Escrita Lição 9, Betel, Habacuque, O justo pela sua fé viverá
TEMA: PROFETAS
MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça
e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do
Messias.
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Escrita
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TEXTO ÁUREO
“Eis que a sua alma
se incha, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” Habacuque 2.4
VERDADE APLICADA
O discípulo de
Cristo vence perseverando em oração, confiando e esperando no agir do Senhor,
enquanto cultiva o viver para a glória de Deus.
Apresentar o
cenário do profeta Habacuque
Explicar que o silêncio de Deus é pedagógico
Extraiu lições do livro de Habacuque para hoje
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - HABACUQUE 1.1-5
1 O peso que viu o
profeta Habacuque.
2 Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência!
E não me salvarás?
3 Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição
e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o
litígio.
4 Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio
cerca o justo, e sai o juízo pervertido.
5 Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo
em vossos dias uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA SI
37.1-3 A prosperidade dos ímpios acaba.
TERÇA SI 125.3 O cetro da impiedade não permanecerá.
QUARTA Pv 3.5-6 Devemos confiar no Senhor.
QUINTA Jr 33.3 A importância de clamar ao Senhor.
SEXTA Hb 10.38 O justo viverá da fé.
SÁBADO 1Jo 5.4 A vitória que vence o mundo: a nossa fé.
HINOS SUGERIDOS: 186, 372,427
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus pedindo
para olhar para Ele e não para as circunstâncias.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- CONHECENDO O
CENÁRIO DO PROFETA HABACUQUE
1.1. Conhecendo um
pouco mais o profeta
1.2. A mensagem do
profeta
1.3. O ousado
questionamento do profeta
2- O SILÊNCIO DE
DEUS
2.1. Até
quando?
2.2. Por que Deus
não intervém?
2.3. Oração como
via de intimidade com DEUS
3- HABACUQUE PARA
HOJE
3.1. Contentamento
apesar do sofrimento
3.2. O cântico de
Habacuque
3.3. O justo viverá
da sua fé
SUBSÍDIOS EXTRAS PARA A LIÇÃO
))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))
Habacuque 3:17-19 - Em forma de poesia ou salmo
Introdução (1.1)
I. As Perguntas de Habacuque (1.2—2.20)
A. Primeira Pergunta: Como DEUS Pode Permitir Que a Ímpia Judá Fique sem Castigo? (1.2-4)
B. Resposta: DEUS Usará a Babilônia para Castigar Judá (1.5-11)
C. Segunda Pergunta: Como DEUS Pode Usar uma Nação Mais Ímpia Que Judá Como Instrumento de Juízo? (1.12—2.1)
D. Resposta: DEUS Também Julgará Babilônia (2.2-20)
1. Introdução à Resposta (2.2,3)
2. Pecados de Babilônia (2.4,5)
3. Série de Cinco “Ais” contra Babilônia (2.6-19)
4. O Senhor de Toda a Terra (2.20)
II. O Cântico de Habacuque (3.1-19)
A. A Oração de Habacuque, Pedindo Misericórdia (3.1,2)
B. O Poder do Senhor (3.3-7)
D. A Fé Inabalável de Habacuque (3.16-19)
Autor: Habacuque
Tema: Viver pela Fé
Data: Cerca de 606 a.C.
Considerações Preliminares
O autor deste livro identifica-se como “o profeta Habacuque”(1.1; 3.1). Além disso, não oferece nenhum outro dado acerca de sua pessoa nem de sua família. Seu nome, que significa “abraço”, não aparece em nenhum outro lugar das Escrituras. A referência de Habacuque ao “cantor-mor sobre os meus instrumentos de música” (3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a serviço do santo templo em Jerusalém.
Ao contrário de outros profetas, Habacuque não data a sua profecia mediante referências aos reis que foram seus contemporâneos. Mas o fato de ficar perplexo com o uso que DEUS faz dos babilônios (os “caldeus” de 1.6) como instrumento de seu juízo contra Judá, sugere um período em que Babilônia já era uma potência mundial. Portanto, a invasão de Judá era iminente (c. 608—598 a.C.). Nabucodonosor já havia derrotado os egípcios na batalha de Carquemis (605 a.C.). O Egito, aliás, foi a última potência a se opor à expansão dos babilônios. Se a descrição do exército babilônico em 1.6-11 refere-se à marcha babilônica em direção à Carquemis, conforme interpreta-se, a data da profecia de Habacuque seria entre 606—605 a.C., durante os primeiros anos do rei Joaquim de Judá.
As consequências da ascensão de Babilônia como potência mundial foram devastadoras à apóstata Judá (ver 2 Rs 24,25). Retornando do Egito, Nabucodonosor invadiu Judá, e levou a Babilônia um número considerável de cativos, entre os quais Daniel e seus três amigos (605 a.C.). Em 597 a.C., as forças babilônicas tornaram a invadir Jerusalém, saqueando-lhe o templo, e levando outros 10.000 cativos para Babilônia, entre os quais o profeta Ezequiel. Quando o rei Zedequias intentou livrar Judá do controle babilônico, onze anos mais tarde (586 a.C.), Nabucodonosor, enfurecido, sitiou Jerusalém, incendiou o templo, destruiu totalmente a cidade, e deportou para Babilônia a maioria dos judeus sobreviventes. É provável que Habacuque haja vivido na maior parte deste período, onde o juízo divino revelou-se contra Judá.
Propósito
Diferentemente da maioria dos outros profetas, Habacuque não profetiza à desviada Judá. Escreveu para ajudar o remanescente piedoso a compreender os caminhos de DEUS no tocante à sua nação pecaminosa, e ao seu castigo iminente. Habacuque, após haver considerado o intrigante problema de os caldeus, uma nação deploravelmente ímpia, serem usados por DEUS para tragar o seu povo em juízo (1.6-13), garante aos fiéis que DEUS lidará com toda a iniquidade no tempo determinado. Entrementes, “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4), e não pelo seu entendimento. Em seguida, o profeta afiança: “exultarei no DEUS da minha salvação” (3.18).
Visão Panorâmica
Os capítulos 1 e 2 registram as perguntas que Habacuque faz, em sua perplexidade, acerca dos caminhos de DEUS, bem como as respostas que o Senhor lhe deu. Após ter visto tanta iniquidade e idolatria em Judá, a primeira pergunta do profeta é: Como DEUS poderia deixar seu povo rebelde escapar sem o devido castigo? DEUS responde, mostrando-lhe que, dentro em breve, estaria usando os babilônios para castigar Judá. A segunda pergunta de Habacuque segue-se imediatamente: Como DEUS poderia permitir que uma nação ainda mais ímpia e cruel que Judá castigasse a esta? A isto DEUS responde, garantindo ao profeta que o dia de prestação de contas também chegaria para os babilônios. No decurso de todo o livro, Habacuque expressa a sua fé na soberania de DEUS e na certeza de que Ele é justo em todos os seus caminhos. A revelação do amor divino aos justos, e de seu propósito em destruir a ímpia Babilônia, evoca um hino profético de louvor a DEUS, e reafirma as promessas a respeito da salvação em Sião (cap. 3).
Características Especiais
O Livro de Habacuque ante o NT
A declaração de Habacuque de que o justo viverá por sua fé (2.4) é o texto-chave do AT usado por Paulo em sua teologia da justificação. O apóstolo cita o versículo em Rm 1.17 bem como em Gl 3.11 (cf. também Hb 10.37,38).
1.2-4 ATÉ QUANDO... CLAMAREI EU? Habacuque ora a DEUS, pedindo-lhe que pusesse fim à iniquidade que reinava entre o povo do concerto. DEUS, no entanto, parecia nada fazer a respeito, a não ser tolerar a violência, a injustiça e a destruição dos justos. As perguntas do profeta têm a ver com um antiquíssimo tema: "Por que DEUS demora tanto em castigar a iniquidade?" e "Por que nossas orações geralmente não são prontamente atendidas?". Note, todavia, que tais queixas vinham de um coração cheio de fé num DEUS justo.
1.5-11 REALIZO... UMA OBRA. DEUS responde a Habacuque, e diz-lhe já ter planos para castigar Judá pelos seus pecados. DEUS lançaria mão dos implacáveis babilônios a fim de corrigir a Judá. O fato de DEUS usar um povo tão ímpio e pagão para castigar o seu povo deixara o profeta atônito. Era algo que parecia incrível ao povo de DEUS.
1.12 NÃO ÉS TU DESDE SEMPRE? Habacuque fica horrorizado pelo fato de DEUS usar uma nação tão iníqua para atacar a Judá. Mas ele sabe que DEUS não permitiria que os babilônios aniquilassem a nação judaica, pois, mediante tal destruição, estaria cancelando seu propósito redentor à raça humana.
1.13 NÃO PODES VER O MAL. Esta expressão não significa que DEUS seja incapaz de perceber o mal, pois Ele a tudo observa. Ele é onisciente. Pelo contrário: significa que DEUS jamais contempla o mal para tolerá-lo ou apoiá-lo. O que deixou Habacuque perplexo foi o uso que DEUS fez dos ímpios babilônios. Tem-se a impressão de que Ele tolerava os pecados destes enquanto castigava Judá que, a despeito de todos os seus pecados, não deixava de ser uma nação mais justa que os filhos de Babilônia.
2.2-20 ESCREVE A VISÃO. No capítulo 2, DEUS responde a Habacuque acerca da predominância do mal no mundo, e do possível aniquilamento dos justos. O Senhor declara que viria um tempo em que todos os ímpios haveriam de ser destruídos, e que os únicos a ficarem firmes seriam os justos - os que se relacionam com DEUS através da fé (ver v. 4).
2.3 A VISÃO... PARA O TEMPO DETERMINADO. A solução do problema de Habacuque viria somente no "tempo determinado" por DEUS. (1) Então, seria colocado um ponto final à iniquidade do mundo. Os fiéis de DEUS teriam de "esperá-lo", ainda que parecesse levar tanto tempo. (2) A semelhança de Habacuque, devemos esperar a justa intervenção de DEUS no fim desta era. Quando CRISTO levar os justos deste mundo, toda a iniquidade será aniquilada (ver 1 Ts 4.16-17)
2.4 O JUSTO, PELA SUA FÉ, VIVERÁ. É o "justo" que, no fim, emergirá vitorioso.
2.6-20 AI DAQUELE. Estes versículos pronunciam os ais do juízo contra todo aquele cuja "alma... não é reta nele" (v. 4). Tais pessoas serão condenadas por causa de sua agressão (vv. 6-8), injustiça (vv. 9-11), violência e crime (vv. 12-14), imoralidade (vv. 15-17) e idolatria (vv. 18-20).
3.1-19 ORAÇÃO. Este capítulo retrata o modo pelo qual Habacuque reage à resposta que DEUS lhe dera no capítulo dois. Entre o pecado do mundo e o juízo divino, o profeta aprendera a viver pela fé em DEUS, e a confiar na sabedoria dos seus caminhos.
3.2 AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA NO MEIO DOS ANOS. Habacuque sabia que o povo de DEUS havia pecado, e, consequentemente, seria submetido ao juízo divino. Nestas circunstâncias, faz duas petições:
3.3-16 DEUS VEIO. Nestes versículos, Habacuque refere-se à ocasião em que DEUS livrou o seu povo do Egito (ver Êx 14). O mesmo DEUS que viera com salvação no passado, voltaria em toda a sua glória. Todos quantos esperavam sua vinda, viveriam e veriam seu triunfo sobre impérios e nações.
3.18-19 EU ME ALEGRAREI NO SENHOR. Habacuque testifica que servia a DEUS não por causa das suas dádivas, mas porque o Senhor é DEUS. Mesmo em meio ao castigo divino derramado sobre Judá (v. 16), o profeta opta por regozijar-se no Senhor. DEUS seria a sua salvação e o manancial inesgotável de suas forças. Ele sabia que um remanescente fiel haveria de sobreviver à invasão babilônica, por isso proclama com confiança a derradeira vitória dos que vivem pela fé em DEUS (cf. 2.4).
Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 4º Trimestre de 2012
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações
para a santificação da Igreja de Cristo
Comentarista: Esequias Soares
Lição 9: Habacuque — A soberania divina sobre as nações
Data: 2 de Dezembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não
podes contemplar, por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te
calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Hc 1.13).
VERDADE PRÁTICA
A fim de cumprir os seus planos Deus age soberanamente na vida de
todas as nações da terra.
HINOS SUGERIDOS - 288, 330, 364.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 2 Rs 17.23 Deus usou a Assíria contra Israel
Terça - Sf 2.13 O castigo contra a Assíria
Quarta - Jr 25.9 Deus usou a Babilônia contra Judá
Quinta - Jr 25.12 O castigo contra a Babilônia
Sexta - Jr 27.5-7 As nações sob a autoridade divina
Sábado - Hc 2.20 Perante o Senhor a Terra se cala
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Habacuque 1.1-6; 2.1-4.
Habacuque 1
1 - O peso que viu o profeta Habacuque.
2 - Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás?
Gritarei: Violência! E não salvarás?
3 - Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação?
Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a
contenda e o litígio.
4 - Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai;
porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido.
5 - Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e
admirai-vos; porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vós não crereis,
quando vos for contada.
6 - Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e
apressada, que marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas não suas.
Habacuque 2
1 - Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me
apresentarei, e vigiarei, para ver o que fala comigo e o que eu responderei,
quando eu for arguido.
2 - Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e
torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.
3 - Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao
fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não
tardará.
4 - Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo,
pela sua fé, viverá.
INTERAÇÃO
“O justo viverá pela fé”. Esta sentença tornou-se uma das mais
importantes temáticas do Novo Testamento. Foi um dos lemas da Reforma
Protestante. O apóstolo Paulo é um dos que descrevem a graça de Deus de maneira
mais intensa e bela: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não
vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Tal perspectiva da graça de Deus foi
precedida pelo profeta Habacuque, quando ele declarou: “O justo, pela sua fé,
viverá” (2.4).
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de
Habacuque.
Compreender a situação do país na época de Habacuque.
Mencionar a resposta de Deus ministrada ao profeta.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, providencie cópias do quadro abaixo para os alunos.
Inicie a aula com a seguinte indagação: “Qual o propósito do livro de
Habacuque?”. Incentive a participação da classe e ouça todos com atenção.
Depois, explique que o objetivo do profeta era mostrar ao Reino do Sul (Judá)
que Deus estava no controle do mundo, embora o mal parecesse triunfar em alguns
momentos. Habacuque foi um profeta inquiridor. Em seguida distribua as cópias
com o esquema abaixo e explique que vários temas estão presentes na profecia de
Habacuque. Podemos destacar, por exemplo, “a confiabilidade absoluta de Deus”,
“o domínio divino do universo”, “a incapacidade humana de entender
adequadamente os caminhos misericordiosos de Deus”, “as lutas colossais da
natureza e da política” e a “predisposição divina de não tolerar a violência
derivada do orgulho”. Faça um resumo do livro utilizando o quadro.
ESBOÇO DO LIVRO
O Interrogatório de Habacuque a Deus (1.2 — 2.20)
Questão: Como Deus permite que a ímpia Judá fique
sem castigo (1.2-4).
Resposta: Mas Deus usará a Babilônia para
castigar Judá (1.5-11).
Questão: Como Deus pode usar uma nação mais ímpia
que Judá como instrumento de juízo (1.12 — 2.1).
Resposta: Deus também julgará Babilônia (2.2-20).
O Cântico de Habacuque (3.1-19)
Oração de Habacuque por misericórdia divina (3.1,2).
O poder do Senhor (3.1,2).
Os atos salvíficos do Senhor (3.3-7).
A fé inabalável de Habacuque (3.16-19).
Palavra-Chave
Soberania: Qualidade ou condição de um soberano; autoridade;
domínio; poder.
COMENTÁRIO
introdução
No diálogo entre Habacuque e o Senhor, presenciamos uma singular
beleza teológica e literária. Ao longo do livro de Habacuque, deparamo-nos com
uma das mais notáveis declarações doutrinárias: “O justo, pela sua fé, viverá”
(2.4). Este oráculo fez-se tão notório, que se tornou uma das mais importantes
temáticas, em o Novo Testamento (Rm 1.17 cf. Gl 3.8). Séculos mais tarde,
inspirou Martinho Lutero a deflagrar a Reforma Protestante.
I. O LIVRO DE HABACUQUE
1. Contexto histórico. Habacuque exerceu o seu ministério
quando os caldeus marchavam vitoriosamente pelo Oriente Médio (1.6). Tal marcha
iniciou-se em 627 a.C. e foi concluída com a vitória sobre Faraó Neco, do
Egito, na Batalha de Carquêmis, em 605 a.C. (Jr 46.2). Tempo em que, de fato,
os caldeus tornaram-se um império pujante. Isso mostra que o profeta era
contemporâneo de Jeremias e Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1). Ele menciona ainda a
opressão dos ímpios sobre os pobres e o colapso da justiça nacional (1.2-4) e
descreve também o cenário do reinado tirânico de Jeoaquim, rei de Judá, entre
605 e 598 a.C. (Jr 22.3,13-18).
2. Vida pessoal. Não há informações, dentro ou fora do livro,
sobre a vida pessoal de Habacuque. Apenas temos a declaração de que ele é
profeta (1.1), detalhe este também encontrado em Ageu e Zacarias (Ag 1.1; Zc
1.1). A partir dessas poucas informações e pela finalização de seu livro
(3.19), muitos estudiosos entendem que Habacuque era um profeta bem aceito pela
sociedade e — há quem afirme — oriundo de família sacerdotal. A literatura
rabínica apoia essa ideia.
3. Estrutura e mensagem. No estudo passado, aprendemos que o
termo “peso” indica uma “sentença pesada e profecia”. A exemplo do livro de Naum,
esse oráculo foi revelado à Habacuque na forma de visão (1.1). A profecia
divide-se em três capítulos. O primeiro denuncia a corrupção generalizada da
nação e a consequente resposta divina (1.2-17); o segundo, outra resposta do
Eterno (2.1-20); e a terceira, a oração de Habacuque (3.1-19). O oráculo
divino, que possui a mesma estrutura dos Salmos, tem como principal ênfase a
fé.
SINOPSE DO TÓPICO (I) - O livro de Habacuque denuncia a corrupção
generalizada da nação, descreve as respostas divinas e apresenta a oração de
Habacuque.
II. HABACUQUE E A SITUAÇÃO DO PAÍS
1. O clamor de Habacuque. O que ocorria em Judá ia de encontro
ao conhecimento que Habacuque possuía a respeito do Deus de Israel. Mas como é
possível Aquele que é justo e santo tolerar tamanha maldade? O profeta expressa
sua perplexidade na forma de lamentos: “Até quando, SENHOR[...]?” (1.2; Sl
13.1,2); “Porque[...]?” (1.3; Sl 22.1). Essas perguntas indicam que, há tempos,
Habacuque orava a Deus em busca de solução.
2. A descrição do pecado. Assim, o profeta resume o quadro
desolador do seu povo: iniquidade e vexação; destruição e violência; contenda e
litígio (1.3). A Bíblia ARA (Almeida Revista e Atualizada) emprega o termo
“opressão”. A Bíblia TB (Tradução Brasileira) usa “perversidade” no lugar de
“vexação”. A estrutura poética nessa descrição revela a falência da justiça e o
abuso opressor das autoridades em relação aos pobres.
3. O colapso da justiça nacional. A frouxidão da lei era
consequência da corrupção generalizada. Na esfera judiciária, a sentença não
era pronunciada, ou quando dado o veredicto, este sempre beneficiava os
poderosos (1.4). A sociedade sequer lembrava-se da lei. Esta era o poder
coercitivo para manter a ordem pública, garantir a segurança e os direitos do
cidadão (Dt 4.8; 17.18,19; 33.4; Js 1.8). Mas a influência das autoridades
piedosas não foi suficiente para mudar o estado das coisas. Somente o Senhor
onipotente de Israel é quem pode fazer plena justiça.
SINOPSE DO TÓPICO (II) - O caos estabelecido em Judá era decorrente
da corrupção generalizada e denunciada pelo profeta Habacuque.
III. A RESPOSTA DIVINA
1. O juízo divino é anunciado. Antes de Habacuque perceber a
gravidade da situação, Deus, que está no controle de todas as coisas, apenas
aguardava o tempo oportuno para agir e mostrar a razão de sua intervenção. Tudo
estava nos planos do Senhor. O profeta e todo o povo de Judá precisavam prestar
mais atenção aos acontecimentos mundiais, pois o Eterno realizaria, naqueles
dias, uma obra que eles não creriam, quando lhes fosse contada (1.5). Essa obra
era um novo império que Deus estava levantando no mundo. Não obstante, esse
oráculo também diz respeito à vinda do Messias (At 13.40,41).
2. Os caldeus e a questão ética (1.6). O império dos caldeus
crescia e agigantava-se sob a liderança do rei Nabucodonosor. Ele estava a
caminho de Jerusalém para invadir a província de Judá. No entanto, Habacuque
ficou desapontado com essa resposta. Como um povo idólatra, sem ética e
respeito aos direitos humanos, poderia castigar o povo de Deus? Ele pergunta:
“por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio
devora aquele que é mais justo do que ele?” (1.13). Trataria o Senhor os filhos
de Judá como os animais? (1.14). Permitiria à Babilônia fazer o que desejasse
com o povo? (1.15-17).
SINOPSE DO TÓPICO (III) - A primeira resposta divina era o
agigantamento dos caldeus a caminho de Jerusalém para invadir a província de
Judá.
IV. DEUS RESPONDE PELA SEGUNDA VEZ
1. A espera de Habacuque (2.1). Sabedor de que Deus lhe
responderá, o profeta prepara-se para ser arguido por Deus. Ele se posiciona
como uma sentinela — figura comumente empregada para descrever os profetas
bíblicos. Sua função era ficar alerta para escutar a palavra de Deus e
transmiti-la ao povo (Is 21.8; Jr 6.17; Ez 3.17).
2. A visão. A resposta divina veio ao profeta através de uma
visão transmitida com agilidade e nitidez, dispensando a necessidade de que
alguém lesse e a interpretasse (2.2), pois se tratava de uma mensagem que,
apesar de futurística, era claríssima: A Babilônia desaparecerá da terra para
sempre! No entanto, Judá, apesar do castigo, sobreviverá (Jr 30.11). O desafio
era crer na mensagem! Ainda que seu cumprimento tardasse, Deus é fiel para
cumprir a sua palavra (2.3; Jr 1.12). Assim como naquele tempo, o mundo
permanece no pecado por causa da incredulidade e por isso não crê na pregação
do Evangelho (Jo 9.41; 15.22; 16.9; 2 Co 4.4).
3. O justo viverá da fé. A expressão “alma que se incha” (2.4)
refere-se ao orgulho dos caldeus (1.10; Is 13.19). O justo é aquele que crê no
julgamento de Deus sobre a Babilônia (2.8). Ele sobreviverá à devastação de
Judá pelo exército de Nabucodonosor: “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4b). Mas
ao mesmo tempo é uma mensagem de profundo significado para a fé cristã (Rm
1.17; Gl 3.8; Hb 10.38). Em o Novo Testamento, o “justo” é quem, proveniente de
todas as nações, acolhe a mensagem do Evangelho e é justificado pela fé em
Jesus.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A segunda resposta de Deus era que a Babilônia desapareceria para
sempre. Mas Judá, apesar de passar por um castigo doloroso, sobreviveria.
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus é suficiente para corrigir o caminho tortuoso de
qualquer pessoa. Apesar de a resposta divina nem sempre ser o que esperamos,
ela é sempre a melhor. Quem não se lembra do fato ocorrido na vida de Naamã? (2
Rs 5.10-14). Isso acontece porque os caminhos e os pensamentos de Deus são
infinitamente mais elevados que os nossos (Is 55.8,9). Vivamos, pois, pela fé!
VOCABULÁRIO
Pujante: Que tem grande força.
Oriundo: Descendente de.
Litígio: Pleito, demanda.
Coercitivo: Que reprime, força.
Arguido: Que foi repreendido, censurado.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
DANIEL, S. Habacuque: A vitória da fé em meio ao caos. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ:
CPAD. 2009.
EXERCÍCIOS
1. Qual a principal ênfase do livro de Habacuque?
R. A fé.
2. O que revela a estrutura poética da descrição dos pecados
em Habacuque 1.3?
R. Revela a falência da justiça e o abuso opressor das
autoridades em relação aos pobres.
3. Que obra, prometida por Deus, ninguém acreditará quando for
contada (1.5)?
R. Essa obra era um novo império que Deus estava levantando no
mundo.
4. Quem são, respectivamente, “a alma que se incha” e o
“justo” em Habacuque 2.4?
R. Os caldeus e aquele que crê no julgamento de Deus sobre a
Babilônia.
5. O justo deve viver pelo quê?
R. Pela fé em Jesus Cristo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico
“O significado da fé em Habacuque
Além de estar dizendo claramente que os justos de Judá, apesar do
sofrimento pelo qual passarão no ataque caldeu, serão poupados (como aconteceu
com Jeremias, Daniel e tanto outros), o Senhor mostra ao profeta que sua
compreensão concernente à vida espiritual ainda era superficial. Ainda faltava
a Habacuque considerar alguns aspectos essenciais da vida com Deus. Sua
Teologia ainda ignorava nuanças vitais, e que agora são sintetizadas para o
profeta em uma única frase: ‘O justo viverá pela sua fé’.
O justo não vive pelo que vê, sente, percebe, imagina ou pensa, mas
pela fé. ‘Porque andamos por fé e não por vista’ (2 Co 5.7). Não que essas
coisas não sirvam, vez por outra, para alimentar a nossa fé, mas não podem ser
considerados fundamentos para ela. Nossa fé está fundamentada no próprio Deus,
em sua Palavra. O justo está baseado nela” (DANIEL, S. Habacuque: A
vitória da fé em meio ao caos. 1 ed. RJ: CPAD, 2005, p.90).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO - Habacuque: A soberania divina sobre
as nações
Habacuque exerceu seu ministério nos dias de Josias, rei de Judá.
Nos dias de Manassés, avô de Josias, a corrupção moral e espiritual atingiu
níveis jamais vistos. Josias, anos depois de Manassés, trouxe reformas
substanciais à vida dos hebreus, mas seus esforços não tiveram êxito completo
no sentido de destituir as coisas ruins com que a nação se acostumou. Os
juízes, que deveriam julgar de acordo com os preceitos da lei de Deus, eram
corruptos, e julgavam conforme os subornos que recebiam. Os homens perversos
eram bem-sucedidos em seus intentos, tornando a prática da justiça algo
risível. Como viver em um estado onde a impiedade era a regra?
O profeta defronta-se com duas questões: porque Deus não pune os
pecados de Judá? Para essa primeira questão, Deus mostra a Habacuque que os
babilônios iriam punir Judá. Aqui entra a segunda questão: porque Ele
permitiria que um povo ímpio fosse responsável por julgar a Israel? Para a
segunda questão, Deus mostra que os assírios, mesmo ímpios, trariam o
julgamento de Deus, mas depois eles mesmos seriam julgados por seus pecados.
“Habacuque, ao rogar a Deus por uma explicação do porquê Ele permitirá que o
iníquo pecasse e o inocente sofresse, recebe a resposta. Na época, Deus estava
preparando os babilônios para ingressarem no rol das potências mundiais. O
Senhor usaria as forças armadas desses pagãos para que o seu próprio povo fosse
punido. Habacuque entendeu o plano de Deus, pois o uso de nações inimigas para
disciplinar Israel e Judá era um precedente bem arquitetado” (Guia do Leitor da
Bíblia. CPAD, pg.560).
Mas vemos em Habacuque outra situação que nos leva a pensar. Se os
babilônios eram um povo que não conhecia a Deus, eles, como um povo “injusto”,
julgariam a Israel e Judá, nações que conheciam a Deus e poderiam ser
consideradas justas? O profeta então percebe que a questão não se refere a um
povo mau julgando o povo do Senhor, e sim que ninguém pode evitar a disciplina
do Senhor, quer seja um povo bom, quer seja um povo mau. Deus sabe como tratar
com todos.
Deus não permite a injustiça entre seu próprio povo. Ele é juiz e
julga até mesmo os seus, para que o seu nome não seja blasfemado. E castiga os
pagãos também, quando eles pecam. E mesmo aqueles que temem a Deus devem
confiar nEle quando Ele julgar os que são chamados pelo seu nome. O povo de
Deus deve ser o primeiro a se arrepender de seus pecados, para não atrair a ira
divina.
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI - EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão - nº 52 - CPAD.
Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.
Escrita Lição 9,
Betel, Habacuque, O justo pela sua fé viverá
TEMA: PROFETAS
MENORES DO ANTIGO TESTAMENTO – Proclamando o arrependimento, justiça
e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do
Messias.
TEXTO ÁUREO
“Eis que a sua alma
se incha, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” Habacuque 2.4
VERDADE APLICADA
O discípulo de
Cristo vem se perseverando em oração, confiando e esperando no agir do Senhor,
enquanto cultiva o viver para a glória de Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar o
cenário do profeta Habacuque
Explicar que o silêncio de Deus é pedagógico
Extraiu lições do livro de Habacuque para hoje
TEXTOS DE
REFERÊNCIA - HABACUQUE 1.1-5
1 O peso que viu o
profeta Habacuque.
2 Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência!
E não me salvarás?
3 Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição
e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o
litígio.
4 Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio
cerca o justo, e sai o juízo pervertido.
5 Vede entre as nações, e olhai, e maravilha-vos, e admirai-vos; porque realizo
em vossos dias uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada.
SEGUNDA SI
37.1-3 A prosperidade dos ímpios acaba.
TERÇA SI 125.3 O cetro da impiedade não permanecerá.
QUARTA Pv 3.5-6 Devemos confiar no Senhor.
QUINTA Jr 33.3 A importância de clamar ao Senhor.
SEXTA Hb 10.38 O justo viverá da fé.
SÁBADO 1Jo 5.4 A vitória que vence o mundo: a nossa fé.
HINOS SUGERIDOS: 186, 372,427
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus pedindo
para olhar para Ele e não para as circunstâncias.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1- CONHECENDO O
CENÁRIO DO PROFETA HABACUQUE
1.1. Conhecendo um
pouco mais o profeta
1.2. A mensagem do
profeta
1.3. O ousado
questionamento do profeta
2- O SILÊNCIO DE
DEUS
2.1. Até
quando?
2.2. Por que Deus
não intervém?
2.3. Oração como
via de intimidade com DEUS
3- HABACUQUE PARA
HOJE
3.1. Contentamento
apesar do sofrimento
3.2. O cântico de
Habacuque
3.3. O justo viverá
da sua fé
INTRODUÇÃO
O profeta
Habacuque, além de trazer encorajamento para tempos difíceis, ensina o cristão
a alegrar-se no Senhor também nos tempos de dificuldades.
PONTO DE PARTIDA
Devemos confiar na
justiça de Deus.
1- CONHECENDO O
CENÁRIO DO PROFETA HABACUQUE
O profeta Habacuque viveu no reino de Judá,
aproximadamente 600 a.C. Nessa época havia uma desordem interna entre o povo,
foi um período de grandes incertezas morais e espirituais. Ao mesmo tempo, as
nações ao redor de Judá estavam em guerra. A Babilônia estava se fortalecendo
cada vez mais sobre as grandes potências que eram a Assíria e o Egito.
1.1. Conhecendo um pouco mais o profeta
Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Habacuque.
Segundo os estudiosos, o profeta foi contemporâneo de Jeremias, possivelmente
presenciou a morte do rei Josias, passou pelo impiedoso reinado de Jeoaquim,
pelo exílio de Daniel na Babilônia, pela deportação do rei Joaquim,
e, também, pode ter testemunhado a destruição de Jerusalém, evento sobre o qual
profetizou com 20 anos de antecedência.
SUBSÍDIO 1.1
Comentário Beacon: “Embora Habacuque seja
chamado profeta (Nabi), não é um mensageiro no sentido tradicional. A função do
profeta era falar com o povo em nome de Deus para proclamar a vontade divina
que foi recebida em revelação especial. No caso dele, vemos justamente o
inverso: Fala com o Senhor em nome do povo. Mantém um discurso com Deus e o faz
de maneira tal que quase chegamos a classificá-lo de cético em vez de profeta.”
1.2. A mensagem do profeta
Habacuque difere de outros profetas no que diz
respeito ao seu comissionamento. Ele é que se dirigiu a Deus com seus muitos
questionamentos, por causa disso ele teve uma visão da parte do Senhor e recebe
uma profecia que ele deveria anunciar aos seus compatriotas: “Então o Senhor me
respondeu, e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para
que a possa ler o que correndo passa.” [Hc 2.2]. Em suma, a mensagem de
Habacuque foi uma mensagem de conserto para o povo da Aliança, mas também de
esperança, quando Deus finalmente restaurasse o remanescente de Judá.
SUBSÍDIO 1.2
R. N. Champlin: “O aspecto subjetivo da
mensagem de Habacuque é que os justos viverão por sua fé. À parte de Isaías [Is
7.9; 28.16], nenhum outro profeta salientara o significado da fé e da oração
confiante, da maneira que o fez Habacuque. (…) O tema central da profecia de
Habacuque é que o justo viverá por sua fé [Hc 2.4], o que reaparece no Novo
Testamento, sendo aplicado em significativos contextos [Rm 1.17; G1 3.11; Hb
10.38-39].”
1.3. O ousado questionamento do profeta
O profeta Habacuque não conseguia entender a
“demora” de Deus em punir os perversos que oprimiam ao Seu povo e, também, a
infidelidade do povo de Deus. Algumas palavras de Habacuque dão a exata ideia
do que acontecia naquela sociedade: “violência, iniquidade, opressão,
destruição, contenda, litígio, a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta,
o ímpio cerca o justo, a justiça se manifesta distorcida” [Hc 1.2-4]. Ao
observar tudo isso acontecendo o profeta se enche de coragem e se dirige a
Deus, não com desrespeito ou arrogância, mas com sinceridade de coração,
expondo-lhe as dúvidas que lhe angustiavam. Conhecedor do caráter de Deus,
sabia que não havia qualquer concordância entre Deus e tudo que ele
contemplava: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a vexação não
podes contemplar; por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente, e te
calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” [Hc 1.13].
SUBSÍDIO 1.3
Comentário Warren W. Wiersbe Antigo
Testamento: “Por que Deus está em silêncio e inativo? [Hc 1.1-4], Esse é o
primeiro problema que confunde o profeta. Ele olhou para o mundo e viu
violência [Hc 1.2-3, 9; 2.8, 17], iniquidade, opressão, contenda e litígio. A
lei não era imposta, não havia proteção legal para o inocente que era
sentenciado como culpado. As cortes eram manipuladas por advogados egoístas e
juízes cruéis. Toda a nação sofria por causa da perversidade do governo. No
entanto, parecia que Deus não fazia nada a respeito disso. Ao lado desses
problemas internos, havia a ameaça do Império Babilônio que assolava o cenário
político.”
EU ENSINEI QUE:
A exortação de Habacuque é que ainda que o fim da
dor e a promessa demorem a se cumprir, certamente o melhor a ser feito é
esperar – porque isso acontecerá e não haverá atraso algum em seu cumprimento.
2- O SILÊNCIO DE DEUS
Por que Deus fica em silêncio quando mais
precisamos ouvir a Sua voz? Por vezes, por mais contraditório que pareça, são
em situações assim como a vivida pelo profeta Habacuque é que há um verdadeiro
encontro entre o homem e Deus. O silêncio de Deus também é pedagógico e pode
trazer respostas que não se consegue perceber se a aflição superar a fé.
2.1. Até quando?
A pergunta feita por Habacuque com a expressão “até
quando” continua sendo feita por diferentes pessoas e em diferentes ocasiões.
“Até quando?” é o desabafo daquele que busca uma resposta que o ajude a
continuar firme independente das circunstâncias. Somente Deus tem e é a
resposta que todos precisam, seja qual for a pergunta. Por isso é
imprescindível que num ato de fé e confiança na soberania, no amor e na
misericórdia de Deus, entreguemos a Ele, sem reservas, todo e qualquer
questionamento que insista em perturbar o coração e fragilizar a fé.
SUBSÍDIO 2.1
Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel
Dominical, 2° Trimestre de 2008, p. 41-42) escreveu sobre Habacuque 1.2: “Estas
são expressões de desespero e angústia, de um cidadão que assiste, impotente,
seu povo caindo no abismo profundo da impiedade. Seu único refúgio é o Senhor,
o Justo e Santo Juiz. Mas onde está Ele? Onde está meu Santo [Hc 1.12]? São
palavras proferidas em meio à agonia de um crente inconformado, íntegro, e
intercessor, ansioso pela resposta de Deus (…) ao invés de abandonar o posto de
intercessor, seus rogos se intensificaram dia a dia (…).”
2.2. Por que Deus não intervém?
Ao ler o livro de Habacuque, é possível perceber
pouco a pouco o quanto esse profeta, corajosamente, expôs sua humanidade.
Muitas perguntas e pouco entendimento da ação de Deus sobre questões em que as
pessoas O afrontam com seu estilo de vida: “Tu és tão puro de olhos, que não
podes ver o mal, e a vexação não podes contemplar.” [Hc 1.13]. Diante dos
acontecimentos que fogem ao entendimento humano e parecem claramente injustos e
sem sentido, a impotência aflora e surge naturalmente a pergunta sobre como
Deus pode permitir que o mal se alastre. Por que Deus não intervém? A limitação
humana é um obstáculo à clara compreensão dos planos de Deus em toda a sua
extensão.
SUBSÍDIO 2.2
Adilson Faria Soares (Lições Bíblicas, 2°
Trimestre de 1993, CPAD, p. 29): “O profeta não compreende por que o Senhor não
executa logo o juízo contra a ímpia nação judaica. (…) Quantas vezes temos
dito: quem faz o mal não é punido, e prospera, mas quem é reto e faz o bem
nunca prospera. Porém, Deus não dorme [SI 121.4] e o castigo dos ímpios há de
vir [Pv 10.7,16,24-25,28-30; G16.7], O Senhor, no dia aprazado, mostrará a
diferença entre o ímpio e o justo [Ml 3.13-18].”
2.3. Oração como
via de intimidade com DEUS
Diante do quadro da iminente invasão babilônica, um
povo injusto e cruel, Habacuque questiona porque Deus nada fizera [Hc
1.13,17]. Sem obter qualquer resposta, o profeta decide subir a uma fortaleza
(torre de vigia) para aguardar uma resposta de Deus, agora, em oração:
“Pôr-me-ei na minha torre de vigia…para ver o que me dirá o Senhor.” [Hc 2.1].
Essa atitude foi um verdadeiro exercício de fé. Finalmente o profeta supera seu
estado de perplexidade e angústias e toma uma decisão que, de fato, pode mudar
todo aquele quadro de expectativas não correspondidas. Ele encontrou na oração
uma via de intimidade com Deus. Só então Deus o responde e o convida a aguardar
a promessa com esperança, ainda que demore. A resposta de Deus é um convite a viver
pela fé [Hc 2.4], até que o livramento de Sua parte chegasse.
SUBSÍDIO 2.3
Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, p. 989 – Verdade
em ação no Livro de Habacuque: “Deus quer que façamos do nosso relacionamento
com Ele a nossa maior prioridade, que nós coloquemos nossas mais profundas
questões e perturbações diante dEle, esperando por respostas e suas
orientações. Reserve um tempo e lugar habituais que sejam santos ao Senhor. Use
tempo ouvindo Sua Palavra, à medida que você vai lendo, estudando e meditando
sobre as Escrituras. Seja fiel na oração diária.”
EU ENSINEI QUE:
Ser íntimo do Senhor é apresentar-se ou estar
diante dEle despojado de si mesmo; é desvelar- -se, tirar as máscaras;
esvaziar-se totalmente; apresentar-se como dependente unicamente dEle, do Seu
amor, graça e misericórdia.
3- HABACUQUE PARA HOJE
Embora, inicialmente, Habacuque não conseguisse
encontrar qualquer explicação que o ajudasse na compreensão da continuidade da
opressão e da prosperidade dos seus inimigos sobre o seu povo, apesar de suas
queixas e inconformismo, ele foi capaz de aprender lições que o fizeram
ressignificar seu relacionamento com Deus.
3.1. Contentamento apesar do sofrimento
Conviver com infortúnios, sofrimentos e provações,
apesar de fazer parte da caminhada de todo ser humano, pode levar qualquer
pessoa à armadilha da murmuração e da amargura. Habacuque ensina que duas
importantes atitudes ajudam a escapar desse caminho de desânimo e desesperança:
“…ainda que… Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha
salvação.” [Hc 3.17-18]. Eis aí a receita: alegria no Senhor e louvor a Deus
(exultar). Olhar para Deus e não para as circunstâncias é o segredo de
encontrar contentamento apesar do sofrimento.
SUBSÍDIO 3.1
Adilson Faria Soares (Lições Bíblicas, 2°
Trimestre de 1993, CPAD, p. 31) escreve: “Habacuque confia e se regozija em
Deus [Hc 3.16-19]. Apesar da ameaça da iminente invasão babilônica (…) o
profeta confia no Senhor, e nessa fé descansa e exulta no Deus da sua salvação.
Infunde-nos respeito a confiança do profeta, e incita-nos à fé inabalável nas
promessas e misericórdias do Senhor.”
3.2. O cântico de Habacuque
Finalmente, Habacuque caminha em direção ao
reconhecimento da soberania de Deus. O profeta não recebeu uma resposta direta
sobre os problemas mencionados por ele, assim como aconteceu também com Jó. O
cântico de Habacuque foi escrito mesmo que as mudanças almejadas por ele não
tivessem acontecido. As questões sociais que lhe trouxeram tanto incômodo não
desapareceram, o nível espiritual do povo não se elevou, as crises
socioeconômicas não deixaram de existir, nem a opressão do povo babilônico
enfraqueceu ou acabou. Nada naquele cenário foi mudado, a não ser o próprio
profeta. Habacuque clama por misericórdia, pelo avivamento da obra do Senhor e
sua manutenção ao longo dos anos [Hc 3.2], Foi ele quem experimentou a maior e
melhor de todas as mudanças: deixou de ser um homem movido pela angústia e
tornou-se um homem confiante na soberania de Deus.
SUBSÍDIO 3.2
Ev. Valdilon Ferreira Brandão (Revista Betel
Dominical, 2° Trimestre/1994, p. 39): “O terceiro capítulo de Habacuque é
perfeitamente uma das mais belas expressões de fé e confiança no Deus da
Bíblia. Este capítulo é um louvor, no qual o profeta canta os grandes feitos do
Senhor para com o seu povo, e expressa a profunda esperança daqueles que
confiam em Deus [SI 125.1], mesmo que tudo aparentemente pareça ao contrário, e
as chances de vitórias sejam as mais remotas. Este cântico começa com o clamor
do profeta – 3.2, ou seja, reaviva-nos. Em outras palavras: Volte a manter
conosco as mesmas relações de outrora.”
3.3. O justo viverá da sua fé
“Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas
o justo pela sua fé viverá.” [Hc 2.4]. Duas características importantes se
encontram nesta declaração. A primeira é que o soberbo confia em si, e a
segunda é que o justo vive pela sua fé, ou seja ele afirma a necessidade de o
cristão permanecer fiel e viver diferentemente dos padrões impostos pelo mundo.
Os servos de Deus não devem promover ou compactuar com a maldade, com a
violência, com a ganância, com a libertinagem ou com a idolatria. Ao final de
tudo o ímpio será condenado e o justo será preservado por causa da sua
confiança no Senhor
SUBSÍDIO 3.3
Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, 1995, p.
1337: “É o “justo” que, no fim, emergirá vitorioso.
(1) Os retos são contrastados com os orgulhosos e ímpios. Os corações dos
justos voltam-se a Deus, pois o têm com o Pai. Possuem estreita comunhão com
Ele, e lhe obedecem à vontade.
(2) Os justos devem viver neste mundo mediante a sua fé em Deus. “Fé”, aqui,
significa firme confiança em Deus e na retidão dos seus caminhos. É uma
lealdade pessoal a ele com o Salvador e Senhor. É também a perseverança moral para
seguir os seus caminhos. Paulo desenvolve este tema em Romanos 1.17 e Gálatas
3.11”. O escritor da epístola aos Hebreus também menciona este princípio
fundamental em 10.38.
EU ENSINEI QUE:
Apesar de os tempos de sofrimento parecerem não ter
fim, o importante é saber que o Senhor sempre está atento a tudo que acontece
e, por isso, podemos descansar seguros de Sua providência.
CONCLUSÃO
Diante das mazelas que nos cercam, muitos tendem a
perder a esperança e a fé em Deus, que tem o controle de todos os
acontecimentos. A mensagem do profeta Habacuque nos serve de advertência a
sempre mantermos nossa fé na Palavra de Deus, jamais nas circunstâncias.