Lição 10, CPAD, A Ceia Do Senhor - A Segunda Ordenança Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
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ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A NATUREZA
DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ
1. Na tradição
romana
2. Na tradição
protestante
3. A posição
pentecostal
II – O
PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR
1. Celebrar a
expiação de CRISTO
2. Proclamar a
segunda vinda de CRISTO
3. Celebrar a
comunhão cristã
III – O MODO DE
CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
1. O que é
participar “indignamente”? 2. Uma celebração reverente
2. Uma
celebração reverente
3. Celebração
festiva
TEXTO ÁUREO
“Porque, todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26)
VERDADE PRÁTICA
A Ceia do Senhor,
como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor ressuscitado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lc
22.19,20 Uma ordenança de JESUS
Terça – 1 Co
11.24 A Ceia do Senhor como um memorial
Quarta – 1 Co
11.26 Proclamando a morte do Senhor
Quinta – At
2.42 Celebrando a comunhão cristã
Sexta – 1 Co
11.27 Mantendo a reverência na Ceia do Senhor
Sábado – 1 Co
5.7,8 Celebrando de maneira festiva
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - 1 Coríntios 11.17-34
17 - Nisto,
porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para
melhor, senão para pior.
18 - Porque,
antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós
dissensões; e em parte o creio.
19 - E até
importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem
entre vós.
20 - De sorte
que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21 - Porque,
comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome,
e outro embriaga-se.
22 - Não
tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de DEUS
e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos
louvo.
23 - Porque eu
recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que
foi traído, tomou o pão;
24 - e, tendo
dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido
por vós; fazei isto em memória de mim.
25 -
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em
memória de mim.
26 - Porque,
todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte
do Senhor, até que venha.
27 - Portanto,
qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28 -
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste
cálice.
29 - Porque o
que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não
discernindo o corpo do Senhor.
30 - Por causa
disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem. 31 - Porque,
se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 - Mas,
quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo.
33 - Portanto,
meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34 - Mas, se
algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação.
Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco
Hinos
Sugeridos: 199, 233, 482 da Harpa Cristã
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SUBSÍDIOS PARA
A LIÇÃO
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Lição 11 - A
Última Ceia - 2º trimestre de 2015 - JESUS, o
Homem Perfeito: O Evangelho de Lucas, o Médico Amado.
Comentarista da
CPAD: Pastor: José Gonçalves
Complementos,
ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE
ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES
DETALHADAS DA LIÇÃO
TEXTO ÁUREO
"Alimpai-vos,
pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem
fermento. Porque CRISTO, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós." (1 Co
5.7).
VERDADE PRÁTICA
A Páscoa
comemorava a libertação do Egito. A Ceia do Senhor celebra a libertação do
pecado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx
12.1-28 - O real propósito da Páscoa para os judeus
Terça - Lc
22.7-13 - A última ceia de JESUS com seus discípulos aqui na terra
Quarta - Lc
22.14-20 - O verdadeiro significado da celebração da Ceia
Quinta - Lc
22.19,20 - Os elementos que compõem a Santa Ceia do Senhor
Sexta - 1 Co
11.26 - O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja
Sábado - 1 Co
11.27-32 - Quem pode participar da Santa Ceia do Senhor
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - Lucas 22.7-20
7 - Chegou,
porém, o dia da Festa dos Pães Amós, em que importava sacrificar a Páscoa. 8 -
E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos.
9 - E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? 10 - E ele lhes
disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um
cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. 11 - E direis ao pai de
família da casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a
Páscoa com os meus discípulos? 12 - Então, ele vos mostrará um grande cenáculo
mobiliado; aí fazei os preparativos. 13 - E, indo eles, acharam como lhes havia
sido dito; e prepararam a Páscoa. 14 - E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e, com
ele, os doze apóstolos. 15 - E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta
Páscoa, antes que padeça, 16 - porque vos digo que não a comerei mais até que
ela se cumpra no Reino de DEUS.
17 - E, tomando
o cálice e havendo dado graças, disse: Tomai-o e reparti-o entre vós, 18 -
porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o Reino de
DEUS. 19 - E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo:
Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim. 20 -
Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo
Testamento no meu sangue, que é derramado por vós.
OBJETIVO GERAL
Explicar a
instituição da Ceia do Senhor como ordenança.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico.
Analisar os
antecedentes históricos da última ceia de JESUS.
Expor a
dinâmica da preparação, celebração e a substituição da Páscoa pela celebração
da Ceia do Senhor.
Elencar os dois
elementos da última ceia
Resumo da Lição
11 - A Última Ceia
I. ANTECEDENTES
HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
1. A
instituição da Páscoa judaica.
2. O ritual da Páscoa
judaica.
II. A
CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A
preparação.
2. A celebração
e substituição.
III. OS
ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
1. O vinho.
2. O pão.
SÍNTESE DO
TÓPICO I - Na perspectiva secular, o dinheiro é apenas um elemento material; na
cristã, as dimensões espiritual e material devem coexistir.
SÍNTESE DO
TÓPICO II - Foi numa Páscoa judaica que nosso Senhor instituiu a Ceia, como uma
ordenança para toda a Igreja.
SÍNTESE DO
TÓPICO III - Os elementos da Ceia são o vinho, que simboliza o sangue de JESUS;
o pão, que simboliza o corpo partido do Senhor.
Ceia - Memorial
da Aliança. O que eu como vai para meu sangue e sangue é vida. Sua vida se
torna minha vida e minha vida se torna a sua vida.
Eu só tinha
pecado para oferecer, JESUS tem perdão, misericórdia, graça e a vida eterna a
oferecer.
Na Páscoa, o
sangue de um cordeiro ou cabrito (sem mácula), era imolado, ou sacrificado para
que seu sangue fosse passado nos umbrais da porta para que o anjo não matasse
nessa casa o primogênito (ou filho mais velho).
Na Ceia
lembramos que o cordeiro que tira o pecado do mundo, JESUS, derramou seu sangue
para nos livrar do pecado e morte eterna.
No sacrifício
da Páscoa o cordeiro substituiu o primogênito, morreu em lugar do primogênito.
(O sacrifício era anual)
Na Ceia,
lembramos de que JESUS (nosso cordeiro pascoal) morreu em lugar de toda a
humanidade pecadora. (O sacrifício é único e perfeito, efetuado uma vez por
todas).
Na Páscoa, o
sangue derramado tinha que ser de um cordeiro ou cabrito sem mácula, ou seja,
sem mancha, sem defeito.
Na Ceia, nosso
cordeiro que é JESUS nunca pecou e Nele nunca se achou engano, é perfeito e sempre será.
Na Páscoa havia
comunhão entre DEUS - Moisés - e os israelitas, pois todos estavam de acordo
com esses negócio e todos os israelitas obedeceram à ordem de DEUS dada através
de Moisés, assim o anjo da morte passou por cima de suas casas e só matou o
primogênito nas casas dos egípcios.
Na Ceia existe
a comunhão entre JESUS e seu corpo, que é a igreja. Também existe união entre
os próprios irmãos que estão obedecendo a ordem de seu salvador e Senhor,
lembrando sua morte, sua ressurreição e esperando ansiosamente pela sua volta
para nos buscar.
PONTO CENTRAL -
A Ceia do Senhor é uma celebração que o nosso Senhor ordenou à Igreja até a sua
vinda.
CONSULTE -
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 62, p. 41.
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assuntos.
SUGESTÃO DE
LEITURA
Manual do
Professor de Escola Dominical, Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal e A Santa Ceia - CPAD
TRANSUBSTANCIAÇÃO
E CONSUBSTANCIAÇÃO
Consubstanciação
é o termo que indica a crença na presença espiritual de JESUS nas espécies do
pão e do vinho. E significa que JESUS se encontra presente COM a
substância do pão e do vinho sem modificá-las/transformá-las.
Ao contrário da
Transubstanciação que se refere a transformação da substância do pão e do vinho
no Corpo e sangue de JESUS. Na consubstanciação, o Corpo e o sangue, se
juntam ao pão e vinho, porém a substância do pão permanece, juntamente com sua
aparência. Na transubstanciação, não estão presentes mais a substância do Pão e
vinho, estas são aniquiladas, ficando apenas as substâncias do corpo e sangue
de JESUS. (http://pt.wikipedia.org/wiki/JESUS - 25-05-2009)
TRANSUBSTANCIAÇÃO:
(http://www.cacp.org.br/catolicismo/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=164&menu=2&submenu=15)
A eucaristia é
um dos sete sacramentos da Igreja Católica. Segundo o dogma católico, JESUS
CRISTO se acha presente sob as aparências do pão e do vinho, com seu corpo,
sangue, alma e divindade, isto é o que geralmente se entende por
“Transubstanciação”.
A doutrina da Transubstanciação não tem respaldo bíblico. Nem todos os
representantes da Igreja Católica concordaram com esta doutrina, entre eles
podemos citar o papa Gelásio I e Gelásio II, São Clemente, Agostinho...
O QUE É DISCERNIR O CORPO DO SENHOR?
“Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não
discernir o corpo do Senhor.” I Co. 11:29
Entre os cristãos daquela época existia uma festa chamada “Festa Ágape” ou
festas de amor (Judas 12). Era comum entre os cristãos celebrarem a ceia com
esta refeição (esta prática perdurou até na época de Justino, o mártir) que era
destinada a ajudar os pobres. Corinto era uma igreja problemática em termos de
doutrinas (véu, dons espirituais, batismo, brigas, divisões e santa ceia). Os
Coríntios não estavam discernindo o real objetivo de suas reuniões
(v.17,18,20). Para eles aquilo era apenas uma festa como as demais festas
mundanas da sociedade grega (Corinto era grega) da qual tinham vindo. Então,
quando se reuniam, todos se embriagavam, (v.21) como faziam antes de se
converterem e não discerniam que aquilo era muito mais que uma festa, era “em
memória” de CRISTO (v.25). Por isso as pessoas deveriam se examinar antes de
tocar no pão e no cálice (v.28), pois correriam o risco de tomar a ceia de modo
indigno, fora do propósito para qual fora estabelecida, ou seja, para a
comunhão e não divisão dos fiéis (v.18). Isto é o que Paulo queria dizer com
discernir o corpo do Senhor. Não há nada que insinue no texto a herética
doutrina da “Transubstanciação”. O contexto quando analisado honestamente não
comporta tal ideia. Qualquer conclusão que passar disso é falsa!
Discernir o
corpo de CRISTO pode ser visto em dois aspectos (Pr.Henrique):
1- O corpo
maltratado (moído - Is 53) de JESUS é para nossa cura física, tanto das
enfermidades como de nossas doenças (Is 53). Quem não acredita nisso acaba
ficando doente e acaba morrendo alguns por não entenderem esta verdade.
2- O corpo de
JESUS na terra é sua Igreja, então só devemos participar da ceia em comunhão
com este corpo. A desunião, mágoas, rancores, inimizades, porfias, fofoca
etc..., se não evitados podem trazer doenças e até mesmo a morte. Quem não
perdoa, não pode ser perdoado (Mt 6). Também a falta de ajuda financeira ao
corpo de CRISTO na terra, a igreja, pode gerar doenças e mortes, pois roubar é
pecado. Ser mal-agradecido também.
OS DISPARATES DESSA DOUTRINA DA TRANSUBSTANCIAÇÃO:
Ensina a teologia católica a transubstanciação (alteração de substância)
durante a eucaristia. Após a consagração dos elementos, pão e vinho, recitada
pelo padre, as palavras de CRISTO, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu
sangue”, misteriosamente o pão se transforma na carne de CRISTO e o vinho no
seu sangue. Levando as palavras de CRISTO a um literalismo irracional, dizem
ser o pão o próprio corpo de CRISTO presente na hóstia (depois dizem que nós é
que somos fundamentalistas e interpretamos a Bíblia ao pé da letra!!!). Esta
doutrina é baseada principalmente na perícope do evangelho de João 6:53.
Contudo, daremos algumas razões de o porque rejeitarmos esta doutrina como
errônea e perigosa.
1. Se na frase “isto é o meu corpo” o verbo “é” implica a conversão literal do
pão no corpo de CRISTO, segue-se igualmente que nas palavras “Eu sou o pão da
vida”(6:35) o verbo “sou” deve implicar igual mudança, ensinando-nos que CRISTO
se converte no pão, de modo, que se o primeiro é uma “prova” da
transubstanciação, o segundo demonstra necessariamente o contrário; se o
primeiro demonstra que o pão pode converter-se em CRISTO, o segundo demonstra
que CRISTO pode converter-se em pão, o que é um verdadeiro absurdo, mas é isto
o que a lógica desta filosofia nos leva a concluir!
2. Se acreditarmos que neste episódio JESUS estava se referindo a eucaristia
então forçosamente ninguém pode se salvar sem o sacramento e todo o que o
recebe não pode se perder. Seria sempre necessário o fiel se comungar para não
perder a benção da vida eterna. E aqueles que não podem tomá-la ? Estariam
destinados ao inferno ? Crêem os católicos que todo aquele que comunga tem a
vida eterna ? Pois JESUS disse que sem exceção, “todo aquele” que comesse a sua
carne teria de fato a vida eterna. E o que dizer então daqueles que bebem
indignamente (I Coríntios 11:28) ? Tal é a contradição e confusão que nos
mostra tão descabida teoria se levada ao pé da letra.
3. Este ponto já foi tratado acima, mas vamos reforçá-lo aqui. Ora, se tomadas
literalmente estas palavras o beber o sangue é tão importante quanto o comer a
sua carne, em outras palavras é tão necessário comer o pão (hóstia) como beber
o cálice. E porque então o padre nega-lhes este direito desobedecendo a Bíblia?
LEMBRANÇA OU PRESENÇA REAL?
Na ceia, todas as suas ações e palavras tinham alguma relação com a antiga Páscoa.
Tendo isto em vista devemos procurar na antiga festa uma explicação para a
santa ceia que Ele iria substituir, pois Ele, JESUS, é a nossa Páscoa (I Cor.
5:7)!
Quando Moisés (o tipo de CRISTO) instituiu a Páscoa, mandou comer a carne e
aspergir o sangue do cordeiro em suas casas (Êx: 12:11). Só que o cordeiro que
comiam NÃO ERA a “Páscoa”, pois tal palavra se deriva do verbo “pasah” (Lê-se
Pássá), “passar por cima” incluindo a ideia de “poupar e proteger” v.13. A Páscoa
do Senhor era o “passar do anjo por toda a terra do Egito”. Vê-se, pois, que o
ato do passar por cima das casas dos israelitas era uma coisa e o cordeiro que
os israelitas comiam era outra essencialmente distinta: uma era um fato, a
outra a recordação daquele fato. Embora Moisés tivesse dito a respeito do
cordeiro: “É a Páscoa”, isto é, a passagem do Senhor, não se segue que quisesse
dizer que o cordeiro que tinham assado e de que estavam comendo se tivesse
mudado ou transformado no ato de passar o Senhor por cima das casas. O sentido
simplesmente era: “É uma recordação da Páscoa ou da passagem do Senhor”. Temos
pois aqui um exemplo clássico dessa figura de retórica pela qual se dá o nome
da coisa que ela recorda, ou se põe o sinal pela coisa significada. Quando
pois, as famílias se reuniam em torno da mesa para comer a Páscoa o chefe da
família dizia: “Esta é a Páscoa do Senhor”, quando então queriam dizer “Esta é
a recordação da Páscoa do Senhor”. Pois bem, fincado na essência dessa
celebração JESUS certamente se valeu da mesma expressão conhecidíssima dos
israelitas. Depois de abolida a Páscoa e substituída pela santa ceia, serviu-se
da mesma expressão de que tinha feito uso na celebração antiga; era natural que
do mesmo modo que tinha dito da Páscoa “Esta é a Páscoa do Senhor”, querendo
dizer que aquilo era apenas a recordação daquele feito na época de Moisés,
usasse também mui naturalmente as palavras “ISTO É O MEU CORPO” para significar
que aquele rito devia ser usado como recordação do seu corpo e do seu sangue
oferecidos na cruz; sendo Ele, o verdadeiro cordeiro de DEUS (João 1:29) que
nos libertou do cativeiro do pecado.
Os discípulos sendo judeus versados nas escrituras, estavam por certo
familiarizados com tais figuras de linguagem (Salmos 27:1-2, Isaías 9:18-20,
49:26) e não foi difícil entenderem o que JESUS queria lhes dizer, pois antes
disso, eles os ouviram dizer: “Eu sou a porta”, “Eu sou o caminho”, “Eu sou a
luz do mundo...” e entenderam perfeitamente a linguagem. Nada é mais comum do
que dar à lembrança, ou a representação de uma coisa, o mesmo nome da coisa de
que é representação ou sinal. Até mesmo os membros da igreja romana ao verem a
imagem da santa dizem: “esta é Nossa Senhora”, ou vendo a imagem de um santo
qualquer dizem: “este é São Pedro, este SANTO Expedito e aquele outro SANTO
Antônio etc...” mesmo sabendo que aquilo (segundo acreditam) é apenas uma
representação ou lembrança do que está no céu. Servem-se constantemente desta
figura de retórica que dá representação ou lembrança o nome da coisa
representada ou lembrada.
Quando então distribuía os elementos da ceia, pão e vinho disse: “Isto É O MEU
CORPO” e “ISTO É O MEU SANGUE”, arrematando ordena: “FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE
MIM”. Temos razão para crer que aquilo era uma comemoração ou lembrança de sua
morte na cruz e devíamos prosseguir fazendo isto até que Ele venha. Para
corroborar nosso ponto de vista, veja que mesmo após JESUS ter consagrado o
vinho ele ainda continuou o que sempre fora, simplesmente um vinho “porque vos
digo que desde agora não mais beberei do fruto da videira,( não disse meu
sangue) até que venha o reino de DEUS.” Lucas 22:18
Paulo simplesmente considerava como pão e vinho, os elementos da santa ceia e
não o corpo do Senhor transubstanciado: “Semelhantemente também, depois de
cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei
isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes
que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do
Senhor, até que ele venha. De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do
cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.” I
Co. 11:26-28.
O pão apenas
representava o corpo do Senhor, o vinho o seu sangue. Todas as vezes que nós
nos reunimos para celebrar a santa ceia nós fazemos isto sempre EM MEMÓRIA do
Senhor, pois Ele mesmo disse “FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM”. É EM MEMÓRIA!!!
Não podemos sacrificar CRISTO novamente (Hebreus 7:24,27).
ABSURDO DOS ABSURDOS
Por darem ouvido ao dogma da transubstanciação os católicos além de incorrem
num terrível engodo, acabam por abraçar uma teoria fictícia, absurda até!
Veja porque:
a- Se naquela ocasião em que JESUS disse: “Isto é o meu corpo”, realmente
tivesse ocorrido a tão propalada “transubstanciação” então somos levados a
acreditar que existiam naquele momento dois corpos do Senhor? Levando este
dogma às últimas consequências teremos isto: JESUS pegou aquele pedaço de pão,
já transformado em seu corpo (com divindade e alma, segundo crêem os católicos)
e deu-se a si mesmo para seus discípulos comerem depois de terem comido o corpo
do mestre sentaram-se ao seu lado. E ainda: JESUS também devia ter-se comido e
engolido a si mesmo pois também é certo que Ele participou da ceia!
b- E se tal pão consagrado for comido acidentalmente por um roedor (rato, por
exemplo) dá-se o caso que tal animal também engoliu o CRISTO com seu corpo,
alma e divindade? Ou quando não, se tal hóstia se estragar e vier apodrecer;
seria o caso do corpo de CRISTO que está naquele elemento apodrecer também? E
como fica então Atos 2:31 que diz que a carne de CRISTO não se corrompe?
c- Quando se prova o pão, ele ainda é o pão, tem cheiro como tal, o gosto ainda
é de pão, o mesmo se dá com o vinho! Onde o corpo de CRISTO nisto tudo?
d- Se CRISTO nos ordenou que celebrássemos a cerimônia até que Ele voltasse,
conforme I Co. 11:26 (até que venha), como pode estar presente na hóstia? Se
vem, não está! Devemos ressaltar que tal vinda é escatológica quando virá em
corpo, pois espiritualmente, Ele está conosco todos os dias Mat. 18:20 -28:20,
e esta promessa não tem nada a ver com a santa ceia.
Comentários de
alguns livros com algumas modificações do Ev. Luiz Henrique
No cenáculo
(22:7-38).
O relato mais
completo do que ocorreu no cenáculo na noite antes da crucificação é dado em
João. O de Lucas não é tão pormenorizado, mas é mais longo do que os em Mateus
e Marcos, e ele tem algumas informações só dele.
A) Os
preparativos (22:7-13).
A Páscoa não
era apenas mais uma refeição, mas, sim, uma festa muitíssimo importante. Devia
ser comida em posição reclinada, e havia exigências tais como a inclusão de
ervas amargas na refeição. Destarte, uma quantidade considerável de preparação
era necessária. A refeição não era solitária, mas, sim, era comida em grupos
que usualmente consistiam de dez a vinte pessoas.
Vv. 7. O dia
dos Pães asmos é uma expressão incomum, e talvez signifique o dia em que todo o
fermento era removido dos lares como preparativo para a festa. Era o dia em que
a festa combinada começava. O dia de abertura era aquele em que as vítimas da
Páscoa eram sacrificadas. Se temos razão em ver uma diferença de calendários,
este teria sido, não o dia em que as vítimas realmente eram sacrificadas, mas,
sim, aquele em que deveriam ter sido sacrificados de acordo com o calendário
que JESUS estava seguindo. Os dois calendários concordam que as vítimas deviam
ser sacrificadas no primeiro dia: a diferença dizia respeito a qual dia era
aquele.
Vvs.8,9. JESUS
encarregou Pedro e João de fazer os preparativos necessários para o pequeno
grupo (somente Lucas dá os nomes deles aqui). Não é contrário à razão terem
perguntado onde. Eram galileus, e precisariam de orientação quanto a onde
deveriam ir em Jerusalém. E nesta hora adiantada, haveria poucos lugares
livres, a despeito da tradicional disposição dos jerusalemitas de tornar
disponíveis acomodações sem nada cobrarem.
Vvs.10,11.
Parece que JESUS tinha feito um acordo secreto com o dono de uma casa (ou
aquele homem tinha recebido algum benefício de CRISTO - uma cura por exemplo –
Obs. Do Pr. Henrique). Ao assim fazer, impediu Judas Iscariotes de traí-Lo
antes da hora. Ele haveria de morrer, mas isto no devido tempo dEle, e não
quando Seus inimigos escolhessem. Destarte, nenhum dos discípulos sabia onde
estariam para a refeição. Pedro e João deviam procurar um homem com um cântaro
de água, que seria um fato distintivo, pois as mulheres usualmente carregavam
cântaros de água (os homens carregavam odres de água). Eles iriam antes de
JESUS e os outros discípulos onde haveriam de dizer certas palavras ao dono da
casa (Poderia o homem estar já desejoso de que aquilo acontecesse ou até já
tivesse convidado JESUS para ali celebrar a Páscoa com seus discípulos alguns
dias antes – Vemos em Mateus 26.18 que JEUS solicita a casa daquele homem
dizendo que o tempo está próximo e precisa da casa dele. Obs. Pr. Henrique).
12,13. O dono
da casa lhes mostraria um espaçoso cenáculo mobiliado. Esta última palavra é
literalmente “estendido” e provavelmente significa que havia sofás prontos com
cobertas estendidas sobre eles (Moffatt traduz “com sofás cobertos”). Seguiram
as instruções e prepararam a refeição.
B) A última
ceia (22:14-20).
Há aqui um
problema textual de grande dificuldade. No texto “mais curto”, seguido por NEB,
Goodspeed, onde Vvs. 19b-20 são omitidos, o cálice é dado antes do pão. No
texto “mais longo” (RSV, TEV, JB, ARC, ARA) o cálice é mencionado duas vezes. O
texto mais curto é favorecido por muitos pelo motivo de que não é provável que
as palavras fossem omitidas nos originais, e que parecem ser uma inclusão
tirada de 1 Coríntios 11.24-25 para harmonizar a passagem com a praxe litúrgica
corrente. Responde-se que as palavras disputadas são achadas em todos os MSS
gregos menos um (Códice D), que Justino Mártir aceitava (150 d.C). (Apologia
i.66; este texto e mais antigo do que nossos MSS gregos mais antigos), e que é
possível que tenham sido omitidas por escribas que não entendiam as duas
referências ao cálice. De modo geral, parece que o texto mais longo deva ser
preferido.
(houve aí duas
refeições, uma da Páscoa e depois uma da Ceia – aconteceu aí as duas
celebrações - Obs. Pr. Henrique).
Vvs.14-16.
refeição de Páscoa.
A referência ao
cumprimento no reino de DEUS indica que a Páscoa tinha significado tipológico.
Comemorava um livramento, sem dúvida, mas apontava para uma libertação maior no
futuro, que seria vista no reino de DEUS.
Vvs.17,18. Na
refeição da Páscoa era obrigatório beber quatro cálices de vinho. Parece que
aqui temos referência a um destes cálices, embora não seja fácil ter certeza
qual deles. A. Edersheim pensa que fosse talvez o primeiro, depois do qual se
quebrava o pão (cf. Mishna, Pesahim 10:2-3 – Lê-se Michiná, picherim). Mas um
quebrar do pão e as ações de graças seguiam o segundo cálice também, de modo
que poderia ter sido este. A participação do cálice era um símbolo de comunhão.
Mais uma vez, o interesse escatológico de JESUS é revelado enquanto espera a
vinda do reino. A vida humana que vivera com os discípulos estava no fim.
Vv.19. Tomar,
quebrar e distribuir o pão eram aspectos regulares da observância da Páscoa e
não causariam surpresa alguma. Mas enquanto a dava aos Seus discípulos, JESUS
disse: Isto é o meu corpo. Estas palavras têm causado tremenda controvérsia na
igreja. O ponto crítico é o significado de pão. Alguns argumentam em prol da
transformação do pão no corpo de CRISTO, mas o verbo pode significar tipos de
identificação muito variados, conforme vemos em declarações tais como “Eu sou a
porta,” “Eu sou o pão da vida,” “aquela rocha era CRISTO.” Neste caso, a
identidade não pode estar em mente, pois o corpo de JESUS estava fisicamente
presente na ocasião. Deve ser usado nalgum sentido tal como “representa,”
“significa” ou, talvez, “transmite” (cf. Moffatt: “Isto significa... ”).
A declaração é
enfática, e não deve ser diluída, mas nem deve ser forçada além do seu
significado real. A expressão adicional, oferecido por vós, prenuncia o
Calvário. Fala da morte de JESUS em prol dos homens. Não se trata dalguma coisa
que brota do ritual da Páscoa. Este falava do livramento mas não do sacrifício
vicário. JESUS está interpretando Sua morte num contexto da Páscoa e deixando
claro que tem um significado salvífico. Ellis pensa que Suas palavras acerca do
corpo e do sangue aqui “podem ser explicadas somente como uma referência
implícita ao Servo Sofredor que, como representante da aliança, ‘derramou a sua
alma na morte... contudo levou sobre si o pecado de muitos’ (Is 53:12).” O
mandamento, Fazei isto em memória de mim, não significa, conforme alguns
alegam, que a comunhão é essencialmente um pleitear de CRISTO diante do Pai. É
a fim de que nós não nos esqueçamos, não a fim de que Ele não Se esqueça.
Vv.20. O
derramamento do vinho indica para nós a morte na cruz onde uma nova aliança
seria inaugurada. Israel estava num relacionamento com DEUS de acordo com a
aliança, mas agora haveria uma nova aliança levada a efeito pelo sangue de
CRISTO (cf. Jr 31:31). Sua morte estabeleceria um novo modo de aproximação com
DEUS. Cf. Harrington: “JESUS dá a entender que Sua morte iminente está para
substituir os sacrifícios da Lei Antiga,” e Manson, “A Ceia do Senhor,
apresentada assim, indica e inaugura uma redenção efetuada pela morte de CRISTO
como um sacrifício.”
Lucas -
Introdução e Comentário - Leon L. Morris - SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA
NOVA, Caixa Postal 21266, São Paulo - SP - www.vidanova.com.br
A festa dos
asmos (v.l):
Asmo ou ázimo
quer dizer pão que não fermentou. A festa dos asmos foi assim chamada porque
durante toda a semana dessa festa, usava-se pão não levedado. A Lei proibiu,
durante todos esses sete dias, a presença de fermento nas casas do povo, Êx
12.34,39; 13.3-7.
Chamada a Páscoa
(v.l): Esta festa anual foi estabelecida em memória da saída do povo de Israel
do Egito. A palavra Páscoa vem do hebraico e quer dizer passagem, em referência
à passagem do anjo quando exterminou todos os primogênitos entre os egípcios, Êx
12.12-20. Esta Páscoa, de Lc 22, foi a última, o pleno cumprimento da primeira,
no Egito. Os principais dos sacerdotes... (v.2): Eram as autoridades
religiosas, da tribo de Levi, sacerdotes aqueles que deviam receber o CRISTO e
O apresentar ao povo, os próprios pastores, aqueles que ocupavam a cadeira de
Moisés (Mt 23), aqueles que se ostentavam como guias de cegos, luz dos que
estão nas trevas (Rm 2.19) - eram esses que tramavam para destruir o próprio
Cordeiro pascoal. São os que introduzem as maiores heresias. Quantas vezes
erram os concílios, tanto em prática como em doutrina? Pouco importa qual a
pessoa que fala sobre um ponto religioso; o que vale tudo é se o que ele diz é
a verdade, Is 8.20.
Entrou, porém,
Satanás em Judas (v.3): Basta que Satanás tente o homem. Mas é muito pior
quando o ciranda (v.31), ou quando o esbofeteia ou leva cativo. Mas quando
Satanás entre no homem, ele se apodera de seu juízo, destrói seu temor a DEUS,
apaga nele a luz da justiça e tira-lhe todo o sentido de respeito. Judas era um
dos doze apóstolos, escolhido por CRISTO. Seguia e conhecia intimamente a
CRISTO durante todo o tempo do Seu ministério. Deixou tudo pelo amor do Mestre.
Ouviu os sermões de CRISTO e ele mesmo pregava. Era tão fiel como Pedro, Tiago
e João. Contudo, esse homem se toma ladrão (Jo 12.6), trai seu Mestre para ser
crucificado e morre, um “filho da perdição”, Jo 17.12. Entrou, porém, Satanás
em Judas (v.3): O diabo pensava em fazer fracassar o empreendimento de CRISTO,
ferindo-Lhe a cabeça. Mas conseguiu apenas ferir-Lhe o calcanhar, como fora
profetizado, Gn 3.15. Falou com os principais sacerdotes (v. 4): A causa de
CRISTO sofre mais daqueles que pretendem ser servos de DEUS do que daqueles que
se declaram inimigos. Se Judas tratar com os principais dos sacerdotes, não se
espere uma coisa boa. Convieram em lhe dar dinheiro (v.5): Descobre-se nisto o
segredo da queda deste apóstolo. Amava o dinheiro. Ouvi o Mestre dizer:
Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, cap. 12.15. Mas não atendeu. O amor do
dinheiro é a raiz de toda espécie de males, 1 Tm 6.10. Judas não pôs essa raiz
fora do seu coração e ela cresceu gradualmente. Não se pense que ele caiu duma
vez. Pelo amor ao dinheiro Geazi se tornou leproso, 2 Rs 5.26,27. Pelo amor ao
dinheiro Ananias e Safira caíram mortos, At 5. Pelo amor ao dinheiro um
apóstolo escolhido vendeu o melhor e o mais amado dos mestres, por trinta
moedas de prata (Mt 26.15), enforcou-se (Mt 27.3-5) e foi para o inferno, Jo
17.12.
A ÚLTIMA PÁSCOA
E A CEIA DO SENHOR, Lucas 22.7-38. Grande é o desejo de receber convite para
comer à mesa dos ricos e dos grandes. Mas não há honra tão grande como o
privilégio de assentar-se e comer na mesa do Senhor, de ser um dos hóspedes
servidos pelo Filho de DEUS. Não estamos excluídos, contudo, porque não somos
dignos. Na última ceia os discípulos eram egoístas e interesseiros, discutindo
sobre qual deles seria o maior. Até Pedro, que ia negá-Lo, assistiu à ceia.
Todos, porém, senão Judas, estavam limpos.
22.7"
Chegou, porém, o dia da Festa dos Pães Asmos, em que importava sacrificar a
Páscoa. 8 “E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a Páscoa, para
que a comamos. 9 “E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? 10 “E
ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem
levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. 11 “E direis
ao pai de família da casa: O mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de
comer a Páscoa com os meus discípulos? 12 “Então, ele vos mostrará um grande
cenáculo mobiliado; aí fazei os preparativos. 13 “E, indo eles, acharam como
lhes havia sido dito; e prepararam a Páscoa. 14 “E, chegada a hora, pôs-se à
mesa, e, com ele, os doze apóstolos. 15 “E disse-lhes: Desejei muito comer
convosco esta Páscoa, antes que padeça, 16 “porque vos digo que não a comerei
mais até que ela se cumpra no Reino de DEUS. 17 “E, tomando o cálice e havendo
dado graças, disse: Tomai-o e reparti-o entre vós, 18 “porque vos digo que já
não beberei do fruto da vide, até que venha o Reino de DEUS. 19 “E, tomando o
pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que
por vós é dado; fazei isso em memória de mim. 20 “Semelhantemente, tomou o
cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue,
que é derramado por vós.
A última ceia
que CRISTO comeu com Seus discípulos era a última Páscoa verdadeira na terra.
Os judeus continuavam a matar e a celebrar a Páscoa, até a destruição do
Templo, quarenta anos depois. Mas foi apenas uma forma, sem a aprovação de
DEUS. Até hoje os judeus observam o que chamam Páscoa, porém sem o cordeiro.
Como as demais religiões sem CRISTO, é sem sangue. A Páscoa do Velho Testamento
foi cumprida na instituição da Ceia do Senhor.
Mandou...
preparai-nos a Páscoa (v.8): É provável que Judas houvesse comprado, no dia
anterior, o cordeiro e o vinho. Pedro e João, à uma e meia da tarde, cercados
de uma multidão de pessoas, subiram ao Templo. Antes de queimar o incenso, os
cordeiros pascoais, eram imolados. Cada israelita, ao ouvir soar a trombeta,
matava seu próprio cordeiro. Um sacerdote, com vasilha de ouro, apanhou o
sangue do cordeiro de Pedro e João e o derramou ao pé do altar. Ao mesmo tempo
cantavam o Halle, os Salmos 113 a 118. O cordeiro em cima de varas era, então,
levado nos ombros de Pedro e João, perante o altar, onde era tirada a parte
para queimar. Em seguida, os dois, ainda carregando o cordeiro nos ombros,
saíram do Templo e percorreram as ruas de Jerusalém, até chegar à casa de
Maria. Lá assaram o cordeiro e o arranjaram numa mesa, com pães asmos, ervas
amargas, vinagre e milho. Por último prepararam os candeeiros e tudo estava
pronto para introduzir no cenáculo na hora de comer a Páscoa.
Encontrareis um
homem, levando um cântaro... (v.10): Foi um sinal sobrenatural; geralmente eram
somente mulheres que levavam água em cântaro, os homens, quando carregavam
água, era em odres.
Onde está o
aposento... (v. 11): Parece que este homem havia falado com CRISTO;
reconhecendo que não havia casa em Jerusalém que acolhesse o Mestre e Seus
discípulos para comerem a Páscoa, ofereceu-Lhe este cenáculo, isto é, uma sala.
E disse-lhes:
Desejei muito comer convosco esta Páscoa... (v. 15): CRISTO desejava
ansiosamente comer com eles esta Páscoa, porque os amava muito, e anelava essa
comunhão à sombra do Getsêmani e da cruz. Anelava muito inaugurar esta nova
festa comemorativa e tinha muitas coisas a lhes dizer, Jo 13. Queria muito
comer a Ceia, porque marcava a grande hora da Sua glorificação na morte e na
ressurreição. A morte de CRISTO era o cumprimento da Páscoa. Ele era o
verdadeiro Cordeiro, que todos os cordeiros pascoais durante 1.500 anos
prefiguravam. O que a morte do cordeiro foi para Israel no Egito, a morte de
CRISTO seria para os pecadores no mundo inteiro. “CRISTO, nossa Páscoa, foi
sacrificado por nós”, 1 Co 5.7.
E tomando o
pão... (v. 19): Finda-se, no v.18, a história da última Páscoa; inicia-se, no
v.19, o relato da inauguração da Ceia do Senhor.
Fazei isto em
memória de mim (v. 19): O relato da última Páscoa finda com o v.18.
A história da
instituição da Ceia começa com o v.19. A Ceia do Senhor é observada em memória
do sacrifício de CRISTO. Todos os anos um cordeiro era imolado em memória da Páscoa
mas não era a Páscoa original. Justamente como o Brasil não proclama sua
independência todos os anos, assim o sacrifício de CRISTO não se repete na Ceia
do Senhor. Como a nação declarou sua independência no ano de 1822, e todos os
anos comemora este evento no dia 7 de setembro, assim CRISTO se ofereceu na
cruz uma vez para sempre (Hb 9.28; 10.12), e todas as Ceias são em memória
deste evento.
Houve também
entre eles contenda... (v.24): Houve contenda entre eles justamente na última
hora que podiam passar sozinhos com Seu Mestre! Sobre qual deles parecia maior
(v.24): É tema muito popular. Lede como CRISTO o resolveu nesta ocasião, Jo
13.1-17.
vos assenteis
sobre tronos... (v.30): Esta promessa aos apóstolos foi depois feita a todos os
fiéis, 1 Co 6.2; Ap 2.26,27; 3.21.
ESPADA CORTANTE
2 - Orlando Boyer, CPAD
1 Co 11.17-34 –
CEIA DO SENHOR
i. As ofensas
(11:17-22).
Acostumados
como estamos a ter o ofício da Santa Comunhão (Santa Ceia) como o mais solene e
digno dos ofícios litúrgicos, esta passagem traz algo de surpresa. É patente
que o ofício está longe de ser edificante ou sequer digno, na Corinto do
primeiro século. A passagem é importante em que lança luz sobre o modo como se
dirigia o ofício, e em que nos dá ensino importante sobre a teologia da Santa
Comunhão (Santa Ceia).
17. “Nisto que
vos declaro” (AV) significa antes, “Ordenando-vos isto” (cf. a ARA, Nisto,
porém, que vos prescrevo). O verbo, parangellõ (Lê-se Párazeió), é o que fala
de um encargo autorizado. A situação é séria, e Paulo não está simplesmente
oferecendo uns poucos comentários acadêmicos. Ordena que se corrija a prática.
Ao introduzir a seção anterior, ele pudera elogiar os coríntios pela maneira
como eles guardavam “as tradições”. Quando passa a tratar do serviço da
Comunhão, vê que não pode louvá-los. Expressa a máxima condenação de todas as
vezes que se reúnem para o culto: porque vos ajuntais, não para melhor; e, sim,
para pior. Em vez de a Comunhão ser um ato eminentemente edificante, estava
tendo um efeito dilacerante.
18. Paulo
começa com antes de tudo, mas, como aqui não há um “em seguida” para
corresponder àquela expressão, provavelmente este é um meio de acentuar a
importância daquilo que ele tem para dizer. No grego não há artigo junto de
igreja, de modo que a expressão é antes “em igreja”. Mas, mesmo em, na
assembleia realizada para o culto, Paulo ouve falar de divisões. A palavra é
schismata (Lê-se Skimatá), que empregara em 1:10, acerca das dissensões que
tinham dividido a igreja em facções. Estas se intrometeram na mais santa das
práticas de culto.
"Eu em
parte o creio" é um sinal de que Paulo não era crédulo. Não aceitava todas
as histórias que ouvia. Nesta ocasião, ele reconhecia que havia algum exagero
no relato que lhe chegara, mas reconhecia também uma desagradável parcela de
verdade.
19.
Filosoficamente aceita a inevitabilidade de “heresias” (AV), haireseis (Lê-se Chearassaí).
Esta palavra vem de uma raiz que salienta a ideia de escolha. Vem a significar
a escolha de um grupo de opiniões e, dali os que fizeram uma escolha parecida.
A princípio não há necessariamente nenhum sentido pejorativo ligado a ela. É
empregada com relação aos saduceus (At 5:17), aos fariseus (At 15:5) e aos
cristãos (At 24:5, 14). Mas pode ser uma das “obras da carne” (G1 5:20), e é
este o seu sentido aqui. É o mesmo tipo de coisa que as “divisões” do versículo
18. É só quando os que escolhem de maneira obstinada aparecem, que os aprovados
se tornam conhecidos. A ideia de aprovados, dokimoi (Lê-se Dókimí), é a de ter
alguém resistido à prova. Obviamente, se tais pessoas aparecerem, o teste será
necessário.
20. O adjetivo
kuriakon (Lê-se Kúriacón), traduzido por do Senhor, acha-se no Novo Testamento
somente aqui e em Ap 1:10. Salienta a relação com o Senhor. As desordens em
Corinto são tão graves que, quando a igreja se reúne para o sacramento, não é a
ceia do Senhor que ela come. As desordens lhe deram um caráter diferente. Não é
mais do Senhor.
1. Este
versículo revela que em Corinto a Santa Comunhão (Santa Ceia) não era uma
refeição simbólica apenas, como o é conosco, mas uma refeição de verdade. Além
disso, parece claro que era uma refeição à qual cada um dos participantes
levava comida. Refeições comuns desse tipo, em que os ricos compartilham com os
pobres, às vezes ocorriam nas religiões pagãs, onde eram chamadas eranoi (Lê-se
Érani). Por algum tempo, houve na igreja primitiva, em associação com a Santa
Comunhão (Santa Ceia), uma refeição denominada agapê (Lê-se Agápeí), ou “festa
de amor” (2 Pe 2:13; Jd 12; ver a RV). Mas, em Corinto, o que se fazia era um
arremedo do amor. Os coríntios não chegavam sequer aos padrões dos pagãos. Cada
qual colocava diante de si as suas provisões, e se punha a comê-las. Na
verdade, comia “antes” (AV) do seu vizinho, o que dá descrição de uma contenda
indigna, ou talvez de alguns que, tendo levado comida, começavam
impacientemente a comer antes da chegada de outros (muitas vezes os escravos
não podiam chegar cedo). O desenlace era que alguns, que eram pobres, iam-se
com fome, e outros, que eram ricos, bebiam demais. Há um agudo contraste entre
os pobres com fome (a quem faltava o alimento necessário), e os ricos
embriagados. Não havia a intenção, ao se programar a refeição, de fazê-la
comum, com real coparticipação. Vemos que as divisões do versículo 18 eram
baseadas na situação financeira e na posição social.
22. Uma típica
série de perguntas retóricas malha o erro dessa prática. A casa da gente é o
lugar onde se há de satisfazer a fome e a sede. Comportar-se como os coríntios
é desprezar a igreja, essa igreja cuja dignidade é exposta com o acréscimo da
expressão de DEUS. É envergonhar os pobres. Não há lugar para louvor nenhum.
ii. Uma
rememoração da instituição (11:23-26).
É praticamente
certo que esta epístola foi escrita antes de qualquer dos evangelhos, o que
significa que este é o mais antigo relato que temos da instituição da Santa
Comunhão (Santa Ceia). Na verdade, é o mais antigo relato de quaisquer palavras
de nosso Senhor. É um dos bem poucos incidentes da vida terrena de nosso Senhor
que Paulo descreve pormenorizadamente. Há alguns traços deste relato que não
encontramos em nenhum outro lugar; por exemplo, a ordem para continuar a
ministração do ofício “até que ele venha” (v. 26).
23. Os verbos
recebi e entreguei [(paralambanõ (Páralebanô) e paradidõmi] são quase termos
técnicos para os atos de receber e passar adiante as tradições cristãs (cf. o
v. 2). Isto, considerado com a probabilidade geral, leva a maioria dos
comentadores a achar que Paulo não deve ser tomado como querendo dizer que
tivera uma revelação especial do Senhor sobre esta matéria. Contra isso está o
enfático eu, egõ (Igol), que no grego inicia este versículo. Não parece haver
razão pela qual Paulo deva dizer “eu recebi do Senhor”, se quer dizer, “eu
recebi doutros homens uma tradição que em última análise procede do Senhor”.
Existem várias referências a revelações feitas diretamente a Paulo (At 18:9,
10; 22:18; 23:11; 27:23-25; G1 1:12; 2:2; 2 Co 12:7). Parece que este é outro
caso desses. A noite em que foi instituído o sacramento é mencionada, "na
noite em que foi traído" (melhor, “em que estava sendo traído” ). Paulo
revela o caráter pungente da instituição dessa festa de amor que haveria de
trazer tanta força e tanto consolo para os cristãos, na mesma hora em que a
malignidade humana estava empenhada em entregar o Salvador a Seus inimigos.
24. Um ponto de
menor importância, mas interessante, é que Mateus e Marcos utilizam o verbo
“abençoar” quanto ao pão, enquanto Lucas emprega o mesmo verbo que Paulo usa.
Todos os três usam “dar graças” quanto ao vinho. Não há diferença importante
entre estas expressões, pois a oração em ação de graças teria começado “Bendito
és Tu, ó Senhor” (10:16). Provavelmente devemos omitir as palavras, “Tomai,
comei” (AV). Não constam dos melhores MSS (assim na ARA), e são a espécie de
acréscimo de harmonização que os escribas fariam naturalmente. JESUS partiu o
pão, e disse, Isto é o meu corpo (Moffatt, “Isto significa o meu corpo” ).
Estas palavras têm sido usadas como texto-prova para doutrinas como a da
transubstanciação e a da consubstanciação com a sua realista identificação do
pão com o corpo de CRISTO. Todavia, "é" pode indicar várias espécies
de identificação, como vemos do seu emprego em passagens como Jo 8:12; 10:9; 1
Co 10:4, para não citar outras mais. Além disso, no versículo seguinte o cálice
não é “o meu sangue”, mas, “a nova aliança no meu sangue”. As palavras não
provam tudo que os advogados dessas teorias desejariam. Por outro lado, não
devem ser diminuídas a ponto de dar-nos um conceito “zwingliano (juimilhanô)”,
de que o ofício da Ceia não é nada mais que uma ocasião em que pensamos em
CRISTO. Há uma dádiva muito real do Salvador no sacramento, não menos real por
ser essencialmente espiritual. “O sacramento é um meio de comunhão com o corpo
e o sangue de CRISTO, e um meio pelo qual a fé se apropria das bênçãos que
fluem de CRISTO glorificado, em virtude de Sua morte” (Edwards).
As palavras
seguintes são, “que é por vós”. Os MSS de que depende a AV inserem “partido”,
outros, “dado” (ARA) ou “ferido”. O relato de Paulo deixa de dar a palavra. A
ênfase é à obra vicária de CRISTO. O que aconteceu com o corpo foi por nós.
Houve propósito em Seu sofrimento, e esse propósito estava dirigido para o Seu
povo.
Fazei isto é
presente contínuo: “Continuai fazendo isto”. Isto é importante, pois há alguma
dúvida textual sobre Lc 22:19. Se julgar que a última parte desse versículo não
faz parte do verdadeiro texto, este é o único registro do mandamento para dar
continuidade à Comunhão, conquanto não devamos passar por alto a significação
da prática regular da igreja desde os seus primeiros tempos (At 2:42).
Memória é
anamríêsis, que significa a atividade de chamar à memória. Partindo e recebendo
o pão, evocamos os sofrimentos de CRISTO por nós.
De mim é
enfático (emêti, não mou). Salienta a natureza CRISTO cêntrica do ofício.
25. Não há o
verbo tomou no grego, apesar de que este talvez dê o sentido dele. A linguagem
é tersa e vívida. A impressão deixada é a de que o pão foi partido e partilhado
durante o transcurso da refeição, e o cálice foi tomado no fim. A palavra diathêkê
(Lhiátéqué), “testamento” (AV), apresenta alguns problemas, demasiado complexos
para serem discutidos aqui.
Sucintamente, diathêkê
(Lhiátéqué) é palavra grega usual para “última vontade e testamento” (daí, a
AV). Este é praticamente o único sentido que ela tem em geral nos escritos
gregos, e isso ocorre com muita frequência. Mas no Velho Testamento grego a
palavra é empregada regularmente para traduzir o termo hebraico para “aliança”
(277 vezes). A questão, no Novo Testamento, é, “Deve-se entender diathêkê
(Lhiátéqué) como empregado geralmente no
grego, ou como no Velho Testamento grego?” Provavelmente a resposta difere de
passagem a passagem. Aqui o sentido será “aliança” (como na ARA). JESUS está-se
referindo à “nova aliança” profetizada em Jr 31:31 ss. A ideia de aliança
domina o Velho Testamento. O povo entrou numa aliança com o Senhor (como vem
narrado em Êx 24), e daí em diante era o povo de DEUS. A profecia de Jeremias
mostra que isto não era permanente, mas que, no devido tempo, a velha aliança
seria substituída por uma nova, baseada no perdão de pecados, e com a lei de
DEUS escrita no coração das pessoas. JESUS está dizendo, pois, que o
derramamento do Seu sangue é o meio de estabelecer a nova aliança. Propicia
perdão de pecados, e abre o caminho para a atividade do ESPÍRITO SANTO no
coração do crente. Todo o sistema judaico é substituído pelo cristão, e tudo se
centraliza na morte do Senhor, que estabelece a nova aliança. Meu é o enfático
em os. O lugar do Senhor é absolutamente central.
26.
Apresenta-se a importância de obedecer à ordem de CRISTO para continuar a
observância da festa. A palavra importante aqui é a traduzida por “mostrais”
(AV; katangellõ – Lê-se Catanguélho). Na Comunhão recebemos a CRISTO. Não O
apresentamos nem Seu sacrifício ao Pai. Apresentamos, e podemos apresentar,
somente a nós próprios. Katangellõ (– Lê-se Catanguélho) significa “anunciar”
(assim na ARA), “proclamar”. No Novo Testamento é empregado mormente com
referência à pregação do Evangelho. Sempre denota uma atividade exercida para
com os homens, e nunca uma atividade exercida para com DEUS. Assim, aqui
significa que a solene observância do ofício da Santa Comunhão (Santa Ceia) é
uma vivida proclamação da morte do Senhor. Em palavra e em símbolo a morte de CRISTO
pelos homens é exposta diante deles. “A eucaristia é um sermão dramatizado, uma
proclamação dramatizada da morte que ela comemora” (Robertson e Plummer). Até
que ele venha lembra-nos o aspecto escatológico da Santa Comunhão (Santa Ceia).
Olha prospectivamente para o dia em que o Senhor voltará. Não será necessária
na nova ordem que surgirá então. Mas até esse dia, ela nos manterá atentos, não
só quanto à primeira vinda do Senhor, quando Ele sofreu por nossos pecados, mas
também quanto ao Seu segundo advento, quando Ele virá para levar-nos para Si.
iii. O
resultado prático (11:27-34).
Paulo agora se
põe a falar da maneira pela qual o ofício deve ser dirigido. A exposição que
acabou de fazer do sentido do serviço da Ceia levanta a questão da esfera das
minúcias litúrgicas. É a observância de um rito extremamente solene, instituído
pessoalmente pelo Senhor, e pleno de significação profunda e sagrada. Como tal,
deve ser observado com indefectível reverência.
27. Por isso,
hoste, salienta consequência. É por causa da significação esboçada há pouco que
os homens devem observar com o devido cuidado o serviço litúrgico. Há um
sentido em que todos têm que participar indignamente, pois ninguém jamais pode
ser digno da bondade de CRISTO para conosco. Mas noutro sentido podemos vir
dignamente, isto é, com fé, e com a devida realização de tudo que é pertinente
a tão solene rito. Negligenciar nisto é vir indignamente no sentido aqui
censurado. O homem que age assim é réu do corpo e do sangue do Senhor. A
grandeza da dádiva oferecida é a medida da grandeza da sua culpa.
28. Examine-se
é dokimazetõ (docmazetô), “testar”, “provar”. Muitas vezes é empregado quanto à
prova de metais. Paulo quer dizer que ninguém deve entender a Santa Comunhão
(Santa Ceia) como uma coisa natural, como qualquer outro serviço litúrgico. É
um rito solene, instituído pessoalmente pelo Senhor, carregado de profunda
significação. Antes de tomarmos parte em tal serviço, o mínimo que podemos
fazer é um rigoroso autoexame. Deixar de fazê-lo resultará em comungar
“indignamente” (v. 27). De passagem notamos que a referência a pão no momento
em que se recebe o elemento (e não “o corpo do Senhor” ) não concorda com
teorias como a da transubstanciação. O pão continua pão.
29.
“Indignamente” (AV) parece não fazer parte do verdadeiro texto, e o sentido é o
da RV. “Maldição” ou “danação” (AV) é tradução forte demais de krima, que
significa antes “condenação”. Paulo não quer dizer que a pessoa que comunga
erroneamente incorre na pena eterna, mas cai sob a medida de condenação
apropriada a seu ato. Sem discernir o corpo (a AV acrescenta, “do Senhor” ) é
difícil. O verbo diakririõ significa “distinguir”, e assim, “discernir”,
“separar”. Aqui significará distinguir a ceia do Senhor de outras refeições,
isto é, não considerá-la como qualquer outra refeição. O verdadeiro texto diz
“o corpo” (como na ARA), não “o corpo do Senhor”, embora, naturalmente, não
haja diferença no sentido. Alguns acham que o corpo é a igreja, como em 12:13;
Cl 1:18. Mas não parece haver razão real para pensar que o termo significa
coisa diferente daquilo que ele significa no versículo 27. Ao mesmo tempo há
marcante ênfase nesta passagem toda à natureza corporativa do rito, e à
responsabilidade de cada um por todos.
30. Males
espirituais podem ter resultados físicos. Paulo informa seus amigos de que a
razão da má saúde e mesmo da morte de alguns deles tem atrás de si uma atitude
errada para com este ofício sumamente solene. Alguns veem aí uma referência aos
resultados da bebida excessiva (v. 21). Mas o que Paulo quer dizer é,
provavelmente, não algo que deveríamos chamar de resultados “naturais” do
excesso, mas a mão punidora do Senhor (v. 32).
31, 32. Os
coríntios evidentemente achavam que havia pouca coisa errada com eles. Mas
Paulo expõe o valor do correto e sistemático julgamento de nós mesmos. Devemos
desenvolver a prática (esta é a força do tempo imperfeito) de “distinguir-nos a
nós mesmos” (assim, melhor do que “julgar-nos a nós mesmos” ), isto é,
distinguir entre o que somos e o que devíamos ser (o verbo é diakrinõ, como no
v. 29). Barclay o verte, “se nós discerníssemos verdadeiramente a que somos
semelhantes”. Então não devemos achar-nos julgados, isto é, objetos da espécie
de julgamento de que Paulo falou no versículo anterior. “Somos castigados pelo
Senhor” (AV; ARA: disciplinados) significa que essas desgraças não são males
incógnitos, mas sinais do amor de DEUS. São enviados para fazer-nos voltar do
caminho errado, para que não participemos da condenação do mundo.
33,34.
Decorrente dessa discussão (hoste, assim), Paulo conclui a matéria. Concita-os
a esperar uns pelos outros quando se reúnem para comer. Vale dizer que ele quer
que à desastrosa contenda do versículo 21 cesse. Na verdade, o propósito da
ceia do Senhor não é saciar a fome física, de modo nenhum. Se alguém está com
fome, coma em casa. Assim Paulo insta com eles, que evitem a condenação. Estas
são as coisas urgentes. Transparece que ele sabia que existiam outras questões
concernentes à ministração do sacramento, questões que não eram tão urgentes.
Estas podiam esperar até à ocasião em que ele fosse a Corinto. Incidentalmente,
quando é o indefinido hõs an. Ele não sabia quando seria.
I Coríntios-
Introdução e Comentário, Rev. CANON LEON MORRIS, SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES
VIDA NOVA e ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA EDITORA MUNDO CRISTÃO
A IMPORTÂNCIA DA SANTA CEIA
A Ceia do Senhor é um ato de suma importância, em si mesmo e na
vida do crente.
O QUE É A SANTA CEIA
A Santa Ceia não é apenas um ato celebrado pela igreja, mas também
uma proeminente doutrina bíblica.
O que nos lembra a Santa Ceia?
A Santa Ceia lembra as refeições dos discípulos em companhia de
JESUS, lembra o arrebatamento de CRISTO em sua primeira vinda e lembra a paixão
e a morte de CRISTO em nosso lugar, bem como a sua segunda vinda.
1. Definição e designações.
Paulo recebeu o ensino da Santa Ceia, segundo a bíblia, diretamente
do Senhor: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei". 1
Co 11
Paulo provavelmente recebeu instruções sobre a ceia durante o tempo
em que estivera a sós com DEUS no monte, na Arábia, sobre os quais as
Escrituras silenciam (Gl 1.11,12, 15-17).
2. Ordenança ou sacramento.
A Ceia do Senhor é conhecida pelos evangélicos como ordenança, por
constituir-se numa ordem dada por CRISTO aos santos apóstolos.
A Santa Ceia é uma sacramento da Igreja para os católicos romanos e
certas alas do protestantismo.
OS ELEMENTOS DA SANTA CEIA
Elementos da Santa Ceia: o pão e o vinho.
O pão e o vinho por representarem, respectivamente, o corpo e o
sangue do Senhor JESUS. O pão e o vinho são, biblicamente, o memorial do
Calvário; representam o corpo e o sangue de CRISTO.
1. O pão. "Eu sou o pão da vida..."
Por que o pão é um dos elementos da Santa Ceia do Senhor?
Por ser este alimento o símbolo da vida, JESUS assim identificou-se
aos seus discípulos (Jo 6.35). Quando o pão é partido, vem-nos à memória o
sacrifício vicário de CRISTO. ELE deu sua vida em resgate da humanidade caída e
escravizada pelo Diabo.
2. O vinho. "fruto da vide" e "cálice do
Senhor"
Por que o vinho é um dos elementos da Santa Ceia do Senhor?
Porque lembra-nos o sangue de CRISTO vertido na cruz para redimir a
todos os filhos de Adão.
LIÇÕES DOUTRINÁRIAS DA SANTA CEIA
Lições ou ensinos doutrinários da Ceia do Senhor até a volta de
JESUS.
1. A Santa Ceia é um mandamento do Senhor.
Ele ordenou por duas vezes: "fazei isto em memória de
mim" (vv.24,25
2. É um memorial divino.
"Em memória de mim" (vv.24,25). É um memorial da morte do
Cordeiro de DEUS em nosso lugar (1 Pe 1.18,19; Jo 1.29). Como tal, a Santa
Ceia comemora algo já realizado (Lc 22.19).
Assim como a sociedade, o governo, o povo, as instituições
particulares têm seus memoriais, aos quais estimam, honram e preservam, nós
temos muito mais razão, dever, direito e prazer de sempre participar da Ceia do
Senhor.
3. É uma profecia a respeito da volta de JESUS.
"Anunciais a morte do Senhor até que venha" (v.26). A
igreja ao celebrar a Ceia do Senhor, está também anunciando a todos a sua
vinda. "E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até
àquele Dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai" (Mt 26.29).
4. Deve ser precedida de autoexame do participante (v. 25).
Trata-se do autojulgamento do cristão diante de DEUS, quanto ao seu
estado espiritual (v.31). Esse autoexame deve ser feito com o auxílio do
ESPÍRITO SANTO e tendo a nossa consciência alinhada às Escrituras.
5. A ceia do Senhor e o discernimento espiritual do crente.
Participar da Ceia sem discernir "o corpo do Senhor" (v.
29), é ter os santos elementos da Ceia como coisas comuns, e não como emblemas
do corpo e do sangue de CRISTO.
6. É uma ocasião propícia ao recebimento de bênçãos.
"O cálice de bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue
de CRISTO? O pão que partimos não é, porventura, a comunhão do corpo de
CRISTO?" (10.16). Portanto, DEUS pode derramar copiosas bênçãos no momento
da ceia. Houve milagres na preparação da primeira Ceia (Lc 22.10-13).
7. A Santa Ceia é um momento de gratidão a DEUS.
Na Ceia do Senhor todo crente deve ser agradecido. "E tendo
dado graças" (v.24). Em todos os registros da Ceia vemos ação de graças a
DEUS: 1 Co 11.24; Mt 26.27; Mc 14.23; Lc 22.19.
8. A Santa Ceia é para os discípulos do Senhor.
Conforme Lucas 22.14, JESUS levou apenas os Doze para a mesa
da Páscoa, seguida da Ceia do Senhor. Se a Ceia fosse para qualquer um, Ele
teria chamado a todos sem distinção. A Santa Ceia é para os santos em CRISTO
JESUS.
9. É um momento de profunda e solene devoção e louvor a DEUS.
"E, tendo cantado um hino" (Mt 26.30). Como JESUS cantou
à sombra da sua cruz, não podemos compreender, nem explicar!
10. A Santa Ceia é alimento espiritual.
Toda ceia destina-se a alimentar. Devemos participar desse SANTO
Memorial convictos, pela fé e esperança de que seremos novamente alimentados
espiritualmente.
11. A Ceia do Senhor condena a duplicidade religiosa.
"Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos
demônios" (10.21). A Santa Ceia é incompatível com a duplicidade da vida
espiritual do cristão (Sl 119.113; Mt 6.24; 2 Co 6.14).
CONCLUSÃO - A ceia é o Memorial da paixão e morte de
Nosso Senhor JESUS CRISTO.
Estudo sobre a Santa Ceia
A ORDEM DOS EVENTOS NA ÚLTIMA CEIA DO
SENHOR (H.M.S. abril/98)
Tenho visto muitos estudos sobre o assunto, mas todos eles me
parecem obedecer mais a “pontos de partida lógicos” do que a simples e somente
a sequência que emerge mais naturalmente da Bíblia. (Estes pontos de partida, a
meu ver desnecessários, são que: (1) o lava-pés deve ter ocorrido antes de
tudo; (2) o pão e o cálice só foram repartidos após o definitivo encerramento e
retirada de tudo da refeição pascal; e (3) não é admissível que Judas tenha
participado do pão e do cálice).
Baseamo-nos na sequência de Lucas porque, dos escritores dos 4
evangelhos, é ele quem se prende rigorosamente à sequência, à cronologia dos
fatos Lc 1:1-3.
A ordem dos acontecimentos da última ceia do Senhor com seus
apóstolos e que me parece emergir do relato bíblico, simplesmente tomado, é a
seguinte:
1. CRISTO pôs-se à mesa, com os 12 apóstolos |
Mt 26:20 |
Mc 14:17 |
Lc 22:14 |
|
2. CRISTO: “Desejei muito ... não a comerei mais até que...” |
|
|
Lc 22:15-16 |
|
3. Tomam a ceia pascal. Conforme Êx 12: cordeiro sem mácula,
separado por 4 dias, sacrificado ao anoitecer, assado na brasa, servido com
pães asmos e ervas amargosas, nada ficando para o amanhecer; todos com lombos
cingidos, sapatos nos pés, cajado nas mãos, apressadamente, memorialmente,
por estatuto perpétuo. Parece que CRISTO comeu apressadamente e terminou a
ceia antes dos apóstolos. Houve um cálice Lc 22:17-18 (e, talvez, pão) nesta
ceia pascal, antes da Ceia do Senhor, que teve lugar logo a seguir. |
||||
4. Tomam a Ceia do Senhor: Em 1o. lugar, CRISTO
abençoa o pão, explica-o, reparte-o. |
Mt 26:26 |
Mc 14:22 |
Lc 22:19 |
1Co 11:23-24,26 |
5. Em 2o. lugar, CRISTO abençoa o cálice, explica-o,
reparte-o, “não mais beberei dele até que...” |
Mt 26:27-29 |
Mc 14:23-25 |
Lc 22:20 |
1Co 11:25-26 |
6. CRISTO, turbado em espírito: “Um de vós me há de
trair.” |
Mt 26:21 |
Mc 14:18 |
|
João 13:21 |
7. Apóstolos: “Sou eu, Senhor?” |
Mt 26:22 |
Mc 14:19 |
|
João 13:22 |
8. CRISTO: “O que põe comigo a mão no prato ... ai
daquele ...” |
Mt 26:23-24 |
Mc 14:20-21 |
Lc 22:21-23 |
João 13:18-20 |
9. João: “Quem é?” |
|
|
|
João 13:23-25 |
10. CRISTO, só a João: “É aquele ... bocado
molhado” (comiam os restos das duas ceias) |
|
|
|
João 13:26 |
11. Satanás se apossa de Judas. |
|
|
|
João 13:27a |
12. Judas Iscariotes: “Sou eu, Rabi?” |
Mt 26:25a |
|
|
|
13. CRISTO: “Tu o disseste.” |
Mt 26:25b |
|
|
|
14. CRISTO: “... faze-o depressa.” |
|
|
|
João 13:27b-29 |
15. Judas sai. |
|
|
|
João 13:30 |
16. Apóstolos: “Quem de nós será o maior?” |
|
|
Lc 22:24 |
|
17. CRISTO repreende os apóstolos. |
|
|
Lc 22:25-27 |
|
18. CRISTO revela aos apóstolos que eles reinarão. |
|
|
Lc 22:28-30 |
|
19. CRISTO lava os pés dos apóstolos. |
|
|
|
João 13:2-17 |
20. Hino. |
Mt 26:30a |
Mc 14:26a |
|
|
21. Saída para o Monte das Oliveiras. |
Mt 26:30b |
Mc 14:26b |
|
|
22. (no caminho) CRISTO anuncia Sua glorificação, ausência,
e novo mandamento. |
|
|
|
João 13:31-35 |
23. CRISTO adverte a Pedro. |
Mt 26:31-35 |
Mc 14:27-31 |
Lc 22:31-34 |
João 13:36-38 |
24. As duas espadas. |
|
|
Lc 22:35-38 |
|
1. CRISTO pôs-se à mesa, com os 12 apóstolos Mt 26:20; Mc
14:17; Lc 22:14.
(Mat. 26:20) E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze.
(Mc 14:17) E, chegada a tarde, foi com os doze.
(Lc22:14)E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze
apóstolos.
2. CRISTO: “Desejei muito ... não a comerei mais até
que...” Lc 22:15-16.
(Lc 22:15-16) E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa,
antes que padeça; (16) Porque vos digo que não a comerei mais
até que ela se cumpra no reino de DEUS.
3. Tomam a ceia pascal. Conforme Êx 12: cordeiro sem mácula,
separado por 4 dias, sacrificado ao anoitecer, assado na brasa, servido com
pães asmos e ervas amargosas, nada ficando para o amanhecer; todos com lombos
cingidos, sapatos nos pés, cajado nas mãos, apressadamente, memorialmente, por
estatuto perpétuo. Parece que CRISTO comeu apressadamente e terminou a ceia
antes dos apóstolos. Houve um cálice Lc 22:17-18 (e, talvez, pão) nesta ceia
pascal, antes da Ceia do Senhor, que teve lugar logo a seguir.
(Lc 22:17) E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse:
Tomai-o, e reparti-o entre vós; (18) Porque vos digo que já
não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de
DEUS. Este 1o. cálice, em
Lc, fez parte da Ceia Pascal (profetizando a morte do Messias, para os judeus),
não da Ceia do Senhor (memorial da morte do CRISTO, para a Igreja), que teve
lugar logo a seguir.
4. (Começam a tomar a Ceia do Senhor:) O pão: CRISTO o
abençoa, explica simbolismo memorial, reparte. Mt 26:26; Mc 14:22; Lc 22:19;
1Co 11:23-24,26.
(Mat. 26:26) E, quando comiam, JESUS tomou o pão, e abençoando-o, o
partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
(Mc14:22) E, comendo eles, tomou JESUS pão e, abençoando-o, o
partiu e deu-lho, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
(Lc 22:19) E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e
deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória
de mim.
(1Co 11:23) Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei:
que o Senhor JESUS, na noite em que foi traído, tomou o pão;
(24) E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo
que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. (26)
Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a
morte do Senhor, até que venha.
5. O cálice: CRISTO o abençoa, explica simbolismo memorial,
reparte, “não mais dele beberei até que...”. Mt 26:27-29; Mc 14:23-25; Lc
22:17-18,20; 1Co 11:25-26.
(Mat. 26:27) E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo:
Bebei dele todos; (28) Porque isto é o meu sangue; o sangue
do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos
pecados. (29) E digo-vos que, desde agora, não beberei deste
fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
(Mc 14:23) E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos
beberam dele. (24) E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o
sangue do novo testamento, que por muitos é derramado. (25)
Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele dia em
que o beber, novo, no reino de DEUS.
(20) Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia,
dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por
vós.
(1Co 11:25) Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,
dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que beberdes, em memória de mim. (26) Porque todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor,
até que venha.
6. CRISTO, turbado em espírito: “Um de vós me há de
trair.” Mt 26:21; Mc 14:18; João 13:21.
(Mat. 26:21) E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de
vós me há de trair.
(Mc 14:18) E, quando estavam assentados a comer, disse JESUS:
Em verdade vos digo que um de vós, que comigo come, há de trair-me.
(João 13:21) Tendo JESUS dito isto, turbou-se em espírito, e
afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair
7. Apóstolos: “Sou eu, Senhor?” Mt 26:22; Mc 14:19;
João 13:22.
(Mat. 26:22) E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a
dizer-lhe: Porventura sou eu, Senhor?
(Mc 14:19) E eles começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após
outro: Sou eu? E outro disse: Sou eu?
(João 13:22) Então os discípulos olhavam uns para os outros,
duvidando de quem ele falava.
8. CRISTO: “O que põe comigo a mão no prato ... ai daquele
...” Mt 26:23-24; Mc 14:20-21; Lc 22:21-23.
(Mat. 26:23) E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no
prato, esse me há de trair. (24) Em verdade o Filho do homem
vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do
homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido.
(Mc 14:20) Mas ele, respondendo, disse-lhes: É um dos doze, que põe
comigo a mão no prato. (21) Na verdade o Filho do homem vai,
como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é
traído! Bom seria para o tal homem não haver nascido.
(Lc 22:21) Mas eis que a mão do que me trai está comigo à
mesa. (22) E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que
está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!
(23) E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer
isto.
9. João: “Quem é?” João 13:23-25.
(João 13:23) Ora, um de seus discípulos, aquele a quem JESUS amava,
estava reclinado no seio de JESUS. (24) Então Simão Pedro fez
sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele
falava. (25) E, inclinando-se ele sobre o peito de JESUS,
disse-lhe: Senhor, quem é?
10. CRISTO, só a João: “É aquele ... bocado molhado” João
13:26. (estavam comendo os restos das duas ceias)
(João 13: 26) JESUS respondeu: É aquele a quem eu der o bocado
molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão
11. Satanás se apossa de Judas. João 13:27a
(João 13:27a) E, após o bocado, entrou nele Satanás. ...
12. Judas Iscariotes: “Sou eu, Rabi?” Mt 26:25a.
(Mat. 26:25a) E, respondendo Judas, o que o traía, disse:
Porventura sou eu, Rabi?.
13. CRISTO: “Tu o disseste.” Mt 26:25b.
(Mat. 26:25b) Ele disse: Tu o disseste.
14. CRISTO: “... faze-o depressa.” João 13:27b-29.
(João 13:27b-30) ... Disse, pois, JESUS: O que fazes, faze-o
depressa. (28) E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que
propósito lhe dissera isto. (29) Porque, como Judas tinha a
bolsa, pensavam alguns que JESUS lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário
para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres.
15. Judas sai. João 13:30.
(João 13:30) E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era
já noite.
16. Apóstolos: “Quem de nós será o maior?” Lc 22:24.
(Lc 22:24) E houve também entre eles contenda, sobre qual deles
parecia ser o maior
17. CRISTO repreende os apóstolos. Lc 22:25-27.
(Lc 22:25) E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre
eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados
benfeitores. (26) Mas não sereis vós assim; antes o maior
entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.
(27) Pois qual é maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem
está à mesa? Eu, porém, entre vós sou como aquele que serve
18. CRISTO revela aos apóstolos que eles reinarão. Lc
22:28-30.
(Lc 22:28) E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas
tentações. (29) E eu vos destino o reino, como meu Pai mo
destinou, (30) Para que comais e bebais à minha mesa no meu
reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel.
19. CRISTO lava os pés dos apóstolos. João 13:2-17.
(João 13:2) E, acabada a ceia, tendo o diabo posto no coração de
Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
JESUS, (3) sabendo que o Pai tinha depositado nas suas
mãos todas as coisas, e que havia saído de DEUS e ia para
DEUS, (4) Levantou-se da ceia, tirou as vestes, e, tomando
uma toalha, cingiu-se. (5) Depois deitou água numa bacia, e
começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que
estava cingido. (6) Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que
lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? (7) Respondeu
JESUS, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás
depois. (8) Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés.
Respondeu-lhe JESUS: Se eu te não lavar, não tens parte
comigo. (9) Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus
pés, mas também as mãos e a cabeça. (10) Disse-lhe JESUS: Aquele que está
lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora
vós estais limpos, mas não todos. (11) Porque bem sabia ele quem
o havia de trair; por isso disse: Nem todos estais limpos.
(12)Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra
vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? (13)
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. (14) Ora,
se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns
aos outros. (15) Porque eu vos dei o exemplo, para que, como
eu vos fiz, façais vós também. (16)Na verdade, na verdade vos
digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que
aquele que o enviou. (17) Se sabeis estas coisas,
bem-aventurados sois se as fizerdes.
20. Hino. Mt 26:30a; Mc 14:26a.
(Mat. 26:30a) E, tendo cantado o hino, ...
(Mc 14:26a) E, tendo cantado o hino, ...
21. Saída para o Monte das Oliveiras. Mt 26:30b; Mc 14:26b; Lc
22:39.
(Mat. 26:30b) ... saíram para o Monte das Oliveiras.
(Mc 14:26b) ... saíram para o Monte das Oliveiras.
22. (no caminho) CRISTO anuncia Sua glorificação, ausência, e
novo mandamento. João 13:31-35.
(João 13:31-35) Tendo ele, pois, saído, disse JESUS: Agora é
glorificado o Filho do homem, e DEUS é glorificado nele. (32)
Se DEUS é glorificado nele, também DEUS o glorificará em si mesmo, e logo o há
de glorificar. (33) Filhinhos, ainda por um pouco estou
convosco. Vós me buscareis, mas, como tenho dito aos judeus: Para onde eu vou
não podeis vós ir; eu vo-lo digo também agora. (34) Um novo
mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que
também vós uns aos outros vos ameis. (35) Nisto todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
23. CRISTO adverte a Pedro. Mc 14:27-31; Lc 22:31-34; João
13:36-38.
(Mc 14:27) E disse-lhes JESUS: Todos vós esta noite vos
escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se
dispersarão. (28) Mas, depois que eu houver ressuscitado,
irei adiante de vós para a Galileia. (29) E disse-lhe Pedro:
Ainda que todos se escandalizem, nunca, porém, eu. (30) E
disse-lhe JESUS: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo
cante duas vezes, três vezes me negarás. (31) Mas ele disse
com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum
te negarei. E da mesma maneira diziam todos também.
(Lc 22:31) Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos
pediu para vos cirandar como trigo; (32) Mas eu roguei por
ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus
irmãos. (33) E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir
contigo até à prisão e à morte. (34) Mas ele disse: Digo-te,
Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces
(João 13:36-38) Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais?
JESUS lhe respondeu: Para onde eu vou não podes agora seguir-me, mas depois me
seguirás. (37) Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te
agora? Por ti darei a minha vida. (38) Respondeu-lhe JESUS:
Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o
galo enquanto não me tiveres negado três vezes.
24. As duas espadas. Lc 22:35-38.
(Lc 22:35) E disse-lhes: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou
alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam:
Nada. (36) Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver
bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa
e compre-a; (37) Porquanto vos digo que importa que em mim se
cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que
está escrito de mim terá cumprimento. (38) E eles disseram:
Senhor, eis aqui duas espadas. E ele lhes disse: Basta.
APÊNDICE:
No ano 32 segundo nosso calendário, CRISTO foi traspassado e verteu
todo Seu sangue ao anoitecer de uma quarta-feira (nossa). Para os
judeus, esta ocasião foi o fim do dia 14 de Nissan, portanto foi a hora da
imolação do cordeiro da Páscoa e o início do quinto dia da semana. Este quinto
dia da semana foi também considerado um sábado (que significa dia de cessação
dos trabalhos), pois, sendo o primeiro dia da festa dos pães asmos, era dia
religioso a ser guardado em descanso. CRISTO ressuscitou durante a noite do
sábado para o domingo. Portanto, como tinha profetizado, CRISTO ficou
exatamente 3 dias completos e 3 noites completas no seio da terra, com a porta
do túmulo fechada, até que ressuscitou e dele saiu.
Por tudo isso, a última ceia do Senhor com seus apóstolos ocorreu
numa noite da terça para a quarta-feira, noite que chamaríamos 13 de abril mas
que, para CRISTO, já era 14 de Nissan e, para outros judeus, era 13 de Nissan.
Notemos que, devido a diferenças na determinação da hora exata da
uma lua cheia, em certos anos havia alguns judeus que começavam a contar o 1o.
dia do ano antes dos demais. Isto ocorreu naquele ano. Para CRISTO e seus
discípulos, aquela terça-feira era 14 de Nissan, enquanto para os demais era
somente 13 de Nissan. Por isso, CRISTO guardou a Páscoa 1 dia antes dos demais.
Julgue se assim mesmo e aproveite o que for bom.
(http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/SequenciaEventosNoiteUltimaCeiaSenhor-Helio.htm)
A refeição no noivado e casamento tem muito a ver com a ceia:
Jo 14.3- “E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos
levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”.
DEUS sempre vem ao homem no nível em que ele se encontra, de
maneira simples e cotidiana, e aqui JESUS usa a figura do noivado judaico
(hebreus) para infundir fé em seus ouvintes a respeito de sua volta para
buscar-nos; vejamos:
1- Quem escolhia a noiva era a pai do noivo (Gn 24.2-4),
compare com Rm 8.29 onde DEUS nos escolhe para seu filho.
2- O costume era que a escolhida fosse a filha mais velha, mas se a
mesma fosse maior (acima de 18 anos), poderia aceitar ou não o noivo (Gn
29.24-26), compara com Jo 1.11,12 aonde JESUS veio para ISRAEL (a filha mais
velha, porém de maior), mas estes não o receberam, assim JESUS escolheu a nós
(gentios filhos mais novos que não eram os escolhidos, para sermos sua noiva, a
Igreja).
3- No noivado o noivo ia à casa da noiva para cear e
confirmar o compromisso (Gn 24.54), compare com Mt 22.14-20 aonde JESUS vem a
nossa casa (o mundo) e ceia conosco (representados pelos apóstolos).
4- O noivo deixava um penhor como prova de que ia voltar para
buscar a noiva (Gn 24.53), compare com Ef 1.13,14 onde o ESPÍRITO SANTO nos é
dado como penhor e prova de que o SENHOR voltará para nos buscar. (2 Ts
2.7)
5- A noiva era comprada por preço de ouro (Gn 24.47), compare
com 1 Co 6.19,20 e At 20.28 onde a palavra de DEUS nos diz que fomos
comprados pelo sangue de JESUS CRISTO derramado na cruz do calvário (o preço
maior que existe).
6- O noivo ia preparar uma casa para o casal, ao lado da casa
de seu pai (Gn 24.67), compare com a leitura em Jo 14.2 onde JESUS diz que na
casa de nosso pai existem muitas moradas e que ELE ia nos preparar lugar.
7- O noivo mandava recados e recebia recados da noiva através
de algum emissário (a), dizendo como é que gostava da noiva: Se bem-vestida,
modo de falar correto e santo, etc... Também dizia que era pra esperá-lo,
pois a casa estava quase pronta e ele estava voltando; compare com Hb 13.7 e
13.14; Ef 5.19 e 5.25-27; Ap 22.7 e 22.20; etc..., Onde JESUS está nos
exortando a continuarmos firmes, com uma vida santa e irrepreensível e o
ESPÍRITO SANTO sempre nos avisando: JESUS ESTÁ VOLTANDO, a casa está quase
pronta, prepara-te.
Sf 1.7 “Cala-te diante do Senhor DEUS, porque o dia do Senhor está
perto; pois o Senhor tem preparado um sacrifício, e tem santificado os
seus convidados”.
Sobre os ensinos do Evangelho de Lucas, responda:
Quando ocorria a festa da Páscoa?
A festa da Páscoa era uma das celebrações que ocorria na primavera.
A palavra Páscoa é derivada de qual verbo hebraico e qual é o seu
significado?
A palavra é derivada do verbo hebraico pasah, com o sentido de
"passar por cima".
O que o vinho na Santa Ceia simboliza?
O vinho é um símbolo da Nova Aliança, que foi selada com o sangue
de JESUS, o Cordeiro de DEUS.
O que simboliza o pão?
O pão simboliza o corpo de JESUS.
O que significa, para você, participar da Santa Ceia?
Resposta livre.
))))))))))))))))))))))))))))
Comunhão
Comunhão (gr. koinonia) significa companheirismo ou parceria com
outros baseado em algo que se tenha em comum. A comunhão cristã pode ser
considerada sob vários aspectos.
Participantes. A comunhão do cristão é em primeiro lugar com DEUS (1
Jo 1.6); com CRISTO (1 Co 1.9), com o ESPÍRITO SANTO (Fp 2.1; 2 Co 13.13), com
o Pai e o Filho (1 Jo 1.3; Jo 14.6,23,26).
Em segundo lugar com os companheiros cristãos (Jo 15.12; 1 Jo 1.3,7).
Base. A comunhão do cristão com os homens deve, porém, ser baseada,
em primeiro lugar, em sua clara confissão de que CRISTO é o Messias prometido e
que verdadeiramente teve um corpo humano de carne e ossos (1 Jo 4.2,3; 2 Jo
7-11); e em segundo lugar, o cristão não deve estar em comunhão com aqueles que
vivem em pecados patentes abertos tais como fornicação, idolatria, cobiça e
embriaguez (1 Co 5.11). Contudo, o cristão pode se associar ou conviver com
não-salvos que tenham estes pecados, e terá de fazê-lo porque ele faz parte do
mundo. Porém, o fato de os cristãos não poderem agir da mesma forma que aqueles
que não conhecem a CRISTO, mostra o perigo de tais pecados patentes não apenas
para os cristãos que vivem no pecado, mas também para os demais. Além disso, ao
cristão é proibido ficar preso ao mesmo jugo dos incrédulos (2 Co 6.14-18).
Neste contexto, Paulo está falando com aqueles que recentemente deixaram o
paganismo. Mesmo assim, o princípio da separação do paganismo é difícil de
distinguir da separação daqueles que defendem doutrinas erradas a respeito de CRISTO,
particularmente uma vez que João proibiu a comunhão com tais enganadores (1 Jo
4.2ss.; 2 Jo 7-11).
Meio de comunhão. Existem pelo menos cinco tipos específicos de
comunhão ou do ato de compartilhar, que são desfrutados pelo cristão.
1. A comunhão na Ceia do
Senhor (1 Co 10.16-21), na qual o crente professa sua fé no sangue expiatório
de CRISTO e manifesta sua morte até que Ele volte (1 Co 11.23-26). Paulo dá
instruções muito cuidadosas no que diz respeito a esta comunhão, e nos adverte
a examinarmos a nós mesmos antes de participarmos da Mesa do Senhor (1 Co 11.27,28).
2. A comunhão como
membro da igreja. O nosso Senhor estabeleceu sua igreja do NT, ou o corpo dos chamados
crentes, declarando-se publicamente como o Salvador (Mt 16.18). Ele estabeleceu
uma unidade vital em Si mesmo, fazendo tanto de judeus como de gentios um novo
“homem” ou “corpo” (Ef 2.14-16). Ele amou a igreja como sua própria noiva, e deu-se
a si mesmo por ela (Ef 5.25ss.). Nas igrejas ou assembleias locais, os cristãos
devem ser alimentados (Hb 10.24,25; cf. Ml 3.16) e desfrutar a comunhão na
Palavra e na oração (Atos 2.42).
3. Dar; este é um
mandamento (1 Tm 6.18; Hb 13.16) que pode consistir em uma doação sistemática
regular (Km 15.26; 2 Co 8.4; 9.13), ou pode ocorrer na doação de grandes somas
ou até mesmo de tudo o que alguém possui em um determinado momento (Atos 4.36,37; 5.1-11). Nos casos em que há
oportunidade de se ofertar tudo, a doação estará inteiramente a critério do doador
(Atos 5.4).
Esta é, em alguns casos, necessária, para que o indivíduo em
particular possa estar efetivamente se afastando de seu pecado costumeiro de
cobiça (cf. o jovem rico, Lucas 18.18ss.).
4. Ministração aos
santos, tais como fundos de socorro para outras igrejas (Atos 11.29; Rm 15.25), ajuda a cristãos que estejam
passando momentos de necessidade (Rm 12.13; 2 Co 8.4; e talvez a outras pessoas
também Hb 13.16), suportando e compartilhando os fardos de outras pessoas (Rm
15.1; Tg 5.16).
5. Comunhão no
sofrimento. Isto se refere ao sofrimento como membro do corpo de CRISTO, da
participação nos sofrimentos e aflições de CRISTO (Fp 3.10; cf. Cl 1.24).
Não há uma outra comunhão, isto é, aquela comunhão dos bens ou o
“comunismo cristão” mencionado em Atos 4? A experiência de ter todas as coisas
em comum foi tentada imediatamente após o Pentecostes. Uma vez que este
procedimento não foi ordenado para uso futuro, nem foi condenado, e pelo fato
de desde então nunca mais ter sido praticado por ninguém exceto por alguns
pequenos grupos de cristãos, o consenso geral é que ele deva ter sido um
fracasso, ou apenas um procedimento temporário. Veja Comunidade de Bens.
Limites da comunhão. A questão sobre até que ponto a doutrina da comunhão
cristã exige que a igreja prossiga na remoção dos limites denominacionais
através da fusão e da união, tem recebido uma atenção crescente durante os
últimos 50 anos. Em 1923, todos os metodistas, os congregacionalistas e 55 por
cento dos presbiterianos uniram-se para formar a Igreja Unida no Canadá, e
desde então muitas outras uniões têm ocorrido nos Estados Unidos. Atualmente,
25 milhões de protestantes nos Estados Unidos estão trabalhando em um plano de
união da igreja. Embora, sem dúvida alguma, muitas divisões dentro do corpo de CRISTO
sejam desnecessárias e prejudiciais, a homogeneização quase que universal de
todas as diferenças a fim de atingir uma grande igreja unida apresenta questões
e perigos reais.
O Senhor JESUS CRISTO de fato orou “para que todos sejam um... “
assim como Ele e o Pai são um (Jo 17.21,22); entretanto, a base na qual a união
está sendo adotada deve ser examinada. Qualquer união - baseada no ajuntamento
daqueles que verdadeiramente crêem que CRISTO é o único Filho de DEUS, que se
fez carne, morreu na cruz para tomar sobre si os pecados dos crentes, e
ressuscitou corporalmente no terceiro dia – qualquer crença de homens de igrejas que não creiam nestes
fundamentos da fé, não é bíblica.
O movimento que visa promover uma união do protestantismo com o
catolicismo romano também levanta o problema da verdadeira comunhão bíblica,
embora de uma outra forma. Não é a questão da identidade de CRISTO que separa
os católicos dos protestantes, mas sim a questão relacionada ao que CRISTO fez.
Ele ofereceu o único e suficiente sacrifício para salvar o pecador dos pecados
praticados, ou um sacrifício que é ineficaz sem as nossas boas obras? CRISTO é
o único mediador entre DEUS e o homem, ou devemos depender também da obra
intercessória de Maria e dos santos? CRISTO orou por uma unidade de comunhão,
não de organização-, uma unidade no ESPÍRITO e na nova vida que Ele concede (2
Co 13.13), na qual todos os membros de seu único corpo são diferentes (1 Co 12);
o Senhor não orou por uma uniformidade estrutural. A distinção e a pluralidade
eternas das pessoas da Trindade indicam que ao fazer sua comparação, CRISTO
leva em consideração e permite a diversidade dentro da unidade de seu corpo (Jo
17.21-23).
Bibliografia. Friedrich Hanck, “Koinos etc.״,
TDNT, III, 789-809. R. A. K. - Dicionário Bíblico Wycliffe
O termo mais comumente usado pelas igrejas da Reforma para o tomar
do pão e do vinho de acordo com a instituição de CRISTO. Outros nomes
significativos são; santa comunhão e Eucaristia.
A Ceia do Senhor, junto com o batismo, é uma das duas ordenanças ou
sacramentos propostos pelo próprio Senhor. É observado, portanto, por todos os
corpos cristãos, exceto por alguns grupos como os Quakers. Até mesmo na
teologia católica romana, com seus sete sacramentos, dá-se prioridade ao
batismo e à Ceia do Senhor.
Significado. A origem da Ceia do Senhor é relatada nos Evangelhos
Sinóticos (Mt 26.26- 29; Mc 14.22-25; Lc 22.14-20) e em 1 Coríntios 11.23-26,
Uma atenção particular deve ser dada ao cenário pascal e de aliança. O apóstolo
Paulo claramente declara que CRISTO, a nossa Páscoa (gr. pascha), foi
sacrificado (1 Co 5.7). João Batista havia anteriormente identificado JESUS
como o verdadeiro Cordeiro de DEUS (Jo 1.29), antecipando que o seu corpo
partido e o seu sangue derramado seriam oferecidos para a redenção de seu povo.
No cenáculo, CRISTO apresentou os novos símbolos - o pão e o vinho - como uma
lembrança de sua morte sacrificial, que deve ser comemorada na comunhão dos
crentes. Além disso, a obra pascal de CRISTO é o cumprimento da aliança Divina
de redenção. Veja Aliança. O comer e beber juntos tem o significado de uma
refeição de aliança na qual as duas partes tinham comunhão e prometiam lealdade
uma à outra (cf. Gn 26.28- 30; 31.44,46,54; Êx 24.1-11). A nova aliança entre o
Senhor e o seu povo (Jr 31.31-34) foi assim ratificada pelo nosso Senhor na
refeição de comunhão antes de sua morte.
Ao instituir a ceia de comunhão, o Senhor JESUS enfatizou os
aspectos messiânicos e escatológicos da refeição da Páscoa. Nesta festa, judeus
piedosos aguardavam ansiosos um outro livramento como aquele do Egito (cf. Is
51.9-16). Agora é o Messias que veio em pessoa para esta festa pascal, tomando
o cálice do juízo e da salvação que significa livramento para o povo de DEUS.
Contudo, a refeição também prevê o banquete messiânico final (Is 25.6; cf. Lc
14.15-24), quando a obra Divina de salvação for consumada e houver um
cumprimento da completa comunhão com o Senhor (Mt 26.29).
Embora João não forneça um relato sobre a Última Ceia, há pouca dúvida
de que o milagre de alimentar a multidão na época da Páscoa, e o discurso
resultante (Jo 6), provejam o entendimento do significado sacramental da Última
Ceia. CRISTO é aqui o verdadeiro pão prefigurado pelo maná do tempo de Moisés (Jo
6.31-35,48-51). O Senhor JESUS deu a sua vida por nós, para que a vida eterna
seja alcançada pela participação nele (w. 40,47,51-58). Isto só é possível,
porém, no ESPÍRITO e pela fé salvadora em resposta à sua palavra (v. 63).
Aplicando este simbolismo ao seu corpo partido e ao seu sangue derramado, temos
uma pista sobre o correto uso e entendimento da ceia.
A Ceia do Senhor representa a realidade da auto oferta de CRISTO. O
sacrifício em si não é repetido. Antes, ele é recordado, e concede a garantia
de que o próprio DEUS tem se lembrado de seu povo em cumprimento à promessa da
aliança. Nenhuma nova expiação é feita, por exemplo, para a culpa temporal do
pecado pós-batismal, ou para ofensas contra a igreja, como o romanismo afirma.
O sacrifício único de CRISTO não necessita nem de repetição nem de
suplementação; e a noção de que o sacrifício eucarístico gera a eficácia
repetitiva do restabelecimento da oferta única, é uma teologizaçâo infundada. O
sinal traz este sacrifício único vividamente diante de nós em uma ação. Ele
transpõe a barreira do tempo e fornece um sinal ativo da nossa participação na
morte de CRISTO.
Como o batismo, a ceia é, portanto, uma pregação do Evangelho, “uma
palavra visível” (Agostinho). Entretanto, ela não funciona de uma forma mágica,
A sua força vem do ESPÍRITO, a partir de seu significado. Portanto, a sua
celebração deve ser acompanhada pela declaração de seu significado na Palavra
lida e pregada. Sua função específica é enfatizai a historicidade do que
ocorreu, e a sua atual relevância. Consequentemente existe ação em ambos os
lados. A ação Divina é lembrada e apresentada, a exigência do Evangelho para
uma participação humana e viva é cumprida. Sem a Palavra, a ação se degeneraria
em mágica, como na Idade Média, quando a Palavra permaneceu somente em uma mera
fórmula, aproximando-se de uma conjuração. Por outro lado, sem a ação, a
Palavra poderia bem envolver a abstração intelectualista na qual o Evangelho é
apenas um sistema, a fé apenas uma concordância intelectual e talvez uma
experiência emocional compensatória, e o sacramento apenas uma ordenança
supérflua a ser cumprida simplesmente porque foi ordenado.
Na Ceia do Senhor, a ênfase Tecai na contínua importância do que
foi feito uma vez, isto é, a manutenção da comunhão e do crescimento de cada
cristão. Note a pergunta de Paulo: “Porventura, o cálice de bênção que
abençoamos não é a comunhão do sangue de CRISTO? O pão que partimos não é,
porventura, a comunhão do corpo de CRISTO?” (1 Co
10.16). Existe uma grande importância ligada a tomar e comer. Por
esta razão, não faz sentido negar a participação no pão e no vinho aos leigos,
como na doutrina católica romana. Tal atitude pode ser classificada como uma
arbitrariedade. Um erro de algumas igrejas protestantes é a ministração da
Santa Ceia com pouca frequência, em contraste com a ministração regular que
ocorria na igreja primitiva.
A participação envolvida é uma participação pela fé (Jo 6.35).
Desse modo, o comer físico não é a garantia da alimentação espiritual genuína
por CRISTO, ou de nossa comunhão com Ele. Os sacramentos não podem ser
utilizados como instrumentos que têm a finalidade de controlar a operação
Divina. Se eles são meios da graça, a graça em si é o favor gratuito e soberano
de DEUS para separar indivíduos em JESUS CRISTO. Portanto, não é necessário
tomar o pão e o vinho para receber a CRISTO e seus benefícios. Nem devemos
dizer com base em 1 Coríntios 11.29 (“o que come e bebe indignamente come e
bebe para sua própria condenação”) que o descrente que participa desta preciosa
celebração recebe a CRISTO, mas para a perdição. Isto é impensável: a expressão
“sem discernir” não consta nos melhores manuscritos gregos.
Por outro lado, com uma fé genuína, pode-se ter uma genuína
expectativa de uma genuína alimentação da nova vida através do poder do ESPÍRITO.
O sacramento não é uma mera observância com efeitos psicológicos apenas, Mas
por sua proclamação evangelística, ele pode ser usado pelo ESPÍRITO para
fortalecer a fé, para evocar o amor, para promover a santificação, para
confirmar a comunhão com o Senhor e com os irmãos cristãos.
A participação implicava em comunhão. Isto então levanta a questão
da presença de CRISTO. Obviamente CRISTO estava presente em seu corpo encarnado
na ceia original. Ele também estava presente em seu corpo ressurrecto nas
refeições posteriores à ressurreição. Por outro lado, Ele não tem estado
presente desde a sua ascensão desta forma, pois Ele está agora à destra do Pai
até o dia de sua segunda vinda. Isto significa que JESUS está ausente? Isto
significa que temos comunhão somente em um sentido mental ou abstrato ou
derivativo? Esta pergunta tem sido uma fonte de confusão em muitos círculos e,
portanto, requer atenção.
E praticamente inconcebível que CRISTO esteja inteiramente ausente,
pois Ele diz claramente. “Isto é o meu corpo”, e é a Ele que celebramos, e é
com Ele que temos comunhão. Contudo, é obviamente contrário à correta
interpretação bíblica enxergar uma presença semelhante à da sua vida encarnada,
ou àquela dos 40 dias. Bestam três alternativas: Na primeira, podemos tentar
dividir CRISTO, por exemplo, em essência e outras partes, como na
transubstanciação (a Opinião católica romana de que a hóstia e o vinho se
tornam literalmente o corpo e o sangue de CRISTO), ou em Divindade e
humanidade, ou talvez em espírito e corpo, manifestando a presença do primeiro
aspecto mas não do segundo. Especialmente na forma da transubstanciação, este
procedimento é especulativo, obscuro, não bíblico e tem uma conotação perigosa.
Como uma segunda alternativa, podemos tentar conceber a presença do
Senhor apenas de um modo místico, subjetivo ou figurativo. Este argumento é
igualmente desprovido de um fundamento bíblico seguro, e ameaça dissolver a
realidade de DEUS e a sua ação atual.
Como uma terceira alternativa, podemos aceitar o que parece ser o
ensino claro das Escrituras, que CRISTO está presente agora com o seu povo
através do ESPÍRITO SANTO, a terceira Pessoa da Trindade. Desse modo, CRISTO é
certamente o Anfitrião em sua mesa. Ele se oferece como o sustento permanente
de seu povo. Temos comunhão com Ele, e nele também temos comunhão uns com os
outros. Mas não somos enganados por um falso “literalismo” nem por um
“subjetivismo” igualmente falso. A realidade e o mistério de sua presença são a
realidade e o mistério do ESPÍRITO.
Cumprindo o seu significado de aliança, a Ceia do Senhor tem um
outro aspecto. A nossa participação no Senhor e em sua obra implica em uma
resposta de ação de graças e auto dedicação, um sacrifício bíblico de louvor.
Ela expressa tanto a glorificação a DEUS pelo que Ele tem feito, como também o
compromisso a que Ele nos conclama. É uma alegre festa de amor na qual o amor
de CRISTO por nós evoca, confirma e exige o nosso amor por Ele também uns pelos
outros. A proclamação do Evangelho leva consigo a obrigação evangélica de
serviço a DEUS, e de serviço aos irmãos que são suplicantes e beneficiários
comuns de sua mesa farta e generosa. O antegozo do banquete celestial, pelo
qual somos “elevados” no ESPÍRITO até à presença de DEUS, estimula a busca da
esperança que vem do alto. Não devemos depositar as nossas afeições nas coisas
do mundo, mas crer, amar e trabalhar como aqueles que aguardam as bodas finais
do Cordeiro, quando a ceia não será mais necessária.
Quando esta riqueza de significado é revelada na Palavra, e quando
a relevância da Palavra é demonstrada pelo ato de resposta pessoal, a Ceia do
Senhor pode ser realmente um verdadeiro meio de graça. Através da refeição
sagrada, a obra salvadora de CRISTO é mais uma vez apresentada, experimentamos
o gozo de sua comunhão permanente e sustentadora no ESPÍRITO, e somos
confirmados em nossa vida cristã assim como o nosso comprometimento com o
serviço cristão em fé, amor e esperança. G. W. B. - Dicionário Bíblico Wycliffe
Data. Os estudiosos cristãos, geralmente, aceitam a opinião
tradicional de que o dia da crucificação foi uma sexta-feira, porque o dia
seguinte foi o sábado (Mc 15.42; Lc 23.54; Jo 19.31), e também porque as
mulheres visitaram o sepulcro no dia seguinte ao sábado, o primeiro dia da
semana ou domingo (Mt 28.1; Mc 16.2; Lc 24.1; Jo 20.1).
Assumindo que a sexta-feira foi o dia da morte de CRISTO, o
problema é tentar determinar se a Última Ceia foi ou não uma refeição pascal.
Os Evangelhos Sinóticos afirmam que a refeição que JESUS e seus discípulos
comeram na noite de quinta-feira era a Páscoa (Mt 26.17-20; Mc 14.12-17; Lc
22.7-16). No entanto, alguns entendem que, de acordo com João, a refeição
pascal dos judeus teria ocorrido na noite de sexta-feira, após a morte e
sepultamento de CRISTO.
Existem basicamente dois argumentos para esta opinião: (1) João
(19.14) afirma que o dia do julgamento e execução de JESUS foi o dia da
“preparação” da Páscoa, sugerindo que a Páscoa aconteceria no dia seguinte. O
termo “preparação” tanto nos Sinóticos (Mt 27.62; Mc 15.42; Lc 23.54) como em
João (19.31,42), faz frequentemente uma referência ao dia anterior ao sábado,
isto é, à sexta- feira. Então, na passagem presente, a “preparação da Páscoa”
pode simplesmente ser interpretada como “sexta-feira da semana da paixão”. (2)
O texto em João 18.28 afirma que os acusadores judeus de JESUS “não entraram na
audiência, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa”. Como conclusão, poderíamos
entender que os Sinóticos apresentam o quadro de que a Última Ceia foi a
refeição da Páscoa, ao passo que João dá a ideia de que a Páscoa só foi
celebrada pelos judeus após a morte e sepultamento de JESUS.
Vale a pena considerar uma alternativa de acordo com a qual o
Senhor JESUS e os seus discípulos teriam comido a refeição da Páscoa antes da
maioria dos judeus, e esta bem pode ser a resposta para a questão. Existem
várias abordagens dentro desta solução básica. Alguns entendem que JESUS
organizou uma refeição pascal mais cedo, porque previu que a sua morte ocorreria
na hora do sacrifício da Páscoa oficial. Outros pensam que JESUS e seus
discípulos seguiram o calendário de Qumran, e comeram a sua Páscoa na noite de
quinta-feira (FLAP, p. 297), enquanto a corrente principal do judaísmo comeu na
sexta-feira. Com respeito a estas duas opiniões, porém, é difícil entender por
que os sacerdotes no templo teriam matado um cordeiro especialmente para os
discípulos de JESUS antes da hora oficial.
Finalmente, outros pensam que os galileus e/ou os fariseus comiam a
Páscoa na noite de quinta-feira (Nisan 14) e os judeus e/ou os saduceus comiam
a Páscoa na noite de sexta-feira. Desse modo, o Senhor JESUS e os seus
discípulos estariam entre aqueles que comeram a Páscoa na quinta-feira. Visto
que um grande número de pessoas estaria comendo a Páscoa na noite de
quinta-feira, os sacerdotes os proveriam (como em outros anos) com um
sacrifício pascal mais cedo. Marcos (14.12) diz literalmente: “quando se fazia
o sacrifício [gr. ethuon, tempo verbal imperfeito) do cordeiro pascal” - ou,
como em outras versões, “quando sacrificavam a Páscoa” - os discípulos de JESUS
lhe perguntaram onde deveriam fazer os preparativos para comerem a Páscoa. H.
W. H.
Gr. koinonia, um termo que pode ser traduzido como “comunhão” ou
“amizade”, designa um compartilhamento comum ou a participação em algo. Ela (e
suas formas cognatas) descreve a comunhão dos verdadeiros crentes com o Senhor
e uns com os outros. Os ensinos essenciais relativos a esta verdade podem ser
assim apresentados.
A comunhão surge com o novo nascimento (Jo 3.1-12), e é, portanto,
restrita àqueles que estão “em CRISTO” (2 Co 5.17). Sua paternidade espiritual
comum faz deles uma irmandade comum (Hb 2.11-13).
Dessa forma, a comunhão representa a unidade espiritual que liga os
crentes a JESUS CRISTO e uns com aos outros (Jo 15.1-10; 17.21,23; Ef 4.3-16).
Esta unidade transcende os laços naturais (Gl 3.28; Cl 3.11), embora não venha
a abolir as diferenças providenciais entre os crentes (1 Co 7.20-24; Ef 6.5-9).
Esta comunhão encontra um resultado visível no compartilhamento
mútuo das bênçãos materiais (Rm 12.13; 15.26,27; 2 Co 8.4; 9.9-14; Gl 6.6; Fp
4.14-16). Na comunidade apostólica, no Pentecostes, este compartilhamento tomou
a forma de uma comunidade de bens, embora não seja evidente que esta inovação
tenha se tornado um precedente para as épocas seguintes (mas cf. 1 Tm 6.18; Hb
13.16). Em um nível mais elevado, a comunhão prepara para o uso livre dos dons
espirituais, embora estes dons não sejam igualmente conferidos a todos os
crentes (Mt 25.15; 1 Co 12.1-31). Dentro da comunidade cristã, as posições de
liderança são tão importantes quanto as posições de submissão (Fp 2.29; 1 Ts
5.12,13; 2 Ts 3.14; Hb 13.7,17).
Restrita aos regenerados, a comunhão dos santos exclui
necessariamente todos os outros relacionamentos que não lhe sejam compatíveis.
O filho de DEUS não pode mais participar, no nível espiritual, dos planos e
programas da humanidade pecaminosa (Sl 1.1,2; 26.4,5; 1 Co 5.9-11; 2 Co 6.14-18;
Ef 5.7,11; 1 Tm 5.22).
Esta comunhão pode ser interrompida ou perturbada pelo pecado (1 Co
5.1-7; 1 Jo 1.6-10), ou por algum erro de conduta (2 Ts 3.6- 15), ou em relação
à doutrina (1 Jo 2.19; 2 Jo 9-11). E, portanto, muito necessário para o crente
guardar sua vida escrupulosamente (1 Co 6.1-20).
Na vida atual, a comunhão dos santos encontra sua maior realização
na comunhão com o DEUS Trino (1 Co 1.9; 2 Co 13.14; Fp 2.1; 1 Jo 1.3). Nos
sofrimentos de CRISTO (Fp 3.10; 1 Pe 4.13) o crente encontra sua comunhão que é
visivelmente retratada na Ceia do Senhor (1Co 10.16,20,21; 11.20-34).
Esta comunhão abençoada atinge sua consumação na comunhão eterna
dos crentes com o DEUS Trino e uns com os outros (Sl 73.23- 26; Mt 8.11; Hb
12.22-24). Esta comunhão constitui uma bênção suprema da glória dos céus (Ap
5.9-14; 7.9-17). W. B. - Dicionário Bíblico Wycliffe
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
REVISTA LIÇÃO
10, 1Tr24, NA ÍNTEGRA
Lição 10, A
Ceia Do Senhor - A Segunda Ordenança Da Igreja, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV
ESBOÇO DA LIÇÃO
I – A NATUREZA
DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ
1. Na tradição
romana
2. Na tradição
protestante
3. A posição
pentecostal
II – O
PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR
1. Celebrar a
expiação de CRISTO
2. Proclamar a
segunda vinda de CRISTO
3. Celebrar a
comunhão cristã
III – O MODO DE
CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
1. O que é
participar “indignamente”? 2. Uma celebração reverente
2. Uma
celebração reverente
3. Celebração
festiva
TEXTO ÁUREO
“Porque, todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que venha.” (1 Co 11.26)
VERDADE PRÁTICA
A Ceia do Senhor,
como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor ressuscitado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lc
22.19,20 Uma ordenança de JESUS
Terça – 1 Co
11.24 A Ceia do Senhor como um memorial
Quarta – 1 Co
11.26 Proclamando a morte do Senhor
Quinta – At
2.42 Celebrando a comunhão cristã
Sexta – 1 Co
11.27 Mantendo a reverência na Ceia do Senhor
Sábado – 1 Co
5.7,8 Celebrando de maneira festiva
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE - 1 Coríntios 11.17-34
17 - Nisto,
porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para
melhor, senão para pior.
18 - Porque,
antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós
dissensões; e em parte o creio.
19 - E até
importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem
entre vós.
20 - De sorte
que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21 - Porque,
comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome,
e outro embriaga-se.
22 - Não
tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de DEUS
e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos
louvo.
23 - Porque eu
recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor JESUS, na noite em que
foi traído, tomou o pão;
24 - e, tendo
dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido
por vós; fazei isto em memória de mim.
25 -
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em
memória de mim.
26 - Porque,
todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte
do Senhor, até que venha.
27 - Portanto,
qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28 -
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste
cálice.
29 - Porque o
que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não
discernindo o corpo do Senhor.
30 - Por causa
disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem. 31 - Porque,
se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32 - Mas,
quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos
condenados com o mundo.
33 - Portanto,
meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34 - Mas, se
algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação.
Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco
Hinos
Sugeridos: 199, 233, 482 da Harpa Cristã
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A Ceia do
Senhor é outra importante ordenança e prática da Igreja de CRISTO. É um rito
que foi instituído pelo próprio Senhor JESUS e perpassou toda a Igreja até a
atualidade. Ao longo dos séculos, essa celebração também tem sido uma
identidade da Igreja. Nesta lição, procuraremos compreender o propósito bem
como a forma da Ceia do Senhor de acordo com a Bíblia. Por isso, faremos uma
exposição da doutrina bíblica da Ceia do Senhor e também consideraremos suas
implicações históricas.
2. APRESENTAÇÃO
DA LIÇÃO
A) Objetivos da
Lição: I) Apresentar a natureza da Ceia do Senhor na Tradição Cristã; II)
Mostrar o propósito da Ceia do Senhor; III) Refletir a respeito do modo de
celebração da Ceia do Senhor.
B) Motivação: A
Ceia do Senhor traz uma perspectiva passada, pois nos remete ao perdão dos
pecados e à obra salvífica de JESUS CRISTO; ela traz uma perspectiva presente,
pois realça a nossa comunhão com CRISTO
com sua Igreja; e, finalmente, aponta para o futuro esperançosamente,
pois somos lembrados da promessa da vinda de CRISTO.
C) Sugestão de
Método: Para introduzir o segundo tópico desta lição, sugerimos que você leia
atentamente a seção Motivação e o segundo subsídio com o título “A Tríplice
Lembrança da Ceia do Senhor”. Em seguida, antes de expor o segundo tópico,
pergunte a classe a respeito do símbolo da Ceia do Senhor, o que os alunos
pensam a respeito do seu significado. Após ouvir as respostas, exponha o tópico
e aprofunde a perspectiva da tríplice lembrança da Ceia do Senhor de acordo com
a leitura que você já fez na seção “Motivação” e o “segundo auxílio”.
3. CONCLUSÃO DA
LIÇÃO
A) Aplicação:
Leve o(a) aluno(a) a refletir a respeito do valor e do privilégio de participar
da celebração da Ceia do Senhor. De acordo com a natureza, os símbolos e
propósito dessa grande celebração cristã, mostre o quanto a Ceia do Senhor tem
um significado espiritual para a nossa fé.
4. SUBSÍDIO AO
PROFESSOR
A) Revista
Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens,
artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição
96, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios
Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na
preparação de sua aula: 1) O texto “A Ordenança da Ceia do Senhor”, localizado
depois do primeiro tópico, aprofunda a compreensão da Ceia do Senhor como uma
ordenança de CRISTO; 2) O texto “O Tríplice Sentido da Ceia do Senhor”, ao
final do segundo tópico, amplia a reflexão a respeito do propósito da Ceia do
Senhor.
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO
Assim como o
Batismo em águas, a Ceia do Senhor também é uma ordenança dada por JESUS à sua
Igreja. Ao longo da história, a Igreja tem a Ceia do Senhor como uma das
celebrações mais significativas. Nesse sentido, o cristão pode contemplar a
Ceia sob três perspectivas. Primeira, um olhar para trás, quando contempla CRISTO
entregando-se em sacrifício vicário na cruz; segunda, um olhar para o presente,
quando vê sua real condição diante de DEUS e como foi alcançado pela graça de DEUS;
terceira, um olhar para o futuro, quando mantém sua expectativa e esperança na
Segunda Vinda de CRISTO. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é uma cerimônia que
deve ser celebrada com reverência, júbilo e expectativa.
PALAVRA-CHAVE –
Comunhão
I – A NATUREZA
DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ
1. Na tradição
romana
O romanismo
compreende de forma literal as expressões ditas por JESUS em referência aos
elementos da Ceia do Senhor: “isto é o meu corpo” (Lc 22.19); “Este cálice
é[...] meu sangue” (Lc 22.20). Assim, segundo esse entendimento, durante o cerimonial
os elementos da Ceia se convertem no corpo e no sangue de CRISTO. Esse ensino é
conhecido como transubstanciação. Há
pelo menos dois problemas com essa interpretação. O primeiro de natureza
lógica, pois quando JESUS celebrou a última Páscoa, Ele estava presente e,
portanto, não poderia estar fisicamente no pão e muito menos no cálice, já que
fisicamente ele se encontrava lá. Por outro lado, entender essas palavras de
forma literal e, não como metáforas, cria problemas de natureza exegética. JESUS
disse, por exemplo, que ele era a porta (Jo 10.9). Evidentemente, Ele não se
referia a uma porta literal.
2. Na tradição
protestante
A tradição
luterana diverge da católica quando nega que os elementos da Ceia, o pão e o
vinho, se tornem ou se convertam no corpo e no sangue de CRISTO. Contudo,
afirma que o corpo físico de JESUS está presente no pão da Ceia. Esse
entendimento luterano é denominado de consubstanciação. Como se vê, Lutero não
conseguiu se desvencilhar por completo da tradição católica quando dá uma
versão modificada da sua antiga crença.
3. A posição pentecostal
A tradição pentecostal entende que o pão e o vinho não se convertem
fisicamente no corpo de JESUS nem tampouco JESUS está presente fisicamente
neles. Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de JESUS. Contudo, JESUS
se faz presente espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt 18.20). Essa é a
posição da maioria dos pentecostais. Também enfatizamos o aspecto memorial na
celebração da Ceia do Senhor. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é para quem está
em comunhão, e não para dar comunhão. Esse entendimento se ajusta ao ensino do
Novo Testamento sobre a Ceia do Senhor.
SINÓPSE I
A Ceia do Senhor é celebrada em nossa igreja sob uma perspectiva
memorial em que JESUS está espiritualmente presente.
Auxílio Teológico
A ORDENANÇA DA CEIA DO SENHOR
“A segunda ordenança da Igreja é a Santa Ceia ou Santa Comunhão.
Assim como o batismo, esta ordenança tem feito parte do culto cristão desde o
ministério terrestre de CRISTO, quando Ele próprio instituiu o rito na refeição
da Páscoa, na noite em que foi traído. A Ceia do Senhor tem alguns paralelos em
outras tradições religiosas (tais como a Páscoa judaica; outras religiões
antigas também se valiam de refeições sacramentais para se identificar com suas
deidades), mas ela vai muito além quanto ao seu significado e importância.
Seguindo as instruções dadas por JESUS, os cristãos participam da Comunhão em
‘memória’ dEle (Lc 22.19,20; 1 Co 11.24,25). O termo traduzido por ‘lembrança’
(gr. Anamnêsis – Lê-se anáminisses) talvez não signifique exatamente o que o
leitor está imaginando. Hoje, lembrar-se de alguma coisa é pensar numa ocasião
passada. O modo neotestamentário de entender anamnêsis (Lê-se anáminisses) é
exatamente o inverso: significava ‘transportar uma ação enterrada no passado,
de tal maneira que não se percam a sua potência e a vitalidade originais, mas
sejam trazidas para o momento presente’. Semelhante conceito é refletido até
mesmo no Antigo Testamento (cf. Dt 16.3; 1 Rs 17.18)” (HORTON, Stanley. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2023,
pp.573-74).
II – O PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR
1. Celebrar a expiação de CRISTO
Ao escrever sobre a Ceia do Senhor, o apóstolo Paulo destacou como
propósito dessa celebração “anunciar a morte do Senhor” (1 Co 11.26). Nesse
caso, a Ceia do Senhor aponta para o Calvário. Ela celebra a vitória de CRISTO
na cruz sobre o pecado, a morte e o Diabo (Hb 2.14,15). Por intermédio da morte
de CRISTO na cruz, fomos justificados e reconciliados com DEUS (2 Co 5.21).
Portanto, na Ceia do Senhor celebramos a vitória de JESUS na cruz, que também é
a nossa vitória (Ap 12.11).
2. Proclamar a segunda vinda de CRISTO
A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (1 Co 11.26). Logo,
há um sentido escatológico na celebração da Ceia do Senhor. Quando essa bendita
esperança é perdida, a igreja se seculariza. Assim, na Ceia do Senhor, a Igreja
mantém um olhar no passado, quando contempla a vitória de JESUS na cruz, mas
também mantém o seu olhar no futuro, esperando e ansiando por sua Segunda
Vinda. Ao contemplar o retorno de CRISTO, a Igreja lembra que é peregrina nesta
Terra e que a sua pátria não é aqui (Fp 3.20,21).
3. Celebrar a comunhão cristã
Uma das razões que levou o apóstolo Paulo a escrever a sua Primeira
Carta aos Coríntios estava relacionada à questão de divisões entre os irmãos
daquela igreja (1 Co 1.11). Esse era um problema recorrente entre os coríntios
e estava presente também durante a celebração da Ceia do Senhor. Paulo os
reprova por isso (1 Co 11.17). O clima fraterno e de comunhão deixara de
existir (At 2.42; 1 Jo 1.7). Nesse sentido, alguns não esperavam pelos outros
para celebrarem a Ceia juntos (1 Co 11.21). Quando há o espírito de divisão,
litígios e intrigas entre os crentes, a celebração da Ceia do Senhor perde todo
o seu sentido.
SINÓPSE II
O propósito da Ceia do Senhor passa pela lembrança da expiação de CRISTO,
nossa comunhão com Ele e a promessa de sua segunda vinda.
III – O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
1. O que é participar “indignamente”? Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobre o
perigo de participar da Ceia indignamente (1 Co 11.27). O termo português
“indignamente” é a tradução do advérbio grego anaxiós. Um adverbio indica a
maneira ou modo como se faz uma coisa enquanto um adjetivo indica o seu estado.
Nesse sentido, esse advérbio modifica o verbo comer e está relacionado ao modo
ou maneira como os coríntios estavam comendo a Ceia do Senhor – de maneira
desordenada, quando não esperavam um pelos outros; de maneira indisciplinada,
quando comiam mais do que os outros e de maneira irreverente quando se
embriagavam (1 Co 11.18,21,22).
2. Uma celebração reverente
Se em lugar de um advérbio,
que indica modo ou maneira, Paulo tivesse usado um adjetivo, que indica estado,
qualidade ou natureza, então ninguém poderia participar da Ceia, pelo fato de
que ninguém é digno (1 Co 11.27). Como mostramos, não é esse o caso. É verdade
que não participamos da Ceia do Senhor porque somos dignos, mas pela graça de DEUS.
Contudo, ninguém seja tentado em pensar que, pelo fato de ser um pecador
alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em
pecado. Se a simples maneira irreverente de celebrar a Ceia atrai o juízo
divino, o que dizer então de quem participa com pecados não confessados? Pecado
não confessado atrai o juízo divino.
3. Celebração festiva
A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de JESUS e não o
seu funeral. A Ceia celebra o CRISTO que morreu, mas que ressuscitou (1 Co 15.1-4).
Deve, portanto, ser uma celebração reverente, contudo, festiva (1 Co 5.7-8).
Nosso Redentor vive e, por isso, devemos demonstrar isso na Celebração da Ceia
do Senhor. Nela, portanto, deve haver um ambiente de reverência e, ao mesmo
tempo, de abundante alegria.
SINÓPSE III
A celebração da Ceia do Senhor deve acontecer de modo reverente e,
ao mesmo tempo, festivo.
Auxílio Teológico
O TRÍPLICE SENTIDO DA LEMBRANÇA DA CEIA DO SENHOR
“Na Ceia do Senhor, talvez possamos sugerir um tríplice sentido de
lembrança: passado, presente e futuro. A Igreja se reúne como um só corpo à
mesa do Senhor, relembrando a sua morte. Os próprios elementos usados de modo
simbólico na Comunhão representam o derradeiro sacrifício de CRISTO, no qual
Ele entregou seu corpo e sangue para redimir os pecados do mundo. Existe ainda
um sentido bem presente, o convívio espiritual com CRISTO à sua mesa. A Igreja
vem proclamar não um herói morto, mas um Salvador ressuscitado e vencedor. A
expressão: “mesa do Senhor” sugere estar Ele presente como o verdadeiro
anfitrião, aquele que transmite o sentido de terem os crentes, nEle, segurança
e paz (ver Sl 23.5). Finalmente, há um sentido futuro neste relembrar, sendo
que a comunhão da qual o crente agora participa com o Senhor não é o ponto
final. Neste sentido, a Ceia do Senhor tem uma dimensão escatológica. Ao
participarmos dela, antecipamos a alegria pela sua segunda vinda e pela reunião
da Igreja com Ele para toda a eternidade (cf. Mc 14.25; 1 Co 11.26)” (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2023, p.573-77).
CONCLUSÃO
Nesta lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que
revelam o sentido e propósito da Ceia do Senhor. Não é um sacramento, que de
forma mágica concede graça aos que dela participam nem tampouco uma vacina para
dar comunhão a quem não tem. Na verdade, o direito de celebrar essa importante
ordenança é o resultado da graça que foi concedida a cada crente. É necessário
ter esse discernimento quando se participa desse rito cristão. Trata, pois, de
um ato que não pode ser celebrado de qualquer jeito ou maneira, nem tampouco
por quem vive deliberadamente em pecado.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual é a posição da maioria dos pentecostais em relação aos
elementos da Ceia do Senhor?
O pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de JESUS. Contudo, JESUS
se faz presente espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt 18.20). E também há o
aspecto memorial da Ceia do Senhor.
2. Para o que a Ceia do Senhor aponta?
A Ceia do Senhor aponta para o Calvário.
3. Que tipo de sentido está presente na Ceia do Senhor?
A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (1 Co 11.26). Logo,
há um sentido escatológico na celebração da Ceia do Senhor.
4. Qual foi a advertência de Paulo em relação à Ceia do Senhor?
Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobe o
perigo de participar da Ceia indignamente (1 Co 11.27).
5. O que a Ceia do Senhor celebra?
A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de JESUS e não o
seu funeral. A Ceia celebra o CRISTO que morreu, mas que ressuscitou (1 Co
15.1-4).