Escrita Lição 12, O Reinado de Josias - Dia Nacional da Escola Dominical

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Lição 12, O Reinado de Josias - Dia Nacional da Escola Dominical
Lições Bíblicas - 3º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Plano de DEUS para Israel em meio à Infidelidade da Nação, As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel
Comentário: Pr. Claiton Pommerening
Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Pr. Henrique
 
 
TEXTO ÁUREO
“Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da Lei na Casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.” (2 Rs 22.8)
 
 
VERDADE PRÁTICA
Nos dias de hoje, DEUS ainda levanta homens e mulheres dispostos a combater a cultura da idolatria que se perpetua através das gerações.
 
 
 
 
Lição 12, O Reinado de Josias
 
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-cdc-2tr17-hulda-a-mulher-que-estva-no-lugar-certo.htm (AJUDA - Sobre a profetisa Hulda e o Rei Josias)
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mq 6.8 DEUS adverte para que todos sejam obedientes e que amem uns aos outros
Terça - Sl 121.2-5 O Senhor DEUS é aquEle que sempre está ao lado do seu povo para socorrer e guardar
Quarta - Is 6.12,13 DEUS, por sua infinita graça, sempre tem um recomeço para o seu povo
Quinta - Tg 1.22-24 Quem conhece a Palavra de DEUS deve colocá-la em prática
Sexta - Lv 26.1 A Bíblia enfatiza que a idolatria deve ser abandonada
Sábado - 1 Pe 2.9 DEUS usa os seus filhos para levar as Boas-Novas


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 22.3-5,8; 23.2-5,21,22,25
3 - Sucedeu, pois, que, no ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, à Casa do SENHOR, dizendo: 4 - Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que tome o dinheiro que se trouxe à Casa do SENHOR, o qual os guardas do umbral da porta ajuntaram do povo. 5 - E que o deem na mão dos que têm o cargo da obra e estão encarregados da Casa do SENHOR; para que o deem àqueles que fazem a obra que há na Casa do SENHOR, para repararem as fendas da casa.
8 - Então, disse o sumo sacerdote Hilquias ao escrivão Safã: Achei o livro da Lei na Casa do SENHOR. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu.
2 Reis 23
2 - E o rei subiu à Casa do SENHOR, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, e os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se achou na Casa do SENHOR. 3 - E o rei se pôs em pé junto à coluna e fez o concerto perante o SENHOR, para andarem com o SENHOR, e guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras deste concerto, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo esteve por este concerto. 4 - E o rei mandou ao sumo sacerdote Hilquias, e aos sacerdotes da segunda ordem, e aos guardas do umbral da porta que se tirassem do templo do SENHOR todos os utensílios que se tinham feito para Baal, e para o bosque, e para todo o exército dos céus; e os queimou fora de Jerusalém, nos campos de Cedrom, e levou as cinzas deles a Betel. 5 - Também destituiu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais planetas, e a todo o exército dos céus.
21 - E o rei deu ordem a todo o povo, dizendo: Celebrai a Páscoa ao SENHOR, vosso DEUS, como está escrito no livro do concerto. 22 - Porque nunca se celebrou tal Páscoa como esta desde os dias dos juízes que julgaram a Israel, nem em todos os dias dos reis de Israel, nem tampouco dos reis de Judá.
25 - E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal.
 
 
COMENTÁRIOS BEP - CPAD
22.1 JOSIAS. Josias foi o último dos reis justos de Judá. Já em tenra idade (aos dezesseis anos) começou a buscar o Senhor com toda dedicação (2 Cr 34.3) e, quatro anos mais tarde, começou a expurgar de Judá a religião falsa (2 Cr 34.3,4). Enquanto o templo estava sendo restaurado, Hilquias achou o livro da Lei escrito por Moisés (2 Cr 34.15). Surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de DEUS, e todo o país experimentou uma renovação espiritual (23.1-30). Os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque ajudaram Josias no seu esforço de reconciliar o povo com DEUS; quanto à condição espiritual do povo nos tempos de Josias, ver Jr 1-12; Hc 1.2-4; Sf 1.1.
22.3 NO ANO DÉCIMO-OITAVO DO REI JOSIAS. A dedicação de Josias ao Senhor revela que um jovem (Josias estava com vinte e seis anos nessa ocasião) pode ser dedicado ao Senhor e à sua causa, assim como, ou ainda mais, do que muitos adultos.
22.8 O LIVRO DA LEI. O "livro da lei" que Hilquias achou, tratava-se da lei que fora dada "pelas mãos de Moisés" (2 Cr 34.14); era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco primeiros livros da Bíblia (cf. 23.25; Dt 31.24-26). Essa descoberta dá testemunho da mão providente e soberana de DEUS, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de DEUS escrita é indestrutível (Is 40.8).
22.13 IDE E CONSULTAI AO SENHOR. Josias queria saber se os pecados de Judá tinham chegado a um ponto em que o juízo divino seria inevitável. (1) Através da profetisa Hulda, DEUS disse que seu povo, em breve, seria, sim, entregue na mão dos seus inimigos (vv. 14-17). Noutras palavras, quando o povo de DEUS persiste no pecado, atinge um ponto em que o castigo é inevitável. (2) Por um excessivo número de anos, o povo de DEUS, i.e., os israelitas, "zombaram dos mensageiros de DEUS, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram dos seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve" (2 Cr 36.16). O avivamento espiritual por intermédio de Josias apenas adiou a destruição iminente de Judá, mas não pôde evitá-la (vv. 18-20; 23.24-27).
22.19 TEU CORAÇÃO SE ENTERNECEU, E TE HUMILHASTE. Josias agradou a DEUS porque se humilhara perante o Senhor. Humilhar-se diante de DEUS é uma das condições primordiais para sermos renovados e recebermos a sua graça. Humilhar-se diante de DEUS, abrange: (1) aceitarmos o castigo que DEUS nos aplica, como justo e de conformidade com o que merecemos (v. 13); (2) saber que nós, sem a graça de DEUS, somos escravos do pecado e da iniquidade e que dependemos de DEUS para toda prática do bem (cf. Pv 3.7; Rm 12.3; 1 Co 1.4); (3) ter o coração quebrantado diante de DEUS, devido às lastimáveis fraquezas espirituais do ser humano (Sl 51.17; cf. Lv 26.40,41; Nm 12.3; 2 Cr 12.5,6; Pv 22.4); (4) temer a Palavra de DEUS com toda sinceridade (v. 11; 2 Cr 34.18,19).
 

OBJETIVO GERAL - Pontuar o avivamento gerado por Josias.

Resumo da Lição 12, O Reinado de Josias - Dia Nacional da Escola Dominical
I – JOSIAS REPARA O TEMPLO
1. “Achei o livro da Lei no Templo do Senhor”.
2. O rei rasgou suas vestes.
3. Entendendo a vontade de DEUS.
II – A RENOVAÇÃO DO PACTO COM O SENHOR
1. A leitura do livro diante do povo.
2. A destruição dos ídolos.
III – A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
1. A celebração da Páscoa e a restauração do culto e dos ofícios do Templo.
2. A maior páscoa da monarquia.
 
 
COMENTÁRIOS EXTRAS DE LIVROS
 
JOSIAS - (Strong Português) - יאשיה Yo’shiyah ou יאשׂיהו Yo’shiyahuw
Josias = “aquele que Javé cura”
filho de Amom com Jedida que sucedeu seu pai no trono de Judá e reinou por 31 anos; seu reinado é digno de nota pelos grandes reavivamentos da adoração de Javé liderados por ele
 
1 Reis 13:1 Eis que, por ordem do SENHOR, veio de Judá a Betel um homem de DEUS; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso. 2 Clamou o profeta contra o altar, por ordem do SENHOR, e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos humanos se queimarão sobre ti. 3 DEUS, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o SENHOR falou: Eis que o altar se fenderá, e se derramará a cinza que há sobre ele. 4 Tendo o rei ouvido as palavras do homem de DEUS, que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Prendei-o! Mas a mão que estendera contra o homem de DEUS secou, e não a podia recolher. 5 O altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de DEUS apontara por ordem do SENHOR.
 
 
1 Reis 13:1-10 - O Homem de DEUS de Judá Traz uma Mensagem a Jeroboão
Aqui temos:
I
Um mensageiro enviado a Jeroboão para lhe demonstrar o desagrado de DEUS contra a sua idolatria (v. 1). O exército de Judá que visava arruiná-lo foi dispensado e não pôde puxar uma espada contra ele (12.24); mas um profeta de Judá é enviado, no lugar dele, para corrigi-lo de seu mau caminho, e é enviado a tempo, enquanto ele está apenas dedicando o seu altar, antes de seu coração se endurecer pela aparência enganosa do seu pecado; pois DEUS não sente prazer com a morte dos pecadores, mas prefere que eles se convertam e vivam. Quão corajoso foi o mensageiro que se atreveu a desafiar o rei e sua arrogância e interromper a solenidade do qual se orgulhava! Aqueles que levam a mensagem de DEUS não devem temer o rosto do homem; eles sabem quem os defenderá. Quão bondoso foi Aquele que o enviou para advertir a Jeroboão da ira de DEUS que, do céu, se manifesta contra a sua impiedade e injustiça!
II
A mensagem entregue no nome de DEUS, não cochichada, mas clamada em alta voz, indicando tanto a coragem do profeta, que ele não estava nem com medo nem envergonhado de possuir uma mensagem, quanto a sua seriedade, que ele desejava ser ouvido e levado a sério por todos os que estavam presentes, que não eram poucos, nessa grande ocasião. Ela não foi dirigida a Jeroboão nem ao povo, mas ao altar, cujas pedras ouviriam e sujeitar-se-iam mais rapidamente do que aqueles que amavam seus ídolos e estavam surdos às reivindicações divinas. Mas, ao ameaçar o altar, DEUS ameaçou o fundador e os adoradores, a quem o altar era tão querido quanto suas próprias almas, e que podiam concluir: “Se a ira de DEUS imputa crime ao altar sem culpa e sem vida, como nós escaparemos?” Aquilo que fora predito a respeito do altar (v. 2) era que, com o tempo, um príncipe da casa de Davi, chamado Josias, profanaria esse altar sacrificando os próprios sacerdotes idólatras sobre ele, e queimando os ossos de mortos. Que Jeroboão saiba e tenha certeza de:
1. Que o altar que ele agora consagrou deve ser profanado. A adoração idólatra não continuará, mas a palavra do Senhor permanecerá para sempre.
2. Que os sacerdotes dos lugares altos que ele agora instituiu devem ser eles mesmos oferecidos como sacrifícios à justiça de DEUS, e os primeiros e únicos sacrifícios sobre esse altar que seriam agradáveis a DEUS. Se a oferta for tal como uma abominação a DEUS, segue-se, claro, que os próprios ofertantes devem cair sob sua ira, a qual permanecerá sobre eles, já que não é transmitida de outra maneira.
3. Que isso deve ser realizado por um descendente da casa de Davi. Aquela família que ele e seu reino tinham desprezado e traiçoeiramente abandonado recuperaria poder de forma a demolir aquele altar que ele (Jeroboão) pensou em estabelecer; de maneira que justiça e verdade finalmente prevaleceriam, tanto nos assuntos civis quanto nos religiosos, apesar dos presentes triunfos daqueles que se dedicaram a mudar o temor tanto de DEUS quando do rei. Isso ocorreu cerca de trezentos e cinquenta e seis anos antes dessa previsão se cumprir, mas ela foi dita como certa e perto de acontecer, pois mil anos para DEUS são apenas como um dia. Nada mais contingente e arbitrário do que dar nomes a pessoas, mas Josias foi aqui mencionado pelo nome mais de trezentos anos antes de nascer. Nada futuro está escondido de DEUS. Existem nomes que estão no livro da presciência divina (Fp 4.3), nomes escritos nos céus.
III
É dado um sinal para confirmar a verdade dessa predição, que o altar se fenderia por um poder invisível e a cinza do sacrifício se derramaria (v. 3), o que ocorreu imediatamente (v. 5). Isso foi:
1. Uma prova de que o profeta era enviado de DEUS, confirmando a palavra com os sinais que se seguiram (Mc 16.20).
2. Uma indicação concreta do desagrado de DEUS com aqueles sacrifícios idólatras. Como a oferta poderia ser aceitável quando o altar que deveria santificá-la era uma abominação?
3. Era uma censura ao povo, cujos corações estavam mais endurecidos do que aquelas pedras e não se quebrantava com a palavra do Senhor.
4. Foi um exemplo do que lhe seria feito quando a profecia se cumprisse com Josias; ele foi agora fendido, como um sinal de ser no futuro deixado em ruínas.
IV
A mão de Jeroboão, a qual ele estendera para agarrar e golpear o homem de DEUS, se secou (v. 4). Em vez de tremer com a mensagem, como bem podia ter feito, ele investiu sobre aquele que a trouxe, em desafio à ira sobre a qual fora advertido e desprezo daquela graça que lhe enviou a advertência. Repreende ao pecador e ele te odiará, e te fará dano se puder; mas os profetas de DEUS devem preferir expor-se a si mesmos a trair sua missão: aquele que os emprega os protegerá e controlará a ira do homem, como fez aqui com a de Jeroboão ao secar sua mão, de maneira que ele não podia nem agredir ao profeta, nem recolhê-la para ajudar-se a si mesmo. Quando a sua mão foi estendida para queimar incenso aos seus bezerros, ela não secou; mas, quando foi estendida contra um profeta, ficou inútil até que ele se humilhou. De todas as maldades do pecador, não há nenhuma que mais provoque a DEUS do que o atentado maligno contra seus profetas, de quem Ele disse: não toqueis os meus ungidos e aos meus profetas não façais mal. Como isso foi uma punição a Jeroboão, em resposta ao pecado, também foi o livramento do profeta. DEUS tem muitos meios de incapacitar os inimigos da sua igreja de executarem seus propósitos perniciosos. A inabilidade de Jeroboão em recolher a sua mão fez dele um espetáculo para todos que estavam à sua volta, para que pudessem ver e temer. Se DEUS, com justiça, endurece os corações dos pecadores, de modo que a mão que eles estenderam ao pecado não podem recolhê-la pelo arrependimento, esse é um julgamento espiritual, representado assim, e muito mais terrível.
 
 
JOSIAS, Jeová sara.
1. Neto de Manassés, filho e sucessor de Amom como rei de Judá. A principal informação bíblica relacionada com ele se encontra em 2 Reis 22 e 23; 2 Crônicas 34 e 35, em Jeremias (muitas referências) e em Sofonias. Seu nascimento e nome foram previstos de uma forma sobrenatural na época de Jeroboão I (1 Rs 13.2). Foi um dos bons reis de Judá que liderou uma reforma. Foi colocado no trono pelo “povo da terra” com a idade de oito anos e reinou de aprox. 639 a 609 a.C. No oitavo ano de seu reinado (com 16 anos de idade) ele “começou a buscar o DEUS de Davi, seu pai” (2 Cr 34.3). No décimo segundo ano de seu reinado, deu início às suas reformas em Judá e Jerusalém e, evidentemente, também no norte de Israel (Jeremias recebeu o chamado para o seu ministério profético no décimo terceiro ano de Josias, em aprox. 626 a.C.).
No seu décimo oitavo ano (621 a.C.) Josias providenciou os reparos necessários ao Templo, e foi nessa época que aconteceu o evento mais importante de seu reinado. Hilquias, o sumo sacerdote, encontrou o *livro da lei” no Templo. Se essa obra não pode ser identificada exclusivamente com o livro do Deuteronômio, é bastante certo que ela pelo menos incluiu esse livro, ou partes dele. Esse livro da lei foi responsável pela renovação da aliança e por outras reformas, que certamente se estenderam até Betel e Naftali. Aparentemente, o controle dos assírios estava suficientemente enfraquecido a ponto de permitir uma limpeza e eliminação da idolatria daquela terra. Ao fazer isso, Josias centralizou a religião do povo em Jerusalém. Ele também fez a maior celebração da Páscoa de que se tem conhecimento desde a época dos juízes. Mas apesar de tudo isso, Jeremias (por exemplo, Jeremias 2-6 e 11) deixou bem claro que as reformas de Josias eram apenas superficiais, externas e temporárias. Esta obra não trouxe como resultado nenhum arrependimento genuíno, e nenhuma mudança duradoura interior nas pessoas.
Josias adotou uma política contrária aos assírios e, por esse motivo, padeceu uma morte precoce em 609 a.C., por ter imprudentemente liderado um pequeno exército contra Neco II, rei do Egito. Na verdade, esse último estava liderando uma marcha para ajudar os assírios em sua última trincheira contra os babilônios em Harã. Josias foi morto no início desse confronto contra o exército egípcio em Megido. Sua reforma religiosa foi logo esquecida e três meses depois o reino de Judá perdeu a sua independência política para o Egito.
No entanto, Josias foi o último rei bom e santo de Judá, antes da destruição de Jerusalém e do cativeiro na Babilônia. O melhor tributo lhe é rendido em 2 Reis 23,25: “E antes dele não houve rei semelhante, que se convertesse ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal”.
2. Um filho de Sofonias que retomou do exílio com outros judeus (Zc 6.10). K. L. B. -  Dicionário Bíblico Wycliffe
 
72 anos depois a profecia de Hulda se cumpre integralmente, pois foi gradativo o sofrimento de Judá até chegar o exílio.
 
A bíblia pouco registra sobre a profetisa Hulda, porém, o que registra é de muita importância para o avivamento que se deu em sua época, através do rei Josias, neto do rei Manassés.
Hulda é mencionada quando o rei Josias tomou conhecimento do conteúdo do livro da Lei, que estava perdido na Casa do Senhor e foi encontrado. ouvindo o rei a leitura do livro da Lei e as maldições previstas ali para seu povo, devido aos pecados que estavam cometendo contra DEUS, o rei mandou consultar ao Senhor se estava determinado algum juízo e para quando, pela desobediência de Judá. A profetisa Hulda, recebeu de DEUS uma mensagem subdividida em duas, primeiro juízo decretado contra Judá, depois promessa de livramento para o rei que estava inclinado a servir e obedecer a DEUS.
I - QUEM FOI HULDA
1. Hulda.
Hulda - Originais - Strong Português -   חלדה Chuldah - Hulda = “doninha” (como bicho furão).
Uma profetisa na época do rei Josias a quem Josias consultou buscando uma opinião de autoridade a respeito do livro da lei encontrado por Hilquias na casa do Senhor quando fazia reparos na mesma.
Hulda era pobre e esposa de um roupeiro do rei, Salum – Hulda, mulher de Salum, filho de Tocate, filho de Hasrah  - morava na periferia de Jerusalém. O termo hebraico evidentemente significa um distrito ou subúrbio da cidade.(2 Rs 22.14).
2. Atividade que exerceu.
Era profetisa, num tempo em que praticamente só aos homens era confiado este ministério. Hulda, dependendo de sua idade que não está registrada na bíblia, pode ter testemunhado a ascensão e queda do reino de Ezequias, e decadência de Judá, nos tempos de Manassés e Amom (2 Cr 33. 11-25), e agora na época de Josias - teria que ter pelo menos 90 anos agora. (Época de Ezequias 715 a. C. - época de Josias - 639 a.C - 76 anos de diferença, mais pelo menos 14 anos de vida = 90 anos).
 
AS PROFETISAS NA BÍBLIA
1) Miriam (Êxodo 15:20)
2) Débora (Juízes 4:4)
3) Hulda (2 Reis 22:14; 2 Crônicas 34:22)
4) Noadias (Neemias 6:14)
5) Mulher de Isaías - E fui ter com a profetisa, e ela concebeu, e deu à luz um filho; e o Senhor me disse: Põe-lhe o nome de Maer-Salal-Has-Baz. Isaías 8:3
6) Ana Lc 1:7, 8, 9, 10) As 4 filhas de Filipe, o evangelista (Atos 21.9) - só dom de profecia, não eram Profetizas, ministério.
 
 
3. DEUS ouviu Hulda.
Uma mulher para ser consultada por um rei, nestas circunstâncias, só se tivesse ótimo testemunho de seu ministério, portanto, cremos que o rei sabia muito bem do testemunho de Hulda através de seu esposo que era guarda das vestes reais. Interessante que os reis anteriores parecem não ter conhecido Hulda, pois não é citada.  Com certeza era uma mulher de oração e jejuns e DEUS lhe revelou a mensagem importante que mandou ao rei Josias.
Por que Josias não consultou a um dos profetas contemporâneos de Hulda como Jeremias, ou Sofonias, ou Habacuque, em vez dela?
Creio que porque era muito jovem e preferiu ouvir uma mulher (recebia muita influência de sua mãe, creio eu, já que seu caráter não foi formado por seu pai e avô). Também os profetas Jeremias, Sofonias e Habacuque se atinham a profetizar o juízo de DEUS sobre a nação e Josias queria saber sobre ele mesmo. Também a profetiza era esposa de um roupeiro e era de confiança.
II - HULDA VÊ O TEMPO DO AVIVAMENTO
1. Josias promove verdadeiro avivamento.
Depois de escondido para não ser assassinado, Josias foi apresentado como rei aos oito anos de idade. Josias foi coroado rei em resposta aos inimigos de seu pai, permanecendo durante trinta e um anos à frente de Judá (639-609 a.C). Foi o décimo sexto rei de Judá, fixado na capital Jerusalém. Josias quebrou a sequência malignade idolatria, corrupção e apostasia no reino de Judá desde de Manassés seu avô, passando por seu pai Amon. Josias "[... ] fez o que era reto aos olhos do Senhor e andou nos caminhos de Davi, seu pai, sem se desviar deles nem para a direita nem para a esquerda" (2 Cr 34.2).
2. Aboliu a idolatria.
Josias foi corajoso e valente - interferiu na política e na religião de seu país e até do país vizinho.
Repararam que Josias invadiu até o pais vizinho para acabar com a idolatria? Cidades da tribo de Israel, ao norte que não pertenciam a Judá. 2 Crônicas 34.5 E os ossos dos sacerdotes queimou sobre os seus altares e purificou a Judá e a Jerusalém. 6 O mesmo fez nas cidades de Manassés, e de Efraim, e de Simeão, e ainda até Naftali, em seus lugares assolados, ao redor. 7 E, tendo derribado os altares, e os bosques, e as imagens de escultura, até reduzi-los a pó, e tendo cortado todas as imagens do sol em toda a terra de Israel, então, voltou para Jerusalém.
Cronologia
A bíblia diz assim - 3 Porque no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou a buscar o DEUS de Davi, seu pai; e no duodécimo ano começou a purificar a Judá e a Jerusalém, dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultura e de fundição. OITAVO ANO COMEÇOU A BUSCAR - SOMENTE NO 12º COMEÇOU A PURIFICAR. Tinha 16 anos quando começou a buscar a DEUS e com 20 anos decidiu purificar a nação da idolatria.
Josias era reto aos olhos do SENHOR 2 Rs 22:1-2; 2 Cr 34:1-2, e temia a DEUS, muito mais quando acharam o Livro da Lei, e por causa do que seu conteúdo 2 Rs 22:8-11; 2 Cr 34:15-19, sendo que Josias queria apenas consultar DEUS.
2 Rs 22:13 Ide, e consultai o SENHOR por mim, pelo povo e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do SENHOR, que se acendeu contra nós; porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo quanto acerca de nós está escrito.
A cronologia bíblica nos mostra que naquele tempo, o 18º ano do reinado de Josias 2 Rs 22:3 (começou a reinar com 8 anos, agora tinha 26 anos), embora já houvesse o ministério de Sofonias Sf 1:1, e de Jeremias Jr 1:1-2,  e de Habacuque, a comissão sacerdotal foi procurar e consultar a profetisa Hulda, 2 Rs 22:14; 2 Cr 34:22.
Fica evidente que para Josias tomar as drásticas medidas contra a idolatria em seu país não seria possível se não fosse com respaldo de DEUS, e com apoio de homens sérios, que trabalhavam no reino, como parte de um "remanescente fiel", que buscava o bem do seu povo.
3. Resgatou a Lei do Senhor.
A lei deveria ser lida ao povo de sete em sete anos - Deuteronômio 31:9-13
9 E Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do concerto do Senhor, e a todos os anciãos de Israel. 10 E deu-lhes ordem Moisés, dizendo: Ao fim de cada sete anos, no tempo determinado do ano da remissão, na Festa dos Tabernáculos, 11 quando todo o Israel vier a comparecer perante o Senhor, teu DEUS, no lugar que ele escolher, lerás esta Lei diante de todo o Israel aos seus ouvidos
Havia um livro de DEUS dentro da casa de DEUS que o sacerdote não sabia onde estava. Precisou do rei mandar o sacerdote retirar uma imagem de um ídolo de dentro do templo. A situação dos líderes religiosos no tempo de Josias era deplorável.
Agora com vinte e seis anos de idade, o rei Josias mandou reparar a Casa do Senhor, que estava deteriorada e lembrando os tempos de seus administradores idólatras (2 Cr 34.8-11). Foi nesta restauração que o sumo sacerdote Hilquias, através de Safã, fez ciente ao rei que o livro da Lei, que se achava perdido, na casa do Senhor, fora encontrado.
A reação do rei, ao ouvir o conteúdo do livro, foi de assombro e medo. O rei rasgou suas vestes, chamou seus assessores, incluindo Safã, que era escrivão, e deu ordem, dizendo: "Ide, consultai ao Senhor, por mim e pelos que restam em Israel e em Judá, sobre as palavras deste livro que se achou, porque grande é o furor do Senhor, que se derramou sobre nós; porquanto nossos pais não guardaram a palavra do Senhor, para fazerem conforme tudo quanto está escrito neste livro" (2 Cr 34.21).
No décimo oitavo ano do seu reinado, o rei Josias mandou Safã, seu secretário (filho de Azalia e neto de Mesulão) até ao templo com as seguintes instruções para Hilquias, o sumo sacerdote: “Recolhe o dinheiro que é dado aos sacerdotes à porta do templo, quando o povo entra para o culto. Entrega-o ao encarregado de obras do templo para que contrate pedreiros e carpinteiros que façam as devidas reparações no edifício e para que comprem o material necessário.” Não se pedia contas do dinheiro entregue aos encarregados das obras, porque eram pessoas que atuavam com a máxima honestidade. Um dia Hilquias o sumo sacerdote foi ter com Safã o secretário real exclamando: “Descobri um livro no templo que tem escritas as leis de DEUS!” E deu o livro a ler a Safã. Quando este foi em audiência ao rei apresentar o relatório do andamento das obras de reparação do templo, fez também menção do livro que Hilquias tinha achado, e leu nele diante do rei. Ao ouvir aquelas palavras escritas, o monarca rasgou a roupa que tinha vestida, em sinal de profunda consternação. Mandou então a Hilquias o sacerdote, a Safã, a Asaia (assistente do rei), a Aicão (filho de Safã) e a Acbor (filho de Micaías) que perguntassem ao Senhor: “Que devemos nós fazer? Porque não obedecemos às instruções deste livro: deves estar tremendamente irado contra nós, pois que nem nós nem os nossos antepassados seguimos os teus mandamentos.”
III - HULDA É USADA POR DEUS
1. A dura mensagem de DEUS.
Quando os homens enviados pelo rei Josias chegam a Hulda, mulher profetisa, ela ora ao Senhor que lhe responde revelando duas importantíssimas coisas: (2 Rs 22.14-17)
a- O juízo já estava decretado sobre Judá, era irreversível. DEUS não iria mais tolerar a idolatria e já havia tomado a decisão e punir Judá. (O exílio na Babilônia seria esse juízo em breves dias).
"E ela lhes disse: Assim diz o Senhor, DEUS de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes [...]" (2 Cr 34.23). Era o prenúncio do cativeiro de Judá, o que aconteceu em 586 a.C.
b- DEUS pouparia o rei Josias de ver os dias terríveis de juízo sobre Judá.
2. Hulda profetisa para o rei Josias.
O que disse a profetisa Hulda em sua profecia a respeito do rei Josias?
Assim diz o SENHOR DEUS de Israel, acerca das palavras, que ouviste: 19 Porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o SENHOR, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus moradores, que seria para assolação e para maldição, e que rasgaste as tuas vestes, e choraste perante mim, também eu te ouvi, diz o SENHOR. 20 Por isso eis que eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido em paz à tua sepultura, e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar.
DEUS viu que Josias não seguiu os maus caminhos de seus pais, mas humilhou-se. A leitura do livro da Lei trouxe temor a Josias. (2 Cr 34.26-28). Imagine como a resposta de DEUS foi importante e estimulante para Josias.
3. O efeito da profecia sobre Judá e Jerusalém.
Foi importante a reação do rei Josias - Se ele tivesse ouvido a resposta de DEUS e não tivesse tomado as devidas providências para mudar a situação de Judá, certamente o juízo de DEUS atingiria também seu reinado.
Josias tomou de pronto algumas medidas:
a) Convocação.
Primeira providência foi convocar os líderes do povo que deveriam ser o exemplo para ao povo. As pessoas precisam de referenciais. Um grande problema da igreja na atualidade é exatamente esse. Quem nos representa diante da sociedade? Precisamos de homens de DEUS que marchem à frente da igreja como Pedro, Filipe, Paulo. Homens cheios do poder de DEUS, destemidos e de testemunho impecável.
b) "Subiu à Casa do Senhor.
 "subiu à Casa do Senhor com todos os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém, e os sacerdotes, e os levitas, e todo o povo, desde o maior até ao menor". Depois de reunir todo o povo, "e ele leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro do concerto, que se tinha achado na Casa do Senhor" (2 Cr 34.30).
Agora Josias vai à casa de DEUS com todo o povo reunido - Objetivo - Ler a Palavra de DEUS e fazer conhecida Sua vontade.
Estamos vivendo época de escassez da legítima Palavra de DEUS pregada e ensinada na casa de DEUS. Nossos cultos têm sido preenchidos com 70% do tempo dedicados a músicas e danças e peças teatrais. Gasta-se mais tempo pedindo dinheiro às pessoas do que pregando o legítimo evangelho. Precisamos de mais mensagens condenando o pecado e falando do sangue purificador de JESUS.
A Escola Bíblica Dominical passa por sua pior fase de declínio desde que foi fundada. Já não se consegue nem 40% de presença na grande maioria de nossas igrejas. Apesar da facilidade em se conseguir informações e aprendizado pela internet, são poucos os professores que se interessam em trazer um melhor ensino aos alunos. Professores não estão sendo referenciais aos alunos como  homens de DEUS, cheios do ESPÍRITO SANTO e detentores de dons espirituais e de resultados na evangelização.
c) Fez um concerto com DEUS.
"E pôs-se o rei em pé em seu lugar e fez concerto perante o Senhor [...] com todo o seu coração e com toda a sua alma, cumprindo as palavras do concerto, que estão escritas naquele livro" (2 Cr 34.31).
Isso é individual - Cada um deve se apresentar perante DEUS com desejo de ser usado por DEUS em sua obra. É preciso arrependimento - É preciso uma renovação de compromisso com DEUS e sua Palavra. É preciso santificação.
d) Levou o povo a fazer o concerto com DEUS.
"E fez estar em pé a todos quantos se acharam em Jerusalém e em Benjamim; e os habitantes de Jerusalém fizeram conforme o concerto de DEUS, do DEUS de seus pais" (2 Cr 34.32).
Agora o povo tinha um referencial, tinha um líder que fazia o que falava e ensinava, vivia isso. todo povo estava feliz em seguir o rei.
Devemos ser esse líder em nossa classe de EBD, em nossos púlpitos, em nossa casa, em nosso trabalho secular, pelas ruas, praças e cidades. Sal e Luz deste mundo tenebroso. o povo seguirá aquele que viver o que prega e ensina. - Sede meus imitadores, como também eu o sou de CRISTO 1 Co 11.1
e) Aboliu por completo a idolatria.
O rei Josias usou da autoridade que DEUS lhe concedera e determinou que "todas as abominações" fossem tiradas do meio de Israel (2 Cr 34.33).
A autoridade vem de DEUS sobre aqueles que se entregam a ELE para fazer sua obra com determinação e coragem. A autoridade deve ser exercida para que haja santidade. A correção e a disciplina deve ser executada sobre os pecadores para que todos vejam e aprendam. Estamos vendo líderes na igreja com péssimo testemunho e muitos que nem dão valor ao casamento e ao ministério, mas nunca são corrigidos, ou quando são, são apenas transferidos para outros lugares sem a disciplina devida.
Depois das reformas necessárias, Josias cumpriu o que DEUS determinara, e celebrou a Páscoa do Senhor, em Jerusalém (2 Cr 35.1-19).
Após as medidas drásticas de arrependimento, confissão de pecados e renovação de aliança, agora era momento de avivamento e deleite na presença do Senhor.
CONCLUSÃO
Aprendemos com Hulda que devemos estar no lugar certo e na hora certa para que possamos ser usados por DEUS em resposta às grandes tormentas que a vida reserva a todos em dados momentos. Nosso país precisa de nós - é hora de orarmos, jejuarmos, clamarmos, buscarmos solução em DEUS. Devemos ser exemplos de combate à corrupção. Devemos ser exemplos de combate a Mamom e seus ardis.
Um juízo está previsto para os que se esquecem de DEUS - A grande Tribulação que virá sobre o mundo e seus habitantes, idólatras, amantes de Mamom.
A promessa de DEUS para nós é de que nos livrará da hora da tentação que vem sobre todos. Mantenha-se sóbrio. Seja profeta de DEUS para nossa nação, em meio a essa geração corrupta.
 
ATRIBUTOS DO REI DE ISRAEL
Quando entrares na terra que te dá o SENHOR teu DEUS, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim;15Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o SENHOR teu DEUS; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos.16Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o SENHOR vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho.17Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si.18Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do {original}) que está diante dos sacerdotes levitas.19E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao SENHOR seu DEUS, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para cumpri-los;20Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel. Dt 17.14-20.

1 Sm 8.7-20
Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes solenemente, e declara-lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles.10E falou Samuel todas as palavras do SENHOR ao povo, que lhe pedia um rei.11E disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros.12E os porá por chefes de mil, e de cinquenta; e para que lavrem a sua lavoura, e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros.13E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras.14E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e os dará aos seus servos.15E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos.16Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho.17Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos.18Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele dia.19Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei.20E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.
 
 
 
 
2 Reis 22:1-10 - A Reforma de Josias - Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
A respeito de Josias, somos informados aqui:
I
Que ele era muito jovem quando começou a reinar (v. 1), com apenas oito anos de idade. Salomão diz: Ai de ti, ó terra, cujo rei é criança. Mas feliz és tu, ó terra, quando o teu rei é tal criança. Nosso Israel inglês teve uma vez um rei que foi uma tal criança, Eduardo VI. Josias, sendo jovem, não tinha recebido nenhuma impressão ruim do exemplo de seu pai e de seu avô, mas viu logo os seus erros, e DEUS lhe deu graça para se sentir advertido por esses erros (veja Ez 18.14ss.).
II
Que ele fez o que era reto aos olhos do Senhor (v. 2). Veja a soberania da graça divina — o pai ignorado e deixado a perecer em seu pecado, o filho um vaso escolhido. Veja os triunfos daquela graça — Josias nascido de um pai iníquo, sem que nenhuma boa educação e nenhum bom exemplo lhe fossem dados, ao contrário, tendo muitos à sua volta que o aconselhavam a seguir as pisadas de seu pai e poucos que lhe davam algum bom conselho, mas a graça de DEUS fez dele um santo eminente, cortado do natural zambujeiro e enxertado na boa oliveira (Rm 11.24). Nada é difícil demais para aquela graça realizar. Ele andou por um bom caminho e não se desviou (como alguns de seus predecessores, que começaram bem, tinham feito) nem para a direita nem para a esquerda. Há erros de ambos os lados, mas DEUS o guardou no caminho reto. Ele não caiu nem na superstição nem na profanação.
III
Que ele teve o cuidado de reformar o templo. Ele fez isso no décimo oitavo ano do seu reinado (v. 3). Compare com 2 Crônicas 34.8. Ele começou muito mais cedo a buscar ao Senhor (como aparece em 2 Crônicas 34.3), mas parece que a obra de reforma avançou lentamente e encontrou muita oposição, de maneira que ele não poderia realizar o que desejava e planejava, até que seu poder foi completamente confirmado. A consideração do tempo que inevitavelmente perdemos em nossa menoridade deve nos estimular, quando atingirmos a idade, a agir com muito mais vigor no serviço de DEUS. Tendo começado tarde, temos necessidade de trabalhar duro. Ele enviou Safã, o secretário de Estado, a Hilquias, o sumo sacerdote, para ter um relatório do dinheiro que foi coletado para esse objetivo pelos porteiros (v. 4). Pois, parece, eles usaram exatamente do mesmo meio para levantar dinheiro que Joás tinha usado (12.9). Quando o povo contribuía com um pouco de cada vez, o encargo era imperceptível e, sendo a contribuição voluntária, não se queixavam dela. Ele ordenou que esse dinheiro, assim coletado, fosse entregue para a reforma do templo (vv. 5,6). E parece que agora os trabalhadores (como nos dias de Joás) procederam tão bem que se não fez conta do dinheiro (v. 7), o que é certamente mencionado para o elogio dos trabalhadores, para que eles obtivessem tal reputação pela honestidade, mas se para o elogio daqueles que os empregaram eu não sei. Um homem pode conferir até o dinheiro que recebe de seu próprio pai. Não seria impróprio ter considerado os trabalhadores, para que outros também ficassem convencidos de sua honestidade.
IV
Que, na reforma do templo, o livro da Lei felizmente foi encontrado e trazido ao rei (vv. 8,10). Alguns pensam que esse livro fosse o autógrafo, ou o manuscrito original, dos cinco livros de Moisés, escritos por sua própria mão. Outros pensam que fosse uma cópia antiga e autêntica. É mais provável que fosse aquele que, por ordem de Moisés, foi colocado no SANTO dos Santos (Dt 31.24ss.):
1. Parece que esse livro da Lei estava perdido. Talvez ele tivesse se perdido por descuido e negligência, jogado em um canto (como alguns jogam suas Bíblias) por aqueles que não conheciam o seu valor, e esquecido ali. Ou ele foi maliciosamente escondido por algum dos reis idólatras, ou seus agentes, os quais foram impedidos pela providência de DEUS ou por suas próprias consciências, de queimá-lo e destruí-lo, mas o encobriram, na esperança de que nunca visse novamente a luz. Ou, como pensam alguns, foi cuidadosamente guardado por alguns de seus amigos, para que não caísse nas mãos dos seus inimigos. Quem quer que fosse o instrumento da sua preservação, nós devemos reconhecer que a mão de DEUS estava com ele. Se essa era a única cópia autêntica do Pentateuco que então existia, que (como eu posso dizer) escapou por pouco de perecer, eu admiro os corações de todas as boas pessoas que não tremeram por aquele tesouro sagrado como o tremor de Eli pela arca, e tenho certeza de que agora temos razão para agradecer a DEUS, de joelhos, por aquela feliz providência pela qual Hilquias encontrou esse livro nesse tempo, encontrou-o quando não o buscava (Is 65.1). Se as Sagradas Escrituras não fossem de DEUS, elas não existiriam hoje. O cuidado que DEUS tem pela Bíblia é uma clara indicação de seu interesse nela.
2. Se essa era a única cópia autêntica ou não, parece que as coisas nela contidas eram novas tanto para o próprio rei quanto para o sumo sacerdote. Pois, com a leitura do livro, o rei rasgou as suas vestes. Nós temos motivo para pensar que nem a ordem para que o rei tivesse uma cópia escrita da Lei, nem para a leitura pública da Lei a cada sete anos (Dt 17.18; 31.10,11), tinha sido observada por longo tempo. E quando os meios instituídos para manterem a religião forem negligenciados, a própria religião em breve decairá. Mas, por outro lado, se o livro da Lei estava perdido, parece difícil determinar que regra Josias seguiu ao fazer o que era reto aos olhos do Senhor, e como os sacerdotes e o povo mantiveram os ritos da sua religião. Tenho a tendência a acreditar que o povo geralmente teve acesso a resumos da lei, como nossos resumos das leis, com que os sacerdotes, para poupar-se ao trabalho de escrever, e o povo de ler toda a Lei, lhes tinham fornecido — um tipo de ritual, dirigindo-os nas observâncias da sua religião, mas omitindo o que eles pensavam ser adequado, e principalmente as promessas e as ameaças (Lv 26 e Dt 28 ss.), pois eu observo que essas partes da Lei eram aquelas com as quais Josias foi muito afetado (v. 13), pois eram novas para ele. Nenhum sumário, extrato ou coleção, fora da Bíblia (embora eles possam ter sua utilidade) podem ser eficazes em transmitir e preservar o conhecimento de DEUS e sua vontade como a própria Bíblia. Não é surpresa que o povo fosse tão corrupto quando o livro da Lei era algo tão raro entre eles. Onde não está aquela visão o povo perece. Aqueles que se esforçaram para corromper o povo, sem dúvida usaram todas as artes que puderam para terem aquele livro fora de suas mãos. A Igreja de Roma só pôde manter o uso de imagens proibindo o uso das Escrituras.
3. Foi um grande exemplo do favor de DEUS e um sinal para o bem de Josias e do seu povo, que o livro da Lei foi assim trazido à luz oportunamente, para dirigir e estimular aquela abençoada reforma que Josias tinha começado. É um sinal de que DEUS tem misericórdia de reserva para um povo quando ele engrandece sua lei entre ele e a faz honrável, e fornece-lhe meios para o aumento do conhecimento da Escritura. A tradução das Escrituras para o vernáculo foi a glória, força e alegria da Reforma ao afastar-se do papado. É digno de nota que eles estavam prestes a fazer uma boa obra, reformando o templo, quando encontraram o livro da Lei. Aqueles que cumprem seu dever de acordo com seu conhecimento terão seu conhecimento aumentado. Para o que tem, será dado. O livro da Lei foi uma copiosa recompensa por todos os cuidados e custos que tiveram a respeito da reforma do templo.
4. Hilquias, o sacerdote, ficou excessivamente satisfeito com a descoberta. “Ó”, diz ele a Safã, “alegra-te comigo, pois achei o livro da lei, heureka, heureka — descobri, descobri aquela joia de inestimável valor. Toma, leva-o para o rei; é a joia mais rica da sua coroa. Lê-o diante dele. Ele anda no caminho de Davi, seu pai, e, se for semelhante a ele, amará o livro da Lei e lhe dará as boas vindas. O qual será seu deleite e seu conselheiro”.
 
 
2 Reis 22:11-20 - O Respeito de Josias pelo Livro da Lei e pelos Mensageiros de DEUS

Nós não ouvimos mais falar da reforma do templo: sem dúvida aquela boa obra continuou bem. Mas o livro da Lei que foi encontrado nele nos ocupa agora, e com toda razão. Ele não é guardado no gabinete do rei como uma peça de antiguidade, uma raridade a ser admirada, mas é lido diante do rei. Aqueles que colocam a mais legítima honra em suas Bíblias, que as estudam e convivem com elas diariamente, se alimentam daquele pão e caminham por aquela luz. Os homens de honra e de negócios devem considerar que o conhecimento da palavra de DEUS deve ser seu negócio e honra. Agora temos aqui:
I
As impressões que a leitura da Lei causou em Josias. Ele rasgou suas vestes, como alguém envergonhado do pecado de seu povo e que temia a ira de DEUS. Fazia tempo que ele tinha pensado que a situação do seu reino estava mal, por causa das idolatrias e das impiedades que tinham sido encontradas no meio dele, mas não imaginava que estivesse tão mal como percebeu que estava pelo livro da Lei agora lido para ele. O rasgar de suas roupas significou o rasgar de seu coração por causa da desonra feita a DEUS e a ruína que ele viu cair sobre seu povo.
II
O pedido que ele fez a DEUS depois disso: Ide e consultai ao Senhor por mim (v. 13).
1. Podemos supor duas coisas que ele desejou saber: — “Perguntai: (1) O que faremos. Que curso devemos tomar para afastar a ira de DEUS e evitar os castigos que nossos pecados têm merecido.” Convicções de pecado e da ira devem nos fazer perguntar: O que é necessário que nós façamos para nos salvar? Com o que viremos diante do Senhor? Se você vai perguntar assim, pergunte logo, antes que seja muito tarde. (2) “Pelo que podemos esperar e devemos providenciar.” Ele reconhece: “Nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro. Se essa for a regra do direito, certamente nossos pais erraram muito.” Agora que o mandamento reviveu o pecado, e apareceu como pecado. No espelho da Lei, ele viu os pecados de seu povo como mais numerosos e mais abomináveis do que antes os vira, e mais excessivamente pecaminosos. Ele infere daí: “Certamente grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós. Se essa for a palavra de DEUS, como sem dúvida é, e se Ele for fiel à sua palavra, como sem dúvida será, estaremos todos arruinados. Eu jamais pensei que as ameaças da Lei fossem tão severas, e as maldições da aliança tão terríveis, como agora as encontro; é hora de refletirmos sobre nós mesmos, se elas estão em vigor contra nós.” Note: Aqueles que estão verdadeiramente apreensivos do peso da ira de DEUS não podem senão estar muito solícitos em obter o seu favor e desejosos de saber como podem fazer as pazes com Ele. Os magistrados perguntam em favor de seu povo e estudam como evitar os castigos de DEUS que eles vêem pendendo sobre eles.
2. Essa pergunta Josias enviou: (1) Por meio de alguns de seus grandes, os quais são nomeados no versículo 12, e novamente no versículo 14. Dessa forma, ele honrou o oráculo, empregando aqueles de primeira linha para consultá-lo. (2) À profetisa Hulda (v. 14). O espírito de profecia, esse inestimável tesouro, às vezes não era posto nos vasos de barro, mas nos vasos mais fracos, para que a excelência do poder fosse de DEUS. Miriã ajudou a conduzir Israel para fora do Egito (Mq 6.4), Débora o julgou, e agora Hulda o instruiu na mente de DEUS, e o fato de ela ser esposa não prejudicava em nada sua atuação como profetisa: Venerado seja, entre todos, o matrimônio. Era uma dádiva para Jerusalém que, quando as Bíblias eram escassas eles tinham profetas, como mais tarde, quando a profecia cessou, que eles tivessem mais Bíblias. Pois DEUS jamais se deixa ficar sem testemunhas, porque aí os pecadores ficam sem desculpas. Jeremias e Sofonias profetizaram nesse tempo, mas os mensageiros do rei fizeram de Hulda o seu oráculo, provavelmente porque, tendo o seu marido um lugar na corte (pois ele era o guarda das vestiduras), eles tivessem dela maior e mais longo conhecimento e maiores seguranças do seu chamado do que de qualquer outro; é provável que eles a tivessem consultado em outras ocasiões e comprovado que a palavra de DEUS em sua boca era verdadeira. Ela estava próxima, pois morava em Jerusalém, em um lugar chamado Mishneh, a segunda fileira de edifícios a partir do palácio real. Os judeus dizem que ela profetizava entre as mulheres, as senhoras da corte, sendo ela mesma uma delas, a qual é provável que tivesse seus aposentos naquele lugar. Feliz a corte que tinha uma profetisa ao seu alcance e sabia como valorizá-la.
III
A resposta que ele recebeu de DEUS para a sua pergunta. Hulda não a respondeu na linguagem de alguém da corte — “Por favor, dê meu humilde serviço à sua Majestade e faça-o saber que esta é a mensagem que eu tenho para ele da parte do DEUS de Israel;” mas, na linguagem de uma profetisa, falando da parte daquele diante de quem todos estão no mesmo nível — Dizei ao homem que vos enviou a mim (v. 15). Até os reis, que embora sejam deuses para nós, são homens para DEUS, e assim serão tratados. Pois para com ele não há acepção de pessoas.
1. Ela o fez saber que castigos DEUS tinha reservado para Judá e Jerusalém (vv. 16,17): O meu furor se acendeu contra este lugar. E o que é o próprio inferno senão o fogo da ira de DEUS aceso contra os pecadores? Observe: (1) O grau e a duração dele. Está tão aceso que não se apagará. Saiu o decreto; é muito tarde agora para pensar em evitá-lo. A iniquidade de Jerusalém não será purificada com sacrifício ou oferta. O inferno é um fogo inextinguível. (2) A relação que ele tem: [1] Com os seus pecados: “Eles os têm cometido, por assim dizer, com intenção, e no propósito de provocar-me à ira. É um fogo aceso com os próprios gravetos deles. Eles queriam me provocar e, finalmente, conseguiram”. [2] Com as ameaças de DEUS: “O mal que eu trago é de acordo com as palavras do livro que o rei de Judá leu. A Escritura está cumprida nele. Aqueles que não se curvavam pelo preceito se curvarão pela punição”. DEUS não será menos terrível para os pecadores impenitentes do que aparece em sua palavra.
2. Ela o fez saber que misericórdia DEUS tinha reservado para ele. (1) Tem destaque a sua grande ternura e preocupação pela glória de DEUS e pelo bem-estar do seu reino (v. 19): O teu coração se enterneceu. Note: DEUS distinguirá aqueles que se distinguem. A maioria do povo estava endurecida e seus corações não eram humildes, assim foram os reis ímpios que lhe precederam, mas o coração de Josias se enterneceu. Ele recebeu as impressões da palavra de DEUS, tremeu com ela e se submeteu a ela. Ele foi extremamente afligido pela desonra feita a DEUS pelos pecados de seus pais e de seu povo. Ele temia os castigos de DEUS, os quais ele via caindo sobre Jerusalém, e os desaprovou severamente. Isso é ternura de coração, e dessa forma ele se humilhou perante o Senhor, e expressou esses piedosos sentimentos rasgando suas vestes e chorando diante de DEUS, provavelmente em seu aposento. Mas aquele que vê em segredo diz que foi perante Ele, e Ele ouviu, e colheu todas as lágrimas de sua ternura em sua garrafa. Note: Aqueles que mais temem a ira de DEUS são os que menos probabilidade têm de senti-la. Parece que aquelas palavras (Lv 26.32) afetaram muito a Josias: Eu assolarei a terra. Pois quando ele ouviu da assolação e da maldição, isto é, que DEUS os desampararia e os separaria para o mal (pois até que acontecesse, não estavam nem desolados nem amaldiçoados), então ele rasgou suas roupas: A ameaça comoveu seu coração. (2) É concedida uma prorrogação até depois da sua morte (v. 20): Eu te ajuntarei a teus pais. Então, os santos, sem dúvida, tinham uma perspectiva confortadora de felicidade do outro lado da morte, do contrário, serem reunidos a seus pais não seria, com tanta frequência, o conteúdo de uma promessa como nós vemos que essa foi. Josias não poderia ser bem sucedido em evitar julgamento em si, mas DEUS lhe prometeu que ele não viveria para vê-lo, o que (considerando principalmente que ele morreu no meio de seus dias, antes de ter quarenta anos) teria sido apenas uma pequena recompensa por sua eminente piedade se não existisse outro mundo no qual ele seria ricamente recompensado (Hb 11.16). Quando o justo é retirado, ele entrará em paz (Is 55.1,2). Isso é prometido para Josias aqui: Tu serás ajuntado em paz em tua sepultura, o que não se refere ao modo de sua morte (pois ele foi morto em batalha), mas ao tempo dela. Ela ocorreu pouco antes do cativeiro na Babilônia, daquela grande tribulação, em comparação com o qual o resto não era nada, de maneira que se pode dizer que ele, verdadeiramente, morreu em paz, que não viveu para sofrer aquilo. Ele morreu no amor e no favor de DEUS, que asseguram uma paz tão forte que nenhuma circunstância de morte, nenhuma, nem mesmo morrer no campo de batalha, pode alterar sua natureza ou interrompê-la.
 
 
2 Reis 23:1-3 - A Lei e a Renovação da Aliança sob a Condução de Josias

Josias tinha recebido uma mensagem de DEUS de que não havia como prevenir a ruína de Jerusalém, mas que ele livraria apenas a sua própria alma. Mas isso não foi motivo para que ele se sentasse em desespero e resolvesse não fazer nada por seu país porque não podia fazer tudo que queria. Não, ele cumpriria seu dever, e então deixaria o resultado nas mãos de DEUS. Uma reforma pública era a coisa decidida. Se algo pudesse evitar a ruína que fora ameaçada, devia ser isso. E aqui nós temos os preparativos para a reforma.
1. Ele convocou uma assembleia geral de governo, os anciãos, os magistrados ou representantes de Judá e Jerusalém para encontrá-lo na Casa do Senhor, com os sacerdotes e profetas, os ministros ordinários e os extraordinários, para que, com todos eles juntos nela, pudesse se tornar um ato nacional e, assim, tivesse mais probabilidade de evitar os castigos nacionais. Todos eles foram convocados a vir (vv. 1,2), para que o negócio pudesse ser feito com mais solenidade, para que pudessem todos aconselhar e participar dela, e para que aqueles que fossem contra pudessem ser desencorajados a fazer qualquer oposição. Os parlamentos não são nenhuma diminuição da honra e do poder dos bons príncipes, mas um grande suporte para eles.
2. Em vez de fazer um discurso para essa assembleia, ele ordenou que o livro da Lei fosse lido para eles. Mais ainda, parece que ele próprio leu (v. 2), como alguém muito afetado pelo livro e desejoso de que eles também experimentassem a mesma coisa. Josias pensa que não está abaixo dele ser um leitor, assim como não era humilhação para Salomão ser um pregador, mais ainda, o próprio Davi ser um porteiro da Casa de DEUS. Além da reunião com os grandes homens, ele convocou a congregação dos homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém para ouvirem a leitura da Lei. É realmente do interesse dos príncipes promover o conhecimento das Escrituras em seus domínios. Se o povo estiver apenas tão firmemente resolvido a obedecer a Lei quanto ele está em governar pela Lei, o reino será feliz. Todo o povo está preocupado em conhecer a Escritura, e todos têm autoridade para difundir o conhecimento dela.
3. Em vez de propor leis para a confirmação deles em seus deveres, ele propôs uma associação pela qual deviam todos se comprometer junto a DEUS (v. 3). O livro da Lei era o livro da aliança, de forma que, se fossem um povo para DEUS, Ele seria DEUS para eles. Aqui eles se comprometeram em fazer sua parte, não duvidando de que, então, DEUS faria a dele. (1) A aliança era que eles deviam seguir ao Senhor, submissos à sua vontade, em suas ordenanças e em suas providências, deviam responder a todos os seus chamados e acompanhar todos os seus movimentos — para que eles se conscientizassem de todos os seus mandamentos, morais, cerimoniais e judiciais, e os observassem cuidadosamente de todo o seu coração e de toda a sua alma, com todo cuidado possível, e prudência, sinceridade, vigor, coragem e resolução, e assim cumprissem as condições dessa aliança, em dependência das promessas dela. (2) As partes envolvidas na aliança eram, em primeiro lugar, o próprio rei, que estava junto à sua coluna (11.14) e que declarou publicamente seu consentimento em relação a essa aliança, para lhes dar um exemplo, e assegurar-lhes não apenas de sua proteção, mas de sua liderança e de todo apoio que seu poder lhes poderia dar em sua obediência. Não é nenhuma redução da liberdade, nem mesmo dos próprios príncipes, estar algemado a DEUS. E do mesmo modo, todo o povo esteve por este concerto, isto é, deram a entender o seu consentimento em relação a ele e prometeram obedecer a ele. É útil nos obrigarmos ao nosso dever com toda a solenidade possível, e isso é principalmente conveniente depois de notórias apostasias para o pecado e fracassos naquilo que é bom. Aquele que possui uma mente honesta não evita compromissos positivos: a ocasião faz o ladrão.
 
 
2 Reis 23:4-24 - O Templo É Purificado, os Ídolos eliminados e os Feiticeiros Abolidos

Aqui nós temos um relato de tal reforma como não se encontra em toda a história dos reis de Judá, uma atitude tão firme de desembaraçar-se de todas as coisas abomináveis, e o lançamento dos fundamentos de uma boa e gloriosa obra. E aqui eu posso apenas admirar-me de duas coisas:
1. Que tantas coisas ímpias tivessem entrado e permanecido tanto tempo, como as encontramos aqui removidas. 2. Que apesar da remoção dessas coisas ímpias, e a perspectiva esperançosa aqui dada de uma situação feliz, ainda dentro de poucos anos Jerusalém tenha sido completamente destruída, ou seja, nem isso a salvou. Pois a maioria do povo, depois de tudo, odiou ser reformado. Em vão vai fundindo o fundidor, e por isso, prata rejeitada lhes chamarão (Jr 6.29,30). Vamos observar aqui:
I. Quanta maldade havia, e tinha havido, em Judá e Jerusalém. É difícil acreditar ser possível que em Judá, onde DEUS era conhecido — em Israel, onde seu nome era grande — em Salém, em Sião, onde estava o lugar da sua habitação, fossem encontradas tais abominações como essas das quais temos aqui um registro. Josias agora tinha reinado dezoito anos, e ele mesmo tinha dado um bom exemplo ao povo, e guardado a religião de acordo com a Lei. E ainda, quando ele fez uma investigação sobre a idolatria, a profundidade e a extensão da esterqueira que ele teve de levar embora, pareceu quase inacreditável.
1. Até na Casa do Senhor, aquele templo sagrado que Salomão edificou, e dedicou à honra e à adoração do DEUS de Israel, foram encontrados utensílios, todo tipo de utensílios, para a adoração de Baal, e do bosque (ou Astarote), e de todo o exército dos céus (v. 4). Embora Josias tivesse suprimido o culto dos ídolos, os utensílios feitos para aquele culto ainda estavam todos cuidadosamente preservados, até no próprio templo, para serem usados novamente assim que a presente restrição fosse tirada. Mais ainda, até o próprio bosque, a imagem dele, ainda permanecia no templo (v. 6). Alguns pensam que se trata da imagem de Vênus, a mesma que Astarote.
2. Justamente à entrada da Casa do Senhor havia um estábulo para cavalos guardados (não é incrível?) para usos religiosos. Eram cavalos sagrados, destinados ao sol (v. 11), como se ele, que se alegra como um herói a correr o seu caminho (Sl 19.5), precisasse deles, ou antes eles assim representariam para si mesmos a rapidez da sua locomoção, a qual eles admiravam, fazendo sua religião se conformar a ficções poéticas do carro do sol, cuja tolice até uma pequena filosofia, sem qualquer divindade, teria desmascarado e feito com que se envergonhassem. Dizem alguns que aqueles cavalos deviam ser conduzidos em pompa a cada manhã para encontrar o sol nascente, outros que os adoradores do sol andavam neles para adorar o sol nascente. Parece que eles eram usados para puxar os carros do sol (v. 11), que o povo adorava. É estranho que qualquer homem que tinha a palavra escrita de DEUS entre eles fosse assim tão vão em suas imaginações!
3. Junto à Casa do Senhor, estavam as casas dos prostitutos cultuais, onde toda forma de obscenidade e imundície, até aquela que era a mais natural, era praticada também sob a desculpa de religião, em honra às suas divindades impuras. A prostituição corporal e a espiritual juntaram-se e os vis sentimentos aos quais o povo foi entregue foram a punição de suas imaginações vãs. Aqueles que desonraram o seu DEUS foram justamente abandonados assim para desonrarem-se a si mesmos (Rm 1.24ss.). Havia mulheres que teciam casinhas para o ídolo do bosque (v. 7), tendas que circundavam a imagem de Vênus, onde os adoradores cometiam toda sorte de obscenidade, e isso na Casa do Senhor. Procederam mal aqueles que fizeram da Casa de nosso Pai uma casa de negócios. Procederam pior aqueles que fizeram dela um covil de ladrões. Mas fizeram muito pior aqueles que a transformaram (horrendum dictu! — horrível de se dizer!) em um prostíbulo, em um desafio obsceno à santidade de DEUS e do seu templo. Bem pode o apóstolo Pedro chamá-las de abomináveis idolatrias.
4. Havia muitos altares idólatras (v. 12), alguns no palácio, sobre o terraço do cenáculo de Acaz. Sendo os telhados de suas casas planos, fizeram ali seus lugares altos e colocaram altares sobre eles (Jr 19.13; Sf 1.5), altares domésticos. Os reis de Judá fizeram assim. E, embora Josias nunca os usasse, eles ainda permaneciam ali nesse tempo. Manassés tinha construído altares para seus ídolos na Casa do Senhor. Quando ele se arrependeu, ele os removeu e os lançou fora da cidade (2 Cr 33.15), mas, como não os destruiu, parece que seu filho Amom os trouxe novamente para os pátios do templo. Ali Josias os encontrou e então os derribou (v. 12).
5. Ali estava Tofete, no vale dos filhos de Hinom, muito próximo de Jerusalém, onde ficava a imagem de Moloque (aquele deus de crueldade anormal, como os outros eram de impureza anormal), para a qual alguns sacrificavam seus filhos, queimando-os no fogo, outros os dedicavam, fazendo-os passar pelo fogo (v. 10), trabalhando para o fogo (Hc 2.13). Supõe-se ter sido chamado Tofete por causa de tof, um tamboril, porque eles tocavam tamboris ao queimarem os filhos, para não ouvirem seus gritos.
6. Havia altos que estavam defronte de Jerusalém, os quais edificara Salomão (v. 13). Podemos supor que os altares e as imagens naqueles lugares altos tinham sido removidos por algum rei piedoso precedente, ou talvez o próprio Salomão os tivesse removido quando se arrependeu. Mas os edifícios, ou algumas partes deles, permaneceram, com outros lugares altos, até o tempo de Josias. Aqueles que introduzem corrupções na religião não sabem o quão longe elas chegarão nem quanto tempo durarão. Antiguidade não é certamente prova de veracidade. Havia também lugares altos em todo o reino, desde Geba até Berseba (v. 8), e os altos das portas, que estavam à entrada da porta do chefe da cidade. Nesses lugares altos (pensa o bispo Patrick) eles queimavam incenso àqueles deuses tutelares a quem seus reis idólatras tinham confiado a proteção da sua cidade. E provavelmente o governador da cidade tinha um altar particular para os penates — seus deuses domésticos.
7. Havia sacerdotes idólatras que oficiavam em todos aqueles altares idolátricos (v. 5), kemarim, negros, ou aqueles que se vestem de preto (ver Sf 1.4). Aqueles que sacrificavam para Osíris, ou que choravam por Tamuz (Ez 8.14), ou que adoravam os deuses infernais, vestiam-se de preto como enlutados. Esses sacerdotes idólatras os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos. Parece que eles eram sacerdotes da casa de Arão, que assim profanaram sua dignidade, e também havia outros que não tinham nenhum direito ao sacerdócio que queimavam incenso a Baal.
8. Havia conjuradores, feiticeiros e adivinhos (v. 24). Já que eles adoravam o diabo como se fosse o seu deus, não é de admirar que o consultassem como seu oráculo.
II
Que completa destruição o bom Josias realizou de todas aquelas relíquias de idolatria. Tal era o seu zelo pelo Senhor dos Exércitos e a sua santa indignação contra tudo o que lhe é desagradável, que nada permaneceu diante dele. A Lei era que os monumentos da idolatria dos cananeus deviam ser todos destruídos (Dt 7.5), muito mais aqueles da idolatria dos israelitas, em quem ela era muito mais ímpia, profana e pérfida.
1. Ele ordenou a Hilquias, e aos outros sacerdotes, que limpassem o templo. Esse era o seu distrito (v. 4). Para longe com todos os utensílios que foram feitos para Baal. Eles jamais deviam ser usados no serviço de DEUS, não, nem reservados para qualquer uso comum. Todos eles deviam ser queimados e as suas cinzas levadas a Betel. Aquele lugar tinha sido a fonte comum de idolatria, pois ali foi colocado um dos bezerros, e, situado perto de Judá, a contaminação tinha se espalhado dali para dentro do reino, e por isso, Josias fez do lugar o lixão da idolatria, a esterqueira para a qual ele levou a imundície e a sujeira de todas as coisas, para que, se possível, se tornasse asquerosa para aqueles que tinham gostado dela.
2. Os sacerdotes idólatras foram destituídos. Aqueles dentre eles que não eram da casa de Arão, ou que tinham sacrificado a Baal ou a outros falsos deuses, ele mandou executar, de acordo com a lei (v. 20). Ele os sacrificou sobre os altares, o sacrifício mais aceitável que já tinha sido oferecido sobre eles, um sacrifício para a justiça de DEUS. Aqueles que eram descendentes de Arão, e mesmo assim tinham queimado incenso nos lugares altos, mas apenas ao verdadeiro DEUS, ele proibiu que se aproximassem do altar do Senhor. Eles tinham perdido aquela honra (v. 9): Ele os trouxe das cidades de Judá (v. 8), para que eles não pudessem cometer erro no campo, mantendo secretamente seus velhos costumes idólatras. Mas lhes permitiu comer pães asmos (o pão da oferta de manjares, Lv 2.4,5) no meio de seus irmãos, com quem eles deviam residir, para que, estando sob os olhos deles, pudessem ser guardados de fazerem dano e fossem ensinados a fazer o bem. Aquele pão, aquele pão sem fermento (pesado e desagradável como era), era mais do que eles mereciam, e isso serviria para mantê-los vivos. Mas, como eram sacerdotes manchados (Lv 21.22), pode ser justamente questionado se lhes era permitido comer de todos os sacrifícios, o que é chamado, em geral, de o pão do seu DEUS.
3. Todas as imagens foram quebradas em pedaços e queimadas. A imagem do bosque (v. 6), alguma deusa, foi reduzida a cinzas, e lançou o seu pó sobre as sepulturas dos filhos do povo (v. 6), o lugar comum de sepultamento da cidade. Pela lei, uma impureza cerimonial era contraída ao se tocar em uma sepultura, de maneira que ao lançar aqui o pó das imagens, ele os declarou impuros e ninguém poderia tocá-los sem com isso ficar impuro. Ele lançou o seu pó dentro das sepulturas (assim em aramaico), insinuando que ele queria que toda idolatria fosse sepultada longe da sua vista, como algo repugnante, e fosse esquecida como os mortos estão esquecidos (v. 14). Ele encheu os lugares dos bosques com ossos de homens. Como levou o pó das imagens para as sepulturas, para misturá-lo com os ossos dos mortos, também ele levou os ossos dos mortos aos lugares onde as imagens tinham estado, e os colocou no seu lugar, para que, de ambas as formas, a idolatria pudesse ser apresentada como repugnante, e o povo, guardado, tanto do pó das imagens quanto das ruínas dos lugares onde elas tinham sido adoradas. Os defuntos e os deuses mortos eram muito semelhantes e os mais adequados para estarem juntos.
4. Todas as casas perniciosas foram suprimidas, aqueles ninhos de impiedade que acolhiam os idólatras, as casas dos sodomitas (v. 7). “Abaixo com elas, abaixo com elas, arrasai-as até os alicerces”. Os lugares altos foram, da mesma forma, derrubados e nivelados ao chão (v. 8), até aquele que pertencia ao governador da cidade. Pois nenhuma grandeza ou poder do homem pode protegê-lo na idolatria ou na profanação. Que os governadores sejam obrigados, em primeiro lugar, a reformar, e, então, os governados serão rapidamente influenciados. Ele manchou os lugares altos (v. 8 e novamente o v. 13), fez tudo o que podia para apresentá-los como abomináveis, e fez com que o povo ficasse descontente com eles, como fez Jeú quando fez da casa de Baal uma latrina (2 Rs 10.27). Tofete, que, ao contrário de outros lugares de idolatria, estava em um vale, enquanto eles estavam sobre as colinas ou lugares altos, foi profanado da mesma maneira (v. 10), tornando-se um cemitério da cidade. A respeito disso, nós temos todo um sermão em Jeremias 19.1-11, onde se diz: e os enterrarão em Tofete, e toda a cidade é ameaçada de se tornar como Tofete.
5. Os cavalos que tinham sido dados ao sol foram tirados e dados ao uso comum, e assim foram libertos da vaidade à qual tinham sido submetidos. E os carros do sol (que pena que aqueles cavalos e carros fossem guardados como os carros e cavalos de Israel!) ele queimou. E, se o sol for uma chama, eles nunca se assemelharam tanto a ele como quando foram carros de fogo.
6. Os que trabalhavam com espíritos familiares e os feiticeiros foram extirpados (v. 24). É provável que os que dentre eles foram condenados por feitiçaria foram executados, e, assim, outros foram impedidos de suas práticas diabólicas. Em tudo isso, ele tinha um sincero respeito às palavras da Lei, que estavam escritas no livro encontrado recentemente (v. 24). Ele fez daquela Lei a sua regra e a manteve diante de seus olhos ao longo de toda a sua reforma.
III
Como o seu zelo se estendeu até as cidades de Israel que estavam dentro de seu alcance. As dez tribos foram levadas cativas e as colônias assírias não povoaram completamente o país, de maneira que, é provável, muitas cidades tinham-se colocado sob a proteção dos reis de Judá (2 Cr 30.1; 34.6). Essas ele visita aqui para levar adiante a sua reforma. Até onde for nossa influência, nossos esforços deverão fazer o bem e colocar um fim à impiedade do ímpio.
1. Ele profanou e demoliu o altar de Jeroboão em Betel, com o lugar alto e o bosque que pertencia a ele (vv. 15,16). Parece que o bezerro de ouro tinha desaparecido (o teu bezerro, ó Samaria, foi rejeitado), mas o altar estava lá, sendo usado por aqueles que ainda estavam presos às suas velhas idolatrias. Esse altar foi: (1) Profanado (v. 16). Josias, em seu zelo piedoso, estava pilhando os velhos focos de idolatria, e notou os sepulcros no monte, nos quais provavelmente os sacerdotes idólatras estavam sepultados, não distantes do altar no qual tinham oficiado, e do qual gostaram tanto que desejaram colocar seus ossos perto ele. Esses ele abriu, tirou os ossos, e os queimou sobre aquele altar, para mostrar que dessa forma ele teria feito aos próprios sacerdotes se estivesse vivos, como fez com aqueles que ele encontrou vivos (v. 20). Assim ele manchou o altar, o tornou profano e o fez odioso. É dito em forma de ameaça contra os idólatras que seus ossos serão expostos ao sol (Jr 8.1,2). Que aquilo que é ali ameaçado, e isso que é aqui executado (indicando que a sua iniquidade está sobre os seus ossos, Ezequiel 32.27) insinuam uma punição depois da morte, reservada para aqueles que vivem e morrem sem arrependimento naquele ou em qualquer outro pecado. Queimar os ossos, se aquilo fosse tudo, é algo pequeno, mas, se significa o tormento da alma em uma chama pior (Lc 16.24), é muito terrível. Isso, como um ato de Josias, parece ter sido o resultado de uma decisão muito repentina. Ele não teria feito isso apenas porque se virou e viu os sepulcros. Mas isso fora predito mais de trezentos e cinquenta anos antes, quando esse altar foi construído por Jeroboão (1 Rs 13.2). DEUS sempre prevê, e às vezes tem predito como certo, aquilo que para nós ainda parece o mais incerto. O coração do rei está na mão do SENHOR. Assim era o coração do rei Josias, e ele o voltou (ou ele mesmo sempre esteve ciente, Cantares 6.12) para fazer isso. Nenhuma palavra de DEUS cairá por terra. (2) Ele foi demolido. Ele derrubou o altar e todos os seus acessórios (v. 15), queimou tudo o que era inflamável, e, desde que um ídolo não é nada no mundo, ele foi até onde pôde em aniquilá-lo. Pois o desfez em pó e fez dele pó diante do vento.
2. Ele destruiu todas as casas dos lugares altos, todas aquelas sinagogas de satanás, que estavam nas cidades de Samaria (v. 19). Os reis de Israel as haviam edificado e DEUS levantou esse rei de Judá para derrubá-las, para a honra da antiga casa de Davi, da qual as dez tribos tinham se separado. De maneira justa ele fez sacrifícios dos sacerdotes sobre seus próprios altares (v. 20).
3. Ele preservou cuidadosamente o sepulcro daquele homem de DEUS que viera de Judá para predizer isso que agora um rei procedente de Judá realizava. Esse foi aquele bom profeta que apregoou essas coisas contra o altar de Betel, mas que fora ele mesmo morto por um leão por desobedecer a palavra do Senhor. Mas para mostrar que o desprazer de DEUS contra ele não foi além da sua morte, mas acabou ali, DEUS assim o ordenou para que, quando todos os túmulos em volta do seu fossem perturbados, o seu ficasse seguro (vv. 17,18) e ninguém removeria seus ossos. Ele tinha entrado em paz, e, por essa razão, descansaria em sua cama (Is 57.2). Parece que o profeta velho e mentiroso, que desejou ser sepultado tão próximo dele quanto fosse possível, sabia o que fazia, pois também o seu pó, sendo misturado com o do bom profeta, foi preservado por sua causa (ver Números 23.10).
IV
Aqui nós somos informados de que solene páscoa Josias e seu povo celebraram depois de tudo isso. Depois que limparam o país do velho fermento, então aplicaram-se à celebração da festa. Quando Jeú destruiu o culto de Baal, ele ainda não cuidou de andar nos mandamentos e nas ordenanças de DEUS. Mas Josias considerou que nós devemos aprender a praticar o bem, e não apenas deixar de praticar o mal, e que o meio para se manter fora dos costumes abomináveis é observar todas as ordenanças instituídas (ver Lv 18.30), e, por essa razão, ele ordenou que todo o povo guardasse a páscoa, a qual não era apenas um memorial da sua libertação do Egito, mas um sinal da sua dedicação àquele que os trouxera de lá e da sua comunhão com Ele. Isso ele encontrou escrito no livro da Lei, aqui chamado de livro do concerto. Pois, embora a divina autoridade possa tratar conosco na forma de uma ordem absoluta, a graça divina condescende conosco a fazer negociações, e, por isso, ele a celebrou. Nós não temos um relato detalhado dessa páscoa como daquela do tempo de Ezequias (2 Cr 30). Mas, em geral, somos informados de que nunca se celebrou tal páscoa como esta em nenhum dos reinados anteriores, não, desde os dias dos juízes (v. 22), o que, a propósito, insinua que, embora o relato que o livro de Juízes dá do estado de Israel sob aquela dinastia pareça apenas melancólico, ainda houve, então, alguns dias dourados. Parece que essa páscoa foi extraordinária por causa do número e da devoção dos participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância das leis da festa. E não ocorreu agora como na páscoa de Ezequias, quando participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a purificação do santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos sacerdotes. Nós temos motivo para pensar que durante todo o restante do reinado de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente observadas. Mas nessa páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto recentemente renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o renascimento de uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado, os colocou em grande entusiasmo de santa alegria. E DEUS ficou satisfeito em recompensar o zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da sua presença e favor. Tudo isso concorreu para fazer dessa páscoa uma festa de destaque.
 
 
2 Reis 23:25-30 - A Morte Precoce de Josias

Com a leitura desses versículos devemos dizer: Senhor, embora a tua justiça seja como as grandes montanhas — evidente, manifesta e sem controvérsia, os teus juízos são um grande abismo, insondáveis e inescrutáveis (Sl 36.6). O que diremos disso?
I
Aqui se reconhece que Josias foi um dos melhores reis que se sentaram no trono de Davi (v. 25). Como Ezequias foi incomparável pela fé e dependência de DEUS nas aflições (18.5), assim Josias foi incomparável pela sinceridade e zelo ao prosseguir com um trabalho de reforma. Por isso não houve outro semelhante a ele:
1. Que ele se converteu ao Senhor, de quem seus pais tinham se apartado. É a verdadeira religião se converter a DEUS como alguém que temos escolhido e amado. Ele fez o que pôde para converter também o seu reino para o Senhor.
2. Que ele fez isso com seu coração e sua alma. Seus sentimentos e objetivos eram retos no que fez. Aqueles que não fazem a obra de coração, não vivem sua religião.
3. Que ele realizou isso com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças — com vigor, coragem e resolução: de outra maneira ele não poderia ter vencido as dificuldades que apareceram no caminho. Que grandes coisas nós podemos fazer acontecer no serviço de DEUS se formos apenas animados e sinceros nele!
4. Que ele fez isso conforme toda a Lei de Moisés, em uma observação exata daquela Lei e com uma verdadeira consideração para com ela. Seu zelo não o levou a cometer nenhuma irregularidade, mas, em tudo o que fez, andou pela regra.
II
Apesar disso, ele foi cortado por uma morte violenta no meio dos seus dias, e seu reino foi arruinado dentro de poucos anos. Como resultado de uma reforma como essa, não se poderia esperar nada além da prosperidade e da glória do rei e do reino. Mas, muito pelo contrário, encontramos a ambos sob uma nuvem.
1. Até o reino reformado continua marcado pela ruína. Por tudo isso, o Senhor se não demoveu do ardor da sua grande ira (v. 26). Isso, que DEUS falou pelo profeta (Jr 18.7,8), que se uma nação, condenada à destruição, se converter da sua maldade, DEUS se arrependerá do mal da punição; é certamente verdadeiro e, por essa razão, devemos concluir que o povo de Josias, embora se submetesse ao poder de Josias, não absorveu os princípios de Josias. Eles se converteram pela força e não se converteram do seu mau caminho voluntariamente, mas ainda continuaram a sentir afeto por seus ídolos. E, por isso, aquele que conhece o coração dos homens não revogaria a sentença: Que Judá seria removido, como Israel tinha sido, e a própria Jerusalém, rejeitada (v. 27). Mas até essa destruição tinha por objetivo ser sua verdadeira reforma. De maneira que podemos dizer que não apenas os criminosos tinham enchido sua medida e estavam prontos para a ruína, mas também que a doença tinha virado uma crise e estava pronta para a cura. E que esse será todo o fruto, inclusive a remoção do pecado.
2. Como uma evidência disso, até o rei reformador é cortado no meio da sua utilidade — em misericórdia para com ele, para que ele não visse o mal que estava vindo sobre seu reino, mas em ira para seu povo, pois sua morte foi uma passagem para a desolação deles. Parece que o rei do Egito promoveu guerra contra o rei da Assíria: Assim o rei da Babilônia é agora chamado. O reino de Josias está entre eles. Por isso, ele pensou em se opor ao rei do Egito e impedir o crescimento, a ameaça e a grandeza do seu poder. Pois embora, naquele tempo, ele insistisse que não tinha nenhum plano contra Josias, se fosse bem sucedido em unir o rio do Egito e o rio Eufrates, a terra de Judá em breve seria inundada por eles. Por isso Josias lhe foi ao encontro, e foi morto no primeiro combate (vv. 29,30). Aqui: (1) Nós não podemos justificar a conduta de Josias. Ele não tinha um chamado claro para se engajar nessa guerra, nem lemos que ele tivesse pedido o conselho de DEUS por meio do Urim ou dos profetas a respeito do assunto. Por que ele tinha de aparecer e agir como um amigo e aliado do rei da Assíria? Devia ele ajudar ao ímpio e amar aqueles que ao SENHOR aborrecem? Se os reis do Egito e da Assíria se enfrentavam, ele tinha motivo para pensar que DEUS tiraria disso o bem para ele e para o seu povo, fazendo deles instrumentos para enfraquecerem um ao outro. Alguns entendem a promessa feita a ele, de que seria ajuntado em paz à sua sepultura, em um sentido no qual não se realizou porque, por seu malogro nesse assunto, ele perdeu o benefício da promessa. DEUS prometeu guardar-nos em todos os nossos caminhos. Mas, se sairmos do nosso caminho, nos lançamos fora da sua proteção. Eu compreendo a promessa assim, de maneira que eu acredito que ela se cumpriu, pois ele morreu em paz com DEUS e com a sua própria consciência, e não viu, e nem tinha qualquer perspectiva, da destruição de Judá e de Jerusalém pelos caldeus. Mas eu compreendo ser a providência uma reprovação dele por sua precipitação. (2) Nós devemos adorar a justiça de DEUS ao afastar tal joia de um povo mal agradecido que não sabia como valorizá-la. Eles lamentaram grandemente a sua morte (2 Cr 35.25), impelidos por Jeremias, que lhes falou do significado dela, e que presságio ameaçador que ela era. Mas eles não fizeram nenhum aperfeiçoamento devido às misericórdias que usufruíram por sua vida, cujo valor DEUS lhes ensinou pela necessidade.
 
 
2 Reis 23:31-37 - Os Maus Reinados de Joacaz e Jeoaquim
Jerusalém não viu nenhum dia bom depois que Josias foi colocado em sua sepultura, mas uma tormenta depois da outra, até que, dentro de vinte e dois anos, ela foi completamente destruída. Temos um curto relatório dos reinados de seus dois filhos: encontramos aqui o primeiro como um prisioneiro, e o último, como um tributário do rei do Egito, e ambos assim no início de seus reinados. Tendo esse rei do Egito matado a Josias, embora não tivesse nenhum plano em relação a Judá, mas sendo provocado pela oposição que Josias lhe fez, parece que agora ele virou todas as suas forças contra a sua família e reino. Se os filhos de Josias tivessem seguido os seus passos, teriam se saído melhor por sua piedade. Mas, desviando deles, se saíram pior por sua precipitação.
I
Joacaz, um filho mais jovem, foi feito rei primeiro pelo povo da terra, provavelmente porque observaram que ele era de gênio belicoso mais ativo do que seu irmão mais velho, e provavelmente para fazer frente ao rei do Egito e vingar a morte de seu pai, acerca da qual o povo estava mais solícito, como questão de honra, do que se manter e continuar a reforma de seu pai. E o resultado foi consequente:
1. Ele fez o que era mal (v. 32).
2. Não é de se admirar que, praticando o mal, lhe sucedesse o mal.
II
Eliaquim, outro filho de Josias, foi entronizado pelo rei do Egito. Não é dito em lugar de Joacaz (seu reinado foi tão curto que dificilmente valeria tomar nota dele), mas em lugar de Josias. 
Desse Jeoaquim somos informados:
1. Que o rei do Egito o tornou pobre, extorquiu dele um grande tributo de cem talentos de prata e um talento de ouro (v. 33), o qual, com muita dificuldade, ele espremeu de seus súditos e deu a Faraó (v. 35). Antigamente os israelitas tinham espoliado os egípcios. Agora, os egípcios espoliam Israel. Veja que angustiosas mudanças o pecado faz.
2. Que o que o tornou pobre ainda não o tornou bom. Apesar das repreensões da Providência sob a qual estava, pela qual ele devia ter se convencido, se humilhado e reformado, ele fez o que era mal aos olhos do Senhor (v. 37), e assim, preparou contra si mesmo maiores castigos. Pois DEUS os enviará se os castigos menores não realizarem a obra para a qual foram enviados.
 
 
Josias (22:1-23:30; II Crôn. 34:1-35:27) - COMENTÁRIO MESQUITA ( AT )
Descrever o reinado de Josias é tarefa difícil a qualquer escritor, tais e tantas foram suas reformas, seu zelo por Jeová e pela sua religião. Assim, o escritor se sente metido num emaranhado de fatos, sem saber o que escolher. Comparadas as duas narrativas de Reis e Crônicas, sente-se que o próprio escritor sagrado teve dificuldades em selecionar os fatos e concatená-los, de modo a nos dar uma notícia completa. Acredita-se que o escritor de Reis fosse contemporâneo de Josias e ficasse de tal modo perturbado pela morte prematura do seu rei, que nem saberia como conduzir a mente e dar-nos um relato perfeito e completo. É uma suposição apenas. Nós mesmos, que estudamos a obra de Josias, nos sentimos de tal modo chocados com a sua morte no meio da sua reforma, que nos sentimos presente aos seus funerais, a vertermos as nossas lágrimas. No tocante aos assuntos internacionais, que muito de perto interessavam a Judá, sabemos que Assurbanipal, o nobre e grande guerreiro, o Sardanapalo dos gregos, acabava de morrer. Foi o último de uma sequência de grandes guerreiros. Portanto, Josias sentia-se quase livre de influência de fora para poder realizar a sua obra. Pouco depois, no seu duodécimo ano de reinado, os citas deram o golpe de misericórdia no poderoso reinado assírio, de que só restou a memória dos grandes feitos relatados nos livros da Bíblia e nas crônicas deixadas pelos seus escritores, inclusive as de Assurbanipal, objeto de glórias arqueológicas do século XX. Os arquivos de Assurbanipal, a sua memorável biblioteca, constante de 30. 000 volumes, são ainda hoje um repositório de fatos da vida antiga; graças a estas descobertas e sua confrontação com os textos do Velho Testamento, foi que a Bíblia se reabilitou no consenso dos críticos alemães, franceses e ingleses. Está fora do plano destas notas entrar em maiores divagações sobre a Assíria e seus arquivos, atualmente espalhados nos museus europeus, onde os amantes da arqueologia podem valer-se de boas obras para completar seus conhecimentos. Assim, com a queda de Nínive, Josias podia considerar-se um rei independente e seguro para suas reformas da religião conspurcada por seus antepassados.6

"Fez o que era reto aos olhos do Senhor" (v. 2). Era filho de Jedida, nome que já serviu a alguns pais para chamarem suas filhas. Dela nada sabemos, senão que era sua mãe; as influências sobre o menino Josias não conhecemos.

6. O que nos choca frontalmente nesta reforma é que Manassés, filho e sucessor de Ezequias, depois de se converter e se arrepender de todo o mal que havia praticado, limpou Jerusalém dos ídolos, restaurou o templo e, fez uma limpeza em regra. O filho de Manassés, Amam, reinou apenas dois anos, mas o bastante para que toda a imundícia de ídolos voltasse à cidade e ao templo. Isto nos leva a ver como o povo estava corrompido e de tal modo desviado de DEUS que, apenas morria o rei, por acaso bom, tudo voltava ao que era antes. Assim não seria fácil qualquer reforma em Judá ou Israel, com um povo totalmente corrompido com a idolatria. Dois anos foram suficientes para tudo quanto de bom Ezequias e depois o seu filho Manassés, arrependido, fizeram fosse tornado inútil. Por isso se verifica a indecisão e cuidado que Josias teve em levar adiante a sua reforma. O povo não gostava de um culto monoteísta e espiritual; gostava da farra dos ídolos.

1) A reforma e restauração do templo.

A ordem dos fatos relacionados com a reforma do templo não é dada na mesma sequência entre II Reis e II Crônicas, se bem isso pouco importe. Conforme II Crônicas, Josias começou a sua reforma no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda bem moço (II Crôn. 34:3); segundo Reis, porém, a reforma começou no décimo oitavo ano (II Reis 22:3). A diferença não nos deve causar surpresas porque cada um dos escritores sagrados viu as coisas por seu próprio prisma. O que parece certo é o que diz U Crônicas: Josias começou a reforma, e a buscar a seu DEUS no décimo oitavo ano do seu governo; muito antes ele estaria preparando o seu trabalho e agindo muito cautelosamente. Então, coordenando a história, diríamos que no oitavo ano (II Crôn. 34:3) teria começado a preparar o povo, os sacerdotes, e no décimo segundo ano começou a limpeza da idolatria, para então no décimo oitavo entrar a fundo na reforma (II Reis 22:3). Nós podemos imaginar os perigos de uma reforma violenta, reconhecendo que o povo em geral gosta das pompas da idolatria e mesmo o povo gostaria de prestar o seu culto às imagens de Baal. Josias foi cauteloso. No oitavo ano, estando então com 16 anos de idade, começou a buscar a DEUS. No duodécimo começou a purificar a Judá e Jerusalém, tirando os altos e os postes-ídolos, as imagens de escultura e de fundição. Na sua presença derribaram os altares de Baal, e ele queimou tudo sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado; e os ossos dos sacerdotes, diríamos de Baal, queimou sobre seus altares, assim tornando imundos tais lugares de culto. Não havia profanação maior do que queimar os ossos de alguém e espargir a cinza sobre o que fosse. Estavam tais lugares imundos para sempre, e irrecuperáveis. Tendo despedaçado todos os altares de incenso, em toda a terra de Israel, então voltou para Jerusalém. Vemos assim que a reforma foi geral, abrangendo todo o território sob o domínio de Judá e até onde sua influência podia chegar

2) Josias repara o templo.

Pela leitura dos textos sagrados somos levados a ver que a reforma começou por fora, para depois vir para o templo, pois não adiantaria limpar a casa, deixando os focos de idolatria entre o povo. Uma reforma inteligente. Já no décimo oitavo ano (II Reis 22:3), Josias sentia-se bastante forte para levar sua reforma avante. Chamou o escrivão Safã, da Casa do Senhor, dizendo: "Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que faça a soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm recebido, do povo" (v. 4). Este dinheiro destinava-se aos carpinteiros, cavouqueiros e outros que trabalhavam nas obras de reconstrução do templo que, pelo visto, estaria totalmente arruinado. Neste trecho

estão de acordo II Reis e II Crônicas. Na reforma, demolição de paredes, abertura de portas que teriam sido fechadas por interesse da idolatria, no meio de muito entulho, foi encontrado o Livro da Lei.

3) O "Livro da Lei".

Rios de tinta têm corrido, prelos têm rangido, tipógrafos têm passado noites insones, homens ilustres têm dado a sua vida e sua inteligência para negar a autoria mosaica deste livro. O assunto é de magna importância e sentimos pena de não podermos dispor de espaço para esmiuçar em seus mínimos detalhes o assunto. Fizemos referência a este livro, na introdução ao estudo de Josué, pelo que apenas breves considerações serão dadas aqui.


a) Que livro seria esse?

As opiniões divergem. Os críticos conservadores entendem que seria um livro da lei, possivelmente o Deuteronômio, livro que estava esquecido e era justamente o que regulava a vida religiosa e social do povo israelita. Sem este livro, muitas doutrinas não seriam praticadas e sem elas a nação se aviltaria. Não temos elementos para afirmar que era o Deuteronômio, nem os temos para negar. Ninguém tem uma coisa nem outra. O fato é que quando o livro foi levado ao rei e a seus cortesãos, todos rasgaram as suas vestes em sinal de profundo pesar pelo desrespeito que tinham mantido para com o Livro. Vale dizer que os seus ensinos, embora não sendo praticados, eram conhecidos, pelo que profundo arrependimento se apoderou do povo e do rei, que mandou imediatamente consultar a profetisa Hulda, para saber o que fazer em tal emergência Crôn. 34:19,20).

Hulda respondeu com a mensagem de DEUS que consta de II Reis 22:15-20 e II Crônicas 34:23. Ambas as narrativas conferem e concordam. DEUS tinha sido olvidado e por causa desse abandono a terra estava incursa nas maldições do mesmo livro da Lei (Deut. 7:12-26; 27:11-28:14; Jos. 8:30-35). A profecia de Hulda está em acordo com as maldições e bênçãos prometidas em Deuteronômio e ratificadas em Josué. Portanto, nós não temos outra alternativa senão aceitar que o livro achado era, no seu todo ou parte dele, o Deuteronômio. Por esta posição este escritor se tem batido e lutado valentemente por toda a sua vida de pastor e professor.

b) Se não era o Deuteronômio, que livro seria?
A critica, como ficou dito, tem enchido o mundo com as suas teorias loucas, tentando desacreditar o sobrenatural. Resumindo as críticas, dizem uns que Hilquias forjicou o livro e o escondeu num canto do templo, sabendo que seria achado e produziria um reboliço em Israel. É uma teoria muito infantil. Como poderia Hilquias ou outro qualquer inventar uma coisa que desconhecia? Por outro lado, como poderia um livro arranjado produzir tamanho remorso no rei e nos seus cortesãos? O autor do Novo Comentário da Bíblia diz que o achado não constituiu nenhuma surpresa nem para Safã, o escrivão, nem para Hilquias. Como se sabe disso? O que Safã fez foi relatar a Josias o acontecido e tão logo Josias tomou conhecimento do livro, rasgou os seus vestidos, no que foi imitado pelos outros.

c) Opinião da crítica racionalista.
De um modo sumário afirmam os críticos racionalistas que este livro achado foi mesmo o Deuteronômio, e teria sido escrito por algum funcionário do governo, por Hilquias mesmo, e, para lhe dar mais valor, foi atribuído a Moisés. O mais interessante é que, no desenvolvimento das teorias desta critica, a existência de Moisés foi mesmo negada, assim como o foi a existência histórica de Abraão, Jacó e todos os outros grandes vultos da Bíblia. Todos estes vultos da história passaram a ser meros totens nacionais, isto é, figuras imaginárias, inventadas para com elas cimentar a história. Este livro foi levado para Babilônia por ocasião do cativeiro e durante este período foram então escritos os outros livros do Pentateuco, e, para os creditar perante a nação, foi-lhes dada autoria de Moisés; embora não aceitando a sua existência, servia aos seus propósitos. Nos estudos sobre Josué, na introdução, oferecemos uma breve análise das teorias racionalistas, e a elas encaminhamos os leitores destas notas.

Convém dizer que nos séculos 18 e 19 nada se sabia dos antigos povos da Assíria e Babilônia; e os seus reis, mencionados na Bíblia, eram considerados meras figuras para impressionar. Eles nunca tinham existido, nem os povos que eles governaram. O Velho Testamento era, para estes críticos, um livro de ficção, indigno de figurar numa biblioteca. Nada tinha de histórico; e o que os livros dos reis e outros relatavam, tudo não passava de fantasia.
Devemos à arqueologia, com os relatos dos reis da Assíria e Babilônia, e consequentemente a reabilitação da Bíblia, a historicidade de todos os fatos nela registrados. Se esses críticos voltassem hoje à terra ficariam envergonhados das afirmativas que fizeram e do descrédito a que atiraram nossa Bíblia. Isso não se dará. O estudante de hoje pode confrontar os relatos que estamos escrevendo sobre os reis da Síria, Assíria e Babilônia, com a sua Bíblia, e pode até verificar a naturalidade das Escrituras com os informes que nos deixam Senaqueribe, Sargão II e Assurbanipal, o último grande guerreiro assírio. O estudante moderno não tem medo de confrontar a sua Bíblia com os documentos arqueológicos; deseja mesmo esta confrontação para se certificar de como a Bíblia foi fiel nos relatos que nos legou.

d) Voltando ainda a comentar a posição de Hulda
nota-se nela perfeita normalidade: conhecia o livro e sabia que tinha existido, se bem há muito estavam fora de uso. Por igual não tem palavras de esperança, porquanto sabia que o mal de há muito estava determinado. Jeremias e Sofonias, profetas daqueles dias, estariam fora da cidade, pelo que foi feita a consulta a uma profetisa que gozava de grande prestígio também. A promessa de que Josias seria reunido a seus pais e não veria a sorte de Judá cumpriu-se em parte e de modo muito triste para os seus amigos como nós. Josias morreu prematuramente na luta contra o rei do Egito.

Não temos pois dúvida de que o Livro achado era o Deuteronômio, o livro prático da nação, o catecismo oficial. Os de ' livros como Josué, Juízes, Samuel, talvez nem estivessem ainda escritos, e se estivessem não tinham a mensagem para a nação como o Deuteronômio. Os outros livros de Moisés, igualmente não eram tão taxativos quanto aos deveres do povo para com o seu DEUS. O livro de Levítico era bem conhecido e praticado no ritual do templo; e Gênesis e Números não eram livros que dissessem respeito aos deveres de cada dia e de cada um. Quando estudamos o livro de Rute fizemos notar que a. instituição da remissão de um morto sem filhos, e que deveria ser substituído pelo irmão ou parente mais próximo, estava perfeitamente em vigor. Por seu turno, a referência a Moisés é lima constante em todos os livros ditos antigos; e se o povo não se baseava nestes livros fundamentava-se na tradição extraída deles. A lei de Moisés, pois, era assunto bem conhecido e de que todos se davam perfeita conta. Assim para nós o livro achado era o grande livro de Deuteronômio, onde se encontram registradas as bênçãos e as maldições referentes à fidelidade do povo ou à sua deslealdade. Foi isso que Josias sentiu ao ouvir a leitura do livro. Estava tudo perdido.

Não pensamos que os livros da Bíblia possuíssem o curso popular que têm atualmente. Não haveria muitas cópias e as poucas estariam em poder dos sacerdotes. A divulgação dos manuscritos sagrados foi obra dos primeiros séculos do cristianismo, e só depois de inventada a imprensa, no século 16 é que os sagrados textos se tornaram populares. Não temos pois de pensar em Bíblias na mão do povo como agora. Assim, e para resumir, a ausência de um livro como o Deuteronômio não causaria maior preocupação ao povo; era assunto para os líderes religiosos, aos quais convinha tomar conhecimento da existência ou não desses livros. Este assunto é mais próprio para a critica literária do que para estudos leves como o que estamos fazendo.

4) Consulta feita à profetiza Hulda.

Josias poderia ter convocado os profetas de palácio, pois os tinha, mas não o fez, ou porque não tivesse muita confiança neles ou porque desejasse a opinião de uma pessoa estranha aí. Segundo Jeremias, parece que os profetas do palácio não eram muito credenciados (Jer. 2:8; 5:31; 6:13; 14:14; 23:9-40). Hulda não revelou qualquer surpresa com o achado do livro porque lhe seria bem conhecido. Só no palácio era ele ignorado, porque a política anda sempre longe das coisas de DEUS, a não ser em casos tais como o de Josias e poucos outros. O que Hulda fez foi dizer o que estava para acontecer a Judá, coisas que Isaías já tinha dito. Os pecados acumulados em Judá produziriam os mesmos resultados que tinham produzido em Samaria. Apenas deu uma consolação a Josias: em virtude da sua fidelidade ao seu DEUS, não veria esse mal e em paz seria recolhido aos seus pais. Ela não se referiu à morte prematura de Josias na guerra contra Neco, do Egito, ou porque não interessasse ao caso ou porque lhe estivesse velado. Temos, pois, mais uma prova de que o livro achado era conhecido em Judá e por sua negligência a nação iria pagar caro.

5) Josias renova a aliança com DEUS.

O livro do pacto que fora encontrado na casa do Senhor (v. 2) e não outro como sugerem alguns comentadores, motivou, provocou, um avivamento espiritual digno de nota. "Todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele" (v. 1), para um novo concerto com DEUS. "O rei pôs-se em pé junto à coluna, fez um pacto perante o Senhor, para O seguirem e guardarem os seus mandamentos" (v. 2). Coisa jamais vista em Judá, um rei proclamar a sua fidelidade a DEUS e conclamar o povo para esta aliança. Se isso tivesse sido feito antes, a nação estaria a salvo das agruras que sofreu depois; os reis, porém, eram, na maioria dos casos, os mais indignos da religião, e por falta de "líderes perece o povo". Temos a impressão de que o povo de Judá jamais tivera dia de tanto regozijo, porque a religião sempre cria alegria e contentamento.

6) A grande reforma

a) O livro de Crônicas é muito parcimonioso quanto a esta reforma, mas os termos são os mesmos. O livro de Reis entra em muitos detalhes, porque era o tempo de fazer uma limpeza em regra, não apenas nas práticas do culto, mas nos lugares onde o praticavam. Era necessário profanar os lugares altos de modo que jamais alguém se aventurasse a usá-los. Não bastava exterminar os altos; se não fossem profanados, como foram, em breve voltariam a ser usados. Todos os instrumentos de culto a Baal foram quebrados e queimados e as cinzas jogadas no Vale de Cedrom e desenterrados os ossos do povo comum e queimados nos locais de culto. Assim, jamais alguém se aventuraria a voltar a tais lugares. Os postes-ídolos, para todo o exército dos céus, que Manassés havia feito, tudo foi destruído e profanado. Até no templo havia postes-ídolos que Josias queimou e jogou as cinzas sobre as sepulturas do povo (v. 6). Igualmente sacerdotes de segunda classe, isto é, sacerdotes de Baal, tudo foi removido. Talvez se refira a sacerdotes do culto de Jeová, mas de segunda ordem, não se sabe bem. Os sacerdotes kemarim sempre se referem aos de Baal. O Vale de Cedrom tornara-se assim um grande cemitério de todos os destroços da idolatria, e os cemitérios próximos receberam as cinzas destes destroços. As casas da prostituição cultual, compostas talvez de homens e mulheres (I Reis 14:24), tudo foi destruído. Ali as mulheres teciam tendas para o poste-ídolo, dentro da área do templo. Josias trouxe os sacerdotes de todos os lugares altos a Jerusalém, os quais incensavam desde Geba até Berseba, e profanou os lugares de culto (v. 9). Talvez se trate de levitas que, desviados do seu ofício, se dedicavam a cultos impuros. Eles não eram propriamente sacerdotes, mas faziam serviços secundários, e em tempo de degradação religiosa, se dariam até a serviços de cultos a ídolos (Juí. 17), pois não sacrificavam -,obre o altar do Senhor, mas comiam da mesa dos sacerdotes (v. 9). Sobre a posição destes sacerdotes no serviço do templo, veja-se Deuteronômio 18:8, onde se diz que os levitas tinham o direito de participar das viandas dos sacerdotes. Portanto, está aqui mais uma prova da antiguidade do livro achado.


b) Também profanou a Tofete, que está no Vale dos filhos de Hinom, onde os hebreus sacrificavam seus filhos a Moloque, o deus dos amonitas. Tudo foi profanado. Os cavalos do culto ao sol, à entrada da casa do Senhor, foram tirados; os carros dedicados ao sol foram queimados. Junto ao templo havia câmaras onde os sacerdotes se acomodavam durante o tempo de serviço; pois estes lugares foram ocupados com cavalos e carros do sol culto de origem assíria. Até mesmo os locais destinados aos serviços do culto tinham sido infestados de elementos idólatras, apenas para agradar aos senhores assírios. Manassés foi o grande incentivador deste culto (II Reis 21:3,4). Não era sem justo motivo que DEUS estava afastado do templo e do povo; como é que um rei de Judá pode cometer tais indignidades, a gente nem entende. É certo que não possuíam Bíblia, mas tinham as tradições numerosas que deveriam guiar e governar estes monarcas.


c) Também foram derribados os altares que estavam sobre a sala de Acaz, sobre os terraços, altares feitos pelos reis de Judá e por Manassés; tudo foi destruído, levado ao Vale de Cedrom, queimado e as cinzas aspergidas sobre os sepulcros do povo.

d) Os altos em frente a Jerusalém, no Monte das Oliveiras e arredores à mão direita do Monte da Destruição, edificados por Salomão, o fundador da idolatria em Judá (I Reis 11:1-18), para Astarote, abominação dos sidônios; Camos, abominação dos moabitas; e Milcom, abominação dos amonitas, Josias derrubou tudo isso e encheu de ossos humanos os lugares desses cultos. Somos informados de que a má sementeira de Salomão produziu os seus frutos, mesmo que não tenhamos de admitir que as estátuas feitas e os lugares estabelecidos tivessem durado até agora. O exemplo ficou, a praxe continuou (vv. 13, 14).


e) A reforma foi mais longe. Foi a Betel onde estava o altar feito por Jeroboão I, derribou-o e profanou-o com os ossos das sepulturas que estavam ali por perto, para jamais alguém ousar sacrificar em tal local. Era uma profilaxia em regra. Perto estava um "monumento" e o rei perguntou o que era. Disseram-lhe que era a sepultura do profeta, que havia desobedecido a DEUS e fora morto por um leão (I Reis 13:11-34). Este monumento ele deixou intacto porque era um testemunho da reprovação divina contra a idolatria (v. 15 a 20). Matou os sacerdotes dos altos e queimou ossos humanos sobre eles (v. 20). Então voltou para Jerusalém, satisfeito da limpeza que havia realizado em todo Israel e Judá.

7) Celebra-se a páscoa.

Agora podia ser celebrada a Páscoa, pois a nação estava limpa externamente. Dita Páscoa estava de acordo com o livro achado por Hilquias e nunca se celebrou Páscoa igual em toda a história. Tal acontecimento teve lugar no ano 18º, do rei Josias. Ele começou a sua reforma com oito anos de idade e estava agora com 26, tendo gasto, pois, 18 anos de lutas para limpar a nação de todos os elementos estranhos à sua existência.

8) A reforma continua.

Alguma coisa ainda estava faltando para que a nação fosse totalmente limpa de ídolos e formas de culto estranhas à vida da nação, segundo o livro da Aliança. Então chegou a hora dos médiuns estabelecidos por Manassés, os feiticeiros, os ídolos do lar (Penates), veja Gênesis 31:19; Josué 24:14 e I Samuel 19:13. Estes elementos de culto eram de natureza privada, eram os deuses protetores do lar, que Abraão tinha usado lá na Caldéia e parece que trouxe para a Palestina, porque os encontramos na casa de Labão, em Arã, conforme Gênesis 31:12-19. A reforma foi de tal porte que nem antes nem depois de Josias houvera rei semelhante (v. 25). Nada obstante, DEUS não retirou a sua ira de Judá, pela multidão dos seus pecados. Abençoou Josias e o povo, mas o castigo pelas culpas panadas estava de pé (v. 26 e 27).

9) Súmula do governo de Josias.

Pelo profeta Jeremias somos informados de que a reforma promovida por Josias (Jer. 5) foi puramente superficial. O regresso à idolatria durante o curto reinado de Joaquim, e a deslavada maldade de Judá, segundo Jeremias 21 e 22:15,16, mostram isso. O povo aceitou-a e com ela se alegrou; morto porém o seu propulsionador, logo o povo voltou ao seu vômito antigo. Jeremias nem sequer se refere à reforma; é como se não houvesse existido, pois ele morava em Jerusalém, deveria ter tomado conhecimento de tudo. Por que nada diz, ignoramos. Não nos surpreendemos com a volta do passado e de tudo que constituía o seu acervo. O autor recorda os idos de 1930, quando uma reforma de costumes foi planejada no Brasil, com a prisão dos que foram julgados ladrões do povo, com a promessa de um Brasil novo. Pois bem, tudo voltou ao que era dantes, como se nada houvera acontecido. Uma reforma que não reforma o povo não é reforma. Pelo menos qualquer reforma política tem de ser continuada por anos, até mudar leis e costumes; de outra forma, volta tudo ao que era antes. Estamos agora num Brasil em plena Revolução. Pensavam muitos que, mudado o governo, tudo voltasse ao que era antes. Parece que se enganaram porque a Revolução disse que ia continuar e está cumprindo o dito. Só assim se pode conseguir uma reforma, pelo menos das coisas públicas. Josias morreu pouco depois e subiu ao poder um rei imposto. Tudo voltou ao que era. De qualquer modo, somos gratos a Josias e a DEUS pelo que foi feito, pois vemos como a nação estava podre, e as razões porque DEUS não a poupou. Quando lemos a profetisa Hulda dizer que depois de Josias a nação iria pagar por seus pecados, somos assaltados com a ideia de que DEUS não tinha levado em conta a obra do seu servo. DEUS sabia que tudo era superficial. Foi preciso um cativeiro de setenta anos para curar esta nação das inclinações da idolatria. Depois do cativeiro, havia muitos pecados, mas não o da idolatria. Os judeus foram curados desta infecção até hoje. Um judeu pode ser acusado de tudo que se possa imaginar, menos de adorar ídolos. Temos, pois, aqui, a prova por que DEUS se recusou a poupar a nação e a entregou aos caldeus. Só as agruras do cativeiro serviriam para curar os sacerdotes e levitas e o povo desta chaga. Todavia, quando lemos Esdras e Neemias, os livros que nos contam a história dos exilados, verificamos que muitos dos pecados antigos estavas em pleno vigor (Esd. 9:10).

10) Morte de Josias.

Nínive fora derrotada. Tinha caído em 612; dela e dos seus fastos antigos só restavam as crônicas. A marcha de Neco para o norte, para combater a Assíria (pensam alguns que para defendê-la), não era mais do que um pretexto ou um meio de obter os restos do antigo império. Fossem quais fossem os motivos, pois a Bíblia nada diz, dirigia-se para o norte e avisou a Josias que não se metesse no seu caminho, alegando mesmo que DEUS o tinha mandado subir (verdade ou mentira). Aparentemente não pretendia nada de Judá; entretanto ninguém naqueles dias acreditaria nisso, pois todos estes antigos monarcas viviam de rapinas. Josias foi-lhe ao encalço, disfarçadamente, e o encontro se deu no célebre monte de Megido, onde muitos milhares tinham caldo. Josias, ferido de morte, foi trazido para Jerusalém e sepultado com todas as honras de um grande e bom rei. Jeremias compôs lhe uma elegia (II Crôn. 35:25). Neco continuou o seu caminho e o encontro com os exércitos de Babilônia deu-se em Carquêmis (II Crôn. 35:20); dos resultados pouco se sabe ao certo. Neco diz que venceu e os exércitos aliados de Babilônia deram-se por vitoriosos. Esta batalha em 605 marcou um novo ciclo de guerras no Oriente. Parece-nos que os exércitos de Babilônia é que venceram a batalha, porque bem pouco depois Nabucodonozor estava às portas de Jerusalém, sem temer os exércitos de Neco. Se o Egito tivesse vencido, a história seria outra, e Neco não lhe daria chance de vir a Jerusalém, como veio logo depois (Jer. 46:2). Aceitamos a palavra infalível de Jeremias, e o assunto está encerrado.

Na volta de Carquêmis, derrotado, foi a Jerusalém, depôs o rei que o povo tinha colocado no lugar de Josias e levou-o para o Egito onde morreu. Cria-se assim uma situação nova e perigosa para a periclitante nação judaica.
 
 
Hulda - Josias - 2Rs 22:1-20  - Comentário Neves de Mesquita
4. Josias (22:1-23:30; II Crôn. 34:1-35:27)
Descrever o reinado de Josias é tarefa difícil a qualquer escritor, tais e tantas foram suas reformas, seu zelo por Jeová e pela sua religião. Assim, o escritor se sente metido num emaranhado de fatos, sem saber o que escolher. Comparadas as duas narrativas de Reis e Crônicas, sente-se que o próprio escritor sagrado teve dificuldades em selecionar os fatos e concatená-los, de modo a nos dar uma notícia completa. Acredita-se que o escritor de Reis fosse contemporâneo de Josias e ficasse de tal modo perturbado pela morte prematura do seu rei, que nem saberia como conduzir a mente e dar-nos um relato perfeito e completo. É uma suposição apenas. Nós mesmos, que estudamos a obra de Josias, nos sentimos de tal modo chocados com a sua morte no meio da sua reforma, que nos sentimos presente aos seus funerais, a vertermos as nossas lágrimas. No tocante aos assuntos internacionais, que muito de perto interessavam a Judá, sabemos que Assurbanipal, o nobre e grande guerreiro, o Sardanapalo dos gregos, acabava de morrer. Foi o último de uma sequência de grandes guerreiros. Portanto, Josias sentia-se quase livre de influência de fora para poder realizar a sua obra. Pouco depois, no seu duodécimo ano de reinado, os citas deram o golpe de misericórdia no poderoso reinado assírio, de que só restou a memória dos grandes feitos relatados nos livros da Bíblia e nas crônicas deixadas pelos seus escritores, inclusive as de Assurbanipal, objeto de glórias arqueológicas do século XX. Os arquivos de Assurbanipal, a sua memorável biblioteca, constante de 30.000 volumes, são ainda hoje um repositório de fatos da vida antiga; graças a estas descobertas e sua confrontação com os textos do Velho Testamento, foi que a Bíblia se reabilitou no consenso dos críticos alemães, franceses e ingleses. Está fora do plano destas notas entrar em maiores divagações sobre a Assíria e seus arquivos, atualmente espalhados nos museus europeus, onde os amantes da arqueologia podem valer-se de boas obras para completar seus conhecimentos. Assim, com a queda de Nínive, Josias podia considerar-se um rei independente e seguro para suas reformas da religião conspurcada por seus antepassados.6
"Fez o que era reto aos olhos do Senhor" (v. 2). Era filho de Jedida, nome que já serviu a alguns pais para chamarem suas filhas. Dela nada sabemos, senão que era sua mãe; as influências sobre o menino Josias não conhecemos.
6. O que nos choca frontalmente nesta reforma é que Manassés, filho e sucessor de Ezequias, depois de se converter e se arrepender de todo o mal que havia praticado, limpou Jerusalém dos ídolos, restaurou o templo e, fez uma limpeza em regra. O filho de Manassés, Amam, reinou apenas dois anos, mas o bastante para que toda a imundícia de ídolos voltasse à cidade e ao templo. Isto nos leva a ver como o povo estava corrompido e de tal modo desviado de DEUS que, apenas morria o rei, por acaso bom, tudo voltava ao que era antes. Assim não seria fácil qualquer reforma em Judá ou Israel, com um povo totalmente corrompido com a idolatria. Dois anos foram suficientes para tudo quanto de bom Ezequias e depois o seu filho Manassés, arrependido, fizeram fosse tornado inútil. Por isso se verifica a indecisão e cuidado que Josias teve em levar adiante a sua reforma. O povo não gostava de um culto monoteísta e espiritual; gostava da farra dos ídolos.
1) A reforma e restauração do templo.
A ordem dos fatos relacionados com a reforma do templo não é dada na mesma sequência entre II Reis e II Crônicas, se bem isso pouco importe. Conforme II Crônicas, Josias começou a sua reforma no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda bem moço (II Crôn. 34:3); segundo Reis, porém, a reforma começou no décimo oitavo ano (II Reis 22:3). A diferença não nos deve causar surpresas porque cada um dos escritores sagrados viu as coisas por seu próprio prisma. O que parece certo é o que diz U Crônicas: Josias começou a reforma, e a buscar a seu DEUS no décimo oitavo ano do seu governo; muito antes ele estaria preparando o seu trabalho e agindo muito cautelosamente. Então, coordenando a história, diríamos que no oitavo ano (II Crôn. 34:3) teria começado a preparar o povo, os sacerdotes, e no décimo segundo ano começou a limpeza da idolatria, para então no décimo oitavo entrar a fundo na reforma (II Reis 22:3). Nós podemos imaginar os perigos de uma reforma violenta, reconhecendo que o povo em geral gosta das pompas da idolatria e mesmo o povo gostaria de prestar o seu culto às imagens de Baal. Josias foi cauteloso. No oitavo ano, estando então com 16 anos de idade, começou a buscar a DEUS. No duodécimo começou a purificar a Judá e Jerusalém, tirando os altos e os postes-ídolos, as imagens de escultura e de fundição. Na sua presença derribaram os altares de Baal, e ele queimou tudo sobre as sepulturas dos que lhes tinham sacrificado; e os ossos dos sacerdotes, diríamos de Baal, queimou sobre seus altares, assim tornando imundos tais lugares de culto. Não havia profanação maior do que queimar os ossos de alguém e espargir a cinza sobre o que fosse. Estavam tais lugares imundos para sempre, e irrecuperáveis. Tendo despedaçado todos os altares de incenso, em toda a terra de Israel, então voltou para Jerusalém. Vemos assim que a reforma foi geral, abrangendo todo o território sob o domínio de Judá e até onde sua influência podia chegar
2) Josias repara o templo.
Pela leitura dos textos sagrados somos levados a ver que a reforma começou por fora, para depois vir para o templo, pois não adiantaria limpar a casa, deixando os focos de idolatria entre o povo. Uma reforma inteligente. Já no décimo oitavo ano (II Reis 22:3), Josias sentia-se bastante forte para levar sua reforma avante. Chamou o escrivão Safã, da Casa do Senhor, dizendo: "Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, para que faça a soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm recebido, do povo" (v. 4). Este dinheiro destinava-se aos carpinteiros, cavouqueiros e outros que trabalhavam nas obras de reconstrução do templo que, pelo visto, estaria totalmente arruinado. Neste trecho
estão de acordo II Reis e II Crônicas. Na reforma, demolição de paredes, abertura de portas que teriam sido fechadas por interesse da idolatria, no meio de muito entulho, foi encontrado o Livro da Lei.
3) O "Livro da Lei".
Rios de tinta têm corrido, prelos têm rangido, tipógrafos têm passado noites insones, homens ilustres têm dado a sua vida e sua inteligência para negar a autoria mosaica deste livro. O assunto é de magna importância e sentimos pena de não podermos dispor de espaço para esmiuçar em seus mínimos detalhes o assunto. Fizemos referência a este livro, na introdução ao estudo de Josué, pelo que apenas breves considerações serão dadas aqui.
a) Que livro seria esse?
As opiniões divergem. Os críticos conservadores entendem que seria um livro da lei, possivelmente o Deuteronômio, livro que estava esquecido e era justamente o que regulava a vida religiosa e social do povo israelita. Sem este livro, muitas doutrinas não seriam praticadas e sem elas a nação se aviltaria. Não temos elementos para afirmar que era o Deuteronômio, nem os temos para negar. Ninguém tem uma coisa nem outra. O fato é que quando o livro foi levado ao rei e a seus cortesãos, todos rasgaram as suas vestes em sinal de profundo pesar pelo desrespeito que tinham mantido para com o Livro. Vale dizer que os seus ensinos, embora não sendo praticados, eram conhecidos, pelo que profundo arrependimento se apoderou do povo e do rei, que mandou imediatamente consultar a profetisa Hulda, para saber o que fazer em tal emergência Crôn. 34:19,20).
Hulda respondeu com a mensagem de DEUS que consta de II Reis 22:15-20 e II Crônicas 34:23. Ambas as narrativas conferem e concordam. DEUS tinha sido olvidado e por causa desse abandono a terra estava incursa nas maldições do mesmo livro da Lei (Deut. 7:12-26; 27:11-28:14; Jos. 8:30-35). A profecia de Hulda está em acordo com as maldições e bênçãos prometidas em Deuteronômio e ratificadas em Josué. Portanto, nós não temos outra alternativa senão aceitar que o livro achado era, no seu todo ou parte dele, o Deuteronômio. Por esta posição este escritor se tem batido e lutado valentemente por toda a sua vida de pastor e professor.
b) Se não era o Deuteronômio, que livro seria?
A critica, como ficou dito, tem enchido o mundo com as suas teorias loucas, tentando desacreditar o sobrenatural. Resumindo as críticas, dizem uns que Hilquias forjicou o livro e o escondeu num canto do templo, sabendo que seria achado e produziria um reboliço em Israel. É uma teoria muito infantil. Como poderia Hilquias ou outro qualquer inventar uma coisa que desconhecia? Por outro lado, como poderia um livro arranjado produzir tamanho remorso no rei e nos seus cortesãos? O autor do Novo Comentário da Bíblia diz que o achado não constituiu nenhuma surpresa nem para Safã, o escrivão, nem para Hilquias. Como se sabe disso? O que Safã fez foi relatar a Josias o acontecido e tão logo Josias tomou conhecimento do livro, rasgou os seus vestidos, no que foi imitado pelos outros.
c) Opinião da crítica racionalista.
De um modo sumário afirmam os críticos racionalistas que este livro achado foi mesmo o Deuteronômio, e teria sido escrito por algum funcionário do governo, por Hilquias mesmo, e, para lhe dar mais valor, foi atribuído a Moisés. O mais interessante é que, no desenvolvimento das teorias desta critica, a existência de Moisés foi mesmo negada, assim como o foi a existência histórica de Abraão, Jacó e todos os outros grandes vultos da Bíblia. Todos estes vultos da história passaram a ser meros totens nacionais, isto é, figuras imaginárias, inventadas para com elas cimentar a história. Este livro foi levado para Babilônia por ocasião do cativeiro e durante este período foram então escritos os outros livros do Pentateuco, e, para os creditar perante a nação, foi-lhes dada autoria de Moisés; embora não aceitando a sua existência, servia aos seus propósitos. Nos estudos sobre Josué, na introdução, oferecemos uma breve análise das teorias racionalistas, e a elas encaminhamos os leitores destas notas.
Convém dizer que nos séculos 18 e 19 nada se sabia dos antigos povos da Assíria e Babilônia; e os seus reis, mencionados na Bíblia, eram considerados meras figuras para impressionar. Eles nunca tinham existido, nem os povos que eles governaram. O Velho Testamento era, para estes críticos, um livro de ficção, indigno de figurar numa biblioteca. Nada tinha de histórico; e o que os livros dos reis e outros relatavam, tudo não passava de fantasia.
Devemos à arqueologia, com os relatos dos reis da Assíria e Babilônia, e consequentemente a reabilitação da Bíblia, a historicidade de todos os fatos nela registrados. Se esses críticos voltassem hoje à terra ficariam envergonhados das afirmativas que fizeram e do descrédito a que atiraram nossa Bíblia. Isso não se dará. O estudante de hoje pode confrontar os relatos que estamos escrevendo sobre os reis da Síria, Assíria e Babilônia, com a sua Bíblia, e pode até verificar a naturalidade das Escrituras com os informes que nos deixam Senaqueribe, Sargão II e Assurbanipal, o último grande guerreiro assírio. O estudante moderno não tem medo de confrontar a sua Bíblia com os documentos arqueológicos; deseja mesmo esta confrontação para se certificar de como a Bíblia foi fiel nos relatos que nos legou.
d) Voltando ainda a comentar a posição de Hulda
nota-se nela perfeita normalidade: conhecia o livro e sabia que tinha existido, se bem há muito estavam fora de uso. Por igual não tem palavras de esperança, porquanto sabia que o mal de há muito estava determinado. Jeremias e Sofonias, profetas daqueles dias, estariam fora da cidade, pelo que foi feita a consulta a uma profetisa que gozava de grande prestígio também. A promessa de que Josias seria reunido a seus pais e não veria a sorte de Judá cumpriu-se em parte e de modo muito triste para os seus amigos como nós. Josias morreu prematuramente na luta contra o rei do Egito.
Não temos pois dúvida de que o Livro achado era o Deuteronômio, o livro prático da nação, o catecismo oficial. Os de ' livros como Josué, Juízes, Samuel, talvez nem estivessem ainda escritos, e se estivessem não tinham a mensagem para a nação como o Deuteronômio. Os outros livros de Moisés, igualmente não eram tão taxativos quanto aos deveres do povo para com o seu DEUS. O livro de Levítico era bem conhecido e praticado no ritual do templo; e Gênesis e Números não eram livros que dissessem respeito aos deveres de cada dia e de cada um. Quando estudamos o livro de Rute fizemos notar que a. instituição da remissão de um morto sem filhos, e que deveria ser substituído pelo irmão ou parente mais próximo, estava perfeitamente em vigor. Por seu turno, a referência a Moisés é lima constante em todos os livros ditos antigos; e se o povo não se baseava nestes livros fundamentava-se na tradição extraída deles. A lei de Moisés, pois, era assunto bem conhecido e de que todos se davam perfeita conta. Assim para nós o livro achado era o grande livro de Deuteronômio, onde se encontram registradas as bênçãos e as maldições referentes à fidelidade do povo ou à sua deslealdade. Foi isso que Josias sentiu ao ouvir a leitura do livro. Estava tudo perdido.
Não pensamos que os livros da Bíblia possuíssem o curso popular que têm atualmente. Não haveria muitas cópias e as poucas estariam em poder dos sacerdotes. A divulgação dos manuscritos sagrados foi obra dos primeiros séculos do cristianismo, e só depois de inventada a imprensa, no século 16 é que os sagrados textos se tornaram populares. Não temos pois de pensar em Bíblias na mão do povo como agora. Assim, e para resumir, a ausência de um livro como o Deuteronômio não causaria maior preocupação ao povo; era assunto para os líderes religiosos, aos quais convinha tomar conhecimento da existência ou não desses livros. Este assunto é mais próprio para a critica literária do que para estudos leves como o que estamos fazendo.
4) Consulta feita à profetisa Hulda.
Josias poderia ter convocado os profetas de palácio, pois os tinha, mas não o fez, ou porque não tivesse muita confiança neles ou porque desejasse a opinião de uma pessoa estranha aí. Segundo Jeremias, parece que os profetas do palácio não eram muito credenciados (Jer. 2:8; 5:31; 6:13; 14:14; 23:9-40). Hulda não revelou qualquer surpresa com o achado do livro porque lhe seria bem conhecido. Só no palácio era ele ignorado, porque a política anda sempre longe das coisas de DEUS, a não ser em casos tais como o de Josias e poucos outros. O que Hulda fez foi dizer o que estava para acontecer a Judá, coisas que Isaías já tinha dito. Os pecados acumulados em Judá produziriam os mesmos resultados que tinham produzido em Samaria. Apenas deu uma consolação a Josias: em virtude da sua fidelidade ao seu DEUS, não veria esse mal e em paz seria recolhido aos seus pais. Ela não se referiu à morte prematura de Josias na guerra contra Neco, do Egito, ou porque não interessasse ao caso ou porque lhe estivesse velado. Temos, pois, mais uma prova de que o livro achado era conhecido em Judá e por sua negligência a nação iria pagar caro.
5) Josias renova a aliança com DEUS.
O livro do pacto que fora encontrado na casa do Senhor (v. 2) e não outro como sugerem alguns comentadores, motivou, provocou, um avivamento espiritual digno de nota. "Todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele" (v. 1), para um novo concerto com DEUS. "O rei pôs-se em pé junto à coluna, fez um pacto perante o Senhor, para O seguirem e guardarem os seus mandamentos" (v. 2). Coisa jamais vista em Judá, um rei proclamar a sua fidelidade a DEUS e conclamar o povo para esta aliança. Se isso tivesse sido feito antes, a nação estaria a salvo das agruras que sofreu depois; os reis, porém, eram, na maioria dos casos, os mais indignos da religião, e por falta de "líderes perece o povo". Temos a impressão de que o povo de Judá jamais tivera dia de tanto regozijo, porque a religião sempre cria alegria e contentamento.
6) A grande reforma
a) O livro de Crônicas é muito parcimonioso quanto a esta reforma, mas os termos são os mesmos. O livro de Reis entra em muitos detalhes, porque era o tempo de fazer uma limpeza em regra, não apenas nas práticas do culto, mas nos lugares onde o praticavam. Era necessário profanar os lugares altos de modo que jamais alguém se aventurasse a usá-los. Não bastava exterminar os altos; se não fossem profanados, como foram, em breve voltariam a ser usados. Todos os instrumentos de culto a Baal foram quebrados e queimados e as cinzas jogadas no Vale de Cedrom e desenterrados os ossos do povo comum e queimados nos locais de culto. Assim, jamais alguém se aventuraria a voltar a tais lugares. Os postes-ídolos, para todo o exército dos céus, que Manassés havia feito, tudo foi destruído e profanado. Até no templo havia postes-ídolos que Josias queimou e jogou as cinzas sobre as sepulturas do povo (v. 6). Igualmente sacerdotes de segunda classe, isto é, sacerdotes de Baal, tudo foi removido. Talvez se refira a sacerdotes do culto de Jeová, mas de segunda ordem, não se sabe bem. Os sacerdotes kemarim sempre se referem aos de Baal. O Vale de Cedrom tornara-se assim um grande cemitério de todos os destroços da idolatria, e os cemitérios próximos receberam as cinzas destes destroços. As casas da prostituição cultual, compostas talvez de homens e mulheres (I Reis 14:24), tudo foi destruído. Ali as mulheres teciam tendas para o poste-ídolo, dentro da área do templo. Josias trouxe os sacerdotes de todos os lugares altos a Jerusalém, os quais incensavam desde Geba até Berseba, e profanou os lugares de culto (v. 9). Talvez se trate de levitas que, desviados do seu ofício, se dedicavam a cultos impuros. Eles não eram propriamente sacerdotes, mas faziam serviços secundários, e em tempo de degradação religiosa, se dariam até a serviços de cultos a ídolos (Juí. 17), pois não sacrificavam -,obre o altar do Senhor, mas comiam da mesa dos sacerdotes (v. 9). Sobre a posição destes sacerdotes no serviço do templo, veja-se Deuteronômio 18:8, onde se diz que os levitas tinham o direito de participar das viandas dos sacerdotes. Portanto, está aqui mais uma prova da antiguidade do livro achado.
b) Também profanou a Tofete, que está no Vale dos filhos de Hinom, onde os hebreus sacrificavam seus filhos a Moloque, o deus dos amonitas. Tudo foi profanado. Os cavalos do culto ao sol, à entrada da casa do Senhor, foram tirados; os carros dedicados ao sol foram queimados. Junto ao templo havia câmaras onde os sacerdotes se acomodavam durante o tempo de serviço; pois estes lugares foram ocupados com cavalos e carros do sol culto de origem assíria. Até mesmo os locais destinados aos serviços do culto tinham sido infestados de elementos idólatras, apenas para agradar aos senhores assírios. Manassés foi o grande incentivador deste culto (II Reis 21:3,4). Não era sem justo motivo que DEUS estava afastado do templo e do povo; como é que um rei de Judá pode cometer tais indignidades, a gente nem entende. É certo que não possuíam Bíblia, mas tinham as tradições numerosas que deveriam guiar e governar estes monarcas.
c) Também foram derribados os altares que estavam sobre a sala de Acaz, sobre os terraços, altares feitos pelos reis de Judá e por Manassés; tudo foi destruído, levado ao Vale de Cedrom, queimado e as cinzas aspergidas sobre os sepulcros do povo.
d) Os altos em frente a Jerusalém, no Monte das Oliveiras e arredores à mão direita do Monte da Destruição, edificados por Salomão, o fundador da idolatria em Judá (I Reis 11:1-18), para Astarote, abominação dos sidônios; Camos, abominação dos moabitas; e Milcom, abominação dos amonitas, Josias derrubou tudo isso e encheu de ossos humanos os lugares desses cultos. Somos informados de que a má sementeira de Salomão produziu os seus frutos, mesmo que não tenhamos de admitir que as estátuas feitas e os lugares estabelecidos tivessem durado até agora. O exemplo ficou, a praxe continuou (vv. 13, 14).
e) A reforma foi mais longe. Foi a Betel onde estava o altar feito por Jeroboão I, derribou-o e profanou-o com os ossos das sepulturas que estavam ali por perto, para jamais alguém ousar sacrificar em tal local. Era uma profilaxia em regra. Perto estava um "monumento" e o rei perguntou o que era. Disseram-lhe que era a sepultura do profeta, que havia desobedecido a DEUS e fora morto por um leão (I Reis 13:11-34). Este monumento ele deixou intacto porque era um testemunho da reprovação divina contra a idolatria (v. 15 a 20). Matou os sacerdotes dos altos e queimou ossos humanos sobre eles (v. 20). Então voltou para Jerusalém, satisfeito da limpeza que havia realizado em todo Israel e Judá.
7) Celebra-se a páscoa.
Agora podia ser celebrada a Páscoa, pois a nação estava limpa externamente. Dita Páscoa estava de acordo com o livro achado por Hilquias e nunca se celebrou Páscoa igual em toda a história. Tal acontecimento teve lugar no ano 18º, do rei Josias. Ele começou a sua reforma com oito anos de idade e estava agora com 26, tendo gasto, pois, 18 anos de lutas para limpar a nação de todos os elementos estranhos à sua existência.
8) A reforma continua.
Alguma coisa ainda estava faltando para que a nação fosse totalmente limpa de ídolos e formas de culto estranhas à vida da nação, segundo o livro da Aliança. Então chegou a hora dos médiuns estabelecidos por Manassés, os feiticeiros, os ídolos do lar (Penates), veja Gênesis 31:19; Josué 24:14 e I Samuel 19:13. Estes elementos de culto eram de natureza privada, eram os deuses protetores do lar, que Abraão tinha usado lá na Caldéia e parece que trouxe para a Palestina, porque os encontramos na casa de Labão, em Arã, conforme Gênesis 31:12-19. A reforma foi de tal porte que nem antes nem depois de Josias houvera rei semelhante (v. 25). Nada obstante, DEUS não retirou a sua ira de Judá, pela multidão dos seus pecados. Abençoou Josias e o povo, mas o castigo pelas culpas panadas estava de pé (v. 26 e 27).
9) Súmula do governo de Josias.
Pelo profeta Jeremias somos informados de que a reforma promovida por Josias (Jer. 5) foi puramente superficial. O regresso à idolatria durante o curto reinado de Joaquim, e a deslavada maldade de Judá, segundo Jeremias 21 e 22:15,16, mostram isso. O povo aceitou-a e com ela se alegrou; morto porém o seu propulsionador, logo o povo voltou ao seu vômito antigo. Jeremias nem sequer se refere à reforma; é como se não houvesse existido, pois ele morava em Jerusalém, deveria ter tomado conhecimento de tudo. Por que nada diz, ignoramos. Não nos surpreendemos com a volta do passado e de tudo que constituía o seu acervo. O autor recorda os idos de 1930, quando uma reforma de costumes foi planejada no Brasil, com a prisão dos que foram julgados ladrões do povo, com a promessa de um Brasil novo. Pois bem, tudo voltou ao que era dantes, como se nada houvera acontecido. Uma reforma que não reforma o povo não é reforma. Pelo menos qualquer reforma política tem de ser continuada por anos, até mudar leis e costumes; de outra forma, volta tudo ao que era antes. Estamos agora num Brasil em plena Revolução. Pensavam muitos que, mudado o governo, tudo voltasse ao que era antes. Parece que se enganaram porque a Revolução disse que ia continuar e está cumprindo o dito. Só assim se pode conseguir uma reforma, pelo menos das coisas públicas. Josias morreu pouco depois e subiu ao poder um rei imposto. Tudo voltou ao que era. De qualquer modo, somos gratos a Josias e a DEUS pelo que foi feito, pois vemos como a nação estava podre, e as razões porque DEUS não a poupou. Quando lemos a profetisa Hulda dizer que depois de Josias a nação iria pagar por seus pecados, somos assaltados com a ideia de que DEUS não tinha levado em conta a obra do seu servo. DEUS sabia que tudo era superficial. Foi preciso um cativeiro de setenta anos para curar esta nação das inclinações da idolatria. Depois do cativeiro, havia muitos pecados, mas não o da idolatria. Os judeus foram curados desta infecção até hoje. Um judeu pode ser acusado de tudo que se possa imaginar, menos de adorar ídolos. Temos, pois, aqui, a prova por que DEUS se recusou a poupar a nação e a entregou aos caldeus. Só as agruras do cativeiro serviriam para curar os sacerdotes e levitas e o povo desta chaga. Todavia, quando lemos Esdras e Neemias, os livros que nos contam a história dos exilados, verificamos que muitos dos pecados antigos estavas em pleno vigor (Esd. 9:10).
10) Morte de Josias.
Nínive fora derrotada. Tinha caído em 612; dela e dos seus fastos antigos só restavam as crônicas. A marcha de Neco para o norte, para combater a Assíria (pensam alguns que para defendê-la), não era mais do que um pretexto ou um meio de obter os restos do antigo império. Fossem quais fossem os motivos, pois a Bíblia nada diz, dirigia-se para o norte e avisou a Josias que não se metesse no seu caminho, alegando mesmo que DEUS o tinha mandado subir (verdade ou mentira). Aparentemente não pretendia nada de Judá; entretanto ninguém naqueles dias acreditaria nisso, pois todos estes antigos monarcas viviam de rapinas. Josias foi-lhe ao encalço, disfarçadamente, e o encontro se deu no célebre monte de Megido, onde muitos milhares tinham caldo. Josias, ferido de morte, foi trazido para Jerusalém e sepultado com todas as honras de um grande e bom rei. Jeremias compôs-lhe uma elegia (II Crôn. 35:25). Neco continuou o seu caminho e o encontro com os exércitos de Babilônia deu-se em Carquêmis (II Crôn. 35:20); dos resultados pouco se sabe ao certo. Neco diz que venceu e os exércitos aliados de Babilônia deram-se por vitoriosos. Esta batalha em 605 marcou um novo ciclo de guerras no Oriente. Parece-nos que os exércitos de Babilônia é que venceram a batalha, porque bem pouco depois Nabucodonozor estava às portas de Jerusalém, sem temer os exércitos de Neco. Se o Egito tivesse vencido, a história seria outra, e Neco não lhe daria chance de vir a Jerusalém, como veio logo depois (Jer. 46:2). Aceitamos a palavra infalível de Jeremias, e o assunto está encerrado.
Na volta de Carquêmis, derrotado, foi a Jerusalém, depôs o rei que o povo tinha colocado no lugar de Josias e levou-o para o Egito onde morreu. Cria-se assim uma situação nova e perigosa para a periclitante nação judaica.
 
2 Cr 34:1-33 - Comentário Neves de Mesquita
4. O Reinado de Josias (34-35:27; II Reis 21:26-23:30) - 640 - 609 A. C.
Josias assumiu o poder, com a idade de oito anos apenas, na crista de uma revolta. Sua mãe se chamava Jedida e era filha de Adaías, de Bozcate. Seria ela a causa de o moço tão cedo mostrar essa inclinação pelos assuntos divinos? O texto sagrado nos informa que no oitavo ano do seu reinado, portanto, com apenas 16 anos, começou a buscar o DEUS de seu pai Davi, e no décimo segundo ano, com 20 anos de idade, começou a purificar Judá e Jerusalém dos altos e dos postes-ídolos (v. 3). Então, no décimo oitavo ano, conforme II Reis 22:3, começou a grande reforma, que se prolongou pelo resto de sua vida. Devemos levar em consideração o fato de ele conhecer o que tinha havido com seu pai Manassés e seu bisavô Acaz. Tais acontecimentos deveriam ter calado profundamente em seu espírito, além de ser um menino inclinado para as coisas de DEUS. De qualquer modo, Josias se nos apresenta como um menino original.
Antes de entrarmos na apreciação do reinado de Josias, será bom passarmos uma vista pela situação política internacional, que tantos reflexos teve em Judá. Em 623 morreu o grande Assurbanipal, e, com a sua morte, foram quebradas as queixadas dos conquistadores assírios. Isso deve ajudar-nos a compreender por que, aos 16 anos de idade, Josias começou o estudo de suas reformas. Ternos de ver a influência que o Estado assírio exercia em todo o mundo, e a um rapaz de 20 anos não seria admissível uma tomada de posição contrária ao antigo dominante. Acredita-se, ainda, que o golpe contra Nínive já estivesse armado, e disso tomou conhecimento Josias, pois em 619 a velha Assíria recebeu este golpe. Isso daria, então, a Josias força para entrar a fundo na reforma que teria planejado.
Resumindo todos estes fatos, concluiríamos desta forma: no oitavo ano do seu reinado (v. 3) começou a buscar a DEUS; aos doze anos iniciou a purificação de Judá e Jerusalém; aos 18 anos estava em plena revolução religiosa. Teriam sido, então, três etapas: oito, doze e dezoito anos. Assim os dois textos concordam. Crônicas esmiuça o assunto mais do que Reis, mas também não dá um esquema claro do assunto. Nesta data as condições internacionais seriam de tal forma favoráveis, que Josias não teve receio de destruir todos os vestígios do culto assírio, implantado por seu avô e cultivado por seu pai. O mundo estava entrando numa nova etapa política, e todas as mudanças se refletiam em Judá.
1) Josias Inicia a Sua Reforma Religiosa (34:3-7)
Pela maneira como Reis nos relata as reformas de Josias, parece que as obras resultaram do encontro do Livros da Lei, enquanto Crônicas dá as reformas como tendo se dado antes desse achado. As diferenças são de pequena monta, apenas modos de entender os feitos de DEUS. Com 20 anos de idade, moço ainda, Josias atira-se a uma das mais profundas reformas religiosas de todas quantas conhecemos (v. 8). Na sua presença, foram removidos os altos e os postes-ídolos, as imagens de escultura e de fundição, bem como derribados os altares dos Baalins. Tudo foi reduzido a pedaços, queimado, e as cinzas espargidas sobre os sepulcros dos que lhes haviam sacrificado. Eis o suprassumo da profanação, pois misturar qualquer coisa com os ossos dos mortos era o mesmo que amaldiçoar qualquer prática ou costume. Exumou os ossos dos sacerdotes idólatras e os queimou sobre os altares, e assim purificou Jerusalém e Judá. Esta reforma ele levou até Efraim e Manassés, e não foi mais para o norte, a fim de não entrar em conflito com o governo títere de Samaria. O verso 7 é incisivo: Derribou os altares, reduziu a pó os aserins e as imagens esculpidas, e cortou todos os altares de incenso por toda a terra de Israel (entenda-se do sul). Então voltou para Jerusalém. Isso quer dizer que ele em pessoa chefiou a reforma, indo de cidade em cidade, de vila em vila, até dar tudo por destruído. A parte material da reforma estava completa e a que fizera seu bisavô parece que perdeu para esta.
2) Josias Aprofunda a Reforma (34:8-14; II Reis 22:3-7)
Aos 18 anos de seu governo (v. 8), depois de haver purificado Judá e Jerusalém, convocou o seu estado-maior político, composto de Safã, Maaséias, prefeito da cidade, Joá, o cronista, e mandou-os fazer uma vistoria no Templo, para iniciar as obras necessárias. Isto nos leva a ver que nos governos de Manassés e Amom o Templo sofreu muito com a idolatria, pois Ezequias tinha já feito grandes obras no Templo. Foram visitar Hilquias, sumo sacerdote, e entregaram o dinheiro que já fora possível ajuntar, por mãos dos levitas, guardas das portas, dinheiro trazido de Efraim e Manassés e certamente de Judá, como nos informa o texto (v. 9). Os carpinteiros e pedreiros também já estavam a postos a fim de adquirirem os materiais necessários, como pedras, vigas e junturas, que os reis de Judá deixaram cair em ruínas, enfim tudo que fosse exigido pela obra. O dinheiro era farto. Uma leva de levitas, cantores e outros entendidos em obras, as superintendiam. Pelos versos 12 e 13 somos informados de que uma turma grande de construtores, superintendentes, escrivães, estavam a postos no canteiro das obras, para que tudo fosse feito segundo as ordens reais. Estas obras estendiam-se às dependências do Templo, aos armazéns onde eram guardados os víveres dos sacerdotes e levitas; parece que nenhuma dependência ficou sem a devida reforma.
3) Encontra-se o Livro da Lei (34:14-18; II Reis 22:8-10)
Em nosso Estudo nos Livros de Reis fizemos o que nos pareceu necessário à explanação deste achado, e para essa leitura convocamos os leitores deste Estudo (II Reis 22:8-12). Sem qualquer sombra de dúvida, o Livro da Lei ou era o Pentateuco todo ou pelo menos o Deuteronômio, que, por quaisquer motivos, teria sido colocado numa dependência do Templo e ali guardado, mas sem uso, contrário ao dever. Querem os críticos racionalistas, os que negam a autenticidade mosaica do Pentateuco, que este livro teria sido forjado por algum escriba atual e ali colocado, para ser descoberto e dado como de Moisés. Ora, se o livro não era o de Moisés, como algum escriba teria tido a ideia de escrever o livro e atribuí-lo a um homem de quem jamais se ouvira falar como escritor de livros da coleção hebraica? O argumento peca pela base. Os racionalistas passaram deste achado para outras suposições totalmente destituídas de valor histórico, ao ponto de negar a autoria mosaica dos livros que lhe são atribuídos. A verdade é que, se este livro não estava sendo obedecido, como deveria, também é certo que não era ignorado, pois em Crônicas mesmo é mencionado por mais de uma vez (II Cr. 31:3,4; 30:12). Há um sem-número de referências que omitimos, para poupar espaço. "A Lei do Senhor", "O Livro do Senhor" são frases comuns na literatura deste período. Ezequias mesmo baseou a sua reforma religiosa neste livro, fosse ele o Deuteronômio, como pensam alguns, fosse todo o Pentateuco. Não haveria sentido histórico para as narrativas dos livros de Reis e Crônicas, se o Pentateuco fosse ignorado. Em que consistia, então, a transgressão da Lei? Em que sentido o povo transgredia os testemunhos? Se não havia a Lei de Moisés, tudo quanto lemos nos conhecidos livros históricos fica sem sentido; DEUS mesmo puniu os infratores de Sua lei, que, segundo os críticos, não existia. Não se pode admitir infração de lei inexistente. Seria oportuno pedirmos se lesse a Introdução ao Estudo de Josué e Juízes, onde o autor faz uma ligeira apreciação do problema do Pentateuco.
4) A Profetisa Hulda É Consultada (34:19-28; II Reis 22: 11-20)
Em face do achado de um livro cuja existência todos ignoravam, embora das suas doutrinas tivessem conhecimentos gerais, pois que nem se entende reforma da religião e do Templo sem a base deste conhecimento, Josias, moço ignorante de muitas coisas da Lei, quando ouviu a leitura do livro, rasgou os seus vestidos, segundo a norma ao suceder algo calamitoso, e mandou Hilquias, Aicão, filho de Safã, Abdom, filho de Mica, e o mesmo Safã, escrivão e o secretário particular do rei, a Hulda para saber o que fazer, pois era profetisa e deveria conhecer o caminho a seguir. Isto nos dá a medida do alvoroço causado pelo achado. Josias reconheceu que o furor divino deveria ser muito grande,
Assim diz o Senhor, o DEUS de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim: Assim diz o Senhor: Eis que trarei o mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, a saber, todas as maldições que estão escritas no livro que se leu perante o rei de Judá (vv. 23-24).
O restante da revelação de Hulda encontra-se nos versos 25-28. Ora, se o Livro da Lei não existia, e foi forjado nesta oportunidade, para causar um trauma em Josias e em Judá, como é que DEUS se queixa de o povo haver abandonado uma lei de DEUS que não existia? Parece a qualquer leitor medianamente instruído que tal procedimento é de todo impossível. DEUS é justo, e não pode pedir contas de coisas que se transgridem por se ignorá-las. Para os ateus, DEUS não existe, é certo, mas também nós não podemos entender fato algum da Bíblia, se DEUS não existe. O raciocínio pede uma solução para tal problema. Meamos, pois, com a verdade de que a Lei de Moisés existiu desde os seus dias; mas como não havia meios de vulgarizá-la e torná-la conhecida do povo, este facilmente se desviava. Um conhecimento geral sempre existiu, mais ou menos diluído pelo tempo.
A Josias foi dada mensagem de esperança: nos seus dias não haveria o mal que estava de há muito destinado à nação por causa da falta cometida contra a Lei de DEUS. Ele seria reunido a seus pais sem ver as desgraças que se abateriam pouco depois sobre o povo, nos dias de Nabucodonozor.
5) Josias Renova a Aliança com DEUS (34:29-33; II Reis 23: 1-3)
Com a resposta da profetisa, Josias decidiu convocar uma espécie de assembleia em Jerusalém, para que o livro fosse lido perante o povo, diante de grandes e pequenos, sacerdotes, levitas, todos juntos, para uma tomada de posição. Era urgente tal medida, face ao perigo que pairava sobre a nação, pelo seu desvio da Lei do Senhor. O rei, de pé, propôs que todos se dedicassem ao cumprimento da Lei do Senhor. Era uma renovação do concerto para os habitantes de Judá e Benjamim (e poderíamos incluir outros de mais longe) que estavam em Jerusalém, para passarem a viver segundo os termos da Lei do Senhor. Enquanto Josias viveu, não se afastaram desta aliança, nem do DEUS de seus pais. Vemos, então, que a maior falta estava sobre os reis, que não cumpriam os seus deveres, pois, quanto ao povo, sempre estava pronto a obedecer.
 
Hulda - Josias - 2Rs 23:1-37 - Comentário - NVI - F.F.Bruce
 O título Livro da Aliança (23.2) o relaciona com a história do Sinai (Ex 24.7). A surpresa e susto manifestos pelo rei (v. 11) suscitam a questão da origem do escrito e por que era aparentemente desconhecido. Poucos estudiosos hoje apoiam a ideia de De Wette de que era uma “fraude piedosa” plantada pelos sacerdotes na tentativa de reformar e corrigir os abusos do reinado de Manassés. Mais prováveis são as sugestões (a) de que Deuteronômio foi preservado no Reino do Norte e que foi trazido a Jerusalém depois da queda de Samaria por um refugiado ou (b) de que ainda existia substancialmente na época de Samuel e que uma cópia foi depositada no templo na época de sua consagração por Salomão (v. comentário de l Rs 8.54-61). Somente entra em consideração aqui um documento limitado, visto que foi lido em público (v. 11; 23.2) e em um tempo relativamente curto (v. Ne 8.3,13 acerca de uma leitura mais demorada). E evidente que ele gerou convicções que um documento totalmente novo não faria e deve ter trazido à memória lembranças de antigas leis tais que levaram Ezequias e Joás à ação. A reação imediata do rei é temor e sobressalto — A ira do Senhor contra nós deve ser grande — sugerindo assim que Dt 28 era parte desse livro (v. 13). Embora Sofonias e Jeremias fossem profetas em atividade nessa época, ele mandou o escrito para a profetisa Hulda (v. 14) e recebeu a confirmação do castigo mitigado com a promessa: Seus olhos não verão toda a desgraça (v. 20). Josias morreu de forma violenta em Megido (23.29), de forma que você será sepultado em paz (v. 20) deve ser interpretado como: “antes da destruição final”. Uma época que tem pouca compreensão pelos desdobramentos do pecado ou da responsabilidade coletiva considera duras as palavras de Hulda. Mas a teologia hebraica compreendia muito bem que o mal precisa ser tratado com castigo, embora o arrependimento individual (v. 19) pudesse trazer alívio pessoal (cf. Jr 39.15-18). Mesmo assim, a resposta não é fatalismo, mas ação. Embora a reforma não fosse reverter o juízo, tinha de ser realizada com base na lealdade a Javé (23.1-3). Num ajuntamento solene, o rei colocou-se junto à coluna real e, na presença do Senhor, fez uma aliança, comprometendo-se a seguir o Senhor (23.3). Isso deve ter acontecido algum tempo depois de se encontrar o livro, quando o rei deu ordens para que os líderes se reunissem e se preparassem para o seu procedimento de purificação e castigo (v. 4-20), concluindo com a Páscoa na primavera (v. 21). Todo o projeto talvez tenha durado alguns meses. Alguns detalhes refletem as orientações de Deuteronômio: a destruição do poste sagrado para Aserá (v. 6,14), dos altares (v. 12,15), das colunas sagradas (v. 14; cf. Dt 12.3); a eliminação das acomodações dos prostitutos cultuais (heb. masc. pl. haqrfdê shtm, v. 7, inclui homens e mulheres; v. comentário de l Rs 14.24) segue Dt 23.17; acerca de sacrifícios a Moloque (v. 10) e de médiuns (v. 24), v. Dt 18.10-11; acerca da adoração oferecida aos exércitos celestiais (v. 4,11), v. Dt 17.3. Por outro lado, Deuteronômio não menciona altares idólatras (heb. “altos”, “lugares altos”; v. 5,8,9,19,20) nem sacerdotes pagãos (kemãrím, v. 5), e as orientações de Dt 18.6-8 foram modificadas de tal forma que os sacerdotes dos altares que foram recrutados dos santuários rurais não pudessem ministrar no altar do Senhor em Jerusalém. E questionável se Deuteronômio vislumbrava a centralização de toda a adoração em Jerusalém (de qualquer forma, o santuário central de Deuteronômio é o monte Gerizim; Dt 27.12). Dt 12.5-14 pode ser interpretado como significando “não simplesmente qualquer santuário antigo, mas um lugar aprovado numa localidade”. G. T. Manley diz que “não o seu número mas a sua natureza” está em discussão (The Book of the Law, 1957, p. 132).
Josias talvez tenha interpretado Deuteronômio de forma incorreta, mas é mais provável que a sua centralização da adoração em Jerusalém tenha ocorrido por outros motivos. Os santuários espalhados pelo país tinham durante séculos misturado o javismo com o culto a Baal. A reforma de Ezequias (18.4) havia durado pouco. Josias pode ter pensado que a supressão total seria a única resposta e decidiu manter o culto sob o seu controle em Jerusalém. Não é de surpreender que o seu ato ainda foi insuficiente. No que diz respeito ao povo em geral, Jeremias observou corretamente que havia “fingimento” (Jr 3.10) e o metal era tão ordinário que o refino era impossível (Jr 6.27-30). O fato de não ter sido bem-sucedido não é reflexo da piedade ou zelo insuficientes de Josias — mas da impossibilidade de um santuário central. Encontrar-se ocasionalmente em Gerizim ou Siló para confirmar a liga tribal era uma coisa. A tentativa de controlar a adoração e o culto até mesmo numa área pequena entre Betei e Berseba era outra coisa totalmente diferente.
O uso de ossos humanos (v. 14,16) era uma profanação que fazia os santuários não serem mais usados. A referência ao homem de DEUS [...] de Judá (v. 17), embora comumente rejeitada como nota editorial, é um comentário adequado dos 300 anos passados desde então (l Rs 13.1-10). O monumento (v. 17) tinha prestado o seu testemunho silencioso acerca da futilidade do altar em Betei, e os homens da cidade evidentemente passaram a história adiante. A viagem de purificação que Josias fez pelas cidades de Samaria (v. 19) mostra a sua nova liberdade decorrente da ausência da influência assíria — que também tornou mais fácil o despejo da parafernália religiosa assíria de Jerusalém.
v. 21. A Páscoa: cf. Dt 16.1-8. Não há menção aqui da festa dos Pães sem Fermento, mas o título Páscoa possivelmente inclui toda a cerimônia. Realizada na primavera, era principalmente uma celebração pelo Israel unificado da sua libertação do Egito. v. 22. Nem nos dias [...]foi celebrada uma Páscoa como esta\ v. Js 5.10 acerca do último registro. O livro de Reis faz um silêncio estranho acerca da Páscoa de Ezequias (v. 2Cr 30) ou qualquer outra festa no período da monarquia. Alguns estudiosos defendem que uma cerimônia de entronização no outono (depois da colheita) assumiu o lugar da celebração religiosa principal. Se foi assim, o culto sofreu uma grande perda, que os exilados que retornaram fizeram bem em corrigir (Ed 6.19,20). A monarquia precisava ser lembrada constantemente da dependência mais profunda que tinha de Javé e de sua libertação.
Josias recebe o seu elogio — não houve um rei como ele (v. 25) —, mas mesmo assim o Senhor manteve o furor de sua grande ira (v. 26). O castigo se estende inclusive à cidade e ao templo (v. 27), uma lição que Jeremias compreendeu perfeitamente (Jr 7.11-15), mas que os supersticiosos cidadãos se negaram a compreender.
A morte de Josias nas mãos do faraó Neco (v. 29) não é explicada. Nínive caiu em 612 a.C., e os assírios recuaram para o Eufrates. Em 609 a.C. o faraó Neco foi ao encontro deles; a NVI traz “ao encontro do rei da Assíria”; a ARA e a ARC trazem “contra o rei da Assíria” (heb. ‘al com frequência, como em 19.22, mas nem sempre, significa “contra”, como a VA aqui). Por que Josias interferiu, não está claro. Segundo Crônicas 35.21 traz alguns detalhes a mais. Talvez tivesse algum acordo com os babilônios ou talvez ele tivesse uma visão exagerada de sua habilidade de controlar a passagem pela Palestina. O que ele fez serviu somente para apressar a interferência egípcia, v. 30. Eles levaram o seu corpo [...] para Jerusalém, e ele foi sucedido pelo seu filho Jeoacaz.
Jeoacaz e Jeoaquim (23.31—24.17)
Jeoacaz não seguiu o bom exemplo do seu pai (v. 32) e foi deposto após três meses. Segundo as crônicas babilónicas, a campanha de Neco ao norte durou três meses (julho— setembro 609), de forma que ele enfrentou Jeoacaz no seu caminho de volta. Judá tornou-se vassalo do Egito (v. 33), com Eliaquim (mais um dos filhos de Josias) como um títere. A mudança do nome para Jeoaquim (v. 34) significou que ele governava como rei nomeado por Neco. O valor do tributo (‘õnes, geralmente um castigo civil, e não indenização de guerra) é modesto em comparação com o que foi pago por Ezequias (18.14) e foi quitado com taxação sobre o povo, cobrando a prata e o ouro de cada um conforme suas posses (v. comentário de 12.4).
2Cr 34:1-33 (Comentário - NVI (F F Bruce))
16)    O reinado de Josias (34.1—35.27)
a) A reforma de Josias (34.1-33)
A reforma, iniciada por Josias e associada à descoberta do Livro da Lei (v. 15), recebe grande importância na narrativa de 2Reis. O cronista, no entanto, não dá o mesmo significado a esse evento, e há algumas diferenças de apresentação nos dois registros. E possível que os dois relatos tenham sido resumidos com ênfases distintas e tenham usado fontes diferentes, apresentando os seus dados com destaques diferenciados, o que explicaria a aparente falta de harmonia entre os dois registros. E possível que os primeiros anos de Josias tenham sido, de fato, uma co-regência, provavelmente caracterizada por uma medida de moderação e tolerância, mas a época tornava-se crescentemente madura para uma reforma. A pregação profética, que havia sido reprimida nos reinados anteriores, agora se tornaria proclamação aberta, e os dois profetas relacionados com a reforma de Josias foram Sofonias e Jeremias.
Assurbanipal morreu em c. 627 a.C., o décimo segundo ano do reinado de Josias e o ano em que a reforma de fato começou (v. 3b). “Tanto Sofonias quanto Jeremias não pouparam palavras na condenação do paganismo da sua época e na advertência contra as consequências da apostasia permanente [...] e havia os que estavam dispostos a ouvir. A época estava madura tanto para a rebelião quanto para a reforma. Mesmo assim, o desafio à reforma não foi primariamente político, mas religioso, pois foi formulado acima de tudo por aqueles homens que estavam por trás do Livro da Lei que foi produzido em 622 a.C.” (John McKay, Religion in Judah under the Assyrians, 1973, p. 43). Ao combinarmos as duas fontes de 2Reis e 2Crônicas, é provável que as reformas de Josias tenham passado por três estágios. O primeiro, entre 632 e 631 a.C., o oitavo ano do seu reinado, foi confinado provavelmente à corte. O segundo estágio, em torno de 628 a 627 a.C., no décimo ano do seu reinado, foi o período em que a reforma pegou embalo e se espalhou por Jerusalém. E provável que essa tenha sido a época em que começou a purificação do templo, que, incidentalmente, coincidiu com o chamado de Jeremias para o ofício profético. O terceiro estágio, e talvez o momento crítico da reforma, ocorreu em 621 a.C., o décimo oitavo ano do reinado de Josias, quando o Livro da Lei, muito provavelmente Deuteronômio (como Jerônimo já pensava na sua época, c. 400 d.C.), foi descoberto no templo. A descoberta deu direção e autoridade às atividades reformadoras do rei.
Os v. 3-7 registram o início da reforma e os seus primeiros dois estágios no oitavo e no décimo segundo ano de Josias. O cronista destaca que a reforma originou-se nas atitudes corretas de Josias: sendo ainda bem jovem, ele começou a buscar o DEUS de Davi (v. 3). Assim, já nos anos da sua infância e inexperiência “ele se comprometeu com o tipo de obediência que conduz à ação correta” (P. R. Ackroyd). Um ponto de interesse particular é a expansão da reforma para o território do Norte — as cidades das tribos de Manassés, de Efraim e de Simeão, e até mesmo de Naftali (v. 6). A conotação política desse tipo de movimento para o norte está bem clara e representa uma tentativa intencional de restaurar o antigo Israel como um reino unido e trazê-lo de volta à adoração a Javé. Os v. 8-13 introduzem o início da restauração do templo. O cronista destaca o ponto importante de que foi o rei que tomou a iniciativa de restaurar o templo, como Ezequias fizera anteriormente (29.3) e como Davi, ao planejar a construção original. Os versículos fazem um relato dos diversos oficiais que deveriam supervisionar a administração das ofertas e o trabalho dos consertos. A lista dos oficiais e dos seus nomes difere da de 2Rs 22, sugerindo fontes diferentes para os dois relatos.
A descoberta do Livro da Lei é registrada nos v. 14-21. Essa parte segue bem de perto o relato correspondente em 2Rs 22.8-13. Há, no entanto, pequenas variações, visto que o cronista associa a descoberta do Livro da Lei ao esvaziamento das caixas de ofertas (v. 14). E significativo também que o cronista parece dar menos importância a essa descoberta do que o compilador de Reis. O relato do cronista já está com a reforma em pleno andamento antes que seja encontrado o Livro da Lei, embora essa descoberta tenha dado forma e conteúdo à continuação da obra. O compilador de Reis, no entanto, considera a descoberta do Livro da Lei um aspecto central para o início e continuação da reforma. Não há dúvida de que essas variações refletem as posições teológicas um tanto divergentes dos dois autores. A profecia de Hulda (v. 22-28) segue quase exatamente o texto de 2Reis. Acerca dos nomes dos que acompanharam Hilquias na visita à profetisa, v. 2 Rs 22.14. A profecia foi evidentemente desconfortável, e isso é destacado por meio da expressão todas as maldições (v. 24); cf. Dt 29.20.
A profecia específica do v. 28 a respeito do final de Josias não se cumpriu na realidade. E interessante que o cronista não tenha corrigido a profecia à luz dos eventos reais, o que é uma indicação da forma fiel em que essas profecias eram preservadas independentemente da situação que as seguia. A resposta do rei (v. 29-33) foi convocar as autoridades de Judá e de Jerusalém (v. 29) para se aconselhar com elas; isso resultou na renovação do relacionamento de aliança. Aqui também o cronista segue bem de perto a sua fonte em 2Reis. A alteração significativa no v. 30 é o uso da palavra levitas no lugar de “profetas” em 2 Rs 23.2. Os eruditos sugerem que isso reflete a perspectiva do cronista de que na sua época a proclamação da palavra de DEUS, especialmente em termos de pregação, era função primordial dos levitas. Em outras palavras, é uma alteração interpretativa, sinalizando ao povo da sua época que a função profética agora estava nas mãos da comunidade levítica. A última parte do v. 32 e todo o v. 33 são uma ampliação feita pelo cronista para indicar que a aliança aplica-se a todo o Israel,
 
Hulda - Josias - 2 Rs 22:1-20 - Comentário Bíblico Wesleyana
V. REINADO JOSIAH E REFORMA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO SÉTIMO ( 2 Reis 22: 1-23: 30 )
Josias governou 31 anos em Jerusalém (640-609 aC). Ele tinha apenas oito anos de idade no início do seu reinado (v. 1 ). Isso foi por causa do reinado abreviada de Amon, seu pai. No cenário internacional, a Assíria estava enfraquecendo como uma potência mundial. "Assíria, atormentado por tumultos em casa, tinha o controle efetivo bastante perdida do oeste e já não estava em condições de interferir." O Reino do Sul sob o rei Josias, viu-se livre da dominação estrangeira.
REFORMA A. Josias PONTUAL ( 22: 23/01: 27 )
Reforma de Josias foi notável na história do Reino do Sul. "Na mente dos escritores da Bíblia que até agora o excesso de sombra todos outro real de Josias atos que eles nos dizem praticamente nada sobre ele." A reforma é descrita em três etapas que podem ser comparados com as fases de uma árvore: a root, o tiro, o fruto.
1. A raiz da Reforma - Reparo do Templo ( 22: 1-7 ; cf. 2 Cr 34: 1-14. )
1  Josias tinha oito anos de idade quando começou a reinar; e reinou trinta e um anos em Jerusalém; e nome de sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate. 2  E fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e virou-se não de lado para a direita nem para a esquerda.
3  E aconteceu que no ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, o escriba, para a casa do Senhor, dizendo: 4  Sobe a Hilquias, o sumo sacerdote, que ele soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm recebido do povo: 5  e que só entreguem na mão dos mestres de obra que estão encarregados da casa do Senhor; e deixá-los dar para os trabalhadores que estão na casa do Senhor, para reparar os estragos da casa, 6  até os carpinteiros, e aos edificadores, e aos pedreiros, e para comprar madeira e pedras lavradas, para repararem a casa . 7  Contudo não se tomava conta a eles do dinheiro que foi entregue na sua mão; porque procediam com fidelidade.
A reforma começou em décimo oitavo ano de Josias, durante o décimo ano de seu reinado, quando ele passou a reparar o templo. "O evento no qual tudo o mais na reforma de Josias parece depender é a restauração do templo." No curso de reparos veio a descoberta de uma cópia do Livro da Lei. Hilquias, o sumo sacerdote, disse Safã, o escrivão, eu ter encontrado o livro da lei na casa do Senhor (v. 8 ).
Ele vem como um choque ao saber que a lei de DEUS foi perdido na casa de DEUS. Quando isso acontece, a situação chegou a um ponto extremo de decadência. Tanto o templo ea lei tinha sido negligenciado e profanado pelo Estado de Manassés e Amon mais de meio século.
2. The Shoot da Reforma-Leitura do Livro da Lei ( 22: 8-20 ; cf. 2 Cr 34: 15-28. )
8  E Hilquias, o sumo sacerdote, disse Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias entregou o livro a Safã, e ele o leu. 9  Safã, o escrivão foi ao rei, e trouxe a resposta ao rei, e disse: Teus servos esvaziou o dinheiro que se achou na casa, eo entregaram nas mãos dos oficiais que têm a seu cargo a casa do Senhor. 10  a Safã, o escrivão, falou o rei, dizendo: O sacerdote Hilquias me entregou um livro. E Safã o leu diante do rei. 11  E aconteceu que, quando o rei ouvido as palavras do livro da lei, rasgou as suas roupas. 12  E o rei ordenou a Hilquias, o sacerdote, a Aicão, filho de Safã e Acbor, filho de Micaías, a Safã, o escrivão, e Isaías, servo do rei, dizendo: 13  Ide, consultai ao Senhor por mim, e para o povo, e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou ; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo o que está escrito a nosso respeito.
14  Então o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Isaías, foi à profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Ticvá, filho de Haras, do guarda-roupa (ela habitava então em Jerusalém, na segundo trimestre); e falaram com ela. 15  E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o DEUS de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim, 16  Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar, e sobre o seus habitantes, conforme todas as palavras do livro que o rei de Judá leu. 17  Porquanto me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará. 18  Mas ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, assim lhe direis:-lhe: Assim diz o Senhor, o DEUS de Israel: Quanto a palavras que ouviste, 19  porquanto o teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus habitantes, que deve tornar-se uma desolação e uma maldição, e rasgaste tuas vestes, e choraste perante mim; Também eu te ouvi, diz o Senhor. 20  Portanto, eis que eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido ao teu sepulcro em paz, os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. E trouxeram a resposta ao rei.
Quando o Livro da Lei foi lido perante o rei, a atividade que gerou foi incrível. Em primeiro lugar, o rei era penitente. A leitura da lei revelou a ignorância do rei, pois a lei revelou o quão longe a nação havia partido de Jeová e como perigosa era a sua posição antes (vv. Jeová 11 , 13 ).
Em segundo lugar, a profetisa Hulda profetizou que a profanação da lei realizado o seu próprio juízo. Porque eles me deixaram ... o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará (v. 17 ). No entanto, como Josias tinha arrependido, a profetisa prometeu que o julgamento do Senhor não viria durante o seu reinado (v. 20 ).
 
 
Hulda - Josias - 2 Rs 22:1-20 - O Novo Comentário Bíblico - Antigo e Novo Testamento com Recursos Adicionais - Bíblia The Word
Significado de 2 Reis 22
2 Reis 22
22.1 — O nome Josias significa o Senhor apoia. Assim como o nome de Ciro (Is 44.28;45.1) e da cidade de Belém (Mq 5.2), o nome Josias foi anunciado por um profeta muito antes de seu nascimento (1 Rs 13.1,2).
22.2 — E fez o que era reto. O jovem Josias aparentemente era orientado por justos conselheiros, um dos quais deve ter sido o profeta Sofonias. Em todo caso, sua preocupação por justiça levou a uma reforma no início de seu reinado (2 Cr 34.3-7).
22.3 — No ano décimo oitavo de seu reinado (622 a.C.), Josias iniciou inúmeros reparos no templo (v. 4-7; 2 Cr 34.8-13).
22.4 — Hilquias, o sumo sacerdote, foi uma grande figura no avivamento da verdadeira religião que o jovem Josias colocou em prática. A obra de restauração do templo foi sob a direção desse homem.
22.5-7— A cuidadosa contabilidade do dinheiro utilizado na restauração do templo é parecida com a do tempo do rei Joás de Judá e de Joiada, o sumo sacerdote associado a ele (2 Rs 12.9-16).
22.8,9 — Por livro da Lei pode-se entender o Pentateuco ou parte dele. Este livro, apesar de ter sido colocado ao lado da arca da aliança (Dt 31.26), deve ter sido perdido, desprezado ou escondido durante os perversos reinados de Manassés e de Amom.
22.10-13 — O leu diante do rei. Este foi o dramático evento que moldou o reinado de Josias. Imagine o que o jovem rei deve ter sentido ao ouvir a palavra de DEUS lida pela primeira vez. Novamente (2 Rs 19.1), um rei justo rasgou as suas vestes em genuíno remorso. As grandes qualidades de Josias são vistas na sanção profética que ele desejou para sua nova caminhada. Ele não ansiou continuar seu plano sem uma confirmação clara do Senhor.
22.14 — Apesar de a profetisa Hulda ser mencionada somente neste versículo (e em 2 Cr 34.22- 28) nas Escrituras, sugere-se que seu marido, Salum, seria parente de Jeremias (Jr 32.7-12).
22.15 — Hulda é mais uma das diversas profetisas presentes nas Escrituras, assim como Miriã (Ex 15.20) e Débora (Jz 4.4). Essa mulher foi uma agente capacitada com autoridade espiritual para transmitir a palavra de DEUS aos que ocupavam os mais altos cargos da terra de Judá. Ela serviu do mesmo modo que outros profetas de DEUS serviram, tais como Jeremias e Sofonias.
22.16 — Todas as palavras do livro. A ameaça de calamidade que o rei ouviu pela sua apostasia pretendia reforçar a mensagem das partes do livro da Lei que foram encontradas quando o templo estava sendo reparado e lidas para o monarca (Dt 28.15-68).
22.17-19 — Primeiro, foi dada a má notícia, endereçada principalmente aos perversos que desprezaram DEUS. Depois, a boa, de que Josias seria liberto do iminente julgamento, devido à sua consagração sincera numa época muito difícil.
22.20 — Tu serás ajuntado em paz. A profecia positiva de Hulda a Josias queria dizer que ele não veria a calamidade que DEUS traria sobre o povo. A subsequente morte de Josias em uma batalha (2 Rs 23.29,30) não foi resultado desse julgamento divino. Como seu justo avô Ezequias, Josias não viveu para presenciar a punição aplicada a Judá pela mão de DEUS (2 Rs 20.19).
2Cr 34:1-33 (O Novo Comentário Bíblico - Antigo e Novo Testamento com Recursos Adicionais )
Significado de 2 Crônicas 34
2 Crônicas 34
34.1-3 —A expressão dos bosques corresponde ao termo postes-ídolos [termo encontrado na versão a r a J. Eram estacas dedicadas a Aserá, a deusa da fertilidade cananeia (2 Cr 33.3). As imagens de fundição eram como as de escultura, só que feitas de metal moldado (Êx 32.4,8; Is 42.17; Os 13.2).
34.4 — A atitude de Josias ao destruir os altares e ídolos construídos por seu avô, Manassés, e por seu pai, Amom, lembra Moisés ao moer o bezerro de ouro e espalhar seu pó sobre as águas (Êx 32.20).
34.5 - E os ossos dos sacerdotes queimou. Este ato de Josias, ocorrido em Betei, confirmou as palavras do profeta de Judá na época de Jeroboão I, rei de Israel (1 Rs 13.1,2; 2 Rs 23.15,16). O profeta havia mencionado Josias pelo nome 300 anos antes.
34.6,7 — A purificação de Josias dos cultos idólatras não se limitou a Judá e Betei, mas estendeu do sul — Simeão — para o norte — Naftali. Israel havia sido subjugada pela Assíria durante um século, e novos movimentos religiosos, como o dos samaritanos, tinham-se estabelecido na região (2 Rs 17.24-31; 23.19).
34.8 — Safã era um escriba ou secretário do rei (2 Cr 34.15), responsável pelos registros do estado, os quais deviam incluir os planos e as especificações do templo, que foi reparado estritamente de acordo com o seu padrão original. O ofício de maioral da cidade [governador da cidade, na versão nvi] era como o do prefeito de hoje em dia (2 Cr 18.25).
Um registrador [cronista, na ara] mantinha um diário real. Acontecimentos oficiais eram devidamente anotados para a posteridade. O trabalho de homens como Joás forneceu fontes para historiadores de tempos depois, como o autor de Crónicas (1 Cr 18.15 ara).
34.9 — Hilquias foi, provavelmente, o sumo sacerdote da genealogia de 1 Crónicas 6.13 (cf. Ed 7.1).
34.10,11 — A obra de restauração do que foi destruído, feita por Josias, incluía não apenas reparos no templo e em prédios próximos, mas também reforma nas fortificações (2 Cr 15.8; 24.5; 28.24; 29.6,7; 32.5).
34.12—- Os filhos de Merari e os coatitas eram dois dos três clãs de Levi (1 Cr 6.1,16; 23.6).
34.13-16 — Safã entregou o livro ao rei não só porque era o escrivão, mas também saberia atestar a autenticidade do texto e dizer ao rei se era importante.
34.17-19 — O rei rasgou as suas vestes. Tem-se a impressão de que esta foi a primeira vez que Josias viu uma cópia das Escrituras e nunca tinha ouvido alguém fazer a leitura delas. Não significa que ele não conhecia os escritos de Moisés, porque, com certeza, seus ensinamentos foram preservados durante a apostasia, pelo menos, oralmente. Em um tempo de produções literárias em massa, é difícil para o leitor moderno imaginar uma época em que qualquer composição, mesmo a Bíblia, existia apenas em algumas poucas dúzias de cópias, no máximo. Esta era a situação no mundo antigo, no entanto, é perfeitamente possível que toda a tradição literária pudesse ter sido perdida. A reação de Josias não deve ser explicada em termos de novidade sobre o que ele tinha ouvido, mas, sim, porque ele nunca tinha ouvido e visto uma cópia da Palavra de DEUS com seus próprios sentidos. O impacto disso é devastador, porque ele sabia o quanto a nação tinha-se desviado dos seus princípios.
34.20,21 — Josias sabia que o pergaminho continha o livro da Lei do Senhor, mas não sabia o que fazer em relação às palavras de furor e juízo que ele continha.
Nossos pais não guardaram... tudo quanto está escrito. Josias queria saber o que DEUS exigia dele, porque ele tinha toda a intenção de cumprir.
34.22 — Hulda é uma das quatro mulheres profetisas citadas no Antigo Testamento. As outras três são Miriã (Ex 15.20), Débora (Jz 4.4) e Noadias (Ne 6.14). O trabalho de Salum era supervisionar a guarda e distribuição das vestimentas usadas pelos sacerdotes e levitas no curso de suas obrigações. A segunda parte era, provavelmente, um subúrbio de Jerusalém, próximo à Porta do Peixe, ao norte da cidade (Sf 1.10).
34.23 — A expressão Assim diz o SENHOR indica que as palavras de Hulda eram uma profecia.
34.24,25 — Escritas no livro. Tanto o livro de Deuteronômio como o de Levítico contêm longas listas de bênçãos e maldições associadas à aliança com Israel (Dt 28; 29).
34.26-28 — Eis que te ajuntarei a teus pais. No contexto da mensagem completa, era uma promessa de que Josias morreria e seria enterrado entre seu próprio povo e não em uma terra estrangeira. A promessa de Hulda de que Josias morreria em paz significava que ele seria poupado do mal pelo qual Judá seria julgada. Josias morreu em tempos de guerra (2 Cr 35.23,24), mas não foi a época do mal. Este chegou depois, quando os exércitos babilônios capturaram Jerusalém (2 Cr 36.17-20).
34.29,30 — O termo livro do concerto faz menção ao livro da Lei do Senhor (2 Cr 34.14), o Pentateuco. Josias estava prestes a guiar a comunidade a renovar a aliança. A leitura do pergaminho fazia parte das suas obrigações como rei (Dt 17.18-20).
34.31 — Poucos reis de Judá prometeram seguir ao Senhor como Josias prometeu. Depois de Davi, apenas Joás, Ezequias e Josias se comprometeram publicamente (2 Cr 23.3; 29.10; 1 Cr 17.7-14). Eles foram melhores do que os outros reis de Judá e Israel. Os termos mandamentos, testemunhos e estatutos eram termos técnicos referentes à aliança (Dt 4.40, 45; 5.31; 6.1,17).
34.32,33 — Sabemos que o compromisso de Josias com o Senhor era real, porque ele tirou todas as abominações, o que incluía todos os ídolos que tinham sido introduzidos pelos reis anteriores.
 
O livro de Sofonias retrocede a ancestralidade do profeta por quatro gerações, até Ezequias, possivelmente o rei mais famoso que Judá, o Reino do Sul, já teve. Após o mau e longo reino de Manassés e o de seu filho Amom, Josias começa a governar. Sofonias inicia seu ministério como profeta em Jerusalém no mesmo ano que o grande vidente Jeremias (627 a.C.). Juntamente com a profetisa Hulda (2 Cr 34.14-28), irão testemunhar a reforma religiosa que Josias havia começado, reforma que, infelizmente, dura pouco tempo. Com a morte de Josias, o povo volta a seguir os seus próprios e maus caminhos, e menos de 50 anos depois (por volta de 586 a.C.), DEUS já usa Babilônia para discipliná-lo.
 
JOSIAS - Enciclopédia Ilumina
Josias foi o décimo sexto rei do reino do sul de Judá (640-609 A.C.). Ele era um homem de DEUS e portanto contrastava com seu avô Manassés e seu pai Amom. De fato, as escrituras constatam que não houve nenhum rei obediente às leis de Moisés (2 Reis 23:25) nem antes e nem depois dele.
OS TEMPOS DE JOSIAS
Quando Josias se tornou rei em 640 AC., a maior ameaça ao seu reinado era o reino Asírio do noroeste. O cenário internacional estava para mudar drasticamente, no entanto. Depois da morte do grande rei Asírio, Asurbanipal, em 633 A.C., os governantes que vieram depois dele eram medíocres e por isso houve uma inquietação no império assírio.
AS ATIVIDADES REFORMADORAS DE JOSIAS
Josias tinha apenas oito anos quando ele se tornou rei. Evidentemente, ele tinha conselheiros ou regentes espiritualmente motivados; quando ele tinha dezesseis anos, ele começou, por iniciativa própria, a procurar o DEUS de seu ancestral Davi (2 Crônicas 34:3). Quando ele completou vinte e três anos, ele começou a se preocupar com a idolatria que havia na terra e resolveu começar uma grande campanha para eliminar as imagens e lugares pagãos desde Judá até Jerusalém. O seu ódio era tanto pela idolatria, que ele chegou até a abrir os túmulos de sacerdotes pagãos e queimou os seus ossos nos altares pagãos antes de destruí-los. Josias levou sua reforma além da fronteiras de Judá, descarregou sua fúria especialmente no centro de culto em Betel, aonde Jeroboão (um rei do norte) havia estabelecido a sua falsa adoração. Em cumprimento da profecia (1 Reis 13:1-3), Josias destruiu o altar e os lugares altos e queimou os ossos dos sacerdotes oficiais para profanar o local (2 Reis 23:15-18). O que ele fez em Betel, ele fez igual em todos os lugares no reino de Samaria (2 Reis 23:19-20).
Quando Josias completou vinte e seis anos, ele lançou um projeto de limpar e reparar o templo em Jerusalém (2 Reis 22:3). Safã, o escrivão, ficou incumbido de fazer o trabalho; Hilquias, o sumo sacerdote, supervisionou a renovação e a construção. No processo de reformar o templo, Hilquias achou o livro da lei. Possivelmente, nos dias de Manasses isso foi um ato deliberado para destruir a Palavra de DEUS. Quando Safã leu o livro da lei para Josias, ele ficou devastado ao escutar sobre os pronunciamentos sobre julgamento que havia ali contra aqueles que cometessem apostasia. Josias então, mandou uma delegação até a profetisa Hulda para descobrir qual o julgamento para a terra. A profetisa disse que a condenação de DEUS cairia de fato sobre Judá por causa de seus pecados. No entanto, ela mandou dizer a Josias que por causa da fidelidade de seu coração para com DEUS, a punição não recairia sobre Judá enquanto ele estivesse vivo.
O rei então chamou um grande grupo para uma leitura de algumas seções da lei, especialmente ao que dizia respeito às obrigações para com DEUS. O rei e o povo fizeram uma aliança perante DEUS que eles guardariam os seus mandamentos.
A MORTE DE JOSIAS
É desconhecido o por que, precisamente, Josias se opôs aos avanços do faraó Neco no território de Judá. Ele pode ter tentado evitar que os Assírios tivessem ajuda ou mesmo para manter a sua independência. Josias teve um ferimento mortal num conflito, o que foi extremamente lamentado por Jeremias e todo o seu povo (2 Crônicas 35:25). O seu rei tinha partido e o julgamento que não aconteceu durante a sua vida viria agora sobre a nação.
 
2Rs 22:1-20 - EXPOSITOR - Bíblia The Word
CAPÍTULO 22
(641 aC)
JOSIAS REINA SOBRE JUDÁ 31 ANOS; O ÚLTIMO BOM REI DE JUDÁ J OSIAH tinha oito anos de idade quando começou a reinar, e reinou trinta e um anos em Jerusalém. E o nome de sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate. (Josias era o rei segundo mais jovem para começar seu reinado, com Joás ser o mais novo, aos sete anos de idade. Manassés, avô de Josias, foi educado sob piedoso Ezequias, seu pai. Infelizmente, Manassés tornou-se o pior rei de todos, mas se arrependeu no fim. Josias, neto de Manassés, foi criado sob seu pai perverso, Amon, mas se tornou um dos reis mais piedosos.)
2 E fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se desviou nem para a direita nem para a esquerda (Josias foi predita por nome de mais de 300 anos antes de sua nascimento [ 1 Ki 13: 2. ]; em anotando os comentários feitos pelo ESPÍRITO SANTO a respeito desses reis particulares, deve nos dar uma pausa em relação ao que Ele pode estar dizendo a nosso respeito) .
O TEMPLO REPARADO
3 E aconteceu que no ano décimo oitavo do rei Josias, o rei mandou o escrivão Safã, filho de Azalias, filho de Mesulão, Scribe, para a Casa do SENHOR, dizendo: (o Profeta Jeremias ficou na mesma relação com Josias como Isaías foi a Ezequias; há uma possibilidade de que Josias e Jeremias eram meninos juntos, e que Jeremias ajudou na conversão de Josias, na verdade, sua conversão ocorreu quando ele tinha 16 anos de idade [8 anos em seu reinado]; Jeremias foi chamado para ser um profeta no décimo terceiro ano do reinado de Josias [ Jer. 1: 2 ], quando Josias tinha 21 anos) ,
4 Vá até o sumo sacerdote Hilquias, que a soma do dinheiro que se tem trazido para a casa do Senhor, o qual os guardas da entrada têm recebido do povo (segundo as obras ímpias de
Manassés e Amon, a renovação do edifício sagrado era necessária, e que o dinheiro necessário foi sendo criado por uma coleção) :
5 e que só entreguem na mão dos mestres de obra que estão encarregados da casa do SENHOR, e que estes o dêem aos que fazem a obra que está na Casa do Senhor, para reparar o estragos da casa (os "fazedores" não são os trabalhadores reais, mas os superintendentes ou superintendentes dos operários) ,
6 Unto carpinteiros e construtores e pedreiros, e para se comprar madeira e pedras lavradas, para repararem a casa.
7 Contudo não se tomava conta a eles do dinheiro que se lhes entregava nas mãos, porquanto se haviam com fidelidade (os superintendentes e supervisores foram impecavelmente honesto) .
O LIVRO DA LEI DESCOBERTO
8 E o sumo sacerdote Hilquias disse a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safã, e ele o leu. (Na verdade, este foi o Pentateuco original, que havia sido escrito por Moisés, e tinha sido colocado pelo lado da Arca. Ele provavelmente estava escondido lá durante os reinados de Manassés e Amon, por causa de sua maldade em voltar-se contra o Senhor. Ele tinha sido escrito por Moisés da boca de DEUS mais de 800 anos antes de Josias nasceu. Então, essa foi uma descoberta incrível.)
9 E Safã, o escrivão foi ao rei, e trouxe a resposta ao rei, e disse: Teus servos ajuntaram o dinheiro que se achou na casa, eo entregaram na mão dos que fazem a obra, que tem o supervisão da Casa do Senhor (temos realizado as ordens do rei exatamente, em cada particular) .
10 E Safã, o escrivão mostrou ao rei, dizendo: O sacerdote Hilquias entregou-me um livro. E Safã o leu diante do rei (exatamente de quanto ele leu, não nos é dito, no entanto, deve ter sido uma boa parte; o Pentateuco consiste dos cinco primeiros livros da Bíblia) .
JOSIAS OUVE A PALAVRA DE DEUS; SE ARREPENDE
11 E aconteceu que, quando o rei ouvido as palavras do livro da lei, rasgou as suas roupas (é fácil para um homem para saber se ele tem a vida espiritual ou não, se, ao ler a Bíblia, ele nem é consolado nem aterrorizado, então é evidente que a sua alma está morto, Josias realmente nasceu de cima, para ele tremia muito ao ouvir as palavras escritas por DEUS nesses muitos anos antes) .
12 E o rei ordenou a Hilquias, o sacerdote, a Aicão, filho de Safã, a Acbor, filho de Micaías, a Safã, o escrivão, e Asaías, servo do rei, dizendo:
13 Ide, consultai ao Senhor por mim, e pelo povo, e por todo o Judá, acerca das palavras deste livro que se achou; porque grande é o furor do Senhor, que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não têm ouvidos às palavras deste livro, para fazerem conforme tudo o que está escrito a nosso respeito (Josias reconheceu que Judá tinha feito, e ainda estava fazendo, exatamente aquelas coisas contra as quais as ameaças da lei foram dirigidas; Judá tinha abandonado o Senhor, foram após outros deuses, feitos para si lugares altos, configurar imagens, etc.) .
14 Então o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías à profetisa Hulda, mulher de Salum, filho de Ticvá, filho de Harás, do guarda-roupa; (Ela habitava então em Jerusalém na segunda parte), e lhe falaram. (A palavra "faculdade" não tem nada a ver com instituições de
ensino, mas sim que se refere à "cidade baixa". Os mais altos funcionários do país foram enviados até uma mulher Preacher. Por que não foram ordenados a ir para os grandes pregadores, Jeremias e Sofonias, que eram, neste momento, associado ao Tribunal? Sem dúvida, o ESPÍRITO SANTO, por qualquer motivo, se movia sobre Josias para ir para . Hulda Há outras mulheres pregadoras mencionados na Bíblia, assim: Miriam, Débora, esposa de Isaías Nodiah, Anna, e as filhas de Filipe, juntamente com muitas mulheres Pregadores sempre emolduradas nas cartas do Apóstolo Paulo).
A PROFECIA DE HULDA: JULGAMENTO SOBRE JUDÁ
15 E disse-lhes: Assim diz o SENHOR DEUS de Israel: Dizei ao homem que vos enviou a mim,
16 Assim diz o Senhor: Eis que eu trarei mal sobre este lugar, e sobre os seus habitantes, conforme todas as palavras do livro que o rei de Judá leu:
17 Porque a mim me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses, para que pudessem provocar-me à ira com todas as obras das suas mãos; portanto o meu furor se acendeu contra este lugar, e não se apagará.
18 Mas ao rei de Judá, que vos enviou para consultar ao Senhor, assim será você diz-lhe: Assim diz o SENHOR DEUS de Israel, acerca das palavras que ouviste;
19 Porque o teu coração se enterneceu, e você se humilhou perante o Senhor, quando ouviste o que falei contra este lugar, e contra os seus habitantes, que deve tornar-se uma desolação e uma maldição, e têm alugar suas roupas, e chorou diante de mim; Eu também te ouvi, diz o Senhor (a verdade do coração, sincero, quebrada diante de DEUS, será sempre reconhecido pelo Pai Celestial, o que fez que Josias é o que a Igreja moderna precisa desesperadamente de fazer, também!) .
20 Eis, portanto, eu te recolherei a teus pais, e tu serás recolhido em sua sepultura em paz; e os teus olhos não verão todo o mal que hei de trazer sobre este lugar. E trouxeram a resposta ao rei. (Josias morreu em batalha contra os egípcios, mas foi sepultado em paz, o que significa que ele não viu o terrível mal que veio sobre Judá, em última análise, provocando a destruição da nação. Enquanto Josias era piedosa Judá, de modo geral, continuou em seus maus caminhos e, consequentemente, o julgamento não poderia ser retido por mais tempo, para que o Senhor levou o rei divino no Paraíso, até mesmo, como veremos no capítulo seguinte).
 
Família - Geografia das Terras Santas e Bíblicas
Na Bíblia, a família é de origem divina. Nasceu debaixo das potentes mãos do Senhor, que abençoou a primeira união conjugal. No hebraico não existe o termo família. O mais aproximado é o beth (casa), que é o vertido para “família”.
A família hebraica era essencialmente patriarcal. A autoridade paterna era evidente (Gn 12.1). As genealogias, mencionando exclusivamente os nomes dos homens, nos levam à mesma evidência. Por Mateus 19.1-8 sabemos que a monogamia foi o grande ideal de DEUS desde “o princípio”, como disse JESUS. No entanto, devido à dureza do coração dos homens, a poligamia foi tolerada antes e depois da Lei mosaica:
 1. O homem podia ter duas ou mais esposas: Jacó tinha Lia e Raquel.
 2. A ama da esposa, uma escrava, podia coabitar com o marido, desde que lhe fosse oferecida pela esposa legítima, como foi o caso de Agar para Abraão, de Zilpa e Bila para Jacó (Gn 16.1-4; 29.21-30).
 3. Um homem podia ter concubinas (esposas de segunda categoria), como fizeram Saul (2Sm 3.7), Davi (2Sm 16.20-23) e Salomão (1Rs 11.3), assim como podia ter escravas, adquiridas em guerra ou comprada (Gn 21.10; Êx 21.7-11).
O divórcio era permitido no Antigo Testamento como “tolerância”, não como plano divino (1Cr 8.8), e foi condenado pelo Senhor JESUS (Mc 10.2-12).
Os hebreus praticavam o levirato, ou sucessão, a um irmão que falecia sem deixar filho. O irmão mais velho se casava com a cunhada viúva, e o primeiro filho que tivessem seria do irmão falecido (Gn 38.8; Dt 25.1-12; Rt 4.1-12).
O casamento com estrangeiros era proibido (Ed 10). Mesmo assim, Rute, embora estrangeira, casou-se com um israelita. Até mesmo reis não levaram a lei em conta: Salomão se casou com uma egípcia e Acabe com uma siro-fenícia.
O sacerdote não podia se casar com mulher repudiada, prostituta ou viúva, a não ser que esta fosse viúva de sacerdote (Lv 21.14).
Os pais do rapaz arranjavam-lhe moça para casar, como foi o caso de Isaque (Gn 24). Com Jacó deu-se o contrário; apaixonou-se por Raquel à primeira vista (Gn 29.20); com Moisés e Zípora foi a mesma coisa (Êx 2). Davi recebeu Mical por seu heroísmo na guerra (1Sm 18.20-30).
O professor Kohler calculou que, em média, um homem hebreu era pai aos 19 anos, avô aos 38 e bisavó aos 57 anos.10 No momento em que um homem colocava o véu sobre a amada, ou declarava diante das testemunhas que ia desposá-la, já se consideravam casados, embora não vivessem juntos (Rt 4; Mt 1.18). Noivado era coisa muito séria nos dias do Antigo Testamento.
Jacó pagou dote para desposar Raquel e precisou pagar também por Lia (Gn 29.20-27). Essa prática passou a fazer parte da Lei (Êx 22.17; Dt 22.28,29; 1Sm 18.25).
Mateus 25.1-13 mostra muito bem como era um casamento em Israel. A noiva, no dia das núpcias, permanecia na casa dos pais. O noivo ficava em lugar ignorado, na companhia de amigos íntimos. Era aguardado com ansiedade pelos que estavam na casa da noiva. Nas imediações dessa casa ficavam pessoas que esperavam o noivo (como na parábola das dez virgens). Cada pessoa que esperava o noivo precisava ter uma lâmpada. Havia um grito forte de alegria ao aparecer o noivo: “Vem o noivo!”. Ele vinha com um séquito e todos com lâmpadas. Cinco virgens entraram no séquito e na casa da noiva porque tinham lâmpadas e azeite; as outras cinco não tinham azeite; por isso não entraram. A seguir, o noivo entrava na casa da noiva e a levava a sua casa, onde havia festa com porta fechada. As cinco virgens insensatas encontraram a porta fechada. Uma festa de casamento podia durar até uma semana (Jz 14.12; Jo 2).
As palavras hebraicas ish e ishshá (homem e mulher) designavam também “marido” e “mulher”. Não existe no hebraico bíblico a palavra “solteiro”. A mulher estava sujeita ao pai enquanto não casasse; depois de casada, ao marido. O marido era o ba’al (senhor) da mulher e o adhon (mestre) da esposa. Há quatro termos hebraicos que expressam bem a constelação familiar e os laços de amizade de uma beth (família): abh (pai), ên (mãe), ben (filho) e bath (filha). O filho primogênito tinha porção maior na herança do pai. À família, podiam ser acrescentados adh (irmão) e ahoth (irmã), que em alguns casos eram parentes consanguíneos. A instrução dos filhos era ministrada no lar e mais tarde na sinagoga.
A mulher hebraica desfrutava de muitas regalias na vida social, não encontradas em outros povos da antiguidade. Provérbios 31 apresenta um quadro vivo do alto valor da mulher como esposa, mãe e dona de casa. Trabalhava na lavoura (Rt 2.3), pastoreava rebanhos (Gn 29.9), carregava água, colhia e moía o trigo, preparava as refeições, tecia, costurava. Houve mulheres hebraicas proeminentes como Débora, Hulda e outras.
 
Duas Profetisas do Antigo Testamento têm nome de animais: Débora (abelha) e Hulda (doninha). Na bênção de Jacó e Moisés, Judá é “leão”, Benjamim, “o lobo” e Dã, a “serpente”.
 
 
GRANDES VIRTUDES E INSIGNE PIEDADE DE JOSIAS, REI DE JUDÁ.
ELE AFASTA COMPLETAMENTE A IDOLATRIA DO REINO E RESTAURA O CULTO A DEUS. - História dos Hebreus - Flávio Josefo
Capítulo 5
Grandes virtudes e insigne piedade de Josias, rei dejudá. Ele afasta completamente a idolatria do reino e restaura o culto a DEUS.
416. 2 Reis 22A mãe de Josias, rei de Judá, chamada Jedida, era da cidade de Bozcate. Esse príncipe era tão bom e tão inclinado à virtude que durante toda a sua vida se propôs imitar o rei Davi, tomando-o como modelo. E, desde a idade de doze anos, deu prova ilustre de sua piedade e justiça, pois exortou o povo a renunciar o culto aos falsos deuses e adorar ao DEUS de seus antepassados. Começou, a partir de então, a restaurar a antiga observância às leis, com a prudência de quem já era de muito mais idade. Fazia observar inviolavelmente o que piedosamente era determinado. Além dessa prova de sabedoria natural, serviu-se do conselho dos mais velhos e experimentados para restaurar o culto a DEUS e restabelecer a ordem em suas terras. Assim, não corria perigo de cair nas faltas que haviam provocado a ruína de alguns de seus predecessores.
Ele mandou indagar de todos os lugares do reino e de Jerusalém onde se adoravam falsas divindades. Ordenou que se cortassem as árvores e derrubassem os altares que lhes eram consagrados e desfez-se com desprezo de tudo o que os outros reis haviam feito para prestar honras e homenagens sacrílegas. Assim, conseguiu tirar o povo de sua louca veneração e levou-o a prestar ao verdadeiro DEUS a adoração que lhe era devida. Mandou em seguida oferecer os holocaustos e sacrifícios de costume e nomeou magistrados e censores para a administração de uma exata justiça e para o extremo cuidado em que cada qual cumprisse o seu dever. Ordenou que todas as cidades submetidas ao seu domínio fizessem, por sua ordem, donativos de ouro e prata para a restauração do Templo, como cada qual quisesse, sem se coagir quem quer que fosse. Entregou a direção e a responsabilidade dessa obra a Amasa, governador de Jerusalém, a Safa, secretário, a Joatão, intendente dos registros, e a Hilquias, sumo sacerdote. Eles trabalharam com tanta solicitude que logo o Templo foi remodelado e restaurado, e todos comentavam com prazer aquela ilustre demonstração da piedade do devoto rei.
No décimo oitavo ano de seu reinado, ele ordenou ao sumo sacerdote que mandasse fazer taças e vasos para o serviço do Templo, não somente com o restante do ouro e da prata doados para a preparação, mas também com tudo o que estava no tesouro. Ao executar a ordem, o sumo sacerdote encontrou os Livros Santos deixados por Moisés, que eram guardados no Templo. Entregou-os a Safa, o secretário, que os leu e levou-os ao rei. E, depois de informá-lo que tudo o que ele ordenara fora executado, leu-lhe os livros. O piedoso príncipe ficou tão comovido que rasgou as próprias vestes e mandou Safa, o sumo sacerdote, e alguns dos que lhe eram mais fiéis falar com a profetisa Hulda, mulher de Salum, que era um homem ilustre e de família nobre. Eles pediram, em nome do rei, que ela aplacasse a cólera de DEUS, de modo que Ele lhe fosse favorável (pois tinha motivo para temer o castigo pelos pecados cometidos pelos reis seus predecessores, que transgrediram as leis de Moisés) e ele não fosse expulso de seu país com todo o povo e levado a uma terra estrangeira, onde terminaria miseravelmente a vida.
A profetisa respondeu que comunicassem ao rei que nenhuma prece seria capaz de obter de DEUS a revogação de sua sentença: eles seriam expulsos de sua terra e despojados de todas as coisas, porque, tendo violado as santas leis, não se arrependeram, embora tivessem tido tempo suficiente para fazer penitência pelos seus pecados e os profetas os houvessem exortado a isso e predito muitas vezes qual seria o castigo. Assim, DEUS os faria cair em todas as desgraças de que haviam sido ameaçados, para que reconhecessem que DEUS e os seus profetas nada lhes haviam anunciado de sua parte que não fosse verdadeiro. No entanto, por causa da piedade do rei, Ele retardaria a execução até depois de sua morte. E então não seria mais adiada.
2 Reis 23Ante essa resposta, o rei ordenou a todos os sacerdotes, a todos os levitas e aos demais súditos que fossem a Jerusalém. Lá reunidos, começou por ler-lhes o que estava escrito nos Livros Santos. Depois colocou-se num lugar elevado e obrigou-os a prometer, com juramento, servir a DEUS de todo o coração e observar as leis de Moisés. Eles prometeram e ofereceram sacrifícios para implorar o auxílio divino. O rei, em seguida, ordenou ao sumo sacerdote que verificasse se restava ainda no Templo algum vaso que os reis seus predecessores houvessem oferecido para culto aos falsos deuses. Muitos foram ainda encontrados, e ele os fez reduzir a pó, lançou a poeira ao vento e mandou matar todos os sacerdotes dos ídolos, que não eram da descendência de Arão.
Depois de praticar em Jerusalém todos esses atos de piedade, foi ele mesmo às províncias para destruir inteiramente tudo o que o rei Jeroboão estabelecera em honra aos deuses estrangeiros. Mandou queimar os ossos dos falsos profetas sobre o altar que aquele rei havia construído, cumprindo o que predissera um profeta ao ímpio príncipe, quando este oferecia um sacrifício naquele altar, na presença de todo o povo: que um sucessor do rei Davi, de nome Josias, executaria todas essas coisas. Viu-se assim a sua realização, trezentos e sessenta anos mais tarde.
A piedade de Josias foi ainda além. Ele mandou investigar cuidadosamente todos os israelitas que se haviam salvado do cativeiro assírio e persuadiu-os a abandonar o detestável culto aos ídolos e a adorar, como os seus antepassados, o DEUS Todo-poderoso. Não houve cidade, aldeia ou vila em que ele não tivesse mandado fazer, em todas as casas, uma diligente eliminação de tudo o que servira à idolatria. Mandou também queimar todos os carros que os seus predecessores haviam consagrado ao Sol e nada deixou que pudesse levar o povo a um culto sacrílego.
Quando terminou de purificar todo o território, mandou reunir o povo em Jerusalém para lá celebrar a festa dos Pães Ázimos, que nós chamamos Páscoa, e deu ao povo, para a celebração dos festins públicos, trinta mil cordeiros e cabritos e três mil bois. Os principais sacerdotes deram também aos outros sacerdotes dois mil e seiscentos cordeiros. Os principais levitas deram aos outros levitas cinco mil cordeiros e quinhentos bois. Nenhum desses animais deixou de ser imolado segundo a lei de Moisés, pelo cuidado que disso tiveram os sacerdotes. Assim, não houve, desde os tempos do profeta Samuel, uma festa celebrada com tanta solenidade, porque nelas se observaram todas as cerimônias prescritas na Lei e segundo a antiga tradição. O rei Josias, depois de ter vivido em grande paz, cumulado de riquezas e de glória, terminou os seus dias do modo que vou dizer.
 
 
Hulda - Josias - Comentário Bíblico Moody
C. A Reforma em Judá e Israel sob o Governo de Josias.
22:1 – 23:30.
A descoberta do livro da Lei estimulou grandes reformas de natureza temporária. Não houve tempo suficiente para a reforma de Josias desarraigar o pecado há tanto entronizado.
2 Reis 22
1. Tinha Josias oito anos de idade quando começou a reinar. Josias era jovem demais para uma co-regência (veja Thiele, op. cit., pág. 154).
2. Fez ele o que era reto. Ele cumpriu a aliança com o Senhor. O motivo foi apresentado em II Cr. 34:3: ele buscou o Senhor em seu oitavo ano, e recebeu orientação no décimo oitavo.
3. No décimo oitavo ano do seu reinado. Cons. II Cr. 34:8. Os negócios desse ano referem-se à restauração do relacionamento convencional de Judá com o Senhor. A justaposição destes versículos com o versículo 2 indica que isto foi o resultado de Josias ter buscado a DEUS.
4. Conte o dinheiro. O primeiro passo na restauração do relacionamento convencional entre Judá e DEUS foi angariar dinheiro para reparar o Templo (cons. II Cr. 34:9).
8. Então disse . . . Hilquias . . . Achei o Livro da Lei. A Tora, os cinco livros de Moisés (cons. Dt. 31:24-26).
10. ... me entregou um livro. Safã ocupou-se primeiro do assunto mais importante. O que ele leu (v. 8) e o que ele leu ao rei (v. 10) foi sem dúvida a mesma coisa; tanto ele como Hilquias deviam estar desejando reformas mais completas.
11. Tendo o rei ouvido . . . rasgou as suas vestes. Possivelmente a porção lida foi Lv. 26, ou Dt. 28:15 e segs. O Senhor combinou várias circunstâncias para colocar o coração de Josias na direção da reforma.
13. Consultai o Senhor. "Vão descobrir se esse juízo iminente pode ser impedido".
14. Hulda. A mais próxima fonte de resposta de Jeová.
16,17. Eis que trarei males ... visto que me deixaram, e queimaram incenso a outros deuses. Eles transgrediram a aliança concedendo adoração a outros deuses. A ira de DEUS não se apagaria, mas sobreviria a Judá em ocasião posterior.
20. Os teus olhos não verão todo o mal que virá. Por causa de suas boas obras (v. 19). O segundo passo na restauração da aliança convencional entre Judá e DEUS foi a renovação da aliança (23:1-3).
 
 
Josias (639 *-608). 34:1 – 35:27. Josias foi o último rei bom de Judá, e em certos aspectos o maior de todos (veja comentário sobre 34:2). Pois foi sua reforma no ano 621 A.C. que mais contribuiu para restaurar Israel na submissão ao Livro de DEUS ; e foi a lealdade para com esta mesma palavra escrita que forneceu o reflexo da esperança para o judaísmo durante o Êxodo (cons. Dn. 9: 2), em sua precária restauração (Ed. 7:10; Ml. 4:6), e pelos séculos afora até a volta de CRISTO (Mt. 5:17, 18). II Crônicas 34, 35 analisa as primeiras reformas de Josias (34:1-7); a grande reforma no seu décimo oitavo ano, que começou com os reparos no templo, durante os quais foi descoberto o importante livro da Lei (34:8-33); a solene Páscoa do rei, que se seguiu (35:1-19); e sua morte trágica (35:20-27). O primeiro e terceiro destes tópicos foram pouco mais que mencionados na seção paralela em II Reis 22:1 23:30, enquanto outros assuntos (veja II Cr. 34:33, observação) receberam urna ênfase correspondente maior.
2 Crônicas 34
2. Fez o que era reto (veja comentário sobre 29:2), particularmente em sua devoção a 'toda a lei de Moisés" de modo que "depois dele nunca se levantou outro igual" (II Reis 23:25).
3. No oitavo ano. Isto é, em 631 A.C., quando Josias tinha dezesseis anos de idade. E no duodécimo ano. Ou, em 627 A.C.. Esta segunda data se encaixa no período do caos que foi causado pela invasão de cavaleiros nômades vindos do norte em quase todo o Oriente Próximo (628-626 A.C.). Essas hordas citas encheram de terror os corações dos judeus enfatuados (Jr. 6:22-24; Sf. 1:12); e, embora nunca avançassem além das planícies costeiras, onde foram finalmente barrados pelos egípcios, prestaram a Judá um duplo serviço: 1) precipitaram as profecias de Jeremias (Jer. 1:2) e Sofonias (cons. Sf. 1:1?), como também o estágio do reavivamento de Josias em 627 A.C., o qual foi muito mais do que um reavivamento pessoal (II Cr. 34:3-7); e 2) arrasaram com o domínio imperial assírio, que sufocara Judá por todo o meio século precedente (v. 6; cons. 33 : 3, observação).
4. Às imagens (no v. 7, também). Locais para se queimar incenso (veja comentário sobre 14 : 5).
6. Simeão. Veja comentário sobre I Cr. 4:24-43. Até Naftali, na Galileia. Assim Josias recuperou a maior parte da antiga província assíria ao norte de Israel (vv. 7, 9).
9. Os levitas, guardas da porta, tinham ajuntado dinheiro, segundo o exemplo de Joás e sua arca (II Reis 12:9). 12. Os homens procederam fielmente na obra, sem que houvesse necessidade de supervisão (lI Reis 22:7), como no tempo de Joás (II Reis 12:15).
14. Hilquias . . . achou o Livro da Lei do Senhor. Também chamado de "o livro da aliança" (v. 30), o qual faz pensar em Êxodo 19.24; enquanto as maldições nele contidas (II Cr. 34:24) e a lei do santuário central (fIl Reis 23:8, 9) referem-se respectivamente a Lev. 26 ou Deut. 28 e 12:5-13, etc. O livro era provavelmente o rolo oficial do Pentateuco, geralmente guardado ao lado da arca (Dt. 31:25, 26) mas desviado durante as administrações precedentes, quando a arca foi deslocada (II Cr. 35:3). Dada por intermédio de (lit., pela mão de) Moisés. Embora o Pentateuco todo não reivindique autoria mosaica (cons. Dt. 34), o testemunho bíblico é claro que todo o seu conteúdo pertence ao período histórico do escritor (Dt. 4:2; 12:32) e que foi escrito sob sua orientação e autoridade (cons, as declarações do próprio CRISTO, Jo. 7:19; Lc. 24:44). Nosso Senhor, como antecipando a atual muito difundida rejeição da autoria mosaica do Pentateuco, declarou explicitamente que aqueles que se negassem a crer nas palavras de Moisés não poderiam consistentemente aceitar as Suas próprias (Jo. 5:47).
19. Rasgou as suas vestes. Atormentado por ameaças tais como as contidas em Lv. 26:32, 33 e Dt. 28:36 (veja II Cr. 34:21, 24, 27), "tudo quanto de nós está escrito" (II Reis 22:13).
20. Asaías, servo do rei. Antes, o servo. Era uma posição específica, importante no governo. Abdom, filho de Mica. II Reis 22:12 apresenta formas variantes, "Acbor, filho de Micaías".
22. A profetisa Hulda. Discriminação com base no sexo era coisa desconhecida ao espírito do V.T. (cons. Jz. 4:4; II Sm. 20:16). A restrição feita às mulheres, como, por exemplo, com referência ao pátio separado no Templo, surgiu apenas devido às perversões do judaísmo inter-testamental. Ela habitava na Cidade Baixa. Em hebraico, mishneh, "o segundo (bairro)" da cidade.
24. Eis que trarei males. O Senhor não desistiria "do furor da sua grande ira . . ; por todas as provocações (de) Manassés" (II Reis 23:26).
28. E os teus olhos não verão todo o mal. Adiamento da ira divina por causa de humilde arrependimento foi concedido a Ezequias (32:26) e até mesmo a Acabe (I Reis 21:29) antes dele.
30. A aliança (v. 31) é o instrumento que DEUS usa para a redenção do Seu povo eleito. Isto se refere ao "antigo testamento" (cons. I Cr. 16:15 e II Cr. 15:12-15).
31. O rei se pôs no seu lugar. "Junto a sua coluna" (23: 13; II Reis 23: 3).
33. Josias tirou todas as abominações. Quanto aos detalhes de sua completa remoção da idolatria – com sua imoralidade sexual consequente – adoração nos altos e espiritismo, veja II Reis 23:4-14, 24. De todas as terras que eram dos filhos de Israel (veja v. 6). O rei destruiu o altar de Jeroboão em Betel, além de outros altos do antigo Reino do Norte, matando os sacerdotes restantes (II Reis 23:15.20). Enquanto ele viveu não se desviaram de seguir o Senhor. O testemunho, entretanto, de Jeremias, que apoiou a reforma de Josias (Jer. 11:1-5), mostra que para muitos isso não passou de concordância externa, não do coração (Jr. 11:9-13 ).
 
Por que Josias morreu? Josias morreu porque, embora tenha vivido de maneira obediente de acordo com a Torá, quando recebeu uma advertência divina para não ir à guerra, desprezou as palavras de DEUS por meio de Neco e foi à guerra. Portanto a causa mortis de Josias não foi a celebração errada da Páscoa, nem foi resultado da estratégia política de Neco, nem consequência dos pecados de Manassés. A causa mortis de Josias foi ter desprezado a advertência de DEUS para não ir à guerra.
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 12 - CPAD
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - A prática da leitura e da meditação da Palavra de DEUS nos conscientiza sobre os nossos pecados.
SÍNTESE DO TÓPICO II - O coração que transborda DEUS não tolera ídolos ou qualquer outra prática que desagrade ao Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO III - A Páscoa é uma das mais importantes celebrações da Bíblia. Tais celebrações são fundamentais para nos lembrar dos feitos do Senhor.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Para alcançarmos os objetivos fundamentais que formulamos, quais deverão ser os nossos objetivos imediatos? O que planejamos fazer neste trimestre, neste mês, nesta lição? Esses planos variam com as situações. Os interesses e as necessidades de nossos alunos deverão determinar nossos objetivos para cada lição em particular. Muitas vezes o comentarista da lição sugere as metas em conexão com ela. Essas metas poderão ou não coincidir com as necessidades da classe. Por isso, deve o professor determinar seus objetivos de acordo com a realidade de sua classe. Tendo em mente o assunto da lição a ser ensinada, o professor poderá perguntar-se:
Quais conhecimentos desejo que meus alunos adquiram?
Quais situações desejo que eles enfrentem?
Quais atitudes e decisões desejo que eles tomem?
 

CONHEÇA MAIS TOP2
“Atualmente não podemos dizer que as Escrituras estão perdidas no sentido literal; ao contrário, a Bíblia é o livro de maior circulação. Contudo é um livro perdido para multidões em todo o mundo. Mas como foi perdido? Foi perdido por falta de lê-lo às crianças. É só fazermos perguntas aos nossos filhos e descobriremos que há uma ignorância surpreendente da Palavra de DEUS entre eles. Pode-se perder as Escrituras por causa do pecado. A experiência prova a veracidade do ditado: a leitura deste Livro evita o pecado, e o pecado evita a leitura deste Livro.” Para saber mais leia: Coleção Lições Bíblicas. Vol. 04. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 615.

SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO TOP2
“O compromisso religioso inicial de Josias foi demonstrado por seus esforços para reparar o Templo do Senhor. Ele estava desorientado, pois aparentemente durante o reinado de Manassés a maioria das cópias das Escrituras do Antigo Testamento foi destruída. Então uma cópia da lei, que alguns acreditam compreender todos os cinco livros de Moisés, foi achada. Um Josias abalado percebeu quão desobediente Judá tinha sido.
Perguntas dirigidas a Hulda, uma profetisa, trouxe de volta a palavra de que o destino de Judá estava selado. Mas em razão de Josias ter sido humilde e sensível a DEUS, o desastre viria apenas depois de sua morte.
DEUS ainda está à procura de pessoas que estão abaladas pelo abandono da sociedade sobre os princípios bíblicos de santidade e de justiça. Quando formos humildes e sensíveis, DEUS nos abençoará individualmente a despeito do que possa acontecer a nossa terra.
O zelo de Josias era tão grande que ele começou a livrar Judá de todas aquelas práticas contra as quais a Palavra de DEUS falava. A lista das suas ações sugere a extensão da apostasia de Judá.
O que podemos apreciar sobre Josias é o seu exemplo de total compromisso. Nenhum de nós poderia fazer um pedido mais importante do que sermos como Josias, que ‘se [converteu] ao Senhor com todo o seu coração, e com toda a sua alma, e com todas as suas forças’ (23.25).
O reinado de 31 anos de Josias sobre Judá não mudou a direção da sua nação. Mas os seus constantes esforços para servir ao Senhor lhe renderam a honra divina. DEUS não exige que sejamos bem-sucedidos. Ele nos chama, porém, para sermos totalmente comprometidos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.226,27).
 

SUBSÍDIO DEVOCIONAL TOP3
“[...] Somos informados de que nunca se celebrou tal páscoa como esta em nenhum dos reinados anteriores, não, desde os dias dos juízes (v.22), o que, a propósito, insinua que, embora o relato que o livro de Juízes dá do estado de Israel sob aquela dinastia pareça apenas melancólico, ainda houve, então, alguns dias dourados.
Parece que essa páscoa foi extraordinária por causa do número e da devoção dos participantes, de seus sacrifícios e ofertas, e de sua exata observância das leis da festa. E não ocorreu agora como na páscoa de Ezequias, quando participaram muitos que não estavam limpos de acordo com a purificação do santuário, e foi permitido aos levitas fazerem o trabalho dos sacerdotes. Nós temos motivos para pensar que durante todo o restante do reinado de Josias a religião floresceu e as festas do Senhor foram muito cuidadosamente observadas. Mas nessa páscoa, a satisfação que eles tiveram no concerto recentemente renovado, a reforma no prosseguimento dela, e o renascimento de uma ordenança cujo original divino eles tinham encontrado recentemente no livro da Lei, e que tinha sido negligenciado por muito tempo ou guardado sem cuidado, os colocou em grande entusiasmo de santa alegria. E DEUS ficou satisfeito em recompensar o zelo que tiveram em destruir a idolatria com sinais incomuns da sua presença e favor. Tudo isso concorreu para fazer dessa páscoa uma festa de destaque” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester Edição Completa. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.632).
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Evidenciar o encontro de Josias com o livro da Lei;
Destacar a dedicação de Josias na destruição dos ídolos;
Identificar o retorno da celebração da Páscoa.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta lição, aprenderemos que DEUS não exige que sejamos bem-sucedidos em todas as coisas que fazemos para Ele, mas nos chama para sermos totalmente comprometidos e obedientes à sua Palavra. A despeito dos 31 anos de reinado de Josias, Judá não mudou de direção nem abandonou seus maus costumes. Entretanto, os constantes esforços desse grande rei para servir ao Senhor com fidelidade, lhe renderam a honra divina. O castigo de Judá somente veio depois da morte de Josias.
 
PONTO CENTRAL - Não importa o quão distantes estamos de DEUS, sempre podemos nos aproximar.
 
 
PARA REFLETIR - A respeito de “O Reinado de Josias”, responda:
Por que Josias foi considerado um dos melhores reis de todo o Israel? Porque expurgou o país de todas as falsas divindades ali colocadas por seus ancestrais; e iniciou em seu reino a maior e mais impactante renovação espiritual vista entre todas as tribos de Israel.
Quem foi o primeiro a ler o livro da Lei de Moisés após ser encontrado? O escrivão Safã.
O que a leitura do livro da Lei causou no povo? Ao ouvirem a leitura do Livro da Lei, o povo preparou o coração para uma nova aliança com o Senhor.
Quanto tempo depois do início do reinado de Josias a Páscoa foi comemorada? Somente depois de dezoito anos de reinado foi que Josias conseguiu comemorar a primeira Páscoa.
Qual o sentido da Páscoa para todo o Israel? Ela relembrava a proteção divina e o livramento da escravidão no Egito.

CONSULTE - Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 86, p. 42.
 
 
 
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia Amplificada - Bíblia Católica Edições Ave-Maria - Bíblia da Liderança cristã - John C Maxwell - Bíblia de Estudo Aplicação pessoal - CPAD
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006 - Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida- EUA:CPAD, 1999.
Bíblia Ilúmina em CD - Bíblia de Estudo NVI em CD - 
Bíblia Thompson EM CD. - Bíblia NVI - Bíblia Reina Valera - Bíblia SWord - Bíblia Thompson - Bíblia VIVA - Bíblia Vivir
Bíblias e comentários e dicionários diversas da Bíblia The Word - Comentário Bíblico Moody - Comentário Bíblico Wesleyano
Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico "The Treasury of Scripture Knowledge" - CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
Dicionário de Referências Bíblicas, CPAD - Dicionário Strong Hebraico e Grego - Dicionário Teológico, Claudionor de Andrade, CPAD - Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD 
Enciclopédia Ilúmina - Estudo no livro de Gênesis - Antônio Neves de Mesquita - Editora: JUERP - Gênesis - Comentário Adam Clarke - Série Cultura Bíblica - Vários autores - Vida Nova
Gênesis - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Gênesis - Introdução e Comentário - REV. DEREK KIDNER, M. A. - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova ,Caixa Postal 21486, São Paulo - SP, 04602-970
Gênesis a Deuteronômio - Comentário Bíblico Beacon - CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D.
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Pr. Elienai Cabral - Revista CPAD 
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - Lição 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
Revista CPAD - ABRAÃO - 4º Trimestre de 2002 - ÊXITOS E FRACASSOS DO AMIGO DE DEUS - COMENTÁRIOS DE Pr. ELIENAI CABRAL
Hermenêutica Fácil e descomplicada, CPAD - HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996
Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD - Manual Bíblico Entendendo a Bíblia, CPAD - Pequena Enciclopédia Bíblica- Orlando Boyer - CPAD
Revista CPAD - Lições Bíblicas - 1995 - 4º Trimestre - Gênesis, O Princípio de Todas as Coisas - Comentarista pastor Elienai Cabral
Revista CPAD - Lições Bíblicas 1942 - 1º trimestre de 1942 - A Mensagem do Livro de Gênesis - LIÇÃO 2 - 11/01/1942 – A CRIAÇÃO DO HOMEM - Adalberto Arraes 
Tesouro de Conhecimentos Bíblicos / Emilio Conde. - 2* ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de DEUS, 1983
VÍDEOS da EBD na TV, da LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm -- www.ebdweb.com.br - www.escoladominical.net - www.gospelbook.net - www.portalebd.org.br/
Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer - CPAD