Lição 01, BETEL, Marcos e o seu Evangelho
1° Trimestre de 2023 - EBD – BETEL
EBD, Revista Editora Betel, 1° Trimestre De
2023,
TEMA, O EVANGELHO DE MARCOS – O
Servo e a missão no serviço da obra de DEUS
Vídeo - https://youtu.be/5mh6usN-HaY
Slides - https://ebdnatv.blogspot.com/2022/12/slides-licao-1-betel-marcos-e-o-seu.htmlhttps://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-licao-01-betel-marcos-e-o-seu-evangelho-1tr23-pr-henrique-ebd-na-tvpptx
TEXTO ÁUREO
“Só Lucas está comigo. Toma Marcos e traze-o
contigo, porque me é muito útil para o ministério.” 2 Timóteo 4.11
VERDADE APLICADA
Mesmo vivenciando dificuldades e instabilidades, o
discípulo de Cristo deve perseverar e aproveitar as oportunidades para
crescimento e amadurecimento.
Apontar a
relevância de viver em um lar cristão.
Mostrar que um momento de fracasso não é nosso fim.
Falar que Deus sempre está disposto a nos restaurar.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - ATOS 12.9-12
9- E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o
que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão.
10- E, quando passaram a primeira e a segunda
guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu
por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou
dele.
11- E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei,
verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e
de tudo o que o povo dos judeus esperava.
12- E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria,
mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e
oravam.
LEITURAS
COMPLEMENTARES
SEGUNDA Dt
31.6 Devemos ser corajosos.
TERÇA Sl 44.26 Deus se levanta em nosso auxílio.
QUARTA Sl 145.14 O Senhor ergue o caído.
QUINTA Sl 146.8 O Senhor eleva o abatido.
SEXTA Jr 31.25 Quando estamos fracos, Deus nos eleva.
SÁBADO 1 Pe 5.10 Deus traz a restauração que precisamos.
HINOS SUGERIDOS: 6, 15,93
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que vidas e ministérios sejam restaurados.
ESBOÇO
DA LIÇÃO
Introdução
1- Quem foi Marcos?
2– Particularidades do evangelho de Marcos
3– Do início ruim a um fim honroso
Conclusão
INTRODUÇÃO
Dentre os evangelhos sinóticos, assim denominados
pelas semelhanças entre si, Marcos é o mais curto, entretanto isso em nada
atenua o seu valor teológico e a beleza de sua mensagem.
PONTO DE PARTIDA – A Relevância de viver em um
lar cristão.
Resumo Geral da Lição
1- QUEM FOI MARCOS?
1-1- Marcos teve a graça de viver em um lar
cristão.
1-2- Marcos teve um lar a serviço do Reino de
Deus.
1-3- Marcos é a prova clara de que o exemplo vem de
casa.
2-
PARTICULARIDADES DO EVANGELHO DE MARCOS
2-1- Contexto histórico do evangelho de Marcos.
2-2- Data.
2-3- Destinatários.
3- DO INÍCIO RUIM A UM FIM HONROSO
3-1- Marcos recuou, mas não abandonou a fé.
3-2- Marcos, um obreiro restaurado na obra de
Deus.
3-3- Marcos, de desacreditado a benéfico.
1- QUEM FOI MARCOS?
Marcos, assim como Lucas, não esteve entre os doze
apóstolos que andaram e foram treinados pelo Senhor
para pregarem o Evangelho,
diferentemente de Mateus e João que ficaram com Ele durante todo o
Seu ministério terreno. A Bíblia nos mostra que Marcos era filho de uma mulher
chamada Maria [At 12.12] e parente de Barnabé [Cl 4.10]. Em algumas versões Marcos
é apresentado como primo (ou sobrinho) de Barnabé. O registro de Lucas em Atos
parece indicar que a casa da mãe de Marcos era um lugar de reunião da igreja e
de oração a Deus. Marcos também é citado como companheiro de Barnabé e Paulo
durante a primeira viagem [At 12.15; 13.5], tendo abandonado os dois
missionários no decorrer da viagem [At 15.38].
1-1- Marcos teve a graça de viver em um lar
cristão. Quando lemos a
história da libertação de Pedro do cárcere determinado por Herodes, observamos
que, após o anjo libertá-lo das algemas e guiá-lo até a porta cidade, Pedro
chegou à casa da irmã Maria, mãe de Marcos, onde os irmãos estavam orando por
ele [At 12.12].
Paul Gardner: “A primeira referência a este
Marcos no Novo Testamento aparece no relato da libertação miraculosa de Pedro
da prisão em Jerusalém, onde fora colocado por ordem de Herodes Agripa (44
d.C.) [At 12.6-11]. Após ser liberto pelo anjo, este apóstolo dirigiu-se “a
casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos”. Como muitos outros
judeus daquela época (como Saulo, também chamado de Paulo; At 13.9), ele tinha
um nome hebraico (João, que significa “Deus é gracioso”) e um romano (Marcos,
que significa “grande martelo”). O fato de seu pai não ser mencionado em
conexão com a família e a casa provavelmente significa dizer que já havia
falecido.”
1-2- Marcos teve um lar a serviço do Reino de
Deus.
Sobre o conceito de entrega pelas coisas de Deus,
podemos dizer que observamos esta qualidade na pessoa de Maria, mãe
de Marcos. Lucas expõe que, mesmo vivendo um momento adverso, onde os
cristãos estavam sendo perseguidos e mortos por Herodes [At 12.1-21, Maria
cedeu a sua habitação para acolher os irmãos da igreja de Jerusalém nesse
momento tão infausto. Os exemplos de coragem da irmã Maria poderiam ser muitos,
pois a cada dia, ao abrir as suas portas, ela corria o sério risco de ser
descoberta e sofrer as duras penas das leis romanas. Lucas nos faz enxergar que
Pedro, após a libertação do cárcere, busca abrigo na casa da irmã Maria, pois
tinha a certeza de que lá encontraria o povo de Deus. Assim, essa mulher nos
mostra que devemos ser aguerridos quando se trata em combater em benefício do
Evangelho de Cristo, mesmo durante as perseguições em nossa vida. Maria não
arredou mão de fazer o que era certo, mesmo correndo risco de morte.
Paul Gardner: “Maria, mãe de João Marcos, é
mencionada pelo nome apenas em Atos 12.12. Pedro fora lançado na prisão por
Herodes, mas um anjo do Senhor interveio e o libertou miraculosamente. O
apóstolo então dirigiu-se à casa dessa irmã em Cristo, O fato de que havia um
bom número de cristãos reunidos ali que oravam pela libertação de Pedro e de
que foi o primeiro lugar para onde ele se dirigiu depois que foi solto sugere
que provavelmente tratava-se de uma casa espaçosa, que possivelmente era o
local de reuniões regulares de uma das “igrejas” de Jerusalém.”
1-3- Marcos é a prova clara de que o exemplo vem de
casa.
A vida da mãe de Marcos foi um exemplo não só para
os de fora, como de igual modo o foi para o seu filho. Podemos deduzir que,
através de seus ensinamentos. Marcos, anos mais tarde, tornou-se companheiro do
apóstolo Paulo, juntamente com seu parente Barnabé [At 12.25]. Por sua audácia
e intrepidez, Maria proporcionou ao seu filho Marcos os meios para que se
tornasse um dos condutores da igreja e autor do evangelho que leva o seu nome.
Pastor Valdir Oliveira: “Ensinar a criança
“no” caminho em que deve andar. Não adianta só mostrar o caminho, tem que ir
junto [Pv 22.6]. Dar instruções devidas em todo lugar, em todo tempo [Dt
6.6-7]. Os pais não devem deixar para a igreja, a escola, o mundo e a vida, a
tarefa de ensinarem seus filhos, pois é dever primário dos pais.”
EU ENSINEI QUE:
Marcos teve a graça de viver em um lar cris- tão.
Ele viu sua mãe disponibilizar sua casa para que os irmãos pudessem orar e ter
comunhão uns com os outros na fé.
2-
PARTICULARIDADES DO EVANGELHO DE MARCOS
O evangelho de Marcos, mesmo sendo o menor entre os
quatro evangelhos, de acordo com a tradição, foi o primeiro a ser escrito,
sendo a fonte primária para Mateus e Lucas. Entretanto, diferente dos
outros evangelhos, Marcos deixa claro que seu propósito é mostrar que o Mestre
lidera através do serviço, expondo que Jesus veio servir e sofrer em favor de
Seus servos [Mc 10.45].
2-1- Contexto histórico do evangelho de Marcos.
Nos dias em que o evangelista Marcos escreveu seu
evangelho, os cristãos estavam lidando com uma ampla e cruel perseguição por
parte dos líderes religiosos, pois na sociedade judaica naquele momento tudo se
decidia em volta da composição religiosa, que tinha como base a estrutura do
templo. Outra preocupação dos cristãos era o Império Romano que os oprimia
incansavelmente. Assim os cristãos viviam em ambiente hostil onde eram
reprimidos pelo Império Romano para que eles adorassem o imperador como um deus
e oprimido pelos líderes religiosos para que não aceitassem esse novo
ensinamento estabelecido por Cristo. Contudo os cristãos, por recusarem tais
orientações, sofriam todo tipo de retaliação, pois os mesmos procuravam manter
sua fidelidade a Jesus Cristo e por tal postura sofriam as piores aflições.
A perseguição aos cristãos foi realizada de maneira
implacável pelo Império Romano e pelas autoridades religiosas locais. Sobre a
perseguição empreendida pelos judeus aos cristãos, vemos essa oposição em um
texto fazendo menção da pessoa do apóstolo Paulo, quando o acusam de modo
depreciador de fazer parte da seita dos nazarenos At 24.5]. Influenciado pelos
líderes religiosos, os romanos passaram a perseguir os cristãos que sofriam uma
série de afrontas que tinha como finalidade evitar que o cristianismo
continuasse a se desenvolver pelo Império.
2-2- Data.
Não há um entendimento unânime em relação à data em
que o evangelho de Marcos foi documentado; entretanto, acredita-se que as
anotações devem ter sido realizadas entre 55 e 70 d.C., esse pensamento se dá
em razão de Marcos não fazer nenhuma citação sobre a destruição do templo, que
havia sido prenunciada por Cristo [Mc 13.1-2]. A história mostra que, no ano 70.C..
a cidade de Jerusalém foi arruinada pelo exército romano sob a
liderança do general Tito. Depois de um longo cerco, centenas de judeus foram
mortos e um grande número levado aprisionado.
Conforme as palavras ditas por Jesus, a cidade de
Jerusalém foi destruída pelos romanos sob a liderança de Tito em 70 d.C. A
história narra que, impacientes com a oposição dos judeus, os romanos
originaram um verdadeiro banho de sangue, matando centenas de judeus e
terminaram por incendiar aquilo que o povo judeu tinha de mais apreço: o
templo.
2-3- Destinatários.
Em seu conhecido evangelho, entendemos que Marcos
procura, ao que tudo indica, apresentar Cristo aos romanos. A origem deste
pensamento, de ter Marcos escrito para os gentios, se dá por ele não mencionar
nada a respeito do nascimento ou da genealogia de Jesus. Podemos dizer que se
evidenciam por seus dezesseis capítulos que ele procura mostrar aos romanos que
Cristo não veio para ser servido, todavia para servir e guiá-los à subordinação
completa do Evangelho.
Hernandes Dias Lopes: “O consenso geral entre
os estudiosos é que Marcos foi escrito de Roma para os cristãos que viviam em
Roma. Segundo William Hendriksen, Marcos foi escrito para satisfazer o pedido
urgente do povo de Roma por um resumo dos ensinos de Pedro.
EU ENSINEI QUE:
O evangelho de Marcos não se inicia com genealogia,
pois os romanos não estavam preocupados em genealogia, todavia em ação
3- DO INÍCIO RUIM A UM FIM HONROSO
Em Atos 13.13 podemos ler que Marcos
deixou a comitiva da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé e regressou
para Jerusalém. Adotando o ponto de vista das Escrituras, não sabemos a razão
que o fez regressar.
3-1- Marcos recuou, mas não abandonou a fé.
Por seu regresso na primeira viagem missionária que
havia feito com Paulo e Barnabé, Marcos será o motivo de uma calorosa discussão
entre ambos. O pensamento de ambos conflitava em razão de Marcos ter deixado
uma imagem negativa do ponto de vista de Paulo. Barnabé, entretanto, acreditava
que Marcos merecia outra oportunidade e assim o fez. Vemos que Paulo e Barnabé
irão se apartar um do outro, com Paulo escolhendo Silas como companheiro e
Barnabé oferecendo outra chance a Marcos, levando-o consigo para Chipre [At
15.39].
Manual Bíblico Unger: “Essa viagem épica, que
levaria o evangelho à Europa, começou com aguda dissensão. Paulo e se separaram
por causa de João Marcos [At 12.25; 13.13; 2Tm 4.11], Barnabé navegou, com
Marcos, rumo a sua terra natal, Chipre. Paulo e Silas partiram para a Ásia
Menor, dessa vez por terra.
3-2- Marcos, um obreiro restaurado na obra de
Deus.
É inevitável identificar que Marcos de um desertor
foi restaurado a serviço do Reino. Para exemplificar podemos ver que ele esteve
em companhia de Pedro, que o tratava como um filho: “A vossa coeleita em
Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos.” [1Pe 5.13]. Já o apóstolo Paulo, que
recusou sua companhia na segunda viagem missionária, agora descreve que Marcos
está indo até os colossenses e solicita que o recebam com todo respeito [Cl
4.10].
Podemos ver na vida de Marcos que Deus tem prazer
em restaurar o homem [Jr 31.25]. Fica visível por toda Bíblia que Deus nunca
desiste de nós. Ele tem tudo que precisamos para ter uma vida restaurada. Ele
entende nossos questionamentos melhor do que nós mesmos e tem sempre o remédio
certo para curar as nossas feridas.
3-3- Marcos, de desacreditado a benéfico.
Após começar seu ministério de maneira inconstante,
Marcos se levantou e cooperou de maneira digna para o desenvolvimento da igreja
no primeiro século. Mesmo sem ter sido um pastor de relevância na liderança da
igreja em Jerusalém como Tiago. Pedro, Paulo e seu parente Barnabé, ele teve a
sua importância para o Reino, sendo o primeiro a escrever o Evangelho de Jesus
Cristo, o qual foi fonte para os demais.
Paul Gardner: “Alguém talvez julgue que a
firmeza de Paulo em não permitir a participação de João Marcos na segunda
viagem missionária significaria o fim de qualquer ministério juntos no futuro.
O caso, porém, não foi esse. Em duas de suas cartas (60 a 62 d.C.),
provavelmente escritas enquanto aguardava o primeiro julgamento em Roma, depois
de completar sua terceira viagem missionária, o apóstolo refere-se a ele de
forma apreciativa. Na carta aos Colossenses, Marcos é mencionado com outros
cooperadores de Paulo como alguém que fora “uma consolação” para ele [Cl 4.10-11].
Na carta a Filemom, novamente é descrito (junto com Lucas e outros) como
“cooperador” [Fm 24]. Finalmente, em sua última carta, escrita a Timóteo, Paulo
lhe dá instruções: “Toma a Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil
para o ministério” [2Tm 4.11].
EU ENSINEI QUE:
Marcos teve sua vida restaurada e pôde ser uma
bênção nas mãos do Senhor. De igual modo Deus oferece uma vida nova, cheia de
esperança para todo aquele que se arrepende e se volta para os pés do Senhor.
CONCLUSÃO
A leitura do livro de Marcos nos faz ver que ele
intenciona apresentar Jesus como Servo de Deus. Podemos concluir dizendo que o
tema central deste evangelho é que Cristo veio para servir e não para ser
servido. Jesus veio para resgatar a humanidade.
EVANGELHO DE MARCOS
(BEP-CPAD)
Autor: Marcos
Tema: Jesus, o Filho-Servo
Data: 55-65 d.C.
Considerações
Preliminares
Dentre
os quatro Evangelhos, Marcos é o relato mais conciso do “princípio do Evangelho
de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1.1). Embora o autor não se identifique pelo
nome no livro (o mesmo ocorre nos demais Evangelhos), o testemunho primitivo e
unânime da igreja é que João Marcos foi quem o escreveu. Ele foi criado em
Jerusalém e pertenceu à primeira geração de cristãos (At 12.12). Teve a oportunidade ímpar de colaborar no ministério de três
apóstolos: Paulo (At 13.1-13; Cl 4.10; Fm 24), Barnabé (At 15.39) e Pedro (1 Pe 5.13). Segundo Papias (c. de 130 d.C.) e outros pais eclesiásticos do
século II, Marcos obteve o conteúdo do seu Evangelho através da sua associação
com Pedro, escreveu-o em Roma e destinou-o aos crentes de Roma. Embora seja
incerta a data específica da escrita do Evangelho segundo Marcos, a maioria dos
estudiosos o coloca nos fins da década de 50 d.C., ou na década de 60; é
possível que seja o primeiro dos quatro Evangelhos a ser escrito.
Propósito
Na
década 60-70 d.C., os crentes de Roma eram tratados cruelmente pelo povo e
muitos foram torturados e mortos pelo imperador romano, Nero. Segundo a
tradição, entre os mártires cristãos de Roma, nessa década, estão os apóstolos
Pedro e Paulo. Como um dos líderes eclesiásticos em Roma, João Marcos foi
inspirado pelo Espírito Santo a escrever este Evangelho, como uma antevisão
profética desse período da perseguição, ou como uma resposta pastoral à
perseguição. Sua intenção era fortalecer os alicerces da fé dos crentes romanos
e, se necessário fosse, inspirá-los a sofrer fielmente em prol do evangelho,
oferecendo-lhes como modelo a vida, o sofrimento, a morte e a ressurreição de
Jesus seu Senhor.
Visão
Panorâmica
Numa
narrativa de cenas rápidas, Marcos apresenta Jesus como o Filho de Deus e o
Messias, o Servo Sofredor. O momento culminante do livro é o episódio de
Cesaréia de Filipo, seguido da transfiguração (8.27—9.10), onde tanto a
identidade de Jesus, quanto a sua dolorosa missão plenamente reveladas aos seus
doze discípulos. A primeira metade de Marcos focaliza em primeiro plano os
estupendos milagres de Jesus e a sua autoridade sobre doenças e demônios, como
sinais de que o reino de Deus está próximo. Em Cesaréia de Filipo, no entanto,
Jesus declara abertamente aos seus discípulos que “importava que o Filho do
Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e príncipes dos
sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que, depois de três dias,
ressuscitaria” (8.31). Há numerosas referências em todo o livro de Marcos ao
sofrimento como o preço do discipulado (e.g., Mc 3.21,22, 30; 8.34-38; 10.30, 33,34, 45; 13.8, 11-13).Apesar disso, a vindicação da parte de Deus vem após o sofrimento,
por amor à justiça, conforme demonstrou a ressurreição de Jesus.
Características
Especiais
Quatro
características distinguem o Evangelho segundo Marcos: (1) Sendo um Evangelho
de ação, ele enfatiza mais aquilo que Jesus fez, do que suas palavras. Daí,
Marcos registrar dezoito milagres de Jesus, mas somente quatro das suas
parábolas. (2) Como um Evangelho aos romanos, ele explica os costumes judaicos,
omite todas as genealogias judaicas, a narrativa do nascimento de Jesus, traduz
as palavras aramaicas e emprega termos latinos. (3) Marcos inicia seu Evangelho
de modo repentino, e descreve os eventos da vida de Jesus de modo sucinto e
rápido, introduzindo os episódios mediante o advérbio grego que corresponde a
“imediatamente” (42 vezes no original). (4) Como um Evangelho vigoroso, Marcos
descreve os eventos da vida de Jesus, de modo sucinto e vívido, com a perícia
pitoresca de um gênio literário.
O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
BILBIA DA LIDERANÇA CRISTÃ 2 EDIÇÃO
Jesus, o líder-servo
Resumo
O Evangelho de Marcos é o mais curto dos quatro
Evangelhos. Escrito durante um período de severa perseguição, ele vai direto ao
ponto, abordando a identidade de Jesus, a importância do sofrimento e a
necessidade de fé. Marcos, o autor do Evangelho, era discípulo de Pedro, razão
pela qual o modo de ver de Pedro aparece repetidamente no livro. Marcos apresenta
um quadro em que Jesus é retratado como o líder-servo. Ele, de modo claro e
consciente, pinta a Cristo como um modelo compassivo a ser seguido. Sua
narrativa acelerada descreve o servo sofredor, que se engajou em um ministério
consistente em favor dos outros através de cura, do ensino, do encorajamento e
da restauração dos quebrantados.
Faz sentido que Marcos tivesse mantido tal
enfoque, pois ele mesmo precisava de tal encorajamento. Ele havia viajado com
Paulo e Barnabé, em sua primeira viagem missionária, através da Ásia Menor.
Porém, em algum momento de seu ministério, ele sentiu-se amedrontado e
abandonou os dois para retornar para casa. Mais tarde, quando ele quis tentar
novamente, Paulo, por considerá-lo inexperiente e covarde, rejeitou sua
participação. Barnabé, no entanto, tomou a Marcos debaixo de suas asas e
orientou esse jovem e emergente líder. Alguns anos mais tarde, Paulo escreveu
da prisão e pediu que Marcos fosse enviado até ele, "pois me é útil para o
ministério" (2Tm 4.11). Paulo mudou de opinião, porque Marcos havia se
tornado um líder responsável.
Marcos via Jesus como o maior de todos os
líderes, tal qual o fez Mateus. O retrato de Jesus, que Marcos apresenta, no
entanto, revela não tanto o Messias, mas Jesus como o modelo que ele apresentou
de si mesmo para ser imitado por todas as outras pessoas. Ele dedicou-se
pessoalmente na solução de necessidades físicas (Mc 3.1-11); ele dispensou
tempo para estar com o seu grupo de doze discípulos (Mc 3.13-14); ele capacitou
os doze para o ministério (Mc 3.14-19); e ele tomou tempo para ensinar ao povo
(Mc 3.23-29). E, acima de que tudo, Marcos nos ensina que o Mestre considera
que os relacionamentos são de extrema importância. Neste Evangelho nós vemos
Jesus encarnando a Lei da Delegação de Poder, a Lei do Sacrifício, a Lei das
Prioridades, a Lei da Oportunidade, a Lei da Reprodução e a Lei do Legado.
O papel de Deus em Marcos
A atuação de Deus é bem melhor percebida no
próprio Jesus, a encarnação de Deus, e no Espírito Santo, a inspiração de Deus.
Jesus demonstrou que Deus entende o jeito de ser do ser humano. Na sua
humanidade temos um modelo a seguir. Nele podemos moldar nossas atitudes, nosso
estilo de vida, nossas conversas, nossa visão de mundo e nossos
relacionamentos. Por meio do Espírito Santo, nós temos uma biografia
divinamente inspirada desse Deus encarnado. Por meio de sua Obra, nós temos um
retrato da autoridade de Deus sobre ambas as dimensões da vida: física e
espiritual.
Líderes em Marcos
jesus, João Batista, Herodes, Pôncio Pilatos e
o chefe dos sacerdotes no Sinédrio
Outras pessoas de influência em Marcos
Os doze discípulos, a mulher que seguiu Jesus e
os fariseus
Lições de liderança
• Liderança efetiva não requer uma credencial
do mundo.
• Líderes, que são agentes de mudança, sempre
quebram o paradigma tradicional.
• Líderes saudáveis são primeiramente servos.
• Líderes efetivos sabem dosar a solidão e a
vida social.
• Bons líderes providenciam segurança e
confiança aos seus seguidores.
• Quanto maior o líder, maiores a humildade e
sacrifício exigidos.
• Regras servem aos líderes efetivos de maneira
que eles possam efetivamente servir ao povo.
Destaque de liderança em MARCOS
JOÃO BATISTA: Bons líderes preparam o
caminho para a mudança (1.1-8)
A LEI DAS PRIORIDADES: Jesus não permitiu que outros
determinassem seus compromissos (1.32-38)
SIMÃO PEDRO: Privilegiado para ver o que a maioria não
conseguia (5.35-43)
OS DEZ MAIS: Princípios de liderança de Jesus (8.34-38)
PÔNCIO PILATOS: Um líder que se recusou a
assumir a responsabilidade (15.1-15)
A LEI DO LEGADO: Jesus entregou seu ministério
a seus discípulos (16.15-16)
Perfil de Liderança
JOÃO BATISTA
Bons líderes preparam o caminho para a mudança (Mc 1.1-8).
Uma das marcas de um líder excelente está em
como ele ou ela consegue transformar pessoas ou organizações.
João Batista desempenhou esse papel muito bem,
na medida em que preparou o povo judeu para a vinda de Jesus. Uma vez que o
Messias seria muito diferente daquilo que o povo estava esperando, João deveria
deixar o povo pronto para essa mudança radical. Uma excelente forma de
descrever o tipo de pessoas que são necessárias para liderarem mudanças vem dos
procedimentos de bordo de uma empresa aérea. Depois que os passageiros tomam
seus assentos, os comissários ou comissárias de bordo tentam visualizar
líderes. Quando eles anunciam os procedimentos de segurança para os que estão
sentados nos assentos perto da saída, eles estão, conscientemente, explicando o
papel de um líder:
1. Vocês precisam estar preparados para
compreender as instruções a respeito da saída de emergência;
2. Vocês precisam estar aptos a abrir a porta;
3. Vocês precisam estar aptos a guiar os demais,
verbalmente, pela porta.
Você já parou para pensar que é isto que é
exigido de você quando está liderando outras pessoas? Você precisa saber o que
deve acontecer. Você precisa estar preparado para fazer tudo começar a
acontecer e você precisa estar preparado para fazer com que os outros o
acompanhem.
MARCAS DE LIDERANÇA NO MINISTÉRIO DE JESUS
(Mc 1.16-35)
Jesus, claramente, foi um tipo diferente de
líder, muito distinto dos escribas e fariseus de seus dias. Marcos, no capítulo
primeiro, revela as seguintes qualidades de Jesus:
1. Competência: ele assumiu a responsabilidade
de "fazer" dos discípulos pescadores de homens (v. 17);
2. Compreensão: ele tinha um conhecimento de
todas as Escrituras (v. 22);
3. Comando: ele tinha autoridade e voz de comando para
cada situação (vs. 25-27);
4. Compaixão: ele serviu aos outros e os
curou de seus sofrimentos (vs. 30-31);
5. Controle: ele conseguia manter controle e
organização em situações de confusão (v. 34);
6. Comunhão: ele permanecia revitalizado,
por manter-se unido à fonte de seu poder (v. 35).
A LEI DAS PRIORIDADES: JESUS NÃO PERMITIU QUE
OUTROS DETERMINASSEM SEUS COMPROMISSOS
(Mc 1.32-38)
Jesus, seguidamente, deixava de lado as
demandas de seu trabalho para ficar sozinho e orar. Ele usava esses momentos de
solidão para reaver perspectiva e, mais uma vez, conseguir visualizar o grande
quadro de sua missão. Repare a sequência de acontecimentos detalhados nesta
passagem:
I. Existe pressão - O dia está no fim, mas a
multidão havia apenas começado a expor suas necessidades (vs. 32-34);
2. O paradoxo é evidente - Jesus saiu enquanto havia uma
grande demanda de necessidades que não haviam sido resolvidas (v. 35);
3. O ponto central é evidente - Jesus precisava parar, deixar as pessoas de
lado e realimentar a sua própria vida (v. 35);
4. O povo era exigente - Pessoas foram atrás de Jesus,
fazendo-o lembrar-se de quanto o povo tinha necessidade dele (vs. 36-37);
5. O propósito está declarado - Seu Pai renovou sua perspectiva
de deu-lhe a direção (v. 38);
As prioridades de Jesus vêm de seu Pai
celestial, não das pessoas. Ele sempre se valeu das prioridades que o Pai
estabeleceu para servir as pessoas. E você? Como é que você faz para determinar
suas prioridades pessoais diárias?
ALEI DA VITÓRIA: QUATRO HOMENS LEVARAM
SEU
AMIGO PARA JESUS
(Mc 2.1-12)
Quatro homens carregaram seu amigo paralitico e
tinham a intenção de levá-lo a Jesus para que fosse curado. Mas, por causa da
grande multidão. não estavam conseguindo fazê-lo. Mas isso os fez desistir?
Absolutamente não! Eles abriram um buraco no telhado e usaram cordas para
descer seu amigo paralitico através desse buraco.
Líderes que observam a lei da vitória não
permitem que obstáculos impeçam o seu progresso. Eles se determinam a encontrar
o meio que lhes possibilite alcançar seus objetivos e que ajude sua equipe
alcançar a vitoria A realização de um sonho raramente vem com facilidade ou de
modo convencional. Nesse caso, o exercicio da lei da vitória compeliu os homens
a desafiarem a dificuldade, a praticarem o não-convencional e: o que vem de uma
maneira dispendiosa.
MONTANDO UMA EQUIPE: JESUS REUNIU UMA EQUIPE
PARA FAZÊ-LOS APROPRIAR UMA VISÃO
(Mc 2.14-17)
Alguém poderia argumentar que Jesus montou a
equipe mais importante que já existiu. Ele escolheu pessoas específicas para
desempenhar papéis específicos. Ele escolheu pessoas improváveis para
treiná-las, a fim de que alcançassem todo seu potencial. Ele, inclusive,
escolheu um integrante estranho, Mateus, para fazer parte de sua mistura de
pessoas.
Mateus era um odiado coletor de impostos,
desprezível, pois ele e os de sua laia recolhiam do povo dinheiro para o
Império romano. Por essa razão, eles eram vistos como traidores aos olhos da
maioria dos israelitas. Jesus tinha a compreensão clara de escolher pessoas
marginalizadas e que mostravam ser pouco promissoras. Mas ele viu o potencial
de Mateus para tornar-se apóstolo e escritor. Jesus nunca se sentiu preso a
opiniões ou aprovação humanas. Ele não julgava pela aparência exterior. Ele
tratava as pessoas de acordo com seu potencial futuro e não pela posição que
ele tinha no momento.
Da mesma forma nós devemos nos libertar dos limites
que nos resguardam de criar uma equipe equilibrada. Considere os seguintes
pontos nos quais temos a aprender com Jesus:
1. Há qualidades positivas que devem ser vistas
como comportamento negativo?
2. As pessoas, individualmente, têm iniciativa,
mesmo quando elas estão mal direcionadas?
3. Essas pessoas adicionariam elementos
positivos e um valor singular se elas fossem integradas à equipe?
4. Elas são sedentas de tornar-se algo mais do
que aquilo que são agora?
5. Elas demonstram uma paixão que poderia ser
redirecionada?
6. Elas poderiam desempenhar uma função que
está em aberto na equipe?
A LEI DA DELEGAÇÃO DE PODER: JESUS
DEU
AUTORIDADE PARA SUA EQUIPE
(Mc 3.13-19)
Equipes de liderança precisam ser escolhidas.
Jesus escolheu todos os doze membros de seu grupo deliberadamente. Ele não
pediu votos. Ele tomou suas decisões por si mesmo. Veja o que aprendemos acerca
da criação de uma equipe na forma como Jesus selecionou seus doze discípulos:
1. Seleção - ele os escolheu a dedo; ele orou todas as
noites a esse respeito (Lc 6.12);
2. Motivação - ele escolheu aqueles que ele
mesmo queria; havia química;
3. Conectividade - ele os escolheu para estarem
com ele; ele moldava a vida pela proximidade de convívio;
4. Permissão - ele lhes deu liberdade e
responsabilidades específicas;
5. Comissionamento - ele lhes delegou poder e lhes
deu autoridade para desempenharem suas funções.
O PRINCÍPIO DA SEMEADURA
(Mc 4.2-20)
Quem é o semeador da parábola de Jesus? Ele é
uma pessoa de influência, um líder, alguém que proclama a palavra de Deus. O
semeador seleciona uma porção de sementes e só depois irá escolher o tipo de
solo. Note alguns princípios que todos os líderes deveriam conhecer a respeito
da semeadura:
1. Muitas sementes deverão ser lançadas a fim
de obterem uma colheita;
2. Nem todo solo é produtivo, mas não poderemos
colher se não semearmos;
3. Nós devemos continuar semeando, pois um dia
haveremos de fazer a colheita;
4. O solo que produzir frutos vai multiplicar;
nós haveremos de colher mais do que semeamos;
5. Nossa colheita será proporcional à
semeadura;
6. Nós não podemos fazer nada a respeito da
colheita do ano passado, mas podemos fazer a respeito da colheita deste ano;
7. Nós devemos acreditar nas sementes que
semeamos, sabendo que algumas vão produzir frutos;
8. Uma vez que vemos os frutos, todo nosso
esforço parece estar sendo recompensado.
O PRINCÍPIO DO DESCANSO E DO CUIDADO
(Mc 4.35-41)
Quando uma terrível tempestade deixou os
discípulos certos de que iriam morrer, eles esqueceram de um fator muito
importante: Jesus estava no barco e ele lhes tinha dito que iriam para o outro
lado do lago (Mc 4.35). Aquilo que ele disser sempre acontecerá.
Quando eles, por fim, acordaram Jesus, ele
pôs-se em pé, acalmou o vento e o mar, e tudo se transformou em completa
calmaria. Enquanto os discípulos estavam assumindo o controle de sua situação,
Jesus estava dormindo. Mas, quando eles lançaram o cuidado de si mesmos sobre
ele, ele tomou conta de tudo, e eles puderam descansar.
Isso permanece verdadeiro para cada líder de
hoje. Se nós estamos assumindo uma responsabilidade, não significa que devemos
nos sentir os donos da situação. Somente Deus é suficientemente grande para
assumir o controle de tudo. O princípio age nestas linhas de pensamento:
1. Nós assumimos o controle... Ele descansa. Deus permite que nós possamos
avaliar nossa situação;
2. Ele assume a situação... Nós descansamos. Quando nós entregamos o
controle a ele, nós achamos paz.
Perfil de Liderança
SIMAO PEDRO - O Primeiro a fracassar. (Mc
5.35-43)
Como um dos líderes mais privilegiados e amados
de Jesus, o apostolo Pedro viu coisas extraordinárias. das quais outras
pessoas, inclusive a maioria dos outros apóstolos, não puderam ser testemunhas.
Marcos lembra que Jesus não permitiu que ninguém o acompanhasse até a casa de
Jairo, o chefe da Sinagoga, cuja filha tinha acabado de morrer, senão somente
Pedro e os irmãos Tiago e João. Por alguma razão não claramente expressada nas
Escrituras, Jesus quis apenas esses três líderes quando ele realizou um de seus
milagres mais espetaculares
Ninguém poderia ver o que Pedro viu naquele dia
sem ter saído de lá profundamente mudado e inspirador, Pedro testemunhou Jesus
expulsando demônios e realizando curas milagrosas e o tinha ouvido falar com a
autoridade que lhe havia sido dada por Deus. Mas, nesse dia indescritível,
Jesus deu a Pedro o privilégio de ver como ele tinha o poder sobre vida e a
morte. Todos os que crêem no Senhor Jesus Cristo têm acesso a ele em qualquer
instante. Mas, em momentos específicos, Jesus chamou seus líderes separadamente
- aqueles com um chamado específico no ministério para verem e ouvirem coisas
especiais, coisas que somente eles tiveram a oportunidade de ser testemunhas.
Esta é uma demonstração de confiança
especial e com responsabilidades exclusivas.
COMPAIXÃO: O AMOR PELAS PESSOAS MOVE JESUS A
LIDERAR (Mc 6.34)
A liderança de Jesus estava baseada não em um
sentimento de obrigação ou dever moral ou pelo desejo de construir uma imagem
pessoal, mas pela compaixão. Grandes líderes, como Jesus, sentem um profundo
amor pelas pessoas, que as leva a fazer coisas tão grandes, que nem mesmo a
obrigação seria capaz de produzir. Você ama profundamente as pessoas que você
lidera?
COMPROMETIMENTO: PASSANDO DE UMA
SIMPLES
DEMONSTRAÇÃO DE CUIDADO
PARA UM
COMPROMETIMENTO PROFUNDO
(Mc 8.1-21)
O desenvolvimento da liderança sempre inicia
quando se mostra preocupação com o líder emergente, em seguida quando se lhe dá
embasamento e, finalmente, engajando-o em um comprometimento profundo.
Jesus dá esse modelo em Marcos 8. Ele, pela
segunda vez, alimenta milhares de um modo miraculoso (vs. I -9), ensinando aos
discípulos que Deus pode providenciar o alimento. Uma lição mais profunda vem
em seguida, e os discípulos passam a compreender que Jesus tinha realizado o
milagre para lhes ensinar que Deus quer satisfazer todas as suas necessidades
(vs. 17-21). Jesus, da mesma forma, os advertiu a respeito do "fermento
dos fariseus", para se resguardassem das atitudes e perspectivas deles
(vs. 14-15).
Jesus, pacientemente, fez com que seus homens
passassem de consumidores a colaboradores. Jesus quis ter consigo líderes
emergentes, para que pensassem sobre questões acerca de si mesmos. Veja os
estágios de seu processo de desenvolvimento:
1. Pastor: ele supriu suas necessidades imediatas e
deu-lhes segurança;
2. Aquele que equipa: ele os treinou para servirem e
deu-lhes oportunidades;
3. Aquele que os desenvolve: ele foi seu orientador, para
aprenderem a também guiar outros, e providenciou-lhes desafios personalizados.
VISÃO: JESUS BASEOU SUA VISÃO EM SEUS VALORES
(Mc 8.31-33)
Enquanto Pedro buscava conforto para seu rei,
Jesus procurava conquistas para seu reino. Isso nos ensina que os líderes
devem:
• construir uma visão em cima das coisas que
têm por seus valores;
• corrigir os outros que se desviam dessa
visão;
• ajudar a equipe a deixar de lado os
compromissos pessoais para alcançar sua visão;
• pagar o preço para pôr em ação sua visão.
OS DEZ MAIS: PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA DE JESUS
(Mc 8.34-38)
Os Evangelhos revelam, sem qualquer duvida, que
Jesus era, de fato, o maior de todos os líderes. Nin-guém influenciou pessoas
mais do que ele. Embora ele nun-ca tenha escrito um livro ou estudado em um
sentimento seu movimento continua a crescer, mesmo depois de 2000 anos de sua
partida deste mundo. Leve em consideração os dez princípios de liderança que
podemos ver em sua vida, como nos recordam os quatro Evangelhos:
1. Liderança é serviço (Mt 20.25-28; Mc 8.35):
2. Permita que seus propósitos tenham
prioridade a sua vida (Mt 6.33; Lc 19.10; Jo 17.4);
3. Viva a sua vida entes de tornar-se líder (Lc
7.22-23; Jo 14.11);
4. Os conflitos vêm de relacionamentos e não de
posicionamentos (Lc 9.6; Jo 4.5-30);
5. Líderes precisam reabastecer a si mesmo (Mc
l.35-38;6.3l);
6. Grandes líderes são chamados a um grande
comprometimento (Mt 10.17; Mc 8.34-38);
7. Mostre segurança quando estiver lidando com
questões difíceis (Mc 11.27-33; Lc 20.19-26
8. Credibilidade vem da satisfação de
necessidades e da resolução de problemas (Lc 5.12- 15; 8.38-39);
9. Líderes precisam escolher e desenvolver suas
pessoas chave (Mc 3.14; Lc 10.1);
10. Não há sucesso sem um sucessor (Mt 28.11 At
1.8).
A LEI DA ADIÇAO: O CAMINHO PARA CRESCER É
DIMINUIR
(Mc 9.33—10.16)
Quando Jesus apanhou seus discípulos
conversando entre si a respeito de qual deles seria o maior, eles ficaram embaraçados,
mas Jesus não os condenou por quererem ser maiores. Ele apenas deu-lhes uma
fórmula que ninguém esperava receber: seja um servo.
Mais tarde, quando seus discípulos lhe
inquiriram a respeito daqueles que expeliam demônios em seu nome, Jesus disse:
"quem não é contra nós é por nós" (Mc 9.40-41). Pouco tempo depois,
seus discípulos o aborreceram novamente quando eles ficaram mais preocupados em
controlar a multidão do que com a humildade e o serviço (Mc 10.13-16).
Para Jesus, as crianças representavam o mais
belo exemplo da atitude que se requer de um líder-servo. Crianças demonstram
humildade, admiração, honestidade, inocência, confiança e dependência. Note
quatro lições em liderança que podemos vislumbrar dos capítulos 9 e 10 de
Marcos:
1. Quanto maior o líder, maior o servo (Mc
9.35);
2. Líderes incluem outras pessoas quando estão
servindo (Mc 9.40);
3. Qualquer serviço prestado será recompensado
(Mc 9.41);
4. Servos devem tornar-se como crianças (Mc
10.13-16).
SEGURANÇA: JESUS PODIA FAZER O QUE NÃO ERA
POPULAR
(Mc 11.15-17)
Como Jesus pôde expulsar os cambistas do
templo, se ele é tão cheio de amor? Ele se sentia seguro quanto à sua
identidade e missão. Ele não se sentia necessitado de aprovação alheia.
Margareth Thatcher, certa vez, disse com precisão: "Que grande causa pode
ser lutada ou vencida sob uma bandeira, 'se eu tiver de esperar por
consenso'?"
JESUS REDUZIU OS VALORES ESSENCIAIS A DOIS
(Mc 12.28-34)
Jesus afirmou que toda a lei pode ser
sumarizada em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Aqui está o gênio por detrás da determinação dos valores essenciais,
Jesus resumiu seu tão vasto Reino usando duas frases. Você seria capaz de fazer o mesmo com sua vida e seu trabalho?
ALEI DA IMAGEM: JESUS ENCONTROU
UM MODELO PARA RATIFICAR
(Mc 12.41-44)
De vez em quando, Jesus usava alguém do povo
como exemplo. Veja este caso: ele aprovou o centurião por sua fé, censurou os
fariseus por seu orgulho e recomendou a viúva pobre por sua generosidade.
Certo dia, Jesus ficou reparando em uma mulher
necessitada no templo. Embora ela não tivesse quase nada, ela depositou suas
únicas duas moedas no vaso-filácio. Jesus a destacou das demais pessoas e disse
que ela era um exemplo. Ele a comparou de modo favorável em contraposição aos
ricos, que deram apenas daquilo que lhes estava sobrando. Deus considerou a sua
oferta muito mais nobre do que a daqueles!
Jesus usou uma estratégia chamada
"chocalho de ovelha". Quando você quiser encorajar determinado
comportamento, encontre alguém que está fazendo aquilo que você pretende e
chame a atenção dos outros para essa pessoa. Ratifique-a!-É como o pastor de
ovelhas que coloca um chocalho ao redor do pescoço de uma ovelha e com ela
deseja que todo o restante do rebanho o siga, encorajando-as no exemplo da que
está agindo de forma adequada. Sermões visuais são capazes de produzir
resultados bem melhores do que sermões verbais.
VISÃO: JESUS CHAMOU SEUS SEGUIDORES
AOS OBJETIVOS ORIGINAIS
(Mc 13.1-37)
Em seu discurso sobre o fim dos tempos, Jesus
gastou um tempo para lembrar seus homens porque ele teve a preocupação de lhes
passar a informação de tais profecias. Ele afirmou que o evangelho precisa ser
anunciado ao mundo inteiro; só então virá o fim. Jesus lhes chamava a atenção
seguidamente para a visão que Deus tem.
RESPONSABILIDADE: CUIDADOS EM MEIO À CRISE
(Mc 14.32-42)
Jesus deve ter passado seus momentos mais
difíceis no jardim do Getsêmani, poucos instantes antes de sua prisão,
julgamento e crucificação. Os Evangelhos nos contam que ele estava
profundamente angustiado e atribulado (Mc 14.33). Ele gritou por ajuda, e seu
suor tornou-se como que de sangue (Lc 22.44). Enquanto ele enfrentava esse seu
momento de terrível necessidade, seus doze discípulos caíram em profundo sono.
Por duas vezes, ele os procurou e os encontrou roncando. Eles não faziam ideia
de quanto aquela noite seria delicada para Jesus. No entanto, ao invés de
ralhar com eles, em sua angústia, ele os encorajou a que orassem pela própria vida
(Mc 14.38). Mesmo que estivessem com a razão, se lhes tivesse pedido que sua
participação fosse melhor do que aquilo, ele sentiu compaixão deles e lhes deu
o rumo a seguir. Ele queria que eles estivessem protegidos de qualquer
tentação. Seu senso de responsabilidade e sua preocupação com eles foram mais
fortes do que sua preocupação com a sua cruz. A hora marcada com seu destino
não obscureceu seu amor e preocupação com seu fraco e sonolento grupo. No
jardim, ele nos mostrou a principal responsabilidade de um líder.
Perfil de Liderança –
PONCIO PILATOS
Um líder que se recusou a assumir a
responsabilidade (Mc 15.1-15)
Pilatos era o Governador da Judéia, situada num
entroncamento de rotas de comércio. A sorte do verdadeiro Filho de Deus estava
em suas mãos. Esse mesmo Jesus, que em Jerusalém havia feito milagres de cura e
provimentos agora tinha à sua frente uma multidão exigindo a sua morte.
Pilatos interrogou Jesus e concluiu que ele não
tinha feito nada digno de crucificação. Mas, ao invés de ser um líder, ao
invés de tomar uma atitude, mesmo que fosse impopular, para permitir que esse
homem inocente saísse livre. Pilatos o entregou aos excessos de uma multidão
descontrolada e violenta. Ele libertou um reconhecido criminoso e condenou esse
homem inocente para uma agonizante morte de cruz. Pilatos reconheceu que houve
injustiça. Mas, com toda aqueles turba assistindo, Pilatos "lavou as
mãos" do sangue de Jesus (Mt 27.24) e o entregou para que fosse executado
Em um momento de profunda contradição, Deus
usou a recusa de Pilatos em liderar e fez o que deveria ser feito para pôr em
andamento seu plano de salvação. Em sua providência, Deus viu o coração de
Pilatos e soube que quando chegasse a hora do aperto, esse homem cederia à
pressão da multidão.
Quando Deus chama seu povo para liderar, quando
ele nos chama para tomarmos uma decisão impopular. nós não podemos "lavar
as mãos" da responsabilidade. Líderes hão de enfrentar situações em que
não terão escolha a fazer. terão de posicionar-se, mesmo que contra o povo,
para fazerem o que é certo.
ALEI DO SACRIFÍCIO: JESUS ENTREGOU SUA
VIDA
PARA GANHAR O MUNDO INTEIRO
(Mc 15.15-24)
Em todos os lugares, agir de modo digno tem o
seu preço. Jesus escolheu enfrentar tortura, humilhação, injúrias, zombarias e
uma morte cruel, mesmo que ele pudesse ter parado com tudo isso a qualquer
momento (Mt 26.53). O líder da humanidade, o último Adão (1Co
15.45) decidiu que o sofrimento da cruz valeria a pena para ganhar o mundo
inteiro.
ALEI DA VITÓRIA: A RESSURREIÇÃO DE JESUS
SURPREENDEU A TODOS
(Mc 16.1-7)
A cada celebração de Páscoa, em todas as
igrejas pelo mundo inteiro, os cristãos recontam a história da ressurreição de
Jesus. Sob a perspectiva da liderança, esse acontecimento é uma ilustração
suprema da lei da vitória.
Os discípulos haviam perdido seu Professor e
Senhor. Os líderes judeus haviam acalmado seus ataques contra eles. O povo
comum havia perdido suas esperanças de uma revolução contra Roma. Até mesmo o
diabo pensou que ele tinha conseguido parar esse líder de Deus e o havia
forçado a abortar sua missão de salvar o mundo (1Co
2.8).
Mas qual não era a surpresa que estava
aguardando a todos naquela primeira manhã do domingo da ressurreição!
Quando Jesus se levantou dentre os mortos, ele
deu a seus seguidores uma esperança muito forte para removerem qualquer dúvida
a respeito de seu Reino. Jesus praticou a Lei da Vitória, e ao menos parte da
credibilidade de qualquer líder vem da prática dessa Lei (embora ninguém possa
fazer exatamente a mesma coisa que Jesus fez!).
A LEI DO LEGADO: JESUS ENTREGOU SEU
MINISTÉRIO
A SEUS DISCÍPULOS
(Mc 16.15-16)
Antes que Jesus partisse deste mundo, ele
reuniu seus discípulos e lhes deu uma última ordem, Nos chamamos isso de 'o
grande comissionamento" Ele lhes disse para irem e pregarem o evangelho a
toda criatura sobre a terra. Da mesma forma como ele veio buscar e salvar o
perdido, eles deveriam continuar sua missão e completá-la.
O legado de Jesus continua até os dias de hoje
porque ele deixou tudo cuidadosamente fundamentado. Ele treinou os doze a fim
de que fossem capazes de continuar sua Obra. Ele o fez com conceitos que
poderiam ser repassados e que qualquer um poderia aprender depois de sua
partida. Se ele tivesse falhado em multiplicar a si mesmo em outros, o
Cristianismo já teria morrido há muito tempo.
Se nós voltarmos no tempo e olharmos para três
anos e meio do seu ministério apresentado: em Marcos, nós o poderemos ver que,
desde o princípio, ele vinha preparando pessoas para deixar seu legado
1. Ele escolheu doze líderes potenciais para
orientar (Mc 3.13-19);
2. Ele dispensou a maior parte de seu tempo com
eles (Mc 3.14);
3. Ele lhes disse desde o princípio que eles
também deveriam fazer isso (Mc 1.17);
4. Ele repassou para as pessoas tanto sua
tarefa quanto sua visão (Mc 6.7-13);
5. Ele permitiu que testemunhasse e participassem de seus milagres (Mc 8.1-9);
6. Ele lhes deu uma ordem para que fizessem as
mesmas coisas que ele fez (Mc 16.15-16)
7.Ele lhes prometeu a credibilidade e das
coisas de que necessitariam (Mc 16.17-18)
8. Ele trabalhou com eles,
confirmando seu trabalho e palavras (Mc 16.19-20).
MARCOS - STEPHEN S. SHORT - Comentário - NVI (F. F. Bruce)
Autoria e
destinatários
Este evangelho, como
os outros três no cânon do Novo Testamento, foi escrito de forma anônima.
Que o seu autor foi João Marcos, no entanto, é atestado por
autores eclesiásticos do século II, como Papias, Ireneu, Clemente de
Alexandria etc. João Marcos viveu em Jerusalém com Maria, sua mãe,
durante o período inicial da Igreja, sendo a sua casa um local de encontro
nos primeiros anos (At 12.12) e talvez o principal local de encontros em
Jerusalém. Provavelmente foi o local da “Ultima Ceia” de Jesus e da sua aparição
na noite do domingo de Páscoa. Marcos acompanhou Paulo e Barnabé na
primeira etapa da primeira viagem missionária (At 13.4-13). Mais tarde,
ele serviu com Barnabé em Chipre (At 15.39) e, mais tarde ainda, estava em
Roma (Cl 4.10; Fm 24; 2Tm 4.11; também 1Pe 5.13,
em que “Babilônia”, como em Ap 14.8,
parece ser um código para “Roma”).
O fato de que foi
enquanto Marcos estava em Roma que ele escreveu esse evangelho é atestado
por Ireneu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Eusébio e Jerônimo. Evidências
disso deduzidas do próprio evangelho podem ser encontradas no número
considerável de termos latinos que Marcos emprega, preferindo estes aos
equivalentes gregos,
e.g., suas palavras
para “carrasco” (6.27), “vasilhas de metal” (7.4), “imposto” (12.14),
“pequeninas moedas de cobre” (12.42), “açoitar” (15.15), “pretório”
(15.16), “centurião” (15.39). Mais uma indicação, embora decididamente
equivocada, de que o evangelho de Marcos foi escrito originariamente para
cristãos em Roma, onde ele o produziu, consiste na menção de “Rufo” em
15.21, que, por inferência, era conhecido por todos, e sua possível
identificação com o cristão que vivia em Roma chamado “Rufo”,
mencionado em Romanos 16.13
(pressupondo que Rm 16 foi
dirigido a cristãos em Roma; veja comentários ad loc.). Mais evidências na
mesma direção podem ser deduzidas da expressão, em 6.48, “quarta vigília
da noite”; acerca da qual v. comentário.
Independentemente de
se o evangelho de Marcos foi escrito para cristãos em Roma ou não,
certamente foi escrito principalmente para gentios. Isso está indicado (a)
na forma em que são explicados cuidadosamente os costumes e termos
judaicos (e.g., 7.2ss; 12.42; 14.12; 15.42) e (b) na forma em que as
palavras e frases aramaicas que Marcos insere periodicamente são sempre
traduzidas imediatamente para o grego (e.g., 3.17; 5.41; 7.11, 34; 14.36;
15.22,34).
Fontes
Não há evidência de
Marcos ter sido testemunha ocular da maior parte dos eventos da vida de Jesus
que ele descreve no seu evangelho. Alguns estudiosos sugerem,
no entanto, que o “jovem” mencionado em 14.51,52 seja a alusão
anônima do autor a si mesmo (acerca de evidências disso, v. comentário ad
loc.); nesse caso, Marcos teria sido testemunha da sequência do
aprisionamento de Jesus.
Não há prova concreta
de que o autor tenha usado uma narrativa escrita anterior como fonte do
seu evangelho, embora alguns afirmem que ele usou esse tipo de
narrativa (agora perdida) da história da Paixão. Agostinho cria que Marcos
tivesse elaborado o seu evangelho ao condensar o relato mais
extenso de Mateus, e essa era a opinião comum até o século XIX. Hoje
se crê quase universalmente que Marcos foi o primeiro evangelho, e
que foi usado como fonte para a composição dos evangelhos de Mateus e
Lucas. Evidências disso são encontradas na supressão de palavras e frases
que Mateus e Lucas fazem nas descrições à medida que parecem ter sido consideradas
supérfluas, para dar lugar às seções longas de material adicional que
eles queriam registrar. Outras evidências disso são que Mateus e
Lucas tendem a melhorar o estilo de Marcos quando relatam os
mesmos incidentes, ou então a omitir completamente as afirmações de
Marcos que poderiam ofender ou desconcertar, ou ainda tendem a apresentá-las de
forma menos provocativa (e.g., 4.38; 5.26; 10.17,35-37; 14.33,37,71;
15.34). V. tb. p. 1.075ss.
A fonte principal de
Marcos para escrever o seu evangelho foram a pregação e a instrução do apóstolo
Pedro, o que é atestado por Papias, Justino Mártir, o Prólogo
anti-Marcião do evangelho de Marcos, Ireneu e Clemente de Alexandria,
todos do século II. O testemunho de Papias (bispo de Hierápolis c.
140 d.C.) reflete a opinião acerca desse tópico logo no início do
século, pois a sua declaração é, na verdade, uma citação de um “Presbítero”
anônimo que já estava morto quando Papias escreveu. As evidências que
vêm do próprio evangelho em apoio à sugestão de Pedro ter
influenciado Marcos na sua narrativa dos eventos são as seguintes: (a) A
proeminência de Pedro na história, incluindo alusões a ele que ninguém, a não
ser ele mesmo, teria lembrado (e.g., 16.7); (b) o fato de que em
todas as cenas descritas Pedro estava presente (1Pe 5.1
sugere que ele testemunhou a crucificação de Jesus); e que, em
algumas delas (e.g., 5.37; 9.2; 14.33,66-72 etc.), ele era um dos
poucos presentes; (c) a inclusão desses detalhes no relato sugere que a
descrição em questão se originou numa testemunha ocular (e.g., 1.19; 4.38;
6.39; e menções como os atos e gestos de Jesus como são relatados em 3.5;
7.33; 8.23; 10.16 etc.).
Data
O martírio de Pedro
por meio de crucificação foi predito por Jesus (Jo
21.18,19;
2Pe
1.14). Há autores
cristãos do início da Era Cristã que afirmam que isso ocorreu em Roma, em
conexão com a perseguição de Nero aos cristãos em 64 d.C. Mas esses
autores expressam opiniões diferentes acerca de se Pedro estava vivo ou
não quando Marcos escreveu esse evangelho. Clemente de Alexandria
e Orígenes criam que Pedro ainda estava vivo, enquanto Ireneu e o
autor do Prólogo anti-Marcião do evangelho de Marcos acreditavam que ele estava
morto. Pode-se deduzir que essa também era a opinião de Papias, embora ele
não afirme isso categoricamente. Essa é a opinião mais defendida hoje, com
a conseqüência de que se considere em geral que o evangelho de Marcos
tenha sido escrito c. 65 d.C. Harnack, no entanto, tinha a opinião de que
o evangelho foi escrito “durante a sexta década do século I, no mais
tardar” (Date of the Acts and of the Synoptic Gospels, 1911, p. 133),
pois para ele não era fato incontestável que Pedro tivesse morrido antes de
Marcos ter escrito o evangelho. Harnack achava que, em virtude de como
termina o livro de Atos, não precisava de explicações o fato de esse
livro ter sido escrito antes da morte de Paulo, e isso em 62 d.C., ou
perto disso, e, nesse caso, o “primeiro livro” de Lucas (At 1.1),
i.e., seu evangelho, teria sido escrito pouco antes disso, e o evangelho
de Marcos, por consequência (muito evidentemente uma fonte do evangelho de
Lucas), teria sido ainda antes. E difícil perceber qualquer razão
convincente para se abandonar a argumentação de Harnack. Na sua referência
ao relato de Marcos, T. W. Manson declarou: “A composição do evangelho pode
ser datada vários anos antes da época comumente aceita” (Studies in
the Gospels and Epistles, p. 45), sugerindo entre 58 e 65 d.C. (ibid., p.
5).
Características
O evangelho de Marcos
é o mais breve dos evangelhos do cânon. E conciso e repleto
de ação, uma
característica que seria cativante para a mente prática dos romanos, para
quem, sem dúvida, foi originariamente escrito. A parte dedicada aos
atos de Jesus, em comparação com as suas palavras, é maior no evangelho de
Marcos do que nos outros. Dezoito milagres são registrados, em contraste
com apenas quatro parábolas completas. Nota-se um número
excepcionalmente grande de relatos de expulsão de demônios por parte
de Jesus (1.23-27,32-34; 3.11,22-27; 5.1-20; 7.25-30; 9.17-29). O
evangelho fornece poucos comentários acerca desses acontecimentos, e em geral
as ações falam por si mesmas.
Diferentemente de
biografias comuns, o evangelho de Marcos não relata nada acerca do
nascimento de Jesus, seu crescimento e aparência; tampouco especifica a
duração do seu ministério público, nem sua idade na época da
crucificação. Cerca de um terço do relato é dedicado à descrição dos oito
dias entre a entrada de Jesus montado no jumento e sua ressurreição.
Tema
A tese desse evangelho
é que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Isso é afirmado no prólogo do livro
(1.1). A medida que a história se desenvolve, Marcos mostra como Jesus foi
proclamado “Filho de Deus” por seu Pai celestial (1.11; 9.7), pelos demônios,
que possuíam conhecimento sobrenatural (3.11; 5.7), e por si mesmo (12.6;
14.61,62). O clímax da história é atingido quando um homem de
nacionalidade romana faz essa proclamação (15.39), sendo a intenção clara
do autor que a sua ação fosse imitada por aqueles de nacionalidade romana
que viessem a ler o seu livro.
I. EVENTOS
INTRODUTÓRIOS (1.1-13)
II. O MINISTÉRIO NA
GALILÉIA (1.14—7.23)
III.
A JORNADA NO NORTE (7.24—8.26)
IV.
A JORNADA PARA JERUSALÉM (8.27—10.52)
V. O MINISTÉRIO EM
JERUSALÉM (11.1—13.37)
VI.
A PAIXÃO (14.1—15.47)
VII.
A RESSURREIÇÃO (16.1-20)
Comentário - NVI (F. F. Bruce)
Lição 01: A Chegado do Servo |
4° Trimestre De 2022 | EBD – Revista PECC
Tema: MARCOS – O Evangelho do
Servo JESUS, Escola Bíblica Dominical
Lição 01: A Chegado do Servo
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO
PROFESSOR
Afora o suplemento do
professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres,
inclusive o número da página
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Marcos 1 há 45 versos.
Sugerimos começar a aula lendo, com todos os presentes, Marcos 1.1-20 (5 a 7
min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não
substitui a leitura da Bíblia. Olá, professor(a)! Iniciamos esta revista com
uma pergunta urgente: temos desempenhado um bom serviço, assim como Jesus
desempenhou? Um servo precisa estar decidido a cumprir o que lhe é proposto,
apesar da dificuldade. Não é uma questão de concordar ou de estar com vontade
de cumprir, mas de obedecer ao que Jesus ordena. Quando fracassamos, a atitude
deve ser a de levantar e prosseguir, como o próprio Marcos fez em relação às
viagens missionárias. Quanto às nossas habilidades, devemos usá-las em favor do
Reino; foi assim que Marcos compôs seu evangelho de modo a ser convincente e
verdadeiro diante de leitores gentios.
OBJETIVOS
Compreender os propósitos
do evangelho escrito por Marcos.
Reafirmar nossa fé em Jesus, o Filho amado enviado para remissão dos
pecados.
Assumir compromisso com a pregação do Evangelho do arrependimento, como
Jesus assumiu
PARA COMEÇAR A AULA
Professor(a), mostre aos
alunos que Marcos nos conta sobre o batismo e, logo a seguir, sobre o deserto e
as tentações. Assumir Jesus significa renunciar também a si mesmo e às
promessas ilusórias de Satanás. Jesus venceu as tentações, mas não foi
descansar. Ao invés disso, passou a viajar, ensinando e curando possessos. Não
há outra maneira de assumir o Evangelho senão agindo. Como estamos testemunhando
Jesus? Servir é estar disponível. Todos estão?
LEITURA ADICIONAL
“Quando o imperador Augusto
morreu, no ano 14 d. C., Roma era uma cidade esplêndida. Ele chegou a gabar-se
que tinha herdado uma cidade de barro e feito dela uma cidade de mármore. A
capital do Império tinha cerca de um milhão de habitantes e hospedava várias
culturas, povos e religiões. O Porto de Roma, Óstia, tornou-se o centro do
comércio mundial. Havia uma riqueza ostensiva na cidade de Roma. Construções
monumentais eram erguidas e o luxo dos ricos era exorbitante. Ao mesmo tempo,
havia também uma extrema pobreza e miséria. Os navios despejavam seus produtos
por intermédio dos braços suados dos escravos. Na cidade, prevaleciam a
corrupção, a anarquia e a decadência moral. A bebedeira e a orgia faziam subir
um mau cheiro repugnante da reluzente metrópole (Rm 13.11-14). Foi para essa
cidade enfeitiçada pelo prazer que Marcos escreveu o seu evangelho. Nessa
cidade do prazer e do luxo, uma igreja foi implantada. Essa igreja foi duramente
perseguida a partir do ano 64 d. C. Os cristãos eram queimados vivos, lançados
nas arenas para serem pisoteados pelos touros, enrolados em peles de animais
para serem devorados pelos cães raivosos. Foi para essa igreja mártir que
Marcos escreveu seu evangelho. Havia martírio atrás de si e à sua frente”.
Livro: Marcos: o evangelho dos milagres (LOPES, Hernandes Dias. São Paulo:
Hagnos, 2006, pp. 23-24).
TEXTO ÁUREO
“Então, foi ouvida uma voz dos
céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo.” Mc 1.11
LEITURA BÍBLICA PARA ESTUDO - Marcos
1.1-20
VERDADE PRÁTICA
Quem confia em Cristo
experimenta uma vida de serviço triunfante
INTRODUÇÃO
I- O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS Mc 1.1
1– Autor, data e local Mc 1.1
2– Marcos e os demais evangelhos Mc 10.45
3– Características de Marcos Mc 1.12
II- PREPARATIVOS DO SERVO Mc 1.2-13
1– O servo é profetizado Mc 1.2
2– O servo é batizado Mc 1.11
3– O servo é tentado Mc 1.12
III- . INÍCIO DO SERVIÇO Mc 1.14-45
1– Jesus prega arrependimento Mc 1.14
2– Jesus chama cooperadores Mc 1.17
3– Jesus exerce autoridade Mc 1.39
APLICAÇÃO PESSOAL
DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda – Marcos 1.3
Terça – Marcos 1.5
Quarta – Marcos 1.13
Quinta – Marcos 1.15
Sexta – Marcos 1.22
Sábado – Marcos 124
Hinos da Harpa: 139-372
INTRODUÇÃO
Marcos apresenta Jesus como o
perfeito Servo de Deus, ou seja, como aquele que executa com firme disposição
toda a obra que lhe foi divinamente confiada. Assim, Jesus é visto como servo
dedicado e fiel, trabalhador obediente, apesar das espinhosas dificuldades
enfrentadas na caminhada.
I- O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
(Mc 1.1)
1- Autor, data e local (Mc
1.1). Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
Diferentemente da maioria das cartas, os evangelhos não indicam o nome de seus
autores. Entretanto, há um antigo consenso entre os estudiosos no sentido de
que seu autor é Marcos, cujo nome judeu era João, daí ser chamado de João
Marcos (At 12.25). Marcos era filho de Maria, uma mulher rica e hospitaleira em
Jerusalém (At 12.12). Foi amigo e assistente direto de três dos primeiros
missionários: Barnabé, Paulo e Pedro. De fato, Marcos participou da primeira
viagem missionária de Paulo e Barnabé (At 12.25 e 13.5). Todavia, por ter
desistido no meio do caminho (At 13.13), Paulo se opôs à sua presença na
segunda viagem. Paulo escolheu Silas; Barnabé (seu primo – Cl 4.10) seguiu com
Marcos (At 15.37-40). Posteriormente, Marcos reconquistou a confiança de Paulo
(2Tm 4.11; Fm 24). A tradição cristã também o aponta como intérprete fiel do
apóstolo Pedro (1Pe 5.13). O Evangelho de Marcos foi escrito em meados do
século 1º d.C., na cidade de Roma.
2- Marcos e os demais
evangelhos (Mc 10.45). Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. De modo geral, Marcos é
considerado o primeiro Evangelho escrito. Assim, serviu de base para os autores
dos demais Evangelhos, que acresceram ou editaram seu conteúdo. Se em Lucas
temos Jesus como Filho do Homem, em João, como Filho de Deus, e em Mateus,
como Rei, aqui, em Marcos, temos Jesus como Servo. Esperava-se que o Messias
chegasse como rei conquistador. Marcos apresenta-o, porém, como servo humilde e
sofredor que dá a sua vida em resgate por muitos (Mc 10.45). Marcos foi escrito
para leitores gentios, romanos em particular. Por isso, faz poucas citações do
Antigo Testamento, não expõe genealogias, traduz frases aramaicas e hebraicas
para seus equivalentes gregos (por exemplo, 5.41; 15.34), explica costumes
judaicos (por exemplo 7.3-4; 14-12; 15-42), cita moedas romanas (6.37; 12.42),
bem como menciona pessoas importantes em Roma (Mc 15.21 e Rm 16.13).
3- Características de Marcos
(Mc 1.12). E logo o Espírito o impeliu para o deserto. Marcos tem estilo
compacto, muito apropriado para o espírito prático dos romanos. É o mais curto
dos Evangelhos: apenas 16 capítulos, nada tratando sobre nascimento, infância e
juventude de Jesus. Todavia, algumas de suas histórias são mais completas,
quando comparadas com as mesmas histórias nos outros Evangelhos. É o caso dos
eventos em que Jesus cura a filha de Jairo e a mulher com hemorragia (5.21-43).
Marcos também tem estilo ativo, descrevendo Jesus como soldado que se move com
agilidade e poder para conquistar uma vitória após outra sobre demônios,
doenças e mesmo a morte, característica também muito apropriada ao espírito
conquistador dos romanos. As palavras “logo”, “em seguida” e “imediatamente”
aparecem dezenas de vezes, dando ritmo acelerado às narrativas e transmitindo a
ideia de prontidão militar (por exemplo, 2.1; 3.1; 8.10; 10.1).
Assim, Marcos foca mais as
ações que os ensinos de Jesus. Contém poucas parábolas. O Sermão do Monte, por
exemplo, para o qual Mateus dedica três capítulos inteiros, não consta do
Evangelho de Marcos. É, portanto, um livro de ação. Jesus está sempre agindo,
apresentando-se como perfeito servo do Senhor. Contudo, ao contrário dos
conquistadores romanos, Marcos proclama a boa notícia de que Jesus é o próprio
Filho de Deus (1.1) e sua vitória não vem pela força ou violência, mas pelo
serviço obediente (14.36) e doação sacrificial (10.45).
II- PREPARATIVOS DO SERVO (Mc
1.2-13)
1- O servo é profetizado (Mc
1.2). Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua
face o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho. Ao citar o profeta
Isaías (1.2), Marcos estabelece importante conexão entre Antigo e Novo
Testamento, provando que a chegada de Jesus não foi uma ideia tardia ou ação
improvisada de Deus para salvar a humanidade, diante da frustração de um plano
anterior. Pelo contrário, revela a continuidade de um mesmo e poderoso plano
que envolvia o cumprimento de antigas promessas (por exemplo, Is 40.3-5 e Ml
3.1). Esse registro tinha importância especial para o convencimento dos
leitores romanos, conhecidos estrategistas militares. A descrição de Marcos a
respeito de João Batista é a mais resumida dos Evangelhos. Seu foco era destacar
João Batista como executor fiel do papel profético de preparar o caminho de
Jesus, o Messias e Filho de Deus (1.1), ou seja, o “mais poderoso” (1.7), que
batizaria com o próprio Espírito Santo (1.8).
O estilo rústico e a pregação
inflamada de João
Batista, realizada em pleno deserto e com ênfase na confissão de pecados e
no arrependimento, chamou a atenção de todos (1.4-6). Na antiguidade, antes de
um Rei visitar qualquer porção de seu Reino, um mensageiro era enviado para
preparar o caminho. João Batista preparou o coração das pessoas para receber o
Salvador.
2- O servo é batizado (Mc
1.11). Então, foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me
comprazo. O evento inaugural do ministério público de Jesus foi seu batismo no
rio Jordão (1.9). Embora tal batismo demandasse confissão pública de pecados
(1.5), não era esse o caso de Jesus, que não cometeu pecado (1Pe 2.22). Seu
propósito era “cumprir toda a justiça” (Mt 3.15), ou seja, como servo humilde e
fiel, identificar-se com os pecadores que veio salvar, apontando para a
remissão de pecados na sua morte (Is 53.4-5). Segundo Marcos, na ocasião, os
céus foram literalmente “rasgados” (verbo grego schzein) (1.10), descrição
suavizada por Mateus e Lucas, que preferiram o verbo “abrir” (Mt 3.16 e Lc
3.21).
Esses eventos são
sobrenaturais e provam que Jesus era o Filho de Deus (1.1). Em seguida, o
Espírito Santo desce sobre o Filho no rio Jordão (1.10) e o Pai brada do alto:
“Tu és meu Filho Amado, em ti me comprazo” (1.11). Era a unção pública de Jesus
para seu ofício messiânico. Mais uma vez, o Espírito pairava por sobre as águas
e o Pai manifestava seu intenso deleite naquilo que contemplava (Gn 1.2 e 31).
O profetizado Servo do Senhor havia chegado e estava cheio do Espírito Santo. O
Reino de Deus estava próximo (1.14).
3- O servo é tentado (Mc 1.12).
E logo o Espírito o impeliu para o deserto. Rapidamente, Marcos conduz-nos da
glória do batismo à dureza da tentação de Jesus. A presença de “feras” é
exclusividade de Marcos (1.13). Adão, no ambiente favorável do jardim, pecou
(Gn 3.6). Mas Jesus, o último Adão (1Co 15.45), triunfou no cenário
extremamente desfavorável do deserto. Marcos é o mais sucinto no relato da tentação
de Jesus. A posição de Filho de Deus servia à promoção do Reino de Deus. Assim,
enfrentar e vencer o histórico adversário desse Reino era etapa essencial de
sua missão. Marcos enfatizou esse fato: a vitória de Cristo sobre Satanás,
qualificando-o para seu serviço de destruir as obras do diabo (1Jo 3.8). No
Jordão, ficou provado que Jesus era o Filho de Deus. Agora, conduzido pelo
Espírito Santo (1.12), no deserto, para além da natureza humana, ganharia
experiência humana triunfante, servindo-nos como paradigma. Jesus estava pronto
para começar seu ministério.
III- INÍCIO DO SERVIÇO (Mc
1.14-45)
1- Jesus prega arrependimento
(Mc 1.14). Depois de João ter sido preso, foi Jesus para a Galileia, pregando o
evangelho de Deus. Seguindo seu estilo sucinto e prático, Marcos oferta-nos
sínteses preciosas a respeito do início do ministério terreno de Jesus. Quando?
Após a prisão de João Batista. Onde? Na Galileia. Como? Pregando o Evangelho de
Deus (1.14). O quê? Qual a essência dessa pregação? A mesma que todas as fiéis
testemunhas de Deus sempre proclamaram ao longo da história: “arrependei-vos e
crede no evangelho” (1.15). De fato, arrependimento e fé constituem o próprio
núcleo da mensagem cristã (At 20.21). Afinal, sem abandono do pecado e mudança
radical de vida, não há cristianismo verdadeiro. Cumpre nascer de
novo, da água e do Espírito, para se entrar no Reino de Deus (Jo 3.5-7).
2- Jesus chama cooperadores
(Mc 1.17). Disse-lhes Jesus: Vinde após mim e eu vos farei pescadores de
homens. Caminhando junto ao mar da Galileia (1.16), Jesus convoca homens
simples. Pedro, André, Tiago e João. São esses primeiros que, prontamente,
atendem ao chamado do Senhor, largando afazeres de pescaria e passando a seguir
mais de perto o Mestre (1.17-20). Consciente de que a seara é grande e de que
sua missão não se destinaria apenas àquela época, Jesus chama cooperadores.
Homens que, por sua fé e disposição, colaborariam diretamente na obra de Deus.
Pessoas que, igualmente, pelo seu testemunho oral e escrito, perpetuariam sua
obra. O chamado de Jesus destoa da tradição judaica. A entrada em uma escola
rabínica dependia da iniciativa daquele que aspirava ser aluno e não do chamado
do Rabi. Todavia, aqui, Jesus toma a iniciativa, pois Ele nos amou primeiro (1
Jo 4.19). Da parte dos chamados, cumpre apenas obedecer, pronta e radicalmente
(Mt 19.29).
3- Jesus exerce autoridade (Mc
1.39). Então, foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expelindo
os demônios. Jesus segue para Cafarnaum e, no sábado, põe-se a ensinar na
sinagoga, onde os presentes se maravilham com a autoridade com a qual expõe sua
doutrina, em muito superior à dos escribas (1.21-22). Não tardou para que
aparecesse na sinagoga um homem possesso de espírito imundo. Jesus, mais uma
vez exercendo sua autoridade, repreendeu o mal e libertou o homem (1.23-26).
Também a sogra de Pedro, que se achava acamada com febre, é curada (1.30- 31),
seguindo-se o mesmo com um leproso (1.40-42). Marcos registra que muitos
enfermos e endemoninhados foram levados a Jesus, experimentando a mesma
libertação (1.34). “Todos te buscam” – diz Simão Pedro para Jesus (1.37), que,
àquela altura, nem conseguia mais entrar publicamente em qualquer cidade, mas
permanecia fora, em lugares afastados (1.45). O alvoroço foi geral. O povo que
andava em trevas viu grande luz (Is 9.2). Por isso, a fama de Jesus correu
célere em todas as direções (1.28). O servo de Deus iniciara sua maravilhosa
obra de redenção.
APLICAÇÃO PESSOAL
Jesus cumpriu Seu ministério
terreno com total disposição, fidelidade e obediência. Sejam esses também
nossos atributos na qualidade de servos de Deus e seguidores de Cristo.
RESPONDA
1) A tradição cristã aponta
que Marcos foi intérprete fiel de qual dos apóstolos? R. Pedro
2) Qual profeta Marcos invoca no início de seu evangelho, fazendo importante
conexão entre Antigo e Novo Testamento? R. Isaías (Mc 1.2-3).
3) Que familiar de Pedro foi curado por Jesus no primeiro capítulo do Evangelho
de Marcos? R. A sogra de Pedro (Mc 1.30-31).