Escrita Lição 12, A Bondade de DEUS em nos Atender, 2Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 12, A Bondade de DEUS em nos Atender
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Edna Maria Cruz Silva
 
 
TEXTO ÁUREO
“Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” (Mt 7.11)
 

VERDADE PRÁTICA
DEUS é um Pai amoroso que concede aos seus filhos aquilo que realmente é bom para eles.
 
 

Lição 12, A Bondade de DEUS em nos Atender

Video - https://youtu.be/B99zCcD6npo
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/06/escrita-licao-12-bondade-de-deus-em-nos.html
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/06/slides-licao-12-bondade-de-deus-em-nos.html
 

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Lc 11.9 A bondade do Pai em atender seus filhos
Terça - Lc 11.9,10 O Pai bondoso nos concede o ESPÍRITO SANTO
Quarta - Lc 11.11-13 Somos maus, mas suprimos as necessidades de nossos filhos
Quinta - Mt 22.37,38 Ame a DEUS com todo o teu coração, alma e pensamento
Sexta - Mt 22.39 Ame ao próximo na mesma dimensão de si mesmo
Sábado - Sl 145.13 DEUS é bondoso em tudo que faz
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 7.7-20
7 - Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 - Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre. 9 - E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? 10 - E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? 11 - Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? 12 - Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. 13 - Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14 - E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. 15 - Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
 
 
7.1 NÃO JULGUEIS. JESUS condena o hábito de criticar os outros, sendo nós mesmos faltosos. O crente deve primeiramente submeter-se ao justo padrão de DEUS, antes de pensar em examinar e influenciar a conduta de outros cristãos (vv. 3-5.
(1) CRISTO não está aqui abolindo a necessidade do exercício do discernimento e de fazermos avaliação dos pecados dos outros. O crente é ordenado a identificar falsos ministros dentro da igreja (v. 15) e avaliar o caráter de certas pessoas (v. 6; cf. Jo 7.24; 1 Co 5.12; ver Gl 1.9; 1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).
(2) Mt 7.1 não deve servir de desculpa para a omissão do exercício da disciplina eclesiástica (ver Mt 18.15).
7.7,8 PEDIR, BUSCAR, BATER. JESUS estimulava a perseverança na oração. Os tempos dos verbos gregos do versículo 8 indicam continuidade. Devemos continuar a pedir, a buscar e a bater. Pedir, fala da consciente necessidade e da confiança que DEUS ouve nossa oração. Buscar, fala de fervente petição associada a submissão à vontade de DEUS.
Bater, fala da perseverança em buscar a DEUS quando Ele não responde imediatamente. A garantia de CRISTO de que o suplicante receberá o que pede baseia-se em:
(1) buscar em primeiro lugar o reino de DEUS (ver Mt 6.33);
2) a bondade e amor paternais de DEUS (Mt 6.8; 7.11; Jo 15.16; 16.23,24,26; Cl 1.12);
(3) orar de conformidade com a vontade de DEUS (1 Jo 5.14; 3.22; Mc 11.24);
(4) cultivar a comunhão com CRISTO (Jo 15.7); e
(5) obedecer a CRISTO (1 Jo 3.22)
7.11 VOSSO PAI... DARÁ BENS. CRISTO promete que o Pai celestial não decepcionará seus filhos. Ele nos ama com um amor maior do que aquele de um bom pai terrestre e quer que lhe peçamos tudo quanto necessitamos, pois Ele promete dar-nos o que é bom para nós. Ele deseja prover solução para nossos problemas e pão para nossas necessidades diárias. E, mais do que tudo, Ele nos dará o ESPÍRITO SANTO para estar conosco, como nosso Conselheiro e Ajudador (Lc 11.13; Jo 14.16-18).
7.14 ESTREITA É A PORTA... E POUCOS OS QUE A ENCONTREM. CRISTO ensinou que não devemos esperar que a maioria o siga pelo caminho que leva à vida.
(1) São poucos os que querem entrar pela porta humilde do verdadeiro arrependimento e, em seguida, negar-se a si mesmo para seguir a JESUS, esforçar-se sinceramente para obedecer aos seus mandamentos, buscar zelosamente o seu reino e a sua justiça e perseverar até o fim com verdadeira fé, pureza e amor.
(2) JESUS, no Sermão do Monte, descreve as grandes bênçãos que pertencem aos discípulos do seu reino (Mt 5.3-12), mas Ele também ressalta que esses discípulos não escaparão à perseguição (5.10-12). Além disso, contrastando com alguns evangelistas que pregam que ser salvo é uma das coisas mais fáceis neste mundo, JESUS ensinava que o seguir importa em sérias obrigações no tocante à justiça, à aceitação da perseguição, ao amor aos inimigos e à renúncia pessoal.
7.16 POR SEUS FRUTOS OS CONHECEREIS. Os falsos mestres exteriormente parecem justos, mas interiormente são lobos devoradores (v. 15). Eles devem ser identificados pelos seus frutos. Os frutos dos falsos mestres consistem, principalmente, no caráter dos seus seguidores (1 Jo 4.5,6). O falso mestre produzirá discípulos que manifestarão as seguintes características:
(1) serão cristãos professos, cuja lealdade é dedicada mais a indivíduos do que à Palavra de DEUS (v. 21). Honram e servem a criatura mais do que ao seu Criador (cf. Rm 1.25).
(2) Serão seguidores que se ocupam mais com seus próprios desejos do que com a glória e a honra de DEUS. Sua doutrina será mais antropocêntrica do que teocêntrica (vv. 21-23; ver 2 Tm 4.3).
(3) Serão discípulos que aceitam doutrinas e tradições dos homens, mesmo que isso contradiga a Palavra de DEUS (vv. 24-27; 1 Jo 4.6).
(4) Serão seguidores que buscam mais as experiências religiosas e as manifestações sobrenaturais do que a Palavra de DEUS e seus padrões de justiça. A sua experiência
religiosa ou manifestações espirituais são a sua autoridade final quanto a autenticidade da verdade (vv. 22,23), e não todo o conselho da Palavra de DEUS.
(5) Serão seguidores que não suportarão a sã doutrina, mas procurarão mestres que lhes ofereçam a salvação, em conjunto com o caminho largo da injustiça (vv. 13,14, 23; ver 2 Tm 4.3).



Hinos Sugeridos: 126,131,232 da Harpa Cristã
 
PALAVRA-CHAVE - BONDADE
 

Resumo da Lição 12, A Bondade de DEUS em nos Atender
I – A BONDADE DE DEUS
1. Definição de bondade.
2. A bondade de DEUS no aspecto bíblico.
3. A bondade de DEUS no aspecto teológico.
II – HÁ DOIS CAMINHOS PARA ESCOLHER
1. A porta e o caminho no aspecto bíblico.
2. O que as duas portas e os dois caminhos ilustram para nós?
3. A escolha entre os dois caminhos.
III – A MENTIRA DOS FALSOS PROFETAS
1. Cuidado com as falsas aparências.
2. Como detectar os falsos profetas?
3. Uma análise criteriosa.
 
 


 
 
I - A BONDADE DE DEUS
Definição de bondade.
Primeiro - DEUS bate a nossa porta, ou seja, nos chama para a salvação. Se abrirmos o coração para DEUS Ele entra em nossa vida e nos dá o ESPÍRITO SANTO e todas as bênçãos advindas daí.
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. Apocalipse 3:20
Nós entramos pela fé no evangelho sobre JESUS
Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de DEUS. Efésios 2:8
Segundo - Nós Batemos e DEUS abre.
Mateus 7.7-15 – 7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 - Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre. 9 - E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? 10 - E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? 11 - Se, vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?
 
E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar. Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se cumpra. Disse-vos isso por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai. Naquele dia, pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei por vós ao Pai,
poiso mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes e crestes que saí de DEUS. João 16:23-27
 
 
BONDADE DE DEUS HEBRAICO (Strong Português) - טוב towb
1) bom, agradável, amável
1a) amável, agradável (aos sentidos)
1b) agradável (à mais alta índole)1c) bom, excelente (referindo-se à sua espécie)1d) bom, rico, considerado valioso1e) bom, apropriado, conveniente1f) melhor (comparativo)1g) satisfeito, feliz, próspero (referindo-se à natureza sensitiva humana)1h) boa compreensão (referindo-se à natureza intelectual humana)1i) bom, generoso, benigno1j) bom, correto (eticamente) n m;
2) uma coisa boa, benefício, bem estar
2a) bem estar, prosperidade, felicidade
2b) coisas boas (coletivo)2c) bom, benefício2d) bem moral n f;
3) bem estar, benefício, coisas boas
3a) bem estar, prosperidade, felicidade
3b) coisas boas (coletivo)3c) generosidade
 
Verdadeiramente, bom é DEUS para com Israel, para com os limpos de coração. Salmos 73:1
Bom é o Senhor para os que se atêm a ele, para a alma que o busca. Lamentações 3:25
 
BONDADE DE DEUS GREGO (Strong português) - αγαθος agathos
1) de boa constituição ou natureza.
2) útil, saudável
3) bom, agradável, amável, alegre, feliz
4) excelente, distinto
5) honesto, honrado
 
JESUS lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é DEUS. Lucas 18:19
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação. Tiago 1:17
 
A partir da conversão o cristão pode passar a ter a bondade como qualidade do fruto do ESPÍRITO em sua vida, desde que tenha desejo e disposição para isto.
(porque o fruto do ESPÍRITO está em toda bondade, e justiça, e verdade), Efésios 5:9
Mas o fruto do ESPÍRITO é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gálatas 5:22
 
O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mateus 12:35
 
DEUS criou o homem para fazer só o que é bom, porém escolheu fazer o mal, devido ao pecado, mas poderá fazer o que é bom, desde que obedeça a DEUS e esteja em comunhão com o ESPÍRITO SANTO.
Porque DEUS sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como DEUS, sabendo o bem e o mal. Gênesis 3:5
Então, disse o Senhor DEUS: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, Gênesis 3:22
 
Ao insistirmos em pedir, sem levar em conta a vontade de DEUS, podemos incorrer no erro de recebermos o mal ao invés do bem.
Israel pediu um rei e DEUS deu. Não é, hoje, a sega dos trigos? Clamarei, pois, ao Senhor , e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o Senhor , pedindo para vós um rei. 1 Samuel 12:17
Rei Ezequias pediu mais tempo de vida e DEUS lhe deu, mas lhe foi por perdição e destruição de sua família e reino.
Vai e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor , o DEUS de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos. Isaías 38:5
Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para a Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor. E dos teus filhos, que procederem de ti e tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia. Isaías 39:6,7
 
 


 
II- PORTAS E CAMINHOS PARA SEREM ESCOLHIDOS

Quatro portas.

a- Do meu coração – só eu posso abrir para JESUS entrar. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. Apocalipse 3:20
Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21

b- Do céu – Só JESUS pode abrir -
Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. João 10:9
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre: Apocalipse 3:7

Quando cremos e confiamos em JESUS CRISTO como nosso único Salvador e Senhor, crendo que ELE morreu por nós e ressuscitou, somos salvos. Saímos do reino de Satanás e entramos no reino de DEUS. Agora achamos o verdadeiro alimento – JESUS.
a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor JESUS e, em teu coração, creres que DEUS o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Romanos 10:9
para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a DEUS, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim. Atos 26:18
Porque a minha carne verdadeiramente é comida ,e o meu sangue verdadeiramente é bebida. João 6:55
E JESUS lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede. João 6:35

Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7:13,14


c- Porta estreita - A porta é estreita porque só se pode entrar pelo arrependimento de pecados - e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de DEUS está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho. Marcos 1:15


d- Porta Larga – Fácil de entrar porque aceita o pecado, a falsa religião, o falso profeta, o falso pastor, o falso mestre.
 
 



Dois Caminhos
Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7:13,14
E a este povo dirás: Assim diz o Senhor : Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte. Jeremias 21:8

Largo, ou espaçoso, ou da morte - espaçoso, o caminho que conduz à perdição

Estreito, ou apertado, ou da vida - apertado, o caminho que leva à vida
Disse-lhe JESUS: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14:6

JESUS é o único Caminho para conduzir o pecador à vida eterna com DEUS. Obras não salvam; somente pela graça por meio da fé na obra de JESUS CRISTO.
“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lc 13.24).
Significa esforçar-se por crer no evangelho.

Pela porta larga é possível passar as obras da carne (Gl 5.19-21): prostituição, impureza, inimizades, porfias, pelejas e todo tipo de pecado. Contudo, o destino da porta larga e do caminho espaçoso é a eternidade sem DEUS. Porém, os que escolhem o caminho apertado, um dia vão morar no céu e serão como a luz da aurora e como luzeiros no firmamento (Pv 4.18).
  
 

 
 
III- FALSOS MESTRES - Comentários BEP - CPAD
DESCRIÇÃO. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de DEUS, nos dias de JESUS (Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando. Mateus 23:13). JESUS adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a CRISTO é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.
Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas” (Mt 7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de DEUS e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de DEUS e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros de DEUS, líderes espirituais de renome, ungidos pelo ESPÍRITO SANTO. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt 7.21-23; 24.11,24; 2Co 11.13-15). Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15), e aos fariseus do NT. Longe das multidões, na sua vida em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniquidade” (Mt 23.25), “cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27), “cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus desejos egoístas.
De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja.
(a) Alguns falsos profetas, mestres, pastores e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade, veracidade, pureza e genuína fé em CRISTO. Mais tarde, por causa do seu orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor a CRISTO desaparecem lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de DEUS (1Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6) e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da justiça (ver 2Co.
(b) Outros falsos profetas, mestres, pastores e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na igreja desde o início de suas atividades (Mt 13.24-28,36-43). Satanás tira partido da sua habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo é colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de CRISTO. Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao evangelho advirão disso e que o nome de CRISTO será menosprezado publicamente.
A PROVA. Quatorze vezes nos Evangelhos, JESUS advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23;20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres, pregadores ( 2 Co 11.13; 1Ts 5.21; 2Pe 2.1; 1Jo 4.1).
Seguem-se os passos para testar falsos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres, pregadores:
Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a DEUS? Manifesta o fruto do ESPÍRITO (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb 1.9) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?
Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas: (a) honrar a CRISTO (2Co 8.23; Fp 1.20); (b) conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18); (c) salvar os perdidos (1Co 9.19-22); e (d) proclamar e defender o evangelho de CRISTO e dos seus apóstolos (ver Fp 1.16; Jd 3).
Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de DEUS (ver Mt 7.16).
Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por DEUS, e que devemos observar todos os seus ensinos (ver 2Jo 9-11)? Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de DEUS.
Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de DEUS conforme os padrões do NT para obreiros cristãos? (1Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que DEUS os desmascare e revele aquilo que realmente são.
 
 
 
Mateus (William Barclay) - (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Pr Henrique)
CARTA FUNDAMENTAL DA ORAÇÃO Mateus 7:7-11
Todo homem que ora quererá saber a que DEUS está orando. Em que classe de atmosfera serão ouvidas suas orações. Dirige-se a um DEUS avaro, de quem se deve arrancar os dons pela força? Dirige-se a um DEUS zombador, cujos dons bem podem ser armas de duplo sentido? Ou se dirige a um DEUS bondoso, que está mais disposto a dar que nós a pedir? JESUS provinha de uma nação que amava a oração e JESUS mesmo foi homem de oração todo o tempo em que peregrinou por aqui (Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava. Lucas 5:16; E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, Lucas 22:41; E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava. Marcos 1:35; E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue que corriam até ao chão. Lucas 22:44).
Os rabinos judeus disseram algumas das coisas mais belas que ninguém jamais disse com respeito à oração. "DEUS está tão perto de suas criaturas como a orelha está perto da boca." "Os seres humanos dificilmente podem ouvir a duas pessoas que falam ao mesmo tempo, mas DEUS é capaz de nos ouvir a cada um de nós, mesmo que todo mundo clame a Ele em um mesmo momento". "O homem se incomoda quando o chateiam os pedidos de seus amigos, mas no caso de DEUS, cada vez que alguém eleva a Ele suas necessidades, mais o ama." JESUS tinha sido educado no amor da oração. Nesta passagem nos oferece a carta fundamental cristã da oração. O raciocínio de JESUS é muito simples. Um dos rabinos judeus perguntava se haveria algum homem que fosse capaz de odiar a seus filhos. Mesmo que houvesse, o argumento de JESUS era que se os homens não são capazes de odiar a seus filhos, DEUS é amor e DEUS, o Pai celestial, não se negará jamais a ouvir as orações de suas criaturas. JESUS escolhe seus exemplos com cuidado. Escolhe três, porque Lucas acrescentará mais um aos dois que temos em Mateus. Se o filho pedir pão, seu pai lhe dará uma pedra? Se o filho pedir um peixe, o pai lhe dará uma serpente? Se o filho pedir um ovo, o pai lhe dará um escorpião? (Lucas 11:12). É importante que nos três exemplos, os dois objetos mencionados são de aparência semelhante. As pedras arredondadas que cobriam a costa do mar eram exatamente da forma, do tamanho e da cor de pequenas migalhas de pão. Se um filho pedir pão a seu pai, acaso este se rirá dele, oferecendo-lhe uma pedra, que possa confundir-se com um pão, porque seu aspecto é similar, mas que não se pode comer? Se o filho pede peixe, poderá o pai lhe dar uma serpente? A serpente, neste caso, provavelmente seja uma enguia. Segundo as leis judias a enguia não se podia comer, porque era um peixe impuro por não ter barbatanas nem escamas (Levítico 11:12). Se o filho pede peixe a seu pai, este lhe dará um peixe, mas um peixe que está proibido comer, e que é inútil para isso? Zombará um pai deste modo da fome de seu filho? E se o filho pede um ovo, seu pais lhe dará um escorpião? O escorpião é um animal pequeno e perigoso. Em movimento, parece-se com uma lagosta de mar, aferra-se a sua vítima com duas pinças que tem nas extremidades de suas patas dianteiras. Tem o aguilhão na cauda e levantando-a rapidamente crava o aguilhão por cima do lombo; a picada pode ser muito dolorosa, e às vezes fatal. Quando o escorpião descansa, recolhe as patas, pinças e cauda e há uma espécie de escorpião pálido que pode confundir-se muito facilmente com um ovo. Se o filho pedir um ovo, há de seu pai enganá-lo, oferecendo-lhe, em seu lugar, um escorpião venenoso? DEUS nunca se negará a ouvir nossas orações, e nunca se rirá de nossos pedidos. DEUS responderá sempre nossas orações, mas o fará à sua maneira, e sua maneira será a da perfeita sabedoria e o perfeito amor que o caracterizam. Frequentemente, se respondesse nossas orações tal como nós o desejamos, o resultado seria o pior possível para nós, porque em nossa ignorância costumamos pedir coisas que em vez de nos beneficiar nos prejudicariam. Este dito de JESUS afirma não somente que DEUS responderá nossas orações, mas sim o fará com sabedoria e amor. Mas embora esta seja a carta fundamental da oração cristã, impõe-nos certas obrigações. Em grego há duas formas imperativas do verbo. A primeira é o imperativo aoristo, que pronuncia uma ordem definida e limitada: "Feche a porta", por exemplo, seria um imperativo aoristo. Mas também existe imperativo presente, que dá caráter de continuidade à ordem que se reparte, como se se dissesse: "Feche sempre as portas." Os imperativos que aparecem aqui são imperativos presentes, e seu significado, portanto, é "Peçam sempre, e sigam pedindo; procurem sempre, e sigam procurando, batam sempre, e sigam batendo." JESUS nos diz que devemos persistir na oração; diz-nos que não devemos desanimar. É evidente que nisto reside a prova de nossa sinceridade. Queremos realmente o que estamos pedindo? É algo de tal natureza que podemos voltar a levá-lo, uma e outra vez, ao trono da graça divina? Porque a prova do valor de qualquer desejo, sempre será se posso pedir a DEUS por ele, em oração. JESUS estabelece, nesta passagem, a dupla realidade de que DEUS sempre responderá nossas orações a sua maneira, em sabedoria e amor; e que devemos levar ante DEUS uma vida de infatigável oração, que demonstre a validez das coisas pelas quais pedimos, e a validez de nossa sinceridade ao pedi-las.
 
NÃO SABEMOS PEDIR CORRETAMENTE - PRECISAMOS DA AJUDA DO ESPÍRITO SANTO.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tiago 4:3
E da mesma maneira também o ESPÍRITO ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo ESPÍRITO intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26
 
O PINÁCULO DA ÉTICA Mateus 7:12 - "Façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês."
Estas são, provavelmente, as palavras mais universalmente famosas que JESUS proferiu. Com este mandamento o Sermão da Montanha alcança seu cume e pico mais alto. Este dito de JESUS foi chamado "a pedra angular de todo o sermão". Constitui o regulamento fundamental de toda ética social, e é o pináculo de toda doutrina ética. É possível citar ditos rabínicos paralelos de virtualmente tudo o que JESUS ensinou. Mas não existem paralelos desta doutrina. É algo que nunca ninguém havia dito antes. É um novo ensino, uma nova forma de ver a vida e as obrigações que a vida impõe. Não é difícil encontrar muitos paralelos desta afirmação em forma negativa. Como já o tínhamos afirmado, havia sobretudo dois mestres rabínicos, entre os judeus, que desfrutavam de enorme fama: Hillel, que era reconhecido por sua doçura e graça, e Shammai, que orientava seus ensinos segundo uma rígida e firme austeridade. Os judeus contavam a seguinte história: “Um pagão foi a Shammai e lhe disse: ‘Estou disposto a me converter em partidário e ingressar no judaísmo, se você for capaz de me ensinar toda a Lei enquanto eu me mantiver na posição de uma perna num só pé.’ Shammai o expulsou de sua casa, batendo nele com um ponteiro que tinha à mão. O pagão, então, foi a Hillel, quem o recebeu como partidário, e lhe disse: ‘Não faça a outros o que você não gostaria que fizessem a você; esta é toda a Lei, veja bem e continue aprendendo-a’.” Aqui temos a Regra Áurea em sua forma negativa. No Livro de Tobias há uma passagem no qual o ancião Tobias ensina a seu filho tudo o que necessita para a vida, e um de suas máximas é: "O que não queres para ti, não o faças a ninguém" (Tobias 4:15). Há um livro judeu que se chama A Carta a Aristeas, que se apresenta como uma crônica do que aconteceu com os sábios judeus que se reuniram em Alexandria para traduzir as escrituras hebraicas ao grego e produziram a Septuaginta. O rei do Egito lhes tinha devotado um banquete, durante o qual lhes fez muitas perguntas difíceis. Entre outras lhes disse: "Qual é o ensino da sabedoria?" E um dos eruditos judeus lhe respondeu: "Assim como você gostaria que nenhum mal lhe sobreviesse, mas sim queria ser partícipe de todo o bem, assim aja com seus súditos e seus ofensores, admoestando docemente aos nobres e aos bons. Porque DEUS atrai para si a todos os homens mediante a benignidade" (A Carta ao Aristeas, 207). O rabino Eliezer foi provavelmente o que mais perto esteve da maneira em que JESUS o diz, quando ensina "Que a honra de seu amigo seja tão cara para ti como a tua própria". O salmista conhecia também a forma negativa deste ensino, quando afirmava que somente o que não fizeram mal a ninguém podem aproximar-se de DEUS (Salmo 15:3). Não é difícil encontrar paralelos no judaísmo da forma negativa da Regra de Ouro; mas não há paralelo da forma positiva em que JESUS a expressou. O mesmo ocorre com os ensinos das outras religiões. A forma negativa desta lei suprema é um dos princípios básicos nos ensinos de Confúcio. Tze-Kung lhe perguntou: "Há alguma palavra que possa servir como regra para ordenar toda a vida do homem?" E Confúcio respondeu: "Não é acaso ‘reciprocidade’ essa palavra que buscas? O que não queres que te façam, tampouco o faças aos outros." Nos Hinos da Fé do budismo há alguns versos muito bonitos, que se aproximam muito do ensino do cristianismo: Todos os homens tremem ante o açoite, todos temem de morte; Ponha-os no lugar dos outros, não matem, nem ordenem matar. Todos os homens tremem ante o açoite, todos os homens amam a vida; Façam como preferiria que lhes fizessem, não matem nem ordenem matar. O mesmo ocorre com os gregos e os romanos, Sócrates conta que o rei Nicocles impôs aos oficiais de seu exército o seguinte regulamento: "Não façam a outros aquelas coisas que deixam vocês zangados quando as experimentam às mãos de outros." Epicteto condena a escravidão, fundando-se em que: "O sofrimento que a gente mesmo evita, não deve infligi-lo a outros." Uma das máximas básicas dos estóicos era: "O que não desejam que lhes seja feito, jamais o façam a outros." E se conta que o imperador Alexandre Severo fez que esta máxima fora gravada em pedra e colocada na parede de seu palácio, para não a esquecer nunca como norma de vida. Em sua forma negativa, este ensino é por certo a fundamentação de tudo ensino ética, mas ninguém, exceto JESUS, enunciou-a em sua forma positiva. Muitas vozes disseram: "Não façam a outros, o que não querem que outros façam a vocês." Mas ninguém antes havia dito: "Façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês."
 
 
A REGRA ÁUREA DE JESUS Mateus 7:12 (continuação)
Vejamos agora no que se diferenciam a forma negativa e a positiva desta regra áurea. E vejamos quanto mais exigiu JESUS que qualquer outro mestre que a humanidade tenha tido. Quando se enuncia esta norma em sua forma negativa, quando se diz que não devemos fazer a outros o que não queremos que outros façam conosco, a norma não é tão fundamental para a vida religiosa, mas sim ocupa um lugar subordinado. Trata-se simplesmente de uma afirmação do sentido comum, sem a qual as relações sociais seriam impossíveis no mundo. Se não pudéssemos dar por sentado que o comportamento das demais pessoas tem que ajustar-se às normas da vida civilizada, a vida em sociedade seria intolerável. A forma negativa da regra áurea não nos impõe uma obrigação adicional, mas sim é algo sem o qual seria impossível a mera existência de nossa sociedade. Mais ainda, a forma negativa da regra áurea, envolve somente o não fazer certas coisas, significa evitar certas ações. Nunca é tão difícil não fazer algo. O não ferir a outros não é um princípio religioso fundamental, é antes um princípio legal. A classe de princípios que podem ser observados pelos que não acreditam em nada nem têm nenhum interesse religioso. A pessoa poderia abster-se de fazer o mal a outros, e entretanto não ser mais que uma pessoa inútil para seus semelhantes. Pode-se satisfazer a forma negativa da regra áurea, limitando-se a inação. Com não fazer absolutamente nada, evita-se quebrantar esta norma, de maneira perfeita. A bondade que consiste em não fazer nada seria uma total contradição de tudo o que significa a bondade cristã.
Quando se enuncia esta norma em forma positiva, quando se nos diz que devemos fazer a outros o que queremos que eles nos façam, entra em nossas vidas um novo princípio, e uma nova atitude para com nossos semelhantes. Uma coisa é dizer: "Não devo ferir a outros." Esta pode ser uma obrigação legal. Outra coisa muito distinta é dizer: "Devo me esforçar em ajudar a outros, sendo amável com eles, assim como eu gostaria que outros me ajudassem, sendo amáveis comigo." Somente o amor poderá nos ajudar a fazer isto. A atitude de quem afirma: "Não devo fazer mal a ninguém" é diametralmente oposta à de quem sustenta: "Devo fazer todo o bem que eu puder." Para tomar uma analogia muito simples – se alguém tiver um carro, a lei pode obrigá-lo a dirigir de tal maneira que não atropele as pessoas ou aos outros veículos, na rua ou estrada, mas nenhuma lei civil pode obrigá-lo a deter-se e levantar um caminhante cansado e com os pés feridos. É algo simples evitar fazer o mal a outros; não é tão difícil respeitar seus princípios e seus sentimentos. Mas é muito mais difícil estabelecer deliberadamente como política e norma de nossa vida, o fazer tudo o que esteja a nosso alcance para agir de maneira tão amável para outros como gostaríamos que eles agissem conosco. E entretanto, é justamente esta nova atitude o que faz bela a vida.
Devemos demonstrar uma atitude especial para com o nosso próximo. É a atitude de acreditar que não devemos limitar nossos entendimentos com outros ao que permite a lei, mas sim devemos tratá-los como o exige o amor. É perfeitamente possível para qualquer um observar a regra áurea em sua forma negativa. Mediante um esforço poderia disciplinar sua vida de não fazer nunca nada que não queira que outros façam a ele. Mas a única pessoa que pode começar a obedecer, sequer, a regra áurea em sua forma positiva é aquele que tem o amor de CRISTO em seu coração. Tentará perdoar tal como espera ser perdoado; ajudar tal como gostaria de ser ajudado; reconhecer o bom de outros tal como espera que se reconheça o seu; compreender, tal como espera ser compreendido. Nunca procurará evitar fazer coisas; estará sempre procurando coisas para fazer. É evidente que isto complicará sua vida; terá muito menos tempo livre para satisfazer seus desejos e atividades prediletas, porque uma e outra vez se verá obrigado pelo amor a deixar de fazer o que está fazendo para ajudar a outros. Será um princípio que dominará sua vida no lar, na fábrica, no ônibus, no escritório, na rua, no trem, nos lugares de recreação, e em todas as partes. Nunca poderá obedecer a este princípio até que seu egoísmo não tenha morrido, extinto por completo de seu coração. Para obedecer a este mandamento terá que converter-se em um homem novo, e possuir um novo centro em sua vida. Se o mundo estivesse composto por indivíduos que procurassem obedecer a esta regra, viveríamos em um mundo novo.
 
A VIDA NA ENCRUZILHADA Mateus 7:13-14
A vida sempre tem certa qualidade dramática, porque tal como foi dito: "Quando um homem se encontra em uma encruzilhada, concentra-se sobre ele toda a vida". Cada ação da vida confronta o homem com uma decisão iniludível; não pode permanecer impassível. Sempre deve escolher um caminho ou outro. Por isso, uma das funções mais importantes de todos os grandes homens da história, foi enfrentar a seus contemporâneos com essas decisões iniludíveis. Quando se aproximava o fim de sua vida, Moisés falou com seu povo e lhes disse: "Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal.., escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência..." (Deuteronômio 30:15-20). Quando Josué estava a ponto de transmitir o mando de seu povo, ao final de sua vida, enfrentou-os com a mesma eleição: "Escolhei hoje a quem sirvais" (Josué 24:15). Jeremias ouviu a voz de DEUS que lhe dizia: "A este povo dirás: Assim diz o SENHOR: Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte" (Jeremias 21:8). É esta a decisão que JESUS põe diante dos homens nesta passagem. Há um caminho largo e fácil de transitar, e há muitos que o escolhem; mas o fim dos que andam por ele é a ruína. Há um caminho estreito e difícil, e muito poucos são os que vão por ele; mas o fim deste é a vida. Ceve, o discípulo do Sócrates, escreveu em sua obra Tábula: "Vê uma porta e em frente um caminho não muito transitado, pois os viajantes são poucos? Esse é o caminho que conduz à verdadeira instrução." Examinemos a diferença entre os dois caminhos.
(1) É a diferença entre o fácil e o difícil. Nunca há vias fáceis que conduzam à grandeza; esta sempre é produto do esforço. A maldade pode se ter em abundância com facilidade, o atalho é liso, e ela habita muito perto; mas frente à virtude os deuses imortais colocaram o suor. O homem ardiloso não deseja as coisas brandas porque terminará recebendo as duras. Mesmo que algo se faz com aparente facilidade, essa facilidade mesma é, sem dúvida, o resultado de muito trabalho duro e perseverante. A habilidade do concertista de piano, ou a do campeão no campo de futebol, não se alcança sem muito suor. Nunca houve outro caminho que conduzisse à grandeza que o caminho do trabalho, e algo que prometa ser um atalho não é mais que uma miragem e uma armadilha.
(2) É a diferença entre o caminho longo e o curto. É muito estranho que algo surja perfeito e acabado, sem que haja custado um longo esforço. A grandeza, em geral, provém de muito tempo dedicado ao trabalho e à contínua atenção aos detalhes. Ninguém chegou a produzir uma obra mestra tomando um atalho. Neste mundo, constantemente nos são oferecidos atalhos, a promessa de resultados imediatos; e o caminho longo, cujos resultados se produzem a longo prazo. As coisas de valor duradouro nunca se produzem instantaneamente; o caminho longo, em última análise, é sempre o mais adequado.
(3) É a diferença entre o caminho disciplinado e o indisciplinado. Nada se obteve jamais sem uma estrita disciplina. Muitos atletas e muitos homens comuns arruinaram suas possibilidades por abandonar a disciplina e permitir uma atitude descuidada.
(4) É a diferença entre o trabalho reflexivo e a irreflexão. Aqui chegamos ao centro do problema. Ninguém escolheria o caminho fácil, curto e indisciplinado se refletisse sobre o assunto. Neste mundo tudo tem dois aspectos – o que tem no momento e o que terá amanhã. O caminho fácil poderá parecer muito tentador no momento, e o caminho difícil muito pouco atrativo. A única forma de organizar corretamente nossa escala de valores é ver não somente o princípio mas também a meta de nossos caminhos, ou seja ver todas as coisas não somente à luz do tempo, mas também à luz da eternidade.
 
OS FALSOS PROFETAS Mateus 7:15-20
Quase todas as expressões e frases deste texto poderiam evocar, nos judeus que as ouviram, coisas que para eles eram bem familiares. Os judeus conheciam muito bem tudo concernente a falsos profetas. Jeremias, por exemplo, teve problemas com os profetas que diziam "Paz, paz; e não há paz" (Jeremias 6:14, 8:11). Os falsos profetas e os falsos governantes eram chamados de lobos. Na pior época de Israel, Ezequiel havia dito: "Os seus príncipes no meio dela são como lobos que arrebatam a presa para derramarem o sangue, para destruírem as almas e ganharem lucro desonesto" (Eze. 22:27). Sofonias traça um escuro quadro do estado de coisas em Israel quando diz: "Os seus príncipes no meio dela (a nação do Israel) são leões rugidores, os seus juízes lobos da tarde; nada deixam até o dia seguinte. Os seus profetas são levianos, homens traiçoeiros" (Sof. 3:3, 4). Quando Paulo, ao despedir-se dos anciãos de Éfeso, oferece-lhes sua última advertência contra os perigos que podia encerrar o futuro, diz-lhes: "Porque eu sei que depois de minha partida entrarão em meio de vós lobos vorazes, que não perdoarão ao rebanho" (Atos 20:29). JESUS disse que enviava a seus discípulos como a ovelhas em meio de lobos (Mateus 10:16), e falou do Bom Pastor que protege com sua vida a segurança do rebanho (João 10:12). Esta era uma imagem que todos podiam reconhecer e compreender. JESUS disse que os falsos profetas são como lobos cobertos com pele de ovelhas. Quando o pastor cuidava seus rebanhos nas serranias, sua vestimenta era um saco de pele de ovelha, com a lã para dentro e o couro para fora. Mas a pessoa pode se vestir como um pastor e, entretanto, não ser um pastor. Os profetas usavam uma espécie de hábito, pelo qual eram reconhecidos. Elias tinha um manto (1 Reis 19:13, 19) que era uma espécie de capa de pêlos (2 Reis 1:8). Esse manto de lã de ovelha tinha chegado a ser uma espécie de uniforme dos profetas, tal como os filósofos gregos usavam habitualmente uma toga de filósofo. Graças a esta vestimenta podia distinguir-se um profeta dentre outros homens. Mas às vezes a vestimenta era levada por quem não tinha o direito a fazê-lo, porque Zacarias afirma, em seu livro, que nos grandes dias por vir, "nem mais (os profetas) se vestirão de manto de pêlos, para enganarem" (Zacarias 13:4). Havia quem se envolvia no "manto de pêlos" dos profetas mas não viviam como profetas. Nos tempos neotestamentários também houve falsos profetas. Mateus foi escrito ao redor do ano 85 de nossa era, e nessa época os profetas eram ministérios reconhecidos na Igreja (Ef 4.11), assim como hoje ainda estão em evidência na Igreja. Eram homens que não tinham residência fixa e andavam de um lugar para outro, levando às Igrejas uma mensagem que tinham recebido diretamente de DEUS. Em sua melhor expressão os profetas eram uma inspiração para a Igreja, porque eram homens que, tendo abandonado tudo, serviam exclusivamente a DEUS e a sua Igreja. Mas alguns deste ofício se prestavam particularmente aos abusos. Havia quem se valia dele para ganhar prestígio, para aproveitar-se da generosidade das Igrejas locais e viver dessa maneira ociosos, comodamente e sem preocupações. O Didaquê é o primeiro livro cristão de disciplina eclesiástica que conhecemos, e data de aproximadamente o ano 100 de nossa era. As disposições que propõe com respeito a esses profetas itinerantes são muito ilustrativas. Devia-se respeitar os verdadeiros profetas, outorgando a eles a mais elevada honra; se devia recebê-los com os braços abertos e nunca desatender suas palavras nem procurar limitar sua liberdade de expressão. "Mas ficará em cada congregação um só dia, dois dias possivelmente, se ficar mais de três dias, é um falso profeta." Se for profeta, se for necessário, mas nunca mais de três dias. Se pretendia falar inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, ordenando que se preparasse mesa para comer, podia ser considerado um falso profeta: "Quem quer que lhes diga, no ESPÍRITO 'Me dêem dinheiro' (ou qualquer outra coisa) não o devem ouvir; mas se exigir que dêem a outros, que têm necessidade, ninguém deverá julgá-lo." Se um profeta itinerante chegar a uma congregação e deseja estabelecer-se nela permanentemente, "se tiver um ofício, que trabalhe nele e viva de seu trabalho". Se não tiver ofício. "considerem como poderá viver convosco, sem ser um cristão ocioso... mas se não estiver disposto a aceitar estas condições, não é mais que um comerciante de CRISTO. Tomem cuidado com os tais" (Didaquê, capítulos 11 e 12). A história do passado e os acontecimentos da vida presente na vida da Igreja faziam bem atuais as palavras de JESUS para quem as ouviu pela primeira vez, e para aqueles a quem Mateus as transmitiu.
 
CONHECIDOS POR SEUS FRUTOS Mateus 7:15-20 (continuação)
Os judeus, como os gregos e os romanos, pensavam que a árvore pode ser conhecida pelos seus frutos, "Conforme seja a raiz, assim será o fruto", dizia um provérbio. Epicteto acrescentaria: "Como poderia a videira crescer não como videira, mas sim como oliveira, ou como poderia a oliveira crescer não como oliveira mas sim como videira..." (Epicteto, Discursos 2:20). Sêneca declarava que o bem não pode provir do mal, assim como o figo não pode vir de uma oliveira. Mas este ensino é muito mais profundo do que pode parecer ao observador superficial. JESUS pergunta se se tiram uvas dos espinheiros. Havia na Palestina uma planta espinhosa que tinha um fruto preto, redondo e pequeno, muito parecido com pequenas uvas. JESUS também pergunta se os abrolhos dão figos. Havia um tipo de cardo cujo fruto, pelo menos a certa distância, podia confundir-se com um figo. O ensino que se extrai destas semelhanças é muito importante e saudável. É possível que haja uma similitude superficial entre o verdadeiro e o falso profeta. O falso profeta pode vestir-se como um profeta verdadeiro e falar como um profeta. Mas ninguém pode alimentar-se com as "uvas" de um espinheiro, nem com os "figos" de um cardo. Do mesmo modo, a vida da alma não pode sustentar-se como os frutos falsos que oferece o profeta que não o é. A verdadeira prova de qualquer ensino é se alimentar e fortalecer ao homem para aguentar as cargas da vida e percorrer o caminho por onde deve andar. Vejamos quem são falsos profetas, e quais são suas características. Se o caminho for estreito e a porta de entrada tão estreita que é difícil de encontrar, devemos tomar cuidado de buscar para nós mestres que nos ajudem, e não mestres que nos afastem dela. O defeito fundamental do falso profeta é o interesse pessoal. O verdadeiro pastor se preocupa mais com o bem-estar do rebanho que com sua própria vida. O lobo não tem outra preocupação senão a de satisfazer sua glutonaria e ambição. O falso profeta ensina não pelo que possa dar a outros, mas sim pelo que pode conseguir para si, Os judeus tinham uma aguda consciência deste perigo. Os rabinos eram os mestres da religião judia, mas um dos princípios fundamentais do judaísmo, no que respeita à sua disciplina religiosa, era que todo rabino devia exercer um ofício e deste modo ganhar a vida, e não devia receber retribuição alguma por seu ensino. O rabino Zadok disse: "Não façam do conhecimento da Lei nenhuma coroa com a qual luzir, nenhuma pá para cavar a terra." Hillel disse: "Aquele que usa a coroa da Lei com finalidades exteriores, será aniquilado." Os judeus conheciam muito bem a esses mestres que ensinam interesseiramente, pensando mais em si mesmos do que em seus discípulos. Há três formas em que um mestre pode ser dominado pelo interesse pessoal.
(1) Pode ensinar somente por ganho. Ninguém pode viver de nada, e muito dificilmente pode alguém fazer seu melhor trabalho se estiver constantemente sob a pressão de dificuldades econômicas, mas o grande privilégio do ensino do Evangelho não é o pagamento que oferece, mas sim a emoção de abrir a mente de meninos, jovens, homens e mulheres amadurecidos, à verdade de DEUS. Quanto ao sustento o profeta, ou pastor, ou mestre, deve ser sustentado pela igreja. Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 1 Timóteo 5:18; Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário; e, quando estava presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado. 2 Coríntios 11:8. A Igreja não deve ser avarenta.
(2) Pode ensinar somente pelo prestígio. A pessoa pode ensinar não para ajudar a outros, mas para mostrar quão inteligente é. Ninguém pode demonstrar ao mesmo tempo que ele é inteligente e que CRISTO é maravilhoso. Há pregadores e mestres que usam sua mensagem como marco de suas personalidades. O falso profeta é o que está interessado em mostrar-se a si mesmo; o autêntico profeta deseja a anulação de si mesmo. É necessário que ele cresça e que eu diminua. João 3:30
(3) Pode ensinar somente para transmitir suas próprias idéias. O falso profeta se empenha em difundir sua própria versão da verdade. O verdadeiro profeta é o que difunde a verdade de DEUS. É verdade que cada qual deve pensar por si mesmo. O verdadeiro profeta ouve a DEUS antes de falar com os homens. Nunca esquece que não é outra coisa que uma voz para falar em nome de DEUS, e um canal mediante o qual a graça divina pode chegar aos homens. É dever de todo mestre e pregador levar aos homens, não suas próprias idéias particulares sobre a verdade, mas a verdade tal como é em JESUS CRISTO. que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 2 Timóteo 4:2
 
OS FRUTOS DA INAUTENTICIDADE Mateus 7:15-20 (continuação)
Esta passagem diz muitas coisas importantes sobre os maus frutos dos maus profetas. Quais são os falsos efeitos, os maus frutos que um falso profeta pode produzir?
(1) O ensino é falso se produzir uma religião que consiste exclusiva ou principalmente na observação de exterioridades. Este era o principal engano dos escribas e os fariseus. Para eles a religião consistia na observação das leis cerimoniais. Se alguém lavasse corretamente as mãos, se no dia de sábado nunca levasse nada que pesasse mais que dois figos, ou não caminhasse mais que a distância permitida, se era meticuloso na oferenda de seus dízimos, separando até o das ervas que cultivava em seu pomar, então era um homem bom. É muito fácil confundir a religião com as práticas religiosas. É possível, e não pouco comum, escutar o ensino de que a religião consiste em ir à igreja, observar o dia do Senhor, cumprir as obrigações financeiras com respeito à Igreja, ler a Bíblia. É possível fazer todas estas coisas e estar muito longe de ser cristão, porque o cristianismo é uma atitude do coração com respeito a DEUS e ao próximo.
(2) Um ensino é falso se produzir uma religião que consiste em proibições não bíblicas. Toda religião fundada em uma série de imperativos negativos é uma religião falsa. Não é permitido o que a Bíblia não permite. Exemplo: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá; Atos 15:29. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do ESPÍRITO, Efésios 5:18; Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra, considerando a vossa vida casta, em temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de joias de ouro, na compostura de vestes, mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de DEUS. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em DEUS e estavam sujeitas ao seu próprio marido, como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós sois filhas, fazendo o bem e não temendo nenhum espanto. 1 Pedro 3:1-6
(3) Um ensino é falso se produzir uma religião fácil. Nos tempos do Paulo havia falsos mestres, o eco de cujos ensinos pode escutar-se em Romanos 6. Perguntavam a Paulo: "De que modo você diz que a graça de DEUS é a maior coisa que há no universo?" E Paulo respondia sem vacilação: "Sim." "E você crê que a graça de DEUS é suficientemente ampla para cobrir todo pecado?" "Sim." "Bem, se for assim, sigamos pecando até fartar-nos. DEUS nos perdoará. Depois de tudo, nosso pecado não é mais que uma oportunidade que damos a DEUS para pôr em ação sua graça perdoadora." Uma religião tal não é mais que uma caricatura da verdadeira religião, porque é um insulto ao amor de DEUS. Qualquer ensino que parta o fio cortante da religião, qualquer ensino que elimine do cristianismo a cruz, qualquer ensino que elimine o tom de advertência e ameaça da voz de JESUS CRISTO, qualquer ensino que relegue o juízo a um segundo plano e convide os homens a pensar no pecado com leviandade, é um falso ensino.
(4) Um ensino é falso se separar a religião da vida. Qualquer ensino que separe o cristão da vida e da atividade no mundo é falso. Este foi o engano que cometeram os monges e os ermitões. Sua crença era que para viver uma vida cristã deviam retirar-se ao desterro ou a um monastério, que deviam separar-se da substância absorvente e tentadora vida do mundo, que somente podiam chegar a ser cristãos verdadeiros deixando de viver no mundo. Quando JESUS orou por seus discípulos, disse: "Não rogo que os tire do mundo, mas que os livres do mal" (João 17:15). Conhecemos uma jornalista que encontrava muito difícil manter uma vida cristã em seu emprego secular e o abandonou para entrar no trabalho em um periódico puramente cristão. Ninguém pode ser um bom soldado, fugindo do campo de batalha, e o cristão é um soldado de CRISTO. Como poderá a levedura levedar a massa se se negar a ser inserida nesta? De que serve o testemunho se não se oferecer aos incrédulos? Qualquer ensino que estimule o cristão a "observar" a vida é uma falsa interpretação do cristianismo. O cristão não é um espectador, desde seu balcão, mas sim está comprometido nas lutas cotidianas da existência.
(5) Um ensino é falso se produzir uma religião arrogante e separatista. Todo ensino que estimula o crente a encerrar-se dentro dos limites de uma seita estreita e considerar o resto da humanidade como pecadores, é um ensino falso. A função da religião não é erigir muros de separação, mas sim derrubá-los. O sonho de JESUS foi que houvesse um só rebanho, sob um mesmo pastor (João 10:16). O exclusivismo não é uma qualidade religiosa; é completamente contrário à verdadeira religião. A religião tem o propósito de aproximar os homens entre si, não de separá-los. Deve uni-los em uma grande família, e não os separar em grupos hostis. O ensino que sustenta o monopólio da graça ou a verdade por parte de uma Igreja ou uma seita, é um ensino falso, porque CRISTO não deveu dividir, a não ser a unir aos homens. Evidentes está que não devemos participar dos pecados alheios.
Já por carta vos tenho escrito que não vos associeis com os que se prostituem; isso não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? 1 Coríntios 5:9-12
 
 
A mensagem do Sermão do Monte - John R. W. Stott - (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Pr Henrique)
 
3. Nossa atitude para com o nosso Pai celeste (vs. 7-11)
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achar eis; batei, e abrir-se-vos-á. 8 Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. 9Ou qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? 10 Ou se lhe pedir peixe, lhe dará uma cobra? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas cousas aos que lhe pedirem?
Parece natural que JESUS tenha passado de nosso relacionamento com os homens para nosso relacionamento com o nosso Pai celeste, principalmente porque o nosso dever cristão para com eles (não os julgar, não lançar pérolas aos porcos e ser prestativos sem ser hipócritas) é por demais difícil sem a graça divina.

a. O que JESUS promete
Esta passagem não é a primeira instrução sobre a oração, no Sermão do Monte. JESUS já nos advertiu contra a hipocrisia dos fariseus e o formalismo dos pagãos, e nos deu o seu próprio mo­delo de oração. Agora, entretanto, ativamente nos incentiva a orar, dando-nos algumas grandes promessas de sua graça. Pois "nada é melhor para nos levar à oração do que a convicção plena de que seremos ouvidos". Ou, então, "Ele sabe que somos tímidos e acanhados, que nos sentimos indignos e inaptos para apresentar nossas necessidades a DEUS . . . Pensamos que DEUS é tão grande e nós tão pequeninos que não nos atrevemos a orar . . . Foi por isso que CRISTO quis desviar-nos de pensamentos tão tímidos, remover nossas dúvidas e fazer-nos avançar con­fiante e ousadamente".
JESUS procura imprimir suas promessas em nossa mente e me­mória através dos golpes do martelo da repetição. Primeiro, suas promessas vêm ligadas a ordens diretas: Pedi. . . buscai. . . batei . . . (v. 7). Talvez tenham sido deliberadamente colocadas em escala ascendente de insistência. Richard Glover sugere que uma criança, estando a sua mãe perto e visível, pede; caso con­trário, ela busca; enquanto, se a mãe estiver inacessível no seu quarto, ela bate. Seja como for, todos os três verbos estão no presente do imperativo e indicam a persistência com a qual devemos fazer nossos pedidos conhecidos a DEUS. Em segundo lugar, as promessas foram expressas em declarações universais: Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á (v. 8).
Terceiro, JESUS exemplifica suas promessas através de uma singela parábola (vs. 9-11). Ele imagina uma situação com a qual todos os seus ouvintes devem estar familiarizados, isto é, uma criança achegando-se a seu pai com um pedido. Se ela lhe pede um pedaço de pão, receberá por acaso alguma coisa pare­cida com pão, mas na realidade nocivamente diferente? Por exemplo, uma pedra em lugar de pão, ou uma cobra em lugar de peixe? Isto é, se a criança pede alguma coisa sadia para comer (pão ou peixe), receberia alguma coisa prejudicial, que não pode ser comida (uma pedra) ou perniciosa (uma cobra venenosa)? Claro que não! Os pais, ainda que sejam maus, isto é, egoístas por natureza, amam os seus filhos e lhes dão boas dádivas. Observe que JESUS aqui admite, e até mesmo declara, ser o pe­cado inerente à natureza humana. Ao mesmo tempo, ele não nega que os homens maus sejam capazes de fazer o bem. Pelo contrário, pais maus dão boas dádivas a seus filhos, pois "DEUS derrama em seus corações uma porção de sua bondade". O que JESUS está dizendo é que, mesmo quando estão fazendo o bem, seguindo os nobres instintos da paternidade e cuidando dos seus filhos, mesmo assim não escapam à designação de "maus", pois é o que os seres humanos são.
Portanto, a força da parábola jaz mais no contraste do que na comparação entre DEUS e os homens. É um outro argumento a fortiori ou "com tanto mais razão": se os pais humanos, em­bora sendo maus, sabem dar boas dádivas a seus filhos, quanto mais o nosso Pai celeste, que não é mal, mas totalmente bom, dará boas cousas aos que lhe pedirem? (v. 11). "Pois o que po­deria ele deixar de dar agora aos filhos quando pedem, uma vez que já lhes garantiu exatamente isto, a saber, que podem ser seus filhos?". Não há dúvida de que as nossas orações são transformadas quando nos lembramos de que o DEUS de quem nos aproximamos é "Abba, Pai", e infinitamente bom e gentil.
O Professor Jeremias demonstrou a novidade deste ensino de JESUS. Ele escreve que, com a ajuda dos seus assistentes, exa­minou cuidadosamente "a literatura relacionada com a oração dos judeus antigos, literatura grande e rica, muito pouco explo­rada", mas que "em lugar nenhum dessa imensa literatura encontrou esta inovação de DEUS como Abba . . . Abba era uma palavra de uso diário, uma palavra conhecida em família. Nenhum judeu teria se atrevido a dirigir-se a DEUS desta ma­neira. JESUS o fazia sempre . . . e autoriza seus discípulos a repe­tirem a palavra Abba depois dele". O que poderia ser mais simples do que este conceito de oração? Se pertencemos a CRISTO, se DEUS é nosso Pai, somos seus filhos, e a oração é a apresen­tação que lhe fazemos de nossos pedidos. O problema é que, para muitos de nós, a coisa parece simples demais, até mesmo simplista. Em nossa sofisticação, dizemos que não podemos crer nisso, e de qualquer modo isso não corresponde absolutamente à nossa experiência. Assim, voltamo-nos das promessas de CRISTO sobre a oração para os nossos problemas com a oração.

b. Os problemas que se criam
Diante das promessas diretas de JESUS, Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á, são levantadas diversas objeções que precisam ser consideradas agora.

1. A oração é descabida. "Este incentivo a orar apresenta um quadro falso de DEUS. Implica em que ele precisa ser informado do que precisamos ou intimidado a concedê-lo, quando o pró­prio JESUS disse antes que nosso Pai celeste sabe disso e não deixa de cuidar de nós. Além disso, é claro que ele não pode ser inco­modado com nossas trivialidades. Por que deveríamos supor que suas dádivas dependem de nossos pedidos? Será que os pais humanos esperam que seus filhos lhes peçam alguma coisa para depois suprir suas necessidades?"
A isto respondemos que DEUS espera que lhe peçamos, não porque permaneça ignorante até que o informemos, nem porque seja relutante até que o persuadamos. O motivo relaciona-se conosco, não com ele; a questão não é se ele está pronto a dar, mas se nós estamos prontos a receber. Portanto, na oração, nós não "persuadimos" a DEUS, mas antes persuadimos a nós mes­mos a nos submeter a DEUS. É verdade que a linguagem "insistir com DEUS" geralmente ê usada com referência à oração, mas é uma acomodação à fraqueza humana. Mesmo quando Jacó "prevaleceu em oração", o que realmente aconteceu é que DEUS prevaleceu sobre ele, levando-o ao ponto da submissão quando ele se tornou capaz de receber a bênção que DEUS tinha estado o tempo todo desejando dar-lhe.
A verdade é que o Pai celeste jamais mima seus filhos. Ele não nos cobre de presentes, quer o desejemos ou não, quer este­jamos prontos a recebê-los ou não. Pelo contrário, ele espera que nós reconheçamos as nossas necessidades, voltando-nos para ele com humildade. É por isso que ele diz: Pedi, e dar-se-vos-á, e Tiago acrescentou: "Nada tendes, porque não pedis". A oração, então, não é "descabida"; é exatamente a maneira que o próprio DEUS escolheu para expressarmos a nossa cons­ciente necessidade e a nossa humilde dependência dele.

2. A oração é desnecessária. Esta segunda objeção surge mais da experiência do que da teologia. Cristãos sérios olham à volta e vêem uma porção de pessoas vivendo bem sem oração. Na realidade, parecem receber, sem oração, exatamente as mesmas coisas que nós recebemos com ela. Obtêm o que precisam tra­balhando, não orando. O fazendeiro consegue uma boa colheita trabalhando, não orando. A mãe consegue ter um filho através da técnica médica, não da oração. A família equilibra o seu orçamento por meio do salário do pai e talvez de outros, não pela oração. "Certamente" podemos nos sentir tentados a dizer "isto prova que a oração não faz a menor diferença; é perda de tempo".
Mas espere um pouco! Ao pensarmos nisso, é preciso dife­renciar entre as dádivas de DEUS como Criador e suas dádivas como Pai, ou entre os dons da criação e os dons da redenção. É realmente verdade que ele dá certas coisas (colheita, filhos, alimento, vida), quer oremos ou não, quer creiamos ou não. Ele dá vida e respiração a todos. Ele envia chuva do céu e as estações do ano a todos. Ele faz o sol nascer para os maus e os bons igualmente. Ele "visita" uma mãe quando ela concebe e, mais tarde, quando ela dá à luz. Nenhum destes dons depende do conhecimento que as pessoas têm do seu Criador ou de orarem.
Mas os dons divinos da redenção são diferentes. DEUS não concede salvação a todos, mas é "rico para com todos os que o invocam", pois, "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo". O mesmo se aplica às bênçãos pós salvação, as "boas dádivas" que JESUS diz que o Pai dá a seus filhos. Não são bênçãos materiais, mas espirituais: perdão diário, livra­mento do mal, paz, aumento de fé, esperança e amor; na verdade é a bênção completa de DEUS na obra do "ESPÍRITO SANTO" que habita em nós, que é, como Lucas traduz, as "boas dádivas" . Por esses dons certamente devemos orar.
A oração do Pai-Nosso, que JESUS ensinou um pouco antes, no Sermão, reúne as duas espécies de dádivas, pois "pão nosso de cada dia" é uma dádiva da criação, enquanto que "perdão" e "livramento" são dádivas da redenção. Por que, então, estão reunidas na mesma oração? Provavelmente a resposta é a se­guinte: oramos pelo pão de cada dia, não porque tememos mor­rer de fome (pois milhares de pessoas conseguem o seu pão de cada dia sem orar ou agradecer antes de comer), mas por sa­bermos que, em última análise, ele vem de DEUS e porque, na qualidade de seus filhos, é apropriado que regularmente reco­nheçamos nossa dependência física dele. Entretanto, oramos pedindo perdão e libertação, porque estas dádivas só são con­cedidas em resposta à oração e porque sem elas estaríamos per­didos. Portanto, a oração não é desnecessária.

3. A oração é improdutiva. O terceiro problema é um corolário óbvio do segundo. Argumenta-se que a oração é desnecessária, porque DEUS dá aos que não pedem, e é improdutiva, porque ele deixa de dar a muitos que o fazem. "Eu orei para passar no exame, mas não passei. Eu orei para ser curado de uma enfer­midade, e fiquei pior. Eu orei pela paz, mas o mundo está cheio de rumores de guerra. A oração não funciona!" Este é o problema familiar da oração não respondida.
A melhor forma de resolver este problema é lembrar que as promessas de JESUS no Sermão do Monte não são incondicionais. Um pouco de meditação e ficaremos convencidos disso. É absur­do supor que a promessa "Pedi, e dar-se-vos-á", seja uma ga­rantia absoluta, sem condições; que "Batei, e abrir-se-vos-á" seja um "Abre-te, Sésamo" para todas as portas fechadas, sem exceção; e que ao agitar da varinha mágica da oração todo desejo se realizará e todo sonho se concretizará. A ideia ê ridícula. Isto transformaria a oração em magia, e transformaria a pessoa que ora em um mágico igual a Aladim, e ainda DEUS em nosso servo, que apareceria instantaneamente quando o chamássemos, como o gênio que sempre apareceu quando Aladim esfregava a sua lâmpada. Além disso, este conceito de oração abalaria qual­quer cristão sensível se soubesse que poderia obter tudo o que pedisse. "Se fosse assim", escreve Alec Motyer, "que tudo o que pedíssemos DEUS fosse obrigado a conceder, então eu nunca mais haveria de orar, pois não teria confiança suficiente em minha própria sabedoria para pedir alguma coisa a DEUS; e penso que você vai concordar comigo por pensar assim. Seria um fardo intolerável para a frágil sabedoria humana se, através de suas promessas relacionadas com a oração, DEUS estivesse obrigado a conceder tudo o que pedimos, quando o pedimos e exatamente nos termos em que pedimos. Como poderíamos aguentar um fardo desses?"
Talvez pudéssemos apresentar o assunto assim: sendo bom, nosso Pai celeste só concede boas dádivas a seus filhos; sendo sábio, ele sabe quais dádivas são boas e quais não são. Aca­bamos de ouvir que JESUS disse que os pais humanos nunca da­riam uma pedra ou uma cobra a seus filhos quando estes lhes pedissem pão ou peixe. Mas, e se os filhos (devido a ignorância ou loucura) realmente lhes pedissem uma pedra ou uma cobra? O que fariam? Duvidamos que até mesmo um pai extremamente irresponsável atendesse ao pedido de seu filho, mas a grande maioria dos pais seria bastante sábia e amorosa para não aten­der. Certamente nosso Pai celeste jamais nos daria alguma coisa que pudesse nos prejudicar, ainda que a pedíssemos com urgên­cia e insistência, pelo simples motivo de ele dar a seus filhos "boas dádivas". Portanto, se pedimos coisas boas, ele no-las dá; se pedimos coisas que não são boas (não boas em si mesmas, ou não boas para nós ou outras pessoas, direta ou indiretamente, imediata ou posteriormente) ele no-las nega; e somente ele sabe a diferença. Podemos agradecer a DEUS porque o seu atendi­mento às nossas necessidades é condicional, não depende apenas de pedir, buscar e bater, mas também de se o que desejamos, pedindo, buscando e batendo, é bom. Graças a DEUS, porque ele atende a oração. Graças a DEUS, que às vezes também não a atende. "Dou graças a DEUS", escreve o Dr. Lloyd-Jones, "que ele não esteja pronto a conceder tudo que eu possa lhe pedir . . . Estou profundamente grato a DEUS por não me conceder certas coisas que lhe peço, e por fechar determinadas portas na minha cara"

c. As lições que aprendemos
A oração parece ser uma coisa muito simples, quando JESUS fala sobre ela. Simplesmente Pedi. . ., buscai. . ., batei. . ., e, em qualquer caso, receberemos a resposta. Não obstante, é uma simplicidade ilusória; há muita coisa por detrás dela. Primeiro, oração pressupõe conhecimento. Considerando que DEUS só concede dádivas de acordo com a sua vontade, temos de esmerar-nos em descobri-la — pela meditação nas Escrituras e pelo exer­cício da mente cristã disciplinada nessa meditação. Segundo, oração pressupõe fé. Uma coisa é conhecer a vontade de DEUS; outra é nos humilharmos diante dele e expressarmos a nossa confiança em que ele é capaz de executar a sua vontade. Terceiro, oração pressupõe desejo. Podemos conhecer a vontade de DEUS e crer que ele pode executá-la, e ainda assim não a desejar. A oração é o principal meio ordenado por DEUS para a expres­são de nossos mais profundos desejos. E por isso que a ordem de "pedir — buscar — bater" está no imperativo presente e em escala ascendente, para desafio de nossa perseverança.
Assim, antes de pedir, precisamos saber o que pedir e se está de acordo com a vontade de DEUS; temos de crer que DEUS pode concedê-lo; e precisamos genuinamente desejar recebê-lo. Então, as graciosas promessas de JESUS se realizarão.
 
4. Nossa atitude para com todos os homens (v. 12)
Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei, e os profetas.
A lógica do "pois" ou "portanto" (oun), com o qual este versí­culo começa, não está clara. Talvez se refira ao versículo anterior e signifique que, se DEUS é bom para com todos que o buscam em oração, seus filhos devem ser igualmente bons para com todos. Ou talvez se refira à verdade anterior, à ordem não jul­gueis, e esteja retomando o argumento subjacente contra a con­denação e a hipocrisia. Em qualquer caso, parece que JESUS enunciou este princípio em diferentes ocasiões e em diferentes contextos, pois, na versão do Sermão feita por Lucas, vem ime­diatamente após os três pequenos camafeus que ilustravam o mandamento de amar os nossos inimigos. Certamente, tal amor é inatingível, a não ser pela graça de DEUS. É, na verdade, o seu próprio amor e é uma das "boas dádivas" que ele nos dá através do seu SANTO ESPÍRITO em resposta às nossas orações. Diversos comentaristas têm discutido o fato de a Regra Áurea se encontrar de forma semelhante, ainda que sempre negativa, em outros lugares. Confúcio, por exemplo, leva o crédito de ter dito: "Não faça aos outros o que você não quiser que lhe façam"; e os estóicos tinham uma máxima quase idêntica. Nos apócrifos do Velho Testamento encontramos: "Não faça a ninguém o que você mesmo odiaria." E parece que isto foi o que o Rabi Hillel citou, por volta de 20 a.C, quando um futuro prosélito pediu que lhe ensinasse toda a lei no espaço de tempo em que ele con­seguisse ficar de pé numa perna só. Seu rival, o Rabi Shammai, fora incapaz, relutando em responder, e o mandara embora. Mas o Rabi Hillel respondeu: "O que você achar odioso, não o faça a ninguém. Esta é toda a lei; o restante não passa de comen­tário. "
Sendo este o exemplo mais conhecido do suposto paralelismo entre o Talmude judaico e o Sermão do Monte, um comentário mais detalhado seria apropriado. Alguns foram ao ponto de declarar que tudo que se encontra no Sermão também se en­contra no Talmude, e muitas coisas mais. O Professor Jeremias reage deste modo: "O fato é exatamente este: que no Talmude 'há muitas coisas mais', e que é preciso procurar os grãos no meio de muita palha, os minguados grãos dourados que possam ser comparados às palavras do Sermão do Monte." Alfred Edersheim, que escreveu no final do século passado, foi ainda mais franco. Ele concorda que há "sagacidade e lógica, vivacidade e presteza, sinceridade e zelo" no Talmude mas, ao mesmo tempo, há uma verdadeira "contradição de espírito e substância" entre ele e o Novo Testamento. Na verdade, "como um todo, não só é totalmente desprovido de espiritualidade, como também é ante espiritual".
Voltando à Regra Áurea, realmente há uma enorme diferença entre o aforismo negativo e até relutante de Hillel ("Não faça aos outros o que for odioso a você") e a iniciativa positiva contida na instrução de JESUS ("Faça aos outros o que você quer que lhe façam"). Mesmo assim, pode parecer que é um padrão bastante baixo, como "Ame o seu próximo como a si mesmo". Mas, na verdade, é um padrão elevado, porque o amor-próprio é uma força poderosa em nossas vidas. Edersheim chamou este amor ao próximo de "a aproximação mais achegada ao amor absoluto da qual a natureza humana é capaz". Mas também é um prin­cípio ético notavelmente flexível. A nossa própria vantagem frequentemente nos orienta em nossos próprios negócios; pois deve também nos orientar em nosso comportamento para com os outros. Tudo que temos a fazer é usar a nossa imaginação, colocar-nos no lugar da outra pessoa e perguntar: "Como gostaria eu de ser tratado em tal situação?" Como o Rev. Ryle escreveu: "Isto esclarece uma centena de pontos difíceis . . . Evita a necessidade de estabelecer uma infinidade de pequenas regras para a nossa conduta em casos específicos." Realmente, é um princípio de aplicação tão ampla, que JESUS poderia dizer: pois esta é a lei e os profetas. Isto é, qualquer pessoa que oriente a sua conduta para com os outros de acordo com o que gostaria que fosse a conduta dos outros para consigo, cumpriu a lei e os profetas, pelo menos na questão do amor, ao próximo.
Percebemos, no início deste capítulo, que a contracultura cristã não é simplesmente um sistema de valores e um estilo de vida individuais, mas uma questão de comunidade. Envolve relacionamentos. E a comunidade cristã é, em essência, uma família, a família de DEUS. Provavelmente os dois elementos mais fortes de nossa consciência cristã sejam a percepção de DEUS como nosso Pai e a de nossos companheiros cristãos como irmãos e irmãs em CRISTO, sem jamais nos esquecermos da nossa responsabilidade para com aqueles que estão fora da família e que ansiamos que sejam introduzidos nela.
Portanto, em Mateus 7:1-12, JESUS apresentou-nos os relaciona­mentos básicos. No centro está nosso Pai celeste, DEUS, do qual nos aproximamos, de quem dependemos e que nunca dá a seus fi­lhos outra coisa que não sejam boas dádivas. Logo a seguir, vêm os nossos companheiros de crença. E a anomalia de um espírito de condenação (que julga) e de um espírito hipócrita (que vê o cisco apesar da trave), é que é incompatível com a fraternidade cristã. Se nossos companheiros cristãos são verdadeiramente nos­sos irmãos e irmãs no Senhor, é inconcebível que não sejamos in­teressados e construtivos em nossa atitude para com eles.
Quanto àqueles que estão fora da família, há o caso extremo dos "cães" e "porcos", mas não são típicos. Há um grupo excep­cional de pessoas obstinadas que se comportam como "cães" e "porcos", poderíamos dizer, em sua rejeição decisiva de JESUS CRISTO. Relutantemente temos de abandoná-las. Mas, se o versí­culo 6 é uma exceção, o versículo 12 é uma regra, a Regra Áurea. Ela transforma as nossas atitudes. Se nos colocarmos sensitiva­mente no lugar de outra pessoa, desejando-lhe o que gostaríamos para nós mesmos, jamais seremos maus, porém sempre gene­rosos; jamais rudes, mas sempre compreensivos; jamais cruéis, mas sempre bondosos.
 
1. A escolha inevitável (vs. 13,14)
Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz para a perdição e são muitos os que entram por ela), 14porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.
O que se nota de imediato nestes versículos é a natureza abso­luta da escolha que se nos apresenta. Todos nós preferiríamos ter muito mais opções do que uma só, ou, melhor ainda, gosta­ríamos de fundi-las todas em uma religião conglomerada, elimi­nando assim a necessidade de qualquer escolha. Mas JESUS des­carta o nosso sincretismo condescendente. Ele não nos permite as confortáveis soluções que propomos. Em lugar disso, ele insiste que, afinal de contas, há uma só escolha, porque só há duas possibilidades.
Primeiro, há dois caminhos. Este conceito já se encontra no Velho Testamento. O Salmo 1, por exemplo, contrasta "o caminho dos justos", que se deleitam na lei de DEUS, dão frutos e prosperam, com "o caminho dos ímpios", que são levados como a palha pelo vento e perecem. Agora JESUS complementa essa figura. Um dos caminhos é fácil. A palavra significa "largo, espaçoso e confortável" e alguns manuscritos combinam estas imagens e chamam este caminho de "largo e confortável". Há muito lugar nele para a diversidade de opiniões e a frouxidão moral. É o caminho da tolerância e da permissividade. Não tem freios, nem limites de pensamento ou de conduta. Os viajantes deste caminho seguem as suas próprias inclinações, isto é, os desejos do coração humano em sua degradação. Superficialidade, egoísmo, hipocrisia, religião mecânica, falsa ambição, condenação; estas coisas não precisam ser aprendidas ou culti­vadas. É preciso esforço para lhes resistir. Nenhum esforço é necessário para praticá-las. Por isso é que o caminho largo é fácil. O caminho difícil, por outro lado, é estreito. Seus limites são claramente demarcados. Sua estreiteza se deve a uma coisa cha­mada "revelação divina", que restringe os peregrinos às fron­teiras do que DEUS tem revelado nas Escrituras como bom e verdadeiro. C. S. Lewis descreveu, em sua autobiografia, como, ainda um escolar de treze anos de idade, começou a "alargar a sua mente". "Logo troquei (nas famosas palavras) o 'eu creio' pelo 'eu sinto'. E, oh! que alívio! ... Da tirania da revelação meridiana passei para o suave lusco-fusco do Pensamento Supe­rior, onde nada havia a ser obedecido e nada a ser crido exceto o que fosse confortante ou excitante." É um fato que a verdade revelada impõe uma limitação sobre
O que os cristãos podem crer, e a bondade revelada, sobre como podemos nos comportar. E, num certo sentido, isto é "difícil". Mas, em outro sentido, como Crisóstomo destacou há séculos, o caminho difícil e estreito de CRISTO também deve ser acolhido como "jugo suave" e "fardo leve".
Em segundo lugar, há duas portas. A porta que leva ao caminho fácil é larga, pois é só uma questão de tomar o caminho fácil. Evidentemente, não há limites para a bagagem que po­demos levar conosco. Não precisamos deixar nada para trás, nem mesmo nossos pecados, a justiça própria ou o orgulho. A porta que leva ao caminho difícil, por outro lado, é estreita. É preciso procurar para encontrá-la. É fácil errar. Como JESUS disse em outra ocasião, é estreita como o buraco de uma agulha. Além disso, a fim de entrar por ela temos de deixar tudo para trás: o pecado, a ambição egoísta, a cobiça e, até mesmo, se for necessário, a família e os amigos, pois ninguém pode seguir a CRISTO sem antes negar-se a si mesmo. A entrada também é como uma barreira de pedágio: é preciso que as pessoas entrem uma a uma. Como encontrá-la? E o próprio JESUS CRISTO. "Eu sou a porta", ele disse; "se alguém entrar por mim, será salvo".
Terceiro, há dois destinos. Já vimos isto em figura no Salmo 1, onde encontramos as duas alternativas, os que "prosperam" e os que "perecem". Moisés também o tornou explícito: "Vê que proponho hoje a vida e o bem, a morte e o mal... a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida". Semelhantemente, JESUS ensinou que o caminho fácil, cuja entrada é a porta larga, leva à destruição. Ele não definiu o que queria dizer com isso, e presu­mivelmente a natureza exata do inferno está tão além de nosso entendimento finito quanto a natureza exata do céu. Mas a terrível palavra "destruição" (terrível porque DEUS é exatamente o Criador, não o Destruidor, e porque o homem foi criado para viver, não para morrer) parece pelo menos nos conceder a liber­dade de dizer que tudo o que é bom será destruído no inferno: o amor e a beleza, o encanto e a verdade, a alegria, a paz e a esperança, e para sempre. É um futuro horrível demais para se contemplar sem lágrimas. Portanto, o caminho espaçoso é o caminho suicida.
Por outro lado, o caminho difícil, ao qual se chega pela porta estreita, leva à vida, exatamente à "vida eterna" que JESUS explicou em termos de comunhão com DEUS, começando aqui mas aperfeiçoada no além, na qual veremos e partilharemos de sua glória, e encontraremos a realização perfeita de seres humanos no serviço altruísta prestado a DEUS e a nossos com­panheiros.
Quarto, há duas multidões. Entrando pela porta larga e via­jando pelo caminho espaçoso que leva à destruição, há muitos. O caminho largo e fácil é um lugar de muita atividade, frequentado por pedestres de todo tipo. O caminho estreito e difícil que leva à vida, entretanto, parece ser comparativamente mais de­serto. São poucos os que acertam. Parece que JESUS previa que os seus seguidores seriam (ou, pelo menos, pareceriam ser e se sentiriam) um desprezado movimento de minoria. Ele viu mul­tidões na estrada larga, rindo, sem cuidados, aparentemente sem ideia alguma do fim tenebroso para o qual se destinavam, enquanto, no caminho estreito, apenas um "feliz grupo de peregrinos", de mãos dadas, as costas voltadas para o pecado e os rostos voltados para a direção da Cidade Celestial, "can­tando hinos de expectativa, marchava para a terra prometida".
Penso que não podemos especular, a partir deste contraste entre os poucos e os muitos, que os remidos serão poucos. Se compararmos passagem bíblica com passagem bíblica (como sempre o fazemos), teremos de colocar este ensinamento de JESUS junto à visão que João teve dos remidos diante do trono de DEUS, "grande multidão que ninguém podia enumerar". Como con­ciliar estes dois conceitos, eu não sei. Nem tenho certeza de como esta passagem se relaciona com o problema desconcertante da­queles que jamais ouviram o Evangelho, pois uma palavra co­mum às duas multidões, dos "poucos" e dos "muitos", é o verbo "entrar". Justamente porque muitos "entram" pela porta larga, JESUS insiste com seus ouvintes para que "entrem pela porta estreita". Isto implica que nenhuma das duas multidões é igno­rante do que está em jogo; cada um recebeu a oportunidade da escolha e deliberadamente "entrou" pelo outro caminho. O quadro todo parece relacionar-se apenas com aqueles que tiveram oportunidade de decisão a favor ou contra CRISTO; sim­plesmente deixa de fora aqueles que nunca ouviram. Devería­mos, portanto, ser sábios e não nos preocupar com essas ques­tões especulativas, como JESUS deu a entender em outra ocasião. Alguém lhe perguntou: "Senhor, são poucos os que são salvos?" Mas ele negou-se a satisfazer sua curiosidade. Apenas respon­deu: "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita."
Para recapitular: de acordo com as palavras de JESUS, há apenas dois caminhos, o difícil e o fácil (não existe um caminho do meio), nos quais se entra por duas portas, a larga e a estreita (não existe outra porta), que terminam em dois destinos, a des­truição e a vida (não há uma terceira alternativa). Nem é preciso dizer que uma conversa assim é extremamente fora de moda hoje em dia. As pessoas gostam de ser sem compromisso. Toda pesquisa de opinião pública permite, além do "sim" e do "não", um conveniente "eu não sei". Os homens adoram Aristóteles e o seu dourado meio-termo. O caminho mais popular é a via média. Desviar-se do meio é arriscar-se a ser chamado de "extre­mista" ou "fanático". Todos se ressentem quando são postos diante da necessidade de uma escolha. Mas JESUS não nos deixa escapar dela.
 
Mateus 7:13-20
Os relacionamentos do cristão: os falsos profetas

Alguns comentaristas têm sugerido que a parte principal do Sermão (os ensinamentos) de JESUS termina aqui, e que com o versículo 13 começam as aplicações ou a conclusão. Certamente ele enfatiza aqui ainda mais fortemente do que antes a necessi­dade da escolha. Entrai pela porta estreita, começa. Isto é, os contrastes entre as duas espécies de justiça e devoção, os dois tesouros, os dois senhores e as duas ambições foram fielmente descritos; chegou o momento da decisão. Há que escolher entre o reino de Satanás e o reino de DEUS; a cultura prevalecente ou a contracultura cristã. JESUS continua com a sua apresentação de alternativas descrevendo os dois caminhos (o largo e o es­treito), os dois mestres (o falso e o verdadeiro), os dois apelos (palavras e atos) e, finalmente, os dois fundamentos (areia e rocha).
 
2. O perigo dos falsos mestres (vs. 15-20)
Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfar­çados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. 16Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Assim toda árvore boa pro­duz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má pro­duzir frutos bons. 19Toda árvore que não produz bom fruto é cortada, e lançada ao fogo. 20Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

a. Suposições
Ao dizer às pessoas acautelai-vos dos falsos profetas, JESUS obvia­mente supunha que estes existiam. Não há sentido em colocar-se no portão do jardim um aviso: "Cuidado com o cachorro!", se tudo o que você tem em casa é um casal de gatos e um periquito! Não. JESUS advertiu os seus discípulos sobre os falsos profetas porque eles já existiam. Encontramo-los em muitas ocasiões no Velho Testamento, e parece que JESUS colocou os fariseus e saduceus no mesmo quadro. "Cegos condutores de cegos", ele os chamou. Ele também deu a entender que aumentariam de nú­mero, e que o período precedente ao fim se caracterizaria, não só pela propagação mundial do Evangelho, mas também pelo surgimento de falsos mestres, que desviariam a muitos. Lemos sobre eles em quase todas as cartas do Novo Testamento. São chamados de "pseudoprofetas", como aqui ("profetas" presu­mivelmente porque proclamavam inspiração divina), ou "pseudoapóstolos" (porque diziam ter autoridade apostólica), ou "pseudomestres", ou até mesmo "pseudoCristos" (porque tinham pretensões messiânicas ou porque negavam que JESUS fosse o CRISTO que veio em carne). Mas cada um deles era "pseu­do", e pseudos é a palavra grega para mentira. A história da igreja cristã tem sido uma história longa e fatigante de contro­vérsias com falsos mestres. Seu valor, na providência soberana de DEUS, é que apresentaram à Igreja um desafio para examinar e definir a verdade, mas causaram muitos prejuízos. Sinto que ainda há muitos deles nas igrejas de hoje.
Ao dizer-nos para nos acautelarmos com os falsos profetas, JESUS fez outra pressuposição, isto é, que há um padrão objetivo da verdade, do qual a falsidade dos falsos profetas se distingue. Caso contrário, a noção de profeta "falso" tornar-se-ia sem signi­ficado. Nos tempos bíblicos, um verdadeiro profeta era aquele que ensinava a verdade por inspiração divina, e o falso profeta era aquele que reivindicava a mesma inspiração divina mas pro­pagava a mentira. Jeremias contrastou-os nestes termos: falsos profetas "falam visões do seu coração", enquanto os ver­dadeiros profetas "permanecem no conselho do Senhor", "ouvem a palavra de DEUS", "proclamam-na ao povo" e "falam da boca do Senhor". Novamente, "o profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo?" Portanto, ao referir-se a determinados mestres chamando-os de "falsos profetas", está claro que JESUS não era sincretista, ensinando que opiniões contraditórias eram na reali­dade visões complementares da mesma verdade. Não. Ele defendeu que verdade e mentira são mutuamente excludentes, e que aqueles que propagam mentiras em nome de DEUS são pro­fetas falsos, dos quais os seus discípulos deveriam se acautelar.

b. Advertências
Depois de anotar as pressuposições de JESUS (que existem falsos profetas, bem como uma verdade da qual eles se desviam), temos de considerar mais precisamente sua advertência: Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ove­lhas, mas por dentro são lobos roubadores (v. 15). Desta metá­fora aprendemos que os pseudoprofetas são perigosos e men­tirosos.
Seu perigo é que, na realidade, são lobos. Na Palestina do primeiro século, o lobo era o inimigo natural das ovelhas, que ficavam totalmente sem defesa diante dele. Por isso, um bom pastor, como JESUS ensinaria mais tarde, tinha de estar sempre alerta e proteger suas ovelhas contra os lobos, enquanto o empregado contratado (o qual, não sendo dono das ovelhas, não se importava com elas) geralmente as abandonava e fugia ao primeiro sinal da fera, deixando-as ser atacadas e dispersas. Exatamente da mesma forma o rebanho de CRISTO está à mercê ou de bons pastores, ou de mercenários, ou de lobos. O bom pastor alimenta o rebanho com a verdade; o falso mestre, como um lobo, divide-o através do erro, enquanto o profissional tem­porário nada faz para protegê-lo, abandonando-o aos falsos mestres. "Eu sei", disse Paulo aos anciãos de Éfeso, "que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai. . ."
Que "cousas pervertidas" seriam estas que constituem uma perturbação e um perigo para a Igreja? Uma das principais características dos falsos profetas no Velho Testamento era o seu otimismo amoral, sua negação de que DEUS era o DEUS do Juízo, como também o DEUS do amor e da misericórdia cons­tantes. Eles eram culpados, disse Jeremias ao povo, pois "en­chem de vãs esperanças . . . Dizem continuamente aos que desprezam a Palavra de DEUS: "O Senhor disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós". Semelhantemente, DEUS se queixa: "Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz". Tais palavras constituem um grande mal serviço ao povo de DEUS, para não se dizer coisa pior. Dão-lhes um falso sentimento de segurança. Embalam-nos em seus pecados. Deixam de adverti-los sobre o juízo iminente de DEUS ou sobre a maneira de como escapar dele.
Portanto, certamente não é por acaso que a advertência de JESUS sobre os falsos profetas no Sermão do Monte segue-se imediatamente após o seu ensinamento sobre as duas portas, os dois caminhos, as duas multidões e os dois destinos: os falsos profetas são peritos em tornar indistinta a questão da salvação. Alguns emporcalham ou distorcem de tal maneira o Evangelho que o tornam difícil de ser entendido pelos que tentam encontrar a porta estreita. Outros procuram demonstrar que o caminho estreito ê, na realidade, muito mais largo do que JESUS deu a entender, e que andar nele exige pouca ou nenhuma restrição na crença e no comportamento da pessoa. Outros ainda, talvez os mais perniciosos de todos, atrevem-se a contradizer JESUS, afirmando que o caminho largo não leva à destruição, mas que na verdade todos os caminhos levam a DEUS, e até mesmo que os caminhos largo e estreito, embora levem a direções opostas, finalmente acabarão no mesmo destino, a vida. Não foi por menos que JESUS comparou esses mestres com lobos vorazes, não tanto porque fossem gananciosos, ávidos de prestígio ou de poder (embora geralmente o sejam), mas por serem "selvagens" (BLH), isto é, extremamente perigosos. São responsáveis pela condução de algumas pessoas à própria destruição que eles afirmam não existir.
Mais que perigosos, são também mentirosos. Os "cães" e os "porcos" do versículo 6, por causa de seus hábitos imundos, são fáceis de se reconhecer. Mas não os "lobos", pois penetram sorrateiramente no rebanho, disfarçados de ovelhas. Como resul­tado, as ovelhas incautas os confundem com outras ovelhas e os recebem com boas-vindas, de nada suspeitando. Seu verdadeiro caráter só é descoberto tarde demais, e quando o prejuízo já ocorreu.
Em outras palavras, um falso mestre não se anuncia nem faz propaganda de si mesmo como um fornecedor de mentiras; pelo contrário, reivindica ser um mestre da verdade. "Sabendo que os cristãos são um povo crédulo, disfarça seu propósito sombrio sob o manto da piedade cristã, esperando que seu inócuo disfarce evite o desmascaramento." Não só ele simula piedade, mas frequentemente usa a linguagem da ortodoxia histórica, a fim de ganhar aceitação dos simplórios, enquanto, na verdade, suas pretensões são totalmente diferentes, algo destrutivo da própria verdade que pretende defender. Igualmente esconde-se sob o manto dos títulos altissonantes e dos graus acadêmicos impressionantes.
Portanto, "acautelai-vos!", JESUS adverte. Devemos ficar de guarda, orando por discernimento, usando nossas faculdades de crítica e jamais relaxando nossa vigilância. Não devemos ficar fascinados com o seu exterior, com o seu encanto pessoal, com a sua cultura, com seus títulos doutorais e eclesiásticos. Não devemos ser ingênuos a ponto de supor que, sendo um Dou­tor em Filosofia ou em Teologia, um professor ou um bacharel, ele deve ser um verdadeiro e ortodoxo embaixador de CRISTO. Devemos olhar por trás de sua aparência para a realidade. O que se encontra sob o pelo: uma ovelha ou um lobo?

c. Provas
Tendo notado as pressuposições feitas por JESUS e as advertências que deu, estamos agora prontos a examinar o teste ou testes que ele nos mandou aplicar. Ele mudou suas metáforas de ove­lhas e lobos para árvores e seus frutos, e da roupagem das ovelhas que um lobo poderia usar para o fruto que uma árvore deve dar. Fazendo assim, ele passou do risco do não reconhecimento para os meios do reconhecimento. Embora certamente possamos confundir muitas vezes um lobo com uma ovelha, ele nos diz que não podemos cometer o mesmo engano com uma árvore. Nenhuma árvore pode esconder a sua identidade por muito tempo. Mais cedo ou mais tarde ela se trai, pelo seu fruto. Um lobo pode disfarçar-se; uma árvore, não. Ervas daninhas, como espinhos e abrolhos, simplesmente não podem produzir fruto comestível como uvas e figos. Não só o caráter do fruto fica deter­minado pela árvore (uma figueira dá figos e uma videira, uvas), mas também a sua condição (toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz maus frutos, v. 17). Na verdade, não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má pro­duzir frutos bons (v. 18). E o dia do juízo concluirá a diferen­ciação, quando as árvores não frutíferas serão cortadas e quei­madas (v. 19). Portanto (pois esta é a conclusão que JESUS enfa­tiza duas vezes), pelos seus frutos os conhecereis (vs. 16, 20). Que frutos são estes?
A primeira espécie de "fruto" pelo qual os falsos profetas revelam a sua verdadeira identidade está no campo do caráter e da conduta. Na alegoria do próprio JESUS, a produtividade significa semelhança com CRISTO, o que Paulo mais tarde designou como "o fruto do ESPÍRITO". Sendo assim, sempre que vemos em um mestre a mansidão e a humildade de CRISTO, o seu amor, a sua paciência, a sua bondade, a sua delicadeza e autocontrole, temos motivos para considerá-lo verdadeiro, não falso. Por outro lado, sempre que estas qualidades estão ausentes, e "as obras da carne" estão mais aparentes do que "o fruto do ESPÍRITO", especialmente a inimizade, a impureza, a inveja e a autoindulgência, devemos suspeitar que o profeta é um impostor, por mais pretensiosas que sejam as suas reivindicações e por mais plausíveis que sejam os seus ensinamentos.
Mas os "frutos" do profeta não são apenas o seu caráter e modo de vida. Na verdade, os intérpretes "que os confinam a esta vida estão, na minha opinião, enganados", escreveu Calvino. O segundo "fruto" é o próprio ensinamento da pessoa. Isto ficou fortemente sugerido pelo outro uso que JESUS fez da mesma metáfora da árvore frutífera: "Pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras! como podeis falar cousas boas, sendo maus? porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom cousas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira cousas más. Digo-vos que toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado." Portanto, se o coração de uma pessoa se revela em suas palavras, como a árvore se conhece pelos seus frutos, temos a responsabilidade de experimentar um mestre pelos seus ensinamentos. O apóstolo João dá-nos um exemplo disto, pois as igrejas da Ásia às quais escreveu tinham sido invadidas pelos falsos mestres. Assim como JESUS, ele admoestou-as a não se deixarem enganar, mas que "provassem os espíritos" Cisto é, dos mestres que reivindicavam a inspiração) para ver se procediam de DEUS. Incentivou-as a buscar retidão e amor em seus mestres e a rejeitar como espúrios os injustos e os que não tivessem amor. Mas a este teste moral ele acrescentou um doutrinário. Genera­lizando, era se a mensagem dos mestres estava de acordo com a instrução apostólica original, e, particularmente, se confes­sava JESUS como o CRISTO que veio em carne, reconhecendo assim sua pessoa divino humana.
Os reformadores do século dezesseis, que foram acusados pela Igreja de Roma de serem inovadores e falsos mestres, defen­deram-se através deste teste doutrinário. Apelaram para as Escri­turas e declararam que os seus ensinamentos não eram a intro­dução de alguma coisa nova, mas a recuperação de uma coisa velha, a saber, o Evangelho original de CRISTO e dos seus após­tolos. Foram antes os católicos medievais que se afastaram da fé, caindo no erro. "Apeguem-se à Palavra de DEUS pura", cla­mava Lutero, para serem capazes de "reconhecer o juiz" que está certo. Calvino enfatizou a mesma coisa: "Todas as dou­trinas têm de ser colocadas junto ao padrão da Palavra de DEUS", pois "no julgamento dos falsos profetas, a regra da fé (isto é, das Escrituras) tem o primeiro lugar". Ele foi ainda um passo adiante, chamando a atenção para as motivações dos falsos mestres, além do conteúdo de seus ensinamentos: "Com os fru­tos, o modo de ensinar está incluído . . ., pois CRISTO provou ter sido enviado por DEUS, ao dizer que não estava 'procurando a sua própria glória', mas a glória do Pai que o tinha enviado" (João 7:18).
Ao examinar as credenciais de um mestre, então, temos de observar tanto o seu caráter como a sua mensagem. O Rev. Ryle resumiu bem: "Doutrina sadia e vida santa são os sinais dos verdadeiros profetas." Penso que há um terceiro teste que devemos aplicar aos mestres, e refere-se à sua influência. Temos de nos perguntar que efeitos os seus ensinamentos estão produ­zindo nos seus discípulos. Às vezes, a falsidade do ensino falso não aparece imediatamente quando olhamos para o comporta­mento ou para a doutrina de um mestre; apenas mais tarde percebemos que seus resultados foram desastrosos. Foi isto que Paulo quis dizer ao escrever que o mal tem a tendência de "cor­roer como o câncer". Seu processo canceroso progride con­forme vai perturbando a fé das pessoas, promovendo a impiedade e provocando divisões dolorosas. O ensinamento bom, por outro lado, produz fé, amor e piedade.
Naturalmente, a aplicação deste teste dos "frutos" nem é simples nem direta, pois os frutos levam tempo para crescer e amadurecer. Temos de esperar pacientemente. Precisamos tam­bém de uma oportunidade para examiná-los atentamente, pois nem sempre é possível reconhecer uma árvore e seus frutos à distância. Na verdade, até mesmo de perto podemos não per­ceber imediatamente os sintomas de uma doença na árvore ou a presença de um verme no fruto. Para aplicar isso a um mestre, precisamos, não de uma estimativa superficial de sua posição na Igreja, mas de um escrutínio íntimo e crítico do seu caráter, da sua conduta, da sua mensagem, das suas motivações e da sua influência.
Entretanto, esta advertência de JESUS não nos incentiva a fi­carmos desconfiados de todos ou a adotarmos como passatempo o esporte indecoroso de "caça à heresia". Antes, é um lembrete solene de que há falsos mestres na Igreja e que devemos ficar em guarda. O que importa é a verdade, pois DEUS é a verdade e esta edifica a igreja de DEUS, enquanto o erro é demo­níaco e destrutivo. Se damos importância à verdade de DEUS e à Igreja de DEUS, temos de levar a sério a advertência de CRISTO.
Ele e seus apóstolos colocaram a responsabilidade da pureza doutrinária da Igreja parcialmente sobre os ombros dos líderes cristãos, mas também e especialmente sobre cada congregação. A igreja local tem mais poder do que geralmente percebe ou usa na decisão de qual dos mestres vai ouvir. O Acautelai-vos dos falsos profetas, proferido por JESUS CRISTO, dirige-se a todos nós. Se a Igreja dessa atenção à sua advertência e aplicasse os seus testes, não estaria nesse terrível estado de confusão moral e teológica em que se encontra atualmente.
Com este parágrafo JESUS conclui o seu esboço dos relaciona­mentos cristãos. Ao olharmos para trás, reunindo os ensina­mentos, vemos como são ricos e variados. Como irmão, o cristão odeia a hipocrisia, crítica a si mesmo e procura dar apoio moral construtivo aos outros. Como evangelista, valoriza tanto a pérola do Evangelho que se recusa a expô-la à rejeição desdenhosa dos pecadores endurecidos. Como amante de todos os homens, está resolvido a comportar-se em relação a eles como gostaria de vê-los comportando-se para com ele mesmo. Como filho, olha humilde e confiantemente para o seu Pai celeste para receber as boas dádivas de que precisa. Como viajante no caminho difícil e estreito, desfruta da comunhão com os companheiros de pere­grinação e mantém os olhos no alvo da vida. Como defensor da verdade revelada de DEUS, dá atenção à advertência de CRISTO de acautelar-se dos falsos mestres, que poderiam pervertê-lo e assim prejudicar o rebanho de CRISTO.
 
 
 
O Sermão da Montanha. A Bondade de DEUS - Mateus 7. 7-11 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT (COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES DO Pr Henrique)
 
No capítulo anterior, nosso Senhor falou sobre a oração como a obrigação de um mandamento pelo qual DEUS é honrado, e que, se for feita corretamente, será recompensada. Aqui, Ele diz que ela é uma maneira de obtermos aquilo que precisamos, especialmente a graça para obedecermos aos preceitos que Ele nos deu, alguns dos quais bastante desagradáveis à carne e ao sangue.
I
Eis aqui um preceito feito com três palavras e com o mesmo significado: “Pedi, Buscai e Batei” (v. 7), ou em uma única palavra: “Ore, ore muitas vezes, ore com sinceridade e seriedade; ore e ore novamente; tome consciência da oração e seja constante nela. Dedique-se à oração, e ore com fervor. Peça como um mendigo pede esmolas. Aquele que deseja ser rico em graças deve se valer da humilde função de pedir, e descobrirá que ela é repleta de sucessos”. Peça; apresente seus desejos e obrigações a DEUS e peça seu apoio e auxílio, pois isso está de acordo com a sua promessa. Peça como um viajante que pergunta sobre o caminho. Uma das muitas orações é pedir a DEUS (Ez 36.37; Mt 7.7). Existem vários tipos de oração e várias motivações - Arrependimento, Louvor, Adoração, Petição, Intercessão, Consagração, Transferência, edificação (orando em línguas), etc...orando em todo tempo com toda oração e súplica no SANTO e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos. Efésios 6:18
Busque, como se tivesse perdido uma coisa de grande valor, ou como um mercador procura pérolas preciosas. Busque através da oração (Dn 9.3). Bata, como aquele que deseja entrar na casa bate na porta. Seremos admitidos para conversar com DEUS, introduzidos no seu amor, no seu favor e no seu reino. O pecado fechou e travou a porta contra nós, mas JESUS pelo seu sacrifício nos abriu a porta novamente. Através da oração nós batemos e chamamos: Senhor, Senhor, abre para nós. CRISTO bate à nossa porta (Ap 3.20; Ct 5.2) e nos deixa bater na dele – um favor que não concedemos aos mendigos comuns. Buscar e bater implica alguma coisa além de pedir e orar.
1. Não devemos apenas pedir, mas buscar. Devemos acompanhar nossas orações com nossos esforços, e usando os meios indicados. Buscar pelo que pedimos para não desafiar a DEUS. Quando o vinhateiro pediu mais um ano para a figueira estéril, ele acrescentou: Irei escavá-la e estercá-la (Lc 13.7,8). DEUS concede o conhecimento e a graça àqueles que o procuram nas Escrituras, e aguardam nas portas da Sabedoria. E também o poder contra o pecado àqueles que evitam as suas ocasiões.
2. Não devemos apenas pedir, mas bater. Devemos ir até a porta de DEUS e pedir insistentemente. Não devemos apenas orar, mas suplicar e lutar com DEUS. Devemos buscar diligentemente e continuar batendo. Devemos perseverar na oração e no uso dos seus meios, devemos perseverar até o fim nesse dever. Novamente, existem vários tipos de oração e várias motivações - Arrependimento, Louvor, Adoração, Petição, Intercessão, Consagração, Transferência, edificação (orando em línguas), etc...orando em todo tempo com toda oração e súplica no SANTO e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos. Efésios 6:18
II
Aqui foi incluída uma promessa: nosso esforço ao orar, se realmente isso representar algum esforço, não será em vão. Onde existe um coração piedoso, ele encontrará um DEUS atento. Ele nos dará uma resposta de paz. O preceito é tríplice: pedi, buscai e batei. Mas existe uma norma para esse preceito. A promessa tem seis partes, regra após regra, para nos encorajar, porque uma sólida crença nessa promessa nos tornará alegres e constantes na nossa obediência. Agora vejamos:
1. A promessa foi feita de modo a dar uma resposta exata ao preceito (v. 7). “Pedi, e dar-se-vos-á” . Aquilo que foi pedido não será emprestado e nem vendido, mas concedido, e o que pode valer mais que um presente? De acordo com essa promessa, qualquer coisa pela qual você estiver orando será concedida, se DEUS julgar que ela lhe será conveniente, e o que mais você pode desejar? Basta pedir para receber. Se não recebermos, é porque não pedimos, ou não pedimos corretamente. O que não é digno de ser pedido, não vale a pena ter, pois de nada vale. Busque e encontrará, e seu esforço não será perdido. Quando buscamos a DEUS, sempre o encontramos, e isso nos será suficiente. “Batei, e abrir-se-vos-á”. A porta da misericórdia e da graça se abrirá, e nunca mais se fechará diante de você como se fosse algum inimigo ou intruso, mas se abrirá como se fosse um amigo ou uma criança. Alguém perguntará: “Quem está à porta?” Se for capaz de responder que é um amigo, e tiver o bilhete da promessa nas mãos, pronto para ser mostrado com fé, não tenha dúvidas de que será admitido. Se a porta não se abrir à primeira batida, continue a perseverar em oração. É uma afronta a um amigo bater em sua porta, e logo se retirar. Mesmo que pareça que Ele está demorando a atender, espere.
2. Essa promessa é repetida no versículo 8 com a mesma intenção, embora com algumas inclusões. (1) Ela foi feita para se estender a todos que oram corretamente. “Não só vocês, meus discípulos, receberão o que pedem, mas também todos os outros que pedirem irão receber, sejam eles judeus ou gentios, jovens ou velhos, ricos ou pobres, nobres ou plebeus, senhores ou escravos, cultos ou ignorantes. Todos eles serão igualmente bem recebidos no trono da graça, se vierem com fé, pois DEUS não respeita a aparência humana”. (2) Ela foi feita de modo a significar uma concessão, sendo expressa no presente, e isso vale mais do que uma promessa para o futuro. Todo aquele que pedir, não só irá receber, como já recebeu. Ao se apropriar da promessa, e aplicá-la, através da fé, estaremos realmente atraídos e envolvidos por ela. Tão certas e invioláveis são as promessas de DEUS, que elas real e efetivamente concedem uma posse. Um crente ativo tomará posse imediatamente, e fará das bênçãos prometidas algo que já é seu. De acordo com a promessa, aquilo que esperamos é tão certo, e deve ser tão doce, como aquilo que já temos em mãos. DEUS falou no seu santuário: “Meu é Gileade, meu é Manassés” (Sl 108.7,8); tudo será meu, se eu acreditar. Dádivas condicionais se tornam definitivas de acordo com a nossa atitude em relação às condições; portanto, aquele que pede, recebe. Dessa forma, CRISTO aprova as petições que lhe são feitas e, como Ele tem todo o poder, isto nos basta.
3. Ela foi ilustrada com um exemplo retirado dos pais terrenos e da sua inata disposição de conceder aos filhos tudo que pedem. CRISTO apela a seus ouvintes: “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?” (vv. 9,10). Em seguida, Ele conclui (v. 11): “Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Agora, algumas coisas práticas:
(1) Para dirigir as nossas orações e expectativas. [1] Devemos nos aproximar de DEUS como as crianças se aproximam do Pai celestial, com reverência e confiança. É muito natural que uma criança procure o pai quando tem alguma necessidade ou aflição para lhe apresentar suas queixas. “Ai, a minha cabeça! ai, a minha cabeça!” Dessa maneira, a nova natureza deveria nos direcionar a DEUS para pedir a sua ajuda e as suas bênçãos. [2] Devemos ir até Ele em busca de coisas boas, daquelas que Ele concede àqueles que lhe pedem. Isto nos ensina que devemos confiar a nossa vida a Ele. Não sabemos o que é melhor para nós (Ec 6.12); portanto, devemos deixar estas escolhas a critério dele. Pai seja feita a tua vontade. Seu filho está aqui para pedir o pão que é necessário, e um peixe, que é saudável. Mas se, insensatamente, o filho pedir uma pedra, uma serpente, uma fruta verde para comer, ou uma faca afiada para brincar, seu pai, embora seja bondoso, deverá ser prudente e negar. Muitas vezes pedimos a DEUS alguma coisa que nos faria mal, se a tivéssemos. Ele sabe disso, portanto irá negar. É melhor uma negativa feita com amor do que uma dádiva concedida com ira. A nossa vida não seria tão saudável se já tivéssemos recebido tudo que desejamos.
Confie o teu destino a DEUS. Deixe que Ele cuide de ti e conceda aquilo que a sua infalível sabedoria entender que precisas, bondade e grandeza existem em DEUS. Ah! Se fôssemos capazes de nos amar tão bem, mesmo que tivéssemos a metade deste amor! Nós, levados cegamente por nossas obstinadas paixões.
(2) Para encorajar nossas orações e expectativas. Podemos esperar que não existam recusas ou desapontamentos. Não teremos uma pedra em lugar do pão para quebrar nossos dentes (embora tenhamos uma crosta dura para aplicar a nossa mordida), nem uma serpente para nos morder, no lugar do peixe. Na verdade, temos razão para ter medo deles, porque merecemos a ambos. Mas DEUS fará melhor por nós que o deserto pelos nossos pecados. O mundo sempre oferece pedras em lugar de pão, e serpentes em lugar de peixe, mas isso nunca acontece com DEUS. Seremos ouvidos e atendidos, como fazem os pais com os filhos. [1] DEUS colocou no coração dos pais uma amorosa inclinação para socorrer e ajudar seus filhos de acordo com suas necessidades. Mesmo aqueles que têm pouca consciência do dever, ainda assim agem como por instinto. Nenhuma lei jamais foi necessária para obrigar os pais a cuidarem dos seus filhos legítimos, e nem dos seus filhos ilegítimos, mesmo no tempo de Salomão. [2] Ele adotou a posição de um Pai em relação a nós, e nos considera seus filhos. Da mesma maneira como nos encontramos prontos para socorrer nossos filhos, podemos nos sentir estimulados a buscar o nosso socorro em DEUS, para obtermos o nosso alívio. Todo amor e ternura que existem nos pais provêm dele. Eles não vêm da natureza, mas do DEUS da natureza. Portanto, devem ser infinitamente maiores nele. Ele compara seus cuidados para com o seu povo aos cuidados de um pai para com os seus filhos (Sl 103.13). E também com aqueles de uma mãe, que são geralmente mais carinhosas (Is 49.14,15). Podemos supor que nele, esse amor, ternura e bondade em muito excedam aos de qualquer pai terreno. Portanto, se eles se manifestam com mais intensidade é porque estão baseados nessa indubitável verdade, de que DEUS é o melhor Pai. Infinitamente melhor do que qualquer pai terreno, pois seus pensamentos se colocam acima dos pensamentos terrenos. Nossos pais terrenos podem cuidar de nós, assim como cuidamos dos nossos filhos. Mas DEUS irá cuidar ainda mais dos seus filhos. Os pais terrenos transmitem coisas boas aos seus filhos e sabem como dar de forma adequada e oportuna. Mas DEUS é capaz de dar muito mais, pois Ele os irá recolher quando estiverem desamparados (Sl 27.10). Em primeiro lugar, DEUS conhece bem todas as coisas, ao passo que os pais terrenos são, muitas vezes, levados por seus sentimentos, mostrando-se insensatamente amorosos e até mesmo dando a seus filhos coisas ruins. DEUS é infinitamente mais sábio. Ele sabe do que precisamos, aquilo que queremos e o que é melhor para nós. Em segundo lugar, DEUS é mais bondoso. Se a somatória da compaixão de todos os pais do mundo pudesse ser reunida nas entranhas de um único pai, quando comparada à terna misericórdia do nosso DEUS ela não seria mais que a luz de uma vela perto do sol, ou uma gota no oceano. DEUS é mais rico e está disposto a dar mais aos seus filhos que os pais humanos, pois Ele é o pai do nosso espírito, um pai eternamente amoroso e presente. As entranhas do nosso Pai anseiam até pelos filhos ingratos e pelos pródigos, como o anseio de Davi por Absalão. Será que tudo isso não basta para calar os incrédulos?
 
O Sermão da Montanha - Mateus 7. 12-14
Aqui nosso Senhor está insistindo conosco sobre a justiça dos homens, que é um ramo essencial da verdadeira religião, e que a fé em DEUS é um ramo essencial da justiça universal.
I
Devemos fazer da justiça a nossa lei, e ser governados por ela (v. 12). Portanto, estabeleça isso como seu princípio, agindo em relação aos outros da mesma forma como gostaria que eles agissem com você. Como regra geral, e a fim de obedecer a esse princípio especial, procure não julgar ou censurar o seu próximo (não censure, se não deseja ser censurado) para alcançar o benefício das promessas feitas. A lei da justiça se mostra adequada quando aliada à lei da oração, pois, a não ser que sejamos sinceros em nossas palavras, DEUS não ouvirá as nossas orações (Is 1.15-17; 58.6,9; Zc 7.9,13). Não podemos esperar receber coisas boas de DEUS, se nós mesmos não as praticarmos, bem como tudo aquilo que for honesto, gracioso e de boa reputação entre os homens. Devemos ser, além de piedosos, também sinceros, caso contrário nossa devoção será apenas hipocrisia. Temos, então, que:
1. As regras da justiça foram estabelecidas. Você deve fazer às outras pessoas tudo aquilo que gostaria que elas lhe fizessem. CRISTO veio para nos ensinar aquilo que devemos saber e acreditar, mas também como devemos agir em relação não só aos amigos e discípulos que fazem parte da nossa religião, como também aos homens em geral, entre os quais exercemos alguma atividade. O conceito moral da igualdade é agir com os outros como gostaríamos que agissem conosco. Alexandre Severo, um imperador pagão, era um grande admirador desse conceito e mandou que fosse escrito nas paredes dos seus aposentos. Ele o citava muitas vezes quando expressava as suas decisões e, por conta dele, honrava a CRISTO e ajudava os cristãos. Quod tibi, hoc alteri – Faça aos outros aquilo que você gostaria que eles lhe fizessem. Não devemos retribuir aos outros o mal que eles nos fizeram ou que poderiam nos fazer, se isso estivesse em seu poder. Isso está fundamentado naquele grande mandamento: amar ao próximo como a si mesmo. Da mesma forma como devemos sentir pelo nosso próximo o mesmo amor que sentimos por nós, devemos também praticar as mesmas boas obras. O significado dessa regra está baseado em três coisas. (1) Devemos praticar com nosso próximo aquilo que nós mesmos reconhecemos que é próprio e razoável. Quando se trata da nossa pessoa, essa súplica é feita à nossa consciência, e a manifestação do nosso juízo corresponde ao nosso próprio desejo e expectativa. (2) Devemos colocar as pessoas em um nível igual ao nosso e reconhecer que somos devedores a elas pelo muito que fazem por nós. Estamos tão presos à justiça quanto elas, e elas têm igual direito aos seus benefícios. (3). Em nossos relacionamentos com os nossos semelhantes, devemos nos colocar na mesma circunstância e situação especial daqueles com os quais tratamos, e também precisamos agir adequadamente em relação a eles. Se você estivesse negociando com alguém, ou enfrentando alguma enfermidade ou aflição, como desejaria ser tratado? Essa é uma justa suposição, pois não sabemos se muito em breve esse caso poderá realmente acontecer conosco. Pelo menos podemos temer que, em sua justiça, DEUS faça conosco aquilo que fizermos aos outros, se não lhes tivermos feito aquilo que gostaríamos que fosse feito conosco.
2. Existe uma razão que reforça essa lei; “essa é a lei e os profetas”. Ela representa o resumo daquele segundo grande mandamento, de um daqueles dois mandamentos dos quais depende toda a lei e os profetas (Mt 22.40). Não o temos com tantas palavras, tanto na lei como nos profetas, embora exista uma linguagem concomitante entre ambos. Tudo que foi dito a respeito do nosso dever em relação ao próximo (e que não é pouco) pode ser resumido nessa lei. Ela foi introduzida por CRISTO na sua lei, de modo que tanto o Antigo Testamento como o Novo estão de acordo em prescrevê-la para nós, para fazermos aquilo que gostaríamos que nos fosse feito. Através dela, a lei de CRISTO fica comprovada, e a vida dos cristãos também, quando comparada a ela.
 
   
II
Devemos fazer da religião nossa vocação e nos dedicarmos a ela, e devemos ser rigorosos e circunspectos em nossas palavras. A religião está aqui representada como se estivéssemos entrando por uma porta estreita, ou caminhando ao longo de uma estrada apertada (vv. 13,14). Observe então:
1. O relato é sobre o caminho que conduz à perdição e sobre o bom caminho da santidade. Existem apenas dois caminhos, o certo e o errado, o bom e o mau, o caminho para o céu e o caminho para o inferno. Seja qual for o caminho em que cada um de nós esteja andando agora, não existe um meio-termo. Os filhos dos homens – sejam santos ou pecadores, religiosos ou ímpios – serão tragados pela eternidade. Existem somente dois destinos para o futuro - Céu ou Lago de Fogo e Enxofre. Estarmos para sempre com DEUS ou com Satanás. A escolha é nossa. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente, Deuteronômio 30:19 ESCOLHE.
Eis aqui:
(1) Um relato que nos foi dado sobre o caminho do pecado e os pecadores, incluindo tanto o que existe em termos de esperança como o que há de pior nele.
O caminho que atrai as multidões e não as deixa se afastar; a porta é larga e o caminho é amplo, e nele existem muitos viajantes.
Em primeiro lugar: “Você terá abundante liberdade nesse caminho; a porta é larga e se mantém aberta para tentar aqueles que procuram esse caminho. Você pode atravessar essa porta com toda sua luxúria, ela não restringe os seus apetites ou suas paixões. Você terá bastante espaço para seguir o caminho do seu coração e a visão dos seus olhos”. É um caminho amplo e nada existe que possa limitar aqueles que o percorrem. No entanto, eles vagueiam sem parar. Trata-se de um caminho cheio de atalhos, existe a possibilidade de escolher os diferentes atalhos do pecado. Em segundo lugar: “Você terá muitos companheiros nesse atalho, pois existem muitos que entram por essa porta e seguem esse caminho”. Se seguirmos a multidão, será para praticar o mal. Se acompanharmos essas pessoas, percorreremos o caminho errado. Faz parte da nossa natureza a inclinação de seguir a corrente e agir de acordo com os nossos semelhantes. Mas seremos excessivamente complacentes, se estivermos dispostos a receber a condenação e ir com eles para o inferno só pelo privilégio da sua companhia. Eles não irão para o céu conosco. Devemos ser muito cuidadosos, pois muitos irão perecer.
O caminho que nos amedronta é o que nos leva à destruição. A morte, a morte eterna, é o que nos espera ao chegarmos ao seu término (e o caminho do pecado leva a ela), à eterna desolação e à separação da presença do Senhor. Seja ele a estrada para uma vida evidentemente profana, ou o retorno a uma hipocrisia reservada, será sempre o caminho do pecado e da nossa ruína, se não nos arrependemos.
(2) Temos aqui o relato que nos foi dado sobre o caminho da santidade.
[1] O que existe nele que leva muitos a ficar temerosos. Vamos conhecer o pior que pode nos acontecer para podermos sentar e avaliar as consequências. CRISTO cuida fielmente de nós e nos ensina:
Em primeiro lugar, que a porta é estreita. A conversão e a regeneração representam a porta pela qual entramos nesse caminho, no qual começamos uma nova vida de fé e sincera piedade. Para sair de um estado de pecado para um estado de graça devemos passar pelo novo nascimento (Jo 3.3,5). É preciso arrependimento. A porta é estreita e difícil de ser encontrada e de atravessar, como uma passagem entre dois rochedos (1 Sm 14.4). Deve haver um novo coração e um novo espírito e as coisas antigas devem ser abandonadas. A disposição da alma deve ser mudada e os hábitos e os costumes antigos devem ser abandonados. Tudo aquilo que temos estado fazendo deve ser refeito. Devemos nadar contra a correnteza, e toda a oposição deve ser combatida e destruída, aquela que está no nosso interior e a que está fora de nós. É mais fácil colocar um homem contra o mundo do que contra si mesmo; no entanto, isto deve ocorrer na sua conversão. É uma porta estreita e devemos nos humilhar para poder passar. Devemos nos tornar tão pequenos como as crianças. Os pensamentos orgulhosos devem ser suprimidos, devemos nos desnudar, nos anular, abandonar o mundo e tudo que éramos antes. Devemos estar dispostos a desistir de tudo pela nossa atração a CRISTO. A porta é estreita para todos, mas para alguns ela é mais estreita ainda, como para os ricos, para alguns que durante muito tempo têm estado predispostos contra a religião. A porta é estreita. Bendizemos a DEUS por ela não estar fechada, nem trancada contra nós, nem guardada com uma espada flamejante, como irá acontecer dentro de pouco tempo e aconteceu com Adão (Gn 3.24; Mt 25.10).
Em segundo lugar, que o caminho é estreito. Não estaremos nos céus logo que atravessarmos a porta estreita, nem em Canaã, assim que tivermos cruzado o Mar Vermelho. Na verdade, precisamos atravessar o deserto, viajando por um caminho estreito cercado pelo sermão do monte, o que torna o caminho estreito. A personalidade deve ser negada, o corpo mantido sob controle e as corrupções dominadas. As tentações diárias devem ser resistidas e os deveres devem ser executados, mesmo aqueles que vão contra nossas inclinações. Devemos suportar as situações difíceis, lutar e nos afligir, vigiar em todas as coisas e caminhar com cuidado e circunspeção. Iremos atravessar muitas tribulações. Será um caminho cercado por espinhos, abençoado por DEUS, mas cheio de dificuldades. Os corpos que carregamos, cheios de corrupção, dificultam a prática do nosso dever; mas à medida que o entendimento e a vontade crescem, esse dever se torna mais firme. Ele se ampliará e se tornará cada vez mais agradável. O ESPÍRITO SANTO será nosso companheiro e amigo íntimo por toda jornada de fé e perseverança.
Em terceiro lugar, sendo a porta tão estreita, e o caminho tão apertado, não é de admirar que poucos o encontrem. Muitos passarão por ele descuidadamente e não farão um grande esforço para achá-lo, pois acreditam estar muito bem e não vêem necessidade de mudar sua maneira de viver. Outros chegam a considerar esse caminho, mas se desviam, pois não gostam de ser limitados ou restringidos. Muito poucos serão os que irão para o céu, comparados aos que irão para o inferno e posteriormente para o Lago de Fogo e Enxofre (E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. Apocalipse 20:14,15).
Os homens induzem seus semelhantes a seguir à frente nos caminhos do pecado. Como alguém poderá retornar à vereda segura, quando é impelido pela multidão, e sem encontrar nenhuma influência contrária?
[2] Vejamos o que existe nesse caminho, o qual, embora apresente tudo isso, nos convida a percorrê-lo. Ele leva à vida, nos conforta com o favor de DEUS, que representa a vida da alma, a bem-aventurança eterna, a esperança de que ao final venceremos todas as dificuldades e transtornos da estrada. A vida e a piedade foram reunidas (2 Pe 1.3). A porta é estreita e o caminho é apertado e íngreme, mas apenas um segundo no céu servirá para nos compensar por ele. Seguindo por este caminho temos a salvação, o batismo no ESPÍRITO SANTO, os Dons do ESPÍRITO SANTO, vida de conhecimento e alegria no ESPÍRITO e por fim a vida eterna com CRISTO.
3. A grande preocupação e o dever de cada um de nós ao considerarmos tudo isso. “Entrai pela porta estreita”. Esse assunto foi claramente explicado – a vida e a morte, o bem e o mal foram expostos à nossa frente, tanto os seus caminhos como as suas conseqüências e os seus resultados finais. Vamos então examinar esse assunto cuidadosamente, considerá-lo com imparcialidade, e depois decidir andar de acordo com esse caminho. Trata-se de assunto definitivo, que não admite discussão. Nenhum homem, dentro do seu juízo perfeito, iria escolher a prisão só pelo fato de o caminho que leva até ela ser suave e agradável, nem recusar a oferta de um palácio ou de um trono porque o caminho que leva a ele é áspero ou desagradável. No entanto, o homem é culpado de cometer tais absurdos no que se refere à sua alma. Portanto, não demore, não pense mais, entre já pela porta estreita. Use as suas orações constantes e sinceras para bater nela, e assim ela lhe será aberta; isto é, uma porta grande e valiosa se abrirá. É verdade que não podemos nem entrar, nem caminhar, sem a ajuda da graça divina, mas também é verdade que ela nos é oferecida gratuitamente e não faltará àqueles que a procuram e se submetem a ela. A conversão é uma tarefa árdua e necessária, mas é abençoada por DEUS e totalmente possível, se nos esforçarmos (Lc 13.24).
Todo homem ao ouvir o evangelho deve crer e será salvo.
Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21; De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS. Romanos 10:17; em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o ESPÍRITO SANTO da promessa; Efésios 1:13; Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de DEUS. Efésios 2:8
 
O Sermão da Montanha - Mateus 7. 15-20
Temos aqui uma advertência contra os falsos profetas. Devemos prestar atenção para não sermos enganados ou nos deixar impressionar por eles. Profetas são aqueles que recebem predição das coisas que vão acontecer. Existiram porém, alguns, mencionados no Antigo Testamento como profetas, embora não fossem profetas de DEUS, que tinham a pretensão de fazer previsões, sem dar nenhuma garantia, e os acontecimentos desmentiram as suas pretensões; dentre eles, estão Zedequias (1 Rs 22.11) e um outro Zedequias (Jr 29.21). Como os profetas também ensinavam ao povo o seu dever, esses falsos profetas também influenciavam o povo. CRISTO, que além de Messias era um Sacerdote, Profeta e um Mestre enviado por DEUS com a missão de enviar outros mestres que com Ele aprendessem, está nos advertindo a prestar atenção nos impostores. Ao invés de terem a pretensão de curar as almas com uma doutrina saudável, eles não fazem mais do que envenená-las.

Os falsos mestres e os falsos profetas:
1. São todos aqueles que afirmam ter certas incumbências, não as tendo. Aqueles que fingem que possuem garantia e orientação imediatas, supostamente enviadas por DEUS e divinamente inspiradas; eles estão mentindo. Embora sua doutrina possa ser verdadeira, devemos ter cuidado, pois são falsos profetas. Falsos apóstolos são aqueles que dizem ser apóstolos, mas estão mentindo (Ap 2.2); eles são falsos profetas. “Tome cuidado com aqueles que fingem ter revelações; não os aceites sem provas suficientes, para que um absurdo não seja aceito, seguido de outra centena deles”.
2. São todos aqueles que pregam uma falsa doutrina sobre tudo aquilo que é essencial à religião. Que ensinam aquilo que é contrário à verdade que está em JESUS, a verdade que está de acordo com a santidade. A primeira dissertação parece ser a verdadeira noção do que é um pseudoprofeta, ou de alguém que finge ser um profeta, enquanto geralmente a última também está de acordo com ela. Pois aquele que exibe cores falsas, a pretexto delas, e com maior sucesso, ataca a verdade. “Tenha cuidado com eles, suspeite deles e, quando tiver descoberto sua falsidade, afaste-se e nada tenha a ver com eles. Fique em guarda contra essa tentação, que nos é geralmente dirigida nos dias da reforma, e do alvorecer de uma luz divina que possui imensa força e esplendor”. Quando a obra de DEUS é reavivada, Satanás e seus agentes ficam mais ocupados. Aqui temos:
I
Uma boa razão para ter esse cuidado. Tenha cuidado com eles, pois são lobos vestidos como ovelhas (v. 15).
1. Precisamos ter muito cuidado porque suas pretensões são muito justas e plausíveis e, assim sendo, irão nos enganar se não estivermos em guarda. Eles aparecem vestidos como ovelhas, usando a mesma vestimenta dos profetas, que era simples, grosseira e tosca. Usarão trajes rudes para enganar (Zc 13.4). A Septuaginta chama o manto de Elias de manto de pele de ovelha. Devemos prestar atenção para não sermos iludidos com as vestes e a aparência dos homens, como as dos escribas, que preferiam andar usando vestes longas (Lc 20.46). Ou, falando figurativamente, eles pretendem ser cordeiros, e externamente parecem ser totalmente inocentes, inofensivos, humildes, úteis e tudo mais que é bom, e se colocam acima de todos os homens. Eles fingem ser homens justos e, por causa da sua aparência, são aceitos entre as ovelhas e isso lhes dá a oportunidade de fazer-lhes o mal sem que ninguém perceba. Eles e suas mentiras estão cercados de ilusórias pretensões de santidade e devoção. Satanás se transforma num anjo de luz (2 Co 11.13,14). O inimigo tem chifres como um cordeiro (Ap 13.11), e as feições de um homem (Ap 9.7,8). Sua linguagem é sedutora e suas maneiras são suaves como a lã (Rm 16.18; Is 30.10).
2. Também precisamos ter muito cuidado porque sob essas pretensões seus desígnios são mal-intencionados e enganadores e, no seu interior, eles não passam de lobos devoradores. Todo hipócrita é um lobo com pele de ovelha. Ele não é uma ovelha, mas o seu pior inimigo, que aparece apenas para destruir, devorar e espantar as ovelhas (Jo 10.12), para levá-las para longe das suas companheiras e de DEUS, conduzidas por atalhos tortuosos. Aqueles que pretendem nos enganar com qualquer verdade, e nos dominam com terror, sob qualquer que seja seu propósito, têm a intenção de fazer mal à nossa alma. Paulo dá a eles o nome de lobos cruéis (At 20.29). Eles são glutões e servem ao próprio ventre (Rm 16.18), eles lucram conosco e fazem de nós a sua presa. Como isso é muito fácil, e também muito perigoso, tenha cuidado com os falsos profetas.
II
Eis aqui uma boa regra para ser obedecida em nossos cuidados; devemos examinar todas as coisas (1 Ts 5.21), e provar todos os espíritos (1 Jo 4.1). Aqui temos uma prova fundamental, iremos conhecê-los pelos seus frutos (vv. 16-20). Observe:
1. O exemplo dessa comparação – o fruto serve para revelar a árvore. Nem sempre podemos distinguir a árvore pelo tronco ou pelas folhas, nem pela distribuição dos seus ramos. Somente através dos frutos ficaremos conhecendo a sua natureza, pois o fruto está de acordo com a árvore. Os homens podem, através da sua religião, influir na sua natureza e contradizer princípios interiores, porém a corrente e a inclinação das suas práticas estarão de acordo com ela. CRISTO insistiu nesse ponto, sobre a concordância entre a árvore e o seu fruto.
(1) Se você conhece a árvore, sabe também qual fruto deve esperar. Nunca procure colher uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos. Não faz parte da sua natureza produzir esses frutos. Podemos confundir uma maçã, e um cacho de uvas pode estar pendurado num espinheiro, da mesma maneira que uma boa verdade, ou uma boa palavra ou ação, podem ser encontradas num homem mau, mas esteja certo de que elas nunca nasceram lá. Veja bem: [1] Corações corruptos, malvados e pecadores são como o espinheiro e o abrolho, que vieram com o pecado, esses corações são inúteis, inquietos e destinados ao fogo. [2] As boas obras são como os bons frutos, como as uvas e os figos, elas são agradáveis a DEUS e proveitosas ao homem. [3] Nunca podemos esperar um bom fruto de um homem mau, e coisas limpas de coisas impuras, pois a eles falta a influência de um princípio reconhecido. Um mau tesouro irá produzir coisas más.
(2) Por outro lado, se você conhecer como o fruto é, poderá conhecer como é a árvore que o produziu. Uma boa árvore não poderá produzir maus frutos, assim como uma árvore corrompida não poderá produzir bons frutos, mas apenas frutos maus. Devemos considerar o fruto que é produzido natural e genuinamente por uma árvore, e de forma constante e abundante. Os homens não são conhecidos através de atos particulares, mas pelo curso e teor da sua conduta e pelos atos praticados com mais freqüência, especialmente aqueles que parecem ser livres, próprios e isentos da influência de qualquer persuasão ou motivos externos.
2. A aplicação dessas verdades aos falsos profetas.
(1) Através do terror e da ameaça (v. 19). Toda árvore que não produz bons frutos deve ser cortada. O próprio João Batista usou essa citação (Mt 3.10). CRISTO poderia ter falado a mesma coisa com outras palavras, poderia ter feito alguma alteração ou lhe dado uma nova forma. Mas acreditou que não havia nenhum descrédito para Ele se repetisse o que João Batista havia afirmado antes. Os ministros não devem ser ambiciosos a ponto de produzir novas expressões, nem o ouvido das pessoas ansiar por novidades. Falar e escrever as mesmas coisas não deve ser penoso, pois é mais seguro. Eis aqui: [1] A descrição de árvores estéreis, árvores que não produzem bons, frutos. Embora os frutos possam existir, se não forem bons a árvore será considerada estéril. Mesmo que as ações representadas por estes frutos sejam provenientes de boas intenções, elas não serão aceitáveis se não forem realizadas da maneira correta, e com os propósitos corretos. [2] O destino das árvores estéreis. Elas certamente serão cortadas e lançadas ao fogo. DEUS irá fazer com eles o mesmo que o homem faz com as árvores secas que ocupam inutilmente terreno. Ele irá marcá-los com algum sinal da sua insatisfação, despindo-os das suas partes e dos seus dons, irá abatê-los até a morte e lançá-los ao fogo do inferno, um fogo atiçado com a ira de DEUS e alimentado com a madeira das árvores estéreis. Compare isso com Ezequiel 31.12,13; Daniel 4.14; João 15.6.
(2) Através do julgamento. Pelos seus frutos iremos conhecê-los.
[1] Pelos seus frutos como pessoas, isto é, suas palavras e atos, e pelo curso da sua conduta. Se você não sabe se estão certos ou errados, observe como vivem. Suas obras irão testificar a favor ou contra eles. Os escribas e fariseus sentavam-se na cadeira de Moisés e ensinavam a lei, mas eram orgulhosos, falsos, opressores e cobiçosos, portanto CRISTO preveniu os apóstolos para tomar cuidado com eles e com sua influência (Mc 12.38). Se os homens fingem ser profetas, mas são imorais, isso irá contradizer as suas pretensões. Qualquer que seja a religião que professam, se o deus a que servem estiver no seu ventre, se só pensarem nas coisas terrenas, não serão verdadeiros amigos da cruz de CRISTO (Fp 3.18,19). Não foram ensinados, nem enviados pelo DEUS SANTO, e suas vidas provam que são guiados por um espírito imundo. DEUS coloca tesouros em vasos de barro, mas não em vasos corrompidos como estes. Eles podem declarar os estatutos de DEUS, mas de que maneira devem fazê-lo?
[2] Através dos frutos da sua doutrina, dos seus frutos como profetas. Porém, essa não é a única maneira de provar sua doutrina, sejam eles enviados por DEUS ou não. O que eles tendem a fazer? A quais sentimentos ou práticas guiarão aqueles que os aceitam? Se a doutrina for de DEUS, ela promoverá uma sincera piedade, humildade, caridade, santidade e amor, além de outras virtudes cristãs. Mas, se ao contrário, as doutrinas pregadas por esses profetas revelarem uma manifesta tendência para tornar as pessoas orgulhosas, mundanas e provocadoras, negligentes e descuidadas em suas condutas, injustas, exigentes, revoltadas ou perturbadoras da ordem pública, se elas toleram a liberdade sexual, e afastam as pessoas do autocontrole e das suas famílias, de acordo com as rigorosas leis do caminho estreito, podemos concluir que essa persuasão não vem daquele que nos chamou (Gl 5.8). Essa sabedoria não vem do alto (Tg 3.15). A fé e uma boa consciência sempre caminham juntas (1 Tm 1.19; 3.9). Veja que as doutrinas de duvidosa controvérsia devem ser comprovadas através de graças e deveres devidamente confessados. Essas opiniões não vêm de DEUS e levam ao pecado. Se não pudermos conhecê-los pelos seus frutos, devemos recorrer à grande pedra fundamental, à lei e ao testemunho. Será que eles falam de acordo com essa regra?
 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 12 - 2TR22 - CPAD
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Na lição deste domingo, veremos um dos atributos de DEUS ressaltados por JESUS no Sermão Monte: a bondade. Ele é um Pai amoroso que concede aos seus filhos aquilo que é essencial para sua subsistência. A bondade do Pai também é revelada a nós mediante o sacrifício de JESUS CRISTO na cruz do Calvário. Quando o buscamos em oração, Ele nos atende, ajuda e socorre pela sua bondade. Pela sua bondade somos instados a entrar pela porta estreita e estar cuidadosos a respeito dos falsos profetas.
O que seria de nós se DEUS não olhasse-nos com bondade, misericórdia e amor, pessoas tão imperfeitas?
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Compreender o significado da bondade de DEUS; II) Conscientizar de que só existem dois caminhos; III) Advertir contra a mentira dos falsos profetas.
B) Motivação: Você reconhece a bondade de DEUS em sua vida? Tem procurado andar pelo caminho estreito, sempre buscando agradar ao Senhor? DEUS não força a pessoa a andar em seus caminhos, pois é uma escolha pessoal. Você tem tomado cuidado com as mentiras dos falsos profetas?
C) Sugestão de Método: Sugerimos que para a introdução da lição, você faça a seguinte pergunta: Qual o caminho que leva ao céu, o estreito ou o largo? Explique que o caminho que conduz ao céu é bem estreito, por isso muitos desistem e outros preferem os atalhos ou caminhos mais largos. Vamos para o céu mediante a graça de JESUS, mas tal verdade não significa que não temos que nos esforçar para chegar ao nosso destino final.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O caminho que nos leva ao céu é estreito, difícil e exige renúncia e sacrifício. Quem gosta de pregar facilidades são os falsos profetas. Precisamos estar vigilantes. Neste mundo enfrentamos dores, tentações e dificuldades. Contudo, há uma recompensa para nós: um dia estaremos para todo o sempre junto do Pai. Por isso, não podemos desistir. Também não podemos pegar atalhos. O caminho que conduz ao céu é somente um: JESUS CRISTO. Ele é o único caminho, a única verdade e sem Ele estamos perdidos (Jo 14.6).
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a apena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) auxílios especiais: ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) o primeiro texto "dois caminhos" trata do caminho largo e do estreito, citados por jesus no sermão do monte; 2) o segundo texto, "os verdadeiros profetas e os falsos" têm como objetivo mostrar a advertência de jesus a respeito dos falsos profetas.
 
 
SINÓPSE I - DEUS é bom e atende aos seus filhos que o invocam em oração.
SINÓPSE II - JESUS mostrou que existem apenas dois caminhos: o largo e o estreito.
SINÓPSE III - JESUS advertiu quanto às mentiras dos falsos profetas.


AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1
“Pedir, Buscar, Bater: JESUS fala da oração (7.7-12)
O relacionamento com DEUS é verdadeiramente uma coisa ‘em secreto’. Os incrédulos não podem ver, tocar nem sentir ‘DEUS’. Nem nós! Quando oramos, damos um salto de fé, confiando em um Ser invisível para atuar em nosso nome no universo material. À medida que começamos a praticar a oração, precisamos da certeza provida pelas promessas de JESUS.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, CPAD, p.36.
 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP2
“Dois caminhos (Mt 7.13,14)
O caminho da morte e o da vida aparece no Antigo Testamento e na literatura cristã primitiva (Dt 11.26-28; 30.15-20). JESUS, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antiético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, desastroso. A porta para a vida é fácil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual JESUS há pouco instruiu as pessoas” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal - Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61).

 
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP3
“Os Verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23). A advertência de JESUS sobre os falsos profetas tem uma lição oportuna para a igreja atual. Só Mateus registra a advertência sobre os falsos profetas que são lobos vestidos (endyma) como ovelhas (probaton). Estas duas palavras fazem parte do vocabulário preferido de Mateus: Ele usa o termo endyma para dizer que as roupas são necessidade básica (Mt 6.25,28) e para identificar especificamente as pessoas que usam vestuário exclusivo como parte do Reino de DEUS (Mt 3.4; 22.11,12; veja também Mt 28.2,3); ele usa o termo probaton para descrever os eleitos ou o povo de Israel (e.g., Mt 10.6; 15.24; 25.32,33). Neste ponto JESUS enfatiza que às vezes os falsos profetas não podem ser discernidos só por palavras ou ações. Embora façam grandiosos milagres (Mt 7.22), podem ser falsificações.
O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. [...] Em Mateus 12.33,35 JESUS une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o ESPÍRITO SANTO” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.61).


REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo com a lição, defina a palavra “bondade”. A palavra “bondade” é definida como qualidade ou caráter de bom; boa índole, benevolência, brandura e boa ação.
2. Como a bondade é descrita filosoficamente? Filosoficamente, a bondade é descrita como sendo o princípio mais elevado da moral.
3. Quais são os dois caminhos segundo Mateus 7.13,14? O caminho estreito e o caminho largo.
4. Qual a porta que conduz à vida eterna? É a porta estreita.
5. Como detectar os falsos profetas? Podemos facilmente identificá-los, porque em seus ensinamentos, minimizam a CRISTO e glorificam a si mesmos”. Também podemos identificá-los por seus frutos (Mt 7.16).