, foi lacrada também a comunhão essencial da
igreja com seu apóstolo. O selo de DEUS protege essa
participação recíproca, também quando estiver exposta às mais
intensas provas de fogo.
Com o ESPÍRITO
SANTO entra em nosso coração a realidade da vida divina.
Evidentemente não da maneira como há de acontecer em nossa
transformação total, quando o ESPÍRITO de DEUS determinará e
configurará até todo o nosso novo corpo (Rm 8.11; 1Co 15.42-55).
DEUS concede o ESPÍRITO “como o penhor” (Ef 1.13s),
“selando-nos” dessa maneira “para o dia da redenção” (Ef 4.30).
Porque o ESPÍRITO de DEUS é o elemento essencial de vida da nova
criação. Nele “provamos… os poderes do mundo vindouro” (Hb 6.5).
Werner de Boor.
Comentário Esperança Cartas aos II Coríntios. Editora Evangélica
Esperança.
Por fim, quando
temos a consciência limpa, também nos relacionamos devidamente
com o ESPÍRITO de DEUS (2 Co 1:21-24).
o termo
confirmar é de origem comercial e se refere à garantia de
cumprimento de um contrato.
O ESPÍRITO SANTO
nos garante que DEUS é confiável e cumprirá todas as suas
promessas. Paulo cuidava para não entristecer o ESPÍRITO SANTO
e, uma vez que o ESPÍRITO não lhe indicava o contrário, sabia
que seus motivos eram puros e que sua consciência estava limpa.
Todos os
cristãos foram ungidos pelo ESPÍRITO (2 Co 1:21). No Antigo
Testamento, as únicas pessoas que recebiam a unção de DEUS eram
os profetas, os sacerdotes e os reis. Ao nos sujeitarmos ao
ESPÍRITO, ele nos capacita a levar uma vida piedosa e a servir a
DEUS de maneira aceitável (1 102:20, 27).
O ESPÍRITO
também nos selou (2 Co 1:22; Ef 1:13), de modo que pertencemos a
CRISTO, que nos tomou para si. O testemunho do ESPÍRITO dentro
de nós garante que somos filhos legítimos de DEUS (Rm 5:5; 8:9).
O ESPÍRITO
também garante sua proteção, pois somos sua propriedade.
WIERSBE. Warren
W. Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central
Gospel. pag. 828-829.
I Cor 21-22.
Nestes versículos podemos ver por que Paulo introduziu a idéia
da natureza inequívoca de CRISTO, aquele em quem as promessas de
DEUS encontram seu sim. A fim de explicar a natureza dessa obra
de DEUS em sua vida, Paulo introduz quatro importantes
expressões.
Primeiramente,
diz Paulo: Mas aquele que nos confirma convosco em CRISTO, e nos
ungiu, é DEUS. A palavra “confirmar” (bebaioó) é empregada com
sentido legal nos papiros a respeito de uma garantia concedida
de que certos compromissos serão cumpridos. Em 1 Coríntios 1:8,
Paulo escreve a respeito de crentes que são confirmados para
serem “ irrepreensíveis” no dia do Senhor. Aqui, Paulo diz que
DEUS o fortaleceu e o confirmou, como também a seus
colaboradores (e aos coríntios) para que sejam dignos de
confiança.
Em segundo
lugar, diz Paulo que DEUS nos ungiu. Este verbo no grego é
chriõ, ungir; visto que a unção com freqüência era um rito de
comissionamento (Êx 28:41; 1 Sm 15:1; 1 Rs 19:16), a RSV
traduziu o verbo como “ comissionou”, o que é justificável.
Entretanto, esta tradução obscurece o fato de que houve uma
unção no comissionamento de Paulo e seus colaboradores. Chriõ
encontra-se em outros quatro lugares no Novo Testamento, uma vez
em Hebreus 1:9 (“DEUS, o teu DEUS, te ungiu com o óleo de
alegria como a nenhum dos teus companheiros”), e três vezes nos
escritos de Lucas (Lc 4:18; At 4:27; 10:38). Duas referências em
Lucas são explicitamente à unção com o ESPÍRITO, sendo
discutível se a terceira é referência implícita. Em face da
ênfase no ESPÍRITO, no presente contexto, é melhor ver aqui uma
referência a Paulo e seus companheiros sendo ungidos pelo
ESPÍRITO, reconhecendo que sua comissão está inextricavelmente
amarrada a tal unção.
Em terceiro
lugar, diz Paulo: que também nos selou. O verbo sphragizõ, “
colocar um selo em”, é empregado em documentos comerciais
encontrados entre os papiros a respeito de selagem de cartas e
envelopes, de modo que ninguém possa mexer em seu conteúdo.
Usado de modo figurado, como no Novo Testamento, “ selar”
significa manter em segredo, ou marcar com um sinal
identificador (cf. Ap 7:3-8). Efésios fala de os cristãos serem
“selados com o SANTO ESPÍRITO da promessa” (Ef 1:13; cf. 4:30).
Aqui, com a frase que também nos selou, é quase certo que Paulo
tinha em mente que DEUS nos dotou do ESPÍRITO SANTO (cuja
presença é a marca identificadora de todo crente verdadeiro, Rm
8:9).
Em quarto lugar,
lemos: e nos deu o penhor do ESPÍRITO em nossos corações. A
palavra grega arrabõn, traduzida aqui por penhor, é um termo
comercial, à semelhança de sphragizõ. Trata-se do depósito feito
pelo comprador ao vendedor, como garantia de que o pagamento
total será efetuado no devido tempo. O termo é aplicado de modo
figurado por Paulo, referindo-se ao ESPÍRITO que DEUS concedeu
aos crentes, como garantia da total participação deles nas
bênçãos da era vindoura (cf. 5:5; Ef 1:14).
A maior ênfase,
portanto, dos versículos 21-22, está em que Paulo e seus
companheiros foram confirmados por DEUS como mensageiros fiéis,
tendo sido ungidos pelo ESPÍRITO. É o ESPÍRITO de DEUS que
confirma e unge os apóstolos; a presença do ESPÍRITO é que
autentica e sela a missão e a mensagem deles. A implicação é que
se a obra de DEUS em suas vidas garante a confiabilidade dos
apóstolos nessa grandiosa obra superior da proclamação do
evangelho, é certo que garantirá também confiabilidade em
questões de menor importância como seus planos de viagem.
Quaisquer mudanças nos planos de viagem não significam mera
inconstância, mas genuína necessidade eventual e imprevisível.
Colin Kruse. I
Coríntios. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
82-84.
3. Animais são
Imolados como sacrifício (Êx 29.10-18).
O sacrifício (Êx
29.10-18). Primeiro, era feita uma oferta pelos pecados dos
próprios sacerdotes (Êx 29.10-14). Eles deveriam colocar a mão
na cabeça do animal a ser sacrificado (Êx 29.10), como confissão
de que eram pecadores e pelos seus pecados deveriam morrer. Ora,
CRISTO é a expiação pelos nossos pecados (Jo 3.16; 1 Co 15.3; 1
Jo 1.7). Quem serve na obra de DEUS deve se lembrar de que é um
pecador e se apoiar totalmente nos méritos de CRISTO para sua
salvação. Como Paulo disse a Timóteo, o obreiro de DEUS deve
cuidar primeiro de si mesmo, da sua própria salvação, da sua
vida espiritual, para depois levar a salvação e a bênção e DEUS
aos outros: “Tem cuidado de ti mesmo [...] fazendo isto, te
salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).
Em seguida,
deveria haver ainda um holocausto não de expiação de culpas, mas
especificamente em honra a DEUS, e a oferta sobre ele deveria
ser totalmente queimada, simbolizando a dedicação total daqueles
homens ao serviço do Senhor (Êx 29.15-18). O fogo consumindo
toda a oferta fala de entrega total ao serviço. E o fato de essa
oferta só poder ser apresentada após a oferta pela expiação dos
pecados desses sacerdotes significa que “até que a iniquidade
seja retirada, nenhum serviço aceitável pode ser realizado”, o
que nos lembra da purificação de Isaías para poder servir no
ministério profético como DEUS queria (Is 6.7).
A oferta
pacífica vinha depois, o chamado “carneiro das consagrações” (Êx
29.19-37) ou “sacrifício da posse”. Todos esses sacrifícios
apontavam para o Calvário, para a obra de CRISTO na cruz. Nesse
sacrifício em especial, o sangue da vítima inocente deveria ser
aspergido tanto sobre o altar quanto sobre as vestes e o corpo
dos sacerdotes — no caso, sobre a ponta da orelha direita, o
dedo polegar da mão direita e o dedo do pé direito de todos
eles. O azeite também era espargido sobre eles e suas vestes.
Isso tudo era para santificação de todos eles (Êx 29.20,21).
Significava santificação de sua atenção (orelha direita), do seu
trabalho (mão direita) e de seu andar, seu proceder (pé
direito); e o sangue e o azeite juntos falam do sangue de CRISTO
e do ESPÍRITO SANTO, da justificação e da santificação, do
perdão e do poder purificadores. Aliás, o ESPÍRITO SANTO é quem
aplica a obra de CRISTO em nossa vida, operando a santificação.
O restante do
ritual, conforme descrito no texto sagrado, é muito bem
sintetizado pelo Comentário Bíblico Beacon:
Moisés poria nas
mãos dos sacerdotes partes deste carneiro das consagrações,
junto com porções do pão, bolos e coscorões que estavam na cesta
(Ex 29.22,23; ver v.2). Por um movimento horizontal em direção
ao altar, os sacerdotes tinham de apresentá-los como oferta
ritualmente movida, simbolizando entrega a DEUS (v.24). Depois,
Moisés queimava a porção de DEUS no altar (v.25) por cheiro
agradável ao Senhor. Retinha o peito do carneiro das
consagrações para si (v.26), a parte que normalmente ia para o
sacerdote que oficiava a oferta do peito do movimento. O peito e
o ombro dos sacrifícios pacíficos — como pode ser chamado este
tipo de oferta (v.28) — eram porções habituais para o sacerdote
(v.27). O peito era movido em movimento horizontal e o ombro era
alçado (ou erguido) em movimento vertical em atos simbólicos de
dá-los a DEUS.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o
Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 142-144.
As Ofertas pelo
Pecado e as Ofertas Queimadas (29.10-18)
Os vss. 10-14
descrevem o sacrifício do novilho. Os animais e o material para
as ofertas de cereal já tinham sido trazidos até a entrada do
tabernáculo (vss. 1-3). Agora, o novilho era separado para ser
sacrificado. Era a oferta pelo pecado, realizada em certas
ocasiões importantes, em favor tanto de indivíduos quanto em
favor da comunidade inteira. A maior dessas ocasiões era o dia
da expiação. Mas havia outras oportunidades, em dias festivos,
como a semana da páscoa (Eze. 46.22,23). Um novilho era
oferecido como sacrifício pelo pecado em favor dos sacerdotes
(Lev. 4.1 -12). O sumo sacerdote realizava o mais central desses
sacrifícios, mas no caso presente foi Moisés quem ofereceu o
sacrifício em favor do sumo sacerdote, o qual, por ser homem,
também tinha a necessidade de seu pecado ser removido, para que
estivesse apto para cumprir os deveres de seu ofício. Também foi
feito um sacrifício pelo pecado em favor dos sacerdotes, e pelas
mesmas razões.
Êx 29.10 Porão
as mãos sobre a cabeça dele. Desse modo, identificavam-se com o
novilho. Assim, o que acontecia ao novilho, acontecia, em tipo e
espiritualmente, ao sacerdote. O salário do pecado é a morte. O
sangue faz expiação. Temos aqui uma ideia vicária, tal como
CRISTO, o Cordeiro de DEUS que foi morto, tira o pecado do mundo
(João 1.29). A imposição de mãos apontava para a transferência
dos pecados do sacerdote para o novilho. A morte do animal punha
fim à questão. Cf. Lev. 16.21,22. O animal, por ter ficado
simbolicamente com os pecados do homem, era maldito; mas a sua
morte e o derramamento de seu sangue deixavam o homem em
liberdade. Ver Gál. 3.13 quanto à aplicação cristã desses fatos.
Êx 29.11
Imolarás o novilho. O animal agora era maldito. Seu sangue tinha
que ser derramado, para que morresse. O homem tinha-se
identificado com o animal mediante a imposição de mãos.
Portanto, o que sucedesse ao animal, em tipo, sucedia a ele. O
homem morria para os seus pecados, tal como requer o trecho de
Rom. 6.23. Cf. Apo. 5.6,12; 13.8, que nos fornece a aplicação
cristã do caso. Cf. Lev. 16.21,22. O abate do animal teve lugar
no lado norte (lado direito; Lev. 1.11) do altar. E, então,
houve a cerimônia de sacrifício sobre o próprio altar.
Êx 29.12 Tomarás
do sangue do novilho.
O sangue do
animal sacrificado era posto sobre os chifres do altar (Êxo.
27.2). No dia da expiação, o sangue também era posto sobre os
chifres do altar (Êxo. 27.2). A virtude do altar, segundo se
aceitava, residia sobretudo nos chifres. Um fugitivo da justiça
se agarrava a essa parte de um altar, para não ser atingido pelo
vingador do sangue (I Reis 1.50; 2.28). Algum sangue era posto
sobre os chifres, e o resto do sangue (que tinha sido recolhido
em baldes, quando o animal fora abatido) era atirado à base do
altar (Lev. 4.7,18,30,34). As descrições que há em Lev. 4.5,17
dão-nos as regras concernentes às ofertas normais pelo pecado. O
sacerdote mergulhava um dedo no sangue e ungia os chifres do
altar; e, então, aspergia o sangue por sete vezes, diante do
terceiro véu, aquele que separava o Lugar Santo do Santo dos
Santos. Ό sangue servia de cobertura para o pecado acerca do
qual o sacrifico estava sendo feito, sem importar se esse pecado
fosse especificado ou não (Lev. 4.26,35). Servia de sinal do
perdão” (J. Edgar Parkey, in Ioc).
Êx 29.13,14
Coisa alguma, em absoluto, podia ser comida da oferta pelo
pecado. Certas porções do animal eram queimadas sobre o próprio
altar (vs. 13), e outras porções eram queimadas fora do
acampamento (vs. 14). Assim como o animal era totalmente
consumido a fogo, assim também o homem ficava totalmente livre
de seu pecado. Certas porções gordurosas que se encontravam no
interior da carcaça do animal, como aquelas que lhe encobriam as
entranhas, o fígado e os rins, eram queimadas sobre o altar.
Os intérpretes
esforçam-se para explicar por que a gordura era tão altamente
valorizada nas ofertas. Ao que parece, a gordura era considerada
uma delícia, e, portanto, algo próprio para ser sacrificado.
Outros estudiosos, porém, sugerem que era queimada sobre o altar
porque facilmente era totalmente consumida pelas chamas, ao
passo que outras porções resistiam mais ao fogo. Além disso,
certos valores simbólicos eram emprestados à gordura: 1. É o
melhor que o homem tem a oferecer. 2. Ou, pelo contrário,
representava a natureza carnal do homem, a qual precisava ser
subjugada mediante o sacrifício.
As entranhas
talvez apontem, simbolicamente, para a corrupção interior do
homem (o que Paulo tanto fustigou no sétimo capítulo da epístola
aos Romanos).
O redenho do
fígado. A membrana que cobre a porção superior do fígado, que
alguns chamam de “apêndice”. Essa era outra porção que
facilmente podia ser consumida no fogo, razão pela qual era
posta sobre o altar.
A carne, a pele
e os excrementos. Sendo essas as porções mais grosseiras do
animal, eram consumidas a fogo fora do arraial. Portanto, o
animal era totalmente consumido, um tipo de CRISTO e de Sua
absoluta morte expiatória em nosso favor (I João 2.2). Ver Heb.
13.11,12, quanto à aplicação cristã da questão desses restos do
animal sacrificado serem consumidos fora do acampamento.
Este texto deve
ser comparado com o trecho de Levítico 4.11,12,21. O animal
inteiro, por ser um sacrifício pelo pecado, era considerado
impuro, servindo somente para ser queimado. No caso de todos os
demais sacrifícios, certas porções do animal sacrificado podiam
ser comidas pelos sacerdotes e pelos adoradores. “No caso de
sacrifícios ligados aos cultos regulares do santuário, aqueles
que eram oferecidos em ocasiões festivas e em favor do povo
todo, os animais eram abatidos, esfolados e cortados em pedaços
pelos sacerdotes... certas porções eram comidas pelos sacerdotes
e por aquele que trouxera o animal a ser sacrificado” Unger,
Dictionary, sobre Sacrifícios. Ver Lev. 8.31 e Êxo. 29.32.
Êx 29.15 Um
carneiro. Dois carneiros eram sacrificados. Esse era o primeiro.
O outro animal era trazido até a entrada do tabernáculo (vss.
1,3); e agora era sacrificado.
O sacrifício de
um carneiro era comum em outros casos, e também era requerido na
consagração de sacerdotes. Era uma oferenda de louvor e
dedicação, e não um sacrifício pelo pecado, o que fora coberto
pelo sacrifício do novilho. Alguns estudiosos, porém, pensam que
havia uma dupla oferta pelo pecado, por meio de um novilho e por
meio de um carneiro.
Havia imposição
de mãos sobre o carneiro, tal como no caso do novilho (vs. 10).
Alguns pensam que o sentido dessa imposição era o mesmo que no
caso do novilho, embora outros estudiosos pensem que a razão
disso era outra, ou seja, símbolo de louvor e dedicação.
Ellicott é daqueles que veem uma diferença entre esses dois
sacrifícios. Disse ele: “Novamente, identificando-se com o
animal (via imposição de mãos), tal como no vs. 10, mas com um
propósito diferente. Em seguida, transferiam seus pecados para a
vítima; e agora, eles reivindicavam uma parte na dedicação da
vítima a DEUS, oferecendo-se e tornando-se, eles mesmos, ‘um
aroma agradável’ em oferta queimada ao Senhor” (Ellicott, in
Ioc.). Verovs. 18.
Tomarás um
carneiro. Mediante esse segundo carneiro é que se processava,
realmente, a consagração dos sacerdotes, ou seja, a autoridade
para eles exercerem o sacerdócio. Ver os vss. 19 ss, mas
especialmente o vs. 22.
Êx 29.16 O mesmo
modo de proceder era usado no abate desse carneiro, como se
fazia com o novilho. Mas em vez de seu sangue ser aspergido
sobre os chifres do altar (vs. 12), era aspergido em torno do
altar. Portanto, a oferta pelo pecado e a oferta de louvor e
consagração diferiam um pouco em seu modo de proceder. A
aspersão do sangue provavelmente era feita mediante o uso de um
ramo de hissopo, comumente usado para essa finalidade. Todavia,
alguns intérpretes, apesar do fraseado diferente, supõem que
tudo quanto está em pauta aqui é que o sangue era vertido ao pé
do altar, tal como no caso do novilho (vs. 12). Não há como ter
certeza quanto a esse modo de proceder, mas uma oferenda
diferente provavelmente envolvia um modo de proceder diferente.
Outros estudiosos pensam que tudo quanto era requerido era que
todos os quatro lados do altar fossem aspergidos com sangue
(conforme Middoth, iii.2).
Dessa maneira, o
sangue era aplicado de forma plena, e o sacrifício mostrava-se
totalmente eficaz.
Êx 29.17 A
divisão do animal em pedaços separados facilitava sua queima
sobre o altar. Se o animal não fosse assim despedaçado, poderia
ficar queimando por muito tempo, sem ser consumido. Heródoto
(Hist, ii.40) menciona tal prática entre os egípcios, havendo
evidências de que os gregos e os romanos também usavam essa
prática no tocante aos animais oferecidos em holocausto.
A lavagem
apontava para a pureza, em um sentido simbólico. Todos os
pedaços do animal, em seu conjunto, indicavam uma completa
dedicação, uma oferenda sem qualquer defeito ou falta. Os
estudiosos cristãos veem as ideias de perfeição e de algo
completo na morte expiatória de CRISTO, e, subsequentemente, a
necessidade dessas mesmas ideias no sacrifício vivo do crente
(Rom. 12.1,2).
Êx 29.18 A
oferta queimada requeria que o carneiro todo fosse consumido a
fogo. Yahweh aspiraria o aroma e ficaria satisfeito. E isso
significava, metaforicamente, que o sacerdote estava louvando ao
Senhor e dedicando-se ao serviço do tabernáculo.
Metaforicamente,
a expressão indica a aceitação das oferendas. A oferta de
CRISTO, o Cordeiro de DEUS, foi uma oferenda fragrante, ou seja,
aceitável diante de DEUS.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 434-435.
As ofertas
(29.10-18). Primeiramente a oferta pelo pecado e o holocausto.
Partes do corpo do animal, inclusive a gordura, eram queimadas
sobre o altar e o restante era levado para fora do acampamento,
a fim de ser queimado (13,14), tipificando CRISTO que “padeceu
fora da porta” (Hb 13.11,12). Esta oferta representava a entrega
das pessoas a DEUS para servi-lo em espírito de adoração.
Leo G. Cox.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 218.
1 Co 15:35 -
Segunda prova - as Escrituras do Antigo Testamento (vv. 3, 4). A
expressão antes de tudo significa "o que é de suma importância".
O evangelho é a
mensagem mais importante que a Igreja pode proclamar. Apesar de
o envolvimento com as ações sociais e com o aperfeiçoamento
humano ser algo louvável, não há motivo algum para esses
ministérios tomarem o lugar do evangelho.
"CRISTO morreu
[...] foi sepultado [...] ressuscitou [...] e apareceu [...]" -
esses são os fatos históricos fundamentais nos quais o evangelho
encontra-se apoiado (1 Co 15:35). "CRISTO morreu pelos nossos
pecados" (ênfase do autor) - essa é a explicação teológica dos
fatos históricos. Os romanos crucificaram muita gente, mas
apenas uma dessas "vítimas" morreu pelos pecados do mundo.
Quando Paulo
escreveu "segundo as Escrituras" (1 Co 15:3), referia-se às
Escrituras do Antigo Testamento. Grande parte do sistema
sacrificial do Antigo Testamento apontava para CRISTO como nosso
substituto e Salvador. Também deve ter se lembrado do Dia da
Expiação, observado anualmente (Lv 16), e de profecias como
Isaías 53.
Mas em que parte
do Antigo Testamento é declarada a ressurreição de CRISTO no
terceiro dia? JESUS fala da experiência de Jonas (Mt 12:38-41).
Paulo também compara a ressurreição de CRISTO com as primícias
apresentadas a DEUS no dia depois do shabbath seguinte à Páscoa
dos judeus (Lv 23 :9-14; 1 Co 15:23). Uma vez que o shabbath
deve ser sempre o sétimo dia, então o dia depois do shabbath é,
necessariamente, o primeiro dia da semana, ou seja, o domingo, o
dia da ressurreição de CRISTO. No calendário judaico, esse
período equivale a três dias. Além da Festa das Primícias, havia
outras profecias sobre a ressurreição do Messias no Antigo
Testamento: Salmos 16:8-11 (ver At 2:25-28); Salmos 22:22ss (ver
Hb 2:12); Isaías 53:10-12 e Salmos 2:7 (ver At 13:32, 33).
WIERSBE. Warren
W. Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. Editora Central
Gospel. pag.
1 Co 15.3. A
natureza derivativa do Evangelho é acentuada. Paulo não deu
origem à mensagem que lhes transmitiu. Esta era algo que ele
próprio recebera (recebi; 11:23). Antes de tudo provavelmente
não se refere ao tempo, mas à importância.
“Coloco no
primeiro lugar...” Esta introdução do sumário da mensagem do
Evangelho é importante. Mostra que é um sumário bem antigo.
Paulo não nos está dando a sua interpretação do que lhe fora
dito. Isto nos remete retrospectivamente ao Evangelho como foi
pregado originalmente, o kêrugma, para usar a expressão que C.
H. Dodd tornou popular. O primeiro ponto é que CRISTO morreu
pelos nossos pecados. A cruz está no coração do Evangelho. A
morte que CRISTO sofreu foi morte expiatória. Foi pelos nossos
pecados.
Segundo as
Escrituras indica que o Evangelho não foi nenhuma idéia tardia.
A morte salvadora de CRISTO foi algo predito muito tempo antes
na Escritura Sagrada. Paulo não menciona passagens especificas,
mas Is 53 estará particularmente em mente.
Leon Monis. I
Coríntios. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
164-165.
I Cor 15.3
Agora, porém, ele apresenta mais uma vez o próprio evangelho aos
coríntios, sendo que toda a ênfase recai cada vez mais sobre a
―ressurreição “Antes de tudo, vos transmiti o que também
recebi.” O evangelho é uma rica mensagem, porém existe nele um
―acima de tudo, um centro que a tudo domina. E esse ―acima de
tudo-- não é um centrum Paulinum! Paulo, que na carta aos
Gálatas é capaz de enfatizar (Gl 1.12) que ele ―não o recebeu [o
evangelho], nem o aprendeu de homem algum, mas mediante
revelação de JESUS CRISTO, emprega aqui propositadamente os
termos técnicos dos rabinos sobre o aprender de outros que lhe
são familiares desde a juventude: “receber – transmitir”. Os
coríntios não devem ter nenhuma possibilidade de esquivar-se de
suas colocações com a desculpa de que se trata apenas de uma
opinião particular de Paulo. Não, o apóstolo se encontra de
maneira plena e integral no fluxo da tradição geral e não está
reproduzindo seus próprios pensamentos. Isso não é uma
contradição com Gl 1.12. A palavra do Senhor ressuscitado a
Saulo de Tarso às portas de Damasco é tão sucinta quanto
possível: ―Eu sou JESUS a quem persegues. A revelação direta de
JESUS tornou certeza para quem até então o perseguia, somente
esse único fato, de que aquele JESUS pregado à cruz está
verdadeiramente vivo e é o kyrios. Todo o resto, todos os
detalhes, todas as correlações históricas de JESUS tiveram de
ser aprendidas daqueles que estiveram desde o início com JESUS.
Em seu encontro
com Paulo JESUS nem mesmo havia falado do sentido e da
finalidade de seu sofrimento e morte. Com certeza foi por meio
do próprio ESPÍRITO SANTO que resplandeceu para o convertido
Paulo a solução básica do enigma escandaloso, isto é, por que o
Messias JESUS, expulso por Israel, teve de morrer como maldito
(Gl 3.13) no madeiro: “que CRISTO morreu pelos nossos pecados”.
Porque ele de imediato anunciou a JESUS e somente três anos mais
tarde visitou Pedro em Jerusalém. Ao mesmo tempo, porém, foi da
maior importância para ele que ele ouvisse de Pedro e da
primeira igreja a mesma coisa: “CRISTO morreu pelos nossos
pecados, segundo as Escrituras.”
Estamos tão
acostumados com essa frase curta que podemos ouvi-la sem
ficarmos singularmente abalados. Contudo, quanto ela diz! Como
devem ser terríveis os nossos pecados se tornaram essa terrível
morte maldita do Messias necessária para a nossa salvação. Como
é certa, porém, nossa redenção, nossa posição limpa perante
DEUS, se DEUS realizou esse ato extremo em favor de nós! Nesse
ponto Paulo é completamente unânime com a tradição do primeiro
cristianismo. Não obstante toda a riqueza de palavras e feitos
de JESUS relatados, os evangelhos são acima de tudo ―história da
paixão e correm em direção da cruz. O que JESUS realizou curando
enfermidades, libertando pessoas endemoninhadas, consertando
vidas humanas, tudo está de antemão alicerçado em sua morte por
nossos pecados e selado por essa morte. Com toda a razão e com
plena convicção Paulo por isso estava decidido a ―nada saber
senão a JESUS CRISTO e este crucificado (1Co 2.2). Também nisso
tinha certeza da concordância com ―as Escrituras. Agora não
precisava fornecer aos coríntios diversas provas da Escritura.
De suas cartas depreendemos que Paulo constantemente aponta para
o que está escrito ao fazer suas exposições. Seu interesse não
reside num sistema teológico do Antigo Testamento, mas sempre em
palavras isoladas decisivas que representam para ele a voz
convincente das ―Escrituras.
Werner de Boor.
Comentário Esperança I Coríntios. Editora Evangélica Esperança.
I Ped 1.18.
Começa efetivamente agora um trecho com verbos no indicativo
que, apondo-se ao trecho anterior (13-17), funciona como
fundamentador ou reforçador das razões que levam às exortações
que o precederam.
A importância
dessa lembrança aparece em 2 Pedro (1.12-15; 3.1-2) e Judas
(1.3,17).
O que é lembrado
aos leitores é a sua redenção (resgate), e o preço que ela
custou. Todo esse trecho (18-20) tem como pano de fundo duas
imagens do Antigo Testamento: em primeiro lugar está o motivo de
Isaías 53 (cântico do Servo de DEUS); em segundo lugar, o motivo
da páscoa e do cordeiro pascal (Ex 12). Provavelmente a tônica
está na passagem do Servo, de Isaías 53, mediada na tradição
cristã pelo dito de JESUS em Marcos 10.45: “o Filho do Homem
veio para servir, e dar sua vida em resgate por muitos”. Dentro
de um uso livre, a essa figura associam-se motivos do sacrifício
do cordeiro pascal.
Primeiramente, é
feita a constatação: fostes resgatados. Por trás dessa concepção
há algumas suposições que devem ser entendidas, porque têm
raízes bem profundas na concepção teológica da Bíblia como um
todo.
W. Mundle diz:
“Sempre que os homens, por sua própria culpa ou através de algum
poder superior, ficam submetidos ao controle de outra pessoa e
perdem sua liberdade para implementar a sua vontade e as suas
decisões, e quando os seus próprios recursos são inadequados
para enfrentar aquele outro poder, podem obter de novo a sua
liberdade somente mediante a intervenção de um terceiro”. Na
concepção corrente na Bíblia, o homem, afastando-se de DEUS,
chegou a se tomar escravizado pelo pecado e pelas forças do mal,
não tendo capacidade em si próprio para resistir a essa
dominação interna e externa. Isso é o que, basicamente,
desencadeia todo o processo de injustiça, de dominação e
opressão que caracteriza a sociedade como um todo. As mentes
mais sensíveis aos propósitos de DEUS, sentindo esse
aprisionamento dentro dos limites da condição humana, e a
impotência para resolver as causas fundamentais do problema,
chegam ao âmago do dilema humano clamando desesperados, como
Paulo: “desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo
desta morte?” (Rm 7.24). E justamente aí entra a boa nova do
evangelho: a chegada de um terceiro (JESUS CRISTO) para
promover, para toda a humanidade, a superação do dilema; isto
aconteceu no Seu sacrifício, na Sua morte na cruz, de modo que
se pode assim alegremente exclamar como o mesmo Paulo, ao
conhecer essa nova realidade que invadiu o mundo: “Graças a DEUS
por JESUS CRISTO!” (Rm 7.25).
Vários termos
são usados no Novo Testamento para expressar essa intervenção
libertadora de DEUS. Aqui é usada uma forma do verbo lytroomai,
que significa “resgatar”, “redimir” por meio de um lytrõn (ou
antilytrõn), “resgate”, “preço de resgate”. No mundo helênico,
era muito usado em referência à alforria de escravos, havendo
todo um processo institucional de resgate sacramental, pelo qual
o escravo podia adquirir sua liberdade. Na versão grega do AT, o
verbo e seus derivados traduzem principalmente palavras das
raízes hebraicas gaal e pada, que “tinham estreita associação
com a ideia de libertar escravos e resgatar pessoas ou coisas”,
sendo usados assim “como os termos mais apropriados para
descrever a libertação da escravidão, daqueles que tinham sido
conquistados pelo Egito e depois pela Babilônia, e a recuperação
por DEUS, para ser Sua propriedade legal, do [que assim ficou
designado] “povo da Sua possessão”.
Este sentido
teológico específico foi incorporado e define muito do uso dos
termos no Novo Testamento, na maioria das vezes em que aparecem.
Assim, o uso do aoristo passivo do verbo aponta
inconfundivelmente para o ato redentor de DEUS em CRISTO. Nele,
descortina-se a libertação do secular cativeiro da humanidade,
cuja expressão aqui é o fútil procedimento, aquelas vaidade e
ilusão sem sentido que vão se perpetuando de geração a geração
(que vossos pais vos legaram). Patroparadotou é “herdado”,
“legado dos pais”; como observa Goppelt, o termo “descreve
‘sociologicamente’ o que a tipologia Adão-CRISTO, de Rm 5.12-21,
expressa teologicamente”. Pela terceira vez neste trecho aparece
a palavra anastrofe (cf. 1.15,17), traduzida por procedimento',
o sentido aqui é amplo, abarcando, em última instância, toda
expressão anterior ou social da vida. Antes da redenção por
CRISTO, tudo era futilidade (cf. IBB: “vossa vã maneira de
viver”).
Em segundo
lugar, o versículo descreve em termos negativos o preço do
resgate, dizendo que ele não se deu mediante cousas corruptíveis
(fthartois é o oposto de um dos adjetivos usados para descrever
a herança dos crentes, em 1.4: “incorruptível”). Especialmente
estão em vista prata ou ouro, que usualmente serviam para o
pagamento de resgates no comércio. Há um desafio implícito
nestas palavras, uma vez que é consenso que o ouro, por exemplo,
tem tanto valor exatamente pela sua resistência à deterioração,
sendo signo de estabilidade no mercado. Este mesmo desafio
aparece vividamente em Tg 5.1-6, onde se diz do ouro que
“enferruja” (cf. o dito de JESUS sobre o acúmulo de riquezas, em
Mt 6.19-20). E bem possível que haja aqui uma reminiscência da
passagem de Isaías 52.3, onde ao povo no cativeiro é dito: “sem
dinheiro sereis resgatados” (LXX: ou meta argyrio
lytrothesesthe). Em CRISTO, essa promessa alcança uma grandeza
definitiva.
19. Finalmente,
o preço do resgate é agora descrito positivamente. Dinheiro não
poderia comprá-lo (cf. a passagem altamente sugestiva de SI
49.6-8); só o precioso sangue... o sangue de CRISTO. Esta
expressão descreve a morte de CRISTO numa cruz, interpretada na
linha de Mc 10.45, como já vimos; JESUS “deu sua vida em resgate
por muitos”. A imagem de fundo é a da legislação dos sacrifícios
do Antigo Testamento, onde o pecado era expiado pela morte
sacrificial de um animal (cf. principalmente Lv4-5). O mais
comum (especialmente pensando-se no grande ritual do dia da
expiação; Lv 16) era matar-se um cordeiro, que, para ser aceito,
tinha de ser sem defeito (gr. arriõmou) e sem mácula (gr.
aspilou: os dois termos são virtualmente sinônimos, estando
juntos aqui, provavelmente, para reforçar o fato de que só JESUS
CRISTO podia se situar nessa categoria e ser aceito para o
sacrifício vicário). As exigências da lei levítica a esse
respeito estão descritas em Lv 22.17-25. O Cordeiro de DEUS (Jo
1.29), ao ser Ele próprio oferecido como sacrifício pelos
pecados (pelos pecados de todo o mundo, 1 Jo 2.2), leva sobre Si
definitivamente a culpa que pesa sobre a humanidade. Por efeito
desse sacrifício, desse preço de resgate, somos “comprados” de
volta para DEUS (Ap 5.9, numa bela descrição do caráter
universal dessa transação; cf. também Ap 7.9).
É digna de nota
a nova referência ao ouro e seus limites (no v. 19; cf. 1.7).
Talvez também o adjetivo precioso (ligado ao “sangue de CRISTO”)
ressalte essa inversão de valores. Em virtude do estamento
social de onde procedem, provavelmente a grande maioria daqueles
a quem a carta foi primeiramente dirigida é pobre. Por causa da
sua adesão a CRISTO, talvez estejam ainda mais empobrecidos (cf.
Hb 10.34, que parece fazer alusão a uma espoliação dos bens dos
cristãos, e diante da qual eles não contam com recursos
judiciais). A verdadeira e mais profunda medição dos valores tem
de ser posta na perspectiva do eterno que irrompe em CRISTO; na
sua gratuidade, ele põe em cheque as nossas falsas perspectivas
e valores.
Ênio R. Mueller.
I Pedro. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag.
106-110.
I Ped 1.18
Sabendo que não fostes redimidos com coisas transitórias, prata
ou ouro, de vossa conduta vã, transmitida pelos pais. Um escravo
era liberto do domínio de um proprietário por um prêmio elevado,
para viver para o novo senhor. Desse modo JESUS nos redimiu na
cruz da conduta vã, transmitida pelos pais. Na Bíblia latina, a
Vulgata, consta: redimidos… da tradição paterna.
Por natureza
todas as pessoas encontram-se na tradição dos pais. Enquanto,
pois, a geração mais velha em geral está convicta de que
transmite à juventude bons valores básicos, de que com razão se
pode esperar uma vida sensata e disciplinada, a Bíblia diz algo
bem diferente: os pais de qualquer modo apenas transmitem à
juventude o que já receberam, a saber, uma conduta vã. O ser
humano separado de DEUS em geral não se conscientiza do que
significa conduta vã. Sim, ele só consegue suportar a vida
presente porque e enquanto não se conscientizar disso até as
mais extremas conseqüências. Porque o veredicto vão atinge até
mesmo muitas coisas das quais o ser humano acredita que
perdurarão “eternamente”.
Características
hereditárias e a educação dos primeiros anos de vida determinam
o ser humano para toda a sua vida. Quando, pois, o pai ainda
vive na incredulidade e no paganismo, sua perdição e seus
pecados configuram a vida dos filhos desde o primeiro instante.
Um olhar para o paganismo antigo e novo evidencia para onde vão
as coisas quando as pessoas vivem sem lei e sem DEUS durante
várias gerações. Forma-se um estilo de vida, uma conduta
transmitida pelos pais, do qual o indivíduo dificilmente se
distanciará. Esse estilo de vida e o absurdo dessa conduta se
impõem como uma escravidão sobre a vida dos filhos. O ser humano
não consegue salvar-se sozinho dessa conduta marcada pela
tradição dos pais. É somente o resgate por outro que traz a
ajuda necessária.
Qual foi o preço
desse resgate para DEUS? Não coisas transitórias, prata ou ouro.
São esses os meios usuais de pagamento. Com eles se podia
comprar a liberdade de escravos. Porém o resgate de que a
humanidade escravizada precisava é incomparavelmente mais
pesado! Prata e ouro, os mais importantes meios de pagamento na
terra, são insignificantes demais para libertar da velha conduta
e possibilitar a nova. Embora de alto valor, não deixam de ser
passageiros como a terra.
I Ped 1.19
Contudo “o que DEUS investiu em nós” é incomparavelmente mais
precioso. Por isso consta aqui: redimido… com o precioso sangue
de CRISTO como um cordeiro sem defeito e sem mácula. Nem prata
nem ouro são capazes de libertar uma pessoa do cativeiro da
conduta vã. De fato, porém, é o precioso sangue do CRISTO que
tem o poder de libertar e transformar pessoas de tal maneira que
toda a sua vida seja renovada.
O sangue dele é
tão precioso, por ser o Messias Filho unigênito, a coisa mais
preciosa que o Pai no céu possui. Está sendo definido como
Cordeiro sem defeito e sem mácula. No NT isso não constitui
apenas uma comparação, mas ele realmente “é” o Cordeiro de DEUS.
Em Jo 1.29 é chamado de Cordeiro de DEUS que leva embora o
pecado do mundo, acabando com ele, eliminando-o para sempre.
Sim, até na eternidade JESUS, nosso Senhor, será exaltado e
adorado também no céu como “o Cordeiro”. Pois consta
expressamente no louvor de miríades de anjos: “Digno é o
Cordeiro que se deixou imolar…” (Ap 5.12).
Separada do
Criador, a criatura somente encontrará a morte (Rm 5.12;
6.21b,23a). Nessa situação os sacrifícios de animais no AT
tinham a finalidade de ser para o ser humano uma permanente
recordação de sua carência maior, do pecado como separação de
DEUS – e ao mesmo tempo de uma profecia messiânica: indicativo e
preparação para o Prometido, que um dia levaria o pecado dos
humanos definitivamente embora. Assim JESUS como Cordeiro de
DEUS é a revelação da santa ira de DEUS sobre o pecado e ao
mesmo tempo a revelação do maravilhoso amor de DEUS, que não
consegue suportar a morte do pecador. Essa mensagem constitui o
centro da Bíblia. Por isso Paulo declara: “Decidi nada conhecer
entre vós senão unicamente a JESUS CRISTO, e a ele como
Crucificado” (1Co 2.2).
Quem é capaz de
produzir redenção de pecados para outros? Que qualidades o
cordeiro precisa ter? Pedro complementa a exigência do AT sem
defeito (Êx 29.1; Lv 22.17-25; Ez 43.22) com uma segunda: sem
mácula. Pois, enquanto no AT era necessária uma perfeição
meramente física do animal sacrificado, o Cordeiro da nova
aliança tinha de ser livre de todas as manchas. No NT “mancha”
(em grego spilos, também mancha de sujeira ou vergonha) tem
conotação espiritual e moral, não física, como mostra Ef 5.3s.
Cordeiro sem mácula significa, portanto: o Cordeiro de DEUS não
podia ter nem uma mancha sequer, nenhum pecado, ao pretender
colocar-se no lugar das pessoas, sacrificar-se por elas e
redimi-las. Unicamente JESUS atende a essa condição. Unicamente
ele podia redimir a humanidade, o único puro e sem pecados. Ele
entregou por nós seu precioso sangue. Fez tudo isso para nos
resgatar para a nova vida! Isso fundamenta a exortação: levem a
sério sua vida, andem com temor! Saibam que foi paga com alto
preço. Lidamos com cautela com aquilo que teve um alto custo!
Uwe Holmer.
Comentário Esperança I Pedro. Editora Evangélica Esperança.
Unção da orelha
direita - O sacerdote deve ouvir a voz de DEUS e deve ouvir os
problemas das pessoas.
Unção do dedo
polegar da mão direita - O sacerdote deve levantar suas mãos em
adoração a DEUS, deve abençoar, impondo as mãos, ungir com com
óleo os enfermos.
Unção do dedo do
pé direito - O sacerdote deve ir onde o Senhor mandar, deve
visitar e deve evangelizar.