CENTRAL GOSPEL 1º TRIMESTRE DE 2023
PDF Escrita Lição 1, A
excelência de Cristo, o resplendor da gloria de Deus, 1Tr23, Pr Henrique, EBD
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Lições CPAD Jovens e Adultos -
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 1º Trimestre de 2018
Título: A
supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 1: A Carta
aos Hebreus e a excelência de Cristo
Data: 7 de Janeiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Havendo Deus,
antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb 1.1).
VERDADE PRÁTICA
Por meio de Cristo, Deus
revelou-se de uma forma especial e definitiva ao seu povo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — 2Tm 3.16
Hebreus, uma carta inspirada
como as demais do Novo Testamento
Terça — 1Tm 3.16
Cristo, manifestado em carne
Quarta — Hb 1.1
A revelação profética na
Antiga Aliança
Quinta — Hb 1.2,3
Cristo, a revelação final de
Deus
Sexta — Hb 1.4,5
Cristo, superior aos anjos em
natureza e essência
Sábado — Hb 1.6-8
Cristo, superior aos anjos em
majestade e deidade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 1.1-14.
1 — Havendo Deus,
antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho,
2 — a quem constituiu
herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
3 — O qual, sendo o
resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a
purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas;
4 — feito tanto mais
excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
5 — Porque a qual dos anjos
disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por
Pai, e ele me será por Filho?
6 — E, quando outra vez
introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.
7 — E, quanto aos anjos,
diz: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo.
8 — Mas, do Filho, diz: Ó
Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o
cetro do teu reino.
9 — Amaste a justiça e
aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de
alegria, mais do que a teus companheiros.
10 — E: Tu, Senhor, no
princípio, fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos;
11 — eles perecerão, mas
tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão,
12 — e, como um manto, os
enrolarás, e, como uma veste, se mudarão; mas tu és o mesmo, e os teus anos não
acabarão.
13 — E a qual dos anjos
disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por
escabelo de teus pés?
14 — Não são, porventura,
todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que
hão de herdar a salvação?
HINOS SUGERIDOS
306, 439 e 561 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar as características
da Carta aos Hebreus e a superioridade de Cristo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Pontuar a autoria, o
destinatário e o propósito da Carta de Hebreus;
II. Expor a superioridade
de Cristo em relação aos profetas;
III. Mostrar a
superioridade de Cristo em relação aos anjos.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), iniciaremos mais um trimestre pela graça de Deus. A carta de Hebreus é o objeto do nosso estudo nestes próximos três meses. Antes de iniciar o estudo da primeira lição em classe, apresente o comentarista deste trimestre: pastor José Gonçalves, escritor, conferencista, comentarista de Lições Bíblicas Adultos da CPAD, membro da Comissão de Apologética da CGADB e líder da Assembleia de Deus em Água Branca — PI.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição introdutória do
nosso estudo da Carta aos Hebreus, queremos iniciar dizendo que assim como
todos os escritos da Bíblia, esta carta é um documento especial. Em nenhum
outro documento do Novo Testamento encontramos um apelo exortativo tão forte.
Isso possuía uma razão de ser — os crentes hebreus davam sinais de
enfraquecimento espiritual e até mesmo o risco de abandonarem a fé! Era,
portanto, urgente admoestá-los a perseverarem. Jesus, a quem o autor mostra ser
maior do que os profetas, maior do que todas as hostes angélicas, maior do que
Arão, Moisés, Josué e até mesmo os céus, é nosso grande ajudador nessa jornada.
PONTO CENTRAL - A carta de Hebreus é uma mensagem de instrução e exortação que serve à Igreja de Cristo ao longo dos séculos.
I. AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO
1. Autoria. A Carta aos Hebreus não revela o nome do seu autor. Esse fato fez com que surgissem inúmeras controvérsias em torno de sua autoria. É certo que os cristãos primitivos sabiam quem realmente a escreveu; todavia, já por volta do segundo século da nossa era não havia mais consenso quanto a isso. Clemente de Alexandria, no final do segundo século, atribuiu ao apóstolo Paulo a sua autoria, contudo, ao afirmar que Paulo a escreveu em hebraico e que Lucas a teria traduzido para o grego, passou a ser duramente questionado. As razões são basicamente duas: O texto de Hebreus, um dos mais rebuscados do Novo Testamento grego, não parece ser uma tradução. Por outro lado, o estilo usado na carta não parece ser de forma alguma de Paulo. Outros nomes surgiram como possíveis autores de Hebreus: Barnabé, Apolo, Lucas, Clemente Romano, etc. O certo é que somente Deus sabe quem é o seu autor. Por outro lado, o fato de ter sua autoria desconhecida em nada diminui a sua autoridade.
2. Destinatários. Não há
dúvida de que a Carta aos Hebreus foi escrita para cristãos judeus. Deve ser
observado que essa carta foi endereçada a uma comunidade específica de cristãos
e não a um grupo indeterminado. O autor conhece o público a quem endereça o seu
texto e espera até mesmo encontrar-se com eles (Hb 13.19,23). Onde viviam esses
crentes é um ponto debatido pelos teólogos. Baseados na expressão “os da Itália
vos saúdam” (Hb 13.24), muitos eruditos argumentam que esses crentes se
encontravam fora de Roma, capital do Império Romano. A data da carta é motivo
de disputa, mas as evidências internas permitem-nos situá-la antes da destruição
do Templo de Jerusalém no ano 70 d.C.
3. Propósito. O escritor
I. Howard Marshal observa que Hebreus combina instrução com exortação. De fato,
essa carta possui uma grande carga exortativa. Ela exorta os crentes a terem
ânimo, confiança e fé em um tempo marcado pela apostasia. Muitos pareciam estar
desanimados com a oposição que a nova fé vinha sofrendo e em razão disso
estavam voltando às antigas práticas judaicas. A carta, portanto, exorta esses
crentes a suportarem as pressões e perseguições, lembrando-os que não haviam
ainda derramado sangue pela sua fé (Hb 12.4). Essas palavras continuam ecoando
nesses dias quando muitos crentes demonstram apatia e falta de fervor
espiritual diante de um mundo hostil.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A autoria de Hebreus é
desconhecida; seus destinatários eram cristãos judeus; seu propósito, exortar
os cristãos a terem ânimo e fé.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), para introduzir o primeiro tópico desta lição, se possível, reproduza o quadro-resumo que se encontra abaixo. O objetivo é pontuar as questões de autoria, destinatário e propósito da carta em estudo.
CONHEÇA MAIS
Hebreus: Inigualável e não convencional
“Com relação à sua forma
inigualável e não convencional, Orígenes observou: ‘Começa como um tratado,
prossegue como um sermão e termina como uma carta’. Ao invés de iniciar com uma
saudação, o primeiro parágrafo de Hebreus é semelhante às palavras de abertura
de um tratado teológico formal (1.1-4). Então, o livro prossegue mais como um
sermão do que como uma carta convencional do Novo Testamento, alternando-se
entre um argumento cuidadosamente construído (baseado em uma exposição do
Antigo Testamento) e uma séria exortação”. Para conhecer mais leia Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, pp.1529-39.
II. CRISTO — A PALAVRA
SUPERIOR A DOS PROFETAS
1. A revelação profética e a Antiga Aliança. Ao falar da supremacia de Jesus, o autor de Hebreus primeiramente o faz em relação aos profetas. Deus falou no passado pelos profetas e no presente pelo Filho (Hb 1.1). A revelação profética no antigo Israel fez com que esse povo se distinguisse dos demais. O autor mostra um Deus que se revela, que se comunica com os seus. Ele fala de uma forma direta a seu povo, não é um Deus mudo! Os advérbios gregos polymerôs (“muitas vezes”) e polytropos (“muitas maneiras”), que modificam o verbo falar, mostram a intensidade dessa comunicação. Deus, em nenhum momento da história, deixou o seu povo sem orientação. Ele fala, e fala sempre o que é necessário.
2. A revelação profética e a
Nova Aliança. Aos cristãos da Nova Aliança, Deus falou por intermédio do
seu Filho (Hb 1.1). O uso das expressões “havendo falado” ou “depois de ter
falado” (Hb 1.1,2) por parte do autor mostra que essa ação de Deus foi um fato
consumado. Isso tem levado alguns intérpretes a dizer que a partir daquele
momento, Deus não falaria mais diretamente com ninguém. Mas isso é ir além
daquilo que o autor tencionava dizer. O uso dessa expressão é mais bem
entendida como significando que Deus falou de forma completa nos dias do autor,
todavia, sem a conotação temporal de que não falaria mais no futuro. O Espírito
profético, que é o Espírito de Cristo (1Pe 1.11; Rm 8.9,10), continua dando à
Igreja hoje a percepção do plano e vontade de Deus para o seu povo (Jo 14.26;
15.26; 16.13). E isso sempre em consonância com as Escrituras.
3. Cristo: a revelação
final. O objetivo do autor aqui, evidentemente, é mostrar que Cristo é o
clímax da revelação profética. Ele é a revelação final! O ministério profético
na Antiga Aliança era de importância ímpar. O Senhor disse que falaria por
intermédio de seus profetas: “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma,
sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7). O
silêncio profético, portanto, era a pior forma de castigo que poderia vir ao
antigo Israel. Os profetas eram importantes, mas a relevância deles estava
muito longe daquela possuída por Jesus Cristo, o Filho de Deus. Os profetas eram
apenas servos, mas o Filho era o herdeiro de Deus e o agente da Criação (Hb
1.2). Ele é o redentor do mundo! Nenhum profeta morreu de forma vicária pelo
povo de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Da Antiga à Nova Aliança, Cristo é a revelação plena de Deus Pai, por isso, Ele é superior aos profetas.
“REVELAÇÃO — [Do gr. apokalupsis ; do lat. revelatio , tirar o véu] Manifestação sobrenatural de uma verdade que se achava oculta. Tendo em vista o caráter e a urgência das profecias do último livro da Bíblia, Apocalipse é considerado a revelação por excelência (Ap 1.1-3).
REVELAÇÃO BÍBLICA —
Conhecimento divino preservado nas Sagradas Escrituras, e posto à disposição da
humanidade. Consta do Antigo e do Novo Testamento. É a nossa única regra de fé
e prática.
REVELAÇÃO PROGRESSIVA —
Evolução progressiva e dispensacional das verdades divinas que, tendo a sua
gênese no Antigo Testamento, culminaram e se completaram no Novo. O texto-áureo
da revelação progressiva acha-se em Hebreus 1.1,2” (ANDRADE, Claudionor Corrêa
de. Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 1999, pp.255,56).
III. CRISTO — SUPERIOR AOS
ANJOS
1. Cristo: superior em
natureza e essência. Devemos ter sempre em mente que o autor de Hebreus
tenciona mostrar a superioridade de Cristo em relação às demais ordens da
criação. O seu foco aqui são os anjos. A cultura judaica via os anjos como
seres de uma ordem superior e mediadores da revelação divina (At 7.53; Gl 3.19;
Hb 2.2). Mesmo cercados de força e poder, os anjos eram inferiores ao Filho (Hb
1.4). Jesus é o reflexo da glória de Deus e possuidor da mesma essência divina
(Hb 1.3). O autor usa dois vocábulos gregos que deixam isso bem
definido: apaugasma e character , que significam
respectivamente “radiância” e “reflexo”, traduzidos aqui como resplendor e
“caráter”, com o sentido de expressão exata do seu ser. Embora sendo pessoas
diferentes, tanto o Filho como o Pai possuem a mesma essência. Cristo é o Deus
revelado!
2. Cristo: superior em
majestade e deidade. O autor passa então a mostrar a supremacia de Cristo
em relação aos anjos por meio de vários fatos documentados nas Escrituras. Os
anjos são criaturas, o Filho é Criador. O filho é gerado, não criado. C. S.
Lewis observa que o que Deus gera é Deus; assim como o que o homem gera é
homem. O que Deus cria não é Deus; da mesma forma que o que o homem faz não é
homem. Daí a razão de os homens não serem filhos de Deus no mesmo sentido que
Cristo. Eles podem assemelhar-se a Deus em certos aspectos, mas não pertencem à
mesma espécie. O mesmo se pode dizer dos anjos. Eles não possuem a mesma
essência divina que o Filho. É por essa razão que o autor destaca que o Filho é
chamado de “Deus” (v.8) e que por isso merece adoração (v.6). A Ele toda honra
e glória!
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Jesus Cristo é superior aos anjos em relação à natureza, essência, majestade e deidade.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“ANJOS. A palavra ‘anjo’ (hb. Malak ; gr. angelos ) significa ‘mensageiro’. Os anjos são mensageiros ou servidores celestiais de Deus (Hb 1.13.14), criados por Deus antes de existir a terra (Jó 38.4-7; Sl 148.2,5; Cl 1.16).
(1) A Bíblia fala em anjos
bons e em anjos maus, embora ressalte que todos os anjos foram originalmente
criados bons e santos (Gn 1.31). Tendo livre-arbítrio, numerosos anjos
participaram da rebelião de Satanás (Ez 28.12-17; 2Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.9; Mt 4.10)
e abandonaram o seu estado original de graça como servos de Deus, e assim
perderam o direito à sua posição celestial.
(2) A Bíblia fala numa vasta
hostes de anjos bons (1Rs 22.19; Sl 68.17; 148.2; Dn 7.9,10; Ap 5.11), embora
os nomes de apenas dois sejam registrados nas Escrituras: Miguel (Dn 12.1; Jd
9; Ap 12.7) e Gabriel (Dn 9.21; Lc 1.19,26). Segundo parece, os anjos estão
divididos em diferentes categorias: Miguel é chamado de arcanjo (lit.: ‘anjo
principal’, Jd 9; 1Ts 4.16); há serafins (Is 6.2), querubins (Ez 10.1-3), anjos
com autoridade e domínio (Ef 3.10; Cl 1.16) e as miríades de espíritos
ministradores angelicais (Hb 1.13,14; Ap 5.11)” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.386).
CONCLUSÃO
O autor de hebreus não quis se
identificar, mas isso em nada compromete a autoridade desse documento. Desde os
primórdios, a igreja valeu-se dos ensinos dessa carta para fortalecer a fé dos
crentes. Clemente de Alexandria fez amplo uso das exortações encontradas nessa
carta e, ao assim fazer, reconhecia o profundo valor espiritual de Hebreus.
Nesses últimos dias, onde os joelhos de muitos cristãos parecem vacilantes,
faz-se necessário atentarmos diligentemente para o conselho encontrado em
Hebreus, “se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (3.7).
PARA REFLETIR
A respeito de a Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo, responda:
Quem é o autor da carta aos Hebreus?
A carta aos Hebreus não revela
o nome do seu autor.
Para quem a carta foi escrita e por quê?
Ela foi escrita para os
cristãos judeus. O propósito da carta foi para exortar aos cristãos a terem
ânimo e fé em tempos de apostasia.
Segundo as Escrituras, o Espírito de Deus deixou de falar nos dias atuais?
Não. Deus, em nenhum momento
da história, deixou o seu povo sem orientação.
Qual a pior forma de castigo que poderia vir ao antigo Israel?
O silêncio profético.
Por que o escritor da Carta aos Hebreus diz que os anjos são inferiores ao Filho?
Porque os anjos são criaturas,
o Filho é Criador.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Carta aos Hebreus e a excelência de Cristo
O tema deste 1º trimestre é
sobre uma importante epístola, Hebreus, por isso, leve em conta algumas
sugestões abaixo:
• Estude com afinco a Carta
aos Hebreus, lendo quantas vezes puder, e for necessário, os 13 capítulos da
carta;
• Faça uma análise
histórico-cultural da carta. Para essa atividade, leia a introdução da Bíblia
de Estudo Pentecostal (editada pela CPAD) da Carta aos Hebreus e a introdução
do Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento (editado pela CPAD). Por meio
desse exercício é possível complementar mais informações importantes como: o
propósito do autor, o contexto histórico dos destinatários da epístola.
• Faça uma análise teológica
da carta. Aqui o assunto “Lei e Evangelho” tem grande relevância. Nesse
aspecto, as obras mencionadas acima, bem como outras editadas pela CPAD, muito
o ajudarão.
Ao iniciar seus estudos, tenha
sempre em mente os objetivos gerais da lição, por exemplo, os da primeira
lição: (I) Objetivo Geral: Apresentar as características da Carta aos Hebreus e
a superioridade de Cristo; (II) Objetivos específicos: [1] Pontuar a autoria, o
destinatário e o propósito da Carta de Hebreus; [2] Expor a superioridade de
Cristo em relação aos profetas; [3] Mostrar a superioridade de Cristo em
relação aos anjos.
Note como os objetivos
específicos obedecem rigorosamente cada Tópico e subtópico da lição. E que o
objetivo geral é o resultado do desdobramento de todos esses tópicos e
subtópicos: ou seja, as características da carta e superioridade de Cristo. É
importante ter toda essa estrutura da lição bem construída e compreendida na
mente, pois esse entendimento é essencial para elaborar uma aula objetiva e com
conteúdo.
Sugestão Pedagógica
Ao introduzir o conteúdo da
primeira lição, é importantíssimo reproduzir e explicar resumidamente o esboço
da Epístola aos Hebreus. Faça isso conforme as suas possibilidades. Você
garantirá maior eficiência no processo de ensino-aprendizagem. Bom trimestre!
Lições CPAD Jovens e Adultos
» Sumário
Geral » Adultos
2018 » 1º
Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 2: Uma Salvação grandiosa
Data: 14 de Janeiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram” (Hb 2.3).
VERDADE PRÁTICA
A salvação não é algo dado ao
crente compulsoriamente. O cristão é exortado a ser vigilante e não negligente
em relação a essa dádiva recebida.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Jo 10.9
Jesus deu testemunho de uma
tão grande salvação
Terça — Hb 2.3
A Igreja Primitiva deu
testemunho da salvação
Quarta — Hb 2.7,9
A salvação do homem tornou
necessária a humanização do Redentor
Quinta — Hb 2.14
A eficácia da salvação é
demonstrada na vitória sobre o Diabo
Sexta — Hb 2.15
A eficácia da salvação é
demonstrada no triunfo sobre a morte
Sábado — Hb 2.18
A eficácia da salvação é
demonstrada na vitória sobre as tentações
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 2.1-18.
1 — Portanto, convém-nos
atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em
tempo algum, nos desviemos delas.
2 — Porque, se a palavra
falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência
recebeu a justa retribuição,
3 — como escaparemos nós,
se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser
anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram;
4 — testificando também
Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito
Santo, distribuídos por sua vontade?
5 — Porque não foi aos
anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos;
6 — mas, em certo lugar,
testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho
do homem, para que o visites?
7 — Tu o fizeste um pouco
menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre
as obras de tuas mãos.
8 — Todas as coisas lhe
sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada
deixou que lhe não esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as
coisas lhe estejam sujeitas;
9 — vemos, porém, coroado
de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os
anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a
morte por todos.
10 — Porque convinha que
aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo
muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação
deles.
11 — Porque, assim o que
santifica como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se
envergonha de lhes chamar irmãos,
12 — dizendo: Anunciarei
o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação.
13 — E outra vez: Porei
nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me
deu.
14 — E, visto como os
filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas
coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto
é, o diabo,
15 — e livrasse todos os
que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
16 — Porque, na verdade,
ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.
17 — Pelo que convinha
que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote
naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.
18 — Porque, naquilo que
ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.
HINOS SUGERIDOS
35, 156 e 542 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicar que a salvação não é
algo dado ao crente compulsoriamente, por isso, ele deve ser vigilante e não
negligenciar a graça recebida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar a
grandiosidade da salvação divina;
II. Discutir a
necessidade da salvação;
III. Saber que a salvação
pela fé em Cristo é eficaz.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a),
estudaremos a exortação do escritor de Hebreus a respeito da grandiosidade da
salvação. Salvação essa que recebemos mediante a fé em Jesus Cristo. Ela é
resultado da graça divina, mas Cristo pagou um alto preço. Por isso, no capítulo
dois, o autor aos Hebreus faz uma séria advertência a respeito dos que
negligenciam tão grande salvação. Para redimir a humanidade pecadora, Cristo
assumiu a forma humana a fim de se identificar conosco e nos outorgar a
salvação. Ele morreu por nós, mas ao terceiro dia ressuscitou coroado de glória
e honra. Cristo também nos elevou a uma condição superior, a de filhos(as) de
Deus. Jesus é superior aos anjos e a todas as coisas, e a salvação que Ele
oferece é o maior bem que o ser humano pode obter, por isso não devemos
negligenciar tal graça.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor dá início à seção de
Hebreus 2.1-18 com uma forte exortação. Era necessário, por parte dos crentes
maior firmeza em relação às coisas espirituais. O que o autor observava entre
eles era certa letargia e negligência diante de um fato de tão grande
importância como é a salvação. Nesse aspecto a resposta devia ser dada por meio
do retorno às verdades anteriormente ouvidas e que haviam sido esquecidas. Isso
era de suma importância porque evitava que algum deles viesse a se desviar. De
fato, o vocábulo grego usado pelo autor — pararreo —, traduzido como
“desviar”, significa originalmente “perder o rumo”. O termo era usado também em
relação a um barco que acidentalmente era desancorado e lançado à deriva em
alto mar. No pensamento do autor só havia uma maneira de manter-se no rumo
certo: ancorando o barco no porto seguro, Jesus.
PONTO CENTRAL
Precisamos ser vigilantes e
não negligenciarmos a salvação divina.
I. UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
1. Testemunhada pelo
Senhor. O autor faz um contraste entre as alianças do Sinai e do Calvário.
Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos (v.2), a Nova Aliança
tinha Jesus, o Filho de Deus, como seu mediador. O autor, então, faz uma analogia
entre as duas Alianças para que o contraste entre ambas fique bem definido. Foi
Jesus, o Filho de Deus, e não os anjos, que anunciou essa tão grande salvação.
Por serem mediadores da Lei, os anjos despertavam grande estima e respeito dos
judeus por eles. Se uma Aliança firmada na Lei, mediada por anjos, imperfeita e
transitória, requeria obediência por parte dos crentes, muito mais a Nova
Aliança que é perfeita e eterna. Se quem não observava os princípios do Antigo
Pacto, quebrando os seus preceitos, era punido de forma dura, que castigo
merecia quem ultrajava a Nova Aliança, que em tudo era superior?
2. Proclamada pelos que a
ouviram. Essa salvação grandiosa foi primeiramente anunciada pelo Senhor
e, posteriormente, por “aqueles que a ouviram” (Hb 2.3). Fica evidente nesse
texto que o autor não foi uma testemunha ocular dos feitos de Jesus, mas
recebera a Palavra por meio dos que a “ouviram”. Mesmo não tendo recebido a
Palavra de Deus diretamente do Senhor, o autor não tem dúvida que a mensagem
apostólica era essencialmente a mesma Palavra de Deus. Esse fato deveria fazer
com que os crentes fossem mais diligentes na observância dos preceitos
neotestamentários. De fato, a palavra bebaioô , aqui traduzida como
“confirmar”, tem o sentido de algo que transmite segurança e confiança. Em
outras palavras, o que o Senhor anunciou e que, posteriormente, foi proclamado
por testemunhas oculares, deve servir de fundamento da nossa fé.
3. Confirmada pelo Espírito
Santo. A mensagem, que primeiramente fora anunciada pelo Senhor e
testemunhada pelos que a ouviram, foi instrumentalizada pelo Espírito Santo.
Nesse aspecto, as traduções — “distribuições feitas pelo Espírito Santo” ou
“distribuições do Espírito Santo” (Hb 2.4) — expressam bem o que o autor quis
dizer. O Espírito Santo é o agente por trás de cada milagre e sinal operados na
história do povo de Deus, tanto do passado quanto do presente. O autor quer
chamar a atenção de seu público leitor mais uma vez para a importância da
mensagem recebida, ou seja, ela fora também testemunhada de uma forma concreta
e palpável pelo Espírito Santo por intermédio da distribuição de seus muitos
dons.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Pela fé em Jesus Cristo
recebemos uma salvação grandiosa.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Hebreus 2.1-4
“Esta é a primeira de sete
passagens em Hebreus onde o autor combina uma urgente exortação com uma solene
advertência a fim de mover seus leitores a uma confiança renovada, a uma
esperança e fé perseverante em Cristo. Estas sete advertências não são divagações,
no entanto se relacionam diretamente com o principal propósito do autor. A
íntima conexão entre este parágrafo e a interpretação em 1.5-14 demonstra que a
exposição bíblica do autor não era propriamente um fim, mas originou-se de sua
preocupação por seus leitores e sua perigosa situação.
O rico vocabulário e os dons
do autor como orador são novamente evidentes. A construção grega de 2.1-4
consiste em duas sentenças: uma declaração direta (2.1), seguida por uma longa
sentença explicativa (2.2-4), que inclui uma pergunta retórica (‘como
escaparemos nós?’) com uma condição (‘se atentarmos para [ou negligenciarmos]
uma tão grande salvação’, 2.3a).
A expressão ‘Portanto’ (2.1)
liga este parágrafo ao esplendor e à incomparável supremacia do Filho no
capítulo 1. Pelo fato de o Filho ser superior aos profetas e aos anjos, se o
que Deus ‘nos falou pelo Filho’ (1.2) for negligenciado, seremos muito mais
culpáveis: ‘Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas
que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas’”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1549).
CONHEÇA MAIS
Salvação
“1. Sõteria (σωτηρία)
denota ‘libertação, preservação, salvação’. O termo ‘salvação’ é usado no Novo
Testamento para se referir a: (a) o livramento material e temporal de perigo e
apreensão: (1) nacional (Lc 1.69,71; At 7.25, ‘liberdade’); (2) pessoal, como
do mar (At 27.34, ‘saúde’); da prisão (Fp 1.19); do dilúvio (Hb 11.7); (b) o
livramento espiritual e eterno concedido imediatamente por Deus aos que aceitam
as condições estabelecidas por Ele referentes ao arrependimento e fé no Senhor
Jesus, somente em quem será obtido (At 4.12), e sob confissão dEle como Senhor
(Rm 10.10); para este propósito o Evangelho é o instrumento de salvação (Rm
1.16; Ef 1.13 [...])”. Para conhecer mais leia Dicionário Vine, CPAD,
p.967.
II. UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA
1. Por intermédio da humanização do Redentor. Na seção vv.5-9, o autor toma o Salmo 8 como pano de fundo de seu argumento (Sl 8.4-6). Nesse aspecto, ele segue a Septuaginta que usa o termo “anjo”, em vez do texto massorético, que traz a palavra “Deus”. Na mentalidade judaica, da qual o autor participa, o homem foi feito como coroa da criação e a ele foi confiado todo o domínio. Todavia, devido à queda, esse domínio fora perdido. Na mente do autor dessa Escritura, portanto, o Salmo 8 não pode se aplicar a Adão, nem tampouco a raça pós-queda, mas a Jesus, o Messias, que por meio da cruz, veio restaurar a humanidade caída.
2. Por meio do sofrimento do
Redentor. Para um judeu do primeiro século era escandalosa a ideia de um
Messias sofredor. Como então assegurar que Jesus era superior aos anjos se Ele
morrera em uma cruz? O autor de Hebreus usa o versículo cinco do Salmo 8 para
explicar esse aparente paradoxo. Sim, argumenta ele, Jesus de fato foi feito um
“pouco” menor do que os anjos por causa da sua humanização. Os intérpretes
entendem que as palavras “pouco” e “pouco tempo” (Hb 2.7,9) podem denotar
posição ou tempo. Em outras palavras, Jesus se tornou “menor” que os anjos
enquanto vivia os limites da condição humana e experimentou o sofrimento
advindo desse estado de humilhação. Todavia, foi por meio deste mesmo sofrimento
de Cristo que os homens tornaram-se livres.
3. Por intermédio da
glorificação do Redentor. Na mente do autor, Cristo não sofreu para ser
glorificado, mas Ele foi glorificado porque sofreu. Foi por intermédio do
sofrimento que Ele foi “coroado de glória e de honra, [...] para que, pela
graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2.9). Para os crentes que viam
no sofrimento algo incompatível com o viver cristão, e que, devido a isso
estavam desanimados, essas palavras serviam de ânimo e consolo.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Depois da Queda a salvação
tornou-se necessária, por isso, por meio da cruz, Jesus veio restaurar a
humanidade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Jesus, superior aos anjos em
sua missão redentora (Hb 2.5-18)
Esta seção dá continuidade ao
pensamento iniciado em 1.5-14 a respeito da superioridade do Filho em relação
aos anjos, porém sob uma perspectiva diferente. No capítulo 1 a ênfase estava
na divindade da natureza do Filho; aqui o enfoque está em sua humanidade e no
sofrimento como componentes necessários de sua missão redentora. Os anjos, por
um lado, são servos; sua missão para o homem como ‘espíritos ministradores’ é
‘servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação’ (1.14). O Filho, por
outro lado, é o Salvador; sua missão para o homem como ‘o Príncipe da salvação
deles’ (2.10) é ‘salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus’ (7.25).
Entretanto, como Salvador, a missão redentora do Filho envolvia tanto a
humilhação como a glória.
Como o homem perfeito, Jesus se
tornou o verdadeiro representante da raça humana e o cumprimento absoluto do
Salmos 8. Somente Ele poderia cumprir ‘o propósito declarado do Criador quando
trouxe a raça humana à existência’. Mas, assim fazendo, Ele teve de se
identificar plenamente com a condição humana, incluindo o sofrimento humano
(cf. Hb 4.15,16; 5.6), a fim de ‘abrir o caminho da salvação para a humanidade
e agir eficazmente como o Sumo Sacerdote de seu povo na presença de Deus’. Isto
significa que Ele não é apenas aquEle em quem se cumpre a soberania destinada à
humanidade, mas também aquEle que, por causa do pecado humano, deve concretizar
esta soberania por meio do sofrimento e da morte. Portanto, o Filho, que já foi
apresentado como superior aos anjos, teve de ser feito ‘um pouco menor do que
os anjos’ (2.7a) antes de poder ser ‘coroado de glória e de honra’ (2.7b) como
Senhor sobre todas as coisas” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 Edição. RJ:
CPAD, 2004, pp.1551,52).
III. UMA SALVAÇÃO EFICAZ
1. Vitória sobre o
Diabo. Na conclusão de seu argumento o autor mostra os métodos e os
resultados dessa grandiosa salvação. Para que a salvação se efetivasse o
Salvador precisava sofrer e morrer pelos homens. Somente por meio da morte na
cruz, o Diabo, arqui-inimigo dos homens, seria derrotado (Hb 2.14). O autor usa
o verbo grego catargeo para se referir à derrota de Satanás. Esse
verbo tem o sentido de “destronar” ou “tornar inoperante”. Por intermédio da
cruz, Cristo destronou e desarmou Satanás das armas que este possuía. Foi na
cruz que Ele despojou os principados e as potestades e nos garantiu a vitória
(Cl 2.15).
2. Vitória sobre a
morte. Com a entrada do pecado no mundo a morte passou a ser um inimigo
temido. Essa arma poderosa era usada por Satanás para manter os homens debaixo
do jugo do medo (Hb 2.15). Todavia, ao morrer na cruz por todos os homens,
Jesus venceu a morte. Os homens continuam a morrer, mas os que o recebem como
Salvador tem a vida eterna, pois a morte não tem mais domínio sobre eles.
3. Vitória sobre a
tentação. Pela primeira vez na epístola o autor usa a denominação “sumo
sacerdote” em relação a Jesus (Hb 2.17). O tema do sacerdócio de Cristo será
explorado pelo autor com maior profundidade em passagens posteriores (Hb 3.1;
4.14-16; 5.1-10; 6.20; 7.14-19,26-28; 8.1-6; 9.11-28; 10.1-39). Todavia, aqui o
seu uso é justificado no contexto da identificação de Jesus com seus “irmãos”,
os salvos. Esse sumo sacerdote é misericordioso e fiel. Por ter assumido a
natureza humana, e se identificado com os homens nos seus limites, Ele sabe o
que é ser tentado e por essa razão está pronto a ajudá-los.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O sacrifício de Cristo foi
único, eficaz e nos garante a vitória sobre o Diabo, a morte e a tentação.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] Pela graça de Deus,
Jesus provou a morte por todos os homens (Hb 2.9). Três verdades importantes
estão sucintamente incorporadas aqui:
1. A morte de Jesus na cruz,
para realizar a salvação, foi um ato da graça de Deus.
2. Sua morte foi em favor de
( byper ) cada pecador; um claro ensino de Hebreus é que sua morte
foi uma expiação substitutiva pelo nosso pecado (cf. 5.1; 7.27).
Sua morte não foi uma
‘expiação limitada’ — isto é, para algumas pessoas seletas, como alguns
reivindicam — mas Ele provou temporariamente a morte por todos os homens. Sua
morte é de proveito para todo aquele que por fé se submete a Ele como Senhor e
Cristo.
Para os judeus daqueles dias,
a ideia de um Messias em sofrimento era detestável e a reivindicação cristã de
que isto convinha, deveria ser vista contra este panorama. Qualquer que seja a
razão para a cruz, não há dúvida alguma de que tais fatos revelam a natureza de
Deus. É neste sentido que ‘convinha’ que as coisas ocorressem como de fato
ocorreram” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1553).
CONCLUSÃO
Por meio da sua humanização e
humilhação Jesus se tornou o legítimo Sumo Sacerdote representante da
humanidade. Os anjos de fato são seres especiais a serviço de Deus, entretanto,
Jesus não veio socorrê-los, mas buscar a descendência de Abraão, os crentes.
Por intermédio de seu sofrimento e morte, Ele pode dar vida aos que estão
mortos.
PARA REFLETIR
A respeito de Uma Salvação
Grandiosa, responda:
Segundo o autor aos Hebreus,
qual a única maneira de manter-se no rumo certo?
No pensamento do autor só
havia uma maneira de manter-se no rumo certo: ancorando o barco no porto
seguro, Jesus.
Enquanto a Antiga Aliança foi
intermediada por anjos, a Nova Aliança foi mediada por quem?
Enquanto a Antiga Aliança foi
intermediada por anjos, a Nova Aliança tinha Jesus, o Filho de Deus, como seu
mediador.
Como os homens tornaram-se
livres?
Por meio do sofrimento de
Cristo.
O que foi preciso ser feito
para que a salvação se efetivasse?
Para que a salvação se
efetivasse o Salvador precisava sofrer e morrer pelos homens.
Por que Jesus Cristo, o
verdadeiro Sumo Sacerdote, sabe o que é ser tentado e, por isso, está pronto a
nos ajudar nas fraquezas?
Por ter assumido a natureza
humana, e se identificado com os homens nos seus limites, Ele sabe o que é ser
tentado e por essa razão está pronto a ajudá-los.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma Salvação Grandiosa
Caro professor, prezada
professora, com base no esboço acima, leve em consideração o objetivos geral e
específicos da lição. Você deve explicar que a salvação não é algo dado ao
crente compulsoriamente, por isso, ele deve ser vigilante e não negligenciar
essa graça recebida (Objetivo Geral).
Seu aluno deve chegar a esse
objetivo, por meio do recurso selecionado por você, a fim de fazê-lo (1)
perceber a grandiosidade da salvação divina, (2) discutir a necessidade da
salvação e (3) mostrá-los que a salvação pela fé em Cristo é eficaz.
Um ponto importante sobre o
Tópico I
É importante ressaltar que
Hebreus 2.1-4 é uma advertência em relação às coisas que a igreja havia ouvido
“PARA QUE, EM TEMPO ALGUM, NOS DESVIEMOS DELAS” (v.1). Por isso é preciso —
preste atenção as nestas expressões! - “atentar com diligência”, “como
escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação” (v.3). Esses
quatro primeiros versículos do escritor aos Hebreus afirmam pelos menos duas
verdades: [1] É possível o crente salvo e remido negligenciar, descuidar e
faltar com interesse a respeito da verdade do ensino do Evangelho, o que seria
desastroso demais; [2] todo cristão é tentado a tornar-se e a permanecer
indiferente para com a Palavra de Deus. É notória a preocupação do escritor aos
Hebreus acerca da possibilidade, de aos poucos, e paulatinamente, o crente
salvo se distanciar do Filho de Deus, mergulhando na mais terrível apostasia.
Essa preocupação, o autor de Hebreus desdobrará melhor nos próximos capítulos.
Por isso, é importante você ressaltar esse ponto nesse primeiro tópico.
Sugestão Pedagógica
Ao final da aula, retome o
ponto central da presente lição, conforme consta na sua revista de professor:
“Precisamos ser vigilantes e não negligenciar a salvação divina”. Leia com a
classe e, em seguida, ore com os alunos, rogando ao Pai por vigilância e
perseverança em Cristo.
Lições CPAD Jovens e Adultos
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Geral » Adultos
2018 » 1º
Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 3: A superioridade
de Jesus em relação a Moisés
Data: 21 de Janeiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Porque ele é tido por digno
de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem
aquele que a edificou” (Hb 3.3).
VERDADE PRÁTICA
Cristo em tudo foi superior a
Moisés na Casa de Deus, pois enquanto o legislador hebreu foi um mordomo, o
Salvador foi o dono.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 3.1
Uma vocação superior dada a
Cristo por Deus Pai
Terça — Lc 19.10
Uma missão superior que apenas
Cristo poderia cumprir
Quarta — Hb 3.1; 1Tm 2.5
Cristo - O único Mediador
entre os homens e Deus
Quinta — Hb 3.2
Cristo, o edificador da Casa
de Deus
Sexta — Hb 3.5,6
Cristo, não apenas servo, mas
Filho
Sábado — Hb 3.7,8
Cristo, superior em palavra à
Lei
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 3.1-19.
1 — Pelo que, irmãos
santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo
e sumo sacerdote da nossa confissão,
2 — sendo fiel ao que o
constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa.
3 — Porque ele é tido por
digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem
aquele que a edificou.
4 — Porque toda casa é
edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
5 — E, na verdade, Moisés
foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se
haviam de anunciar;
6 — mas Cristo, como
Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente
conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim.
7 — Portanto, como diz o
Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz,
8 — não endureçais o
vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto,
9 — onde vossos pais me
tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras.
10 — Por isso, me
indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram em seu coração e não
conheceram os meus caminhos.
11 — Assim, jurei na
minha ira que não entrarão no meu repouso.
12 — Vede, irmãos, que
nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus
vivo.
13 — Antes, exortai-vos
uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que
nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.
14 — Porque nos tornamos
participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa
confiança até ao fim.
15 — Enquanto se diz:
Hoje, se ?ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na
provocação.
16 — Porque, havendo-a
alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de
Moisés.
17 — Mas com quem se
indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que pecaram, cujos
corpos caíram no deserto?
18 — E a quem jurou que
não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes?
19 — E vemos que não
puderam entrar por causa da sua incredulidade.
HINOS SUGERIDOS
295, 396 e 620 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Evidenciar a superioridade de
Jesus em relação ao legislador Moisés.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apresentar a superioridade
da vocação, da missão e da mediação de Jesus em relação a Moisés;
II. Exprimir a autoridade
maior de Jesus em relação a Moisés;
III. Esclarecer a
superioridade do discurso de Jesus em relação ao de Moisés.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A Antiga Aliança apresenta
Moisés como “apóstolo”, isto é, o mensageiro de Deus da Aliança com o povo de
Israel, e o seu irmão Arão, como sumo sacerdote do povo de Deus,
respectivamente. Essa dispensação deu lugar a uma nova ordem, a um novo concerto
em que Cristo Jesus se apresenta como executor desses dois ofícios. Agora, Ele
é o apóstolo da Nova Aliança e o Sumo Sacerdote perfeito. Essa verdade é que
permeia toda a lição.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor dá início ao capítulo
três fazendo um contraste entre Moisés e Cristo. Ele estava consciente da
grande estima que seus compatriotas tinham pela figura do grande legislador
hebreu, Moisés. Em nenhum momento desse contraste o autor deprecia a pessoa de
Moisés, mas sempre o coloca como um homem fiel a Deus na execução de sua obra.
Entretanto, mesmo tendo assumido a grande missão de conduzir o povo rumo à
Terra Prometida, Moisés não poderia se equiparar a Jesus, o Autor da nossa fé.
O contraste entre Moisés e Cristo é bem definido: Moisés é visto como um
administrador da casa, Jesus como Edificador; Moisés é retratado como servo,
Jesus como Filho; Moisés foi enviado em uma missão terrena, Jesus numa missão
celestial, eterna.
PONTO CENTRAL
A carta de Hebreus revela a
superioridade de Jesus em relação a Moisés quanto à tarefa, à autoridade e o
discurso.
I. UMA TAREFA SUPERIOR
1. Uma vocação
superior. O autor introduz a seção vv.1-6 tomando como ponto de partida o
que havia dito anteriormente — Jesus era o autor e mediador da nossa salvação
(Hb 2.14-18). Tomando por base esse conhecimento, seus leitores, a quem ele
chama afetuosamente de irmãos santos, deveriam ficar atentos ao que seria dito
agora (Hb 3.1). Eles não eram apenas um povo nômade pelo deserto escaldante à
procura da Terra Prometida, mas herdeiros de uma vocação celestial. Eles
deveriam se lembrar de quem os fez aptos e idôneos dessa vocação. Nesse
aspecto, os leitores de Hebreus não deveriam ter dúvida alguma de que Jesus,
como Aquele que os conduzia ao destino eterno, era em tudo superior a Moisés, a
quem coube a missão de conduzir o povo à Canaã terrena.
2. Uma missão superior. O
autor pela primeira vez usa a palavra apóstolo em relação a Jesus (Hb 3.1). A
palavra apóstolo se refere a alguém que é comissionado como um representante
autorizado. Não havia dúvida de que Moisés havia sido um enviado de Deus em uma
missão, todavia, ele não foi o “apóstolo da grande salvação”. A missão de
Moisés foi tirar o povo de dentro do Egito e conduzi-lo à Terra Prometida, mas
a missão de Jesus é a de conduzir a Igreja à Canaã celestial. A missão mosaica
era daqui, a Canaã terrena; a missão de Jesus possuía uma vocação celestial.
Cristo não foi apenas um enviado em uma missão, mas acima de tudo, o apóstolo
da nossa confissão, alguém com autoridade na missão de nos conduzir ao destino
eterno.
3. Uma mediação
superior. Depois de afirmar que Jesus era “o apóstolo”, o autor também diz
que Ele é o “sumo sacerdote da nossa confissão”. Jesus era superior a Moisés,
não apenas em relação à missão, mas também em relação à função que exercia. O
autor fará um contraste mais detalhado entre o sacerdócio de Cristo e o
araônico mais adiante, mas aqui os crentes deveriam ter em mente que a mediação
de Jesus era em tudo superior ao sistema mosaico e levítico. Cristo era o
mediador da nossa confissão. A palavra “confissão” traduz o termo
original homologia , que tem o sentido primeiro de “concordância”.
Quando confessamos Jesus como Salvador, concordamos que Ele em tudo tem a
primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo e do que todos; Ele, e
somente Ele, é a razão do nosso viver.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Em relação a Moisés, a carta
de Hebreus apresenta o Senhor Jesus com uma vocação superior, uma missão superior
e uma mediação superior.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a),
inicie a aula desta semana fazendo as seguintes perguntas:
a) O que Moisés
representou para o povo de Israel?
b) Qual foi o papel de
Moisés no estabelecimento da Antiga Aliança de Deus com o seu povo?
c) Por que Moisés é uma
autoridade respeitada na história de Israel?
Ouça as respostas dos alunos e
em seguida faça um resumo abordando as respostas das três perguntas a fim de
amarrar as informações. A ideia dessa atividade é familiarizar a classe com
Moisés a fim de, a partir da importância dele para o povo judeu, destacar a
magnitude de Jesus Cristo como o mediador da Nova Aliança.
CONHEÇA MAIS
A possibilidade de não chegar
ao fim da caminhada
“O livro de Hebreus considera
a possibilidade de permanecer firme na fé ou de abandoná-la como uma escolha
real, que deve ser feita por cada um dos leitores; o autor ilustra as
consequências da segunda opção referindo-se à destruição dos hebreus rebeldes
no deserto após sua gloriosa libertação do Egito”. Leia mais em Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, pp.1557-59.
II. UMA AUTORIDADE SUPERIOR
1. Construtor, não apenas
administrador. O autor destaca que tanto Moisés como Jesus foram fiéis na
“casa de Deus” (Hb 3.2). Eles foram fiéis na missão que lhes foram confiada.
Isso mostra o apreço que o autor possuía pelo legislador hebreu. Todavia, ao se
referir a Jesus, o autor usa a palavra grega aksioô , traduzida como
“digno”, “valor”, “mérito”. Duas coisas precisam ser destacadas no uso desse
vocábulo pelo autor. Primeiramente ele quer mostrar que o mérito de Jesus era
maior do que o de Moisés. Nosso Senhor era o construtor do edifício, da casa de
Deus, e não apenas o mordomo, como fora Moisés. Os crentes precisavam enxergar
isso e, assim, valorizarem mais a sua salvação. Por outro lado, ao usar o
pretérito perfeito (tempo verbal grego), ele demonstra que a glória de Moisés
era desvanecente, enquanto a de Jesus era permanente.
2. Filho, não apenas servo. O
autor sabe da grande estima que Moisés possuía dentro da comunidade
judaico-cristã e por isso é extremamente cuidadoso no uso das palavras. “E, na
verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das
coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria
casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a
glória da esperança até ao fim” (Hb 3.5,6). Em vez de usar o
termo doulos (servo), vocábulo usado para se referir a um escravo ou
serviçal, ele usa outro vocábulo, therápôn . Essa palavra só aparece
aqui no Novo Testamento e é traduzida como servo ou ministro. A ideia expressa
é de um serviço que é prestado de forma voluntária entre duas pessoas que se
relacionam bem. Assim era Moisés com o seu Deus. Mas o autor deixa claro que
esse relacionamento de Moisés com Deus não podia se equiparar ao de Deus com o
seu Filho, Jesus.
3. Uma igreja, não apenas
tabernáculo. Alguns autores entendem que a expressão “casa de Deus” usada
em relação a Moisés pode se referir ao tabernáculo como centro do culto mosaico
no deserto, enquanto outros veem como uma referência à antiga congregação do
povo de Deus do êxodo. Em todo caso, a ideia gira em torno do povo de Deus que
adora na Antiga Aliança. Moisés foi um ministro de Deus no culto da congregação
do deserto. Mas Jesus, como Filho é o ministro da Igreja, o povo de Deus na
Nova Aliança, “a qual casa somos nós” (Hb 3.6).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Hebreus destaca o Senhor Jesus
como o construtor da Nova Aliança; o Filho amado de Deus; o ministro excelente
da Igreja de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] Pedro apresenta Jesus
como o Profeta semelhante a Moisés (vv.22,23). Moisés havia declarado: ‘O
SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como
eu; a ele ouvireis’ (Dt 18.15). Seria natural dizer que Josué cumpriu essa
profecia. Josué, o seguidor de Moisés, realmente veio depois deste e foi um
grande libertador de seu tempo. Surgiu, porém, outro Josué (na língua hebraica,
os nomes Josué e Jesus são idênticos). Os cristãos primitivos reconheciam Jesus
como o derradeiro cumprimento da profecia de Moisés.
No final do capítulo
(vv.25,26), Pedro lembra aos ouvintes a aliança com Abraão, muito importante
para se entender a obra de Cristo: ‘Vós sois os filhos dos profetas e do
concerto que Deus fez em nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência
serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho
Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse,
a cada um, das vossas maldades’. Claro está que, agora, é Jesus quem traz a
bênção prometida e cumpre a aliança com Abraão — e não apenas a Lei dada por
meio de Moisés” [HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma
Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, pp.307,08].
III. UM DISCURSO SUPERIOR
1. O perigo de ouvir, mas não
atender. Seguindo a redação da Septuaginta (tradução grega da
Bíblia Hebraica), o autor cita o Salmo 95.7-11 para trazer uma série de advertências.
Se o povo de Deus no Antigo Pacto precisou ser exortado, maior exortação
precisava os que tinham maiores promessas. Primeiramente havia o perigo de
ouvir e não atender (Hb 3.7,8). No passado, o povo de Deus tinha ouvido a
mensagem divina; entendido, mas não atendido! O mesmo erro estava se repetindo.
O Espírito Santo, falando profeticamente pela boca do salmista, advertia os o
leitores para que seus corações não se endurecessem. É um apelo atual, porque o
povo de Deus muitas vezes demonstra ser tardio para ouvir.
2. O perigo de ver, mas não
crer. “[...] E viram, por quarenta anos, as minhas obras” (Hb 3.9). Erra
quem pensa que só acredita quem vê. Parece que quem muito vê, menos acredita.
Acaba ficando acostumado com o sobrenatural. O sobrenatural se naturaliza. É
exatamente isso o que aconteceu no deserto e era exatamente isso o que estava
acontecendo com a comunidade do autor de Hebreus. Tanto Moisés, como Jesus,
foram poderosos em obras, mas isso não estava sendo suficiente para segurar os
crentes. É preocupante quando o cristão se acostuma com o sobrenatural e nada
mais parece impactá-lo.
3. O perigo de começar, mas
não terminar. “Estes sempre erram em seu coração e não conheceram os meus
caminhos” (Hb 3.10b). Com estas palavras o autor mostra o perigo de começar,
mas não chegar. De andar, mas se desviar. Alguns do antigo povo de Deus haviam
começado bem, mas terminaram mal. Muitos caíram pelo caminho, desistiram da
estrada. O mesmo risco estava ocorrendo com os cristãos neotestamentários — haviam
começado bem, mas estavam correndo o risco de caírem e perderem a fé. O alerta
é para nós também.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A mensagem de Cristo faz
alguns alertas: o perigo de ouvir, mas não atender ao apelo; o perigo de ver,
mas não crer na revelação; o perigo de começar, mas não terminar a jornada.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“SE OUVIRDES HOJE A SUA
VOZ Citando Salmos 95.7-11, o escritor se refere à desobediência de Israel
no deserto, depois do êxodo do Egito, como advertência aos crentes sob o novo
concerto. Porque os israelitas deixaram de resistir ao pecado e de permanecer
leais a Deus, foram impedidos de entrar na Terra Prometida (ver Nm 14.29-43; Sl
95.7-10). Semelhantemente, os crentes do Novo Testamento devem reconhecer que eles,
também, podem ficar fora do repouso divino, se forem desobedientes e deixarem
que seus corações se endureçam.
NÃO ENDUREÇAIS O VOSSO CORAÇÃO
O Espírito Santo fala conosco
a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11; Rm 8.11-14; Gl
5.16-25). Se formos indiferentes à sua voz, nossos corações se tornarão cada
vez mais duros e rebeldes a ponto de se tornarem insensíveis à Palavra de Deus
ou aos apelos do Espírito Santo (v.7). A verdade e o viver em retidão já não
serão prioridades nossas. Cada vez mais, buscaremos prazer nos caminhos do
mundo e não nos caminhos de Deus (v.10). O Espírito Santo nos adverte que Deus
não continuará a insistir conosco indefinidamente se endurecermos os nossos
corações por rebeldia (vv.7-11; Gn 6.3). Existe um ponto do qual não há retorno
(vv.10,11; 6.6; 10.26)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1902).
CONCLUSÃO
Ao mostrar a superioridade de
Jesus sobre Moisés, o autor da Carta aos Hebreus não tencionava exaltar o
primeiro e desprezar o segundo, mas pôr em relevo a obra do Calvário, bem como
esclarecer como os crentes devem valorizá-la. Ora, se Moisés que não era
divino, que não se deu sacrificalmente em lugar de ninguém, merecia ser ouvido,
então por que Jesus, o Filho do Deus bendito, Senhor da Igreja e superior aos
anjos, não merecia reconhecimento ainda maior?
PARA REFLETIR
A respeito da Superioridade de
Jesus em relação a Moisés, responda:
Qual o ponto de partida para o
autor aos Hebreus introduzir o assunto sobre a vocação superior de Jesus?
Que Jesus era o autor e
mediador da nossa salvação (Hb 2.14-18).
Em que concordamos quando
confessamos Jesus como Salvador?
Quando confessamos Jesus como
Salvador, concordamos que Ele em tudo tem a primazia. Ele é o Senhor. Ele é
maior do que tudo e do que todos; Ele e somente Ele é a razão do nosso viver.
O que devemos destacar quando
o autor usa aksioô, isto é, “digno”, “valor” e “mérito”?
Diferente de Moisés, o mérito
de Jesus era maior e sua glória era permanente.
Se Moisés foi um ministro de
Deus no culto da congregação do deserto, o que foi Jesus?
O ministro da Igreja, o povo
de Deus na Nova Aliança, “a qual casa somos nós” (Hb 3.6).
Qual risco corria os cristãos
neotestamentários?
O perigo de ouvir, mas não
atender, o perigo de ver, mas não crer e o perigo de começar, mas não terminar.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A superioridade de Jesus em
relação a Moisés
Explicando o capítulo 3
O capítulo 3 de Hebreus está
na seção que aborda a supremacia do Filho de Deus: 1.4—4.13. Essa parte da
carta demarca a supremacia de Jesus em relação a Moisés, o legislador de
Israel. Diferentemente de Moisés, que serviu a uma casa, que “não era o
tabernáculo, mas os da casa de Deus, ou o povo de Deus como a comunidade da fé”
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, p.1557), Jesus Cristo é
o construtor dessa casa de Deus, enquanto o legislador de Israel fazia parte
dela.
Podemos retomar essa abordagem
no Evangelho de Mateus, no capítulo 16, e no versículo 18: “edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Atenção
para o verbo “edificarei” e o pronome possessivo “minha”. É Cristo quem
construiu, edificou e ergueu o povo de Deus, por isso, esse povo pertence a
Ele; diferentemente de Moisés, que embora fosse uma figura proeminente entre os
judeus, um líder exemplar, ele não edificou o povo de Deus, mas se achou parte
dele.
Portanto, o escritor de
Hebreus faz um apelo aos leitores de sua carta, que diferentemente dos judeus
do deserto que não atentaram para as palavras de Moisés, os seguidores de
Cristo atentem para o mandamento do Filho, o edificador do povo de Deus, e não
se deixem endurecer pelo engano do pecado.
Sugestão Pedagógica
Caro professor, prezada
professora, ao introduzir a lição desta semana reproduza o esquema abaixo
conforme as suas possibilidades:
Em seguida, dê um espaço de
tempo para que os alunos tenham a oportunidade de expressar suas opiniões sobre
a comparação entre Moisés e Jesus a partir do esquema apresentado. Depois
explique a superioridade da vocação de Jesus reafirmando os pontos do esquema
acima.
Lições CPAD Jovens e Adultos
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2018 » 1º
Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 4: Jesus é superior
a Josué — O meio de entrar no repouso de Deus
Data: 28 de Janeiro de 2018
TEXTO ÁUREO
“Procuremos, pois, entrar
naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência” (Hb 4.11).
VERDADE PRÁTICA
O descanso provido por Josué
foi terreno, temporário e incompleto; o descanso provido por Cristo é celestial,
eterno e completo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 4.2
A mensagem de Deus deve ser
recebida pela fé
Terça — Hb 4.6
A mensagem de Deus deve ser
acompanhada pela obediência
Quarta — Hb 4.7
A mensagem de Deus dever ser
acolhida com contrição
Quinta — Hb 4.8,9
A mensagem de Deus promove um
descanso real e total
Sexta — Hb 4.11
A mensagem de Deus promove um
descanso eterno
Sábado — Hb 4.12
A Palavra de Deus é viva e
eficaz
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.1-13.
1 — Temamos, pois, que,
porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de
vós fique para trás.
2 — Porque também a nós
foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes
?aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
3 — Porque nós, os que
temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim, jurei na minha ira que
não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a
fundação do mundo.
4 — Porque, em certo
lugar, disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no
sétimo dia.
5 — E outra vez neste
lugar: Não entrarão no meu repouso.
6 — Visto, pois, que
resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as
boas-novas não entraram por causa da desobediência,
7 — determina, outra vez,
um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje,
se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.
8 — Porque, se Josué lhes
houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia.
9 — Portanto, resta ainda
um repouso para o povo de Deus.
10 — Porque aquele que
entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.
11 — Procuremos, pois,
entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência.
12 — Porque a palavra de
Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes,
e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
13 — E não há criatura
alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos
olhos daquele com quem temos de tratar.
HINOS SUGERIDOS
47, 146 e 212 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Demonstrar que Jesus é
superior a Josué na mensagem e no provimento de repouso para o povo de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Mostrar que a mensagem
de Jesus é superior a de Josué;
II. Mencionar a provisão
de um descanso superior ao de Josué;
III. Apontar a
superioridade da orientação de Jesus em relação à de Josué.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O texto de Hebreus 4 mostra o
que a história de Josué representa para a Igreja de Cristo. Enquanto o
ministério do sucessor de Moisés foi de caráter terreno, temporário e
incompleto — primeiro porque Israel não conquistou toda a terra; depois, as
guerras continuaram —, Jesus Cristo proveu um descanso celestial, eterno e
completo. Na lição desta semana, é preciso fazer o contraste entre os
ministérios de Jesus e Josué, conforme abaixo:
JOSUÉ ⇒ Terreno → Temporário → Incompleto
JESUS ⇒ Celestial → Eterno → Completo
Devido à popularização da
teologia da prosperidade, bem como o aumento da “politização ideológica” dos
movimentos evangélicos, é comum alguns cristãos virarem as costas para a
dimensão celestial e eterna do ministério de Jesus, alegando que se dermos
ênfase ao “céu” formaremos cristãos “escapistas”. O problema é que eles se
esqueceram de combinar isso com o autor de Hebreus. A natureza celestial,
eterna e esperançosa do ministério de Cristo é cristalina nas Escrituras! Por
isso, embora a obra de Cristo tenha consequências presentes como uma
antecipação das bênçãos futuras, claro que podemos vivê-las hoje, aqui e agora,
não tenha receio de enfatizar a natureza do porvir da obra de Cristo, pois Ele
nos prometeu a vivência da comunhão no Reino Celestial (Mt 26.28,29).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A conquista de Canaã sob a
liderança de Josué é retratada pelo autor da Carta aos Hebreus como um tipo da
Canaã celestial. Deus havia prometido a conquista da terra a Moisés e Josué (Êx
3.8; Js 1.2,3). Mas ao longo da jornada do Êxodo muitos ficaram pelo caminho. A
incredulidade e a desobediência, somadas à falta de ânimo, fizeram com que o
povo não vivesse as promessas de Deus em sua plenitude. O mesmo processo estava
se repetindo agora com os crentes da Nova Aliança e pelas mesmas razões. A
única forma de voltar para a corrida e completar o percurso, entrando no
descanso de Deus, era observando a sua Palavra.
PONTO CENTRAL
Enquanto Josué proporcionou um
descanso terreno, temporário e incompleto para Israel, Jesus Cristo proveu um
descanso celestial, eterno e completo para a Igreja.
I. JESUS PROVEU UMA MENSAGEM
SUPERIOR A DE JOSUÉ
1. Uma mensagem que deve ser
recebida pela fé. O autor inicia sua argumentação com uma afirmação e uma
declaração. Primeiramente ele afirma que as boas-novas foram pregadas a seus
contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes dos dias de Josué
(Hb 4.2). Tanto aqui como no versículo seis, o autor usa o verbo grego euangelizomai ,
que significa “evangelizar”, “pregar as boas-novas a alguém”. É a mesma raiz
que dá origem à palavra “evangelho”. Em segundo lugar, o autor declara que “a
palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a
fé naqueles que a ouviram” (Hb 4.2). Muitos crentes do Antigo Pacto haviam
ficado de fora da Terra Prometida porque não receberam a mensagem com fé, o que
se poderia esperar então dos que receberam a mensagem em sua plenitude, mas não
lhe deram crédito?
2. Uma mensagem que se
fundamenta na obediência. O autor passa a mostrar a razão de alguns não
terem entrado no descanso de Deus: “Visto, pois, que resta que alguns entrem
nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram
por causa da desobediência” (Hb 4.6). A desobediência
(gr. apeitheia ) é a manifestação ativa da incredulidade. Essa
palavra ocorre seis vezes no texto original e foi usada pelo apóstolo Paulo
para se referir aos “filhos da desobediência” (Ef 2.2). O crente, quando não
crê, age da mesma forma do incrédulo. O autor de Hebreus usa essa palavra
novamente no versículo 11, do mesmo capítulo, quando alerta o crente a não
“cair no exemplo de desobediência”. A mensagem de Deus só tem proveito quando
acompanhada pela obediência.
3. Uma mensagem que conduz à
contrição. A mensagem de Deus para ser recebida necessita encontrar
corações receptivos, abertos: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o
vosso coração” (Hb 4.7b). O autor usa o termo sklerynô — traduzido
como “duro”, “endurecido” — quatro vezes nesta carta. Esse termo deu origem a
palavra portuguesa “esclerose”, “esclerosado”, isto é, “endurecido”,
“enrijecido”. É a mesma palavra usada por Lucas em Atos 19.9 para dizer que os
judeus se “mostraram endurecidos” e por essa razão rejeitaram a mensagem de
Paulo. Aqui em Hebreus, como em outros lugares do Novo Testamento, é o homem, e
não Deus, que endurece o seu próprio coração. Deus só endurece quem já está
anteriormente endurecido (Rm 1.28,29). Para que a mensagem tenha efeito é
preciso encontrar corações contritos.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A mensagem de Jesus deve ser
percebida pela fé, praticada com obediência e recebida em contrição pessoal.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), o recebimento da
Palavra com fé, o viver em obediência e o coração contrito e aberto à Palavra
são os três aspectos do ouvinte da mensagem de Jesus que devem ser enfatizados
neste primeiro tópico. Deixe claro que sem fé é impossível agradar a Deus; sem
obediência à Palavra não há fundamento na vida cristã; sem coração contrito não
há arrependimento.
II. JESUS PROVEU UM DESCANSO
SUPERIOR AO DE JOSUÉ
1. Um descanso
total. Quando contrastamos o capítulo 11.23 com o 13.1 do livro de Josué
surge uma pergunta: Josué conquistou ou não Canaã? Especialistas em línguas
semíticas avaliam que Josué 11.23 refere-se a uma avaliação otimista das
campanhas do líder do povo de Deus. Ora, o povo peregrino ansiava por vir
chegar o dia de herdar a Terra Prometida. Nesse sentido, e como era comum à
época, o exército de Josué estabeleceu a supremacia militar por sobre toda
Canaã assim que chegou ao território, embora não tivesse pleno controle de cada
cidade e vila, conforme deixa patente Josué 13.1. Logo, os capítulos 11 e 13
não são contraditórios, mas confirmam que o descanso dado por Josué ao antigo
povo de Deus foi incompleto e parcial. Por outro lado, o que o autor de Hebreus
está mostrando é que o descanso provido por Jesus foi completo, total. Nada
ficou para ser conquistado.
2. Um descanso real. A redação
de Hebreus 4.8, diz: “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria,
depois disso, de outro dia”. A conquista de Canaã era apenas um tipo da qual a
Canaã celestial é o antítipo. A conquista da Terra Prometida por Josué era
apenas uma sombra da qual Jesus é a realidade. Quem proveu, de fato, um
descanso para o povo de Deus foi Jesus, não Josué: “Vinde a mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
3. Um descanso
eterno. Para o autor de Hebreus, o descanso provido por Josué não foi
apenas incompleto e tipológico, ele foi também temporário: “Portanto, resta
ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9). O descanso não é aqui! Embora
desfrutemos das bênçãos do reino na era presente, todavia, o futuro aguarda a
sua plenitude. A estrada é longa e ninguém pode se deixar fatigar pelo caminho.
É preciso caminhar com dedicação e vigilância: “Procuremos, pois, entrar
naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb
4.11).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O descanso que Jesus proveu
para o seu povo é completo, real e eterno.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O repouso de Deus, no qual os
crentes são convidados a entrar, é algo para o presente ou para o futuro?
Certamente o repouso de Deus em seu sentido mais amplo aguarda a era por vir,
mas há também um sentido presente de entrar pela fé, como é indicado pelo
versículo 3: ‘porque nós, os que temos crido [tempo passado], entramos [tempo
presente] no repouso’ (cf. a ênfase do tempo presente em 4.1,10,11). A fé torna
possível, no presente, realidades que são futuras, invisíveis, ou celestiais
(cf. 11.1).
Em 4.3-5, são enfatizados dois
fatos importantes:
1) O repouso de Deus é uma
realidade presente e completa (4.3c,4) e
2) Os israelitas não puderam
entrar no repouso de Deus (4.3b,5b) por causa de sua incredulidade e
desobediência (3.19; 4.6). Note que nosso autor cita Gênesis 2.2 em Hebreus 4.4
e se refere ao Salmos 95.11 (duas vezes) em Hebreus 4.3,5. Sua preocupação por
seus leitores é que entrem no repouso de Deus agora pela fé e que não o percam
para sempre, como fez a geração que peregrinou no deserto. A incredulidade
fecha o coração para Deus e torna sua promessa sem efeito.
O que é o repouso de Deus? É
um repouso baseado na conclusão de sua obra na criação (4.3c,4), do qual o
sábado sagrado é um testemunho duradouro. Nossa participação em seu repouso é
baseada na obra consumada de Cristo na cruz; o fato de Ele estar ‘assentado’
(que inclui o pensamento de repouso) à direita do Pai é o testemunho duradouro.
O fato de Deus ter repousado não significa que Ele, por conseguinte, tenha
estado ou esteja em um estado de ociosidade, mas apenas que não há nada a se
acrescentar àquilo que Ele fez. Deus repousou após criar todas as coisas porque
sua obra (de criar) foi terminada ‘desde a fundação do mundo’ (4.3c)”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004, pp.1563,64).
CONHEÇA MAIS
O Descanso
“A preocupação pastoral do
autor se torna novamente evidente: ‘Que, porventura, deixada a promessa de
entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás’ (cf. 3.12,13;
4.11). Entrar no repouso de Deus não é algo que acontece automaticamente após a
conversão a Cristo, da mesma maneira que Israel não entrou automaticamente em
Canaã após a sua redenção do Egito. Como Bruce observa, os leitores ‘farão bem
em temer a possibilidade de perder a grande bênção que nos está prometida, da
mesma maneira que a geração de israelitas que morreu no deserto perdeu a Canaã
terrestre, embora este fosse o objetivo que tinham diante de si quando saíram
do Egito’”. Leia mais em Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento,
CPAD, pp.1563,64.
III. JESUS PROVEU UMA
ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ
1. Uma palavra viva. Já
vimos que o autor de Hebreus afirma que a geração do Êxodo ouviu as boas-novas
da Palavra de Deus, mas não lhe deu ouvido. Novamente o povo de Deus estava
diante de sua Palavra. Essa Palavra não foi anunciada por um anjo, Moisés nem
tampouco por Josué, mas pelo próprio Filho de Deus — Jesus. Essa Palavra não
mais se limita à letra, a Lei, porque ela é “viva” (Ez 37.3,4). Jesus afirmou
que suas palavras “são espírito e vida” (Jo 6.63). Como devemos nos portar
diante da Palavra Viva de Deus?
2. Uma palavra eficaz. A
Palavra de Deus é viva, ela produz vida. Mas além de viva, ela é eficaz. Produz
resultados: “sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da
incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe
1.23). O autor mostra que essa palavra é produtiva. O termo energes ,
traduzido como “eficaz”, é usado na Bíblia para se referir à atividade divina
que produz resultados: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não
voltará para mim vazia; antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que
a enviei” (Is 55.11).
3. Uma palavra
penetrante. A Palavra de Deus é retratada como um instrumento vivo, eficaz
e cortante, “mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra
até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A metáfora usada
pelo autor é muito forte e serve para mostrar que a Palavra de Deus possui um
grande poder de penetração. Ela não fica na superfície, mas vai até o centro do
ser humano. Os israelitas falharam por não ouvir as palavras de Moisés e Josué,
e os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para responder a essa
Palavra.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A orientação de Jesus foi
manifesta por meio de uma Palavra viva, eficaz e penetrante.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Ao terminar a exposição deste
tópico , e com o auxílio das seções objetivos específicos e sínteses
dos tópicos, faça uma breve recapitulação dos assuntos abordados nesta aula.
Não esqueça também de trabalhar com a classe as questões da seção Para
Refletir.
CONCLUSÃO
A palavra chave desta lição é
“descanso”. Todos nós nos fatigamos na caminhada da vida. O problema, portanto,
não é se cansar, mas permitir que fatores diversos interrompam a nossa jornada
de fé. Com os israelitas o desânimo veio como consequência da infidelidade,
incredulidade e desobediência. As mesmas coisas podem acontecer conosco se não
atentarmos para a santa, viva e eficaz Palavra de Deus. Nessa jornada temos
como guia não um Moisés ou um Josué, mas Jesus, o autor e consumador da nossa
fé.
PARA REFLETIR
A respeito de Jesus é superior
a Josué — O meio de entrar no repouso de Deus, responda:
Qual a primeira afirmação do
autor aos Hebreus?
Que as Boas-novas foram
pregadas aos seus contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes
dos dias de Josué (Hb 4.2).
O que é preciso para que a mensagem
tenha efeito?
A mensagem de Deus para ser
recebida necessita encontrar corações receptivos, abertos.
Segundo a lição, o que foi a
conquista de Canaã?
A conquista da Terra Prometida
por Josué era apenas uma sombra da qual Jesus é a realidade.
Para o autor de Hebreus, o que
foi o descanso de Josué?
Para o autor de Hebreus, o
descanso provido por Josué não foi apenas incompleto e tipológico, ele foi
também temporário: “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb
4.9).
Se os israelitas falharam ao
não ouvir as palavras de Moisés e Josué, qual o cuidado que os cristãos devem
ter?
Os cristãos, por outro lado,
deveriam ter mais prontidão para responder a essa Palavra.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jesus é superior a Josué — O
meio de entrar no repouso de Deus
O livro de Josué narra a
conquista parcial da terra prometida, a terra de Canaã, sua distribuição e o
estabelecimento do povo israelita nela. A narrativa do texto mostra batalhas
sangrentas para conquistar a terra. Os cananeus não a entregariam
gratuitamente. Entretanto, ao longo do livro é possível perceber que Deus
honrou Israel, fazendo-o vencer os inimigos idólatras e obter a dádiva da terra
prometida ao seu povo. Ali, começaria a se cumprir a promessa da Aliança de
Deus com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.
Nesse contexto que a promessa
de descanso, ou repouso, isto é, a promessa de conquistar e permanecer na terra
prometida, que não foi plenamente realizada, foi cumprida por intermédio de
Josué ao povo de Israel, mas unicamente numa perspectiva terrena, incompleta e
finita. Aqui, o capítulo 4 de Hebreus faz o maior contraste com o “repouso”
proposto no livro de Josué.
A Carta aos Hebreus mostra que
“o repouso prometido por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial”
(vv.7,8; cf.13.14). Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo
14.1-3; cf. Hb 11.10,16). Entrar nesse repouso final significa o cessar do
labor, dos sofrimentos e da perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra
(cf. Ap 14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar
a eterna alegria, deleite, amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos.
Será um descanso sem fim (Ap 21.22)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD,
p.1905).
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ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 5: Cristo é
superior a Arão e à Ordem Levítica
Data: 04 de Fevereiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Visto que temos um grande
sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente
a nossa confissão” (Hb 4.14).
VERDADE PRÁTICA
Como Filho de Deus e Sumo
Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 4.14
Jesus, Sumo Sacerdote
qualificado para representar os homens diante de Deus
Terça — Hb 4.15
Jesus, Sumo Sacerdote
identificado com a condição humana
Quarta — Hb 5.4
Jesus, Sumo Sacerdote e
ministro do santuário
Quinta — Hb 5.7
Jesus, o Sumo Sacerdote de
vida santa
Sexta — Hb 5.8, 12.28
Jesus, o Sumo Sacerdote
obediente e submisso que nos ensina
Sábado — Hb 5.9-14
Jesus, o Sumo Sacerdote
transcendente e necessário
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.14-16; 5.1-14.
Hebreus 4
14 — Visto que temos um
grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos
firmemente a nossa confissão.
15 — Porque não temos um
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que,
como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 — Cheguemos, pois, com
confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Hebreus 5
1 — Porque todo sumo
sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas
concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
2 — e possa compadecer-se
ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de
fraqueza.
3 — E, por esta causa,
deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 — E ninguém toma para
si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 — Assim, também Cristo
não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou
aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 — Como também diz
noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
7 — O qual, nos dias da
sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que
o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 — Ainda que era Filho,
aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 — E, sendo ele
consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe
obedecem,
10 — chamado por Deus
sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 — Do qual muito temos
que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para
ouvir.
12 — Porque, devendo já
ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais
sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que
necessitais de leite e não de sólido mantimento.
13 — Porque qualquer que
ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque
é menino.
14 — Mas o mantimento
sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos
exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
HINOS SUGERIDOS
152, 291 e 402 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Pontuar o sacerdócio do Senhor
Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para
inaugurar uma nova ordem.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Demonstrar biblicamente
a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;
II. Ensinar que o
sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
III. Expressar a
importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Hebreus 4.14-16 talvez seja a
passagem mais enfática acerca da perfeição do ministério sacerdotal de Jesus
Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor como um sumo sacerdote capaz de
compadecer-se de nossas fraquezas porque Ele havia sido tentado em tudo. Com base
nesse fato que o autor aos Hebreus encoraja os cristãos: “Cheguemos, pois, com
confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (v.16). Encoraje sua classe
a partir dessa Palavra!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de
Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor
apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote que penetrou os céus”. Jesus,
portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na
seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma
discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é
mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica
em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e
defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como
Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz
de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza
censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande
relevância.
PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é o sacerdote
perfeito que executou o mais perfeito sacrifício pela humanidade.
I. UM SACERDÓCIO SUPERIOR
QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1. Por representar melhor os
homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote
do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o
autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza
para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é
necessário que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos
pecados deles contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou
diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e
sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor
(Hb 4.14-16).
2. Por compreender melhor a
condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o autor
prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém
tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A
palavra “compadecer-se” (Hb 5.2,3) traduz o termo
grego metriopatheia , que significa escolher um meio termo a fim de
se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e,
ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os
extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer
sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser
complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do
autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse
requisito.
3. Pela posição que
exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o
Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a palavra “honra” tem o
sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao ministério sacerdotal ao
qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente
honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como
seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx
28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado
do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido
enviado do céu para essa missão.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O sacerdócio de Cristo é mais
qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica porque representa melhor o
ser humano diante de Deus, pois compreende a condição humana, e também por
pertencer ao “sacerdócio do céu”.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a superioridade da
qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e ao da ordem
levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.
CONHEÇA MAIS
Todo o sumo sacerdote
“Duas qualificações são
necessárias para um verdadeiro sacerdócio. (1) O sacerdote deve ser compassivo,
manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário
e por fraqueza (v.2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29). (2) Deve ser designado por
Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.
[...] Cristo aprendeu pela
experiência o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a
Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador
e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem
pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para
nos prover a eterna salvação”. Leia mais em Bíblia de Estudo Pentecostal,
CPAD, pp.1905,06.
II. UM SACERDÓCIO SUPERIOR
QUANTO AO SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito
pelo qual viveu. Em sua exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o autor
combina o Salmo 2.7 com o 110.4. Essas citações servem para o autor sacro
argumentar a favor da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus.
Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam que o tipo de
“messias” que os judeus da época de Jesus esperavam era de natureza político-religiosa.
Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus Cristo não era um messias
político nem meramente religioso, mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7
e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os
cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto.
Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco
buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp
2.5-7).
2. Pela vida santa que possuía. A
primeira parte do versículo sete do capítulo cinco de Hebreus é usada pelo
autor sacro para se referir à vida piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão,
oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor
destaca que os fatos por ele levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia
seu ministério terreno, revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes
destacam que esses fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani
(Mc 14.33-36), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um
sacerdote assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das
fraquezas humanas e dos que sofriam.
3. Pela submissão que
demonstrou. A expressão “foi ouvido quanto ao que temia” (Hb
5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA) como
“tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas
traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só
aparece duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se
em Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus 12.28,
tanto a ARC como a ARA traduzem como “reverência”. Não há
dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia ,
portanto, mantém o sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de
Jesus o conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma,
a completar a obra expiatória em favor de todos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A realeza, o propósito pelo
qual viveu, a vida santa que possuía e a submissão demonstrada no seu
ministério apontam para superioridade do serviço de Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Filho e sacerdote
(5.5,6). O autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de
Jesus, na condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda,
estabelece seu direito de servir na terra como Sumo Sacerdote. A razão pela
qual é importante traçar o sacerdórcio de Jesus desde Melquisedeque é discutida
no capítulo 7.
Obediência
(5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de outra
pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce em
direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor. Duas das mais
importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo. Filipenses
2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na encarnação de
Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5, discute o
significado da obediência de Cristo. Ao aprender a obedecer ele estabeleceu
suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma maneira que
vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus. Assim qualificado, Jesus
tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem’”
(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).
III. UM SACERDÓCIO SUPERIOR
QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
1. Uma doutrina
transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 forma um
parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica que
possuía essa doutrina — o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa
doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de
crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la
compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios
formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se
eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.
2. Uma doutrina
essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza transcendente,
por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz substância à
nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes, desanimados e
fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não se tem
maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se
fazer escolhas acertadas.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A doutrina da superioridade
sacerdotal de Cristo é transcendental aos princípios formadores da fé cristã e
essencial à nossa fé.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Resumo do capítulo
[5]. O sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um
cargo acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se
mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na fé,
no Novo Testamento. O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de
representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa
sensível às necessidades dos seres humanos (v.4). Cristo foi ordenado por seu
Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as qualificações de
sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a
obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi
nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na
fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança mais uma
advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até
mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para caminhar em direção à
maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a
distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não leite, a
verdade deve ser explicitada na prática (vv.11-14)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).
CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de
Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema
sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as
qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o
Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição
humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós.
Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.
PARA REFLETIR
A respeito de Cristo é
superior a Arão e à Ordem Levítica, responda:
Ao contrário do sacerdócio
arônico, o que Jesus ofereceu?
Jesus ofereceu sua própria
vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).
Por que Jesus, nosso Sumo
Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão?
Jesus, nosso sumo sacerdote,
em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal
superior e haver sido enviado do céu para essa missão.
Como foi estabelecido o
sacerdócio de Jesus?
Jesus foi aclamado por Deus
como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o
sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua filiação divina.
Quais as qualidades presentes
em um verdadeiro sacerdote?
Intercessão, compaixão, oração
e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote.
Como seria possível chegar à
maturidade cristã?
Exercitando a mente na
meditação da Palavra.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Cristo é superior a Arão e à
Ordem Levítica
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
4.14-16; 5.1-14
2. I. Um sacerdócio
superior quanto à Qualificação
• 1. Por representar
melhor os homens diante de Deus.
• 2. Por compreender
melhor a condição humana.
• 3. Pela posição que
exerceu.
3. II. Um sacerdócio
superior quanto ao Serviço
• 1. Pela realeza e o
propósito pelo qual viveu.
• 2. Pela vida santa que
possuía.
• 3. Pela submissão que
demonstrou.
4. III. Um sacerdócio
superior quanto à importância Teológica
• 1. Uma doutrina
transcendente.
• 2. Uma doutrina
essencial.
5. Conclusão
Nesta altura, chegamos numa
seção crucial da Carta aos Hebreus: A Supremacia do Sumo Sacerdócio de Cristo.
O início dessa seção resgata o fato de que o Senhor Jesus, por intermédio de
seu sacerdócio supremo, torna aberto o caminho para todas as pessoas aproximarem-se
ao trono da Graça de Deus com confiança. Ora, nosso Senhor compartilhou a nossa
humanidade e, por isso, ninguém melhor que Ele para compreender nossas
fraquezas e debilidades. Por isso, precisamos de um mediador perfeito,
“porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus,
homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (1Tm 2.5,6). Por todos
esses motivos, o Senhor Jesus (1) representa mais eficazmente todos os seres
humanos do que os sacerdotes do Antigo Testamento; (2) compreende melhor a
condição humana, pois a viveu em sua plenitude — Ele é verdadeiro Homem; (3)
sua posição, junto ao Pai, o coloca em melhor posição para interceder por nós
(1Jo 2.1).
Dentre muitos outros motivos,
esses três levantados acima atestam claramente que o nosso Senhor é o Sumo
Sacerdote por excelência. Nele, devemos depositar a nossa confiança!
Sugestão Pedagógica
Uma boa sugestão é que você
explique a classe a estrutura da ordem sacerdotal e levítica de Israel. Nesse
sentido, vale a pena ler o capítulo 16 do livro de Levítico que descreve uma
das principais cerimônias que o sumo sacerdote celebrava: o Dia da Expiação. Os
capítulos 15 e 16.1-6 de 1 Crônicas também merecem atenção, pois eles destacam
a organização dos levitas feita pelo rei Davi. Faça essa leitura com o auxílio
da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD. Boa aula!
Lições CPAD Jovens e Adultos
» Sumário
Geral » Adultos
2018 » 1º
Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 6: Perseverança e
fé em tempo de apostasia
Data: 11 de Fevereiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Para que vos não façais
negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas” (Hb
6.12).
VERDADE PRÁTICA
Contra o perigo da apostasia,
a Palavra de Deus revela a necessidade de ânimo e perseverança de fé.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 6.1,2
A necessidade do crescimento
espiritual em Cristo
Terça — Hb 6.4
Apostasia, um perigo na vida
de quem foi regenerado
Quarta — Hb 6.5
Apostasia, um perigo na vida
de quem viveu as realidades do Reino
Quinta — Hb 6.10
O serviço cristão, a obra de
Deus e a justiça divina
Sexta — Hb 6.12,13
Abraão, um exemplo de
perseverança e fidelidade
Sábado — Hb 6.20
Jesus, o nosso precursor na
Eternidade com Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 6.1-15.
1 — Pelo que, deixando os
rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de
novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus,
2 — e da doutrina dos
batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo
eterno.
3 — E isso faremos, se
Deus o permitir.
4 — Porque é impossível
que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se
fizeram participantes do Espírito Santo,
5 — e provaram a boa
palavra de Deus e as virtudes do século futuro,
6 — e recaíram sejam
outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo
crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.
7 — Porque a terra que
embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para
aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus;
8 — mas a que produz
espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser
queimada.
9 — Mas de vós, ó amados,
esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim
falamos.
10 — Porque Deus não é
injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o
seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis.
11 — Mas desejamos que
cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da
esperança;
12 — para que vos não
façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam
as promessas.
13 — Porque, quando Deus
fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por
si mesmo,
14 — dizendo: Certamente,
abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te multiplicarei.
15 — E assim, esperando
com paciência, alcançou a promessa.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar que para
perseverarmos na fé precisamos crescer em Cristo, estar em constante vigilância
e confiar nas promessas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Afirmar a necessidade
do crescimento espiritual;
II. Sinalizar a necessidade
de vigilância espiritual num tempo de apostasia;
III. Conscientizar acerca
da necessidade de confiarmos nas promessas de Deus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Apostasia remonta a ideia de
decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastamento daquilo que
antes se estava ligado. Em relação à nossa fé, apostasia significa romper o
relacionamento salvífico com Cristo. Geralmente esse fenômeno se manifesta na
esfera moral e ética, bem como na esfera doutrinária. Neste tempo de apostasia,
à luz da Carta de Hebreus, somos chamados a perseverar na comunhão com Cristo e
a viver em fé na esperança renovada de que um dia estaremos para sempre com o
Senhor.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor já havia dito que os
crentes deveriam ser mestres, mas em vez disso necessitavam que alguém lhes
ensinasse de novo os primeiros rudimentos da fé (Hb 5.12). A vida cristã é
dinâmica e exige que o discípulo vá além dos primeiros passos. Mas isso não
estava acontecendo com a comunidade com a qual o autor sacro se correspondia.
Em vez disso, dava sinais de cansaço, indolência, negligência e imaturidade
espiritual, o que poderia trazer como consequência o esfriamento e o fracasso
na fé. A graça não é irresistível e nem tampouco incondicional. A apostasia é
retratada pelo escritor como algo real e não apenas como um perigo hipotético,
por isso, ele mostra que para se evitar decair é necessário perseverança, fé e
confiança nas promessas de Deus.
PONTO CENTRAL
Devemos ter uma vida de
perseverança e fé em tempos de apostasia.
I. A NECESSIDADE DO
CRESCIMENTO ESPIRITUAL
1. Indo além dos rudimentos
doutrinários sobre arrependimento e fé. Longe de dizer que a doutrina do
arrependimento e da fé não é mais necessária, o autor quer mostrar que ela é
importante sim, mas que constitui o “ABC doutrinário” da fé cristã. A vida
cristã começa com o arrependimento e fé (Mc 1.15). De fato, a Bíblia mostra que
para que uma pessoa possa ser salva, ela primeiro deve crer (Mc 16.16; At
16.31; Rm 1.16; Ef 2.8; 1Tm 1.16) e não o contrário. Todavia não deve parar aí.
Há um longo caminho a percorrer e os seus leitores, parece, haviam se esquecido
desse fato, “estacionando” na jornada.
2. Indo além dos rudimentos
doutrinários sobre batismos e imposição de mãos. O segundo bloco de
rudimentos doutrinários (Hb 6.2) mostrado pelo autor é formado pelos
ensinamentos sobre batismos e imposição de mãos. O contexto mostra que em
Hebreus 6.2 a referência é ao batismo cristão em contraste com outros batismos
praticados no judaísmo. Na igreja primitiva o batismo em águas era feito em
razão do “arrependimento para remissão de pecados” (Mc 1.4; At 10.47,48;
22.16). O batismo não possuía poder salvífico, isto é, não era um sacramento,
mas um testemunho público da fé em Cristo. Por outro lado, a doutrina da
imposição de mãos é evidenciada em vários lugares na Bíblia, mas era sempre
demonstrada como um símbolo exterior da prática da oração (At 6.6; 13.3; 1Tm
4.14).
3. Indo além dos rudimentos
doutrinários sobre ressurreição e juízo. Fica patente para o leitor do
Novo Testamento que a pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato
da ressurreição de Jesus (At 4.33; 17.18). Tanto a doutrina da ressurreição dos
mortos como a do juízo vindouro são demonstradas pelo autor como fontes de
esperança para os cristãos (Hb 10.36,37; 12.28,29). Elas eram elementos
indispensáveis para que o cristão mantivesse sua expectativa no porvir. Mas não
deveriam parar aí, antes, tinham de avançar.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Crescer espiritualmente
significa ir além dos rudimentos doutrinários do arrependimento e da fé, do
batismo, da imposição de mãos, da ressurreição e do juízo.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), faça
um resumo do capítulo 6 de Hebreus para a classe, antes de introduzir este tópico.
Se possível, reproduza o esquema abaixo:
CONHEÇA MAIS
Apostasia
“[Do gr. apostásis ,
afastamento] Abandono premeditado e consciente da fé cristã. No Antigo
Testamento, não foram poucas as apostasias cometidas por Israel. Só em Juízes,
há sete desvios ou abjuração da verdadeira fé em Deus. Para os profetas, a
apostasia constituía-se num adultério espiritual. Se a congregação hebreia era
tida como a esposa de Jeová, deveria guardar-lhe fielmente os preceitos, e
jamais curvar-se diante dos ídolos”. Leia mais em Dicionário Teológico, de
Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD, p.48.
II. A NECESSIDADE DA
VIGILÂNCIA ESPIRITUAL
1. Apostasia, uma
possibilidade para quem foi iluminado e regenerado. As palavras do autor
dão início ao versículo 4 do capitulo 6 de Hebreus com o vocábulo
grego adynato , traduzido aqui como “impossível”. É a mais forte
advertência em o Novo Testamento sobre o perigo de decair da graça. Os
gramáticos observam que o seu sentido aqui é enfatizar o que vem colocado
depois da conversão (Hb 6.4). O autor fala de pessoas crentes, porque nenhum
descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom celestial. No capítulo
10 e versículo 32 ele usa a expressão “iluminados” para se referir à conversão
dos seus leitores. Além do mais, as palavras “uma vez” (Hb 6.4) contrastam com
“outra vez” (Hb 6.6), mostrando o antes e o depois da conversão. Essas não são
expressões usadas para pessoas não regeneradas. A apostasia, o perigo de decair
da fé, é colocada pelo escritor de Hebreus como algo factível, um perigo real a
ser evitado por quem nasceu de novo.
2. Apostasia, uma possibilidade
para quem vivenciou a Palavra e o Espírito. A possibilidade de decair da
graça é posta para aqueles que “se fizeram participantes do Espírito Santo, e
provaram a boa palavra de Deus” (Hb 6.4,5). O autor sacro já havia dito como
uma pessoa se torna participante de alguma coisa. Os crentes tornam-se
participantes da vocação celestial (Hb 3.1); participantes de Cristo (Hb 3.14)
e, dessa forma, participantes do Espírito Santo (Hb 6.4). Mais uma vez o texto
mostra que a mensagem é dirigida às pessoas regeneradas. Esses crentes haviam
se tornado participantes do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Somente os
nascidos de novo participam do Espírito Santo (Jo 14.17) e provam da Palavra
(At 8.14; 1Ts 2.13). Portanto, trata-se de uma advertência para os salvos.
3. Apostasia, uma
possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino. Esses crentes, aos
quais o autor se referia, também experimentaram “as virtudes do século futuro”
(Hb 6.5). Essa expressão é usada no contexto da cultura neotestamentária como
uma referência a era messiânica. Ao receber a Cristo como Salvador, os crentes
já participam antecipadamente das bênçãos do Reino de Deus. Vigilância mais uma
vez é requerida para os salvos que ingressaram nesse Reino. Quem despreza a
graça de Deus, não se torna um “cidadão real” desse Reino.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Precisamos ter vigilância
espiritual porque a apostasia é uma possibilidade para quem foi iluminado e
regenerado, para quem vivenciou a Palavra, provou do Espírito e viveu a
expectativa do Reino.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Alguns intérpretes combinam
5.11-6.20 como uma unidade exortativa. No entanto, há boas razões para dividir
a passagem em duas advertências separadas (embora relacionadas). Enquanto
5.11-6.3 enfoca o perigo da lentidão e da regressão espiritual, com uma
exortação para avançar em direção à maturidade, a segunda advertência enfoca a
terrível possibilidade de uma apostasia irreparável, se tal regressão
prosseguir de modo incontrolável (6.4-8). O autor então encoraja e desafia seus
leitores a progredirem, prosseguindo em esperança e fé com perseverança
(6.9-20).
Hebreus 6.4-6 constitui uma
frase longa e complexa em grego, que adverte solenemente sobre a possibilidade
de abandono (apostasia) da fé cristã e da impossibilidade desta vir a ser
restaurada, uma vez que tal condição tenha ocorrido. [...] Quem são os sujeitos
desta impossibilidade?
[...] O estudioso F. F. Bruce
observa corretamente que o texto em 6.4-6 foi tanto ‘indevidamente minimizado’
quanto ‘indevidamente exagerado’. Foi indevidamente minimizado por
aqueles que argumentam de uma forma ou de outra que as pessoas descritas 6.4,5
nunca foram cristãos completamente regenerados (por exemplo, Grudem, 1995,
132-182), ou que este foi somente um caso hipotético sendo apresentado pelo
autor e não algo que pode realmente acontecer na prática (por exemplo, Hewitt,
1960, 110-11). A passagem também foi indevidamente exagerada por
aqueles que ensinam que uma vez que uma pessoa tenha se convertido e sido
batizada em Cristo, e em seu corpo, e então por um lapso cair novamente em sua
antiga vida pecaminosa, não poderá haver um perdão futuro ou uma restauração ao
convívio cristão (por exemplo, Tertuliano sobre o pecado pós-batismal). Estas
interpretações estão sendo aplicadas à passagem sem uma consideração de seu
contexto, e não fazem nenhuma distinção entre ‘desviar-se’ e ‘apostatar’”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004, pp.1573-75).
III. A NECESSIDADE DE CONFIAR
NAS PROMESSAS DE DEUS
1. O serviço cristão e a
justiça de Deus. O autor sabia que usou um tom exortativo forte deixando
claro que não se pode brincar com a fé. Agora ele vê a necessidade de consolar
os cristãos depois desse “tratamento de choque” (Hb 6.9,10). Aos crentes fiéis
no seu serviço é dito que Deus, em sua justiça, os recompensará. É bom saber
que mesmo não recebendo o reconhecimento dos homens, teremos o reconhecimento
de Deus.
2. A perseverança de Abraão e
a fidelidade de Deus. A exortação do escritor de Hebreus toma como
parâmetro a pessoa de Abraão. O velho patriarca é o modelo do crente
perseverante, que de posse da promessa de Deus, soube esperar com paciência (Hb
6.12,13). Por que voltar atrás se temos as promessas de Deus que nos motivam a
caminhar à frente (Hb 6.14,15)?
3. Cristo, sacerdote e
precursor do crente. O autor sagrado volta-se para Jesus, o nosso exemplo
maior de perseverança, fidelidade e esperança. Nessa jornada, Ele se adiantou e
foi a nossa frente, tornando-se o nosso precursor (Hb 6.20). O termo
“precursor” era usado na cultura antiga em referência a um batedor militar, a
alguém que tomava a dianteira para abrir caminho. Jesus entrou na presença de
Deus, como nosso sumo sacerdote para nos dar o direito de viver eternamente.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Podemos confiar nas promessas
do Senhor, pois à luz da perseverança de Abraão e da fidelidade de Deus, nos
chegamos a Cristo, o sacerdote e precursor do crente.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A promessa que Deus fez a
Abraão foi fundamento de todas as promessas da aliança e da atividade redentora
de Deus (Gn 12.1-3), que foram repetidas em inúmeras ocasiões e de formas
diferentes ao longo da história do Antigo Testamento (por exemplo, Gn 15.1-21;
26.2-4; 28.13-15; Êx 3.6-10). Porém, numa ocasião em particular, após Abraão
quase ter sacrificado Isaque em obediência ao teste de Deus, Deus tornou a
veracidade de sua promessa enfática por meio de um juramento (Gn 22.16: ‘Por
mim mesmo, jurei, diz o Senhor’). Hebreus 6.13,14 indica que este juramento
mais tarde encorajou Abraão a esperar ‘com paciência’, e assim, posteriormente
‘alcançou a promessa’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004,
p.1577).
CONCLUSÃO
O capítulo 6 de Hebreus contém
uma das mais fortes exortações encontradas em todo o Novo Testamento — a
necessidade de perseverança e vigilância para não se decair da fé. O processo
da salvação não se dá de forma mecânica e nem compulsória, mas se firma na
entrega e aceitação voluntária a uma dádiva divina. A tudo isso temos que
responder com amor, cuidado e zelo (1Co 10.7-13). Essa exortação de forma
alguma deve levar-nos ao medo, pavor ou pânico, mas conduzir-nos a confiar
inteiramente no Senhor que é poderoso para guardar-nos até o dia final.
PARA REFLETIR
A respeito de Perseverança e
Fé em Tempo de Apostasia, responda:
Como se inicia a vida cristã?
A vida cristã começa com
arrependimento e fé (Mc 1.15).
O que fica patente para todo
leitor do Novo Testamento?
Fica patente para o leitor do
Novo Testamento que a pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato
da ressurreição de Jesus (At 4.33; 17.18).
Segundo o autor sagrado,
Hebreus 6.4 fala a respeito de quem?
O autor fala de pessoas
crentes, porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom
celestial.
Segundo Hebreus, quem se torna
participante do Espírito Santo e da Palavra de Deus?
Os crentes.
Em que sentido o autor de
Hebreus usa o patriarca Abraão como modelo?
O velho patriarca é o modelo
do crente perseverante, que de posse da promessa de Deus soube esperar com
paciência (Hb 6.12,13).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Perseverança e fé em tempo de
apostasia
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
6.1-15
2. I. A Necessidade do
Crescimento Espiritual
• 1. Indo além dos
rudimentos doutrinários sobre arrependimento e fé.
• 2. Indo além dos
rudimentos doutrinários sobre batismos e imposição de mãos.
• 3. Indo além dos
rudimentos doutrinários sobre ressurreição e juízo.
3. II. A Necessidade da
Vigilância Espiritual
• 1. Apostasia, uma
possibilidade para quem foi iluminado e regenerado.
• 2. Apostasia, uma
possibilidade para quem vivenciou a Palavra e o Espírito.
• 3. Apostasia, uma
possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino.
4. III. A Necessidade de
confiar nas Promessas de Deus
• 1. O serviço cristão e
a justiça de Deus.
• 2. A perseverança de
Abraão e a fidelidade de Deus.
• 3. Cristo, Sacerdote e
Precursor do crente.
5. Conclusão
A lição desta semana pode ser
introduzida por intermédio das seguintes perguntas:
1. É possível o crente regredir
espiritualmente?
2. É possível o crente
apostatar-se da fé?
3. É possível o crente
perder a salvação?
Segundo o teólogo pentecostal
J. Wesley Adans, na obra Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento,
na seção de Hebreus 6.9-20, o autor epistolar encoraja e desafia os primeiros
leitores da carta a “progredirem, prosseguindo em esperança e fé com
perseverança”. Por que o autor sagrado inicia o capítulo seis assim? Por que o
texto de Hebreus seis adverte solene e seriamente sobre a possibilidade de o
crente abandonar, isto é, apostatar-se da fé uma vez provada. E com um
agravante: além da apostasia da fé cristã, a o perigo da impossibilidade desse
crente ser restaurado, uma vez imerso na apostasia.
Sobre o termo “impossível”,
conforme consta no versículo 4 do capítulo seis de Hebreus, o teólogo J. Wesley
Adans destaca: “a palavra ‘impossível’ ( adynatos ) ocorre quatro
vezes em Hebreus. Em 6.18 ‘é impossível’ que Deus minta; em 10.4 ‘é impossível’
que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados; em 11.6 ‘sem fé é impossível’
agradar-lhe [a Deus]; e aqui (6.4) é ‘impossível’ que os apóstatas sejam
restaurados através do arrependimento. Em cada caso a impossibilidade é
absolutamente declarada” (p.1574).
Lições CPAD Jovens e Adultos » Sumário Geral » Adultos 2018 » 1º Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 7: Jesus — Sumo
Sacerdote de uma Ordem superior
Data: 18 de Fevereiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Porque nos convinha tal sumo
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais
sublime do que os céus” (Hb 7.26).
VERDADE PRÁTICA
Como Sumo Sacerdote de outra
ordem, a de Melquisedeque, Jesus possui um sacerdócio imutável, perfeito e
eterno.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 110.4
Jesus, um sacerdócio com
realeza
Terça — Hb 7.11
Jesus, um sacerdócio perfeito
Quarta — Hb 7.12
Jesus, um sacerdócio imutável
Quinta — Hb 7.17
Jesus, um sacerdócio eterno
Sexta — Hb 7.26
Jesus, um sacerdócio santo
Sábado — Hb 7.26; cf. 2Co 5.21
Jesus, um sacerdócio
inculpável e imaculado
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 7.1-19.
1 — Porque este
Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu
ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
2 — a quem também Abraão
deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e
depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3 — sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito
semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 — Considerai, pois,
quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos
despojos.
5 — E os que dentre os
filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo
do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham descendido de Abraão.
6 — Mas aquele cuja
genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e abençoou o que
tinha as promessas.
7 — Ora, sem contradição
alguma, o menor é abençoado pelo maior.
8 — E aqui certamente
tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que
vive.
9 — E, para assim dizer,
por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
10 — Porque ainda ele
estava nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
11 — De sorte que, se a
perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei),
que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a
ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
12 — Porque, mudando-se o
sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
13 — Porque aquele de
quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao
altar,
14 — visto ser manifesto
que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés
falou de sacerdócio.
15 — E muito mais
manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro
sacerdote,
16 — que não foi feito
segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida
incorruptível.
17 — Porque dele assim se
testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
18 — Porque o precedente
mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
19 — (pois a lei nenhuma
coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual
chegamos a Deus.
HINOS SUGERIDOS
137, 236 e 555 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar a tipologia do
sacerdócio de Melquisedeque com relação a Jesus Cristo, expressando a verdade
de que nosso Senhor possui um sacerdócio imutável, perfeito e eterno.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar o aspecto
tipológico de Melquisedeque;
II. Destacar a natureza
do sacerdócio de Cristo;
III. Expor os atributos
do sacerdócio de Cristo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Caro(a) professor(a), a lição
desta semana trata de um assunto muito especial: o sacerdócio perfeito e eterno
de Jesus. Isso significa que estudaremos como todo o sistema de sacrifício
levítico, apresentado no Antigo Testamento, deu lugar ao sacrifício completo de
Jesus no Calvário. Sim, veremos que Jesus Cristo, e só Ele, tinha todas as
prerrogativas para mudar o sacerdócio e a Lei. E foi isso que o nosso Senhor
fez! Por isso, dedique-se para compreender o melhor que puder o capítulo 7 de
Hebreus. Boa aula!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo sete de Hebreus
apresenta o sacerdócio de Jesus numa nova perspectiva — Ele é sumo sacerdote
segundo a Ordem de Melquisedeque (Sl 110.4 cf. Hb 7.17). O autor mostra que a
profecia do salmista, na qual revela um sacerdócio de outra ordem, superior à
de Arão e à levítica, teve seu fiel cumprimento em Jesus (Hb 7.13). Mas mesmo
pertencendo à mesma ordem sacerdotal, o autor sublinha a proeminência de Jesus
sobre Melquisedeque quando afirma que este “foi feito semelhante ao Filho de
Deus” (Hb 7.3) e não o contrário. O pensamento do autor é mais bem compreendido
se observarmos o sacerdócio de Jesus quanto aos aspectos de sua tipologia, de
sua natureza e de seus atributos. Há muitas especulações sobre a pessoa de
Melquisedeque, mas à luz do contexto bíblico é melhor vê-lo como uma pessoa
histórica de natureza tipológica. Melquisedeque, portanto, deve ser visto como
um tipo que aponta para Jesus Cristo. Nesse aspecto, o escrito sagrado mostra o
sacerdócio de Jesus como de natureza eterna, imutável e perfeita.
PONTO CENTRAL
O sacerdócio de Cristo é
imutável, perfeito e eterno.
I. QUANTO AO ASPECTO DE SUA
TIPOLOGIA
1. Um sacerdócio com
realeza. O autor sacro destaca que Melquisedeque era um sacerdote-rei.
Como sacerdote, recebeu dízimos de Abraão e como rei governava sobre Salém (Hb
7.2). Embora os reis tivessem alguma participação no culto da Antiga Aliança
(2Sm 6.12-14; 1Rs 3.4,15; 9.25), todavia, a função sacerdotal levítica, de
oferecer sacrifícios e representar o povo diante de Deus, cabia somente aos
sacerdotes (1Sm 13.9,13; 2Cr 26.16-18). Eles não eram reis. A ordem do
sacerdócio levítico não previa a existência de um sacerdote-rei. A existência
de um sacerdote-rei, portanto, no contexto bíblico só poderia acontecer se este
fosse de outra ordem. Jesus, que era da tribo de Judá, é levantado por Deus
como sumo sacerdote segundo essa nova ordem, da qual Melquisedeque é o tipo (Sl
110.4).
2. Um sacerdócio firmado na
justiça. Mostrando a tipologia sobre o sacerdócio de Melquisedeque, o
autor destaca que este fora “rei de justiça e depois também rei de Salém, que é
rei de paz” (Hb 7.2). A figura histórica de Melquisedeque como rei de
Salém aparece em Gênesis 14.18-20 no contexto da guerra de cinco reis contra
quatro no vale do Rei. O nome Melquisedeque, cujo significado original era
“Sedeque é rei”, é interpretado pelo autor de Hebreus como “rei de justiça” (Hb
7.2). É fora de qualquer dúvida que Melquisedeque é um tipo de Jesus, que
reinaria com justiça e cujo reinado não teria fim (Is 32.1; Jr 23.5; Lc 1.33).
3. Um sacerdócio com legitimidade
divina. O versículo três de Hebreus sete — “sem pai, sem mãe, sem
genealogia” —, deve ser visto como um contraste entre o sacerdócio levítico e o
de Melquisedeque. O sacerdócio levítico dependia da genealogia para se
legitimar. Quem não fosse da tribo de Levi não podia oficiar como sacerdote. É
exatamente isso o que o autor quer mostrar, pois assim como o sacerdócio de
Melquisedeque não dependia de genealogia para mostrar sua legitimidade
sacerdotal, da mesma forma o sacerdócio de Cristo era também legítimo por
pertencer a uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Como o sacerdócio de
Melquisedeque, o sacerdócio de Cristo tem grande realeza, é firmado na justiça
e é legitimamente divino.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Neste tópico é importante que
você explique quem foi a pessoa histórica de Melquesedeque. Comece o tópico
abordando que “Melquisedeque, contemporâneo de Abraão, foi rei de Salém e
sacerdote de Deus (Gn 14.18). Abraão lhe pagou dízimos e foi por ele abençoado
(vv.2-7). Aqui, a Bíblia o tem como uma prefiguração de Jesus Cristo, que é
tanto sacerdote como rei (v.3). O sacerdócio de Cristo é ‘segundo a ordem de
Melquisedeque’ (6.20), o que significa que ‘Cristo é anterior a Abraão, a Levi
e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles’. As Escrituras mencionam
também que o rei de Salém não tinha pai nem mãe, o que não ‘significa que
Melquisedeque, literalmente, não tivesse pais nem parentes, nem que era anjo.
Significa tão-somente que as Escrituras não registram a sua genealogia e que
nada diz a respeito do seu começo e fim. Por isso serve como tipo de Cristo
eterno, cujo sacerdócio nunca terminará’” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, pp.1907,08).
II. QUANTO AO ASPECTO DE SUA
NATUREZA
1. Um sacerdócio
perfeito. A palavra teleiôsis (perfeição) usada pelo autor em
Hebreus 7.11, quer dizer também um “alvo a ser atingido”. Nesse contexto ela é
usada para se referir ao relacionamento com Deus. Nem a Lei nem o sistema
sacerdotal do Antigo Testamento puderam resolver o problema da culpa e produzir
o perdão que a santidade de Deus exigia. O autor sacro destaca que o problema
do relacionamento do homem com Deus só pode ser resolvido por um sacrifício
perfeito, algo que o sistema levítico não tinha possibilidade de realizar.
2. Um sacerdócio
imutável. O capítulo sete ainda destaca que “mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei” (Hb 7.12). O Espírito Santo havia
falado por boca de Davi que seria levantado um sumo sacerdote de outra ordem, a
ordem de Melquisedeque (Sl 110.4). Se uma nova ordem se instauraria,
consequentemente a antiga passaria. Essa profecia quando cumprida,
necessariamente, tornava obsoleta a lei mosaica e o sacerdócio levítico,
demonstrando dessa forma o seu caráter transitório. Somente o sacerdócio de
Jesus seria imutável e de caráter não transitório.
3. Um sacerdócio
eterno. Assim, o sacerdócio de Cristo “não foi feito segundo a lei do
mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida incorruptível” (Hb 7.16). A
expressão “vida incorruptível” é uma referência a ressurreição de Jesus e seu
triunfo sobre a morte, demonstrando assim o caráter eterno do seu sacerdócio.
Cristo não era sacerdote por uma imposição humana ou mandamento carnal, mas por
atribuição divina. Como diz o versículo 17: “Porque dele assim se testifica: Tu
és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A natureza do sacerdócio de
Cristo é expressa pela sua imutabilidade, perfeição e eternidade.
SUBSÍDIO HISTÓRICO-CULTURAL
“Porque, mudando-se o
sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei (7.12). Este é um dos
versículos mais significativos desta seção da carta aos Hebreus. Ele lembra os
leitores de que a torah é uma só. A revelação mosaica retrata um
sistema interligado no qual o relacionamento de Deus com Israel é definido, um
sistema de concerto que define as exigências de Deus e que equilibra os pecados
do homem com sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes Arônicos.
O que o autor destaca é que
uma mudança no sacerdócio destrói o equilíbrio do sistema do Antigo Testamento,
e claramente implica numa mudança em todos os demais aspectos também — uma
mudança na Lei e uma mudança no sacrifício.
À medida que saímos do
capítulo 7, vemos que o autor desenvolve este mesmo tema: houve uma mudança
dramática na Lei (capítulo 8) e também uma mudança no sacrifício (capítulos
9-10)” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2004, p.501).
CONHEÇA MAIS
Sacerdócio Perpétuo
“O escritor se vale de um
argumento tipicamente rabínico baseado no fato de que nem o nascimento nem a
morte de Melquisedeque constam dos registros bíblicos. Assim, de acordo com a
Escritura, ele é uma figura perpétua, um símbolo apropriado de Jesus a quem,
devido a sua vida eterna, permanece como um sacerdote perpetuamente”. Leia mais
em Guia do Leitor da Bíblia, de Lawrence O. Richards, CPAD, p.861.
III. QUANTO AO ASPECTO DE SEUS
ATRIBUTOS
1. Um sacerdócio
santo. Santidade é um dos atributos de Deus (Is 6.3). Em outro ponto da
carta aos Hebreus, o autor sagrado afirma que sem “a santificação, [...]
ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Esta era uma das exigências da lei mosaica:
que o sumo sacerdote não apresentasse nenhum defeito, inclusive físico (Lv
21.16-23). Assim, devido à condição humana, não apenas os sacerdotes não eram
perfeitos, mas todo sistema sacerdotal levítico era imperfeito. Somente Cristo
podia atender as exigências de um sacerdócio inteiramente santo e perfeito (Hb
7.26).
2. Um sacerdócio
inculpável. Vimos que Jesus cumpriu todas as exigências de uma vida santa
requerida para o sumo sacerdote. Mas além desse atributo, Ele deveria ser
também “inocente” (Hb 7.26). A palavra akakos , traduzida aqui como
“inocente”, significa também “sem maldade” e é descrita pelos lexicógrafos como
ausência de tudo o que é ruim e errado. O apóstolo Pedro afirmou sobre Jesus
que Este “não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pe 2.22). Não
havia culpa nem imperfeição no sacerdócio de Cristo Jesus.
3. Um sacerdócio
imaculado. O autor sacro usa o termo amiantos (Hb 7.26), para
dizer que Jesus é um sacerdote sem “mácula”. Essa palavra, que também tem o
sentido de “sem manchas”, era usada no contexto bíblico para se referir tanto a
pureza ritual como ética. Foi a essa vida santa, no seu sentido ético, e não
apenas ritual, que o autor alude para retratar o Senhor como “separado dos
pecadores”. O Filho de Deus assumiu a condição humana e se fez pecado pelos
homens (2Co 5.21), mas sem pecar. Cristo é o sacerdote imaculado e sem manchas.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O ministério sacerdotal de
Jesus Cristo é santo, inculpável e imaculado.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[7.26-28] O autor continua a
descrever a principal realização de Jesus como Sumo Sacerdote Perfeito, isto é,
seu sacrifício único e suficiente pelo pecado (27): não necessita ‘oferecer
cada dia sacrifícios, primeiramente, por seus próprios pecados e, depois, pelos
do povo’, como fizeram ‘os sumos sacerdotes’. Isto é verdade por duas razões:
(1) porque Ele próprio era sem pecado, e (2) porque sua inigualável oferta de
si mesmo pelo pecado pôs fim a todo o sistema de sacrifícios levíticos (tanto
aos sacrifícios diários como ao Dia da Expiação, a cada ano). Como Sacerdote
espiritualmente e moralmente perfeito (v.26), Jesus podia oferecer o sacrifício
perfeito e definitivo (v.27), e isto Ele fez. Quando a Bíblia nos diz que seu
sacrifício pelos pecados foi feito ‘uma vez por todas’ ou ‘uma vez’
( ephapax ), significa que Ele foi tanto completo quanto
permanentemente válido, sem necessidade de repetição. O caráter decisivo da
obra de Cristo é uma legitimidade de Hebreus [...]” (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. RJ: CPAD, 2004, p.1583).
CONCLUSÃO
A Carta aos Hebreus é o único
texto do Novo Testamento que apresenta uma doutrina sistematizada do sacerdócio
de Cristo. A carta mostra aos leitores que Jesus é o Sumo Sacerdote-Rei predito
nas Escrituras e que, como tal, superior ao sistema levítico. Melquisedeque,
rei de Salém, a quem Abraão entregou o dízimo, tornou-se um tipo desse
sacerdócio eterno. E não só isso, mas todo o sistema levítico tornara-se
obsoleto visto que a nova ordem sacerdotal havia suplantado a antiga.
PARA REFLETIR
A respeito de Jesus — Sumo
Sacerdote de uma Ordem superior, responda:
Qual era a função do sacerdote
levítico?
Oferecer sacrifícios e
representar o povo diante de Deus.
“Sem pai, sem mãe, sem
genealogia”. O que o autor de Hebreus quer mostrar com esse texto?
O versículo três de Hebreus
sete — “sem pai, sem mãe, sem genealogia” —, deve ser visto como um contraste
entre o sacerdócio levítico e o de Melquisedeque.
Qual o único sacerdócio podia
ser imutável e de caráter não transitório?
Somente o sacerdócio de Jesus
seria imutável e de caráter não transitório.
Além do atributo de
“santidade”, qual outro atributo o Senhor Jesus apresentou?
Além desse atributo, Ele
deveria ser também “inocente” (Hb 7.26).
Segundo a Carta aos Hebreus,
quais os significados da palavra “inocente”?
Significa também “sem maldade”
e é descrita pelos lexicógrafos como ausência de tudo o que é ruim e errado.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jesus — Sumo Sacerdote de uma
Ordem superior
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
7.1-19
2. I. Quanto ao Aspecto
de sua Tipologia
• 1. Um sacerdócio com
realeza.
• 2. Um sacerdócio
firmado na justiça.
• 3. Um sacerdócio com legitimidade.
3. II. Quanto ao Aspecto
de sua Natureza
• 1. Um sacerdócio
perfeito.
• 2. Um sacerdócio
imutável.
• 3. Um sacerdócio
eterno.
4. III. Quanto ao Aspecto
de seus Atributos
• 1. Um sacerdócio santo.
• 2. Um sacerdócio
inculpável.
• 3. Um sacerdócio
imaculado.
5. Conclusão
Destaque alguns pontos do
capítulo sete de Hebreus, o texto bíblico base da lição desta semana:
1. Na seção 7.1-10 é feita uma
exposição sobre Melquisedeque, em que o autor de Hebreus usa o relato de
Gênesis 14.18-20 para priorizar a peculiaridade desse sacerdote das terras de
Salém.
2. No relato de Gênesis 14,
cruzando com o de Hebreus sete, podemos constatar: (a) Antes da Lei de Deus ser
promulgada no Sinai, já havia um sacerdote que servia ao Deus Altíssimo e
recebera dízimos de Abraão, o patriarca, antes da Lei; (b) a ausência de uma
genealogia de Melquisedeque aponta para uma ausência de um sucessor ou
predecessor humano.
3. Nas seções dos vv.11-25 e
vv.26-28, o autor de Hebreus mostra que o sacerdócio de Cristo Jesus está na
mesma ordem do de Melquisedeque, portanto, trata-se de um sacerdócio legítimo e
superior ao de Arão.
Sugestão Pedagógica Professor,
professora, sugerimos que leia com atenção os três subsídios propostos na
revista do professor (subsídios 1, 2 e 3) e, com base neles, exponha e explique
a classe o seguinte esquema, que tem como objetivo detalhar o capítulo sete de
Hebreus:
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2018 » 1º
Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 8: Uma Aliança
superior
Data: 25 de Fevereiro de
2018
TEXTO ÁUREO
“Porque este é o concerto que,
depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas
leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por
Deus, e eles me serão por povo” (Hb 8.10).
VERDADE PRÁTICA
A Nova Aliança em tudo é
superior à Antiga porque se fundamenta em promessas superiores.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 8.2
Um Tabernáculo celestial
fundado pelo Senhor
Terça — Hb 8.3,4
Um ministério celestial que
transcende o sacerdócio terreno
Quarta — Hb 8.6
Um ministério eficaz e
fundamentado em promessas superiores
Quinta — Hb 8.10
Promessas fundamentadas no
Espírito
Sexta — Hb 8.11
Uma promessa de natureza
individual e universal
Sábado — Hb 8.12
Uma promessa de natureza
misericordiosa
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 8.1-10.
1 — Ora, a suma do que
temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à
destra do trono da Majestade,
2 — ministro do santuário
e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.
3 — Porque todo sumo
sacerdote é constituído para oferecer dons e sacrifícios; pelo que era
necessário que este também tivesse alguma coisa que oferecer.
4 — Ora, se ele estivesse
na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem
dons segundo a lei,
5 — os quais servem de
exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado,
estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme
o modelo que, no monte, se te mostrou.
6 — Mas agora alcançou
ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto,
que está confirmado em melhores promessas.
7 — Porque, se aquele
primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo.
8 — Porque,
repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa
de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto,
9 — não segundo o
concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar
da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu concerto, eu para eles não
atentei, diz o Senhor.
10 — Porque este é o
concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor:
porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu
lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.
HINOS SUGERIDOS
183, 406 e 412 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicitar a superioridade do
Novo Concerto inaugurado por Cristo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar os aspectos
de superioridade da Nova Aliança: sua dimensão, natureza e importância;
II. Salientar a
superioridade da Nova Aliança em seus aspectos posicional, funcional e cultual;
III. Mostrar que a
promessa do Novo Concerto é de natureza interior e espiritual; de natureza
individual e universal; bem como de natureza relacional
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a),
chegamos numa seção bíblica importante da Carta de Hebreus: os capítulos 8-10.
Esses capítulos narram os aspectos da Nova Aliança. Por isso, estude
profundamente esses capítulos a fim de preparar-se para esta e para as próximas
aulas. Assim, o assunto de destaque desta lição abarca a natureza, os aspectos e
a promessa da Nova Aliança. Ore ao Senhor, para que após a exposição desses
capítulos, seus alunos tenham mais convicção a respeito da dispensação que ora
desfrutamos: o tempo da graça.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo oito da Carta aos
Hebreus apresenta uma aliança superior; um santuário superior e também um sumo
sacerdote, Cristo Jesus, com um ministério igualmente superior. O antigo
santuário terreno, com seu complexo sistema de ritos, dera lugar a um novo
santuário, o celestial, onde o próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote. Mas
Ele não é apenas um Sumo Sacerdote, Ele é o sumo sacerdote-rei, que está
sentado à destra do Pai para interceder pelo seu povo. A Nova Aliança tornou
obsoleta a Antiga por ser de natureza espiritual, interior e de se firmar em
superiores promessas.
PONTO CENTRAL
O Novo Concerto que Jesus
Cristo inaugurou é superior ao Antigo.
I. UM SANTUÁRIO SUPERIOR
1. Pertencente a uma dimensão
superior. Tanto o judaísmo como o cristianismo estavam familiarizados com
a figura do tabernáculo de Moisés. No livro do Êxodo constam as instruções
dadas por Deus a Moisés para a construção do Santuário (Êx 25.1-9). As
recomendações dadas a Moisés, conforme expõe o registro sagrado, eram
destinadas a construção de um santuário, onde Deus habitaria com eles (Êx
25.8). Essa era, portanto, a finalidade terrena do tabernáculo móvel e era
nesse tabernáculo que tanto os sacerdotes como o sumo sacerdote exerciam seus
ministérios. Todavia, foi no santuário celestial que Cristo entrou para
oficiar, como Sumo Sacerdote, em nosso favor. Para o escritor aos Hebreus, esse
tabernáculo é o próprio céu que é chamado de “verdadeiro Tabernáculo” por
pertencer à dimensão celestial.
2. Possuidor de uma natureza
superior. O santuário terreno, mesmo tendo sido construído com objetos e
metais preciosos, não era o verdadeiro tabernáculo, mas apenas um modelo do
verdadeiro. Na verdade, o tabernáculo terreno era um tipo que aponta para o
santuário celestial: “Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te
mostrou” (Hb 8.5). Ele era o lado visível de uma realidade invisível.
Invisível, mas real! O santuário terreno era por natureza temporal, figura do
verdadeiro santuário, que é espiritual e eterno. Foi nesse santuário que Jesus
se tornou “ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo” (Hb 8.2).
3. Possuidor de uma
importância superior. É possível vermos a relevância do tabernáculo
celeste quando o contrastamos com o terrestre. Certo autor destaca três grandes
importâncias do tabernáculo terrestre. Primeiramente o tabernáculo propiciava
as condições necessárias para manter comunhão no relacionamento com Deus. No
tabernáculo celestial essa condição é plenamente satisfeita. Em segundo lugar,
o tabernáculo era a garantia da presença divina no meio do seu povo. Esse fato
faz com que o tabernáculo se conforme em cada detalhe ao seu caráter divino,
isto é, unidade e santidade. Deus requer um santuário; o Deus santo exige um
povo santo (Lv 19.2). No tabernáculo celeste, habita a plenitude da divindade.
Em terceiro lugar, o tabernáculo revelava a perfeição e a harmonia do caráter
do Senhor vistas na sua arquitetura, tais como as gradações em metais e
materiais, os graus de santidade exibidos no átrio, o lugar santo e o santo dos
santos. Mas tudo isso era apenas “sombra” da perfeição e harmonia do
tabernáculo celeste.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A Nova Aliança é dotada de uma
dimensão superior, de uma natureza superior e de uma importância superior à
Antiga.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a) professor(a), antes
de introduzir o primeiro tópico da lição desta semana, escreva no quadro estas
três expressões: dimensão superior, natureza superior e importância superior.
Após fazer a exposição do primeiro TÓPICO , retorne à lousa e peça para que os
alunos expliquem com as próprias palavras as expressões-chaves sobre o
ministério da Nova Aliança.
II. UM MINISTÉRIO SUPERIOR
1. No aspecto
posicional. O autor mostra através de seus argumentos que Jesus, de fato,
deve ser visto como verdadeiro sumo sacerdote-rei. Já foi destacado em lições
anteriores que no Antigo Pacto nenhum rei exerceu de forma legítima a função de
rei-sacerdote. Dois exemplos bíblicos de reis que tentaram atuar como
sacerdotes, mas que foram reprovados são os de Saul e Uzias. Jesus é o único
Sumo Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da profecia bíblica do Salmo
110.4. Por ser de uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque, Ele não está
sujeito às exigências do sistema levítico. E por ser Sumo Sacerdote da ordem de
Melquisedeque também não está limitado a um tabernáculo terreno. O seu
santuário, onde Ele oficiou, é divino, além de maior e melhor em dois outros
aspectos.
2. No aspecto
funcional. No Antigo Pacto, os sacerdotes adentravam no tabernáculo para
oferecer suas ofertas e sacrifícios muitas vezes, e o sumo sacerdote uma vez no
ano (Hb 8.3). Cristo, à semelhança do sistema sacerdotal arônico, também
deveria ter oferta para oferecer. Contudo, há duas coisas que diferenciam o
sacerdócio de Cristo com o do Antigo Pacto: Ele mesmo se deu em sacrifício (1Co
5.7) e este, ao contrário do sacrifício levítico, não mais se repete, foi
efetuado de uma vez por todas. Cristo, portanto, não está mais oferecendo
sacrifício no céu de forma repetida como fazia os sacerdotes levitas. Agora,
Ele intercede por todos os que o invocam.
3. No aspecto cultual. O
autor escreve a partir da perspectiva de que o culto levítico continuava em
pleno funcionamento. Havia ainda nos seus dias sacerdotes que ofereciam
sacrifícios e ofertas de acordo com a lei (Hb 8.4). A atividade sacerdotal
juntamente com as demais funções exercidas pelos sacerdotes estava estritamente
relacionada ao culto. Nesse aspecto, o sacerdócio de Cristo era superior porque
sua atividade cultual era em tudo superior, visto se realizar no santuário
celestial.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A Nova Aliança inaugurada por
Cristo é superior à Antiga no aspecto posicional, funcional e cultual.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O ANTIGO E O NOVO CONCERTO
Os capítulos 8-10 descrevem
numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos
sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis desse centro
de adoração do Antigo Testamento. É duplo o propósito do autor: (1) contrastar
o serviço do Sumo Sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto,
com o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial segundo o
novo concerto; e (2) demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto
prenunciam ou tipificam o ministério que estabeleceu o novo concerto.
(3) Jesus é quem instituiu o
Novo Concerto ou o Novo Testamento (ambas as ideias estão contidas na palavra
grega diatheke — testamento), e seu ministério celestial é
incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do Antigo Testamento. O
Novo Concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma
declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam
a Deus mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de
promessa para aqueles que, por fé, aceitam a Cristo como o Filho de Deus,
recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele e aos preceitos do novo
concerto” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1910).
CONHEÇA MAIS
Aliança
“[Do
lat. alligantia , ligar a, unir-se a] Em linguagem teológica, é um
acordo firmado entre Deus e a família humana, através do qual Ele promete
abençoar os que lhe aceitam a vontade e guardam os seus mandamentos (Gn
17.1-21). A base das alianças é o amor divino. É um compromisso gracioso da
parte de Deus, pelo qual Ele concede-nos favores imerecidos”. Para conhecer
mais leia Dicionário Teológico, CPAD, p.39.
III. UMA PROMESSA SUPERIOR
1. De natureza interior e
espiritual. Debaixo da Antiga Aliança, Deus havia chamado os israelitas
para ser o seu povo (Êx 19.5,6). Essa Aliança fora escrita em tábuas de pedras,
revelando assim o seu lado exterior. Nesse aspecto, a lei agia de fora para dentro
(Hb 8.9). Tendo o povo de Deus falhado em cumprir as exigências legais da
Antiga Aliança, Deus prometeu fazer uma Nova. Nessa Nova Aliança, a lei divina
não mais seria escrita em tábuas de pedras, mas sim no coração. Não mais do
lado de fora, mas do lado de dentro (Hb 8.10).
2. De natureza individual e
universal. A Antiga Aliança é contrastada com a Nova também quanto ao seu
alcance. Na Antiga Aliança, nem todos conheciam ao Senhor, o que estava
reservado somente ao sacerdote, ao escriba e àqueles que se especializavam em
minúcias da Lei. Nos dias de Jesus, era comum encontrar os “mestres da lei” que
frequentemente eram consultados sobre os detalhes da Torá. Todavia, na Nova
Aliança o Senhor prometeu que “todos me conhecerão” (Hb 8.11). Na Nova Aliança o
conhecimento do Senhor está à disposição de todos os crentes e não apenas de
uma classe privilegiada.
3. De natureza
relacional. O aspecto relacional é posto em evidência na citação deste
versículo: “Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de seus
pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (v.12). A Nova Aliança é
um concerto de misericórdia, graça e perdão. Certo autor destaca que o antigo
sistema separava a religião da vida. O homem podia ser reto cerimonialmente e
perverso no coração, ou reto no coração e incorreto cerimonialmente. Na Nova
Aliança, em vez de uma “recordação de pecados todos os anos” (Hb 10.3
— ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais se lembra dos pecados de seu
povo (Hb 10.17).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A promessa do Novo Concerto é
de natureza interior e espiritual; de natureza individual e universal; bem como
de natureza relacional.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Estabelecido o Novo Concerto
em Cristo, o Antigo Concerto se tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o Novo
Concerto não invalida a totalidade das Escrituras do Antigo Testamento, mas
apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a
obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O Antigo Testamento não está
abolido; boa parte de sua revelação aponta para Cristo [...], e por ser a
inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir
na retidão” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1911)
CONCLUSÃO
O autor já havia mostrado a
superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o arônico e levítico quando o coloca
como pertencente à ordem de Melquisedeque. Agora, ele mostra que esse sumo
sacerdote possui um ministério superior porque ministra em um santuário
superior e é o fiador de uma superior aliança. Por pertencerem a essa Nova
Aliança, os crentes desfrutam de promessas superiores. Por isso glorificamos a
Deus por essas bênçãos.
PARA REFLETIR
A respeito de Uma Aliança
Superior, responda:
De acordo com o escritor aos
Hebreus, onde “fica” o tabernáculo em que Jesus entrou para oficiar?
Para o escritor aos Hebreus,
esse tabernáculo é o próprio céu que é chamado “verdadeiro Tabernáculo” por
pertencer à dimensão celestial.
Por que Jesus deve ser visto
como Sacerdote-Rei?
Porque Jesus é o único
Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da profecia bíblica do Salmo 110.4.
Cristo continua oferecendo
sacrifícios no ceú? Explique.
Não, pois Ele intercede por
todos os que o invocam.
Qual é a diferença da Nova
Aliança, em relação à Antiga, em termos de alcance?
Na Nova Aliança o conhecimento
do Senhor está à disposição de todos os crentes e não apenas de uma classe
privilegiada, como ocorria na Antiga Aliança.
No aspecto relacional, qual a
grande diferença entre a Nova e a Antiga Aliança?
Na Nova Aliança, em vez de uma
“recordação de pecados todos os anos” (Hb 10.3 — ARA), como na Antiga Aliança,
Deus não mais se lembra dos pecados de seu povo (Hb 10.17).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Uma Aliança superior
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
8.1-10
2. I. Um Santuário
Superior
• 1. Pertencente a uma
dimensão superior.
• 2. Possuidor de uma
natureza superior.
• 3. Possuidor de uma
importância.
3. II. Um Ministério
Superior
• 1. No aspecto
posicional.
• 2. No aspecto
funcional.
• 3. No aspecto cultual.
4. III. Uma Promessa
Superior
• 1. De natureza interior
e espiritual.
• 2. De natureza
individual e universal.
• 3. De natureza
relacional.
5. Conclusão
Vivemos num contexto em que a dimensão
espiritual e celestial em muitas igrejas está se perdendo. Podemos apontar
vários culpados para esse fenômeno: a teologia da prosperidade, a prosperidade
econômica das nações, as distorções acerca das profecias concernentes a volta
de Cristo e outros motivos. Entretanto, aproveite a oportunidade desta aula
para resgatar o caráter celestial e espiritual do ministério de Jesus Cristo,
logo, da missão da Igreja, o Corpo de Cristo. Assim, dialogando com a classe,
pontue as seguintes questões em que o próprio Senhor deixa essa verdade bem
clara:
• A Pilatos: “o meu Reino não
é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para
que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo
18.36).
• A alguns da multidão: “Mas,
se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o
Reino de Deus” (Lc 11.20).
• Aos três discípulos mais
próximos: “E, estando ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e
as suas vestes ficaram brancas e mui resplandecentes. E eis que estavam falando
com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória e
falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém” (Lc 9.29-31).
Finalize essa atividade
citando a conhecida mensagem do apóstolo Paulo aos coríntios: “Se esperamos em
Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19).
Boa aula!
Lições CPAD Jovens e Adultos » Sumário Geral » Adultos 2018 » 1º Trimestre
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 9: Contrastes na
adoração da Antiga e Nova Aliança
Data: 4 de Março de 2018
TEXTO ÁUREO
“E quase todas as coisas,
segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há
remissão” (Hb 9.22).
VERDADE PRÁTICA
A eficácia da adoração neste
período da Nova Aliança está no fato de ela estar fundamentada no sangue de
Cristo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 9.2
Os utensílios do culto na
Antiga Aliança
Terça — Hb 9.4
O culto, os oficiantes e a
liturgia na Antiga Aliança
Quarta — Hb 9.14
Uma redenção eterna pelo sangue
do Cordeiro
Quinta — Hb 9.14,15
Uma consciência limpa pelo
sangue de Cristo
Sexta — Hb 9.15,22
Uma herança eterna pelo sangue
de Jesus
Sábado — Hb 9.28
Uma promessa gloriosa pelo
sacrifício do Filho de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 9.1-5,14,15,22-28.
1 — Ora, também o
primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre.
2 — Porque um tabernáculo
estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da
proposição; ao que se chama o Santuário.
3 — Mas, depois do
segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,
4 — que tinha o
incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que
estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha
florescido, e as tábuas do concerto;
5 — e sobre a arca, os
querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não
falaremos agora particularmente.
14 — quanto mais o sangue
de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus,
purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?
15 — E, por isso, é
Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das
transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a
promessa da herança eterna.
22 — E quase todas as
coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue
não há remissão.
23 — De sorte que era bem
necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem;
mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes.
24 — Porque Cristo não
entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu,
para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus;
25 — nem também para a si
mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no
Santuário com sangue alheio.
26 — Doutra maneira,
necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas, agora,
na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo
sacrifício de si mesmo.
27 — E, como aos homens
está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,
28 — assim também Cristo,
oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez,
sem pecado, aos que o esperam para a salvação.
HINOS SUGERIDOS
41, 124 e 412 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicar que a adoração na
Nova Aliança está fundamentada no sangue de Cristo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Apontar como era o
culto e seus elementos na Antiga Aliança;
II. Mostrar a eficácia do
culto na Nova Aliança;
III. Explicar a
singularidade do culto da Nova Aliança.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A adoração e o louvor a Deus
não é algo visto somente na Nova Aliança, já no Antigo Testamento o desejo de
Deus era que os israelitas o adorassem e tivessem um relacionamento mais
profundo com Ele. Por isso, o Criador ordenou que Moisés construísse uma tenda
móvel de adoração, o Tabernáculo, que acompanharia o povo durante a longa
travessia pelo deserto. Este seria o único lugar onde o povo poderia
encontrar-se com Ele e adorá-lo. Cada detalhe, cada peça, o desenho, ou seja,
tudo no Tabernáculo tinha um significado, simbolizando uma realidade
espiritual.
Na carta aos Hebreus o autor
detalha alguns principais utensílios do Tabernáculo a fim de mostrar o sentido
da adoração e do serviço sagrado na Antiga Aliança, comparando com a obra de
Cristo no Tabernáculo eterno da Nova Aliança.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Ao falar do tabernáculo como o
local de culto na Antiga Aliança, o autor sagrado detalha alguns dos seus
principais utensílios. Ele mostra que tem em mente o culto quando usa a palavra
grega latreia. Essa palavra é usada em outros trechos (Hb 9.1,6,9,14) com o
sentido de adoração ou serviço sagrado. É perceptível que a doutrina do sacerdócio
de Cristo domina boa parte da epístola e muita coisa que foi dita sobre o
assunto é enfatizado novamente aqui. A intenção é contrastar a antiga adoração
prestada pelo sistema sacerdotal da Antiga Aliança e o serviço prestado por
Cristo no tabernáculo eterno da Nova Aliança.
PONTO CENTRAL
A adoração na Nova Aliança
está fundamentada na obra de Cristo no Calvário.
I. O CULTO E SEUS ELEMENTOS NA
ANTIGA ALIANÇA
1. O culto e seus
utensílios. O autor demonstra profundo conhecimento sobre o culto na
Antiga Aliança quando fala do tabernáculo e dos seus utensílios. Ele tem em
mente as duas principais divisões do antigo santuário: o santo lugar e o santo
dos santos. Na descrição que ele faz do primeiro compartimento, o santo lugar,
estavam o candelabro e a mesa dos pães da proposição. No segundo compartimento,
o santo dos santos, que era separado do primeiro por uma cortina, o autor cita
a arca da aliança e o incensário de ouro.
2. O culto: seus oficiantes e
liturgia. Há toda uma simbologia nesses utensílios do antigo culto como
demonstra a tipologia bíblica. O candelabro representaria o testemunho do povo
de Deus; a mesa dos pães da proposição, a comunhão com Deus; o altar do
incenso, a oração e a Arca do Concerto a presença de Deus. Todavia, o autor não
se detém nos detalhes dessa tipologia. A sua intenção é mostrar o culto como um
todo, conforme ele era prestado no antigo tabernáculo e, dessa forma,
contrastar com o tabernáculo celeste no qual Cristo oficiava como sumo
sacerdote. No santo lugar, os sacerdotes entravam diariamente para prestar
culto, enquanto somente uma vez no ano o sumo sacerdote adentrava no santo dos
santos para oficiar. O serviço sagrado prestado por eles era apenas uma sombra
e não resolvia o problema da culpa. Por intermédio do sacrifício de si mesmo,
Cristo entrou no santo dos santos celestial para resolver de uma vez por todas
o problema do pecado.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O culto na Antiga Aliança
tinha os seus utensílios, seus oficiantes e sua liturgia ordenados por Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“De alguma maneira o texto em
Hebreus 9.1-10.18 é o âmago do argumento do autor. Por meio de um número
considerável de detalhes, ele contrasta o serviço sacerdotal terreno, a Antiga
Aliança, com o novo ministério sacerdotal de Cristo (o celestial) da Nova
Aliança, a fim de completar seu argumento de que a antiga foi simplesmente um
presságio e uma preparação para a nova, e que a nova cumpre, ultrapassa e
substitui a antiga. Consequentemente, seus leitores não podem retornar à Antiga
Aliança sem que sofram resultados desastrosos (cf. 10.19-31).
Em Hebreus 9.1, o autor
apresenta dois importantes assuntos relacionados ao ministério sacerdotal sob o
‘primeiro’ concerto: (1) as ‘ordenanças de culto divino’, e (2) o ‘santuário
terrestre’ (ou ‘tabernáculo’, Hb 9.2a), que ele discute em ordem inversa em
9.2-5 e 9.6-10. O tabernáculo é chamado de ‘terrestre’ ( kosmikon )
porque foi feito por mãos humanas (cf. 8.2; 9.11,24) e denota a esfera de sua
atividade, em contraste com a esfera celestial não feita por mãos humanas, onde
Jesus Cristo agora ministra (cf. 8.5,6; 9.11,12).
O autor destaca que o
tabernáculo do Antigo Testamento (quando construído por Moisés no deserto) era
dividido em dois compartimentos (ou salas); ‘Santuário’ (9.2) e ‘Santo dos
Santos’ (9.3). Estas duas salas do tabernáculo são distinguidas pelos termos
‘primeiro’ e ‘segundo’. Cada uma delas continha uma mobília que tinha um
significado simbólico, conforme as instruções dadas por Deus, e o véu que
separava as duas salas tinham um profundo significado” (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.1587,1588).
II. A EFICÁCIA DO CULTO NA
NOVA ALIANÇA
1. Uma redenção eterna. A
diferença entre o culto da Antiga e o da Nova Aliança pode ser vista no
contraste entre ambas alianças quanto à eficácia do sacrifício efetuado no
contexto de cada uma. Sobre a eficácia da redenção operada por Cristo, o autor
diz ir muito além da do antigo culto (Hb 9.12). No texto de Hebreus nove, a
palavra “redenção” traduz o termo grego lytrôsis , que significa
“resgate” com o sentido de “libertação mediante o pagamento de um preço”.
Enquanto o culto levítico, com seus muitos rituais, produzia apenas pureza
cerimonial, o sacrifício de Cristo operou a redenção eterna.
2. Uma consciência
limpa. Já vimos que os sacrifícios na Antiga Aliança possuíam um aspecto
meramente externo, isto é, cerimonial. Eles não conseguiam tratar com a parte
interna do homem. Na verdade, esses muitos sacrifícios apenas “cobriam” os
pecados em vez de removê-los. Por outro lado, o sacrifício de Cristo trata com
o problema do pecado em sua raiz. Ele não apenas “cobre” a transgressão, mas a
remove (Hb 9.14). Nenhum sacrifício no antigo culto era capaz de tratar com o
problema da consciência. Todavia, o sangue de Cristo purifica e limpa a
consciência tornando-a apta para a adoração a Deus.
3. Uma herança eterna. O
efeito imediato da purificação interior efetuada pelo sangue de Cristo é visto
nas palavras do autor em Hebreus 9.15, quando ele afirma que “os chamados
recebam a promessa da herança eterna”. A palavra “herança” traduz o termo
grego kleronomia , com o sentido de algo que alguém por direito
possui. Em o Novo Testamento, é usado em relação às coisas terrenas (Lc 12.13)
e celestiais, no sentido de que Cristo nos chamou “para uma herança
incorruptível” (1Pe 1.4). Por isso, a nossa herança é celestial, espiritual e
eterna.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A eficácia do culto na Nova
Aliança se dá mediante a redenção operada por Cristo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“As ordenanças do Antigo
Testamento quanto à adoração levítica envolviam coisas como ‘manjares, e
bebidas, e várias oblações’ (Hb 9.10). Estas providências externas e
temporárias foram válidas somente ‘até ao tempo da correção’. Cristo cumpre o
que é antecipado e prenunciado na Antiga Aliança. Sua vinda foi, deste modo,
uma emenda ou reforma completa da estrutura religiosa de Israel. A Antiga
Aliança deveria agora dar lugar à nova; a sombra deveria dar lugar à essência;
a cópia exterior e terrena deveria dar lugar à realidade interior e celestial”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1591).
CONHEÇA MAIS
Nova Aliança
“Esta é uma providência de
Deus pela qual Ele estabeleceu um novo relacionamento de responsabilidade entre
Si mesmo e o seu povo (Jr 31.31-34). A expressão nova aliança também é um
sinônimo do NT e, portanto, refere-se aos 27 livros do NT, ou à própria Nova
Aliança [...].
A escolha ou a designação da aliança.
Quando mencionada pela primeira vez, esta aliança foi chamada de ‘nova’ (Jr
31.31), porque foi estabelecida em oposição à aliança primária ou a mais antiga
de Israel, a saber, a aliança da lei Mosaica. Este mesmo contraste também é
feito em Hebreus 8.6-13”. Leia mais em Dicionário Wycliffe, CPAD,
pp.66,68.
III. A SINGULARIDADE DO CULTO
DA NOVA ALIANÇA
1. O santuário celeste. O
tabernáculo terrestre era um tipo do santuário celeste, onde Cristo oficia como
sumo sacerdote (Hb 9.24). O culto na Antiga Aliança, com seu santuário
terrestre, era apenas uma sombra da qual o santuário celeste é a realidade. O
verdadeiro modelo de adoração não pode ser visto, olhando para a terra, mas
para o céu. Se a adoração no antigo santuário, apesar de suas inúmeras
limitações, teve seu valor, que dizer então da adoração que toma como ponto de
partida o santuário celeste?
2. Um sacrifício
superior. O serviço prestado pelos sacerdotes no antigo culto é
contrastado com aquele realizado por Cristo na Nova Aliança. Cristo, ao
contrário dos sacerdotes, não necessitou repetir o seu sacrifício nem tampouco
fazê-lo por meio de sangue alheio (Hb 9.25). O culto no Antigo Concerto era
imperfeito porque seus sacerdotes eram imperfeitos da mesma forma que o eram os
seus sacrifícios. O verdadeiro culto, em tudo superior, só foi possível porque
o Cordeiro de Deus se deu em nosso lugar.
3. Uma promessa
gloriosa. O autor encerra a sua exposição sobre o culto na Antiga e Nova
Aliança com uma promessa: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para
tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o
esperam para salvação” (Hb 9.28). O autor de Hebreus resume bem a mensagem do
texto sobre a obra de Cristo, quando diz que o nosso Senhor “se manifestou,
para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26). Agora,
comparece por nós no céu (Hb 9.24), mas um dia aparecerá para levar-nos ao seu
lar (Hb 9.28). Esses “três tempos da salvação” tem como base a sua obra
consumada na Cruz do Calvário.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O culto na Nova Aliança é
singular, pois apresenta um sacrifício superior.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), reproduza o
quadro abaixo e utilize-o para mostrar a conexão entre o Antigo Concerto e o
Novo Concerto Messiânico e a singularidade do culto da Nova Aliança.
CONCLUSÃO
O autor conseguiu seu objetivo
ao contrastar a adoração na Antiga e na Nova Aliança. A adoração antiga era
terrena, imperfeita, transitória, incompleta. Por outro lado, a adoração no
Novo Pacto se firma em princípios celestiais, eternos e perfeitos. Não há,
pois, como adorar a Deus de uma forma agradável tomando por base os rudimentos
desta dimensão terrena. Nossa adoração é superior porque o nosso Senhor
encontra-se entronizado acima dos anjos.
PARA REFLETIR
A respeito de Contrastes na
Adoração da Antiga e Nova Aliança, responda:
Quais as duas divisões do
antigo santuário que o autor de Hebreus tem em mente?
Ele tem em mente as duas
principais divisões do antigo santuário: o santo lugar e o santo dos santos.
Enquanto o culto levítico
produzia apenas uma pureza cerimonial, o que opera o sacrifício de Cristo?
O sacrifício de Cristo operou
uma redenção eterna.
Segundo o autor de Hebreus,
qual é a nossa herança?
Nossa herança é celestial,
espiritual e eterna.
O culto na Antiga Aliança era
a sombra do quê?
O culto na Antiga Aliança, com
seu santuário terrestre, era apenas uma sombra do qual o santuário celeste é a
realidade.
O autor de Hebreus encerra a
sua exposição com qual promessa?
O autor encerra a sua
exposição sobre o culto na Antiga e Nova Aliança com uma promessa: “Assim
também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação” (Hb 9.28).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Contrastes na adoração da
Antiga e Nova Aliança
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
9.1-5,14,15,22-28
2. I. O Culto e seus
elementos na Antiga Aliança
• 1. O culto e seus utensílios.
• 2. O culto: seus
oficiantes e liturgia.
3. II. A eficácia do
culto na Nova Aliança
• 1. Uma redenção eterna.
• 2. Uma consciência
limpa.
• 3. Uma herança eterna.
4. III. A singularidade
do culto da Nova Aliança
• 1. O santuário celeste.
• 2. Um sacrifício
superior.
• 3. Uma promessa
gloriosa.
5. Conclusão
O tema da presente lição, de
fato, é de grande conteúdo. Entretanto, o problema para alguns, talvez para a
maioria que se sente desconfortável, não está na quantidade de elementos ou na
descrição do culto judaico do Antigo Testamento, mas na aparente dificuldade de
compreender o texto de Levítico, o livro que descreve toda função sacerdotal e
os elementos do culto levítico.
“O texto do Pentateuco parece
ser de difícil compreensão, impenetrável, muito fechado”, reclamam alguns.
Diante disso, gostaria de relacionar algumas dicas para facilitar a sua leitura
do livro de Levítico.
1. Para a lição desta
semana, a leitura do livro de Levítico é fundamental. É o livro que trata da institucionalização
do sacerdócio no Antigo Testamento. Portanto, se você ainda não leu o livro,
não deixe de fazê-lo.
2. Leia Levítico numa
Bíblia mais contemporânea, isto é, numa linguagem mais corrente. Refiro-me às
seguintes versões: Almeida Século XXI, NVI (Nova Versão
Internacional).
3. Por que recomendo o
item dois? Porque, na maioria das vezes, a dificuldade que as pessoas reclamam
com o livro do Levítico, na verdade, é oriunda da versão que se usa para ler o
livro do que com o texto propriamente escrito. Explico-me no item quatro.
4. Por exemplo, sabemos
que a ARC (Almeida Revista Corrigida) ou a ARA (Almeida
Revista Atualizada), versões belíssimas da Bíblia, são versadas na Língua
Portuguesa mais antiga, isto é, muitos termos caíram em desuso.
5. Mas atenção:
recomendamos o uso da versão contemporânea apenas para o estudo pessoal.
Entretanto, no culto público ou na exposição da aula na Escola Dominical, use
a ARC (Almeida Revista Corrigida), a versão oficialmente usada por
nossa denominação.
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 10: Dádiva,
privilégios e responsabilidades na Nova Aliança
Data: 11 de Março de 2018
TEXTO ÁUREO
“Cheguemo-nos com verdadeiro
coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência
e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).
VERDADE PRÁTICA
A Nova Aliança é uma dádiva
divina que traz grandes responsabilidades.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 10.14
Uma única oferta santificou
aos que creem
Terça — Hb 10.12
O único ofertante suficiente
para o sacrifício
Quarta — Hb 10.10
Uma única vez, um único
sacrifício e a substituição do culto
Quinta — Hb 10.23
A necessidade de vigilância
para continuar crendo na promessa
Sexta — Hb 10.35
A necessidade de confiança na
grande recompensa
Sábado — Hb 10.36
A necessidade de perseverança
para alcançar a promessa
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 10.1-7,22-25.
1 — Porque, tendo a lei a
sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos
sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a
eles se chegam.
2 — Doutra maneira,
teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca
mais teriam consciência de pecado.
3 — Nesses sacrifícios,
porém, cada ano, se faz comemoração dos pecados,
4 — porque é impossível
que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados.
5 — Pelo que, entrando no
mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste;
6 — holocaustos e
oblações pelo pecado não te agradaram.
7 — Então, disse: Eis
aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a
tua vontade.
22 — cheguemo-nos com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má
consciência e o corpo lavado com água limpa,
23 — retenhamos firmes a
confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.
24 — E consideremo-nos
uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
25 — não deixando a nossa
congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e
tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.
HINOS SUGERIDOS
208, 242 e 303 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a Nova Aliança é
uma dádiva divina que traz grandes responsabilidades.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
qual a dádiva da Nova Aliança;
II. Apresentar os
privilégios da Nova Aliança;
III. Explicar as
responsabilidades da Nova Aliança.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), nesta
lição veremos os inúmeros privilégios que a Nova Aliança oferece a todos
aqueles que creem no sacrifício de Jesus e buscam se achegar a Deus. Mediante a
fé em Jesus fomos justificados e regenerados e hoje temos livre acesso a
presença do Pai. Com certeza, este é o maior benefício que nos foi concedido
pelo Senhor. Todos os benefícios da Nova Aliança só se tornaram possíveis
mediante a obra expiatória de Jesus Cristo, pois na Antiga Aliança somente o
sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez no ano no Dia da
Expiação. Hoje por meio do sacrifício perfeito e eterno de Cristo temos livre
acesso à presença de Deus. Este é um grande privilégio que conduz a uma grande
responsabilidade. Como crentes jamais devemos negligenciar a Nova Aliança
menosprezando a graça de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor sagrado está próximo
de concluir a sua argumentação acerca do sacerdócio e do sacrifício de Cristo.
A seção de Hebreus 10.1-18 é reservada por ele para lembrar, reforçar e
concluir os argumentos anteriormente expostos sobre a singularidade e a
eficiência da obra expiatória de Jesus Cristo. Tendo feito isso, ele destaca
inúmeros privilégios desfrutados pelos crentes que só se tornaram possíveis
graças à superioridade da Nova Aliança. O acesso direto à presença de Deus,
graças à mediação de Cristo, constitui o maior deles. Mas ao mesmo tempo em que
destaca as bênçãos da nova vida em Cristo, o autor também chama a atenção para
as responsabilidades que derivam dela.
PONTO CENTRAL
A Nova Aliança é uma dádiva divina
que traz grandes responsabilidades.
I. A DÁDIVA DA NOVA ALIANÇA
1. Uma única oferta. O
Antigo Testamento põe em destaque as centenas de sacrifícios que eram
realizados ano após ano no culto judaico. A quantidade de animais mortos nessas
celebrações impressionava. Especialistas em cultura judaica, e na língua
hebraica, afirmam que houve situações nas quais os filhos de Arão se gabavam de
ficar cobertos de sangue sacrifical até os tornozelos. Em História dos
Hebreus (CPAD), no livro “Guerras Judaicas”, o historiador Flávio Josefo
fala em centenas de milhares desses sacrifícios. Para o autor de Hebreus, esses
sacrifícios não passavam de uma sombra da qual Cristo era a realidade (Hb
10.1). Cristo, com uma única oferta, realizou a obra da redenção (Hb 10.14).
2. Um único ofertante. A
oferta foi única, o ofertante também (Hb 10.12). Aqui, como já havia feito
anteriormente, o autor destaca o ofício de Cristo como sacerdote e rei. Este é
o diferencial entre o sistema sacerdotal do leviticalismo e o do cristianismo.
À semelhança de Melquisedeque, Cristo não apenas oficia como sacerdote, mas
também governa como rei. Depois de fazer a purificação do pecado com seu
próprio sangue, Ele, agora como rei, assentou-se à direita de Deus (Hb 1.3).
3. Uma única vez. Uma
única oferta feita uma única vez por um único sumo sacerdote (Hb 10.10)! Um dos
pontos mais destacados na epístola pelo autor de Hebreus foi o caráter único do
sacrifício de Cristo. Enquanto os sacrifícios da Antiga Aliança necessitavam
ser frequentemente repetidos, o sacrifício de Cristo foi feito uma única vez em
favor de todos os homens. Esse fato demonstra inequivocamente, que por um lado,
os sacrifícios de animais eram imperfeitos e jamais poderiam aperfeiçoar
alguém; e que por outro, deixa claro que somente o sangue de Cristo pode
satisfazer a justiça de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A Nova Aliança nos concede uma
grande dádiva.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Quando as pessoas se reuniam
para a oferta de sacrifícios no Dia da Expiação, elas eram lembradas dos seus
pecados, e sem dúvida se sentiam culpadas novamente. O que elas mais precisavam
era do perdão — o perdão permanente e poderoso que destrói o pecado, o perdão
que temos em Cristo. Quando confessamos um pecado a Ele, não precisamos pensar
nesse pecado nunca mais.
Os sacrifícios de animais não
podiam remover os pecados; eles forneciam apenas uma forma temporária de lidar
com o pecado até que Jesus viesse para lidar com o pecado de forma permanente.
Como, então, as pessoas eram perdoadas nos tempos do Antigo Testamento? Pelo
fato de os crentes do Antigo Testamento seguirem o mandamento de Deus sobre a
oferta de sacrifícios, Deus lhes perdoava quando realizavam seus sacrifícios
movidos pela fé. Mas essa prática aguardava, com expectativa, o sacrifício
perfeito de Cristo. O modo de Cristo é superior à maneira do Antigo Testamento
porque o mundo antigo apenas apontava para a obra excelente que Cristo faria
para remover os pecados” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação
Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015, p.1798).
II. OS PRIVILÉGIOS DA NOVA
ALIANÇA
1. Regeneração. No
capítulo oito o autor já havia contrastado a Antiga Aliança com a Nova, levando
em conta o seu aspecto cerimonial e ritual. Os inúmeros sacrifícios e rituais
jamais puderam produzir mudança interna. A santificação no Antigo Pacto se dava
mais no aspecto cerimonial. Todavia, a grandeza da Nova Aliança está na mudança
interna que ela produz, isto é, no coração (Hb 10.16). O apóstolo Paulo disse o
mesmo com outras palavras (Rm 2.29).
2. Adoração. O autor
sacro já havia destacado que a adoração na Antiga Aliança era imperfeita porque
poucos tinham acesso à presença de Deus. O povo era representado pelos
sacerdotes e, uma vez no ano, pelo sumo sacerdote. Não era uma adoração em
espírito e em verdade (Jo 4.23). Todavia, o autor revela que esse fato mudou.
No Novo Concerto o próprio crente tem acesso ao lugar mais íntimo do santuário
por intermédio de Cristo Jesus, o perfeito sumo sacerdote (Hb 10.19). A única
atitude necessária destacada pelo autor é a de chegarmos a Deus “com verdadeiro
coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má
consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).
3. Comunhão. O conceito
de Igreja como Corpo vivo de Cristo aparece no pensamento do autor de Hebreus.
Embora o antigo povo formasse uma “congregação no deserto”, ele não era uma
igreja no sentido neotestamentário. A existência da Igreja só se tornou
possível depois do Calvário. Como Igreja, os cristãos podem desfrutar da
perfeita comunhão com Cristo e uns com os outros. Sem comunhão, sem
congregação, não há igreja. Ninguém consegue ser crente isolado ou sozinho. Por
isso, o “congregar” é importantíssimo para a saúde espiritual do crente (Hb
10.24,25).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Muitos são os privilégios da
Nova Aliança, mas o acesso direto à presença de Deus, graças à mediação de
Cristo, constitui o maior deles.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Reproduza o esquema abaixo no
quadro. Depois inicie a explicação do segundo TÓPICO da lição fazendo a
seguinte indagação: “Quais os privilégios da Nova Aliança?”. Ouça os alunos com
atenção e incentive a participação de todos. Em seguida utilize o quadro para
mostrar aos alunos alguns dos muitos privilégios alcançados pela Nova Aliança.
III. AS RESPONSABILIDADES DA
NOVA ALIANÇA
1. Vigilância. O autor
volta às exortações feitas nos capítulos dois e seis. Não há dúvida de que ele
acreditava que um cristão genuíno pode decair da graça, senão, não teria
sentido algum seu duro tom exortativo. Primeiramente, ele aconselha o crente a
se firmar na fé (Hb 10.23). O autor já havia usado a palavra “reter”
(gr. katecheo ) duas outras vezes (Hb 3.6,14). Essa palavra é usada
em Lucas 8.15 (ARA) para os que “retêm a palavra” a fim de não se desviarem
dela. Esse apego era justificado segundo a pergunta retórica do autor: “Quanto
maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de
Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo
ao Espírito da graça?” (Hb 10.29). Há um preço alto quando nos falta a
vigilância.
2. Confiança. Com o
objetivo de animar a fé dos crentes, o autor faz menção ao histórico da vida
deles. Eles haviam experimentado sofrimento, abandono e até mesmo a espoliação;
contudo, permaneceram firmes. O que estava, portanto, acontecendo agora? Aquela
mesma confiança que haviam tido no passado deveria continuar como um sólido
fundamento (Hb 10.35). Quando o cristão perde a capacidade de confiar, ele
perde a motivação pelas coisas celestiais. O céu é para quem tem esperança!
3. Perseverança. O autor
conclui o capítulo mostrando que na jornada cristã o crente precisa de
paciência (Hb 10.36). A palavra grega hypomoné ocorre 32 vezes em o
Novo Testamento com o sentido de “paciência” e “perseverança”. Essa palavra
aparece também em Lucas 8.15, referindo-se ao crente que produz fruto com
perseverança. O discipulado cristão, bem como a produção de frutos, demanda
tempo. E para alcançar as promessas de Deus é preciso perseverar até o fim.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Na Nova Aliança há
privilégios, mas também grandes responsabilidades.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O autor de Hebreus faz uma
série de exortações e uma delas é: ‘Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança’
(Hb 10.23). O autor retorna à sua preocupação pelos leitores, que estão em
perigo de se afastar de sua fé e da confissão da esperança em Cristo (cf.
2.1-3; 3.12-14; 4.1; 6.4-6; 10.26-31). ‘Reter firme’ significa literalmente não
se desviar nem para um lado nem para o outro, e deste modo significa estar
‘firme’, ‘estável’, ‘inabalável’. Para os leitores, reter firme sua ‘esperança’
em Cristo como judeus convertidos incluía permanecerem firmes em sua fé, crendo
que Jesus Cristo é o seu sacrifício pelo pecado e o seu sumo sacerdote diante
de Deus. A ‘esperança’, porém, é mais abrangente do que a ‘fé’, porque inclui
as promessas específicas de Deus sobre o futuro. O incentivo mais forte
possível para continuarem em direção à esperança é o caráter fidedigno de Deus:
‘Porque fiel é o que prometeu’. Nossa esperança é baseada na promessa infalível
de Deus; porque não apreciamos e confessamos isto confiante e ousadamente.
Outra exortação importante é:
‘Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade [ou ao amor]
e às boas obras’ (Hb 10.24). Este verso enfoca o ‘amor’ (Hb 10.24,25), que
completa a tríade com a fé (Hb 10.22) e a esperança (Hb 10.23). Os cristãos
devem encorajar-se mutuamente e estimularem-se uns aos outros (‘incitar’,
‘provocar’) às expressões práticas do amor. O objetivo desta ação é o aumento e
o aprofundamento do ‘amor e das boas obras’ em meio aos crentes. O amor deve
ter ‘um resultado prático’ e ‘uma expressão tangível’” (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1602).
CONHEÇA MAIS
Sobre a importância de congregar
“10.25 Quando vedes que se vai
aproximando aquele dia. O dia da volta de Cristo para buscar os seus fiéis
está se aproximando [...]. Até chegar esse dia, enfrentaremos muitas provações
espirituais e muitas falsificações na doutrina. Devemos congregar-nos
regularmente para nos encorajarmos mutuamente e nos firmarmos em Cristo e na fé
apostólica do novo concerto.
10.26 Se pecarmos
voluntariamente. O escritor de Hebreus volta advertir seus leitores sobre
o caso de abandonar a Cristo, como fizeram em 6.4-8”. Leia mais em Bíblia
de Estudo Pentecostal, CPAD, pp.1914,15.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final de mais uma
lição. Observamos que o autor, neste capítulo, praticamente exauriu o assunto
em torno do sacerdócio de Cristo. A comparação detalhada que ele fez entre os
dois pactos, a Antiga e a Nova Aliança, serviu para mostrar a superioridade
desta última. Cristo tornou possível o que na Antiga Aliança era apenas uma
promessa. Todavia, o cristão não deve se acomodar nem tampouco negligenciar a
Nova Aliança, abusando do poder da graça de Deus. Em vez disso, ele deve
demonstrar vigilância e perseverança no caminhar com Cristo.
PARA REFLETIR
A respeito de Dádiva,
Privilégios e Responsabilidades na Nova Aliança, responda:
Segundo a lição, o que o
Antigo Testamento põe em destaque?
O Antigo Testamento põe em
destaque as centenas de sacrifícios que eram realizados ano após ano no culto
judaico.
“Enquanto os sacrifícios da
Antiga Aliança necessitavam ser frequentemente repetidos, o sacrifício de
Cristo foi feito uma única vez em favor de todos os homens”. O que esse fato
demonstra?
Esse fato demonstra
inequivocamente por um lado que os sacrifícios de animais eram imperfeitos e
jamais poderiam aperfeiçoar alguém e, por outro lado, deixam claro que somente
o sangue de Cristo poderia satisfazer a justiça de Deus.
Em que está fundamentada a
grandeza da Nova Aliança?
A grandeza da Nova Aliança
está na mudança interna que ela produz, isto é, no coração (Hb 10.16).
Segundo a lição, por que não
há dúvida para o autor de Hebreus que o cristão poderia cair da graça?
Não há dúvida que o autor
acreditava que um cristão genuíno pode decair da graça, senão, não teria
sentido algum seu duro tom exortativo.
O que o autor de Hebreus
destaca sobre a jornada da vida cristã?
O autor destaca que na jornada
da vida cristã o crente precisa de paciência (Hb 10.36).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Dádiva, privilégios e
responsabilidades na Nova Aliança
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
10.1-7,22-25
2. I. A Dádiva da Nova
Aliança
• 1. Uma única oferta.
• 2. Um único ofertante.
• 3. Uma única vez.
3. II. Os Privilégios da
Nova Aliança
• 1. Regeneração.
• 2. Adoração.
• 3. Comunhão.
4. III. As
Responsabilidades da Nova Aliança
• 1. Vigilância.
• 2. Confiança.
• 3. Perseverança.
5. Conclusão
Na aula desta semana é
importante conhecer o conceito de Expiação, que significa “reparação de
culpas”. O termo é usado para se referir ao cancelamento do pecado humano com
base na justiça de Cristo propiciada ao pecador que passou pela experiência de
novo nascimento. A bênção da Expiação proporciona o cancelamento de todo
pecado.
O conceito de Expiação é
importante para compreender o ponto central do capítulo 10. Este capítulo marca
o fim de um sólido discurso que teve início em Hebreus 4.17. Por isso,
reproduzimos a explicação do teólogo pentecostal J. Wesley Adam acerca da
mediação e perfeito sacrifício de Cristo:
“‘A lei’ de Moisés (10.1) com
seu sistema sacrifical era severamente limitada porque (1) era somente ‘a
sombra’ ( skia ) e ‘não a imagem exata’ da realidade
( eikon ) e (2) não podia ‘aperfeiçoar’ aqueles que desejavam
aproximar-se de Deus como adoradores”.
“A lei serviu, no passado,
como ‘uma testemunha de uma realidade futura’ quando prefigurou ‘os bens
futuros’ (10.1). Estes ‘bens’ (que sob a perspectiva do Antigo Testamento
estavam no futuro) vieram agora (9.11) no ministério do sumo sacerdotal e na
morte sacrifical de Cristo”.
“Uma evidência da
insuficiência e da imperfeição dos sacrifícios do Antigo Testamento era que
aqueles tinham de ser ‘continuamente oferecidos a cada ano’ [a expiação de
Cristo foi única e suficiente]”.
Sugestão Pedagógica
Reproduza como puder e discuta
com os alunos essas três conclusões que a carta aos Hebreus nos possibilita
chegar no capítulo 10.
Lições CPAD Jovens e Adultos
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 11: Os gigantes da
fé e o seu legado para a Igreja
Data: 18 de Março de 2018
TEXTO ÁUREO
“Ora, a fé é o firme
fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
veem” (Hb 11.1).
VERDADE PRÁTICA
A fé é a confiança irrestrita
nas promessas de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 11.4
O sacrifício de Abel e a fé
que ainda fala
Terça — Hb 11.5
O testemunho de Enoque e sua
trasladação
Quarta — Hb 11.7
A confiança de Noé que o fez
herdeiro da justiça
Quinta — Hb 11.8
A obediência de Abraão em sair
para um lugar desconhecido
Sexta — Hb 11.22
A fidelidade de José e a ordem
acerca de seus ossos
Sábado — Hb 11.24,25
A determinação de Moisés em se
recusar a ter o gozo do pecado
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 11.1-8,22-26,30-34.
1 — Ora, a fé é o firme
fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.
2 — Porque, por ela, os
antigos ?alcançaram testemunho.
3 — Pela fé, entendemos
que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que
se vê não foi feito do que é aparente.
4 — Pela fé, Abel
ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de
que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de
morto, ainda fala.
5 — Pela fé, Enoque foi
trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque Deus o trasladara,
visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a
Deus.
6 — Ora, sem fé é
impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.
7 — Pela fé, Noé,
divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação
da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito
herdeiro da justiça que é segundo a fé.
8 — Pela fé, Abraão,
sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e
saiu, sem saber para onde ia.
22 — Pela fé, José,
próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca
de seus ossos.
23 — Pela fé, Moisés, já
nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino
formoso; e não temeram o mandamento do rei.
24 — Pela fé, Moisés,
sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
25 — escolhendo, antes,
ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do
pecado;
26 — tendo, por maiores
riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em
vista a recompensa.
30 — Pela fé, caíram os
muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.
31 — Pela fé, Raabe, a
meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.
32 — E que mais direi?
Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté,
e de Davi, e de Samuel, e dos profetas,
33 — os quais, pela fé,
venceram ?reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas
dos leões,
34 — apagaram a força do
fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se
esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos.
HINOS SUGERIDOS
107, 126 e 459 da Harpa
Cristã.
OBJETIVO GERAL
Apresentar os gigantes da fé
segundo Hebreus 11 e o seu legado para a Igreja.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Discutir a respeito da
fé que gera confiança em Deus;
II. Mostrar que a fé nos
faz ver o impossível;
III. Compreender que a fé
dá poder para avançar.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a),
estudaremos um dos capítulos mais conhecidos da Epístola aos Hebreus, a galeria
dos heróis da fé que se encontra no capítulo 11. Esses heróis e heroínas eram
pessoas comuns, sujeitos as intempéries da vida, mas a fé deles em Deus fez com
que superassem grandes obstáculos, fazendo com que o nome do Senhor fosse
exaltado. O estudo dessa galeria nos mostra que a fé, embora sendo algo
subjetivo, traz sempre resultados práticos.
É importante que você
ressalte, no decorrer da lição, que estes heróis da fé, não tinham as
Escrituras Sagradas como temos hoje, o que tornava o conhecimento deles a
respeito de Deus, se comparado a nós, limitado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O autor acabara de fazer sua
longa exposição sobre a supremacia de Cristo, seu sacerdócio e a superioridade
da Nova Aliança em relação à Antiga. Essa exposição começou no capítulo
primeiro e se estendeu por quase todo o capítulo dez. Aqui, ele faz um apanhado
histórico sobre a jornada de fé dos homens e das mulheres de Deus no Antigo
Pacto e como isso deveria ser tomado como exemplo para os cristãos do Novo
Concerto. Essa fé, diferentemente do conceito de justificação dado por Paulo,
aparece aqui com o sentido de ousadia, perseverança e confiança nas promessas
de Deus. A fé demonstrada por eles em diferentes momentos da história, e em
diferentes situações, foi o que garantiu as suas inserções na galeria dos
heróis bíblicos. Essa mesma fé, que garantiu que eles sempre avançassem e nunca
recuassem, devemos imitar.
PONTO CENTRAL
A confiança em Deus fez com
que pessoas comuns se tornassem gigantes da fé.
I. A FÉ QUE GERA CONFIANÇA EM
DEUS
1. O sacrifício de
Abel. O autor dá início a sua galeria dos heróis da fé com Abel, o
primeiro exemplo de homem de fé (Hb 11.4). Abel foi um homem, que nos
primórdios da humanidade, ousou confiar em Deus. A Bíblia mostra que seu
sacrifício, feito com fé, agradou a Deus. O culto prestado por ele foi
verdadeiro! Há muitas especulações sobre a natureza do sacrifício oferecido por
Abel, mas o texto sagrado nada diz sobre o assunto. O fato é que a fé de Abel
foi uma fé operante, diferentemente da fé de Caim, seu irmão. Para o autor de
Hebreus, os cristãos, assim como fora Abel, deveriam ser em tudo confiantes
porque o Cristo a quem seguem é, em tudo, superior a Abel (Hb 12.24).
2. O testemunho de
Enoque. Há pouquíssimas referências à pessoa de Enoque no registro bíblico.
Mas o pouco que há é suficiente para inspirar fé e confiança (Hb 11.5). Somente
duas pessoas são citadas na Bíblia que não experimentaram a morte, um é Elias,
o profeta de Tisbe, o outro é Enoque. A Bíblia diz que esse traslado de Enoque
se deu por causa deste “andar” com Deus. Ninguém se aproxima do Pai, nem muito
menos anda com Ele, se não demonstrar fé. Deus é soberano e age como quer, mas
o fato é que Deus chamou Enoque para perto de si por causa do seu andar na fé.
Sem fé ninguém agrada a Deus.
3. A confiança de Noé. No
seu sermão escatológico, Jesus se referiu aos dias de Noé como uma época de
insensibilidade espiritual. Foi uma geração, à semelhança da nossa,
imediatista! Do aqui e agora. Nos dias de Noé já se vivia uma espécie de
hedonismo, porque todos se preocupavam apenas com aquilo que dava prazer
imediato (Mt 24.37-39). Eales não “perceberam”, mas Noé, sim. Quando ninguém
conseguia ouvir Deus, Noé o ouviu: “Pela fé, Noé, divinamente avisado das
coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou
a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é
segundo a fé” (Hb 11.7).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A fé produz confiança
irrestrita em Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Três coisas são mencionadas a
respeito da fé de Abel:
(1) Ele é elogiado por
ser um adorador de Deus. A Escritura somente diz que ‘pela fé, Abel ofereceu a
Deus maior [melhor] sacrifício do que Caim’, porque o sacrifício de Abel era
uma expressão de adoração que envolvia toda a sua vida e fé. Apresentou toda a
sua fé a Deus, não manteve qualquer reserva. Isto representou total devoção ao
Senhor, não simplesmente uma cerimônia religiosa. Pela fé, adentrou a mais
profunda realidade espiritual e interior do sacrifício ao Deus invisível.
(2) ‘Alcançou testemunho
de que era justo’. Caim não era justo; Deus lhe disse que sua oferta somente
seria aceitável se fizesse o que era certo (Gn 4.3-7). Deus rejeito a adoração
de Caim porque seu coração não era justo. Abel, por outro lado, demonstra a
íntima relação entre a retidão e a fé em 10.38. Sua adoração agradou a Deus
porque vivia e agia pela fé como um homem justo.
(3) Foi mencionado por
seu testemunho. Abel morreu como o primeiro mártir profético da história (cf.
Lc 11.50,51); seu testemunho duradouro passou por sucessivas gerações e
continua a falar da vida de fé que agrada a Deus, como homem fiel que adora a
Deus de todo o seu coração” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ:
CPAD, 2004, p.1612).
II. A FÉ QUE FAZ VER O
INVISÍVEL
1. A obediência de
Abraão. Após ter falado sobre Abel, Enoque e Noé, o autor agora foca o seu
argumento sobre a fé da pessoa de Abraão, o patriarca da nação hebreia. Todos
os nomes citados anteriormente são tidos como exemplos de fé, mas nenhum deles
havia se tornado um modelo para os judeus, como fora Abraão. Quando chamado por
Deus, Abraão obedeceu e sua fé o guiou mesmo quando não sabia para onde ia (Hb
11.8). Mas Abraão não era apenas pai dos judeus, ele era pai de “todos os que
creem” (Gl 3.7). Os cristãos deveriam seguir suas pegadas com a mesma
obediência e a mesma fé do amigo de Deus.
2. A fidelidade de
José. A Escritura testemunha sobre a fidelidade de José. Embora tenha sido
vendido, ele mesmo nunca se vendeu (At 7.9,10). A fé o manteve vivo no Egito.
Se a fé de Abraão fez com que conhecesse o desconhecido, por outro lado, a fé
de José fez ele enxergar o invisível (Hb 11.22). José, pela fé, “viu” o Êxodo
do povo judeu. De fato, a palavra grega “saída” (v.22) é a mesma usada para se
referir ao Êxodo. É essa fé, que nos faz enxergar o desconhecido e acreditar no
futuro, que o autor exorta os crentes a demonstrarem.
3. A determinação de
Moisés. A jornada do Êxodo, sob a liderança de Moisés, durou quarenta
anos. Todavia, a jornada da fé de Moisés começou bem antes (Hb 11.24,25).
Moisés foi um homem determinado, ousado, confiante e cheio de fé. A sua fé
também permitiu que ele enxergasse o invisível, pois teve “por maiores
riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito” (Hb 11.26). Ele
“viu” Cristo, mesmo tendo vivido centenas de anos antes. Por que não seguir seu
exemplo de fé na jornada espiritual?
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A fé nos faz ver o invisível e
alcançar o impossível.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“Fé no período patriarcal (11.8-22)
O período patriarcal do Antigo
Testamento se estende de Abraão a José. Abraão é como o centro das atenções;
somente um verso é dedicado a Isaque (v.20), Jacó (v.21) e José (v.22). Isto é
compreensível, já que Abraão, o homem de fé por excelência no Antigo
Testamento, desempenha um papel central no princípio da história hebraica e na
obra do plano de salvação de Deus. No Novo Testamento, Abraão é mencionado mais
extensivamente do que qualquer outra figura do Antigo Testamento. Aqui em
Hebreus 11, três principais episódios da vida de Abraão são mencionados para
ilustrar três importantes faces de sua jornada de fé.
1) Ao obedecer ao chamado
de Deus para partir de Ur dos Caldeus para uma terra prometida desconhecida,
Abraão demonstrou fé no futuro não visto (11.8-10).
2) Durante longos anos de
espera pelo filho e descendentes prometidos em circunstâncias humanamente
impossíveis, Abraão demonstrou fé na promessa impossível (11.11,12).
3) Quando Deus pediu que
sacrificasse Isaque (seu único filho da promessa), Abraão demonstrou fé em meio
à prova ou ao teste severo (11.17-19). Além destes modos em que a fé está
poderosamente ilustrada, um parêntese em 11.13-16 chama a atenção para uma
linha comum de fé que percorre a vida de Abraão e dos outros patriarcas”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1614).
III. A FÉ QUE DÁ PODER PARA
AVANÇAR
1. A ousadia de
Josué. Moisés havia morrido e a Josué coube a missão de introduzir o povo
na Terra Prometida. Contudo, o ingresso na terra não poderia ser feito enquanto
Jericó permanecesse de pé. De nada adiantava ter saído do Egito para ficar fora
de Canaã. O povo só ficaria de pé se Jericó caísse. Numa guerra a vitória
pertence a quem for mais numeroso, bem armado e melhor treinado. Israel não
possuía tais capacidades. O autor então mostra como eles venceram — pela fé (Hb
11.30). Sim, a fé foi a arma infalível nessa guerra! Se a fé os fez avançar na
conquista da Canaã terrena, muito mais essa mesma fé pode fazer na jornada
celestial.
2. A coragem de Raabe. Na
queda de Jericó, Raabe escapou com vida. Escapou, como afirma o texto bíblico,
pela fé (Hb 11.31). Mas a sua fé fez mais — pela fé, Raabe, mesmo sendo gentia,
entrou na linhagem do povo de Deus (Mt 1.5). A fé de Raabe deve servir de
inspiração e motivação para quem está na jornada rumo à Canaã celestial.
3. O heroísmo de
Gideão. O autor fecha a sua lista dos heróis da fé citando vários
personagens bíblicos. A lista é encabeçada por Gideão, um dos juízes durante o
regime tribal israelita (Hb 11.32). Gideão foi desafiado por Deus a buscar o
livramento do seu povo por meio da fé. Em desvantagem numérica e bélica, ele
contava apenas com a fé na grandeza de Deus. Com apenas 300 homens, mas com a
promessa divina recebida pela fé, ele deu grande livramento a seu povo. Deus
não conta com números, Ele conta com quem tem fé!
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A confiança em Deus nos dá
poder para avançar e vencer os obstáculos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Pela fé, Raabe, a meretriz, e
sua família foram poupadas durante a destruição de Jericó (11.31; cf. Js 6.23).
Com exceção de Sara (Hb 11.11), Raabe é a única mulher mencionada pelo nome, na
lista dos heróis da fé em Hebreus 11. Sua fé é revelada por ter acolhido e
ocultado dois espiais enviados por Josué a Jericó antes da conquista. É também
evidente em sua confissão — ‘Bem sei que o Senhor vos deu esta terra’ (Js 2.9)
— uma fé baseada naquilo que ouviu e creu sobre o relatório do milagroso Êxodo
de Israel do Egito, e das vitórias de Israel a leste do Jordão, antes de
rodearem Jericó (Js 2.10-13). ‘Pela fé’ ela creu que o Deus de Israel era o
Deus do céu e da terra. Além disso, Raabe demonstrou sua fé arriscando o
‘presente por causa da perseverança futura’. Deste modo, quando Jericó foi
conquistada e seus habitantes destruídos, Raabe ‘não pereceu com os incrédulos’
(isto é, os desobedientes da cidade). Raabe foi poupada — uma mulher gentílica,
prostituta secular, pecadora contumaz — este é um clássico exemplo, no Antigo
Testamento pelo fato de Deus ser rico em misericórdia e abundante em graça, é
salva pela graça através da fé (cf. Ef 2.3-9)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.1624,25).
CONHEÇA MAIS
Fé
“No Novo Testamento o
verbo pisteuõ (‘creio, confio’) e o
substantivo pistis (‘fé’) ocorrem 480 vezes. Poucas vezes o substantivo
reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23;
Rm 3.3; Gl 5.22; Tt 2.10; Ap 13.10). Pelo contrário, normalmente funciona como
um termo técnico, usado quase exclusivamente para se referir à confiança
ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At
16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12)”. Para conhecer
mais leia Teologia Sistemática — Uma Perspectiva Pentecostal,
CPAD, pp.369-70.
CONCLUSÃO
O autor de Hebreus contrasta o
caminhar de várias personagens da história bíblica com a carreira proposta aos
cristãos. Essas personagens tinham em comum um longo e desafiador percurso para
fazer. Sem perseverança, ousadia e fé nenhum deles teria conseguido chegar ao
seu destino final. A única forma de não retroceder é caminhar com fé. A fé
derruba o obstáculo, abate o Inimigo e levanta o abatido.
PARA REFLETIR
A respeito de os Gigantes da
Fé e seu Legado para a Igreja, responda:
Qual elemento o autor aos
Hebreus cita para falar que Jesus é superior a Abel?
O sangue da aspersão (Hb
12.24).
Noé foi lembrado em qual
Sermão do Senhor Jesus?
No seu Sermão Escatológico de
Mateus 24.
Abraão não é pai unicamente
dos judeus. Explique.
Segundo Gálatas 3.7, pela fé
ele era pai de “todos os que creem”.
Qual foi o pedido de José?
Que na saída dos filhos de
Israel do Egito levassem seus ossos (Hb 11.22).
Por que Jericó precisava ser
destruída?
Porque o ingresso na terra não
poderia ser feito enquanto Jericó permanecesse de pé.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Os gigantes da fé e o seu
legado para a Igreja
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
11.1-8,22-26,30-34
2. I. A Fé que gera
confiança em Deus
• 1. O sacrifício de
Abel.
• 2. O testemunho de
Enoque.
• 3. A confiança de Noé.
3. II. A Fé que faz ver o
invisível
• 1. A obediência de
Abraão.
• 2. A fidelidade de
José.
• 3. A determinação de
Moisés.
4. III. A Fé que dá poder
para avançar
• 1. A ousadia de Josué.
• 2. A coragem de Raabe.
• 3. O heroísmo de
Gideão.
5. Conclusão
O capítulo 11 de Hebreus é um
dos mais conhecidos e mais ricos sobre o tema da fé. Segundo a Bíblia de
Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, “o capítulo 11 demonstra a natureza do
único tipo de fé aceita por Deus e que triunfará na pior das situações. É uma
fé que crê nas realidades espirituais (v.1), que leva à justiça (v.4), que
busca a Deus (v.6), que crê na sua bondade (v.6), que tem confiança na sua
palavra (vv.7,11), que obedece aos seus mandamentos (v.8), que vive segundo as
promessas de Deus (vv.13,29), que rejeita o espírito deste presente mundo mau
(v.13), que busca um lar celestial (vv.14-16; cf.13.13,14), que abençoa a
geração seguinte (v.21), que recusa os prazeres do pecado (v.25), que suporta a
perseguição (v.27), que pratica poderosos atos de justiça (vv.33-35), que sofre
por amor a Deus (vv. 25,35-38) e que não volta àquela pátria donde haviam
saído, i.e., o mundo” (p.1916).
Com base nesse comentário,
podemos destacar algumas características da fé que o autor aos Hebreus se
refere no capítulo 11: a fé nos faz crê nas realidades espirituais (v.1); A fé
nos leva à justiça (v.4); a fé nos leva crê na bondade de Deus (v.6); a fé nos
leva a ter confiança na Palavra de Deus (vv.7,11); a fé nos leva a obedecer os
mandamentos divinos (v.8); a fé nos leva viver segundo as promessas divinas
(vv.13,29); a fé nos leva a rejeitar o espírito do mundo (v.13); a fé nos levar
a buscar um lar celestial (v. vv.14-16; cf.13.13,14); a fé nos leva a abençoar
a nossa geração seguinte (v.21); a fé nos leva a recusar os prazeres do pecado
(v.25); a fé nos leva a suportar a perseguição (v.27); a fé nos leva a sofrer
por amor a Deus (v.25,35-38). Boa aula!
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
1º Trimestre de 2018
Título: A supremacia da
Cristo — Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
Comentarista: José
Gonçalves
Lição 12: Exortações
finais na grande maratona da fé
Data: 25 de Março de 2018
TEXTO ÁUREO
“Portanto, nós também, pois,
que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo
embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira
que nos está proposta” (Hb 12.1).
VERDADE PRÁTICA
Assim como um atleta, o
cristão corre a grande maratona da fé.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 12.1
O exemplo dos antigos em
correr a maratona da fé
Terça — Hb 12.2
O exemplo de Jesus, autor e
consumador de nossa fé
Quarta — Hb 12.3,4
O exemplo da igreja em
resistir à perseguição
Quinta — Hb 13.17
A necessidade de se valorizar
os líderes espirituais
Sexta — Hb 13.9
A necessidade de se valorizar
a doutrina bíblica
Sábado — Hb 13.18
A necessidade de se cultivar
os valores espirituais
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 12.1-8; 13.15-18.
Hebreus 12
1 — Portanto, nós também,
pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos
todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência,
a carreira que nos está proposta,
2 — olhando para Jesus,
autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a
cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
3 — Considerai, pois,
aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que
não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.
4 — Ainda não resististes
até ao sangue, combatendo contra o pecado.
5 — E já vos esquecestes
da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a
correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido;
6 — porque o Senhor
corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.
7 — Se suportais a
correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não
corrija?
8 — Mas, se estais sem
disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e
não filhos.
Hebreus 13
15 — Portanto, ofereçamos
sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que
confessam o seu nome.
16 — E não vos esqueçais
da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada.
17 — Obedecei a vossos
pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que
hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso
não vos seria útil.
18 — Orai por nós, porque
confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se
honestamente.
HINOS SUGERIDOS
25, 320 e 539 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que, assim como um
atleta, o cristão corre a grande maratona da fé.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Discutir a respeito da
corrida que nos foi proposta por Deus;
II. Mostrar que
precisamos ser corredores bem treinados;
III. Saber que estamos na
reta final da nossa corrida da fé.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor(a), pela graça do
Senhor Jesus Cristo, chegamos ao final de mais um trimestre. Estudamos a
Epístola aos Hebreus, uma carta que revela a superioridade de Cristo, do seu
ministério e da Nova Aliança. Ela foi escrita em um tempo e em um contexto bem
diferente do nosso, mas seu conteúdo é atual e nos ajuda a enfrentarmos os
“tempos trabalhosos” pelos quais estamos passando. Nesta última lição
estudaremos os dois últimos capítulos, esses nos exortam a correr a maratona da
fé sem recuar ou olhar para trás, pois em breve o nosso Salvador virá.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Os dois capítulos finais da
Carta aos Hebreus constituem-se como um dos mais fortes apelos exortativos de
toda a epístola. A exortação, que começa no capítulo 12, é que cada um corra a
“maratona da fé” que está proposta. A palavra grega agon traduzida
como “carreira” tem o sentido de luta, conflito, esforço e corrida. No capítulo
11 o autor havia falado das promessas de Deus como o alvo a ser alcançado,
agora ele coloca o cristão dentro da maratona da fé, correndo rumo a essa meta.
Como toda corrida, é preciso fazer os preparativos necessários. E isso tem uma
razão de ser — toda corrida, especialmente a maratona, demanda algum tipo de
esforço e sofrimento. O sofrimento aparece como algo intrínseco da corrida, já
que ela exige uma vida disciplinada. Todavia, nada disso deve servir de
desmotivação, já que estamos numa pista onde outros, bem antes de nós, também
já trilharam.
PONTO CENTRAL
Precisamos de fé para correr a
grande maratona que nos está proposta.
I. A CORRIDA PROPOSTA
1. O exemplo dos
antigos. Muito embora o autor fale sobre o futuro, ele o faz com um olhar
no passado. A “grande nuvem de testemunhas” (Hb 12.1) é uma referência aos
heróis da fé aos quais ele se referira no capítulo 11. Aqueles homens e
mulheres de Deus do mundo antigo também entraram na corrida. Eles correram, e
correram tão bem, que por essa razão tinham agora suas vidas como exemplos.
Suas vidas e exemplos devem servir de motivação a todo que se propõe a entrar
na corrida.
2. O exemplo de Jesus. O
autor faz um apelo para que os crentes olhem “para Jesus, autor e consumador da
fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a
afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12.2). Essas palavras
devem ser lidas a partir do contexto do primeiro século. O judaísmo, como uma
religião milenar, possuía um sistema cerimonialista muito rígido. Esse
ritualismo quando contrastado com a fé cristã, ainda embrionária, gerou fortes
conflitos. Muitos crentes não demonstravam convicção suficiente para suportar
essa pressão e, por isso, esses crentes abandonavam a nova fé ou voltavam para
o antigo sistema que haviam abandonado. O autor apela então para o exemplo de
Jesus, que mesmo suportando a afronta, a vergonha e a ignomínia, não abandonou
a carreira que lhe fora proposta.
3. O exemplo da Igreja. A
visão do autor em relação a seus companheiros de caminhada é a mais realista
possível. Ele não nega em nenhum momento desconhecer a realidade pela qual eles
estão passando. O sofrimento é uma realidade implacável que os cerca. Contudo,
o seu apelo é que eles vejam o sofrimento por outro ângulo. Longe de ser um
sinal de reprovação divina, o sofrimento é tido pelo autor como um instrumento
pedagógico usado por Deus. O escritor volta-se para o Antigo Testamento onde
esse ensino é bem claro (Hb 12.5,6). Por isso, ninguém na jornada da fé, quando
surpreendido pelo sofrimento, deve esmorecer e abandonar a corrida.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Estamos em meio a uma corrida
que nos foi proposta por Deus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“O chamado a perseverar como
filhos (12.1-13)
O vínculo entre a fé e a
perseverança (ou paciência) no capítulo 11 torna-se a plataforma para o chamado
à perseverança em 12.1-13. Em 11.40, duas frases sinalizam o retorno à
aplicação pessoal para os leitores originais e para nós: ‘Alguma coisa melhor a
nosso respeito’ e ‘para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados’. Tendo
descrito a história e os triunfos espirituais dos antigos santos, que se
tornaram possíveis causas de sua fé e perseverança, o autor novamente enfoca o
desafio que seus leitores têm de serem firmes na fé e perseverantes para
suportar as provas (cf. 12.1-3,7 com 10.32,36). Ele desenvolve três incentivos
principais que deveriam inspirar seus leitores a perseverarem como crentes no
Senhor:
• O incentivo do exemplo de
seus antepassados (21.1);
• O incentivo do exemplo de
Cristo (21.2,3);
• O incentivo do
relacionamento do Pai-Filho que tinha com Deus (12.4-11)” (ARRINGTON, French
L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1630).
II. CORREDORES BEM TREINADOS
1. Respeitam limites. O
autor lembra a seus leitores: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a
qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Certo autor ressalta que a
santificação, como usada na Epístola, é principalmente um termo ritual (Hb
10.14,22). Da mesma forma que, sob a Antiga Aliança, a pessoa impura não
poderia entrar num recinto sagrado para adorar, assim também sem santidade a
visão final de Deus será impossível (cf. Mt 5.8). O pensamento se volta aqui, porém,
para a prática da santidade e da moral. “Corredores” bem treinados respeitam
limites.
2. Mantêm a mente
limpa. Com o texto de Deuteronômio 29.18 em mente, o autor fala em tom
exortativo do “cuidado” que deveriam ter a fim “de que ninguém se prive da graça
de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela
muitos se contaminem” (Hb 12.15). Moisés havia advertido o antigo Israel sobre
os males da idolatria e seu fruto amargo, a apostasia. Alguém contaminado com a
erva daninha da apostasia sem dúvida contaminaria toda a comunidade. A única
forma de se manter livre desse mal era manter uma mente sóbria, limpa pela
Palavra de Deus. Dessa forma era possível não permitir que o grupo fosse
contaminado. Ninguém com raiz de amargura no coração consegue fazer com êxito a
caminhada da fé. “Corredores” bem treinados mantêm a mente limpa.
3. Valorizam as coisas
espirituais. O autor exorta seus irmãos de fé a valorizarem as coisas
espirituais. Se alguém está regredindo e voltando atrás é porque não está dando
o real valor a salvação recebida. O exemplo vem de Esaú, filho de Isaque e
irmão de Jacó: “E ninguém seja fornicador ou profano, como Esaú, que, por um
manjar, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12.16). De acordo com o
livro de Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado com as coisas terrenas
do que com as celestiais (Gn 25.29-34; 27.33,38). Não hesitou em trocar o seu
direito de primogenitura por uma simples refeição. Esse fato revela a mente
mundana que ele possuía. A indiferença religiosa conduz à apostasia espiritual
e, muitas vezes, fica tarde para se arrepender! “Corredores” bem treinados
valorizam as coisas espirituais.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Para vencermos a corrida que
nos foi proposta pelo Senhor precisamos de treino.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“A santidade na vida prática
(12.14)
A santidade não é algo
opcional ou extra na vida cristã, mas algo que pertence à sua essência. Somente
aqueles que têm o coração puro verão a Deus; ninguém mais (Mt 5.8). Aqui (Hb
12.14), como no verso 10, trata-se da santidade na vida prática. Deste modo,
12.14 começa exortando os crentes a procurarem verdadeiramente a paz e a
santidade como estilo de vida. Fazer todo o esforço possível
( dioko ) transmite a ideia da diligência na busca da paz e da
santificação, e não um esforço que produz obras mortas e justiça própria.
Muitos intérpretes entendem a
busca da ‘paz’ em 12.14 como se referindo à paz com todos (como na NVI). A
preposição grega neste verso, é meta com o genitivo, que traz um sentido de
‘junto com’ (cf. 11.9; 13.23). Deste modo, o termo ‘todos’ significa
especialmente junto com ‘todos os outros crentes’ (cf. 13.24), que também estão
sendo exortados a procurar a paz de Cristo na comunidade. Como um objeto direto
do verbo dioko , a paz é vista como uma realidade objetiva ligada a
Cristo e à sua morte redentora na cruz, que torna possível a harmonia e a
solidariedade na comunidade cristã (cf. Cl 1.20).
Semelhantemente, a ‘santidade’
é essencial para a comunidade cristã (cf. 12.15). O pecado divide e contamina o
Corpo de Cristo (a Igreja), da mesma maneira que o câncer faz com o corpo
humano. Procurar a santidade sugere um processo de santificação no qual a nossa
vida e nossa maneira de viver são separadas para Deus como santas e como
instrumentos de honra a Ele. Somos transformados conforme a semelhança de Deus
quando nos aproximamos e nos mantemos no Lugar Santíssimo de sua presença. Na
união e na comunhão com Deus, no Lugar Santíssimo, reside o poder da ‘paz’ e da
‘santidade’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1634).
CONHEÇA MAIS
Correr
“1. Trechõ (τρέχω),
‘correr’, usado: (a) literalmente (por exemplo, Mt 27.48); dramõn ,
particípio aoristo, proveniente de um verbo obsoleto dramõ , mas
suprindo certas formas ausentes do verbo trechõ , literalmente,
‘tendo corrido, correndo’, expressivo da determinação do ato; a mesma forma no
indicativo é usada, por exemplo, em Mt 28.8; nos Evangelhos, só é usado o
significado literal; em outros lugares, ocorre em 1Co 9.24 (duas vezes na
primeira parte); Ap 9.9; (b) metaforicamente, para ilustrar ‘corredores’ numa
corrida, acerca da rapidez ou esforço em atingir um fim (Rm 9.16) [...]; 1Co 9.26;
Hb 12.1, alude à atividade perseverante no trajeto cristão com vistas a obter
recompensa”. Para conhecer mais leia Dicionário Vine, CPAD, p.512.
III. A CORRIDA FINAL,
EXORTAÇÕES FINAIS
1. Valorizar a
liderança. Uma das exortações e advertências que mais se repete nesse
capítulo é feita em relação ao respeito devido aos líderes da comunidade
cristã. A expressão grega no texto de Hebreus para o exercício da liderança é
traduzida como pastor, chefe ou líder e ocorre seis vezes nessa carta, sendo três
delas neste capítulo (Hb 13.7,17,24). Essa palavra é igualmente usada em Atos
7.10 para falar sobre José como governador do Egito. O autor pede que os
cristãos não se esqueçam do trabalho que os líderes espirituais realizaram em
prol deles (Hb 13.7). A natureza da missão a eles confiada pertence a outra
dimensão, isto é, a espiritual (Hb 13.17). Onde não há respeito pela liderança,
prevalece a anarquia. Os líderes não são intocáveis nem tampouco perfeitos, mas
devem ser honrados pelo trabalho que realizam (1Ts 5.12,13), bem como devem ser
lembrados por isso (Hb 13.24).
2. Valorizar a
doutrina. Desde os primórdios a Igreja foi tentada a se desviar da
verdade. Doutrinas falsas sempre estiveram à espreita. Aqui não foi diferente
(Hb 13.9). É impossível precisarmos que tipo de doutrina associada ao uso de
alimentos o autor estivesse falando, mas o contexto do Novo Testamento revela
que esse fato não era estranho para os cristãos (Rm 14.1-4; 1Co 8.1; Cl 2.21).
O certo é que o autor exorta os crentes a firmarem-se na Palavra de Deus para
se manterem e não se enredarem para aquilo que era de natureza meramente
material, ritual e externa.
3. Valorizar a
adoração. O autor havia falado à exaustão nos capítulos anteriores sobre o
sistema de sacrifício levítico. A Nova Aliança tornara totalmente dispensável
tal sistema. Em Cristo, sob a Nova Aliança, os sacrifícios são de outra
natureza e acontecem em outra dimensão (Hb 13.15). Louvor, adoração e ação de
graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança. O serviço a favor
dos santos e a comunhão são também lembrados como uma poderosa forma de adorar
a Deus (Hb 13.16). Adorar não é apenas “cantar”, mas “sacrificar”.
Infelizmente, é possível termos muita música e não termos nenhuma adoração.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Estamos na corrida final, por
isso, precisamos estar atentos as exortações do Senhor.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Apegar-se ao ensino sadio do
evangelho (13.7-12)
Os próximos três versos devem
ser vistos como uma unidade de pensamento, sendo 13.8 a ponte entre 13.7 e
13.9. Jesus Cristo é o enfoque invariável da mensagem do evangelho (13.8), que
foi fielmente pregado por seus líderes originais (13.7) e que deve permanecer
de acordo com o padrão da verdade, pelo qual todos os ensinos serão julgados
(13.9).
‘Lembrai-vos (uma ênfase na
continuidade no tempo presente, isto é, continue lembrando) dos vossos
pastores, que vos falaram (no passado, isto é, antigos líderes) a Palavra de
Deus’ (13.7). Por três vezes neste capítulo o escritor menciona os líderes
espirituais dos leitores (13.7, 17,24). Em todas, é utilizado o
termo begoumenoi , que se refere a homens de autoridade em uma
posição de liderança. Em 13.7, os leitores devem obedecer aos seus líderes, e
em 13.24, o autor envia suas saudações a todos os líderes; em ambos os versos o
autor se refere aos líderes atuais. Em 13.7, porém, são seus antigos líderes
que devem ser lembrados. São recordados dois fatos importantes a respeito
destes antigos líderes.
1) Proclamaram ‘a palavra
de Deus’ (13.7); isto é, eram homens de autoridade espiritual em virtude de se
manterem enfocados na Palavra de Deus. É mais provável que a igreja, que reunia
em uma casa, à qual a carta aos Hebreus foi enviada tenha sido fundada como
resultado da pregação e do ministério de ensino destes líderes.
2) Eram homens de ‘fé’
(13.7), cuja qualidade de fé e modo de vida exemplar os colocaram ao lado dos
heróis da fé, sob a antiga aliança (veja 11.4-38). Sua vida e fidelidade a
Cristo eram tão exemplares que o autor agora exorta os leitores a ‘imitarem’
sua fé. Existe mais poder no testemunho de uma pessoa que conhecemos ou vimos
do que quando apenas lemos ou ouvimos a seu respeito. A advertência a
considerar o resultado de suas vidas também aponta para o seu falecimento;
agora a totalidade de sua vida pode ser vista juntamente com seu triunfo final
de fé, na partida para estar com o Senhor” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD,
Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1645).
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que o autor
se vale de uma metáfora — a maratona praticada no mundo antigo, para através
dela contrastar a grande corrida da fé. Quando alguns crentes davam sinais de
cansaço e fadiga espiritual, o autor de Hebreus exortava-os a imitar os grandes
campeões da fé. Ninguém vence uma corrida sem que para isso não tenha de se
sacrificar. O sofrimento é inevitável, mas o resultado alcançado por aqueles
que ousam perseverar é infinitamente recompensador.
PARA REFLETIR
A respeito de Exortações
Finais na Grande Maratona da Fé, responda:
A quem o autor se refere ao
falar da “grande nuvem de testemunhas”?
A “grande nuvem de
testemunhas” (Hb 12.1) é uma referência aos heróis da fé aos quais ele se
referia no capítulo 11.
Como o autor de Hebreus vê o
sofrimento?
Ele vê o sofrimento como um
instrumento pedagógico usado por Deus.
Qual texto o autor tinha em
mente ao falar de “raiz de amargura”.
Ele tinha em mente o texto de
Deuteronômio 29.18.
De acordo com o livro de Gênesis,
como era Esaú?
De acordo com o livro de
Gênesis, Esaú era um indivíduo mais preocupado com as coisas terrenas do que
com as celestiais.
Quais são as formas de
adoração apresentadas pelo escritor aos Hebreus?
Louvor, adoração e ação de
graça são formas legítimas de sacrifícios na Nova Aliança.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Exortações finais na grande
maratona da fé
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Introdução
Texto Bíblico: Hebreus
12.1-8; 13.15-18
2. I. A Corrida Proposta
• 1. O exemplo dos antigos.
• 2. O exemplo de Jesus.
• 3. O exemplo da Igreja.
3. II. Corredores Bem
Treinados
• 1. Respeitam limites.
• 2. Mantêm a mente
limpa.
• 3. Valorizem as coisas
espirituais.
4. III. As
Responsabilidades da Nova Aliança
• 1. Valorizar a liderança.
• 2. Valorizar a
doutrina.
• 3. Valorizar a
adoração.
5. Conclusão
Prezado professor, prezada
professora, chegamos ao final de mais um trimestre. Eis uma excelente
oportunidade para uma avaliação das ações pedagógicas, didáticas na classe em
que atuamos. Algumas perguntas abaixo podem servir de norte para essa
autoavaliação:
1. Os
instrumentos pedagógicos usados pelo professor são satisfatórios ao processo
ensino-aprendizagem?
2. O
professor conseguiu mostrar clareza e eficácia ao expor o conteúdo?
3. O
aproveitamento das aulas pelos alunos tem sido satisfatório?
4. Qual
nota o professor dá ao próprio desempenho?
5. Qual
nota o professor dá ao desempenho da classe?
Sugestão Pedagógica
Para a aula final deste
trimestre, recomendamos que você faça uma revisão geral do tema abordado ao
longo do trimestre. Como a carta de Hebreus é altamente teológica, a revisão de
conteúdo é importante para o aluno não perder de vista o assunto da epístola.
Assim, siga adiante o conteúdo da última lição trimestral.
Para a última lição do
trimestre, sugerimos que você deixe a classe bem ciente sobre a estrutura da
presente lição: (1) A lição aponta a corrida proposta na carta; (2) A lição
propõe que os corredores estejam bem treinados para essa corrida; (3) A lição
versa sobre a corrida final e nos propõe últimas exortações. Boa aula!
LIÇÃO 1 DA REVISTA –
COMPLETA - 2023
Lição 1, Central
Gospel, A Excelência de CRISTO, o Resplendor da Glória de DEUS
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Hb
1.1-3; Cl 1.13-20
1- Havendo Deus, antigamente,
falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós
falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, 2- a quem constituiu herdeiro de
tudo, por quem fez também o mundo. 3- O qual, sendo o resplendor da sua glória,
e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra
do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados,
assentou-se à destra da Majestade, nas alturas.
Colossenses 1.13-20
13- Ele nos tirou da potestade
das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor, 14- em quem
temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; 15- o qual é
imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16- porque nele
foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades;
tudo foi criado por ele e para ele. 17- E ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele. 18- E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o
princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a
preeminência, 19- porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele
habitasse 20- e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por
meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na
terra como as que estão nos céus.
TEXTO ÁUREO
Sendo em forma de Deus, não
teve por usurpação ser igual a Deus. Filipenses 2.6.
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - 2 Coríntio 4.1-4
JESUS é a imagem da glória de DEUS
3ª feira - Efésios 3.14-21 A
Igreja deve dar glória a JESUS CRISTO
4ª feira - Romanos 11.33-36 A
CRISTO pertence a glória eternamente
5ª feira - 1 Timóteo 3.14-16
CRISTO foi recebido em glória no céu
6ª feira - Apocalipse 4,9-11
JESUS é digno de receber glória, honra e poder
Sábado - Salmo 96.1-6 Glória e
majestade estão diante de DEUS
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
A epístola aos Hebreus foi
redigida em torno do sumo sacerdócio de CRISTO. O escritor sagrado compara
JESUS ao antigo pacto e apresenta-o como o cumprimento de todas as profecias
messiânicas. O termo superior aparece treze vezes nesta carta, à medida em que
o escritor demonstra a superioridade de JESUS e de Sua salvação em relação ao
sistema religioso hebraico.
RESUMO GERAL DA LIÇÃO
1- INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA AOS
HEBREUS
1-1- Escrita
1-2- Data de produção
1-3- Destinatários
1-4- Temática desenvolvida
2- JESUS CRISTO: A PERFEITA
REVELAÇÃO DE DEUS
2-1- Revelação inspiracional e
progressiva
2-2- A antiga revelação
2-3- Deus falou de muitas
maneiras
2.4. A última e definitiva
revelação
3- O PERFIL MAJESTOSO DE CRISTO
3-1- O herdeiro de tudo e
criador do universo
3-2- O resplendor da glória de
DEUS
3-2- O resplendor da glória de
DEUS
3-3- A expressão exata de DEUS
3-4- O sustentador de tudo que
foi criado pela palavra do Seu poder
3-5- O purificador dos nossos
pecados
3-6- O exaltado à direita de
DEUS
1- INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA AOS
HEBREUS
1-1- Escrita
O livro de Hebreus é o único
do Novo Testamento que permanece com o nome de seu escritor desconhecido. Em
nenhuma parte desta carta o redator identifica-se explicitamente. Alguns
estudiosos consideram que Paulo o redigiu; outros, porém, supõem que seus
possíveis escritores tenham sido: Barnabé, Lucas ou Apolo. Ainda que haja
indícios de escrita paulina, muitos estudiosos não consideram que esta seja uma
hipótese plausível.
1-2- Data de produção
Nada há em Hebreus que nos
revele a data de sua produção; contudo, a carta provavelmente foi escrita antes
de 70 d.C., pois não há qualquer referência à destruição do templo e do seu
culto levítico. Segundo Orton H. Wiley (2008), "a data provável da redação
- é situada entre os anos 64 e 67 d.C., quando começou a guerra na Judeia e,
mais provavelmente, pouco antes da destruição de Jerusalém pelos romanos, em 70
d.C."
1-3- Destinatários
A visão tradicional é que o
livro de Hebreus foi escrito para os cristãos judeus na Palestina, que estavam
sendo tentados a voltar ao judaísmo, em função da intolerância e perseguição
existentes por terem aderido ao cristianismo. Diante dessa situação difícil, o
escritor procura convencer seus leitores de que esse retorno é impossível, já
que a Supremacia de CRISTO se define de modo incontestável.
SUBSÍDIO 1
Todos enfrentamos frustrações
e tentações; a nossa jornada espiritual nem sempre tem um ritmo tranquilo. Mas,
a carta aos Hebreus oferece-nos auxílio para ocasiões como essas: em primeiro
lugar, mostrando-nos as armadilhas e os perigos; em segundo, incentivando-nos a
jamais desistir.
1-4- Temática desenvolvida
A supremacia de CRISTO é o
tema central de Hebreus. O escritor procura demonstrar que JESUS é o
cumprimento das profecias como das promessas da antiga aliança. Sendo mediador
de uma nova aliança, JESUS é superior aos anjos, a Moisés, aos profetas, ao
sacerdócio levítico e a todo o antigo sistema religioso.
2- JESUS CRISTO: A PERFEITA
REVELAÇÃO DE DEUS
JESUS CRISTO é a fonte, o
centro e o fim de tudo o que DEUS tem para dizer.
2-1- Revelação inspiracional e
progressiva
A epístola aos Hebreus começa
com uma declaração importante: Havendo DEUS, antigamente, falado, (...)
falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho (Hb 1.1). Perto do final do livro, o
escritor afirma: Vede que não rejeiteis ao que fala (Hb12.25a). Essa afirmação
é fundamental para a fé cristã. Foi DEUS quem falou, e falou por meio do Filho.
O livro claramente delineia como a Bíblia é uma revelação progressiva, na qual
a mudança crucial foi do Antigo ao Novo Testamento.
2-2- A antiga revelação
Em Hebreus 1.1, o escritor
assevera que, antigamente, DEUS falou
muitas vezes, e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas. O Senhor usou de
modo especial Moisés (Dt 18.15; At3.22); no entanto, também se destacam nesta
galeria: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Joel, Malaquias, dentre outros.
2-3- Deus falou de muitas
maneiras
DEUS revelou-se de modo
progressivo nas diversas dispensações, até que chegasse (...) a posteridade a
quem a promessa tinha sido feita (Gl 3.19), e a posteridade é CRISTO. Em Seu
poder e multiforme sabedoria, Deus fala à humanidade pela Criação (Rm 1.20),
por meio da lei natural (Rm 2.14, 15), pela consciência (Rm 2.15), pelos
profetas (Hb 1.1), pelo Filho (Hb 1.2), pelo Espírito Santo (Hb 3.7) e pelo
sangue de CRISTO (Hb 12.24).
2.4. A última e definitiva
revelação
JESUS é a revelação completa
do Eterno. Ele é o Filho de DEUS, superior aos profetas do Antigo Testamento,
aos anjos, a Moisés e a Josué. Ele é o eterno sumo sacerdote, que ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito
a DEUS, a fim de tirar os pecados da humanidade. É por meio dele que DEUS faz
uma nova e perfeita aliança com o Seu povo; e é por meio dele que se alcança a
salvação eterna.
3- O PERFIL MAJESTOSO DE
CRISTO
3-1- O herdeiro de tudo e
criador do universo
- O universo foi criado por
JESUS — A deidade de CRISTO pode ser constatada nas obras que Ele realizou (Hb
1.2, 10).
- Tudo que existe foi feito
para JESUS — DEUS outorgou ao Filho o poder de criar tudo que existe e fê-lo
herdeiro de tudo que foi criado (Cl 1.16).
3-2- O resplendor da glória de
DEUS
O resplendor da sua glória
(conf. Hb 1.3) é uma referência à glória (shekinah) de DEUS, que habitava o
tabernáculo e o templo (Ex 40.34-38; 1 Rs 8.10). Shekinah é a transliteração de
um termo hebraico, que significa habitar. CRISTO é para o PAI o que os raios
são para o sol, isto é, Ele é uma refulgência da glória de DEUS. Da mesma forma
como não se pode separar os raios do sol, também é impossível separar a glória
de CRISTO da natureza de DEUS.
3-3- A expressão exata de DEUS
CRISTO não é apenas o resplendor
da glória de DEUS, mas é também Aquele que possui Seu caráter e natureza (Hb
1.3). Sendo Filho do Homem, CRISTO apresentou-se, ao mesmo tempo, com a
natureza do PAI, isto é, divina (Jo 10.30). A união das naturezas divina e
humana em CRISTO é denominada união hipostática. JESUS enquanto transitou pela terra, foi plenamente
homem e plenamente DEUS. A natureza humana (sem pecado) e a natureza divina
constituíram a mesma pessoa, sem
qualquer impedimento.
3-4- O sustentador de tudo que
foi criado pela palavra do Seu poder
JESUS é o agente da criação.
Sua palavra criadora teve efeito não apenas no imediato, mas transformou-se em
lei para todo o universo quando, como DEUS, proferiu: "Haja (...); haja
(...); e haja (...); (ajuntem-se (...); apareça (...); produza (...); haja
(...); produzam (...); voem (...); produza (...)" (Gn 1.3-24).
3-5- O purificador dos nossos
pecados
Uma vez que o pecado é
direcionado, em primeiro lugar, a DEUS;
logo, somente Ele tem o poder e autoridade para removê-lo. Dessa forma, quando
JESUS perdoou pecados diretamente, Ele fê-lo sabendo quem era. O escritor do livro de Hebreus recebeu a
revelação da obra redentora de CRISTO,
como aquele que, pelo Seu sangue, purifica-nos de todo o pecado (1 Jo 1.7).
CRISTO é o agente eficaz da salvação, remindo o homem que o aceita como salvador e senhor de sua vida (Jo 3.16).
3-6- O exaltado à direita de
DEUS
Depois de CRISTO haver
efetuado o perdão dos nossos pecados, mediante Sua morte na cruz, Ele assumiu
Seu lugar de autoridade à destra de DEUS (Mc 16.19; At 7.53). A atividade
redentora de CRISTO no céu envolve Seu ministério de mediador divino (Hb 8.6;
13.15; 1 Jo 2.1,2); sumo sacerdote (Hb 2.17, 18; 4.14-16; 8.1-3); intercessor
(Hb 7.25); e batizador no ESPÍRITO SANTO (At 2.33). Por isso, podemos confiar
plenamente nele (Rm 8.34)?
CONCLUSÃO
A Palavra de Deus, isto é, o
Verbo divino, o Filho de DEUS cumpre e transcende tudo o que foi anteriormente
falado da parte de DEUS. Absolutamente nada tem maior autoridade do que CRISTO.
Ele é o único caminho para a salvação eterna e o único mediador entre DEUS e o
homem. JESUS CRISTO é o agente da criação, o apogeu da revelação, o mediador da
redenção e o juiz da história.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Como é denominada a união
plena das naturezas humana e divina em CRISTO?