Escrita Lição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem

Lição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem
Revistas Lições Bíblicas Adultos, CPAD, 4° trimestre 2020
Tema: A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó Comentarista: José Gonçalves.
Comentarista: José Gonçalves.
Complementos, Ilustrações e Vídeos: Pr. Luiz Henrique de Almeida Silva - 99-99152-0454. - henriquelhas@hotmail.com - Americana - SP - Tel Esposa - 19-98448-2187
  
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Lição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem
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TEXTO ÁUREO
“Então, o SENHOR respondeu a Jó desde a tempestade [...].” (Jó 40.6)
 
 
VERDADE PRÁTICA
Mesmo transcendente, e distinto de sua criação, DEUS se revela ao homem mortal.
 
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 38.1 DEUS se revela a Jó do meio de um redemoinho
Terça - Jó 38.3,4 As inquirições de DEUS a Jó
Quarta - Jó 39.1,2 DEUS pergunta a Jó a respeito da natureza dos animais
Quinta - Jó 40.6,7 DEUS ordena a Jó que se cinja como homem
Sexta - Jó 40.8-10 O homem pode ser vestir de majestade e glória?
Sábado - Jó 41.1,2 Pode alguém discutir com o Todo-Poderoso?
 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 38.1-4; 39.1-6; 40.15-18,24; 41.1-3
Jó 38
1 - Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse: 2 - Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3 - Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.
4 - Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.
Jó 39
1 - Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? 2 - Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? 3 - Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. 4 - Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. 5- Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, 6 - ao qual dei o ermo por casa e a terra salgada, por moradas?
Jó 40
15 - Contempla agora o Behemot, que eu fiz contigo, que come erva como o boi. 16 - Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder, nos músculos do seu ventre. 17 - Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos da suas coxas estão entretecidos. 18 - Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro.
24 - Podê-lo-iam, porventura, caçar à vista de seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz?
Jó 41
1 - Poderás pescar com anzol o leviatã ou ligarás a sua língua com a corda? 2 - Podes pôr uma corda no seu nariz ou com um espinho furarás a sua queixada? 3 - Porventura, multiplicará as suas suplicações para contigo? Ou brandamente te falará?
 
 
Resumo da Lição 12, Quando DEUS se Revela ao Homem
I – A REVELAÇÃO DE UM DEUS PESSOAL

1. O DEUS que tem voz.
2. A poderosa manifestação de DEUS.
3. O DEUS que está presente.
II – A REVELAÇÃO DE UM DEUS SÁBIO
1. Na mecânica celeste.
2. Na dinâmica da vida.
3. Na necessidade de se conhecer melhor a DEUS.
III – A REVELAÇÃO DE UM DEUS PODEROSO E JUSTO
1. O Behemot e o Leviatã.
2. Justiça e graça.
 
 
Comentário rápido do Pr Henrique 
INTRODUÇÃO
Após os amigos de Jó falarem e Jó retrucar e depois Eliú falar, agora é a vez de DEUS falar. Jó havia feito cerca de 16 perguntas a DEUS, agora DEUS faz cerca de 70 perguntas a Jó. Do capítulo 38 a 41 do livro de Jó DEUS se revela a ele. Jó é desafiado a comparar sua habilidade e sabedoria com as divinas e a responder quem, de fato, age com justiça no mundo.
 

I – A REVELAÇÃO DE UM DEUS PESSOAL
1. O DEUS que tem voz.
No início do livro de Jó DEUS fala com Satanás, porém Jó e seus amigos nada sabiam a este respeito. Tanto os amigos de Jó quanto Jó falaram sobre DEUS. Jó falou, sua mulher e seus amigos falaram. Após o capítulo 37, agora é a vez de DEUS falar. DEUS estava o tempo todo presente, mas sem dizer nada a Jó. Até que quebrou o silêncio: “Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho” (Jó 38.1).

2. A poderosa manifestação de DEUS.
“Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador” (Lc 5.8). Pedro sentiu a santidade de JESUS.
E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado sarará, Mateus 8:8. O centurião não se achou digno de receber tamanha autoridade em sua casa.
dizendo: Eu sou o DEUS de teus pais, o DEUS de Abraão, e o DEUS de Isaque, e o DEUS de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar. Atos 7:32 Moisés ficou trêmulo diante de DEUS.
E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último Apocalipse 1:17  João caiu aos pés de CRISTO.
 
Jó - Imagino que Jó ficou mudo ao se deparar com o redemoinho e ouvir a voz de DEUS. Era uma manifestação teofânica de DEUS - alguém estava ali naquele redemoinho.
Abraão - Depois, apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, quando tinha aquecido o dia. E levantou os olhos e olhou, e eis três varões estavam em pé junto a ele. E, vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, e inclinou-se à terra, Gênesis 18:1,2
Jacó - Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. E, vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa; e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. Gênesis 32:24,25
Moisés - E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial. E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de DEUS; e puseram-se ao pé do monte. E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente. E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira; Moisés falava, e DEUS lhe respondia em voz alta. E, descendo o Senhor sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou o Senhor a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu. Êxodo 19:16-20
Isaías - No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas cobriam os pés, e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: SANTO, SANTO, SANTO é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Isaías 6:1-4
São várias a provas de que DEUS não é impessoal. Pelo contrário, Ele é um Ser que se revela e fala com homens. Jó teve a sua vida transformada depois de ouví-Lo.
Nós temos DEUS morando em nós.
Não sabeis vós que sois o templo de DEUS e que o ESPÍRITO de DEUS habita em vós? 1 Coríntios 3:16

3. O DEUS que está presente.
Muitas vezes DEUS se revela como El-Shadai - a melhor interpretação deste nome de DEUS é o DEUS poderoso que nos toma em seus braços, nos nutre e nos protege.
Para os amigos de Jó DEUS apenas era um ser todo poderoso, mas não um DEUS presente.
Nesta teologia tradicional de DEUS sua soberania é reconhecida, mas omite sua compaixão, misericórdia e amor.
Jó pensa que DEUS o havia abandonado. O patriarca nada sabia dos bastidores celestiais, onde o Diabo apostou na sua falta de integridade. Ele não sabia a razão do silêncio de DEUS, daí toda a sua angústia e desespero por se sentir sozinho e abandonado. Para ele, o Criador se escondeu para não ouvir sua defesa. Mas o grande propósito do Livro de Jó revela que, mesmo quando estamos às escuras, devemos mudar de atitude e andar por fé, e não por vista, DEUS está presente e próximo de nós.
 

II – A REVELAÇÃO DE UM DEUS SÁBIO
1. Na mecânica celeste.
DEUS convida Jó a contemplar o universo e vê-lo como tudo funciona pelo poder de DEUS (Jó 38).
DEUS sustenta todas as coisa funcionando.
O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; Hebreus 1:3
 
O salmista disse que “os céus manifestam a glória de DEUS e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1).
 
Jó em suas conversas queria passar-se por sábio, mas sem a sabedoria de DEUS. DEUS, com suas perguntas lhe mostra que somente DEUS é sábio. DEUS inicia sua exposição pela contemplação do mar e do sol (Jó 38.8-15), pois ele nada sabia da origem dos oceanos, da grandeza da luz solar e, menos ainda, das dimensões da Criação.

2. Na dinâmica da vida.
Jó nada sabia sobre a criação, imagine sobre sua sustentação! (38.39-41). Jó saberia responder às seguintes questões? Como veio a existir a Criação? Como ela é preservada? Como DEUS alimenta os leões e seus filhotes? Como as cabras monteses conseguiam dar cria a seus filhotes e protegê-los dos predadores (39.1-4)? E sobre o jumento e o boi selvagem? O avestruz? O cavalo de guerra? O falcão? A águia?
Tudo é coordenado por DEUS, pois todos esses animais foram projetados por um design inteligente com suas peculiaridades, modo de ser e de viver. Ou seja, existe DEUS que criou tudo e controla tudo.
Jó deveria chegar a conclusão de que não poderia discutir com DEUS, mas submeter-se a Ele humildemente.
DEUS se revela a o ser humano pela própria natureza também.
Porque do céu se manifesta a ira de DEUS sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; porquanto o que de DEUS se pode conhecer neles se manifesta, porque DEUS lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a DEUS, não o glorificaram como DEUS, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do DEUS incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Romanos 1:18-23
 
3. Na necessidade de se conhecer melhor a DEUS.
Talvez Jó tivesse exagerado em seu orgulho próprio e auto justificação. Faltava a ele o reconhecimento de que não conhecia a DEUS pessoalmente. Jó permanecia íntegro, fiel e justo, mas faltava-lhe o principal, o conhecimento pessoal de DEUS. Questionar a majestade divina e pensar que poderia mudar DEUS era demais e impossível para o ser humano.
Cada contorno da Criação, cada formação de uma vida e cada ato de preservação da Criação é DEUS dando-se a conhecer ao ser humano. Reconheçamos o agir do Criador no universo e em nossa vida.
 

III – A REVELAÇÃO DE UM DEUS PODEROSO E JUSTO
1. O Behemot e o Leviatã.
A Descrição do Behemot
Jó 40. 15-24

DEUS, para dar outra prova do seu próprio poder e para negar as pretensões de Jó, conclui o seu discurso com a descrição de dois animais grandes e poderosos, que excedem o homem em tamanho e força; um ele chama de Behemot, e o outro de leviatã. Nestes versículos temos o primeiro descrito. “Contempla agora o Behemot, e considera se és capaz de contender com quem fez este animal e que lhe deu toda a força que ele possui, e se não é sábio da tua parte antes se sujeitar a Ele e fazer a tua paz com Ele.” O termo Behemot significa animais em geral, mas aqui deve ser entendido como uma referência a alguma espécie em particular. (Pr Henrique - talvez um rinoceronte); outros acham que é um animal anfíbio, bem conhecido (eles dizem) no Egito, chamado de cavalo do rio (hipopótamo), vivendo entre os peixes no rio Nilo, mas saindo para se alimentar na terra. A sua reputação é tão elevada no reino animal, que dificilmente podemos supor que ele deva ser omitido entre tantos animais de quatro patas que conhecemos na história natural (caps. 38 e 39). Observe:
I
A descrição do Behemot apresentada aqui.
1. Seu corpo é muito forte e bem constituído. Sua força está em seus lombos, v. 16. Seus ossos, comparados aos das outras criaturas, são como barras de ferro, v. 18. A sua espinha é tão forte que, embora a sua calda não seja grande, ele a move como um cedro, com uma força grandiosa, v. 17.
2. Ele se alimenta dos produtos da terra e não caça outros animais: Ele come erva como o boi (v. 15), os montes lhe produzem pasto (v. 20), e os animais do campo não tremem diante dele nem fogem dele, como de um leão, mas brincam ao seu redor, sabendo que não correm perigo com ele. Isto pode nos dar motivos: (1) Para reconhecer a bondade de DEUS ao ordenar que uma criatura de um porte tão grande, que exige tanta comida, não se alimente de carne (porque então multidões deveriam morrer para mantê-lo vivo), mas se satisfaça com a erva do campo, para evitar a elevada destruição de vidas que isto ocasionaria. (2) Para encorajar aqueles que desejem viver de ervas e frutos, sem ingerir carne, de acordo com a instituição original da alimentação do homem, Gênesis 1.29. Até mesmo a força de um elefante, como a de um cavalo e a de um boi, pode ser sustentada sem carne; e por que não a força de um homem? Embora usemos a liberdade que DEUS nos permitiu, não estejamos entre os comilões, aqueles que se banqueteiam, sem limites, com a carne, Provérbios 23.20. (3) Para recomendar uma vida quieta e pacífica. Quem não preferiria, como o elefante, ter os vizinhos tranquilos e satisfeitos a seu respeito, do que, como o leão, ter a todos eles com medo de si mesmo?
3. Ele se deita debaixo das árvores que fazem sombra (v. 21), que então o cobrem com a sua sombra (v. 22), onde ele tem um ar livre e aberto para respirar, enquanto os leões, que vivem da caça, quando querem repousar, são obrigados a se retirar para uma cova fechada e escura, para viverem ali, e para morarem no seu esconderijo, Jó 38.40. Aqueles que são um terror para os outros só podem ser às vezes um terror para si mesmos também; mas serão tranquilos aqueles que deixarem os outros tranquilos ao seu redor; a cana e os pântanos, e os salgueiros do ribeiro, embora sejam uma fortificação muito fraca e insignificante, são suficientes para a defesa e segurança daqueles que, portanto, não temem nenhum dano, porque não planejam causar nenhum dano aos outros.
4. Que ele é um bebedor muito grande e ganancioso, não de vinho ou bebida forte (ser ganancioso disto é peculiar ao homem, que por sua embriaguez faz de si mesmo um animal), mas de água pura. (1) O seu tamanho é prodigioso; portanto, ele deve ter o devido suprimento, v. 23. Ele bebe tanto, que se poderia pensar que seria capaz de beber um rio, se lhe dessem tempo para isso, e não o apressassem. Ou, quando ele bebe, não se apressa, como aqueles que bebem com medo; ele é confiante quanto à sua própria força e segurança, e, por esta razão, não tem pressa quando bebe, não tem mais pressa do que o necessário. (2) O seu olhar antecipa mais do que ele pode absorver; pois, quando está com muita sede, tendo ficado muito tempo sem água, ele anseia poder beber o Jordão em sua boca, e até o absorve com os seus olhos, v. 24. Assim como um homem cobiçoso lança o seu olhar sobre a riqueza deste mundo, que ele almeja, também é dito que este grande animal se lança, e suga até mesmo um rio com os seus olhos. (3) O seu nariz tem em si força suficiente para ambos; pois, quando ele sai gananciosamente para beber, perfura laços e redes que talvez sejam colocados nas águas para apanhar peixes. Ele não faz caso das dificuldades que se apresentam em seu caminho, tão grande é a sua força e tão ávido o seu apetite.
II
O uso que deve ser feito desta descrição. Já tivemos um vislumbre deste animal que é como um monte, deste animal demasiadamente grande, que é aqui colocado diante de nós, não meramente como uma exibição (como às vezes ocorre em nosso país) para satisfazer a nossa curiosidade e para nos divertir, mas como um argumento para nos humilharmos diante do grande DEUS; porque: 1. Ele idealizou e fez este grande animal, que é tão temerosamente e extraordinariamente feito; ele é a obra das suas mãos, o invento da sua sabedoria, o produto do seu poder; ele é “o Behemot que eu fiz”, v. 15. Qualquer que seja a força que esta, ou qualquer outra criatura tenha, ela é proveniente de DEUS, que, portanto, deve ser reconhecido como aquele que tem todo o poder originalmente e infinitamente em Si mesmo, e um braço com o qual não podemos nem devemos tentar competir. Este animal é aqui chamado de a obra-prima, em sua espécie, dos caminhos de DEUS (v. 19), um exemplo eminente do poder e da sabedoria do Criador. Aqueles que leem com atenção os relatos apresentados pelos historiadores sobre os elefantes descobrirão que as suas capacidades chegam mais perto da razão do que as capacidades de qualquer outra criatura bruta; portanto, ele é adequadamente chamado de a obra-prima dos caminhos de DEUS; na parte inferior da criação, nenhuma criatura abaixo do homem é preferível a ele. 2. Ele o fez com o homem, assim como fez outros animais quadrúpedes, no mesmo dia em que fez o homem (Gn 1.25,26), enquanto que os peixes e as aves foram feitos no dia anterior; ele o fez para viver e para se mover sobre a mesma terra, no mesmo elemento; portanto, é dito que o homem e o animal são conjuntamente conservados pela Providência divina como concidadãos, Salmo 36.6. “Ele é o Behemot, que eu fiz contigo; eu fiz este animal bem como a ti, e ele não contende comigo; por que então contendes tu? Por que deves exigir favores peculiares pelo fato de Eu ter feito a ti (Jó 10.9), quando fiz o Behemot igualmente contigo? Eu fiz as árvores bem como este animal; portanto, posso com muita facilidade controlar, como quiser, tanto a ti como a este animal, e farei isto quer o rejeites, quer o aceites. Eu o fiz contigo, para que possas considerá-lo e assim aprender.” Não precisamos ir longe para conseguirmos provas e exemplos do poder grandioso e do domínio soberano de DEUS; eles estão bem perto de nós, estão conosco, estão debaixo dos nossos olhos onde quer que estejamos. 3. Aquele que o fez, pode provê-lo da sua espada (v. 19), isto é, a mesma mão que o fez, apesar do seu grande tamanho e força, pode desfazê-lo outra vez quando quiser e matar um elefante tão facilmente quanto um verme ou uma mosca, sem nenhuma dificuldade, e sem a imputação de desperdício ou de injustiça. DEUS, que deu a todas as criaturas a sua existência, pode tirar a existência que Ele mesmo deu; porque, não pode Ele fazer o que quiser aos que lhe pertencem? E ele pode fazer isto; Aquele que tem poder para criar com uma palavra, sem dúvida tem poder para destruir com uma palavra, e pode, pela palavra, reduzir tão facilmente a criatura a nada da mesma forma que, no princípio, Ele mesmo, pela palavra, fez com que ela surgisse do nada. O Behemot talvez tenha aqui o objetivo (bem como o leviatã depois) de representar aqueles tiranos e opressores soberbos a quem DEUS tinha, exatamente agora, desafiado Jó a abater e humilhar. Eles se consideram tão bem fortalecidos contra os juízos de DEUS quanto o elefante com seus ossos de bronze e ferro; mas aquele que fez a alma do homem conhece todos os caminhos para ela, e pode fazer a espada da justiça, a sua ira, se aproximar dela, e tocá-la na parte mais tenra e sensível. Aquele que formou o motor, e monta as suas partes, sabe como desmontá-lo. Ai daquele que luta com o seu Criador, pois aquele que o fez tem, portanto, poder para torná-lo infeliz, e não o tornará feliz a menos que deseje ser governado por Ele.
 
 
2. Justiça e graça.
A Descrição do Leviatã
Jó 41. 1-10
Se este leviatã é uma baleia ou um crocodilo, é uma grande disputa entre os estudiosos, e algo que eu não prometerei determinar; algumas das particularidades concordam mais facilmente com um, outras com o outro; ambos são muito fortes e ferozes, e o poder do Criador se manifesta neles. Eu confesso que o que me inclina antes a entendê-lo como sendo a baleia, não é só porque ela é maior e um animal mais nobre, mas porque, na história da Criação, há uma expressa observação dela como não há de nenhuma outra espécie de animal (Gn 1.21: DEUS criou as grandes baleias); ao que parece, as baleias eram bem conhecidas naquelas regiões no tempo de Moisés, que viveu um pouco depois de Jó, mas a criação das baleias era, de um modo geral, considerada como a prova mais ilustre da divindade e do poder eterno do Criador. E podemos conjecturar que esta foi a razão (pois, do contrário, isso parece inexplicável) de Moisés mencionar ali tão particularmente a criação das baleias, porque DEUS tinha recentemente enfatizado o tamanho e a força desta criatura mais do que de qualquer outra, como a prova do seu poder; e o leviatã é mencionado aqui como um habitante do mar (v. 31), algo que o crocodilo não é. O Salmo 104.25,26 menciona que este leviatã está no mar, que é tão vasto e espaçoso. Pode ser também que havia um tipo de crocodilo que fosse também marinho. Aqui, nestes versículos:
I
É mostrado que Jó era incapaz de dominar o leviatã. 1. Que ele não poderia apanhá-lo, como um pequeno peixe, pescando com um anzol, vv. 1,2. Ele não tinha uma isca com a qual poderia enganá-lo, nenhum um anzol com que apanhá-lo, nenhuma linha de pesca com que puxá-lo para fora da água, nem um espinho para atravessar as suas guelras, e também não seria capaz de levá-lo para casa. 2. Que ele não poderia fazê-lo seu prisioneiro, nem forçá-lo a pedir clemência, ou a render-se incondicionalmente, vv. 3,4. “Ele conhece a sua própria força muito bem para multiplicar as súplicas a ti, e para fazer concertos contigo para ser teu escravo sob a condição de que poupes a sua vida.” 3. Que ele não poderia atraí-lo para uma jaula, e mantê-lo ali como um passarinho para as crianças brincarem com ele, v. 5. Há criaturas tão pequenas, tão fracas, quanto são fáceis de serem dominadas, e vencidas; mas o leviatã não é uma destas; ele é feito para ser o terror, não o divertimento e a distração, da humanidade. 4. Que ele não poderia servi-lo em sua mesa; ele e seus companheiros não poderiam fazer um banquete dele; a sua carne é forte demais para servir como comida; e, mesmo que não fosse, ele não seria apanhado facilmente. 5. Que eles não poderiam se enriquecer com o despojo dele: Eles o repartirão entre os negociantes, os ossos para um, o óleo para outro? Se puderem apanhá-lo, eles repartirão; mas é provável que a arte da pesca de baleias não fosse aperfeiçoada na época, como tem sido em nossos dias. 6. Que eles não poderiam destruí-lo, não poderiam encher a sua cabeça de arpões de pescadores, v. 7. Aquele animal estava fora do alcance dos seus instrumentos de matança, ou, se o tocassem, não poderiam tocá-lo em seu ponto vital. 7. Que não adiantava tentar fazer isso: Eis que a sua esperança falhará, v. 9. Se os homens quiserem agarrá-lo, verão que ele é tão terrível que a própria visão dele os horrorizará, e fará com que até mesmo um homem corpulento esteja pronto para desmaiar: Não será abatido alguém só de olhar para ele? E isto não deterá os perseguidores em sua tentativa? É dito a Jó que coloque a sua mão sobre ele por sua própria conta e risco, v. 8. “Toca nele se ousares; lembra-te da peleja, como és incapaz de conseguir tal força, e o que, portanto, é provável que seja o problema da peleja, e não faças mais nada, mas desista da tentativa.” É bom nos lembrarmos da peleja antes de nos envolvermos em uma guerra, e tirarmos a armadura a tempo se previrmos que não adiantará nada vesti-la. Jó é aqui admoestado a não continuar em sua controvérsia com DEUS, mas a fazer a sua paz com Ele. Jó é lembrado de que certamente sucumbirá na peleja caso se proponha a executá-la. Veja Isaías 27.4,5.
II
Com isso, ele infere quão incapaz ele era para contender com o Todo-Poderoso. Ninguém é tão feroz, ninguém é tão imprudente, que ouse mexer com o leviatã (v. 10), sendo sabido que ele certamente será demasiadamente duro com eles; e quem, então, seria capaz de se levantar diante do Senhor para impedir e impugnar as suas ações, ou para desafiar o poder da sua ira? Se as criaturas inferiores que são postas debaixo dos pés do homem, e sobre as quais ele tem domínio, nos deixam admirados, como deve ser terrível a majestade do nosso grandioso e bendito Senhor, que tem um domínio soberano sobre nós e contra quem o homem tem se rebelado há tanto tempo! Quem pode ficar diante dele quando Ele está irado?
 
 
CONCLUSÃO
DEUS se revela como DEUS pessoal. O DEUS que tem voz, que fala diretamente com o homem. A poderosa manifestação de DEUS é chamada de Teofania. DEUS que está presente chama DEUS de EL-SHADAI, o DEUS que é todo poderoso e nos sustenta e guarda. DEUS é todo sábio e demonstra isso pela mecânica celeste e pela dinâmica da vida, criando e controlando tudo pelo seu poder. Há necessidade de se conhecer melhor a DEUS. DEUS se revela pelo controle do Behemot e do Leviatã. A Justiça e a graça vêm de DEUS.
 
 
 
COMENTÁRIOS DIVERSOS
BEP - CPAD
38.1 DEPOIS DISTO, O SENHOR RESPONDEU A JÓ. Agora foi o próprio DEUS quem se dirigiu a Jó. DEUS revelou a ignorância de Jó quanto ao propósito divino em tudo quanto estava acontecendo. Jó ficou perplexo ao perceber quão pouco os seres humanos realmente sabem e conhecem a respeito do Todo-poderoso. Por outro lado, vemos primeiramente na resposta de DEUS a Jó, sua presença, misericórdia e amor para com ele. (1) A oração constante de Jó, e seu mais profundo anseio para achar a DEUS, foram por fim atendidos (ver 23.3; 29.2), confirmando que tudo continuava bem entre ele e seu Senhor. (2) A resposta do Senhor ao seu servo Jó mostra que chegará o dia em que DEUS responderá a todos quantos o invocam com sinceridade e perseverança; mesmo que nossas orações partam de um coração confuso, duvidoso, frustrado ou revoltado, DEUS por fim responderá com sua presença, seu consolo e palavra. (3) O aspecto mais importante em nossa comunhão com DEUS não é a compreensão racional de todos os caminhos de DEUS mas, sim, a experiência e realidade da sua divina presença e a certeza de que tudo está bem entre nós e Ele. Estando nós em comunhão com DEUS, poderemos suportar qualquer provação que tivermos de enfrentar.
38.3 CINGE OS TEUS LOMBOS COMO HOMEM. As palavras que DEUS falou a Jó são extraordinárias pelo que enunciam e pelo que não enunciam. (1) É surpreendente que ninguém jamais explicou a Jó por que ele sofria. Ele nunca soube que seu sofrimento abrangia assuntos tão relevantes como a integridade e justificação da obra divina redentora entre a caída raça humana (ver 1.8,9). O silêncio de DEUS nesse assunto indica que a razão do sofrimento de Jó não era o assunto mais importante em jogo. (2) Tampouco DEUS não fez menção das impensadas e extremadas palavras de Jó nos seus discursos. DEUS não o repreendeu duramente, nem levou em conta a sua precipitação. DEUS compreendia o sofrimento de Jó e usou de compaixão quanto às suas palavras e sentimentos.
38.4 QUANDO EU FUNDAVA A TERRA. As palavras de DEUS no livro de Jó versam totalmente sobre o mundo natural, i.e., a criação e a natureza. DEUS descreve o enigma e a complexidade do universo, e revela que seu método de governar o mundo ultrapassa em muito a nossa capacidade de entender. DEUS queria que Jó soubesse que sua atividade no âmbito da natureza é análoga ao seu governo na esfera moral e espiritual do universo, e que nesta vida o homem não terá uma compreensão total dos caminhos de DEUS. Mas o livro de Jó realmente revela que quando finalmente a verdade completa for conhecida, ver-se-á que os caminhos e atos de DEUS são retos e justos.
38.4 FAZE-MO SABER, SE TENS INTELIGÊNCIA. DEUS repreendeu Jó por falar sem conhecimento (v. 2) e humilhou aquele seu servo sofredor, levando-o a reconhecer que o raciocínio humano não pode rivalizar com o de DEUS, infinito e eterno (cf. 40.1-5). Sem rejeitar as declarações de Jó quanto à sua própria integridade, DEUS contestou a suposição de Jó que DEUS não estaria governando o mundo com justiça (e.g., caps. 21; 24). Mesmo assim, DEUS a seguir afirmou que Jó nos seus diálogos com os conselheiros tinha falado corretamente a respeito dEle (42.7). Noutras palavras, DEUS considerou o erro de julgamento de Jó como oriundo da falta de conhecimento, e não de um fracasso na fé, nem falta de amor sincero por seu Senhor.

39.1 SABES TU O TEMPO...? DEUS continuou a interrogar Jó com perguntas que este não sabia responder. Ao fazer assim, DEUS demonstrou a Jó que era uma insensatez ele querer argumentar com DEUS. Jó humilhou-se e ficou em silêncio, porém foi reconfortado com a certeza da coisa mais importante DEUS não o abandonara. O Senhor estava ali, face a face.
39.2 CONTARÁS OS MESES? Se DEUS podia levar Jó a reconhecer suas próprias limitações humanas quanto à compreensão dos caminhos de DEUS no mundo, também podia persuadi-lo que Ele é justo e misericordioso, mesmo que Jó não compreendesse a maneira de DEUS operar na sua vida.
 
40.15 BEEMOTE. Muitos comentaristas identificam o Behemot com o hipopótamo; já o leviatã (cap. 41) é geralmente identificado com o crocodilo gigante ou um rinoceronte gigante. Através dessas ilustrações, DEUS ressalta que se Jó não podia domar os grandes animais do mundo, não tinha condições de questionar e de instruir o DEUS que criara esses animais (41.10). Jó precisava submeter-se, confiante, ao governo de DEUS sobre o universo, e sobre os eventos da humanidade e da vida dos seus seguidores. Precisava confiar em DEUS e manter a sua fé nEle tanto nos sofrimentos e aflições da vida, como na época de bênçãos.

Leviatã  - Dicionário Bíblico Wycliffe - Uma coisa é descobrir o significado literal do termo Leviatã (veja Animais, V, 7), e outra muito diferente é determinar o seu uso em sentido figurado ou simbólico. Na mitologia dos povos mediterrâneos, parece haver uma referência bastante difundida a um grande monstro capaz de devorar em grande escala. Essa criatura de muitas cabeças também tinha as feições de uma serpente. Semelhante ao leviatã do Salmo 74.14 é o cananeu Lotà de sete cabeças, de Ras-Shamra, ou da literatura ugarítica de aprox. 1700-1400 a.C. (ANET, pp. 137ss.).
Embora Jó 41.1 e o Salmo 104.26 pareçam não ter qualquer importância simbólica, é possível que o Salmo 74.14 e, certamente Isaías 27.1, estejam realmente ligando o leviatã com as forças do mal (ou até mesmo especialmente com Satanás) que serão sem dúvida destruídas pelo poder de DEUS no dia do Juízo Final. As palavras de Isaías (“o leviatã, a serpente veloz... que está no mar”) trazem à mente uma fraseologia semelhante à do épico ugarítico Baal. “Quando tiveres matado Lotã, a veloz serpente, e colocado um fim na traiçoeira serpente, o poderoso ser com sete cabeças” (Charles F. Pfeiffer, “Lotan/Leviathan from Ugarit to Patmos”, Bulletin oftke Near East Archa- eological Society, VIII [1965], 4). O profeta do AT estava se referindo a uma imagem poética conhecida por seu povo, da mesma forma que os autores cristãos fazem alusão à mitologia greco-romana sem encorajar a crença nas divindades pagãs.
O NT reflete a figura do leviatã em Apocalipse 12.9, onde Satanás é chamado de “grande dragão” e “a antiga serpente” (Veja Animais, II.11. ״Dragão).
Bibliografia, Nicolas K. Kiessling, “Antece- dent of the Medieval Dragon in Sacred History”, JBL, LXXXIX (1970), 167-177. Howard Wallace, “Leviathan and the Beast in Revelation”, BA, XI (1948), 61-68. H. F. V.
 

42.1 ENTÃO, RESPONDEU JÓ AO SENHOR. A última resposta de Jó a DEUS foi de absoluta humildade e submissão à sua revelação. Confessou (1) que DEUS faz tudo bem; (2) que em tudo que DEUS permite acontecer, Ele procede com sabedoria e propósito; e, portanto, (3) até o sofrimento dos justos tem sentido e propósito divinos.
42.3 FALEI DO QUE NÃO ENTENDIA. Jó reconheceu que os caminhos de DEUS estão além da compreensão humana e que por falta de entendimento seu, ele declarara que eram injustos. (1) Note que Jó, no seu sofrimento e nas suas orações, não pecou contra DEUS. Mesmo assim, sua falta de entendimento e suas queixas contra DEUS quase o levaram ao orgulho e à crença de que DEUS, em certo sentido, não era perfeitamente bom. Agora, com a manifestação e revelação do seu Senhor (cf. v. 5), sua perspectiva mudou completamente. (2) Jó reconheceu o seu erro, e agora estava disposto a obedecer e servir a DEUS, não importando o que viesse a acontecer-lhe. Temeria e amaria a DEUS por causa dEle mesmo, com ou sem saúde, independente de qualquer vantagem pessoal. (3) Jó, ao submeter-se totalmente a DEUS com fé, esperança e amor, mesmo ainda sofrendo, sem saber o por quê de tudo, comprovou que a acusação de Satanás era falsa (1.9-11) e assim vindicou o poder de DEUS para redimir a raça humana e reconciliá-la consigo mesmo (ver 1.8,9).
 
 
LICÃO ANTIGA
 
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - JOVENS E ADULTOS - 1º Trimestre de 2003
Título: O sofrimento dos justos e o seu propósito - Comentarista: Claudionor de Andrade
 Lição 12: A teologia que mais pergunta que responde - Data: 23 de Março de 2003
TEXTO ÁUREO
“Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte do que os homens” (1Co 1.25).
VERDADE PRÁTIC
Os planos de DEUS, embora pareçam ilógicos e até loucos, não podem ser desprezados: cada um deles tem um grandioso e insondável propósito.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Jó 38.1-20.
 1 — Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse: 2 — Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3 — Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me. 4 — Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. 5 — Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? 6 — Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, 7 — quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de DEUS rejubilavam? 8 — Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre, 9 — quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro? 10 — Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos, 11 — e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas? 12 — Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar, 13 — para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela? 14 — Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes; 15 — e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta. 16 — Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo? 17 — Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte? 18 — Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto. 19 — Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar, 20 — para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?
PONTO DE CONTATO
Converse com seus alunos sobre a forma como DEUS aproxima-se de Jó no verso 3 do capítulo 38. Note que antes de argui-lo, DEUS o anima elevando sua autoestima embora seus quatro amigos o desencorajassem trazendo-lhe à memória, insistentemente, supostos pecados. Veja outros exemplos bíblicos onde DEUS, antes de dirigir-se às pessoas, determinava que se colocassem de pé. A autocomiseração não Lhe agrada. Quem confia em DEUS mantém a cabeça erguida, ainda que o adversário lhe faça veemente oposição. Esclareça que autoestima elevada, para o cristão, não é sinônimo de arrogância mas sim de confiança.
OBJETIVOS - Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Definir, de acordo com a lição, o que é a teologia de DEUS.
Identificar o método usado por DEUS ao dirigir-se a Jó.
SÍNTESE TEXTUAL
Após ouvir os discursos enfadonhos de seus quatro amigos, Jó, agora, é visitado pelo próprio DEUS. Sem demandas, sem forças, sem argumentos espera ele apenas que a justiça divina o alcance. Utilizando o método da arguição, DEUS o interpela trazendo-lhe à memória Sua eterna sabedoria e poder. Através de perguntas o induziu a vê-Lo de forma ampla e profunda resgatando-lhe a dignidade e a visão espiritual obscurecida pelo sofrimento.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como podemos constatar através desta lição, o método de perguntas e respostas ou arguição vem sendo utilizado desde os primórdios da humanidade. DEUS mesmo o utilizou nos últimos episódios da história de Jó, quando estava prestes a “virar” seu cativeiro. Arguir não é tão fácil como se imagina, pois quem o faz espera que a pessoa arguida sempre apresente boa e precisa argumentação. Ou seja, não é o mesmo que simplesmente responder a uma pergunta, mas denota explicar, justificar, argumentar sobre as questões propostas.
Este método é muito eficiente, e sua eficácia reside no fato de que as perguntas são sempre desafiadoras. Segundo o professor Antônio Tadeu Aires, “a mente, neste caso, não apenas recebe informações, mas analisa e pondera. Existe um processo de reflexão, análise e avaliação que ocorre no cérebro do aluno enquanto ele recebe a pergunta, medita nas implicações e verbaliza a resposta”
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O discurso de Eliú, qual arroio que se avoluma num grande e incontrolável rio, deságua em DEUS que, em sua imensidade, dirigir-se-á a Jó, a partir de agora, não através de um mensageiro humano, mas pessoalmente. Não foi o que pedira o patriarca no auge de sua angústia? (Jó 10.2)
Jó vira-se constrangido a sofrer as teologias de Elifaz, Bildade e Zofar. Calado, suportara o longo e persuasivo discurso do jovem teólogo Eliú. A partir deste momento, ouvirá a DEUS. Não quer o paciente homem de Uz apresentar suas demandas ante o Todo-Poderoso? Então, que o faça!
Assim também nós. Provados, enfileiramos diante do Senhor virtudes e predicados; apresentamos-lhe a excelência de nossa justiça; exibimos-lhe a correção de nossa crença. E, resguardados pela razão, supomos não ser DEUS razoável. Por que permitira Ele viéssemos a sofrer de tal maneira? Ao abrir sua Palavra, contudo, redescobrimos o óbvio: DEUS sempre tem razão mesmo quando parece nada razoável.
É o que constatará o patriarca Jó nesta lição.
I. DEUS APARECE A JÓ
Depois do discurso de Eliú, eis que o Senhor, de um redemoinho, aparece a Jó (38.1). Esperava ele ver o Senhor, naquele momento? Justamente quando não tinha mais argumentos? Se diante de Eliú, não tinha o patriarca mais discurso, como se haverá, agora, ante o Todo-Poderoso DEUS?
1. Jó se prepara para ouvir a DEUS. Estas são as primeiras palavras que o Senhor dirige ao patriarca: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me” (Jó 38.2,3).
Em primeiro lugar, deveria Jó saber que nada sabia, embora pensasse tudo entender. Até este instante, agira presumidamente, armando-se de palavras que não retratavam, necessariamente, o verdadeiro conhecimento divino. Não interviesse o Senhor na vida do patriarca, tornar-se-ia ele tão especulativo quanto Elifaz, tão imaginoso como Bildade e tão incoerente quanto Zofar. Por conseguinte, eis a oportunidade de Jó firmar-se, de vez, no legítimo conselho de DEUS.
Ato contínuo, ordenou-lhe o Senhor cingisse os lombos, a fim de que lhe ouvisse as palavras. Entretanto, como levantar-se e cingir-se se não passava de ruínas? DEUS, porém, não o via assim. Via-o como alguém feito à sua imagem e conforme à sua semelhança.
DEUS não nos quer acabrunhados, como se já não nos restasse esperança alguma. Mesmo na hora da morte, insta-nos a que, em atitude de fé, repousemos em CRISTO JESUS (At 7.60). Não fique prostrado! Levante-se! Firme-se na Palavra de DEUS: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do SENHOR vai nascendo sobre ti” (Is 60.1).
II. QUANDO AS PERGUNTAS SÃO MAIS IMPORTANTES DO QUE AS RESPOSTAS
Já devidamente aprumado, e já convenientemente cingido, prepara-se Jó para ouvir a DEUS. Não espera você uma resposta de DEUS? Às vezes, porém, Ele mais pergunta que responde.
1. A teologia da pergunta. Você não se surpreendeu quando, pela primeira vez, seu filho pôs-se a crivá-lo de perguntas? Certamente, ele lhe encarreirou todas aquelas perguntas, algumas até embaraçosas, porque buscava entender o Universo. Mas, o que faria você, se o próprio Criador do Universo começasse, de repente, a enfileirar-lhe as perguntas que só Ele é capaz de responder? Se você sentiu-se acuado diante das indagações de seu filho, como se haverá ante as perguntas do Pai Celeste?
Esta é teologia de DEUS! Uma teologia que, às vezes, mais indaga que responde. Se Jó procurava respostas, encontra agora perguntas; mas, nestas: a luz de que tanto necessitava. A iluminação divina nem sempre se acha na resposta (Gn 3.9; 1Rs 19.13; Lc 18.40-43).
2. As perguntas de DEUS. Falta-nos espaço para alinharmos, aqui, todas as perguntas que o Senhor DEUS fez a Jó. E este, que julgava ter respostas, emudece diante das perguntas do DEUS que responde:
a) Sobre a criação da terra: “Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos e de DEUS rejubilavam?” (Jó 38.4-7).
b) Sobre os animais: “Sabes tu o tempo em que as cabras monteses têm os filhos, ou consideraste as dores das cervas? Contarás os meses que cumprem ou sabes o tempo do seu parto? Elas encurvam-se, para terem seus filhos, e lançam de si as suas dores. Seus filhos enrijam, crescem com o trigo, saem, e nunca mais tornam para elas. Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo, ao qual dei ao ermo por casa e a terra salgada, por moradas?” (Jó 39.1-6).
c) Sobre a soberania divina: “Porventura, o contender contra o Todo-Poderoso é ensinar? Quem assim argúi a DEUS, que responda a estas coisas” (Jó 40.2).
d) Sobre a justiça divina: “Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares? Ou tens braço como DEUS, ou podes trovejar com voz como a sua?” (Jó 40.8,9).
O que poderá Jó responder ao Todo-Poderoso?
III. QUANDO AS RESPOSTAS HUMANAS SE CALAM
Diante das perguntas que lhe faz o Senhor, o paciente patriarca se cala. Em seu silêncio, porém, Jó vai se convencendo da sublimidade da justiça divina e da transitoriedade da humana. Não sabia ele ser o Todo-Poderoso justo e excelso? Teoricamente, sim; experimentalmente, não.
1. Jó se humilha diante do Senhor. Não mais podendo resistir a divina sabedoria, Jó humilha-se diante do Supremo DEUS: “Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha boca. Uma vez tenho falado e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei” (Jó 40.4,5).
Tem você se humilhado diante do Senhor? Tem se curvado ante a sua excelsa face? Atentemos a esta exortação de Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte” (1Pe 5.6).
2. Do natural ao sobrenatural. DEUS usou o método indutivo Para conduzir a seu servo Jó a um conhecimento mais profundo. Fez-lhe perguntas acerca da natureza, a fim de que ele, ouvindo-as e maravilhando-se, viesse a pisar o terreno do espiritual. É o que constataremos na lição do próximo domingo. 
CONCLUSÃO
Nem sempre teremos as nossas perguntas respondidas. Todavia, nosso Pai Celeste, através daquela pedagogia que somente Ele possui, conduzir-nos-á a compreender as maravilhas de sua Palavra.
Até mesmo nas perguntas de DEUS, encontramos as respostas de que tanto carecemos. Aleluia! Atentando ao que lhe perguntou o Senhor, começou Jó a encaminhar-se para a completa restauração.
AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Teológico
“Quem é este DEUS do universo, que se inclina para interromper a eternidade com a gloriosa aurora de sua história?
Quem é este DEUS de glória, cuja simples presença pode nos:
Preencher o vazio…Curar ao que está enfermo…Perdoar o pecador…Libertar o amargurado…Dar propósitos aos sem objetivos…Ajudar aos que estão sem socorro…Dar coragem àqueles que temem…Dar força aos que estão fracos…Transmitir realidade aos religiosos…Dar esperança aos insensíveis…
Quem é esse DEUS? Quem é esse a quem podemos conhecer?
A gloriosa aurora da história de DEUS começa com a atordoante — embora profundamente simples — afirmação de que, no princípio, Ele criou tudo o que existe (Gn 1.1), o que significa que no princípio, Ele já estava lá. Ele é eterno” (A História de DEUS. CPAD, XX — prólogo).
GLOSSÁRIO
Acabrunhado: Abatido, enfraquecido, quebrantado, prostrado.
Arguição: Situação em que os litigantes apresentam razões de fato ou de direito produzidas em juízo.
Auge: O ponto mais elevado; culminância, apogeu.
Cerva: A fêmea do cervo.
Cingir: Prender ou ligar em volta.
Cordel: Corda muito delgada.
Crivar: Furarem muitos pontos.
Ermo: Lugar sem habitantes.
Lombo: dorso, costas.
Persuasivo: Que convence ou induz.
Presumidamente: Visto antecipadamente,
Óbvio: Que está evidente, diante dos olhos, de fácil compreensão.
Razoável: Ponderado, sensato.
Resguardado: Abrigado, guardado cuidadosamente.
Transitoriedade: Passageiro, de pouca duração.
Razão: Faculdade que tem o ser humano de julgar e ponderar ideias universais. Raciocínio, juízo. É a capacidade de se estabelecer relações lógicas. Ela não pode contrapor à Palavra de DEUS (Rm 12.1,2).
Método Indutivo: Meio de aprendizagem em que, de fatos particulares, se tira uma conclusão genérica. Através da indução, chega-se a uma verdade universal ou uma proposição geral com base no conhecimento de certo número de dados singulares ou de proposições de menor generalidade.
 
 
COMENTÁRIOS DE Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - CPAD - Com algumas modificações do Pr Henrique
DEUS Responde do Redemoinho
Jó 38. 1-3

Observemos aqui:
1. Quem fala – é o Senhor, Iavé, não um anjo criado.
 2. Quando DEUS falou: “Depois disto”. Depois que todos eles tinham falado, e ainda assim não tinham atingido o seu objetivo, então foi o momento de DEUS (cujo juízo é de acordo com a verdade) se interpor. Jó tinha silenciado seus três amigos, mas não pôde convencê-los da sua integridade. Eliú tinha silenciado Jó. Mas agora, DEUS vem, e faz as duas coisas, convence Jó, primeiramente, de suas palavras imprudentes, e o faz clamar, Peccavi – Agi mal; e, tendo humilhado Jó, DEUS o honra, convencendo seus três amigos de que tinham sido injustos com ele. Estas duas coisas DEUS fará, mais cedo ou mais tarde, pelo seu povo: Ele lhes mostrará os seus erros, para que possam se envergonhar deles, e mostrará aos outros as suas justiças, e a exibirá como a luz, para que possam se envergonhar de suas censuras injustas a eles.
3. Como DEUS falou: “De um redemoinho”. Um redemoinho antecedeu a visão de Ezequiel (Ez 1.4) e a de Elias (1 Rs 19.11). Está escrito que DEUS tem o seu caminho no redemoinho ou na tormenta (Na 1.3), e, para mostrar que até o mesmo o vento da tempestade cumpre a sua palavra, aqui o redemoinho se torna o veículo da Palavra. Isto mostra como é poderosa a voz de DEUS, que não se perdia, mas era perfeitamente audível, mesmo em meio ao ruído de um redemoinho. Assim DEUS pretendia chamar a atenção de Jó. Aqui vemos uma manifestação teofânica (de DEUS).
4. A quem DEUS falou: Ele “respondeu a Jó”, dirigiu suas palavras a ele, para convencê-lo do que havia de errado, antes de inocentá-lo das injustas calúnias que haviam sido lançadas sobre Ele. Somente DEUS pode, eficazmente, convencer do pecado, e serão humilhados os que Ele deseja exaltar. Os que desejam ouvir a DEUS, como Jó, certamente o ouvirão, no final.
5. O que DEUS disse. Voz saiu de dentro do redemoinho, pois lemos (Ap 10.4) que, depois que os trovões se manifestaram, João estava preparado para escrever. (Obs. Pr Henrique - como foi Jó quem ouviu a voz lhe falando pode ser que ele mesmo as escreveu - Podemos conjecturar que o próprio Jó seja o escritor do livro que foi inspirado pelo ESPÍRITO SANTO). “O ESPÍRITO SANTO (diz CRISTO)... vos fará lembrar”, como Ele fez aqui, “de tudo quanto vos tenho dito”.
O prefácio é muito penetrante.
(1) DEUS o acusa de ignorância e arrogância no que ele tinha dito (v. 2): “Quem é este”, quem é este que fala desta maneira? É Jó? Como? Um homem? Aquela criatura fraca, tola, desprezível – pretenderá me recomendar o que devo fazer, ou discutir comigo pelo que já fiz? É Jó? Como? Meu servo, Jó, um “homem sincero, reto e temente a DEUS?” Ele poderá chegar ao ponto de se esquecer de si mesmo e agir como se não fosse ele mesmo? “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Que mostre o seu rosto, se ousar, e sustente o que disse. Observe que escurecer o conselho da sabedoria de DEUS com a nossa tolice é uma grande afronta e provocação a DEUS. A respeito dos conselhos de DEUS, devemos reconhecer que não temos conhecimento. Eles são de uma profundeza insondável para nós; nós estamos completamente fora do nosso elemento, fora do nosso objetivo, quando temos a pretensão de explicá-los. Mas nós somos muito propensos a falar deles como se os entendêssemos, com uma grande dose de minúcias e ousadia, mas, ai de nós! Nós conseguimos apenas escurecê-los, em lugar de explicá-los. Nós confundimos e desconcertamos, a nós mesmos, e uns aos outros, quando discutimos a ordem dos decretos de DEUS, e os desígnios, e as razões, e os métodos das operações da sua providência e graça. Uma fé humilde e uma obediência sincera terão uma visão mais ampla e melhor do segredo do Senhor, do que toda a filosofia das escolas e as investigações da assim chamada ciência. Esta primeira mensagem que DEUS proferiu é ainda mais digna de nota porque Jó, no seu arrependimento, a recorda, como aquilo que o silenciou e humilhou (Jó 42.3). Isto ele repetiu como a flecha que o atingiu profundamente: “Eu sou o tolo que escureceu o conselho”.
(2) Ele o desafia a apresentar provas do seu conhecimento que servissem para justificar as suas investigações nos conselhos divinos (v. 3): “Agora cinge os teus lombos como homem, prepara-te para o encontro; Eu te exigirei, e te proporei algumas perguntas, e responde-me, se puderes, antes que Eu responda às tuas”. Aqueles que pedem que DEUS se explique devem esperar ser discipulados e chamados para se explicar, para que possam perceber a sua ignorância e arrogância. Aqui, DEUS lembra Jó do que havia dito: “Chama, pois, e eu responderei” (Jó 13.22). Agora, segue-se o cumprimento de suas palavras.
 
A Ignorância do Homem Sobre a Criação Animal; Descrição da Cabra Montês, da Corça, do Jumento Montês e do Unicórnio
Jó 39. 1-12

Aqui, DEUS mostra a Jó como ele conhecia pouco as criaturas indomadas que corriam pelos desertos e viviam soltas, mas que estão sob o cuidado da Providência divina, como, por exemplo:
I
As cabras monteses e as corças. O que é digno de nota, a respeito delas, é a maneira como têm os seus filhotes, e como os criam. Pois, assim como cada indivíduo é alimentado, também cada espécie de animais é preservada, pelos cuidados da Providência divina. Observe aqui: 1. A respeito da gestação dos seus filhotes: (1) O homem é completamente ignorante a respeito da época em que elas dão à luz (vv. 1,2). Teremos a pretensão de dizer o que há no ventre da Providência, ou o que um dia trará à luz, nós, que não sabemos o tempo de gestação de uma corça ou de uma cabra montês? (2) Embora elas gerem seus filhotes com grande dificuldade e sofrimento, e não tenham nenhuma ajuda dos homens, pela boa providência de DEUS, os seus filhotes são gerados em segurança, e seus sofrimentos esquecidos (v. 3). Alguns pensam que aqui há a sugestão (Sl 29.9) de que DEUS, pelo trovão, ajuda as corças a parir. Deve-se observar, para a consolação das mulheres em trabalho de parto, que DEUS ajuda até mesmo as corças a parir seus filhotes; e Ele, então, não socorrerá muito mais, e não ajudará muito mais no parto, às que são suas filhas, em concerto com Ele? 2. A respeito do crescimento dos filhotes (v. 4): Eles têm boa aparência: embora nasçam em sofrimentos, depois que suas mães os amamentaram por algum tempo, eles se alimentam nos campos de trigo e não são um fardo para elas, o que é um exemplo para que os filhos, depois de crescidos, não fiquem sempre dependendo de seus pais e suplicando-lhes, mas que se esforcem para obter o seu próprio sustento e retribuir a seus pais.
II
O jumento montês, uma criatura que aparece frequentemente nas Escrituras, que alguns dizem ser indomável. Diz-se que o homem nasce como o jumentinho montês, igualmente difícil de ser governado. Duas coisas a Providência destinou ao jumento montês: 1. Uma liberdade ilimitada (v. 5): “Quem despediu livre o jumento montês?” Ele concedeu uma disposição para isto, e, portanto, uma dispensação para isto. O jumento domado é arreado para trabalhar, o jumento montês não tem arreios. Observe que a liberdade do serviço, e a liberdade para correr à vontade, não são mais do que os privilégios de um jumento montês. É lamentável que qualquer dos filhos dos homens cobice esta liberdade ou se valorize nela. É melhor trabalhar e servir para alguma coisa, do que passear e não servir para nada. Mas se, entre os homens, a Providência der a liberdade a alguns e permitir que vivam de uma forma sossegada, ao passo que outros são destinados à servidão, não devemos nos espantar: assim é também entre as criaturas selvagens. 2. Uma morada aberta (v. 6): “Ao qual dei o ermo por casa”, onde ele tem espaço suficiente para percorrer os seus caminhos e sorver o vento, conforme o seu desejo, como está escrito que a jumenta montês faz (Jr 2.24), como se tivesse que viver do ar, pois é a terra estéril que é a sua morada. Observe que o jumento domado, que trabalha, e é útil para o homem, tem o estábulo de seu senhor, para onde vai, em busca de abrigo e comida, e vive em uma terra frutífera: mas o jumento montês, que tem a sua liberdade, deve viver em uma terra estéril. “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”. O que quiser, comerá o trabalho de suas mãos, e terá o suficiente para dar àquele que tem necessidade. Jacó, o pastor, tem guisado vermelho de sobra, quando Esaú, um esportista, está prestes a perecer de fome. Uma descrição adicional da liberdade e do sustento do jumento montês temos nos versículos 7 e 8. (1) Ele não tem dono, e não será sujeito a ninguém: “Ri-se do arruído da cidade”. Se tentarem tomá-lo, e para isto o cercarem com uma multidão, logo ele se livrará deles, e os gritos do exator não serão nada, para ele. (2) Não tendo dono, não tem quem o alimente, nem é feita nenhuma provisão para ele, mas ele deve cuidar do seu próprio sustento. Nos montes está o seu pasto, e é um pasto vazio, ali ele busca, aqui e ali, algo verde, que possa encontrar e arrancar; ao passo que os jumentos que trabalham têm verdura em abundância, sem que tenham que buscá-la. Da característica indomável desta criatura, além de outras, podemos deduzir como é inadequado que nós legislemos à Providência, nós, que não podemos legislar nem mesmo a um jumentinho montês.
III
O unicórnio (rhem), uma criatura forte (Nm 23.22), uma criatura imponente e soberba (Sl 112.10). Ele é capaz de servir, mas não está disposto a fazê-lo; e aqui, DEUS desafia Jó a forçá-lo; Jó esperava que tudo fosse exatamente como ele desejava. Uma vez que pretendes (diz DEUS) trazer todas as coisas sob o seu domínio, começa com o unicórnio, e tenta dominá-lo. Agora que os teus bois e jumentos se foram, tenta ver se o unicórnio está disposto a te servir, no lugar deles (v. 9), e se ele ficará satisfeito com a provisão que costumavas fazer para eles: “Ficará na tua cavalariça?” Não. 1. Não podes domá-lo, nem amarrá-lo ao rego com uma corda, para que puxe o arado (v. 10). Há criaturas dispostas a servir o homem, que parecem ter prazer em servi-lo, e ter amor por seus senhores; mas há aquelas que nunca serão levadas a servi-lo, o que é o resultado do pecado. O homem se rebelou da sua sujeição ao seu Criador, e é, com razão, punido com a revolta das criaturas inferiores, da sua sujeição a ele; mas, como um exemplo da boa vontade de DEUS para com o homem, há algumas que ainda lhe são úteis. Embora o touro selvagem (que, pensam alguns, é o que o unicórnio significa aqui) não o sirva, nem se submeta à sua mão no arado, há bois domados que o farão, e outros animais que não são ferae naturae – de natureza selvagem, de quem o homem pode ter a propriedade, a quem ele sustenta, e a cujo serviço ele tem direito. “Senhor, que é o homem, para que o conheças?” 2. Não ousas confiar nele; embora a sua força seja grande, não deixarás a ele o teu trabalho, como fazes com os teus jumentos e bois, que uma criança pequena pode conduzir, deixando a eles todo o esforço. Nunca confiarás no touro selvagem, provavelmente, para vir à tua colheita, e muito menos para percorrê-la, para levar para casa as tuas sementes e recolhê-las na tua eira (vv. 11,12). E, como ele não servirá no cultivo do trigo, não é tão bem alimentado como o boi domado, cuja boca não devia ser atada, quando trilhasse; mas, ele não puxará o arado, porque aquele que o criou jamais o destinou para isto. Uma disposição para o trabalho é uma dádiva de DEUS, da mesma maneira como é uma habilidade para isto; e é uma grande misericórdia se, onde DEUS der a força para o serviço, Ele der também um coração, é por isto que devemos orar, e sobre isto devemos raciocinar, o que os animais não podem fazer; pois, da mesma maneira como entre os animais, também entre os homens, poderão ser considerados selvagens e abandonados aos desertos os que não desejarem se esforçar nem fazer o bem.
 
 
1º Semestre de 2003   O sofrimento dos justos e o seu propósito
  Pr. Claudionor de Andrade 
Lição 12 = A teologia que mais pergunta do que responde = 23/03/2003
 
Texto Áureo:
“Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte do que os homens” (1 Co 1.25).
A loucura de DEUS se refere às coisas espirituais que parecem loucura aos homens naturais e também aos carnais, pois as coisas de DEUS só se discernem espiritualmente.
1 Co 1.25 Porque a loucura de DEUS é mais sábia que os homens; e a fraqueza de DEUS é mais forte que os homens.

Verdade Prática:
Os planos de DEUS, embora pareçam ilógicos e até loucos, não podem ser desprezados: cada um deles tem um grandioso e insondável propósito.
Nós não enxergamos o futuro e portanto, muitas vezes achamos as coisas que DEUS faz, algo ilógico e sem motivo aparente, mas DEUS está no controle de tudo e sabe o que é bom para nós e para os outros que nos cercam. 
Rm 8.28 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
Leitura diária:
Segunda 1 Rs 3.28 A sabedoria de DEUS é justa
E todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de DEUS, para fazer justiça.
A justiça de DEUS é superior porque DEUS não se corrompe e não pode ser corrompido por nada e por ninguém; ELE julga retamente.
Terça  1 Co 1.21 A sabedoria de DEUS é salvadora
Visto como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação.
PELA LOUCURA DA PREGAÇÃO. Não é o método da pregação que é tido como loucura pela sabedoria humana, mas a mensagem do supremo senhorio de CRISTO crucificado e ressurreto. A vinda de DEUS até nós parece loucura aos homens e sua crucificação a consumação de tal loucura.
Quarta 1 Co 1.24 A sabedoria de DEUS é poder
Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS.
Em CRISTO se resume toda a sabedoria de DEUS que se fez homem para que nós pudéssemos ser salvos e libertos para sempre do poder de Satanás.
Rm 11.33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de DEUS! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Quinta 1 Co 2.7  A sabedoria de DEUS é eterna
Mas falamos a sabedoria de DEUS, oculta em mistério, a qual DEUS ordenou antes dos séculos para nossa glória;
A sabedoria de DEUS esteve oculta aos homens por todo o período do Antigo Testamento, sendo revelada em CRISTO, sua morte e ressurreição; a Igreja de CRISTO é a revelação mais importante contida nesse mistério.
Rm 16.25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de JESUS CRISTO, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos,26 mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do DEUS, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé;27 ao único DEUS sábio seja dada glória por JESUS CRISTO para todo o sempre. Amém.
Sexta Ef 3.10 A sabedoria de DEUS é multiforme
para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de DEUS seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
PRINCIPADOS E POTESTADES. Há duas interpretações possíveis deste versículo. (1) Os "principados e potestades nos céus" podem referir-se aos anjos bons (cf. Cl 1.16). Eles contemplam a multiforme sabedoria de DEUS, à medida que Ele a demonstra através da igreja (1 Pe 1.10-12). (2) Os "principados e potestades nos céus" podem referir-se aos poderes dominantes das trevas, na esfera espiritual (cf. 6.12; Dn 10.13,20,21), aos quais o "eterno propósito" de DEUS (v. 11) está sendo conhecido, através da proclamação da salvação pela igreja e do seu conflito espiritual com Satanás e suas hostes (cf. 6.12-18; Dn 9.2-23; 10.12,13; 2 Co 10.4,5).
Sábado Pv cap. 8 O cântico da sabedoria
A excelência e justiça dos preceitos da Sabedoria 
1 Não clama, porventura, a Sabedoria? E a Inteligência não dá a sua voz?2 No cume das alturas, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas, ela se coloca.3 Da banda das portas da cidade, à entrada da cidade e à entrada das portas está clamando:4 A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.5 Entendei, ó simples, a prudência; e vós, loucos, entendei de coração.6 Ouvi, porque proferirei coisas excelentes; os meus lábios se abrirão para a eqüidade.7 Porque a minha boca proferirá a verdade; os meus lábios abominam a impiedade.8 Em justiça são todas as palavras da minha boca; não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem perversa.9 Todas elas são retas para o que bem as entende e justas, para os que acham o conhecimento.10 Aceitai a minha correção, e não a prata, e o conhecimento mais do que o ouro fino escolhido.11 Porque melhor é a sabedoria do que os rubins; e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela. 12 Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos.13 O temor do SENHOR é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço.14 Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento, minha é a fortaleza.15 Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam justiça.16 Por mim governam os príncipes e os nobres; sim, todos os juízes da terra.17 Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.18 Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.19 Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida.20 Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.21 Para fazer herdar bens permanentes aos que me amam e encher os seus tesouros.
O TEMOR DO SENHOR É ABORRECER O MAL. O temor a DEUS deve levar o crente a afastar-se do mal (16.6) e abominar o pecado, o qual desagrada a DEUS e destrói, tanto a nós, como aqueles a quem amamos.
Leitura Bíblica em Classe:   JÓ 38.1-20
1Depois disto, o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho e disse:2Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?3Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me.4Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.5Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?6Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,7quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de DEUS rejubilavam?8Ou quem encerrou o mar com portas, quando trasbordou e saiu da madre,9quando eu pus as nuvens por sua vestidura e, a escuridão, por envolvedouro?10Quando passei sobre ele o meu decreto, e lhe pus portas e ferrolhos,11e disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se quebrarão as tuas ondas empoladas?12Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada ou mostraste à alva o seu lugar,13para que agarrasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela?14Tudo se modela como o barro sob o selo e se põe como vestes;15e dos ímpios se desvia a sua luz, e o braço altivo se quebranta.16Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?17Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?18Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.19Onde está o caminho da morada da luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar,20para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?
 
Objetivos: Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a: 
1-Definir, de acordo com a lição, o que é a teologia de DEUS.
2-Identificar o método usado por DEUS ao dirigir-se a Jó.

Comentários:
INTRODUÇÃO
O discurso de Eliú, qual arroio que se avoluma num grande e incontrolável rio, deságua em DEUS que, em sua imensidade, dirigir-se-á a Jó, a partir de agora, não através de um mensageiro humano, mas pessoalmente. Não foi o que pedira o patriarca no auge de sua angústia? (Jó 10.2)
I. DEUS APARECE A JÓ

Depois do discurso de Eliú, eis que o Senhor, de um redemoinho, aparece a Jó (38.1). 1. Jó se prepara para ouvir a DEUS. Estas são as primeiras palavras que o Senhor dirige ao patriarca: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me” (Jó 38.2,3).
II. QUANDO AS PERGUNTAS SÃO MAIS IMPORTANTES DO QUE AS RESPOSTAS
Já devidamente aprumado, e já convenientemente cingido, prepara-se Jó para ouvir a DEUS. Não espera você uma resposta de DEUS? Às vezes, porém, Ele mais pergunta que responde.
1. A teologia da pergunta.
DEUS sempre usou este método porque é que mais faz com que o aluno participe juntamente com o professor das questões levantadas em um diálogo franco, honesto e edificante. Veja exemplo de JESUS:
Mt 22.17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?18 JESUS, porém, percebendo a sua malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas?19 Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um denário.20 Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição?
Mc 11.28 que lhe perguntaram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu autoridade para fazê-las?29 Respondeu-lhes JESUS: Eu vos perguntarei uma coisa; respondei-me, pois, e eu vos direi com que autoridade faço estas coisas.30 O batismo de João era do céu, ou dos homens? respondei-me.31 Ao que eles arrazoavam entre si: Se dissermos: Do céu, ele dirá: Então por que não o crestes?32 Mas diremos, porventura: Dos homens?-É que temiam o povo; porque todos verdadeiramente tinham a João como profeta.33 Responderam, pois, a JESUS: Não sabemos. Replicou-lhes ele: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.
2. As perguntas de DEUS. 
a) Sobre a criação da terra: 
. DEUS interroga Jó a respeito da natureza inanimada (38:1-38)
A. Jó tinha expressado frequentemente o desejo de falar com DEUS e seu anseio é satisfeito, mas a "discussão" não é exatamente o que Jó imaginava que seria!
B. DEUS interroga Jó a respeito de seu (de Jó) conhecimento da criação (vs. 4-7).
1. Obviamente, a maioria das perguntas feitas pelo Todo-Poderoso são de natureza primorosa.
2. "Estrelas da alva" no versículo 7 parece ser um sinônimo para os filhos de DEUS.
C. Ele interroga Jó sobre a origem e o conteúdo do mar (vs. 8-11).
1. Ele descreve seu começo usando a figura de um nascimento. Neste capítulo inteiro, o Senhor usa linguagem figurativa para falar sobre várias forças da natureza. Sua descrição da natureza não tem o intento de ser um tratado científico do assunto, nem repousa na linguagem científica do homem moderno.  
2. Há poucas coisas tão poderosas como o mar, e ainda DEUS afirma que ele traça os seus limites.
D. DEUS pergunta se Jó é responsável pela aurora de um novo dia (vs. 12-15).
1. DEUS retrata a terra como um vestuário cujas bordas são agarradas pela aurora e os ímpios são sacudidos dele (v. 13).
2. Pelos fatos de que a luz da aurora "quebra o braço" dos ímpios e que DEUS é responsável pela luz da manhã, parece provável que DEUS esteja afirmando sua justiça moral, um assunto que Jó tinha questionado (v. 15).
E. A Jó é perguntado se ele tinha algum conhecimento das profundezas da terra; se tiver, ele é encorajado a "dizê-lo" (vs. 16-18).
F. DEUS quer saber o que Jó conhece sobre as moradas da luz e das trevas (vs. 19-21).
1. Luz e trevas são personificadas. Conhece Jó o caminho para suas moradas?
2. De um modo agudo, DEUS sugere que talvez Jó saiba isso porque ele é muito velho (i. e., presente na criação, quando a luz e as trevas foram criadas).
G. DEUS ainda interroga Jó sobre os elementos (vs. 22-30).
1. Ele quer saber se Jó inspecionou os tesouros de DEUS da neve e do granizo. Observe que há novamente referência à justiça moral de DEUS no propósito da neve e do granizo (vs. 22-23; veja Josué 10:11).
2. DEUS divide a luz em suas resplendentes cores no arco-íris, mas Jó sabe como isso é feito (v. 24)?
3. DEUS propõe mais perguntas a respeito dos fenômenos naturais o que também serve para ressaltar que o cuidado de DEUS se estende além da humanidade (vs. 25-27).
4. Usando a figura de um nascimento, DEUS pergunta a Jó sobre a origem da chuva, do orvalho, do frio que congela e do gelo (vs. 28-30).
H. Voltando sua atenção para os corpos celestes, DEUS pergunta a Jó se ele pode organizá-los e comandá-los (vs. 31-33).
I. DEUS questiona se os elementos corresponderão aos comandos de Jó (vs. 34-38).
1. Naturalmente, o Senhor sabe que Jó não pode comandar os elementos da natureza. Suas perguntas são destinadas a ressaltar o conhecimento limitado de Jó e o comando do mundo em volta dele.
2. Se Jó não entende nem mesmo estes fenômenos naturais do mundo, como pode ele esperar entender as obras de DEUS na área da justiça? Jó não pode comandar a natureza nem os corpos celestes; por que ele tem a presunção de questionar a justiça ou o poder daquele que criou estas coisas e continua a dominá-las?  
b) Sobre os animais:
DEUS interroga Jó a respeito do reino animal (38:39 - 39:30).
A. Voltando sua atenção para a natureza animada, DEUS pergunta a Jó se ele pode fornecer comida para o leão e para o corvo (vs. 39-40). No caso do leão, pode ser que DEUS esteja se referindo àquela coisa maravilhosa que os animais possuem, isto é, instinto.
B. DEUS inquire Jó a respeito dos hábitos de nascimento da cabra selvagem e das cervas (39:1-4).
C. DEUS questiona se Jó é responsável por dar ao jumento selvagem seu desejo de liberdade (vs. 5-8). "Jó cuida dele na terra árida?"
D. A seguir Jó é interrogado com respeito ao boi selvagem (vs. 9-12).
1. A tremenda força do boi selvagem é o ponto importante.
2. Pode Jó conter este animal a ponto de usá-lo para fins domésticos, tais como arar ou colher?
E. DEUS chama a atenção de Jó para o avestruz (vs. 13-18).
1. Jó não é perguntado nesta parte. Em vez disso, parece que o propósito de DEUS é impressionar Jó com a diversidade da natureza quando ele descreve o avestruz.
2. O avestruz é uma pobre mãe por comparação e no entanto DEUS lhe deu uma tão impressionante velocidade (algumas vezes 70 quilômetros por hora) que ela pode facilmente correr mais do que um cavalo com seu cavaleiro.
F. Resumindo o interrogatório a Jó, DEUS lhe pergunta que papel ele desempenhou na feitura do magnífico animal que é o cavalo (vs. 19-25).
1. A impetuosidade e a coragem de um cavalo de guerra são bem descritas.
2. Pode Jó reivindicar ter produzido um tão belo espécime de força?
G. DEUS questiona se Jó é responsável pelos admiráveis feitos do falcão e da águia (vs. 26-30).
1. É pela inteligência de Jó que o falcão voa sem tanto esforço?
2. Jó ensinou a águia a fazer seu ninho na segurança das alturas? É ele responsável pela incrível visão dela, permitindo-lhe distinguir a presa no chão enquanto paira alto acima da terra?  
c) Sobre a soberania divina: 
- O desafio de DEUS e a resposta de Jó (40:1-5)
A. A Jó agora é perguntado se ele ainda deseja contender com DEUS e dar-lhe instruções (vs. 1-2).
1. Não é por acaso que DEUS é descrito como o Todo-Poderoso!
2. Se Jó desejar continuar, ele tem que responder às perguntas que DEUS tinha acabado de fazer, o que é, obviamente, um feito impossível.
B. Jó entende o ponto do Senhor. Ele tinha ficado impressionado com sua própria insignificância à luz da grandeza de DEUS, e promete ficar calado (vs. 3-5).  
DEUS desafia Jó a demonstrar seu poder (40:6-14)
A. Ainda que Jó tenha indicado sua intenção de permanecer calado, DEUS não terminou de ensiná-lo e assim ele começa um segundo discurso do mesmo modo com que o primeiro foi começado (v. 7; veja 38:3).
B. DEUS pergunta a Jó se ele desafiaria a justiça de DEUS (v. 8).
1. Jó na verdade questionou a justiça de DEUS e tinha virtualmente sugerido que ele próprio era mais justo do que DEUS, afirmando sua própria justiça antes que a de DEUS.
2. Este era o motivo pelo qual Eliú estava zangado com Jó (32:2).
C. DEUS pergunta a Jó se ele é tão poderoso como DEUS (vs. 9-14).
1. Se for, ele é encorajado a mostrar sua força executando julgamento dos ímpios.
2. Se Jó pode fazer isto, DEUS confessará a grandeza de Jó.
DEUS descreve duas criaturas magníficas e poderosas(40:15 - 41:34)
A. Enquanto este discurso de DEUS não consiste muito de perguntas como foi o primeiro, Jó ainda está sendo evidentemente desafiado.
B. O Senhor apresenta duas criaturas (40:15-24; 41:1-34) para demonstrar a fraqueza do homem em comparação com o resto da criação.
C. A primeira questão a ser tratada é se as criaturas descritas são animais ou alusão a mitos.
1. Enquanto algumas das descrições de fato parecem ser hiperbólicas (exageradas) (por exemplo, 41:18-21), o contexto parece indicar animais reais.
2. Se o motivo pelo qual o Senhor está mencionando estas criaturas é considerado, parece improvável que ele se voltasse para criaturas míticas.
a. Por que Jó se impressionaria com a força de DEUS se ele (Jó) não pode medir forças com criaturas míticas?
b. Não há bestas na criação de DEUS que poderiam ser citadas como mais poderosas do que o homem e que menosprezam a capacidade do homem?
3. Em resumo, se estas criaturas fossem míticas, certamente ficará enfraquecido o argumento que DEUS está fazendo nestes capítulos.
D. Concedendo que animais reais estão sendo descritos, que animais são eles? A dificuldade está em identificá-los.
1. O primeiro (40:15) é literalmente "Behemot," uma palavra que significa qualquer grande quadrúpede. Parece ser uma palavra que tem o significado geral de besta. A edição Revista e Atualizada traduz esta palavra hebraica como "hipopótamo", refletindo a suposição do tradutor quanto à identidade desta "besta." Outra sugestão é que o "Behemot" seja o elefante.
a. O "Behemot" é uma criatura herbívora muito forte, uma das maiores e mais poderosas criaturas que DEUS fez (40:15-20). Esta besta foi feita "junto com" Jó; contudo, Jó não pode dominá-la (vs. 15, 24).
b. Há vários pormenores na descrição desta besta que não se ajustam bem ao hipopótamo.
c. É possível que a palavra se refira a um dos maiores dinossauros que viveram sobre a terra. As objeções mais populares a esta sugestão são que "o homem e os dinossauros não viveram no mesmo tempo" ou "os dinossauros não viveram realmente sobre a terra."
(1) A evidência de que os dinossauros percorreram a terra em algum tempo parece-me bem forte.
(2) A idéia de que dinossauros precederam o homem por milhões de anos é um princípio da teoria geral da evolução que não deveria ser reconhecido sem um exame da evidência e as consequências desta doutrina.
2. O segundo (41:1) é literalmente "livyathan", uma palavra que não identifica claramente qualquer animal em particular. De novo, a edição Revista e Atualizada se aventurou a cogitar sobre a identidade desta besta, traduzindo "crocodilo". Outras sugestões para o "livyathan" incluem a baleia e o golfinho.
a. O "livyathan", como o "behemah", é evidentemente uma criatura muito feroz e poderosa, uma que o homem não conseguiu domesticar (41:1-34). É dada a Jó uma vista panorâmica do "livyathan", uma descrição que ressalta que ele é inabordável (vs. 12-34).
b. Resumindo seu método de interrogatório, DEUS pergunta a Jó se ele sujeitou o "livyathan" (vs. 1-8). Se Jó é incapaz de dominar o "livyathan", como pode ele enfrentar DEUS (vs. 9-11)?
E. O ponto da descrição destas duas criaturas é este: se Jó não pode nem se comparar em força com a criação de DEUS, como pode ele esperar contender com o próprio DEUS?  
d) Sobre a justiça divina: 
Jó 40.8 Farás tu vão também o meu juízo, ou me condenarás para te justificares a ti?9 Ou tens braço como DEUS; ou podes trovejar com uma voz como a dele?
DEUS pergunta a Jó se ele vai condenar a DEUS para que as pessoas o vejam como justo e bom. Muitos homens têm condenado DEUS, acusando-o de cruel, de santo demais, de injusto; tudo isto para que sejam justificados pela sociedade em que vivem.
Agora a justiça poética é feita, e a história chega rapidamente ao seu fim. O Senhor dá Seu veredito (7-9) e Jó é restaurado (10-17).
III. QUANDO AS RESPOSTAS HUMANAS SE CALAM
Diante das perguntas que lhe faz o Senhor, o paciente patriarca se cala. 
1. Jó se humilha diante do Senhor. Não mais podendo resistir a divina sabedoria, Jó humilha-se diante do Supremo DEUS.
Que mais restava a fazer a não ser cair ao chão tremendo e temendo, aos prantos, e reconhecendo que DEUS é Senhor e Justo?
  A resposta de Jó é submissa, humilde. Considera-se "leve," mas dificilmente "desprezível." Mas é correto dizer que Jó "confessou e se submeteu"? Jó não tem nada a dizer. Mas recusar o convite é confessar a "derrota"? O mal entendimento a esta altura tem ocasionado dificuldades para alguns comentaristas entenderem por que um segundo discurso da parte de DEUS é necessário. Bem à parte das exigências artísticas indicadas na Introdução, sugerimos que a resposta de Jó é um pouco evasiva, e, de modo algum, um fim satisfatório à questão. O gesto de pôr a mão na boca pode ser um sinal de respeito  (cf. 21.5; 29.9) ou um sinal de silêncio. Jó reconhece que nada pode responder, mas ainda não reconhece qualquer pecado, de modo que não há "confissão." Nem sequer retira quaisquer das suas declarações anteriores, de modo que não há "submissão." Pelo contrário, parece que está ficando firme na sua posição. Já falou uma vez, e não precisa dizer mais. Na realidade, já repetiu (duas vezes) e não acrescentará mais nada. Isto sugere que Jó nada tem a dizer que ainda não tenha dito. Mas seria ir longe demais, em outra direção, se achássemos um desafio aqui, ou até mesmo uma queixa de que DEUS ainda não respondeu às suas perguntas. Mas ainda se fosse esta a situação, as palavras de DEUS que imediatamente se seguem supririam esta falta.
2. Do natural ao sobrenatural.
DEUS usou o método indutivo para conduzir a seu servo Jó a um conhecimento mais profundo. 
Primeiro mostrou as coisas fáceis de Jó entender, coisas materiais e efêmeras (passageiras) e depois revelou as espirituais, as eternas para que Jó conhecesse mais de DEUS e de seu poder e misericórdia.
Jó está satisfeito. Sua visão de DEUS foi expandida além de todos os limites anteriores. Tem uma nova apreciação do escopo e da harmonia do mundo de DEUS, do qual ele é uma parte minúscula. Esta descoberta, no entanto, não o faz sentir-se insignificante. Simplesmente ao olhar para coisas comuns, reconhece que sequer pode começar a imaginar como seria a existência de DEUS. O mundo é belo e aterrorizador, DEUS está em todos os lugares, visto como poderoso e sábio, e mais misterioso quando Ele é conhecido do que quando e' apenas discernido de modo pouco claro. O Senhor falou a Jó. Este fato em si só é maravilhoso além de todas as maravilhas. Jó cresceu em sabedoria. Está ao mesmo tempo encantado e envergonhado.
Sua primeira expressão impetuosa e espontânea, tão diferente da reserva na sua resposta ao primeiro discurso, é uma expressão de admiração irrestrita:
"Podes fazer tudo! Nenhum dos teus planos pode ser frustrado!"335
No v. 3a Jó repete a pergunta que o Senhor lhe fizera em 38.2. Agora, responde. Confessa que falou com conhecimento limitado, falando com confiança demasiada acerca de coisas maravilhosas demais para entender. Este é o grito de um homem libertado, não de quem foi quebrado e humilhado.
No v. 4 Jó cita as palavras que o Senhor falara duas vezes (38.3; 40:7) e às quais se recusara a responder no fim do terceiro discurso. Agora responde, e sua resposta é positiva. Tem dois lados, tão inseparáveis como os lados de uma moeda. Já obteve mais conhecimento de DEUS e de si mesmo. DEUS vem em primeiro lugar, e ocupa totalmente a sua visão: mas agora os meus olhos te veem. A esperança de 19.24-27 achou seu primeiro cumprimento. Visto que aquilo que Jó diz acerca de si mesmo é de máxima importância como sendo a última palavra sobre a questão inteira, é uma pena que as versões antigas, inclusive o Targum de Qunrã, recém- descoberto, demonstram desacordo considerável a esta altura. Parece haver contrição, porque Jó diz: Abomino (e as traduções usualmente fornecem "a rnirn mesmo" como o objeto não achado no hebraico). Isto não vai tão longe quanto o autodesprezo daquele arrependimento que exige a confissão dos pecados conhecidos. Se devemos ligá-lo ao v. 3, Jó pode estar expressando pesar diante das suas palavras estultas, pronunciadas apressadamente e na ignorância (é assim que a TEV interpreta o trecho) — uma falta que merece correção, mas não uma perversidade que merece o castigo. Jó nunca diz: "Agora, finalmente, reconheço que mereci aquele castigo." Se Jó se arrepende daquilo que disse, semelhante comportamento depois da catástrofe não pode ser o pecado que era alvo de punição. Esta descoberta poderia, no entanto, ser o crescimento espiritual que visava promover, e Jó agora reconhece isto. Muitas traduções alternativas da palavra "desprezar" têm sido propostas. É igualmente importante não compreender erroneamente a palavra me arrependo atribuindo-lhe um número exagerado de conotações de penitência por pecados que pesam sobre a consciência. A história inteira em colapso se fosse este o resultado final. Jó teria capitulado finalmente diante das exigências insistentes dos amigos no sentido de confessar seus pecados. Jó não confessa pecado algum aqui. E, mesmo que isto seja subentendido, uma coisa é arrepender-se diante de DEUS, e outra coisa repudiar sua própria integridade diante dos homens. A referência de Jó ao pó e à cinza nos fazem lembrar das palavras de Abraão quando estava orando a DEUS (Gn 18.27). Como suplicante humilde, conhece sua posição. Mas, lado a lado com Jó, Abraão é o homem justo do Antigo Testamento, e ajoelhar-se assim diante de DEUS é uma honra que o exalta acima de todos os demais homens.
CONCLUSÃO
Nem sempre teremos as nossas perguntas respondidas, mas sempre teremos DEUS nos respondendo sem sabermos como.
 
Perguntas Para Estudar:
1
Em quais amplas áreas DEUS questiona o conhecimento e o poder de Jó?
2
Contraste a confrontação de Jó com DEUS com o "debate" que Jó tinha desejado.
3
O que são o Sete-estrelo, o Órion e a Ursa (38:31-32)? Que ponto DEUS afirma com sua menção a eles?
4
O que DEUS pergunta a Jó sobre as cabras selvagens e as corças?
5
Por que DEUS faz a Jó todas estas perguntas sobre a natureza? Que ligação estas perguntas têm com o sofrimento de Jó?
6
DEUS trata da questão do sofrimento inocente em todo este discurso?
 
 
Perguntas Para Estudar:
1
Do que DEUS acusa Jó em 40:8?  
2
Que desafio DEUS faz a Jó em 40:9-13?  
3
Quais animais DEUS descreve nos capítulos 40-41?  
4
Por que DEUS apresenta os animais nos capítulos 40-41?  
5
DEUS explica neste discurso a Jó porquê ele estar sofrendo?  
6
Do que Jó se arrepende (veja 42:6)?  
 
 
QUESTIONÁRIO DE Pr. Luiz Henrique 
Texto Áureo:
1- Como é a loucura de DEUS e a fraqueza de DEUS, respectivamente? (1 Co 1.25)
(     ) Perigosa e Grande     (     ) Mais sábia do que os homens e mais forte do que os homens
(     ) Mais louca do que os homens e mais fraca do que os homens
Verdade Prática:
2- Os planos de DEUS não podem ser desprezados, mas como se parecem os planos de DEUS, às vezes?
(     ) Ilógicos e loucos     (     ) Lógicos e Sábios     (     ) Matemáticos e Exatos
Introdução:
3- De que maneira DEUS se dirige, agora, a Jó?
(     ) Através de profetas     (     ) Através de sinais      (     ) Pessoalmente
4- De quais amigos Jó já tinha sofrido suas teologias?
(     ) Abraão, Zofar e Eliú     (     ) Seu empregado, Elifaz e Bildade     (     ) Elifaz, Bildade e Zofar
5- Mesmo quando DEUS não parece nada razoável, quem é que sempre tem razão?
(     ) O Homem     (     ) Satanás     (     ) DEUS
Tópico I - DEUS aparece a Jó
6- De onde apareceu DEUS a Jó?
(     ) De um Monte     (     ) De um Raio     (     ) De um Redemoinho     (     ) De uma Nuvem
7- Qual a primeira pergunta de DEUS para Jó?
(     ) Quem é Você que está reclamando o tempo todo?     (     ) Por acaso você me chamou para reclamar pessoalmente comigo?     
(     ) Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?
8- Qual a primeira ordem de DEUS para Jó?
(     ) Deita-te e espera que eu fale      (     ) Cinge os teus lombos como homem     (     ) Levanta-te e te esclarecerei     
9- Para que Jó não se tornasse tão especulativo como Elifaz,  tão imaginoso como Bildade e tão incoerente como Zofar; quem interviu em sua vida de repente?
(     ) DEUS     (     ) Eliú     (     ) Sua Esposa     (     ) Seu Empregado
10- De que maneira DEUS via Jó?
(     ) Doente e maltrapilho     (     ) À sua Imagem e Semelhança     (     ) Zangado e Murmurador
Tópico II - Quando as Perguntas são mais importantes do que as respostas:
11- Por que as crianças perguntam tanto aos seus pais?
(     ) Porque buscam conhecer o universo     (     ) Por que são tolas     (     ) Por que querem provocar ira nos pais
12- Às Vezes, como é a Teologia de DEUS?
(     ) Explicativa, mas cheia de Dúvidas     (     ) Sem Razão e sem Amor     (     ) Teologia que mais pergunta do que responde
13- Coloque "V" para Verdadeiro e "F" para Falso; quanto às perguntas forem as que DEUS fez a Jó 
Sobre a Terra:
(     ) Onde estavas tu quando eu fundei a terra?     (     ) De que foi feita a terra?     (     ) Que forma tem a terra?
Sobre os Animais:
(     ) Por que a coruja enxerga à noite?     (     ) Consideraste as dores das cervas?     (     ) Quem despediu livre o jumento montês?
Sobre a Soberania e Sobre a Justiça Divina:
(     ) Quem é mais poderoso do que eu?     (     ) Por ventura o contender contra o todo poderoso é ensinar?     
(     ) Tens Braço como o de DEUS?     (     ) Enxergas como DEUS?
Tópico III - Quando as respostas humanas se calam
14- O que fez Jó, diante das perguntas de DEUS?
(     ) Respondeu tremendo      (     ) Se alegrou e respondeu a todas     (     ) Se calou
15- De que maneira Jó sabia ser DEUS Todo Poderoso, Justo e Excelso?
(      ) Experimentalmente      (     ) Praticamente     (      ) Teoricamente
16- Qual a resposta que Jó conseguiu dar para DEUS? Complete:
"Eis que sou _______; que te responderia eu? A minha mão ponho na minha ___________."( Jó 40.4,5)
16- Onde está escrito:
" Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de DEUS, para que, a seu tempo, vos exalte"
(     ) 1 Pe 5.6     (     )  1 Pe 2.6   (     )  1 Jo 5.6     (      ) 1 Jo 2.6
17- Qual o método pedagógico utilizado por DEUS para falar e ensinar a Jó, conduzindo-o a um conhecimento mais profundo?
(     ) Método Científico     (     ) Método Audiovisual     (     ) Método Indutivo
Conclusão:
18- Teremos sempre nossas perguntas respondidas?
(     ) Sim     (     ) Não     (     ) Sempre
19- A que DEUS nos conduzirá sempre, mesmo sem respostas, às Vezes?
(     ) À ignorância     (     ) Ao desespero     (     ) A compreender as maravilhas de sua palavra
20- Depois que Jó ouviu atentamente a voz de DEUS, caminhou-se para que ?
(     ) Completa Tristeza     (     ) Completa exaltação para com os outros     (     ) Completa Restauração
 
 
Questionário da revista:
1. De acordo com a lição, o que é a teologia de DEUS?
R.
2. De que forma DEUS apresenta a verdadeira teologia?
R. .
3. Quantas perguntas de DEUS conseguiu Jó responder?
R. 
4. Por que as perguntas de DEUS bastam-se a si mesmas? 
R. 
5. Mesmo sem ter qualquer resposta, Jó conseguiu entender as perguntas de DEUS? 
R.

Fontes consultadas e alguns comentários inseridos:
1- CD Da CPAD, Revista e Bíblia BEP, Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
2- Livro Jó - Claudionor De Andrade - CPAD - www.cpad.com.br 
3- Introdução e Comentários de Francis I.Andersen - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - S.Paulo - SP
2º Impressão 05/1996  -  http://www.vidanova.com.br/ 
Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT - CPAD 
 
 
SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 12 - 4º TRIMESTRE DE 2020
OBJETIVO GERAL - Mostrar que DEUS se revelou ao homem para mostrar-lhe seus propósitos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Ensinar que DEUS se revela aos homens;
Pontuar que a criação expressa a glória de DEUS;
Acentuar que nossa justiça jamais se sobreporá a divina.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Já se perguntou o quanto DEUS é grande, infinito, e que não cabe em nossa imaginação? E nós, seres pequenos, tão limitados e injustos? Como é possível um ser tão santo, justo e infinito relacionar-se com outros seres tão contrários à sua própria natureza?
Na lição de hoje veremos o quanto esse DEUS tão grande se revela e relaciona com seres tão pequenos. Em CRISTO JESUS, nós temos o privilégio de adentrarmos confiantemente à presença dEle. O caminho do trono divino está aberto a todo o crente por meio do Filho de DEUS, JESUS CRISTO. É um privilégio e um maravilhoso presente desfrutarmos da presença de DEUS.


PONTO CENTRAL - DEUS se revela ao ser humano.
 
SÍNTESE DO TÓPICO I - DEUS se revela ao homem e se mostra presente diante da angústia.
SÍNTESE DO TÓPICO II - DEUS se revela como sábio na mecânica celeste e na mecânica da vida.
SÍNTESE DO TÓPICO III - O Behemot e o Leviatã revelam um DEUS poderoso e justo.
 
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP1
Antes de iniciar esta penúltima lição, faça um pequeno resumo do trimestre. Selecione os principais temas estudados neste trimestre e revise-os na classe. Retome, por exemplo, a historicidade de Jó, de sua terra, o seu drama, as críticas implacáveis de seus amigos, as principais repostas de Jó, a resposta de Eliú e a resposta reveladora de DEUS. A ideia é que o aluno tenha uma visão de todo o trimestre e, assim, aproveite o máximo o estudo acerca de como DEUS se revelou ao justo Jó. Você, professor, e professora, tem o desafio de, além de ensinar o conteúdo bíblico, transmiti-lo da maneira mais clara, objetiva e fácil possível. Nesse sentido, o método pedagógico faz toda a diferença.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO TOP2
“A Criação do Mundo – vv. 4-11. Para humilhação de Jó, aqui DEUS lhe mostra a sua ignorância, até mesmo a respeito da terra e do mar. Embora tão próximos, embora tão grandes, ainda assim Jó não era capaz de explicar a sua origem, muito menos do céu, acima, ou do inferno, abaixo, que estão tão distantes, e nem das várias partes da matéria que são tão minúsculas, e menos ainda dos conselhos divinos. A respeito da fundação da terra. Se ele tem uma percepção tão poderosa, como pensa ter, dos conselhos de DEUS, que forneça alguma explicação da terra sobre a qual vive, e que é dada aos filhos dos homens. 1. Que ele diga onde estava, quando este mundo inferior foi criado, e se ele forneceu conselhos para auxiliar naquela maravilhosa obra (v.4) [...] As tuas pretensões são elevadas; podes ter pretensões a isto? Estavas presente quando o mundo foi criado?” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.186).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO TOP3
“DEUS tinha feito a Jó muitas perguntas humilhantes e perturbadoras, no capítulo anterior; agora, neste capítulo: I. Ele exige uma resposta a elas, [40] vv.1,2. II. Jó se submete em um silêncio humilde, vv.3-5. III. DEUS passa a argumentar com ele, para a sua convicção, a respeito da infinita distância e desproporção entre ele e DEUS, mostrando que Jó não era de modo algum páreo para DEUS. O Senhor o desafia (vv.6,7) a competir consigo, se ousar, na questão da justiça (v.8), do poder (v.9), da majestade (v.10), e do domínio sobre a soberba (vv.11-14), e dá um exemplo do seu poder em um determinado animal, aqui chamado de ‘Behemot’, vv.15-24. [...] A descrição aqui apresentada do leviatã, um peixe muito grande, forte e terrível, ou animal marinho, tem o objetivo de convencer Jó ainda mais da sua própria impotência, e da onipotência de DEUS, para que Jó possa ser humilhado pela sua loucura de se fazer tão ousado para com o Senhor. I. Para convencer Jó da sua própria fraqueza, ele é aqui desafiado a dominar e amansar este leviatã, se puder, e se fazer seu senhor (vv.1-9); visto que ele não pode fazer isso, deve reconhecer que é totalmente incapaz de permanecer na presença do grande DEUS, v.10” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp.200-01).

VOCABULÁRIO
Design Inteligente: Projeto inteligente, desenhado propositalmente. Traz a ideia de um Ser inteligente que planejou e arquitetou toda a Criação.

PARA REFLETIR - A respeito de “Quando DEUS se Revela ao Homem”, responda:
Como que o Altíssimo se revelou pessoalmente a Jó? Jó estava diante de uma manifestação teofânica de DEUS, e Este falando-lhe do meio de um redemoinho.
Qual propósito o Livro de Jó revela? O grande propósito do Livro de Jó revela que, mesmo quando estamos às escuras, andando somente por fé e não por vista, DEUS está sempre próximo e presente.
Qual o convite que DEUS faz a Jó? DEUS convida Jó a contemplar o universo e vê-lo como funciona.
DEUS censurou Jó com a revelação da mecânica celeste e da vida? A revelação de DEUS sobre a mecânica celeste e da vida não foi uma censura a integridade e sinceridade do patriarca.
O que DEUS deseja mostrar a Jó? DEUS deseja mostrar a Jó o seu erro ao dizer que o Criador não havia sido justo com ele nem com o ímpio.

SUGESTÃO DE LEITURA
DEUS e a Bíblia; Um Ato de DEUS? Doutrina de DEUS

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 83, p. 42. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
 
 
TEOLOGIA - As Grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira - CPAD
INTRODUÇÃO
Não obstante ser um livro que trata essencialmente de DEUS e do seu relacionamento com o homem, a Bíblia não tem como propósito primeiro provar a existência de DEUS fato indiscutível e pacífico no decorrer de toda a narrativa bíblica.Assim como a Bíblia, a Teologia não se propõe a disse­car o ser de DEUS, mas a apresentá-lo ao nível da com­preensão humana. É evidente que DEUS como um Ser eter­no, onisciente, onipotente, onipresente e santo, jamais po­deria ser aquilatado na sua plenitude pelo homem cuja ca­pacidade é mui limitada em si mesma. Se a Bíblia diz que os céus, nem os céus dos céus pode conter a DEUS (1 Rs 8.27), como que a nossa ínfima compreensão seria capaz de aquilatá-lo? Comece por onde começar a nossa pesquisa do Ser divi­no, ela sempre esbarrará na declaração de JESUS à mulher samaritana: “DEUS é ESPÍRITO..."(Jo 4.24).
I. A EXISTÊNCIA DE DEUS
Só tem sentido falar da existência de DEUS, se cremos, realmente, que Ele existe. No estudo deste assunto, a Bíblia é infinitamente rica e definida. Ela não supõe ape­nas que há algo, alguma coisa, alguma ideia ou tendência a que se deve dar o nome de DEUS. Absolutamente! DEUS existe! Este é o insofismável testemunho das Escrituras.
1. Formas de Negação da Existência de DEUS
Aqueles que se dão ao estudo comparativo das reli­giões são unânimes em afirmar que a crença na existência de DEUS é de natureza universal. Essa crença acha-se ar­raigada até entre as nações e tribos mais remotas da terra. Contudo, isto não quer dizer que não existam aqui e ali pessoas que negam completamente a existência de DEUS como revela a Escritura. Dentre as mais variadas formas de negação da exis­tência de DEUS, destacam-se as seguintes:
a) O Ateísmo
Entre as pessoas que negam a existência pessoal de DEUS, estão os ateus. Destes, destacam-se duas classes: os ateus práticos e os ateus teóricos. Os primeiros são sensi­velmente gente sem DEUS, que, na vida prática, não reco­nhecem a DEUS, e que vivem como se DEUS de fato não existisse, “... que não há DEUS são todas as suas cogita­ções" (Sl 10.4). Os outros são geralmente uma classe mais intelec­tual, e baseiam sua negação da existência de DEUS no de­senvolvimento de um raciocínio meramente humano. Tra­tam de provar por meios que eles consideram argumentos razoáveis e conclusivos que DEUS não existe.
b) O Agnosticismo
A palavra agnosticismo vem duma palavra de origem grega, que significa "não saber". O agnóstico crê que nem a Criação, e nem mesmo os alegados fatos quanto à existência de DEUS podem fazê-lo conhecido. O adepto do agnosticismo diz crer unicamente no que pode ver e tocar. Assim, todas as demais coisas, incluindo a fé em DEUS, são relativas. Isto é, o homem não pode saber qual­quer coisa sobre DEUS, haja vista que as alegadas provas de sua existência estão fora do domínio das coisas materiais.
c) O Deísmo
O deísmo admite a existência de DEUS, contudo rejeita por completo a sua revelação à humanidade. Para o deís­mo, DEUS não possui atributos morais nem intelectuais, sendo até duvidoso que Ele tenha influído na criação do Universo. Noutras palavras, o deísmo é a religião natural baseada no raciocínio puramente humano.
d) O Materialismo
O materialismo declara que a única realidade é a ma­téria. O homem seria um animal apenas, por isso mesmo não é responsável por suas atitudes e atos. Ele ensina que os diferentes tipos de comportamentos físicos e psíquicos humanos são simplesmente movimentos da matéria. Por conseguinte, o homem não tem de que nem a quem prestar contas. Ora, se o homem, a obra máxima da criação divina, não é aquilo que a Bíblia diz ser, todos os perenes valores ex­pressos nas Escrituras, inclusive os relacionados com a exis­tência de DEUS, são nulos.
e) O Panteísmo
O panteísmo ensina que no Universo DEUS é tudo e tudo é DEUS. DEUS não é só parte do Universo, Ele seria o próprio Universo. O Hinduísmo é adepto deste falso ensi­no. O erro filosófico e religioso do panteísmo é confundir o Criador com a Criação." Para assegurar categoricamente a não-existência de DEUS, o homem procura usurpar prerrogativas divinas tais como: a sabedoria e a onipresença de DEUS. Terá de explo­rar até os confins do Universo para estar certo de que DEUS está ali. Há de interrogar a todas as gerações da humani­dade e todas as hierarquias do Céu, para estar certo de que eles nunca ouviram falar de DEUS" (Teologia Elementar – Imprensa Batista – Pág. 19).
2. Provas Bíblicas Quanto à Existência de DEUS
Ainda que a teologia ortodoxa e conservadora tem a existência de DEUS como fato plenamente razoável, inde­pendentemente da fé, não se propõe a demonstrá-la por meio de argumentos lógicos.
a) "No princípio... DEUS..."
A Bíblia não é nenhum diário de DEUS, reunindo as­sim todas as indagações da mente humana sobre Ele. Há nela, sim, o suficiente à mente finita do crente. Suas pri­meiras palavras declaram enfática e inequivocamente: "No princípio... DEUS..."(Gn 1.1). A pessoa que para provar a existência de DEUS, vai além do que a Bíblia diz e do que a Criação testifica, pode chegar a resultados inúteis e desnecessários. Inúteis se não der crédito que DEUS é galardoador dos que o buscam. Des­necessário, porque tende a forçar uma pessoa que não tem fé, a crer em DEUS apenas por meio de argumentos lógicos. Ora, esse tipo de fé é apenas de conveniência, e não honra a DEUS, uma vez que não vem por Ele. É fé humana que não alcança a revelação divina.
b) Fé na Revelação Bíblica
O cristão aceita por fé a verdade quanto à existência de DEUS, segundo a revelação contida nas Escrituras. Não se trata de fé cega, mas da fé que se baseia na revelação de DEUS através de JESUS CRISTO e da sua Palavra inspirada. A Bíblia não só revela DEUS como o Criador e sustentador de todas as coisas (Gn 1.1), como o Dirigente dos destinos dos indivíduos e das nações (Mt 6.26; Lc 12.24; Hb 1.3). A Bíblia afirma ainda que DEUS fez todas as coisas segundo o conselho de sua vontade (Ef 1.11), re­velando assim a realização gradual de seu grande e eterno propósito de redenção.
3. DEUS Estava em CRISTO
Inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, o apóstolo Paulo escre­veu que "DEUS estava em CRISTO" (2 Co 5.19). Desse modo temos na Pessoa de CRISTO a maior expressão da existência de DEUS; a maior revelação que o próprio DEUS podia oferecer de si mesmo ao homem. O autor da epístola aos Hebreus fala acerca de JESUS CRISTO, dizendo ser Ele "o resplendor da glória e a expres­são exata do seu ser [isto é, do próprio DEUS], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da ma­jestade nas alturas..."(Hb 1.3). É evidente que DEUS se tem revelado doutras manei­ras, mas através de JESUS é que Ele nos oferece a maior re­velação de si mesmo. Em diferentes pontos do Novo Testa­mento, principalmente no Evangelho de João, JESUS se de­clara igual ao Pai quanto à sua essência, natureza e eterni­dade. Em Mateus 1.23, CRISTO é identificado como DEUS entre os homens. CRISTO foi em carne tudo aquilo que DEUS aprouve re­velar de si mesmo ao homem, sendo essa a maior prova não só da sua eterna existência, mas também do seu amor pela pobre humanidade caída.
4. Argumentos Racionais da Existência de DEUS
No transcorrer dos tempos, filósofos e pensadores têm buscado na filosofia, argumentos racionais sobre a existên­cia de DEUS. Alguns desses argumentos vêm de Platão e Aristóteles, filósofos gregos que viveram há mais de trezen­tos anos antes de CRISTO. Outros argumentos foram formu­lados em tempos modernos pelos estudiosos da filosofia da Religião. Desses argumentos, os mais conhecidos são os se­guintes:
a) O Argumento Ontológico
Este argumento tem sido apresentado de diversas for­mas, por diferentes pensadores. Em sua mais refinada for­ma, foi apresentado por Anselmo, teólogo e filósofo agostinista italiano. Seu argumento é que o homem tem imanente em si a ideia de um ser absolutamente perfeito e, por conseguinte, deve existir um ser absolutamente perfeito. Este argumento admite que existe na mente do próprio ho­mem o conhecimento básico da existência de DEUS, posto lá pelo próprio Criador.
b) O Argumento Cosmológico
Este argumento tem sido apresentado de várias for­mas. Em geral encerra a ideia de que tudo o que existe no mundo, deve ter uma causa primária ou razão de ser. Emanuel Kant, filósofo alemão, indicou que se tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve ter um ponto de ori­gem em DEUS. Assim sendo, deve haver um Agente único que equilibra e harmoniza em si todas as coisas.
c) O Argumento Teleológico
Este argumento é praticamente uma extensão do an­terior. Ele mostra que o mundo ao ser considerado sob qualquer aspecto, revela inteligência, ordem e propósito, denotando assim a existência de um ser sumamente sábio. Por exemplo, o homem para viver, consome o ar, do qual retira todo o oxigênio, resultando disso o dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas, por sua vez, conso­mem o dióxido como elemento essencial, e produzem daí o oxigênio, que será novamente consumido pelo homem.
d) O Argumento Moral
Este, como os outros argumentos, também tem diver­sas formas de expressão. Usando este argumento, Kant partiu do raciocínio que deduz a existência de um Supre­mo Legislador e Juiz, com absoluto direito de governar e corrigir o homem. Esse filósofo era da opinião de que este argumento era superior a todos os demais. No intuito de provar a existência de DEUS, ele recorria a tal argumento. A teologia moderna utiliza o mesmo argumento afirmando que o reconhecimento por parte do homem de um bem su­premo e o seu anseio por um moral superior indicam a exis­tência de um DEUS que pode converter esse ideal em reali­dade.
e) O Argumento Histórico
A exposição principal deste argumento é a seguinte: Entre todos os povos e tribos da terra é comum a evidência de que o homem é um ser potencialmente religioso. Sendo universal este fenômeno, isso é parte constitutiva da natu­reza do homem. E se a natureza do homem tende à prática religiosa, isto só encontra explicação em um Ser superior que originou tal natureza que sempre indica ao ho­mem esse Ser superior. É aqui que milhões de pessoas, por ignorarem o único e verdadeiro DEUS, se entregam à práti­ca de religiões as mais exóticas e estranhas. É o anseio da alma na busca do Criador que ela ignora, por dele ter se afastado (Rm 1.20-33).
5. O Testemunho do ESPÍRITO SANTO no Crente
O cristão tem dificuldade de entender como tão facil­mente certas pessoas negam a existência de DEUS. Profes­sores abalizados, cientistas, filósofos, pensadores, e até certos teólogos, refutam a ideia da existência de um DEUS pessoal, real e eterno. Essas pessoas têm fechado os seus olhos para as abundantes evidências da existência de DEUS, contidas no livro da sua lei - a Bíblia, e no seu livro da Natureza. Aceitam a mentira em detrimento da verda­de. Neles se cumprem as palavras de Romanos 1.22,28; 1 Timóteo 4.1 e 2 Tessalonicenses 2.10-12.
a) Como provar a realidade de DEUS?
Não se pode provar a existência de DEUS por meios na­turais assim como se prova a exatidão dum teorema mate­mático, ou de uma realidade química, cujos resultados se­rão sempre os mesmos. Por exemplo, em geometria des­cobrimos que a soma de três ângulos de um triângulo é sempre 180 graus. Em química a combinação de sódio e cloro resulta em cloreto de sódio (sal comum). Essas con­clusões são fatos, e não meras especulações. Ontem, hoje e sempre a composição desses elementos terá sempre o mes­mo resultado. Agora, quanto à realidade de DEUS, só podemos nos apropriar pela fé, procurando-o pelos rastros que, Ele mes­mo deixou em nossa alma. Para isto contamos com a po­tente e constante operação do ESPÍRITO SANTO que em nós habita.
b) O ESPÍRITO SANTO Revela DEUS
A Bíblia apresenta o ESPÍRITO SANTO como o "ESPÍRITO da verdade" e como aquele que testifica com o nosso espí­rito de que somos filhos de DEUS (Rm 8.16,17). Para aqueles que crêem na veracidade do testemunho do ESPÍRITO SANTO, isto é bastante. Ora, se DEUS não fosse real, como iria o ESPÍRITO le­var-nos a crer sermos filhos do abstrato ou do inexistente? DEUS é invisível, mas não irreal. DEUS é ESPÍRITO, mas não inexistente. O crente pode senti-lo.
II. A REVELAÇÃO DE DEUS
A palavra revelação tem sentido de descobrir, descerrar, remover o véu. Assim sendo, quando a Bíblia fala da revelação divina, o pensamento em mente é o DEUS Cria­dor dando a conhecer ao homem o seu poder e glória, sua natureza e caráter, sua vontade, caminhos e planos, sua graça, seu amor, sua misericórdia, em suma, a si mesmo, a fim de que os homens possam conhecê-lo.
1. DEUS Revelado na Natureza
Davi descreve a Natureza como o primeiro embaixa­dor de DEUS (Sl 29.1-6). Ele disse que os céus narram a glória de DEUS. Também no seu tempo escreveu o profeta messiâni­co: "Levantai ao alto os vossos olhos, e vede, quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelos seus nomes; por ser ele grande e forte em poder, nem uma só vem a fal­tar" (Is 40.26). De igual modo escreveu o patriarca Jó: "Mas, per­gunta agora às alimárias, e cada uma delas to ensinará; e às aves dos céus, e elas to farão saber. Ou fala com a terra, e ela te instruirá; até os peixes do mar to contarão. Qual entre todos estes não sabe que a mão do Senhor fez isto?(Jó 12.7-9).
a) A Natureza, o Espelho de DEUS
A Criação toda revela o Criador. Gênesis 1 e Salmo 104, mostram detalhadamente que DEUS fez cada coisa para um fim determinado, colocando tudo também no lu­gar conveniente. Por isso, toda a Natureza se constitui num hino de louvor a DEUS, conforme lemos no Salmo 108. O crente também deve sempre louvar a DEUS, como Cria­dor: "Tu és digno, Senhor DEUS nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram cria­das" (Ap 4.11). Os povos pagãos, vizinhos de Israel, na sua cegueira espiritual, fizeram das forças da Natureza, divindades, às quais prestavam culto, ignorando que DEUS as criou como veículos da sua revelação, como é mostrada nos Salmos 29 e 107. O trovão, por exemplo, é chamado voz de DEUS (Sl 29.3), o terremoto (Hc 3.6), o fogo e o vento, por exemplo, são alguns agen­tes de juízo nas mãos de DEUS. Os elementos na Natureza não manifestam por si mesmos, a presença divina. Isso seria confundir DEUS com a Natureza, e assim cair no erro do panteísmo. Na bem co­nhecida cena de Elias no monte Horebe, a tempestade, o terremoto, o fogo e o som tranquilo e suave, eram apenas elementos precursores da revelação pessoal de Jeová.
b) O Perigo da Rejeição Desta Revelação
No primeiro capítulo da Epístola de Paulo aos Roma­nos, está registrada a denúncia divina contra aqueles que, tendo contemplado as maravilhas da Criação de DEUS, não o glorificaram como tal, antes tendo-se na conta de sábios aos seus próprios olhos, adoraram a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-21).
Ali eles são acusados de: a) mudarem a glória de DEUS incorruptível em semelhança da imagem do homem cor­ruptível, bem como de animais; b) mudarem a verdade de DEUS em mentira, adorando e servindo à criatura, em lugar do Criador. Por causa das suas perversões, foram abando­nados por DEUS e entregues às paixões vis: DEUS os entre­gou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes. A Natureza é, pois, qual espaçosa janela aberta em di­reção ao infinito, convidando o homem a adorar Àquele que tudo criou segundo o seu SANTO e soberano conselho.
2. DEUS Revelado a Israel
DEUS fez do povo de Israel o centro de sua revelação na terra, para, através dele, abençoar toda a humanidade. Nenhum outro povo na terra, durante sua história, teve tanta certeza de que DEUS age direta e pessoalmente com ele, quanto Israel. Disto dão prova os seguintes textos das Escrituras: Romanos 3.2 e Neemias 9.13.
a) A Revelação de DEUS na História
A revelação de DEUS na história de Israel é algo cons­tante e patente. Ele atesta o seu favor, bem como sua pro­visão para com o povo que para si Ele escolheu. Milagres, tais como os relatados no livro de Êxodo, ou a fuga do exér­cito assírio diante de Jerusalém no ano 701 a.C, provam a intervenção direta de DEUS confundindo os inimigos do seu povo. Essa intervenção era posta em tão grande realismo, que os próprios fenômenos da Natureza lhe estavam sujei­tos: a parada do Sol por Josué (Js 10.12), e o recuo da sombra como evidência de decisão divina de curar Ezequias (Is 38.8), mostram até que ponto aprouve DEUS revelar-se ao povo que Ele es­colheu para si.
b) Relação e Revelação de DEUS
O fundamento da atitude religiosa de Israel era a aliança que DEUS estabelecera entre si e a descendência de Abraão (Gn 17). Esta aliança foi uma imposição real mediante a qual DEUS se comprometeu, perante os descendentes de Abraão, de ser o DEUS deles, dessa maneira dispondo-os a invocá-lo como o Senhor Todo-poderoso. O fato de DEUS tornar conhecido o seu nome (=Jeová), foi um testemunho da amistosidade do seu relacionamento com Israel. O no­me, até certo ponto, significa tudo quanto uma pessoa é, pelo que, quando DEUS disse aos israelitas qual era o seu nome, isso assinalou o fato de que, conforme Ele era, em todo o seu poder e glória, estava comprometido a cuidar do bem-estar deles.
c) Guardado sob Juramento Divino
Lendo o capítulo 15 de Gênesis, encontramos as bases da aliança de DEUS com Israel, através do seu ancestral, o patriarca maior, Abraão. O citado capítulo registra a "aliança de sangue" (o contrato social de maior importância naquela época) e suas circunstâncias peculiares. Registra que Abraão caiu em sono profundo e que DEUS, Ele mesmo, como um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo, passou entre as metades dos animais sacrificados que estavam no solo. Este era o selo da cerimônia. De modo geral, ambas as partes contratantes teriam de passar entre os animais divididos, significando que cada uma delas aceitava as obrigações que lhe eram im­postas e as cumpririam.
O fato de DEUS agir sozinho nessa cerimônia significativa constitui uma afirmação clara, na­quela altura, quanto às intenções de cumprir suas promes­sas, sem levar em consideração o que Abraão e os seus des­cendentes pudessem ou não fazer! Desse modo, o contrato normal de aliança tomou o aspecto de uma aliança de jura­mento. DEUS tomou e confirmou a decisão de escolher Is­rael e fazê-lo povo seu, decisão que não seria modificada por coisa alguma que o homem fizesse ou deixasse de fazer. Através de Israel DEUS tencionava revelar sua beleza a to­das as nações do mundo. Por conseguinte, DEUS continuou revelando-se à comunidade de Israel através de suas pala­vras, de leis e de promessas. A principal ênfase da revelação de DEUS a Israel recai sobre a sua fidelidade à aliança feita com Abraão, sua pa­ciência e misericórdia, e sua lealdade aos seus propósitos. "Quando DEUS fez a promessa a Abraão, visto que não ti­nha ninguém maior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo: Certamente te abençoarei, e te multiplicarei" (Hb 6.13,14).
3. DEUS Revelado aos Profetas
O homem jamais conhecerá a DEUS a não ser que o próprio DEUS aja nesse sentido. O “fato da revelação de DEUS é expresso com o auxílio dos seguintes termos: DEUS se revela, DEUS se deixa ver”(Gn 35.7,13;12.7). DEUS torna conhecida a sua vontade e, também DEUS fala, fato atestado pela tão co­nhecida expressão bíblica: "Assim diz o Senhor".
a) Resumo da Teologia e da Piedade
DEUS se dá a conhecer ao homem e o homem deve com temor, humildade e obediência buscar conhecer a DEUS. Este conhecimento comunicado por DEUS a respeito de si mesmo, ao homem, é o único em seu objetivo, e, diversifi­cado por causa dos meios empregados, pois, sendo DEUS o Senhor de tudo e de todos, Ele revela-se como bem lhe aprouver fazê-lo.
b) A Quem DEUS se Revela
Geralmente a revelação de DEUS está reservada primeiramente aos seus escolhidos, que o buscam, que o servem e andam em comunhão com Ele. JESUS CRISTO disse: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14.21). Segundo o rei Davi, "o segredo do Senhor é para os que o temem" (Sl 25.14). Essa revelação divina está condicionada às limitações humanas. Moisés pôde ver a DEUS, apenas mediante determinadas condições (Ex 33. 17-23). Muitos dos profetas do Antigo Testamento registraram a experiência de um contato pessoal com a revelação de DEUS. Dentre eles se destacam, evidentemente, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e Amos (Is 6.1; Jr 31.3; Ez 1.26-28; Dn 10.5,6; Am 9.11).
c) A Revelação Divina Através da Palavra
Escreveu o profeta Amos que "o Senhor não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am 3.11). Aos profetas DEUS manifestou os seus segre­dos não só pelo que lhes deu a ver, mas também pelas pala­vras que lhes comunicou. A palavra é o sinal característico do ministério proféti­co (Jr 18.18). “Natã e Elias, dentre os primeiros profetas, aparecem como homens da palavra na sua boca” (Jr 1.9), nos seus ouvidos (Is 5.9; Jr 23.18,22).O profeta tem ingresso no conselho de DEUS. Quando o profeta recebia a revelação de DEUS, tinha plena consciência de que DEUS o tomava naquele momento para isso. Ele sabia que não era apenas uma força ou inspi­ração que o tomava, mas uma pessoa viva, real e divina – DEUS (Ez 11.5; 2 Sm 23.2; Is 52.15).
4. DEUS Revelado aos Apóstolos
No Novo Testamento, CRISTO é a suprema revelação de DEUS, seguido dos apóstolos e escritores que prosseguiram recebendo e transmitindo essa revelação até o Apocalipse. CRISTO e os apóstolos são um cumprimento da figura de Moisés e dos profetas do Antigo Testamento como media­dores da revelação divina. O apóstolo Paulo, a quem DEUS confiou grande parte da revelação divina no Novo Testamento, não foi contado com os doze, contudo recebeu profundas revelações, misté­rios ocultos no passado (Cl 1.26,27; Gl 1.11,12).

5.DEUS Revelado à Igreja
Sobre a revelação de DEUS nestes últimos dias à Igreja, diz o escritor da epístola aos Hebreus que havendo DEUS, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho(Hb 1.1,2).
a) O Agente Revelador de DEUS à Igreja
Quando JESUS falava aos seus discípulos e apóstolos, da necessidade de ausentar-se fisicamente dentre eles, dis­se que sua ausência seria suprida pelo agente revelador do Pai e do Filho, o ESPÍRITO SANTO (Jo 16.13-15). O ESPÍRITO SANTO jamais fala de si mesmo, mas comu­nica, aos santos, aquilo que o Filho quer revelar.
a) Revelando o Mistério do Beneplácito de DEUS
Paulo declara que o "mistério" (segredo) do "beneplá­cito" de DEUS, visando à salvação da Igreja e à restauração da humanidade caída, por meio de JESUS CRISTO, foi agora revelado, depois de haver sido mantido oculto até o tempo da encarnação do Verbo Divino (Rm 16. 25,26; 1 Co 2. 7-10; Ef 1.9; 3.3-11). As origens da Igreja estão no eterno passado, conforme o propósito de DEUS, mas a sua razão de ser e de existir no mundo é claramente mostrada na revelação de DEUS sobre ela.
b) Uma Maior Revelação
Se grande foi a revelação dada por DEUS a Israel, atra­vés da Lei, na pessoa de Moisés, maior é a revelação de DEUS através de CRISTO, comunicada pelo ESPÍRITO SANTO à Igreja. A revelação divina confiada a Israel deveria ser o ponto de partida para que esse novo povo desse testemu­nho de DEUS às demais nações da terra. Mas Israel falhou na sua vocação. Já a revelação de DEUS à sua Igreja capaci­ta-a a dar testemunho da grandeza de DEUS, não só aos ho­mens, mas também aos principados e potestades nos luga­res celestiais (Ef 3.10). A marcha triunfal da Igreja, como coluna e baluarte da verdade, se constitui em mais uma prova indiscutível de que DEUS existe e se compraz em se dar a conhecer aos filhos dos homens.
A Personalidade de DEUS
O ensino de que DEUS é um ser pessoal, contrapõe-se ao ensino panteísta, segundo o qual DEUS é tudo e tudo é DEUS; que DEUS é o Universo e o Universo é DEUS; que Ele não existe independentemente daquilo que se alega ser sua criação. Pode-se definir personalidade como existência dotada de autoconsciência e do poder de autodeterminação. Não se deve, portanto, confundir personalidade com corporalidade ou existência corporal material, composta de cabeça, tronco e membros, tratando-se do homem. Corretamente definida, a personalidade. Abrange as propriedades e quali­dades coletivas que caracterizam a existência pessoal e a distinguem da existência impessoal e da vida normal.
A personalidade, portanto, representa a soma total das ca­racterísticas necessárias para descrever o que é um ser pes­soal. O nome é uma das mais fortes evidências da persona­lidade de um ser. Um dos nomes mais importantes pelos quais DEUS se tem feito conhecer no seu relacionamento com o homem é o de "Jeová". Foi por esse nome e suas vá­rias combinações que Ele se revelou nos dias do Antigo Testamento. Tudo o que significa para nós o nome "Je­sus", significa "Jeová" para o antigo Israel. O nome "Jeová", combinado com determinadas pala­vras, formam o composto deste nome santo, como se segue:
"Eu Sou" (Ex 3.14).
"Jeová-Jiré" = O Senhor provera (Gn 22.13,14).
"Jeová-Nissi" = O Senhor é nossa bandeira (Ex 17.5).
"Jeová-Rafá" = O Senhor que sara (Ex 15.26).
"Jeová-Shalom" = O Senhor nossa paz (Jz 6.24).
"Jeová-Raa" = O Senhor é meu pastor (Sl 23.1)
"Jeová-Tsidiquênu" = O Senhor justiça nossa (Jr 23.6).
"Jeová-Sabaot" = O Senhor dos Exércitos (1 Sm 1.3).
"Jeová-Samá" = O Senhor está presente (Ez 48.35).
"Jeová-Elion" = O Senhor Altíssimo (Sl 97.9).
"Jeová-Mikadiskim" = O Senhor que vos santifica (Ex 31.13).
A personalidade de DEUS pode ser provada não só pelo que Ele é, mas também pelo que Ele faz e pelos sentimen­tos que lhe são comuns. Deste modo, a personalidade de DEUS pode ser vista:
Pelos pronomes pessoais empregados para distingui-lo (Jo 17.3; Sl 116.1,2).
Pelas características e propriedades de personalida­de que lhe são atribuídas (Gn 6.6; 1 Rs 11.9; Dt 6.15; Ap 3.19; Pv 6.16).
Pelas relações que Ele mantém com o Universo e com os homens (Gn 1.1; Hb 1.3; Mt 10.29,30; Rm 8.28; Gl 3.26).
IV ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS
Dentre os atributos naturais de DEUS, os mais conheci­dos são os seguintes:
1.A Eternidade de DEUS
A forma usada pela Bíblia para descrever a eternidade de DEUS, simplesmente diz que a sua duração corresponde a idades sem fim (Sl 90.2,12; Ef 3.21). Devemos nos lembrar, porém, que ao falar assim, a Bíblia está a usar linguagem filosófica. Ge­ralmente concebemos a eternidade de DEUS como sendo uma duração de tempo indefinido que recua para o passa­do humano e que adentra o futuro idêntico. "Eternidade", no sentido estrito da palavra aplica-se ao que transcende a todas as limitações. O tempo tem relação estrita com os mundos dos objetos que existem em sucessão. DEUS enche o tempo; está em cada partícula dele, porém sua eternida­de não é a mesma coisa que existir limitado pelo tempo. A existência do homem, quanto ao tempo, está dividi­da em períodos compreendidos por dias, semanas, meses e anos. Não é assim a existência de DEUS. Nossa vida está di­vidida em passado, presente e futuro. Porém, na vida de DEUS, o passado, o presente e o futuro se fundem no eterno agora. Ele é o eterno "Eu Sou" (Ex 3.14). A eternidade de DEUS pode ser definida de maneira mais compreensível como aquela perfeição divina por meio da qual Ele se eleva sobre as limitações temporais.
2.A Imutabilidade de DEUS
A imutabilidade é aquela perfeição, mediante a qual, DEUS não está sujeito a qualquer mudança, não somente no seu Ser, mas também nas suas perfeições, propósitos e promessas. Na verdade, DEUS é o "Pai das luzes em quem não pode existir variações, ou sombra de mudança" (Tg 1.17). É este DEUS que habita na eternidade, que criou o mundo se­gundo o seu conselho, que foi encarnado em CRISTO, e fez, sua morada na Igreja através do ESPÍRITO SANTO. Se DEUS é imutável, por que diz a Bíblia que ele se ar­rependeu de haver feito o homem na terra (Gn 6.6), e posterior­mente de destruir a cidade de Nínive, como havia dito?(Jn 3.10). O termo "arrepender-se", neste caso significa "mu­dança de atitude" de DEUS em decorrência do arrependi­mento do homem. O homem se arrepende no sentido do mal cometido, enquanto que DEUS se arrepende no sentido de atitude, de suspender uma ação. O termo aplicado a DEUS é uma antropomorfose, isto é, os escritores da Bíblia aplicam-no a DEUS como se estivessem se referindo ao homem. Por exemplo: (Jr 18.7-10; 26.3,13). "DEUS permanece o mesmo quanto ao seu caráter, abominando infinitamente o pecado, e em seu propósito de visitar com julgamento o pecador, quando, porém, Nínive mudou em sua atitude para com o pecado, DEUS necessa­riamente modificou sua atitude para com Nínive. Seu ca­ráter permanece o mesmo, mas seus tratos para com os ho­mens mudam, à medida que os homens mudam de uma posição que é odiosa à inalterável indignação de DEUS con­tra o pecado, para uma posição que é agradável ao seu inalterável amor pela justiça" (Teologia Elementar – Imprensa Batista Regular – Pág.48).
3. A Onisciência de DEUS
A onisciência de DEUS tem a ver com a capacidade di­vina de tudo saber. De fato, as Escrituras ensinam que DEUS detém toda a compreensão e inteligência. Deste mo­do, para o crente há grande conforto na declaração de Je­sus: “... o vosso Pai sabe..."(Mt 6.8).
Em âmbito geral:
a)A onisciência de DEUS inclui tudo; Seu conhecimento é universal incluindo tudo quanto pode ser conhecido (Jo 3.20).
b)DEUS conhece desde a eternidade aquilo que será durante toda a eternidade (At 15.18).
c)DEUS conhece o plano total dos séculos, bem como aparte que cada homem ocupa nele (Ef 1.9-12).
d)DEUS sabe de tudo quanto ocorre em todos os lugares, tanto o bem quanto o mal (Pv 15.3).
e)DEUS conhece todos os filhos dos homens, seus caminhos e suas obras (Pv 5.21).
f)DEUS conhece tudo na Natureza: cada estrela e cada ave que singra os céus (Sl 147.4; Mt 10.29).
g)DEUS conhece tudo no terreno do procedimento hu­mano (Sl 139.1-4; 1 Cr 29.9; Ex 3.7). Não há uma cidade, uma vila, nem mesmo uma casa sobre a qual não estejam os olhos de DEUS. Não existe uma só emoção, impulso ou pensamento dos quais Ele não te­nha conhecimento. Ele conhece toda ocorrência ou aventu­ra que envolve alegria e tristeza, dor ou prazer, adversida­de ou prosperidade, sucesso ou fracasso, vitória ou derrota. "Não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas" (Hb 4.13). Numa noite turva, sobre uma mesa de mármore preto, dentro de um quarto escuro, há uma pulga preta. DEUS a vê!
4. A Onipotência de DEUS
A onipotência de DEUS é aquele atributo pelo qual Ele pode levar a efeito qualquer coisa que deseja. Não significa o exercício de seu poder para fazer aquilo que é incoerente aos seus atributos e à natureza das coisas, como, por exem­plo, fazer com que um acontecimento histórico passado volte a acontecer. Fazer duas montanhas próximas uma da outra sem um vale no meio, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta que uma reta. Para DEUS é impossí­vel mentir, pecar, morrer, fazer com que o errado mude para certo. Fazer tais coisas seria uma demonstração não de poder, mas de incapacidade. Toda forma de poder de DEUS, do início ao fim é exercida de forma coerente com a sua infinita perfeição. Pelo seu poder, DEUS realiza só o que é digno de si. As aparentes incoerências vêm da nossa incapacidade e igno­rância quanto a entender os caminhos de DEUS. Conta-se que quando Antígono estava para dar início a um combate contra a armada de Ptolomeu, e o seu co­mandante perguntou: "Quantos são eles mais do que nós?" o corajoso rei replicou: "É verdade que, se você con­tar, eles são mais do que nós; mas quantos você acha que eu valho?" Nosso DEUS é superior em poder a todas as forças da terra e do Inferno. Ele mesmo indaga: "Agindo eu, quem impedirá?"(Is 43.13).
5.A Onipresença de DEUS
A onipresença de DEUS está entranhavelmente ligada á sua onisciência e onipotência. Só DEUS possui estes três "onis". Por sua onipresença, DEUS está em todos os luga­res. Isto não significa, contudo, que DEUS esteja visivel­mente presente, localizado em qualquer lugar como acon­tece com o homem, isto é, corporalmente, pois DEUS é um ser espiritual. Apesar de DEUS estar em todos os lugares, Ele não está em todos os lugares num mesmo sentido, e com o mesmo propósito. Ele está presente em alguns lugares num senti­do em que não está noutros. Ele está no Céu como lugar de sua eterna habitação e como local do seu trono. Está na Terra abençoando os homens e mantendo viva a natureza. Já a sua presença no Inferno tem a ver com a sua ira aí der­ramada.
Assim como no Império Romano o mundo inteiro era para o malfeitor uma vasta cadeia, pois, ainda que fugisse para as terras mais distantes podia ser alcançado pelas le­giões do imperador, assim, no governo divino, o pecador não tem como fugir aos olhos do Juiz de toda a terra (Gn 18.25). A declaração bíblica “Tu és o DEUS que vê” deve servir de advertência para evitarmos o pecado (Hb 4.13; Sl 139).
6.O Conselho de DEUS
O conselho de DEUS é o seu plano eterno em relação ao mundo material e espiritual, visível e invisível, abrangen­do todos os seus eternos propósitos e decretos, inclusive a Criação e a Redenção, levando em conta a livre atuação do homem. O conselho de DEUS se aplica a todas as coisas em ge­ral (Is 14.16,27; 46.10,11; Dn 4.25), e às particulares, como seja: a permanência do Uni­verso material, os negócios das nações, o período da vida humana, o tempo da morte do homem, as boas ou más ações do homem, a salvação do homem, o reino de CRISTO, a obra divina nos crentes e por meio deles (Sl 119.89-91; At 17.26; Jó 14.5,14; Ec 3.2; Ef 2.10; Gn 50.20; 1 Co 2.7; Ef 2.10; Gn 50,20; 1 Co 2.7; Ef 3.10; Sl 2.6-8; Mt 25.34; Fp 2.12,13). Esse plano divino está em perfeita harmonia com o perfeito conhecimento, a perfeita sabedoria (onisciência), e a benevolência de DEUS. Um Universo sem plano estabe­lecido seria irracional e apavorante.
O doutor A.J. Gordon compara semelhante hipótese com um trem expresso a precipitar-se nas trevas, sem luz, sem maquinista, sem destino e sem saber o que ocorrerá no momento seguinte.
7. A Soberania de DEUS
A soberania de DEUS é a soma de alguns dos seus atri­butos naturais, como: onipotência, onisciência e onipre­sença, apresentadas na Escritura com um tom muito en­fático. Apresenta o Criador e sua vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de sua obra criadora, perten­cem-lhe os céus, a terra e tudo o que neles há. A soberania de DEUS submete a Ele todos os seus exércitos dos céus e os habitantes da terra. DEUS sustem todas as coisas com sua onipotência, conhece todos os mistérios por sua onisciên­cia, enche todas as coisas com sua onipresença, e determi­na a finalidade para cada coisa existente pela sua sobera­nia. DEUS governa como Rei no mais absoluto sentido da palavra, e todas as coisas dependem dEle e a Ele servem. Há um inestimável tesouro de evidências nas Escrituras revelando a soberania divina (Dt 10.14,17; 1 Cr 29.11,12; 2 Cr 20.6; Is 33.22). A soberania de DEUS diz respeito àquela perfeição do Ser divino, por meio do qual, Ele, por um ato simples, de­leita-se em si mesmo como DEUS, bem como busca suas criaturas, por amor do seu próprio nome. Com referência ao Universo e todas as criaturas que há nele. Sua vontade inclui, naturalmente, a idéia de causação.
V. ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
Os atributos morais de DEUS dizem respeito a deter­minados elementos do caráter de DEUS através dos quais Ele se dá a conhecer ao seu povo, levando-o a uma plena identificação com Ele.Dentre os atributos morais de DEUS, os mais conheci­dos são:
1.A Veracidade de DEUS.
A veracidade é um dos múltiplos aspectos da perfeição divina. DEUS é ao mesmo tempo, veraz e perfeito. "DEUS não é homem para que minta" (Nm 23.19). A mentira é incompatível com a natureza divina. Devemos ter sempre em mente que quando estamos tratando com DEUS, estamos tratando com um Ser verda­deiro e pronto a cumprir as suas santas e boas palavras (Jr 1.12).Por isso, devemos depositar nele toda a nossa confiança; (Sl 125.1)na certeza de que Ele estabelecerá o nosso direito e nos conduzirá a toda a justiça. Toda a Escritura corrobora com a ideia da veracidade de DEUS (Sl 31.5; Jo 3.33; Rm 3.4; 1 Ts 1.9; 1 Jo 5.20).
2.A Justiça de DEUS
A justiça de DEUS está entranhavelmente relacionada com a santidade divina. Alguns dos teólogos mais respeita­dos, conceituam a justiça de DEUS como uma forma de sua santidade, ou simplesmente como "santidade transitiva". Estes termos se aplicam somente àquilo que costumamos chamar de "justiça relativa" de DEUS, e não à sua "justiça absoluta". A ideia fundamental de justiça está entranhavelmen­te ligada à da lei. Por exemplo, entre os homens pressupõe-se haver uma lei à qual o homem deve sujeitar-se a obede­cer. Quanto a DEUS, porém, há quem seja da opinião de que não se deve falar de "justiça" como. Um dos atributos divinos, pois, DEUS, não sendo homem, não existe lei à qual Ele possa estar sujeito. Ainda que concordemos em parte com esta afirmação, cremos haver uma lei que é parte ine­rente à natureza de DEUS, a qual se constitui no modelo mais elevado de lei, pela qual todas as outras leis têm de ser julgadas.
A justiça divina se manifesta, especialmente, em dar a cada um o que corresponde aos seus méritos. A justiça inerente de DEUS é a base natural da sua justiça revelada ao tratar com suas criaturas. Os termos hebraicos e gregos para "justo" e "justiça", todos contêm a ideia de conformidade com um modelo. Constantemente a Escritura atri­bui esta perfeição a DEUS (Nm 8.9; Sl 119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 1.18; Dn 9.14; Jo 17.25). Antes de qualquer outra coisa, a justiça divina é a jus­tiça governativa de DEUS. Esta justiça, como o próprio nome sugere, tem a ver com aquilo que DEUS usa como Go­vernador dos bons e dos maus. Em virtude dessa justiça, DEUS tem instituído um governo moral no mundo, e impos­to uma lei justa sobre os homens, com promessas de re­compensa para o obediente, e de advertências e castigo para o transgressor. Principalmente o Antigo Testamento manifesta DEUS como o Legislador de Israel, (Is 33.22) e das nações em geral, mostrando inclusive que as suas leis são justas (Dt 4.8).
3.A Graça de DEUS
"Graça", esta palavra cheia de significado é uma tra­dução do hebraico "ch'n," e do grego "charis".Segundo as Escrituras, a graça se manifesta não só da parte de DEUS, mas também através dos homens. Neste último caso denota o favor que um homem mostra a outro homem (Atente para os exemplos dados nos seguintes textos: Gn 33.10,18; 39.4; 47.25; Rt 2.2; 1 Sm 1.18; 16.22).
No geral, pode-se dizer que a graça é a dádiva gratuita da generosidade para com alguém que não tem o direito de reclamá-la. De acordo com a Escritura, só a graça singular de DEUS é que pode ser assim definida. Seu amor para com o homem sempre é imerecido, pois a despeito de oferecido gratuitamente, o homem prefere rejeitá-la como coisa de nenhum valor. Deste modo, a Bíblia geralmente fala da graça para indicar a imerecida bondade do amor de DEUS para com aqueles que se têm feito indignos dela, e que por natureza estão debaixo da sentença de condenação. A graça de DEUS é o manancial de todas as bênçãos es­pirituais concedidas aos pecadores (Ef 1.6,7; 2.7-9; Tt 2.11; 3.4-7). No entanto, a Bíblia com frequência fala da graça salvadora, e outras vezes ela aparece com um sentido mais amplo (Is 26.10; Jr 16.13). A graça de DEUS tem maior significado prático para os pecadores. Todos nós dependemos por completo da graça de DEUS manifesta em CRISTO, uma vez que estamos totalmente despojados de méritos próprios.
4.A Bondade de DEUS
DEUS é bom no sentido transcendente da palavra, que significa absoluta perfeição e perfeita felicidade em si mes­mo. Neste sentido, disse JESUS que "ninguém é bom senão um só, que é DEUS" (Mc 10.18). Porém, posto que DEUS é bom em si mesmo, também é bom para todas as suas criaturas, po­dendo, portanto, denominar-se: "A fonte de todo o bem". De fato, DEUS é a fonte de todo o bem e assim se apresenta de vários modos em toda a Bíblia (Sl 36.6; 104.21; Mt 5.45; 6.26; Lc 6.35; At 14.17). A bondade de DEUS para com as suas criaturas pode ser definida como aquela perfeição de DEUS que o mantém solícito para tratar generosa e ternamente com todas as suas criaturas. É aquele afeto pelo qual DEUS assiste a to­das as suas criaturas sensíveis como tais. O salmista ce­lebra esta bondade nas seguintes palavras: "O Senhor é bom para com todos, e as suas ternas misericórdias per­meiam todas as suas obras... Em ti esperam os olhos de to­dos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. Abres a tua mão e satisfazes de benevolência a todo vivente" (Sl 145.15,16).
5.O Amor de DEUS
Quando a bondade de DEUS se manifesta em favor de suas criaturas racionais, assume o mais elevado caráter de amor, amor este que se distingue conforme os objetos aos quais se destina. Para distinguir o amor divino da bondade de DEUS, podemos defini-lo como aquela perfeição de DEUS pela qual Ele é impelido eternamente a comunicar-se com as suas criaturas. Posto que DEUS é absolutamente bom em si mesmo, o seu amor não pode alcançar perfeita satisfação num objeto imperfeito, no caso a criatura humana. Apesar disto DEUS ama o homem no seu atual estado de queda (Jo 3.16). DEUS ama os crentes salvos com um amor especial, posto que os contempla como seus filhos espirituais em CRISTO. A eles se comunica, em sentido mais pleno e rico, com toda a plenitude da sua misericórdia e graça (Jo 16.27; Rm 5.8; 1 Jo 3.1).
6.A Misericórdia de DEUS
Se a graça divina sentencia o homem como culpado diante de DEUS, fazendo-o carente do perdão divino, a misericórdia de DEUS distingue o homem como alguém cansa­do sob o fardo do pecado, necessitando de urgente ajuda espiritual. A misericórdia divina pode ser definida como a bon­dade ou o amor de DEUS para com aqueles que se encon­tram em estado de miséria espiritual, carecendo de ajuda. Desse modo, em sua misericórdia, DEUS se revela compassivo e piedoso para com os que se acham em estado de mi­séria espiritual, sempre pronto a socorrê-los. Segundo a Bíblia, a misericórdia de DEUS é gratuita; é para sempre; está sobre todos os homens; elas são a causa de não sermos consumidos (Dt 5.10; Sl 57.10; 86.5; 2 Cr 7.6; Sl 136; Ed 3.11; Ex 20.6; Dt 7.7,9; Lc 1.50; Sl 145.9; Ez 18.23-32; 33.11; Lc 6.35,36; Lm 3.22). Entre os judeus, existe uma crença antiga muito inte­ressante, acerca da misericórdia e da justiça divina. Se­gundo essa crença, Miguel, o executor dos juízos de DEUS, possui apenas uma asa às costas, o que o faz voar devagar; enquanto que Gabriel, o executor da misericórdia, possui duas potentes asas, o que o faz voar mais velozmente. O rabinismo judaico usa essa ilustração para ensinar que DEUS tem mais pressa em ser misericordioso para com o homem do que em levá-lo a juízo. Mostra, porém, que se o homem rejeitar a misericórdia gratuitamente oferecida, mais cedo ou mais tarde ele será julgado e castigado pelo DEUS das muitas misericórdias.
7.A Longanimidade de DEUS
No original hebraico, longanimidade é indicada pela expressão "erekaph",significando literalmente "grande rosto" e também "lento para a ira". Mais claramente, por longanimidade, se entende aquela bondade de DEUS, em virtude da qual Ele suporta o obstinado e perverso peca­dor, apesar da sua persistente desobediência. Na sua lon­ganimidade e misericórdia, DEUS suporta o pecador em seu estado de pecado, apesar das suas admoestações, chaman­do-o ao arrependimento (Ex 34.6; Sl 86.15; Rm 2.4; 9.22; 1 Pd 3.20; 2 Pd 3.15).
8.A Santidade de DEUS
A santidade de DEUS é a soma de todos os seus atribu­tos morais, e expressa a majestade da sua natureza. Há quem diga ser a santidade o atributo enfático de DEUS. Se é verdade que exista qualquer diferença em grau de impor­tância entre os atributos morais de DEUS, a santidade ocu­pa o primeiro lugar. Nas visões que DEUS concedeu ao seus santos nos dias do Antigo Testamento e na exploração da doutrina bíblica no Novo, o que mais se salienta é a santi­dade divina (Lv 11.45; Jo 24.19; Is 6.3; 1 Sm 2.2; S l 5.4; 11.4; 145.17; Is 43.15; Jr 23.9; Lc 1.49). Por cerca de trinta vezes o profeta Isaías se refere a Jeová, chamando-o de "o santo", apontando o significado daquelas visões que mais o impressionaram. DEUS deseja ser conhecido essencialmente por sua santidade, pois esse é o atributo pelo qual Ele é melhor glorificado. Conceitos superficiais de DEUS e da sua santidade resultam em con­ceitos superficiais do pecado e da necessidade da expiação.
A santidade de DEUS significa a sua absoluta pureza moral. Indica que Ele não pode pecar, nem tolerar o peca­do. Na sua santidade, DEUS aborrece o pecado, ainda que ame o pecador. Uma vez que o sentido original da palavra "santo" é "separado", em que sentido está DEUS separado de alguém ou de algo? Ele está separado do homem quanto ao espaço: Ele está no Céu, e o homem na Terra. Ele está separado do homem quanto à sua natureza e caráter: Ele é perfeito, o homem é imperfeito. Ele é divino, o homem é humano e carnal. Ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso.