Escrita Lição 5, O Casamento é Para Sempre, 2Tr22, Pr. Henrique, EBD NA TV

Lição 5, O Casamento é Para Sempre

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Lição 5, O Casamento é Para Sempre
Vídeo - https://youtu.be/S-q02hrZVmU
Escrita
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Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2022/04/slides-licao-5-o-casamento-e-para.html
https://pt.slideshare.net/henriqueebdnatv/slides-lio-5-o-casamento-para-sempre-2tr22-pr-henrique-ebd-na-tvpptx
 
 
TEXTO ÁUREO
“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que DEUS ajuntou não separe o homem.” (Mt 19.6)
 
 
VERDADE PRÁTICA
A vontade de DEUS para o casamento é que ele seja vitalício. Na continuidade do Sermão do Monte, JESUS condena o adultério.
 
 
LEITURA DIÁRIA (Comentários da BEP - CPAD - com algumas modificações do Pr. Henrique)
Segunda - Hb 13.4 O casamento deve ser honrado
13.4 VENERADO SEJA... O MATRIMÔNIO. DEUS tem elevados padrões para seu povo, quanto ao casamento e à sexualidade. PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL (VEJA ESTUDO ABAIXO)
Hb 13.4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros DEUS os julgará”.
O crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2Co 11.2; Tt 2.5; 1Pe 3.2).
A palavra “puro” (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de DEUS. Isso abrange o controle do corpo “em santificação e honra” (1Ts 4.4) e não em “concupiscência” (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a moral sexual.
Terça - Ml 2.15,16 O Senhor os fez um só
2.16 ABORRECE O REPÚDIO. DEUS odeia o divórcio. Quem pratica o divórcio, assemelha-se "aquele que encobre a violência com a sua veste". O divórcio, aos olhos de DEUS, iguala-se à injustiça mais brutal, à crueldade e ao assassinato (ver Mt 19.9)
Mt 19.9 A NÃO SER POR CAUSA DE PROSTITUIÇÃO. A vontade de DEUS para o casamento é que ele seja vitalício, i.e., que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (vv. 5,6; Mc 10.7-9; Gn 2.24; Ct 2.7; Ml 2.14). Neste particular, JESUS cita uma exceção, a saber, a prostituição (gr. porneia), (que a meu ver era a descoberta por parte do marido de que sua esposa não era mais virgem quando se casou com ele). Quando um homem tomar mulher, e, entrando a ela, a aborrecer, e lhe imputar coisas escandalosas, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Tomei esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem; Deuteronômio 22:13,14
O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar.
(1) Quando JESUS censura o divórcio em Mt 19.8,9, não estava referindo-se à separação por causa de adultério, mas ao divórcio como permitido no AT em casos de incontinência pré-nupcial, constatada pelo marido após a cerimônia do casamento (Dt 24.1 - Quando o marido descobria que sua noiva não era mais virgem). A vontade de DEUS em tais casos era que os dois permanecessem juntos. Todavia, Ele permitiu o divórcio, por incontinência pré-nupcial, por causa da dureza de coração das pessoas (vv. 7,8).
(2) No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o AT determinava a dissolução do casamento com a execução das duas partes culpadas (Lv 20.10; Êx 20.14; Dt 22.22). Isto, evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para casar-se de novo (Rm 7.2; 1 Co 7.39).
(3) Sob a Nova Aliança, os privilégios do crente não são menores. Vale também o caso de se descobrir que o cônuge não era mais virgem. O descrente pode desejar se apartar e o crente deve permitir, mas, nesse caso, só poderá se casar com um crente depois (1 Co 7.27,28).
Quarta - Ef 5.33 O amor e o respeito no casamento
Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
MARIDO... CABEÇA. DEUS estabeleceu a família como a unidade básica da sociedade. Toda família necessita de um dirigente. Por isso, DEUS atribuiu ao marido a responsabilidade de ser cabeça da esposa e família (vv. 23-33; 6.4). Sua chefia deve ser exercida com amor, mansidão e consideração pela esposa e família (vv. 25-30; 6.4). A responsabilidade do marido, que DEUS lhe deu, de ser "cabeça da mulher" (v. 23) inclui: (1) provisão para as necessidades espirituais e domésticas da família (vv. 23,24; Gn 3.16-19; 1 Tm 5.8); (2) o amor, a proteção, a segurança e o interesse pelo bem-estar dela, da mesma maneira que CRISTO ama a Igreja (vv. 25-33); (3) honra, compreensão, apreço e consideração pela esposa (Cl 3.19; 1 Pe 3.7); (4) lealdade e fidelidade totais na vivência conjugal (v. 31; Mt 5.27,28).
Quinta - Mc 7.21-22; Pv 4.23 Guarde o seu coração
7.21 DO CORAÇÃO DOS HOMENS. Neste trecho, "contamina" (v.20) significa estar separado da vida, salvação e comunhão de CRISTO por causa dos pecados que provêm do coração. Nas Escrituras, "coração" é a totalidade do intelecto, da emoção, do desejo e da volição do ser humano. Significa Alma. O coração impuro corrompe nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações (Pv 4.23; Mt 12.34; 15.19). O que necessitamos é um novo coração, transformado, feito segundo a imagem de CRISTO (ver Lc 6.45).
Lc 6.45 SEU CORACÃO. Como centro do ser humano, o coração determina sua conduta e deve ser mudado ou convertido (ver Mt 7.20-23). Sem tal mudança interna, ninguém consegue fazer a vontade de DEUS (cf. Jr 24.7; 31.33; 32.39; Ez 36.23,27; Mt 7.16-20; 12.33-35; 15.18,19; 21.43; Lc 1.17; Rm 6.17)
Sexta - Pv 6.32 O adúltero destrói a si mesmo.
6.32,33 O QUE ADULTERA... O SEU OPRÓBRIO NUNCA SE APAGARÁ. O crente que cometer adultério, sofrerá aflição e desonra; além disso, seu opróbrio nunca desaparecerá.
(1) O adultério é um pecado grave e hediondo contra DEUS (2 Sm 12.9,10) e contra o cônjuge inocente que foi enganado; a vergonha e a infâmia daquele pecado permanecem com a parte culpada pela vida inteira. Embora a culpa do adultério possa ser perdoada mediante o arrependimento, seu opróbrio permanecerá e suas cicatrizes nunca serão totalmente removidas. Não é possível remediar completamente o dano feito (ver 2 Sm 12.10; 13.13,22; 1 Rs 15.5; Ne 13.26; Mt 1.6). Atinge a família, a empresa onde trabalham, a escola, os filhos, as finanças, a saúde mental, o distanciamento de DEUS.
(2) Por causa das consequências terríveis e a longo prazo que o adultério acarreta a todos que o praticam, devemos fugir de toda tentação e evitar qualquer relacionamento que possa levar a esse pecado. Devemos orar para que o Senhor nos livre dessa tentação (Mt 6.13) e lembrar-nos com sensatez, ao sermos tentados, das palavras das Escrituras: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia" (1 Co 10.12).
Sábado - Gl 5.16-17 Não satisfaça o desejo da carne
5.17 O ESPÍRITO... CONTRA A CARNE. O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da "carne", o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do ESPÍRITO SANTO, continuando o crente sob o senhorio de CRISTO (v. 16; Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com CRISTO (Rm 7.7-25; 2 Tm 2.12; Ap 12.11; ver Ef 6.11)
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Mateus 5.27-32
27 - Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. 28 - Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. 29 - Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. 30 - E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. 31 - Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite. 32 - Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
 
 
COMENTÁRIOS BEP - CPAD
5.28 ATENTAR NUMA MULHER PARA A COBIÇAR. Trata-se de cobiça carnal, ou concupiscência (gr. epithumia). O que CRISTO condena aqui não é o pensamento repentino que Satanás pode colocar na mente de uma pessoa, nem um desejo impróprio que surge de repente. Trata-se, pelo contrário, de um pensamento ou desejo errado, aprovado pela nossa vontade. É um desejo imoral que a pessoa procurará realizar, caso surja a oportunidade. O desejo íntimo de prazer sexual ilícito, imaginado e não resistido, é pecado. O diabo só assopra o que já está no coração do homem para o incendiar.
(1) O cristão deve tomar muito cuidado para não admirar cenas imorais como as de filmes e da literatura pornográfica (cf. 2 Tm 2.22; Tt 2.12; Tg 1.14; 1 Pe 2.11; 2 Pe 3.3; 1 Jo 2.15,16; 1 Co 6.18; Gl 5.19, 21; Cl 3.5; Ef 5.5; Hb 13.4).
(2) Quanto a manter a pureza sexual, a mulher, igualmente como o homem, tem responsabilidade. A mulher cristã deve tomar cuidado para não se vestir de modo a atrair a atenção para o seu corpo e deste modo originar tentação no homem e instigar a concupiscência. Vestir-se com falta de modéstia e pudor é pecado (1 Tm 2.9; 1 Pe 3.2,3)
INFERNO. O "inferno", o lugar onde o fogo nunca se apaga, é tão terrível que necessário é resistirmos e rejeitarmos aqui a todas as influências do pecado, custe o que custar. O pecado precisa ser mortificado (Cl 3.5); nunca devemos cessar de guerrear contra ele no poder do ESPÍRITO (Rm 8.13; Ef 6.10).
 

HINOS SUGERIDOS: 150, 195, 201 da Harpa Cristã


PALAVRA-CHAVE - Casamento
 
 
Resumo Lição 5, O Casamento é Para Sempre
I – A CONDENAÇÃO DO ADULTÉRIO
1. Definição de adultério.
2. A posição de JESUS quanto ao adultério.
3. Os males do adultério.
II – O QUE REGE O CORAÇÃO REGERÁ O CORPO
1. O que procede do coração.
2. O homem é o que pensa.
3. Sujeitando o corpo ao ESPÍRITO SANTO.
III – A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO
1. O casamento na perspectiva bíblica.
2. O que fazer para que o casamento seja para sempre?
3. Casamento: uma união indissolúvel.
 
 


 
 
COMENTÁRIOS - BEP - CPAD (Com algumas modificações do Pr. Henrique)
Malaquias 2.13 Mas apesar disso, vocês cobrem de lágrimas o altar, porque o Senhor não dá mais atenção às suas ofertas e porque vocês não recebem mais as suas bênçãos. 14 Por que foi que Deus nos abandonou? " Vocês perguntam chorando. Eu vou dizer. É porque o Senhor viu a traição que vocês cometeram, abandonando suas esposas, que foram fiéis por tanto tempo. Aquelas companheiras a quem prometeram o cuidado e sustento. 15 Ninguém com um pouco de juízo faria isso. Mas, quem fez um patriarca? Dirão vocês. Bem, ele procurava uma descendência prometida por Deus, num propósito espiritual. Portanto, tenham cuidado com suas paixões e ninguém seja infiel à sua esposa! 16 Pois o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia o divórcio e os homens violentos. Então, tenham cuidado com seus sentimentos e não se divorciem de suas mulheres! 
 
 
Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? Jó 31:1
Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu andei rondando à porta do meu próximo, então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela. Porque isso seria uma infâmia e delito, pertencente aos juízes. Jó 31:9-11
JÓ 31.1-34 FIZ CONCERTO COM OS MEUS OLHOS. Nesta seção, Jó passou em revista sua sólida integridade espiritual, sua fidelidade a Deus e sua bondade para com o próximo. (1) As declarações de Jó a respeito da obra redentora de Deus nele abrangiam todos os aspectos da vida. Falou da sua inocência quanto aos pecados do coração, inclusive a sensualidade e pensamentos impuros (vv. 1-4), mentira e engano para proveito pessoal (vv. 5-8), e a infidelidade conjugal (vv. 9-12). Falou do seu modo justo de tratar os empregados (vv. 13-15) e seus cuidados dos pobres e necessitados (vv. 16-23). Afirmou que estava livre da cobiça (vv. 24-25), da idolatria (vv. 26-28), da vingança (vv. 29-32) e da hipocrisia (vv. 33,34). (2) O caráter moral e a pureza de coração e da vida, aqui descritos, servem de um magnífico exemplo para todo crente. A vida piedosa que Jó vivia antes do novo concerto pode ser ricamente experimentada por todos aqueles que crêem em Cristo, mediante o poder salvífico da sua morte e ressurreição (Rm 8.1-17; Gl 2.20).
31.1 FIZ CONCERTO COM OS MEUS OLHOS; COMO, POIS, OS FIXARIA NUMA VIRGEM? Jó observava o padrão de santidade interior que Cristo expressou no sermão da montanha (Mt 5.28). Jó tinha feito um concerto com seus olhos para evitar desejos -sensuais estimulantes de quem olha fixamente com malícia para uma jovem (cf. Gn 3.6; Nm 15.39). Ele sabia que a sensualidade desagradaria ao seu Senhor e arruinaria a sua vida espiritual (vv. 2-4).
 
Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Deuteronômio 24:1
24.1 ESCRITO DE REPÚDIO. O divórcio resulta do pecado humano (cf. Mt 19.8). As instruções que se acham nos versículos 1-4 foram dadas por Deus para regular o divórcio no Israel antigo. O perdão era o melhor caminho aprovado por DEUS. Observe o seguinte nesses versículos:
(1) O termo "coisa feia"ncertamente não se trata de adultério, pois a penalidade deste era a morte, e não o divórcio (cf. 22.13-22; Lv 20.10). Muito provavelmente era porque a mulher não era mais virgem ao se casar ou tinha algum defeito físico grave.
(2) O "escrito de repúdio" era um documento legal entregue à mulher, para a rescisão do contrato do casamento, para protegê-la e liberá-la de todas as obrigações para com o seu ex-marido.
(3) Depois de receber o escrito de divórcio, a mulher estava livre para casar-se de novo. Nunca poderia, porém, voltar ao seu primeiro marido, se o segundo casamento se dissolvesse (vv. 2-4). Assim DEUS estava fazendo o homem pensar muitas vezes antes de dar carta de divórcio ou repúdio a sua recém esposa. Não poderia mais tê-la, nunca mais.
(4) A ocorrência do divórcio é uma tragédia (cf. Ml 2.16; ver Gn 2.24). DEUS repudiou Israel por causa da sua infidelidade e adultério espiritual (Is 50.1; Jr 3.1,6-8).
 
 
Observação do Pr. Henrique.
Em minha opnião o termo "FORNICAÇÃO" utilizado por JESUS indica:
1- Sexo praticado antes do casamento. Portanto, se o marido descobrisse que seu cônjuge não era mais virgem ao se casar com ele, poderia dar carta de divórcio se não a quisesse apedrejada até a morte ou abandonada sem direito a casar-se novamente, tendo na maioria das vezes, que se tornar prostituta para se sustentar doravante.
2- Adultério - Nesse caso o marido poderia dar carta de divórcio, sendo que por causa da traição poderia se casar de novo, ao contrário daquela que traiu, pois se contraísse novo matrimônio tanto esta estaria em adultério, quanto o que se casasse com ela estaria também em adultério. ERA DADA CARTA DE DIVÓRCIO PARA QUE A MULHER NÃO FOSSE APEDREJADA ATÉ A MORTE, OU SE TORNASSE UMA PROSTITUTA POR NÃO PODER CASAR-SE NOVAMENTE..
 
 
OBSERVAÇÃO - NÃO EXISTE DIFERENÇA ENTRE LEI DE DEUS E LEI DE MOISÉS, AMBAS SÃO A MESMA COISA. MOISÉS NÃO ESCREVEU UMA LEI PRÓPRIA - APENAS FLEXIBILIZOU A INTERPRETAÇÃO DA LEI ALGUMAS VEZES DEVIDO A INSISTÊNCIA E PRESSÃO DE HOMENS DUROS DE CORAÇÃO. LEI DE DEUS E LEI DE MOISÉS SÃO A MESMA COISA.
Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a qual são os estatutos e juízos. Malaquias 4:4
Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da Lei de Moisés, para que dela não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda; Josué 23:6
este Esdras subiu de Babilônia; e era escriba hábil na Lei de Moisés, dada pelo Senhor , Deus de Israel; e, segundo a mão do Senhor , seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira. Esdras 7:6
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio, não foi assim. Mateus 19:8
 
 
PORÉM, NO CASO DE UM HOMEM CASADO PRATICAR ADULTÉRIO COM OUTRA MULHER CASADA, AMBOS DEVERIAM MORRER.
Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. Levítico 20:1
Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher. 2 Samuel 12:10. (Davi não morreu e nem Bateseba, porém o filho do adultério, sim, pois Urias já estava morto.)
Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do Senhor blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá. 2 Samuel 12:14
 
 
PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL - BEP - CPAD
Hb 13.4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros DEUS os julgará”.
O crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2Co 11.2; Tt 2.5; 1Pe 3.2).
A palavra “puro” (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de DEUS. Isso abrange o controle do corpo “em santificação e honra” (1Ts 4.4) e não em “concupiscência” (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a moral sexual, vejamos o seguinte:
A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e abençoada por DEUS (ver Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12). Mediante o casamento, marido e mulher tornam-se uma só carne, segundo a vontade de DEUS. Os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por DEUS e por Ele honrados.
O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de DEUS por serem transgressões da lei do amor (Êx 20.14) e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente condenados nas Escrituras (ver Pv 5.3) e colocam o culpado fora do reino de DEUS (Rm 1.24-32; 1Co 6.9,10; Gl 5.19-21).
A imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros, tendo eles mútuo “compromisso”, é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de DEUS e o padrão bíblico da pureza. DEUS proíbe, explicitamente, “descobrir a nudez” ou “ver a nudez” de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11, 17, 19-21; ver 18.6).
O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade pré-marital em nome de CRISTO, simplesmente com base num “compromisso” real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de DEUS. É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge. A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do ESPÍRITO, no crente, i.e., a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de DEUS, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: “temperança” (Gl 5.22-24).
Termos bíblicos descritivos da imoralidade e que revelam a extensão desse mal.
(a) Fornicação (gr. porneia). Descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de DEUS para seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,12, 17, 19-21; 1Co 6.18; 1Ts 4.3).
(b) A lascívia (gr. aselgeia) denota a ausência de princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa (ver 1Tm 2.9). Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19; Ef 4.19; 1Pe 2.2,18).
(c) Enganar, i.e., aproveitar-se de uma pessoa, ou explorá-la (gr. pleonekteo, e.g., 1Ts 4.6), significa privá-la da pureza moral que DEUS pretendeu para essa pessoa, para a satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1Ts 4.6; Ef 4.19).
(d) A lascívia ou cobiça carnal (gr. epithumia) é um desejo carnal imoral que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade (Ef 4.22; 1Pe 4.3; 2Pe 2.18; ver Mt 5.28).
 
 
CASAMENTO - Dicionário Bíblico Wycliffe (Com alterações do Pr. Henrique)
 
A Natureza do Casamento
1. O casamento faz parte da própria ordem da criação. DEUS revelou ao homem que ele precisava de uma esposa (Gn 2.18) e que a esposa precisava de um marido (Gn 3.16). Desde o começo, Ele criou a mulher para o homem e o homem para a mulher (Gn 1.26.27). Desde o início o homem entendeu que era vontade de DEUS que ele tivesse uma esposa. “Osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gn 2.23) e que deveria amá-la e cuidar dela como de si próprio. Paulo escreveu. “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja” (Ef 5.28,29).
2. O casamento é um sacramento de sociedade. No casamento, assim como na união sexual em particular, o homem e a mulher sentem prazer e fazem dele a demonstração exterior daquilo que é uma graça interior. Sacramentado por DEUS (cf. 1 Tm 4.3) ele representa a mais elevada expressão de afeto mútuo e a mais profunda comunhão humana, e por isso o próprio DEUS usou o casamento para expressar a incalculável profundidade de seu amor por nós.
3. O casamento é um pacto solene celebrado entre um homem e uma mulher dentro de uma perfeita liberdade, e através do qual prometem entre si o amor e a fidelidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade enquanto viverem. De acordo com a visão de DEUS, ele somente termina com a morte ou então por causa da prostituição antes do casamento. (Eu,porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério. Mateus 5:32; ). Esse pacto deve ser celebrado apenas entre duas pessoas que compartilhem o mesmo espírito e fé, pois “que parte tem o fiel com o infiel? 2 Co  6.15).
4.O casamento é uma vocação, um convite de DEUS para a demonstração, a todo o mundo, da mais elevada forma de amor mútuo (Gn 2.23,24; Ef 5.21ss.). Também é a maneira correta de se gerar filhos (Gn 33.5; 48.4; Dt 28.4; Js 24.3,4; Sl 127.3), alimentá-los física e espiritualmente, e o ambiente mais propício para lhes ensinar a Palavra de DEUS (Dt 6.7-20; 11.18-21; Pv 22.6) e treiná-los paia serem bons cidadãos (Pv 13.24; 19,18; 22.15; 23.13; 29.15,17).

Os Propósitos do Casamento
1. A propagação da raça humana. E a forma Divina de desenvolver a espécie chamada humanidade, No caso dos seres angelicais, DEUS criou cada um deles individualmente, mas no caso da humanidade, Ele criou um homem e uma mulher e toda a raça humana descendeu desse primeiro casal. DEUS só poderia ter redimido separadamente cada anjo caído se CRISTO morresse individualmente por cada um deles, mas Ele pôde redimir a raça humana de Adão com uma única morte de CRISTO, pois Ele estaria representando a raça como um todo. E à luz desse fato que entendemos o significado de 1 Coríntios 15.22. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em CRISTO”.
DEUS preferiu gerar filhos espirituais que irão amá-lo por causa de sua soberana graça salvadora e trazer-lhes a vida através do relacionamento do casamento. Os aspectos sacramentais e da propagação da espécie do casamento ficam dessa forma reunidos e a geração dos filhos se torna um ato de santidade para a verdadeira glória de DEUS.
2. É a maneira de DEUS de criar os filhos. Filhos precisam de um lar, e de pais dentro deste lar. No lar eles recebem abrigo e alimento. Através da vida de seus pais eles aprendem o que significa o verdadeiro amor porque são o objeto do amor dos pais e porque vêem o amor recíproco que existe entre eles. Somente através dos pais eles podem entender plenamente o profundo e duradouro amor conjugal e, dessa forma, ficam preparados para esperar e procurar um amor igual para si mesmos. É nesse ponto que a discórdia conjugal e os lares desfeitos exercem o efeito mais devastador sobre os filhos. O filho que nunca observou a demonstração de um verdadeiro amor em seu lar não está pronto para enfrentar sozinho a vida. DEUS também teve a intenção de que a demonstração de um verdadeiro amor entre pais e filhos fosse a base para o entendimento do amor que Ele mesmo sentiu ao enviar o seu Filho para morrer pelos nossos pecados (cf. Ef 5.25-32).
3. O casamento é a maneira de DEUS incutir nos filhos os princípios da justiça e da autoridade responsável. Os pais devem tratar os filhos com paciência e justiça (Ef 6.4; Cl 3.21) e lhes ensinar o que é justo e direito. Devem dar exemplo de responsabilidade e autoridade na divinamente ordenada economia do lar (cf. 1 Tm 3.4,5,12: Tt 1.6). O pai, como o cabeça da esposa e do lar, embora consultando plenamente sua esposa de uma forma realmente democrática, é o responsável por todas as decisões. Isso ensina a submissão à autoridade e um verdadeiro senso de responsabilidade (Ef 5.21-24).
4. O casamento é o meio pedagógico de DEUS ensinar aos filhos sobre Si mesmo. DEUS se intitula nosso Pai e demonstra que o seu amor é tão maravilhoso como o amor de um bom pai (Sl 103.13; Jo 3.16), tão terno como o amor de uma boa mãe (Is 49.15; 66.13; Mt 23,37), tão íntimo como aquele que existe entre o marido e a esposa (Ef 5.25ss.). Desse modo, todo o relacionamento dentro do casamento e da família transparece na demonstração e nos ensinos daquilo que DEUS é, da natureza do seu amor.
 
O lugar do Sexo
Embora o sexo tenha como objetivo estabelecido por DEUS gerar filhos para povoar a terra e assim indiretamente encher o céu com filhos renascidos em DEUS, ele também preenche importantes necessidades pessoais e familiares. O esposo necessita da esposa e a esposa necessita do marido, porque o homem é feito de tal maneira que as tensões da vida são aliviadas através do amor conjugal (1 Co 7.1 -5). Ao mesmo tempo, nesse íntimo ato de amor são liberadas energias criativas tanto na vida do marido como da esposa.
Podemos observar melhor que DEUS fez o homem e a mulher para o verdadeiro prazer e um mútuo companheirismo em Cantares de Salomão, onde as intimidades do amor conjugal e do prazer estão descritas de uma forma maravilhosa e pura. No relacionamento sexual todo o amor é expresso através de atos e palavras e é consumado em comunhão e união. E uma expressão de amor que pode ser exercitada com apenas uma pessoa por causa de sua natureza santa. Cada um mantém a experiência de um profundo amor pelo outro e somente por essa pessoa. Nesse sentido, ele é o exemplo típico de um relacionamento exclusivo que deve existir individualmente entre cada cristão e seu Senhor, e no qual nenhuma outra pessoa ou deus pode ter a permissão de participar (Êx 20.3; cf. Ef 5.25ss.).
Um casamento baseado em uma vida sexual plena e estável é feliz e equilibrado, desde que esse aspecto da vida seja a expressão do mais profundo amor e não a mera satisfação de desejos carnais. Ele é de grande importância para os filhos (assim como para o marido e a esposa), porque veem não só um casamento estável, como também seu encanto, pureza, beleza, e profunda satisfação. Os filhos, por sua vez, podem aprender que o sexo é uma dádiva divina e pode ser verdadeiramente belo e maravilhoso quando usado de acordo com as intenções de DEUS. Os cuidados que DEUS coloca no ato sexual permitem aos filhos aprender com pureza e se conservarem puros, mais tarde usando o sexo de acordo com os propósitos Divinos, vendo que a plena liberdade e alegria no casamento realimente veem quando se vive dentro do âmbito do sétimo mandamento (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4).

Como DEUS Fala sobre o Casamento
Em primeiro lugar, DEUS usa o casamento como uma metáfora para expressar o relacionamento de CRISTO com a igreja, comparando CRISTO com o noivo e a igreja com a noiva (Ef 5.24-32; Ap 19.7-9). Tanto o crente individualmente como a igreja em geral, sempre são considerados no sentido de ser a noiva em relação a CRISTO (2 Co 11.2). A total submissão da virgem Maria à orientação e capacitação do ESPÍRITO SANTO quando disse, “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38), representa uma analogia com o relacionamento que deve existir entre o ESPÍRITO SANTO e o cristão. O fruto do ESPÍRITO deve ser introduzido e nascer na vida do crente (Gl 5.22,23) assim como CRISTO foi formado pelo ESPÍRITO no ventre de Maria (Lc 1.42). No Salmo 45, CRISTO é visto em toda a sua majestade e beleza juntamente com a sua Noiva Real, a igreja, para representar a pureza que DEUS deseja de seus filhos. A Noiva é grandemente desejada por causa de sua beleza (v. 11) tanto exterior como interior. Seus trajes são delicados e belos até o mais ínfimo detalhe.

Monogamia
Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo no AT, ela só era permitida como uma medida temporária. Ela negava o princípio do marido e a esposa serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas conjugais. Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn 21.9ss.; 30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas pagãs (2 Sm 5,13; 1 Rs 11.1-3), Somente através da monogamia é possível evitar o ciúme dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de CRISTO com o crente (Ef 5.23ss.). Veja Concubina.
Casamento e Divórcio
O divórcio sempre representou um grave problema. O ensino de CRISTO é encontrado em Mateus 5.31,32; 19.3-9; Marcos 10.2-12; Lucas 16.18. Ele revelou que era somente por causa da dureza do coração dos homens que Moisés permitiu uma lei de divórcio e que isso poderia verdadeiramente levar ao adultério (Mt 19.8,9). O casamento só deve ser anulado por motivo de fornicação (Mt 5,31,32; 19,9). Isso significa que um divórcio somente deveria ser permitido quando houvesse uma relação sexual com outra pessoa que não fosse o cônjuge. Mesmo no caso de pessoas comprometidas na etapa do noivado, este deve ser rompido caso um dos dois cometa o ato de fornicação. CRISTO afirmou que o homem, assim como a mulher, podia cometer adultério se forçasse um divórcio injusto. Isso contrariava a opinião dos judeus que viam a mulher como a única culpada possível.
Embora exista uma diferença de opiniões, a maioria das igrejas considera que o divórcio pode ser permitido nos casos de abandono voluntário. Se assim for, existem duas razões bíblicas: fornicação e adultério. Entretanto, as Escrituras aceitam que uma lei maior pode ser aplicada aos divorciados, isto é, a lei do perdão onde existe um verdadeiro arrependimento pelo pecado. Oséias perdoou e recebeu de volta a sua esposa adúltera porque a amava, assim corno DEUS está disposto a perdoar e receber de volta a sua adúltera nação de Israel (Os 2.1,2; 3.1ss.; 14.1-8). R. A. K.

Costumes e Cerimônias Matrimoniais
1. A escolha da noiva: Na Bíblia não existe qualquer restrição relativa à idade mais apropriada para o casamento, mas parece certo que as jovens se casavam muito cedo (Pv 2.17; 5.18), Em Isaías 62,5, o jovem, ao se casar, recebe o nome de bahur, isto é, o melhor, um jovem robusto e decidido na flor de sua capacidade física (cf. 1 Sm 9.2; Is 40.30; Am 8.13); a virgem recebe o nome de bstula, uma jovem atraente e sexualmente pronta para o casamento (cf. Jl 1.8; Jr 2.32). No Talmude, os rabinos estabeleceram 12 anos como idade mínima para as meninas e 13 para os meninos.
2. Por causa da forte influência tribal e da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn 24,3; 38.6). Normalmente, a noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo. Não é de admirar que muitas vezes os pais procurassem o casamento entre primos em primeiro grau, como por exemplo, no caso de Rebeca e Isaque. O casamento com mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27.46; 28.8) e mais tarde foi totalmente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo de uma volta à prática da idolatria das demais nações. Casamentos mistos eram tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex 2.21) e dos reis apenas por razões políticas.
Por outro lado, havia em Israel a oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm 18.20), Na época do AT as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm 1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Êx 2.16), carregavam água (Gn 24.13; 1 Sm
9.11) , colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1). Dessa maneira, os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva sozinhos.
2. O noivado: A escolha da noiva era seguida pelo noivado (q.v.), que era um procedimento formal onde havia um compromisso maior do que no noivado de nossos dias. Os homens que iam se casar com as filhas de Ló já eram considerados como seus genros (Gn 19.14). Um homem que estava noivo era dispensado do serviço militar para poder tomar (isto é, casar-se com) sua esposa e viver com ela em sua casa durante um ano (Dt 20.7; 24.5). Qualquer imoralidade sexual com uma jovem noiva era um crime tão grave quanto o adultério (Dt 22.22-27). Inscrições encontradas no Oriente Próximo também indicam que o noivado era um costume reconhecido, que tinha consequências legais muito definidas.
Geralmente, o noivado era realizado por um amigo ou representante legal da parte do noivo (1 Sm 25.39ss,), E, no caso da noiva, por seus pais. Era confirmado através de juramentos (Em 1Sm 18.2-16 lemos: “Serás hoje meu genro”). Nessa ocasião era discutida a quantia do “dote” (em hebraico mohar. Veja Dote) com os pais da jovem, e era pago imediatamente à família da moça se a moeda corrente fosse o meio de compensação.
Tanto na antiga Mesopotâmia como em Israel o casamento era um simples contrato civil, sem qualquer formalização através de uma cerimônia religiosa. Embora o AT não faça uma menção especifica sobre a existência de um contrato de casamento por escrito, tais contratos estavam estipulados no Código de Hamurabi. Existem vários contratos de casamento entre os papiros encontrados na colônia judaica de Elefantine, do século V a.C., e essa prática é mencionada no Livro de Tobias (Tob 7.13). Os Talmudistas do Mishna chamam esse contrato de ketuba e dão minuciosas instruções sobre como usar e guardar o mohar. O termo “concerto” ou “aliança” ib'rit) em Provérbios 2.17 e Malaquias 2.14 podem estar fazendo alusão a um contrato por escrito.
3. Cerimônia de casamento: A essência da cerimônia do casamento ou das festividades era o ato de retirar a noiva da casa do pai e trazê-la para a casa do noivo ou de seu pai. Dessa forma, havia uma verdade literal na expressão hebraica “tomar” uma esposa (por exemplo, Gn 4.19; 12.19; 24.67; 38.2; Nm 12.1; 1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21). Vestindo um turbante imponente (Is 61.10) ou uma coroa nupcial (Ct 3.11) como um ornamento, o noivo partia de sua casa acompanhado por seus amigos (Jo 3.29) ou ajudantes (Mt 9.15) tocando tamborins e também podendo ser acompanhado por uma banda (1 Mac 9.39), Como a procissão nupcial geral- mente se realizava à noite (Ct 3.6-11), muitos portavam tochas ou lanternas (Mt 25.1- 8). A alegria e a felicidade (Jr 7.34; 16.9; 25.10; Ap 18.22ss.) anunciavam sua aproximação à população local que ficava aguardando à porta das casas que ficavam à beira do caminho até a casa da noiva e também quando regressavam à casa do noivo (Mt 25.5,6).
A noiva aguardava lindamente vestida e adornada com jóias (Sl 45.13ss.; Is 61.10; Ap 19.8), Para essa ocasião especial ela usava um véu (Gn 24.65; Ct 4.1,3; 6.7), que somente poderia retirar quanto estivesse sozinha com seu esposo, no escuro, na câmara nupcial (cf. Gn 29.23-25).
O noivo conduzia todos os convidados ao casamento, agora com a presença da esposa e seus acompanhantes (Sl 45.14b), até a casa de seu pai para a “ceia das bodas” (Ap 19.9). Todos os amigos e vizinhos eram convidados à festa do casamento (Gn 29.22; Mt 22.3-10; Lc 14.8; Jo 2.2) que era normalmente oferecida pelo pai do noivo (Mt 22.2). Recusar o convite para uma dessas festas representava uma grave ofensa (Mt 22.5; Lc 14.16-21). Geralmente, as festividades duravam uma semana (Gn 29.27ss.; Jz 14.10-12,17), mas o casamento era consumado na primeira noite ׳ Gn 29.23). O anfitrião presenteava os convidados com vestes apropriadas (Mt 22,11); jogos e outras formas de diversão acrescentavam mais alegria à festividade (Jz 14.12-18). O último ato da cerimônia era conduzir a noiva à câmara nupcial (em hebraico, heder, Jz 15.1; Ct 1.4; Jl 2.16). Nesse quarto havia sido preparado um dossel (em hebraico huppa, Salmo 19.5, “tálamo”; Joel 2.16, um “aposento particular״ ou “recamara”) sobre o leito ou cama nupcial (Ct 1.16). Em seguida, o noivo “entrava à noiva* (Gn 16.2; 30.3; 38.8) e o lençol manchado de sangue, dessa noite de casamento, era guardado como uma prova da virgindade da noiva (Dt 22.13-21).
4. Estado civil: Em Israel, o estado civil do esposo era revelado pelo fato de que em hebraico ele é chamado de, ba‘al, o mestre ou senhor de sua esposa (Ex 21.22; Dt 21.13; 22.22; 2 Sm 11.26; Pv 12.4; 31.11,23,28). Isso traz a possibilidade de uma dupla interpretação para a profecia de Oséias 2.16, “E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamarás. Meu marido e não me chamarás mais. Meu Baal”. O fato da esposa aceitar o papel de dependente do marido pode ser visto quando Sara se dirige ao esposo Abraão como “meu senhor” (’adoni, Gn 18.12; 1 Pe 3.6). Para o dever que o homem tinha de gerar um filho com a viúva de seu falecido irmão, veja Casamento, Levirato. J.R.
 
ADULTÉRIO - Dicionário Bíblico Wycliffe (Com alterações do Pr. Henrique)
Relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é seu cônjuge. Geralmente o adultério era perdoado nas culturas pagãs, particularmente quanto à parte do homem que, embora fosse casado, não era acusado de adultério a não ser que coabitasse com a esposa de outro homem ou com uma virgem que estivesse noiva.
O adultério é estritamente proibido tanto no AT (o sétimo mandamento, Êx 20.14; Dt 5.18; punível sob a lei com morte por apedrejamento, Lv 20.10; Dt 22.22ss.) quanto no NT (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor JESUS estendeu a culpa pelo adultério da mesma forma como fez para outros mandamentos, incluindo o propósito ou o desejo de cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Tecnicamente, o adultério se distingue da fornicação, que é a relação sexual entre pessoas que não são casadas. Entretanto, a palavra grega porneia, uniformemente traduzida como “fornicação”, inclui toda lascívia e irregularidade sexual (cf. MM; e Vine, EDNTW). Por essa razão, muitas igrejas consideram que os textos em Mateus 5.32 ; 19.9 permitem o divórcio e o novo casamento nos casos em que o casamento anterior tenha sido dissolvido por causa de adultério. Outros se recusam a reconhecer qualquer base válida para um novo casamento depois do divórcio e, são da opinião de que tudo resulta em adultério aos olhos de DEUS. Entretanto, não se pode chegar a essa conclusão por essa exceção estar ausente dos paralelos nos Sinóticos, da analogia de Paulo em Romanos 7.2,3, ou de seu tratamento da questão em 1 Crônicas 7.10-11. Ela pode ter sido tão universalmente reconhecida que não precisaria de uma reafirmação toda vez que o divórcio e um novo casamento fossem mencionados.
A atitude de JESUS em relação à mulher surpreendida em situação de adultério, como foi registrado em João 8.1-11, tem sido questionada com o argumento de que essa passagem está ausente do antigo e melhor manuscrito e, onde ela realmente aparece, suas interpretações são extremamente variadas. Entretanto, “está fora de qualquer dúvida que ela faz parte da tradição autêntica da igreja” (A. J. MacLeod, “John”, NEC). O Senhor JESUS CRISTO não foi conivente com o pecado da mulher, nem a condenou à morte por apedrejamento como seus acusadores haviam sugerido. “A verdade, que estava nele, repreendeu a mentira dos escribas e fariseus. A pureza que estava nele condenou a lascívia que estava nela” Mission and Message of JESUS, p. 795) e Ele disse à mulher que partisse e que não voltasse a pecar.
Na Bíblia Sagrada, o termo adultério (em hebraico na’aph e em grego moicheia) é muitas vezes utilizado como uma metáfora para representar a idolatria ou apostasia da nação e do povo comprometido com DEUS. Exemplos disso podem ser encontrados em Jeremias 3.8,9; Ezequiel 23.26,43; Oséias 2.2-13; Mateus 12.39; Tiago 4.4. Esse uso está baseado na analogia do relacionamento entre DEUS e o seu povo, que é semelhante ao relacionamento entre o marido e a sua esposa, uma característica comum tanto do AT (Jr 2.2; 3.14; 13.27; Os 8.9) como do NT (Jo 3.29; Ap 19.8,9; 21.2,9). O casamento, que envolve ao mesmo tempo um pacto legal e um vínculo de amor, representa um símbolo muito adequado do relacionamento entre CRISTO e a sua igreja (Ef 5.25-27).
A poligamia, como uma relação legalizada entre o homem e várias esposas e concubinas a ele subordinadas, era permitida na época do AT, mas proibida no NT (por exemplo, 1 Tm 3.2,12). Ela não envolvia o pecado do adultério.
Apesar das rigorosas proibições bíblicas, o adultério foi amplamente difundido em diferentes épocas e tornou-se particularmente ofensivo como parte do culto cananeu de adoração aos Baalins, que incluía a prostituição "sagrada”. Indicações de uma lassidão moral são encontradas em referências como Jó 24.15; 31.9; Provérbios 2.16-19; 7.5- 22; Jeremias 23.10-14. O caso de Davi foi especialmente notório e deu aos inimigos de DEUS ocasião para blasfemar (2 Sm 11.2-5; 12.14). Essa lassidão moral generalizada prevaleceu durante o NT e pode ser claramente observada em Marcos 8.38; Lucas 18.11; 1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.19; Hebreus 13.4 e em mais de 50 referências feitas no NT ao conceito de fornicação (porneia, porneuo, porne, pornos). W. T. P.
 
 
FORNICAÇÃO - Dicionário Bíblico Wycliffe (Com alterações do Pr. Henrique)
Termo usado para as relações sexuais ilícitas em geral (Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; Rm 1.29; 1 Co 5.1). Em um sentido técnico, ela deve ser distinguida do adultério ou da promiscuidade social depois do casamento (gr. moicheia; Mt 15.19; Mc 7.21; Jo 8.3; Gl 5.19), e do estupro, que é um crime violento por não ter a concordância da outra parte.
A fornicação e o adultério são usados figurativamente na Bíblia para expressar a deslealdade de Israel a DEUS quando a idolatria está em foco (Jr 2.20-37; Ez 16; Os 1— 3), Os termos são muito adequados, porque a adoração idólatra do culto à fertilidade praticada pelos cananeus, como também pelos gregos (Corinto), frequentemente envolvia a fornicação com prostitutas “sagradas” ou com “sacerdotisas”. Em Apocalipse 17, a idolatria da igreja apóstata final, formada pela união de muitas religiões, é comparada com uma mulher adúltera por causa do completo mundanismo da igreja e sua síntese com o paganismo através de uma forma de panteísmo. R. A. K.
 
 
DIVÓRCIO - Dicionário Bíblico Wycliffe (Com alterações do Pr. Henrique)
No AT.
Em Deuteronômio 24.1- 4, Moisés permitia que o marido divorciasse de sua esposa, se encontrasse nela ‘erwat dabar, “alguma impureza” (lit., “um caso de nudez”). A natureza de tal acusação era tão geral que isto levava a duas interpretações na época de CRISTO: uma mais estrita ensinada pela escola de Samai, que a restringia à infidelidade; e uma opinião mais ampla, ensinada pela escola de Hilel, que a estendia até a inclusão de qualquer coisa que pudesse desagradar o marido. A exigência que marido desse à esposa uma carta de divórcio, deu ao ato uma posição legal e oficial, uma vez que era necessária a ajuda de no mínimo um levita para executá-la de forma apropriada. A regra adicional que proibia o marido de tomar sua esposa de volta depois que dela estivesse casada com outro, mostrava a gravidade do ato (Dt 24.4).
Havia várias circunstâncias, entretanto, nas quais o divórcio era proibido. Quando um homem, aberta e erroneamente, acusasse sua jovem noiva de infidelidade pré-marital, ele deveria indenizar o pai da noiva e, então, “em todos os seus dias” não a poderia “despedir” (Dt 22.19). Outrossim, se um homem tivesse relações pré-maritais com uma jovem, ele deveria primeiramente pagar uma indenização ao pai da moça e então se casar com ela. Por tê-la humilhado, ele também jamais poderia se divorciar dela (Dt 22.28,29; Êx 22.16,17).
No caso de adultério com uma pessoa casada, ou entre uma pessoa casada e uma solteira, a penalidade do AT era a morte (Lv 20.10; Dt 22.22). A mesma penalidade se aplicava até mesmo para uma esposa que tivesse praticado a fornicação antes do casamento (Dt 22.21; cf. v. 23). Dessa forma, a possibilidade de divórcio foi substituída pela pena de morte em tais casos.
Resta ainda mais um exemplo de divórcio. Esdras e Neemias mandaram que os israelitas expulsassem as esposas pagãs incrédulas (Ed 9 e 10; Ne 13.23ss.; cf. Ml 2.10-16), uma vez que estas esposas os estavam desviando da verdadeira fé. O mandamento de 2 Coríntios 6.14,17 para não se associarem com descrentes trata do mesmo problema, mas em ambos os casos seria aplicado somente quando a esposa ou o marido estrangeiro estivesse levando o crente à incredulidade ou ao paganismo. (Veja a obra de William R. Eichhorst, “Ezra’s Ethics on Intermarriage and Divorce”, Grace Journal, X [1969], 16-28).
No NT.
Os fariseus abordaram a CRISTO com relação às opiniões de Samai e Hilel: “E lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19.3ss). Sua resposta lança luz sobre Deuteronômio 24.1-4. Moisés não “ordenou” que fosse dada uma carta de divórcio, como eles afirmavam (v. 7). Ele simplesmente o permitiu por causa da dureza dos seus corações (v. 8). Desde o princípio, isto é, a partir da primeira revelação da natureza e do significado do casamento em Gênesis 2.23,24, o homem deveria ter apenas uma esposa - “e serão ambos uma carne”, e permanecer com ela durante toda a sua vida (Mt 19.6) - “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24), A única exceção para a permissão do divórcio, que CRISTO mencionou neste ponto, era a fornicação (v. 9; Mt 5.32). Em 1 Coríntios 7.10, Paulo expressa o ensino adicional de CRISTO com respeito ao casamento e ao divórcio quando escreve: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor...” Paulo está dizendo que está escrevendo o que CRISTO ensinou. A esposa não deve deixar seu marido por ele ser um descrente, pois o marido descrente é santificado pela esposa (w, 10,14). Para expressar isto em termos teológicos, a aliança familiar feita por um crente com DEUS em benefício de si mesmo e de seus filhos, alcança o casamento e cuida dele. Se o cônjuge crente vai embora, ele não deve se casar novamente (v. 11) a não ser que o descrente rompa o voto de casamento por adultério ou se case novamente (cf. Mt 5.32; 19.9). No entanto, se o descrente se apartar de seu cônjuge crente, então o crente parece ser considerado livre para se casar novamente: “porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão” (1 Co 7.15). Alguns entendem que a homossexualidade também é uma razão para o divórcio, uma vez que está listada como um pecado ainda maior que o adultério, sendo algo “contrário à natureza” (Rm 1.26,27). Duas dificuldades têm surgido quanto ao ensino do Senhor JESUS CRISTO sobre este tema nos Evangelhos.
1. Em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18, CRISTO não deixa espaço para o divórcio, em quaisquer bases. Somente em Mateus (Mt 5.32; 19.9), Ele menciona que o divórcio é permitido em caso de fornicação. Aqui temos que aplicar o principio de que todos os detalhes devem ser reunidos e as várias passagens das Escrituras devem ser comparadas entre si antes de chegarmos a uma conclusão final. Uma síntese indutiva completa requer que tudo o que CRISTO ensinou sobre o divórcio, como registrado tanto nos Evangelhos como em 1 Coríntios 7.10ss., seja reunido antes que uma decisão final seja tomada sobre os seus ensinos. A isto deve ser acrescentado tudo o que se encontra sobre este assunto no NT, a fim de se ter certeza da doutrina do divórcio do NT.

Como a posição de CRISTO quanto ao divórcio deve ser reconciliada com o AT? Como Moisés pode ter sido instruído por DEUS a dar uma permissão tão geral? DEUS NÃO DEU TAL INSTRUÇÃO E NEM MOISÉS MANDOU. PERMITIU POR CAUSA DA DUREZA DE SEUS CORAÇOES. A condição da humanidade naquela época precisa ser levada em conta. Estas instruções foram dadas a Moisés por causa das atitudes desmoralizadas do homem desde a queda. As condições ideais que existiam quando DEUS deu as ordenanças originais do casamento não existiam mais. Foi dito a Moisés que promulgasse uma lei civil que regulasse o divórcio ao invés de uma lei divina, como a que foi revelada mais tarde por CRISTO, a qual eles não poderiam jamais manter em seu estado pecaminoso. Sendo este o caso, esta lei civil pode ser um guia para o homem quando ele lida com pessoas não salvas e para as leis civis ainda hoje, mas ela não pode ser estabelecida como o padrão espiritual da igreja. No NT, CRISTO removeu o juízo de adultério e fornicação do reino da lei civil, onde eram puníveis com a morte física, e o colocou inteiramente sob o juízo da lei moral e do próprio DEUS. Visto que a lei moral é um tribunal mais elevado que a civil, Ele a coloca sob um juízo ainda mais severo.
2. CRISTO não mencionou o adultério como base para o divórcio, mas apenas a fornicação. Este, portanto, não está incluído? Isto pode ser explicado primeiro pelo fato de que a admissão de um pecado de menor importância como a fornicação sugere a inclusão de um pecado maior como o adultério. Além disso, o adultério já havia sido considerado, tanto na lei judaica quanto na romana, uma razão legítima para o divórcio e, portanto, não precisava ser mencionado. Á isto deve ser acrescentado o fato de que embora a fornicação e o adultério sejam mencionados separadamente em muitos casos (Mt 15.19; 1Co 6.9; Gl 5.19), a fornicação é frequentemente usada sozinha envolvendo ambos (At 15.20; 21.25; Rm 1.29; Ef 5.3). A opinião geralmente defendida, portanto, é que pelo uso do termo fornicação, o nosso Senhor quis abranger as duas transgressões. Isto é também confirmado pelo fato da conduta pecaminosa de Israel como a esposa de Jeová ser às vezes chamada de adultério (Jr 3.8; Ez 23.45), e, às vezes, de fornicação (Jr 3.2,3; Ez 23.43). Novamente, em 1 Coríntios 7.2 o termo fornicação é usado para abranger estes dois pecados.
Resumindo o ensino do NT, encontramos que o divórcio é permitido onde houve fornicação ou adultério, e no caso de deserção voluntária; mas não por causa de algum capricho ou mesmo incompatibilidade. Neste caso, apenas a separação é permitida (cf. 1 Co 7.10 ss.).
Algumas perguntas práticas surgem para a igreja. Como se deve considerar o adultério e as relações pré-nupciais? Esta última é claramente um pecado, porém no Antigo Testamento sua punição era menos severa. Em 1Coríntios 7.1ss., Paulo estava provavelmente respondendo à seguinte pergunta: “Seria bom que o homem tocasse em mulher?” quando respondeu em um tom imperativo: “mas... cada um tenha sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido”, ou como o Dr. J. O Buswell, Jr., o traduz, “Todo homem deve ter sua própria esposa” (Systematic Theology, p. 386). O AT era muito severo com relação à fornicação - os jovens que a houvessem cometido deveriam se casar; contudo era tolerante quando se compara o caso do adultério, pois, neste, os transgressores deveriam ser apedrejados até à morte. A igreja deve ter isto em mente ao agir.
O que a igreja deve fazer no caso de pessoas divorciadas que desejam se casar? Apenas a parte inocente pode ser considerada aceitável para um casamento na igreja. Alguns pensam que o mesmo é verdadeiro para os membros da igreja. Outros solicitariam uma série de confissões e disciplina seguidas por uma reconciliação. Muitas igrejas se recusam a dar ao divorciado a condição de membro da igreja, embora, pelo fato da Santa Ceia ser servida abertamente, tal pessoa não está privada da mesa do Senhor (em muitas denominações o divorciado (a) não pode cear) . As igrejas em que a Santa Ceia é servida de uma forma fechada, apenas aos seus membros, tendem a adotar a primeira opção, que é a da disciplina e reconciliação; aquelas em que a Santa Ceia é servida abertamente, tendem a adotar a segunda. R. A. K.
 
 
Pureza ( 5: 27-30 ) - Comentário Bíblico Wesleyana - (Com alterações do Pr. Henrique)
27 Ouvistes que foi dito: Não cometerás adultério: 28 mas eu digo-vos que todo aquele que olhar para uma mulher para desejá-la já cometeu adultério com ela em seu coração 29 Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois é melhor para ti que um dos teus membros se perca, e não todo o teu corpo lançado no inferno. 30  E se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois é melhor para ti que um dos teus membros se perca, e não todo o teu corpo ir para o inferno.
O sétimo mandamento diz: Tu não cometerás adultério ( Ex 20:14. ; Dt 5:18. ). JESUS estendeu esse para cobrir o olhar de cobiça. Não é o ato, mas "o desejo de", que constitui pecado. Esta é a diferença básica entre a Lei do Antigo e do Novo testamento. O primeiro exemplo lida principalmente com ações, o último com atitudes; o primeiro com obras, este último com desejos; o primeiro com meios, este último com motivos; o primeiro com a mão, o último com o coração.
Às vezes, é dito que, porque os cristãos não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça, que eles não estão, assim, sujeitos a essas exigências rígidas, como foram os santos do Antigo Testamento. Mas a interpretação que JESUS dá aqui indica claramente que suas exigências vão mais fundo e mais alto e mais longe do que as da lei mosaica. Este desejo é prioridade para a escritura, é a primeira que deve ser dada atenção antes.
O olho é a porta de entrada para a mente, e a mão representa o instrumento para fazer o mal. O inferno não é Hades, o lugar dos espíritos que partiram, mas Geena, o lugar de tormento. JESUS declarou que era melhor perder o olho direito ou mão do que estar perdido para sempre no inferno. Ele estava falando em sentido figurado, é claro, quando ele falou de arrancar um olho ou cortar uma mão. Uma aplicação importante seria a de cortar uma estreita amizade que estava levando para o pecado, ou uma amada vocação que estava provando ser uma fonte de tentação.

Harmonia ( 5: 31-32 )
31 Foi dito também, que qualquer que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio: 32 mas eu digo-vos que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e qualquer que casar com ela quando ela foi repudiada comete adultério.
O divórcio é um dos problemas mais antigos e persistentes na sociedade humana. A lei mosaica permitia o divórcio, mas exigido um certificado a ser dado, colocando, assim, uma restrição à fácil divórcio ( Deut. 24:13 ). Mas JESUS foi categórico no proibir o divórcio, exceto no caso de infidelidade (fornicação). Este último termo não é utilizado em seu atual sentido técnico estreito, mas inclui o adultério, o que se quer dizer aqui. A norma cristã é a do amor e harmonia no lar.
 
 
 
Continuação do Sermão da Montanha - Mateus 5. 27-32 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - (Com alterações do Pr. Henrique)
 
Aqui temos uma explicação do sétimo mandamento, que nos é dada pela mesma mão que fez a lei, e que, portanto, era a mais adequada para ser a intérprete do mandamento: é o mandamento contra a impureza, que adequadamente segue o anterior; que coloca uma restrição às paixões pecaminosas. Isto com relação aos desejos pecaminosos, que precisam sempre estar sob o controle tanto da razão quanto da consciência, e que, se tolerados, são igualmente perniciosos.
I
O mandamento é apresentado aqui (v. 27): “Não cometerás adultério”, o que inclui uma proibição de todos os outros atos de impureza, e o desejo deles; mas os fariseus, em suas interpretações deste mandamento, tornaram a sua abrangência limitada somente ao ato do adultério, sugerindo que se o pecado somente fosse considerado no coração, e não passasse disso, DEUS não o ouviria, não o consideraria (Sl 66.18), e, portanto, eles pensavam que isto era suficiente para que pudessem dizer que não eram adúlteros (Lc 18.11).
II
Aqui está explicada a severidade, em três aspectos, que agora podem parecer novos e estranhos àqueles que sempre foram governados pela tradição dos anciãos e que assumiam o que eles ensinavam como sendo palavras de oráculo.
1. Aprendemos que existe o adultério no coração, os pensamentos e tendências adúlteros, que nunca dão origem ao ato do adultério ou da fornicação; e talvez a impureza que eles causam à alma, que aqui está tão claramente declarada, não estivesse incluída no sétimo mandamento, mas tinha sentido e objetivo em muitas das profanações cerimoniais sujeitas à lei, pelas quais eles deviam lavar as roupas e a sua carne na água. Qualquer pessoa que olhasse para uma mulher (não somente a esposa de outro homem, como alguns interpretam, mas qualquer mulher) para cobiçá-la, teria cometido adultério com ela em seu coração (v. 28). Este mandamento proíbe não apenas os atos de fornicação e adultério, mas: (1) Todos os apetites impuros, toda a cobiça do objeto proibido. Este é o início do pecado, a concepção da concupiscência (Tg 1.15); é um mal passo em direção ao pecado. E onde se aprova e se lida com a cobiça, e o desejo devasso é tratado pela língua como algo doce, ali está a comissão do pecado, até onde o coração pode tê-la – não faltando nada – a não ser uma oportunidade conveniente para o próprio pecado. Adultera mens est – A mente é corrupta, Ovídio. A cobiça é frustrada ou influenciada pela consciência: influenciada, se ela não diz nada sobre o pecado; frustrada, se ela não comanda o que diz. (2) Todas as abordagens deste caso. Alimentar os olhos com a visão do fruto proibido; não apenas procurando este fim, que eu possa cobiçar, mas olhando até que eu cobice realmente, ou procurando gratificar a cobiça, onde nenhuma satisfação adicional possa ser obtida. Os olhos são, ao mesmo tempo, a entrada e a saída de uma grande quantidade de pecados deste tipo, como testemunham a mulher que tentou José (Gn 39.7), a mulher que se entregou a Sansão (Jz 16.1), e a amante de Davi (2 Sm 11.2). Há olhos cheios de adultério que não cessam de pecar (2 Pe 2.14). Que necessidade temos nós, portanto, como o santo Jó, de fazer um concerto com os nossos olhos, de fazer este acordo com eles, para que tenham o prazer de contemplar a luz do sol e as obras de DEUS, com a condição de que nunca se fixem ou residam sobre qualquer coisa que possa provocar imaginações ou desejos impuros. E, sob esta penalidade, pelo que eles fizessem, precisariam sofrer com lágrimas penitentes! (Jó 31.1). Para que temos a pálpebra sobre os olhos, a não ser para restringir os olhares corruptos e para evitar as impressões que possam nos contaminar? Aqui também se proíbe o uso de qualquer outro dos nossos sentidos para provocar a cobiça. Se os olhares sedutores são frutos proibidos, muito mais o são as palavras impuras e os galanteios devassos, o combustível e o fole deste fogo infernal. Estes preceitos são limites sobre a lei da pureza do coração (v. 8). E se olhar é cobiçar, aqueles que se vestem e se enfeitam, e se exibem, com o desejo de serem vistos e desejados (como Jezabel, que pintou o rosto, enfeitou a cabeça, e olhou pela janela) não são menos culpados. Os homens pecam, mas os demônios tentam ao pecado.
2. Tais olhares e tais galanteios são tão perigosos e destrutivos para a alma, que é melhor perder o olho e a mão que assim pecam do que abrir caminho ao pecado e perecer eternamente nele. Isto nos é ensinado aqui (vv. 29,30). A natureza corrupta logo objetaria contra a proibição do adultério no coração, dizendo que ela é algo impossível de se controlar: “São palavras duras, quem pode suportá-las? A carne e o sangue não podem evitar olhar com prazer para uma mulher bonita, e é impossível se abster de cobiçar e flertar com algo assim”. Desculpas como estas dificilmente serão vencidas pela razão, e, portanto, devem ser atacadas com os terrores do Senhor; e é assim que são atacadas aqui.
(1) Aqui é descrita uma operação severa para a prevenção desses desejos carnais. Se o teu olho direito te escandalizar, ou ofender outra pessoa, com olhares devassos a coisas proibidas; se a tua mão direita te escandalizar, ou ofender outra pessoa com flertes devassos; e se for realmente impossível, como se diz, controlar o olho e a mão, e eles estiverem tão acostumados a estes procedimentos pecaminosos, a ponto de não poder evitá-los; se não existir outra maneira de restringi-los (o que, bendito seja DEUS, por meio da sua graça, existe), é melhor para nós arrancar o olho e cortar a mão (ainda que sejam o olho direito e a mão direita, os mais dignos de honra e os mais úteis) do que tolerar que eles pequem para a ruína da alma. E se isto tiver que ser contido – diante desta idéia, a natureza estremece – devemos nos determinar ainda mais a controlar o corpo e a conter estas coisas. Viver uma vida de mortificação e de autonegação; manter constante vigilância sobre os nossos próprios corações; suprimir o surgimento de qualquer desejo e corrupção ali; evitar as oportunidades de pecados, resistir aos seus estímulos e recusar a companhia daqueles que são uma armadilha para nós, ainda que sejam muito agradáveis; ficar afastados do caminho do mal e reduzir o uso das coisas lícitas, quando descobrirmos que são tentações para nós; buscar a DEUS, buscar a sua graça; confiar diariamente na sua graça, e desta maneira andar no ESPÍRITO, para não satisfazermos os desejos da carne – isto será tão eficiente quanto cortar a mão direita ou arrancar o olho direito; e talvez igualmente eficiente em oposição à carne e ao sangue; esta é a destruição do velho homem.
(2) Um argumento estarrecedor é usado para reforçar esta prescrição (v. 29), e é repetido nas mesmas palavras (v. 30), porque nos negamos a ouvir o que é reto (Is 30.10). É melhor para nós que um dos nossos membros pereça, ainda que seja um olho ou uma mão, que se poupado pode trazer o pior, do que todo o nosso corpo ser lançado no inferno. Observe: [1] Não é inconveniente que um ministro do Evangelho pregue sobre o inferno e a condenação. Não. Ele precisa fazê-lo, pois o próprio CRISTO o fez; e nós seremos infiéis ao que nos foi confiado, se não advertirmos sobre a ira futura. [2] Existem alguns pecados dos quais precisamos ser salvos pelo medo, particularmente os desejos carnais, que são animais tão selvagens que não podem ser detidos, a não ser pelo medo; não podemos ser afastados de uma árvore proibida, a não ser por um querubim com uma espada flamejante. [3] Quando somos tentados a pensar que é muito difícil negar a nós mesmos e crucificar os desejos carnais, devemos considerar quão mais difícil é estar para sempre no lago que arde com fogo e enxofre. Estas pessoas não sabem o que é o inferno, ou não acreditam em sua existência, e preferem se arriscar à ruína eterna nestas chamas a negarem a si mesmas o prazer de um desejo bruto e vil. [4] No inferno haverá tormentos para o corpo. Todo o corpo será lançado no inferno, e haverá tormentos para todas as suas partes, de modo que se cuidarmos do nosso corpo, nós o possuiremos em santificação e honra, e não na paixão da concupiscência. [5] Mesmo aquelas imposições que são mais desagradáveis para a carne e o sangue são boas para nós; e o nosso Mestre não exige nada de nós, exceto o que Ele sabe que é para o nosso bem.
3. Que os homens se divorciassem de suas esposas quando não gostassem delas, ou por qualquer outro motivo que não fosse o adultério, por mais tolerado e praticado que fosse este motivo entre os judeus, era uma violação do sétimo mandamento, pois abria uma porta para o adultério (vv. 31, 32). Observe aqui:
(1) Como ficava o assunto agora, com relação ao divórcio. Foi dito (Ele aqui não diz como antes: “Foi dito aos antigos”, porque este não era um preceito, como eram aqueles. Embora os fariseus estivessem inclinados a compreendê-lo assim, Mt 19.7, esta era somente uma permissão): “Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite”. Em outras palavras, que o homem não pense em fazê-lo somente em palavras, quando estiver aborrecido, mas que o faça deliberadamente, por um instrumento legal por escrito, confirmado por testemunhas; se ele dissolver a ligação matrimonial, que ele o faça solenemente. Assim a lei tinha evitado divórcios intempestivos e apressados, e talvez no início, quando a escrita não era tão comum entre os judeus, tivesse tornado raros os divórcios. Mas com o passar do tempo, o divórcio acabou ficando muito comum, e esta orientação de como fazê-lo, quando houvesse justa causa para ele, se transformou em uma permissão para ele, com qualquer causa (Mt 19.3).
(2) Como esta questão foi corrigida pelo nosso Salvador. Ele reduziu o ritual do casamento à sua instituição primitiva: eles serão uma única carne, não facilmente separável, e, portanto, o divórcio não deve ser permitido, exceto em caso de adultério, que rompe o pacto de casamento. Aquele que repudia a sua esposa com qualquer outra desculpa faz com que ela cometa adultério, e também o faz aquele que se casa com a repudiada. Observe que aqueles que levam os outros à tentação do pecado, ou os deixam na tentação, ou ainda os expõem a ela, se tornam também culpados do pecado, que lhes será imputado. Esta é uma forma de ter a sua parte com os adúlteros (Sl 50.18).
 
 
 
Acerca do adultério e do divórcio (5.27-32) - Comentário - NVI (F. F. Bruce) - (Com alterações do Pr. Henrique)
Cf. 19.9; Mc 10.11,12; Lc 16.18. Para o AT, a fornicação e o adultério não são dois estágios do pecado, mas diferentes tipos de pecado. Aquela é condenada expressamente só nas suas formas mais graves, embora sempre seja considerada com desagrado. Já o adultério era um pecado fundamental contra a família, e assim contra a sociedade, e implicava a pena de morte (Lv 20.10; Dt 22.22). O judeu piedoso considerava todo pecado sexual, na prática ou em pensamento, com repugnância. Se JESUS está aqui concentrando sua atenção na transgressão mais séria, de forma alguma ele está desculpando a menos séria.
A opinião popular de que os rabinos eram frouxos e indulgentes acerca do divórcio vem da ignorância a respeito dos seus métodos exegéticos. Os discípulos de Shammai (século I d.C.) traduziam Dt 24.1 como está na ARA (“coisa indecente”); os seus rivais, os discípulos de Hillel, entendiam o termo como “qualquer coisa ofensiva”. Com base nisso, eles diziam que queimar a comida do marido seria motivo suficiente para o divórcio, como também se o marido encontrasse uma mulher mais bonita que a esposa (Aqiba, que morreu em 135 d.C.). Mas isso era somente a exposição da lei como eles a entendiam. Na verdade, eles censuravam abertamente o divórcio, e não há evidência de que fosse algo comum.
O uso que JESUS faz de adultério (v. 28) sugere que o homem e a mulher eram impedidos de se casar. Supostamente gyné (mulher) traz aqui, como com frequência, o significado de “esposa” (assim Arndt). O pecado, mesmo em pensamento, era tão sério que valeria a pena ficar aleijado para evitá-lo. Isso parece responder por antecipação ao argumento moderno de que o adultério e a fornicação são, sob certas circunstâncias, naturais e necessários para se ter uma vida plena.
As palavras de JESUS acerca do divórcio têm causado tantas controvérsias que devemos nos restringir à afirmação dos fatos, (a) JESUS estava se dirigindo a pessoas cujo caráter é descrito em 5.3-10. Ele não estava colocando os gentios não-regenerados sob restrições maiores do que tinham sido colocados os judeus (Dt 24.1-4). (b) Visto que os Evangelhos não circularam em um códice antes do século II, não podemos dar à cláusula de exceção exceto por imoralidade sexual (porneia) um significado tão grande que os que possuíam somente Marcos ou Lucas fossem interpretar erroneamente as palavras de CRISTO, (c) o termo porneia nunca é usado na LXX ou no NT acerca de simples adultério. A Igreja Ortodoxa entendeu que aqui significa atos repetidos de adultério, que fazem da esposa alguém nada melhor do que uma prostituta, (d) Com base no fato de que implicava a pena de morte, pode-se argumentar que o adultério automaticamente colocava um fim no casamento, mas isso não pode ser deduzido desse texto, (e) Somente três significados da cláusula de exceção, não mutuamente excludentes, parecem estar à altura de consideração: (1) o da Igreja Ortodoxa, que deveria conhecer o significado do grego; (2) que se indica pela situação que houve pecado pré-marital não confessado, i.e., entrou-se no casamento com base em falsos pretextos; (3) que seja indicado aqui o casamento em condições proibidas, como em At 15.20,29 — a ideia de que os cristãos gentios eram dados à promiscuidade sexual é insensata e repulsiva, v. 32 .faz que ela se tome adúltera'. Nas condições sociais da época, era quase impossível uma mulher mais jovem viver uma vida independente de solteira.
 
 
SINÓPSE I - O Senhor JESUS condena claramente a prática do adultério.
SINÓPSE II - O que procede do coração e permeia o pensamento do homem determinarão seu comportamento.
SINÓPSE III - Na perspectiva bíblica, o casamento é uma união indissolúvel.
 
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a respeito do caráter vitalício do casamento. Veremos que a Bíblia condena o adultério e afirma a indissolubilidade do casamento. Num contexto em que a instituição do casamento é tão atacada, apresentamos um estudo que fortalecerá a instituição do casamento e apresentará seu caráter divino, pois foi DEUS quem a instituiu.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Apresentar a condenação do adultério; II) Mostrar que o que rege o coração regerá o corpo também; III) Afirmar a indissolubilidade do casamento.
B) Motivação: Todo seguidor de JESUS tem em alta conta a instituição do casamento. É uma instituição vinda de DEUS para o homem e a mulher. Por isso, os valores da Bíblia que regem o casamento são opostos aos que são propagados no mundo atual.
C) Sugestão de Método: O modelo tradicional de casamento está em sistemático ataque secular. Por isso, antes de iniciar terceiro tópico, sugerimos a seguinte indagação: Qual é a origem do casamento? Ouça as respostas dos alunos. Estimule-os a participem, objetivando a obter as respostas. Após ouvi-las atenciosamente, dê uma resposta unificada a partir da exposição do tópico, mostrando com clareza os valores que regem o casamento cristão.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: O casamento não é constituído de pessoas rivais. Viver sob o mesmo teto requer disposição de comunicar, amar e ajudar. O convívio no casamento debaixo da perspectiva do amor cristão é o antídoto para o fracasso no casamento. É desejo de DEUS que o casamento dure até que a morte separe o casal.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará dois auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto "JESUS e a dimensão prática do divórcio", localizado ao final do primeiro tópico, é uma análise de como nosso Senhor aborda um dos mandamentos que fundamenta a postura ética do cristão diante do casamento; 2) O texto "Para restringir a falta grave", localizado ao final do segundo tópico, traz a análise da rejeição de DEUS ao divórcio, mostrando a natureza indissolúvel da instituição criada por DEUS: o Casamento.
 
 
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP1
JESUS e a dimensão prática do divórcio
“No subsequente estado adúltero da mulher que se casa com novo companheiro, a falta é colocada aos pés do primeiro homem que, de acordo com JESUS, obtém um divórcio frívolo. Ele precipita um estado adúltero da mulher que se casa outra vez (que então pode não ter tido voz ativa no segundo matrimônio, dado seu estado social). Mais tarde, quando JESUS insistiu nesta visão estrita do divórcio, os fariseus perguntaram: ‘Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?’ Ele respondeu que Moisés tolerou esta prática ‘por causa da dureza do vosso coração’. JESUS manteve a posição anterior exarada pela lei natural quando instruiu o povo que o Criador designou que o marido e a esposa fossem uma só carne e nunca se separassem (Mt 19.4- 11). Na passagem em foco, JESUS diz que o homem que se divorcia da esposa por qualquer razão, exceto por infidelidade matrimonial, e se casa com outra mulher, comete adultério. A vontade de DEUS é a permanência do matrimônio nesta terra. Assim Malaquias escreve que DEUS diz que o casal é uma carne e que Ele ‘aborrece o repúdio [ou odeia o divórcio]’, sobretudo por causa dos efeitos sobre os filhos (Ml 2.14-16). (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.46-47).
 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO TOP3
Para restringir a falta grave
“JESUS aborda novamente um dos Dez Mandamentos e afirma sua maior autoridade para interpretá-lo. Como alguns dos seus contemporâneos Ele vai às minúcias para restringir esta falta grave. Alguns fariseus fechariam os olhos ou andariam com a cabeça inclinada para não olhar uma mulher. Mas JESUS identifica o coração como a principal parte ofendida do ser humano, pois o coração é a sede da vontade, da imaginação e da intenção da pessoa, embora os olhos tenham sua parte. JESUS não está condenando a atração sexual natural, mas a luxúria ou desejo lúbrico (v. 28). A mensagem de JESUS é clara: Se a pessoa tratar da intenção do coração, então os olhos cuidarão de si mesmos” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.46).
 
 
VOCABULÁRIO
Cândida: que apresenta pureza e inocência.
Colimava: tinha em vista; visava a; objetivava, pretendia.
Hiperbólico: ênfase expressiva resultante do exagero da significação linguística; exagerado.

REVISANDO O CONTEÚDO
1. Para JESUS, onde está a gênese do adultério? Para JESUS, a gênese do adultério está no coração, começando com um olhar cobiçoso e pensamentos impuros que levam à prática sexual ilícita.
2. No seu Sermão, JESUS evidencia a importância de homens e mulheres absterem-se de quê? JESUS evidencia a importância de homens e mulheres absterem-se de pensamentos impuros, tanto fora como dentro do casamento, pois é dessa forma que se consegue manter a pureza em três níveis: sexual, moral e social.
3. Como JESUS via o casamento? Para JESUS, o casamento é uma união indissolúvel, e por isso deixou claro que, quanto ao divórcio, não era um mandamento de Moisés, por causa do pecado (Mt 19.8), pelo padrão baixo e desmoralizante em que muitos estavam vivendo.
4. De forma figurada, a idolatria também era chamada de quê? A idolatria era chamada, figuradamente, de adultério (Jr 3.8; Ez 23.37).
5. De acordo com a lição, perante DEUS, como bem expressou CRISTO, uma intenção errada é tão pecaminosa quanto um ato. O que fazer para não cair neste mal? Devemos sempre buscar pensamentos puros e bons (Fp 4.8).