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I – A PIEDADE E AS DISCIPLINAS CRISTÃS
1. Exercício corporal e piedade
2. Piedade interna e externa
3. Piedade e discrição
II – O DESAFIO DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
1. A analogia do corpo
2. Apatia, engano e pecado
3. Da teoria à prática
III – AS DISCIPLINAS E A LUTA ESPIRITUAL
1. As astúcias do Maligno
2. Evitando as distrações
“Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” (1 Tm 4.8)
As disciplinas espirituais são necessárias para o fortalecimento do espírito, assim como os exercícios físicos para a estrutura óssea e muscular.
Segunda - Mt 4.1,2 JESUS dedicou-se ao jejum e à oração
Terça - Lc 6.12 Uma noite em oração
Quarta - Dn 6.10 A disciplina de Daniel
Quinta - 2 Tm 3.12 Vivendo a verdadeira piedade nas perseguições
Sexta - At 8.2 Homens piedosos
Sábado - 1 Pe 3.1-5 Mulheres piedosas
6 - Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de JESUS CRISTO, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.
7 - Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade.
8 - Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.
13 - Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.
14 - Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.
15 - Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.
16 - Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.
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A lição aborda o conceito de piedade cristã e as disciplinas espirituais, dividindo-as em internas, externas e corporativas, destacando práticas como meditação, oração, jejum, simplicidade e serviço. Explica que essas disciplinas são meios para cultivar um coração voltado para DEUS, com benefícios presentes e eternos, conforme ensinado por Paulo em 1 Timóteo 4:8. Ressalta o equilíbrio entre piedade interna (relacionamento pessoal com DEUS) e externa (ações práticas e testemunho). Destaca a importância da discrição, evitando a ostentação nas práticas religiosas, conforme o Sermão da Montanha. Aponta os desafios internos e externos para manter as disciplinas, como preguiça, falta de motivação, distrações e pressão por resultados imediatos. Sugere estratégias para superar essas barreiras, como começar pequeno, buscar intencionalidade e apoio comunitário. Utiliza a analogia do treinamento físico para ilustrar o esforço e a constância necessários na vida espiritual. Aborda o ciclo destrutivo de pecado, apatia e engano, e a necessidade de discernimento e arrependimento. Por fim, relaciona as disciplinas à luta espiritual, mostrando como são armas essenciais contra as astúcias do Maligno e como evitar distrações para manter o foco na busca por DEUS.
Disciplinas Internas
Focam no relacionamento pessoal e interior com DEUS:
· Meditação: Refletir profundamente sobre as Escrituras e a vontade de DEUS.
Envolvem ações práticas e renúncias no mundo exterior:
· Simplicidade: Viver com moderação, evitando o materialismo excessivo.
Práticas realizadas em comunidade com outros crentes:
· Confissão: Admitir pecados a DEUS e, em alguns casos, a outros crentes, buscando perdão e restauração.
As disciplinas não são o objetivo final, mas sim os meios pelos quais a piedade é cultivada. Elas são a prática que leva à atitude do coração. Exercitar-se regularmente nessas disciplinas ajuda o cristão a desenvolver um coração dócil a DEUS, resultando em uma vida que reflete Seu amor e caráter
O apóstolo Paulo abordou a relação entre o exercício físico (exercício corporal) e o treinamento espiritual (piedade) em uma de suas cartas, oferecendo uma perspectiva bíblica clara sobre o valor de ambos.
A passagem chave encontra-se em 1 Timóteo 4:8:
"Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de vir." (1 Timóteo 4:8, ACF)
A Perspectiva Bíblica
Paulo estabelece um contraste direto e uma comparação de valor entre as duas atividades:
1. Exercício Corporal ("Ginástica")
Paulo reconhece que o cuidado com o corpo tem seu lugar. A palavra grega usada para "exercício corporal" é gymnasia (da qual derivam palavras como "ginástica" ou "ginásio"). Trata-se do esforço físico, do treinamento atlético e do cuidado com a saúde física.
Paulo afirma que isso "para pouco aproveita". Isso não significa que seja inútil, mas sim que seus benefícios são limitados:
· Benefícios temporais: Promove saúde física, bem-estar momentâneo, estética ou longevidade nesta vida.
Em contrapartida, a piedade (do grego eusebeia, que significa devoção, reverência, santidade prática) é incomparavelmente superior. Paulo diz que ela "para tudo é proveitosa":
· Benefícios presentes: Melhora a qualidade da vida aqui e agora, oferecendo paz, propósito e um caráter moldado por DEUS.
A mensagem não é para negligenciar o corpo, mas para priorizar o espírito. O cuidado físico é bom, mas o treinamento espiritual é essencial.
A relação entre os dois pode ser resumida assim:
· Ambos exigem disciplina, esforço e treinamento (como visto nas disciplinas cristãs mencionadas anteriormente).
A piedade cristã se manifesta tanto no âmbito interno (o que acontece no coração, mente e espírito do crente) quanto no âmbito externo (como essa vida interior é expressa em ações visíveis e relacionamentos com o mundo). Ambas as dimensões são vitais e interdependentes.
A Piedade Interna: O Coração e a Mente
A piedade interna diz respeito à condição do coração e ao relacionamento privado e íntimo do indivíduo com DEUS. É a fonte, a raiz da vida espiritual. Sem essa base interna, qualquer manifestação externa é vazia ou hipócrita.
As principais características e expressões da piedade interna incluem:
· Atitude de Adoração e Reverência: Um profundo senso de temor (respeito) a DEUS e reconhecimento de Sua santidade e soberania. É a motivação por trás de toda ação.
A Piedade Externa: A Ação e a Vida Pública
A piedade externa é a expressão visível e tangível da vida interior. É a prova de que a fé e a devoção internas são reais e ativas. JESUS enfatizou que uma árvore boa produz bons frutos (Mateus 7:17).
As principais características e expressões da piedade externa incluem:
· Obras de Misericórdia: Ações concretas de ajuda aos necessitados, como alimentar os famintos, vestir os nus e visitar os doentes ou presos, demonstrando compaixão ativa.
A Necessidade de Ambas
A piedade bíblica autêntica exige um equilíbrio entre o que está dentro e o que está fora:
1. Apenas Interna (Sem Fruto): Uma fé que se diz profunda, mas não resulta em amor prático ou mudança de comportamento, é considerada morta ou incompleta (Tiago 2:17).
A relação entre piedade e discrição é um tema importante nas Escrituras, especialmente nos ensinamentos de JESUS no Sermão da Montanha (Mateus, capítulos 5 a 7). A discrição, neste contexto, significa evitar a ostentação, a hipocrisia e a busca por reconhecimento humano ao praticar atos de devoção.
A verdadeira piedade deve ser motivada pelo amor a DEUS e não pelo desejo de ser visto ou elogiado pelos outros.
Os Perigos da Ostentação (Falta de Discrição)
JESUS alertou severamente contra a prática da piedade de forma pública e chamativa. Ele chamou essa atitude de hipocrisia, que, na verdade, anula o valor espiritual do ato.
Em Mateus 6, JESUS aborda três pilares da piedade judaica da época:
1. A Esmola (Caridade)
JESUS instruiu que a caridade deve ser feita em segredo:
"Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão." (Mateus 6:2)
A discrição aqui garante que a motivação seja pura: agradar a DEUS, e não ganhar status social ou elogios.
2. A Oração
A oração também deve ser um ato íntimo, não um espetáculo público:
"Tu, porém, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente." (Mateus 6:6)
A piedade discreta valoriza a intimidade com DEUS acima da performance religiosa.
3. O Jejum
Até mesmo as disciplinas que envolvem o corpo devem ser realizadas sem alarde:
"Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam..." (Mateus 6:16)
A instrução é jejuar de modo que só DEUS saiba, mantendo a aparência normal, focando na conexão espiritual e não na autopromoção.
A Recompensa da Piedade Discreta
A ligação entre piedade e discrição é baseada no princípio de que DEUS "vê em secreto". A recompensa prometida por JESUS não é para a ação em si, mas para a motivação do coração por trás da ação.
· Quem busca o aplauso humano já recebeu sua "recompensa" completa e nada mais espera de DEUS.
A discrição é a guardiã da autenticidade da piedade. Ela protege a vida espiritual da contaminação do orgulho e do egoísmo. A verdadeira piedade é humilde, opera nos bastidores, e encontra sua satisfação não na aprovação pública, mas no relacionamento íntimo e secreto com DEUS.
O grande desafio das disciplinas espirituais não reside apenas em encontrar tempo para praticá-las, mas principalmente em vencer a resistência natural da natureza humana, a influência de uma cultura imediatista e distraída, e a tentação de transformá-las em um ritual vazio.
A prática da piedade exige um esforço intencional e contínuo, enfrentando barreiras comuns.
Principais Desafios
Os desafios na prática das disciplinas espirituais podem ser categorizados em internos e externos:
Desafios Internos (O Inimigo Interior)
· Preguiça Espiritual (O Sloth): A maior dificuldade é a inércia da nossa própria carne pecaminosa. Requer energia e concentração para estudar a Palavra ou orar, e o "velho homem" resiste a esse esforço, preferindo o conforto da cama ou do ócio.
· Tempo e Ocupação (Busyness): A vida moderna é marcada por agendas lotadas, horários de trabalho exigentes e múltiplas responsabilidades (família, trabalho, igreja). Encontrar um tempo consistente e ininterrupto para a devoção é um desafio prático significativo.
A superação desses desafios envolve intencionalidade, graça e comunidade:
· Começar Pequeno: Iniciar com práticas gerenciáveis, como sessenta minutos de oração ou a leitura de um único capítulo, ajuda a construir consistência sem sobrecarregar.
A analogia do corpo humano e do exercício físico é uma das metáforas mais poderosas e frequentemente usadas na teologia cristã para explicar a natureza e a necessidade das disciplinas espirituais. Essa analogia, enraizada nas Escrituras, compara o cultivo da vida interior ao treinamento de um atleta.
A Base Bíblica da Analogia
O apóstolo Paulo é quem estabelece essa analogia de forma mais direta, usando termos atléticos em suas cartas:
· 1 Timóteo 4:7-8: "Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade [treina-te para ser piedoso]; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de vir."
A analogia funciona em vários níveis, destacando verdades essenciais sobre as disciplinas espirituais:
1. Esforço Intencional e Consistência
Assim como ninguém fica fisicamente apto por acidente, ninguém cresce espiritualmente sem esforço intencional e regularidade. Um atleta de elite segue uma rotina rigorosa de treinamento, dieta e descanso. Da mesma forma, as disciplinas espirituais (oração, estudo, jejum) exigem dedicação diária e consistente.
2. Disciplina vs. Rigidez Legalista
A disciplina física não é uma punição, mas um meio para um fim: o desempenho máximo. Da mesma forma, as disciplinas espirituais não são regras rígidas e legalistas para ganhar o favor de DEUS. Elas são meios da graça que nos colocam em um lugar onde DEUS pode nos transformar.
3. Resultados a Longo Prazo
O corpo não se torna forte da noite para o dia; a força é construída músculo por músculo, ao longo do tempo. O crescimento espiritual também é um processo lento e gradual (santificação). A analogia nos lembra de ter paciência e perseverança, pois a transformação do coração é um trabalho de longo prazo.
4. O Corpo Como Ferramenta
No treinamento físico, o corpo é a ferramenta que é exercitada. Nas disciplinas espirituais, o nosso próprio corpo, mente e alma são as áreas que a graça de DEUS molda. É através do nosso corpo que praticamos o serviço, a submissão e a simplicidade. Paulo nos exorta a oferecer nossos corpos como sacrifício vivo (Romanos 12:1), o que é o nosso "culto racional".
5. Hierarquia de Prioridades
Embora o exercício corporal tenha "pouco proveito" (benefícios temporais), a piedade tem valor "para tudo" (benefícios eternos). A analogia ensina que, embora o cuidado físico seja válido, ele é secundário em relação ao investimento na vida eterna.
Conclusão
A analogia do corpo nos ajuda a entender que a vida espiritual não é passiva. É um "treinamento para a piedade" que requer a mesma seriedade, intencionalidade e consistência que um atleta dedica ao seu esporte, com a diferença crucial de que os resultados da piedade são eternos
A apatia, o engano e o pecado estão interligados em um ciclo destrutivo na vida espiritual do cristão. Eles representam estágios ou manifestações da resistência à vontade de DEUS e ao cultivo da piedade.
O Pecado: A Raiz do Problema
O pecado é a transgressão da lei de DEUS e a rebelião contra Seu caráter santo (1 João 3:4). É o afastamento intencional de DEUS. O pecado não é apenas um ato isolado; é uma condição do coração humano decaído que, se não for tratado, gera consequências graves.
A relação do pecado com os outros termos é causal: o pecado gera apatia e é perpetuado pelo engano.
A Apatia: A Consequência do Pecado Não Tratado
A apatia (do grego a-patheia, falta de sentimento ou paixão) no contexto espiritual não é apenas preguiça. É um estado de indiferença, dormência ou insensibilidade em relação às coisas de DEUS, à moralidade e às necessidades espirituais próprias e alheias.
A apatia é uma consequência direta do pecado persistente:
1. Endurecimento do Coração: O pecado repetido cauteriza a consciência. O que antes causava culpa passa a ser tolerado, e a voz do ESPÍRITO SANTO torna-se mais difícil de ouvir.
O Engano: A Manutenção do Ciclo
O engano (ou autoengano) é o mecanismo de defesa que mantém a apatia e o pecado. É a mentira que contamos a nós mesmos para justificar nosso estado espiritual. O engano nos cega para a gravidade da nossa condição.
O engano manifesta-se de várias formas:
· Minimização do Pecado: "Não é tão grave assim", "Todo mundo faz", "DEUS entende minha fraqueza".
O Ciclo Vicioso e a Necessidade de Quebra
Esses três elementos formam um ciclo vicioso:
1. O pecado não tratado enfraquece a vida espiritual.
A quebra desse ciclo exige a intervenção da Palavra de DEUS e do ESPÍRITO SANTO, que trazem luz. As disciplinas espirituais, como a meditação e a confissão, são ferramentas cruciais para:
· Expor o Engano: A Palavra de DEUS é como uma espada que discerne as intenções do coração (Hebreus 4:12), revelando as mentiras que contamos a nós mesmos.
A transição da teoria à prática na vida cristã autêntica é o ponto crucial da jornada de fé. A teoria (doutrina, conhecimento bíblico) é fundamental, mas a fé genuína e autêntica é aquela que se manifesta em ação e transformação diária. Como o apóstolo Tiago enfatizou, a fé sem obras é morta.
A autenticidade na vida cristã não se trata de perfeição, mas de consistência—viver de acordo com aquilo em que se acredita, com a ajuda do ESPÍRITO SANTO.
A Ponte entre Teoria e Prática
Fazer a ponte da teoria (saber o que a Bíblia diz) para a prática (viver o que a Bíblia diz) exige um processo intencional que envolve três estágios:
1. Ouvir e Conhecer (A Teoria)
O ponto de partida é a Palavra de DEUS. A teoria envolve a leitura, o estudo e a pregação. Sem um entendimento claro da doutrina e dos mandamentos de CRISTO, não há base para a prática correta.
· Desafio: O risco é acumular conhecimento apenas intelectual, tornando-se "ouvintes esquecidos" que não aplicam o que aprendem.
Este é o estágio da meditação e da oração. É onde a verdade sai da mente e desce para o coração. A Palavra de DEUS deve permear a consciência, os valores e as motivações.
· O Papel das Disciplinas Espirituais: As disciplinas são a "academia" onde essa internalização ocorre. Elas criam o espaço para que o ESPÍRITO SANTO renove a mente (Romanos 12:2), substituindo padrões de pensamento mundanos por padrões divinos.
A prática é o resultado natural de uma teoria internalizada. A vida autêntica é aquela em que o caráter de CRISTO é visível nas interações diárias, nas decisões e nas reações.
· O Fruto do ESPÍRITO: A manifestação prática da autenticidade cristã é o fruto do ESPÍRITO (amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio) (Gálatas 5:22-23).
Quando a teoria e a prática se alinham, a vida cristã autêntica é caracterizada por:
· Integridade: Viver a mesma vida em público e em privado. A discrição na piedade (como discutido anteriormente) é um sinal chave de autenticidade, pois a motivação é agradar a DEUS, e não as pessoas.
As disciplinas cristãs (oração, leitura da Bíblia, jejum etc.) e a luta espiritual estão intrinsecamente ligadas na vida do crente. As disciplinas não são apenas práticas para o crescimento pessoal; elas são as ferramentas e as armas essenciais que DEUS providenciou para equipar o cristão na batalha diária contra as forças espirituais do mal, a natureza pecaminosa e as tentações do mundo.
A Realidade da Luta Espiritual
A vida cristã é descrita na Bíblia como uma guerra, não como um passeio no parque. O apóstolo Paulo articulou isso claramente em Efésios 6:12:
"Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais." (Efésios 6:12)
Essa luta exige um arsenal e uma estratégia. É aqui que entram as disciplinas espirituais. Elas são os meios pelos quais o crente se reveste da "Armadura de DEUS" (Efésios 6:10-18).
As Disciplinas como Armas e Treinamento
As disciplinas espirituais fortalecem o crente de três maneiras principais na luta espiritual:
1. Fortalecimento da Resiliência Espiritual
Assim como o treinamento físico prepara um soldado para o combate, as disciplinas espirituais (oração, jejum, estudo bíblico) aumentam a resistência do crente às tentações e aos ataques espirituais. Elas fortalecem o "homem interior" (o espírito), permitindo que ele resista à pressão da carne (nossa natureza pecaminosa).
· O Jejum: Ajuda a dominar o corpo e a fome física, ensinando a vontade a dizer "não" aos desejos naturais, o que se traduz em maior resistência a desejos pecaminosos.
Algumas disciplinas funcionam como armas ofensivas na batalha espiritual:
· A Oração: É a comunicação direta com o Comandante supremo, DEUS. É o meio pelo qual buscamos intervenção divina, força e direção. A oração fervorosa tem poder real e move a mão de DEUS.
A prática regular das disciplinas aguça o discernimento espiritual do crente.
· Vigilância: A vida disciplinada nos mantém "vigilantes" e sóbrios (1 Pedro 5:8), cientes de que há um adversário ativo buscando nos devorar. A apatia é um grande aliado do inimigo.
As disciplinas cristãs não são um conjunto de rituais opcionais, mas sim uma necessidade vital para a sobrevivência e a vitória na luta espiritual. Elas transformam a teoria da fé em uma prática robusta de resistência, defesa e ataque no campo de batalha espiritual, permitindo ao crente permanecer firme até o fim.
O Maligno (Satanás, o Diabo) reconhece o poder transformador das disciplinas espirituais e, por isso, emprega diversas astúcias (estratégias ardilosas e sutis) para nos fazer desistir delas. Seu objetivo é nos manter fracos, apáticos e ineficazes na vida cristã.
A "luta espiritual" mencionada anteriormente é travada, em grande parte, no campo de batalha da nossa mente e rotina diária.
1. A Estratégia da Distração e da Ocupação
Esta é talvez a astúcia mais eficaz na sociedade moderna. O Maligno não precisa necessariamente nos tentar com pecados hediondos; basta nos manter ocupados e distraídos com coisas neutras ou até mesmo boas.
· Aparência: Fazer com que a agenda diária esteja sempre lotada de compromissos de trabalho, familiares, sociais ou de entretenimento.
Quando o cristão começa a praticar as disciplinas, o inimigo tenta corromper a motivação.
· Aparência: Sugerir que as disciplinas são um meio de ganhar a salvação ou o favor de DEUS ("Se você não ler a Bíblia hoje, DEUS ficará desapontado com você"). Isso gera culpa e condenação.
Vivemos numa cultura que espera resultados instantâneos (o "fast-food espiritual"). As disciplinas, porém, exigem paciência e perseverança.
· Aparência: Após uma semana de oração e leitura, o crente pode sentir que nada mudou. O Maligno sussurra: "Isso não funciona. Você não está sentindo nada. Por que continuar perdendo tempo?".
O Maligno ataca a Palavra de DEUS e a eficácia da oração.
· Aparência: Durante a leitura bíblica, surgem dúvidas sobre a veracidade ou relevância do texto. Na oração, a astúcia é sugerir que DEUS não está ouvindo ou não Se importa.
Esta é a astúcia que nos leva ao estado de dormência.
· Aparência: Tornar a prática das disciplinas entediante e sem vida. O crente ora, mas o coração está longe; lê a Bíblia, mas a mente vagueia. A rotina vira ritual vazio.
A chave para vencer essas astúcias é a intencionalidade vigilante:
· Reconhecer a Luta: Estar ciente de que a resistência às disciplinas não é apenas preguiça, mas parte de uma batalha espiritual.
As distrações são uma das principais ferramentas utilizadas para nos desviar do caminho da disciplina cristã. Elas podem ser barulhos externos, pensamentos internos, ou a pressão da cultura moderna. Evitar essas distrações é crucial para cultivar uma vida de piedade autêntica.
Aqui estão estratégias práticas para minimizar as distrações e manter o foco nas disciplinas espirituais:
1. Preparação do Ambiente e do Tempo
A intencionalidade começa antes mesmo de a disciplina iniciar.
· Estabeleça um "Espaço Sagrado": Defina um local específico para suas disciplinas. Idealmente, deve ser um lugar tranquilo, livre de desordem e associado mentalmente à comunhão com DEUS.
As distrações mentais (preocupações, listas de tarefas, pensamentos aleatórios) são muitas vezes mais difíceis de controlar do que as externas.
· Anote as Preocupações (Descarregamento Mental): Antes de começar sua disciplina, reserve dois minutos para escrever rapidamente em um papel quaisquer preocupações urgentes, tarefas pendentes ou pensamentos intrusivos. Isso libera sua mente para focar no presente, sabendo que você lidará com esses itens mais tarde.
· Variedade nas Disciplinas: Mude a forma como você pratica. Se a leitura se torna monótona, tente a meditação silenciosa ou a oração vocal. A variedade ajuda a manter a mente engajada.
· Lembre-se do Propósito: Quando a distração surgir, lembre-se do porquê de você estar ali: para buscar a face de DEUS e crescer em piedade. O relacionamento é mais importante que a performance perfeita e sem distrações.
Fica evidenciado que a verdadeira piedade cristã é resultado da prática equilibrada das disciplinas espirituais, tanto internas quanto externas, vividas com discrição e autenticidade. Enfrentar desafios como preguiça, distrações e pressão por resultados imediatos exige intencionalidade, apoio comunitário e dependência da graça de DEUS. A analogia com o treinamento físico reforça que o crescimento espiritual demanda esforço contínuo e perseverança, com frutos eternos. O ciclo de pecado, apatia e engano pode ser rompido pelo discernimento e arrependimento, utilizando as disciplinas como ferramentas de transformação. A fé autêntica se manifesta em ações concretas, serviço genuíno e dependência constante de DEUS. As disciplinas são armas essenciais na luta espiritual, fortalecendo o cristão contra as astúcias do Maligno. Estratégias práticas ajudam a evitar distrações e manter o foco na busca por DEUS. O texto conclui que a piedade não é um fim em si mesma, mas o caminho para uma vida transformada, que reflete o amor e o caráter de CRISTO.
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Lição 11 –
O Espírito Humano e as Disciplinas Cristãs
A Palavra de Deus nos
ensina que espírito, alma e corpo devem ser preservados irrepreensíveis para a
Vinda do Senhor Jesus. Para tanto, o crente precisa se ater a algumas
disciplinas espirituais necessárias para o fortalecimento espiritual e
bem-estar do templo do Espírito Santo. Em nosso cotidiano, há uma intensa e
constante solicitude pelos cuidados desta vida (Lc 21.34). Preocupações com
trabalho, escola, faculdade e contas a pagar ocupam espaço em nossas mentes de
tal maneira que nos sobra pouco tempo para fazer como Maria, isto é, escolher a
melhor parte (Lc 10.41-42). As disciplinas espirituais surgem como um
compromisso do cristão com sua vida espiritual. Como o nome já diz, são
“disciplinas”; e o que é a disciplina? De acordo com o Dicionário Houaiss,
dentre suas acepções, trata-se de um “comportamento metódico, determinado;
constância”. Significa que a disciplina assegura a organização do tempo e da
conduta. Nem sempre queremos cumprir com as regulamentações, mas a disciplina
nos conduz a fazer o que é certo, mesmo quando não estamos prontamente
motivados. Em nosso contexto, praticar as disciplinas da vida cristã é
indispensável para nossa saúde espiritual. Não há como alcançar uma vida
espiritual próspera, profícua e atuante na obra de Deus sem o exercício da
oração, do jejum, da leitura bíblica e da devoção espiritual a Deus.
Como discorre o
“Comentário Bíblico Pentecostal — Novo Testamento” (CPAD), Paulo exorta os
filipenses a ocuparem seu pensamento com virtudes alcançadas pelo Evangelho (Fp
4.8-9): “1. A lista de Paulo começa com a verdade. Para o pensamento hebreu, a
verdade é aquilo que se opõe à falsidade. No pensamento grego (Platônico) a
verdade é vista como aquilo que se opõe ao que é aparente ou passageiro; 2. As
coisas ‘nobres’, ou ‘honestas’ são merecedoras de respeito; são transcendentes
ou moralmente honestas (usada em relação aos diáconos com 1 Tm 3.8); 3. As
coisas que são ‘justas’ obedecem aos padrões de justiça de Deus, e também
representam o cumprimento das obrigações morais para com Deus e os nossos
concidadãos; 4. A ‘pureza’ denota aquilo que é ética ou religiosamente puro. Na
adoração, no Antigo Testamento, os sacrifícios eram puros por serem limpos ou
imaculados. [...]; 5. A próxima virtude é a amabilidade, não ocorre em nenhuma
outra parte do Novo Testamento. Em seu uso secular, refere-se a tudo aquilo que
é admirável ou merecedor de amor; 6. A virtude final na lista de Paulo é a ‘boa
fama’, ou seja, tudo aquilo que é de boa reputação ou livre de ofensas” (Vol.
2, 2003, p. 508). Tais virtudes devem ser cultivadas diariamente para
fortalecer o espírito, e o Deus de Paz será conosco (Fp 4.9).
SANTOS,
Thiago Santos. Subsídios para as Lições Bíblicas Adultos. Ensinador Cristão,
Rio de Janeiro, ano 26, n. 103, p. 36-42, out. 2025.
Dicionário
Bíblico Wycliffe – CPAD
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2Co 6.17,18 “Pelo
que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo,
e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e
filhas, diz o Senhor
Todo-poderoso”.
O conceito de
separação do mal é fundamental para o relacionamento entre Deus e o seu povo.
Segundo a Bíblia, a separação abrange duas dimensões, sendo uma negativa e
outra positiva: (a) a separação moral e espiritual do pecado e de tudo quanto é
contrário a Jesus Cristo, à justiça e à Palavra de Deus; (b) acercar-se de Deus
em estreita e íntima comunhão, mediante a dedicação, a adoração e o serviço a
Ele.
(1)
No AT, a separação era uma exigência contínua de Deus
para o seu povo (Lv 11.44; Dt 7.3; Ed 9.2). O povo de Deus deve ser
santo, diferente e separado de todos os outros povos, a fim de pertencer
exclusivamente a Deus. Uma principal razão por que Deus castigou o seu povo com
o desterro na Assíria e Babilônia foi seu obstinado apego à idolatria e ao modo
pecaminoso de vida dos povos vizinhos (ver 2Rs 17.7,8; 24.3; 2Cr
36.14; Jr 2.5, 13; Ez 23.2; Os 7.8).
(2)
No NT, Deus ordenou a separação entre o crente e (a)
o sistema mundial corrupto e a transigência ímpia (Jo 17.15,16; 2Tm
3.1-5; Tg 1.27; 4.4); (b) aqueles que na igreja pecam e não se
arrependem de seus pecados (Mt 18.15-17; 1Co 5.9-11; 2Ts 3.6-15); e (c) os
mestres, igrejas ou seitas falsas que aceitam erros teológicos e negam as
verdades bíblicas (ver Mt 7.15; Rm 16.17; Gl 1.9; Tt 3.9-11; 2Pe 2.17-22; 1Jo
4.1; 2Jo 10,11; Jd vv.12,13).
9.1-
Nossa atitude nessa separação do mal, deve ser de (a)
ódio ao pecado, à impiedade e à conduta de vida corrupta do mundo (Rm 12.9; Hb
1.9; 1Jo 2.15), (b) oposição à falsa doutrina (Gl 1.9), (c) amor genuíno
para com aqueles de quem devemos nos separar (Jo 3.16; 1Co 5.5; Gl 6.1; cf. Rm
9.1 3; 2Co 2.1-8; 11.28,29; Jd v. 22) e (d) temor de Deus ao nos
aperfeiçoarmos na santificação
(3)
Nosso propósito na separação do mal, é que nós, como
o povo de Deus, (a) perseveremos na salvação (1Tm 4.16; Ap 2.14-17), na fé (1Tm
1.19; 6.10, 20,21) e na santidade (Jo 17.14-21; 2Co
7.1)
; (b) vivamos inteiramente para Deus como nosso
Senhor e Pai (Mt 22.37; 2Co 6.16-18) e (c) convençamos o mundo incrédulo da
verdade e das bênçãos do evangelho (Jo 17.21; Fp 2.15).
(4)
Quando corretamente nos separarmos do mal, o próprio
Deus nos recompensará, acercando-se de nós com sua proteção, sua bênção e seu
cuidado paternal. Ele promete ser tudo o que um bom Pai deve ser. Ele será
nosso Conselheiro e Guia; Ele nos amará e de nós cuidará como seus próprios
filhos (6.16-18).
(5)
O crente que deixa de separar-se da prática do mal,
do erro, da impureza, o resultado inevitável será a perda da sua comunhão com
Deus (6.16), da sua aceitação pelo Pai (6.17), e de seus direitos
de filho (6.18; cf. Rm 8.15,16).
Estudos Doutrinários
da Bíblia de Estudo Pentecostal - CPAD
I – A PIEDADE E AS DISCIPLINAS CRISTÃS
1. Exercício corporal e piedade
2. Piedade interna e externa
3. Piedade e discrição
II – O DESAFIO DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS
1. A analogia do corpo
2. Apatia, engano e pecado
3. Da teoria à prática
III – AS DISCIPLINAS E A LUTA ESPIRITUAL
1. As astúcias do Maligno
2. Evitando as distrações
“Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” (1 Tm 4.8)
As disciplinas espirituais são necessárias para o fortalecimento do espírito, assim como os exercícios físicos para a estrutura óssea e muscular.
Segunda - Mt 4.1,2 JESUS dedicou-se ao jejum e à oração
Terça - Lc 6.12 Uma noite em oração
Quarta - Dn 6.10 A disciplina de Daniel
Quinta - 2 Tm 3.12 Vivendo a verdadeira piedade nas perseguições
Sexta - At 8.2 Homens piedosos
Sábado - 1 Pe 3.1-5 Mulheres piedosas
6 - Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de JESUS CRISTO, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.
7 - Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade.
8 - Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.
13 - Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.
14 - Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.
15 - Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.
16 - Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.
Hinos Sugeridos: 7, 126, 442 da Harpa Cristã
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacamos a importância das disciplinas espirituais como práticas indispensáveis à vida cristã piedosa. Assim como o corpo necessita de exercício, o espírito precisa de oração, jejum e meditação na Palavra para se manter forte e vigilante. Veremos que a piedade, firmada em disciplinas espirituais, é fonte de vida presente e eterna.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Explicar o conceito bíblico de piedade, distinguindo entre sua dimensão interna e externa; II) Despertar nos alunos a à consciência da necessidade de uma prática regular e perseverante das disciplinas espirituais; III) Conscientizar os alunos que as disciplinas espirituais são ferramentas essenciais na batalha contra as forças do mal.
B) Motivação: Esta lição fortalece a vida espiritual dos crentes, ensinando que a piedade se cultiva com práticas diárias de oração, jejum e meditação na Palavra. Seu ensino reafirma que a comunhão com DEUS exige disciplina e nos desafia a viver uma fé prática e constante.
C) Sugestão de Método: Para enfatizar o segundo tópico desta lição, inicie o tópico propondo uma reflexão sobre a dificuldade de manter uma rotina de exercícios físicos e, em seguida, estabeleça um paralelo com a prática das disciplinas espirituais, conforme apresentado na lição. Em seguida, promova uma reflexão guiada com perguntas como: “Por que é tão difícil manter uma vida de oração e jejum?” e “O que nos distrai ou nos impede de buscar a DEUS diariamente?”. Encerre com um desafio prático: cada aluno deve escolher uma disciplina espiritual para praticar com constância durante a semana, registrando breves anotações sobre as dificuldades e percepções vivenciadas, a fim de compartilhar na próxima aula. Isso tornará o ensino mais participativo, aplicado e transformador.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Precisamos avaliar nossa rotina espiritual e identificar o que tem enfraquecido nossa vida devocional. Então, podemos estabelecer um plano simples e realista para restaurar o hábito das disciplinas espirituais, com perseverança e sinceridade diante de DEUS.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 103, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Graça da Disciplina”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda o assunto “A Piedade e as Disciplinas Cristãs”; 2) O texto “O Exercício da Piedade”, ao final do segundo tópico, aprofunda o assunto “O Desafio das Disciplinas Espirituais”.
Nesta lição estudaremos sobre a importância das disciplinas cristãs. Partiremos do conceito de “piedade”, muito trabalhado por Paulo nas Epístolas Pastorais. Veremos que as disciplinas cristãs fazem parte de uma vida piedosa. Como o corpo precisa ser alimentado e exercitado todos os dias, o espírito precisa de disciplinas diárias para seu fortalecimento. As principais são a oração, o jejum e a meditação na Palavra de DEUS.
1. Exercício corporal e piedade
Escrevendo a Timóteo, Paulo apresenta um paralelo entre o exercício corporal e a piedade: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (1 Tm 4.8). O apóstolo não está desconsiderando de forma absoluta o valor do exercício corporal. Aliás, o labor físico de Paulo era constante em decorrência de suas longas e constantes viagens, como também JESUS fizera (2 Co 11.26; Mt 9.35). Contudo, ele enfatiza a sobre-excelência da piedade, em cujo conceito estão as disciplinas cristãs, os exercícios espirituais. Enquanto os exercícios corporais têm algum valor apenas para esta vida, a piedade nos traz benefícios nesta vida e na eternidade.
Do grego eusebia (“eu”, bom, e “sebomai”, ser devoto), a palavra piedade tem um amplo sentido espiritual e prático. Podemos resumi-lo como sendo um conjunto de atitudes que expressam temor, respeito, reverência e amor a DEUS. Tais condutas estão ligadas a fatores internos e externos. Ênfases exageradas no valor das obras produzem um entendimento limitado e incorreto dessa importante virtude, como visto no Catolicismo desde os tempos medievais. Os escribas e fariseus também davam grande valor ao aspecto externo. Faziam longas orações, dizimavam e amavam cumprir publicamente seus deveres religiosos, mas interiormente estavam cheios de hipocrisia e de maldade (Mt 23.5-7, 14-23,28). A verdadeira piedade contempla as disciplinas espirituais externas, como a oração, o jejum e a leitura das Escrituras, mas sempre relacionadas a uma vida de sincera e profunda devoção a DEUS, procurando agradá-lo em tudo — e isso inclui um viver justo e misericordioso com o próximo (Mt 23.23; Cl 3.23; Tg 2.14-17).
A prática das disciplinas espirituais não combina com o exibicionismo. JESUS advertiu seus discípulos que fossem discretos quando orassem e jejuassem (Mt 6.5,6,16-18). Quanto ao jejum, aconselhou ações concretas para não dar sinais de estar jejuando: “quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, para não pareceres aos homens que jejuas” (Mt 6.17-18). O que dizer dos que proclamam seus jejuns, inclusive nas redes sociais? Como JESUS enfatizou, se buscarmos glória humana nossa recompensa se resumirá a um reconhecimento efêmero, sem valor algum diante de DEUS. O anúncio do jejum somente convém ser feito quando sua prática for coletiva. Ainda assim, de preferência apenas entre as pessoas envolvidas com o propósito (Et 4.16).
O homem que sabiamente se disciplina para a santificação compreende a necessidade de priorizar e orar, de ser realista e confiável, e que a falha faz parte do sucesso, mas este ímpeto vem de entender a graça. Tudo em sua vida parte da graça de DEUS — sola gratia — apenas da graça!
A própria salvação vem apenas da graça. Estávamos mortos em nossas transgressões e pecados, cativos de forças tenebrosas, tão incapazes de salvar-nos quanto os cadáveres. “Mas... DEUS, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou... Porque pela graça, sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de DEUS... não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.4,8,9, itálicos do autor). Somos salvos pela graça de DEUS, seu imerecido favor. Mesmo a melhor porcentagem de obras diminui a graça da salvação, conforme Paulo esclareceu diretamente: ‘E é pela graça, já não pelas obras; do contrário, a graça já não é graça’ (Rm 11.6)” (HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.202-03).
1. A analogia do corpo
Não é fácil manter uma rotina de exercícios físicos. Quanto menos se exercita, menos se quer exercitar. E quanto mais tempo parado, pior fica. A retomada costuma ser um processo doloroso e geralmente impõe limitações, impedindo que se alcance um estado ideal de mobilidade. Assim acontece também na vida espiritual. Quanto menos oramos, jejuamos e lemos a Bíblia, menos queremos fazê-lo. E a vida espiritual vai se enfraquecendo. Os movimentos vão se tornando mais lentos e curtos. Há risco de atrofia e paralisia. O escritor aos Hebreus adverte: “Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados” (Hb 12.12). A linguagem é metafórica, mas às vezes a fraqueza do espírito é tão profunda que é sentida no corpo. A Bíblia nos recomenda reagir (Jl 3.10; 1 Co 16.13)!
A diminuição da prática da oração, do jejum e da meditação nas Escrituras causa a perda de discernimento e sensibilidade espiritual. As crenças profundamente bíblicas, antes consolidadas, aos poucos vão se tornando superficiais até serem substituídas por “filosofias e vãs sutilezas” (Cl 2.8), que normalizam o que antes era pecado (1 Jo 3.7,8). Cristãos e igrejas são dominados pelo secularismo e ideologias de perversão, e passam a ser conduzidos por princípios e valores do presente século (Lc 18.8; 2 Pe 2.1-3). Como estão nossas disciplinas espirituais pessoais e congregacionais?
"A prática das disciplinas espirituais não combina com o exibicionismo.”
Muito mais que teoria, as disciplinas espirituais devem ser praticadas por todo cristão. Reservar um tempo no início do dia para oração e meditação nas Escrituras é fundamental. Sempre que possível, repetir a disciplina ao longo do dia, ainda que em momentos curtos. Já de noite, concluídas as tarefas cotidianas, voltar à leitura da Bíblia e à oração (Sl 55.17; Dn 6.10). Praticar jejuns. Manter uma frequência regular aos cultos, com especial dedicação às reuniões de oração e consagração. Ser aluno assíduo da Escola Dominical também é uma disciplina espiritual essencial que fortalece toda a família. De forma complementar, devemos nos edificar com hinos sacros e literatura cristã sadia (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13).
O apóstolo Paulo une esta ideia de exercício necessário ou disciplina, com a vida espiritual. Em 1 Timóteo 4.7 diz: “Exercita-te a ti mesmo em piedade”. O verbo exercita-te é derivado de uma palavra grega muito antiga da qual obtemos a palavra ginásio. Nos dias do Novo Testamento, isto se referia ao exercício e treinamento em geral. De certo modo, Paulo está dizendo: “Faze ginástica com a finalidade de obter a piedade”. Ele está exigindo um treinamento espiritual. É este exercício espiritual que Paulo julga muito mais importante que uma caminhada matutina pela cidade. Ele acrescenta: ‘Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir” (1 Tm 4.8)’” (HUGHES, R. Kent. Disciplinas da Mulher Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.12).
1. As astúcias do Maligno
O cristão tem uma luta espiritual travada nas regiões celestiais, “contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Não podemos nos descuidar, desconsiderando esta realidade. O Inimigo é astuto e vive engendrando ciladas (Ef 6.11). Seu intento constante é nos atingir e produzir terríveis danos em nosso espírito, alma e corpo. De igual forma, quer atingir os que nos são queridos, principalmente nossa família (Jo 10.10; 1 Pe 5.8,9). Por isso, perseverar nas disciplinas espirituais é essencial. Precisamos viver em constante comunhão com CRISTO, “orando em todo o tempo com toda oração e súplica no ESPÍRITO” (Ef 6.18). Só Ele tem vida abundante para nos dar e pode nos guardar do Inimigo (Jo 10.28).
"De forma complementar, devemos nos edificar com hinos sacros e literatura cristã sadia.”
Sabedores do quanto as disciplinas espirituais são indispensáveis para uma vida cristã vitoriosa, devemos nos apegar a elas, agindo com prudência na administração de nosso tempo (Ef 5.15,16). Para isso, é preciso evitar as distrações, das quais atualmente o celular é a principal. Tem se tornado uma compulsão acessar as redes sociais: ver mensagens no WhatsApp, abrir o Instagram ou o Facebook ou assistir a um vídeo no Youtube — às vezes até mesmo nos templos em pleno culto! É a chamada dependência digital, que cresce a cada dia. Quando menos se percebe, o celular está à mão, mesmo sem qualquer propósito útil ou necessário. Que o Senhor nos guarde de todo vício!
O exercício das disciplinas espirituais é fundamental para nos fortalecer e nos dar poder contra as forças das trevas (Lc 10.19,20; Mc 16.17,18). Assim como as necessidades físicas, nosso espírito precisa ser alimentando diariamente e por toda a vida (1 Ts 5.17; 1 Pe 2.2,3).
1. O que é piedade?
Do grego eusebia (“eu”, bom, e “sebomai”, ser devoto), a palavra piedade tem um amplo sentido espiritual e prático. Podemos resumi-lo como sendo um conjunto de atitudes que expressam temor, respeito, reverência e amor a DEUS.
2. Quais as principais disciplinas espirituais?
A oração, o jejum e a leitura das Escrituras.
3. O que JESUS recomendou sobre a prática das disciplinas espirituais?
A prática das disciplinas espirituais não combina com o exibicionismo. JESUS advertiu seus discípulos que fossem discretos quando orassem e jejuassem (Mt 6.5,6; 16-18).
4. Qual o perigo da diminuição das disciplinas espirituais?
Quanto menos oramos, jejuamos e lemos a Bíblia, menos queremos fazê-lo. E a vida espiritual vai se enfraquecendo.
5. Que relação tem as disciplinas com a luta espiritual do cristão?
O Inimigo é astuto e vive engendrando ciladas (Ef 6.11). Seu intento constante é nos atingir e produzir terríveis danos em nosso espírito, alma e corpo. De igual forma, quer atingir os que nos são queridos, principalmente nossa família (Jo 10.10; 1 Pe 5.8,9). Por isso, perseverar nas disciplinas espirituais é essencial.
Disciplinas do Homem Cristão e Disciplinas da mulher cristã - CPAD

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