Escrita Lição 7, Não Retribua Pelos Padrões Humanos, 2Tr22, Pr Henrique, EBD NA TV

Lição 7, Não Retribua Pelos Padrões Humanos
 
TEXTO ÁUREO
“Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”  (Lv 19.18)
 
 
VERDADE PRÁTICA
O cristão não deve guardar rancor e nem buscar a vingança. Antes, deve vencer o mal com o bem. Dessa forma, ele demonstra que verdadeiramente teve o seu caráter transformado por CRISTO.
 

 
Lição 7, Não Retribua Pelos Padrões Humanos
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/05/escrita-licao-7-nao-retribua-pelos.html  
Slides - https://ebdnatv.blogspot.com/2022/05/slides-licao-7-nao-retribua-pelos.html  
Vídeo Lição 7, Não Retribua Pelos Padrões Humanos, completo
https://youtu.be/wq_xasjZKO4  
https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slideshare-lio-7-no-retribua-pelos-padres-humanos-2tr22-pr-henrique-ebd-na-t 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 12.19-21 Vença o mal com o bem
Terça - Pv 20.22 Espere a vitória pelo Senhor
20.22 VINGAR-ME-EI DO MAL. Quando formos maltratados, não devemos nós mesmos tomar vingança (cf. Dt 32.35; Rm 12.19; Hb 10.30). Pelo contrário, devemos levar nosso sofrimento ao Senhor e entregar-nos ao seu incessante cuidado (cf. 1 Pe 2.23; 4.19). Ele, no seu devido tempo, vingará as injustiças sofridas pelos justos, que clamam a Ele de dia e de noite (Lc 18.7,8).
Quarta - Is 35.3,4 O Senhor virá com vingança
35.4 O VOSSO DEUS VIRÁ COM VINGANÇA. DEUS virá, um dia, para retribuir ao mundo a sua iniquidade e para recompensar os justos com sua grande salvação (cf. 2 Ts 1.6-10). Nesse tempo, os redimidos estarão completamente livres do pecado e todas as suas consequências.
Quinta - Dt 32.35 A vingança pertence ao Senhor
Sexta - Jr 15.15 Orando pelo auxílio de DEUS
Sábado - Rm 2.6-8 DEUS retribuirá a cada um
2.7 GLÓRIA, E HONRA, E INCORRUPÇÃO. No próprio início do seu tratado sobre a salvação, Paulo esclarece uma verdade fundamental no tocante ao modo de DEUS lidar com a raça humana no seu todo. DEUS castiga os malfeitores e recompensa os justos (ver Jo 5.29; Gl 6.7,8). (1) Os justos são os que foram justificados pela fé em CRISTO (Rm 1.16,17; 3.24) e que perseveram em fazer aquilo que é certo, segundo o padrão divino (vv. 7,10; cf. Mt 24.13; Cl 1.23; Hb 3.14; Ap 2.10). Dão muito valor à glória que vem de DEUS (Rm 1.23; 5.2; 8.18) e buscam a vida eterna (Rm 8.23; 1 Co 15.51-57; 1 Pe 1.4; Ap 21.1-22.5). (2) Aqueles que buscam a imortalidade, fazem-no pela graça, mediante a fé (Rm 3.24,25; Ef 1.4-7; 2.8-10; 2 Tm 2.1; ver Fp 2.12,13). Os fiéis terão "honra e incorrupção", na vida futura, mediante a "perseverança" em fazer o bem (cf. Mt 24.12,13), pela graça eficiente que CRISTO aqui lhes concede (ver Mt 7.21). (3) Aqueles que praticam o mal são egoístas, desobedecem à verdade, e têm prazer na iniquidade. Colherão ira e tribulação (Rm 1.28-32; 2.8,9)

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.38-48
38 - Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. 39 - Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; 40 - e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; 41 - e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. 42 - Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. 43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. 44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, 45 - para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. 46 - Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 - E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? 48 - Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.
 
 
COMENTÁRIOS BEP - CPAD
5.39 NÃO RESISTAIS AO MAL. JESUS não está falando contra a administração da correta justiça aos malfeitores (cf. Rm 13.1-4). Os versículos que se seguem (vv. 43-48) indicam que Ele se refere ao caso de amarmos os nossos inimigos (v. 44; Lc 6.27). Não devemos reagir com espírito de ódio contra o mal praticado contra nós, mas de maneira que demonstre que possuímos valores centrados em CRISTO e no seu reino. Nosso tratamento para com aqueles que nos fazem mal deve ser de tal modo que os leve a aceitar CRISTO como seu Salvador (como exemplos desse espírito, compare Gn 13.1-13 com Gn 14.14, e Gn 50.19-21 com Gn 37.18-28; ver também 1 Sm 24;26; Lc 23.34; At 7.60).
 

HINOS SUGERIDOS: 324, 432, 438 da Harpa Cristã

PALAVRA-CHAVE - Retribuição
 
Resumo da Lição 7, Não Retribua Pelos Padrões Humanos
I – A VINGANÇA NÃO É NATUREZA DO REINO
1. A Lei de Talião.
2. O cristão e a vingança.
II – O AMOR É A EXPRESSÃO NATURAL DO REINO
1. Virar a outra face.
2. Arrastar para o tribunal.
3. Obrigar a fazer algo.
4. Fazer alguma coisa por alguém.
III – BUSCANDO A PERFEIÇÃO DE CRISTO
1. Uma justiça mais elevada.
2. O amor mais perfeito.
3. Perfeitos como o Pai.
 
 
É QUASE IMPOSSÍVEL VERMOS UM FILME HOJE EM DIA SEM A TEMÁTICA DA VINGANÇA PRESENTE.
 
A HUMANIDADE TEVE SEU INÍCIO NAS TERRAS DA ATUAL BABILÔNIA E CALDEIA (ONDE SE LOCALIZAVA O JARDIM DO ÉDEN), PORTANTO DEUS, POR MEIO DE SEUS REPRESENTANTES INSPIROU OS PRIMEIROS HOMENS A TEREM UM CÓDIGO DE LEIS PARA NAO SE AUTODESTRUÍREM TOTALMENTE. ADÃO, SETE, ENOQUE, NOÉ, ETC.... A TRADIÇÃO FOI PASSADA DE PAI PARA FILHO E NA ÉPOCA DO PRIMEIRO IMPÉRIO BABILÔNICO ESSAS LEIS SÃO COLECIONADAS EM UMA GRANDE PEDRA.

 


O Código de Hamurabi foi o primeiro código de leis da história e vigorou na Mesopotâmia, quando Hamurabi governou o primeiro império babilônico, entre 1792 e 1750 a.C. Esse código se baseava na Lei do Talião, que punia um criminoso de forma semelhante ao crime cometido, ou seja, “olho por olho, dente por dente”. "O Código de Hamurabi era constituído por 281 preceitos gravados em uma pedra negra e cilíndrica de diorito. Atualmente, essa pedra está exposta no Museu do Louvre, em Paris (França)." Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/codigo-hamurabi.htm
 
O termo latino “lex talionis” (Lei de Talião) nem sempre e apenas se refere aos códigos de justiça que estabelecem a ideia de pena retributiva, mas se aplica à classe mais ampla de sistemas jurídicos que formulam especificamente penas para crimes específicos, que se pensa serem adequados em sua gravidade. Alguns propõem que a intenção era, pelo menos em parte, evitar punição excessiva nas mãos de uma parte privada vingadora ou do Estado. A expressão mais comum de relacionada a Lei de Talião é a famosa frase "olho por olho", mas também foram feitas outras interpretações. Os códigos legais que seguem o princípio da lei de talião têm uma coisa em comum: contra punição 'adequada' prescrita para um crime. No famoso código legal escrito por Hamurabi, o princípio da reciprocidade exata é usado de forma muito clara. Por exemplo, se uma pessoa causou a morte de outra pessoa, o assassino deverá ser condenado à morte. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_tali%C3%A3o
 
 
Se alguns homens pelejarem, e ferirem uma mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém se não houver morte, certamente aquele que feriu será multado conforme o que lhe impuser o marido da mulher e pagará diante dos juízes. Mas, se houver morte, então, darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.
E, quando alguém ferir o olho do seu servo ou o olho da sua serva e o danificar, o deixará ir forro pelo seu olho. E, se tirar o dente do seu servo ou o dente da sua serva, o deixará ir forro pelo seu dente.
Êxodo 21:22-27
E aquele que blasfemar o nome do Senhor certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do Senhor , será morto. E quem matar a alguém certamente morrerá. Mas quem matar um animal o restituirá: vida por vida. Quando também alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará. Quem, pois, matar um animal restitui-lo-á; mas quem matar um homem será morto. Uma mesma lei tereis: assim será o estrangeiro como o natural; pois eu sou o Senhor , vosso Deus. Levítico 24:16-22
Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para testificar contra ele acerca de transgressão, então, aqueles dois homens, que tiverem a demanda, se apresentarão perante o Senhor , diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias. E os juízes bem inquirirão; e eis que, sendo a testemunha falsa testemunha, que testificou falsidade contra seu irmão, far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, tirarás o mal do meio de ti, para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no meio de ti. O teu olho não poupará: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé. Deuteronômio 19:16-21
 
 


DEUS INSTITUIU A LEI DAS CIDADES DE REFÚGIO PARA QUEM MATASSE OUTREM SEM A INTENÇÃO DE MATAR.
Das cidades, pois, que dareis aos levitas haverá seis cidades de refúgio, as quais dareis para que o homicida ali se acolha; e, além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades. Números 35:6
Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se acolha aquele que ferir a alguma pessoa por erro. Números 35:15
 
As cidades de refúgio aparecem na narrativa bíblica do Antigo Testamento e despertam a curiosidade e algumas pessoas. As principais referência acerca das cidades de refúgio são encontrada nos livros de Números (35:9-34) e Josué (20:1-9). Neste texto, conheceremos um pouco mais sobre o quem eram, e quais eram as cidades de refúgio mencionadas na Bíblia.
O que eram as cidades de refúgio?
A tribo de Levi não recebeu terras como as demais tribos, ao invés disso, a tribo de Levi foi escolhida para viver em 48 cidades espalhadas pela Palestina. Dessas 48 cidades, seis delas, por ordem de Deus, foram designadas como “cidades de refúgio“, sendo três de cada lado do rio Jordão (Números 35:13,14).
As cidades de refúgio serviam como um tipo de asilo para os homicidas. Entretanto, havia uma restrição clara em relação ao tipo de homicídio. Só podia recorrer ao recurso das cidades de refúgio, a pessoa que, sem intenção (crime culposo), tirasse a vida de alguém (Números 35:15).
Em caso de assassinato intencional (crime doloso), o assassino não tinha qualquer direito de partir para as cidades de refúgio, devendo então ser morto por conta do crime cometido. Em Números 35:16-23, encontramos os critérios que ajudavam a determinar quando um crime era intencional e quando era involuntário.
A necessidade de se recorrer ao privilégio das cidades de refúgio ficava por conta de que, quando alguém era morto, o parente masculino mais próximo da pessoa assassinada deveria agir como “vingador de sangue” (Números 35:12,19; Deuteronômio 19:12).
Logo, na vida pública do povo de Israel devia ser aplicada a lei da retribuição (Êxodo 21:23-25; Levítico 24:10-23; Deuteronômio 19:21), um princípio também expresso na conhecida e antiguíssima Lei de Talião. Porém, o vingador de sangue não poderia causar dano ao homicida que matou involuntariamente, enquanto ele estivesse acolhido em uma das cidades de refúgio.
O assassino poderia deixar a cidade de refúgio quando o sumo sacerdote morresse, ficando livre para habitar em outra cidade em completa segurança, sem que o vingador tivesse qualquer direito sobre ele (Nm 35:25-28).
O principal objetivo das cidades de refúgio era fazer com que a terra onde o povo de Israel habitava, ficasse livre de toda impureza, pois a presença do Senhor era presente entre os israelitas (Números 35:33,34).
Quando o assassino desintencional (sem intenção de matar) chegasse à cidade de refúgio, ele deveria expor o seu caso aos anciãos, se ser recebido na cidade adequadamente. Também é importante ressaltar que sempre os crimes eram julgados, para que ninguém se aproveitasse desse benefício indevidamente, ficando a cargo dos anciãos da localidade onde o homicida morasse, estabelecer o julgamento final sobre sua causa. https://estiloadoracao.com/cidades-de-refugio-na-biblia/
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.38-48
38 - Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. 39 - Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; 40 - e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; 41 - e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. 42 - Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes. 43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. 44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, 45 - para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. 46 - Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 - E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? 48 - Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.
 
 
RETRIBUIR - HEBRAICO - (Strong Português) - שוב shuwb
1) retornar, voltar
1a) (Qal)
1a1) voltar, retornar
1a1a) voltar
1a1b) retornar, chegar ou ir de volta
1a1c) retornar para, ir de volta, voltar
1a1d) referindo-se à morte
1a1e) referindo-se às relações humanas (fig.)
1a1f) referindo-se às relações espirituais (fig.)
1a1f1) voltar as costas (para DEUS), apostatar
1a1f2) afastar-se (de DEUS)
1a1f3) voltar (para DEUS), arrepender
1a1f4) voltar-se (do mal)
1a1g) referindo-se a coisas inanimadas
1a1h) em repetição
1b) (olel)
1b1) trazer de volta
1b2) restaurar, renovar, reparar (fig.)
1b3) desencaminhar (sedutoramente)
1b4) demonstrar afastamento, apostatar
1c) (Pual) restaurado (particípio)
1d) (Hifil) fazer retornar, trazer de volta
1d1) trazer de volta, deixar retornar, pôr de volta, retornar, devolver, restaurar, permitir voltar, dar em pagamento
1d2) trazer de volta, renovar, restaurar
1d3) trazer de volta, relatar a, responder
1d4) devolver, retribuir, pagar (como recompensa)
1d5) voltar ou virar para trás, repelir, derrotar, repulsar, retardar, rejeitar, recusar
1d6) virar (o rosto), voltar-se para
1d7) voltar-se contra
1d8) trazer de volta à memória
1d9) demonstrar afastamento
1d10) reverter, revogar
1e) (Hofal) ser devolvido, ser restaurado, ser trazido de volta
1f) (ulal) trazido de volta
 
 
 VINGAR - (Strong Português) - נקם naqam
1) vingar, tomar vingança, revidar, vingar-se, ser vingado, ser punido
1a) (Qal)
1a1) vingar, tomar vingança
1a2) ter sentimentos de vingança
1b) (Nifal)
1b1) vingar-se
1b2) sofrer vingança
1c) (Piel) vingar
1d) (Hofal) ser vingado, executar vingança (por sangue)
1e) (Hitpael) vingar-se
 
 
RETRIBUIR - GREGO (Strong Português) - αποδιδωμι apodidomi
1) entregar, abrir mão de algo que me pertence em benefício próprio, vender
2) pagar o total, pagar a totalidade do que é devido
2a) débito, salários, tributo, impostos
2b) coisas prometidas sob juramento
2c) dever conjugal
2d) prestar contas
3) devolver, restaurar
4) retribuir, recompensar num bom ou num mau sentido
 
 
 VINGAR - (Strong Português) - εκδικεω ekdikeo
1) defender o direito de alguém, fazer justiça
1a) proteger, defender (uma pessoa da outra)
2) vingar algo
2a) punir uma pessoa por algo
 



 
COMENTÁRIOS EXTRAS
 
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Olho por olho e dente por dente (v. 38). A lei de Moisés exigia que as pessoas com demandas se apresentassem perante o Senhor, diante dos sacerdotes e dos juizes (Dt 19.17). Depois de ouvirem o depoimento de pelo menos duas testemunhas, a regra para a sentença dos juizes era: “Olho por olho...” (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21). Isto era um grande contraste com a prática de muitos povos da época. Contudo, os fariseus não observavam a lei do olho por olho com o espírito de equidade e justiça conforme o povo a recebera de Deus, no tempo de Moisés. No seu interesse próprio, eles esqueceram-se do mais importante da lei: a misericórdia e o amor. Não resistais ao mal (v. 39). Cristo não somente proíbe a vingança, mas também nega aos discípulos o direito de resistir às afrontas. Ele concretiza a lição por meio de três regras:
1) o caso de alguém ser ferido numa face, devendo oferecer a outra. Talvez esta seja a regra mais difícil de ser praticada;
2) a agressão contra os nossos bens, tal como o litígio, para tirar-nos uma peça de roupa;
3) o caso de sermos forçados a trabalhos pesados, referindo-se à prática, então muito comum, de um cidadão ficar obrigado a carregar a bagagem de um militar romano.
Em todos estes casos, Cristo quer que seus discípulos se submetam aos insultos, que lhes entreguem a peça de vestuário e caminhem os mil passos. Os discípulos devem enfrentar o mal não com manifestações de ira, nem de ódio ou vingança, mas com prontidão de sofrer ainda mais. Se voltarmos a outra face com ira, se entregarmos a túnica com ódio, se andarmos dois mil passos murmurando, não estamos guardando o mandamento: “Não resistais ao mal”. “O amor... tudo sobre... tudo suporta”. Feliz é o crente que sabe o mistério da vida transbordante. O riacho é barulhento somente quando as suas águas estão rasas; depois de tomar água suficiente para cobrir as pedras no seu leito, corre silenciosamente. A vida cheia do amor de Deus passa sossegadamente por cima de todos os obstáculos. Qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra (v. 39). O melhor comentário sobre este versículo é a conduta do próprio Cristo quando foi esbofeteado; Ele não incitou seus inimigos, voltando-lhes literalmente a outra face, mas “quando o injuriavam, não injuriava e, quando padecia, não ameaçava” (1 Pe 2.23). Tirar-te a vestimenta (v. 40). Era contra a lei ficar com uma túnica penhorada, que servia para o pobre como cobertor de noite (Ex 22.26,27). Dá a quem te pedir (v. 42). Devemos dar a todos que nos pedem, mas não devemos dar dinheiro todas as vezes que nos pedem. Quando o coxo, deitado na porta Formosa do Templo, pediu esmola a Pedro e João, eles não lhe deram dinheiro, mas uma coisa infinitamente melhor. O apóstolo Paulo ordenou que se alguém não quer trabalhar, não coma (2 Ts 3.10). Isto não quer dizer que não devemos dar aos que necessitam, mas que discriminemos aquilo de que realmente necessitam. Devemos ser perfeitos como Deus é perfeito (v. 48); Ele dá a todos que pedem, mas não dá sempre a mesma coisa que pedem.
 
A grande lição de Cristo que serve como súmula e base de tudo que tinha dito sobre o ódio, a vingança e o homicídio é esta sobre o amor. O engano básico dos intérpretes da lei de Moisés consistia em ignorar, quase por completo, o amor de Deus que dera a lei. Amarás o teu próximo (v. 43). Veja Levítico 19.18. O preceito “odiarás o teu inimigo” não se encontra de forma alguma nas Escrituras. Portanto, no Sermão do Monte, Cristo tratava mais das tradições judaicas do que da própria lei de Moisés. O Talmude, a disciplina dos judeus, não ensina o amor para com os inimigos. A doutrina popular “olho por olho” era bárbara e fria; a de odiar os inimigos levava os homens para o lamaçal, ainda mais profundo, de Satanás. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos (v. 44). A inclinação natural dos homens é enfrentar a atitude agressiva do próximo com espírito de ódio e vingança. Mas somos assim obrigados a permitir ao próximo dar tom a nossa vida? Não podemos deixar sua falta de harmonia desaparecer e responder com uma coisa de mais elevado tom? O amor que devemos deixar operar em nós não é de nós mesmos, mas “é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5.5). Orai pelos que vos maltratam e vos perseguem (v. 44). Cristo diz: “Orai”, e nunca: “Matai!” Eis um amor diferente em quantidade e em qualidade. O coração fica cheio desse amor; não resta lugar para o rancor. Esse amor ultrapassa o amor natural para com os nossos amigos, abrangendo mesmo os nossos inimigos. Qual é a vantagem de sermos filhos de Deus, se amamos somente os que nos amam; os inimigos de Deus não fazem isso também? (w. 46, 47) Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus (v. 48). Os filhos de Deus devem ser o retrato de seu Pai. Uma das qualidades do Pai celeste é o seu amor. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Os filhos de Deus devem clamar como o grande Filho de Deus: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). E triste, mas aqueles que precisam mais do nosso amor são mais capazes de não o receberem. Somos inclinados a amar mais aos que nos amam, ou àqueles que são bem vestidos e respeitados. A história seguinte é um dos inumeráveis exemplos de como o amor divino opera através dos séculos: Durante as atrocidades contra os armênios, um soldado turco correu atrás de certa moça e seu irmão. Num beco sem saída, o rapaz foi trucidado perante os olhos da sua irmã. Mas esta conseguiu saltar um muro e escapar. Depois, ela, sendo enfermeira, foi obrigada, pelos turcos, a servir no hospital militar. Certo dia, foi levado para a enfermaria o mesmo soldado que matara seu irmão. O militar sofria de moléstia grave; qualquer desatenção por parte dela resultaria na sua morte. Mais tarde, segura na América, a moça confessou que havia renhida luta no seu coração. O velho Adão bradava: “Vinga-te!” Mas Cristo suplicava: “Ama-o!” Cristo, por fim, venceu; a moça cuidou do soldado com a maior ternura, como qualquer outro da enfermaria.
O militar logo havia reconhecido aquela cujo irmão ele matara de modo bárbaro, Certo dia, quando convalescia, sem poder conter mais a sua curiosidade, o soldado perguntou à enfermeira por que não o deixara morrer, ao que replicou ela: — Porque sigo aquEle que disse: “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam”. — O soldado passou alguns minutos em silêncio e, por fim, disse: — Não sabia que existia tal religião. Se isto é a tua religião, conta-me mais, porque quero adotá-la.
 
 

 
Continuação do Sermão da Montanha - Mateus 5. 38-42 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT (COM ALGUMAS ALTERAÇÕES DO Pr. HENRIQUE)
Nestes versículos, se explica a lei da retaliação, e ela é, de certa maneira, rejeitada. Observe:
I
Qual era a permissão do Antigo Testamento, em caso de ofensa. Aqui a expressão é somente: “Ouvistes o que foi dito”; não, como antes, a respeito dos mandamentos do decálogo, aquilo que foi dito pelos antigos, ou para eles. Era um mandamento que todos deveriam, em caso de necessidade, exigir esta satisfação; mas eles podiam, legitimamente, insistir nela, se quisessem. “Olho por olho e dente por dente”. Encontramos este conceito em Êxodo 21.24; Levítico 24.20; Deuteronômio 19.21; em todas estas passagens, está indicado que isto é algo que deve ser feito pelo magistrado, que não traz debalde a espada, porque é ministro de DEUS e vingador para castigar aquele que faz o mal (Rm 13.4). Os juízes da nação judaica eram orientados sobre qual punição infligir em caso de mutilação; por um lado, ela era um terror para aqueles que fizessem o mal, e, por outro, uma restrição àqueles que sofressem o mal, para que eles não pudessem insistir em uma punição mais severa do que fosse adequado: não deve ser uma vida por um olho, nem um membro por um dente, mas deve-se observar a proporção; e fica implícito (Nm 35.31) que a perda, neste caso, pode ser redimida com dinheiro, pois quando fica determinado que nenhum resgate pode ser aceito pela vida de um assassino, se supõe que para as mutilações era permitida uma satisfação pecuniária.
Mas alguns dos professores judeus, que não eram os homens mais piedosos do mundo, insistiam que era necessário que tal vingança fosse exigida, até mesmo pelas próprias pessoas, e que não havia lugar para remissão, nem a aceitação de qualquer compensação. Mesmo agora – estando sob o governo dos magistrados romanos, em que, consequentemente, a lei judicial estava a critério desses dominadores – eles ainda eram zelosos por tudo o que parecesse difícil e severo.
Este poder que temos é uma orientação aos magistrados, para usarem a espada da justiça de acordo com as leis boas e saudáveis da terra, para o terror dos malfeitores e a vindicação dos oprimidos. O juiz descrito no Evangelho de Lucas não temia a DEUS nem respeitava homem algum, e não promoveria a vingança da pobre viúva contra o adversário dela (Lc 18.2,3). Ela está em vigor como uma regra para os legisladores, para que ajam coerente e sabiamente para distribuírem punições pelos crimes, para limitarem os roubos e a violência, e para fornecerem proteção à inocência.
II
O preceito do Novo Testamento é: quanto ao próprio reclamante, a sua obrigação é perdoar a ofensa que lhe foi feita e não mais insistir na punição, não mais do que for necessário para o bem comum. E este preceito está de acordo com a mansidão de CRISTO e a suavidade do seu jugo.
CRISTO aqui nos ensina duas coisas:
1. Não devemos ser vingativos (v. 39). “Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal”; à pessoa má que lhe ofende. Aqui se proíbe, de maneira expressa e geral, a resistência a qualquer mal dirigido a nós, como se proíbe resistir à autoridade (Rm 13.2), e ainda assim isto não revoga a lei de autopreservação, e o cuidado que devemos ter com as nossas famílias. Nós devemos evitar o mal, e podemos resistir a ele, até onde isto seja necessário para a nossa própria segurança, mas não devemos pagar o mal com o mal, não devemos guardar ressentimento, nem nos vingar, nem tentar nos igualar àqueles que nos trataram de maneira injusta, mas devemos ser melhores do que eles, perdoando-os (Pv 20.22; 24.29; 25.21,22; Rm 12.7). A lei da retaliação deve ser coerente com a lei do amor: se alguém nos ofendeu, a recompensa não está nas nossas mãos, mas sim nas mãos de DEUS, a cuja ira devemos dar lugar; e algumas vezes nas mãos dos seus vice regentes, onde isto seja necessário para a preservação da paz pública. Mas isto não justificará que firamos o nosso irmão, dizendo que foi ele quem começou, pois é o segundo golpe que cria a briga; e quando formos ofendidos, temos uma oportunidade não de justificar que o ofendemos, mas de nos mostrar verdadeiros discípulos de CRISTO, perdoando o ofensor.
O nosso Salvador especifica três coisas para mostrar que os cristãos devem ceder, pacientemente, àqueles que lhes trazem dificuldades, em lugar de disputar, e estas incluem outras.
(1) Um tapa no rosto – que é uma ofensa a mim, no meu corpo. “Se qualquer te bater na face direita”, o que não somente é um ferimento, mas também uma ofensa e uma indignidade (2 Co 11.20). Se um homem, com ira ou desprezo, lhe atacar desta maneira, “oferece-lhe também a outra”, isto é, em outras palavras, “em lugar de vingar aquela ofensa, prepare-se para outra e suporte-a pacientemente; não dê ao homem rude o que ele traz; não o desafie, nem entre em alguma ação contra ele. Se for necessário, para a paz pública, que ele seja limitado no seu comportamento; deixe isto para o magistrado. Mas quanto à sua parte, será, normalmente, mais prudente deixar que isto passe, não tomando maior conhecimento do fato. Se não há ossos quebrados, nenhum grande mal foi produzido, perdoe e esqueça; e se os tolos orgulhosos pensarem o pior de você, e zombarem de você por causa disto, todos os homens sábios irão lhe valorizar e honrar por isto, como um seguidor do bendito JESUS, que, embora fosse o Juiz de Israel, não feriu aqueles que o feriram no queixo” (Mq 5.1). Embora isto talvez possa, com pessoas pobres de espírito, nos expor a alguma afronta semelhante em alguma ocasião, isto será, na verdade, oferecer a outra face; ainda assim não devemos deixar que isto nos perturbe, mas confiar em DEUS e na sua providência para nos proteger no caminho do nosso dever. Talvez perdoar uma ofensa possa evitar outra, quando a vingança não faria nada além de atrair outra; alguns serão vencidos pela submissão, aqueles que, pela resistência, seriam apenas os mais exasperados (Pv 25.22). No entanto, a nossa recompensa está nas mãos de CRISTO, que irá nos recompensar com a glória eterna pela vergonha que suportarmos pacientemente; e embora ela não seja atribuída diretamente, ela será tranquilamente suportada pelo bem da consciência, e de acordo com o exemplo de CRISTO, será somada ao que se sofre por CRISTO.
(2) A perda de uma vestimenta – que é um mal causado a mim, nos meus bens (v. 40). “O que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta”. Este é um caso difícil. Observe, é comum que os processos legais sejam usados para o caso de ofensas graves. Embora os juízes sejam justos e sérios, ainda assim é possível que os homens maus, que não têm consciência de juramentos e falsificações, retirem, pelo curso da lei, a vestimenta dos ombros de um homem. Não te maravilhes de semelhante caso (Ec 5.8), mas, neste caso, em lugar de procurar a lei como uma forma de vingança, em lugar de exibir uma contra-acusação, ou de resistir ao máximo, na defesa daquilo que é o seu direito indiscutível, deixe-o levar também a capa. Se a questão for pequena, algo que possamos perder sem um dano considerável às nossas famílias, é bom sujeitarmo-nos a isto, pelo bem da paz. Em outras palavras: “Não lhe custará tanto comprar outra vestimenta, quanto irá lhe custar o curso da lei para recuperá-la; portanto, a menos que você possa obtê-la novamente, por meios justos, é melhor deixar que ele a leve”.
(3) Caminhar uma milha forçadamente – que é uma ofensa a mim, na minha liberdade (v. 41). “Se qualquer te obrigar a caminhar uma milha”, isto é, se alguém lhe obrigar a fazer alguma tarefa para ele ou a servi-lo, não reclame, mas “vai com ele duas”, em lugar de brigar com ele. Não diga: “Eu faria isto, se não fosse obrigado a isto, mas detesto ser forçado”; em vez disto, diga: “Eu o farei, pois de outra maneira haverá uma briga”, e é melhor servirmos a ele do que servirmos aos nossos próprios desejos de orgulho e vingança. Alguns interpretam desta maneira: os judeus ensinavam que os discípulos dos sábios e os estudantes da lei não deviam ser pressionados pelos oficiais do rei, como os outros podiam ser, a viajar a serviço público; CRISTO não ensinará os seus discípulos a insistir neste privilégio, mas os fará concordar, em lugar de ofender o governo. O resumo de tudo isto é que os cristãos não devem ser litigiosos; devem submeter-se às pequenas ofensas e não prestar atenção a elas; e se a ofensa for tal que exige que procuremos reparação, que seja com uma boa finalidade, e sem pensamento de vingança. Embora não devamos motivar e provocar as ofensas, nós devemos enfrentá-las alegremente no caminho do dever, e aproveitá-las ao máximo. Se alguém disser que a carne e o sangue não podem tolerar uma ofensa assim, faça com que esta pessoa se lembre de que a carne e o sangue não herdarão o Reino de DEUS.
2. Devemos ser caridosos e beneficentes (v. 42). Não devemos apenas não ferir o nosso próximo, mas devemos procurar lhe fazer todo o bem que pudermos. (1) Devemos estar dispostos a dar: “Dá a quem te pedir”. Em outras palavras, se você tem a capacidade, encare o pedido do pobre como uma oportunidade para cumprir o dever de dar esmolas. Quando alguém que realmente precisa de caridade se apresenta, devemos dar ao primeiro pedido: dar uma porção a sete, e também a oito; ainda assim, a questão da nossa caridade deve ser orientada com juízo (Sl 112.5), para que não demos aos ociosos e indignos o que deveria ser dado aos que têm necessidade e o merecem. O que DEUS nos diz é que devemos estar prontos para dizer aos nossos irmãos pobres: “Pedi, e descer-vos-á”. (2) Devemos estar prontos para emprestar. Às vezes, isto é uma caridade tão grande quanto dar; pois não apenas alivia a necessidade atual, mas obriga ao que toma emprestado à providência, ao empenho e à honestidade. Portanto, “não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes” algo para viver ou para negociar; não se afaste daqueles que você sabe que têm um pedido a lhe fazer, nem invente desculpas para livrar-se deles. Seja acessível àqueles que vem tomar emprestado. Embora alguém possa estar envergonhado e não ter a confiança necessária para tornar o seu caso conhecido e pedir o favor, se você conhecer a sua necessidade, como também o seu desejo, ofereça-lhe a gentileza. Exorabor antequam rogor; honestis precibus occuram – Eu serei persuadido antes que me peçam; eu irei prever o pedido que se aproxima. Sêneca, De Vita Beata. É conveniente que nos antecipemos nos atos de caridade, pois antes de pedirmos DEUS nos ouve, e nos concede as bênçãos da sua bondade.
 
 
Continuação do Sermão da Montanha - Mateus 5. 43-48 - (COM ALGUMAS ALTERAÇÕES DO Pr. HENRIQUE)
Temos aqui, por fim, uma explicação daquele grande mandamento essencial da segunda tábua da lei: “Amarás o teu próximo”, que era o cumprimento da lei.
I
Veja aqui como este mandamento foi corrompido pelas observações dos mestres judeus (v. 43). DEUS disse: “Amarás o teu próximo”; e por próximo eles entenderam somente aqueles do seu próprio país, nação e religião; e somente aqueles que quisessem considerar como seus amigos. Mas isto ainda não foi o pior; pois a partir deste mandamento, “amarás o teu próximo”, eles se dispuseram a pressupor o que DEUS nunca pretendeu. E com: “Aborrecerás o teu inimigo”, eles consideravam quem quisessem como sendo seus inimigos, consequentemente tornando vazio o grande mandamento de DEUS por suas tradições, ainda que houvesse mandamentos que expressassem o contrário, como em Êxodo 23.4-5; Deuteronômio 23.7: “Não abominarás um edomita... nem um egípcio”, embora estas nações tivessem sido inimigas de Israel como qualquer outra. É verdade que DEUS mandou-os destruir as sete nações devotadas de Canaã e não fazer aliança com eles; mas haviam razões particulares para isso: abrir caminho para Israel e também para que não servissem como um laço para Israel. Mas foi muito perverso, a partir disso, concluir que eles deveriam odiar a todos os seus inimigos, mesmo que a filosofia moral do pagão permitisse isso. A lei de Cícero é: Nemini nocere nisi prius lacessitum injuriae – Não prejudique ninguém, a menos que você tenha sido anteriormente prejudicado. De Offic. Veja como os sentimentos corruptos condescendentes procuram obter uma aprovação a partir das palavras de DEUS, e buscam uma ocasião – através dos mandamentos – para se justificar.
II
Veja como isso é esclarecido pelo mandamento de JESUS, que nos ensina uma outra lição: “Eu, porém, vos digo”. Eu, que vim para ser o grande Pacificador, o general Reconciliador, que vos amou quando éreis estranhos e inimigos, Eu digo: “Amai a vossos inimigos” (v. 44). Ainda que os homens sejam sempre maus e se comportem sempre de modo desprezível para conosco, ainda assim isto não nos desobriga da grande dívida de amor que temos com os nossos semelhantes, amor por nossos parentes. Não podemos evitar nos achar inclinados a desejar o mal, ou, de qualquer modo, ser muito indiferentes para desejar o bem àqueles que nos odeiam e são violentos conosco; mas o que está no fundo de todo procedimento odioso é uma raiz de amargura, que deve ser extirpada, e o vestígio da natureza corrupta que a graça deve derrotar. O maior dever dos cristãos é amar a seus inimigos, não podemos ter complacência com aquele que é abertamente perverso e profano, nem ter confiança naquele que sabemos que é mentiroso, nem amar a todos da mesma maneira, mas devemos levar em consideração a natureza humana, e, até certo ponto, respeitar todos os homens. Devemos atentar, com alegria, naquilo que, nos nossos inimigos, é agradável e louvável: a sinceridade, o bom humor, o conhecimento, e a virtude moral, a bondade com os outros, a profissão da religião etc., e amar estas qualidades, embora sejam nossos inimigos. Devemos ter compaixão e boa vontade com eles. Aqui aprendemos:
1. Que devemos falar bem deles. “Bendizei os que vos maldizem”. Quando falamos com eles, devemos responder aos seus insultos com palavras amistosas e cordiais, e não retribuir os insultos com insultos. Quando não estivermos na presença de tais pessoas, devemos elogiar o que nelas é elogiável e, quando já tivermos dito tudo que há de bom nelas, não devemos nos precipitar a dizer mais nada (veja 1 Pedro 3.9). Aqueles cuja língua é a lei da bondade podem oferecer boas palavras para aqueles que lhes oferecem palavras ruins.
2. Que devemos fazer o bem a eles: “Fazei bem aos que vos odeiam”, e isto será uma prova de amor melhor do que as boas palavras. Esteja disposto a dar a todos a verdadeira bondade que você pode dar, e alegre-se pela oportunidade de fazê-lo, a seus corpos, bens, nomes, famílias; e principalmente a suas almas. Isto foi dito a respeito do arcebispo Cranmer, que a maneira de torná-lo um amigo era dar-lhe um tratamento cruel; ele serviu àqueles que o afrontaram.
3. Devemos orar por eles: “Orai pelos que vos maltratam e vos perseguem”. Observe que: (1) Não é nenhuma novidade que a maioria dos santos foi odiada, amaldiçoada e tratada com desrespeito pelas pessoas más; o próprio CRISTO foi tratado assim. (2) Que quando, a qualquer momento, nos encontramos em tal situação, temos a oportunidade de mostrar nossa concordância, não só como preceito, como também com o exemplo de CRISTO, orando por aqueles que nos insultam. Se, de outra maneira, não podemos testemunhar o nosso amor por eles, desta maneira, porém, poderemos fazê-lo sem ostentação e de tal forma que certamente não nos arriscaríamos a fingir. Devemos pedir a DEUS que os perdoe, para que nunca passem pelo pior, por qualquer coisa que tenham feito contra nós, e que Ele os faça ficar em paz conosco; e esta é uma forma de alcançarmos esta paz. Plutarco, em seu apotegma lacônico, fala isto de Aristarco; quando alguém elogia as palavras de Cleômenes, que, respondendo o que um bom rei deveria fazer, disse: Tous men philous euergetein, tous de echthrous kakos poiein – Tornar o bem para os seus amigos, e o mal para os seus inimigos, disse ele: Como é melhor tous men philous euergetein, tous de echthrous philous poiein – fazer o bem para os nossos amigos, e tornar os nossos inimigos amigos. Isto é um monte de brasas sobre as suas cabeças.
Duas razões são dadas aqui para reforçar o mandamento (que parece tão difícil) de amar os nossos inimigos. Devemos fazê-lo:
[1] Para que possamos ser como DEUS, nosso Pai; “para que sejais filhos do Pai que está nos céus”. Podemos escrever um texto melhor? É um texto no qual o amor pelo pior dos inimigos é reconciliado, e está em harmonia com a pureza e a santidade infinitas. DEUS “faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (v. 45). Observe que, em primeiro lugar, o sol e a chuva são uma grande bênção para o mundo, e vêm de DEUS. É o seu sol que brilha, e a chuva é enviada por Ele. Eles não vêm naturalmente ou por acaso, mas de DEUS. Em segundo lugar, as bênçãos comuns devem ser estimadas como exemplos e provas da bondade de DEUS, que, por meio delas, se mostra um benfeitor generoso para com o mundo em que vive a humanidade – que seria muito infeliz sem estas bênçãos – e que é completamente indigno da menor delas. Em terceiro lugar, estas dádivas da providência comum são distribuídas indiferentemente, para os bons e os maus, para os justos e os injustos; para que possamos distinguir o amor do ódio não pelo que está diante de nós, mas pelo que há dentro de nós; não pelo brilho do sol sobre as nossas cabeças, mas pela ascensão do Sol da Justiça em nossos corações. Em quarto lugar, os piores homens compartilham os confortos desta vida juntamente com os demais, embora eles os maltratem e lutem contra DEUS com as suas próprias armas; este é um exemplo surpreendente da paciência e da generosidade de DEUS. Uma única vez DEUS proibiu o seu sol de brilhar sobre os egípcios, enquanto os israelitas tinham luz em suas habitações. DEUS poderia fazer tal distinção todos os dias. Em quinto, as dádivas da generosidade de DEUS para os homens maus, que estão em rebelião contra Ele, nos ensinam a fazer o bem àqueles que nos odeiam; especialmente considerando que embora haja em nós uma mente lasciva, que é inimiga de DEUS, ainda assim compartilhamos de sua generosidade. Em sexto lugar, só serão aceitos como filhos de DEUS aqueles que procuram se assemelhar a Ele, particularmente em sua bondade.
[2] Para que possamos fazer mais do que os outros (vv. 46,47). Em primeiro lugar, os publicanos amavam os seus amigos. A natureza os levava a fazer isto; o interesse os conduzia a isto. Fazer o bem àqueles que fazem o bem a nós é um exemplo simples de humanidade. Mesmo aqueles a quem os judeus odiavam e desprezavam poderiam dar provas tão boas ou até mesmo melhores do que as deles. Os publicanos tinham má fama, embora fossem gratos àqueles que os ajudavam em suas posições e educados com aqueles que dependiam deles. E nós não devemos ser melhores do que eles? Ao fazermos isto, nós serviríamos a nós mesmos e deliberaríamos em nosso próprio benefício. E que recompensa podemos esperar por isto, a não ser o respeito a DEUS, um senso de dever que nos conduziria muito além da nossa inclinação natural e do nosso interesse terreno? Em segundo lugar, devemos, consequentemente, amar os nossos inimigos para que possamos superá-los. Se devemos ser melhores do que os escribas e fariseus, devemos ser também muito melhores que os publicanos. Observe que o cristianismo é algo além da humanidade. Eis algumas perguntas sérias que deveríamos nos fazer frequentemente: O que fazemos mais do que os outros? Que coisas distintas nós fazemos? Nós sabemos mais que os outros; falamos mais das coisas de DEUS que os outros; professamos e prometemos mais que os outros? DEUS fez mais por nós, e, portanto, espera, justamente, mais de nós que dos outros; a glória de DEUS se dedica mais a nós que aos outros. Mas o que fazemos a mais que os outros? De que maneira vivemos acima da média dos filhos deste mundo? Será que não somos carnais, e não andamos de acordo com os homens, em um nível inferior ao do caráter dos cristãos? Nisto, especialmente, devemos fazer mais que os outros, pois enquanto cada um retribui o bem com o bem, nós devemos retribuir o mal com o bem; e isto expressará um princípio nobre, e estará de acordo com um preceito mais elevado do que aquele que a maioria dos homens segue. Outros saúdam seus irmãos, acolhem aqueles que são do seu próprio partido, trajetória e opinião, porém não podemos restringir o nosso respeito, mas sim amar os nossos inimigos. De outra maneira, que recompensa teríamos? Não poderemos esperar pela recompensa dos cristãos, se não nos elevarmos acima do padrão dos publicanos. Observe que aqueles que prometem a si mesmos uma recompensa superior à dos outros devem se disciplinar para fazerem mais que eles.
Por último, o nosso Salvador conclui este tema com esta exortação (v. 48): “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus”. O que pode ser interpretado: 1. De maneira geral, incluindo todas as coisas nas quais devemos ser seguidores de DEUS como filhos amados. Observe que é dever dos cristãos desejar, aspirar e perseverar em direção à perfeição na graça e na santidade (Fp 3.12-14). E devemos estudar este assunto para que possamos estar de acordo com o exemplo de nosso Pai Celestial (1 Pe 1.15-16). Ou: 2. Neste caso particular, mencionado anteriormente, “fazei o bem aos que vos odeiam” (veja Lc 6.36). A perfeição de DEUS é mostrada à medida que Ele perdoa as ofensas, recebe os estranhos, e faz o bem aos iníquos e ingratos. A nossa responsabilidade consiste em procurarmos ser perfeitos, assim como Ele é perfeito. Nós, que devemos tanto, que devemos tudo o que somos à generosidade divina, devemos imitá-la tão bem quanto pudermos.
 
 
Acerca do verdadeiro amor (5.38-48) - Comentário - NVI (F F Bruce) - (COM ALGUMAS ALTERAÇÕES DO Pr. HENRIQUE)
Cf. Lc 6.27-36. Qualquer e todo esforço de explicar esses versículos em termos da lei está destinado ao fracasso. Simplesmente temos aqui um retrato de como os regenerados vão se comportar se reagirem de acordo com sua nova natureza. E por isso: sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês (v. 48). Isso é uma simples variante de Lv 19.2: “Sejam santos porque eu, o Senhor, o DEUS de vocês, sou santo”. Buber (p. 128) diz que “isso está mais em forma de promessa do que de ordem”. A experiência demonstra que não é difícil para o cristão praticar essa seção espontaneamente, mas é quase impossível que aconteça como resultado de ação intencional.
A lei Olho por olho e dente por dente (v. 38; Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21) não ordena a vingança, mas moderação na vingança, que não deveria exceder o prejuízo causado. Enquanto o partido do sumo sacerdote entre os saduceus ainda aplicava a lei literalmente nessa época, a maioria dos fariseus insistia em que o equivalente monetário fosse pago. O contexto mostra que Não resistam ao perverso (v. 39) significa que a pessoa não deveria buscar justiça pelas próprias mãos. Não há sugestão de que, por meio da falta de ação ou do silêncio, encorajemos a injustiça a outros. Nem se sugere que não deveríamos colocar a nossa causa nas mãos do divino juiz. São tratadas aqui quatro questões práticas: (1) Injustiça real, prática: Se alguém o ferir na face direita (v. 39). Aqui estão incluídas a desonra e também a dor física. Não se defende a aceitação passiva, mas ativa. (2) Injustiça possível: se alguém quiser processá-lo (v. 40). A sua ação, embora evidentemente injusta, pode se mostrar bem fundamentada. A túnica (chitõn) é a blusa longa íntima; a capa (himation) é a vestimenta externa muito mais valiosa, que por lei não poderia ser tirada (Ex 22.26,27). (3) Obrigações oficiais: Se alguém o forçar a andar uma milha (v. 41; “Se alguém em posição de autoridade...”, NEB). Angareuõ é palavra tomada por empréstimo do persa, possivelmente do babilônio (Arndt), referente ao antigo sistema de serviço não pago a que tinham direito as pessoas a serviço do governo. Era visto como um serviço escravo e, por isso, degradante. Andar uma segunda milha aliviaria outra pessoa de fazê-lo. (4) Reivindicações irracionais: O contexto sugere que o pedinte e o que toma por empréstimo iriam privar o outro do que este de fato necessitaria. E o que dizer se a outra pessoa realmente tem necessidade disso? Atos 3.6 ilustra uma forma de colocar em prática esse preceito.
v. 43. Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo: Em geral se pressupõe que JESUS estava colocando lado a lado com o amor limitado nacional dos judeus por seu próprio povo (seu próximo) um amor mais amplo, abrangendo os gentios (seu inimigo), mas isso é improvável. E verdade que os rabinos sempre interpretaram Lv 19.18 como uma referência aos patrícios judeus, como de fato significa. As controvérsias só existiam em relação a quais classes de judeus poderiam ser legitimamente excluídas desse escopo (cf. Lc 10.29). Mas em nenhum dos seus escritos encontramos a sugestão de que todos os gentios eram inimigos e deveriam ser odiados. O mais próximo disso é a exceção em Sifra (89b), que diz, comentando Lv 19.18a: “Contra os outros, vocês podem ser vingativos ou ter rancor”. Com a expressão odeie seu inimigo, JESUS estava colocando em palavras a atitude comumente aceita em relação a todos que eram considerados inimigos, quer judeus quer gentios. Aqui, como muitas vezes no NT, o lado emocional do amor não está em consideração. A parábola do bom samaritano é o exemplo clássico do que JESUS queria dizer com “amar o seu inimigo”, e aqui até mesmo uma saudação é vista como um exemplo disso (v. 47).
Já a ilustração do amor do Pai (v. 45) é uma indicação do tipo de perfeição (v. 48) que JESUS estava ensinando. Se eles fossem filhos santos (v. antes) e maduros do Pai, partilhariam, como participantes do seu ESPÍRITO, do seu amor imparcial pelos homens. O NT não sugere que recebemos mais de DEUS, mas que o que recebemos pode ser corretamente aplicado e usado (cf. Rm 8.28). A perfeição não é a impecabilidade, mas o controle completo pelo ESPÍRITO de DEUS.
 
 
HAMURABI -  Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
amorreu comum, do início do segundo milênio a.C. Pelo menos dois reis de Yamhad (Alepo) e um governante de Qurda tinham esse nome. Mas seu mais famoso portador foi o sexto governante da Primeira Dinastia da Babilônia que reinou por volta de 1792-1750 a.C. (de acordo com Sidney Smith) ou 1728-1686 a.C. (de acordo com W. F. Albright).
Anrafel, rei de Sinar, cujos aliados atacaram Sodoma (Gn 14.1ss.), qne alguns anteriormente acreditavam ser uma tradução hebraica de Hamurabi, deveria ser comparado com as formas amoritas de Amud-pi-el (“suportar é a palavra para EÍ”) encontradas em Mari, em aprox. 1750 a.C.
O Hamurabi da Babilônia, como todos os governantes das cidades-estados no período antigo do Oriente Próximo, registrava todos os casos legais que julgava. Ao chegar ao término de seu reinado, ele submeteu à sua divindade, Shamash, um relato de sua sabedoria mostrada através da lei e da ordem que havia feito prevalecer em sua terra. Casos selecionados, e novas leis, foram inscritos em monolitos de pedra erigidos nos principais Templos da Babilônia. Um desses monolitos, um pilar de granito negro (diorito), com 2 metros e meio de altura, produto de um saque feito em Susã, foi recuperado por arqueólogos franceses em dezembro de 1901. Atualmente, ele encontra-se no Museu do Louvre, em Paris. É possível que registros escritos semelhantes, descrevendo decisões legais, tenham sido conservados pelos reis de Israel e Judá (JSS, VII [1962], 161-172).
Desde o prólogo até as leis de Hamurabi, assim como as referências feitas em textos contemporâneos de seu reinado (veja Mari), podem ser traçados os principais eventos de sua época. Primeiramente, o rei dedicou-se a estabelecer a economia interna; em seguida, o poder da Babilônia estendeu-se gradualmente até as cidades localizadas ao sul de Uruque (Ereque) e de Isin, em uma série de campanhas militares. A captura de cidades da região de Diyala e do Eufrates inferior redundou em um contato direto com os poderosos reis da Assíria, Mari e Alepo. Uma carta de Mari relata que nessa época Hamurabi dispunha de 10 a 15 governantes vassalos sob as suas ordens, aproximadamente a metade do número reivindicado pelo rei de Alepo. Por volta de sen trigésimo oitavo ano, Hamurabi havia derrotado seu rival Rim-Sin de Larsa, as tribos dos Gutianos e Eshnunna que viviam nas montanhas, e capturado Mari, no médio Eufrates, a partir de Zimri-Lim. Dessa maneira, havia conquistado um império cuja área nunca foi excedida por nenhum rei da Babilônia, a não ser na época de Nabucodonosor II (605-562 a.C.).
As leis de Hamurabi (ANET, pp. 163-180), que em grande medida davam continuidade à tradição legal de seus predecessores Urukagina de Lagash, Lipit-Ishtar de Isin e Bi laia ma de Esrmunna, davam testemunho de sua habilidade administrativa. Essas 282 decisões e cláusulas jurídicas cobriam um grande espectro de assnntos; casamento, divórcio, adoção, aprendizado, roubo, assalto, agricultura, comércio, propriedade e salários. As penas impostas variavam de acordo com a posição do acusado ou da parte prejudicada, homens livres, dependentes do palácio ou escravos.
Eram impostos; a pena capital e castigos físicos (lex talionis), o confisco de propriedades e multas financeiras. As mulheres tinham direitos específicos. Tudo isso mostra uma boa e definida tradição legal que, em seus numerosos aspectos de forma e detalhe, oferecem um paralelo próximo às seções legais do AT, Ppr exemplo, a lei sobre a sangria dos bois (Êx 21.28ssj ou sobre o incesto (Lv 20.14). Dessa forma, as leis de Hamurabi proporcionam uma visão extrabíblica das habituais tradições legais existentes na maior parte do antigo Oriente Próximo.
Bibliografia. G. R. Driver e John C. Miles, ITie Babylonian Laws, 2 vols., Oxford; Clarendon Press, 1952, 1955. D. J. W.
 
 
Mt 5.38-48 - Comentário Bíblico Wesleyana - (COM ALGUMAS ALTERAÇÕES DO Pr. HENRIQUE)
 
Gentileza Mt 5.38  
38 - Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. 39 - Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; 40 - e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; 41 - e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. 42 - Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
A lei de talião (lei de talião), expresso como Olho por olho, e dente por dente, é a forma mais primitiva de justiça. Afirma-se três vezes no Antigo Testamento (Ex 21:24; Lev 24:20; Dt 19:21). A intenção era impedir que os homens buscassem vingança excessivamente.
Mas JESUS ordenou a lei maior de não retaliação. O cristão não é para contra-atacar. Ao contrário, ele deve se reconhecer errado, se for necessário. As pessoas foram ganhas para CRISTO através da prática deste princípio.
JESUS deu cinco ilustrações: (1) insulto, (2) ação judicial, de serviços (3) forçada, (4) exige para presentes, (5) a demanda por empréstimos. É óbvio que a aplicação literal, impensada desses princípios pode fazer mais mal do que bem. A maior lei do amor altruísta deve reger a conduta nesses pontos, como em todos os outros, mas para dar dinheiro a um beberrão implorando, ou mesmo a uma criança egoísta pode resultar em danos mais importantes para ele e para sua família. No entanto, o princípio geral aqui enunciado por JESUS é válido.
 

Amor ( 5: 43-48 )
43 - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. 44 - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, 45 - para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. 46 - Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 - E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? 48 - Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.

Amarás o teu próximo era uma ordem familiar no Antigo Testamento (Lev. 19:18), embora fosse geralmente interpretada pelo judeu no sentido de um vizinho. Mas em nenhum lugar nas Escrituras antigas eram os israelitas comandados a odiar seu inimigo. A ideia pode ser derivada, no entanto, a partir de passagens como Deuteronômio 7:2, 23:14, 25:17-19 , Salmo 137:7-9 e em outros lugares no chamado imprecatório Salmos, onde a referência é para os inimigos nacionais, não pessoais,.
Mas JESUS era totalmente oposto a essa atitude. Sua ordem foi: Amai os vossos inimigos e orem pelos seus perseguidores. Esta é a graça, e não a lei. Desse modo, os cristãos se mostram filhos do vosso Pai; ou seja, eles manifestam a natureza de DEUS. Amar aqueles que nos amam é natural, mas a amar aqueles que nos odeiam, é sobrenatural.
Este capítulo termina com um "conselho de perfeição" - Sede, pois, perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito (v. 48 ). Isto é tanto um comando como uma promessa. Ele foi chamado de "a possibilidade impossível." Tomado em um sentido absoluto é, naturalmente, apenas um conselho de desespero: nenhum homem pode ser plenamente como DEUS.
Mas este versículo, como todas as outras passagens, deve ser interpretado à luz do seu contexto. Tiago Daane ofereceu esta explicação muito útil:
E quando os filhos de DEUS amam seus inimigos, oram por aqueles que os perseguem, e abençoam aqueles que os amaldiçoam, em seguida, eles, também, possuem e revelam em sua conduta a perfeição de DEUS, que é a Sua graça para com os homens maus e injustos. Em seguida, eles são perfeitos como o Pai celeste é perfeito. Então eles têm a justiça sem a qual não iriam entrar no reino dos céus. 
 
 
SUBSÍDIOS DA Lição 7, Não Retribua Pelos Padrões Humanos
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Quando se recebe uma ofensa, a reação natural é devolvê-la com outra. Entretanto, o Senhor JESUS nos convida a agir de maneira mais elevada, pondo em prática a instrução divina de acordo com o Sermão do Monte. Nesse sentido, retribuir o mal com o bem é uma ação que vem do Céu. O crente cheio do ESPÍRITO SANTO é capaz de viver esse ensino do Sermão proferido pelo nosso Senhor.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Avaliar que a vingança não é de natureza do Reino; II) Validar que o amor é a expressão natural do Reino"; III) Valorizar a busca pela perfeição na perspectiva do Reino de DEUS.
B) Motivação: Retribuir o mal com o bem é transcender o senso comum de que temos que pagar a ofensa na mesma moeda. Fazer o bem é o melhor antídoto para deter o mal: "Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12.21).
C) Sugestão de Método: A perfeição cristã está fundamentada na prática do amor, como bem formula o terceiro tópico. Por isso, enfatize ao longo da exposição em classe as expressões: "oferecer a outra face"; "caminhar duas milhas"; "não desviar de quem pede emprestado"; "amar o inimigo"; "saudar quem não é irmão". Todas essas expressões estão no cerne do desenvolvimento da perfeição cristã (Mt 5.48).
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A presente lição deve levar o aluno a conscientizar-se a respeito da incoerência da vingança com a prática cristã. "Pagar na mesma moeda" nada tem a ver com o estilo de vida cristão. Por isso, o seguidor de JESUS é estimulado a desenvolver o fruto do ESPÍRITO na vida cristã.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "Amar os Inimigos", localizado após o segundo tópico, amplia o ensinamento a respeito do amor aos inimigos; 2) O texto "Sobre a Perfeição", localizado ao final do terceiro tópico, traz uma reflexão a respeito da perfeição cristã, como que o texto do Sermão do Monte nos estimula a buscar esse ideal bíblico.
 
SINÓPSE I - O cristão não revida o mal de acordo com a Lei de Talião. Ele não se deixa dominar pela vingança.
SINÓPSE II - O que procede do coração e permeia o pensamento do homem determinarão seu comportamento.
SINÓPSE III - A justiça cristã é uma virtude elevada por meio da prática do amor.
 
 
AMPLIANDO O CONHECIMENTO TOP1
A Palavra de DEUS
“A Palavra de DEUS mostra quem vai entrar no repouso de DEUS. Ela é uma espada cortante que penetra no mais íntimo do nosso ser para discernir se nossos pensamentos e motivos são espirituais ou não (vv.12,13). Tem dois gumes e corta, ou para nos salvar ou para nos condenar à morte [...].” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1905.
 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP2
“Amar os Inimigos (5.43-48). [...]Para o mandamento bíblico, Amarás o teu próximo (43; Lv 19.18), [JESUS] Ele inseriu um acréscimo feito pelos mestres judeus, e aborrecerás o teu inimigo. Esta segunda parte não é encontrada em nenhuma passagem nas Escrituras Sagradas. Henry expôs bem a sua opinião: ‘DEUS disse: Amarás o teu próximo; e por próximo eles entenderam somente aqueles de seu próprio país, nação e religião...; deste mandamento... eles quiseram inferir o que DEUS nunca disse: Odiarás o teu inimigo”.39
JESUS se opôs a este falso ensino através do incisivo mandamento: Amai a vossos inimigos (44). É natural amar os amigos; amar os inimigos é sobrenatural. Mas aqueles que assim o fazem demonstram que são filhos do Pai que está nos céus (45)” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Vol.6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.61).

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP3
Sobre a Perfeição
“DEUS graciosamente concede, a todos aqueles que buscam, um amor perfeito por Ele e por sua vontade. Depois disso, o cristão busca uma manifestação ainda mais perfeita desse amor em sua vida e conduta. Por sermos finitos, essa perfeita manifestação nunca será completamente alcançada neste mundo, mas cada seguidor consagrado de CRISTO deve, constantemente, se esforçar para alcançá-la (cf. Fp 3.12-14). O contexto imediato dos versículos 17-47 é importante, mas isso não é tudo. A perfeição aqui deve ser explicada em termos de um contexto maior – todo o capítulo cinco. O comentário de John Wesley sobre este versículo é: “Referindo-se a toda esta santidade que é descrita nos versículos anteriores, que o nosso Senhor no início do capítulo recomenda como felicidade, e, na conclusão dele, como perfeição”.41 Estes seis últimos parágrafos do capítulo sugerem seis “Características da Perfeição Cristã”. Elas são: 1) pacifismo (21-26); 2) pureza (27-30); 3) harmonia (31-32); 4) honestidade (33-37); 5) bondade (38-42); 6) amor (43-48)” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Vol.6. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.62).


REVISANDO O CONTEÚDO
1. Do que se tratava a Lei de Talião? A Lei do Talião se tratava de uma norma para os tribunais civis, que no seu propósito desejava que em particular a pessoa jamais praticasse a vingança.
2. Cite um versículo em que a Bíblia proíbe a vingança pessoal. Romanos 12.19.
3. A quem pertence a vingança? Cite um versículo para embasar a sua resposta. A vingança pertence ao Senhor (Rm 12.9).
4. De acordo com a lição, quantas ilustrações foram usadas por JESUS para ilustrar o amor? Quatro ilustrações: Virar outra face, arrastar para o tribunal, obrigar a fazer algo e fazer alguma coisa por alguém.
5. O cristão jamais pode amar uns e aborrecer outros. Por quê? O cristão jamais pode amar uns e aborrecer outros, pois se evidenciar bondade apenas para os seus amigos, nada mudará, e procederá como os publicanos.